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Assunto: [margens] Racismo e “branquitude” na sociedade brasileira

De: Danilo de Assis Clímaco daniloclimaco@yahoo.com.br [margens] (margens@yahoogrupos.com.br)

Para:

Data: Quinta-feira, 28 de Maio de 2015 14:31

Racismo e “branquitude” na sociedade brasileira

Um mendigo de rua me disse algo muito forte. Quando perguntei “O que é ser branco, para
você?”, ele me respondeu: “Eu posso entrar no banheiro do shopping e meu colega preto
não”.
 

Racismo e “branquitude” na
sociedade brasileira
Pesquisa investiga como a pele clara no
Brasil pode conferir privilégios que
  transcendem a condição econômica e as
classes sociais
 

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Racismo e “branquitude” na sociedade


brasileira
05 de fevereiro de 2015

Por José Tadeu Arantes


Agência FAPESP – O racismo é crime no Brasil, previsto pela Constituição Federal, nos
termos do Artigo 5º, Inciso XLII. “A prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”, diz o texto. No entanto, ao longo
do ano passado, manifestações abertas de racismo multiplicaram-se nas redes sociais e nos
espaços públicos, pondo em xeque a cômoda ideia da “democracia racial” brasileira. Esse
racismo estava encoberto e veio à superfície? Ou foi acirrado recentemente?
Perguntas como essas preenchem o dia a dia de Lia Vainer Schucman, doutora em Psicologia
Social pela Universidade de São Paulo (USP) que atualmente conclui um pós-doutorado com a
pesquisa “Famílias inter-raciais: estudo psicossocial das hierarquias raciais em
dinâmicas familiares”, apoiada pela FAPESP.
Também com o suporte financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo, sua tese de doutorado foi recentemente publicada em livro, com o título Entre o
encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na cidade de
São Paulo. [*]
Descendente de família judaica, Schucman ouviu muitos relatos de perseguições movidas pelo
racismo. “Fui socializada em um lar em que qualquer forma de preconceito e discriminação era
totalmente intolerável e automaticamente associada aos horrores passados pela minha família
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na Segunda Guerra Mundial”, escreveu.


Algumas linhas adiante, porém, reconheceu que essa formação não a eximiu de um racismo
mais sutil, que, de seu ponto de vista, perpassa a sociedade inteira: “Nosso racismo nunca
impediu que convivêssemos com negros ou que tivéssemos relações de amizade e/ou
amorosas com eles. No entanto, muitas vezes essas eram relações em que os brancos se
sentiam quase como fazendo caridade ou favor de se relacionarem com os negros”.
Schucman concedeu a seguinte entrevista à Agência FAPESP.
Agência FAPESP – Parece haver atualmente um recrudescimento de expressões do
racismo. Esse racismo estava reprimido ou está sendo acirrado?
Lia Vainer Schucman – É o chamado “medo branco”. Falo disso em um capítulo do livro.
Enquanto os negros se encontravam em uma posição subalterna, o racismo existia, mas não
assumia formas tão ostensivas, porque os negros não disputavam com os brancos o acesso
aos bens públicos e a outras posições na sociedade – coisas que os brancos consideravam
suas por merecimento. Porém, quando as lutas dos movimentos sociais negros produziram
certas conquistas, alguns brancos passaram a se sentir ameaçados. Isso foi claramente
perceptível nas entrevistas que fiz. Era comum, por exemplo, os entrevistados brancos
considerarem as cotas para negros nas universidades como privilégios. Mas não lhes ocorria
pensar que o lugar que antes ocupavam com exclusividade fosse um privilégio. Havia uma
ideia embutida de merecimento. No meu livro, há a foto de uma escola do bairro do Limão, em
São Paulo, com a pichação “Vamos cuidar de nossas crianças brancas” em um muro. Isso foi
motivado pelo fato de a escola ter decidido fazer, naquele ano, uma festa junina com motivos
negros, motivos de origem africana. E alguns pais se revoltaram com isso, sem levar em conta
que o currículo oficial, adotado como se fosse um currículo genericamente humano, é, na
verdade, pautado pela história e por valores europeus, valores que expressam a supremacia
branca. Essa pichação, que expressa um ponto de vista racista, foi uma reação à conquista
dos negros, no sentido de terem sua história e suas realizações reconhecidas.
Agência FAPESP – A mudança de mentalidade é um processo muito mais longo e difícil do
que a conquista de direitos e a adoção de políticas públicas afirmativas?
Schucman – Sim. Parte do meu doutoramento foi feita nos Estados Unidos, na Universidade
da Califórnia. Lá, recebi a orientação da afro-americana France Winddance Twine, que fez uma
pesquisa com brancos que interagiam com negros no dia a dia, procurando entender como
esses brancos se relacionavam com sua branquitude. Ela formulou o conceito de racial
literacy, que eu traduzi, em meu livro, por “letramento racial”. O letramento racial é uma forma
de responder individualmente às tensões raciais. Ao lado de respostas coletivas, na forma de
cotas e políticas públicas, ele busca reeducar o indivíduo em uma perspectiva antirracista. A
ideia subjacente é a de que quase todo branco é racista, mesmo que não queira, porque o
racismo é um dado estrutural de nossa formação social. Por exemplo, um jovem estuda
arquitetura em uma das melhores universidades brasileiras e, depois de formado, projeta um
banheiro de empregada com o chuveiro em cima do vaso sanitário. Ele não gostaria de usar
um banheiro desses. Mas projeta esse banheiro para a empregada como se isso fosse a coisa
mais natural do mundo. Veja, ele não está aderindo à ideologia escravista ao fazer isso. Ele
está simplesmente reproduzindo um racismo de fundo que perpassa todo o nosso sistema
educacional e toda a nossa cultura. Então, se ser racista é um aprendizado, se nós
aprendemos desde cedo a ser racistas em nossa sociedade, o letramento racial é a proposta
de um desaprendizado.
Agência FAPESP – E como o letramento racial funciona?
Schucman – É um conjunto de práticas, baseado em cinco fundamentos. O primeiro é o
reconhecimento da branquitude. Ou seja, o indivíduo reconhece que a condição de branco lhe
confere privilégios. O segundo é o entendimento de que o racismo é um problema atual e não
apenas um legado histórico. Esse legado histórico se legitima e se reproduz todos os dias e,
se o indivíduo não for vigilante, ele acabará contribuindo para essa legitimação e reprodução. É
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o mesmo que acontece em relação ao machismo. Seja homem ou mulher, se a pessoa não for
vigilante, ela acabará contribuindo para a legitimação e reprodução do machismo. O terceiro é
o entendimento de que as identidades raciais são aprendidas. Elas são o resultado de práticas
sociais. O quarto é tomar posse de uma gramática e de um vocabulário racial. No Brasil,
evitamos chamar o negro de negro. Como se isso fosse um xingamento e como se evitar essa
palavra pudesse esconder o racismo. Para combatê-lo, temos de ser capazes de falar de raça
abertamente, sem subterfúgios. O quinto é a capacidade de interpretar os códigos e práticas
“racializadas”. Isso significa perceber quando algo é uma expressão de racismo e não tentar
camuflar, dizendo que foi um mal-entendido. É o caso daquele casal branco do Rio de Janeiro
que foi comprar um carro levando junto o filho negro adotado. E o vendedor enxotou a criança,
que considerou um “menino de rua”. Depois, o vendedor ou alguém da loja tentou se
desculpar, dizendo que havia sido um mal-entendido. Não, não foi um mal-entendido. Foi uma
expressão pura e simples de racismo.
Agência FAPESP – Esses cinco fundamentos permitiriam construir uma individualidade
antirracista?
Schucman – Sim. É semelhante a uma alfabetização. Daí a palavra letramento. Foi essa
perspectiva de uma alfabetização antirracista que me fez eleger, como tema do pós-
doutoramento, as famílias inter-raciais. Porque o racismo da sociedade se reproduz de várias
maneiras dentro das famílias, inclusive das famílias inter-raciais.
Agência FAPESP – Dê um exemplo.
Schucman – Em uma família inter-racial, é comum que o filho de pele mais clara seja
beneficiado com a possibilidade de estudar, enquanto seus irmãos de pele mais escura
apenas trabalham. Os pais acham que o mais claro terá melhores oportunidades, então
investem em sua educação, mesmo que não possam dar a mesma condição para os outros
filhos. Há toda uma hierarquia na sociedade que se reproduz no interior das famílias, em
brancos e negros. A sociedade constrói significados sobre as coisas, e as pessoas, de uma
maneira ou de outra, introjetam esses significados.
Agência FAPESP – No seu livro, você se coloca dentro da pesquisa, não vendo o tema de
fora, com uma pretensa objetividade, mas questionando o seu próprio ponto de vista.
Como escolheu e desenvolveu o tema?
Schucman – Quando iniciei meu doutoramento, em 2008, a ideia era pesquisar o racismo. Eu
queria entender, do ponto de vista psicológico, como o negro introjetava o racismo. Mas, ao
cursar disciplinas da pós-graduação na USP, alguns colegas, militantes dos movimentos
negros, me disseram que estava na hora de “olhar outras coisas”. O que eles estavam
afirmando era que o negro constituía sempre o tema do pesquisador branco, como se o negro
fosse objeto e não sujeito, e como se o negro fosse sempre o “outro”. Eles me fizeram
perceber que, ao estudar o negro, ao estudar o indígena, o que o pesquisador branco faz é,
mais uma vez, produzir o “outro”. Decidi, então, colocar o branco em questão.
Agência FAPESP – De que maneira sua pesquisa evoluiu a partir daí?
Schucman – Comecei com um estudo mais teórico dos conceitos de raça, construídos no
século XIX. Um desses conceitos trazia a ideia de que o fenótipo determinava todo um modo
de ser: moral, intelectual, estético, civilizatório. Então, peguei essas quatro variáveis – moral,
intelectual, estética e civilizatória – e busquei perceber como elas apareciam na fala das
pessoas brancas. Ou seja, como essa ideia de raça, construída no século XIX, continuava
operando na construção das identidades. E constatei que elas apareciam na fala dos sujeitos o
tempo todo. Por exemplo, entrevistei um vigilante noturno branco e perguntei a ele: “O que é
ser branco, para você?” E ele respondeu: “Para mim, isso tem a ver com atitude. Eu sou
trabalhador, eu vivo bem”. Essa ideia fictícia, da superioridade branca, está quase sempre
presente na fala dos entrevistados.
Agência FAPESP – Quando você se aproximou do tema?
Schucman – Na graduação, obtive bolsa de iniciação científica para estudar preconceito e
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estereótipo. Eu já tinha uma herança familiar nesse sentido, porque minha avó materna é judia,
sobrevivente de campo de concentração, uma pessoa de esquerda. Na casa dela, há vários
retratos de parentes mortos em campo de concentração. Então, o antirracismo, a consciência
daquilo que o racismo é capaz de fazer, sempre foi algo muito presente na minha formação.
Fiz o mestrado com um estudo sobre identidade judaica. E o que mais me marcou foi
entrevistar pessoas que não seguiam a religião, não tinham nada a ver com o judaísmo, mas
não conseguiam deixar de ser judias. Eu perguntava: “Mas por que você não consegue deixar
de ser judeu?”. E a resposta era: “Porque os outros me veem como judeu”. A questão do olhar
do outro ou de como o olhar produz o “outro” tornou-se um subtema bem forte em minha
pesquisa. E continuou sendo.
Agência FAPESP – Você o retomou e desenvolveu no doutorado?
Schucman – Sim. Percebi que só é possível o branco se enxergar como branco, isto é, ter
uma noção dos privilégios que o fato de ser branco lhe proporciona, quando ele convive com
os negros. Percebi, na convivência com meus colegas de pós-graduação negros, que, se eu
comparecesse a alguma reunião dos movimentos sociais negros e me pronunciasse contra o
racismo, até nisso eu teria privilégio, pois o fato de ser branca e antirracista me dava um status
especial. Meus colegas eram muito críticos e até isso eles me apontavam.
Agência FAPESP – Como você lidou com isso?
Schucman – Eu procurava não ser reativa. Mesmo que, às vezes, a crítica fosse pesada e até
mesmo agressiva, eu tentava entender e assimilar. Tinha uma abertura muito grande. Além
disso, sempre tive uma ideia muito clara sobre o meu papel: se sou branca e estou
trabalhando ou me aproximando do movimento negro, não posso pretender ser protagonista.
O protagonismo é negro. O meu papel é estar junto; não pretender estar à frente. Esta é uma
consideração muito clara para mim, que continua orientando minha participação.
Agência FAPESP – Você fez muitas entrevistas qualitativas, levantando trajetórias de vidas
das pessoas. Lembra-se de alguma especialmente marcante?
Schucman – Entrevistei desde “quatrocentões” que ainda vivem da renda de suas fazendas,
isto é, que ainda vivem do que seus antepassados ganharam com a escravidão, até mendigos
da Praça da Sé. Ao entrevistar pessoas tão diferentes, mas todas brancas, minha intenção era
saber se havia uma característica própria da branquitude, algo capaz de perpassar as classes
sociais. Um mendigo de rua me disse algo muito forte. Quando perguntei “O que é ser branco,
para você?”, ele me respondeu: “Eu posso entrar no banheiro do shopping e meu colega preto
não”. Isso foi muito impactante: na extrema pobreza, a condição de ser branco ainda lhe dava
um privilégio. Outra entrevista marcante foi com uma “quatrocentona”, porque os valores dela
eram muito diferentes daqueles do imigrante, mesmo do imigrante rico.
Agência FAPESP – Quais eram as diferenças?
Schucman – Os imigrantes desfrutaram de vários privilégios no Brasil, porque a imigração foi
incentivada e patrocinada pelo governo. E a entrada de imigrantes brancos estava em sintonia
com uma política de “embranquecimento” do país. Mas, para ascenderem econômica e
socialmente, os imigrantes foram, de fato, muito trabalhadores. Isso ficou marcado em sua
autoimagem. Claro que há exceções, mas, regra geral, o imigrante considera que conseguiu
subir na vida devido ao seu mérito. A ideia do mérito é muito forte para ele. Porém, ele não
consegue perceber que, ao lado do mérito, sua ascensão também foi favorecida pelo privilégio
da branquitude. Porque o negro também está trabalhando há séculos no Brasil e não
conseguiu ascender da mesma forma. Então, no caso dos imigrantes, a branquitude fica
camuflada na autoimagem. No caso dos quatrocentões não. Eles têm perfeita consciência de
seus privilégios, porque nunca trabalharam. A ideia forte, neste caso, é a de herança. E, se
podem desfrutar de uma herança, foi porque os escravos negros trabalharam para seus
antepassados. Então a ideia de ser branco e dos privilégios que isso traz está muito presente
em sua visão de si mesmos.
Agência FAPESP – Há alguma peculiaridade que você poderia destacar em seu processo
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de pesquisa?
Schucman – Uma peculiaridade é que não separo o que poderia ser chamado de “trabalho
de campo” daquilo que vivo no dia a dia. Na tese de doutorado, incluí muitas falas informais,
de pessoas com as quais eu interagia. Foi o caso de uma que, quando soube que eu
pesquisava brancos, afirmou: “Que bom! Porque agora só se fala de negros”. Durante quatro
anos, eu registrei entrevistas e conversas do dia a dia. Eu ficava o tempo todo registrando. Eu
só pensava nisso.
Agência FAPESP – Isso a afetou pessoalmente?
Schucman – Quando se começa a pensar insistentemente nestas coisas, você vai ficando
muito irritada. Já não consegue conviver com a cidade. Porque a cidade de São Paulo tem
uma geografia da raça: há lugares que só têm brancos. Quando entrava em um lugar desses,
eu começava a me sentir mal. Eu me sentia colaborando com o apartheid da nossa
sociedade.
Agência FAPESP – Como você aborda a questão das cotas raciais? 
Schucman – Na maioria dos casos, a oposição às cotas não decorre de nenhum critério
racional. Tive a demonstração disso em minha pesquisa. Quando perguntei “você acha que
tem privilégios pelo fato de ser branco (ou branca)?”, meus 40 entrevistados responderam que
sim. Uma empregada doméstica disse: “Minha patroa é preconceituosa. Se eu fosse negra,
não teria este emprego”. Um jovem falou: “O pai da minha namorada é racista. Talvez eu não
pudesse namorar com a filha dele se fosse negro”. E por aí foi. Imediatamente em seguida,
perguntei: “Você é a favor das cotas?” Dos 40 entrevistados, 37 responderam: “Não. Somos
todos iguais”. Esses 37 tinham acabado de dizer que possuíam privilégios. E, agora, negavam
as cotas, com o argumento de que elas privilegiavam os negros. É um posicionamento
totalmente irracional. Por isso, eu uso a expressão “medo branco”. E é um discurso
fragmentado. Só um discurso fragmentado pode acomodar o fato de a pessoa admitir que
tem privilégios e, em seguida, dizer que todos somos iguais.
Agência FAPESP – Qual é o foco de sua pesquisa atual, com famílias inter-raciais?
Schucman – Tento entender como os afetos podem legitimar o racismo e como podem
também ajudar a desconstruí-lo. A partir de uma enquete mais ampla, em que entrevistei todos
os membros de várias famílias, escolhi algumas famílias, com as quais estou fazendo um
trabalho quase etnográfico há cerca de um ano. Vou dar um exemplo. Em uma dessas
famílias, o pai é negro e afirma que não existe racismo no Brasil. Quando ele está presente,
todos os membros da família parecem concordar com seu ponto de vista. Mas, se ele sai da
sala por algum motivo, as pessoas aproveitam para dizer o que não têm coragem de falar em
sua presença. A filha, que é branca, disse que, por várias vezes, viu seu pai ser discriminado
por racismo. Acredito que, para ele, seja muito difícil admitir isso. Há todo um jogo de
ambivalências, que eu tento interpretar.
  

Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na


cidade de São Paulo
Autora: Lia Vainer Schucman
Editora: Annablume
Lançamento: 2014 
Páginas: 194
Preço: R$ 41,00 (R$ 30,75 na loja virtual)
Mais informações: http://www.annablume.com.br/loja/product_info.php?
products_id=2009&osCsid=0dt6ar3f2movnq2859k4qi1jg0

Nota explicativa
[*] A palavra “branquitude”, que a pesquisadora utiliza criticamente em seu livro, não está
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dicionarizada. É um neologismo empregado em contraposição a negritude. O conceito de


negritude foi forjado durante a luta anticolonialista dos povos africanos, no século XX, e
utilizado, principalmente pelo poeta e político senegalês Léopold Sédar Senghor (1906 –
2001), para resgatar e exaltar as culturas, tradições e características identitárias da África,
que haviam sido subjugadas pelo colonialismo. Já o conceito de branquitude, sem ser
identificado por esse nome, começou a ser construído durante a expansão colonial
europeia, a partir dos séculos XVI e XVII, mas principalmente no século XIX, para justificar
ideologicamente a dominação, pelos europeus, das populações ancestrais da América, da
África, da Ásia e da Oceania. Nesse processo, a identidade “branca”, definida pela cor da
pele e outros traços fenotípicos, foi estabelecida como norma e padrão humano, sendo os
outros grupos apresentados como marginais, desviantes ou inferiores.
 

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Danilo
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