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LICENCIATURA EM SOCIOLOGIA

PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR

DIVERSIDADE CULTURAL NA ATUALIDADE E OS PROBLEMAS CAUSADOS PELA


INTOLERÂNCIA E PELA XENOFOBIA

CRISTÓVÃO DOS SANTOS ALCANTARA


RA: 1653813

SOUSA
INTRODUÇÃO

Neste trabalho, faremos o levantamento bibliográfico em livros didáticos de Sociologia


sobre a diversidade cultural e os problemas causados pela intolerância e pela
xenofobia. Buscaremos analisar como os autores abordam o tema e faremos uma
resenha crítica sobre cada trabalho.
Palavras chaves: diversidade cultural, intolerância e xenofobia.

DIVERSIDADE CULTURAL
Em termos culturais, o mundo teve uma considerada evolução desde os
primeiros homens, os povos nômades ao migrar de região pra região deixavam e
levavam seus costumes pra outros lugares. Com essa prática de migração foi-se
criando sociedades distintas com hábitos diferentes, o ser humano foi se adaptando
em relação ao clima, vegetação e tipos de solo de cada lugar.
Com a evolução dos povos aconteceram as colonizações, que é a prática de
ocupar territórios já habitado, os povos colonizadores geralmente eram aqueles que
dominavam mais a arte do conhecimento, das armas e tecnologias, então ficou a
imagem de que quem tinha mais conhecimento seria mais evoluído. A mistura entre
povos gerou a diversidade cultural.
Marcon (2014) aborda o tema enfatizando essa pluralidade cultural entre os
povos e sobre as diferentes culturas entre eles:

“Mas, se você pensa que sua cultura é superior ou inferior a uma


outra, você está redondamente enganado. Elas são apenas
diferentes. A afirmação que uma pessoa tem mais cultura que
outra é um juízo de valor emitido a partir de um referencial de
determinada cultura. Em sociologia, denominamos esse tipo de
juízo de valor como etnocentrismo.” (MARCON, 2014, p. 98)

A autora fala que a cultura de um povo está relacionado a todo conjunto de


saberes, ao modo de vida, tradições, enfim, a tudo que envolve seu cotidiano. Como o
sentido de cultura é muito amplo, é impossível dizer que um determinado grupo tem
mais ou menos cultura que outro. O etnocentrismo é quando se ver a cultura com base
na sua própria, desconsiderando as outras ou considerando a sua como superior às
demais.

Hoje o que muito se discute são a preferências de cada um, seja no estilo
musical, no modo de se vestir, time que torce, Bomeny et al. (2016) explica que essas
preferências são construídas no decorrer do desenvolvimento do indivíduo, como o
ambiente em vive e/ou as informações que recebe, moldam seus gostos.

O gosto se aprende porque ele supõe a interiorização de certas


informações de saberes aos quais somos expostos ao longo de
nossa vida e a identificação com eles. Para se apreciar determi-
nada expressão artística, é necessário ter mais do que o senso
comum chama de “gosto”: é preciso um “patrimônio cognitivo”
e uma “competência cultural”, ou seja, o gosto depende de um
feixe de condições específicas de aprendizado.
(BOMENY et al. 2013, pag. 265).

Para o autor, caracterizar um grupo étnico tem que ter outros grupos para se
fazer uma comparação das diferenças que há em seus costumes, o fato de terem
soluções diferentes para o mesmo problema ou de ter uma visão diferente para o
mesmo fato é o que mostra a identificação coletiva entre os grupos. É considerado
como minorias, aqueles grupos que estão em situação de desvantagem à maioria, mas
a ideia de minoria pode ser enganadora se for pensar em número de pessoas, as vezes
o grupo é maior em número mas tem uma representação menor em relação as
demais.

“O grupo étnico não é definido por seu conteúdo cultural, mas sim em
contraposição a outros grupos. Um grupo étnico só se define em rela-
ção a outro, e o conceito de etnicidade é sempre relacional. Não há etni-
cidade num grupo isolado, pois o que constituiu a etnicidade é justa-
mente o contraste com outros grupos.” (Machado et al. 2013, p. 69).

Em seu livro Silva et al. (2016) discorre o etnocentrismo:

O olhar etnocêntrico sobre o mundo produz duas formas de agir que


negam a diversidade cultural: o preconceito e a discriminação. O pre-
conceito ocorre quando grupos ou indivíduos avaliam as práticas cul-
turais de outros com base em valores e opiniões preestabelecidas.
Efetiva-se na realidade por meio de atitudes discriminatórias, ou seja,
que tratam de modo distinto e pejorativo práticas, valores e costumes
de outras culturas. (Silva, et al. 2016. Pág.

Segundo os autores, o etnocentrismo é responsável por dois dos piores males


da atualidade, o preconceito e a discriminação, quando um grupo têm visões
preestabelecidas de certas práticas e não aceitam uma visão diferente, elas estão
praticando a discriminação, o que também está relacionado a xenofobia. (Silva et al.
2016

XENOFOBIA

A etimologia da palavra xenofobia diz que esse termo provém do conceito


grego composto por xenos (“estrangeiro”) e phóbos (“medo”), importante saber que a
xenofobia não só acontece entre países, por o termo xenos significar estrangeiro,
acontece também entre regiões do mesmo país (o que de certa forma se torna ainda
mais absurdo).
A ideia de homogeneidade cultural afirma que a cultura, o modo de
vida e a visão de mundo dos europeus são universais e únicos, sebre-
pondo-se aos demais povos. Disseminada mundialmente, essa con-
cepção tem papel central no desenvolvimento da xenofobia
(autores, 2016, pag. 125)

Historicamente a Europa é o berço da civilização, e também é o berço da xenofobia, é


um dos destinos mais procurados por imigrantes de todo mundo, além também de ter
uma alta migração interna graças ao acordo de Schengen que foi assinado em 1997,
aumentou o número de países participantes adeptos a essa livre circulação de pessoas
sem a necessidade de apresentação de passaporte ou visto. Mesmo que as fronteiras
estejam liberadas, por norma, os cidadãos tem que portar um documento legal de
identificação, para turistas de países que não fazem parte do acordo faz-se necessário
ter o passaporte e em casos longa permanência, o documento legal substitutivo.

Ao final da segunda guerra mundial, os Estados Unidos eram vistos


como modelo de sociedade a ser seguido pelos países capitalistas.
considerada por muitos a terra das oportunidades e da igualdade,
A nação escondia relações sociais internas marcadas pelo precon-
ceito e pela discriminação. (autores, 2016, pag. 122)

Outro lugar do mundo muito procurado pelos imigrantes é o Estados Unidos, nesse
trecho podemos perceber que o autor enfatiza que mesmo o país sendo modelo para
outras nações capitalista por ser considerado a “terra das oportunidades”, era
marcado pelo preconceito e a discriminação. Essa segregação era tanto em relação aos
negros como para imigrantes que buscavam oportunidades na nova terra, a
justificativa usada para essa xenofobia era que os imigrantes tomavam o lugar dos
nativos no mercado de trabalho por ser uma mão-de-obra mais barata.

A xenofobia não é só uma particularidade apenas da Europa e dos Estados Unidos, o


Brasil também sofre desse mal, de pessoas que saem da sua terra natal à procura de
oportunidades nos grandes centros passam por isso, ou até mesmo por ter lado
político diferente, como o autor fala nesse trecho:

O racismo e a xenofobia podem ser exemplificados pelos ataques e pelas


ofensas aos nordestinos. Durante a as duas últimas campanhas eleitorais
presidência do Brasil, bem como no último pleito para a prefeitura de
São Paulo, várias manifestações desse tipo foram registradas nas redes
Sociais. Nordestinos sofreram uma série de agressões calcadas em
Estereótipos e preconceitos (autores, 2016, pág. 115)

Esse texto é 2016 e parece que foi escrito agora em 2022, nada de muito diferente
com o que presenciamos nas eleições para presidente deste ano, talvez a diferença é
que esteve ainda mais visível e aparente as agressões sofridas pelo povo nordestino ao
escolher e ser apontado como o responsável pelo resultado do pleito. As redes sociais
(Whatsapp, Telegram, Twitter e Intagram) serviram para impulsionar ainda mais a
disseminação do ódio e do preconceito.
INTOLERÂNCIA

A intolerância é um dos temas muito abordados por autores de Sociologia, aqui vamos
concentrar em três delas a racial, religiosa e a de gênero, pela sua importância e por
ser um tema atual na sociedade. (Machado et al. 2013, p. 85) cita Florestan Fernandes
onde o autor escrevia sobre a situação racial no Brasil.

“Não existe democracia racial efetiva [no Brasil], onde o intercâmbio


entre indivíduos pertencentes a “raças” distintas começa e termina
no plano da tolerância convencionalizada. Esta pode satisfazer às
exigências de “bom-tom” de um discutível “espírito cristão” e da
necessidade prática de manter “cada um no seu lugar”. Contudo
ela não aproxima realmente senão na base da mera coexistência no
mesmo espaço social e, onde isso chega a acontecer, da convivência
restritiva, regulada por um código que consagra a desigualdade,
disfarçando-a acima dos princípios da ordem social democrática.”

Citam esse trecho de Fernandes para mostrar que o autor não concordava com a obra
de Gilberto Freyre a chamando de “mito da democracia racial”, que na realidade o
racismo foi entranhado ao longo de vários séculos que teria que ser muito velado e
exposto para que realmente fosse exterminado. O autor diz que houve uma
deterioração do negro ao longo dos anos que não era só a assinatura de uma lei que
iria apagar toda imagem de submissão e de inferioridade. Uma forma de tentar reparar
esses danos, foram criados programas sociais de inclusão dos negros às universidades
para que fosse equilibrada as oportunidades de educação a todos, esses programas de
fato, não diminuíram o preconceito dentro das instituições de ensino, (Machado et al.
2013, p. 205) cita um trecho da Agência Câmara de Notícias de 20 de novembro de
2010

Outro argumento frequente entre os contrários às políticas de ações


afirmativas é o possível aumento dos conflitos raciais. Pesquisa do
Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa da Uerj, no
entanto, conclui que, nesses sete anos, os programas criados "não
produziram nenhuma tendência de exacerbação do conflito racial
ou mesmo de racialização do espaço universitário".

Outra intolerância muito debatida também é a de gênero, a exemplo são os


movimentos Lgbtqia+ e os feministas.

A luta por reconhecimento, por sua vez, busca corrigir ou eliminar in-
justiças culturais, como a humilhação, o desrespeito e a negação de
direitos a pessoas de determinados grupos. Um exemplo de luta por
reconhecimento é o movimento LGBT (movimento de lésbicas, gays,
bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), que luta contra a
homofobia e a favor da livre expressão sexual (Machado et al. 2013, p. 250)
O movimento feminista, por exemplo, luta pelo reconhecimento dos direitos
das mulheres. Grande parte da luta feminista é por redistribuição pelo da desi-
gualdade salarial entre homens e mulheres, por exemplo ou para que
o governo faça investimentos em políticas públicas para melhoria das vida
mulheres (como creches públicas de qualidade que permitam às mães tra-
balharem tranquilamente). (Machado et al. 2013, p. 251)

Nas duas citações, percebemos que os dois movimentos têm reivindicações similares,
ambos no seu contexto buscam por reconhecimento, contra o preconceito e por
políticas públicas que viabilizem a melhoria da vida de ambos.

A constituição de 1988 garante a “liberdade de consciência e crença” e o “livre


exercício dos cultos religiosos” bem como a “proteção aos locais de cultos religiosos”,
concluímos então que somos uma nação teísta.

Hoje em dia, todos nós sabemos que é impossível pensar sobre a reli-
giosidade no Brasil sem considerar sua múltiplas manifestações. Ainda
que constatemos a indiscutível maioria católica entre os brasileiros, não
podemos ignorar, por exemplo, a presença de cultos d origem africana,
as vertentes do espiritismo, as comunidades judaicas e o grande cresci-
mento dos grupos evangélicos por todo país. (BOMENY et al. 2013, pag. 256).

Como explicita o autor, vivemos em um país de religiosidade plural, nação de múltiplas


manifestações religiosas, mesmo sendo de maioria católica. A intolerância religiosa,
como em toda parte do mundo, gera malefícios para a sociedade e deve ser
combatida, assim como todas as outras formas de preconceito. O Estado é laico, mas
mesmo assim, existe uma tendência de que a religião dos brancos (catolicismo e
protestantismo) são as mais corretas a seguir, no descobrimento padres jesuítas
vindos da Europa catequisaram os índios ignorando suas crenças e rituais tradicionais,
e ignoraram também a religião de matrizes africanas.

CONCLUSÃO

Mediante o descrito, procuramos analisar como os autores abordaram os temas em


seus livros para os alunos do ensino médio, e quais os danos que os temas pesquisados
causaram as classes afetadas. Até hoje, não se há perspectiva de quando esses tipos de
preconceitos vão ter um fim, ainda é algo que está entranhado na sociedade, a tolerância deve
ser algo a se praticar mais pela sociedade, talvez ela seja o primeiro passo para acabar com
todos esses preconceitos.
O resultado maior desses preconceitos é a violência. Violência que nem sempre é a
violência física, mas também a moral e ética. As políticas públicas devem não só ser debatidas,
mas também postas em prática;.................... e também deve combatidas nas mídias sociais,
onde muitos a tratam como um território sem lei.
Link pra servir de base de como
escrever os trabalho
https://archive.org/details/sociologia-das-ausencias-as-emergencias/page/n17/
mode/2up?view=theater

Referencia bibliográfica
 

DIAS, Reinaldo. Introdução à Sociologia. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010, p. 60


SITE Câmara dos deputados https://www.camara.leg.br/noticias/143489-cotistas-tem-
desempenho-similar-a-mediageral/#:~:text=A%20nota%20m%C3%A9dia%20dos
%20cotistas,em%2031%20dos%2055%20cursos. Acesso em: 16 fev.2022

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