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Matéria de quarta
Aula 6
O CONCEITO DE COMUNIDADE
Psicologia comunitária
Aula 7
Mello (2014) reconhece que crianças e adolescentes são explorados desde o Período Colonial,
rememorando o uso de crianças escravas em tempos que eram vistas como mercadoria até o
trabalho semiescravo que se perpetuou no país ao longo do tempo, sobretudo no meio rural e
argumenta que apesar do reconhecimento do direito de crianças e adolescentes, ainda assim
estes não são garantidos, ainda que o Brasil disponha de uma legislação avançada, como o
Estatuto da Criança e do Adolescente (1990). Também é considerada a situação de crianças e
adolescentes que abandonam a escola, recorrendo a atividades laborais, como complemento
da renda de famílias sem recurso e em situação de miséria.
A autora compreende que as pessoas das classes subalternas, sujeitos da desigualdade social,
sofrem pela discriminação produzida no cotidiano pela humilhação, desta forma, verifica-se
condições de sofrimento que surgem à partir das relações de poder que geram sentimentos de
inferioridade.
“Os jovens são vítimas predestinadas, porque estão na idade de maior inquietação e demanda
por experiências novas e diferentes. Quando não encontram na escola, na família ou nos
bairros respostas às suas insatisfações, vão procurá-la nas ruas, espaço desestruturado e
aventuroso, com possibilidade de ganhou ou diversão, porém cheio de perigos.”
A impunidade tende a ser regra para as pessoas pertencentes às classes abastadas ou que
servem aos interesses do Estado, ao passo que pessoas das classes populares são tratados no
rigor da lei.
Mello (2014) nos recorda que a exposição não pretendia negar a violência nos contextos
urbanos, pois ela existe e não pode ser romantizada, tampouco ignorada.
Tais considerações nos levam a desconstruir uma visão de mundo estereotipa construída pela
mídia, valorizando-se um olhar na realidade social em que se produzem as próprias relações.
PERSPECTIVAS DE
INTERVENÇÃO NA
QUESTÃO RACIAL 1
Aula 8
Objetivo geral: Discutir o racismo estrutural em sua complexidade com a finalidade de refletir
sobre o tema na realidade brasileira pela perspectiva da Psicologia Social. O racismo é a
materialização da discriminação racial que se define pelo seu caráter sistêmico, por meio de
um processo em que se produzem condições de subalternidade e privilégio distribuídas entre
os grupos raciais por meio das esferas política, econômica e das relações cotidianas. Deste
modo:
“Podemos dizer que o racismo é uma forma sistemática de discriminação que tem a raça como
fundamento, e que se manifesta por meio de práticas conscientes ou inconscientes que
culminam em desvantagens ou privilégios para indivíduos, a depender do grupo racial ao qual
pertençam.” (ALMEIDA, 2021, p. 32, grifo do autor)
PERSPECTIVAS DE
INTERVENÇÃO NA
QUESTÃO RACIAL 2
Aula 9
Sugere-se que a discriminação agrega não somente o preconceito racial, mas se sustenta a
partir da necessidade de manutenção de privilégios de um determinado grupo, deste modo,
processos de discriminação também podem ocorrer devido a defesa de interesses. destaca a
relação dialógica entre a estigmatização e omissão diante da violência sofrida por um
determinado grupo (negros) e o silêncio de outro grupo em relação a seus privilégios (dentre
os quais, a brancura), cujo funcionamento promove a autopreservação (brancos).
No entanto, a imagem do homem branco como padrão universal tem uma história que foi
reconstituída por Edward Said, ao destacar o domínio dos europeus diante de outros povos
não europeus.
MEDO DO OUTRO
A construção do Estado brasileiro derivou de uma colonização europeia que trouxe em seu
bojo a imagem de homem branco como universal associada à dominação e ao poder. Neste
sentido, os brasileiros fundaram a sua cultura numa visão racista que foi reforçada por teorias
europeias que inferiorizavam os outros povos, em especial, os negros e descendentes
africanos, teorias estas importadas ao longo de toda a história do país. A Igreja também
contribuiu para reforçar a estigmatização e perseguição de diversos grupos dentre os