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Direito Bancário e dos Seguros aulas pdf

Direito Bancário (Universidade Autónoma de Lisboa)

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Direito Bancário e dos Seguros

Objetivo da disciplina  Aquisição de conceitos, regras gerais,


contratos típicos de direito bancário, etc.

Direito bancário Direito dos Seguros


(parte de sistema financeiro) (acompanha normalmente a
legislação bancária)

A proximidade entre as duas matérias (Direito Bancário/ Direito


dos Seguros) advêm do seguinte conceito:
 Sistema financeiro
Constituído por 3 subsistemas:
-Bancário;
-Segurador;
-Valores Mobiliários.
Nota:. Uma instituição financeira pode pertencer a qualquer um dos
subsistemas do sistema financeiro.

Subsistema Bancário
 Foi o primeiro a nascer, é nele que se concentram todos os
subsistemas.
- No fundo inspira o funcionamento.
- Portanto, o que faz? Recolhe aforros, bem como, economias (ex:
através de depósitos bancários) e neste sentido, a banca ao receber
determinados aforros faz funcionar a economia.
-É nas empresas que baseamos o poder económico.

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Subsistema Segurador
 Este, profere o pensamento de ‘’vivam com tranquilidade’’
*Seguros
Ex: O administrador de uma sociedade que todos os anos faz
milhões em contratos, nos quais receia por vezes a assinatura
devido aos riscos que advêm dos mesmos.
Portanto, as seguradoras tentam sempre transmitir confiança,
existindo também resseguros (seguros de seguradoras).
 Este subsistema garante o bom funcionamento por exemplo
das sociedades.
 As seguradoras acarretam ainda, prémios que poderão dar
lucro (através dos mesmos, conseguem cobrir os sinistros e
ainda ficar com algum extra).

Subsistema dos valores Mobiliários (ações, obrigações,


derivados…)
-Também alimenta a economia / industria
 Estes valores destinam-se a ser colocados no mercado.
 As ações significam capital social de determinada sociedade,
p. ex.
Posto isto, fica ainda por enfatizar a interligação entre entidades
mobiliárias e financeiras.

Os 3 subsistemas são todos importantes, e neste sentido, o


legislador cria entidades reguladoras, colocando os 3 numa posição
altamente regulada (no acesso, nos deveres…).
Quem são então os reguladores?
Banca  Banco Central
Seguros  Autoridade para os seguros e fundo de pensões

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Valores mobiliários  CMVM

Mas o que é então o Direito Bancário?


Possui duas áreas distintas:
1ª – Direito bancário institucional
2ª – Parte material

1ª  Instituições /Entidades (parte predominantemente pública)


O que são estas instituições / entidades? São por exemplo o Banco,
do qual podemos retirar duvidas relativamente à sua composição,
constituição, condições, e tudo o que envolva a formação e os
conceitos gerais do mesmo.
2ª  Direito Material (natureza privada)
Tem que ver com as práticas (operações, contratos, decisões…)
-Aqui aplicamos legislação comercial (atos de comércio) na
medida em que esta possa ser aplicada, pois tal matéria possui
também legislação própria bancária.

Ainda referido em aula, sabemos que nos últimos tempos, alguns


autores têm dado mais importância à segunda parte, colocando a
primeira um pouco de parte, posição não adotada pelo professor.

Atividade bancária  1 dos 3 subsetores (instrumentos necessários


para que haja produção de riqueza).

Direito Bancário  Conjunto de normas que regulam a atividade


bancária (o que é praticado nas instituições (4º), ou seja, há que

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identificar se é ou não é uma atividade bancária, se for, procede-se


ao enquadramento).

Quanto à caracterização do Direito Bancário:


Ainda não há códigos (legislação dispersa);
Iniciou-se na ultima década a própria disciplina, que dentro de
outros ramos do direito, é algo caracteristicamente diferente;
É público e privado (privado pois os bancos constituem-se em
sociedades anónimas), sendo tendencialmente mais privado do que
público mas ainda assim, não se faz essa distinção.

Fontes do Direito Bancário:


-Lei
-Decreto-lei
-Código Civil
-Usos e costumes (Utilizam-se muitos pontos provenientes do
Direito Bancário de outrora, sendo que, este é caracterizado como
“sem fronteiras” uma vez que tem uma visão para além do interior,
tal que, quanto mais universalista, melhor a norma funciona (daqui
retira-se a necessidade destas regras às quais a regulamentação
interna reconhece valor)).

Em Portugal, estamos num sistema supranacional, ou seja,


transpondo para a EU, sabemos que as normas são transferidas para
a mesma e depois cada país transpõe para o seu ordenamento
interno.

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Regulador Banca

 Regulação Bancária
 Supervisão Bancária
-Cria normas (ou seja, tem o poder de regulamentar e também de
fiscalizar)

Circulam internamente dentro


do setor.
Tornam-se obrigatórias sob
pena de advir
contraordenações
(coimas/multas) Práticas do
incumprimento das normas.

- O Banco pode decidir a condenação em coimas;


- O regulador de seguros também emite normas.

Vê-se aqui um pouco mais liberta a atividade do Estado no que diz


respeito a estas questões, permitindo a cada setor uma certa
autonomia.
Legisladores conseguem ser autónomos/técnicos.
 De um modo geral, o papel do legislador é positivo, podendo
haver tanto boas intromissões como más.

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Crise de 2008 Começa a sentir dificuldades


(p.ex no que toca a falta de
confiança)

O banco criou um sistema de garantia de segurança para as partes


interessadas (intromissão interessante para a economia nacional).

Liquidez Possibilidade dessa instituição ter em


caixa o dinheiro para assegurar o
cumprimento de tudo aquilo que deve
dentro do prazo.
O objetivo é
Assegurar ambos

Solvabilidade A instituição tem fundos próprios para ter


liquidez durante um determinado período
de tempo.

Papel do legislador  Assegurar tanto uma como outra (averiguar


a liquidez disponível, se a dada data não tiver, passa a insolvável).
Uma instituição pode ter liquidez momentânea e ser solvável para
o futuro.

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Vigilância apertada dos legisladores no que toca a averiguar a


capacidade dos bancos.

Regras Racio de solvabilidade (cálculos tendo em


conta X situação económica).
 Fração acima dos 8% (Quando está a baixo o regulador tem
de agir, uma vez que figura uma situação preocupante
(advindo injeções de capital p.ex.)).

Ainda dentro das fontes  O Direito Bancário aceita todas as


normas dos outros ramos do direito (possuindo normas exclusivas
mas ainda assim, remetendo muitas vezes ao Direito Penal).

Estrutura da arquitetura Bancária (pode emitir normas tendo sido a


comissão europeia a fazê-las):
Banco Central Europeu

Bancos Centrais Nacionais (27)

Englobando tanto o topo como a base da estrutura no sistema


Europeu de bancos centrais (dirigido por uma comissão executiva
e pelos governadores dos bancos centrais europeus).
Posto isto, fica ainda de referir que em cada um dos países vemos
formada também uma estrutura na qual, no topo vemos presente o
regulador e supervisor e na base as várias instituições bancárias
(instituições de crédito e sociedades financeiras).

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Dentro do sistema europeu dos bancos centrais:


 Eurosistema – Nem todos os países aderiram (19) sendo que
só os aderentes é que estão sujeitos às regras do euro.

BCE  Deve supervisionar todos os países.

Para isto, criou-se uma equipa que estuda as regras para depois
serem aplicadas.

União Bancária:
Desde a adesão que houve uma necessidade de unificar a legislação
bancária, tendo vindo a ser um esforço constante de que é exemplo
a unificação/estatuição do € que por incrível que parecesse na
altura foi algo cumprido dentro dos prazos estabelecidos e que foi
ótimo no sentido em que dificilmente se acreditava que os países
abdicariam da sua moeda.

Unificação da legislação  Muito complicada no sentido em que


os países já têm as suas próprias legislações. Posto isto, combinou-
se então uma harmonização, ou seja, a Comissão Europeia
organizou grupos de trabalho (representantes de cada país) para se
discutirem as normas e só depois saírem em forma de diretiva e
consequentemente serem adotadas por cada país (dentro dos
prazos) no seu ordenamento interno.

Qual é então o resultado?


Decorrente do prazo, todos os países ficaram com a mesma
legislação, adequada claro a cada um.

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 No final, a legislação fica então harmonizada (hoje em dia


mais de 90% da legislação é harmonizada);
 Regulamento impõe direta e indiretamente em todos os
países (o que é difícil de obter pois tem que ver com a
unificação);

Efeitos desta harmonização:


-Principio da legislação harmonizada (passa a idêntica em todos
os países);
-Principio do mútuo reconhecimento.

Ainda no domínio deste esforço

União Bancária

Precisamos de:
-Sistema unificado de supervisão;
-Sistema unificado de resolução;
-Sistema unificado de garantia de depósitos.

1- Fazer a supervisão um pouco mais centralizada (poder dos


reguladores sob os regulados) ou mais descentralizada? Ao longo
dos anos tem sido mais descentralizado (cada instituição adapta-
se).

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Desvantagens:
-Os bancos não atuam isoladamente (crise em cadeia);
-Mais dificuldade em tomar decisões.

Foi então que surgiu o MUS (mecanismo único de supervisão):


-As maiores instituições estão sujeitas à supervisão do BCE e
Comissão Europeia (equipas).
Vantagens:
-Visão global do sistema todo;
-Evita comprometimentos pessoais.

! BCE supervisiona todas as instituições, mas mais detalhadamente


as maiores.

Um outro pilar foi o MUR (mecanismo único de resolução) ex:


BES/BANIF
 Nestes casos o que acontece é a insolvência
 O que acontece é que estas instituições nunca estiveram
sujeitas às regras de insolvência normais.

Daqui surge a continuidade da atividade ou não, ou então alguém


vai inevitavelmente ter de perder alguma coisa (problema antes do
MUR).

Portugal adotou mecanismos de resolução mesmo antes do MUR


europeu (mecanismo interno).

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MUR  Há um banco e o banco está com dificuldades (não


consegue cumprir os seus objetivos e encontra-se com o capital
social inferior à percentagem saudável da solvabilidade), tendo que
ser tomadas medidas (por vezes mudanças na administração,
contudo, muitas vezes não dá em nada – medidas cautelares),
quando estas não funcionam, parte-se para a resolução que consiste
no seguinte:
A sociedade está com dificuldades, não consegue pagar p. ex. aos
obrigacionistas, e se nós tirássemos essas dividas e passássemos as
mesmas para outra sociedade? Podemos? Legalmente não, mas
com esta legislação passamos a poder, pois esta prevalece sob as
legislações nacionais  Permite que a instituição que tiver poder
para aplicar a resolução, determine quais são os ativos “bons” e os
ativos “maus”, isto é, os ativos que podem permitir a constituição
de uma entidade nova ou de prosseguir a atividade retirando todos
os encargos problemáticos.

Americanos  Bad Bank  Como se fosse um “parasita”,


retirando-o e criando outra sociedade de que é exemplo, o novo
banco, ou seja, o que fica é o Good Bank .
Pode ainda fazer-se o contrário, ou seja, faz-se um novo banco onde
se inclui todos os ativos bons, e esse banco não fica a cargo de
depósitos e atividades antigas (deixando ficar tudo o que seja
tóxico no banco anterior, ficando esses ativos a perder) – BES
(retirada a capacidade de atuação entrando então em liquidação).

Atividades destas são de uma delicadeza imensa, daí haver tantas


reclamações, por exemplo, por parte dos ativos associados aos
bancos com a tal atividade tóxica, pois de certa forma figuram os
lesados que consoante as insolvências ficaram a perder dinheiro.

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Desta situação muitas vezes surgem reclamações contra o Banco


de Portugal pois foi o mesmo a ativar a resolução, muito embora,
assente na legislação que tinha na altura.

Portanto, a resolução é isto, ou seja, a existência de


uma entidade dotada de poder constitucionalmente impossível de
imaginar, e que neste momento pode ter esta atitude no âmbito da
resolução.

Mecanismo único de garantia de depósitos:


Ainda não está em vigor
 Foi entendido que os depósitos têm de ser produzidos:
-Tornou-se obrigatória em toda a CE a inclusão do sistema de
garantia de depósitos.
Nós temos cá?
-Sim, o fundo de garantia de depósitos (garantindo neste momento
100000€ por depositante).
Conceito  Se uma instituição de crédito tem lá depósitos e não os
consegue pagar, cada depositante pode dirigir-se a este fundo e
receber o montante do seu depósito desde que dentro dos 100000€
(se o fundo for seguro, tem lá esse dinheiro para receber).

Imaginemos: Conta com A, B, C e D, os 100000€ não é para o


conjunto, mas sim para cada um dos depositantes.

Este mecanismo só não tem sido muito utilizado porque ainda não
tivemos grandes casos em que os depósitos fossem colocados em
causa – grande vantagem até agora.

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Se houver problemas no sistema em todas as instituições


financeiras, o que acontece é que, como é obvio, o fundo não tem
possibilidade para atender a tantas necessidades.

Por outro lado, mesmo que seja só uma instituição


a necessitar, mas a necessitar muito, é logico que também assim o
fundo fique enfraquecido.

Assim sendo, o desejado seria que fosse constituído um fundo para


o qual todos os países contribuíssem de forma a fazer face a
qualquer crise e a trazer tranquilidade ao sistema.
Contudo, surge o problema que é exatamente a falta de
flexibilidade de alguns países para essa contribuição.

Logo, relativamente à união bancária, constituída por 3 pilares,


apenas 2 estão em funcionamento (situação atual).

A nível da cúpula desta arquitetura, conseguiu criar-se vários


sistemas europeus como já referido, criando-se também
autoridades, nomeadamente:
- EBA (Autoridade bancária Europeia)- Londres;
- ESMA (Autoridade bancária dos valores mobiliários e do
mercado) - Paris;
- EIOPA (Autoridade europeia dos seguros e das pensões
complementares de reforma) - Frankfurt.

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Regulação e Supervisão (conceitos ainda mais exigidos após a crise


de 2007/2008).
 Evitar novas crises;
 Resolver os problemas relacionados com crises anteriores.

Regulação (reguladores)  Conjunto de toda a regulação que


tenha a ver com desenvolvimento económico e funcionamento da
economia. Ou seja, princípios, normas e atuações que regulam o
setor financeiro bancário.

Contraponto a este conceito temos a desregulação (que não


funcionou) que consiste exatamente numa atitude despreocupada
“- regulação + liberdade”.  Esta desregulação levou a que todas
as instituições fizessem o que queriam, o que em 2007 demonstrou
uma maior facilidade de degradação proveniente da crise. O que é
que originou? Uma emergência de regulação (que posteriormente
veio a originar o atual excesso de regulação).

Tendo ainda que ter em conta outro conceito que é exatamente o de


Autorregulação e que consiste num mecanismo de regulação
própria, normas e associações próprias (desmarcação do Estado).
Começam a aparecer instituições com poderes internos que
devem ser seguidas pelos seus associados, sendo os próprios a
eleger os seus representantes e tendo que seguir as normas por eles
estipuladas sob pena de sanção (ex: Ordem dos Advogados e todas
as ordens profissionais).
Este regime foi experimentado para a economia, ou seja, cada
instituição criou as suas próprias normas (Em Portugal –
Associação Portuguesa de bancos). Mas este regime serve? Pode
servir a nível de regulamentos internos e de códigos de conduta

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(todos os bancos seguem um), contudo, o Estado chegou à


conclusão de que não seria suficiente.

Heteroregulação  Imposição de normas por outrem (Estado, …)

Supervisão Regulação

 Uma inclui a outra, mas a supervisão é mais ampla, sendo


que, ainda dentro da regulação podem ser criados
mecanismos de supervisão para obter os efeitos pretendidos.
 Assim sendo, o que é então a supervisão? A supervisão figura
uma entidade autónoma, que se transforma num sistema
supervisor, acarretando os poderes de criar normas, de inspecionar
as instituições e de instaurar processos bem como aplicar sanções,
se necessário.

Supervisão: forma praticamente completa e expedita, e


universalista para que o sistema bancário e financeiro funcione
bem, porque o sistema financeiro é a seiva, são os capilares que
alimentam toda a economia, portanto se não funcionarem bem
estamos mal.
Os serviços de supervisão, iam fazer uma visita a um banco,
imaginem e faziam 2/3 economistas fazem um relatório, onde
relatam tudo o que observaram, e depois remetem para os serviços
que mandam no banco, estes falam com as pessoas dos próprios
bancos onde isso aconteceu. Mas ao falar com estes, não facultam
as informações necessárias.

Surge uma problemática que é exatamente o levantamento da

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Personalidade Jurídica, que significa que, há um conselho de


administração que representa uma sociedade e trabalha em nome
da sociedade. Portanto, tudo aquilo que já estudamos nas
Sociedades, a responsabilidade dos atos praticados pelos conselhos
de administração são diretamente imputáveis à sociedade, porque
ela tem personalidade jurídica.
Ora, o levantamento da personalidade jurídica seria a
possibilidade que o Tribunal ou o Juiz tem, de dizer que levanta a
personalidade jurídica porque a responsabilidade desses atos não é
da Sociedade mas de quem praticou os atos, das pessoas que
praticaram os atos.
Isso é o que se chama o tal problema do levantamento da
personalidade jurídica que se torna muito evidente e urgente
naquilo que nós assistimos, porque as pessoas vão lá e dizem que
não devem nada, afirmam que quem deve é a sociedade.
Juridicamente está correto, mas o direito tem que acompanhar a
realidade, e não está a acompanhar, isto está a ser profundamente
estudado de forma a poder ser alterado.
Outra problemática - a criminalização da sociedade, isto é, das
pessoas coletivas e não apenas das pessoas singulares. Era tradição
do Direito Penal, até há poucos anos, que o crime só pode ser
cometido por pessoa singular, porque só pessoa singular é que tem
dolo.
Se o crime exige dolo, seja ele direto ou indireto, mas o dolo faz
parte da pessoa jurídica singular, a pessoa humana é que tem dolo,
é ela que age com determinada intenção, não é a pessoa coletiva.
Há uma diferença enorme, por exemplo, se for condenada a pessoa
singular, por exemplo a 2 anos de prisão e a uma indemnização de
500 milhões, onde é que ele vai buscar os 500 milhões? Não vai.

Tipos de supervisão:

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-Supervisão Geral (a partir do 116º);


-Supervisão Prudencial ( a partir do 91º);
-Supervisão Comportamental (73º ss).

3 espécies de supervisão:

Geral (116º)  Banco de Portugal tem determinados poderes de


supervisão e regulação (máximo poder)
Ex: Autorização para constituir uma instituição bancária.

Comportamental (são mais visíveis em regras mas não as mais


importantes)  Comportamentos / deveres da banca
Tomou mais importância depois da crise de 2008

Prudencial (dc-lei nº1 2008 (necessidade de resoluções – normas


de supervisão comportamental)) – artigo 91º ao 109º
Prudência na gestão
Consiste na criação de um conjunto de regras que permitam a
saúde das instituições, para que todos possamos ter muita confiança
nelas, e colocar lá o nosso dinheiro, fazermos os nossos
investimentos, etc.
 As duas principais regras são estas, o Banco tem que ter
liquidez, neste momento é um problema que já não se põem, mas
já se colocou no passado. Antigamente os Bancos eram obrigados
a ter em reservas de caixa, ou seja, depósitos no Banco de Portugal
17% de todo o dinheiro que tivessem, por causa da liquidez. O
objetivo era não aparecer nenhum problema em que aquele Banco
não tivesse dinheiro para pagar, aí o Banco de Portugal utilizava os

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17% retidos para pagar aos credores.

 Depois a solvabilidade, é a atenção que se tem de ter aos tais


rácios, quer dizer, é a qualidade dos ativos. Nesses relatórios que o
Banco de Portugal recebe, e se não acreditar pode ir verificar, então
aí tem de ver quais os ativos que o Banco tem. E pode concluir que
o Banco está sólido, tem muitos ativos, tem um rácio se
solvabilidade bom, então o Banco de Portugal chega à conclusão
que esse Banco está bem e pode continuar à vontade durante 5/10
anos. Isto é o que se chama apuramento da solvabilidade do banco,
ele está saudável.

Depois há outras regras, controlo dos riscos, são outras regras de


supervisão, que consiste no seguinte, não pode ser concedido a um
mesmo cliente mais de x% dos fundos próprios, e não pode ser
concedido a um grupo de empresas, imaginemos que é um conjunto
de empresas de construção civil que constituem um consórcio para
fazer umas ordens, vem lá pedir ao banco que precisam se 1000
Milhões, vamos ver que há regras que estabelecem que mesmo
àquele grupo todo não pode conceder mais de x% dos fundos
próprios, que é para não comprometer tudo nem num credor só,
nem num grupo de credores.

Distinção de supervisão geral e supervisão prudencial:


A supervisão geral inclui todas, nós só estamos a distingui-las por
causa da metodologia, umas estão relacionadas com o
comportamento das instituições com os clientes, portanto
comportamental, esta aqui é a solidez dos bancos.
Na geral vamos encontrar outras questões, quero constituir uma
instituição, tenho possibilidades, sim ou não ? Agora quero nomear
os administradores, são bons ou não?

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Agora passando para a Supervisão Geral, nós temos vários artigos


que convém assinalar para fazer uma mini-leitura.
Na supervisão Geral, começamos por ler o art.116º, cuja epígrafe é
procedimentos se supervisão, e que consagrada as competências
especiais do Banco de Portugal em matéria de supervisão.
Esta é a supervisão geral, compete ao banco de portugal, ver como
é que está tudo a funcionar, se está tudo a corre bem ou não, depois
pode haver alguns casos em que tenha de intervir, e nesses casos
em que tenha de intervir vamos ver como é que vai intervir.

REGICS atualizado artigo 73º:


 Lei impõe:
- Vários deveres de conduta;
-Limites e abrangências aos poderes do Banco de Portugal;
-Dever de informar os clientes ex: ações (casos de insolvência)
-Permite ao Banco de Portugal que crie normas (DR  sob
forma de avisos (norma geral e abstrata tendo força obrigatória
e geral)) – Sendo que, estas normas também podem surgir sob
forma de carta circular dependendo dos destinatários. Ex:
Agências de leasing (conforme a natureza da entidade que se
está a operar).
 Códigos de conduta:
-Criados por associações criando um comportamento de conduta
geral a todos os associados;
-Tiveram uma evolução, ou seja, todas as instituições
começaram a criar os próprios códigos de conduta, uma vez que
estes pretendem:
Dar garantias também aos clientes, no sentido do bom
funcionamento, criando assim uma boa imagem. Posto isto, se o
cliente reparar que o que estava no código de conduta não foi

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cumprido, até pode intentar uma ação judicial contra a


instituição.

Posto isto, coloca-se a questão, o Estado não regulava tudo??


Em princípio sim
O que acontece é que por vezes o Estado não tem capacidade
para tudo. Criando:

Ordem Moral Ordem Ética Ordem Jurídica

Cidadãos comportam-se de Difere da Ordem moral no Instituições com poderes para


determinada forma, criando sentido em que o regime é identificar se dada ação
regras associadas a sanções. diferente, contudo, são desrespeitou as duas
parecidas pois também anteriores, tendo capacidade
Sanção moral  Reprovação
capacita uma sanção vinculativa para aplicar
que cada um de nós sente.
relacionada à reprovação sanções.
própria e social.
 Impõe um valor que o
Estado entende que deve ser
preservado.

É este conjunto de normas que


decorre na supervisão
comportamental.

Ordenamento heteroimposto p.
ex. pelo legislador – Ordem
Jurídica Autocriada.

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Todos os códigos de conduta acarretam um conjunto de princípios


(para serem reconhecidos) – Princípios obrigatórios para as
instituições de crédito quando comunicam connosco.
IOSCO  Todas as CMVM’s do mundo a criarem normas.

Princípio da Honestidade/ Integridade do mercado


Ex: Quando comunico com o banco, eles têm de ser sinceros
comigo.
Princípio da Diligência com o cliente
Ex: Aconselhamento por parte do empregado
Princípio das capacidades
 O banco tem de possuir todos os instrumentos e capacidades
para atender às necessidades dos clientes, bem como, informa-los
do que será melhor.
Princípio da Informação acerca do cliente
 Banco deve conhecer o seu cliente (informações pessoais,
rendimentos (jogando com o aconselhamento)).
Princípio da informação para os clientes
Ex: Se for fazer um depósito e perguntar onde o devo colocar, o
funcionário deve informar tudo e aconselhar.
Princípio do Conflito de interesses
Ex: Quero comprar ações do Altice mas há outras propostas
nomeadamente por interesse do banco, havendo aqui um conflito.
Nessas situações, o banco deve respeitar primeiramente o cliente
(princípio básico da lealdade para com o cliente).
Princípio Compliance (cumprimento das normas)
Todas as normas devem ser cumpridas para que o negócio corra
bem.

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 Verificação no âmbito de auferir se todas as normas estão a ser


cumpridas (suscitando comprovativos recorrentes, impostos pelo
legislador).

Para evitar problemas entre reguladores e supervisores, foram


criados os departamentos de compliance (a seu cargo têm a
verificação do cumprimentos das normas de todos os
departamentos e caso não estejam a cumprir é comunicado ao
conselho de administração e conduzido depois para o regulador.

Se for violada uma norma de um código de conduta há sanções?


-Funcionário cometeu um desvio ao código de conduta sendo
depois auferida a gravidade  A instituição responde pelo cliente,
caso haja prejuízo, resultando por vezes em indemnização.
Posteriormente, a instituição pode ir contra o funcionário que não
cumpriu a norma.

REGIC  artigos 73º / 74º (ler estes e os seguintes)

Segredo Profissional Segredo Bancário


Previsto? Sim Especificamos pois tem
Sancionável? Sim a ver com as características
o Bancário tem umas, o da
medicina tem outros, etc.
 O segredo bancário é um segredo profissional, ou seja, subtema.
78º REGICS – Quem está sujeito? Todos os trabalhadores do
banco, etc.

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Juiz tem de dirigir o pedido ao Tribunal da Relação (Este é que vai


balançar e decidir se se levanta ou não o segredo profissional).

Segredo Bancário
Informações de várias naturezas sobre os clientes, bem como das
relações dos mesmos com terceiros, abrangendo por exemplo,
funções, contratos e elementos das contas.

Cartões de crédito – Vieram permitir ao banco um maior


conhecimento relativo aos locais, compras, frequências e gastos
dos seus clientes, sendo daqui necessária uma relação de confiança
entre cliente e banco.

O segredo profissional é coberto e imposto por disposições


normativas de grande exigência.
Objetos de sigilo  Todas as informações confidenciais (nomes
dos clientes, números das contas, movimentos, quaisquer
operações…).

Sujeitos passivos do dever de segredo:


- Dirigentes e todos os empregados da instituição;
- Pessoas com qualquer tipo de ligação seja ela permanente ou
ocasional.
Ainda de importante referencia neste aspeto é o facto de que, não
é qualquer trabalhador ou entidade da instituição que tem
permissão para ter acesso a essas informações e sim, apenas quem
tenha autorização para tal.

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84º REGICS  violação do segredo bancário que adquire natureza


criminal.
“O segredo profissional não pode ser dispensado, exceto se…”
-Herdeiros ou representantes;
-Cliente com natureza coletiva.

Quem pode ter acesso relativamente a órgãos bancários?


-Orgãos de gestão;
-Membros do conselho fiscal;
-Mandatários (com poder conferido para tal).

Segredo bancário  78º ss


Exceções ao dever de segredo:
 Atos de emissão de cheques sem provisão;
 Atos de corrupção e fraude no âmbito da atividade das
empresas públicas e de capitais públicos ou de serviços
públicos;
 Crimes de tráfico de estupefacientes;
 Casos de abandono de bens ou valores perdidos a favor do
Estado e objeto de comunicação às repartições de finanças;
 Casos de fiscalização pela direção geral de finanças cujas
informações sejam pedidas através do tribunal competente;
 Branqueamento de capitais.
Excetuando-se ainda, naturalmente, as informações dadas às
autoridades de supervisão ou outras entidades previstas na lei (79º
e 81º).
Violação do segredo bancário inserida na violação do segredo
profissional e prevista no artigo 195º do Código Penal.

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Aproveitamento do conhecimento dos casos sigilosos causando


prejuízos a terceiros ou ao Estado (pena de prisão até um ano e
multa de até 240 dias) – 196º CP.

O que tem vindo a acontecer é que o critério de prevalência de


interesses, poderá conduzir muito rapidamente a alterações
substanciais nesta matéria, sendo que, a grande barreira à remoção
do dever de segredo bancário continuará a ser, em todo o caso, a
invocação dos direitos de personalidade.

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