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CULTURA E EDUCAÇÃO NO

CONTEXTO PRAGMÁTICO

LINGUAGEM, PRÁTICAS SOCIAIS E PRÁTICAS DE


ENSINO
PROFA. ANA MARIA PEREIRA LIMA
 
EDUCAÇÃO COMO ÁREA
DE CONFRONTO DE
CULTURAS
O artigo sublinha a necessidade de respeitar as opções do
indivíduo em face da pressão cultural coletiva.
as escolas têm sido historicamente usadas para propagar a
cultura 'nacional' sobre as outras culturas, sendo este último
considerado como importações estrangeiras.
Em uma visão pragmática de educação, professores e
alunos devem ser participantes de cultura, em vez de o
professor considerar-se exclusivamente como o legítimo
proprietário e protetor de propriedade de uma cultura,
juntamente com a sua linguagem.
OS CAMPOS DE
BATALHA DA CULTURA

Non scholae vitae sed discimus x as


práticas reais na educação
O caso do véu nas escolas francesas:
o que significa?
A associação entre essas duas buscas - a do
branqueamento/ocidentalização do país e a do perfil ideal do Homo
economicus (para usar expressão meio fora de moda) - marca todo o
projeto e a política imigrantistas do Brasil, encurralando,
consequentemente, a população negra na vida nacional. A reflexão
acadêmica ou intelectual, desde o transcorrer dos séculos XIX e XX, esteve
diretamente influenciando essa retórica e essa política. Seria oportuno
lembrar que nessa época o mulato Nina Rodrigues, professor de medicina
legal da Universidade da Bahia, antecipando teses de um Brasil dual, tão
festejadas nas décadas de 50 e 60 (século XX), apontava em suas
pesquisas e reflexões a existência de dois Brasis a se contraporem: de um
lado, um Brasil arcaico, pobre, sem perspectivas de progresso; de outro,
um Brasil moderno, rico ou mais rico, pautado pelos ideais do progresso. O
Brasil primeiro era o Brasil onde predominavam os negros; o Brasil
segundo fora colonizado pelos imigrantes brancos - o Brasil Meridional.
Esse deveria ser, na opinião desse autor, o Brasil ideal, o país a ser
construído. Há no pensamento de Nina Rodrigues, como se sabe,
profundas influências das escolas criminológicas italiana e, principalmente,
francesa. É um pensamento que flui de uma intensa e sistemática
biologização do mundo, característica do século XIX, do qual brotam as
teses racistas (Nina Rodrigues, 1935). (PEREIRA, 2011)
As questões concernentes à identidade sexual e ao desejo vêm
sendo tratadas como algo relativo e como possíveis formas de
contestação às normas socioculturais estabelecidas e rígidas. Elas
estão sendo vistas como construções sociais e não algo natural e
estável, como sendo produzidas, reproduzidas e constantemente
repetidas nas relações e discursos sociais e como sendo
experiências complexas não redutíveis a modelos simples
(Adelman, 2000; Louro, 2001), apontando para a pluralidade do
fenômeno da homossexualidade. Neste contexto, a emergência de
um debate público sobre a homossexualidade reflete tanto a defesa
quanto o combate da mesma. Historicamente, os argumentos
propostos, sobretudo contra a prática e a difusão da
homossexualidade, têm uma origem mais remota, enquanto os a
favor mais recente. Contudo, a visibilidade da homossexualidade
afirmativa, através de qualquer linguagem, ainda constitui-se em
algo perturbador na sociedade gerando rigidez de ambas as partes,
devido à dificuldade de negociação. (SCARDUA; SOUZA FILHO,
2006)
Para manter a ordem vigente sem alterar posições
ocupadas por determinados segmentos sociais era
importante afirmar a supremacia dos brancos e
inferioridade daqueles que portassem sangue negro. O
principal ponto de desprezo social era a religião: o
Candomblé, que se acreditava sinônimo de magia,
feitiçaria, curandeirismo, por usar objetos rituais
exóticos e realizar sacrifícios sangrentos,
transformando a ordem pública. Espetáculo
vergonhoso de atraso numa sociedade que pretendia
modernizar-se. Expressões como esta aparecem com
frequência na literatura e nos periódicos até meados do
século XIX, sensíveis que estavam os intelectuais ao
choque da temporalidade das culturas diferenciadas.
(SIQUEIRA, 2009. p. 42)
A SOLUÇÃO (?)
PRAGMÁTICA
É preciso “uma abordagem que permita
os usuários de uma cultura reivindicar
a validade de sua própria cultura; ao
mesmo tempo, essa abordagem pede-
lhes para respeitar o direito dos outros
para definir e defender a cultura deles.
A Pragmática nos ajuda a encontrar um
caminho para fora do cultural.
CULTURA: O QUE É
ISSO?

Cultura como resistência


CULTURA: O QUE É
ISSO?
PROBLEMAS COM
CULTURA
PARTICULAR: A
EDUCAÇÃO E SEUS
PROBLEMAS
Ação fora do indivíduo
Ação incorporada pelo indivíduo
Preservação da identidade cultural de
determinada comunidade
Consequência das divisões sociais
(indexador)
Preservar barreiras sociais e raciais
CULTURA NO
CONTEXTO
EDUCACIONAL
De qual cultura estamos falando, quando estamos fazendo a
educação?
Autonomia e independência – a questão da hegemonia
“A imagem mostrada no espelho” – ex. do Inglês negro
como significado de instrução nos EUA
A resistência para ser educado na própria cultura
Isolamento como conceito de preservação
Educação e conjuntura – questões macro indissociáveis.
LÍNGUA ESTRANGEIRA COMO
UM PROBLEMA PRAGMÁTICO-
CULTURAL
Primeiras abordagens e uma ‘mini-revolução’ – método
comunicativo
Atos de fala situados e a criação de regra de situação - o método
de completar o discurso (mas o que se entende por discurso?
Como se produz a linguagem em contexto de interação natural?)
Atos de fala através da linguagem: similaridade ou circularidade?
Atos de fala não são unidades encapsuladas de significados, daí
um novo problema
(RE) SOLVENDO O
DILEMA INTRA-
TERCULTURAL
Competência pragmática X conhecimento gramatical

Não basta ter o conhecimento gramatical de uma língua para se aprendê-


la se não se é capaz de compreender culturalmente essa língua. Criar
contextos para ensinar uma língua equivale a proporcionar várias
experiências aos alunos e vários questionamentos acerca de a serviço de
quê ou de quem o conhecimento é construído.

Co-criação no diálogo: atos pragmáticos e aquisição de


língua
CONCLUSÃO: IMERSÃO
PRAGMÁTICA
A imersão faz mais que mostrar uma face
pragmática da situação, ela acentua nossa
habilidade cognitiva de enfatizar a
totalidade da informação que está
disponível em uma situação.
Incide em preparar os aprendizes não
somente para situações escolares, mas
para a vida e o que isso efetivamente
significa.
REFERÊNCIAS
MEY ,Jacob L. Culture and education in a pragmatic context . In: Cadernos de
linguagem e sociedade. Vol. 9, nº 2, 2008. p. 57-85. Disponível em:
http://periodicos.unb.br/index.php/les/article/view/1217/875 Acessado em 21 de
outubro de 2016.
PEREIRA, João Baptista Borges. Diversidade e pluralidade: o negro na
sociedade brasileira. In: Rev. USP  no.89. São Paulo mar./maio 2011.
Disponível em:
http://rusp.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-99892011000200
019&lng=pt&nrm=iso
. Acessado em 21 de outubro de 2016.
SCARDUA, Anderson; SOUZA FILHO, Edson Alves de. O debate sobre a
homossexualidade mediado por representações sociais: perspectivas
homossexuais e heterossexuais In: Psicologia. Reflexão e
Crítica. vol.19 no.3 Porto Alegre  2006. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
79722006000300017 Acessado em 21 de outubro de 2016.
SIQUEIRA, Sonia Apparecida de Multiculturalismo e Religiões Afrobrasileiras O
Exemplo do Candomblé In: Revista de Estudos da Religião março / 2009 / p.
36-55Disponível em: http://www.pucsp.br/rever/rv1_2009/t_siqueira.pdf.
Acessado em 21 de outubro de 2016.

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