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TEMA: Desigualdades e vulnerabilidades: desafios e caminhos para

uma sociedade democrática e inclusiva.

HABILIDADE: (EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana,


estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e
problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e
discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos,
a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais.

CATEGORIA: Indivíduo, Natureza, Sociedade, Cultura e Ética.

OBJETOS DE CONHECIMENTO: Legados do patriarcalismo e da


escravidão: as relações de poder e constituição de desigualdades (mito
da democracia racial e tipos de racismo: injúria racial, racismo
institucional e racismo estrutural).
PARA INICIAR NOSSA AULA :

O QUE É DEMOCRACIA?

O QUE É ETNIA?

O QUE É MITO?
O QUE É MITO RACIAL?
A democracia é o regime político balizado pelos
princípios da igualdade e da liberdade e pelos
direitos de participação e contestação:

igualdade jurídica (todos são iguais perante a lei) e


liberdade política (livre pensamento, expressão e
associação), isto é, o direito de participar do
processo decisório (que tem o poder legal de
decidir) em posições de igualdade com os demais,
podendo votar e ser votado, e contestar ações e
resultados do governo.
Características da democracia

•Eleições livres, periódicas e idôneas;


•Liberdade de pensamento, expressão e associação;
•Alternância de poder;
•Livre acesso à informação;
•Transparência e publicidade no trato da coisa
pública;
•Sistema institucional de freios e contrapesos ao
exercício do poder;
Etnia é uma coletividade de
pessoas que apresentam
características específicas em
comum.
Etnia o conceito:
O conceito etnia deriva do
grego ethnos, cujo significado
é "povo".

A etnia representa a consciência de um


grupo de pessoas que se diferencia dos
outros.
O que é o “mito da democracia racial”?

Mito é algo irreal, inexistente, uma narrativa


fantasiosa.

Falar em “mito da democracia racial” leva-nos a


interpretar que a democracia racial não existe.

De fato, atualmente, sobretudo no Brasil, a


democracia racial é uma lenda.
Democracia racial
Democracia racial é o estado de plena igualdade
entre as pessoas independentemente de raça, cor
ou etnia.

No mundo atual, apesar do fim da escravização e da


condenação de práticas e de ideologias racistas,
ainda não existe democracia racial, visto que há um
abismo imenso que segrega populações negras,
indígenas e aborígenes da população branca.
democracia racial requer, portanto, pensar
em uma sociedade em que todas as pessoas,
independentemente de sua origem étnico-
racial e da cor de suas peles, sejam livres e
tenham direitos iguais.
Devido ao passado de escravidão, racismo e
exploração de territórios africanos por parte de
nações europeias que deixou uma imensa de
preconceito e discriminação na sociedade.
Existe democracia racial no Brasil?

A resposta imediata à pergunta


iniciada no tópico é “não”.

Não existe democracia racial no


Brasil, como não existe democracia
racial em qualquer lugar do mundo.
Desde a abolição da escravatura no Brasil,
nunca houve lei restritiva que segregasse
oficialmente a população negra da
população branca.
Pelo fato de o Brasil não ter apresentado
um projeto oficial de segregação entre
negros e brancos, houve aqui a
disseminação de uma ideologia (ou mito)
da democracia racial.
Existe, no máximo, um mito de uma
democracia racial pelo fato de o racismo
aqui não ser tão evidente quanto é nos
Estados Unidos, na Europa ou na África do
Sul.
racismo estrutural
Existi um racismo estrutural que
segrega negros e brancos em classes
sociais diferentes, e dificulta o acesso
da população negra a educação, saúde,
emprego digno, é necessária medidas
de reparação histórica para que uma
nação seja, de fato, uma democracia
racial.
O racismo estrutural é aquele que
não é explícito em um preconceito e
uma discriminação claros e distintos,
ele está enraizado na sociedade.
O racismo estrutural está nas bases
da sociedade brasileira e só é
perceptível por um olhar apurado na
discrepância de renda, de
empregabilidade e de
marginalização da população negra
em relação à população branca.
No entanto, há uma ideologia racista
que perdura até hoje e, sobretudo, há
um racismo velado, estrutural, que
mantém a população negra à parte da
plenitude de seus direitos em nosso país.
racismo velado
Escondido em supostas brincadeiras ou
expressões, o racismo velado é um desafio para
todos nós enquanto sociedade.

Ele se dá de várias formas, entre elas, aquelas


frases que estão disfarçadas de uma ideia não
racista, do tipo
“Olha o cabelo dela! Quando
não está preso, está armado”

“Amanhã é dia de
branco.”

‘eu não tenho nada contra


pretos, inclusive, meu melhor
amigo é preto’
Esses são apenas alguns
exemplos de racismo velado, que
é muito difícil de provar e que
encontra certo apoio no
arcabouço ( estrutura ) jurídico
brasileiro.
Gilberto Freyre

*escritor - *foi um estudioso da sociologia e da


antropologia no Brasil,
*desenvolveu uma tese sobre a organização social do
Brasil colonial.

Sua obra Casa grande e senzala, vai na contramão das


teorias do chamado racismo científico que defendiam a
pureza racial e o “branqueamento” do povo como
partida para chegar-se a um estágio de maior evolução
social.
Para GILBERTO FREYRE, era
a miscigenação que gerava um povo mais forte
e capaz de maior desenvolvimento.

A tese de Freyre é que ela considerava como


certa a existência de uma relação cordial entre
senhores e escravos no período colonial
brasileiro.
Segundo o sociólogo, os senhores mantinham uma relação
de cordialidade com suas escravas, mantendo muitas
vezes, relações sexuais.

Essa visão de cordialidade da escrava para com o seu


senhor branco advém do medo.

Sendo relações na maioria das vezes estupro ou


consentidas por elas por conta do medo que tinham de
sofrer castigos ao negarem-se a tal ato.
O mesmo fenômeno aconteceu com as índias brasileiras e
os brancos

Esse ciclo de abusos sexuais resultou nos primeiros casos


de miscigenação no Brasil ainda no século XVI e
intensificou-se até o fim da escravidão.

Não podemos dizer que toda a miscigenação do período


seja fruto de abuso e de estupros, mas a maior parte foi.
De fato, dado o fim da escravidão, pode-se
constatar no Brasil a grande miscigenação
entre negros de origem africana, brancos de
origem europeia e índios nativos brasileiros, o
que difere nosso país de todos os outros
territórios colonizados.
No entanto, o racismo persistiu ainda
por muito tempo de maneira descarada,
pública e impune e, ainda hoje, persiste
nos âmbitos privado e público de
maneira velada e estrutural.
REFERENCIA:

https://brasilescola.uol.com.br/historia/democracia-racial.htm

MORIZ, Lilia; Racismo no Brasil. Publifolha, 2001. p.27-29.

https://www.geledes.org.br/racismo-estrutural-entenda-o-
que-significa/

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