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Resumo: Este artigo articula uma perspectiva hermenêutica entre Hannah Arendt e Karl Marx sobre a
importância do conhecimento crítico, da educação em sua influência e reflexos na construção social,
disparidades e manutenção do poder sob a concepção de um modelo estrutural como o molde histórico
inserido e que se projeta em um modelo político de dominação elitista estruturando a formação social;
e sob apropriação e privatização desse conhecimento para manutenção do domínio do poder resultando
na alienação e estrutura social de disparidades, monopólio do poder e privilégios elitistas.
Abstract: This article discusses the importance of critical knowledge, of education in its influence and
reflections on social construction, disparities and maintenance of power under the conception of Hannah
Arendt who articulates the structural model as the inserted historical mold projects a political model of
elitist domination structuring social formation; and Karl Marx in the perspective of appropriation and
privatization of this knowledge to maintain the domain of power resulting in the alienation and social
structure of disparities, monopoly of power and elitist privileges.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Velhas contradições históricas escondem-se nos dilemas onde idealismo e materialismo
se sobrepõem às questões sociais e o social passa a ser uma conjectura de ascensão e
manutenção do poder impossibilitando qualquer espaço de solução para as verdadeiras questões
sociais. Torna-se quase impossível conhecer ou ter uma mera ideia a cerca da liberdade.
A tradição histórica nos diz que somos livres, e temos a suposição prática dessa liberdade.
A questão é que, a verdade se evidencia por quem a liberdade é estabelecida. Quem conduz e
condiciona o que é autonomia.
Tornar a verdade um fato não condicional e a teoria de seu significado uma ação infundida
no conhecimento, e no ato de pensar e ser, sob a magnitude do problema onde se enfatiza na
própria discussão e se revela não só na expressão social mas na forma e em que se estrutura o
poder.
Detectar os perigos infringidos contra a própria moral e de padrões crescentes sobre a
falta de seriedade sobre o sistema escolar e na intensidade da distorção do conhecimento,
1
Graduanda em Pedagogia – Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. E-mail: andreiadmg@hotmail.com.
podemos pensar que não pertencemos a uma natureza social, mas a um sistema de privilégios
de classe.
Precedentemente, o seguinte faz uma reflexão na construção histórica do poder sob o
domínio do conhecimento com finalidade à formação social de classes, onde para que a
liberdade se idealize, é necessário abrir novos caminhos e repensar essa estrutura na educação.
Hanna Arendt apresenta em seu livro Entre o passado e o futuro, o eterno passado em
que vivemos por herdar a política estruturada nos domínios sobre a educação do povo. Em como
a liberdade é simbolizada em um tesouro desconhecido somente imaginado e acessível como
privilégio por poucos que detém a chave (educação) para seu acesso e sobre o potencial da
educação libertadora como esta chave para acessar esse baú.
A política é imprescindível à manutenção da sociedade onde todo conjunto humano está
ligado à uma política desde as estruturas mais simples às mais complexas, na convivência
familiar, igreja, escola, sociedade, política. É fundamental no acesso à direitos para
sobrevivência e cumprimento de deveres para a garantia e manutenção da continuidade dessa
sociedade. Às possibilidades de formação para alçar seu potencial individual consequente
comunitário na liberdade para o exercício pleno de ser.
A política não é domínio, mas ação para concretizar objetivos na preservação da vida, e
filosoficamente falando, seu entendimento não está ligado à soberania, mas na garantia de
acesso aos direitos e igualdade para o exercício da liberdade.
Nas concepções de Hannah Arendt a política atua diretamente na igualdade e liberdade,
onde sem esses propósitos há somente o poder que trabalha para si. A política não é um
instrumento de monopólio, mas o patamar para uma sociedade liberta.
Mas na realidade, a política distancia-se em demasia desses pressupostos. A organização
das massas é baseada em ideologias de dominação onde se justifica o mal tornando-o plausível
sob o domínio do poder de uns sob os outros, e por interesses egoístas.
A autora propõe em sua introdução um pressuposto onde o objetivo político igualitário
dos governantes e governados não se distinguem e a ação é de comum acordo e em conjunto.
E a herança política é apenas um reflexo de um passado inferior onde sugere que estamos presos
à essas concepções para a manutenção de uma elite.
A concentração e manutenção do poder não só reproduz o contexto social, como furta o
direito à liberdade e igualdade e induz à uma falsa realidade sob uma sensação de autonomia
pautada em mentiras. A liberdade torna-se um produto ilusório da convivência onde a negação
da verdadeira liberdade é a ausência do conhecimento.
Uma política de qualidade equitativa gera uma estrutura social libertária do conceito de
poder, onde em conjunto com o povo com quem à administra o poder se desconstrói e torna-se
um direito ao domínio da própria liberdade.
A impotência, submissão e ausência de um diálogo, à margem de uma tirania
governamental é a estrutura inicialmente construída e constituída pela ausência do
conhecimento. A prática da liberdade depende de uma educação igualitária de conhecimento
crítico homogêneo e acessível para uma atuação libertadora.
O propósito da política é construir a estrutura social para fornecer a cada cidadão ascensão
de seu próprio potencial baseado no acesso ao conhecimento. O poder não é domínio da política.
A política tem a incumbência de dar acesso aos direitos igualitários para o cidadão se construir
através do conhecimento e sua liberdade o seu potencial humano; que consequente molda a
sociedade ao redor. Ter desse domínio como forma de valor para se privilegiar corrompe e
arruína toda a estrutura social.
Ter autoridade significa que se está autorizado a utilizar seus recursos para um bem maior;
neste caso o de toda sociedade em seu conjunto; e lhe é concebido direitos e deveres como
recurso para um fim comum. E fazer política na base do exercício do poder é coibir a igualdade
e afrontar a liberdade dos direitos na desfaçatez do abuso desse poder. A crise política é o
resultado do errado exercício dessa autoridade em benefício de uma elite que passa a privilegiar
esses ideais.
A suposição de que as distinções não são importantes tratando do ângulo da autoridade
gera um problema na liberdade onde
O campo em que a liberdade sempre foi conhecida, não como um problema,
é claro, mas como um fato da vida cotidiana, é o âmbito da política. E mesmo
hoje em dia, quer o saibamos ou não, devemos ter sempre em mente, ao
falarmos do problema da liberdade, o problema da política e o fato de o
homem ser dotado com o dom da ação; pois ação e política, entre todas as
capacidades e potencialidades da vida humana, são as únicas coisas que não
poderíamos sequer conceber sem ao menos admitir a existência da liberdade,
e é difícil tocar em um problema político particular sem, implícita ou
explicitamente, tocar em um problema de liberdade humana. A liberdade,
além disso, não é apenas um dos inúmeros problemas e fenômenos da esfera
política propriamente dita, tais como a justiça, o poder ou a igualdade; a
liberdade, que só raramente – em épocas de crise ou de revolução – se torna o
alvo direto da ação política, é na verdade o motivo por que os homens
convivem politicamente organizados. Sem ela, a vida política como tal seria
destituída de significado. A raison d’etre da política é a liberdade, e seu
domínio de experiência é a ação. (ARENDT, 2016, p. 172)
O problema da educação no mundo moderno está no fato de, por sua natureza,
não poder esta abrir mão nem da autoridade, nem da tradição, e ser obrigada,
apesar disso, a caminhar em um mundo que não é estruturado nem pela
autoridade nem tampouco mantido coeso pela tradição. Isso significa,
entretanto, que não apenas professores e educadores, porém todos nós, na
medida em que vivemos em um mundo junto à nossas crianças e aos jovens,
devemos ter em relação a eles uma atitude radicalmente diversa da que
guardamos um para com o outro. Cumpre divorciarmos decisivamente o
âmbito da educação dos demais, e acima de tudo do âmbito da vida pública e
política, para aplicar exclusivamente a ele um conceito de autoridade e uma
atitude face ao passado que lhes são apropriados mas não possuem validade
geral, não devendo reclamar uma aplicação generalizada no mundo dos
adultos. (ARENDT, 2016, p.222)
É preciso repensar a relevância de nosso próprio propósito sem sermos obtusos ao nosso
passado de onde surge a experiência, mas sem utilizar dos mesmos métodos pensando em novos
resultados. Abrir um paralelo existencial, um momento despido desse eterno passado, dessa
herança, acabando com a privatização de direitos essenciais e do acesso à verdadeira liberdade.
Humilhados sob os domínios de uma política elitista que privatiza o conhecimento na
industrialização da liberdade e distorção de seu conceito para seus moldes sociais pré-
concebidos num domínio sobre o outro, sobre a própria história, numa dinâmica da imposição
da impotência pela estrutura.
O passado é inerente, como um alicerce dessa construção e não a reflexão para algo
melhor. O significado desta herança é o domínio do próprio tempo onde o futuro é um mero
reflexo de um mesmo resultado, de ações pre-concebidas para um poder exclusivo.
Sair do jogo entre o passado e o futuro e traçar um paralelo a converter o curso do tempo
na forma gradativa e convergente até se tornar relevante na doutrina do conhecimento crítico é
impulsionar-se à um futuro na perspectiva de reconstrução do presente respeitando a existência
desse passado. Pautar o saber é abdicar dos pré-conceitos. Desvestir ideologias, ser crítico pelo
conhecimento e modificar-se no necessário pelo necessário na reconstrução gradativa baseada
na educação crítica como proposta para a igualdade.
Sobre a liberdade, Hannah Arendt a compara como a um tesouro. Mas como se rouba
algo que nunca lhe foi dado? Herdamos a ilusão de sermos livres. O monopólio da liberdade e
da igualdade é uma herança política tão intrínseca ao conceito de sociedade que seria uma utopia
uma existir sem a outra.
Em seu prefácio Hannah sugere que a liberdade nunca foi real, como uma miragem para
recriar a vontade suficiente a almejar um patamar pré-fabricado pela mídia “o combustível” que
mantém a engrenagem social, como uma barganha num vislumbre de um sucesso pré-concebido
para produzir da vontade em executar seus propósitos como ferramenta para nivelar as camadas
sociais atrás do que se é permitido conhecer para manter a máquina do poder. Afinal, porque a
elite tornaria seu próprio conhecimento acessível se não lhe é de interesse dar a todos essa
mesma ascensão. Quando se crê que é livre e vive-se essa ilusão, acredita-se na realidade e não
percebe que é uma mentira imposta e o pensamento já não é liberto.
Sem o conhecimento não há a liberdade de querer ois não se enxerga as verdadeiras
possibilidades e almejar amplos propósitos, e o significado do que se é ser livre perde-se junto
com a relevância do que se é ético. A conquista baseada na ascensão social é uma ilusão de
liberdade sob uma falsa realidade.
Karl Marx previu os ciclos históricos que industrializou o conceito de história, como algo
pré concebido.. Vive-se com o mal e à ignorância, numa realidade fundada no monopólio do
conhecimento por sob interesses resultando na ausência de liberdade. Há a construção errônea
de que ascensão social é conquista de poder, e como parte da formação do ciclo, não adianta
destituir quem domina pois o dominado irá alçar esse mesmo posto, na substituição do opressor
pelo oprimido.
Para a igualdade e o domínio da liberdade deixar ser uma utopia é necessário abrir
caminhos através da educação e repensar velhas respostas existentes em uma educação crítica
com ação fundamentada no pensamento, num compromisso com a busca de um novo resultado
para antigos problemas, na implantação do saber, do empreender sob a realidade e conceituar a
ação na modificação da nossa realidade como o acesso à cultura e lazer na formação cultural,
acesso à educação crítica; filosofia, sociologia, política, educação financeira, uma educação
num eixo libertário. O conhecimento capacita o homem a inserir-se no meio social, torná-lo
ativo na forma prática para o seu bem e o bem comum e o exercício da liberdade a ter acesso
aos seus patamares ideológicos. Da-lhe o direito de fazer parte desse mundo, em toda a sua
complexidade com acesso às ferramentas para isso. Orientar as pessoas por entre esses
territórios preestabelecidos numa atitude de reconhecimento próprio e na unção de um saber
construtivo libertador é um passo para o salto. A autenticidade de fomentar a singularidade
humana em uma educação verdadeira e libertadora, de acesso comum na construção intelectual,
social e moral; sugere respeito ao indivíduo e sua essência e projeta à reconstrução de um todo.
Num exercício pragmático e gradual, praticando a filosofia da moral. Para Hannah Arendt a
educação é a continuidade do mundo.
Reconsiderando o velho ditado latino, percebemos, pois, não sem certa
surpresa, que o sacrifício da verdade para a sobrevivência do mundo seria mais
fútil do que o sacrifício de qualquer outro princípio ou virtude. Enquanto
podemos nos recusar a indagar se a vida ainda seria digna de ser vivida em
um mundo destituído de noções tais como justiça e liberdade, o mesmo,
curiosamente, não é possível com respeito à ideia de verdade, aparentemente
tão menos política. O que se acha em jogo é a sobrevivência, a perseverança
na existência (in suo esse perseverare), e nenhum mundo humano destinado a
perdurar após o curto período de vida dos mortais seria capaz de sobreviver
sem que os homens estivessem propensos a fazer aquilo que Heródoto foi o
primeiro a empreender conscienciosamente – a saber, légein tá eónta, dizer o
que é. Nenhuma permanência, nenhuma perseverança da existência podem ser
concebidas sem homens decididos a testemunhar aquilo que é e que lhes
aparece porque é.(ARENDT, 2016, p.255)
A linha tênue que separa a comunhão de pensamentos igualitários da prática dos direitos,
jamais será transposta sob a conjectura que a formação das massas opera, e impor uma ideologia
não é o mesmo que praticar a igualdade de pensamento.
A educação libertadora está no engajamento humano para os elementos característicos
que tornam a sociedade consciente e livre. Livre do sistema da meritocracia da ascensão, num
estado libertador no verdadeiro conhecimento onde a sabedoria torna a felicidade um bem
comum na construção de ideais sociais em uma abordagem única e reacionária à esse sistema.
Questionar superando as distorções destrutivas de domínio do conhecimento como herança do
poder. Transpor ideais filosóficas para a prática e conduzir diretamente à ação política.
Concentrar-se insistentemente em um único pensamento a torna unilateral. A força produtiva
vem da individualidade, e torná-la um produto de construção de ideias reacionárias contra o
poder, ideias únicas e conjuntas, um conglomerado de difusão filosófica crítica acionária à abrir
as portas dessa convergente na ascensão da ação no saber. A união desses conjuntos de
individualidades conduz a uma revolução única onde a igualdade na construção do
conhecimento através da diversidade faz a transformação. Abandonar as ideias egoístas
humanos e aspirar o propósito do conhecimento libertador, verdadeiro, crítico, acessível. Um
ideal presente e continuo não apenas na produção de um legado permanente e verdadeiro; mas
também viver para algo que não veremos mas necessário para um futuro verdadeiro.
O declínio da aprendizagem é um problema político que sob o domínio do poder a usa
exclusivamente limitando o conhecimento para a manutenção deste. Sem o devido
conhecimento a sociedade não pode agir. A faculdade da liberdade é propícia do conhecimento
crítico, do acesso à educação igualitária e do exercício libertário. O direito à uma educação
plena é incontestável e a responsabilidade do seu acesso total é política. A ação dos direitos está
envolvida com o exercício do poder, que os nega em pró da manutenção da elite.
Historicamente há esforços de grandes pensadores na fuga dessa herança de pensamento
político. Mas a dominação irrevogável totalitária do poder não promovem esses ideais
filosóficos.
A liberdade, além disso, não é apenas um dos inúmeros problemas e
fenômenos da esfera política propriamente dita, tais como a justiça, o poder
ou a igualdade; a liberdade, que só raramente – em épocas de crise ou de
revolução – se torna o alvo direto da ação política, é na verdade o motivo por
que os homens convivem politicamente organizados. (ARENDT, 2016, p.172)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para desestruturar o conceito da educação somente para o trabalho é necessário entender
que a educação está intrínseca ao trabalho, é uma exigência é um processo para este. É uma
problemática para a produção de capital enraizada historicamente em que se estrutura o sistema
e resulta na formação da sociedade. Mas devemos desassociar o trabalho como um fim mas um
meio para a formação humana e o sustento na estrutura social. Um meio para a subsistência. O
propósito educacional é criar as próprias possibilidades para a construção do conhecimento na
individualidade se apropriando de todas as possibilidades particulares para alçar um bem
comum partindo da ética e da moral.
O princípio o que estrutura a produção do trabalho é o pensamento e o conhecimento que
se subverteram como mercadoria (uso e troca) por quem tem o domínio do poder e a realização
do trabalho baseia-se na necessidade e obscurece a liberdade; anula-se o indivíduo em pró de
um sistema e perpetua-se às necessidades sociais pela satisfação de seu projeto da manutenção
das classes e do poder. Mas, como sugere Hannah, como confrontar esse sistema herdado e
projetar um verdadeiro futuro na fuga desse passado eterno? Como desvincular a ideia de
manutenção de uma elite ininterrupta como descrita nos ciclos de Marx, para a construção
concisa de um futuro; do presente para um futuro?
Não há como romper ciclos através da violência sem perder a humanidade, e
historicamente está comprovado que a ruptura do poder pela força acaba reestruturando o
mesmo sistema pois o problema não está só no exercício do poder pela elite, mas na estrutura
formada por esta onde prevalecem seus ideais nos indivíduos condicionados pelas
determinações pré-concebidas.
Ou seja; para se iniciar uma mudança é necessário iniciar por uma mediação mostrando
as possibilidades de mudança.
Partindo do princípio de Marx e Hannah onde o conhecimento crítico e uma educação
emancipada é o que condiciona o cenário social; o afunilamento do conhecimento para a
determinação das classes vê-se aí a importância de se formar o homem; transformando-o a si e
ao redor. Gradativamente a educação na prática da liberdade parte de si para as relações com a
sociedade. Pois a potencialidade de mudança individual sugere automaticamente e para a
prática no seu conjunto em sua totalidade e consequente mudança. Não se rompe um ciclo;
reconstrói.
Fazer o movimento do pensamento consciente e crítico, ético e acentuar sua ação
transformadora individual para projeta-se na sociedade, suas reflexões coerentes na
possibilidade do exercício da individualidade, respeito à essência e vínculo ético com as
responsabilidades sociais é essencial não para viver esse momento libertário, mas semear a
revolução intelectual libertária social.
Inicialmente é preciso tornar os pedagogos portadores dessa ação emancipada e criar
condições para difundir a busca pelo pensamento crítico e a importância do conhecimento,
ensinar a perspectiva crítica e a compreensão do pensamento. Quem se dedica à investigação e
ao ensino tem a responsabilidade da importância que carrega em não somente reproduzir o
conhecimento, mas transmitir a importância, responsabilidade e a capacidade social que o
abarca. Praticar a perspectiva crítica é necessária para compreender esse contexto estrutural
para entender a lógica capitalista, saber questionar e se questionar sobre a formação do ser e à
própria educação. Introduzir na educação a compreensão do pensamento, domínio da
linguagem é primordial para a compreensão, reflexão e possibilidades de interpretação para a
superação dessa estrutura e reconstrução da própria história. Fazendo imergir o pensamento
crítico dos educandos para confrontar e reconhecer pensamentos sistemáticos na organização
do conhecimento e entender as diversas formas de alienação estruturada no poder resultando na
apropriação do conhecimento e privatização da educação como método e partir não só para a
reconstrução da individualidade na liberdade de seu conhecimento como fazer a sua extensão
no contexto social avaliando as possibilidades de mudança para o bem comum.
A compreensão ética sob essa perspectiva é de suma importância onde a compreensão
sob que ponto de vista conhecimento e educação estão interligados para alçar quais valores
morais, pois se os interesses do capital se sobrepõem aos interesses da humanidade como a
educação pode dar continuidade ao sistema e a própria humanidade não valoriza a educação e
sob que circunstâncias estamos formando os homens; para que tipo de sociedade se a maioria
da população não tem o mínimo para viver com dignidade.
Para Marx, nesse sentido, entende-se o sucesso individual como uma vitória se essa
vitória não comunga com o social ou a ascensão social é realmente um patamar a ser alçado se
é na verdade um produto social e não uma conquista do indivíduo para si e para a sociedade.
Como o conhecimento pode superar essas dificuldades?
Entendendo que o indivíduo e a sociedade são um e há a responsabilidade e necessidade
dessa união na educação onde o pensamento ético voltado para o bem comum é de suma
importância; e a formação docente / estudantes num ciclo dessa responsabilização na construção
do conhecimento e trabalho para romper a fronteira da formação apenas técnica para a
emancipada.
E como funciona as informações projetadas pela mídia como mercadoria para influência
e deturpação do que realmente é necessário e o poder dessa influência nos moldes culturais e
de consumo.
Promover a ideia da educação e do conhecimento crítico acessível sob forma de políticas
públicas educacionais relevantes nesse sentido.
Apoiar instituições públicas de ensino, universidades, pois a visão de que a privatização
da educação alavanca a qualidade é um conceito errôneo que pauta o conhecimento em média,
concorrência, desempenho; transforma a educação em uma empresa de mera concorrência para
funcionar a favor desse sistema deturpando o sentido de se educar e tratando o conhecimento
como mera ferramenta medíocre egoísta; segregando e catalogando os indivíduos.
Dando enfoque à importância das publicações científicas, artigos, e da divulgação da
leitura crítica pois são os meios fundamentais para a disseminação, democratização e expansão
do conhecimento.
Enfim, a emancipação da educação do capitalismo não se opera sob ruptura; mas
paulatinamente como um remédio amargo e difícil de se diluir mas que com o tempo surge
efeito. A raiz dessa emancipação está na própria educação onde se faz a compreensão da sua
própria importância individual nesse processo de desnaturalização do ser humano como objeto
de um capital mas como indivíduo de múltiplas possibilidades, independência de conjecturas e
moldes pré concebido sob sucesso e padrões, emancipação na sua própria construção histórica
partindo do indivíduo e sua consolidação do desenvolvimento contínuo ético, livre, crítico e a
insistência da prática da educação igualitária e libertaria pautada no presente numa formação
unitária ao conjunto da sociedade. A prática do conhecimento crítico ético e livre exerce o poder
libertador do ser e o ser social.
REFERÊNCIAS
ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro; tradução Mauro W. Barbosa; Ed. Perspectiva,
São Paulo – SP; 8ª edição; 2016.
SCHLESENER, Anita Helena; MASSON, Gisele; DOZZA, Maria José; Marxismo(s) &
educação; Ed. UEPG; Ponta Grossa, Paraná; 2016.