O documento discute as relações entre democracia, feminismo e poder. A democracia excluiu historicamente grupos como as mulheres. Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), as mulheres foram relegadas ao papel de guardiãs do lar, mas usaram estratégias de gênero para resistir ao regime. Após a redemocratização, partidos políticos cooptaram lideranças femininas para ganhar legitimidade, mas sem promover mudanças reais na subordinação das mulheres.
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Título original
Reflexões sobre atuação das mulheres e processo de redemocratização
O documento discute as relações entre democracia, feminismo e poder. A democracia excluiu historicamente grupos como as mulheres. Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), as mulheres foram relegadas ao papel de guardiãs do lar, mas usaram estratégias de gênero para resistir ao regime. Após a redemocratização, partidos políticos cooptaram lideranças femininas para ganhar legitimidade, mas sem promover mudanças reais na subordinação das mulheres.
O documento discute as relações entre democracia, feminismo e poder. A democracia excluiu historicamente grupos como as mulheres. Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), as mulheres foram relegadas ao papel de guardiãs do lar, mas usaram estratégias de gênero para resistir ao regime. Após a redemocratização, partidos políticos cooptaram lideranças femininas para ganhar legitimidade, mas sem promover mudanças reais na subordinação das mulheres.
democrático se faz a partir de uma experiência de exclusão. Para garantir suas posições de sujeito e o acordo institucional, é historicamente perceptível que os governantes se blindem de uma postura estratégica para que essa lógica não violente o seu exercício de poder. No que tange às políticas feministas, é claro compreender que as evidências apontam para uma história de exclusões, já que conforme Maria Del Carmen Feijó, há uma problemática na relação entre o que ela chama de “formas tradicionais de democracia” face à experiência das mulheres na construção de um movimento social. Nesse mote, como disse Dora Barrancos, a relação entre feminismos e democracia não pode ser presumida. Apesar de, como apresenta Ruth Cardoso, os movimentos libertários dos quais os feminismos fazem parte sejam movimentos que pensem uma lógica democrática, é fundamental que nos atentemos para não confundir e associar diretamente o alcance pleno de uma democracia às lutas feministas que ainda hoje assistimos. Não é possível presumir, automaticamente, que a democracia como se estabeleceu esta noção conseguiu solucionar todas as problemáticas no que tange as demandas por igualdade, liberdade e constituição de um espaço que não excluísse modos de vida que fossem distintos do “universal/tradicional”. Nesse sentido, se observarmos o contexto do estado de exceção de 1964, é possível notar que às mulheres foi relegado um papel bastante delimitado de ação: guardiãs do lar e da honra da família. O estado de exceção tenta desterritorializar essas mulheres, de modo que elas passem a atuar como instrumento panóptico institucional. A vigilância e o controle do regime se faz também por meio delas. Contudo, no momento mesmo que tomam consciência dessa identidade e do que a identidade (mulheres/guardiãs dos lares e dos filhos) carrega em seu bojo, essas mulheres fazem usos do gênero a fim de criar estratégias para lidar com o regime, sem que fossem percebidas como ameaças em potencial. Ou seja, paradoxalmente, o espaço relegado a essas mulheres e o papel estabelecido a elas tornou-as potentes para operar margens de manobra dentro do regime. Nesse sentido é possível falar de uma “política dos jogos de gênero”. O enfrentamento se dá, precisamente, no ponto paradoxal que se residia a condição feminina: o espaço privado tornar-se-ia o lócus de resistência das ditaduras para os feminismos. Com efeito, assistiremos aos desdobramentos desses movimentos que perpassam o estado de exceção e apresentam sua clivagem fulcral no momento de transição a que se seguiria a (re)democratização dos países do chamado Cone Sul. Desse modo, as políticas feministas têm uma dupla problemática: o enfrentamento e tentativa de fissura ao estado de exceção e a tentativa de afirmação de seus domínios e práticas, para que fosse possível entrar no que Maria del Carmen chama de “agenda legítima” de problemáticas e demandas que se desdobram dos acontecimentos. À exemplo do caso argentino, é possível notar que a dimensão do movimento de mulheres pela democracia alcança níveis inimagináveis, já que produz um rompimento significativo no modo de pensar a própria constituição democrática do país. Até mesmo na democracia há, claramente, um modelo de humanidade que representa a quem é garantido o privilégio de falar, de atuar e de estabelecer suas questões enquanto legítimas. Com efeito, a democracia, que se pretende progressista, desenvolvimentista, humanitária e inclusiva se ergue nas bases de uma cultura colonialista, que produz as diferenças, sobretudo no tocante às relações de gênero. Ou seja, o que se faz presente é o seguinte: compreendendo a potência e força política que as mulheres adquirem no período de (re)democratização, os partidos políticos usam, de modo bastante oportuno, a posição política dessas mulheres, a fim de garantir que a representatividade seja legítima, já que as demandas sociais agora reorientam os olhares para novos sujeitos políticos. Contudo, se fizermos uma análise mais cuidadosa desse tipo de estratégia, é possível notar que essas posições políticas ocupadas por mulheres, nada mais são do que modos de reforçar seu papel subordinado e bastante marcado nas relações sociais. Relegadas à posição de “apêndices” políticos, o uso simbólico da representatividade do discurso dessas mulheres é mais uma das facetas do modus operandi de uma lógica masculinista/heterocentrada e binária de conduzir essas relações entre os sujeitos, que nada mais é do que a própria lógica institucional e como ela opera. O desdobramento destas reflexões nos possibilita inferir que as instituições têm o papel de regular as práticas sociais, estabelecendo critérios e em quais níveis se dão essas relações. Assim, a questão que salta aos olhos é a seguinte: até que ponto e em que medida essa cultura política “democrática” é passível de ser rompida, no sentido de pensar os ‘jogos de gênero’, dadas as condições e possibilidades que as mulheres, enquanto sujeitos políticos dispõe, não apenas como subterfúgios para a manutenção dessa tradição masculinista, mas como possibilidade de constituir uma própria experiência/existência política feminina? E ainda, estendendo a questão a outros modos de vida, como é possível escapar das relações de submissão que as instituições conseguem impor aos sujeitos da práticas sociais? Os limites da cooptação: O aborto também se constitui um ponto chave para reflexão sobre pensar a associação e as tensões entre movimento de mulheres (femininos), movimentos feministas e democracia. Movimentos sociais- ênfase no coletivo-não é o mesmo que a noção de democracia ocidental grega. Questão da identidade nos movimentos sociais. A noção de partidos não está dentro desse sentido de democracia que compreendemos na Grécia antiga. Antigona- O estado x família- Cumprimento do papel doméstico- da família- Jogos de gênero como último recurso quando o estado não permite uma articulação política. Busca elementos na longa duração e usam como articulação política. A política dos afetos- Filosofia política. Espinosa. A ética dos afetos. Uma ética política dos relacionamentos entre sujeitos.
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A política dos afetos entre Helena de troia e Aquiles na série Troia: a queda de uma cidade. A relação entre ética e filosofia política. A política dos afetos se dá, conforme Espinoza, pela supressão de qualquer tipo de interferência moral teológica(normativa) no processo de elaboração da reflexão sobre a vida ética e as práticas políticas da sociedade.
Os engenheiros do caos: Como as fake news, as teorias da conspiração e os algoritmos estão sendo utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições