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RACISMO
Você já parou para pensar o quanto o racismo afeta o dia a dia da escola e da
sociedade? Em novembro, comemoramos o mês da Consciência Negra, com
feriados oficiais em municípios de 16 estados brasileiros. Em muitos casos, a
ocasião é aproveitada para promover palestras de conscientização sobre o
racismo, criar espaços para discussão, organizar marchas e celebrar a
ancestralidade, a cultura e a memória dessa parcela da população que representa
54% do país.
Embora a data seja de extrema importância para sinalizar que precisamos falar
seriamente sobre a Consciência Negra, o debate não deve estar circunscrito a esse
momento nem na escola e nem na sociedade. Compreender os impactos do
racismo existente no país é um tema antigo, e que continua urgente e atual em
todos os setores da sociedade, inclusive na saúde mental. É preciso, ainda,
entender a questão do racismo como um problema estrutural do nosso país. O
termo racismo estrutural significa a formalização desse tipo de preconceito,
presente na sociedade brasileira de maneira cristalizada.
Mas o que isso tem a ver com saúde mental? Uma das consequências, de acordo
com uma pesquisa da Universidade de São Paulo, é que o racismo faz com que
muitas pessoas negras se sintam insuficientes e culpadas devido a essa falta de
integração plena em uma sociedade que as violenta e as segrega
recorrentemente.
Além disso, embora a condição crônica de estresse traga efeitos colaterais
negativos a todas as pessoas, os fatores psicossociais e contextuais únicos aos
quais os negros estão sujeitos - como o racismo e a discriminação - criam um
fator adicional de estresse diário a eles. Corroborando com esse dado, um estudo
divulgado pela Associação Americana de Psicologia, concluiu que o
estresse relacionado à raça é um fator de risco significativamente mais
importante do que outros eventos estressantes da vida para o sofrimento
psíquico.