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Introdução

O presente trabalho, subordina-se ao tema: como lidar com a questão de Multiculturalismo e a


interculturalidade; fui confiado pelo docente na procura de informações inerentes ao tema acima
citado por mim com vista a enriquecer melhor os debates sempre feitos na sala de aula na cadeira
de temas transversais II.

Falar da questão do Multiculturalismo é falar da coexistência de várias culturas no mesmo país,


cidade ou região. Uma política multiculturalista procura a resistência à homogeneidade cultural,
o que submete outras culturas à dependência e particularismos. Esta diversidade de culturas
também é visto por muitos como uma ameaça à identidade de um país, provocando em alguns
países, intolerância, desprezo e indiferença. Apesar destas desvantagens, existem também
benefícios como novas oportunidades e pode ser visto como uma fonte de abertura de novas
possibilidades.
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Como Lidar Com o Multiculturalismo/ Interculturalidade

Para a melhor compreensão do trabalho especialmente do tema em destaque, primeiramente


importa deixar alguns conceitos muito pertinentes, conceitos este que estão muito ligados com o
teme e que facilita abrir o horizonte logo a prior no caso do multiculturalismo e
interculturalidade.

O multiculturalismo é um movimento social surgido nos estados unidos e tem como objectivos
principais: a luta pelos direitos civis dos grupos dominados, excluídos por conta de não pertence
a uma cultura e classe social considerada superior a euro americana, branco, letrado, masculino,
heterossexual e cristão. A formação de um currículo escolar que aborde essa questão ensinando
os alunos a “não terem preconceitos e discriminações, já que a escolar e uma espaço de
socialização”.

Entende-se por multiculturalismo tanto os estudos académicos quanto as políticas institucionais


que se desenvolvem em torno das questões trazidas pela emergência das sociedades
multiculturais. Uma sociedade multicultural é aquela que, em um mesmo território, abriga povos
de origens culturais distintas entre si. As relações entre esses grupos podem ser aceitação e
tolerância ou de conflito e rejeição. Isso vai depender da história da sociedade em questão, das
políticas públicas propostas pelo Estado e, principalmente, do modo específico como a cultura
dominante do território é imposta ou se impõem para todas as outras. A convivência entre
culturas diferentes não é uma questão nova, mas que se intensificou nos últimos anos devido a
acontecimentos marcantes.

Não é possível entender o multiculturalismo fora do contexto do fenómeno da globalização. O


desenvolvimento acelerado dos meios de transporte e das tecnologias de comunicação
aproximaram diferentes regiões do mundo, criando redes industriais e financeiras complexas e
uma economia multinacional, interdependente e insubmissa às fronteiras nacionais. Com o fim
da Guerra Fria, os Estados Unidos passam a hegemonizar culturalmente todo o planeta.

Seus produtos, filmes, músicas e formas de ver as coisas se espalham globalmente gerando o que
se chama de “americanização” do mundo. Frente a esse fenómeno de hegemonização dos
padrões culturais globais, as culturas tradicionais se fortaleceram, reagindo contra a massificação
dos modos de ser. Por outro lado, apesar da massificação, vemos que essas comunidades
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culturais locais são capazes de se apropriar de partes da cultura americana, transformando-as em


algo novo e diferente do original.

A interculturalidade normalmente é assumida como o encontro de várias culturas, neste caso


culturas diferentes numa região, país etc.

História do Multiculturalismo e interculturalidade

O movimento multiculturalista se inicia no final do século XIX nos Estados Unidos com a acção
principal do movimento negro para combater a discriminação racial no país e lutar pelos seus
direitos civis.

Segundo SILVA e BRANDIM (2008:56) “Os precursores do multiculturalismo foram


professores, doutores afro-americanos, docentes universitários na área dos estudos sociais que
trouxeram por meio de suas obras, questões sociais, políticas e culturais de interesse para os afro-
descendentes”. Esses precursores foram essenciais para que no século XX por meio de novos
intelectuais o tema se voltasse também à educação.

Na década de 90 algumas universidades aderem ao movimento e que com as pressões populares


ganham força e espaço com a criação de políticas publica em todas as esferas do poder público
no que concerne a oportunidades educacionais iguais aos grupos sociais favorecidos daquele
país.

O pós-modernismo que defende a valorização da pluralidade cultural no seu discurso curricular


ajuda o fortalecimento dos estudos multiculturais nos anos 80 e 90. Hoje na contemporaneidade
o tema é influenciado pela globalização, com os intercâmbios culturais fala-se de uma
hegemonia cultural o que tem causado problemas sociais.

Segundo McLaren apud PANSINI E MENEZES, (2008: 35) há pelo menos quatro tendências de
multiculturalismo enquanto projecto político: O multiculturalismo conservador,
multiculturalismo humanista liberal, multiculturalismo liberal de esquerda e multiculturalismo
critico e de resistência, visão esta ultima do qual se diz partidário o próprio autor.

O multiculturalismo conservador ou empresarial e aquele que pretender construir uma cultura


comum o que faz com que apartir desse princípio negue a diversidade existente e construída há
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séculos e que nos leva a entende sua defesa a uma cultura padrão a branca. Nesse contexto
desmotiva os grupos dominados em suas lutas a seu capital cultural.

Esse tipo de visão conservadora (...) “mesmo quando reconhece outras culturas assenta-se
sempre na incidência, na prioridade a uma língua normalizada e, portanto, é um
multiculturalismo que de fato não permite que haja um reconhecimento efectivo das outras
culturas’’. (SOUZA SANTOS, 2003, P 12).

“A vertente Humanista liberal por ingenuidade ou idealismo ressalta a


existência de uma igualdade natural entre as diversas etnias, sem se
preocupar em evidenciar a falta de oportunidades iguais em termos
sociais e educacionais” (SILVA E BRADIN, 2008:63).

Sem levar a risca a realidade social do sistema económico capitalista se valendo de seus próprios
argumentos. Fala-se da criação de uma organização económica mais igualitária daí dizer que
todos somos capazes de competir e vencer no mundo.

O multiculturalismo liberal de esquerda defende a diversidade cultural, Pansini e Nenevé quando


citam McLaren compreendemos que o fim desse tipo de vertente é se focar mais nas diferenças e
respeita-las esquecendo-se que elas são formadas nas pessoas pela interacção do meio social em
que convivem sendo negativa a tendência a elitizar outros grupos ao mesmo tempo em que deixa
de lado a participação de outros grupos nas discussões multiculturais.

O multiculturalismo critico ou de resistência é o que podemos considerar mais voltados aos


anseios dos movimentos multiculturais conforme Silva e Bradim.

O multiculturalismo critico levanta a bandeira da pluralidade de identidades culturais, a


heterogeneidade como marca de cada grupo e opõe-se á padronização e uniformização definidas
pelos grupos dominantes. Celebrar o direito á diferença nas relações sociais como forma de
assegurar a convivência pacifica e tolerante entre os indivíduos caracteriza o compromisso com a
democracia e a justiça social, em meios às relações de poder em que tais diferenças são
construídas. Conceber, enfim, o multiculturalismo numa perspectiva critica e de resistência pode
contribuir para desencadear e fortalecer acções articuladas a uma pratica social quotidiana em
defesa da diversidade cultural, da vida humana, acima de qualquer forma discriminatória,
preconceituosa ou excludente.
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Como acontece esta diversidade cultural

A diversidade cultural num certo local acontece quando pessoas de culturas distintas são
obrigadas a relacionar-se e a conviverem. Este fenómeno deve-se à imigração, que leva à criação
de grupos sociais distintos nos países acolhedores. Estes grupos são muitas vezes marginalizados
pelos habitantes do país acolhedor, o que leva os imigrantes a isolarem-se, o que geralmente
origina o racismo e outras formas de recusa.

Assim a interculturalidade acontece na medida em que depois de aparecerem certos imigrantes


numa região notam-se uma diversidade de culturas, ou seja, interacção de culturas diferentes.

Aspectos positivos e negativos da Multiculturalidade e interculturalidade

Aspectos positivos: a Multiculturalidade leva à relação de várias pessoas diferentes, ou seja, ao


contacto de várias culturas diferentes e isso pode ser tomado como um aspecto positivo na
medida do enriquecimento pessoal de cada pessoa.

Aspectos negativos: existem culturas preconceituosas relativamente a outros tipos de culturas.

Politicas de como lidar com a questão da interculturalidade

Educação intercultural

Uma reflexão constante sobre o multiculturalismo e a interculturalidade integra esse processo.


No presente artigo não se pretende fazer uma síntese do caminho percorrido, mas apenas
assinalar a polissemia dos termos multiculturalismo e interculturalidade e mencionar que a
educação intercultural apresenta uma trajectória original, plural e especialmente criativa na
América Latina.

Na nossa produção, três afirmações foram adquirindo cada vez maior centralidade na perspectiva
de se aprofundar na temática da interculturalidade nos contextos educativos. A primeira refere-se
à relação entre diferenças culturais e direitos humanos. Partimos do ponto de vista de que a
relação entre questões sobre justiça, superação das desigualdades e democratização de
oportunidades e aquelas que dizem respeito ao reconhecimento de diferentes grupos
socioculturais se faz cada vez mais estreita. Já a segunda afirmação tem a ver com a relação entre
multiculturalismo e interculturalidade. Assumimos a posição que propõe um multiculturalismo
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aberto e interactivo, que acentua a interculturalidade por considerá-la a mais adequada para a
construção de sociedades democráticas, que articulem políticas de igualdade com políticas de
identidade. Um terceiro eixo articulador do nosso trabalho tem sido, particularmente no que se
refere à educação escolar, a afirmação de que somos chamados a construir novos "formatos"
escolares, que respondam aos desafios sociais, culturais e educacionais que enfrentamos hoje.

Entre as diversas concepções de educação intercultural que atravessam a literatura sobre essa
temática (WALSH, 2009), assumimos a perspectiva da interculturalidade crítica e sublinhamos
algumas de suas características: promove a deliberada inter-relação entre diferentes sujeitos e
grupos socioculturais de determinada sociedade; nesse sentido, essa posição se situa em
confronto com todas as visões diferencialistas, assim como com as perspectivas
assimilacionistas; por outro lado, rompe com uma visão essencialista das culturas e das
identidades culturais; concebe as culturas em contínuo processo de construção, desestabilização e
reconstrução; está constituída pela afirmação de que nas sociedades em que vivemos os
processos de hibridação cultural são intensos e mobilizadores da construção de identidades
abertas, o que supõe que as culturas não são puras, nem estáticas; e tem presente os mecanismos
de poder que permeiam as relações culturais, assumindo que estas não são relações idílicas, estão
construídas na história e, portanto, estão atravessadas por conflitos de poder e marcadas pelo
preconceito e discriminação de determinados grupos socioculturais.

Uma última característica que gostaria de assinalar refere-se ao fato de essa perspectiva não
desvincular as questões da diferença e da desigualdade presentes hoje de modo particularmente
conflitivo, tanto no plano mundial quanto em diferentes sociedades, entre as quais a brasileira.

A Educação Intercultural parte da afirmação da diferença como riqueza. Promove processos


sistemáticos de diálogo entre diversos sujeitos - individuais e colectivos -, saberes e práticas na
perspectiva da afirmação da justiça - social, económica, cognitiva e cultural -, assim como da
construção de relações igualitárias entre grupos socioculturais e da democratização da sociedade,
através de políticas que articulam direitos da igualdade e da diferença. (CANDAU, 2014, p. 1)

Gostaríamos de ressaltar a primeira afirmação, que consideramos central. O termo diferença, em


depoimentos de educadores em várias pesquisas que realizamos, é frequentemente associado a
um problema a ser resolvido, à deficiência, ao deficit cultural e à desigualdade. Diferentes são
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aqueles que têm baixo rendimento académico, provêm de comunidades de risco e de famílias
com condições de vida de grande vulnerabilidade social e possuem comportamentos que
apresentam níveis diversos de violência e incivilidade. Trata-se de pessoas com características
identitárias que são associadas à "anormalidade", a "necessidades especiais" e/ou a um baixo
capital cultural. Enfim, os diferentes são um problema que a escola e os/as educadores/as
precisam enfrentar e essa situação vem se agravando e não sabemos como lidar com ela.
Somente em poucos depoimentos, a diferença é articulada a identidades plurais que enriquecem
os processos pedagógicos e devem ser reconhecidas e valorizadas.

No entanto, se não logramos mudar de óptica e situar-nos diante das diferenças culturais como
riquezas que ampliam nossas experiências, dilatam nossa sensibilidade e nos convidam a
potencializá-las como exigência da construção de um mundo mais igualitário, não poderemos ser
atores de processos de educação intercultural na perspectiva que assinalamos. E, para tal, somos
chamados a desconstruir aspectos da dinâmica escolar naturalizados que nos impedem de
reconhecer positivamente as diferenças culturais e, ao mesmo tempo, promover processos que
potencializem essa perspectiva. Foi nessa direcção que pretendemos caminhar a partir da
experiência que desenvolvemos, inspirada na pesquisa de acção.
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Conclusão

Entende-se por multiculturalismo tanto os estudos académicos quanto as políticas institucionais


que se desenvolvem em torno das questões trazidas pela emergência das sociedades
multiculturais. Uma sociedade multicultural é aquela que, em um mesmo território, abriga povos
de origens culturais distintas entre si. As relações entre esses grupos podem ser aceitação e
tolerância ou de conflito e rejeição. Isso vai depender da história da sociedade em questão, das
políticas públicas propostas pelo Estado e, principalmente, do modo específico como a cultura
dominante do território é imposta ou se impõem para todas as outras. A convivência entre
culturas diferentes não é uma questão nova, mas que se intensificou nos últimos anos devido a
acontecimentos marcantes.
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Bibliografia:

ZORZI, José Augusto. Estudos culturais e multiculturalismo: uma perspectiva das relações
entre campos de estudo em Stuart Hall. 2012

SILVA, Maria José Albuquerque, BRANDIM, Maria Rejane Lima, Multiculturalismo e


Educação: em defesa da diversidade cultural. Diversa editora. 2011.

MENEZES, Waléria. O Preconceito Racial e suas Repercussões na Instituição. São Paulo,


Brazil. 2012.

PANSINI, Flávia, NENEVÉ, Miguel. Educação Multicultural e Formação Docente. 2012.


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Índice

Introdução........................................................................................................................................3

Como Lidar Com o Multiculturalismo/ Interculturalidade..............................................................4

História do Multiculturalismo e interculturalidade..........................................................................5

Como acontece esta diversidade cultural.........................................................................................7

Aspectos positivos e negativos da Multiculturalidade e interculturalidade.....................................7

Politicas de como lidar com a questão da interculturalidade...........................................................7

Conclusão......................................................................................................................................10

Bibliografia:...................................................................................................................................11

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