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De acordo com o Prof. Luís Carvalho Fernandes, a Teoria Geral do Direito Civil
mais não devem caber que as questões de ordem geral, relevantes para os
vários tipos de relações jurídicas civis.
O Direito Civil abarca no seu seio todas as relações jurídicas privadas, excepto
aquelas que forem sujeitas ao regime específico dos demais sub - ramos de
Direito Privado, isto é, o Direito Civil para além de regular relações entre
particulares, também subsidiariamente pode ser aplicado ao regime jurídico
estabelecido no Direito Bancário, Direito de Seguro, Direito do Autor, Direito
Comercial, Direito do Trabalho, Direito da Segurança Social, etc. Porque é
comum, estes ramos de direito recorrem às normas do Direito Civil para
preencherem eventuais lacunas com que possam se deparar.
1
O nosso Código Civil que é o Código Civil Português de 1966, adoptou a sistematização germânica do
sec. XIX que inclui a parte geral.
A Teoria Geral da Norma Jurídico Civil é a Teoria Geral do Direito Objectivo. O
Direito Objectivo é entendido como conjunto de princípios e normas
reguladoras de condutas sociais de acordo com critérios de justiça e assistidos
por mecanismos de coercibilidades, por exemplo: o Direito Civil regula a
propriedade, o Direito Administrativo regula o procedimento administrativo, o
Direito Comercial regula os actos de comércio, etc. O Direito Objectivo
enquanto lei serve de canal para a realização dos valores jurídicos 2.
2
Mota Pinto -Teoria Geral do Direito Civil, 4ª Edição Coimbra Editora - pág. 26-O Direito visão, na sua
função de meio de disciplina social, realizar determinados valores, fundamentalmente a certeza dessa
disciplina e a segurança da vida dos homens, por um lado, e a «rectidão» ou «razoabilidade» das
soluções, por outro lado, abrangendo com estes termos (rectidão, razoabilidade) a justiça, a utilidade,
a oportunidade e a exequibilidade pratica.
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Idem - A relação jurídica é utilizada na sistematização germânica como meio técnico de arrumação e
exposição do direito, por se considerar esse conceito um quadro adequado para exprimir a realidade
social a que o ordenamento jurídico s aplica.
4
Luís Carvalho Fernandes – Teoria Geral do Direito Civil – Introdução, Pressupostos da Relação Jurídica
- 6ª ed. Revista e actualizada -pág. 23 – Cabe, porém, reconhecer que as fronteiras entre estes dois
ramos de direito têm vindo a esbater-se, sendo correntemente assinalado pela doutrina o fenómeno
de publicização do Direito Privado e a privatização do Direito Público
direito civil é a que distingue Direito Público e Direito Privado, a mesma se
situa no plano do direito interno.
Esta distinção é a mais clássica, remonta do ius civile , por isso, considerada a
mais importante de todas as divisões entre os ramos de direito, tem ocupado
imensas oportunidade de discussão doutrinaria.
Esta teoria não resolve a questão da distinção entre Direito Público e Direito
Privado porque faz apenas uma delimitação normativa entre o interesse
particular e o interesse público, dai esbater-se com algumas críticas que se
alinham de acordo com o Prof. Mota Pinto, mormente:
As mesmas razões, mais acentuadas ainda, podem levar a optar pelo tipo de
formulação que recorre às meras directivas, o legislador limita-se a indicar
linhas de orientação, que fornece ao juiz, formulando conceitos extremamente
maleáveis nos quais não há sequer uma zona segura e portanto consideram-se
conceitos indeterminados.
Sem esta atenuação a vida jurídico-privada, para além das incertezas derivadas
do carácter muito genérico dos preceitos constitucionais, conheceria uma
estrema rigidez, inautenticidade e irrealismo, de todo o ponto indesejáveis.
Existem nove princípios base para as normas do Direito Civil (sete no manual):
Quota indisponível, o titular dos bens tem uma ampla liberdade para testar.
Por este efeito pode afastar da sucessão um conjunto de familiares que não
estejam incluídos no conceito de pequena família. A sucessão legitimária,
funciona sempre a favor dos herdeiros legitimários: cônjuge, descendentes
ascendentes.