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Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância

CENTRO DE RECURSOS DE CHIMOIO

3º ano 2020

Nome: Calton Cabral Bento. Cell 849010590

Curso: Direito Código do Estudante: 51180027

Ano de Frequência: 3o ANO/2020

2. O trabalho
Trabalho de: Código da ISCED32 –
Direito Processual Civil-Declarativo Discíplina: CJURCFE024
Tutor: Nº de Páginas: 16

Data da Entrega: 02 de Agosto


Registo de Recepção por:

3. A correcção:

Corrigido por:

Cotação (0 – 20):

4. Feedback do Tutor:
Calton Cabral Bento

Tema: Pressupostos da Accão Executiva.


Trabalho de pesquisa.
Disciplina: Direito Processual Civil-
Declarativo
Curso: Direito, 3º ano.
Docente:

Instituto Superior de Ciências e Educação à Distancia

Agosto/2020
Índice
1. Introdução ....................................................................................................................... 4
1.1. Objectivos ................................................................................................................ 4
1.1.1. Geral ................................................................................................................. 4
1.1.2. Específicos ........................................................................................................ 4
1.2. Metodologias ............................................................................................................ 4
2. Noção de Acção Executiva .............................................................................................. 5
3. Características da Acção Executiva ................................................................................ 5
4. O Direito de Execução ..................................................................................................... 6
4.1. Natureza Jurídica .................................................................................................... 6
5. Classificação da Acção Executiva. .................................................................................. 7
6. Formas do Processo Executivo ........................................................................................ 8
7. Instância Executiva ......................................................................................................... 8
7.1. Estrutura da Instância ............................................................................................. 9
8. Pressupostos relativos as partes ...................................................................................... 9
9. Excepções da legitimidade formal (art.º 55.º C.P.C.). .................................................. 10
9.1. Legitimidade do Ministério Público. ..................................................................... 10
10. Pressupostos Processuais ........................................................................................... 11
11. Patrocínio Judiciário. ................................................................................................ 11
12. Pluralidade de Partes ................................................................................................ 11
13. O Tribunal ................................................................................................................. 12
14. Funções do Estado. .................................................................................................... 13
15. Tipos de Competência. .............................................................................................. 13
15.1. Critérios que delimitam a competência. ............................................................ 13
16. Excepções a regra. ..................................................................................................... 14
17. Objecto da Acção Executiva ...................................................................................... 15
17.1. Classificação do objeto na acção executiva. .......................................................... 15
18. Existência de um Título Executivo. ........................................................................... 16
18.1. Título Executivo ................................................................................................. 16
18.2. Classificação dos títulos executivos. .................................................................. 17
18.3. Conformidade objectiva entre o pedido e o título. ............................................ 17
19. Certeza, exigibilidade e liquidez da obrigação exequenda (obrigação a ser
executada): ............................................................................................................................ 18
20. Conclusão................................................................................................................... 19
21. Referencias Bibliográficas ......................................................................................... 20
1. Introdução
No nosso Direito Processual Civil existem duas espécies de ações judiciais: a ação
declarativa e a ação executiva.
A ação declarativa é a ação destinada a reconhecer ou a constituir um direito subjetivo
do autor (aquele que intenta ou instaura a ação); ao passo que a ação executiva é a ação
destinada à realização coerciva de um direito já pré-reconhecido (através de sentença ou
outro título executivo) ao exequente.
Neste contexto esta em foque sobre pressupostos da acção executiva no qual define-se
como sendo um mecanismo processual que permite ao credor requerer as providências
adequadas à realização coativa do crédito de que é titular. A providência mais
importante da ação executiva é a penhora de bens e/ou rendimentos do devedor.
E no n.º 3 do artigo 4º do C.P.C. de Moçambique define as Acções Executivas como
sendo aquelas em que o autor requer as providências adequadas à reparação efectiva do
direito violado.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Falar sobre os pressupostos da Accão executiva.
1.1.2. Específicos
 Conceituar Accão executiva;
 Caracterizar as Acções executivas;
 Classificar as Acções executivas.
1.2.Metodologias

Neste contexto foram usados como métodos de pesquisa, internet , legislações


moçambicanas e módulos/Livros.

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2. Noção de Acção Executiva

O n.º 3 do artigo 4º do C.P.C. de Moçambique define as Acções Executivas como sendo


aquelas em que o autor requer as providências adequadas à reparação efectiva do direito
violado.
Neste conceito encontramos os seguintes elementos:
2.1.Pressupostos.
Que podem ser:
a) Material (a violação do direito);
b) Formal - o título executivo (ele é a "condictio sine qua non").

2.2.O Fim.
A finalidade da acção executiva é a reparação efectiva do direito violado. Como por
exemplo, a utilização de uma execução específica.

2.3.O Meio.
Dividindo-se em:
a) Meio de coação ou coerção: representa o meio que o Tribunal usaria para entrar na
esfera jurídica do executado para este pagar ou reparar o direito.
b) Meios Sub-rogatórios: são aqueles colocados à disposição do particular para recorrer
ao Tribunal para ele substituir o devedor e entrar no seu património para cumprir a dívida.

3. Características da Acção Executiva

As características da acção exucutiva.

3.1.O Princípio do Contraditório


É enfraquecido Porque já Houve uma Acção Declarativa. Na acção executiva não existe
a possibilidade para o contraditório. Contudo ao longo da sua tramitação existirão
algumas acções que terão natureza declarativa em que encontramos o contraditório.

3.2.Na Quase Total Disponibilidade do Exequente.


Na acção declarativa encontramos como partes o Autor e o Réu sendo que, cabe ao
Tribunal declarar quem é o detentor do direito. Já na acção executiva temos como partes

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o Exequente e o Executado na medida em que já se sabe quem tem o direito. O Exequente
tem o interesse de ver o seu direito reparado ele, é a base, isto é, ele é essencial para
qualquer acção executiva. Já ao Executado cabe apenas verificar a legalidade dos actos.
Esta característica tem como sustentabilidade o Princípio da Auto Responsabilidade do
Exequente nos termos dos artigos 847.º e o 864.º do C.P.C.

3.3.Abundância de Despachos Discricionários do Juiz:

Os despachos exarados por um Juiz podem ser:


a) Discricionários (o juíz vai decidir se aceita ou não, como por exemplo a existência de
testemunhas);

b) Vinculativos (consistem em decisões que o juiz tem de tomar, é obrigatório como por
exemplo: o despacho de citação);

c) Mero Expediente (são aqueles que não têm nenhum conteúdo decisório e, por isso,
não provocam prejuízos para as partes, tem como finalidade primordial impulsionar o
processo e impedir eventuais vícios ou irregularidades).

3.4.Flexibilidade do Regime de Nulidade dos Actos Processuais.

As nulidades processuais podem ser:


1º - Nulidades Primárias (são aquelas previstas pela Lei);
2º - Nulidades Secundárias (previstas no artigo 201.º C.P.C.).

4. O Direito de Execução
É o direito de exercer uma acção ou o direito de iniciar uma acção judicial que é regulada
pelo direito processual civil de natureza pública dirigida contra o Estado visando obter a
reparação do direito violado através de meios sub-rogatórios com base no título executivo.

4.1.Natureza Jurídica
Pensadores alemães criaram uma teoria chamada "SHULD UND HAFTUNG" que
significa o direito de exigir uma acção, sendo que, na tradução literal significa dívida e
responsabilidade.

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Credor ------ Devedor (o devedor terá também uma responsabilidade);
Direito à Prestação ------ Dívida;
Direito de Execução ------- Responsabilidade.

Exemplo: Se António empresta 1000 Mt (Meticais) à João e este não paga-o, Antonio tem
o direito de reagir quando não se pagar o que lhe é devido, e o faz mediante o Direito de
Execução.

5. Classificação da Acção Executiva.

A acção executiva classifica-se tendo em conta:


5.1.A Finalidade.
Nos termos do artigo 45.º do C.P.C. angolano a finalidade resume-se em:
a) Pagamento de Quantia Certa:
* Ordinário (artigos 811.º à 923.º do C.P.C.);
* Sumário (artigos 463.º à 466.º e 924.º à 926.º C.P.C.);
* Sumaríssimo (artigos 464.º à 927.º C.P.C., Nota: Revogado pelo Decreto-Lei n.º 1/2005,
de 27 de Dezembro)
b) Entrega de Coisa Certa:
* Ordinário (artigos 928.º à 932.º C.P.C.);
* Sumário (artigos 928.º à 932.º - Prazos 924.º à 926.º C.P.C.);
* Sumaríssimo (artigos 928.º à 932.º - Prazos 927.º C.P.C., Nota: Revogado pelo Decreto-
Lei n.º 1/2005, de 27 de Dezembro).
c) Prestação de Facto:
* Ordinário (artigos 933.º à 943.º C.P.C.);
* Sumário (artigos 933.º à 943.º - Prazos 924.º à 926.º C.P.C., Nota: Revogado pelo
Decreto-Lei n.º 1/2005, de 27 de Dezembro).

5.2.A Forma.
Segundo os artigos 460.º e 465.º do C.P.C. o processo pode ser:
a) Comum (Ordinário, Sumário e Sumaríssimo);
b) Especial - (acaba sendo uma junção da acção executiva e declarativa) classificando-se
em:
* Venda ou Adjudicação do Penhor (n.º 2 do art.º 1008.º C.P.C.);

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* Posse ou Entrega Judicial (art.º 1044.º C.P.C.);
* Execução por Alimentos (art.º 1118.º C.P.C.);
* Execução por Despejo (art.º 985.º C.P.C.);
* Execução por Custas.

6. Formas do Processo Executivo


1.º - Ordinário ( n.º1 do art.º 465.º C.P.C.):
Independente da tipologia do título, obedece a forma ordinária quando o valor da causa
exceda o valor da alçada do Tribunal Supremo - quer seja o título judicial ou extrajudicial.
Qualquer acção executiva que esteja acima dos 16.000 U.C.F. teremos presente a forma
do Processo Ordinário.
Segundo o n.º 2 do artigo 465.º do C.P.C. - Na acção executiva temos um Título Executivo
(meio que comprova a existência do direito). Mas, existem Títulos Extrajudiciais em que
parte-se de imediato para uma acção executiva sem passar por uma acção declarativa.
Essa acção terá de ter transitado em julgado em processo declarativo para na acção
executiva ser um processo Sumaríssimo (n.º 2 do art.º 465.º do C.P.C.).
Seguem a forma sumaríssima as execuções fundadas em sentenças em acções de processo
sumaríssimo. Na acção sumaríssima só se admite um título executivo judicial - sentenças
essas que tenham transitado em julgado na forma sumaríssima no processo declarativo.
2. º - Forma Sumária:
Quando no processo declarativo há um processo sumário no executivo também obedecerá
a forma sumária. Execuções que se fundam em títulos extrajudiciais quando o valor da
causa esteja no limite da alçada do Tribunal Supremo.
3. º - Sumaríssimo:
Quando no processo declarativo as sentenças tenham transitado para o processo executivo
como sentenças servindo como título executivo. O processo executivo sumaríssimo há
exclusividade para os títulos executivos judiciais.
7. Instância Executiva
É a relação que se estabelece entre os intervenientes da instância isto é, o Exequente o
Executado e o Tribunal.
Também podemos conceitua-la como a relação que se estabelece entre os vários
intervenientes da acção.
Como surge?

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Surge através de uma Relação Material Controvertida. A partir do momento que um
sujeito intenta uma acção seja de que natureza for o devedor ou executado tem uma outra
relação paralela a relação jurídica que passa a ser uma relação material controvertida e
essa relação é a Instância.
Os pressupostos processuais se parecem com os pressupostos da Instância.
7.1.Estrutura da Instância
Os Sujeitos da Instância são:
1 - As Partes: elas podem ser:
a) Principais:
* Exequente;
* Executado;
* Cônjuge do executado (art.º 864.º do C.P.C.);
* Credores (com garantia real) (art.º 864.º do C.P.C.);
* Estado (art.º 864.º do C.P.C.).

b) Acessórias: aquelas que têm um interesse na acção (incidentes na instância art.º 302.º
C.P.C.).
* Assistente: sempre no processo declarativo (art.º 335.º C.P.C.).
2 - O Tribunal: ele não é parte litigante mas sim a figura que resolve os litígios.

8. Pressupostos relativos as partes


Consiste num conjunto de requisitos que permitem ou impedem o Tribunal de avaliar o
mérito da causa.
Os Pressupostos processuais podem ser positivos e negativos. Os primeiros são:
1- Personalidade judiciária: é a susceptibilidade de fazer parte, de poder intentar
uma acção ou contra si ser intentada uma acção.

2- Capacidade Jurídica: aptidão para ser titular de direitos e obrigações.

3- Legitimidade: o artigo 55.º do C.P.C. consagra o Princípio da Legitimidade


Formal. É formal porque há um título executivo pois, é nele que se sabe quem tem
Legitimidade - posição que a parte toma diante da lead.Tem legitimidade formal
de intentar a acção executiva quem no título figure como credor e será instaurado
à pessoa que figure como devedor.
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9. Excepções da legitimidade formal (art.º 55.º C.P.C.).

 Título ao Portador.
Não determina o credor porém determina o devedor. Como por exemplo um bilhete para
um concerto.

 Sucessão no Direito ou na Obrigação (art.º 56.º n.º1 C.P.C.).


Na habilitação de herdeiros se no caso em concreto o sujeito activo ou passivo falecer
poderão os seus sucessores intervir.

 A Execução por Dívida Provida de Garantia Real - segundo o n.º 2 do artigo


56.º do C.P.C. quando a execução da dívida estiver provida de garantia real sobre
bens de terceiro pode este optar por uma de duas vias:
- O Exequente propõe a acção apenas contra o terceiro;
- O Exequente propõe a acção contra o terceiro e contra o devedor.
Como por exemplo: Se a hipoteca (facto que deu origem a execução) for anterior
a venda (facto aquisitivo do terceiro) o registo da penhora retroagirá a data daquele
e a aquisição será ineficaz por ser posterior "priori tempore potior in iuri".
 Impugnação Pauliana: nos termos do artigo 610.º do Código Civil o credor pode
deduzir contra o devedor meios de conservação da sua garantia tendo em vista a
retroacção da coisa para a esfera jurídica do alienante uma vez que, sendo de
natureza pessoal, implica a diminuição do património do devedor. A sentença
fruto da acção de impugnação pauliana é que permite ao credor intentar uma acção
executiva aos sujeitos que tenham em sua posse os bens que outrora pertenciam
ao devedor (aí reside a excepção) nos termos do artigo 616.º do C.P.C..

 Intervenção de Terceiros (artigos 320.º à 323.º/ 351.º e 359.º do C.P.C.

9.1. Legitimidade do Ministério Público.


O Ministério Público tem legitimidade para intervir em representação do Estado quando
tratar-se de um menor inabilitado ou interdito sem a respectiva representação.

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De modo geral, a representação do Ministério Público processa-se segundo o artigo 59.º
do C.P.C.
Não havendo o pagamento das custas judiciais o Ministério Público pode intentar a acção
de execução. Se as custas judiciais não forem pagas o Juiz poderá aplicar multas e, se no
tempo previsto pela Lei as mesmas não forem pagas o Ministério Público também tem
legitimidade para intentar uma acção de execução.

Obs: A palavra liquidação para o Direito significa apurar o montante a pagar - artigo 927.º
do C.P.C. retrata o caso especial da representação pelo Ministério Público - segundo este
artigo o devedor tem 10 dias para efectuar o pagamento das custas, se não o fizer o autor
poderá aproveitar a atitude do Ministério Público para solicitar o cumprimento da dívida
por via de uma acção de execução.

10. Pressupostos Processuais

10.1. Interesse Processual

Consiste na necessidade suficiente e razoável do recurso por via judicial.


 Segundo o n.º 3 do artigo 865.º "O credor é admitido a execução, ainda que o
crédito não esteja vencido; mas, se a obrigação for incerta ou ilíquida torna-la-à
certa ou líquida pelos meios de que dispõe o exequente".

10.2. Consequência da falta dos pressupostos processuais.


Na falta de um Requerimento Inicial deve-se: Liminarmente indeferir o Requerimento
Inicial.
A acção executiva não admite contradição.
11. Patrocínio Judiciário.
Regra Geral: Quando uma causa admita recurso ordinário é obrigatório a constituição
de advogado pelas duas partes nos termos do artigo 32º do CPC;
Regra Especial: Quando o valor da execução for superior a Alçada do Tribunal Supremo
também é obrigatório a constituição de advogado mas, desde que tenha havido embargo.
Alçada - é o valor dentro do qual o Tribunal admite precedência sem admitir recurso.
12. Pluralidade de Partes

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1 - Litisconsórcio: surge quando existem uma pluralidade de partes mas, apenas uma
relação material controvertida. Ele pode ser: Necessário - porque resulta da lei
(obrigações conjuntas); e Voluntário - quando resulte da vontade das partes (obrigação
solidária).

2 - Coligação : surge quando existam uma pluralidade de partes e várias relações


materiais controvertidas, isto é, uma pluralidade de pedidos.

A lei permite que possa haver Coligação de Executados bem como de Exequentes nos
termos do artigo 58º e 53º do CPC.
Só há a possibilidade de haver coligação de executados que tenham por fim (pressupostos
da coligação):
 O pagamento de quantia certa (art. 58.º CPC);
 Que todas as obrigações sejam liquidadas e que sejam credores comuns (art. 58.º
nº 2 CPC). Não pode haver coligação com credores especiais - aqueles que tenham
uma garantia - pois, existem meios para pagar as dívidas. O credor comum é
aquele que não tem bens em específico para a garantia do seu crédito. As
obrigações devem ser líquidas ou ser passíveis de fazer operações aritméticas;
 Que os devedores sejam obrigados no mesmo título;
 A forma de processo deve ser a mesma para todos os coligados. Nos termos do
artigo 53.º do CPC em sentido positivo temos:
a) Se for o mesmo Tribunal competente para todas as execuções; b) Se alguma
das execuções corresponder a um processo especial diferente do processo que
deva ser empregado quanto as outras.
O artigo 269º do CPC prevê meios de sanar o vício - há a possibilidade de sanação.
Na falta dos requisitos acima há ilegitimidade. E, como consequência da falta
desse pressuposto temos o Indeferimento liminar do Requerimento Inicial.

13. O Tribunal

13.1. Os Tribunais Permanentes

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A execução é uma competência específica deles, isto é, a execução é privilégio exclusivo
dos Tribunais Permanentes.
Só eles, poderão mover a acção de execução porque só estes têm o poder de império
diferente dos Tribunais Permanentes.

13.2. Tribunal Arbitral

As acções declarativas até podem surgir sobre a exegese desses tribunais pois, estes
declaram direitos mas, os Tribunais Arbitrais não podem executa-los.
13.3. Competência
Consiste no poder de julgar atribuído de forma específica aos Tribunais para definirem
os conflitos de interesses que lhes são submetidos no âmbito da função jurisdicional do
Estado.

14. Funções do Estado.


 Jurisdicional;
 Legislativa;
 Executiva.
Jurisdição:
É o poder atribuído de forma genérica a todos os Tribunais para resolver os conflitos de
interesses mas, para julgar um conflito em concreto é necessário que tenha competência.

15. Tipos de Competência.

1 - Competência Interna;
2 - Competência Externa - (competência internacional art.º 65.º C.P.C. na acção
declarativa; art.º 801.º C.P.C. na acção executiva).

1- Competência Interna:
As regras de competência consistem num conjunto de normas definidoras dos critérios
que presidem a distribuição do poder de julgar entre diferentes tribunais.

15.1. Critérios que delimitam a competência.

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1- Competência Absoluta (não se altera): aqui temos a competência em razão da
matéria e da hierarquia;
2 - Competência Relativa (podem ser alterados em razão das partes): encontramos a
competência em razão do valor e do território.

 Competência em Razão da Matéria:


Apenas no Tribunal Civil se podem mover acções de execuções.
 Competência em Razão do Valor:
Para ter-se noção dessa modalidade de competência há que se saber o conceito de Limite
de Jurisdição. Assim sendo, ele consiste na divisa que o Tribunal tem para avaliar a acção
em função do valor da causa. Que é exclusiva do Tribunal Provincial (nos termos dos
artigos 68.º e 69.º do C.P.C.).
O Valor da Causa: consiste na utilidade econômica decorrente do pedido.
Para determinar a competência em razão do valor dependerá do valor da causa.

 Competência Em Razão Hierárquica:


O Tribunal Judicial de Província conhece dos recursos das decisões dos tribunais
inferiores, dos notários, dos conservadores do registo e outros que por lei devam ser
interpostos para eles; julgam as acções de indemnização propostas, por virtude do
exercício das suas funções, contra os juízes dos tribunais inferiores e magistrados do
Ministério Público junto deles e contra os funcionários judiciais da respectiva área de
jurisdição; e resolvem os conflitos de competência entre as autoridades judiciais da
província.

 Competência Territorial:
Em regra geral não interessa o domicílio das partes mas sim, onde deve ser feita a
obrigação. Nos termos do n.º 1 do artigo 94.º do C.P.C. e dos artigos 772.º; 773.º e 774.º
do Código Civil (OBS: se as partes não estipularem onde deve ser efectuada a obrigação
vai depender da tipologia das obrigações).

16. Excepções a regra.


 O n.º 2 do artigo 94º do C.P.C. determina que será competente o Tribunal onde se
encontre o bem ou da situação dos bens onerados;

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 O n.º 3 do artigo 94º do C.P.C. estipula que quando a acção tenha de ser instaurada
no Tribunal do domicílio do executado e este, não resida em Angola mas tenha
bens em Angola será competente o Tribunal da situação desses bens;

 O n.º 1 do artigo 90º do C.P.C. indica que sempre que a acção Executiva for
precedida de uma acção declarativa, isto é, quando há um título executivo judicial
a acção deve decorrer no mesmo Tribunal que sentenciou a causa;

 O n.º 3 do artigo 90.º do C.P.C. impõe que o juiz para avaliar o mérito da causa
ou prosseguir com a execução deve observar o processo declarativo. De modo
que, os processos transitam sempre juntos ("Translado");

 O n.º 2 do artigo 90.º do C.P.C. institui que será competente o Tribunal Provincial
de onde tenha decorrido a arbitragem;

 O n.º 1 do artigo 91.º do C.P.C. ordena que se a acção tiver sido proposta ao
Tribunal Supremo será promovida no Tribunal Provincial do domicílio do
executado;

 O n.º 1 do artigo 92.º do C.P.C. dispõe que quando se tratarem de execuções por
custas, multas e indemnizações será competente o mesmo Tribunal onde decorreu
a primeira acção.

17. Objecto da Acção Executiva

Para contextualização do objecto na acção executiva há que antes ter o conhecimento de


qual é o objecto da acção declarativa.
Nesses termos, a acção declarativa encontramos o litígio como sendo o objecto mediato
e o pedido fundamentado na causa de pedir como o objecto imediato.

17.1. Classificação do objeto na acção executiva.

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1 - Objecto Mediato: são os bens sobre que recaem a execução, esses bens podem ser do
devedor, de terceiros ou do credor. Como por exemplo: Suponhamos que A emprestou
um quadro à B e este não o devolve. Para o caso em questão o bem pertence ao credor.

2 - Objecto Imediato: o pedido que deve estar de acordo com o título executivo.

17.2. Pressupostos processuais relativos ao objecto imediato.

1.º - Existência de um Título Executivo;


2.º - Conformidade Objectiva entre o Pedido e o Título;
3.º - Certeza, Exegibilidade e Liquidez da Obrigação Exequenda (obrigação a ser
executada).

17.3. Pressupostos Processuais relativos ao objecto mediato.


Eles, serão diferentes em função da finalidade da acção executiva.
 Quando a acção visar o pagamento de quantia certa o pressuposto será a
penhorabilidade.
 Se for entrega de coisa certa os pressupostos serão:a Certeza; Existência da Coisa;
e Possibilidade Jurídica de Entrega.
Esses pressupostos não são verdadeiros pressupostos processuais mas sim pressupostos
dos actos praticados no processo. São mais importantes os pressupostos relativos ao
objecto imediato. Assim, com maior detalhe temos:

18. Existência de um Título Executivo.


Para que exista um título executivo há uma dupla condição (artigo 45.º do C.P.C.):
a) Condição Necessária (ou "Condictio Sine Qua Non"): não pode haver acção
executiva sem um título executivo;
b) Condição Suficiente: basta que exista um título para se intentar uma acção
executiva.

18.1. Título Executivo

18.1.1. Natureza Jurídica

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Para conceituar o título executivo apareceram dois autores: O primeiro foi Liebman
(Enrico Tullio Liebman, 1903 - Milão, 8 de Setembro de 1986, foi um importante jurista
italiano nascido na Ucrânia) que considera o título executivo como um Acto.
Para Carnelutti (Francesco Carnelutti - Udine, 15 de Maio de 1879 - Milão, 8 de Março
de 1965 foi um dos mais eminentes advogados e juristas italianos e o principal inspirador
do Código de Processo Civil italiano) seria o título um conjunto de documentos; segundo
ele o acto não é um título mas sim um documento pois ele prova a existência do Direito,
tem assim, uma eficácia probatória. Ele atem-se ao elemento externo.

Tendo em conta doutrina supra citada, o legislador optou pela adopção da ideia de
Carnelutti, enquanto elemento que prova a declaração de um Direito.

18.2. Classificação dos títulos executivos.

Os títulos executivos podem ser (artigo 46.º do C.P.C.):


 Judiciais;
 Extrajudiciais.
Quando o artigo 46.º do C.P.C. refere a Sentença Condenatória (que é mais abrangente
do que as sentenças de condenação que surgem em sede da acção declarativa) abrange
todos os tipos de sentenças desde que, a sentença implique uma acção positiva como é o
caso de sentenças que condenem o pagamento das custas judiciais independentemente do
tipo de sentença (constitutiva, de simples apreciação).
As Sentenças de Revisão processam-se da seguinte forma (art.º 49.º ; 540.º ; 1096.º do
C.P.C.):
Sempre que for proferida uma sentença fora do território angolano para ela ser executada
em Angola faz-se uma sentença de revisão porque nenhum Tribunal pode fazer valer uma
sentença proferida fora de Angola. Assim, será título executivo a sentença de revisão.
Requisitos de exequibilidade da sentença - artigo 47.º e seguintes do C.P.C.

18.3. Conformidade objectiva entre o pedido e o título.


O conteúdo da obrigação plasmado no título deve ser do pedido feito pelo exequente.
A acção executiva é delimitada pelas linhas do título.
Assim, será inconformidade absoluta quando o título nada tem a ver com o pedido, e será
relativa quando o pedido é coberto pelo título apenas em parte.
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19. Certeza, exigibilidade e liquidez da obrigação exequenda (obrigação a ser
executada):
Para abordar desse pressuposto relativo ao objecto imediato existe a necessidade de se
recorrer a matéria de Direito das Obrigações propriamente na tipologia das obrigações.
Deste modo temos:
As Obrigações Civis - constituem aquelas que são judicialmente exigíveis;
As Obrigações Naturais - constituem aquelas que não são judicialmente exigíveis o
sujeito não pode arrogar-se de exigir por via judicial.
Activa
Obrigação Passiva
Plurais Mista
Sujeitos
Derivada
Singulares

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20. Conclusão
O titular do direito de crédito, ou seja, o titular do direito de exigir de outrem a
realização de uma prestação tem a designação de credor. Ora, se o devedor não cumpriu
a obrigação a que estava adstrito o credor pode recorrer aos Tribunais para obter a
satisfação do seu crédito, através da penhora de todo o património do devedor. Assim,
o processo executivo colocará ao dispor do credor os mecanismos coercivos estatais
para a realização coativa da obrigação.

A ação pode ter um de três fins, correspondendo cada um destes fins a uma tramitação
distinta:

- acção executiva para pagamento de quantia certa,

- acção executiva para entrega de coisa certa,

- acção executiva para prestação de facto.

A esmagadora maioria das ações executivas intentadas nos Tribunais são ações
executivas para pagamento de quantia certa. Ora, através desta ação, o credor
exequente, pretende obter o cumprimento coercivo de uma obrigação pecuniária, ou
seja, o pagamento de um determinado valor em dinheiro.

Para tal, procede-se à penhora de todos os seus bens e rendimentos (apenas os bens
penhoráveis) necessários para cobrir a importância da dívida (capital e juros) e das
custas do processo; depois, procede-se à venda executiva desses bens, e entrega-se o
produto da venda ao credor. Para que o credor possa recorrer ao processo executivo é
necessário que esteja munido de um título executivo, que vai determinar o fim e os
limites da execução. É também necessário que a dívida seja certa, líquida e exigível
(vencida). O pressuposto da acção executivo está regulado no Código de Processo Civil,
que procedeu a uma reforma legislativa muito profunda e abrangente do processo civil,
declarativo e executivo.

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21. Referencias Bibliográficas

Legislação
 Codigo processual Civil Mocambicano-PDF
 Codigo Civil Mocambicano- PDF
Internet
 https://accaoexecutivajuristadanovaera.blogspot.com/
 https://octalberto.wixsite.com/octalberto/blank-95
Livros
Modulo ISCED-ISCED32 – CJURCFE024

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