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Índice

Introdução .................................................................................................................................... 1

1. DIREITO BANCARIO INSTITUCIONAL ......................................................................... 2

1.3. Sistema Financeiro Moçambicano .................................................................................... 3

1.4. Origem e desenvolvimento do Sistema financeiro ........................................................... 6

1.4.1. A reforma de sector financeiro .......................................................................................... 7

1.5. Instituição de crédito e as sociedades financeiras ............................................................. 9

1.4.1. Instituições de intermediação financeira não monetária .................................................. 10

1.5.1. Características Instituições financeiras intermediarias não monetárias ...................... 11

1.6. Intervenção pública no sistema financeira ...................................................................... 12

Conclusão................................................................................................................................... 14

Referências bibliográficas.......................................................................................................... 16

0
Introdução
Partindo do pressuposto que Direito Bancário é um conjunto de princípios e normas jurídicas que
regulam a actividade bancária, a constituição e funcionamento das instituições financeiras, cujo
esse direito subdivide-se em duas áreas distintas que são da organização do sistema financeiro e as
actividades das instituições de crédito e sociedades financeiras. Portanto, para o presente trabalho
teremos que avançar com a área de organização do sistema financeiro. O que importa dizer que, o
presente trabalho tem como tema Direito bancário Institucional. Que é área de direito bancário que
se responsabiliza no processo de organização e o garante funcionamento através de fiscalização do
sistema financeiro.

Pois, é de interesse maior saber que nem todas as instituições e sociedades financeiras, possuem
um caracter autónomo de exercer as suas actividades sem que haja fiscalização de uma outra
instituição, ou seja, no âmbito de exercício das suas actividades possuem autonomia exercer
mesmas as actividades tal como o Banco central exerce. É nesse que neste trabalho iremos
desenvolver sobretudo.

Visando no desenvolvimento desse trabalho guiaremo-nos no seguinte objectivo geral: explicar em


que consiste o direito Bancário institucional. E diante desse objectivo, também poder-se proceder
a pesquisa conforme nos seguintes objectivos específicos:

 Definir o direito bancário institucional;


 Explicar os sistemas financeiros;
 Discutir sobre o sistema financeiro Moçambicano, e;
 Esclarecer o porque a intervenção pública no sistema financeiro.
Para a efectivação do trabalho aplicou-se o método bibliográfico e o uso de internet ao nosso dispor.

1
1. DIREITO BANCARIO INSTITUCIONAL
Antes porem de avançar sobre o direito bancário institucional, importa numa primeira fase em
procurar entender o que é direito bancário, num contexto geral.

No âmbito dos conceitos, Fernando Conceição (1990), 1 Conceitua o direito bancário sendo como,
um ramo de direito privado composto por regras e princípios que visam regular a actividade
bancaria e as demais instituições financeiras2.

Santiago (2013), Direito bancário é ramo de direito privado especializado no tratamento de


dinheiro, das instituições vocacionadas a trabalhar com ele assim como das relações que nascem
do contacto entre estes com o individuo.

E por sua vez para Leandro Malini, o Direito Bancário é composto por um conjunto de princípios
e normas jurídicas que regulam a actividade bancária, a constituição e funcionamento das
instituições financeiras, podendo também ser aplicado à recepção de depósitos, o empréstimo de
fundos, e uma série de outro tipo de operações activas e passivas. Nisso, importa dizer que Podemos
compreender a actividade bancária como o conjunto de práticas, actos ou contratos executados por
instituições bancárias, ou seja aquilo que conhecemos como operações bancárias.

Portanto no âmbito da definição de vários autores acima citados, pode ainda compreender-se que
Direito Bancário abrange normas e princípios jurídicos que são ligados com a banca, a qual abrange
o universo relativo aos bancos, às instituições de crédito, às sociedades financeiras e, em geral, à
actividade desenvolvida por essas entidades, com os seus clientes.

Assim sendo, frisa dizer que diante dos estudos do direito bancário, temos, as instituições de crédito
e as sociedades financeiras as quais submetem-se a regras de densidade crescente. Fala-se, a tal
propósito, num sistema financeiro. Portanto o direito bancário regula e estuda duas grandes áreas.

A de organização do sistema financeiro, o dito Direito Bancário institucional: cujo debruça-se sobre
os bancos e demais instituições, as condições de acesso à sua actividade, a suspensão e a
fiscalização e as diversas regras conexas; e, as actividades das instituições de crédito e sociedades

1
Fernando Conceição Nunes, Direito Bancário, Vol. I., LISBOA, 1990.
2
António Menezes Cordeiro, Manual de Direito bancário, 2 edição, Almedina Coimbra,2001, pag 18.

2
financeiras a qual se designa direito bancário material que tem a ver com as relações interbancárias
e com as relações que se estabeleçam entre a banca e os particulares.

1.2.Direito bancário institucional

Portanto, designa-se direito financeiro institucional uma área de direito bancário que estuda sobre
os bancos e demais instituições, as quais de acesso a sua actividade, a regulação ou supervisão,
fiscalização e os demais regras. Portanto, esta área despõe de uma grande delimitação, neste caso
o direito Públio, que tem a ver com a actuação financeira de estado.

Isto é, no direito bancário institucional, A organização bancaria ou o direito bancário institucional


é a parte do direito bancário que cuida da disciplina jurídica da organização do distem bancário ou
seja cuida das instituições especializados no tratamento do dinheiro. Direito Bancário institucional
congrega as normas da organização e funcionamento do banco de Moçambique, o regime geral
das instituições de credito e sociedade financeira3 e toda a legislação complementar que se mantem
em vigor. O direito bancário este dividido em duas partes concretamente. Direito bancário material
e Direito bancário institucional.

1.3.Sistema Financeiro Moçambicano


Conceitos

As instituições financeiras são o motor do sistema financeiro, ao intermediarem as relações entre


os demais agentes do sistema, elas garantem o funcionamento dos sistemas de pagamentos e
liquidação, permitindo ainda o desenvolvimento de uma variedade de produtos financeiros que
facilitam as transações (Dos Santos, 2022).

Conforme Governo de Moçambique (2013)4 Define o sistema financeiro como conjunto de


instituições financeiras que operam em Moçambique. Incluem instituições de crédito, sociedades
financeiras e operadores de microfinanças, que estão sob a supervisão do Banco de Moçambique

3
aprovado pela lei 15/99 de 1 de
Novembro, seno que as sociedades financeiras este pelo cuidado da sua produção e
aprovação, complexidade e introdução de soluções acertadas10 e é classificada como um
verdadeiro código de direito bancário institucional

4
Governo da República de Moçambique (2013). Estratégia de Desenvolvimento do Sector Financeiro 2013-2022.
Acesso no site:
3
(BM), as empresas de seguros, que estão sob a supervisão do Instituto de Supervisão de Seguros
de Moçambique ou Ministério das Finanças, os operadores da Bolsa de Valores, que estão sob
supervisão conjunta do BM e da Bolsa de Valores de Moçambique e os fundos de pensões.

Segundo Giurco (2011), o sistema financeiro é composto pela banca, pela bolsa e pelos seguros e
o seu objetivo é a adequada alocação dos recursos com a criação de capital financeiro e na sua
canalização para os investimentos social e economicamente produtivos, ainda que não se
explicitem os meios para o alcançar.

Para Cardim et all (2007)5.O sistema financeiro é constituído por instituições e mercados voltados
para a viabilização de transações com promessas de pagamento a ser realizado no futuro, feitas por
agentes, que se tornam assim devedores; e aceitas por outros agentes, como direitos a serem
exercidos na mesma data, tornando-se com isto credor dos primeiros.

Assim sendo podemos entender que sistema o financeiro, trata-se de conjunto de instituições, meios
e mercados que permitem que as poupanças de alguns agentes económicos sejam canalizadas para
os demandantes de crédito. Ou seja Sistema Financeiro podemos definir como conjunto de
mercados financeiros presentes numa determinada economia (que por sua vez são definidos em
função de classes de activos transacionados), as instituições financeiras e os restantes agentes
econômicos que interagem nesses mercados, estando sujeitos a controles regulatórios de
instituições específicas.

Conforme no disposto dos autores acima citados, O sistema financeiro tem como funções principais
a intermediação de agentes superavitários e deficitários, a prestação de serviços financeiros e servir
como mecanismo de pagamentos. Por meio da alocação de fundos, o sistema financeiro cumpre o
papel primordial de alocar os recursos monetários para as empresas, famílias e governos e reduzir
a quantidade de capital ocioso e a promoção do lucro, promovendo deste modo o desenvolvimento
social e económico das sociedades.

5
Cardim et alli (2007). Economia Monetária e Financeira. Rio de Janeiro: Campos.
4
De forma geral no sistema financeiro moçambicano encontramos dois sistemas que são sistema
monista clássica, a qua pode se designar de sistema anglo-saxónico e Sistema Dualista (Two-tier
Board) que também designa-se de Modelo Alemão.

1.3.1. Sistema Monista Clássico ou simplesmente sistema Anglo-Saxónico

Segundo Carvalho (2022, 81) o modelo de nível único (unitary board), é composto por
administradores executivos e não executivos. O Conselho de Administração é responsável por
todas as atividades da empresa, e todos os administradores trabalham com as mesmas atribuições.
Os acionistas elegem os administradores para o Conselho de Administração na assembleia geral da
empresa. Este modelo tende a ver os administradores independentes, cuja experiência e
conhecimento, como apoio de pareceres e lobby. Em primeiro lugar, o poder do Conselho de
Administradores está no seu dever de nomear, avaliar, e, se necessário, de demitir o Presidente da
Comissão Executiva. Mas a responsabilidade geral pela empresa reside no poderoso PCE. E este
facto tem sido muito questionado sob qual é o “verdadeiro trabalho da corporate governance” sob
o modelo unitário (monista).

1.3.2. Sistema Dualista (Two-tier Board – Modelo Alemão)

A estrutura do Conselho de Administração dois-níveis tenta ultrapassar o problema fundamental


do unitary board, separando o papel de desempenho da comissão executiva (gestão) da
responsabilidade de conformidade do CA (monitorização). Assim, neste modelo de único corpo,
ninguém é responsável tanto pelo desempenho como pela conformidade. Em contraponto, nas
relações entre os membros do Conselho de Administração e os administradores executivos, no CA,
são básicos.

No âmbito desse sistema, Carvalho (2022), 6Avança que a em relação ao sistema alemã quanto ao
governo das corporações, das grandes empresas e das empresas públicas, apresenta dois níveis: o
CA (o conselho de supervisão (CS), o Aufschtsrat), e a comissão executiva (o Vorstand). O CA é
composto por administradores não executivos (NED) e a comissão executiva por administradores

6
Carvalho, R. M. (2022). Deveres da Corporate Governance, Representação das partes interessadas no Conselho de
Administração, Lisboa, Editora Lidel.
5
executivos. Na prática, os membros da comissão executiva participam nas reuniões do CA, mas
não têm voto. Os administradores executivos apresentaram as suas estratégias, planos de gestão e
orçamentos ao CA para este analisar e emitir recomendações. Se necessário, o CA remete as
questões para os executivos para consideração de ajuste, reservando o direito de rever e avaliar
subsequentemente o desempenho de gestão. O CA tem a capacidade de nomear e de demitir os
administradores executivos.

Portanto, no âmbito desses dois sistemas, pode-se acreditar que, o sistema financeiro
mocambicanno é dualista, isto é, abrange o sdois sistemas, quer alemã e anglo-saxonico.

1.4.Origem e desenvolvimento do Sistema financeiro


Em breve historial, entende-se que o sistema financeiro teve sua origem em Maio de 1975, apois a
criacao do Banco de Moçambique que substituía o Banco Nacional Ultramarino nas funções de
banco emissor e comercial. Portanto, o banco de Moçambique exercia também as funções de banco
central num sistema bancário que era constituído por outras instituições nomeadamente as filiais
do Banco de Crédito Comercial e Industrial e do Banco Comercial de Angola, com sede em
Luanda, as filiais do Banco do Fomento Nacional e do Banco Pinto e Sotto Mayor, nacionalizados
em Portugal, o Banco Standard Totta de Moçambique, a Casa Bancária da Beira, a Caixa
Econômica do Montepio de Moçambique e o Instituto de Crédito de Moçambique, Instituição
estatal.

Portanto, desde a independência em 1975 até 1992, o sistema financeiro tinha vestígios de
monobanco. Na época, o Banco de Moçambique assumia papéis de Banco central e comercial em
simultâneo, controlando a maior parcela do mercado bancário. Ele cobria 100% das operações
bancárias com o exterior, dominava 80 % do mercado creditício desde 1975 até 1988, e era detentor
de 90 % de depósitos das empresas, revelando ter prevalecido um sistema de banco universal com
elevado grau de concentração bancária. Nesse período, o Banco de Moçambique dividia o mercado
com mais dois Bancos, nomeadamente o Banco Popular de Desenvolvimento (BPD) e o Banco
Standard Totta de Moçambique (BSTM) que exercia funções de um Banco comercial
(MALEIANE, 1997, p. 2). No geral, o funcionamento do sistema, neste período, foi marcado por
muitos aspectos negativos para a economia de Moçambique, nomeadamente a permissão de actos

6
de sabotagem como a descapitalização do país, acompanhada pela fuga de quadros, e ainda a
dificuldade de enquadramento dos bancos estrangeiros nos objectivos preconizados pelo Governo.

1.4.1. A reforma de sector financeiro


O ano de 1984 foi de início das reformas da política económica em Moçambique através da
introdução de uma nova legislação que permitiu: Entrada de novos actores, Privatização dos bancos
do Estado, e Reforço do papel do Banco de Moçambique (BdM) como banco central.

Portanto, Em 1992, foi criado o Banco Comercial de Moçambique (BCM), tendo o BdM deixado
de exercer as funções de banco comercial.

Após a Reforma do sector financeiro ocorrida nos anos noventa, houve uma separação nas funções
a serem desempenhadas pelo Banco de Moçambique (B.M), passando somente a exercer a função
de Banco Central. Paralelamente a isso, mediante os processos de privatizações dos Bancos Estatais
que ocorreram durante a década de noventa (caso do Banco Popular de Desenvolvimento - BPD,
que se converteu em Banco Austral e o Banco Comercial de Moçambique - BCM, sendo
privatizado em 1995 pelo BCP- Banco Comercial de Portugal), apareceram novos operadores no
sistema bancário, tornando-se mais segmentado no cumprir de suas tarefas (vide anexo 1 - as
instituições bancárias e não bancárias, atualmente). Não obstante, notou-se que algumas
instituições continuaram exercendo funções de banco universal, sendo o caso do Banco
Internacional de Moçambique (BIM), que actua como Banco Comercial e Banco de Investimentos,
lidando com ativos de curto e de longo prazo.

Em 2003, o sistema financeiro moçambicano deixou de ser dominado pelo Estado passando para
um sistema baseado no mercado aberto dominado por bancos privados que representavam cerca de
95 por cento do total de activos do sistema financeiro do Pais. Antes de 2003, a concessão do
crédito era limitada devido à existência de elevados níveis de crédito não reembolsado (NPLs) no
sistema bancário, elevadas e voláteis taxas de juro impulsionadas pela falta de concorrência no
sistema bancário, bem como pela existência de um ambiente de crédito pouco atractivo. As
elevadas e voláteis taxas de juro de crédito em Meticais também desafiaram a estabilidade e o
desenvolvimento do sector financeiro estimulando a dolarização da economia e o aumento do custo

7
da dívida pública interna. Ao expor a capacidade de pagamento dos devedores a riscos cambiais (e
portanto, à solvência dos próprios bancos) a dolarização da economia aumentou a vulnerabilidade
do sistema financeiro aos choques da taxa de câmbio. Para colmatar problemas do sector bancário,
entre 2005 e 2012, importantes reformas macroeconómicas e no sector financeiro foram realizadas
pelo Governo. Este, em colaboração com os doadores e a sociedade civil, desenvolveu e
implementou reformas no sector financeiro suportado pelo projecto de Assistência Técnica ao
Sector Financeiro (FSTAP). As referidas reformas consistiram:

(i) Na alteração e/ou adopção de novas leis e regulamentos no quadro regulatório do


sistema financeiro;
(ii) Criação de novos mecanismos institucionais para supervisão bancária e resolução de
litígios comerciais;
(iii) Na introdução das Normas Internacionais de Relato Financeiro (NIRF);
(iv) Na criação do Gabinete de Informação Financeira de Moçambique (GIFiM;
(v) Introdução do subsistema de transferência electrónica de fundos, e;
(vi) No aumento da transparência no reporte financeiro e no uso de instrumentos de mercado
na implementação da política monetária e cambial. Como resultados destes esforços,
registou-se: O aumento de activos totais no sistema financeiro, fixados em pouco menos
de 2 biliões de dólares norte-americanos em 2003;
(vii) Diminuição da intervenção do Estado no sector bancário, e;
(viii) Redução de crédito não reembolsado no sistema bancário.

Até 2010 os Bancos detinham quase todos os activos do sector financeiro em Moçambique, e os
três maiores bancos com capitais maioritariamente estrangeiros (Banco Internacional de
Moçambique, Banco Comercial e de Investimento, e o Standard Bank) respondiam por 85 por
cento do total de activos do sector bancário.
As Instituições de microfinanças (IMFs) e microbancos que são pequenas instituições sem
importância sistemática, embora tenham-se expandido rapidamente nos últimos anos, partindo de
19 IMFs em 2003 para as actuais 202 IMFs registadas junto do BM acreditando-se ainda que exista
um número maior operando sem licença. O sector das pensões é dominado pelo regime
compulsório do sector público, segundo sistema de repartição (PAYGO). Entretanto, existe um

8
número reduzido de empresas privadas que oferecem fundos de pensão. O sector de seguros
também é pequeno (com contribuições inferiores a 1 por cento no produto interno bruto-PIB),
passando para 1,4% em 2011 e consiste em cinco empresas privadas em 2003 e 13 empresas em
2011 dos quais uma de capital maioritariamente detida pelo Estado. O mercado de capitais
encontra-se num estágio de crescimento, registando actualmente 16 títulos listados, dos quais dois
são acções corporativas e o restante são obrigações.

1.5.Instituição de crédito e as sociedades financeiras


As instituições de crédito são empresas cuja actividade consiste em receber do público depósitos
ou outros fundos reembolsáveis para os aplicarem por conta própria através da concessão de
crédito.

Tratam-se de bancos, caixas económicas, Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, caixas de
crédito agrícola mútuo, sociedades de investimento, sociedades de locação financeira, sociedades
de factoring, sociedades financeiras para aquisição a crédito, sociedades de garantia mútua,
instituições de moeda eletrónica e outras empresas qualificadas como tal pela lei.

Porem, no seu contexto legal, as instituições de crédito estão reguladas nos termos do artigo 31 da
lei 11/2001 de 20 de MarÇo e as sociedades financeiras sao regulados nos termos do art. 35 de lei
supracitada.

Conforme Ccertorio (2005), Instituição financeira é uma entidade responsável por captar recursos
e concessão de crédito na sociedade. Além disso, atuam na intermediação da compra e venda de
valores mobiliários. A instituição financeira contribui de forma relevante ao Sistema Financeiro
Nacional, assim como para o desenvolvimento da economia nacional. Em resumo, elas possuem
como principal objetivo a captação de recursos dos agentes superavitários visando emprestá-los
aos agentes deficitários.

As funções de uma instituição financeira são diversas, indo desde a concessão de empréstimos e
financiamentos, até a realização de transações bancárias. Além disso, as instituições financeiras
também podem gerenciar recursos de seus próprios clientes, assim como servir como intermediador
nos investimentos.

9
A escolha de uma instituição financeira deve ir de encontro a necessidade do cliente. É preciso
selecionar as que melhor se adéquam ao seu perfil e demanda. Como cada uma delas apresentam
funções diferentes, pode ser necessário ter mais de uma.

1.4.1. Instituições de intermediação financeira não monetária


Antes porem de falar das instituições de intermediação financeira não monetária, há necessidade
de saber o que e a intermediação financeira. Portanto, conforme A Intermediação Financeira é uma
operação que diz respeito à captação de recursos pelas instituições financeiras, transferindo
dinheiro de agentes econômicos superavitários para os agentes deficitários. Por sua vez considera-
se instituições financeiras aquelas que atuam no setor financeiro de maneira abrangente. Ou seja:
vai muito além dos bancos comerciais envolvendo corretoras de valores, bancos de investimentos,
entre outros.

Portanto, as instituições financeiras actuam como intermediárias entre aqueles que precisam de
dinheiro (ou seja, tomadores de crédito) e entre aqueles que desejam investir o seu dinheiro (ou
seja, aqueles que desejam conceder crédito).

Sendo assim, um investidor aloca capital em um produto financeiro nessa instituição, que pode ser
um activo de renda variável ou fixa, e o tomador de crédito pegar aquele valor para suas operações.

Pois, frisa dizer que nos sistemas financeiros encontram-se Instituições Financeiras Bancárias
(monetárias) e não Bancárias (não monetária). As Instituições Financeiras Bancárias (monetárias),
captam recursos através de depósitos, ao passo que as instituições financeiras não-monetárias
efectuam a mesma operação via colocação de títulos em mercado de capitais. Fazem parte das
Instituições Financeiras monetárias, os bancos comerciais, os bancos de investimento, as
cooperativas de crédito e os bancos de poupança.

Portanto, os Bancos Comerciais actuam como intermediários entre depositantes e tomadores de


crédito e geralmente manuseiam activos e passivos de curto prazo. Este tipo de instituição bancária,
capta recursos através de depósitos à vista junto da clientela. Com a captação de depósitos à vista,
os bancos comerciais tornam-se capazes de aumentar os meios de pagamentos da economia via
efeito multiplicador. Este efeito multiplicador é gerado na medida em que nem todo o valor
depositado pelos agentes econômicos nos bancos comerciais é resgatado pelos mesmos de uma só

10
vez. No entanto os saques dos clientes costumam ser feitos periodicamente. Daí, parte desse valor
que se encontra nos caixas dos bancos, será destinado à concessão de novos empréstimos a
entidades jurídicas e físicas. Assim se expande o volume de papel-moeda em circulação na
economia. Entretanto, devido aos riscos que estas instituições estão sujeitas a passar, as autoridades
monetárias (Bancos Centrais) exigem que os bancos comerciais tenham contas de reservas
monetárias junto a eles (bancos centrais). Isso serve para evitar possíveis crises de insolvência por
parte destes bancos.

1.5.1. Características Instituições financeiras intermediarias não monetárias


Caracterizam-se por afectar a velocidade de circulação da moeda, mas não podem receber
depósitos à vista do público e, assim, não criam meios de pagamento. Assim, pode-se considerar
das instituicoes intermediárias não monetárias as seguintes:

1. Bancos de investimentos: têm a função de operar em financiamento de médio e longo prazos,


para capital de giro e investimentos fixos nas empresas. Os seus recursos basicamente são oriundos
dos depósitos a prazo fixos e repasses.

2. Bancos de desenvolvimento: visam dar apoio financeiro às iniciativas econômicas dos Governos
Federal e Estadual (também apoiando o capital de giro e investimentos fixos nas empresas). Seus
recursos são provenientes de depósitos a prazo e repasses (BACEN, BNDES, FINAME).

3. Sociedades de crédito, financiamento e investimento: têm o objetivo de atender o crédito direto


ao consumidor. Isto é, prover recursos para financiar a aquisição de bens de consumo durável
através da emissão e do aceite de letras de câmbio.

4. Sociedades de crédito imobiliário: têm por finalidade o financiamento da habitação, construção


e aquisição de moradias. Captam recursos via colocação de letras imobiliárias e depósitos de
poupança. Cabe lembrar que os bancos de desenvolvimento, sociedades de crédito, financiamento
e investimento, bem como as sociedades de crédito imobiliário, compõem um segmento do sistema
não considerado nesta dissertação.

11
Objetivos Finais de Intermediários é estimar o efeito do planejamento estratégico no desempenho
financeiro de bancos. Para que esse objetivo principal da pesquisa possa ser atingido, há
necessidade de definir outros objetivos intermediários:

• Buscar na revisão da literatura as contribuições dos pesquisadores sobre planejamento estratégico


e desempenho financeiro;

17 • Definir conceitualmente e operacionalmente o constructo planejamento estratégico;

• Definir conceitualmente e operacionalmente o constructo desempenho organizacional;

• Selecionar o domínio conceitual do constructo planejamento estratégico apropriado para o


presente estudo;

• Selecionar o domínio conceitual do constructo desempenho organizacional apropriado para o


presente estudo;

• Identificar na literatura a relação entre planejamento e desempenho

1.6.Intervenção pública no sistema financeira


Para a preservação da estabilidade do sistema financeiro, o BM dispõe de mecanismos e
instrumentos legais 7que lhe permitem actuar preventivamente sobre instituições consideradas
inviáveis, em risco de inviabilidade ou de insolvência, destacando-se as medidas de intervenção
correctiva e os poderes e instrumentos de resolução.

Em caso de liquidação de uma instituição financeira, a preservação da estabilidade financeira é


assegurada pela prevenção da corrida ao depósito através do reembolso (em tempo útil) dos
depósitos segurados pelo Fundo de Garantia de Depósitos. Portanto, as medidas de intervencao
correctivaservem para salvaguardar a estabilidade do sistema financeiro, o Banco de Moçambique
dispõe, nos termos da Lei das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (LICSF)8, de um
conjunto de medidas que pode adoptar quando as instituições não cumprem ou estejam em risco

7
Lei 1/92 de de 3 de janeiro
8
Lei 20/2020 de 31 de Dezembro, Lei das instituições de credito e sociedades financeiras
12
de não cumprir as normas que disciplinam a sua actividade. Trata-se de medidas de intervenção
correctiva.

A adopção das medidas correctivas tem por objectivo garantir, essencialmente, a recuperação da
instituição em dificuldades, de modo a assegurar a continuação do exercício da sua actividade, uma
vez sanadas as dificuldades que a tenham acometido.

Nos termos da LICSF, verificando-se que as medidas de intervenção correctiva aplicadas não
permitiram recuperar a situação ou considerando-se que as mesmas seriam insuficientes, pode o
BM, alternativamente:

Aplicar uma ou mais medidas de resolução; ou revogar a autorização para o exercício da respectiva
actividade, seguindo-se o regime de liquidação.

A resolução bancária pode ser entendida como sendo o processo de reestruturação de uma
instituição por uma autoridade de resolução, no caso, o BM, mediante a aplicação de um conjunto
de poderes e instrumentos (de resolução) previstos na lei, quando estejam preenchidos os requisitos
(legais) para o efeito, visando o alcance de determinadas finalidades.

O BM pode aplicar medidas de resolução baseadas nos seguintes instrumentos de resolução:

 Alienação parcial ou total da actividade;


 Transferência parcial ou total da actividade para uma instituição de transição;
 Segregação de activos;
 Redução ou conversão de instrumentos dos fundos próprios.

Portanto, A resolução de uma instituição financeira ocorre quando estejam preenchidos os


seguintes requisitos: O BM, no exercício das suas funções de autoridade de resolução, ter declarado
que uma instituição se encontra em risco de inviabilidade ou de insolvência;

Não ser previsível que a situação de insolvência seja evitada num prazo razoável através do recurso
a medidas executadas pela própria instituição ou da aplicação de medidas de intervenção
correctiva; As medidas de resolução serem necessárias para a defesa do interesse público; A entrada
em liquidação da instituição, por força da revogação da autorização para o exercício da sua
actividade, não permitir atingir com maior eficácia as finalidades prosseguidas com a aplicação das
13
medidas de resolução. Nisso Banco de Mocambique tem em vista as seguintes finalidades, na
aplicação de medidas de resolução: Assegurar a continuidade da prestação dos serviços financeiros
essenciais para a economia;

Prevenir a ocorrência de consequências graves para a estabilidade financeira, nomeadamente evitar


o contágio entre entidades, incluindo as infra-estruturas de mercado, e manter a disciplina de
mercado; Salvaguardar os interesses dos contribuintes e do erário público, minimizando o recurso
ao apoio financeiro público; Proteger os fundos dos depositantes cujos depósitos sejam garantidos
pelo Fundo de Garantia de Depósitos;

Proteger os fundos e os activos detidos pelas instituições em nome e por conta dos seus clientes, e
a prestação dos serviços de investimento relacionados. Quando uma instituição não seja
considerada passível de resolução, fica sujeita ao regime de liquidação nos termos da lei aplicável.

Conclusão
Chegando ao conclui-se o presente trabalho que teve como tema pricipal, o direito bancario
institucional, chegou-se ao término da pesquisa tendo-se colhido os resultados positivos. Diante
desse tema, foi se peceber que o direito bancario institucional como uma área de direito bancário
que estuda sobre os bancos e demais instituições, as quais dê acesso a suas actividade, a regulação
ou supervisão, fiscalização e os demais regras. Portanto, é com base com que estas actividades wue
os bancos tem exercido a fim de monitorar as actividades doutros bancos ou seja, instituicoes
financeiras. Cujo, conjunto das instituições financeiras qual forma um sistema financeiro que é
conceituada como conjunto de mercados financeiros presentes numa determinada economia.

Portanto, o sistema financeiro Moçambicano encontramos dois sistemas que são sistema monista
classica, a qua pode se designar de sistema anglo-saxónico e Sistema Dualista. Quanto a sua origem
e desenvolvimento, o sistema financiario Mocambicano tem como marco da sua origem em Maio
de 1975, apois a criacao do Banco de Moçambique que substituía o Banco Nacional Ultramarino
nas funções de banco emissor e comercial, cujo funcionamento do sistema neste período, foi
marcado por muitos aspectos negativos para a economia de Moçambique. E que em 1984 foi de
14
início das reformas da política económica em Moçambique através da introdução de uma nova
legislação que permitiu: Entrada de novos actores, Privatização dos bancos do Estado, e reforço do
papel do Banco de Moçambique (BdM) como banco central.

Quanto as Instituições financeiras intermediárias não monetárias, caracterizam-se por afectar a


velocidade de circulação da moeda, mas não podem receber depósitos à vista do público e, assim,
não criam meios de pagamento.

Emm relacao a Intervenção pública no sistema financeira, importa dizer que, o estado interfere -se
no sistema financeiro, através do Banco Central ao dispor mecanismos e instrumentos legais, afim
de preservar a estabilidade do sistema financeira, permetindo prevenir nos riscos de inviabilidade
ou de insolvência, destacando-se as medidas de intervenção correctiva e os poderes e, instrumentos
de resolução.

15
Referências bibliográficas
Lei nº 1/91 de 3 de Janeiro, Lei Organica de Banco de Mocambique.

Decreto 11/2001 de 20 de Marco, Regulamento da Lei das instituições de crédito e sociedades


financeiras.

Lei 20/2020 de 31 de Dezembro lei que regula as instituições de crédito e sociedades financeiras

CARVALHO, R. M. (2022). Deveres da Corporate Governance, Representação das partes


interessadas no Conselho de Administração, Lisboa, Editora Lidel.

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GOVERNO DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE (2013). Estratégia de Desenvolvimento do


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