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FACULDADE DE ECONOMIA
LUANDA
DISCIPLINAS:
CONTABILIDADE BANCÁRIA
CONTABILIDADE DAS
INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
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1. A ACTIVIDADE BANCÁRIA E A DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE
CRÉDITO (IC) E AS SUAS FUNÇÕES
Vamos aqui ver alguns aspectos do sistema, importantes para uma melhor compreensão
da Contabilidade Bancária e da Contabilidade de Outras Instituições de Crédito (IC).
Diariamente sabemos de notícias sobre bancos e outras IC, isto significa que a Banca
tem uma intervenção activa na política económica e financeira do país.
Na seguinte situação “ Aos primeiros sinais de alta dos preços (inflação), as entidades
governamentais de um estado implementaram diversas medidas no sentido dos
objectivos económicos fixados não serem desvirtuados.
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1.1.2. Decomposição do Sector Interno da Economia
Sabemos que dois grandes sectores dominam a economia: o sector financeiro e o sector
não financeiro, conforme se pode ver no seguinte quadro.
Sector Externo
Dentro do sistema financeiro angolano, podemos diferenciar três grandes níveis, que são:
as autoridades político-decisoras; as autoridades de carácter executivo, de controlo, de
supervisão e também de carácter consultivo; e o conjunto das instituições financeiras.
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o Órgãos Político-Decisores
O Ministério das Finanças tem, entre outras, as atribuições seguintes, alíneas d), g), j),
k), o), r), s), t), x), e y) do artigo 2º do Estatuto do MINFIN:
d) Proceder à gestão da dívida pública do Estado;
g) Superintender as actividades do Sector Empresarial Público, sociedades gestoras de
mercados regulamentados, instituições financeiras de capitais maioritariamente
públicos, seguros e fundos de pensões, jogos, contabilidade e auditoria e fundos
públicos;
j) Executar a política e o programa de privatizações, reestruturações, gestão e controlo
das participações do Estado;
k) Superintender o sistema financeiro não bancário e o mercado de valores mobiliários;
o) Conceber a política nacional de seguros e resseguros e de fundos de pensões, bem
como regular e supervisionar a sua execução;
r) Definir a política do exercício da actividade de Jogos;
s) Assegurar a coordenação e o relacionamento financeiro do Estado com as instituições
financeiras multilaterais, os organismos internacionais e as organizações regionais;
t) Definir a política de rendimentos e preços, assegurando a sua consistência;
x) Colaborar na elaboração da política monetária, cambial e de crédito, bem como
acompanhar a sua execução;
y) Colaborar com os órgãos competentes na formulação e aplicação da política
remuneratória na Administração Pública, das contribuições e prestações da segurança
social, em consonância com a política de rendimentos e preços;
o Órgãos de Supervisão
Os Órgãos Executivos de Controlo e Supervisão são, além do BNA, que pela sua grande
importância, dedicaremos o capítulo seguinte, existem a ARSEG ( Agência Angolana de
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Regulação e Supervisão de Seguros) antes, Instituto de Supervisão de Seguros e o
Organismo de Supervisão do Mercado de Valores Mobiliários.
o Intermediários
Este quadro tem em conta: a actividade seguradora em Angola que está basicamente
determinada pelo Decreto 17/78, de 1 de Fevereiro, que cria a Empresa Nacional de
Seguros e Resseguros de Angola - Unidade Económica Estatal (ENSA-UEE) e a Lei 1/00,
de 8 de Fevereiro, Lei Geral da Actividade Seguradora; os Fundos de Pensões,
basicamente o Decreto 25/98, de 7 de Agosto, que cria os ditos Fundos e aprova o
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BANCOS e INSTITUIÇÕES DE MICRO FINANÇAS
SOCIEDADES COOPERATIVAS DE CRÉDITO
SOCIEDADES DE MICRO CRÉDITO
DE CRÉDITO
INSTITUIÇÕES
CASAS OU AGÊNCIAS DE CAMBIO
SOCIEDADES DE CESSÃO FINANCEIRA OU FACTORING
SOCIEDADES DE LOCAÇÃO FINANCEIRA OU LEASING
BANCO
NACIONAL
S. MEDIADORAS DO MERCADO MONETÁRIO OU DE CÂMBIOS
DE ANGOLA
SOCIEDADES PRESTAMISTAS DE SERVIÇO DE PAGAMENTOS
S. OPERADORAS DE SISTEMA DE PAGAMENTOS, C .OU C.C.
SEGUROS
AGÊNCIA A.
DE R. E S. DE
SEG. (ARSEG)
SOCIEDADES CORRETORAS DE VALORES MOBILIÁRIOS
SOCIEDADES DE CAPITAL RISCO
BANCÁRIAS
SOCIEDADES
SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE VALORES MOBILIÁRIOS
FINANCEIRAS NÃO
SOCIEDADES GESTORAS DE PARTICIPAÇÕES SOCIAIS
FINANÇAS
SOCIEDADES DE INVESTIMENTO
MINISTÉRIO DAS
MOBILIARIOS
SOCIEDADES GESTORAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO
M. DE VALORES
ÖRGÃO DE S. DO
S. OPERADORAS DE S. OU C. DE LIQUIDAÇÃO E C. DE V. M.
FUNDOS DE DESENVOLVIMENTO
Figura 2. Estrutura Actual do Sistema Financeiro de Angola
OUTRAS
ENTIDADES
INSTITUIÇÕES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
FINANCEIRAS
A. P., E. e S. S.
MINISTERIO DE
Nacional de Desenvolvimento (FND) e o Fundo de Fomento Empresarial (FFE).
órgão
Órgãos
Órgãos
Político-
(o BNA é
Decisores
Supervisão
consultivo)
Financeiros
também um
Intermediários
de 8 de Agosto, do BNA; as Instituições de Previdência Social, em que se destaca o
Montepio Geral de Angola; e também, alguns Fundos, entre os quais, três tutelados pelo
regulamento dos mesmos; a actividade das Casas de Câmbio, especialmente o Aviso 8/95,
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Executivos, de Controlo e
o Situação Actual
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Previdência dos Funcionários Públicos de Angola; Cofre de Previdência do
Pessoal do Ministério do Interior, antes Caixa de Previdência do Pessoal da
Polícia de Segurança Pública de Angola; Caixa de Previdência das FAA;
Montepio Ferroviário de Angola e a Caixa de Crédito dos Funcionários de
Apoio à Presidência).
Órgãos Reitores
A Lei do Banco Nacional de Angola, Lei 24/2021, de 18 de Outubro, que revoga a Lei
16/10, de 15 de Julho, que revogava a Lei Orgânica do BNA de 11 de Julho de 1997,
estabelece no seu artigo 48º 1 os seguintes órgãos reitores:
1. Governador
2. Vice Governador 2 ou Vice Governadores
3. Conselho de Administração
4. Conselho de Auditoria
5. Conselho Consultivo
A Lei 12/15 de 04 de Novembro, Lei de Bases das Instituições Financeiras, diz que só
as instituições de crédito bancárias podem receber depósitos ou outros fundos
reembolsáveis, para utilização por conta própria e exercer a função de intermediário de
liquidação de operações de pagamento, artigos 6º e 9º da Lei 12/20153. Estas entidades
são os bancos em geral e as instituições de microfinanças.
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Vid. artigo 48º da Lei 16/10, do BNA.
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Por achar conveniente acrescentá-mo-lo. Está previsto na Lei do BNA a existência de vice governadores,
como diz o artigo 51º da Lei, mas o artigo 48º não o tinha em conta.
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Vid. artigo 6º da Lei nova de 2015.
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As actividades previstas na presente lei regulamentadas pelo BNA, órgão supervisor, só
podem ser exercidas, a título profissional, pelas instituições financeiras não bancárias,
segundo o artigo 9º da nova lei4. Estas entidades sujeitas à jurisdição do BNA são:
Casas de Câmbio, Sociedades Cooperativas de Crédito, Sociedades de Cessão
Financeira ou Factoring, Sociedades de Locação Financeira ou Leasing, Sociedades
Mediadoras do Mercado Monetário ou de Câmbios, Sociedades de Micro Crédito,
Sociedades que Prestam Serviço de Pagamentos, e Sociedades Operadoras do Sistema
de Pagamentos, Compensação ou Câmara de Compensação.
Gabinete do Gabinete de
Departamento de Supervisão das Instituições Financeiras
Departamento de Sistemas de Pagamentos e Operações
Gabinete de
Departamento de Gestão de Reservas
Departamento do Meio Circulante
Departamento Administrativo
Desenvolvimento
Departamento Jurídico
Delegações Regionais
Organizacional
Bancárias
Conselho de
Conselho de
Conselho Administração
Auditoria
Consultivo
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Vid. artigo 9º da Lei 12/15.
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1.1.3.2. Funções do Banco Nacional de Angola
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1.1.4.1. Evolução Histórica na Banca
1.1.4.1.1. No Mundo
Tal como a história da humanidade, a origem dos bancos está revestida de certa
controvérsia e pontos de descontinuidade, até porque não tem sido consensual quanto à
data de criação do primeiro banco, que se perde na infinidade do tempo, tal como certa
vez caracterizou o Prof. Joaquim Teles, que foi presidente do Sindicato dos
Contabilistas do Rio de Janeiro e contador-geral do Banco Carlo Pareto, SA:
“Perde-se no turbilhão de muitos séculos, consumidos no cabriolar constante da
Terra em torno do Sol, a origem dos Bancos”.
Até onde a descrição histórica, em seus primeiros ensaios, nos deixa perceber, vamos
encontrar, muitos anos antes da era cristã, no comércio que faziam os hindus e os
chineses os primeiros vestígios de operações bancárias.
Os hindus estendiam então o seu comércio para a China, para a Pérsia e para o Egipto,
iam em suas caravanas ao Mar Cáspio, em busca da Cólchida, nas margens do Ponto
Euxino que, como relata A. Conrado, se tornou centro importante das riquezas da Índia.
Muitos anos depois da época a que nos reportamos, mais acentuadas se nos deparam as
origens dos bancos e dos banqueiros nas operações que efectuavam os atenienses,
romanos e lombardos, dos quais a notícia, zombando e resistindo à acção destruidora de
muitos séculos, transmitindo-se de povo a povo, de nação a nação, conseguiu chegar até
aos nossos dias.
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Era costume entre judeus lombardos, trazer para a praça ou feira uma banca sobre a qual
efectuavam as operações de compra e troca de moedas, de compra e venda de ouro e
pedras preciosas e de depósitos ou restituição de dinheiro.
Talvez venham dessa espécie de operações e dessa banca, sobre a qual eram realizadas,
as palavras banco e banqueiro, constituindo tais palavras o baptismo tradicional chegado
até nós.
Se por analogia nos foi dado achar a origem das palavras banco e banqueiro, vejamos
pelo mesmo processo se nos é possível encontrar a origem da palavra bancarrota, cuja
locução queria designar o fracasso de um banco.
A esse fracasso não escapavam os inexpertos banqueiros desses tempos, alguns dos
quais pagaram muito caro pelo facto de se arrastarem à ruína. Quando tal fracasso
sucedia, a população, em incontido e irreprimível enfurecimento, lançava-se contra o
banqueiro, fazendo-lhe a banca em cacos e não raro deixando-o também em farrapos.
Tanto para os romanos como para os gregos a profissão de comércio era considerada
coisa desprezível, pois tais operações eram efectuadas por gente humilde, por escravos
ou estrangeiros prisioneiros ou escravizados.
Roma, que era rica e senhora do mundo, quando lhe faltou a fonte da qual hauria toda a
sua riqueza, caíra em negra miséria.
Esse estado de miséria a que chegara a rainha do mundo, onde entretanto havia grandes
tesouros de arte, atraíra a cobiça de estrangeiros, que para ela afluíram com grandes
capitais, empregando-os em diversas especulações. Entre as que mais seduziram esses
estrangeiros estavam o comércio e a indústria, especialmente o comércio bancário.
Foi assim que, segundo os melhores historiadores, se criara em 1157, conforme opinam
alguns, ou em 1171, na opinião de outros, o primeiro banco – La Banca di Venezia – na
mesma cidade.
Pouco mais de um século após e nos moldes do então célebre Banco de Veneza, criaram
os barceloneses a Taula de Cambi, em 1349.
Meio século depois que se criara a Banco de Barcelona, se fundava no limiar da Idade
Média, em 1409, o Banco de São Jorge, de Génova, o mais célebre banco desse tempo,
segundo Girolamo Boccardo.
O Banco de São Jorge, que chegou a tornar-se perigoso para o Estado pela sua grande
importância, durou quase quatro séculos, vindo a falir em 1797.
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Em seguida, 1472, fundou-se, em Florença a Banca Salimberni, cuja importância foi
também notável, pois chegou a possuir cerca de cem agências espalhadas por diversas
partes do mundo.
Dos bancos então criados, dois conseguiram resistir aos embates das lutas oriundas de
tal expansão e chegar até aos nossos dias, ostentando na sua grandeza actual uma
tradição gloriosa.
O primeiro, fundado com o nome de Banca della Pietà, em 1539, tem hoje o nome de
Banca di Napoli e é um dos maiores bancos do mundo e de mais perfeita organização.
O segundo, fundado em 1622, é o Monte dei Paschi di Siena, que existe ainda e é
considerado a melhor instituição da Toscana. O Jornal de Angola de 6ª feira, 08 de
Março de 2013 diz que é um dos Bancos mais antigos do mundo e o terceiro maior da
Itália.
Além desses, outros bancos surgiram, os quais, pela sua organização e funcionamento,
mereceram destaque como instituições que marcaram presença em suas épocas:
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1.1.4.1.2. Em Angola
O Banco de Angola deteve até 1957 o exclusivo comércio bancário na colónia, altura em
que foi criado o Banco Comercial de Angola (BCA) que não era mais do que uma
dependência do Banco Português do Atlântico (BPA).
Por força daquele diploma legal as competências do Banco de Angola foram alargadas,
dotando-lhe o verdadeiro estatuto de banco emissor. Dentre as várias funções ressalte-se as
seguintes: criar e emitir notas de banco; descontar e redescontar letras e livranças;
conceder, por período não superior a cento e oitenta dias, empréstimos em conta corrente e
suprimentos devidamente caucionados; emitir saques, à vista e a prazo, e cheques
nominativos ou ao portador; negociar, descontar e comprar cheques e saques à vista e
ordens de pagamento; fazer empréstimos sobre penhores; comprar e vender ouro e prata
em moeda ou em barras, letras cambiais, títulos de crédito nacionais e estrangeiros;
recolher depósitos de quaisquer somas à ordem, a prazo ou em conta corrente; etc.
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Angola ascendeu à independência em condições adversas marcada por certa hostilidade, a
começar pelo fim que se pôs ao monopólio bancário que servia os interesses de grandes
grupos económicos estrangeiros. Em 14 de Agosto de 1975 a banca foi tomada para, em
1976 nacionalizar-se o Banco de Angola e o Banco Comercial de Angola (BCA).
Apesar de existirem dois bancos, na realidade o modelo era de monobanco, onde o BNA
assumia as funções de banco central, banco emissor e banco comercial, enquanto que o
BPA funcionava apenas como caixa de captação de poupanças, sendo-lhe vedado o
exercício da actividade creditícia.
Neste novo panorama o BNA passou a dedicar-se à função de banco central, transferindo
de forma gradual a faixa comercial aos bancos comerciais. Assim o BPA de simples caixa
de captação de poupanças viu alargado o âmbito da sua actividade passando a ter funções
de banco comercial, e através do Decreto 47/91 de 16 de Agosto, altera a designação para
Banco de Poupança e Crédito (BPC). Duas novas instituições públicas foram criadas,
nomeadamente o Banco de Comércio e Indústria (BCI), pelo Decreto 08-A/91 de 16 de
Março, com início de actividade a 11 de Julho de 1991 e a Caixa de Crédito Agro-Pecuária
e Pescas (CAP), pelo Decreto 08-B/91 de 16 de Março, e com início de actividade em 29
de Maio de 1991. Entretanto, esta última instituição abriu falência e foi extinta a 26 de
Maio de 2000, pelo Decreto 28/00.
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de Banco Totta de Angola (BTA), por decisão do Conselho de Ministros de Angola de 22
de Fevereiro de 2002; o Banco de Fomento e Exterior (BFE) em 09 de Julho de 1993, e
transformado em banco de direito angolano, com a designação de Banco de Fomento
Angola (BFA), por decisão do Conselho de Ministros de Angola de 22 de Fevereiro de
2002; e o Banco Português do Atlântico (BPA) a 14 de Maio de 1994, entretanto,
transformado sucessivamente em Banco Comercial Português (BCP) em 30 de Janeiro de
2002 e, posteriormente em Banco Millennium Angola, por decisão do Conselho de
Ministros do dia 22 de Fevereiro de 2006; e bancos privados de direito angolano como o
Banco Africano de Investimento (BAI) a 03 de Outubro de 1997; o Banco Comercial
Angolano (BCA) a 08 de Fevereiro de 1999; o Banco Sol (BS) a 08 de Outubro de 2001; o
Banco Espírito Santo Angola (BESA) a 24 de Janeiro de 2002; o Banco Regional do Keve
(BRK) com início de actividade a 01 de Outubro de 2003; o Novo Banco (NB) autorizado
a operar a 19 de Novembro de 2003 e o Banco Internacional de Crédito (BIC) autorizado a
operar a 11 de Abril de 2005; e ainda outros bancos que têm estado a ser criados.
O Banco Nacional de Angola aparece como órgão reitor das entidades de crédito, que são:
os bancos, o Fundo de Desenvolvimento Económico e Social, o Fundo de Fomento
Empresarial, as Sociedades Cooperativas de Crédito e as Sociedades de Micro Crédito.
De acordo com a Lei 14/2021, das Instituições Financeiras, entende-se por instituição de
crédito toda entidade financeira bancária ou não bancária que coloca ou promete colocar
fundos à disposição de uma pessoa singular ou colectiva contra a promessa de esta lhe
restituir na data de vencimento ou contrai, no interesse da mesma, uma obrigação por
assinatura, tal como uma garantia.
De acordo com esta Lei são consideradas instituições de crédito as entidades financeiras
bancárias (bancos e instituições de microfinanças); as sociedades cooperativas de crédito;
e as sociedades de micro crédito.
Como não existia um banco público de fomento, o Governo criou, segundo o Decreto
21/99 de 27 de Agosto, o Fundo de Desenvolvimento Económico e Social (FDES), com o
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objectivo de financiar acções que garantissem o desenvolvimento económico e social
nacional. Este Fundo é uma instituição de crédito oficial e tem carácter transitório, até que
estejam criadas as condições para a existência de um banco de fomento. Este Fundo foi
extinto em 2006, com a criação do Banco de Desenvolvimento de Angola /BDA).
Esta função, que se materializa na captação das poupanças sob a forma de depósitos e
na sua cedência através da concessão de crédito, reveste-se das seguintes características:
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̶ Do ponto de vista interno, de gestão, a contabilidade bancária ou a de uma IC
permite, de acordo com determinadas regras e procedimentos, acompanhar a
actividade do banco ou de outra IC em termos de conhecimento da sua situação
patrimonial (liquidez, solvabilidade, compatibilização dos fundos próprios)
resultados de exploração, etc.
Todavia, a actuação das instituições bancárias tem vindo a afastar-se cada vez mais da
sua função clássica de intermediação financeira, receber depósitos e conceder créditos,
ou seja, transformar os depósitos em créditos.
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Regra geral, a actividade bancária e de crédito, pela sua especificidade e repercussões
económicas, foi sempre alvo de uma cerrada regulamentação por parte dos poderes
instituídos. No entanto, devido às pressões resultantes das rápidas transformações
económico-financeiras mundiais, tem havido necessidade de ultrapassar esses limites,
procurando novos produtos, mais concorrenciais e que possam satisfazer as
necessidades cada vez mais diversificadas dos clientes. A desregulamentação, uma das
tendências observadas nos sistemas financeiros modernos, significa o aligeiramento, em
geral, da legislação sobre mercados financeiros.
A economia dos nossos dias, é cada vez mais complexa. A sua análise e o seu
entendimento requerem processos sofisticados e grandes doses de imaginação. As inter-
relações entre a economia real e os sistemas financeiros são de tal tenor que, não
somente a actividade e o comportamento de um afecta sensivelmente à conduta do outro,
senão que determinadas entidades financeiras e agentes produtivos de outros sectores,
são partes integrantes de uma mesma unidade de decisão. Tudo isto deve entender-se
como uma resposta ao processo de crescimento seguido por determinado sistema
económico.
Os activos financeiros emitidos pelas unidades económicas de gasto para cobrir o seu
déficit podem ser adquiridos directamente pelos que poupam últimos da economia. Mas,
à medida que esta se desenvolve torna-se necessária a aparição de instituições que
medeiem entre os agentes com superávit e aqueles que possuem déficit com o fim de
tornar baratos os custos na obtenção de financiamento, e de facilitar a transformação de
uns activos em outros, tornando-os mais atractivos para ambos.
Citando Antonio Torrero, “as empresas financeiras têm características específicas que
tornam aventurado alargar a elas a lógica que normalmente se admite em empresas
dedicadas a actividades produtivas. As mais importantes são, por um lado, a maior
possibilidade de fuga em situações difíceis, com a tentação que isto supõe de aceitar
níveis crescentes de risco, com o objectivo de manter a rentabilidade; e, por outro lado, a
superior capacidade de demorar a aparição de perdas reais, o que implica que estas
podem-se acumular e que, quando se manifestam, a sua dimensão cause surpresa”.
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“Os intermediários financeiros se definem como o conjunto de instituições
especializadas na mediação entre os prestamistas e os que pedem emprestado últimos da
economia”. Em qualquer economia, muitos outros agentes são ao mesmo tempo
prestamistas e os que pedem emprestado. Muitas famílias e empresas têm depósitos
bancários ou Letras do Tesouro, e são titulares de crédito ou investem em outras
empresas e ao mesmo tempo, desfrutam de linhas de crédito.
“Ao buscar-se uma caracterização precisa do papel dos intermediários financeiros, não
bastaria dizer que são agentes económicos que emprestam e pedem emprestado fundos,
pois o mesmo fazem muitos outros agentes, mas deveria precisar-se que tal actividade de
emprestar e pedir emprestado constitui o eixo básico da sua actividade mercantil e na
razão da sua existência e que estão sempre dispostos a receber todos os fundos que se
deseje depositar a taxas de juros anunciadas”.
“Neste sentido, os intermediários financeiros diferenciam-se dos agentes mediadores
(dealers) em que estes compram e vendem activos financeiros para manter um
património, não originando na sua actividade nenhum câmbio nos activos negociados,
pois os dealers não criam novos nem diferentes activos. Pelo contrário, os intermediários
financeiros adquirem activos como forma de investimento e não os revendem, mas, com
base neles, criam activos novos que colocam entre os que poupam, obtendo destes os
fundos necessários para a realização dos seus investimentos”.
O papel chave dos intermediários financeiros numa economia é o de "aceitar passivos dos
que pedem emprestado últimos que os poupadores últimos não aceitariam e emitir passivos
para estes agentes, cuja duplicação não está ao alcance dos que pedem emprestado". Este
processo de transformação de activos constitui a base de actuação dos intermediários
financeiros que, ao exercê-la, criam activos de características únicas, dentro da diversidade
de formas que podem revestir (contas correntes, depósitos a prazo, bónus bancários,
apólices de seguros, etc.).
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expectativas e interesses de agentes económicos com capacidade de poupança, com os
tomadores de recursos.
Um país para se desenvolver tem de investir, aumentando desta forma a sua capacidade
produtiva, promovendo o emprego, factor determinante de melhoria das condições sociais
da população. Com a elevação do nível de vida os sujeitos económicos estarão em
condições de alocar cada vez mais recursos em poupanças, factor crítico para as
necessidades financeiras de investimento, e assim, retoma-se o círculo virtuoso de
desenvolvimento, com os bancos a exercerem o papel de impulsionador do
desenvolvimento, pois na sua actividade de intermediação financeira, transformam recursos
ociosos (poupanças) em recursos produtivos (investimentos), combinando, de forma
racional e equilibrada, as expectativas dos agentes, detentores de poupanças, às
necessidades dos agentes tomadores de recursos.
Risco moral: em mercados financeiros o risco moral ocorre quando, depois que
uma transacção foi efectuada, existe o risco de que o tomador dos recursos se engaje
em actividades indesejáveis (que reduzam o retorno ou aumentem o risco do
investimento) do ponto de vista do emprestador.
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1.2.1.5. Tipos de Intermediários Financeiros
Estes, à diferença dos anteriores, os seus passivos não são dinheiro, por isso, a sua
actividade é mais mediadora do que a daqueles. Dentro dos intermediários financeiros não
bancários podem-se incluir uma grande variedade de instituições, com características
próprias para cada país, mas que se podem recolher nos seguintes subgrupos:
a) Intermediários financeiros não bancários cujos passivos, ainda que não sejam
dinheiro, têm, em linhas gerais, um valor monetário fixo e podem ser convertidos
em dinheiro com facilidade. Neste subgrupo se incluem as instituições de poupança
(caixas de poupança e cooperativas de crédito de alguns países, sociedades de
empréstimo à construção) que captam recursos através de depósitos de poupança, a
prazo e certificados de depósito, que ao serem de giro lento, lhes permitem
conceder empréstimos a médio e longo prazo e adquirir activos de renda fixa a
longo prazo.
Também neste subgrupo incluem-se por um lado os bancos de negócios que captam
recursos a médio e longo prazo mediante depósitos a prazo ou emissão de bónus ou
acções e proporcionam financiamento a médio e longo prazo aos interessados, e as
companhias de financiamento de vendas a prazo, que tomam crédito a curto e
médio prazo ou recebem depósitos para financiar vendas a prazo, em especial bens
de consumo duradouro.
b) Instituições cujos passivos têm um valor monetário que pode variar com
frequência. Trata-se basicamente dos fundos e sociedades de investimento que
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colocam os seus participantes ou acções, geralmente, entre os pequenos poupadores
com o fim de obter recursos para a aquisição de valores bolsistas, sobretudo acções.
Redução do Risco
A actuação dos intermediários financeiros permite reduzir o risco dos diferentes activos
mediante a diversificação da carteira. Além disso, estes podem obter, a longo prazo, um
rendimento de suas carteiras superior ao obtido por qualquer agente individual ao
aproveitar as economias de escala que se derivam da gestão das mesmas. Estas economias
de escala aparecem por três razões fundamentais:
Ao estabelecer estes custos normalmente como uma quantia fixa, ou de forma decrescente
ao valor da operação, os intermediários financeiros incorrem em custos mais baixos e
obtêm rendimentos mais altos que os de um investidor particular.
Estas três razões permitem aos intermediários financeiros obterem um rendimento da sua
carteira de activos superior, para qualquer nível de risco, comparando com o que poderia
obter um agente particular que só dispusesse de um volume de fundos relativamente
pequeno. Desde o ponto de vista económico, provavelmente o oferecer direitos sobre uma
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carteira diversificada de activos é a função crucial dos intermediários financeiros e a que
melhor explica o seu papel na economia.
Em qualquer operação de crédito está subjacente o risco que em certa medida é coberto
pelo juro. A cobrança de juro, prática comum nos dias de hoje, começou por ser
condenada, na idade média, pela Igreja Católica. A condenação da cobrança do juro pela
Igreja, causou uma certa paralisação na actividade bancária durante aquela época e foram
os judeus que passaram a desempenhar um papel preponderante nesta actividade.
A contrariar a tese de São Tomás de Aquino, segundo a qual quem receber juro por
empréstimo está a praticar um acto injusto, porque está a vender algo que não existe,
surgem duas teorias:
A do lucro cessante; quem tem dinheiro pode aplicá-lo de modo a obter um lucro e,
se o empréstimo impede a obtenção desse lucro, então é legítimo cobrar um juro em
compensação do lucro que se deixou de obter;
A do dano emergente; quem empresta dinheiro corre o risco de este lhe não ser
restituído e, portanto, o juro será uma compensação por esse risco.
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O risco é um dos elementos fundamentais, ligado à essência do próprio crédito, na
apreciação e decisão de qualquer operação. Toda e qualquer operação de crédito comporta
em si um risco e neste sentido deve ser considerado.
É evidente que o risco tem um campo de análise muito vasto, por vezes, difícil, complexo,
e, em muitos casos, até subjectivo.
Desde logo porque tem origens, razões e natureza muito diversificadas. Depois porque,
também, os diversos intervenientes ou agentes têm perante o risco atitudes diferenciadas
que resumiríamos nos seguintes tipos:
Há os que têm aversão ao risco; isto é: não querem correr riscos ou, quando muito,
ponderam demoradamente o risco que podem correr e só o correm se a
rentabilidade lhes for elevada e muito atractiva.
Há os que são indiferentes ao risco; não ponderam suficientemente os riscos que
correm, quando não mesmo os ignoram ou negligenciam.
Há, ainda, o “jogador” que gosta de correr riscos ou tem perante eles uma atitude
de confrontação ou desafio; sente-se atraído pelo abismo e gosta de experimentar a
sensação.
Por outro lado, as técnicas de análise do risco têm vindo, ao longo dos tempos, a
experimentar diversas adaptações face a crescente complexidade e volume do crédito e,
também, às novas tecnologias e recursos de gestão disponíveis, mas visando sempre
minorar a influência dos riscos de natureza subjectiva.
Uma dessas técnicas, em fase de adaptação e desenvolvimento, mas cuja prática se vem
gradualmente implementando, é o chamado “scoring”.
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O “scoring” como método ainda, relativamente, recente de avaliação aplicado ao “crédito
pessoal a particulares” tem, também em vista a celeridade ou quase automatização do
processo de concessão de crédito, uma vez que se trata duma modalidade prática mais ou
menos simples, em rápida e crescente expansão suscitando grande dinamismo e
agressividade entre a concorrência bancária e de outras IC.
Conflitos sócio-laborais;
Catástrofes naturais;
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serviços, etc.) ou do ramo profissional e seu enquadramento nas condições,
exigências e garantias do mercado de trabalho e outras.
Também o risco pode advir ou estar associado a situações, origens e razões de variada
natureza, entre as quais destacaremos:
1. Subjectiva
Só por estas razões se poderá afirmar que há sempre um risco potencial em qualquer
operação de crédito, que deve ser minorado independentemente do rigor técnico da análise
ou da natureza das garantias. Hoje em dia existe uma clara tendência, até pelos meios
tecnológicos disponíveis, mais ou menos sofisticados, de reduzir o peso e influência dos
riscos de natureza subjectiva nas decisões de crédito.
2. Objectiva
3. Previsível
Por factos mais ou menos identificáveis ou apreendidos pelo senso comum ou através da
consulta de elementos ou instâncias fidedignas e, ainda, por via de captação de sinais de
alerta mais ou menos reveladores.
Estes sinais ou a sua interpretação, contendo uma natural carga subjectiva, podem, no
entanto, despertar ou direccionar a atenção para uma atitude mais cuidadosa e preventiva.
28
4. Imprevisível
Sendo o risco um elemento intimamente associado ao crédito bancário, haverá que atender
a algumas recomendações, procedimentos ou cautelas para o prevenir, ou sempre que
possível, para dividir e amortecer o seu peso e influência. Indicamos algumas delas:
1. Divisão/Diversificação da clientela
Evitando concentração excessiva das responsabilidades, mas alargando o leque de clientes
e, assim, dividir o risco.
4. Diversificação territorial
Minorando o risco duma excessiva concentração territorial ou regional e dos prejuízos,
crises, catástrofes ou conflitos graves que a possam afectar.
Tendo a sua importância na análise da situação geral do banco também o grau de risco é
variável consoante a área de análise em que é avaliado. Podemos destacar três:
1. Por clientes
29
Finalidade das operações, sabendo-se que consoante o objectivo, o interesse e a
oportunidade da sua aplicação, assim poderá variar o grau de risco;
Situação económico-financeira e conclusões da análise de balanços com destaque
para os coeficientes de liquidez, solvabilidade e endividamento;
Outros elementos de análise relativos à idoneidade, competência e comportamento
do cliente perante o banco, ao grau de modernização e eficiência do seu
equipamento e instalações, ao conceito e influência no mercado, etc.
Embora, aqui, a classificação seja um tanto aleatória de elementos que encerra, convirá
reter alguns aspectos como sejam:
3. Por países/regiões
30
A análise da situação geral da IC, designadamente poder fazer uma avaliação mais
correcta das áreas mais sensíveis de risco em que está envolvido;
O estudo da composição qualitativa da sua carteira de crédito/clientes e daí poder
fundamentar critérios selectivos e rigorosos para a constituição de provisões de
crédito;
A definição de uma mais adequada política de crédito;
A estruturação dum plano estratégico e de desenvolvimento orientado.
Hoje em dia vai-se acentuando a prática de estabelecer a taxa de juro, também em função
do grau de risco-cliente, partindo duma taxa base como a “prime-rate”, “lisbor” ou
“euribor” por exemplo, nas operações domésticas. Também nos empréstimos
internacionais o grau de risco-país é elemento fundamental na definição da respectiva taxa
de juro. Daí haver países com taxas de juro bem mais gravosas que outros, face ao seu
posicionamento mais desfavorável no ranking internacional:
O crédito bancário e o das IC, especialmente pela sua componente técnica e efeito
económico, baseia-se num conjunto de princípios, práticas e fundamentos que o
caracterizam e diferenciam das outras modalidades de crédito.
31
Gerador e mobilizador, por excelência, dos diferentes tipos ou modalidades
de crédito;
Elemento regularizador da massa monetária na medida em que cria moeda;
Presta apoio efectivo ao tecido social e empresarial, satisfazendo
necessidades individuais, facilitando as transacções comerciais, fomentando o
investimento e favorecendo a activação do consumo, a circulação, a transformação e
a produção de bens e serviços.
Em suma, promove e impulsiona o desenvolvimento sócio-económico pela
acção do crédito directo (concedendo fundos a favor das empresas e particulares) e
do crédito indirecto (caucionando responsabilidades/compromissos ou obrigações
dos seus clientes perante terceiros).
3. Imobilização
Um risco, porque reduz a mobilidade dos fundos que, em situação limite, pode até
bloquear a capacidade de concessão de crédito, pondo em perigo a própria actividade
da instituição. Daí, por exemplo, a importância duma carteira de créditos ou de
outros recursos facilmente mobilizáveis, também como forma de contribuir
positivamente para a composição dos rácios de liquidez ou atenuar situações de
grave crise económica, normalmente propícias ao agravamento das imobilizações
pelo natural crescimento do crédito mal parado.
É óbvio que se o risco de imobilização é perigoso o risco de perda é grave, pois que é à sua
responsabilidade que o banqueiro aplica os fundos nele depositados e não deve, por isso,
32
dentro duma gestão prudente, praticar operações de crédito de risco muito exposto ou
excessivo.
E quanto mais rígido e mais volumoso for esse imobilizado maior será o custo.
Com efeito, o crédito, como o sangue, deve circular pelas vias certas e no ritmo adequado
para alimentar e revigorar as células do tecido económico e social. Quanto mais circular
mais gente serve e mais actividades suporta e desenvolve. A imobilização, pelo contrário,
corresponde à estagnação, é improdutiva, não gera riqueza, tem custos e pode ser fatal.
4. Impacto económico
Efectivamente mobiliza avultados recursos e fundos, grande parte dos quais representados
pelos depósitos recolhidos dos clientes e doutras fontes nacionais e internacionais, que
distribui pelos mais diversos beneficiários, agentes económicos e sectores de actividade,
criando moeda e dinamizando os mercados e a economia em geral.
Especialmente pela vasta rede geográfica dos sistemas bancário e de crédito e pela intensa
divulgação e distribuição do crédito, este passa a exercer poderosa influência quer nos
hábitos de consumo e satisfação doutras necessidades dos indivíduos quer, ainda, no
desenvolvimento das relações comerciais, no apoio ao tecido empresarial, na criação de
infraestruturas, no fomento de obras públicas, etc.
A relação e funções do crédito bancário e das IC na empresa, que ao longo dos tempos têm
vindo a ser sujeitas a profunda evolução são hoje, por demais variadas e complexas para
que se esgotem numa qualquer listagem que se pudesse elaborar.
33
Particularmente numa época de internacionalização e modernização da economia e com a
frequente criação de novos instrumentos de crédito e práticas inovadoras para acorrer a
situações e necessidades novas que surgem no mercado, essas relações são cada vez mais
estreitas e as funções e objectivos do crédito cada vez mais vastos e complexos.
No entanto, à guisa de caracterização geral, poderíamos destacar um conjunto de
elementos definidores que enquadram essa relação, como sejam:
Segundo a linha mais tradicional, que vem perdendo gradualmente o seu peso, o
crédito bancário e de outras IC apresenta-se como um mobilizador dos activos da
empresa, em particular pelo desconto do seu papel comercial e como garante dos
seus compromissos ou obrigações perante terceiros;
Assim sendo, o crédito bancário e o das outras IC, como capital alheio, deve ter
permanência temporária e não definitiva ou excessivamente prolongada dentro da
empresa, mas ajustada à finalidade de crédito e da operação que o suporta;
Tal prática, a maior parte das vezes, não serve senão para disfarçar a situação de crise da
empresa, deteriorar as relações com a IC e protelar decisões cada vez mais gravosas.
34
Deve, ainda, ter sempre em conta a estreita co-relação existente entre objectivo-
prazo-segurança.
Por isso, continua a existir uma rigorosa legislação e supervisão das Instituições
financeiras, embora, naturalmente, adaptadas às condições dos novos tempos. Delas
ressaltam algumas imposições e regras de funcionamento que, em essência, representam
condicionantes à sua actividade geral e ao crédito em particular, como sejam:
35
É evidente que a “origem, natureza e volume dos fundos e recursos” é particularmente
relevante na definição da política e capacidade de crédito de qualquer IC. Desde logo
porque, de acordo com o seu maior ou menor volume, aumenta ou diminui a capacidade
creditícia e os depósitos, nas suas diversas formas e modalidades, são o recurso essencial
do comércio bancário.
36
Apesar da definição da União Europeia, os estados-membros não estão inibidos em
adoptarem conceitos mais amplos de instituição de crédito. A este respeito, merece
especial referência a lei bancária francesa de 1984 que considera instituição de crédito
qualquer empresa que efectue, a título de profissão habitual, qualquer dos seguintes três
tipos de operações: recepção de fundos do público, operações de crédito e emissão ou
gestão de meios de pagamento.
A respeito, Lei 14/2021, do Regime Geral das Instituições Financeiras, de 19 de Maio, que
substituiu a Lei 12/15, de 30 de Setembro, Lei das Instituições Financeiras, classifica
instituições financeiras em dois tipos: instituições financeiras bancárias e instituições
financeiras não bancárias.
37
2. Instituições financeiras não bancárias ligadas à actividade seguradora e
previdência social, sujeitas à jurisdição da Agência Reguladora de Seguros de
Angola (ARSEG);
Da definição de instituição de crédito, pode-se resumir que se trata de empresa que, a título
profissional:
Conceda crédito.
Faculdade, atribuída a esta pessoa, de disposição, por sua conta, dos fundos
assim recebidos.
O conceito de utilização de fundos por conta própria remete-nos para o facto de que se a
actividade típica da instituição consiste na recepção de depósitos ou outros fundos
reembolsáveis do público e na concessão de crédito por conta própria, é natural, dada a
natureza económica desta actividade, a possibilidade da utilização daqueles fundos por
conta própria.
Deste modo, são excluídas do conceito de instituição de crédito as instituições que não
tenham por objecto actividades por conta própria, por exemplo, as Sociedades Gestoras de
Fundos de Investimento, as Sociedades Corretoras, as Sociedades Gestoras de Patrimónios
e as Sociedades Gestoras de Fundos de Pensões.
Entretanto, as instituições que recebem depósitos e concedem crédito por conta própria e
que, além disso, realizam operações por conta alheia, por exemplo, no domínio dos valores
mobiliários, não devem deixar, por este facto, de estar submetidas à rigorosa disciplina
prudencial que é aplicada às Instituições de Crédito, essencialmente para defesa dos
interesses dos depositantes e investidores não institucionais.
O conceito de concessão de crédito deve ser entendido em sentido muito amplo, e deverá
incluir:
38
Os contratos reais pelos quais alguém entrega fundos a outrem, com a
obrigação por parte deste de os restituir (mútuo, desconto bancário);
Os contratos consensuais, através dos quais alguém coloca à disposição ou
promete entregar a outrem fundos reembolsáveis (abertura de crédito);
A prestação de garantias (fiança, aval, garantia bancária autónoma);
Os contratos de locação financeira;
Os contratos de factoring;
A aquisição de obrigações e outros títulos de dívida.
São considerados como meios de pagamento todos os instrumentos que, seja qual for o
suporte ou o procedimento técnico utilizado, permitam a qualquer pessoa transferir fundos.
A faculdade de emissão de notas e moedas é exclusivo do banco central e
apenas as instituições de crédito estão autorizadas a abrir contas sobre as quais possam ser
sacados por determinados instrumentos de pagamento, como o cheque e o cartão de débito.
39
O regime para o exercício da actividade bancária em Angola vem expresso na Lei 14/21 de
19 de Maio, e em Avisos, Instrutivos e Directivas dimanadas pelo BNA, sendo de realçar
as seguintes disposições:
Compatibilização dos fundos próprios com o grau de risco da estrutura dos seus
activos: o Aviso 3/2000 de 10 de Março do BNA determina que as instituições
financeiras independentemente do limite de capital mínimo realizado, são obrigadas
a manter o valor dos seus fundos próprios compatibilizados com o grau de risco da
estrutura dos seus activos; e o valor mínimo dos fundos próprios deverá
corresponder a 10% do valor calculado com base na ponderação de risco dos
respectivos activos;
Balanço global;
Demonstração de Resultados;
Inventário de títulos e participações financeiras;
Inventário de imobilizações corpóreas e incorpóreas;
Anexo, contendo notas explicativas e quadros suplementares, quando
aplicáveis.
40
√ Estabelece o enquadramento legal da actividade económica: constituição, leis e
regras do jogo económico;
√ Afecta os recursos necessários para os bens colectivos através dos impostos, da
despesa e da regulamentação quando existem falhas do mecanismo de mercado;
√ Redistribui os recursos através de transferências para melhorar o bem-estar socil;
√ Determina a política de estabilização macro-económica para esbater as
flutuações do desemprego, conter a inflação e promover o crescimento económico
de longo prazo.
Uma das componentes da política macro-económica, que é exercida pelo sistema bancário,
é a política monetária. Através da política monetária, cuja autoridade e execução,
normalmente, é delegada ao banco central, o estado procura preservar o valor da moeda,
tornando-a ajustada às reais necessidades da economia.
É nisto que, em termos gerais, consiste a política monetária, cuja intervenção no mercado
financeiro processa-se através de um conjunto de instrumentos, de natureza directa e de
natureza indirecta.
1.2.1.10.1. Directas
1.2.1.10.2. Indirectas
As intervenções indirectas são exercidas sobre a liquidez dos bancos e permitem actuar
sobre a criação monetária sem criarem entraves à sua iniciativa.
São instrumentos indirectos de política monetária:
Política de redesconto;
Política de reservas obrigatórias;
Política de mercado aberto (open market).
Podemos assim concluir que são instrumentos de política monetária o conjunto de
instrumentos e acções para controlar a moeda pelo banco central a fim de garantir o poder
de compra da moeda.
41
A interdependência entre os intermediários financeiros, especialmente a empresa bancária
ou outra instituição de crédito e as empresas que conformam a denominada economia real,
produz-se não somente porque aquelas canalizam a poupança ao investimento e facilitam o
movimento de pagamentos entre os diferentes agentes da economia, mas também porque
proporcionam um input importante: serviços de assessoramento. A provisão destes dois
input constituem um veículo de importantes laços entre a empresa financeira e a não
financeira.
Estes laços costumam ser mais estreitos no caso dos grandes bancos e das grandes
empresas não bancárias.
Para que seja possível que o sistema financeiro seja visto como intermediação entre os que
poupam e os investidores, se requer que a intermediação possa oferecer um incentivo
suficiente no que diz respeito à segurança e ao rendimento, para fomentar a poupança em
lugar do consumo. Os intermediários financeiros não podem ser meros mediadores sem
ausência de risco, mas devem actuar como verdadeiros agentes económicos que, ao mesmo
tempo que prestam o serviço, acrescentam valor económico e conseguem um benefício que
compense o ter assumido o risco.
(fluxo real)
EMPRESAS
(fluxo monetário)
Poupança
(fluxo monetário)
FAMÍLIAS
(fluxo real) 42
Fonte: Instituto de Formação Bancária (2005) Contabilidade Bancária
Nesta representação gráfica distinguimos três circuitos:
Explicação da Figura 5
Famílias
Empresas
Empresas
Meios de
Bens e
pagamento
Serviços
(fluxo
(fluxo real) 2º Circuito
monetário)
Famílias
Famílias
Bancos 3º Circuito
Empresas
Poupança e investimento
(fluxos financeiros)
43
Podemos concluir que:
1.2.2.1. Caracterização
Se um cliente pretender comprar ou vender moeda estrangeira, receber os juros das suas
obrigações, ou guardar objectos importantes de natureza pessoal, onde se deve dirigir?
Sabemos que a resposta a esta pergunta passa por uma das funções da actividade
bancária – a prestação de serviços bancários.
Ao abordarmos esta função podemos referir a três aspectos importantes, que são:
- Contributo indirecto na captação de depósitos;
- Qualidade e diversidade dos serviços bancários;
- Proliferação de instituições financeiras não monetárias.
44
A qualidade e a diversidade dos serviços bancários oferecidos ajudam a estreitar a
relação entre o cliente e o Banco, permitindo melhorar a imagem deste e aumentar o
grau de fidelização daqueles.
Figura 6. Serviços
A Contabilidade contém uma linguagem fundamental na actividade das IC. Como todas
as formas de comunicação, vai sofrendo adaptações e alterações para manter a sua
actualidade.
Isto só seria possível se cada instituição possuísse uma organização individualista da sua
contabilidade em que a ausência de padrões oficiais, apontaria para a inexistência de
critérios idênticos quanto:
- À terminologia;
- Ao âmbito das contas;
- Às regras de valorimetria dos elementos patrimoniais;
- À determinação dos resultados;
- À elaboração e apresentação das peças contabilísticas.
A multiplicidade de critérios apontada não traria vantagens: nem para os bancos e outras
instituições de crédito, que não teriam possibilidade de se situarem comparativamente;
nem para a didáctica, dado que as escolas e os profissionais de contabilidade usariam
critérios diferentes; nem para a análise económica, por não permitir análises sectoriais,
regionais e nacionais; nem para o Estado, porque os elementos estatísticos necessários
para o planeamento da economia, seriam diversos.
É esta gama de inconveniência que tem gerado nos técnicos, gestores e poderes públicos
uma preocupação constante que se consubstancia na Normalização Contabilística.
A actividade bancária não escapa a tal tipo de preocupação e constitui mesmo um sector
pioneiro na matéria. Justifica-se bem tal situação pela importância de que o sector se
reveste na condução da vida económica das sociedades modernas.
46
2.2.1. Legislação Publicada
Podemos apresentar o seguinte quadro:
Figura 7. Legislação Publicada e Ano
Data Legislação
1896 Regulamento da Lei de 3 de Abril, aprovado por Decreto de 27 de
Agosto
1925 Decreto 10634 de 20 de Março
1954 Decreto 39525 de 2 de Fevereiro
1959 Decreto-Lei 42641 de 12 de Novembro
1990 Publicação Oficial do Plano de Contas (PCIF)
1999 Publicação do Plano de Contas das Instituições Financeiras (PCIF)
instituído pelo Instrutivo 13/99 de 1 de Setembro, do BNA
2007 Publicação do Plano de Contas das Instituições Financeiras (CONTIF)
instituído pelo Instrutivo 09/07, de 19 de Setembro, do BNA.
2019 Publicação do Plano de Contas das Instituições Financeiras Bancárias
(PCIFB) instituído pelo Instrutivo 14/19, de 06 de Setembro, do BNA.
2019 Publicação do Plano de Contas das IF Não Bancárias (PCIFNB)
instituído pelo Instrutivo 15/19, de 06 de Setembro, do BNA.
Fonte: IFBA (2005); J. Peres (2011) Contabilidade Bancária e elaboração própria
47
Ainda aqui o objectivo da normalização não foi alcançado, dado que o Decreto
continuava a permitir a inserção de outras contas tidas por necessárias.
A contabilidade era, ainda, organizada de modo quase livre.
Só posteriormente se efectuava a adaptação para a informação oficial, dado que a
obediência aos modelos oficiais se limitava ao conteúdo dos documentos a enviar à
Inspecção de Comércio Bancário.
- Disponível e Realizável
- Imobilizado
ACTIVO - Outras Contas do Activo
- Contas de Ordem
- Exigível
- Outras Contas do Passivo
- Provisões
PASSIVO - Capital e Reservas
- Resultados
- Contas de Ordem
Fonte: Instituto de Formação Bancária (2005) Contabilidade Bancária
48
Plano de Contas 1990
O Plano de Contas de 1990 vigorou até 1999, altura em que, em resultado das mudanças
operadas no sistema bancário e no sistema creditício angolano e do surgimento de novas
instituições bancárias e de crédito, foi publicado o Plano de Contas das Instituições
Financeiras (PCIF) revisto e alterado, que entrou em vigor em Janeiro de 2000, através
do Instrutivo 13/99 de 1 de Setembro, do BNA.
49
- Ao nível da gestão interna, proporcionando elementos que permitissem a
análise da situação financeira, da rendibilidade e da situação de risco;
- Ao nível das estatísticas monetária e financeira, assegurar o nível exigível de
compatibilidade;
- Ao nível dos utilizadores externos, em particular da supervisão do sistema
financeiro nacional, espelhar, de modo claro e verdadeiro, a situação financeira
desta área de actividade.
50
económico no qual a instituição está inserida, como a consolidação de demosntrações
financeiras e as regras de evidenciação.
Elenco de Contas
1 2 3 4 5 6 7
X XX XX XX XX XX XX
1. Activo;
2. Passivo;
3. Interesses Minoritários;
4. Fundos Próprios;
5. Resultado do Exercício;
6. Fluxo de Caixa do Período;
7. Mutações nos Fundos Próprios;
9. Contas Extrapatrimoniais.
1. ACTIVO
1.10 . DISPONIBILIDADES
1.20. APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ
1.30. TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
1.40. INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVADOS
1.50. CRÉDITOS NO SISTEMA DE PAGAMENTOS
1.60. OPERAÇÕES DE CÂMBIO
1.70. CRÉDITOS
51
1.75. CLIENTES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS
1.80. OUTROS VALORES
1.85. INVENTÁRIOS COMERCIAIS E INDUSTRIAIS E ADIANTAMENTOS A
FORNECEDORES
1.90. IMOBILIZAÇÕES
2. PASSIVO
2.10. DEPÓSITOS
2.20. CAPTAÇÕES PARA LIQUIDEZ
2.30. CAPTAÇÕES COM TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
2.40. INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVADOS
2.50. OBRIGAÇÕES NO SISTEMA DE PAGAMENTOS
2.60. OPERAÇÕES DE CÂMBIO
2.70. OUTRAS CAPTAÇÕES
2.80. OUTRAS OBRIGAÇÕES
2.85. FORNECEDORES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS
2.90. PROVISÕES PARA RESPONSABILIDADES PROVÁVEIS
2.95. PROVISÕES TÉCNICAS
3. INTERESSES MINORITÁRIOS
3.10. CAPITAL SOCIAL
3.20. RESERVA DE ACTUALIZAÇÃO MONETÁRIA DO CAPITAL SOCIAL
3.30. RESERVAS E FUNDOS
3.40. RESULTADOS POTENCIAIS
3.50. RESULTADOS TRANSITADOS
3.60. (-) DIVIDENDOS PAGOS ANTECIPADAMENTE
3.70. RESULTADO DA ALTERAÇÃO DOS CRITÉRIOS CONTABILÍSTICOS
3.80. (-) ACÇÕES OU QUOTAS PRÓPRIAS EM TESOURARIA
4. FUNDOS PRÓPRIOS
4.10. CAPITAL SOCIAL
4.20. RESERVA DA ACTUALIZAÇÃO MONETÁRIA DO CAPITAL
4.30. RESERVAS E FUNDOS
4.40. RESULTADOS POTENCIAIS
4.50. RESULTADOS TRANSITADOS
4.60. (-) DIVIDENDOS ANTECIPADOS
4.70. RESULTADO DA ALTERAÇÃO DE CRITÉRIOS CONTABILÍSTICOS
4.80. (-) ACÇÕES OU QUOTAS PRÓPRIAS EM TESOURARIA
5. RESULTADO DO EXERCÍCIO
5.10. RESULTADO OPERACIONAL
5.20. RESULTADO NÃO OPERACIONAL
5.30. ENCARGOS SOBRE OS RESULTADOS CORRENTES
5.80. INTERESSES MINORITÁRIOS
5.90. APURAMENTO DO RESULTADO
52
6.90. VARIAÇÕES NAS DISPONIBILIDADES
9. CONTAS EXTRAPATRIMONIAIS
9.10. CONTAS DE CONTROLO
9.20. RESPONSABILIDADES POR VALORES CONTINGENTES
9.99.DEVEDORES
E CREDORES POR RESPONSABILIDADES EXTRAPATRIMONIAIS
53
grupo, classe, conta, subconta e detalhes, enquanto a parte alfabética representa a
denominação da conta.
1 2 3 4 5 6 7 8
X XX XX XX XX XX XX XX
1. Activo;
2. Passivo;
3. Interesses que não Controlam;
4. Fundos Próprios;
5. Resultados;
8. Contas Extrapatrimoniais.
GRUPO/CLASSE
1. ACTIVO
1.10. CAIXA E DISPONIBILIDADES
1.20. APLICAÇÕES EM BANCOS CENTRAIS E EM OUTRAS IC
1.30. TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
1.40. DERIVADOS DE COBERTURA COM JUSTO VALOR POSOTIVO
1.50. CRÉDITOS NO SISTEMA DE PAGAMENTOS
1.60. OPERAÇÕES CAMBIAIS
1.70. CRÉDITOS A CLIENTES
1.75. CLIENTES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS
1.80. OUTROS VALORES
1.85. INVENTÁRIOS COMERCIAIS E INDUSTRIAIS E ADIANTAMENTOS A
FORNECEDORES
1.90. OUTROS ACTIVOS FIXOS
2. PASSIVO
2.10. RECURSOS DE CLIENTES E OUTROS EMPRÉSTIMOS
2.20. RECURSOS DE BANCOS CENTRAIS E DE OUTRAS IC
2.30. RESPONSABILIDADES REPRESENTADAS POR TÍTULOS
2.35.PASSIVOS FINANCEIROS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE RESULTADOS
2.40. DERIVADOS DE COBERTURA COM JUSTO VALOR NEGATIVO
2.50. OBRIGAÇÕES NO SISTEMA DE PAGAMENTOS
2.55. PASSIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA
2.60. OPERAÇÕES CAMBIAIS
54
2.65. PASSIVOS FINANCEIROS ASSOCIADOS A ACTIVOS TRANSFERIDOS
2.70. PASSIVOS SUBORDINADOS
2.75. ADIANTAMENTOS DE CLIENTES
2.80. OUTROS PASSIVOS
2.85. FORNECEDORES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS
2.90. PROVISÕES
2.95. PROVISÕES TÉCNICAS
4. FUNDOS PRÓPRIOS
4.10. CAPITAL SOCIAL
4.30. RESERVAS
4.35. OUTROS INSTRUMENTOS DE CAPITAL
4.50. RESULTADOS TRANSITADOS
4.60. (-) DIVIDENDOS ANTECIPADOS
4.70. RESULTADO DA ALTERAÇÃO NAS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS
4.80. (-) ACÇÕES PRÓPRIAS OU QUOTAS PRÓPRIAS EM TESOURARIA
5. RESULTADOS
5.10.RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS DE OPERAÇÕES EM CONTINUAÇÃO
E DE INTERESSES QUE NÃO CONTROLAM
5.20.RESULTADO DE OPERAÇÕES DESCONTINUADAS E/OU EM
DESCONTINUAÇÃO
5.30. ENCARGOS SOBRE O RESULTADO CORRENTE
5.80. INTERESSES QUE NÃO CONTROLAM
5.90. APURAMENTO DO RESULTADO
9. CONTAS EXTRAPATRIMONIAIS
9.10. CONTAS DE CONTROLO
9.20 .OUTRAS CONTAS EXTRAPATRIMONIAIS
9.99.DEVEDORES E CREDORES POR RESPONSABILIDADES
EXTRAPATRIMONIAIS
55