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Câmara Municipal de Cambé/PR

Auxiliar Administrativo

Compreensão e interpretação de textos, com moderado grau de complexidade. ............................... 1


Reconhecimento da finalidade de textos de diferentes gêneros. ....................................................... 14
Localização de informações explícitas no texto. ............................................................................... 20
Inferência de sentido de palavras e/ou expressões. Inferência de informações implícitas no texto e das
relações de causa e consequência entre as partes de um texto. ........................................................... 22
Distinção entre fato e opinião sobre esse fato. .................................................................................. 27
Interpretação de linguagem não verbal (tabelas, fotos, quadrinhos etc.). .......................................... 28
Reconhecimento das relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções,
advérbios, preposições argumentativas, locuções etc. Reconhecimento das relações entre partes de um
texto, identificando repetições ou substituições que contribuam para sua continuidade. ........................ 34
Identificação de efeitos de ironia ou humor em textos variados. ....................................................... 49
Reconhecimento de efeitos de sentido decorrentes do uso de pontuação, da exploração de recursos
ortográficos e/ou morfossintáticos, de campos semânticos e de outras notações. ................................ 54
Identificação de diferentes estratégias que contribuem para a continuidade do texto (anáforas,
pronomes relativos, demonstrativos etc.). ............................................................................................. 94
Compreensão de estruturas temática e lexical complexas. ............................................................. 107
Ambiguidade e paráfrase. ............................................................................................................... 121
Relação de sinonímia entre uma expressão vocabular complexa e uma palavra. ........................... 125

Candidatos ao Concurso Público,


O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom
desempenho na prova.
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar
em contato, informe:
- Apostila (concurso e cargo);
- Disciplina (matéria);
- Número da página onde se encontra a dúvida; e
- Qual a dúvida.
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la.
Bons estudos!

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Compreensão e interpretação de textos, com moderado grau de complexidade.

Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br

Interpretação

Cada vez mais, é comprovada a dificuldade dos estudantes, de qualquer idade, e para qualquer
finalidade de compreender o que se pede em textos, e também dos enunciados. Qual a importância de
entender um texto?
Quando se fala em texto, pensamos naqueles longos, com introdução, desenvolvimento e conclusão,
onde depois temos que responder uma ou várias questões sobre ele. Na verdade, texto pode ser a
questão em si, a leitura que fazemos antes de resolver o exercício. E como é possível cometer um erro
numa simples leitura de enunciado? Mais fácil de acontecer do que se imagina. Se na hora da leitura,
deixamos de prestar atenção numa só palavra, como uma “não”, já muda a interpretação. Veja a
diferença:

Qual opção abaixo não pertence ao grupo?

Qual opção abaixo pertence ao grupo?

Isso já muda totalmente a questão, e se o leitor está desatento, vai marcar a primeira opção que
encontrar correta. Pode parecer exagero pelo exemplo dado, mas tenha certeza que isso acontece mais
do que imaginamos, ainda mais na pressão da prova, tempo curto e muitas questões. Partindo desse
princípio, se podemos errar num simples enunciado, que é um texto curto, imagine os erros que podemos
cometer ao ler um texto maior, sem prestar devida atenção aos detalhes. É por isso que é preciso
melhorar a capacidade de leitura e compreensão.

A literatura é a arte de recriar através da língua escrita. Sendo assim, temos vários tipos de gêneros
textuais, formas de escrita. Mas a grande dificuldade encontrada pelas pessoas é a interpretação de
textos. Muitos dizem que não sabem interpretar, ou que é muito difícil. Se você tem pouca leitura,
consequentemente terá pouca argumentação, pouca visão, pouco ponto de vista e um grande medo de
interpretar. A interpretação é o alargamento dos horizontes. E esse alargamento acontece justamente
quando há leitura. Somos fragmentos de nossos escritos, de nossos pensamentos, de nossas histórias,
muitas vezes contadas por outros. Quantas vezes você não leu algo e pensou: “Nossa, ele disse tudo
que eu penso”. Com certeza, várias vezes. Temos aí a identificação de nossos pensamentos com os
pensamentos dos autores, mas para que aconteça, pelo menos não tenha preguiça de pensar, refletir,
formar ideias e escrever quando puder e quiser.
Tornar-se, portanto, alguém que escreve e que lê em nosso país é uma tarefa árdua, mas acredite,
valerá a pena para sua vida futura. Mesmo que você diga que interpretar é difícil, você exercita isso a
todo o momento. Exercita através de sua leitura de mundo. A todo e qualquer tempo, em nossas vidas,
interpretamos, argumentamos, expomos nossos pontos de vista. Mas, basta o(a) professor(a) dizer
“Vamos agora interpretar esse texto” para que as pessoas se calem. Ninguém sabe o que calado quer,
pois ao se calar você perde oportunidades valiosas de interagir e crescer no conhecimento. Perca o medo
de expor suas ideias. Faça isso como um exercício diário e verá que antes que pense, o medo terá ido
embora.

Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo
capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar).

Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há certa informação que
a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a
ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as

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frases é tão grande, que se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente,
poderá ter um significado diferente daquele inicial.

Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.

Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de


sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as
argumentações ou explicações que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.

Normalmente, numa prova o candidato é convidado a:

Identificar - reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma


época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).

Comparar - descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto.

Comentar - relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.

Resumir - concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo.

Parafrasear - reescrever o texto com outras palavras.

Exemplo

Título do Texto Paráfrases


A integração do mundo.
“O Homem Unido” A integração da humanidade.
A união do homem.
Homem + Homem = Mundo.
A macacada se uniu. (sátira)

Condições Básicas para Interpretar

Faz-se necessário:
- Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática.
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico. Na semântica (significado
das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia,
polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
- Capacidade de observação e de síntese.
- Capacidade de raciocínio.

Interpretar X Compreender

Interpretar Significa Compreender Significa


Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, Intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está
deduzir. escrito.
Tipos de enunciados: Tipos de enunciados:
- através do texto, infere-se que... - o texto diz que...
- é possível deduzir que... - é sugerido pelo autor que...
- o autor permite concluir que... - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
- qual é a intenção do autor ao afirmar que... - o narrador afirma...

Erros de Interpretação

É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes
são:

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- Extrapolação (viagem). Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.
- Redução. É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um
texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema
desenvolvido.
- Contradição. Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar
conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão.

Observação: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas
numa prova de concurso o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais.

Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relaciona palavras, orações, frases e/ou
parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma
conjunção (nexos), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o
que já foi dito. São muitos os erros de coesão no dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome
relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente.
Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, um valor semântico, por isso
a necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na
interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em
consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância.

Vícios de Linguagem – há os vícios de linguagem clássicos (barbarismo, solecismo, cacofonia...); no


dia a dia, porém, existem expressões que são mal empregadas, e por força desse hábito cometem-se
erros graves como:
- “Ele correu risco de vida”, quando a verdade o risco era de morte.
- “Senhor professor, eu lhe vi ontem”. Neste caso, o pronome oblíquo átono correto é “o”.
- “No bar: me vê um café”. Erro de posição do pronome, que deveria vir após o verbo (vê-me).

Algumas dicas para interpretar um texto:

1. Leia bastante. Textos de diversas áreas, assuntos distintos nos trazem diferentes formas de
pensar.
2. Pratique com exercícios de interpretação. Questões simples, mas que nos ajuda a ter certeza
que estamos prestando atenção na leitura.
3. Cuidado com o “olho ninja”, aquele que quando damos conta, já está no final da página, e
nem lembramos o que lemos no meio dela. Talvez seja hora de descansar um pouco, ou voltar a leitura
num ponto que estávamos prestando atenção, e reler.
4. Ative seu conhecimento prévio antes de iniciar o texto. Qualquer informação, mínima que seja,
nos ajuda a compreender melhor o assunto do texto.
5. Faça uma primeira leitura superficial, para identificar a ideia central do texto, e assim, levantar
hipóteses e saber sobre o que se fala.
6. Leia as questões antes de fazer uma segunda leitura mais detalhada. Assim, você economiza
tempo se no meio da leitura identificar uma possível resposta.
7. Preste atenção nas informações não-verbais. Tudo que vem junto com o texto, é para ser
usado ao seu favor. Por isso, imagens, gráficos, tabelas, etc., servem para facilitar nossa leitura.
8. Use o texto. Rabisque, anote, grife, circule... enfim, procure a melhor forma para você, pois
cada um tem seu jeito de resumir e pontuar melhor os assuntos de um texto.

Além dessas dicas importantes, você também pode grifar palavras novas, e procurar seu significado
para aumentar seu vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma distração,
mas também um aprendizado.
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compreensão do texto e ajudar a aprovação,
ela também estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nosso foco, cria
perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de
memória. Então, foco na leitura, que tudo fica mais fácil!

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Organização do Texto e Ideia Central

Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos
parágrafos, composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto.
Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:

- Declaração inicial;
- Definição;
- Divisão;
- Alusão histórica.

Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques.
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem
esquerda. Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída
de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um
caminho que nos levará à compreensão do texto.

Os Tipos de Texto

Basicamente, existem três tipos de texto:


- Texto narrativo;
- Texto descritivo;
- Texto dissertativo.

Cada um desses textos possui características próprias de construção, que pode ser estudado mais
profundamente na tipologia textual.

É comum encontrarmos queixas de que não sabem interpretar textos. Muitos têm aversão a exercícios
nessa categoria. Acham monótono, sem graça, e outras vezes dizem: cada um tem o seu próprio
entendimento do texto ou cada um interpreta a sua maneira. No texto literário, essa ideia tem algum
fundamento, tendo em vista a linguagem conotativa, os símbolos criados, mas em texto não literário isso
é um equívoco. Diante desse problema, seguem algumas dicas para você analisar, compreender e
interpretar com mais proficiência.

- Crie o hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passamos a gostar de algo, compreendemos
melhor seu funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a nós mesmos. Não se deixe
levar pela falsa impressão de que ler não faz diferença. Leia tudo que tenha vontade, com o tempo você
se tornará mais seleto e perceberá que algumas leituras foram superficiais e, às vezes, até ridículas.
Porém elas foram o ponto de partida e o estímulo para se chegar a uma leitura mais refinada. Existe
tempo para cada momento de nossas vidas.
- Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio.
- Aumente seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, um bom exercício para ampliar o léxico é
fazer palavras cruzadas.
- Faça exercícios de sinônimos e antônimos.
- Leia verdadeiramente.
- Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode ser falsa. É preciso paciência para ler
outras vezes. Antes de responder as questões, retorne ao texto para sanar as dúvidas.
- Atenção ao que se pede. Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e por isso você
deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras vezes, a questão está voltada à ideia geral
do texto.
- Fique atento a leituras de texto de todas as áreas do conhecimento, porque algumas perguntas
extrapolam ao que está escrito. Veja um exemplo disso:

Texto:

Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre fator obrigatório no desenvolvimento dos
latifúndios coloniais. Os antigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da
indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado.
Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que exige a exploração dos

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canaviais. Sua tendência espontânea era para as atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-
se sem regularidade forçada e sem vigilância e fiscalização de estranhos.
(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes)

Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram:


(A) os portugueses.
(B) os negros.
(C) os índios.
(D) tanto os índios quanto aos negros.
(E) a miscigenação de portugueses e índios.
(Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.)

Resposta “C”. Apesar do autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas
características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto.

- Tome cuidado com as vírgulas. Veja por exemplo a diferença de sentido nas frases a seguir:
(1) Só, o Diego da M110 fez o trabalho de artes.
(2) Só o Diego da M110 fez o trabalho de artes.
(3) Os alunos dedicados passaram no vestibular.
(4) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular.
(5) Marcão, canta Garçom, de Reginaldo Rossi.
(6) Marcão canta Garçom, de Reginaldo Rossi.

Explicações:
(1) Diego fez sozinho o trabalho de artes.
(2) Apenas o Diego fez o trabalho de artes.
(3) Havia, nesse caso, alunos dedicados e não dedicados e passaram no vestibular somente os que
se dedicaram, restringindo o grupo de alunos.
(4) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados.
(5) Marcão é chamado para cantar.
(6) Marcão pratica a ação de cantar.

Leia o trecho e analise a afirmação que foi feita sobre ele:

“Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescentes com hormônios em ebulição e
com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação
comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor”.

Frase para análise.

Desafiar as regras é uma atitude própria do adolescente das escolas privadas. E esse é o grande
desafio do professor moderno.

- Não é mencionado que a escola seja da rede privada.


- O desafio não é apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafio do magistério. Outra
questão é que o grande desafio não é só administrar os desafios às regras, isso é parte do desafio, há
também os hormônios em ebulição que fazem parte do desafio do magistério.

- Atenção ao uso da paráfrase (reescrita do texto sem prejuízo do sentido original).


- A paráfrase pode ser construída de várias formas, veja algumas delas: substituição de locuções por
palavras; uso de sinônimos; mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; converter a voz ativa
para a passiva; emprego de antonomásias ou perífrases (Rui Barbosa = A águia de Haia; o povo lusitano
= portugueses).

Observe a mudança de posição de palavras ou de expressões nas frases. Exemplos:


- Certos alunos no Brasil não convivem com a falta de professores.
- Alunos certos no Brasil não convivem com a falta de professores.
- Os alunos determinados pediram ajuda aos professores.
- Determinados alunos pediram ajuda aos professores.

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Explicações:
- Certos alunos = qualquer aluno.
- Alunos certos = aluno correto.
- Alunos determinados = alunos decididos.
- Determinados alunos = qualquer aluno.

Questões

01. (MPE-SC – Promotor de Justiça – MPE-SC/2016)


“A Família Schürmann, de navegadores brasileiros, chegou ao ponto mais distante da Expedição
Oriente, a cidade de Xangai, na China. Depois de 30 anos de longas navegações, essa é a primeira vez
que os Schürmann aportam em solo chinês. A negociação para ter a autorização do país começou há
mais de três anos, quando a expedição estava em fase de planejamento. Essa também é a primeira vez
que um veleiro brasileiro recebe autorização para aportar em solo chinês, de acordo com as autoridades
do país.”
(http://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/03/bfamilia-schurmannb-navega-pela-primeira-vez-na-antartica.html)

Para ficar caracterizada a ideia de passado distante, a expressão “há mais de três anos” deve ser
reescrita: “há mais de três anos atrás”.
( ) Certo ( ) Errado

Leia o texto e responda as questões 02, 03 e 04.

Crônica

Como o povo brasileiro é descuidado a respeito de alimentação! É o que exclamo depois de ler as
recomendações de um nutricionista americano, o dr. Maynard. Diz este: “A apatia, ou indiferença, é uma
das causas principais das dietas inadequadas.” Certo, certíssimo. Ainda ontem, vi toda uma família
nordestina estendida em uma calçada do centro da cidade, ali bem pertinho do restaurante Vendôme,
mas apática, sem a menor vontade de entrar e comer bem. Ensina ainda o especialista: “Embora haja
alimentos em quantidade suficiente, as estatísticas continuam a demonstrar que muitas pessoas não
compreendem e não sabem selecionar os alimentos”. É isso mesmo: quem der uma volta na feira ou no
supermercado vê que a maioria dos brasileiros compra, por exemplo, arroz, que é um alimento pobre,
deixando de lado uma série de alimentos ricos. Quando o nosso povo irá tomar juízo? Doutrina ainda o
nutricionista americano: “Uma boa dieta pode ser obtida de elementos tirados de cada um dos seguintes
grupos de alimentos: o leite constitui o primeiro grupo, incluindo-se nele o queijo e o sorvete”. Embora
modestamente, sempre pensei também assim. No entanto, ali na praia do Pinto é evidente que as
crianças estão desnutridas, pálidas, magras, roídas de verminoses. Por quê? Porque seus pais não
sabem selecionar o leite e o queijo entre os principais alimentos. A solução lógica seria dar-lhes sorvete,
todas as crianças do mundo gostam de sorvete. Engano: nem todas. Nas proximidades do Bob´s e do
Morais há sempre bandos de meninos favelados que ficam só olhando os adultos que descem dos carros
e devoram sorvetes enormes. Crianças apáticas, indiferentes. Citando ainda o ilustre médico: “A carne
constitui o segundo grupo, recomendando-se dois ou mais pratos diários de bife, vitela, carneiro, galinha,
peixe ou ovos”. Santo Maynard! Santos jornais brasileiros que divulgam as suas palavras redentoras! E
dizer que o nosso povo faz ouvidos de mercador a seus ensinamentos, e continua a comer pouco, comer
mal, às vezes até a não comer nada. Não sou mentiroso e posso dizer que já vi inúmeras vezes, aqui no
Rio, gente que prefere vasculhar uma lata de lixo a entrar em um restaurante e pedir um filé à
Chateaubriand. O dr. Maynard decerto ficaria muito aborrecido se visse um ser humano escolher tão mal
seus alimentos. Mas nós sabemos que é por causa dessas e outras que o Brasil não vai pra frente.
CAMPOS, Paulo Mendes. De um caderno cinzento. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 40-42.

02. (Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ Assistente Administrativo - Prefeitura do Rio de Janeiro


– RJ/2016)
O gênero crônica, em que se enquadra o texto, é frequentemente escrito em primeira pessoa e reflete,
muitas vezes, o posicionamento pessoal de seu autor. Pode-se afirmar que, na crônica de Paulo Mendes
Campos, o “eu” que fala:
(A) confunde-se com o autor, tecendo críticas ao dr. Maynard
(B) distingue-se do autor, mostrando-se crítico e perspicaz
(C) distingue-se do autor, mostrando-se ingênuo e alienado
(D) confunde-se com o autor, valorizando a divulgação científica pelos jornais
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03. (Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ Assistente Administrativo - Prefeitura do Rio de Janeiro
– RJ/2016)
Pode-se afirmar que o texto de Paulo Mendes Campos é argumentativo, uma vez que se caracteriza
por:
(A) encadear fatos que envolvem personagens
(B) tentar convencer o leitor da validade de uma ideia
(C) caracterizar a composição de ambientes e de seres vivos
(D) oferecer instruções para o destinatário praticar uma ação

04. (Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ Assistente Administrativo - Prefeitura do Rio de Janeiro


– RJ/2016)
Em “Doutrina ainda o nutricionista americano...”, a palavra em destaque pode ser substituída, sem
prejuízo do sentido, por:
(A) adestra, amestra, amansa
(B) educa, corrige, repreende
(C) catequiza, converte
(D) formula, ensina

05. (Prefeitura de Chapecó – SC – Engenheiro de Trânsito – IOBV/2016)


Por Jonas Valente*, especial para este blog.

A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Crimes Cibernéticos da Câmara dos Deputados divulgou
seu relatório final. Nele, apresenta proposta de diversos projetos de lei com a justificativa de combater
delitos na rede. Mas o conteúdo dessas proposições é explosivo e pode mudar a Internet como a
conhecemos hoje no Brasil, criando um ambiente de censura na web, ampliando a repressão ao acesso
a filmes, séries e outros conteúdos não oficiais, retirando direitos dos internautas e transformando redes
sociais e outros aplicativos em máquinas de vigilância.
Não é de hoje que o discurso da segurança na Internet é usado para tentar atacar o caráter livre, plural
e diverso da Internet. Como há dificuldades de se apurar crimes na rede, as soluções buscam criminalizar
o máximo possível e transformar a navegação em algo controlado, violando o princípio da presunção da
inocência previsto na Constituição Federal. No caso dos crimes contra a honra, a solução adotada pode
ter um impacto trágico para o debate democrático nas redes sociais – atualmente tão importante quanto
aquele realizado nas ruas e outros locais da vida off line. Além disso, as propostas mutilam o Marco Civil
da Internet, lei aprovada depois de amplo debate na sociedade e que é referência internacional.
(*BLOG DO SAKAMOTO, L. 04/04/2016)
Após a leitura atenta do texto, analise as afirmações feitas:
I. O jornalista Jonas Valente está fazendo um elogio à visão equilibrada e vanguardista da Comissão
Parlamentar que legisla sobre crimes cibernéticos na Câmara dos Deputados.
II. O Marco Civil da Internet é considerado um avanço em todos os sentidos, e a referida Comissão
Parlamentar está querendo cercear o direito à plena execução deste marco.
III. Há o temor que o acesso a filmes, séries, informações em geral e o livre modo de se expressar
venham a sofrer censura com a nova lei que pode ser aprovada na Câmara dos Deputados.
IV. A navegação na internet, como algo controlado, na visão do jornalista, está longe de se concretizar
através das leis a serem votadas no Congresso Nacional.
V. Combater os crimes da internet com a censura, para o jornalista, está longe de ser uma estratégia
correta, sendo mesmo perversa e manipuladora.

Assinale a opção que contém todas as alternativas corretas.


(A) I, II, III.
(B) II, III, IV.
(C) II, III, V.
(D) II, IV, V.

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06. (Prefeitura de Ilhéus - BA – Auditor Fiscal – CONSULTEC/2016)

Como a sociedade moderna se organiza diante da felicidade

Por Ronaldo Barbosa Lima em 26/06/2012 na edição 700


Presencia-se na atualidade uma concepção difundida de que a lógica capitalista, com o auxílio da
publicidade, especula a felicidade como dependente da satisfação dos desejos materiais do homem.
Tal fato contraria a ótica do início do século 20, como observa o sociólogo Max Weber no livro A ética
protestante e o espírito do capitalismo, onde eram as leis suntuárias que mostravam ao ser humano o
que deveria ser consumido e o que era preciso fazer para ser feliz. Isso mostra como a sociedade
moderna, por influência ou não da publicidade comercial, pode se organizar diante da felicidade. Nisto
não parece haver implícita ideia religiosa que prometa o paraíso na vida eterna. Pelo contrário, como
evidencia o pai da psicanálise, Sigmund Freud, talvez a felicidade consista em poder do narcisismo.
Nesse contexto, podemos deduzir que o discurso publicitário leva muitas vezes o indivíduo a acreditar
naquilo que é dito e a lutarem e buscarem todo o prazer proporcionado pelo consumo daquilo que é
anunciado. O significado das mercadorias associadas como valor de uso, passa a ser disseminado como
dizendo respeito a características que representam o ideal de felicidade da sociedade, por exemplo. Para
a publicitária e mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Lívia Valença
da Silva, “esta felicidade abrange uma realização pessoal e profissional que envolve boa aparência e
desenvoltura, aprovação social, conforto e bem-estar, estabilidade econômica, status, sucesso no amor
e no mercado de trabalho, entre tantos outros elementos”.

Bens descartáveis
Seguindo essa linha de raciocínio, o psicanalista Jurandir Freire Costa, na obra A ética e o espelho da
cultura, enfatiza que o homem tem muitas vezes a tendência de acompanhar as metamorfoses sociais, e
com todas as mudanças no cotidiano, acaba moldando-se as mesmas, sem muitas vezes se
questionarem. Mas, segundo o psicanalista, quando o sujeito se apercebe num emaranhado de
atribuições disseminados pela publicidade que nem sempre foram pensadas e analisadas, é que chegam
os conflitos e desamparos, porque perdem muitas vezes a noção de singularidade para serem mais um
na multidão.
Com efeito, o sociólogo Jean Baudrillard frisa que na cultura do consumo, na qual o homem
contemporâneo se encontra inserido: “Como a ‘criança-lobo’ se torna lobo à força de com ele viver,
também nós, pouco a pouco nos tornamos funcionais. Vivemos o tempo dos objetos; quero dizer que
existimos segundo seu ritmo e em conformidade com sua sucessão permanente” (trecho extraído do
livro A sociedade do consumo).
Por conseguinte, e com todas as mudanças ocorridas no contexto social vigente, bem como a
produção de bens materiais em larga escala, muitas vezes se sofre a influência dos bens produzidos.
Contudo, esses bens propagandeados afiguram-se cada vez mais descartáveis, pois já não se tem mais
quem herde o sentido moral e emocional que eles no início do século 20 materializavam. Isso fez o
jornalista Arnaldo Jabor carecer que “o futuro virou uma promessa de aperfeiçoamento de produtos com
uma velocidade que fez do presente um arcaísmo em processo, uma espécie de passado ao vivo em
decomposição”.

Sistema publicitário é um código


Ademais, atualmente o pensamento mais comumente evocado parece com um gozo excessivo
proporcionado pela conquista do desejo de consumo aspirado pelo indivíduo. Isso tem tornado os homens
vivenciadores de crises de referências, como bem atestam alguns psicanalistas, à medida que percebem
que não só a mídia (publicidade), mas, o meio que o cerca tem muitas vezes a capacidade de artificializar
as relações humanas, fazendo com que não tenha vontade própria, realizando o desejo e a vontade dos
outros e não as suas.
(...)
Nesse contexto, Freud se refere aos “mal-estares” da nossa civilização, como nada mais que uma
economia libidinal baseada no gozar. Enquanto, por exemplo, a mais-valia sustenta a economia capitalista
em Karl Marx, o gozo sustenta a economia libidinal no sujeito em Freud. Argumenta que o indivíduo

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enquanto goza, não só no concernente a sexualidade, mas também na aquisição de bens de consumo,
considera-se feliz.
Tendo em vista o anúncio cobiçoso como disseminador da felicidade e, levando em consideração o
desenvolvimento tecnocientífico que promete a felicidade através do Prozac, do apartamento à beira-mar,
entre outras possibilidades, o psicólogo Martin Seligman, no livro Felicidade Autêntica, expressa algo
muito interessante. Diz que o homem, aceitando suas limitações diante da felicidade, esta pode estruturar-
se, entre outras possibilidades, na interface entre o prazer, o engajamento e o significado.

A história e as escolhas
Prazer, em se tratando da situação agradável de quando se ouve uma boa música ou se faz sexo. Já
o engajamento é a profundidade de envolvimento da pessoa com sua vida. Finalmente o significado,
como a sensação de que a vida faz parte de algo maior. Salienta também em suas pesquisas, que um
dos maiores erros das sociedades contemporâneas é concentrar a busca da felicidade em apenas um
dos três pilares, esquecendo os outros. Sendo que as pessoas escolhem justo o mais fraco deles; o
prazer. Enfatiza que o engajamento e o significado são elos indispensáveis na vida do ser humano frente
à felicidade.
Fonte: http://observatoriodaimprensa.com.br/feitos-desfeitas/_ed700_como_a_sociedade_moderna_se_organiza_diante_da_felicidade/

Felicidade
Marcelo Jeneci

Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz


Sentirá o ar sem se mexer
Sem desejar como antes sempre quis
Você vai rir, sem perceber
Felicidade é só questão de ser
Quando chover, deixar molhar
Pra receber o sol quando voltar

Lembrará os dias
que você deixou passar sem ver a luz
Se chorar, chorar é vão
porque os dias vão pra nunca mais

Melhor viver, meu bem


Pois há um lugar em que o sol brilha pra você
Chorar, sorrir também e depois dançar
Na chuva quando a chuva vem

Melhor viver, meu bem


Pois há um lugar em que o sol brilha pra você
Chorar, sorrir também e dançar
Dançar na chuva quando a chuva vem

Tem vez que as coisas pesam mais


Do que a gente acha que pode aguentar
Nessa hora fique firme
Pois tudo isso logo vai passar

Você vai rir, sem perceber


Felicidade é só questão de ser
Quando chover, deixar molhar
Pra receber o sol quando voltar

Melhor viver, meu bem


Pois há um lugar em que o sol brilha pra você
Chorar, sorrir também e depois dançar
Na chuva quando a chuva vem
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Melhor viver, meu bem
Pois há um lugar em que o sol brilha pra você
Chorar, sorrir também e dançar
Dançar na chuva quando a chuva vem

Dançar na chuva quando a chuva vem


Dançar na chuva quando a chuva
Dançar na chuva quando a chuva vem
Fonte: https://www.letras.mus.br/marcelo-jeneci/1524699/

SINGER. O bem-sucedido. O fracassado. Disponível


em:<https://www.google.com.br/search?q=imagem+de+carro+como+símbolo+de+felicidade&esp>. Acesso em: 1° mar. 2016

Analisando-se a figura destacada, pode-se afirmar:


(A) A mensagem transmitida pelas imagens e seus títulos contradizem o conceito de felicidade
abordado pelos textos de Ronaldo Barbosa e de Marcelo Jeneci.
(B) Os elementos que compõem a primeira imagem descontroem o sentido de narcisismo abordado
no texto de Ronaldo Barbosa.
(C) O título “O fracassado”, considerando-se os valores cultivados na pós-modernidade, constitui
uma verdade configurada socialmente.
(D) A palavra “bem-sucedido” está em desrespeito às normas da Nova Ortografia da Língua
Portuguesa, pois o uso do hífen caiu em desuso.
(E) A palavra “fracassado”, em relação ao processo de formação das palavras, é uma derivação
prefixal e sufixal, simultaneamente.

07. (Prefeitura de São Gonçalo – RJ – Analista de Contabilidade – BIO-RIO/2016)


TEXTO
ÉDIPO-REI

Diante do palácio de Édipo. Um grupo de crianças está ajoelhado nos degraus da entrada. Cada um
tem na mão um ramo de oliveira. De pé, no meio delas, está o sacerdote de Zeus.
(Edipo-Rei, Sófocles, RS: L&PM, 2013)

O texto é a parte introdutória de uma das maiores peças trágicas do teatro grego e exemplifica o modo
descritivo de organização discursiva. O elemento abaixo que NÃO está presente nessa descrição é:
(A) a localização da cena descrita.
(B) a identificação dos personagens presentes.
(C) a distribuição espacial dos personagens.
(D) o processo descritivo das partes para o todo.
(E) a descrição de base visual.

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08. (MPE-RJ – Analista do Ministério Público - Processual – FGV/2016)
Texto 1 – Problemas Sociais Urbanos

Brasil escola

Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a questão da segregação urbana, fruto da
concentração de renda no espaço das cidades e da falta de planejamento público que vise à promoção
de políticas de controle ao crescimento desordenado das cidades. A especulação imobiliária favorece o
encarecimento dos locais mais próximos dos grandes centros, tornando-os inacessíveis à grande massa
populacional. Além disso, à medida que as cidades crescem, áreas que antes eram baratas e de fácil
acesso tornam-se mais caras, o que contribui para que a grande maioria da população pobre busque por
moradias em regiões ainda mais distantes.
Essas pessoas sofrem com as grandes distâncias dos locais de residência com os centros comerciais
e os locais onde trabalham, uma vez que a esmagadora maioria dos habitantes que sofrem com esse
processo são trabalhadores com baixos salários. Incluem-se a isso as precárias condições de transporte
público e a péssima infraestrutura dessas zonas segregadas, que às vezes não contam com saneamento
básico ou asfalto e apresentam elevados índices de violência.
A especulação imobiliária também acentua um problema cada vez maior no espaço das grandes,
médias e até pequenas cidades: a questão dos lotes vagos. Esse problema acontece por dois principais
motivos: 1) falta de poder aquisitivo da população que possui terrenos, mas que não possui condições de
construir neles e 2) a espera pela valorização dos lotes para que esses se tornem mais caros para uma
venda posterior. Esses lotes vagos geralmente apresentam problemas como o acúmulo de lixo, mato alto,
e acabam tornando-se focos de doenças, como a dengue.
PENA, Rodolfo F. Alves. “Problemas socioambientais urbanos”; Brasil Escola. Disponível em http://brasilescola.uol.com.br/brasil/problemas-ambientais-sociais-
decorrentes-urbanização.htm. Acesso em 14 de abril de 2016.

A estruturação do texto 1 é feita do seguinte modo:


(A) uma introdução definidora dos problemas sociais urbanos e um desenvolvimento com destaque de
alguns problemas;
(B) uma abordagem direta dos problemas com seleção e explicação de um deles, visto como o mais
importante;
(C) uma apresentação de caráter histórico seguida da explicitação de alguns problemas ligados às
grandes cidades;
(D) uma referência imediata a um dos problemas sociais urbanos, sua explicitação, seguida da citação
de um segundo problema;
(E) um destaque de um dos problemas urbanos, seguido de sua explicação histórica, motivo de crítica
às atuais autoridades.

09. (MPE-RJ – Analista do Ministério Público - Processual – FGV/2016)

Sobre a charge acima, pode-se dizer que sua temática básica é:


(A) a inadequação dos turistas no Rio de Janeiro;
(B) o excesso de eventos na capital carioca;
(C) a falta de segurança nas praias do Rio;
(D) a crítica ao calor excessivo no verão do Rio;
(E) a crítica à poluição das águas no Rio.

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10. (MPE-RJ – Técnico do Ministério Público - Administrativa – FGV/2016)
TEXTO 1 – O futuro da medicina

O avanço da tecnologia afetou as bases de boa parte das profissões. As vítimas se contam às dezenas
e incluem músicos, jornalistas, carteiros etc. Um ofício relativamente poupado até aqui é o de médico. Até
aqui. A crer no médico e "geek" Eric Topol, autor de "The Patient Will See You Now" (o paciente vai vê-lo
agora), está no forno uma revolução da qual os médicos não escaparão, mas que terá impactos positivos
para os pacientes.
Para Topol, o futuro está nos smartphones. O autor nos coloca a par de incríveis tecnologias, já
disponíveis ou muito próximas disso, que terão grande impacto sobre a medicina. Já é possível, por
exemplo, fotografar pintas suspeitas e enviar as imagens a um algoritmo que as analisa e diz com mais
precisão do que um dermatologista se a mancha é inofensiva ou se pode ser um câncer, o que exige
medidas adicionais.
Está para chegar ao mercado um apetrecho que transforma o celular num verdadeiro laboratório de
análises clínicas, realizando mais de 50 exames a uma fração do custo atual. Também é possível,
adquirindo lentes que custam centavos, transformar o smartphone num supermicroscópio que permite
fazer diagnósticos ainda mais sofisticados.
Tudo isso aliado à democratização do conhecimento, diz Topol, fará com que as pessoas administrem
mais sua própria saúde, recorrendo ao médico em menor número de ocasiões e de preferência por via
eletrônica. É o momento, assegura o autor, de ampliar a autonomia do paciente e abandonar o
paternalismo que desde Hipócrates assombra a medicina.
Concordando com as linhas gerais do pensamento de Topol, mas acho que, como todo entusiasta da
tecnologia, ele provavelmente exagera. Acho improvável, por exemplo, que os hospitais caminhem para
uma rápida extinção. Dando algum desconto para as previsões, "The Patient..." é uma excelente leitura
para os interessados nas transformações da medicina.
Folha de São Paulo online – Coluna Hélio Schwartsman – 17/01/2016.

Segundo o autor citado no texto 1, o futuro da medicina:


(A) encontra-se ameaçado pela alta tecnologia;
(B) deverá contar com o apoio positivo da tecnologia;
(C) levará à extinção da profissão de médico;
(D) independerá completamente dos médicos;
(E) estará limitado aos meios eletrônicos.

Respostas

01. Errado
O verbo haver já contém a ideia de passado. A adição do termo "atrás" caracteriza pleonasmo.

02. (C)
Dentro da crônica existe o " o Eu" introduzido pelo Autor Paulo Mendes
Diferença:
1-"o Eu" se mostra ingênuo (Aquele que é inocente, sincero, simples.) e alienado (1-Cedido a
outro dono, ou o que enlouqueceu, 2-vendido.)
Um exemplo é quando ele diz: "É o que exclamo depois de ler as recomendações de um nutricionista
americano, o dr. Maynard"
2- O autor não se mostra ingênuo e nem alienado, uma vez que, ele mesmo é quem escreve a Crônica.

03. (B)
São características de textos:
a) encadear fatos que envolvem personagens - NARRATIVO
b) tentar convencer o leitor da validade de uma ideia - DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO
c) caracterizar a composição de ambientes e de seres vivos - DESCRITIVO
d) oferecer instruções para o destinatário praticar uma ação - INJUNÇÃO/ INSTRUCIONAL

04. (D)
A palavra doutrina possui mais de um significado, assim como muitos vocábulos. Por isso, é
necessário, em um texto, contextualizar para inferir seu significado. Dessa maneira, eliminam-se as

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demais alternativas. Doutrina = conjunto coerente de ideias fundamentais a serem transmitidas,
ensinadas.

05. (C)

06. (C)

07. (D)
"a) a localização da cena descrita."
"Diante do palácio de Édipo; nos degraus da entrada."
"b) a identificação dos personagens presentes."
"Um grupo de crianças; De pé, no meio delas, está o sacerdote de Zeus."
c) a distribuição espacial dos personagens.
"Um grupo de crianças está ajoelhado nos degraus da entrada. De pé, no meio delas,"
d) o processo descritivo das partes para o todo.
Nesse item, resposta da questão, o que acontece é justamente o contrário, do todo para as parte,
senão, vejamos:
"Diante do palácio de Édipo. Um grupo de crianças está ajoelhado nos degraus da entrada. Cada um
tem na mão um ramo de oliveira. De pé, no meio delas, está o sacerdote de Zeus."
Palácio de Édipo (todo) > degraus da escada > ramo de oliveira na mão das crianças
e) a descrição de base visual.
O texto nos passa uma descrição a qual se torna possível visualizar "mentalmente" a situação descrita.

08. (B)
FGV costuma usar paralelismo entre as alternativas e a geralmente a alternativa que sobra é o
gabarito. Não são todas as questões que possuem paralelismo.
a) uma introdução definidora dos problemas sociais urbanos e um desenvolvimento
com destaque de alguns problemas; >>> d) uma referência imediata a um dos problemas sociais
urbanos, sua explicitação, seguida da citação de um segundo problema;
c) uma apresentação de caráter histórico seguida da explicitação de alguns problemas ligados às
grandes cidades; >>> e) um destaque de um dos problemas urbanos, seguido de sua explicação
histórica, motivo de crítica às atuais autoridades.

Sobrou a letra B.
b) uma abordagem direta dos problemas com seleção e explicação de um deles, visto como o mais
importante;
"Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a questão da segregação urbana, fruto
da concentração de renda no espaço das cidades e da falta de planejamento público que vise à promoção
de políticas de controle ao crescimento desordenado das cidades.

09. (C)
A charge demonstra a falta de segurança no RJ, pois o único elemento de segurança pública
simbolizado na figura, à medida que novos jogos olímpicos vão surgindo, menos atenção ele dispensa a
essa questão, já que na última (2016) ele está embaixo do guarda sol, pedindo "refri".

10. (B)
As alternativas A, C, D, E não encontram respaldo no texto.
A assertiva B é praticamente uma reescritura do seguinte período:
Está no forno uma revolução da qual os médicos não escaparão, mas que terá impactos
positivos para os pacientes.

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Reconhecimento da finalidade de textos de diferentes gêneros.

Gêneros Textuais

O gênero textual é a forma como a língua é empregada nos textos em suas diversas situações de
comunicação, de acordo com o seu uso temos gêneros textuais diferentes. É importante lembrar que um
texto não precisa ter apenas um gênero textual, porém há apenas um que se sobressai.
Os textos, tanto orais quanto escritos, que têm o objetivo de estabelecer algum tipo de comunicação,
possuem algumas características básicas que fazem com que possamos saber em qual gênero textual o
texto se encaixa. Algumas dessas características são: o tipo de assunto abordado, quem está falando,
para quem está falando, qual a finalidade do texto, qual o tipo do texto (narrativo, argumentativo,
instrucional, etc.).

Distinguindo

É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero literário e tipo textual. Cada uma dessas
classificações é referente aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma possui um significado
totalmente diferente da outra. Veja uma breve descrição do que é um gênero literário e um tipo textual:

Gênero Literário – nestes os textos abordados são apenas os literários, diferente do gênero textual,
que abrange todo tipo de texto. O gênero literário é classificado de acordo com a sua forma, podendo ser
do gênero líricos, dramático, épico, narrativo e etc.

Tipo textual – este é a forma como o texto se apresenta, podendo ser classificado como narrativo,
argumentativo, dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma dessas classificações varia de
acordo como o texto se apresenta e com a finalidade para o qual foi escrito.

Os gêneros textuais são infinitos e cada um deles possui o seu próprio estilo de escrita e de estrutura.
Desta forma fica mais fácil compreender as diferenças entre cada um deles e poder classifica-los de
acordo com suas características.

Exemplos de gêneros textuais1

Diário – é escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não há um destinatário específico,
geralmente, é para a própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O
objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns momentos desabafar. Veja um exemplo:

“Domingo, 14 de junho de 1942


Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando o vi na mesa, no meio dos meus outros
presentes de aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.)

Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é de espantar; afinal, era meu aniversário.
Mas não me deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até quinze para
as sete. Quando não dava mais para esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as
boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas.”
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”.

Carta – esta, dependendo do destinatário pode ser informal, quando é destinada a algum amigo ou
pessoa com quem se tem intimidade. E formal quando destinada a alguém mais culto ou que não se
tenha intimidade. Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes estilos de escrita, podendo

1 Fonte: http://www.portuguesxconcursos.com.br/p/tipologia-textual-tipos-generos.html
http://www.estudopratico.com.br/generos-textuais/

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ser dissertativa, narrativa ou descritiva. As cartas se iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o
corpo da carta e para finalizar a despedida.

Propaganda – este gênero geralmente aparece na forma oral, diferente da maioria dos outros gêneros.
Suas principais características são a linguagem argumentativa e expositiva, pois a intenção da
propaganda é fazer com que o destinatário se interesse pelo produto da propaganda. O texto pode conter
algum tipo de descrição e sempre é claro e objetivo.

Notícia – este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua linguagem é narrativa e
descritiva e o objetivo desse texto é informar algo que aconteceu.

Gêneros literários

Gênero Narrativo:

Na Antiguidade Clássica, os padrões literários reconhecidos eram apenas o épico, o lírico e o


dramático. Com o passar dos anos, o gênero épico passou a ser considerado apenas uma variante do
gênero literário narrativo, devido ao surgimento de concepções de prosa com características diferentes:
o romance, a novela, o conto, a crônica, a fábula. Porém, praticamente todas as obras narrativas possuem
elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, como: quem? o
que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir:

Épico (ou Epopeia): os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de
uma nação, envolvem aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um
tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusíadas, de
Luís de Camões, e Odisseia, de Homero.

Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos e de caráter
mais verossímil. Também conta as façanhas de um herói, mas principalmente uma história de amor vivida
por ele e uma mulher, muitas vezes, “proibida” para ele. Apesar dos obstáculos que o separam, o casal
vive sua paixão proibida, física, adúltera, pecaminosa e, por isso, costuma ser punido no final. É o tipo de
narrativa mais comum na Idade Média. Ex: Tristão e Isolda.

Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade
do conto. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e
A Metamorfose, de Kafka.

Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras,
anedotas e até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo
de forma escrita com a publicação de Decamerão. Diversos tipos do gênero textual conto surgiram na
tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens do mundo da fantasia; contos de
aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da realidade; contos folclóricos
(conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto sombrio e
objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o suspense e a solução de um
mistério.

Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais são
não humanos e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.

Crônica: é uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter
um tom humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo
de jornal, revistas e programas da TV...

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Crônica narrativo-descritiva: Apresenta alternância entre os momentos narrativos e manifestos
descritivos.

Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e
reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico,
filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades como
documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância,
de John Locke.

Gênero Dramático:

Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador
contando a história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis
das personagens nas cenas.

Tragédia: é a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles


afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em
linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror". Ex: Romeu e Julieta, de
Shakespeare.

Farsa: A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as
incongruências, os equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o
engano.

Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua
origem grega está ligada às festas populares.

Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente,


significava a mistura do real com o imaginário.

Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural
nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por este povo.

Gênero Lírico:

É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à
do autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os
pronomes e os verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem.

Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto
máximo do texto. O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema
melancólico. Um bom exemplo é a peça Roan e Yufa, de William Shakespeare.

Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e
cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.

Ode (ou hino): é o poema lírico em que o emissor faz uma homenagem à pátria (e aos seus símbolos),
às divindades, à mulher amada, ou a alguém ou algo importante para ele. O hino é uma ode com
acompanhamento musical;

Idílio (ou écloga): é o poema lírico em que o emissor expressa uma homenagem à natureza,
às belezas e às riquezas que ela dá ao homem. É o poema bucólico, ou seja, que expressa o desejo de

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desfrutar de tais belezas e riquezas ao lado da amada (pastora), que enriquece ainda mais a paisagem,
espaço ideal para a paixão. A écloga é um idílio com diálogos (muito rara);

Sátira: é o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico.

Acalanto: ou canção de ninar;

Acróstico: (akros = extremidade; stikos = linha), composição lírica na qual as letras iniciais de cada
verso formam uma palavra ou frase;

Balada: uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo
característico e refrão vocal que se destinam à dança;

Canção (ou Cantiga, Trova): poema oral com acompanhamento musical;

Gazal (ou Gazel): poesia amorosa dos persas e árabes; odes do oriente médio;

Haicai: expressão japonesa que significa “versos cômicos” (=sátira). E o poema japonês formado de
três versos que somam 17 sílabas assim distribuídas: 1° verso= 5 sílabas; 2° verso = 7 sílabas; 3° verso
5 sílabas;
Soneto: é um texto em poesia com 14 versos, dividido em dois quartetos e dois tercetos, com rima
geralmente em a-ba-b a-b-b-a c-d-c d-c-d.

Vilancete: são as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas,
portanto.

Questões

1. (UFSC – Assistente em – UFSC/2016) A respeito do gênero do Texto 3, é CORRETO afirmar que


se trata de:

a) uma poesia, pois faz uso das funções enfática e expressiva da linguagem para homenagear as
mães em virtude da passagem do Dia das Mães.
b) um anúncio publicitário, caracterizado pelo uso da função conativa da linguagem. Tem como
finalidade seduzir o leitor para convencê-lo a comprar um determinado produto.

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c) uma reportagem, caracterizada por ser publicada em periódico, ter a função básica de aprofundar
as informações acerca de um tema relevante, apresentar ao leitor fatos e considerações e utilizar uma
linguagem referencial, preferencialmente objetiva.
d) uma notícia, uma vez que se caracteriza por ser publicada em jornal, relatar um fato recente,
explicitando os envolvidos e as circunstâncias em que se deu um fato, e por ser de relevância social para
um grande público, apontando causas e consequências.
e) um editorial, caracterizado por emitir a posição de um jornal ou revista acerca de um produto, embora
sem indicação de autoria, utilizando uma linguagem subjetiva e expressiva.

2. (IF SUL – MG – Técnico de Tecnologia da Informação – IF SUL – MG/2016)


Leia o texto a seguir para responder a esta questão.

O artigo objetiva contribuir para as análises referentes ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (PRONATEC) proposto pelo MEC em 2011 e pertencente à Política de Educação
Profissional Técnica de nível médio. (I) Problematiza um dos pressupostos do Programa: o de que a
qualificação pretendida implica na melhoria da qualidade do Ensino Médio Público. (II) Apresenta, como
bases de análise, o contexto do Decreto nº 5154/04, a atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Profissional e as do Ensino Médio e referencial teórico baseado nos conceitos de Estado
ampliado e de capitalismo dependente. (III) O PRONATEC ao priorizar a qualificação profissional
concomitante ao Ensino Médio Público, mediante parcerias público/privado fragmenta os insuficientes
recursos públicos, e promove a descontinuidade em relação à concepção progressista de integração entre
Ensino Médio e Educação Profissional. (IV) Paraliza o processo de travessia para a escola unitária e não
enfrenta a problemática complexa da qualidade na escola pública.
(Fragmento adaptado) Disponível em:<www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/view/1713/141>. Acesso em: 02
maio2016.

O fragmento em questão é o resumo de um artigo científico. Considerando que, nesse gênero, o uso
da língua padrão é necessário, verifica-se que, nos trechos em destaque no próprio texto, houve
observância desse uso no trecho:
a) IV.
b) III.
c) II.
d) I.

3. (UFRPE – Assistente em Administração – SUGEP – UFRPE / 2016)

A Linguagem verbal e os textos

As diferenças que podem ser observadas entre os textos dizem respeito à sua situação de produção
e de circulação, inclusive a finalidade a que se destinam. São os chamados gêneros de texto. Por
exemplo: se o locutor quer instruir seu interlocutor, ele indica passo a passo o que deve ser feito para a
obtenção de um bom resultado, como ocorre numa receita de bolo. Se quer persuadir alguém a consumir
um produto, ele argumenta, como faz em um anúncio de chocolate. Se quer contar fatos reais, ele pode
escrever uma notícia. Se quer contar uma história ficcional, ele pode produzir um conto. Se quer transmitir
conhecimentos, ele deve construir um texto em que exponha com clareza os saberes relacionados ao
objeto em foco.
Ou seja, quando interagimos com outras pessoas por meio da linguagem, seja ela oral ou escrita,
produzimos certos textos que, com poucas variações, se repetem no tipo de conteúdo, no tipo de
linguagem e de estrutura. Esses textos constituem os chamados ‘gêneros textuais’ e foram historicamente
criados pelas pessoas a fim de atender a determinadas necessidades de interação social. De acordo com
o momento histórico, pode nascer um gênero novo, podem desaparecer gêneros de pouco uso ou, ainda,
um gênero pode sofrer mudanças.
Numa situação de interação verbal, a escolha do gênero textual é feita de acordo com os diferentes
elementos que fazem o contexto, tais como: quem está falando ou escrevendo; para quem; com que
finalidade; em que momento histórico etc. Os gêneros estão ligados a esferas de circulação da linguagem.

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Assim, por exemplo, na esfera jornalística, são comuns gêneros como notícias, reportagens, editoriais,
entrevistas; na esfera da divulgação científica, são comuns gêneros como verbete de dicionário ou de
enciclopédia, artigo ou ensaio científico, seminário, conferência etc.
Desse modo, os gêneros de texto que circulam na sociedade têm uma grande vinculação com o
momento histórico-cultural de cada contexto.
(William Cereja; Thereza Cochar; Ciley Cleto. Interpretação de textos. São Paulo: Editora Atual, 2009, p. 29. Adaptado)

Interprete o seguinte trecho do Texto 1: “Esses textos constituem os chamados gêneros textuais e
foram historicamente criados pelas pessoas”. Assinale a alternativa em que o sentido global desse trecho
está mantido.
a) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais uma vez que foram historicamente criados
pelas pessoas.
b) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, como foram historicamente criados pelas
pessoas.
c) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais conforme foram historicamente criados
pelas pessoas.
d) Esses textos não só constituem os chamados gêneros textuais, mas também foram historicamente
criados pelas pessoas.
e) Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, porém foram historicamente criados pelas
pessoas.

Respostas

1. (B)
A função conativa é o mesmo que apelativa; centrada no receptor, no destinatário. Exemplo:
Propagandas.

2. (C)
A questão pede o uso da norma padrão da língua, os erros dos trechos são:
I) O verbo implicar no sentido de "acarretar", "ocasionar" é transitivo DIRETO.
http://portugues.uol.com.br/gramatica/verbo-implicar.html
II) Correta -> letra c
III) Uso da vírgula errado, a primeira vírgula está separando sujeito do verbo.
IV) Escreve-se paraliSa e não paraliZa

3. (D)
Qual o sentido global que apresenta o texto? De adição, note ali a conjunção aditiva "e". Para que
mantenhamos o trecho com seu sentido global, temos que substituir a conjunção aditiva por outra
conjunção aditiva.
a) Errada; Esses textos constituem os chamados gêneros textuais uma vez que foram historicamente
criados pelas pessoas.
Aqui temos uma conjunção CAUSAL.
b) Errada; Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, como foram historicamente criados
pelas pessoas.
Conjunção COMPARARTIVA.
c) Errada. Esses textos constituem os chamados gêneros textuais conforme foram historicamente
criados pelas pessoas.
Conjunção CONFORMATIVA
d) Gabarito. Esses textos não só constituem os chamados gêneros textuais, mas também foram
historicamente criados pelas pessoas.
GABARITO. Não só... Mas também - Conjunção aditiva
e) Errada. Esses textos constituem os chamados gêneros textuais, porém foram historicamente
criados pelas pessoas.
Conjunção ADVERSATIVA

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Localização de informações explícitas no texto.

Informações Explícitas e Implícitas

Texto:

“Neto ainda está longe de se igualar a qualquer um desses craques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro
Rocha e Pelé), mas ainda tem um longo caminho a trilhar (...).”
Veja São Paulo, 26/12/1990, p. 15.

Esse texto diz explicitamente que:


- Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé são craques;
- Neto não tem o mesmo nível desses craques;
- Neto tem muito tempo de carreira pela frente.

O texto deixa implícito que:


- Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se dos craques citados;
- Esses craques são referência de alto nível em sua especialidade esportiva;
- Há uma oposição entre Neto e esses craques no que diz respeito ao tempo disponível para evoluir.

Todos os textos transmitem explicitamente certas informações, enquanto deixam outras implícitas. Por
exemplo, o texto acima não explicita que existe a possibilidade de Neto se equiparar aos quatro
futebolistas, mas a inclusão do advérbio ainda estabelece esse implícito. Não diz também com explicitude
que há oposição entre Neto e os outros jogadores, sob o ponto de vista de contar com tempo para evoluir.
A escolha do conector “mas” entre a segunda e a primeira oração só é possível levando em conta esse
dado implícito. Como se vê, há mais significados num texto do que aqueles que aparecem explícitos na
sua superfície. Leitura proficiente é aquela capaz de depreender tanto um tipo de significado quanto o
outro, o que, em outras palavras, significa ler nas entrelinhas. Sem essa habilidade, o leitor passará por
cima de significados importantes ou, o que é bem pior, concordará com ideias e pontos de vista que
rejeitaria se os percebesse.
Os significados implícitos costumam ser classificados em duas categorias: os pressupostos e os
subentendidos.

Pressupostos: são ideias implícitas que estão implicadas logicamente no sentido de certas palavras
ou expressões explicitadas na superfície da frase. Exemplo:

“André tornou-se um antitabagista convicto.”

A informação explícita é que hoje André é um antitabagista convicto. Do sentido do verbo tornar-se,
que significa "vir a ser", decorre logicamente que antes André não era antitabagista convicto. Essa
informação está pressuposta. Ninguém se torna algo que já era antes. Seria muito estranho dizer que a
palmeira tornou-se um vegetal.

“Eu ainda não conheço a Europa.”

A informação explícita é que o enunciador não tem conhecimento do continente europeu. O advérbio
ainda deixa pressuposta a possibilidade de ele um dia conhecê-la.
As informações explícitas podem ser questionadas pelo receptor, que pode ou não concordar com
elas. Os pressupostos, porém, devem ser verdadeiros ou, pelo menos, admitidos como tais, porque esta
é uma condição para garantir a continuidade do diálogo e também para fornecer fundamento às
afirmações explícitas. Isso significa que, se o pressuposto é falso, a informação explícita não tem
cabimento. Assim, por exemplo, se Maria não falta nunca a aula nenhuma, não tem o menor sentido dizer
“Até Maria compareceu à aula de hoje”. Até estabelece o pressuposto da inclusão de um elemento
inesperado.
Na leitura, é muito importante detectar os pressupostos, pois eles são um recurso argumentativo que
visa a levar o receptor a aceitar a orientação argumentativa do emissor. Ao introduzir uma ideia sob a
forma de pressuposto, o enunciador pretende transformar seu interlocutor em cúmplice, pois a ideia
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implícita não é posta em discussão, e todos os argumentos explícitos só contribuem para confirmá-la. O
pressusposto aprisiona o receptor no sistema de pensamento montado pelo enunciador.
A demonstração disso pode ser feita com as “verdades incontestáveis” que estão na base de muitos
discursos políticos, como o que segue:
“Quando o curso do rio São Francisco for mudado, será resolvido o problema da seca no Nordeste.”

O enunciador estabelece o pressuposto de que é certa a mudança do curso do São Francisco e, por
consequência, a solução do problema da seca no Nordeste. O diálogo não teria continuidade se um
interlocutor não admitisse ou colocasse sob suspeita essa certeza. Em outros termos, haveria quebra da
continuidade do diálogo se alguém interviesse com uma pergunta deste tipo:

“Mas quem disse que é certa a mudança do curso do rio?”

A aceitação do pressuposto estabelecido pelo emissor permite levar adiante o debate; sua negação
compromete o diálogo, uma vez que destrói a base sobre a qual se constrói a argumentação, e daí
nenhum argumento tem mais importância ou razão de ser. Com pressupostos distintos, o diálogo não é
possível ou não tem sentido.
A mesma pergunta, feita para pessoas diferentes, pode ser embaraçosa ou não, dependendo do que
está pressuposto em cada situação. Para alguém que não faz segredo sobre a mudança de emprego,
não causa o menor embaraço uma pergunta como esta:

“Como vai você no seu novo emprego?”

O efeito da mesma pergunta seria catastrófico se ela se dirigisse a uma pessoa que conseguiu um
segundo emprego e quer manter sigilo até decidir se abandona o anterior. O adjetivo novo estabelece o
pressuposto de que o interrogado tem um emprego diferente do anterior.

Marcadores de Pressupostos

- Adjetivos ou palavras similares modificadoras do substantivo

Julinha foi minha primeira filha.


“Primeira” pressupõe que tenho outras filhas e que as outras nasceram depois de Julinha.

Destruíram a outra igreja do povoado.


“Outra” pressupõe a existência de pelo menos uma igreja além da usada como referência.

- Certos verbos

Renato continua doente.


O verbo “continua” indica que Renato já estava doente no momento anterior ao presente.

Nossos dicionários já aportuguesaram a palavrea copydesk.


O verbo “aportuguesar” estabelece o pressuposto de que copidesque não existia em português.

- Certos advérbios

A produção automobilística brasileira está totalmente nas mãos das multinacionais.


O advérbio totalmente pressupõe que não há no Brasil indústria automobilística nacional.

- Você conferiu o resultado da loteria?


- Hoje não.
A negação precedida de um advérbio de tempo de âmbito limitado estabelece o pressuposto de que
apenas nesse intervalo (hoje) é que o interrogado não praticou o ato de conferir o resultado da loteria.

- Orações adjetivas

Os brasileiros, que não se importam com a coletividade, só se preocupam com seu bem-estar e, por
isso, jogam lixo na rua, fecham os cruzamentos, etc.

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O pressuposto é que “todos” os brasileiros não se importam com a coletividade.

Os brasileiros que não se importam com a coletividade só se preocupam com seu bem-estar e, por
isso, jogam lixo na rua, fecham os cruzamentos, etc.
Nesse caso, o pressuposto é outro: “alguns” brasileiros não se importam com a coletividade.

No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restritiva. As explicativas pressupõem que o


que elas expressam se refere à totalidade dos elementos de um conjunto; as restritivas, que o que elas
dizem concerne apenas a parte dos elementos de um conjunto. O produtor do texto escreverá uma
restritiva ou uma explicativa segundo o pressuposto que quiser comunicar.

Subentendidos: são insinuações contidas em uma frase ou um grupo de frases. Suponhamos que
uma pessoa estivesse em visita à casa de outra num dia de frio glacial e que uma janela, por onde
entravam rajadas de vento, estivesse aberta. Se o visitante dissesse “Que frio terrível”, poderia estar
insinuando que a janela deveria ser fechada.
Há uma diferença capital entre o pressuposto e o subentendido. O primeiro é uma informação es-
tabelecida como indiscutível tanto para o emissor quanto para o receptor, uma vez que decorre ne-
cessariamente do sentido de algum elemento linguístico colocado na frase. Ele pode ser negado, mas o
emissor coloca-o implicitamente para que não o seja. Já o subentendido é de responsabilidade do
receptor. O emissor pode esconder-se atrás do sentido literal das palavras e negar que tenha dito o que
o receptor depreendeu de suas palavras. Assim, no exemplo dado acima, se o dono da casa disser que
é muito pouco higiênico fechar todas as janelas, o visitante pode dizer que também acha e que apenas
constatou a intensidade do frio.
O subentendido serve, muitas vezes, para o emissor proteger-se, para transmitir a informação que
deseja dar a conhecer sem se comprometer. Imaginemos, por exemplo, que um funcionário
recém-promovido numa empresa ouvisse de um colega o seguinte:

“Competência e mérito continuam não valendo nada como critério de promoção nesta empresa...”

Esse comentário talvez suscitasse esta suspeita:

“Você está querendo dizer que eu não merecia a promoção?”

Ora, o funcionário preterido, tendo recorrido a um subentendido, poderia responder:

“Absolutamente! Estou falando em termos gerais.”

Inferência de sentido de palavras e/ou expressões. Inferência de informações


implícitas no texto e das relações de causa e consequência entre as partes de
um texto.

Inferências

Com o advento das novas tecnologias a leitura e interpretação de textos ganham novos significados e
dimensões. Se antes liam-se somente textos literários, hoje é possível encontrar uma imensa gama de
diferentes tipos de textos. Assim, o exercício da leitura demanda cada vez mais o levantamento de
hipóteses, comparações, associações e inferências.

De acordo com o dicionário Houaiss o termo “inferir” significa: concluir pelo raciocínio, a partir de fatos,
indícios; deduzir. No contexto de interpretação de textos, a inferência enquadra-se na ação de analisar
as informações implícitas e explícitas com o intuito de alcançar conclusões.

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Segue abaixo uma ilustração para análise exemplificação.

Na imagem há uma combinação de linguagem verbal e não verbal, juntas elas fornecem o insumo
necessário para o bom entendimento e compreensão da temática.

Em uma leitura superficial, uma leitura sem inferências, o leitor poderia cair no erro de não perceber a
intenção real do autor, a denúncia sobre a violência. Portanto, para realizar uma boa interpretação é
necessário atentar-se aos detalhes e fazer certos questionamentos como:

- Por que o Cristo Redentor sente-se “incomodado” e “exposto a riscos”?


- O que significam as balas que o cercam por todos os lados?
- Por que o Cristo Redentor está usando colete à prova de balas?

A partir de questionamentos como os citados acima é possível adentrar no contexto social, Rio de
Janeiro violento, que instaura críticas e denúncias a determinada realidade.

Portanto, ao inferir, o leitor é capaz de constatar os detalhes ocultos que transformam a leitura simples
em uma leitura reflexiva.

Questões

01. (Pref. De Teresina/PI – Professor Português – NUCEPE/2016)


Segundo o Inaf (Indicador de Alfabetismo Funcional), analfabeto funcional é aquele que, mesmo
sabendo ler e escrever frases simples, não possui as habilidades necessárias para satisfazer as
demandas do seu dia a dia e se desenvolver pessoal e profissionalmente. De acordo com as teorias de
compreensão como atividade inferencial, compreender o texto é, essencialmente, uma atividade de
relacionar conhecimentos, experiências e ações em um movimento interativo e negociado. Concebendo
a compreensão como processo, a leitura realiza-se a partir de diferentes horizontes. Nesse sentido, é
correto afirmar que o processo inferencial está:

a) no horizonte máximo da leitura.


b) no horizonte mínimo da leitura.
c) na falta de horizonte da leitura.
d) no horizonte problemático da leitura.
e) no horizonte indevido da leitura.

02. (SEDU/ES – Professor – Língua Portuguesa – FCC/2016)


Ensinar o leitor-aluno a fixar objetivos e a ter estratégias de leitura, de modo a perceber que essa
depende da articulação de várias partes que formam um todo. É, então, um pressuposto metodológico a
ser considerado. O leitor está inserido num contexto e precisa considerar isso para compreender os textos
escritos. Em sala de aula, configuram-se como estratégias de preparação para a leitura as ações de

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descobrir conhecimentos prévios dos alunos, discutir o vocabulário do texto, explorar a seleção do tema
do texto, do assunto tratado, levantar palavras-chave ligadas a esse tema/assunto, e exercitar inferências
sobre o texto.
(Espírito Santo (Estado). Secretaria da Educação. Ensino fundamental: anos finais: área de Linguagens e Códigos / Secretaria da Educação. Vitória: SEDU,
2009, p. 69. v.1)

O ato de “exercitar inferências sobre o texto” pressupõe desenvolver atividades pedagógicas que
permitam ao leitor-aluno

a) destacar o que é do seu interesse no texto.


b) localizar informações explícitas no texto.
c) apreender informações implícitas no texto.
d) produzir novo texto com base no texto lido.
e) ler em voz alta o texto de leitura.

03. (AL-GO - Analista Legislativo - Analista de Redes e Comunicação de Dados – CS-UFG/2015)

A armadilha da aceitação

Existe um lugar quentinho e cômodo chamado aceitação. Olhando de longe, parece agradável. Mais
do que isso, é absolutamente tentador: os que ali repousam parecem confortáveis, acolhidos, até mesmo
com um senso de poder, como se estivessem tirando um cochilo plácido debaixo das asas de um dragão.

“Elas estão por cima", é o que se pensa de quem encontrou seu espacinho sob a aba da aceitação.
Porém, é preciso batalhar para ter um espaço ali. Esse dragão não aceita qualquer um; e sua aceitação,
como tudo nesta vida, tem um preço.

Para ser aceita, em primeiro lugar, você não pode querer destruir esse dragão. Óbvio. Você não pode
atacá-lo, você não pode ridicularizá-lo, você não pode falar para outras pessoas o quanto seus dentes
são perigosos, você não pode sequer fazer perguntas constrangedoras a ele.

Faça qualquer uma dessas coisas e você estará para sempre riscada da lista VIP da aceitação. Ou,
talvez, se você se humilhar o suficiente, ele consiga se esquecer de tudo o que você fez e reconsidere o
seu pedido por aceitação.

A melhor coisa que você pode fazer para conseguir aceitação é atacar as pessoas que querem destruir
o generoso distribuidor deste privilégio. Uma boa forma de fazer isso é ridicularizando-as, e pode ser bem
divertido fingir que esse dragão sequer existe, embora ele seja algo tão monstruosamente gigante que é
quase como se sua existência estivesse sendo esfregada em nossas caras.

Reforçar o discurso desse dragão, ainda que você não saiba muito bem do que está falando, é o passo
mais importante que você pode dar em direção à tão esperada aceitação.

Reproduzir esse discurso é bem simples: basta que a mensagem principal seja deixar tudo como está
- e há várias formas de se dizer isso, das mais rudimentares e manjadas às mais elaboradas e inovadoras.
Não dá pra reclamar de falta de opção.

Pode ter certeza que o dragão da aceitação dará cambalhotas de felicidade. Nada o agrada mais do
que ver gente impedindo que as coisas mudem.

Uma vez aceita, você estará cercada de outras pessoas tão legais quanto você, todas acolhidas nesse
lugar quentinho chamado aceitação. Ali, você irá acomodar a sua visão de mundo, como quem coloca
óculos escuros para relaxar a vista, e irá assistir numa boa às pessoas se dando mal lá fora.

É claro que elas só estão se dando tão mal por causa do tal dragão; mas se você não pode derrotá-lo,
una-se a ele, não é o que dizem?

O que ninguém diz quando você tenta a todo custo ser aceita é que nem isso torna você imune. Ser
aceita não é garantia nenhuma de ser poupada.

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Você pode tentar agradar ao dragão, você pode caprichar na reprodução e perpetuação do discurso
que o mantém acocorado sobre este mundo, você pode até se estirar no chão para se fazer de tapete de
boas-vindas, mas nada disso irá adiantar, especialmente porque esse discurso só foi feito para destruir
você.

E aí é que a aceitação se revela como uma armadilha. Tudo o que você faz para ser aceita por aquilo
que es- maga as outras sem dó só serve para deixar você mais perto da boca cheia de dentes que ainda
vai te mastigar e te cuspir para fora. Pode demorar, mas vai. Porque só tem uma coisa que esse dragão
realmente aceita: dominar e oprimir.

Então, se ele sorrir para você, não se engane: ele não está te aceitando. Está apenas mostrando os
dentes que vai usar para fazer você em pedaços depois.
VALEK, Aline. Disponível em: < http://www.cartacapital.com.br/blogs/escrito- rio-feminista/a-
armadilha-da-aceitacao-4820.html >. Acesso: 13 fev. 2015. (Adaptado).
No texto, o uso das palavras “aceita” e “riscada”, no feminino, conduz à inferência de que:
a) a forma nominal dessas palavras se restringe à flexão no feminino
b) essas palavras concordam em gênero com palavras a que se referem.
c) os interlocutores imediatos do texto são do sexo feminino.
d) tais palavras concordam com o sexo da escritora do texto.

04. (IF/RJ – Administrador – BIO-RIO/2015)

Saltando as muralhas da Europa

De um lado está a Europa da abundância econômica e da estabilidade política. De outro, além do


Mediterrâneo, uma extensa faixa assolada pela pobreza e por violentos conflitos. O precário equilíbrio
rompeu-se de uma vez com o agravamento da guerra civil na Síria. Da Síria, mas também do Iraque e do
Afeganistão, puseram-se em marcha os refugiados. Atrás deles, ou junto com eles, marcham os
migrantes econômicos da África e da Ásia. No maior fluxo migratório desde a Segunda Guerra Mundial,
os desesperados e os deserdados saltam as muralhas da União Europeia.
Muralhas? Em tempos normais, os portais da União Europeia estão abertos para os refugiados, mas
fechados para os imigrantes. Não vivemos tempos normais. Os países da Europa Centro-Oriental,
Hungria à frente, fazem eco à xenofobia da extrema-direita, levantando as pontes diante dos refugiados.
Vergonhosamente, a Grã-Bretanha segue tal exemplo, ainda que com menos impudor.
A Alemanha, seguida hesitantemente pela França, insiste num outro rumo, baseado na lógica
demográfica e nos princípios humanitários. Angela Merkel explica a seus parceiros que a Europa precisa
agir junta para passar num teste ainda mais difícil que o da crise do euro. “O futuro da União Europeia
será moldado pelo que fizermos agora, alerta a primeira-ministra alemã.
(Mundo, outubro 2015)

De alguns segmentos do texto o leitor pode fazer uma série de inferências. A inferência inadequada
do segmento “O precário equilíbrio rompeu-se de uma vez com o agravamento da guerra civil na Síria" é:

a) já havia uma guerra civil na Síria há algum tempo.


b) existia um tênue equilíbrio nas tensões da região.
c) haviam ocorrido rompimentos em países do local referido.
d) a guerra civil na Síria envolvia outros países vizinhos.
e) um conflito interno de um país pode afetar nações próximas.

05. (EBSERH – Advogado - Instituto AOCP/2015)


[...] a alegria
Seu sintoma mais bonito é nos jogar para fora,
de encontro ao mundo e a nós mesmos
IVAN MARTINS
A alegria vem de dentro ou de fora de nós?
A pergunta me ocorre no meio de um bloco de carnaval, enquanto berro os versos imortais de Roberto
Carlos, cantados em ritmo de samba: “Eu quero que você me aqueça neste inverno, e que tudo mais vá
pro inferno”.

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Estou contente, claro. Ao meu redor há um grupo de amigos e uma multidão ruidosa e colorida. Ainda
assim, a resposta sobre a alegria me ilude. Meu coração sorri em resposta a essa festa ou acha nela
apenas um eco do seu próprio e inesperado contentamento?
Embora simples, a pergunta não é trivial. Se sou capaz de achar em mim a alegria, a vida será uma.
Se ela precisa ser buscada fora, permanentemente, será outra, provavelmente pior.
Penso no amor, fonte permanente de júbilo e apreensão.
Quando ele nos é subtraído, instala-se em nós uma tristeza sem tamanho e sem fim, que tem o rosto
de quem nos deixou. Ela vem de fora, nos é imposta pelas circunstâncias, mas torna-se parte de nós. Um
luto encarnado. Um milhão de carnavais seriam incapaz de iluminar a escuridão dessa noite se não
houvesse, dentro de nós, alguma fonte própria de alegria. Nem estaríamos na rua, se não fosse por ela.
Nem nos animaríamos a ver de perto a multidão. Ficaríamos em casa, esmagados por nossa tristeza,
remoendo os detalhes do que não mais existe. Ao longe, ouviríamos a batucada, e ela nos pareceria
remota e alheia.
Nossa alegria existe, entretanto. Por isso somos capazes de cantar e dançar quando o destino nos
atinge.
Nossa alegria se manifesta como força e teimosia: ela nos põe de pé quando nem sairíamos da cama.
Ela se expõe como esperança: acreditamos que o mundo nos trará algo melhor esta manhã; quem sabe
esta noite; domingo, talvez. Ela nos torna sensível à beleza da mulher estranha, ao sorriso feliz do amigo,
à conversa simpática de um vizinho, aos problemas do colega de trabalho. Nossa alegria cria interesse
pelo mundo e nos faz perceber que ele também se interessa por nós.
Por mínima que seja, essa fonte de luz e energia é suficiente para dar a largada e começar do zero.
Um dia depois do outro. Todos os dias em que seja necessário.
Quando se está por baixo, muito caído, não é fácil achar o interruptor da nossa alegria. A gente tem a
sensação de que alegria se extinguiu e com ela o nosso desejo de transar e de viver, que costumam ser
a mesma coisa. Mas a alegria está lá - feita de boas memórias, do amor que nos deram, do carinho que
a gente deu aos outros. Existe como presença abstrata, mas calorosa, que nos dirige aos outros, que nos
faz olhar para fora. É isso a alegria: algo de dentro que nos leva ao mundo e nos permite o gozo e a
reconhecimento de nós mesmos, no rosto do outro. Empatia e simpatia. Amor.
Se a alegria vem de dentro ou de fora? De dentro, claro. Mas seu sintoma mais bonito é nos jogar para
fora, de encontro à música e à dança do mundo, ao encontro de nós mesmos.
Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/02/dentro-de-nos-balegriab.html

Em relação ao texto, é correto afirmar que:


a) somente por meio de inferência é possível concluir que o questionamento inicial do texto é
respondido.
b) não há elementos linguísticos no texto que comprovem a resposta ao questionamento inicial que o
autor faz.
c) o questionamento inicial não é respondido no decorrer do texto, propositalmente, ficando como uma
reflexão para o leitor.
d) no texto o autor responde explicitamente seu questionamento inicial.
e) não é possível, durante a leitura, definir se o questionamento inicial do texto é respondido.

Respostas

01. Resposta A
Questão parece difícil pois a redação não é muito boa. Perguntando da seguinte forma fica mais fácil
de entender: "É possível fazer uma conclusão ou uma dedução do texto a partir de”...viu, ficou mais fácil
achar a resposta.
Torna-se óbvio que só podemos deduzir um texto quando lemos o máximo de seu argumento.

02. Resposta C
Inferir significa adivinhar, levantar hipóteses sobre determinado assunto. É isso que o aluno fará com
o texto.

03. Resposta C
Interlocutor, significa cada uma das pessoas que participam de uma conversa, de um diálogo. E estas
palavras estão no feminino.

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04. Resposta D
GUERRA CIVIL subentende CONFLITOS INTERNOS, logo, pode-se inferir que "a guerra civil na
Síria NÃO envolvia outros países vizinhos". A alternativa "D" não apresenta este entendimento.
A inferência inadequada é dizer que "a guerra civil na Síria envolvia outros países vizinhos".

05. Resposta D
Se a alegria vem de dentro ou de fora? De dentro, claro.

Distinção entre fato e opinião sobre esse fato.

Fato e Opinião

Qual é a diferença entre um fato e uma opinião? O fato é aquilo que aconteceu, enquanto que a
opinião é o que alguém pensa que ocorreu, uma interpretação dos fatos. Digamos: houve um roubo na
portaria da empresa e alguém vai investigá-lo. Se essa pessoa for absolutamente honesta, faz um
relatório claro relatando os fatos com absoluta fidelidade e após esse relato objetivo, apresenta sua
opinião sobre os acontecimentos. É usualmente desejável que ela dê sua opinião porque, se foi escalada
para investigar o crime é porque tem qualificação para isso; além disso, o próprio fato de ela ter
investigado já lhe dá autoridade para opinar.

É importante considerar:

- Vivemos num mundo em que tomamos decisões a partir de informações;

- Estas nos chegam por meio de relatos de fatos e expressões de opiniões;

- Fatos usualmente podem ser submetidos à prova: por números, documentos, registros;

- Opiniões, por outro lado, refletem juízos, valores, interpretações;

- Muitas pessoas confundem fatos e opiniões, e quando isso ocorre temos de ter cuidado com as
informações que vêm delas;

- Igualmente temos de estar atentos às nossas próprias opiniões, pois elas podem ser tomadas
como fatos por outros;

- Nossas decisões devem ser baseadas em fatos, mas podem levar em conta as opiniões de gente
qualificada sobre tais fatos.

Exemplo:

Trecho do livro “Sufismo no Ocidente”

Um mestre que conhecia o caminho para a sabedoria foi visitado por um grupo de buscadores.
Encontraram-no num pátio, cercado de discípulos, em meio ao que parecia ser uma festa.
Alguns buscadores disseram:
– Que ofensivo, esta não é a forma de se comportar, qualquer que seja o pretexto.
Outros disseram:
– Isto nos parece excelente, gostamos desta sessão de ensinamento e desejamos participar dela.
E outros disseram:
– Estamos meio perplexos e queremos saber mais sobre este enigma.
Os demais buscadores comentaram entre si:
– Pode haver alguma sabedoria nisto, mas não sabemos se devemos perguntar ou não.
O mestre afastou todos.

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Todas estas pessoas, em conversas ou por escrito, difundiram suas opiniões sobre o ocorrido.
Mesmo aqueles que não falaram por experiência direta foram afetados por ele, e suas palavras e obras
refletiram sua opinião a respeito.
Algum tempo depois, determinados membros do grupo de buscadores passaram novamente por ali
e foram ver o mestre. Parados à sua porta, observaram que, no pátio, ele e seus discípulos estavam
agora sentados com decoro, em profunda contemplação.
– Assim está melhor — disseram alguns dos visitantes. — É evidente que alguma coisa aprenderam
com os nossos protestos.
– Isto é excelente — falaram outros — porque, na última vez, sem sombra de dúvida ele só nos
estava colocando à prova.
– Isto é demasiado sombrio — outros disseram. — Podíamos ter encontrado caras sérias em
qualquer lugar.
E houve outras opiniões, faladas e pensadas. O sábio, quando terminou o tempo de reflexão,
dispensou todos estes visitantes.
Muito tempo depois, um pequeno número deles voltou para pedir sua interpretação do que haviam
experimentado. Apresentaram-se diante da porta e olharam para dentro do pátio. O mestre estava
sentado, sozinho, nem em divertimento, nem em meditação. Em parte alguma se via qualquer dos seus
anteriores discípulos.
– Agora podem escutar a história completa — disse-lhes. — Pude despedir meus discípulos, já que
a tarefa foi realizada. Quando vieram pela primeira vez, a aula tinha estado demasiadamente séria. Eu
estava aplicando o corretivo. Na segunda vez em que vieram, haviam estado demasiado alegres. Eu
estava aplicando o corretivo. Quando um homem está trabalhando, nem sempre se explica diante de
visitantes eventuais, por muito interessado que eles acreditem estar. Quando uma ação está em
andamento, o que conta é a correta realização dessa ação. Nestas circunstâncias, a avaliação externa
torna-se um assunto secundário.

Interpretação de linguagem não verbal (tabelas, fotos, quadrinhos etc.).

Linguagem Verbal e Não Verbal

Linguagem é a capacidade que possuímos de expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões e


sentimentos. Está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há comunicação, há linguagem.
Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, tais como:
sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica,
por exemplo). Num sentido mais genérico, a linguagem pode ser classificada como qualquer sistema de
sinais que se valem os indivíduos para comunicar-se.
A linguagem pode ser:

- Verbal: aquela que faz uso das palavras para comunicar algo.

As figuras acima nos comunicam sua mensagem através da linguagem verbal (usa palavras para
transmitir a informação).

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- Não Verbal: aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são as palavras. Dentre
elas estão: a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a
expressão facial, um gesto, etc.

Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o que representam.

A Língua é um instrumento de comunicação, sendo composta por regras gramaticais que possibilitam
que determinado grupo de falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam comunicar-se e
compreender-se. Por exemplo: falantes da língua portuguesa.
A língua possui um caráter social: pertence a todo um conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre
ela. Cada membro da comunidade pode optar por esta ou aquela forma de expressão. Por outro lado,
não é possível criar uma língua particular e exigir que outros falantes a compreendam. Dessa forma, cada
indivíduo pode usar de maneira particular a língua comunitária, originando a fala. A fala está sempre
condicionada pelas regras socialmente estabelecidas da língua, mas é suficientemente ampla para
permitir um exercício criativo da comunicação. Um indivíduo pode pronunciar um enunciado da seguinte
maneira:

A família de Regina era paupérrima.

Outro, no entanto, pode optar por:

A família de Regina era muito pobre.

As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às diversas manifestações da fala de cada um.


Note, além disso, que essas manifestações devem obedecer às regras gerais da língua portuguesa, para
não correrem o risco de produzir enunciados incompreensíveis como:

Família a paupérrima de era Regina.

Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação distintos. A escrita
representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a
comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas
vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a representação da língua
falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico,
as mímicas e o tom de voz do falante. No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas
existem usos diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:

- Fatores Regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante da região
nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso
da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um
cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado.
- Fatores Culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fatores
que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma
maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola.
- Fatores Contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontramos:
quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos
discursando em uma solenidade de formatura.
- Fatores Profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de
língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso
praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e
da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas.

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- Fatores Naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como idade e
sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem
infantil e linguagem adulta.

Fala

É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato individual, pois cada indivíduo, para a
manifestação da fala, pode escolher os elementos da língua que lhe convém, conforme seu gosto e sua
necessidade, de acordo com a situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente sociocultural em que
vive, etc. Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande diversificação nos mais variados
níveis da fala. Cada indivíduo, além de conhecer o que fala, conhece também o que os outros falam; é
por isso que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de cultura, embora nem
sempre a linguagem delas seja exatamente como a nossa.
Devido ao caráter individual da fala, é possível observar alguns níveis:

- Nível Coloquial-Popular: é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente
em situações informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utilizá-lo, não nos preocupamos em
saber se falamos de acordo ou não com as regras formais estabelecidas pela língua.
- Nível Formal-Culto: é o nível da fala normalmente utilizado pelas pessoas em situações formais.
Caracteriza-se por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras gramaticais
estabelecidas pela língua.

Signo

É um elemento representativo que apresenta dois aspectos: o significado e o significante. Ao escutar


a palavra “cachorro”, reconhecemos a sequência de sons que formam essa palavra. Esses sons se
identificam com a lembrança deles que está em nossa memória. Essa lembrança constitui uma real
imagem sonora, armazenada em nosso cérebro que é o significante do signo “cachorro”. Quando
escutamos essa palavra, logo pensamos em um animal irracional de quatro patas, com pelos, olhos,
orelhas, etc. Esse conceito que nos vem à mente é o significado do signo “cachorro” e também se
encontra armazenado em nossa memória.
Ao empregar os signos que formam a nossa língua, devemos obedecer às regras gramaticais
convencionadas pela própria língua. Desse modo, por exemplo, é possível colocar o artigo indefinido “um”
diante do signo “cachorro”, formando a sequência “um cachorro”, o mesmo não seria possível se
quiséssemos colocar o artigo “uma” diante do signo “cachorro”. A sequência “uma cachorro” contraria
uma regra de concordância da língua portuguesa, o que faz com que essa sentença seja rejeitada. Os
signos que constituem a língua obedecem a padrões determinados de organização. O conhecimento de
uma língua engloba tanto a identificação de seus signos, como também o uso adequado de suas regras
combinatórias.
Signo: elemento representativo que possui duas partes indissolúveis: significado e significante.
Significado (é o conceito, a ideia transmitida pelo signo, a parte abstrata do signo) + Significante (é a
imagem sonora, a forma, a parte concreta do signo, suas letras e seus fonemas).
Língua: conjunto de sinais baseado em palavras que obedecem às regras gramaticais.
Fala: uso individual da língua, aberto à criatividade e ao desenvolvimento da liberdade de expressão
e compreensão.

Textos Não Verbais: Leituras de Imagens

Existem diversas formas de discursos e textos, para cada um deles há características específicas e
diferentes formas de interpretação. Os textos imagéticos, construídos por imagens e algumas vezes por
imagens e palavras, ganharam grande destaque nas últimas décadas e têm sido cada vez mais utilizados.
A simbologia é uma forma de comunicação não verbal que consegue, por meio de símbolos gráficos
populares, transmitir mensagens e exprimir ideias e conceitos em uma linguagem figurativa ou abstrata.
A capacidade de reconhecimento e interpretação das imagens/símbolos é determinada pelo
conhecimento de cada pessoa.

Três exemplos de símbolos cotidianamente utilizados são: logotipos, ícones e sinalizações. Segue
alguns exemplos:

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ÍCONES

WIFI ALIMENTAÇÃO RECICLAGEM

LOGOTIPOS

Apple WWF McDonald’s Windows

SINALIZAÇÃO

Textos Não Verbais:

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Questões

01. (ENEM 2013)


Através da linguagem não verbal, o artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego aborda a triste
realidade do trabalho infantil

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas
ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para

a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.


b) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
c) provocar a reflexão sobre essa realidade.
d) propor alternativas para solucionar esse problema.
e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.

02. (ENEM 2013)

A linguagem não verbal pode produzir efeitos interessantes, dispensando assim o uso da palavra.
Cartum de Caulos, disponível em www.caulos.com

O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em oposição às outras e representa a
a) opressão das minorias sociais.
b) carência de recursos tecnológicos.
c) falta de liberdade de expressão.
d) defesa da qualificação profissional.
e) reação ao controle do pensamento coletivo.
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03.

Ao aliar linguagem verbal e não verbal, o cartunista constrói um interessante texto com elementos da
intertextualidade

Sobre o cartum de Caulos, assinale a proposição correta:


I. A linguagem verbal é desnecessária para o entendimento do texto;
II. Linguagem verbal e não verbal são necessárias para a construção dos sentidos pretendidos pelo
cartunista;
III. O cartunista estabelece uma relação de intertextualidade com o poema “No meio do caminho”, de
Carlos Drummond de Andrade;
IV. O cartum é uma crítica ao poema de Carlos Drummond de Andrade, já que o cartunista considera
o poeta pouco prático.

a) Apenas I está correta.


b) II e III estão corretas.
c) I e IV estão corretas.
d) II e IV estão corretas.

04. Sobre as linguagens verbal e não verbal, estão corretas, exceto:


a) a linguagem não verbal é composta por signos sonoros ou visuais, como placas, imagens, vídeos
etc.
b) a linguagem verbal diz respeito aos signos que são formados por palavras. Eles podem ser sinais
visuais e sonoros.
c) a linguagem verbal, por dispor de elementos linguísticos concretos, pode ser considerada superior
à linguagem não verbal.

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d) linguagem verbal e não verbal são importantes, e o sucesso na comunicação depende delas, ou
seja, quando um interlocutor recebe e compreende uma mensagem adequadamente.

Respostas

01. (C)
A imagem tem como objetivo, através do uso da linguagem não verbal, provocar uma reflexão sobre a
realidade do trabalho infantil, que submete crianças pobres a uma dura rotina. Enquanto algumas crianças
trabalham, outras, mais protegidas, brincam.

02. (E)
No cartum, os homens são representados por bonecos de corda que andam para uma mesma direção,
uma metáfora que critica o comportamento subserviente adotado por muitas pessoas. Há apenas um
boneco que representa o pensamento contrário, que não é movido por corda e que caminha rumo à outra
direção: esse seria responsável pela escolha de seu próprio caminho, aquele que reage ao controle do
pensamento coletivo.

03. (B)

04. (C)
Ambas as linguagens, verbal e não verbal, são importantes para a construção de sentidos de uma
mensagem.

Reconhecimento das relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas


por conjunções, advérbios, preposições argumentativas, locuções etc.
Reconhecimento das relações entre partes de um texto, identificando repetições
ou substituições que contribuam para sua continuidade.

Coesão

Uma das propriedades que distinguem um texto de um amontoado de frases é a relação existente
entre os elementos que os constituem. A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre palavras,
expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos gramaticais, que servem para estabelecer
vínculos entre os componentes do texto. Observe:

“O iraquiano leu sua declaração num bloquinho comum de anotações, que segurava na mão.”

Nesse período, o pronome relativo “que” estabelece conexão entre as duas orações. O iraquiano leu
sua declaração num bloquinho comum de anotações e segurava na mão, retomando na segunda um dos
termos da primeira: bloquinho. O pronome relativo é um elemento coesivo, e a conexão entre as duas
orações, um fenômeno de coesão. Leia o texto que segue:

Arroz-doce da infância

Ingredientes
1 litro de leite desnatado
150g de arroz cru lavado
1 pitada de sal
4 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sobremesa) de canela em pó

Preparo
Em uma panela ferva o leite, acrescente o arroz, a pitada de sal e mexa sem parar até cozinhar o
arroz. Adicione o açúcar e deixe no fogo por mais 2 ou 3 minutos. Despeje em um recipiente, polvilhe a
canela. Sirva.
Cozinha Clássica Baixo Colesterol, nº4. São Paulo, InCor, agosto de 1999, p. 42.

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Toda receita culinária tem duas partes: lista dos ingredientes e modo de preparar. As informações
apresentadas na primeira são retomadas na segunda. Nesta, os nomes mencionados pela primeira vez
na lista de ingredientes vêm precedidos de artigo definido, o qual exerce, entre outras funções, a de
indicar que o termo determinado por ele se refere ao mesmo ser a que uma palavra idêntica já fizera
menção.
No nosso texto, por exemplo, quando se diz que se adiciona o açúcar, o artigo citado na primeira parte.
Se dissesse apenas adicione açúcar, deveria adicionar, pois se trataria de outro açúcar, diverso daquele
citado no rol dos ingredientes.
Há dois tipos principais de mecanismos de coesão: retomada ou antecipação de palavras, expressões
ou frases e encadeamento de segmentos.

Retomada ou Antecipação por meio de uma palavra gramatical - (pronome, verbos ou


advérbios)

“No mercado de trabalho brasileiro, ainda hoje não há total igualdade entre homens e mulheres: estas
ainda ganham menos do que aqueles em cargos equivalentes.”

Nesse período, o pronome demonstrativo “estas” retoma o termo mulheres, enquanto “aqueles”
recupera a palavra homens.
Os termos que servem para retomar outros são denominados anafóricos; os que servem para anunciar,
para antecipar outros são chamados catafóricos. No exemplo a seguir, desta antecipa abandonar a
faculdade no último ano:

“Já viu uma loucura desta, abandonar a faculdade no último ano?”

São anafóricos ou catafóricos os pronomes demonstrativos, os pronomes relativos, certos advérbios


ou locuções adverbiais (nesse momento, então, lá), o verbo fazer, o artigo definido, os pronomes pessoais
de 3ª pessoa (ele, o, a, os, as, lhe, lhes), os pronomes indefinidos. Exemplos:

“Ele era muito diferente de seu mestre, a quem sucedera na cátedra de Sociologia na Universidade de
São Paulo.”

O pronome relativo “quem” retoma o substantivo mestre.

“As pessoas simplificam Machado de Assis; elas o veem como um descrente do amor e da amizade.”

O pronome pessoal “elas” recupera o substantivo pessoas; o pronome pessoal “o” retoma o nome
Machado de Assis.

“Os dois homens caminhavam pela calçada, ambos trajando roupa escura.”

O numeral “ambos” retoma a expressão os dois homens.

“Fui ao cinema domingo e, chegando lá, fiquei desanimado com a fila.”

O advérbio “lá” recupera a expressão ao cinema.

“O governador vai pessoalmente inaugurar a creche dos funcionários do palácio, e o fará para
demonstrar seu apreço aos servidores.”

A forma verbal “fará” retoma a perífrase verbal vai inaugurar e seu complemento.

- Em princípio, o termo a que “o” anafórico se refere deve estar presente no texto, senão a coesão fica
comprometida, como neste exemplo:

“André é meu grande amigo. Começou a namorá-la há vários meses.”

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A rigor, não se pode dizer que o pronome “la” seja um anafórico, pois não está retomando nenhuma
das palavras citadas antes. Exatamente por isso, o sentido da frase fica totalmente prejudicado: não há
possibilidade de se depreender o sentido desse pronome.
Pode ocorrer, no entanto, que o anafórico não se refira a nenhuma palavra citada anteriormente no
interior do texto, mas que possa ser inferida por certos pressupostos típicos da cultura em que se inscreve
o texto. É o caso de um exemplo como este:

“O casamento teria sido às 20 horas. O noivo já estava desesperado, porque eram 21 horas e ela não
havia comparecido.”

Por dados do contexto cultural, sabe-se que o pronome “ela” é um anafórico que só pode estar-se
referindo à palavra noiva. Num casamento, estando presente o noivo, o desespero só pode ser pelo atraso
da noiva (representada por “ela” no exemplo citado).

- O artigo indefinido serve geralmente para introduzir informações novas ao texto. Quando elas forem
retomadas, deverão ser precedidas do artigo definido, pois este é que tem a função de indicar que o termo
por ele determinado é idêntico, em termos de valor referencial, a um termo já mencionado.

“O encarregado da limpeza encontrou uma carteira na sala de espetáculos. Curiosamente, a carteira


tinha muito dinheiro dentro, mas nem um documento sequer.”

- Quando, em dado contexto, o anafórico pode referir-se a dois termos distintos, há uma ruptura de
coesão, porque ocorre uma ambiguidade insolúvel. É preciso que o texto seja escrito de tal forma que o
leitor possa determinar exatamente qual é a palavra retomada pelo anafórico.

“Durante o ensaio, o ator principal brigou com o diretor por causa da sua arrogância.”

O anafórico “sua” pode estar-se referindo tanto à palavra ator quanto a diretor.

“André brigou com o ex-namorado de uma amiga, que trabalha na mesma firma.”

Não se sabe se o anafórico “que” está se referindo ao termo amiga ou a ex-namorado. Permutando o
anafórico “que” por “o qual” ou “a qual”, essa ambiguidade seria desfeita.

Retomada por palavra lexical - (substantivo, adjetivo ou verbo)

Uma palavra pode ser retomada, que por uma repetição, quer por uma substituição por sinônimo,
hiperônimo, hipônimo ou antonomásia.
Sinônimo é o nome que se dá a uma palavra que possui o mesmo sentido que outra, ou sentido
bastante aproximado: injúria e afronta, alegre e contente.
Hiperônimo é um termo que mantém com outro uma relação do tipo contém/está contido;
Hipônimo é uma palavra que mantém com outra uma relação do tipo está contido/contém. O
significado do termo rosa está contido no de flor e o de flor contém o de rosa, pois toda rosa é uma flor,
mas nem toda flor é uma rosa. Flor é, pois, hiperônimo de rosa, e esta palavra é hipônimo daquela.
Antonomásia é a substituição de um nome próprio por um nome comum ou de um comum por um
próprio. Ela ocorre, principalmente, quando uma pessoa célebre é designada por uma característica
notória ou quando o nome próprio de uma personagem famosa é usado para designar outras pessoas
que possuam a mesma característica que a distingue:

“O rei do futebol (=Pelé) só podia ser um brasileiro.”

“O herói de dois mundos (=Garibaldi) foi lembrado numa recente minissérie de tevê.”

Referência ao fato notório de Giuseppe Garibaldi haver lutado pela liberdade na Europa e na América.

“Ele é um Hércules.” (=um homem muito forte).

Referência à força física que caracteriza o herói grego Hércules.

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“Um presidente da República tem uma agenda de trabalho extremamente carregada. Deve receber
ministros, embaixadores, visitantes estrangeiros, parlamentares; precisa a todo o momento tomar graves
decisões que afetam a vida de muitas pessoas; necessita acompanhar tudo o que acontece no Brasil e
no mundo. Um presidente deve começar a trabalhar ao raiar do dia e terminar sua jornada altas horas da
noite.”

A repetição do termo presidente estabelece a coesão entre o último período e o que vem antes dele.

“Observava as estrelas, os planetas, os satélites. Os astros sempre o atraíram.”

Os dois períodos estão relacionados pelo hiperônimo astros, que recupera os hipônimos estrelas,
planetas, satélites.

“Eles (os alquimistas) acreditavam que o organismo do homem era regido por humores (fluidos
orgânicos) que percorriam, ou apenas existiam, em maior ou menor intensidade em nosso corpo. Eram
quatro os humores: o sangue, a fleuma (secreção pulmonar), a bile amarela e a bile negra. E eram
também estes quatro fluidos ligados aos quatro elementos fundamentais: ao Ar (seco), à Água (úmido),
ao Fogo (quente) e à Terra (frio), respectivamente.”
Ziraldo. In: Revista Vozes, nº3, abril de 1970, p.18.

Nesse texto, a ligação entre o segundo e o primeiro períodos se faz pela repetição da palavra humores;
entre o terceiro e o segundo se faz pela utilização do sinônimo fluidos.
É preciso manejar com muito cuidado a repetição de palavras, pois, se ela não for usada para criar um
efeito de sentido de intensificação, constituirá uma falha de estilo. No trecho transcrito a seguir, por
exemplo, fica claro o uso da repetição da palavra vice e outras parecidas (vicissitudes, vicejam, viciem),
com a evidente intenção de ridicularizar a condição secundária que um provável flamenguista atribui ao
Vasco e ao seu Vice-presidente:

“Recebi por esses dias um e-mail com uma série de piadas sobre o pouco simpático Eurico Miranda.
Faltam-me provas, mas tudo leva a crer que o remetente seja um flamenguista.”

Segundo o texto, Eurico nasceu para ser vice: é vice-presidente do clube, vice-campeão carioca e bi-
vice-campeão mundial. E isso sem falar do vice no Carioca de futsal, no Carioca de basquete, no
Brasileiro de basquete e na Taça Guanabara. São vicissitudes que vicejam. Espero que não viciem.
José Roberto Torero. In: Folha de S. Paulo, 08/03/2000, p. 4-7.

A elipse é o apagamento de um segmento de frase que pode ser facilmente recuperado pelo contexto.
Também constitui um expediente de coesão, pois é o apagamento de um termo que seria repetido, e o
preenchimento do vazio deixado pelo termo apagado (=elíptico) exige, necessariamente, que se faça
correlação com outros termos presentes no contexto, ou referidos na situação em que se desenrola a
fala.
Vejamos estes versos do poema “Círculo vicioso”, de Machado de Assis:

(...)
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:

“Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela


Claridade imorta, que toda a luz resume!”
Obra completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1979, v.III, p. 151.

Nesse caso, o verbo dizer, que seria enunciado antes daquilo que disse a lua, isto é, antes das aspas,
fica subentendido, é omitido por ser facilmente presumível.
Qualquer segmento da frase pode sofrer elipse. Veja que, no exemplo abaixo, é o sujeito meu pai que
vem elidido (ou apagado) antes de sentiu e parou:

“Meu pai começou a andar novamente, sentiu a pontada no peito e parou.”

Pode ocorrer também elipse por antecipação. No exemplo que segue, aquela promoção é
complemento tanto de querer quanto de desejar, no entanto aparece apenas depois do segundo verbo:

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“Ficou muito deprimido com o fato de ter sido preterido. Afinal, queria muito, desejava ardentemente
aquela promoção.”

Quando se faz essa elipse por antecipação com verbos que têm regência diferente, a coesão é
rompida. Por exemplo, não se deve dizer “Conheço e gosto deste livro”, pois o verbo conhecer rege
complemento não introduzido por preposição, e a elipse retoma o complemento inteiro, portanto teríamos
uma preposição indevida: “Conheço (deste livro) e gosto deste livro”. Em “Implico e dispenso sem dó os
estranhos palpiteiros”, diferentemente, no complemento em elipse faltaria a preposição “com” exigida pelo
verbo implicar.
Nesses casos, para assegurar a coesão, o recomendável é colocar o complemento junto ao primeiro
verbo, respeitando sua regência, e retomá-lo após o segundo por um anafórico, acrescentando a
preposição devida (Conheço este livro e gosto dele) ou eliminando a indevida (Implico com estranhos
palpiteiros e os dispenso sem dó).

Coesão por Conexão

Há na língua uma série de palavras ou locuções que são responsáveis pela concatenação ou relação
entre segmentos do texto. Esses elementos denominam-se conectores ou operadores discursivos. Por
exemplo: visto que, até, ora, no entanto, contudo, ou seja.
Note-se que eles fazem mais do que ligar partes do texto: estabelecem entre elas relações semânticas
de diversos tipos, como contrariedade, causa, consequência, condição, conclusão, etc. Essas relações
exercem função argumentativa no texto, por isso os operadores discursivos não podem ser usados
indiscriminadamente.
Na frase “O time apresentou um bom futebol, mas não alcançou a vitória”, por exemplo, o conector
“mas” está adequadamente usado, pois ele liga dois segmentos com orientação argumentativa contrária.
Se fosse utilizado, nesse caso, o conector “portanto”, o resultado seria um paradoxo semântico, pois esse
operador discursivo liga dois segmentos com a mesma orientação argumentativa, sendo o segmento
introduzido por ele a conclusão do anterior.

- Gradação: há operadores que marcam uma gradação numa série de argumentos orientados para
uma mesma conclusão. Dividem-se eles, em dois subtipos: os que indicam o argumento mais forte de
uma série: até, mesmo, até mesmo, inclusive, e os que subentendem uma escala com argumentos mais
fortes: ao menos, pelo menos, no mínimo, no máximo, quando muito.

“Ele é um bom conferencista: tem uma voz bonita, é bem articulado, conhece bem o assunto de que
fala e é até sedutor.”

Toda a série de qualidades está orientada no sentido de comprovar que ele é bom conferencista;
dentro dessa série, ser sedutor é considerado o argumento mais forte.

“Ele é ambicioso e tem grande capacidade de trabalho. Chegará a ser pelo menos diretor da
empresa.”

Pelo menos introduz um argumento orientado no mesmo sentido de ser ambicioso e ter grande
capacidade de trabalho; por outro lado, subentende que há argumentos mais fortes para comprovar que
ele tem as qualidades requeridas dos que vão longe (por exemplo, ser presidente da empresa) e que se
está usando o menos forte; ao menos, pelo menos e no mínimo ligam argumentos de valor positivo.

“Ele não é bom aluno. No máximo vai terminar o segundo grau.”


No máximo introduz um argumento orientado no mesmo sentido de ter muita dificuldade de aprender;
supõe que há uma escala argumentativa (por exemplo, fazer uma faculdade) e que se está usando o
argumento menos forte da escala no sentido de provar a afirmação anterior; no máximo e quando muito
estabelecem ligação entre argumentos de valor depreciativo.

- Conjunção Argumentativa: há operadores que assinalam uma conjunção argumentativa, ou seja,


ligam um conjunto de argumentos orientados em favor de uma dada conclusão: e, também, ainda, nem,
não só... mas também, tanto... como, além de, a par de.

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“Se alguém pode tomar essa decisão é você. Você é o diretor da escola, é muito respeitado pelos
funcionários e também é muito querido pelos alunos.”

Arrolam-se três argumentos em favor da tese que é o interlocutor quem pode tomar uma dada decisão.
O último deles é introduzido por “e também”, que indica um argumento final na mesma direção
argumentativa dos precedentes.
Esses operadores introduzem novos argumentos; não significam, em hipótese nenhuma, a repetição
do que já foi dito. Ou seja, só podem ser ligados com conectores de conjunção segmentos que
representam uma progressão discursiva. É possível dizer “Disfarçou as lágrimas que o assaltaram e
continuou seu discurso”, porque o segundo segmento indica um desenvolvimento da exposição. Não teria
cabimento usar operadores desse tipo para ligar dois segmentos como “Disfarçou as lágrimas que o
assaltaram e escondeu o choro que tomou conta dele”.

- Disjunção Argumentativa: há também operadores que indicam uma disjunção argumentativa, ou


seja, fazem uma conexão entre segmentos que levam a conclusões opostas, que têm orientação
argumentativa diferente: ou, ou então, quer... quer, seja... seja, caso contrário, ao contrário.

“Não agredi esse imbecil. Ao contrário, ajudei a separar a briga, para que ele não apanhasse.”

O argumento introduzido por ao contrário é diametralmente oposto àquele de que o falante teria
agredido alguém.

- Conclusão: existem operadores que marcam uma conclusão em relação ao que foi dito em dois ou
mais enunciados anteriores (geralmente, uma das afirmações de que decorre a conclusão fica implícita,
por manifestar uma voz geral, uma verdade universalmente aceita): logo, portanto, por conseguinte, pois
(o pois é conclusivo quando não encabeça a oração).

“Essa guerra é uma guerra de conquista, pois visa ao controle dos fluxos mundiais de petróleo. Por
conseguinte, não é moralmente defensável.”

Por conseguinte introduz uma conclusão em relação à afirmação exposta no primeiro período.

- Comparação: outros importantes operadores discursivos são os que estabelecem uma comparação
de igualdade, superioridade ou inferioridade entre dois elementos, com vistas a uma conclusão contrária
ou favorável a certa ideia: tanto... quanto, tão... como, mais... (do) que.

“Os problemas de fuga de presos serão tanto mais graves quanto maior for a corrupção entre os
agentes penitenciários.”

O comparativo de igualdade tem no texto uma função argumentativa: mostrar que o problema da fuga
de presos cresce à medida que aumenta a corrupção entre os agentes penitenciários; por isso, os
segmentos podem até ser permutáveis do ponto de vista sintático, mas não o são do ponto de vista
argumentativo, pois não há igualdade argumentativa proposta, “Tanto maior será a corrupção entre os
agentes penitenciários quanto mais grave for o problema da fuga de presos”.
Muitas vezes a permutação dos segmentos leva a conclusões opostas: Imagine-se, por exemplo, o
seguinte diálogo entre o diretor de um clube esportivo e o técnico de futebol:

“__Precisamos promover atletas das divisões de base para reforçar nosso time.
__Qualquer atleta das divisões de base é tão bom quanto os do time principal.”

Nesse caso, o argumento do técnico é a favor da promoção, pois ele declara que qualquer atleta das
divisões de base tem, pelo menos, o mesmo nível dos do time principal, o que significa que estes não
primam exatamente pela excelência em relação aos outros.
Suponhamos, agora, que o técnico tivesse invertido os segmentos na sua fala:

“__Qualquer atleta do time principal é tão bom quanto os das divisões de base.”

Nesse caso, seu argumento seria contra a necessidade da promoção, pois ele estaria declarando que
os atletas do time principal são tão bons quanto os das divisões de base.

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- Explicação ou Justificativa: há operadores que introduzem uma explicação ou uma justificativa em
relação ao que foi dito anteriormente: porque, já que, que, pois.

“Já que os Estados Unidos invadiram o Iraque sem autorização da ONU, devem arcar sozinhos com
os custos da guerra.”

Já que inicia um argumento que dá uma justificativa para a tese de que os Estados Unidos devam
arcar sozinhos com o custo da guerra contra o Iraque.

- Contrajunção: os operadores discursivos que assinalam uma relação de contrajunção, isto é, que
ligam enunciados com orientação argumentativa contrária, são as conjunções adversativas (mas,
contudo, todavia, no entanto, entretanto, porém) e as concessivas (embora, apesar de, apesar de que,
conquanto, ainda que, posto que, se bem que).
Qual é a diferença entre as adversativas e as concessivas, se tanto umas como outras ligam
enunciados com orientação argumentativa contrária?
Nas adversativas, prevalece a orientação do segmento introduzido pela conjunção.

“O atleta pode cair por causa do impacto, mas se levanta mais decidido a vencer.”

Nesse caso, a primeira oração conduz a uma conclusão negativa sobre um processo ocorrido com o
atleta, enquanto a começada pela conjunção “mas” leva a uma conclusão positiva. Essa segunda
orientação é a mais forte.
Compare-se, por exemplo, “Ela é simpática, mas não é bonita” com “Ela não é bonita, mas é simpática”.
No primeiro caso, o que se quer dizer é que a simpatia é suplantada pela falta de beleza; no segundo,
que a falta de beleza perde relevância diante da simpatia. Quando se usam as conjunções adversativas,
introduz-se um argumento com vistas à determinada conclusão, para, em seguida, apresentar um
argumento decisivo para uma conclusão contrária.
Com as conjunções concessivas, a orientação argumentativa que predomina é a do segmento não
introduzido pela conjunção.

“Embora haja conexão entre saber escrever e saber gramática, trata-se de capacidades diferentes.”

A oração iniciada por “embora” apresenta uma orientação argumentativa no sentido de que saber
escrever e saber gramática são duas coisas interligadas; a oração principal conduz à direção
argumentativa contrária.
Quando se utilizam conjunções concessivas, a estratégia argumentativa é a de introduzir no texto um
argumento que, embora tido como verdadeiro, será anulado por outro mais forte com orientação contrária.
A diferença entre as adversativas e as concessivas, portanto, é de estratégia argumentativa. Compare
os seguintes períodos:

“Por mais que o exército tivesse planejado a operação (argumento mais fraco), a realidade mostrou-
se mais complexa (argumento mais forte).”
“O exército planejou minuciosamente a operação (argumento mais fraco), mas a realidade mostrou-
se mais complexa (argumento mais forte).”

- Argumento Decisivo: há operadores discursivos que introduzem um argumento decisivo para


derrubar a argumentação contrária, mas apresentando-o como se fosse um acréscimo, como se fosse
apenas algo mais numa série argumentativa: além do mais, além de tudo, além disso, ademais.

“Ele está num período muito bom da vida: começou a namorar a mulher de seus sonhos, foi promovido
na empresa, recebeu um prêmio que ambicionava havia muito tempo e, além disso, ganhou uma bolada
na loteria.”

O operador discursivo introduz o que se considera a prova mais forte de que “Ele está num período
muito bom da vida”; no entanto, essa prova é apresentada como se fosse apenas mais uma.

- Generalização ou Amplificação: existem operadores que assinalam uma generalização ou uma


amplificação do que foi dito antes: de fato, realmente, como aliás, também, é verdade que.

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“O problema da erradicação da pobreza passa pela geração de empregos. De fato, só o crescimento
econômico leva ao aumento de renda da população.”

O conector introduz uma amplificação do que foi dito antes.

“Ele é um técnico retranqueiro, como aliás o são todos os que atualmente militam no nosso futebol.

O conector introduz uma generalização ao que foi afirmado: não “ele”, mas todos os técnicos do nosso
futebol são retranqueiros.

- Especificação ou Exemplificação: também há operadores que marcam uma especificação ou uma


exemplificação do que foi afirmado anteriormente: por exemplo, como.

“A violência não é um fenômeno que está disseminado apenas entre as camadas mais pobres da
população. Por exemplo, é crescente o número de jovens da classe média que estão envolvidos em toda
sorte de delitos, dos menos aos mais graves.”

Por exemplo assinala que o que vem a seguir especifica, exemplifica a afirmação de que a violência
não é um fenômeno adstrito aos membros das “camadas mais pobres da população”.

- Retificação ou Correção: há ainda os que indicam uma retificação, uma correção do que foi afirmado
antes: ou melhor, de fato, pelo contrário, ao contrário, isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras.
Exemplo:

“Vou-me casar neste final de semana. Ou melhor, vou passar a viver junto com minha namorada.”

O conector inicia um segmento que retifica o que foi dito antes.


Esses operadores servem também para marcar um esclarecimento, um desenvolvimento, uma
redefinição do conteúdo enunciado anteriormente. Exemplo:

“A última tentativa de proibir a propaganda de cigarros nas corridas de Fórmula 1 não vingou. De fato,
os interesses dos fabricantes mais uma vez prevaleceram sobre os da saúde.”

O conector introduz um esclarecimento sobre o que foi dito antes.


Servem ainda para assinalar uma atenuação ou um reforço do conteúdo de verdade de um enunciado.
Exemplo:

“Quando a atual oposição estava no comando do país, não fez o que exige hoje que o governo faça.
Ao contrário, suas políticas iam na direção contrária do que prega atualmente.

O conector introduz um argumento que reforça o que foi dito antes.

- Explicação: há operadores que desencadeiam uma explicação, uma confirmação, uma ilustração do
que foi afirmado antes: assim, desse modo, dessa maneira.

“O exército inimigo não desejava a paz. Assim, enquanto se processavam as negociações, atacou de
surpresa.”

O operador introduz uma confirmação do que foi afirmado antes.

Coesão por Justaposição

É a coesão que se estabelece com base na sequência dos enunciados, marcada ou não com
sequenciadores. Examinemos os principais sequenciadores.

- Sequenciadores Temporais: são os indicadores de anterioridade, concomitância ou posterioridade:


dois meses depois, uma semana antes, um pouco mais tarde, etc. (são utilizados predominantemente
nas narrações).

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“Uma semana antes de ser internado gravemente doente, ele esteve conosco. Estava alegre e cheio
de planos para o futuro.”

- Sequenciadores Espaciais: são os indicadores de posição relativa no espaço: à esquerda, à direita,


junto de, etc. (são usados principalmente nas descrições).

“A um lado, duas estatuetas de bronze dourado, representando o amor e a castidade, sustentam uma
cúpula oval de forma ligeira, donde se desdobram até o pavimento bambolins de cassa finíssima. (...) Do
outro lado, há uma lareira, não de fogo, que o dispensa nosso ameno clima fluminense, ainda na maior
força do inverno.”
José de Alencar. Senhora. São Paulo, FTD, 1992, p. 77.

- Sequenciadores de Ordem: são os que assinalam a ordem dos assuntos numa exposição:
primeiramente, em segunda, a seguir, finalmente, etc.

“Para mostrar os horrores da guerra, falarei, inicialmente, das agruras por que passam as populações
civis; em seguida, discorrerei sobre a vida dos soldados na frente de batalha; finalmente, exporei suas
consequências para a economia mundial e, portanto, para a vida cotidiana de todos os habitantes do
planeta.”

- Sequenciadores para Introdução: são os que, na conversação principalmente, servem para


introduzir um tema ou mudar de assunto: a propósito, por falar nisso, mas voltando ao assunto, fazendo
um parêntese, etc.

“Joaquim viveu sempre cercado do carinho de muitas pessoas. A propósito, era um homem que sabia
agradar às mulheres.”

- Operadores discursivos não explicitados: se o texto for construído sem marcadores de


sequenciação, o leitor deverá inferir, a partir da ordem dos enunciados, os operadores discursivos não
explicitados na superfície textual. Nesses casos, os lugares dos diferentes conectores estarão indicados,
na escrita, pelos sinais de pontuação: ponto-final, vírgula, ponto-e-vírgula, dois-pontos.

“A reforma política é indispensável. Sem a existência da fidelidade partidária, cada parlamentar vota
segundo seus interesses e não de acordo com um programa partidário. Assim, não há bases
governamentais sólidas.”

Esse texto contém três períodos. O segundo indica a causa de a reforma política ser indispensável.
Portanto o ponto-final do primeiro período está no lugar de um porque.

A língua tem um grande número de conectores e sequenciadores. Apresentamos os principais e


explicamos sua função. É preciso ficar atento aos fenômenos de coesão. Mostramos que o uso
inadequado dos conectores e a utilização inapropriada dos anafóricos ou catafóricos geram rupturas na
coesão, o que leva o texto a não ter sentido ou, pelo menos, a não ter o sentido desejado. Outra falha
comum no que tange a coesão é a falta de partes indispensáveis da oração ou do período. Analisemos
este exemplo:

“As empresas que anunciaram que apoiariam a campanha de combate à fome que foi lançada pelo
governo federal.”

O período compõe-se de:


- As empresas
- que anunciaram (oração subordinada adjetiva restritiva da primeira oração)
- que apoiariam a campanha de combate à fome (oração subordinada substantiva objetiva direta da
segunda oração)
- que foi lançada pelo governo federal (oração subordinada adjetiva restritiva da terceira oração).

Observe-se que falta o predicado da primeira oração. Quem escreveu o período começou a encadear
orações subordinadas e “esqueceu-se” de terminar a principal.

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Quebras de coesão desse tipo são mais comuns em períodos longos. No entanto, mesmo quando se
elaboram períodos curtos é preciso cuidar para que sejam sintaticamente completos e para que suas
partes estejam bem conectadas entre si.
Para que um conjunto de frases constitua um texto, não basta que elas estejam coesas: se não tiverem
unidade de sentido, mesmo que aparentemente organizadas, elas não passarão de um amontoado
injustificado. Exemplo:

“Vivo há muitos anos em São Paulo. A cidade tem excelentes restaurantes. Ela tem bairros muito
pobres. Também o Rio de Janeiro tem favelas.”

Todas as frases são coesas. O hiperônimo cidade retoma o substantivo São Paulo, estabelecendo
uma relação entre o segundo e o primeiro períodos. O pronome “ela” recupera a palavra cidade,
vinculando o terceiro ao segundo período. O operador também realiza uma conjunção argumentativa,
relacionando o quarto período ao terceiro. No entanto, esse conjunto não é um texto, pois não apresenta
unidade de sentido, isto é, não tem coerência. A coesão, portanto, é condição necessária, mas não
suficiente, para produzir um texto.

Questões

1. (Pref. De Teresina-PI – Professor – Português – NUCEPE/2016)

O quarto quadrinho do texto apresenta o conectivo mas, que normalmente opõe duas ideias contrárias.
Esse recurso linguístico como fator de textualidade realiza uma
a) coesão referencial.
b) coerência argumentativa.
c) coesão sequencial.
d) coerência narrativa.
e) contiguidade.

2. (Pref. De Teresina-PI – Professor – Português – NUCEPE/2016) A coerência e a coesão são


mecanismo da textualidade que se estabelecem no texto a partir da:
a) conectividade.
b) intencionalidade.
c) aceitabilidade.
d) intertextualidade.
e) informatividade.

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3. (TRE-PI – Analista Judiciário – Taquigrafia – CESPE/2016)

Na história em quadrinhos, a coesão e a coerência textuais são estabelecidas por meio


a) da retomada do termo “informação”, no último quadrinho.
b) da explicitação das formas existentes no mundo que, em tese, poderiam equivaler a vida.
c) do questionamento acerca do que vem a ser vida.
d) da resposta ao próprio questionamento do indivíduo do primeiro quadrinho.
e) das formas alfabéticas do segundo quadrinho.

4. (UFMS – Assistente em Administração – COPEVE-UFMS/2016)

Concurso marca 400 anos da morte de Shakespeare


Vídeos que melhor mostrarem a atualidade da obra do dramaturgo inglês serão premiados com
viagem ao Reino Unido e vale-presente

REDAÇÃO 5 de maio de 2016

Passados 400 anos da sua morte, por que William Shakespeare continua atual? É essa a pergunta
que embala o concurso cultural Shakespeare Hoje, promovido pelo British Council e parte da
programação “Shakespeare Lives”, que vem celebrando por meio de uma série de eventos, que se
estenderão ao longo do ano, os quatro séculos da morte do dramaturgo inglês.
Destinado a professores e alunos de escolas públicas e particulares de todo o Brasil, o concurso pede
para que os participantes produzam um vídeo que mostre a importância e atualidade da obra
shakespeariana.
As produções devem ter, no máximo, quatro minutos e podem ser feitas em grupos de até cinco alunos
que estejam cursando o Ensino Fundamental II ou Médio e com a coordenação de um professor.
O material deve abordar textos e personagens de Shakespeare e pode conter excertos de peças,
adaptações ou conteúdos autorais que sejam inspirados pela obra do autor.
Os melhores vídeos serão premiados com uma viagem para o Reino Unido e vales-presentes no valor
de 1 mil reais. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 28 de outubro.
(Disponível www.cartaeducacao.com.br/agenda/concurso-marca-400-anos-da-morte-de-shakespeare, em 06/05/2016)

Assinale a alternativa INCORRETA no que se refere à coesão e/ou à coerência do texto lido.
a) No estabelecimento de coesão lexical no texto, os nomes “vídeos”, “produções” e “material” são
empregados em relação de sinonímia.
b) No trecho “É essa a pergunta que embala o concurso cultural Shakespeare Hoje[...]” (1º parágrafo),
o pronome demonstrativo “essa” estabelece referência catafórica por se referir ao substantivo “pergunta”.
c) Em “Passados 400 anos da sua morte, por que William Shakespeare continua atual?” (1º parágrafo),
a sequência formada pela preposição “por” e pelo pronome interrogativo “que” pode ser substituída, sem
prejuízo de sentido, pela expressão “por qual motivo”.
d) Entre as marcas de coesão referencial do texto, está o uso dos pronomes “sua” em “Passados 400
anos da sua morte” e “essa” em “É essa a pergunta que embala o concurso”. (1º parágrafo)
e) Entre as marcas de coesão lexical do texto, está o uso de “autor” (penúltimo parágrafo) e
“dramaturgo inglês” (primeiro parágrafo) em referência a “William Shakespeare”. (1º parágrafo).

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5. (Pref. De Natal-RN – Psicólogo – IDECAN/2016)

Conheça Aris, que se divide entre socorrer e fotografar náufragos


Profissional da AFP diz que a experiência de documentar o sofrimento dos refugiados deixou-o mais
rígido com as próprias filhas.

O grego Aris Messinis é fotógrafo da agência AFP em Atenas. Cobriu guerras e os protestos da
Primavera Árabe. Nos últimos meses, tem se dedicado a registrar a onda de refugiados na Europa. Ele
conta em um blog da AFP, ilustrado com muitas fotos, como tem sido o trabalho na ilha de Lesbos, na
Grécia, onde milhares de refugiados pisam pela primeira vez em território europeu. Mais de 700.000
refugiados e imigrantes clandestinos já desembarcaram no litoral grego este ano. As autoridades locais
estão sendo acusadas de não dar apoio suficiente aos que chegam pelo mar, e há até a ameaça de
suspender o país do Acordo Schengen, que permite a livre circulação de pessoas entre os Estados-
membros.
Messinis diz que o mais chocante do seu trabalho é retratar, em território pacífico, pessoas que trazem
no rosto o sofrimento da guerra. “Só de saber que você não está em uma zona de guerra torna isso ainda
mais emocional. E muito mais doloroso”, diz Messinis. Numa guerra, o fotógrafo também corre perigo,
então, de certa forma, está em pé de igualdade com as pessoas que protagonizam as cenas que ele
documenta. Em Lesbos, não é assim. Ele está em absoluta segurança. As pessoas que chegam estão
lutando por suas vidas. Não são poucas as que morrem de hipotermia mesmo depois de pisar em terra
firme, por falta de atendimento médico.
Exatamente por causa dessa assimetria entre o fotojornalista e os protagonistas de suas fotos, muitas
vezes Messinis deixa a câmera de lado e põe-se a ajudá-los. Ele se impressiona e se preocupa muito
com os bebês que chegam nos botes. Obviamente, são os mais vulneráveis aos perigos da
travessia. Messinis fotografou os cadáveres de alguns deles nas pedras à beira-mar.
O fotógrafo grego diz que a experiência de ver o sofrimento das crianças refugiadas deixou-o mais
rígido com as próprias filhas. As maiores têm 9 e sete anos. A menor, 7 meses. Quando vê o que acontece
com as crianças que chegam nos botes, Messinis pensa em como suas filhas têm sorte de estarem vivas,
de terem onde morar e de viverem num país em paz. Elas não têm do que reclamar.
(Por: Diogo Schelp 04/12/2015. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/a-boa-e-velha-reportagem/conheca-aris-que-se-divide-entresocorrer-e-fotografar-
naufragos/.)

Na construção do texto, a coerência e a coesão são de fundamental importância para que sua
compreensão não seja comprometida. Alguns elementos são empregados de forma efetiva e explícita
com tal propósito. Nos trechos a seguir foram destacados alguns elementos cuja função anafórica
contribui para a coesão textual, com EXCEÇÃO de:
a) “[...] pessoas que trazem no rosto o sofrimento da guerra.” (2º§)
b) “Ele conta em um blog da AFP, ilustrado com muitas fotos [...]” (1º§)
c) “O fotógrafo grego diz que a experiência de ver o sofrimento [...]” (4º§)
d) “[...] onde milhares de refugiados pisam pela primeira vez em território europeu.” (1º§)

6. (Pref. De Niterói-RJ – Administrador – COSEAC/2016)

O Brasil é minha morada

1 Permita-me que lhes confesse que o Brasil é a minha morada. O meu teto quente, a minha sopa
fumegante. É casa da minha carne e do meu espírito. O alojamento provisório dos meus mortos. A caixa
mágica e inexplicável onde se abrigam e se consomem os dias essenciais da minha vida.
2 É a terra onde nascem as bananas da minha infância e as palavras do meu sempre precário
vocabulário. Neste país conheci emoções revestidas de opulenta carnalidade que nem sempre
transportavam no pescoço o sinete da advertência, justificativa lógica para sua existência.
3 Sem dúvida, o Brasil é o paraíso essencial da minha memória. O que a vida ali fez brotar com
abundância, excedeu ao que eu sabia. Pois cada lembrança brasileira corresponde à memória do mundo,
onde esteja o universo resguardado. Portanto, ao apresentar-me aqui como brasileira, automaticamente
sou romana, sou egípcia, sou hebraica. Sou todas as civilizações que aportaram neste acampamento
brasileiro.
4 Nesta terra, onde plantando-se nascem a traição, a sordidez, a banalidade, também afloram a
alegria, a ingenuidade, a esperança, a generosidade, atributos alimentados pelo feijão bem temperado, o
arroz soltinho, o bolo de milho, o bife acebolado, e tantos outros anjos feitos com gema de ovo, que deita
raízes no mundo árabe, no mundo luso.
Apostila gerada especialmente para: marcos aurelio corsini 073.080.399-60
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5 Deste país surgiram inesgotáveis sagas, narradores astutos, alegres mentirosos. Seres anônimos,
heróis de si mesmos, poetas dos sonhos e do sarcasmo, senhores de máscaras venezianas, africanas,
ora carnavalescas, ora mortuárias. Criaturas que, afinadas com a torpeza e as inquietudes do seu tempo,
acomodam-se esplêndidas à sombra da mangueira só pelo prazer de dedilhar as cordas da guitarra e do
coração.
6 Neste litoral, que foi berço de heróis, de marinheiros, onde os saveiros da imaginação cruzavam as
águas dos mares bravios em busca de peixes, de sereias e da proteção de Iemanjá, ali se instalaram
civilizações feitas das sobras de outras tantas culturas. Cada qual fincando hábitos, expressões, loucas
demências nos nossos peitos.
7 Este Brasil que critico, examino, amo, do qual nasceu Machado de Assis, cujo determinismo falhou
ao não prever a própria grandeza. Mas como poderia este mulato, este negro, este branco, esta alma
miscigenada, sempre pessimista e feroz, acatar uma existência que contrariava regras, previsões,
fatalidades? Como pôde ele, gênio das Américas, abraçar o Brasil, ser sua face, soçobrar com ele e
revivê-lo ao mesmo tempo?
8 Fomos portugueses, espanhóis e holandeses, até sermos brasileiros. Uma grei de etnias ávidas e
belas, atraída pelas aventuras terrestres e marítimas. Inventora, cada qual, de uma nação foragida da
realidade mesquinha, uma espécie de ficção compatível com uma fábula que nos habilite a frequentar
com desenvoltura o teatro da história.
(PIÑON, Nélida. Aprendiz de Homero. Rio de Janeiro: Editora Record, 2008, p. 241-243, fragmento.)

A leitura correta do texto indica que o elemento de coesão textual destacado em cada fragmento abaixo
está ERRONEAMENTE informado na opção:
a) “justificativa lógica para SUA existência.” (2º §) / “emoções revestidas de opulenta carnalidade”.
b) “O que a vida ALI fez brotar com abundância, excedeu ao que eu sabia.” (3º §) / “o Brasil é o paraíso
essencial da minha memória.”
c) “Criaturas que, afinadas com a torpeza e as inquietudes do SEU tempo, acomodam-se esplêndidas
à sombra da mangueira”. (5º §) / “Criaturas”.
d) “CUJO determinismo falhou ao não prever a própria grandeza.” (7º §) / “Este Brasil”.
e) “Como pôde ele, gênio das Américas, abraçar o Brasil, ser sua face, soçobrar com ele e revivê-LO
ao mesmo tempo?” (7º §) / “o Brasil”.

7. (COMPESA – Analista de Gestão – Administrador de Banco de Dados – FGV/2016) As opções


a seguir apresentam pensamentos em que os pronomes sublinhados estabelecem coesão com
elementos anteriores.
Assinale a frase em que esse referente anterior é uma oração.
a) “Um diplomata é um sujeito que pensa duas vezes antes de não dizer nada”.
b) “A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca”.
c) “Não existe assunto desinteressante, o que existe são pessoas desinteressadas”.
d) “A dúvida é uma margarida que jamais termina de se despetalar”.
e) “Se você pensa que não tem falhas, isso já é uma”.

8. (SEE-PE – Professor de Matemática – FGV/2016)


“O único consolo que sinto ao pensar na inevitabilidade da minha morte é o mesmo que se sente
quando o barco está em perigo: encontramo-nos todos na mesma situação.”
(Tolstói)

Alguns elementos do pensamento de Tolstói se referem a termos anteriores, o que dá coesão ao


texto. Assinale a opção em que o termo cujo referente anterior está indicado incorretamente.
a) “que sinto” / consolo.
b) “o mesmo” / consolo.
c) “que se sente” / consolo.
d) “todos” / nos.
e) “na mesma situação” / inevitabilidade da morte.

9. (Prefeitura de Maceió-AL – Assistente – Secretário Escolar – COPEVE-UFAL/2016)


O RISO POR ESCRITO - Grafias que expressam risos e gargalhadas na internet vão parar em
dicionário. Embora a comunicação virtual tenha evoluído muito nos últimos anos, agregando recursos de
áudio e vídeo, as formas verbais ainda predominam na internet. Até então, o registro verbal de risadas,
como “hahaha” ou “hihihi”, restringia-se às histórias em quadrinhos, que se valiam de onomatopeias e

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grafismos para dar cor e som às gargalhadas. Mas com a linguagem informal cada vez mais recorrente
em chats e e-mails, o que se viu foi uma explosão de risos por escrito nos ambientes virtuais. A ponto de
o dicionário britânico Oxford incluir algumas dessas siglas em seu léxico. [...]
Revista Língua Portuguesa n. 68. Mural – Curiosidades da linguagem. SP: Segmento, 2011, p. 61 (fragmento).

Nas construções restringia-se e se valiam, destacadas no texto, as ocorrências do pronome oblíquo


átono estabelecem a coesão textual, uma vez que se constituem referências, respectivamente, dos
seguintes termos:
a) “Até então” e “para dar cor e som”.
b) “Até então” e “histórias em quadrinhos”.
c) “hahaha” ou “hihihi” e “onomatopeias e grafismos”.
d) “registro verbal de risadas” e “histórias em quadrinhos”.
e) “registro verbal de risadas” e “cor e som às gargalhadas”.

10. (COMPESA – Analista de Gestão – FGV/2016) Em todas as frases a seguir há um pronome


pessoal sublinhado em função anafórica, ou seja, estabelecendo uma relação de coesão com um
referente anterior.

Assinale a opção que indica a frase em que a identificação do referente foi feita adequadamente.
a) “Hipótese é uma coisa que não é, mas a gente faz de conta que é, para ver como seria se ela fosse”.
/ coisa
b) “A última função da razão é reconhecer que há uma infinidade de coisas que a ultrapassam”. /
infinidade
c) “Uma pessoa inteligente resolve um problema, um sábio o previne”. / uma pessoa inteligente
d) “Fatos são o ar dos cientistas. Sem eles o cientista nunca poderia voar”. / o ar
e) “Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância que podemos solucioná-los”.
/ problemas

Respostas

1. (C)
Coesão Sequencial é aquela que se estabelece por meio de conectivos, cuja função é,
basicamente, ligar as frases e estabelecer uma relação de sentido entre elas.

2. (A)
A coerência ou conectividade conceitual é a relação que se estabelece entre as partes de um
texto, criando uma unidade de sentido.
A coesão, ou conectividade sequencial, é a ligação, o nexo que se estabelece entre as partes de
um texto, mesmo que não seja aparente.

3. (A)
A Senhora no quadrinho dá continuidade a "Tudo é apenas informação", e não responde "O que é a
'vida'?"

4. (B)
A) CORRETA: todos esses nomes se referem aos vídeos produzidos por professores e alunos de
escolas públicas e particulares sobre William Shakespeare (ver o 2° parágrafo).
B) ERRADA: “[...] por que William Shakespeare continua atual? É essa a pergunta que embala o
concurso cultural Shakespeare Hoje [...]” . “Essa” estabelece referência anafórica com a pergunta
destacada.
C) CORRETA.
D) CORRETA: “Passados 400 anos da sua morte, por que William Shakespeare continua atual? [...]”
(referência catafórica); “[...] por que William Shakespeare continua atual? É essa a pergunta que embala
o concurso cultural Shakespeare Hoje [...]” (referência anafórica).
E) CORRETA.

5. (C)
Pronomes relativos - são anafóricos;

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Conjunções - termos que ligam orações ou palavras do mesmo gênero - Jamais farão papel de
termos anafóricos.

6. (D)
Expressão referencial: cujo
Referente: Machado de Assis
Processo de Articulação: anáfora

7. (E)
a) “Um diplomata é um sujeito que pensa duas vezes antes de não dizer nada”. (ERRADO) o "QUE"
é Pronome Relativo (o qual) e refere-se a "sujeito".
b) “A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca”. (ERRADO) o LHE faz
referência a "a minha vontade", sendo objeto indireto.
c) “Não existe assunto desinteressante, o que existe são pessoas desinteressadas”. (ERRADO) o
"que" não faz referência a nenhum termo da oração anterior.
d) “A dúvida é uma margarida que jamais termina de se despetalar”. (ERRADO) Assim como na letra
A, o "QUE" é Pronome Relativo (a qual), referindo-se a "margarida"
e) “Se você pensa que não tem falhas, isso já é uma”. (CERTO) o ISSO faz referência a oração
anterior. ISSO é uma falha...isso o que? você pensar que não tem falhas.

8. (E)
Sinto que o único consolo é o mesmo que se sente.
Na mesma situação refere-se a barco em perigo.

9. (D)
Restringia-se refere-se ao "registro verbal de risadas" (você faz a pergunta: o que restringia-se?
resposta: o registro verbal de risadas.) e se valiam refere-se à "histórias em quadrinhos" (você faz a
pergunta: o que se valiam? resposta: histórias em quadrinhos.)

10. (E)
-> Referente: objeto de discurso que é ativado, mencionado ou reativado pela expressão referencial.
Toda expressão referencial vai ter obrigatoriamente um referente.
-> Expressão Referencial: expressão que faz referência a um termo, com o objetivo de não repetir
palavras no texto. Não é obrigatório ser um pronome mas é a forma mais comum que aparece.
Cada item apresenta uma palavra ou expressão após a respectiva frase como sendo o referente a
que o pronome se refere, devemos julgar então se esse referente apontado no fim da frase foi indicado
corretamente pela alternativa.
a) Expressão referencial: ela
Referente: hipótese
Processo de Articulação: anáfora
b) Expressão referencial: a
Referente: razão
Processo de Articulação: anáfora
c) Expressão referencial: o
Referente: problema
Processo de Articulação: anáfora
d) Expressão referencial: eles
Referente: fatos
Processo de Articulação: anáfora
e) GABARITO
Expressão referencial: los
Referente: problemas
Processo de Articulação: anáfora

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Identificação de efeitos de ironia ou humor em textos variados.

Efeitos de Ironia em Textos

A ironia é um instrumento de literatura ou de retórica que consiste em dizer o contrário daquilo que se
pensa, deixando entender uma distância intencional entre aquilo que dizemos e aquilo que realmente
pensamos. Na Literatura, a ironia é a arte de gozar com alguém ou de alguma coisa, com vista a obter
uma reação do leitor, ouvinte ou interlocutor.
Ela pode ser utilizada, entre outras formas, com o objetivo de denunciar, de criticar ou de censurar
algo. Para tal, o locutor descreve a realidade com termos aparentemente valorizantes, mas com a
finalidade de desvalorizar. A ironia convida o leitor ou o ouvinte, a ser ativo durante a leitura, para refletir
sobre o tema e escolher uma determinada posição.
A maior parte das teorias de retórica distingue três tipos de ironia: oral, dramática e de situação.

- A ironia oral é a disparidade entre a expressão e a intenção: quando um locutor diz uma coisa, mas
pretende expressar outra, ou então quando um significado literal é contrário para atingir o efeito desejado.

- A ironia dramática (ou sátira) é a disparidade entre a expressão e a compreensão/cognição: quando


uma palavra ou uma ação põe uma questão em jogo e a plateia entende o significado da situação, mas
a personagem não.

- A ironia de situação é a disparidade existente entre a intenção e o resultado: quando o resultado de


uma ação é contrário ao desejo ou efeito esperado. Da mesma maneira, a ironia infinita é a disparidade
entre o desejo humano e as duras realidades do mundo externo.

Exemplo:
__Você está intolerante hoje.
__Não diga, meu amor!

É também um estilo de linguagem caracterizado por subverter o símbolo que, a princípio, representa.
A ironia utiliza-se como uma forma de linguagem pré-estabelecida para, a partir e de dentro dela, contestá-
la. Foi utilizada por Sócrates, na Grécia Antiga, como ferramenta para fazer os seus interlocutures
entrarem em contradição, no seu método socrático.

Leia este trecho escrito por Murilo Mendes:

“Uma moça nossa vizinha dedilhava admiravelmente mal ao piano alguns estudos de Litz”.

Observe que a expressão “admiravelmente” é exatamente o oposto do adjetivo posterior “mal”,


deixando bastante clara a presença da ironia ou antífrase, figura de linguagem que expressa um sentido
contrário ao significado habitual.

Segundo Pires, existem três tipos de ironia:

- asteísmo: quando louva;

- sarcasmo: quando zomba;

- antífrase: quando engrandece ideias funestas, erradas, fora de propósito e quando se faz uso
carinhoso de termos ofensivos.

Veja exemplos na literatura:

“Moça linda bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta: um amor!” (Mário de Andrade)

“A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças”. (Monteiro Lobato)

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Exemplo em textos falados:

“Quem foi o inteligente que usou o computador e apagou tudo o que estava gravado?”

“Essa cômoda está tão limpinha que dá para escrever com o dedo.”

“João é tão experto que travou o carro com a chave dentro.”

O contexto é de fundamental importância para a compreensão da ironia, pois, inserindo a situação


onde a fala foi produzida e a entonação do falante, determinamos em que sentido as palavras estão
empregadas. Veja estes exemplos:

“Olá, Carlos. Como você está em forma!”

“Meus parabéns pelo seu belo serviço!”

As duas frases só podem ser compreendidas ironicamente se a entonação da voz se der nas palavras
“forma” e “belo”. Entretanto, isso não seria necessário se inseríssemos essas afirmações nos seguintes
contextos:

Frase 1 – Carlos está pesando atualmente 140 quilos.


Frase 2 – O funcionário elogiado é um segurança que dormiu em serviço e, por isso, não viu o meliante
que roubou todo o dinheiro da empresa.

Não seria necessário inserir o contexto na frase 1, se a reformularmos da seguinte maneira:

“Olá, Carlos! Como você está em forma… de baleia!”

Portanto, definimos como ironia a figura de linguagem que afirma o contrário do que se quer dizer.
São avaliadas diversas situações onde a ironia se apresenta nas suas mais variadas formas, buscando
apontar as melhores direções para o uso da mesma e quando se deve evitar a utilização dela. Os
resultados obtidos nessa avaliação não são de caráter totalmente conclusivo, sua função real é
apresentar um panorama sobre a adequação do uso desta figura semântica. É necessário também
ressaltar que como base para essa análise foi utilizado apenas material teórico, ou seja, sem nenhuma
experiência prática. Por fim busca-se mostrar que a ironia é uma “arma” que se utilizada de uma maneira
inteligente possui um grande valor. Jornalismo, Literatura, Política e até mesmo em cenas cotidianas
como conversas entre amigos ou no trabalho a ironia se faz presente muitas vezes.

Definir essa figura semântica nos leva a percorrer diversos caminhos, pois se trata de algo com
múltiplas faces e consequentemente com várias teorias e linhas de pensamentos.

Além da velha definição de ironia que é dizer uma coisa e dar a entender o contrário pode-se também
a definir de outras maneiras como, por exemplo, a busca por dizer algo que venha a instigar uma série
de interpretações subversivas sobre o que foi dito.

Ter domínio do bom senso e alguma noção sobre ética é importante para ser irônico sem ser ofensivo,
para ser “escrachado” e mesmo assim ser inteligente, para usar essa ferramenta como algo enriquecedor
no contexto determinado.

O fato de ser irônico gera muitas controvérsias, certo descontentamento, normalmente ligado a
dificuldade de entendimento dessa figura linguística, o que nos remete a outras questões como raciocínio
lógico, senso de humor e mente aberta.

A ironia realmente está quase que totalmente interligada com o humor, dentre as várias formas do
mesmo, até pode-se dizer que é preciso certo refinamento de humor para entender grande parte das
questões onde se emprega elementos irônicos.

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Outra questão importante a ser ressaltada é o fato do domínio de contexto/situação para que possa
haver uma melhor compreensão da ideia que se está tentando passar ao se expressar ironicamente,
havendo isso ocorre uma facilitação maior que vai possibilitar uma melhor interação entre todas as partes.

A ironia é definida por muitos teóricos como a figura de linguagem mais interessante que existe, tanto
pelo seu caráter ousado e desafiador, mas também pela grande possibilidade de enriquecimento da fala
e escrita. Seu uso feito de forma adequada possui uma tendência muito forte de ser o diferencial do
trabalho ou situação, sempre tendo em vista todas essas questões contextuais e as consequências de
empregar corretamente esse elemento linguístico. Por se tratar de um elemento linguístico com uma
enorme possibilidade de uso nas mais variadas formas, compreender um pouco das questões do
surgimento da ironia e das relações desta com as situações onde é empregada, se torna fundamental,
não só para uma melhor compreensão, mas também para uma melhor utilização que, assim, terá uma
maior tendência de ser melhor absorvida pela outra(s) parte(s) do diálogo.

A ironia pode ser considerada o elemento de linguagem mais provocador que existe. Seu uso na
maioria das vezes visa mesmo fazer uso dessas provocações geradas por essa figura linguística. Por
isso mesmo é necessário muito cuidado ao ser irônico, pois a compreensão por parte de todos depende
primeiramente da forma com que a ironia é passada. A observação bem feita do contexto/situação onde
está ocorrendo a atividade é mais do que importante, é fundamental, caso contrário o tiro pode sair pela
culatra, a arma poderosa pode ter efeito contrário e colocar por água abaixo uma série de questões
relevantes. Então, ter um domínio mesmo que mínimo desses fatos pode ser suficiente para uma
utilização “correta” e sem maiores perigos. Bom senso também é algo totalmente relevante dentro dessas
questões.

Provocante, ousada, pra muitos até irritante. Esses são alguns dos muitos adjetivos que são dados a
ironia, sendo que essa é realmente algo muito complicado de se obter uma definição final, não só pela
sua amplitude, mas também pela sua versatilidade.

Questões

01. (Pref. De Matozinhos/MG – Advogado – FUMARC/2016)

O grande paradoxo das redes sociais virtuais


Por Vinicius Pereira Colares em 12/02/2016 na edição 889

1º.§ Existe uma contradição inerente ao uso de mídias digitais. Essa afirmação comprova-se,
principalmente, quando a ligamos ao smartphones. Ninguém usaria o celular por tanto tempo se não
acreditasse de verdade nos benefícios dele. Poupar tempo, ser mais produtivo e ter acesso à informação
em qualquer lugar são alguns dos aspectos positivos citados, geralmente.
2º. § Ao mesmo tempo, é cada vez mais comum ouvir relatos, quando estes são sinceros, de donos
de smartphones que se sentem frustrados com o tempo empreendido nas redes sociais ou em outros
aplicativos inúteis. Na tentativa de 4 controlar sua rotina (e imagem), o indivíduo, em sua
contemporaneidade, é cada vez mais vulnerável.
3º. § Desde 2007, com o lançamento do primeiro aparelho celular com um sistema operacional próprio
totalmente touch-screen (o primeiro iPhone da Apple), os hábitos mudaram. E mudam-se os hábitos,
sabe-se, mudam-se as pessoas.
4º. § A psicóloga e socióloga do MIT (Massachusetts Institute of Technology), Sherry Turkle, analisou
a possibilidade de um novo tipo de comunicação estar surgindo com as novas tecnologias.
5º. § As amizades nesse cenário, por exemplo, mudaram. Hoje “a arte da amizade”, diz Turkle, virou
a arte de saber dividir a atenção de alguém constantemente – com o smartphone, por exemplo. Quem
nunca passou por uma situação parecida, de encontrar-se falando consigo mesmo, que atire a primeira
pedra.
6º. § É a possibilidade de repensar um ato que faz com que, normalmente, um indivíduo não repita um
erro. Para alcançar esse tipo de reflexão, porém, é preciso estar sozinho. Não é uma regra, mas é sozinho
que o sujeito consegue ponderar sua existência individual e, respectivamente, perceber a independência
daqueles que o cercam. As relações através das redes sociais impossibilitam, de certa forma, que tudo
isso aconteça.
7º. § O termo fight over text – que significa mais ou menos “briga por mensagem de texto” – é
extremamente ilustrativo para pensar esse aspecto. Um exemplo usado por Turkle: Adam teve uma
Apostila gerada especialmente para: marcos aurelio corsini 073.080.399-60
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discussão séria com sua namorada. Ou melhor, teve uma fight over text. Em uma situação onde ele seria
tomado por um surto de pânico, Adam resolve mandar – e esse é o exemplo que a autora dá – uma foto
de seu próprio pé (risos?) para a namorada. Isso alivia a situação e tudo acaba bem.
8º. § Essa possibilidade de esconder vulnerabilidades explica, de certa forma, o crescimento de
aplicativos como o Snapchat (e suas mensagens “fantasmas”) e o Instagram. Nessas redes sociais, o
Adam de Turkle é sempre o Adam que quer ser. Não é por um acaso que o Facetime, aplicativo da Apple
onde os envolvidos conversam por vídeo, não deu tão certo quanto o esperado. 5
9º. § As mídias digitais e as redes sociais estão movimentando uma quantidade cada vez maior de
pesquisas em torno de suas problemáticas. Termos como Fomo (Fear Of Missing Out – algo equivalente
a “medo de perder algo”) estão tentando explicar o que está por trás do desenvolvimento de aplicativos e
dispositivos.
10º. § Em Stanford, por exemplo, foi criado o Persuasive Technology Lab (Laboratório de Tecnologia
da Persuasão). São estudados nesse centro, por exemplo, os mecanismos que causam essa espécie de
“dependência” por parte do usuário das redes sociais. Os resultados desses estudos acabam gerando
mais aplicativos de persistent routine (rotina persistente, quase um pleonasmo) ou behavioral loop
(comportamento repetitivo), que integram-se à nossa rotina e, na maioria dos casos, não são produtivos
– e sim, distrativos.
11º. § O Instagram talvez venha a ser o melhor exemplo, definido como um produto habit-forming (ou
criador de hábito). É comum conhecer pessoas que, ao acordar, assumem abrir o aplicativo antes mesmo
de sair da cama. Isso se torna, em curto e médio prazo, o equivalente a despertar toda manhã e puxar a
alavanca de uma máquina de apostas em um cassino.
12º. § Essa incapacidade de controlar os próprios hábitos implica geralmente na falta de capacidade
de controlar as próprias emoções. E são esses indivíduos que tentam, com o uso das redes sociais,
apropriar-se de uma imagem idealizada e controlar (ou contrariar) os atos do próximo.
13º. § Existem maneiras de tentar mudar isso. Deixar o smartphone longe da mesa enquanto faz uma
refeição ou sair de casa sem o celular no bolso, por exemplo. Mas a melhor e mais valiosa dica é de
Sherry Turkle: leia (ou releia) Walden, de Henry David Thoreau.
http://observatoriodaimprensa.com.br/e-noticias/o-grande-paradoxo-das-redes-sociaisvirtuais/ [adaptado]

As aspas sinalizam ironia em:

a) Hoje “a arte da amizade”, diz Turkle, virou a arte de saber dividir a atenção de alguém
constantemente – com o smartphone, por exemplo.
b) O termo fight over text – que significa mais ou menos “briga por mensagem de texto” – é
extremamente ilustrativo para pensar esse aspecto.
c) São estudados nesse centro, por exemplo, os mecanismos que causam essa espécie de
“dependência” por parte do usuário das redes sociais.
d) Termos como Fomo (Fear Of Missing Out – algo equivalente a “medo de perder algo”) estão
tentando explicar o que está por trás do desenvolvimento de aplicativos e dispositivos.

02. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV/2016)

Texto 2 – No começo era o pé

Sim, no começo era o pé. Se está provado, por descobertas arqueológicas, que há sete mil anos estes
brasis já eram habitados, pensai nestas legiões e legiões de pés que palmilharam nosso território. E
pensai nestes passos, primeiro sem destinos, machados de pedra abrindo as iniciais picadas na floresta.
E nos pés dos que subiam às rochas distantes, já feitos pedra também, e nos que se enfeitaram de penas
e receberam as primeiras botas dos conquistadores e as primeiras sandálias dos pregadores; pés
barrentos, nus, ou enrolados de panos dos caminheiros, pés sobre-humanos dos bandeirantes que
alargaram um império, quase sempre arrastando passos e mais passos em chãos desconhecidos, dos
marinheiros dos barcos primitivos e dos que subiram aos mastros das grandes naus. Depois o Brasil se
fez sedentário numa parte de seu povo. Houve os pés descalços que carregaram os pés calçados, pelas
estradas. A moleza das sinhazinhas de pequeninos pés redondos, quase dispensáveis pela falta de
exercício. E depois das cadeirinhas, das carruagens, das redes carregadas por escravos, as primeiras
grandes estradas já com postos de montaria organizados, o pedágio de vinténs estabelecido já no século
XVIII. Mas além da abertura dos portos, depois da primeira etapa da industrialização, com os navios a
vapor, as estradas de ferro, o pé de sete milênios da terra do Brasil ainda faz seu caminho.
(Dinah Silveira de Queiroz)

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“...o pedágio de vinténs estabelecido já no século XVIII"; o termo “já" é o que se denomina modalizador,
ou seja, através dele o autor do texto manifesta uma opinião sobre o assunto abordado.

Nesse caso, falando do pedágio, a autora do texto 2 nos diz que o considera:

a) uma medida tomada fora de época, pois não havia estradas dignas desse nome;
b) um instrumento injusto de cobrança;
c) um processo demonstrativo de progresso e organização;
d) uma cobrança enriquecedora da elite dominante;
e) uma ironia, diante do atraso do país nos transportes.

03. (Pref. De Itaquitinga/PE – Psicólogo – IDHTEC/2016)

O texto:
a) Revela humor e crítica social ao quebrar padrões preestabelecidos sobre o matrimônio.
b) Mostra uma quebra de expectativa entre o início do texto e o que vem entre parênteses. Também
há ironia, já que o tuiteiro declara o contrário do que inicialmente deixou transparecer.
c) Tem a proposta de ironizar os valores cultivados pela sociedade e faz isso estabelecendo uma
relação intrínseca entre posturas contrárias de acordo com o ambiente em que o autor está.
d) Abusa dos recursos expressivos mais comuns, incluindo o emprego de letras minúsculas para
infantilizar a mensagem contida ao declarar-se incapaz de cozinhar bem.
e) Faz emprego do jogo fonético para confundir o leitor do twitter que só ao final da leitura é capaz de
encontrar relações de sentido e referências fora da realidade virtual.

Respostas

01. Resposta A

02. Resposta C
É uma questão de compreensão de texto, pois a resposta está inserida no texto ("as primeiras grandes
estradas já com postos de montaria organizados, o pedágio de vinténs estabelecido já no século XVIII.").
Muito cuidado com esta questão, porque a banca colocou várias alternativas (B, D e E) que destacam os
contextos econômico, político e estrutural atuais do Brasil, causadores de muitas revoltas e opiniões
polêmicas em todos nós. Isso pode nos levar a raciocinar e interpretar de forma subjetiva sobre a questão
e errar.
Sendo um texto feito pelo Ministério do Transporte, óbvio que a intenção é mostrar o pedágio do ponto-
de-vista do Estado, ou seja, como sendo algo voltado ao progresso e à organização.

03. Resposta B

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Reconhecimento de efeitos de sentido decorrentes do uso de pontuação, da
exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos, de campos
semânticos e de outras notações.

Pontuação

Para a elaboração de um texto escrito deve-se considerar o uso adequado dos sinais gráficos como:
espaços, pontos, vírgula, ponto e vírgula, dois pontos, travessão, parênteses, reticências, aspas e etc.
Tais sinais têm papéis variados no texto escrito e, se utilizados corretamente, facilitam a compreensão
e entendimento do texto.

Vírgula

1. Aplicação da Vírgula

A vírgula marca uma breve pausa e é obrigatória nos seguintes casos:

1° Inversão de Termos
Exemplo: Ontem, à medida que eles corrigiam as questões, eu me preocupava com o resultado da
prova.

2° Intercalações de Termos
Exemplo: A distância, que tudo apaga, há de me fazer esquecê-lo.

3° Inspeção de Simples Juízo


Exemplo: “Esse homem é suspeito”, dizia a vizinhança.

4° Enumerações
- sem gradação: Coleciono livros, revistas, jornais, discos.2
- com gradação: Não compreendo o ciúme, a saudade, a dor da despedida.3

5° Vocativos, Apostos
- vocativos: Queridos ouvintes, nossa programação passará por pequenas mudanças.
- apostos: É aqui, nesta querida escola, que nos encontramos.

6° Omissões de Termos
- elipse: A praça deserta, ninguém àquela hora na rua. (Omitiu-se o verbo “estava” após o vocábulo
“ninguém”, ou seja, ocorreu elipse do verbo estava)
- zeugma: Na classe, alguns alunos são interessados; outros, (são) relapsos. (Supressão do verbo
“são” antes do vocábulo “relapsos”)

7° Termos Repetidos
Exemplo: Nada, nada há de me derrotar.

8° Sequência de Adjuntos Adverbiais


Exemplo: Saíram do museu, ontem, por voltas das 17h.

2. Vírgula Proibida

Não se separa por vírgula:


- sujeito de predicado;
- objeto de verbo;
- adjunto adnominal de nome;
- complemento nominal de nome;

2
Retirado de: SCHOCAIR, Nelson Maia. Gramática Moderna da Língua Portuguesa: Teoria e prática. 6ª ed. Rio de janeiro, 2012, p.488.
3
Retirado de: SCHOCAIR, Nelson Maia. Gramática Moderna da Língua Portuguesa: Teoria e prática. 6ª ed. Rio de janeiro, 2012, p.488.

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- oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na
ordem inversa).

Dois Pontos

Usos dos Dois Pontos

- Antes de enumerações.
Exemplo: Compre três frutas hoje: maçã, uva e laranja.

- Iniciando citações.
Exemplo: “Segundo o folclórico Vicente Mateus: ‘Quem está na chuva é para se queimar’”4.

- Antes de orações que explicam o enunciado anterior


Exemplo: Não foi explicado o que deveríamos fazer: o que nos deixa insatisfeitos.

- Depois de verbos que introduzem a fala.


Exemplo: “(...) e disse: aqui não podemos ficar!”

Ponto e Vírgula

Usos do Ponto e Vírgula


Este sinal gráfico é utilizado para anunciar pausas mais fortes, para separar orações adversativas
(enfatizando o contraste de ideias) e para separar os itens de enunciados.
Exemplos:

Os dois rapazes estavam desesperados por dinheiro; Ernesto não tinha dinheiro nem crédito. (pausa
longa)

Sonhava em comprar todos os sapatos da loja; comprei, porém, apenas um par. (separação da oração
adversativa na qual a conjunção - porém - aparece no meio da oração)

Enumeração com explicitação - Comprei alguns livros: de matemática, para estudar para o concurso;
um romance, para me distrair nas horas vagas; e um dicionário, para enriquecer meu vocabulário.

Enumeração com ponto e vírgula, mas sem vírgula, para marcar distribuição - Comprei os produtos no
supermercado: farinha para um bolo; tomates para o molho; e pão para o café da manhã.

Parênteses

Usos dos Parênteses

- Isolar datas.
Exemplo: Refiro-me aos soldados da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

- Isolar siglas.
Exemplo: A taxa de desemprego subiu para 5,3% da população economicamente ativa (PEA)...

- Isolar explicações ou retificações


Exemplo: Eu expliquei uma vez (ou duas vezes) o motivo de minha preocupação.

Reticências

Aplicação das Reticências

- Indicam a interrupção de uma frase, deixando-a com sentido incompleto.


Exemplo: Não consegui falar com a Laura... Quem sabe se eu ligar mais tarde...

4
Retirado de: SCHOCAIR, Nelson Maia. Gramática Moderna da Língua Portuguesa: Teoria e prática. 6ª ed. Rio de janeiro, 2012, p.488.

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- Sugerem prolongamento de ideias.
Exemplo: “Sua tez, alva e pura como um floco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-
rosa...” (José de Alencar)

- Indicam dúvida ou hesitação.


Exemplo: Não sei... Acho que... Não quero ir hoje.

- Indicam omissão de palavras ou frases no período.


Exemplo: “Se o lindo semblante não se impregnasse constantemente, (...) ninguém veria nela a
verdadeira fisionomia de Aurélia, e sim a máscara de alguma profunda decepção.” (José de Alencar)

Travessão

Usos do Travessão

- Nos diálogos, para marcar a fala das personagens.


Exemplo: As meninas gritaram: - Venham nos buscar!

- No meio de sentenças, para dar ênfase em informações.


Exemplo: O garçom - creio que já lhe falei - está muito bem no novo serviço - é o que ouvi dizer.

Ponto de Exclamação

Usos do Ponto de Exclamação

- Após vocativos.
Exemplo: Vem, Fabiano!

- Após imperativos.
Exemplo: Corram!

- Após interjeição.
Exemplos: Ai! / Ufa!

- Após expressões ou frases de caráter emocional.


Exemplo: Quantas pessoas!

Aspas

Aplicação das Aspas

- Isolam termos distantes da norma culta, como gírias, neologismos, arcaísmos, expressões populares
entre outros.
Exemplo: Eles tocaram “flashback”, “tipo assim” anos 70 e 80. Foi um verdadeiro “show”.

- Delimitam transcrições ou citações textuais


Exemplo: Segundo Rui Barbosa: “A política afina o espírito.”

- Isolam estrangeirismos.
Exemplo: Os restaurantes “fast food” têm reinado na cidade.

Ponto

- indicar o final de uma frase declarativa: Lembro-me muito bem dele.


- separar períodos entre si: Fica comigo. Não vá embora.
- nas abreviaturas: Av.; V. Ex.ª

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Ponto de Interrogação

- Em perguntas diretas: Como você se chama?


- Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação: Quem ganhou na loteria? Você. Eu?!

Parágrafo

Constitui cada uma das secções de frases de um escritor; começa por letra maiúscula, um pouco além
do ponto em que começam as outras linhas.

Colchetes

Utilizados na linguagem científica.

Asterisco

Empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota (observação).

Barra

Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.

Hífen

Usado para ligar elementos de palavras compostas e para unir pronomes átonos a verbos. Exemplo:
guarda-roupa

Questões

1. (IF-TO – Auditor – IFTO/2016) Marque a alternativa em que a ausência de vírgula não altera o
sentido do enunciado.
a) O professor espera um, sim.
b) Recebo, obrigada.
c) Não, vá ao estacionamento do campus.
d) Não, quero abandonar minha funções no trabalho.
e) Hoje, podem ser adquiridas as impressoras licitadas.

2. (MPE-GO – Secretário Auxiliar – MPE-GO/2016) Assinale a alternativa correta quanto ao uso da


pontuação.
a) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser uma extensão de nossa personalidade.
b) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua, são as principais causas da ira de trânsito.
c) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas.
d) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque você está junto; com os outros motoristas
cujos comportamentos, são desconhecidos.
e) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas circunstâncias, ceder à frustração para que a
raiva seja aliviada.

3. (SEGEP-MA – Analista Ambiental – FCC/2016) A frase escrita com correção é:


a) Humberto de Campos, jornalista, critico, contista, e memorialista nasceu, em Miritiba, hoje Humberto
de Campos no Maranhão, em 1886, e falesceu, no Rio de Janeiro em 1934.
b) O escritor Humberto de Campos, em 1933, publicou o livro que veio à ser considerado, o mais
celebre de sua obra: Memórias, crônica dos começos de sua vida.
c) Em 1912, Humberto de Campos, transferiu-se para o Rio de Janeiro, e entrou para O Imparcial, na
fase em que ali encontrava-se um grupo de eximios escritores.
d) De infância pobre e orfão de pai aos seis anos; Humberto de Campos, começou a trabalhar cedo
no comércio, como meio de subsistencia.
e) Humberto de Campos publicou seu primeiro livro em 1910, a coletânea de versos intitulada Poeira;
em 1920, já membro da Academia Brasileira de Letras, foi eleito deputado federal pelo Maranhão.

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4. (SEGEP-MA – Analista Ambiental – Pedagogo – FCC/2016)
A maioria das pessoas pensa que vai se aposentar cedo e desfrutar da vida, mas um estudo sugere
que estamos fadados a nos aposentar cada vez mais tarde se quisermos manter um padrão de vida
razoável.
Em 2009, pesquisadores publicaram um estudo na revista Lancet e afirmaram que metade das
pessoas nascidas após o ano 2000 vai viver mais de 100 anos e três quartos vão comemorar seus 75
anos.
Até 2007 acreditávamos que a expectativa de vida das pessoas não passaria de 85 anos. Foi quando
os japoneses ultrapassaram a expectativa para 86 anos. Na verdade, a expectativa de vida nos países
desenvolvidos sobe linearmente desde 1840, indicando que ainda não atingimos um limite para o tempo
de vida máximo para um ser humano.
No início do século XX, as melhorias no controle das doenças infecciosas promoveram um aumento
na sobrevida dos humanos, principalmente das crianças. E, depois da Segunda Guerra Mundial, os
avanços da medicina no tratamento das enfermidades cardiovasculares e do câncer promoveram um
ganho para os adultos. Em 1950, a chance de alguém sobreviver dos 80 aos 90 anos era de 10%;
atualmente excede os 50%.
O que agora vai promover uma sobrevida mais longa e com mais qualidade será a mudança de hábitos.
A Dinamarca era em 1950 um dos países com a mais longa expectativa de vida. Porém, em 1980 havia
despencado para a 20a posição, devido ao tabagismo.
O controle da ingestão de sal e açúcar, e a redução dos vícios como cigarro e álcool, além de atividade
física, vão determinar uma nova onda do aumento de expectativa de vida. A própria qualidade de vida,
medida por anos de saúde plena, deve mudar para melhor nas próximas décadas.
O próximo problema a ser enfrentado é a falta de dinheiro para as últimas décadas de vida: estamos
nos aposentando muito cedo e o que juntamos não será o suficiente. Precisamos guardar 10% do salário
anual e nos aposentar aos 80 anos para que a independência econômica acompanhe a independência
física na aposentadoria.
Os pesquisadores propõem que a idade de aposentadoria seja alongada e que os sexagenários
mudem seu raciocínio: em vez de pensar na aposentadoria, que passem a mirar uma promoção.
(Adaptado de: TUMA, Rogério. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/revista/911/o-contribuinte-secular)

Atente para as afirmações abaixo.


I. Sem prejuízo para a correção, o sinal de dois-pontos pode ser substituído por “visto que”, precedido
de vírgula, em: O próximo problema a ser enfrentado é a falta de dinheiro para as últimas décadas de
vida: estamos nos aposentando muito cedo e o que juntamos não será o suficiente. (7o parágrafo)
II. No segmento A própria qualidade de vida, medida por anos de saúde plena, deve mudar para
melhor..., as vírgulas podem ser corretamente substituídas por travessões. (6o parágrafo)
III. Haverá prejuízo para a correção caso uma vírgula seja colocada imediatamente após “alongada”
no segmento: Os pesquisadores propõem que a idade de aposentadoria seja alongada e que os
sexagenários mudem seu raciocínio... (último parágrafo)

Está correto o que se afirma APENAS em:


a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II.
e) I.

5. (EBSERH – Técnico em Enfermagem (HUAP-UFF) – IBFC/2016)


Texto
Setenta anos, por que não?

Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente a
considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de
certa forma uma desgraceira que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença
crônica de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
[...]
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50 anos, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto
à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas
flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à

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cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de
quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os
netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler,
ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com alguma
nova amiga.
[...]
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo
todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os
eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras
e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com
a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou
recuperar a “beleza”. A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa
acreditar em alguma coisa.
(LUFT, Lya. In: http://veja.abril.com.br. Acesso em 18/09/16)

As aspas empregadas em “dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a “beleza” ” (3º§)
permitem a leitura de uma crítica à ideia de que:
a) cada idade tem sua beleza própria
b) a beleza só está associada à juventude
c) a beleza interior deve valer mais do que a exterior
d) o conceito de beleza é subjetivo, bastante relativo
e) trabalhando a mente, o corpo fica belo

6. (TCM-RJ – Técnico de Controle Externo – IBFC/2016) Assinale a alternativa cuja frase está
corretamente pontuada.
a) O bolo que estava sobre a mesa, sumiu.
b) Ele, apressadamente se retirou, quando ouviu um barulho estranho.
c) Confessou-lhe tudo; ciúme, ódio, inveja.
d) Paulo pretende cursar Medicina; Márcia, Odontologia.

7. (MPE-GO – Secretário Auxiliar – MPE-GO/2016) O período abaixo foi escrito por Machado de
Assis em seu Conto de Escola. A alternativa que apresenta a pontuação de acordo com a norma culta é:
a) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria
a um meio que lhe pareceu útil: para escapar ao castigo do pai.
b) Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria
a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai.
c) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que o Raimundo não o tendo aprendido, recorria a
um meio que lhe pareceu útil: para escapar ao castigo do pai.
d) Compreende-se que o ponto da lição era difícil e que, o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria;
a um meio que, lhe pareceu útil, para escapar ao castigo do pai.
e) Compreende-se que: o ponto da lição era difícil e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria;
a um meio que lhe pareceu útil: para escapar ao castigo do pai.

8. (MPE-GO – Secretário Auxiliar – MPE-GO/2016)


TEXTO I
Das vantagens de ser bobo

— O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar no mundo.
— O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não
faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."
— Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio
da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a ideia.
— O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem.
— Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos,
e estes os veem como simples pessoas humanas.
— O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver
— O bobo parece nunca ter tido vez. No entanto, muitas vezes o bobo é um Dostoievski.
— Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido
para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente

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sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo
sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era a de que o aparelho estava
tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro.
— Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar
tranquilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado.
— O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo nem nota que venceu.
— Aviso: não confundir bobos com burros.
— Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. E uma das tristezas que o
bobo não prevê. César terminou dizendo a frase célebre: “Até tu, Brutus?"
— Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!
— Os bobos, com suas palhaçadas, devem estar todos no céu.
_ Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.
— O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos
— Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é dificilão, é difícil. Por isso é que os espertos
não conseguem passar por bobos.
— Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham vida.
— Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que
saibam que eles sabem.
— Piá lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo,
com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita o ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!
— Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas.
— E quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca. E que só o bobo é capaz de
excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
(Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.)

“O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos.” A assertiva que
apresenta análise correta em relação ao parágrafo transcrito é:
a) Há três adjetivos em função predicativa.
b) Fazer foi usado como verbo impessoal.
c) O verbo haver está na terceira pessoa do singular porque é impessoal.
d) A forma verbal fazem concorda com o pronome relativo que.
e) A oração que se fazem passar por bobos deveria estar precedida de vírgula porque explica o termo
espertos.

9. (IFN-MG – Psicólogo - FUNDEP (Gestão de Concursos) /2016)

A importância da família estruturada

Um levantamento do Ministério Público de São Paulo traz um dado revelador: dois terços dos jovens
infratores da capital paulista fazem parte de famílias que não têm um pai dentro de casa. Além de não
viverem com o pai, 42% não têm contato algum com ele e 37% têm parentes com antecedentes criminais.
Ajudam a engrossar essas estatísticas os garotos Waldik Gabriel, de 11 anos, morto em Cidade
Tiradentes, Zona Leste de São Paulo, depois de fugir da Guarda Civil Metropolitana, e Italo, de 10 anos,
envolvido em três ocorrências de roubo só em 2016, morto pela Polícia Militar no início de junho, depois
de furtar um carro na Zona Sul da cidade. O pai de Waldik é caminhoneiro e não vivia com a mãe. O de
Italo está preso por tráfico. A mãe já cumpriu pena por furto e roubo.
É certo que um pai presente e próximo ao filho faz diferença. Mas, mais que a figura masculina
propriamente dita, faz falta uma família estruturada, independentemente da configuração, que dê atenção,
carinho, apoio, noções de continência e limite, elementos que protegem os jovens em fase de
desenvolvimento.
A mãe e a avó, nessa família brasileira que cresce cada vez mais matriarcal, desdobram-se para tentar
cumprir esses requisitos e preencher as lacunas, mas são “atropeladas” pela rotina dura. Muitas vezes,
não têm tempo, energia, dinheiro e voz para lidar com esses garotos e garotas que crescem na rua, longe
da escola, em bairros sem equipamentos de esporte e cultura, próximos de amigos e parentes que podem
estar envolvidos com o crime.
A criança precisa ter muita autoestima e persistência para buscar nesse horizonte nebuloso um projeto
de vida. Sem apoio emocional, sem uma escola que estimule seu potencial, sem ter o que fazer com seu
tempo livre, sem enxergar uma luz no fim do túnel, ela fica muito mais perto da droga, do tráfico, do delito,
da violência e da gestação na adolescência. É nessa mesma família, sem pai à vista, de baixa renda,

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longe da sala de aula, nas periferias, que pipocam os quase 15% das jovens que são mães na
adolescência, taxa alarmante que resiste a baixar nas regiões mais carentes.
E o que acontece com essa menina que engravida porque enxerga na maternidade um papel social,
uma forma de justificar sua existência no mundo? Iludidas com a perspectiva de estabilizar um
relacionamento (a família estruturada que não têm?), elas ficam, usualmente, sozinhas, ainda mais
distantes da escola e de seu projeto de vida. O pai da criança some no mundo, e são elas que arcam com
o ônus do filho, sobrecarregando um lar que já vivia no limite. Segue-se um ciclo que parece não ter fim.
Sem políticas públicas que foquem nessa família mais vulnerável, no apoio emocional e social para
esses jovens, em uma escola mais atraente, em projetos de vida, em alternativas de lazer, a realidade
diária na vida desses jovens continuará a ser a gravidez na adolescência, a violência e a criminalidade.
BOUER, Jairo. A importância da família estruturada. 11 jul. 2016. Época. Disponível em: Acesso em: 19 jul. 2016 (Adapt.)

Releia o trecho a seguir.


A mãe e a avó, nessa família brasileira que cresce cada vez mais matriarcal, desdobram-se para tentar
cumprir esses requisitos e preencher as lacunas, mas são “atropeladas” pela rotina dura.
Em relação ao uso das aspas nesse trecho, assinale a alternativa CORRETA.
a) Relativizam um conceito.
b) Marcam uma transcrição.
c) Sinalizam ironia por parte do autor.
d) Destacam uma pausa no texto.

10. (SEGEP-MA – Analista Ambiental – Pedagogo – FCC/2016)


Será que a internet está a matar a democracia? Vyacheslav W. Polonski, um acadêmico da
Universidade de Oxford, faz essa pergunta na revista Newsweek. E oferece argumentos a respeito que
desaguam em águas tenebrosas.
A internet oferece palco político para os mais motivados (e despreparados). Antigamente, o cidadão
revoltado podia ter as suas opiniões sobre os assuntos do mundo. Mas, tirando o boteco, ou o bairro, ou
até o jornal do bairro, essas opiniões nasciam e morriam no anonimato.
Hoje, é possível arregimentar dezenas, ou centenas, ou milhares de "seguidores" que rapidamente
espalham a mensagem por dezenas, ou centenas, ou milhares de novos "seguidores". Quanto mais
radical a mensagem, maior será o sucesso cibernauta.
Mas a internet não é apenas um paraíso para os politicamente motivados (e despreparados). Ela tende
a radicalizar qualquer opinião sobre qualquer assunto.
A ideia de que as redes sociais são uma espécie de "ágora moderna", onde existem discussões mais
flexíveis e pluralistas, não passa de uma fantasia. A internet não cria debate. Ela cria trincheiras entre
exércitos inimigos.
(Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2016/08/1801611)

Atente para as afirmações abaixo a respeito do 1o parágrafo do texto.


I. O ponto de interrogação pode ser excluído, sem prejuízo para a correção e o sentido, por se tratar
de pergunta retórica.
II. As vírgulas isolam o aposto.
III. Na última frase do parágrafo, o pronome “que” retoma "argumentos".
IV. No contexto, o verbo “desaguar” está empregado em sentido figurado.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I e II.
b) II, III e IV.
c) II e III.
d) I e IV.
Respostas

1. (E)
a) O professor espera um, sim. O PROF. ESTA ESPERANDO UM ALGO, QUANDO TIRO A VIRGULA
ELE FICA ''ESPERANDO UM SIM''.
b) Recebo, obrigada. A PESSOA RECEBE E DIZ OBRIGADO, QUANDO TIRO A VIRGULA ELE
PASSA A RECEBER É UM OBRIGADO.
c) Não, vá ao estacionamento do campus. ''VÁ AO ESTACIONAMENTO'', QUANDO TIRO A VIRGULA
PASSA A ''NÃO VÁ AO ESTACIONAME...''

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d) Não, quero abandonar minha funções no trabalho. EU QUERO ABANDONAR, QUANDO TIRO A
VIRGULA FICA NEGADO ''NÃO QUERO...''
Todas mudaram de sentido, menos a última.

2. (E)
Conferindo as demais:
a) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser uma extensão de nossa personalidade.
NÃO SE SEPARA SUJEITO DO PREDICADO POR VÍRGULA.
b) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua, são as principais causas da ira de trânsito.
NÃO SE SEPARA SUJEITO DO PREDICADO POR VÍRGULA.
c) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar os níveis de estresse em alguns motoristas.
NÃO SE SEPARA POR VÍRGULA VERBO DE SEU COMPLEMENTO (no caso 'ocasionar' sendo
VTD e acidentes OD)
d) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque você está junto; com os outros motoristas
cujos comportamentos, são desconhecidos.
** NÃO SE SEPARA POR VÍRGULA VERBO DE SEU COMPLEMENTO
e) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas circunstâncias, ceder à frustração para
que a raiva seja aliviada. (Correta)

3. (E)
a) Humberto de Campos, jornalista, critico, contista, e memorialista nasceu, em Miritiba, hoje Humberto
de Campos no Maranhão, em 1886, e FALECEU, no Rio de Janeiro em 1934.
b) O escritor Humberto de Campos, em 1933, publicou o livro que veio à ser considerado, o mais
celebre de sua obra: Memórias, crônica DO COMEÇO de sua vida.
c) Em 1912, Humberto de Campos, transferiu-se para o Rio de Janeiro, e entrou para O Imparcial, na
fase em que ali encontrava-se um grupo de exÍmios escritores.
d) De infância pobre e orfão de pai aos seis anos; Humberto de Campos, começou a trabalhar cedo
no comércio, como meio de subsistÊncia.

4. (A)
I. Correto. O próximo problema a ser enfrentado é a falta de dinheiro para as últimas décadas de
vida, visto que estamos nos aposentando muito cedo e o que juntamos não será o suficiente.
II. Correto. No segmento A própria qualidade de vida - medida por anos de saúde plena - deve
mudar para melhor...
III. NÃO Haverá prejuízo para a correção. Os pesquisadores (sujeito) propõem que a idade de
aposentadoria seja alongada, e que os sexagenários (sujeito) mudem seu raciocínio...

5. (B)
Esta é a ideia a qual a autora se mostra contrária, a de que não há beleza ou felicidade depois da
juventude.

6. (D)
a) A vírgula não pode separar o sujeito (o bolo...) do verbo (sumiu). Incorreta.
b) Há vírgula entre o sujeito (ele) e o verbo (retirou). Incorreta.
c) O ponto e vírgula está separando um aposto explicativo, quando na verdade deveria haver um sinal
de dois-pontos.
d) Essa é a vírgula que marca termo omitido (Zeugma).
Paulo pretende cursar Medicina; Márcia, Odontologia. (pretende cursar)

7. (B)
A alternativa A tem dois pontos que não deveriam aparecer na oração.

8. (C)
a) Errada. Há apenas um adjetivo em função de predicativo do sujeito, que é o termo "simpático".
Repare que está qualificando o sujeito "Bobo" e se relacionam através de um verbo de ligação.
"O bobo (sujeito) é (verbo de ligação) sempre tão simpático (predicativo do sujeito)
b) Errada. O verbo não foi usado de forma impessoal pois é possível achar seu agente. Quem se faz
passar por bobos? Os espertos.
c) Gabarito. Sem comentários. Perfeita. Está no presente do indicativo na terceira pessoa do singular.

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d) Errada. A forma verbal "fazem" concorda com "espertos".
e) Errada. A frase está perfeita, em ordem direta e não caberia vírgula nesse trecho.

9. (A)
O palavra "atropelar" foi colocada entre aspas para que o interlocutor conceitue de forma conotativa,
ou seja, um conceito diferente. Nesse caso, o termo "atropelar" foi usado no sentido de não conseguirem
por causa da rotina dura.
Exemplo: Levei um "bolo" no encontro com aquela mulher - Aqui o termo "bolo" não está no seu sentido
denotativo, está com conceito diferente, de que não cumpriram com o compromisso.

10. (B)
Item I = ERRADO.
Caso o ponto de interrogação for excluído, a frase (Será que a internet está a matar a democracia?)
perde o caráter de pergunta, de reflexão e passa a ser uma afirmação. A correção vai se prejudicar.
Item II = CERTO. As vírgulas isolam o aposto.
Aposto é um termo que se junta a outro de valor substantivo ou pronominal para explicá-lo ou
especificá-lo melhor. Vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou travessão.
O aposto se revela na seguinte passagem: Vyacheslav W. Polonski, um acadêmico da Universidade
de Oxford, faz essa pergunta na revista Newsweek.
Item III = CERTO. Na última frase do parágrafo, o pronome “que” retoma "argumentos".
A finalidade do pronome relativo é evitar a repetição do termo antecedente na oração em que ocorre.
Item IV = CERTO. No contexto, o verbo “desaguar” está empregado em sentido figurado.
Desaguar = Drenar, Enxugar, Lançar as águas em (falando do curso dos rios).

Ortografia

A palavra ortografia é formada pelos elementos gregos orto “correto” e grafia “escrita” sendo a escrita
correta das palavras da língua portuguesa, obedecendo a uma combinação de critérios etimológicos
(ligados à origem das palavras) e fonológicos (ligados aos fonemas representados).
Somente a intimidade com a palavra escrita, é que acaba trazendo a memorização da grafia correta.
Deve-se também criar o hábito de consultar constantemente um dicionário.

Alfabeto

O alfabeto passou a ser formado por 26 letras. As letras “k”, “w” e “y” não eram consideradas integrantes
do alfabeto (agora são). Essas letras são usadas em unidades de medida, nomes próprios, palavras
estrangeiras e outras palavras em geral. Exemplos: km, kg, watt, playground, William, Kafka, kafkiano.

Vogais: a, e, i, o, u, y, w.
Consoantes: b,c,d,f,g,h,j,k,l,m,n,p,q,r,s,t,v,w,x,z.
Alfabeto: a,b,c,d,e,f,g,h,i,j,k,l,m,n,o,p,q,r,s,t,u,v,w,x,y,z.

Observações:

A letra “Y” possui o mesmo som que a letra “I”, portanto, ela é classificada como vogal.

A letra “K” possui o mesmo som que o “C” e o “QU” nas palavras, assim, é considerada consoante.
Exemplo: Kuait / Kiwi.

Já a letra “W” pode ser considerada vogal ou consoante, dependendo da palavra em questão, veja os
exemplos:

No nome próprio Wagner o “W” possui o som de “V”, logo, é classificado como consoante.

Já no vocábulo “web” o “W” possui o som de “U”, classificando-se, portanto, como vogal.

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Emprego da letra H

Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético; conservou-se apenas como símbolo, por
força da etimologia e da tradição escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta palavra vem do latim
hodie.
Emprega-se o H:
- Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia, hesitar, haurir, etc.
- Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh e nh: chave, boliche, telha, flecha companhia, etc.
- Final e inicial, em certas interjeições: ah!, ih!, hem?, hum!, etc.
- Algumas palavras iniciadas com a letra H: hálito, harmonia, hangar, hábil, hemorragia, hemisfério,
heliporto, hematoma, hífen, hilaridade, hipocondria, hipótese, hipocrisia, homenagear, hera, húmus;
- Sem h, porém, os derivados baiano, baianinha, baião, baianada, etc.

Não se usa H:
- No início de alguns vocábulos em que o h, embora etimológico, foi eliminado por se tratar de palavras
que entraram na língua por via popular, como é o caso de erva, inverno, e Espanha, respectivamente do
latim, herba, hibernus e Hispania. Os derivados eruditos, entretanto, grafam-se com h: herbívoro,
herbicida, hispânico, hibernal, hibernar, etc.

Emprego das letras E, I, O e U

Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i/, /o/ e /u/ nem sempre é nítida. É principalmente
desse fato que nascem as dúvidas quando se escrevem palavras como quase, intitular, mágoa, bulir, etc.,
em que ocorrem aquelas vogais.

Escrevem-se com a letra E

- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –uar: continue, habitue, pontue, etc.
- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –oar: abençoe, magoe, perdoe, etc.
- As palavras formadas com o prefixo ante– (antes, anterior): antebraço, antecipar, antedatar,
antediluviano, antevéspera, etc.
- Os seguintes vocábulos: Arrepiar, Cadeado, Candeeiro, Cemitério, Confete, Creolina, Cumeeira,
Desperdício, Destilar, Disenteria, Empecilho, Encarnar, Indígena, Irrequieto, Lacrimogêneo, Mexerico,
Mimeógrafo, Orquídea, Peru, Quase, Quepe, Senão, Sequer, Seriema, Seringa, Umedecer.

Emprega-se a letra I

- Na sílaba final de formas dos verbos terminados em –air/–oer /–uir: cai, corrói, diminuir, influi, possui,
retribui, sai, etc.
- Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra): antiaéreo, Anticristo, antitetânico, antiestético, etc.
- Nos seguintes vocábulos: aborígine, açoriano, artifício, artimanha, camoniano, Casimiro, chefiar,
cimento, crânio, criar, criador, criação, crioulo, digladiar, displicente, erisipela, escárnio, feminino, Filipe,
frontispício, Ifigênia, inclinar, incinerar, inigualável, invólucro, lajiano, lampião, pátio, penicilina,
pontiagudo, privilégio, requisito, Sicília (ilha), silvícola, siri, terebintina, Tibiriçá, Virgílio.

Grafam-se com a letra O


abolir, banto, boate, bolacha, boletim, botequim, bússola, chover, cobiça, concorrência, costume, engolir,
goela, mágoa, mocambo, moela, moleque, mosquito, névoa, nódoa, óbolo, ocorrência, rebotalho,
Romênia, tribo.

Grafam-se com a letra U


bulir, burburinho, camundongo, chuviscar, cumbuca, cúpula, curtume, cutucar, entupir, íngua, jabuti,
jabuticaba, lóbulo, Manuel, mutuca, rebuliço, tábua, tabuada, tonitruante, trégua, urtiga.

Parônimos: Registramos alguns parônimos que se diferenciam pela oposição das vogais /e/ e /i/, /o/ e
/u/. Fixemos a grafia e o significado dos seguintes:

área = superfície
ária = melodia, cantiga

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arrear = pôr arreios, enfeitar
arriar = abaixar, pôr no chão, cair
comprido = longo
cumprido = particípio de cumprir
comprimento = extensão
cumprimento = saudação, ato de cumprir
costear = navegar ou passar junto à costa
custear = pagar as custas, financiar
deferir = conceder, atender
diferir = ser diferente, divergir
delatar = denunciar
dilatar = distender, aumentar
descrição = ato de descrever
discrição = qualidade de quem é discreto
emergir = vir à tona
imergir = mergulhar
emigrar = sair do país
imigrar = entrar num país estranho
emigrante = que ou quem emigra
imigrante = que ou quem imigra
eminente = elevado, ilustre
iminente = que ameaça acontecer
recrear = divertir
recriar = criar novamente
soar = emitir som, ecoar, repercutir
suar = expelir suor pelos poros, transpirar
sortir = abastecer
surtir = produzir (efeito ou resultado)
sortido = abastecido, bem provido, variado
surtido = produzido, causado
vadear = atravessar (rio) por onde dá pé, passar a vau
vadiar = viver na vadiagem, vagabundear, levar vida de vadio

Emprego das letras G e J

Para representar o fonema /j/ existem duas letras; g e j. Grafa-se este ou aquele signo não de modo
arbitrário, mas de acordo com a origem da palavra. Exemplos: gesso (do grego gypsos), jeito (do latim
jactu) e jipe (do inglês jeep).

Escrevem-se com G

- Os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem: garagem, massagem, viagem, origem, vertigem,
ferrugem, lanugem. Exceção: pajem
- As palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: contágio, estágio, egrégio, prodígio, relógio,
refúgio.
- Palavras derivadas de outras que se grafam com g: massagista (de massagem), vertiginoso (de
vertigem), ferruginoso (de ferrugem), engessar (de gesso), faringite (de faringe), selvageria (de
selvagem), etc.
- Os seguintes vocábulos: algema, angico, apogeu, auge, estrangeiro, gengiva, gesto, gibi, gilete, ginete,
gíria, giz, hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, sugestão, tangerina, tigela.

Escrevem-se com J

- Palavras derivadas de outras terminadas em –já: laranja (laranjeira), loja (lojista, lojeca), granja
(granjeiro, granjense), gorja (gorjeta, gorjeio), lisonja (lisonjear, lisonjeiro), sarja (sarjeta), cereja
(cerejeira).
- Todas as formas da conjugação dos verbos terminados em –jar ou –jear: arranjar (arranje), despejar
(despejei), gorjear (gorjeia), viajar (viajei, viajem) – (viagem é substantivo).

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- Vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j: laje (lajedo), nojo (nojento), jeito (jeitoso, enjeitar,
projeção, rejeitar, sujeito, trajeto, trejeito).
- Palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-guarani) ou africana: canjerê, canjica, jenipapo,
jequitibá, jerimum, jiboia, jiló, jirau, pajé, etc.
- As seguintes palavras: alfanje, alforje, berinjela, cafajeste, cerejeira, intrujice, jeca, jegue, Jeremias,
Jericó, Jerônimo, jérsei, jiu-jítsu, majestade, majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza, pegajento,
rijeza, sabujice, sujeira, traje, ultraje, varejista.
- Atenção: Moji, palavra de origem indígena, deve ser escrita com J. Por tradição algumas cidades de
São Paulo adotam a grafia com G, como as cidades de Mogi das Cruzes e Mogi-Mirim.

Representação do fonema /S/

O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por:

- C, Ç: acetinado, açafrão, almaço, anoitecer, censura, cimento, dança, dançar, contorção, exceção,
endereço, Iguaçu, maçarico, maçaroca, maço, maciço, miçanga, muçulmano, muçurana, paçoca, pança,
pinça, Suíça, suíço, vicissitude.
- S: ânsia, ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado, descansar, descanso, diversão, excursão, farsa,
ganso, hortênsia, pretensão, pretensioso, propensão, remorso, sebo, tenso, utensílio.
- SS: acesso, acessório, acessível, assar, asseio, assinar, carrossel, cassino, concessão, discussão,
escassez, escasso, essencial, expressão, fracasso, impressão, massa, massagista, missão, necessário,
obsessão, opressão, pêssego, procissão, profissão, profissional, ressurreição, sessenta, sossegar,
sossego, submissão, sucessivo.
- SC, SÇ: acréscimo, adolescente, ascensão, consciência, consciente, crescer, cresço, descer, desço,
desça, disciplina, discípulo, discernir, fascinar, florescer, imprescindível, néscio, oscilar, piscina,
ressuscitar, seiscentos, suscetível, suscetibilidade, suscitar, víscera.
- X: aproximar, auxiliar, auxílio, máximo, próximo, proximidade, trouxe, trouxer, trouxeram, etc.
- XC: exceção, excedente, exceder, excelência, excelente, excelso, excêntrico, excepcional, excesso,
excessivo, exceto, excitar, etc.

Homônimos

acento = inflexão da voz, sinal gráfico


assento = lugar para sentar-se
acético = referente ao ácido acético (vinagre)
ascético = referente ao ascetismo, místico
cesta = utensílio de vime ou outro material
sexta = ordinal referente a seis
círio = grande vela de cera
sírio = natural da Síria
cismo = pensão
sismo = terremoto
empoçar = formar poça
empossar = dar posse a
incipiente = principiante
insipiente = ignorante
intercessão = ato de interceder
interseção = ponto em que duas linhas se cruzam
ruço = pardacento
russo = natural da Rússia

Emprego de S com valor de Z

- Adjetivos com os sufixos –oso, -osa: gostoso, gostosa, gracioso, graciosa, teimoso, teimosa, etc.
- Adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa: português, portuguesa, inglês, inglesa, milanês, milanesa,
etc.
- Substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa: burguês, burguesa, burgueses, camponês,
camponesa, camponeses, freguês, freguesa, fregueses, etc.

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- Verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s: analisar (de análise), apresar (de presa),
atrasar (de atrás), extasiar (de êxtase), extravasar (de vaso), alisar (de liso), etc.
- Formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados: pus, pusemos, compôs, impuser, quis, quiseram,
etc.
- Os seguintes nomes próprios de pessoas: Avis, Baltasar, Brás, Eliseu, Garcês, Heloísa, Inês, Isabel,
Isaura, Luís, Luísa, Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás, Valdês.
- Os seguintes vocábulos e seus cognatos: aliás, anis, arnês, ás, ases, através, avisar, besouro, colisão,
convés, cortês, cortesia, defesa, despesa, empresa, esplêndido, espontâneo, evasiva, fase, frase,
freguesia, fusível, gás, Goiás, groselha, heresia, hesitar, manganês, mês, mesada, obséquio, obus,
paisagem, país, paraíso, pêsames, pesquisa, presa, presépio, presídio, querosene, raposa, represa,
requisito, rês, reses, retrós, revés, surpresa, tesoura, tesouro, três, usina, vasilha, vaselina, vigésimo,
visita.

Emprego da letra Z

- Os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito,
avezita, etc.
- Os derivados de palavras cujo radical termina em –z: cruzeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar (de
vazio), etc.
- Os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cognatas: fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização,
etc.
- Substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e denotando qualidade física ou moral: pobreza
(de pobre), limpeza (de limpo), frieza (de frio), etc.
- As seguintes palavras: azar, azeite, azáfama, azedo, amizade, aprazível, baliza, buzinar, bazar, chafariz,
cicatriz, ojeriza, prezar, prezado, proeza, vazar, vizinho, xadrez.

Sufixo –ÊS e –EZ

- O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes substantivos) derivados de substantivos concretos:
montês (de monte), cortês (de corte), burguês (de burgo), montanhês (de montanha), francês (de França),
chinês (de China), etc.
- O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos: aridez (de árido), acidez
(de ácido), rapidez (de rápido), estupidez (de estúpido), mudez (de mudo) avidez (de ávido) palidez (de
pálido) lucidez (de lúcido), etc.

Sufixo –ESA e –EZA

Usa-se –esa (com s):


- Nos seguintes substantivos cognatos de verbos terminados em –ender: defesa (defender), presa
(prender), despesa (despender), represa (prender), empresa (empreender), surpresa (surpreender), etc.
- Nos substantivos femininos designativos de títulos nobiliárquicos: baronesa, dogesa, duquesa,
marquesa, princesa, consulesa, prioresa, etc.
- Nas formas femininas dos adjetivos terminados em –ês: burguesa (de burguês), francesa (de francês),
camponesa (de camponês), milanesa (de milanês), holandesa (de holandês), etc.
- Nas seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa, lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa,
toesa, turquesa, etc.

Usa-se –eza (com z):


- Nos substantivos femininos abstratos derivados de adjetivos e denotando qualidades, estado, condição:
beleza (de belo), franqueza (de franco), pobreza (de pobre), leveza (de leve), etc.

Verbos terminados em –ISAR e –IZAR

Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes correspondentes termina em –s. Se o radical não
terminar em –s, grafa-se –izar (com z): avisar (aviso + ar), analisar (análise + ar), alisar (a + liso + ar),
bisar (bis + ar), catalisar (catálise + ar), improvisar (improviso + ar), paralisar (paralisia + ar), pesquisar
(pesquisa + ar), pisar, repisar (piso + ar), frisar (friso + ar), grisar (gris + ar), anarquizar (anarquia + izar),
civilizar (civil + izar), canalizar (canal + izar), amenizar (ameno + izar), colonizar (colono + izar), vulgarizar

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(vulgar + izar), motorizar (motor + izar), escravizar (escravo + izar), cicatrizar (cicatriz + izar), deslizar
(deslize + izar), matizar (matiz + izar).

Emprego do X

- Esta letra representa os seguintes fonemas:


Ch – xarope, enxofre, vexame, etc.
CS – sexo, látex, léxico, tóxico, etc.
Z – exame, exílio, êxodo, etc.
SS – auxílio, máximo, próximo, etc.
S – sexto, texto, expectativa, extensão, etc.

- Não soa nos grupos internos –xce- e –xci-: exceção, exceder, excelente, excelso, excêntrico, excessivo,
excitar, inexcedível, etc.
- Grafam-se com x e não com s: expectativa, experiente, expiar, expirar, expoente, êxtase, extasiado,
extrair, fênix, texto, etc.
- Escreve-se x e não ch:
Em geral, depois de ditongo: caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo, etc. Excetuam-se
caucho e os derivados cauchal, recauchutar e recauchutagem.
Geralmente, depois da sílaba inicial en-: enxada, enxame, enxamear, enxaguar, enxaqueca, enxergar,
enxerto, enxoval, enxugar, enxurrada, enxuto, etc. Excepcionalmente, grafam-se com ch: encharcar (de
charco), encher e seus derivados (enchente, preencher), enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim,
toda vez que se trata do prefixo en- + palavra iniciada por ch.
Em vocábulos de origem indígena ou africana: abacaxi, xavante, caxambu, caxinguelê, orixá, maxixe, etc.
Nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer, mexerico, puxar,
rixa, oxalá, praxe, vexame, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, xampu.

Emprego do dígrafo CH

Escreve-se com ch, entre outros os seguintes vocábulos: bucha, charque, charrua, chavena, chimarrão,
chuchu, cochilo, fachada, ficha, flecha, mecha, mochila, pechincha, tocha.

Homônimos

Bucho = estômago
Buxo = espécie de arbusto
Cocha = recipiente de madeira
Coxa = capenga, manco
Tacha = mancha, defeito; pequeno prego; prego de cabeça larga e chata, caldeira.
Taxa = imposto, preço de serviço público, conta, tarifa
Chá = planta da família das teáceas; infusão de folhas do chá ou de outras plantas
Xá = título do soberano da Pérsia (atual Irã)
Cheque = ordem de pagamento
Xeque = no jogo de xadrez, lance em que o rei é atacado por uma peça adversária

Consoantes dobradas

- Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoantes C, R, S.


- Escreve-se com CC ou CÇ quando as duas consoantes soam distintamente: convicção, occipital,
cocção, fricção, friccionar, facção, sucção, etc.
- Duplicam-se o R e o S em dois casos: Quando, intervocálicos, representam os fonemas /r/ forte e /s/
sibilante, respectivamente: carro, ferro, pêssego, missão, etc. Quando a um elemento de composição
terminado em vogal seguir, sem interposição do hífen, palavra começada com /r/ ou /s/: arroxeado,
correlação, pressupor, bissemanal, girassol, minissaia, etc.

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Emprego do Porquê

Orações Interrogativas
(pode ser substituído por: Exemplo:
por qual motivo, por qual Por que devemos nos preocupar com o meio ambiente?
razão)
Por Que
Exemplo:
Equivalendo a “pelo qual” Os motivos por que não respondeu são desconhecidos.
Exemplos:
Você ainda tem coragem de perguntar por quê?
Final de frases e seguidos
Por Quê Você não vai? Por quê?
de pontuação
Não sei por quê!
Exemplos:
Conjunção que indica
A situação agravou-se porque ninguém reclamou.
explicação ou causa
Porque Ninguém mais o espera, porque ele sempre se atrasa.
Conjunção de Finalidade –
Exemplos:
equivale a “para que”, “a
Não julgues porque não te julguem.
fim de que”.
Função de substantivo –
Exemplos:
vem acompanhado de
Não é fácil encontrar o porquê de toda confusão.
Porquê artigo ou pronome
Dê-me um porquê de sua saída.

1. Por que (pergunta)


2. Porque (resposta)
3. Por quê (fim de frase: motivo)
4. O Porquê (substantivo)

Questões

01. (Prefeitura de Piraúba – MG - Oficial de Serviço Público - MS CONCURSOS/2017)


Marque a alternativa onde todas as palavras estão grafadas corretamente:
(A) Xícara / regua / somente.
(B) Táxi / biquíni / pajé.
(C) Pézinhos / sábio / espontâneo.
(D) Cafézinho / sonâmbulo / nódoa.

02. IF-CE - Tradutor e Intérprete de Libras – IF-CE/2017 - Adaptado) Assim como “açúcar”, escrevem-
se com ç:
(A) asper...ão, preten...ão, men...ão.
(B) disten...ão, geringon...a, judia...ão.
(C) indiscri...ão, deten...ão, obse...ão.
(D) pa...oca, exten...ão, reivindica...ão.
(E) absten...ão, exce...ão, un...ão.

03. (Prefeitura de São José do Cerrito – SC - Técnica em Enfermagem - Posto de Saúde -


IESES/2017) Assinale V para as proposições verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, assinale a
alternativa que contenha a ordem correta das respostas.
( ) Assim como “intenção”, também se escreve com “ç” a palavra isenção.
( ) Assim como “necessários”, também se escreve com “ss" a palavra “vassalo”.
( ) Assim como “adesões”, também se escreve com “s” a palavra “gurisada”.
( ) Assim como “três”, também se escreve com “s” a palavra “atrás”.
(A) V – V – F – V
(B) F – F – V – F
(C) F – V – V – F
(D) V – F – F – V

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04. (Prefeitura de Lauro Muller – SC - Auxiliar Administrativo - Instituto Excelência/2017) Assinale
a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente com a letra em negrito S:
(A) analisar- casebre—catalisador- alisar.
(B) magresa- certesa-molesa- aterrorisar.
(C) proesa - enraisado- catequisar- duresa.
(D) Nenhuma das alternativas.

05. (IFC - Auxiliar administrativo - IFC). Assinale a opção em que todas as palavras são vocábulos de
sentidos iguais ou aproximados:
(A) Escopo; Intento; Mira; Tronco.
(B) Adiado; Adiantado; Delongado; Moroso.
(C) Dúctil; Madeira; Lenha; Brando.
(D) Branco; Níveo; Cândido; Alvo.
(E) Tangerina; Bergamota; Jambo; Mexerica.

06. (TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 - VUNESP)


Que mexer o esqueleto é bom para a saúde já virou até sabedoria popular. Agora, estudo levanta
hipóteses sobre ........................ praticar atividade física..........................benefícios para a totalidade do
corpo. Os resultados podem levar a novas terapias para reabilitar músculos contundidos ou mesmo para
.......................... e restaurar a perda muscular que ocorre com o avanço da idade.
(Ciência Hoje, março de 2012)

As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:


(A) porque … trás … previnir
(B) porque … traz … previnir
(C) porquê … tras … previnir
(D) por que … traz … prevenir
(E) por quê … tráz … prevenir

07. (TJ-MG) Técnico Judiciário - Analista de Recursos Humanos

Como o rei de um país chuvoso

(1) Um espectro ronda o mundo atual: o espectro do tédio. Ele se manifesta de (2) diversas maneiras.
Algumas de suas vítimas invadem o “shopping Center” e, (3) empunhando um cartão de crédito,
comprometem o futuro do marido ou da mulher (4) e dos filhos. A maioria opta por ficar horas diante da
TV, assistindo a “reality (5) shows”, os quais, por razões que me escapam, tornam interessante para seu
(6) público a vida comum de estranhos, ou seja, algo idêntico à própria rotina considerada vazia,
claustrofóbica.
(8) O mal ataca hoje em dia faixas etárias que, uma ou duas gerações atrás, (9) julgávamos naturalmente
imunizadas a seu contágio. Crianças sempre foram (10) capazes de se divertir umas com as outras ou
até sozinhas. Dotadas de cérebros (11) que, como esponjas, tudo absorvem e de um ambiente, qualquer
um, no qual tudo (12) é novo, tudo é infinito, nunca lhes faltam informação e dados a processar. Elas (13)
não precisam ser entretidas pelos adultos, pois o que quer que estes façam ou deixem de fazer lhes
desperta, por definição, a curiosidade natural e aguça seus (15) instintos analíticos. E, todavia, os pais se
veem cada vez mais compelidos a (16) inventar maneiras de distrair seus filhos durante as horas ociosas
destes, um (17) conceito que, na minha infância, não existia. É a ideia de que, se a família os (18) ocupar
com atividades, os filhos terão mais facilidades na vida.
Sendo assim, os pais, simplesmente, não deixam os filhos pararem. (20) Se o mal em si nada tem de
original e, ao que tudo indica, surgiu, assim como (21) o medo, o nojo e a raiva, junto com nossa espécie
ou, quem sabe, antes, também (22) é verdade que, por milênios, somente uma minoria dispunha das
precondições necessárias para sofrer dele. (23) Falamos do homem cujas refeições da semana
dependiam do que (24) conseguiria caçar na segunda-feira, antes de, na terça, estar (25) fraco o bastante
para se converter em caça e de uma mulher que, de sol a sol, (26) trabalhava com a enxada ou o pilão.
Nenhum deles tinha tempo de sentir o tédio, (27) que pressupõe ócio abundante e sistemático para se
manifestar em grande (28) escala. Ninguém lhe oferecia facilidades. Por isso é que, até onde a memória
coletiva alcança, o problema quase sempre se restringia ao topo da pirâmide (30) social, a reis, nobres,
magnatas, aos membros privilegiados de sociedades que, (31) organizadas e avançadas, transformavam
a faina abusiva da maioria no luxo de (32) pouquíssimos eleitos.

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(33) O tédio, portanto, foi um produto de luxo, e isso até tão recentemente que (34) Baudelaire, para, há
século e meio, descrevê-lo, comparou-se ao rei de um país (35) chuvoso, como se experimentar
delicadeza tão refinada elevasse socialmente quem não passava de “aristocrata de espírito”.
(37) Coube à Revolução Industrial a produção em massa daquilo que, (38) previamente, eram raridades
reservadas a uma elite mínima. E, se houve um (39) produto que se difundiu com sucesso notável pelos
mais inesperados andares e (40) recantos do edifício social, esse produto foi o tédio. Nem se requer uma
fartura de (41) Primeiro Mundo para se chegar à sua massificação. Basta, a rigor, que à (42) satisfação
do biologicamente básico se associe o cerceamento de outras (43) possibilidades (como, inclusive, a da
fuga ou da emigração), para que o tempo (44) ocioso ou inútil se encarregue do resto. Foi assim que,
após as emoções (45) fornecidas por Stalin e Hitler, os países socialistas se revelaram exímios (46)
fabricantes de tédio, único bem em cuja produção competiram à altura com seus (47) rivais capitalistas.
O tédio não é piada, nem um problema menor. Ele é central. Se (48) não existisse o tédio, não haveria,
por exemplo, tantas empresas de (49) entretenimento e tantas fortunas decorrentes delas. Seja como for,
nem esta nem (50) soluções tradicionais (a alta cultura, a religião organizada) resolverão seus (51)
impasses. Que fazer com essa novidade histórica, as massas de crianças e jovens perpetuamente
desempregados, funcionários, gente aposentada e cidadãos em geral ameaçados não pela fome, guerra
ou epidemias, mas pelo tédio, algo que ainda ontem afetava apenas alguns monarcas?
ASCHER, Nélson, Folha de S. Paulo, 9 abr. 2007, Ilustrada. (Texto adaptado)

“O mal ataca hoje em dia faixas etárias que, uma ou duas gerações atrás, julgávamos naturalmente
imunizadas a seu contágio.” (linhas 8-9).
A expressão destacada pode ser substituída sem alteração significativa do sentido por:
(A) a uma ou duas gerações.
(B) acerca de duas gerações.
(C) há uma ou duas gerações.
(D) por uma ou duas gerações.

08. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase abaixo: Não sei o _____ ela está
com os olhos vermelhos, talvez seja _____ chorou.
(A) porquê / porque;
(B) por que / porque;
(C) porque / por que;
(D) porquê / por quê;
(E) por que / por quê.

09. (Unimep – SP) “Se você não arrumar o fogão, além de não poder cozinhar as batatas, há o perigo
próximo de uma explosão.”
As palavras destacadas podem ser substituídas por:
(A) concertar – coser – iminente
(B) consertar – cozer – eminente
(C) consertar – cozer – iminente
(D) concertar – coser – iminente
(E) consertar – coser – eminente

10. (PREFEITURA DE SERTANEJA PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – UNIUV) Assinale a alternativa


em que a ortografia está incorreta:
(A) Egrégio;
(B) Selvageria;
(C) Fascinante;
(D) Orquídia;
(E) Umedecer.

Respostas

01. Resposta B
Correção
a) Xícara / régua / somente.
b) Táxi / biquíni / pajé.
c) Pezinhos / sábio / espontâneo.

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d) Cafezinho / sonâmbulo / nódoa.

02. Resposta E
abstenção, exceção, unção.

03. Resposta A

04. Resposta A
a) analisar- casebre—catalisador- alisar. (Todas corretas)
b) magreZa- certeZa-moleZa- aterroriZar.
c) proeZa - enraiZado- catequiZar- dureZa.
d) Nenhuma das alternativas.

05. Resposta D
Nesta alternativa todas as palavras significam algo claro, branco.

06. Resposta D
Por que - equivale a "por qual razão";
Traz - na oração o "traz" está no sentido de trazer, portanto com Z sem acento pois acentua-se os
monossílabos tônicos apenas se estes terminarem com A, E, O (s).
Trás - com S apenas se a oração der por entender que o "trás" está em sentido de posição posterior.

07. Resposta C
A alternativa “a” está incorreta, pois a preposição “a” não remete a tempo, como o verbo haver (existir e
fazer). A alternativa “b” está incorreta, pois “a cerca de” significa “aproximadamente”, “mais ou menos”,
deixando o sentido em dúvida. Quanto à alternativa “d”, a preposição “por” muda o sentido afirmando que
o mal ataca hoje em dia faixas etárias que somente há uma ou duas gerações atrás, julgávamos... não
podendo ter acontecido em outras gerações. Confirmamos então a veracidade da alternativa “c”.

08. Resposta B
A partícula “o” é um pronome demonstrativo, equivalendo a aquilo, e funciona como antecedente do
pronome relativo: “Não sei aquilo pelo qual ela está com os olhos vermelhos”. A primeira impressão é a
de que seria um artigo, mas não faria sentido preenchermos a lacuna com o substantivo “motivo” que é
sinônimo de “porquê”. A segunda lacuna dá claramente a ideia de causa, logo deve ser utilizada a
conjunção “porque”.

09. Resposta C
Consertar – reparo, ato ou efeito de consertar.
Cozer – cozinhar.
Iminente – que ameaça acontecer.

10. Resposta D
E) Apesar do substantivo ser umidade, o adjetivo ser úmido o verbo é umedecer, assim como o seu
particípio umedecido.
Correção: orquídea

11. Resposta D
VIAGEM = SUBSTANTIVO
VIAJAR = VERBO

12. Resposta E
A) palavra certa é FLECHADA
B) palavra certa é LICENCIAMENTO
C) palavra certa é BANDEJA
D) palavra certa é RÉPTIL
E) CORRETA

13. Resposta E
A) Dimensionar

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B) Associação
C) Capacitores
D) Choque

14. Resposta D
- Mal: pode substituir por bem; Mau: pode substituir por bom.
- Porque: quando posso trocar por: pois; já que...
Porquê: é substantivo e tem significado de "o motivo". Vem precedido de um artigo! (Ex: Quero saber o
porquê da discussão).
Por que --> frases interrogativas = por qual razão; por qual motivo. Utiliza-se para perguntas diretas (Ex:
Por que você fez isso?) e indiretas (Ex: Quero saber o por que você fez isso).
Por quê = por qual razão; por qual motivo. A diferença é que vem antes de um ponto, seja final,
interrogativo ou exclamação. (Ex: Você não disse a verdade. Por quê? / 2º Exemplo: Não entendo por
quê.).
- intuito
in.tui.to
(túi) sm (lat intuitu) 1 Escopo, fim. 2 Aquilo que se tem em vista; plano, propósito.

Classe de Palavras

Artigo

Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-los, indicando, ao mesmo tempo,
gênero e número.
Dividem-se os artigos em: definidos: o, a, os, as e indefinidos: um, uma, uns, umas.
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular: Viajei com o médico.
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, geral: Viajei com um médico.

- Ambas as mãos. Usa-se o artigo entre o numeral ambas e o substantivo: Ambas as mãos são perfeitas.

- Estou em Paris / Estou na famosa Paris. Não se usa artigo antes dos nomes de cidades, a menos que
venham determinados por adjetivos ou locuções adjetivas.
Vim de Paris
Vim da luminosa Paris.

Mas com alguns nomes de cidades conservamos o artigo.


O Rio de Janeiro, O Cairo, O Porto.

Pode ou não ocorrer crase antes dos nomes de cidade, conforme venham ou não precedidos de artigo.
Vou a Paris.
Vou à Paris dos museus.

- Toda cidade / toda a cidade. Todo, toda designam qualquer, cada.


Toda cidade pode concorrer (qualquer cidade).
Todo o, toda a designam totalidade, inteireza.
Conheci toda a cidade (a cidade inteira).

No plural, usa-se todos os, todas as, exceto antes de numeral não seguido de substantivo.
Todas as cidades vieram.
Todos os cinco clubes disputarão o título.
Todos cinco são concorrentes.

- Tua decisão / a tua decisão. De maneira geral, é facultativo o uso do artigo antes dos possessivos.
Aplaudimos tua decisão.
Aplaudimos a tua decisão.

Se o possessivo não vier seguido de substantivo explícito é obrigatória a ocorrência do artigo.


Aplaudiram a tua decisão e não a minha.

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- Decisões as mais oportunas / as mais oportunas decisões. No superlativo relativo, não se usa o artigo
antes e depois do substantivo.
Tomou decisões as mais oportunas.
Tomou as decisões mais oportunas.
É errado: Tomou as decisões as mais oportunas.

- Faz uns dez anos. O artigo indefinido, posto antes de um numeral, designa quantidade aproximada: Faz
uns dez anos que saí de lá.

- Em um / num. Os artigos definidos e indefinidos contraem-se com preposições: de + o= do, de + a= da,


etc. As formas de + um e em + um podem-se usar contraídas (dum e num) ou separadas (de um, em
um). Estava em uma cidade grande. Estava numa cidade grande.

Substantivo

Substantivo é tudo o que nomeia as “coisas” em geral.


Substantivo é tudo o que pode ser visto, pego ou sentido.
Substantivo é tudo o que pode ser precedido de artigo.

Classificação e Formação

Substantivo Comum: Substantivo comum é aquele que designa os seres de uma espécie de forma
genérica. Por exemplo: pedra, computador, cachorro, homem, caderno.

Substantivo Próprio: Substantivo próprio é aquele que designa um ser específico, determinado,
individualizando-o. Por exemplo: Maxi, Londrina, Dílson, Ester. O substantivo próprio sempre deve ser
escrito com letra maiúscula.

Substantivo Concreto: Substantivo concreto é aquele que designa seres que existem por si só ou
apresentam-se em nossa imaginação como se existissem por si. Por exemplo: ar, som, Deus,
computador, Ester.

Substantivo Abstrato: Substantivo abstrato é aquele que designa prática de ações verbais, existência
de qualidades ou sentimentos humanos. Por exemplo: saída (prática de sair), beleza (existência do
belo), saudade.

Formação dos substantivos

Substantivo Primitivo: É primitivo o substantivo que não se origina de outra palavra existente na língua
portuguesa. Por exemplo: pedra, jornal, gato, homem.

Substantivo Derivado: É derivado o substantivo que provém de outra palavra da língua portuguesa. Por
exemplo: pedreiro, jornalista, gatarrão, homúnculo.

Substantivo Simples: É simples o substantivo formado por um único radical. Por exemplo: pedra,
pedreiro, jornal, jornalista.

Substantivo Composto: É composto o substantivo formado por dois ou mais radicais. Por exemplo:
pedra-sabão, homem-rã, passatempo.

Substantivo Coletivo: É coletivo o substantivo no singular que indica diversos elementos de uma mesma
espécie.
- abelha - enxame, cortiço, colmeia
- acompanhante - comitiva, cortejo, séquito
- alho - (quando entrelaçados) réstia, enfiada, cambada
- aluno - classe
- amigo - (quando em assembleia) tertúlia

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Adjetivo

É a classe gramatical de palavras que exprimem qualidade, defeito, origem, estado do ser.

Classificação dos Adjetivos

Explicativo - exprime qualidade própria do ser. Por exemplo: neve fria.


Restritivo - exprime qualidade que não é própria do ser. Ex: fruta madura.
Primitivo - não vem de outra palavra portuguesa. Por exemplo: bom e mau.
Derivado - tem origem em outra palavra portuguesa. Por exemplo: bondoso.
Simples - formado de um só radical. Por exemplo: brasileiro.
Composto - formado de mais de um radical. Por exemplo: franco-brasileiro.
Pátrio - é o adjetivo que indica a naturalidade ou a nacionalidade do ser. Por exemplo: brasileiro,
cambuiense, etc.

Locução Adjetiva

É toda expressão formada de uma preposição mais um substantivo, equivalente a um adjetivo. Por
exemplo, homens com aptidão (aptos), bandeira da Irlanda (irlandesa).

Gêneros dos Adjetivos

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e outra para o feminino. Por exemplo, mau e
má, judeu e judia. Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino somente o último elemento.
Por exemplo, o motivo sócio literário e a causa sócio literária. Exceção = surdo-mudo e surda-muda.

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como para o feminino. Por exemplo, homem feliz
ou cruel e mulher feliz ou cruel. Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino. Por
exemplo, conflito político-social e desavença político-social.

Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples: Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com as regras
estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos simples. Por exemplo, mau e maus, feliz e felizes,
ruim e ruins, boa e boas.

Plural dos adjetivos compostos: Os adjetivos compostos flexionam-se no plural de acordo com as
seguintes regras:
- os adjetivos compostos formados de adjetivo + adjetivo flexionam somente o último elemento. Por
exemplo, luso-brasileiro e luso-brasileiros. Exceções: surdo-mudo e surdos-mudos. Ficam invariáveis os
seguintes adjetivos compostos: azul-celeste e azul-marinho.
- os adjetivos compostos formados de palavra invariável + adjetivo flexionam também só o último
elemento. Por exemplo, mal-educado e mal-educados.
- os adjetivos compostos formados de adjetivo + substantivo ficam invariáveis. Por exemplo, carro(s)
verde-canário.
- as expressões formadas de cor + de + substantivo também ficam invariáveis. Por exemplo, cabelo(s)
cor-de-ouro.

Graus dos Adjetivos

O adjetivo flexiona-se em grau para indicar a intensidade da qualidade do ser. Existem, para o adjetivo,
dois graus:

Comparativo
- de igualdade: tão (tanto, tal) bom como (quão, quanto).
- de superioridade: analítico (mais bom do que) e sintético (melhor que).
- de inferioridade: menos bom que (do que).

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Superlativo
- absoluto: analítico (muito bom) e sintético (ótimo ou boníssimo).
- relativo: de superioridade (o mais bom de) e de inferioridade (o menos bom).

Somente seis adjetivos têm o grau comparativo de superioridade sintético. Veja-os: de bom - melhor, de
mau - pior, de grande - maior, de pequeno - menor, de alto - superior, de baixo - inferior. Para estes seis
adjetivos, usamos a forma analítica do grau comparativo de superioridade, quando se comparam duas
qualidades do mesmo ser. Por exemplo, Ele é mais bom que inteligente. Usa-se a forma sintética do grau
comparativo de superioridade, quando se comparam dois seres através da mesma qualidade. Por
exemplo: Ela é melhor que você.

Numeral

É a classe de palavras que exprimem quantidade, ordem, divisão e multiplicação dos seres na natureza.

Classificação
Cardinais: indicam contagem, medida. Por exemplo, um, dois, três…
Ordinais: indicam a ordem do ser numa série dada. Por exemplo, primeiro, segundo, terceiro…
Fracionários: indicam a divisão dos seres. Por exemplo, meio, terço, quarto, quinto…
Multiplicativos: indicam a multiplicação dos seres. Por exemplo, dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo…

Um Primeiro Vinte Vigésimo

Dois Segundo Trinta Trigésimo

Três Terceiro Cinquenta Quinquagésimo

Quatro Quarto Sessenta Sexagésimo

Cinco Quinto Setenta Septuagésimo

Seis Sexto Cem Centésimo

Sete Sétimo Quinhentos Quingentésimo

Oito Oitavo Seiscentos Sexcentésimo

Nove Nono Mil Milésimo

Dez Décimo Milhão Milionésimo

Faz-se a leitura do numeral cardinal, dispondo-se a palavra “e” entre as centenas e as dezenas e entre
as dezenas e unidades. Por exemplo, 1.203.726 = um milhão duzentos e três mil setecentos e vinte e
seis.

Verbo

Quando se pratica uma ação, a palavra que representa essa ação e indica o momento em que ela ocorre
é o verbo. Exemplos:
- Aquele pedreiro trabalhou muito. (ação – pretérito)
- Venta muito na primavera. (fenômeno – presente)
- Ana ficará feliz com a tua chegada. (estado - futuro)
- Maria enviuvou na semana passada. (mudança de estado – pretérito)
- A serra azula o horizonte. (qualidade – presente)

Conjugação Verbal: Existem 3 conjugações verbais:


- A 1ª que tem como vogal temática o ''a''. Ex: cantar, pular, sonhar etc...
- A 2ª que tem como vogal temática o ''e''. Ex: vender, comer, chover, sofrer etc...

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- A 3ª que tem como vogal temática o ''i''. Ex: partir, dividir, sorrir, abrir etc...

1º COJUGAÇÃO 2º COJUGAÇÃO
3º CONJUGAÇÃO
verbos verbos
verbos terminados
terminados em terminados em
em IR
AR ER
cantar vender partir
amar chover sorrir
sonhar sofrer abrir

OBS: O verbo pôr, assim como seus derivados (compor, repor, depor, etc.), pertence à 2º conjugação,
porque na sua forma antiga a sua terminação era em er: poer. A vogal “e”, apesar de haver desaparecido
do infinitivo, revela-se em algumas formas de verbo: põe, pões, põem etc.

Pessoas: 1ª, 2ª e 3ª pessoa são abordadas em 2 situações: singular e plural.


Primeira pessoa do singular – eu; ex: eu canto
Segunda pessoa do singular – tu; ex: tu cantas
Terceira pessoa do singular – ele; ex ele: canta
Primeira pessoa do plural – nós; ex: nós cantamos
Segunda pessoa do plural – vós; ex: vós cantais
Terceira pessoa do plural – eles; ex: eles cantam

Tempos e Modo de Verbo

- Presente. Fato ocorrido no momento em que se fala. Ex: Faz


- Pretérito. Fato ocorrido antes. Ex: Fez
- Futuro. Fato ocorrido depois. Ex: Fará

O pretérito subdivide-se em perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito.


- Perfeito. Ação acabada. Ex: Eu li o último romance de Rubens Fonseca.
- Imperfeito. Ação inacabada no momento a que se refere à narração. Ex: Ele olhava o mar durante horas
e horas.
- Mais-que-perfeito. Ação acabada, ocorrida antes de outro fato passado. Ex: Para poder trabalhar
melhor, ela dividira a turma em dois grupos.

O futuro subdivide-se em futuro do presente e futuro do pretérito.


- Futuro do Presente. Refere-se a um fato imediato e certo. Ex: Comprarei ingressos para o teatro.
- Futuro do Pretérito. Pode indicar condição, referindo-se a uma ação futura, vinculada a um momento
já passado. Ex: Aprenderia tocar violão, se tivesse ouvido para a música (indica condição); Eles gostariam
de convidá-la para a festa.

Modos Verbais

- Indicativo. Apresenta o fato de maneira real, certa, positiva. Ex: Eu estudo geografia
Iremos ao cinema; Voltou para casa.
- Subjuntivo. Pode exprimir um desejo e apresenta o fato como possível ou duvidoso, hipotético. Ex:
Queria que me levasses ao teatro; Se eu tivesse dinheiro, compraria um carro; Quando o relógio
despertar, acorda-me.
- Imperativo. Exprime ordem, conselho ou súplica. Ex: Limpa a cozinha, Maria; Descanse bastante nestas
férias; Senhor tende piedade de nós.

As formas nominais do verbo são Três: infinitivo, gerúndio e particípio.

Infinitivo:
Pessoal - cantar (eu), cantares (tu), vender (eu), venderes (tu), partir (eu), partires (tu)
Impessoal - cantar, vender, partir.
Gerúndio - cantando, vendendo, partindo.
Particípio - cantado, vendido, partido.

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Impessoal: Uma forma em que o verbo não se refere a nenhuma pessoa gramatical: é o infinitivo
impessoal quando não se refere às pessoas do discurso. Exemplos: viver é bom. (a vida é boa); É proibido
fumar. (é proibido o fumo)

Pessoal: Quando se refere às pessoas do discurso. Neste caso, não é flexionado nas 1ª e 3ª pessoas
do singular e flexionadas nas demais:
Falar (eu) – não flexionado
Falares (tu) – flexionado
Falar (ele) – não flexionado
Falarmos (nós) – flexionado
Falardes (voz) – flexionado
Falarem (eles) – flexionado

Ex: É conveniente estudares (é conveniente o estudo); É útil pesquisarmos (é útil a nossa pesquisa)

Aspecto: Aspecto é a maneira de ser ação.

O Pretérito Perfeito Composto: indica um fato concluído, revela de certa forma a ideia de continuidade.
Ex: Eu tenho estudado (eu estudei até o presente momento). Os verbos invocativos (terminados em “ecer”
ou “escer”) indica uma continuidade gradual. Ex: embranquecer é começar a ficar grisalho e envelhecer
é ir ficando velho.

O Presente do Indicativo pode:


- indicar frequência. Ex: O sol nasce para todos.
- ser empregado no lugar do futuro. Ex: amanhã vou ao teatro. (irei); Se continuam as indiretas, perco a
paciência. (continuarem; perderei)
- ser empregado no lugar do pretérito (presente histórico). Ex: É 1939: alemães invadem o território
polonês (era; invadiram)

O Pretérito Imperfeito do Indicativo pode:


- Substituir o futuro do pretérito. Ex: Se eu soubesse, não dizia aquilo. (diria)
- Expressar cortesia ou timidez. Ex: O senhor podia fazer o favor de me emprestar uma caneta? (pode)

Futuro do Presente pode:


- Indicar probabilidade. Ex: Ele terá, no máximo, uns 70 quilos.
- Substituir o imperativo. Ex: Não matarás. (não mates)

Tempos Simples e Tempos Compostos: Os tempos são simples quando formados apenas pelo verbo
principal.

Indicativo:
Presente - canto, vendo, parto, etc.
Pretérito perfeito - cantei, vendi, parti, etc.
Pretérito imperfeito - cantava, vendia, partia, etc.
Pretérito mais-que-perfeito - cantara, vendera, partira, etc.
Futuro do presente - cantarei, venderei, partirei, etc.
Futuro do pretérito - cantaria, venderia, partiria, etc.

Subjuntivo:
Presente - cante, venda, parta, etc.
Pretérito imperfeito - cantasse, vendesse, partisse, etc.
Futuro - cantar, vender, partir.

Imperativo: Ao indicar ordem, conselho, pedido, o fato verbal pode expressar negação ou afirmação.
São, portanto, duas as formas do imperativo:
- Imperativo Negativo: Não falem alto.
- Imperativo Afirmativo: Falem mais alto.

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Imperativo negativo: É formado do presente do subjuntivo.

1º CONJUGAÇAO 2º CONJUGAÇÃO 3º CONJUGAÇÃO


CANT - AR VEND - ER PART - IR
Não cantes Não vendas Não partas
Não cante Não venda Não parta
Não cantemos Não vendamos Não partamos
Não canteis Não vendais Não partais
Não cantem Não vendam Não partam

Imperativo afirmativo: Também é formado do presente do subjuntivo, com exceção da 2º pessoa do


singular e da 2º pessoa do plural, que são retiradas do presente do indicativo sem o “s”. Ex: Canta – Cante
– Cantemos – Cantai – Cantem

O imperativo não possui a 1º pessoa do singular, pois não se prevê a ordem, o pedido ou o conselho a si
mesmo.

Tempos são compostos quando formados pelos auxiliares ter ou haver.

Indicativo:
Pretérito perfeito composto - tenho cantado, tenho vendido, tenho partido, etc.
Pretérito mais-que-perfeito composto - tinha cantado, tinha vendido, tinha partido, etc.
Futuro do presente composto - terei cantado, terei vendido, terei partido, etc.
Futuro do pretérito composto - teria cantado, teria vendido, teria partido, etc.

Subjuntivo:
Pretérito perfeito composto - tenha cantado, tenha vendido, tenha partido, etc.
Pretérito mais-que-perfeito composto - tivesse cantado, tivesse vendido, tivesse partido, etc.
Futuro composto - tiver cantado, tiver vendido, tiver partido, etc.

Infinitivo:
Pretérito impessoal composto - ter cantado, ter vendido, ter partido, etc.
Pretérito pessoal composto - ter (teres) cantado, ter (teres) vendido, ter (teres) partido.
Gerúndio pretérito composto - tendo cantado, tendo vendido, tendo partido.
Regulares: Regulares são verbos que se conjugam de acordo com o paradigma (modelo) de cada
conjugação. Cantar (1ª conjugação) vender (2ª conjugação) partir (3ª conjugação) todos que se
conjugarem de acordo com esses verbos serão regulares.

Advérbio

Palavra invariável que modifica essencialmente o verbo, exprimindo uma circunstância.

Advérbio modificando um verbo ou adjetivo: Ocorre quando o advérbio modifica um verbo ou um


adjetivo acrescentando a eles uma circunstância. Por circunstância entende-se qualquer particularidade
que determina um fato, ampliando a informação nele contida. Ex.: Antônio construiu seu arraial popular
ali; Estradas tão ruins.

Advérbio modificando outro advérbio: Ocorre quando o advérbio modifica um adjetivo ou outro
advérbio, geralmente intensificando o significado. Ex.: Grande parte da população adulta lê muito mal.

Advérbio modificando uma oração inteira: Ocorre quando o advérbio está modificando o grupo
formado por todos os outros elementos da oração, indicando uma circunstância. Ex.: Lamentavelmente o
Brasil ainda tem 19 milhões de analfabetos.

Locução Adverbial: É um conjunto de palavras que pode exercer a função de advérbio. Ex.: De modo
algum irei lá.

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Tipos de Advérbios

- de modo: Ex.: Sei muito bem que ninguém deve passar atestado da virtude alheia. Bem, mal, assim,
adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, ás pressas, às claras, às cegas, à toa, à
vontade, às escondas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente,
lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em -mente: calmamente, tristemente,
propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente,
generosamente.

- de intensidade: Ex.: Acho que, por hoje, você já ouviu bastante. Muito, demais, pouco, tão, menos, em
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão),
tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, bem (quando aplicado a propriedades
graduáveis).

- de tempo: Ex.: Leia e depois me diga quando pode sair na gazeta. Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde,
outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais,
agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente,
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de
vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em
dia.

- de lugar: Ex.: A senhora sabe aonde eu posso encontrar esse pai-de-santo? Aqui, antes, dentro, ali,
adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe,
debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente,
a distância, a distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.

- de negação: Ex.: De modo algum irei lá. Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma,
tampouco, de jeito nenhum.

- de dúvida: Ex.: Talvez ela volte hoje. Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez,
casualmente, por certo, quem sabe.

- de afirmação: Ex.: Realmente eles sumiram. Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo,
decididamente, realmente, deveras, indubitavelmente.

- de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente.

- de inclusão: Ex.: Emocionalmente o indivíduo também amadurece durante a adolescência. Ainda, até,
mesmo, inclusivamente, também.

- de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente.

- de designação: Eis

- de interrogação: Ex.: E então? Quando é que embarca? onde? (lugar), como? (modo), quando?
(tempo), porque? (causa), quanto? (preço e intensidade), para que? (finalidade).

Palavras Denotativas: Há, na língua portuguesa, uma série de palavras que se assemelham a advérbios.
A Nomenclatura Gramatical Brasileira não faz nenhuma classificação especial para essas palavras, por
isso elas são chamadas simplesmente de palavras denotativas.
- Adição: Ex.: Comeu tudo e ainda queria mais. Ainda, além disso.
- Afastamento: Ex.: Foi embora daqui. Embora.
- Afetividade: Ex.: Ainda bem que passei de ano. Ainda bem, felizmente, infelizmente.
- Aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de.
- Designação: Ex.: Eis nosso novo carro. Eis.
- Exclusão: Ex.: Todos irão, menos ele. Apenas, salvo, menos, exceto, só, somente, exclusive, sequer,
senão.
- Explicação: Ex.: Viajaremos em julho, ou seja, nas férias. Isto é, por exemplo, a saber, ou seja.
- Inclusão: Ex.: Até ele irá viajar. Até, inclusive, também, mesmo, ademais.

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- Limitação: Ex.: Apenas um me respondeu. Só, somente, unicamente, apenas.
- Realce: Ex.: E você lá sabe essa questão? É que, cá, lá, não, mas, é porque, só, ainda, sobretudo.
- Retificação: Ex.: Somos três, ou melhor, quatro. Aliás, isto é, ou melhor, ou antes.
- Situação: Ex.: Afinal, quem perguntaria a ele? Então, mas, se, agora, afinal.

Grau dos Advérbios: Os advérbios, embora pertençam à categoria das palavras invariáveis, podem
apresentar variações com relação ao grau. Além do grau normal, o advérbio pode-se apresentar no grau
comparativo e no superlativo.

- Grau Comparativo: quando a circunstância expressa pelo advérbio aparece em relação de


comparação. O advérbio não é flexionado no grau comparativo. Para indicar esse grau utilizam as formas
tão…quanto, mais…que, menos…que. Pode ser:
- comparativo de igualdade. Ex.: Chegarei tão cedo quanto você.
- comparativo de superioridade. Ex.: Chegarei mais cedo que você.
- comparativo de inferioridade. Ex.: Chegaremos menos cedo que você.

- Grau Superlativo: nesse caso, a circunstância expressa pelo advérbio aparecerá intensificada. O grau
superlativo do advérbio pode ser formado tanto pelo processo sintético (acréscimo de sufixo), como pelo
processo analítico (outro advérbio estará indicando o grau superlativo).
- superlativo (ou absoluto) sintético: formado com o acréscimo de sufixo. Ex.: Cheguei tardíssimo.
- superlativo (ou absoluto) analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade. Ex.: Cheguei
muito tarde.

Quando se empregam dois ou mais advérbios terminados em –mente, pode-se acrescentar o sufixo
apenas no último. Ex.: Nada omitiu de seu pensamento; falou clara, franca e nitidamente.
Quando se quer realçar o advérbio, pode-se antecipá-lo. Ex.: Imediatamente convoquei os alunos.

Preposição

É uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece
normalmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito
importantes na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos
indispensáveis para a compreensão do texto.

Tipos de Preposição

- Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições. A, ante, perante,
após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para
com.
- Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições.
Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
- Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última
palavra é uma delas. Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima
de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por
trás de.

A preposição é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância
em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo; por + a = pela.
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição e sim das palavras a que se ela
se une. Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois
processos:

- Combinação: A preposição não sofre alteração.


preposição a + artigos definidos o, os
a + o = ao
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde

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- Contração: Quando a preposição sofre alteração.
Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
De + um = dum
De + uns = duns
De + uma = duma
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
Em + uma = numa
Em + uns = nuns
Em + umas = numas
A + à(s) = à(s)
Por + o = pelo(s)
Por + a = pela(s)

- Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s)
De + ela(s) = dela(s)
De + este(s) = deste(s)
De + esta(s) = desta(s)
De + esse(s) = desse(s)
De + essa(s) = dessa(s)
De + aquele(s) = daquele(s)
De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto
De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
De + aqui = daqui
De + aí = daí
De + ali = dali
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s)
Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s)
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo

1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los?
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele servirá para determiná-lo como um
substantivo singular e feminino.
A dona da casa não quis nos atender.
Como posso fazer a Joana concordar comigo?
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação
entre eles.
Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Não queria, mas vou ter que ir a outra cidade para procurar um tratamento adequado.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo.
Temos Maria como parte da família. / A temos como parte da família.
Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio que a conhecemos melhor que ninguém.

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2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das preposições:
Destino: Irei para casa.
Modo: Chegou em casa aos gritos.
Lugar: Vou ficar em casa;
Assunto: Escrevi um artigo sobre adolescência.
Tempo: A prova vai começar em dois minutos.
Causa: Ela faleceu de derrame cerebral.
Fim ou finalidade: Vou ao médico para começar o tratamento.
Instrumento: Escreveu a lápis.
Posse: Não posso doar as roupas da mamãe.
Autoria: Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
Companhia: Estarei com ele amanhã.
Matéria: Farei um cartão de papel reciclado.
Meio: Nós vamos fazer um passeio de barco.
Origem: Nós somos do Nordeste, e você?
Conteúdo: Quebrei dois frascos de perfume.
Oposição: Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço: Essa roupa sai por R$ 50 à vista.

Interjeição

É a palavra que expressa emoções, sentimentos ou pensamentos súbitos. Trata-se de um recurso da


linguagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças da
língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da alma decorrente de uma situação particular,
um momento ou um contexto específico. Exemplos:
- Ah, como eu queria voltar a ser criança! (ah: expressão de um estado emotivo = interjeição)
- Hum! Esse cuscuz estava maravilhoso! (hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição)

As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus
elementos e os distribui em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro lado, são
uma espécie de palavra-frase, ou seja, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de
palavras - locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. Observe:
- Bravo! Bravo! Bis! (bravo e bis: interjeição). Sentença sugestão: “Foi muito bom! Repitam!”
- Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé. (ai: interjeição). Sentença sugestão: “Isso está doendo!” ou “Estou com
dor!”

O significado das interjeições está vinculado à maneira como elas são proferidas. Desse modo, o tom da
fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação. Exemplos:
- Psiu! (contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua). Significado da interjeição (sugestão):
“Estou te chamando! Ei, espere!”.
- Psiu! (contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital). Significado da interjeição
(sugestão): “Por favor, faça silêncio!”.
- Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! (puxa: interjeição) (tom da fala: euforia)
- Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte! (puxa: interjeição) (tom da fala: decepção)

As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau como os
nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso
específico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que não se trata
de um processo natural dessa classe de palavra, mas tão só uma variação que a linguagem afetiva
permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.

Questões

01. (Prefeitura de Piraúba – MG - Oficial de Serviço Público – MS Concursos/2017) Assinale a


alternativa onde tenha palavras que não sejam substantivos.
(A) Menino / elefante / presidente.
(B) Sacerdote / aviador / cantor.
(C) Senador / doutor / avô.
(D) Bom / forte / feliz.

Apostila gerada especialmente para: marcos aurelio corsini 073.080.399-60


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02. (Prefeitura de Piraúba – MG - Oficial de Serviço Público – MS Concursos/2017) Marque a
alternativa onde temos substantivos coletivos.
(A) Exército – rebanho – constelação.
(B) Pai – cavaleiro – frade.
(C) Rei – conde – cônsul.
(D) Padre – marido – cão.

03. (Prefeitura de Piraúba – MG - Oficial de Serviço Público – MS Concursos/2017) O algarismo


arábico transformado em ordinal está correto em:
(A) 2000 – dois mil.
(B) 70 – setenta.
(C) 3000 – terceiro milésimo.
(D) 12 – doze avos.

04. (Prefeitura de Tremembé – SP - Oficial de Escola – Instituto Excelência/2017)

O cachorro e sua sombra


Esopo

Um cachorro, que carregava na boca um pedaço de carne, ao cruzar uma ponte sobre um riacho, vê sua
imagem refletida na água. Diante disso, ele logo imagina que se trata de outro cachorro, com um pedaço
de carne maior que o seu. Então, ele deixa cair no riacho o pedaço que carrega, e ferozmente se lança
sobre o animal refletido na água, para tomar a porção de carne que julga ser maior que a sua. Agindo
assim ele perdeu ambos. Aquele que tentou pegar na água, por se tratar de um simples reflexo, e o seu
próprio, uma vez que ao largá-lo nas águas, a correnteza levou para longe.

Qual das frases abaixo apresenta um caso CORRETO de interjeição?


(A) Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
(B) Estamos trabalhando muito há dois dias.
(C) Preciso levar meu cachorro ao veterinário.
(D) Nenhuma das alternativas.

05. (Prefeitura de Tanguá – RJ - Agente Administrativo – MS Concursos/2017)


Leia os itens a seguir e assinale a alternativa correta:
I - Quando um adjetivo é anteposto a dois ou mais substantivos, concorda com o substantivo mais
próximo. Exemplo: Não gostei muito da imensa barba e cabelo do seu namorado.
II - Se o substantivo estiver no plural, os adjetivos que o seguem podem permanecer no singular se cada
um deles trouxer um atributo diferente. Exemplo: Não se esqueça de trancar as portas interna e externa.
III - Quando um adjetivo qualifica dois ou mais substantivos e vem depois deles, o adjetivo vai para o
plural, concordando com todos os substantivos. Exemplo: Filmes e shows fantásticos foram apresentados
na semana cultural.
IV - Quando um adjetivo qualifica dois ou mais substantivos e vem depois deles, o adjetivo não concorda
com o substantivo mais próximo. Exemplo: Juros e inflação altas são obstáculos para o crescimento
econômico.

(A) Apenas I, II e III estão corretos.


(B) Apenas I, II e IV estão corretos.
(C) Apenas II, III e IV estão corretos.
(D) Apenas I, III e IV estão corretos.

06. (Prefeitura de Novo Gama – GO - Agente de Combate às Endemias – IDIB/2016)


TEXTO
Reuso da Água
O que é
O reuso da água é um processo pelo qual a água passa para que possa ser utilizada novamente. Neste
processo pode haver ou não um tratamento da água, dependendo da finalidade para a qual vai ser
reutilizada.

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Importância
Por se tratar de um bem natural que está cada vez mais raro e caro, reutilizar a água é de fundamental
importância para o meio ambiente e também para a economia das empresas, cidadãos e governos.

Exemplos práticos de reuso da água:


- Numa empresa, a água usada em processos industriais pode ser tratada numa estação de tratamento
de água na própria empresa e reutilizada no mesmo ciclo de produção.
- Numa residência, água de banho pode ser captada e usada para lavagem de quintal e para dar descarga
em vasos sanitários. Já existem sistemas a venda no mercado que fazem a captação, armazenamento e
filtragem deste tipo de água.
- Água da rede de esgoto pode passar por um processo eficiente de tratamento e ser utilizada para regar
jardins públicos, lavar ruas e automóveis e irrigar plantações. Esta água também pode ser devolvida à
natureza para seguir o ciclo hidrológico.

Utilização da água de chuva


Atualmente, grande parte da água da chuva vai parar na rede de esgoto das cidades, gerando um grande
desperdício deste recurso. Esta água, se captada, pode ser utilizada para diversas finalidades. Já existem
alguns prédios com estrutura capaz de fazer a captação e armazenagem deste tipo de água.
Ela é usada nos processos de limpeza do prédio, resultando numa importante economia para o
condomínio, pois gera uma redução na conta de água.
(com adaptação) (http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/reuso_agua.htm)

Na passagem “Numa empresa, a água usada em processos industriais”, ocorrem:


(A) Três substantivos e dois adjetivos.
(B) Dois substantivos e três adjetivos.
(C) Três substantivos e três adjetivos.
(D) Dois substantivos e dois adjetivos.

07. (Prefeitura de Videira – SC - Agente Operacional de Vigilância – ASSCONPP/2016)


Um Substantivo Coletivo é aquele que mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres da
mesma espécie. Diante desta informação relacione as colunas abaixo.
Substantivo coletivo
I. Cáfila
II. Ramalhete
III. Vara
IV. Rebanho

Conjunto de seres da mesma espécie


( ). De porcos
( ). De camelos
( ). De ovelhas
( ). De flores

A sequência correta na segunda coluna, de cima para baixo é:


(A) III – I – IV – II;
(B) II – I – IV – III;
(C) I – IV – II – III;
(D) III – IV – I – II;
(E) IV – I – III – II;

08. (Prefeitura de Videira – SC - Agente Operacional de Vigilância – ASSCONPP/2016)

Observe as frases abaixo:


I. As mangas doces eram colhidas pelas crianças.
II. Naquela fazenda as crianças comeram muitos doces.

Pode-se afirmar que:


(A) Apenas na frase I “doces” é um adjetivo.
(B) Apenas na frase II “doces” é um adjetivo.

Apostila gerada especialmente para: marcos aurelio corsini 073.080.399-60


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(C) “Doces” é um adjetivo tanto na frase I como na frase II.
(D) “Doces” não é adjetivo em nenhuma das frases.
(E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

09. (Prefeitura de Bom Retiro – SC - Servente - Prefeitura de Bom Retiro – SC/2017)


Indique o plural INCORRETO:
a) pãezinhos, mãozinhas, nuvenzinhas.
b) chapeuzinhos, tuneuzinhos, pezinhos.
c) florezinhas, botõezinhos, colherezinhas.
d) papeizinhos, faroizinhos, mãozinhas.

10. (SAAE de Aimorés – MG - Operador de Pequeno Sistema – MÁXIMA/2016)


Todos os substantivos abaixo podem ser considerados abstratos, EXCETO:
(A) Viagem;
(B) Ansiedade;
(C) Fada;
(D) Ajuda.

Respostas

01. Resposta D
Não há como definir que uma palavra não seja um substantivo sem analisar a frase completa (ou o
contexto).
BOM, FORTE e FELIZ PODEM SIM SER SUBSTANTIVOS:
Por exemplo, em "O forte sempre leva vantagem", a palavra "forte" não tem valor de adjetivo, mas sim
de substantivo.

02. Resposta A
O substantivo coletivo é um substantivo comum que, mesmo no singular indica um agrupamento,
multiplicidade de seres de uma mesma espécie.

03. Resposta C
Corrigindo as alternativas, passando para número ordinal:
A) DOIS MILÉSIMOS OU SEGUNDO MILÉSIMO - Número ordinal
B) SEPTUAGÉSIMO - número ordinal
C) TERCEIRO MILÉSIMO OU TRÊS MILÉSIMOS - número ordinal
D) NÚMERO FRACIONÁRIO - "doze avos", passando para ordinal: décimo segundo, dozeno ou
duodécimo.

04. Resposta A
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura
agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário
fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua raiva se traduz numa palavra: Droga!

05. Resposta A

06. Resposta A
Empresa, água e processos - substantivos
Usada e industriais - adjetivos

07. Resposta A
Cáfila = de camelos
Ramalhete = de flores
Vara = de porcos
Rebanho = de ovelhas

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08. Resposta A
Do ponto de vista morfológico, normalmente o adjetivo varia em gênero, número e grau. Como você pôde
perceber, os adjetivos destacados mudaram de gênero, número e/ou grau: amarela, (muito) bonita, (bem)
sugestivos. Ele varia em grau normalmente pelo uso de advérbios de intensidade. Veremos melhor isso
à frente. Ah! Vale também perceber os sufixos formadores de adjetivos no capítulo de estrutura de
palavras, pois, quanto mais soubermos sobre eles, com mais facilidade identificaremos esta classe.

09. Resposta B
A regra do plural das palavras diminutivas é simples. Primeiro transforma-se a palavra de origem para o
plural e em seguida transfere-se o "S" para o fim da palavra após o acréscimo do sufixo "zinho" ou "zito".
Ex. Pão -> Pães -> Pãezinhos / Chapéu -> Chapéus -> Chapeuzinhos/ Túnel - -> Túneis -> Tuneizinhos

10. Resposta C
Concreto - pode ser desenhado. Fada, terra, mar etc...
Abstrato - não. Ex. Colheita, beijo, saudade, ajuda, viagem, ansiedade etc...

Significação das Palavras

Quanto à significação, as palavras são divididas nas seguintes categorias:

Sinônimos: são palavras de sentido igual ou aproximado. Exemplo:


- Alfabeto, abecedário.
- Brado, grito, clamor.
- Extinguir, apagar, abolir, suprimir.
- Justo, certo, exato, reto, íntegro, imparcial.

Na maioria das vezes não é indiferente usar um sinônimo pelo outro. Embora irmanados pelo sentido
comum, os sinônimos diferenciam-se, entretanto, uns dos outros, por matizes de significação e certas
propriedades que o escritor não pode desconhecer. Com efeito, estes têm sentido mais amplo, aqueles,
mais restrito (animal e quadrúpede); uns são próprios da fala corrente, desataviada, vulgar, outros, ao
invés, pertencem à esfera da linguagem culta, literária, científica ou poética (orador e tribuno, oculista e
oftalmologista, cinzento e cinéreo).
A contribuição Greco-latina é responsável pela existência, em nossa língua, de numerosos pares de
sinônimos. Exemplos:
- Adversário e antagonista.
- Translúcido e diáfano.
- Semicírculo e hemiciclo.
- Contraveneno e antídoto.
- Moral e ética.
- Colóquio e diálogo.
- Transformação e metamorfose.
- Oposição e antítese.

O fato linguístico de existirem sinônimos chama-se sinonímia, palavra que também designa o emprego
de sinônimos.

Antônimos: são palavras de significação oposta. Exemplos:


- Ordem e anarquia.
- Soberba e humildade.
- Louvar e censurar.
- Mal e bem.

A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto ou negativo. Exemplos:


bendizer/maldizer, simpático/antipático, progredir/regredir, concórdia/discórdia, explícito/implícito,
ativo/inativo, esperar/desesperar, comunista/anticomunista, simétrico/assimétrico, pré-nupcial/pós-
nupcial.

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Homônimos: são palavras que têm a mesma pronúncia, e às vezes a mesma grafia, mas significação
diferente. Exemplos:
- São (sadio), são (forma do verbo ser) e são (santo).
- Aço (substantivo) e asso (verbo).

Só o contexto é que determina a significação dos homônimos. A homonímia pode ser causa de
ambiguidade, por isso é considerada uma deficiência dos idiomas.
O que chama a atenção nos homônimos é o seu aspecto fônico (som) e o gráfico (grafia). Daí serem
divididos em:

1. Homógrafos Heterofônicos: iguais na escrita e diferentes no timbre ou na intensidade das vogais.


- Rego (substantivo) e rego (verbo).
- Colher (verbo) e colher (substantivo).
- Jogo (substantivo) e jogo (verbo).
- Apoio (verbo) e apoio (substantivo).
- Para (verbo parar) e para (preposição).
- Providência (substantivo) e providencia (verbo).
- Às (substantivo), às (contração) e as (artigo).
- Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contração de per+o).

2. Homófonos Heterográficos: iguais na pronúncia e diferentes na escrita.


- Acender (atear, pôr fogo) e ascender (subir).
- Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar).
- Concerto (harmonia, sessão musical) e conserto (ato de consertar).
- Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).
- Apreçar (determinar o preço, avaliar) e apressar (acelerar).
- Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).
- Censo (recenseamento) e senso (juízo).
- Cerrar (fechar) e serrar (cortar).
- Paço (palácio) e passo (andar).
- Hera (trepadeira) e era (época), era (verbo).
- Caça (ato de caçar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar = anular).
- Cessão (ato de ceder), seção (divisão, repartição) e sessão (tempo de uma reunião ou espetáculo).

3. Homófonos Homográficos: iguais na escrita e na pronúncia.


- Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).
- Cedo (verbo), cedo (advérbio).
- Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).
- Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).
- Pomos (substantivo), pomos (verbo pôr).
- Alude (avalancha), alude (verbo aludir).

Parônimos: são palavras parecidas na escrita e na pronúncia:


coro e couro,
cesta e sesta,
eminente e iminente,
degradar e degredar,
cético e séptico,
prescrever e proscrever,
descrição e discrição,
infligir (aplicar) e infringir (transgredir),
sede (vontade de beber) e cede (verbo ceder),
comprimento e cumprimento,
deferir (conceder, dar deferimento) e diferir (ser diferente, divergir, adiar),
ratificar (confirmar) e retificar (tornar reto, corrigir),
vultoso (volumoso, muito grande: soma vultosa) e vultuoso (congestionado: rosto vultuoso).

Polissemia: Uma palavra pode ter mais de uma significação. A esse fato linguístico dá-se o nome de
polissemia. Exemplos:

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- Mangueira: tubo de borracha ou plástico para regar as plantas ou apagar incêndios; árvore frutífera;
grande curral de gado.
- Pena: pluma; peça de metal para escrever; punição; dó.
- Velar: cobrir com véu; ocultar; vigiar; cuidar; relativo ao véu do palato.
Podemos citar ainda, como exemplos de palavras polissêmicas, o verbo dar e os substantivos linha e
ponto, que têm dezenas de acepções.

Sentido Próprio e Sentido Figurado: as palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no
sentido figurado. Exemplos:
- Construí um muro de pedra. (sentido próprio).
- Ênio tem um coração de pedra. (sentido figurado).
- As águas pingavam da torneira, (sentido próprio).
- As horas iam pingando lentamente, (sentido figurado).

Denotação e Conotação: Observe as palavras em destaque nos seguintes exemplos:


- Comprei uma correntinha de ouro.
- Fulano nadava em ouro.

No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou designa simplesmente o conhecido metal precioso,
tem sentido próprio, real, denotativo.
No segundo exemplo, ouro sugere ou evoca riquezas, poder, glória, luxo, ostentação; tem o sentido
conotativo, possui várias conotações (ideias associadas, sentimentos, evocações que irradiam da
palavra).

Questões

01. (MPE/SP – Biólogo – VUNESP/2016)


McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das mídias eletrônicas não implica necessariamente
harmonia, implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um envolvimento gigantesco na vida
dos demais membros, que terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser e fazer o uso que quiser
das informações que conseguir. A aclamada transparência da coisa pública carrega consigo o risco de
fim da privacidade e a superexposição de nossas pequenas ou grandes fraquezas morais ao julgamento
da comunidade de que escolhemos participar.
Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais, apenas em número de atualizações nas páginas
e na capacidade dos usuários de distinguir essas variações como relevantes no conjunto virtualmente
infinito das possibilidades das redes. Para achar o fio de Ariadne no labirinto das redes sociais, os
usuários precisam ter a habilidade de identificar e estimar parâmetros, aprender a extrair informações
relevantes de um conjunto finito de observações e reconhecer a organização geral da rede de que
participam.
O fluxo de informação que percorre as artérias das redes sociais é um poderoso fármaco viciante. Um
dos neologismos recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens a esses dispositivos é a
“nomobofobia” (ou “pavor de ficar sem conexão no telefone celular”), descrito como a ansiedade e o
sentimento de pânico experimentados por um número crescente de pessoas quando acaba a bateria do
dispositivo móvel ou quando ficam sem conexão com a Internet. Essa informação, como toda nova droga,
ao embotar a razão e abrir os poros da sensibilidade, pode tanto ser um remédio quanto um veneno para
o espírito.
(Vinicius Romanini, Tudo azul no universo das redes. Revista USP, no 92. Adaptado)

As expressões destacadas nos trechos – meter o bedelho / estimar parâmetros / embotar a razão –
têm sinônimos adequados respectivamente em:
a) procurar / gostar de / ilustrar
b) imiscuir-se / avaliar / enfraquecer
c) interferir / propor / embrutecer
d) intrometer-se / prezar / esclarecer
e) contrapor-se / consolidar / iluminar

02. (Pref. de Itaquitinga/PE – Psicólogo – IDHTEC/2016)


A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os combatentes contemplavam-nos entristecidos.
Surpreendiam-se; comoviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante, naquele armistício transitório,

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uma legião desarmada, mutilada faminta e claudicante, num assalto mais duro que o das trincheiras em
fogo. Custava-lhes admitir que toda aquela gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos casebres
bombardeados durante três meses. Contemplando-lhes os rostos baços, os arcabouços esmirrados e
sujos, cujos molambos em tiras não encobriam lanhos, escaras e escalavros – a vitória tão longamente
apetecida decaía de súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. Era, com efeito, contraproducente
compensação a tão luxuosos gastos de combates, de reveses e de milhares de vidas, o apresamento
daquela caqueirada humana – do mesmo passo angulhenta e sinistra, entre trágica e imunda, passando-
lhes pelos olhos, num longo enxurro de carcaças e molambos...
Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, nem um peito resfolegante de
campeador domado: mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças envelhecidas, velhas
e moças indistintas na mesma fealdade, escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris
desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos aos peitos murchos, filhos arrastados pelos
braços, passando; crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de velhos; raros homens,
enfermos opilados, faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante.
(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição Especial. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.)

Em qual das alternativas abaixo NÃO há um par de sinônimos?


a) Armistício – destruição
b) Claudicante – manco
c) Reveses – infortúnios
d) Fealdade – feiura
e) Opilados – desnutridos
03. (Pref. de Lauro Muller/SC – Auxiliar Administrativo – FAEPESUL/2016)
Atento ao emprego dos Homônimos, analise as palavras sublinhadas e identifique a alternativa
CORRETA:
a) Ainda vivemos no Brasil a descriminação racial. Isso é crime!
b) Com a crise política, a renúncia já parecia eminente.
c) Descobertas as manobras fiscais, os políticos irão agora expiar seus crimes.
d) Em todos os momentos, para agir corretamente, é preciso o bom censo.
e) Prefiro macarronada com molho, mas sem estrato de tomate.

04. (Pref. de Cruzeiro/SP – Instrutor de Desenho Técnico e Mecânico – Instituto Excelência/2016)


Assinale a alternativa em que as palavras podem servir de exemplos de parônimos:
a) Cavaleiro (Homem a cavalo) – Cavalheiro (Homem gentil).
b) São (sadio) – São (Forma reduzida de Santo).
c) Acento (sinal gráfico) – Assento (superfície onde se senta).
d) Nenhuma das alternativas.

05. (TJ/MT – Analista Judiciário – Ciências Contábeis – UFMT/2016)


Na língua portuguesa, há muitas palavras parecidas, seja no modo de falar ou no de escrever. A
palavra sessão, por exemplo, assemelha-se às palavras cessão e seção, mas cada uma apresenta
sentido diferente. Esse caso, mesmo som, grafias diferentes, denomina-se homônimo heterográfico.
Assinale a alternativa em que todas as palavras se encontram nesse caso.
a) taxa, cesta, assento
b) conserto, pleito, ótico
c) cheque, descrição, manga
d) serrar, ratificar, emergir

06. (TJ/MT – Analista Judiciário – Direito – UFMT/2016 )

A fuga dos rinocerontes


Espécie ameaçada de extinção escapa dos caçadores da maneira mais radical possível – pelo céu.

Os rinocerontes-negros estão entre os bichos mais visados da África, pois sua espécie é uma das
preferidas pelo turismo de caça. Para tentar salvar alguns dos 4.500 espécimes que ainda restam na
natureza, duas ONG ambientais apelaram para uma solução extrema: transportar os rinocerontes de
helicóptero. A ação utilizou helicópteros militares para remover 19 espécimes – com 1,4 toneladas cada
um – de seu habitat original, na província de Cabo Oriental, no sudeste da África do Sul, e transferi-los

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para a província de Lampopo, no norte do país, a 1.500 quilômetros de distância, onde viverão longe dos
caçadores. Como o trajeto tem áreas inacessíveis de carro, os rinocerontes tiveram de voar por 24
quilômetros. Sedados e de olhos vendados (para evitar sustos caso acordassem), os rinocerontes foram
içados pelos tornozelos e voaram entre 10 e 20 minutos. Parece meio brutal? Os responsáveis pela
operação dizem que, além de mais eficiente para levar os paquidermes a locais de difícil acesso, o
procedimento é mais gentil.
(BADÔ, F. A fuga dos rinocerontes. Superinteressante, nº 229, 2011.)

A palavra radical pode ser empregada com várias acepções, por isso denomina-se polissêmica.
Assinale o sentido dicionarizado que é mais adequado no contexto acima.
a) Que existe intrinsecamente num indivíduo ou coisa.
b) Brusco; violento; difícil.
c) Que não é tradicional, comum ou usual.
d) Que exige destreza, perícia ou coragem.

07. (UNESP – Assistente Administrativo I – VUNESP/2016)

O gavião

Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco voador perdeu o cartaz com tanto satélite
beirando o sol e a lua. Olhamos todos para o céu em busca de algo mais sensacional e comovente – o
gavião malvado, que mata pombas.
O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim à contemplação de um drama bem antigo, e há o
partido das pombas e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros (qualquer palavra é melhor que
“columbófilo”) querem matar o gavião. Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na verdade
come a sua pombinha com a mesma inocência com que a pomba come seu grão de milho.
Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das pombas e também o lance magnífico em que o
gavião se despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como diria Saint-Exupéry, “a verdade do
gavião”, mas matar um gavião no ar com um belo tiro pode também ser a verdade do caçador.
Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente o gavião; ao homem, se não houver
outro bicho que o mate, pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem.
(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, 1999. Adaptado)

O termo gavião, destacado em sua última ocorrência no texto – … pode lhe suceder que ele encontre
seu gavião em outro homem. –, é empregado com sentido
a) próprio, equivalendo a inspiração.
b) próprio, equivalendo a conquistador.
c) figurado, equivalendo a ave de rapina.
d) figurado, equivalendo a alimento.
e) figurado, equivalendo a predador.

08. (IPSMI – Procurador – VUNESP/2016)

CONTRATEMPOS

Ele nunca entendeu o tédio, essa impressão de que existem mais horas do que coisas para se fazer
com elas. Sempre faltou tempo para tanta coisa: faltou minuto para tanta música, faltou dia para tanto sol,
faltou domingo para tanta praia, faltou noite para tanto filme, faltou ano para tanta vida.
Existem dois tipos de pessoa. As pessoas com mais coisa que tempo e as pessoas com mais tempo
que coisas para fazer com o tempo.
As pessoas com menos tempo que coisa são as que buzinam assim que o sinal fica verde, e ficam
em pé no avião esperando a porta se abrir, e empurram e atropelam as outras para entrar primeiro no
vagão do trem, e leem livros que enumeram os “livros que você tem que ler antes de morrer” ao invés de
ler diretamente os livros que você tem de ler antes de morrer.
Esse é o caso dele, que chega ao trabalho perguntando onde é a festa, e chega à festa querendo
saber onde é a próxima, e chega à próxima festa pedindo táxi para a outra, e chega à outra percebendo
que era melhor ter ficado na primeira, e quando chega a casa já está na hora de ir para o trabalho.
Ela sempre pertenceu ao segundo tipo de pessoa. Sempre teve tempo de sobra, por isso sempre
leu romances longos, e passou tardes longas vendo pela milésima vez a segunda temporada de “Grey’s
Anatomy” mas, por ter tempo demais, acabava sobrando tempo demais para se preocupar com uma
Apostila gerada especialmente para: marcos aurelio corsini 073.080.399-60
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hérnia imaginária, ou para tentar fazer as pazes com pessoas que nem sabiam que estavam brigadas
com ela, ou escrever cartas longas dentro da cabeça para o ex-namorado, os pais, o país, ou culpar o sol
ou a chuva, ou comentar “e esse calor dos infernos?”, achando que a culpa é do mau tempo quando na
verdade a culpa é da sobra de tempo, porque se ela não tivesse tanto tempo não teria nem tempo para
falar do tempo.
Quando se conheceram, ele percebeu que não adiantava correr atrás do tempo porque o tempo
sempre vai correr mais rápido, e ela percebeu que às vezes é bom correr para pensar menos, e pensar
menos é uma maneira de ser feliz, e ambos perceberam que a felicidade é uma questão de tempo.
Questão de ter tempo o suficiente para ser feliz, mas não o bastante para perceber que essa felicidade
não faz o menor sentido.
(Gregório Duvivier. Folha de S. Paulo, 30.11.2015. Adaptado)

É correto afirmar que o título do texto tem sentido


a) próprio, indicando os obstáculos que cada personagem encontra quando depara com o tempo.
b) próprio, fazendo referência às reações das pessoas às atitudes das personagens.
c) figurado, indicando que o tempo é intangível, pouco importando as consequências de subestimá-lo.
d) figurado, indicando o contraste na maneira como as personagens se relacionam com o tempo.
e) figurado, se associado a “ele”, mas próprio, se associado a “ela”, pois se trata do tempo real.

09. (Pref. de Itaquitinga/PE – Psicólogo – IDHTEC/2016)


A entrada dos prisioneiros foi comovedora (...) Os combatentes contemplavam-nos entristecidos.
Surpreendiam-se; comoviam-se. O arraial, in extremis, punhalhes adiante, naquele armistício transitório,
uma legião desarmada, mutilada faminta e claudicante, num assalto mais duro que o das trincheiras em
fogo. Custava-lhes admitir que toda aquela gente inútil e frágil saísse tão numerosa ainda dos casebres
bombardeados durante três meses. Contemplando-lhes os rostos baços, os arcabouços esmirrados e
sujos, cujos molambos em tiras não encobriam lanhos, escaras e escalavros – a vitória tão longamente
apetecida decaía de súbito. Repugnava aquele triunfo. Envergonhava. Era, com efeito, contraproducente
compensação a tão luxuosos gastos de combates, de reveses e de milhares de vidas, o apresamento
daquela caqueirada humana – do mesmo passo angulhenta e sinistra, entre trágica e imunda, passando-
lhes pelos olhos, num longo enxurro de carcaças e molambos...
Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, nem um peito resfolegante de
campeador domado: mulheres, sem-número de mulheres, velhas espectrais, moças envelhecidas, velhas
e moças indistintas na mesma fealdade, escaveiradas e sujas, filhos escanchados nos quadris
desnalgados, filhos encarapitados às costas, filhos suspensos aos peitos murchos, filhos arrastados pelos
braços, passando; crianças, sem-número de crianças; velhos, sem-número de velhos; raros homens,
enfermos opilados, faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante.
(CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição Especial. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1980.)

Em qual dos trechos foi empregada palavra ou expressão em sentido conotativo?


a) “A entrada dos prisioneiros foi comovedora”
b) “Nem um rosto viril, nem um braço capaz de suspender uma arma, nem um peito resfolegante...”
c) “Era, com efeito, contraproducente compensação a tão luxuosos gastos de combates...”
d) “...os arcabouços esmirrados e sujos...”
e) “faces túmidas e mortas, de cera, bustos dobrados, andar cambaleante”

10. (Pref. de Florianópolis/SC – Auxiliar de Sala – FEPESE/2016)


O termo (ou expressão) em destaque, que está empregado em seu sentido próprio, denotativo, ocorre
em:
a) Estou morta de cansada.
b) Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É uma cobra.
c) Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos.
d) Reclusa desde que seu cachorrinho morreu, Filomena finalmente saiu de casa ontem.
e) Minha amiga é tão agitada! A bateria dela nunca acaba!

Respostas

01. Resposta B
Imiscuir: tomar parte em, dar opinião sobre (algo) que não lhe diz respeito; intrometer-se, interferir
Embotar: tirar ou perder o vigor; enfraquecer(-se).

Apostila gerada especialmente para: marcos aurelio corsini 073.080.399-60


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02. Resposta A
Armistício é um acordo formal, segundo o qual, partes envolvidas em conflito armado concordam em
parar de lutar. Não necessariamente é o fim da guerra, uma vez que pode ser apenas um cessar-fogo
enquanto tenta-se realizar um tratado de paz.

03. Resposta C
a) Discriminação é um substantivo feminino que significa distinguir ou diferenciar.
b) Eminente é o que se destaca por sua qualidade ou importância; excelente, superior. Iminente é o
que está prestes a acontecer.
c) Correta
d) Bom senso é um conceito usado na argumentação que está estritamente ligado às noções de
sabedoria e de razoabilidade.
e) Estrato se refere a uma camada, uma faixa. Extrato se refere, principalmente, a alguma coisa que
foi retirada de outra, ou seja, extraída de outra.

04. Resposta A
a) CORRETA. Paronímia “é a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem
significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos”.
Exemplos: Cavaleiro – cavalheiro
Absolver – absorver
Comprimento – cumprimento.
b) INCORRETA. Tais palavras são homófonas e homógrafas, ou seja, possuem grafia e pronúncia
iguais.
Outro exemplo é: Cura (verbo) e Cura (substantivo).
c) INCORRETA. Tais palavras são homófonas, ou seja, apesar de possuírem a mesma pronúncia,
são diferentes na escrita.
Outro exemplo é: cela (substantivo) e sela (verbo)

05. Resposta A
a) taxa, cesta, assento
TAXA/TACHA(verbo) - homônimo homófono
CESTA/SEXTA = homônimo homófono
ASSENTO/ACENTO = homônimo homófono
b) conserto, pleito, ótico
CONCERTO/CONSERTO = homônimo homófono
PLEITO/PREITO = parônimos (parecidas)
ÓTICO/OPTICO = Ótico: relativo aos ouvidos/Óptico: relativo aos olhos = parônimos
c) cheque, descrição, manga
CHEQUE/XEQUE = homônimos homófonos
DESCRIÇÃO/DISCRIÇÃO=parônimos
MANGA (roupa)/MANGA(fruta) = homônimos perfeitos
d) serrar, ratificar, emergir
CERRAR/SERRAR = homônimos homófonos
RATIFICAR/RETIFICAR = parônimos
EMERGIR/IMERGIR = parônimos

06. Resposta C
Polissemia: “Trata da pluralidade significativa de um mesmo vocábulo, que, a depender do contexto,
terá uma significação diversa. Em palavras mais simples: a palavra polissêmica é aquela que,
dependendo do contexto, muda de sentido (mas não muda de classe gramatical!). “A Gramática para
concursos públicos, 2º edição, 2015, p. 81)
Os rinocerontes fugiram de helicóptero, concordam que é uma maneira incomum? Não é algo que se
ver diariamente, por isso a alternativa que se encaixa melhor no contexto é a letra "c".

07. Resposta E
"Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente o gavião; ao homem, se não houver
outro bicho que o mate, pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro homem."

Apostila gerada especialmente para: marcos aurelio corsini 073.080.399-60


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O trecho indica que na ausência de um outro predador para o homem (alguém que lhe mate - ideia
substituída no texto pela associação com o gavião, em sentido figurado), pode acontecer de ser outro
homem o responsável por tal ato.

08. Resposta D
O contexto é determinante para que atribuamos este ou aquele sentido a uma palavra.

09. Resposta E
"face túmidas e mortas" dá o sentido figurado.

10. Resposta D
CONOTATIVO- SENTIDO FIGURADO
DENOTATIVO - sentido real (dicionário)
a) Estou morta de cansada.
b) Aquela mulher fala mal de todos na vizinhança! É uma cobra. FIGURADO
c) Todo cuidado é pouco. As paredes têm ouvidos. FIGURADO
d) Reclusa desde que seu cachorrinho morreu, Filomena finalmente saiu de casa ontem.
DENOTATIVO
e) Minha amiga é tão agitada! A bateria dela nunca acaba! FIGURADO

Identificação de diferentes estratégias que contribuem para a continuidade do


texto (anáforas, pronomes relativos, demonstrativos etc.).

Dêixis e Anáfora

Dêixis

Dêiticos são elementos linguísticos que indicam o lugar (aqui) ou o tempo (agora) em que um
enunciado é produzido e também indicam os participantes de uma situação do enunciado (eu/tu).
Faculdade que tem a linguagem de designar mostrando ao invés de conceituar. (O pronome é o vocábulo
que se refere aos seres por dêixis em lugar de fazê-lo por simbolização, como os nomes).

São dêiticos: os pronomes pessoais que indicam os participantes; os advérbios de lugar, que são
marcadores de tempo (agora, hoje, amanhã, etc.); os demonstrativos (aqui, lá, este, esse, aquele, etc.).

Só podem ser entendidos se houver uma explicitação, mesmo dentro da situação de comunicação.
Por exemplo, um bilhete com a mensagem: Eu quero que você vá hoje ao meu escritório. O termo “hoje”
perde o sentido, se não houver um referencial da data em que o bilhete foi escrito. Também o pronome
“eu” deve estar, certamente, explícito no contexto, caso contrário, ninguém sabe a quem se refere. Por
isso, diz-se que o termo “dêixis” significa “apontar para”.

Exemplos:

- O que você quer que eu faça como uma blusa assim?


- Como é sua casa?

O termo “assim” no primeiro exemplo foi empregado deiticamente para representar a situação em que
a “blusa” se encontrava. Certamente a blusa está em péssimo estado e a palavra “assim” aponta para
isso.

O advérbio interrogativo de modo “como” indaga sobre características da casa, que certamente numa
resposta apontaria para o predicativo do sujeito: minha casa é pequena e aconchegante.

Os linguistas falam também em “dêixis-fantasma” representando o cenário para onde os narradores


querem transportar o leitor.

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Anáfora e Catáfora

A Anáfora, do grego anaphora, repetição, é o processo pelo qual um segmento do discurso (chamado
anafórico) remete a outro segmento (antecedente) presente no contexto e tem como função “lembrar”. É
o termo usado em um texto para relembrar ou retomar algo que já foi dito. Ao contrário da anáfora, a
Catáfora tem a função de anunciar o que vai ser dito. Esses termos são estudados em coesão textual.
Por exemplo, a gramática tradicional diz que o demonstrativo “este” é catafórico, porque deve referir-se a
algo que será apresentado; e “esse” é anafórico, porque se refere a algo que já foi anunciado no texto ou
no contexto. Por exemplo: Essa história de usar nomes falsos para relatar fatos me aborrece. Por isso,
este meu relato vai com todos os nomes e sobrenomes.

Os elementos anafóricos remetem ao contexto linguístico, e não, como os dêiticos à realidade


extralinguística. Assim, o demonstrativo “este” pode ser empregado como dêitico: Este livro é bonito; e
como anafórico: Há um livro sobre a mesa; eu vi este livro.

Questões

01. (Pref. de Caucaia/CE – Agente de suporta a Fiscalização – CETREDE/2016)

Leia os versos a seguir.


“Se você gritasse,
Se você gemesse,
Se você tocasse...”
Carlos Drummond de Andrade

Que figura de linguagem está presente nesses versos?


a) Metáfora
b) Polissíndeto
c) Elipse
d) Pleonasmo
e) Anáfora

02. (Prefeitura de Santa Maria de Jetibá/ES - Arquiteto Urbanista – FUNCAB/2016)

O encontro

Maria da Piedade Lourenço era uma mulher miúda e nervosa, com uma cabeleira pardacenta,
malcuidada, erguida, como uma crista, no alto da cabeça. Ludo não conseguia distinguir-lhe os
pormenores do rosto. Todavia, deu pela crista. Parece uma galinha, pensou, e logo se arrepende por ter
pensado aquilo. Andara nervosíssima nos dias que antecederam a chegada da filha. Quando esta lhe
surgiu à frente, porém, veio-lhe uma grande calma. Mandou-a entrar. A sala estava agora pintada e
arranjada, soalho novo, portas novas, tudo isso às custas do vizinho, Arnaldo Cruz, que também fizera
questão de oferecer as mobílias. Comprara o apartamento a Ludo, concedendo-lhe o usufruto vitalício do
mesmo, e comprometendo-se a pagar os estudos de Sabalu até este concluir a universidade.
A mulher entrou. Sentou-se numa das cadeiras, tensa, agarrada à bolsa como a uma boia de salvação.
Sabalu foi buscar chá e biscoitos.
Não sei como a hei de chamar.
Pode chamar-me Ludovica, é o meu nome.
Um dia poderei chamá-la mãe?
Ludo apertou as mãos de encontro ao ventre. Podia ver, através das janelas, os ramos mais altos da
mulemba. Nenhuma brisa os inquietava.
Sei que não tenho desculpa, murmurou: Era muito nova, e estava assustada. Isso não justifica o que
fiz.
Maria da Piedade arrastou a cadeira para junto dela. Pousou a mão direita no seu joelho:
Não vim a Luanda para cobrar nada. Vim para a conhecer. Quero levá-la de volta para a nossa terra.
Ludo segurou-lhe a mão:
Filha, esta é a minha terra. Já não me resta outra.
Apontou para a mulemba:
Tenho visto crescer aquela árvore. Ela viu-me envelhecer a mim.
Apostila gerada especialmente para: marcos aurelio corsini 073.080.399-60
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Conversamos muito.
A senhora há de ter família em Aveiro.
Família?!
Família, amigos, eu sei lá.
Ludo sorriu para Sabalu, que assistia a tudo, muito atento, enterrado num dos sofás:
A minha família é esse menino, a mulemba lá fora, o fantasma de um cão. Vejo cada vez pior. Um
oftalmologista, amigo do meu vizinho, esteve aqui em casa, a observar-me. Disse-me que nunca perderei
a vista por completo. Resta-me a visão periférica. Hei de sempre distinguir a luz, e a luz neste país é uma
festa. Em todo o caso, não pretendo mais: A luz, Sabalu a ler para mim, e a alegria de uma romã todos
os dias.
AGUALUSA, José Eduardo. Teoria Geral do Esquecimento. Rio de Janeiro: Foz, 2012.

A frase “Ela viu-me envelhecer a mim.”, como efeito expressivo, é exemplo de:
a) hipérbole.
b) pleonasmo.
c) prosopopeia.
d) eufemismo.
e) anáfora.

03. (Pref. de Fortaleza/CE - Língua Portuguesa – Pref. de Fortaleza-CE/2016)

Marginalzinho: a socialização de uma elite vazia e covarde

Parada em um sinal de trânsito, uma cena capturou minha atenção e me fez pensar como, ao longo
da vida, a segregação da sociedade brasileira nos bestializa

01 Era a largada de duas escolas que estavam situadas uma do lado da outra, separadas por um
muro altíssimo de uma 02 delas. Da escola pública saíam crianças correndo, brincando e falando alto.
A maioria estava desacompanhada e dirigia-03 se ao ponto de ônibus da grande avenida, que terminaria
nas periferias. Era uma massa escura, especialmente quando 04 contrastada com a massa mais clara
que saía da escola particular do lado: crianças brancas, de mãos dadas com os 05 pais, babás ou
seguranças, caminhando duramente em direção à fila de caminhonetes. Lado a lado, os dois grupos não
06 se misturavam. Cada um sabia exatamente seu lugar. Desde muito pequenas, aquelas crianças
tinham literalmente 07 incorporado a segregação à brasileira, que se caracteriza pela mistura única
entre o sistema de apartheid racial e o de 08 castas de classes. Os corpos domesticados revelavam o
triste processo de socialização ao desprezo, que tende a só 09 piorar na vida adulta. [...]
PINHEIRO-MACHADO, Rosana. In http://www.cartacapital.com.br/sociedade/marginalzinho-a-socializacao-de-uma-elite-vazia-e-covarde- 3514.html (acesso
em 07/03/16).

Nos PCN, com relação à prática de produção de textos escritos, existem orientações acerca desse
conteúdo, entre as quais a “utilização de mecanismos discursivos e linguísticos de coerência e coesão
textuais, conforme o gênero e os propósitos do texto, desenvolvendo diferentes critérios: [...] de
propriedade dos recursos linguísticos (repetição, retomadas, anáforas, conectivos) na expressão da
relação entre constituintes do texto”. Quanto ao uso dos conectivos e a relação semântica existente entre
os enunciados, inexistindo conectivos explícitos, considerando a necessidade de o professor transmitir
tais conteúdos sem que o aluno precise memorizar um sem-número de conjunções, é exato afirmar que,
em “Lado a lado, os dois grupos não se misturavam. Cada um sabia exatamente seu lugar” (l. 06), um
aluno do nono ano deve ser conduzido a compreender que, entre esses dois períodos, se detecta a
relação semântica de:

a) conformidade.
b) condição.
c) tempo.
d) causa.

Respostas

01. Resposta E
Anáfora é uma figura de construção ou sintaxe, esta é gênero e altera de alguma forma a construção
regular da frase, da oração, do período, do verso; aquela é espécie e consiste na repetição de uma mesma
Apostila gerada especialmente para: marcos aurelio corsini 073.080.399-60
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palavra, de um mesmo vocábulo no início de cada oração, de cada período ou de cada verso de uma
composição. O objetivo é conferir maior expressividade, elegância à construção textual.
“Se você gritasse,
Se você gemesse,
Se você tocasse...”
Outro exemplo:
“Ei-la aí a cólera santa! Eis a ira divina!
Quem, senão ela, há de expulsar do templo o renegado, o blasfemo, o profanador, o simoníaco?
Quem, senão ela, exterminar da ciência o apedeuta, o plagiário, o charlatão?
Quem, senão ela, banir da sociedade o imoral, o corruptor, o libertino?
Quem, senão ela, varrer dos serviços do Estado o prevaricador, o concussionário e o ladrão público?
Quem, senão ela, precipitar do governo o negocismo, a prostituição política ou a tirania?
Quem, senão ela, arrancar a defesa da pátria à cobardia, à inconfidência, ou à traição?”
(Rui Barbosa)

02. Resposta B
A) hipérbole_ permite exprimir uma ideia de forma exagerada
Ex: Já disse um milhão de vezes a mesma coisa.
B) gabarito.
C) prosopopeia_ permite atribuir qualidades animadas a seres irracionais ou inanimados.
Ex: A sorte bate em sua porta.
D) eufemismo_ tem objetivo de suavizar expressões chocantes.
Ex: Ele faltou com a verdade. (Em vez de dizer "ele mentiu")
E) anáfora_ é a repetição das mesmas palavras com a finalidade de reforçar uma ideia.
Ex: nada de educação, nada de saúde, nada de emprego. Este país está à beira de um precipício.

03. Resposta D
Relação de Causa: Qual a causa dos dois grupos não se misturarem - porque cada um sabia
exatamente seu lugar.

Pronome

É a palavra que acompanha ou substitui o nome, relacionando-o a uma das três pessoas do discurso.
As três pessoas do discurso são:
1ª pessoa: eu (singular) nós (plural): aquela que fala ou emissor;
2ª pessoa: tu (singular) vós (plural): aquela com quem se fala ou receptor;
3ª pessoa: ele, ela (singular) eles, elas (plural): aquela de quem se fala ou referente.
Dependendo da função de substituir ou acompanhar o nome, o pronome é, respectivamente: pronome
substantivo ou pronome adjetivo.
Os pronomes são classificados em: pessoais, de tratamento, possessivos, demonstrativos, indefinidos,
interrogativos e relativos.

Pronomes Pessoais: Os pronomes pessoais dividem-se em:


- retos - exercem a função de sujeito da oração: eu, tu, ele, nós, vós, eles:
- oblíquos - exercem a função de complemento do verbo (objeto direto / objeto indireto) ou as, lhes. -
Ela não vai conosco. (ela-pronome reto / vai-verbo / conosco complemento nominal. São: tônicos com
preposição: mim, comigo, ti, contigo,si, consigo, conosco, convosco; átonos sem preposição: me, te,
se, o, a, lhe, nos, vos, os,-pronome oblíquo) - Eu dou atenção a ela. (eu-pronome reto / dou-verbo /
atenção-nome / ela-pronome oblíquo)

Saiba mais sobre os Pronomes Pessoais

- Colocados antes do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pessoa, apresentam sempre a forma: o, a,


os, as: Eu os vi saindo do teatro.
- As palavras “só” e “todos” sempre acompanham os pronomes pessoais do caso reto: - Eu vi só ele
ontem.
- Colocados depois do verbo, os pronomes oblíquos da 3ª pessoa apresentam as formas:
o, a, os, as: se o verbo terminar em vogal ou ditongo oral: Encontrei-a sozinha. Vejo-os diariamente.

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o, a, os, as, precedidos de verbos terminados em: R/S/Z, assumem as formas: lo, Ia, los, las, perdendo,
consequentemente, as terminações R, S, Z. Preciso pagar ao verdureiro. = pagá-lo; Fiz os exercícios a
lápis. = Fi-los a lápis.
lo, la, los, las: se vierem depois de: eis / nos / vos - Eis a prova do suborno. = Ei-la; O tempo nos dirá.
= no-lo dirá. (eis, nos, vos perdem o S)
no, na, nos, nas: se o verbo terminar em ditongo nasal: m, ão, õe: Deram-na como vencedora; Põe-nos
sobre a mesa.
lhe, lhes colocados depois do verbo na 1ª pessoa do plural, terminado em S não modificado: Nós
entregamoS-lhe a cópia do contrato. (o S permanece)
nos: colocado depois do verbo na 1ª pessoa do plural, perde o S: Sentamo-nos à mesa para um café
rápido.
me, te, lhe, nos, vos: quando colocado com verbos transitivos diretos (TD), têm sentido possessivo,
equivalendo a meu, teu, seu, dele, nosso, vosso: Os anos roubaram-lhe a esperança. (sua, dele, dela
possessivo)
as formas conosco e convosco são substituídas por: com + nós, com + vós. seguidos de: ambos, todos,
próprios, mesmos, outros, numeral: Marianne garantiu que viajaria com nós três.
o pronome oblíquo funciona como sujeito com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar, sentir e
ver+verbo no infinitivo. Deixe-me sentir seu perfume. (Deixe que eu sinta seu perfume me-- sujeito do
verbo deixar - Mandei-o calar. (= Mandei que ele calasse), o= sujeito do verbo mandar.
os pronomes pessoais oblíquos nos, vos, e se recebem o nome de pronomes recíprocos quando
expressam uma ação mútua ou recíproca: Nós nos encontramos emocionados. (pronome recíproco, nós
mesmos). Nunca diga: Eu se apavorei. / Eu jà se arrumei; Eu me apavorei. / Eu me arrumei. (certos)
- Os pronomes pessoais retos eu e tu serão substituidos por mim e ti após prepõsição: O segredo
ficará somente entre mim e ti.
- É obrigatório o emprego dos pronomes pessoais eu e tu, quando funcionarem como Sujeito: Todos
pediram para eu relatar os fatos cuidadosamente. (pronome reto + verbo no infinitivo). Lembre-se de que
mim não fala, não escreve, não compra, não anda. Somente o Tarzã e o Capitão Caverna dizem: mim
gosta / mim tem / mim faz. / mim quer.
- As formas oblíquas o, a, os, as são sempre empregadas como complemento de verbos transitivos
diretos ao passo que as formas lhe, lhes são empregadas como complementos de verbos transitivos
indiretos: Dona Cecília, querida amiga, chamou-a. (verbo transitivo direto, VTD); Minha saudosa
comadre, Nircléia, obedeceu-lhe. (verbo transitivo indireto,VTI)
- É comum, na linguagem coloquial, usar o brasileiríssimo a gente, substituindo o pronome pessoal
nós: A gente deve fazer caridade com os mais necessitados.
- Os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas, nós e vós serão pronomes pessoais oblíquos quando
empregados como complementos de um verbo e vierem precedidos de preposição. O conserto da
televisão foi feito por ele. (ele= pronome oblíquo)
- Os pronomes pessoais ele, eles e ela, elas podem se contrair com as preposições de e em: Não vejo
graça nele./ Já frequentei a casa dela.
- Se os pronomes pessoais retos ele, eles, ela, elas estiverem funcionando como sujeito, e houver
uma preposição antes deles, não poderá haver uma contração: Está na hora de ela decidir seu caminho.
(ela -sujeito de decidir; sempre com verbo no infinitivo)
- Chamam-se pronomes pessoais reflexivos os pronomes pessoais que se referem ao sujeito: Eu me
feri com o canivete. (eu - 1ª pessoa- sujeito / me- pronome pessoal reflexivo)
- Os pronomes pessoais oblíquos se, si e consigo devem ser empregados somente como pronomes
pessoais reflexivos e funcionam como complementos de um verbo na 3ª pessoa, cujo sujeito é também
da 3ª pessoa: Nicole levantou-se com elegância e levou consigo (com ela própria) todos os olhares.
(Nicole-sujeito, 3ª pessoa/ levantou -verbo 3ª pessoa / se- complemento 3ª pessoa / levou- verbo- 3ª
pessoa / consigo - complemento 3ª pessoa)
- O pronome pessoal oblíquo não funciona como reflexivo se não se referir ao sujeito: Ela me protegeu
do acidente. (ela - sujeito 3ª pessoa me complemento 1ª pessoa)
- Você é segunda ou terceira pessoa? Na estrutura da fala, você é a pessoa a quem se fala e, portanto,
da 2ª pessoa. Por outro lado, você, como os demais pronomes de tratamento - senhor, senhora,
senhorita, dona, pede o verbo na 3ª pessoa, e não na 2ª.
- Os pronomes oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes (formas de objeto indireto, 0I) juntam-se a o, a, os,
as (formas de objeto direto), assim: me+o: mo/+a: ma/+ os: mos/+as: mas: - Recebi a carta e agradeci
aojovem, que ma trouxe. nos +o: no-lo / + a: no-la / + os: no-los / +as: no-las: -Venderíamos a casa, se
no-la exigissem. te+ o: to/+ a: ta/+ os: tos/+ as: tas: -Dei-te os meus melhores dias. Dei-tos. lhe+ o: lho/+

Apostila gerada especialmente para: marcos aurelio corsini 073.080.399-60


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a: lha/+ os: lhos/+ as:lhas: -Ofereci -lhe flores. Ofereci-lhas. vos+ o: vo-lo/+ a: vo-la/+ os: vo-los/+ as:
vo-las: - Pedi-vos conselho. Pedi vo-lo.

No Brasil, quase não se usam essas combinações (mo, to, lho, nolo, vo-lo), são usadas somente em
escritores mais sofisticados.

Pronomes de Tratamento: São usados no trato com as pessoas. Dependendo da pessoa a quem
nos dirigimos, do seu cargo, idade, título, o tratamento será familiar ou cerimonioso: Vossa Alteza-V.A.-
príncipes, duques; Vossa Eminência-V.Ema-cardeais; Vossa Excelência-V.Ex.a-altas autoridades,
presidente, oficiais; Vossa Magnificência-V.Mag.a-reitores de universidades; Vossa Majestade-V.M.-reis,
imperadores; Vossa Santidade-V.S.-Papa; Vossa Senhoria-V.Sa-tratamento cerimonioso.
- São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, a senhorita, dona, você.
- Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Nas comunicações oficiais devem ser
utilizados somente dois fechos:
- Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive para o presidente da República.
- Atenciosamente: para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior.
- A forma Vossa (Senhoria, Excelência) é empregada quando se fala com a própria pessoa: Vossa
Senhoria não compareceu à reunião dos sem-terra? (falando com a pessoa)
- A forma Sua (Senhoria, Excelência ) é empregada quando se fala sobre a pessoa: Sua Eminência, o
cardeal, viajouparaum Congresso. (falando a respeito do cardeal)
- Os pronomes de tratamento com a forma Vossa (Senhoria, Excelência, Eminência, Majestade),
embora indiquem a 2ª pessoa (com quem se fala), exigem que outros pronomes e o verbo sejam usados
na 3ª pessoa. Vossa Excelência sabe que seus ministros o apoiarão.

Pronomes Possessivos: São os pronomes que indicam posse em relação às pessoas da fala.
Singular: 1ª pessoa: meu, meus, minha, minhas; 2ª pessoa: teu, teus, tua, tuas; 3ª pessoa: seu, seus,
sua, suas;
Plural: 1ª pessoa: nosso/os nossa/as, 2ª pessoa: vosso/os vossa/as. 3ª pessoa: seu, seus, sua, suas.

Emprego dos Pronomes Possessivos

- O uso do pronome possessivo da 3ª pessoa pode provocar, às vezes, a ambiguidade da frase. João
Luís disse que Laurinha estava trabalhando em seu consultório.
- O pronome seu toma o sentido ambíguo, pois pode referir - se tanto ao consultório de João Luís
como ao de Laurinha. No caso, usa-se o pronome dele, dela para desfazer a ambiguidade.
- Os possessivos, às vezes, podem indicar aproximações numéricas e não posse: Cláudia e Haroldo
devem ter seus trinta anos.
- Na linguagem popular, o tratamento seu como em: Seu Ricardo, pode entrar!, não tem valor
possessivo, pois é uma alteração fonética da palavra senhor
- Os pronomes possessivos podem ser substantivados: Dê lembranças a todos os seus.
- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus
livros e anotações.
- Usam-se elegantemente certos pronomes oblíquos: me, te, lhe, nos, vos, com o valor de possessivos.
Vou seguir-lhe os passos. (os seus passos)
- Deve-se observar as correlações entre os pronomes pessoais e possessivos. “Sendo hoje o dia do
teu aniversário, apresso-me em apresentar-te os meus sinceros parabéns; Peço a Deus pela tua
felicidade; Abraça-te o teu amigo que te preza.”
- Não se emprega o pronome possessivo (seu, sua) quando se trata de parte do corpo. Veja: “Um
cavaleiro todo vestido de negro, com um falcão em seu ombro esquerdo e uma espada em sua, mão”.
(usa-se: no ombro; na mão)

Pronomes Demonstrativos: Indicam a posição dos seres designados em relação às pessoas do


discurso, situando-os no espaço ou no tempo. Apresentam-se em formas variáveis e invariáveis.

- Em relação ao espaço:
Este (s), esta (s), isto: indicam o ser ou objeto que está próximo da pessoa que fala. Exemplo: Este
é o meu primeiro celular, amigos.

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Esse (s), essa (s), isso: designam a pessoa ou a coisa próxima daquela com quem falamos ou para
quem escrevemos. Exemplo: Senhor, quanto custa esse pacote de milho?

Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam o ser ou objeto que está longe de quem fala e da pessoa de
quem se fala (3ª pessoa). Exemplo: Você pode me emprestar aquele livro de matemática?

Observação:
Os pronomes “Aquele(s)”, “Aquela(s)” também podem indicar afastamento temporal. Exemplos:
Aqueles belos tempos que não voltam mais.
Naquela época eram todas unidas.

- Em relação ao tempo:
Este (s), esta (s), isto: indicam o tempo presente em relação ao momento em que se fala. Exemplo:
Este mês termina o prazo das inscrições para o vestibular da FAL.

Esse (s), essa (s), isso: designam tempo no passado ou no futuro. Exemplos: Onde você esteve essa
semana toda? / Sei que serei aprovado e, quando chegar esse momento, serei feliz!

Aquele (s), aquela (s), aquilo: indicam um tempo distante em relação ao momento em que se fala.
Exemplo: Bons tempos aqueles em que brincávamos descalços na rua...

- dependendo do contexto, também são considerados pronomes demonstrativos o, a, os, as, mesmo,
próprio, semelhante, tal, equivalendo a aquele, aquela, aquilo. O próprio homem destrói a natureza;
Depois de muito procurar, achei o que queria; O professor fez a mesma observação; Estranhei
semelhante coincidência; Tal atitude é inexplicável.
- para retomar elementos já enunciados, usamos aquele (e variações) para o elemento que foi referido
em 1º Iugar e este (e variações) para o que foi referido em último lugar. Pais e mães vieram à festa de
encerramento; aqueles, sérios e orgulhosos, estas, elegantes e risonhas.
- dependendo do contexto os demonstrativos também servem como palavras de função intensificadora
ou depreciativa. Júlia fez o exercício com aquela calma! (=expressão intensificadora). Não se preocupe;
aquilo é uma tranqueira! (=expressão depreciativa)
- as formas nisso e nisto podem ser usadas com valor de então ou nesse momento. A festa estava
desanimada; nisso, a orquestra tocou um samba e todos caíram na dança.
- os demonstrativos esse, essa, são usados para destacar um elemento anteriormente expresso.
Ninguém ligou para o incidente, mas os pais, esses resolveram tirar tudo a limpo.

Pronomes Indefinidos: São aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso de modo vago indefinido,
impreciso: Alguém disse que Paulo César seria o vencedor. Alguns desses pronomes são variáveis em
gênero e número; outros são invariáveis.
Variáveis: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, tanto, quanto, um, bastante,
qualquer.
Invariáveis: alguém, ninguém, tudo, outrem, algo, quem, nada, cada, mais, menos, demais.

Emprego dos Pronomes Indefinidos

Não sei de pessoa alguma capaz de convencê-lo. (alguma, equivale a nenhum)


- Em frases de sentido negativo, nenhum (e variações) equivale ao pronome indefinido um: Fiquei
sabendo que ele não é nenhum ignorante.
- O indefinido cada deve sempre vir acompanhado de um substantivo ou numeral, nunca sozinho:
Ganharam cem dólares cada um. (inadequado: Ganharam cem dólares cada.)
- Colocados depois do substantivo, os pronomes algum/alguma ganham sentido negativo. Este ano,
funcionário público algum terá aumento digno.
- Colocados antes do substantivo, os pronomes algum/alguma ganham sentido positivo. Devemos
sempre ter alguma esperança.
- Certo, certa, certos, certas, vários, várias, são indefinidos quando colocados antes do substantivo e
adjetivos, quando colocados depois do substantivo: Certo dia perdi o controle da situação. (antes do
substantivo= indefinido); Eles voltarão no dia certo. (depois do substantivo=adjetivo).
- Todo, toda (somente no singular) sem artigo, equivale a qualquer: Todo ser nasce chorando.
(=qualquer ser; indetermina, generaliza).

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- Outrem significa outra pessoa: Nunca se sabe o pensamento de outrem.
- Qualquer, plural quaisquer: Fazemos quaisquer negócios.

Locuções Pronominais Indefinidas: São locuções pronominais indefinidas duas ou mais palavras
que equiva em ao pronome indefinido: cada qual / cada um / quem quer que seja / seja quem for / qualquer
um / todo aquele que / um ou outro / tal qual (=certo) / tal e, ou qual /

Pronomes Relativos: São aqueles que representam, numa 2ª oração, alguma palavra que já
apareceu na oração anterior. Essa palavra da oração anterior chama-se antecedente: Comprei um carro
que é movido a álcool e à gasolina. É Flex Power. Percebe-se que o pronome relativo que, substitui na
2ª oração, o carro, por isso a palavra que é um pronome relativo. Dica: substituir que por o, a, os, as,
qual / quais.
Os pronomes relativos estão divididos em variáveis e invariáveis.
Variáveis: o qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas, quanto, quantos;
Invariáveis: que, quem, quando, como, onde.

Emprego dos Pronomes Relativos

- O relativo que, por ser o mais usado, é chamado de relativo universal. Ele pode ser empregado com
referência à pessoa ou coisa, no plural ou no singular: Este é o CD novo que acabei de comprar; João
Adolfo é o cara que pedi a Deus.
- O relativo que pode ter por seu antecedente o pronome demonstrativo o, a, os, as: Não entendi o
que você quis dizer. (o que = aquilo que).
- O relativo quem refere se a pessoa e vem sempre precedido de preposição: Marco Aurélio é o
advogado a quem eu me referi.
- O relativo cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual, de quem e estabelecem relação de posse
entre o antecedente e o termo seguinte. (cujo, vem sempre entre dois substantivos)
- O pronome relativo pode vir sem antecedente claro, explícito; é classificado, portanto, como relativo
indefinido, e não vem precedido de preposição: Quem casa quer casa; Feliz o homem cujo objetivo é a
honestidade; Estas são as pessoas de cujos nomes nunca vou me esquecer.
- Só se usa o relativo cujo quando o conseqüente é diferente do antecedente: O escritor cujo livro te
falei é paulista.
- O pronome cujo não admite artigo nem antes nem depois de si.
- O relativo onde é usado para indicar lugar e equivale a: em que, no qual: Desconheço o lugar onde
vende tudo mais barato. (= lugar em que)
- Quanto, quantos e quantas são relativos quando usados depois de tudo, todos, tanto: Naquele
momento, a querida comadre Naldete, falou tudo quanto sabia.

Pronomes Interrogativos: São os pronomes em frases ínterrogativas diretas ou indiretas. Os


principais interrogativos são: que, quem, qual, quanto:
- Afinal, quem foram os prefeitos desta cidade? (interrogativa direta, com o ponto de interrogação)
- Gostaria de saber quem foram os prefeitos desta cidade. (interrogativa indireta, sem a interrogação)

Questões

01. (IF Sul – MG - Assistente em Administração – IF Sul-MG/2016)

Vício em internet: quando o acesso à web se torna uma doença

Acredite ou não: o conceito de dependência em internet começou como uma piada. Em 1995, o
psiquiatra norte-americano Ivan Goldberg publicou um artigo satírico em seu site pessoal no qual ele
descrevia um problema recém-descoberto e batizado como IAD (sigla para Internet Addiction Disorder,
ou Desordem do Vício em Internet).
O que Goldberg não imaginava era que a imprensa e a comunidade científica passariam a tratar o IAD
como um problema real, usando como gancho os rápidos avanços tecnológicos ocorridos na década de
90. Com o advento dos navegadores, buscadores e computadores pessoais, era natural que tal assunto
chamasse atenção até mesmo dos leigos.
Ainda que não seja mencionado na versão mais recente do Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5, datado de 2013), os profissionais de psiquiatria e psicologia do mundo

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inteiro são unânimes: o vício em internet existe e é uma doença bastante perigosa. Hoje em dia temos
milhares de casos em todo o planeta, incluindo no Brasil, onde ainda é bastante difícil encontrar
tratamento especializado para quem sofre desse mal.
Assim como outros transtornos psicológicos, a dependência em internet pode afetar qualquer pessoa,
mas alguns indivíduos possuem maior predisposição a desenvolverem a doença. De acordo com a
psicóloga Daniela Faertes, especialista em mudança de comportamento, pessoas introvertidas e que têm
dificuldades em manter relações interpessoais são as que possuem maior tendência a se tornarem
viciadas.
Os fanáticos pela internet geralmente são afetados por problemas pessoais ou familiares, incluindo
bullying, exclusão social, frustrações profissionais, conturbações no casamento e até mesmo dificuldades
financeiras. Tendo isso em mente, o acesso frenético à internet pode ser entendido como uma válvula de
escape desse indivíduo – um local confortável que acaba tomando o lugar do mundo real.
Para Daniela Faertes, é necessário que haja um autocontrole dos horários em que se acessa a internet
e utiliza o telefone celular. “Uma das grandes questões é que, mesmo não sendo dependente, a internet
provoca uma percepção distorcida da passagem do tempo e, como a gama de assuntos que pode ser
acessada por ela é infinita, é necessário colocar um limite pessoal”, observa.
Disponível em: <http://goo.gl/hFSm5J>. (Com adaptações).

As expressões destacadas dos trechos “no qual ele descrevia um problema” e “para quem sofre desse
mal” pertencem a uma categoria de palavras da língua que têm por função:
(A) Indicar a retomada de informações introduzidas previamente em outras passagens do texto.
(B) Sinalizar as relações (temporais, causais, adversativas, por exemplo) existentes entre blocos de
informações.
(C) Apresentar um cenário em cujo interior informações subsequentes devem ser interpretadas.
(D) Sintetizar as novas informações constantes no parágrafo seguinte.

02. (IF-PA - Auxiliar em Administração – FUNRIO/2016)


O emprego do pronome relativo está de acordo com as normas da língua-padrão em:
(A) Finalmente aprovaram o decreto que lutamos tanto por ele.
(B) Nas próximas férias, minha meta é fazer tudo que tenho direito.
(C) Eu aprovaria o texto daquele parecer que o relator apresentou ontem.
(D) Existe um escritor brasileiro que todos os brasileiros nos orgulhamos.
(E) Na política, às vezes acontecem traições onde mostram muita sordidez.

03. (ELETROBRAS-ELETROSUL - Técnico de Segurança do Trabalho – FCC/2016)

Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a energia solar

Bem no meio do deserto, há um lugar onde o calor é extremo. Sessenta e três graus ou até mais no
verão. E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma das maiores
usinas de energia solar do mundo.
Os Emirados Árabes estão investindo em fontes energéticas renováveis. Não vão substituir o petróleo,
que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo menos. O que pretendem é diversificar e poluir menos.
Uma aposta no futuro.
A preocupação com o planeta levou Abu Dhabi a tirar do papel a cidade sustentável de Masdar. Dez
por cento do planejado está pronto. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora. Lá só
se anda a pé ou de bicicleta. As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. É
perfeito para o deserto. Os revestimentos das paredes isolam o calor. E a direção dos ventos foi estudada
para criar corredores de brisa.
(Adaptado de: “Abu Dhabi constrói cidade do futuro, com tudo movido a energia solar”. Disponível em:http://g1.globo.com/globoreporter/noticia/2016/04/abu-
dhabi-constroi-cidade-do-futuro-com-tudo-movido-energia-solar.html)

Considere as seguintes passagens do texto:


I. E foi exatamente por causa da temperatura que foi construída em Abu Dhabi uma das maiores usinas
de energia solar do mundo. (1º parágrafo)
II. Não vão substituir o petróleo, que eles têm de sobra por mais 100 anos pelo menos. (2º parágrafo)
III. Um traçado urbanístico ousado, que deixa os carros de fora. (3º parágrafo)
IV. As ruas são bem estreitas para que um prédio faça sombra no outro. (3º parágrafo)

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O termo “que” é pronome e pode ser substituído por “o qual” APENAS em
(A) I e II.
(B) II e III.
(C) I, II e IV.
(D) I e IV.
(E) III e IV.

04. (Pref. de Itaquitinga/PE - Assistente Administrativo – IDHTEC/2016)

O emprego do pronome “aquela” na charge:


(A) Dá uma conotação irônica à frase.
(B) Representa uma forma indireta de se dirigir ao casal.
(C) Permite situar no espaço aquilo a que se refere.
(D) Indica posse do falante.
(E) Evita a repetição do verbo.

05. (Pref. de Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala – FEPESE/2016)


Analise a frase abaixo:

“O professor discutiu............mesmos a respeito da desavença entre .........e ........ .

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto.


(A) com nós • eu • ti
(B) conosco • eu • tu
(C) conosco • mim • ti
(D) conosco • mim • tu
(E) com nós • mim • ti

06. (COMLURB - Técnico de Segurança do Trabalho – IBFC/2016)


Das opções abaixo, assinale a única que apresenta corretamente a colocação do pronome.
(A) Esqueci de te contar que vi ele na rua.
(B) Nunca pode-se falar mal de quem não conhece-se
(C) Esta situação se-refere a assuntos empresariais.
(D) Precisa-se de bons funcionários.

07. (MPE-RS - Agente Administrativo – MPE-RS/2016)


Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas dos enunciados abaixo.
1. Quanto ao pedido do Senhor Secretário, a secretaria deverá ________ que ainda não há
disponibilidade de recursos.
2. Apesar de o regimento não exigir uma sindicância neste tipo de situação, a gravidade da ocorrência
________, sem dúvida.
3. Embora os novos artigos limitem o alcance da lei, eles não ________.

Apostila gerada especialmente para: marcos aurelio corsini 073.080.399-60


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(A) informar-lhe – a justificaria – revogam-na
(B) informar-lhe – justificá-la-ia – a revogam
(C) informá-lo – justificar-lhe-ia – a revogam
(D) informá-lo – a justificaria – lhe revogam
(E) informar-lhe – justificá-la-ia – revogam-na

08. (MPE-SC - Promotor de Justiça – Vespertina – MPE-SC/2016)

“As emoções não são um privilégio humano. Os bichos também sentem tristeza, alegria, raiva, amor.
Para compreender ainda mais o comportamento deles, os zoólogos tentam decifrar esses estados
emocionais, estudando as suas expressões corporais.
Os elefantes são considerados excelentes modelos para o estudo dos sentimentos animais, pois
parecem estar sempre com a emoção à flor da pele. Quando um deles morre, os outros fazem verdadeiros
rituais fúnebres, formando um círculo em torno do cadáver, sobre o qual depositam folhas e galhos,
enquanto choram copiosamente.”
(http:/super.abril.com.br/ciência/sentimento-animal)

Em “Para compreender ainda mais o comportamento deles" a expressão sublinhada equivale a “o seu
comportamento”.
( ) Certo ( ) Errado

09. (Prefeitura de Trindade/GO - Professor P − III (Pedagogo) - FUNRIO/2016)

NÃO É A PEÇA, É O QUE ELA REPRESENTA

O abaixo-assinado Vai ter shortinho sim, feito por alunas de um colégio tradicional, em Porto Alegre,
fez verão na mídia do sul durante toda a última semana. No manifesto que acompanha a petição − que
já conta com mais de 20 mil apoiadores − as gurias exigem que algumas regras do vestuário sejam
alteradas pela escola. No comovente manifesto, meninas entre 13 e 18 anos exigem que a escola se
ocupe de ensinar respeito em vez de ditar o que elas podem ou não vestir, explicam que regulações
acerca da indumentária feminina reforçam a ideia de que assediar é da natureza do homem, e pedem
que a escola abandone a mentalidade de que cabe às mulheres a prevenção da violência sexual. “Ao
invés de humilhar meninas pelos seus corpos, ensinem os meninos que elas não são objetos sexuais”,
diz o manifesto. O argumento aqui é simples: abaixo o controle dos corpos das mulheres − controle que,
historicamente, se manifesta com força na seara das modas. Em O Segundo Sexo (1949), Simone de
Beauvoir relata como as roupas podem ser ferramentas da opressão das mulheres, mas é bom lembrar
que o foco da crítica feminista é o machismo, more ele na diferença salarial, na pouca representatividade
política, em alguma vestimenta específica... ou em sua proibição. E a proibição, que é exclusiva para as
meninas, só existe por causa de uma suposta falta de controle da sexualidade masculina. O manifesto
não é pelo direito de usar uma roupa X, mas pelo direito de usar essa roupa sabendo que a
responsabilidade pelo que ela supostamente provocaria nos rapazes é dos rapazes. A confusão acerca
dessa petição tem origem na falta de entendimento a respeito do argumento central do feminismo, que é
a erradicação da opressão das mulheres em todas as suas formas − o que, necessariamente, exige que
os homens tomem responsabilidade por suas ações ao invés de culpar as mulheres quando eles “perdem
o controle”. Raramente as objeções que fazemos dizem respeito apenas aos objetos que aparecem como
foco das nossas demandas. Assim, a campanha #vaitershortinhosim não é apenas sobre o direito de usar
ou não shortinho na escola, mas também serve para promover a autonomia corporal de todas nós, e para
que os homens sejam educados a respeitá-la.
Adaptado de Joanna Burigo - Revista Carta Capital, 02/03/2016.

Na oração “ao invés de culpar as mulheres”, a substituição do elemento destacado pelo pronome
oblíquo correspondente está correta em:
(A) ao invés de culpá-las
(B) ao invés de culpar-lhe
(C) ao invés de culpar-nas
(D) ao invés de lhes culpar
(E) ao invés de culpar-lhes

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10. (IBGE - Analista - Processos Administrativos e Disciplinares – FGV/2016)

Texto – A eficácia das palavras certas

Havia um cego sentado numa calçada em Paris. A seus pés, um boné e um cartaz em madeira escrito
com giz branco gritava: “Por favor, ajude-me. Sou cego”. Um publicitário da área de criação, que passava
em frente a ele, parou e viu umas poucas moedas no boné. Sem pedir licença, pegou o cartaz e com o
giz escreveu outro conceito. Colocou o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora.
Ao cair da tarde, o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmola. Seu boné, agora,
estava cheio de notas e moedas. O cego reconheceu as pegadas do publicitário e perguntou se havia
sido ele quem reescrevera o cartaz, sobretudo querendo saber o que ele havia escrito.
O publicitário respondeu: “Nada que não esteja de acordo com o conceito original, mas com outras
palavras”. E, sorrindo, continuou o seu caminho. O cego nunca soube o que estava escrito, mas seu novo
cartaz dizia: “Hoje é primavera em Paris e eu não posso vê-la”.
(Produção de Texto, Maria Luíza M. Abaurre e Maria Bernadete M. Abaurre)

A frase abaixo em que o emprego do demonstrativo sublinhado está inadequado é:


(A) “As capas deste livro que você leva são muito separadas”. (Ambrose Bierce);
(B) “Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro”. (Mário
Quintana);
(C) “Claro que a vida é bizarra. O único modo de encarar isso é fazer pipoca e desfrutar o show”.
(David Gerrold);
(D) “Não há nenhum lugar nessa Terra tão distante quanto ontem”. (Robert Nathan);
(E) “Escritor original não é aquele que não imita ninguém, é aquele que ninguém pode imitar”.
(Chateaubriand).

Respostas

01. Resposta A
O pronome ele, de acordo com o comando da questão, está retomando um termo anterior - Anáfora,
assim como a palavra desse.

02. Resposta C
a) Finalmente aprovaram o decreto que lutamos tanto por ele.
Quem luta, luta por algo.
Forma correta: Finalmente aprovaram o decreto pelo qual lutamos tanto.
b) Nas próximas férias, minha meta é fazer tudo que tenho direito.
Tem direito a algo.
Forma correta: Nas próximas férias, minha meta é fazer tudo a que tenho direito.
c) (GABARITO) Eu aprovaria o texto daquele parecer que o relator apresentou ontem.
Apresentar: VTD.
d) Existe um escritor brasileiro que todos os brasileiros nos orgulhamos.
Orgulhar de algo ou de alguém.
Forma correta: Existe um escritor brasileiro do qual todos os brasileiros nos orgulhamos.
e) Na política, às vezes acontecem traições onde mostram muita sordidez.
Onde é usado para substituir termos que contenham a noção de lugar. Nesse caso não deveria ser
usado onde e sim as quais, concordando com traições.
Forma correta: Na política, às vezes acontecem traições as quais mostram muita sordidez.

03. Resposta B
QUE = o qual(s) a qual(s), é pronome relativo.
I. E foi justamente por causa da temperatura O QUAL foi construída... (errado, a temperatura A qual)
II. Não vão substituir o petróleo, O QUAL eles têm de sobra... (certo, o petróleo tem de sobra, o qual)
III. Um traçado urbanístico ousado, O QUAL deixa os carros... (certo, o traçado deixa os carros, o qual)
IV. As ruas são bem estreitas para ISSO.... (Conjunção integrante).

04. Resposta C
“O pronome demonstrativo é utilizado em três situações. Pode se referir a espaço, ideias ou
elementos”.

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Exemplos de pronomes demonstrativos:
Primeira pessoa: este, estes, estas (variáveis); isto (invariável).
Segunda pessoa: esse, essa, esses, essas (variáveis); isso (invariável).
Terceira pessoa: aquele, aquela, aquelas (variáveis); aquilo (invariável).

05. Resposta E
Os pronomes conosco e convosco devem ser substituídos por com nós e com vós,
respectivamente, quando aparecem seguidos de palavras enfáticas como mesmos, próprios, todos,
outros, ambos, ou de numeral:
O diretor implicou com nós dois.
Senhores deputados, quero falar com vós mesmos.
O pronome regido pela preposição entre deve aparecer na forma oblíqua. Assim, é correto dizer entre
mim e ele, entre ela e ti, entre mim e ti. Os pronomes pessoais do caso oblíquo funcionam
como complementos: Isso não convém a mim, Foram embora sem ti, Olhou para mim. Os pronomes
pessoais do caso reto exercem a função de sujeito na oração. Dessa forma, os pronomes eu e tu estão
empregados corretamente nos seguintes casos: Pediu que eu fizesse as compras, Saberão só quando tu
partires, Trouxeram o documento para eu assinar.

06. Resposta D
a) Esqueci - me de te contar que vi ele na rua. - Estaria CORRETO
b) Nunca SE pode falar mal de quem não conhece-se. Estaria CORRETO
c) Esta situação se-refere a assuntos empresariais. ERRADO!
c) Esta situação REFERE-SE a assuntos empresariais. Estaria CORRETO!
d) Precisa-se de bons funcionários. A colocação do pronome está correta de acordo com a regra.

07. Resposta B
1. Quanto ao pedido do Senhor Secretário, a secretaria deverá INFORMAR-LHE que ainda não há
disponibilidade de recursos. O pronome LHE caracteriza um objeto indireto, que no caso é o Senhor
Secretário; o objeto direto é:"que ainda não há disponibilidade de recursos".
2. Apesar de o regimento não exigir uma sindicância neste tipo de situação, a gravidade
da ocorrência JUSTIFICÁ-LA-IA, sem dúvida. Se o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do
pretérito, ocorrerá a mesóclise, desde que não haja palavra atrativa Ex: “a gravidade da ocorrência NÃO
A justificaria".
3. Embora os novos artigos limitem o alcance da lei, eles não A revogam. O advérbio de
negação NÃO atrai o pronome oblíquo A causando uma próclise.

08. Certo
Questão de interpretação: O comportamento é um só.
O que são deles? O comportamento. O seu comportamento....

09. Resposta A
Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais depois de certas terminações verbais. Quando
o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a
terminação verbal é suprimida.
Por exemplo:
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
dizer + a = dizê-la

10. Resposta A
a) “As capas desse livro que você leva são muito separadas”. (Ambrose Bierce);
Este - próximo do falante / esse - próximo do ouvinte / aquele - longe do ouvinte e do falante.
b) “Quando alguém pergunta a um autor o que este (aqui está implícito autor) quis dizer, é porque um
dos dois é burro”. (Mário Quintana);
c) “Claro que a vida é bizarra. O único modo de encarar isso (refere-se a vida) é fazer pipoca e
desfrutar o show”. (David Gerrold);
d) “Não há nenhum lugar nessa (refere-se a lugar) terra tão distante quanto ontem”. (Robert Nathan);

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e) “Escritor original não é aquele (termo distante de quem fala e com quem eu falo) que não imita
ninguém, é aquele (termo distante de quem fala e com quem eu falo) que ninguém pode imitar”.
(Chateaubriand).

Compreensão de estruturas temática e lexical complexas.

Linguagem

Como instrução geral, podemos dizer que uma hipótese interpretativa é aceitável sempre que o texto
apresenta pista ou pistas que a confirmam e sustentam. O texto abaixo é bastante apropriado.

“Aquela senhora tem um piano.


Que é agradável, mas não é o correr dos rios.
Nem o murmúrio que as árvores fazem...
Por que é preciso ter um piano?
O melhor é ter ouvidos
E amar a Natureza.”

Que simboliza o piano no poema?


Dentro do contexto que se insere o piano, representa um bem cultural, o que se percebe pela oposição
que o texto estabelece entre o som do piano (bem cultural) e o correr dos rios e o murmúrio das árvores
(bens naturais). O poema descarta a necessidade do piano, dando preferência à fruição dos sons da
Natureza.

O que é a linguagem?

É qualquer e todo sistema de signos que serve de meio de comunicação de ideias ou sentimentos
através de signos convencionados, sonoros, gráficos, gestuais etc., podendo ser percebida pelos diversos
órgãos dos sentidos, o que leva a distinguirem-se várias espécies ou tipos: visual, auditiva, tátil, etc., ou,
ainda, outras mais complexas, constituídas, ao mesmo tempo, de elementos diversos. Os elementos
constitutivos da linguagem são, pois, gestos, sinais, sons, símbolos ou palavras, usados para representar
conceitos de comunicação, ideias, significados e pensamentos. Embora os animais também se
comuniquem, a linguagem verbal pertence apenas ao Homem.
Não se devem confundir os conceitos de linguagem e de língua. Enquanto aquela (linguagem) diz
respeito à capacidade ou faculdade de exercitar a comunicação, latente ou em ação ou exercício, esta
última (língua ou idioma) refere-se a um conjunto de palavras e expressões usadas por um povo, por uma
nação, munido de regras próprias (sua gramática).
Noutra acepção (anátomo-fisiológica), linguagem é função cerebral que permite a qualquer ser humano
adquirir e utilizar uma língua.
Por extensão, chama-se linguagem de programação ao conjunto de códigos usados em computação.
O estudo da linguagem, que envolve os signos, de uma forma geral, é chamado semiótica. A linguística
é subordinada à semiótica porque seu objeto de estudo é a língua, que é apenas um dos sinais estudados
na semiótica.
A respeito das origens da linguagem humana, alguns estudiosos defendem a tese de que a linguagem
desenvolveu-se a partir da comunicação gestual com as mãos. Posteriores alterações no aparelho
fonador, os seres humanos passaram a poder produzir uma variedade de sons muito maior do que a dos
demais primatas.
De acordo com Kandel apesar das dificuldades de se apontar com precisão quando ou como a
linguagem evoluiu há certo consenso quanto a algumas estruturas cerebrais constituírem-se como pré-
requisitos para a linguagem e que estas parecem ter surgido precocemente na evolução humana.
Segundo esse autor essa conclusão foi atingida após exame dos moldes intracranianos de fósseis
humanos. Na maioria dos indivíduos o hemisfério esquerdo é dominante para a linguagem; a área cortical
da fala do lobo temporal (o plano temporal) é maior no hemisfério esquerdo que no direito. Visto que os
giros e sulcos importantes deixam com frequência impressões no crânio, o registro fóssil foi estudado
buscando-se as assimetrias morfológicas associadas à fala nos humanos modernos. Essas assimetrias

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foram encontradas no homem de Neanderthal (datando de cerca de 30.000 a 50.000 anos) e no Homo
erectus (datado de 300.000 a 500.000 anos), o predecessor de nossa própria espécie.

Para que serve a linguagem?

(...)
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Todo o sentido da vida
principia à vossa porta;
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois a audácia,
calúnia, fúria, derrota...

A liberdade das almas,


ai! Com letras se elabora...
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil, frágil como o vidro
e mais que o aço poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam...
(...)
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência. In: Obra poética. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1985, p. 442.

Esses versos foram extraídos do poema “Romance LIII ou das palavras aéreas”, em que Cecília
Meireles fala sobre o poder da palavra. Mostram que a palavra, apesar de frágil, por ser constituída de
sons, é ao mesmo tempo extremamente forte, porque, com seu significado, derruba reis e impérios; serve
para construir a liberdade do ser humano e também para envenenar a sua vida; serve para sussurrar
declarações de amor, para exprimir os sonhos, para impulsionar os desejos mais grandiosos, mas
também para caluniar, para expor a raiva, para impor a derrota.

- A linguagem é o traço definidor do ser humano, é a aptidão que o distingue dos animais.

O provérbio popular “Palavra não quebra osso”, contrapondo a palavra à ação, insinua que a linguagem
não tem nenhum poder: um golpe, mas não uma palavra, é capaz de quebrar osso. Ora podemos desfazer
facilmente essa visão simplista das coisas, analisando para que serve a linguagem.

- A linguagem é uma maneira de perceber o mundo.

“Este deve ser o bosque”, murmurou pensativamente (Alice), “onde as coisas não têm nomes”. (...)
Ia devaneando dessa maneira quando chegou à entrada do bosque, que parecia muito úmido e
sombrio. “Bom, de qualquer modo é um alívio”, disse enquanto avançava em meio às árvores, “depois de
tanto calor, entrar dentro do... dentro do... dentro do quê?” Estava assombrada de não poder se lembrar
do nome. “Bom, isto é, estar debaixo das... debaixo das... debaixo disso aqui, ora!”, disse, colocando a
mão no tronco da árvore. “Como é que essa coisa se chama? É bem capaz de não ter nome nenhum...
ora, com certeza não tem mesmo!”
Ficou calada durante um minuto, pensando. Então, de repente, exclamou: - Ah, então isso terminou
acontecendo! E agora quem sou eu? Eu quero me lembrar, se puder.
Lewis Carroll. Aventuras de Alice.Trad. Sebastião Uchôa Leite.3ª ed. São Paulo, Summus, p 165-166

Esse texto, reproduzido do livro “Através do espelho e o que Alice encontrou lá”, mostra que a
protagonista, ao entrar no bosque em que as coisas não têm nome, é incapaz de apreender a realidade
em torno dela, de saber o que as coisas são. Isso significa que as coisas do mundo exterior só têm
existência para os homens quando são nomeadas. A linguagem é uma forma de apreender a realidade:
só percebemos aquilo a que a língua dá nome.
Roberto Pompeu de Toledo, articulista da Veja, comenta essa questão na edição de 26 de junho de
2002 (p. 130), ao falar da expressão “risco país”, usada para traduzir o grau de confiabilidade de um país
entre credores ou investidores internacionais:

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(...) As coisas não são coisas enquanto não são nomeadas. O que não se expressa não se conhece.
Vive na inocência do limbo, no sono profundo da inexistência. Uma vez identificado, batizado e
devidamente etiquetado, o “risco país” passou a existir. E lá é possível viver num país em risco? Lá é
possível dormir em paz num país submetido à medição do perigo que oferece com a mesma assiduidade
com que a um paciente se tira a pressão? É como viajar num navio onde se apregoasse, num escandaloso
placar luminoso, sujeito a tantas oscilações como as das ondas do mar, o “risco naufrágio”.

- A linguagem é uma forma de interpretar a realidade.

O segundo projeto era representado por um plano de abolir completamente todas as palavras, fossem
elas quais fossem (...). Em vista disso, propôs-se que, sendo as palavras apenas nomes para as coisas,
seria mais conveniente que todos os homens trouxessem consigo as coisas de que precisassem falar ao
discorrer sobre determinado assunto (...). ...muitos eruditos e sábios aderiram ao novo plano de se
expressarem por meio de coisas, cujo único inconveniente residia em que, se um homem tivesse que
falar sobre longos assuntos e de vária espécie, ver-se-ia obrigado, em proporção, a carregar nas costas
um grande fardo de coisas, a menos de poder pagar um ou dois criados robustos para acompanhá-lo (...).
Outra grande vantagem oferecida pela invenção consiste em que ela serviria de língua universal,
compreendida em todas as nações civilizadas, cujos utensílios e objetos são geralmente da mesma
espécie, ou tão parecidos que o seu emprego pode ser facilmente percebido.
Jonathan Swift. Viagens de Gulliver. Rio de Janeiro/São Paulo, Ediouro/Publifolha, p. 194-195.

Esse trecho do livro “Viagens de Gulliver” narra um projeto dos sábios de Balnibarbi: substituir as
palavras – que, no seu entender, têm o inconveniente de variar de língua para língua – pelas coisas.
Quando alguém quisesse falar de uma cadeira, mostraria uma cadeira, quem desejasse discorrer sobre
uma bolsa, mostraria uma bolsa, etc. Trata-se de uma ironia de Swift às concepções vulgares de que a
compreensão da realidade independe da língua que a nomeia, como se as palavras fossem etiquetas
aplicadas a coisas classificadas independentemente da linguagem, quando, na verdade, a língua é uma
forma de categorizar o mundo, de interpretá-lo.
O que inviabiliza o sistema imaginado pelos sábios de Balnibarbi não é apenas o excesso de peso das
coisas que cada falante precisaria carregar: é o fato de que as coisas não podem substituir as palavras,
porque a língua é bem mais que um sistema de demonstração de objetos ou mera cópia do mundo natural.
As coisas não designam tudo que uma língua pode expressar.
Mostrar um objeto, por exemplo, não indica sua inclusão numa dada classe. No léxico de uma língua,
agrupamos os nomes em classes. Maçã, pera, banana e laranja pertencem à classe das frutas. Ao
mostrar uma fruta qualquer, não consigo exprimir a ideia da classe fruta; não posso, então, expressar
ideias mais gerais. Não produzimos palavras somente para designar as coisas, mas para estabelecer
relações entre elas e para comentá-las. Mostrar um objeto não exprime as categorias de quantidade, de
gênero (masculino e feminino), de número (singular e plural); não permite indicar sua localização no
espaço (aqui/aí/lá), etc. A língua não é um sistema de demonstração de objetos, pois permite falar do que
está presente e do que está ausente, do que existe e do que não existe; permite até criar novas realidades,
mundos não existentes.
A linguagem é uma atividade simbólica, o que significa que as palavras criam conceitos, e eles
ordenam a realidade, categorizam o mundo. Por exemplo, criamos o conceito de pôr-do-sol. Sabemos
que, do ponto de vista científico, o Sol não “se põe”, uma vez que é a Terra que gira em torno dele.
Contudo esse conceito, criado pela linguagem, determina uma realidade que encanta a todos. Outro
exemplo: apagar uma coisa escrita no computador é uma atividade diferente de apagar o que foi escrito
a lápis, a caneta ou mesmo a máquina. Por isso, surgiu uma nova palavra para denominar essa nova
realidade, deletar. No entanto, se essa palavra não existisse, não perceberíamos a atividade de apagar
no computador como uma ação diferente de apagar o que foi escrito a lápis. Uma nova realidade, uma
nova invenção, uma nova ideia exigem novas palavras, e estas é que lhes conferem existência para toda
a comunidade de falantes.
As palavras formam um sistema independente das coisas nomeadas por elas, tanto é que cada língua
pode ordenar o mundo de maneira diversa, exprimir diferentes modos de ver a realidade. O inglês, por
exemplo, para expressar o que denominamos carneiro, tem duas palavras: sheep, que designa o animal,
e mutton, que significa a carne do carneiro preparada e servida à mesa. Em português, dizemos as duas
coisas numa palavra só: Este carneiro tem muita lã e Este carneiro está apimentado, ou seja, não
aplicamos a distinção que os falantes da língua inglesa têm incorporada à sua visão de mundo. Isso
mostra que a linguagem é uma maneira de interpretar o universo natural e segmentá-lo em categorias,

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segundo as particularidades de cada cultura. Por essa razão, a linguagem modela nossa maneira de
perceber e de ordenar a realidade.
A linguagem expressa também as diferentes maneiras de interpretar uma ocorrência. Querendo
desculpar-se, o filho diz para a mãe: O jarro de porcelana caiu e quebrou. A mãe replica: Você derrubou
o jarro e, por isso, ele quebrou. Observe que, na primeira formulação, não existe um responsável pela
queda e pela quebra do objeto. É como se isso se devesse ao acaso. Na segunda formulação, atribui-se
a responsabilidade pelo acontecimento a um agente.

- A linguagem é uma forma de ação.

Existem certas fórmulas linguísticas que servem para agir no mundo. Quando um padre diz aos noivos
“Eu vos declaro marido e mulher”, quando alguém diz “Prometo estar aqui amanhã”, quando um leiloeiro
proclama “Arrematado por mil reais”, quando o presidente de alguma câmara municipal afirma “Declaro
aberta a sessão”, eles não estão constatando alguma coisa do mundo, mas realizando uma ação. O ato
de abrir uma sessão realiza-se quando seu presidente a declara aberta; o ato da promessa realiza-se
quando se diz “Prometo”. Em casos como esses, o dizer se confunde com a própria ação e serve para
demonstrar que a linguagem não é algo sem consequência, porque ela também é ação.

Funções da Linguagem

Quando se pergunta a alguém para que serve a linguagem, a resposta mais comum é que ela serve
para comunicar. Isso está correto. No entanto, comunicar não é apenas transmitir informações. É também
exprimir emoções, dar ordens, falar apenas para não haver silêncio. Para que serve a linguagem?

- A linguagem serve para informar: Função Referencial.

“Estados Unidos invadem o Iraque”

Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos sobre um acontecimento do mundo.


Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na memória, transmitimos esses conhecimentos a
outras pessoas, ficamos sabendo de experiências bem-sucedidas, somos prevenidos contra as tentativas
mal sucedidas de fazer alguma coisa. Graças à linguagem, um ser humano recebe de outro
conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-os.
Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender ciências com facilidade? Começai a aprender
vossa própria língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como aprendemos desde as mais banais
informações do dia a dia até as teorias científicas, as expressões artísticas e os sistemas filosóficos mais
avançados.
A função informativa da linguagem tem importância central na vida das pessoas, consideradas
individualmente ou como grupo social. Para cada indivíduo, ela permite conhecer o mundo; para o grupo
social, possibilita o acúmulo de conhecimentos e a transferência de experiências. Por meio dessa função,
a linguagem modela o intelecto.
É a função informativa que permite a realização do trabalho coletivo. Operar bem essa função da
linguagem possibilita que cada indivíduo continue sempre a aprender.
A função informativa costuma ser chamada também de função referencial, pois seu principal propósito
é fazer com que as palavras revelem da maneira mais clara possível as coisas ou os eventos a que fazem
referência.

- A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: Função Conativa.

“Vem pra Caixa você também.”

Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a aumentar o número de correntistas da Caixa
Econômica Federal. Para persuadir o público alvo da propaganda a adotar esse comportamento,
formulou-se um convite com uma linguagem bastante coloquial, usando, por exemplo, a forma vem, de
segunda pessoa do imperativo, em lugar de venha, forma de terceira pessoa prescrita pela norma culta
quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer determinadas coisas, a crer em determinadas ideias,
a sentir determinadas emoções, a ter determinados estados de alma (amor, desprezo, desdém, raiva,
etc.). Por isso, pode-se dizer que ela modela atitudes, convicções, sentimentos, emoções, paixões. Quem

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ouve desavisada e reiteradamente a palavra negro pronunciada em tom desdenhoso aprende a ter
sentimentos racistas; se a todo momento nos dizem, num tom pejorativo, “Isso é coisa de mulher”,
aprendemos os preconceitos contra a mulher.
Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos
que nos influenciam de maneira bastante sutil, com tentações e seduções, como os anúncios publicitários
que nos dizem como seremos bem sucedidos, atraentes e charmosos se usarmos determinadas marcas,
se consumirmos certos produtos.
Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos, que colocam o respeito ao outro acima
de tudo, quanto espertalhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemorizados, que se
deixam conduzir sem questionar.
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem quando esta é usada para interferir no
comportamento das pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma sugestão. A palavra conativo é
proveniente de um verbo latino (conari) que significa “esforçar-se” (para obter algo).

- A linguagem serve para expressar a subjetividade: Função Emotiva.

“Eu fico possesso com isso!”

Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação com alguma coisa que aconteceu. Com
palavras, objetivamos e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. Exprimimos a revolta e a
alegria, sussurramos palavras de amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, desdém,
desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas vezes, falamos para exprimir poder ou para afirmarmo-nos
socialmente. Durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos
dizerem “A intenção do Fernando é levar o país à prosperidade” ou “O Fernando tem mudado o país”.
Essa maneira informal de se referirem ao presidente era, na verdade, uma maneira de insinuarem
intimidade com ele e, portanto, de exprimirem a importância que lhes seria atribuída pela proximidade
com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas que fizemos para afirmarmo-nos perante o grupo, para
mostrar nossa valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual ou nossa competência na
conquista amorosa.
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz que empregamos, etc., transmitimos uma
imagem nossa, não raro inconscientemente.
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a utilização da linguagem para a manifestação
do enunciador, isto é, daquele que fala.

- A linguagem serve para criar e manter laços sociais: Função Fática.

__Que calorão, hein?


__Também, tem chovido tão pouco.
__Acho que este ano tem feito mais calor do que nos outros.
__Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.

Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram num elevador e devem manter uma conversa
nos poucos instantes em que estão juntas. Falam para nada dizer, apenas porque o silêncio poderia ser
constrangedor ou parecer hostil.
Quando estamos num grupo, numa festa, não podemos manter-nos em silêncio, olhando uns para os
outros. Nessas ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso, quando não se tem assunto, fala-se do
tempo, repetem-se histórias que todos conhecem, contam-se anedotas velhas. A linguagem, nesse caso,
não tem nenhuma função que não seja manter os laços sociais. Quando encontramos alguém e lhe
perguntamos “Tudo bem?”, em geral não queremos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, se
está doente, se está com problemas. A fórmula é uma maneira de estabelecer um vínculo social.
Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja entre alunos de uma escola, entre torcedores
de um time de futebol ou entre os habitantes de um país. Não importa que as pessoas não entendam
bem o significado da letra do Hino Nacional, pois ele não tem função informativa: o importante é que, ao
cantá-lo, sentimo-nos participantes da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão função fática para indicar a utilização da linguagem
para estabelecer ou manter aberta a comunicação entre um falante e seu interlocutor.

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- A linguagem serve para falar sobre a própria linguagem: Função Metalinguística.

Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”;
“Estou usando o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegante usar palavrões”, não estamos
falando de acontecimentos do mundo, mas estamos tecendo comentários sobre a própria linguagem. É
o que chama função metalinguística. A atividade metalinguística é inseparável da fala. Falamos sobre o
mundo exterior e o mundo interior e ao mesmo tempo, fazemos comentários sobre a nossa fala e a dos
outros. Quando afirmamos como diz o outro, estamos comentando o que declaramos: é um modo de
esclarecer que não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a que estamos enunciando;
inversamente, podemos usar a metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo de dizer. É o
que se dá quando dizemos, por exemplo, Parodiando o padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica,
vou dizer que “peixes se pescam, homens é que se não podem pescar”.

- A linguagem serve para criar outros universos.

A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala também do que nunca existiu. Com ela,
imaginamos novos mundos, outras realidades. Essa é a grande função da arte: mostrar que outros modos
de ser são possíveis, que outros universos podem existir. O filme de Woody Allen “A rosa púrpura do
Cairo” (1985) mostra isso de maneira bem expressiva. Nele, conta-se a história de uma mulher que, para
consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-tratos infligidos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo
inúmeras vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, e o galã é carinhoso e romântico. Um
dia, ele sai da tela e ambos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra realidade, os homens
são gentis, a vida não é monótona, o amor nunca diminui e assim por diante.

- A linguagem serve como fonte de prazer: Função Poética.

Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e os sons são formas de tornar a linguagem um
lugar de prazer. Divertimo-nos com eles. Manipulamos as palavras para delas extrairmos satisfação.
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a
frase shakespeariana “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emílio de Menezes, quando soube que
uma mulher muito gorda se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho: “É
a primeira vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos”. A palavra banco está usada em dois
sentidos: “móvel comprido para sentar-se” e “casa bancária”. Também está empregado em dois sentidos
o termo fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”.
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas, com significados diferentes, nesta frase do
deputado Virgílio Guimarães:

“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu continência para os militares, bateu palmas
para o Collor e quer bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de consciência e bata
em retirada.”
(Folha de S. Paulo)

Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitariamente ou esteticamente. No primeiro caso, ela é
utilizada para informar, para influenciar, para manter os laços sociais, etc. No segundo, para produzir um
efeito prazeroso de descoberta de sentidos. Em função estética, o mais importante é como se diz, pois o
sentido também é criado pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela disposição das palavras, etc.
Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de Raimundo Correia, a sucessão dos sons
oclusivos /p/, /t/, /k/, /b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:

E o bosque estala, move-se, estremece...


Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed. Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos.

Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos ocorre no segundo verso, quando se afirma
que o barulho dos cavalos aumenta.
Quando se usam recursos da própria língua para acrescentar sentidos ao conteúdo transmitido por
ela, diz-se que estamos usando a linguagem em sua função poética.

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Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se necessário o estudo dos elementos da
comunicação.
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era desenvolvido de maneira "sistematizada" (alguém
pergunta - alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro escuta em silêncio, etc).
Exemplo:

Elementos da comunicação
- Emissor - emite, codifica a mensagem;
- Receptor - recebe, decodifica a mensagem;
- Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
- Código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem;
- Referente - contexto relacionado a emissor e receptor;
- Canal - meio pelo qual circula a mensagem.

Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa teoria sofreu uma modificação, pois, chegou-se
a conclusão que quando se trata da parole, entende-se que é um veículo democrático (observe a função
fática), assim, admite-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diálogo interativo):
- locutor - quem fala (e responde);
- locutário - quem ouve e responde;
- interlocução - diálogo

As respostas, dos "interlocutores" podem ser gestuais, faciais etc. por isso a mudança (aprimoração)
na teoria.
As atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exercem influência sobre a
comunicação
Lembramo-nos:

- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no "eu" do emissor, é carregada de subjetividade.


Ligada a esta função está, por norma, a poesia lírica.
- Função apelativa (imperativa): com este tipo de mensagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de
que este assuma determinado comportamento; há frequente uso do vocativo e do imperativo. Esta função
da linguagem é frequentemente usada por oradores e agentes de publicidade.
- Função metalinguística: função usada quando a língua explica a própria linguagem (exemplo: quando,
na análise de um texto, investigamos os seus aspectos morfo-sintáticos e/ou semânticos).
- Função informativa (ou referencial): função usada quando o emissor informa objetivamente o receptor
de uma realidade, ou acontecimento.
- Função fática: pretende conseguir e manter a atenção dos interlocutores, muito usada em discursos
políticos e textos publicitários (centra-se no canal de comunicação).
- Função poética: embeleza, enriquecendo a mensagem com figuras de estilo, palavras belas,
expressivas, ritmos agradáveis, etc.
Também podemos pensar que as primeiras falas conscientes da raça humana ocorreu quando os sons
emitidos evoluiram para o que podemos reconhecer como “interjeições”. As primeiras ferramentas da fala
humana.

A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que mais profundamente distingue o homem dos
outros animais.
Podemos considerar que o desenvolvimento desta função cerebral ocorre em estreita ligação com a
bipedia e a libertação da mão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a par do desenvolvimento
de órgãos fonadores e da mímica facial.
Devido a estas capacidades, para além da linguagem falada e escrita, o homem, aprendendo pela
observação de animais, desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos em diferentes países, não
só para melhorar a comunicação entre surdos, mas também para utilizar em situações especiais, como
no teatro e entre navios ou pessoas e não animais que se encontram fora do alcance do ouvido, mas que
se podem observar entre si.

Potencialidades da Linguagem

Depois de analisar as funções da linguagem, conclui-se que ela é onipresente na vida de todos nós.
Cerca-nos desde o despertar da consciência, ainda no berço, segue-nos durante toda a vida e

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acompanha-nos até a hora da morte. Sem a linguagem, não se pode estruturar o mundo do trabalho, pois
é ela que permite a troca de informações e de experiências e a cooperação entre os homens. Sem ela, o
homem não pode conhecer-se nem conhecer o mundo. Sem ela, não se exerce a cidadania, porque os
eleitores não podem influenciar o governo. Sem ela não se pode aprender, expressar os sentimentos,
imaginar outras realidades, construir as utopias e os sonhos. No entanto, a linguagem parece-nos uma
coisa natural. Não prestamos muita atenção a ela. Nem sempre dedicamos muito tempo ao seu estudo.
Conhecer bem a língua materna e línguas estrangeiras é uma necessidade.
Que é saber bem uma língua? Evidentemente, não é saber descrevê-la. A descrição gramatical de
uma língua é um meio de adquirir sobre ela um domínio crescente. Saber bem uma língua é saber usá-
la bem. No entanto, o emprego de palavras raras e a correção gramatical não são sinônimos do uso
adequado da língua. Falar bem é atingir os propósitos de comunicação. Para isso, é preciso usar um nível
de língua adequado, é necessário construir textos sem ambiguidades, coerentes, sem repetições que não
acrescentam nada ao sentido.
O texto que segue foi dito por um locutor esportivo:

“Adentra o tapete verde o facultativo esmeraldino a fim de pensar a contusão do filho do Divino Mestre,
mola propulsora do eleven periquito.”
(Álvaro da Costa e Silva. In: Bundas, p.33.)

O que o locutor quis dizer foi: Entra em campo o médico do Palmeiras a fim de cuidar da contusão de
Ademir da Guia (filho de Domingos da Guia), jogador de meio de campo do time do Parque Antártica.
Certamente, aquele texto não seria entendido pela maioria dos ouvintes. Portanto não é um bom texto,
porque não usa um nível de língua adequado à situação de comunicação. Outros exemplos:

“As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas fitas de sexo explícito. A decisão atende a
uma portaria de dezembro de 1991, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeo aluguem,
exponham e vendam fitas pornográficas a menores de 18 anos. A portaria proíbe ainda os menores de
18 anos de irem a motéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais.”
(Jornal Folha do Sudoeste)

Certamente a portaria não deveria obrigar os pais a acompanhar os filhos aos motéis nem a dar-lhes
uma autorização por escrito para ser exibida na entrada desse tipo de estabelecimento.
O jornal da USP publicou uma série de textos encontrados em comunicados de paróquias e templos.
Todos são mal escritos, embora neles não se encontrem erros de ortografia, concordância, etc.:

- Não deixe a preocupação acabar com você. Deixe que a Igreja ajude.
- Terça-feira à noite: sopão dos pobres, depois oração e medicação.
- (...) lembre-se de todos que estão tristes e cansados de nossa igreja e de nossa comunidade.
- Para aqueles que têm filhos e não sabem, nós temos uma creche no segundo andar.
- Quinta-feira às 5h haverá reunião do Clube das Jovens Mamães. Todos aqueles que quiserem se
tornar uma Jovem Mamãe, devem contatar padre Cavalcante em seu escritório. (...)
(Jornal da USP, 9, p. 15)

Humor à parte, esses exemplos comprovam que aprender não só a norma culta da língua, mas também
os mecanismos de estruturação do texto.

A palavra texto é bastante usada na escola e também em outras instituições sociais que trabalham
com a linguagem. É comum ouvirmos expressões como “O texto constitucional desceu a detalhes que
deveriam estar em leis ordinárias”; “Seu texto ficou muito bom”; “O texto da prova de Português era muito
longo e complexo”; “Os atores de novelas devem decorar textos enormes todos os dias”. Apesar de
corrente, porém, o termo não é de fácil definição: quando perguntamos qual é o seu significado,
percebemos que a maioria das pessoas é incapaz de responder com precisão e clareza.
Texto é um todo organizado de sentido, delimitado por dois brancos e produzido por um sujeito num
dado tempo e num determinado espaço.
O texto é um todo organizado de sentido, isso quer dizer que ele não é um amontoado de frases
simplesmente colocadas umas depois das outras, mas um conjunto de frases costuradas entre si. Por
isso o sentido de cada parte depende da sua relação com as outras partes, isto é, o sentido de uma
palavra ou de uma frase depende das outras palavras ou frases com que mantêm relação. Em síntese, o
sentido depende do contexto, entendido como a unidade maior que compreende uma unidade menor, a
oração é contexto da palavra, o período é contexto da oração e assim sucessivamente. O contexto pode
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ser explícito (quando é exposto em palavras) ou implícito (quando é percebido na situação em que o texto
é produzido). Observe os três pequenos textos abaixo:

- Todos os dias ele fazia sua fezinha. Na noite de segunda-feira sonhou com um deserto e jogou seco
no camelo.
- Nos desertos da Arábia, o camelo é ainda o principal meio de transporte dos beduínos.
- O camelo aqui carrega a família inteira nas costas, porque lá ninguém trabalha.

Em cada uma dessas frases a palavra camelo tem um sentido diferente. Na primeira, significa “o oitavo
grupo do jogo no bicho, que corresponde ao número 8 e inclui as dezenas 29, 30, 31 e 32”; na segunda,
“animal originário das regiões desérticas, de grande porte, quadrúpede, de cor amarelada, de pescoço
longo e com duas saliências no dorso”; na terceira, “pessoa que trabalha muito”. O que determina essa
diferença de sentido da palavra é exatamente o contexto, o todo em que ela está inserida. No texto,
portanto, o sentido de cada parte não é independente, tudo são relações. Aliás, a palavra texto significa
“tecido”, que não é um amontoado de fios, mas uma trama arranjada de maneira organizada. O sentido
não é solitário, é solidário. Vejamos outros dois períodos:

- Marcelinho é um bom atacante, mas é desagregador.


- Marcelinho é desagregador, mas é um bom atacante.

Esses períodos relacionam diferentemente as orações. No primeiro, a oração é “desagregador” é


introduzida por “mas”, enquanto no segundo é a oração “é um bom atacante” que é iniciada por essa
conjunção. O sentido é completamente diferente, pois o “mas” introduz o argumento mais forte e, por
conseguinte, determina a orientação argumentativa da frase. Isso significa que, quando afirmo, “não quero
o jogador no meu time”; quando digo, “acredito que todos os seus defeitos devem ser desculpados”.
Observe agora o poema “Canção do Exílio” de Murilo Mendes:

Minha terra tem macieiras da Califórnia


onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos de exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
Poesias (1925-1953). Rio de Janeiro, José Olympio, 1959, p. 5.

Tomando apenas os dois primeiros versos, pode-se pensar que esse poema seja uma apologia do
caráter universalista e cosmopolita da brasilidade: macieiras e gaturamos representam a natureza vegetal
e animal, respectivamente; Califórnia e Veneza são a imagem do espaço estrangeiro, e minha terra, a do
solo pátrio. No Brasil, até a natureza acolhe o que é estrangeiro.
Pode-se ainda acrescentar, em apoio a essa tese, que esses versos são calcados nos dois primeiros
do poema homônimo de Gonçalves Dias, que é uma glorificação da terra pátria:

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
Apud: Manuel Bandeira. Gonçalves Dias: Poesia. 7ª ed. Rio de JaneiroAgir, 1976, p. 18. Coleção Nossos Clássicos.

Essa hipótese de leitura, se não é absurda quando isolamos os versos em questão, não encontra
amparo quando os confrontamos com o restante do texto. Murilo Mendes mostra, na verdade, que as
características da brasilidade não têm valor positivo, não concorrem para a exaltação da pátria: o poeta
denuncia que a cultura brasileira é postiça, é uma miscelânea de elementos advindos de vários países.

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Ele mostra que os “poetas são pretos que vivem em torres de ametista”, alienados num mundo idealizado,
evitando as mazelas do mundo real, sem se preocupar com os negros, que vivem, em geral, em condições
muito precárias (trata-se de uma referência irônica ao Simbolismo e, principalmente, a Cruz e Sousa);
que “os sargentos do exército são monistas, cubistas”, ou seja, em vez da preocupação com seu ofício
de garantir a segurança do território nacional, têm pretensões de incursionar por teorias filosóficas e
estéticas; que “os filósofos são polacos vendendo a prestações”, são prostituídos (polaca é termo
designativo de prostituta) pela venalidade barata; que “os oradores” se identificam com “os pernilongos”
em sua oratória repetitiva; que o romantismo gonçalvino estava certo ao afirmar que a natureza brasileira
é pródiga, só que essa prodigalidade não é acessível à maioria da população. A exclamação do final é,
ao mesmo tempo, a manifestação do desejo de ter contato com coisas genuinamente brasileiras e um
lamento, pois o poeta sabe que não se tornará realidade.
O texto de Murilo faz referência ao de Gonçalves Dias, mas, diferentemente do poema gonçalvino, não
celebra ufanisticamente a pátria. Ao contrário, ironiza-a, lamenta a invasão estrangeira. O exílio é a
própria terra, desnaturada a ponto de parecer estrangeira.
Desse modo, os dois primeiros versos não podem ser interpretados como um elogio ao caráter
cosmopolita da cultura brasileira. Ao contrário, devem ser lidos como uma crítica ao caráter postiço da
nossa cultura. Isso porque só a segunda interpretação se encaixa coerentemente dentro do contexto.
Por exemplo, comprova-se que o significado das frases não é autônomo. Num texto, o significado das
partes depende do todo. Por isso, cada frase tem um significado distinto, dependendo do contexto em
que está inserida.
Que é que faz perceber que um conjunto de frases compõe um texto? O primeiro fator é a coerência,
ou seja, a compatibilidade de sentido entre elas, de modo que não haja nada ilógico, nada contraditório,
nada desconexo. Outro fator é a ligação das frases por certos elementos que recuperam passagens já
ditas ou garantem a concatenação entre as partes. Assim, em “Não chove há vários meses. Os pastos
não poderiam, pois, estar verdes”, a palavra “pois” estabelece uma relação de decorrência lógica entre
uma e outra frase. O segundo fator, entretanto, é menos importante que o primeiro, pois mesmo sem
esses elementos de conexão, um conjunto de frases pode ser coerente e, portanto, um todo organizado
de sentido.

Tipos de Linguagem

Linguagem é a capacidade que possuímos de expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões e


sentimentos. Está relacionada a fenômenos comunicativos; onde há comunicação, há linguagem.
Podemos usar inúmeros tipos de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, tais como:
sinais, símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem mímica,
por exemplo). Num sentido mais genérico, a linguagem pode ser classificada como qualquer sistema de
sinais que se valem os indivíduos para comunicar-se.
A linguagem pode ser:

- Verbal: aquela que faz uso das palavras para comunicar algo.

As figuras acima nos comunicam sua mensagem através da linguagem verbal (usa palavras para
transmitir a informação).

- Não Verbal: aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são as palavras. Dentre
elas estão: a linguagem de sinais, as placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a
expressão facial, um gesto, etc.

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Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o que representam.

A Língua é um instrumento de comunicação, sendo composta por regras gramaticais que possibilitam
que determinado grupo de falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam comunicar-se e
compreender-se. Por exemplo: falantes da língua portuguesa.
A língua possui um caráter social: pertence a todo um conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre
ela. Cada membro da comunidade pode optar por esta ou aquela forma de expressão. Por outro lado,
não é possível criar uma língua particular e exigir que outros falantes a compreendam. Dessa forma, cada
indivíduo pode usar de maneira particular a língua comunitária, originando a fala. A fala está sempre
condicionada pelas regras socialmente estabelecidas da língua, mas é suficientemente ampla para
permitir um exercício criativo da comunicação. Um indivíduo pode pronunciar um enunciado da seguinte
maneira:

A família de Regina era paupérrima.

Outro, no entanto, pode optar por:

A família de Regina era muito pobre.

As diferenças e semelhanças constatadas devem-se às diversas manifestações da fala de cada um.


Note, além disso, que essas manifestações devem obedecer às regras gerais da língua portuguesa, para
não correrem o risco de produzir enunciados incompreensíveis como:

Família a paupérrima de era Regina.

Não devemos confundir língua com escrita, pois são dois meios de comunicação distintos. A escrita
representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a
comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas
vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a representação da língua
falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo fisionômico,
as mímicas e o tom de voz do falante. No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas
existem usos diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:

- Fatores Regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante da região
nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso
da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um
cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado.
- Fatores Culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fatores
que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma
maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola.
- Fatores Contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontramos:
quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos
discursando em uma solenidade de formatura.
- Fatores Profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de
língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso
praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e
da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas.
- Fatores Naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como idade e
sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem
infantil e linguagem adulta.

Fala

É a utilização oral da língua pelo indivíduo. É um ato individual, pois cada indivíduo, para a
manifestação da fala, pode escolher os elementos da língua que lhe convém, conforme seu gosto e sua
necessidade, de acordo com a situação, o contexto, sua personalidade, o ambiente sociocultural em que
vive, etc. Desse modo, dentro da unidade da língua, há uma grande diversificação nos mais variados
níveis da fala. Cada indivíduo, além de conhecer o que fala, conhece também o que os outros falam; é

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por isso que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de cultura, embora nem
sempre a linguagem delas seja exatamente como a nossa.
Devido ao caráter individual da fala, é possível observar alguns níveis:

- Nível Coloquial-Popular: é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente
em situações informais. Esse nível da fala é mais espontâneo, ao utilizá-lo, não nos preocupamos em
saber se falamos de acordo ou não com as regras formais estabelecidas pela língua.
- Nível Formal-Culto: é o nível da fala normalmente utilizado pelas pessoas em situações formais.
Caracteriza-se por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras gramaticais
estabelecidas pela língua.

Signo

É um elemento representativo que apresenta dois aspectos: o significado e o significante. Ao escutar


a palavra “cachorro”, reconhecemos a sequência de sons que formam essa palavra. Esses sons se
identificam com a lembrança deles que está em nossa memória. Essa lembrança constitui uma real
imagem sonora, armazenada em nosso cérebro que é o significante do signo “cachorro”. Quando
escutamos essa palavra, logo pensamos em um animal irracional de quatro patas, com pelos, olhos,
orelhas, etc. Esse conceito que nos vem à mente é o significado do signo “cachorro” e também se
encontra armazenado em nossa memória.
Ao empregar os signos que formam a nossa língua, devemos obedecer às regras gramaticais
convencionadas pela própria língua. Desse modo, por exemplo, é possível colocar o artigo indefinido “um”
diante do signo “cachorro”, formando a sequência “um cachorro”, o mesmo não seria possível se
quiséssemos colocar o artigo “uma” diante do signo “cachorro”. A sequência “uma cachorro” contraria
uma regra de concordância da língua portuguesa, o que faz com que essa sentença seja rejeitada. Os
signos que constituem a língua obedecem a padrões determinados de organização. O conhecimento de
uma língua engloba tanto a identificação de seus signos, como também o uso adequado de suas regras
combinatórias.
Signo: elemento representativo que possui duas partes indissolúveis: significado e significante.
Significado (é o conceito, a ideia transmitida pelo signo, a parte abstrata do signo) + Significante (é a
imagem sonora, a forma, a parte concreta do signo, suas letras e seus fonemas).
Língua: conjunto de sinais baseado em palavras que obedecem às regras gramaticais.
Fala: uso individual da língua, aberto à criatividade e ao desenvolvimento da liberdade de expressão
e compreensão.

Estudo do Significado

O papel essencial da linguagem, em quaisquer das suas formas, é a produção de significado: ao se


relacionar com as coisas, o homem faz uso de sinais que as representam.
A linguagem pode ser usada pelo homem para múltiplas finalidades: para ajudá-lo a compreender a si
mesmo, o mundo físico e as pessoas que o rodeiam, para influenciar o outro e até para trapacear, fingindo
uma intenção para esconder outra. A linguagem pode também manifestar-se sob grande variedade de
formas:
- Sons produzidos pela voz (linguagem verbal)
- Cores, formas e volumes (linguagem visual)
- Movimentos do corpo (linguagem corporal, dança)
- Sons produzidos por instrumentos (linguagem musical)
- Imagens em movimento (cinema), etc.
Para resumir, costumamos distinguir duas grandes divisões para definir as formas de linguagem:

- Linguagem Verbal: mais especificamente constituída pela língua, seja ela oral, seja escrita.
- Linguagens não-verbais: constituídas por todas as outras modalidades diferentes da língua: pintura,
escultura, música, dança, cinema, etc.

Hoje em dia, graças, sobretudo à facilidade de reprodução de sons, cores, movimentos e imagens, é
muito comum a exploração conjunta de várias formas de linguagem: a linguagem do cinema e da televisão
é uma demonstração eloquente da exploração conjunta de sons musicais e da voz humana, de cores, de
imagens em movimento.

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Qualquer que seja a forma de manifestação, toda linguagem tem um ponto em comum: nenhuma opera
com a realidade tal que ela é, mas com representações da realidade. Dizendo de outra maneira, toda
linguagem é constituída de signos. E o que são signos?
Signos são qualquer forma material (sons, linhas, cores, volumes, imagens em movimento) que
representam alguma coisa diferente dela mesma. Em outras palavras, todo signo é constituído de algo
material, perceptível pelos órgãos dos sentidos (ouvido, olho) e de algo imaterial, uma representação
mental, inteligível. A dimensão material do signo costuma ser designada por dois nomes: plano de
expressão ou significante.
A dimensão imaterial e inteligível é chamada por dois nomes: plano de conteúdo ou significado. Por
uma questão de simplificação, usaremos a seguinte nomenclatura:

Signo: qualquer tipo de sinal material usado para representar algo, isto é, tornar presente alguma
coisa ausente.

Uma árvore plantada no bosque não é um signo, porque não passa de uma árvore, não representa
nada além de si mesma. Prova disso é que não podemos trazer para este livro a árvore real, apenas uma
representação dela, formada de cores e formas sobre uma superfície de papel.
Que o signo não passa de representação da realidade é um tema que tem sido objeto de debate entre
os homens. O célebre pintor surrealista belga René Magritte (1898-1967), pintou um cachimbo com
requintes de pormenores, dando a máxima impressão de realismo. Surpreendentemente, num jogo de
ironia, escreveu abaixo da pintura a frase Ceci n’est pás une pipe (“Isto não é um cachimbo”).
Aos que o contestavam, achando absurda a ideia de negar que aquilo fosse um cachimbo, conta-se
que ele desafiava:

__ Então acenda-o e comece a fumá-lo.

Após essas considerações, vamos fazer duas observações de ordem terminológica:


- a representação do cachimbo é um signo do cachimbo, não o objeto cachimbo;
- ao objeto chamamos de referente, ou a coisa real.

Podemos, então, após esses dados, montar um esquema daquilo que os estudiosos chamam de signo:

Signo: é qualquer objeto, forma ou fenômeno material que representa a ideia de algo diferente dele
mesmo.

Assim sendo, o signo apresenta três dimensões:

- Significante (ou plano de expressão): é a parte material do signo (um objeto, uma forma ou um
fenômeno perceptível pelos sensores do corpo humano).
- Significado (ou plano de conteúdo): é o conceito, ou a forma mental criada no intelecto pelo
significante.
- Referente: é a coisa representada pelo signo. É dado de realidade trazido à mente por meio do signo.

São os signos que nos permitem trazer para a lembrança referentes que já deixaram de existir. As
palavras, por exemplo, são signos e, por meio delas, podemos trazer para o presente pessoas e fatos
que já desapareceram. Tomemos, por exemplo, uma palavra como Camões.
Trata-se de um signo, pois o referente (o poeta em carne e osso) não existe mais. Significante: uma
conjunto de sons, representado pelo espectro de uma onda sonora. Significado: o conceito associado no
intelecto quando ouvimos essa combinação de sons. O referente é o famoso poeta português Luís Vaz
de Camões, que, como se sabe, morreu faz tempo.
Observação: A rigor, não é exato usar um retrato de Camões para ilustrar o significado da palavra
Camões, pois este, na verdade, é de instância intelectual. Excluindo esse inconveniente, a pintura, serve
para sugerir o conceito que a combinação de sons (k – a – m – õ – e – s) cria no nosso intelecto.
A conclusão mais importante de tudo isso é que usamos os signos no lugar das coisas e, pela
linguagem, construímos um universo paralelo ao universo real. Se levarmos em conta que as relações
entre os homens são determinadas mais pelas representações que fazemos das coisas do que pelas
coisas em si, vamos compreender que interpretar e produzir significados é a competência de maior
importância para quem deseja dominar os segredos da linguagem.

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Relacionando o aprendizado do português com esses dados preliminares, podemos encadear os
seguintes raciocínios:
- A principal função de qualquer forma de linguagem é a construção de significados para atingir certos
resultados planejados pelo construtor.
- O português é uma forma de linguagem.
- Portanto a competência mais importante para os falantes da língua portuguesa é saber construir
significados e decifrar os significados produzidos por meio dela.

Esse é um dado de extrema importância tanto para quem ensina quanto para quem aprende não só o
português como qualquer outra língua, com o propósito de usá-la para o mundo do trabalho, para o
exercício da cidadania e para aquisição de novos conhecimentos.
Para quem aprende uma língua com esse tipo de interesse, o que mais importa é adquirir a capacidade
de compreender, com a máxima proficiência, os significados direcionados para atingir os resultados
programados.
Resumindo tudo, para quem estuda uma língua do ponto de vista de quem vai conviver e trabalhar
com ela, o que mais importa é a capacidade de produzir e compreender significados.
Todos os demais tipos de aprendizado linguístico estão subordinados a essas duas competências mais
amplas e mais altas.
A Semântica é um ramo da Linguística que se ocupa do significado das formas linguísticas em geral.
Por formas linguísticas vamos entender tanto as mínimas unidades de significado constituintes das
palavras (os prefixos e sufixos, por exemplo) quanto enunciados maiores, como orações e períodos.
Analisar, pois, uma palavra ou uma frase sob o ponto de vista semântico equivale a tentar decifrar o que
elas significam ou o que querem dizer.
Dado que a finalidade última de qualquer linguagem é a produção de significado, não é preciso
destacar a importância fundamental da Semântica dentro dos estudos linguísticos. Nem é preciso também
falar da importância desse tópico nas provas de concursos na matéria de língua portuguesa em geral.
Para facilitar a compreensão de certas particularidades relativas ao significado das palavras e das
formas linguísticas em geral, uma noção primária se impõe como necessária: a de que o significado de
um signo não é constituído por uma peça única, mas por um punhado de significados menores que se
combinam entre si para criar a noção com que representamos as coisas ou os eventos do mundo.
Dizemos de outra maneira, o significado das palavras não é simples, mas complexo, constituído de
um feixe de unidades menores a que os estudiosos chamam de traços semânticos ou traços de
significado.
São os traços semânticos que usamos para definir o significado das palavras. Tomemos um exemplo
que já ficou clássico nos estudos de Semântica, usado pelo linguista francês contemporâneo Bernard
Pottier. Segundo ele, a palavra “cadeira” é um móvel doméstico que contém os seguintes traços
semânticos:
- com encosto.
- sobre pernas.
- para uma só pessoa.
- para sentar-se.

Se aos quatro traços da palavra “cadeira” acrescentarmos mais um, “com braços”, teremos a palavra
“poltrona”. Uma mesma palavra pode, num dado contexto, trocar um traço semântico por outro e ganhar
novo sentido. É o que acontece, por exemplo, em:

Peixe não vive fora d’água.

A palavra “peixe” é marcada, nesse contexto, pelo traço semântico “não humano”. Esse traço pode ser
trocado, por exemplo, por um traço “humano”, noutro contexto como este:

Na festa de aniversário da minha prima, eu era um peixe fora d’água.

“Peixe”, nesse contexto, não fará sentido se não trocarmos o traço semântico “não humano” por
“humano”.
Em síntese, concluímos que, por ser constituído de feixes de traços semânticos, o sentido da palavra
não é estável, podendo sofrer variações de época para época, de lugar para lugar, de contexto para
contexto.

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Há contextos em que uma palavra não pode ser interpretada com todos os traços semânticos que
comumente a definem. Por isso é que os bons dicionários costumam dar os diferentes sentidos possíveis
de uma palavra, acompanhados do contexto em que ela adquire cada um dos seus vários sentidos.
Tomemos como exemplo uma palavra como “cadeia” e alguns de seus múltiplos sentidos no
português:

- Prisão: Sonegar imposto dá cadeia.


- Rede, conjunto de emissoras: O presidente falará em cadeia nacional.
- Sequência: As ruínas são cercadas por uma cadeia de montanhas.

Levando esses dados em consideração, torna-se mais fácil compreender as particularidades sobre o
significado das palavras.

Delimitações e Sujeito do Texto

O texto é delimitado por dois brancos. Se ele é um todo organizado de sentido, ele pode ser verbal,
visual (um quadro), verbal e visual (um filme), sonoro (uma música), etc. Mas em todos esses casos ele
será delimitado por dois espaços de não-sentido, dois brancos, um antes de começar o texto e outro
depois. É o branco do papel; é o tempo de espera para que um filme comece e o que está depois da
palavra FIM; é o silêncio que precede os primeiros acordes de uma melodia e que sucede às notas finais,
etc.
O texto é produzido por um sujeito num dado tempo e num determinado espaço. Esse sujeito, por
pertencer a um grupo social que vive num dado tempo e num certo espaço, expõe em seus textos as
ideias, os anseios, os temores, as expectativas desse grupo. Todo texto, assim, relaciona-se com o
contexto histórico e geográfico em que foi produzido, refletindo a realidade apreendida por seu autor, que
sobre ela se pronuncia.
O poema de Murilo Mendes que comentamos anteriormente mostra o anseio de uma geração, no
Brasil, em certa época, de conhecer bem o país e revelar suas mazelas para transformá-lo.
Não há texto que não reflita o seu tempo e o seu lugar. Cabe lembrar, no entanto, que uma sociedade
não produz uma única forma de ver a realidade, um modo único de analisar os problemas estabelecidos
num dado contexto. Como a sociedade é dividida em grupos sociais, que têm interesses muitas vezes
antagônicos, ela produz ideias divergentes entre si. A mesma sociedade que gera a ideia de que é preciso
pôr abaixo a floresta amazônica para explorar suas riquezas, produz a ideia de que preservá-la é mais
rentável. É bem verdade, no entanto, que algumas ideias, em certas épocas, exercem domínio sobre
outras.
É necessário entender as concepções correntes na época e na sociedade em que o texto foi produzido,
para não correr o risco de entendê-lo de maneira distorcida. Como não há ideias puras, todas as ideias
estão materializadas em textos, analisar a relação de um texto com sua época é estudar a sua relação
com outros textos.
É preciso que fiquem bem claras estas conclusões:
- No texto, o sentido não é solitário, mas solidário.
- O texto está delimitado por dois espaços de não-sentido.
- O texto revela ideais, concepções, anseios, expectativas e temores de um grupo social numa
determinada época, em determinado lugar.

Ambiguidade e paráfrase.

Ambiguidade

A ambiguidade surge quando algo que está sendo dito admite mais de um sentido, comprometendo a
compreensão do conteúdo. Isso pode suscitar dúvidas no leitor e levá-lo a conclusões equivocadas na
interpretação do texto. A ambiguidade é um dos problemas que podem ser evitados.
A inadequação ou a má colocação de elementos como pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e
até mesmo enunciados inteiros podem acarretar em duplo sentido, comprometendo a clareza do texto.
Observe os exemplos que seguem:
"O professor falou com o aluno parado na sala"

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Neste caso, a ambiguidade decorre da má construção sintática deste enunciado. Quem estava parado
na sala? O aluno ou o professor? A solução é, mais uma vez, colocar "parado na sala" logo ao lado do
termo a que se refere: "Parado na sala, o professor falou com o aluno"; ou "O professor falou com o aluno,
que estava parado na sala".

"A polícia cercou o ladrão do banco na Rua Santos."

O banco ficava na Rua Santos, ou a polícia cercou o ladrão nessa rua? A ambiguidade resulta da má
colocação do adjunto adverbial. Para evitar isso, coloque "na Rua Santos" mais perto do núcleo de sentido
a que se refere: “Na rua Santos, a polícia cercou o ladrão”; ou “A polícia cercou o ladrão do banco que
localiza-se na rua Santos”.

"Pessoas que consomem bebidas alcoólicas com frequência apresentam sintomas de irritabilidade e
depressão."

Mais uma vez a duplicidade de sentido é provocada pela má colocação do adjunto adverbial. Assim,
pode-se entender que "As pessoas que, com frequência, consomem bebidas alcoólicas apresentam
sintomas de irritabilidade e depressão" ou que "As pessoas que consomem bebidas alcoólicas
apresentam, com frequência, sintomas de irritabilidade e depressão".

Em certos casos, a ambiguidade pode se transformar num importante recurso estilístico na construção
do sentido do texto. O apelo a esse recurso pode ser fundamental para provocar o efeito polissêmico do
texto. Os textos literários, de maneira geral (como romances, poemas ou crônicas), são textos com
predomínio da linguagem conotativa (figurada). Nesse caso, o caráter metafórico pode derivar do
emprego deliberado da ambiguidade.
Podemos verificar a presença da ambiguidade como recurso literário analisando a letra da canção
"Jack Soul Brasileiro", do compositor Lenine.

Já que sou brasileiro


E que o som do pandeiro é certeiro e tem direção
Já que subi nesse ringue
E o país do suingue é o país da contradição
Eu canto pro rei da levada
Na lei da embolada, na língua da percussão
A dança, a muganga, o dengo
A ginga do mamulengo
O charme dessa nação (...)

Podemos observar que o primeiro verso ("Já que sou brasileiro") permite até três interpretações
diferentes. A primeira delas corresponde ao sentido literal do texto, em que o poeta afirma-se como
brasileiro de fato. A segunda interpretação permite pensar em uma referência ao cantor e compositor
Jackson do Pandeiro - o "Zé Jack" -, um dos maiores ritmistas de todos os tempos, considerado um ícone
da história da música popular brasileira, de quem Lenine se diz seguidor. A terceira leitura para esse
verso seria a referência à "soul music" norte-americana, que teve grande influência na música brasileira
a partir da década de 1960.

Na publicidade, é possível observar o "uso e o abuso" da linguagem plurissignificante, por meio dos
trocadilhos e jogos de palavras. Esse procedimento visa chamar a atenção do interlocutor para a
mensagem. Para entender melhor, vamos analisar a seguir um anúncio publicitário veiculado por várias
revistas importantes.

Sempre presente - Ferracini Calçados

O slogan "Sempre presente" pode apresentar, de início, duas leituras possíveis: o calçado Ferracini é
sempre uma boa opção para presentear alguém; ou, ainda, o calçado Ferracini está sempre presente em
qualquer ocasião, já que, supõe-se, pode ser usado no dia a dia ou em uma ocasião especial.

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Paráfrase

A paráfrase5 consiste na tradução do sentido de uma expressão ou de um enunciado com palavras


diferentes. Exemplo:

“Um fraco rei faz fraca a forte gente.”

Esse famoso verso de Camões pode ser assim parafraseado:

“Um rei que é fraco torna fraco até mesmo um povo vigoroso.”

Nem é preciso dizer que não existem paráfrases perfeitas.

A paráfrase origina-se do grego “para-phrasis” (repetição de uma sentença). Assim, parafrasear um


texto, significa recriá-lo com outras palavras, porém sua essência, seu conteúdo permanecem inalterados.
Vejamos dois exemplos a seguir:

Texto Original

Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).

Paráfrase

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos


Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”)

Podemos notar que o poeta modernista Carlos Drummond de Andrade faz somente uma recriação
daquilo que Gonçalves Dias já havia criado na era romântica.
Já a paródia é um exemplo de recriação baseada em um caráter contestador, às vezes até utilizando-
se de uma certa dose de ironia e sarcasmo.
Este recurso foi muito utilizado pelos poetas modernistas com o objetivo de criticar os “moldes” de
outras escolas literárias.
Para exemplificar temos:

Minha terra tem palmares


onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).

Conceito: reformulação que restitui o sentido de um discurso (texto ou enunciado), explicitando as


suas ideias centrais, mostrando que se compreendeu a ideia original (tradução dentro da própria língua)

Condições de uso: traduzir uma informação com a qual se está de acordo, para uma linguagem mais
acessível para que ela chegue a um maior número de pessoas.

5
Fontes: Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/redacao/parafrase-parodia.htm
https://unicvlponline.wordpress.com/estudar/parafrase-sintese-informativa/

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Formas parafrásticas:

Paráfrase substitutiva ou reprodutiva (reprodução): tradução livre ou quase literal de um outro


texto, repetindo as ideias originais, com palavras mais simples, mas próprias (substituição de palavras
por outras de sentido equivalente, dizer por outras palavras)

Pode ser usado no mesmo contexto e situação, mas deve ser evitado nos trabalhos académicos pois
este tipo de paráfrase está próxima da cópia esclarecendo muito pouco as ideias e não mostrando com
clareza que se compreendeu

Paráfrase explicativa ou metáfrase: reescrita, em termos mais simples, esclarecendo sentidos


obscuros ou não totalmente explícitos e ampliando ideias tornando o texto claro, incisivo e evidente, com
recurso ao desenvolvimento de conceitos e à argumentação.

Paráfrase desenvolvimento ou amplificação: reescrita, acrescentando definição dos termos


utilizados, exemplos, comparações, contrastes, exposição de relações de causa e efeitos, metáforas,
diferentes formas de redundância entre outros (mesmo assim, mantém valor estétitco-estilístico).

Características da linguagem

Clareza
Concisão
Objectividade
Simplicidade
Precisão vocabular
Recursos da pontuação
Presença de fórmulas fixas (expressões que apontam a transição para a paráfrase), tais como: quer
dizer, ou seja, como se dizia, por outras palavras, em síntese, em suma, isto é, tal (não) significa

Não é

Mera substituição das palavras de um texto


Transcrição literal ou citação, sem colocação de aspas
Resumo
Condensação

Procedimentos:

1) Leitura rápida para se inteirar do conteúdo

2) Leitura atenta para perfeita compreensão, não esquecendo de:


- Sublinhar em cada parágrafo as ideias principais
- Escrever à parte essas ideias

3) Reescrever essas ideias, reafirmando ou esclarecendo as ideias centrais do texto original e dando-
lhes uma redação própria, respeitando as seguintes exigências:
a) Basear-se no texto
b) Manter a mesma ordem de ideias
c) Não modificar o sentido original
d) Não omitir nenhuma informação essencial
d) Não acrescentar informações novas. O que se inclui são aspectos relevantes da opinião pessoal de
quem faz a paráfrase (comentários, ideias e impressões ou críticas bem fundamentadas)
e) Não comentar qualquer ideia do texto original
f) Utilizar vocabulário diferente sempre que possível
g) Mudar o registo discursivo
h) Distanciar do texto original, criando construções alternativas, operando transformações formais
mediante, entre outros, os seguintes procedimentos:
- Omissão de termos facilmente subentendidos

Apostila gerada especialmente para: marcos aurelio corsini 073.080.399-60


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- Substituição das palavras por outras, com recurso às relações de significado entre elas (sinonímia,
hiponímia, hiperonímia)
- Nominalização
- Inversão da ordem dos elementos das orações
- Inversão da ordem dos períodos
- Mudança de voz verbal
- Conversão de frases negativas em afirmativas de igual valor (ou vice-versa)

Questões

01. (AL/GO - ANALISTA LEGISLATIVO - ANALISTA DE REDES E COMUNICAÇÃO DE DADOS –


CS/UFG / 2015)

A ambiguidade gerada na tira se deve à:


(A) impossibilidade prática de se vender o pôr do sol em qualquer circunstância.
(B) coincidência entre as formas do verbo “ver", no gerúndio, e do verbo “vender", na primeira pessoa
do presente do indicativo.
(C) incompreensão dos adultos em relação às crianças que ainda se mantêm inocentes no que diz
respeito às práticas comerciais extremas
(D) habilidade inata das crianças de perceberem que a língua é guiada pelo princípio da economia das
formas.

Respostas

01. Resposta B
Gerúndio do verbo ver (sentindo de olhar): vendo
Verbo vender na 1ª pessoa do presente do indicativo: eu vendo

Relação de sinonímia entre uma expressão vocabular complexa e uma palavra.

Caro estudante, a relação de sinonímia entre uma expressão vocabular complexa e uma palavra foi
vista no tópico “Reconhecimento de efeitos de sentido decorrentes do uso de pontuação, da exploração
de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos, de campos semânticos e de outras notações.”

Apostila gerada especialmente para: marcos aurelio corsini 073.080.399-60


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