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MULTICULTURALISMO

Multiculturalismo

O multiculturalismo é a convivência pacífica de várias culturas em um mesmo ambiente. É um fenô-


meno social diretamente relacionado com a globalização e as sociedades pós-modernas.

O Canadá e o Brasil, por exemplo, são países multiculturais. Muito devido aos diferentes grupos de
imigrantes recebidos, mas também por observar outros fatores de integração, como a não subordina-
ção a cultura dominante, e desenvolvimento de novas culturas a partir do choque cultural inicial.

O multiculturalismo também pode ser chamado de multiculturalidade e pluralismo cultural, e é um con-


ceito da sociologia aplicado aos estudos em ciências sociais. A ideia de um grupo multicultural pressu-
põe que os grupos culturais estariam cada vez mais interligados, em função do crescente contato que
as culturas têm entre si e a quase inexistência de grupos isolados.

A questão é correntemente debatida entre antropólogos e sociólogos de diferentes linhas de pensa-


mento. Alguns estudiosos acreditam que esta visão multicultural não existe, e que houve uma imposi-
ção da cultura dominante com a chegada dos europeus, que teria culminado terminantemente com a
hegemonização da globalização. Já outros pensadores veem diversos traços multi étnicos e defendem
a existência das múltiplas culturas no continente americano, e que habitam em harmonia justamente
em função da possibilidade das relações globais.

O conceito de multiculturalismo tem grande influência do relativismo cultural, que questiona a ideia de
que os hábitos e costumes de um grupo poderiam ser superiores a outros. Esta ideia de que as culturas
são diversas e devem ser respeitadas na sua essência, sem existir um certo ou errado nos costumes,
é a base do multiculturalismo.

Multiculturalismo No Brasil

O multiculturalismo no brasil é diretamente associado ao processo migratório desde a chegada dos


portugueses em 1500. A princípio houve o choque natural, mas sabe-se que vários costumes indígenas
foram incorporados aos hábitos dos portugueses, como o banho diário, por exemplo.

Ao longo dos séculos, o território brasileiro recebeu holandeses, franceses, espanhóis, italianos, japo-
neses, alemães. E na pós-modernidade, esta mistura de etnias só aumenta no nosso país.

Internacionalmente o brasil é conhecido por ser um dos países que melhor recebe seus visitantes,
tentando adequar-se para receber bem as culturas alheias sem deixar de lado os costumes locais.

A diversidade étnica dos próprios brasileiros é outra forte característica multicultural. As diferentes co-
res de pele, os diversos costumes compartilhados, a liberdade de credo religioso, tudo isso faz parte
do conjunto multicultural.

Multiculturalismo E Educação

A questão do multiculturalismo é de extrema importância na área da pedagogia e educação. É interes-


sante que os professores levem tais discussões para dentro de sala de aula para criar um ambiente
que aceite melhor as diferenças, e assim despertar problematizações como as questões de racismo e
preconceito entre os alunos.

O multiculturalismo aplicado à educação envolve práticas pedagógicas que despertem os alunos para
a diversidade dos grupos culturais, que aprendam a respeitar as diferenças e que se defrontem com
assuntos como identidade cultural e de gênero.

A obrigatoriedade de ensino da história da áfrica e da cultura afro-brasileira, por exemplo, é uma das
ações afirmativas pelo multiculturalismo na educação. Incentiva que o professor e os alunos saiam do
eixo de estudos europeus-ocidentais que tradicionalmente as escolas brasileiras propõem.

Exemplos de multiculturalismo

A coexistência de diversos grupos culturais as em um mesmo lugar é um exemplo de multiculturalidade


e representatividade. Como quando temos em uma mesma sala de aula alunos e alunas afro-descen-
dentes, indígenas, caucasianos e asiáticos.

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O respeito ao culto de diferentes religiões é um exemplo de multiculturalismo na nossa sociedade. Em


lugares em que convivam de forma amistosa membros do candomblé, fiéis de igrejas evangélicas,
seguidores do catolicismo, ateus, budistas, entre outras crenças, é um ambiente multicultural.

A música é um componente importante e presente em praticamente todas as culturas conhecidas. O


reconhecimento de ritmos de outros grupos culturais, sem julgamento de que seriam melhores ou pio-
res, é outro exemplo de multiculturalismo.

Entende-se por multiculturalismo tanto os estudos acadêmicos quanto as políticas institucionais que se
desenvolvem em torno das questões trazidas pela emergência das sociedades multiculturais. Uma so-
ciedade multicultural é aquela que, em um mesmo território, abriga povos de origens culturais distintas
entre si. As relações entre esses grupos podem ser aceitação e tolerância ou de conflito e rejeição. Isso
vai depender da história da sociedade em questão, das políticas públicas propostas pelo estado e,
principalmente, do modo específico como a cultura dominante do território é imposta ou se impõem
para todas as outras. A convivência entre culturas diferentes não é uma questão nova, mas que se se
intensificou nos últimos anos devido a acontecimentos marcantes.

Não é possível entender o multiculturalismo fora do contexto do fenômeno da globalização. O desen-


volvimento acelerado dos meios de transporte e das tecnologias de comunicação aproximaram dife-
rentes regiões do mundo, criando redes industriais e financeiras complexas e uma economia multina-
cional, interdependente e insubmissa às fronteiras nacionais. Com o fim da guerra fria, os estados uni-
dos passam a hegemonizar culturalmente todo o planeta. Seus produtos, filmes, músicas e formas de
ver as coisas se espalham globalmente gerando o que se chama de “americanização” do mundo. Frente
a esse fenômeno de hegemonização dos padrões culturais globais, as culturas tradicionais se fortale-
ceram, reagindo contra a massificação dos modos de ser. Por outro lado, apesar da massificação,
vemos que essas comunidades culturais locais são capazes de se apropriar de partes da cultura ame-
ricana, transformando-as em uma algo novo e diferente do original. No brasil, o funk e rap são um
exemplo claro dessa possibilidade.

Outros processos importantes que influenciam no surgimento das sociedades multiculturais, são as
lutas pela independência que ocorrem nas colônias europeias da segunda metade do século xx, espe-
cialmente na áfrica e na ásia. O cenário pós-colonizal gera um processo de resgate das culturas tradi-
cionais locais e, ao mesmo tempo, pela ligação histórica, desencadeia um movimento migratório para
os países colonizadores. Também os conflitos de ordem étnica, religiosa e política, além das deficiên-
cias econômicas, são fatores que aumentam o fluxo migratório. Incentivado por tudo isso e pelo próprio
cenário criado pela globalização, esse movimento migratório transforma de modo profundo as nações
que receberam os imigrantes, colocando em cheque a capacidade dos estados modernos de gerirem
sua nova configuração multicultural.

Alguns países democráticos têm buscado promover a aceitação e incorporação de culturas diferentes
em seus territórios, valorizando a possibilidade de se constituírem enquanto nações pluriétnicas. No
entanto, em outros países, a negação de direitos sociais e a perseguição de minorias culturais são
práticas oficiais. Muitas vezes, ainda que exista uma política multiculturalista oficial, a perseguição é
praticada por pessoas comuns, inflamadas por um sentimento de nacionalismo e rejeição ao outro. Os
ataques violentos organizados por civis aos abrigos de refugiados de origem árabe na alemanha são
um exemplo disso. O multiculturalismo emerge a partir das reivindicações de minorias étnicas que so-
frem de opressão histórica em seus territórios, como os negros e as populações indígenas por todo
continente americano, incluindo o brasil. O debate em torno desse tema é muito importante e traz à
tona a forma como lidamos, enquanto sociedade, com as diferenças étnicas, culturais e religiosas que
nos cercam.

O termo multiculturalismo possui uma polissemia de significados; com o estudo do artigo de flávia pan-
sini e miguel nenevé que citaram silva (2007) entendemos que o multiculturalismo se refere a estudos
voltados para as diferentes culturas espalhadas nos lugares do mundo, objetivando a partir da apren-
dizagem a importância de cada cultura a fim de evitar os conflitos sociais. Podendo também estar vol-
tado à política, quando os grupos como negros, índios, mulheres e outros reivindicam perante as auto-
ridades políticas seus direitos e deveres como cidadãos.

O multiculturalismo é um movimento social surgido nos estados unidos e tem como objetivos principais:
a luta pelos direitos civis dos grupos dominados, excluídos por conta de não pertence a uma cultura e

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classe social considerada superior a euro americana, branco, letrado, masculino, heterossexual e cris-
tão. A formação de um currículo escolar que aborde essa questão ensinando os alunos a “não terem
preconceitos e discriminações, já que a escolar e uma espaço de socialização”.

O multiculturalismo só ganhou pulso e força a nível estadunidense e mundial, pois os grupos silenciados
num primeiro momento, não calaram sua voz se uniram nos movimentos negro, feminista, homossexu-
ais, e a luta dos deficientes. Hoje o assunto interressa o currículo escolar e aos políticos. Relataremos
para exemplificação o que tem acontecido de eventos no brasil e no mundo tratado da temática e os
desafios para a justiça social

Ainda falaremos como o currículo escolar e o educador são fundamentais no assunto e quando se
contradizem quando as praticas curriculares segregam as crianças negras e a formação universitária
não prepara de forma eficaz os profissionais da educação a tratarem da diversidade em suas aulas.

O não reconhecimento e respeito a identidades culturais diferentes das nossas criam atritos; quando
olhamos para determinado grupo social e vemos esses com mais direitos do que o nosso, principal-
mente as questões econômicas já que precisamos de oportunidades para aprender e se desenvolver
como ser social e profissional. E por isso que paulo freire defende que o fim maior da educação deve
ser desenvolvido a partir do diálogo e da consciência, onde as pessoas podem lutar por sua liberdade,
contra a máquina opressora do capitalismo.

Escolhemos o tema devido à necessidade individual de convivência com o próximo, sabendo das nos-
sas diferenças, buscamos entender o multiculturalismo para aprendermos a interagir e respeitar os
diferentes grupos sociais de forma harmoniosa e influenciar como futuro educador, nossos alunos a
tais práticas, minimizando os preconceitos e conflitos no ambiente escolar e consequentemente social.

História Do Multiculturalismo

O movimento multiculturalista se inicia no final do século xix nos estados unidos com a ação principal
do movimento negro para combater a discriminação racial no país e lutar pelos seus direitos civis.

Segundo silva e brandim (2008:56) “os precursores do multiculturalismo foram professores, doutores
afro-americanos, docentes universitários na área dos estudos sociais que trouxeram por meio de suas
obras, questões sociais, políticas e culturais de interesse para os afro-descendentes”. Esses precurso-
res foram essenciais para que no século xx por meio de novos intelectuais o tema se voltasse também
à educação.

Na década de 90 algumas universidades estadunidenses aderem ao movimento e que com as pressões


populares ganham força e espaço com a criação de políticas publica em todas as esferas do poder
público no que cocerne a oportunidades educacionais iguais aos grupos sociais favorecidos daquele
país.

O pós-modernismo que defende a valorização da pluralidade cultural no seu discurso curricular ajuda
o fortalecimento dos estudos multiculturais nos anos 80 e 90. Hoje na contemporaneidade o tema é
influenciado pela globalização, com os intercâmbios culturais fala-se de uma hegemonia cultural o que
tem causado problemas sociais.

Segundo mclaren (1997 apud pansini e menezes, 2008, p. 35) há pelo menos quatro tendências de
multiculturalismo enquanto projeto político: o multiculturalismo conservador, multiculturalismo huma-
nista liberal, multiculturalismo liberal de esquerda e multiculturalismo critico e de resistência, visão esta
ultima do qual se diz partidário o próprio autor.

O multiculturalismo conservador ou empresarial e aquele que pretender construir uma cultura comum
o que faz com que apartir desse princípio negue a diversidade existente e construída há séculos e que
nos leva a entende sua defesa a uma cultura padrão a branca. Nesse contexto desmotiva os grupos
dominados em suas lutas a seu capital cultural.

Esse tipo de visão conservadora (...) “mesmo quando reconhece outras culturas assenta-se sempre na
incidência, na prioridade a uma língua normalizada- e, portanto, é um multiculturalismo que de fato não
permite que haja um reconhecimento efetivo das outras culturas’’. (souza santos, 2003, p 12).

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“a vertente humanista liberal por ingenuidade ou idealismo ressalta a existência de uma igualdade na-
tural entre as diversas etnias, sem se preocupar em evidenciar a falta de oportunidades iguais em
termos sociais e educacionais” (silva e bradin, 2008, p.63). Sem levar a risca a realidade social do
sistema econômico capitalista se valendo de seus próprios argumentos. Fala-se da criação de uma
organização econômica mais igualitária daí dizer que todos somos capazes de competir e vencer no
mundo.

O multiculturalismo liberal de esquerda defende a diversidade cultural, pansini e nenevé quando citam
mclaren compreendemos que o fim desse tipo de vertente é se focar mais nas diferenças e respeita-
las esquecendo-se que elas são formadas nas pessoas pela interação do meio social em que convivem
sendo negativa a tendência a elitizar outros grupos ao mesmo tempo em que deixa de lado a participa-
ção de outros grupos nas discussões multiculturais.

O multiculturalismo critico ou de resistência é o que podemos considerar mais voltados aos anseios
dos movimentos multiculturais conforme silva e bradim

O multiculturalismo critico levanta a bandeira da pluralidade de identidades culturais,a heterogeneidade


como marca de cada grupo e opõe-se á padronização e uniformização definidas pelos grupos domi-
nantes. Celebrar o direito á diferença nas relações sociais como forma de assegurar a convivência
pacifica e tolerante entre os indivíduos caracteriza o compromisso com a democracia e a justiça social,
em meios às relações de poder em que tais diferenças são construídas. Conceber, enfim, o multicultu-
ralismo numa perspectiva critica e de resistência pode contribuir para desencadear e fortalecer ações
articuladas a uma pratica social cotidiana em defesa da diversidade cultural, da vida humana, acima de
qualquer forma discriminatória, preconceituosa ou excludente. (2008, p.64)

A Escola E A Pluralidade Cultural

A escola é um sistema aberto que faz parte da superestrutura social formada por diversas instituições
como: a igreja, família, meios de comunicação; faz parte do ambiente escolar crianças pertencentes a
classes sociais, costumes, aspectos físicos,e culturais diferentes que estão em processo de aprendi-
zagem.

De acordo com menezes:

(...) Ao contemplarmos as relações raciais dentro do espaço escolar questionarmos até que ponto ele
está sendo coerente com a sua função social quando se propõe a ser um espaço que preserva a diver-
sidade cultural, responsável pela promoção da equidade. Sendo assim, aguardamos mecanismos que
devam possibilitar um aprendizado sistematizado favorecendo a ascensão profissional e pessoal de
todos os que usufruem os seus serviços.

A escola atende aos padrões dominantes das classes consideradas superiores, os brancos euros ame-
ricanos essa cultura e ensinada e os que dela não fazem parte ou não se adéquam são excluídos
vemos isso no dia a dia quando os grupos inferiores índios e negros sofrem, são insultados no espaço
escolar, e dificilmente vemos algum negro ocupado um posto elevado na sociedade.

Como coloca menezes: “a escola pode ser um espaço de disseminação quanto um meio eficaz de
prevenção e diminuição do preconceito”. A escola dissemina o preconceito quando em seus currículos
aplicados, métodos de ensino, apresentação de imagens caricatas negras em cartazes ou livros didá-
ticos e através da linguagem não verbal desprezam a cultura dos grupos não dominantes, a exemplo
quando falam só da escravidão negra e não valoriza a cultura dessa raça.

O docente passa a ser um disseminado do problema quando pela linguagem não verbal não mantém
contato físico com as crianças negras, o que demonstra rejeição a elas por sua cor e condição social
da qual fazem parte causando-lhe sofrimento. “a sua dor não é reconhecida, havendo uma aparente
falta de acolhimento por parte de pessoas autorizadas (educadores), que silenciam ou se omitem em
face de uma situação de discriminação. Tal postura denuncia a banalização do preconceito e a coni-
vência dos profissionais com ele” (romão, 2001)

Quanto à diminuição do preconceito, o que não e tão fácil a exemplo do brasil aonde a exclusão dos
negros, índios vem desde a colonização portuguesa. O que pode ser feito e incorporar nos currículos
das instituições formadoras de professores a temática multicultural seja as instituições públicas ou pri-
vadas. O educador que tem papel na formação de identidades pode segundo moreira (2001, p. 49 apud

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pansini e nenevé, 2008, p.41) a ideia e que o professor reflexivo preserve a preocupação com os as-
pectos políticos, sociais e culturais em que se insere sua pratica, leve em conta todos os silêncios e
discriminações que se manifestam na sala de aula, bem como amplie o espaço de discussão de sua
atuação.

Focalizamos a etnia negra, tendo em vista que o multiculturalismo se iniciou como movimento por esse
grupo racial. A exclusão deles começa desde a infância dentro das escolas por possuírem caracterís-
ticas físicas e costumes diferentes; de acordo com pesquisas, feitas com crianças elas se sentem opri-
midas pelos seus colegas, pois são chamadas de “feias, fedoretas, cabelo duro, preta”, ou seja, são
desvalorizados seus atributos individuais o que influencia na sua formação identitária porque nesse
período da vida seu caráter esta sendo formado.

O preconceito racial e a discriminação fazem com que aos índios e, em especial aos negros se mante-
nham em uma situação marginal e excluída sem a assistência devida dos órgãos responsáveis, eles
tornam-se alheios ao exercício de cidadania, sem condições de crescer intelectual e profissionalmente.

Nessa direção menezes destaca:

O preconceito racial cria uma ação perversa que desencadeia estímulos dolorosos e retira do sujeito
toda possibilidade de reconhecimento e mérito, levando-o a utilizar mecanismos defensivos das mais
diversas ordens, contra a identidade ou o pensamento persecutório que o despersonaliza e o enlou-
quece. Nessa perspectiva, é fortalecida a ideia de dominação de grupos que se julgam mais adiantados,
legitimando os desequilíbrios e desintegrando a dignidade dos grupos dominados.

Na escola os educandos não conseguem relacionar ou praticar os conteúdos ensinados a sua realidade
fora da escola, pois a maioria deles fazem parte dos grupos inferiores, daí a importância do professor
ter criatividade e levar seus alunos a refletir e investigar as questões relacionadas a vida e cultura dos
grupos mais próximos a sua vida, tendo autonomia em seu ensino e deixando um pouco de lado as
praticas colonizadoras.

Devido aos padrões de branqueamento muitas crianças negras querem ser brancas e incorporam em
suas atitudes os costumes deles porque estes são incluídos na sociedade nos aspectos econômicos
políticos e sociais e culturais. Como relatam pesquisas feitas com crianças negras, que demonstra isso
muito bem quando uma garota diz: eu gostaria de dormir e acordar branca e de cabelo liso, essa fala
demonstra o seu sofrimento porque vem sofrendo preconceitos por colegas de classe, elas tem acesso
a matricula e sala de aula exceto as atividades escolares com êxito e aceitação, daí resulta em sua
reprovação, e quando adultos sua indignação ou silenciamento por sua condição de vida.

Na verdade o que seria necessário era “uma formação cultural deve voltada para sua realidade local
de modo que os educadores possam romper com tais praticas possibilitando aos educadores” afirmar
suas tradições culturais e recuperar suas historias reprimidas” (bhabha, 1998, p. 29).

Os movimentos sociais conquistaram na constituição brasileira de1988 admissão do nosso pluralismo


étnico. Os efeitos são observados na educação no campo da produção artística, sobretudo da literatura
fala-se em “escrita feminina”, em “vozes negras”, homoerótico etc. Nessa linha de raciocínio:

“a cultura torna-se instrumento de definição de políticas de inclusão social - as "políticas compensató-


rias" ou as "ações afirmativas" - que tomam os diversos setores da vida social. Cotas para minorias,
educação bilíngue, programas de apoio aos grupos marginalizados, ações anti-racistas e antidiscrimi-
natórias são experimentadas em toda parte.(daniel bell)

Para romão (2001), a reversão desse quadro será possível pelo reconhecimento da escola como re-
produtora das diferenças étnicas, investindo na busca de estratégias que atendam as necessidades
especificas de alunos negros, incentivando-os e estimulando-os nos níveis cognitivo, cultural, físico. O
processo educativo pode ser uma via de acesso ao resgate da autoestima, da autonomia e das imagens
distorcidas, pois a escola é ponto de encontro e de embate das diferenças étnicas, podendo ser instru-
mento eficaz para diminuir e prevenir o processo de exclusão social e incorporação do preconceito
pelas crianças negras.

É impossível viver na escola e na sociedade sem se relaciona com pessoas diferentes de nos, não
somos melhores do que nenhuma raça somos iguais às diferenças não devem ser vistas como barreiras
e sim como o complemento de nossa existência e aprendizado. Mais uma vez coloco a participação

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dos docentes no sentido de comprometimento a estuda o multiculturalismo e respeita a bagagem cul-


tural de seus alunos.

Daí citaram que a “leitura critica que ser realiza nos cursos de formação deve ser entendida como uma
interseção da linguagem, da cultura, do poder, e da historia”.(mclaren e giroux,2000)

A manifestação do multiculturalismo nas análises educacionais, de fato trouxe desafios muito impor-
tantes às investigações sobre o conhecimento, e com isso abriu possibilidades para se pensar em
práticas curriculares e de formação docente que pode ser voltadas à construção de identidades dis-
cente e docente multiculturalmente comprometidas com o ensino/aprendizagem, visando assim promo-
ver o respeito à diferença e à pluralidade cultural.

As Ações Escolares E Políticas

A problemática multicultural tem sido um tema discutido principalmente na pedagogia e no currículo


com um intuito de solucionar os conflitos que dela surgem, já que a mesma abrange gênero, sexuali-
dade, cultura. Também de entidades políticas do mundo inteiro. Temos observado a inserção do as-
sunto nos debates, literatura, eventos conferencias, teses e dissertações, que são respostas as vozes
dos diferentes movimentos sociais que lutam pelos seus direitos e legitimidades

Ainda nesse contexto apoiado – nos em silva e bradim, nas universidades candau (1997) reafirma o
crescimento, nos últimos anos, de encontros, seminários e congressos abordando temas relativos à
globalização, pluralismo cultural, identidades sociais e culturais etc. O marco para o inicio dos debates
nos foros educacionais universitários deu-se numa das reuniões anuais da anped. Ela relata que, “(...)
Em 1995, pela primeira vez, foi realizada uma sessão especial sobre o tema multiculturalismo e univer-
sidade. Os participantes fomos testemunhas das reticências e reservas que o tema suscitou no debate”
(ibid,: 241)

Na área educacional muitos estudos têm sido formulados na tentativa de criar um currículo que busque
os interesses dos não pertencentes aos padrões dominantes, assim:” nos parâmetros curriculares na-
cionais – pcn (brasil,1997) consta que o brasil tem participado de eventos importantes, como a confe-
rencia mundial de educação para todos, realizada em jostiem, na tailândia, em 1990, convocada por
organizações como a unesco, unicef e banco mundial”.(silva e bradim,p. 59, 2008)

“Somente no inicio do século xxi e que podemos perceber uma significativa mudança, posto que varias
instituições do ensino superior começaram a adotar as denominadas ações afirmativas para negros e
indígenas, com ênfase no sistema de cotas. E, desde 2003, há a obrigatoriedade das temáticas história
e cultura do negro no brasil nos currículos escolares, sancionada através da lei 10.639”.(santos e quei-
roz,2007)

“no contexto educacional as praticas que se engajaram a despeito do multiculturalismo são:” nos parâ-
metros curriculares nacionais – pcn (brasil, 1997) consta que o brasil tem participado de eventos im-
portantes, como a conferencia mundial de educação para todos, realizada em jostiem, na tailândia, em
1990, convocada por organizações como a unesco, unicef e banco mundial”. (silva e bradim, p. 59,
2008)

O movimento negro no brasil só ganhou força nos anos 50 porque eles tomaram atitudes eficazes
como: fim do isolamento dos movimentos brasileiros em relação aos movimentos de libertação racial
em outros países. Os congressos e conferencias pan-africanas irão possibilitar trocas de informações
visando á conscientização do valor da cultura negra e a libertação do complexo de inferioridade em
relação ás culturas branca; a criação de organizações de revindicação do movimento negro no país, a
exemplo da associação dos negros brasileiros (anb), convenção nacional do negro brasileiro (cnnb),
união nacional dos homens de cor (unhc), a criação do teatro experimental negro (tem); a atuação de
organizações internacionais, como a onu.

Nos parâmetros curriculares nacionais – pcn (brasil, 1997) consta que o brasil tem participado de even-
tos importantes, como a conferencia mundial de educação para todos, realizada em jostiem, na tailân-
dia, em 1990, convocada por organizações como a unesco, unicef e banco mundial”. (silva e bradim,
p. 59, 2008)

Quanto às ações políticas silva e bradim relatam que devido as pressões populares multiculturais e as
teorias criticas e pós – criticas, as próprias organizações internacionais de defesa dos direitos humanos

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firma o compromisso de promover uma educação para a cidadania baseada no respeito a diversidade
cultural, visando a superação das discriminações e preconceitos. Candau (1997) menciona a conferen-
cia mundial sobre políticas culturais, promovida pela unesco, em 1982, no méxico, cujo papel é o de
contribuir para a aproximação entre os povos e uma melhor compreensão entre as pessoas.

“A propósito a onu e suas agencias especializadas, sobretudo a unesco, impulsionarão os países mem-
bros a elaborar garantias jurídico-institucionais para proteger as vidas de grupos culturalmente domi-
nados” (silva e bradim, 2008)

O multiculturalismo e a educação estão intimamente ligados, porque ao mesmo tempo em que a escola
ensina as pluralidades culturais ela segrega os que não fazem parte daquele padrão aceitável pelo seu
sistema educacional. Quando em seus ensinamentos morais pregam o respeito à tolerância ao próximo
ela segrega dando num mesmo espaço maiores oportunidades de expressão e atenção aos brancos.

Daí a s discussões, e os inúmeros estudos voltados as multiculturalidades, sendo que abrangem não
apenas um grupo social mais várias vitimas do preconceito, exclusão social, discriminação juntamente
com as manifestações desses grupos oprimidos, o olhar governamental e a instituição escolar se pre-
ocupam em criar mecanismos que silencie ou minimize os conflitos das diferenças. No sentido político
ouvimos mais discursos, sem grandes repercussões concretas.

Como argumenta silva e bradim o problema ameaça todos, indistintamente (dominados e dominantes,
pobres e ricos, negros e brancos, mulheres e homens), independente de classe ou grupo social. Para
isso traçam metas, definem propostas e promovem eventos (fóruns e conferencias), a fim de manter
sob controle os antagonismos sociais e culturais.

Vimos no subtítulo ações escolares e políticas que a onu, por exemplo, tem dado sua contribuição ao
tema para combater as discriminações e preconceitos assim como os espaços acadêmicos de forma-
ção de professores onde constatamos a necessária intervenção do professor nessas questões.

Torna-se urgente uma educação verdadeiramente democrática, que inclua a diversidade cultural, para
que este processo aconteça é necessário o convívio multicultural que implica respeito ao outro, diálogo
com os valores do outro. Propomos a realização eficaz de mudanças nos sistemas educacionais en-
quanto espaços monoculturais, através do desenvolvimento de atitudes, projetos curriculares e ideias
pedagógicas, que sejam sensíveis à emergência do multiculturalismo.

O professor deve ser crítico reflexivo, humano; questionado o que ele vai ensinar aos seus alunos e
propor reformas pedagógicas já que ele e o mediador do conhecimento, ouvindo seus alunos quanto a
suas dificuldades, incentivar trabalhos que levem os mesmos a pesquisa sua realidade local, humano
quando não despreza um aluno que não pertence ao padrão cultural aceito, ele deve ser um profissional
com todas essas competências e não apenas aquele que sabe do conteúdo, mas que com sua baga-
gem teórica ensine a viver neste mundo capitalista.

Queremos, sobretudo a ação das autoridades políticas com projetos, leis mais eficazes que inclua a
diversidade dando chances para que tenham seus direitos atendidos, pois estes vem lutando há muito
tempo pelo seu valor e dignidade. Isso é possível mesmo sabendo que a globalização parece querer
cria apenas uma cultura algo que jamais acontecera, pois a multiculturalidade estar presente antes dos
avanços tecnológicos.

Propomos que esses assuntos estejam presentes no processo ensino – aprendizagem desde as pri-
meiras series do ensino básico, na formação de professores enfim concordamos com silva e bradim

“Defendemos o multiculturalismo crítico para quem as diferenças não têm um fim em si, mas situam-se
num contexto de lutas por mudança social, contrapondo- se ao ideário neoliberal e a globalização eco-
nômica e cultural vigente, como expressões legitimas do modelo capitalista opressor”.

Contudo somos afavor do multiculturalismo crítico, entendendo que o respeito à vida humana, diversi-
dade cultural e essencial para a construção de um mundo de paz, como futuro educador vemos na
instituição escolar uma força maior que nos conduzirá a esse processo de justiça social e democracia.
Nessa vertente é necessário o avanço de pesquisas teóricas e práticas envolvida na formação de iden-
tidades e pluralidades culturais.

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