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Sistema financeiro moçambicano

Índice
Introdução..........................................................................................................................2

Objectivos..........................................................................................................................2

Objectivo geral..................................................................................................................2

Objectivos específicos.......................................................................................................2

Metodologia.......................................................................................................................2

Direito bancário institucional............................................................................................3

Origem e desenvolvimento do sistema financeiro Moçambicano.....................................3

Cronologia da evolução do Sistema Financeiro moçambicano.........................................4

Sistema financeiro em moçambique..................................................................................5

Instituições de crédito e as sociedades financeiras............................................................5

Tipos de Instituições..........................................................................................................5

Outras instituições financeiras...........................................................................................6

Organização e composição do sistema financeiro em Moçambique.................................6

Composição do sistema financeira em Moçambique........................................................6

Instituições de Crédito.......................................................................................................6

Sociedade Financeira.........................................................................................................7

Entidades Licenciadas.......................................................................................................7

Instituições de microfinanças............................................................................................7

Créditos..............................................................................................................................8

Conceito.............................................................................................................................8

Instituições de intermediação financeira não monetária.................................................10

Intervenção pública do sistema financeiro......................................................................11

Conclusão........................................................................................................................17

Bibliografia......................................................................................................................18

Trabalho elaborado pelo segundo grupo .


Sistema financeiro moçambicano

1. Introdução

O presente trabalho aborda assuntos relacionados a cadeira de Direito bancário, tendo


como tema principal, o Direito bancário institucional e os seus subtemas,
sequencialmente divididos: Introdução, sistema financeiro moçambicano, origem e seu
desenvolvimento, instituições de crédito e as sociedades financeiras, instituições de
intermediação financeira não monetária e intervenção pública no sistema financeiro,
objetivo geral e específicos, conclusão e bibliografia.

O presente trabalho é de caracter investigativo com finalidades avaliativas e como


finalidade fazer com que os estudantes integrem-se mais na matéria.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo geral


 Abordar de forma exaustiva em relação ao sistema financeiro Moçambicano

1.1.2. Objectivos específicos


 Delinear a origem e o desenvolvimento do sistema financeiro moçambicano
desde o ano de 1975, 1990 e 2004;
 Descrever as instituições de crédito e as sociedades financeiras;
 Descrever as instituições de intermediação financeira não monetária.
 Descrever a intervenção pública no sistema financeiro.

1.2. Metodologia
O tipo de metodologia usada para a realização do presente trabalho, foi a de pesquisa
bibliográfica.

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2. Direito bancário institucional


Corresponde a disciplina do sistema financeiro ou, substancialmente: das instituições
especializadas no tratamento do dinheiro. Pode-se reportar o direito bancário
institucional ao regime do banco de Moçambique e aos das instituições de crédito e das
sociedades financeiras, tal como resulta do regime geral das instituições de crédito.
(BRITO, 2005).

2.1. Origem e desenvolvimento do sistema financeiro Moçambicano


Com a independência colonial, Moçambique adoptou um regime económico socialista
assente numa economia planificada, sendo o estado o maior detentor dos meios de
produção. Cabia ao Estado o papel de principal proporcionador do desenvolvimento
económico. Com as nacionalizações o sistema financeiro, tornou-se reduzido a três
bancos, nomeadamente: Banco de Moçambique; Banco Popular de Desenvolvimento;
Banco Standard Totta (que não resultou de nacionalização). (BRITO, 2005).

O BM criado a 17 de Maio de 1975, passou a actuar como, regulador, supervisor,


consultor do Governo e ainda tinha a função Comercial. O Banco Popular de
Desenvolvimento operava como banco de desenvolvimento do estado, concedendo
créditos para investimentos, à taxas de juros baixas, fixadas centralmente e priorizando
a componente social. (BRITO, 2005).

O regime económico, conjugado com o sistema financeiro vigente ditava que o BM,
actuasse no mercado pautando por instrumentos de política monetária directos, que
conforme visto acima tinham um carácter compulsório.

Por volta dos anos 87, por imposição do PRE, inicia a reforma do sistema Financeiro,
aliás como consequência do início da mudança da própria orientação económica que
passa a ser capitalista. A partir de 1992, passa a exercer funções exclusivas de Banco
Central do País, deixando as funções comerciais para um banco comercial, denominado
Banco Comercial de Moçambique, e lhe são conferidos poderes bastantes para actuação
autónoma (Implementação de políticas). É assim que a partir de então começa-se a
assistir ao surgimento de novas instituições financeiras, criando aquilo que seria
evolução do sistema financeiro em geral. (CADI, 2002).

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2.1.2. Cronologia da evolução do Sistema Financeiro moçambicano


Conforme o historial descrito acima o sistema financeiro moçambicano entrou num
processo de reformas. Segundo (CADI ,2002) o sistema financeiro observou a seguinte
cronologia:

1985 – 1987 Período do Sistema Financeiro de Economia Centralmente Planificada

• Banco Central e Emissor com funções de principal banco comercial do país;

• Banca integrada e monopólios do Estado sobre a actividade e as instituições de


intermediação financeira doméstica e com o exterior;

• Limitada ou inexistente diversificação de instituições e de produtos financeiros;

• Subordinação da intermediação financeira ao Plano Estatal Central de cada ano;

• Taxas de juro e de câmbio, preços e comissões, fixos, determinados pelas autoridades


governamentais – repressão financeira.

1987 – 1990 Período de Reforma do Sistema Financeiro no contexto do PRE •


Ajustamento das taxas de câmbio; • Ajustamento das taxas de juro; • Controlo
quantitativo e selectivo do crédito; • Criação do Mercado Secundário de Câmbios
(MSC); • Estabelecimento do quadro normativo do exercício da actividade de
intermediação financeira.

1991 – 1998 Período de reforma do Sistema Financeiro no contexto do PRES

Reforma jurídico-legal: o Lei 28/91 – regula a constituição e o funcionamento das IC’s


– licenciamento e encerramento decididos pelo Governo (abertura do sector à iniciativa
privada, nacional e estrangeira)

Lei 1/92 – define a natureza, os objectivos e as funções do BM como banco


(exclusivamente) central do país;

Lei 3/96 – Lei cambial, define regras sobre operações cambiais e o comércio de
câmbios, reforçando o papel do BM como Autoridade Cambial;

Reforma de instrumentos de política: o 1 de Abril de 1992 – unificação entre as taxas


de câmbio do mercado oficial e do MSC, liberalização das taxas de câmbio;

Aviso 6/GGBM/93 – determina taxas de juro máximas e mínimas fixadas


administrativamente; o Aviso 9/GGBM/94 – liberaliza as taxas de juro activas e

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passivas; o Aviso 4/GGBM/96 – formaliza o Mercado Cambial Interbancário (MCI); o


Aviso 12/GGBM/97 – cria o Mercado Monetário Interbancário (MMI); o Controlo
quantitativo do crédito através de limites de Activos Internos Líquidos (AIL).

1999 – 2005 Período de reforma do Sistema Financeiro no contexto do PARPA

Reforma jurídico-legal:

Lei 15/99 – Regula o estabelecimento e o exercício da actividade das instituições de


crédito e das sociedades financeiras – preconiza a constituição do fundo de garantia de
reembolso de depósitos;

Lei 09/2004 – revê algumas das disposições da Lei 15/99, nomeadamente dando
poderes ao BM para licenciar e mandar fechar IC’s e SF’s e permitindo a criação de
novos tipos de instituições financeiras;

Decreto 56/2004 – regula o funcionamento das instituições microfinanceiras e da


actividade de microfinanças.

2.2. Sistema financeiro em moçambique


Um sistema financeiro é constituído por intermediários financeiros e mercados
financeiros, os quais angariam fundos junto dos agentes económicos excedentários e os
canalizam para os agentes económicos deficitários, garantindo desta forma o bem-estar
e a eficiência na alocação dos recursos (CADI, 2002).

Em Moçambique, o sistema financeiro é pouco desenvolvido e tem como base o sector


bancário, constituído principalmente por bancos comerciais e de investimento (que
oferecem produtos como depósitos e créditos), bem como as cooperativas de crédito e
micro-finanças. (CADI, 2002).

2.2.1. Instituições de crédito e as sociedades financeiras

3. Tipos de Instituições
Banco de Moçambique

Sede

Filiais

Agências

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Bancos de depósitos

Bancos comerciais e de investimento

Bancos de micro-finanças

Cooperativas de crédito

3.1. Outras instituições financeiras


Companhias de seguros

Instituições de locação financeira

Bolsa de valores

Organizações de poupança e empréstimo

Operadores de microcrédito

Segundo (ESPERANÇA, 2005) O sistema financeiro dispõe ainda do mercado de


capitais (o qual é incipiente uma vez que é constituído por uma bolsa de valores com
poucos títulos cotados), e incorpora instituições financeiras não-bancárias pertencentes
ao sector informal (as quais têm uma dimensão reduzida em termos de activos
envolvidos, e concedem empréstimos às camadas mais vulneráveis (maioritariamente
sem acesso à banca formal).

3.2. Organização e composição do sistema financeiro em Moçambique


A luz da Lei n° 2/92, de 03 de Janeiro, que define natureza, objectivos e funções do
Banco de Moçambique e Lei n° 15/99, de 01 de Novembro, sobre instituições de crédito
e sociedades financeiras, o sistema financeiro do país é constituído por:

 Um Banco central – Banco de Moçambique;


 Instituições de crédito;
 Sociedades financeiras;
 Entidades licenciadas para o exercício de funções de crédito.

3.2.1. Composição do sistema financeira em Moçambique


BANCO CENTRAL – DE MOÇAMBIQUE

3.2.2. Instituições de Crédito


 Bancos;

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 Sociedade de locação financeira;


 Cooperativas de crédito;
 Sociedade de factoring;
 Sociedade de investimento.

4. Sociedade Financeira
 Administradores de compras;
 Corretoras;
 De capital de risco;
 De corretagem;
 Gestores de patrocínio;
 Gestoras de investimento.

4.1. Entidades Licenciadas


 Entidades licenciadas para o exercício de funções de crédito.

4.1.1. Instituições de microfinanças


Segundo (ESPERANÇA, 2005) Uma instituição de microfinanças é uma entidade de
carácter singular ou colectiva que se dedica a prestação de serviços financeiros,
incluindo poupança e empréstimos de reduzida e média dimensão, especialmente
orientada para pessoas tradicionalmente excluídas do sistema financeiro tradicional.

As iniciativas de microfinanças têm como objectivos o alívio da pobreza, através da


garantia do acesso de financiamento para desenvolvimento dos pequenos e médios
negócios e facilitação da compra de bens duradouros pelas famílias de baixo
rendimento.

Em Moçambique, as actividades das microfinanças são reguladas pela lei nº 9/2004 de


21 de Julho e do decreto nº 57/2004 de 10 de Dezembro. As mesmas agrupam-se em:

 Microbancos – os microbancos estão autorizadas a captar poupanças e conceder


créditos ao público. Exemplos Socremo e Banco Procrédit.
 Cooperativas de Credito – A sua missão principal é conceder crédito e a
recepção de depósitos respeitantes apenas aos membros. Temos neste grupo, o
caso da cooperativa de Crédito Tchuma.

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 Organizações de Poupança e Empréstimos – Fazem parte deste grupo todas


entidades financeiras que recebem exclusivamente depósitos dos membros
podendo fornecer créditos aos mesmos mediante montantes regulados por lei.
 Operadores de Microcréditos – São pessoas singulares ou colectivas,
exceptuando sociedades comerciais que fornecem crédito ao público.
 Intermediários de Captação de Depósitos – Recebem depósitos por conta de uma
instituição de crédito autorizada.

No conjunto dos seus produtos destaca-se a oferta simultânea ou em separado do


seguinte:

 Depósitos de valores de pequena com recurso a colectores e agentes de crédito


 Microcréditos em grupo e solidário e sem exigência de garantias reais.
 Linhas de crédito garantidas pelos depósitos dos clientes
 Linhas de depósitos e microcréditos para responder a necessidades particulares
incluindo educação dos filhos; assegurar compras de bens duradouros; e
desastres familiares e naturais.
 Linhas de Micropoupanca e créditos rotativos
 Linhas de crédito com exigência de garantias reais de pequena dimensão
 Linhas de crédito para pequenos negócios condicionados a formação em gestão
e assistida por agentes de crédito.

4.2. Créditos

4.2.1. Conceito
Um crédito é empréstimo, em dinheiro ou em espécie, que deve ser reembolsado mais
tarde com ou sem juros. Os empréstimos podem ser obtidos de membros da família,
amigos e pessoas de boa vontade, grupos informais e associações de concessão de
crédito, cooperativas de poupança e crédito, bancos e outras instituições financeiras,
governo (através do fornecimento de capital inicial). (PRONACI, 2002)

Vantagens e desvantagens de créditos em dinheiro

Vantagens

 Pôr à disposição do empreendedor recursos extra;

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 Monitorização externa e maior interesse nas operações da empresa obrigam o


credor a trabalhar arduamente e com disciplina.

Desvantagens

 O empreendedor pode ter que pagar juros e outros encargos sobre os fundos
emprestados, o que aumenta as suas despesas de funcionamento;
 Os fundos do empréstimo podem não ser disponibilizados no momento em que
são precisos.
 As condições de reembolso podem ser duras e causar problemas de fluxo de
caixa ao empresário.
 O empreendedor fica sujeito ao controlo externo do seu negócio.
 No caso de não pagamento do empréstimo, o empresário pode perder a
segurança além do colapso da empresa criada.

Vantagens e desvantagens de créditos em produtos

Algumas pessoas iniciam projectos usando mercadorias que lhes foram fornecidas a
crédito. Depois de as terem vendido, usam as vendas para pagar aos fornecedores mas
ficam com os lucros realizados nas vendas. Este tipo de crédito é designado por crédito
do fornecedor. As vantagens e desvantagens do crédito do fornecedor são as seguintes:

Vantagens

 Uma forma segura de obter artigos para a empresa (matérias-primas e serviços);


 Pode não implicar o pagamento de juros;
 Reduz os custos de funcionamento eliminando coisas como obtenção,
encomenda, etc.

Desvantagens

 Pode estar associado a preços mais elevados. Isto acontece sobretudo quando o
empresário não tem a possibilidade de mudar para outro fornecedor.
 Pode levar ao fornecimento de bens e serviços de qualidade inferior uma vez que
não há concorrência.
 Leva à inflexibilidade no planeamento das fontes de abastecimento.

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Benefícios de seguros e responsabilidades inerentes à sua adesão

Qualquer empresa corre o risco de ter um prejuízo, por exemplo devido a um incêndio,
assalto, etc. O seguro assenta na teoria da associação de riscos enfrentados por
indivíduos, empresas, instituições, etc. Isto significa que cada pessoa ou empreendedor
exposto a um risco paga uma pequena quantia para fazer um seguro contra todos os
riscos. Todas as pequenas cotizações são reunidas num único fundo. Aqueles que
efectivamente sofrerem prejuízos, ou seja se o risco se concretizar, têm direito a uma
indemnização retirada do fundo em questão. (PRONACI, 2002).

Os indivíduos que contribuem são chamados “segurados” enquanto que a entidade que
gere o fundo é chamada “seguradora”.

Deste modo, o contrato de seguro é feito entre o segurado e a seguradora. O segurado é


a pessoa que procura estar coberta contra todos os riscos ou protegida no caso do risco
segurado acontecer. A seguradora é a companhia de seguros que aceita gerir o fundo e
compensar os segurados, no caso de perda ou de concretização do risco segurado.

Veja a seguir, os benefícios que advém dos seguros bem como as responsabilidades
inerentes à sua adesão. (PRONACI, 2002).

Benefícios e responsabilidades de adesão ao seguro

 Voltar a posição inicial que detinha antes de ocorrer o prejuízo;


 Maior confiança do empreendedor.

Responsabilidades do segurado

 Garantia da continuidade do seu empreendimento ou negócio mesmo em caso de


ocorrência do risco assegurado
 Revelar todos os factos materiais relevantes a cerca do que pretende assegurar
sem omissão nem falsificação;
 Pagar os valores a seguradora para a manutenção do seguro;
 Ceder à companhia seguradora os bens que sobraram do prejuízo, caso hajam.

4.2.2. Instituições de intermediação financeira não monetária


Segundo (LOUSÃ, 2000) Instituições de intermediação financeira não monetárias são
aquelas impedidas legalmente de receber depósitos à vista, não possuindo faculdade de
criação de moeda. Elas trabalham com activos não monetários, como acções, letras de

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câmbio, entre outros, e são representadas por praticamente todas as organizações que
actuam no mercado financeiro, com excepção dos bancos comerciais e múltiplos.

Caracterizam-se por afectar a velocidade de circulação da moeda, mas não podem


receber depósitos à vista do público e, assim, não criam meios de pagamento.

 Bancos de investimentos: têm a função de operar em financiamento de médio e


longo prazos, para capital de giro e investimentos fixos nas empresas. Os seus
recursos basicamente são oriundos dos depósitos a prazo fixos e repasses.
 Bancos de desenvolvimento: visam dar apoio financeiro às iniciativas
económicas dos Governos (também apoiando o capital de giro e investimentos
fixos nas empresas). Seus recursos são provenientes de depósitos a prazo e
repasses
 Sociedades de crédito, financiamento e investimento: têm o objectivo de
atender o crédito direito ao consumidor. Isto é, prover recursos para financiar a
aquisição de bens de consumo durável através da emissão e do aceite de letras
de câmbio.
 Sociedades de crédito imobiliário: têm por finalidade o financiamento da
habitação, construção e aquisição de moradias. Captam recursos via colocação
de letras imobiliárias e depósitos de poupança. Cabe lembrar que os bancos de
desenvolvimento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, bem
como as sociedades de crédito imobiliário, compõem um segmento do sistema
não considerado nesta dissertação.

4.2.3. Intervenção pública do sistema financeiro


Caracterização

O sistema financeiro é um dos pilares do desenvolvimento económico das sociedades:

por um lado, as empresas optam por determinados projectos de investimento e formas

de assegurar o respectivo financiamento e, por outro, os consumidores tomam decisões

Sobre a afectação do seu rendimento disponível entre poupança e consumo. As


instituições financeiras desempenham um papel determinante ao assegurarem o
funcionamento dos sistemas de pagamentos e liquidação, permitindo ainda o
desenvolvimento de uma variedade de produtos financeiros que facilitam as
transacções.

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Ao mobilizar os fundos dos aforradores, canalizando-os para o sector produtivo, o


sistema financeiro possibilita a transferência de recursos económicos no tempo e no
espaço, além-fronteiras e entre sectores, facilitando também por esta via a gestão de
riscos através da diversificação (LOUSÃ, 2000).

Podemos ainda identificar três segmentos, outrora bem distintos – o bancário (que aceita
depósitos e concede empréstimos), o segurador (que garante um pagamento em caso de
ocorrência de uma determinada contingência) e o financeiro (permite o acesso directo
ao mercado). No entanto, a fronteira de delimitação entre eles tem-se vindo a esbater,
fundamentalmente devido a um processo de integração de natureza tecnológica,
geográfica e funcional. O facto de se assistir à progressiva integração destes segmento
são nível de instituições, instrumentos e mercados, originou situações que, de futuro,
terão de ser evitadas.

Por outro lado, com a crescente integração dos mercados financeiros, nomeadamente as
diversas tentativas de alianças entre bolsas de valores, as fusões e aquisições além-
fronteiras entre bancos, empresas financeiras e seguradoras, aumentou a dificuldade em
manter a regulamentação e a supervisão a um nível nacional (LOUSÃ, 2000).

b) Regulamentação do Sistema Financeiro

Nos termos do artigo 126.º da Constituição da Republica de Moçambique de 2004, o


sistema financeiro é organizado de forma a garantir a formação, a captação e a
segurança das poupanças, bem como a aplicação dos meios financeiros necessários ao
desenvolvimento económico e social do País.

Estes desenvolvimentos de produtos, serviços e mercados têm sido acompanhados, ao


longo do tempo, pela Regulação e pela Supervisão.

C) objectivos

O sistema fiscal é estruturado com vista a satisfazer as necessidades financeiras do


Estado e das demais entidades públicas, realizar os objectivos da política económica do
Estado e garantir uma justa repartição dos rendimentos e da riqueza, nos termos do
artigo 127.º da Constituição da Republica de Moçambique de 2004

A existência de um vasto sistema de controlos justifica-se pelo papel essencial que a


acumulação de capital e a alocação de recursos financeiros assumem no processo de

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desenvolvimento económico e pelas particularidades da actividade de intermediação


financeira e dos operadores que a exercem.

De facto, a regulação do sistema financeiro poderá ser encarada como um caso


particularmente importante de controlo público sobre a economia, em que a intervenção
do Estado é justificada através de argumentos relacionados com a necessidade de
corrigir imperfeições e falhas do mercado, em busca de uma distribuição “justa” e
eficiente de recursos.

Um objectivo fundamental é a prevenção do risco sistemático, ou seja, do risco de


ocorrência de um evento não antecipado, imprevisto, repentino, que afecte o sistema
financeiro de tal forma que acarrete repercussões significativas na economia real. É
ocaso da falência de operadores importantes no sistema financeiro, um choque político,
falhas de natureza tecnológica nos sistemas de pagamentos ou ainda a imposição de
controlos em importantes centros financeiros.

O sistema financeiro também está sujeito a risco sistemático por via dos mercados
decapitais, uma vez que as bolsas, ao transaccionarem activos cada vez mais elaborados
e complexos, fazem com que os intermediários financeiros fiquem mais dependentes
desses mercados para gerir a sua exposição ao risco.

Este fenómeno está bem espelhado na tendência crescente de secularização dos activos
dos bancos. Nesta perspectiva, os problemas de liquidez no mercado de capitais poderão
com alguma facilidade contagiar o sistema bancário, principalmente os bancos de
investimento. Os bancos comerciais estarão mais protegidos já que a maior parte dos
seus recursos são obtidos através de depósitos de clientes.

Incentivar a eficiência do sistema financeiro é o outro objectivo primordial da


regulação. Esta deverá procurar minimizar as barreiras à entrada na indústria de serviços
financeiros e estimular a concorrência; implicará a existência de regras para controlar a
estrutura e competição dos mercados; ao nível micro, deverá existir regulamentação
relativa a concentrações, cartéis e abuso de posição dominante.

É importante ter presente que a confiança é um factor crítico de sucesso para a


operacionalidade dos mercados financeiros, pelo que deve transparecer que os próprios
mercados e as instituições que nele participam agem de acordo com regras e

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procedimentos que são transparentes e colocam os interesses do cliente em primeiro


lugar. (LOUSÃ, 2000).

d) Tipos de regulamentação

Segundo (BRITO, 2005) estes objectivos são concretizados utilizando dois tipos
distintos de regulamentação, que poderemos designar de regulamentação prudencial e
regulamentação comportamental.

A regulamentação prudencial está relacionada com preocupações de solvência e solidez


financeira das instituições intervenientes. É necessária para minorar os efeitos de
imperfeições na informação ao consumidor e problemas de agência associados à
natureza do negócio das instituições financeiras.

A regulamentação comportamental está associada à forma como é conduzido o negócio


pelas instituições financeiras junto dos seus clientes. Abrange temáticas como a
divulgação obrigatória de informação, honestidade e integridade da empresa e dos seus
empregados, competência e forma de comercialização dos produtos.

Estes tipos de regulamentação podem ser implementados de formas muito distintas, com
implicações organizacionais importantes, nomeadamente ao nível da supervisão.

Modelos de supervisão

Assim, iremos agora apresentar, de forma muito sintética, três possíveis modelos de
supervisão.

Supervisão Institucional

Um primeiro modelo, mais tradicional, é o da Supervisão Institucional, adequado a


sistemas financeiros onde haja uma clara distinção entre os três segmentos de mercado o
bancário, financeiro e segurador - e onde cada operador exerça a sua actividade em
apenas um destes segmentos.

A supervisão é efectuada por segmento de mercado, a que corresponde uma autoridade


de supervisão distinta e que monitoriza todas as vertentes da actividade do intermediário
financeiro, abrangendo desde os processos de selecção de entrada, à sua actividade
propriamente dita (controlo, inspecções e sanções) e até às eventuais saídas do sistema
financeiro.

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Vantagens

Como principais vantagens, poderemos referir o facto de facilitar o controlo efectivo


dos supervisionados, permitir um elevado grau de especialização da autoridade de
supervisão no segmento de mercado respectivo, destacando-se ainda o facto de evitar a
duplicação de controlos e de os custos de supervisão serem reduzidos.

Desvantagens

No entanto, face à tendência actual de diversificação de actividades nos vários


segmentos, a crescente integração de mercados e instrumentos e a emergência de
grandes conglomerados financeiros, a sua implementação é difícil. Por outro lado, uma
vez que a supervisão pretende abarcar toda a actividade dos operadores financeiros,
pode originar conflitos entre os variados objectivos a que se propõe.

Supervisão por Objectivos

A Supervisão por Objectivos é um outro modelo em que as autoridades de supervisão


não se concentram nos segmentos de mercado mas sim nos objectivos da própria
regulamentação. Desta forma, todos os intermediários e mercados seriam sujeitos ao
controle de mais do que uma autoridade, independentemente da sua natureza jurídica,
das actividades ou funções que desempenhem.

Isto significaria que uma autoridade, que não o Banco Central, seria responsável pela
regulamentação prudencial e estabilidade microeconómica dos mercados e seus
intermediários, independentemente de serem bancos, financeiras ou seguradoras, outra
autoridade iria supervisionar a transparência e comportamento desses intervenientes
junto dos clientes e uma terceira entidade iria salvaguardar a competição em todo o
mercado financeiro e entre intermediários.

Vantagens

Este modelo é particularmente eficaz num contexto de mercados muito integrados e na


presença de operadores multi-funcionais, conglomerados e grupos a operar em
diferentes áreas de actividade, para além de permitir uma regulação uniforme para
entidades distintas mas que desempenham as mesmas actividades.

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Desvantagens

Tem, no entanto, algumas desvantagens. Por um lado poderá induzir ou à duplicação ou


à falta de determinados controlos se as áreas de responsabilidade não forem
correctamente delimitadas e, por outro lado, como cada intermediário está sujeito ao
controle de mais do que uma autoridade, os custos associados à supervisão tenderão a
ser elevados.

Supervisão com um único regulador

Por fim, temos o modelo de Supervisão com um Único Regulador. Baseia-se na


existência de uma única autoridade de controlo, separada do Banco Central, com
responsabilidade em todos os mercados e intermediários, e com funções que abrangendo
dos os objectivos da regulamentação, desde a estabilidade do sistema financeiro,
transparência, protecção do consumidor ou eficiência dos mercados.

Vantagens

As vantagens mais imediatas são os benefícios decorrentes das economias de escala


assim obtidas, o facto de permitir à autoridade ter uma visão unificada, integrada e
global da realidade do sistema financeiro, ao mesmo tempo que reduz a possibilidade de
arbitragem “regulatória”.

Desvantagens

O reverso da medalha será o facto de o sucesso deste modelo estar fortemente


dependente dum elevado grau de organização interna, de estruturação e de coordenação
de forma a não ser moroso o processo de decisão. Haverá ainda a considerar os
problemas relacionados com objectivos conflituosos de regulação, como seja, entre
competição e estabilidade.

É interessante constatar que este modelo já esteve presente na fase inicial da regulação
do sistema financeiro, papel desempenhado muitas vezes pelo Banco Central. Em face
da globalização e integração de mercados.

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5. Conclusão
De acordo com o presente trabalho com o tema sistema financeiro moçambicano, o
grupo entendeu que, o Direito Bancário Institucional corresponde a disciplina do
sistema financeiro ou, substancialmente: das instituições especializadas no tratamento
do dinheiro. Pode-se reportar o direito bancário institucional ao regime do banco de
Moçambique e aos das instituições de crédito e das sociedades financeiras, tal como
resulta do regime geral das instituições de crédito.

De salientar que, ao decorrer do trabalho, viu-se que o sistema financeiro de


Moçambique é constituído por Banco de Moçambique, na qualidade de Banco Central,
instituições de crédito, sociedades financeiras e entidades licenciadas para o exercício
de funções de crédito. Portanto, o sistema financeiro visa organizar e garantir a
formação e a captação e a segurança das poupanças bem como a aplicação dos meios
financeiros necessários ao desenvolvimento económico e social do país, nos termos do
ordenamento jurídico moçambicano.

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5.1. Bibliografia
BRITO, Dalva (2005). Plano Geral de Contabilidade. Moçambique Editora, Maputo.

CADI, (2002), Manual do Curso de Planeamento e Controle de processos Produtivos,


Edição 2002, CADI- Maputo.

ESPERANÇA, José P. Et al, Finanças Empresariais, 1a Edição, Dom quixote,2005, Pp


(29-60);

LOUSÃ, Aires (2000). Técnicas de Organização Empresarial – Bloco I e II. Porto


Editora Portugal.

PRONACI (2002), Gestão do Tempo, 2ª Edição, AEP, Portugal

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