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Compreender a experiência e construções cotidianas do próprio sujeito branco como pessoa

racializada. O que é essa experiência da ideia de raça na constituição do sujeito? O que é a


identidade branca? Uma vivência imaginada, essência herdade de uma estrutura colonial-
capitalística (Rolnik) que dota determinados modos de vida de privilégios e aptidões
intrínsecas. ( Ruth Frankenberg, 2004).

A estrutura social cria a ideia de que os brancos são socializados entre uma população que se
percebe como desracializada, o que reitera a ideia da construção do grande ‘outro’ como o
único racializável. No limite, mantém a branquitude como identidade racial normativa.
(Vainer Schucman, 2012).

“Ser branco, ou seja, ocupar o lugar simbólico da branquitude, não é algo estabelecido por
questões genéticas, mas sobretudo por posições e lugares sociais que os sujeitos ocupam.”
(Vainer Schucman, 2012). Nesse sentido, é fundamental pensarmos as posições de sujeito que
ocupamos e com as quais somos socializados e constituídos, que é fruto de relações de
disputas por hegemonia, domínio e submissão.

“A branquitude é entendida como uma posição em que sujeitos que ocupam esta posição
foram sistematicamente privilegiados no que diz respeito ao acesso a recursos materiais e
simbólicos, gerados inicialmente pelo colonialismo e pelo imperialismo, e que se mantém e
são preservados na contemporaneidade. Portanto, para se entender a branquitude é importante
entender de que forma se constroem as estruturas de poder fundamentais, concretas e
subjetivas em que as desigualdades raciais se ancoram.” (Vainer Schucman, 2012, p.84).

“Estudos críticos sobre a branquitude” Movimento iniciado nos EUA que desloca o foco do
debate racial para o centro sobre o qual se constitui a noção de raça, qual seja, os brancos/as.

As categorias de raça, classe e gênero atuam na direção de nos orientar na constituição,


diferenciação, hierarquização e localização de sujeitos em nossa sociedade. Portanto, é
fundamental pensar como se interseccionam e de que modo esse entrelaçamento,
componentes que se acoplam e sobrepõem, produzem efeitos de desigualdade nos sujeitos.
Por isso, antes de nos questionarmos quais significados históricos de “ser negro/a,
TLGBQA+, de quebrada/periferia/precarizade” é fundamental e urgente a reflexão: Qual
significados e sentidos de ser branco?
Pensar a ideia de Judith Butler de ‘enquadramento’- Racializar, assim como generificar e
precarizar sujeitos significa classificar e identificar produzindo assimetrias e desigualdades
que sustentam as normas de dominação e manutenção de privilégios. Nesse sentido, Butler
constrói uma ontologia da precariedade para expor os mecanismos que permitem que
determinadas estruturas consigam apreender uma vida como precária. Assim, argumenta que
“se alguém apreende uma vida como precária decidirá protege-la ou garantir as condições
para sua sobrevivência e prosperidade” (BUTLER, 2018, p.15).

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