Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Como Ler e Entender Bem um Texto Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre,
e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de manei- na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes,
ra cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, a história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (―in média‖),
extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o pró- ou seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de
ximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe interesses entre as personagens.
destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma
palavra para resumir a idéia central de cada parágrafo. Este tipo de pro- O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten-
cedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento. são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfe-
A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as
contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de chamadas notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos
temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...". atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes
cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação.
Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção Estas notações apresentam com frequência orações unimembres e/ou
e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predo- bimembres de predicado não verbal.
minam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descri-
ções e nos diálogos. O Poema
Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição es-
O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência pacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão
chega ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu preten- relevância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com
dente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos
história familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas misteriosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz
no passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, alta, para captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem
olhou sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na que pretende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados
sala". pelo poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções,
sua versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrea-
A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibili- lismo, relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para
dade: são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um apresentar ensinamentos morais (como nas fábulas).
artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo
definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor so-
entrou apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando noro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte
alguém impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme român- essencial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma
tico dos anos 40." série métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras
O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a
que constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta musicalidade depende desta distribuição.
voz pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os
fatos na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à
pessoa que não intervém nem como ator nem como testemunha. distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas
diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as cha-
Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes madas licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em
pontos de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o suas sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não
que as personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que constituem um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final
fazem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que de uma palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com
lhes acontecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados onisci- vogal ou h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos
entes. finais também incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última
palavra é paroxítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona,
A Novela soma-se uma sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma.
É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de
complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos,
personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá- pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso fre-
rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por quente na poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou
converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes. parcial dos últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a
consoante (coincidência total de vogais e consoante a partir da última
Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos meca- A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à
nismos de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com margem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da
a criação de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir
vocábulos, metonímias, jogo de significados, associações livres e outros o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo,
recursos estilísticos que dão ambiguidade ao poema. não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como
nosso país ou minha cidade).
TEXTOS JORNALÍSTICOS
Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu por- Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veraci-
tador ( jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da dade: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue
função informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no comprovar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a
momento em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está des-
atualidade, condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as cartado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte,
novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais recorre ao discurso direto, como, por exemplo:
variados temas.
O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara
De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: dos Deputados durante a próxima semana .
informação nacional, informação internacional, informação local, socieda-
de, economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal.
A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar
tanto da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema das notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também
abordado. é frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela
polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita
Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais co- por um patrulheiro.
muns são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reporta-
gens, as crônicas, as resenhas de espetáculos. A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o
quê? quem? como? quando? por quê e para quê?.
A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à
medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos O Artigo de Opinião
publicitários aparecem não só nos periódicos como também em outros Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atu-
meios amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, alidade que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já
nos referiremos a eles em outro momento. é considerado, ou merece ser, objeto de debate.
Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pes-
suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os quisa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expres-
quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação sam a posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua
cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informa- ideologia, enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as
ção linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as opiniões de seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas
explicações do texto. vezes, opiniões divergentes e até antagônicas em uma mesma página.
É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral
publicação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fun- se organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a
damentalmente, a primeira página, as páginas ímpares e o extremo supe- identificação do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e
rior das folhas dos jornais trazem as informações que se quer destacar. alcance, e que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formula-
Esta localização antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao ção de uma tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de
conteúdo desses textos. forma a justificar esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da
posição adotada no início do texto.
O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar
sobre a posição adotada pela redação. A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos
argumentos expostos como também com as estratégias discursivas
A Notícia usadas para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar
Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou as seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insi-
pessoas. nuações, as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a
tomada de distância através do uso das construções impessoais, para dar
As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, objetividade e consenso à análise realizada; a retenção em recursos
que contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a descritivos - detalhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes
informação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por etapas de pesquisa estão bem especificadas com uma minuciosa enume-
exemplo, não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpre- ração das fontes da informação. Todos eles são recursos que servem
tá-la), ou de ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em para fundamentar os argumentos usados na validade da tese.
publicações similares.
A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de
O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modifi-
mas que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é cações, tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da
necessário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações economia dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de
para concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para toda tramitação referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que pre-
constatar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condi- nunciam a palavra de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os
ções uma planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode- traços que incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da eco-
se colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condi- nomia dirigida - declara Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...')
ções de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com são alguns dos sinais que distinguem frequentemente o discurso direto.
diferentes fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar
em que circunstâncias obtém-se um melhor crescimento. Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por ou-
tro, em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos
A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas cate- subordinadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações,
gorias: uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, pronomes pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação,
isto é, ao registro da situação de experimentação; a outra, ao processo sinais auxiliares, etc.
observado.
Discurso direto: ‗Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría -
Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que co- nutrem-se do liberalismo’
meçam com se (condicionais) e com quando (condicional temporal):
Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu
planta crescerá mais rápido. pensamento nutriam -se do liberalismo'
Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos dis-
mostrar manchas marrons devido ao excesso de umidade. cendi (dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introdu-
zir os enunciados das fontes como para incorporar os comentários e
Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável opiniões do emissor.
tempo aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é
possível observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o
brotos ...; de advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois autor recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de
de, no mesmo momento que, etc., dado que a variável temporal é um classificação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo
componente essencial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos de fonte consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente
descritivos, apresenta as características dos elementos, os traços distinti- entre os dados apresentados e o princípio de classificação adotado.
vos de cada uma das etapas do processo.
Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipó-
O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado tese, sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade
em um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primei- das fontes consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da
ra pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser- coerência estabelecida entre os fatos e a conclusão.
vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo
observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo
entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa, problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos.
do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos.
As estratégias discursivas mais usuais nos anúncios são os jogos de O folheto, que tem no tríptico seu formato mais frequente costuma ser
palavras, as metáforas, as repetições sistemáticas, as insinuações, as impresso em várias cores que ressaltem o atrativo e a riqueza das ima-
onomatopeias, a renovação de títulos conhecidos, combinatórias de sons, gens que complementam a significação do texto.
hipérboles ou exageros, uso de estereótipos, as transcrições de testemu-
nhos em estilo direto, etc. Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS,
Ana Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS.
O Cartaz
Em nossa vida cotidiana, deparamos, com frequência, nas ruas, nas EXERCÍCIOS – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
casas comerciais, nos cinemas, nos teatros, etc., com textos breves sobre
cartolinas, cartões, papéis de grandes medidas feitos especialmente para Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que
promover um lugar, um produto, uma atividade, um personagem. Estes segue.
textos, de grande relevância nas sociedades de consumo, cumprem uma
função apelativa e, geralmente, têm uma trama descritiva. No coração do progresso
Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo o que
O cartaz é construído com o mínimo de recursos expressivos para classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se tanto à inven-
chamar a atenção. Tanto a espacialização do texto sobre o papel como as ção do aeroplano ou à descoberta do DNA como à promoção do papai no
imagens que, nos cartazes mais elaborados, complementam a mensagem novo emprego. “Estou fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim
linguística são de fundamental importância: a efetividade depende em acerta a mão numa velha receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e
grande parte das cores, da diagramação, da tipografia selecionada, do convidar o leitor a refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre
tamanho das letras que permita sua leitura à distância. pareceu abrir todas as portas para uma vida melhor.
Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de cinema,
Dentro desta categoria de textos, temos os simples out-doors nos via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendi-
quais, usando como único recurso letras grandes que se destacam sobre mento, ninguém tinha dúvida em dizer ou pensar: é o progresso. Uma
papéis brancos ou de uma só cor, anuncia-se Grande Baile Familiar na represa monumental era progresso. Cada novo produto químico era um
Vila Margarita. Clube Átlético Pueblo Unido. Sábado 22 às 23 horas. O progresso. As coisas não mudaram tanto: continuamos a usar indiscrimi-
evento promovido, o lugar e a data de sua realização aparecem enuncia- nadamente a palavrinha mágica. Mas não deixaram de mudar um pouco:
dos diretamente com um mínimo de recursos linguísticos (orações uni- desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e
membres integradas por construções substantivas com escassos modifi- tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preserva-
cadores diretos e indiretos) para se assegurar que o anúncio vai ser ção ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino
imediatamente compreendido. planeta.
Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso.
Outros cartazes são construídos com frases de conteúdo metafórico, Do ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo
com verbo de ligação do tipo ‗A é B‖ — A droga é uma viagem de ida — que concorre para equilibrar a ação transformadora do homem sobre a
ou, com elipse de verbo e predicado-nominal — A leitura, uma aventura — natureza e a integridade da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas
ou orações simples — XXL marca seu nível -, que levam o receptor a sustentável: o adjetivo exprime uma condição, para cercear as iniciativas
construir múltiplas associações. predatórias. Cada novidade tecnológica há de ser investigada quanto a
seus efeitos sobre o homem e o meio em que vive. Cada intervenção na
O Folheto natureza há de adequar-se a um planejamento que considere a qualidade
Da mesma forma que o cartaz, o folheto objetiva criar no receptor a e a extensão dos efeitos.
necessidade de adquirir um produto, visitar um lugar, participar de um Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e
evento, participar de uma reunião, etc., a partir da descrição dos traços e política de todas as formas de progresso que afetam nossa relação com o
aspectos valorizados como positivos do elemento promovido. mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida. Não é pouco, mas ainda
não é suficiente. Aos cientistas, aos administradores, aos empresários,
Em sua estrutura profunda, estes folhetos procuram modificar com- aos industriais e a todos nós – cidadãos comuns – cabe a tarefa cotidiana
portamentos; por isso, têm uma intencionalidade claramente apelativa. Ao de zelarmos por nossas ações que inflectem sobre qualquer aspecto da
contrário dos outros textos publicitários, que se caracterizam pela econo- qualidade de vida. A tarefa começa em nossa casa, em nossa cozinha e
mia dos recursos expressivos usados, os folhetos expandem, com maior banheiro, em nosso quintal e jardim – e se estende à preocupação com a
amplitude, sua base informativa. rua, com o bairro, com a cidade.
“Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia o poeta. Mas um
Por exemplo, se quisermos promover um determinado lugar, construi- mundo que merece a atenção do nosso coração e da nossa inteligência é,
remos um texto de trama descritiva que contenha os dados precisos sobre certamente, melhor do que este em que estamos vivendo.
sua localização, vias de acesso, acontecimentos mais relevantes de sua Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o senti-
história, pontos de maior atração, produtos regionais, etc. do preciso – talvez oculto - da palavra mágica empregada. (Alaor Adauto
de Mello)
No tecido deste texto, destacam-se os circunstanciais de lugar, cons-
truídos por advérbios, por construções adverbiais ou de valor semântico 1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a
adverbial e por numerais cardinais e ordinais: este povoado está situado a qual este deve ser
5 km de Sauce Chico, bem próximo à desembocadura do Rio Rocoso, na (A)) equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades
encosta da serra La Pantera; os adjetivos qualificativos, com valorizações humanas e o respeito ao mundo natural.
positivas: o monte Lugano, que se ergue majestoso para o ocidente, é o (B) identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em ativi-
guardião eterno deste povoado romântico e misterioso; substantivos dade economicamente viável.
próprios e abstratos: a imponente beleza do entardecer nas serras de (C) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros
26. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, de 31. Assinale a alternativa em que as palavras em destaque exercem,
42. Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, os valores 46. Na frase A distinção entre ambos tem alguns corolários relevan-
morais dariam o balizamento do agir, a forma verbal resultante de- tes, o sentido da expressão sublinhada está corretamente traduzido
verá ser: em:
(A) seria dado. (A) significativos desdobramentos dela.
(B) teriam dado. (B) determinados antecedentes dela.
(C) seriam dados. (C) reconhecidos fatores que a causam.
(D) teriam sido dados. (D) conseqüentes aspectos que a relativizam.
(E) fora dado. (E) valores comuns que ela propicia.
Atenção: As questões de números 43 a 48 referem-se ao texto abai- 47. Está correta a articulação entre os tempos e os modos verbais na
xo. frase:
(A) Se o moralizador vier a respeitar o padrão moral que ele impusera,
O HOMEM MORAL E O MORALIZADOR já não podia ser considerado um hipócrita.
Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas, es- (B) Os moralizadores sempre haveriam de desrespeitar os valores
tamos certos disto: o moralizador e o homem moral são figuras diferentes, morais que eles imporão aos outros.
se não opostas. O homem moral se impõe padrões de conduta e tenta (C) A pior barbárie terá sido aquela em que o rigor dos hipócritas ser-
respeitá-los; o moralizador quer impor ferozmente aos outros os padrões visse de controle dos demais cidadãos.
que ele não consegue respeitar. (D) Desde que haja a imposição forçada de um padrão moral, caracte-
A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes. rizava-se um ato típico do moralizador.
Primeiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse res- (E) Não é justo que os hipócritas sempre venham a impor padrões
peitar o padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir suas imper- morais que eles próprios não respeitam.
feições nos outros. Segundo, é possível e compreensível que um homem
moral tenha um espírito missionário: ele pode agir para levar os outros a 48. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na
adotar um padrão parecido com o seu. Mas a imposição forçada de um frase:
padrão moral não é nunca o ato de um homem moral, é sempre o ato de (A) O moralizador está carregado de imperfeições de que ele não
um moralizador. Em geral, as sociedades em que as normas morais costuma acusar em si mesmo.
ganham força de lei (os Estados confessionais, por exemplo) não são (B) Um homem moral empenha-se numa conduta cujo o padrão moral
regradas por uma moral comum, nem pelas aspirações de poucos e ele não costuma impingir na dos outros.
escolhidos homens exemplares,mas por moralizadores que tentam remir (C) Os pecados aos quais insiste reincidir o moralizador são os mes-
suas próprias falhas morais pela brutalidade do controle que eles exercem mos em que ele acusa seus semelhantes.
sobre os outros. A pior barbárie do mundo é isto: um mundo em que todos (D) Respeitar um padrão moral das ações é uma qualidade da qual
pagam pelos pecados de hipócritas que não se agüentam. (Contardo não abrem mão os homens a quem não se pode acusar de hipócri-
Calligaris, Folha de S. Paulo, 20/03/2008) tas.
(E) Quando um moralizador julga os outros segundo um padrão moral
43. Atente para as afirmações abaixo. de cujo ele próprio não respeita, demonstra toda a hipocrisia em
I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador não se que é capaz.
preocupa com os padrões morais de conduta.
II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de conduta, o Atenção: As questões de números 49 a 54 referem-se ao texto abai-
homem moral acaba por impô-lo à conduta alheia. xo.
III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respeitasse os
padrões de conduta que ele cobra dos outros. FIM DE FEIRA
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas, começam
(A) I. a chegar os que querem pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou
(B) II. mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Chegam com suas sacolas
(C) III. cheias de esperança. Alguns não perdem tempo e passam a recolher o
(D) I e II. que está pelo chão: um mamãozinho amolecido, umas folhas de couve
(E) II e III. amarelas, a metade de um abacaxi, que serviu de chamariz para os
fregueses compradores. Há uns que se aventuram até mesmo nas cerca-
44. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já decorreu nias da barraca de pescados, onde pode haver alguma suspeita sardinha
um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas indica um fator oculta entre jornais, ou uma ponta de cação obviamente desprezada.
determinante para que Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pessoas: oferecem-lhes o
(A) concluamos que o homem moderno já não dispõe de rigorosos que, de qualquer modo, eles iriam jogar fora.
padrões morais para avaliar sua conduta. Mas outros parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refu-
(B) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o homem gos, e chegam a recolhê-los para não os verem coletados. Agem para
moral e o homem moralizador. salvaguardar não o lucro possível, mas o princípio mesmo do comércio.
(C) reconheçamos como bastante remota a possibilidade de se caracte- Parecem temer que a fome seja debelada sem que alguém pague por
rizar um homem moralizador. isso. E não admitem ser acusados de egoístas: somos comerciantes, não
(D) identifiquemos divergências profundas entre o comportamento de assistentes sociais, alegam.
um homem moral e o de um moralizador. Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão da limpeza e os
(E) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer nas funcionários da prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e gritos. O
Atenção: Exs.:
• Nos demais casos não se usa o hífen. cinzeiro = cinza + eiro
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, su- endoidecer = en + doido + ecer
perproteção. predizer = pre + dizer
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra ini-
ciada por r: sub-região, sub-raça etc. Os principais elementos móficos são :
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra
iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc. RADICAL
É o elemento mórfico em que está a idéia principal da palavra.
7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
segundo elemento começar por vogal. Exemplos: enterrar = en + terra + ar
hiperacidez pronome = pro + nome
hiperativo
interescolar PREFIXO
interestadual É o elemento mórfico que vem antes do radical.
interestelar Exs.: anti - herói in - feliz
interestudantil
superamigo SUFIXO
superaquecimento É o elemento mórfico que vem depois do radical.
supereconômico Exs.: med - onho cear – ense
superexigente
superinteressante
superotimismo
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa- A Língua Portuguesa, como qualquer língua viva, está sempre criando
se sempre o hífen. Exemplos: novas palavras. Para criar suas novas palavras, a língua recorre a vários
além-mar meios chamados processos de formação de palavras.
além-túmulo
aquém-mar Os principais processos de formação das palavras são:
ex-aluno
ex-diretor DERIVAÇÃO
ex-hospedeiro É a formação de uma nova palavra mediante o acréscimo de elementos
ex-prefeito à palavra já existente:
ex-presidente a) Por sufixação:
pós-graduação Acréscimo de um sufixo. Exs.: dent - ista , bel - íssimo.
pré-história b) Por prefixação :
pré-vestibular Acréscimo de um prefixo. Exs.: ab - jurar, ex - diretor.
pró-europeu c) Por parassíntese:
recém-casado Acréscimo de um prefixo e um sufixo. Exs.: en-fur-ecer, en-tard-
recém-nascido ecer.
sem-terra d) Derivação imprópria:
Mudança das classes gramaticais das palavras.
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, Exs.: andar (verbo) - o andar (substantivo).
guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. contra (preposição) - o contra (substantivo).
fantasma (substantivo) - o homem fantasma (adjetivo).
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasi- oliveira (subst. comum) - Maria de Oliveira (subst. próprio).
Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas 9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
de preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a Veja o esquema dos tempos simples em português:
receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, fari- Presente (falo)
nha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei)
elas. Assim fiz. Morreram.‖ Imperfeito (falava)
(Clarice Lispector) Mais- que-perfeito (falara)
Futuro do presente (falarei)
Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir: do pretérito (falaria)
a) Estado: Presente (fale)
Não sou alegre nem sou triste. SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse)
Sou poeta. Futuro (falar)
b) Mudança de estado:
Meu avô foi buscar ouro. Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que
ABOLIR POLIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, aboliram
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão REMIR
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
Presente do subjuntivo não há Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, abolissem
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem RIR
Imperativo afirmativo abole, aboli Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Imperativo negativo não há Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
Infinitivo impessoal abolir Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Gerúndio abolindo Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Particípio abolido Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
AGREDIR Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Gerúndio rindo
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. Particípio rido
Conjuga-se como rir: sorrir
COBRIR
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem VIR
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Particípio coberto Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
FALIR Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
Presente do indicativo falimos, falis Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Gerúndio vindo
Presente do subjuntivo não há Particípio vindo
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Imperativo afirmativo fali (vós) SUMIR
Imperativo negativo não há Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Gerúndio falindo Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Particípio falido Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir
FERIR
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem ADVÉRBIO
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados. Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-
MENTIR vérbio, exprimindo uma circunstância.
Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam Os advérbios dividem-se em:
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures,
nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, a-
FUGIR vante, através, defronte, aonde, etc.
Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem 2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
IR 3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante,
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram demasiado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tan-
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão to, bem, mal, quase, apenas, etc.
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão 5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão 6) NEGAÇÃO: não.
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão 7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto,
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
provavelmente, etc.
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Gerúndio indo Há Muitas Locuções Adverbiais
Particípio ido 1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à
entrada, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.
A CRASE É FACULTATIVA
• diante de pronomes possessivos femininos:
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Entreguei o livro a(à) sua secretária .
• diante de substantivos próprios femininos: FRASE
Dei o livro à(a) Sônia. Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo.
O tempo está nublado.
Socorro!
CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
Que calor!
• Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o
artigo A:
Viajaremos à Colômbia. ORAÇÃO
(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia) Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal.
• Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasí- A fanfarra desfilou na avenida.
lia, Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, As festas juninas estão chegando.
Veneza, etc.
Viajaremos a Curitiba. PERÍODO
(Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba). Período é a frase estruturada em oração ou orações.
• Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o
modifique. O período pode ser:
Ela se referiu à saudosa Lisboa. • simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
Vou à Curitiba dos meus sonhos. Fui à livraria ontem.
• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida: • composto - quando constituído por mais de uma oração.
Às 8 e 15 o despertador soou. Fui à livraria ontem e comprei um livro.
• Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras
―moda‖ ou "maneira": TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
Aos domingos, trajava-se à inglesa. São dois os termos essenciais da oração:
Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
• Antes da palavra casa, se estiver determinada: SUJEITO
Referia-se à Casa Gebara. Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.
• Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar. Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes)
Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa).
CASOS GERAIS
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS A edição do Manual propiciou, ainda, a criação de um sistema de con-
trole sobre a edição de atos normativos do Poder Executivo que teve por
finalidade permitir a adequada reflexão sobre o ato proposto: a identifica-
Quanto à significação, as palavras podem ser:
ção clara e precisa do problema ou da situação que o motiva; os custos
1. Sinônimas - quando apresentam sentidos semelhantes: falecer e
que poderia acarretar; seus efeitos práticos; a probabilidade de impugna-
morrer, belo e bonito; longe e distante, etc.
ção judicial; sua legalidade e constitucionalidade; e sua repercussão no
2. Antônimas - quando têm significação oposta: triste e alegre,
ordenamento jurídico.
bondade e maldade, riqueza e pobreza.
3. Homônimas - quando são escritas ou pronunciadas de modo idêntico
Buscou-se, assim, evitar a edição de normas repetitivas, redundantes
mas são diferentes quanto ao significado.
ou desnecessárias; possibilitar total transparência ao processo de elabo-
Os homônimos podem ser:
ração de atos normativos; ensejar a verificação prévia da eficácia das
a) perfeitos - quando possuem a mesma grafia (homógrafos) e a
normas e considerar, no processo de elaboração de atos normativos, a
mesma pronúncia (homófonos):
experiência dos encarregados em executar o disposto na norma.
cura (padre) - cura (do v. curar)
verão (estação) - verão (verbo ver)
Decorridos mais de dez anos da primeira edição do Manual, fez-se
são (sadio) - são (verbo ser)
Língua Portuguesa 44 A Opção Certa Para a Sua Realização
BB – LÍNGUA PORTUGUESA (ESCRITURÁRIO) 10/02/2011
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de ex- A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme
pressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como claro
nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto
rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das
próprios da língua literária. demais características da redação oficial. Para ela concorrem:
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando 2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na medida
em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de proposta
procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do núme-
ro de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no
próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continua-
ção. Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplifi-
cado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitin-
do que se historie o andamento da matéria tratada no memorando.
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presiden- 8. Síntese do parecer do órgão jurídico
te da República a sugestão de alguma medida a ser adotada ou a que lhe Com base em avaliação do ato normativo ou da medida proposta
apresente projeto de ato normativo – embora sigam também a estrutura à luz das questões levantadas no item 10.4.3.
do padrão ofício –, além de outros comentários julgados pertinentes por
seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar: A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acarretar, a
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da me- critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, a devolução
dida ou do ato normativo proposto; do projeto de ato normativo para que se complete o exame ou se reformu-
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele le a proposta.
ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais
alternativas existentes para equacioná-lo; O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de motivos
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual que proponham a adoção de alguma medida ou a edição de ato normativo
ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. tem como finalidade:
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca re-
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de mo- solver;
tivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte modelo previsto b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do proble-
no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002. ma e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério ou ór- do ato, em consonância com as questões que devem ser analisa-
gão equivalente) no , de de de 200. das na elaboração de proposições normativas no âmbito do Po-
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências der Executivo (v. 10.4.3.).
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto oficial, Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (homófonos) geram
deve-se atentar para a tradição no emprego de determinada expressão dúvidas ortográficas. Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer,
com determinado sentido. O emprego de expressões ditas "de uso consa- dos prefixos ante-/anti-, etc. Aqui o contexto não é suficiente para resolver
grado" confere uniformidade e transparência ao sentido do texto. Mas isto o problema, pois sabemos o sentido, a dúvida é de letra(s). sempre que
não quer dizer que os textos oficiais devam limitar-se à repetição de houver incerteza, consulte a lista adiante, algum dicionário ou manual de
chavões e clichês. ortografia.
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo utiliza- Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com palavras
das. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias ou redundân- semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia. É fonte
Essa recomendação vale também para os casos em que a partição si- constatar
lábica (translineação) possa redundar em sentido torpe ou obsceno. Evite repetir. Alterne com atestar, apurar, averiguar, certificar-se,
comprovar, evidenciar, observar, notar, perceber, registrar, verificar.
Apresentamos, a seguir, lista de expressões cujo uso ou repetição
deve ser evitado, indicando com que sentido devem ser empregadas e dado/visto/haja vista
sugerindo alternativas vocabulares a palavras que costumam constar com Os particípios dado e visto têm valor passivo e concordam em gênero
excesso dos expedientes oficiais. e número com o substantivo a que se referem: Dados o interesse e o
esforço demonstrados, optou-se pela permanência do servidor em sua
à medida que/na medida em que função. Dadas as circunstâncias... Vistas as provas apresentadas, não
À medida que (locução proporcional) – à proporção que, ao passo houve mais hesitação no encaminhamento do inquérito. Já a expressão
que, conforme: Os preços deveriam diminuir à medida que diminui a haja vista, com o sentido de uma vez que ou seja considerado, veja-se, é
procura. Na medida em que (locução causal) – pelo fato de que, uma vez invariável: O servidor tem qualidades, haja vista o interesse e o esforço
que: Na medida em que se esgotaram as possibilidades de negociação, o demonstrados. Haja visto (com -o) é inovação oral brasileira, evidente-
projeto foi integralmente vetado. Evite os cruzamentos – bisonhos, ca- mente descabida em redação oficial ou outra qualquer.
nhestros – *à medida em que, *na medida que...
de forma que, de modo que/de forma a, de modo a
a partir de De forma (ou maneira, modo) que nas orações desenvolvidas: Deu
A partir de deve ser empregado preferencialmente no sentido tempo- amplas explicações, de forma que tudo ficou claro. De forma (maneira ou
ral: A cobrança do imposto entra em vigor a partir do início do próximo modo) a nas orações reduzidas de infinitivo: Deu amplas explicações, de
ano. Evite repeti-la com o sentido de ‗com base em‘, preferindo conside- forma (maneira ou modo) a deixar tudo claro. São descabidas na língua
rando, tomando-se por base, fundando-se em, baseando-se em. escrita as pluralizações orais vulgares *de formas (maneiras ou modos)
que...
ambos/todos os dois
Ambos significa ‗os dois‘ ou ‗um e outro‘. Evite expressões pleonásti- deste ponto de vista
cas como ambos dois, ambos os dois, ambos de dois, ambos a dois. Evite repetir; empregue também sob este ângulo, sob este aspecto,
Quando for o caso de enfatizar a dualidade, empregue todos os dois: por este prisma, desse prisma, deste modo, assim, destarte.
Todos os dois Ministros assinaram a Portaria.
detalhar
anexo/em anexo Evite repetir; alterne com particularizar, pormenorizar, delinear, minu-
O adjetivo anexo concorda em gênero e número com o substantivo ao denciar.
qual se refere: Encaminho as minutas anexas. Dirigimos os anexos proje-
tos à Chefia. Use também junto, apenso. A locução adverbial em anexo, devido a
como é próprio aos advérbios, é invariável: Encaminho as minutas em Evite repetir; utilize igualmente em virtude de, por causa de, em razão
anexo. Em anexo, dirigimos os projetos à Chefia. Empregue também de, graças a, provocado por.
conjuntamente, juntamente com.
dirigir
ao nível de/em nível (de) Quando empregado com o sentido de encaminhar, alterne com
A locução ao nível tem o sentido de à mesma altura de: Fortaleza lo- transmitir, mandar, encaminhar, remeter, enviar, endereçar.
caliza-se ao nível do mar. Evite seu uso com o sentido de em nível, com
relação a, no que se refere a. Em nível significa ‗nessa instância‘: A deci- "disruptivo"
são foi tomada em nível Ministerial; Em nível político, será difícil chegar-se Aportuguesamento do inglês disruptive (de disrupt: ‗desorganizar,
ao consenso. A nível (de) constitui modismo que é melhor evitar. destruir, despedaçar‘), a ser evitado dada a existência de inúmeras pala-
vras com o mesmo sentido em português (desorganizador, destrutivo,
assim destruidor, e o bastante próximo, embora pouco usado, diruptivo). Acres-
Use após a apresentação de alguma situação ou proposta para ligá-la cente-se, ainda, que, por ser de uso restrito ao jargão de economistas e
à ideia seguinte. Alterne com: dessa forma, desse modo, diante do expos- sociólogos, o uso dessa palavra confunde e não esclarece em linguagens
to, diante disso, consequentemente, portanto, por conseguinte, assim mais abrangentes.
sendo, em consequência, em vista disso, em face disso.
"ele é suposto saber"
através de/por intermédio de Construção tomada de empréstimo ao inglês he is supposed to know,
Através de quer dizer de lado a lado, por entre: A viagem incluía des- sem tradição no português. Evite por ser má tradução. Em português: ele
locamentos através de boa parte da floresta. Evite o emprego com o deve(ria) saber, supõe-se que ele saiba.
sentido de meio ou instrumento; nesse caso empregue por intermédio,
por, mediante, por meio de, segundo, servindo-se de, valendo-se de: O em face de
projeto foi apresentado por intermédio do Departamento. O assunto deve Sempre que a expressão em face de equivaler a diante de, é preferí-
ser regulado por meio de decreto. A comissão foi criada mediante portaria vel a regência com a preposição de; evite, portanto, face a, frente a.
do Ministro de Estado.
enquanto
bem como Conjunção proporcional equivalente a ao passo que, à medida que.
Evite repetir; alterne com e, como (também), igualmente, da mesma Evitar a construção coloquial enquanto que.
forma. Evite o uso, polêmico para certos autores, da locução bem assim
como equivalente. especialmente
Use também principalmente, mormente, notadamente, sobretudo,
cada nomeadamente, em especial, em particular.
Este pronome indefinido deve ser usado em função adjetiva: Quanto
às famílias presentes, foi distribuída uma cesta básica a cada uma. Evite a inclusive
construção coloquial foi distribuída uma cesta básica a cada. Advérbio que indica inclusão; opõe-se a exclusive. Evite-se o seu a-
É pela correta observação dessas características que se redige com À Sua Excelência o Senhor
clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. Fulano de Tal
A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramati- Ministro de Estado da Justiça
cais provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua 70064-900 – Brasília. DF
correção.
À Sua Excelência o Senhor
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que Senador Fulano de Tal
são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua Senado Federal
clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja segui- 70165-900 – Brasília. DF
da por sua revisão. ―Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados‖,
diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão À Sua Excelência o Senhor
no redigir. Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10a Vara Cível
1.7. Pronomes de Tratamento Rua ABC, no 123
Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades. Embo- 01010-000 – São Paulo. SP
ra se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala,
ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssi-
pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução mo (DD). A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo
e não com o pronome. ―Vossa Senhoria nomeará o substituto‖; ―Vossa público, sendo desnecessária sua repetida evocação.
Excelência conhece o assunto‖.
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de
particulares. O vocativo adequado é:
tratamento são sempre os da terceira pessoa: ―Vossa Senhoria nomeará
Senhor Fulano de Tal,
seu substituto‖ (e não ―Vossa ... vosso...‖).
No envelope, deve constar do endereçamento:
O gênero gramatical dos adjetivos referidos deve coincidir com o sexo
Ao Senhor
da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locu-
Fulano de Tal
ção. ―Vossa Excelência está atarefado.‖, ―Vossa Senhoria deve estar
Rua ABC, no 123
satisfeito.” ―Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve
12345-000 – Curitiba. PR
estar satisfeita‖.
O emprego dos pronomes de tratamento obedece à secular tradição. Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autori-
São de uso consagrado: dades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares.
É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
a) do Poder Executivo Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-
Presidente da República lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comu-
Vice-Presidente da República nicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem defendido
Ministros de Estado tese de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especi-
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal almente os bacharéis em Direito e em Medicina. Para quem não tem o
Oficiais-Generais das Forças Armadas título de doutor, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às
Embaixadores comunicações.
Secretários-Executivos de Ministérios
Secretários de Estado dos Governos Estaduais
Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comuni-
Chefe da Casa Civil da Presidência da República
cações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo:
Chefe do Gabinete de Segurança Institucional
Magnífico Reitor,
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
Advogado-Geral da União e o Chefe da Corregedoria-Geral da União
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierar-
Prefeitos Municipais
quia eclesiástica, são:
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocati-
b) do Poder Legislativo
vo correspondente é: Santíssimo Padre,
Deputados Federais e Senadores
Ministros do Tribunal de Contas da União Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em
Deputados Estaduais e Distritais comunicações aos Cardeais.
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais dirigidas a Arcebispos e Bispos.
Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima
c) do Poder Judiciário para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos.
Ministros dos Tribunais Superiores Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e de-
Membros de Tribunais mais religiosos.
Juízes
Auditores da Justiça Militar 1.8. Fechos para Comunicações
ATA AVISO
1 – Conceito 1. Conceito
Uma ata refere-se ao resumo dos fatos de uma reunião de pessoas Um aviso constitui-se em um tipo de comunicação, direta ou indireta,
ou assembleia para um determinado fim já divulgado. afixada em local público ou privado, com características amplas e varia-
das.
1.2 – Modelo
Uma ata deverá conter um cabeçalho constituído do número, da ata e 1.2 – Modelo
do nome dos participantes do grupo que se encontram reunidos, uma Um aviso deve apresentar um timbre e um símbolo referentes à insti-
abertura indicando, por extenso, dia, mês, ano, hora, local da reunião e tuição que o utiliza, seguidos de um número que identifique o documento
nome de quem a preside, bem como a finalidade de tal evento, transcrita e de um título. O texto deve ser estruturado em forma de parágrafo, o local
da ordem do dia que consta da convocação. Seguindo estes itens, virá um e a data devem estar localizados à direita, alinhados com o texto e, por
pronunciamento referindo-se aos participantes e, a partir disso, a declara- último, devem vir a assinatura e o cargo do responsável pelo aviso, ambos
ção de abertura da seção. Acompanhando estes elementos, virá uma centralizados na página.
relação nominal identificando os presentes, a aprovação da ata anterior, a
declaração objetiva e sintética dos fatos a serem tratados no evento e, por Vejamos o seguinte exemplo:
último, um fechamento com as considerações finais. Símbolo da FURG
Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Conforme segue, vejamos um exemplo: Aviso N° 10223/00
Ata da 1a reunião dos formandos de Letras 2002 da FURG Concurso Vestibular 2001
Aos dezessete dias do mês de julho, de dois mil e um, às dezenove A Comissão Permanente do Vestibular (Coperve), da FURG, solicita que
horas e trinta minutos, na sala B, no Campus Carreiros, sob a presidência os fiscais estejam em seus prédios 1(uma) hora antes do início das pro-
da Comissão de Formatura, formada pelos alunos Fulano de tal, Beltrano vas.
e Ciclano, reuniram-se os formandos interessados na organização da Rio Grande, 22 de outubro de 2000
formatura. Após constatada a presença de todos os alunos e feita a identi- Rose da Silva
ficação do empenho de formatura, a comissão presidente declarou aberta Presidente da Comissão
a reunião. A reunião iniciou-se com a solicitação que a partir de dezessete
de agosto fossem viabilizados os processos de arrecadação de valores CARTA OFICIAL
para a formatura. A comissão informou que o valor a ser arrecadado será
de R$ 12.000,00. Para tanto, pediu-se o afinco de todos os presentes na 1 - Conceito
seção. Por fim, estando os presentes de acordo com o que foi deliberado, Uma carta oficial consiste num meio de comunicação de caráter oficial
os Srs. presidentes encerraram a reunião, da qual eu, Maria da Silva, decorrente do cargo ou da função públicos.
secretária designada, lavrei a presente ata, após lida e aprovada será
assinada por mim e pelos presentes. 1.2 – Modelo
Rio Grande, dezessete de julho de dois mil. Uma carta oficial deve ser estruturada de maneira que contenha um
(seguem as assinaturas) timbre, local e data por extenso e número, antecedido por "c", que é um
indicativo de carta. Acompanhando estes elementos devem estar o ende-
ATESTADO reçamento, o vocativo, o texto, fecho e, por último, a assinatura, nome do
remetente.
1 – Conceito
Um atestado constitui-se de uma declaração feita por uma pessoa a Vejamos o exemplo que segue:
favor de outra, procurando atestar uma verdade em que se acredita.
Rio Grande, 01 de abril de 2000 C.n° 023/00
1.2 - Modelo
O presente documento deverá conter em sua estrutura um timbre, lo- À
calizado no alto, um título (ATESTADO) escrito em fonte maiúscula, Divisão de Letras
abaixo do timbre, no centro da folha, e com espaço de 10 linhas entre o COMCUR
nome e o timbre. Na sequência deverá apresentar-se um texto constituído Av. Itália, 1500
1.2 – Modelo Caso o ofício seja constituído por mais de uma folha, o endereço do
O memorando deve ser estruturado de forma que contenha o número destinatário deve constar da primeira.
e a sigla de identificação de sua origem, antecedido pela expressão
"memorando" e a data, não precedida do nome da localidade, mas grafa- Na diagramação dos dados, o último deve estar a dois espaços du-
da na mesma linha do número e da sigla. Seguindo estes elementos, virão plos ou 2cm. da borda inferior do papel, e todas as linhas devem coincidir
o nome do destinatário do memorando acompanhado do cargo que ocupa, com o texto, rentes à margem esquerda.
o assunto sintetizado e um texto que deve iniciar-se a 4 espaços duplos
abaixo do item anterior. Por último, virá o fecho (atenciosamente ou res- Entre os parágrafos do ofício deve ser deixado um espaço duplo ou
peitosamente) que deve estar centrado à direita, 1 espaço duplo abaixo do 1cm. O espaço entre as linhas também é duplo; nas transcrições e cita-
texto, e o nome e cargo do emitente: estes dados devem ser escritos a 4 ções é um ou um e meio; estes, preferencialmente, devem vir salientados
espaços duplos do fecho, alinhados verticalmente em relação ao texto que por aspas e, se ultrapassarem cinco linhas, devem distar cinco espaços
os antecede. da margem esquerda.
Vejamos um exemplo: Se o ofício tem por objetivo transmitir um assunto do interesse de di-
versos setores, é necessário que sejam tiradas tantas cópias forem preci-
Memorando n° 15/ Comcur Letras Em 04 de maio de 2001 so. Nesse caso, o ofício passará a se chamar de ofício circular, grafado
À SUPGRAD com inicial maiúscula, antes do número de ordem.
Assunto: solicitação para que continue em vigor o período especial de
provas. ORDEM DE SERVIÇO
1 – Conceito
Solicitamos de Vossa Magnificência que o período especial de provas Uma ordem de serviço é um documento oficial e interdepartamental,
continue vigorando, uma vez que do contrário, os alunos que fazem prova com numeração própria e, às vezes, apresenta características de circular.
no último horário serão prejudicados, dada a insuficiência de meios de Refere-se ao ato de expedir determinações que serão executadas por
transporte no Campus Carreiros. instituições de caráter social e por servidores desses órgãos.
Atenciosamente,
1.2 - Modelo
José Firmino Uma ordem de serviço deve ser estruturada de maneira que contenha
Presidente do DA-Letras o nome do órgão emissor da ordem de serviço, o número do documento e
o ano. Deverá conter um título referindo-se ao SUPERVISOR ADMINIS-
OFÍCIO TRATIVO, um texto, a data e, por fim, a assinatura do supervisor adminis-
trativo e a explicitação de quem executa tal cargo.
1 – Conceito
Um ofício é um documento utilizado por órgãos do governo ou autar- Vejamos o exemplo:
quias para correspondência externa e que tem por finalidade tratar de ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
assuntos oficiais. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
SUPERVISÃO DE APOIO ADMINISTRATIVO
1.2 – Modelo ORDEM DE SERVIÇO Nº5 / 99/ SUA
Um ofício deve conter em sua estrutura um timbre representado por
um símbolo e o nome da unidade impressa no alto da folha e a numera- O SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, no uso de suas atribuições,
ção, dentro do ano, que o ofício recebe, em ordem cronológica de feitura, Considerando o fiel cumprimento da Lei nº1234, de 12 de outubro de
seguido da sigla de indicação do órgão eminente. Este, por sua vez, faz- 1972, que regula prazos e o andamento dos expedientes administrativos.
se anteceder o nome da correspondência escrito por extenso ou abrevia- Considerando que, para apreciação de qualquer tipo de requerimento
do. Acompanhando estes elementos virá o local e data (dia, mês e ano) ou petição, deve o mesmo estar acompanhado de todos os dados impres-
que devem ser escritos a sete espaços duplos ou a 6,5cm. da borda cindíveis á sua análise.
superior. O mês é escrito por extenso. Entre o espaço e a centena se Considerando que, em número substancial, há necessidade de se
deixa um algarismo do ano, deve ser feito o ponto final e o término da data comunicar com o signatário da petição inicial, não só em seu interesse,
deve coincidir com a margem direita, que é de cinco espaços duplos ou de como no da administração.
5cm. A seguir virá o vocativo que deve ser escrito a dez espaços duplos
ou 10cm da borda superior, na linha do parágrafo, a dez espaços ou DETERMINA
2,5cm da margem e, por fim, um texto, em forma de parágrafo expondo o 1º Todos os órgãos desta secretaria, antes de darem andamento a
assunto, que inicia-se a 1,5cm do vocativo. Os parágrafos são enumera- qualquer expediente, deverão verificar se constam no mesmo os elemen-
dos rente a margem, com exceção do 1º e do fecho. tos informativos e se a documentação exigida para a sua apreciação foi
devidamente anexada.
05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema 12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os
para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em negócios das empresas de franquia pelo contato direto com os pos-
que ele está empregado conforme o padrão culto. síveis investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins
(A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem. de seleção não só permite às empresas avaliar os investidores com
(B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje. relação aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos
17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraque-
respeitam as regras de pontuação. cidos galhos da velha árvore.
(A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, reve- Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente,
lou, que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. sobre o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
(B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma (A) Quem podou? e Quando podou?
sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê?
(C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade (C) Que jardineiro? e Podou o quê?
Policial, confessou sua participação no referido furto. (D) Que vizinho? e Que galhos?
(D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste (E) Quando podou? e Podou o quê?
funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões 24. O público observava a agitação dos lanterninhas da platéia.
negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados. Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili-
18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e dades de leitura. Elimina-se essa ambigüidade pelo estabelecimen-
predicado que formam um período simples, se aplica, adequada- to correto das relações entre seus termos e pela sua adequada
mente, apenas a: pontuação em:
(A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral. (A) O público da platéia, observava a agitação dos lanterninhas.
Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 mi- 45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do
lhões no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o texto é:
46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mes- O terceiro e o quarto objetivos fundamentais, previstos no artigo 3º,
ma forma que: são projetos de um sonho estratosférico. Erradicar a pobreza e a margina-
A) salvo-conduto; lização e reduzir desigualdades sociais e regionais é trabalho para sécu-
B) abaixo-assinado; los. Não há nação do mundo sem faixas de miserabilidade - nem as mais
C) salário-família; ricas. A promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça,
D) banana-prata; sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação carece de
E) alto-falante. remédio forte, como criminalização das condutas contrárias. Sem a amea-
ça grave de sanções, a cobra raivosa do preconceito continuará agindo no
47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo coração de muitas pessoas.
do texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para is-
so é que o autor: A Carta proíbe a discriminação entre o homem e a mulher (artigo 5º, I,
A) se utiliza de comparações depreciativas; e artigo 226, parágrafo 5º), contra as liberdades fundamentais, e a prática
B) lança mão de vocábulo animalizador; do racismo (artigo 5º, incisos XLI e XLII). No trabalho, veda distinções
C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino; quanto ao salário, ao exercício de funções e aos critérios de admissão por
D) mostra precisão em todos os dados fornecidos; motivo de sexo, idade, cor ou estado civil (artigo 7º, inciso XXX). O soció-
E) usa grande número de termos adjetivadores. logo português Boaventura de Souza Santos, professor da Faculdade de
Economia da Universidade de Coimbra, falando recentemente a esta
48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do Folha, verberou a polarização da riqueza em muitos países, inclusive no
texto significa que: nosso, em condições parecidas com a dos Estados fascistas tradicionais.
A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava Exemplificou com grupos criminosos que substituem o Estado em certas
morto; regiões (vide o PCC) e com a parte corrupta da polícia, colaboradora do
B) a posição do menino era idêntica à de um morto; crime organizado, não se sabendo onde acaba a administração pública e
C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo começa a sociedade.
ou morto;
D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava Boaventura lembra a incapacidade de redistribuição da riqueza, per-
dormindo ou morto; mitindo que o capitalismo opere contra o pobre, e não a favor dele. Chama
E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino. essa situação de fascismo social. Neste país, presidido por um sociólogo,
precisamos meditar sobre as insuficiências gerais e as do direito em
49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos particular, afirmadas pelo sábio sociólogo português. Meditar para corrigi-
históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre las.
é: Wálter Ceneviva - Folha de São Paulo, 16/06/01
A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...'';
B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte''; 51 Ao dizer que os objetivos fundamentais da República Federativa do
C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens''; Brasil são ''de grande nobreza e esperança'', o autor do texto quer
D) ''...isto é problema para o juizado de menores''; dizer que:
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''. A) nossos objetivos constitucionais estão fora da realidade atual de
50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento nosso país;
do texto é uma: B) apesar de serem nobres, os objetivos constitucionais até hoje não
A) metonímia; foram atingidos;
B) comparação ou símile; C) por serem nobres, esses objetivos só poderão ser alcançados com
C) metáfora; a mudança profunda da sociedade brasileira;
D) prosopopéia; D) eles representam, por sua nobreza, algo que dificilmente será
E) personificação. atingido pelo povo brasileiro;
E) os objetivos constitucionais mostram algo nobre que funciona como
FASCISMO SOCIAL NO PAÍS DO SOCIÓLOGO ponto ideal de chegada.
A definição dos objetivos fundamentais da República Federativa do
Brasil está no artigo 3º de nossa Constituição. São todos de grande no- 52 ''Valem como pólos de concentração ideal para o povo, ...''; o item
breza e esperança. Valem como pólos de concentração ideal para o povo, em que aparece um vocábulo acentuado graficamente pela mesma
como destinos a serem alcançados pelo Brasil, na permanente viagem de razão do acento gráfico na palavra sublinhada é:
nossos sonhos. A) As riquezas não têm sido distribuídas de forma justa em nosso
país;
O primeiro desses objetivos consiste em realizar uma sociedade livre, B) O governo não pôde atingir o ideal proposto pela nossa Constitui-
justa e solidária. Para ser livre, a sociedade terá liberdades públicas ção;
asseguradas a todos. Cidadania livre é cidadania sem intervenção exces- C) Os objetivos constitucionais não contêm todas as esperanças do
siva do poder. No país das medidas provisórias, o cidadão acorda tolhido, povo brasileiro;
dia após dia, com e sem ''apagões'' e ''caladões''. Para que a sociedade D) O povo brasileiro não deve pôr o ideal em lugar que não possa ser
possa ser tida por justa, é necessário diminuir as distâncias sociais, com alcançado;
pobres menos pobres. Depois que a moeda se estabilizou, durante o E) A Constituição não provê os meios necessários à realização dos
governo de Fernando Henrique Cardoso, honra seja feita, houve melhora objetivos propostos
nesse campo, mas o Brasil ainda é dos mais atrasados do mundo na
satisfação das necessidades sociais do ser humano. 53 ''Valem como pólos de concentração ideal para o povo, como
A solidariedade proclamada no texto constitucional deve ser espontâ- destinos a serem alcançados pelo Brasil, na permanente viagem de
69 ''Por isso o gesto de solidariedade, por menor que seja, é tão impor- _______________________________________________________
tante.''; uma outra forma de expressar-se o mesmo conteúdo desse
_______________________________________________________
segmento do texto é:
A) Em vista disso o gesto de solidariedade, ainda que bem pequeno, é _______________________________________________________
muito importante;
B) Embora pequeno, por isso o gesto de solidariedade é tão importan- _______________________________________________________
te;
C) Em função disso, o gesto de solidariedade é tão importante, quando _______________________________________________________
pequeno;
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
___________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________
_______________________________________________________ _______________________________________________________