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Aspectos político-ideológicos dos direitos reprodutivos na Europa e a castração/esterilização

autorizada em outros países do sul global.


Novela “Barriga de Aluguel”. As novelas como produtoras de estados de opinião pública. As
novas tecnologias reprodutivas respondem ao desejo de ‘paternidade’ que se estabelece no
norte e no sul global.
A autora chama atenção para o seguinte: a relação entre norte e sul global acerca dos direitos
reprodutivos/corpo/saúde das mulheres se dá de modo desigual. Se por um lado no Norte há
uma política populacional que incentiva o aumento da natalidade, no Sul há uma política
populacional de controle para cessar e controlar a taxa de natalidade. Se pensarmos em uma
lógica neocolonial é fácil notar que a essa estrutura precisa ser preservada e a técnica é o
controle de um tipo de população em detrimento do crescimento e povoamento de outro tipo.
Então, o argumento que defende a autora é que o desenvolvimento das novas técnicas
reprodutivas serve para utilizar e explorar mulheres consideradas como ‘paridoras’ em função
de objetivos e interesses não confessos.
O discurso médico do século XIX começa a construir as mulheres como um útero envolto de
carne e membros. Ou seja, o útero como o que há de mais ‘essencial’ das mulheres.
Smith- O útero é para raça o que o coração é para o indivíduo. Os órgãos de reprodução da
espécie.
A obsessão de ter um filho/filha do próprio sangue para manter a consanguinidade das
relações e da criança. O sangue é o que transporta a essência das pessoas.
As tecnologias reprodutivas e sua faceta perversa.
O contexto de produção da obra Frankenstein sugere não uma crítica a capacidade de criação
das vidas mediante a ciência e a técnica, mas objetivava desnudar objetivos da época que era a
capacidade de criação de uma “raça melhor”, menos mestiça e mais pura.
Os sonhos de criar seres perfeitos revelam três aspectos importantes para a compreensão do
alcance dessas tecnologias reprodutivas:
-A paranoia dos cientistas por descobrir e controlar os princípios da vida;
-o sonho eugênico de produzir uma raça pura e perfeita;
-a instrumentalização das mulheres a serviço dessa ciência.

Teorias Malthusianas: associar à classe à imoralidade e perversão sexual. Por isso o controle
de natalidade. Era paradoxal. A inseminação artificial servia para controlar que tipo de vida
nasceria, por isso uma “produção da vida”. Biopolítica. Ademais, as discussões
interseccionais já perpassavam pela leitura de Verena, por meio de sua experiência com o
nazismo e depois com a discriminação das comunidades alemãs na Argentina.
Ela percebe um elemento fundamental para compreensão das proibições no século 19 dos
usos das técnicas de inseminação artificial: a disputa discursiva entre discurso de autoridade
médico/científico e o discurso de autoridade moral/religioso. Ciência x Religião.

A grande tensão se apresenta na medida em que o que está posto em xeque são as práticas de
liberdade e o desvelamento da ideia de liberação sexual, no sentido de pensar que essa suposta
liberação nada mais seria do que novas formas de aprisionamento dos corpos e destituição de
pertencimento e desterritorialização de sujeitos.

Sexualidade- biopolítica- controle dos corpos- direitos reprodutivos e sexuais das mulheres.

Pílula anticoncepcional produz a separação definitiva entre sexualidade (feminina) e


reprodução.
Uso biopolítico do anticoncepcional para controle populacional.

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