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Fontes do Direito Bancário

A Constituição da República, baseia-se no sistema jurídico de inspiração romano germânico,


onde a lei é principal fonte do direito, visto que é na CRM é a nossa lei mãe, onde nasce o
sistema financeiro nacional, art. 126 e ss da CRM.

Avisos e instruções do BM são regras gerais e abstractas aprovadas pelo BM, são leis materiais
cuja positividade jurídica deriva das normas que instituem o seu poder regulamentar. O BM
tem poderes normativos que constituem na possibilidade de emitir comandos: regulamentos
jurídicos gerais, abstractos, visando disciplinar certos aspectos do sistema financeiro, tendo
como destinatários as instituições e o público, quanto a iniciativa regulamentar.

Convenções internacionais, trata-se de convenções internacionais ratificadas pela AR que


tratam matérias sobre livranças, letras, uso de cheques.

Direito comercial, o direito bancário é um ramo do direito comercial, porque que regula as
operações dos bancos e a actividade daqueles que a praticam em carácter profissional.

É no direito comercial onde encontramos os contratos financeiros, títulos de créditos., normas


de empréstimo, sobre depósito, etc.

Legislação extravagante, trata-se LOB, lei das instituições créditos e de sociedade financeiras,
prevê-se a criação de códigos de conduta, pelas associações representativas. Lei cambial,
mercado monetário interbancário, lei de valorização do cheque, lei sobre branqueamento de
capitais, avisos dos bancos, decretos do CM, diplomas ministeriais.

Usos bancários, trata-se de práticas reiteradas e generalizada e que não sejam materialmente
contrários aos princípios de boa-fé. São justificados pela autonomia privada, pela lei, por
costume, são fonte mediata do direito bancário.

Normas de conduta, as instituições bancárias operam por normas de conduta, que são regras
e princípios éticos sem qualquer coercibilidade mas constituem imposição ética, moral, ou
deontológico. Ex: sigilo profissional, dever de respeito pelas regras de concorrência, dever de
elevada competência, etc.
Diferença entre o direito bancário material do direito bancário institucional

O direito bancário material é o direito contratual, reporta-se aos determinados contratos


comerciais ou bancários, submetendo-se ao direito das obrigações, com as particularidades
ditadas pela sua natureza comercial e com especificidades propriamente bancárias, que
manifestem. O direito bancário material é considerado o direito dos actos bancários, visto que,
é o direito da actividade das instituições de crédito e de sociedade financeira, no seu
funcionamento com os particulares, ao passo que,

Direito bancário institucional corresponde a disciplina jurídica do sistema financeiro, das


instituições especializadas no tratamento do dinheiro. O sistema financeiro é um conjunto de
ordenados comum que visam globalmente realizar a função social de intermediação entre
aforradores – investidores e os que carecem da poupança para a prossecução dos seus fins, nos
quadros da política definida. É aqui onde fala-se do direito público, no domínio do direito
bancário institucional, tem a ver com a função e a actuação financeira do Estado através do
BM.

Diferença entre informação ao cliente da informação do cliente

Informações ao cliente quando se trata de um cliente ou uma pessoa, que com um banqueiro,
mantenha uma relação de negócios contínua e duradoura. O banqueiro está obrigado a prestar
informações que ex boné fide, tenham a ver com a relação em curso, além disso, há deveres de
informações relativos aos contratos concretos. A instituição financeira, tem conhecimentos e
experiencia para, perante cada negócio, reconhecer, de imediato, o ponto de dever ser
informado, ao cliente. Assim, num processo tendente a concessão de crédito, haverá que
informar, com toda clareza, que o banco se reserva o direito de, ate a conclusão do contrato,
não conceder qualquer crédito.

Informação do cliente, o banqueiro conhece os meandros da vida patrimonial e pessoal dos


seus clientes. Um negócio simples, como o da obtenção de crédito para habitação por exemplo,
levará operações de rotina, o banqueiro a ficar na posse das declarações de rendimentos do
cliente, de uma descrição do seu património e ate o seu estado de saúde, já que, em regra, essas
operações são acompanhadas de seguros de vida, procedido de exames médico, a que o
banqueiro tem acesso. Todas essas informações o banqueiro pode presta-las? Com a autorização
do cliente e nos casos previstos na lei, mediante previa autorização jurisdicional.

Os sujeitos da relação jurídica bancária

Os sujeitos da relação jurídica bancária são:

a) O banqueiro, segundo o António Menezes Cordeiro, serve para designar, globalmente,


as instituições de créditos, as sociedades financeiras, ou empresas de investimentos,
enquanto entidades legalmente habilitadas a praticar, em termos profissional, os actos
bancários. A ideia prática profissional, é prática habitual, numa sequência articulada,
com fins lucrativos e exclusivos, por que só o banqueiro pode desenvolver ou praticar
os actos bancários. Os bancos são equiparados com uma capacidade bancária
generalizada e depois as outras entidades com um teor especializado.
b) O cliente, é a pessoa que contacta o banqueiro, o cliente do banqueiro ou o cliente. O
cliente pode ser classificado de acordo com a sua natureza, podendo ser privado ou
colectivo, dentro destes podem ser associações, sociedades ou instituições de diversa
natureza pública ou privada.
c) Os menores, trata-se dos menores, interditos, e os inabilitados podem aceder a banca
na medida em que estejam em causa actos ao alcance da sua capacidade. No tocante
aos menores, a regra básica é a da incapacidade art. 123º do CC. Os menores devem
ser representados junto do banqueiro, art. 124, para interditos artigo 138 e inabilitados
art. 153, através de assistência de um curador.

Relação existente entre o direito bancário, direito comercial, direito administrativo e


processo civil

Relação do direito bancário com outros ramos de direito


a) Direito administrativo, o direito bancário é regulado por actos e normas de natureza
pública administrativo, porque o BM é regulado por um estatuto orgânico que é do
direito público, e a lei de instituições de crédito e sociedades financeiras atribui a este
banco não só a supervisão mas também o registo destas, e fica logo claro que o direito
bancário está sujeito as normas do direito administrativo.
b) Direito processual civil, aceitação dos extractos de conta bancária como títulos
executivos, integram-se na alínea d) do art. 46 do CPC.
c) Direito comercial, a relação existente é o facto de direito bancário ter como objecto a
actividade bancária que é da natureza mercantil.
II PARTE

Ráido e Adelaide, casados em comunhão geral de bens desde 6 de Agosto de 2010, residentes
na cidade MV, onde o casal teve como fruto do relacionamento 2 filhos, a Áquila e Ían.

No dia 7 de Abril de 2018, por cerca das 10h:45, Ráido, dirigiu-se ao Banco OMM, em que é
cliente, com o objectivo de recolher alguma informação sobre a sua conta bancária e para
depois prestar a mesma à sua esposa.

Situação que indignou o Xavito, trabalhador do banco, entendendo assim que não poderia lhe
facultar alguma informação uma vez que o Ráido passaria a mesma à sua esposa ou no mínimo
devia fazer por escrito um requerimento dirigido ao Governador do BM, solicitando essa
informação.

Algo que não deixou a Adelaide satisfeita e por volta das 12h:30 min, a pedido de Ráido, ela
dirigiu-se ao mesmo banco e por coincidência foi atendida por Pedrito trabalhador e ex-
namorado, onde o mesmo não hesitou e facultou a informação que a Adelaide pretendia, sobre
a conta do seu esposo.

Quid júris?

R: Xavito, como trabalhador do banco, ao recusar facultar alguma informação ao Ráido, cliente
do mesmo banco sobre a sua conta bancária, violou de forma clara o artigo 64, da Lei 20/2020
de 31 de Dezembro.
Pedrito, também como trabalhador do banco, ao facultar a informação que a Adelaide
pretendia, sobre a conta do seu esposo, viola de clara o artigo 48 da Lei 15/99 de 1 de
Novembro conjugado com o artigo 73 da Lei 01/92 de 3 de Janeiro, sobre segredo ou sigilo
bancário e 72 da da Lei 20/2020 de 31 de Dezembro.

O Pedrito, só devia prestar informações do seu cliente Ráido, mediante a autorização do cliente
e nos casos previstos nos artigos 73 da da Lei 20/2020 de 31 de Dezembro, conjugado com o
artigo 73 da Lei 01/92 de 3 de Janeiro.

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