1. Apesar da condenação generalizada do racismo, sua superação ainda é difícil, pois
ele se encontra enraizado em diferentes espaços da vida social, muitas vezes de modo tão sutil que não é percebido, a não ser que se tenha um olhar mais atento para o problema.
2. A questão racial na sociedade moderna e contemporânea tem sido objeto de
intensos debates. O texto aborda algumas das teorias que discutem o tema. São elas: a eugenia, que parte da noção de que haveria uma classificação da humanidade com base em sua origem consanguínea, em que a raça branca (ariana) seria superior às outras. E que afirmava que a miscigenação é um processo de degeneração da raça branca; a da democracia racial, segundo a qual, no caso brasileiro, as relações raciais são harmônicas e sem preconceito, e que no Brasil não haveria racismo; a do mito da democracia racial, que indica que as teses defendidas por aquela teoria são mitos, pois não acontecem na realidade. As relações raciais em nosso país são baseadas em dominação dos brancos e subordinação dos negros e mestiços, que sofrem em todas as esferas da vida social com um racismo à brasileira; a do multiculturalismo e da interculturalidade, que defende uma nova perspectiva para essa discussão ao adotar a noção de etnia, e também procura formas efetivas de superação do racismo.
3. As ações afirmativas, surgidas nos Estados Unidos no processo de luta pelos
direitos civis, foram implementadas no Brasil a partir da década de 1990. No caso específico da questão racial, as cotas nas universidades públicas para negros, indígenas e pardos têm gerado diferentes posicionamentos. Em que pese o debate ainda estar em andamento, o aumento na participação desses segmentos no Ensino Superior e a discussão sobre o racismo no Brasil são efeitos positivos da adoção da medida.
4. O texto utiliza o tema multiculturalismo e interculturalidade para propor uma nova
forma de abordagem da diferença entre os grupos humanos. Essa nova visão deve ser construída com a superação da interpretação que considera as características biológicas como os elementos de distinção entre as populações e as substitui pelas características culturais, aprendidas e contextualizadas historicamente. Do ponto de vista conceitual, propõe o abandono do termo raça, considerado inadequado, e sua substituição pelo termo etnia, mais próximo de uma concepção que valoriza a diversidade cultural humana.