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1. Introdução.................................................................................................................. 2
2.1Generalidades .............................................................................................................. 3
Conclusão ....................................................................................................................... 16
Bibliografia ..................................................................................................................... 17
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1. Introdução
1.1 Objectivos
1.1.1 Objectivo Geral
Discutir o domicilio como instituto juridico
1.1.2 Objectivos Especificos
Definir domicílio;
Diferenciar domicílo com outros conceitos;
Identificar as modalidades de domicílio;
Descrever a importancia do domicílio.
1.2 Metodologia
Paralelamente, uma das tecnicas usadas para a colecta de dados foi a observação, na
medida em que se comparava os diversificados manuais sobre o tema em estudo.
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2. Fundamentação Teorica
2.1Generalidades
As exigências dos tempos modernos e o modo de os homens estarem em sociedade
fazem com que a generalidade das pessoas se encontrem radicadas em determinados
lugares, onde têm organizada a sua vida. A localização espacial das pessoas, para além
da sua relevância social em geral, reveste‑se também de particular importância para o
Direito, sob diversos aspectos.
Desde logo, pode dizer‑se que o Direito se apodera desta realidade da vida social, e do
facto de as pessoas terem um local onde a sua existência se mostra estabilizada, para daí
tirar importantes consequências de ordem jurídica.
Assim, é nesse local que as pessoas se consideram localizadas, quando, para variados
efeitos jurídicos, haja necessidade de entrar em contacto com elas; também em função
desse mesmo local, se apuram, por exemplo, quais as entidades públicas com
competência para, por razões de vária ordem, interferirem na vida jurídica das pessoas.
A ligação entre determinada pessoa e certo local não se apresenta sempre, mesmo sob o
ponto de vista social, com a mesma intensidade, quando considerada em função da sua
maior ou menor estabilidade. Assim, uma pessoa, que tem a sua vida organizada em
Lisboa, pode estar temporariamente em Faro, a tratar de assuntos profissionais ou em
gozo de férias; ou passar regularmenteos seus fins-de-semana em Cascais.
Também o Direito toma em atenção estes vários aspectos e a partir deles se constroem e
identificam diferentes institutos com que tem de se lidar nesta matéria. Fala‑se, a este
respeito, em paradeiro, residência e domicílio das pessoas.
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Serão estudados todos estes institutos, dando mais atenção ao domicílio, como impõe a
sua maior relevância jurídica. Por isso, ele é tomado também para epígrafe deste
Capítulo.
Também a lei não define residência; por ela se entende o local onde a pessoa tem a sua
existência organizada e que, como tal, lhe serve de base de vida.
Dado o relevo jurídico que lhes é atribuído pela lei, na fixação do domicílio, interessa
distinguir entre residência habitual e residência ocasional, cujo sentido corresponde ao
que na linguagem corrente se dá aos respectivos qualificativos.
A residência habitual é o local onde a pessoa normalmente vive e tem o seu centro de
vida; se a pessoa viver também, temporária ou acidentalmente, noutros locais, aí terá
residência ocasional.
Por assim ser, a residência habitual não se identifica com a residência permanente, sem
o que o regime dos dois números do art. 82.º perderia sentido.
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2.3 Noção de domicílio
A noção jurídica de domicílio não coincide com a ideia muitas vezes atribuída à palavra
na linguagem corrente, ligada à de morada, ou seja, o local onde a pessoa tem a sua
habitação.
Segundo Maria Helena Diniz (2019, pág. 260), domicílio é a sede jurídica da pessoa,
onde ela presume presente para efeitos de direito e onde exerce e pratica, habitualmente,
seus atos e negócios jurídicos.
A pessoa pode ter mais de uma residência habitual, isto é, ter a sua vida organizada em
mais de um local, residindo alternadamente em cada um deles.
O ponto suscita dúvidas, dada a redacção da segunda parte do n.º 1 do art. 82.º, que a ele
se reporta. Na letra deste preceito, se a pessoa «residir alternadamente em diversos
lugares, tem‑se por domiciliado em qualquer deles».
Esta redacção parece sugerir que, em casos como o do exemplo anterior, a pessoa tem
dois domicílios voluntários. Esta posição foi defendida por Pires de Lima e Antunes
Varela1 e é também a adoptada por Oliveira Ascensão2.
Discordava de tal opinião Castro Mendes, segundo cujo entendimento o art. 82.º
determina que, se não houver domicílio geral (residência habitual), desempenha as
funções jurídicas do domicílio qualquer das residências (alternativas ou ocasionais)3.
É a posição de Pires de Lima e Antunes Varela e Oliveira Ascensão que deve ser
acolhida; a interpretação de Castro Mendes inutiliza, de certo modo, a segunda parte do
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n.º 1 do art. 82.º e dá à residência habitual (alternativa) o mesmo valor da residência
ocasional. Para além disso, em boa verdade, esse entendimento contraria a própria letra
do art. 82.º, sem prejuízo do argumento que se poderia pretender tirar de certa
proximidade literal existente entre as expressões «tem‑se por domiciliada», usada no seu
n.º 1, e «considera‑se domiciliada», do n.º 2. Deve, pois, entender-se que resulta do n.º 1
do art. 82.º que o legislador considera a residência alternativa ainda como residência
habitual1. E o n.º 2 do art. 82.º só funciona, como nele expressamente se diz, «na falta
de residência habitual».
Por vezes, embora com pouco rigor, essas várias modalidades de domicílio são
apresentadas mesmo como termos de classificações deste instituto.
Importa desde já dizer que estas modalidades não podem ser vistas como
compartimentos estanques, antes se podendo sobrepor. Assim, o domicílio legal pode
ser, por seu turno, geral ou especial. E os exemplos facilmente se multiplicam, como a
exposição subsequente vai revelar.
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A doutrina tradicional distinguia no domicílio um elemento objectivo (corpus) –
consistindo na fixação espacial da pessoa – e um elemento subjectivo (animus),
referente à intenção de a pessoa se fixar em certo local, para o efeito de aí se ter como
domiciliada. A lei portuguesa, no plano do domicílio geral, dá relevância ao aspecto
objectivo, porquanto tem a pessoa como domiciliada no local da sua residência habitual,
ainda que a sua intenção fosse no sentido de aí não se domiciliar. Isto não significa,
todavia, que a vontade não tenha alguma relevância nesta matéria, como se verá da
exposição subsequente1.
Nem por isso o domicílio geral deixa de poder ser considerado voluntário.
Para além do domicílio geral, e coexistindo com ele, a lei admite outras modalidades de
domicílio voluntário: o domicílio profissional e o domicílio electivo.
(n.º 1 do art. 83.º). Todavia, este domicílio só é relevante para as relações conexas com
o exercício dessa profissão.
Assim, um advogado que tenha a sua residência habitual em Sintra e exerça a sua
profissão em Lisboa, tem o seu domicílio geral naquela localidade e o seu domicílio
profissional nesta. Mas se exercer a sua actividade nas duas cidades, em ambas tem
domicílio profissional.
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Do exposto resulta ser esta uma modalidade de domicílio especial num duplo sentido:
quanto às pessoas a que respeita e quanto aos actos para que é relevante.
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A relevância da vontade – note‑se – pode apresentar‑se sob mais de uma modalidade e
com diferente intensidade. Assim, em certos casos, há uma relevância directa da
vontade em relação à fixação do domicílio, sendo, noutros, essa relevância indirecta.
Fácil é ilustrar, com exemplos, o alcance destas fórmulas.
O domicílio legal é, pois, fixado, para certa pessoa, por uma norma jurídica.
Cabe ainda dizer, a este respeito, que o domicílio legal pode ser geral (v.g., n.º 1 do art.
85.º do C.Civ.) ou especial (n.º 4 do mesmo preceito). Esta é uma consequência do
regime resultante da redacção dada a este preceito pelo Decreto‑Lei n.º 496/77.
O Código Civil contempla, como casos de domicílio legal1, o dos menores e interditos
(art. 85.º), o dos empregados públicos (art. 87.º) e o dos agentes diplomáticos
portugueses (art. 88.º).
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de, em certos casos, o tribunal impor ao condenado determinadas regras de conduta,
como a de «não residir em certos lugares ou regiões» [art. 52.º, n.º 1, al. c)].
O regime do domicílio legal dos menores é influenciado pelas diversas modalidades dos
meios de suprimento da sua incapacidade.
Se os progenitores não são casados um com o outro, mas vivem maritalmente, deve
entender‑se, por analogia2, que o domicílio do menor é o da residência comum dos pais.
Não existindo residência da família – embora os pais sejam casados –, ou não vivendo
os progenitores maritalmente, o domicílio do menor é o do progenitor a cuja guarda ele
estiver confiado (segunda parte do n.º 1 do art. 85.º 3).
Finalmente, pode o menor estar confiado, não aos progenitores, mas a outra pessoa ou a
um estabelecimento de educação ou assistência. O domicílio do menor é então o do
progenitor que exerça o poder paternal (n.º 2 do art. 85.º).
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Na redacção do n.º 1 do art. 85.º anterior à Reforma de 1977, o menor tinha ainda
domicílio especial para os actos em que pudesse intervir pessoalmente.
Este preceito não teve continuação no novo regime4; nem por isso deve deixar de se
entender que, para esses efeitos, o domicílio se apura segundo os critérios gerais das
pessoas capazes.
Resta analisar o caso do interdito. Segundo o disposto no n.º 3 do art. 85.º, o domicílio
do interdito é o do seu tutor, sendo‑lhe também aplicável o n.º 4, nos termos acima
fixados, quando com a tutela se cumula uma situação de administração de bens.
A todas as regras referidas tem de ser feita uma restrição, como se vê do n.º 5 do art.
85.º Com efeito, o regime exposto na alínea anterior não se aplica se tiver como
consequência a atribuição, ao menor ou ao interdito, de um domicílio fora do território
nacional.
Não diz esse preceito (como já não dizia o preceito paralelo do antigo n.º 2 do art. 85.º)
qual é então o domicílio do menor. Deve prevalecer o domicílio geral fixado no art. 82.º
1. V. O art. 85.º não contém qualquer referência aos inabilitados. Coloca‑se, assim, a
questão de saber se o inabilitado nunca tem domicílio legal.
Na verdade, o regime do art. 154.º atribui ao curador uma posição próxima da do tutor.
Consequentemente, a incapacidade do inabilitado tem nesse caso maior afinidade com a
do interdito. Tudo aponta, pois, para a conveniência de, em matéria de domicílio, se
fixar uma solução particular, para o caso em análise.
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Em abono desta tese e por acréscimo aos argumentos invocados por Castro Mendes, é
possível trazer aqui à colação, de iure condito, quer a analogia legis estabelecida no art.
156.º do C.Civ., quer o paralelismo existente entre a situação do inabilitado e a dos
incapazes a que se aplica o regime hoje fixado no n.º 4 do art. 85.º
O facto de o inabilitado ter, então, dois domicílios não levanta qualquer dificuldade,
pois, como se viu na exposição anterior, o legislador atribui, em várias hipóteses, à
mesma pessoa, mais de um domicílio, embora um deles apenas para efeitos específicos,
como será, na hipótese em estudo, o caso dos inabilitados.
Há que desenvolver este segundo aspecto, sob o ponto de vista da relevância positiva do
domicílio, já que a outra face da questão será estudada em matéria de ausência.
Se, em geral, o local da celebração dos actos jurídicos não interfere significativamente
com o seu regime, nem sempre assim acontece. Com alguma frequência a lei condiciona
a relevância jurídica do acto à sua prática em certo local. Como facilmente se
compreende, coloca‑se então o problema da determinação do local onde o acto deve ser
praticado, para ser válido.
Entre os múltiplos pontos de conexão a que o Direito aqui faz recurso, o domicílio das
pessoas funciona muitas vezes como critério de determinação do local adequado à
prática de actos jurídicos. Citando alguns exemplos significativos, seleccionados entre
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os mais estreitamente ligados com a matéria deste estudo1, sem preocupação de esgotar
o assunto, pode indicar‑se que o domicílio é atendido na:
Num plano diferente, o domicílio tem ainda relevância como ponto legal de contacto
não pessoal.
Aparece esta ideia realçada nas lições de Castro Mendes e, seguindo o seu ensinamento,
cabe dizer que ela se desenvolve em dois sentidos básicos: «– Ónus para o domiciliado
de manter ligação com o seu domicílio1; – Direito para as outras pessoas de poderem
contar com essa ligação, se tiverem um interesse juridicamente protegido em contactar
com o domiciliado.»
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citado Código). A citação tem‑se então feita no dia em que se publica o último anúncio
ou se afixam os editais, como se tivesse sido feita na pessoa do réu (n.º 1 do art. 250.º,
também do C.P.Civ.).
Em qualquer destes casos, verifica‑se, afinal, o resultado de se ter como boa uma
comunicação que deva ser dirigida ao domicílio de certa pessoa, como se o destinatário
a houvesse recebido ou conhecido. A irrelevância do não recebimento ou conhecimento
da declaração, quando este facto seja imputável ao destinatário, por ele ter quebrado a
ligação que com o seu domicílio havia de manter, é manifestação do seu relevo jurídico.
Podem também citar‑se aqui alguns exemplos, que ilustram o sentido desta afirmação.
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haja interesse em o contactar (vd. art. 83.º do CIRE, para melhor compreender o
interesse desse contacto).
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Conclusão
O domicilo é um instituto juridico de suma imporância. Como o nome, representa uma
personalidade da pessoa humana, um factor de identificação, na individualização da
pessoa.
A Pessoa Jurídica, por ser sujeito de direitos e deveres na ordem civil, uma vez que
ostenta personalidade, também possui domicílio. Neste caso, a sua averiguação obedece
critério objetivo, que é a residência, mero estado de fato material.
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Bibliografia
Fernandes, C. Teoria Geral do Direito Civil. 6ª ed. Universidade Católica. Pt., 2012
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