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Sinop/MT
2022
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1. O RACISMO (CAPÍTULO 5)
Nesse capitulo o autor apresenta o racismo à luz da psicologia social e a forma como o
racismo se expressa e se adapta a novos conceitos.
O racismo de fato é problema antigo que dura até hoje, como o autor comprova em sua
obra através de pesquisas, o racismo se encontra em lugares onde a população tem pouca
escolaridade bem como onde há pessoas com escolaridade completa, ou seja, o racismo não
tem lugar, ele se apresenta em qualquer meio, seja através atos provocados com total
consciência à atos de omissão ou não consciente, apesar da maioria dos brasileiros,
confirmarem sua existência e ao mesmo tempo afirmarem que não são racistas.
O racismo está enraizado em nossa cultura e dessa maneira percebemos como ele é grave,
afeta o bem-estar psicológico de quem o sofre, afeta sua vida em um contexto abrangente, o
impacto vai além do indivíduo, atinge um grupo inteiro e reforça um conceito injusto e
hediondo, ameaçando a continuidade da própria humanidade.
Um tema que ao passar dos anos se modifica, se transforma, mas que em sua essência
continua sendo o mesmo, uma arma desumana, assunto que deve ser lembrado, falado e
ouvido, para que se possa compreender que não somos perfeitos e que agimos de maneira
racista mesmo sem perceber, e que ainda sim trata-se de racismo, e não de um deslize ou de
uma falha inocente, só poderemos deixar de falar sobre racismo quando entendemos que ele
vem de todos e de todos os lugares.
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Neste terceiro capítulo, o autor expõe como o racismo se apresenta em diferentes formas,
como se transformou ao longo dos anos e como afeta as vítimas em diferentes âmbitos
sociais.
De início o autor nos apresenta uma pesquisa que revela que a maioria dos brasileiros
confirma a existência do racismo, porém uma minoria se considera racista, apresentando uma
questão contraditória, em que o racismo existe sem existir racistas e que o racismo se
transforma e se adapta em novos contextos de relações entre grupos e de normas sociais.
Ao logo das décadas o racismo se modificou, porém sempre com um único objetivo,
o de reforçar uma superioridade de raça, até a II Guerra Mundial o racismo se apresentava
através de uma diferença biológica, onde o branco teria biologicamente um desempenho
melhor do que o negro, o racismo era algo aberto, flagrante, teoria essa criada no século XIX
pela ciência. Se apoiando nessa ideia, posteriormente, o Apartheid, tanto na África do Sul
quando nos Estados Unidos, significando uma separação total do povo negro do branco,
exigindo instalações separadas entre as raças, banheiros dos negros, transportes público dos
negros, moradias dos negros.
Após a segregação, surgiu um novo tipo de racismo, o racismo cultural, o que hoje
nós conhecemos como racismo, sendo a cultura branca superior à da cultura negra. Apesar do
racismo cultural ser algo mais “comum” entre a nossa sociedade nos dias atuais, não podemos
negar que ainda exista o racismo biológico, é muito nítido encontrarmos racismo do tipo
biológico no âmbito dos esportes e das redes sociais. O fato de existir um racismo cultural nos
leva a um racismo estrutural e institucional, que retroalimenta o racismo individual e cultural,
ou seja, um monstro de três pernas como diz o autor.
Ainda o autor apresenta um exemplo de racismo individual entre o professor e duas
alunas, em que uma é branca e outra é negra, a aluna branca recebe a melhor nota em uma
prova respondida de forma idêntica à da aluna negra, esse exemplo se estende a vida real
facilmente, mesmo que tais ações não são motivadas por um racismo consciente, surgem de
maneira inconsciente ou implícita, que ainda sim trata-se de atitudes racistas, instauradas por
nossa cultura. Há ainda o racismo expresso num nível privado, que é aquele em que o
indivíduo faz pronunciamentos racistas consciente porém apenas de forma privada, em algum
grupo especifico ou por exemplo dentro de sua casa, e também o racismo expresso em
contexto público, aquele que não é velado, dito de forma abeta, como a infeliz fala do ex-
presidente Donald Trump que o autor apresenta como exemplo.
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O Brasil traz grandes marcas do racismo, como o último país a abolir a escravidão,
marcas que refletem na organização social e econômica. A TV aberta é um grande exemplo,
novelas e propagandas em que pessoas negras somente apareciam de forma subalternizado ou
invisibilizado, atores negros interpretando personagens como serviçais, empregados, ou
personagens que o exponham ao ridículo, aspectos que refletem e colaboram a construção de
uma cultura racista e coloca a população negra em uma determinado lugar de representação
limitada fazendo recair sobre eles estereótipos sociais negativos.
Outra forma de apresentação do racismo é o cyber racismo, hoje em dia com a
tecnologia facilitou a vida das pessoas para que elas possam se esconder atrás de uma tela, em
que elas podem se expressar de forma livre com a ideia de que não está afetando de fato uma
pessoa ou que não haverá consequências. Com a internet a comunicação se tornou algo rápido
e usando disso pessoas racistas se encontram websites para propagar o racismo. Não só a
internet é usada para isso, mas também jogos, que permitem a escolha de personagens brancos
e negros em que há diferenças de funções, onde o branco se sobressai ao negro, vale ressaltar
que é comum em jogos a sexualização feminina, sendo alguns jogos extremamente sexistas e
preconceituosos. O cyber racismo é usado para fortalecer um grupo racista e recrutar novos
integrantes, propagar o racismo através da internet e criando um senso de identidade coletiva,
construindo comunidades.
De fato é perceptível que o racismo se desdobra, se transforma, mas que em sua
essência continua a mesma, a inferiorização de uma raça sobre a outra, ela se encontra em
vários lugares e de várias as formas, mesmo em um país em que as pessoas afirmam não ser
racista, o racismo esta instaurado nas instituições, na educação, na economia e na nossa
cultura, uma triste realidade onde uma criança pequena já sabe o peso da sua cor.