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Instituto superior de ciências e tecnologia de Moçambique

Título do trabalho :princípios do direito civil e o princípio da igualdade

1ª Semestre —2ª ano

Teoria geral do Direito civil


Neste trabalho iremos abortar sobre os princípios do direito civil, compreender o que seria princípios,
quais seriam os princípios do direito civil e desenvolver cada um deles.
Iremos abordarmos sobre o princípio da igualdade e como o princípio da igualdade se aplicaria no
direito civil. Abordaremos também como enquadrar o princípio da igualdade no direito civil

A massa das normas jurídicas civis não é um conjunto desordenado de preceitos avulsos,
desprovidos de conexão uns com os outros.
Há uma ordenação dessas normas, e uma ordenação que não é apenas formal, mas substancial ou
material. pode detectar-se unia série de princípios fundamentais do actual direito civil português.
Esses princípios formam a ossatura do direito civil, sustentando as normas que os desenvolvem e
dando-lhes um sentido e urna função.

O Direito Civil, enquanto sistema, não constitui um simples somatório de normas jurídicas. Bem pelo
contrário, por maior que seja a sua dispersão formal, um ramo de Direito existe como tal, quando
seja possível fixar uma série de princípios comuns, que constituam linhas dominantes de todas as
suas normas, transformando-as num todo harmonioso e sistemático. Embora as considerações
anteriores o deixem já perceber, não está aqui em causa uma ordenação formal de normas, mas uma
ordenação material ou substancial, segundo certos valores.
Assim, a descoberta e a enunciação desses princípios, plasmados em títulos fundamentais do
sistema, permitem surpreender a essência e os fundamentos do regime dimanado de um certo
conjunto de normas. Em suma, esses princípios explicam também o seu conteúdo

Outro motivo de interesse deste estudo resulta do facto de ele envolver uma elaboração dogmática
de grande importância, logo, sob uma perspectiva estritamente científica. Mas tem, ao mesmo
tempo, significativa relevância de ordem prática, que cabe realçar, nomeadamente quando encarada
na Teoria Geral, sob uma óptica de índole didáctica.
Com a análise destes princípios fundamentais, precisamente por eles tocarem cerne do Direito Civil,
alcança-se uma visão mais perfeita do sentido deste ramo de Direito. Por duas ordens de razões, a
um primeiro exame contraditórias: por um lado, eles permitem reconduzir a um esquema lógico
comum os vários institutos de Direito Civil e facultam, assim, uma melhor visão de conjunto da
matéria; por outro lado, ao enunciá-los, obtém-se uma compreensão mais profunda de cada um
desses mesmos institutos, porquanto passam a ser considerados à luz dos princípios que lhes dão
sentido e dominam sua própria função.
A enumeração e análise dos princípios fundamentais do Direito Civil pressupõem o conheci- mento
profundo dos institutos mais significativos deste ramo de Direito, que ultrapassa em muito as noções
sumárias expostas na Secção anterior.

resultam duas ordens de consequências com projecção no método da exposição subsequente. De um


lado, sem perder de vista essas noções gerais, em mais de um ponto torna-se necessário entrar agora
na exposição de questões específicas, procurando, porém, limitar essa indagação ao estrita- mente
necessário à compreensão da matéria. Em qualquer caso, não deixará de se ter em conta que se
antecipa o conhecimento de questões reservadas a outras disciplinas no estudo do Direito Civil. Por
isso mesmo, sem prejuízo do rigor da exposição, esta é dominada por uma orientação marcadamente
prática e voltada para as soluções de direito positivo

Os princípios fundamentais do Direito civil

.
O primeiro refere-se a um aspecto de ordem material, pois dá nota que a domina a preocupação de
fixar princípios do Direito Civil. Isto não quer dizer que alguns dos princípios indicados não pudessem
ser incluídos também numa lista de princípios do segundo tipo; mas, como logo se compreende, há
princípios gerais do Direito português que se relacionam fundamentalmente com outras matérias,
para além do Direito Civil. Temos como exemplo o do princípio da boa-fé.
Ele domina sem dúvida todo o Direito Civil, mas excede-o mesmo ao Direito Privado no seu campo de
aplicação. Isso não significa que o princípio da boa-fé não tenha aplicações significativas no Direito
Civil e diversas vezes a ele não pode deixar de recorrer na exposição do regime jurídico de múltiplos
institutos do Direito Civil.

Apresenta-se observação sobre o ponto de ordem qualitativa. Trata-se agora de chamar a atenção
para o facto de só serem aqui analisados princípios fundamentais
Nos vários campos onde a análise sub- sequente se vai desenvolver, outros princípios, menos amplos
ou de carácter mais específico, se poderiam, porventura, descortinar; mas, por não respeitarem a
toda a matéria do Direito Civil, estão fora do objecto desta investigação. Se num ou noutro caso eles
vierem a ser referidos ou apontados, não será mais do que a título instrumental, para melhor
esclarecimento ou compreensão de outro princípio, este, sim, fundamental

Os princípios do direito civil:

.
a) Personificação jurídica do Homem;
b) Reconhecimento dos direitos da personalidade;
C)Consagração da igualdade dos homens perante a lei
d) Reconhecimento da família como instituição fundamental;
e) Reconhecimento da personalidade colectiva;
f) Consagração da autonomia privada;
g) Consagração da responsabilidade civil;
h) Reconhecimento da propriedade privada
I) Reconhecimento do fenômeno sucessório

A personalidade coletiva
O princípio que impõe a atribuição da qualidade de pessoa jurídica a toda a pessoa humana não
tem, já ficou dito, carácter exclusivista. Isto prende-se com considerações antes esboçadas, que
convém retomar neste momento. Na verdade, há, neste, como em outros problemas de técnica
jurídica, que distinguir diferentes perspectivas para os encarar.

A personificação jurídica, enquanto meio técnico, é uma criação do Direito, que a configura segundo
certos modelos orientados para determinados fins, impostos pelo enquadramento jurídico da vida de
relação social. Isto explica que, no mundo jurídico, os diversos institutos não sejam arbitraricamente
criados, pois os condiciona essa característica de meios postos ao serviço de fins e valores, que
ordenam o próprio Direito. No caso concerto de personalidade jurídica, agindo o Direito, no
tratamento dos interesse humanos, pela atribuição de direitos e pela adstrição a deveres, a sua
imputação a entes jurídicos autónomos funciona como um meio expedito de realização daquele fim.

Por isso impõem a atribuição da qualidade de pessoa jurídica ao Homem, com um alcance que vai
muito além do meio técnico-jurídico da personificação e com um conteúdo adequado à imanente
dignidade da pessoa; mas nada impede o recurso a essa técnica para outros fins, embora sempre ao
serviço de interesses humanos.
Já se deixa ver que as pessoas jurídicas assim criadas se demarcam das pessoas jurídicas singulares,
embora funcionem também como centros autónomos de imputação de direitos e vinculações. Por
contraposição àquelas dizem-se colectivas.

Os interesses determinantes da personificação colectiva dizem respeito a uma generalidade de


pessoas e projectam-se no tempo para além da duração normal da vida do Homem. Este é um ponto
a ter presente na configuração do instituto.
Reconhece-se neste preceito a individualidade própria das pessoas colectivas ao afirmar que elas
«gozam dos direitos e estão sujeitas aos deveres compatíveis com a sua natureza».

Família como instituição fundamental

O reconhecimento da família como instituição fundamental da sociedade é um dos princípios


caracterizadores da maneira de ser do Direito Civil Português.. Deste ponto de vista, a família é
tratada como a célula social básica em que se desenvolve primariamente a vida dos homens na
sociedade moderna; e, se se tomar no sentido da chamada pequena família (composta dos pais e
filhos), pode ser configurada como o cadinho onde se forma a mentalidade das gerações que
asseguram a continuidade da vida social. Esta há-de vir a ser, em muitos aspectos, o que, em cada
momento, for a vida no seio da Família.

Por isso, o Direito, antes de se ocupar da definição das regras que regem a vida na sociedade
familiar, preocupa-se em estabelecer as grandes linhas que a caracterizam como instituição

A relevância jurídica da família mereceu especial atenção da CRP, pois esta tutela o Direito de Família
entre os arts. 36, 67-69. Já o Código Civil regulou a matéria a partir do art. 1576-202
A autonomia privada

Os efeitos jurídicos são, enquanto fenómenos de direito, uma criação do Direito e produzem-se na
justa medida em que ele o admite ou prevê.Ainda assim, em particular no Direito Privado e no Civil,
por especial razão, fica reservado um relevante papel à vontade individual na produção desses
efeitos,, como instrumento da realização de certos interesses. São, pois, os particulares emitidos a
auto-regulamentar os seus interesses. Bem se compreende que esse poder tenha a sua expressão
máxima no Direito Civil, por este ser o campo onde as pessoas realizam, nas suas relações recíprocas,
em plenitude, a liberdade individual, como expressão natural da sua personalidade.

A autonomia privada é um princípio característico do Direito Civil, tal como ele é entendido em
sistemas jurídicos com as características do português, sem prejuízo de encontrar manifestações
noutros ramos de Direito Privado
Pode também afirmar-se que a maior ou menor relevância reconhecida à vontade individual na auto-
ordenação da vida social privada seja, ao mesmo tempo, um dos traços reveladores da fisionomia
própria de cada sistema jurídico

O princípio da autonomia privada é, por seu turno, expressão de um princípio mais amplo o princípio
da liberdade, segundo o qual é lícito tudo o que não é proibido; a este se contrapõe o princípio da
competência, em função do qual só é lícito o que é permitido, dominante no Direito Público.
O campo de aplicação do princípio da autonomia privada é, em geral, fixado em função da chamada
liberdade de contratar; contudo, o princípio projecta-se também no domínio dos direitos subjectivos.

Os direitos subjectivos são um dos instrumentos através dos quais se realizam os interesses de cada
um, no domínio das relações sociais entre particulares; razoável é, portanto, reconhecer aos seus
titulares liberdade de os exercer ou não exercer, de dispor deles, de pura e simplesmente renunciar
aos seus direitos.

A autonomia expressa-se, pois, aqui, no poder de livre exercício dos direitos pelo seu titular.
Esta ampla liberdade – que encontra o seu paradigma no direito de propriedade não é, porém, sem
limites de vária ordem.
Antes do mais, não está excluída a possibilidade de o direito ser atribuído também no interesse de
outrem ou até no interesse exclusivo de terceiros. É o que se designa por poder funcional.
Nesses casos , o livre exercício do direito, nos vários aspectos acima esquematizados, passa a estar
condicionado pelo relevo atribuído ao interesse da pessoa protegida, que não é o titular do direito.
Seria impensável admitir a liberdade de não exercer um direito deste tipo, já que assim se estaria a
afectar o interesse de quem justa- mente, por esse meio, se pretende tutelar

Tem de se prevenir a hipótese de vários direitos de conteúdo egoísta, direitos subjectivos proprio
sensu, concorrerem sobre um mesmo bem. Em tais casos, há uma potencial colisão de interesses, que
o Direito há-de resolver, mas isso envolve sempre limites para cada um dos titulares dos direitos em
presença.

modernamente, e mesmo em sistemas de feição individualista, começou a dominar a ideia de que


nenhum direito subjectivo – ainda o direito de propriedade – tem carácter absoluto, sendo antes
atribuído para a realização de certos fins económico-sociais que podem mesmo ultrapassar a esfera
individual egoísta da pessoa a quem estão atribuídos. Por outro lado, realça-se, o exercício
discricionário do direito subjectivo pode ser ainda um meio de causar dano a outrem, ou traduzir-se
num comportamento em si mesmo (em termos objectivos) reprovável, por violar certos valores
inerentes ao próprio Direito ou, mesmo extrajurídicos, mas por ele acolhidos. Assim, nasce um limite
à velha ideia segundo a qual os poderes contidos no direito subjectivo cobriam o iusutendi, fruendi ac
abutendi da tradicional fórmula romanista – limite este consubstanciado na ideia de o exercício do
direito poder ser abusivo e, em tal caso, não tutelado pela ordem jurídica.
Esta funcionalização do direito subjectivo adquire mais relevo quando são os próprios fins
determinantes da sua atribuição que se apresentam sob nova compreensão, ao serem vistos, não no
plano puramente egoísta, para que a concepção tradicional apontaria, mas com uma finalidade
social, que estreita

A arbitrariedade de cada um e alarga o campo onde o exercício do direito é já abuso. É como se o


direito tendesse a ser cada vez mais (poder) funcional e cada vez menos (direito) subjectivo, mas
agora pela consideração de interesses gerais da colectividade ou, quando menos, de certos grupos
nela demarcados.
Ainda aqui o direito de propriedade é o melhor barómetro da evolução, por a grande extensão do seu
conteúdo tornar mais notória a relevância destas considerações.

O princípio da autonomia privada alarga-se a outros actos jurídicos voluntários, além do contrato,
sendo mais rigoroso considerá-lo nessa perspectiva ampla. Assim, o negócio jurídico, a seu tempo se
verá, é o acto voluntário em que a autonomia privada se projecta, por excelência, na produção de
efeitos jurídicos
O princípio da liberdade contratual vem sofrendo, na sua evolução mais recente, algumas limitações
que reduzem o seu alcance, quer impondo, por vezes, a obrigação de contratar, quer condicionando o
conteúdo disponível dos actos jurídicos.Adiante será retomada e desenvolvida esta matéria.

O princípio, com maior ou menor âmbito, tem o seu campo de eleição no domínio das relações
patrimoniais. Nas demais divisões do Direito Civil a sua extensão sofre restrições, quer quanto à
liberdade de estipulação (Direito de Família e, em certa medida, Direitos Reais), quer quanto à
liberdade de celebração (problema da sucessão contratual, no Direito das Sucessões).

o art. 61 da CRP, regulada pelo art. 405 do Código Civil

A responsabilidade civil

O modelo de reparação dos danos causados a outrem pela actuação (ilí- cita) das pessoas é outro
dos traços distintivos de um sistema jurídico civil. Ao longo dos séculos, assistiu-se, nesta matéria, a
uma profunda evolução, ainda em curso, vivendo-se, mais recentemente, um tempo de nova e
significativa viragem.
A actuação (jurídica) das pessoas pode atingir o interesse de outrem, cau- sando-lhe danos; quando
tal aconteça, o causador do dano deve reparar o mal sofrido pela vítima – nisto consiste a
responsabilidade civil.
À evolução que conduziu a este sistema não é estranha a da própria garantia do Direito, de formas
de tutela privada para formas de tutela pública que, naquilo que aqui especialmente interessa, se
traduziu no afastamento de medidas de vindicta privada, nomeadamente o responder ao mal com
outro mal, e na sua substituição por uma reparação a cargo do responsável do causador do mal sem
prejuízo da intervenção do Estado, quando a natureza da ofensa seja de molde a afectar a
colectividade nos seus interesses gerais e a pôr em causa a paz pública (distinção entre
responsabilidade civil e penal).

A ideia clássica de responsabilidade civil, filiada no princípio da liberdade do homem, o ser livre
implica o responder pelos seus actos , assentava fundamentalmente na culpa, ou seja, na imputação
psicológica do acto ao agente. Este responde por ter querido o acto danoso ou por não ter usado da
diligência exigível para o evitar culpa stricto sensu.
Por isso a responsabilidade se diz subjectiva.

Nos tempos mais recentes, esta concepção de responsabilidade, sem deixar de ser reconhecida, foi
posta em causa, por se entender necessário contemplar situações antes inexistentes ou com
relevância social pouco significativa. Com efeito, «no mundo contemporâneo, fortemente tecnológico
e industrializando, o desenvolvimento das possibilidades e dos modos de actuação humana
multiplicou também os riscos.
Cada nova conquista pelo homem das forças da natureza não exclui que um tal domínio lhe possa
escapar e que essas forças retomem os seus movimentos naturais. É o risco que acompanha a
actividade humana.

Os factos causadores de prejuízos se apresentam frequentemente imputáveis não a indivíduos


isolados, mas a conjuntos de homens. E quanto mais complexa e numerosa seja a composição dessas
equipas humanas, tanto mais tende a ficar no anonimato o exacto culpado

A necessidade de atender a realidades da vida social levou a profunda alteração da matéria de


responsabilidade civil, surgindo, ao lado da fórmula clássica da responsabilidade subjectiva,
modalidades novas de responsabilidade independente da culpa responsabilidade objetiva ou
responsabilidade pelo risco.E mesmo, em casos muito contados e excepcionais, de responsabilidade
independente da ilicitude, responsabilidade por intervenções lícitas.

no tempo actual, como consequência do grande desenvolvimento identifico e tecnológico e da


industrialização, a automatização do processo produtivo, a produção em série e os novos sistemas de
distribuição de produtos (em cadeia) chamaram a atenção da doutrina para a necessidade de
protecção do consumidor contra danos sofridos por produtos defeituosos. É todo um complexo
problema, desenvolvido em redor do tema (e do regime) da rés responsabilidade do produtor com
consequente tutela mais eficaz do consumidor.
Mais recentemente, operou-se nova evolução, não situada agora no plano dos pressupostos da
responsabilidade, mas no da cobertura do dano. Está em causa, neste plano, a questão da efectiva
reparação do mal causado, em partiVilar quando não seja possível apurar o verdadeiro responsável
ou quando ele não esteja em condições materiais de a fazer. Este último ponto vai ganhando relevo
por se verificarem cada vez mais condições (sobretudo no campo dos acidentes com meios de
transporte e de trabalho), para os danos atingirem valores muito elevados.

Surge, assim, uma cada vez maior tendência para garantir a efectiva repa- ração dos prejuízos
causados, quer pelo recurso a meios de seguro obrigatório ou facultativo, e de segurança social,
quer mesmo pela intervenção do Estado, cobrindo ele, em certos casos, os danos, com eventual
direito de regresso contra o responsável.Verifica-se a tendência para uma «socialização» do risco ou
do dano.

Esta evolução da responsabilidade civil não deixa de envolver os seus problemas e riscos, que são
salientados pela doutrina quando configura, na responsabilidade civil, além de uma função
reparadora, um outro de tipo sancionatória do ilícito civil. Ora, esta segunda correria o risco de se
perder com a intervenção do seguro e a socialização do dano, por criar no infractor uma certa
tendência psicológica para a irresponsabilidade. Por isso, a doutrina preocupa-se também com os
meios de limitar o perigo de se difundir esta mentalidade, com o consequente aumento do número
de ilícitos. Estão dominadas por esta ordem de preocupações medidas como as do agravamento de
encargos dos seguros, quando se repitam os eventos determinantes da obrigação de indemnizar, ou
como a de prever, em qualquer caso, um valor mínimo do dano, posto sempre a cargo do segurado.
Em função de quanto fica exposto, para caracterizar, em termos sucintos, a situação do problema da
responsabilidade civil no sistema jurídico português, pode dizer-se que, ao lado da fórmula
tradicional da responsabilidade subjectiva, nele se admitem cada vez mais situações de
responsabilidade objectiva ou pelo risco e, mesmo, em casos excepcionais, de responsabilidade por
actos lícitos, acentuando-se uma tendência para a adopção de medidas que visam garantir ao lesado
a reparação dos danos sofridos, quer pela via do seguro, quer pondo a sua cobertura a cargo da
colectividade e do próprio Estado.

Encontramos origem na Constituição, regulada pelo art. 22 c/c art. 271, ao regular a
responsabilidade das entidades e agentes públicos, além de vir expressa nos art.. 483-509 do Código
Civil

A propriedade privada

A polissemia da palavra propriedade, mesmo na linguagem jurídica, impõe um esclarecimento prévio


sobre o campo de referência da matéria em análise. No plano da Teoria Geral e dos princípios
fundamentais do Direito Civil interessa, fundamentalmente, o seu sentido técnico-jurídico específico
de direito real de gozo máximo. Não pode, contudo, desconhecer-se a circunstância de, no texto
constitucional, a palavra propriedade ser usada sobretudo para identificar todos os direitos
patrimoniais.
O tratamento jurídico da propriedade privada sofreu, após a revolução de Abril de 1974, algumas
importantes alterações em relação ao sistema anterior, ainda que, em verdade, se deva reconhecer
que, mesmo então, elas se prenderam mais com o campo de aplicação do instituto do que com a
sua natureza e o seu conteúdo.

Sobre a propriedade privada podemos ver no art.61 da CRP, regulada pelo art. 405 do Código Civil

O fenômeno sucessório

O princípios fundamentais do Direito Civil enuncia dos situa-se no domínio específico do Direito das
Sucessões, manifestando-se no reconhecimento do fenómeno da sucessão mortis causa, e concretiza-
se na feição que este reveste no sistema jurídico português.

O reconhecimento da sucessão próprio sensu, como instituto orientado para a atribuição dos direitos
e vinculações de cada pessoa singular, após a sua morte, decorre, na ordem jurídica portuguesa,
como corolário lógico, do reconhecimento da propriedade privada.
Tem-se, como assente que aí reside o fundamento último do fenómeno sucessório.. De resto, mesmo
em sistemas onde o instituto da propriedade aparecia sob outra configuração , a propriedade
pessoal dos direitos socialistas ,para além de algumas tentativas históricas, próprias de períodos
mais extremistas, que conduziram à abolição da sucessão em favor das pessoas particulares3, veio a
ser admitida a sucessão por morte. Porventura, só num sistema comunista puro, de apropriação
colectiva de todos os bens, a sucessão são deixaria de ter sentido; mas tal sistema não foi até hoje
realizado no Mundo.
Por assim ser, ao apreciar o sentido fundamental do fenómeno sucessório, não interessa tanto
afirmar o seu reconhecimento pelo sistema português, como procurar caracterizar o seu regime.

No confronto dos três sistemas fundamentais, geralmente apontados pela doutrina, na configuração
do fenómeno sucessórios.
O Direito das Sucessões português é hoje normalmente entendido como um sistema misto3,
participando, em consequência, de elementos daqueles três.
A solução a adoptar identifica como nota dominante a de um sistema capitalista , temperado por
elementos de cariz familiar e socialista
Os elementos de carácter socializante, na caracterização do tipo de sistema sucessório português,
prendem-se, uns, com o fenómeno sucessório, em si mesmo, enquanto outros têm apenas relevância
indirecta.

Com efeito, mesmo quando não seja excluído da sucessão pelo exercício da liberdade de testar do
autor da herança, o Estado só é chamado na falta de parentes que, nas últimas classes, são já
afastados do falecido. Só um jogo complexo de factos coincidentes faz do Estado um herdeiro Asim, é
na sua qualidade de fisco e não de herdeiro, no campo do Direito Público e não do Privado, que o
Estado pode vir, no sistema jurídico português, a ter uma participação nas heranças.

O princípio da boa fé

O sentido de boa-fé é muito amplo, e foi crescendo, sendo modificado e acompanhando em geral, a
evolução da sociedade, tendo sido uma vezes reprimido, outras exaltado, ajudando, na concretização
do Direito em si, e na sua construção em sentido lato.
A boa-fé, consagrada como um princípio fundamental do Direito Privado e do Direito
das Obrigações em particular, exprime a preocupação da nossa ordem jurídica pelo respeito
dos valores ético-jurídicos da comunidade, preocupando-se em corrigir desequilíbrios, para
lá de meras justificações formais. Realiza um papel de Justiça Social, assumindo especial relevância
nos contratos,Como veremos mais adiante.

O princípio da boa-fé, como princípio basilar da ordem jurídica, assume uma


importante relevância, não só ética, como prática, no que compete à salvaguarda dos
interesses e direitos legítimos da sociedade e dos interesses da colectividade em geral,
ajudando não somente na resolução de controvérsias jurídicas, como também na defesa da
ética e de toda uma tradição de uma determinada colectividade, permitindo uma flexibilidade
e uma modificação equitativa do contrato.

Assim a imperatividade subjacente a este princípio, é notória em vários ramos do


direito, como no âmbito do direito constitucional, através do seu papel vivificador dos
princípios constitucionais em geral. Dá, assim, sentido e existência a princípios como a
igualdade material de ambas as partes, o princípio da transparência, o princípio da confiança,
a dignidade da pessoa humana, cuja realização estaria limitada sem este princípio.
Consubstancia, igualmente, um vasto leque de deveres, que conformam a relação jurídica
complexa, vista como um organismo, e controlam a conduta das partes, como os deveres
acessórios de conduta, em que são disso exemplo os deveres de proteção e cuidado, o dever
de informação, o dever de esclarecimento e o dever de tutela, fundamentais para o bom
funcionamento de uma relação jurídica sinalagmático, tendo em conta o conceito da relação
Obrigacional complexa.
No que compete ao âmbito contratual, principal área dinamizadora deste princípio,
para a boa efetivação dos contratos, as partes deverão assumir uma conduta honesta, leal,
correcta e digna de confiança, tal como prevê o artigo 227 do Código Civil.

O princípio da boa-fé está assim presente antes do contrato nascer (artigo 227),
durante a vida do contrato (artigo 762.º, n.º 2) e após a sua morte (artigo 239.º).
O contrato, desde sempre entendido como o vínculo, por excelência, definidor das
relações jurídico-privadas, livremente estabelecidas entre as partes, tem conhecido uma
assinalável evolução conceptual, por força do diverso enquadramento que, no seu seio, tem
sido dispensado à autonomia privada.

O liberalismo, com os seus ideais liberais, e a efervescência cultural, artística, social,


filosófica, política. veio a alterar este esquema no que compete a este excesso de
formalidade, o que veio a dar o mote para a emergência deste princípio, tal como é
conhecido hoje.
Inicialmente, o conceito de contrato baseava-se numa concepção clássica
individualista, baseada no dogma da autonomia da vontade: o excesso de liberalismo
sobrepondo-se a tudo e a todos.

A evolução do direito privado dos contratos verifica-se através de 4 factores:


(i) a relatividade da figura do contato;
(ii) a função social do contrato;
(iii) a vinculação ético-social dos direitos subjectivos;
(iv) exigências de ordem pública, económica e social como factores limitadores da auto regulação
dos interesses pelas partes contratantes sempre que seja beliscado o interesse geral da
colectividade.

A teoria contratual contemporânea surge marcada por novos instrumentos jurídicos: o princípio da
boa-fé objectiva; o dever de lealdade; o princípio do equilíbrio económico das
prestações; o princípio da função social do contrato.
O objectivo desses novos instrumentos jurídicos é de evitar abusos e excessos
frequentemente presentes nas relações contratuais.

A visão tradicional dos contratos é alterada, pois com esta nova concepção, é a vontade
dosindivídoso unida (através do contrato), que irá gerar o Estado, principalmente no
que competia à área laboral, permitindo que a liberdade de contratar, de modo que os
sujeitos das relações contratuais, regulassem da maneira que melhor os conviesse. Porém,
perante esta nova liberdade contratual, o acordo de vontades era mais aparente do que real,
significando que, com os novos contratos pré formulados, provenientes agora de um Estado
Capitalista e Intervencionista, tornam-se em regra, em contratos abusivos, havendo
claramente um desnível entre estas posições contratuais, havendo uma posição de
superioridade por parte do contratante, ficando o contratado subordinado às injunções destas
clausulas. Porém, é de vital importância esclarecer, que se houver uma ordem de
subordinação absoluta, estará afastada a ideia de contrato.
.
Daí, o legislador no geral, sentiu uma profunda necessidade de travar este abuso de
poder que a autonomia privada poderia proporcionar, e, de assegurar o princípio
constitucional da igualdade material entre as partes; pois tal como afirma Rosseau no seu
Estado Natureza.
o principal parâmetro a ser usado na aplicação dessa visão social dos contratos, é o
princípio da boa-fé objetiva como limitador de direitos subjetivos nos contratos, como fonte
de deveres de conduta, em todas as fases contratuais, e, como fonte de interpretação dos
contratos.

O princípio da boa-fé, para além de favorecer a boa realização das negociações na


formação dos contratos, também assume um papel essencial quanto ao grau ou gravidade da
culpa Pois, em certos casos, em que a parte atue em erro ou negligencia, a culpa imputada
será menor que em situações de dolo ou de ruptura abusiva das negociações, pois a parte,
achava-se atuando de boa-fé, em conformidade com o Direito, tendo uma sanção mais
diminuta.
O princípio da boa-fé, é assim um princípio autónomo, prevalece, mesmo sem estar expressamente
plasmado, pois como afirma Menezes Cordeiro, passo a citar: “a boa-fé traduz um estágio jus
cultural, manifesta uma Ciência do Direito, e exprime um modo de decidir próprio de certa ordem
jurídica”

Assim, a boa-fé, não se trata de um valor novo, pois, nunca deixou de existir.É inegável a importância
do princípio da boa-fé dentro das relações da sociedade moderna, pois, apesar de não estar
consagrado explicitamente nas actuais codificações, o princípio da boa-fé é o futuro! A sociedade
hodierna encontra-se em constante evolução, não
pará, logo, daqui para o futuro, as actuais leis serão revogadas dando lugar a outras que ainda
estão por nascer.
Assim, a boa-fé, não se trata de um valor novo, pois, nunca deixou de existir.
É inegável a importância do princípio da boa-fé dentro das relações da sociedade moderna, pois,
apesar de não estar consagrado explicitamente nas actuais codificações, o princípio da boa-fé é o
futuro.A sociedade hodierna encontra-se em constante evolução, não
pará, logo, daqui para o futuro, as actuais leis serão revogadas dando lugar a outras que ainda
estão por nascer.

O princípio da boa-fé , assim como o princípio da autonomia da vontade, não sendo os únicos,
constituem de forma clara alicerces fundamentais do Direito das Obrigações.
Porém, poder-se-á dizer que o princípio da boa-fé prevalece, tratando-se no caso concreto de uma
limitação ao princípio da autonomia da vontade, ou seja, trata-se de um instrumento ao dispor da
ordem jurídica no sentido de não permitir que o princípio da autonomia privada tenha aplicação
absolutamente imperativa, sendo assim uma cláusula sindicante.
No nosso ordenamento jurídico, é também frequentemente utilizado como: causa de exclusão da
culpa num acto ilícito, como fonte de deveres especiais
de conduta exigíveis no caso concreto e de acordo com a natureza da relação jurídica, ou ainda como
causa de limitação do exercício de um direito subjectivo ou de qualquer outro poder jurídico.

Sobre o princípio da boa fé podemos encontrar no 2 do art. 276 da CRP e entre os artigos 17977
(anulação das deliberações da assembleia geral, as quais não prejudicam o terceiro de boa-fé),
24378 (simulação: não oponibilidade ao terceiro de boa-fé), 27779 (na formação dos contratos deve-
se proceder de boa-fé), 1260 (aquisição da posse) 164880 (dos cônjuges no casamento putativo),
2076/281 (alienação a favor de terceiro de boa-fé), 2077/182(Cumprimento de legados feitos de
boa-fé);
—Os princípios fundamentais, são normas nucleares ou normas matrizes a estruturar, organizar e a
sistematizar o próprio Estado. Os princípios fundamentais, nas suas múltiplas dimensões e
desenvolvimentos, formam o cerne da Constituição e consubstanciam a sua identidade intrínseca.
Por isso, os princípios fundamentais possuem, em regra, duas dimensões bem delimitadas e
delineadas: a dimensão constitutiva, porque comumente eles exprimem, indicam e denotam uma
compreensão global da ordem constitucional vigente; e a dimensão declarativa, geralmente utilizada
para designar a soma de outros subprincípios, além de concretizações constitucionais.
os princípios fundamentais afirmam seus próprios valores, ideologias, ideias e aspirações com as
quais coincidem com a nova organização política instituída por eles. Ainda que possa a República
portuguesa integrar a rede da interconstitucionalidade formada pela Constituição da União
Europeia, não haverá conflito, notadamente porque a Carta de Direitos Fundamentais da União
Europeia também considera como princípios fundantes a liberdade, a igualdade e a solidariedade

Os princípios gerais do direito têm sido usados por várias nações civilizadas como a Itália, França,
Espanha, União Europeia, Brasil etc. Assim, percebe-se, claramente, o seu sentido amplo, geral e
abstrato, porque compreendem tanto os princípios superiores de justiça, como os que são
informados pelo ordenamento jurídico pátrio. Eles não são considerados, como pretendem alguns,
como princípios gerais do direito nacional, mas, sim, de elementos fundamentais da cultura jurídica
humana em nossos dias, servem como indicativo finalístico. Eles serão sempre uma cláusula aberta
com abrangência em todo o ordenamento jurídico, conquanto nem sempre os encontraremos
positivados expressamente nas leis.
.
A dimensão dos princípios gerais do direito decorre de sua própria natureza, porque não se pode
elaborar uma lista exaustiva ou definitiva deles. Por isso, são tão difíceis de definir, embora
relativamente fáceis de identificar, porque existem aqueles escritos e não-escritos. Os princípios
gerais do direito, além de formarem o arcabouço do pensamento jurídico e desempenharem
importante papel na interpretação da lei e na concretização do Direito, possuem grande longevidade.

Principios gerais do direito

Os princípios gerais do direito constituem, assim, uma poderosa fonte de inspiração para os
aplicadores do direito. Ainda que não previstos expressamente no ordenamento jurídico, eles
serão avocados sempre que a lei não conseguir dar uma solução adequada para determinado
litígio. É verdade que antes de se lançar mão dos princípios gerais do direito, a lei aponta ao
jurista, advogado e magistrado um caminho preferencial. Com isso, nos casos omissos, a lei
determina ao intérprete que chame à colação a analogia, os costumes e, por fim, os princípios
gerais do direito, nessa ordem.
os princípios superiores de justiça, como os que são informados pelo ordenamento jurídico pátrio, já
que, no ordenamento jurídico brasileiro, eles são considerados fontes, porque orientam o intérprete
na concretização da justiça.

Princípios são as grandes orientações formais da ordem jurídica, que fundam e unificam normas e
soluções singulares, ou são pensamentos diretores de uma regulamentação jurídica. São critérios
para a ação e para a constituição de normas e modelos jurídicos. Como diretrizes gerais e básicas,
fundamentam e dão unidade a um sistema ou a uma instituição.

Os princípios gerais do direito também se inspiram em valores superiores da humanidade civilizada,


mergulhado em suas regras e já incorporadas ao patrimônio cultural-jurídico, por ser uma fonte da
maior importância. No entanto, são de difícil percepção e aplicação, porque eles exigem do jurista ou
do juiz experiência e afinidade com instrumentos mais abstratos e complexos, porém, adotando
ideias de maior teor cultural, a fim de permitir ao aplicador da norma suprir a deficiência legislativa,
haja vista ser relativa à presunção de que o legislador elabora as normas mais adequadas e justas
em benefício do povo.

Aplicar os princípios gerais do direito leva o intérprete a apelar para os valores mais altos da
humanidade civilizada, para utilizar aquelas regras já incorporada ao patrimônio cultural e jurídico
de uma nação, permitindo ao juiz suprir a deficiência legislativa com a adoção de um modelo que o
legislador não chegou a ditar, sob forma de preceito, contudo, se contém imanente no espírito do
sistema jurídico. Todavia, hodiernamente, cumpre reconhecer que a posição antes ocupada pelos
princípios gerais do direito passou a ser preenchida pelas normas constitucionais, notadamente pelos
direitos fundamentais

Princípio da legalidade

O princípio da igualdade consiste em tratar de forma igual o que é igual, e de forma diferente o
que é diferente, na medida da própria diferença. Em última análise, a igualdade enraíza-se na ideia
ou premissa de que todos os seres humanos são iguais quanto à sua dignidade humana e,
consequentemente, iguais em todas as dimensões que a dignidade assume na sua vida.

É fundamental reter a ideia de que não é permitido o tratamento diferenciado de situações iguais,
sem um fundamento válido que justifique esse tratamento.. Portanto, à luz dos princípios jurídicos da
igualdade e da proibição da discriminação, é proibido o tratamento diferenciado arbitrário e violador
da dignidade humana, sendo que, se tal acontecer, estaremos perante uma situação de
discriminação.
Partindo do princípio de que se deve considerar os iguais de forma igual, então, uma consequência
deste entendimento é, precisamente, que ninguém seja tratado de forma diferente, sem uma
justificação ou fundamento razoável. Portanto, interligado com o princípio da igualdade encontra-se,
justamente, o princípio da proibição da discriminação.

Pode, assim, diferenciar-se um indivíduo do outro ou igualar-se dois ou mais indivíduos que estão em
situações ou condições diferentes, desde que haja uma justificação, que deve ser objetiva e razoável.
O que não é permitido é discriminar. De forma sucinta, existe discriminação quando estamos perante
uma diferenciação arbitrária, uma diferenciação sem uma justificação aceitável num Estado de
Direito democrático.

Tratar os homens com igualdade é alocá-los no mesmo nível, ou seja, tratá-los como seres humanos
Na perspetiva do princípio da igualdade, considera-se uma sociedade justa quando aqueles que são
iguais possuem iguais oportunidades. Assim, poderia dizer-se que o princípio da igualdade busca um
tratamento, seja igual ou desigual, que permita uma equiparação entre todos.

O principio da igualdade perante a lei parece impor necessariamente inconstitucionalidade de


quaisquer normas de direito civil ou de outros ramos do direito — que não sejam normas gerais. As
normas aplicáveis a uma só situação ou a um conjunto limitado de
situações seriam normas inconstitucionais.

O que o princípio da igualdade impõe é uma proibição do arbítrio na diferenciação das hipóteses
lesais. Impõe que o legislador não possa tratar arbitrariamente o essencialmente igual como
desigual, nem o essencialmente desigual arbitrariamente como igual. Nem todas as leis concretas,
relativas a situações determinadas ou determináveis (eventualmente uma só situação), desde o
momento da sua entrada em vigor, infringem o princípio constitucional da igualdade. Não o
infringirão se for fornecida uma justificação racional e objectiva, não arbitrária, da limitação do
regime legal àquelas situações.

O princípio constitucional da igualdade não impede o órgão Icei- ferante de destacar de um acervo
genérico de situações uma determinada categoria, seja qual for a sua extensão, eventualmente
esgotando-se mesmo num único caso. Ponto é que essa diferenciação vise atribuir à categoria
(eventualmente uma só situação) apartada uni regime especial, fundado em razões específicas,
objectivas e não arbitrárias.
O que o legislador ordinário não pode é separar categorias de situações (mesmo que cubram milhões
de hipóteses), segundo critérios arbitrarios, isto é, sem relação objectiva com o regime especial que
se lhe dispensa.

De acordo com a lei todos somos iguais perante a lei e temos de ter a igualdade de
Tratamento a todas as pessoas.
Busca-se garantir em um processo que tenha o tratamento igualitário
A doutrina divina esse princípio sobre 3 aspectos:
—A imparcialidade do juíz: o juízo não pode de nenhuma forma ao julgar tentar
Prejudicar ou defender nenhuma das partes, caso ele o faça não haverá a igualdade ou a
imparcialidade
—A igualdade ao acesso à justiça: todas as pessoas devem ser tratadas de forma igual
independente da raça,cor,idades, religião e sexo
—Redução das desigualdades que dificultam o acesso à justiça: aqui falamos sobre as pessoas que
não tem condições, pessoas com deficiência etc, essas pessoas devem ser tratadas de forma
desigual criando-se meios para que elas consigam se equiparar as pessoas que não tem as
mesmas dificuldades que elas e assim garantir a igualdade.

Obedecendo esses aspectos podemos garantir o princípio da igualdade e assim todos tenham um
livre acesso à justiça.
Autores:

. Luís carvalho Fernandes: Teoria geral do direito civil


. Antônio Pinto monteiro e Paulo Mota Pinto:Teoria geral do direito civil

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