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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos

de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira


cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra-
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça
a memória visual, favorecendo o entendimento.
Compreensão e interpretação de texto.
Ortografia. Acentuação gráfica. Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjeti-
Pontuação. va, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a
Divisão silábica. fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinen-
Substantivos e adjetivos (gênero, número e grau). Verbos tes.
(tempos e modos).
Fonética e Fonologia: Encontros vocálicos e consonantais. No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto
Dígrafos. com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da
Morfologia: Classes de palavras: artigo, substantivo, adjetivo, época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-
pronome, numeral e verbo e sua flexões; advérbio, conjun- tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida.
ção, preposição e interjeição. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência biblio-
Poética. gráfica da fonte e na identificação do autor.
Versificação.
Elementos de comunicação. A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções
Figuras de sintaxe. de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não,
Noções de semântica. Produção textual: coerência e coesão, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha
tipos composição, elementos da comunicação e adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do
funções da linguagem. "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento pro-
posto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta,
Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver
não literários). uma outra alternativa mais completa.

Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento


INTERPRETAÇÃO DE TEXTO do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descon-
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- textualizarão de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a res-
necessitar de um bom léxico internalizado. posta será mais consciente e segura.

As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
confronto entre todas as partes que compõem o texto.

Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas 01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do até o fim, ininterruptamente;
autor diante de uma temática qualquer. 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
umas três vezes ou mais;
Denotação e Conotação 04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + 07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor com-
significado) que se constroem as noções de denotação e conotação. preensão;
08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicioná- respondente;
rios, o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compre- 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
ensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determi- incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
nada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
perguntou e o que se pediu;
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações exata ou a mais completa;
diferenciadas em seus leitores. 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
lógica objetiva;
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- 13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste 15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim resposta;
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
esclareçam o sentido. definindo o tema e a mensagem;
17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
Como Ler e Entender Bem um Texto 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importan-
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e tíssimos na interpretação do texto.

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Ex.: Ele morreu de fome. lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas rela-
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização ções podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos
do fato (= morte de "ele"). fatos, ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de
Ex.: Ele morreu faminto. um fato que aconteceu depois.
faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
quando morreu.; O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo
19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei- material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela
as estão coordenadas entre si; natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da
de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu
Cunegundes espírito.

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS • Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis-


TEXTO NARRATIVO semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em
• As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for- que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o
ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-
dos fatos. zado por :
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou às personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos a-
heroína, personagem principal da história. contecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da nar-
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota- rativa que é feito em 1a pessoa.
gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal - visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê,
contracena em primeiro plano. aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per-
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-
As personagens secundárias, que são chamadas também de compar- dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa.
sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra- • Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a-
ção. presentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do
qual a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é
O narrador que está a contar a história também é uma personagem, feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
tância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Formas de apresentação da fala das personagens
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso- três maneiras de comunicar as falas das personagens.
nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e • Discurso Direto: É a representação da fala das personagens a-
tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen- través do diálogo.
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações Exemplo:
perante os acontecimentos. “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da
verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna-
• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, val a cidade é do povo e de ninguém mais”.
a trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo
podemos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descen-
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o clímax, o di: dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e
desenlace ou desfecho. de travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou
rápidas os verbos de locução podem ser omitidos.
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, • Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou xemplo:
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
interesses entre as personagens. dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- nos sombrios por vir”.
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. • Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o Exemplo:
gênero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidi- “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
ano constitui uma crônica, o relato de um drama social é um ro- alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
mance social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensas-
central, que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundá- sem que estivesse doido. Como poderia andar um homem
rios, relacionados ao principal. àquela hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- de pés no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter (José Lins do Rego)
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve-
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são TEXTO DESCRITIVO
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos tex- Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
tos narrativo. terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importan-
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- tes, tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude

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que vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para - Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou
que o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so-
imagem unificada. bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido.
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou
Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari- desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje-
ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a
pouco. respeito de algo.

Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra O TEXTO ARGUMENTATIVO
técnica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
Baseado em Adilson Citelli
• Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-
através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a sub- rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os
jetiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas prefe- discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar
rências, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo obje- de referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do
tivo, fenomênico, ela é exata e dimensional. tipo de texto solicitado.
• Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário
pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e tempera- que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de
mento, com a finalidade de situar personagens no contexto cultu- um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a
ral, social e econômico . sua análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do
• Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discur-
observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, siva é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmi-
para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as tir, ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito,
partes mais típicas desse todo. suas análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que faze-
• Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos mos é soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o
ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma indivíduo viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e
visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e decisivo intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o conven-
típicos. cimento do ponto de vista de algo/alguém.
• Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada,
que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e
um incêndio, de uma briga, de um naufrágio. desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e
• Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge- todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de
rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um voca- intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro
bulário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de
É predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou meca- sequência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas.
nismos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a
apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus
TEXTO DISSERTATIVO objetivos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os meca-
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação nismos da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade
consta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou da formação textual.
questão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai
escrever com clareza, coerência e objetividade. Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos
verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados.
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é
a linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- ocorre agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e
do o contexto. outro que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumen-
tos com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto,
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em : estes argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda- comunicação ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob- Persuasão).
jetiva da definição do ponto de vista do autor.
• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias co- Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em
locadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- sua unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
sencadeia a conclusão. dão tornem esta produção altamente evocativa.
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para um texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipóte- espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não
se e opinião. possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes
é a obra ou ação que realmente se praticou. diferentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter

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na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las, núcleos como as ações secundárias colocam em cena personagens que as
bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo, cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresentação das
daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu históri- características destes personagens, assim como para as indicações de
co uma relação interdiscursiva e intertextual. lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos.

As metáforas, metomínias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en- Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das
tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa- personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os
zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito travessões, para indicar a mudança de interlocutor).
utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a linha
que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na apre-
oposição, tudo isto em forma de piada. sentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao futuro).

Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os
através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito, contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de
mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...".
conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção e na
concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível, interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predominam
capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação... na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descrições e
nos diálogos.
Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP,
Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição. O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência chega
ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu pretendente,
Tipologia textual enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a história
familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no passa-
do: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou sua
A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala".
verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia
intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilidade:
interlocutores. são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um artigo
indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo defini-
Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um do, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou
texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém
falamos sozinhos. impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos
anos 40."
É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais
travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que
existem tipos textuais e gêneros textuais. constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz
pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado
na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa
ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto,
que não intervém nem como ator nem como testemunha.
ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um
retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver. Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pontos
de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que as
É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os
personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fazem,
nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e
pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes
Dissertação.
acontecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes.
Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo
A Novela
um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado
assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de
prosa. complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As
personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá-
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se
rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por
conceituam como gêneros textuais as diversas situações
converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes.
sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como
exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma A Obra Teatral
monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se-
iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas, tragé-
texto do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico. dias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvolvendo
diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens, quer
Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes nas
extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído pelo
gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos, mas
mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos das
personagens.
O Conto
Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encontrar
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos perfeita-
neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espontânea
mente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilíbrio;
das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações da
segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, que
sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e tempo.
dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse conflito
Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem para
que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido.
moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem os
Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem entre turnos de palavras.
si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de recheio
(secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. Tanto os

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As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da representa- condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as novidades
ção cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor e os produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas.
atores orientam sua interpretação.
De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções:
Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão informação nacional, informação internacional, informação local, socieda-
temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada de, economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos.
contato apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas,
determinadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o
quadros, que correspondem a mudanças de cenografias. tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto
da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema
Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as chama- abordado.
das notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos atores
sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes cenografias Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns são
que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação. Estas nota- as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as crôni-
ções apresentam com frequência orações unimembres e/ou bimembres de cas, as resenhas de espetáculos.
predicado não verbal. A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à medida
O Poema que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publicitários
aparecem não só nos periódicos como também em outros meios ampla-
Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição espacial mente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos referire-
muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão rele- mos a eles em outro momento.
vância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com uma
silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos misterio- Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de suas
sos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os quais
captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pre- destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação cui-
tende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo dada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informação
poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as explica-
versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo, ções do texto.
relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apre- É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na publi-
sentar ensinamentos morais (como nas fábulas). cação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, a
O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sonoro primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos
das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte essen- jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização
cial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses
métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que textos.
compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicali- O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre a
dade depende desta distribuição. posição adotada pela redação.
Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à A Notícia
distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas
diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as cha- Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou
madas licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em pessoas.
suas sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que
constituem um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor-
de uma palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo,
vogal ou h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de
finais também incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações
palavra é paroxítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, similares.
soma-se uma sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma.
É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa pelo
A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos, pois fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três partes
existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequente na claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento. O
poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a atenção
últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin- do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal El País,
cidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze palavras. A
assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser um resumo
acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que não
dezesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo aparecem na introdução.
acento, são considerados dissílabos.
A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à mar-
As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas diferentes gem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da primeira
combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à progressão pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir o eu ou
temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade informativa o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo, não se
vinculada ao tema central. referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como nosso
Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos mecanismos país ou minha cidade).
de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a cria- Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracidade:
ção de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábulos, somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue compro-
metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos var de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a certas
estilísticos que dão ambiguidade ao poema. fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descartado
TEXTOS JORNALÍSTICOS que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte, recorre ao
discurso direto, como, por exemplo:
Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu portador (
jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da função O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara dos
informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em Deputados durante a próxima semana .
que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da atualidade,

Língua Portuguesa 5 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal. A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a publi-
cação e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a
Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações atenção dos leitores.
enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar
das notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, realizada
frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As
polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para
por um patrulheiro. divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador.
A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê? A Entrevista
quem? como? quando? por quê e para quê?.
Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente mediante
O Artigo de Opinião uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido com
fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, uma
Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atualida- vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas
de que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve
considerado, ou merece ser, objeto de debate. somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu-
Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesquisa e dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com
as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas
posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia, podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações
enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de sobre as declarações do entrevistado.
seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessariamente
divergentes e até antagônicas em uma mesma página. incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a conver-
Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se sação possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas destas
organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifi- entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas deri-
cação do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcan- vados.
ce, e que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe uma
uma tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez de
justificar esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo de
adotada no início do texto. propostas e de réplicas.
A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA
argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas
para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ciências
seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações, em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-se tanto
as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais.
distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade
e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - deta- Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas
lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas
estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informati-
informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os vos, as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem
argumentos usados na validade da tese. sintática canônica (sujeito-verbo-predicado).

A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semântica,
temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido das
respectivos comentários. palavras.

Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresentam O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábulos a
uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam, com que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é, evitam
frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama argumen- os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem medi-
tativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor da infor- ante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao termo
mação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer o leitor polissêmico nesse contexto.
a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes artigos, A Definição
opta-se por orações complexas que incluem proposições causais para as
fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, concessivas e Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que
condicionais. determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenci-
ais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração
Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura ideológica de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir
do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que através de um processo de sinonímia.
circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta.
Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por
estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas
do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do
entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence,
"animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que
Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal.
mencionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um
texto de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores mais
aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se referem:
cenas e opiniões como positivas ou negativas. Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou parte do
Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente antes de
A Reportagem terminar o inverno.
É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, para Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La Real
informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma figura- Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou
chave para o conhecimento deste tópico.
Língua Portuguesa 6 A Opção Certa Para a Sua Realização
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introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que
traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações circunstâncias obtém-se um melhor crescimento.
unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exem-
plo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um subs- A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas categorias:
tantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, isto é, ao
Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação medi- registro da situação de experimentação; a outra, ao processo observado.
ante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparente- Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que começam
mente antes de terminar o inverno". com se (condicionais) e com quando (condicional temporal):
As definições contêm, também, informações complementares relacionadas, Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a
por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se inclui o planta crescerá mais rápido.
termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo ("do lat.
piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc. Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a mostrar
manchas marrons devido ao excesso de umidade.
Essas informações complementares contêm frequentemente abreviaturas,
cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário: Lat., Latim; Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável tempo
Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc. aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é possível
observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos ...; de
O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias básicas advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no mesmo
da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente essen-
quais diferentes informações costumam ser codificadas através de tipogra- cial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apresenta
fias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimolo- as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma das
gias, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco etapas do processo.
mediante barras paralelas e /ou números.
O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado em
Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira
coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser-
continuar em exercício; adiar o término de. vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo
A Nota de Enciclopédia observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente
entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa,
Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos.
descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela
amplitude desta expansão. A Monografia

A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um
temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem- determinado tema é recolhida em diferentes fontes.
se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu- Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados com
los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como
temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia, fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemu-
população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc. nhos qualificados ou de especialistas no tema.
Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coerente
quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem como
exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra- indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por exem-
dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie- plo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os
dades: terrestres e aquáticos. aspectos positivos da gestão governamental de um determinado persona-
Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da lingua- gem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negativos,
gem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que
responde às exigências de concisão e de precisão. esta valorização fique explícita.

As características inerentes aos objetos apresentados aparecem através Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o
de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas tema a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que,
pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos conjugando seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará
muito juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base as primeiras antecipações sobre a informação que espera encontrar e
informativa dos substantivos e, como é possível observar em nosso exem- formulará as hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o
plo, agregam qualidades próprias daquilo a que se referem. tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o
que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais
O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido estarão listadas nas referências bibliográficas, de acordo com as normas
predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de que regem a apresentação da bibliografia.
ligação - ser, estar, parecer, etc.
O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do texto
O Relato de Experimentos que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de cons-
truções de discurso direto ou de discurso indireto.
Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em manipular o
ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos que Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modificações,
descrevem experimentos. tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da economia
dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda tramita-
O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mas ção referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam a
que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é ne- palavra de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que
cessário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida -
para concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para cons- declara Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos
tatar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições sinais que distinguem frequentemente o discurso direto.
uma planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se
colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por outro,
de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos subordi-
nadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações, pronomes

Língua Portuguesa 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais auxiliares, A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencionais
etc. cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, estão
amplamente difundidos os modelos de regulamentos de co-propriedade;
Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría - então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um texto deste
nutrem-se do liberalismo’ tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identificação para
Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu pensamento introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos direitos e
nutriam -se do liberalismo' deveres das partes envolvidas.
Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instrucio-
(dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os nais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de ali-
enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do mentos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir
emissor. uma dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes
textos incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego
Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o autor frequente e sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de aborda-
recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classifi- gem e de produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as
cação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte instruções.
consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os
dados apresentados e o princípio de classificação adotado. As Receitas e as Instruções
Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipótese, Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções
sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato,
fontes consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência fabricar um móvel, consertar um objeto, etc.
estabelecida entre os fatos e a conclusão. Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da
Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista
problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos. de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen-
to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho,
Os conectores lógicos oracionais e extra-oracionais são marcas linguísticas etc.), a outra, desenvolve as instruções.
relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem entre os
dados e para avaliar sua coerência. As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitual-
mente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acom-
A Biografia panhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos).
É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s). As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, com
Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia. verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou orações
Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresentar unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo (misturar a
ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens cuja farinha com o açúcar).
ação foi qualificada como relevante na história. Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as
Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem
que a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que
sua construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conec- expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa-
tividade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as
(Seus cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados
cidade natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote
temporais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até
da novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realida- que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre-
de), etc. quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo:
Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste
A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta-se momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui
nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apresen- pode intervir outro membro da equipe.
tados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de
apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação TEXTOS EPISTOLARES
simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por escrito
dados pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeçalho.
com a importância que a eles atribui. Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de uma
Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não autorizadas" empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos desig-
de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma característica que nados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora).
parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de revelar a Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de
personagem através de uma profusa acumulação de aspectos negativos, forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo
especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios altamente das características contidas no texto.
reprovados pela opinião pública.
Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organização
TEXTOS INSTRUCIONAIS espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabelece
Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais diversas o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de
atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou animais tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto
domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. Dentro em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação
desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culinárias até e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de
os complexos manuais de instrução para montar o motor de um avião. familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta
Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de receitas e a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, opta-
manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, etc. Mas se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido
todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da função ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em
apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama descritiva relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo
para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendida. formal.

Língua Portuguesa 8 A Opção Certa Para a Sua Realização


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A Carta EXERCÍCIOS – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e argu-
mentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa, Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que se-
expressiva e apelativa). gue.

Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto é, No coração do progresso


aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo o que
amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimen- classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se tanto à inven-
tos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o ção do aeroplano ou à descoberta do DNA como à promoção do papai no
receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido novo emprego. “Estou fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim acerta
afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a mão numa velha receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e convidar o
a dimensão expressiva da mensagem. leitor a refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre pareceu abrir
Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor conheci- todas as portas para uma vida melhor.
do, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transparecer Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de cinema,
marcas da oralidade: frases inconclusas, nas quais as reticências habilitam via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendi-
múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las; perguntas mento, ninguém tinha dúvida em dizer ou pensar: é o progresso. Uma
que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que encerram represa monumental era progresso. Cada novo produto químico era um
em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de exclamação progresso. As coisas não mudaram tanto: continuamos a usar indiscrimi-
que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas expressões que nadamente a palavrinha mágica. Mas não deixaram de mudar um pouco:
refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas. desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e
tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preserva-
Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enunciati- ção ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino
vas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as planeta.
dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso.
subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de Do ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo que
diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati- concorre para equilibrar a ação transformadora do homem sobre a nature-
vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições. za e a integridade da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas sustentá-
vel: o adjetivo exprime uma condição, para cercear as iniciativas predató-
A Solicitação
rias. Cada novidade tecnológica há de ser investigada quanto a seus
É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida efeitos sobre o homem e o meio em que vive. Cada intervenção na nature-
pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a za há de adequar-se a um planejamento que considere a qualidade e a
possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um extensão dos efeitos.
emprego, uma vaga em uma escola, etc. Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e
política de todas as formas de progresso que afetam nossa relação com o
Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ceder ou mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida. Não é pouco, mas ainda
não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que recor- não é suficiente. Aos cientistas, aos administradores, aos empresários, aos
re ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente para industriais e a todos nós – cidadãos comuns – cabe a tarefa cotidiana de
a abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e consi- zelarmos por nossas ações que inflectem sobre qualquer aspecto da
deração . . . / despeço-me de vós respeitosamente . ../ Saúdo-vos com o qualidade de vida. A tarefa começa em nossa casa, em nossa cozinha e
maior respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se estes banheiro, em nosso quintal e jardim – e se estende à preocupação com a
textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado, rua, com o bairro, com a cidade.
Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Institu- “Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia o poeta. Mas um
to Politécnico a fim de solicitar-lhe...) mundo que merece a atenção do nosso coração e da nossa inteligência é,
As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do certamente, melhor do que este em que estamos vivendo.
singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o sentido
através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identi- preciso – talvez oculto - da palavra mágica empregada. (Alaor Adauto de
ficam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige- Mello)
se a...).
1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a
A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o pri- qual este deve ser
meiro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições que (A)) equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades
reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados por humanas e o respeito ao mundo natural.
frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos em (B) identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em ativi-
algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condições; dade economicamente viável.
por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua (C) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros
apelação. para todos os indivíduos de uma comunidade.
Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram um (D) definido como um atributo da natureza que induz os homens a
amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão tanto aproveitarem apenas o que é oferecido em sua forma natural.
de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem desen- (E) aceito como um processo civilizatório que implique melhor distribui-
volver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como de ção de renda entre todos os agentes dos setores produtivos.
construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o
solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta 2. Considere as seguintes afirmações:
os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio I. A banalização do uso da palavra progresso é uma consequência do
enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido). fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadêmico.
II. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe que haja
A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal maneira formas de desenvolvimento nocivas e predatórias.
que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de solicita- III. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advém
ção de bolsas de estudo, etc. do uso consciente e responsável que a maioria das pessoas vem fa-
zendo dela.
Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana
Em relação ao texto está correto APENAS que se afirma em
Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS.
(A) I.
(B)) II.

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(C) III. (E) II e III.
(D) I e II.
(E) II e III. 8. A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a
palavra progresso, todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos
3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente uma frase do que elevam essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos.
texto em: Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se os
(A) Mas quero chegar logo ao ponto = devo me antecipar a qualquer elementos sublinhados, na ordem dada, por:
conclusão. (A)) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam
(B) continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica = (B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na
seguimos chamando de mágico tudo o que julgamos sem preconcei- (C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe
to. (D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam
(C) para cercear as iniciativas predatórias = para ir ao encontro das (E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam
ações voluntariosas.
(D) ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade da vida = 9. Está clara e correta a redação da seguinte frase:
práticas alheias ao que diz respeito às condições de vida. (A) Caso não se determine bem o sentido da palavra progresso, pois
(E)) há de adequar-se a um planejamento = deve ir ao encontro do que que é usada indiscriminadamente, ainda assim se faria necessário
está planificado. que reflitamos sobre seu verdadeiro sentido.
(B) Ao dizer o poeta que seu coração não é maior do que o mundo,
4. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento devemos nos inspirar para que se estabeleça entre este e o nosso
pelo qual se garanta que a qualidade da vida seja preservada. coração os compromissos que se reflitam numa vida melhor.
Os tempos e os modos verbais da frase acima continuarão correta- (C) Nada é desprezível no espaço do mundo, que não mereça nossa
mente articulados caso se substituam as formas sublinhadas, na or- atenção quanto ao fato de que sejamos responsáveis por sua melho-
dem em que surgem, por ria, seja o nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se esteja.
(A) houve - garantiria - é (D)) Todo desenvolvimento definido como sustentável exige, para fazer
(B) haveria - garantiu - teria sido jus a esse adjetivo, cuidados especiais com o meio ambiente, para
(C) haveria - garantisse - fosse que não venham a ser nocivos seus efeitos imediatos ou futuros.
(D) haverá - garantisse - e (E) Tem muita ciência que, se saísse das limitações acadêmicas, acaba-
(E) havia - garantiu - é riam por se revelarem mais úteis e mais populares, em vista da Eco-
logia, cujas consequências se sente mesmo no âmbito da vida práti-
5. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na ca.
frase:
(A)) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso 10. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:
algumas conotações mágicas. (A) Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a
(B) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu porta para um mundo, mágico de prosperidade garantida.
sentido real muitos equívocos ideológicos. (B)) Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis, ações apa-
(C) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega a rentemente irrisórias, cuja execução cotidiana é, no entanto, impor-
representarem, de fato, qualquer avanço significativo. tantíssima.
(D) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a (C) O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao modo
fundo, veríamos que são irrelevantes para a melhoria da vida. irrefletido, com que usamos e abusamos, dessa palavrinha mágica.
(E) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua, (D) Ainda que traga muitos benefícios, a construção de enormes repre-
com nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da sas, costuma trazer também uma série de consequências ambien-
vida. tais que, nem sempre, foram avaliadas.
(E) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses ambientalistas
6. Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na segundo as quais, o conceito de progresso está sujeito a uma per-
frase: manente avaliação.
(A) De tudo aquilo que classificamos como progresso costumamos
atribuir o sentido de um tipo de ganho ao qual não queremos abrir Leia o texto a seguir para responder às questões de números 11 a 24.
mão.
(B) É preferível deixar intacta a mata selvagem do que destruí-la em De um lado estão os prejuízos e a restrição de direitos causados pelos
nome de um benefício em que quase ninguém desfrutará. protestos que param as ruas de São Paulo. De outro está o direito à livre
(C) A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha receita, não hesitou em manifestação, assegurado pela Carta de 1988. Como não há fórmula
ver como progresso a operação à qual foi bem sucedida. perfeita de arbitrar esse choque entre garantias democráticas fundamen-
(D) A precisão da qual se pretende identificar o sentido de uma palavra tais, cabe lançar mão de medidas pontuais – e sobretudo de bom senso.
depende muito do valor de contexto a que lhe atribuímos. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima em R$ 3 mi-
(E)) As inovações tecnológicas de cujo benefício todos se aproveitam lhões o custo para a população dos protestos ocorridos nos últimos três
representam, efetivamente, o avanço a que se costuma chamar pro- anos na capital paulista. O cálculo leva em conta o combustível consumido
gresso. e as horas perdidas de trabalho durante os engarrafamentos causados por
protestos. Os carros enfileirados por conta de manifestações nesses três
7. Considere as seguintes afirmações, relativas a aspectos da constru- anos praticamente cobririam os 231 km que separam São Paulo de São
ção ou da expressividade do texto: Carlos.
I. No contexto do segundo parágrafo, a forma plural não mudaram A Justiça é o meio mais promissor, em longo prazo, para desestimular
tanto atende à concordância com academias. os protestos abusivos que param o trânsito nos horários mais inconvenien-
II. No contexto do terceiro parágrafo, a expressão há de adequar-se tes e acarretam variados transtornos a milhões de pessoas. É adequada a
exprime um dever imperioso, uma necessidade premente. atitude da CET de enviar sistematicamente ao Ministério Público relatórios
III. A expressão Em suma, tal como empregada no quarto parágrafo, com os prejuízos causados em cada manifestação feita fora de horários e
anuncia a abertura de uma linha de argumentação ainda inexplorada locais sugeridos pela agência ou sem comunicação prévia.
no texto. Com base num documento da CET, por exemplo, a Procuradoria acio-
Está correto APENAS o que se afirma em nou um líder de sindicato, o qual foi condenado em primeira instância a
(A) I. pagar R$ 3,3 milhões aos cofres públicos, a título de reparação. O direito à
(B)) II. livre manifestação está previsto na Constituição. No entanto, tal direito não
(C) III. anula a responsabilização civil e criminal em caso de danos provocados
(D) I e II. pelos protestos.

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O poder público deveria definir, de preferência em negociação com as
categorias que costumam realizar protestos na capital, horários e locais 17. No quarto parágrafo, o fato de a Procuradoria condenar um líder
vedados às passeatas. Práticas corriqueiras, como a paralisia de avenidas sindical
essenciais para o tráfego na capital nos horários de maior fluxo, deveriam (A) é ilegal e fere os preceitos da Carta de 1998.
ser abolidas. (B) deve ser comemorada, ainda que viole a Constituição.
(Folha de S.Paulo, 29.09.07. Adaptado) (C) é legal, porque o direito à livre manifestação não isenta o manifes-
tante da responsabilidade pelos danos causados.
11. De acordo com o texto, é correto afirmar que (D) é nula, porque, segundo o direito à livre manifestação, o acusado
(A) a Companhia de Engenharia de Tráfego não sabe mensurar o custo poderá entrar com recurso.
dos protestos ocorridos nos últimos anos. (E) é inédita, porque, pela primeira vez, apesar dos direitos assegura-
(B) os prejuízos da ordem de R$ 3 milhões em razão dos engarrafamen- dos, um manifestante será punido.
tos já foram pagos pelos manifestantes.
(C) os protestos de rua fazem parte de uma sociedade democrática e 18. Dentre as soluções apontadas, no último parágrafo, para resolver o
são permitidos pela Carta de 1988. conflito, destaca-se
(D) após a multa, os líderes de sindicato resolveram organizar protestos (A) multa a líderes sindicais.
de rua em horários e locais predeterminados. (B) fiscalização mais rígida por parte da Companhia de Engenharia de
(E) o Ministério Público envia com frequência estudos sobre os custos Tráfego.
das manifestações feitas de forma abusiva. (C) o fim dos protestos em qualquer via pública.
(D) fixar horários e locais proibidos para os protestos de rua.
12. No primeiro parágrafo, afirma-se que não há fórmula perfeita para (E) negociar com diferentes categorias para que não façam mais mani-
solucionar o conflito entre manifestantes e os prejuízos causados ao festações.
restante da população. A saída estaria principalmente na
(A) sensatez. 19. No trecho – É adequada a atitude da CET de enviar relatórios –,
(B) Carta de 1998. substituindo-se o termo atitude por comportamentos, obtém-se, de
(C) Justiça. acordo com as regras gramaticais, a seguinte frase:
(D) Companhia de Engenharia de Tráfego. (A) É adequada comportamentos da CET de enviar relatórios.
(E) na adoção de medidas amplas e profundas. (B) É adequado comportamentos da CET de enviar relatórios.
(C) São adequado os comportamentos da CET de enviar relatórios.
13. De acordo com o segundo parágrafo do texto, os protestos que (D) São adequadas os comportamentos da CET de enviar relatórios.
param as ruas de São Paulo representam um custo para a popula- (E) São adequados os comportamentos da CET de enviar relatórios.
ção da cidade. O cálculo desses custos é feito a partir
(A) das multas aplicadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego 20. No trecho – No entanto, tal direito não anula a responsabilização civil
(CET). e criminal em caso de danos provocados pelos protestos –, a locu-
(B) dos gastos de combustível e das horas de trabalho desperdiçadas ção conjuntiva no entanto indica uma relação de
em engarrafamentos. (A) causa e efeito.
(C) da distância a ser percorrida entre as cidades de São Paulo e São (B) oposição.
Carlos. (C) comparação.
(D) da quantidade de carros existentes entre a capital de São Paulo e (D) condição.
São Carlos. (E) explicação.
(E) do número de usuários de automóveis particulares da cidade de São
Paulo. 21. “Não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque.” Nessa frase, a
palavra arbitrar é um sinônimo de
14. A quantidade de carros parados nos engarrafamentos, em razão das (A) julgar.
manifestações na cidade de São Paulo nos últimos três anos, é e- (B) almejar.
quiparada, no texto, (C) condenar.
(A) a R$ 3,3 milhões. (D) corroborar.
(B) ao total de usuários da cidade de São Carlos. (E) descriminar.
(C) ao total de usuários da cidade de São Paulo.
(D) ao total de combustível economizado. 22. No trecho – A Justiça é o meio mais promissor para desestimular os
(E) a uma distância de 231 km. protestos abusivos – a preposição para estabelece entre os termos
uma relação de
15. No terceiro parágrafo, a respeito do poder da Justiça em coibir os (A) tempo.
protestos abusivos, o texto assume um posicionamento de (B) posse.
(A) indiferença, porque diz que a decisão não cabe à Justiça. (C) causa.
(B) entusiasmo, porque acredita que o órgão já tem poder para impedir (D) origem.
protestos abusivos. (E) finalidade.
(C) decepção, porque não vê nenhum exemplo concreto do órgão para
impedir protestos em horários de pico. 23. Na frase – O poder público deveria definir horários e locais –, substi-
(D) confiança, porque acredita que, no futuro, será uma forma bem- tuindo-se o verbo definir por obedecer, obtém-se, segundo as regras
sucedida de desestimular protestos abusivos. de regência verbal, a seguinte frase:
(E) satisfação, porque cita casos em que a Justiça já teve êxito em (A) O poder público deveria obedecer para horários e locais.
impedir protestos em horários inconvenientes e em avenidas movi- (B) O poder público deveria obedecer a horários e locais.
mentadas. (C) O poder público deveria obedecer horários e locais.
(D) O poder público deveria obedecer com horários e locais.
16. De acordo com o texto, a atitude da Companhia de Engenharia de (E) O poder público deveria obedecer os horários e locais.
Tráfego de enviar periodicamente relatórios sobre os prejuízos cau-
sados em cada manifestação é 24. Transpondo para a voz passiva a frase – A Procuradoria acionou um
(A) pertinente. líder de sindicato – obtém-se:
(B) indiferente. (A) Um líder de sindicato foi acionado pela Procuradoria.
(C) irrelevante. (B) Acionaram um líder de sindicato pela Procuradoria.
(D) onerosa. (C) Acionaram-se um líder de sindicato pela Procuradoria.
(E) inofensiva. (D) Um líder de sindicato será acionado pela Procuradoria.

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(E) A Procuradoria foi acionada por um líder de sindicato. pela conjunção se, empregado na frase – Questionamos também se
uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a
Leia o texto para responder às questões de números 25 a 34. dificuldade das provas, ...
(A) A sociedade não chega a saber se os advogados são muito corpora-
DIPLOMA E MONOPÓLIO tivos.
Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medi- (B) Se os advogados aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do
cina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os ensino básico.
enguiços entre diplomas e carreiras. Falta-nos descobrir que a concorrên- (C) O advogado afirma que se trata de uma questão secundária.
cia (sob um bom marco regulatório) promove o interesse da sociedade e (D) É um curso no qual se exercita lógica rigorosa.
que o monopólio só é bom para quem o detém. Não fora essa ignorância, (E) No curso de direito, lê-se bastante.
como explicar a avalanche de leis que protegem monopólios espúrios para
o exercício profissional? 28. Assinale a alternativa em que se admite a concordância verbal tanto
no singular como no plural como em: A maioria dos advogados ocu-
Desde a criação dos primeiros cursos de direito, os graduados apenas pam postos de destaque na política e no mundo dos negócios.
ocasionalmente exercem a profissão. Em sua maioria, sempre ocuparam (A) Como o direito, a medicina é uma carreira estritamente profissional.
postos de destaque na política e no mundo dos negócios. Nos dias de hoje, (B) Os Estados Unidos e a Alemanha não oferecem cursos de adminis-
nem 20% advogam. tração em nível de bacharelado.
(C) Metade dos cursos superiores carecem de boa qualificação.
Mas continua havendo boas razões para estudar direito, pois esse é (D) As melhores universidades do país abastecem o mercado de traba-
um curso no qual se exercita lógica rigorosa, se lê e se escreve bastante. lho com bons profissionais.
Torna os graduados mais cultos e socialmente mais produtivos do que se (E) A abertura de novos cursos tem de ser controlada por órgãos ofici-
não houvessem feito o curso. Se aprendem pouco, paciência, a culpa é ais.
mais da fragilidade do ensino básico do que das faculdades. Diante dessa
polivalência do curso de direito, os exames da OAB são uma solução 29. Assinale a alternativa que apresenta correta correlação de tempo
brilhante. Aqueles que defenderão clientes nos tribunais devem demonstrar verbal entre as orações.
nessa prova um mínimo de conhecimento. Mas, como os cursos são (A) Se os advogados demonstrarem um mínimo de conhecimento,
também úteis para quem não fez o exame da Ordem ou não foi bem suce- poderiam defender bem seus clientes.
dido na prova, abrir ou fechar cursos de “formação geral” é assunto do (B) Embora tivessem cursado uma faculdade, não se desenvolveram
MEC, não da OAB. A interferência das corporações não passa de uma intelectualmente.
prática monopolista e ilegal em outros ramos da economia. Questionamos (C) É possível que os novos cursos passam a ter fiscalização mais
também se uma corporação profissional deve ter carta-branca para deter- severa.
minar a dificuldade das provas, pois essa é também uma forma de limitar a (D) Se não fosse tanto desconhecimento, o desempenho poderá ser
concorrência – mas trata-se aí de uma questão secundária. (...) melhor.
(Veja, 07.03.2007. Adaptado) (E) Seria desejável que os enguiços entre diplomas e carreiras se
resolvem brevemente.
25. Assinale a alternativa que reescreve, com correção gramatical, as
frases: Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direi- 30. A substituição das expressões em destaque por um pronome pesso-
to e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não fo- al está correta, nas duas frases, de acordo com a norma culta, em:
ram resolvidos os enguiços entre diplomas e carreiras. (A) I. A concorrência promove o interesse da sociedade. / A concorrên-
(A) Faz quase dois séculos que se fundou escolas de direito e medicina cia promove-o. II. Aqueles que defenderão clientes. / Aqueles que
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os en- lhes defenderão.
guiços entre diplomas e carreiras. (B) I. O governo fundou escolas de direito e de medicina. / O governo
(B) Faz quase dois séculos que se fundava escolas de direito e medici- fundou elas. II. Os graduados apenas ocasionalmente exercem a
na no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente exercem-la.
os enguiços entre diplomas e carreiras. (C) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna-os mais cultos. II. É
(C) Faz quase dois séculos que se fundaria escolas de direito e medici- preciso mencionar os cursos de administração. / É preciso mencio-
na no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os nar-lhes.
enguiços entre diplomas e carreiras. (D) I. Os advogados devem demonstrar muitos conhecimentos. Os
(D) Faz quase dois séculos que se fundara escolas de direito e medicina advogados devem demonstrá-los. II. As associações mostram à so-
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolvera os ciedade o seu papel. / As associações mostram-lhe o seu papel.
enguiços entre diplomas e carreiras. (E) I. As leis protegem os monopólios espúrios. / As leis protegem-os. II.
(E) Faz quase dois séculos que se fundaram escolas de direito e medi- As corporações deviam fiscalizar a prática profissional. / As corpora-
cina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram ções deviam fiscalizá-la.
os enguiços entre diplomas e carreiras.
31. Assinale a alternativa em que as palavras em destaque exercem,
26. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, de respectivamente, a mesma função sintática das expressões assinala-
acordo com a norma culta, as frases: O monopólio só é bom para das em: Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão.
aqueles que ____________. / Nos dias de hoje, nem 20% advogam, (A) Se aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino básico.
e apenas 1% ____________. / Em sua maioria, os advogados sem- (B) A interferência das corporações não passa de uma prática monopolis-
pre ____________. ta.
(A) o retêem / obtem sucesso / se apropriaram os postos de destaque (C) Abrir e fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC.
na política e no mundo dos negócios (D) O estudante de direito exercita preferencialmente uma lógica rigorosa.
(B) o retém / obtém sucesso / se apropriaram aos postos de destaque (E) Boas razões existirão sempre para o advogado buscar conhecimento.
na política e no mundo dos negócios
(C) o retém / obtêem sucesso / se apropriaram os postos de destaque 32. Assinale a alternativa que reescreve a frase de acordo com a norma
na política e no mundo dos negócios culta.
(D) o retêm / obtém sucesso / sempre se apropriaram de postos de (A) Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. / Os
destaque na política e no mundo dos negócios graduados apenas ocasionalmente se dedicam a profissão.
(E) o retem / obtêem sucesso / se apropriaram de postos de destaque (B) Os advogados devem demonstrar nessa prova um mínimo de co-
na política e no mundo dos negócios nhecimento. / Os advogados devem primar nessa prova por um mí-
nimo de conhecimento.
27. Assinale a alternativa em que se repete o tipo de oração introduzida (C) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não procedeu o exame da OAB.

Língua Portuguesa 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(D) As corporações deviam promover o interesse da sociedade. / As 36. A concepção de ética atribuída a Adolfo Sanchez Vasquez é reto-
corporações deviam almejar do interesse da sociedade. mada na seguinte expressão do texto:
(E) Essa é uma forma de limitar a concorrência. / Essa é uma forma de (A) núcleo especulativo e reflexivo.
restringir à concorrência. (B) objeto descritível de uma Ciência.
(C) explicação dos fatos morais.
33. Assinale a alternativa em que o período formado com as frases I, II e (D) parte da Filosofia.
III estabelece as relações de condição entre I e II e de adição entre I (E) comportamento consequencial.
e III.
I. O advogado é aprovado na OAB. 37. No texto, a terceira acepção da palavra ética deve ser entendida
II. O advogado raciocina com lógica. como aquela em que se considera, sobretudo,
III. O advogado defende o cliente no tribunal. (A) o valor desejável da ação humana.
(A) Se o advogado raciocinar com lógica, ele será aprovado na OAB e (B) o fundamento filosófico da moral.
defenderá o cliente no tribunal com sucesso. (C) o rigor do método de análise.
(B) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso, mas terá (D) a lucidez de quem investiga o fato moral.
de raciocinar com lógica e ser aprovado na OAB. (E) o rigoroso legado da jurisprudência.
(C) Como raciocinou com lógica, o advogado será aprovado na OAB e
defenderá o cliente no tribunal com sucesso. 38. Dá-se uma íntima conexão entre a Ética e o Direito quando ambos
(D) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso porque revelam, em relação aos valores morais da conduta, uma preocupa-
raciocinou com lógica e foi aprovado na OAB. ção
(E) Uma vez que o advogado raciocinou com lógica e foi aprovado na (A) filosófica.
OAB, ele poderá defender o cliente no tribunal com sucesso. (B) descritiva.
(C) prescritiva.
34. Na frase – Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragili- (D) contestatária.
dade do ensino básico do que das faculdades. – a palavra paciência (E) tradicionalista.
vem entre vírgulas para, no contexto,
(A) garantir a atenção do leitor. 39. Considerando-se o contexto do último parágrafo, o elemento subli-
(B) separar o sujeito do predicado. nhado pode ser corretamente substituído pelo que está entre parên-
(C) intercalar uma reflexão do autor. teses, sem prejuízo para o sentido, no seguinte caso:
(D) corrigir uma afirmação indevida. (A) (...) a colocará em íntima conexão com o Direito. (inclusão)
(E) retificar a ordem dos termos. (B) (...) os valores morais dariam o balizamento do agir (...) (arremate)
(C) (...) qualificação do comportamento do homem como ser em situa-
Atenção: As questões de números 35 a 42 referem-se ao texto abaixo. ção. (provisório)
(D) (...) nem tampouco como fenômeno especulativo. (nem, ainda)
SOBRE ÉTICA (E) (...) de um agir, de um comportamento consequencial... (concessi-
A palavra Ética é empregada nos meios acadêmicos em três acep- vo)
ções. Numa, faz-se referência a teorias que têm como objeto de estudo o
comportamento moral, ou seja, como entende Adolfo Sanchez Vasquez, “a 40. As normas de concordância estão plenamente observadas na frase:
teoria que pretende explicar a natureza, fundamentos e condições da (A) Costumam-se especular, nos meios acadêmicos, em torno de três
moral, relacionando-a com necessidades sociais humanas.” Teríamos, acepções de Ética.
assim, nessa acepção, o entendimento de que o fenômeno moral pode ser (B) As referências que se faz à natureza da ética consideram-na, com
estudado racional e cientificamente por uma disciplina que se propõe a muita frequência, associada aos valores morais.
descrever as normas morais ou mesmo, com o auxílio de outras ciências, (C) Não coubessem aos juristas aproximar-se da ética, as leis deixariam
ser capaz de explicar valorações comportamentais. de ter a dignidade humana como balizamento.
(D) Não derivam das teorias, mas das práticas humanas, o efetivo valor
Um segundo emprego dessa palavra é considerá-la uma categoria filo- de que se impregna a conduta dos indivíduos.
sófica e mesmo parte da Filosofia, da qual se constituiria em núcleo espe- (E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as circunstân-
culativo e reflexivo sobre a complexa fenomenologia da moral na convivên- cias, atentar para a observância dos valores éticos.
cia humana. A Ética, como parte da Filosofia, teria por objeto refletir sobre
os fundamentos da moral na busca de explicação dos fatos morais. 41. Está clara, correta e coerente a redação do seguinte comentário
sobre o texto:
Numa terceira acepção, a Ética já não é entendida como objeto descri- (A) Dentre as três acepções de Ética que se menciona no texto, uma
tível de uma Ciência, tampouco como fenômeno especulativo. Trata-se apenas diz respeito à uma área em que conflui com o Direito.
agora da conduta esperada pela aplicação de regras morais no comporta- (B) O balizamento da conduta humana é uma atividade em que, cada
mento social, o que se pode resumir como qualificação do comportamento um em seu campo, se empenham o jurista e o filósofo.
do homem como ser em situação. É esse caráter normativo de Ética que a (C) Costuma ocorrer muitas vezes não ser fácil distinguir Ética ou Moral,
colocará em íntima conexão com o Direito. Nesta visão, os valores morais haja vista que tanto uma quanto outra pretendem ajuizar à situação
dariam o balizamento do agir e a Ética seria assim a moral em realização, do homem.
pelo reconhecimento do outro como ser de direito, especialmente de digni- (D) Ainda que se torne por consenso um valor do comportamento hu-
dade. Como se vê, a compreensão do fenômeno Ética não mais surgiria mano, a Ética varia conforme a perspectiva de atribuição do mesmo.
metodologicamente dos resultados de uma descrição ou reflexão, mas sim, (E) Os saberes humanos aplicados, do conhecimento da Ética, costu-
objetivamente, de um agir, de um comportamento consequencial, capaz de mam apresentar divergências de enfoques, em que pese a metodo-
tornar possível e correta a convivência. (Adaptado do site Doutrina Jus logia usada.
Navigandi)
42. Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, os valores
35. As diferentes acepções de Ética devem-se, conforme se depreende morais dariam o balizamento do agir, a forma verbal resultante deve-
da leitura do texto, rá ser:
(A) aos usos informais que o senso comum faz desse termo. (A) seria dado.
(B) às considerações sobre a etimologia dessa palavra. (B) teriam dado.
(C) aos métodos com que as ciências sociais a analisam. (C) seriam dados.
(D) às íntimas conexões que ela mantém com o Direito. (D) teriam sido dados.
(E) às perspectivas em que é considerada pelos acadêmicos. (E) fora dado.

Língua Portuguesa 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Atenção: As questões de números 43 a 48 referem-se ao texto abaixo. já não podia ser considerado um hipócrita.
(B) Os moralizadores sempre haveriam de desrespeitar os valores
O HOMEM MORAL E O MORALIZADOR morais que eles imporão aos outros.
Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas, esta- (C) A pior barbárie terá sido aquela em que o rigor dos hipócritas servis-
mos certos disto: o moralizador e o homem moral são figuras diferentes, se se de controle dos demais cidadãos.
não opostas. O homem moral se impõe padrões de conduta e tenta respei- (D) Desde que haja a imposição forçada de um padrão moral, caracteri-
tá-los; o moralizador quer impor ferozmente aos outros os padrões que ele zava-se um ato típico do moralizador.
não consegue respeitar. (E) Não é justo que os hipócritas sempre venham a impor padrões
A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes. morais que eles próprios não respeitam.
Primeiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse respei-
tar o padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir suas imperfei- 48. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na
ções nos outros. Segundo, é possível e compreensível que um homem frase:
moral tenha um espírito missionário: ele pode agir para levar os outros a (A) O moralizador está carregado de imperfeições de que ele não
adotar um padrão parecido com o seu. Mas a imposição forçada de um costuma acusar em si mesmo.
padrão moral não é nunca o ato de um homem moral, é sempre o ato de (B) Um homem moral empenha-se numa conduta cujo o padrão moral
um moralizador. Em geral, as sociedades em que as normas morais ga- ele não costuma impingir na dos outros.
nham força de lei (os Estados confessionais, por exemplo) não são regra- (C) Os pecados aos quais insiste reincidir o moralizador são os mes-
das por uma moral comum, nem pelas aspirações de poucos e escolhidos mos em que ele acusa seus semelhantes.
homens exemplares,mas por moralizadores que tentam remir suas próprias (D) Respeitar um padrão moral das ações é uma qualidade da qual não
falhas morais pela brutalidade do controle que eles exercem sobre os abrem mão os homens a quem não se pode acusar de hipócritas.
outros. A pior barbárie do mundo é isto: um mundo em que todos pagam (E) Quando um moralizador julga os outros segundo um padrão moral
pelos pecados de hipócritas que não se aguentam. (Contardo Calligaris, de cujo ele próprio não respeita, demonstra toda a hipocrisia em
Folha de S. Paulo, 20/03/2008) que é capaz.

43. Atente para as afirmações abaixo. Atenção: As questões de números 49 a 54 referem-se ao texto abaixo.
I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador não se
preocupa com os padrões morais de conduta. FIM DE FEIRA
II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de conduta, o Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas, começam
homem moral acaba por impô-lo à conduta alheia. a chegar os que querem pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou
III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respeitasse os mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Chegam com suas sacolas
padrões de conduta que ele cobra dos outros. cheias de esperança. Alguns não perdem tempo e passam a recolher o
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em que está pelo chão: um mamãozinho amolecido, umas folhas de couve
(A) I. amarelas, a metade de um abacaxi, que serviu de chamariz para os fre-
(B) II. gueses compradores. Há uns que se aventuram até mesmo nas cercanias
(C) III. da barraca de pescados, onde pode haver alguma suspeita sardinha oculta
(D) I e II. entre jornais, ou uma ponta de cação obviamente desprezada.
(E) II e III. Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pessoas: oferecem-lhes o
que, de qualquer modo, eles iriam jogar fora.
44. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já decorreu Mas outros parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refu-
um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas indica um fator gos, e chegam a recolhê-los para não os verem coletados. Agem para
determinante para que salvaguardar não o lucro possível, mas o princípio mesmo do comércio.
(A) concluamos que o homem moderno já não dispõe de rigorosos Parecem temer que a fome seja debelada sem que alguém pague por isso.
padrões morais para avaliar sua conduta. E não admitem ser acusados de egoístas: somos comerciantes, não assis-
(B) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o homem tentes sociais, alegam.
moral e o homem moralizador.
(C) reconheçamos como bastante remota a possibilidade de se caracte- Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão da limpeza e os fun-
rizar um homem moralizador. cionários da prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsito
(D) identifiquemos divergências profundas entre o comportamento de é liberado, os carros atravancam a rua e, não fosse o persistente cheiro de
um homem moral e o de um moralizador. peixe, a ninguém ocorreria que ali houve uma feira, frequentada por tão
(E) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer nas diversas espécies de seres humanos. (Joel Rubinato, inédito)
atitudes tomadas pelo homem moral.
49. Nas frases parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos
45. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para exemplifi- refugos e não admitem ser acusados de egoístas, o narrador do tex-
car uma sociedade na qual to
(A) normas morais não têm qualquer peso na conduta dos cidadãos. (A) mostra-se imparcial diante de atitudes opostas dos feirantes.
(B) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a conduta de todos. (B) revela uma perspectiva crítica diante da atitude de certos feirantes.
(C) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos valores de uma moral (C) demonstra não reconhecer qualquer proveito nesse tipo de coleta.
comum. (D) assume-se como um cronista a quem não cabe emitir julgamentos.
(D) a situação de barbárie impede a formulação de qualquer regra (E) insinua sua indignação contra o lucro excessivo dos feirantes.
moral.
(E) eventuais falhas de conduta são atribuídas à fraqueza das leis. 50. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de
46. Na frase A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes, um segmento do texto em:
o sentido da expressão sublinhada está corretamente traduzido em: (A) serviu de chamariz respondeu ao chamado.
(A) significativos desdobramentos dela. (B) alguma suspeita sardinha possivelmente uma sardinha.
(B) determinados antecedentes dela. (C) teimoso aproveitamento = persistente utilização.
(C) reconhecidos fatores que a causam. (D) o princípio mesmo do comércio = preâmbulo da operação comercial.
(D) consequentes aspectos que a relativizam. (E) Agem para salvaguardar = relutam em admitir.
(E) valores comuns que ela propicia.
51. Atente para as afirmações abaixo.
47. Está correta a articulação entre os tempos e os modos verbais na I. Os riscos do consumo de uma sardinha suspeita ou da ponta de um
frase: cação que foi desprezada justificam o emprego de se aventuram, no
(A) Se o moralizador vier a respeitar o padrão moral que ele impusera, primeiro parágrafo.

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II. O emprego de alegam, no segundo parágrafo, deixa entrever que o tre si as duas palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA.
autor não compactua com a justificativa dos feirantes.
III. No último parágrafo, o autor faz ver que o fim da feira traz a supera- Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e
ção de tudo o que determina a existência de diversas espécies de seis fonemas: a-fli-to. Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais
seres humanos. fonemas.
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em No sistema fonética do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fo-
(A) I. nemas.
(B) II.
(C) III. É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o
(D) I e II. sinal gráfico que representa o som.
(E) II e III.
Vejamos alguns exemplos:
52. Está INCORRETA a seguinte afirmação sobre um recurso de cons- Manhã – 5 letras e quatro fonemas: m / a / nh / ã
trução do texto: no contexto do Táxi – 4 letras e 5 fonemas: t / a / k / s / i
(A) primeiro parágrafo, a forma ou mesmo nada faz subentender a Corre – letras: 5: fonemas: 4
expressão verbal querem pagar. Hora – letras: 4: fonemas: 3
(B) primeiro parágrafo, a expressão fregueses compradores faz suben- Aquela – letras: 6: fonemas: 5
tender a existência de “fregueses” que não compram nada. Guerra – letras: 6: fonemas: 4
(C) segundo parágrafo, a expressão de qualquer modo está empregada Fixo – letras: 4: fonemas: 5
com o sentido de de toda maneira. Hoje – 4 letras e 3 fonemas
(D) segundo parágrafo, a expressão para salvaguardar está empregada Canto – 5 letras e 4 fonemas
com o sentido de a fim de resguardar. Tempo – 5 letras e 4 fonemas
(E) terceiro parágrafo, a expressão não fosse tem sentido equivalente Campo – 5 letras e 4 fonemas
ao de mesmo não sendo. Chuva – 5 letras e 4 fonemas

53. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural LETRA - é a representação gráfica, a representação escrita, de um
para preencher de modo correto a lacuna da frase: determinado som.
(A) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não ...... (deixar)
de as recolher quem não pode pagar pelas boas e bonitas. CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
(B) ......-se (dever) aos ruidosos funcionários da limpeza pública a
providência que fará esquecer que ali funcionou uma feira. VOGAIS
(C) Não ...... (aludir) aos feirantes mais generosos, que oferecem as
sobras de seus produtos, a observação do autor sobre o egoísmo a, e, i, o, u
humano.
(D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar os penosos detalhes da SEMIVOGAIS
coleta, a que o narrador deu ênfase em seu texto. Só há duas semivogais: i e u, quando se incorporam à vogal numa
(E) Não ...... (caber) aos leitores, por força do texto, criticar o lucro mesma sílaba da palavra, formando um ditongo ou tritongo. Exs.: cai-ça-ra,
razoável de alguns feirantes, mas sim, a inaceitável impiedade de te-sou-ro, Pa-ra-guai.
outros.
CONSOANTES
54. A supressão da vírgula altera o sentido da seguinte frase:
(A) Fica-se indignado com os feirantes, que não compreendem a carên- b, c, d, f, g, h, j, l, m, n, p, q, r, s, t, v, x, z
cia dos mais pobres.
(B) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel possível da tradicional ENCONTROS VOCÁLICOS
coleta de um fim de feira. A sequência de duas ou três vogais em uma palavra, damos o nome de
(C) A todo momento, dá-se o triste espetáculo de pobreza centralizado encontro vocálico.
nessa narrativa. Ex.: cooperativa
(D) Certamente, o leitor não deixará de observar a preocupação do autor
em distinguir os diferentes caracteres humanos. Três são os encontros vocálicos: ditongo, tritongo, hiato
(E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, ocorrerá também a humil-
de coleta de que trata a crônica. DITONGO
É a combinação de uma vogal + uma semivogal ou vice-versa.
RESPOSTAS Dividem-se em:
01. A 11. C 21. A 31. E 41. B 51. D - orais: pai, fui
02. B 12. A 22. E 32. B 42. A 52. E - nasais: mãe, bem, pão
03. E 13. B 23. B 33. A 43. C 53. D - decrescentes: (vogal + semivogal) – meu, riu, dói
04. C 14. E 24. A 34. C 44. D 54. A - crescentes: (semivogal + vogal) – pátria, vácuo
05. A 15. D 25. E 35. E 45. B
06. E 16. A 26. D 36. B 46. A TRITONGO (semivogal + vogal + semivogal)
07. B 17. C 27. A 37. A 47. E Ex.: Pa-ra-guai, U-ru-guai, Ja-ce-guai, sa-guão, quão, iguais, mínguam
08. A 18. D 28. C 38. C 48. D
09. D 19. E 29. B 39. D 49. B HIATO
10. B 20. B 30. D 40. E 50. C Ê o encontro de duas vogais que se pronunciam separadamente, em du-
as diferentes emissões de voz.
FONÉTICA E FONOLOGIA Ex.: fa-ís-ca, sa-ú-de, do-er, a-or-ta, po-di-a, ci-ú-me, po-ei-ra, cru-el, ju-í-
zo
Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fo-
nemas, entendendo-se por fonemas os sons emitidos pela voz humana, os SÍLABA
quais caracterizam a oposição entre os vocábulos. Dá-se o nome de sílaba ao fonema ou grupo de fonemas pronunciados
numa só emissão de voz.
Ex.: em pato e bato é o som inicial das consoantes p- e b- que opõe en-
Quanto ao número de sílabas, o vocábulo classifica-se em:

Língua Portuguesa 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Monossílabo - possui uma só sílaba: pá, mel, fé, sol. despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis.
• Dissílabo - possui duas sílabas: ca-sa, me-sa, pom-bo. d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc.
• Trissílabo - possui três sílabas: Cam-pi-nas, ci-da-de, a-tle-ta. e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais
• Polissílabo - possui mais de três sílabas: es-co-la-ri-da-de, hos-pi- mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.
ta-li-da-de.
2. Escrevem-se com G:
TONICIDADE a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem,
Nas palavras com mais de uma sílaba, sempre existe uma sílaba que se ferrugem, etc.
pronuncia com mais força do que as outras: é a sílaba tônica. b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:
Exs.: em lá-gri-ma, a sílaba tônica é lá; em ca-der-no, der; em A-ma-pá, estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc.
pá. c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.

Considerando-se a posição da sílaba tônica, classificam-se as palavras DISTINÇÃO ENTRE S E Z


em: 1. Escrevem-se com S:
• Oxítonas - quando a tônica é a última sílaba: Pa-ra-ná, sa-bor, do- a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
mi-nó. b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
• Paroxítonas - quando a tônica é a penúltima sílaba: már-tir, ca-rá- ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
ter, a-má-vel, qua-dro. guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
• Proparoxítonas - quando a tônica é a antepenúltima sílaba: ú-mi- burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.
do, cá-li-ce, ' sô-fre-go, pês-se-go, lá-gri-ma. c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc.
d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
ENCONTROS CONSONANTAIS erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege-
É a sequência de dois ou mais fonemas consonânticos num vocábulo. se análise, trombose, etc.
Ex.: atleta, brado, creme, digno etc. e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa,
causa.
DÍGRAFOS f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termi-
São duas letras que representam um só fonema, sendo uma grafia com- na em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.
posta para um som simples. g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; pre-
tender: pretensão; repreender: repreensão, etc.
Há os seguintes dígrafos:
1) Os terminados em h, representados pelos grupos ch, lh, nh. 2. Escrevem-se em Z.
Exs.: chave, malha, ninho. a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o
2) Os constituídos de letras dobradas, representados pelos grupos rr e mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização,
ss. organizado; realizar: realização, realizado, etc.
Exs. : carro, pássaro. b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados
3) Os grupos gu, qu, sc, sç, xc, xs. de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.
Exs.: guerra, quilo, nascer, cresça, exceto, exsurgir. c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro,
4) As vogais nasais em que a nasalidade é indicada por m ou n, encer- chapeuzinho, cãozito, etc.
rando a sílaba em uma palavra.
Exs.: pom-ba, cam-po, on-de, can-to, man-to.
DISTINÇÃO ENTRE X E CH:
NOTAÇÕES LÉXICAS 1. Escrevem-se com X
São certos sinais gráficos que se juntam às letras, geralmente para lhes a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote,
dar um valor fonético especial e permitir a correta pronúncia das palavras. feixe, etc.
c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc.
São os seguintes: d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de
1) o acento agudo – indica vogal tônica aberta: pé, avó, lágrimas; árvore que produz o látex).
2) o acento circunflexo – indica vogal tônica fechada: avô, mês, ânco- e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar,
ra; enchapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são gra-
3) o acento grave – sinal indicador de crase: ir à cidade; fadas com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja,
4) o til – indica vogal nasal: lã, ímã; pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en-
5) a cedilha – dá ao c o som de ss: moça, laço, açude; cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en +
6) o trema – indica que o u soa: lingueta, frequente, tranquilo; radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar:
7) o apóstrofo – indica supressão de vogal: mãe-d’água, pau-d’alho; en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço).
o hífen – une palavras, prefixos, etc.: arcos-íris, peço-lhe, ex-aluno.
2. Escrevem-se com CH:
ORTOGRAFIA OFICIAL a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre-
buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal-
sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim-
As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi-
que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de la, piche, pichar, tchau.
modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua. b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que
possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia
Eis algumas observações úteis: se distingue pelo contraste entre o x e o ch.
Exemplos:
DISTINÇÃO ENTRE J E G • brocha (pequeno prego)
1. Escrevem-se com J: • broxa (pincel para caiação de paredes)
a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste, • chá (planta para preparo de bebida)
canjerê, pajé, etc. • xá (título do antigo soberano do Irã)
b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije- • chalé (casa campestre de estilo suíço)
cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc. • xale (cobertura para os ombros)
c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei, • chácara (propriedade rural)

Língua Portuguesa 16 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• xácara (narrativa popular em versos)
• cheque (ordem de pagamento) FORMAS VARIANTES
• xeque (jogada do xadrez) Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer
• cocho (vasilha para alimentar animais) uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos.
• coxo (capenga, imperfeito) aluguel ou aluguer hem? ou hein?
alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia
DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C amídala ou amígdala infarto ou enfarte
Observe o quadro das correlações: assobiar ou assoviar laje ou lajem
Correlações Exemplos assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula
t-c ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial azaléa ou azaleia nenê ou nenen
ter-tenção abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter -
detenção; reter - retenção
bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu
rg - rs aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submersão; bílis ou bile quatorze ou catorze
rt - rs inverter - inversão; divertir - diversão cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar
pel - puls impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão carroçaria ou carroceria taramela ou tramela
corr - curs correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão
sent - sens sentir - senso, sensível, consenso chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear
ced - cess ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - intercessão. debulhar ou desbulhar ou relampar
exceder - excessivo (exceto exceção) fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem
gred - gress agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão - progresso -
progressivo
prim - press imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repressão.
tir - ssão admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão. EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS
(re)percutir - (re)percussão

Escrevem-se com letra inicial maiúscula:


PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES 1) a primeira palavra de período ou citação.
Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua."
ONDE-AONDE No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de movimento. Equi- letra maiúscula.
vale sempre a PARA ONDE. 2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes
AONDE você vai? sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil,
AONDE nos leva com tal rapidez? Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-
Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de “movimento” empre- O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno.
ga-se ONDE 3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas
ONDE estão os livros? religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência
Não sei ONDE te encontrar. do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República,
MAU - MAL etc.
MAU é adjetivo (seu antônimo é bom). 5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação,
Escolheu um MAU momento. Estado, Pátria, União, República, etc.
Era um MAU aluno. 6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações,
órgãos públicos, etc.:
MAL pode ser: Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco
a) advérbio de modo (antônimo de bem). do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.
Ele se comportou MAL. 7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e
Seu argumento está MAL estruturado científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os
b) conjunção temporal (equivale a assim que). Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da
MAL chegou, saiu Manhã, Manchete, etc.
c) substantivo: 8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente,
O MAL não tem remédio, Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
Ela foi atacada por um MAL incurável. 9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do
Oriente, o falar do Norte.
CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
CESSÃO significa o ato de ceder. 10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o
Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais. Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.
A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou a todos os
torcedores. Escrevem-se com letra inicial minúscula:
1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos,
SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião: nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval,
Assistimos a uma SESSÃO de cinema. ingleses, ave-maria, um havana, etc.
Reuniram-se em SESSÃO extraordinária. 2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando
empregados em sentido geral:
SECÇÃO (ou SEÇÃO) significa parte de um todo, subdivisão: São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria.
Lemos a noticia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes. 3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio
Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de brinquedos. Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta:
HÁ / A "Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis)
Na indicação de tempo, emprega-se: "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso,
HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz): mirra." (Manuel Bandeira)
HÁ dois meses que ele não aparece.
Ele chegou da Europa HÁ um ano. USO DO HÍFEN
A para indicar tempo futuro:
Daqui A dois meses ele aparecerá. Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo.
Ela voltará daqui A um ano.
Língua Portuguesa 17 A Opção Certa Para a Sua Realização
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Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, antirracismo
para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das antirreligioso
regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim antirrugas
como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo. antissocial
biorritmo
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras for- contrarregra
madas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, contrassenso
como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, cosseno
eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, infrassom
mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, microssistema
sub, super, supra, tele, ultra, vice etc. minissaia
multissecular
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por neorrealismo
h. neossimbolista
Exemplos: semirreta
anti-higiênico ultrarresistente.
anti-histórico ultrassom
co-herdeiro
macro-história 5. Quando o prefi xo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo
mini-hotel elemento começar pela mesma vogal.
proto-história Exemplos:
sobre-humano anti-ibérico
super-homem anti-imperialista
ultra-humano anti-infl acionário
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h). anti-infl amatório
auto-observação
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da contra-almirante
vogal com que se inicia o segundo elemento. contra-atacar
Exemplos: contra-ataque
aeroespacial micro-ondas
agroindustrial micro-ônibus
anteontem semi-internato
antiaéreo semi-interno
antieducativo
autoaprendizagem 6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segun-
autoescola do elemento começar pela mesma consoante.
autoestrada Exemplos:
autoinstrução hiper-requintado
coautor inter-racial
coedição inter-regional
extraescolar sub-bibliotecário
infraestrutura super-racista
plurianual super-reacionário
semiaberto super-resistente
semianalfabeto super-romântico
semiesférico
semiopaco Atenção:
Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, • Nos demais casos não se usa o hífen.
mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, su-
cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc. perproteção.
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra inici-
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo ada por r: sub-região, sub-raça etc.
elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos: • Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra
anteprojeto iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
antipedagógico
autopeça 7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o
autoproteção segundo elemento começar por vogal. Exemplos:
coprodução hiperacidez
geopolítica hiperativo
microcomputador interescolar
pseudoprofessor interestadual
semicírculo interestelar
semideus interestudantil
seminovo superamigo
ultramoderno superaquecimento
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice- supereconômico
rei, vice-almirante etc. superexigente
superinteressante
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo superotimismo
elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exem-
plos: 8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se
antirrábico sempre o hífen. Exemplos:

Língua Portuguesa 18 A Opção Certa Para a Sua Realização


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além-mar Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira
além-túmulo descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante
aquém-mar a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil.
ex-aluno
ex-diretor Alfabeto
ex-hospedeiro A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo
ex-prefeito as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma
ex-presidente novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e
pós-graduação palavras importadas do idioma inglês, como:
pré-história km – quilômetro,
pré-vestibular kg – quilograma
pró-europeu Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
recém-casado
recém-nascido Trema
sem-terra Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito
textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bundchen não vai
deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso,
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasio- o “u” lê-se “i”)
nalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas
encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São
Paulo. QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA

11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a no- 1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou
ção de composição. Exemplos: não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou
girassol “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos
madressilva abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”
mandachuva
paraquedas Ex.
paraquedista
pontapé
Chá Mês nós
12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra Gás Sapé cipó
ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na
Dará Café avós
linha seguinte. Exemplos:
Na cidade, conta-se que ele foi viajar. Pará Vocês compôs
O diretor recebeu os ex-alunos. vatapá pontapés só
Aliás português robô
ACENTUAÇÃO GRÁFICA dá-lo vê-lo avó
recuperá-los Conhecê-los pô-los
ORTOGRAFIA OFICIAL
guardá-la Fé compô-los
Por Paula Perin dos Santos
réis (moeda) Véu dói
O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da méis céu mói
Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário pastéis Chapéus anzóis
internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâme-
tros: 2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação ninguém parabéns Jerusalém
completa dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência
obrigatória em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Resumindo:
Acordo Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países
que falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que
teve sua implementação. Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que
seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-
lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas
É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que palavras.
uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar
que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e
que as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos 2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:
subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática.
Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de • L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
Leis ou Acordos. • N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
• R – câncer, caráter, néctar, repórter.
A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, de- • X – tórax, látex, ônix, fênix.
pois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui • PS – fórceps, Quéops, bíceps.
uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o
ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na • Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra. • ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
• I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
• ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
• UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.

Língua Portuguesa 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• US – ânus, bônus, vírus, Vênus. prato: pra-to

Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC.


Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescen-
3- correr: cor-rer desçam: des-çam
tes (semivogal+vogal):
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.
fascinar: fas-ci-nar
3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
Não se separam as letras que representam um ditongo.
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisân-
4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro
temo, público, pároco, proparoxítona.
cárie: cá-rie
QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS
Separam-se as letras que representam um hiato.
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:
rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o

• Formarem sílabas sozinhos ou com “S” Não se separam as letras que representam um tritongo.
6- Paraguai: Pa-ra-guai
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta. saguão: sa-guão

IMPORTANTE Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba


Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, que a antecede.
se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos? 7- torna: tor-na núpcias: núp-cias
técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter
Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz
de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente.
Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à síla-
sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso. ba que a segue
8- pneumático: pneu-má-ti-co
5. Trema gnomo: gno-mo
Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai psicologia: psi-co-lo-gia
permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira,
como Bundchen, Muller, mulleriano (neste caso, o “u” lê-se “i”) No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,
mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em
6. Acento Diferencial sílabas separadas.
9- sublingual: sub-lin-gual
O acento diferencial permanece nas palavras: sublinhar: sub-li-nhar
pôde (passado), pode (presente) sublocar: sub-lo-car
pôr (verbo), por (preposição)
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do Preste atenção nas seguintes palavras:
verbo está no singular ou plural: trei-no so-cie-da-de
gai-o-la ba-lei-a
des-mai-a-do im-bui-a
SIN- ra-diou-vin-te ca-o-lho
PLURAL
GULAR te-a-tro co-e-lho
Ele du-e-lo ví-a-mos
Eles têm
tem a-mné-sia gno-mo
Ele co-lhei-ta quei-jo
Eles vêm pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co
vem
dig-no e-nig-ma
e-clip-se Is-ra-el
Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como: mag-nó-lia
conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
SINAIS DE PONTUAÇÃO
DIVISÃO SILÁBICA
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as
Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU, pausas da linguagem oral.
GU.
1- chave: cha-ve
aquele: a-que-le PONTO
palha: pa-lha O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla-
manhã: ma-nhã rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos
guizo: gui-zo comuns ele é chamado de simples.

Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).
2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço
reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar PONTO DE INTERROGAÇÃO
flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma É usado para indicar pergunta direta.
globo: glo-bo fraco: fra-co Onde está seu irmão?
implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do
atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.

Língua Portuguesa 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A mim ?! Que ideia! vez.
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma
PONTO DE EXCLAMAÇÃO coisa". (M. Palmério).
• Usa-se para separar orações do tipo:
É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
– Avante!- Gritou o general.
Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta.
Ó jovens! Lutemos!
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam
VÍRGULA uma cadeia de frase:
A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau- • A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
sa na fala. Emprega-se a vírgula: • A ponte Rio – Niterói.
• Nas datas e nos endereços: • A linha aérea São Paulo – Porto Alegre.
São Paulo, 17 de setembro de 1989.
Largo do Paissandu, 128.
ASPAS
• No vocativo e no aposto:
São usadas para:
Meninos, prestem atenção!
• Indicar citações textuais de outra autoria.
Termópilas, o meu amigo, é escritor.
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles)
• Nos termos independentes entre si:
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se
O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares:
• Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste
Há quem goste de “jazz-band”.
caso é usado o duplo emprego da vírgula:
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês.
Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa-
• Para enfatizar palavras ou expressões:
droeira.
Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite.
• Após alguns adjuntos adverbiais:
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc.
No dia seguinte, viajamos para o litoral.
"Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro.
• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego
• Em casos de ironia:
da vírgula:
A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente.
Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão.
• Após a primeira parte de um provérbio.
O que os olhos não vêem, o coração não sente.
• Em alguns casos de termos oclusos: PARÊNTESES
Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate. Empregamos os parênteses:
• Nas indicações bibliográficas.
RETICÊNCIAS "Sede assim qualquer coisa.
serena, isenta, fiel".
• São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas").
Não me disseste que era teu pai que ...
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais:
• Para realçar uma palavra ou expressão.
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome...
fora das órbitas. Amália se volta)".
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento.
(G. Figueiredo)
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória:
"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de
PONTO E VÍRGULA fome."
• Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém (C. Lispector)
alguma simetria entre si. • Para isolar orações intercaladas:
"Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desco- "Estou certo que eu (se lhe ponho
nhecido, guardando consigo a ponta farpada. " Minha mão na testa alçada)
• Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu Sou eu para ela."
interior. (M. Bandeira)
Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém,
mais calmo, resolveu o problema sozinho.
COLCHETES [ ]
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica.
DOIS PONTOS
• Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas? ASTERISCO
• Para indicar uma citação alheia: O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para
Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de alguma nota (observação).
passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-
que". BARRA
• Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri- A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas
or: abreviaturas.
Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
• Enumeração após os apostos:
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido. CRASE

TRAVESSÃO Crase é a fusão da preposição A com outro A.


Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem.
palavras ou frases
– "Quais são os símbolos da pátria? EMPREGO DA CRASE
– Que pátria? • em locuções adverbiais:
– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). à vezes, às pressas, à toa...
– "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra • em locuções prepositivas:

Língua Portuguesa 21 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
em frente à, à procura de... • em expressões formadas por palavras repetidas:
• em locuções conjuntivas: Estamos cara a cara.
à medida que, à proporção que... • antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona:
• pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a, Dirigiu-se a V. Sa com aspereza.
as Escrevi a Vossa Excelência.
Fui ontem àquele restaurante. Dirigiu-se gentilmente à senhora.
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão: • quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural:
Refiro-me àquilo e não a isto. Não falo a pessoas estranhas.
Jamais vamos a festas.
A CRASE É FACULTATIVA
• diante de pronomes possessivos femininos: SINÔNIMOS, ANTÔNIMOS E PARÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO
Entreguei o livro a(à) sua secretária . E FIGURADO DAS PALAVRAS.
• diante de substantivos próprios femininos:
Dei o livro à(a) Sônia. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE Sinônimo


• Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
artigo A:
Viajaremos à Colômbia. Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico
(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia) ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e
• Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília, cachorro.
Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve- O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem
neza, etc. repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se
Viajaremos a Curitiba. tornem enfadonhos.
(Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba).
• Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o Eufemismo
modifique. Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,
Ela se referiu à saudosa Lisboa. normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem
Vou à Curitiba dos meus sonhos. conhecida como eufemismo).
• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida: Exemplos:
Às 8 e 15 o despertador soou. • gordo - obeso
• Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras
• morrer - falecer
“moda” ou "maneira":
Aos domingos, trajava-se à inglesa.
Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos
Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos.
• Antes da palavra casa, se estiver determinada:
Sinônimos Perfeitos
Referia-se à Casa Gebara.
Se o significado é idêntico.
• Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar.
Exemplos:
Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa).
• Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo. • avaro – avarento,
Voltou à terra onde nascera. • léxico – vocabulário,
Chegamos à terra dos nossos ancestrais. • falecer – morrer,
Mas: • escarradeira – cuspideira,
Os marinheiros vieram a terra. • língua – idioma
O comandante desceu a terra. • catorze - quatorze
• Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o
artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente: Sinônimos Imperfeitos
Vou até a (á ) chácara. Se os signIficados são próximos, porém não idênticos.
Cheguei até a(à) muralha Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso
• A QUE - À QUE
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino Antônimo
ocorrerá crase: Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário
Houve um palpite anterior ao que você deu. (também oposto ou inverso) à outra.
Houve uma sugestão anterior à que você deu. O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso
Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que
ocorrerá crase. chame atenção do leitor ou do ouvinte.
Não gostei do filme a que você se referia.
Não gostei da peça a que você se referia. Pala-
Antônimo
O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo vra
A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do aberto fechado
de: alto baixo
Meu palpite é igual ao de todos
bem mal
Minha opinião é igual à de todos.
bom mau
NÃO OCORRE CRASE bonito feio
• antes de nomes masculinos: de-
de menos
Andei a pé. mais
Andamos a cavalo. doce salgado
• antes de verbos:
forte fraco
Ela começa a chorar.
Cheguei a escrever um poema. gordo magro

Língua Portuguesa 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
salga- Homófonas homográficas
insosso Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e
do
homográficas (iguais na escrita).
amor ódio
Exemplos
seco molhado Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso,
grosso fino janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que
duro mole deriva do substantivo jantar, e está classificado como
neologismo.
doce amargo Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi
grande pequeno bonito (substantivo).
sober-
humildade Parônimo
ba
Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma
louvar censurar
semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas
bendi- palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados
maldizer
zer diferentes.
ativo inativo O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a
simpá- pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas
antipático são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida.
tico
Exemplos
pro- Veja alguns exemplos de palavras parônimas:
regredir
gredir acender. verbo - ascender. subir
rápido lento acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se
sair entrar cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa
comprimento. extensão - cumprimento. saudação
sozi- acompa-
coro (cantores) - couro (pele de animal)
nho nhado
deferimento. concessão - diferimento. adiamento
con- delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender
discórdia
córdia descrição. representação - discrição. reserva
pesa- descriminar. inocentar - discriminar. distinguir
leve despensa. compartimento - dispensa. desobriga
do
quente frio destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato)
emergir. vir à tona - imergir. mergulhar
pre- eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência
ausente
sente emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar
escuro claro enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar
inveja admiração enformar. meter em fôrma - informar. avisar
entender. compreender - intender. exercer vigilância
lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções
migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para
Homógrafo
morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro
Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na
peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo
pronúncia.
recrear. divertir - recriar. criar de novo
Exemplos
se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo
• rego (subst.) e rego (verbo); vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa
• colher (verbo) e colher (subst.); venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho
• jogo (subst.) e jogo (verbo); vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular
• Sede: lugar e Sede: avidez;
• Seca: pôr a secar e Seca: falta de água. SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO
Homófono
Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido
tipos de palavras homófonas, que são: figurado:
• Homófonas heterográficas Construí um muro de pedra - sentido próprio
• Homófonas homográficas Maria tem um coração de pedra – sentido figurado.
Homófonas heterográficas A água pingava lentamente – sentido próprio.
Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia),
mas heterográficas (diferentes na escrita). SEMÂNTICA
Exemplos (do grego semantiké, i. é, téchne semantiké ‘arte da significação’)
cozer / coser;
cozido / cosido; A semântica estudo o sentido das palavras, expressões, frases e uni-
censo / senso dades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe são atribuí-
consertar / concertar dos. Ao considerarmos o significado de determinada palavra, levamos em
conselho / concelho conta sua história, sua estrutura (radical, prefixos, sufixos que participam
paço / passo da sua forma) e, por fim, do contexto em que se apresenta.
noz / nós
hera / era Quando analisamos o sentido das palavras na redação oficial, ressal-
ouve / houve tam como fundamentais a história da palavra e, obviamente, os contextos
voz / vós em que elas ocorrem.
cem / sem
acento / assento A história da palavra, em sentido amplo, vem a ser a respectiva origem
e as alterações sofridas no correr do tempo, ou seja, a maneira como
evoluiu desde um sentido original para um sentido mais abrangente ou

Língua Portuguesa 23 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
mais específico. Em sentido restrito, diz respeito à tradição no uso de Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto em
determinado vocábulo ou expressão. que são empregados. Não há dúvida, por exemplo, quanto ao emprego da
palavra são nos três sentidos: a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres., b)
São esses dois aspectos que devem ser considerados na escolha des- saudável e c) santo.
te ou daquele vocábulo.
Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (homófonos) geram
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto oficial, dúvidas ortográficas. Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer,
deve-se atentar para a tradição no emprego de determinada expressão dos prefixos ante-/anti-, etc. Aqui o contexto não é suficiente para resolver
com determinado sentido. O emprego de expressões ditas "de uso consa- o problema, pois sabemos o sentido, a dúvida é de letra(s). sempre que
grado" confere uniformidade e transparência ao sentido do texto. Mas isto houver incerteza, consulte a lista adiante, algum dicionário ou manual de
não quer dizer que os textos oficiais devam limitar-se à repetição de cha- ortografia.
vões e clichês.
Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com palavras
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo utiliza- semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia. É fonte
das. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias ou redundân- de muitas dúvidas, como entre descrição (‘ato de descrever’) e discrição
cias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para as palavras repeti- (‘qualidade do que é discreto’), retificar (‘corrigir’) e ratificar (confirmar).
das; mas se sua substituição for comprometer o sentido do texto, tornando-
o ambíguo ou menos claro, não hesite em deixar o texto como está. Como não interessa aqui aprofundar a discussão teórica da matéria,
restringimo-nos a uma lista de palavras que costumam suscitar dúvidas de
É importante lembrar que o idioma está em constante mutação. A pró- grafia ou sentido. Procuramos incluir palavras que com mais frequência
pria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da política, enfim da provocam dúvidas na elaboração de textos oficiais, com o cuidado de
vida social em geral, impõe a criação de novas palavras e formas de dizer. agregá-las em pares ou pequenos grupos formais.
Na definição de Serafim da Silva Neto, a língua: • Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: O júri absolveu o
"(...) é um produto social, é uma atividade do espírito humano. Não é, réu.
assim, independente da vontade do homem, porque o homem não é uma • Absorver: embeber em si, esgotar: O solo absorveu lentamente a
folha seca ao sabor dos ventos veementes de uma fatalidade desconheci- água da chuva.
da e cega. Não está obrigada a prosseguir na sua trajetória, de acordo com • Acender: atear (fogo), inflamar.
leis determinadas, porque as línguas seguem o destino dos que as falam, • Ascender: subir, elevar-se.
são o que delas fazem as sociedades que as empregam." • Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: Vocábulo sem acento.
• Assento: banco, cadeira: Tomar assento num cargo.
Assim, continuamente, novas palavras são criadas (os neologismos) • Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o Presidente falou
como produto da dinâmica social, e incorporados ao idioma inúmeros acerca de seus planos.
vocábulos de origem estrangeira (os estrangeirismos), que vêm para
• A cerca de: a uma distância aproximada de: O anexo fica a cerca
designar ou exprimir realidades não contempladas no repertório anterior da
de trinta metros do prédio principal. Estamos a cerca de um mês
língua portuguesa.
ou (ano) das eleições.
• Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo): Há cerca de um
A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações, nem in-
ano, tratamos de caso idêntico; existem aproximadamente: Há
corporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabulares, elas devem
cerca de mil títulos no catálogo.
sempre ser usadas com critério, evitando-se aquelas que podem ser subs-
tituídas por vocábulos já de uso consolidado sem prejuízo do sentido que • Acidente: acontecimento casual; desastre: A derrota foi um aci-
se lhes quer dar. dente na sua vida profissional. O súbito temporal provocou terrível
acidente no parque.
De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto purismo, a • Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O incidente da demis-
linguagem das comunicações oficiais fique imune às criações vocabulares são já foi superado.
ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez do desenvolvimento tecno- • Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática.
lógico, por exemplo, impõe a criação de inúmeros novos conceitos e ter- • Dotar: dar em doação, beneficiar.
mos, ditando de certa forma a velocidade com que a língua deve incorporá- • Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de parentes-
los. O importante é usar o estrangeirismo de forma consciente, buscar o co): Se o assunto era afim, por que não foi tratado no mesmo pa-
equivalente português quando houver, ou conformar a palavra estrangeira rágrafo?
ao espírito da língua portuguesa. • A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de: O projeto foi
encaminhado com quinze dias de antecedência a fim de permitir a
O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou empregados em necessária reflexão sobre sua pertinência.
contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo desconheci- • Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande.
mento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela incorporação acrítica • Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça processual.
do estrangeirismo. • Aleatório: casual, fortuito, acidental.
• Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba.
Homônimos e Parônimos • Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral.
Muitas vezes temos dúvidas no uso de vocábulos distintos provocadas • Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso, indecente.
pela semelhança ou mesmo pela igualdade de pronúncia ou de grafia entre • Ante (preposição): diante de, perante: Ante tal situação, não teve
eles. É o caso dos fenômenos designados como homonímia e paronímia. alternativa.
• Ante- (prefixo): expressa anterioridade: antepor, antever, antepro-
A homonímia é a designação geral para os casos em que palavras de jeto ante-diluviano.
sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos homógrafos) ou a • Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra: anticientífico, anti-
mesma pronúncia (os homônimos homófonos). biótico, anti-higiênico, anti-Marx.
• Ao encontro de: para junto de; favorável a: Foi ao encontro dos
Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como nos e-
colegas. O projeto salarial veio ao encontro dos anseios dos traba-
xemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) e manga (de
lhadores.
camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com e
• De encontro a: contra; em prejuízo de: O carro foi de encontro a
aberto, 1a pess. do sing do pres. do ind. do verbo apelar), consolo (alívio) e
um muro. O governo não apoiou a medida, pois vinha de encontro
consolo (com o aberto, 1a pess. do sing. do pres. do ind. do verbo conso-
aos interesses dos menores.
lar), com pronúncia diferente.
• Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de demitir dez funcionários,
a empresa contratou mais vinte. (Inaceitável o cruzamento *ao em
Língua Portuguesa 24 A Opção Certa Para a Sua Realização
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vez de.) talmente com o entendimento havido.
• Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez funcionário, a em- • Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram coligidas pelo Mi-
presa demitiu vinte. nistério da Justiça.
• A par: informado, ao corrente, ciente: O Ministro está a par (var.: • Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura.
ao par) do assunto; ao lado, junto; além de. • Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; saudação.
• Ao par: de acordo com a convenção legal: Fez a troca de mil dóla- • Concelho: circunscrição administrativa ou município (em Portu-
res ao par. gal).
• Aparte: interrupção, comentário à margem: O deputado concedeu • Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado.
ao colega um aparte em seu pronunciamento. • Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização (cp.
• À parte: em separado, isoladamente, de lado: O anexo ao projeto concertar): O concerto das nações... O concerto de Guarnieri...
foi encaminhado por expediente à parte. • Conserto: reparo, remendo, restauração (cp. consertar): Certos
• Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou irrisoriamente o imó- problemas crônicos aparentemente não têm conserto.
vel. • Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião.
• Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o andamento das obras não • Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância.
for apressado, não será cumprido o cronograma. • Contravenção: transgressão ou infração a normas estabelecidas.
• Área: superfície delimitada, região. • Contraversão: versão contrária, inversão.
• Ária: canto, melodia. • Coser: costurar, ligar, unir.
• Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste caso, o aresto é ir- • Cozer: cozinhar, preparar.
recorrível. • Costear: navegar junto à costa, contornar. A fragata costeou inú-
• Arresto: apreensão judicial, embargo: Os bens do traficante preso meras praias do litoral baiano antes de partir para alto-mar.
foram todos arrestados. • Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. Qual a empresa dis-
• Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito. posta a custear tal projeto?
• Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo. • Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto custa o projeto?
• Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho. Custa-me crer que funcionará.
• Az (p. us.): esquadrão, ala do exército. • Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder.
• Atuar: agir, pôr em ação; pressionar. • Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar.
• Autuar: lavrar um auto; processar. • Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar.
• Auferir: obter, receber: Auferir lucros, vantagens. • Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir.
• Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir valores, resultados. • Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar: Os
• Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O Presidente augurou traficantes foram delatados por membro de quadrilha rival.
sucesso ao seu par americano. • Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir: A dilação do pra-
• Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido): Os zo de entrega das declarações depende de decisão do Diretor da
técnicos agouram desastre na colheita. Receita Federal.
• Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si competências de outrem. • Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular.
• Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso o começo de sua • Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar.
carreira. • Descrição: ato de descrever, representação, definição.
• Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao final do discurso, • Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato.
invocou a ajuda de Deus. • Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de.
• Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais). • Discriminar: diferençar, separar, discernir.
• Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar. • Despensa: local em que se guardam mantimentos, depósito de
• Carear: atrair, ganhar, granjear. provisões.
• Cariar: criar cárie. • Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer algo a que
• Carrear: conduzir em carro, carregar. se estava obrigado; demissão.
• Casual: fortuito, aleatório, ocasional. • Despercebido: que não se notou, para o que não se atentou: A-
• Causal: causativo, relativo a causa. pesar de sua importância, o projeto passou despercebido.
• Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano. • Desapercebido: desprevenido, desacautelado: Embarcou para a
• Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre. missão na Amazônia totalmente desapercebido dos desafios que
• Censo: alistamento, recenseamento, contagem. lhe aguardavam.
• Senso: entendimento, juízo, tino. • Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco.
• Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar. • Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomicamente.
• Serrar: cortar com serra, separar, dividir. • Destratar: insultar, maltratar com palavras.
• Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo município tornou • Distratar: desfazer um trato, anular.
possível a realização da obra. • Distensão: ato ou efeito de distender, torção violenta dos ligamen-
• Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: Em qual tos de uma articulação.
seção do ministério ele trabalha? • Distinção: elegância, nobreza, boa educação: Todos devem por-
• Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso; tar-se com distinção.
reunião; espaço de tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A • Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou interesses: A
próxima sessão legislativa será iniciada em 1o de agosto. dissensão sobre a matéria impossibilitou o acordo.
• Chá: planta, infusão. • Elidir: suprimir, eliminar.
• Xá: antigo soberano persa. • Ilidir: contestar, refutar, desmentir.
• Cheque: ordem de pagamento à vista. • Emenda: correção de falta ou defeito, regeneração, remendo: ao
• Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.) perigo (pôr em xe- torná-lo mais claro e objetivo, a emenda melhorou o projeto.
que). • Ementa: apontamento, súmula de decisão judicial ou do objeto de
• Círio: vela de cera. uma lei. Procuro uma lei cuja ementa é "dispõe sobre a proprieda-
• Sírio: da Síria. de industrial".
• Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis. • Emergir: vir à tona, manifestar-se.
• Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não militar • Imergir: mergulhar, afundar submergir), entrar.
nem, eclesiástico. • Emigrar: deixar o país para residir em outro.
• Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova proposta colide fron- • Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver.

Língua Portuguesa 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Eminente (eminência): alto, elevado, sublime. • Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra.
• Iminente (iminência): que está prestes a acontecer, pendente, • Listra: risca de cor diferente num tecido (var. pop. de lista).
próximo. • Locador: que dá de aluguel, senhorio, arrendador.
• Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar. • Locatário: alugador, inquilino: O locador reajustou o aluguel sem
• Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir. a concordância do locatário.
• Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça. • Lustre: brilho, glória, fama; abajur.
• Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se. • Lustro: quinquênio; polimento.
• Encrostar: criar crosta. • Magistrado: juiz, desembargador, ministro.
• Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir, prender-se, arraigar- • Magistral: relativo a mestre (latim: magister); perfeito, completo;
se. exemplar.
• Entender: compreender, perceber, deduzir. • Mandado: garantia constitucional para proteger direito individual
• Intender: (p. us): exercer vigilância, superintender. líquido e certo; ato de mandar; ordem escrita expedida por autori-
• Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar. dade judicial ou administrativa: um mandado de segurança, man-
• Inúmero: inumerável, sem conta, sem número. dado de prisão.
• Espectador: aquele que assiste qualquer ato ou espetáculo, tes- • Mandato: autorização que alguém confere a outrem para praticar
temunha. atos em seu nome; procuração; delegação: o mandato de um de-
• Expectador: que tem expectativa, que espera. putado, senador, do Presidente.
• Esperto: inteligente, vivo, ativo. • Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato.
• Experto: perito, especialista. • Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor de manda-
• Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar. to, representante, procurador.
• Expiar: cumprir pena, pagar, purgar. • Mandatório: obrigatório.
• Estada: ato de estar, permanência: Nossa estada em São Paulo • Obcecação: ato ou efeito de obcecar, teimosia, cegueira.
foi muito agradável. • Obsessão: impertinência, perseguição, ideia fixa.
• Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em por- • Ordinal: numeral que indica ordem ou série (primeiro, segundo,
to: O "Rio de Janeiro" foi autorizado a uma estadia de três dias. milésimo, etc.).
• Estância: lugar onde se está, morada, recinto. • Ordinário: comum, frequente, trivial, vulgar.
• Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juízo. • Original: com caráter próprio; inicial, primordial.
• Estrato: cada camada das rochas estratificadas. • Originário: que provém de, oriundo; inicial, primitivo.
• Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, cópia; • Paço: palácio real ou imperial; a corte.
perfume. • Passo: ato de avançar ou recuar um pé para andar; caminho, eta-
• Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pessoa é sur- pa.
preendida a praticar (flagrante delito). • Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, discussão: O pleito por
• Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso. mais escolas na região foi muito bem formulado.
• Florescente: que floresce, próspero, viçoso. • Preito: sujeição, respeito, homenagem: Os alunos renderam preito
• Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência. ao antigo reitor.
• Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir lâminas. • Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se.
• Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar, consultar. • Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a efeito, executar.
• Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável. • Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás de, após: pós-
• Inserto: introduzido, incluído, inserido. moderno, pós-operatório.
• Incipiente: iniciante, principiante. • Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente de, antes de: pré-
• Insipiente: ignorante, insensato. modernista, pré-primário.
• Incontinente: imoderado, que não se contém, descontrolado. • Pró (advérbio): em favor de, em defesa de. A maioria manifestou-
se contra, mas dei meu parecer pró.
• Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo, sem interrupção.
• Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto.
• Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: O réu declarou que
havia sido induzido a cometer o delito. • Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o circun-
da.
• Aduzir: expor, apresentar: A defesa, então, aduziu novas provas.
• Preposição: ato de prepor, preferência; palavra invariável que liga
• Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de moeda,
constituintes da frase.
aumento persistente de preços.
• Proposição: ato de propor, proposta; máxima, sentença; afirmati-
• Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma.
va, asserção.
• Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, derrota): O ju-
• Presar: capturar, agarrar, apresar.
iz infligiu pesada pena ao réu.
• Prezar: respeitar, estimar muito, acatar.
• Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regulamento, etc.)
(cp. infração): A condenação decorreu de ter ele infringido um sem • Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, determinar;
número de artigos do Código Penal. ficar sem efeito, anular-se: O prazo para entrada do processo
prescreveu há dois meses.
• Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar.
• Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar. O uso de
• Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investigar, interro-
várias substâncias psicotrópicas foi proscrito por recente portaria
gar.
do Ministro.
• Intercessão: ato de interceder.
• Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular: A assessoria
• Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em que se en-
previu acertadamente o desfecho do caso.
contram duas linhas ou superfícies.
• Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo: O che-
• Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada em locuções: inter
fe do departamento de pessoal proveu os cargos vacantes.
alia (entre outros), inter pares (entre iguais).
• Provir: originar-se, proceder; resultar: A dúvida provém (Os erros
• Intra- (prefixo): interior, dentro de.
provêm) da falta de leitura.
• Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou que perante ele
• Prolatar: proferir sentença, promulgar.
se realiza.
• Protelar: adiar, prorrogar.
• Judiciário: relativo ao direito processual ou à organização da Jus-
• Ratificar: validar, confirmar, comprovar.
tiça.
• Retificar: corrigir, emendar, alterar: A diretoria ratificou a decisão
• Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou obrigação.
após o texto ter sido retificado em suas passagens ambíguas.
• Libertação: ato de libertar ou libertar-se.

Língua Portuguesa 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegrar. É o elemento mórfico que vem antes do radical.
• Recriar: criar de novo. Exs.: anti - herói in - feliz
• Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir.
• Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer: Como ele reinci- SUFIXO
diu no erro, o contrato de trabalho foi rescindido. É o elemento mórfico que vem depois do radical.
• Remição: ato de remir, resgate, quitação. Exs.: med - onho cear – ense
• Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão, expiação.
• Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento, proibição.
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
• Repreensão: ato de repreender, enérgica admoestação, censura,
advertência.
• Ruço: grisalho, desbotado. A Língua Portuguesa, como qualquer língua viva, está sempre criando
• Russo: referente à Rússia, nascido naquele país; língua falada na novas palavras. Para criar suas novas palavras, a língua recorre a vários
Rússia. meios chamados processos de formação de palavras.
• Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei ou por
Os principais processos de formação das palavras são:
contrato para punir sua infração.
• Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de guindaste.
• Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.: sedente). DERIVAÇÃO
• Cedente: que cede, que dá. É a formação de uma nova palavra mediante o acréscimo de elementos
à palavra já existente:
• Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir.
a) Por sufixação:
• Subscritar: assinar, subscrever.
Acréscimo de um sufixo. Exs.: dent - ista , bel - íssimo.
• Sortir: variar, combinar, misturar. b) Por prefixação :
• Surtir: causar, originar, produzir (efeito). Acréscimo de um prefixo. Exs.: ab - jurar, ex - diretor.
• Subentender: perceber o que não estava claramente exposto; c) Por parassíntese:
supor. Acréscimo de um prefixo e um sufixo. Exs.: en-fur-ecer, en-tard-ecer.
• Subintender: exercer função de subintendente, dirigir. d) Derivação imprópria:
• Subtender: estender por baixo. Mudança das classes gramaticais das palavras.
• Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se (sustar-se). Exs.: andar (verbo) - o andar (substantivo).
• Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter. contra (preposição) - o contra (substantivo).
• Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha. fantasma (substantivo) - o homem fantasma (adjetivo).
• Taxa: espécie de tributo, tarifa. oliveira (subst. comum) - Maria de Oliveira (subst. próprio).
• Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar alguém (tachá-lo) de
subversivo. COMPOSIÇÃO
• Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar mercadorias. É a formação de uma nova palavra, unindo-se palavras que já existem
• Tapar: fechar, cobrir, abafar. na língua:
• Tampar: pôr tampa em. a) Por justaposição :
• Tenção: intenção, plano (deriv.: tencionar); assunto, tema. Nenhuma das palavras formadoras perde letra.
• Tensão: estado de tenso, rigidez (deriv.: tensionar); diferencial e- Exs.: passatempo (= passa + tempo); tenente-coronel = tenente +
létrico. coronel).
• Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte. b) Por aglutinação:
• Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação. Pelo menos uma das palavras perde letra.
• Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em locuções: de trás, Exs.: fidalgo (= filho + de + algo); embora (= em + boa + hora).
por trás).
• Traz: 3a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo HIBRIDISMO
trazer. É a criação de uma nova palavra mediante a união de palavras de
• Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas. origens diferentes.
• Vestuário: as roupas que se vestem, traje.
• Vultoso: de grande vulto, volumoso. Exs.: abreugrafia (português e grego), televisão (grego e latim),
zincografia (alemão e grego).
• Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade (congestão da face).

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS. FLEXÃO NOMINAL E VERBAL. PRONOMES: EMPREGO, FOR-
MAS DE TRATAMENTO E COLOCAÇÃO. EMPREGO DE TEM-
As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários POS E MODOS VERBAIS. VOZES DO VERBO.
elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das
palavras. SUBSTANTIVOS
Exs.:
cinzeiro = cinza + eiro Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá
endoidecer = en + doido + ecer nome aos seres em geral.
predizer = pre + dizer
São, portanto, substantivos.
Os principais elementos móficos são : a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
RADICAL b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-
É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra. lho, corrida, tristeza beleza altura.
Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
enterrar = en + terra + ar CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
pronome = pro + nome a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espé-
cie: rio, cidade, pais, menino, aluno
b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento.
PREFIXO Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To-

Língua Portuguesa 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair. fauna - de animais de uma região
c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, feixe - de lenha, de raios luminosos
propriamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Ve- flora - de vegetais de uma região
rifique que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus
concreto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, ca- girândola - de fogos de artifício
neta, fada, bruxa, saci. horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros
d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, junta - de bois, médicos, de examinadores
só existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, júri - de jurados
pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão, legião - de anjos, de soldados, de demônios
portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres: malta - de desordeiros
trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza. manada - de bois, de elefantes
Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou ad- matilha - de cães de caça
jetivos ninhada - de pintos
trabalhar - trabalho nuvem - de gafanhotos, de fumaça
correr - corrida panapaná - de borboletas
alto - altura pelotão - de soldados
belo - beleza penca - de bananas, de chaves
pinacoteca - de pinturas
FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS plantel - de animais de raça, de atletas
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua quadrilha - de ladrões, de bandidos
portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal. ramalhete - de flores
b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa: réstia - de alhos, de cebolas
florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro. récua - de animais de carga
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio, romanceiro - de poesias populares
tempo, sol. resma - de papel
d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de- revoada - de pássaros
colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol. súcia - de pessoas desonestas
vara - de porcos
vocabulário - de palavras
COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um gru-
po de seres da mesma espécie.
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e
grau.
Veja alguns coletivos que merecem destaque:
alavão - de ovelhas leiteiras
alcateia - de lobos Gênero
álbum - de fotografias, de selos Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini-
antologia - de trechos literários escolhidos no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta.
armada - de navios de guerra
armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc) Podemos classificar os substantivos em:
arquipélago - de ilhas a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas,
assembleia - de parlamentares, de membros de associações uma para o masculino, outra para o feminino:
atilho - de espigas de milho aluno/aluna homem/mulher
atlas - de cartas geográficas, de mapas menino /menina carneiro/ovelha
banca - de examinadores Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas
bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo:
bando - de aves, de pessoal em geral padrinho/madrinha bode/cabra
cabido - de cônegos cavaleiro/amazona pai/mãe
cacho - de uvas, de bananas
cáfila - de camelos b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única
cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se
cancioneiro - de poemas, de canções em:
caravana - de viajantes 1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam
cardume - de peixes animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca.
clero - de sacerdotes Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, de-
colmeia - de abelhas vemos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré
concílio - de bispos fêmea
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa 2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que
congregação - de professores, de religiosos designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti-
congresso - de parlamentares, de cientistas go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a
conselho - de ministros estudante, este dentista.
consistório - de cardeais sob a presidência do papa 3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam
constelação - de estrelas pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar-
corja - de vadios tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn-
elenco - de artistas juge, a pessoa, a criatura.
enxame - de abelhas Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim:
enxoval - de roupas uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino.
esquadra - de navios de guerra
esquadrilha - de aviões AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:
falange - de soldados, de anjos
farândola - de maltrapilhos
fato - de cabras São masculinos São femininos
o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme

Língua Portuguesa 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata 1. Somente o último elemento varia:
o teorema o ágape a análise a usucapião
o trema o caudal a cal a bacanal
a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara-
o edema o champanha a cataplasma a líbido boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns;
o eclipse o alvará a dinamite a sentinela b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão-
o lança-perfume o formicida a comichão a hélice mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;
o fibroma o guaraná a aguardente
o estratagema o plasma c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substanti-
o proclama o clã vo ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guar-
da-comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva,
Mudança de Gênero com mudança de sentido sempre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, me-
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido. la-melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)

Veja alguns exemplos: 2. Somente o primeiro elemento é flexionado:


o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo) a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite;
o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal) pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora) rabo, burros-sem-rabo;
o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão) b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade
o lotação (veículo) a lotação (capacidade) ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
o lente (o professor) a lente (vidro de aumento)
correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
banana-maçã, bananas-maçã.
Plural dos Nomes Simples A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa, correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: 3. Ambos os elementos são flexionados:
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; cora- a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
ção, corações; grandalhão, grandalhões. flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião, compromissos.
guardiães. b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão, perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-
cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos. pálida, caras-pálidas.

Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma for- São invariáveis:
ma de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charla- a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi-
tães; ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém, molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. desocupa-o-copo;
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar, c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o
lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí- perde-ganha, os perde-ganha.
fens (ou hífenes). Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones. por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda-
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani- marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa-
mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis. dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules. salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate.
6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
fósseis; réptil, répteis. Adjetivos Compostos
Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar- Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona.
ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis. Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino-
7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o americanos; cívico-militar, cívico-militares.
pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni- 1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o
cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses; segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos
burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases. amarelo-ouro, paredes azul-piscina.
São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os 2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur-
substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix, dos-mudos > surdas-mudas.
os ônix. 3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho.
8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo
primitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, Graus do substantivo
cãezitos. Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais
podem ser: sintéticos ou analíticos.
Substantivos só usados no plural
afazeres anais Analítico
arredores belas-artes Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama-
cãs condolências nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande.
confins exéquias
férias fezes Sintético
núpcias óculos
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados.
olheiras pêsames
viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)
Principais sufixos aumentativos
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO,
Plural dos Nomes Compostos
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão,
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu-

Língua Portuguesa 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ça. lente côncavo-convexa
lentes côncavo-convexas
camisa verde-clara
Principais Sufixos Diminutivos camisas verde-claras
ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, sapato marrom-escuro
ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, sapatos marrom-escuros
montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim, Observações:
pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo, 1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável:
homúncula, apícula, velhusco. camisa verde-abacate camisas verde-abacate
sapato marrom-café sapatos marrom-café
blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
Observações: 2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis:
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui- blusa azul-marinho blusas azul-marinho
rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc. camisa azul-celeste camisas azul-celeste
Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos
variam:
etc.
menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor a- menina surda-muda meninas surdas-mudas
fetivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
• Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente
Graus do Adjetivo
formal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz,
As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex-
ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc.
pressas em dois graus:
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di-
- o comparativo
minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon-
- o superlativo
zinho, pequenito.

Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu- Comparativo


gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma
diferentes para designar o sexo: outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual,
bode - cabra genro - nora superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:
burro - besta padre - madre - Comparativo de igualdade:
carneiro - ovelha padrasto - madrasta O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral.
cão - cadela padrinho - madrinha Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente.
cavalheiro - dama pai - mãe - Comparativo de superioridade:
compadre - comadre veado - cerva O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.
frade - freira zangão - abelha Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico.
frei – soror etc. - Comparativo de inferioridade:
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
ADJETIVOS Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável.

Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi-


FLEXÃO DOS ADJETIVOS dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo:
- Superlativo absoluto
Gênero Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser:
Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: Esta cidade é poluidíssima.
a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne- Esta cidade é muito poluída.
ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu- - Superlativo relativo
lher simples; aluno feliz - aluna feliz. Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a
b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou- outros seres:
tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem Este rio é o mais poluído de todos.
alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa Este rio é o menos poluído de todos.

Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se- Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico:
melhante a dos substantivos. - Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade -
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc.
Número - Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti-
a) Adjetivo simples quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc.
Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
substantivos simples: Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara-
pessoa honesta pessoas honestas tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais:
regra fácil regras fáceis NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO
homem feliz homens felizes ABSOLUTO
Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam RELATIVO
invariáveis: bom melhor ótimo
blusa vinho blusas vinho melhor
camisa rosa camisas rosa mau pior péssimo
b) Adjetivos compostos pior
Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele- grande maior máximo
mento varia, tanto em gênero quanto em número: maior
acordos sócio-político-econômico pequeno menor mínimo
acordos sócio-político-econômicos menor
causa sócio-político-econômica
causas sócio-político-econômicas
acordo luso-franco-brasileiro Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos:
acordo luso-franco-brasileiros acre - acérrimo ágil - agílimo

Língua Portuguesa 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo Veneza - veneziano Vitória - vitoriense
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo Locuções Adjetivas
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-
célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem
cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo ser substituídas por um adjetivo correspondente.
eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo PRONOMES
frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que re-
livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo presenta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do dis-
magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo curso. Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de
manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo pronome substantivo.
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo • Ele chegou. (ele)
pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo) • Convidei-o. (o)
possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex-
público - publicíssimo pudico - pudicíssimo tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo.
sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo • Esta casa é antiga. (esta)
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo • Meu livro é antigo. (meu)
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo Classificação dos Pronomes
velho - vetérrimo visível - visibilíssimo Há, em Português, seis espécies de pronomes:
voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo • pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas
de tratamento:
Adjetivos Gentílicos e Pátrios • possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões;
Argélia – argelino Bagdá - bagdali • demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo;
Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano • relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde;
Bóston - bostoniano Braga - bracarense • indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá-
Bragança - bragantino Brasília - brasiliense rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-
Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense trem, nada, cada, algo.
bucarestense Campos - campista • interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in-
Cairo - cairota Caracas - caraquenho terrogativas.
Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
Catalunha - catalão Chipre - cipriota PRONOMES PESSOAIS
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis-
Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense curso:
bricense Cuiabá - cuiabano 1ª pessoa: quem fala, o emissor.
Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho Eu sai (eu)
Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense, Nós saímos (nós)
Egito - egípcio capixaba Convidaram-me (me)
Equador - equatoriano Évora - eborense Convidaram-nos (nós)
Filipinas - filipino Finlândia - finlandês 2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano Tu saíste (tu)
Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense Vós saístes (vós)
Gabão - gabonês Galiza - galego Convidaram-te (te)
Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino Convidaram-vos (vós)
Goiânia - goianense Granada - granadino 3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente.
Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco Ele saiu (ele)
Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano Eles sairam (eles)
Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho Convidei-o (o)
Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense Convidei-os (os)
Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense Os pronomes pessoais são os seguintes:
La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
Macapá - macapaense Macau - macaense NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO
Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe singular 1ª eu me, mim, comigo
Madri - madrileno Manaus - manauense 2ª tu te, ti, contigo
Marajó - marajoara Minho - minhoto 3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe
Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco plural 1ª nós nós, conosco
2ª vós vós, convosco
Montevidéu - montevideano Natal - natalense 3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes
Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
Pequim - pequinês Pisa - pisano
Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro PRONOMES DE TRATAMENTO
Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra-
Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a
São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso.
Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano

Língua Portuguesa 31 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
PRONOME ABREV. EMPREGO Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V .Ema cardeais 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa
combinações possíveis são as seguintes:
Magnificência V. Mag a reitores de universidades
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral me+o=mo me + os = mos
Vossa Santidade V.S. papas te+o=to te + os = tos
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados lhe+o=lho lhe + os = lhos
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores nos + o = no-lo nos + os = no-los
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo- lhes + o = lho lhes + os = lhos
cês.
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femini-
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS nos a, as.
me+a=ma me + as = mas
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
te+a=ta te + as = tas
ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
- Você pagou o livro ao livreiro?
Considera-se errado seu emprego como complemento:
- Sim, paguei-LHO.
Convidaram ELE para a festa (errado)
Receberam NÓS com atenção (errado)
Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que
EU cheguei atrasado (certo)
representa o livreiro) com O (que representa o livro).
ELE compareceu à festa (certo)
2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
pronomes retos:
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
Convidei ELE (errado)
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos
Chamaram NÓS (errado)
indiretos:
Convidei-o. (certo)
O menino convidou-a. (V.T.D )
Chamaram-NOS. (certo)
O filho obedece-lhe. (V.T. l )
3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões)
correto seu emprego como complemento:
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as
Informaram a ELE os reais motivos.
construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de
Emprestaram a NÓS os livros.
verbos transitivos diretos:
Eles gostam muito de NÓS.
Eu lhe vi ontem. (errado)
4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
Nunca o obedeci. (errado)
errado seu emprego como complemento:
Eu o vi ontem. (certo)
Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Nunca lhe obedeci. (certo)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas
como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
de preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
oblíquas MIM e TI:
finitivo:
Ninguém irá sem EU. (errado)
Deixei-o sair.
Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
Vi-o chegar.
Ninguém irá sem MIM. (certo)
Sofia deixou-se estar à janela.
Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol-
Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
vendo as orações reduzidas de infinitivo:
TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse.
como sujeito de um verbo no infinitivo.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos:
Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
A mim, ninguém me engana.
Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
A ti tocou-te a máquina mercante.
Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é o-
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas-
brigatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
mo vicioso e sim ênfase.
sujeito.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessi-
somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção
vo, exercendo função sintática de adjunto adnominal:
em que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro.
Querida, gosto muito de SI. (errado)
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos.
Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
Querida, gosto muito de você. (certo)
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para represen-
Preciso muito falar com você. (certo)
tar uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de
modéstia:
Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchen-
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
tes.
Ele feriu-se
Vós sois minha salvação, meu Deus!
Cada um faça por si mesmo a redação
O professor trouxe as provas consigo
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quan-
6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
do falamos dessa pessoa:
normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:

Língua Portuguesa 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Vossa Excelência já aprovou os projetos? Mas:
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
Jamais se diria vir do oco da terra.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª Lembrarei-me (!?)
pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como Diria-se (!?)
pronomes de terceira pessoa:
Você trouxe seus documentos? O Pronome Átono nas Locuções Verbais
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas.
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
COLOCAÇÃO DE PRONOMES Podemos contar-lhe o ocorrido.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A, Podemos-lhe contar o ocorrido.
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: Não lhes podemos contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise O menino foi-se descontraindo.
Eu te observo há dias. O menino foi descontraindo-se.
2. Depois do verbo - ênclise O menino não se foi descontraindo.
Observo-te há dias. 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico
3. No interior do verbo - mesóclise ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio.
Observar-te-ei sempre. "Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a
Descartes ."
Ênclise Tenho-me levantado cedo.
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a Não me tenho levantado cedo.
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento
direto ou indireto. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o
O pai esperava-o na estação agitada. auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
Expliquei-lhe o motivo das férias. Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o
da colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a linguagem escrita.
ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração: PRONOMES POSSESSIVOS
Voltei-me em seguida para o céu límpido.
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu-
2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
indo-lhes a posse de alguma coisa.
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
3. Com o imperativo afirmativo:
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o
Companheiros, escutai-me.
livro pertence a 1ª pessoa (eu)
4. Com o infinitivo impessoal:
A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Eis as formas dos pronomes possessivos:
destino na mesa.
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS.
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS.
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS.
A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS.
meio franco.
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
Próclise
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa
Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
você).
interrogativos e conjunções.
As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui-
Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s).
Quem lhe ensinou esses modos?
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele.
Quem os ouvia, não os amou.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles.
Que lhes importa a eles a recompensa?
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio.
Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos
Papai do céu o abençoe.
pronomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância.
A terra lhes seja leve.
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as
3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
suas mãos).
Em se animando, começa a contagiar-nos.
Não me respeitava a adolescência.
Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face.
4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos.
pausa entre eles.
Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir:
Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
1. Cálculo aproximado, estimativa:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos
Mesóclise 2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história
Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente O nosso homem não se deu por vencido.
e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam Chama-se Falcão o meu homem
precedidos de palavras que reclamem a próclise. 3. O mesmo que os indefinidos certo, algum
Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris. Eu cá tenho minhas dúvidas
Dir-se-ia vir do oco da terra. Cornélio teve suas horas amargas

Língua Portuguesa 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
4. Afetividade, cortesia d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
Como vai, meu menino? Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo O que você quer dizer com isso?
e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren- falamos:
tes de família. Um dia desses estive em Porto Alegre.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Comi naquele restaurante dia desses.
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida- f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
de. Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan-
não sabia o que dizer. te.
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
PRONOMES DEMONSTRATIVOS a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se
á 3ª.
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da
Aquele documento que lá está é teu?
coisa designada em relação à pessoa gramatical.
Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto
Naquele instante estava preocupado.
de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro
Daquele instante em diante modifiquei-me.
está longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele
que o livro está longe de ambas as pessoas.
século, para exprimir que o tempo já decorreu.
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas,
Os pronomes demonstrativos são estes: usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa variações) para a primeira:
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso
AQUELE (e variações), próprio (e variações) e aquela tranquila.
MESMO (e variações), próprio (e variações) 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE,
SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose?
Emprego dos Demonstrativos Com um frio destes não se pode sair de casa.
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: Nunca vi uma coisa daquelas.
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter
fala). reforçativo:
Este documento que tenho nas mãos não é meu. Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Isto que carregamos pesa 5 kg. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
Este coração não pode me trair. ISSO ou AQUELE (e variações).
Esta alma não traz pecados. Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.
Tudo se fez por este país.. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres.
c) Para indicar o momento em que falamos: Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames.
Neste instante estou tranquilo. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os
Deste minuto em diante vou modificar-me. homens superiores.
d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante:
momento em que falamos: A menina ia cair, nisto, o pai a segurou
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile. 9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE,
Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem. ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO.
Um dia destes estive em Porto Alegre. Tal era a situação do país.
e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no Não disse tal.
qual se inclui o momento em que falamos: Tal não pôde comparecer.
Nesta semana não choveu.
Neste mês a inflação foi maior. Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu-
Este ano será bom para nós. des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha
Este século terminará breve. QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como
f) Para indicar aquilo de que estamos tratando: Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL
Este assunto já foi discutido ontem. ou OUTRO TAL:
Tudo isto que estou dizendo já é velho. Suas manias eram tais quais as minhas.
g) Para indicar aquilo que vamos mencionar: A mãe era tal quais as filhas.
Só posso lhe dizer isto: nada somos. Os filhos são tais qual o pai.
Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos. Tal pai, tal filho.
2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se: É pronome substantivo em frases como:
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com Não encontrarei tal (= tal coisa).
quem se fala): Não creio em tal (= tal coisa)
Esse documento que tens na mão é teu?
Isso que carregas pesa 5 kg. PRONOMES RELATIVOS
b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente: Veja este exemplo:
Esse teu coração me traiu. Armando comprou a casa QUE lhe convinha.
Essa alma traz inúmeros pecados.
Quantos vivem nesse pais? A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo
c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que casa é um pronome relativo.
desejamos distância:
O povo já não confia nesses políticos. PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re-
Não quero mais pensar nisso. feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos.

Língua Portuguesa 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. as no tempo.
No exemplo dado, o antecedente é casa. Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a
Outros exemplos de pronomes relativos: receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas.
O lugar onde paramos era deserto. Assim fiz. Morreram.”
Traga tudo quanto lhe pertence. (Clarice Lispector)
Leve tantos ingressos quantos quiser.
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
a) Estado:
Eis o quadro dos pronomes relativos: Não sou alegre nem sou triste.
Sou poeta.
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS b) Mudança de estado:
Masculino Feminino Meu avô foi buscar ouro.
o qual a qual quem Mas o ouro virou terra.
os quais as quais c) Fenômeno:
cujo cujos cuja cujas que Chove. O céu dorme.
quanto quanta quantas onde
quantos VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
estado e fenômeno, situando-se no tempo.
Observações:
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, FLEXÕES
vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
O médico de quem falo é meu conterrâneo. xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem em si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:
sempre um substantivo sem artigo. • a ação de cantar.
Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós).
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos • o número gramatical (plural).
de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. • o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
Tenho tudo quanto quero. • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no
Leve tantos quantos precisar. passado (indicativo).
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a
EM QUE. Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô. 1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
PRONOMES INDEFINIDOS 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
modo vago, impreciso, indeterminado. a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme-
SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO cemos.
Exemplos: 2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser
Algo o incomoda? a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adorme-
Não faças a outrem o que não queres que te façam. ceis.
Quem avisa amigo é. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
Encontrei quem me pode ajudar. a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela
Ele gosta de quem o elogia. adormece.
2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CER- b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles
TA CERTAS. adormecem.
Cada povo tem seus costumes. 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante
Certas pessoas exercem várias profissões. em relação ao fato que comunica. Há três modos em português.
Certo dia apareceu em casa um repórter famoso. a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
A cachorra Baleia corria na frente.
PRONOMES INTERROGATIVOS b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato.
Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
de modo impreciso à 3ª pessoa do discurso. c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um
Exemplos: pedido
Que há? Corra na frente, Baleia.
Que dia é hoje? 4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,
Reagir contra quê? em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são:
Por que motivo não veio? a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
Quem foi? Fecho os olhos, agito a cabeça.
Qual será? b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele
Quantos vêm? em que se fala:
Quantas irmãs tens? Fechei os olhos, agitei a cabeça.
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala:
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.
VERBO O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o
presente.
CONCEITO
“As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando- Veja o esquema dos tempos simples em português:

Língua Portuguesa 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Presente (falo) O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente
Imperfeito (falava) na 3ª pessoa do singular - quando significa:
Mais- que-perfeito (falara) 1) EXISTIR
Futuro do presente (falarei) Há pessoas que nos querem bem.
do pretérito (falaria) Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Presente (fale) Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse) Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
Futuro (falar) 2) ACONTECER, SUCEDER
Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que Não haja desavenças entre vós.
se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
dos tempos simples. 3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
Infinitivo impessoal (falar) Há meses que não o vejo.
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) Haverá nove dias que ele nos visitou.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando) Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
Particípio (falado) O fato aconteceu há cerca de oito meses.
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
a) agente do fato expresso. pretérito imperfeito, e não no presente:
O carroceiro disse um palavrão. Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
(sujeito agente) Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
O verbo está na voz ativa. Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
b) paciente do fato expresso: Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
Um palavrão foi dito pelo carroceiro. 4) REALIZAR-SE
(sujeito paciente) Houve festas e jogos.
O verbo está na voz passiva. Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
c) agente e paciente do fato expresso: Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
O carroceiro machucou-se. 5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
(sujeito agente e paciente) seguido de infinitivo):
O verbo está na voz reflexiva. Em pontos de ciência não há transigir.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de Não há contê-lo, então, no ímpeto.
rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical. Não havia descrer na sinceridade de ambos.
Falo - Estudam. Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está E não houve convencê-lo do contrário.
fora do radical. Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
Falamos - Estudarei.
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - De há muito que esta árvore não dá frutos.
cantei - cantarei – cantava - cantasse. De há muito não o vejo.
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse. O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª
como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe- pessoa do singular:
nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc. Vai haver eleições em outubro.
d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o Começou a haver reclamações.
mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma- Não pode haver umas sem as outras.
tado - morto - enxugado - enxuto. Parecia haver mais curiosos do que interessados.
e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua con- Mas haveria outros defeitos, devia haver outros.
jugação.
verbo ser: sou - fui A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser
verbo ir: vou - ia construída de três modos:
Hajam vista os livros desse autor.
QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO Haja vista os livros desse autor.
1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou Haja vista aos livros desse autor.
explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
O Nino apareceu na porta. CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci- Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais: sentido da frase.
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar, Exemplo:
etc. Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
Garoava na madrugada roxa. A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Houve um espetáculo ontem. Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ati-
Há alunos na sala. va passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva,
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos conservando o mesmo tempo.
claros.
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico. Outros exemplos:
Fazia dois anos que eu estava casado. Os calores intensos provocam as chuvas.
Faz muito frio nesta região? As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Eu o acompanharei.
Ele será acompanhado por mim.
Língua Portuguesa 36 A Opção Certa Para a Sua Realização
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Todos te louvariam. e) Pretérito Perfeito
Serias louvado por todos. Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar
Prejudicaram-me. um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as
Fui prejudicado. características do modo subjuntivo).
Condenar-te-iam. Que tenha estudado bastante é o que espero.
Serias condenado. d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito
do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo:
a) Presente Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui-
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar: lamente.
- um fato que ocorre no momento em que se fala. e) Futuro
Eles estudam silenciosamente. Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já con-
Eles estão estudando silenciosamente. cluído em relação a outro fato futuro.
- uma ação habitual. Quando eu voltar, saberei o que fazer.
Corra todas as manhãs.
- uma verdade universal (ou tida como tal): VERBOS AUXILIARES
O homem é mortal.
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa.
INDICATIVO
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar
maior realce à narrativa. SER ESTAR TER HAVER
PRESENTE
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". sou estou tenho hei
É o chamado presente histórico ou narrativo. és estás tens hás
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: é está tem há
Amanhã vou à escola. somos estamos temos havemos
Qualquer dia eu te telefono. sois estais tendes haveis
são estão têm hão
b) Pretérito Imperfeito PRETÉRITO PERFEITO
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: era estava tinha havia
- um fato passado contínuo, habitual, permanente: eras estavas tinhas havias
Ele andava à toa. era estava tinha havia
éramos estávamos tínhamos havíamos
Nós vendíamos sempre fiado.
éreis estáveis tínheis havíes
- um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre eram estavam tinham haviam
por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis. PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
Era uma vez... fui estive tive houve
- um fato presente em relação a outro fato passado. foste estiveste tiveste houveste
foi esteve teve houve
Eu lia quando ele chegou. fomos estivemos tivemos houvemos
c) Pretérito Perfeito fostes estivestes tivestes houvestes
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já foram estiveram tiveram houveram
ocorrido, concluído. PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
Estudei a noite inteira. tenho sido tenho estado tenho tido tenho havido
tens sido tens estado tens tido tens havido
Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o tem sido tem estado tem tido tem havido
momento presente. temos sido temos estado temos tido temos havido
Tenho estudado todas as noites. tendes sido tendes estado tendes tido tendes havido
d) Pretérito mais-que-perfeito têm sido têm estado têm tido têm havido
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em
fora estivera tivera houvera
relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado): foras estiveras tiveras houveras
A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou. fora estivera tivera houvera
e) Futuro do Presente fôramos estivéramos tivéramos houvéramos
Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato fôreis estivéreis tivéreis houvéreis
foram estiveram tiveram houveram
futuro em relação ao momento em que se fala. PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
Irei à escola. tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+sido, estado, tido , havido)
f) Futuro do Pretérito FUTURO DO PRESENTE SIMPLES
Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar: serei estarei terei haverei
- um fato futuro, em relação a outro fato passado. serás estarás terás haverá
será estará terá haverá
- Eu jogaria se não tivesse chovido. seremos estaremos teremos haveremos
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto. sereis estareis tereis havereis
- Seria realmente agradável ter de sair? serão estarão terão haverão
Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
terei, terás, terá, teremos, tereis, terão, (+sido, estado, tido, havido)
vezes, ironia. FUTURO DO
- Daria para fazer silêncio?! PRETÉRITO
SIMPLES
Modo Subjuntivo seria estaria teria haveria
serias estarias terias haverias
a) Presente seria estaria teria haveria
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar: seríamos estaríamos teríamos haveríamos
- um fato presente, mas duvidoso, incerto. serieis estaríeis teríeis haveríeis
Talvez eles estudem... não sei. seriam estariam teriam haveriam
- um desejo, uma vontade: FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ sido, estado, tido, havido)
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores. PRESENTE SUBJUNTIVO
b) Pretérito Imperfeito seja esteja tenha haja
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma sejas estejas tenhas hajas
hipótese, uma condição. seja esteja tenha haja
sejamos estejamos tenhamos hajamos
Se eu estudasse, a história seria outra.
sejais estejais tenhais hajais
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo. sejam estejam tenham hajam

Língua Portuguesa 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
PRETÉRITO IMPERFEITO SIMPLES cantaras venderas partiras
fosse estivesse tivesse houvesse cantara vendera partira
fosses estivesses tivesses houvesses cantáramos vendêramos partíramos
fosse estivesse tivesse houvesse cantáreis vendêreis partíreis
fôssemos estivéssemos tivéssemos houvéssemos cantaram venderam partiram
fôsseis estivésseis tivésseis houvésseis PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
fossem estivessem tivessem houvessem tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+ cantando, vendido,
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO partido)
tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ sido, estado, tido, Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver.
havido) FUTURO DO PRESENTE SIMPLES
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO cantarei venderei partirei
tivesse, tivesses, tivesses, tivéssemos, tivésseis, tivessem ( + sido, cantarás venderás partirás
estado, tido, havido) cantará venderá partirá
FUTURO SIM- cantaremos venderemos partiremos
PLES cantareis vendereis partireis
se eu for se eu estiver se eu tiver se eu houver cantarão venderão partirão
se tu fores se tu estiveres se tu tiveres se tu houveres FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
se ele for se ele estiver se ele tiver se ele houver terei, terás, terá, teremos, tereis, terão (+ cantado, vendido, partido)
se nós formos se nós estiver- se nós tivermos se nós hou- Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver.
mos vermos FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES
se vós fordes se vós estiver- se vós tiverdes se vós houver- cantaria venderia partiria
des des cantarias venderias partirias
se eles forem se eles estive- se eles tiverem se eles houve- cantaria venderia partiria
rem rem cantaríamos venderíamos partiríamos
FUTURO COMPOSTO cantaríeis venderíeis partiríeis
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+sido, estado, tido, havido) cantariam venderiam partiriam
AFIRMATIVO IMPERATIVO FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
sê tu está tu tem tu há tu teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ cantado, vendido, partido)
seja você esteja você tenha você haja você FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
sejamos nós estejamos nós tenhamos nós hajamos nós teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam, (+ cantado, vendido, partido)
sede vós estai vós tende vós havei vós Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
sejam vocês estejam vocês tenham vocês hajam vocês PRESENTE SUBJUNTIVO
NEGATIVO cante venda parta
não sejas tu não estejas tu não tenhas tu não hajas tu cantes vendas partas
não seja você não esteja você não tenha você não haja você cante venda parta
não sejamos nós não estejamos não tenhamos não hajamos cantemos vendamos partamos
nós nós nós canteis vendais partais
não sejais vós não estejais não tenhais vós não hajais vós cantem vendam partam
vós PRETÉRITO IMPERFEI-
não sejam vocês não estejam não tenham não hajam TO
vocês vocês vocês cantasse vendesse partisse
IMPESSOAL INFINITIVO cantasses vendesses partisses
ser estar ter haver cantasse vendesse partisse
IMPESSOAL COMPOSTO cantássemos vendêssemos partíssemos
Ter sido ter estado ter tido ter havido cantásseis vendêsseis partísseis
PESSOAL cantassem vendessem partissem
ser estar ter haver PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
seres estares teres haveres tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ cantado, vendido,
ser estar ter haver partido)
sermos estarmos termos havermos Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
serdes estardes terdes haverdes FUTURO SIMPLES
serem estarem terem haverem cantar vender partir
SIMPLES GERÚNDIO cantares venderes partires
sendo estando tendo havendo cantar vender partir
COMPOSTO cantarmos vendermos partimos
tendo sido tendo estado tendo tido tendo havido cantardes venderdes partirdes
PARTICÍPIO cantarem venderem partirem
sido estado tido havido FUTURO COMPOSTO
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+ cantado, vendido, par-
CONJUGAÇÕES VERBAIS tido)
AFIRMATIVO IMPERATIVO
canta vende parte
INDICATIVO cante venda parta
PRESENTE cantemos vendamos partamos
canto vendo parto cantai vendei parti
cantas vendes partes cantem vendam partam
canta vende parte NEGATIVO
cantamos vendemos partimos não cantes não vendas não partas
cantais vendeis partis não cante não venda não parta
cantam vendem partem não cantemos não vendamos não partamos
PRETÉRITO IMPERFEITO não canteis não vendais não partais
cantava vendia partia não cantem não vendam não partam
cantavas vendias partias
cantava vendia partia
cantávamos vendíamos partíamos INFINITIVO IMPESSOAL SIMPLES
cantáveis vendíeis partíeis
cantavam vendiam partiam PRESENTE
PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES cantar vender partir
cantei vendi parti INFINITIVO PESSOAL SIMPLES - PRESENTE FLEXIONADO
cantaste vendeste partiste cantar vender partir
cantou vendeu partiu cantares venderes partires
cantamos vendemos partimos cantar vender partir
cantastes vendestes partistes cantarmos vendermos partirmos
cantaram venderam partiram cantardes venderdes partirdes
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO cantarem venderem partirem
tenho, tens, tem, temos, tendes, têm (+ cantado, vendido, partido) INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO IMPESSOAL
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES ter (ou haver), cantado, vendido, partido
cantara vendera partira

Língua Portuguesa 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO PESSOAL
tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido
ter, teres, ter, termos, terdes, terem (+ cantado, vendido, partido)
GERÚNDIO SIMPLES - PRESENTE tivéssemos cantado tivéssemos vendido tivéssemos partido
cantando vendendo partindo tivésseis cantado tivésseis vendido tivésseis partido
GERÚNDIO COMPOSTO - PRETÉRITO tivessem cantado tivessem vendido tivessem partido
tendo (ou havendo), cantado, vendido, partido
PARTICÍPIO 3) FUTURO COMPOSTO. Formado do FUTURO SIMPLES DO SUBJUN-
cantado vendido partido TIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:

tiver cantado tiver vendido tiver partido


Formação dos tempos compostos tiveres cantado tiveres vendido tiveres partido
tiver cantado tiver vendido tiver partido
Com os verbos ter ou haver tivermos cantado tivermos vendido tivermos partido
tiverdes cantado tiverdes vendido tiverdes partido
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
tiverem cantado tiverem vendido tiverem partido
Entre os tempos compostos da voz ativa merecem realce particular
aqueles que são constituídos de formas do verbo ter (ou, mais raramente, FORMAS NOMINAIS
haver) com o particípio do verbo que se quer conjugar, porque é costume
incluí-los nos próprios paradigmas de conjugação: 1) INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO (PRETÉRITO IMPESSOAL).
Formado do INFINITIVO IMPESSOAL do verbo ter (ou haver) com o
PARTICÍPIO do verbo principal:
MODO INDICATIVO
ter cantado ter vendido ter partido
1) PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO. Formado do PRESENTE DO
INDICATIVO do verbo ter com o PARTICÍPIO do verbo principal: 2) INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO (OU PRETÉRITO PESSOAL).
Formado do INFINITIVO PESSOAL do verbo ter (ou haver) com o
tenho cantado tenho vendido tenho partido PARTICÍPIO do verbo principal:
tens cantado tens vendido tens partido
tem cantado tem vendido tem partido ter cantado ter vendido ter partido
temos cantado temos vendido temos partido teres cantado teres vendido teres partido
tendes cantado tendes vendido tendes partido ter cantado ter vendido ter partido
têm cantado têm vendido têm partido termos cantado termos vendido termos partido
terdes cantado terdes vendido terdes partido
2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO. Formado do IMPER- terem cantado terem vendido terem partido
FEITO DO INDICATIVO do verbo ter. (ou haver) com o PARTICÍPIO do
verbo principal: 3) GERÚNDIO COMPOSTO (PRETÉRITO). Formado do GERÚNDIO do
verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal:
tinha cantado tinha vendido tinha partido
tinhas cantado tinhas vendido tinhas .partido tendo cantado tendo vendido tendo partido
tinha cantado tinha vendido tinha partido
tínhamos cantado tínhamos vendido tínhamos partido Fonte: Nova Gramática do Português Contemporâneo, Celso Cunha e
tínheis cantado tínheis vendido tínheis partido Lindley Cintra, Editora Nova Fronteira, 2ª edição, 29ª impressão.
tinham cantado tinham vendido tinham partido

3) FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO. Formado do FUTURO DO VERBOS IRREGULARES


PRESENTE SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do
verbo principal: DAR
Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
terei cantado terei vendido terei partido Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
terás cantado terás vendido terás, partido Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
terá cantado terá vendido terá partido Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis,
teremos cantado teremos vendido teremos partido dessem
tereis cantado tereis vendido tereis , partido Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
terão cantado terão vendido terão partido
MOBILIAR
4) FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO. Formado do FUTURO DO Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobili-
PRETÉRITO SIMPLES do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do am
verbo principal: Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos,
mobilieis, mobiliem
teria cantado teria vendido teria partido Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem
terias cantado terias vendido terias partido AGUAR
teria cantado teria vendido teria partido Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam
teríamos cantado teríamos vendido teríamos partido Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
teríeis cantado teríeis vendido teríeis partido Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem
teriam cantado teriam vendido teriam partido
MAGOAR
MODO SUBJUNTIVO Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam
Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes,
1) PRETÉRITO PERFEITO. Formado do PRESENTE DO SUBJUNTIVO magoaram
Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, mago-
do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo principal: eis, magoem
Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar
tenha cantado tenha vendido tenha
tenhas cantado tenhas vendido tenhas partido APIEDAR-SE
tenha cantado tenha vendido tenha partido Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-
tenhamos cantado tenhamos vendido tenhamos partido nos, apiedais-vos, apiadam-se
tenhais cantado tenhais vendido tenhais partido Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-
tenham cantado vendido tenham partido nos, apiedei-vos, apiedem-se
Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A
2) PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO. Formado do IMPERFEITO DO
MOSCAR
SUBJUNTIVO do verbo ter (ou haver) com o PARTICÍPIO do verbo Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam
principal: Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos,
mosqueis, musquem
tivesse cantado tivesse vendido tivesse partido Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U
tivesses cantado tivesses vendido tivesses partido
RESFOLEGAR

Língua Portuguesa 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais, Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem
resfolgam Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam
resfolegueis, resfolguem Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudé-
Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece reis, puderam
Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais,
NOMEAR possam
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomei- Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis,
am pudessem
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeá- Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
veis, nomeavam Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, Gerúndio podendo
nomearam Particípio podido
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo
nomeeis, nomeiem nem no imperativo negativo
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem
Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear PROVER
Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem
COPIAR Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos,
Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, provêreis, proveram
copiáreis, copiaram Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis,
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, proverão
copiem Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis,
Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem proveriam
Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam
ODIAR Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos,
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam provejais. provejam
Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provês-
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram seis, provessem
Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, prove-
odiaram rem
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odei- Gerúndio provendo
em Particípio provido
Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar
QUERER
CABER Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, coube- Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos,
ram quiséreis, quiseram
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos, Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais,
coubéreis, couberam queiram
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis,
caibam quisessem
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubésse- Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem
mos, coubésseis, coubessem
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, REQUERER
couberem Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis.
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo requerem
nem no imperativo negativo Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
requereram
CRER Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requere-
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem ramos, requerereis, requereram
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, reque-
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam rereis, requererão
Conjugam-se como crer, ler e descrer Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos,
requereríeis, requereriam
DIZER Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos,
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram requeirais, requeiram
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,
disséreis, disseram requerêsseis, requeressem,
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requerer-
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam des, requerem
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Gerúndio requerendo
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, Particípio requerido
dissesse O verbo REQUERER não se conjuga como querer.
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem
Particípio dito REAVER
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer Presente do indicativo reavemos, reaveis
Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes,
FAZER reouveram
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvé-
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram reis, reouveram
Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvésse-
fizeram mos, reouvésseis, reouvessem
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes,
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam reouverem
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam apresenta a letra v
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizés-
seis, fizessem SABER
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, soube-
ram
PERDER Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos,
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem soubéreis, souberam
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam
percam Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubésse-
Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam mos, soubésseis, soubessem
Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes,
PODER souberem

Língua Portuguesa 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
VALER Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, MENTIR
valham Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais,
mintam
TRAZER Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxe- FUGIR
ram Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
trouxéreis, trouxeram Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam IR
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
tragam Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trou- Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
xésseis, trouxessem Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
trouxerem Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão
Gerúndio trazendo Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
Particípio trazido Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
VER Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem Gerúndio indo
Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Particípio ido
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês OUVIR
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Particípio visto Particípio ouvido

ABOLIR PEDIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolí- Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
reis, aboliram Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboli- POLIR
riam Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Presente do subjuntivo não há Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
abolissem
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem REMIR
Imperativo afirmativo abole, aboli Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
Imperativo negativo não há Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redi-
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem mais, redimam
Infinitivo impessoal abolir
Gerúndio abolindo RIR
Particípio abolido Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
E ou I. Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
AGREDIR Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
agridam Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
por I. Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Gerúndio rindo
COBRIR Particípio rido
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem Conjuga-se como rir: sorrir
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais,
cubram VIR
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
Particípio coberto Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
FALIR Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
Presente do indicativo falimos, falis Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais,
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram venham
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
Presente do subjuntivo não há Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Gerúndio vindo
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Particípio vindo
Imperativo afirmativo fali (vós) Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir
Imperativo negativo não há
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem SUMIR
Gerúndio falindo Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Particípio falido Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais,
sumam
FERIR Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir,

Língua Portuguesa 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
cuspir Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço.
O galinheiro ocupava um quarto da quintal.
ADVÉRBIO
QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS
Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-
vérbio, exprimindo uma circunstância. Algarismos Numerais
Roma- Arábi- Cardinais Ordinais Multiplicati- Fracionários
nos cos vos
Os advérbios dividem-se em: I 1 um primeiro simples -
1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures, II 2 dois segundo duplo meio
nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan- dobro
III 3 três terceiro tríplice terço
te, através, defronte, aonde, etc. IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre, V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve, VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior, IX 9 nove nono nônuplo nono
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc. X 10 dez décimo décuplo décimo
4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema- XI 11 onze décimo onze avos
primeiro
siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, XII 12 doze décimo doze avos
bem, mal, quase, apenas, etc. segundo
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc. XIII 13 treze décimo treze avos
terceiro
6) NEGAÇÃO: não. XIV 14 quatorze décimo quarto quatorze avos
7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto, XV 15 quinze décimo quinto quinze avos
provavelmente, etc. XVI 16 dezesseis décimo sexto dezesseis
avos
XVII 17 dezessete décimo sétimo dezessete
Há Muitas Locuções Adverbiais avos
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra- XVIII 18 dezoito décimo oitavo dezoito avos
da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc. XIX 19 dezenove décimo nono dezenove
avos
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite, XX 20 vinte vigésimo vinte avos
às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de XXX 30 trinta trigésimo trinta avos
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc. XL 40 quarenta quadragésimo quarenta avos
L 50 cinquenta quinquagési- cinquenta
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de mo avos
bom grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em LX 60 sessenta sexagésimo sessenta avos
geral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos LXX 70 setenta septuagésimo setenta avos
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos
vistos, de propósito, de súbito, por um triz, etc. XC 90 noventa nonagésimo noventa avos
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui- C 100 cem centésimo centésimo
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo
CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc.
CD 400 quatrocen- quadringenté- quadringenté-
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, tos simo simo
etc. D 500 quinhentos quingentésimo quingentésimo
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. DC 600 seiscentos sexcentésimo sexcentésimo
DCC 700 setecentos septingenté- septingenté-
simo simo
Advérbios Interrogativos DCCC 800 oitocentos octingentési- octingentési-
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como? mo mo
CM 900 novecentos nongentésimo nongentésimo
M 1000 mil milésimo milésimo
Palavras Denotativas
Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te- Emprego do Numeral
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc.
situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. empregam-se de 1 a 10 os ordinais.
1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc. João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro)
2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc. Luis X (décimo) ano I (primeiro)
3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc. Pio lX (nono) século lV (quarto)
4) DE DESIGNAÇÃO - eis.
5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. De 11 em diante, empregam-se os cardinais:
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc. Leão Xlll (treze) ano Xl (onze)
Você lá sabe o que está dizendo, homem... Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
Mas que olhos lindos! Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte)
Veja só que maravilha!
Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
NUMERAL XX Salão do Automóvel (vigésimo)
VI Festival da Canção (sexto)
lV Bienal do Livro (quarta)
Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração. XVI capítulo da telenovela (décimo sexto)
O numeral classifica-se em: Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao
- cardinal - quando indica quantidade. emprego do ordinal.
- ordinal - quando indica ordem. Hoje é primeiro de setembro
- multiplicativo - quando indica multiplicação. Não é aconselhável iniciar período com algarismos
- fracionário - quando indica fracionamento. 16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia
Exemplos: A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi-
Silvia comprou dois livros. nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois
Antônio marcou o primeiro gol.

Língua Portuguesa 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
um, página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever tam- outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
bém: a folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos QUANDO é subordinativa.
o numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.
As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
ARTIGO
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
As conjunções coordenativas podem ser:
Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná- 1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número. também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
Dividem-se em Não aprovo nem permitirei essas coisas.
• definidos: O, A, OS, AS Os livros não só instruem mas também divertem.
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. as flores.
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). 2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com-
pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, a-
geral. pesar disso, em todo caso.
Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde- Querem ter dinheiro, mas não trabalham.
terminado). Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia.
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce.
lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido. A culpa não a atribuo a vós, senão a ele.
O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula.
O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado.
CONJUNÇÃO Você já sabe bastante, porém deve estudar mais.
Eu sou pobre, ao passo que ele é rico.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Hoje não atendo, em todo caso, entre.
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou,
Coniunções Coordenativas ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc.
1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc. Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos.
2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no Ou você estuda ou arruma um emprego.
entanto, etc. Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo.
3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, etc. Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando.
4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por consequência. "Já chora, já se ri, já se enfurece."
5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, pois, etc. (Luís de Camões)
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con-
Conjunções Subordinativas seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc. As árvores balançam, logo está ventando.
2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc. Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável.
3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc. O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc. 5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que,
5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que, porque, porquanto, pois (anteposto ao verbo).
etc. Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem
6) INTEGRANTES: que, se, etc. causar incêndios.
7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc. Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
forma que, de modo que, etc. Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa-
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais, tivo:
etc. Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam.
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc. "Quis dizer mais alguma coisa a não pôde."
(Jorge Amado)
VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES
Conjunções subordinativas
Examinemos estes exemplos: As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma
1º) Tristeza e alegria não moram juntas. à outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações
2º) Os livros ensinam e divertem. que traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou
3º) Saímos de casa quando amanhecia. hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo).
Abrangem as seguintes classes:
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é 1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já
uma conjunção. que, uma vez que, desde que.
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa:
No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligan- efeito).
do orações: são também conjunções. Como estivesse de luto, não nos recebeu.
Desde que é impossível, não insistirei.
Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da 2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como,
mesma oração. (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que,
(tanto) quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mes-
No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa mo que (= como).
da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento.
conjunção E é coordenativa. O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa.

Língua Portuguesa 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Sabemos que a vida é breve.
(Paulo Mendes Campos) Veja se falta alguma coisa.
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
(Antônio Olavo Pereira) Observação:
"E pia tal a qual a caça procurada." Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
(Amadeu de Queirós) chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" porém, não consigna esta espécie de conjunção.
(Carlos Drummond de Andrade)
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas. Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. que, por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que,
Os governantes realizam menos do que prometem. etc.
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo,
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que portanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no
(= embora não). contexto. Assim, a conjunção que pode ser:
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. 1) Aditiva (= e):
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
Beba, nem que seja um pouco. A nós que não a eles, compete fazê-lo.
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. 2) Explicativa (= pois, porque):
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. Apressemo-nos, que chove.
Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas 3) Integrante:
afirmações. Diga-lhe que não irei.
Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. 4) Consecutiva:
4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
(= se não), a não ser que, a menos que, dado que. Não vão a uma festa que não voltem cansados.
Ficaremos sentidos, se você não vier. Onde estavas, que não te vi?
Comprarei o quadro, desde que não seja caro. 5) Comparativa (= do que, como):
Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. A luz é mais veloz que o som.
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos Ficou vermelho que nem brasa.
que os mosquitos se opusessem." 6) Concessiva (= embora, ainda que):
(Ferreira de Castro) Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não Beba, um pouco que seja.
são como (ou conforme) dizem. 7) Temporal (= depois que, logo que):
"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
(Machado de Assis) 8) Final (= pare que):
6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, Vendo-me à janela, fez sinal que descesse.
tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de 9) Causal (= porque, visto que):
forma que, de maneira que, sem que, que (não). "Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vival-
Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. do Coaraci)
Falou com uma calma que todos ficaram atônitos. A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase:
Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí. 1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe-
Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam. disse. (sem que = embora não)
Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar. 2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito.
7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que). (sem que = se não,caso não)
Afastou-se depressa para que não o víssemos. 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. (sem que = que não)
Fiz-lhe sinal que se calasse. 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não)
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto
mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
(tanto mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
À medida que se vive, mais se aprende.
À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve. PREPOSIÇÃO
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados. Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-
mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
Observação: segundo, um subordinado ou consequente.
São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida
que e na medida em que. A forma correta é à medida que: Exemplos:
"À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem." Chegaram a Porto Alegre.
(Maria José de Queirós) Discorda de você.
Fui até a esquina.
9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre Casa de Paulo.
que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que,
etc. Preposições Essenciais e Acidentais
Venha quando você quiser. As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CON-
Não fale enquanto come. TRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB,
Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra. SOBRE e ATRÁS.
Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia. Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou-
"Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval- tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora,
cânti) conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
10) Integrantes: que, se. segundo, senão, tirante, visto, etc.

Língua Portuguesa 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
PERMANECER, etc.
INTERJEIÇÃO Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a
comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Nosso colega está doente.
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem A moça permaneceu sentada.
ser: 2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou
- alegria: ahl oh! oba! eh! transitivo.
- animação: coragem! avante! eia! O avião sobrevoou a praia.
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento.
- aplauso: bravo! viva! bis! O sabiá voou alto.
- desejo: tomara! oxalá! Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento.
- dor: aí! ui! • Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio
- silêncio: psiu! silêncio! de proposição.
- suspensão: alto! basta! Minha equipe venceu a partida.
• Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com
LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo auxílio de preposição.
valor de uma interjeição. Ele precisa de um esparadrapo.
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam! • Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim! mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de
complemento com auxilio de preposição.
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Damos uma simples colaboração a vocês.
3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo
FRASE intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais
Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo. predicativo do sujeito.
O tempo está nublado. Os rapazes voltaram vitoriosos.
Socorro! • Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal,
Que calor! ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
Ele morreu rico.
• Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,
ORAÇÃO ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto
Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal. direto ou indireto.
A fanfarra desfilou na avenida. Elegemos o nosso candidato vereador.
As festas juninas estão chegando.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
PERÍODO Chama-se termos integrantes da oração os que completam a
Período é a frase estruturada em oração ou orações. significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à
O período pode ser: compreensão do enunciado.
• simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
Fui à livraria ontem. 1. OBJETO DIRETO
• composto - quando constituído por mais de uma oração. Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
Fui à livraria ontem e comprei um livro. transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO 2. OBJETO INDIRETO


São dois os termos essenciais da oração: Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
transitivo indireto.
SUJEITO As crianças precisam de CARINHO.
Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.
3. COMPLEMENTO NOMINAL
Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes) Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de
um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado
O sujeito pode ser : por um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.
- simples: quando tem um só núcleo Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo)
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas; O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo)
núcleo: rosas) Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE
- composto: quando tem mais de um núcleo (advérbio).
O burro e o cavalo saíram em disparada.
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
- oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal 4. AGENTE DA PASSIVA
Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu) Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na
- indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal voz passiva.
Come-se bem naquele restaurante. A mãe é amada PELO FILHO.
- Inexistente: quando a oração não tem sujeito O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO.
Choveu ontem. Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO.
Há plantas venenosas.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
PREDICADO TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma
Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito. função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo
O predicado classifica-se em: alguma circunstância.
1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais
predicativo do sujeito. São termos acessórios da oração:
Nosso colega está doente. 1. ADJUNTO ADNOMINAL
Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER, Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os

Língua Portuguesa 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
substantivos. Pode ser expresso:
• pelos adjetivos: água fresca, 2. ADVERSATIVA:
• pelos artigos: o mundo, as ruas Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de
• pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas contraste (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto,
• pelos numerais : três garotos; sexto ano etc).
• pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos A espada vence MAS NÃO CONVENCE.
O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO.
2. ADJUNTO ADVERBIAL Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO.
Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo,
lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. 3. ALTERNATIVAS:
Cheguei cedo. Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a
José reside em São Paulo. outra (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc).
Mudou o natal OU MUDEI EU?
3. APOSTO “OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel,
Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!”
desenvolve ou resume outro termo da oração. (C. Meireles)
Dr. João, cirurgião-dentista,
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. 4. CONCLUSIVAS:
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado. Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,
4. VOCATIVO PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE,
Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou etc).
interpelar alguém ou alguma coisa. Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO.
Tem compaixão de nós, ó Cristo. Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ.
Professor, o sinal tocou.
Rapazes, a prova é na próxima semana. 5. EXPLICATIVAS:
Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que
PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.)
Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR.
No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta. Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS.
Fui ao cinema.
O pássaro voou. ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE
É aquela que vem entre os termos de uma outra oração.
PERÍODO COMPOSTO O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.
No período composto há mais de uma oração.
(Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos:
folgam.) CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc.

Período composto por coordenação ORAÇÃO PRINCIPAL


Apresenta orações independentes. Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida
(Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.) por um conectivo.
ELES DISSERAM que voltarão logo.
Período composto por subordinação ELE AFIRMOU que não virá.
Apresenta orações dependentes. PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma)
(É bom) (que você estude.)
ORAÇÃO SUBORDINADA
Período composto por coordenação e subordinação Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é
Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal
período é também conhecido como misto. nem sempre é a primeira do período.
(Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.) Quando ele voltar, eu saio de férias.
Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS
Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR
ORAÇÃO COORDENADA
Oração coordenada é aquela que é independente.
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
As orações coordenadas podem ser: Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função
- Sindética: de um substantivo.
Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas
coordenativa. substantivas classificam-se em:
Viajo amanhã, mas volto logo.
- Assindética: 1) SUBJETIVA (sujeito)
Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou Convém que você estude mais.
ponto e vírgula. Importa que saibas isso bem. .
Chegou, olhou, partiu. É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é
A oração coordenada sindética pode ser: necessária.

1. ADITIVA: 2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto)


Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas, Desejo QUE VENHAM TODOS.
também: Pergunto QUEM ESTÁ AI.
Ele falava E EU FICAVA OUVINDO.
Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM. 3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto)
A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ. Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS.

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Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE. Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA!
Daremos o prêmio A QUEM O MERECER. Tenho medo disso QUE ME PÉLO!
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto:
4) COMPLETIVA NOMINAL Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE.
Complemento nominal. Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR.
Ser grato A QUEM TE ENSINA.
Sou favorável A QUE O PRENDAM. 8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade:
À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende.
5) PREDICATIVA (predicativo) QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo.
Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA)
9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na
Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE.
oração principal:
Não sou QUEM VOCÊ PENSA.
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam.
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam.
6) APOSITIVAS (servem de aposto)
Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE) 10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME. Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE.
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE.
7) AGENTE DA PASSIVA
O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR) ORAÇÕES REDUZIDAS
A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM. Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais:
gerúndio, infinitivo e particípio.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de Exemplos:
um adjetivo. • Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU
Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas: PREPARADO.
• Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ.
1) EXPLICATIVAS: • FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM,
Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, conseguirás.
atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma • É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS
informação. ATENTOS.
Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará. • AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO,
Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria. entristeceu-se.
• É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES
MAIS.
2) RESTRITIVAS: • SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-
Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo
me.
indispensáveis ao sentido da frase:
Pedra QUE ROLA não cria limo.
As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem. CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante
Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões.
um advérbio.
Principais Casos de Concordância Nominal
As orações subordinadas adverbiais classificam-se em: 1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em
1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão: gênero e número com o substantivo.
Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE. As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico.
O tambor soa PORQUE É OCO. 2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão
normalmente para o plural.
2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio.
comparação. 3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai
O som é menos veloz QUE A LUZ. para o masculino plural.
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA. Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios.
4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite: próximo:
POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram. Trouxe livros e revista especializada.
Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado. 5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próxi-
CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava. mo.
Dedico esta música à querida tia e sobrinhos.
4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese: 6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o
SE O CONHECESSES, não o condenarias. sujeito.
Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO? Meus amigos estão atrapalhados.
7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica-
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato tivo no gênero da pessoa a quem se refere.
com outro: Sua excelência, o Governador, foi compreensivo.
Fiz tudo COMO ME DISSERAM. 8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo
Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI. vão para o singular ou para o plural.
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros).
6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado: 9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier
A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS. precedido de artigo e o segundo não vão para o plural.

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Já estudei o primeiro e segundo livros. 8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural. Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro. 9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular.
11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a Mais de um jurado fez justiça à minha música.
que se referem. 10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando
Ela mesma veio até aqui. empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
Eles chegaram sós. no singular.
Eles próprios escreveram. As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição.
12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. 11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o
Muito obrigado. (masculino singular) sujeito.
Muito obrigada. (feminino singular). Deu uma hora.
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica Deram três horas.
invariável quando é advérbio. Bateram cinco horas.
Quero meio quilo de café. Naquele relógio já soaram duas horas.
Minha mãe está meio exausta. 12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
É meio-dia e meia. (hora) frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o subs- Ela é que faz as bolas.
tantivo a que se referem. Eu é que escrevo os programas.
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é
A expressão em anexo é invariável. um pronome relativo.
Trouxe em anexo estas fotos. Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substi- Fui eu que fiz a lição
tuem advérbios em MENTE, permanecem invariáveis. Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí-
Vocês falaram alto demais. veis.
O combustível custava barato. • que: Fui eu que fiz a lição.
Você leu confuso. • quem: Fui eu quem fez a lição.
Ela jura falso. • o que: Fui eu o que fez a lição.

16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos, 14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
sofrem variação normalmente. terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
Esses pneus custam caro. este sua impessoalidade.
Conversei bastante com eles. Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
Conversei com bastantes pessoas. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
Estas crianças moram longe.
Conheci longes terras. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER
CONCORDÂNCIA VERBAL 1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
CASOS GERAIS RECER concordam com o predicativo.
Tudo são esperanças.
Aquilo parecem ilusões.
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Aquilo é ilusão.
O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. 2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER
O pessoal ainda não chegou. concorda sempre com o nome ou pronome que vier depois.
A turma não gostou disso. Que são florestas equatoriais?
Um bando de pássaros pousou na árvore. Quem eram aqueles homens?
3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao
plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará
Os Estados Unidos são um grande país. com a expressão numérica.
Os Lusíadas imortalizaram Camões. São oito horas.
Os Alpes vivem cobertos de neve. Hoje são 19 de setembro.
Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
Flores já não leva acento.
O Amazonas deságua no Atlântico. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. fica no singular.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome Três batalhões é muito pouco.
no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indife- Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
rentemente.
A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). Maria era as flores da casa.
5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o O homem é cinzas.
sujeito paciente.
Vende-se um apartamento. 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER
Vendem-se alguns apartamentos. concorda com o predicativo.
6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o Dançar e cantar é a sua atividade.
verbo para a 3ª pessoa do singular. Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
Precisa-se de funcionários.
7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
singular e o verbo no singular ou no plural. concorda com o pronome.
Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) A ciência, mestres, sois vós.
Em minha turma, o líder sou eu.
Língua Portuguesa 48 A Opção Certa Para a Sua Realização
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O armazém está situado na Farrapos.
8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo, Ele estabeleceu-se na Avenida São João.
apenas um deles deve ser flexionado.
Os meninos parecem gostar dos brinquedos. 13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo.
Os meninos parece gostarem dos brinquedos. Essas tuas justificativas não procedem.
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL com a preposição DE.
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A.
Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati- O secretário procedeu à leitura da carta.
calmente do outro.
14. ESQUECER E LEMBRAR
A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos • quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
e adjetivos). Esqueci o nome desta aluna.
Lembrei o recado, assim que o vi.
Exemplos: • quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
Esqueceram-se da reunião de hoje.
- acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM Lembrei-me da sua fisionomia.
EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR
PARA = passagem 15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
A regência verbal trata dos complementos do verbo. • pagar - Pago o 13° aos professores.
• dar - Daremos esmolas ao pobre.
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
• agradecer - Agradeço as graças a Deus.
• pretender (transitivo indireto)
• pedir - Pedi um favor ao colega.
No sítio, aspiro o ar puro da montanha.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
2. OBEDECER - transitivo indireto
O amor implica renúncia.
Devemos obedecer aos sinais de trânsito.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposi-
3. PAGAR - transitivo direto e indireto
ção COM:
Já paguei um jantar a você.
O professor implicava com os alunos
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a prepo-
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
sição EM:
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
Implicou-se na briga e saiu ferido
Prefiro Comunicação à Matemática.
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição
6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
A:
Informei-lhe o problema.
Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA:
7. ASSISTIR - morar, residir:
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
Assisto em Porto Alegre.
• amparar, socorrer, objeto direto
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
O médico assistiu o doente.
como sujeito:
• PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
Assistimos a um belo espetáculo.
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
dificuldade, será objeto indireto.
Assiste-lhe o direito.
Custou-me confiar nele novamente.
Custar-te-á aceitá-la como nora.
8. ATENDER - dar atenção
Atendi ao pedido do aluno.
• CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Atenderam o freguês com simpatia.
Palavras fora do lugar podem prejudicar e até impedir a compreensão
9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto de uma ideia. Cada palavra deve ser posta na posição funcionalmente
A moça queria um vestido novo. correta em relação às outras, assim como convém dispor com clareza as
• GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto orações no período e os períodos no discurso.
O professor queria muito a seus alunos.
Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática em que se cuida da
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto ordem ou disposição das palavras na construção das frases. Os termos da
Todos visamos a um futuro melhor. oração, em português, geralmente são colocados na ordem direta (sujeito +
• APONTAR, MIRAR - objeto direto verbo + objeto direto + objeto indireto, ou sujeito + verbo + predicativo). As
O artilheiro visou a meta quando fez o gol. inversões dessa ordem ou são de natureza estilística (realce do termo cuja
• pör o sinal de visto - objeto direto posição natural se altera: Corajoso é ele! Medonho foi o espetáculo), ou de
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia. pura natureza gramatical, sem intenção especial de realce, obedecendo-
se, apenas a hábitos da língua que se fizeram tradicionais.
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes casos:
Devemos obedecer aos superiores. (1) nas orações intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas interrogati-
Desobedeceram às leis do trânsito. vas, não sendo o sujeito pronome interrogativo (Que espera você?); (3) nas
reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio (Por ser ele quem é...
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE Sendo ele quem é... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas (Faze tu o
• exigem na sua regência a preposição EM
Língua Portuguesa 49 A Opção Certa Para a Sua Realização
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que for possível); (5) nas optativas (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão Colocação dos advérbios. Os advérbios que modificam um adjetivo,
da Providência!); (6) nas que têm o verbo na passiva pronominal (Elimina- um particípio isolado ou outro advérbio vêm, em regra, antepostos a essas
ram-se de vez as esperanças); (7) nas que começam por adjunto adverbial palavras (mais azedo, mal conservado; muito perto). Quando modificam o
(No profundo do céu luzia uma estrela), predicativo (Esta é a vontade de verbo, os advérbios de modo costumam vir pospostos a este (Cantou
Deus) ou objeto (Aos conselhos sucederam as ameaças); (8) nas construí- admiravelmente. Discursou bem. Falou claro.). Anteposto ao verbo, o
das com verbos intransitivos (Desponta o dia). Colocam-se normalmente adjunto adverbial fica naturalmente em realce: "Lá longe a gaivota voava
depois do verbo da oração principal as orações subordinadas substantivas: rente ao mar."
é claro que ele se arrependeu.
Figuras de sintaxe. No tocante à colocação dos termos na frase, sali-
Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre outros, nos seguintes entem-se as seguintes figuras de sintaxe: (1) hipérbato -- intercalação de
casos: (1) nas orações interrogativas (Que espécie de homem é ele?); (2) um termo entre dois outros que se relacionam: "O das águas gigante
nas exclamativas (Que bonito é esse lugar!). caudaloso" (= O gigante caudaloso das águas); (2) anástrofe -- inversão da
ordem normal de termos sintaticamente relacionados: "Do mar lançou-se
Colocação do adjetivo como adjunto adnominal. A posposição do ad- na gelada areia" (= Lançou-se na gelada areia do mar); (3) prolepse --
junto adnominal ao substantivo é a sequência que predomina no enunciado transposição, para a oração principal, de termo da oração subordinada: "A
lógico (livro bom, problema fácil), mas não é rara a inversão dessa ordem: nossa Corte, não digo que possa competir com Paris ou Londres..." (= Não
(Uma simples advertência [anteposição do adjetivo simples, no sentido de digo que a nossa Corte possa competir com Paris ou Londres...); (4) sín-
mero]. O menor descuido porá tudo a perder [anteposição dos superlativos quise -- alteração excessiva da ordem natural das palavras, que dificulta a
relativos: o melhor, o pior, o maior, o menor]). A anteposição do adjetivo, compreensão do sentido: "No tempo que do reino a rédea leve, João, filho
em alguns casos, empresta-lhe sentido figurado: meu rico filho, um grande de Pedro, moderava" (= No tempo [em] que João, filho de Pedro, moderava
homem, um pobre rapaz). a rédea leve do reino). ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações
Colocação dos pronomes átonos. O pronome átono pode vir antes do Ltda.
verbo (próclise, pronome proclítico: Não o vejo), depois do verbo (ênclise,
pronome enclítico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que só ocorre com Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise)
formas do futuro do presente (Vê-lo-ei) ou do futuro do pretérito (Vê-lo-ia).
Por Cristiana Gomes
Verifica-se próclise, normalmente nos seguintes casos: (1) depois de
É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a,
palavras negativas (Ninguém me preveniu), de pronomes interrogativos
lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
(Quem me chamou?), de pronomes relativos (O livro que me deram...), de
advérbios interrogativos (Quando me procurarás); (2) em orações optativas Os pronomes átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo (próclise),
(Deus lhe pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero que te compor- no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
tes); (4) com gerúndio regido de em (Em se aproximando...); (5) com
infinitivo regido da preposição a, sendo o pronome uma das formas lo, la, Esses pronomes se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia.
los, las (Fiquei a observá-la); (6) com verbo antecedido de advérbio, sem PRÓCLISE
pausa (Logo nos entendemos), do numeral ambos (Ambos o acompanha-
ram) ou de pronomes indefinidos (Todos a estimam). Usamos a próclise nos seguintes casos:
Ocorre a ênclise, normalmente, nos seguintes casos: (1) quando o (1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada,
verbo inicia a oração (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim, ninguém, nem, de modo algum.
contaram-me que...), (3) com locuções verbais cujo verbo principal esteja - Nada me perturba.
no infinitivo (Não quis incomodar-se). - Ninguém se mexeu.
Estando o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito, a me- - De modo algum me afastarei daqui.
sóclise é de regra, no início da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o - Ela nem se importou com meus problemas.
verbo estiver antecedido de palavra com força atrativa sobre o pronome, (2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme,
haverá próclise (Não o chamarei. Não o chamaria). Nesses casos, a língua embora, logo, que.
moderna rejeita a ênclise e evita a mesóclise, por ser muito formal.
- Quando se trata de comida, ele é um “expert”.
Pronomes com o verbo no particípio. Com o particípio desacompanha- - É necessário que a deixe na escola.
do de auxiliar não se verificará nem próclise nem ênclise: usa-se a forma - Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.
oblíqua do pronome, com preposição. (O emprego oferecido a mim...).
Havendo verbo auxiliar, o pronome virá proclítico ou enclítico a este. (Por (3) Advérbios
que o têm perseguido? A criança tinha-se aproximado.)
- Aqui se tem paz.
Pronomes átonos com o verbo no gerúndio. O pronome átono costuma - Sempre me dediquei aos estudos.
vir enclítico ao gerúndio (João, afastando-se um pouco, observou...). Nas - Talvez o veja na escola.
locuções verbais, virá enclítico ao auxiliar (João foi-se afastando), salvo
quando este estiver antecedido de expressão que, de regra, exerça força OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de
atrativa sobre o pronome (palavras negativas, pronomes relativos, conjun- atrair o pronome.
ções etc.) Exemplo: À medida que se foram afastando. - Aqui, trabalha-se.
Colocação dos possessivos. Os pronomes adjetivos possessivos pre- (4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.
cedem os substantivos por eles determinados (Chegou a minha vez), salvo - Alguém me ligou? (indefinido)
quando vêm sem artigo definido (Guardei boas lembranças suas); quando - A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
há ênfase (Não, amigos meus!); quando determinam substantivo já deter- - Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
minado por artigo indefinido (Receba um abraço meu), por um numeral (5) Em frases interrogativas.
(Recebeu três cartas minhas), por um demonstrativo (Receba esta lem- - Quanto me cobrará pela tradução?
brança minha) ou por um indefinido (Aceite alguns conselhos meus). (6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).
- Deus o abençoe!
Colocação dos demonstrativos. Os demonstrativos, quando pronomes - Macacos me mordam!
adjetivos, precedem normalmente o substantivo (Compreendo esses - Deus te abençoe, meu filho!
problemas). A posposição do demonstrativo é obrigatória em algumas (7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.
formas em que se procura especificar melhor o que se disse anteriormente: - Em se plantando tudo dá.
"Ouvi tuas razões, razões essas que não chegaram a convencer-me." - Em se tratando de beleza, ele é campeão.
(8) Com formas verbais proparoxítonas

Língua Portuguesa 50 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
- Nós o censurávamos. do idioma e do tema sobre o qual se escreve. Um bom roteiro de redação
deve contemplar os seguintes passos: escolha da forma que se pretende
MESÓCLISE dar à composição, organização das idéias sobre o tema, escolha do voca-
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – bulário adequado e concatenação das idéias segundo as regras linguísti-
amarei, amarás, …) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não acon- cas e gramaticais.
teceu – amaria, amarias, …) Para adquirir um estilo próprio e eficaz é conveniente ler e estudar os
- Convidar-me-ão para a festa. grandes mestres do idioma, clássicos e contemporâneos; redigir frequen-
- Convidar-me-iam para a festa. temente, para familiarizar-se com o processo e adquirir facilidade de ex-
pressão; e ser escrupuloso na correção da composição, retificando o que
Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória. não saiu bem na primeira tentativa. É importante também realizar um
- Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa. exame atento da realidade a ser retratada e dos eventos a que o texto se
refere, sejam eles concretos, emocionais ou filosóficos. O romancista, o
ÊNCLISE cientista, o burocrata, o legislador, o educador, o jornalista, o biógrafo,
todos pretendem comunicar por escrito, a um público real, um conteúdo
Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada.
que quase sempre demanda pesquisa, leitura e observação minuciosa de
- Tornarei-me……. (errada) fatos empíricos. A capacidade de observar os dados e apresentá-los de
- Tinha entregado-nos……….(errada) maneira própria e individual determina o grau de criatividade do escritor.
Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa. Para que haja eficácia na transmissão da mensagem, é preciso ter em
mente o perfil do leitor a quem o texto se dirige, quanto a faixa etária, nível
- Entregar-lhe (correta) cultural e escolar e interesse específico pelo assunto. Assim, um mesmo
- Não posso recebê-lo. (correta) tema deverá ser apresentado diferentemente ao público infantil, juvenil ou
Outros casos: adulto; com formação universitária ou de nível técnico; leigo ou especiali-
- Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas. zado. As diferenças hão de determinar o vocabulário empregado, a exten-
- Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se. são do texto, o nível de complexidade das informações, o enfoque e a
- Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes. condução do tema principal a assuntos correlatos.
- Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo. Organização das idéias. O texto artístico é em geral construído a partir
OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa, de regras e técnicas particulares, definidas de acordo com o gosto e a
ocorrerá a próclise: habilidade do autor. Já o texto objetivo, que pretende antes de mais nada
transmitir informação, deve fazê-lo o mais claramente possível, evitando
- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense. palavras e construções de sentido ambíguo.
- Saiu do escritório, não nos revelando os motivos.
Para escrever bem, é preciso ter idéias e saber concatená-las. Entre-
COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS vistas com especialistas ou a leitura de textos a respeito do tema abordado
Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio são bons recursos para obter informações e formar juízos a respeito do
ou particípio. assunto sobre o qual se pretende escrever. A observação dos fatos, a
experiência e a reflexão sobre seu conteúdo podem produzir conhecimento
AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se suficiente para a formação de idéias e valores a respeito do mundo circun-
houver palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar. dante.
- Havia-lhe contado a verdade. É importante evitar, no entanto, que a massa de informações se dis-
- Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade. perse, o que esvaziaria de conteúdo a redação. Para solucionar esse
problema, pode-se fazer um roteiro de itens com o que se pretende escre-
AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o
ver sobre o tema, tomando nota livremente das idéias que ele suscita. O
pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.
passo seguinte consiste em organizar essas idéias e encadeá-las segundo
Infinitivo a relação que se estabelece entre elas.
- Quero-lhe dizer o que aconteceu.
Vocabulário e estilo. Embora quase todas as palavras tenham sinôni-
- Quero dizer-lhe o que aconteceu.
mos, dois termos quase nunca têm exatamente o mesmo significado. Há
Gerúndio sutilezas que recomendam o emprego de uma ou outra palavra, de acordo
- Ia-lhe dizendo o que aconteceu. com o que se pretende comunicar. Quanto maior o vocabulário que o
- Ia dizendo-lhe o que aconteceu. indivíduo domina para redigir um texto, mais fácil será a tarefa de comuni-
car a vasta gama de sentimentos e percepções que determinado tema ou
Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar objeto lhe sugere.
ou depois do verbo principal.
Como regras gerais, consagradas pelo uso, deve-se evitar arcaísmos e
Infinitivo neologismos e dar preferência ao vocabulário corrente, além de evitar
- Não lhe quero dizer o que aconteceu. cacofonias (junção de vocábulos que produz sentido estranho à idéia
- Não quero dizer-lhe o que aconteceu. original, como em "boca dela") e rimas involuntárias (como na frase, "a
Gerúndio audição e a compreensão são fatores indissociáveis na educação infantil").
- Não lhe ia dizendo a verdade. O uso repetitivo de palavras e expressões empobrece a escrita e, para
- Não ia dizendo-lhe a verdade. evitá-lo, devem ser escolhidos termos equivalentes.
A obediência ao padrão culto da língua, regido por normas gramati-
REDAÇÃO cais, linguísticas e de grafia, garante a eficácia da comunicação. Uma frase
A linguagem escrita tem identidade própria e não pretende ser mera gramaticalmente incorreta, sintaticamente mal estruturada e grafada com
reprodução da linguagem oral. Ao redigir, o indivíduo conta unicamente erros é, antes de tudo, uma mensagem ininteligível, que não atinge o
com o significado e a sonoridade das palavras para transmitir conteúdos objetivo de transmitir as opiniões e idéias de seu autor.
complexos, estimular a imaginação do leitor, promover associação de Tipos de redação. Todas as formas de expressão escrita podem ser
ideias e ativar registros lógicos, sensoriais e emocionais da memória. classificadas em formas literárias -- como as descrições e narrações, e
Redação é o ato de exprimir idéias, por escrito, de forma clara e orga- nelas o poema, a fábula, o conto e o romance, entre outros -- e não-
nizada. O ponto de partida para redigir bem é o conhecimento da gramática literárias, como as dissertações e redações técnicas.

Língua Portuguesa 51 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Descrição. Descrever é representar um objeto (cena, animal, pessoa, vo que a redação técnica persegue: o de esclarecer e não o de impressio-
lugar, coisa etc.) por meio de palavras. Para ser eficaz, a apresentação das nar.
características do objeto descrito deve explorar os cinco sentidos humanos
-- visão, audição, tato, olfato e paladar --, já que é por intermédio deles que As dissertações científicas, elaboradas segundo métodos rigorosos e
o ser humano toma contato com o ambiente. fundamentadas geralmente em extensa bibliografia, obedecem a padrões
de estruturação do texto criados e divulgados pela Associação Brasileira de
A descrição resulta, portanto, da capacidade que o indivíduo tem de Normas Técnicas (ABNT). A apresentação dos trabalhos científicos deve
perceber o mundo que o cerca. Quanto maior for sua sensibilidade, mais incluir, nessa ordem: capa; folha de rosto; agradecimentos, se houver;
rica será a descrição. Por meio da percepção sensorial, o autor registra sumário; sinopse ou resumo; listas (de ilustrações, tabelas, gráficos etc.); o
suas impressões sobre os objetos, quanto ao aroma, cor, sabor, textura ou texto do trabalho propriamente dito, dividido em introdução, método, resul-
sonoridade, e as transmite para o leitor. tados, discussão e conclusão; apêndices e anexos; bibliografia; e índice.
Narração. O relato de um fato, real ou imaginário, é denominado nar- A preparação dos originais também obedece a algumas normas defini-
ração. Pode seguir o tempo cronológico, de acordo com a ordem de suces- das pela ABNT e pelo Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação
são dos acontecimentos, ou o tempo psicológico, em que se privilegiam (IBBD) para garantia de uniformidade. Essas normas dizem respeito às
alguns eventos para atrair a atenção do leitor. A escolha do narrador, ou dimensões do papel, ao tamanho das margens, ao número de linhas por
ponto de vista, pode recair sobre o protagonista da história, um observador página e de caracteres ou espaços por linha, à entrelinha e à numeração
neutro, alguém que participou do acontecimento de forma secundária ou das páginas, entre outras características.
ainda um espectador onisciente, que supostamente esteve presente em
todos os lugares, conhece todos os personagens, suas idéias e sentimen- ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
tos. FIGURAS DE LINGUAGEM
A apresentação dos personagens pode ser feita pelo narrador, quando
é chamada de direta, ou pelas próprias ações e comportamentos deste, Formas de utilizar as palavras no sentido conotativo, figurado, com o
quando é dita indireta. As falas também podem ser apresentadas de três objetivo de ser mais expressivo.
formas: (1) discurso direto, em que o narrador transcreve de forma exata a
fala do personagem; (2) discurso indireto, no qual o narrador conta o que o A seguir, as principais figuras de estilo em ordem alfabética:
personagem disse, lançando mão dos verbos chamados dicendi ou de 1- Anacoluto- interrupção na sequência lógica da oração deixando
elocução, que indicam quem está com a palavra, como por exemplo "dis- um termo solto, sem função sintática. Ex.: Mulheres, como viver
se", "perguntou", "afirmou" etc.; e (3) discurso indireto livre, em que se sem elas?
misturam os dois tipos anteriores. 2- Anáfora- repetição de palavras. Ex.: Ela trabalha, ela estuda, ela
é mãe, ela é pai, ela é tudo!
O conjunto dos acontecimentos em que os personagens se envolvem 3- Antonomásia - substituição do nome próprio por qualidade, ou ca-
chama-se enredo. Pode ser linear, segundo a sucessão cronológica dos racterística que o distinga. é o mesmo que apelidado, alcunha ou
fatos, ou não-linear, quando há cortes na sequência dos acontecimentos. É cognome. Ex.: Xuxa ( Maria das Graças); O Gordo (Jô Soares)
comumente dividido em exposição, complicação, clímax e desfecho. 4- Antítese - aproximação de ideias, palavras ou expressões de sen-
Dissertação. A exposição de idéias a respeito de um tema, com base tidos opostos. Ex.: Os bobos e os espertos convivem no mesmo
em raciocínios e argumentações, é chamada dissertação. Nela, o objetivo espaço.
do autor é discutir um tema e defender sua posição a respeito dele. Por 5- Apóstrofo ou invocação - invocação ou interpelação de ouvinte
essa razão, a coerência entre as idéias e a clareza na forma de expressão ou leitor, seres reais ou imaginários, presentes ou ausentes. Ex.:
são elementos fundamentais. Mulher, venha aqui! / Ó meu Deus! Mereço tanto sofrimento?
6- Assíndeto - ausência da conjunção aditiva entre palavras da frase
A organização lógica da dissertação determina sua divisão em introdu- ou orações de um período. Essas aparecem justapostas ou sepa-
ção, parte em que se apresenta o tema a ser discutido; desenvolvimento, radas por vírgulas. Ex.: Nasci, cresci, morri. (ou invés de: Nasci,
em que se expõem os argumentos e idéias sobre o assunto, fundamentan- cresci e morri.)
do-se com fatos, exemplos, testemunhos e provas o que se quer demons- 7- Catacrese - metáfora tão usada que perdeu seu valor de figura e
trar; e conclusão, na qual se faz o desfecho da redação, com a finalidade tornou-se cotidiana não representando mais um desvio. Isso ocor-
de reforçar a idéia inicial. re pela inexistência da palavras mais apropriadas. Surge da seme-
lhança da forma ou da função de seres, fatos ou coisas. Ex.: céu
Texto jornalístico e publicitário. O texto jornalístico apresenta a peculia-
da boca; cabeça de prego; asa da xícara; dente de alho.
ridade de poder transitar por todos os tipos de linguagem, da mais formal,
8- Comparação ou símile - aproximação de dois elementos real-
empregada, por exemplo, nos periódicos especializados sobre ciência e
çando pela sua semelhança. Conectivos comparativos são usa-
política, até aquela extremamente coloquial, utilizada em publicações
dos: como, feito, tal qual, que nem... Ex.: Aquela criança era deli-
voltadas para o público juvenil. Apesar dessa aparente liberdade de estilo,
cado como uma flor.
o redator deve obedecer ao propósito específico da publicação para a qual
9- Elipse - omissão de palavras ou orações que ficam subentendi-
escreve e seguir regras que costumam ser bastante rígidas e definidas,
das. Ex.: Marta trabalhou durante vários dias e ele, (trabalhou) du-
tanto quanto à extensão do texto como em relação à escolha do assunto,
rante horas.
ao tratamento que lhe é dado e ao vocabulário empregado.
10- Eufemismo – atenuação de algum fato ou expressão com objetivo
O texto publicitário é produzido em condições análogas a essas e ain- de amenizar alguma verdade triste, chocante ou desagradável.
da mais estritas, pois sua intenção, mais do que informar, é convencer o Ex.: Ele foi desta para melhor. (evitando dizer: Ele morreu.)
público a consumir determinado produto ou apoiar determinada idéia. Para 11- Hipérbole - exagero proposital com objetivo expressivo. Ex.: Es-
isso, a resposta desse mesmo público é periodicamente analisada, com o tou morrendo de cansada.
intuito de avaliar a eficácia do texto. 12- Ironia - forma intencional de dizer o contrário da ideia que se pre-
tendia exprimir. O irônico é sarcástico ou depreciativo. Ex.: Que
Redação técnica. Há diversos tipos de redação não-literária, como os belo presente de aniversário! Minha casa foi assaltada.
textos de manuais, relatórios administrativos, de experiências, artigos 13- Metáfora - é um tipo de comparação em que o conectivo está
científicos, teses, monografias, cartas comerciais e muitos outros exemplos subentendido. O segundo termo é usado com o valor do primeiro.
de redação técnica e científica. Ex.: Aquela criança é (como) uma flor.
Embora se deva reger pelos mesmos princípios de objetividade, coe- 14- Metonímia - uso de uma palavra no lugar de outra que tem com
rência e clareza que pautam qualquer outro tipo de composição, a redação ela alguma proximidade de sentido.
técnica apresenta estrutura e estilo próprios, com forte predominância da A metonímia pode ocorrer quando usamos:
linguagem denotativa. Essa distinção é basicamente produzida pelo objeti- a- o autor pela obra
Ex.: Nas horas vagas, lê Machado. (a obra de Machado)

Língua Portuguesa 52 A Opção Certa Para a Sua Realização


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b- o continente pelo conteúdo mento do código utilizado para que a comunicação se realize, senão a
Ex.: Conseguiria comer toda a marmita. comunicação será apenas parcial ou nula. Um código comum, uma men-
Comeria a comida (conteúdo) e não a marmita (continente) sagem deverá abranger um CONTEXTO ou REFERENTE.
c- a causa pelo efeito e vice-versa
Ex.: A falta de trabalho é a causa da desnutrição naquela comuni- FUNÇÃO REFERENCIAL — a mais usada no dia-a-dia. Ela separa dois
dade. níveis de linguagem, denotativo e conotativo. A linguagem conotativa ou
A fome gerada pela falta de trabalho que causa a desnutrição. “linguagem figurada” empresta sua significação para dois campos diversos,
d- o lugar pelo produto feito no lugar uma espécie de transferência de significado. Por exemplo: pé da cadeira”
Ex.: O Porto é o mais vendido naquela loja. refere-se à semelhança entre o signo pé (campo orgânico do ser humano] e o
O nome da região onde o vinho é fabricado traço que compõe a sustentação da cadeira (campo dos objetos]. Assim, a
e- a parte pelo todo linguagem “figura” o objeto que sustenta a cadeira, com base na similaridade
Ex.: Deparei-me com dois lindos pezinhos chegando. do pé humano e essa relação se dá entre signos. A linguagem denotativa ou
Não eram apenas os pés, mas a pessoa como um todo. “linguagem legível” relaciona e aproxima mais diretamente o termo e o objeto.
f- a matéria pelo objeto O pé do ser humano seria signo denotativo.
Ex.: A porcelana chinesa é belíssima.
Porcelana é a matéria dos objetos A função referencial evidencia o assunto, o objeto, os fatos. É a lingua-
g- a marca pelo produto gem da comunicação. Refere-se a um contexto, ou seja, a uma informação
Ex.: - Gostaria de um pacote de bombril, por favor. sem se envolver com quem a produziu ou de quem a recebeu. É meramente
Bom Bril é a marca, o produto é esponja de lã de aço. informativa; não se preocupa com o estilo. É a linguagem das redações
h- concreto pelo abstrato e vice-versa escolares, principalmente das dissertações, das narrações não fictícias e das
Ex.: Carlos é uma pessoa de bom coração descrições objetivas. Ela é usada também nos manuais técnicos, fichas
Coração (concreto) está no lugar de sentimentos (abstrato) informativas, instruções para a instalação e funcionamento de aparelhos,
15- Onomatopeia – uso de palavras que imitam sons ou ruídos. Ex.; explicações a respeito de aparelhos. Caracteriza o discurso científico, o
Psiu! Venha aqui! jornalístico e a correspondência comercial.
16- Paradoxo ou oxímoro – Aproximação de palavras ou ideias de
sentido oposto em apenas uma figura. Ex.: "Estou cego e vejo. Ar- FUNÇÃO EMOTIVA — põe ênfase no emissor. A linguagem e subjetiva
ranco os olhos e vejo." (Carlos Drummond de Andrade) e expressa diretamente emoções, atitudes, sensações, reflexões pessoais, a
17- Personificação, prosopopeia ou animismo – atribuição de ca- carga emocional. Na Literatura, essa função predomina na poesia, prosa
racterísticas humanas a seres inanimados, imaginários ou irracio- poética, depoimentos, autobiografias e memórias, diários íntimos. Linguisti-
nais. Ex.: A vida ensinou-me a ser humilde. camente é representada por interjeições, adjetivos, exclamações, reticências,
18- Pleonasmo ou redundância – repetição da mesma ideia com ob- agressão verbal (insultos, termos de calão).
jetivo de realce. A redundância pode ser positiva ou negativa.
Quando é proposital, usada como recurso expressivo, enriquecerá Pertencem também à função emotiva as canções populares amorosas,
o texto: as novelas e qualquer expressão artística que deixe transparecer o estado
Ex.: Posso afirmar que escutei com meus próprios ouvidos aquela emocional do emissor.
declaração fatal.
Quando é inconsciente, chamada de “pleonasmo vicioso”, empo- FUNÇÃO CONATIVA — é dirigida ao receptor buscando mobilizar sua
brece o texto sendo considerado um vício de linguagem: Irá reler a atenção, produzindo um apelo. A linguagem apresenta caráter persuasivo,
prova de novo. Outros: subir para cima; entrar para dentro; mono- sedutor, procura aproximar-se do receptor (ouvinte, espectador, leitor), con-
cultura exclusiva; hemorragia de sangue. vencer, mudar seu comportamento. Pode ser volitiva, revelando assim uma
19- Polissíndeto – repetição de conjunções (síndetos). Ex.: Estudou e vontade ou é imperativa, que é a característica fundamental da propaganda.
casou e trabalhou e trabalhou... Exemplos:
20- Silepse – concordância com a ideia, não com a forma. Ex.: Os
brasileiros (3ª pessoa) somos (1ª pessoa) massacrados. Pessoa FUNÇÃO FÁTICA — sua característica principal é a de preparar a co-
Vossa Santidade (fem.) será homenageado (masc.). Gênero municação, facilitando-a, dando eficiência no processo comunicativo. Apre-
Havia muita gente (sing.) na rua, corriam (plur.) desesperadamente. senta excesso de reticências, desejo de compreensão. Ela mantém a cone-
Número xão entre os falantes.
21- Sinestesia - mistura da sensações em uma única expressão.
Ex.: Aquele choro amargo e frio me espetava. FUNÇÃO POÉTICA — pode ocorrer num texto em prosa ou em verso,
Mistura de paladar (amargo) e tato (frio, espetava) ou ainda na fotografia, na música, no cinema, na pintura, enfim em qualquer
modalidade discursiva que apresente uma maneira especial de elaborar o
FUNÇÕES DA LINGUAGEM código. Ela valoriza a comunicação pela forma da mensagem, ela se preocu-
As funções da linguagem têm como objetivo essencial apontar o dire- pa com a estética do texto. A linguagem é criativa, afetiva, recorre a figuras,
cionamento da mensagem para um ou mais elementos do circuito da ornatos, apresenta ritmo, sonoridade. Na Literatura, essa função não se
comunicação. O funcionamento da mensagem ocorre tendo em vista a manifesta apenas na poesia, devemos considerar a prosa poética em suas
finalidade de transmitir. várias manifestações. Exemplo:
Apresenta, portanto, funções da linguagem qualquer produção discur-
siva, linguistica (oral ou escrita) ou extralinguística (propaganda, fotografia. FUNÇÃO METALINGUÍSTICA — é centrada no código visando sua tra-
música, pintura, cinema etc.). dução. A elaboração do discurso é de suma importância, seja ele linguistico
(a escrita ou a oralidade) ou extralinguístico (música, pintura, gestualidades
Quando vamos elaborar uma redação, necessitamos estar conscientes etc.). É a mensagem que fala de sua própria produção discursiva. A lingua-
de que estamos escrevendo para alguém. gem fala sobre a própria linguagem, como nos textos explicativos, nas defini-
ções. Ela é encontrada nos dicionários, nas enciclopédias, gramáticas, livros
A redação (literária ou escolar] sempre apresenta alguém que escreve, didáticos.
que envia a MENSAGEM, o EMISSOR, para alguém que a lê, o RECEP-
TOR. O elemento que passa a emissão para a recepção é o CANAL, que é Poética.
um suporte tísico (no caso da redação é o papel). Qualquer problema com
o canal impedirá que a mensagem chegue ao receptor; neste caso, não Disciplina que se dedica ao estudo da poesia e de suas diversas
haverá comunicação, mas um ruído”, um obstáculo a ela. Os fatos, os formas. Em sentido amplo, pode referir-se a obras sobre todos os gêneros
objetos ou imagens, juízos ou raciocínios que o emissor utiliza (no nosso literários.
caso, a língua portuguesa) constitui o CÓDIGO. O papel do código é de
suma importância, pois emissor e receptor devem possuir pleno conheci-

Língua Portuguesa 53 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Poesia Uma forma especial de construir o ritmo se realiza no verso livre,
que o americano Walt Whitman começou a usar em meados do século XIX,
Certamente mais antiga que qualquer um dos gêneros literários da e que se caracteriza por não estar submetido às determinações da rima e
prosa, a poesia acumulou, por muito tempo, as funções que mais tarde se da métrica da poesia tradicional. Nesse tipo de composição, o ritmo se
dividiram entre o romance, o conto, o drama, a própria poesia e outras acentua sobretudo mediante uma repetição muito marcada de estruturas
formas de expressão verbal. Ligada, na origem, à transmissão oral, seus sintáticas, de vocabulário ou de paralelismos, que conferem maior mobili-
recursos, antes de reforçarem uma intenção estética, devem ter sido dade ao poema. Em alguns poetas, como o francês Saint-John Perse, o
criados com o intuito prático de facilitar a memorização. verso, ou o equivalente a suas unidades rítmicas, apresenta-se encadeado
Poesia é a arte da palavra manifestada numa linguagem em que a em textos que, na aparência imediata, não diferem da prosa.
sonoridade e o ritmo predominam sobre o conteúdo. A linguagem poética Outras figuras de retórica não necessariamente ligadas ao fenô-
consiste num desvio deliberado da forma da língua corrente que recorre à meno da repetição cumprem também a função de produzir o distanciamen-
repetição de uma cadência rítmica, de sons, de rimas e de estruturas to e, dessa maneira, chamar a atenção para a linguagem em si. É o caso,
sintáticas. A cadência e a medida das palavras determinam a configuração por exemplo, do hipérbato (inversão da ordem direta das palavras), muito
dos diversos tipos de versos ou ritmos empregados na literatura poética de usado em todos os períodos da literatura, e das figuras denominadas
cada língua. O verso, linha constitutiva do poema, e o lirismo, evocação de tropos, como a metáfora e a metonímia, que permitem mudar ou transfigu-
sentimentos subjetivos, são as características mais tradicionais da lingua- rar o significado de uma palavra. O próprio vocabulário serve para provocar
gem poética. o distanciamento. Nos domínios da poesia, é bem conhecida a proliferação
Da primazia dos aspectos formais que se verifica na poesia decor- de arcaísmos, de sons exóticos e rebuscados, ou do oposto, neologismos
re um de seus traços mais importantes e definidores: a literalidade, ou seja, e invenções léxicas.
o fato de que ela deve sempre ser reproduzida da maneira como foi escrita. Naturalmente, os aspectos formais não representam as únicas
Uma conversa entre duas pessoas não precisa necessariamente ser possibilidades do trabalho poético. Para criar um poema, é fundamental a
reproduzida em seus termos precisos, e o mesmo se pode dizer de um inspiração do autor, sua capacidade de expressar suas emoções, sua
artigo científico, do qual o que importa é a reprodução do conteúdo. Quan- visão da realidade ou sua postura sob uma forma que busca exteriormente
do se quer transmitir um poema, no entanto, não se pode alterar sua forma, um fim estético. Uma metáfora (substituição de um termo por outro de
pois essa forma é o que ele tem de mais importante. Isso explica por que a sentido figurado), ou um epíteto (palavra ou frase que designa indiretamen-
tradução de um artigo técnico ou científico pode ser feita com certa liber- te algo ou alguém), por exemplo, não só produzem o efeito de distancia-
dade de interpretação, com a preocupação maior centrada no conteúdo, mento característico da poesia, como também servem ao poeta para
enquanto na poesia a preocupação maior é a preservação da forma origi- expressar ou sugerir sua visão íntima e pessoal das coisas.
nal.
Para entender a poesia produzida em cada período da história da
Procedimentos específicos. A poesia é um ato criador individual literatura, é fundamental conhecer, além de seus componentes formais, a
que tem base na tradição poética e na língua empregada para a comunica- atitude que predominava em relação ao mundo. Assim, na Idade Média, o
ção geral em cada época. Normalmente, as aproximações e distanciamen- tema da relação dama-cavaleiro se dava com um caráter quase de vassa-
tos da língua poética em relação à língua comum produzem-se quando se lagem, da mesma forma que proliferavam temas religiosos e uma grande
busca confrontá-la com a tradição poética existente, o que caracteriza riqueza simbólica. Assim também a harmonia procurada pelo homem do
vários momentos na história da literatura. Assim, por exemplo, enquanto no Renascimento teve consequências em sua poesia; já no barroco, ao con-
barroco se dá um distanciamento flagrante, no neoclassicismo, período trário, encontraram eco o desencanto pela vida e o pessimismo.
imediatamente posterior, se propõe um grau maior de aproximação.
A fria poesia do neoclassicismo, influenciada pelo Iluminismo, bus-
Assim, pode-se dizer que, num poema, superpõem-se duas lin- cava adequar-se ao preceito de que tudo deve subordinar-se à razão. Os
guagens cifradas: a da língua natural e a do código estético. Esta segunda poetas românticos, em seguida, expressaram as grandes ânsias de liber-
linguagem tem como objetivo pôr em relevo o valor autônomo do signo dade peculiares a sua época. Na segunda metade do século XIX, dois
linguístico e nela se perde o caráter automático que tem a linguagem da movimentos tiveram grande importância para o desenvolvimento ulterior da
comunicação geral. Ao mesmo tempo, a obra poética se apresenta como poesia: o parnasianismo, que exacerbou o culto da beleza formal, e o
uma estrutura funcional, pois tudo nela se inter-relaciona. Seus elementos simbolismo, para o qual a natureza oculta das coisas só podia ser revelada
estão a serviço de uma estrutura, e não podem ser compreendidos fora por meio de símbolos.
dela. No século XX, os movimentos poéticos mais importantes tiveram caráter de
O princípio mais importante que afeta o verso é o da repetição, que vanguarda, como o surrealismo e o dadaísmo. Originados, em grande
serve para destacar o signo linguístico. Esse princípio se evidencia, por parte, numa mudança radical da concepção do homem e do universo, para
exemplo, no ritmo, que é o valor mais importante do verso, e a que se o que contribuíram a nova teoria da relatividade e os trabalhos de Sigmund
ligam outros elementos formais, como a rima, a aliteração (repetição de um Freud sobre o inconsciente, algumas correntes vanguardistas procederam
mesmo fonema, como em "rimos dos remos e dos rumos") etc. A maneira à mais drástica experimentação com a forma, que ficou completamente
de conseguir o efeito rítmico varia de uma literatura para outra e depende dissociada do conteúdo.
das características da língua e da tradição literária. Na fase mais arcaica Verso e prosa. Está plenamente demonstrado que o verso é mais
de muitas literaturas, por exemplo, na poesia germânica primitiva, eram antigo do que a prosa, a qual não deve confundir-se, como frequentemente
certos tipos de aliteração que marcavam o ritmo. A poesia das línguas se faz, com a linguagem falada. Esta, por sua finalidade e características,
clássicas européias, o latim e o grego, repetia diversos tipos de pés, unida- difere muito tanto da linguagem literária da poesia como da prosa. A oposi-
des rítmicas formadas por uma sucessão determinada de sílabas longas e ção entre prosa e verso parte do fato de que a prosa se concentra no
breves. conteúdo e, portanto, busca basicamente a clareza expositiva, enquanto na
A rima, coincidência de terminação em dois ou mais versos, é um poesia a forma predomina sobre o conteúdo, e seu principal objetivo é a
recurso relativamente recente. Surgiu na Idade Média e formou-se, origi- busca da beleza para a produção de prazer estético. A prosa preocupa-se
nalmente, a partir da aliteração. Seu efeito sonoro é, em geral, um tanto antes de tudo com a ideia, embora não com sua reflexão. Sua essência é a
pobre e monótono, servindo sobretudo como sinal demarcativo do verso. análise, ou seja, a decomposição da ideia em todos os seus elementos.
Outro procedimento usado para estabelecer o ritmo é o de dispor as síla- Em consequência, a linguagem da prosa procura ser lógica, coerente, e
bas acentuadas e não acentuadas de acordo com um esquema fixo. Isso distinguir o que se sabe do que se imagina. A poesia, ao contrário, atua por
foi muito frequente no Brasil entre os poetas românticos. No exemplo que meio de sínteses intuitivas e pretende comover o leitor ou ouvinte.
se segue, um trecho famoso de Gonçalves Dias, a cada sílaba acentuada Outro princípio de diferenciação observa-se na utilização dos adje-
seguem-se duas átonas: "Tu choraste em presença da morte? / Na pre- tivos. Na poesia são frequentíssimos os adjetivos "não pertinentes" -- como
sença de estranhos choraste? / Não descende o cobarde do forte. / Pois na expressão "palácios cariados" (João Cabral de Melo Neto), ou que em
choraste, meu filho não és!". seu significado não qualifiquem os substantivos -- como em "dúbios cami-
nhantes" e "linhos matinais" (Cesário Verde) --, que a prosa, em geral,

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rejeita. Também serve de exemplo o uso da coordenação, que na poesia ao número de sílabas dos versos. Essa forma foi mais trabalhada pelos
pode ser aparentemente inconsequente, como nos versos de Drummond: poetas latinos, inspirados nos gregos.
"Pensando com unha, plasma, / fúria, gilete, desânimo." A inconsequência
não só se dá na coordenação, mas, em geral, na própria sucessão das A poesia dramática é mais um desdobramento da narrativa épica
ideias. Na prosa, ao contrário, espera-se que cada ideia apresentada se que, no entanto, transfigurava os narradores nos personagens da ação
articule com as necessidades do discurso. teatral. O sabor lírico aparecia na exposição dos estados emotivos dos
personagens. As peças de Sófocles, Ésquilo e Eurípides, os três grandes
Gêneros poéticos. A poesia pode apresentar-se em composições poetas dramáticos da antiguidade, até hoje são representadas em todas as
muito variadas. Os antigos retóricos gregos dividiram-na em épica, lírica e partes do mundo. Nos tempos atuais, o teatro poético ainda é uma forma
dramática, divisão que, embora um tanto rígida, ainda é aceitável. utilizada por escritores como Paul Claudel e T. S. Eliot. José de Anchieta,
em sua campanha de catequese no Brasil do século XVI, usou um subgê-
A poesia épica, muito antiga, canta as façanhas de um herói ou de nero dramático, o auto sacramental, como forma de difusão do cristianismo
uma coletividade. As baladas ou cantos populares agrupam-se normalmen- entre os indígenas.
te em círculos temáticos e, em muitas ocasiões, unificam-se na forma de
um longo poema narrativo em que se simbolizam as aspirações e conquis- Há vestígios da cultura latina, muito influenciada pela literatura
tas de uma raça ou povo. Esse tipo de poema recebe o nome de epopéia e grega, em todo o Ocidente. Virgílio, autor do poema Eneida, é o épico por
exemplifica-se em obras como a Ilíada e a Odisséia, de Homero, ou o excelência dessa tradição, embora apresente também uma veia lírica,
Mahabharata, da literatura hindu. Uma espécie muito importante de poema assim como as Metamorfoses de Ovídio. Plauto e Terêncio adaptaram os
épico é a das canções de gesta medievais, voltadas para a figura de um dramas gregos, enquanto Horácio, Pérsio e Juvenal adotaram a sátira,
herói nacional. À épica culta pertencem os poemas criados por um autor uma nova modalidade de expressão que também fundia as técnicas épicas
individual e que se acham desvinculados da tradição popular, como a e líricas.
Eneida, de Virgílio, ou Os lusíadas, de Camões.
Outras formas fixas. Com o encerramento do ciclo histórico gre-
A lírica, que em suas origens era cantada, é o gênero mais subjeti- co-romano, o mundo passou por acentuadas transformações sociais. Por
vo e o que reúne com maior frequência as peculiaridades da poesia. Em um processo natural resultante do surgimento de novas nacionalidades,
geral, os poemas líricos são breves. Em seus versos o poeta quase sem- surgiu, na Idade Média, a necessidade de exprimir a alma popular, enquan-
pre procura expressar emoções e o cerne de sua experiência pessoal. to a poesia culta se refugiou nos mosteiros.
Inclui-se na lírica a mais típica "poesia popular", talvez a manifestação
literária mais antiga. As canções populares que surgiram então, entre as quais a narra-
tiva em versos, desenvolveram-se até aparecer a poesia trovadoresca,
A poesia dramática é a das peças teatrais, que, durante muito constituída de poemas de amor que não escondiam sua origem popular,
tempo, foram escritas em verso. As paixões humanas constituem sua fonte mesclada à herança das formas eruditas. Entre os séculos XII e XIV, a
de inspiração e costumam ser expressas na forma de diálogos e monólo- Europa foi invadida por subgêneros poéticos de feição popular, que deriva-
gos. vam diretamente das muitas formas de poesia lírica greco-romana. A
poesia mantinha seu substrato narrativo, em poemas longos ou curtos. A
Podem distinguir-se outros gêneros poéticos, dentre os quais um partir do século XIV, porém, os homens de letras passaram a buscar a
dos mais importantes é o da poesia didática, que apareceu como uma revitalização da antiguidade clássica, e escreveram poemas épicos, líricos
derivação da épica nos tempos clássicos. Nesse gênero, a poesia é utiliza- e satíricos.
da como meio para expor com beleza temas científicos, técnicos, ou dou-
trinas filosóficas e religiosas. Aqui se encontram obras como De natura Nessa época, erroneamente considerada obscura, surgiu Dante A-
deorum (Sobre a natureza dos deuses), de Lucrécio, poeta romano do lighieri. Escreveu numa língua que não era o latim e que marchava para
século I a.C., que o emprega para expor a doutrina do epicurismo. Cabe estratificar-se: o italiano. O poeta aproveitou certa modalidade de poesia
incluir também na poesia didática as fábulas ou as formas populares, como nascente, entre muitas outras surgidas nessa fase, para criar La vita nuova
os refrães e adivinhações. (A vida nova), obra em que trabalha o soneto, ao lado de passagens em
prosa, para falar de amor. O soneto, porém, só veio a ser sistematizado e
Evolução histórica difundido em toda a Europa por Petrarca, que exerceu forte influência no
Na evolução cultural das civilizações grega e latina, que formam a renascimento literário, entre os séculos XVI e XVII.
base da cultura ocidental, a poesia, no princípio essencialmente narrativa, Os dois grandes poemas épicos posteriores aos tempos de Grécia
assumiu características definidas. Foi nesses períodos clássicos que e Roma foram A divina comédia (c. 1307-1321) de Dante, e Os lusíadas
surgiram as primeiras formas fixas de poesia, em seus gêneros épico, (1572), de Camões, poeta que também usou o soneto, a partir do modelo
lírico, dramático e didático. petrarquiano. Outros poetas tentaram a epopéia, de inspiração homérica
Na poesia épica (do grego épos, "canto", "narrativa" ), o tom elo- ou camoniana, como o francês Ronsard, no século XVI, e o inglês Milton,
quente dos versos (hexâmetros) e a duração das vogais são notórios e no século XVIII. Os italianos Ariosto e Tasso são autores de outros grandes
parecem indicar suas raízes primitivas, como se tivessem sido criados para poemas épicos, respectivamente Orlando furioso e Gerusalemme liberata
serem ditos em voz alta. O estudo de textos e fatos da época levou os (Jerusalém libertada). Outras formas renascentistas são as gestas A can-
historiadores a concluírem que esse poema só poderia ser uma suma ção de Rolando, na França, El cantar de mio Cid, na Espanha, e Canção
popular transmitida oralmente de geração a geração, num processo de que dos nibelungos, na Alemanha.
participaram sucessivos poetas. Com a escrita, a tradição pôde passar a Ainda como sintoma de revitalização da poesia clássica surgiu
ser reunida por um autor, numa obra. Shakespeare, poeta dramático que transfigurou e engrandeceu a tragédia
A poesia lírica nasceu da fusão do poema épico com o instrumento com seu gênio. Seus personagens situam-se numa dimensão humana e
que o acompanhava, a lira. As formas foram diversificando-se a seguir. social de aguda verossimilhança, embora haja uma constante evocação do
Surgiram outras variedades, como a ode, a elegia, os epitáfios, as can- sobrenatural, inspirada mais nas crendices européias que na mitologia
ções, as baladas e outras desenvolvidas posteriormente, como o madrigal greco-romana. Shakespeare também usou com mestria o soneto, impri-
e o soneto. mindo-lhe qualidades inconfundivelmente suas.
Safo, poetisa do século VI a.C., inspirou-se nas musas para escre- Poesia romântica. Entre o fim do século XVIII e início do XIX sur-
ver elegias, hinos e epitalâmios (cantos nupciais). Píndaro foi o primeiro giu o movimento romântico. O termo romantismo vem do século XVII e tem
grande criador de odes, forma poética que ainda conservava a narrativa ligação estreita com os romances medievais, que eram narrativas, em
heróica, embora já admitisse uma voz pessoal, subjetiva, que retratava as verso ou prosa, de aventuras e de amor. Apesar da preocupação em fugir
experiências do próprio autor. Simônides de Ceos foi grande criador de aos modelos clássicos, os poetas românticos jamais se afastaram da
epitáfios, poesia em memória dos heróis mortos. Outra forma lírica deriva- poesia lírica, que passou à exaltação exacerbada de sentimentos e pai-
da é a poesia bucólica, de que Teócrito, no século III a.C., foi grande cultor. xões. Goethe desfraldou a bandeira do movimento na Alemanha, mas seus
0O traço primordial da poesia lírica, na época, era a maior liberdade quanto princípios também foram definidos e respeitados na França, na Grã-

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Bretanha, em Portugal e no Brasil, na Espanha e nos países hispano- ortografia para a poesia. Paralelamente, as experiências de poesia sem
americanos, e em muitas outras regiões do mundo. verso continuaram como sintoma da variada busca de uma nova linguagem
poética. Nas últimas décadas do século XX, novas tendências manifesta-
A face mais positiva dessa escola foi a que se voltou para a poesia ram-se. Algumas vinculam a poesia a novas tecnologias e meios de comu-
popular e permitiu inaugurar uma nova concepção da forma, mais livre em nicação. A experimentação de veículos como o poema cartaz, o poema
sua elaboração técnica. Surgiram novas medidas para o verso. A partir de postal, o holopoema (poema em holografia), entre outros, representam
Victor Hugo, que também contribuiu para fixar e ampliar as diretrizes da tentativas de adequar a arte poética a um mundo em constante mutação.
nova escola, a poesia dramática perdeu boa parte de seus traços originais ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
e passou a ser normalmente escrita em prosa. Apesar de suas característi-
cas afins em todos os países, o romantismo não foi uniforme no tempo. Versificação
Alguns poetas inseriram recursos clássicos em seus poemas românticos,
como o fizeram Byron, na Grã-Bretanha, e Gonçalves Dias, no Brasil. O verso é mais antigo que a prosa e as obras dos grandes poetas
têm demonstrado que o ritmo próprio de um idioma manifesta-se plena-
Na segunda metade do século XIX, surgiram na França as escolas
mente na criação poética, tanto na que obedece a padrões métricos e
parnasiana e simbolista. A primeira procurava restabelecer o rigor da
estróficos predeterminados, quanto no verso livre, que segue apenas as
forma, que o movimento romântico deixara em segundo plano. O soneto,
pausas e os critérios rítmicos sugeridos pelas palavras escolhidas.
abandonado no período anterior, reapareceu, e revivificou-se mais uma vez
a poesia lírica. Os simbolistas, ao contrário, irromperam com um espírito Versificação é a arte de fazer versos, de pôr ou compor em verso.
que manteve afinidades com o do romantismo e apenas aparentemente A ordenação das palavras na poesia dá grande importância à forma, não
reduziram a preocupação com a forma, pois continuaram a usar métrica e como transmissora de um conteúdo, mas como desencadeadora de emo-
rima. Parnasianos e simbolistas, porém, coexistiram com autores pré- ções e reações por parte do leitor, além dos limites de sua compreensão
modernos como Baudelaire, Nerval, Verlaine e Rimbaud na França, Poe e racional e consciente. Estreitamente ligada ao resultado sonoro que a
Whitman nos Estados Unidos. leitura produz -- o que envolve o estabelecimento de um ritmo, por meio de
repetições e contrastes --, a utilização do material fonológico com finalida-
Poesia moderna e fim das escolas. No início do século XX, a
de métrica compreende, em geral, o regramento da silabação e, em alguns
poesia passou por outras alterações formais. Os poetas, de um modo
sistemas, características prosódicas, como as rimas. Os versos sem rimas
geral, abandonaram a filiação a escolas e passaram a responsabilizar-se
são chamados brancos. O modernismo introduziu um tipo de poesia em
por suas próprias concepções e técnicas. Apesar disso, na Itália, Marinetti
que a divisão dos versos -- chamados livres -- não se baseia em critérios
lançou as bases do futurismo, que serviu para chamar a atenção dos
predefinidos, mas em decisões que o poeta toma intuitivamente ou em
escritores para muitas das mudanças do século.
normas por ele criadas.
O verso branco, sem rima, reapareceu com pretensões revolucio-
Distinguem-se dois tipos básicos de metro: (1) silábico, no qual
nárias, desta vez sem métrica ou ritmo obrigatórios. Na França, Mallarmé
apenas se regula o número de sílabas; (2) silábico-prosódico, em que se
foi dos primeiros a abolir a rima, a métrica e até mesmo a sintaxe conven-
exigem também certas características prosódicas. Se for exigida certa
cional do verso. Na língua inglesa, as revoluções ainda do século XIX --
quantidade de sílabas, o metro é classificado como duracional ou quantita-
tanto de Whitman como de Gerard Manley Hopkins, na liberdade rítmica, e
tivo; a colocação das pulsações silábicas mais fortes e mais fracas em
de Poe, na racionalidade e concepção do poema -- marcaram a fundo os
posições preestabelecidas é característica do metro dito dinâmico; a esco-
caminhos da criação poética no século XX, como os de Dylan Thomas, de
lha de fonemas baseada nas variações de altura da entonação (mais grave
Wystan Hugh Auden e T. S. Eliot, ou de Ezra Pound, William Carlos Willi-
ou mais aguda) define o metro tonal. Dentro de um mesmo sistema de
ams e e. e. cummings.
versificação podem coexistir dois tipos.
Fatos semelhantes ocorreram na Itália de Montale e Ungaretti, na
Na poesia galaico-portuguesa diferenciam-se temática, estilística e
Alemanha de Rilke e Georg Trakl, na Rússia de Maiakovski, em Portugal --
metricamente as cantigas de amor, as de amigo e as de escárnio ou maldi-
onde o gênio múltiplo de Fernando Pessoa é, em uma de suas faces
zer. Dentre as cantigas de amigo distinguem-se as paralelísticas (as estro-
(Álvaro de Campos), de influência whitmaniana, e em outra (Ricardo Reis)
fes pares repetem a ideia das estrofes ímpares, com ligeiras alterações).
recupera um filão de lirismo que remonta a Horácio --, na Espanha e na
Os versos mais usados são o octossílabo e o decassílabo, ambos de
América espanhola, no Brasil do modernismo e em dezenas de outros
caráter silábico. Entre os metros populares destaca-se o de sete sílabas.
países de tradição literária.
Verso genuinamente galaico-português é o de arte-maior, ou de nove
Novas tendências. A poesia moderna se caracteriza por uma sílabas, com variações. Outro metro utilizado é o alexandrino (de 12 síla-
concepção espacial muito específica. Ao quebrar graficamente o verso, um bas), tendo a primeira metade, hexassilábica, terminação grave e a segun-
poeta como Mallarmé verificou que o espaço em branco da página podia da, terminação aguda.
ser usado não só como simples suporte gráfico, mas também, e principal-
Em português, os metros mais comuns vão de uma a 12 sílabas.
mente, como material significativo. Marinetti, em seus influentes desafios
Até sete sílabas, o acento interno tem posição variável. Tradicionalmente, o
na década de 1900, não ignorou essas novas possibilidades. Apollinaire
verso de sete sílabas é chamado redondilho, verso de redondilha ou re-
também experimentou, cerca de dez anos depois, o rompimento com o
dondilha; o de seis sílabas é heróico quebrado; o de cinco chama-se
discurso lógico-discursivo e, ao integrar o grupo de poetas chamados
redondilho menor; o de três, redondilho maior, redondilho quebrado ou
dadaístas, usou o caligrama, texto de palavras e letras dispostas em forma
cola.
de figuras que representassem o motivo central. O emprego da página e
dos meios gráfico-visuais apareceu, aproximadamente na mesma época, O verso de 11 sílabas caiu em desuso com a prevalência do de-
nas obras do russo Maiakovski e do português Mário de Sá-Carneiro. cassílabo. O dodecassílabo, alexandrino, foi usado com sua feição arcaica,
à espanhola, tanto pelos neoclássicos como pelos românticos brasileiros.
Ezra Pound, ao iniciar a série de seus Cantos (1925-1948), pôs em
Com Machado de Assis passou a prevalecer o alexandrino clássico. O
foco, como elemento poético, o ideograma chinês estudado por Ernest F.
movimento modernista, que iniciou uma nova fase estética e influenciou a
Fellonosa. O processo do ideograma, numa língua sintética como a chine-
literatura e a arte em geral, introduziu na poesia brasileira o verso livre.
sa, tem por base a fusão, num só signo, de vários elementos significantes,
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
e a tentativa de aplicar esse princípio às línguas ocidentais levou à fusão
de palavras e às aglutinações e montagens vocabulares. Desse modo o Rima
poeta poderia, em linguagem supostamente mais concretizada, transmitir o
máximo com o mínimo. Usada em poesia e ocasionalmente em prosa, para produzir sons
que toquem a sensibilidade do leitor ou ouvinte, a rima jamais caiu em
Até meados do século XX (seus Poemas datam de 1922-1954), e. completo desuso, embora tenha sido periodicamente rejeitada pelos adep-
e. cummings igualmente aboliu o verso e passou a usar letras minúsculas e tos do verso clássico.
maiúsculas em busca da visualização, também figurativa, dos objetos e
motivos poéticos recriados. Suas preocupações incluíam a criação de nova Rima é a igualdade de sons finais de duas ou mais palavras, em
geral dispostas simetricamente, que unifica ou estabelece a forma estrófica

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de um poema. As rimas podem ser consideradas quanto ao seu tipo e As línguas diferem entre si quanto a seus elementos (palavras, con-
quanto à posição que ocupam no verso ou na estrofe. ceitos) e quanto à sua estrutura (regras e tipos de frases). Uma mesma
língua apresenta variações que refletem fatores sociais, geográficos e
Quanto ao tipo, podem ser más, quando não combinam exatamen- outros. Não existem duas pessoas que se expressem da mesma forma em
te, como em nus/azuis; pobres ou vulgares, quando são muito comuns, uma mesma língua e, além disso, uma mesma pessoa se vale de recursos
como em amor/flor; boas, quando fogem às duas categorias anteriores, linguísticos diferentes de acordo com a situação em que se encontra e
como em inverno/paterno; ricas ou opulentas, quando são raras, ou as segundo o que pretende expressar.
palavras que rimam não pertencem à mesma categoria gramatical, como
em lágrima/consagre-ma; e assonantes, quando as sílabas átonas finais No código verbal, distinguem-se usualmente as zonas ou camadas
apenas se assemelham, como em altos/alvos. As rimas em que às vogais fonológica (referente aos sons da linguagem), morfossintática (relativa aos
abertas correspondem vogais fechadas, como em bela/estrela, são tam- elementos formadores de palavras e frases) e semântica (concernente à
bém chamadas visuais; as rimas em que as grafias não se correspondem, significação das palavras).
como em brilha/Sicília, são ditas rimas auditivas.
A utilização dos elementos fonológicos e de suas regras combinató-
Do ponto de vista da posição que ocupam no verso, as rimas finais rias é absolutamente impositiva. Se na mensagem oral efetuada dentro de
são as mais frequentes, mas há também rimas internas. Quanto à posição uma língua for introduzido um fonema nela desconhecido ou se esse
que ocupam na estrofe, as rimas podem ser alternadas, quando os versos fonema for submetido a combinações vigentes em outra língua, o resultado
ímpares rimam entre si e os pares entre si; opostas, quando o primeiro é o não entendimento, o distúrbio ou a distorção da mensagem. Já no nível
verso rima com o quarto e o segundo com o terceiro; paralelas, quando os morfossintático, há um limiar de liberdade para o falante, ou seja, as regras
versos rimam dois a dois, e deslocadas, quando há versos sem rima inter- combinatórias já apresentam certa marca de escolha e diferenciação. É,
calados entre dois versos rimados. Os versos sem rima são chamados contudo, no nível semântico que a margem de liberdade atinge o grau
brancos ou soltos. máximo.
Nas línguas neolatinas, e no Ocidente em geral, a rima se desen- Em nenhuma das zonas assinaladas, porém, existe total liberdade
volveu a partir dos textos romanos. Sabe-se que foi frequente nas fórmulas do usuário do sistema, pois do contrário a comunicação seria impossível. A
populares da Roma antiga. Os poetas e prosadores utilizaram recursos mensagem deve ajustar-se a duas solicitações: o vetor da comunicação,
para evitá-las e existem exemplos de textos nos quais Cícero, Virgílio e que exige a máxima redundância, e o vetor da expressão, que exige a
Horácio procuram escapar à homofonia. A rima foi usada com mais fre- máxima novidade. Cada um desses pontos extremos jamais se realiza
quência nas canções e versos religiosos do latim medieval, a partir do efetivamente, pois o exercício da liberdade do falante se dá sempre a partir
século IV. No Renascimento, a rima foi às vezes atacada como bárbara. de um código.
Mais tarde, autores como Milton julgaram-na dispensável sempre que
houvesse um ritmo bem marcado nos versos. Shakespeare costumava Em toda comunicação se apresentam problemas relativos a três
entremear estrofes rimadas com versos sem rima em seus dramas. segmentos fundamentais: técnico, semântico e de influência. Os problemas
técnicos se relacionam com a eficácia da transferência da informação por
No século XX, o verso livre, cultivado pelos movimentos modernis- parte do transmissor ao receptor. No âmbito da linguagem escrita, por
tas, em geral ignorou a rima. Alguns poetas, entretanto, continuaram a usá- exemplo, a transcrição inexata de uma palavra constituiria um problema
la, com técnicas novas e mais complexas. Há várias formas poéticas que técnico como o seriam as distorções de som em uma transmissão radiofô-
dependem da rima, como o soneto, o rondel, a sextina, a balada, a terza nica.
rima etc. Entre as virtudes da rima conta-se sua propriedade mnemônica e
outras mais requintadas, como a simetria e a surpresa, assinaladas por Os problemas semânticos estão relacionados com a interpretação
Baudelaire. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. que o receptor dá ao significado, em comparação com o significado que o
transmissor pretendeu dar à mensagem. No campo da comunicação fala-
Elementos de comunicação da, as dificuldades podem ser atenuadas por meio de explicações, embora
seja impossível eliminá-las por completo.
Elementos básicos do processo Comunicação
Toda comunicação transmite informação e impõe condutas. Os pro-
A comunicação acha-se estreitamente vinculada ao conceito de co-
blemas de influência ou de eficácia vinculam-se ao êxito com que o signifi-
munidade e, portanto, ao de civilização. Como tantas outras conquistas do
cado transmitido ao receptor induz a seguir a conduta que o transmissor
homem, é causa e efeito do progresso social. Assim, a história da humani-
dele esperava. Quer dizer, a eficácia depende de que a enunciação cum-
dade é, até certo ponto, a história dos meios de comunicação.
pra a finalidade proposta. Em toda enunciação deve-se considerar o ato
Entende-se por comunicação o processo de troca de significados en- em si, as circunstâncias em que se realiza e os instrumentos usados para
tre indivíduos por meio de um código comum (signos, sinais, símbolos, sua realização. Antes da enunciação, a língua é apenas uma possibilidade;
linguagem falada ou escrita). Envolve a transmissão de mensagem entre depois da enunciação, ela passa a ser um discurso, um enunciado que, por
uma fonte e um destinatário. Implica, portanto, dois pólos: um transmissor sua vez, gera uma nova enunciação como resposta. Dessa relação, sur-
ou emissor (fonte) e um receptor (destinatário), em um processo que gem o "eu" e o "você".
ocorre através de um meio denominado canal. Este pode ser natural, como
Para influir no comportamento do ouvinte (ou interlocutor), aquele
o aparelho fonador, ou industrialmente concebido, como a imprensa, o
que enuncia dispõe de um repertório de funções. Utiliza, por exemplo, a
rádio, a televisão etc. Mesmo entre os animais existe um sistema rudimen-
"interrogação" ou enunciação construída para suscitar uma resposta; a
tar de comunicação, embora limitado a sinais e sons intimamente ligados
"intimação", que ordena determinada conduta; e a "asserção", que manifes-
ao instinto de conservação da espécie. Na comunicação existe uma infinita
ta acordo ou desacordo.
escala de valores. Abarca desde o gesto mais elementar até a transmissão
por satélite artificial. Evolução das comunicações. Linguagem e escrita. Como já foi dito,
a linguagem verbal constitui o meio mais importante de comunicação do
Fatores que intervêm na comunicação. A linguagem verbal é a
homem e o instrumento primordial que o distingue dos outros animais. O
forma mais importante de comunicação entre os homens. A relação verbal
homem primitivo, em sua linguagem, provavelmente pouco diferia dos
estabelece uma conexão arbitrária, baseada em uma convenção, entre o
animais que o cercavam: articulava sons e complementava seu raciocínio
nome e a coisa nomeada. Supõe um acordo sobre uma norma, sobre
com gestos, refletindo os sentimentos com maior ou menor intensidade na
símbolos, sobre regras. Essa aceitação das normas distingue as socieda-
expressão de seu rosto.
des humanas das sociedades animais. A linguagem tem função de comu-
nicar e de organizar as categorias conceituais admitidas por uma comuni- Enquanto o homem se encontrava no estado de barbarismo, no am-
dade linguística. As línguas, por sua vez, são os instrumentos, os meios, os biente de sua tribo, bastavam-lhe sistemas rudimentares de comunicação.
códigos utilizados para servir de comunicação entre os membros de uma A evolução dos grupos primitivos, a formação de clãs independentes, e a
comunidade. consequente necessidade de se entenderem com mais clareza e maior
rapidez, determinaram a evolução da linguagem. Nas ocasiões de perigo,
em que a necessidade de auxílio se fazia sentir, as comunidades valiam-se

Língua Portuguesa 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


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de sinais primitivos que podiam ser percebidos à distância, como o fogo, a especialmente um tubo a vácuo de três elementos, o audion, forma ele-
fumaça e o som. mentar da moderna válvula de rádio, inventada pelo engenheiro americano
Lee De Forest, em 1906.
A evolução das comunicações pela linguagem, durante longo perío-
do, foi muito lenta. Os desenhos tiveram papel preponderante nas épocas A radiodifusão é a radiotransmissão para recepção e uso geral do
primitivas. Surgiram como expressões do espírito religioso, como avisos de público. Sua forma mais comum consiste na difusão pelo rádio de progra-
paz e de guerra, e aos poucos evoluíram como caracteres de progresso e mas educacionais, música, diversões, notícias etc. Iniciou-se em 1920,
de civilização; são testemunho disso os desenhos gravados no interior das com a estação RDKA, de Pittsburgh, Pensilvânia, Estados Unidos, servin-
grutas pré-históricas, nas tábulas de madeira e de argila encontradas em do-se do sistema conhecido por AM (amplitude modulada). Em 1936, E. H.
escavações arqueológicas, que relatam as aventuras, os acontecimentos Armstrong inventou o método denominado FM (frequência modulada),
e a evolução de seus habitantes. graças ao qual se conseguiu melhor recepção. Apesar de inúmeros obstá-
culos, nos cinco anos seguintes, a radiodifusão espalhou-se por todos os
O processo evolutivo da linguagem conferiu, durante milênios, carac- países do mundo.
terísticas próprias a cada povo, nas diferentes regiões do mundo. Surgi-
ram, assim, as diversas línguas. As línguas européias originaram-se dos O cinema, inventado pelos irmãos Auguste e Louis Lumière em fins
povos que habitavam primitivamente as planícies centrais da Europa, os do século XIX, tornou-se um importante meio de comunicação no século
indo-europeus. As línguas faladas na Ásia provêm dos povos mongólicos XX. Outro poderoso meio de comunicação, a televisão, baseou-se funda-
que emigraram para o Oriente; influenciaram também a linguagem dos mentalmente em várias patentes de V. K. Zworykin, apresentadas entre
índios das Américas. Já os idiomas dos africanos provêm dos assírios, no 1923 e 1939. As primeiras estações de televisão com programas regulares
norte, e os hamitas, no sul. começaram a funcionar na Europa, em 1936, e nos Estados Unidos, em
1941.
A escrita não foi uma invenção repentina, mas, ao contrário, preci-
sou de um longo tempo e lento processo de simplificação. Teve origem nos As invenções modernas, desde a válvula de rádio até a televisão, só
primeiros desenhos rudimentares de que se valia o homem para exprimir se tornaram possíveis graças ao conhecimento do elétron, do qual derivou
suas ideias. Essa primeira fase, expressa pelo desenho (pictogramas) o termo eletrônica. As experiências realizadas nesse campo, antes da
como "mensagem", chama-se "pictográfica" (representações de guerra na segunda guerra mundial, conduziram à invenção do radar. Terminada a
cultura, olmeca por exemplo). A fase seguinte foi a "ideográfica", que exige guerra, a radiodifusão e a televisão foram impulsionadas pela invenção do
um processo interpretativo e uma inteligência mais evoluída (o Sol repre- transistor em 1948. Na década de 1950, o sistema de TV a cabo passou a
senta não só o astro, mas também toda a fonte de calor). ser utilizado nos Estados Unidos e, desde meados da década de 1970,
houve uma proliferação desse sistema em diversos países.
Da escrita ideográfica passou-se gradualmente à escrita fonética,
mediante a transformação dos ideogramas em signos fonéticos, corres- Os satélites artificiais lançados em órbita ao redor da Terra passa-
pondentes aos sons das palavras. Os sumérios inventaram a escrita cunei- ram a servir como estação para transmissão de sinais telefônicos e de
forme, constituída de sinais em forma de cunhas. A primeira língua de que televisão. O primeiro satélite artificial para comunicações, o Telstar, foi
se conservam documentos escritos é a suméria; a ela se seguiram outras, lançado em julho de 1962 pelos Estados Unidos. O Intelsat IV, posto em
como a egípcia, cujos hieróglifos remontam a princípios do terceiro milênio órbita em 1971, comportava nove mil circuitos telefônicos e 12 canais de
antes da era cristã. Poucos séculos depois apareceu a escrita chinesa, de televisão.
tipo analítico, quer dizer, ideográfica, mas com alguns elementos fonéticos,
em que cada sinal constitui a notação de uma palavra. A partir da década de 1980, cresceu o emprego do fax, do computa-
dor e do videotexto como meios de comunicação. Disseminaram-se tam-
A palavra escrita desempenhou importante papel na história das bém os sistemas celulares de rádio e de telefonia e as redes de informa-
comunicações. A invenção do alfabeto é o ponto terminal e o aperfeiçoa- ção, sobretudo a Internet, que já no final do século, conectava centenas de
mento último da longa história da escrita (foi na bacia mediterrânea oriental milhões de usuários em todo o mundo com bancos de dados de bibliote-
que apareceu o primeiro alfabeto, o dos fenícios, no século XIII a.C.). A cas, museus, universidades, entre outras instituições.
invenção do papel e da imprensa possibilitou uma difusão mais rápida da
escrita. Inventado pelos chineses por volta do ano 200 a.C., o papel foi Entrava-se na chamada era da informação, facilitada pela populari-
introduzido na Europa pelos árabes no século XII de nossa era. A imprensa zação dos microcomputadores, pelo advento do CD-ROM e da multimídia e
era conhecida na China já no século VIII da era cristã. Descoberta na por avanços tecnológicos nas comunicações por fibra óptica e satélites. A
Europa por Johannes Gutenberg em meados do século XV, expandiu-se associação de televisão, computador e telefone num único equipamento
entre os europeus com grande rapidez. capaz de atender ao comando da voz prometia revolucionar a televisão
com a introdução do conceito de interatividade: a possibilidade de o teles-
Iniciou-se, então, a passagem da comunicação direta e imediata (a pectador interagir com as mensagens veiculadas pelo aparelho e ser capaz
voz, transmissor natural), para a comunicação indireta, isto é, por meio de de responder a elas ou até mesmo modificá-las. Com a nova tecnologia
canais industrializados, o primeiro dos quais foi o livro. Entre 1450 e 1500 seria possível estudar, trabalhar e fazer compras sem sair de casa.
imprimiram-se mais de oito milhões de livros. Em 1535 instalou-se a primei-
ra oficina de impressão no Novo Mundo (México) e um século mais tarde O século XX, portanto, foi cenário de uma verdadeira revolução no âmbito
nos Estados Unidos. A grande expansão da imprensa viria com o advento das comunicações, comparável à revolução industrial. Os modernos
das máquinas de impressão a vapor, em 1815, e da composição mecânica, meios de comunicação propiciam, sem dúvida, relações mais estreitas
em 1838. Facilitando a difusão do saber e das ideias, o livro foi, assim, o e um maior conhecimento entre os diversos povos. Esses meios, po-
primeiro meio de comunicação industrial que feriu o antigo privilégio da rém, só existem como suporte de um fato linguístico, seja ele verbal ou
comunicação oral e abriu novos horizontes ao homem moderno. visual. Na verdade, não passam de instrumentos para a transmissão
de mensagens, que constitui o verdadeiro núcleo de toda comunica-
Modernos meios de comunicação. À medida que os cientistas ção.
conquistavam os segredos da eletricidade, durante o século XVIII, os
inventores procuravam generalizar sua aplicação nas soluções mais rápi- PRODUÇÃO TEXTUAL
das dos meios de comunicação. No século XIX surgiram o telégrafo elétri-
co, cujo primeiro modelo experimental foi construído em 1837 por Samuel • Coerência e coesão, tipos de composição, elementos da comuni-
Morse, e o telefone, inventado em 1876 por Graham Bell. Na última década cação e funções da linguagem.
do século XIX Marconi conseguiu pôr em prática as teorias então existen-
tes, daí resultando o telégrafo sem fio (1896), que, já em 1901, estabelecia COERÊNCIA, COESÃO, PRODUÇÃO, CONTEXTO
as primeiras comunicações pelo Atlântico. Coerência
A princípio o telefone era considerado mera curiosidade. À medida Elemento temático constitutivo de um texto que se estabelece na inter-
que se aperfeiçoou o invento, sua importância cresceu nas comunicações. locução e faz com que o texto tenha sentido (Linguística Textual). Pode-se
A essas invenções seguiu-se a da telefonia sem fios, para a qual contribuiu dizer que a coerência é, antes de mais nada, um princípio de interpretabili-
dade, uma possibilidade de se estabelecer uma unidade ou relação de

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sentido no texto. O reconhecimento de elementos de coerência em um para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que
texto depende do conhecimento prévio do leitor (conhecimento de mundo). ele está empregado conforme o padrão culto.
Para a AD, este conceito, tal como é concebido na perspectiva textual, é (A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem.
restrito, pois dá conta apenas dos elementos textuais e não dos discursi- (B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje.
vos. (C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.
(D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro.
Coesão (E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa.
Elemento temático constitutivo de um texto que dá conta da estrutura-
ção da sequência superficial do texto e é, portanto, representado por 06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está
elementos formais (conectores, sequenciadores, argumentadores, marca- correta em:
dores temporais, etc) (Linguística textual). Esta forma de compreensão da (A) As características do solo são as mais variadas possível.
coesão não interessa à AD por restringir a análise à superfície do texto e (B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente.
não envolver, portanto, os efeitos de sentido. (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
(D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações.
Condições de Produção (E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo.
São responsáveis pelo estabelecimento das relações de força no inte-
rior do discurso e mantêm com a linguagem uma relação necessária, 07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de
constituindo com ela o sentido do texto. As condições de produção fazem flexão de grau.
parte da exterioridade linguística e podem ser agrupadas em condições de (A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo.
produção em sentido estrito (circunstâncias de enunciação) e em sentido (B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran-
amplo (contexto sócio-histórico-ideológico), segundo preconiza Orlandi te as férias.
(1999). (C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos.
(D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim.
Contexto (E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualida-
Elementos externos ao texto que servem para ampliar a sua significa- de.
ção global. O contexto envolve a situação comunicativa em que o texto é
produzido, indo além do que é dito e escrito (Linguística Textual). Na AD, Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala-
este conceito é revisto, já que para a teoria discursiva a exterioridade não vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas.
está fora do discurso, mas é dele constitutiva, sendo englobado pela noção
de condições de produção.lugar de significação historicamente constituído. 08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento
estatal ciência e tecnologia.
(A) à ... sobre o ... do ... para
PROVA SIMULADA I (B) a ... ao ... do ... para
(C) à ... do ... sobre o ... a
01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras. (D) à ... ao ... sobre o ... à
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer. (E) a ... do ... sobre o ... à
(B) O chefe deferia da opinião dos subordinados.
(C) O processo foi julgado em segunda estância. 09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a
(D) O problema passou despercebido na votação. franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois
(E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio. eles devem estar aptos comercializar seus produtos.
(A) ao ... a ... à
02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é: (B) àquele ... à ... à
(A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz. (C) àquele...à ... a
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido. (D) ao ... à ... à
(C) A colega não se contera diante da situação. (E) àquele ... a ... a
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente.
(E) Quando você vir estudar, traga seus livros. 10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a
norma culta.
03. O particípio verbal está corretamente empregado em: (A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso
(A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos. trarão grandes benefícios às pesquisas.
(B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas. (B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime. com o meio ambiente.
(D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos. (C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol-
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda. vendo projetos na área médica.
(D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes
04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em apresentadas pelos economistas.
conformidade com a norma culta. (E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no
Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do litoral ou aproveitam férias ali.
interior da concha de moluscos reúne outras características interes-
santes, como resistência e flexibilidade. 11. A frase correta de acordo com o padrão culto é:
(A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de (A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às
componentes para a indústria. chuvas.
(B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de (B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos re-
componentes para a indústria. clamações.
(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de com- (C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à
ponentes para a indústria. cultura.
(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de (D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da
componentes para a indústria. culpa.
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de (E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria.
componentes para a indústria.
12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó-
05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis

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investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de se- 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e
leção não só permite às empresas avaliar os investidores com rela- predicado que formam um período simples, se aplica, adequada-
ção aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos in- mente, apenas a:
vestidores. (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
(Texto adaptado) (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi- (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.
dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente: (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
(C) seus ... nas ... los ... deles
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu O livro de registro do processo que você procurava era o que estava
(E) seus ... lhes ... eles ... neles sobre o balcão.

13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo 19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, reme-
com o padrão culto. tem a
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (A) processo e livro.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (B) livro do processo.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (C) processos e processo.
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (D) livro de registro.
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. (E) registro e processo.

14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
direto e indireto em: acima:
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. I. há, no período, duas orações;
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada. IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. Está correto o contido apenas em
(A) II e IV.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. (B) III e IV.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos (C) I, II e III.
respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: (D) I, II e IV.
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção. (E) I, III e IV.
(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
(C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas;
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura
16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação pelo Juiz;
do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inaugura- III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen-
ção de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Dignís- te ao da palavra mas;
simo Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a má- IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do
xima urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para acórdão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
o Excelentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Está correto o contido apenas em
Reverendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reito- (A) II e IV.
res das Universidades Paulistas, para que essas autoridades pos- (B) III e IV.
sam se programar e participar do referido evento. (C) I, II e III.
Atenciosamente, (D) I, III e IV.
ZZZ (E) II, III e IV.
Assistente de Gabinete.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos to, a alternativa correta é:
(B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
(E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.
17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
respeitam as regras de pontuação. 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraque-
(A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, reve- cidos galhos da velha árvore.
lou, que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre
(B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (A) Quem podou? e Quando podou?
(C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê?
Policial, confessou sua participação no referido furto. (C) Que jardineiro? e Podou o quê?
(D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste (D) Que vizinho? e Que galhos?
funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia. (E) Quando podou? e Podou o quê?
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados. 24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia.
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili-

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dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento (C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontu- (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores...
ação em: (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...
(A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas.
(B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas. A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
(C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia. Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social
(D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas. que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas
(E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas. décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo
tamanho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais
25. Felizmente, ninguém se machucou. crianças em idade escolar frequentando aulas atualmente do que em
Lentamente, o navio foi se afastando da costa. qualquer outro período da nossa história. As taxas de analfabetismo e
Considere: mortalidade infantil também são as menores desde que se passou a regis-
I. felizmente completa o sentido do verbo machucar; trá-las nacionalmente. O Brasil figura entre as dez nações de economia
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de mais forte do mundo. No campo diplomático, começa a exercitar seus
modo; músculos. Vem firmando uma inconteste liderança política regional na
III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do América Latina, ao mesmo tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo
fato; por ter se tornado um forte oponente das injustas políticas de comércio dos
IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar; países ricos.
V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos.
Está correto o contido apenas em Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste.
(A) I, II e III. Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona ru-
(B) I, II e IV. ral, esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais
(C) I, III e IV. bem posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes
(D) II, III e IV. cidades, com aterrorizante frequência, ela atravessa o fosso social profun-
(E) III, IV e V. do e se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas manifes-
tações é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa,
26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro..., certamente em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a
indicando concessão, é: resistência da pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma
(A) para poder trabalhar fora. empreitada simples.
(B) como havia programado. Veja, ed. 1735
(C) assim que recebeu o prêmio.
(D) porque conseguiu um desconto. 31. O título dado ao texto se justifica porque:
(E) apesar do preço muito elevado. A) a miséria abrange grande parte de nossa população;
B) a miséria é culpa da classe dominante;
27. É importante que todos participem da reunião. C) todos os governantes colaboraram para a miséria comum;
O segmento que todos participem da reunião, em relação a D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós;
É importante, é uma oração subordinada E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos.
(A) adjetiva com valor restritivo.
(B) substantiva com a função de sujeito. 32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no
(C) substantiva com a função de objeto direto. Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da coloniza-
(D) adverbial com valor condicional. ção?'':
(E) substantiva com a função de predicativo. A) tem sua resposta dada no último parágrafo;
B) representa o tema central de todo o texto;
28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe- C) é só uma motivação para a leitura do texto;
lecida pelo termo como é de D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta;
(A) comparatividade. E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta.
(B) adição.
(C) conformidade. 33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil
(D) explicação. que ela:
(E) consequência. A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo em
outras áreas;
29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de B) tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes
franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão cidades;
contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di- C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam
versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos para a classe dominante;
possíveis franqueados. D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com
A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e a de outros indicadores sociais;
relaciona corretamente as ideias do texto, é: E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas
(A) digo ... portanto ... mas décadas.
(B) como ... pois ... mas
(C) ou seja ... embora ... pois 34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é:
(D) ou seja ... mas ... portanto A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros
(E) isto é ... mas ... como indicadores sociais melhoraram;
B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se
30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos mantém onipresente;
investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulga- C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por governos
dos. incompetentes;
A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí- D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas áreas,
rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi- a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo;
da, sem alterar o sentido da frase, é: E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ... miséria que leva à criminalidade.
(B) Concluído o processo de seleção dos investidores ...

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35. As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na acordasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o
quantidade, exceto: seu problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social?
A) frequência escolar; (....)
B) liderança diplomática;
C) mortalidade infantil; Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imagina-
D) analfabetismo; ção não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem
E) desempenho econômico. onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo
imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
36. ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha
essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil: a ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e
A) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos
na América Latina; desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos
B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos; disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não) para
C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimento que
cenário exterior; sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas esta-
D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficien- mos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o Brasil, con-
temente forte para tornar-se líder; quistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o menor
E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior. abandonado não chateie, isto é problema para o juizado de menores.
Mesmo porque são todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo
37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora: terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte.
A) apareça algumas vezes nas grandes cidades;
B) se manifeste de formas distintas; Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua,
C) esteja escondida dos olhos de alguns; exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi
D) seja combatida pelas autoridades; com um monte de lixo.
E) se torne mais disseminada e cruel. Fernando Sabino

38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma em- 41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor
preitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de forma definição:
INCORRETA é: A) registro de fatos históricos em ordem cronológica;
A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial; B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidiano;
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica; C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado;
C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante; D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura bas-
D) não é um problema universal = é um problema particular; tante variados;
E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida. E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais.

39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse 42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito -
segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria: vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito perfei-
A) mantiver; B) manter; C)manterá; D)manteria; to - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem:
E) mantenha. A) do passado para o presente;
B) da descrição para a narração;
40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos C) do impessoal para o pessoal;
abaixo é: D) do geral para o específico;
A) ''Como entender a resistência da miséria...''; E) do positivo para o negativo.
B) ''No decorrer das últimas décadas...'';
C) ''...desde que se passou a registrá-las...''; 43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO
D) ''...começa a exercitar seus músculos.''; que me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''. se deve a que:
A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa;
PROTESTO TÍMIDO B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste
Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam inútil;
dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino;
lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo;
trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que era E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pesso-
um menino. as.

Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, bra- 44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases a
ços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os seguir:
gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia esbura- I- Daqui há pouco vou sair.
cada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia I- Está no Rio há duas semanas.
estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar conhecimento de III - Não almoço há cerca de três dias.
sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino.
mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abando- As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver
nado. são:
A) I - II
Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de B) I - III
sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns C) II - IV
mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatru- D) I - IV
lha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. Ninguém E) II - III
tomava conhecimento da existência do menino.
45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do
Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 mi- texto é:
lhões no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos abordados

Língua Portuguesa 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
na crônica; d ( ) pule ; pules ; pule ; pulamos ; pulais ; pulem
B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino e ( ) frija ; frijas ; frija ; frijamos ; frijais ; frijam
C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é
a sujeira; 02. Assinale a alternativa falsa:
D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para o a ( ) o presente do subjuntivo, o imperativo afirmativo e o imperativo nega-
texto; tivo são tempos derivados do presente do indicativo;
E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crônica. b ( ) os verbos progredir e regredir são conjugados pelo modelo agredir;
c ( ) o verbo prover segue ver em todos os tempos;
d ( ) a 3.ª pessoa do singular do verbo aguar, no presente do subjuntivo é :
46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mesma águe ou agúe;
forma que: e ( ) os verbos prever e rever seguem o modelo ver.
A) salvo-conduto;
B) abaixo-assinado; 03. Marque o verbo que na 2ª pessoa do singular, do presente do indicati-
C) salário-família; vo, muda para "e" o "i" que apresenta na penúltima sílaba?
D) banana-prata; a ( ) imprimir
E) alto-falante. b ( ) exprimir
c ( ) tingir
47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo do d ( ) frigir
texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para isso é e ( ) erigir
que o autor:
A) se utiliza de comparações depreciativas; 04. Indique onde há erro:
B) lança mão de vocábulo animalizador; a ( ) os puros-sangues simílimos
C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino; b ( ) os navios-escola utílimos
D) mostra precisão em todos os dados fornecidos; c ( ) os guardas-mores agílimos
E) usa grande número de termos adjetivadores. d ( ) as águas-vivas aspérrimas
e ( ) as oitavas-de-final antiquíssimas
48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do texto
significa que: 05. Marque a alternativa verdadeira:
A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava a ( ) o plural de mau-caráter é maus-caráteres;
morto; b ( ) chamam-se epicenos os substantivos que têm um só gênero gramati-
B) a posição do menino era idêntica à de um morto; cal para designar pessoas de ambos os sexos;
C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo ou c ( ) todos os substantivos terminados em -ão formam o feminino mudando
morto; o final em -ã ou -ona;
D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava d ( ) os substantivos terminados em -a sempre são femininos;
dormindo ou morto; e ( ) são comuns de dois gêneros todos os substantivos ou adjetivos subs-
E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino. tantivados terminados em -ista.

49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos 06. Identifique onde há erro de regência verbal:
históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre é: a ( ) Não faça nada que seja contrário dos bons princípios.
A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...''; b ( ) Esse produto é nocivo à saúde.
B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte''; c ( ) Este livro é preferível àquele.
C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens''; d ( ) Ele era suspeito de ter roubado a loja.
D) ''...isto é problema para o juizado de menores''; e ( ) Ele mostrou-se insensível a meus apelos.
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''.
07. Abaixo, há uma frase onde a regência nominal não foi obedecida.
50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento Ache-a:
do texto é uma: a ( ) Éramos assíduos às festas da escola.
A) metonímia; b ( ) Os diretores estavam ausentes à reunião.
B) comparação ou símile; c ( ) O jogador deu um empurrão ao árbitro.
C) metáfora; d ( ) Nossa casa ficava rente do rio.
D) prosopopeia; e ( ) A entrega é feita no domicílio.
E) personificação.
08. Marque a afirmativa incorreta sobre o uso da vírgula:
RESPOSTAS – PROVA I a ( ) usa-se a vírgula para separar o adjunto adverbial anteposto;
01. D 11. B 21. B 31. D 41. D b ( ) a vírgula muitas vezes pode substituir a conjunção e;
02. A 12. A 22. A 32. B 42. B c ( ) a vírgula é obrigatória quando o objeto pleonástico for representado
03. C 13. C 23. C 33. A 43. C por pronome oblíquo tônico;
04. E 14. E 24. E 34. A 44. E d ( ) a presença da vírgula não implica pausa na fala;
05. A 15. C 25. D 35. B 45. A e ( ) nunca se deve usar a vírgula entre o sujeito e o verbo.
06. B 16. A 26. E 36. C 46. A
07. D 17. B 27. B 37. C 47. D 09. Marque onde há apenas um vocábulo erradamente escrito:
08. E 18. E 28. C 38. A 48. C a ( ) abóboda ; idôneo ; mantegueira ; eu quiz
09. C 19. D 29. D 39. A 49. B b ( ) viço ; sócio-econômico ; pexote ; hidravião
10. D 20. A 30. B 40. B 50. C c ( ) hilariedade ; caçoar ; alforje ; apasiguar
d ( ) alizar ; aterrizar ; óbulo ; teribintina
PROVA SIMULADA II e ( ) chale ; umedescer ; páteo ; obceno

01. Ache o verbo que está erradamente conjugado no presente do subjun- 10. Identifique onde não ocorre a crase:
tivo: a ( ) Não agrade às girafas com comida, diz o cartaz.
a ( ) requera ; requeras ; requera ; requeiramos ; requeirais ; requeram b ( ) Isso não atende às exigências da firma.
b ( ) saúde ; saúdes ; saúde ; saudemos ; saudeis ; saúdem c ( ) Sempre obedeço à sinalização.
c ( ) dê ; dês ; dê ; demos ; deis ; dêem d ( ) Só visamos à alegria.

Língua Portuguesa 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
e ( ) Comuniquei à diretoria a minha decisão. _______________________________________________________

11. Assinale onde não ocorre a concordância nominal: _______________________________________________________


a ( ) As salas ficarão tão cheias quanto possível. _______________________________________________________
b ( ) Tenho bastante dúvidas.
c ( ) Eles leram o primeiro e segundo volumes. _______________________________________________________
d ( ) Um e outro candidato virá. _______________________________________________________
e ( ) Não leu nem um nem outro livro policiais.
_______________________________________________________
12. Marque onde o termo em destaque está erradamente empregado:
a ( ) Elas ficaram todas machucadas.
_______________________________________________________
b ( ) Fiquei quite com a mensalidade. _______________________________________________________
c ( ) Os policiais estão alerta.
d ( ) As cartas foram entregues em mãos. _______________________________________________________
e ( ) Neste ano, não terei férias nenhumas. _______________________________________________________
13. Analise sintaticamente o termo em destaque: ______________________________________________________
"A marcha alegre se espalhou na avenida..."
_______________________________________________________
a ( ) predicado
b ( ) agente da passiva _______________________________________________________
c ( ) objeto direto
d ( ) adjunto adverbial _______________________________________________________
e ( ) adjunto adnominal _______________________________________________________
RESPOSTAS _______________________________________________________
_______________________________________________________
01. A 06. A 11. B
02. C 07. A 12. D _______________________________________________________
03. D 08. C 13. D
_______________________________________________________
04. B 09. B
05. E 10. A _______________________________________________________
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Língua Portuguesa 64 A Opção Certa Para a Sua Realização

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