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Análise e interpretação de textos verbais e não verbais: compreensão geral do texto; ponto de vista
ou ideia central defendida pelo autor; argumentação; elementos de coesão e coerência textuais;
intertextualidade; inferências; estrutura e organização do texto e dos parágrafos. ...................................1

2. Tipologia e gênero textuais. ...........................................................................................................54

3. Figuras de linguagem.....................................................................................................................77

4. Emprego dos pronomes demonstrativos. .......................................................................................85

5. Relações semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (oposição, conclusão,


concessão e causalidade). .....................................................................................................................88

6. Semântica: sinonímia e antonímia; homonímia e paronímia; hiponímia e hiperonímia; conotação e


denotação; ambiguidade; polissemia......................................................................................................94

7. Sintaxe da oração e do período. ..................................................................................................105

8. Morfossintaxe: funções do que e do se........................................................................................138

9. Emprego do acento indicativo da crase. ......................................................................................142

10. Concordâncias verbal e nominal. ...............................................................................................150

11. Regências verbal e nominal. ......................................................................................................172

12. Colocação pronominal. ..............................................................................................................182

13. Emprego de tempos e modos verbais. .......................................................................................187

14. Pontuação..................................................................................................................................204

15. Ortografia oficial.........................................................................................................................211

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Apreensão e Compreensão do Texto e Sentido

Quando Lula disse a Collor no primeiro debate do segundo turno das eleições presidenciais de 1989:

Os brasileiros colocaram essa frase no âmbito dos e


entenderam não , mas
discurso moderno e de centro- .
Observe que há duas operações diferentes no entendimento do texto. A primeira é a apreensão, que
é a captação das relações que cada parte mantém com as outras no interior do texto. No entanto, ela não
é suficiente para entender o sentido integral. Uma pessoa que conhecesse todas as palavras da frase
acima, mas não conhecesse o universo dos discursos da campanha presidencial, não entenderia o
significado da frase. Por isso, é preciso colocar o texto dentro do universo discursivo a que ele pertence
e no interior do qual ganha sentido. Alguns teóricos chamam ao universo
discursivo. Na frase acima, collorido e caiado não pertencem ao universo da pintura, mas da vida política:
a primeira palavra refere-se a Collor e ao modo como ele se apresentava, um político moderno e inovador;
a segunda diz respeito a Ronaldo Caiado, político conservador que o apoiava. A essa operação
chamamos compreensão.

Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto

Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: informativa e de reconhecimento.
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se
informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave,
passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo.
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras
como não, exceto, respectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha adequada.
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia
do sentido global proposto pelo autor.
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos
que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto.
A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques.
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem
esquerda.
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira
clara e resumida.
Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à
compreensão do texto.
Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um tecido. O fio deve ser trabalhado com muito
cuidado para que o trabalho não se perca. O mesmo acontece com o texto. O ato de escrever toma de
empréstimo uma série de palavras e expressões amarrando, conectando uma palavra uma oração, uma
ideia à outra. O texto precisa ser coeso e coerente.

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Coesão

É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais elementos de coesão são os conectivos,
vocábulos gramaticais, que estabelecem conexão entre palavras ou partes de uma frase. O texto deve
ser organizado por nexos adequados, com sequência de ideias encadeadas logicamente, evitando frases
e períodos desconexos. Para perceber a falta de coesão, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto,
procurando estabelecer as possíveis relações entre palavras que formam a oração e as orações que
formam o período e, finalmente, entre os vários períodos que formam o texto. Um texto bem trabalhado
sintática e semanticamente resultam num texto coeso.

Coerência

A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja,
ela é que faz com que o texto tenha sentido para quem lê. Na avaliação da coerência será levado em
conta o tipo de texto. Em um texto dissertativo, será avaliada a capacidade de relacionar os argumentos
e de organizá-los de forma a extrair deles conclusões apropriadas; num texto narrativo, será avaliada sua
capacidade de construir personagens e de relacionar ações e motivações.

Tipos de Composição

Descrição: é representar verbalmente um objeto, uma pessoa, um lugar, mediante a indicação de


aspectos característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar
aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série de elementos,
mas de captar os traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar,
é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas.

Narração: é um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos


constitutivos: personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a
distingue da descrição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. A
narração envolve:
- Quem? Personagem;
- Quê? Fatos, enredo;
- Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos;
- Onde? O lugar da ocorrência;
- Como? O modo como se desenvolveram os acontecimentos;
- Por quê? A causa dos acontecimentos;

Dissertação: é apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em


argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever,
é necessário explanar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto
maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho.

Sentidos Próprio e Figurado

Comumente afirma-se que certas ocorrências de discurso têm sentido próprio e sentido figurado.
-

O sentido
próprio, na acepção tradicional não é próprio ao contexto, mas ao termo.
O sentido tradicionalmente dito próprio sempre corresponde ao que definimos aqui como sentido
imediato do enunciado. Além disso, alguns autores o julgam como sendo o sentido preferencial, o que
comumente ocorre.
O sentido dito figurado é o do enunciado que substitui a metáfora, e que em leitura imediata leva à
mesma mensagem que se obtém pela decifração da metáfora.
O conceito de sentido próprio nasce do mito da existência da leitura ingênua, que ocorre
esporadicamente, é verdade, mas nunca mais que esporadicamente.
Não há muito que criticar na adoção dos conceitos de sentido próprio e sentido figurado, pois ela abre
um caminho de abordagem do fenômeno da metáfora. O que é passível de crítica é a atribuição de status

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diferenciado para cada uma das categorias. Tradicionalmente o sentido próprio carrega uma conotação

o sentido figurado, afinal, é o sentido figurado que possibilita a correta interpretação do enunciado e não
o sentido próprio. Se o sen -lo de

Pela lógica da Retórica tradicional, essa inversão de perspectiva não é possível, pois o sentido figurado
está impregnado de uma conotação desfavorável. O sentido figurado é visto como anormal e o sentido
próprio, não. Ele carrega uma conotação positiva, logo, é natural, primeiro.
A Retórica tradicional é impregnada de moralismo e estetização e até a geração de categorias se
ressente disso. Essa tendência para atribuir status às categorias é uma constante do pensamento antigo,
cuja índole era hierarquizante, sempre buscando uma estrutura piramidal para o conhecimento, o que se
estende até hoje em algumas teorias modernas.
Ainda hoje, apesar da imparcialidade típica e necessária ao conhecimento científico, vemos
conotações de valor sendo atribuídas a categorias retóricas a partir de considerações totalmente externas
a ela. Um exemplo: o retórico que tenha para si a convicção de que a qualidade de qualquer discurso se
fundamenta na sua novidade, originalidade, imprevisibilidade, tenderá a descrever os recursos retóricos

concepção estética.

Sentido Imediato

Sentido imediato é o que resulta de uma leitura imediata que, com certa reserva, poderia ser chamada
de leitura ingênua ou leitura de máquina de ler.
Uma leitura imediata é aquela em que se supõe a existência de uma série de premissas que restringem
a decodificação tais como:
- As frases seguem modelos completos de oração da língua.
- O discurso é lógico.
- Se a forma usada no discurso é a mesma usada para estabelecer identidades lógicas ou atribuições,
então, tem-se, respectivamente, identidade lógica e atribuição.
- Os significados são os encontrados no dicionário.
- Existe concordância entre termos sintáticos.
- Abstrai-se a conotação.
- Supõe-se que não há anomalias linguísticas.
- Abstrai-se o gestual, o entoativo e editorial enquanto modificadores do código linguístico.
- Supõe-se pertinência ao contexto.
- Abstrai-se iconias.
- Abstrai-se alegorias, ironias, paráfrases, trocadilhos, etc.
- Não se concebe a existência de locuções e frases feitas.
- Supõe-se que o uso do discurso é comunicativo. Abstrai-se o uso expressivo, cerimonial.

Admitindo essas premissas, o discurso será indecifrável, ininteligível ou compreendido parcialmente


toda vez que nele surgirem elipses, metáforas, metonímias, oxímoros, ironias, alegorias, anomalias, etc.
Também passam despercebidas as conotações, as iconias, os modificadores gestuais, entoativos,
editoriais, etc.
Na verdade, não existe o leitor absolutamente ingênuo, que se comporte como uma máquina de ler, o
que faz do conceito de leitura imediata apenas um pressuposto metodológico. O que existe são
ocorrências eventuais que se aproximam de uma leitura imediata, como quando alguém toma o sentido
literal pelo figurado, quando não capta uma ironia ou fica perplexo diante de um oxímoro.
Há quem chame o discurso que admite leitura imediata de grau zero da escritura, identificando-a como
uma forma mais primitiva de expressão. Esse grau zero não tem realidade, é apenas um pressuposto. Os
recursos de Retórica são anteriores a ele.

Sentido Preferencial

Para compreender o sentido preferencial é preciso conceber o enunciado descontextualizado ou em


contexto de dicionário. Quando um enunciado é realizado em contexto muito rarefeito, como é o contexto
em que se encontra uma palavra no dicionário, dizemos que ela está descontextualizada. Nesta situação,
o sentido preferencial é o que, na média, primeiro se impõe para o enunciado. Óbvio, o sentido que

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primeiro se impõe para um receptor pode não ser o mesmo para outro. Por isso a definição tem de
considerar o resultado médio, o que não impede que pela necessidade momentânea consideremos o
significado preferencial para dado indivíduo.
Algumas regularidades podem ser observadas nos significados preferenciais. Por exemplo: o sentido

teve origem em processos metafóricos, alegóricos, metonímicos. Mas esta regra não é geral. Vejamos o
seguinte

preferencial é o metonímico, o que contrapõe a tese que diz que o s

Para certos termos é difícil estabelecer o sentido preferencial. Um exemplo: Qual o sentido preferencial
de manga? O de fruto ou de uma parte da roupa?

Interpretação

A literatura é a arte de recriar através da língua escrita. Sendo assim, temos vários tipos de gêneros
textuais, formas de escrita; mas a grande dificuldade encontrada pelas pessoas é a interpretação de
textos. Muitos dizem que não sabem interpretar, ou que é muito difícil. Se você tem pouca leitura,
consequentemente terá pouca argumentação, pouca visão, pouco ponto de vista e um grande medo de
interpretar. A interpretação é o alargamento dos horizontes. E esse alargamento acontece justamente
quando há leitura. Somos fragmentos de nossos escritos, de nossos pensamentos, de nossas histórias,

as vezes. Temos aí a identificação de nossos pensamentos com os


pensamentos dos autores, mas para que aconteça, pelo menos não tenha preguiça de pensar, refletir,
formar ideias e escrever quando puder e quiser.
Tornar-se, portanto, alguém que escreve e que lê em nosso país é uma tarefa árdua, mas acredite,
valerá a pena para sua vida futura. Mesmo que você diga que interpretar é difícil, você exercita isso a
todo o momento. Exercita através de sua leitura de mundo. A todo e qualquer tempo, em nossas vidas,
interpretamos, argumentamos, expomos nossos pontos de vista. Mas, basta o(a) professor(a) dizer
inguém sabe o que calado quer,
pois ao se calar você perde oportunidades valiosas de interagir e crescer no conhecimento. Perca o medo
de expor suas ideias. Faça isso como um exercício diário e verá que antes que pense, o medo terá ido
embora.

Texto é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar).

Contexto um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há certa informação que
a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a
ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as
frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente,
poderá ter um significado diferente daquele inicial.

Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.

Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de


sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as
argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.

Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:

Identificar - reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma


época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).

Comparar - descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto.

Comentar - relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.

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Resumir - concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo.

Parafrasear - reescrever o texto com outras palavras.

Exemplo

Título do Texto Paráfrases


A integração do mundo.
A integração da humanidade.
A união do homem.
Homem + Homem = Mundo.
A macacada se uniu. (sátira)

Condições Básicas para Interpretar

Faz-se necessário:
- Conhecimento Histórico literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática.
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico. Na semântica (significado
das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia,
polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
- Capacidade de observação e de síntese.
- Capacidade de raciocínio.

Interpretar X Compreender

Interpretar Significa Compreender Significa


Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, Intelecção, entendimento, atenção ao que realmente
deduzir. está escrito.
Tipos de enunciados: Tipos de enunciados:
- através do texto, infere-se que... - o texto diz que...
- é possível deduzir que... - é sugerido pelo autor que...
- o autor permite concluir que... - de acordo com o texto, é correta ou errada a
- qual é a intenção do autor ao afirmar afirmação...
que... - o narrador afirma...

Erros de Interpretação

É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes
são:
- Extrapolação (viagem). Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
- Redução. É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um
texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema
desenvolvido.
- Contradição. Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar
conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão.

Observação: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas
numa prova de concurso o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais.

Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou
parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma
conjunção (nexos), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o
que já foi dito. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome
relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente.
Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm cada um valor semântico, por isso a
necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na

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interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em
consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:

Que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente. Mas depende das condições da frase.
Qual (neutro) idem ao anterior.
Quem (pessoa).
Cujo (posse) - antes dele, aparece o possuidor e depois, o objeto possuído.
Como (modo).
Onde (lugar).
Quando (tempo).
Quanto (montante).

Exemplo:
Falou tudo quanto queria (correto).
Falou tudo que queria (errado - antes do que, deveria aparecer o demonstrativo o).

Vícios de Linguagem há os vícios de linguagem clássicos (barbarismo, solecismo, cacofonia...); no


dia a dia, porém, existem expressões que são mal empregadas, e por força desse hábito cometem-se
erros graves como:
- , quando a verdade o risco era de morte.
-
- . Além do erro de posição do pronome, há o mau uso.

Algumas dicas para interpretar um texto:

- O autor escreveu com uma intenção - tentar descobrir qual é, qual é a chave.
- Leia todo o texto uma primeira vez de forma despreocupada - assim você verá apenas os aspectos
superficiais primeiro.
- Na segunda leitura observe os detalhes, visualize em sua mente o cenário, os personagens - Quanto
mais real for a leitura na sua mente, mais fácil será para interpretar o texto.
- Duvide do(a) autor(a), leia as entrelinhas, perceba o que o(a) autor(a) te diz sem escrever no texto.
- Não tenha medo de opinar - Já vi terem medo de dizer o que achavam e a resposta estaria correta
se tivessem dito.
- Visualize vários caminhos, várias opções e interpretações, só não viaje muito na interpretação. Veja
os caminhos apontados pela escrita do(a) autor(a). Apegue-se aos caminhos que lhe são mostrados.
- Identifique as características físicas e psicológicas dos personagens - Se um determinado
personagem tem como característica ser mentiroso, por exemplo, o que ele diz no texto poderá ser
mentira não é mesmo? Analisar e identificar os personagens são pontos necessários para uma boa
interpretação de texto.
- Observe a linguagem, o tempo e espaço, a sequência dos acontecimentos. O feedback conta muito
na hora de interpretar.
- Analise os acontecimentos de acordo com a época do texto, assim, certas contradições ou
estranhamentos vistos por você podem ser apenas a cultura da época sendo demonstrada.
- Leia quantas vezes achar que deve - Não entendeu? Leia de novo. Nem todo dia estamos
concentrados e a rapidez na leitura vem com o hábito.

Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: Informativa e de reconhecimento;

Organização do Texto e Ideia Central

Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos
que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. Podemos
desenvolver um parágrafo de várias formas:

- Declaração inicial;
- Definição;
- Divisão;
- Alusão histórica.

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Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques.
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem
esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída
de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um
caminho que nos levará à compreensão do texto.

Os Tipos de Texto

Basicamente existem três tipos de texto:


- Texto narrativo;
- Texto descritivo;
- Texto dissertativo.

Cada um desses textos possui características próprias de construção, que veremos no tópico seguinte
(Tipologia Textual).

É comum encontrarmos queixas de que não sabem interpretar textos. Muitos têm aversão a exercícios
nessa categoria. Acham monótono, sem graça, e outras vezes dizem: cada um tem o seu próprio
entendimento do texto ou cada um interpreta a sua maneira. No texto literário, essa ideia tem algum
fundamento, tendo em vista a linguagem conotativa, os símbolos criados, mas em texto não literário isso
é um equívoco. Diante desse problema, seguem algumas dicas para você analisar, compreender e
interpretar com mais proficiência.

- Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passamos a gostar de algo, compreendemos
melhor seu funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a nós mesmos. Não se deixe
levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença. Leia tudo que tenha vontade, com o tempo você
se tornará mais seleto e perceberá que algumas leituras foram superficiais e, às vezes, até ridículas.
Porém elas foram o ponto de partida e o estímulo para se chegar a uma leitura mais refinada. Existe
tempo para cada momento de nossas vidas.
- Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio.
- Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, um bom exercício para ampliar o léxico é
fazer palavras cruzadas.
- Faça exercícios de sinônimos e antônimos.
- Leia verdadeiramente.
- Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode ser falsa. É preciso paciência para ler
outras vezes. Antes de responder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas.
- Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e por isso você
deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada à ideia geral
do texto.
- Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conhecimento, porque algumas perguntas
extrapolam ao que está escrito. Veja um exemplo disso:

Texto:

Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos
latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da
indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado.
Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos
canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-
se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos.
(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes)

Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram:


(A) os portugueses.
(B) os negros.
(C) os índios.
(D) tanto os índios quanto aos negros.
(E) a miscigenação de portugueses e índios.
(Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.)

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características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto.

- Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir:
(1) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes.
(2) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes.
(3) Os alunos dedicados passaram no vestibular.
(4) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular.
(5) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi.
(6) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi.

Explicações:
(1) Diego fez sozinho o trabalho de artes.
(2) Apenas o Diego fez o trabalho de artes.
(3) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não dedicados e passaram no vestibular somente os que
se dedicaram, restringindo o grupo de alunos.
(4) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados.
(5) Marcão é chamado para cantar.
(6) Marcão pratica a ação de cantar.

Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele:

pre fez parte do desafio do magistério administrar adolescentes com hormônios em ebulição e
com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação
comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade

Frase para análise.

Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o grande
desafio do professor moderno.

- Não é mencionado que a escola seja da rede privada.


- O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafio do magistério. Outra
questão é que o grande desafio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há
também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério.

- Atenção ao uso da paráfrase (reescrita do texto sem prejuízo do sentido original). Veja o exemplo:

(RECEITA FEDERAL AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL ESAF/2012 - ADAPTADA)


Texto para a questão:

O último esteio importante da legislação sindical do Estado Novo foi o imposto sindical, criado em
1940.
A despeito das vantagens concedidas aos sindicatos oficiais. muitos deles tinham dificuldade em
sobreviver, por falta de recursos. O imposto sindical veio dar-lhes o dinheiro sem exigir esforço algum de
sua parte. A solução foi muito simples: de todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, era descontado
anualmente, na folha de pagamento, o salário de um dia de trabalho. Os empregadores também
contribuíam. Do total arrecadado. 60% ficavam com o sindicato da categoria profissional, 15% iam para
as federações, 5% para as confederações.
(José Murilo de Carvalho, Cidadania no Brasil - o longo caminho. RJ.
Civilização Brasileira, 2004. p. 121. com adaptações)

Assinale a paráfrase correta e adequada do período:

oi muito simples: de todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, era descontado

(A) Descontava-se um dia de trabalho do salário, na folha de pagamento anual, dos sindicalizados ou
não, de todos os trabalhadores, como solução fácil para a falta de recursos do imposto sindical.

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