Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Filósofa e pesquisadora
Uma das principais vozes brasileiras no combate ao racismo e ao feminicídio.
Filosofia Política, com ênfase em Teoria Feminista, Relações Raciais e de Gênero e
Feminismo.
Colunista do jornal Folha de São Paulo e foi secretária-adjunta da Secretaria de
Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo
"O que é lugar de fala", “Quem tem medo do Feminismo Negro?” e “Pequeno manual
antirracista”
Prêmio Cidadão SP em Direitos Humanos, Trip Transformadores, Melhor Colunista
no Troféu Mulher Imprensa, prêmio Dandara dos Palmares
Está entre as 100 pessoas mais influentes do mundo abaixo de 40 anos, segundo a
ONU.
https://online.pucrs.br/professores/djamila-ribeiro
A coleção
“Pensar em feminismo negro é justamente romper com a cisão criada numa
sociedade desigual. Logo, é pensar projetos, novos marcos civilizatórios, para
que pensemos um novo modelo de sociedade. Fora isso, é também divulgar a
produção intelectual de mulheres negras, colocando-as na condição de
sujeitos e seres ativos que, historicamente, vêm fazendo resistência e
reexistências.
(...) É importante pontuar que essa coleção é organizada e escrita por mulheres
negras e indígenas, e homens negros de regiões diversas do país,
mostrando a importância de pautarmos como sujeitos as questões que são
essenciais para o rompimento da narrativa dominante e não sermos tão
somente capítulos em compêndios que ainda pensam a questão racial como
recorte.”
Silvio Almeida
Jurista, consultor, advogado e professor, graduado em filosofia pela USP.
Doutor e Pós-Doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Faculdade de Direito da USP
Professor de Compliance Antidiscriminatório e Governança e Ética Corporativa na Escola de
Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), de
Estado e Direito no Pensamento Social Brasileiro na Escola de Direito da Fundação Getúlio
Vargas e de Filosofia do Direito e Pensamento Social Brasileiro na tradicional Faculdade de
Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie
Instituto Luiz Gama, organização que visa à inclusão de minorias e à promoção de uma
educação antirracista.
Consultoria para organizações públicas e privadas sobre a implantação de práticas
antidiscriminatórias e técnicas de promoção de diversidade e inclusão.
Conselheiro do Museu AfroBrasil, da Conectas Direitos Humanos, da Ouvidoria da
Defensoria Pública do Estado de São Paulo, da Escola Superior de Advocacia da OAB/SP e
do Museu do Futebol.
Colunista da Folha de São Paulo.
Atualmente é professor visitante da Universidade de Columbia, em Nova York.
Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Raça e Racismo
Livro sobre Teoria Social – 02 teses
1ª: a sociedade contemporânea não pode ser compreendida
sem os conceitos de raça e de racismo.
2ª: racismo é sempre estrutural, ou seja, de que ele é um
elemento que integra a organização econômica e política da
sociedade.
Por trás da raça sempre há contingência, conflito, poder e decisão, de tal sorte que se
trata de um conceito relacional e histórico. Assim, a história da raça ou
das raças é a história da constituição política e econômica das sociedades
contemporâneas.
E foi esse movimento de levar a civilização para onde ela não existia que
redundou em um processo de destruição e morte, de espoliação e aviltamento,
feito em nome da razão e a que se denominou colonialismo.
Ainda que hoje seja quase um lugar-comum a afirmação de que antropologia surgida
no início do século XX e a biologia – especialmente a partir do sequenciamento do
genoma – tenham há muito demonstrado que não existem diferenças biológicas ou
culturais que justifiquem um tratamento discriminatório entre seres humanos, o fato
é que a noção de raça ainda é um fator político importante, utilizado para
naturalizar desigualdades e legitimar a
segregação e o genocídio de grupos sociologicamente considerados
minoritários.
Preconceito, Racismo e
Discriminação
Discriminação pressupõe poder
Discriminação direta e indireta
Discriminação positiva
Quando terroristas brancos bombardeiam uma igreja negra e matam cinco crianças
negras, isso é um ato de racismo individual, amplamente deplorado pela maioria dos
segmentos da sociedade. Mas quando nessa mesma cidade – Birmingham, Alabama –
quinhentos bebês negros morrem a cada ano por causa da falta de comida adequada,
abrigos e instalações médicas, e outros milhares são destruídos e mutilados fisica,
emocional e intelectualmente por causa das condições de pobreza e discriminação, na
comunidade negra, isso é uma função do racismo institucional. Quando uma família
negra se muda para uma casa em um bairro branco e é apedrejada, queimada ou
expulsa, eles são vítimas de um ato manifesto de racismo individual que muitas pessoas
condenarão – pelo menos em palavras. Mas é o racismo institucional que mantém os
negros presos em favelas dilapidadas, sujeitas às pressões diárias de exploradores,
comerciantes, agiotas e agentes imobiliários discriminatórios
Black Power: Politics of Liberation in America, de Charles V. Hamilton e Kwame Ture (nome africano
adotado por Stokely Carmichael)
Racismo Estrutural
Racismo é um dos componentes orgânicos da sociedade
Racismo Reverso
Implementação de práticas antirracistas efetivas. [representatividade]
O racismo é uma decorrência da própria estrutura social, ou seja, do modo “normal” com que
se constituem as relações políticas, econômicas, jurídicas e até familiares, não sendo uma
patologia social e nem um desarranjo institucional. O racismo é estrutural. Comportamentos
individuais e processos institucionais são derivados de uma sociedade cujo racismo é regra e
não exceção. O racismo é parte de um processo social que ocorre “pelas costas dos indivíduos
e lhes parece legado pela tradição”
Em um mundo em que a raça define a vida e a morte, não a tomar como elemento de
análise das grandes questões contemporâneas demonstra a falta de compromisso com
a ciência e com a resolução das grandes mazelas do mundo.
“A gente combinamos de não morrer”.
Eu sei que não morrer, nem sempre, é viver. Deve haver
outros caminhos, saídas mais amenas. Meu filho dorme.
Lá fora a sonata seca continua explodindo balas. Neste
momento, corpos caídos no chão, devem estar esvaindo
sangue. Eu escrevo e relembro o verso que li um dia.
“Escrever é uma maneira de sangrar”. Acrescento: e de
muito sangrar, muito e muito...
(Conceição Evaristo)
Interseccionalidde
(Carla Akotirene)
Texto forte, com alguns relatos dolorosos sobre o tratamento dispensado às muitas
mulheres negras, em idades diversas, de violência ao corpo e ao ser.
Davis coloca que algumas foram as publicações sobre o que foi e como se configurou
a escravidão nos EUA.
No texto, a autora traz como eixo estruturante que dá suporte a toda a sua reflexão, o
trabalho e como as mulheres negras vivenciaram o percurso de exploração a partir
dele e das exigências de sua mão de obra.
O legado da Escravidão: parâmetros para
uma nova condição da mulher.
A realidade mostrava que as mulheres em grande parte Enquanto a sociedade construía imagens de uma
estavam nos campos, na agricultura, em trabalhos mulher com excelência no trabalho doméstico, boa
muito semelhantes aos dos homens, como a autora cozinheira, boa mãe, boa cuidadora de famílias. O papel
coloca: “as mulheres eram vistas, não menos do que os da mulher neste trabalho doméstico tinha um papel
homens, como unidades de trabalho lucrativas, para os decisivo na sustentação de sua família e comunidade.
proprietários de escravos elas poderiam ser desprovidas
de gênero.” (Davis, 1981 p. 24). A vida doméstica se mostrava como o espaço do respiro
onde se organizavam e podiam de alguma maneira falar
sobre si. Era de alguma forma um alento mesmo diante
das dificuldades e de uma certa visão diminuída do
papel do homem nessa função. No trabalho doméstico
tinham a condição de usufruir do que produziam.
O legado da Escravidão: parâmetros para
uma nova condição da mulher.
Esse ato permitiu, muito provavelmente, a emancipação de muitas mulheres com relação à
liberdade do sistema opressor, muito embora as condições ideológicas da sociedade
permanecessem sob um jugo de exploração e submissão das mulheres negras.