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E UNIVERSIDADE TIRADENTES

DIRETORIA DE PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MESTRADO E DOUTORADO EM EDUCAÇÃO

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS EPISTEMOLOGICOS E METODOLÓGICOS


DA PESQUISA
MESTRANDO/DOUTORANDO: CAROLINNE DA SILVA EVANGELISTA

BIBLIOGRAFIA: ORDINE. Niccio. A Utilidade do Inútil: um manifesto. 4a edição. Rio de


Janeiro. Zahar. 2016

Aprendizagens adquiridas com o debate:

O autor dividi o livro em três partes: a primeira é dedicada ao tema da útil inutilidade da
literatura; a segunda, consagrada aos efeitos desastrosos produzidos pela lógica do lucro no
campo da educação, da pesquisa e das atividades culturais em geral; na terceira parte, utilizando
exemplos elucidativos, aborda alguns trechos de clássicos que, ao longo dos séculos, têm
mostrado a carga ilusória do possuir e os seus efeitos devastadores sobre a dignidade
humanada, o amor e a verdade.
Em seu texto mostra a relevância da filosofia e outras disciplinas humanísticas diante do
fato de que nas últimas décadas esses saberes por não gerarem lucro tenham passado a ser
consideradas inúteis e tenham sido marginalizadas não somente nos currículos escolares e
universitários, mas sobretudo nos orçamentos governamentais e nos recursos das fundações e
das entidades privadas. Entretanto, exatamente essas atividades que não servem para nada
podem nos ajudar a transformar uma vida superficial, numa vida fluida e dinâmica, numa vida
orientada pela curiositas em relação ao espírito e às coisas humanas. A maior parte das grandes
descobertas que depois se provaram benéficas à humanidade foi realizada por homens e
mulheres não guiados pela vontade de ser úteis, mas pelo mero desejo de satisfazer sua
curiosidade. Como uma obra de arte nasce para nascer, impõe-se ao seu autor, pede para existir
sem levar em conta ou sem se perguntar se é exigida ou não pela sociedade. Isso não impede
que a sociedade possa “apropriar-se da obra de arte”, mas se não se compreende a utilidade do
inútil e a inutilidade do útil, não se compreende a arte.
Nesse contexto, a utilidade dos saberes inúteis contrapõe-se radicalmente à utilidade
dominante, em formas muito diversas e mais sofisticadas, ainda persiste uma supremacia do ter
sobre o ser, uma ditadura do lucro. Isso fortalece a potência do dinheiro e do utilitarismo. É bem
verdade que tudo se pode comprar. De parlamentares a juízes, do poder ao sucesso, tudo tem
seu preço, mas não o conhecimento: o preço a ser pago para conhecer é de outra natureza.
Por isso, o autor acredita que a única possibilidade de conquistar e de defender nossa
dignidade de seres humanos nos é oferecida pela cultura e pela educação livre, com o objetivo
de cultivar o estudo por si mesmo, sem se preocupar com os resultados para os indivíduos e
para a sociedade
É tarefa da educação pública afastar o homem das misérias do utilitarismo e educá-lo
para o amor ao belo e àquilo que não é marcado somente pelo interesse, o amor ao que é
gratuito. Para atingir tal objetivo, é preciso fazer escolhas opostas àquelas tomadas “pelos
governos precedentes” e pela atual “comissão de finanças”, pois é através da literatura e dos
saberes humanísticos, da cultura e da educação que constituem o líquido amniótico ideal no
qual podem se desenvolver vigorosamente as ideias de democracia, liberdade, justiça, laicidade,
igualdade, direito à crítica, tolerância, solidariedade e bem comum.

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