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BB – LÍNGUA PORTUGUESA (ESCRITURÁRIO) 10/02/2011

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjeti-
va, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a
fim de responder às interpretações que a banca considerou como perti-
nentes.

No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele tex-


to com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da
época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-
tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida.
Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência biblio-
gráfica da fonte e na identificação do autor.

A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções


de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não,
exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha
adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do
"mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento
proposto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder à
pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora
por haver uma outra alternativa mais completa.

Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmen-


to do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A des-
contextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve posterior para ter idéia do sentido global proposto pelo autor, desta manei-
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de ra a resposta será mais consciente e segura.
necessitar de um bom léxico internalizado.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um TEXTO NARRATIVO
confronto entre todas as partes que compõem o texto.  As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não,
forças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desen-
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas rolar dos fatos.
por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento
justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou
autor diante de uma temática qualquer. heroína, personagem principal da história.

O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do pro-


Denotação e Conotação tagonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (ex- contracena em primeiro plano.
pressão gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma
convenção. É baseado neste conceito de signo lingüístico (significante + As personagens secundárias, que são chamadas também de com-
significado) que se constroem as noções de denotação e conotação. parsas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na
narração.
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicioná-
rios, o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras O narrador que está a contar a história também é uma personagem,
é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compre- pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-
ensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determi- tância, ou ainda uma pessoa estranha à história.
nada construção frasal, uma nova relação entre significante e significado.
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e
diferenciadas em seus leitores. tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma di-
mensão psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas
Ainda com base no signo lingüístico, encontra-se o conceito de polis- reações perante os acontecimentos.
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra  Seqüência dos fatos (enredo): Enredo é a seqüência dos fatos,
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste a trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim podemos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax,
esclareçam o sentido. o desenlace ou desfecho.

Como Ler e Entender Bem um Texto Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente,
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre,
e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de manei- na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes,
ra cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, a história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (―in média‖),
extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o pró- ou seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de
ximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe interesses entre as personagens.
destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma
palavra para resumir a idéia central de cada parágrafo. Este tipo de pro- O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten-
cedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento. são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfe-

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cho, ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. se mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narra-
 Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- ção. Exemplo:
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
gênero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento coti- alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
diano constitui uma crônica, o relato de um drama social é um lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensas-
romance social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato sem que estivesse doido. Como poderia andar um homem
central, que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundá- àquela hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco
rios, relacionados ao principal. de pés no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
 Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos (José Lins do Rego)
lugares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa con-
ter informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas TEXTO DESCRITIVO
vezes, principalmente nos textos literários, essas informações Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais ca-
são extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos racterísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
textos narrativo.
 Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importan-
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, tes, tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade que vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos
salienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas rela- para que o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma
ções podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos imagem unificada.
fatos, ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de
um fato que aconteceu depois. Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, va-
riando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tem- pouco.
po material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da técnica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no  Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
seu espírito. transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa men-
 Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis- te através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a
semos, é a personagem que está a contar a história. A posição subjetiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas
em que se coloca o narrador para contar a história constitui o fo- preferências, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e
co, o aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser ca- não o que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mun-
racterizado por : do objetivo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito  Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
às personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos,
acontecimentos e a narração é feita em 3a pessoa. pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e tempera-
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da nar- mento, com a finalidade de situar personagens no contexto cultu-
rativa que é feito em 1a pessoa. ral, social e econômico .
- visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê,  Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o
aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per- observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama,
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra- para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as
dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa. partes mais típicas desse todo.
 Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de  Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos
apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma
qual a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos
feita em 1a pessoa ou 3a pessoa. e típicos.
 Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada,
Formas de apresentação da fala das personagens que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há um incêndio, de uma briga, de um naufrágio.
três maneiras de comunicar as falas das personagens.  Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge-
rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um voca-
 Discurso Direto: É a representação da fala das personagens a- bulário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormeno-
través do diálogo. res. É predominantemente denotativa tendo como objetivo escla-
recer convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou
Exemplo: mecanismos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.
“Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da
verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna- TEXTO DISSERTATIVO
val a cidade é do povo e de ninguém mais”. Dissertar significa discutir, expor, interpretar idéias. A dissertação
consta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou
No discurso direto é freqüente o uso dos verbo de locução ou des- questão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai
cendi: dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e escrever com clareza, coerência e objetividade.
etc.; e de travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas
ou rápidas os verbos de locução podem ser omitidos. A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persua-
dir o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como
 Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão.
próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-
xemplo: A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfati-
“Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa- zando o contexto.
dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os Quanto à forma, ela pode ser tripartida em :
menos sombrios por vir”.  Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda-
 Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e
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objetiva da definição do ponto de vista do autor. sua unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim
 Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as idéias co- o propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo.
locadas na introdução serão definidas com os dados mais rele- As relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
vantes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
idéias articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte dão tornem esta produção altamente evocativa.
num conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e
desencadeia a conclusão. A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a
 Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da i- um texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia,
déia central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se
a introdução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. algo espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfra-
Para haver maior entendimento dos procedimentos que podem se não possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de
ocorrer em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, argumentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes
hipótese e opinião. diferentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário
é a obra ou ação que realmente se praticou. ter na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo,
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so- daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histó-
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. rico uma relação interdiscursiva e intertextual.
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje- As metáforas, metomínias, onomatopéias ou figuras de linguagem,
tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem entram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias
a respeito de algo. capazes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é
muito utilizada para causar este efeito, umas de suas características
O TEXTO ARGUMENTATIVO salientes, é que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar idéias,
Baseado em Adilson Citelli valores da oposição, tudo isto em forma de piada.
A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-
rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir
discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito,
ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, idéias ou
de referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e
do tipo de texto solicitado. concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerí-
vel, capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação...
Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessá-
rio que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A constru- Texto Base: CITELLI, Adilson; ―O Texto Argumentativo‖ São Paulo
ção de um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo SP, Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição.
com a sua análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compre-
ensão do conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A forma- TIPOLOGIA TEXTUAL
ção discursiva é responsável pelo emassamento do conteúdo que se
deseja transmitir, ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de
vista do sujeito, suas análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as TEXTOS LITERÁRIOS
opiniões o que fazemos é soltar concepções que tendem a ser orientadas São textos que privilegiam a mensagem pela própria mensagem. Ne-
no meio em que o indivíduo viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões les, interessa primordialmente como se combinam de acordo com padrões
com o simples e decisivo intuito de persuadir e fazer suas explanações estéticos, os diferentes elementos da língua, para dar uma impressão de
renderem o convencimento do ponto de vista de algo/alguém. beleza. No processo de construção dos textos literários, o verbo "escre-
ver", tal como expressou Barthes, converte-se em verbo intransitivo: o
Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e escritor detém-se na própria escrita, joga com os recursos linguísticos,
desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e transgredindo, com frequência, as regras da linguagem para liberar sua
todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas imaginação e fantasia na criação de mundos fictícios.
de intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas.
Dentro deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerên- Diferentemente dos textos informativos, nos quais o referen te é
cia é de relevada importância para a produção textual, pois nela se dará transparente, os textos literários são textos opacos, não explícitos, com
uma seqüência das idéias e da progressão de argumentos a serem expla- muitos vazios ou espaços em branco, indeterminados. Os leitores, então,
nadas. Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitá- devem unir todas as peças em jogo: a trama, as personagens e a
vel, a apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em linguagem; têm de preencher a informação que falta para construir o
seus objetivos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os sentido, fazendo interpretações congruentes com o texto e com seus
mecanismos da coesão e da coerência serão então responsáveis pela conhecimentos prévios do mundo. Os textos literários exigem que o leitor
unidade da formação textual. compartilhe do jogo da imaginação para captar o sentido de coisas não
ditas, de ações inexplicáveis, de sentimentos não expressos.
Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos
verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por Embora todos os textos tenham um "repertório", um território que nos
recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados. é familiar, porque envolvem realidades extratextuais (lugar e tempo das
ações; normas e valores representados; alusões ou referências a pesso-
Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é as, lugares e coisas que existem fora do texto; elementos e tradições
a linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que literárias, etc.), não basta conhecer estas realidades para compreender o
ocorre agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e texto literário: é necessário fundamentalmente extrair as múltiplas pers-
outro que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argu- pectivas e os múltiplos níveis de associação que o texto nos oferece.
mentos com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto,
estes argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da O texto literário, que permite o desenvolvimento de todas as virtuali-
comunicação ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e dades da linguagem e, portanto, que é o espaço de liberdade da lingua-
Persuasão). gem, sem as restrições das normas, permite-nos ler "para nada", para não
fazer nada depois da leitura; somente nos leva pela imaginação; porém,
Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em também pode permitir-nos analisar os mecanismos empregados pelo
autor para produzir beleza, tentar recriar estes mecanismos em novas
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criações, desentranhar os símbolos que estruturam a mensagem, brincar A Obra Teatral
com a musicalidade das palavras liberadas de sua função designativa, etc. Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas,
tragédias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvol-
O Conto vendo diversos conflitos, mediante a interação linguística das persona-
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos per- gens, quer dizer, através das conversações que têm lugar entre os partici-
feitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de pantes nas situações comunicativas registradas no mundo de ficção
equilíbrio; segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um construído pelo texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que
conflito, que dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução conta os fatos, mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos
desse conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio e/ ou monólogos das personagens.
perdido.
Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível en-
Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem contrar neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem
entre si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de espontânea das personagens, através de numerosas interjeições, de
recheio (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. alterações da sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de
Tanto os núcleos como as ações secundárias colocam em cena persona- lugar e tempo. Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares
gens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresen- servem para moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo,
tação das características destes personagens, assim como para as indi- estabelecem os turnos de palavras.
cações de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos.
As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da repre-
Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo sentação cênica: elas são construídas para serem representadas. O
das personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes diretor e os atores orientam sua interpretação.
(os travessões, para indicar a mudança de interlocutor).
Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão
A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada
linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na contato apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas,
apresentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao determinadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferen-
futuro). tes quadros, que correspondem a mudanças de cenografias.

A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as
contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de chamadas notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos
temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...". atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes
cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação.
Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção Estas notações apresentam com frequência orações unimembres e/ou
e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predo- bimembres de predicado não verbal.
minam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descri-
ções e nos diálogos. O Poema
Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição es-
O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência pacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão
chega ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu preten- relevância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com
dente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos
história familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas misteriosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz
no passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, alta, para captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem
olhou sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na que pretende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados
sala". pelo poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções,
sua versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrea-
A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibili- lismo, relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para
dade: são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um apresentar ensinamentos morais (como nas fábulas).
artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo
definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor so-
entrou apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando noro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte
alguém impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme român- essencial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma
tico dos anos 40." série métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras
O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a
que constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta musicalidade depende desta distribuição.
voz pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os
fatos na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à
pessoa que não intervém nem como ator nem como testemunha. distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas
diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as cha-
Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes madas licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em
pontos de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o suas sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não
que as personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que constituem um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final
fazem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que de uma palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com
lhes acontecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados onisci- vogal ou h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos
entes. finais também incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última
palavra é paroxítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona,
A Novela soma-se uma sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma.
É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de
complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos,
personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá- pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso fre-
rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por quente na poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou
converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes. parcial dos últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a
consoante (coincidência total de vogais e consoante a partir da última

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vogal acentuada) e a assonante (coincidência unicamente das vogais a É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa
partir da última vogal acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três
desde duas até dezesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, partes claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimen-
já que, pelo acento, são considerados dissílabos. to. O título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a
atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal
As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas dife- El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze
rentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à palavras. A introdução contém o principal da informação, sem chegar a
progressão temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade ser um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os deta-
informativa vinculada ao tema central. lhes que não aparecem na introdução.

Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos meca- A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à
nismos de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com margem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da
a criação de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir
vocábulos, metonímias, jogo de significados, associações livres e outros o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo,
recursos estilísticos que dão ambiguidade ao poema. não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como
nosso país ou minha cidade).
TEXTOS JORNALÍSTICOS
Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu por- Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veraci-
tador ( jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da dade: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue
função informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no comprovar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a
momento em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está des-
atualidade, condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as cartado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte,
novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais recorre ao discurso direto, como, por exemplo:
variados temas.
O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara
De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: dos Deputados durante a próxima semana .
informação nacional, informação internacional, informação local, socieda-
de, economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal.

A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar
tanto da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema das notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também
abordado. é frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela
polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita
Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais co- por um patrulheiro.
muns são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reporta-
gens, as crônicas, as resenhas de espetáculos. A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o
quê? quem? como? quando? por quê e para quê?.
A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à
medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos O Artigo de Opinião
publicitários aparecem não só nos periódicos como também em outros Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atu-
meios amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, alidade que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já
nos referiremos a eles em outro momento. é considerado, ou merece ser, objeto de debate.

Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pes-
suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os quisa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expres-
quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação sam a posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua
cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informa- ideologia, enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as
ção linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as opiniões de seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas
explicações do texto. vezes, opiniões divergentes e até antagônicas em uma mesma página.

É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral
publicação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fun- se organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a
damentalmente, a primeira página, as páginas ímpares e o extremo supe- identificação do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e
rior das folhas dos jornais trazem as informações que se quer destacar. alcance, e que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formula-
Esta localização antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao ção de uma tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de
conteúdo desses textos. forma a justificar esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da
posição adotada no início do texto.
O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar
sobre a posição adotada pela redação. A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos
argumentos expostos como também com as estratégias discursivas
A Notícia usadas para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar
Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou as seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insi-
pessoas. nuações, as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a
tomada de distância através do uso das construções impessoais, para dar
As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, objetividade e consenso à análise realizada; a retenção em recursos
que contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a descritivos - detalhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes
informação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por etapas de pesquisa estão bem especificadas com uma minuciosa enume-
exemplo, não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpre- ração das fontes da informação. Todos eles são recursos que servem
tá-la), ou de ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em para fundamentar os argumentos usados na validade da tese.
publicações similares.
A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de

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temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus a ordem sintática canônica (sujeito-verbo-predicado).
respectivos comentários.
Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou se-
Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apre- mântica, e levam em consideração o significado mais conhecido, mais
sentam uma preeminência de orações enunciativas, embora também difundido das palavras.
incluam, com frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua
trama argumentativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocá-
valor da informação de base, o assunto em questão; as últimas, para bulos a que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto
convencer o leitor a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decor- é, evitam os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabele-
rer destes artigos, opta-se por orações complexas que incluem proposi- cem mediante definições operatórias o significado que deve ser atribuído
ções causais para as fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos ao termo polissêmico nesse contexto.
efeitos, concessivas e condicionais.
A Definição
Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva,
ideológica do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que determina de forma clara e precisa as características genéricas e
que circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação diferenciais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma
exposta. Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos configuração de elementos que se relacionam semanticamente com o
utilizar estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica termo a definir através de um processo de sinonímia.
dos dados do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta
das entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo
por excelência da definição lógica, uma das construções mais generaliza-
Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias das dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expan-
mencionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um são do termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que
texto de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor pertence, "animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o
aceite ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, traço que nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero
cenas e opiniões como positivas ou negativas. animal.

A Reportagem Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores


É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, mais qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se
para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma referem: Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou
figura-chave para o conhecimento deste tópico. parte do Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente
antes de terminar o inverno.
A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a
publicação e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La
a atenção dos leitores. Real Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou
introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus
A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, reali- traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações
zada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso
As perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para exemplo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um
divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador. substantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte
do Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação
A Entrevista mediante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparen-
Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente me- temente antes de terminar o inverno".
diante uma trama conversacional, mas combina com frequência este
tecido com fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior As definições contêm, também, informações complementares relacio-
liberdade, uma vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta- nadas, por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se
resposta, mas detém-se em comentários e descrições sobre o entrevista- inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo
do e transcreve somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com ("do lat. piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc.
travessões a mudança de interlocutor. É permitido apresentar uma intro-
dução extensa com os aspectos mais significativos da conversação man- Essas informações complementares contêm frequentemente
tida, e as perguntas podem ser acompanhadas de comentários, confirma- abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras páginas do
ções ou refutações sobre as declarações do entrevistado. Dicionário: Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio
masculino, etc.
Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessa-
riamente incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias bá-
conversação possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas sicas da estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos,
destas entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a nos quais diferentes informações costumam ser codificadas através de
temas derivados. tipografias diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as
etimologias, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em
Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe bloco mediante barras paralelas e /ou números.
uma garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez
de quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender
de propostas e de réplicas. uma coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113.
Fazer continuar em exercício; adiar o término de.
TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA
Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ci- A Nota de Enciclopédia
ências em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam- Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de tra-
se tanto nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais. ma descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela
Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa des- amplitude desta expansão.
tas ciências, os textos têm algumas características que são comuns a
todas suas variedades: neles predominam, como em todos os textos A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de
informativos, as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constitu-

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em-se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por A Monografia
subtítulos. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre
os temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeo- um determinado tema é recolhida em diferentes fontes.
grafia, população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura,
etc. Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados
com base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem
Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, como fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos,
nos quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por testemunhos qualificados ou de especialistas no tema.
exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra-
dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização co-
variedades: terrestres e aquáticos. erente dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem
como indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por
Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da exemplo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que
linguagem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, os aspectos positivos da gestão governamental de um determinado per-
que responde às exigências de concisão e de precisão. sonagem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos nega-
tivos, teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal
As características inerentes aos objetos apresentados aparecem atra- forma que esta valorização fique explícita.
vés de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com man-
chas pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo,
olhos muito juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a o tema a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que,
base informativa dos substantivos e, como é possível observar em nosso conjugando seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará
exemplo, agregam qualidades próprias daquilo a que se referem. as primeiras antecipações sobre a informação que espera encontrar e
formulará as hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o
O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo teci- tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o
do predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais
de ligação - ser, estar, parecer, etc. estarão listadas nas referências bibliográficas, de acordo com as normas
que regem a apresentação da bibliografia.
O Relato de Experimentos
Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do
manipular o ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são texto que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de
textos que descrevem experimentos. construções de discurso direto ou de discurso indireto.

O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modifi-
mas que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é cações, tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da
necessário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações economia dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de
para concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para toda tramitação referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que pre-
constatar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condi- nunciam a palavra de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os
ções uma planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode- traços que incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da eco-
se colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condi- nomia dirigida - declara Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...')
ções de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com são alguns dos sinais que distinguem frequentemente o discurso direto.
diferentes fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar
em que circunstâncias obtém-se um melhor crescimento. Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por ou-
tro, em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos
A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas cate- subordinadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações,
gorias: uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, pronomes pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação,
isto é, ao registro da situação de experimentação; a outra, ao processo sinais auxiliares, etc.
observado.
Discurso direto: ‗Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría -
Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que co- nutrem-se do liberalismo’
meçam com se (condicionais) e com quando (condicional temporal):
Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu
planta crescerá mais rápido. pensamento nutriam -se do liberalismo'

Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos dis-
mostrar manchas marrons devido ao excesso de umidade. cendi (dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introdu-
zir os enunciados das fontes como para incorporar os comentários e
Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável opiniões do emissor.
tempo aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é
possível observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o
brotos ...; de advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois autor recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de
de, no mesmo momento que, etc., dado que a variável temporal é um classificação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo
componente essencial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos de fonte consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente
descritivos, apresenta as características dos elementos, os traços distinti- entre os dados apresentados e o princípio de classificação adotado.
vos de cada uma das etapas do processo.
Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipó-
O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado tese, sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade
em um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primei- das fontes consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da
ra pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser- coerência estabelecida entre os fatos e a conclusão.
vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo
observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo
entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa, problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos.
do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos.

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Os conectores lógicos oracionais e extra-oracionais são marcas lin- Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir
guísticas relevantes para analisar as distintas relações que se estabele- da especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados
cem entre os dados e para avaliar sua coerência. (lista de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no
experimento, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um
A Biografia aparelho, etc.), a outra, desenvolve as instruções.
É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s)
pessoa(s). Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma As listas, que são similares em sua construção às que usamos habi-
autobiografia. tualmente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos
acompanhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos).
Estes textos são empregados com frequência na escola, para apre-
sentar ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de persona- As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres,
gens cuja ação foi qualificada como relevante na história. com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou
orações unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo
Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, da- (misturar a farinha com o açúcar).
do que a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias,
em sua construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como
conectividade temporal: advérbios, construções de valor semântico adver- as construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo apare-
bial (Seus cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de cem acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais
sua cidade natal Depois, mudou-se com a fam17ia para La Prata), propo- que expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações
sições temporais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos (separe cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito
caminhos da novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se cuidado as claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem
na realidade), etc. estruturados visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteú-
do do pacote em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com
A veracidade que exigem os textos de informação científica mani- as claras até que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-
festa-se nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados se, com frequência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar
apresentados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no e de tempo: Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer
modo de apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de novamente. Neste momento, terá que correr rapidamente até o lado
acumulação simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um oposto da cancha. Aqui pode intervir outro membro da equipe.
destes dados pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de
acordo com a importância que a eles atribui. TEXTOS EPISTOLARES
Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por es-
Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não - crito com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabe-
autorizadas" de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma çalho. Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente
característica que parece ser comum nestas biografias é a inten- de uma empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indiví-
cionalidade de revelar a personagem através de uma profusa acumulação duos designados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora).
de aspectos negativos, especialmente aqueles que se relacionam a defei-
tos ou a vícios altamente reprovados pela opinião pública. Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que,
de forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, depen-
TEXTOS INSTRUCIONAIS dendo das características contidas no texto.
Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais di-
versas atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organi-
animais domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. zação espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que
Dentro desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas estabelece o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a
culinárias até os complexos manuais de instrução para montar o motor de forma de tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte
um avião. Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de do texto em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a
receitas e manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instru- saudação e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O
ções, etc. Mas todos eles, independente de sua complexidade, comparti- grau de familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio
lham da função apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a que orienta a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um
trama descritiva para representar o processo a ser seguido na tarefa amigo, opta-se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é
empreendida. desconhecido ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica
(empregador em relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.),
A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencio- impõe-se o estilo formal.
nais cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade,
estão amplamente difundidos os modelos de regulamentos de co- A Carta
propriedade; então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e
texto deste tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identifi- argumentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informati-
cação para introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos va, expressiva e apelativa).
direitos e deveres das partes envolvidas.
Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, is-
Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos ins- to é, aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a
trucionais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de um amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm aconte-
alimentos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a cimentos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que
seguir uma dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio percebe o receptor como ‗cúmplice‘, ou seja, como um destinatário com-
destes textos incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu em- prometido afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto,
prego frequente e sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de capaz de extrair a dimensão expressiva da mensagem.
abordagem e de produção de algumas de suas variedades, como as
receitas e as instruções. Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor co-
nhecido, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transpa-
As Receitas e as Instruções recer marcas da oralidade: frases inconclusas, nas quais as reticências
Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instru- habilitam múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las;
ções para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefa- perguntas que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que
to, fabricar um móvel, consertar um objeto, etc. encerram em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de

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exclamação que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas Existem diversos tipos de historietas; um deles é a clássica historieta
expressões que refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas. dos quadrinhos cômicos dos jornais, que se caracteriza por sua intencio-
nalidade apelativa e por seu conteúdo humorístico. Em outras historietas,
Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As e- observa-se um predomínio da função literária: são aquelas historietas em
nunciativas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com que se desenvolvem aventuras de guerra, histórias policiais, relatos
as dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar românticos, de ficção científica, etc.
a subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de
diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati- Dentro da categoria das historietas com função apelativa, encon-
vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições. tramos uma classe que está empregada com frequência no campo da
educação para a saúde: é a historieta que expressa instruções para
A Solicitação melhorar a higiene, prevenir enfermidades, orientar a população para o
É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabeleci- uso de determinados medicamentos, etc.
da pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou
tem a possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo O emprego da historieta com distintas intenções parte da premissa de
emissor: um emprego, uma vaga em uma escola, etc. que estes textos que combinam o linguístico com o icônico são mais aptos
para transmitir mensagens a leitores pouco treinados na decodificação
Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ce- linguística.
der ou não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal,
que recorre ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas con- A historieta humorística caracteriza-se por sua economia narrativa,
vencionalmente para a abertura e encerramento (atenciosamente ..com uma vez que condensa o relato em poucas vinhetas. Linguagem econômi-
votos de estima e consideração . . . / despeço-me de vós respeitosamente ca, frases muito curtas, palavras ou construções que remetem a uma
. ../ Saúdo-vos com o maior respeito), e às frases feitas com que se inici- pluralidade de significados, poucos personagens, caracterizados com
am e encerram-se estes textos (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que traços sintéticos.
... O abaixo-assinado, Antônio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao
Senhor Diretor do Instituto Politécnico a fim de solicitar-lhe...) Estes textos recorrem a combinações pouco frequentes de significa-
dos metonímicos e a metáforas originais. Empregam símbolos icônicos
As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do convencionais para expressar sentimentos (um coração para o amor),
singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor efeitos de ações (estrelas ante um soco), emoções violentas (raios, cobras
através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa e caveiras para o insulto), etc.
identificam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez,
dirige-se a...). A especialização, ao mesmo tempo que permite conhecer as normas
que regem a produção das historietas, tem uma particular relevância para
A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o atribuir significado aos distintos elementos em jogo. As vinhetas relacio-
primeiro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições nam-se à progressão temática: os balões encerram os discursos diretos
que reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados das personagens, contêm o que estas dizem, pensam, murmuram, gritam;
por frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos a localização dos balões tem relação com os turnos de palavra (lê-se
em algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condi- primeiro o que está nos balões situados na parte superior, à esquerda); o
ções; por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à corpo das letras relaciona-se com a ênfase que as personagens atribuem
sua apelação. ao que dizem: a repetição de letras, sinais de pontuação, de exclamação,
de interrogação. Os quadros em branco, os cinzas ou pretos; o lugar que
Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram ocupa o texto ou a imagem dentro do quadro, etc., são todos elementos
um amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão significativos para compreender a mensagem.
tanto de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem
desenvolver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, Construções substantivas, adjetivas ou adverbiais, orações uru-
como de construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa membres ou bimembres com predicado não verbal, quebras deliberadas
posição, o solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infiniti- da sintaxe normal, ausência de conectores lógicos são alguns dos recur-
vo salienta os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o sos usados com frequência para expressar a ironia, a zombaria, o duplo
gerúndio enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido). sentido, o enfoque humorístico ou sarcástico da realidade.

A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal ma- TEXTOS PUBLICITÁRIOS


neira que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de Estes textos, que estão estreitamente relacionados com as expectati-
solicitação de bolsas de estudo, etc. vas e as preocupações da comunidade, são os indicadores típicos da
sociedade de consumo: informam sobre o que se vende com intenção de
TEXTOS HUMORÍSTICOS criar no receptor a necessidade de comprar. A informação é parcial à
Têm como intenção primordial provocar o riso mediante recursos lin- medida que apresenta somente o positivo, porque procura transformar
guísticos e/ou iconográficos que alteram ou quebram a ordem natural dos aquilo que oferece em objeto de desejo.
fatos ou acontecimentos, ou que deformam as características das perso-
nagens. Os recursos mais frequentes são a zombaria, a ironia, a sátira, a São construídos em torno da função apelativa da linguagem, pois
caricatura, o sarcasmo. buscam como efeito modificar comportamentos; portanto, manipulam a
linguagem em virtude do que se propõem obter do receptor. Este propósi-
Entre os textos humorísticos, destacam-se as histórias em quadrinhos to habilita tanto a transparência como a opacidade; a linguagem neutra,
cômicas ou historietas de humor que, estando amplamente difundidas em sem adornos, como a linguagem figurada. A linguagem econômica do
nosso meio social, já são aceitas e valorizadas nas aulas. anúncio publicitário ou a complexa retórica da propaganda política diri-
gem-se às emoções, sentimentos e fantasias culturais do público.
A História em Quadrinhos
Constitui uma das variedades mais difundidas da trama narrativa com O Anúncio
base icônica: combina a imagem plana com o texto escrito, e os elemen- Este texto publicitário, que aparece em jornais, revistas, cartazes, fo-
tos verbais e icônicos integram-se a partir de um código específico. lhetos de publicidade, etc., pode adotar distintas tramas: narrativa, argu-
mentativa, descritiva ou conversacional, e frequentemente conjuga o
Este tipo de texto busca a participação ativa do leitor por via emocio- verbal com o icônico em uma relação de complementariedade que amplia
nal, assistemática, anedótica, concreta. o significado deste tipo de texto.

Língua Portuguesa 9 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Na estrutura profunda de todo anúncio, estão as frases imperativas: Guadarruma é um espetáculo que lhes permitirá esquecer a agitação da
compre tal coisa: , ―faça de tal maneira‖, ‗faça isto‖, que aparecem modifi- cidade grande.
cadas na superfície pelo ocultamento do verbo comprar, através do traba-
lho retórico ideológico da prática publicitária. Os folhetos muitas vezes recorrem a trama argumentativa, para atrair
a atenção dos leitores, utilizando orações complexas, integrada por pro-
Qualquer que seja a trama escolhida, estes textos caracterizam-se posições condicionais: Se você está interessado em conhecer teorias,
por seu trabalho de síntese: através de relatos resumidos, descrições pesquisas e experiências de leitura e escrita, então inscreva-se no LYV ou
precisas, diálogos breves, argumentações econômicas, situam o receptor concessivas: Embora hoje você não necessite de nós, guarde este ende-
no mundo desejado. reço ... Estamos aqui para ajudar-nos e ajudar-te crescer.

As estratégias discursivas mais usuais nos anúncios são os jogos de O folheto, que tem no tríptico seu formato mais frequente costuma ser
palavras, as metáforas, as repetições sistemáticas, as insinuações, as impresso em várias cores que ressaltem o atrativo e a riqueza das ima-
onomatopeias, a renovação de títulos conhecidos, combinatórias de sons, gens que complementam a significação do texto.
hipérboles ou exageros, uso de estereótipos, as transcrições de testemu-
nhos em estilo direto, etc. Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS,
Ana Maria Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS.
O Cartaz
Em nossa vida cotidiana, deparamos, com frequência, nas ruas, nas EXERCÍCIOS – INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
casas comerciais, nos cinemas, nos teatros, etc., com textos breves sobre
cartolinas, cartões, papéis de grandes medidas feitos especialmente para Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que
promover um lugar, um produto, uma atividade, um personagem. Estes segue.
textos, de grande relevância nas sociedades de consumo, cumprem uma
função apelativa e, geralmente, têm uma trama descritiva. No coração do progresso
Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo o que
O cartaz é construído com o mínimo de recursos expressivos para classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se tanto à inven-
chamar a atenção. Tanto a espacialização do texto sobre o papel como as ção do aeroplano ou à descoberta do DNA como à promoção do papai no
imagens que, nos cartazes mais elaborados, complementam a mensagem novo emprego. “Estou fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim
linguística são de fundamental importância: a efetividade depende em acerta a mão numa velha receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e
grande parte das cores, da diagramação, da tipografia selecionada, do convidar o leitor a refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre
tamanho das letras que permita sua leitura à distância. pareceu abrir todas as portas para uma vida melhor.
Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de cinema,
Dentro desta categoria de textos, temos os simples out-doors nos via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendi-
quais, usando como único recurso letras grandes que se destacam sobre mento, ninguém tinha dúvida em dizer ou pensar: é o progresso. Uma
papéis brancos ou de uma só cor, anuncia-se Grande Baile Familiar na represa monumental era progresso. Cada novo produto químico era um
Vila Margarita. Clube Átlético Pueblo Unido. Sábado 22 às 23 horas. O progresso. As coisas não mudaram tanto: continuamos a usar indiscrimi-
evento promovido, o lugar e a data de sua realização aparecem enuncia- nadamente a palavrinha mágica. Mas não deixaram de mudar um pouco:
dos diretamente com um mínimo de recursos linguísticos (orações uni- desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e
membres integradas por construções substantivas com escassos modifi- tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preserva-
cadores diretos e indiretos) para se assegurar que o anúncio vai ser ção ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino
imediatamente compreendido. planeta.
Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso.
Outros cartazes são construídos com frases de conteúdo metafórico, Do ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo
com verbo de ligação do tipo ‗A é B‖ — A droga é uma viagem de ida — que concorre para equilibrar a ação transformadora do homem sobre a
ou, com elipse de verbo e predicado-nominal — A leitura, uma aventura — natureza e a integridade da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas
ou orações simples — XXL marca seu nível -, que levam o receptor a sustentável: o adjetivo exprime uma condição, para cercear as iniciativas
construir múltiplas associações. predatórias. Cada novidade tecnológica há de ser investigada quanto a
seus efeitos sobre o homem e o meio em que vive. Cada intervenção na
O Folheto natureza há de adequar-se a um planejamento que considere a qualidade
Da mesma forma que o cartaz, o folheto objetiva criar no receptor a e a extensão dos efeitos.
necessidade de adquirir um produto, visitar um lugar, participar de um Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e
evento, participar de uma reunião, etc., a partir da descrição dos traços e política de todas as formas de progresso que afetam nossa relação com o
aspectos valorizados como positivos do elemento promovido. mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida. Não é pouco, mas ainda
não é suficiente. Aos cientistas, aos administradores, aos empresários,
Em sua estrutura profunda, estes folhetos procuram modificar com- aos industriais e a todos nós – cidadãos comuns – cabe a tarefa cotidiana
portamentos; por isso, têm uma intencionalidade claramente apelativa. Ao de zelarmos por nossas ações que inflectem sobre qualquer aspecto da
contrário dos outros textos publicitários, que se caracterizam pela econo- qualidade de vida. A tarefa começa em nossa casa, em nossa cozinha e
mia dos recursos expressivos usados, os folhetos expandem, com maior banheiro, em nosso quintal e jardim – e se estende à preocupação com a
amplitude, sua base informativa. rua, com o bairro, com a cidade.
“Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia o poeta. Mas um
Por exemplo, se quisermos promover um determinado lugar, construi- mundo que merece a atenção do nosso coração e da nossa inteligência é,
remos um texto de trama descritiva que contenha os dados precisos sobre certamente, melhor do que este em que estamos vivendo.
sua localização, vias de acesso, acontecimentos mais relevantes de sua Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o senti-
história, pontos de maior atração, produtos regionais, etc. do preciso – talvez oculto - da palavra mágica empregada. (Alaor Adauto
de Mello)
No tecido deste texto, destacam-se os circunstanciais de lugar, cons-
truídos por advérbios, por construções adverbiais ou de valor semântico 1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a
adverbial e por numerais cardinais e ordinais: este povoado está situado a qual este deve ser
5 km de Sauce Chico, bem próximo à desembocadura do Rio Rocoso, na (A)) equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades
encosta da serra La Pantera; os adjetivos qualificativos, com valorizações humanas e o respeito ao mundo natural.
positivas: o monte Lugano, que se ergue majestoso para o ocidente, é o (B) identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em ativi-
guardião eterno deste povoado romântico e misterioso; substantivos dade economicamente viável.
próprios e abstratos: a imponente beleza do entardecer nas serras de (C) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros

Língua Portuguesa 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


para todos os indivíduos de uma comunidade. representam, efetivamente, o avanço a que se costuma chamar
(D) definido como um atributo da natureza que induz os homens a progresso.
aproveitarem apenas o que é oferecido em sua forma natural.
(E) aceito como um processo civilizatório que implique melhor distribui- 7. Considere as seguintes afirmações, relativas a aspectos da cons-
ção de renda entre todos os agentes dos setores produtivos. trução ou da expressividade do texto:
I. No contexto do segundo parágrafo, a forma plural não mudaram
2. Considere as seguintes afirmações: tanto atende à concordância com academias.
I. A banalização do uso da palavra progresso é uma conseqüência II. No contexto do terceiro parágrafo, a expressão há de adequar-se
do fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadêmico. exprime um dever imperioso, uma necessidade premente.
II. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe que haja III. A expressão Em suma, tal como empregada no quarto parágrafo,
formas de desenvolvimento nocivas e predatórias. anuncia a abertura de uma linha de argumentação ainda inexplora-
III. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advém da no texto.
do uso consciente e responsável que a maioria das pessoas vem Está correto APENAS o que se afirma em
fazendo dela. (A) I.
Em relação ao texto está correto APENAS que se afirma em (B)) II.
(A) I. (C) III.
(B)) II. (D) I e II.
(C) III. (E) II e III.
(D) I e II.
(E) II e III. 8. A palavra progresso freqüenta todas as bocas, todas pronunciam a
palavra progresso, todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos
3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente uma frase do que elevam essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos.
texto em: Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se os
(A) Mas quero chegar logo ao ponto = devo me antecipar a qualquer elementos sublinhados, na ordem dada, por:
conclusão. (A)) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam
(B) continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica = (B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na
seguimos chamando de mágico tudo o que julgamos sem precon- (C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe
ceito. (D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam
(C) para cercear as iniciativas predatórias = para ir ao encontro das (E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam
ações voluntariosas.
(D) ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade da vida = 9. Está clara e correta a redação da seguinte frase:
práticas alheias ao que diz respeito às condições de vida. (A) Caso não se determine bem o sentido da palavra progresso, pois
(E)) há de adequar-se a um planejamento = deve ir ao encontro do que que é usada indiscriminadamente, ainda assim se faria necessário
está planificado. que reflitamos sobre seu verdadeiro sentido.
(B) Ao dizer o poeta que seu coração não é maior do que o mundo,
4. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamen- devemos nos inspirar para que se estabeleça entre este e o nosso
to pelo qual se garanta que a qualidade da vida seja preservada. coração os compromissos que se reflitam numa vida melhor.
Os tempos e os modos verbais da frase acima continuarão corre- (C) Nada é desprezível no espaço do mundo, que não mereça nossa
tamente articulados caso se substituam as formas sublinhadas, na atenção quanto ao fato de que sejamos responsáveis por sua me-
ordem em que surgem, por lhoria, seja o nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se esteja.
(A) houve - garantiria - é (D)) Todo desenvolvimento definido como sustentável exige, para fazer
(B) haveria - garantiu - teria sido jus a esse adjetivo, cuidados especiais com o meio ambiente, para
(C) haveria - garantisse - fosse que não venham a ser nocivos seus efeitos imediatos ou futuros.
(D) haverá - garantisse - e (E) Tem muita ciência que, se saísse das limitações acadêmicas,
(E) havia - garantiu - é acabariam por se revelarem mais úteis e mais populares, em vista
da Ecologia, cujas conseqüências se sente mesmo no âmbito da vi-
5. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas da prática.
na frase:
(A)) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso 10. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:
algumas conotações mágicas. (A) Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a
(B) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu porta para um mundo, mágico de prosperidade garantida.
sentido real muitos equívocos ideológicos. (B)) Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis, ações
(C) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega aparentemente irrisórias, cuja execução cotidiana é, no entanto, im-
a representarem, de fato, qualquer avanço significativo. portantíssima.
(D) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a (C) O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao
fundo, veríamos que são irrelevantes para a melhoria da vida. modo irrefletido, com que usamos e abusamos, dessa palavrinha
(E) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua, mágica.
com nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da (D) Ainda que traga muitos benefícios, a construção de enormes repre-
vida. sas, costuma trazer também uma série de conseqüências ambien-
tais que, nem sempre, foram avaliadas.
6. Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na (E) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses ambientalis-
frase: tas segundo as quais, o conceito de progresso está sujeito a uma
(A) De tudo aquilo que classificamos como progresso costumamos permanente avaliação.
atribuir o sentido de um tipo de ganho ao qual não queremos abrir
mão. Leia o texto a seguir para responder às questões de números 11 a 24.
(B) É preferível deixar intacta a mata selvagem do que destruí-la em
nome de um benefício em que quase ninguém desfrutará. De um lado estão os prejuízos e a restrição de direitos causados pe-
(C) A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha receita, não hesitou los protestos que param as ruas de São Paulo. De outro está o direito à
em ver como progresso a operação à qual foi bem sucedida. livre manifestação, assegurado pela Carta de 1988. Como não há fórmula
(D) A precisão da qual se pretende identificar o sentido de uma palavra perfeita de arbitrar esse choque entre garantias democráticas fundamen-
depende muito do valor de contexto a que lhe atribuímos. tais, cabe lançar mão de medidas pontuais – e sobretudo de bom senso.
(E)) As inovações tecnológicas de cujo benefício todos se aproveitam A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima em R$ 3 mi-

Língua Portuguesa 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


lhões o custo para a população dos protestos ocorridos nos últimos três (B) entusiasmo, porque acredita que o órgão já tem poder para impedir
anos na capital paulista. O cálculo leva em conta o combustível consumi- protestos abusivos.
do e as horas perdidas de trabalho durante os engarrafamentos causados (C) decepção, porque não vê nenhum exemplo concreto do órgão para
por protestos. Os carros enfileirados por conta de manifestações nesses impedir protestos em horários de pico.
três anos praticamente cobririam os 231 km que separam São Paulo de (D) confiança, porque acredita que, no futuro, será uma forma bem-
São Carlos. sucedida de desestimular protestos abusivos.
A Justiça é o meio mais promissor, em longo prazo, para desestimular (E) satisfação, porque cita casos em que a Justiça já teve êxito em
os protestos abusivos que param o trânsito nos horários mais inconveni- impedir protestos em horários inconvenientes e em avenidas movi-
entes e acarretam variados transtornos a milhões de pessoas. É adequa- mentadas.
da a atitude da CET de enviar sistematicamente ao Ministério Público
relatórios com os prejuízos causados em cada manifestação feita fora de 16. De acordo com o texto, a atitude da Companhia de Engenharia de
horários e locais sugeridos pela agência ou sem comunicação prévia. Tráfego de enviar periodicamente relatórios sobre os prejuízos cau-
Com base num documento da CET, por exemplo, a Procuradoria a- sados em cada manifestação é
cionou um líder de sindicato, o qual foi condenado em primeira instância a (A) pertinente.
pagar R$ 3,3 milhões aos cofres públicos, a título de reparação. O direito (B) indiferente.
à livre manifestação está previsto na Constituição. No entanto, tal direito (C) irrelevante.
não anula a responsabilização civil e criminal em caso de danos provoca- (D) onerosa.
dos pelos protestos. (E) inofensiva.
O poder público deveria definir, de preferência em negociação com as
categorias que costumam realizar protestos na capital, horários e locais 17. No quarto parágrafo, o fato de a Procuradoria condenar um líder
vedados às passeatas. Práticas corriqueiras, como a paralisia de avenidas sindical
essenciais para o tráfego na capital nos horários de maior fluxo, deveriam (A) é ilegal e fere os preceitos da Carta de 1998.
ser abolidas. (B) deve ser comemorada, ainda que viole a Constituição.
(Folha de S.Paulo, 29.09.07. Adaptado) (C) é legal, porque o direito à livre manifestação não isenta o manifes-
tante da responsabilidade pelos danos causados.
11. De acordo com o texto, é correto afirmar que (D) é nula, porque, segundo o direito à livre manifestação, o acusado
(A) a Companhia de Engenharia de Tráfego não sabe mensurar o custo poderá entrar com recurso.
dos protestos ocorridos nos últimos anos. (E) é inédita, porque, pela primeira vez, apesar dos direitos assegura-
(B) os prejuízos da ordem de R$ 3 milhões em razão dos engarrafa- dos, um manifestante será punido.
mentos já foram pagos pelos manifestantes.
(C) os protestos de rua fazem parte de uma sociedade democrática e 18. Dentre as soluções apontadas, no último parágrafo, para resolver o
são permitidos pela Carta de 1988. conflito, destaca-se
(D) após a multa, os líderes de sindicato resolveram organizar protestos (A) multa a líderes sindicais.
de rua em horários e locais predeterminados. (B) fiscalização mais rígida por parte da Companhia de Engenharia de
(E) o Ministério Público envia com freqüência estudos sobre os custos Tráfego.
das manifestações feitas de forma abusiva. (C) o fim dos protestos em qualquer via pública.
(D) fixar horários e locais proibidos para os protestos de rua.
12. No primeiro parágrafo, afirma-se que não há fórmula perfeita para (E) negociar com diferentes categorias para que não façam mais mani-
solucionar o conflito entre manifestantes e os prejuízos causados festações.
ao restante da população. A saída estaria principalmente na
(A) sensatez. 19. No trecho – É adequada a atitude da CET de enviar relatórios –,
(B) Carta de 1998. substituindo-se o termo atitude por comportamentos, obtém-se, de
(C) Justiça. acordo com as regras gramaticais, a seguinte frase:
(D) Companhia de Engenharia de Tráfego. (A) É adequada comportamentos da CET de enviar relatórios.
(E) na adoção de medidas amplas e profundas. (B) É adequado comportamentos da CET de enviar relatórios.
(C) São adequado os comportamentos da CET de enviar relatórios.
13. De acordo com o segundo parágrafo do texto, os protestos que (D) São adequadas os comportamentos da CET de enviar relatórios.
param as ruas de São Paulo representam um custo para a popula- (E) São adequados os comportamentos da CET de enviar relatórios.
ção da cidade. O cálculo desses custos é feito a partir
(A) das multas aplicadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego 20. No trecho – No entanto, tal direito não anula a responsabilização
(CET). civil e criminal em caso de danos provocados pelos protestos –, a
(B) dos gastos de combustível e das horas de trabalho desperdiçadas locução conjuntiva no entanto indica uma relação de
em engarrafamentos. (A) causa e efeito.
(C) da distância a ser percorrida entre as cidades de São Paulo e São (B) oposição.
Carlos. (C) comparação.
(D) da quantidade de carros existentes entre a capital de São Paulo e (D) condição.
São Carlos. (E) explicação.
(E) do número de usuários de automóveis particulares da cidade de
São Paulo. 21. ―Não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque.‖ Nessa frase, a
palavra arbitrar é um sinônimo de
14. A quantidade de carros parados nos engarrafamentos, em razão (A) julgar.
das manifestações na cidade de São Paulo nos últimos três anos, é (B) almejar.
equiparada, no texto, (C) condenar.
(A) a R$ 3,3 milhões. (D) corroborar.
(B) ao total de usuários da cidade de São Carlos. (E) descriminar.
(C) ao total de usuários da cidade de São Paulo.
(D) ao total de combustível economizado. 22. No trecho – A Justiça é o meio mais promissor para desestimular os
(E) a uma distância de 231 km. protestos abusivos – a preposição para estabelece entre os termos
uma relação de
15. No terceiro parágrafo, a respeito do poder da Justiça em coibir os (A) tempo.
protestos abusivos, o texto assume um posicionamento de (B) posse.
(A) indiferença, porque diz que a decisão não cabe à Justiça. (C) causa.

Língua Portuguesa 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


(D) origem. acordo com a norma culta, as frases: O monopólio só é bom para
(E) finalidade. aqueles que ____________. / Nos dias de hoje, nem 20% advo-
gam, e apenas 1% ____________. / Em sua maioria, os advogados
23. Na frase – O poder público deveria definir horários e locais –, sempre ____________.
substituindo-se o verbo definir por obedecer, obtém-se, segundo as (A) o retêem / obtem sucesso / se apropriaram os postos de destaque
regras de regência verbal, a seguinte frase: na política e no mundo dos negócios
(A) O poder público deveria obedecer para horários e locais. (B) o retém / obtém sucesso / se apropriaram aos postos de destaque
(B) O poder público deveria obedecer a horários e locais. na política e no mundo dos negócios
(C) O poder público deveria obedecer horários e locais. (C) o retém / obtêem sucesso / se apropriaram os postos de destaque
(D) O poder público deveria obedecer com horários e locais. na política e no mundo dos negócios
(E) O poder público deveria obedecer os horários e locais. (D) o retêm / obtém sucesso / sempre se apropriaram de postos de
destaque na política e no mundo dos negócios
24. Transpondo para a voz passiva a frase – A Procuradoria acionou (E) o retem / obtêem sucesso / se apropriaram de postos de destaque
um líder de sindicato – obtém-se: na política e no mundo dos negócios
(A) Um líder de sindicato foi acionado pela Procuradoria.
(B) Acionaram um líder de sindicato pela Procuradoria. 27. Assinale a alternativa em que se repete o tipo de oração introduzida
(C) Acionaram-se um líder de sindicato pela Procuradoria. pela conjunção se, empregado na frase – Questionamos também
(D) Um líder de sindicato será acionado pela Procuradoria. se uma corporação profissional deve ter carta-branca para determi-
(E) A Procuradoria foi acionada por um líder de sindicato. nar a dificuldade das provas, ...
(A) A sociedade não chega a saber se os advogados são muito corpo-
Leia o texto para responder às questões de números 25 a 34. rativos.
(B) Se os advogados aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do
DIPLOMA E MONOPÓLIO ensino básico.
Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e me- (C) O advogado afirma que se trata de uma questão secundária.
dicina no Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os (D) É um curso no qual se exercita lógica rigorosa.
enguiços entre diplomas e carreiras. Falta-nos descobrir que a concorrên- (E) No curso de direito, lê-se bastante.
cia (sob um bom marco regulatório) promove o interesse da sociedade e
que o monopólio só é bom para quem o detém. Não fora essa ignorância, 28. Assinale a alternativa em que se admite a concordância verbal tanto
como explicar a avalanche de leis que protegem monopólios espúrios para no singular como no plural como em: A maioria dos advogados o-
o exercício profissional? cupam postos de destaque na política e no mundo dos negócios.
Desde a criação dos primeiros cursos de direito, os graduados ape- (A) Como o direito, a medicina é uma carreira estritamente profissional.
nas ocasionalmente exercem a profissão. Em sua maioria, sempre ocupa- (B) Os Estados Unidos e a Alemanha não oferecem cursos de adminis-
ram postos de destaque na política e no mundo dos negócios. Nos dias de tração em nível de bacharelado.
hoje, nem 20% advogam. (C) Metade dos cursos superiores carecem de boa qualificação.
Mas continua havendo boas razões para estudar direito, pois esse é (D) As melhores universidades do país abastecem o mercado de traba-
um curso no qual se exercita lógica rigorosa, se lê e se escreve bastante. lho com bons profissionais.
Torna os graduados mais cultos e socialmente mais produtivos do que se (E) A abertura de novos cursos tem de ser controlada por órgãos
não houvessem feito o curso. Se aprendem pouco, paciência, a culpa é oficiais.
mais da fragilidade do ensino básico do que das faculdades. Diante dessa
polivalência do curso de direito, os exames da OAB são uma solução 29. Assinale a alternativa que apresenta correta correlação de tempo
brilhante. Aqueles que defenderão clientes nos tribunais devem demons- verbal entre as orações.
trar nessa prova um mínimo de conhecimento. Mas, como os cursos são (A) Se os advogados demonstrarem um mínimo de conhecimento,
também úteis para quem não fez o exame da Ordem ou não foi bem poderiam defender bem seus clientes.
sucedido na prova, abrir ou fechar cursos de ―formação geral‖ é assunto (B) Embora tivessem cursado uma faculdade, não se desenvolveram
do MEC, não da OAB. A interferência das corporações não passa de uma intelectualmente.
prática monopolista e ilegal em outros ramos da economia. Questionamos (C) É possível que os novos cursos passam a ter fiscalização mais
também se uma corporação profissional deve ter carta-branca para de- severa.
terminar a dificuldade das provas, pois essa é também uma forma de (D) Se não fosse tanto desconhecimento, o desempenho poderá ser
limitar a concorrência – mas trata-se aí de uma questão secundária. (...) melhor.
(Veja, 07.03.2007. Adaptado) (E) Seria desejável que os enguiços entre diplomas e carreiras se
resolvem brevemente.
25. Assinale a alternativa que reescreve, com correção gramatical, as
frases: Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de di- 30. A substituição das expressões em destaque por um pronome
reito e medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não pessoal está correta, nas duas frases, de acordo com a norma cul-
foram resolvidos os enguiços entre diplomas e carreiras. ta, em:
(A) Faz quase dois séculos que se fundou escolas de direito e medicina (A) I. A concorrência promove o interesse da sociedade. / A concorrên-
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os cia promove-o. II. Aqueles que defenderão clientes. / Aqueles que
enguiços entre diplomas e carreiras. lhes defenderão.
(B) Faz quase dois séculos que se fundava escolas de direito e medici- (B) I. O governo fundou escolas de direito e de medicina. / O governo
na no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram fundou elas. II. Os graduados apenas ocasionalmente exercem a
os enguiços entre diplomas e carreiras. profissão. / Os graduados apenas ocasionalmente exercem-la.
(C) Faz quase dois séculos que se fundaria escolas de direito e medici- (C) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna-os mais cultos. II. É
na no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os preciso mencionar os cursos de administração. / É preciso mencio-
enguiços entre diplomas e carreiras. nar-lhes.
(D) Faz quase dois séculos que se fundara escolas de direito e medici- (D) I. Os advogados devem demonstrar muitos conhecimentos. Os
na no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolvera os advogados devem demonstrá-los. II. As associações mostram à so-
enguiços entre diplomas e carreiras. ciedade o seu papel. / As associações mostram-lhe o seu papel.
(E) Faz quase dois séculos que se fundaram escolas de direito e medi- (E) I. As leis protegem os monopólios espúrios. / As leis protegem-os.
cina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolve- II. As corporações deviam fiscalizar a prática profissional. / As cor-
ram os enguiços entre diplomas e carreiras. porações deviam fiscalizá-la.

26. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, de 31. Assinale a alternativa em que as palavras em destaque exercem,

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respectivamente, a mesma função sintática das expressões assina- critível de uma Ciência, tampouco como fenômeno especulativo. Trata-se
ladas em: Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profis- agora da conduta esperada pela aplicação de regras morais no compor-
são. tamento social, o que se pode resumir como qualificação do comporta-
(A) Se aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino básico. mento do homem como ser em situação. É esse caráter normativo de
(B) A interferência das corporações não passa de uma prática monopo- Ética que a colocará em íntima conexão com o Direito. Nesta visão, os
lista. valores morais dariam o balizamento do agir e a Ética seria assim a moral
(C) Abrir e fechar cursos de ―formação geral‖ é assunto do MEC. em realização, pelo reconhecimento do outro como ser de direito, especi-
(D) O estudante de direito exercita preferencialmente uma lógica rigo- almente de dignidade. Como se vê, a compreensão do fenômeno Ética
rosa. não mais surgiria metodologicamente dos resultados de uma descrição ou
(E) Boas razões existirão sempre para o advogado buscar conhecimen- reflexão, mas sim, objetivamente, de um agir, de um comportamento
to. conseqüencial, capaz de tornar possível e correta a convivência. (Adapta-
do do site Doutrina Jus Navigandi)
32. Assinale a alternativa que reescreve a frase de acordo com a norma
culta. 35. As diferentes acepções de Ética devem-se, conforme se depreende
(A) Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. / Os da leitura do texto,
graduados apenas ocasionalmente se dedicam a profissão. (A) aos usos informais que o senso comum faz desse termo.
(B) Os advogados devem demonstrar nessa prova um mínimo de (B) às considerações sobre a etimologia dessa palavra.
conhecimento. / Os advogados devem primar nessa prova por um (C) aos métodos com que as ciências sociais a analisam.
mínimo de conhecimento. (D) às íntimas conexões que ela mantém com o Direito.
(C) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não procedeu o exame da OAB. (E) às perspectivas em que é considerada pelos acadêmicos.
(D) As corporações deviam promover o interesse da sociedade. / As
corporações deviam almejar do interesse da sociedade. 36. A concepção de ética atribuída a Adolfo Sanchez Vasquez é reto-
(E) Essa é uma forma de limitar a concorrência. / Essa é uma forma de mada na seguinte expressão do texto:
restringir à concorrência. (A) núcleo especulativo e reflexivo.
(B) objeto descritível de uma Ciência.
33. Assinale a alternativa em que o período formado com as frases I, II (C) explicação dos fatos morais.
e III estabelece as relações de condição entre I e II e de adição en- (D) parte da Filosofia.
tre I e III. (E) comportamento conseqüencial.
I. O advogado é aprovado na OAB.
II. O advogado raciocina com lógica. 37. No texto, a terceira acepção da palavra ética deve ser entendida
III. O advogado defende o cliente no tribunal. como aquela em que se considera, sobretudo,
(A) Se o advogado raciocinar com lógica, ele será aprovado na OAB e (A) o valor desejável da ação humana.
defenderá o cliente no tribunal com sucesso. (B) o fundamento filosófico da moral.
(B) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso, mas terá (C) o rigor do método de análise.
de raciocinar com lógica e ser aprovado na OAB. (D) a lucidez de quem investiga o fato moral.
(C) Como raciocinou com lógica, o advogado será aprovado na OAB e (E) o rigoroso legado da jurisprudência.
defenderá o cliente no tribunal com sucesso.
(D) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso porque 38. Dá-se uma íntima conexão entre a Ética e o Direito quando ambos
raciocinou com lógica e foi aprovado na OAB. revelam, em relação aos valores morais da conduta, uma preocu-
(E) Uma vez que o advogado raciocinou com lógica e foi aprovado na pação
OAB, ele poderá defender o cliente no tribunal com sucesso. (A) filosófica.
(B) descritiva.
34. Na frase – Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragili- (C) prescritiva.
dade do ensino básico do que das faculdades. – a palavra paciên- (D) contestatária.
cia vem entre vírgulas para, no contexto, (E) tradicionalista.
(A) garantir a atenção do leitor.
(B) separar o sujeito do predicado. 39. Considerando-se o contexto do último parágrafo, o elemento subli-
(C) intercalar uma reflexão do autor. nhado pode ser corretamente substituído pelo que está entre parên-
(D) corrigir uma afirmação indevida. teses, sem prejuízo para o sentido, no seguinte caso:
(E) retificar a ordem dos termos. (A) (...) a colocará em íntima conexão com o Direito. (inclusão)
(B) (...) os valores morais dariam o balizamento do agir (...) (arremate)
Atenção: As questões de números 35 a 42 referem-se ao texto abai- (C) (...) qualificação do comportamento do homem como ser em situa-
xo. ção. (provisório)
(D) (...) nem tampouco como fenômeno especulativo. (nem, ainda)
SOBRE ÉTICA (E) (...) de um agir, de um comportamento consequencial... (conces-
A palavra Ética é empregada nos meios acadêmicos em três acep- sivo)
ções. Numa, faz-se referência a teorias que têm como objeto de estudo o
comportamento moral, ou seja, como entende Adolfo Sanchez Vasquez, 40. As normas de concordância estão plenamente observadas na frase:
“a teoria que pretende explicar a natureza, fundamentos e condições da (A) Costumam-se especular, nos meios acadêmicos, em torno de três
moral, relacionando-a com necessidades sociais humanas.” Teríamos, acepções de Ética.
assim, nessa acepção, o entendimento de que o fenômeno moral pode ser (B) As referências que se faz à natureza da ética consideram-na, com
estudado racional e cientificamente por uma disciplina que se propõe a muita freqüência, associada aos valores morais.
descrever as normas morais ou mesmo, com o auxílio de outras ciências, (C) Não coubessem aos juristas aproximar-se da ética, as leis deixari-
ser capaz de explicar valorações comportamentais. am de ter a dignidade humana como balizamento.
(D) Não derivam das teorias, mas das práticas humanas, o efetivo valor
Um segundo emprego dessa palavra é considerá-la uma categoria fi- de que se impregna a conduta dos indivíduos.
losófica e mesmo parte da Filosofia, da qual se constituiria em núcleo (E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as circuns-
especulativo e reflexivo sobre a complexa fenomenologia da moral na tâncias, atentar para a observância dos valores éticos.
convivência humana. A Ética, como parte da Filosofia, teria por objeto 41. Está clara, correta e coerente a redação do seguinte comentário
refletir sobre os fundamentos da moral na busca de explicação dos fatos sobre o texto:
morais. (A) Dentre as três acepções de Ética que se menciona no texto, uma
Numa terceira acepção, a Ética já não é entendida como objeto des- apenas diz respeito à uma área em que conflui com o Direito.

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(B) O balizamento da conduta humana é uma atividade em que, cada atitudes tomadas pelo homem moral.
um em seu campo, se empenham o jurista e o filósofo.
(C) Costuma ocorrer muitas vezes não ser fácil distinguir Ética ou 45. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para exempli-
Moral, haja vista que tanto uma quanto outra pretendem ajuizar à si- ficar uma sociedade na qual
tuação do homem. (A) normas morais não têm qualquer peso na conduta dos cidadãos.
(D) Ainda que se torne por consenso um valor do comportamento (B) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a conduta de todos.
humano, a Ética varia conforme a perspectiva de atribuição do (C) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos valores de uma moral
mesmo. comum.
(E) Os saberes humanos aplicados, do conhecimento da Ética, costu- (D) a situação de barbárie impede a formulação de qualquer regra
mam apresentar divergências de enfoques, em que pese a metodo- moral.
logia usada. (E) eventuais falhas de conduta são atribuídas à fraqueza das leis.

42. Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, os valores 46. Na frase A distinção entre ambos tem alguns corolários relevan-
morais dariam o balizamento do agir, a forma verbal resultante de- tes, o sentido da expressão sublinhada está corretamente traduzido
verá ser: em:
(A) seria dado. (A) significativos desdobramentos dela.
(B) teriam dado. (B) determinados antecedentes dela.
(C) seriam dados. (C) reconhecidos fatores que a causam.
(D) teriam sido dados. (D) conseqüentes aspectos que a relativizam.
(E) fora dado. (E) valores comuns que ela propicia.

Atenção: As questões de números 43 a 48 referem-se ao texto abai- 47. Está correta a articulação entre os tempos e os modos verbais na
xo. frase:
(A) Se o moralizador vier a respeitar o padrão moral que ele impusera,
O HOMEM MORAL E O MORALIZADOR já não podia ser considerado um hipócrita.
Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas, es- (B) Os moralizadores sempre haveriam de desrespeitar os valores
tamos certos disto: o moralizador e o homem moral são figuras diferentes, morais que eles imporão aos outros.
se não opostas. O homem moral se impõe padrões de conduta e tenta (C) A pior barbárie terá sido aquela em que o rigor dos hipócritas ser-
respeitá-los; o moralizador quer impor ferozmente aos outros os padrões visse de controle dos demais cidadãos.
que ele não consegue respeitar. (D) Desde que haja a imposição forçada de um padrão moral, caracte-
A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes. rizava-se um ato típico do moralizador.
Primeiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse res- (E) Não é justo que os hipócritas sempre venham a impor padrões
peitar o padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir suas imper- morais que eles próprios não respeitam.
feições nos outros. Segundo, é possível e compreensível que um homem
moral tenha um espírito missionário: ele pode agir para levar os outros a 48. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na
adotar um padrão parecido com o seu. Mas a imposição forçada de um frase:
padrão moral não é nunca o ato de um homem moral, é sempre o ato de (A) O moralizador está carregado de imperfeições de que ele não
um moralizador. Em geral, as sociedades em que as normas morais costuma acusar em si mesmo.
ganham força de lei (os Estados confessionais, por exemplo) não são (B) Um homem moral empenha-se numa conduta cujo o padrão moral
regradas por uma moral comum, nem pelas aspirações de poucos e ele não costuma impingir na dos outros.
escolhidos homens exemplares,mas por moralizadores que tentam remir (C) Os pecados aos quais insiste reincidir o moralizador são os mes-
suas próprias falhas morais pela brutalidade do controle que eles exercem mos em que ele acusa seus semelhantes.
sobre os outros. A pior barbárie do mundo é isto: um mundo em que todos (D) Respeitar um padrão moral das ações é uma qualidade da qual
pagam pelos pecados de hipócritas que não se agüentam. (Contardo não abrem mão os homens a quem não se pode acusar de hipócri-
Calligaris, Folha de S. Paulo, 20/03/2008) tas.
(E) Quando um moralizador julga os outros segundo um padrão moral
43. Atente para as afirmações abaixo. de cujo ele próprio não respeita, demonstra toda a hipocrisia em
I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador não se que é capaz.
preocupa com os padrões morais de conduta.
II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de conduta, o Atenção: As questões de números 49 a 54 referem-se ao texto abai-
homem moral acaba por impô-lo à conduta alheia. xo.
III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respeitasse os
padrões de conduta que ele cobra dos outros. FIM DE FEIRA
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas, começam
(A) I. a chegar os que querem pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou
(B) II. mesmo nada, pelo que ameaça estragar. Chegam com suas sacolas
(C) III. cheias de esperança. Alguns não perdem tempo e passam a recolher o
(D) I e II. que está pelo chão: um mamãozinho amolecido, umas folhas de couve
(E) II e III. amarelas, a metade de um abacaxi, que serviu de chamariz para os
fregueses compradores. Há uns que se aventuram até mesmo nas cerca-
44. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já decorreu nias da barraca de pescados, onde pode haver alguma suspeita sardinha
um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas indica um fator oculta entre jornais, ou uma ponta de cação obviamente desprezada.
determinante para que Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pessoas: oferecem-lhes o
(A) concluamos que o homem moderno já não dispõe de rigorosos que, de qualquer modo, eles iriam jogar fora.
padrões morais para avaliar sua conduta. Mas outros parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refu-
(B) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o homem gos, e chegam a recolhê-los para não os verem coletados. Agem para
moral e o homem moralizador. salvaguardar não o lucro possível, mas o princípio mesmo do comércio.
(C) reconheçamos como bastante remota a possibilidade de se caracte- Parecem temer que a fome seja debelada sem que alguém pague por
rizar um homem moralizador. isso. E não admitem ser acusados de egoístas: somos comerciantes, não
(D) identifiquemos divergências profundas entre o comportamento de assistentes sociais, alegam.
um homem moral e o de um moralizador. Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão da limpeza e os
(E) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer nas funcionários da prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e gritos. O

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trânsito é liberado, os carros atravancam a rua e, não fosse o persistente nessa narrativa.
cheiro de peixe, a ninguém ocorreria que ali houve uma feira, freqüentada (D) Certamente, o leitor não deixará de observar a preocupação do
por tão diversas espécies de seres humanos. (Joel Rubinato, inédito) autor em distinguir os diferentes caracteres humanos.
(E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, ocorrerá também a
49. Nas frases parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos humilde coleta de que trata a crônica.
refugos e não admitem ser acusados de egoístas, o narrador do
texto RESPOSTAS
(A) mostra-se imparcial diante de atitudes opostas dos feirantes. 01. A 11. C 21. A 31. E 41. B 51. D
(B) revela uma perspectiva crítica diante da atitude de certos feirantes. 02. B 12. A 22. E 32. B 42. A 52. E
(C) demonstra não reconhecer qualquer proveito nesse tipo de coleta. 03. E 13. B 23. B 33. A 43. C 53. D
(D) assume-se como um cronista a quem não cabe emitir julgamentos. 04. C 14. E 24. A 34. C 44. D 54. A
(E) insinua sua indignação contra o lucro excessivo dos feirantes. 05. A 15. D 25. E 35. E 45. B
06. E 16. A 26. D 36. B 46. A
50. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de 07. B 17. C 27. A 37. A 47. E
um segmento do texto em: 08. A 18. D 28. C 38. C 48. D
(A) serviu de chamariz 09. D 19. E 29. B 39. D 49. B
(B) alguma suspeita sardinha inha. 10. B 20. B 30. D 40. E 50. C
(C) teimoso aproveitamento
(D) o princípio mesmo do comércio i-
al.
ORTOGRAFIA OFICIAL
(E) Agem para salvaguardar itir.
As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas
51. Atente para as afirmações abaixo. que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de
I. Os riscos do consumo de uma sardinha suspeita ou da ponta de um modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua.
cação que foi desprezada justificam o emprego de se aventuram,
no primeiro parágrafo. Eis algumas observações úteis:
II. O emprego de alegam, no segundo parágrafo, deixa entrever que o
autor não compactua com a justificativa dos feirantes. DISTINÇÃO ENTRE J E G
III. No último parágrafo, o autor faz ver que o fim da feira traz a supe- 1. Escrevem-se com J:
ração de tudo o que determina a existência de diversas espécies de a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajes-
seres humanos. te, canjerê, pajé, etc.
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije-
(A) I. cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc.
(B) II. c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei,
(C) III. despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis.
(D) I e II. d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc.
(E) II e III. e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais
mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija.
52. Está INCORRETA a seguinte afirmação sobre um recurso de
construção do texto: no contexto do 2. Escrevem-se com G:
(A) primeiro parágrafo, a forma ou mesmo nada faz subentender a a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem,
expressão verbal querem pagar. ferrugem, etc.
(B) primeiro parágrafo, a expressão fregueses compradores faz suben- b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO:
tender a existência de ―fregueses‖ que não compram nada. estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc.
(C) segundo parágrafo, a expressão de qualquer modo está empregada c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir.
com o sentido de de toda maneira.
(D) segundo parágrafo, a expressão para salvaguardar está empregada DISTINÇÃO ENTRE S E Z
com o sentido de a fim de resguardar. 1. Escrevem-se com S:
(E) terceiro parágrafo, a expressão não fosse tem sentido equivalente a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc.
ao de mesmo não sendo. b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios
ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu-
53. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa,
para preencher de modo correto a lacuna da frase: burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc.
(A) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não ...... (deixar) c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc.
de as recolher quem não pode pagar pelas boas e bonitas. d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
(B) ......-se (dever) aos ruidosos funcionários da limpeza pública a erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exe-
providência que fará esquecer que ali funcionou uma feira. gese análise, trombose, etc.
(C) Não ...... (aludir) aos feirantes mais generosos, que oferecem as e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa,
sobras de seus produtos, a observação do autor sobre o egoísmo causa.
humano. f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical
(D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar os penosos detalhes da termina em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso),
coleta, a que o narrador deu ênfase em seu texto. etc.
(E) Não ...... (caber) aos leitores, por força do texto, criticar o lucro g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão;
razoável de alguns feirantes, mas sim, a inaceitável impiedade de pretender: pretensão; repreender: repreensão, etc.
outros.
2. Escrevem-se em Z.
54. A supressão da vírgula altera o sentido da seguinte frase: a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o
(A) Fica-se indignado com os feirantes, que não compreendem a mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organiza-
carência dos mais pobres. ção, organizado; realizar: realização, realizado, etc.
(B) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel possível da tradicional b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados
coleta de um fim de feira. de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.
(C) A todo momento, dá-se o triste espetáculo de pobreza centralizado c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro,

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chapeuzinho, cãozito, etc. • o(s): avô, jiló, retrós
• em: porém, alguém, além
DISTINÇÃO ENTRE X E CH: • ens: conténs, vinténs, parabéns
1. Escrevem-se com X
a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote, Observações:
feixe, etc. 1. Acentuam-se as formas verbais seguidas dos pronomes átonos -
c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, lo(s), la(s), -no(s), -na(s): amá-lo, repô-la, retém-no.
etc. 2. Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em –ai(s), -
d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de e(s), -o(s): chá, três, vós.
árvore que produz o látex). 3. Não recebem acento os monossílabos átonos: bem, nos, sem,
e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, etc.
enchapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são
grafadas com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou 2. PAROXÍTONOS
seja, pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchen- Acentuam-se os vocábulos paroxítonos terminados em:
te, encher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: • l: fácil, túnel
en + radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; encha- • n: elétron, pólen
pelar: en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço). • ns: rádons
• r: dólar, âmbar
2. Escrevem-se com CH: • x: látex, ônix
a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre- • ps: bíceps, fórceps
buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal- • ã(s): órfã(s), imã(s)
sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, ca- • ão(s): orfão(s), bênção(s)
chimbo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, • i(s): táxi(s), tênis
mochila, piche, pichar, tchau. • u(s): vírus, bônus
b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que • um: álbum, médium
possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia • uns: álbuns, médiuns
se distingue pelo contraste entre o x e o ch. • ôo: vôo, perdôo
• ditongos orais (seguidos ou não de s): Páscoa, túneis, glória
Exemplos:
• brocha (pequeno prego) Observações:
• broxa (pincel para caiação de paredes) 1. Não se acentuam os prefixos terminados em -i e em -r: semi-
• chá (planta para preparo de bebida) selvagem, arqui-milionário, super-homem, inter-helênico.
• xá (título do antigo soberano do Irã) 2. As paroxítonas terminadas em ditongo nasal, representado grafi-
• chalé (casa campestre de estilo suíço) camente por em, ens, não recebem acento: falem, hifens, itens,
• xale (cobertura para os ombros) etc.
• chácara (propriedade rural)
• xácara (narrativa popular em versos) 3. PROPAROXÍTONAS
• cheque (ordem de pagamento) Acentuam-se todos os vocábulos proparoxítonos: lágrima, fôlego, árti-
• xeque (jogada do xadrez) co, etc
• cocho (vasilha para alimentar animais)
• coxo (capenga, imperfeito) Costumam ser incluídos nesta regra os vocábulos terminados em di-
tongos crescentes (proparoxítonas eventuais): régua, fátuo, ânsia, etc.
DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C
Observe o quadro das correlações: 4. HIATOS
Correlações Exemplos Acentuam-se o I e U tônicos, quando são a segunda vogal de um hia-
t-c ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial
ter-tenção abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter - to: juízes, faísca, daí.
detenção; reter - retenção
rg - rs aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submersão; Não recebem quando formam sílaba com L, M, N, R. Z ou quando es-
rt - rs inverter - inversão; divertir - diversão
pel - puls impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão
tiverem seguidos do dígrafo nh: paul, ainda, ruir, juiz, rainha, fuinha.
corr - curs correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão
sent - sens sentir - senso, sensível, consenso 5. DITONGOS
ced - cess ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - intercessão. Acentuam-se os ditongos abertos éi, éu, ói: idéia, réu, rói.
exceder - excessivo (exceto exceção)
gred - gress agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão - progresso - Não se acentuam os ditongos tônicos lU e Ul, quando precedidos de
progressivo vogal: saiu, pauis.
prim - press imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repressão.
tir - ssão admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão.
(re)percutir - (re)percussão
6. TREMA
Usa-se o trema sobre o U dos grupos GUE, GUI, QUE e QUI, quando
for pronunciado e átono: averigüemos, argüir, freqüência, tranqüilo.
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
7. VERBOS
Usa-se o acento circunflexo sobre o E da sílaba tônica das formas
PROSÓDIA verbais de terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos
PROSÓDIA é a parte da fonética que tem por objetivo a exata acen- ter e vir e de seus derivados. O plural das formas verbais crê, dê, lê e vê e
tuação tônica das palavras. derivados conserva o acento circunflexo que aparece no singular.
tem - têm crê - crêem
Há um sem-número de vocábulos que pessoas menos familiarizadas vem - vêm dê - dêem
com a norma lingüística proferem mal, deslocando-lhes o acento prosódi- contém - contêm lê - lêem
co, cometendo, como se diz, ―silabadas.‖ provem - provêm vê - vêem

1. OXÍTONOS Ele pode ir. (3ª pessoa do singular do presente do indicativo)


• a(s): sabiá, está, Pará Ele pôde ir. (pretérito)
• e(s): freguês, café, você

Língua Portuguesa 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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8. ACENTO DIFERENCIAL lingüiça linguiça
São eles:
qüinqüênio quinquênio
• pôr - verbo, diferente de por - preposição.
• quê – subst. ou em fim de frase, diferente de que - pronome conj., sagüi sagui
etc. seqüência sequência
• Porquê - subst. ou em fim de frase, diferente de porque – adv. ou
conj. seqüestro sequestro
• pôla(s) - subst. (estaca, ramo inútil que rebenta da raiz), diferente tranqüilo tranquilo
de pola(s) - prep por + art ou pron. a(s)
• coa(s) - verbo coar; diferente de coa(s) – prep. com + art a(s)
• pára - verbo parar, diferente de para - preposição Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em
• péla(s) - verbo pelar ou subst. (jogo), diferente de pela(s) - prep. suas derivadas.
• pêra – subst. (fruta), pera - subst (de pera-fita), diferente de pera - Exemplos: Müller, mülleriano.
prep.
• pólo(s) - subst. (gavião novo); pólo(s) - subst. (extremidade. jogo) Mudanças nas regras de acentuação
• diferentes de polo(s) - prep. por + art. ou pron. o(s) 1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das pala-
• pêlo(s) - subst (cabelo), pélo - verbo, diferente de pelo(s) - prep. vras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).
Como era Como fica
alcalóide alcaloide
POR QUE / PORQUE / POR QUÊ / PORQUÊ
alcatéia alcateia
andróide androide
1- POR QUE ela não veio? (interrogativa direta):
apóia (verbo apoiar) apoia
Quero saber POR QUE ela não veio (interrogativa indireta)
apóio (verbo apoiar) apoio
Usa-se POR QUE nas interrogativas diretas e indiretas:
Nesse caso, POR QUE é um advérbio interrogativo. asteróide asteroide
2- Ela não veio PORQUE não quis. bóia boia
PORQUE introduz uma causa. É uma conjunção subordinativa celulóide celuloide
causal. clarabóia claraboia
3- Venha PORQUE precisamos de você. colméia colmeia
PORQUE introduz uma explicação. Equivale a POIS. Coréia Coreia
Nesse caso, PORQUE é uma conjunção coordenativa explicativa. debilóide debiloide
4- Venha PORQUE não fique só. epopéia epopeia
PORQUE introduz uma finalidade. Equivale a PARA QUE. estóico estoico
Nesse caso, PORQUE é uma conjunção subordinativa final. estréia estreia
5- Essa é a razão POR QUE passamos. estréio (verbo estrear) estreio
POR QUE equivale a PELO QUAL, PELA QUAL, PELOS QUAIS, geléia geleia
PELAS QUAIS. heróico heroico
O QUE é um pronome relativo. idéia ideia
6- Eis PORQUE não te amo mais. jibóia jiboia
A construção é igual à anterior. No entanto, fica subentendido o jóia joia
antecedente do pronome relativo (razão, motivo, causa): odisséia odisseia
"Eis (a razão, o motivo) POR QUE não te amo mais." paranóia paranoia
7- a) Ela não veio POR QUÊ?
paranóico paranoico
b) Nunca mais volto aqui.
platéia plateia
POR QUÊ?
tramóia tramoia
POR QUÊ é empregado em final de frase ou quando a expressão
estiver isolada.
8- Não me interessa o PORQUÊ de sua ausência. Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. As-
PORQUÊ é um substantivo. Equivale a causa, motivo, razão. sim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis,
éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
DE ACORDO COM A NOVA ORTOGRAFIA 2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tô-
nicos quando vierem depois de um ditongo.
Trema Como era Como fica
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indi- baiúca baiuca
car que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.
bocaiúva bocaiuva
cauíla cauila
Como era Como fica
feiúra feiura
agüentar aguentar
argüir arguir Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição fi
nal (ou seguidos de s), o acento permanece.
bilíngüe bilíngue Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
cinqüenta cinquenta
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ô-
delinqüente delinquente o(s).
eloqüente eloquente Como era Como fica
ensangüentado ensanguentado abençôo abençoo
crêem (verbo crer) creem
eqüestre equestre dêem (verbo dar) deem
freqüente frequente dôo (verbo doar) doo
enjôo enjoo
lingüeta lingueta
lêem (verbo ler) leem

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magôo (verbo magoar) magoo Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela
perdôo (verbo perdoar) perdoo com a e i tônicos.
povôo (verbo povoar) povoo
vêem (verbo ver) veem EMPREGO DAS INICIAIS MAIÚSCULAS
vôos voos
zôo zoo Escrevem-se com letra inicial maiúscula:
1) a primeira palavra de período ou citação.
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, pé- Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua."
la(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
letra maiúscula.
Como era Como fica 2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes
Ele pára o carro. Ele para o carro. sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil,
Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo. O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno.
3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas
Esse gato tem pêlos bran- Esse gato tem pelos bran-
religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência
cos. cos.
do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
Comi uma pêra. Comi uma pera.
4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da
República, etc.
Atenção: 5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação,
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma Estado, Pátria, União, República, etc.
do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3a 6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações,
pessoa do singular. órgãos públicos, etc.:
- Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singu- Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras,
lar. Banco do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele po- 7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e
de. científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da
preposição. Manhã, Manchete, etc.
Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim. 8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente,
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, 9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos
reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos: do Oriente, o falar do Norte.
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros. Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba. 10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra. Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder. Escrevem-se com letra inicial minúscula:
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as au- 1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos,
las. nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval,
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as pala- ingleses, ave-maria, um havana, etc.
vras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a fra- 2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando
se mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do empregados em sentido geral:
bolo? São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria.
3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
(ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e 4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta:
redarguir. "Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis)
"Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso,
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, mirra." (Manuel Bandeira)
quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar,
obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algu- PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES
mas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e tam-
bém do imperativo. ONDE-AONDE
Emprega-se AONDE com os verbos que dão idéia de movimento. Equi-
Veja:
vale sempre a PARA ONDE.
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem
AONDE você vai?
ser acentuadas.
AONDE nos leva com tal rapidez?
Exemplos:
- verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxá-
Naturalmente, com os verbos que não dão idéia de ―movimento‖ empre-
gue, enxágues, enxáguem.
ga-se ONDE
- verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delín-
ONDE estão os livros?
qua, delínquas, delínquam.
Não sei ONDE te encontrar.
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser
acentuadas. MAU - MAL
Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunci-
MAU é adjetivo (seu antônimo é bom).
ada mais fortemente que as outras):
Escolheu um MAU momento.
- verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxa-
Era um MAU aluno.
gue, enxagues, enxaguem.
- verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delin-
MAL pode ser:
qua, delinquas, delinquam.

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a) advérbio de modo (antônimo de bem). proto-história
Ele se comportou MAL. sobre-humano
Seu argumento está MAL estruturado super-homem
b) conjunção temporal (equivale a assim que). ultra-humano
MAL chegou, saiu Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).
c) substantivo:
O MAL não tem remédio, 2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da
Ela foi atacada por um MAL incurável. vogal com que se inicia o segundo elemento.
Exemplos:
CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO aeroespacial
CESSÃO significa o ato de ceder. agroindustrial
Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais. anteontem
A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou a todos antiaéreo
os torcedores. antieducativo
autoaprendizagem
SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião: autoescola
Assistimos a uma SESSÃO de cinema. autoestrada
Reuniram-se em SESSÃO extraordinária. autoinstrução
coautor
SECÇÃO (ou SEÇÃO) significa parte de um todo, subdivisão: coedição
Lemos a noticia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes. extraescolar
Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de brinquedos. infraestrutura
plurianual
HÁ / A semiaberto
Na indicação de tempo, emprega-se: semianalfabeto
HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz): semiesférico
HÁ dois meses que ele não aparece. semiopaco
Ele chegou da Europa HÁ um ano. Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento,
A para indicar tempo futuro: mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar,
Daqui A dois meses ele aparecerá. cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
Ela voltará daqui A um ano.
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo
FORMAS VARIANTES elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos:
Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer anteprojeto
uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos. antipedagógico
aluguel ou aluguer hem? ou hein? autopeça
alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia autoproteção
amídala ou amígdala infarto ou enfarte coprodução
assobiar ou assoviar laje ou lajem geopolítica
assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula microcomputador
azaléa ou azaléia nenê ou nenen pseudoprofessor
bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu semicírculo
bílis ou bile quatorze ou catorze semideus
cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar seminovo
carroçaria ou carroceria taramela ou tramela ultramoderno
chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-
debulhar ou desbulhar ou relampar rei, vice-almirante etc.
fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo
USO DO HÍFEN elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras.
Exemplos:
Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. antirrábico
Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, antirracismo
para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das antirreligioso
regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim antirrugas
como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo. antissocial
biorritmo
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras for- contrarregra
madas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, contrassenso
como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, cosseno
eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, infrassom
mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, microssistema
sub, super, supra, tele, ultra, vice etc. minissaia
multissecular
1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por neorrealismo
h. neossimbolista
Exemplos: semirreta
anti-higiênico ultrarresistente.
anti-histórico ultrassom
co-herdeiro
macro-história 5. Quando o prefi xo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo
mini-hotel elemento começar pela mesma vogal.

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Exemplos: onalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas
anti-ibérico encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São
anti-imperialista Paulo.
anti-infl acionário
anti-infl amatório 11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a no-
auto-observação ção de composição. Exemplos:
contra-almirante girassol
contra-atacar madressilva
contra-ataque mandachuva
micro-ondas paraquedas
micro-ônibus paraquedista
semi-internato pontapé
semi-interno
12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma pala-
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o se- vra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repeti-
gundo elemento começar pela mesma consoante. do na linha seguinte. Exemplos:
Exemplos: Na cidade, conta-se que ele foi viajar.
hiper-requintado O diretor recebeu os ex-alunos.
inter-racial
inter-regional ESTRUTURA DAS PALAVRAS
sub-bibliotecário
super-racista
super-reacionário As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários
super-resistente elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das
super-romântico palavras.

Atenção: Exs.:
• Nos demais casos não se usa o hífen. cinzeiro = cinza + eiro
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, su- endoidecer = en + doido + ecer
perproteção. predizer = pre + dizer
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra ini-
ciada por r: sub-região, sub-raça etc. Os principais elementos móficos são :
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra
iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc. RADICAL
É o elemento mórfico em que está a idéia principal da palavra.
7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
segundo elemento começar por vogal. Exemplos: enterrar = en + terra + ar
hiperacidez pronome = pro + nome
hiperativo
interescolar PREFIXO
interestadual É o elemento mórfico que vem antes do radical.
interestelar Exs.: anti - herói in - feliz
interestudantil
superamigo SUFIXO
superaquecimento É o elemento mórfico que vem depois do radical.
supereconômico Exs.: med - onho cear – ense
superexigente
superinteressante
superotimismo
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa- A Língua Portuguesa, como qualquer língua viva, está sempre criando
se sempre o hífen. Exemplos: novas palavras. Para criar suas novas palavras, a língua recorre a vários
além-mar meios chamados processos de formação de palavras.
além-túmulo
aquém-mar Os principais processos de formação das palavras são:
ex-aluno
ex-diretor DERIVAÇÃO
ex-hospedeiro É a formação de uma nova palavra mediante o acréscimo de elementos
ex-prefeito à palavra já existente:
ex-presidente a) Por sufixação:
pós-graduação Acréscimo de um sufixo. Exs.: dent - ista , bel - íssimo.
pré-história b) Por prefixação :
pré-vestibular Acréscimo de um prefixo. Exs.: ab - jurar, ex - diretor.
pró-europeu c) Por parassíntese:
recém-casado Acréscimo de um prefixo e um sufixo. Exs.: en-fur-ecer, en-tard-
recém-nascido ecer.
sem-terra d) Derivação imprópria:
Mudança das classes gramaticais das palavras.
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, Exs.: andar (verbo) - o andar (substantivo).
guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. contra (preposição) - o contra (substantivo).
fantasma (substantivo) - o homem fantasma (adjetivo).
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasi- oliveira (subst. comum) - Maria de Oliveira (subst. próprio).

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COMPOSIÇÃO Veja alguns coletivos que merecem destaque:
É a formação de uma nova palavra, unindo-se palavras que já existem alavão - de ovelhas leiteiras
na língua: alcatéia - de lobos
a) Por justaposição : álbum - de fotografias, de selos
Nenhuma das palavras formadoras perde letra. antologia - de trechos literários escolhidos
Exs.: passatempo (= passa + tempo); tenente-coronel = tenente + armada - de navios de guerra
coronel). armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc)
b) Por aglutinação: arquipélago - de ilhas
Pelo menos uma das palavras perde letra. assembléia - de parlamentares, de membros de associações
Exs.: fidalgo (= filho + de + algo); embora (= em + boa + hora). atilho - de espigas de milho
atlas - de cartas geográficas, de mapas
HIBRIDISMO banca - de examinadores
É a criação de uma nova palavra mediante a união de palavras de bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios
origens diferentes. bando - de aves, de pessoal em geral
cabido - de cônegos
Exs.: abreugrafia (português e grego), televisão (grego e latim), cacho - de uvas, de bananas
zincografia (alemão e grego). cáfila - de camelos
cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves
cancioneiro - de poemas, de canções
CLASSES DE PALAVRAS caravana - de viajantes
cardume - de peixes
Na Língua Portuguesa existem dez classes de palavras ou classes clero - de sacerdotes
gramaticais: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, colméia - de abelhas
advérbio, preposição, conjunção, interjeição. concílio - de bispos
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa
SUBSTANTIVOS congregação - de professores, de religiosos
congresso - de parlamentares, de cientistas
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá conselho - de ministros
nome aos seres em geral. consistório - de cardeais sob a presidência do papa
constelação - de estrelas
São, portanto, substantivos. corja - de vadios
a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra, elenco - de artistas
Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado. enxame - de abelhas
b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: enxoval - de roupas
trabalho, corrida, tristeza beleza altura. esquadra - de navios de guerra
esquadrilha - de aviões
CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS falange - de soldados, de anjos
a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espé- farândola - de maltrapilhos
cie: rio, cidade, pais, menino, aluno fato - de cabras
b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemen- fauna - de animais de uma região
to. Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: feixe - de lenha, de raios luminosos
Tocantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair. flora - de vegetais de uma região
c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus
propriamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. girândola - de fogos de artifício
Verifique que é sempre possível visualizar em nossa mente o substanti- horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros
vo concreto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, junta - de bois, médicos, de examinadores
caneta, fada, bruxa, saci. júri - de jurados
d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, legião - de anjos, de soldados, de demônios
só existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo, malta - de desordeiros
pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos manada - de bois, de elefantes
vão, portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como matilha - de cães de caça
seres: trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza. ninhada - de pintos
Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou ad- nuvem - de gafanhotos, de fumaça
jetivos panapaná - de borboletas
trabalhar - trabalho pelotão - de soldados
correr - corrida penca - de bananas, de chaves
alto - altura pinacoteca - de pinturas
belo - beleza plantel - de animais de raça, de atletas
FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS quadrilha - de ladrões, de bandidos
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua ramalhete - de flores
portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal. réstia - de alhos, de cebolas
b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa: récua - de animais de carga
florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro. romanceiro - de poesias populares
c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, resma - de papel
ódio, tempo, sol. revoada - de pássaros
d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de- súcia - de pessoas desonestas
colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol. vara - de porcos
vocabulário - de palavras
COLETIVOS
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um gru- FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
po de seres da mesma espécie. Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e
grau.

Língua Portuguesa 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Gênero 4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar,
Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femi- lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen,
nino: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta. hífens (ou hífenes).
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones.
Podemos classificar os substantivos em: 5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal,
a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, animais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis.
uma para o masculino, outra para o feminino: Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules.
aluno/aluna homem/mulher 6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
menino /menina carneiro/ovelha fósseis; réptil, répteis.
Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril,
pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo: barris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis.
7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos:
padrinho/madrinha bode/cabra o pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tô-
cavaleiro/amazona pai/mãe nicos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugue-
ses; burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases.
b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também,
forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se os substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o
em: ônix, os ônix.
1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam 8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o
animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca. substantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substanti-
Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, de- vo primitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozi-
vemos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré nho, cãezitos.
fêmea
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes Substantivos só usados no plural
que designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pe- afazeres anais
lo artigo, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estu- arredores belas-artes
dante, a estudante, este dentista. cãs condolências
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam confins exéquias
pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por férias fezes
artigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o núpcias óculos
cônjuge, a pessoa, a criatura. olheiras pêsames
Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim: viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)
uma criança do sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino.
Plural dos Nomes Compostos
AIguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:
São masculinos São femininos 1. Somente o último elemento varia:
o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme
o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata
a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; cla-
o teorema o ágape a análise a usucapião rabóia, clarabóias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns;
o trema o caudal a cal a bacanal b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão-
o edema o champanha a cataplasma a líbido mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;
o eclipse o alvará a dinamite a sentinela
o lança-perfume o formicida a comichão a hélice c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substan-
o fibroma o guaraná a aguardente tivo ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis;
o estratagema o plasma guarda-comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-
o proclama o clã
viva, sempre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-
mela, mela-melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques)
Mudança de Gênero com mudança de sentido
Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido. 2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-
Veja alguns exemplos: leite; pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-
o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo) sem-rabo, burros-sem-rabo;
o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal)
b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalida-
o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora)
o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão) de ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
o lotação (veículo) a lotação (capacidade) correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
o lente (o professor) a lente (vidro de aumento) banana-maçã, bananas-maçã.
A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos-
Plural dos Nomes Simples correios, homens-rãs, navios-escolas, etc.
1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S:
casa, casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães. 3. Ambos os elementos são flexionados:
2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em: a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves-
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; cora- flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas-
ção, corações; grandalhão, grandalhões. compromissos.
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião, b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor-
guardiães. perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão, pálida, caras-pálidas.
cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos.
São invariáveis:
Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma for- a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o
ma de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charla- pisa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
tães; ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc. b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-
3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém, desocupa-o-copo;
armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns. c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o

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perde-ganha, os perde-ganha. Gênero
Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser:
por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda- a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne-
marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa- ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu-
dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou lher simples; aluno feliz - aluna feliz.
salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate. b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino,
outra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / ho-
Adjetivos Compostos mem alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona.
Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino- Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se-
americanos; cívico-militar, cívico-militares. melhante a dos substantivos.
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando
o segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos Número
amarelo-ouro, paredes azul-piscina. a) Adjetivo simples
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur- Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
dos-mudos > surdas-mudas. substantivos simples:
3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho. pessoa honesta pessoas honestas
regra fácil regras fáceis
Graus do substantivo homem feliz homens felizes
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam
quais podem ser: sintéticos ou analíticos. invariáveis:
blusa vinho blusas vinho
Analítico camisa rosa camisas rosa
Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama- b) Adjetivos compostos
nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último e-
lemento varia, tanto em gênero quanto em número:
Sintético acordos sócio-político-econômico acordos sócio-político-econômicos
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. causa sócio-político-econômica causas sócio-político-econômicas
acordo luso-franco-brasileiro acordos luso-franco-brasileiros
Principais sufixos aumentativos lente côncavo-convexa lentes côncavo-convexas
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, camisa verde-clara camisas verde-claras
sapato marrom-escuro sapatos marrom-escuros
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão,
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, den-
Observações:
tuça.
1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica in-
variável:
Principais Sufixos Diminutivos camisa verde-abacate camisas verde-abacate
ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO, sapato marrom-café sapatos marrom-café
ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho, blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flau- 2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invari-
tim, pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, áveis:
glóbulo, homúncula, apícula, velhusco. blusa azul-marinho blusas azul-marinho
camisa azul-celeste camisas azul-celeste
Observações: 3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os e-
• Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, ad- lementos variam:
quirem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, menino surdo-mudo meninos surdos-mudos
etc. Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, foga- menina surda-muda meninas surdas-mudas
réu, etc.
• É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor
Graus do Adjetivo
afetivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex-
• Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente
pressas em dois graus:
formal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: car-
- o comparativo
taz, ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc.
- o superlativo
• Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di-
minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho,
Comparativo
bonzinho, pequenito.
Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma
outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é
Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu-
igual, superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo:
gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais
- Comparativo de igualdade:
diferentes para designar o sexo:
O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral.
bode - cabra genro - nora
Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente.
burro - besta padre - madre
- Comparativo de superioridade:
carneiro - ovelha padrasto - madrasta
O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.
cão - cadela padrinho - madrinha
Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico.
cavalheiro - dama pai - mãe
- Comparativo de inferioridade:
compadre - comadre veado - cerva
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
frade - freira zangão - abelha
Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável.
frei – soror etc.
Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de inten-
ADJETIVOS sidade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo:
- Superlativo absoluto
FLEXÃO DOS ADJETIVOS Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser:

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Esta cidade é poluidíssima. Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho
Esta cidade é muito poluída. Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense,
- Superlativo relativo Egito - egípcio capixaba
Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a Equador - equatoriano Évora - eborense
a outros seres: Filipinas - filipino Finlândia - finlandês
Este rio é o mais poluído de todos. Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano
Este rio é o menos poluído de todos. Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense
Gabão - gabonês Galiza - galego
Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico: Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino
- Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade - Goiânia - goianense Granada - granadino
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco
- Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti- Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano
quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc. Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho
Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compa- Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
rativo e o superlativo, as seguintes formas especiais: João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense
La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO Macapá - macapaense Macau - macaense
ABSOLUTO Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe
RELATIVO Madri - madrileno Manaus - manauense
bom melhor ótimo Marajó - marajoara Minho - minhoto
melhor Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco
mau pior péssimo Montevidéu - montevideano Natal - natalense
pior Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
grande maior máximo Pequim - pequinês Pisa - pisano
maior Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro
pequeno menor mínimo Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense
menor Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos: São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano
acre - acérrimo ágil - agílimo Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo Veneza - veneziano Vitória - vitoriense
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo
audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo Locuções Adjetivas
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-
célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem
cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo ser substituídas por um adjetivo correspondente.
eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo
frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
PRONOMES
incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo
íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que re-
livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo presenta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do
magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo discurso. Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se
manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo de pronome substantivo.
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo • Ele chegou. (ele)
pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo) • Convidei-o. (o)
possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a
público - publicíssimo pudico - pudicíssimo extensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo.
sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo • Esta casa é antiga. (esta)
salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo • Meu livro é antigo. (meu)
simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo Classificação dos Pronomes
velho - vetérrimo visível - visibilíssimo Há, em Português, seis espécies de pronomes:
voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo • pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas
de tratamento:
Adjetivos Gentílicos e Pátrios • possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões;
Argélia – argelino Bagdá - bagdali • demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo;
Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano • relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde;
Bóston - bostoniano Braga - bracarense • indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá-
Bragança - bragantino Brasília - brasiliense rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou-
Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense trem, nada, cada, algo.
bucarestense Campos - campista • interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases
Cairo - cairota Caracas - caraquenho interrogativas.
Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
Catalunha - catalão Chipre - cipriota PRONOMES PESSOAIS
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis-
Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense curso:
bricense Cuiabá - cuiabano 1ª pessoa: quem fala, o emissor.
Eu sai (eu)

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Nós saímos (nós) oblíquas MIM e TI:
Convidaram-me (me) Ninguém irá sem EU. (errado)
Convidaram-nos (nós) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor. Ninguém irá sem MIM. (certo)
Tu saíste (tu) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
Vós saístes (vós)
Convidaram-te (te) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
Convidaram-vos (vós) TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. como sujeito de um verbo no infinitivo.
Ele saiu (ele) Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
Eles sairam (eles) Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
Convidei-o (o)
Convidei-os (os) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é o-
brigatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
Os pronomes pessoais são os seguintes: sujeito.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
NÚMERO PESSOA CASO CASO OBLÍQUO somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção
RETO em que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
singular 1ª eu me, mim, comigo Querida, gosto muito de SI. (errado)
2ª tu te, ti, contigo Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe Querida, gosto muito de você. (certo)
plural 1ª nós nós, conosco Preciso muito falar com você. (certo)
2ª vós vós, convosco
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
lhes pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Ele feriu-se
PRONOMES DE TRATAMENTO Cada um faça por si mesmo a redação
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- O professor trouxe as provas consigo
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço,
tais pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
PRONOME ABREV. EMPREGO Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Vossa Eminência V .Ema cardeais 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral
combinações possíveis são as seguintes:
Vossa Magnificência V. Mag a reitores de universidades
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral me+o=mo me + os = mos
Vossa Santidade V.S. papas te+o=to te + os = tos
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados lhe+o=lho lhe + os = lhos
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores nos + o = no-lo nos + os = no-los
vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo- lhes + o = lho lhes + os = lhos
cês.
A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femini-
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS nos a, as.
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS, me+a=ma me + as = mas
ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito. te+a=ta te + as = tas
Considera-se errado seu emprego como complemento: - Você pagou o livro ao livreiro?
Convidaram ELE para a festa (errado) - Sim, paguei-LHO.
Receberam NÓS com atenção (errado)
EU cheguei atrasado (certo) Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que
ELE compareceu à festa (certo) representa o livreiro) com O (que representa o livro).
2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
pronomes retos: 8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
Convidei ELE (errado) complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas
Chamaram NÓS (errado) LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transiti-
Convidei-o. (certo) vos indiretos:
Chamaram-NOS. (certo) O menino convidou-a. (V.T.D )
3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de prepo- O filho obedece-lhe. (V.T. l )
sição, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se
correto seu emprego como complemento: Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões)
Informaram a ELE os reais motivos. aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como
Emprestaram a NÓS os livros. as construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento
Eles gostam muito de NÓS. de verbos transitivos diretos:
4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se Eu lhe vi ontem. (errado)
errado seu emprego como complemento: Nunca o obedeci. (errado)
Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado) Eu o vi ontem. (certo)
Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo) Nunca lhe obedeci. (certo)

Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas 9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
de preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,

Língua Portuguesa 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


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sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse 6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
infinitivo: A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de
Deixei-o sair. meio franco.
Vi-o chegar.
Sofia deixou-se estar à janela. Próclise
Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desen- 1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
volvendo as orações reduzidas de infinitivo: interrogativos e conjunções.
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse. As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos: Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
A mim, ninguém me engana. Quem lhe ensinou esses modos?
A ti tocou-te a máquina mercante. Quem os ouvia, não os amou.
Que lhes importa a eles a recompensa?
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleo- Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
nasmo vicioso e sim ênfase. 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
Papai do céu o abençoe.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessi- A terra lhes seja leve.
vo, exercendo função sintática de adjunto adnominal: 3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. Em se animando, começa a contagiar-nos.
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos. Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para represen- pausa entre eles.
tar uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
modéstia: Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchen-
tes. Mesóclise
Vós sois minha salvação, meu Deus! Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presen-
te e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando estejam precedidos de palavras que reclamem a próclise.
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
quando falamos dessa pessoa: Dir-se-ia vir do oco da terra.
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
Vossa Excelência já aprovou os projetos? Mas:
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração. Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
Jamais se diria vir do oco da terra.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª Lembrarei-me (!?)
pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como Diria-se (!?)
pronomes de terceira pessoa:
Você trouxe seus documentos? O Pronome Átono nas Locuções Verbais
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas. 1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
COLOCAÇÃO DE PRONOMES Podemos contar-lhe o ocorrido.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A, Podemos-lhe contar o ocorrido.
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: Não lhes podemos contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise O menino foi-se descontraindo.
Eu te observo há dias. O menino foi descontraindo-se.
2. Depois do verbo - ênclise O menino não se foi descontraindo.
Observo-te há dias. 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclíti-
3. No interior do verbo - mesóclise co ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio.
Observar-te-ei sempre. "Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a
Descartes ."
Ênclise Tenho-me levantado cedo.
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é Não me tenho levantado cedo.
a ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemen-
to direto ou indireto. O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o
O pai esperava-o na estação agitada. auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
Expliquei-lhe o motivo das férias. Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o
da colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a linguagem escrita.
ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
1. Quando o verbo iniciar a oração: PRONOMES POSSESSIVOS
Voltei-me em seguida para o céu límpido. Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu-
2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa: indo-lhes a posse de alguma coisa.
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
3. Com o imperativo afirmativo: Quando digo, por exemplo, ―meu livro‖, a palavra ―meu‖ informa que o
Companheiros, escutai-me. livro pertence a 1ª pessoa (eu)
4. Com o infinitivo impessoal: Eis as formas dos pronomes possessivos:
A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um 1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS.
destino na mesa. 2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS.
5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM: 3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo. 1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS.

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2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS. d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. momento em que falamos:
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile.
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem.
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de Um dia destes estive em Porto Alegre.
você). e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no
qual se inclui o momento em que falamos:
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambi- Nesta semana não choveu.
güidade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). Neste mês a inflação foi maior.
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. Este ano será bom para nós.
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Este século terminará breve.
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
Este assunto já foi discutido ontem.
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos Tudo isto que estou dizendo já é velho.
pronomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as Só posso lhe dizer isto: nada somos.
suas mãos). Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.
Não me respeitava a adolescência. 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se:
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. quem se fala):
Esse documento que tens na mão é teu?
Além da idéia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: Isso que carregas pesa 5 kg.
1. Cálculo aproximado, estimativa: b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente:
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos Esse teu coração me traiu.
2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma histó- Essa alma traz inúmeros pecados.
ria Quantos vivem nesse pais?
O nosso homem não se deu por vencido. c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que
Chama-se Falcão o meu homem desejamos distância:
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum O povo já não confia nesses políticos.
Eu cá tenho minhas dúvidas Não quero mais pensar nisso.
Cornélio teve suas horas amargas d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
4. Afetividade, cortesia Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Como vai, meu menino? O que você quer dizer com isso?
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que
falamos:
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de pa- Um dia desses estive em Porto Alegre.
rentes de família. Comi naquele restaurante dia desses.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida- Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
de. Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando distante.
não sabia o que dizer. 3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se
PRONOMES DEMONSTRATIVOS á 3ª.
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da Aquele documento que lá está é teu?
coisa designada em relação à pessoa gramatical. Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
Quando digo ―este livro‖, estou afirmando que o livro se encontra per- Naquele instante estava preocupado.
to de mim a pessoa que fala. Por outro lado, ―esse livro‖ indica que o livro Daquele instante em diante modifiquei-me.
está longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; ―aquele livro‖ indica Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele
que o livro está longe de ambas as pessoas. século, para exprimir que o tempo já decorreu.
4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas,
Os pronomes demonstrativos são estes: usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa variações) para a primeira:
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso
AQUELE (e variações), próprio (e variações) e aquela tranqüila.
MESMO (e variações), próprio (e variações) 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE,
SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose?
Emprego dos Demonstrativos Com um frio destes não se pode sair de casa.
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se: Nunca vi uma coisa daquelas.
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que 6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm cará-
fala). ter reforçativo:
Este documento que tenho nas mãos não é meu. Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Isto que carregamos pesa 5 kg. Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente: 7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO,
Este coração não pode me trair. ISSO ou AQUELE (e variações).
Esta alma não traz pecados. Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.
Tudo se fez por este país.. O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres.
c) Para indicar o momento em que falamos: Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames.
Neste instante estou tranqüilo. A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os
Deste minuto em diante vou modificar-me. homens superiores.

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8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante: Exemplos:
A menina ia cair, nisto, o pai a segurou Algo o incomoda?
9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE, Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve.
ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO. Não faças a outrem o que não queres que te façam.
Tal era a situação do país. Quem avisa amigo é.
Não disse tal. Encontrei quem me pode ajudar.
Tal não pôde comparecer. Ele gosta de quem o elogia.
2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS,
Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu- CERTA CERTAS.
des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompa- Cada povo tem seus costumes.
nha QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases Certas pessoas exercem várias profissões.
como Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo Certo dia apareceu em casa um repórter famoso.
DE QUAL ou OUTRO TAL:
Suas manias eram tais quais as minhas. PRONOMES INTERROGATIVOS
A mãe era tal quais as filhas. Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se
Os filhos são tais qual o pai. de modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.
Tal pai, tal filho. Exemplos:
É pronome substantivo em frases como: Que há?
Não encontrarei tal (= tal coisa). Que dia é hoje?
Não creio em tal (= tal coisa) Reagir contra quê?
Por que motivo não veio?
PRONOMES RELATIVOS Quem foi?
Veja este exemplo: Qual será?
Armando comprou a casa QUE lhe convinha. Quantos vêm?
Quantas irmãs tens?
A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo
casa é um pronome relativo. ARTIGO
PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determi-
referidos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. ná-los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número.
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. Dividem-se em
No exemplo dado, o antecedente é casa. • definidos: O, A, OS, AS
Outros exemplos de pronomes relativos: • indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS.
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.
O lugar onde paramos era deserto. Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular.
Traga tudo quanto lhe pertence. Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado).
Leve tantos ingressos quantos quiser.
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso,
geral.
Eis o quadro dos pronomes relativos: Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde-
terminado).
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
Masculino Feminino lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido.
o qual a qual quem
os quais as quais NUMERAL
cujo cujos cuja cujas que
quanto quanta quantas onde Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração.
quantos
O numeral classifica-se em:
Observações: - cardinal - quando indica quantidade.
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, - ordinal - quando indica ordem.
vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. - multiplicativo - quando indica multiplicação.
O médico de quem falo é meu conterrâneo. - fracionário - quando indica fracionamento.
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem
sempre um substantivo sem artigo. Exemplos:
Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? Silvia comprou dois livros.
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedi- Antônio marcou o primeiro gol.
dos de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço.
todas. O galinheiro ocupava um quarto da quintal.
Tenho tudo quanto quero.
Leve tantos quantos precisar.
QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. Algarismos Numerais
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a Romanos Arábicos Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários
EM QUE. I 1 um primeiro simples -
II 2 dois segundo duplo meio
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô. dobro
III 3 três terceiro tríplice terço
PRONOMES INDEFINIDOS IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
modo vago, impreciso, indeterminado. VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo
1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO, VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO IX 9 nove nono nônuplo nono

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X 10 dez décimo décuplo décimo Mas o ouro virou terra.
XI 11 onze décimo primeiro onze avos
XII 12 doze décimo segundo doze avos
c) Fenômeno:
XIII 13 treze décimo terceiro treze avos Chove. O céu dorme.
XIV 14 quatorze décimo quarto quatorze avos
XV 15 quinze décimo quinto quinze avos
VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
XVI 16 dezesseis décimo sexto dezesseis avos
XVII 17 dezessete décimo sétimo dezessete avos estado e fenômeno, situando-se no tempo.
XVIII 18 dezoito décimo oitavo dezoito avos
XIX 19 dezenove décimo nono dezenove avos
XX 20 vinte vigésimo vinte avos
FLEXÕES
XXX 30 trinta trigésimo trinta avos O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
XL 40 quarenta quadragésimo quarenta avos xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer
L 50 cinqüenta qüinquagésimo cinqüenta avos
LX 60 sessenta sexagésimo sessenta avos
em si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:
LXX 70 setenta septuagésimo setenta avos • a ação de cantar.
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós).
XC 90 noventa nonagésimo noventa avos • o número gramatical (plural).
C 100 cem centésimo centésimo
CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo • o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido
CD 400 quatrocentos quadringentésimo quadringentésimo no passado (indicativo).
D 500 quinhentos qüingentésimo qüingentésimo
DC 600 seiscentos sexcentésimo sexcentésimo
• que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
DCC 700 setecentos septingentésimo septingentésimo
DCCC 800 oitocentos octingentésimo octingentésimo Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
CM 900 novecentos nongentésimo nongentésimo
M 1000 mil milésimo milésimo
1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
Emprego do Numeral Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc. 2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
empregam-se de 1 a 10 os ordinais. 1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro) a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
Luis X (décimo) ano I (primeiro) b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme-
Pio lX (nono) século lV (quarto) cemos.
2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser
De 11 em diante, empregam-se os cardinais: a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
Leão Xlll (treze) ano Xl (onze) b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adorme-
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis) ceis.
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte) 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser
a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela
Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal. adormece.
XX Salão do Automóvel (vigésimo) b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.:
VI Festival da Canção (sexto) Eles adormecem.
lV Bienal do Livro (quarta) 3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do
XVI capítulo da telenovela (décimo sexto) falante em relação ao fato que comunica. Há três modos em portu-
guês.
Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato.
emprego do ordinal. A cachorra Baleia corria na frente.
Hoje é primeiro de setembro b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato.
Não é aconselhável iniciar período com algarismos Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um
A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos or- pedido
dinais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e Corra na frente, Baleia.
dois (= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam 4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no
nesse caso porque está subentendida a palavra número. Casa número tempo, em relação ao momento em que se fala. Os três tempos bási-
vinte e um, página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever cos são:
também: a folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
vemos o numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas. Fecho os olhos, agito a cabeça.
b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele
em que se fala:
VERBOS Fechei os olhos, agitei a cabeça.
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala:
CONCEITO Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.
―As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando- O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o
as no tempo. presente.

Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a Veja o esquema dos tempos simples em português:
receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, fari- Presente (falo)
nha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei)
elas. Assim fiz. Morreram.‖ Imperfeito (falava)
(Clarice Lispector) Mais- que-perfeito (falara)
Futuro do presente (falarei)
Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir: do pretérito (falaria)
a) Estado: Presente (fale)
Não sou alegre nem sou triste. SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse)
Sou poeta. Futuro (falar)
b) Mudança de estado:
Meu avô foi buscar ouro. Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que

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se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esque- Naquele presídio havia freqüentes rebeliões de presos.
ma dos tempos simples. 3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
Infinitivo impessoal (falar) Há meses que não o vejo.
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) Haverá nove dias que ele nos visitou.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando) Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
Particípio (falado) O fato aconteceu há cerca de oito meses.
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
a) agente do fato expresso. pretérito imperfeito, e não no presente:
O carroceiro disse um palavrão. Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
(sujeito agente) Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
O verbo está na voz ativa. Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
b) paciente do fato expresso: Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
Um palavrão foi dito pelo carroceiro. 4) REALIZAR-SE
(sujeito paciente) Houve festas e jogos.
O verbo está na voz passiva. Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
c) agente e paciente do fato expresso: Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
O carroceiro machucou-se. 5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
(sujeito agente e paciente) seguido de infinitivo):
O verbo está na voz reflexiva. Em pontos de ciência não há transigir.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de Não há contê-lo, então, no ímpeto.
rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical. Não havia descrer na sinceridade de ambos.
Falo - Estudam. Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está E não houve convencê-lo do contrário.
fora do radical. Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
Falamos - Estudarei.
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - De há muito que esta árvore não dá frutos.
cantei - cantarei – cantava - cantasse. De há muito não o vejo.
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse. O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com
c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa, ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª
como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe- pessoa do singular:
nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc. Vai haver eleições em outubro.
d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o Começou a haver reclamações.
mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: Não pode haver umas sem as outras.
matado - morto - enxugado - enxuto. Parecia haver mais curiosos do que interessados.
e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua Mas haveria outros defeitos, devia haver outros.
conjugação.
verbo ser: sou - fui A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser
verbo ir: vou - ia construída de três modos:
Hajam vista os livros desse autor.
QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO Haja vista os livros desse autor.
1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou Haja vista aos livros desse autor.
explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
O Nino apareceu na porta. CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
implícito ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impes- sentido da frase.
soais: Exemplo:
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar, Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa)
etc. A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva)
Garoava na madrugada roxa.
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer: Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ati-
Houve um espetáculo ontem. va passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva,
Há alunos na sala. conservando o mesmo tempo.
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
claros. Outros exemplos:
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico. Os calores intensos provocam as chuvas.
Fazia dois anos que eu estava casado. As chuvas são provocadas pelos calores intensos.
Faz muito frio nesta região? Eu o acompanharei.
Ele será acompanhado por mim.
O VERBO HAVER (empregado impessoalmente) Todos te louvariam.
O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente Serias louvado por todos.
na 3ª pessoa do singular - quando significa: Prejudicaram-me.
1) EXISTIR Fui prejudicado.
Há pessoas que nos querem bem. Condenar-te-iam.
Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá. Serias condenado.
Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores. EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
2) ACONTECER, SUCEDER a) Presente
Houve casos difíceis na minha profissão de médico. Emprega-se o presente do indicativo para assinalar:
Não haja desavenças entre vós. - um fato que ocorre no momento em que se fala.

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Eles estudam silenciosamente. e) Futuro
Eles estão estudando silenciosamente. Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já
- uma ação habitual. concluído em relação a outro fato futuro.
Corra todas as manhãs. Quando eu voltar, saberei o que fazer.
- uma verdade universal (ou tida como tal):
O homem é mortal. VERBOS AUXILIARES
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa. INDICATIVO
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar SER ESTAR TER HAVER
PRESENTE
maior realce à narrativa. sou estou tenho hei
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis". és estás tens hás
É o chamado presente histórico ou narrativo. é está tem há
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: somos estamos temos havemos
Amanhã vou à escola. sois estais tendes haveis
são estão têm hão
Qualquer dia eu te telefono. PRETÉRITO PERFEITO
b) Pretérito Imperfeito era estava tinha havia
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: eras estavas tinhas havias
- um fato passado contínuo, habitual, permanente: era estava tinha havia
éramos estávamos tínhamos havíamos
Ele andava à toa.
éreis estáveis tínheis havíes
Nós vendíamos sempre fiado. eram estavam tinham haviam
- um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
ocorre por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis. fui estive tive houve
Era uma vez... foste estiveste tiveste houveste
foi esteve teve houve
- um fato presente em relação a outro fato passado.
fomos estivemos tivemos houvemos
Eu lia quando ele chegou. fostes estivestes tivestes houvestes
c) Pretérito Perfeito foram estiveram tiveram houveram
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
ocorrido, concluído. tenho sido tenho estado tenho tido tenho havido
tens sido tens estado tens tido tens havido
Estudei a noite inteira. tem sido tem estado tem tido tem havido
Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até temos sido temos estado temos tido temos havido
o momento presente. tendes sido tendes estado tendes tido tendes havido
Tenho estudado todas as noites. têm sido têm estado têm tido têm havido
d) Pretérito mais-que-perfeito PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES
fora estivera tivera houvera
Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em foras estiveras tiveras houveras
relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado): fora estivera tivera houvera
A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou. fôramos estivéramos tivéramos houvéramos
e) Futuro do Presente fôreis estivéreis tivéreis houvéreis
Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato foram estiveram tiveram houveram
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
futuro em relação ao momento em que se fala. tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+sido, estado, tido , havido)
Irei à escola. FUTURO DO PRESENTE SIMPLES
f) Futuro do Pretérito serei estarei terei haverei
Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar: serás estarás terás haverá
será estará terá haverá
- um fato futuro, em relação a outro fato passado.
seremos estaremos teremos haveremos
- Eu jogaria se não tivesse chovido. sereis estareis tereis havereis
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto. serão estarão terão haverão
- Seria realmente agradável ter de sair? FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO
Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às terei, terás, terá, teremos, tereis, terão, (+sido, estado, tido, havido)
FUTURO DO PRETÉ-
vezes, ironia. RITO SIMPLES
- Daria para fazer silêncio?! seria estaria teria haveria
serias estarias terias haverias
Modo Subjuntivo seria estaria teria haveria
seríamos estaríamos teríamos haveríamos
a) Presente
serieis estaríeis teríeis haveríeis
Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar: seriam estariam teriam haveriam
- um fato presente, mas duvidoso, incerto. FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
Talvez eles estudem... não sei. teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ sido, estado, tido, havido)
- um desejo, uma vontade: PRESENTE SUBJUNTIVO
seja esteja tenha haja
Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores.
sejas estejas tenhas hajas
b) Pretérito Imperfeito seja esteja tenha haja
Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma sejamos estejamos tenhamos hajamos
hipótese, uma condição. sejais estejais tenhais hajais
Se eu estudasse, a história seria outra. sejam estejam tenham hajam
PRETÉRITO IMPERFEITO SIMPLES
Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo. fosse estivesse tivesse houvesse
e) Pretérito Perfeito fosses estivesses tivesses houvesses
Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar fosse estivesse tivesse houvesse
um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as fôssemos estivéssemos tivéssemos houvéssemos
características do modo subjuntivo). fôsseis estivésseis tivésseis houvésseis
fossem estivessem tivessem houvessem
Que tenha estudado bastante é o que espero. PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que- tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ sido, estado, tido, havido)
perfeito do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a ou- PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
tro fato passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo tivesse, tivesses, tivesses, tivéssemos, tivésseis, tivessem ( + sido, estado, tido, havido)
subjuntivo: FUTURO SIMPLES
se eu for se eu estiver se eu tiver se eu houver
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqüi- se tu fores se tu estiveres se tu tiveres se tu houveres
lamente. se ele for se ele estiver se ele tiver se ele houver

Língua Portuguesa 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


BB – LÍNGUA PORTUGUESA (ESCRITURÁRIO) 10/02/2011

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


se nós formos se nós estivermos se nós tivermos se nós houvermos cantariam venderiam partiriam
se vós fordes se vós estiverdes se vós tiverdes se vós houverdes FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
se eles forem se eles estiverem se eles tiverem se eles houverem teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam (+ cantado, vendido, partido)
FUTURO COMPOSTO FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO
tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+sido, estado, tido, havido) teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam, (+ cantado, vendido, partido)
AFIRMATIVO IMPERATIVO Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
sê tu está tu tem tu há tu PRESENTE SUBJUNTIVO
seja você esteja você tenha você haja você cante venda parta
sejamos nós estejamos nós tenhamos nós hajamos nós cantes vendas partas
sede vós estai vós tende vós havei vós cante venda parta
sejam vocês estejam vocês tenham vocês hajam vocês cantemos vendamos partamos
NEGATIVO canteis vendais partais
não sejas tu não estejas tu não tenhas tu não hajas tu cantem vendam partam
não seja você não esteja você não tenha você não haja você PRETÉRITO IMPERFEITO
não sejamos nós não estejamos nós não tenhamos nós não hajamos nós cantasse vendesse partisse
não sejais vós não estejais vós não tenhais vós não hajais vós cantasses vendesses partisses
não sejam vocês não estejam vocês não tenham vocês não hajam vocês cantasse vendesse partisse
IMPESSOAL INFINITIVO cantássemos vendêssemos partíssemos
ser estar ter haver cantásseis vendêsseis partísseis
IMPESSOAL COMPOSTO cantassem vendessem partissem
Ter sido ter estado ter tido ter havido PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
PESSOAL tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham (+ cantado, vendido, partido)
ser estar ter haver Obs.: também se conjugam com o auxiliar haver.
seres estares teres haveres FUTURO SIMPLES
ser estar ter haver cantar vender partir
sermos estarmos termos havermos cantares venderes partires
serdes estardes terdes haverdes cantar vender partir
serem estarem terem haverem cantarmos vendermos partimos
SIMPLES GERÚNDIO cantardes venderdes partirdes
sendo estando tendo havendo cantarem venderem partirem
COMPOSTO FUTURO COMPOSTO
tendo sido tendo estado tendo tido tendo havido tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes, tiverem (+ cantado, vendido, partido)
PARTICÍPIO AFIRMATIVO IMPERATIVO
sido estado tido havido canta vende parte
cante venda parta
cantemos vendamos partamos
CONJUGAÇÕES VERBAIS cantai vendei parti
cantem vendam partam
INDICATIVO NEGATIVO
PRESENTE não cantes não vendas não partas
canto vendo parto não cante não venda não parta
cantas vendes partes não cantemos não vendamos não partamos
canta vende parte não canteis não vendais não partais
cantamos vendemos partimos não cantem não vendam não partam
cantais vendeis partis
cantam vendem partem INFINITIVO IMPESSOAL SIMPLES
PRETÉRITO IMPERFEITO
cantava vendia partia
PRESENTE
cantavas vendias partias
cantar vender partir
cantava vendia partia
INFINITIVO PESSOAL SIMPLES - PRESENTE FLEXIONADO
cantávamos vendíamos partíamos
cantar vender partir
cantáveis vendíeis partíeis
cantares venderes partires
cantavam vendiam partiam
cantar vender partir
PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES
cantarmos vendermos partirmos
cantei vendi parti
cantardes venderdes partirdes
cantaste vendeste partiste
cantarem venderem partirem
cantou vendeu partiu
INFINITIVO IMPESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO IMPESSOAL
cantamos vendemos partimos
ter (ou haver), cantado, vendido, partido
cantastes vendestes partistes
INFINITIVO PESSOAL COMPOSTO - PRETÉRITO PESSOAL
cantaram venderam partiram
ter, teres, ter, termos, terdes, terem (+ cantado, vendido, partido)
PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO
GERÚNDIO SIMPLES - PRESENTE
tenho, tens, tem, temos, tendes, têm (+ cantado, vendido, partido)
cantando vendendo partindo
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO SIMPLES
GERÚNDIO COMPOSTO - PRETÉRITO
cantara vendera partira
tendo (ou havendo), cantado, vendido, partido
cantaras venderas partiras
PARTICÍPIO
cantara vendera partira
cantado vendido partido
cantáramos vendêramos partíramos
cantáreis vendêreis partíreis
cantaram venderam partiram VERBOS IRREGULARES
PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO
tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham (+ cantando, vendido, partido) DAR
Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver. Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
FUTURO DO PRESENTE SIMPLES Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
cantarei venderei partirei Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
cantarás venderás partirás Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
cantará venderá partirá Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem
cantaremos venderemos partiremos Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
cantareis vendereis partireis
MOBILIAR
cantarão venderão partirão
Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem
terei, terás, terá, teremos, tereis, terão (+ cantado, vendido, partido) Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem
Obs.: Também se conjugam com o auxiliar haver.
FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES AGUAR
cantaria venderia partiria Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam
cantarias venderias partirias Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
cantaria venderia partiria Presente do subjuntivo ágüe, agües, agüe, agüemos, agüeis, ágüem
cantaríamos venderíamos partiríamos
cantaríeis venderíeis partiríeis

Língua Portuguesa 33 A Opção Certa Para a Sua Realização


BB – LÍNGUA PORTUGUESA (ESCRITURÁRIO) 10/02/2011

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


MAGOAR PODER
Presente do indicativo magôo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem
Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoaram Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam
Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam
Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam
Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam
APIEDAR-SE Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem
Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-vos, Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
apiadam-se Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei-vos, Gerúndio podendo
apiedem-se Particípio podido
Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no imperativo
negativo
MOSCAR
Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam PROVER
Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, musquem Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem
Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam
Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
RESFOLEGAR Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provêreis, proveram
Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais, resfolgam Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, resfolguem Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, proveriam
Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam
Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam
NOMEAR Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, proves-
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam sem
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, nomea- Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem
vam Gerúndio provendo
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomearam Particípio provido
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem QUERER
Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem
Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
COPIAR Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis, quisessem
Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiáreis, copiaram Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem
Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem REQUERER
Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem
ODIAR Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste, requereram
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos, requerereis,
Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam requereram
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis,
Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, odiaram requererão
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requereríeis,
Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar requereriam
Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
CABER Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, requerês-
Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam seis, requeressem,
Pretérito mais-que-perfeito
coubera, couberas, coubera, coubéramos, coubéreis, couberam Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, reque-
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam rem
Imperfeito do subjuntivo
coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, Gerúndio requerendo
coubessem Particípio requerido
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem O verbo REQUERER não se conjuga como querer.
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no imperativo
negativo REAVER
Presente do indicativo reavemos, reaveis
CRER Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouveram
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis, reouve-
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam ram
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reouvésseis,
Conjugam-se como crer, ler e descrer reouvessem
Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes, reouverem
DIZER O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresenta a letra v
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram SABER
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos, soubéreis, souberam
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, dissesse Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis,
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem soubessem
Particípio dito Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer
VALER
FAZER Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham
Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão TRAZER
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam
PERDER Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam
Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis,
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam trouxessem
Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxerem
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem

Língua Portuguesa 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


BB – LÍNGUA PORTUGUESA (ESCRITURÁRIO) 10/02/2011

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


Gerúndio trazendo OUVIR
Particípio trazido Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
VER Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem Particípio ouvido
Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram PEDIR
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
Particípio visto Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir

ABOLIR POLIR
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis, aboliram
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão REMIR
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
Presente do subjuntivo não há Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, abolissem
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem RIR
Imperativo afirmativo abole, aboli Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Imperativo negativo não há Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
Infinitivo impessoal abolir Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
Gerúndio abolindo Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Particípio abolido Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
AGREDIR Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Gerúndio rindo
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. Particípio rido
Conjuga-se como rir: sorrir
COBRIR
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem VIR
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Particípio coberto Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram
Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão
FALIR Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam
Presente do indicativo falimos, falis Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem
Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam Gerúndio vindo
Presente do subjuntivo não há Particípio vindo
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir
Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Imperativo afirmativo fali (vós) SUMIR
Imperativo negativo não há Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem
Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Gerúndio falindo Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam
Particípio falido Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir

FERIR
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem ADVÉRBIO
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados. Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad-
MENTIR vérbio, exprimindo uma circunstância.
Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem
Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam Os advérbios dividem-se em:
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures,
nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, a-
FUGIR vante, através, defronte, aonde, etc.
Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem 2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre,
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc.
IR 3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior,
Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc.
Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante,
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram demasiado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tan-
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão to, bem, mal, quase, apenas, etc.
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão 5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc.
Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão 6) NEGAÇÃO: não.
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão 7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto,
Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
provavelmente, etc.
Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Gerúndio indo Há Muitas Locuções Adverbiais
Particípio ido 1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à
entrada, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.

Língua Portuguesa 35 A Opção Certa Para a Sua Realização


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2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à mesma oração.
noite, às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por
fim, de repente, de vez em quando, de longe em longe, etc. No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma depen-
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de da da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
bom grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, conjunção E é coordenativa.
em geral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a
olhos vistos, de propósito, de súbito, por um triz, etc. No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui- outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. QUANDO é subordinativa.
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc.
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
etc.
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
As conjunções coordenativas podem ser:
Advérbios Interrogativos 1) Aditivas, que dão idéia de adição, acrescentamento: e, nem, mas
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como? também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
Palavras Denotativas Não aprovo nem permitirei essas coisas.
Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, Os livros não só instruem mas também divertem.
terão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polini-
situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. zam as flores.
1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc. 2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com-
2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc. pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao
3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc. passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, a-
4) DE DESIGNAÇÃO - eis. pesar disso, em todo caso.
5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. Querem ter dinheiro, mas não trabalham.
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc. Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia.
Você lá sabe o que está dizendo, homem... Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce.
Mas que olhos lindos! A culpa não a atribuo a vós, senão a ele.
Veja só que maravilha! O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula.
O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado.
CONJUNÇÃO Você já sabe bastante, porém deve estudar mais.
Eu sou pobre, ao passo que ele é rico.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. Hoje não atendo, em todo caso, entre.
3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou,
Coniunções Coordenativas ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc.
1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc. Os seqüestradores deviam render-se ou seriam mortos.
2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no Ou você estuda ou arruma um emprego.
entanto, etc. Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo.
3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, etc. Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando.
4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por conseqüên- "Já chora, já se ri, já se enfurece."
cia. (Luís de Camões)
5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, pois, etc. 4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por
Conjunções Subordinativas conseguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc. As árvores balançam, logo está ventando.
2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc. Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável.
3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc. O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc. 5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que,
5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem porque, porquanto, pois (anteposto ao verbo).
que, etc. Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem
6) INTEGRANTES: que, se, etc. causar incêndios.
7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc. Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
forma que, de modo que, etc. Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adver-
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto sativo:
mais, etc. Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam.
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc. "Quis dizer mais alguma coisa a não pôde."
(Jorge Amado)
VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES
Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma
Examinemos estes exemplos: à outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações
1º) Tristeza e alegria não moram juntas. que traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição
2º) Os livros ensinam e divertem. ou hipótese, conformidade, conseqüência, finalidade, proporção, tempo).
3º) Saímos de casa quando amanhecia. Abrangem as seguintes classes:
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como,
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: já que, uma vez que, desde que.
é uma conjunção. O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa:
efeito).
No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligan- Como estivesse de luto, não nos recebeu.
do orações: são também conjunções. Desde que é impossível, não insistirei.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como,
Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
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(tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
(tanto) quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
mesmo que (= como). "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. cânti)
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. 10) Integrantes: que, se.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Sabemos que a vida é breve.
(Paulo Mendes Campos) Veja se falta alguma coisa.
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa."
(Antônio Olavo Pereira) Observação:
"E pia tal a qual a caça procurada." Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém
(Amadeu de Queirós) o chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" NGB, porém, não consigna esta espécie de conjunção.
(Carlos Drummond de Andrade)
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas. Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. que, por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que,
Os governantes realizam menos do que prometem. etc.
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que,
ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo,
que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, portanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no
sem que (= embora não). contexto. Assim, a conjunção que pode ser:
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. 1) Aditiva (= e):
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
Beba, nem que seja um pouco. A nós que não a eles, compete fazê-lo.
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. 2) Explicativa (= pois, porque):
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. Apressemo-nos, que chove.
Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas 3) Integrante:
afirmações. Diga-lhe que não irei.
Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. 4) Consecutiva:
4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
(= se não), a não ser que, a menos que, dado que. Não vão a uma festa que não voltem cansados.
Ficaremos sentidos, se você não vier. Onde estavas, que não te vi?
Comprarei o quadro, desde que não seja caro. 5) Comparativa (= do que, como):
Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. A luz é mais veloz que o som.
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a me- Ficou vermelho que nem brasa.
nos que os mosquitos se opusessem." 6) Concessiva (= embora, ainda que):
(Ferreira de Castro) Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas Beba, um pouco que seja.
não são como (ou conforme) dizem. 7) Temporal (= depois que, logo que):
"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
(Machado de Assis) 8) Final (= pare que):
6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, Vendo-me à janela, fez sinal que descesse.
tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de 9) Causal (= porque, visto que):
forma que, de maneira que, sem que, que (não). "Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vival-
Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. do Coaraci)
Falou com uma calma que todos ficaram atônitos.
Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí. A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase:
Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam. 1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe-
Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar. disse. (sem que = embora não)
7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que). 2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude mui-
Afastou-se depressa para que não o víssemos. to. (sem que = se não,caso não)
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse. 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
Fiz-lhe sinal que se calasse. (sem que = que não)
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quan- 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não)
to mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos...
(tanto mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto. Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.
À medida que se vive, mais se aprende.
À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve. PREPOSIÇÃO
Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados. Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois
termos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
Observação: segundo, um subordinado ou conseqüente.
São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medi-
da que e na medida em que. A forma correta é à medida que: Exemplos:
"À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem." Chegaram a Porto Alegre.
(Maria José de Queirós) Discorda de você.
Fui até a esquina.
9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre Casa de Paulo.
que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora
que, etc. Preposições Essenciais e Acidentais
Venha quando você quiser. As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CON-
Não fale enquanto come. TRA, DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB,
Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra. SOBRE e ATRÁS.

Língua Portuguesa 37 A Opção Certa Para a Sua Realização


BB – LÍNGUA PORTUGUESA (ESCRITURÁRIO) 10/02/2011

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a • Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo.
outras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: Voltou à terra onde nascera.
afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, Chegamos à terra dos nossos ancestrais.
salvo, segundo, senão, tirante, visto, etc. Mas:
Os marinheiros vieram a terra.
INTERJEIÇÃO O comandante desceu a terra.
• Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente:
ser: Vou até a (á ) chácara.
- alegria: ahl oh! oba! eh! Cheguei até a(à) muralha
- animação: coragem! avante! eia! • A QUE - À QUE
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino
- aplauso: bravo! viva! bis! ocorrerá crase:
- desejo: tomara! oxalá! Houve um palpite anterior ao que você deu.
- dor: aí! ui! Houve uma sugestão anterior à que você deu.
- silêncio: psiu! silêncio! Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não
- suspensão: alto! basta! ocorrerá crase.
Não gostei do filme a que você se referia.
LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mes- Não gostei da peça a que você se referia.
mo valor de uma interjeição. O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrati-
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam! vo A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim! do de:
Meu palpite é igual ao de todos
Minha opinião é igual à de todos.
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE
NÃO OCORRE CRASE
Crase é a fusão da preposição A com outro A. • antes de nomes masculinos:
Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem. Andei a pé.
Andamos a cavalo.
EMPREGO DA CRASE • antes de verbos:
• em locuções adverbiais: Ela começa a chorar.
à vezes, às pressas, à toa... Cheguei a escrever um poema.
• em locuções prepositivas: • em expressões formadas por palavras repetidas:
em frente à, à procura de... Estamos cara a cara.
• em locuções conjuntivas: • antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona:
à medida que, à proporção que... Dirigiu-se a V. Sa com aspereza.
• pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, Escrevi a Vossa Excelência.
a, as Dirigiu-se gentilmente à senhora.
Fui ontem àquele restaurante. • quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural:
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão: Não falo a pessoas estranhas.
Refiro-me àquilo e não a isto. Jamais vamos a festas.

A CRASE É FACULTATIVA
• diante de pronomes possessivos femininos:
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
Entreguei o livro a(à) sua secretária .
• diante de substantivos próprios femininos: FRASE
Dei o livro à(a) Sônia. Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo.
O tempo está nublado.
Socorro!
CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
Que calor!
• Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o
artigo A:
Viajaremos à Colômbia. ORAÇÃO
(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia) Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal.
• Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasí- A fanfarra desfilou na avenida.
lia, Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, As festas juninas estão chegando.
Veneza, etc.
Viajaremos a Curitiba. PERÍODO
(Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba). Período é a frase estruturada em oração ou orações.
• Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o
modifique. O período pode ser:
Ela se referiu à saudosa Lisboa. • simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta).
Vou à Curitiba dos meus sonhos. Fui à livraria ontem.
• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida: • composto - quando constituído por mais de uma oração.
Às 8 e 15 o despertador soou. Fui à livraria ontem e comprei um livro.
• Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras
―moda‖ ou "maneira": TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
Aos domingos, trajava-se à inglesa. São dois os termos essenciais da oração:
Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
• Antes da palavra casa, se estiver determinada: SUJEITO
Referia-se à Casa Gebara. Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa.
• Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar. Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes)
Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa).

Língua Portuguesa 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


BB – LÍNGUA PORTUGUESA (ESCRITURÁRIO) 10/02/2011

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


O sujeito pode ser : um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado
- simples: quando tem um só núcleo por um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas; Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo)
núcleo: rosas) O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo)
- composto: quando tem mais de um núcleo Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE
O burro e o cavalo saíram em disparada. (advérbio).
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
- oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal 4. AGENTE DA PASSIVA
Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu) Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo
- indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal na voz passiva.
Come-se bem naquele restaurante. A mãe é amada PELO FILHO.
- Inexistente: quando a oração não tem sujeito O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO.
Choveu ontem. Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO.
Há plantas venenosas.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
PREDICADO
TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma
Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito.
função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo
alguma circunstância.
O predicado classifica-se em:
1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais
São termos acessórios da oração:
predicativo do sujeito.
Nosso colega está doente.
Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER, 1. ADJUNTO ADNOMINAL
PERMANECER, etc. Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os
Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a substantivos. Pode ser expresso:
comunicar estado ou qualidade do sujeito. • pelos adjetivos: água fresca,
Nosso colega está doente. • pelos artigos: o mundo, as ruas
A moça permaneceu sentada. • pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas
2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou • pelos numerais : três garotos; sexto ano
transitivo. • pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos
O avião sobrevoou a praia.
Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento. 2. ADJUNTO ADVERBIAL
O sabiá voou alto. Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de
Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento. tempo, lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou
• Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem advérbio.
auxílio de proposição. Cheguei cedo.
Minha equipe venceu a partida. José reside em São Paulo.
• Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com
auxílio de preposição. 3. APOSTO
Ele precisa de um esparadrapo. Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece,
• Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao desenvolve ou resume outro termo da oração.
mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de Dr. João, cirurgião-dentista,
complemento com auxilio de preposição. Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
Damos uma simples colaboração a vocês. O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo
intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais 4. VOCATIVO
predicativo do sujeito. Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou
Os rapazes voltaram vitoriosos. interpelar alguém ou alguma coisa.
• Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal, Tem compaixão de nós, ó Cristo.
ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito. Professor, o sinal tocou.
Ele morreu rico. Rapazes, a prova é na próxima semana.
• Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,
ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto
direto ou indireto. PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES
Elegemos o nosso candidato vereador.
No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO Fui ao cinema.
Chama-se termos integrantes da oração os que completam a O pássaro voou.
significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à
compreensão do enunciado. PERÍODO COMPOSTO
No período composto há mais de uma oração.
1. OBJETO DIRETO (Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens
Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo folgam.)
transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE.
Período composto por coordenação
2. OBJETO INDIRETO Apresenta orações independentes.
Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo (Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.)
transitivo indireto.
As crianças precisam de CARINHO. Período composto por subordinação
Apresenta orações dependentes.
3. COMPLEMENTO NOMINAL (É bom) (que você estude.)
Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de
Língua Portuguesa 39 A Opção Certa Para a Sua Realização
BB – LÍNGUA PORTUGUESA (ESCRITURÁRIO) 10/02/2011

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


Período composto por coordenação e subordinação ORAÇÃO SUBORDINADA
Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é
período é também conhecido como misto. introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal
(Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.) nem sempre é a primeira do período.
Quando ele voltar, eu saio de férias.
ORAÇÃO COORDENADA Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS
Oração coordenada é aquela que é independente. Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR

As orações coordenadas podem ser: ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA


- Sindética: Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função
Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção de um substantivo.
coordenativa. Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas
Viajo amanhã, mas volto logo. substantivas classificam-se em:

- Assindética: 1) SUBJETIVA (sujeito)


Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou Convém que você estude mais.
ponto e vírgula. Importa que saibas isso bem. .
Chegou, olhou, partiu. É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é
A oração coordenada sindética pode ser: necessária.

1. ADITIVA: 2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto)


Expressa adição, seqüência de pensamento. (e, nem = e não), mas, Desejo QUE VENHAM TODOS.
também: Pergunto QUEM ESTÁ AI.
Ele falava E EU FICAVA OUVINDO.
Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM. 3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto)
A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ. Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS.
Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE.
2. ADVERSATIVA: Daremos o prêmio A QUEM O MERECER.
Ligam orações, dando-lhes uma idéia de compensação ou de
contraste (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, 4) COMPLETIVA NOMINAL
etc). Complemento nominal.
A espada vence MAS NÃO CONVENCE. Ser grato A QUEM TE ENSINA.
O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO. Sou favorável A QUE O PRENDAM.
Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO.
5) PREDICATIVA (predicativo)
3. ALTERNATIVAS: Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA)
Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE.
outra (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc). Não sou QUEM VOCÊ PENSA.
Mudou o natal OU MUDEI EU?
“OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel, 6) APOSITIVAS (servem de aposto)
OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!” Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE)
(C. Meireles) Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME.
4. CONCLUSIVAS: 7) AGENTE DA PASSIVA
Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,
O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR)
PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE,
A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM.
etc).
Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO.
Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de
um adjetivo.
5. EXPLICATIVAS:
Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas:
Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro
que a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.)
Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR. 1) EXPLICATIVAS:
Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS. Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente,
atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe
uma informação.
ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE
Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará.
É aquela que vem entre os termos de uma outra oração.
Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria.
O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.

A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos:


2) RESTRITIVAS:
Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo
CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc.
indispensáveis ao sentido da frase:
Pedra QUE ROLA não cria limo.
ORAÇÃO PRINCIPAL As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem.
Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui.
por um conectivo.
ELES DISSERAM que voltarão logo. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
ELE AFIRMOU que não virá.
Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de
PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma)
um advérbio.

Língua Portuguesa 40 A Opção Certa Para a Sua Realização


BB – LÍNGUA PORTUGUESA (ESCRITURÁRIO) 10/02/2011

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


As orações subordinadas adverbiais classificam-se em: O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase de-
1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão: clarativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos
Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE. casos comuns ele é chamado de simples.
O tambor soa PORQUE É OCO.
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris-
2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo).
comparação.
O som é menos veloz QUE A LUZ. PONTO DE INTERROGAÇÃO
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA. É usado para indicar pergunta direta.
Onde está seu irmão?
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se
admite: Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação.
POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram. A mim ?! Que idéia!
Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado.
CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava. PONTO DE EXCLAMAÇÃO
É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese: Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
SE O CONHECESSES, não o condenarias. Ó jovens! Lutemos!
Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO?
VÍRGULA
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena
com outro: pausa na fala. Emprega-se a vírgula:
Fiz tudo COMO ME DISSERAM. • Nas datas e nos endereços:
Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI. São Paulo, 17 de setembro de 1989.
Largo do Paissandu, 128.
6) CONSECUTIVAS: exprimem uma conseqüência, um resultado: • No vocativo e no aposto:
A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS. Meninos, prestem atenção!
Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA! Termópilas, o meu amigo, é escritor.
Tenho medo disso QUE ME PÉLO! • Nos termos independentes entre si:
O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões.
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto: • Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste
Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE. caso é usado o duplo emprego da vírgula:
Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR. Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da
padroeira.
8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade: • Após alguns adjuntos adverbiais:
À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende. No dia seguinte, viajamos para o litoral.
QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo. • Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo empre-
go da vírgula:
9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor.
na oração principal: • Após a primeira parte de um provérbio.
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam. O que os olhos não vêem, o coração não sente.
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam. • Em alguns casos de termos oclusos:
Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.
10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE. RETICÊNCIAS
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE. • São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
Não me disseste que era teu pai que ...
ORAÇÕES REDUZIDAS • Para realçar uma palavra ou expressão.
Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome...
nominais: gerúndio, infinitivo e particípio. • Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento.
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...
Exemplos:
• Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PONTO E VÍRGULA
PREPARADO. • Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém
• Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ. alguma simetria entre si.
• FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM, "Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desco-
conseguirás. nhecido, guardando consigo a ponta farpada. "
• É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS • Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu
ATENTOS. interior.
• AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO, Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém,
entristeceu-se. mais calmo, resolveu o problema sozinho.
• É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante QUE ESTUDES
MAIS. DOIS PONTOS
• SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-
• Enunciar a fala dos personagens:
me.
Ele retrucou: Não vês por onde pisas?
• Para indicar uma citação alheia:
PONTUAÇÃO Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de
passageiros do vôo das nove: ―queiram dirigir-se ao portão de embar-
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita que".
as pausas da linguagem oral. • Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão
anterior:
PONTO Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.

Língua Portuguesa 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• Enumeração após os apostos: CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
TRAVESSÃO
Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinan-
Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar
te se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões.
palavras ou frases
– "Quais são os símbolos da pátria?
– Que pátria? Principais Casos de Concordância Nominal
– Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos). 1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em
– "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra gênero e número com o substantivo.
vez. As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico.
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma 2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão
coisa". (M. Palmério). normalmente para o plural.
• Usa-se para separar orações do tipo: Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio.
– Avante!- Gritou o general. 3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta. para o masculino plural.
Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios.
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam 4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais
uma cadeia de frase: próximo:
• A estrada de ferro Santos – Jundiaí. Trouxe livros e revista especializada.
• A ponte Rio – Niterói. 5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais pró-
• A linha aérea São Paulo – Porto Alegre. ximo.
Dedico esta música à querida tia e sobrinhos.
ASPAS 6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o
São usadas para: sujeito.
• Indicar citações textuais de outra autoria. Meus amigos estão atrapalhados.
"A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles) 7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predi-
• Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se cativo no gênero da pessoa a quem se refere.
expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares: Sua excelência, o Governador, foi compreensivo.
Há quem goste de ―jazz-band‖. 8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo
Não achei nada "legal" aquela aula de inglês. vão para o singular ou para o plural.
• Para enfatizar palavras ou expressões: Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros).
Apesar de todo esforço, achei-a ―irreconhecível" naquela noite. 9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier
• Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc. precedido de artigo e o segundo não vão para o plural.
"Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro. Já estudei o primeiro e segundo livros.
• Em casos de ironia: 10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural.
A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente. Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro.
Veja como ele é ―educado" - cuspiu no chão. 11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a
que se referem.
PARÊNTESES Ela mesma veio até aqui.
Empregamos os parênteses: Eles chegaram sós.
• Nas indicações bibliográficas. Eles próprios escreveram.
"Sede assim qualquer coisa. 12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere.
serena, isenta, fiel". Muito obrigado. (masculino singular)
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). Muito obrigada. (feminino singular).
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais: 13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos fica invariável quando é advérbio.
fora das órbitas. Amália se volta)". Quero meio quilo de café.
(G. Figueiredo) Minha mãe está meio exausta.
• Quando se intercala num texto uma idéia ou indicação acessória: É meio-dia e meia. (hora)
"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-Io, morrendo de 14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o subs-
fome." tantivo a que se referem.
(C. Lispector) Trouxe anexas as fotografias que você me pediu.
• Para isolar orações intercaladas: A expressão em anexo é invariável.
"Estou certo que eu (se lhe ponho Trouxe em anexo estas fotos.
Minha mão na testa alçada) 15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substi-
Sou eu para ela." tuem advérbios em MENTE, permanecem invariáveis.
(M. Bandeira) Vocês falaram alto demais.
O combustível custava barato.
COLCHETES [ ] Você leu confuso.
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica. Ela jura falso.
16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjeti-
ASTERISCO vos, sofrem variação normalmente.
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para Esses pneus custam caro.
alguma nota (observação). Conversei bastante com eles.
Conversei com bastantes pessoas.
Estas crianças moram longe.
BARRA
Conheci longes terras.
A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas
abreviaturas.
CONCORDÂNCIA VERBAL

CASOS GERAIS

Língua Portuguesa 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


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1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Que são florestas equatoriais?
O menino chegou. Os meninos chegaram. Quem eram aqueles homens?
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará
O pessoal ainda não chegou. com a expressão numérica.
A turma não gostou disso. São oito horas.
Um bando de pássaros pousou na árvore. Hoje são 19 de setembro.
3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
ao plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
Os Estados Unidos são um grande país. fica no singular.
Os Lusíadas imortalizaram Camões. Três batalhões é muito pouco.
Os Alpes vivem cobertos de neve. Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
Flores já não leva acento. Maria era as flores da casa.
O Amazonas deságua no Atlântico. O homem é cinzas.
Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome concorda com o predicativo.
no plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indife- Dançar e cantar é a sua atividade.
rentemente. Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). concorda com o pronome.
5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o A ciência, mestres, sois vós.
sujeito paciente. Em minha turma, o líder sou eu.
Vende-se um apartamento. 8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infiniti-
Vendem-se alguns apartamentos. vo, apenas um deles deve ser flexionado.
6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
verbo para a 3ª pessoa do singular. Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
Precisa-se de funcionários.
7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
no singular e o verbo no singular ou no plural.
Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati-
8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural. calmente do outro.
Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul.
9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular. A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos
Mais de um jurado fez justiça à minha música. e adjetivos).
10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando
empregadas como sujeito e derem idéia de síntese, pedem o verbo Exemplos:
no singular. - acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM
As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição. EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR
11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o PARA = passagem
sujeito.
Deu uma hora. A regência verbal trata dos complementos do verbo.
Deram três horas.
Bateram cinco horas. ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA
Naquele relógio já soaram duas horas. 1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da • pretender (transitivo indireto)
frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito. No sítio, aspiro o ar puro da montanha.
Ela é que faz as bolas. Nossa equipe aspira ao troféu de campeã.
Eu é que escrevo os programas. 2. OBEDECER - transitivo indireto
13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é Devemos obedecer aos sinais de trânsito.
um pronome relativo. 3. PAGAR - transitivo direto e indireto
Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova. Já paguei um jantar a você.
Fui eu que fiz a lição 4. PERDOAR - transitivo direto e indireto.
Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possí- Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
veis. 5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto
• que: Fui eu que fiz a lição. Prefiro Comunicação à Matemática.
• quem: Fui eu quem fez a lição. 6. INFORMAR - transitivo direto e indireto.
• o que: Fui eu o que fez a lição. Informei-lhe o problema.
14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na 7. ASSISTIR - morar, residir:
terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem Assisto em Porto Alegre.
a este sua impessoalidade. • amparar, socorrer, objeto direto
Chove a cântaros. Ventou muito ontem. O médico assistiu o doente.
Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões. • PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto
Assistimos a um belo espetáculo.
CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER • SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto
1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos Assiste-lhe o direito.
pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e 8. ATENDER - dar atenção
PARECER concordam com o predicativo. Atendi ao pedido do aluno.
Tudo são esperanças. • CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto
Aquilo parecem ilusões. Atenderam o freguês com simpatia.
Aquilo é ilusão. 9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto
2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER A moça queria um vestido novo.
concorda sempre com o nome ou pronome que vier depois. • GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto

Língua Portuguesa 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O professor queria muito a seus alunos. b) imperfeitos - quando têm a mesma grafia mas pronúncia diferente
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto (homógrafos) ou a mesma pronúncia mas grafia diferente (homó-
Todos visamos a um futuro melhor. fonos). Exemplos: selo (substantivo) - selo (verbo selar) / ele
• APONTAR, MIRAR - objeto direto (pronome) - ele (letra)
O artilheiro visou a meta quando fez o gol. 4. Parônimas - quando se assemelham na forma mas têm significados
• pör o sinal de visto - objeto direto diferentes.
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia. Exemplos: descriminar (inocentar) - discriminar (distinguir) / discente
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto (relativo a alunos) - docente (relativo a professores)
Devemos obedecer aos superiores.
Desobedeceram às leis do trânsito. DENOTAÇAO E CONOTAÇAO
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a
• exigem na sua regência a preposição EM seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original.
O armazém está situado na Farrapos.
Ele estabeleceu-se na Avenida São João. A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se
13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo. no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias
Essas tuas justificativas não procedem. interpretações.
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se Observe os exemplos:
com a preposição DE. Denotação
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani As estrelas do céu.
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A. Vesti-me de verde.
O secretário procedeu à leitura da carta. O fogo do isqueiro.
14. ESQUECER E LEMBRAR
• quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto: Conotação
Esqueci o nome desta aluna. As estrelas do cinema.
Lembrei o recado, assim que o vi. O jardim vestiu-se de flores.
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto: O fogo da paixão.
Esqueceram-se da reunião de hoje.
Lembrei-me da sua fisionomia. SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa.
As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos.
figurado:
• pagar - Pago o 13° aos professores.
Construí um muro de pedra - sentido próprio
• dar - Daremos esmolas ao pobre.
Maria tem um coração de pedra – sentido figurado.
• emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
A água pingava lentamente – sentido próprio.
• ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
• agradecer - Agradeço as graças a Deus.
• pedir - Pedi um favor ao colega. REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIAS
16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto: OFICIAIS
O amor implica renúncia.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposi- Apresentação
ção COM: Com a edição do Decreto no 100.000, em 11 de janeiro de 1991, o
O professor implicava com os alunos Presidente da República autorizou a criação de comissão para rever,
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a prepo- atualizar, uniformizar e simplificar as normas de redação de atos e comu-
sição EM: nicações oficiais. Após nove meses de intensa atividade da Comissão
Implicou-se na briga e saiu ferido presidida pelo hoje Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira
17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição Mendes, apresentou-se a primeira edição do Manual de Redação da
A: Presidência da República.
Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA: A obra dividia-se em duas partes: a primeira, elaborada pelo diploma-
Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso. ta Nestor Forster Jr., tratava das comunicações oficiais, sistematizava
18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa seus aspectos essenciais, padronizava a diagramação dos expedientes,
como sujeito: exibia modelos, simplificava os fechos que vinham sendo utilizados desde
O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª 1937, suprimia arcaísmos e apresentava uma súmula gramatical aplicada
pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente à redação oficial. A segunda parte, a cargo do Ministro Gilmar Mendes,
dificuldade, será objeto indireto. ocupava-se da elaboração e redação dos atos normativos no âmbito do
Custou-me confiar nele novamente. Executivo, da conceituação e exemplificação desses atos e do procedi-
Custar-te-á aceitá-la como nora. mento legislativo.

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS A edição do Manual propiciou, ainda, a criação de um sistema de con-
trole sobre a edição de atos normativos do Poder Executivo que teve por
finalidade permitir a adequada reflexão sobre o ato proposto: a identifica-
Quanto à significação, as palavras podem ser:
ção clara e precisa do problema ou da situação que o motiva; os custos
1. Sinônimas - quando apresentam sentidos semelhantes: falecer e
que poderia acarretar; seus efeitos práticos; a probabilidade de impugna-
morrer, belo e bonito; longe e distante, etc.
ção judicial; sua legalidade e constitucionalidade; e sua repercussão no
2. Antônimas - quando têm significação oposta: triste e alegre,
ordenamento jurídico.
bondade e maldade, riqueza e pobreza.
3. Homônimas - quando são escritas ou pronunciadas de modo idêntico
Buscou-se, assim, evitar a edição de normas repetitivas, redundantes
mas são diferentes quanto ao significado.
ou desnecessárias; possibilitar total transparência ao processo de elabo-
Os homônimos podem ser:
ração de atos normativos; ensejar a verificação prévia da eficácia das
a) perfeitos - quando possuem a mesma grafia (homógrafos) e a
normas e considerar, no processo de elaboração de atos normativos, a
mesma pronúncia (homófonos):
experiência dos encarregados em executar o disposto na norma.
cura (padre) - cura (do v. curar)
verão (estação) - verão (verbo ver)
Decorridos mais de dez anos da primeira edição do Manual, fez-se
são (sadio) - são (verbo ser)
Língua Portuguesa 44 A Opção Certa Para a Sua Realização
BB – LÍNGUA PORTUGUESA (ESCRITURÁRIO) 10/02/2011

APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


necessário proceder à revisão e atualização do texto para a elaboração ções oficiais.
desta 2a Edição, a qual preserva integralmente as linhas mestras do
trabalho originalmente desenvolvido. Na primeira parte, as alterações Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja re-
principais deram-se em torno da adequação das formas de comunicação digido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A
usadas na administração aos avanços da informática. Na segunda parte, transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibili-
as alterações decorreram da necessidade de adaptação do texto à evolu- dade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um
ção legislativa na matéria, em especial à Lei Complementar no 95, de 26 texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois,
de fevereiro de 1998, ao Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002, e às necessariamente, clareza e concisão.
alterações constitucionais ocorridas no período.
Além de atender à disposição constitucional, a forma dos atos norma-
Espera-se que esta nova edição do Manual contribua, tal como a pri- tivos obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que
meira, para a consolidação de uma cultura administrativa de profissionali- remontam ao período de nossa história imperial, como, por exemplo, a
zação dos servidores públicos e de respeito aos princípios constitucionais obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de
da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, com a 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos trans-
consequente melhoria dos serviços prestados à sociedade. corridos desde a Independência. Essa prática foi mantida no período
republicano.
PEDRO PARENTE
Chefe da Casa Civil da Presidência da República Esses mesmos princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade,
concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais:
SINAIS E ABREVIATURAS EMPREGADOS elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser estritamente
* = indica forma (em geral sintática) inaceitável ou agramatical. impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo nível de linguagem.
§ = parágrafo
adj. adv. = adjunto adverbial Nesse quadro, fica claro também que as comunicações oficiais são
arc. = arcaico necessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o
art. = artigo Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio Serviço
cf. = confronte Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o
CN = Congresso Nacional conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o
Cp. = compare público).
f.v. = forma verbal
fem.= feminino Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações oficiais
ind. = indicativo foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de tratamento e
i. é. = isto é de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos expedientes, etc.
masc. = masculino Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos para comunicações
obj. dir. = objeto direto oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado da Justiça, de
obj. ind. = objeto indireto 8 de julho de 1937, que, após mais de meio século de vigência, foi revo-
p. = página gado pelo Decreto que aprovou a primeira edição deste Manual.
p. us. = pouco usado
pess. = pessoa Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou fazer das
pl. = plural características específicas da forma oficial de redigir não deve ensejar o
pref. = prefixo entendimento de que se proponha a criação – ou se aceite a existência –
pres. = presente de uma forma específica de linguagem administrativa, o que coloquial-
Res. = Resolução do Congresso Nacional mente e pejorativamente se chama burocratês. Este é antes uma distor-
RI da CD = Regimento Interno da Câmara dos Deputados ção do que deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de
RI do SF = Regimento Interno do Senado Federal expressões e clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de cons-
s. = substantivo trução de frases.
s.f. = substantivo feminino
s.m. = substantivo masculino A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à
sing. = singular evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impes-
tb. = também soalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz
v. = ver ou verbo da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jornalístico,
var. pop. = variante popular da correspondência particular, etc.
Apresentadas essas características fundamentais da redação oficial,
PARTE I passemos à análise pormenorizada de cada uma delas.
AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
1.1. A Impessoalidade
CAPÍTULO I A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita.
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém que comunique,
b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba essa comunicação. No
1. O que é Redação Oficial caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço Público (este
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção);
qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Interessa- o que se comunica é sempre algum assunto relativo às atribuições do
nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. órgão que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o
conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do Poderes da União.
padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado
no artigo 37: "A administração pública direta, indireta ou fundacional, de aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: embo-
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, ra se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe
moralidade, publicidade e eficiência (...)". Sendo a publicidade e a impes- de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público
soalidade princípios fundamentais de toda administração pública, claro que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável pa-
está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunica- dronização, que permite que comunicações elaboradas em dife-

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rentes setores da Administração guardem entre si certa uniformi- Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um "padrão ofi-
dade; cial de linguagem"; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comuni-
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com duas cações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas
possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre con- expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas
cebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a
temos um destinatário concebido de forma homogênea e impes- utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático,
soal; como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo limitada.
temático das comunicações oficiais se restringe a questões que
dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe qual- A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a
quer tom particular ou pessoal. exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos
acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de
Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões pesso- difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se
ais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a
um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora.
Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos va- e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.
lemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que
seja alcançada a necessária impessoalidade. 1.3. Formalidade e Padronização
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obede-
1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais cem a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é imperativo, ainda,
e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público certa formalidade de tratamento. Não se trata somente da eterna dúvida
desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para
aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras uma autoridade de certo nível (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos
para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos Pronomes de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à
públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a
linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja comunicação.
finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária uni-
As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser formidade das comunicações. Ora, se a administração federal é una, é
compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse natural que as comunicações que expede sigam um mesmo padrão. O
objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Manual, exige que
grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circula- se atente para todas as características da redação oficial e que se cuide,
ção restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técni- ainda, da apresentação dos textos.
co, tem sua compreensão dificultada.
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto defini-
Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua fa- tivo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroni-
lada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imedi- zação. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de
ata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com normas específicas para cada tipo de expediente.
outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a
entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis 1.4. Concisão e Clareza
por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto
transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se ape- oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informa-
nas de si mesma para comunicar. ções com um mínimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade,
é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre o
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de a- qual se escreve, o necessário tempo para revisar o texto depois de pronto.
cordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um É nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias
amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que ou repetições desnecessárias de ideias.
incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um
parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao princípio de
correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende economia linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de
ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos. palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-
la como economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passa-
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, gens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se
por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias, passagens que
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão nada acrescentem ao que já foi dito.
culto é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b)
se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto
importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundárias. Estas
redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las;
lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação
das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo,
pretendida compreensão por todos os cidadãos. por isso, ser dispensadas.

Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de ex- A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme
pressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como claro
nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. No entanto
rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das
próprios da língua literária. demais características da redação oficial. Para ela concorrem:
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que

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poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendi- significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não
mento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação res- possam ser dispensados.
trita, como a gíria e o jargão;
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que
uniformidade dos textos; são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja segui-
que nada lhe acrescentam. da por sua revisão. "Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados",
diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão
É pela correta observação dessas características que se redige com no redigir.
clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido.
A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramati- Por fim, como exemplo de texto obscuro, que deve ser evitado em to-
cais provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua das as comunicações oficiais, transcrevemos a seguir um pitoresco qua-
correção. dro, constante de obra de Adriano da Gama Kury , a partir do qual podem
ser feitas inúmeras frases, combinando-se as expressões das várias
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de colunas em qualquer ordem, com uma característica comum: nenhuma
fácil compreensão por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser delas tem sentido! O quadro tem aqui a função de sublinhar a maneira de
desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos como não se deve escrever:
assuntos em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes
faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre

Como não se deve escrever:

COLUNA A COLUNA B COLUNA C COLUNA D COLUNA E COLUNA F COLUNA G


1. A necessidade se caracteriza por uma correta relação entre no interesse primário substanciando e numa ótica preventiva a transparência de
emergente estrutura e superestrutura da população, vitalizando, e não mais curativa, cada ato decisional.
2. O quadro norma- prefigura a superação de cada sem prejudicar o atual não assumindo nunca no contexto de um um indispensável
tivo obstáculo e/ou resistência nível das contribuições, como implícito, sistema integrado, salto de qualidade.
passiva
3. O critério metodo- reconduz a sínteses a pontual correspondência com critérios não- potenciando e incre- na medida em que isso o aplanamento de
lógico entre objetivos e recursos dirigísticos, mentando, seja factível, discrepâncias e
discrasias existen-
tes.
4. O modelo de incrementa o redirecionamento das para além das contra- evidenciando e em termos de eficácia a adoção de uma
desenvolvimento linhas de tendências em dições e dificuldades explicitando e eficiência, metodologia dife-
ato iniciais, renciada.
5. O novo tema propicia o incorporamento das numa visão orgânica e ativando e implemen- a cavaleiro da situação a redefinição de
social funções e a descentraliza- não totalizante, tando, contingente, uma nova figura
ção decisional profissional.
6. O método partici- propõe-se a o reconhecimento da mediante mecanismos não omitindo ou com as devidas e o co-envolvimento
pativo demanda não satisfeita da participação, calando, mas antes imprescindíveis ativo de operadores
particularizando, enfatizações, e utentes.
7. A utilização privilegia uma coligação orgânica segundo um módulo de recuperando, ou antes como sua premissa uma congruente
potencial interdisciplinar para uma interdependência revalorizando, indispensável e flexibilidade das
práxis de trabalho de horizontal, condicionante, estruturas.
grupo,

CAPÍTULO II superior, e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu


AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS rei com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se
o tratamento ducal de vossa excelência e adotaram-se na hierarquia
2. Introdução eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência, vossa
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os santidade."
preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da Redação Oficial.
Além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indireto já
serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua estava em voga também para os ocupantes de certos cargos públicos.
análise, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e depois para o coloquial você. E o
de comunicação oficial: o emprego dos pronomes de tratamento, a forma pronome vós, com o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que pro-
dos fechos e a identificação do signatário. vém o atual emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de
dirigirmo-nos às autoridades civis, militares e eclesiásticas.
2.1. Pronomes de Tratamento
2.1.1. Breve História dos Pronomes de Tratamento 2.1.2. Concordância com os Pronomes de Tratamento
O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apre-
tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após serem incor- sentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal e
porados ao português os pronomes latinos tu e vos, "como tratamento pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa
direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra", passou-se a com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concor-
empregar, como expediente linguístico de distinção e de respeito, a se- dância para a terceira pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo
gunda pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior. que integra a locução como seu núcleo sintático: "Vossa Senhoria nomea-
Prossegue o autor: rá o substituto"; "Vossa Excelência conhece o assunto".
"Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a
palavra a um atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de
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tratamento são sempre os da terceira pessoa: "Vossa Senhoria nomeará (...)
seu substituto" (e não "Vossa ... vosso..."). No envelope, deve constar do endereçamento:
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero grama- Ao Senhor
tical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o Fulano de Tal
substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for ho- Rua ABC, no 123
mem, o correto é "Vossa Excelência está atarefado", "Vossa Senhoria 70.123 – Curitiba. PR
deve estar satisfeito"; se for mulher, "Vossa Excelência está atarefada",
"Vossa Senhoria deve estar satisfeita". Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado o emprego
do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento
2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece a secu- tratamento Senhor.
lar tradição. São de uso consagrado:
Acrescente-se que doutor não é forma de tratamento, e sim título a-
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: cadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empre-
a) do Poder Executivo; gue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau
 Presidente da República; por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar
 Vice-Presidente da República; por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
 Ministros de Estado; Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada
 Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Fede- formalidade às comunicações.
ral;
 Oficiais-Generais das Forças Armadas; Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por
 Embaixadores; força da tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade.
 Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de Corresponde-lhe o vocativo:
cargos de natureza especial; Magnífico Reitor,
(...)
 Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierar-
 Prefeitos Municipais.
quia eclesiástica, são:
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo
b) do Poder Legislativo:
correspondente é:
 Deputados Federais e Senadores; Santíssimo Padre,
 Ministro do Tribunal de Contas da União; (...)
 Deputados Estaduais e Distritais; Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comuni-
 Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; cações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:
 Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
c) do Poder Judiciário: (...)
 Ministros dos Tribunais Superiores; Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigi-
 Membros de Tribunais; das a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria
 Juízes; Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos.
 Auditores da Justiça Militar. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais
 O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Che- religiosos.
fes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respec-
tivo: 2.2. Fechos para Comunicações
 Excelentíssimo Senhor Presidente da República, O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia
 Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho
 Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal. que vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Minis-
tério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, segui- simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de
do do cargo respectivo: somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunica-
Senhor Senador, ção oficial:
Senhor Juiz, a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Senhor Ministro, Respeitosamente,
Senhor Governador, b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente,
No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autori-
dades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma: Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autorida-
A Sua Excelência o des estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente
A Sua Excelência o disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exterio-
A Sua Excelência o Senhor
Senhor res.
Senhor Fulano de Tal
Fulano de Tal
Senador Fulano de Tal Juiz de Direito da 10a
Ministro de Estado da 2.3. Identificação do Signatário
Senado Federal Vara Cível
Justiça Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República,
70.165-900 – Brasília. Rua ABC, no 123
70.064-900 – Brasília. todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da
DF 01.010-000 – São Paulo.
DF autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da
SP
identificação deve ser a seguinte:
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssi- (espaço para assinatura)
mo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade é pressu- Nome
posto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
sua repetida evocação. (espaço para assinatura)
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para par- Nome
ticulares. O vocativo adequado é: Ministro de Estado da Justiça
Senhor Fulano de Tal,

Língua Portuguesa 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura em pá- Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte forma
gina isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última de apresentação:
frase anterior ao fecho. a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no
texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
3. O Padrão Ofício b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o fito de unifor- c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número da pá-
mizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o que chama- gina;
mos de padrão ofício. As peculiaridades de cada um serão tratadas adian- d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos
te; por ora busquemos as suas semelhanças. em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda
e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares ("mar-
3.1. Partes do documento no Padrão Ofício gem espelho");
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes partes: e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o da margem esquerda;
expede: f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo,
Exemplos: 3,0 cm de largura;
Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de 6
direita: pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não
Exemplo: comportar tal recurso, de uma linha em branco;
Brasília, 15 de março de 1991. i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, le-
c) assunto: resumo do teor do documento tras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade
Exemplos: do documento;
Assunto: Produtividade do órgão em 2002. j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel bran-
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores. co. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos e
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a co- ilustrações;
municação. No caso do ofício deve ser incluído também o endereço. l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser im-
e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de do- pressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
cumentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura: m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich
– introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na Text nos documentos de texto;
qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o
uso das formas: "Tenho a honra de", "Tenho o prazer de", "Cum- arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aprovei-
pre-me informar que", empregue a forma direta; tamento de trechos para casos análogos;
– desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto conti- o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser
ver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do
em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição; documento + palavras-chaves do conteúdo
– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada Ex.: "Of. 123 - relatório produtividade ano 2002"
a posição recomendada sobre o assunto.
3.3. Aviso e Ofício
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em 3.3.1. Definição e Finalidade
que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos. Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente
idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusi-
Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a es- vamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia,
trutura é a seguinte: ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos
– introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solici- têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da
tou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver si- Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com particula-
do solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu- res.
nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados comple-
tos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, 3.3.2. Forma e Estrutura
e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encami- Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício,
nhado, segundo a seguinte fórmula: com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1 Pronomes de
"Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, encami- Tratamento), seguido de vírgula.
nho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do De-
partamento Geral de Administração, que trata da requisição do Exemplos:
servidor Fulano de Tal." Excelentíssimo Senhor Presidente da República
ou Senhora Ministra
"Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do te- Senhor Chefe de Gabinete
legrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do Presidente da Con-
federação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de mo- Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes in-
dernização de técnicas agrícolas na região Nordeste." formações do remetente:
– desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum – nome do órgão ou setor;
comentário a respeito do documento que encaminha, poderá a- – endereço postal;
crescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, – telefone e endereço de correio eletrônico.
não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de me-
ro encaminhamento. 3.4. Memorando
3.4.1. Definição e Finalidade
f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações); O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades admi-
g) assinatura do autor da comunicação; e nistrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em
h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signatário). mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de
comunicação eminentemente interna.
3.2. Forma de diagramação

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Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a
exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por deter-
minado setor do serviço público.

Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando 2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na medida
em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de proposta
procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do núme-
ro de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no
próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continua-
ção. Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplifi-
cado, assegurando maior transparência à tomada de decisões, e permitin-
do que se historie o andamento da matéria tratada no memorando.

3.4.2. Forma e Estrutura 3. Alternativas existentes às medidas propostas


Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, Mencionar:
com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo  se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
cargo que ocupa.  se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
 outras possibilidades de resolução do problema.
Exemplos:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subchefe pa- 4. Custos
ra Assuntos Jurídicos
Mencionar:
4. Exposição de Motivos  se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orçamen-
4.1. Definição e Finalidade tária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da Repú-  se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário, es-
blica ou ao Vice-Presidente para: pecial ou suplementar;
a) informá-lo de determinado assunto;  valor a ser despendido em moeda corrente;
b) propor alguma medida; ou
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo. 5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente se o
ato proposto for medida provisória ou projeto de lei que deva tramitar em
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da Repú- regime de urgência)
blica por um Ministro de Estado. Mencionar:
 se o problema configura calamidade pública;
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a
exposição de motivos deverá ser assinada por todos os Ministros envolvi-
 por que é indispensável a vigência imediata;
dos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.  se se trata de problema cuja causa ou agravamento não tenham
sido previstos;
4.2. Forma e Estrutura  se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já pre-
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão vista.
ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a exposição de
motivos que proponha alguma medida ou apresente projeto de ato norma- 6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medida pro-
tivo, segue o modelo descrito adiante. posta possa vir a tê-lo)

A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta du-


as formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclu-
sivamente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou
submeta projeto de ato normativo.
7. Alterações propostas
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva
algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, sua estrutu- Texto atual Texto proposto
ra segue o modelo antes referido para o padrão ofício.

Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Presiden- 8. Síntese do parecer do órgão jurídico
te da República a sugestão de alguma medida a ser adotada ou a que lhe  Com base em avaliação do ato normativo ou da medida proposta
apresente projeto de ato normativo – embora sigam também a estrutura à luz das questões levantadas no item 10.4.3.
do padrão ofício –, além de outros comentários julgados pertinentes por
seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar: A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acarretar, a
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da me- critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, a devolução
dida ou do ato normativo proposto; do projeto de ato normativo para que se complete o exame ou se reformu-
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele le a proposta.
ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais
alternativas existentes para equacioná-lo; O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de motivos
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual que proponham a adoção de alguma medida ou a edição de ato normativo
ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. tem como finalidade:
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca re-
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de mo- solver;
tivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte modelo previsto b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do proble-
no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002. ma e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério ou ór- do ato, em consonância com as questões que devem ser analisa-
gão equivalente) no , de de de 200. das na elaboração de proposições normativas no âmbito do Po-
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências der Executivo (v. 10.4.3.).
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.

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do Congresso Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constitui-
Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas na ção, art. 57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas.
elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo, o texto da
exposição de motivos e seu anexo complementam-se e formam um todo As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido no âm-
coeso: no anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta de toda a bito do Poder Executivo, que abrange minucioso exame técnico, jurídico e
situação que está a reclamar a adoção de certa providência ou a edição econômico-financeiro das matérias objeto das proposições por elas enca-
de um ato normativo; o problema a ser enfrentado e suas causas; a solu- minhadas.
ção que se propõe, seus efeitos e seus custos; e as alternativas existen-
tes. O texto da exposição de motivos fica, assim, reservado à demonstra- Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos órgãos inte-
ção da necessidade da providência proposta: por que deve ser adotada e ressados no assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da
como resolverá o problema. União. Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam
da exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição de
Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (nomeação, Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem de
promoção, ascensão, transferência, readaptação, reversão, aproveitamen- encaminhamento ao Congresso.
to, reintegração, recondução, remoção, exoneração, demissão, dispensa,
disponibilidade, aposentadoria), não é necessário o encaminhamento do b) encaminhamento de medida provisória.
formulário de anexo à exposição de motivos. Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Presi-
dente da República encaminha mensagem ao Congresso, dirigida a seus
Ressalte-se que: membros, com aviso para o Primeiro Secretário do Senado Federal,
– a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não juntando cópia da medida provisória, autenticada pela Coordenação de
dispensa o encaminhamento do parecer completo; Documentação da Presidência da República.
– o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos pode
ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos co- c) indicação de autoridades.
mentários a serem ali incluídos. As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação de
pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos Tribunais
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a atenção Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do Banco Central,
aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, concisão, impessoali- Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Diplomática, etc.) têm
dade, formalidade, padronização e uso do padrão culto de linguagem) em vista que a Constituição, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela
deve ser redobrada. A exposição de motivos é a principal modalidade de Casa do Congresso Nacional competência privativa para aprovar a indica-
comunicação dirigida ao Presidente da República pelos Ministros. Além ção.
disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso
Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial O curriculum vitae do indicado, devidamente assinado, acompanha a
da União, no todo ou em parte. mensagem.

5. Mensagem d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da


5.1. Definição e Finalidade República se ausentarem do País por mais de 15 dias.
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e
Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder a autorização é da competência privativa do Congresso Nacional.
Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da Administração
Pública; expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão O Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a
legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa
deliberação de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.
comunicações de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e da
Nação. e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de concessão
de emissoras de rádio e TV.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Pre- A obrigação de submeter tais atos à apreciação do Congresso Nacio-
sidência da República, a cujas assessorias caberá a redação final. nal consta no inciso XII do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão
efeitos legais a outorga ou renovação da concessão após deliberação do
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacio- Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na
nal têm as seguintes finalidades: mensagem a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o §
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar ou fi- 1o do art. 223 já define o prazo da tramitação.
nanceira.
Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensagem o
Os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados em regime correspondente processo administrativo.
normal (Constituição, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a
4o). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime f) encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
normal e mais tarde ser objeto de nova mensagem, com solicitação de O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a aber-
urgência. tura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as contas
referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do Con- parecer da Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166, § 1o), sob
gresso Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de contas (Constitui-
da Presidência da República ao Primeiro Secretário da Câmara dos ção, art. 51, II), em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimen-
Deputados, para que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, to Interno.
caput).
g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem plano pluria- Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação do
nual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicionais), País e solicitação de providências que julgar necessárias (Constituição,
as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros do Congres- art. 84, XI).
so Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao Primeiro Secre- O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência da
tário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Constituição impõe a República. Esta mensagem difere das demais porque vai encadernada e é
deliberação congressual sobre as leis financeiras em sessão conjunta, distribuída a todos os Congressistas em forma de livro.
mais precisamente, "na forma do regimento comum". E à frente da Mesa

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h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacional, en- Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públi-
caminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde se originaram cos e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegrama
os autógrafos. Nela se informa o número que tomou a lei e se restituem apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio eletrôni-
dois exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente da co ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também em razão de
República terá aposto o despacho de sanção. seu custo elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela conci-
são (v. 1.4. Concisão e Clareza).
i) comunicação de veto.
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66, § 1o), 6.2. Forma e Estrutura
a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos
as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto vai publicado na formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio na
íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e Estrutura), ao contrário Internet.
das demais mensagens, cuja publicação se restringe à notícia do seu
envio ao Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto) 7. Fax
7.1. Definição e Finalidade
j) outras mensagens. O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) é uma forma de
Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência mensa- comunicação que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento da
gens com: Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens urgentes e para o
– encaminhamento de atos internacionais que acarretam encargos envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há premência,
ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I); quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico.
– pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na
e prestações interestaduais e de exportação (Constituição, art. forma de praxe.
155, § 2o, IV);
– proposta de fixação de limites globais para o montante da dívida Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do
consolidada (Constituição, art. 52, VI); fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora
– pedido de autorização para operações financeiras externas rapidamente.
(Constituição, art. 52, V); e outros.
7.2. Forma e Estrutura
Entre as mensagens menos comuns estão as de: Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que
– convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constituição, lhes são inerentes.
art. 57, § 6o);
– pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da Re- É conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de fo-
pública (art. 52, XI, e 128, § 2o); lha de rosto, i. é., de pequeno formulário com os dados de identificação da
– pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobiliza- mensagem a ser enviada, conforme exemplo a seguir:
ção nacional (Constituição, art. 84, XIX);
– pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz (Constitu- [Órgão Expedidor]
ição, art. 84, XX); [setor do órgão expedidor]
– justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua pror- [endereço do órgão expedidor]
rogação (Constituição, art. 136, § 4o); _________________________________________________________
– pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Constitui- Destinatário:_______________________________________________
ção, art. 137); No do fax de destino:_____________________________________
– relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio ou Data:_______/_______/____
de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único); Remetente: _______________________________________________
– proposta de modificação de projetos de leis financeiras (Constitu- Tel. p/ contato:_______________ Fax/correio eletrônico:_____________
ição, art. 166, § 5o); No de páginas: esta +_______________No do documento:__________
– pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem Observações:______________________________________________
despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou
rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 8. Correio Eletrônico
166, § 8o); 8.1 Definição e finalidade
– pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas O correio eletrônico ("e-mail"), por seu baixo custo e celeridade, trans-
com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc. formou-se na principal forma de comunicação para transmissão de docu-
mentos.
5.2. Forma e Estrutura
As mensagens contêm: 8.2. Forma e Estrutura
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontal- Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibi-
mente, no início da margem esquerda: lidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entre-
Mensagem no tanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comuni-
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do cação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais).
destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda; O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, ser preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; destinatário quanto do remetente.
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e horizon-
talmente fazendo coincidir seu final com a margem direita. Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferen-
cialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo..
República, não traz identificação de seu signatário.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de lei-
6. Telegrama tura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem pedido de
6.1. Definição e Finalidade confirmação de recebimento.
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimen-
tos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda comunicação 8.3 Valor documental
oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio

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eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser aceito como cias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para as palavras repeti-
documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a das; mas se sua substituição for comprometer o sentido do texto, tornan-
identidade do remetente, na forma estabelecida em lei. do-o ambíguo ou menos claro, não hesite em deixar o texto como está.

CAPÍTULO III É importante lembrar que o idioma está em constante mutação. A


ELEMENTOS DE ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da política, enfim
da vida social em geral, impõe a criação de novas palavras e formas de
9. Introdução dizer. Na definição de Serafim da Silva Neto, a língua:
Nesta seção aplicam-se os princípios da ortografia e de certos capítu- "(...) é um produto social, é uma atividade do espírito humano. Não é,
los da gramática à redação oficial. Em sua elaboração, levou-se em conta assim, independente da vontade do homem, porque o homem não é uma
amplo levantamento feito das dúvidas mais frequentes com relação à folha seca ao sabor dos ventos veementes de uma fatalidade desconheci-
ortografia, à sintaxe e à semântica. Buscou-se, assim, dotar o Manual de da e cega. Não está obrigada a prosseguir na sua trajetória, de acordo
uma parte eminentemente prática, à qual se possa recorrer sempre que com leis determinadas, porque as línguas seguem o destino dos que as
houver incerteza quanto à grafia de determinada palavra, à melhor forma falam, são o que delas fazem as sociedades que as empregam."
de estruturar uma frase, ou à adequada expressão a ser utilizada.
Assim, continuamente, novas palavras são criadas (os neologismos)
As noções gramaticais apresentadas neste capítulo referem-se à como produto da dinâmica social, e incorporados ao idioma inúmeros
gramática formal, entendida como o conjunto de regras fixado a partir do vocábulos de origem estrangeira (os estrangeirismos), que vêm para
padrão culto de linguagem. Optou-se, assim, pelo emprego de certos designar ou exprimir realidades não contempladas no repertório anterior
conceitos da Gramática dita tradicional (ou normativa). A aplicação de da língua portuguesa.
conceitos da Gramática gerativa implicaria, forçosamente, em discussão
de teoria linguística, o que não parece apropriado em um Manual que tem A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações, nem in-
óbvia finalidade prática. corporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabulares, elas devem
sempre ser usadas com critério, evitando-se aquelas que podem ser
Sublinhemos, no entanto, que a Gramática tradicional, ou mesmo to- substituídas por vocábulos já de uso consolidado sem prejuízo do sentido
da teoria gramatical, são sempre secundárias em relação à gramática que se lhes quer dar.
natural, ao saber intuitivo que confere competência linguística a todo
falante nativo. Não há gramática que esgote o repertório de possibilidades De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto purismo, a
de uma língua, e raras são as que contemplam as regularidades do idio- linguagem das comunicações oficiais fique imune às criações vocabulares
ma. ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez do desenvolvimento tecno-
lógico, por exemplo, impõe a criação de inúmeros novos conceitos e
Saliente-se, por fim, que o mero conhecimento das regras gramaticais termos, ditando de certa forma a velocidade com que a língua deve incor-
não é suficiente para que se escreva bem. No entanto, o domínio da porá-los. O importante é usar o estrangeirismo de forma consciente,
correção ortográfica, do vocabulário e da maneira de estruturar as frases buscar o equivalente português quando houver, ou conformar a palavra
certamente contribui para uma melhor redação. Tenha sempre presente estrangeira ao espírito da língua portuguesa.
que só se aprende ou se melhora a escrita escrevendo.
O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou empregados em
Cada uma das três seções seguintes apresenta uma breve exposição contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo desconheci-
do assunto tratado, acompanhada dos exemplos correspondentes. Con- mento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela incorporação acrítica
sulte-as sempre que tiver alguma dúvida. Se não for possível resolver sua do estrangeirismo.
dificuldade, recorra ao dicionário ou a obra específica.
Homônimos e Parônimos
SEMÂNTICA Muitas vezes temos dúvidas no uso de vocábulos distintos provoca-
(do grego semantiké, i. é, téchne semantiké ‗arte da significação‘) das pela semelhança ou mesmo pela igualdade de pronúncia ou de grafia
A semântica estudo o sentido das palavras, expressões, frases e uni- entre eles. É o caso dos fenômenos designados como homonímia e
dades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe são atribu- paronímia.
ídos. Ao considerarmos o significado de determinada palavra, levamos em
conta sua história, sua estrutura (radical, prefixos, sufixos que participam A homonímia é a designação geral para os casos em que palavras de
da sua forma) e, por fim, do contexto em que se apresenta. sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos homógrafos) ou a
mesma pronúncia (os homônimos homófonos).
Quando analisamos o sentido das palavras na redação oficial, ressal-
tam como fundamentais a história da palavra e, obviamente, os contextos Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como nos e-
em que elas ocorrem. xemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) e manga (de
camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com
A história da palavra, em sentido amplo, vem a ser a respectiva ori- e aberto, 1a pess. do sing do pres. do ind. do verbo apelar), consolo
gem e as alterações sofridas no correr do tempo, ou seja, a maneira como (alívio) e consolo (com o aberto, 1a pess. do sing. do pres. do ind. do
evoluiu desde um sentido original para um sentido mais abrangente ou verbo consolar), com pronúncia diferente.
mais específico. Em sentido restrito, diz respeito à tradição no uso de
determinado vocábulo ou expressão. Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto
em que são empregados. Não há dúvida, por exemplo, quanto ao empre-
São esses dois aspectos que devem ser considerados na escolha go da palavra são nos três sentidos: a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres.,
deste ou daquele vocábulo. b) saudável e c) santo.

Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto oficial, Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (homófonos) geram
deve-se atentar para a tradição no emprego de determinada expressão dúvidas ortográficas. Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer,
com determinado sentido. O emprego de expressões ditas "de uso consa- dos prefixos ante-/anti-, etc. Aqui o contexto não é suficiente para resolver
grado" confere uniformidade e transparência ao sentido do texto. Mas isto o problema, pois sabemos o sentido, a dúvida é de letra(s). sempre que
não quer dizer que os textos oficiais devam limitar-se à repetição de houver incerteza, consulte a lista adiante, algum dicionário ou manual de
chavões e clichês. ortografia.

Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo utiliza- Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com palavras
das. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias ou redundân- semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia. É fonte

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de muitas dúvidas, como entre descrição (‗ato de descrever‘) e discrição móvel.
(‗qualidade do que é discreto‘), retificar (‗corrigir‘) e ratificar (confirmar).  Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o andamento das obras não
for apressado, não será cumprido o cronograma.
Como não interessa aqui aprofundar a discussão teórica da matéria,  Área: superfície delimitada, região.
restringimo-nos a uma lista de palavras que costumam suscitar dúvidas de  Ária: canto, melodia.
grafia ou sentido. Procuramos incluir palavras que com mais frequência  Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste caso, o aresto é ir-
provocam dúvidas na elaboração de textos oficiais, com o cuidado de recorrível.
agregá-las em pares ou pequenos grupos formais.  Arresto: apreensão judicial, embargo: Os bens do traficante pre-
 Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: O júri absolveu o so foram todos arrestados.
réu.  Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito.
 Absorver: embeber em si, esgotar: O solo absorveu lentamente a  Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo.
água da chuva.  Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho.
 Acender: atear (fogo), inflamar.  Az (p. us.): esquadrão, ala do exército.
 Ascender: subir, elevar-se.  Atuar: agir, pôr em ação; pressionar.
 Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: Vocábulo sem acento.  Autuar: lavrar um auto; processar.
 Assento: banco, cadeira: Tomar assento num cargo.  Auferir: obter, receber: Auferir lucros, vantagens.
 Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o Presidente falou  Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir valores, resultados.
acerca de seus planos.  Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O Presidente augurou
 A cerca de: a uma distância aproximada de: O anexo fica a cerca sucesso ao seu par americano.
de trinta metros do prédio principal. Estamos a cerca de um mês  Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido): Os
ou (ano) das eleições. técnicos agouram desastre na colheita.
 Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo): Há cerca de  Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si competências de ou-
um ano, tratamos de caso idêntico; existem aproximadamente: trem.
Há cerca de mil títulos no catálogo.
 Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso o começo de sua
 Acidente: acontecimento casual; desastre: A derrota foi um aci- carreira.
dente na sua vida profissional. O súbito temporal provocou terrí-
 Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao final do discurso,
vel acidente no parque.
invocou a ajuda de Deus.
 Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O incidente da de-
 Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais).
missão já foi superado.
 Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar.
 Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática.
 Carear: atrair, ganhar, granjear.
 Dotar: dar em doação, beneficiar.
 Cariar: criar cárie.
 Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de paren-
 Carrear: conduzir em carro, carregar.
tesco): Se o assunto era afim, por que não foi tratado no mesmo
parágrafo?  Casual: fortuito, aleatório, ocasional.
 A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de: O projeto foi  Causal: causativo, relativo a causa.
encaminhado com quinze dias de antecedência a fim de permitir  Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano.
a necessária reflexão sobre sua pertinência.  Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre.
 Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande.  Censo: alistamento, recenseamento, contagem.
 Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça processual.  Senso: entendimento, juízo, tino.
 Aleatório: casual, fortuito, acidental.  Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar.
 Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba.  Serrar: cortar com serra, separar, dividir.
 Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral.  Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo município tornou
 Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso, indecen- possível a realização da obra.
te.  Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: Em qual
 Ante (preposição): diante de, perante: Ante tal situação, não teve seção do ministério ele trabalha?
alternativa.  Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso;
 Ante- (prefixo): expressa anterioridade: antepor, antever, antepro- reunião; espaço de tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A
jeto ante-diluviano. próxima sessão legislativa será iniciada em 1o de agosto.
 Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra: anticientífico, an-  Chá: planta, infusão.
tibiótico, anti-higiênico, anti-Marx.  Xá: antigo soberano persa.
 Ao encontro de: para junto de; favorável a: Foi ao encontro dos  Cheque: ordem de pagamento à vista.
colegas. O projeto salarial veio ao encontro dos anseios dos tra-  Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.) perigo (pôr em xe-
balhadores. que).
 De encontro a: contra; em prejuízo de: O carro foi de encontro a  Círio: vela de cera.
um muro. O governo não apoiou a medida, pois vinha de encon-  Sírio: da Síria.
tro aos interesses dos menores.  Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis.
 Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de demitir dez funcioná-  Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não mili-
rios, a empresa contratou mais vinte. (Inaceitável o cruzamento tar nem, eclesiástico.
*ao em vez de.)  Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova proposta colide fron-
 Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez funcionário, a talmente com o entendimento havido.
empresa demitiu vinte.  Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram coligidas pelo Mi-
 A par: informado, ao corrente, ciente: O Ministro está a par (var.: nistério da Justiça.
ao par) do assunto; ao lado, junto; além de.  Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura.
 Ao par: de acordo com a convenção legal: Fez a troca de mil dó-  Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; saudação.
lares ao par.  Concelho: circunscrição administrativa ou município (em Portu-
 Aparte: interrupção, comentário à margem: O deputado conce- gal).
deu ao colega um aparte em seu pronunciamento.  Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado.
 À parte: em separado, isoladamente, de lado: O anexo ao projeto  Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização (cp.
foi encaminhado por expediente à parte. concertar): O concerto das nações... O concerto de Guarnieri...
 Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou irrisoriamente o i-  Conserto: reparo, remendo, restauração (cp. consertar): Certos

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problemas crônicos aparentemente não têm conserto.  Entender: compreender, perceber, deduzir.
 Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião.  Intender: (p. us): exercer vigilância, superintender.
 Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância.  Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar.
 Contravenção: transgressão ou infração a normas estabeleci-  Inúmero: inumerável, sem conta, sem número.
das.  Espectador: aquele que assiste qualquer ato ou espetáculo, tes-
 Contraversão: versão contrária, inversão. temunha.
 Coser: costurar, ligar, unir.  Expectador: que tem expectativa, que espera.
 Cozer: cozinhar, preparar.  Esperto: inteligente, vivo, ativo.
 Costear: navegar junto à costa, contornar. A fragata costeou i-  Experto: perito, especialista.
númeras praias do litoral baiano antes de partir para alto-mar.  Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar.
 Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. Qual a empresa  Expiar: cumprir pena, pagar, purgar.
disposta a custear tal projeto?  Estada: ato de estar, permanência: Nossa estada em São Paulo
 Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto custa o projeto? foi muito agradável.
Custa-me crer que funcionará.  Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em por-
 Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder. to: O "Rio de Janeiro" foi autorizado a uma estadia de três dias.
 Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar.  Estância: lugar onde se está, morada, recinto.
 Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar.  Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juízo.
 Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir.  Estrato: cada camada das rochas estratificadas.
 Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar: Os  Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, có-
traficantes foram delatados por membro de quadrilha rival. pia; perfume.
 Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir: A dilação do  Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pessoa é sur-
prazo de entrega das declarações depende de decisão do Diretor preendida a praticar (flagrante delito).
da Receita Federal.  Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso.
 Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular.  Florescente: que floresce, próspero, viçoso.
 Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar.  Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência.
 Descrição: ato de descrever, representação, definição.  Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir lâminas.
 Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato.  Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar, consultar.
 Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de.  Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável.
 Discriminar: diferençar, separar, discernir.  Inserto: introduzido, incluído, inserido.
 Despensa: local em que se guardam mantimentos, depósito de  Incipiente: iniciante, principiante.
provisões.  Insipiente: ignorante, insensato.
 Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer algo a que  Incontinente: imoderado, que não se contém, descontrolado.
se estava obrigado; demissão.  Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo, sem interrup-
 Despercebido: que não se notou, para o que não se atentou: ção.
Apesar de sua importância, o projeto passou despercebido.  Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: O réu declarou que
 Desapercebido: desprevenido, desacautelado: Embarcou para a havia sido induzido a cometer o delito.
missão na Amazônia totalmente desapercebido dos desafios que  Aduzir: expor, apresentar: A defesa, então, aduziu novas provas.
lhe aguardavam.  Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de moeda,
 Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco. aumento persistente de preços.
 Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomicamente.  Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma.
 Destratar: insultar, maltratar com palavras.  Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, derrota): O
 Distratar: desfazer um trato, anular. juiz infligiu pesada pena ao réu.
 Distensão: ato ou efeito de distender, torção violenta dos liga-  Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regulamento, etc.)
mentos de uma articulação. (cp. infração): A condenação decorreu de ter ele infringido um
 Distinção: elegância, nobreza, boa educação: Todos devem por- sem número de artigos do Código Penal.
tar-se com distinção.  Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar.
 Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou interesses: A  Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investigar, interro-
dissensão sobre a matéria impossibilitou o acordo. gar.
 Elidir: suprimir, eliminar.  Intercessão: ato de interceder.
 Ilidir: contestar, refutar, desmentir.  Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em que se en-
 Emenda: correção de falta ou defeito, regeneração, remendo: ao contram duas linhas ou superfícies.
torná-lo mais claro e objetivo, a emenda melhorou o projeto.  Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada em locuções: inter
 Ementa: apontamento, súmula de decisão judicial ou do objeto alia (entre outros), inter pares (entre iguais).
de uma lei. Procuro uma lei cuja ementa é "dispõe sobre a propri-  Intra- (prefixo): interior, dentro de.
edade industrial".  Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou que perante ele
 Emergir: vir à tona, manifestar-se. se realiza.
 Imergir: mergulhar, afundar submergir), entrar.  Judiciário: relativo ao direito processual ou à organização da
 Emigrar: deixar o país para residir em outro. Justiça.
 Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver.  Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou obrigação.
 Eminente (eminência): alto, elevado, sublime.  Libertação: ato de libertar ou libertar-se.
 Iminente (iminência): que está prestes a acontecer, pendente,  Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra.
próximo.  Listra: risca de cor diferente num tecido (var. pop. de lista).
 Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar.  Locador: que dá de aluguel, senhorio, arrendador.
 Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir.  Locatário: alugador, inquilino: O locador reajustou o aluguel sem
 Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça. a concordância do locatário.
 Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se.  Lustre: brilho, glória, fama; abajur.
 Encrostar: criar crosta.  Lustro: quinquênio; polimento.
 Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir, prender-se, arraigar-  Magistrado: juiz, desembargador, ministro.
se.  Magistral: relativo a mestre (latim: magister); perfeito, completo;

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exemplar. advertência.
 Mandado: garantia constitucional para proteger direito individual  Ruço: grisalho, desbotado.
líquido e certo; ato de mandar; ordem escrita expedida por autori-  Russo: referente à Rússia, nascido naquele país; língua falada
dade judicial ou administrativa: um mandado de segurança, man- na Rússia.
dado de prisão.  Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei ou por
 Mandato: autorização que alguém confere a outrem para praticar contrato para punir sua infração.
atos em seu nome; procuração; delegação: o mandato de um de-  Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de guindaste.
putado, senador, do Presidente.  Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.: sedente).
 Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato.  Cedente: que cede, que dá.
 Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor de man-  Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir.
dato, representante, procurador.  Subscritar: assinar, subscrever.
 Mandatório: obrigatório.  Sortir: variar, combinar, misturar.
 Obcecação: ato ou efeito de obcecar, teimosia, cegueira.  Surtir: causar, originar, produzir (efeito).
 Obsessão: impertinência, perseguição, ideia fixa.  Subentender: perceber o que não estava claramente exposto;
 Ordinal: numeral que indica ordem ou série (primeiro, segundo, supor.
milésimo, etc.).  Subintender: exercer função de subintendente, dirigir.
 Ordinário: comum, frequente, trivial, vulgar.  Subtender: estender por baixo.
 Original: com caráter próprio; inicial, primordial.  Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se (sustar-se).
 Originário: que provém de, oriundo; inicial, primitivo.  Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter.
 Paço: palácio real ou imperial; a corte.  Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha.
 Passo: ato de avançar ou recuar um pé para andar; caminho, e-  Taxa: espécie de tributo, tarifa.
tapa.  Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar alguém (tachá-lo) de
 Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, discussão: O pleito por subversivo.
mais escolas na região foi muito bem formulado.  Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar mercadorias.
 Preito: sujeição, respeito, homenagem: Os alunos renderam prei-  Tapar: fechar, cobrir, abafar.
to ao antigo reitor.  Tampar: pôr tampa em.
 Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se.  Tenção: intenção, plano (deriv.: tencionar); assunto, tema.
 Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a efeito, executar.  Tensão: estado de tenso, rigidez (deriv.: tensionar); diferencial
 Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás de, após: pós- elétrico.
moderno, pós-operatório.  Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte.
 Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente de, antes de: pré-  Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação.
modernista, pré-primário.  Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em locuções: de trás,
 Pró (advérbio): em favor de, em defesa de. A maioria manifestou- por trás).
se contra, mas dei meu parecer pró.  Traz: 3a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo
 Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto. trazer.
 Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o circun-  Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas.
da.  Vestuário: as roupas que se vestem, traje.
 Preposição: ato de prepor, preferência; palavra invariável que li-  Vultoso: de grande vulto, volumoso.
ga constituintes da frase.
 Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade (congestão da face).
 Proposição: ato de propor, proposta; máxima, sentença; afirma-
tiva, asserção. EXPRESSÕES A EVITAR E EXPRESSÕES DE USO RECOMEN-
 Presar: capturar, agarrar, apresar. DÁVEL
 Prezar: respeitar, estimar muito, acatar. Como mencionado na introdução deste capítulo, o sentido das pala-
 Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, determinar; vras liga-se intimamente à tradição e ao contexto de seu uso. Assim,
ficar sem efeito, anular-se: O prazo para entrada do processo temos vocábulos e expressões (locuções) que, por seu continuado em-
prescreveu há dois meses. prego com determinado sentido, passam a ser usados sempre em tal
 Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar. O uso de contexto e de tal forma, tornando-se expressões de uso consagrado. Mais
várias substâncias psicotrópicas foi proscrito por recente portaria do que do sentido das palavras, trata-se aqui também da regência de
do Ministro. determinados verbos e nomes (v. 9.2.3.Regência).
 Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular: A assessoria
previu acertadamente o desfecho do caso. O esforço de classificar expressões como de uso a ser evitado ou
 Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo: O como de uso recomendável atende, primordialmente, ao princípio da
chefe do departamento de pessoal proveu os cargos vacantes. clareza e da transparência que deve nortear a elaboração de todo texto
 Provir: originar-se, proceder; resultar: A dúvida provém (Os erros oficial. Não se trata, pois, de mera preferência ou gosto por determinada
provêm) da falta de leitura. forma.
 Prolatar: proferir sentença, promulgar.
 Protelar: adiar, prorrogar. A linguagem dos textos oficiais deve sempre pautar-se pelo padrão
 Ratificar: validar, confirmar, comprovar. culto formal da língua (v. 1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações
 Retificar: corrigir, emendar, alterar: A diretoria ratificou a decisão Oficiais). Não é aceitável, portanto, que desses textos constem coloquia-
após o texto ter sido retificado em suas passagens ambíguas. lismos ou expressões de uso restrito a determinados grupos, que com-
 Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegrar. prometeriam sua própria compreensão pelo público. Acrescente-se que
 Recriar: criar de novo. indesejável é também a repetição excessiva de uma mesma palavra
 Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir. quando há outra que pode substituí-la sem prejuízo ou alteração de senti-
do.
 Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer: Como ele rein-
cidiu no erro, o contrato de trabalho foi rescindido.
Quanto a determinadas expressões que devem ser evitadas, mencio-
 Remição: ato de remir, resgate, quitação.
nem-se aquelas que formam cacófatos, ou seja, "o encontro de sílabas
 Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão, expia- em que a malícia descobre um novo termo com sentido torpe ou ridículo".
ção. Não há necessidade, no entanto, de estender a preocupação de evitar a
 Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento, proibição. ocorrência de cacófatos a um sem-número de locuções que produzem
 Repreensão: ato de repreender, enérgica admoestação, censura,
Língua Portuguesa 56 A Opção Certa Para a Sua Realização
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terceiro sentido, como por cada, vez passada, etc. Trata-se, sobretudo, de
uma questão de estilo e da própria sensibilidade do autor do texto. Não causar
faz sentido eliminar da língua inúmeras locuções que só causam espanto Evite repetir. Use também originar, motivar, provocar, produzir, gerar,
ao leitor que está à procura do duplo sentido. levar a, criar.

Essa recomendação vale também para os casos em que a partição si- constatar
lábica (translineação) possa redundar em sentido torpe ou obsceno. Evite repetir. Alterne com atestar, apurar, averiguar, certificar-se,
comprovar, evidenciar, observar, notar, perceber, registrar, verificar.
Apresentamos, a seguir, lista de expressões cujo uso ou repetição
deve ser evitado, indicando com que sentido devem ser empregadas e dado/visto/haja vista
sugerindo alternativas vocabulares a palavras que costumam constar com Os particípios dado e visto têm valor passivo e concordam em gênero
excesso dos expedientes oficiais. e número com o substantivo a que se referem: Dados o interesse e o
esforço demonstrados, optou-se pela permanência do servidor em sua
à medida que/na medida em que função. Dadas as circunstâncias... Vistas as provas apresentadas, não
À medida que (locução proporcional) – à proporção que, ao passo houve mais hesitação no encaminhamento do inquérito. Já a expressão
que, conforme: Os preços deveriam diminuir à medida que diminui a haja vista, com o sentido de uma vez que ou seja considerado, veja-se, é
procura. Na medida em que (locução causal) – pelo fato de que, uma vez invariável: O servidor tem qualidades, haja vista o interesse e o esforço
que: Na medida em que se esgotaram as possibilidades de negociação, o demonstrados. Haja visto (com -o) é inovação oral brasileira, evidente-
projeto foi integralmente vetado. Evite os cruzamentos – bisonhos, ca- mente descabida em redação oficial ou outra qualquer.
nhestros – *à medida em que, *na medida que...
de forma que, de modo que/de forma a, de modo a
a partir de De forma (ou maneira, modo) que nas orações desenvolvidas: Deu
A partir de deve ser empregado preferencialmente no sentido tempo- amplas explicações, de forma que tudo ficou claro. De forma (maneira ou
ral: A cobrança do imposto entra em vigor a partir do início do próximo modo) a nas orações reduzidas de infinitivo: Deu amplas explicações, de
ano. Evite repeti-la com o sentido de ‗com base em‘, preferindo conside- forma (maneira ou modo) a deixar tudo claro. São descabidas na língua
rando, tomando-se por base, fundando-se em, baseando-se em. escrita as pluralizações orais vulgares *de formas (maneiras ou modos)
que...
ambos/todos os dois
Ambos significa ‗os dois‘ ou ‗um e outro‘. Evite expressões pleonásti- deste ponto de vista
cas como ambos dois, ambos os dois, ambos de dois, ambos a dois. Evite repetir; empregue também sob este ângulo, sob este aspecto,
Quando for o caso de enfatizar a dualidade, empregue todos os dois: por este prisma, desse prisma, deste modo, assim, destarte.
Todos os dois Ministros assinaram a Portaria.
detalhar
anexo/em anexo Evite repetir; alterne com particularizar, pormenorizar, delinear, minu-
O adjetivo anexo concorda em gênero e número com o substantivo ao denciar.
qual se refere: Encaminho as minutas anexas. Dirigimos os anexos proje-
tos à Chefia. Use também junto, apenso. A locução adverbial em anexo, devido a
como é próprio aos advérbios, é invariável: Encaminho as minutas em Evite repetir; utilize igualmente em virtude de, por causa de, em razão
anexo. Em anexo, dirigimos os projetos à Chefia. Empregue também de, graças a, provocado por.
conjuntamente, juntamente com.
dirigir
ao nível de/em nível (de) Quando empregado com o sentido de encaminhar, alterne com
A locução ao nível tem o sentido de à mesma altura de: Fortaleza lo- transmitir, mandar, encaminhar, remeter, enviar, endereçar.
caliza-se ao nível do mar. Evite seu uso com o sentido de em nível, com
relação a, no que se refere a. Em nível significa ‗nessa instância‘: A deci- "disruptivo"
são foi tomada em nível Ministerial; Em nível político, será difícil chegar-se Aportuguesamento do inglês disruptive (de disrupt: ‗desorganizar,
ao consenso. A nível (de) constitui modismo que é melhor evitar. destruir, despedaçar‘), a ser evitado dada a existência de inúmeras pala-
vras com o mesmo sentido em português (desorganizador, destrutivo,
assim destruidor, e o bastante próximo, embora pouco usado, diruptivo). Acres-
Use após a apresentação de alguma situação ou proposta para ligá-la cente-se, ainda, que, por ser de uso restrito ao jargão de economistas e
à ideia seguinte. Alterne com: dessa forma, desse modo, diante do expos- sociólogos, o uso dessa palavra confunde e não esclarece em linguagens
to, diante disso, consequentemente, portanto, por conseguinte, assim mais abrangentes.
sendo, em consequência, em vista disso, em face disso.
"ele é suposto saber"
através de/por intermédio de Construção tomada de empréstimo ao inglês he is supposed to know,
Através de quer dizer de lado a lado, por entre: A viagem incluía des- sem tradição no português. Evite por ser má tradução. Em português: ele
locamentos através de boa parte da floresta. Evite o emprego com o deve(ria) saber, supõe-se que ele saiba.
sentido de meio ou instrumento; nesse caso empregue por intermédio,
por, mediante, por meio de, segundo, servindo-se de, valendo-se de: O em face de
projeto foi apresentado por intermédio do Departamento. O assunto deve Sempre que a expressão em face de equivaler a diante de, é preferí-
ser regulado por meio de decreto. A comissão foi criada mediante portaria vel a regência com a preposição de; evite, portanto, face a, frente a.
do Ministro de Estado.
enquanto
bem como Conjunção proporcional equivalente a ao passo que, à medida que.
Evite repetir; alterne com e, como (também), igualmente, da mesma Evitar a construção coloquial enquanto que.
forma. Evite o uso, polêmico para certos autores, da locução bem assim
como equivalente. especialmente
Use também principalmente, mormente, notadamente, sobretudo,
cada nomeadamente, em especial, em particular.
Este pronome indefinido deve ser usado em função adjetiva: Quanto
às famílias presentes, foi distribuída uma cesta básica a cada uma. Evite a inclusive
construção coloquial foi distribuída uma cesta básica a cada. Advérbio que indica inclusão; opõe-se a exclusive. Evite-se o seu a-

Língua Portuguesa 57 A Opção Certa Para a Sua Realização


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buso com o sentido de ‗até‘; nesse caso utilize o próprio até ou ainda, Evite abusar de seu emprego como indeterminador do sujeito. O sim-
igualmente, mesmo, também, ademais. ples emprego da forma infinitiva já confere a almejada impessoalidade:
"Para atingir esse objetivo há que evitar o uso de coloquialismo" (e não:
informar Para atingir-se ... Há que se evitar...). É cacoete em certo registro da
Alterne com comunicar, avisar, noticiar, participar, inteirar, cientificar, língua escrita no Brasil, dispensável porque inútil.
instruir, confirmar, levar ao conhecimento, dar conhecimento; ou pergun-
tar, interrogar, inquirir, indagar. tratar (de)
Empregue também contemplar, discutir, debater, discorrer, cuidar,
nem versar, referir-se, ocupar-se de.
Conjunção aditiva que significa ‗e não‘, ‗e tampouco‘, dispensando,
portanto, a conjunção e: Não foram feitos reparos à proposta inicial, nem à viger
nova versão do projeto. Evite, ainda, a dupla negação não nem, nem Significa vigorar, ter vigor, funcionar. Verbo defectivo, sem forma para
tampouco, etc. *Não pôde encaminhar o trabalho no prazo, nem não teve a primeira pessoa do singular do presente do indicativo, nem para qual-
tempo para revisá-lo. O correto é ...nem teve tempo para revisá-lo. quer pessoa do presente do subjuntivo, portanto. O decreto prossegue
vigendo. A portaria vige. A lei tributária vigente naquele ano (...).
no sentido de
empregue também com vistas a, a fim de, com o fito (objetivo, intuito, 1. PECULIARIDADES DA REDAÇÃO OFICIAL
fim) de, com a finalidade de, tendo em vista ou mira, tendo por fim.
1.1. Impessoalidade
objetivar/ter por objetivo A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade. O
Ter por objetivo pode ser alternado com pretender, ter por fim, ter em tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das
mira, ter como propósito, no intuito de, com o fito de. Objetivar significa comunicações oficiais decorre:
antes ‗materializar‘, ‗tornar objetivo‘ (objetivar ideias, planos, o abstrato), a) da ausência de impressões individuais de quem comunica;
embora possa ser empregado também com o sentido de ‗ter por objetivo‘. b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação; e
Evite-se o emprego abusivo alternando-o com sinônimos como os referi- c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado.
dos.
1.2. Linguagem
onde O texto oficial requer o uso do padrão culto da língua. Padrão culto é
Como pronome relativo significa em que (lugar): A cidade onde nas- aquele em que:
ceu. O país onde viveu. Evite, pois, construções como "a lei onde é fixada a) se observam as regras da gramática formal,
a pena" ou "o encontro onde o assunto foi tratado". Nesses casos, substi- b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do
tua onde por em que, na qual, no qual, nas quais, nos quais. O correto é, idioma.
portanto: a lei na qual é fixada a pena, o encontro no qual (em que) o
assunto foi tratado. A obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial procede
do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou
operacionalizar sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias
Neologismo verbal de que se tem abusado. Prefira realizar, fazer, e- lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida com-
xecutar, levar a cabo ou a efeito, pôr em obra, praticar, cumprir, desempe- preensão por todos os cidadãos.
nhar, produzir, efetuar, construir, compor, estabelecer. É da mesma famí-
lia de agilizar, objetivar e outros cujo problema está antes no uso excessi- A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a
vo do que na forma, pois o acréscimo dos sufixos -izar e -ar é uma das exijam.
possibilidades normais de criar novos verbos a partir de adjetivos (ágil +
izar = agilizar; objetivo + ar = objetivar). Evite, pois, a repetição, que pode 1.3. Formalidade
sugerir indigência vocabular ou ignorância dos recursos do idioma. As comunicações oficiais devem ser sempre formais. Não só ao cor-
reto emprego deste ou daquele pronome de tratamento, mais do que isso,
opinião/"opinamento" a formalidade diz respeito à polidez e à civilidade.
Como sinônimo de parecer, prefira opinião a opinamento. Alterne com
parecer, juízo, julgamento, voto, entendimento, percepção. 1.4. Padronização
A clareza de digitação, o uso de papéis uniformes e a correta diagra-
opor veto (e não apor) mação do texto são indispensáveis à padronização.
Vetar é opor veto. Apor é acrescentar (daí aposto, (o) que vem junto).
O veto, a contrariedade são opostos, nunca apostos. 1.5. Concisão
A concisão é uma qualidade do texto, principalmente o do oficial.
pertinente/pertencer Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações
Pertinente (derivado do verbo latino pertinere) significa pertencente ou com um mínimo de palavras. A concisão é, basicamente, economia lin-
oportuno. Pertencer se originou do latim pertinescere, derivado sufixal de güística. Isso não quer dizer economia de pensamento, isto é, não se
pertinere. Esta forma não sobreviveu em português; não empregue, pois, devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em
formas inexistentes como "no que pertine ao projeto"; nesse contexto uso tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundân-
no que diz respeito, no que respeita, no tocante, com relação. cias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.

posição/posicionamento Deve-se perceber a hierarquia de ideias que existe em todo texto de


Posição pode ser alterado com postura, ponto de vista, atitude, ma- alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias secundárias. Essas
neira, modo. Posicionamento significa disposição, arranjo‘, e não deve ser últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las;
confundido com posição. mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação
alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo,
relativo a por isso, ser dispensadas.
Empregue também referente a, concernente a, tocante a, atinente a,
pertencente a, que diz respeito a, que trata de, que respeita. 1.6. Clareza
ressaltar A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Claro é
Varie com destacar, sublinhar, salientar, relevar, distinguir, sobressair. aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. A clareza
não é algo que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais
pronome "se" características da redação oficial. Para ela concorrem:

Língua Portuguesa 58 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que
poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendi- de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:
mento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação res- Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
trita, como a gíria e o jargão; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
uniformidade dos textos;
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos lingüísticos No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autori-
que nada lhe acrescentam. dades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:

É pela correta observação dessas características que se redige com À Sua Excelência o Senhor
clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. Fulano de Tal
A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramati- Ministro de Estado da Justiça
cais provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua 70064-900 – Brasília. DF
correção.
À Sua Excelência o Senhor
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que Senador Fulano de Tal
são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua Senado Federal
clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja segui- 70165-900 – Brasília. DF
da por sua revisão. ―Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados‖,
diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão À Sua Excelência o Senhor
no redigir. Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10a Vara Cível
1.7. Pronomes de Tratamento Rua ABC, no 123
Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades. Embo- 01010-000 – São Paulo. SP
ra se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala,
ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssi-
pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra a locução mo (DD). A dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo
e não com o pronome. ―Vossa Senhoria nomeará o substituto‖; ―Vossa público, sendo desnecessária sua repetida evocação.
Excelência conhece o assunto‖.
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de
particulares. O vocativo adequado é:
tratamento são sempre os da terceira pessoa: ―Vossa Senhoria nomeará
Senhor Fulano de Tal,
seu substituto‖ (e não ―Vossa ... vosso...‖).
No envelope, deve constar do endereçamento:
O gênero gramatical dos adjetivos referidos deve coincidir com o sexo
Ao Senhor
da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locu-
Fulano de Tal
ção. ―Vossa Excelência está atarefado.‖, ―Vossa Senhoria deve estar
Rua ABC, no 123
satisfeito.” ―Vossa Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve
12345-000 – Curitiba. PR
estar satisfeita‖.

O emprego dos pronomes de tratamento obedece à secular tradição. Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autori-
São de uso consagrado: dades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares.
É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor.
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
a) do Poder Executivo Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-
Presidente da República lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comu-
Vice-Presidente da República nicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem defendido
Ministros de Estado tese de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especi-
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal almente os bacharéis em Direito e em Medicina. Para quem não tem o
Oficiais-Generais das Forças Armadas título de doutor, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às
Embaixadores comunicações.
Secretários-Executivos de Ministérios
Secretários de Estado dos Governos Estaduais
Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comuni-
Chefe da Casa Civil da Presidência da República
cações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo:
Chefe do Gabinete de Segurança Institucional
Magnífico Reitor,
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
Advogado-Geral da União e o Chefe da Corregedoria-Geral da União
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierar-
Prefeitos Municipais
quia eclesiástica, são:
 Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocati-
b) do Poder Legislativo
vo correspondente é: Santíssimo Padre,
Deputados Federais e Senadores
Ministros do Tribunal de Contas da União  Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em
Deputados Estaduais e Distritais comunicações aos Cardeais.
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais  Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais dirigidas a Arcebispos e Bispos.
 Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima
c) do Poder Judiciário para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos.
Ministros dos Tribunais Superiores  Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e de-
Membros de Tribunais mais religiosos.
Juízes
Auditores da Justiça Militar 1.8. Fechos para Comunicações

Língua Portuguesa 59 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de um parágrafo e localizado três espaços abaixo do título, localidade e
de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os quinze modelos que data centralizados à direita da página, dois espaços abaixo do texto e, por
vinham sendo utilizados foram simplificados para somente dois fechos fim, a assinatura disposta a quatro espaços abaixo da data, acima do
diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial: nome datilografado somente com as iniciais maiúsculas.
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República: Vejamos um exemplo:
Respeitosamente,
Fundação Universidade Federal do Rio Grande
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: Departamento de Letras e Artes
Atenciosamente, COMCUR-LETRAS

1.9. Identificação do Signatário


Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, ATESTADO
todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e o cargo da
autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da
identificação deve ser a seguinte: Atesto, para os devidos fins, que o aluno Pedro de Aguiar está regular-
mente matriculado no segundo ano do curso de Letras/ Português, cur-
(espaço para assinatura) sando as disciplinas de Língua Portuguesa II, Linguística II, Teoria da
NOME Literatura II, Filologia Românica, Estrutura e Funcionamento do Ensino de
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Primeiro e Segundo Graus, Didática Geral/ Letras e Ficção Portuguesa
Contemporânea.
(espaço para assinatura) Rio Grande, 22 de outubro de 2000.
NOME Maria Souza
Ministro de Estado da Justiça Chefe do DRA

ATA AVISO

1 – Conceito 1. Conceito
Uma ata refere-se ao resumo dos fatos de uma reunião de pessoas Um aviso constitui-se em um tipo de comunicação, direta ou indireta,
ou assembleia para um determinado fim já divulgado. afixada em local público ou privado, com características amplas e varia-
das.
1.2 – Modelo
Uma ata deverá conter um cabeçalho constituído do número, da ata e 1.2 – Modelo
do nome dos participantes do grupo que se encontram reunidos, uma Um aviso deve apresentar um timbre e um símbolo referentes à insti-
abertura indicando, por extenso, dia, mês, ano, hora, local da reunião e tuição que o utiliza, seguidos de um número que identifique o documento
nome de quem a preside, bem como a finalidade de tal evento, transcrita e de um título. O texto deve ser estruturado em forma de parágrafo, o local
da ordem do dia que consta da convocação. Seguindo estes itens, virá um e a data devem estar localizados à direita, alinhados com o texto e, por
pronunciamento referindo-se aos participantes e, a partir disso, a declara- último, devem vir a assinatura e o cargo do responsável pelo aviso, ambos
ção de abertura da seção. Acompanhando estes elementos, virá uma centralizados na página.
relação nominal identificando os presentes, a aprovação da ata anterior, a
declaração objetiva e sintética dos fatos a serem tratados no evento e, por Vejamos o seguinte exemplo:
último, um fechamento com as considerações finais. Símbolo da FURG
Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Conforme segue, vejamos um exemplo: Aviso N° 10223/00
Ata da 1a reunião dos formandos de Letras 2002 da FURG Concurso Vestibular 2001
Aos dezessete dias do mês de julho, de dois mil e um, às dezenove A Comissão Permanente do Vestibular (Coperve), da FURG, solicita que
horas e trinta minutos, na sala B, no Campus Carreiros, sob a presidência os fiscais estejam em seus prédios 1(uma) hora antes do início das pro-
da Comissão de Formatura, formada pelos alunos Fulano de tal, Beltrano vas.
e Ciclano, reuniram-se os formandos interessados na organização da Rio Grande, 22 de outubro de 2000
formatura. Após constatada a presença de todos os alunos e feita a identi- Rose da Silva
ficação do empenho de formatura, a comissão presidente declarou aberta Presidente da Comissão
a reunião. A reunião iniciou-se com a solicitação que a partir de dezessete
de agosto fossem viabilizados os processos de arrecadação de valores CARTA OFICIAL
para a formatura. A comissão informou que o valor a ser arrecadado será
de R$ 12.000,00. Para tanto, pediu-se o afinco de todos os presentes na 1 - Conceito
seção. Por fim, estando os presentes de acordo com o que foi deliberado, Uma carta oficial consiste num meio de comunicação de caráter oficial
os Srs. presidentes encerraram a reunião, da qual eu, Maria da Silva, decorrente do cargo ou da função públicos.
secretária designada, lavrei a presente ata, após lida e aprovada será
assinada por mim e pelos presentes. 1.2 – Modelo
Rio Grande, dezessete de julho de dois mil. Uma carta oficial deve ser estruturada de maneira que contenha um
(seguem as assinaturas) timbre, local e data por extenso e número, antecedido por "c", que é um
indicativo de carta. Acompanhando estes elementos devem estar o ende-
ATESTADO reçamento, o vocativo, o texto, fecho e, por último, a assinatura, nome do
remetente.
1 – Conceito
Um atestado constitui-se de uma declaração feita por uma pessoa a Vejamos o exemplo que segue:
favor de outra, procurando atestar uma verdade em que se acredita.
Rio Grande, 01 de abril de 2000 C.n° 023/00
1.2 - Modelo
O presente documento deverá conter em sua estrutura um timbre, lo- À
calizado no alto, um título (ATESTADO) escrito em fonte maiúscula, Divisão de Letras
abaixo do timbre, no centro da folha, e com espaço de 10 linhas entre o COMCUR
nome e o timbre. Na sequência deverá apresentar-se um texto constituído Av. Itália, 1500

Língua Portuguesa 60 A Opção Certa Para a Sua Realização


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05523 - 210 Rio Grande – RS Seguem abaixo os exemplos de ambos os tipos de comunicado.
Prezados Senhores,
Gostaria de convidá-los a participar do evento que integrará os alunos do 1.2.1) Comunicado Externo
curso de Letras Português. Tal evento proporcionará debates acerca do
ensino de gramática na escola, nos dias atuais. COMUNICADO
Atenciosamente,
VISCONDE DE SABUGOSA INFORMÁTICA LTDA
Marcos Pereira Comunica a seus clientes e amigos a transferência de suas instala-
Reitor ções para o Sítio do Pica-Pau Amarelo na avenida Fernando Osório, 20;
com prestação de serviços e manutenção em equipamentos e Software.
CERTIDÃO
1.2.2) Comunicação Interna
1 – Conceito COMUNICAÇÃO
A certidão é revestida de formalidades legais, através da qual se certi-
fica algo retirado de um outro documento ou livro. FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
FURG
1.2 – Modelo Comunicado Interno 55/00
A estrutura da certidão constitui-se de um timbre e, três linhas abaixo,
a palavra certidão em letras maiúsculas, seguida de um número. Acompa- De: Direção
nhando estes elementos, virá um texto exposto três espaços abaixo do Para: Professores e Alunos
título, um fecho, local e data por extenso e, por último, a assinatura.
Comunicamos que, a partir do ano de 2001, o período especial de provas
CIRCULAR não mais existirá, ficando portanto a marcação do dia das provas aos
cuidados dos professores.
1 – Conceito Pedro Moraes
Uma circular é uma forma multidirecional que possibilita uma institui- Reitor
ção dirigir-se, ao mesmo tempo, a várias repartições ou pessoas.
DECLARAÇÃO
1.2 - Modelo
Uma circular constitui-se do nome do órgão ou empresa e da data lo- 1 - Conceito
calizada à direita da folha. Seguindo estes elementos vêm o número Uma declaração constitui-se num documento semelhante ao atesta-
precedido de CIRCULAR, o assunto, o texto, a assinatura, o cargo e, por do, porém não é expedido por instituições públicas.
último, a data de publicação.
2 – Modelo
Este documento não deve conter nem destinatário, pois não é unidi- Este documento deve conter em sua elaboração uma evidência de
recional, tão pouco endereçamento. declaração, escrita com letra maiúscula (DECLARO), seguida do texto de
declaração, local e data, evidenciando dia, mês e ano e, por fim, a assina-
Vejamos um exemplo: tura do(s) declarante(s) e o cargo do(s) mesmo(s).
COPERV
Vejamos dois exemplos:
COMISSÃO PERMANENTE DO VESTIBULAR
Pelotas, 03 de setembro de 2000 EX.1
CIRCULAR GERAL Nº. 23 DECLARAMOS que o Senhor José Saramago atuou neste Gabinete no
Prorroga o prazo para a entrega da inscrição para o Vestibular UF- período de 25 de janeiro de 1999 a 30 de dezembro de 1999, recebendo
Pel/2000 mensalmente um salário mínimo.
Rio Grande, 28 de março de 2000 .
O PRESIDENTE DA COPERV, no uso de suas atribuições, transmite a
seguinte instrução:
Os funcionários da COPERV devem receber as inscrições para o proces- José de Arimateia
so seletivo de 2002 até o dia 21 de novembro de 2001 e não até o dia 11 Chefe de Gabinete do Vereador João Ferreira
de novembro, como havia sido pré-estabelecido.
Pinto Martins EX.2
Presidente DECLARO, para fins de comprovação junto à Comissão de Curso de
Publicado no D.P. de 21/08/00 Direito, que Maria Madalena, matrícula nº 123456, graduanda do curso de
Direito, participou do IV Seminário de Direito Penal, desta Instituição.
COMUNICADO
Rio Grande, 26 de junho de 2000.
1 – Conceito
Um comunicado, também chamado de comunicação, constitui-se num Marcos da Silva
aviso que pode ter caráter externo ou interno. Presidente do Diretório Acadêmico de Direito

1.2 – Modelo EDITAL


Um comunicado de caráter externo deve ser dotado de um título que
indique tratar-se de uma comunicação, o nome da instituição comunicante 1 – Conceito
e o texto com as informações a serem comunicadas. Pode conter, de O edital é um meio de notificação direcionado ao público, que se afixa
acordo com o que cada comunicante desejar, o nome do responsável, em local de acesso dos interessados ou se publica na imprensa.
juntamente com o seu cargo na entidade e a data.
1.2 – Modelo
Já a comunicação interna, além desses itens, deve conter Comunica- O edital constitui-se de um título (Edital de Convocação), do cargo da
do Interno, uma identificação e o número do documento, juntamente com autoridade, da indicação de quem está sendo convocado e do tipo de
o ano e por fim as assinaturas. reunião, da lista dos assuntos, do local, da data e da assinatura da autori-
dade.

Língua Portuguesa 61 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


A apresentação do ofício é feita no primeiro parágrafo. No decorrer do
Vejamos um modelo: texto aprecia-se e se ilustra o assunto com os devidos esclarecimentos e
EDITAL CONVOCAÇÃO informações pertinentes. Na conclusão se faz a reafirmação da posição
Os alunos do Curso de Letras da Universidade Federal de Pelotas recomendada pelo emitente do ofício sobre o assunto.
convocam os formandos a seguir para a reunião de sábado à tarde.
1- Cecília Meireles Quanto ao fecho este deve estar localizado a um espaço duplo (ou
2- Érico Veríssimo 1cm) do último parágrafo do texto, centrado à direita e seguido de vírgula.
Pelotas, 03 de julho de 2000 Seguindo este elemento virá o nome do signatário datilografado em mai-
(assinatura) úsculas, do cargo só com as iniciais maiúsculas, escritas sob o nome, a
João da Silva assinatura que deverá ser feita imediatamente acima do nome.

MEMORANDO Estes dados devem estar centralizados à direita na direção vertical do


fecho, a três espaços duplos ou 2,5cm. deste.
1 – Conceito
Um memorando constitui-se em um meio de comunicação eminente- A identificação do destinatário deverá conter um pronome de trata-
mente interno, utilizado entre unidades administrativas de um mesmo mento, acima da designação da função exercida pelo mesmo, seguido do
órgão, independentemente de nível hierárquico. nome deste e, após, o endereço.

1.2 – Modelo Caso o ofício seja constituído por mais de uma folha, o endereço do
O memorando deve ser estruturado de forma que contenha o número destinatário deve constar da primeira.
e a sigla de identificação de sua origem, antecedido pela expressão
"memorando" e a data, não precedida do nome da localidade, mas grafa- Na diagramação dos dados, o último deve estar a dois espaços du-
da na mesma linha do número e da sigla. Seguindo estes elementos, virão plos ou 2cm. da borda inferior do papel, e todas as linhas devem coincidir
o nome do destinatário do memorando acompanhado do cargo que ocupa, com o texto, rentes à margem esquerda.
o assunto sintetizado e um texto que deve iniciar-se a 4 espaços duplos
abaixo do item anterior. Por último, virá o fecho (atenciosamente ou res- Entre os parágrafos do ofício deve ser deixado um espaço duplo ou
peitosamente) que deve estar centrado à direita, 1 espaço duplo abaixo do 1cm. O espaço entre as linhas também é duplo; nas transcrições e cita-
texto, e o nome e cargo do emitente: estes dados devem ser escritos a 4 ções é um ou um e meio; estes, preferencialmente, devem vir salientados
espaços duplos do fecho, alinhados verticalmente em relação ao texto que por aspas e, se ultrapassarem cinco linhas, devem distar cinco espaços
os antecede. da margem esquerda.

Vejamos um exemplo: Se o ofício tem por objetivo transmitir um assunto do interesse de di-
versos setores, é necessário que sejam tiradas tantas cópias forem preci-
Memorando n° 15/ Comcur Letras Em 04 de maio de 2001 so. Nesse caso, o ofício passará a se chamar de ofício circular, grafado
À SUPGRAD com inicial maiúscula, antes do número de ordem.
Assunto: solicitação para que continue em vigor o período especial de
provas. ORDEM DE SERVIÇO

1 – Conceito
Solicitamos de Vossa Magnificência que o período especial de provas Uma ordem de serviço é um documento oficial e interdepartamental,
continue vigorando, uma vez que do contrário, os alunos que fazem prova com numeração própria e, às vezes, apresenta características de circular.
no último horário serão prejudicados, dada a insuficiência de meios de Refere-se ao ato de expedir determinações que serão executadas por
transporte no Campus Carreiros. instituições de caráter social e por servidores desses órgãos.
Atenciosamente,
1.2 - Modelo
José Firmino Uma ordem de serviço deve ser estruturada de maneira que contenha
Presidente do DA-Letras o nome do órgão emissor da ordem de serviço, o número do documento e
o ano. Deverá conter um título referindo-se ao SUPERVISOR ADMINIS-
OFÍCIO TRATIVO, um texto, a data e, por fim, a assinatura do supervisor adminis-
trativo e a explicitação de quem executa tal cargo.
1 – Conceito
Um ofício é um documento utilizado por órgãos do governo ou autar- Vejamos o exemplo:
quias para correspondência externa e que tem por finalidade tratar de ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
assuntos oficiais. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
SUPERVISÃO DE APOIO ADMINISTRATIVO
1.2 – Modelo ORDEM DE SERVIÇO Nº5 / 99/ SUA
Um ofício deve conter em sua estrutura um timbre representado por
um símbolo e o nome da unidade impressa no alto da folha e a numera- O SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, no uso de suas atribuições,
ção, dentro do ano, que o ofício recebe, em ordem cronológica de feitura, Considerando o fiel cumprimento da Lei nº1234, de 12 de outubro de
seguido da sigla de indicação do órgão eminente. Este, por sua vez, faz- 1972, que regula prazos e o andamento dos expedientes administrativos.
se anteceder o nome da correspondência escrito por extenso ou abrevia- Considerando que, para apreciação de qualquer tipo de requerimento
do. Acompanhando estes elementos virá o local e data (dia, mês e ano) ou petição, deve o mesmo estar acompanhado de todos os dados impres-
que devem ser escritos a sete espaços duplos ou a 6,5cm. da borda cindíveis á sua análise.
superior. O mês é escrito por extenso. Entre o espaço e a centena se Considerando que, em número substancial, há necessidade de se
deixa um algarismo do ano, deve ser feito o ponto final e o término da data comunicar com o signatário da petição inicial, não só em seu interesse,
deve coincidir com a margem direita, que é de cinco espaços duplos ou de como no da administração.
5cm. A seguir virá o vocativo que deve ser escrito a dez espaços duplos
ou 10cm da borda superior, na linha do parágrafo, a dez espaços ou DETERMINA
2,5cm da margem e, por fim, um texto, em forma de parágrafo expondo o 1º Todos os órgãos desta secretaria, antes de darem andamento a
assunto, que inicia-se a 1,5cm do vocativo. Os parágrafos são enumera- qualquer expediente, deverão verificar se constam no mesmo os elemen-
dos rente a margem, com exceção do 1º e do fecho. tos informativos e se a documentação exigida para a sua apreciação foi
devidamente anexada.

Língua Portuguesa 62 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


2º O endereço do peticionário deverá obrigatoriamente ser anexado, (C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.
em todos os formulários, modelos, requerimentos, petições e solicitações. (D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro.
Rio Grande, 08 de maio de 1999 (E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa.
SUPERVISOR ADMINISTRATIVO
06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está
APOSTILA correta em:
(A) As características do solo são as mais variadas possível.
Para os estudantes significa uma publicação avulsa com objetivos di- (B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente.
dáticos, geralmente datilografada e mimeografada e de utilização restrita. (C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
(D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações.
Em sentido oficial, significa breve nota, adicionamento à margem de (E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo.
uma escritura. É um ato pelo qual se acrescenta informações a um docu-
mento público ou ato administrativo anterior a fim de esclarecê-lo, interpre- 07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de
tá-lo ou completá-lo. É um documento complementar de um ato. flexão de grau.
(A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo.
Indica a nota ou aditamento feito à margem de qualquer documento (B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá
público, a fim de acrescentar algo que faltava ao texto. Expressa também durante as férias.
um ato pelo qual o documento é anotado, após ser registrado ou averba- (C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos.
do. Dessa forma, apostila-se o diploma ou título de nomeação, de sorte (D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que
que o indivíduo diplomado ou nomeado venha a exercer sua profissão ou ruim.
cargo. (E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualida-
de.
Ordem de Serviço
É instrução dada a um servidor ou a um órgão administrativo. Encerra Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pa-
orientações a serem tomadas pela chefia para execução de serviços ou lavras completam, correta e respectivamente, as frases dadas.
desempenho de encargos. É o documento, é o ato pelo qual se determi-
nam providências a serem cumpridas por órgãos subordinados. 08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento
estatal ciência e tecnologia.
PROVA SIMULADA (A) à ... sobre o ... do ... para
(B) a ... ao ... do ... para
01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras. (C) à ... do ... sobre o ... a
(A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer. (D) à ... ao ... sobre o ... à
(B) O chefe deferia da opinião dos subordinados. (E) a ... do ... sobre o ... à
(C) O processo foi julgado em segunda estância.
(D) O problema passou despercebido na votação. 09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a
(E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio. franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois
eles devem estar aptos comercializar seus produtos.
02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é: (A) ao ... a ... à
(A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz. (B) àquele ... à ... à
(B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido. (C) àquele...à ... a
(C) A colega não se contera diante da situação. (D) ao ... à ... à
(D) Se ele ver você na rua, não ficará contente. (E) àquele ... a ... a
(E) Quando você vir estudar, traga seus livros.
10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a
03. O particípio verbal está corretamente empregado em: norma culta.
(A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos. (A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso
(B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas. trarão grandes benefícios às pesquisas.
(C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime. (B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaboran-
(D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos. do com o meio ambiente.
(E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda. (C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desen-
volvendo projetos na área médica.
04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em (D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes
conformidade com a norma culta. apresentadas pelos economistas.
Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do (E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no
interior da concha de moluscos reúne outras características interes- litoral ou aproveitam férias ali.
santes, como resistência e flexibilidade.
(A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de 11. A frase correta de acordo com o padrão culto é:
componentes para a indústria. (A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido
(B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de às chuvas.
componentes para a indústria. (B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos
(C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de reclamações.
componentes para a indústria. (C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à
(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de cultura.
componentes para a indústria. (D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de culpa.
componentes para a indústria. (E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria.

05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema 12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os
para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em negócios das empresas de franquia pelo contato direto com os pos-
que ele está empregado conforme o padrão culto. síveis investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins
(A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem. de seleção não só permite às empresas avaliar os investidores com
(B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje. relação aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos

Língua Portuguesa 63 A Opção Certa Para a Sua Realização


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investidores. (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
(Texto adaptado) (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substi- (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.
tuir as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os in- (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
vestidores e dos investidores, no texto, são, respectivamente:
(A) seus ... lhes ... los ... lhes Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles
(C) seus ... nas ... los ... deles O livro de registro do processo que você procurava era o que estava
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu sobre o balcão.
(E) seus ... lhes ... eles ... neles
19. No período, os pronomes o e que, na respectiva seqüência, reme-
13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo tem a
com o padrão culto. (A) processo e livro.
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (B) livro do processo.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente. (C) processos e processo.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. (D) livro de registro.
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. (E) registro e processo.
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris.
20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto acima:
direto e indireto em: I. há, no período, duas orações;
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada. Está correto o contido apenas em
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. (A) II e IV.
(B) III e IV.
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. (C) I, II e III.
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos (D) I, II e IV.
respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: (E) I, III e IV.
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção.
(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do
(C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas;
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura
pelo Juiz;
16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equiva-
do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inaugura- lente ao da palavra mas;
ção de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Dignís- IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do
simo Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a má- acórdão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
xima urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para Está correto o contido apenas em
o Excelentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o (A) II e IV.
Reverendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reito- (B) III e IV.
res das Universidades Paulistas, para que essas autoridades pos- (C) I, II e III.
sam se programar e participar do referido evento. (D) I, III e IV.
Atenciosamente, (E) II, III e IV.
ZZZ
Assistente de Gabinete. 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas Ao transformar os dois períodos simples num único período com-
são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por posto, a alternativa correta é:
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
(C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
(D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
(E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos (E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.

17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se 23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraque-
respeitam as regras de pontuação. cidos galhos da velha árvore.
(A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, reve- Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente,
lou, que temos uma arrecadação bem maior que a prevista. sobre o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar.
(B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma (A) Quem podou? e Quando podou?
sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada. (B) Qual jardineiro? e Galhos de quê?
(C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade (C) Que jardineiro? e Podou o quê?
Policial, confessou sua participação no referido furto. (D) Que vizinho? e Que galhos?
(D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste (E) Quando podou? e Podou o quê?
funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões 24. O público observava a agitação dos lanterninhas da platéia.
negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados. Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili-
18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e dades de leitura. Elimina-se essa ambigüidade pelo estabelecimen-
predicado que formam um período simples, se aplica, adequada- to correto das relações entre seus termos e pela sua adequada
mente, apenas a: pontuação em:
(A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral. (A) O público da platéia, observava a agitação dos lanterninhas.

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(B) O público observava a agitação da platéia, dos lanterninhas. A MISÉRIA É DE TODOS NÓS
(C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da platéia. Como entender a resistência da miséria no Brasil, uma chaga social
(D) Da platéia o público, observava a agitação dos lanterninhas. que remonta aos primórdios da colonização? No decorrer das últimas
(E) Da platéia, o público observava a agitação dos lanterninhas. décadas, enquanto a miséria se mantinha mais ou menos do mesmo
tamanho, todos os indicadores sociais brasileiros melhoraram. Há mais
25. Felizmente, ninguém se machucou. crianças em idade escolar freqüentando aulas atualmente do que em
Lentamente, o navio foi se afastando da costa. qualquer outro período da nossa história. As taxas de analfabetismo e
Considere: mortalidade infantil também são as menores desde que se passou a
I. felizmente completa o sentido do verbo machucar; registrá-las nacionalmente. O Brasil figura entre as dez nações de econo-
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais mia mais forte do mundo. No campo diplomático, começa a exercitar seus
de modo; músculos. Vem firmando uma inconteste liderança política regional na
III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do América Latina, ao mesmo tempo que atrai a simpatia do Terceiro Mundo
fato; por ter se tornado um forte oponente das injustas políticas de comércio
IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar; dos países ricos.
V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos.
Está correto o contido apenas em Apesar de todos esses avanços, a miséria resiste.
(A) I, II e III.
(B) I, II e IV. Embora em algumas de suas ocorrências, especialmente na zona ru-
(C) I, III e IV. ral, esteja confinada a bolsões invisíveis aos olhos dos brasileiros mais
(D) II, III e IV. bem posicionados na escala social, a miséria é onipresente. Nas grandes
(E) III, IV e V. cidades, com aterrorizante freqüência, ela atravessa o fosso social pro-
fundo e se manifesta de forma violenta. A mais assustadora dessas mani-
26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o car- festações é a criminalidade, que, se não tem na pobreza sua única causa,
ro..., indicando concessão, é: certamente em razão dela se tornou mais disseminada e cruel. Explicar a
(A) para poder trabalhar fora. resistência da pobreza extrema entre milhões de habitantes não é uma
(B) como havia programado. empreitada simples.
(C) assim que recebeu o prêmio. Veja, ed. 1735
(D) porque conseguiu um desconto.
(E) apesar do preço muito elevado. 31. O título dado ao texto se justifica porque:
A) a miséria abrange grande parte de nossa população;
27. É importante que todos participem da reunião. B) a miséria é culpa da classe dominante;
O segmento que todos participem da reunião, em relação a C) todos os governantes colaboraram para a miséria comum;
É importante, é uma oração subordinada D) a miséria deveria ser preocupação de todos nós;
(A) adjetiva com valor restritivo. E) um mal tão intenso atinge indistintamente a todos.
(B) substantiva com a função de sujeito.
(C) substantiva com a função de objeto direto. 32. A primeira pergunta - ''Como entender a resistência da miséria no
(D) adverbial com valor condicional. Brasil, uma chaga social que remonta aos primórdios da coloniza-
(E) substantiva com a função de predicativo. ção?'':
A) tem sua resposta dada no último parágrafo;
28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação esta- B) representa o tema central de todo o texto;
belecida pelo termo como é de C) é só uma motivação para a leitura do texto;
(A) comparatividade. D) é uma pergunta retórica, à qual não cabe resposta;
(B) adição. E) é uma das perguntas do texto que ficam sem resposta.
(C) conformidade.
(D) explicação. 33. Após a leitura do texto, só NÃO se pode dizer da miséria no Brasil
(E) conseqüência. que ela:
A) é culpa dos governos recentes, apesar de seu trabalho produtivo
29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de em outras áreas;
franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão B) tem manifestações violentas, como a criminalidade nas grandes
contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos cidades;
diversificados de acordo com as possibilidades de investimento dos C) atinge milhões de habitantes, embora alguns deles não apareçam
possíveis franqueados. para a classe dominante;
A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e D) é de difícil compreensão, já que sua presença não se coaduna com
relaciona corretamente as idéias do texto, é: a de outros indicadores sociais;
(A) digo ... portanto ... mas E) tem razões históricas e se mantém em níveis estáveis nas últimas
(B) como ... pois ... mas décadas.
(C) ou seja ... embora ... pois
(D) ou seja ... mas ... portanto 34. O melhor resumo das sete primeiras linhas do texto é:
(E) isto é ... mas ... como A) Entender a miséria no Brasil é impossível, já que todos os outros
indicadores sociais melhoraram;
30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos B) Desde os primórdios da colonização a miséria existe no Brasil e se
investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulga- mantém onipresente;
dos. C) A miséria no Brasil tem fundo histórico e foi alimentada por gover-
A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí- nos incompetentes;
rem o processo de seleção dos investidores por uma oração redu- D) Embora os indicadores sociais mostrem progresso em muitas
zida, sem alterar o sentido da frase, é: áreas, a miséria ainda atinge uma pequena parte de nosso povo;
(A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ... E) Todos os indicadores sociais melhoraram exceto o indicador da
(B) Concluído o processo de seleção dos investidores ... miséria que leva à criminalidade.
(C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
(D) Se concluído do processo de seleção dos investidores... 35. As marcas de progresso em nosso país são dadas com apoio na
(E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores quantidade, exceto:
... A) freqüência escolar;

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B) liderança diplomática; acordasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o
C) mortalidade infantil; seu problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social?
D) analfabetismo; (....)
E) desempenho econômico.
Vinte e cinco milhões de menores - um dado abstrato, que a imagina-
36. ''No campo diplomático, começa a exercitar seus músculos.''; com ção não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem o que comer nem
essa frase, o jornalista quer dizer que o Brasil: onde dormir - isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo
A) já está suficientemente forte para começar a exercer sua liderança imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito ou dez anos de
na América Latina; idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha
B) já mostra que é mais forte que seus países vizinhos; a ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e
C) está iniciando seu trabalho diplomático a fim de marcar presença no lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve - gesto que nos
cenário exterior; desperta mal contida irritação - para nos pedir um trocado. Não temos
D) pretende mostrar ao mundo e aos países vizinhos que já é suficien- disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos (ou não)
temente forte para tornar-se líder; para nos livrarmos depressa de sua incômoda presença. Com o sentimen-
E) ainda é inexperiente no trato com a política exterior. to que sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens.
Mas estamos em pleno século XX, vivendo a era do progresso para o
37. Segundo o texto, ''A miséria é onipresente'' embora: Brasil, conquistando um futuro melhor para os nossos filhos. Até lá, que o
A) apareça algumas vezes nas grandes cidades; menor abandonado não chateie, isto é problema para o juizado de meno-
B) se manifeste de formas distintas; res. Mesmo porque são todos delinqüentes, pivetes na escola do crime,
C) esteja escondida dos olhos de alguns; cedo terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte.
D) seja combatida pelas autoridades;
E) se torne mais disseminada e cruel. Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua,
exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi
38. ''...não é uma empreitada simples'' equivale a dizer que é uma com um monte de lixo.
empreitada complexa; o item em que essa equivalência é feita de Fernando Sabino
forma INCORRETA é:
A) não é uma preocupação geral = é uma preocupação superficial; 41 Uma crônica, como a que você acaba de ler, tem como melhor
B) não é uma pessoa apática = é uma pessoa dinâmica; definição:
C) não é uma questão vital = é uma questão desimportante; A) registro de fatos históricos em ordem cronológica;
D) não é um problema universal = é um problema particular; B) pequeno texto descritivo geralmente baseado em fatos do cotidia-
E) não é uma cópia ampliada = é uma cópia reduzida. no;
C) seção ou coluna de jornal sobre tema especializado;
39. ''...enquanto a miséria se mantinha...''; colocando-se o verbo desse D) texto narrativo de pequena extensão, de conteúdo e estrutura
segmento do texto no futuro do subjuntivo, a forma correta seria: bastante variados;
A) mantiver; E) pequeno conto com comentários, sobre temas atuais.
B) manter;
C) manterá; 42 O texto começa com os tempos verbais no pretérito imperfeito -
D) manteria; vinha, faltavam - e, depois, ocorre a mudança para o pretérito per-
E) mantenha. feito - olhei, vi etc.; essa mudança marca a passagem:
A) do passado para o presente;
40. A forma de infinitivo que aparece substantivada nos segmentos B) da descrição para a narração;
abaixo é: C) do impessoal para o pessoal;
A) ''Como entender a resistência da miséria...''; D) do geral para o específico;
B) ''No decorrer das últimas décadas...''; E) do positivo para o negativo.
C) ''...desde que se passou a registrá-las...'';
D) ''...começa a exercitar seus músculos.''; 43 ''...olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, ALGO
E) ''...por ter se tornado um forte oponente...''. que me pareceu uma trouxa de roupa...''; o uso do termo destacado
se deve a que:
PROTESTO TÍMIDO A) o autor pretende comparar o menino a uma coisa;
Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e falta- B) o cronista antecipa a visão do menor abandonado como um traste
vam dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei inútil;
para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu C) a situação do fato não permite a perfeita identificação do menino;
uma trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais e pude ver que D) esse pronome indefinido tem valor pejorativo;
era um menino. E) o emprego desse pronome ocorre em relação a coisas ou a pesso-
as.
Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, bra-
ços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha 44 ''Ainda há pouco eu vinha para casa a pé,...''; veja as quatro frases
os gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa de meia a seguir:
esburacada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, I- Daqui há pouco vou sair.
como podia estar morto. Outros, como eu, iam passando, sem tomar I- Está no Rio há duas semanas.
conhecimento de sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, III - Não almoço há cerca de três dias.
um saco de lixo mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um IV - Estamos há cerca de três dias de nosso destino.
menor abandonado. As frases que apresentam corretamente o emprego do verbo haver
são:
Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de A) I - II
sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam sucos de frutas, alguns B) I - III
mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopa- C) II - IV
trulha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lado de fora. D) I - IV
Ninguém tomava conhecimento da existência do menino. E) II - III

Segundo as estatísticas, como ele existem nada menos que 25 mi- 45 O comentário correto sobre os elementos do primeiro parágrafo do
lhões no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o texto é:

Língua Portuguesa 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos


A) o cronista situa no tempo e no espaço os acontecimentos aborda- nea, colhida na consciência de cada um e, pelo menos, da população
dos na crônica; mais aquinhoada em favor dos que têm pouco. A solidariedade do artigo
B) o cronista sofre uma limitação psicológica ao ver o menino 3º da Constituição precisa, porém, ser catalisada pelo Estado para o
C) a semelhança entre o menino abandonado e uma trouxa de roupa é trabalho espontâneo em favor dos menos favorecidos. O objetivo social
a sujeira; exigirá da administração pública e de seus funcionários que atuem em
D) a localização do fato perto da meia-noite não tem importância para favor dos cidadãos, com eles e não contra eles, como se os consideras-
o texto; sem inimigos. O desenvolvimento nacional, segunda das grandes metas
E) os fatos abordados nesse parágrafo já justificam o título da crôni- do país, tem ido bem no plano econômico. Progredimos em termos mate-
ca. riais, mas não o quanto baste.

46 Boinas-pretas é um substantivo composto que faz o plural da mes- O terceiro e o quarto objetivos fundamentais, previstos no artigo 3º,
ma forma que: são projetos de um sonho estratosférico. Erradicar a pobreza e a margina-
A) salvo-conduto; lização e reduzir desigualdades sociais e regionais é trabalho para sécu-
B) abaixo-assinado; los. Não há nação do mundo sem faixas de miserabilidade - nem as mais
C) salário-família; ricas. A promoção do bem de todos, sem preconceito de origem, raça,
D) banana-prata; sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação carece de
E) alto-falante. remédio forte, como criminalização das condutas contrárias. Sem a amea-
ça grave de sanções, a cobra raivosa do preconceito continuará agindo no
47 A descrição do menino abandonado é feita no segundo parágrafo coração de muitas pessoas.
do texto; o que NÃO se pode dizer do processo empregado para is-
so é que o autor: A Carta proíbe a discriminação entre o homem e a mulher (artigo 5º, I,
A) se utiliza de comparações depreciativas; e artigo 226, parágrafo 5º), contra as liberdades fundamentais, e a prática
B) lança mão de vocábulo animalizador; do racismo (artigo 5º, incisos XLI e XLII). No trabalho, veda distinções
C) centraliza sua atenção nos aspectos físicos do menino; quanto ao salário, ao exercício de funções e aos critérios de admissão por
D) mostra precisão em todos os dados fornecidos; motivo de sexo, idade, cor ou estado civil (artigo 7º, inciso XXX). O soció-
E) usa grande número de termos adjetivadores. logo português Boaventura de Souza Santos, professor da Faculdade de
Economia da Universidade de Coimbra, falando recentemente a esta
48 ''Estava dormindo, como podia estar morto''; esse segmento do Folha, verberou a polarização da riqueza em muitos países, inclusive no
texto significa que: nosso, em condições parecidas com a dos Estados fascistas tradicionais.
A) a aparência do menino não permitia saber se dormia ou estava Exemplificou com grupos criminosos que substituem o Estado em certas
morto; regiões (vide o PCC) e com a parte corrupta da polícia, colaboradora do
B) a posição do menino era idêntica à de um morto; crime organizado, não se sabendo onde acaba a administração pública e
C) para os transeuntes, não fazia diferença estar o menino dormindo começa a sociedade.
ou morto;
D) não havia diferença, para a descrição feita, se o menino estava Boaventura lembra a incapacidade de redistribuição da riqueza, per-
dormindo ou morto; mitindo que o capitalismo opere contra o pobre, e não a favor dele. Chama
E) o cronista não sabia sobre a real situação do menino. essa situação de fascismo social. Neste país, presidido por um sociólogo,
precisamos meditar sobre as insuficiências gerais e as do direito em
49 Alguns textos, como este, trazem referências de outros momentos particular, afirmadas pelo sábio sociólogo português. Meditar para corrigi-
históricos de nosso país; o segmento do texto em que isso ocorre las.
é: Wálter Ceneviva - Folha de São Paulo, 16/06/01
A) ''Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi...'';
B) ''...ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte''; 51 Ao dizer que os objetivos fundamentais da República Federativa do
C) ''...escreveríamos toda a obra de Dickens''; Brasil são ''de grande nobreza e esperança'', o autor do texto quer
D) ''...isto é problema para o juizado de menores''; dizer que:
E) ''Escurinho, de seus seis ou sete anos, não mais''. A) nossos objetivos constitucionais estão fora da realidade atual de
50 ''... era um bicho...''; a figura de linguagem presente neste segmento nosso país;
do texto é uma: B) apesar de serem nobres, os objetivos constitucionais até hoje não
A) metonímia; foram atingidos;
B) comparação ou símile; C) por serem nobres, esses objetivos só poderão ser alcançados com
C) metáfora; a mudança profunda da sociedade brasileira;
D) prosopopéia; D) eles representam, por sua nobreza, algo que dificilmente será
E) personificação. atingido pelo povo brasileiro;
E) os objetivos constitucionais mostram algo nobre que funciona como
FASCISMO SOCIAL NO PAÍS DO SOCIÓLOGO ponto ideal de chegada.
A definição dos objetivos fundamentais da República Federativa do
Brasil está no artigo 3º de nossa Constituição. São todos de grande no- 52 ''Valem como pólos de concentração ideal para o povo, ...''; o item
breza e esperança. Valem como pólos de concentração ideal para o povo, em que aparece um vocábulo acentuado graficamente pela mesma
como destinos a serem alcançados pelo Brasil, na permanente viagem de razão do acento gráfico na palavra sublinhada é:
nossos sonhos. A) As riquezas não têm sido distribuídas de forma justa em nosso
país;
O primeiro desses objetivos consiste em realizar uma sociedade livre, B) O governo não pôde atingir o ideal proposto pela nossa Constitui-
justa e solidária. Para ser livre, a sociedade terá liberdades públicas ção;
asseguradas a todos. Cidadania livre é cidadania sem intervenção exces- C) Os objetivos constitucionais não contêm todas as esperanças do
siva do poder. No país das medidas provisórias, o cidadão acorda tolhido, povo brasileiro;
dia após dia, com e sem ''apagões'' e ''caladões''. Para que a sociedade D) O povo brasileiro não deve pôr o ideal em lugar que não possa ser
possa ser tida por justa, é necessário diminuir as distâncias sociais, com alcançado;
pobres menos pobres. Depois que a moeda se estabilizou, durante o E) A Constituição não provê os meios necessários à realização dos
governo de Fernando Henrique Cardoso, honra seja feita, houve melhora objetivos propostos
nesse campo, mas o Brasil ainda é dos mais atrasados do mundo na
satisfação das necessidades sociais do ser humano. 53 ''Valem como pólos de concentração ideal para o povo, como
A solidariedade proclamada no texto constitucional deve ser espontâ- destinos a serem alcançados pelo Brasil, na permanente viagem de

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nossos sonhos.''; neste segmento do texto, os vocábulos que se a- A) é necessária a diminuição das distâncias sociais;
proximam semanticamente são: B) é necessário que diminuamos as distâncias sociais;
A) ideal/sonhos; C) é necessário que as distâncias sociais sejam diminuídas;
B) pólos/viagem; D) há necessidade de se diminuírem as distâncias sociais;
C) povo/Brasil; E) há necessidade da diminuição das distâncias sociais.
D) viagem/ Brasil;
E) concentração/ideal. 60 ''...são projetos de um sonho estratosférico.'' ; no contexto em que
está inserido, o vocábulo sublinhado eqüivale semanticamente a:
54 No que diz respeito aos objetivos fundamentais do Brasil, presentes A) revolucionário;
no artigo 3º de nossa Constituição, podemos dizer, segundo o texto, B) utópico;
que: C) superior;
A) o primeiro dos objetivos só será atingido se a liberdade, a justiça e D) ultrapassado;
a solidariedade brotarem espontaneamente do povo; E) superado
B) o segundo desses objetivos já foi alcançado, apesar de algumas
injustiças sociais; SOLIDARIEDADE
C) o terceiro e o quarto objetivos só serão alcançados após um traba- ''[...] Assim como a miséria foi sendo construída com a indiferença
lho de séculos; frente à exclusão e à destruição das pessoas, a negação da miséria
D) o quarto objetivo vai de encontro à cobra raivosa do preconceito, começa a se realizar com a prática cotidiana, ampla e generosa da solida-
que ainda age no coração de muitos; riedade.
E) para se alcançarem os objetivos constitucionais é indispensável a
criminalização das condutas contrárias. A frieza construiu a miséria. Construiu as cidades cheias de gente e
de muros que as separam como estranhos que se ignoram e se temem. A
55 O segmento do texto que NÃO mostra, explícita ou implicitamente, solidariedade vai destruir as bases da existência da miséria. É uma ponte
uma crítica ao governo atual é: entre as pessoas.
A) ''Cidadania livre é cidadania sem intervenção excessiva do poder.'';
B) ''No país das medidas provisórias, o cidadão acorda tolhido, dia Por isso o gesto de solidariedade, por menor que seja, é tão importan-
após dia, com e sem 'apagões' e 'caladões'''; te. É um primeiro movimento no sentido oposto a tudo que se produziu até
C) ''O terceiro e o quarto objetivos fundamentais, previstos no artigo 3º, agora. Uma mudança de paradigma, de norte, de eixo, o começo de algo
são projetos de um sonho estratosférico.''; totalmente diferente. Como um olhar novo que questiona todas as rela-
D) ''O objetivo social exigirá da administração pública e de seus fun- ções, teorias, propostas, valores e práticas, restabelecendo as bases de
cionários que atuem em favor dos cidadãos, com eles e não contra uma reconstrução radical de toda a sociedade. Se a exclusão produziu a
eles,...''; miséria, a solidariedade destruirá a produção da miséria, produzirá a
E) ''Neste país, presidido por um sociólogo, precisamos meditar sobre cidadania plena, geral e irrestrita. Democrática.
as insuficiências gerais e as do direito em particular...''.
A luta contra a miséria nos obriga a um confronto com a realidade na-
56 Os vocábulos ''apagão'' e ''caladão'', presentes no texto, aparecem quilo que nos parece mais brutal: a pessoa desfigurada pela fome, deses-
grafados entre aspas porque são: perada pela comida ou por qualquer gesto de reconhecimento de sua
A) termos de cunho popular; existência humana. Se a distância perpetua a miséria, a solidariedade
B) neologismos; interrompe o ciclo que a produz e abre possibilidades imensas para se
C) vocábulos que perderam velhos sentidos; reconstruir a humanidade destruída em 32 milhões de pessoas e negada
D) de presença comum na mídia; em outros milhões de pessoas que vivem na pobreza.
E) referentes a acontecimentos recentes.
Se a indiferença construiu esse apartheid monstruoso, a solidariedade
57 ''O terceiro e o quarto objetivos...''; o caso de concordância nominal vai destruir suas bases. E essa energia existe com uma força surpreen-
presente neste segmento do texto encontra-se referido no item: dente entre nós, uma força capaz de contagiar quem menos se espera e
A) o adjetivo, quer em função de adjunto adnominal, quer em função de produzir uma nova cultura, a do reencontro.
de predicativo, desde que se refira a um único substantivo, com ele
concorda em gênero e número; Quando o Movimento da Ação da Cidadania começou, ninguém espe-
B) quando o adjetivo se associa a mais de um substantivo, o adjetivo rava que fosse capaz de andar tão rápido, de se expandir com tanta força,
concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo; de tocar tantas e tão diferentes pessoas, de encher auditórios e de se
C) se os substantivos são de gêneros diferentes e do singular, o espalhar por todos os cantos do país.
adjetivo pode concordar com o substantivo mais próximo;
D) é possível que o adjetivo predicativo concorde com o sujeito mais Há uma tremenda força de mudança no ar, na terra. Há um movimen-
próximo se estiver anteposto aos substantivos; to poderoso, tecendo a novidade através de milhares de gestos de encon-
E) no caso de uma só palavra determinada e mais de uma determinan- tro. Há fome de humanidade entre nós, por sorte ou por virtude de um
te, a palavra determinada irá para o plural ou ficará no singular. povo que ainda é capaz de sentir, de mudar e de impedir que se consume
o desastre, o suicídio social de um país chamado Brasil''.
58 Ao apelar para o depoimento do sociólogo português Boaventura de
Souza Santos, o articulista pretende: Betinho, Jornal do Brasil, 12/9/93
A) demonstrar a força do jornal para o qual trabalha, indicando a
qualidade de seus colaboradores; 61. O texto é uma reflexão sobre a solidariedade, motivo de um movi-
B) comparar, por oposição, o pensamento de um sociólogo português mento - o Movimento da Ação da Cidadania - criado por Betinho,
com o de um sociólogo brasileiro, o Presidente da República; autor do texto, alguns anos atrás. O primeiro parágrafo do texto é
C) dar autoridade e credibilidade às opiniões veiculadas pelo artigo; construído numa estrutura comparativa, em que só NÃO corres-
D) condenar a discriminação de raça, sexo, cor e idade que aparecem pondem:
em nossa sociedade; A) a miséria / a negação da miséria;
E) indicar o retrocesso de nosso país, comparando a nossa situação B) foi sendo construída / começa a se realizar;
com a de outros países do primeiro mundo. C) indiferença / prática;
D) exclusão, destruição / solidariedade;
59 ''...é necessário diminuir as distâncias sociais...''; se reescrevermos E) das pessoas / ampla e generosa.
esse segmento do texto com a transformação da oração reduzida
em forma nominal, teremos: 62 O fato de o texto começar por colchetes com pontos suspensivos -

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[...] - indica que: D) Segundo isso, o gesto de solidariedade, mesmo que menor, é bem
A) havia outros segmentos anteriores que não foram reproduzidos; importante;
B) se trata de um texto reflexivo e que é necessário pensar sobre o E) Simultaneamente, o gesto de solidariedade, apesar de pequeno, é
que é dito; muito importante.
C) o texto é cópia de um original já publicado anteriormente;
D) há citações alheias inseridas no corpo do texto; 70 A palavra democrática, ao final do terceiro parágrafo, funciona, em
E) a publicação do texto é matéria paga pelo próprio autor. relação aos segmentos anteriores do mesmo parágrafo, como:
A) retificação;
63 ''...exclusão e destruição das pessoas,...''; nesse segmento do texto, B) síntese;
os dois substantivos - exclusão e destruição - exigem a mesma C) explicação;
preposição e, por isso, a construção é considerada correta na nor- D) confirmação;
ma culta. A frase abaixo que repete essa mesma estrutura é: E) comparação.
A) Betinho admirava e gostava da humanidade;
B) o movimento precisava e queria a ajuda de todos; GABARITO
C) Betinho pretendia e ansiava por um movimento nacional;
D) o movimento ajudava e acompanhava os pobres; 01. D 11. B 21. B 31. D 41. D
E) todos participavam e pensavam sobre o movimento. 02. A 12. A 22. A 32. B 42. B
03. C 13. C 23. C 33. A 43. C
64 No segmento ''...destruição das pessoas...'', o termo sublinhado 04. E 14. E 24. E 34. A 44. E
funciona como paciente do termo anterior, o que também ocorre 05. A 15. C 25. D 35. B 45. A
em: 06. B 16. A 26. E 36. C 46. A
A) ''Por isso o gesto de solidariedade...''; 07. D 17. B 27. B 37. C 47. D
B) ''...uma mudança de paradigma...''; 08. E 18. E 28. C 38. A 48. C
C) ''...restabelecendo as bases de uma reconstrução radical...''; 09. C 19. D 29. D 39. A 49. B
D) ''...ou por qualquer gesto de reconhecimento...''; 10. D 20. A 30. B 40. B 50. C
E) ''...o Movimento da Ação da Cidadania...''.
51. E 61. E
52. D 62. A
65 ''A frieza construiu a miséria.''; em outras palavras, pode-se dizer
53. A 63. D
que:
54. D 64. B
A) a frieza é causa necessária e suficiente da miséria;
55. C 65. E
B) a frieza é causa suficiente da miséria;
56. B 66. C
C) a miséria é construída unicamente pela frieza;
57. E 67. D
D) só a frieza construiu a miséria;
58. C 68. E
E) a frieza está entre as causas da miséria.
59. A 69. A
60. B 70. B
66 Ao dizer que a solidariedade ''é uma ponte entre as pessoas'', o
autor do texto atribuiu à ponte o símbolo de:
A) caridade;
B) rapidez;
C) união;
D) religiosidade;
E) doação. ___________________________________

67 ''A frieza construiu a miséria. Construiu as cidades cheias de gente ___________________________________


e de muros que as separam como estranhos que se ignoram e se
temem. A solidariedade vai destruir as bases da existência da misé- ___________________________________
ria. É uma ponte entre as pessoas.''; entre os problemas referidos
nesse segundo parágrafo do texto só NÃO está o(a): ___________________________________
A) egoísmo;
_______________________________________________________
B) violência;
C) indiferença; _______________________________________________________
D) corrupção;
E) medo. _______________________________________________________

68 ''...que se ignoram e se temem.''; o item abaixo em que o SE apare- _______________________________________________________


ce também como pronome de valor recíproco é:
A) A negação da miséria começa a se realizar neste momento; _______________________________________________________
B) A solidariedade se opõe a tudo que se produziu até agora; _______________________________________________________
C) A campanha traz uma força capaz de contagiar quem menos se
espera; _______________________________________________________
D) Se a distância perpetua a miséria, a solidariedade a interrompe;
E) Os homens e mulheres se contagiam na campanha. _______________________________________________________

69 ''Por isso o gesto de solidariedade, por menor que seja, é tão impor- _______________________________________________________
tante.''; uma outra forma de expressar-se o mesmo conteúdo desse
_______________________________________________________
segmento do texto é:
A) Em vista disso o gesto de solidariedade, ainda que bem pequeno, é _______________________________________________________
muito importante;
B) Embora pequeno, por isso o gesto de solidariedade é tão importan- _______________________________________________________
te;
C) Em função disso, o gesto de solidariedade é tão importante, quando _______________________________________________________
pequeno;

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