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Antes do século XIX, o interesse popular pela esfera pública era intenso. As
pessoas participavam ativamente no teatro, tanto assim que o público intervinha, torcia
ou vaiava os personagens, os cafés e pub eram um local de encontros políticos e de
convivência com estranhos. Inicialmente, os jornais eram a publicação das últimas
discussões políticas na noite no bar, o interesse pela política era grande, esses temas
faziam parte das discussões das tertúlias e entretenimentos. Mas essa forma de
distração foi deixada de lado, e pouco a pouco os entretenimentos foram-se tornando
um elemento de domínio privado, para serem escutadas ou assistidas dentro de casa,
através da radio e a televisão.
O público tem o sentido daquilo que transcende nossa vida e pode ser visto e
ouvido por todos e tem a maior divulgação possível. O domínio público é organizado e
ordenado através da lei. A ordem do mundo não se garante pela natureza comum de
todos os homens, que o constituem, mas pelo fato de que todos eles estão
interessados no mesmo objeto, a despeito das diferenças de posição e de
perspectivas. Neste sentido, podemos questionar que elemento permitirá essa
comunhão necessária para que seres diferentes possam entrar em diálogo, para poder
desenvolver suas potencialidades, já seja a partir do âmbito privado, mas manifesto
em benefício do público.
A educação levará a esse controle tecnológico. Será que ela cria seres com
domínio de tecnologias capazes de invadir e seguir sem consentimento os
movimentos dos outros e, até invadir a privacidade. A educação é recriada pelas
novas manifestações do privado? Ou a educação deve orientar os comportamentos
nestes âmbitos? Cabe refletir sobre o papel que estes desafios contemporâneos
estabelecem.