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PITÁGORAS CONCURSOS
CONCURSOS PÚBLICOS 2023
LÍNGUA PORTUGUESA
Textum, em latim, particípio do verbo tecer, significa propriamente dita, cabe destacar palavras-chave,
tecido. Dessa palavra originou-se textus, que gerou, em passagens importantes, bem como usar uma palavra
português, “texto”. Portanto, está-se falando de “tecido” para resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de
de frases, orações, períodos, parágrafos... Uma “tessitura” procedimento aguça a memória visual, favorecendo o
Obs.: Preste atenção aos comandos para não errar. Se o Ainda cabe ressaltar que algumas questões
texto diz que uma pessoa está cabisbaixa, você não pode apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a
“deduzir”, ou “inferir”, que ela está de cabeça baixa, porque base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo
isso já está dito no texto. Mas você pode interpretar ou que aparentemente pareça ser perda de tempo. A
concluir que, por exemplo, ela esteja preocupada, ou triste, descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, é
em função de estar de cabeça baixa. também um recurso para instaurar a dúvida no candidato.
Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido
Como ler e entender bem um texto global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será
As palavras/expressões podem apresentar variações em seu acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)
significado, ocorrendo, basicamente, duas possibilidades acerto (ato de acertar) asserto (afirmação)
DENOTAÇÃO: É o uso da palavra com o seu sentido original, apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)
convencional ou usual; objetivo e restrito, admitindo apenas
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto)
uma interpretação.
bucho (estômago) buxo (arbusto)
Ex.: Minha filha gosta muito de suco de laranja.
A corda do Círio foi oficializada em 1885. caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)
HOMONÍMIA: É a igualdade fonética e/ou gráfica de palavras concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir)
com significados diferentes. Os vocábulos homônimos concerto (sessão musical) conserto (reparo)
subdividem-se em:
coser (costurar) cozer (cozinhar)
fusível (aquilo que funde) fuzil (arma de fogo) 01. Conforme o Editorial, o fechamento prolongado
sortir (abastecer, misturar) surtir (produzir efeito) precipitada pelo retorno às aulas.
D) traz prejuízos à alimentação e mesmo à sociabilidade
tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal)
dos alunos, embora o ensino remoto tenha promovido
eficazmente a aprendizagem.
e cajus. Em mangas de camisa, homens tentavam salvar o escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto.
Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever
que as águas levavam.
sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e
posterioridade. Está presente em diversos gêneros textuais:
10. Um dos problemas da escrita está no emprego
conto, romance, poesia, classificado de jornal,
de palavras desnecessárias devido ao fato de seu
reportagem, entre muitos outros.
significado já estar expresso em outra palavra da
mesma frase. Assinale a opção em que isso não “O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sob as pontes,
ocorre.
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados”
A) Inauguraram um novo supermercado no bairro. (Carlos Drummond de Andrade)
incitam a ação dos destinatários, controlando, assim, seu diversos. Numere cada trecho de acordo com a legenda. Em
seguida, marque a alternativa que corresponde à sequência
comportamento, ao fornecer instruções e indicações para a
numérica encontrada:
realização de um trabalho ou a utilização correta de
( 1 ) Descritiva ( 4 ) Expositiva
instrumentos e/ou ferramentas. ( 2 ) Narrativa ( 5 ) Dialogal
( 3 ) Argumentativa ( 6 ) Injuntiva
Receita
“Massa de Panqueca Simples ( ) Reportagem
Ingredientes:
Enquanto a ciência ainda investiga o percurso da criatividade no
1 ovo
cérebro, as áreas de atuação que existem graças à expressão verbal
1 xícara de farinha de trigo
tentam delinear o que é ser criativo, em busca de levar respostas
1 xícara de leite
satisfatórias aos interessados em melhorar a capacidade de
1 pitada de sal
comunicação escrita e oral. A ideia é refletir para além do público
1 colher de sopa de óleo
formado por escritores de ficção, poetas, dramaturgos, publicitários,
Modo de Preparo: Bata todos os ingredientes no liquidificador. A seguir,
entre outros profissionais associados ao exercício das habilidades de
aqueça uma frigideira untada com um fio de óleo em fogo baixo. Coloque
relacionar conceitos de novas maneiras.
um pouco da massa na frigideira não muito quente e esparrame de modo a NATALI, Adriana; PLOENNES, Camila; D ́ELIA, Renata. O quebra-cabeça
cobrir todo o fundo e ficar só uma camada fina de massa. Deixe igualar os da criatividade. Língua Portuguesa, ano 9, n. 104, p. 26-33, jun. 2016.
dois lados, até que fiquem levemente douradas. Retire com a espátula, e
sirva com o recheio de sua preferência. Sugestão de recheio: carne moída, ( ) Peça teatral
queijo e geleia.”
DÁLIA – Olha!
SELMINHA – O quê?
DIALOGAL / CONVERSACIONAL – É o discurso DÁLIA – Acabou o café. O pó.
produzido em situações de comunicação direta, ocorre um SELMINHA – Mas tinha!
APRÍGIO – Não precisa!
diálogo, uma conversa entre interlocutores. É comum em
DÁLIA – Eu me esqueci de.
entrevista, conversa telefônica, chat, história em SELMINHA – Pede na vizinha.
quadrinhos, romances, conto, texto teatral, etc. APRÍGIO – Escuta.
DÁLIA – Chamei pelo muro, mas não tinha ninguém.
RODRIGUES, Nelson. O beijo no asfalto.
CATACRESE
( ) Editorial
Uso especial, por analogia, de uma palavra, devido à falta ou
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, feita pelo IBGE em 2009,
constatou que 36,6% dos estudantes tiveram contato com o álcool em
desconhecimento do termo apropriado.
festas – e 19,3% em mercado, loja, supermercado ou bar. É consenso, Dente de alho Perna da mesa
portanto, que responsabilizar penalmente quem vende álcool a
menores de 18 anos pode ser uma medida de alta efetividade. Sua HIPÉRBOLE
eficácia dependerá, é claro, de providências para aumentar a
Exagero para valorizar uma ideia.
fiscalização de bares e outros estabelecimentos. Campanhas de
conscientização também são importantes. Principalmente entre as Quase estourou de tanto rir.
famílias, que tendem a considerar o consumo de álcool pelos jovens Eu tenho o amor maior do mundo.
um problema menor que as drogas, o sexo e a violência.
NOSSA opinião. Época, São Paulo, n. 873, p. 20, 2 mar. 2015
EUFEMISMO
( ) Receita culinária
Suavização de um termo ou ideia desagradável.
Os concorrentes não serão felizes na prova.
Modo de preparo: Tempere o filé de salmão com sal, pimenta e alho e
deixe tomar gosto. Grelhe em frigideira com um fio de azeite ou asse Os políticos sempre faltam com a verdade.
envolto em papel-alumínio em forno pré--aquecido por 15 minutos.
CLARA, Maria. Receita de salmão com molho de alcaparras. ANTÍTESE
C) Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora) Quando um pronome é empregado junto de um substantivo,
D) "Toda vida se tece de mil mortes." (antítese) ele é chamado de pronome adjetivo; e quando um pronome
aparece isolado, sozinho na frase, ele é chamado de
E) Ele entregou hoje a alma a Deus. (eufemismo)
pronome substantivo.
05. Relacione adequadamente o nome da figura de Ex.: Encontrei minha caneta, mas não a apanhei.
minha → pronome adjetivo.
linguagem ao seu respectivo exemplo.
a → pronome substantivo.
Língua Portuguesa – Professor: J. Pantoja 9
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
PRONOMES PESSOAIS
Os pronomes pessoais são aqueles que substituem os
nomes e representam as pessoas gramaticais.
São três as pessoas gramaticais:
• 1ª pessoa (a que fala): eu, nós
• 2ª pessoa (com quem se fala): tu, vós
• 3ª pessoa (de quem se fala): ele(s), ela(s).
PRONOMES POSSESSIVOS
Pronomes possessivos são aqueles que se referem às
três pessoas gramaticais (1ª, 2ª e 3ª), indicando o que cabe ou
pertence a elas.
Tuas opiniões são iguais às minhas.
• tuas: pronome possessivo correspondente à 2ª pessoa
do singular (tu).
Observações: • minhas: pronome possessivo correspondente à 1ª
1. Um pronome pessoal é pronome reto quando exerce a pessoa do singular (eu).
função de sujeito da oração e é um pronome oblíquo quando É importante fixar bem que há uma relação entre os
exerce função que não seja a de sujeito da oração. pronomes possessivos e os pronomes pessoais.
Ela pediu ajuda para nós. Observe atentamente o quadro abaixo:
Ela: pronome reto (funciona como sujeito).
nós: pronome oblíquo (não funciona como sujeito).
A vida me ensina a ser realista. a) Quando são usados pronomes de tratamento (V.Sª, V. Exª.
pron. obl. átono
etc.), o pronome possessivo deve ficar na 3ª pessoa (do
3. Os pronomes oblíquos tônicos sempre aparecem singular ou do plural) e não na 2ª pessoa do plural.
PRONOMES RELATIVOS
Observação:
Representam nomes já expressos anteriormente e com os
Um pronome indefinido pode ser representado por
quais se relacionam.
expressões formadas por mais de uma palavra. Tais
Ex.: O livro que estou lendo é muito bom.
expressões são denominadas locuções pronominais. As
Quadro dos Pronomes Relativos mais comuns são: qualquer um, todo aquele que, um ou
Variáveis outro, cada um, seja quem for, cada qual, quem quer que
Invariáveis
Masculino Feminino seja, tal e qual.
o qual os quais a qual as quais quem Seja qual for o resultado, não desistiremos.
cujo cujos cuja cujas que
quanto quantos quanta quantas onde
PRONOMES INTERROGATIVOS
a) O pronome que é o relativo de mais largo emprego, São os pronomes interrogativos aqueles usados na
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser formulação de uma pergunta direta ou indireta. Referem-se à
substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando 3ª pessoa do discurso. São Pronomes interrogativos: que,
seu antecedente for um substantivo. quem, qual, quais, quanto(s) e quanta(s)
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) Que horas são? (frase interrogativa direta)
A cantora que cantou há pouco é ótima. (= a qual)
Gostaria de saber que horas são. (interrogativa indireta)
Os trabalhos que eu fiz referem-se à saúde. (=os quais)
Quantas crianças foram escolhidas?
As atletas que correram há pouco são ótimas.(=as quais)
Observação J. Pantoja: não confunda os pronomes
b) O qual, os quais, a qual e as quais são
interrogativos com os advérbios interrogativos. Os advérbios
exclusivamente pronomes relativos, por isso, podem ser
interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo uma ideia
utilizados para verificar se palavras como "que", "quem",
de tempo, de lugar, de modo ou de causa: quando, onde,
"onde" (que podem ter várias classificações) são pronomes
aonde, como e por que, por quê:
relativos. São usados com referência à pessoa ou coisa por
(1) «Quando fazes anos?»
motivo de clareza ou depois de determinadas preposições:
(2) «Onde moras?»
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o
(3) «Como vou para a tua casa?»
qual me deixou encantado. (O uso de que neste caso geraria
(4) «Por que faltaste à aula?»
ambiguidade)
Os pronomes interrogativos introduzem uma pergunta sobre a
Essas são as conclusões sobre as quais pairam dúvidas?
entidade que o grupo nominal designaria: quem, (o) que, qual
(Não se poderia usar que depois de sobre.)
e quanto.
VERBO : indica ação (correr); estado (ficar); fenômeno A chuva cairá sobre as casas.
Indicativo – expressa a atitude de certeza do falante em Pretérito Imperfeito: expressa uma hipótese.
relação aos fatos por ele pronunciados. Ex.: Se ela acordasse cedo, chegaria na hora marcada.
Ex.: Amanhã estudarei verbos. Futuro: o que pode ocorrer no futuro.
A festa terminou tranquila. Ex.: Quando você vier a Belém, verá nossos corredores de
mangueiras.
Subjuntivo– a atitude do falante é de dúvida, incerteza diante
dos fatos. ✓ MODO IMPERATIVO
Ex.: Suponho que ela esteja em Salinas. Imperativo afirmativo: ordens, pedidos.
Quando estudares verbos, verás que não é difícil. Ex.: Estuda e serás aprovado.
Imperativo – indica que o fato é enunciado como uma ordem, Imperativo negativo: proibições.
um conselho, um pedido ou uma proibição. Ex.: Não faças a outros o que não queres que façam a ti.
Ex.: Evite problemas na prova, estude verbos! Locução verbal – é o conjunto de dois ou mais verbos,
sendo que o último é principal e os demais, auxiliares.
➢ TEMPO O auxiliar aparece conjugado, e o principal numa das formas
Posiciona o fato em relação ao tempo efetivo da comunicação. nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.
São três os tempos básicos: presente, passado, futuro. Ex.: O que vocês andam pensando?
✓ MODO INDICATIVO Vamos sair. / Ele havia participado da prova.
Presente: fato atual, habitual, verdades científicas. Expressa
um fato que ocorre no tempo em que se fala. VOZ VERBAL (forma assumida pelo verbo para indicar a
Ex.: Os concursandos estudam bastante. relação entre ele e seu sujeito)
Ele sempre vai ao shopping Voz ativa–o sujeito é agente da ação verbal.
O átomo é uma partícula da matéria. Ex.: A garota quebrou o vaso.
Pretérito perfeito: fato totalmente concluído.
Voz passiva– o sujeito é paciente da ação verbal.
Ex.: O graduando terminou seu TCC.
Ex.: O vaso foi quebrado pela garota.
A pipa caiu lentamente sobre as casas.
passiva, a variação temporal é indicada pelo auxiliar (ser na Grupo de duas ou mais palavras com valor de advérbio.
maioria das vezes), como notamos nos exemplos a seguir: Ex.: à direita, à frente, à vontade, de cor, em vão, por
Ele fez o trabalho - O trabalho foi feito por ele (mantido o acaso, frente a frente, de maneira alguma, de manhã, de
pretérito perfeito do indicativo) repente, de vez em quando, em breve, em mão (em vez de
outrora, imediatamente, ainda, jamais, raramente, etc. advérbios propostos outras circunstâncias expressas pelos
A) 5, 2, 4, 1, 3 B) 4, 1, 5, 3, 2 C) 3, 2, 4, 1, 5
Obedecer / Desobedecer (VTI)
D) 3, 1, 4, 2, 5 E) 4, 2, 3, 1, 5
Ex.: Sofia obedece aos pais. / Bia desobedeceu à mãe.
Relacione as colunas adequadamente de acordo com Ex.: Simpatizo com Lúcia./ Antipatizaram com o lugar.
3. Verbo.
4. Pronome. Aspirar
( ) “Ele já está acostumado a ser alimentado e (VTI) ver, presenciar, caber, pertencer.
Ex.: Não assistimos ao show. / A cidadania assiste a todos.
protegido...”
(VI) morar, residir.
( ) “Saguis são animais silvestres, a maioria das espécies
Ex.: Assistiu em Recife por muito tempo.
é exclusivamente brasileira.”
( ) “Muita gente já ouviu falar de pessoas que criam Agradar
macacos como animais domésticos,...” (VTD) acariciar, fazer carinho.
Ex.: A mulher agradou o filho.
A sequência está correta em
(VTI) satisfazer, ser agradável.
A) 5, 1, 4, 2, 3 B) 5, 2, 4, 1, 3 Ex.: O espéculo agradou ao público.
C) 1, 2, 3, 4, 5 D) 4, 5, 1, 3, 2
E) 2, 3, 5, 1, 4 Atender
(VTD ou VTI com a preposição a)
10. (CONSULPLAN 2013/NEPOMUCENO-MG) No Ex.: Atenderam o meu pedido prontamente.
trecho “Dominar uma língua estrangeira é um grande Atenderam ao meu pedido prontamente.
É a relação de subordinação entre o nome (substantivos, ▪ Esta é a pesquisa (a + a qual) à qual me dedico.
adjetivos e advérbios) e seus complementos
▪ As pessoas (a + as quais) às quais aludi chegaram.
(complementos nominais), devidamente estabelecida por
intermédio das preposições correspondentes. ▪ Referiu-se (a + aqueles) àqueles livros.
Ex.: Eu tenho muito respeito aos/por meus pais. ▪ É uma situação semelhante (a + a) à que nos opomos.
substantivo complemento nominal
7) Com a palavra “distância” não especificada, entretanto, 03. (CONSULPLAN 2014 – MAPA) As frases das
se estiver determinada, teremos o acento: seguintes alternativas foram extraídas do texto e
Ex.: O povo ficou a distância do palácio. alteradas. Assinale aquela que apresenta problema
O Povo ficou à distância de duzentos metros.
no que tange à regência e/ou uso do acento
indicador de crase.
8) Com a palavra “casa”, quando não está determinada ou
A) D. Luiz passou a coroa a Luis Maria.
qualificada.
Ex.: Ao chegarmos a casa, já era madrugada.
B) Durante as manifestações de junho, D. Luiz (neto de
Logo chegaremos à casa dos meus tios. Luis Maria) recomendou a seguidores que não fossem às
ruas.
9) com a palavra “terra” quando se opõe a "bordo, chão, C) Em 1823, o patriarca da independência, José Bonifácio
mar", isto é, quando designa "terra firme": de Andrada e Silva, apresentou o projeto de levar a capital
Ex.: Os turistas foram a terra comprar souvenir. à Fortaleza, distante de ataques de corsários no litoral.
Os meus primos retornaram à terra dos pais.
D) Essa não seria a única ameaça, já que houve um racha
na linhagem real em 1908, quando D. Pedro de Alcântara
renunciou ao direito dinástico por se casar com uma reles
condessa.
Língua Portuguesa – Professor: J. Pantoja 19
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
04. (CONSULPLAN 2014 – CESAN-ES) Assinale a B) “... planetas semelhantes à Terra e com vida...”
afirmativa INCORRETA quanto à regência: C) As viagens à Lua foram interrompidas.
A) Chegamos finalmente ao Brasil. D) Os cientistas se referiram à influência que a Lua exerce
B) Todos os males procedem da mudança climática. sobre a Terra.
C) Os biólogos assistiram ao filme. E) A Lua que vemos brilhar, à noite, no céu, possui
D) O indígena assiste na floresta Amazônica. propriedades incontáveis.
E) Entrou e saiu da floresta.
09. (CONSULPLAN 2013 – NOVA IGUAÇU-RJ) “...
05. (CONSULPLAN 2012 – PORTO VELHO-RR) No explicava à professora por que havia faltado tanto
trecho “o acesso ao conhecimento” (4º§), considerando tempo...” Assinale a alternativa em que também deve
apenas a regência e o uso da crase, a expressão ocorrer o acento grave indicador da crase.
sublinhada seria corretamente substituída por A) Ficamos a rezar por um milagre.
A) à vários conhecimentos. B) Os documentos não fazem referência a nada.
B) à partir do sexto ano de vida. C) O diretor recorreu a uma de suas secretárias.
C) à sua história de vida. D) A empresa estava a beira da falência.
D) à qualquer conhecimento. E) O pai pediu a todos que fizessem silêncio.
E) à alguns conhecimentos.
10. (CONSULPLAN – LONDRINA-PR) Assinale a
06. (CONSULPLAN 2012 – DMAE) Assinale a opção afirmativa em que o uso da crase encontra-se
em que deve ocorrer o acento indicativo de crase, INCORRETO:
como ocorreu em “trazer à tona”. A) O dicionário estava à disposição.
A) O remédio deve ser tomado gota a gota. B) Ela se referiu à ilha deserta.
B) Estava disposto a colaborar. C) Ficamos frente à frente.
C) Referiram-se a nós ontem? D) Cheguei à uma hora em ponto.
D) Respondi a todas perguntas. E) Deram emprego àquela senhora.
E) Saímos as pressas. SINTAXE: relações sintático-semânticas estabelecidas
entre orações, períodos ou parágrafos (período simples e
07. (CONSULPLAN 2014 – NATIVIDADE-RJ) Na frase período composto por coordenação e subordinação).
TRANSITIVOS DIRETOS (VTD) E TRANSITIVOS DIRETOS É declaração que se faz a respeito do sujeito.
E INDIRETOS (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Ex.: O casal seguiu apressadamente para a lua-de-mel.
Ex.: Alguns consideram a vida fácil. O seu telefonema foi especial. (especial = adjetivo)
c) verbo transitivo indireto + predicativo Este bolo está sem sabor. (sem sabor = locução adjetiva)
d) verbo na voz passiva + predicativo Esta figura parece um peixe. (peixe = substantivo)
Ex.: A criança foi encontrada assustada. Amar é um eterno recomeçar. (recomeçar = verbo
substantivado)
Voz reflexiva – o sujeito é agente e paciente da ação verbal. 03. Assinale a alternativa que apresenta uma oração
Ex.: Ana machucou-se. com sujeito indeterminado.
Obs. J. Pantoja: no plural, a voz reflexiva pode indicar
reciprocidade: A) Havia manifestações por todo o país.
Ex.: Cumprimentaram-se efusivamente.
B) Deputados e senadores pediam a sua renúncia.
Adjunto adverbial
04. O termo destacado no trecho “Professor, o sistema
Indica circunstância ao fato relatado pelo verbo, ou
está marcando 26 faltas, mas eu juuuuuro que só faltei 3
intensifica o sentido de adjetivos e de advérbios.
vezes.” é classificado sintaticamente como
Ex.: Talvez chova bastante amanhã.
A) aposto
Aquela mulher era muito bonita.
A família Galdêncio está muito bem. B) vocativo
Aposto
C) predicativo do sujeito.
Termo ou expressão que explica/esclarece um termo D) adjunto adnominal.
antecedente de função substantiva. E) complemento nominal.
Ex.: Marcela, irmã de mamãe, viajou ontem para Breves.
O presidente Vargas cometeu suicídio. 05. Em “Essa realidade é alarmante.”, o termo em
Vocativo destaque funciona sintaticamente como
É um termo que não possui relação sintática com outro A) sujeito. B) objeto direto.
termo da oração. Não pertence, portanto, nem ao sujeito C) objeto indireto. D) predicativo do sujeito.
nem ao predicado. É o termo que serve para chamar, E) predicativo do objeto.
invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético.
Ex.: Não fale tão alto, Rita!
A vida, meu irmão, é feita de escolhas. 06. Aponte a frase com objeto indireto sublinhado.
01. A expressão destacada está INCORRETAMENTE A) Marcelo estava animadíssimo com a viagem.
classificada em
B) Existem grandes possibilidades.
A) “O inspetor surgiu repentinamente ...” – sujeito
C) Precisa-se de uma ajudante.
B) “… todos gostaram da proposta.” – objeto indireto
D) O garoto virou a mesa.
C) “Meu senhor, Deus Onipotente, tudo vê.” – aposto
E) Os cientistas retornaram da gruta.
D) “Ó Deus, ajudai-nos!” – vocativo
E) “O povo exigia uma resposta...” – objeto indireto 07. “O cofre foi arrombado pelos bandidos”.
E) complemento nominal. Você correu muito, logo deve estar muito cansado.
09. “De tão feliz, pela primeira vez na vida, o compadre Com a conjunção “e” subentendida
Estuda, trabalha, brinca.
dividiu a conta na mesa do bar” A classificação do
De particípio
Causais: indicam a causa do fato expresso na principal.
• Abertas as portas, entramos.
• A aula foi interrompida porque faltou energia. or. subord. adv. temporal reduzida de particípio
Comparativas: indicam uma relação de comparação entre • Atingidos pela chuva, fugimos rápido.
or. subord. adv., causal reduzida de particípio
os fatos expressos.
• Nada dói tanto como perder um filho. De gerúndio
• Havia ali crianças pedindo esmolas.
or. subord. adj. rest. reduzida de gerúndio
Consecutivas: indicam consequência da oração principal.
• O vaso caiu da mesa despedaçando-se.
• O professor falou tanto que ficou rouco.
or. coord. aditiva reduzida de gerúndio
Condicionais: condição sob a qual se realiza a oração • Estando adoentado, não saiu de casa.
principal. or. subord. adv. causal reduzida de gerúndio
EXERCÍCIOS
• Iremos ao clube se não chover.
01. O trecho destacado em “Wolton justificasse dizendo
Concessivas: concedem ou admitem uma condição que a internet é incrível para a comunicação entre pessoas
contrária. e grupos que tenham os mesmos interesses, mas está
.•Amanhã haverá aula embora seja feriado. longe de ser uma ferramenta de comunicação de coesão
entre pessoas e grupos diferentes.”, é uma oração
termos grifados são classificadas, em relação às Ex.: No colégio, aquela menina fez a redação.
B) subordinada adjetiva restritiva e coordenada sindética 01. Para separar aposto e vocativo.
Ex.: Teu irmão, diretor de uma ONG, receberá um prêmio.
explicativa;
Aqui está, crianças, o que prometi.
C) subordinada adverbial conformativa e subordinada
adverbial concessiva; 02. Para separar termos deslocados no período.
D) subordinada substantiva completiva nominal e Ex.: Depois do almoço, nós sairemos. (adj. adv. deslocado)
coordenada sindética adversativa;
03. Para separar termos coordenados.
E) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adverbial
Ex.: Ela era alta, bonita, simpática, sincera.
concessiva.
“Se falharmos aí, trairemos o compromisso com a saúde e Eles são ricos e refinados, portanto, vivem no luxo.
10. Qual o período em que há uma oração NÃO SE USA VÍRGULA PARA SEPARAR
A) “Não se preocupe, pois breve estarei de volta.” Ex.: Pedro, saiu cedo. (errado)
Pedro saiu cedo. (certo)
B) “Não poderei comparecer; portanto, não contem
comigo.” 02. O nome de seu complemento ou adjunto.
C) “O animal tinha descido, ou ficado na ribanceira.” Ex.: Tinha medo, de tudo. (errado)
D) “Encontrei a gaveta trancada; logo, não peguei o Tinha medo de tudo. (certo)
documento.”
03. O verbo de seu predicativo.
PONTUAÇÃO Ex.: Essa menina é, bastante levada. (errado)
EMPREGO DA VÍRGULA Essa menina é bastante levada. (certo)
b) sem exclusão: verbo no plural: 3. Com a locução mais de um, verbo no singular:
Ex.: O rico ou o pobre morrerão um dia. Ex.: Mais de um jogador será convocado.
10. Oração sem sujeito, verbo no singular (verbos Ex.: palpites é o que não falta.
impessoais)
4) predicativo horas, distância, datas:
a) indicando tempo (fazer, haver, estar):
Ex.: São 20h46min.
Ex.: Faz anos que estudo português.
Daqui ao centro, é 1 km apenas.
Faz muito calor em Belém.
Há séculos não vou ao cinema. Observação J. Pantoja: com datas, concorda com o numeral
Hoje está muito quente. ou com a palavra dia clara ou subentendida:
Ex.: Hoje são 15 de outubro.
b) indicando fenômenos da natureza:
Hoje é dia 15 de outubro.
Ex.: Trovejou na serra / Choveu na praia.
Hoje é 15 de outubro.
c) verbo haver significando existir, ocorrer: 5) o sujeito é pronome interrogativo ou nome partitivo:
Ex.: Houve muitas faltas no jogo passado. Ex.: Quem são os melhores alunos?
A maioria eram desempregados.
Observação J. Pantoja: o verbo auxiliar ficará na 3ª pes. do
singular, se houver locução verbal: Concordância facultativa
Ex.: Deve fazer dez anos que não a encontro 1) sujeito tudo, nada, isto, isso, aquilo:
Pode fazer dias frios no Sul. Ex.: Na juventude, tudo é / são flores.
Amanhã poderá haver sérios problemas na empresa.
2) sujeito título pluralício de obras:
Ex.: Os Lusíadas são / é uma epopéia.
11. Com a partícula apassivadora (v.t.d.+ se), o verbo
3) sujeito singular e predicativo “coisas”:
concorda com o sujeito:
Ex.: A casa era / eram só tralhas velhas.
Ex.: No Curso Exemplo, formam-se vencedores.
CONCORDÂNCIA NOMINAL
12. Com o índice de indeterminação do sujeito
Adjetivos, pronomes, numerais e artigos concordam em
(outros verbos + se): verbo sempre na 3ª pes. do singular:
gênero e número com o substantivo que determinam. Isto é,
Ex.: Precisa-se de prudência neste momento. (v.t.i.)
os adjuntos adnominais concordam com o nome a que se
Vive-se pacificamente aqui.
referem.
Nunca se está satisfeito. (v. lig.)
Ex.: Os nossos dois maiores rios estão morrendo.
4. só / sós / a sós
Outros casos de concordância
a) só = sozinho, adjetivo (variável):
O adjetivo na função de predicativo concorda com o sujeito
Ex.: Mesmo na multidão, eles vivem sós.
ou com o objeto.
Predicativo do sujeito: b) só = somente, advérbio (invariável):
Ex.: As reservas serão preservadas. Ex.: O jogador estava só testando a sorte.
Predicativo do objeto:
c) a sós, locução adverbial (invariável):
Ex.: O promotor julgou válidas as provas.
Ex.: Quero uma conversa a sós contigo.
Concordância do adjetivo
1. O adjetivo concorda em gênero e número com o 5. meio(s) / meia(s) / meio
substantivo: a) meio = metade, numeral (variável):
Ex.: O alto ipê cobre-se de flores amarelas. Ex.: Tomara meia tigela de leite.
b) meio = um pouco, advérbio (invariável):
2. Um adjetivo posposto a mais de um substantivo:
Ex.: às vezes mocinhas ficam meio confusas.
a) adjetivo no plural, no gênero predominante, o masculino:
6. mesmo(s) / mesma(s) / mesmo
Ex.: Carro e motos importados.
a) pronome demonstrativo (variável):
b) adjetivo concorda com o mais próximo: Ex.: Ela mesma confessou sua farsa.
a) adjunto adnominal: concorda apenas com o mais próximo: c) palavra denotativa (invariável):
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Parágrafo único. Em casos especiais, a critério da autoridade Art. 29. O servidor preso em flagrante, pronunciado por crime
competente, a posse poderá ser tomada por procuração específica. comum, denunciado por crime administrativo, ou condenado por
Art. 21. A autoridade que der posse verificará, sob pena de crime inafiançável, será afastado do exercício do cargo, até senten-
responsabilidade, se foram observados os requisitos legais para a ça final transitada em julgado.
investidura no cargo ou função. § 1°Durante o afastamento, o servidor perceberá dois terços
Art. 22. A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias, contados do vencimento ou remuneração, tendo direito à diferença, se ab-
da publicação do ato de provimento no Diário Oficial do Estado. solvido.
§ 1° O prazo para a posse poderá ser prorrogado por mais § 1º Durante o afastamento, o servidor perceberá dois terços
30(trinta) dias, a requerimento do interessado. da remuneração, excluídas as vantagens devidas em razão do efeti-
§ 1º O prazo para a posse poderá ser prorrogado por mais quin- vo exercício do cargo, tendo direito à diferença, se absolvido.
ze dias, em existindo necessidade comprovada para o preenchi- (Redação dada pela Lei nº 7.071, de 2007).
mento dos requisitos para posse, conforme juízo da Administração. § 2° Em caso de condenação criminal, transitada em julgado,
(Redação dada pela Lei nº 7.071, de 2007). não determinante da demissão, continuará o servidor afastado até
§ 2° O prazo do servidor em férias, licença, ou afastado por o cumprimento total da pena, com direito a um terço do vencimen-
qualquer outro motivo legal, será contado do término do impedi- to ou remuneração.
mento. § 2º Em caso de condenação criminal, transitada em julgado,
§ 3° Se a posse não se concretizar dentro do prazo, o ato de pro- não determinante da demissão, continuará o servidor afastado até
vimento será tornado sem efeito. § 4° No ato da posse, o servidor o cumprimento total da pena, com direito a um terço do venci-
apresentará declaração de bens e valores que constituam seu pa- mento ou remuneração, excluídas as vantagens devidas em razão
trimônio, e declaração quanto ao exercício, ou não, de outro cargo, do efetivo exercício do cargo. (Redação dada pela Lei nº 7.071, de
emprego ou função pública. 2007).
(Regulamentado pelo Decreto nº 2.094, de 2010). Art. 30. Ao servidor da administração direta, das Autarquias
Art. 22-A. Ao interessado é permitida a renúncia da posse, no e das Fundações Públicas ou dos Poderes Legislativo e Judiciário,
prazo legal, sendo-lhe garantida a última colocação dentre os clas- do Ministério Público e dos Tribunais de Contas, diplomado para o
sificados no correspondente concurso público. (Incluído pela Lei nº exercício de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, aplica-
7.071, de 2007). -se o disposto no Título III, Capítulo V, Seção VII, desta lei.
Art. 31. O servidor no exercício de cargo de provimento efetivo,
SEÇÃO IV mediante a sua concordância poderá ser colocado à disposição de
DO EXERCÍCIO qualquer órgão da administração direta ou indireta, da União, do
Estado, do Distrito Federal e dos Municípios, com ou sem ônus para
Art. 23. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições e res- o Estado do Pará, desde que observada a reciprocidade. (Vide De-
ponsabilidade do cargo. creto nº 795, de 2020). (Vide Instruções Normativas nº 02, de 1997
Art. 24. Compete ao titular do órgão para onde for nomeado o e nº 001, de 2003).
servidor, dar-lhe o exercício.
Art. 25. O exercício do cargo terá início dentro do prazo de 30 SEÇÃO V
(trinta) dias, contados: DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
Art. 25. O exercício do cargo terá início dentro do prazo de (Regulamentado pelo Decreto nº 1.945, de 2005).
quinze dias, contados: (Redação dada pela Lei nº 7.071, de 2007).
I - da data da posse, no caso de nomeação; Art. 32. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo
II - da data da publicação oficial do ato, nos demais casos. de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por perí-
§ 1°Os prazos poderão ser prorrogados, a requerimento do in- odo de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e
teressado, por 30 (trinta) dias. § 1º Os prazos poderão ser prorro- capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo,
gados por mais quinze dias, em existindo necessidade comprovada observados os seguintes fatores: Art. 32. Ao entrar em exercício, o
para o preenchimento dos requisitos para posse, conforme juízo da servidor nomeado para o cargo de provimento efetivo ficará sujeito
Administração. (Redação dada pela Lei nº 7.071, de 2007). a estágio probatório por período de três anos, durante os quais a
§ 2° Será exonerado o servidor empossado que não entrar em sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desem-
exercício nos prazos previstos neste artigo. penho do cargo, observados os seguintes fatores: (Redação dada
Art. 26. O servidor poderá ausentar-se do Estado, para estudo, pela Lei nº 7.071, de 2007). I – assiduidade;
ou missão de qualquer natureza, com ou sem vencimento, median- II – disciplina;
te prévia autorização ou designação do titular do órgão em que ser- III - capacidade de iniciativa;
vir. Art. 27. O servidor autorizado a afastar-se para estudo em área IV – produtividade;
do interesse do serviço público, fora do Estado do Pará, com ônus V – responsabilidade;
para os cofres do Estado, deverá, sequentemente, prestar serviço, § 1° Quatro meses antes do findo período do estágio proba-
por igual período, ao Estado. tório, será submetida à homologação da autoridade competente
Art. 28. O afastamento do servidor para participação em con- a avaliação do desempenho do servidor, realizada de acordo com
gressos e outros eventos culturais, esportivos, técnicos e científicos o que dispuser a lei ou regulamento do sistema de carreira, sem
será estabelecido em regulamento. prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos
incisos I a V deste artigo.
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§ 2° O servidor não aprovado no estágio probatório será exo- cargo houver sido extinto, a reintegração dar-se-á em cargo equiva-
nerado, observado o devido processo legal. § 3º O disposto no lente, respeitada a habilitação profissional, ou, não sendo possível,
“caput” deste artigo não se aplica aos servidores que já tenham en- ficará o reintegrado em disponibilidade no cargo que exercia.
trado em exercício na data de publicação desta Lei, que se sujeitam Art. 41. O ato de reintegração será expedido no prazo máximo
ao regime anterior. (Incluído pela Lei nº 7.071, de 2007). de 30 (trinta) dias do pedido, reportando-se sempre à decisão ad-
Art. 33. O término do estágio probatório importa no reconhe- ministrativa definitiva ou à sentença judicial, transitada em julgado.
cimento da estabilidade de ofício. Art. 34. O servidor estável apro- Art. 42. O servidor reintegrado será submetido à inspeção de
vado em outro concurso público fica sujeito a estágio probatório no saúde na instituição pública competente e aposentado, quando in-
novo cargo. capaz.
Parágrafo único. Ficará dispensado do estágio probatório o ser-
vidor que tiver exercido o mesmo cargo público em que já tenha CAPÍTULO V
sido avaliado. (Redação dada pela Lei nº 7.071, de 2007). DA TRANSFERÊNCIA E DA REMOÇÃO CAPÍTULO V DA
TRANSFERÊNCIA, DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO
CAPÍTULO III (Redação dada pela Lei nº 5.942, de 1996).
DA PROMOÇÃO
Art. 43. Transferência é a movimentação do servidor ocupante
Art. 35. A promoção é a progressão funcional do servidor está- de cargo de provimento efetivo, para outro cargo de igual denomi-
vel a uma posição que lhe assegure maior vencimento base, dentro nação e provimento, de outro órgão, mas no mesmo Poder. Art. 44.
da mesma categoria funcional, obedecidos os critérios de antigui- Caberá a transferência:
dade e merecimento, alternadamente. I - a pedido do servidor;
Art. 36. A promoção por antiguidade dar-se-á pela progressão II - por permuta, a requerimento de ambos os servidores in-
à referência imediatamente superior, observado o interstício de 2 teressados.
(dois) anos de efetivo exercício. Art. 45. A transferência será processada atendendo a conveni-
Art. 37. A promoção por merecimento dar-se-á pela progressão ência do servidor desde que no órgão pretendido exista cargo vago,
à referência imediatamente superior, mediante a avaliação do de- de igual denominação.
sempenho a cada interstício de 02 (dois) anos de efetivo exercício. Art. 46. O servidor transferido somente poderá renovar o pe-
Parágrafo único. No critério de merecimento será obedecido o dido, após decorridos 2 (dois) anos de efetivo exercício no cargo.
que dispuser a lei do sistema de carreira, considerando-se, em es- Art. 47. Não será concedida a transferência:
pecial, na avaliação do desempenho, os cursos de capacitação pro- I - para cargos que tenham candidatos aprovados em concurso,
fissional realizados, e assegurada, no processo, a plena participação com prazo de validade não esgotado; II - para órgãos da adminis-
das entidades de classe dos servidores. tração indireta ou fundacional cujo regime jurídico não seja o esta-
Art. 38. O servidor que não estiver no exercício do cargo, res- tutário; III - do servidor em estágio probatório.
salvadas as hipóteses consideradas como de efetivo exercício, não Art. 48. A transferência dos membros da Magistratura, Ministé-
concorrerá à promoção. rio Público, Magistério e da Polícia Civil, será definida no âmbito de
§ 1° Não poderá ser promovido o servidor que se encontre cada Poder, por regime próprio.
cumprindo o estágio probatório. § 2° O servidor, em exercício de Art. 49. A remoção é a movimentação do servidor ocupante de
mandato eletivo, somente terá direito à promoção por antigüidade cargo de provimento efetivo, para outro cargo de igual denomina-
na forma da Constituição, obedecidas as exigências legais e regula- ção e forma de provimento, no mesmo Poder e no mesmo órgão
mentares. em que é lotado.
Art. 39. No âmbito de cada Poder ou órgão, o setor competen- Parágrafo único. A remoção, a pedido ou ex-officio, do servidor
te de pessoal processará as promoções que serão efetivadas por estável, poderá ser feita: (Incluído pela Lei nº 5.942, de 1996).
atos específicos no prazo de 60 (sessenta) dias, contados da data de I - de uma para outra unidade administrativa da mesma Se-
abertura da vaga. cretaria, Autarquia, Fundação ou órgão análogo dos Poderes Legis-
Parágrafo único. O critério adotado para promoção deverá lativo e Judiciário, do Ministério Público e dos Tribunais de Contas.
constar obrigatoriamente do ato que a determinar. (Incluído pela Lei nº 5.942, de 1996).
II - de um para outro setor, na mesma unidade administrati-
CAPÍTULO IV va. (Incluído pela Lei nº 5.942, de 1996).
DA REINTEGRAÇÃO Art. 50 - A Remoção, a pedido ou ex-officio, do servidor estável
poderá ser feita:
Art. 40. Reintegração é o reingresso do servidor na adminis- I - de uma para outra unidade administrativa da mesma Se-
tração pública, em decorrência de decisão administrativa definitiva cretaria, Autarquia, Fundação ou órgão análogo dos Poderes Legis-
ou sentença judicial transitada em julgado, com ressarcimento de lativo e Judiciário, do Ministério Público e dos Tribunais de Contas.
prejuízos resultantes do afastamento. II - de um para outro setor, na mesma unidade administrati-
§ 1° A reintegração será feita no cargo anteriormente ocupado va.
e, se este houver sido transformado, no cargo resultante. Art. 50. A redistribuição é o deslocamento do servidor, com o
§ 2° Encontrando-se regularmente provido o cargo, o seu ocu- respectivo cargo ou função, para o quadro de outro órgão ou enti-
pante será deslocado para cargo equivalente, ou, se ocupava outro dade do mesmo Poder, sempre no interesse da Administração.
cargo, a este será reconduzido, sem direito à indenização. § 3° Se o (Redação dada pela Lei nº 5.942, de 1996).
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Art. 76. Durante as férias, o servidor terá direito a todas as van- Parágrafo único. Sempre que necessário, a inspeção médica
tagens do exercício do cargo. § 1° As férias serão remuneradas com será realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hos-
um terço a mais do que a remuneração normal, pagas antecipada- pitalar onde se encontrar internado.
mente, independente de solicitação. Art. 82. A licença superior a 60 (sessenta) dias só poderá ser
§ 2° VETADO concedida mediante inspeção realizada por junta médica oficial.
§ 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, § 1° Em casos excepcionais, a prova da doença poderá ser fei-
perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver di- ta por atestado médico particular se, a juízo da administração, for
reito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de inconveniente ou impossível a ida da junta médica à localidade de
efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias. (Incluído pela residência do servidor.
Lei nº 7.391, de 2010). § 2° Nos casos referidos no § anterior, o atestado só produzirá
§ 4º A indenização será calculada com base na remuneração efeito depois de homologado pelo serviço médico oficial do Estado.
do mês em que ocorrer a exoneração. (Incluído pela Lei nº 7.391, § 3° Verificando-se, a qualquer tempo, ter ocorrido má-fé na
de 2010). expedição do atestado ou do laudo, a administração promoverá a
punição dos responsáveis.
CAPÍTULO V Art. 83. Findo o prazo da licença, o servidor será submetido
DAS LICENÇAS SEÇÃO I à nova inspeção médica, que concluirá pela volta ao serviço, pela
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS prorrogação da licença ou pela aposentadoria.
Art. 84. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão
Art. 77. O servidor terá direito à licença: ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões
I - para tratamento de saúde; produzidas por acidente em serviço e doença profissional.
II - por motivo de doença em pessoa da família;
III – maternidade; SEÇÃO III
IV – paternidade; DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA
V - para o serviço militar e outras obrigações previstas em FAMÍLIA
lei;
VI - para tratar de interesse particular; Art. 85. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo
VII - para atividade política ou classista, na forma da lei; VIII de doença do cônjuge, companheiro ou companheira, padrasto ou
- por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; IX - a madrasta; ascendente, descendente, enteado, menor sob guarda,
título de prêmio por assiduidade. tutela ou adoção, e colateral consanguíneo ou afim até o segundo
§ 1° As licenças previstas nos incisos I e II dependerão de inspe- grau civil, mediante comprovação médica.
ção médica, realizada pelo órgão competente. Parágrafo único. Nas hipóteses de tutela, guarda e adoção, de-
§ 2° Ao servidor ocupante de cargo em comissão não serão verá o servidor instruir o pedido com documento legal comproba-
concedidas as licenças previstas nos incisos VI, VII e VIII. tório de tal condição.
§ 3° A licença - da mesma espécie - concedida dentro 60 (ses- Art. 86. A licença para tratamento de saúde em pessoa da fa-
senta) dias, do término da anterior, será considerada como prorro- mília será concedida:
gação. I - com remuneração integral, no primeiro mês;
§ 4° Expirada a licença, o servidor assumirá o cargo no primeiro II - com 2/3 (dois terços) da remuneração, quando exceder
dia útil subseqüente. § 5° O servidor não poderá permanecer em de 1 (um) até 6 (seis) meses; III - com 1/3 (um terço) da remunera-
licença da mesma espécie por período superior a 24 (vinte e quatro) ção quando exceder a 6 (seis) meses até 12 (doze) meses; IV - sem
meses, salvo os casos previstos nos incisos V, VII e VIII. remuneração, a partir do 12°. (décimo segundo) e até o 24°. (vigé-
Art. 78. A licença poderá ser prorrogada de ofício ou mediante simo quarto) mês. Parágrafo único. O órgão oficial poderá opinar
solicitação. pela concessão da licença pelo prazo máximo de 30 (trinta) dias,
§ 1° O pedido de prorrogação deverá ser apresentado pelo me- renováveis por períodos iguais e sucessivos, até o limite de 2 (dois)
nos 8 (oito) dias antes de findo o prazo. anos. Art. 87. Nos mesmos parâmetros do artigo anterior será con-
§ 2° O disposto neste artigo não se aplica às licenças previstas cedida licença para o pai, a mãe, ou responsável legal de excepcio-
no art. 77, incisos III, IV, VI e IX. Art. 79. É vedado o exercício de nal em tratamento.
atividade remunerada durante o período das licenças previstas nos
incisos I e II do art. 77. SEÇÃO IV
Art. 80.O servidor notificado que se recusar a submeter-se à DAS LICENÇAS MATERNIDADE E PATERNIDADE
inspeção médica, quando julgada necessária, terá sua licença can-
celada automaticamente. Art. 88. Será concedida licença à servidora gestante, por 120
(cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
SEÇÃO II Art. 88. Será concedida licença à servidora gestante, por cento
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE e oitenta dias consecutivos, sem prejuízo de remuneração. (Reda-
ção dada pela Lei nº 7.267, de 2009).
Art. 81. A licença para tratamento de saúde será concedida a § 1° A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de
pedido ou de ofício, com base em inspeção médica, realizada pelo gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
órgão competente, sem prejuízo da remuneração. § 2° No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
partir do parto.
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§ 3° No caso de aborto, atestado por médico oficial, a servidora Art. 95. É assegurado ao servidor o direito à licença para de-
terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado. sempenho de mandato em confederação, federação, associação de
§ 4º O benefício previsto no caput deste artigo alcançará a ser- classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria,
vidora que já se encontre no gozo da referida licença. (Incluído pela com a remuneração do cargo efetivo.
Lei nº 7.267, de 2009). Art. 95. É assegurado ao servidor o direito à licença para de-
Art. 89. Para amamentar o próprio filho, até a idade de 6 (seis) sempenho de mandato em confederação, federação, sindicato re-
meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de traba- presentativo da categoria, associação de classe de âmbito local e/ou
lho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em 2 (dois) nacional, sem prejuízo de remuneração do cargo efetivo. (Redação
períodos de meia hora. dada pela Lei nº 6.981, de 2006). Art. 95. É assegurado ao servidor
Art. 90. À servidora que adotar ou obtiver a guarda judicial de o direito à licença para desempenho de mandato em confedera-
criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias ção, federação, sindicato representativo da categoria, associação de
de licença remunerada. classe de âmbito local e/ou nacional, sem prejuízo de remuneração
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de crian- do cargo efetivo. (Redação dada pela Lei nº 8.975, de 2020). § 1º.
ça com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos
será de 30 (trinta) dias. de direção ou representação nas referidas entidades, até o máximo
Art. 91. Ao servidor será concedida licença-paternidade de 10 de quatro por entidade constituída em conformidade com o art. 5º,
(dez) dias consecutivos, mediante a apresentação do registro civil, inciso LXX, alínea “b”, da Constituição Federal. (Redação dada pela
retroagindo esta à data do nascimento. Lei nº 8.975, de 2020). § 2.º A licença terá duração igual ao man-
dato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição, por uma única
SEÇÃO V vez. (Redação dada pela Lei nº 8.975, de 2020).
DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILITAR E OUTRAS § 3º. O período de licença de que trata esse artigo será contado
OBRIGATÓRIAS POR LEI para todos os feitos legais, exceto para a promoção por merecimen-
to. (Redação dada pela Lei nº 8.975, de 2020).
Art. 92. O servidor será licenciado, quando:
a) convocado para o serviço militar na forma e condições es- SEÇÃO VIII
tabelecidas em lei; DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR CÔNJUGE
b) requisitado pela Justiça Eleitoral;
c) sorteado para o trabalho do Júri; Art. 96. Ao servidor estável, será concedida licença sem remu-
d) em outras hipóteses previstas em legislação federal espe- neração, quando o cônjuge ou companheiro, servidor civil ou mili-
cífica; tar:
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até I - assumir mandato conquistado em eleição majoritária ou
30 (trinta) dias, sem remuneração, para reassumir o exercício do proporcional para exercício de cargo em local diverso do da lotação
cargo. do acompanhante;
II - for designado para servir fora do Estado ou no exterior.
SEÇÃO VI Art. 97. A licença será concedida pelo prazo da duração do
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES mandato, ou nos demais casos por prazo indeterminado.
§ 1° A licença será instruída com a prova da eleição, posse ou
Art. 93. A critério da administração, poderá ser concedida ao designação.
servidor estável, licença para o trato de assuntos particulares, pelo § 2° Na hipótese do deslocamento de que trata este artigo, o
prazo de até 2 (dois) anos consecutivos, sem remuneração. § 1° A servidor poderá ser lotado, provisoriamente, em repartição da Ad-
licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do ministração Estadual direta, autárquica ou fundacional, desde que
servidor ou no interesse do serviço. para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.
§ 2° Não se concederá nova licença antes de decorrido 2 (dois)
anos do término da anterior. SEÇÃO IX
DA LICENÇA-PRÊMIO
SEÇÃO VII
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA OU CLASSISTA Art. 98. Após cada triênio ininterrupto de exercício, o servidor
fará jus à licença de 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remunera-
Art. 94. O servidor terá direito à licença para atividade política, ção e outras vantagens.
obedecido o disposto na legislação federal específica. Art. 99. A licença será:
Parágrafo único. Ao servidor investido em mandato eletivo apli- I - a requerimento do servidor:
cam-se as seguintes disposições: I - tratando-se de mandato federal a) gozada integralmente, ou em duas parcelas de 30 (trinta)
ou estadual ficará afastado do cargo ou função; dias;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo b) convertida integralmente em tempo de serviço, contado
ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; em dobro;
III - investido no mandato de Vereador: c) VETADO
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vanta- II - convertida, obrigatoriamente, em remuneração adicional,
gens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; na aposentadoria ou falecimento, sempre que a fração de tempo
b) não havendo compatibilidade de horários, será afastado for igual ou superior a 1/3 (um terço) do período exigido para o gozo
do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. da licença-prêmio.
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Art. 114. Será aposentado, com os proventos correspondentes § 1° Entre o maior e o menor vencimento, a relação de valores
à remuneração do cargo em comissão ou da função gratificada, o será de um para vinte.
servidor que o tenha exercido por 5 (cinco) anos consecutivos. § 2° No Ministério Público, o limite máximo é o valor percebido
(Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020). como remuneração, em espécie, a qualquer título, pelos Procura-
§ 1° As vantagens definidas neste artigo são extensivas ao servi- dores de Justiça.
dor que, à época da aposentadoria, contar ou perfizer 10 (dez) anos § 3° Os acréscimos pecuniários, percebidos pelo servidor pú-
consecutivos ou não, em cargos de comissão ou função gratificada, blico, não serão computados nem acumulados, para fins de con-
mesmo que, ao aposentar-se, se ache fora do exercício do cargo ou cessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico
da função gratificada. fundamento.
(Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020). Art. 122. É assegurada isonomia de vencimentos para cargos
§ 2° Quando mais de um cargo ou função tenha sido exerci- de atribuições iguais ou assemelhados, aos servidores do Poder
do, serão atribuídos os proventos de maior padrão desde que lhe Executivo, ou entre os servidores do Poder Executivo, Legislativo e
corresponda o exercício mínimo de 2(dois) anos consecutivos; ou Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as rela-
padrão imediatamente inferior, se menor o lapso de tempo desses tivas à natureza ou local de trabalho. (Revogado pela Lei nº 7.071,
exercícios. (Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020). de 2007).
§ 3° A aplicação do disposto neste artigo exclui as vantagens Parágrafo Único. Os vencimentos dos cargos do Poder Legisla-
previstas no artigo anterior, bem como os adicionais pelo exercí- tivo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos do Poder
cio de cargo de direção ou assessoramento, ressalvado o direito de Executivo. (Revogado pela Lei nº 7.071, de 2007).
opção. Art. 123. O 13° (décimo terceiro) salário será pago com base na
(Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020). remuneração ou proventos integrais do mês de dezembro.
Art. 115. Os proventos da aposentadoria serão revistos, na § 1° O 13° (décimo terceiro) salário corresponderá a um doze
mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a re- avos por mês de serviço, e a fração igual ou superior a 15 (quinze)
muneração dos servidores em atividade, sendo, também, estendi- dias será considerada como mês integral.
dos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente § 2° Na exoneração e na demissão, o 13° (décimo terceiro) sa-
concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decor- lário será pago no mês dessas ocorrências.
rentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em Art. 124. O servidor perderá:
que se deu a aposentadoria, independente de requerimento. (Re- I - no caso de ausência e impontualidade:
vogado pela Lei nº 8.975, de 2020). a) o vencimento ou remuneração do dia, quando não com-
parecer ao serviço;
CAPÍTULO VIII b) VETADO
DOS DIREITOS E VANTAGENS FINANCEIRAS II - metade da remuneração na hipótese de suspensão disci-
plinar convertida em multa; III - o vencimento, a remuneração, ou
SEÇÃO I parte deles, nos demais casos previstos nesta lei.
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO Parágrafo único. As faltas ao serviço, em razão de causa rele-
vante, poderão ser abonadas pelo titular do órgão, quando reque-
Art. 116. O vencimento é a retribuição pecuniária mensal devi- rido abono no dia útil subseqüente, obedecido o disposto no art.
da ao servidor, correspondente ao padrão fixado em lei. 72, inciso XVI.
Parágrafo único. Nenhum servidor receberá, a título de venci- Art. 125. As reposições devidas e as indenizações por prejuízos
mento, importância inferior ao salário mínimo. que o servidor causar, poderão ser descontadas em parcelas men-
Art. 117. A revisão geral dos vencimentos dos servidores civis sais monetariamente corrigidas, não excedentes à décima parte da
será feita, pelo menos, nos meses de abril e outubro, com vigência remuneração ou provento.
a partir desses meses. Parágrafo único. A faculdade de reposição ou indenização par-
Parágrafo único. Abonos e antecipação, à conta da revisão, fi- celadas não se estende ao servidor exonerado, demitido ou licen-
cam condicionados ao limite de despesas, definido na Lei de Dire- ciado sem vencimento.
trizes Orçamentárias. Art. 126. As consignações em folha, para efeito de desconto,
Art. 118. Remuneração é o vencimento acrescido das demais não poderão, em somatória com os decorrentes de disposição em
vantagens de caráter permanente, atribuídas ao servidor pelo exer- lei, exceder a 1\3 (um terço) do vencimento ou da remuneração.
cício do cargo público. Art. 126. As consignações em folha de pagamento, para efeito de
Parágrafo único. As indenizações, auxílios e demais vantagens, desconto, não poderão, as facultativas, exceder a 1/3 (um terço) do
ou gratificações de caráter eventual não integram a remuneração. vencimento ou da remuneração. (Redação dada pela Lei nº 7.084,
Art. 119. Proventos são rendimentos atribuídos ao servidor em de 2008). (Regulamentado pelo Decreto nº 2.071, de 2006).
razão da aposentadoria ou disponibilidade. Parágrafo único. A consignação em folha, servirá, unicamente,
Art. 120. O vencimento, a remuneração e os proventos não se- como garantia de:
rão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de I - débito à Fazenda Pública;
prestação de alimentos resultante de decisão judicial. II - contribuições para as associações ou sindicatos repre-
Art. 121. A remuneração do servidor não excederá, no âmbito sentantes das categorias de servidores públicos estaduais;
do respectivo Poder, os valores percebidos como remuneração, em III - dívidas para cônjuge, ascendente ou descendente, em
espécie, a qualquer título, pelos Deputados Estaduais, Secretários cumprimento de decisão judicial;
de Estado e Desembargadores. IV - contribuições para aquisição de casa própria, negociada
através de órgão oficial;
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
V - empréstimos contraídos junto ao órgão previdenciário IX - aos vinte e sete anos, 5% - 45%;
do Estado do Pará; X - aos trinta anos, 5% - 50%; XI - aos trinta e três anos, 5%
VI - autorização do servidor a favor de terceiros, a critério da - 55%; XII - após trinta e quatro anos, 5% - 60%.
administração, com a reposição de custos definida em regulamen- § 2° O servidor fará jus ao adicional a partir do mês em que
to. completar o triênio, independente de solicitação.
SEÇÃO II SEÇÃO IV
DAS VANTAGENS DAS GRATIFICAÇÕES
Art. 127. Além do vencimento, o servidor poderá perceber as Art. 132. Ao servidor serão concedidas gratificações:
seguintes vantagens: I – adicionais; I - pela prestação de serviço extraordinário;
II – gratificações; II - a título de representação;
III – diárias; III - pela participação em órgão colegiado;
IV - ajuda de custo; V – salário-família; IV - pela elaboração de trabalho técnico, científico ou de uti-
VI – indenizações; lidade para o serviço público;
VII - outras vantagens e concessões previstas em lei. V - pelo regime especial de trabalho;
Parágrafo único. Excetuados os casos expressamente previstos VI - pela participação em comissão, ou grupo especial de tra-
neste artigo, o servidor não poderá perceber, a qualquer título ou balho;
forma de pagamento, nenhuma outra vantagem financeira. VII - pela escolaridade;
VIII - pela docência, em atividade de treinamento;
SEÇÃO III IX - pela produtividade;
DOS ADICIONAIS X - pela interiorização;
XI - pelo exercício de atividade na área de educação especial;
Art. 128. Ao servidor serão concedidos adicionais: XII - Pelo exercício da função.
I - pelo exercício do trabalho em condições penosas, insalubres Parágrafo único. Os casos considerados como de efetivo exer-
ou perigosas; II - pelo exercício de cargo em comissão ou função cício pelo art. 72, excetuados os incisos V, IX e XVI não implicam a
gratificada; III - por tempo de serviço. perda das gratificações previstas neste artigo, salvo a do inciso
Art. 129. O adicional pelo exercício de atividades penosas, in- I.
salubres ou perigosas será devido na forma prevista em lei federal. Art. 133. O serviço extraordinário será pago com acréscimo de
(Regulamentado pelo Decreto nº 2.485, de 1994). 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.
Parágrafo único. Os adicionais de insalubridade, periculosida- (Vide Decreto nº 005, de 1995).
de, ou pelo exercício em condições penosas são inacumuláveis e o § 1° Somente será permitido serviço extraordinário para aten-
seu pagamento cessará com a eliminação das causas geradoras, não der a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite má-
se incorporando ao vencimento, sob nenhum fundamento. ximo de 2 (duas) horas por jornada.
Art. 130. Ao servidor será devido o adicional pelo exercício de § 2° Será considerado serviço extraordinário aquele que exce-
cargo em comissão ou função gratificada. (Revogado pela Lei Com- der, por antecipação ou prorrogação, à jornada normal diária de
plementar nº 44, de 2003). trabalho.
§ 1º O adicional corresponderá a 10% (dez por cento) da grati- § 3° A prestação de serviço extraordinário não poderá exceder
ficação pelo exercício do cargo ou função, em cada ano de efetivo ao limite de 60 (sessenta) horas mensais, salvo para os servidores
exercício, até o limite de 100% (cem por cento). (Revogado pela Lei integrantes de categorias funcionais com horário diferenciados em
Complementar nº 44, de 2003). legislação própria.
§ 2° O adicional será automático, a partir da exoneração do car- Art. 134. O serviço noturno, prestado em horário compreendi-
go comissionado ou da dispensa da função gratificada. (Revogado do entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5(cinco) horas do dia
pela Lei Complementar nº 44, de 2003). seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cen-
§ 3° VETADO to) computando-se cada hora como 52 (cinquenta e dois) minutos
§ 4° Não fará jus ao adicional o servidor enquanto no exercício e 30 (trinta segundos). Parágrafo único. Em se tratando de serviço
de cargo em comissão ou função gratificada, salvo direito de opção, extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a
sendo inacumulável com a vantagem prevista no art. 114. gratificação prevista no artigo anterior.
(Revogado pela Lei Complementar nº 44, de 2003). Art. 135. A gratificação de representação será atribuída aos ser-
Art. 131. O adicional por tempo de serviço será devido por triê- vidores ocupantes de cargos comissionados de Direção e Assesso-
nios de efetivo exercício, até o máximo de 12 (doze). ramento Superior. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 2018). Parágrafo
§ 1° Os adicionais serão calculados sobre a remuneração do único. A gratificação de representação incidirá sobre o padrão do
cargo, nas seguintes proporções: I - aos três anos, 5%; cargo, nos seguintes percentuais: (Revogado pela Lei nº 8.745, de
II - aos seis anos, 5% - 10%; 2018).
III - aos nove anos, 5% - 15%; a) GEP-DAS.6 - 100% (cem por cento); (Revogado pela Lei nº
IV - aos doze anos, 5% - 20%; 8.745, de 2018).
V - aos quinze anos, 5% - 25%; b) GEP-DAS.5 - 95% (noventa e cinco por cento); (Revogado
VI - aos dezoito anos, 5% - 30%; pela Lei nº 8.745, de 2018).
VII - aos vinte e um anos, 5% - 35%; c) GEP-DAS.4 - 90% (noventa por cento); (Revogado pela Lei
VIII - aos vinte e quatro anos, 5% - 40%; nº 8.745, de 2018).
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
d) GEP-DAS.3 - 85% (oitenta e cinco por cento); (Revogado Art. 141. A gratificação pela docência, em atividade de treina-
pela Lei nº 8.745, de 2018). mento, será atribuída ao servidor, no regime hora-aula, desde que
e) GEP-DAS.2 - 80% (oitenta por cento); (Revogado pela Lei esta atividade não seja inerente ao exercício do cargo e seja desem-
nº 8.745, de 2018). penhada fora da jornada normal de trabalho.
f) GEP-DAS.1 - 80% (oitenta por cento). (Revogado pela Lei Art. 142. A gratificação de produtividade destina-se a estimu-
nº 8.745, de 2018). lar as atividades dos servidores ocupantes de cargos nas áreas de
Art. 136. A gratificação pela participação em órgão colegiado tributação, arrecadação e fiscalização fazendária, extensiva aos ser-
será fixada através de regulamento. Art. 137. A gratificação por vidores de apoio técnico operacional e administrativo da Secretaria
regime especial de trabalho é a retribuição pecuniária mensal des- de Estado da Fazenda, observados os critérios, prazos e percentuais
tinada aos ocupantes dos cargos que, por sua natureza, exijam a previstos em regulamento. (Regulamentado pelo Decreto nº 2.595,
prestação do serviço em tempo integral ou de dedicação exclusiva. de 1994).
§ 1° As gratificações devidas aos funcionários convocados para Art. 143. A gratificação de interiorização é devida aos servido-
prestarem serviço em regime de tempo integral ou de dedicação res que, tendo domicílio na região metropolitana de Belém, sejam
exclusiva obedecerão escala variável, fixada em regulamento, res- lotados, transferidos, ou removidos para outros Municípios, en-
peitados os seguintes limites percentuais: quanto perdurar essa lotação ou movimentação. (Vide Lei nº 5.657,
a) pelo tempo integral, a gratificação variará entre 20% (vinte de 1991).
por cento) e 70% (setenta por cento) do vencimento atribuído ao Parágrafo único. A gratificação de interiorização será calculada
cargo; (Regulamentado pelos Decretos nº 2.538, de 1994, nº 1.048, sobre o valor do vencimento, não podendo exceder-lhe e será pro-
de porcional ao grau de dificuldade de acesso ao Município, observa-
1996 e nº 4.000, de 2000) dos os percentuais fixados em regulamento. (Vide Lei nº 5.657, de
b) pela dedicação exclusiva, a gratificação variará entre 50% 1991).
(cinquenta por cento) e 100% (cem por cento) do vencimento atri- Art. 144. A gratificação de função será devida por encargo de
buído ao cargo. chefia e outros que a lei determinar.
§ 2° A concessão da gratificação por regime especial de tra-
balho, de que trata este artigo, dependerá, em cada caso, de ato SEÇÃO V
expresso das autoridades referidas no art. 19 da presente lei. Art. DAS DIÁRIAS
138. As gratificações por prestação de serviço extraordinário e por
regime especial de trabalho excluem-se mutuamente. Art. 145. Ao servidor que, em missão oficial ou de estudos,
§ 1° Ao servidor sujeito ao regime de dedicação exclusiva é ve- afastar-se temporariamente da sede em que seja lotado, serão con-
dado o exercício de outro cargo ou emprego. cedidas, além do transporte, diárias a título de indenização das des-
§ 2° A gratificação, em regime de tempo integral, não se coadu- pesas de alimentação, hospedagem e locomoção urbana.
na com a mesma vantagem percebida em outro cargo, de qualquer § 1° A diária será concedida por dia de afastamento, sendo de-
esfera administrativa, exercido cumulativamente no serviço públi- vida pela metade, quando o deslocamento não exigir pernoite fora
co. da sede.
Art. 139. A gratificação pela participação em comissão ou gru- § 2° As diárias serão pagas antecipadamente e isentam o ser-
po especial de trabalho e pela elaboração ou execução de trabalho vidor da posterior prestação de contas. Art. 146. No arbitramento
técnico ou científico, em decorrência de formal designação ou auto- das diárias será considerado o local para o qual foi deslocado o fun-
rização, será arbitrada previamente, não podendo exceder ao ven- cionário.
cimento ou remuneração do servidor. (Vide Lei nº 4.573, de 1995 e Art. 147. Não caberá a concessão de diárias, quando o desloca-
Decretos nº 442, de 1995 e nº 390, de 2003). § 1° O percentual da mento do servidor constituir exigência permanente do cargo.
gratificação será fixado, considerando-se a duração da atividade e o Art. 148. O servidor que não se afastar da sede, por qualquer
vencimento ou remuneração do servidor, sendo idêntico para todos motivo, fica obrigado a restituir integralmente o valor das diárias
os membros quando se tratar de comissão ou grupo de trabalho. e custos de transporte recebidos, no prazo de 05 (cinco) dias. Pa-
§ 2° O pagamento da gratificação cessará na data da conclusão rágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede, no prazo
do trabalho, e esta não será incorporada à remuneração, sob ne- menor do que o previsto para o
nhuma hipótese. seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no
§ 3° Não havendo concluído o trabalho no prazo fixado ou pror- prazo previsto no caput deste artigo.
rogado, o servidor fica obrigado a ressarcir mensalmente, no mes- Art. 149. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor
mo percentual recebido, o valor da gratificação de que trata este que realizar despesas com a utilização de meio de locomoção, con-
artigo. forme se dispuser em regulamento.
§ 4° Esta gratificação não substitui nem impede o reconheci-
mento do direito autoral, quando a atribuição não for inerente ao SEÇÃO VI
cargo. DAS AJUDAS DE CUSTO
Art. 140. A gratificação de escolaridade, calculada sobre o ven-
cimento, será devida nas seguintes proporções: I – VETADO Art. 150. A ajuda de custo será concedida ao servidor que, no
II – VETADO interesse do serviço público, passar a ter exercício em nova sede
III - na quantia correspondente a 80% (oitenta por cento), ao com mudança de domicílio.
titular de cargo para cujo exercício a lei exija habilitação correspon- § 1° A ajuda de custo destina-se a compensar o servidor pelas
dente à conclusão do grau universitário. despesas realizadas com seu transporte e de sua família, compreen-
dendo passagem, bagagem e bens pessoais.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
§ 2° Não será concedida ajuda de custo ao servidor que: II - verificada a inexatidão dos documentos apresentados;
a) afastar-se do cargo ou reassumi-lo em virtude do exercício III - um dos cônjuges já perceba esse direito.
ou término de mandato eletivo; Art. 159. O salário-família será pago no valor correspondente a
b) for colocado à disposição de outro Poder, ou esfera de Go- 10% (dez por cento) do salário mínimo por dependente do servidor.
verno; (Revogado pela Lei Complementar nº 044, de 2003). § 1° Sendo
c) for removido ou transferido, a pedido. inválido o dependente, o salário-família será pago em dobro. (Revo-
§ 3° À família do servidor que falecer na nova sede, serão as- gado pela Lei Complementar nº 044, de 2003).
segurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, § 2° Falecendo o servidor, o salário-família será pago ao côn-
dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito. juge, ou representante legal dos dependentes. (Revogado pela Lei
Art. 151. Caberá, também, ajuda de custo ao servidor desig- Complementar nº 044, de 2003).
nado para serviço ou estudo no exterior, a qual será arbitrada pela § 3° O salário-família não será objeto de tributo ou desconto
autoridade que efetuar a designação. de qualquer natureza. (Revogado pela Lei Complementar nº 044,
Art. 152. A ajuda de custo será calculada sobre a remuneração de 2003).
do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo
exceder à importância correspondente a 3 (três) meses. CAPÍTULO IX
(Regulamentado pelo Decreto nº 411, de 1995). OUTRAS VANTAGENS E CONCESSÕES
Art. 153. As ajudas de custo serão restituídas, quando:
I - o servidor não se apresentar na nova sede no prazo de 30 Art. 160. Além das demais vantagens previstas nesta lei, será
(trinta) dias; II - o servidor solicitar exoneração; III - a designação concedido:
for tornada sem efeito. I - Ao servidor:
a) participação no Programa de Formação do Patrimônio do
SEÇÃO VII Servidor Público;
DO SALÁRIO-FAMÍLIA b) vale-transporte, nos termos da Legislação Federal;
c) auxílio-natalidade, correspondente a um salário mínimo,
Art. 154. O salário-família é devido ao servidor ativo ou inativo, após a apresentação da certidão de nascimento para a inscrição do
por dependente econômico. dependente;
(Revogado pela Lei Complementar nº 051, de 2006). d) auxílio-doença, correspondente a um mês de remunera-
§1º Considera-se dependente econômico, para efeito de per- ção, após cada período consecutivo de 6
cepção de salário-família: (Revogado pela Lei Complementar nº (seis) meses de licença para tratamento de saúde;
044, de 2003). e) custeio do tratamento de saúde, quando laudo de junta
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os ente- médica oficial atestar tratar-se de lesão produzida por acidente em
ados a tutelados até 21 (vinte e um) anos de idade ou se estudante, serviço ou doença profissional;
até 24 (vinte e quatro) anos, e, se inválido, de qualquer idade; (Re- f) quando estudante, e mediante comprovação, regime de
vogado pela Lei Complementar nº 044, de 2003). compensação para realização de provas e abono de faltas para exa-
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante guarda me vestibular;
ou adoção, na forma da lei, viver na companhia e a expensas do g) transporte ou indenização correspondente, quando licen-
servidor ou inativo; (Revogado pela Lei Complementar nº 044, de ciado para tratamento de saúde, estando impossibilitado de loco-
2003). mover-se, na forma do regulamento;
III - a mãe e o pai sem economia própria. (Revogado pela Lei h) seguro contra acidente de trabalho, para os que exerçam
Complementar nº 044, de 2003). atividades com risco de vida. II - Ao cônjuge, companheiro ou de-
§ 2° REVOGADO pendentes:
§ 3° REVOGADO a) custeio das despesas de translado do corpo, quando o ser-
Art. 155 Quando o pai e a mãe tiverem a condição de servidor vidor, no desempenho de suas atribuições, falecer fora da sede do
público e viverem em comum, o salário-família será concedido a um exercício;
deles. (Revogado pela Lei Complementar nº 051, de 2006). § 1° Se b) auxílio-funeral, correspondente a 2 (dois) meses de remu-
não viverem em comum, o salário-família será percebido pelo que neração ou provento, aos dependentes ou, na ausência destes, a
mantiver os dependentes sob sua guarda, ou a ambos, de acordo quem realizar as despesas do sepultamento;
com a distribuição dos dependentes. (Revogado pela Lei Comple- b) auxílio-funeral, correspondente ao total das despesas com
mentar nº 051, de 2006). o funeral do servidor falecido, limitado ao maior valor dos benefí-
§ 2° Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e, na cios pagos pelo Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada
falta destes, o representante legal. pela Lei nº 8.975, de 2020).
(Revogado pela Lei Complementar nº 051, de 2006). c) pensão especial, no valor integral do vencimento ou re-
Art. 156. O salário-família é devido, a partir do início do exercí- muneração, quando o servidor falecer em decorrência de acidente
cio do cargo e comprovação da dependência. em serviço ou moléstia profissional;
Art. 157. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, d) vantagens pecuniárias que o servidor deixou de perceber
não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família. em decorrência de seu falecimento.
Art. 158. Será suspenso definitivamente o pagamento do salá- § 1° Consideram-se dependentes, para os fins do inciso II,
rio-família quando: alínea “b”, deste artigo, os beneficiários de que cuida o art. 6º da
I - cessada a dependência; Lei Complementar nº 039, de 2002. (Incluído pela Lei nº 8.975, de
2020).
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
CAPÍTULO X Art. 170. A assistência à saúde será prestada pelo órgão estadu-
DAS ACUMULAÇÕES REMUNERADAS al competente e, de forma complementar, por instituições públicas
e privadas.
Art. 162. É vedada a acumulação remunerada de cargos pú- Art. 171. Nas situações de urgência e emergência o setor de
blicos, exceto quando houver compatibilidade de horários, nos se- Recursos Humanos comunicará formalmente ao órgão de segurida-
guintes casos: a) a de 2 (dois) cargos de professor; de social, no primeiro dia útil seguinte, o atendimento médico do
b) a de 1 (um) cargo de professor com outro técnico ou cien- servidor ou de seus dependentes.
tífico, de nível médio ou superior; § 1° A assistência à saúde fora do domicílio do servidor depen-
c) a de 2 (dois) cargos privativos de médico. de da manifestação favorável do órgão de seguridade social do Es-
Parágrafo único. A proibição de acumular estende-se a em- tado do Pará.
pregos e funções e abrange autarquias, fundações mantidas pelo § 2° O atendimento de urgência e emergência fora do domicílio
Poder Público, empresas públicas, sociedades de economia mista, do servidor obedecerá ao que dispuser o regulamento.
da União, Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Muni-
cípios, não se aplicando, porém, ao aposentado, quando investido CAPÍTULO III
em cargo comissionado. DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 163. A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condi-
cionada à comprovação da compatibilidade de horários. Art. 172. Os planos de Previdência Social atenderão, nos ter-
Parágrafo único. O servidor não poderá exercer mais de um car- mos da legislação pertinente: I - à cobertura dos eventos de doen-
go em comissão. ça, invalidez, morte, incluindo os resultantes de acidentes de traba-
Art. 164. A acumulação será havida de boa-fé, até final con- lho, velhice e reclusão;
clusão de processo administrativo. (Revogado pela Lei nº 9.230, de II - à pensão por morte de segurado, homem ou mulher, ao
2021). cônjuge e dependente.
Art. 165. VETADO
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Parágrafo único. Não se compreende na proibição do inciso VIII § 1° O servidor, enquanto suspenso, perderá os direitos e van-
o exercício de cargo ou função na Administração Indireta, quando tagens de natureza pecuniária, exceto o salário-família.
regularmente colocado à disposição. § 2° Quando licenciado, a penalidade será aplicada após o re-
torno do servidor ao exercício. § 3° Quando houver conveniência
CAPÍTULO III para o serviço, a autoridade que aplicar a pena de suspensão pode-
DAS RESPONSABILIDADES rá convertê-la em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por
dia de vencimento ou remuneração, permanecendo o servidor em
Art. 179. O servidor responde civil, penal e administrativamen- exercício. Art. 190. A pena de demissão será aplicada nos casos de:
te pelo exercício irregular de suas atribuições. I - crime contra a Administração Pública, nos termos da lei
Art. 180. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou penal;
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou II - abandono de cargo;
a terceiros. III - faltas ao serviço, sem causa justificada, por 60 (sessenta)
§ 1° A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário dias intercaladamente, durante o período de 12 (doze) meses;
somente será liquidada na forma prevista no art. 125, na falta de III - inassiduidade habitual, configurada por faltas ao serviço,
outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias, intercaladamente, no
§ 2° Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor período de 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 9.230, de
perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. 2021).
§ 3° A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores IV - improbidade administrativa;
e contra eles será executada, até o limite do valor da herança rece- V - incontinência pública e conduta escandalosa, na reparti-
bida. ção;
Art. 181. As sanções civis, penais e administrativas poderão VI - insubordinação grave em serviço;
cumular-se, sendo independentes entre si. VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo
Art. 182. A absolvição judicial somente repercute na esfera ad- em legítima defesa própria ou de outrem;
ministrativa, se negar a existência do fato ou afastar do servidor a VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
autoria. IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
cargo;
CAPÍTULO IV X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio es-
DAS PENALIDADES E SUA APLICAÇÃO tadual; XI – corrupção;
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públi-
Art. 183. São penas disciplinares: cas;
I – repreensão; XIII - lograr proveito pessoal ou de outrem, valendo-se do car-
II – suspensão; III – demissão: go, em detrimento da dignidade da função pública;
IV - destituição de cargo em comissão ou de função gratificada; XIV - participação em gerência ou administração de empre-
V - cassação de aposentadoria ou de disponibilidade. sa privada, de sociedade civil, ou exercício do comércio, exceto na
Art. 184. Na aplicação das penalidades serão considerados qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
cumulativamente: XV - atuação, como procurador ou intermediário, junto a re-
I - os danos decorrentes do fato para o serviço público; partições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenci-
II - a natureza e a gravidade da infração e as circunstâncias ários ou assistenciais a parentes até o segundo grau, e de cônjuge
em que foi praticada; III - a repercussão do fato; ou companheiro;
IV - os antecedentes funcionais. XVI - recebimento de propina, comissão, presente ou vanta-
Art. 185. As penas disciplinares serão aplicadas através de: gem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
I - portaria, no caso de repreensão e suspensão; XVII - aceitação de comissão, emprego ou pensão de Estado
II - decreto, no caso de demissão, destituição de cargo em estrangeiro;
comissão ou de função gratificada, cassação de aposentadoria ou XVIII - prática de usura sob qualquer de suas formas;
de disponibilidade. XIX - procedimento desidioso;
Parágrafo único. A portaria ou o decreto indicará a penalidade XX - utilização de pessoal ou recursos materiais de repartição
e o fundamento legal, com a devida inscrição nos assentamentos em serviços ou atividades particulares.
do servidor. § 1° O servidor indiciado em processo administrativo não po-
Art. 186. Na aplicação de penalidade, serão inadmissíveis as derá ser exonerado, salvo se comprovada a sua inocência ao final
provas obtidas por meios ilícitos. Art. 187. Aos acusados e litigan- do processo.
tes, em processo administrativo, são assegurados o contraditório e § 2° O abandono de cargo só se configura pela ausência inten-
a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. cional do servidor ao serviço, por mais de 30 (trinta) dias consecuti-
Parágrafo único. Ao servidor punido com pena disciplinar é as- vos e injustificados. (Revogado pela Lei nº 9.230, de 2021).
segurado o direito de pedir reconsideração e recorrer da decisão. Art. 191. Verificada, em processo disciplinar, a acumulação
Art. 188. A pena de repreensão será aplicada nas infrações de proibida e provada a boa-fé, o servidor optará por um dos cargos.
natureza leve, em caso de falta de cumprimento dos deveres ou das § 1° Provada a má-fé, perderá também o cargo que exercia há
proibições, na forma que dispuser o regulamento. mais tempo e restituirá o que tiver percebido indevidamente.
Art. 189. A pena de suspensão, que não exceder a 90 (noventa) § 2° Na hipótese do parágrafo anterior, sendo um dos cargos,
dias, será aplicada em caso de falta grave, reincidência, ou infração função ou emprego exercido em outro órgão ou entidade, a demis-
ao disposto no art. 178, VII, XI, XII, XIV e XVII. são lhe será comunicada.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Art. 191. Verificada, a qualquer tempo, a acumulação ilegal § 8° No prazo de 10 (dez) dias, contado do recebimento dos au-
de cargos, empregos ou funções públicos, a autoridade a que se tos do PADS, a autoridade julgadora proferirá sua decisão, aplican-
refere o art. 199 desta Lei notificará pessoalmente o servidor, por do-se, quando for o caso, o disposto no § 3° do art. 223 desta Lei.
intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção por um (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
dos cargos, empregos ou funções em acúmulo ilegal, no prazo im- § 9° A opção feita pelo servidor indiciado até o último dia do
prorrogável de 10 (dez) dias, contados da data do recebimento da prazo para defesa poderá afastar a máfé na acumulação ilegal, hipó-
notificação. (Redação dada pela Lei nº 9.230, de 2021). tese na qual a manifestação será automaticamente convertida em
§ 1° Utilizando-se do direito de opção por um dos cargos, em- pedido de exoneração do cargo indicado pelo optante, se estadual,
pregos ou funções públicos acumulados indevidamente, a escolha ou, de outra forma, observar-se-á o disposto no § 1° deste artigo.
do servidor deverá ser comprovada, independentemente de nova (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
notificação, no prazo subsequente de 15 (quinze) dias, prorrogável § 10. Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé,
por igual período e uma única vez, a critério da Administração Pú- aplicar-se-á ao servidor indiciado a pena de demissão, destituição
blica e mediante pedido motivado do interessado. de cargo comissionado ou cassação de aposentadoria ou disponi-
(Redação dada pela Lei nº 9.230, de 2021). bilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicos em
§ 2° Na hipótese de o servidor não comprovar a opção a que se regime de acumulação, hipótese na qual deverão ser comunicados
referem o caput e o § os órgãos ou entidades de vinculação. (Incluído pela Lei nº 9.230,
1° deste artigo, deverá a autoridade competente instaurar Pro- de 2021).
cesso Administrativo § 11. O prazo para conclusão do PADS não excederá 30 (trinta)
Disciplinar Simplificado (PADS), sob o rito sumário, para apura- dias, contado da data de publicação do ato que constituir a comis-
ção e regularização da acumulação ilegal. (Redação dada pela Lei nº são processante, admitida a prorrogação por até 15 (quinze) dias,
9.230, de 2021). quando as circunstâncias assim o exigirem e mediante decisão fun-
§ 3° O PADS, de rito sumário, desenvolver-se-á nas seguintes damentada. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
fases: (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). § 12. O procedimento sumário ou simplificado deve seguir as
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co- disposições deste artigo, observando-
missão processante, composta por 2 (dois) servidores estáveis, o se, no que couber, as disposições dos Capítulos V a IX do Título
qual deve indicar a materialidade e autoria da transgressão objeto VI desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
de apuração; (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). Art. 191-A. Na apuração de abandono de cargo ou de inassi-
II - instrução sumária, que compreende a juntada de provas duidade habitual será adotado o procedimento sumário a que se
objetivas da infração, em poder da Administração Pública, indicia- referem os §§ 3° a 12 do art. 191 desta Lei, observando-se especial-
ção, citação, defesa e relatório conclusivo da comissão processante; mente o seguinte: (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). I - a indica-
e (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). ção da materialidade dar-se-á: (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
III - julgamento pela autoridade competente para aplicar a a) na hipótese de abandono de cargo, pela juntada de prova
pena de demissão. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). documental precisa do período de ausência injustificada do servi-
§ 4° A indicação da autoria e da materialidade referidas no in- dor ao serviço, quando superior a 30 (trinta) dias consecutivos; e
ciso I do § 3o deste artigo dar-se-á, respectivamente, pela identifi- (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
cação do nome e da matrícula do servidor acusado e pela descrição b) no caso de inassiduidade habitual, pela juntada de prova
dos cargos, empregos ou funções públicos em acúmulo ilegal, dos documental precisa dos dias de falta ao serviço sem causa justifica-
órgãos ou entidades de vinculação, em quaisquer esferas de Poder da, por período igual ou superior a 60 (sessenta) dias intercalados,
ou Governo, das datas de ingresso, horários de trabalho e do cor- no prazo de 12 (doze) meses. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
respondente regime jurídico em cada vínculo. (Incluído pela Lei nº II - após a apresentação de defesa escrita, a comissão pro-
9.230, de 2021). § 5° A comissão processante lavrará, em até 3 cessante elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou res-
(três) dias contados da publicação do ato que a constituir, termo de ponsabilidade do servidor indiciado, resumindo as principais peças
indiciação do servidor em situação de acúmulo ilegal, considerando dos autos, deliberando sobre a ausência de justificativa para as fal-
as informações exigidas no § 4o deste artigo, após o que deverá tas ao serviço indicadas nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste artigo,
promover a citação pessoal do servidor indiciado para, no prazo de se ocorreram de modo intencional ou mediante dolo eventual, bem
5 (cinco) dias, apresentar defesa escrita e os documentos que julgar como indicando os dispositivos legais infringidos e a penalidade
necessários, assegurada vista dos autos junto à comissão proces- proposta; e (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
sante, na forma dos arts. 219 e 220 desta Lei. (Incluído pela Lei nº III - após a elaboração do relatório conclusivo, a comissão
9.230, de 2021). processante encaminhará os autos do PADS à autoridade instaura-
§ 6° Apresentada a defesa escrita, a comissão processante ela- dora, para providências cabíveis ao julgamento, na forma do inciso
borará relatório conclusivo, no prazo de 5 (cinco) dias, com resumo III do § 3° do art. 191 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
das principais peças dos autos, deliberando sobre a ilicitude da acu- Parágrafo único. Na configuração do dolo eventual a que se re-
mulação apurada e concluindo sobre a inocência ou responsabili- fere o inciso II deste artigo, deve a comissão processante comprovar
dade do servidor indiciado, inclusive sua boa ou má-fé, indicando que o servidor faltoso, embora sem intenção expressa de abando-
os dispositivos legais infringidos e a penalidade proposta. (Incluído nar o cargo, assumiu o risco de produzir esse resultado. (Incluído
pela Lei nº 9.230, de 2021). pela Lei nº 9.230, de 2021).
§ 7° Elaborado o relatório conclusivo, a comissão processan- Art. 192. A destituição de cargo em comissão ou de função gra-
te encaminhará os autos do PADS à autoridade instauradora, para tificada será aplicada nos casos de infração, sujeita à penalidade de
providências cabíveis ao julgamento, na forma do inciso III do § 3° demissão.
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
§ 8° A celebração do TAD não constitui direito subjetivo do in- Art. 202. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor, ensejar a
teressado, somente podendo ocorrer em conformidade com os ter- imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias,
mos previstos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). § 9° A de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou
Secretaria de Estado de Planejamento e Administração poderá edi- destituição, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.
tar atos normativos visando estabelecer procedimentos relativos à
celebração do TAD. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). CAPÍTULO VI
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
Art. 201-B. O TAD não poderá ser celebrado nas seguintes hipó-
teses: (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). Art. 203. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não
I - em caso de prejuízo ao Erário ou grave dano ao serviço; venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instau-
(Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). radora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamen-
II - indício de crime ou improbidade administrativa; (Incluí- to do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem
do pela Lei nº 9.230, de 2021). III - existência de outra sindicância prejuízo da remuneração.
ou processo administrativo disciplinar em curso para apurar infra- Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por
ção punível com repreensão ou outra penalidade mais grave; (Inclu- igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não
ído pela Lei nº 9.230, de 2021). concluído o processo.
IV - quando a celebração do TAD importar em solução capaz
de violar a equidade da disciplina aplicada aos demais agentes pú- CAPÍTULO VII
blicos, a critério da Administração Pública; e (Incluído pela Lei nº DO PROCESSO DISCIPLINAR
9.230, de 2021).
V - no caso de servidor que esteja em estágio probatório ou Art. 204. O processo disciplinar é o instrumento destinado a
que, nos últimos 2 (dois) anos, tenha se utilizado do instrumento apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exer-
estabelecido neste artigo ou possua registro válido de penalidade cício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições
disciplinar em seus assentamentos funcionais. (Incluído pela Lei nº do cargo em que se encontre investido.
9.230, de 2021). Art. 205. O processo disciplinar será conduzido por comissão
Art. 201-C. O TAD deverá conter: (Incluído pela Lei nº 9.230, composta de 3 (três) servidores estáveis, designados pela autori-
de 2021). dade competente, que indicará, dentre eles, o seu presidente. §
I - identificação completa das partes, advogado, se houver, 1° A Comissão terá como secretário, servidor designado pelo seu
testemunhas, data e respectivas assinaturas; (Incluído pela Lei nº presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros.
9.230, de 2021). § 2° Não poderá participar de comissão de sindicância ou de
II - os fundamentos de fato e de direito para sua celebração; inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consan-
(Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). III - especificação da infração güíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. Art.
imputada ao agente público, referindo a capitulação legal; (Incluído 206. A Comissão exercerá suas atividades com independência e im-
pela Lei nº 9.230, de 2021). parcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou
IV - a descrição das obrigações assumidas; (Incluído pela Lei exigido pelo interesse da administração.
nº 9.230, de 2021). Parágrafo único - As reuniões e as audiências das comissões
V - o prazo e o modo para o cumprimento das obrigações; terão caráter reservado. Art. 207. O processo disciplinar se desen-
(Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). volve nas seguintes fases:
VI - a forma de fiscalização das obrigações pactuadas; e (In- I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co-
cluído pela Lei nº 9.230, de 2021). missão; II - inquérito administrativo, que compreende instrução,
VII - os efeitos, em caso de descumprimento. (Incluído pela defesa e relatório; III – julgamento.
Lei nº 9.230, de 2021). Art. 208. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não
§ 1° O prazo de cumprimento do TAD não excederá 180 (cen- excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato
to e oitenta) dias, devendo ser fixado de modo compatível com os que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual pra-
compromissos assumidos pelo agente público. (Incluído pela Lei nº zo, quando as circunstâncias o exigirem.
9.230, de 2021). § 1° Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo inte-
§ 2° No caso de descumprimento do TAD, cuja comunicação gral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do pon-
competirá à unidade de gestão de pessoas do Poder, órgão ou en- to, até a entrega do relatório final.
tidade, a autoridade competente adotará imediatamente as provi- § 2° As reuniões da comissão serão registradas em atas que
dências necessárias à instauração ou continuidade do respectivo deverão detalhar as deliberações adotadas.
procedimento disciplinar, sem prejuízo da apuração relativa à ino-
bservância das obrigações descumpridas, voltando a fluir a prescri- CAPÍTULO VIII
ção incidente. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). DO INQUÉRITO
§ 3° Decorrido o prazo previsto no TAD e não ocorrendo qual-
quer comunicação de descumprimento dos seus termos, a unidade Art. 209. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do
de gestão de pessoas do Poder, órgão ou entidade, enquanto res- contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utiliza-
ponsável por sua fiscalização, comunicará o cumprimento ao res- ção dos meios e recursos admitidos em direito.
pectivo titular, para declaração da extinção de punibilidade e arqui- Art. 210. Os autos da sindicância integrarão o processo discipli-
vamento dos autos. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). nar, como peça informativa da instrução.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância con- contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da
cluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade comissão que fez a citação, com a assinatura de 2 (duas) testemu-
competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, in- nhas.
dependentemente da imediata instauração do processo disciplinar. Art. 218. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a
Art. 211. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada comunicar à comissão o local onde poderá ser encontrado.
de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, Art. 219. Achando-se o indiciado em local incerto e não sabido,
objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a será citado por Edital, publicado no Diário Oficial do Estado e em
técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos jornal de grande circulação na localidade do último domicílio co-
fatos. nhecido, para apresentar defesa.
Art. 212. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa
processo, pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e será de 15 (quinze) dias, a partir da última publicação do Edital.
reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular Art. 220. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente
quesitos, quando se tratar de prova pericial. citado, não apresentar defesa no prazo legal.
§ 1° O presidente da comissão poderá denegar pedidos con- § 1° A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo
siderados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum e devolverá o prazo para a defesa. § 2° Para defender o indiciado re-
interesse para o esclarecimento dos fatos. vel, a autoridades instauradora do processo designará um servidor
§ 2° Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com- como defensor dativo, ocupante de cargo de nível igual ou superior
provação do fato independer de conhecimento especial de perito. ao do indiciado.
Art. 213. As testemunhas serão intimadas a depor mediante Art. 221. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório
mandato expedido pelo presidente da comissão, devendo a segun- minucioso, em que resumirá as peças principais dos autos e men-
da via, com o ciente do intimado, ser anexada aos autos. cionará as provas nas quais se baseou para formar a sua convicção.
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expe- § 1° O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à
dição do mandato será imediatamente comunicada ao chefe da re- responsabilidade do servidor. § 2° Reconhecida a responsabilidade
partição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar
a inquirição. transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuan-
Art. 214. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a tes.
termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito. Art. 222. O processo disciplinar, com o relatório da comissão,
§ 1° As testemunhas serão inquiridas separadamente. será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para
§ 2° Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infir- julgamento.
mem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
Art. 215. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão CAPÍTULO IX
promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedi- DO JULGAMENTO
mentos previstos nos arts. 213 e 214.
§ 1° No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido Art. 223. A autoridade julgadora proferirá a sua decisão, no pra-
separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações so- zo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo.
bre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles. § 1° Se a penalidade a ser aplicada exceder à alçada da autori-
§ 2° O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, dade instauradora do processo, este será encaminhado à autorida-
bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado inter- de competente, que decidirá em igual prazo.
ferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri- § 2° Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções,
-las, por intermédio do presidente da comissão. o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da
Art. 216. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do pena mais grave.
acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja § 3° Se a penalidade prevista for a demissão, cassação de apo-
submetido, a exame por junta médica oficial, da qual participe, pelo sentadoria ou disponibilidade, ou destituição o julgamento caberá
menos, um médico psiquiatra. às autoridades de que trata o inciso I do art. 197.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processa- Art. 224. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo
do em auto apartado e apenso ao processo principal, após a expe- quando contrário às provas dos autos. Parágrafo único. Quando o
dição do laudo pericial. relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade
Art. 217. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indi- julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta,
cação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.
das respectivas provas. Art. 225. Verificada a existência de vício insanável, a autoridade
§ 1° O indiciado será citado por mandato expedido pelo presi- julgadora declarará a nulidade total ou parcial do processo e orde-
dente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 nará a constituição de outra comissão, para instauração de novo
(dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição. processo.
§ 2° Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum § 1° O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do
e de 20 (vinte) dias. processo.
§ 3° O prazo de defesa poderá ser prorrogado em dobro, para § 2° A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que
diligências reputadas indispensáveis. § 4° No caso de recusa do in- trata o art. 198, § 2°, será responsabilizada na forma da presente lei.
diciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa Art. 226. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade
julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos indivi-
duais do servidor.
62
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Art. 227. Quando a infração estiver capitulada como crime, o TÍTULO VII
processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para ins- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
tauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.
Art. 228. Serão assegurados transporte e diárias: Art. 238. O dia 28 de outubro é consagrado ao servidor público
I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da estadual.
sede de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado ou Art. 239. O tempo de serviço gratuito será contado para todos
indiciado; os fins, quando prestado à autarquia profissional, ou aos que te-
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obri- nham exercido gratuitamente mandato de Vereador, sendo vedada
gados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de a contagem quando for simultâneo com o exercício de cargo, em-
missão essencial ao esclarecimento dos fatos. prego ou função pública.
Art. 240. É assegurado o direito de greve, na forma da lei com-
CAPÍTULO X plementar federal.
DA REVISÃO DO PROCESSO Art. 240. É assegurado o direito de greve, na forma de lei espe-
cífica. (Redação dada pela Lei nº 7.071, de 2007).
Art. 229. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer Art. 241. O servidor de nível superior ou equiparado ao mesmo,
tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou sujeito à fiscalização da autarquia profissional, ou entidade análoga,
circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a suspenso do exercício profissional não poderá desempenhar ativi-
inadequação da penalidade aplicada. dade que envolva responsabilidade técnico-profissional, enquanto
§ 1° Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do perdurar a medida disciplinar.
servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do Art. 242. Fica assegurada a participação de 1 (um) represen-
processo. tante dos sindicatos de servidores públicos no Conselho de Política
§ 2° No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será de Cargos e Salários do Estado do Pará, na forma do regulamento.
requerida pelo respectivo curador.
Art. 230. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao re- TÍTULO VIII
querente. DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 231. A simples alegação de injustiça da penalidade não
constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos Art. 243. VETADO
ainda não apreciados no processo originário. Art. 244. Aos servidores da administração direta, autarquias e
Art. 232. O requerimento de revisão do processo será dirigido fundações públicas, contratados por prazo indeterminado, pelo re-
ao Secretário de Estado ou autoridade equivalente que, se autorizar gime da Consolidação das Leis do Trabalho ou como serviços presta-
a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade dos é assegurado até que seja promovido concurso público para fins
onde se originou o processo disciplinar. de provimento dos cargos por eles ocupados, ou que venham a ser
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente criados, as mesmas obrigações e vantagens atribuídas aos demais
providenciará a constituição de comissão, na forma do art. 205. servidores considerados estáveis por força do artigo 19 do Ato das
Art. 233. A revisão correrá em apenso ao processo originário. Disposições Transitórias da Constituição Federal.
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e Art. 245. VETADO
hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que Parágrafo único. VETADO
arrolar. Art. 246. Aos servidores em atividade na área de educação es-
Art. 234. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a con- pecial fica atribuída a gratificação de cinqüenta por cento (50%) do
clusão dos trabalhos. vencimento.
Art. 235. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no Art. 247. É assegurada ao servidor a contagem da soma do tem-
que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do po de serviço prestado à União, Estados, Distrito Federal, Territórios
processo disciplinar. e Municípios, desde que ininterrupta e sucessivamente, para efeito
Art. 236. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pe- de aferição da estabilidade nas condições previstas no art. 19 do
nalidade, nos termos do art. 197. Parágrafo único. O prazo para Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Fe-
julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do deral. Art. 248. VETADO
processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá deter- Art. 249. Esta lei entra em vigor na data da sua promulgação.
minar diligências. Art. 237. Julgada procedente a revisão, será de- Art. 250. VETADO
clarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos
os direitos do servidor, exceto em relação à destituição, que será
convertida em exoneração.
Parágrafo único. Da revisão não poderá resultar agravamento
de penalidade.
63
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
....................................................................................................
LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 052, DE 30 DE .....................
JANEIRO DE 2006 E SUAS ALTERAÇÕES § 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco
de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá ser
Prezado(a), tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que possua
A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico capital integralmente constituído pelo poder público.” (NR)
será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re- “Art. 5º ......................................................................................
servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila, ..................
sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona- ....................................................................................................
dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não ......................
cabem na estrutura de nossas apostilas. VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera-
Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os
organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po- titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados
dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste (ANPD);
material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno. ....................................................................................................
Visto a importância das leis indicadas, lá você acompanha me- .......................
lhor quaisquer atualizações que surgirem depois da publicação da XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração
apostila. pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem
Se preferir, indicamos também acesso direto ao arquivo fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com
pelo link a seguir: file:///C:/Users/Nova%20Concursos/Downlo- sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em
ads/Lei%20Complementar%20n%C2%BA%20052.2006%20-%20 seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de
Santa%20Casa.pdf caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e
XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res-
Bons estudos! ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta
Lei em todo o território nacional.” (NR)
“Art. 7º ......................................................................................
LEI FEDERAL Nº 13.853/2019 (LEI GERAL DE PROTEÇÃO ..................
DE DADOS PESSOAIS). ....................................................................................................
.......................
LEI Nº 13.853, DE 8 DE JULHO DE 2019 VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento
realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autori-
Altera a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, para dis- dade sanitária;
por sobre a proteção de dados pessoais e para criar a Autoridade ....................................................................................................
Nacional de Proteção de Dados; e dá outras providências. .......................
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- § 1º (Revogado).
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: § 2º (Revogado).
....................................................................................................
Art. 1º A ementa da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, ......................
passa a vigorar com a seguinte redação: § 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se refe-
“Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).” rem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas fina-
Art. 2º A Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, passa a vigorar lidades, desde que observados os propósitos legítimos e específicos
com as seguintes alterações: para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titular, as-
“Art. 1º ...................................................................................... sim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei.” (NR)
................... “Art. 11. ....................................................................................
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de in- ...................
teresse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, Dis- ....................................................................................................
trito Federal e Municípios.” (NR) .......................
“Art. 3º ...................................................................................... II - ...............................................................................................
................... ..................
.................................................................................................... ....................................................................................................
....................... .......................
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado
o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sani-
indivíduos localizados no território nacional; ou tária; ou
.................................................................................................... ....................................................................................................
......................” (NR) ......................
“Art. 4º ...................................................................................... § 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre
................ controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com
objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela-
tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica
64
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
e de assistência à saúde, desde que observado o § 5º deste artigo, Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que
incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefício trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação.” (NR)
dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: “Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo-
I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de
II - as transações financeiras e administrativas resultantes do operações de tratamento de dados pessoais, informações específi-
uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra-
§ 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar
à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de seleção para garantir o cumprimento desta Lei.” (NR)
de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como na “Art. 41. ....................................................................................
contratação e exclusão de beneficiários.” (NR) ................
“Art. 18. .................................................................................... ....................................................................................................
................... ....................
.................................................................................................... § 4º (VETADO).” (NR)
...................... “Art. 52. ....................................................................................
V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou .................
produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula- X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a
mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer- que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses,
cial e industrial; prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de
.................................................................................................... tratamento pelo controlador;
...................... XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da-
§ 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de 6
agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti- (seis) meses, prorrogável por igual período;
lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo- XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacio-
queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto nadas a tratamento de dados.
nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos- § 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san-
sível ou implique esforço desproporcional. ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de 11
.................................................................................................... de setembro de 1990, e em legislação específica.
..............” (NR) § 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste
“Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem
decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa- prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de
decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de novembro de 2011.
consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. ....................................................................................................
.................................................................................................... .....................
...................... § 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela ANPD,
§ 3º (VETADO).” (NR) inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de Defesa
“Art. 23. .................................................................................... de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, de 24 de
.................. julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995.
.................................................................................................... § 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste
..................... artigo serão aplicadas:
III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera- I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das san-
ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta ções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste artigo
Lei; e para o mesmo caso concreto; e
IV - (VETADO). II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e
.................................................................................................... entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos.
............” (NR) “Art. 55-B. É assegurada autonomia técnica e decisória à ANPD.”
“Art. 26. .................................................................................... “Art. 55-C. A ANPD é composta de:
................ I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção;
§ 1º ........................................................................................... II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
................. vacidade;
.................................................................................................... III - Corregedoria;
..................... IV - Ouvidoria;
IV - quando houver previsão legal ou a transferência for res-
paldada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou § 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados
V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi- de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con-
vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o
resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata
que vedado o tratamento para outras finalidades.” (NR) este artigo.” (NR)
“Art. 27. .................................................................................... VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces-
................ sárias à aplicação do disposto nesta Lei.”
65
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
“Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5 IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de da-
(cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. dos realizado em descumprimento à legislação, mediante processo
§ 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi- administrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o di-
dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro- reito de recurso;
vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do V - apreciar petições de titular contra controlador após com-
art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação;
nível 5. VI - promover na população o conhecimento das normas e das
políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas
§ 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre
de segurança;
brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa-
VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e
ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade;
os quais serão nomeados. VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos
§ 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4 que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados
(quatro) anos. pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificidades
§ 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor das atividades e o porte dos responsáveis;
nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco) e IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote-
de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional
§ 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de ou transnacional;
membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será comple- X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de tra-
tado pelo sucessor.” tamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e
“Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão industrial;
seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú-
em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis- blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in-
trativo disciplinar. forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais
§ 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir pa-
Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o recer técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei;
XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativi-
processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis-
dades;
são especial constituída por servidores públicos federais estáveis. XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de
§ 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas- dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac-
tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento
comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o jul- representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção
gamento.” de dados pessoais previstos nesta Lei;
“Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em maté-
exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de rias de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e
maio de 2013. planejamento;
Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório de
caracteriza ato de improbidade administrativa.” gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o detalha-
“Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es- mento de suas receitas e despesas;
trutura regimental da ANPD. XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm-
§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen- bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a
tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo,
da Presidência da República para o exercício de suas atividades. sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de
§ 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da tratamento, incluído o poder público;
XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen-
ANPD.”
tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou
“Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança
situação contenciosa no âmbito de processos administrativos, de
da ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro
Executivo federal.” de 1942;
“Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifica-
de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no- dos e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que microem-
meados ou designados pelo Diretor-Presidente.” presas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas empre-
“Art. 55-J. Compete à ANPD: sariais de caráter incremental ou disruptivo que se autodeclarem
I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da le- startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a esta Lei;
gislação; XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu-
II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial, ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten-
observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informações dimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro
quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar os de 2003 (Estatuto do Idoso);
fundamentos do art. 2º desta Lei; XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo,
III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos
Dados Pessoais e da Privacidade; omissos;
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe- VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da-
nais das quais tiver conhecimento; dos e informações, inclusive para fins de licitação pública.”
XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri- “Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais
mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra- e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representantes,
ção pública federal; titulares e suplentes, dos seguintes órgãos:
XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal;
para exercer suas competências em setores específicos de ativida- II - 1 (um) do Senado Federal;
des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e III - 1 (um) da Câmara dos Deputados;
XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça;
meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamento V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público;
de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil;
§ 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela-
de dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles
cionada a proteção de dados pessoais;
limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência
VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de ino-
de mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios
vação;
e os direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Fe-
deral e nesta Lei. IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das ca-
§ 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem tegorias econômicas do setor produtivo;
ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná- X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial
lises de impacto regulatório. relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e
§ 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis pela XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral.
regulação de setores específicos da atividade econômica e gover- § 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente
namental devem coordenar suas atividades, nas correspondentes da República, permitida a delegação.
esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento de suas § 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e
atribuições com a maior eficiência e promover o adequado funcio- VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu-
namento dos setores regulados, conforme legislação específica, e o lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública.
tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. § 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, X e
§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in- XI do caput deste artigo e seus suplentes:
clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades da I - serão indicados na forma de regulamento;
administração pública responsáveis pela regulação de setores espe- II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no
cíficos da atividade econômica e governamental, a fim de facilitar as Brasil;
competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD. III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon-
§ 5º No exercício das competências de que trata o caput deste dução.
artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do § 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Dados
segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei. Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de serviço pú-
§ 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V blico relevante, não remunerada.
do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e “Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da-
as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas dos Pessoais e da Privacidade:
de forma padronizada.” I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a ela-
“Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe- boração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da
te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no
Privacidade e para a atuação da ANPD;
que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências
II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das
correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública.
ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros
órgãos e entidades com competências sancionatórias e normativas vacidade;
afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão central III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD;
de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e dire- IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas
trizes para a sua implementação.” sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e
“Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes-
I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os soais e da privacidade à população.”
créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re- “Art. 65. Esta Lei entra em vigor:
passes que lhe forem conferidos; I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55-
II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e
lhe forem destinados; II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação,
III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e quanto aos demais artigos.” (NR)
imóveis de sua propriedade; Art. 3º Ficam revogados os §§ 1º e 2º do art. 7º da Lei nº 13.709,
IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro de 14 de agosto de 2018.
das receitas previstas neste artigo; Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação
V - (VETADO); Brasília, 8 de julho de 2019; 198o da Independência e 131o da
VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou contra- República.
tos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públicos
ou privados, nacionais ou internacionais;
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí- SEÇÃO II-A
culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio-
nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, Art. 10-A. (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por SEÇÃO III
objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associa- DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE
da sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
Lei nº 11.107, de 2005) PÚBLICA
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem su-
ficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as forma- Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta
lidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) contra os princípios da administração pública a ação ou omissão
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorpo- dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de
ração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Re-
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração dação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando
privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco
pela administração pública a entidade privada mediante celebração a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei
de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regula- nº 14.230, de 2021)
mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua
2014) (Vigência) imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entida- de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei
des privadas sem a observância das formalidades legais ou regula- nº 14.230, de 2021)
mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial
2014) (Vigência) de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitató-
XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fisca- rio, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto,
lização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
pela administração pública com entidades privadas; (Redação VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo,
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor- VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei-
mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou
irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
dada pela Lei nº 13.204, de 2015) VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização
XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pú-
2021) blica com entidades privadas. (Vide Medida Provisória nº 2.088-
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tribu- 35, de 2000) (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vi-
tário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei gência)
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei nº 14.230, de 2021) X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
ou regulamentares não implicar perda patrimonial efetiva, não colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autori-
ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento dade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido
sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
pela Lei nº 14.230, de 2021) cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econô- na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes
mica não acarretará improbidade administrativa, salvo se compro- da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com-
vado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído pela Lei preendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído
nº 14.230, de 2021) pela Lei nº 14.230, de 2021)
XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recur-
sos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no § 1º
do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de pro-
gramas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públi-
cos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a diretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos;
de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplica- (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
ção deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para si Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, 14.230, de 2021)
de 2021) § 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos in-
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos cisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma
de improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis espe- qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com
ciais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade adminis- o poder público na época do cometimento da infração, podendo o
trativa instituídos por lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em ca-
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de ráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as
que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da prática circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (Incluído pela
de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236)
normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído § 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz conside-
pela Lei nº 14.230, de 2021) rar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para
lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis reprovação e prevenção do ato de improbidade. (Incluído pela
de sancionamento e independem do reconhecimento da produção Lei nº 14.230, de 2021)
de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos. § 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser con-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) siderados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo a
§ 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indi- viabilizar a manutenção de suas atividades. (Incluído pela Lei
cação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sen- nº 14.230, de 2021)
do necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do § 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devida-
agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) mente justificados, a sanção de proibição de contratação com o
poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de
CAPÍTULO III improbidade, observados os impactos econômicos e sociais das
DAS PENAS sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica,
conforme disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº
Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano 14.230, de 2021)
patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de respon- § 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tute-
sabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, lados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes co- prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos,
minações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, quando for o caso, nos termos do caput deste artigo. (Incluído
de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021) § 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorri-
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, sus- do nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto
pensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de os mesmos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi- § 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta
ção de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, nº 14.230, de 2021)
pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; (Redação dada pela § 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público
Lei nº 14.230, de 2021) deverá constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus-
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores pensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013,
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstân- observadas as limitações territoriais contidas em decisão judicial,
cia, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 conforme disposto no § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei nº
(doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano 14.230, de 2021)
e proibição de contratar com o poder público ou de receber bene- § 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser
fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma- (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
joritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação § 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspen-
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) são dos direitos políticos, computar-se-á retroativamente o inter-
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil valo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da
de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de (Vide ADI 7236)
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou in-
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
§ 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de § 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de 2021)
poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente. § 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) pelo réu em sua contestação caberá agravo de instrumento. (In-
§ 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de van- § 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
tagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei. 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, pode-
Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta rão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contes-
Lei será proposta pelo Ministério Público e seguirá o procedimento tação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela
comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código Lei nº 13.964, de 2019)
de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada § 10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor,
pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043) o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo,
2021) observada a eventual inexistência manifesta do ato de improbida-
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de de; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
2021) II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de a instrução processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
2021) § 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) decisão na qual indicará com precisão a tipificação do ato de im-
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser probidade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado mo-
proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa dificar o fato principal e a capitulação legal apresentada pelo autor.
jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste ar- 7043)
tigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações poste- § 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá
riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre aqueles pre-
mesmo objeto. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) vistos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230,
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada de 2021)
pela Lei nº 14.230, de 2021) § 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as
I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elemen- partes serão intimadas a especificar as provas que pretendem pro-
tos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóte- duzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibili- § 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação de
dade devidamente fundamentada; (Incluído pela Lei nº 14.230, improbidade administrativa que: (Incluído pela Lei nº 14.230,
de 2021) de 2021)
II - será instruída com documentos ou justificação que con- I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na
tenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do dolo petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele
apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vi- tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei nº 14.230,
gente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei nº de 2021)
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In- § 11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexis-
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda improce-
§ 6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provi- dente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
sórias adequadas e necessárias, nos termos dos arts. 294 a 310 da § 12. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021), (Vide ADI 7042) (Vide § 13. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
ADI 7043) 2021)
§ 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da § 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica in-
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), teressada será intimada para, caso queira, intervir no processo.
bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI
os incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamen- 7043)
te inexistente o ato de improbidade imputado. (Incluído pela § 15. Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa ju-
Lei nº 14.230, de 2021) rídica, serão observadas as regras previstas nos arts. 133, 134, 135,
§ 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará 136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contestem Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do § 16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a exis-
art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Pro- tência de ilegalidades ou de irregularidades administrativas a se-
cesso Civil). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) rem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da
2021) demanda, poderá, em decisão motivada, converter a ação de im-
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
probidade administrativa em ação civil pública, regulada pela Lei II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo ór-
nº 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, gão do Ministério Público competente para apreciar as promoções
de 2021) de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da
§ 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
civil pública caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº III - de homologação judicial, independentemente de o acordo
14.230, de 2021) ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de improbidade
§ 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não § 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere
implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) o caput deste artigo considerará a personalidade do agente, a natu-
§ 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa: reza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, da
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em rápida solução do caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido,
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente, que
2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo
Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide
III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade admi- ADI 7236)
nistrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conselho Nacional do § 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser
Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros celebrado no curso da investigação de apuração do ilícito, no curso
de Ministérios Públicos distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230, da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença
de 2021) condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de § 5º As negociações para a celebração do acordo a que se re-
extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230, fere o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério Público, de
de 2021) um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor.
§ 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI
legalidade prévia dos atos administrativos praticados pelo adminis- 7043)
trador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este § 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá con-
venha a responder ação por improbidade administrativa, até que templar a adoção de mecanismos e procedimentos internos de in-
a decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de tegridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades
2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043) e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito
§ 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumen- da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras medidas em
to, inclusive da decisão que rejeitar questões preliminares suscita- favor do interesse público e de boas práticas administrativas. (In-
das pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230, cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021) § 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o
Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará impedido
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento.
III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 7043)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489 da Lei nº
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (In-
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circuns- I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram
tâncias do caso concreto, celebrar acordo de não persecução civil, os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que
desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: não podem ser presumidos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 2021)
7043) II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre
I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº que decidir com base em valores jurídicos abstratos; (Incluído
14.230, de 2021) pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor
obtida, ainda que oriunda de agentes privados. (Incluído pela e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos
Lei nº 14.230, de 2021) direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houve-
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste arti- rem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente; (Inclu-
go dependerá, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.230, ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021) IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada
I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior ou ou cumulativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
posterior à propositura da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; (In-
de 2021) cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida; § 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providên-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) cias a que se refere o § 1º deste artigo no prazo de 6 (seis) meses,
c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 14.230, contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da
de 2021) ação, caberá ao Ministério Público proceder à respectiva liquidação
d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído pela do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressarcimento
Lei nº 14.230, de 2021) do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem pre-
e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Incluído pela juízo de eventual responsabilização pela omissão verificada. (In-
Lei nº 14.230, de 2021) cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequ- § 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão
ências advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; (Incluído ser descontados os serviços efetivamente prestados. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021) pela Lei nº 14.230, de 2021)
g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, § 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (qua-
de 2021) renta e oito) parcelas mensais corrigidas monetariamente, do débi-
V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das san- to resultante de condenação pela prática de improbidade adminis-
ções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente; (Incluído trativa se o réu demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de
pela Lei nº 14.230, de 2021) imediato. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumprimento da
quando for o caso, a sua atuação específica, não admitida a sua sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas com outras
responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual con-
concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais tinuidade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes, observado o
indevidas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios objeti- I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior
vos que justifiquem a imposição da sanção. (Incluído pela Lei nº sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou a soma das pe-
14.230, de 2021) nas, o que for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº 14.230,
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não de 2021)
configura ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito,
2021) o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocor- Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos
rerá no limite da participação e dos benefícios diretos, vedada qual- e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou cre-
quer solidariedade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte)
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata anos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva, CAPÍTULO VI
de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de ca- DAS DISPOSIÇÕES PENAIS
ráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado
seu ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida-
e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor
e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos. da denúncia o sabe inocente.
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su-
de legalidade de políticas públicas e a responsabilidade de agentes jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à
públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por imagem que houver provocado.
danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer ou- políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con-
tro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urba- denatória.
nística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos § 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o
e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº afastamento do agente público do exercício do cargo, do emprego
7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for
2021) necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática
Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos de novos ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarcimento dos danos e à § 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até
perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, con- 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo, me-
forme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. diante decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
§ 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo
jurídica prejudicada procederá a essa determinação e ao ulterior quanto à pena de ressarcimento e às condutas previstas no art. 10
procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressar- desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
cimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens. II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão con- I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
siderados pelo juiz quando tiverem servido de fundamento para a (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) II - pela publicação da sentença condenatória; (Incluído
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as pela Lei nº 14.230, de 2021)
correspondentes decisões deverão ser consideradas na formação III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Jus-
da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na con- tiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condena-
duta do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tória ou que reforma sentença de improcedência; (Incluído pela
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à Lei nº 14.230, de 2021)
ação de improbidade quando concluírem pela inexistência da con- IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribu-
duta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, nal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma
de 2021) acórdão de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fa- V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal
tos, confirmada por decisão colegiada, impede o trâmite da ação da Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acór-
qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamen- dão de improcedência. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tos de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de § 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do
3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste
Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236) artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deve- § 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efei-
rão ser compensadas com as sanções aplicadas nos termos desta tos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Minis- § 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do
tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrati- mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer
va ou mediante representação formulada de acordo com o disposto deles estendem-se aos demais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimen- 2021)
to investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito § 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público,
policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, reconhe-
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei, cer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decre-
será garantido ao investigado a oportunidade de manifestação por tá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no
escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alega- § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo. (Incluído
ções e auxiliem na elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021) Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacita-
ção aos agentes públicos e políticos que atuem com prevenção ou
CAPÍTULO VII repressão de atos de improbidade administrativa. (Incluído pela
DA PRESCRIÇÃO Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de
prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato honorários periciais e de quaisquer outras despesas. (Incluído
ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a per- pela Lei nº 14.230, de 2021)
manência. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) despesas processuais serão pagas ao final. (Incluído pela Lei nº
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em
§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo administra- caso de improcedência da ação de improbidade se comprovada
tivo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o curso má-fé. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patri-
corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não monial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de re-
concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão. (Incluído cursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão
pela Lei nº 14.230, de 2021) responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será de 1995. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236)
concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias corri-
dos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fun- CAPÍTULO VIII
damentado submetido à revisão da instância competente do órgão DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Inclu-
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de
deverá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições
arquivamento do inquérito civil. (Incluído pela Lei nº 14.230, de em contrário.
2021) Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo inter- 104° da República.
rompe-se: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
§ 4º O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de II - lavrar nova indiciação ou indiciação complementar, caso as
PAR não excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, me- novas provas juntadas aos autos justifiquem alterações na nota de
diante solicitação justificada do presidente da comissão à autorida- indiciação inicial, devendo ser observado o disposto no caput do
de instauradora, que decidirá de maneira fundamentada. art. 6º.
Art. 6º Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e as cir- § 2º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa informa-
cunstâncias conhecidas e indiciará e intimará a pessoa jurídica pro- ções e documentos referentes à existência e ao funcionamento de
cessada para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa escrita e programa de integridade, a comissão processante deverá examiná-
especificar eventuais provas que pretenda produzir. -lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo V, para a dosime-
§ 1º A intimação prevista no caput: tria das sanções a serem aplicadas.
I - facultará expressamente à pessoa jurídica a possibilidade de Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio
apresentar informações e provas que subsidiem a análise da comis- de seus representantes legais ou procuradores, sendo-lhes assegu-
são de PAR no que se refere aos elementos que atenuam o valor da rado amplo acesso aos autos.
multa, previstos no art. 23; e Parágrafo único. É vedada a retirada de autos físicos da repar-
II - solicitará a apresentação de informações e documentos, tição pública, sendo autorizada a obtenção de cópias, preferencial-
nos termos estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, que mente em meio digital, mediante requerimento.
permitam a análise do programa de integridade da pessoa jurídica. Art. 10. A comissão, para o devido e regular exercício de suas
§ 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo: funções, poderá praticar os atos necessários à elucidação dos fatos
I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputado à pessoa sob apuração, compreendidos todos os meios probatórios admiti-
jurídica, com a descrição das circunstâncias relevantes; dos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.
II - o apontamento das provas que sustentam o entendimento Art. 11. Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a co-
da comissão pela ocorrência do ato lesivo imputado; e missão elaborará relatório a respeito dos fatos apurados e da even-
III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado à pessoa tual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no qual su-
jurídica processada. gerirá, de forma motivada:
§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha êxito, será I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indicação da
feita nova intimação por meio de edital publicado na imprensa ofi- dosimetria, ou o arquivamento do processo;
cial e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública respon- II - o encaminhamento do relatório final à autoridade compe-
sável pela condução do PAR, hipótese em que o prazo para apre- tente para instrução de processo administrativo específico para
sentação de defesa escrita será contado a partir da última data de reparação de danos, quando houver indícios de que do ato lesivo
publicação do edital. tenha resultado dano ao erário;
§ 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente sua de- III - o encaminhamento do relatório final à Advocacia-Geral da
fesa escrita no prazo estabelecido no caput, contra ela correrão os União, para ajuizamento da ação de que trata o art. 19 da Lei nº
demais prazos, independentemente de notificação ou intimação, 12.846, de 2013, com sugestão, de acordo com o caso concreto,
podendo intervir em qualquer fase do processo, sem direito à repe- da aplicação das sanções previstas naquele artigo, como retribuição
tição de qualquer ato processual já praticado. complementar às do PAR ou para a prevenção de novos ilícitos;
Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio físico ou IV - o encaminhamento do processo ao Ministério Público, nos
eletrônico que assegure a certeza de ciência da pessoa jurídica pro- termos do disposto no art. 15 da Lei nº 12.846, de 2013; e
cessada. V - as condições necessárias para a concessão da reabilitação,
§ 1º Os prazos começam a correr a partir da data da cientifica- quando cabível.
ção oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo- Art. 12. Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata de
-se o dia do vencimento, observado o disposto no Capítulo XVI da encerramento dos seus trabalhos, que formalizará sua desconsti-
Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. tuição, e encaminhará o PAR à autoridade instauradora, que deter-
§ 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispensam-se as minará a intimação da pessoa jurídica processada do relatório final
demais intimações processuais, até que a pessoa jurídica interessa- para, querendo, manifestar-se no prazo máximo de dez dias.
da se manifeste nos autos. Parágrafo único. Transcorrido o prazo previsto no caput, a au-
§ 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notificada e in- toridade instauradora determinará à corregedoria da entidade ou à
timada de todos os atos processuais, independentemente de pro- unidade competente que analise a regularidade e o mérito do PAR.
curação ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa do Art. 13. Após a análise de regularidade e mérito, o PAR será
gerente, representante ou administrador de sua filial, agência, su- encaminhado à autoridade competente para julgamento, o qual
cursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil. será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo órgão de
Art. 8º Recebida a defesa escrita, a comissão avaliará a perti- assistência jurídica competente.
nência de produzir as provas eventualmente requeridas pela pes- Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária ao relatório
soa jurídica processada, podendo indeferir de forma motivada os da comissão, esta deverá ser fundamentada com base nas provas
pedidos de produção de provas que sejam ilícitas, impertinentes, produzidas no PAR.
desnecessárias, protelatórias ou intempestivas. Art. 14. A decisão administrativa proferida pela autoridade jul-
§ 1º Caso sejam produzidas provas após a nota de indiciação, gadora ao final do PAR será publicada no Diário Oficial da União e no
a comissão poderá: sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública responsável pelo
I - intimar a pessoa jurídica para se manifestar, no prazo de dez julgamento do PAR.
dias, sobre as novas provas juntadas aos autos, caso tais provas não Art. 15. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido
justifiquem a alteração da nota de indiciação; ou de reconsideração com efeito suspensivo, no prazo de dez dias, con-
tado da data de publicação da decisão.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no e necessários à apuração ou à comprovação dos fatos, sem prejuízo
PAR e que não apresentar pedido de reconsideração deverá cumpri- do envio de documentação complementar, na hipótese de novas
-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo para interposi- provas ou informações relevantes, sob pena de responsabilização.
ção do pedido de reconsideração.
§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para CAPÍTULO III
decidir sobre a matéria alegada no pedido de reconsideração e pu- DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS
blicar nova decisão. ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS
§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será con-
cedido à pessoa jurídica novo prazo de trinta dias para o cumpri- SEÇÃO I
mento das sanções que lhe foram impostas, contado da data de DISPOSIÇÕES GERAIS
publicação da nova decisão.
Art. 16. Os atos previstos como infrações administrativas à Lei Art. 19. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes san-
nº 14.133, de 1º de abril de 2021, ou a outras normas de licitações ções administrativas, nos termos do disposto no art. 6º da Lei nº
e contratos da administração pública que também sejam tipifica- 12.846, de 2013:
dos como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão apurados I - multa; e
e julgados conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito II - publicação extraordinária da decisão administrativa sancio-
procedimental previsto neste Capítulo. nadora.
§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo au- Parágrafo único. Caso os atos lesivos apurados envolvam infra-
toridades distintas competentes para o julgamento, o processo será ções administrativas à Lei nº 14.133, de 2021, ou a outras normas
encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado, para de licitações e contratos da administração pública e tenha ocorrido
que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedência o jul- a apuração conjunta prevista no art. 16, a pessoa jurídica também
gamento pelo Ministro de Estado competente. estará sujeita a sanções administrativas que tenham como efeito a
§ 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da unidade res- restrição ao direito de participar em licitações ou de celebrar con-
ponsável no órgão ou na entidade pela gestão de licitações e con- tratos com a administração pública, a serem aplicadas no PAR.
tratos deve comunicar à autoridade a que se refere o caput do art.
3º eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º SEÇÃO II
da Lei nº 12.846, de 2013. DA MULTA
Art. 17. A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito do
Poder Executivo federal, competência: Art. 20. A multa prevista no inciso I do caput do art. 6º da Lei
I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e nº 12.846, de 2013, terá como base de cálculo o faturamento bruto
II - exclusiva para avocar os processos instaurados para exame da pessoa jurídica no último exercício anterior ao da instauração do
de sua regularidade ou para lhes corrigir o andamento, inclusive PAR, excluídos os tributos.
promovendo a aplicação da penalidade administrativa cabível. § 1º Os valores que constituirão a base de cálculo de que trata
§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qual- o caput poderão ser apurados, entre outras formas, por meio de:
quer tempo, a competência prevista no caput, se presentes quais- I - compartilhamento de informações tributárias, na forma do
quer das seguintes circunstâncias: disposto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 1966 -
I - caracterização de omissão da autoridade originariamente Código Tributário Nacional;
competente; II - registros contábeis produzidos ou publicados pela pessoa
II - inexistência de condições objetivas para sua realização no jurídica acusada, no Brasil ou no exterior;
órgão ou na entidade de origem; III - estimativa, levando em consideração quaisquer informa-
III - complexidade, repercussão e relevância da matéria; ções sobre a sua situação econômica ou o estado de seus negócios,
IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o tais como patrimônio, capital social, número de empregados, con-
órgão ou com a entidade atingida; ou tratos, entre outras; e
V - apuração que envolva atos e fatos relacionados com mais de IV - identificação do montante total de recursos recebidos pela
um órgão ou entidade da administração pública federal. pessoa jurídica sem fins lucrativos no ano anterior ao da instaura-
§ 2º Ficam os órgãos e as entidades da administração pública ção do PAR, excluídos os tributos incidentes sobre vendas.
obrigados a encaminhar à Controladoria-Geral da União todos os § 2º Os fatores previstos nos art. 22 e art. 23 deste Decreto se-
documentos e informações que lhes forem solicitados, incluídos os rão avaliados em conjunto para os atos lesivos apurados no mesmo
autos originais dos processos que eventualmente estejam em cur- PAR, devendo-se considerar, para o cálculo da multa, a consolidação
so. dos faturamentos brutos de todas as pessoas jurídicas pertencentes
Art. 18. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar, de fato ou de direito ao mesmo grupo econômico que tenham pra-
apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos a administração pú- ticado os ilícitos previstos no art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, ou
blica estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito procedimen- concorrido para a sua prática.
tal previsto neste Capítulo. Art. 21. Caso a pessoa jurídica comprovadamente não tenha
Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da administração tido faturamento no último exercício anterior ao da instauração do
pública federal direta e indireta deverão comunicar à Controlado- PAR, deve-se considerar como base de cálculo da multa o valor do
ria-Geral da União os indícios da ocorrência de atos lesivos a ad- último faturamento bruto apurado pela pessoa jurídica, excluídos
ministração pública estrangeira, identificados no exercício de suas os tributos incidentes sobre vendas, que terá seu valor atualizado
atribuições, juntando à comunicação os documentos já disponíveis até o último dia do exercício anterior ao da instauração do PAR.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, o valor da mul- Parágrafo único. Somente poderão ser atribuídos os percentu-
ta será estipulado observando-se o intervalo de R$ 6.000,00 (seis ais máximos, quando observadas as seguintes condições:
mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) e o limite I - na hipótese prevista na alínea “a” do inciso II do caput, quan-
mínimo da vantagem auferida, quando for possível sua estimação. do ocorrer a devolução integral dos valores ali referidos;
Art. 22. O cálculo da multa se inicia com a soma dos valores II - na hipótese prevista no inciso IV do caput, quando a admis-
correspondentes aos seguintes percentuais da base de cálculo: são ocorrer antes da instauração do PAR; e
I - até quatro por cento, havendo concurso dos atos lesivos; III - na hipótese prevista no inciso V do caput, quando o plano
II - até três por cento para tolerância ou ciência de pessoas do de integridade for anterior à prática do ato lesivo.
corpo diretivo ou gerencial da pessoa jurídica; Art. 24. A existência e quantificação dos fatores previstos nos
III - até quatro por cento no caso de interrupção no forneci- art. 22 e art. 23 deverá ser apurada no PAR e evidenciada no relató-
mento de serviço público, na execução de obra contratada ou na rio final da comissão, o qual também conterá a estimativa, sempre
entrega de bens ou serviços essenciais à prestação de serviços pú- que possível, dos valores da vantagem auferida e da pretendida.
blicos ou no caso de descumprimento de requisitos regulatórios; Art. 25. Em qualquer hipótese, o valor final da multa terá como
IV - um por cento para a situação econômica do infrator que limite:
apresente índices de solvência geral e de liquidez geral superiores I - mínimo, o maior valor entre o da vantagem auferida, quando
a um e lucro líquido no último exercício anterior ao da instauração for possível sua estimativa, e:
do PAR; a) um décimo por cento da base de cálculo; ou
V - três por cento no caso de reincidência, assim definida a b) R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese prevista no art. 21; e
ocorrência de nova infração, idêntica ou não à anterior, tipificada II - máximo, o menor valor entre:
como ato lesivo pelo art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, em menos a) três vezes o valor da vantagem pretendida ou auferida, o que
de cinco anos, contados da publicação do julgamento da infração for maior entre os dois valores;
anterior; e b) vinte por cento do faturamento bruto do último exercício
VI - no caso de contratos, convênios, acordos, ajustes e outros anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos incidentes
instrumentos congêneres mantidos ou pretendidos com o órgão ou sobre vendas; ou
com as entidades lesadas, nos anos da prática do ato lesivo, serão c) R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), na hipótese
considerados os seguintes percentuais: prevista no art. 21, desde que não seja possível estimar o valor da
a) um por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to- vantagem auferida.
talizar valor superior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais); § 1º O limite máximo não será observado, caso o valor resul-
b) dois por cento, no caso de o somatório dos instrumentos tante do cálculo desse parâmetro seja inferior ao resultado calcula-
totalizar valor superior a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos do para o limite mínimo.
mil reais); § 2º Na ausência de todos os fatores previstos nos art. 22 e art.
c) três por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to- 23 ou quando o resultado das operações de soma e subtração for
talizar valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais); igual ou menor que zero, o valor da multa corresponderá ao limite
d) quatro por cento, no caso de o somatório dos instrumentos mínimo estabelecido no caput.
totalizar valor superior a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de Art. 26. O valor da vantagem auferida ou pretendida corres-
reais); ou ponde ao equivalente monetário do produto do ilícito, assim enten-
e) cinco por cento, no caso de o somatório dos instrumentos dido como os ganhos ou os proveitos obtidos ou pretendidos pela
totalizar valor superior a R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta pessoa jurídica em decorrência direta ou indireta da prática do ato
milhões de reais). lesivo.
Parágrafo único. No caso de acordo de leniência, o prazo cons- § 1º O valor da vantagem auferida ou pretendida poderá ser
tante do inciso V do caput será contado a partir da data de celebra- estimado mediante a aplicação, conforme o caso, das seguintes me-
ção até cinco anos após a declaração de seu cumprimento. todologias:
Art. 23. Do resultado da soma dos fatores previstos no art. 22 I - pelo valor total da receita auferida em contrato administrati-
serão subtraídos os valores correspondentes aos seguintes percen- vo e seus aditivos, deduzidos os custos lícitos que a pessoa jurídica
tuais da base de cálculo: comprove serem efetivamente atribuíveis ao objeto contratado, na
I - até meio por cento no caso de não consumação da infração; hipótese de atos lesivos praticados para fins de obtenção e execu-
II - até um por cento no caso de: ção dos respectivos contratos;
a) comprovação da devolução espontânea pela pessoa jurídica II - pelo valor total de despesas ou custos evitados, inclusive
da vantagem auferida e do ressarcimento dos danos resultantes do os de natureza tributária ou regulatória, e que seriam imputáveis à
ato lesivo; ou pessoa jurídica caso não houvesse sido praticado o ato lesivo pela
b) inexistência ou falta de comprovação de vantagem auferida pessoa jurídica infratora; ou
e de danos resultantes do ato lesivo; III - pelo valor do lucro adicional auferido pela pessoa jurídica
III - até um e meio por cento para o grau de colaboração da decorrente de ação ou omissão na prática de ato do Poder Público
pessoa jurídica com a investigação ou a apuração do ato lesivo, in- que não ocorreria sem a prática do ato lesivo pela pessoa jurídica
dependentemente do acordo de leniência; infratora.
IV - até dois por cento no caso de admissão voluntária pela pes- § 2º Os valores correspondentes às vantagens indevidas pro-
soa jurídica da responsabilidade objetiva pelo ato lesivo; e metidas ou pagas a agente público ou a terceiros a ele relacionados
V - até cinco por cento no caso de comprovação de a pessoa não poderão ser deduzidos do cálculo estimativo de que trata o §
jurídica possuir e aplicar um programa de integridade, conforme os 1º.
parâmetros estabelecidos no Capítulo V.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Parágrafo único. A participação da Advocacia-Geral da União § 3º A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso e o
nos acordos de leniência, consideradas as condições neles estabe- acesso ao seu conteúdo será restrito no âmbito da Controladoria-
lecidas e observados os termos da Lei Complementar nº 73, de 10 -Geral da União.
de fevereiro de 1993, e da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015, § 4º A proponente poderá divulgar ou compartilhar a existên-
poderá ensejar a resolução consensual das penalidades previstas cia da proposta ou de seu conteúdo, desde que haja prévia anuên-
no art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013. cia da Controladoria-Geral da União.
Art. 36. A Controladoria-Geral da União poderá aceitar delega- § 5º A análise da proposta de acordo de leniência será instru-
ção para negociar, celebrar e monitorar o cumprimento de acordos ída em processo administrativo específico, que conterá o registro
de leniência relativos a atos lesivos contra outros Poderes e entes dos atos praticados na negociação.
federativos. Art. 39. A proposta de celebração de acordo de leniência será
Art. 37. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de le- submetida à análise de juízo de admissibilidade, para verificação da
niência deverá: existência dos elementos mínimos que justifiquem o início da ne-
I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a gociação.
apuração de ato lesivo específico, quando tal circunstância for re- § 1º Admitida a proposta, será firmado memorando de enten-
levante; dimentos com a pessoa jurídica proponente, definindo os parâme-
II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo tros da negociação do acordo de leniência.
a partir da data da propositura do acordo; § 2º O memorando de entendimentos poderá ser resilido a
III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto aos atos le- qualquer momento, a pedido da pessoa jurídica proponente ou a
sivos; critério da administração pública federal.
IV - cooperar plena e permanentemente com as investigações e § 3º A assinatura do memorando de entendimentos:
o processo administrativo e comparecer, sob suas expensas e sem- I - interrompe a prescrição; e
pre que solicitada, aos atos processuais, até o seu encerramento; II - suspende a prescrição pelo prazo da negociação, limitado,
V - fornecer informações, documentos e elementos que com- em qualquer hipótese, a trezentos e sessenta dias.
provem o ato ilícito; Art. 40. A critério da Controladoria-Geral da União, o PAR ins-
VI - reparar integralmente a parcela incontroversa do dano cau- taurado em face de pessoa jurídica que esteja negociando a cele-
sado; e bração de acordo de leniência poderá ser suspenso.
VII - perder, em favor do ente lesado ou da União, conforme o Parágrafo único. A suspensão ocorrerá sem prejuízo:
caso, os valores correspondentes ao acréscimo patrimonial indevi- I - da continuidade de medidas investigativas necessárias para
do ou ao enriquecimento ilícito direta ou indiretamente obtido da o esclarecimento dos fatos; e
infração, nos termos e nos montantes definidos na negociação. II - da adoção de medidas processuais cautelares e assecurató-
§ 1º Os requisitos de que tratam os incisos III e IV do caput se- rias indispensáveis para se evitar perecimento de direito ou garantir
rão avaliados em face da boa-fé da pessoa jurídica proponente em a instrução processual.
reportar à administração a descrição e a comprovação da integrali- Art. 41. A Controladoria-Geral da União poderá avocar os autos
dade dos atos ilícitos de que tenha ou venha a ter ciência, desde o de processos administrativos em curso em outros órgãos ou enti-
momento da propositura do acordo até o seu total cumprimento. dades da administração pública federal relacionados com os fatos
§ 2º A parcela incontroversa do dano de que trata o inciso VI objeto do acordo em negociação.
do caput corresponde aos valores dos danos admitidos pela pessoa Art. 42. A negociação a respeito da proposta do acordo de leni-
jurídica ou àqueles decorrentes de decisão definitiva no âmbito do ência deverá ser concluída no prazo de cento e oitenta dias, conta-
devido processo administrativo ou judicial. do da data da assinatura do memorando de entendimentos.
§ 3º Nas hipóteses em que de determinado ato ilícito decor- Parágrafo único. O prazo de que trata o caput poderá ser pror-
ra, simultaneamente, dano ao ente lesado e acréscimo patrimonial rogado, caso presentes circunstâncias que o exijam.
indevido à pessoa jurídica responsável pela prática do ato, e haja Art. 43. A desistência da proposta de acordo de leniência ou a
identidade entre ambos, os valores a eles correspondentes serão: sua rejeição não importará em reconhecimento da prática do ato
I - computados uma única vez para fins de quantificação do va- lesivo.
lor a ser adimplido a partir do acordo de leniência; e § 1º Não se fará divulgação da desistência ou da rejeição da
II - classificados como ressarcimento de danos para fins contá- proposta do acordo de leniência, ressalvado o disposto no § 4º do
beis, orçamentários e de sua destinação para o ente lesado. art. 38.
Art. 38. A proposta de celebração de acordo de leniência deve- § 2º Na hipótese prevista no caput, a administração pública
rá ser feita de forma escrita, oportunidade em que a pessoa jurídica federal não poderá utilizar os documentos recebidos durante o pro-
proponente declarará expressamente que foi orientada a respeito cesso de negociação de acordo de leniência.
de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendi- § 3º O disposto no § 2º não impedirá a apuração dos fatos re-
mento às determinações e às solicitações durante a etapa de nego- lacionados com a proposta de acordo de leniência, quando decorrer
ciação importará a desistência da proposta. de indícios ou provas autônomas que sejam obtidos ou levados ao
§ 1º A proposta deverá ser apresentada pelos representantes conhecimento da autoridade por qualquer outro meio.
da pessoa jurídica, na forma de seu estatuto ou contrato social, ou Art. 44. O acordo de leniência estipulará as condições para as-
por meio de procurador com poderes específicos para tal ato, ob- segurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo
servado o disposto no art. 26 da Lei nº 12.846, de 2013. e conterá as cláusulas e obrigações que, diante das circunstâncias
§ 2º A proposta poderá ser feita até a conclusão do relatório a do caso concreto, reputem-se necessárias.
ser elaborado no PAR. Art. 45. O acordo de leniência conterá, entre outras disposi-
ções, cláusulas que versem sobre:
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos nos III - redução do valor final da multa aplicável, observado o dis-
incisos II a VII do caput do art. 37; posto no art. 27; ou
II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descumpri- IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas previs-
mento do acordo; tas no art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021, ou em outras normas de
III - a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento licitações e contratos.
do acordo, nos termos do disposto no inciso II do caput do art. 784 § 1º No acordo de leniência poderá ser pactuada a resolução
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil; de ações judiciais que tenham por objeto os fatos que componham
IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de programa o escopo do acordo.
de integridade, conforme os parâmetros estabelecidos no Capítulo § 2º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes-
V, bem como o prazo e as condições de monitoramento; soas jurídicas que integrarem o mesmo grupo econômico, de fato
V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela a que se ou de direito, desde que tenham firmado o acordo em conjunto,
refere o inciso VI do caput do art. 37; e respeitadas as condições nele estabelecidas.
VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se refere o Art. 51. O monitoramento das obrigações de adoção, imple-
inciso VI do caput do art. 37 para compensação com outros valo- mentação e aperfeiçoamento do programa de integridade de que
res porventura apurados em outros processos sancionatórios ou de trata o inciso IV do caput do art. 45 será realizado, direta ou indire-
prestação de contas, quando relativos aos mesmos fatos que com- tamente, pela Controladoria-Geral da União, podendo ser dispen-
põem o escopo do acordo. sado, a depender das características do ato lesivo, das medidas de
Art. 46. A Controladoria-Geral da União poderá conduzir e jul- remediação adotadas pela pessoa jurídica e do interesse público.
gar os processos administrativos que apurem infrações administra- § 1º O monitoramento a que se refere o caput será realizado,
tivas previstas na Lei nº 12.846, de 2013, na Lei nº 14.133, de 2021, dentre outras formas, pela análise de relatórios, documentos e in-
e em outras normas de licitações e contratos, cujos fatos tenham formações fornecidos pela pessoa jurídica, obtidos de forma inde-
sido noticiados por meio do acordo de leniência. pendente ou por meio de reuniões, entrevistas, testes de sistemas
Art. 47. O percentual de redução do valor da multa aplicável e de conformidade com as políticas e visitas técnicas.
de que trata o § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013, levará em § 2º As informações relativas às etapas do processo de monito-
consideração os seguintes critérios: ramento serão publicadas em transparência ativa no sítio eletrônico
I - a tempestividade da autodenúncia e o ineditismo dos atos da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos legais e o
lesivos; interesse das investigações.
II - a efetividade da colaboração da pessoa jurídica; e Art. 52. Cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica
III - o compromisso de assumir condições relevantes para o colaboradora, a autoridade competente declarará:
cumprimento do acordo. I - o cumprimento das obrigações nele constantes;
Parágrafo único. Os critérios previstos no caput serão objeto II - a isenção das sanções previstas no inciso II do caput do art.
de ato normativo a ser editado pelo Ministro de Estado da Contro- 6º e no inciso IV do caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, bem
ladoria-Geral da União. como das demais sanções aplicáveis ao caso;
Art. 48. O acesso aos documentos e às informações comercial- III - o cumprimento da sanção prevista no inciso I do caput do
mente sensíveis da pessoa jurídica será mantido restrito durante a art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013; e
negociação e após a celebração do acordo de leniência. IV - o atendimento dos compromissos assumidos de que tra-
§ 1º Até a celebração do acordo de leniência, a identidade da tam os incisos II a VII do caput do art. 37 deste Decreto.
pessoa jurídica signatária do acordo não será divulgada ao público, Art. 53. Declarada a rescisão do acordo de leniência pela au-
ressalvado o disposto no § 4º do art. 38. toridade competente, decorrente do seu injustificado descumpri-
§ 2º As informações e os documentos obtidos em decorrência mento:
da celebração de acordos de leniência poderão ser compartilhados I - a pessoa jurídica perderá os benefícios pactuados e ficará
com outras autoridades, mediante compromisso de sua não utiliza- impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de três anos, contado
ção para sancionar a própria pessoa jurídica em relação aos mes- da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa que
mos fatos objeto do acordo de leniência, ou com concordância da julgar rescindido o acordo;
própria pessoa jurídica. II - haverá o vencimento antecipado das parcelas não pagas e
Art. 49. A celebração do acordo de leniência interrompe o pra- serão executados:
zo prescricional da pretensão punitiva em relação aos atos ilícitos a) o valor integral da multa, descontando-se as frações eventu-
objeto do acordo, nos termos do disposto no § 9º do art. 16 da Lei almente já pagas; e
nº 12.846, de 2013, que permanecerá suspenso até o cumprimento b) os valores integrais referentes aos danos, ao enriquecimento
dos compromissos firmados no acordo ou até a sua rescisão, nos indevido e a outros valores porventura pactuados no acordo, des-
termos do disposto no art. 34 da Lei nº 13.140, de 2015. contando-se as frações eventualmente já pagas; e
Art. 50. Com a celebração do acordo de leniência, serão con- III - serão aplicadas as demais sanções e as consequências pre-
cedidos em favor da pessoa jurídica signatária, nos termos previa- vistas nos termos dos acordos de leniência e na legislação aplicável.
mente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes efeitos: Parágrafo único. O descumprimento do acordo de leniência
I - isenção da publicação extraordinária da decisão administra- será registrado pela Controladoria-Geral da União, pelo prazo de
tiva sancionadora; três anos, no Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP.
II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, sub- Art. 54. Excepcionalmente, as autoridades signatárias poderão
venções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicos deferir pedido de alteração ou de substituição de obrigações pac-
e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo Poder Pú- tuadas no acordo de leniência, desde que presentes os seguintes
blico; requisitos:
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
I - manutenção dos resultados e requisitos originais que funda- VII - controles internos que assegurem a pronta elaboração e a
mentaram o acordo de leniência, nos termos do disposto no art. 16 confiabilidade de relatórios e demonstrações financeiras da pessoa
da Lei nº 12.846, de 2013; jurídica;
II - maior vantagem para a administração, de maneira que se- VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilícitos
jam alcançadas melhores consequências para o interesse público no âmbito de processos licitatórios, na execução de contratos admi-
do que a declaração de descumprimento e a rescisão do acordo; nistrativos ou em qualquer interação com o setor público, ainda que
III - imprevisão da circunstância que dá causa ao pedido de intermediada por terceiros, como pagamento de tributos, sujeição
modificação ou à impossibilidade de cumprimento das condições a fiscalizações ou obtenção de autorizações, licenças, permissões e
originalmente pactuadas; certidões;
IV - boa-fé da pessoa jurídica colaboradora em comunicar a IX - independência, estrutura e autoridade da instância interna
impossibilidade do cumprimento de uma obrigação antes do ven- responsável pela aplicação do programa de integridade e pela fisca-
cimento do prazo para seu adimplemento; e lização de seu cumprimento;
V - higidez das garantias apresentadas no acordo. X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamen-
Parágrafo único. A análise do pedido de que trata o caput con- te divulgados a funcionários e terceiros, e mecanismos destinados
siderará o grau de adimplência da pessoa jurídica com as demais ao tratamento das denúncias e à proteção de denunciantes de bo-
condições pactuadas, inclusive as de adoção ou de aperfeiçoamen- a-fé;
to do programa de integridade. XI - medidas disciplinares em caso de violação do programa de
Art. 55. Os acordos de leniência celebrados serão publicados integridade;
em transparência ativa no sítio eletrônico da Controladoria-Geral da XII - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de ir-
União, respeitados os sigilos legais e o interesse das investigações. regularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remediação
dos danos gerados;
CAPÍTULO V XIII - diligências apropriadas, baseadas em risco, para:
DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE a) contratação e, conforme o caso, supervisão de terceiros, tais
como fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediá-
Art. 56. Para fins do disposto neste Decreto, programa de in- rios, despachantes, consultores, representantes comerciais e asso-
tegridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto ciados;
de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria b) contratação e, conforme o caso, supervisão de pessoas ex-
e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de postas politicamente, bem como de seus familiares, estreitos cola-
códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes, com objetivo boradores e pessoas jurídicas de que participem; e
de: c) realização e supervisão de patrocínios e doações;
I - prevenir, detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e XIV - verificação, durante os processos de fusões, aquisições e
atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou reestruturações societárias, do cometimento de irregularidades ou
estrangeira; e ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas jurídicas
II - fomentar e manter uma cultura de integridade no ambiente envolvidas; e
organizacional. XV - monitoramento contínuo do programa de integridade
Parágrafo único. O programa de integridade deve ser estrutu- visando ao seu aperfeiçoamento na prevenção, na detecção e no
rado, aplicado e atualizado de acordo com as características e os combate à ocorrência dos atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº
riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual, por sua 12.846, de 2013.
vez, deve garantir o constante aprimoramento e a adaptação do re- § 1º Na avaliação dos parâmetros de que trata o caput, serão
ferido programa, visando garantir sua efetividade. considerados o porte e as especificidades da pessoa jurídica, por
Art. 57. Para fins do disposto no inciso VIII do caput do art. 7º meio de aspectos como:
da Lei nº 12.846, de 2013, o programa de integridade será avaliado, I - a quantidade de funcionários, empregados e colaboradores;
quanto a sua existência e aplicação, de acordo com os seguintes II - o faturamento, levando ainda em consideração o fato de
parâmetros: ser qualificada como microempresa ou empresa de pequeno porte;
I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, inclu- III - a estrutura de governança corporativa e a complexidade de
ídos os conselhos, evidenciado pelo apoio visível e inequívoco ao unidades internas, tais como departamentos, diretorias ou setores,
programa, bem como pela destinação de recursos adequados; ou da estruturação de grupo econômico;
II - padrões de conduta, código de ética, políticas e procedi- IV - a utilização de agentes intermediários, como consultores
mentos de integridade, aplicáveis a todos os empregados e admi- ou representantes comerciais;
nistradores, independentemente do cargo ou da função exercida; V - o setor do mercado em que atua;
III - padrões de conduta, código de ética e políticas de integri- VI - os países em que atua, direta ou indiretamente;
dade estendidas, quando necessário, a terceiros, tais como fornece- VII - o grau de interação com o setor público e a importância
dores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados; de contratações, investimentos e subsídios públicos, autorizações,
IV - treinamentos e ações de comunicação periódicos sobre o licenças e permissões governamentais em suas operações; e
programa de integridade; VIII - a quantidade e a localização das pessoas jurídicas que in-
V - gestão adequada de riscos, incluindo sua análise e reavalia- tegram o grupo econômico.
ção periódica, para a realização de adaptações necessárias ao pro- § 2º A efetividade do programa de integridade em relação ao
grama de integridade e a alocação eficiente de recursos; ato lesivo objeto de apuração será considerada para fins da avalia-
VI - registros contábeis que reflitam de forma completa e preci- ção de que trata o caput.
sa as transações da pessoa jurídica;
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Art. 67. Compete ao Ministro de Estado da Controladoria-Ge- Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetiva-
ral da União editar orientações, normas e procedimentos comple- mente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos pre-
mentares para a execução deste Decreto, notadamente no que diz vistos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo
respeito a: ou não.
I - fixação da metodologia para a apuração do faturamento bru- Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a res-
to e dos tributos a serem excluídos para fins de cálculo da multa a ponsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou
que se refere o art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013; de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
II - forma e regras para o cumprimento da publicação extraordi- ilícito.
nária da decisão administrativa sancionadora; § 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemen-
III - avaliação do programa de integridade, inclusive sobre a for- te da responsabilização individual das pessoas naturais referidas no
ma de avaliação simplificada no caso de microempresas e empresas caput .
de pequeno porte; e § 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsa-
IV - gestão e registro dos procedimentos e sanções aplicadas bilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade.
em face de pessoas jurídicas e entes privados. Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipó-
Art. 68. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Advoca- tese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou
cia-Geral da União e a Controladoria-Geral da União: cisão societária.
I - estabelecerão canais de comunicação institucional: § 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade
a) para o encaminhamento de informações referentes à prática da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa e re-
de atos lesivos contra a administração pública nacional ou estran- paração integral do dano causado, até o limite do patrimônio trans-
geira ou derivadas de acordos de colaboração premiada e acordos ferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta
de leniência; e Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou
b) para a cooperação jurídica internacional e recuperação de incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente intuito de
ativos; e fraude, devidamente comprovados.
II - poderão, por meio de acordos de colaboração técnica, ar- § 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no
ticular medidas para o enfrentamento da corrupção e de delitos âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solidariamen-
conexos. te responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringin-
Art. 69. As disposições deste Decreto se aplicam imediatamen- do-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e
te aos processos em curso, resguardados os atos praticados antes reparação integral do dano causado.
de sua vigência.
Art. 70. Fica revogado o Decreto nº 8.420, de 18 de março de CAPÍTULO II
2015. DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 71. Este Decreto entra em vigor em 18 de julho de 2022. NACIONAL OU ESTRANGEIRA
Brasília, 11 de julho de 2022; 201º da Independência e 134º da
República. Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacio-
nal ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados
pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º
LEI FEDERAL Nº 12.846/2013 E SUAS ALTERAÇÕES. , que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro,
contra princípios da administração pública ou contra os compromis-
LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013. sos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vanta-
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de gem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacio-
pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração públi- nada;
ca, nacional ou estrangeira, e dá outras providências. II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: nesta Lei;
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física
CAPÍTULO I ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a
DISPOSIÇÕES GERAIS identidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV - no tocante a licitações e contratos:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva ad- a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qual-
ministrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a quer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento li-
administração pública, nacional ou estrangeira. citatório público;
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato
empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não, in- de procedimento licitatório público;
dependentemente da forma de organização ou modelo societário c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou
adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entida- oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
des ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para
direito, ainda que temporariamente. participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo;
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das san-
de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a ções:
administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório I - a gravidade da infração;
da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos III - a consumação ou não da infração;
contratos celebrados com a administração pública; IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;
V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, V - o efeito negativo produzido pela infração;
entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive VI - a situação econômica do infrator;
no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das in-
sistema financeiro nacional. frações;
§ 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de
e entidades estatais ou representações diplomáticas de país estran- integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e
geiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as pessoas a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da
jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público pessoa jurídica;
de país estrangeiro. IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o
§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração órgão ou entidade pública lesados; e
pública estrangeira as organizações públicas internacionais. X - (VETADO).
§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e
Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerça procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos
cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades estatais ou em regulamento do Poder Executivo federal.
em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como
em pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo po- CAPÍTULO IV
der público de país estrangeiro ou em organizações públicas inter- DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO
nacionais.
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrati-
CAPÍTULO III vo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Execu-
tivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provo-
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas ju- cação, observados o contraditório e a ampla defesa.
rídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta § 1º A competência para a instauração e o julgamento do pro-
Lei as seguintes sanções: cesso administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao § 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-
da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a -Geral da União - CGU terá competência concorrente para instaurar
qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível processos administrativos de responsabilização de pessoas jurídicas
sua estimação; e ou para avocar os processos instaurados com fundamento nesta Lei,
II - publicação extraordinária da decisão condenatória. para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento.
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apu-
ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso con- ração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos nesta
creto e com a gravidade e natureza das infrações. Lei, praticados contra a administração pública estrangeira, obser-
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será prece- vado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da
dida da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia Pública ou Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações
pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público. Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº 3.678, de
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, 30 de novembro de 2000.
em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsa-
causado. bilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão designada
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não seja possível pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser-
utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, vidores estáveis.
a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (ses- § 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação
senta milhões de reais). judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a que se refere o
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocor- caput , poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a in-
rerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídi- vestigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e
ca, em meios de comunicação de grande circulação na área da prá- apreensão.
tica da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em § 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade
publicação de circulação nacional, bem como por meio de afixação instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da
de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio esta- investigação.
belecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível
ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores.
§ 6º (VETADO).
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 § 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias
(cento e oitenta) dias contados da data da publicação do ato que a para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do
instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e processo.
eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes-
motivada as sanções a serem aplicadas. soas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as
ato fundamentado da autoridade instauradora. condições nele estabelecidas.
Art. 11. No processo administrativo para apuração de respon- § 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pú-
sabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) dias blica após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das
para defesa, contados a partir da intimação. investigações e do processo administrativo.
Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comis- § 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito
são, será remetido à autoridade instauradora, na forma do art. 10, investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada.
para julgamento. § 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a
Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo
reparação integral do dano não prejudica a aplicação imediata das de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pú-
sanções estabelecidas nesta Lei. blica do referido descumprimento.
Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo paga- § 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo
mento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei.
pública. § 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão compe-
Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada tente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Poder Exe-
sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir cutivo federal, bem como no caso de atos lesivos praticados contra
ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para a administração pública estrangeira.
provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acor-
das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e do de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de
sócios com poderes de administração, observados o contraditório e ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas
a ampla defesa. à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabili- em seus arts. 86 a 88.
dade de pessoa jurídica, após a conclusão do procedimento admi-
nistrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existên- CAPÍTULO VI
cia, para apuração de eventuais delitos. DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
88
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
§ 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas
representação judicial, ou equivalente, do ente público poderá re- nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou, no caso de
querer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a prescri-
causado, conforme previsto no art. 7º , ressalvado o direito do ter- ção será interrompida com a instauração de processo que tenha por
ceiro de boa-fé. objeto a apuração da infração.
Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo admi-
ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º , sem prejuízo daque- nistrativo na forma do seu estatuto ou contrato social.
las previstas neste Capítulo, desde que constatada a omissão das § 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão represen-
autoridades competentes para promover a responsabilização admi- tadas pela pessoa a quem couber a administração de seus bens.
nistrativa. § 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo ge-
Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rente, representante ou administrador de sua filial, agência ou su-
rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. cursal aberta ou instalada no Brasil.
Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de re- Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento
parar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo valor será das infrações previstas nesta Lei, não adotar providências para a
apurado em posterior liquidação, se não constar expressamente da apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrati-
sentença. vamente nos termos da legislação específica aplicável.
Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa
CAPÍTULO VII jurídica brasileira contra a administração pública estrangeira, ainda
DISPOSIÇÕES FINAIS que cometidos no exterior.
Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do
Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Ca- Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da
dastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que
publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos constitua infração à ordem econômica.
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta
governo com base nesta Lei. os processos de responsabilização e aplicação de penalidades de-
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar correntes de:
e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às sanções por I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº
eles aplicadas. 8.429, de 2 de junho de 1992 ; e
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de
acerca das sanções aplicadas: 1993, ou outras normas de licitações e contratos da administração
I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou en- pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contrata-
tidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; ções Públicas - RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de
II - tipo de sanção; e 2011.
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após
ou impeditivo da sanção, quando for o caso. a data de sua publicação.
§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos Brasília, 1º de agosto de 2013; 192º da Independência e 125º
de leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e manter da República.
atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as in-
formações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse
procedimento vier a causar prejuízo às investigações e ao processo LEI FEDERAL Nº 7.716, DE 05 DE JANEIRO DE 1989, E
administrativo. SUAS ALTERAÇÕES.
§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo
de leniência, além das informações previstas no § 3º , deverá ser O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na-
incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento. cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§ 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão ex-
cluídos depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes
ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniência de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou pro-
e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do cedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
órgão ou entidade sancionadora. Art. 2º (Vetado).
Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legisla- Art. 2º-A Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o de-
tivo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e coro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional.(Incluído
manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional pela Lei nº 14.532, de 2023)
de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, ins- Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído
tituído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às pela Lei nº 14.532, de 2023)
sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87 e 88 Parágrafo único. A pena é aumentada de metade se o crime for
da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. cometido mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas. (Incluído
Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores pela Lei nº 14.532, de 2023)
aplicados com fundamento nesta Lei serão destinados preferencial-
mente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente ha- Pena: reclusão de dois a quatro anos.
bilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casa-
como das concessionárias de serviços públicos. mento ou convivência familiar e social.
Pena: reclusão de dois a cinco anos. Pena: reclusão de dois a quatro anos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de Art. 15. (Vetado).
discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou
obstar a promoção funcional. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcio-
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada. namento do estabelecimento particular por prazo não superior a
Pena: reclusão de dois a cinco anos. três meses.
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimi- Art. 17. (Vetado).
nação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não
descendência ou origem nacional ou étnica: (Incluído pela Lei nº são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sen-
12.288, de 2010) tença.
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empre- Art. 19. (Vetado).
gado em igualdade de condições com os demais trabalhadores; (In- Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou precon-
cluído pela Lei nº 12.288, de 2010) ceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar ou- dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
tra forma de benefício profissional; (Incluído pela Lei nº 12.288, de Pena: reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada pela
2010) Lei nº 9.459, de 15/05/97)
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no § 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, em-
ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluído blemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz
pela Lei nº 12.288, de 2010) suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. (Redação
§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de servi- dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
ços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei
racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamen- nº 9.459, de 15/05/97)
to de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça § 2º Se qualquer dos crimes previstos neste artigo for cometido
ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exi- por intermédio dos meios de comunicação social, de publicação em
gências. redes sociais, da rede mundial de computadores ou de publicação
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comer- de qualquer natureza:(Redação dada pela Lei nº 14.532, de 2023)
cial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador. Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei
Pena: reclusão de um a três anos. nº 9.459, de 15/05/97)
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de § 2º-A Se qualquer dos crimes previstos neste artigo for co-
aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qual- metido no contexto de atividades esportivas, religiosas, artísticas
quer grau. ou culturais destinadas ao público: (Incluído pela Lei nº 14.532, de
Pena: reclusão de três a cinco anos. 2023)
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de de- Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e proibição de fre-
zoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço). quência, por 3 (três) anos, a locais destinados a práticas esportivas,
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, artísticas ou culturais destinadas ao público, conforme o caso.(In-
pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar. cluído pela Lei nº 14.532, de 2023)
Pena: reclusão de três a cinco anos. § 2º-B Sem prejuízo da pena correspondente à violência, incor-
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restauran- re nas mesmas penas previstas no caput deste artigo quem obstar,
tes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público. impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações ou
Pena: reclusão de um a três anos. práticas religiosas.(Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023)
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabele- § 3º No caso do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar,
cimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in-
ao público. quérito policial, sob pena de desobediência:(Redação dada pela Lei
Pena: reclusão de um a três anos. nº 14.532, de 2023)
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos
cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabe- exemplares do material respectivo;(Incluído pela Lei nº 9.459, de
lecimento com as mesmas finalidades. 15/05/97)
Pena: reclusão de um a três anos. II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, tele-
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públi- visivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer meio;(Redação
cos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos: dada pela Lei nº 12.735, de 2012)
Pena: reclusão de um a três anos. III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de in-
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como formação na rede mundial de computadores. (Incluído pela Lei nº
aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer ou- 12.288, de 2010)
tro meio de transporte concedido. § 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após
Pena: reclusão de um a três anos. o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreen-
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em dido. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
qualquer ramo das Forças Armadas.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Art. 20-A. Os crimes previstos nesta Lei terão as penas aumen- II - desigualdade racial: toda situação injustificada de dife-
tadas de 1/3 (um terço) até a metade, quando ocorrerem em con- renciação de acesso e fruição de bens, serviçose oportunidades,
texto ou com intuito de descontração, diversão ou recreação.(Inclu- nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência
ído pela Lei nº 14.532, de 2023) ou origem nacional ou étnica;
Art. 20-B. Os crimes previstos nos arts. 2º-A e 20 desta Lei terão III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no
as penas aumentadas de 1/3 (um terço) até a metade, quando pra- âmbito da sociedade que acentua a distânciasocial entre mulheres
ticados por funcionário público, conforme definição prevista no De- negras e os demais segmentos sociais;
creto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), no IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autode-
exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las.(Incluído pela claram pretas e pardas, conforme o quesitocor ou raça usado pela
Lei nº 14.532, de 2023) Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou
Art. 20-C. Na interpretação desta Lei, o juiz deve considerar que adotam autodefinição análoga;
como discriminatória qualquer atitude ou tratamento dado à pes- V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas ado-
soa ou a grupos minoritários que cause constrangimento, humilha- tados pelo Estado no cumprimento de suasatribuições institucio-
ção, vergonha, medo ou exposição indevida, e que usualmente não nais;
se dispensaria a outros grupos em razão da cor, etnia, religião ou VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais
procedência.(Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023) adotados pelo Estado e pela iniciativa privadapara a correção das
Art. 20-D. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportuni-
vítima dos crimes de racismo deverá estar acompanhada de advo- dades.
gado ou defensor público.(Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023) Art. 2° É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Re- oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, indepen-
numerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990) dentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação na
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas,
pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990) empresariais, educacionais, culturais e esportivas e ambientais de-
Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º fendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais.
da República. Art. 3° Além das normas constitucionais relativas aos princípios
fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos
sociais, econômicos e culturais, ambientais e políticos, o Estatuto da
LEI ESTADUAL Nº 9.341, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2021, Equidade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das
E SUAS ALTERAÇÕES. ÉTICA E MORAL vítimas de desigualdade racial, a valorização da igualdade étnica e o
fortalecimento da identidade nacional brasileira.
LEI Nº 9.341, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2021 Art. 4° A participação da população negra, em condição de
igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e
DOE Nº 34764, DE 12/11/2021 cultural, ambiental do país será promovida, prioritariamente, por
Institui o Estatuto da Equidade Racial no Estado do meio de:
Pará, adota os preceitos da Lei Federal n° 12.288, de 20 de julho I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento eco-
de 2010, e altera a Lei Estadual n° 6.941, de 17 de janeiro de 2007. nômico e social;
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ, estatui e eu II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afir-
sanciono a seguinte Lei: mativa;
III - modificação das estruturas institucionais do Estado para
TÍTULO I o adequado enfrentamento e a superaçãodas desigualdades decor-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES rentes do preconceito e da discriminação racial;
IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o com-
Art. 1° Esta Lei institui o Estatuto da Equidade Racial no Esta- bate à discriminação racial e àsdesigualdades étnicas em todas as
do do Pará, adota os preceitos da Lei Federal n° 12.288, de 20 de suas manifestações individuais, institucionais e estruturais;
julho de 2010, e altera a Lei Estadual n° 6.941, de 17 de janeiro de V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e
2007, com a finalidade de garantir à população negra a efetivação institucionais que impedem a representação dadiversidade racial
da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos raciais indivi- nas esferas pública e privada;
duais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas
formas de intolerância étnico-racial. da sociedade civil direcionadas à promoçãoda igualdade de oportu-
Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se: nidades e ao combate às desigualdades raciais, inclusive mediante
I - discriminação racial: toda distinção, exclusão, restrição a implementação de incentivos e critérios de condicionamento e
ou preferência baseada em raça, cor,descendência ou origem nacio- prioridade no acesso aos recursos públicos;
nal ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhe- VII - implementação de programas de ação afirmativa des-
cimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos tinados ao enfrentamento das desigualdadesraciais no tocante à
humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômi- educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, mo-
co, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou radia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos,
privada; acesso à terra, à Justiça, e outros.
Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir-se-
-ão em políticas públicas destinadas a
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
reparar as distorções e desigualdades sócio-raciais e de gênero Parágrafo único. Os membros das comunidades de remanes-
e demais práticas discriminatórias adotadas, nas esferas pública e centes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos
privada, durante o processo de formação social do Estado do Pará para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condi-
e do País. ções ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e
Art. 5° Para a consecução dos objetivos desta Lei, poderá ser nutricional e na atenção integral à saúde.
instituído o Sistema Estadual de Promoção da Igualdade Racial
(SEPIR), conforme estabelecido no Título III. CAPÍTULO II
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO
TÍTULO II LAZER
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
SEÇÃO I
CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS
DO DIREITO À SAÚDE
Art. 9° A população negra tem direito a participar de atividades
Art. 6° O direito à saúde da população negra será garantido educacionais, culturais, esportivas e de lazer adequadas a seus inte-
pelo Poder Público mediante políticas e programas universais, so- resses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio cultural
ciais e econômicas e específicas destinadas à redução do risco de de sua comunidade, do Estado e da sociedade brasileira.
doenças e de outros agravos. Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9°, sem pre-
§ 1° O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde juízo de participação em iniciativas do governo federal, o governo
(SUS) para promoção, proteção e recuperação da saúde da popula- estadual e as prefeituras municipais adotarão as seguintes provi-
ção negra, sem prejuízo das atribuições das entidades públicas fe- dências:
derais, será de responsabilidade dos órgãos e instituições estaduais I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da
e municipais, da administração direta e indireta. população negra ao ensino gratuito e àsatividades esportivas e de
§ 2° O Poder Público garantirá que o segmento da população lazer;
negra vincu lado aos seguros privados de saúde seja tratado sem II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço
discriminação. para promoção social e cultural da populaçãonegra;
Art. 7° O conjunto de ações de saúde voltadas à população III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive
negra constitui a Política Estadual de Saúde Integral da População nas escolas, para que a solidariedade aosmembros da população
Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo especificadas: negra faça parte da cultura de toda a sociedade;
I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças IV - implementação de políticas públicas para o fortaleci-
dos movimentos sociais em defesa da saúdeda população negra nas mento da juventude negra paraense.
instâncias de participação e controle social do SUS;
II - produção de conhecimento científico e tecnológico em SEÇÃO II
saúde da população negra; DA EDUCAÇÃO
III - desenvolvimento de processos de informação, comuni-
cação e educação para contribuir com aredução das vulnerabilida- Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de en-
des da população negra; sino médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da história
IV - fortalecimento do programa voltado para saúde da po- geral da África e da história da população negra no Estado do Pará
pulação negra e quilombolas com ampliação eaprimoramento do e no Brasil, observado o disposto na Lei Federal n° 9.394, de 20 de
atendimento a pacientes com Anemia Falciforme e fortalecimento dezembro de 1996.
do SUS; § 1° Os conteúdos referentes à história da população negra no
V - fortalecimento das ações de saúde mental a população Estado do Pará e no Brasil serão ministrados no âmbito de todo o
negra vítima do racismo e da discriminaçãoracial. currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o de-
Art. 8° Constituem objetivos da Política Estadual de Saúde Inte- senvolvimento social, econômico, político e cultural e ambiental do
gral da População Negra: País.
I - a promoção da saúde integral da população negra, prio- § 2° O órgão competente do Poder Executivo fomentará a for-
rizando a redução das desigualdades raciais e o mação inicial e continuada de professores e a elaboração de mate-
combate à discriminação nas instituições e serviços do SUS; rial didático específico para o cumprimento do disposto no caput
II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do deste artigo.
SUS no que tange à coleta, ao processamentoe à análise dos dados § 3° Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos res-
desagregados por cor, etnia e gênero; ponsáveis pela educação incentivarão a participação de intelectuais
III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre ra- e representantes do movimento negro para debater com os estu-
cismo e saúde da população negra; dantes suas vivências relativas ao tema em comemoração.
IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos Art. 12. Os órgãos estaduais de fomento à pesquisa e à pós-
processos de formação e educaçãopermanente dos trabalhadores -graduação poderão criar incentivos a pesquisas e a programas de
da saúde; estudo voltados para temas referentes às relações étnicas, aos qui-
V - a inclusão da temática saúde da população negra nos lombos e às questões pertinentes à população negra.
processos de formação política das liderançasde movimentos so-
ciais para o exercício da participação e controle social no SUS.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Parágrafo único. Em cumprimento ao disposto no caput os ór- Art. 20. O Poder Público incentivará a celebração das personali-
gãos estaduais de fomento à pesquisa e à pós-graduação em coope- dades e das datas comemorativas relacionadas à trajetória do sam-
ração ou associação aos congêneres federais poderão participar do ba, samba de cacete, carimbó, marambiré, boi bumbá, siriá, lundu,
desenvolvimento de pesquisas e programas de estudos nacionais. e de outras manifestações culturais de matriz africana, bem como
Art. 13. O Poder Executivo Estadual, por meio dos órgãos com- sua comemoração nas instituições de ensino públicas e privadas.
petentes, incentivará as instituições de ensino superior públicas e Art. 21. O Poder Público garantirá o registro e a proteção da
privadas, sem prejuízo da legislação em vigor a: capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos ter-
grupos, núcleos e centros de pesquisa, nosdiversos programas de mos do art. 216 da Constituição Federal.
pós-graduação que desenvolvam temáticas de interesse da popula- Parágrafo único. O Poder Público buscará garantir, por meio dos
ção negra; atos normativos necessários, a preservação dos elementos forma-
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de for- dores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais.
mação de professores temas que incluamvalores concernentes à
pluralidade racial e cultural da sociedade brasileira; SEÇÃO IV
III - formação continuada para professores que já estejam DO ESPORTE E LAZER
atuando na rede de ensino estadual, a fim deque possam trabalhar
com a Lei Federal n° 10.639/2003; Art. 22. O Poder Público Estadual fomentará o pleno acesso da
IV - desenvolver programas de extensão universitária desti- população negra às práticas desportivas, consolidando o esporte e
nados a aproximar jovens negros detecnologias avançadas, assegu- o lazer como direitos sociais, sem prejuízo das iniciativas do ente
rado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os benefici- federal.
ários; § 1° A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as
V - estabelecer programas de cooperação técnica, nos esta- modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte,
belecimentos de ensino públicos, privados ecomunitários, com as luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território
escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e nacional.
ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de § 2° É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e
equidade, de tolerância e de respeito às diferenças étnicas. privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formal-
Art. 14. O Poder Público estimulará e apoiará ações socioedu- mente reconhecidos.
cacionais realizadas por entidades do movimento negro que desen- Art. 23. O Poder Público Estadual garantirá políticas de ação
volvam atividades voltadas para a inclusão social, mediante coope- afirmativa com bolsas para atletas negros paraolímpicos e bolsa
ração técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros atleta para jovens negros em diversas modalidades.
mecanismos.
Art. 15. O Poder Público adotará programas de ação afirmativa, CAPÍTULO III
reservando em escolas técnicas estaduais e instituições de ensino DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA
superior por ele mantidas no mínimo 40% (quarenta por cento) das E AO LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS
vagas a candidatos negros que se submetam a processo seletivo
pelo critério cor, preta ou parda. Art. 24. É inviolável a liberdade de consciência e de crença,
Art. 16. VETADO. sendo assegurado o livre exercício dos cultos de religiões de matriz
Parágrafo único. VETADO. africana e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto
Art. 17. O Poder Executivo Estadual, por meio dos seus órgãos e a suas liturgias.
competentes, acompanhará e avaliará os programas de que trata Art. 25. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao
esta Seção. livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende:
I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relaciona-
SEÇÃO III das à religiosidade e a fundação e manutenção,por iniciativa priva-
DA CULTURA da, de lugares reservados para tais fins e a suas liturgias;
II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com
Art. 18. Sem prejuízo das atribuições do ente federal, o Poder preceitos das respectivas religiões;
Público Estadual garantirá o reconhecimento das sociedades ne- III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de
gras, clubes e outras formas de manifestação coletiva da popula- instituições beneficentes ligadas às respectivasconvicções religio-
ção negra, com trajetória histórica comprovada, como patrimônio sas;
histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da Constituição IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de
Federal e Constituição do Estado do Pará, arts. 277/ VII -1° e 286 - § artigos e materiais religiosos adequados aoscostumes e às práticas
1°, -b. fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas veda-
Art. 19. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos das por legislação específica;
quilombos o direito à preservação de seus usos, costumes, tradi- V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas
ções e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado. ao exercício e à difusão das religiões de matrizafricana;
Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos sítios VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais
detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos, e jurídicas de natureza privada para amanutenção das atividades
tombados nos termos do § 5° do art. 216 da Constituição Federal, religiosas e sociais das respectivas religiões;
receberá especial atenção do Poder Público Estadual, sem prejuízo VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para
das atribuições das instituições federais. divulgação das respectivas religiões;
93
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de Art. 33. O Poder Executivo Estadual, em colaboração com o
ação penal em face de atitudes e práticas deracismo e intolerância ente federal ou por iniciativa própria, elaborará e desenvolverá po-
religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais. líticas públicas especiais voltadas para o desenvolvimento sustentá-
Art. 26. É garantida a assistência religiosa aos praticantes de re- vel dos remanescentes das comunidades dos quilombos, respeitan-
ligiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em outras do as tradições de proteção ambiental das comunidades.
instituições de internação coletiva, inclusive àqueles submetidos à Art. 34. Para fins de política agrícola, os remanescentes das co-
pena privativa de liberdade. munidades dos quilombos receberão dos órgãos competentes tra-
Art. 27. O Poder Público Estadual adotará as medidas neces- tamento especial diferenciado, assistência técnica e linhas especiais
sárias para o combate à intolerância com as religiões de matrizes de financiamento público, destinados à realização de suas ativida-
africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente com des produtivas e de infraestrutura.
o objetivo de: Art. 35. Os remanescentes das comunidades dos quilombos se
I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para beneficiarão de todas as iniciativas previstas nesta e em outras leis
a difusão de proposições, imagens ouabordagens que exponham para a promoção da equidade racial.
pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na
religiosidade de matrizes africanas; SEÇÃO II
II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras DA MORADIA
e outros bens de valor artístico e cultural, osmonumentos, manan-
ciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matrizes Art. 36. O Poder Público Estadual garantirá a implementação
africanas; de políticas públicas para assegurar o direito à moradia adequada
III - assegurar a participação proporcional de representantes da população negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas
das religiões de matrizes africanas, ao ladoda representação das de- subutilizadas, degradadas ou em processo de degradação, a fim de
mais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instâncias reintegrá-las à dinâmica urbana e promover melhorias no ambiente
de deliberação vinculadas ao Poder Público; e na qualidade de vida, sem prejuízo das atribuições de entes fede-
IV - assegurar que as políticas públicas voltadas para a po- rais e das políticas que desenvolvam de idêntica finalidade.
pulação negra, sejam estendidas aos povos ecomunidades tradicio- Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efeitos
nais de matriz africana (POTMAS), considerando que são territórios desta Lei, inclui não apenas o provimento habitacional, mas tam-
de negritude. bém a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos comu-
nitários associados à função habitacional, bem como a Assistência
CAPÍTULO IV Técnica e Jurídica para a construção, a reforma ou a regularização
DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA fundiária da habitação em área urbana.
Art. 37. Os programas, projetos e outras ações no Estado do
SEÇÃO I Pará devem estar articuladas e realizadas no âmbito do Sistema Na-
DO ACESSO À TERRA cional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), regulado pela Lei n°
11.124, de 16 de junho de 2005, devendo considerar as peculiarida-
Art. 28. O Poder Público Estadual elaborará e implementará po- des sociais, econômicas e culturais da população negra.
líticas públicas capazes de promover o acesso da população negra à Parágrafo único. O Estado do Pará e os Municípios estimularão
terra e às atividades produtivas no campo, sem prejuízo das atribui- e facilitarão a participação de organizações e movimentos repre-
ções do ente federal. sentativos da população negra na composição dos conselhos cons-
Art. 29. Para incentivar o desenvolvimento das atividades pro- tituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional de Habitação de
dutivas da população negra no campo, o Interesse Social (FNHIS).
Poder Público Estadual promoverá ações para viabilizar e am- Art. 38. Os agentes financeiros, públicos ou privados, promove-
pliar o seu acesso ao financiamento agrícola, sem prejuízo do ente rão ações para viabilizar o acesso da população negra aos financia-
federal. mentos habitacionais.
Art. 30. Serão assegurados à população negra a Assistência Téc-
nica Rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o forta- CAPÍTULO V
lecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da DO TRABALHO
produção, sem prejuízo das responsabilidades e ações dos entes
federais. Art. 39. A implementação de políticas voltadas para a inclusão da
Art. 31. O Poder Público Estadual promoverá a educação e a população negra no mercado de trabalho será de responsabilidade
orientação profissional agrícola para os trabalhadores negros e as do Poder Público, sem prejuízo das atribuições da União Federal,
comunidades negras rurais, sem prejuízo das atribuições do ente observando-se:
federal. I - o instituído neste Estatuto;
Art. 32. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a
que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade de- Convenção Internacional sobre a Eliminação deTodas as Formas de
finitiva, devendo o Estado do Pará emitir-lhes os títulos respectivos Discriminação Racial, de 1965;
quando couber ou em acordo com a União Federal e seus órgãos III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a
fundiários, observado o art. 322 da Constituição Estadual. Convenção n° 111, de 1958, da OrganizaçãoInternacional do Traba-
Parágrafo único. VETADO. lho (OIT), que trata da discriminação no emprego e na profissão;
IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo
Brasil perante a comunidade internacional.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Art. 40. O Poder Público Estadual promoverá ações que assegu- go para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e
rem a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a qualquer discriminação de natureza política, ideológica, racial ou
população negra, inclusive mediante a implementação de medidas artística.
visando à promoção da igualdade nas contratações do setor públi- Art. 46. Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas
co e de economia mista, além do incentivo de adoção de medidas à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográfi-
similares nas empresas e organizações privadas. cas o disposto no art. 43.
§ 1° A igualdade de oportunidades será lograda mediante a Art. 47. Os órgãos e entidades da administração pública direta,
adoção de políticas e programas de formação profissional, de em- autárquica ou fundacional, as empresas públicas e as sociedades de
prego e de geração de renda voltados para a população negra. economia mista do Estado do Pará, deverão incluir cláusulas de par-
§ 2° As ações visando a promover a igualdade de oportunida- ticipação de artistas negros nos contratos de realização de filmes,
des na esfera da administração pública farse-ão por meio de nor- programas ou quaisquer outras peças de caráter publicitário.
mas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação específi- § 1° Os órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão,
ca e em seus regulamentos. nas especificações para contratação de serviços de consultoria,
§ 3° O Poder Público Estadual estimulará, por meio de incenti- conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças
vos, a adoção de iguais medidas pelo setor privado. publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades
§ 4° As ações de que trata o caput deste artigo assegurarão o de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço
princípio da paridade de gênero entre os beneficiários. contratado.
§ 5° Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena pro- § 2° Entende-se por prática de iguais oportunidades de empre-
dução, nos meios rural e urbano, com ações afirmativas para mu- go o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finalidade
lheres negras. de garantir a diversidade racial, de sexo e de idade na equipe vincu-
§ 6° O Poder Executivo, por meio de seus órgãos competentes, lada ao projeto ou serviço contratado.
promoverá campanhas de sensibilização contra a marginalização da § 3° A autoridade contratante poderá, se considerar necessário
mulher negra no trabalho artístico e cultural, respeitando sua iden- para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego, reque-
tidade de gênero. rer auditoria por órgão do Poder Público Estadual.
§ 7° O Poder Público promoverá ações com o objetivo de ele- § 4° A exigência disposta no caput não se aplica às produções
var a escolaridade e a qualificação profissional nos setores da eco- publicitárias quando abordarem especificidades de grupos étnicos
nomia que contem com alto índice de ocupação por trabalhadores determinados.
negros de baixa escolarização. Art. 48. Deverá ser assegurado nos territórios quilombolas o
§ 8° VETADO. acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s), princi-
§ 9° O Poder Público incentivará parcerias com cursos técnicos palmente da informática e da internet no Estado do Pará, propor-
do Sistemas para pessoas negras de baixa renda (até dois salários cionando à população quilombola paraense melhores oportunida-
mínimos) e do mercado informal. des no mercado de trabalho e a apropriação do conhecimento para
§ 10. VETADO. o benefício da comunidade.
§ 11. O Estado, por meio de seus órgãos competentes, deverá
conceder Selo de Equidade Racial, que deverá ser criado por lei es- TÍTULO III
pecífica, para empresas que possuam políticas de ação afirmativa DO SISTEMA ESTADUAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE
para pessoas negras nos seus processos de recrutamento e seleção. RACIAL (SIEPIR)
Art. 41. O Poder Executivo Estadual formulará políticas, pro-
gramas e projetos voltados para a inclusão da população negra no CAPÍTULO I
mercado de trabalho e orientará a destinação de recursos para seu DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
financiamento.
Art. 42. As ações de emprego e renda, promovidas por meio de Art. 49. É instituído o Sistema Estadual de Promoção da Igual-
financiamento para constituição e ampliação de pequenas e médias dade Racial (SIEPIR) como forma de organização e de articulação
empresas e de programas de geração de renda, contemplarão o es- voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços des-
tímulo à promoção de empresários negros. tinados a superar as desigualdades étnicas existentes no Estado do
Parágrafo único. O Poder Público estimulará as atividades vol- Pará.
tadas ao turismo com o enfoque na valorização da cultura racial § 1° O Estado do Pará poderá aderir ao Sistema Nacional de
com enfoque nos locais, monumentos e cidades que retratem a cul- Promoção de Igualdade Racial e mediante adesão os Municípios
tura, os usos e os costumes da população negra. poderão participar do Sistema Estadual.
Art. 43. VETADO. § 2° O Poder Público Estadual incentivará a sociedade e a inicia-
tiva privada a participar do SIEPIR.
CAPÍTULO VI
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS
Art. 44. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação va-
lorizará a herança cultural e a participação da população negra na Art. 50. São objetivos do SIEPIR:
história do Pará. I - promover a igualdade racial e o combate às desigualda-
Art. 45. Na produção de filmes e programas destinados à vei- des sociais resultantes do racismo, inclusivemediante adoção de
culação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas, ações afirmativas;
deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de empre-
95
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
II - formular políticas destinadas a combater os fatores de Art. 54. É assegurado às vítimas de discriminação racial o aces-
marginalização e a promover a integraçãosocial da população ne- so aos órgãos de Ouvidoria Permanente, à Defensoria Pública, ao
gra; Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as suas instân-
III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pe- cias, para a garantia do cumprimento de seus direitos.
los governos estaduais, distrital e municipais; Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às mulheres
IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promo- negras, respeitando sua identidade de gênero, em situação de vio-
ção da igualdade racial; lência, garantida a assistência física, psíquica, social e jurídica bem
V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados como assegurará que sejam atendidas, de forma especifica, nas
para a implementação das ações afirmativase o cumprimento das demais questões jurídicas, considerando a situação de vulnerabi-
metas a serem estabelecidas. lidade.
Art. 55. O Estado adotará medidas especiais para coibir a vio-
CAPÍTULO III lência policial incidente sobre a população negra, com medidas es-
DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA pecíficas para combater o extermínio da juventude negra.
Parágrafo único. O Estado implementará ações de ressocializa-
Art. 51. O Poder Executivo, por meio de seus órgãos compe- ção e proteção da juventude negra em conflito com a lei e exposta
tentes, elaborará plano estadual de promoção da igualdade racial a experiências de exclusão social.
contendo as metas, princípios e diretrizes para a implementação da Art. 56. O Estado adotará medidas para coibir atos de discrimi-
Política Estadual de Promoção da Igualdade Racial (PEPIR). nação e preconceito praticados por servidores públicos em detri-
§ 1° A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e mento da população negra, observado, no que couber, o disposto
acompanhamento da PEPIR, bem como a organização, articulação na Lei n° 7.716, de 5 de janeiro de 1989.
e coordenação do SIEPIR, serão efetivados pelo órgão responsável Art. 57. Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças de
pela política de promoção da igualdade racial em âmbito estadual. lesão aos interesses da população negra decorrentes de situações
§ 2° O Poder Executivo Estadual, por meio de seus órgãos com- de desigualdade racial, recorrer-se-á, entre outros instrumentos, à
petentes, instituirá fórum intergovernamental de promoção da ação civil pública, disciplinada na Lei Federal n° 7.347, de 24 de ju-
igualdade racial, com o objetivo de implementar estratégias que vi- lho de 1985.
sem à incorporação da política nacional de promoção da igualdade Art. 58. Deverá ser assegurado, pelos órgãos competentes do
racial nas ações governamentais de Estados e Municípios. Poder Executivo, nos cursos de capacitação de servidores do Siste-
§ 3° As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção ma de Segurança Pública, disciplinas curriculares específicas de en-
da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado que asse- frentamento ao racismo e outras práticas discriminatórias, e sobre
gure a participação da sociedade civil. o direito de igualdade racial, previstos no art. 3°, inciso IV da Cons-
Art. 52. Os Poderes Executivos Estadual e Municipal, no âmbito tituição Federal e Decreto n° 65.810, de 8 de dezembro de 1969.
das respectivas esferas de competência, poderão instituir conselhos Parágrafo único. Considera-se cursos de capacitação, todo e
de promoção da equidade racial, de caráter permanente, delibera- qualquer curso realizado de formação ou de qualificação profissio-
tivo e consultivo, compostos por igual número de representantes nal dos servidores que trata o caput deste artigo.
de órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil Art. 59. Os relatórios do Conselho Estadual de Segurança Pú-
representativas da população negra. blica sobre violência e homicídios, deverão conter o recorte racial
§ 1° O Poder Executivo Estadual, por meio de seus órgãos com- contra a população negra.
petentes, captará os recursos que lhe foram destinados em decor- Art. 60. Deverá constar em qualquer concurso público, de qual-
rência de programas e atividades previstos na Lei Federal aos Es- quer dos Poderes do Estado do Pará, conteúdos sobre a legislação
tados e Municípios que tenham criado conselhos de promoção da antirracista e de promoção da igualdade racial, em especial o Esta-
equidade étnico-racial. tuto da Igualdade Racial Federal, Lei Federal n° 7.716/89 e Estadual
§ 2° Será assegurado no Conselho de que trata o caput a fun- quando houver.
ção de elaboração, implementação, monitoramento e avaliação de
Programas e ações de equidade raciais na área de educação, saúde, CAPÍTULO V
esportes e lazer sob responsabilidade dos Movimentos Negro do DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA
Pará para garantir a transversalidade com verba assegurada no or- IGUALDADE RACIAL
çamento anual do Estado do Pará.
Art. 61. Na implementação dos programas e das ações constan-
CAPÍTULO IV tes dos Planos Plurianuais e dos Orçamentos Anuais do Estado do
DAS OUVIDORIAS PERMANENTES E DO ACESSO À JUSTIÇA Pará, deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que
E À SEGURANÇA se refere o inciso VII do art. 4° desta Lei e outras políticas públicas
que tenham como objetivo promover a igualdade de oportunidades
Art. 53. O Poder Público poderá instituir, na forma da lei e no e a inclusão social da população negra, especialmente no que tange
âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo, Ouvidorias Permanen- a:
tes em Defesa da Equidade Racial, para receber e encaminhar de- I - promoção da igualdade de oportunidades em educação,
núncias de preconceito e discriminação com base em cor e acompa- emprego, geração de renda, moradia esaneamento básico;
nhar a implementação de medidas para a promoção da igualdade. II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saú-
de e emprego, voltadas para a melhoria daqualidade de vida da po-
pulação negra;
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
III - incentivo à criação de programas e veículos de comuni- Art. 66. O parágrafo único do art. 1° da Lei n° 6.941, de 17 de
cação destinados à divulgação de matériasrelacionadas aos interes- janeiro de 2007, passa a viger com a seguinte redação:
ses da população negra; “Art.1° .........................................................................
IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se popu-
administradas por pessoas autodeclaradasnegras; lação negra o
V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, con-
das pessoas negras na educação fundamental,média, técnica e su- forme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasilei-
perior; ro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição
VI - apoio a programas e projetos do Governo Estadual e Mu- análoga e sejam socialmente reconhecidas como tal.”
nicipal e de entidades da sociedade civilvoltados para a promoção Art. 67. Ficam mantidos os efeitos das Leis n°s 6.457, de 30 de
da igualdade de oportunidades para a população negra; abril de 2002, 6.938, de 28 de agosto de 2006, e 6.941, de 17 de
VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e janeiro de 2007, não havendo oposição à presente Lei.
das tradições africanas e brasileiras. Art. 68. Os direitos e garantias expressos neste Estatuto não ex-
§ 1° O Poder Executivo Estadual deverá adotar medidas que ga- cluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ele adota-
rantam, em cada exercício, a transparência na alocação e na execu- dos, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa
ção dos recursos necessários ao financiamento das ações previstas do Brasil seja parte (Art. 5°, LXXVIII, § 2° da Constituição Federal/88)
neste Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos recursos (preâmbulo).
orçamentários destinados aos programas de promoção da igualda- Art. 69. VETADO.
de, especialmente nas áreas de educação, saúde, emprego e renda, Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
desenvolvimento agrário, habitação popular, desenvolvimento re-
gional, cultura, esporte e lazer. GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
§ 2° Durante os 10 (dez) primeiros anos, a contar do exercício SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILI-
subsequente à publicação deste Estatuto, os órgãos do Poder Exe- DADE
cutivo Estadual que desenvolvem políticas e programas nas áreas PALÁCIO DO GOVERNO, 11 de novembro de 2021
referidas no § 1° deste artigo, discriminarão em seus orçamentos
anuais a participação nos programas de ação afirmativa referidos
no inciso VII do art. 4° desta Lei. ÉTICA, PRINCÍPIOS, VALORES E A LEI
§ 3° O Poder Executivo Estadual poderá adotar as medidas ne-
cessárias para a adequada implementação do disposto neste artigo, Princípios, Valores e Virtudes
podendo estabelecer patamares de participação crescente dos pro- Princípios são preceitos, leis ou pressupostos considerados
gramas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se refere o universais que definem as regras pela qual uma sociedade civiliza-
§ 2° deste artigo. da deve se orientar.
§ 4° O Poder Executivo Estadual, por meio de seus órgãos com- Em qualquer lugar do mundo, princípios são incontestáveis,
petentes, acompanhará e avaliará a programação das ações referi- pois, quando adotados não oferecem resistência alguma. Enten-
das neste artigo nas propostas orçamentárias do Estado. de-se que a adoção desses princípios está em consonância com o
Art. 62. Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários, po- pensamento da sociedade e vale tanto para a elaboração da consti-
derão ser consignados nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade So- tuição de um país quanto para acordos políticos entre as nações ou
cial para financiamento das ações de que trata o art. 55: estatutos de condomínio.
I - transferências voluntárias da União Federal; O princípios se aplicam em todas as esferas, pessoa, profissio-
II - doações voluntárias de particulares; nal e social, eis alguns exemplos: amor, felicidade, liberdade, paz e
III - doações de empresas privadas e organizações não gover- plenitude são exemplos de princípios considerados universais.
namentais, nacionais ou internacionais; Como cidadãos – pessoas e profissionais -, esses princípios fa-
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacio- zem parte da nossa existência e durante uma vida estaremos lutan-
nais; do para torná-los inabaláveis. Temos direito a todos eles, contudo,
V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios, por razões diversas, eles não surgem de graça. A base dos nossos
tratados e acordos internacionais; princípios é construída no seio da família e, em muitos casos, eles
VI – VETADO. se perdem no meio do caminho.
De maneira geral, os princípios regem a nossa existência e são
TÍTULO IV comuns a todos os povos, culturas, eras e religiões, queiramos ou
DISPOSIÇÕES FINAIS não. Quem age diferente ou em desacordo com os princípios uni-
versais acaba sendo punido pela sociedade e sofre todas as conse-
Art. 63. As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras em quências.
prol da população negra que tenham sido ou venham a ser adota- Valores são normas ou padrões sociais geralmente aceitos ou
das no âmbito da União Federal ou dos Municípios. mantidos por determinado indivíduo, classe ou sociedade, portan-
Art. 64. O Poder Executivo Estadual criará instrumentos para to, em geral, dependem basicamente da cultura relacionada com o
aferir a eficácia social das medidas previstas nesta Lei e efetuará ambiente onde estamos inseridos. É comum existir certa confusão
seu monitoramento constante, com a emissão e a divulgação de entre valores e princípios, todavia, os conceitos e as aplicações são
relatórios periódicos, inclusive pela rede mundial de computadores. diferentes.
Art. 65. VETADO.
Parágrafo único. VETADO.
97
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Diferente dos princípios, os valores são pessoais, subjetivos e, Durante o período em que o país viveu uma ditadura militar e
acima de tudo, contestáveis. O que vale para você não vale neces- a democracia foi colocada de lado, tivemos a suspensão do ensino
sariamente para os demais colegas de trabalho. Sua aplicação pode de filosofia e, consequentemente, de ética, nas escolas e universi-
ou não ser ética e depende muito do caráter ou da personalidade dades. Aliados a isso tivemos os direitos políticos do cidadão sus-
da pessoa que os adota. pensos, a liberdade de expressão caçada e o medo da repressão.
Na prática, é muito mais simples ater-se aos valores do que Como consequência dessa série de medidas arbitrárias e auto-
aos princípios, pois este último exige muito de nós. Os valores com- ritárias, nossos valores morais e sociais foram se perdendo, levando
pletamente equivocados da nossa sociedade – dinheiro, sucesso, a sociedade a uma “apatia” social, mantendo, assim, os valores que
luxo e riqueza – estão na ordem do dia, infelizmente. Todos os dias o Estado queria impor ao povo.
somos convidados a negligenciar os princípios e adotar os valores Nos dias atuais estamos presenciando uma “nova era” em nos-
ditados pela sociedade. so país no que tange à aplicabilidade das leis e da ética no poder:
Virtudes, segundo o Aurélio, são disposições constantes do es- os crimes de corrupção e de desvio de dinheiro estão sendo mais
investigados e a polícia tem trabalhado com mais liberdade de
pírito, as quais, por um esforço da vontade, inclinam à prática do
atuação em prol da moralidade e do interesse público, o que tem
bem. Aristóteles afirmava que há duas espécies de virtudes: a inte-
levado os agentes públicos a refletir mais sobre seus atos antes de
lectual e a moral. A primeira deve, em grande parte, sua geração e
cometê-los.
crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e tempo; ao Essa nova fase se deve principalmente à democracia implanta-
passo que a virtude moral é adquirida com o resultado do hábito. da como regime político com a Constituição de 1988.
Segundo Aristóteles, nenhuma das virtudes morais surge em Etimologicamente, o termo democracia vem do grego de-
nós por natureza, visto que nada que existe por natureza pode ser mokratía, em que demo significa povo e kratía, poder. Logo, a defi-
alterado pela força do hábito, portanto, virtudes nada mais são do nição de democracia é “poder do povo”.
que hábitos profundamente arraigados que se originam do meio A democracia confere ao povo o poder de influenciar na ad-
onde somos criados e condicionados através de exemplos e com- ministração do Estado. Por meio do voto, o povo é que determina
portamentos semelhantes. quem vai ocupar os cargos de direção do Estado. Logo, insere-se
Uma pessoa pode ter valores e não ter princípios. Hitler, por nesse contexto a responsabilidade tanto do povo, que escolhe seus
exemplo, conhecia os princípios, mas preferiu ignorá-los e adotar dirigentes, quanto dos escolhidos, que deverão prestar contas de
valores como a supremacia da raça ariana, a aniquilação da oposi- seus atos no poder.
ção e a dominação pela força.
No mundo corporativo não é diferente. Embora a convivência A ética tem papel fundamental em todo esse processo, regula-
seja, por vezes, insuportável, deparamo-nos com profissionais que mentando e exigindo dos governantes o comportamento adequa-
atropelam os princípios, como se isso fosse algo natural, um meio do à função pública que lhe foi confiada por meio do voto, e confe-
de sobrevivência, e adotam valores que nada tem a ver com duas rindo ao povo as noções e os valores necessários para o exercício
grandes necessidades corporativas: a convivência pacífica e o espí- de seus deveres e cobrança dos seus direitos.
rito de equipe. Nesse caso, virtude é uma palavra que não faz parte E por meio dos valores éticos e morais – determinados pela
do seu vocabulário e, apesar da falta de escrúpulo, leva tempo para sociedade – que podemos perceber se os atos cometidos pelos
destituí-los do poder. ocupantes de cargos públicos estão visando ao bem comum ou ao
Valores e virtudes baseados em princípios universais são ine- interesse público.
gociáveis e, assim como a ética e a lealdade, ou você tem, ou não
tem. Entretanto, conceitos como liberdade, felicidade ou riqueza EXERCÍCIO DA CIDADANIA
não podem ser definidos com exatidão. Cada pessoa tem recorda- Todo cidadão tem direito a exercer a cidadania, isto é, seus di-
reitos de cidadão; direitos esses que são garantidos constitucional-
ções, experiências, imagens internas e sentimentos que dão um
mente nos princípios fundamentais.
sentido especial e particular a esses conceitos.
Exercer os direitos de cidadão, na verdade, está vinculado a exer-
O importante é que você não perca de vista esses conceitos
cer também os deveres de cidadão. Por exemplo, uma pessoa que
e tenha em mente que a sua contribuição, no universo pessoal e deixa de votar não pode cobrar nada do governante que está no po-
profissional, depende da aplicação mais próxima possível do senso der, afinal ela se omitiu do dever de participar do processo de escolha
de justiça. E a justiça é uma virtude tão difícil, e tão negligenciada, dessa pessoa, e com essa atitude abriu mão também dos seus direitos.
que a própria justiça sente dificuldades em aplicá-la, portanto, lute Direitos e deveres andam juntos no que tange ao exercício da
pelos princípios que os valores e as virtudes fluirão naturalmente. cidadania. Não se pode conceber um direito sem que antes este
seja precedido de um dever a ser cumprido; é uma via de mão du-
ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA. pla, seus direitos aumentam na mesma proporção de seus deveres
CONDUTA ÉTICA. perante a sociedade.
Constitucionalmente, os direitos garantidos, tanto individuais
quanto coletivos, sociais ou políticos, são precedidos de responsa-
ÉTICA E DEMOCRACIA bilidades que o cidadão deve ter perante a sociedade. Por exemplo,
O Brasil ainda caminha a passos lentos no que diz respeito à a Constituição garante o direito à propriedade privada, mas exige-
ética, principalmente no cenário político que se revela a cada dia, -se que o proprietário seja responsável pelos tributos que o exercí-
porém é inegável o fato de que realmente a moralidade tem avan- cio desse direito gera, como o pagamento do IPTU.
çado. Exercer a cidadania por consequência é também ser probo,
Vários fatores contribuíram para a formação desse quadro caó- agir com ética assumindo a responsabilidade que advém de seus
tico. Entre eles os principais são os golpes de estados – Golpe de deveres enquanto cidadão inserido no convívio social.
1930 e Golpe de 1964.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Autoconhecimento
ÉTICA PROFISSIONAL. Ao assumir um compromisso que você não vai dar conta, você
não está agindo de maneira ética.
Antes de abordarmos o tema, diretamente, vamos à concepção Afinal de contas, sua possível falta de entrega vai se revelar uma
de ética, cuja palavra tem origem no significado grego de caráter — falha grave na relação com quem você assumiu a responsabilidade.
éthos, e que significa a propriedade do caráter. Portanto, o autoconhecimento é, sim, uma forma de manter a
Nesse contexto, a propriedade e o caráter estão associados aos ética profissional em dia.
padrões convencionais da sociedade, mas também intrínsecos no
cuidado em não prejudicar o próximo. Humildade
Portanto, sua percepção pode variar com a de outra pessoa, Arrogância não combina com ética profissional. Por sua vez,
dentro de determinados valores pessoais, mas a ética tem uma raiz pessoas humildes agregam mais, no ambiente de trabalho, não de-
mais abrangente, que acomoda a todas as visões. bocham dos outros e sabem ouvir e transmitir críticas e sugestões
sem ofender os outros.
E a ética profissional?
Aplicando a ideia acima ao ambiente corporativo, temos a ética Educação
profissional como uma pauta de tudo aquilo (pensamentos, com- Respeito, acima de tudo. Entenda e compreenda as diferenças
portamentos e atitudes) que podem ferir o bom convívio. entre as pessoas — e em todos os níveis, dos morais aos pessoais e
Acontece que são situações que acabam mais banalizadas do de acordo com as escolhas de vida de cada um.
que muita gente imagina. Em busca de alcançar seus objetivos Isso significa que você também não perde a calma, age com
profissionais, por exemplo, as pessoas tendem a flexionar a ética razão antes de se prender a alguma emoção para tomar decisões e
— sendo que se trata de um conjunto de valores inflexíveis. Entre que a sua opinião é bem-vinda e respeitada.
outros exemplos que podem prejudicar os valores morais e éticos
dentro da empresa. Privacidade
Pessoas bisbilhoteiras, que falam de outras pessoas quando
Quais são as vantagens em estimular a ética profissional? não estão presentes e mexem na propriedade alheia não respeitam
Quando o RH da empresa, a gestão e os colaboradores olham a privacidade.
os seus propósitos na mesma direção, a ética profissional agrega E isso não é nem um pouco ético. Aprenda a respeitar o espaço
uma série de benefícios na rotina produtiva. Entre os principais, do próximo, para evitar conflitos internos que apenas minam a con-
destacamos os seguintes fiança, harmonia e produtividade da equipe.
–mais facilidade na construção e manutenção dos relaciona-
mentos interpessoais; Responsabilidade
– mais motivação interna para o desenvolvimento — individual Falamos disso, em um exemplo anterior: tenha a responsabili-
e coletivo; dade para assumir somente aquilo que você tem a certeza de que
–aprimoramento da comunicação interna e externa da empre- vai dar conta.
sa, na qual todos os valores são facilmente expressos, absorvidos e Não é nem um pouco errado, inclusive, também ter humildade
transmitidos; para compartilhar essa responsabilidade com outras pessoas — se
– contínuo exercício do autoconhecimento; possível. Assim, você também estabelece novos patamares de um
– respeito coletivo; espaço colaborativo e em que todos crescem juntos dentro da em-
– valorização dos pilares institucionais da empresa, contribuin- presa.
do com a retenção e a atração de novos talentos.
Reconhecimento
Vale perceber que são benefícios que se colhem tanto em uma Nada de egoísmo, falsidade e descrença. Quem carrega os va-
escala individual quanto coletiva, e para o colaborador e a empresa lores de ética profissional no seu dia a dia sabe reconhecer, e enal-
também. tecer, os méritos dos colegas. Mesmo que isso signifique que o seu
Pois então, vamos avaliar quais atitudes o nosso manual da éti- trabalho não foi reconhecido de imediato. Afinal de contas, todos
ca profissional estão reunidas, logo abaixo, para você se inspirar em devem ter a oportunidade de crescimento.
replicá-las no seu dia a dia?
Autocrítica
Quais posturas podem promover a ética profissional? Por fim, a ética profissional também estabelece um paralelo in-
Quer aumentar o seu autoconhecimento e influenciar as pes- teressante com aquilo que tendemos a fazer: culpar os outros pelos
soas a terem mais ética profissional? Essas são as atitudes que mais nossos insucessos.
contribuem com a promoção de um ambiente justo e moral: E isso pode ser uma poderosa arma contra a motivação na em-
presa, tendo em vista que a pessoa não fez aquilo que deveria ter
Honestidade feito desde o princípio: ter autocrítica.
Tenha a sinceridade inserida no seu vocabulário diário. Por Com ela, você aprende mais sobre os motivos pelos quais um
meio dela, você exprime os seus pensamentos com clareza e impar- resultado desejado não foi alcançado. E permite que você trabalhe,
cialidade, sem visar o prejuízo aos outros. cada vez mais, para reforçar esses pontos de melhoria.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
13. Respeite a hierarquia Ter uma atitude ética no âmbito profissional é contar, inclusive,
Assim como os regulamentos, a hierarquia da empresa deve ser com melhores possibilidades de promoção dentro da empresa. Isso
respeitada. Tentar desqualificar ou “passar por cima” de seu supe- permite o favorecimento de seu engajamento diante do crescimen-
rior para obter vantagens pessoais é um comportamento antiético, to da companhia e da sua carreira.
por exemplo. Atitudes de desrespeito à hierarquia contaminam o Ser reconhecido por um comportamento ético é fundamental
ambiente de trabalho e trazem reflexos negativos para sua carreira. para um bom profissional, e isso é aplicável em qualquer tipo de ati-
vidade. Nesse caso, é importante garantir que o espaço considere
14. Invista em seu desenvolvimento pessoal as características pessoais de cada indivíduo, respeitando as ideias
Investir em si mesmo para crescer pessoal e profissionalmente e opiniões distintas.
e, assim, oferecer o melhor para a empresa também é um compor- É preciso entender como funcionam as regras e normas rela-
tamento ético muito valorizado por empregadores. cionadas ao clima organizacional, pois isso possibilitará desenvolver
Estudar e se qualificar, tanto como ser humano quanto como um trabalho muito mais alinhado, favorecendo a parceria e o res-
profissional, fará a diferença em sua vida pessoal e contará pontos peito mútuo entre toda a equipe.
a seu favor no caso de um eventual corte de pessoal na empresa, No futuro, caso você deseje conquistar um cargo em outra em-
por exemplo. presa, esses detalhes serão valorizados pela equipe de Recursos Hu-
manos, que transmitirá maior confiança em seu currículo e em suas
15. Conheça o código de conduta da empresa experiências anteriores.
Além dos preceitos éticos universais que todos devem seguir, Existem diversas vantagens de praticar a ética no ambiente
é importante lembrar que o código de conduta de cada instituição corporativo, portanto, não hesite em dar o seu melhor e obter des-
pode ter variações que os colaboradores precisam conhecer e obe- taque diante da companhia. Lembre-se de que um bom compor-
decer. Por isso, não deixe de ler o código e colocar em prática as tamento promove a melhoria de seu desenvolvimento pessoal e
atitudes que a sua empresa recomenda. interpessoal.1
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Para uma empresa tornar-se ética é preciso ter persuasão so- Ética Social
bre seus colaboradores e possuir competências para transformar As empresas podem ser entendidas, em um contexto global,
suas ações em fatos concretos e objetivos, evitando e diminuindo como unidades fundamentais as necessidades humanas, porém im-
os obstáculos, dando mais atenção aos valores que defende, não pactos: ambientais, sociais, diretos e indiretos, tornam-se cada vez
deixando-se influenciar por fatores externos. mais, um desafio a ser enfrentado pelas organizações na atualidade.
Algumas empresas até possuem um código de ética que deve Até pouco tempo atrás, empresários se preocupavam apenas
ser seguido rigorosamente pelos funcionários, no qual muitas em- com assuntos e atividades que lhes traziam lucros ou com o pró-
presas obtêm a confiança e o respeito deles, além de assumir um prio bem estar da empresa, hoje já se pode observar uma grande
compromisso com parceiros e clientes e em muitos casos, em virtu- mudança nesse perfil organizacional, em razão destes, estarem as-
de do grande comprometimento da equipe, adquirem o tão sonha- sumindo um novo modelo ético com virtudes sérias a respeito das
do certificado de reconhecimento. consequências relacionadas as questões ambientais e sociais viven-
Uma empresa com uma política ética, só tem a ganhar, isso ciadas pela população e pelo planeta.
porque ao agir corretamente e respeitar o próximo, ganham tam- A partir desta realidade não é mais possível se limitar a uma
bém confiança, credibilidade, clientes, funcionários mais motiva- visão estreita, quanto aos interesses particulares da empresa, ao
dos e envolvidos com os projetos da empresa, e enfim o lucro tão ponto que estas se veem obrigadas a desenvolver critérios éticos
esperado. específicos fazendo jus à sua realidade, isto é, considerando não
Aplicada pelo gestor, a ética pode ser percebida por meio da somente fatores econômicos, mas também os fatores políticos, as
abertura para criatividade, delegação de tarefas, fornecimento de exigências legais e os impactos socioambientais, entre outros as-
informações necessárias, observação e fornecimento de feedback, pectos associados às suas atividades.
estabelecimento de canais de comunicação, entre outros. Neste sentido várias empresas já estão de adequando a este
A ética se destina em realizar o bem comum, ou seja não preju- novo modelo, agregando valores éticos a seus produtos e serviços e
dicar ninguém e não permitir que ninguém o prejudique. obtendo resultados positivos por meio de marcas mais valorizadas.
Nos negócios, em razão dos vários relacionamentos com for- Pois os consumidores preferem pagar um pouco mais pelo produto
necedores e clientes de diferentes perfis, não há conduta sem que em troca do valor agregado.
alguém saia prejudicado, em razão disso foi adotado um modelo de Com isso vale ressaltar que a ética sobre uma perceptiva social,
ética baseado na responsabilidade, convicção e virtude. também contribui para o desenvolvimento econômico e ao mesmo
tempo colabora com a preservação ambiental, melhora da qualida-
Modelo de Ética de de vida dos colaboradores, familiares da empresa e da comuni-
Responsabilidade: o indivíduo precisa ter consciência que toda dade local.
ação da organização afetará as pessoas com as quais têm contato. De certa forma a ética, também pode ser entendida como um
Convicção: aquisição de valores que limitam a busca dos resul- maior compromisso das empresas em proporcionar maior clareza
tados planejados e a ambição da empresa. quanto ao gerenciamento dos recursos, processos, produção e re-
Virtude: é a tendência para prática do bem e as pessoas partici- síduos.
pam das decisões da organização. Destacando por fim, que ser uma empresa socialmente ética
também significa ser uma empresa que se preocupa com os proble-
Lembre-se: que a ética organizacional não se limita a cada um mas sociais da população, como por exemplo se preocupar com as
desses modelos individualmente, mas sim na sua junção. condições de miséria da sociedade e tomar atitudes para que essas
pessoas retomem seu convívio social com dignidade.
Ética como estratégia de Mercado
A globalização e os novos padrões de mercado, tem levado as Lembre-se: A ética social é praticada pela empresa de forma
empresas a se auto avaliar constantemente. Com isso várias organi- interna, recrutando e formando profissionais e executivos que com-
zações passarão a adotar valores éticos rigorosos para manter uma partilham desta filosofia, privilegiando a diversidade e o pluralismo,
boa imagem de mercado, como é o caso da Natura, O Boticário, e relacionando-se de maneira democrática com os diversos públicos,
de alguns bancos como Banco Real, Unibanco/Itaú e Bradesco. adotando o consumo responsável, respeitando as diferenças, culti-
Estas empresas têm associado valores éticos à sua marca, para vando a liberdade de expressão e a lisura nas relações comerciais.
a obtenção de um diferencial em seus produtos e serviços, afim de
alcançar melhores resultados, garantir sua permanência no merca- Responsabilidade Social nas Empresas3
do e atrair/ preservar clientes que também buscam pelos mesmos Várias definições podem ser atribuídas a responsabilidade so-
ideais. cial, no enteando a mais comum é conceituada como o conjunto
A estratégia da empresa então se traduz em reproduzir ao con- das atitudes dos cidadãos e organizações públicas ligadas a ética
sumidor as ações empregadas por seus gestores e profissionais, no e direcionadas para o desenvolvimento sustentável da sociedade,
qual é feita por meio de campanhas de marketing, com o intuito de preservando o meio ambiente para futuras gerações e impulsionan-
promover a imagem institucional da empresa. do a diminuição das desigualdades sociais.
As empresas sentem o dever de se tornarem responsáveis, uma
Lembre-se: A ética empresarial deve que ser entendida como vez que questionadas sobre o futuro da sociedade e da economia,
um valor da organização que assegura sua sobrevivência, sua percebem os efeitos causados pelas suas atividades e reconhecem
reputação e, consequentemente, seus bons resultados. a necessidade de reparar seu comportamento. Com isso se veem a
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
frente de um desafio, o de modificar sua identidade para uma que as empresas divulguem seus valores pela cadeia de fornecedores,
agregue responsabilidade social à áreas financeira, logística, comer- empresas parceiros e serviços terceirizados. Pode-se adotar como
cial e operacional. critério de seleção de parceiros a exigência de valores semelhantes.
Dessa forma, uma empresa com responsabilidade social, além 5. Proteger Clientes e Consumidores - É importante promover o
de participar de forma mais direta das ações comunitárias nos lo- uso do produto com segurança e responsabilidade; Oferecer infor-
cais onde estão inseridas e reduzirem os danos ambientais resultan- mações específicas, corretas e justas; Proibir o uso de técnicas co-
tes de suas atividades, tornam-se parceiras e corresponsáveis pelo merciais antiéticas. Deve-se oferece qualidade não apenas durante
desenvolvimento social. o processo de venda, mas em todo a sua rotina de trabalho.
6. Promover sua Comunidade - A relação que uma empresa
Sendo assim Silva, considera que: Responsabilidade social em- tem com sua comunidade de entorno é um dos principais exemplos
presarial é o comprometimento permanente dos empresários de dos seus valores. Respeito aos costumes e à cultura local, contribui-
adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvi- ção em projetos educacionais, em ONGs ou organizações comuni-
mento econômico, melhorando simultaneamente, a qualidade de tárias, destinação de verbas a instituições socais e a divulgação de
vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e princípios que aproximam o empreendimento das pessoas ao redor
da sociedade como um todo. e são algumas das ações que demonstram o valor da comunidade
para a empresa.
Toda empresa responsavelmente social possui deveres mo- 7. Comprometer-se com o Bem Comum - O relacionamento
rais junto à sociedade. Tais deveres podem ser do tipo reparador ético com o poder público, assim como o cumprimento das leis,
ou preventivo. Reparador, quando a empresa recupera o meio am- faz parte da gestão de uma empresa socialmente responsável. Ser
biente após prejudicá-lo com suas atividades e preventivo, quando ético, nesse caso, significa: Cumprir as obrigações de recolhimento
a empresa se esforça para não causar danos à ele. de impostos e tributos; Alinhar os interesses da empresa com os da
sociedade; Comprometer-se formalmente com o combate à corrup-
As Sete Diretrizes da Responsabilidade Social ção; Contribuir para projetos e ações governamentais voltadas para
A responsabilidade social é muito mais do que um conceito, o aperfeiçoamento de políticas públicas na área sócia, etc.
pois deve-se compreender que ela é um valor pessoal e institucio-
nal que se reflete nas atitudes das empresas, dos empresários e de Sendo assim, as ações movidas pela ética são de longo prazo,
todos os seus funcionários. Para muitas empresas exercer responsa- intensamente participativas e transparentes em todos os níveis da
bilidade social é simplesmente fazer doações e desempenhar ações empresa. Tais iniciativas diferem significativamente daquelas que
de filantropia. Tais empresas apenas praticam ações de responsabi- originam decisões oportunistas, que visam exclusivamente enrique-
lidade social e, em muitos anos, de forma esporádica e casual. cer a imagem da empresa, com resultados de lucro a curto prazo e
Neste sentido o Instituto Ethos4, propõem sete diretrizes para a decisões centralizadas.
implantação da Responsabilidade Social nas organizações, vejamos:
1. Adote valores e trabalhe com transparência - O passo inicial O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, ainda
para se tornar uma empresa socialmente responsável é avaliar os afirma que a responsabilidade social empresarial está além do que
seus valores éticos e transmiti-los aos seus públicos através de um a empresa deve fazer por obrigação legal. A relação e os projetos
documento formal. Além disso, a empresa tem que praticar o que com a comunidade ou os benefícios para o público interno são ele-
ela se propõe e agir da forma mais transparente possível. mentos fundamentais e estratégias para a prática da Responsabili-
2. Valorize empregados e colaboradores - É prioritário que, mi- dade Social Empresarial.
nimamente, a empresa cumpra as leis trabalhistas, pois empresas
que valorizam seus funcionários valorizam, na verdade, a si mes- Mas não é só isso. Incorporar critérios de Responsabilidade
mas. Importante também que a organização encoraje novas ideias Social na gestão estratégica do negócio é traduzir as políticas de in-
(criar um incentivo a isso), além de incorporar a diversidade como clusão social e de promoção da qualidade ambiental, entre outras,
um valor essencial, incentivar e recompensar o desenvolvimento de em metas que possam ser computadas na sua avaliação de desem-
talentos e assegurar saúde, bem-estar e segurança aos funcioná- penho é o grande desafio.
rios.
3. Faça sempre mais pelo meio ambiente - Procurar reduzir as É a nova forma de gestão empresarial, onde existe um compro-
agressões ao meio ambiente e promover a melhoria das condições misso da empresa em relação à sociedade em geral. E, para uma
ambientais. As empresas, de um modo ou de outro, dependem de empresa ter sucesso, para conquistar e ampliar mercado, para ter
insumos do meio ambiente para realizar suas atividades, então, mi- competitividade, a prática da responsabilidade social e a prestação
nimamente devem reduzir o desperdício de tais insumos (energia, de contas de seu desempenho são indispensáveis.
matérias-primas em geral e água). A Responsabilidade Social está sendo vista, como um compro-
4. Envolver Parceiros e Fornecedores - Estabelecer um diálogo misso da empresa com relação à sociedade e a humanidade em ge-
com seus fornecedores, sendo transparente em suas ações, cum- ral, compreendendo que o papel atual das empresas vai muito além
prindo os contratos estabelecidos, contribuindo para o seu desen- da obtenção de lucro.
volvimento e incentivando os fornecedores para que também assu- Sendo assim Responsabilidade Social é entendida como o com-
mam compromissos de responsabilidade social. É importante que promisso que uma empresa tem com o desenvolvimento, bem-es-
tar e melhoramento da qualidade de vida dos empregados, suas
famílias e comunidade em geral. A base da responsabilidade social
4 MOYA, Ana Lucia de Melo. Indicadores Ethos de Responsabilidade corporativa está na concepção de que a entidade responde a crité-
Social empresarial. São Paulo: Instituto Ethos, 2007. rios éticos de comportamento.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
– A atuação pública deve estar guiada pelos princípios da igual- Assim sendo, pode-se dizer que a atual Administração Pública
dade e não discriminação. Ademais a atuação de acordo com o in- está caminhando no rumo de quebrar velhos paradigmas consubs-
teresse público deve ser o “normal” sem que seja moral receber tanciados em uma burocracia viciosa eivada de corrupção e desvio
retribuições diferentes da oficial que se recebe no organismo em de finalidade. Atualmente se está avançando para uma gestão pú-
que se trabalha; blica comprometida com a ética e a eficiência.
– O funcionário deve atuar sempre como servidor público e Para isso, deve-se levar em conta os ensinamentos de Andrés
não deve transmitir informação privilegiada ou confidencial. O fun- Sanz Mulas que em artigo publicado pela Escuela de Relaciones
cionário como qualquer outro profissional, deve guardar o sigilo de Laborales da Espanha, descreve algumas tarefas importantes que
ofício; devem ser desenvolvidas para se possa atingir ética nas Adminis-
– O interesse coletivo no Estado social e democrático de Direito trações.
existe para ofertar aos cidadãos um conjunto de condições que tor- “Para desenhar uma ética das Administrações seria necessário
ne possível seu aperfeiçoamento integral e lhes permita um exer- realizar as seguintes tarefas, entre outras:
cício efetivo de todos os seus direitos fundamentais. Para tanto, os – Definir claramente qual é o fim específico pelo qual se cobra
funcionários devem ser conscientes de sua função promocional dos a legitimidade social;
poderes públicos e atuar em consequência disto. (tradução livre).” – Determinar os meios adequados para alcançar esse fim e
quais valores é preciso incorporar para alcançá-lo;
Por outro lado, a nova gestão pública procura colocar à dis- – Descobrir que hábitos a organização deve adquirir em seu
posição do cidadão instrumentos eficientes para possibilitar uma conjunto e os membros que a compõem para incorporar esses va-
fiscalização dos serviços prestados e das decisões tomadas pelos lores e gerar, assim, um caráter que permita tomar decisões acerta-
governantes. As ouvidorias instituídas nos Órgãos da Administração damente em relação à meta eleita;
Pública direta e indireta, bem como junto aos Tribunais de Contas – Ter em conta os valores da moral cívica da sociedade em que
e os sistemas de transparência pública que visam a prestar infor- se está imerso;
mações aos cidadãos sobre a gestão pública são exemplos desses – Conhecer quais são os direitos que a sociedade reconhece às
instrumentos fiscalizatórios. pessoas.” (tradução livre).
Tais instrumentos têm possibilitado aos Órgãos Públicos res-
ponsáveis pela fiscalização e tutela da ética na Administração ÉTICA NO SETOR PÚBLICO.
apresentar resultados positivos no desempenho de suas funções,
cobrando atitudes coadunadas com a moralidade pública por parte
dos agentes públicos. Ressaltando-se que, no sistema de controle Dimensões da qualidade nos deveres dos servidores públicos
atual, a sociedade tem acesso às informações acerca da má gestão Os direitos e deveres dos servidores públicos estão descritos
por parte de alguns agentes públicos ímprobos. na Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990.
Entretanto, para que o sistema funcione de forma eficaz é ne- Entre os deveres (art. 116), há dois que se encaixam no para-
cessário despertar no cidadão uma consciência política alavancada digma do atendimento e do relacionamento que tem como foco
pelo conhecimento de seus direitos e a busca da ampla democracia. principal o usuário.
Tal objetivo somente será possível através de uma profunda São eles:
mudança na educação, onde os princípios de democracia e as no- - “atender com presteza ao público em geral, prestando as in-
ções de ética e de cidadania sejam despertados desde a infância, formações requeridas” e
antes mesmo de o cidadão estar apto a assumir qualquer função - “tratar com urbanidade as pessoas”.
pública ou atingir a plenitude de seus direitos políticos.
Presteza e urbanidade nem sempre são fáceis de avaliar, uma
Pode-se dizer que a atual Administração Pública está desper- vez que não têm o mesmo sentido para todas as pessoas, como
tando para essa realidade, uma vez que tem investido fortemente demonstram as situações descritas a seguir.
na preparação e aperfeiçoamento de seus agentes públicos para • Serviços realizados em dois dias úteis, por exemplo, podem
que os mesmos atuem dentro de princípios éticos e condizentes não corresponder às reais necessidades dos usuários quanto ao
com o interesse social. prazo.
Além, dos investimentos em aprimoramento dos agentes pú- • Um atendimento cortês não significa oferecer ao usuário
blicos, a Administração Pública passou a instituir códigos de ética aquilo que não se pode cumprir. Para minimizar as diferentes inter-
para balizar a atuação de seus agentes. Dessa forma, a cobrança de pretações para esses procedimentos, uma das opções é a utilização
um comportamento condizente com a moralidade administrativa é do bom senso:
mais eficaz e facilitada. • Quanto à presteza, o estabelecimento de prazos para a en-
Outra forma eficiente de moralizar a atividade administrativa trega dos serviços tanto para os usuários internos quanto para os
tem sido a aplicação da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº externos pode ajudar a resolver algumas questões.
8.429/92) e da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº • Quanto à urbanidade, é conveniente que a organização inclua
101/00) pelo Poder Judiciário, onde o agente público que desvia sua tal valor entre aqueles que devem ser potencializados nos setores
atividade dos princípios constitucionais a que está obrigado respon- em que os profissionais que ali atuam ainda não se conscientizaram
de pelos seus atos, possibilitando à sociedade resgatar uma gestão sobre a importância desse dever.
sem vícios e voltada ao seu objetivo maior que é o interesse social.
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
Não é à toa que as organizações estão exigindo habilidades abertamente nos meios de comunicação, seja pelo rádio, televisão,
intelectuais e comportamentais dos seus profissionais, além de jornais e revistas, que este é um dos principais problemas que cer-
apurada determinação estratégica. Entre outros requisitos, essas cam o setor público, afetando assim, a ética que deveria estar aci-
habilidades incluem: ma de seus interesses.
- atualização constante; Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de
- soluções inovadoras em resposta à velocidade das mudanças; igualdade), sem falar de moralidade. Esta também é um dos prin-
- decisões criativas, diferenciadas e rápidas; cipais valores que define a conduta ética, não só dos servidores
- flexibilidade para mudar hábitos de trabalho; públicos, mas de qualquer indivíduo. Invocando novamente o or-
- liderança e aptidão para manter relações pessoais e profis- denamento jurídico podemos identificar que a falta de respeito ao
sionais; padrão moral, implica, portanto, numa violação dos direitos do ci-
- habilidade para lidar com os usuários internos e externos. dadão, comprometendo inclusive, a existência dos valores dos bons
costumes em uma sociedade.
Encerramos esse tópico com o trecho de um texto de Andrés A falta de ética na Administração Publica encontra terreno fér-
Sanz Mulas: til para se reproduzir, pois o comportamento de autoridades pú-
“Para desenhar uma ética das Administrações seria necessário blicas está longe de se basearem em princípios éticos e isto ocorre
realizar as seguintes tarefas, entre outras: devido a falta de preparo dos funcionários, cultura equivocada e
- Definir claramente qual é o fim específico pelo qual se cobra especialmente, por falta de mecanismos de controle e responsabi-
a legitimidade social; lização adequada dos atos antiéticos.
- Determinar os meios adequados para alcançar esse fim e A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade
quais valores é preciso incorporar para alcançá-lo; nesta situação, pois não se mobilizam para exercer os seus direitos
- Descobrir que hábitos a organização deve adquirir em seu e impedir estes casos vergonhosos de abuso de poder por parte do
conjunto e os membros que a compõem para incorporar esses va- Pode Público.
lores e gerar, assim, um caráter que permita tomar decisões acer- Um dos motivos para esta falta de mobilização social se dá, de-
tadamente em relação à meta eleita; vido á falta de uma cultura cidadã, ou seja, a sociedade não exerce
- Ter em conta os valores da moral cívica da sociedade em que sua cidadania. A cidadania Segundo Milton Santos “é como uma
se está imerso; lei”, isto é, ela existe, mas precisa ser descoberta, aprendida, utili-
- Conhecer quais são os direitos que a sociedade reconhece às zada e reclamada e só evolui através de processos de luta. Essa evo-
pessoas.” lução surge quando o cidadão adquire esse status, ou seja, quando
passa a ter direitos sociais. A luta por esses direitos garante um
Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em cor- padrão de vida mais decente. O Estado, por sua vez, tenta refrear
rupção, extorsão, ineficiência, etc, mas na realidade o que devemos os impulsos sociais e desrespeitar os indivíduos, nessas situações a
ter como ponto de referência em relação ao serviço público, ou na cidadania deve se valer contra ele, e imperar através de cada pessoa.
vida pública em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual Porém Milton Santos questiona se “há cidadão neste país”? Pois para
possamos, em seguida julgar a atuação dos servidores públicos ou ele desde o nascimento as pessoas herdam de seus pais e ao lon-
daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, entretanto não go da vida e também da sociedade, conceitos morais que vão sendo
basta que haja padrão, tão somente, é necessário que esse padrão contestados posteriormente com a formação de ideias de cada um,
seja ético, acima de tudo . porém a maioria das pessoas não sabe se são ou não cidadãos.
O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões A educação seria o mais forte instrumento na formação de ci-
éticos dos servidores públicos advêm de sua própria natureza, ou dadão consciente para a construção de um futuro melhor.
seja, de caráter público, e sua relação com o público. A questão No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e sem
da ética pública está diretamente relacionada aos princípios fun- princípios éticos que convivem todos os dias com mandos e desman-
damentais, sendo estes comparados ao que chamamos no Direito, dos, atos desonestos, corrupção e falta de ética tendem a assimilar por
de “Norma Fundamental”, uma norma hipotética com premissas este rol “cultural” de aproveitamento em beneficio próprio.
ideológicas e que deve reger tudo mais o que estiver relacionado
ao comportamento do ser humano em seu meio social, aliás, pode- QUESTÕES
mos invocar a Constituição Federal. Esta ampara os valores morais
da boa conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos
e essenciais a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lem- 1. CESPE / CEBRASPE - 2019 - MPC-PA - Analista Ministerial -
brando inclusive o tão citado, pelos gregos antigos, “bem viver”. Controle Externo
Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoali- Acerca do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis
dade. Ao contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público da Administração Direta, das Autarquias e das Fundações Públicas
e seus servidores devem primar pela questão da “impessoalidade”, do Estado do Pará, estabelecido pela Lei n.º 5.810/1994, assinale a
deixando claro que o termo é sinônimo de “igualdade”, esta sim é a opção correta.
questão chave e que eleva o serviço público a níveis tão ineficazes, (A) Não há limitação etária para a prestação de concurso públi-
não se preza pela igualdade. No ordenamento jurídico está claro e co, em obediência ao entendimento do STF.
expresso, “todos são iguais perante a lei”. (B) Via de regra, a duração da jornada diária de trabalho será
E também a ideia de impessoalidade, supõe uma distinção de oito horas ininterruptas, salvo as jornadas especiais estabe-
entre aquilo que é público e aquilo que é privada (no sentido do lecidas em lei.
interesse pessoal), que gera portanto o grande conflito entre os in-
teresses privados acima dos interesses públicos. Podemos verificar
106
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
(C) O afastamento decorrente de processo administrativo, no 5. FURB - 2023 - Prefeitura de Tijucas - SC - Assistente Social de
caso de o servidor ter sido declarado inocente, será computado Saneamento
como efetivo exercício. Considere as afirmativas relacionadas aos deveres do assisten-
(D) Após cada triênio de exercício, o servidor fará jus à licen- te social nas Relações com Assistentes Sociais e outros/as Profissio-
ça-prêmio, independentemente de ter havido interrupção no nais, previstos no Código de Ética do/a Assistente Social:
mesmo período. I.ser solidário/a com outros/as profissionais, sem, todavia, exi-
(E) Após a reforma da Lei n.º 5.810/1994, o cônjuge sobrevi- mir-se de denunciar atos que contrariem os postulados éticos con-
vente não possui mais direito ao auxílio-funeral. tidos neste Código.
II.repassar ao seu substituto as informações necessárias à con-
2. MPE-GO - 2019 - MPE-GO - Auxiliar Administrativo tinuidade do trabalho.
Segundo o disposto na Constituição Federal, na Constituição III.incentivar, sempre que possível, a prática profissional inter-
Estadual, na Lei Complementar Estadual nº 025/98 e em outras leis, disciplinar.
são atribuições dos Promotores de Justiça, exceto: IV.respeitar as normas e princípios éticos das outras profissões.
(A) Impetrar mandado de segurança e requerer correição par- V.ao realizar crítica pública a colega e outros/as profissionais,
cial, inclusive perante o Tribunal de Justiça. fazê-lo sempre de maneira objetiva, construtiva e comprovável, as-
(B) Oficiar perante a Justiça Eleitoral de primeira instância, com sumindo sua inteira responsabilidade.
as atribuições previstas na Lei Orgânica do Ministério Público
da União e outras estabelecidas na legislação eleitoral e par- É correto o que se afirma em:
tidária. (A) III, apenas.
(C) Oficiar perante a Justiça do Trabalho nas comarcas em que (B) I e V, apenas.
houver Varas do Trabalho. (C) I, III, IV e V apenas.
(D) Solicitar o auxílio de serviços médicos, educacionais e assis- (D) II, III, IV, apenas.
tenciais públicos ou conveniados. (E) I, II, III, IV e V.
(E) Requisitar a cartórios, repartições ou autoridade competen-
te certidões, exames e esclarecimentos necessários ao exercí- 6. FGV - 2022 - Senado Federal - Consultor Legislativo - Comu-
cio de suas funções. nicação e Tecnologia da Informação
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD, em seu Art.
3. Quadrix - 2022 - CRC-AC - Contador 58 A, incluído pela Lei nº 13.853, de 2019, estabelece que o Conse-
Acerca da ética no Setor Público, assinale a alternativa correta. lho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade será
(A) O servidor público pode se valer da função pública para lo- composto de 23 (vinte e três) representantes, titulares e suplentes.
grar proveito pessoal.
(B) Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu Nele, depois do Poder Executivo Federal, os órgãos que têm a
alcance ou do seu conhecimento para o atendimento do seu maior representatividade numérica são
mister é facultado ao servidor público. (A) Senado Federal, Câmara dos Deputados e Conselho Nacio-
(C) Divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe so- nal do Ministério Público.
bre a existência do Código de Ética, estimulando o seu integral (B) Comitê Gestor da Internet no Brasil, entidades representa-
cumprimento, constitui uma incumbência do servidor público. tivas do setor empresarial relacionado à área de tratamento de
(D) A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética dados pessoais e Conselho Nacional de Justiça.
é a de suspensão por até noventa dias, com prejuízo da remu- (C) Senado Federal, Comitê Gestor da Internet no Brasil e insti-
neração. tuições científicas, tecnológicas e de inovação.
(D) Confederações sindicais representativas das categorias eco-
4. FUNDATEC - 2022 - IPE Saúde - Analista de Gestão em Saúde nômicas do setor produtivo, entidades da sociedade civil com
- Jornalismo atuação relacionada a proteção de dados pessoais e institui-
O Capítulo III do Código de Ética dos Jornalistas trata da respon- ções científicas, tecnológicas e de inovação.
sabilidade profissional. O jornalista deve “___________ alterações (E) Entidades representativas do setor laboral, entidades da
nas imagens captadas que deturpem a realidade, sempre informan- sociedade civil com atuação relacionada a proteção de dados
do ___________ o eventual uso de recursos de fotomontagem, pessoais e Conselho Nacional do Ministério Público.
edição de imagem, reconstituição de áudio ou quaisquer outras
____________”. 7. Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ Prova: Prefeitura do Rio de
Janeiro - RJ - 2019 - Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ - Terapeuta
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen- Ocupacional
te, as lacunas do trecho acima. A Federação Mundial de Terapeutas Ocupacionais (WFOT) defi-
(A) Rejeitar – aos colegas – criações ne a terapia ocupacional como uma profissão:
(B) Fazer – ao público– manipulações (A) Da área da saúde, envolvida com a promoção da saúde e
(C) Aceitar – à empresa – criações bem-estar
(D) Rejeitar – ao público – manipulações (B) Da área social, envolvida com a saúde
(E) Aceitar – aos colegas – divulgações (C) Da saúde, envolvida com a educação
(D) Da área social, envolvida com educação e saúde
107
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
108
PITÁGORAS CONCURSOS
CONCURSOS PÚBLICOS 2023
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Tipos:
PERIFÉRICOS
Utilizados para a entrada de dados;
DE ENTRADA
PERIFÉRICOS
Utilizados para saída/visualização de dados
DE SAÍDA
109
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Linux Ubuntu em modo gráfico (Área de trabalho): No caso do Linux temos que criar um lançador que funciona
como um atalho, isto é, ele vai chamar o item indicado.
Conceito de pastas e diretórios Perceba que usamos um comando para criar um lançador, mas
Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas- nosso objetivo aqui não é detalhar comandos, então a forma mais
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze- rápida de pesquisa de aplicativos, pastas e arquivos é através do
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos botão:
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Área de transferência
Perceba que usando a interface gráfica funciona da mesma for-
ma que o Windows.
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos. gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
área de transferência.
110
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
C: > DIR/?
111
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
WINDOWS 7
112
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc. Programas e aplicativos
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”, • Media Player
estamos copiando dados para esta área intermediária. • Media Center
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”, • Limpeza de disco
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na • Desfragmentador de disco
área de transferência. • Os jogos do Windows.
• Ferramenta de captura
Manipulação de arquivos e pastas • Backup e Restore
A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos Interação com o conjunto de aplicativos
executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas- Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en-
tas, criar atalhos etc. tendermos melhor as funções categorizadas.
Facilidades
113
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Música e Vídeo
Temos o Media Player como player nativo para ouvir músicas
e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma excelente expe-
riência de entretenimento, nele pode-se administrar bibliotecas
de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar CDs, criar
playlists e etc., isso também é válido para o media center.
Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.
114
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
WINDOWS 8
Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
área de transferência.
115
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Jogos
Temos também jogos anexados ao Windows 8.
Programas e aplicativos
Transferência
O recurso de transferência fácil do Windows 8 é muito impor-
tante, pois pode ajudar na escolha de seus arquivos para serem sal-
vos, tendo assim uma cópia de segurança.
Facilidades
116
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
WINDOWS 10
Arquivos e atalhos
Como vimos anteriormente: pastas servem para organização,
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos.
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado.
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos,
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito.
117
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Inicialização e finalização
– Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.
118
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Microsoft Office
• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.
O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para
uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas GUIA PÁGINA TECLA DE
em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos – ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações –
PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum: Justificar (arruma a direito
e a esquerda de acordo Ctrl + J
Word com a margem
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele
podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos Alinhamento à direita Ctrl + G
então apresentar suas principais funcionalidades.
Centralizar o texto Ctrl + E
• Área de trabalho do Word
Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo Alinhamento à esquerda Ctrl + Q
com a necessidade.
• Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos de
nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação), se
será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos automáticos.
Tipo de letra
Tamanho
119
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
- Inserir Tabelas
Inserir
- Inserir Imagens
– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-
lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
uma planilha.
Verificação e cor-
Revisão • Formatação células
reção ortográfica
Arquivo Salvar
Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
– Planilha de custos.
120
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.
121
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro • Atualizações no PowerPoint
slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se – O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
uma posição para outra utilizando o mouse. de apresentações profissionais;
As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados – O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas – Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
para passagem entre elementos das apresentações. destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.
Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre- ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando smartfones de forma geral.
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito.
• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
quisa inteligente;
Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade – É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le- que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
vando a experiência dos usuários a outro nível. a digitação de equações.
• Atualizações no Excel
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
melhores formas de apresentar dados.
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.
122
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Atualizações no Word
– Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
desenvolvimento de documentos;
• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação.
• Atualizações no Excel
– Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
algum mapa que deseja construir.
Office 365
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
Word, Excel e PowerPoint.
Observações importantes:
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre
atualizados.
123
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Banco de Dados ou Base de Dados é a organização de um determinado assunto, isto é, a separação das entidades e seus relaciona-
mentos. Dentro deste conceito temos os SGBD (Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados), que permitem o controle total do Banco
(Segurança, armazenamento, gestão, etc.)
Vejamos um exemplo do banco de dados NorthWind, que foi disponibilizado pela Microsoft para fins de estudo. Este banco de dados
trata de uma loja comercial.
De acordo com a análise do banco, foram separadas as tabelas (entidades) abaixo:
Essas entidades são chamadas “tabelas” (Categorias, Clientes, Produtos, Pedidos, etc.)
Perceba que este banco de dados é focado na gestão de vendas, portanto através de ferramentas de análise podemos extrair infor-
mações operacionais e gerenciais.
Vejamos um exemplo da tabela de produtos:
Perceba que dentro desta tabela temos várias colunas (campos), isso nos indica que podemos aplicar a mesma analogia do EXCEL para
montagem das tabelas de um banco de dados.
124
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Exemplo:
COMPUTADOR INFORMÁTICA
Mouse Informática
Teclado Dell Informática
Chaves e relacionamentos
Como vimos acima, existe um relacionamento entre a tabela
“produto” e a tabela “categoria”, isto se dá por meio de uma “Pri-
mary Key” (PK) e uma Foreign key (FK) segundo a figura acima.
• Primary Key (FK) é chamada chave primária.
• Foreign Key (PK) é chamada chave estrangeira
Esta Primary key (PK) deverá ser única para a linha (Registro).
Ela é um identificador único e não pode ser nula.
CPF NOME
Neste contexto foi feita uma análise funcional e administrativa
90980980808080 José
para a construção deste modelo (MER).
90897979799999 João
Dados estruturados e não estruturados
Vimos acima que a diagramação “ER” depende dos dados es- Além disso uma tabela pode conter mais regras e outros índi-
truturados. Por exemplo: A tabela de produtos foi definida de acor- ces, vamos olhar as figuras abaixo:
do com a documentação prévia.
• No caso dos bancos de dados estruturados, temos a tabela e
suas colunas definidas conforme a documentação.
• Agora, no caso do banco de dados não estruturados, existe
uma certa flexibilidade, visto que não sabemos o teor dos dados,
pois eles são obtidos de fontes distintas.
125
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
No caso das regras, temos uma regra (Constraint) quanto a co- Tipos de enlace
luna “Preço Unitário”, a mesma tem que ser maior ou igual a zero, De acordo com a figura anterior vemos que existem camadas
conforme a figura abaixo: internas ao transmitirmos uma informação. A camada enlace é
a responsável pela conferência dos dados e controle do fluxo de
dados. Dentro deste contexto o enlace pode trabalhar de maneira
ponto a ponto (computador para computador), ou broadcast (uso
da rede para transmissão simultânea de dados), possibilitando as-
sim o acesso ao meio.
Códigos
Os dados transmitidos pelo computador são codificados de tal
forma que ele consiga trabalhar dento do explicado.
Por exemplo, uma imagem pode ser representada da seguinte
forma:
126
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Camada enlace
É dividida em duas subcamadas:
• LCC (Logical Link Control): responsável por incluir informa-
ções do quadro que dizem respeito ao protocolo de rede utilizado.
Está mais próxima da camada de rede.
• Controle de Acesso ao meio (MAC): endereça a camada de
enlace de acordo com a tecnologia utilizada, e inclui início e fim do
quadro de acordo com a exigência da tecnologia.
HD (Hard Disk - Disco Rígido)1 Os HDs externos são discos rígidos portáteis com alta capacida-
de de armazenamento, chegando facilmente à casa dos Terabytes.
Eles, normalmente, funcionam a partir de qualquer entrada USB do
computador.
As grandes vantagens destes dispositivos são:
Alta capacidade de armazenamento;
Facilidade de instalação;
Mobilidade, ou seja, pode-se levá-lo para qualquer lugar sem
necessidade de abrir o computador.
SSD2
127
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O SSD ainda tem o peso menor em relação aos discos rígidos, Blu-Ray
mesmo os mais portáteis; possui um consumo reduzido de ener- O Blu-Ray é o sucessor do DVD. Sua capacidade varia entre 25 e
gia; consegue trabalhar em ambientes mais quentes do que os HDs 50 GB. O de maior capacidade contém duas camadas de gravação.
(cerca de 70°C); e, por fim, realiza leituras e gravações de forma Seu processo de fabricação segue os padrões do CD e DVD co-
mais rápida, com dispositivos apresentando 250 MB/s na gravação muns, com a diferença de que o feixe de laser usado para leitura é
e 700 MB/s na leitura. ainda menor que o do DVD, o que possibilita armazenagem maior
Mas nem tudo são flores para o SSD. Os pequenos velozes de dados no disco.
ainda custam muito caro, com valores muito superiores que o dos O nome do disco refere-se à cor do feixe de luz do leitor ótico
HDs. A capacidade de armazenamento também é uma desvanta- que, na verdade, para o olho humano, apresenta uma cor violeta
gem, pois é menor em relação aos discos rígidos. De qualquer for- azulada. O “e” da palavra blue (azul) foi retirado do nome por fins
ma, eles são vistos como a tecnologia do futuro, pois esses dois jurídicos, já que muitos países não permitem que se registre co-
fatores negativos podem ser suprimidos com o tempo. mercialmente uma palavra comum. O Blu-Ray foi introduzido no
Obviamente, é apenas uma questão de tempo para que as em- mercado no ano de 2006.
presas que estão investindo na tecnologia consigam baratear seus
custos e reduzir os preços. Diversas companhias como IBM, Toshiba Pen Drive
e OCZ trabalham para aprimorar a produção dos SSDs, e fica cada
vez mais evidente que os HDs comuns estão com seus dias conta-
dos.
128
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Os formatos mais conhecidos são: • MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por exem-
- Memory Stick Duo. plo.
- SD (Secure Digital Card).
- Mini SD.
- Micro SD.
Unidade de Disquete
As unidades de disquete armazenam informações em discos,
também chamados discos flexíveis ou disquetes. Comparado a
CDs e DVDs, os disquetes podem armazenar apenas uma pequena
quantidade de dados. Eles também recuperam informações de for-
ma mais lenta e são mais vulneráveis a danos. Por esses motivos,
as unidades de disquete são cada vez menos usadas, embora ainda
sejam incluídas em alguns computadores.
Disquete.
Por que estes discos são chamados de “disquetes”? Apesar
de a parte externa ser composta de plástico rígido, isso é apenas
a capa. O interior do disco é feito de um material de vinil fino e
flexível.
• Internet
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção
global de computadores, celulares e outros dispositivos que se co-
municam.
129
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar web
sites para operações diversas.
• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.
Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.
Internet Explorer 11
• Identificar o ambiente
O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Microsoft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador simplifi-
cado com muitos recursos novos.
Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da internet muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos que
possibilitam ricas experiências para os usuários.
130
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.
2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;
4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.
Mozila Firefox
131
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
5 Barra de Endereços
132
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Favoritos • Downloads
No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi- Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum
cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Nes-
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido, e te caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o
pronto. progresso e os downloads concluídos.
Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-
voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
Para removê-lo, basta clicar em excluir.
• Histórico
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao • Sincronização
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces- Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo rão disponíveis na sua conta Google.
dia a dia se preferir. Por exemplo:
– Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.
• Pesquisar palavras
Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.
133
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Safari
• Guias
4 Barra de Endereço.
5 Adicionar Favoritos
6 Ajustes Gerais
8 Lista de Leitura
134
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
QUESTÕES
• Histórico e Favoritos
135
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um 8. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um e-mail
novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa existên-
erros. No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou cia de vírus.
baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alterna- Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser
tiva que contém a placa de expansão que poderá ser trocada ou adotado no exemplo acima.
adicionada para resolver o problema constatado por João. (A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo
(A) Placa de som ao administrador de rede.
(B) Placa de fax modem (B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo
(C) Placa usb de vírus.
(D) Placa de captura (C) Apagar o e-mail, sem abri-lo.
(E) Placa de vídeo (D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni-
toramento.
3. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) Há vários tipos de pe- (E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a
riféricos utilizados em um computador, como os periféricos de saída analisá-lo posteriormente.
e os de entrada. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta
um exemplo de periférico somente de entrada. 9. (CESPE – PEFOCE) Entre os sistemas operacionais Windows
(A) Monitor 7, Windows Vista e Windows XP, apenas este último não possui ver-
(B) Impressora são para processadores de 64 bits.
(C) Caixa de som ( ) Certo
(D) Headphone ( ) Errado
(E) Mouse
10. (CPCON – PREF, PORTALEGRE) Existem muitas versões do
4. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computado- Microsoft Windows disponíveis para os usuários. No entanto, não é
res, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponi- uma versão oficial do Microsoft Windows
bilizados por meio de endereços e links com formatos padronizados (A) Windows 7
URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de ende- (B) Windows 10
reço válido na Internet é: (C) Windows 8.1
(A) http:@site.com.br (D) Windows 9
(B) HTML:site.estado.gov (E) Windows Server 2012
(C) html://www.mundo.com
(D) https://meusite.org.br 11. (MOURA MELO – CAJAMAR) É uma versão inexistente do
(E) www.#social.*site.com Windows:
(A) Windows Gold.
5. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido- (B) Windows 8.
res e armazenamento compartilhados, com software disponível e (C) Windows 7.
localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso (D) Windows XP.
presencial, chamamos esse serviço de:
(A) Computação On-Line. 12. (QUADRIX CRN) Nos sistemas operacionais Windows 7 e
(B) Computação na nuvem. Windows 8, qual, destas funções, a Ferramenta de Captura não exe-
(C) Computação em Tempo Real. cuta?
(D) Computação em Block Time. (A) Capturar qualquer item da área de trabalho.
(E) Computação Visual (B) Capturar uma imagem a partir de um scanner.
(C) Capturar uma janela inteira
6. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos (D) Capturar uma seção retangular da tela.
de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen- (E) Capturar um contorno à mão livre feito com o mouse ou
tos associados à Internet, julgue o próximo item. uma caneta eletrônica
Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter-
net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o 13. (IF-PB) Acerca dos sistemas operacionais Windows 7 e 8,
áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no assinale a alternativa INCORRETA:
Youtube (http://www.youtube.com). (A) O Windows 8 é o sucessor do 7, e ambos são desenvolvidos
( ) Certo pela Microsoft.
( ) Errado (B) O Windows 8 apresentou uma grande revolução na interfa-
ce do Windows. Nessa versão, o botão “iniciar” não está sem-
7. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a pre visível ao usuário.
execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar (C) É possível executar aplicativos desenvolvidos para Windows
danos ao computador do usuário. 7 dentro do Windows 8.
( ) Certo (D) O Windows 8 possui um antivírus próprio, denominado
( ) Errado Kapersky.
(E) O Windows 7 possui versões direcionadas para computado-
res x86 e 64 bits.
136
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
14. (CESPE BANCO DA AMAZÔNIA) O Linux, um sistema multi- 20. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos so-
tarefa e multiusuário, é disponível em várias distribuições, entre as noros à apresentação em elaboração.
quais, Debian, Ubuntu, Mandriva e Fedora. ( ) Certo
( ) Certo ( ) Errado
( ) Errado
GABARITO
15. (FCC – DNOCS) - O comando Linux que lista o conteúdo de
um diretório, arquivos ou subdiretórios é o
(A) init 0. 1 C
(B) init 6.
(C) exit 2 E
(D) ls. 3 E
(E) cd.
4 D
16. (SOLUÇÃO) O Linux faz distinção de letras maiúsculas ou 5 B
minúsculas
6 ERRADO
( ) Certo
( ) Errado 7 CERTO
8 C
17. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
(A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô- 9 CERTO
nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção 10 D
de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú-
meros e letras. 11 A
(B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração 12 B
e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT.
13 D
(C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é
útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos 14 CERTO
que o Excel. 15 D
(D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
gens de correio eletrônico. 16 CERTO
(E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio 17 A
e recebimento de páginas web.
18 D
18. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresen- 19 CERTO
ta uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Pági- 20 CERTO
na Inicial” do Word 2010.
(A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento.
(B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
do documento.
ANOTAÇÕES
(C) Definir o alinhamento do texto.
(D) Inserir uma tabela no texto ______________________________________________________
19. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint ______________________________________________________
2002 ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse apli-
cativo. ______________________________________________________
A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?.
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
( ) Certo ______________________________________________________
( ) Errado
______________________________________________________
137
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
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138
PITÁGORAS CONCURSOS
CONCURSOS PÚBLICOS 2023
LEGISLAÇÃO
LEGISLAÇÃO DA SAÚDE: CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à
1988 (TÍTULO VIII – CAPÍTULO II – SEÇÃO II) saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivan-
do a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela
SEÇÃO II Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
DA SAÚDE III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das des-
pesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e munici-
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garanti- pal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
do mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitá- nº 86, de 2015)
rio às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão ad-
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saú- mitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às ende-
de, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua mias por meio de processo seletivo público, de acordo com a nature-
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser za e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para
feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa sua atuação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
física ou jurídica de direito privado. § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e
organizado de acordo com as seguintes diretrizes: (Vide ADPF agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos
672) da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao
I - descentralização, com direção única em cada esfera de go- Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido
verno; piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades 2010) Regulamento
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º
III - participação da comunidade. do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de
do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descum-
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de primento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exer-
outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda cício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
Constitucional nº 29, de 2000) § 7º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios agentes de combate às endemias fica sob responsabilidade da
aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde re- União, e cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
cursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados estabelecer, além de outros consectários e vantagens, incentivos,
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) auxílios, gratificações e indenizações, a fim de valorizar o trabalho
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo desses profissionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 120,
exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cen- de 2022)
to); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) § 8º Os recursos destinados ao pagamento do vencimento dos
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da ar- agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às ende-
recadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de mias serão consignados no orçamento geral da União com dotação
que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas própria e exclusiva. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 120,
as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (In- de 2022)
cluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 9º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da agentes de combate às endemias não será inferior a 2 (dois) salários
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos mínimos, repassados pela União aos Municípios, aos Estados e ao
de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 2022)
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada § 10. Os agentes comunitários de saúde e os agentes de comba-
cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº te às endemias terão também, em razão dos riscos inerentes às fun-
29, de 2000) Regulamento ções desempenhadas, aposentadoria especial e, somado aos seus
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Re- vencimentos, adicional de insalubridade. (Incluído pela Emenda
dação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) Constitucional nº 120, de 2022)
139
LEGISLAÇÃO
§ 11. Os recursos financeiros repassados pela União aos Esta- V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios para pagamento do ven- científico e tecnológico e a inovação; (Redação dada pela Emen-
cimento ou de qualquer outra vantagem dos agentes comunitários da Constitucional nº 85, de 2015)
de saúde e dos agentes de combate às endemias não serão objeto VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle
de inclusão no cálculo para fins do limite de despesa com pesso- de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo
al. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022) humano;
§ 12. Lei federal instituirá pisos salariais profissionais nacionais VII - participar do controle e fiscalização da produção, trans-
para o enfermeiro, o técnico de enfermagem, o auxiliar de enfer- porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos,
magem e a parteira, a serem observados por pessoas jurídicas de tóxicos e radioativos;
direito público e de direito privado. (Incluído pela Emenda Consti- VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreen-
tucional nº 124, de 2022) dido o do trabalho.
§ 13. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, até
o final do exercício financeiro em que for publicada a lei de que trata
o § 12 deste artigo, adequarão a remuneração dos cargos ou dos LEI FEDERAL Nº 8.142/90 E SUAS ALTERAÇÕES
respectivos planos de carreiras, quando houver, de modo a atender
aos pisos estabelecidos para cada categoria profissional. (Incluído Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n°
pela Emenda Constitucional nº 124, de 2022) 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de go-
§ 14. Compete à União, nos termos da lei, prestar assistência verno, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as se-
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu- guintes instâncias colegiadas:
nicípios e às entidades filantrópicas, bem como aos prestadores de I - a Conferência de Saúde; e
serviços contratualizados que atendam, no mínimo, 60% (sessen- II - o Conselho de Saúde.
ta por cento) de seus pacientes pelo sistema único de saúde, para § 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos
o cumprimento dos pisos salariais de que trata o § 12 deste arti- com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a si-
go. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 127, de 2022) tuação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política
§ 15. Os recursos federais destinados aos pagamentos da as- de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Execu-
sistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal tivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.
e aos Municípios e às entidades filantrópicas, bem como aos pres- § 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e delibe-
tadores de serviços contratualizados que atendam, no mínimo, 60% rativo, órgão colegiado composto por representantes do governo,
(sessenta por cento) de seus pacientes pelo sistema único de saúde, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na
para o cumprimento dos pisos salariais de que trata o § 12 deste ar- formulação de estratégias e no controle da execução da política de
tigo serão consignados no orçamento geral da União com dotação saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômi-
própria e exclusiva. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 127, cos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do
de 2022) poder legalmente constituído em cada esfera do governo.
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma com- Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems)
plementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, me- terão representação no Conselho Nacional de Saúde.
diante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as § 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. Conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais seg-
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios mentos.
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. § 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas sua organização e normas de funcionamento definidas em regimen-
ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos to próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.
casos previstos em lei. Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facili- alocados como:
tem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus
de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, proces- órgãos e entidades, da administração direta e indireta;
samento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do
todo tipo de comercialização. Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério
atribuições, nos termos da lei: da Saúde;
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem implemen-
de interesse para a saúde e participar da produção de medicamen- tados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
tos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insu- Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste arti-
mos; go destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde.
bem como as de saúde do trabalhador; Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; serão repassados de forma regular e automática para os Municí-
IV - participar da formulação da política e da execução das pios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos
ações de saneamento básico; no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.
140
LEGISLAÇÃO
§ 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionan-
previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, tes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico,
será utilizado, para o repasse de recursos, exclusivamente o critério o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o
estabelecido no § 1° do mesmo artigo. (Vide Lei nº 8.080, de 1990) lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde
§ 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo da população expressam a organização social e econômica do País.
menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização social e
aos Estados. econômica do País, tendo a saúde como determinantes e condicio-
§ 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execu- nantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento bá-
ção de ações e serviços de saúde, remanejando, entre si, parcelas de sico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade
recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta lei. física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essen-
Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta ciais. (Redação dada pela Lei nº 12.864, de 2013)
lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que,
com: por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às
I - Fundo de Saúde; pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e so-
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo cial.
com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
III - plano de saúde; TÍTULO II
IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990; DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orça-
mento; Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Sa- órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da
lários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação. Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Po-
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos der Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste § 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições
artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam adminis- públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade,
trados, respectivamente, pelos Estados ou pela União. pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de san-
Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro gue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.
de Estado, autorizado a estabelecer condições para aplicação desta § 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de
lei. Saúde (SUS), em caráter complementar.
Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário. CAPÍTULO I
Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da Independência e DOS OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES
102° da República.
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
LEI FEDERAL Nº 8.080/90 E SUAS ALTERAÇÕES I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e de-
terminantes da saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promover,
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º
do art. 2º desta lei;
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promo-
e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em ca- ção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada
ráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de das ações assistenciais e das atividades preventivas.
direito Público ou privado. Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema
Único de Saúde (SUS):
TÍTULO I I - a execução de ações:
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, de- c) de saúde do trabalhador; e
vendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
exercício. II - a participação na formulação da política e na execução de
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formula- ações de saneamento básico;
ção e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redu- III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de
ção de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento saúde;
de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compre-
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das endido o do trabalho;
empresas e da sociedade. VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a par-
ticipação na sua produção;
141
LEGISLAÇÃO
142
LEGISLAÇÃO
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Co-
Saúde ou órgão equivalente. nass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para de- (Conasems) são reconhecidos como entidades representativas dos
senvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes cor- entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à
respondam. saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função so-
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o cial, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.466, de
princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos dispo- 2011).
rão sobre sua observância. § 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), pode- geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar
rá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recur- no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar
sos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações convênios com a União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
de saúde. § 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Co-
Art. 11. (Vetado). sems) são reconhecidos como entidades que representam os entes
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacio- municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes
nal, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na
Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas forma que dispuserem seus estatutos. (Incluído pela Lei nº
da sociedade civil. 12.466, de 2011).
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade
de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja CAPÍTULO IV
execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema DA COMPETÊNCIA E DAS ATRIBUIÇÕES
Único de Saúde (SUS).
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das SEÇÃOI
comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes ati- DAS ATRIBUIÇÕES COMUNS
vidades:
I - alimentação e nutrição; Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
II - saneamento e meio ambiente; exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia; I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação
IV - recursos humanos; e de fiscalização das ações e serviços de saúde;
V - ciência e tecnologia; e II - administração dos recursos orçamentários e financeiros des-
VI - saúde do trabalhador. tinados, em cada ano, à saúde;
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de inte- III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saú-
gração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profis- de da população e das condições ambientais;
sional e superior. IV - organização e coordenação do sistema de informação de
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finali- saúde;
dade propor prioridades, métodos e estratégias para a formação V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de pa-
e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de drões de qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a as-
Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à sistência à saúde;
pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições. VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de pa-
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são drões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador;
reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre gesto- VII - participação de formulação da política e da execução das
res, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde ações de saneamento básico e colaboração na proteção e recupera-
(SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). ção do meio ambiente;
Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipar- VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde;
tite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466, IX - participação na formulação e na execução da política de
de 2011). formação e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde;
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e admi- X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de
nistrativos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade com Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde;
a definição da política consubstanciada em planos de saúde, apro- XI - elaboração de normas para regular as atividades de servi-
vados pelos conselhos de saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466, ços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública;
de 2011). XII - realização de operações externas de natureza financeira de
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermu- interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal;
nicipal, a respeito da organização das redes de ações e serviços de XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e
saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de cala-
à integração das ações e serviços dos entes federados; (Incluído midade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade compe-
pela Lei nº 12.466, de 2011). tente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-
integração de territórios, referência e contrarreferência e demais -lhes assegurada justa indenização; (Vide ADIN 3454)
aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde en- XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes
tre os entes federados. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). e Derivados;
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LEGISLAÇÃO
XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema
internacionais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente; Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assis-
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, prote- tência à saúde;
ção e recuperação da saúde; XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectivamen-
exercício profissional e outras entidades representativas da socieda- te, de abrangência estadual e municipal;
de civil para a definição e controle dos padrões éticos para pesquisa, XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacio-
ações e serviços de saúde; nal de Sangue, Componentes e Derivados;
XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde; XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde; saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais;
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscaliza- XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito
ção inerentes ao poder de polícia sanitária; do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Dis-
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos es- trito Federal;
tratégicos e de atendimento emergencial. XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a
avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional
SEÇÃOII em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Fede-
DA COMPETÊNCIA ral. (Vide Decreto nº 1.651, de 1995)
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na
compete: ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutri- controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou
ção; que representem risco de disseminação nacional.
II - participar na formulação e na implementação das políticas: § 1º A União poderá executar ações de vigilância epidemio-
a) de controle das agressões ao meio ambiente; lógica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência
b) de saneamento básico; e de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que represen-
III - definir e coordenar os sistemas: tem risco de disseminação nacional. (Renumerado do parágrafo
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade; único pela Lei nº 14.141, de 2021)
b) de rede de laboratórios de saúde pública; § 2º Em situações epidemiológicas que caracterizem emergên-
c) de vigilância epidemiológica; e cia em saúde pública, poderá ser adotado procedimento simplifica-
d) vigilância sanitária; do para a remessa de patrimônio genético ao exterior, na forma do
IV - participar da definição de normas e mecanismos de con- regulamento. (Incluído pela Lei nº 14.141, de 2021)
trole, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele § 3º Os benefícios resultantes da exploração econômica de pro-
decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana; duto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patri-
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para mônio genético de que trata o § 2º deste artigo serão repartidos nos
o controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a termos da Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015. (Incluído pela
política de saúde do trabalhador; Lei nº 14.141, de 2021)
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS)
epidemiológica; compete:
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços
portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser comple- e das ações de saúde;.
mentada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios; II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o con- Sistema Único de Saúde (SUS);
trole da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar
consumo e uso humano; supletivamente ações e serviços de saúde;
IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fis- IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e
calização do exercício profissional, bem como com entidades repre- serviços:
sentativas de formação de recursos humanos na área de saúde; a) de vigilância epidemiológica;
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução b) de vigilância sanitária;
da política nacional e produção de insumos e equipamentos para a c) de alimentação e nutrição; e
saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais; d) de saúde do trabalhador;
XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agra-
nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência vos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana;
à saúde; VI - participar da formulação da política e da execução de ações
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substân- de saneamento básico;
cias de interesse para a saúde; VII - participar das ações de controle e avaliação das condições
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao e dos ambientes de trabalho;
Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar
atuação institucional; e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde;
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LEGISLAÇÃO
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indí-
gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadu- gena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e defi-
al e regional; nido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990,
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública com o qual funcionará em perfeita integração. (Incluído pela Lei
e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua orga- nº 9.836, de 1999)
nização administrativa; Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o con- o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº
trole e avaliação das ações e serviços de saúde; 9.836, de 1999)
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suple- Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema insti-
mentar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos tuído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena
e substâncias de consumo humano; do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governa-
de portos, aeroportos e fronteiras; mentais e não-governamentais poderão atuar complementarmente
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indica- no custeio e execução das ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de
dores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada. 1999)
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) com- § 1º A União instituirá mecanismo de financiamento específico
pete: para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sempre que hou-
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços ver necessidade de atenção secundária e terciária fora dos territó-
de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; rios indígenas. (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
II - participar do planejamento, programação e organização § 2º Em situações emergenciais e de calamidade públi-
da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde ca: (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
(SUS), em articulação com sua direção estadual; I - a União deverá assegurar aporte adicional de recursos não
III - participar da execução, controle e avaliação das ações refe- previstos nos planos de saúde dos Distritos Sanitários Especiais Indí-
rentes às condições e aos ambientes de trabalho; genas (Dseis) ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena; (Inclu-
IV - executar serviços: ído pela Lei nº 14.021, de 2020)
a) de vigilância epidemiológica; II - deverá ser garantida a inclusão dos povos indígenas nos pla-
b) vigilância sanitária; nos emergenciais para atendimento dos pacientes graves das Secre-
c) de alimentação e nutrição; tarias Municipais e Estaduais de Saúde, explicitados os fluxos e as
d) de saneamento básico; e referências para o atendimento em tempo oportuno. (Incluído
e) de saúde do trabalhador; pela Lei nº 14.021, de 2020)
V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a
equipamentos para a saúde; realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que
que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, contem-
órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para contro- plando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nu-
lá-las; trição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais; sanitária e integração institucional. (Incluído pela Lei nº 9.836,
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; de 1999)
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilân- Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deve-
cia sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; rá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionaliza-
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos do. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de saú- § 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como
de, bem como controlar e avaliar sua execução; base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Incluído pela
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços priva- Lei nº 9.836, de 1999)
dos de saúde; § 1º-A. A rede do SUS deverá obrigatoriamente fazer o registro
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públi- e a notificação da declaração de raça ou cor, garantindo a identi-
cos de saúde no seu âmbito de atuação. ficação de todos os indígenas atendidos nos sistemas públicos de
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas saúde. (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
aos Estados e aos Municípios. § 1º-B. A União deverá integrar os sistemas de informação da
rede do SUS com os dados do Subsistema de Atenção à Saúde Indí-
CAPÍTULO V gena. (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
DO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE INDÍGENA § 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações
na estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as po-
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendi- pulações indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento
mento das populações indígenas, em todo o território nacional, co- necessário em todos os níveis, sem discriminações. (Incluído pela
letiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei. (In- Lei nº 9.836, de 1999)
cluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medica-
de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a mento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico experimental,
constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz tera- ou de uso não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sani-
pêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela tária - ANVISA; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. (In- II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembol-
cluído pela Lei nº 12.401, de 2011) so de medicamento e produto, nacional ou importado, sem registro
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no na Anvisa. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
SUS, cuja composição e regimento são definidos em regulamento, Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo: (In-
contará com a participação de 1 (um) representante indicado pelo cluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um) representante, especialista I - medicamento e produto em que a indicação de uso seja dis-
na área, indicado pelo Conselho Federal de Medicina. (Incluído tinta daquela aprovada no registro na Anvisa, desde que seu uso
pela Lei nº 12.401, de 2011) tenha sido recomendado pela Comissão Nacional de Incorporação
§ 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tec- de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), demonstradas
nologias no SUS levará em consideração, necessariamente: (In- as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e
cluído pela Lei nº 12.401, de 2011) a segurança, e esteja padronizado em protocolo estabelecido pelo
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efe- Ministério da Saúde; (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
tividade e a segurança do medicamento, produto ou procedimento II - medicamento e produto recomendados pela Conitec e ad-
objeto do processo, acatadas pelo órgão competente para o regis- quiridos por intermédio de organismos multilaterais internacionais,
tro ou a autorização de uso; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) para uso em programas de saúde pública do Ministério da Saúde e
II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos suas entidades vinculadas, nos termos do § 5º do art. 8º da Lei nº
custos em relação às tecnologias já incorporadas, inclusive no que 9.782, de 26 de janeiro de 1999. (Incluído pela Lei nº 14.313,
se refere aos atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar, de 2022)
quando cabível. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento de
§ 3º As metodologias empregadas na avaliação econômica a medicamentos, produtos de interesse para a saúde ou procedimen-
que se refere o inciso II do § 2º deste artigo serão dispostas em regu- tos de que trata este Capítulo será pactuada na Comissão Interges-
lamento e amplamente divulgadas, inclusive em relação aos indica- tores Tripartite. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
dores e parâmetros de custo-efetividade utilizados em combinação
com outros critérios. (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022) TÍTULO III
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE
refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração de pro-
cesso administrativo, a ser concluído em prazo não superior a 180 CAPÍTULO I
(cento e oitenta) dias, contado da data em que foi protocolado o DO FUNCIONAMENTO
pedido, admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias corridos,
quando as circunstâncias exigirem. (Incluído pela Lei nº 12.401, Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracteri-
de 2011) zam-se pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais,
§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo observará, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na
no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, promoção, proteção e recuperação da saúde.
e as seguintes determinações especiais: (Incluído pela Lei nº Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
12.401, de 2011) Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saú-
I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível, de, serão observados os princípios éticos e as normas expedidas
das amostras de produtos, na forma do regulamento, com informa- pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às
ções necessárias para o atendimento do disposto no § 2o do art. condições para seu funcionamento.
19-Q; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) ou de capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo através de
III - realização de consulta pública que inclua a divulgação do doações de organismos internacionais vinculados à Organização
parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecno- das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de finan-
logias no SUS; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) ciamento e empréstimos.
IV - realização de audiência pública, antes da tomada de deci- § 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de
são, se a relevância da matéria justificar o evento. (Incluído pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), submetendo-se a
Lei nº 12.401, de 2011) seu controle as atividades que forem desenvolvidas e os instrumen-
V - distribuição aleatória, respeitadas a especialização e a com- tos que forem firmados.
petência técnica requeridas para a análise da matéria; (Incluí- § 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde
do pela Lei nº 14.313, de 2022) mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimen-
VI - publicidade dos atos processuais. (Incluído pela Lei nº to de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a
14.313, de 2022) seguridade social.
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusi-
Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) ve controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do saúde nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei nº 13.097,
SUS: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) de 2015)
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LEGISLAÇÃO
I - doações de organismos internacionais vinculados à Organi- III - direito de recusa ao atendimento na modalidade telessaú-
zação das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de de, com a garantia do atendimento presencial sempre que solicita-
financiamento e empréstimos; (Incluído pela Lei nº 13.097, de do; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
2015) IV - dignidade e valorização do profissional de saúde; (Incluí-
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou do pela Lei nº 14.510, de 2022)
explorar: (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) V - assistência segura e com qualidade ao paciente; (Incluído
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, pela Lei nº 14.510, de 2022)
policlínica, clínica geral e clínica especializada; e (Incluído pela VI - confidencialidade dos dados; (Incluído pela Lei nº 14.510,
Lei nº 13.097, de 2015) de 2022)
b) ações e pesquisas de planejamento familiar; (Incluído VII - promoção da universalização do acesso dos brasileiros às
pela Lei nº 13.097, de 2015) ações e aos serviços de saúde; (Incluído pela Lei nº 14.510, de
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por 2022)
empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, VIII - estrita observância das atribuições legais de cada profis-
sem qualquer ônus para a seguridade social; e (Incluído pela Lei são; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
nº 13.097, de 2015) IX - responsabilidade digital. (Incluído pela Lei nº 14.510, de
IV - demais casos previstos em legislação específica. (In- 2022)
cluído pela Lei nº 13.097, de 2015) Art. 26-B. Para fins desta Lei, considera-se telessaúde a moda-
lidade de prestação de serviços de saúde a distância, por meio da
CAPÍTULO II utilização das tecnologias da informação e da comunicação, que
DA PARTICIPAÇÃO COMPLEMENTAR envolve, entre outros, a transmissão segura de dados e informações
de saúde, por meio de textos, de sons, de imagens ou outras formas
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes adequadas. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
para garantir a cobertura assistencial à população de uma deter- Parágrafo único. Os atos do profissional de saúde, quando pra-
minada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos ticados na modalidade telessaúde, terão validade em todo o territó-
serviços ofertados pela iniciativa privada. rio nacional. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços Art. 26-C. Ao profissional de saúde são asseguradas a liberdade
privados será formalizada mediante contrato ou convênio, observa- e a completa independência de decidir sobre a utilização ou não da
das, a respeito, as normas de direito público. telessaúde, inclusive com relação à primeira consulta, atendimento
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantró- ou procedimento, e poderá indicar a utilização de atendimento pre-
picas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do sencial ou optar por ele, sempre que entender necessário. (Incluí-
Sistema Único de Saúde (SUS). do pela Lei nº 14.510, de 2022)
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços Art. 26-D. Compete aos conselhos federais de fiscalização do
e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela exercício profissional a normatização ética relativa à prestação dos
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no serviços previstos neste Título, aplicando-se os padrões normati-
Conselho Nacional de Saúde. vos adotados para as modalidades de atendimento presencial, no
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de que não colidirem com os preceitos desta Lei. (Incluído pela Lei nº
pagamento da remuneração aludida neste artigo, a direção nacio- 14.510, de 2022)
nal do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato Art. 26-E. Na prestação de serviços por telessaúde, serão obser-
em demonstrativo econômico-financeiro que garanta a efetiva qua- vadas as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único
lidade de execução dos serviços contratados. de Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento, ob-
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técni- servada a competência dos demais órgãos reguladores. (Incluído
cas e administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único pela Lei nº 14.510, de 2022)
de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do con- Art. 26-F. O ato normativo que pretenda restringir a prestação
trato. de serviço de telessaúde deverá demonstrar a imprescindibilidade
§ 3° (Vetado). da medida para que sejam evitados danos à saúde dos pacien-
§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entida- tes. (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
des ou serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou Art. 26-G. A prática da telessaúde deve seguir as seguintes de-
função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS). terminações: (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
I - ser realizada por consentimento livre e esclarecido do pacien-
TÍTULO III-A te, ou de seu representante legal, e sob responsabilidade do profis-
(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) sional de saúde; (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
DA TELESSAÚDE II - prestar obediência aos ditames das Leis nºs 12.965, de 23
de abril de 2014 (Marco Civil da Internet), 12.842, de 10 de julho de
Art. 26-A. A telessaúde abrange a prestação remota de serviços 2013 (Lei do Ato Médico), 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Ge-
relacionados a todas as profissões da área da saúde regulamenta- ral de Proteção de Dados), 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Códi-
das pelos órgãos competentes do Poder Executivo federal e obede- go de Defesa do Consumidor) e, nas hipóteses cabíveis, aos ditames
cerá aos seguintes princípios: (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) da Lei nº 13.787, de 27 de dezembro de 2018 (Lei do Prontuário
I - autonomia do profissional de saúde; (Incluído pela Lei nº Eletrônico). (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
14.510, de 2022)
II - consentimento livre e informado do paciente;
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LEGISLAÇÃO
Art. 26-H. É dispensada a inscrição secundária ou complemen- § 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita
tar do profissional de saúde que exercer a profissão em outra juris- de que trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a qual
dição exclusivamente por meio da modalidade telessaúde. (Incluí- será destinada à recuperação de viciados.
do pela Lei nº 14.510, de 2022) § 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS) serão creditadas diretamente em contas especiais, movimen-
TÍTULO IV tadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.
DOS RECURSOS HUMANOS § 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas su-
pletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão financiadas
Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados, Dis-
formalizada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas trito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da
de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos: Habitação (SFH).
I - organização de um sistema de formação de recursos huma- § 4º (Vetado).
nos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além § 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e
da elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento de tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único de
pessoal; Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de
II - (Vetado) recursos de instituições de fomento e financiamento ou de origem
III - (Vetado) externa e receita própria das instituições executoras.
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema § 6º (Vetado).
Único de Saúde (SUS).
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema CAPÍTULO II
Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e DA GESTÃO FINANCEIRA
pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente
com o sistema educacional. Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramen- (SUS) serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua
to, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser exer- atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conse-
cidas em regime de tempo integral. lhos de Saúde.
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do
empregos poderão exercer suas atividades em mais de um estabe- Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União,
lecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saú-
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos de, através do Fundo Nacional de Saúde.
servidores em regime de tempo integral, com exceção dos ocupan- § 2º (Vetado).
tes de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento. § 3º (Vetado).
Art. 29. (Vetado). § 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu siste-
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço ma de auditoria, a conformidade à programação aprovada da apli-
sob supervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, ins- cação dos recursos repassados a Estados e Municípios. Constatada
tituída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Mi-
das entidades profissionais correspondentes. nistério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei.
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da re-
TÍTULO V ceita efetivamente arrecadada transferirão automaticamente ao
DO FINANCIAMENTO Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo
único deste artigo, os recursos financeiros correspondentes às do-
CAPÍTULO I tações consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a projetos
DOS RECURSOS e atividades a serem executados no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS).
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da
Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos Seguridade Social será observada a mesma proporção da despesa
necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social.
elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos
da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as me- a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combina-
tas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. ção dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos prove- e projetos:
nientes de: I - perfil demográfico da região;
I - (Vetado) II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistên- III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde
cia à saúde; na área;
III - ajuda, contribuições, doações e donativos; IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital; anterior;
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos esta-
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e duais e municipais;
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais. VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede;
149
LEGISLAÇÃO
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para § 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados,
outras esferas de governo. mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e
§ 1º Metade dos recursos destinados a Estados e Municípios da Previdência Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e
será distribuída segundo o quociente de sua divisão pelo número Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao pro-
de habitantes, independentemente de qualquer procedimento pré- cesso de gestão, de forma a permitir a gerencia informatizada das
vio. (Revogado pela Lei Complementar nº 141, de 2012) (Vide contas e a disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas
Lei nº 8.142, de 1990) médico-hospitalares.
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório pro- Art. 40. (Vetado)
cesso de migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras
serão ponderados por outros indicadores de crescimento populacio- Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela
nal, em especial o número de eleitores registrados. direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão
§ 3º (Vetado). como referencial de prestação de serviços, formação de recursos
§ 4º (Vetado). humanos e para transferência de tecnologia.
§ 5º (Vetado). Art. 42. (Vetado).
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preser-
dos órgãos de controle interno e externo e nem a aplicação de pena- vada nos serviços públicos contratados, ressalvando-se as cláusulas
lidades previstas em lei, em caso de irregularidades verificadas na dos contratos ou convênios estabelecidos com as entidades priva-
gestão dos recursos transferidos. das.
Art. 44. (Vetado).
CAPÍTULO III Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de
DO PLANEJAMENTO E DO ORÇAMENTO ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante con-
vênio, preservada a sua autonomia administrativa, em relação ao
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema patrimônio, aos recursos humanos e financeiros, ensino, pesquisa
Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, e extensão nos limites conferidos pelas instituições a que estejam
ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessi- vinculados.
dades da política de saúde com a disponibilidade de recursos em § 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais
planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e de previdência social deverão integrar-se à direção correspondente
da União. do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de atuação,
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e progra- bem como quaisquer outros órgãos e serviços de saúde.
mações de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), § 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os servi-
e seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamen- ços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema
tária. Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento esse fim, for firmado.
de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanis-
emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde. mos de incentivos à participação do setor privado no investimento
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as dire- em ciência e tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia
trizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em das universidades e institutos de pesquisa aos serviços de saúde nos
função das características epidemiológicas e da organização dos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais.
serviços em cada jurisdição administrativa. Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis es-
Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxí- taduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organizará,
lios a instituições prestadoras de serviços de saúde com finalidade no prazo de dois anos, um sistema nacional de informações em saú-
lucrativa. de, integrado em todo o território nacional, abrangendo questões
epidemiológicas e de prestação de serviços.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 48. (Vetado).
Art. 49. (Vetado).
Art. 39. (Vetado). Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios,
§ 1º (Vetado). celebrados para implantação dos Sistemas Unificados e Descentra-
§ 2º (Vetado). lizados de Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for
§ 3º (Vetado). sendo absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 4º (Vetado). Art. 51. (Vetado).
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime
para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será feita de emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Penal,
de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade Social. art. 315) a utilização de recursos financeiros do Sistema Único de
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inven- Saúde (SUS) em finalidades diversas das previstas nesta lei.
tariados com todos os seus acessórios, equipamentos e outros bens Art. 53. (Vetado).
móveis e ficarão disponíveis para utilização pelo órgão de direção Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as ati-
municipal do Sistema Único de Saúde - SUS ou, eventualmente, pelo vidades de apoio à assistência à saúde são aquelas desenvolvidas
estadual, em cuja circunscrição administrativa se encontrem, me- pelos laboratórios de genética humana, produção e fornecimento
diante simples termo de recebimento. de medicamentos e produtos para saúde, laboratórios de analises
§ 7º (Vetado).
150
LEGISLAÇÃO
clínicas, anatomia patológica e de diagnóstico por imagem e são As Normas Operacionais Básicas, por sua vez, a partir da ava-
livres à participação direta ou indireta de empresas ou de capitais liação do estágio de implantação e desempenho do SUS, se voltam,
estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) mais direta e imediatamente, para a definição de estratégias e mo-
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. vimentos táticos, que orientam a operacionalidade deste Sistema.
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de
1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais disposições 2. FINALIDADE
em contrário.
Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência e A presente Norma Operacional Básica tem por finalidade pri-
102º da República. mordial promover e consolidar o pleno exercício, por parte do po-
der público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da
NORMA OPERACIONAL BÁSICA DO SISTEMA ÚNICO atenção à saúde dos seus munícipes (Artigo 30, incisos V e VII, e Ar-
DE SAÚDE – NOB-SUS/1996 tigo 32, Parágrafo 1º, da Constituição Federal), com a conseqüente
redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e
da União, avançando na consolidação dos princípios do SUS.
PORTARIA Nº 2.203, DE 5 DE NOVEMBRO DE 1996. Esse exercício, viabilizado com a imprescindível cooperação téc-
nica e financeira dos poderes públicos estadual e federal, compre-
O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições, e ende, portanto, não só a responsabilidade por algum tipo de pres-
considerando que está expirado o prazo para apresentação de con- tação de serviços de saúde (Artigo 30, inciso VII), como, da mesma
tribuições ao aperfeiçoamento da Norma Operacional Básica – NOB forma, a responsabilidade pela gestão de um sistema que atenda,
1/96 do Sistema Único de Saúde (SUS), o qual foi definido pela Por- com integralidade, à demanda das pessoas pela assistência à saúde
taria nº 1.742, de 30 de agosto de 1996, e prorrogado por recomen- e às exigências sanitárias ambientais (Artigo 30, inciso V).
dação da Plenária da 10ª Conferência Nacional de Saúde, resolve: Busca-se, dessa forma, a plena responsabilidade do poder pú-
Art. 1º Aprovar, nos termos do texto anexo a esta Portaria, a blico municipal. Assim, esse poder se responsabiliza como também
NOB 1/96, a qual redefine o modelo de gestão do Sistema Único de pode ser responsabilizado, ainda que não isoladamente. Os poderes
Saúde, constituindo, por conseguinte, instrumento imprescindível à públicos estadual e federal são sempre co-responsáveis, na respec-
viabilização da atenção integral à saúde da população e ao discipli- tiva competência ou na ausência da função municipal (inciso II do
namento das relações entre as três esferas de gestão do Sistema. Artigo 23, da Constituição Federal). Essa responsabilidade, no en-
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. tanto, não exclui o papel da família, da comunidade e dos próprios
indivíduos, na promoção, proteção e recuperação da saúde.
ADIB D. JATENE Isso implica aperfeiçoar a gestão dos serviços de saúde no país
e a própria organização do Sistema, visto que o município passa a
ANEXO ser, de fato, o responsável imediato pelo atendimento das necessi-
1. INTRODUÇÃO dades e demandas de saúde do seu povo e das exigências de inter-
venções saneadoras em seu território.
Os ideais históricos de civilidade, no âmbito da saúde, conso- Ao tempo em que aperfeiçoa a gestão do SUS, esta NOB aponta
lidados na Constituição de 1988, concretizam-se, na vivência coti- para uma reordenação do modelo de atenção à saúde, na medida
diana do povo brasileiro, por intermédio de um crescente entendi- em que redefine:
mento e incorporação de seus princípios ideológicos e doutrinários, a) os papéis de cada esfera de governo e, em especial, no to-
como, também, pelo exercício de seus princípios organizacionais. cante à direção única;
Esses ideais foram transformados, na Carta Magna, em direito b) os instrumentos gerenciais para que municípios e estados su-
à saúde, o que significa que cada um e todos os brasileiros devem perem o papel exclusivo de prestadores de serviços e assumam seus
construir e usufruir de políticas públicas − econômicas e sociais − respectivos papéis de gestores do SUS;
que reduzam riscos e agravos à saúde. Esse direito significa, igual- c) os mecanismos e fluxos de financiamento, reduzindo pro-
mente, o acesso universal (para todos) e equânime (com justa igual- gressiva e continuamente a remuneração por produção de serviços
dade) a serviços e ações de promoção, proteção e recuperação da e ampliando as transferências de caráter global, fundo a fundo, com
saúde (atendimento integral). base em programações ascendentes, pactuadas e integradas;
A partir da nova Constituição da República, várias iniciativas d) a prática do acompanhamento, controle e avaliação no SUS,
institucionais, legais e comunitárias foram criando as condições de superando os mecanismos tradicionais, centrados no faturamento
viabilização plena do direito à saúde. Destacam-se, neste sentido, de serviços produzidos, e valorizando os resultados advindos de
no âmbito jurídico institucional, as chamadas Leis Orgânicas da programações com critérios epidemiológicos e desempenho com
Saúde (Nº. 8.080/90 e 8.142/90), o Decreto Nº.99.438/90 e as Nor- qualidade;
mas Operacionais Básicas (NOB), editadas em 1991 e 1993. e) os vínculos dos serviços com os seus usuários, privilegiando
Com a Lei Nº 8.080/90, fica regulamentado o Sistema Único de os núcleos familiares e comunitários, criando, assim, condições para
Saúde - SUS, estabelecido pela Constituição Federal de 1988, que uma efetiva participação e controle social.
agrega todos os serviços estatais − das esferas federal, estadual e
municipal − e os serviços privados (desde que contratados ou conve-
niados) e que é responsabilizado, ainda que sem exclusividade, pela
concretização dos princípios constitucionais.
151
LEGISLAÇÃO
3. CAMPOS DA ATENÇÃO À SAÚDE instâncias de poder. Assim, nesta NOB gerência é conceituada como
sendo a administração de uma unidade ou órgão de saúde (ambu-
A atenção à saúde, que encerra todo o conjunto de ações leva- latório, hospital, instituto, fundação etc.), que se caracteriza como
das a efeito pelo SUS, em todos os níveis de governo, para o aten- prestador de serviços ao Sistema. Por sua vez, gestão é a ativida-
dimento das demandas pessoais e das exigências ambientais, com- de e a responsabilidade de dirigir um sistema de saúde (municipal,
preende três grandes campos, a saber: estadual ou nacional), mediante o exercício de funções de coorde-
a) o da assistência, em que as atividades são dirigidas às pesso- nação, articulação, negociação, planejamento, acompanhamento,
as, individual ou coletivamente, e que é prestada no âmbito ambu- controle, avaliação e auditoria. São, portanto, gestores do SUS os
latorial e hospitalar, bem como em outros espaços, especialmente Secretários Municipais e Estaduais de Saúde e o Ministro da Saúde,
no domiciliar; que representam, respectivamente, os governos municipais, esta-
b) o das intervenções ambientais, no seu sentido mais amplo, duais e federal.
incluindo as relações e as condições sanitárias nos ambientes de A criação e o funcionamento desse sistema municipal possibili-
vida e de trabalho, o controle de vetores e hospedeiros e a operação tam uma grande responsabilização dos municípios, no que se refere
de sistemas de saneamento ambiental (mediante o pacto de inte- à saúde de todos os residentes em seu território. No entanto, pos-
resses, as normalizações, as fiscalizações e outros); e sibilitam, também, um elevado risco de atomização desordenada
c) o das políticas externas ao setor saúde, que interferem nos dessas partes do SUS, permitindo que um sistema municipal se de-
determinantes sociais do processo saúde-doença das coletividades, senvolva em detrimento de outro, ameaçando, até mesmo, a uni-
de que são partes importantes questões relativas às políticas ma- cidade do SUS. Há que se integrar, harmonizar e modernizar, com
croeconômicas, ao emprego, à habitação, à educação, ao lazer e à eqüidade, os sistemas municipais.
disponibilidade e qualidade dos alimentos. A realidade objetiva do poder público, nos municípios brasi-
Convém ressaltar que as ações de política setorial em saúde, leiros, é muito diferenciada, caracterizando diferentes modelos de
bem como as administrativas − planejamento, comando e controle organização, de diversificação de atividades, de disponibilidade de
− são inerentes e integrantes do contexto daquelas envolvidas na recursos e de capacitação gerencial, o que, necessariamente, confi-
assistência e nas intervenções ambientais. Ações de comunicação e gura modelos distintos de gestão.
de educação também compõem, obrigatória e permanentemente, O caráter diferenciado do modelo de gestão é transitório, vez
a atenção à saúde. que todo e qualquer município pode ter uma gestão plenamente
Nos três campos referidos, enquadra-se, então, todo o espectro desenvolvida, levando em conta que o poder constituído, neste ní-
de ações compreendidas nos chamados níveis de atenção à saúde, vel, tem uma capacidade de gestão intrinsecamente igual e os seus
representados pela promoção, pela proteção e pela recuperação, segmentos populacionais dispõem dos mesmos direitos.
nos quais deve ser sempre priorizado o caráter preventivo. A operacionalização das condições de gestão, propostas por
É importante assinalar que existem, da mesma forma, conjun- esta NOB, considera e valoriza os vários estágios já alcançados pe-
tos de ações que configuram campos clássicos de atividades na área los estados e pelos municípios, na construção de uma gestão plena.
da saúde pública, constituídos por uma agregação simultânea de Já a redefinição dos papéis dos gestores estadual e federal, con-
ações próprias do campo da assistência e de algumas próprias do soante a finalidade desta Norma Operacional, é, portanto, funda-
campo das intervenções ambientais, de que são partes importantes mental para que possam exercer as suas competências específicas
as atividades de vigilância epidemiológica e de vigilância sanitária. de gestão e prestar a devida cooperação técnica e financeira aos
municípios.
4. SISTEMA DE SAÚDE MUNICIPAL O poder público estadual tem, então, como uma de suas res-
ponsabilidades nucleares, mediar a relação entre os sistemas muni-
A totalidade das ações e de serviços de atenção à saúde, no cipais; o federal de mediar entre os sistemas estaduais. Entretanto,
âmbito do SUS, deve ser desenvolvida em um conjunto de estabe- quando ou enquanto um município não assumir a gestão do sistema
lecimentos, organizados em rede regionalizada e hierarquizada, municipal, é o Estado que responde, provisoriamente, pela gestão
e disciplinados segundo subsistemas, um para cada município - o de um conjunto de serviços capaz de dar atenção integral àquela
SUS-Municipal - voltado ao atendimento integral de sua própria po- população que necessita de um sistema que lhe é próprio.
pulação e inserido de forma indissociável no SUS, em suas abran- As instâncias básicas para a viabilização desses propósitos inte-
gências estadual e nacional. gradores e harmonizadores são os fóruns de negociação, integrados
Os estabelecimentos desse subsistema municipal, do SUS-Mu- pelos gestores municipal, estadual e federal − a Comissão Interges-
nicipal, não precisam ser, obrigatoriamente, de propriedade da tores Tripartite (CIT) − e pelos gestores estadual e municipal − a Co-
prefeitura, nem precisam ter sede no território do município. Suas missão Intergestores Bipartite (CIB). Por meio dessas instâncias e
ações, desenvolvidas pelas unidades estatais (próprias, estaduais dos Conselhos de Saúde, são viabilizados os princípios de unicidade
ou federais) ou privadas (contratadas ou conveniadas, com priori- e de eqüidade.
dade para as entidades filantrópicas), têm que estar organizadas Nas CIB e CIT são apreciadas as composições dos sistemas
e coordenadas, de modo que o gestor municipal possa garantir à municipais de saúde, bem assim pactuadas as programações en-
população o acesso aos serviços e a disponibilidade das ações e dos tre gestores e integradas entre as esferas de governo. Da mesma
meios para o atendimento integral. forma, são pactuados os tetos financeiros possíveis − dentro das
Isso significa dizer que, independentemente da gerência dos disponibilidades orçamentárias conjunturais − oriundos dos recur-
estabelecimentos prestadores de serviços ser estatal ou privada, a sos das três esferas de governo, capazes de viabilizar a atenção às
gestão de todo o sistema municipal é, necessariamente, da compe- necessidades assistenciais e às exigências ambientais. O pacto e a
tência do poder público e exclusiva desta esfera de governo, respei- integração das programações constituem, fundamentalmente, a
tadas as atribuições do respectivo Conselho e de outras diferentes conseqüência prática da relação entre os gestores do SUS.
152
LEGISLAÇÃO
A composição dos sistemas municipais e a ratificação dessas e integrada entre gestores, que, conforme já referido, é mediada
programações, nos Conselhos de Saúde respectivos, permitem a pelo estado e aprovada na CIB regional e estadual e no respectivo
construção de redes regionais que, certamente, ampliam o acesso, Conselho de Saúde.
com qualidade e menor custo. Essa dinâmica contribui para que Quando um município, que demanda serviços a outro, ampliar
seja evitado um processo acumulativo injusto, por parte de alguns a sua própria capacidade resolutiva, pode requerer, ao gestor es-
municípios (quer por maior disponibilidade tecnológica, quer por tadual, que a parte de recursos alocados no município vizinho seja
mais recursos financeiros ou de informação), com a conseqüente realocada para o seu município.
espoliação crescente de outros. Esses mecanismos conferem um caráter dinâmico e permanen-
As tarefas de harmonização, de integração e de modernização te ao processo de negociação da programação integrada, em parti-
dos sistemas municipais, realizadas com a devida eqüidade (admiti- cular quanto à referência intermunicipal.
do o princípio da discriminação positiva, no sentido da busca da jus-
tiça, quando do exercício do papel redistributivo), competem, por- 6. PAPEL DO GESTOR ESTADUAL
tanto, por especial, ao poder público estadual. Ao federal, incumbe
promovê-las entre as Unidades da Federação. São identificados quatro papéis básicos para o estado, os quais
O desempenho de todos esses papéis é condição para a conso- não são, necessariamente, exclusivos e seqüenciais. A explicitação
lidação da direção única do SUS, em cada esfera de governo, para a a seguir apresentada tem por finalidade permitir o entendimento
efetivação e a permanente revisão do processo de descentralização da função estratégica perseguida para a gestão neste nível de Go-
e para a organização de redes regionais de serviços hierarquizados. verno.
O primeiro desses papéis é exercer a gestão do SUS, no âmbito
5. RELAÇÕES ENTRE OS SISTEMAS MUNICIPAIS estadual.
O segundo papel é promover as condições e incentivar o poder
Os sistemas municipais de saúde apresentam níveis diferentes municipal para que assuma a gestão da atenção a saúde de seus
de complexidade, sendo comum estabelecimentos ou órgãos de munícipes, sempre na perspectiva da atenção integral.
saúde de um município atenderem usuários encaminhados por ou- O terceiro é assumir, em caráter transitório (o que não significa
tro. Em vista disso, quando o serviço requerido para o atendimento caráter complementar ou concorrente), a gestão da atenção à saú-
da população estiver localizado em outro município, as negociações de daquelas populações pertencentes a municípios que ainda não
para tanto devem ser efetivadas exclusivamente entre os gestores tomaram para si esta responsabilidade.
municipais. As necessidades reais não atendidas são sempre a força motriz
Essa relação, mediada pelo estado, tem como instrumento de para exercer esse papel, no entanto, é necessário um esforço do ges-
garantia a programação pactuada e integrada na CIB regional ou tor estadual para superar tendências históricas de complementar a
estadual e submetida ao Conselho de Saúde correspondente. A dis- responsabilidade do município ou concorrer com esta função, o que
cussão de eventuais impasses, relativos à sua operacionalização, exige o pleno exercício do segundo papel.
deve ser realizada também no âmbito dessa Comissão, cabendo, ao Finalmente, o quarto, o mais importante e permanente papel
gestor estadual, a decisão sobre problemas surgidos na execução do estado é ser o promotor da harmonização, da integração e da
das políticas aprovadas. No caso de recurso, este deve ser apresen- modernização dos sistemas municipais, compondo, assim, o SUSEs-
tado ao Conselho Estadual de Saúde (CES). tadual.
Outro aspecto importante a ser ressaltado é que a gerência O exercício desse papel pelo gestor requer a configuração de
(comando) dos estabelecimentos ou órgãos de saúde de um muni- sistemas de apoio logístico e de atuação estratégica que envolvem
cípio é da pessoa jurídica que opera o serviço, sejam estes estatais responsabilidades nas três esferas de governo e são sumariamente
(federal, estadual ou municipal) ou privados. Assim, a relação desse caracterizados como de:
gerente deve ocorrer somente com o gestor do município onde o seu a) informação informatizada;
estabelecimento está sediado, seja para atender a população local, b) financiamento;
seja para atender a referenciada de outros municípios. c) programação, acompanhamento, controle e avaliação;
O gestor do sistema municipal é responsável pelo controle, pela d) apropriação de custos e avaliação econômica;
avaliação e pela auditoria dos prestadores de serviços de saúde (es- e) desenvolvimento de recursos humanos;
tatais ou privados) situados em seu município. No entanto, quando f) desenvolvimento e apropriação de ciência e tecnologias; e
um gestor municipal julgar necessário uma avaliação específica ou g) comunicação social e educação em saúde.
auditagem de uma entidade que lhe presta serviços, localizada em O desenvolvimento desses sistemas, no âmbito estadual, de-
outro município, recorre ao gestor estadual. pende do pleno funcionamento do CES e da CIB, nos quais se via-
Em função dessas peculiaridades, o pagamento final a um esta- bilizam a negociação e o pacto com os diversos atores envolvidos.
belecimento pela prestação de serviços requeridos na localidade ou Depende, igualmente, da ratificação das programações e decisões
encaminhados de outro município é sempre feito pelo poder público relativas aos tópicos a seguir especificados:
do município sede do estabelecimento. a) plano estadual de saúde, contendo as estratégias, as prio-
Os recursos destinados ao pagamento das diversas ações de ridades e as respectivas metas de ações e serviços resultantes, so-
atenção à saúde prestadas entre municípios são alocados, previa- bretudo, da integração das programações dos sistemas municipais;
mente, pelo gestor que demanda esses serviços, ao município sede b) estruturação e operacionalização do componente estadual
do prestador. Este município incorpora os recursos ao seu teto finan- do Sistema Nacional de Auditoria;
ceiro. A orçamentação é feita com base na programação pactuada c) estruturação e operacionalização dos sistemas de processa-
mento de dados, de informação epidemiológica, de produção de
serviços e de insumos críticos;
153
LEGISLAÇÃO
d) estruturação e operacionalização dos sistemas de vigilância a) a elaboração do Plano Nacional de Saúde, contendo as es-
epidemiológica, de vigilância sanitária e de vigilância alimentar e tratégias, as prioridades nacionais e as metas da programação inte-
nutricional; grada nacional, resultante, sobretudo, das programações estaduais
e) estruturação e operacionalização dos sistemas de recursos e dos demais órgãos governamentais, que atuam na prestação de
humanos e de ciência e tecnologia; serviços, no setor saúde;
f) elaboração do componente estadual de programações de b) a viabilização de processo permanente de articulação das
abrangência nacional, relativas a agravos que constituam riscos de políticas externas ao setor, em especial com os órgãos que detém,
disseminação para além do seu limite territorial; no seu conjunto de atribuições, a responsabilidade por ações ati-
g) elaboração do componente estadual da rede de laboratórios nentes aos determinantes sociais do processo saúde-doença das
de saúde pública; coletividades;
h) estruturação e operacionalização do componente estadual c) o aperfeiçoamento das normas consubstanciadas em dife-
de assistência farmacêutica; rentes instrumentos legais, que regulamentam, atualmente, as
i) responsabilidade estadual no tocante à prestação de serviços transferências automáticas de recursos financeiros, bem como as
ambulatoriais e hospitalares de alto custo, ao tratamento fora do modalidades de prestação de contas;
domicílio e à disponibilidade de medicamentos e insumos especiais, d) a definição e a explicitação dos fluxos financeiros próprios
sem prejuízo das competências dos sistemas municipais; do SUS, frente aos órgãos governamentais de controle interno e ex-
j) definição e operação das políticas de sangue e hemoderiva- terno e aos Conselhos de Saúde, com ênfase na diferenciação entre
dos; e as transferências automáticas a estados e municípios com função
k) manutenção de quadros técnicos permanentes e compatíveis gestora;
com o exercício do papel de gestor estadual; e) a criação e a consolidação de critérios e mecanismos de alo-
l) implementação de mecanismos visando a integração das po- cação de recursos federais e estaduais para investimento, fundados
líticas e das ações de relevância para a saúde da população, de que em prioridades definidas pelas programações e pelas estratégias
são exemplos aquelas relativas a saneamento, recursos hídricos, ha- das políticas de reorientação do Sistema;
bitação e meio ambiente. f) a transformação nos mecanismos de financiamento federal
das ações, com o respectivo desenvolvimento de novas formas de
7. PAPEL DO GESTOR FEDERAL informatização, compatíveis à natureza dos grupos de ações, espe-
cialmente as básicas, de serviços complementares e de procedimen-
No que respeita ao gestor federal, são identificados quatro pa- tos de alta e média complexidade, estimulando o uso dos mesmos
péis básicos, quais sejam: pelos gestores estaduais e municipais;
a) exercer a gestão do SUS, no âmbito nacional; g) o desenvolvimento de sistemáticas de transferência de re-
b) promover as condições e incentivar o gestor estadual com cursos vinculada ao fornecimento regular, oportuno e suficiente de
vistas ao desenvolvimento dos sistemas municipais, de modo a con- informações específicas, e que agreguem o conjunto de ações e ser-
formar o SUS-Estadual; viços de atenção à saúde, relativo a grupos prioritários de eventos
c) fomentar a harmonização, a integração e a modernização vitais ou nosológicos;
dos sistemas estaduais compondo, assim, o SUS-Nacional; e h) a adoção, como referência mínima, das tabelas nacionais de
d) exercer as funções de normalização e de coordenação no que valores do SUS, bem assim a flexibilização do seu uso diferenciado
se refere à gestão nacional do SUS. pelos gestores estaduais e municipais, segundo prioridades locais e
Da mesma forma que no âmbito estadual, o exercício dos pa- ou regionais;
péis do gestor federal requer a configuração de sistemas de apoio i) o incentivo aos gestores estadual e municipal ao pleno exer-
logístico e de atuação estratégica, que consolidam os sistemas es- cício das funções de controle, avaliação e auditoria, mediante o
taduais e propiciam, ao SUS, maior eficiência com qualidade, quais desenvolvimento e a implementação de instrumentos operacionais,
sejam: para o uso das esferas gestoras e para a construção efetiva do Siste-
a) informação informatizada; ma Nacional de Auditoria;
b) financiamento; j) o desenvolvimento de atividades de educação e de comuni-
c) programação, acompanhamento, controle e avaliação; cação social;
d) apropriação de custos e avaliação econômica; k) o incremento da capacidade reguladora da direção nacional
e) desenvolvimento de recursos humanos; do SUS, em relação aos sistemas complementares de prestação de
f) desenvolvimento e apropriação de ciência e tecnologias; e serviços ambulatoriais e hospitalares de alto custo, de tratamento
g) comunicação social e educação em saúde. fora do domicílio, bem assim de disponibilidade de medicamentos e
O desenvolvimento desses sistemas depende, igualmente, da insumos especiais;
viabilização de negociações com os diversos atores envolvidos e da l) a reorientação e a implementação dos sistemas de vigilância
ratificação das programações e decisões, o que ocorre mediante o epidemiológica, de vigilância sanitária, de vigilância alimentar e nu-
pleno funcionamento do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e da CIT. tricional, bem como o redimensionamento das atividades relativas
Depende, além disso, do redimensionamento da direção nacio- à saúde do trabalhador e às de execução da vigilância sanitária de
nal do Sistema, tanto em termos da estrutura, quanto de agilidade portos, aeroportos e fronteiras;
e de integração, como no que se refere às estratégias, aos meca- m) a reorientação e a implementação dos diversos sistemas de
nismos e aos instrumentos de articulação com os demais níveis de informações epidemiológicas, bem assim de produção de serviços e
gestão, destacando-se: de insumos críticos;
154
LEGISLAÇÃO
n) a reorientação e a implementação do sistema de redes de 9. BASES PARA UM NOVO MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE
laboratórios de referência para o controle da qualidade, para a vigi-
lância sanitária e para a vigilância epidemiológica; A composição harmônica, integrada e modernizada do SUS
o) a reorientação e a implementação da política nacional de visa, fundamentalmente, atingir a dois propósitos essenciais à con-
assistência farmacêutica; cretização dos ideais constitucionais e, portanto, do direito à saúde,
p) o apoio e a cooperação a estados e municípios para a imple- que são:
mentação de ações voltadas ao controle de agravos, que constitu- a) a consolidação de vínculos entre diferentes segmentos so-
am risco de disseminação nacional; ciais e o SUS; e
q) a promoção da atenção à saúde das populações indígenas, b) a criação de condições elementares e fundamentais para a
realizando, para tanto, as articulações necessárias, intra e interse- eficiência e a eficácia gerenciais, com qualidade.
torial; O primeiro propósito é possível porque, com a nova formulação
r) a elaboração de programação nacional, pactuada com os es- dos sistemas municipais, tanto os segmentos sociais, minimamente
tados, relativa à execução de ações específicas voltadas ao controle agregados entre si com sentimento comunitário − os munícipes −,
de vetores responsáveis pela transmissão de doenças, que consti- quanto a instância de poder político-administrativo, historicamente
tuem risco de disseminação regional ou nacional, e que exijam a reconhecida e legitimada − o poder municipal − apropriam-se de
eventual intervenção do poder federal; um conjunto de serviços bem definido, capaz de desenvolver uma
s) a identificação dos serviços estaduais e municipais de refe- programação de atividades publicamente pactuada. Com isso, fica
rência nacional, com vistas ao estabelecimento dos padrões técni- bem caracterizado o gestor responsável; as atividades são gerencia-
cos da assistência à saúde; das por pessoas perfeitamente identificáveis; e os resultados mais
t) a estimulação, a indução e a coordenação do desenvolvimen- facilmente usufruídos pela população.
to científico e tecnológico no campo da saúde, mediante interlo- O conjunto desses elementos propicia uma nova condição de
cução crítica das inovações científicas e tecnológicas, por meio da participação com vínculo, mais criativa e realizadora para as pesso-
articulação intra e intersetorial; as, e que acontece não-somente nas instâncias colegiadas formais
u) a participação na formulação da política e na execução das − conferências e conselhos − mas em outros espaços constituídos
ações de saneamento básico. por atividades sistemáticas e permanentes, inclusive dentro dos
próprios serviços de atendimento.
8. DIREÇÃO E ARTICULAÇÃO Cada sistema municipal deve materializar, de forma efetiva, a
vinculação aqui explicitada. Um dos meios, certamente, é a institui-
A direção do Sistema Único de Saúde (SUS), em cada esfera de ção do cartão SUS-MUNICIPAL, com numeração nacional, de modo
governo, é composta pelo órgão setorial do poder executivo e pelo a identificar o cidadão com o seu sistema e agregá-lo ao sistema
respectivo Conselho de Saúde, nos termos das Leis Nº 8.080/90 e nacional. Essa numeração possibilita uma melhor referência inter-
Nº 8.142/1990. municipal e garante o atendimento de urgência por qualquer servi-
O processo de articulação entre os gestores, nos diferentes ní- ço de saúde, estatal ou privado, em todo o País. A regulamentação
veis do Sistema, ocorre, preferencialmente, em dois colegiados de desse mecanismo de vinculação será objeto de discussão e apro-
negociação: a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e a Comissão vação pelas instâncias colegiadas competentes, com conseqüente
Intergestores Bipartite (CIB). formalização por ato do MS.
A CIT é composta, paritariamente, por representação do Minis- O segundo propósito é factível, na medida em que estão perfei-
tério da Saúde (MS), do Conselho Nacional de Secretários Estaduais tamente identificados os elementos críticos essenciais a uma gestão
de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretários Munici- eficiente e a uma produção eficaz, a saber:
pais de Saúde (CONASEMS). a) a clientela que, direta e imediatamente, usufrui dos serviços;
A CIB, composta igualmente de forma paritária, é integrada por b) o conjunto organizado dos estabelecimentos produtores des-
representação da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do Conselho ses serviços; e
Estadual de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS) ou órgão c) a programação pactuada, com a correspondente orçamen-
equivalente. Um dos representantes dos municípios é o Secretário tação participativa.
de Saúde da Capital. A Bipartite pode operar com subcomissões re- Os elementos, acima apresentados, contribuem para um geren-
gionais. ciamento que conduz à obtenção de resultados efetivos, a despeito
As conclusões das negociações pactuadas na CIT e na CIB são da indisponibilidade de estímulos de um mercado consumidor es-
formalizadas em ato próprio do gestor respectivo. Aquelas referen- pontâneo. Conta, no entanto, com estímulos agregados, decorren-
tes a matérias de competência dos Conselhos de Saúde, definidas tes de um processo de gerenciamento participativo e, sobretudo, da
por força da Lei Orgânica, desta NOB ou de resolução específica concreta possibilidade de comparação com realidades muito próxi-
dos respectivos Conselhos são submetidas previamente a estes mas, representadas pelos resultados obtidos nos sistemas vizinhos.
para aprovação. As demais resoluções devem ser encaminhadas, A ameaça da ocorrência de gastos exagerados, em decorrência
no prazo máximo de 15 dias decorridos de sua publicação, para de um processo de incorporação tecnológica acrítico e desregulado,
conhecimento, avaliação e eventual recurso da parte que se julgar é um risco que pode ser minimizado pela radicalização na reorgani-
prejudicada, inclusive no que se refere à habilitação dos estados e zação do SUS: um Sistema regido pelo interesse público e balizado,
municípios às condições de gestão desta Norma. por um lado, pela exigência da universalização e integralidade com
eqüidade e, por outro, pela própria limitação de recursos, que deve
ser programaticamente respeitada.
155
LEGISLAÇÃO
Esses dois balizamentos são objeto da programação elaborada Nessa nova relação, a pessoa é estimulada a ser agente da sua
no âmbito municipal, e sujeita à ratificação que, negociada e pactu- própria saúde e da saúde da comunidade que integra. Na interven-
ada nas instâncias estadual e federal, adquire a devida racionalida- ção ambiental, o SUS assume algumas ações específicas e busca a
de na alocação de recursos em face às necessidades. articulação necessária com outros setores, visando a criação das
Assim, tendo como referência os propósitos anteriormente ex- condições indispensáveis à promoção, à proteção e à recuperação
plicitados, a presente Norma Operacional Básica constitui um im- da saúde.
portante mecanismo indutor da conformação de um novo modelo
de atenção à saúde, na medida em que disciplina o processo de or- 10.FINANCIAMENTO DAS AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE
ganização da gestão desta atenção, com ênfase na consolidação da
direção única em cada esfera de governo e na construção da rede 10.1.RESPONSABILIDADES
regionalizada e hierarquizada de serviços.
Essencialmente, o novo modelo de atenção deve resultar na O financiamento do SUS é de responsabilidade das três esferas
ampliação do enfoque do modelo atual, alcançando-se, assim, a de governo e cada uma deve assegurar o aporte regular de recur-
efetiva integralidade das ações. Essa ampliação é representada sos, ao respectivo fundo de saúde.
pela incorporação, ao modelo clínico dominante (centrado na doen- Conforme determina o Artigo 194 da Constituição Federal, a
ça), do modelo epidemiológico, o qual requer o estabelecimento de Saúde integra a Seguridade Social, juntamente com a Previdência e
vínculos e processos mais abrangentes. a Assistência Social. No inciso VI do parágrafo único desse mesmo
O modelo vigente, que concentra sua atenção no caso clínico, Artigo, está determinado que a Seguridade Social será organizada
na relação individualizada entre o profissional e o paciente, na in- pelo poder público, observada a “diversidade da base de financia-
tervenção terapêutica armada (cirúrgica ou medicamentosa) espe- mento”.
cífica, deve ser associado, enriquecido, transformado em um mode- Já o Artigo 195 determina que a Seguridade Social será finan-
lo de atenção centrado na qualidade de vida das pessoas e do seu ciada com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
meio ambiente, bem como na relação da equipe de saúde com a Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e de Contribuições
comunidade, especialmente, com os seus núcleos sociais primários Sociais.
– as famílias. Essa prática, inclusive, favorece e impulsiona as mu-
danças globais, intersetoriais. 10.2. FONTES
O enfoque epidemiológico atende ao compromisso da integra-
lidade da atenção, ao incorporar, como objeto das ações, a pessoa, As principais fontes específicas da Seguridade Social incidem
o meio ambiente e os comportamentos interpessoais. Nessa cir- sobre a Folha de Salários (Fonte 154), o Faturamento (Fonte 153 -
cunstância, o método para conhecimento da realidade complexa e COFINS) e o Lucro (Fonte 151 - Lucro Líquido).
para a realização da intervenção necessária fundamenta-se mais Até 1992, todas essas fontes integravam o orçamento do Mi-
na síntese do que nas análises, agregando, mais do que isolando, nistério da Saúde e ainda havia aporte significativo de fontes fiscais
diferentes fatores e variáveis. (Fonte 100 - Recursos Ordinários, provenientes principalmente da
Os conhecimentos − resultantes de identificações e compre- receita de impostos e taxas). A partir de 1993, deixou de ser repas-
ensões − que se faziam cada vez mais particularizados e isolados sada ao MS a parcela da Contribuição sobre a Folha de Salários
(com grande sofisticação e detalhamento analítico) devem possibi- (Fonte 154, arrecadada pelo Instituto Nacional de Seguridade Social
litar, igualmente, um grande esforço de visibilidade e entendimento - INSS).
integrador e globalizante, com o aprimoramento dos processos de Atualmente, as fontes que asseguram o maior aporte de re-
síntese, sejam lineares, sistêmicos ou dialéticos. cursos ao MS são a Contribuição sobre o Faturamento (Fonte 153
Além da ampliação do objeto e da mudança no método, o mo- - COFINS) e a Contribuição sobre o Lucro Líquido (Fonte 151), sendo
delo adota novas tecnologias, em que os processos de educação e que os aportes provenientes de Fontes Fiscais são destinados prati-
de comunicação social constituem parte essencial em qualquer nível camente à cobertura de despesas com Pessoal e Encargos Sociais.
ou ação, na medida em que permitem a compreensão globalizadora Dentro da previsibilidade de Contribuições Sociais na esfera fe-
a ser perseguida, e fundamentam a negociação necessária à mu- deral, no âmbito da Seguridade Social, uma fonte específica para
dança e à associação de interesses conscientes. É importante, nesse financiamento do SUS -a Contribuição Provisória sobre Movimen-
âmbito, a valorização da informação informatizada. tações Financeiras - está criada, ainda que em caráter provisório.
Além da ampliação do objeto, da mudança do método e da tec- A solução definitiva depende de uma reforma tributária que reveja
nologia predominantes, enfoque central deve ser dado à questão da esta e todas as demais bases tributárias e financeiras do Governo,
ética. O modelo vigente – assentado na lógica da clínica – baseia-se, da Seguridade e, portanto, da Saúde.
principalmente, na ética do médico, na qual a pessoa (o seu objeto) Nas esferas estadual e municipal, além dos recursos oriundos
constitui o foco nuclear da atenção. do respectivo Tesouro, o financiamento do SUS conta com recursos
O novo modelo de atenção deve perseguir a construção da transferidos pela União aos Estados e pela União e Estados aos Mu-
ética do coletivo que incorpora e transcende a ética do individual. nicípios. Esses recursos devem ser previstos no orçamento e iden-
Dessa forma é incentivada a associação dos enfoques clínico e epi- tificados nos fundos de saúde estadual e municipal como receita
demiológico. Isso exige, seguramente, de um lado, a transformação operacional proveniente da esfera federal e ou estadual e utilizados
na relação entre o usuário e os agentes do sistema de saúde (resta- na execução de ações previstas nos respectivos planos de saúde e
belecendo o vínculo entre quem presta o serviço e quem o recebe) na PPI.
e, de outro, a intervenção ambiental, para que sejam modificados
fatores determinantes da situação de saúde.
156
LEGISLAÇÃO
157
LEGISLAÇÃO
para a realização das atividades, consolidar as informações neces- O elenco de procedimentos custeados pelo PAB, assim como o
sárias, analisar os resultados obtidos em decorrência de suas ações, valor per capita nacional único − base de cálculo deste Piso − são
propor medidas corretivas e interagir com outras áreas da adminis- propostos pela CIT e votados no CNS. Nessas definições deve ser
tração, visando o pleno exercício, pelo gestor, de suas atribuições, observado o perfil de serviços disponíveis na maioria dos municí-
de acordo com a legislação que regulamenta o Sistema Nacional de pios, objetivando o progressivo incremento desses serviços, até que
Auditoria no âmbito do SUS. a atenção integral à saúde esteja plenamente organizada, em todo
11.2.4. As ações de controle devem priorizar os procedimentos o País. O valor per capita nacional único é reajustado com a mesma
técnicos e administrativos prévios à realização de serviços e à or- periodicidade, tendo por base, no mínimo, o incremento médio da
denação dos respectivos pagamentos, com ênfase na garantia da tabela de procedimentos do Sistema de Informações Ambulatoriais
autorização de internações e procedimentos ambulatoriais − tendo do SUS (SIA/SUS).
como critério fundamental a necessidade dos usuários − e o rigoro- A transferência total do PAB será suspensa no caso da não-ali-
so monitoramento da regularidade e da fidedignidade dos registros mentação, pela SMS junto à SES, dos bancos de dados de interesse
de produção e faturamento de serviços. nacional, por mais de dois meses consecutivos.
11.2.5. O exercício da função gestora no SUS, em todos os níveis 12.1.2. Incentivo aos Programas de Saúde da Família (PSF) e de
de governo, exige a articulação permanente das ações de progra- Agentes Comunitários de Saúde (PACS)
mação, controle, avaliação e auditoria; a integração operacional Fica estabelecido um acréscimo percentual ao montante do
das unidades organizacionais, que desempenham estas atividades, PAB, de acordo com os critérios a seguir relacionados, sempre que
no âmbito de cada órgão gestor do Sistema; e a apropriação dos estiverem atuando integradamente à rede municipal, equipes de
seus resultados e a identificação de prioridades, no processo de de- saúde da família, agentes comunitários de saúde, ou estratégias si-
cisão política da alocação dos recursos. milares de garantia da integralidade da assistência, avaliadas pelo
11.2.6. O processo de reorientação do modelo de atenção e de órgão do MS (SAS/MS) com base em normas da direção nacional
consolidação do SUS requer o aperfeiçoamento e a disseminação do SUS.
dos instrumentos e técnicas de avaliação de resultados e do impac- a) Programa de Saúde da Família (PSF):
to das ações do Sistema sobre as condições de saúde da população, acréscimo de 3% sobre o valor do PAB para cada 5% da po-
priorizando o enfoque epidemiológico e propiciando a permanente pulação coberta, até atingir 60% da população total do município;
seleção de prioridade de intervenção e a reprogramação contínua acréscimo de 5% para cada 5% da população coberta entre
da alocação de recursos. O acompanhamento da execução das 60% e 90% da população total do município; e
ações programadas é feito permanentemente pelos gestores e pe- acréscimo de 7% para cada 5% da população coberta entre
riodicamente pelos respectivos Conselhos de Saúde, com base em 90% e 100% da população total do município.
informações sistematizadas, que devem possibilitar a avaliação Esses acréscimos têm, como limite, 80% do valor do PAB origi-
qualitativa e quantitativa destas ações. A avaliação do cumprimen- nal do município.
to das ações programadas em cada nível de governo deve ser feita b) Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS):
em Relatório de Gestão Anual, cujo roteiro de elaboração será apre- acréscimo de 1% sobre o valor do PAB para cada 5% da po-
sentado pelo MS e apreciado pela CIT e pelo CNS. pulação coberta até atingir 60% da população total do município;
acréscimo de 2% para cada 5% da população coberta entre
12.CUSTEIO DA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR E AMBULATORIAL 60% e 90% da população total do município; e
acréscimo de 3% para cada 5% da população coberta entre
Os recursos de custeio da esfera federal destinados à assistên- 90% e 100% da população total do município.
cia hospitalar e ambulatorial, conforme mencionado anteriormente, Esses acréscimos têm, como limite, 30% do valor do PAB origi-
configuram o TFA, e os seus valores podem ser executados segundo nal do município.
duas modalidades: Transferência Regular e Automática (Fundo a c) Os percentuais não são cumulativos quando a população co-
Fundo) e Remuneração por Serviços Produzidos. berta pelo PSF e pelo PACS ou por estratégias similares for a mesma.
12.1. Transferência Regular e Automática Fundo a Fundo Os percentuais acima referidos são revistos quando do incre-
Consiste na transferência de valores diretamente do Fundo Na- mento do valor per capita nacional único, utilizado para o cálculo
cional de Saúde aos fundos estaduais e municipais, independente de do PAB e do elenco de procedimentos relacionados a este Piso. Essa
convênio ou instrumento congênere, segundo as condições de ges- revisão é proposta na CIT e votada no CNS. Por ocasião da incorpo-
tão estabelecidas nesta NOB. Esses recursos podem corresponder a ração desses acréscimos, o teto financeiro da assistência do estado
uma ou mais de uma das situações descritas a seguir. é renegociado na CIT e apreciado pelo CNS.
12.1.1. Piso Assistencial Básico (PAB) A ausência de informações que comprovem a produção mensal
O PAB consiste em um montante de recursos financeiros desti- das equipes, durante dois meses consecutivos ou quatro alternados
nado ao custeio de procedimentos e ações de assistência básica, de em um ano, acarreta a suspensão da transferência deste acréscimo.
responsabilidade tipicamente municipal. Esse Piso é definido pela 12.1.3. Fração Assistencial Especializada (FAE)
multiplicação de um valor per capita nacional pela população de É um montante que corresponde a procedimentos ambulato-
cada município (fornecida pelo IBGE), e transferido regular e auto- riais de média complexidade, medicamentos e insumos excepcio-
maticamente ao fundo de saúde ou conta especial dos municípios nais, órteses e próteses ambulatoriais e Tratamento Fora do Domi-
e, transitoriamente, ao fundo estadual, conforme condições estipu- cílio (TFD), sob gestão do estado.
ladas nesta NOB. As transferências do PAB aos estados correspon- O órgão competente do MS formaliza, por portaria, esse elenco
dem, exclusivamente, ao valor para cobertura da população resi- a partir de negociação na CIT e que deve ser objeto da programação
dente em municípios ainda não habilitados na forma desta Norma integrada quanto a sua oferta global no estado.
Operacional.
158
LEGISLAÇÃO
A CIB explicita os quantitativos e respectivos valores desses pro- 12.2.2. Remuneração de Procedimentos Ambulatoriais de Alto
cedimentos, que integram os tetos financeiros da assistência dos Custo/ Complexidade
municípios em gestão plena do sistema de saúde e os que perma- Consiste no pagamento dos valores apurados por intermédio
necem sob gestão estadual. Neste último, o valor programado da do SIA/SUS, com base na Autorização de Procedimentos de Alto Cus-
FAE é transferido, regular e automaticamente, do Fundo Nacional to (APAC), documento este que identifica cada paciente e assegura a
ao Fundo Estadual de Saúde, conforme as condições de gestão das prévia autorização e o registro adequado dos serviços que lhe foram
SES definidas nesta NOB. Não integram o elenco de procedimentos prestados. Compreende procedimentos ambulatoriais integrantes
cobertos pela FAE aqueles relativos ao PAB e os definidos como de do SIA/SUS definidos na CIT e formalizados por portaria do órgão
alto custo/complexidade por portaria do órgão competente do Mi- competente do Ministério (SAS/MS).
nistério (SAS/MS). 12.2.3. Remuneração Transitória por Serviços Produzidos
12.1.4. Teto Financeiro da Assistência do Município (TFAM) O MS é responsável pela remuneração direta, por serviços pro-
É um montante que corresponde ao financiamento do conjunto duzidos, dos procedimentos relacionados ao PAB e à FAE, enquanto
das ações assistenciais assumidas pela SMS. O TFAM é transferido, houver municípios que não estejam na condição de gestão semiple-
regular e automaticamente, do Fundo Nacional ao Fundo Municipal na da NOB 01/93 ou nas condições de gestão municipal definidas
de Saúde, de acordo com as condições de gestão estabelecidas por nesta NOB naqueles estados em condição de gestão convencional.
esta NOB e destina-se ao custeio dos serviços localizados no territó- 12.2.4. Fatores de Incentivo e Índices de Valorização
rio do município (exceção feita àqueles eventualmente excluídos da O Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do Ensino e da Pes-
gestão municipal por negociação na CIB). quisa em Saúde (FIDEPS) e o Índice de Valorização Hospitalar de
12.1.5. Teto Financeiro da Assistência do Estado (TFAE) Emergência (IVH-E), bem como outros fatores e ou índices que inci-
É um montante que corresponde ao financiamento do conjunto dam sobre a remuneração por produção de serviços, eventualmente
das ações assistenciais sob a responsabilidade da SES. O TFAE cor- estabelecidos, estão condicionados aos critérios definidos em nível
responde ao TFA fixado na CIT e formalizado em portaria do órgão federal e à avaliação da CIB em cada Estado. Esses fatores e índices
competente do Ministério (SAS/MS). integram o teto financeiro da assistência do município e do respec-
Esses valores são transferidos, regular e automaticamente, do tivo estado.
Fundo Nacional ao Fundo Estadual de Saúde, de acordo com as con-
dições de gestão estabelecidas por esta NOB, deduzidos os valores 13. CUSTEIO DAS AÇÕES DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
comprometidos com as transferências regulares e automáticas ao
conjunto de municípios do estado (PAB e TFAM). Os recursos da esfera federal destinados à vigilância sanitá-
12.1.6. Índice de Valorização de Resultados (IVR) ria configuram o Teto Financeiro da Vigilância Sanitária (TFVS) e
Consiste na atribuição de valores adicionais equivalentes a até os seus valores podem ser executados segundo duas modalidades:
2% do teto financeiro da assistência do estado, transferidos, regular Transferência Regular e Automática Fundo a Fundo e Remuneração
e automaticamente, do Fundo Nacional ao Fundo Estadual de Saú- de Serviços Produzidos.
de, como incentivo à obtenção de resultados de impacto positivo so- 13.1. Transferência Regular e Automática Fundo a Fundo
bre as condições de saúde da população, segundo critérios definidos Consiste na transferência de valores diretamente do Fundo Na-
pela CIT e fixados em portaria do órgão competente do Ministério cional de Saúde aos fundos estaduais e municipais, independente de
(SAS/MS). Os recursos do IVR podem ser transferidos pela SES às convênio ou instrumento congênere, segundo as condições de ges-
SMS, conforme definição da CIB. tão estabelecidas nesta NOB. Esses recursos podem corresponder a
12.2. Remuneração por Serviços Produzidos uma ou mais de uma das situações descritas a seguir.
Consiste no pagamento direto aos prestadores estatais ou pri- 13.1.1. Piso Básico de Vigilância Sanitária (PBVS)
vados contratados e conveniados, contra apresentação de faturas, Consiste em um montante de recursos financeiros destinado ao
referente a serviços realizados conforme programação e mediante custeio de procedimentos e ações básicas da vigilância sanitária, de
prévia autorização do gestor, segundo valores fixados em tabelas responsabilidade tipicamente municipal. Esse Piso é definido pela
editadas pelo órgão competente do Ministério (SAS/MS). multiplicação de um valor per capita nacional pela população de
Esses valores estão incluídos no TFA do estado e do município cada município (fornecida pelo IBGE), transferido, regular e auto-
e são executados mediante ordenação de pagamento por parte do maticamente, ao fundo de saúde ou conta especial dos municípios
gestor. Para municípios e estados que recebem transferências de e, transitoriamente, dos estados, conforme condições estipuladas
tetos da assistência (TFAM e TFAE, respectivamente), conforme as nesta NOB. O PBVS somente será transferido a estados para cober-
condições de gestão estabelecidas nesta NOB, os valores relativos à tura da população residente em municípios ainda não habilitados
remuneração por serviços produzidos estão incluídos nos tetos da na forma desta Norma Operacional.
assistência, definidos na CIB. O elenco de procedimentos custeados pelo PBVS, assim como
A modalidade de pagamento direto, pelo gestor federal, a pres- o valor per capita nacional único − base de cálculo deste Piso − ,
tadores de serviços ocorre apenas nas situações em que não fazem são definidos em negociação na CIT e formalizados por portaria do
parte das transferências regulares e automáticas fundo a fundo, órgão competente do Ministério (Secretaria de Vigilância Sanitária
conforme itens a seguir especificados. - SVS/MS), previamente aprovados no CNS. Nessa definição deve
12.2.1. Remuneração de Internações Hospitalares ser observado o perfil de serviços disponíveis na maioria dos muni-
Consiste no pagamento dos valores apurados por intermédio cípios, objetivando o progressivo incremento das ações básicas de
do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), englo- vigilância sanitária em todo o País. Esses procedimentos integram
bando o conjunto de procedimentos realizados em regime de in- o Sistema de Informação de Vigilância Sanitária do SUS (SIVS/SUS).
ternação, com base na Autorização de Internação Hospitalar (AIH), 13.1.2. Índice de Valorização do Impacto em Vigilância Sanitá-
documento este de autorização e fatura de serviços. ria (IVISA)
159
LEGISLAÇÃO
Consiste na atribuição de valores adicionais equivalentes a até 14.2. Remuneração por Serviços Produzidos
2% do teto financeiro da vigilância sanitária do estado, a serem Consiste no pagamento direto às SES e SMS, pelas ações de
transferidos, regular e automaticamente, do Fundo Nacional ao epidemiologia e controle de doenças, conforme tabela de procedi-
Fundo Estadual de Saúde, como incentivo à obtenção de resultados mentos discutida na CIT e aprovada no CNS, editada pelo MS, obser-
de impacto significativo sobre as condições de vida da população, vadas as condições de gestão estabelecidas nesta NOB, contra apre-
segundo critérios definidos na CIT, e fixados em portaria do órgão sentação de demonstrativo de atividades realizadas, encaminhado
competente do Ministério (SVS/MS), previamente aprovados no pela SES ou SMS ao MS.
CNS. Os recursos do IVISA podem ser transferidos pela SES às SMS, 14.3. Transferência por Convênio
conforme definição da CIB. Consiste na transferência de recursos oriundos do órgão espe-
13.2. Remuneração Transitória por Serviços Produzidos cífico do MS (FNS/MS), por intermédio do Fundo Nacional de Saúde,
13.2.1. Programa Desconcentrado de Ações de Vigilância Sani- mediante programação e critérios discutidos na CIT e aprovados
tária (PDAVS) pelo CNS, para:
Consiste no pagamento direto às SES e SMS, pela prestação de a) estímulo às atividades de epidemiologia e controle de do-
serviços relacionados às ações de competência exclusiva da SVS/ enças;
MS, contra a apresentação de demonstrativo de atividades realiza- b) custeio de operações especiais em epidemiologia e controle
das pela SES ao Ministério. Após negociação e aprovação na CIT e de doenças;
prévia aprovação no CNS, e observadas as condições estabelecidas c) financiamento de projetos de cooperação técnico-científica
nesta NOB, a SVS/MS publica a tabela de procedimentos do PDAVS na área de epidemiologia e controle de doenças, quando encami-
e o valor de sua remuneração. nhados pela CIB.
13.2.2. Ações de Média e Alta Complexidade em Vigilância Sa-
nitária 15. CONDIÇÕES DE GESTÃO DO MUNICÍPIO
Consiste no pagamento direto às SES e às SMS, pela execução
de ações de média e alta complexidade de competência estadual As condições de gestão, estabelecidas nesta NOB, explicitam
e municipal contra a apresentação de demonstrativo de atividades as responsabilidades do gestor municipal, os requisitos relativos às
realizadas ao MS. Essas ações e o valor de sua remuneração são modalidades de gestão e as prerrogativas que favorecem o seu de-
definidos em negociação na CIT e formalizados em portaria do ór- sempenho.
gão competente do Ministério (SVS/MS), previamente aprovadas no A habilitação dos municípios às diferentes condições de gestão
CNS. significa a declaração dos compromissos assumidos por parte do
gestor perante os outros gestores e perante a população sob sua
14. CUSTEIO DAS AÇÕES DE EPIDEMIOLOGIA E DE CONTROLE responsabilidade.
DE DOENÇAS A partir desta NOB, os municípios podem habilitar-se em duas
condições:
Os recursos da esfera federal destinados às ações de epidemio- a) GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA; e
logia e controle de doenças não contidas no elenco de procedimen- b) GESTÃO PLENA DO SISTEMA MUNICIPAL.
tos do SIA/SUS e SIH/SUS configuram o Teto Financeiro de Epidemio- Os municípios que não aderirem ao processo de habilitação
logia e Controle de Doenças (TFECD). permanecem, para efeito desta Norma Operacional, na condição de
O elenco de procedimentos a serem custeados com o TFECD é prestadores de serviços ao Sistema, cabendo ao estado a gestão do
definido em negociação na CIT, aprovado pelo CNS e formalizado SUS naquele território municipal, enquanto for mantida a situação
em ato próprio do órgão específico do MS (Fundação Nacional de de não-habilitado.
Saúde -FNS/MS). As informações referentes ao desenvolvimento 15.1. GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA
dessas ações integram sistemas próprios de informação definidos 15.1.1. Responsabilidades
pelo Ministério da Saúde. a) Elaboração de programação municipal dos serviços básicos,
O valor desse Teto para cada estado é definido em negociação inclusive domiciliares e comunitários, e da proposta de referência
na CIT, com base na PPI, a partir das informações fornecidas pelo ambulatorial especializada e hospitalar para seus munícipes, com
Comitê Interinstitucional de Epidemiologia e formalizado em ato incorporação negociada à programação estadual.
próprio do órgão específico do MS (FNS/MS). b) Gerência de unidades ambulatoriais próprias.
Esse Comitê, vinculado ao Secretário Estadual de Saúde, arti- c) Gerência de unidades ambulatoriais do estado ou da União,
culando os órgãos de epidemiologia da SES, do MS no estado e de salvo se a CIB ou a CIT definir outra divisão de responsabilidades.
outras entidades que atuam no campo da epidemiologia e contro- d) Reorganização das unidades sob gestão pública (estatais,
le de doenças, é uma instância permanente de estudos, pesquisas, conveniadas e contratadas), introduzindo a prática do cadastra-
análises de informações e de integração de instituições afins. mento nacional dos usuários do SUS, com vistas à vinculação de
Os valores do TFECD podem ser executados por ordenação do clientela e à sistematização da oferta dos serviços.
órgão específico do MS, conforme as modalidades apresentadas a e) Prestação dos serviços relacionados aos procedimentos co-
seguir. bertos pelo PAB e acompanhamento, no caso de referência interna
14.1. Transferência Regular e Automática Fundo a Fundo ou externa ao município, dos demais serviços prestados aos seus
Consiste na transferência de valores diretamente do Fundo Na- munícipes, conforme a PPI, mediado pela relação gestor-gestor com
cional de Saúde aos Fundos Estaduais e Municipais, independente- a SES e as demais SMS.
mente de convênio ou instrumento congênere, segundo as condi- f) Contratação, controle, auditoria e pagamento aos prestado-
ções de gestão estabelecidas nesta NOB e na PPI, aprovada na CIT res dos serviços contidos no PAB.
e no CNS.
160
LEGISLAÇÃO
g) Operação do SIA/SUS quanto a serviços cobertos pelo PAB, a) Elaboração de toda a programação municipal, contendo,
conforme normas do MS, e alimentação, junto à SES, dos bancos de inclusive, a referência ambulatorial especializada e hospitalar, com
dados de interesse nacional. incorporação negociada à programação estadual.
h) Autorização, desde que não haja definição em contrário da b) Gerência de unidades próprias, ambulatoriais e hospitalares,
CIB, das internações hospitalares e dos procedimentos ambulato- inclusive as de referência.
riais especializados, realizados no município, que continuam sendo c) Gerência de unidades ambulatoriais e hospitalares do estado
pagos por produção de serviços. e da União, salvo se a CIB ou a CIT definir outra divisão de respon-
i) Manutenção do cadastro atualizado das unidades assisten- sabilidades.
ciais sob sua gestão, segundo normas do MS. d) Reorganização das unidades sob gestão pública (estatais,
j) Avaliação permanente do impacto das ações do Sistema so- conveniadas e contratadas), introduzindo a prática do cadastra-
bre as condições de saúde dos seus munícipes e sobre o seu meio mento nacional dos usuários do SUS, com vistas à vinculação da
ambiente. clientela e sistematização da oferta dos serviços.
k) Execução das ações básicas de vigilância sanitária, incluídas e) Garantia da prestação de serviços em seu território, inclusive
no PBVS. os serviços de referência aos não-residentes, no caso de referência
l) Execução das ações básicas de epidemiologia, de controle de interna ou externa ao município, dos demais serviços prestados aos
doenças e de ocorrências mórbidas, decorrentes de causas exter- seus munícipes, conforme a PPI, mediado pela relação gestor-gestor
nas, como acidentes, violências e outras, incluídas no TFECD. com a SES e as demais SMS.
m) Elaboração do relatório anual de gestão e aprovação pelo f) Normalização e operação de centrais de controle de procedi-
CMS. mentos ambulatoriais e hospitalares relativos à assistência aos seus
15.1.2. Requisitos munícipes e à referência intermunicipal.
a) Comprovar o funcionamento do CMS. g) Contratação, controle, auditoria e pagamento aos prestado-
b) Comprovar a operação do Fundo Municipal de Saúde. res de serviços ambulatoriais e hospitalares, cobertos pelo TFGM.
c) Apresentar o Plano Municipal de Saúde e comprometer-se h) Administração da oferta de procedimentos ambulatoriais de
a participar da elaboração e da implementação da PPI do estado, alto custo e procedimentos hospitalares de alta complexidade con-
bem assim da alocação de recursos expressa na programação. forme a PPI e segundo normas federais e estaduais.
d) Comprovar capacidade técnica e administrativa e condições i) Operação do SIH e do SIA/SUS, conforme normas do MS, e ali-
materiais para o exercício de suas responsabilidades e prerrogati- mentação, junto às SES, dos bancos de dados de interesse nacional.
vas quanto à contratação, ao pagamento, ao controle e à auditoria j) Manutenção do cadastro atualizado de unidades assisten-
dos serviços sob sua gestão. ciais sob sua gestão, segundo normas do MS.
e) Comprovar a dotação orçamentária do ano e o dispêndio re- k) Avaliação permanente do impacto das ações do Sistema so-
alizado no ano anterior, correspondente à contrapartida de recursos bre as condições de saúde dos seus munícipes e sobre o meio am-
financeiros próprios do Tesouro Municipal, de acordo com a legisla- biente.
ção em vigor. l) Execução das ações básicas, de média e alta complexidade em
f) Formalizar junto ao gestor estadual, com vistas à CIB, após vigilância sanitária, bem como, opcionalmente, as ações do PDAVS.
aprovação pelo CMS, o pleito de habilitação, atestando o cumpri- m) Execução de ações de epidemiologia, de controle de do-
mento dos requisitos relativos à condição de gestão pleiteada. enças e de ocorrências mórbidas, decorrentes de causas externas,
g) Dispor de médico formalmente designado como responsável como acidentes, violências e outras incluídas no TFECD.
pela autorização prévia, controle e auditoria dos procedimentos e 15.2.2. Requisitos
serviços realizados. a) Comprovar o funcionamento do CMS.
h) Comprovar a capacidade para o desenvolvimento de ações b) Comprovar a operação do Fundo Municipal de Saúde.
de vigilância sanitária. c) Participar da elaboração e da implementação da PPI do esta-
i) Comprovar a capacidade para o desenvolvimento de ações de do, bem assim da alocação de recursos expressa na programação.
vigilância epidemiológica. d) Comprovar capacidade técnica e administrativa e condições
j) Comprovar a disponibilidade de estrutura de recursos huma- materiais para o exercício de suas responsabilidades e prerrogati-
nos para supervisão e auditoria da rede de unidades, dos profissio- vas quanto à contratação, ao pagamento, ao controle e à auditoria
nais e dos serviços realizados. dos serviços sob sua gestão, bem como avaliar o impacto das ações
15.1.3. Prerrogativas do Sistema sobre a saúde dos seus munícipes.
a) Transferência, regular e automática, dos recursos correspon- e) Comprovar a dotação orçamentária do ano e o dispêndio no
dentes ao Piso da Atenção Básica (PAB). ano anterior correspondente à contrapartida de recursos financei-
b) Transferência, regular e automática, dos recursos correspon- ros próprios do Tesouro Municipal, de acordo com a legislação em
dentes ao Piso Básico de Vigilância Sanitária (PBVS). vigor.
c) Transferência, regular e automática, dos recursos correspon- f) Formalizar, junto ao gestor estadual com vistas à CIB, após
dentes às ações de epidemiologia e de controle de doenças. aprovação pelo CMS, o pleito de habilitação, atestando o cumpri-
d) Subordinação, à gestão municipal, de todas as unidades bá- mento dos requisitos específicos relativos à condição de gestão plei-
sicas de saúde, estatais ou privadas (lucrativas e filantrópicas), es- teada.
tabelecidas no território municipal. g) Dispor de médico formalmente designado pelo gestor como
15.2. GESTÃO PLENA DO SISTEMA MUNICIPAL responsável pela autorização prévia, controle e auditoria dos proce-
15.2.1. Responsabilidades dimentos e serviços realizados.
161
LEGISLAÇÃO
h) Apresentar o Plano Municipal de Saúde, aprovado pelo CMS, por esta NOB, exceto ao PDAVS nos termos definidos pela SVS/MS.
que deve conter as metas estabelecidas, a integração e articula- Essa condição corresponde ao exercício de funções mínimas de ges-
ção do município na rede estadual e respectivas responsabilidades tão do Sistema, que foram progressivamente incorporadas pelas
na programação integrada do estado, incluindo detalhamento da SES, não estando sujeita a procedimento específico de habilitação
programação de ações e serviços que compõem o sistema munici- nesta NOB.
pal, bem como os indicadores mediante dos quais será efetuado o 16.1. Responsabilidades comuns às duas condições de gestão
acompanhamento. estadual
i) Comprovar o funcionamento de serviço estruturado de vigi- a) Elaboração da PPI do estado, contendo a referência inter-
lância sanitária e capacidade para o desenvolvimento de ações de municipal e coordenação da negociação na CIB para alocação dos
vigilância sanitária. recursos, conforme expresso na programação.
j) Comprovar a estruturação de serviços e atividades de vigilân- b) Elaboração e execução do Plano Estadual de Prioridades de
cia epidemiológica e de controle de zoonoses. Investimentos, negociado na CIB e aprovado pelo CES.
k) Apresentar o Relatório de Gestão do ano anterior à solicita- c) Gerência de unidades estatais da hemorrede e de laborató-
ção do pleito, devidamente aprovado pelo CMS. rios de referência para controle de qualidade, para vigilância sani-
l) Assegurar a oferta, em seu território, de todo o elenco de tária e para a vigilância epidemiológica.
procedimentos cobertos pelo PAB e, adicionalmente, de serviços de d) Formulação e execução da política de sangue e hemoterapia.
apoio diagnóstico em patologia clínica e radiologia básicas. e) Organização de sistemas de referência, bem como a normali-
m) Comprovar a estruturação do componente municipal do Sis- zação e operação de câmara de compensação de AIH, procedimen-
tema Nacional de Auditoria (SNA). tos especializados e de alto custo e ou alta complexidade.
n) Comprovar a disponibilidade de estrutura de recursos huma- f) Formulação e execução da política estadual de assistência
nos para supervisão e auditoria da rede de unidades, dos profissio- farmacêutica, em articulação com o MS.
nais e dos serviços realizados. g) Normalização complementar de mecanismos e instrumen-
15.2.3. Prerrogativas tos de administração da oferta e controle da prestação de serviços
a) Transferência, regular e automática, dos recursos referentes ambulatoriais, hospitalares, de alto custo, do tratamento fora do
ao Teto Financeiro da Assistência (TFA). domicílio e dos medicamentos e insumos especiais.
b) Normalização complementar relativa ao pagamento de pres- h) Manutenção do cadastro atualizado de unidades assisten-
tadores de serviços assistenciais em seu território, inclusive quanto ciais sob sua gestão, segundo normas do MS.
a alteração de valores de procedimentos, tendo a tabela nacional i) Cooperação técnica e financeira com o conjunto de municí-
como referência mínima, desde que aprovada pelo CMS e pela CIB. pios, objetivando a consolidação do processo de descentralização,
c) Transferência regular e automática fundo a fundo dos recur- a organização da rede regionalizada e hierarquizada de serviços, a
sos correspondentes ao Piso Básico de Vigilância Sanitária (PBVS). realização de ações de epidemiologia, de controle de doenças, de vi-
d) Remuneração por serviços de vigilância sanitária de média gilância sanitária, bem assim o pleno exercício das funções gestoras
e alta complexidade e, remuneração pela execução do Programa de planejamento, controle, avaliação e auditoria.
Desconcentrado de Ações de Vigilância Sanitária (PDAVS), quando j) Implementação de políticas de integração das ações de sane-
assumido pelo município. amento às de saúde.
e) Subordinação, à gestão municipal, do conjunto de todas as k) Coordenação das atividades de vigilância epidemiológica e
unidades ambulatoriais especializadas e hospitalares, estatais ou de controle de doenças e execução complementar conforme previs-
privadas (lucrativas e filantrópicas), estabelecidas no território mu- to na Lei nº 8.080/90.
nicipal. l) Execução de operações complexas voltadas ao controle de
f) Transferência de recursos referentes às ações de epidemiolo- doenças que possam se beneficiar da economia de escala.
gia e controle de doenças, conforme definição da CIT. m) Coordenação das atividades de vigilância sanitária e execu-
ção complementar conforme previsto na Lei nº 8.080/90.
16. CONDIÇÕES DE GESTÃO DO ESTADO n) Execução das ações básicas de vigilância sanitária referente
aos municípios não habilitados nesta NOB.
As condições de gestão, estabelecidas nesta NOB, explicitam o) Execução das ações de média e alta complexidade de vigilân-
as responsabilidades do gestor estadual, os requisitos relativos às cia sanitária, exceto as realizadas pelos municípios habilitados na
modalidades de gestão e as prerrogativas que favorecem o seu de- condição de gestão plena de sistema municipal.
sempenho. p) Execução do PDAVS nos termos definidos pela SVS/MS.
A habilitação dos estados às diferentes condições de gestão q) Apoio logístico e estratégico às atividades à atenção à saúde
significa a declaração dos compromissos assumidos por parte do das populações indígenas, na conformidade de critérios estabeleci-
gestor perante os outros gestores e perante a população sob sua dos pela CIT.
responsabilidade.
A partir desta NOB, os estados poderão habilitar-se em duas
condições de gestão:
a) GESTÃO AVANÇADA DO SISTEMA ESTADUAL; e
b) GESTÃO PLENA DO SISTEMA ESTADUAL.
Os estados que não aderirem ao processo de habilitação, per-
manecem na condição de gestão convencional, desempenhando as
funções anteriormente assumidas ao longo do processo de implan-
tação do SUS, não fazendo jus às novas prerrogativas introduzidas
162
LEGISLAÇÃO
16.2. Requisitos comuns às duas condições de gestão estadual b) Dispor de 60% dos municípios do estado habilitados nas
a) Comprovar o funcionamento do CES. condições de gestão estabelecidas nesta NOB, independente do seu
b) Comprovar o funcionamento da CIB. contingente populacional; ou 40% dos municípios habilitados, des-
c) Comprovar a operação do Fundo Estadual de Saúde. de que, nestes, residam 60% da população.
d) Apresentar o Plano Estadual de Saúde, aprovado pelo CES, c) Dispor de 30% do valor do TFA comprometido com transfe-
que deve conter: rências regulares e automáticas aos municípios.
as metas pactuadas; 16.3.3. Prerrogativas
a programação integrada das ações ambulatoriais, hospita- a) Transferência regular e automática dos recursos correspon-
lares e de alto custo, de epidemiologia e de controle de doenças dentes à Fração Assistencial Especializada (FAE) e ao Piso Assisten-
– incluindo, entre outras, as atividades de vacinação, de controle cial Básico (PAB) relativos aos municípios nãohabilitados.
de vetores e de reservatórios – de saneamento, de pesquisa e de- b) Transferência regular e automática do Piso Básico de Vigilân-
senvolvimento tecnológico, de educação e de comunicação em saú- cia Sanitária (PBVS) referente aos municípios não habilitados nesta
de, bem como as relativas às ocorrências mórbidas decorrentes de NOB.
causas externas; c) Transferência regular e automática do Índice de Valorização
as estratégias de descentralização das ações de saúde para do Impacto em Vigilância Sanitária (IVISA).
municípios; d) Remuneração por serviços produzidos na área da vigilância
as estratégias de reorganização do modelo de atenção; e sanitária.
os critérios utilizados e os indicadores por meio dos quais é e) Transferência de recursos referentes às ações de epidemiolo-
efetuado o acompanhamento das ações. gia e controle de doenças.
e) Apresentar relatório de gestão aprovado pelo CES, relativo 16.4. GESTÃO PLENA DO SISTEMA ESTADUAL
ao ano anterior à solicitação do pleito. 16.4.1. Responsabilidades Específicas
f) Comprovar a transferência da gestão da atenção hospitalar a) Contratação, controle, auditoria e pagamento aos prestado-
e ambulatorial aos municípios habilitados, conforme a respectiva res do conjunto dos serviços sob gestão estadual, conforme defini-
condição de gestão. ção da CIB.
g) Comprovar a estruturação do componente estadual do SNA. b) Operação do SIA/SUS e do SIH/SUS, conforme normas do MS,
h) Comprovar capacidade técnica e administrativa e condições e alimentação dos bancos de dados de interesse nacional.
materiais para o exercício de suas responsabilidades e prerroga- 16.4.2. Requisitos Específicos
tivas, quanto a contratação, pagamento, controle e auditoria dos a) Comprovar a implementação da programação integrada das
serviços sob sua gestão e quanto à avaliação do impacto das ações ações ambulatoriais, hospitalares e de alto custo, contendo a refe-
do Sistema sobre as condições de saúde da população do estado. rência intermunicipal e os critérios para a sua elaboração.
i) Comprovar a dotação orçamentária do ano e o dispêndio no b) Comprovar a operacionalização de mecanismos de controle
ano anterior, correspondente à contrapartida de recursos financei- da prestação de serviços ambulatoriais e hospitalares, tais como:
ros próprios do Tesouro Estadual, de acordo com a legislação em centrais de controle de leitos e internações, de procedimentos am-
vigor. bulatoriais e hospitalares de alto/custo e ou complexidade e de
j) Apresentar à CIT a formalização do pleito, devidamente apro- marcação de consultas especializadas.
vado pelo CES e pela CIB, atestando o cumprimento dos requisitos c) Dispor de 80% dos municípios habilitados nas condições de
gerais e específicos relativos à condição de gestão pleiteada. gestão estabelecidas nesta NOB, independente do seu contingente
k) Comprovar a criação do Comitê Interinstitucional de Epide- populacional; ou 50% dos municípios, desde que, nestes, residam
miologia, vinculado ao Secretário Estadual de Saúde. 80% da população.
l) Comprovar o funcionamento de serviço de vigilância sanitária d) Dispor de 50% do valor do TFA do estado comprometido com
no estado, organizado segundo a legislação e capacidade de desen- transferências regulares e automáticas aos municípios.
volvimento de ações de vigilância sanitária. 16.4.3. Prerrogativas
m) Comprovar o funcionamento de serviço de vigilância epide- a) Transferência regular e automática dos recursos correspon-
miológica no estado. dentes ao valor do Teto Financeiro da Assistência (TFA), deduzidas
16.3. GESTÃO AVANÇADA DO SISTEMA ESTADUAL as transferências fundo a fundo realizadas a municípios habilitados.
16.3.1. Responsabilidades Específicas b) Transferência regular e automática dos recursos correspon-
a) Contratação, controle, auditoria e pagamento do conjunto dentes ao Índice de Valorização de Resultados (IVR).
dos serviços, sob gestão estadual, contidos na FAE; c) Transferência regular e automática do Piso Básico de Vigilân-
b) Contratação, controle, auditoria e pagamento dos prestado- cia Sanitária (PBVS) referente aos municípios não habilitados nesta
res de serviços incluídos no PAB dos municípios não habilitados; NOB.
c) Ordenação do pagamento dos demais serviços hospitalares e d) Transferência regular e automática do Índice de valorização
ambulatoriais, sob gestão estadual; do Impacto em Vigilância Sanitária (IVISA).
d) Operação do SIA/SUS, conforme normas do MS, e alimenta- e) Remuneração por serviços produzidos na área da vigilância
ção dos bancos de dados de interesse nacional. sanitária.
16.3.2. Requisitos Específicos f) Normalização complementar, pactuada na CIB e aprovada
a) Apresentar a programação pactuada e integrada ambulato- pelo CES, relativa ao pagamento de prestadores de serviços assis-
rial, hospitalar e de alto custo, contendo a referência intermunicipal tenciais sob sua contratação, inclusive alteração de valores de pro-
e os critérios para a sua elaboração. cedimentos, tendo a tabela nacional como referência mínima.
g) Transferência de recursos referentes às ações de epidemiolo-
gia e de controle de doenças.
163
LEGISLAÇÃO
17. DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS disponibilidades financeiras para a efetivação das transferências re-
gulares e automáticas pertinentes. No que se refere à gestão plena
17. 1. As responsabilidades que caracterizam cada uma das do sistema municipal, a habilitação dos municípios é decidida na
condições de gestão definidas nesta NOB constituem um elenco mí- CIT, com base em relatório da CIB e formalizada em ato da SAS/
nimo e não impedem a incorporação de outras pactuadas na CIB e MS. No caso dos estados categorizados na condição de gestão con-
aprovadas pelo CES, em especial aquelas já assumidas em decor- vencional, a habilitação dos municípios a qualquer das condições
rência da NOB-SUS Nº 01/93. de gestão será decidida na CIT, com base no processo de avaliação
17.2. No processo de habilitação às condições de gestão es- elaborado e encaminhado pela CIB, e formalizada em ato do MS.
tabelecidas nesta NOB, são considerados os requisitos já cumpri- 17.4. A habilitação de estados a qualquer das condições de ges-
dos para habilitação nos termos da NOB-SUS Nº 01/93, cabendo tão é decidida na CIT e formalizada em ato do MS, cabendo recurso
ao município ou ao estado pleiteante a comprovação exclusiva do ao CNS.
cumprimento dos requisitos introduzidos ou alterados pela presente 17.5. Os instrumentos para a comprovação do cumprimento
Norma Operacional, observando os seguintes procedimentos: dos requisitos para habilitação ao conjunto das condições de gestão
17.2.1.para que os municípios habilitados atualmente nas con- de estados e municípios, previsto nesta NOB, estão sistematizados
dições de gestão incipiente e parcial possam assumir a condição no ANEXO I.
plena da atenção básica definida nesta NOB, devem apresentar à 17.6. Os municípios e estados habilitados na forma da NOB-SUS
CIB os seguintes documentos, que completam os requisitos para ha- Nº 01/93 permanecem nas respectivas condições de gestão até sua
bilitação: habilitação em uma das condições estabelecidas por esta NOB, ou
17.2.1.1. ofício do gestor municipal pleiteando a alteração na até a data limite a ser fixada pela CIT.
condição de gestão; 17.7. A partir da data da publicação desta NOB, não serão pro-
17.2.1.2. ata do CMS aprovando o pleito de mudança de habi- cedidas novas habilitações ou alterações de condição de gestão na
litação; forma da NOB-SUS Nº 01/93. Ficam excetuados os casos já aprova-
17.2.1.3. ata das três últimas reuniões do CMS; 17.2.1.4. extra- dos nas CIB, que devem ser protocolados na CIT, no prazo máximo
to de movimentação bancária do Fundo Municipal de Saúde relativo de 30 dias.
ao trimestre anterior à apresentação do pleito; 17.8. A partir da publicação desta NOB, ficam extintos o Fator
17.2.1.5. comprovação, pelo gestor municipal, de condições de Apoio ao Estado, o Fator de Apoio ao Município e as transferên-
técnicas para processar o SIA/SUS; cias dos saldos de teto financeiro relativos às condições de gestão
17.2.1.6. declaração do gestor municipal comprometendo-se a municipal e estadual parciais, previstos, respectivamente, nos itens
alimentar, junto à SES, o banco de dados nacional do SIA/SUS; 3.1.4; 3.2; 4.1.2 e 4.2.1 da NOBSUS Nº 01/93.
17.2.1.7. proposta aprazada de estruturação do serviço de con- 17.9. A permanência do município na condição de gestão a que
trole e avaliação municipal; for habilitado, na forma desta NOB, está sujeita a processo perma-
17.2.1.8. comprovação da garantia de oferta do conjunto de nente de acompanhamento e avaliação, realizado pela SES e sub-
procedimentos coberto pelo PAB; e metido à apreciação da CIB, tendo por base critérios estabelecidos
17.2.1.9. ata de aprovação do relatório de gestão no CMS; pela CIB e pela CIT, aprovados pelos respectivos Conselhos de Saúde.
17.2.2. para que os municípios habilitados atualmente na con- 17.10. De maneira idêntica, a permanência do estado na condi-
dição de gestão semiplena possam assumir a condição de gestão ção de gestão a que for habilitado, na forma desta NOB, está sujeita
plena do sistema municipal definida nesta NOB, devem comprovar a processo permanente de acompanhamento e avaliação, realizado
à CIB: pelo MS e submetido à apreciação da CIT, tendo por base critérios
17.2.2.1. a aprovação do relatório de gestão pelo CMS, median- estabelecidos por esta Comissão e aprovados pelo CNS.
te apresentação da ata correspondente; 17.11. O gestor do município habilitado na condição de Gestão
17.2.2.2. a existência de serviços que executem os procedimen- Plena da Atenção Básica que ainda não dispõe de serviços suficien-
tos cobertos pelo PAB no seu território, e de serviços de apoio diag- tes para garantir, à sua população, a totalidade de procedimentos
nóstico em patologia clínica e radiologia básica simples, oferecidos cobertos pelo PAB, pode negociar, diretamente, com outro gestor
no próprio município ou contratados de outro gestor municipal; municipal, a compra dos serviços não disponíveis, até que essa ofer-
17.2.2.3.a estruturação do componente municipal do SNA; e ta seja garantida no próprio município.
17.2.2.4.a integração e articulação do município na rede esta- 17.12. Para implantação do PAB, ficam as CIB autorizadas a es-
dual e respectivas responsabilidades na PPI. Caso o município não tabelecer fatores diferenciados de ajuste até um valor máximo fixa-
atenda a esse requisito, pode ser enquadrado na condição de ges- do pela CIT e formalizado por portaria do Ministério (SAS/MS). Esses
tão plena da atenção básica até que disponha de tais condições, fatores são destinados aos municípios habilitados, que apresentam
submetendo-se, neste caso, aos mesmos procedimentos referidos gastos per capita em ações de atenção básica superiores ao valor
no item 17.2.1; per capita nacional único (base de cálculo do PAB), em decorrência
17.2.3. os estados habilitados atualmente nas condições de de avanços na organização do sistema. O valor adicional atribuído
gestão parcial e semiplena devem apresentar a comprovação dos a cada município é formalizado em ato próprio da SES.
requisitos adicionais relativos à nova condição pleiteada na presen- 17.13. O valor per capita nacional único, base de cálculo do
te NOB. PAB, é aplicado a todos os municípios, habilitados ou não nos ter-
17.3. A habilitação de municípios à condição de gestão plena mos desta NOB. Aos municípios não habilitados, o valor do PAB é
da atenção básica é decidida na CIB dos estados habilitados às con- limitado ao montante do valor per capita nacional multiplicado pela
dições de gestão avançada e plena do sistema estadual, cabendo população e pago por produção de serviço.
recurso ao CES. A SES respectiva deve informar ao MS a habilitação
procedida, para fins de formalização por portaria, observando as
164
LEGISLAÇÃO
17.14. Num primeiro momento, em face da inadequação dos TFA - Teto Financeiro da Assistência
sistemas de informação de abrangência nacional para aferição de TFAE - Teto Financeiro da Assistência do Estado
resultados, o IVR é atribuído aos estados a título de valorização de TFAM - Teto Financeiro da Assistência do Município
desempenho na gestão do Sistema, conforme critérios estabeleci- TFECD - Teto Financeiro da Epidemiologia e Controle de Do-
dos pela CIT e formalizados por portaria do Ministério (SAS/MS). enças
17.15. O MS continua efetuando pagamento por produção TFG - Teto Financeiro Global
de serviços (relativos aos procedimentos cobertos pelo PAB) dire- TFGE - Teto Financeiro Global do Estado
tamente aos prestadores, somente no caso daqueles municípios TFGM - Teto Financeiro Global do Município
nãohabilitados na forma desta NOB, situados em estados em ges- TFVS - Teto Financeiro da Vigilância Sanitária
tão convencional.
17.16. Também em relação aos procedimentos cobertos pela NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE –
FAE, o MS continua efetuando o pagamento por produção de ser- NOAS – SUS/2001
viços diretamente a prestadores, somente no caso daqueles mu-
nicípios habilitados em gestão plena da atenção básica e os não
habilitados, na forma desta NOB, situados em estados em gestão PORTARIA Nº 95, DE 26 DE JANEIRO DE 2001
convencional.
17.17. As regulamentações complementares necessárias à ope- O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições,
racionalização desta NOB são objeto de discussão e negociação na Considerando os princípios do Sistema Único de Saúde de uni-
CIT, observadas as diretrizes estabelecidas pelo CNS, com posterior versalidade do acesso e de integralidade da atenção;
formalização, mediante portaria do MS. Considerando o disposto no Artigo 198 da Constituição Federal
de 1998, que estabelece que as ações e serviços públicos de saúde
SIGLAS UTILIZADAS integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um
AIH - Autorização de Internação Hospitalar sistema único;
CES - Conselho Estadual de Saúde Considerando a necessidade de dar continuidade ao processo
CIB - Comissão Intergestores Bipartite de descentralização e organização do Sistema Único de Saúde –
CIT - Comissão Intergestores Tripartite SUS, fortalecido com a implementação da Norma Operacional Bási-
CMS - Conselho Municipal de Saúde ca –SUS 01/96, de 05 de novembro de 1996;
CNS - Conselho Nacional de Saúde Considerando que um sistema de saúde equânime, integral,
COFINS - Contribuição Social para o Financiamento da Segu- universal, resolutivo e de boa qualidade concebe a atenção bási-
ridade Social ca como parte imprescindível de um conjunto de ações necessárias
CONASEMS - Conselho Nacional de Secretários Municipais de para o atendimento dos problemas de saúde da população, indis-
Saúde sociável dos demais níveis de complexidade da atenção à saúde e
CONASS - Conselho Nacional de Secretários Estaduais de indutora da reorganização do Sistema, e
Saúde Considerando as contribuições do Conselho de Secretários Esta-
FAE - Fração Assistencial Especializada duais de Saúde – CONASS e Conselho Nacional de Secretários Muni-
FIDEPS - Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do Ensino e cipais de Saúde – CONASEMS, seguidas da aprovação da Comissão
da Pesquisa Intergestores Tripartite–CIT - e Conselho Nacional de Saúde – CNS,
FNS - Fundação Nacional de Saúde em 15 de dezembro de 2000, resolve:
INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo desta Portaria, a Norma
IVH-E - Índice de Valorização Hospitalar de Emergência Operacional da Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2001 que am-
IVISA - Índice de Valorização do Impacto em Vigilânica Sani- plia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica; define
tária o processo de regionalização da assistência; cria mecanismos para
IVR - Índice de Valorização de Resultados o fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema Único de Saú-
MS - Ministério da Saúde de e procede à atualização dos critérios de habilitação de estados
NOB - Norma Operacional Básica e municípios.
PAB - Piso Assistencial Básico. Art. 2° Ficam mantidas as disposições constantes da Portaria
PACS - Programa de Agentes Comunitários de Saúde GM/MS N° 1.882, de 18 de dezembro de 1997, que estabelece o
PBVS - Piso Básico de Vigilância Sanitária Piso da Atenção Básica – PAB, bem como aquelas que fazem parte
PDAVS - Programa Desconcentrado de Ações de Vigilância dos demais atos normativos deste Ministério da Saúde relativos aos
Sanitária incentivos às ações de assistência na Atenção Básica.
PPI - Programação Pactuada e Integrada Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação,
PSF - Programa de Saúde da Família revogando-se as disposições em contrário.
SAS - Secretaria de Assistência à Saúde JOSÉ SERRA
SES - Secretaria Estadual de Saúde
SIA/SUS - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS
SIH/SUS - Sistema de Informações Hospitalares do SUS
SMS - Secretaria Municipal de Saúde
SNA - Sistema Nacional de Auditoria
SUS - Sistema Único de Saúde
SVS - Secretaria de Vigilância Sanitária
165
LEGISLAÇÃO
ANEXO são pólos de atração regional. Da mesma forma, nas áreas contí-
NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE / SUS guas às divisas interestaduais, é freqüente que a rede de serviços de
NOAS-SUS 01/2001 saúde deva se organizar com unidades situadas em ambos os lados
da demarcação político-administrativa. Qualquer solução para es-
INTRODUÇÃO ses problemas tem que superar as restrições burocráticas de acesso
e garantir a universalidade e a integralidade do SUS, envitando a
A implantação das Normas Operacionais Básicas do SUS - NO- desintegração organizacional e a competição entre órgãos gestores
B-SUS 91, em especial das NOB-SUS 93 e 96 -, além de promover e a conseqüente atomização do SUS em milhares de sistemas locais
uma integração de ações entre as três esferas de governo, desen- ineficientes, iníquos e não resolutivos.
cadeou um processo de descentralização intenso, transferindo para Assim, para o aprofundamento do processo de descentraliza-
os estados e, principalmente, para os municípios, um conjunto de ção, deve-se ampliar a ênfase na regionalização e no aumento da
responsabilidades e recursos para a operacionalização do Sistema eqüidade, buscando a organização de sistemas de saúde funcionais
Único de Saúde, antes concentradas no nível federal. com todos os níveis de atenção, não necessariamente confinados
A partir da implementação do Piso de Atenção Básica, iniciou- aos territórios municipais e, portanto, sob responsabilidade coor-
-se um importante processo de ampliação do acesso à atenção bá- denadora da SES. Além da lógica político-administrativa de delimi-
sica. A estratégia da Saúde da Família encontra-se em expansão e, tação dos sistemas de saúde, que assegura a indivisibilidade dos
cada vez mais, consolida-se como eixo estruturante para a organi- territórios municipais e estadual no planejamento da rede e a au-
zação da atenção à saúde. tonomia dos entes governamentais na gestão, é fundamental con-
Ao final do ano de 2000, a habilitação nas condições de ges- siderar, para a definição do papel da SES e de cada SMS no sistema
tão previstas na NOB-SUS 01/96 atingia mais de 99% do total dos funcional, as noções de territorialidade na identificação de priori-
municípios do país. A disseminação desse processo possibilitou o dades de intervenção e de organização de redes de assistência re-
desenvolvimento de experiências municipais exitosas e a formação gionalizadas e resolutivas, além das capacidades técnico-operacio-
de um contingente de profissionais qualificados em diferentes áreas nais necessárias ao exercício das funções de alocação de recursos,
da gestão do SUS. programação físico-financeira, regulação do acesso, contratação de
No que diz respeito aos estados, houve avanços significativos prestadores de serviço, controle e avaliação.
na organização de redes articuladas e resolutivas de serviços, me- O conjunto de estratégias apresentadas nesta Norma Opera-
diante o desenvolvimento do processo de programação integrada, a cional da Assistência à Saúde articula-se em torno do pressuposto
implantação de centrais de regulação, o fortalecimento do controle de que, no atual momento da implantação do SUS, a ampliação das
e avaliação, a organização de consórcios intermunicipais ou, ainda responsabilidades dos municípios na garantia de acesso aos servi-
de forma mais explícita, por meio da formulação e progressiva im- ços de atenção básica, a regionalização e a organização funcional
plementação de planos de regionalização promovidos pelas Secre- do sistema são elementos centrais para o avanço do processo.
tarias de Estado da Saúde/SES. Neste sentido, esta NOAS-SUS atualiza a regulamentação da
A experiência acumulada, à medida em que o processo de ges- assistência, considerando os avanços já obtidos e enfocando os de-
tão descentralizada do sistema amadurece, evidencia um conjun- safios a serem superados no processo permanente de consolidação
to de problemas/obstáculos em relação a aspectos críticos para a e aprimoramento do Sistema Único de Saúde.
consolidação do Sistema Único de Saúde / SUS. Alguns desses já se
manifestavam de forma incipiente quando do processo de discus- CAPÍTULO I –
são da NOB 96, entre dezembro de 1995 e novembro de 1996, mas REGIONALIZAÇÃO
situavam-se em um estágio de baixo consenso e pouca maturidade
nos debates entre o Ministério da Saúde – MS , o Conselho de Secre- 1 - Estabelecer o processo de regionalização como estratégia
tários Estaduais de Saúde - CONASS e o Conselho Nacional de Secre- de hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior eqüi-
tários Municipais de Saúde - CONASEMS, em face da inexistência dade.
de um volume significativo de experiências concretas de gestão e de 1.1 - O processo de regionalização deverá contemplar uma
análises da descentralização, em curso há pouco tempo. lógica de planejamento integrado, compreendendo as noções de
Agregava-se a este cenário a peculiar complexidade da estrutu- territorialidade na identificação de prioridades de intervenção e de
ra político-administrativa estabelecida pela Constituição Federal de conformação de sistemas funcionais de saúde, não necessariamen-
1988, em que os três níveis de governo são autônomos, sem vincu- te restritos à abrangência municipal, mas respeitando seus limites
lação hierárquica. Tal característica do arranjo federativo brasileiro como unidade indivisível, de forma a garantir o acesso dos cidadãos
torna bastante complexo o processo de construção de um sistema a todas as ações e serviços necessários para a resolução de seus
funcional de saúde. Os estados, e mais ainda os municípios, são ex- problemas de saúde, otimizando os recursos disponíveis.
tremamente heterogêneos e será sempre mera casualidade que o I . 1 – DA ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE REGIONALIZA-
espaço territorial-populacional e a área de abrangência político-ad- ÇÃO
ministrativa de um município correspondam a uma rede regionali- 2 - Instituir o Plano Diretor de Regionalização como instrumen-
zada e resolutiva de serviços com todos os níveis de complexidade, to de ordenamento do processo de regionalização da assistência em
ou mesmo que esta se localize dentro de um estado sem exercer cada estado e no Distrito Federal, baseado nos objetivos de defini-
poder de atração para além de suas fronteiras legais. ção de prioridades de intervenção coerentes com as necessidades
Existem, no Brasil, milhares de municípios pequenos demais de saúde da população e garantia de acesso dos cidadãos a todos
para gerirem, em seu território, um sistema funcional completo, as- os níveis de atenção.
sim como existem dezenas que demandam a existência de mais de
um sistema em sua área de abrangência, mas, simultaneamente,
166
LEGISLAÇÃO
2.1 - Cabe às Secretarias de Estado da Saúde e do Distrito Fe- C - Município-sede do módulo assistencial – município existente
deral a elaboração do Plano Diretor de Regionalização, em conso- em um módulo assistencial que apresente a capacidade de ofertar
nância com o Plano Estadual de Saúde, sua submissão à aprovação a totalidade dos serviços de que trata o Item 7 - Capítulo I, corres-
da Comissão Intergestores Bipartite - CIB e do Conselho Estadual de pondente ao primeiro nível de referência intermunicipal, com sufici-
Saúde – CES e o encaminhamento ao Ministério da Saúde. ência, para sua população e para a população de outros municípios
3 - No que diz respeito à assistência, o Plano Diretor de Regio- a ele adscritos.
nalização deverá ser elaborado na perspectiva de garantir: D - Município-pólo – município que, de acordo com a definição
A - O acesso aos cidadãos, o mais próximo possível de sua resi- da estratégia de regionalização de cada estado, apresente papel de
dência, a um conjunto de ações e serviços vinculados às seguintes referência para outros municípios, em qualquer nível de atenção.
responsabilidades mínimas: E - Unidade territorial de qualificação na assistência à saúde
- assistência pré-natal, parto e puerpério; – representa a base territorial mínima a ser submetida à aprova-
- acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil; ção do Ministério da Saúde e Comissão Intergestores Tripartite para
- cobertura universal do esquema preconizado pelo Programa qualificação na assistência à saúde, que deve ser a menor base ter-
Nacional de Imunizações, para todas as faixas etárias; ritorial de planejamento regionalizado de cada Unidade da Federa-
- ações de promoção da saúde e prevenção de doenças; ção acima do módulo assistencial, seja uma microrregião de saúde
- tratamento das intercorrências mais comuns na infância; ou uma região de saúde (nas UF em que o modelo de regionalização
- atendimento de afecções agudas de maior incidência; adotado não admitir microrregiões de saúde).
- acompanhamento de pessoas com doenças crônicas de alta 5 - Determinar que o Plano Diretor de Regionalização contenha,
prevalência; no que diz respeito à assistência, no mínimo:
- tratamento clínico e cirúrgico de casos de pequenas urgências A - a descrição da organização do território estadual em regi-
ambulatoriais; ões/microrregiões de saúde e módulos assistenciais, com a identifi-
- tratamento dos distúrbios mentais e psicossociais mais fre- cação dos muncípios-sede e municípios-pólo e dos demais municí-
qüentes; pios abrangidos;
- controle das doenças bucais mais comuns; B - a identificação das prioridades de intervenção em cada re-
- suprimento / dispensação dos medicamentos da Farmácia Bá- gião/microrregião;
sica. C - o Plano Diretor de Investimentos para atender as priorida-
B – O acesso de todos os cidadãos aos serviços necessários à des identificadas e conformar um sistema resolutivo e funcional de
resolução de seus problemas de saúde, em qualquer nível de aten- atenção à saúde;
ção, diretamente ou mediante o estabelecimento de compromissos D - a inserção e o papel de todos os municípios nas regiões/
entre gestores para o atendimento de referências intermunicipais. microrregiões de saúde, com identificação dos municípios sede, de
4 - Definir os seguintes conceitos-chaves para a organização sua área de abrangência e dos fluxos de referência;
da assistência no âmbito estadual, que deverão ser observados no E - os mecanismos de relacionamento intermunicipal com or-
Plano Diretor de Regionalização: ganização de fluxos de referência e contra referência e implantação
A – Região de saúde – base territorial de planejamento da de estratégias de regulação visando à garantia do acesso da popu-
atenção à saúde, não necessariamente coincidente com a divisão lação aos serviços;
administrativa do estado, a ser definida pela Secretaria de Estado F - a proposta de estruturação de redes de referência especiali-
da Saúde, de acordo com as especificidades e estratégias de regio- zada em áreas específicas;
nalização da saúde em cada estado, considerando as características G - a identificação das necessidades e a proposta de fluxo de
demográficas, sócio-econômicas, geográficas, sanitárias, epidemio- referência para outros estados, no caso de serviços não disponíveis
lógicas, oferta de serviços, relações entre municípios, entre outras. no território estadual.
Dependendo do modelo de regionalização adotado, um estado 5.1 – A Secretaria de Assistência à Saúde/SAS publicará, no pra-
pode se dividir em regiões e/ou microrregiões de saúde. Por sua vez, zo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação desta Norma, a regu-
a menor base territorial de planejamento regionalizado, seja uma lamentação específica sobre o Plano Diretor de Regionalização, no
região ou uma microrregião de saúde, pode compreender um ou que diz respeito à organização da assistência.
mais módulos assistenciais. I.2 – DA AMPLIAÇÃO DO ACESSO E DA QUALIDADE DA ATENÇÃO
B - Módulo assistencial – módulo territorial com resolubilidade BÁSICA
correspondente ao primeiro nível de referência, definida no Item 7 - 6 - Instituir a Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada –
Capítulo I desta Norma, constituído por um ou mais municípios, com GPABA.
área de abrangência mínima a ser estabelecida para cada Unidade 6.1 - Definir como áreas de atuação estratégicas mínimas
da Federação, em regulamentação específica, e com as seguintes para habilitação na condição de Gestão Plena da Atenção Básica
características: Ampliada: o controle da tuberculose, a eliminação da hanseníase,
- conjunto de municípios, entre os quais há um município-sede, o controle da hipertensão arterial, o controle da diabetes mellitus,
habilitado em Gestão Plena do Sistema Municipal/GPSM com capa- a saúde da criança, a saúde da mulher e a saúde bucal, conforme
cidade de ofertar a totalidade dos serviços de que trata o Item 7 - detalhamento apresentado no ANEXO 1 desta Norma.
Capítulo I desta Norma, com suficiência, para sua população e para 6.2 - As ações de que trata o ANEXO 1 desta Norma devem
a população de outros municípios a ele adscritos; ou município em ser assumidas por todos os municípios brasileiros, de acordo com o
Gestão Plena do Sistema Municipal, com capacidade de ofertar com seu perfil epidemiológico, como um componente essencial e mínimo
suficiência a totalidade dos serviços de que trata o Item 7 - Capítulo para o cumprimento das metas do Pacto da Atenção Básica, insti-
I para sua própria população, quando não necessitar desempenhar tuído pela Portaria GM/MS nº 3.925, de 13 de novembro de 1998.
o papel de referência para outros municípios.
167
LEGISLAÇÃO
6.3 - O conjunto de procedimentos assistenciais que compõem 9 - O repasse dos recursos de que trata o Subitem 8.1 - Item
as ações de Atenção Básica Ampliada é compreendido por aqueles 8 - Capítulo I desta Norma, para a cobertura da população de uma
atualmente cobertos pelo Piso de Atenção Básica – PAB, acrescidos dada microrregião estará condicionado à aprovação pela CIT da
dos procedimentos relacionados no ANEXO 2 desta Norma. qualificação da referida microrregião na assistência à saúde.
6.4 - Para o financiamento do elenco de procedimentos da 9.1 - Nas Unidades da Federação cujo modelo de regionaliza-
Atenção Básica Ampliada, será instituído o PAB-Ampliado, e seu va- ção não compreenda microrregiões de saúde, a unidade territorial
lor definido, no prazo de 60 (sessenta) dias, em Portaria Conjunta da de qualificação na assistência à saúde será a menor base territorial
Secretaria Executiva/SE e da Secretaria de Políticas de Saúde/SPS, de planejamento regionalizado acima do módulo assistencial, ou
sendo que os municípios que hoje já recebem o PAB fixo em valor seja, a região de saúde, desde que essa atenda a todos os critérios
superior ao PAB-Ampliado não terão acréscimo no valor per capita. requeridos para o reconhecimento da consistência do Plano Diretor
6.5 - Os municípios já habilitados nas condições de gestão da de Regionalização e às mesmas condições exigidas para a qualifica-
NOB 01/96 estarão aptos a receber o PAB-Ampliado, após avaliação ção das microrregiões descritas nesta Norma e na regulamentação
das Secretarias de Estado da Saúde, aprovação da CIB, e homologa- complementar.
ção da CIT, em relação aos seguintes aspectos: 9.2 - A Secretaria de Assistência à Saúde é a estrutura do MS
a) Plano Municipal de Saúde vinculado à programação físico- responsável pela análise técnica das propostas de qualificação das
-financeira; microrregiões na assistência à saúde, a serem submetidas à apro-
b) alimentação regular dos bancos de dados nacionais do SUS; vação da CIT, de acordo com as regras estabelecidas nesta Norma.
c) desempenho dos indicadores de avaliação da atenção básica 9.3 - O processo de qualificação das microrregiões na assis-
no ano anterior; tência à saúde será detalhado em regulamentação complementar
d) estabelecimento do pacto de melhoria dos indicadores de da Secretaria de Assistência à Saúde, a ser submetida à Comissão
atenção básica no ano subsequente; e Intergestores Tripartite, no prazo de 30 (trinta) dias após a publica-
e) capacidade de assumir as responsabilidades mínimas defini- ção desta Norma.
das no Subitem 6.1 deste Item. 10 - A qualificação de cada microrregião, no âmbito da assis-
6.6 - A Secretaria de Políticas de Saúde/SPS é a estrutura do tência à saúde, estará condicionada a:
Ministério da Saúde responsável pela regulamentação de critérios, A - apresentação pelo gestor estadual do Plano Diretor de Re-
fluxos e instrumentos do processo referido no Subitem 6.5, e deverá, gionalização do estado, aprovado na CIB e CES incluindo o desenho
no prazo de 30 (trinta) dias, apresentá-los à Comissão Intergestores de todas as microrregiões;
Tripartite para deliberação. B - apresentação, para cada microrregião a ser qualificada,
I. 3 – DA QUALIFICAÇÃO DAS MICRORREGIÕES NA ASSISTÊNCIA de: (i) municípios que compõem a microrregião; (ii) definição dos
À SAÚDE módulos assistenciais existentes, com explicitação de sua área de
7 - Definir um conjunto mínimo de procedimentos de média abrangência e do município-sede de cada módulo; (iii) vinculação
complexidade como primeiro nível de referência intermunicipal, de toda a população de cada município da microrregião a um único
com acesso garantido a toda a população no âmbito microrregio- município-sede de módulo assistencial, de forma que cada municí-
nal, ofertados em um ou mais módulos assistenciais. pio integre somente um módulo assistencial e os módulos assisten-
7.1 - Esse conjunto mínimo de serviços de média complexida- ciais existentes cubram toda a população do estado.
de compreende as atividades ambulatoriais, de apoio diagnóstico C - habilitação do(s) município(s)-sede de módulo assistencial
e terapêutico e de internação hospitalar, detalhadas no ANEXO 3 em Gestão Plena do Sistema Municipal e de todos os demais mu-
desta Norma. nicípios da microrregião na condição de Gestão Plena da Atenção
8 - O financiamento federal do conjunto de serviços de que tra- Básica Ampliada.
ta o Item 7 - Capítulo I desta Norma adotará a seguinte lógica: D - comprovação da Programação Pactuada e Integrada im-
8.1 - o financiamento das ações ambulatoriais será feito com plantada, sob a coordenação do gestor estadual, com definição de
base em um valor per capita nacional, a ser definido em portaria limites financeiros para todos os municípios do estado, com separa-
conjunta da Secretaria Executiva/SE e Secretaria de Assistência à ção das parcelas financeiras correspondentes à própria população e
Saúde/SAS, a ser submetida à Comissão Intergestores Tripartite, no à população referenciada;
prazo de 60 (sessenta) dias após a publicação desta Norma. E - apresentação do Termo de Compromisso para Garantia de
8.2 - o financiamento das internações hospitalares será feito Acesso firmado entre cada município-sede e o estado, em relação
de acordo com o processo de Programação Pactuada e Integrada, ao atendimento da população referenciada por outros municípios
conduzido pelo gestor estadual, respeitado o Teto Financeiro da As- a ele adscritos.
sistência/TFA de cada Unidade da Federação. 11- Após a qualificação de uma microrregião, o montante de
8.3 - ao longo do processo de qualificação das microrregiões, recursos correspondente aos procedimentos listados no ANEXO 3
o Ministério da Saúde deverá adicionar recursos ao Teto Financeiro desta Norma destinados à cobertura de sua população, e o mon-
dos Estados para cobrir a diferença entre os gastos atuais com esses tante de recursos referentes à cobertura da população residente
procedimentos e o montante correspondente ao per capita nacional nos municípios a ele adscritos, passam a ser transferidos fundo a
multiplicado pela população. fundo ao município sede de cada módulo assistencial, sendo que
8.4 - nas microrregiões não qualificadas, o financiamento dos a parcela relativa à população residente nos municípios adscritos
procedimentos constantes do ANEXO 3 desta Norma continuará estará condicionada ao cumprimento de Termo de Compromisso
sendo feito de acordo com a lógica de pagamento por produção. para a Garantia de Acesso, conforme normatizado nos Itens 30 e
31 – Capítulo II desta Norma.
168
LEGISLAÇÃO
11.1 - Caso exista na microrregião qualificada um município ha- 14.3 - A programação de internações hospitalares deve com-
bilitado em Gestão Plena da Atenção Básica que disponha em seu preender: a utilização de critérios objetivos que considerem a esti-
território de laboratório de patologia clínica ou serviço de radiolo- mativa de internações necessárias para a população, a distribuição
gia ou ultra-sonografia gineco-obstétrica, em quantidade suficiente e complexidade dos hospitais, o valor médio das Autorizações de
e com qualidade adequada para o atendimento de sua própria po- Internação Hospitalar/AIH, bem como os fluxos de referência entre
pulação, mas que não tenha o conjunto de serviços requeridos para municípios para internações hospitalares.
ser habilitado em Gestão Plena do Sistema Municipal, esse muni- 14.4 - A alocação de recursos correspondentes às referências
cípio poderá celebrar um acordo com o município-sede do módulo intermunicipais, ambulatoriais e hospitalares, decorre do processo
assistencial para, provisoriamente, atender sua própria população de programação integrada entre gestores e do estabelecimento de
no referido serviço. Termo de Compromisso de Garantia de Acesso, tratado no Item 30
I. 4 - DA ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE MÉDIA COMPLEXI- – Capítulo II desta Norma implicando a separação da parcela cor-
DADE respondente às referências no limite financeiro do município.
12 - A Atenção de Média Complexidade – MC – compreende 15 - Diferentemente do exigido para a organização das refe-
um conjunto de ações e serviços ambulatoriais e hospitalares que rências intermunicipais no módulo assistencial, abordada na seção
visam atender os principais problemas de saúde da população, cuja I.3 – Capítulo I desta Norma, no caso das demais ações de média
prática clínica demande a disponibilidade de profissionais especiali- complexidade, quando os serviços estiverem dispersos por vários
zados e a utilização de recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e municípios, admite-se que um mesmo município encaminhe refe-
terapêutico, que não justifique a sua oferta em todos os municípios rências para mais de um pólo de média complexidade, dependendo
do país. da disponibilidade de oferta, condições de acesso e fluxos estabele-
13 - Excetuando as ações mínimas da média complexidade cidos na PPI.
de que trata o Item 7 - Capítulo I desta Norma desta Norma, que 15.1 - O gestor estadual, ao coordenar um processo de plane-
devem ser garantidas no âmbito microrregional, as demais ações jamento global no estado, deve adotar critérios para evitar a super-
assistenciais de média complexidade, tanto ambulatoriais como posição e proliferação indiscriminada e desordenada de serviços,
hospitalares, podem ser garantidas no âmbito microrregional, re- levando sempre em consideração as condições de acessibilidade,
gional ou mesmo estadual, de acordo com o tipo de serviço, a dispo- qualidade e racionalidade na organização de serviços.
nibilidade tecnológica, as características do estado e a definição no 15.2 - Deve-se buscar estabelecer as referências para a média
Plano Diretor de Regionalização do estado. complexidade em um fluxo contínuo, dos municípios de menor com-
13.1 - O gestor estadual deve adotar critérios para a organiza- plexidade para os de maior complexidade, computando, no municí-
ção regionalizada das ações de média complexidade que conside- pio de referência, as parcelas físicas e financeiras correspondentes
rem: necessidade de qualificação e especialização dos profissionais ao atendimento da população dos municípios de origem, conforme
para o desenvolvimento das ações, correspondência entre a prática acordado no processo de Programação Pactuada e Integrada entre
clínica e capacidade resolutiva diagnóstica e terapêutica, comple- os gestores.
xidade e custo dos equipamentos, abrangência recomendável para I. 5- DA POLÍTICA DE ATENÇÃO DE ALTA COMPLEXIDADE/CUSTO
cada tipo de serviço, métodos e técnicas requeridos para a realiza- NO SUS
ção das ações. 16 - A responsabilidade do Ministério da Saúde sobre a política
13.2 - A Secretaria de Assistência à Saúde elaborará, em 30 de alta complexidade/custo se traduz na definição de normas nacio-
(trinta) dias, instrumentos de subsídio à organização e programa- nais, no controle do cadastro nacional de prestadores de serviços,
ção da média complexidade, compreendendo grupos de programa- na vistoria de serviços quando lhe couber, de acordo com as normas
ção e critérios de classificação das ações desse nível de atenção, de cadastramento estabelecidas pelo próprio Ministério da Saúde,
cuja regulamentação específica será submetida à aprovação da CIT. na definição de incorporação dos procedimentos a serem ofertados
14 - O processo de Programação Pactuada e Integrada/PPI, à população pelo SUS, na definição do elenco de procedimentos de
coordenado pelo gestor estadual, cujas diretrizes são apresentadas alta complexidade, no estabelecimento de estratégias que possibili-
nos Itens 24 a 27 – Capítulo II desta Norma representa o principal tem o acesso mais equânime diminuindo as diferenças regionais na
instrumento para garantia de acesso da população aos serviços de alocação dos serviços, na definição de mecanismos de garantia de
média complexidade não disponíveis em seu município de residên- acesso para as referências interestaduais, na busca de mecanismos
cia, devendo orientar a alocação de recursos e definição de limites voltados à melhoria da qualidade dos serviços prestados, no finan-
financeiros para todos os municípios do estado, independente de ciamento das ações.
sua condição de gestão. 16.1 - A garantia de acesso aos procedimentos de alta comple-
14.1 - A programação das ações ambulatoriais de média com- xidade é de responsabilidade solidária entre o Ministério da Saúde e
plexidade deve compreender: identificação das necessidades de as Secretarias de Estado da Saúde e do Distrito Federal.
saúde de sua população, definição de prioridades, aplicação de pa- 17 - O gestor estadual é responsável pela gestão da política de
râmetros físicos e financeiros definidos pelas Secretarias Estaduais alta complexidade/custo no âmbito do estado, mantendo vincula-
de Saúde para os diferentes grupos de ações assistenciais - respei- ção com a política nacional, sendo consideradas intransferíveis as
tados os limites financeiros estaduais - e estabelecimento de fluxos funções de definição de prioridades assistenciais e programação da
de referências entre municípios. alta complexidade, incluindo:
14.2 - A alocação de recursos referentes a cada grupo de pro- A - a definição da alocação de recursos orçamentários do Teto
gramação de ações ambulatoriais de média complexidade para a Financeiro da Assistência/ TFA do estado para cada área de alta
população própria de um dado município terá como limite financei- complexidade;
ro o valor per capita estadual definido para cada grupo, multiplica-
do pela população do município.
169
LEGISLAÇÃO
B - a definição de prioridades de investimentos para garantir o A - parte das ações de alta complexidade será financiada com
acesso da população a serviços de boa qualidade, o que pode, de- recursos do Teto Financeiro da Assistência das unidades da federa-
pendendo das características do estado, requerer desconcentração ção;
ou concentração para a otimização da oferta de serviços, tendo B - parte das ações de alta complexidade será financiada com
em vista a melhor utilização dos recursos disponíveis, a garantia de recursos oriundos do Fundo de Ações Estratégicas e Compensa-
economia de escala e melhor qualidade; ção – FAEC, ou de outro mecanismo que venha a substituí-lo com a
C - a delimitação da área de abrangência dos serviços de alta mesma finalidade e que será gerenciado pelo Ministério da Saúde,
complexidade; de acordo com a regulamentação específica, a ser estabelecida, no
D - a coordenação do processo de garantia de acesso para a prazo de 60 (sessenta) dias, em ato conjunto da SE e SAS.
população de referência entre municípios; 21 - O Ministério da Saúde/MS definirá os valores de recursos
E – a definição de limites financeiros para a alta complexida- destinados ao custeio da assistência de alta complexidade para
de, com explicitação da parcela correspondente ao atendimento da cada estado e estes, de acordo com a PPI e dentro do limite financei-
população do município onde está localizado o serviço e da parcela ro estadual, deverão prever a parcela dos recursos a serem gastos
correspondente a referências de outros municípios; em cada município para cada área de alta complexidade, destacan-
F - a condução dos remanejamentos necessários na progra- do a parcela a ser utilizada com a população do próprio município e
mação da alta complexidade, inclusive com mudanças nos limites a parcela a ser gasta com a população de referência.
municipais; 22 - A assistência de alta complexidade será programada no
G - os processos de vistoria para inclusão de novos serviços no âmbito regional/estadual, e em alguns casos macrorregional, tendo
que lhe couber, em conformidade com as normas de cadastramento em vista as características especiais desse grupo – alta densidade
do MS; tecnológica e alto custo, economia de escala, escassez de profissio-
H - a implementação de mecanismos de regulação da assistên- nais especializados e concentração de oferta em poucos municípios.
cia em alta complexidade (centrais de regulação, implementação de 22.1 - A programação deve prever, quando necessário, a refe-
protocolos clínicos, entre outros), podendo delegar aos municípios a rência de pacientes para outros estados, assim como reconhecer o
operação desses mecanismos; fluxo programado de pacientes de outros estados, sendo que esta
I - o controle e a avaliação do sistema, quanto à sua resolubili- programação será consolidada pela SAS/MS.
dade e acessibilidade; 23 - A programação da Atenção de Alta Complexidade deverá
J - a otimização da oferta de serviços, tendo em vista a otimi- ser precedida de estudos da distribuição regional de serviços e da
zação dos recursos disponíveis, a garantia de economia de escala e proposição pela Secretaria de Estado da Saúde/SES de um limite fi-
melhor qualidade. nanceiro claro para seu custeio, sendo que Plano Diretor de Regio-
18 - Os municípios que tiverem em seu território serviços de alta nalização apontará as áreas de abrangência dos municípios-pólo e
complexidade/custo, quando habilitados em Gestão Plena do Siste- dos serviços de referência na Atenção de Alta Complexidade.
ma Municipal, deverão desempenhar as funções referentes à orga-
nização dos serviços de alta complexidade em seu território, visando CAPÍTULO II –
assegurar o comando único sobre os prestadores, destacando-se: FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE GESTÃO NO SUS
A - a programação das metas físicas e financeiras dos presta-
dores de serviços, garantindo a possibilidade de acesso para a sua II. 1 - DO PROCESSO DE PROGRAMAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
população e para a população referenciada conforme o acordado 24 - Cabe ao Ministério da Saúde a coordenação do processo de
na PPI e no Termo de Garantia de Acesso assinado com o estado; programação da assistência à saúde em âmbito nacional.
B - realização de vistorias no que lhe couber, de acordo com as 24.1 - As unidades da federação deverão encaminhar ao Minis-
normas do Ministério da Saúde; tério da Saúde uma versão consolidada da Programação Pactuada
C - condução do processo de contratação; e Integrada/PPI, cujo conteúdo será apresentado em regulamenta-
D - autorização para realização dos procedimentos e a efetiva- ção específica.
ção dos pagamentos (créditos bancários); 24.2 - As unidades da federação poderão dispor de instrumen-
E - definição de fluxos e rotinas intramunicipais compatíveis tos próprios de programação adequados às suas especificidades e
com as estaduais; de informações detalhadas acerca da PPI, respeitados os princípios
F - controle, a avaliação e a auditoria de serviços. gerais e os requisitos da versão consolidada a ser enviada ao Minis-
18.1 – Nos municípios habilitados em Gestão Plena da Aten- tério da Saúde.
ção Básica/GPAB ou Gestão Plena da Atenção Básica-Ampliada/ 24.3 - A Secretaria de Assistência à Saúde, por intermédio do
GPBA que tenham serviços de alta complexidade em seu território, Departamento de Descentralização da Gestão da Assistência, deve-
as funções de gestão e relacionamento com os prestadores de alta rá apresentar à Comissão Intergestores Tripartite, no prazo de 30
complexidade, são de responsabilidade do gestor estadual, poden- (trinta) dias, documento de proposição das diretrizes e princípios
do este delegar tais funções aos gestores municipais. orientadores, metodologia e parâmetros referenciais de cobertura
19 - Os procedimentos ambulatoriais e hospitalares que com- e outros instrumentos específicos de apoio à programação da assis-
põem a atenção de alta complexidade/custo foram definidos por tência ambulatorial e hospitalar.
meio da Portaria SAS nº 96, de 27 de março de 2000, publicada no 25 - Cabe à SES a coordenação da programação pactuada e
Diário Oficial de 01 de junho de 2000. integrada no âmbito do estado, por meio do estabelecimento de
20 - O financiamento da alta complexidade se dará de duas processos e métodos que assegurem:
formas: A - que as diretrizes, objetivos e prioridades da política esta-
dual de saúde e os parâmetros de programação, em sintonia com a
Agenda de Compromissos e Metas Nacionais, sejam discutidos com
170
LEGISLAÇÃO
os gestores municipais, aprovados pelos Conselhos Estaduais e im- A - Publicação no Diário Oficial do Estado do limite financeiro
plementados em fóruns regionais e/ou microrregionais de negocia- global da assistência por municípios do estado, independente de
ção entre gestores; sua condição de gestão, composto por uma parcela destinada ao
B - a alocação de recursos centrada em uma lógica de atendi- atendimento da população do próprio município e uma parcela cor-
mento às reais necessidades da população e jamais orientada pelas respondente às referências intermunicipais;
necessidades dos prestadores de serviços; B - Definição de periodicidade e métodos de revisão dos limi-
C - a operacionalização do Plano Diretor de Regionalização e tes financeiros municipais aprovados, que pode se dar em função
de estratégias de regulação do sistema, mediante a adequação dos de: incorporação de novos recursos ao limite financeiro estadual,
critérios e instrumentos de pactuação e alocação dos recursos as- mudanças na capacidade instalada de municípios, remanejamento
sistenciais e a adoção de mecanismos que visem regular a oferta e de referências entre municípios; imposição pelo município-pólo de
a demanda de serviços, organizar os fluxos e garantir o acesso às barreiras ao acesso da população encaminhada por outros municí-
referências; pios, que colidam com as referências intermunicipais negociadas,
D - a explicitação do modelo de gestão com a definição das entre outros motivos.
responsabilidades sobre as diversas unidades assistenciais de forma II. 2 - DAS RESPONSABILIDADES DE CADA NÍVEL DE GOVERNO
coerente com as condições de habilitação e qualificação. NA GARANTIA DE ACESSO DA POPULAÇÃO REFERENCIADA
26 - A Programação Pactuada e Integrada, aprovada pela Co- 28 - O Ministério da Saúde assume, de forma solidária com as
missão Intergestores Bipartite, deverá nortear a alocação de recur- Secretarias de Estado da Saúde e do Distrito Federal, a responsabi-
sos federais da assistência entre municípios pelo gestor estadual, lidade pelo atendimento a pacientes referenciados entre estados.
resultando na definição de limites financeiros claros para todos os 29 - A garantia de acesso da população aos serviços não dis-
municípios do estado, independente da sua condição de habilitação. poníveis em seu município de residência é de responsabilidade do
26.1 - Define-se limite financeiro da assistência por município gestor estadual, de forma solidária com os municípios de referência,
como o limite máximo de recursos federais que poderá ser gasto observados os limites financeiros, devendo o mesmo organizar o sis-
com o conjunto de serviços existentes em cada território municipal, tema de referência utilizando mecanismos e instrumentos necessá-
sendo composto por duas parcelas separadas: recursos destinados rios, compatíveis com a condição de gestão do município onde os
ao atendimento da população própria e recursos destinados ao serviços estiverem localizados.
atendimento da população referenciada de acordo com as negocia- 30 - Nos casos em que os serviços de referência estiverem loca-
ções expressas na PPI. lizados em municípios habilitados em GPSM, os mesmos devem se
26.2 - Os limites financeiros da assistência por município de- comprometer com o atendimento da população referenciada subs-
vem ser definidos globalmente em cada estado a partir da aplicação crevendo com o estado um Termo de Compromisso para Garantia
de critérios e parâmetros de programação ambulatorial e hospita- de Acesso, cuja forma é apresentada no ANEXO 4 desta Norma .
lar, respeitado o limite financeiro estadual, bem como da definição 30.1 - O Termo de Compromisso de Garantia de Acesso tem
de referências intermunicipais na PPI. Dessa forma, o limite finan- como base o processo de programação e contém as metas físicas
ceiro por município deve ser gerado pela programação para o aten- e orçamentárias das ações definidas na PPI a serem ofertadas nos
dimento da própria população, deduzida da necessidade de encami- municípios pólo, os compromissos assumidos pela SES e SMS, os
nhamento para outros municípios e acrescida da programação para mecanismos de garantia de acesso, processo de acompanhamento
atendimento de referências recebidas de outros municípios. e revisão do Termo e sanções previstas.
26.3 - Os municípios habilitados ou que vierem se habilitar 30.2 – A padronização dos instrumentos que correspondem aos
na condição de Gestão Plena do Sistema Municipal devem receber anexos integrantes do Termo de Compromisso de Garantia de Aces-
diretamente, em seu Fundo Municipal de Saúde, o montante total so será disponibilizadas aos gestores pela SAS/SAS, no prazo de 30
de recursos federais correspondente ao limite financeiro programa- (trinta) dias, após a publicação desta Norma
do para aquele município, compreendendo a parcela destinada ao 31 - A SES poderá alterar a parcela de recursos correspondente
atendimento da população própria e, condicionada ao cumprimen- às referências intermunicipais no limite financeiro do município em
to do Termo de Compromisso para Garantia de Acesso celebrado GPSM, nas seguintes situações, detalhadas no Termo de Compro-
com o gestor estadual, a parcela destinada ao atendimento da po- misso para Garantia de Acesso:
pulação referenciada, conforme detalhado no Item 30 – Capítulo II A - periodicamente (período não superior a 12 meses), em fun-
e no ANEXO 4 desta Norma. ção da revisão global da PPI, conduzida pela SES e aprovada pela
26.4 - Os limites financeiros da assistência por município es- CIB;
tão sujeitos a reprogramação em função da revisão periódica da B - trimestralmente, em decorrência do acompanhamento da
PPI, coordenada pelo gestor estadual. Particularmente, a parcela execução do Termo e do fluxo de atendimento das referências, de
correspondente às referências intermunicipais, poderá ser alterada forma a promover os ajustes necessários, a serem informados à CIB
pelo gestor estadual, trimestralmente, em decorrência de ajustes no em sua reunião subsequente;
Termo de Compromisso e pontualmente, em uma série de situações C - pontualmente, por meio de alteração direta pela SES (res-
específicas, detalhadas nos Itens 31 e 32 – Capítulo II e no ANEXO peitados os prazos de comunicação aos gestores estabelecidos no
4 desta Norma. Termo de Compromisso, conforme detalhado no ANEXO 4 desta
27 - A SES deverá obrigatoriamente encaminhar ao Ministério Norma), a ser informada à CIB em sua reunião subsequente, nos se-
da Saúde, em prazo a ser estabelecido pela SAS/MS, os seguintes guintes casos: abertura de novo serviço em município que anterior-
produtos do processo de programação da assistência: mente encaminhava sua população para outro; redirecionamento
do fluxo de referência da população de um município pólo para
outro, solicitado pelo gestor municipal; problemas no atendimento
171
LEGISLAÇÃO
da população referenciada ou descumprimento pelo município em 37.4 - Os procedimentos técnico-administrativos prévios à re-
GPSM dos acordos estabelecidos no Termo de Compromisso para alização de serviços e à ordenação dos respectivos pagamentos,
Garantia de Acesso. especialmente a autorização de internações e de procedimentos
32 - Quaisquer alterações nos limites financeiros dos municí- ambulatoriais de alta complexidade e/ou alto custo, devem ser or-
pios em Gestão Plena do Sistema Municipal, decorrentes de ajuste ganizados de forma a facilitar o acesso dos usuários e permitir o
ou revisão da programação e do Termo de Compromisso para Ga- monitoramento adequado da produção e faturamento de serviços.
rantia do Acesso serão comunicadas pelas SES a SAS/MS, para que 37.5 - Outros mecanismos de controle e avaliação devem ser
esta altere os valores a serem transferidos ao Fundo Municipal de adotados pelo gestor público, como o acompanhamento dos orça-
Saúde correspondente. mentos públicos em saúde, a análise da coerência entre a progra-
33 - Para habilitar-se ou permanecer habilitado na condição de mação, a produção e o faturamento apresentados e a implementa-
GPSM, o município deverá participar do processo de programação ção de críticas possibilitadas pelos sistemas informatizados quanto
e assumir, quando necessário, o atendimento à população de refe- à consistência e confiabilidade das informações disponibilizadas
rência, conforme acordado na PPI e consolidado por meio da assina- pelos prestadores.
tura do referido Termo de Compromisso para a Garantia do Acesso. 38 - A avaliação da qualidade da atenção pelos gestores deve
II.3 - DO PROCESSO DE CONTROLE, AVALIAÇÃO E REGULAÇÃO envolver tanto a implementação de indicadores objetivos baseados
DA ASSISTÊNCIA em critérios técnicos, como a adoção de instrumentos de avaliação
34 - As funções de controle e avaliação devem ser coerentes da satisfação dos usuários do sistema, que considerem a acessibili-
com os processos de planejamento, programação e alocação de re- dade, a integralidade da atenção, a resolubilidade e qualidade dos
cursos em saúde tendo em vista sua importância para a revisão de serviços prestados.
prioridades e diretrizes, contribuindo para o alcance de melhores 39 - A avaliação dos resultados da atenção e do impacto na saú-
resultados em termos de impacto na saúde da população. de deve envolver o acompanhamento dos resultados alcançados
35 - O fortalecimento das funções de controle e avaliação dos em função dos objetivos, indicadores e metas apontados no plano
gestores do SUS deve se dar principalmente, nas seguintes dimen- de saúde, voltados para a melhoria do nível de saúde da população.
sões: 40 - Ao gestor do SUS responsável pelo relacionamento com
A - avaliação da organização do sistema e do modelo de ges- cada unidade, conforme sua condição de habilitação e qualificação,
tão; cabe programar e regular a oferta de serviços e seu acesso de acor-
B - relação com os prestadores de serviços; do com as necessidades identificadas.
C - qualidade da assistência e satisfação dos usuários; 40.1 – A regulação da assistência deverá ser efetivada por meio
D - resultados e impacto sobre a saúde da população. da implantação de complexos reguladores que congreguem unida-
36 - Todos os níveis de governo devem avaliar o funcionamen- des de trabalho responsáveis pela regulação das urgências, consul-
to do sistema de saúde, no que diz respeito ao desempenho nos tas, leitos e outros que se fizerem necessários.
processos de gestão, formas de organização e modelo de atenção, 41 - A regulação da assistência, voltada para a disponibilização
tendo como eixo orientador a promoção da equidade no acesso e na da alternativa assistencial mais adequada à necessidade do cida-
alocação dos recursos, e como instrumento básico para o acompa- dão, de forma equânime, ordenada, oportuna e qualificada, pres-
nhamento e avaliação dos sistemas de saúde o Relatório de Gestão; supõe:
37 - O controle e a avaliação dos prestadores de serviços, a ser A - a realização prévia de um processo de avaliação das neces-
exercido pelo gestor do SUS responsável de acordo com a condição sidades de saúde e de planejamento/programação, que considere
de habilitação e modelo de gestão adotado, compreende o conhe- aspectos epidemiológicos, os recursos assistenciais disponíveis e
cimento global dos estabelecimentos de saúde localizados em seu condições de acesso às unidades de referência;
território, o cadastramento de serviços, a condução de processos B – a definição da estratégia de regionalização que explicite a
de compra e contratualização de serviços de acordo com as necessi- responsabilização e papel dos vários municípios, bem como a inser-
dades identificadas e regras legais, o acompanhamento do fatura- ção das diversas unidades assistenciais na rede;
mento, quantidade e qualidade dos serviços prestados, entre outras C – a delegação de autoridade sanitária ao médico regulador,
atribuições. para que exerça a responsabilidade sobre a regulação da assistên-
37.1 - O cadastro completo e fidedigno de unidades prestado- cia, instrumentalizada por protocolos técnico-operacionais;
ras de serviços de saúde é um requisito básico para programação D – a definição das interfaces da estratégia da regulação da
de serviços assistenciais, competindo ao gestor do SUS responsável assistência com o processo de planejamento, programação e outros
pelo relacionamento com cada unidade, seja própria, contratada instrumentos de controle e avaliação.
ou conveniada, a garantia da atualização permanente dos dados II . 4 - DOS HOSPITAIS PÚBLICOS SOB GESTÃO DE OUTRO NÍVEL
cadastrais e de alimentação dos bancos de dados nacionais do SUS. DE GOVERNO:
37.2 - O interesse público e a identificação de necessidades as- 42 - Definir que unidades hospitalares públicas sob gerência de
sistenciais devem pautar o processo de compra de serviços na rede um nível de governo e gestão de outro, habilitado em gestão plena
privada, que deve seguir a legislação, as normas administrativas do sistema, preferencialmente deixem de ser remunerados por pro-
específicas e os fluxos de aprovação definidos na Comissão Inter- dução de serviços e passem a receber recursos correspondentes à
gestores Bipartite, quando a disponibilidade da rede pública for in- realização de metas estabelecidas de comum acordo.
suficiente para o atendimento da população. 43 - Aprovar, na forma do Anexo 5 desta Norma, modelo con-
37.3 - Os contratos de prestação de serviços devem representar tendo cláusulas mínimas do Termo de Compromisso a ser firmado
instrumentos efetivos de responsabilização dos prestadores com os entre as partes envolvidas, com o objetivo de regular a contratuali-
objetivos, atividades e metas estabelecidas pelos gestores de acor- zação dos serviços oferecidos e a forma de pagamento das unidades
do com as necessidades de saúde identificadas. hospitalares.
172
LEGISLAÇÃO
44 - Os recursos financeiros para cobrir o citado Termo de i) Realização do cadastro, contratação, controle, avaliação, au-
Compromisso devem ser subtraídos das parcelas correspondentes ditoria e pagamento aos prestadores dos serviços contidos no PABA,
à população própria e à população referenciada do teto financeiro localizados em seu território e vinculados ao SUS;
do (município/estado), e repassado diretamente ao ente público ge- j) Operação do SIA/SUS e o SIAB, quando aplicável, conforme
rente da unidade, em conta específica para esta finalidade aberta normas do Ministério da Saúde, e alimentação junto à Secretaria
em seu fundo de saúde. Estadual de Saúde, dos bancos de dados nacionais;
CAPÍTULO III . CRITÉRIOS DE HABILITAÇÃO E DESABILITAÇÃO DE k) Autorização, desde que não haja definição contrária por par-
MUNICÍPIOS E ESTADOS te da CIB, das internações hospitalares e dos procedimentos am-
III . 1 - CONDIÇÕES DE HABILITAÇÃO DE MUNICÍPIOS E ESTADOS bulatoriais especializados, realizados no município, que continuam
A presente Norma atualiza as condições de gestão estabele- sendo pagos por produção de serviços;
cidas na NOB SUS 01/96, explicitando as responsabilidades, os re- l) Manutenção do cadastro atualizado das unidades assisten-
quisitos relativos às modalidades de gestão e as prerrogativas dos ciais sob sua gestão, segundo normas do MS;
gestores municipais e estaduais. m) Realização de avaliação permanente do impacto das ações
45 - A habilitação dos municípios e estados às diferentes condi- do Sistema sobre as condições de saúde dos seus munícipes e sobre
ções de gestão significa a declaração dos compromissos assumidos o seu meio ambiente, incluindo o cumprimento do pacto de indica-
por parte do gestor perante os outros gestores e perante a popula- dores da atenção básica;
ção sob sua responsabilidade. n) Execução das ações básicas de vigilância sanitária, de acordo
III .1.1 - Do processo de habilitação dos municípios: com a legislação em vigor e a normatização da Agência Nacional de
46 - A partir da publicação desta Norma, e considerando o Vigilância Sanitária / ANVISA;
prazo previsto no seu Item 59 – Capítulo IV, os municípios poderão o) Execução das ações básicas de epidemiologia, de controle
habilitar-se em duas condições: de doenças e de ocorrências mórbidas, decorrentes de causas ex-
GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA AMPLIADA; e ternas, como acidentes, violências e outras, de acordo com norma-
GESTÃO PLENA DO SISTEMA MUNICIPAL. tização vigente;
46.1 - Todos os municípios que vierem a ser habilitados em Ges- p) Elaboração do relatório anual de gestão e aprovação pelo
tão Plena do Sistema Municipal, de acordo com as normas do Item Conselho Municipal de Saúde/CMS.
48 – Capítulo II desta Norma, estarão também habilitados em Ges- Requisitos
tão Plena da Atenção Básica Ampliada. a) Comprovar o funcionamento do CMS;
46.2 - Cabe à Secretaria Estadual de Saúde a gestão do SUS nos b) Comprovar a operação do Fundo Municipal de Saúde;
municípios não habilitados, enquanto for mantida a situação de não c) Apresentar o Plano Municipal de Saúde do período em curso,
habilitação. aprovado pelo respectivo Conselho Municipal de Saúde, contendo a
47 - Os municípios, para se habilitarem à Gestão Plena da Aten- programação física e financeira dos recursos assistenciais destina-
ção Básica Ampliada, deverão assumir as responsabilidades, cum- dos ao município;
prir os requisitos e gozar das prerrogativas definidas a seguir: d) Comprovar a disponibilidade de serviços, com qualidade e
Responsabilidades quantidade suficientes, em seu território, para executar todo o elen-
a) Elaboração do Plano Municipal de Saúde, a ser submetido à co de procedimentos constantes Subitem 6.3 – Item 6 – Capítulo I
aprovação do Conselho Municipal de Saúde, que deve contemplar a desta Norma;
Agenda de Compromissos Municipal, harmonizada com as agendas e) Comprovar capacidade técnica e administrativa e condições
nacional e estadual, a integração e articulação do município na rede materiais para o exercício de suas responsabilidades e prerrogati-
estadual e respectivas responsabilidades na PPI do estado, incluindo vas quanto à contratação, ao pagamento, ao controle, avaliação e
detalhamento da programação de ações e serviços que compõem o à auditoria dos serviços sob sua gestão;
sistema municipal, bem como o Quadro de Metas, mediante o qual f) Comprovar, por meio da alimentação do Sistema de Informa-
será efetuado o acompanhamento dos Relatórios de Gestão; ções sobre Orçamentos Públicos em Saúde/SIOPS, a dotação orça-
b) Gerência de unidades ambulatoriais próprias; mentária do ano e o dispêndio realizado no ano anterior, correspon-
c) Gerência de unidades ambulatoriais transferidas pelo estado dente à contrapartida de recursos financeiros próprios do Tesouro
ou pela União: Municipal, de acordo com a Emenda Constitucional 29, de 14 de
d) Organização da rede de atenção básica, incluída a gestão de setembro de 2000;
prestadores privados, caso haja neste nível de atenção; g) Dispor de médico(s) formalmente designado(s) pelo gestor
e) Cumprimento das responsabilidades definidas no Subitem como responsável(is) pela autorização prévia (quando for o caso),
6.1 – Item 6 – Capítulo I desta Norma ; controle, avaliação e auditoria dos procedimentos e serviços realiza-
f) Disponibilização, em qualidade e quantidade suficiente para dos, em número adequado para assumir essas responsabilidades;
a sua população, de serviços capazes de oferecer atendimento con- h) Comprovar a capacidade para o desenvolvimento de ações
forme descrito no Subitem 6.3 – Item 6 – Capítulo I desta Norma; de vigilância sanitária, conforme normatização da ANVISA;
g) Desenvolvimento do cadastramento nacional dos usuários i) Comprovar a capacidade para o desenvolvimento de ações de
do SUS, segundo a estratégia de implantação do Cartão Nacional vigilância epidemiológica;
de Saúde, com vistas à vinculação de clientela e à sistematização da j) Comprovar a disponibilidade de estrutura de recursos huma-
oferta dos serviços; nos para supervisão e auditoria da rede de unidades, dos profissio-
h) Prestação dos serviços relacionados aos procedimentos co- nais e dos serviços realizados;
bertos pelo PAB ampliado e acompanhamento, no caso de referên-
cia interna ou externa ao município, dos demais serviços prestados
aos seus munícipes, conforme a PPI, mediado pela SES;
173
LEGISLAÇÃO
k) Submeter-se à avaliação pela SES em relação à capacida- k) Avaliação permanente do impacto das ações do Sistema so-
de de oferecer todo o Elenco de Procedimentos Básicos Ampliado bre as condições de saúde dos seus munícipes e sobre o meio am-
- EPBA e ao estabelecimento do Pacto de AB para o ano 2001 e sub- biente;
seqüentes; l) Execução das ações básicas, de média e alta complexidade
l) Formalizar, junto ao gestor estadual, com vistas à CIB, após em vigilância sanitária, pactuadas na CIB;
aprovação pelo CMS, o pleito de habilitação, atestando o cumpri- m) Execução de ações de epidemiologia, de controle de do-
mento dos requisitos relativos à condição de gestão pleiteada. enças e de ocorrências mórbidas, decorrentes de causas externas,
Prerrogativas como acidentes, violências e outras pactuadas na CIB.
a) Transferência regular e automática dos recursos referentes Requisitos
ao Piso de Atenção Básica Ampliado - PABA, correspondente ao fi- a) Comprovar o funcionamento do CMS;
nanciamento do Elenco de Procedimentos Básicos e do incentivo de b) Comprovar a operação do Fundo Municipal de Saúde;
vigilância sanitária; c) Apresentar o Plano Municipal de Saúde, aprovado pelo CMS,
b) Gestão municipal de todas as unidades básicas de saúde, que deve contemplar a Agenda de Compromissos Municipal, har-
públicas ou privadas (lucrativas e filantrópicas), localizadas no ter- monizada com as agendas nacional e estadual, a integração e ar-
ritório municipal; ticulação do município na rede estadual e respectivas responsabili-
c) Transferência regular e automática dos recursos referentes dades na PPI do estado, incluindo detalhamento da programação
ao PAB variável, desde que qualificado conforme as normas vigen- de ações e serviços que compõem o sistema municipal, bem como
tes. o Quadro de Metas, mediante o qual será efetuado o acompanha-
48 - Os municípios, para se habilitarem à Gestão Plena do Sis- mento dos Relatórios de Gestão;
tema Municipal, deverão assumir as responsabilidades, cumprir os d) Demonstrar desempenho satisfatório nos indicadores cons-
requisitos e gozar das prerrogativas definidas a seguir: tantes do Pacto da Atenção Básica, de acordo com normatização
Responsabilidades da SPS;
a) Elaboração do Plano Municipal de Saúde, a ser submetido à e) Demonstrar desempenho satisfatório na gestão da atenção
aprovação do Conselho Municipal de Saúde, que deve contemplar a básica, conforme avaliação descrita no Subitem 6.5 – Item 6 – Capí-
Agenda de Compromissos Municipal, harmonizada com as agendas tulo I desta Norma;
nacional e estadual, a integração e articulação do município na rede f) Comprovar a oferta com qualidade e em quantidade suficien-
estadual e respectivas responsabilidades na PPI do estado, incluindo te, em seu território, de todo o elenco de procedimentos cobertos
detalhamento da programação de ações e serviços que compõem o pelo PABA e daqueles definidos no Anexo 3 desta Norma, bem como
sistema municipal, bem como o Quadro de Metas, mediante o qual de leitos hospitalares para realização, no mínimo, de parto normal e
será efetuado o acompanhamento dos Relatórios de Gestão; primeiro atendimento nas clínicas médica e pediátrica;
b) Gerência de unidades próprias, ambulatoriais e hospitalares; g) Firmar Termo de Compromisso para Garantia de Acesso com
c) Gerência de unidades assistenciais transferidas pelo estado a Secretaria de Estado da Saúde;
e pela União; h) Comprovar a estruturação do componente municipal do Sis-
d) Gestão de todo o sistema municipal, incluindo a gestão sobre tema Nacional de Auditoria/SNA;
os prestadores de serviços de saúde vinculados ao SUS, indepen- i) Participar da elaboração e da implementação da PPI do esta-
dente da sua natureza jurídica ou nível de complexidade, exercendo do, bem assim da alocação de recursos expressa na programação;
o mando único, ressalvado as unidades estatais de hemonúcleos/ j) Comprovar capacidade técnica e administrativa e condições
hemocentros e os laboratórios de saúde pública, em consonância materiais para o exercício de suas responsabilidades e prerrogativas
com o disposto no Item 50 – Capítulo III desta Norma; quanto ao cadastro, à contratação, ao controle, avaliação, à audito-
e) Desenvolvimento do cadastramento nacional dos usuários ria e ao pagamento dos serviços sob sua gestão, bem como avaliar
do SUS segundo a estratégia de implantação do Cartão Nacional o impacto das ações do Sistema sobre a saúde dos seus munícipes;
de Saúde, com vistas à vinculação da clientela e sistematização da k) Comprovar, por meio da alimentação do SIOPS, a dotação
oferta dos serviços; orçamentária do ano e o dispêndio no ano anterior correspondente
f) Garantia do atendimento em seu território para sua popula- à contrapartida de recursos financeiros próprios do Tesouro Munici-
ção e para a população referenciada por outros municípios, dispo- pal, de acordo com a Emenda Constitucional 29, de 14 de setembro
nibilizando serviços necessários, conforme definido na PPI, e trans- de 2000;
formado em Termo de Compromisso para a Garantia de Acesso, l) Dispor de médico(s) formalmente designado(s) pelo gestor,
assim como organização do encaminhamento das referências para como responsável(is) pela autorização prévia (quando for o caso),
garantir o acesso de sua população a serviços não disponíveis em controle, avaliação e auditoria dos procedimentos e serviços realiza-
seu território; dos, em número adequado para assumir essas responsabilidades;
g) Integração dos serviços existentes no município às centrais m) Comprovar o funcionamento de serviço estruturado de vigi-
de regulação ambulatoriais e hospitalares; lância sanitária e capacidade para o desenvolvimento de ações de
h) Cadastro, contratação, controle, avaliação, auditoria e pa- vigilância sanitária, de acordo com a legislação em vigor e a pactu-
gamento aos prestadores de serviços ambulatoriais e hospitalares ação estabelecida com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária;
localizados em seu território e vinculados ao SUS; n) Comprovar a estruturação de serviços e atividades de vigi-
i) Operação do SIH e do SIA/SUS, conforme normas do MS, e lância epidemiológica e de controle de zoonoses, de acordo com a
alimentação, junto a SES, dos bancos de dados de interesse nacional pactuação estabelecida com a Fundação Nacional de Saúde.
e estadual; o) Apresentar o Relatório de Gestão do ano anterior à solicita-
j) Manutenção do cadastro atualizado de unidades assisten- ção do pleito, devidamente aprovado pelo CMS;
ciais em seu território, segundo normas do MS;
174
LEGISLAÇÃO
p) Comprovar a organização do componente municipal do Sis- i)Manutenção do cadastro atualizado de unidades assistenciais
tema Nacional de Auditoria e de mecanismos de controle e avalia- sob sua gestão, segundo normas do MS, e coordenação do cadastro
ção; estadual de prestadores;
q) Comprovar disponibilidade orçamentária suficiente e me- j) Cooperação técnica e financeira com o conjunto de municí-
canismos para pagamento de prestadores públicos e privados de pios, objetivando a consolidação do processo de descentralização,
saúde; a organização da rede regionalizada e hierarquizada de serviços, a
r) Formalizar, junto ao gestor estadual com vistas à CIB, após realização de ações de epidemiologia, de controle de doenças, de
aprovação pelo CMS, o pleito de habilitação, atestando o cumpri- vigilância sanitária, assim como o pleno exercício das funções ges-
mento dos requisitos específicos relativos à condição de gestão plei- toras de planejamento, controle, avaliação e auditoria;
teada. k) Estruturação e operação do Componente Estadual do SNA;
Prerrogativas l) Implementação de políticas de integração das ações de sane-
a) Transferência, regular e automática, dos recursos referentes amento às de saúde;
ao valor per capita definido para o financiamento dos procedimen- m) Coordenação das atividades de vigilância epidemiológica e
tos constantes do Anexo 3 desta Norma , após qualificação da mi- de controle de doenças e execução complementar conforme pactu-
crorregião na qual está inserido, para sua própria população e, caso ação estabelecida com a Fundação Nacional de Saúde.
seja sede de módulo assistencial, para a sua própria população e n) Execução de operações complexas voltadas ao controle de
população dos municípios abrangidos; doenças que possam se beneficiar da economia de escala;
b) Receber, diretamente no Fundo Municipal de Saúde, o mon- o) Coordenação das atividades de vigilância sanitária e execu-
tante total de recursos federais correspondente ao limite financeiro ção complementar conforme a legislação em vigor e pactuação es-
programado para o município, compreendendo a parcela destinada tabelecida com a ANVISA;
ao atendimento da população própria e aquela destinada ao aten- p) Execução das ações básicas de vigilância sanitária referentes
dimento à população referenciada, de acordo com o Termo de Com- aos municípios não habilitados nas condições de gestão estabeleci-
promisso para Garantia de Acesso firmado; das nesta Norma ;
c) Gestão do conjunto das unidades ambulatoriais especializa- q) Execução das ações de média e alta complexidade de vigilân-
das e hospitalares, estatais ou privadas, estabelecidas no território cia sanitária, exceto as realizadas pelos municípios habilitados na
municipal. condição de Gestão Plena de Sistema Municipal;
III.1.2 - Do processo de habilitação dos Estados r) apoio logístico e estratégico às atividades de atenção à saúde
49 - A partir da publicação desta Norma, os estados podem das populações indígenas, na conformidade de critérios estabeleci-
habilitar-se em duas condições: dos pela CIT.
GESTÃO AVANÇADA DO SISTEMA ESTADUAL Requisitos
GESTÃO PLENA DO SISTEMA ESTADUAL. a) Apresentar o Plano Estadual de Saúde, aprovado pelo CES,
50 – São atributos comuns as duas condições de gestão esta- contendo minimamente:
dual: - Quadro de Metas, compatível com a Agenda de Compromis-
Responsabilidades sos, por meio do qual a execução do Plano será acompanhada anu-
a) Elaboração do Plano Estadual de Saúde, e do Plano Diretor almente nos relatórios de gestão;
de Regionalização conforme previsto no Item 2 – Capítulo I desta - programação integrada das ações ambulatoriais, hospitalares
Norma; e de alto custo, de epidemiologia e de controle de doenças – incluin-
b) Coordenação da PPI do estado, contendo a referência in- do, entre outras, as atividades de vacinação, de controle de vetores
termunicipal e pactos de negociação na CIB para alocação dos re- e de reservatórios – de saneamento, de pesquisa e desenvolvimento
cursos, conforme expresso no item que descreve a PPI, nos termos tecnológico, de educação e de comunicação em saúde, bem como as
desta Norma; relativas às ocorrências mórbidas decorrentes de causas externas;
c) Gestão e gerência de unidades estatais de hemonúcleos/he- - estratégias de descentralização das ações de saúde para mu-
mocentros e de laboratórios de referência para controle de qualida- nicípios;
de, vigilância sanitária e vigilância epidemiológica; - estratégias de reorganização do modelo de atenção;
d) Formulação e execução da política de sangue e hemoterapia, - Plano Diretor de Regionalização, explicitando: módulos assis-
de acordo com a política nacional; tenciais, microrregiões e regiões, com a identificação dos núcleos
e) Coordenação do sistema de referências intermunicipais, dos módulos assistenciais e dos pólos microrregionais e regionais
organizando o acesso da população, bem como a normalização e de média complexidade; os prazos para qualificação das microrregi-
operação de câmara de compensação para internações, procedi- ões; o plano diretor de investimento para a formação e expansão de
mentos especializados e de alto custo e ou alta complexidade, via- módulos assistenciais; proposição de estratégias de monitoramento
bilizando com os municípios-pólo os Termos de Compromisso para e garantia de referências intermunicipais e critérios de revisão peri-
a Garantia de Acesso; ódica dos tetos financeiros dos municípios;
f) Gestão dos sistemas municipais nos municípios não habili- b) Apresentar a Programação Pactuação Integrada, baseada
tados; no Plano de Regionalização, conforme definido no Item 5 – Capítulo
g) Formulação e execução da política estadual de assistência I e Seção II.1 Capítulo II desta Norma;
farmacêutica, de acordo com a política nacional; c) Alimentar com os dados financeiros do Estado no Sistema de
h) Normalização complementar de mecanismos e instrumen- Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde – SIOPS;
tos de administração da oferta e controle da prestação de serviços d) Comprovar o funcionamento da CIB;
ambulatoriais, hospitalares, de alto custo, do tratamento fora do e) Comprovar a operação do Fundo Estadual de Saúde;
domicílio e dos medicamentos e insumos especiais;
175
LEGISLAÇÃO
f) Apresentar relatório de gestão aprovado pelo CES, relativo ao a) Cadastro, contratação, controle, avaliação e auditoria e pa-
ano anterior à solicitação do pleito; gamento aos prestadores do conjunto dos serviços sob gestão es-
g) Comprovar a transferência da gestão da atenção hospitalar tadual;
e ambulatorial aos municípios habilitados, conforme a respectiva b) Operação do SIA/SUS e do SIH/SUS, conforme normas do MS,
condição de gestão; e alimentação dos bancos de dados de interesse nacional.
h) Comprovar a estruturação do componente estadual do SNA; Requisitos
i) Comprovar capacidade técnica e administrativa e condições a) Comprovar a implementação da programação integrada das
materiais para o exercício de suas responsabilidades e prerrogati- ações ambulatoriais, hospitalares e de alto custo, contendo a refe-
vas, quanto à contratação, pagamento, controle, avaliação e audi- rência intermunicipal e os critérios para a sua elaboração;
toria dos serviços sob sua gestão e quanto à avaliação do impacto b) Comprovar a operacionalização de mecanismos e instrumen-
das ações do Sistema sobre as condições de saúde da população do tos de regulação dos serviços ambulatoriais e hospitalares;
estado. c) Dispor de 80% dos municípios habilitados nas condições de
j) Comprovar, por meio de alimentação do SIOPS, a dotação or- gestão estabelecidas nesta Norma, independente do seu contingen-
çamentária do ano e o dispêndio no ano anterior, correspondente à te populacional; ou 50% dos municípios, desde que, nestes, residam
contrapartida de recursos financeiros próprios do Tesouro Estadual, 80% da população;
de acordo com a Emenda Constitucional nº 29, de 14 de setembro d) Dispor de 50% do valor do Teto Financeiro da Assistência/TFA
de 2000; do estado comprometido com transferências regulares e automáti-
k) Comprovar a Certificação do processo de descentralização cas aos municípios;
das ações de epidemiologia e controle de doenças; e) Comprovar disponibilidade orçamentária e mecanismos de
l) Comprovar o funcionamento de serviço de vigilância sanitária pagamento aos prestadores públicos e privados, bem como de re-
no estado, organizado segundo a legislação e capacidade de desen- passe aos fundos municipais de saúde.
volvimento de ações de vigilância sanitária; f) Comprovar descentralização para os municípios habilitados
m) Apresentar à CIT a formalização do pleito, devidamente da rede de Unidades Assistenciais Básicas.
aprovado pelo CES e pela CIB, atestando o cumprimento dos requi- Prerrogativas
sitos gerais e específicos relativos à condição de gestão pleiteada. a) Transferência regular e automática dos recursos correspon-
51 - Além dos atributos comuns as duas condições de gestão dentes ao valor do TFA, deduzidas as transferências fundo a fundo
estadual, ficam estabelecidos os seguintes atributos específicos à realizadas a municípios habilitados;
Gestão Avançada do Sistema Estadual: b) Transferência regular e automática referente às ações reali-
Responsabilidades zadas na área de Vigilância Sanitária;
a) Contratação, controle, avaliação, auditoria e ordenação do c) Remuneração por serviços produzidos na área da vigilância
pagamento do conjunto dos serviços sob gestão estadual; sanitária;
b) Contratação, controle, avaliação, auditoria e pagamento d) Normalização complementar, pactuada na CIB e aprovada
dos prestadores de serviços incluídos no PAB dos municípios não pelo CES, relativa ao pagamento de prestadores de serviços assis-
habilitados; tenciais sob sua gestão, inclusive alteração de valores de procedi-
c) Operação do SIA/SUS, conforme normas do MS, e alimenta- mentos, tendo a tabela nacional como referência mínima;
ção dos bancos de dados de interesse nacional. e) Transferência de recursos referentes às ações de epidemiolo-
Requisitos gia e de controle de doenças.
a) Apresentar a programação pactuada e integrada ambulato- III . 2 - DA DESABILITAÇÃO
rial, hospitalar e de alto custo, contendo a referência intermunicipal III.2.1 - Da desabilitação dos municípios
e os critérios para sua elaboração; 53 - Cabe à Comissão Intergestores Bipartite Estadual a desa-
b) Dispor de 60% dos municípios do estado habilitados nas con- bilitação dos municípios, que deverá ser homologada pela Comissão
dições de gestão estabelecidas nesta Norma, independente do seu Intergestores Tripartite.
contingente populacional; ou 40% dos municípios habilitados, des- III.2.1.1 - Da condição de Gestão Plena da Atenção Básica Am-
de que, nestes, residam 60% da população; pliada
c) Dispor de 30% do valor do limite financeiro programado 54 - Os municípios habilitados em gestão plena da atenção bá-
comprometido com transferências regulares e automáticas aos mu- sica ampliada serão desabilitados quando:
nicípios. A - descumprirem as responsabilidades assumidas na habilita-
Prerrogativas ção do município;
a) Transferência regular e automática dos recursos correspon- B - apresentarem situação irregular na alimentação dos Bancos
dentes ao Piso Assistencial Básico/PAB relativos aos municípios não de Dados Nacionais por mais de 04 (quatro) meses consecutivos;
habilitados; C - a cobertura vacinal for menor do que 70% do preconizado
b) Transferência de recursos referentes às ações de vigilância pelo PNI para as vacinas: BCG, contra a poliomielite, contra o sa-
sanitária; rampo e DPT;
c) Transferência de recursos referentes às ações de epidemiolo- D - apresentarem produção de serviços insuficiente, segundo
gia e controle de doenças. parâmetros definidos pelo MS e aprovados pela CIT, de alguns pro-
52 - Além dos atributos comuns as duas condições de gestão cedimentos básicos estratégicos;
estadual, ficam estabelecidos os seguintes atributos específicos à E - não firmarem o Pacto de Indicadores da Atenção Básica;
Gestão Plena do Sistema Estadual: F - apresentarem irregularidades que comprometam a gestão
Responsabilidades municipal, identificadas pelo componente estadual e/ou nacional
do SNA.
176
LEGISLAÇÃO
55 - São motivos de suspensão imediata, pelo Ministério da 60 - Os municípios atualmente habilitados em Gestão Plena
Saúde, dos repasses financeiros transferidos mensalmente, Fundo a Atenção Básica e os que se habilitarem conforme previsto no Item
Fundo, para os municípios: 59, deste Capítulo, deverão se adequar às condições estabelecidas
A - Não pagamento aos prestadores de serviços sob sua ges- para a habilitação em Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada.
tão, públicos ou privados, até 60 (sessenta) dias após a apresenta- 61 - Os municípios atualmente habilitados em Gestão Plena
ção da fatura pelo prestador; do Sistema Municipal e os que se habilitarem conforme previsto no
B - Falta de alimentação dos bancos de dados nacionais por 02 Item 59, deste Capítulo, deverão se adequar, no prazo de 180 (cen-
(dois) meses consecutivos ou 03 (três) meses alternados; to e oitenta) dias, às condições estabelecidas para a habilitação
C - Indicação de suspensão por Auditoria realizada pelos com- em Gestão Plena do Sistema Municipal definidas nesta Norma, sob
ponentes estadual ou nacional do SNA, respeitado o prazo de defesa pena de desabilitação na modalidade.
do município envolvido. 61.1 – Estes municípios poderão se manter habilitados na Ges-
III.2.1.2 - Da condição de Gestão Plena do Sistema Municipal: tão Plena da Atenção Básica ou Atenção Básica Ampliada, de acor-
56 - Os municípios habilitados na gestão Plena do Sistema Mu- do com a avaliação descrita nos Subitens 6.5 e 6.6 – Item 6 Capítulo
nicipal serão desabilitados quando: I desta Norma.
A - não cumprirem as responsabilidades definidas para a ges- 62 - Os estados, cujos processos de habilitação já se encontram
tão Plena do Sistema Municipal; ou tramitando no Ministério da Saúde, terão 60 (sessenta) dias a partir
B - se enquadrarem na situação de desabilitação prevista no da data de publicação desta Norma, para resolver as pendências,
Item 54 - Capítulo III desta Norma; ou de forma a poder se habilitar de acordo com as regras da NOB-SUS
C - não cumprirem Termo de Compromisso para Garantia do 01/96.
Acesso. 63 - As responsabilidades, fluxos e prazos para melhor opera-
56.1 - São motivos de suspensão imediata, pelo MS, dos repas- cionalização dos processos de habilitação e desabilitação serão de-
ses financeiros a serem transferidos, mensalmente, fundo a fundo, finidas em portaria da SAS/MS, dentro de 30 (trinta) dias, a partir
para os municípios: da data de publicação desta Norma.
a) Não pagamento dos prestadores de serviços sob sua ges- 64 – Os estados deverão elaborar, 120 (cento e vinte) dias após
tão, públicos ou privados, em período até 60 (sessenta) dias após a a publicação da regulamentação dos planos de regionalização e da
apresentação da fatura pelo prestador. PPI prevista nesta Norma os respectivos planos diretores de regio-
b) Falta de alimentação dos bancos de dados nacionais por 02 nalização e PPI.
(dois) meses consecutivos ou 03 (três) meses alternados; 64.1 - Os municípios localizados em estados que não cumpri-
c) Indicação de suspensão por Auditoria realizada pelos compo- rem o prazo de que trata este item poderão, enquanto persistir esta
nentes estadual ou nacional do SNA, respeitado o prazo de defesa situação, habilitar-se de acordo com as regras de habilitação previs-
do município envolvido. tas na NOB-SUS 01/96.
III .2.2 - Da desabilitação dos estados 65 – No que concerne à regulamentação da assistência à saúde,
57 - Os Estados que não cumprirem as responsabilidades de- o disposto nesta NOAS-SUS atualiza as definições constantes da Por-
finidas para a forma de gestão à qual encontrarem-se habilitados taria GM/MS N° 2.203, de 05 de novembro de 1996, no que couber.
serão desabilitados pela CIT.
57.1 - São motivos de suspensão imediata pelo MS dos repasses LEI FEDERAL Nº 8.069/1990 (ESTATUTO DA CRIANÇA E
financeiros a serem transferidos, mensalmente, fundo a fundo, para DO ADOLESCENTE) E SUAS ALTERAÇÕES
os estados:
a) não pagamento dos prestadores de serviços sob sua gestão,
públicos ou privados, até 60 (sessenta) dias após a apresentação da TÍTULOI
fatura pelo prestador; DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
b) indicação de suspensão por auditoria realizada pelos compo-
nentes nacional do SNA, homologada pela CIT, apontando irregula- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao
ridades graves. adolescente.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pes-
CAPÍTULO IV - soa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excep-
58 - Os municípios habilitados segundo a NOB-SUS 01/96 na cionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um
Gestão Plena da Atenção Básica, após avaliados conforme o descri- anos de idade.
to no Subitem 6.5 – Item 6 – Capítulo I desta Norma, estarão habili- Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
tados na Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada. fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da prote-
59 - Os municípios terão os seguintes prazos, a partir da publi- ção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou
cação desta Norma, para se habilitarem de acordo com o estabele- por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes
cido pela NOB-SUS 01/96: facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social,
- 30 (trinta) dias após a publicação desta Norma para dar en- em condições de liberdade e de dignidade.
trada no processo de habilitação junto à Comissão Intergestores Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a
Bipartite; todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento,
- 60 (sessenta) dias para homologação da habilitação pela Co- situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença,
missão Intergestores Tripartite. deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem,
177
LEGISLAÇÃO
condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou § 5 o A assistência referida no § 4 o deste artigo deverá ser
outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comuni- prestada também a gestantes e mães que manifestem interesse em
dade em que vivem. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em se encontrem em situação de privação de liberdade. (Redação dada
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a pela Lei nº 13.257, de 2016)
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, § 6 o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompa-
à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à nhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do traba-
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comu- lho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257,
nitária. de 2016)
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: § 7 o A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer cir- materno, alimentação complementar saudável e crescimento e de-
cunstâncias; senvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a cria-
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de re- ção de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral
levância pública; da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais § 8 o A gestante tem direito a acompanhamento saudável du-
públicas; rante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas rela- -se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por
cionadas com a proteção à infância e à juventude. motivos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qual- § 9 o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante
quer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto. (In-
por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. cluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins § 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher
sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos com filho na primeira infância que se encontrem sob custódia em
e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas
do adolescente como pessoas em desenvolvimento. sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhi-
mento do filho, em articulação com o sistema de ensino competen-
TÍTULOII te, visando ao desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da
CAPÍTULO I Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente na semana
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar in-
formações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida para a redução da incidência da gravidez na adolescência. (Incluído
e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que pela Lei nº 13.798, de 2019)
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto
em condições dignas de existência. no caput deste artigo ficarão a cargo do poder público, em conjunto
Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos progra- com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas prioritaria-
mas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reproduti- mente ao público adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
vo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gra- Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores pro-
videz, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e piciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive
pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) § 1 o Os profissionais das unidades primárias de saúde desen-
§ 1 o O atendimento pré-natal será realizado por profissionais volverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao
da atenção primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) planejamento, à implementação e à avaliação de ações de pro-
§ 2 o Os profissionais de saúde de referência da gestante garan- moção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação
tirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabele- complementar saudável, de forma contínua. (Incluído pela Lei nº
cimento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção 13.257, de 2016)
da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) § 2 o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal de-
§ 3 o Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegu- verão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite
rarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à
acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. (Re- saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de
§ 4 o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psi- prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
cológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua im-
como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado pressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem preju-
puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa
competente;
178
LEGISLAÇÃO
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de § 4º Durante os atendimentos de pré-natal e de puerpério ime-
anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como pres- diato, os profissionais de saúde devem informar a gestante e os
tar orientação aos pais; acompanhantes sobre a importância do teste do pezinho e sobre as
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem neces- eventuais diferenças existentes entre as modalidades oferecidas no
sariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do Sistema Único de Saúde e na rede privada de saúde. (Incluído pela
neonato; Lei nº 14.154, de 2021) Vigência
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado vol-
permanência junto à mãe. tadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sis-
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, pres- tema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso
tando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe per- a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saú-
manecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já exis- de. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
tente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017) (Vigência) § 1 o A criança e o adolescente com deficiência serão atendi-
§ 1º Os testes para o rastreamento de doenças no recém-nas- dos, sem discriminação ou segregação, em suas necessidades gerais
cido serão disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, no âmbito de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. (Redação dada
do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), na forma da pela Lei nº 13.257, de 2016)
regulamentação elaborada pelo Ministério da Saúde, com imple- § 2 o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àque-
mentação de forma escalonada, de acordo com a seguinte ordem les que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras
de progressão: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou rea-
I – etapa 1: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência bilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de
a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias; (Incluída pela cuidado voltadas às suas necessidades específicas. (Redação dada
Lei nº 14.154, de 2021) Vigência pela Lei nº 13.257, de 2016)
b) hipotireoidismo congênito; (Incluída pela Lei nº 14.154, de § 3 o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente
2021) Vigência de crianças na primeira infância receberão formação específica e
c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias; (Incluída permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvolvi-
pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência mento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer
d) fibrose cística; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) Vi- necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
gência Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive
e) hiperplasia adrenal congênita; (Incluída pela Lei nº 14.154, as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados interme-
de 2021) Vigência diários, deverão proporcionar condições para a permanência em
f) deficiência de biotinidase; (Incluída pela Lei nº 14.154, de tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de inter-
2021) Vigência nação de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº 13.257,
g) toxoplasmose congênita; (Incluída pela Lei nº 14.154, de de 2016)
2021) Vigência Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico,
II – etapa 2: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança
a) galactosemias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) Vi- ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho
gência Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providên-
b) aminoacidopatias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de cias legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)
2021) Vigência § 1 o As gestantes ou mães que manifestem interesse em entre-
c) distúrbios do ciclo da ureia; (Incluída pela Lei nº 14.154, de gar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas,
2021) Vigência sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluí-
d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos; (Incluída do pela Lei nº 13.257, de 2016)
pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência § 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entra-
III – etapa 3: doenças lisossômicas; (Incluído pela Lei nº 14.154, da, os serviços de assistência social em seu componente especia-
de 2021) Vigência lizado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social
IV – etapa 4: imunodeficiências primárias; (Incluído pela Lei nº (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da
14.154, de 2021) Vigência Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao
V – etapa 5: atrofia muscular espinhal. (Incluído pela Lei nº atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com
14.154, de 2021) Vigência suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formu-
§ 2º A delimitação de doenças a serem rastreadas pelo teste lando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede
do pezinho, no âmbito do PNTN, será revisada periodicamente, com e, se necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº
base em evidências científicas, considerados os benefícios do ras- 13.257, de 2016)
treamento, do diagnóstico e do tratamento precoce, priorizando as Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de
doenças com maior prevalência no País, com protocolo de trata- assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermida-
mento aprovado e com tratamento incorporado no Sistema Único des que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas
de Saúde. (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
§ 3º O rol de doenças constante do § 1º deste artigo poderá ser § 1 o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos reco-
expandido pelo poder público com base nos critérios estabelecidos mendados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado do parágrafo
no § 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vi- único pela Lei nº 13.257, de 2016)
gência
179
LEGISLAÇÃO
§ 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de
bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: (Incluído
intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mu- pela Lei nº 13.010, de 2014)
lher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 3 o A atenção odontológica à criança terá função educativa b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de
protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por 2014)
meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bu- Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os res-
cal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) ponsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioeducati-
§ 4 o A criança com necessidade de cuidados odontológicos es- vas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de ado-
peciais será atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Incluído pela lescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo
Lei nº 13.257, de 2016) físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção,
§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos,
primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instrumen- sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que
to construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (Incluído pela
pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu de- Lei nº 13.010, de 2014)
senvolvimento psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017) (Vi- I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de pro-
gência) teção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátri-
CAPÍTULO II co; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (In-
cluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especiali-
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de de- zado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
senvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
garantidos na Constituição e nas leis. VI - garantia de tratamento de saúde especializado à víti-
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspec- ma. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
tos: Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão apli-
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitá- cadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências
rios, ressalvadas as restrições legais; legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso; CAPÍTULO III
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discrimina-
ção; SEÇÃO I
VI - participar da vida política, na forma da lei; DISPOSIÇÕES GERAIS
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da inte- Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e edu-
gridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abran- cado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substi-
gendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos tuta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente
valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do nº 13.257, de 2016)
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, § 1 o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em pro-
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. grama de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação re-
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educa- avaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade
dos e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe
ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamenta-
qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família da pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em
ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art.
medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela Lei § 2 o A permanência da criança e do adolescente em progra-
nº 13.010, de 2014) ma de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 18
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu
pela Lei nº 13.010, de 2014) superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade ju-
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva apli- diciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
cada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que § 3 o A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescen-
resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) te à sua família terá preferência em relação a qualquer outra pro-
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) vidência, caso em que será esta incluída em serviços e programas
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
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LEGISLAÇÃO
de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1 o do art. 23, dos § 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimen-
incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. to, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 13.509, de 2017)
§ 4 o Será garantida a convivência da criança e do adolescente § 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crian-
com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas perió- ças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trin-
dicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimen- ta) dias, contado a partir do dia do acolhimento. (Incluído pela Lei
to institucional, pela entidade responsável, independentemente de nº 13.509, de 2017)
autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhi-
§ 5 o Será garantida a convivência integral da criança com a mento institucional ou familiar poderão participar de programa de
mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional. (Incluído apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
pela Lei nº 13.509, de 2017) § 1 o O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcio-
§ 6 o A mãe adolescente será assistida por equipe especializada nar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para
multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em en- desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, edu-
tregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será cacional e financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei § 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de
nº 13.509, de 2017) 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que
§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissio- cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento
nal da Justiça da Infância e da Juventude, que apresentará relatório de que fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos § 3 o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescen-
do estado gestacional e puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de te a fim de colaborar para o seu desenvolvimento. (Incluído pela Lei
2017) nº 13.509, de 2017)
§ 2 o De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá de- § 4 o O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinha-
terminar o encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua ex- do será definido no âmbito de cada programa de apadrinhamento,
pressa concordância, à rede pública de saúde e assistência social com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibili-
para atendimento especializado. (Incluído pela Lei nº 13.509, de dade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva. (Inclu-
2017) ído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3 o A busca à família extensa, conforme definida nos termos § 5 o Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados
do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser executados por
de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período. (Incluído pela órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil. (Incluído
Lei nº 13.509, de 2017) pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4 o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de § 6 o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os res-
não existir outro representante da família extensa apto a receber a ponsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento deverão
guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a ex- imediatamente notificar a autoridade judiciária competente. (Inclu-
tinção do poder familiar e determinar a colocação da criança sob a ído pela Lei nº 13.509, de 2017)
guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de enti- Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
dade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou institu- ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
cional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
§ 5 o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em igual-
ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve ser dade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser
manifestada na audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 desta a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso
Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509, de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a
de 2017) solução da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o ge- de 2009) Vigência
nitor nem representante da família extensa para confirmar a inten- Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e edu-
ção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária cação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes,
suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-la. (Incluído Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm di-
pela Lei nº 13.509, de 2017) reitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cui-
§ 7 o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito
dias para propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à data de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados
do término do estágio de convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509, os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº
de 2017) 13.257, de 2016)
§ 8 o Na hipótese de desistência pelos genitores - manifesta- Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não cons-
da em audiência ou perante a equipe interprofissional - da entrega titui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio po-
da criança após o nascimento, a criança será mantida com os geni- der poder familiar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
tores, e será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude 2009) Vigência
o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta)
dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
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LEGISLAÇÃO
§ 1 o Não existindo outro motivo que por si só autorize a decre- § 4 o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela
tação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada
família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plena-
serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção. (Re- mente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em
dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos frater-
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a nais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por § 5 o A colocação da criança ou adolescente em família subs-
crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igualmente tituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanha-
titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro des- mento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço
cendente. (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018) da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder fami- apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal
liar serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditó- de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº
rio, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de 12.010, de 2009) Vigência
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude § 6 o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou
o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda
gência obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e
SEÇÃO II cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições,
DA FAMÍLIA NATURAL desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais
reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído pela
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído
aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal
criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adoles-
afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência centes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofis-
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reco- sional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Incluído pela
nhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro docu- Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pes-
mento público, qualquer que seja a origem da filiação. soa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natu-
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimen- reza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.
to do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes. Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá trans-
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito per- ferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades gover-
sonalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado namentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.
contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui
o segredo de Justiça. medida excepcional, somente admissível na modalidade de adoção.
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável presta-
SEÇÃO III rá compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, me-
DA FAMÍLIA SUBSTITUTA diante termo nos autos.
SUBSEÇÃO I SUBSEÇÃO II
DISPOSIÇÕES GERAIS DA GUARDA
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material,
guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu de-
da criança ou adolescente, nos termos desta Lei. tentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei nº
§ 1 o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será pre- 12.010, de 2009) Vigência
viamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo
de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tu-
da medida, e terá sua opinião devidamente considerada. (Redação tela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de
§ 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será ne- tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a fal-
cessário seu consentimento, colhido em audiência. (Redação dada ta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de representação para a prática de atos determinados.
§ 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de
parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evi- dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previ-
tar ou minorar as consequências decorrentes da medida. (Incluído denciários.
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar § 4 o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá cons-
o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o tar nas certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
curatelado. 2009) Vigência
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do § 5 o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e,
representante legal do adotando. a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido desti- § 6 o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo ado-
tuídos do pátrio poder poder familiar . (Expressão substituída pela tante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, de 2009) Vigência
será também necessário o seu consentimento. § 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julga-
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência do da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6 o do
com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbi-
dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiarida- to. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
des do caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) § 8 o O processo relativo à adoção assim como outros a ele
§ 1 o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o ado- relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu arma-
tando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante duran- zenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua
te tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência conservação para consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº
da constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em
§ 2 o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispen- que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com
sa da realização do estágio de convivência. (Redação dada pela Lei doença crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014)
nº 12.010, de 2009) Vigência § 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será
§ 2 o -A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por igual
pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão fun- período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciá-
damentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, ria. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
de 2017) Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológi-
§ 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domi- ca, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medi-
ciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 30 da foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (de-
(trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável zoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamen- Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser
tada da autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pe-
de 2017) dido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica. (In-
§ 3 o -A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste artigo, deverá cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ser apresentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no § Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio po-
4 o deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da adoção der poder familiar dos pais naturais. (Expressão substituída pela Lei
à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4 o O estágio de convivência será acompanhado pela equi- Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca
pe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em con-
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela exe- dições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na ado-
cução da política de garantia do direito à convivência familiar, que ção. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferi- § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta
mento da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público.
§ 5 o O estágio de convivência será cumprido no território na- § 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfi-
cional, preferencialmente na comarca de residência da criança ou zer os requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previs-
adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, tas no art. 29.
em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de resi- § 3 o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um
dência da criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equi-
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, pe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente
que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política mu-
fornecerá certidão. nicipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
bem como o nome de seus ascendentes. § 4 o Sempre que possível e recomendável, a preparação referi-
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o regis- da no § 3 o deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescen-
tro original do adotado. tes em acolhimento familiar ou institucional em condições de serem
§ 3 o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação
no Cartório do Registro Civil do Município de sua residência. (Reda- da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio
ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e pela
execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO
§ 5 o Serão criados e implementados cadastros estaduais e na- Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o
cional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados pretendente possui residência habitual em país-parte da Convenção
e de pessoas ou casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças
12.010, de 2009) Vigência e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promulgada
§ 6 o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais resi- pelo Decreto n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja adotar
dentes fora do País, que somente serão consultados na inexistência criança em outro país-parte da Convenção. (Redação dada pela Lei
de postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no nº 13.509, de 2017)
§ 5 o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1 o A adoção internacional de criança ou adolescente bra-
§ 7 o As autoridades estaduais e federais em matéria de ado- sileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar
ção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de comprovado: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
informações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. (In- I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência caso concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 8 o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação
(quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em da criança ou adolescente em família adotiva brasileira, com a
condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar comprovação, certificada nos autos, da inexistência de adotantes
na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferi- habilitados residentes no Brasil com perfil compatível com a crian-
da sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional refe- ça ou adolescente, após consulta aos cadastros mencionados nesta
ridos no § 5 o deste artigo, sob pena de responsabilidade. (Incluído Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi con-
§ 9 o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manu- sultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e
tenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior comuni- que se encontra preparado para a medida, mediante parecer elabo-
cação à Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº rado por equipe interprofissional, observado o disposto nos §§ 1 o e
12.010, de 2009) Vigência 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pre- gência
tendentes habilitados residentes no País com perfil compatível e § 2 o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos
interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente inscri- estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou ado-
to nos cadastros existentes, será realizado o encaminhamento da lescente brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
criança ou adolescente à adoção internacional. (Redação dada pela gência
Lei nº 13.509, de 2017) § 3 o A adoção internacional pressupõe a intervenção das Auto-
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em ridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção interna-
sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e re- cional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
comendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em § 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
programa de acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento
2009) Vigência previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adapta-
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos ções: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. (In- I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar crian-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ça ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candi- à adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção in-
dato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos ternacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está
desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência situada sua residência habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei nº 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que
II - for formulada por parente com o qual a criança ou adoles- os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um re-
cente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; (Incluído pela latório que contenha informações sobre a identidade, a capacidade
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pes-
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal soal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que os animam e
de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso sua aptidão para assumir uma adoção internacional; (Incluída pela
de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qual- III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório
quer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato IV - o relatório será instruído com toda a documentação ne-
deverá comprovar, no curso do procedimento, que preenche os re- cessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe inter-
quisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Incluído profissional habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência acompanhada da respectiva prova de vigência; (Incluída pela Lei nº
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas inte- 12.010, de 2009) Vigência
ressadas em adotar criança ou adolescente com deficiência, com
doença crônica ou com necessidades específicas de saúde, além de
grupo de irmãos. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
185
LEGISLAÇÃO
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente Central Federal Brasileira, mediante publicação de portaria do ór-
autenticados pela autoridade consular, observados os tratados e gão federal competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tradu- gência
ção, por tradutor público juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010, III - estar submetidos à supervisão das autoridades competen-
de 2009) Vigência tes do país onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusive
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e quanto à sua composição, funcionamento e situação financeira; (In-
solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do postulan- cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
te estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida; (Incluída IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem como relató-
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central rio de acompanhamento das adoções internacionais efetuadas no
Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira com a nacio- período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia
nal, além do preenchimento por parte dos postulantes à medida Federal; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu deferimen- V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade
to, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação do país de Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Bra-
acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção internacio- sileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório
nal, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluída pela Lei será mantido até a juntada de cópia autenticada do registro civil,
nº 12.010, de 2009) Vigência estabelecendo a cidadania do país de acolhida para o adotado; (In-
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será auto- cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
rizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotan-
da Juventude do local em que se encontra a criança ou adolescente, tes encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia da
conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual. (In- certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado de
cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos. (Incluída pela Lei nº
§ 1 o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, ad- 12.010, de 2009) Vigência
mite-se que os pedidos de habilitação à adoção internacional sejam § 5 o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4 o deste
intermediados por organismos credenciados. (Incluída pela Lei nº artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a suspensão
12.010, de 2009) Vigência de seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
§ 2 o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o cre- gência
denciamento de organismos nacionais e estrangeiros encarregados § 6 o O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro
de intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, com encarregado de intermediar pedidos de adoção internacional terá
posterior comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publi- validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
cação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da inter- gência
net. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 7 o A renovação do credenciamento poderá ser concedida
§ 3 o Somente será admissível o credenciamento de organismos mediante requerimento protocolado na Autoridade Central Federal
que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do respectivo
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de prazo de validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade Central § 8 o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu
do país onde estiverem sediados e no país de acolhida do adotando a adoção internacional, não será permitida a saída do adotando do
para atuar em adoção internacional no Brasil; (Incluída pela Lei nº território nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência § 9 o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciá-
II - satisfizerem as condições de integridade moral, competên- ria determinará a expedição de alvará com autorização de viagem,
cia profissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos paí- bem como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoria-
ses respectivos e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluí- mente, as características da criança ou adolescente adotado, como
da pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação foto recente e a aposição da impressão digital do seu polegar di-
e experiência para atuar na área de adoção internacional; (Incluída reito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídi- 2009) Vigência
co brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Autoridade Central § 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qual-
Federal Brasileira. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência quer momento, solicitar informações sobre a situação das crianças
§ 4 o Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído pela e adolescentes adotados (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência gência
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e § 11. A cobrança de valores por parte dos organismos creden-
dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do país ciados, que sejam considerados abusivos pela Autoridade Central
onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Autoridade Federal Brasileira e que não estejam devidamente comprovados, é
Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- causa de seu descredenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
gência 2009) Vigência
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de § 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser re-
reconhecida idoneidade moral, com comprovada formação ou ex- presentados por mais de uma entidade credenciada para atuar na
periência para atuar na área de adoção internacional, cadastradas cooperação em adoção internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010,
pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade de 2009) Vigência
186
LEGISLAÇÃO
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado da, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente
fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser ser oriundo de país que não tenha aderido à Convenção referida, o
renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional. (Incluído
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de organis- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de pro-
gramas de acolhimento institucional ou familiar, assim como com CAPÍTULO IV
crianças e adolescentes em condições de serem adotados, sem a de- DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO
vida autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- LAZER
gência
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, vi-
ou suspender a concessão de novos credenciamentos sempre que sando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o
julgar necessário, mediante ato administrativo fundamentado. (In- exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, asseguran-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do-se-lhes:
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descre- I - igualdade de condições para o acesso e permanência na es-
denciamento, o repasse de recursos provenientes de organismos cola;
estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção inter- II - direito de ser respeitado por seus educadores;
nacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas. (Incluído pela III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência às instâncias escolares superiores;
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efe- IV - direito de organização e participação em entidades estu-
tuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e estarão dantis;
sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos da Crian- V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residên-
ça e do Adolescente (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cia, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação bási-
ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha ca. (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019)
sido processado em conformidade com a legislação vigente no país Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência
de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da do processo pedagógico, bem como participar da definição das pro-
referida Convenção, será automaticamente recepcionada com o postas educacionais.
reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e agremia-
§ 1 o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do ções recreativas e de estabelecimentos congêneres assegurar medi-
Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser homologada das de conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso ou de-
pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de pendência de drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
2009) Vigência Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
§ 2 o O pretendente brasileiro residente no exterior em país não I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os
ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no Brasil, que a ele não tiveram acesso na idade própria;
deverá requerer a homologação da sentença estrangeira pelo Su- II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao
perior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- ensino médio;
gência III - atendimento educacional especializado aos portadores de
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
país de acolhida, a decisão da autoridade competente do país de IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero
origem da criança ou do adolescente será conhecida pela Autori- a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
dade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilita- V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
ção dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central criação artística, segundo a capacidade de cada um;
Federal e determinará as providências necessárias à expedição do VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do
Certificado de Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, adolescente trabalhador;
de 2009) Vigência VII - atendimento no ensino fundamental, através de progra-
§ 1 o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Pú- mas suplementares de material didático-escolar, transporte, ali-
blico, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão se mentação e assistência à saúde.
restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à or- § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público
dem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou do subjetivo.
adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder pú-
§ 2 o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista blico ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autorida-
no § 1 o deste artigo, o Ministério Público deverá imediatamente re- de competente.
querer o que for de direito para resguardar os interesses da criança § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no en-
ou do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade sino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
Central Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central Fe- responsável, pela freqüência à escola.
deral Brasileira e à Autoridade Central do país de origem. (Incluído Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino funda-
país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país de ori- mental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
gem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ain- I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
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LEGISLAÇÃO
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgo- § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho
tados os recursos escolares; efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho
III - elevados níveis de repetência. não desfigura o caráter educativo.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à pro-
novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, meto- teção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:
dologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório. II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores cul-
turais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança TÍTULOIII
e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o DA PREVENÇÃO
acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, esti- CAPÍTULO I
mularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para pro- DISPOSIÇÕES GERAIS
gramações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância
e a juventude. Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou
violação dos direitos da criança e do adolescente.
CAPÍTULO V Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO pios deverão atuar de forma articulada na elaboração de políticas
TRABALHO públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo
físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como
anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição principais ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Federal) I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada divulgação do direito da criança e do adolescente de serem educa-
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. dos e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-pro- ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos huma-
fissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de nos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
educação em vigor. II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguin- Público e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com os Con-
tes princípios: selhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com as entidades não
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regu- governamentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos direi-
lar; tos da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescen- III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais
te; de saúde, educação e assistência social e dos demais agentes que
III - horário especial para o exercício das atividades. atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegura- adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias
da bolsa de aprendizagem. à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao en-
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são frentamento de todas as formas de violência contra a criança e o
assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários. adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de
trabalho protegido. conflitos que envolvam violência contra a criança e o adolescen-
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime fa- te; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
miliar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garan-
governamental ou não-governamental, é vedado trabalho: tir os direitos da criança e do adolescente, desde a atenção pré-natal,
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as e de atividades junto aos pais e responsáveis com o objetivo de pro-
cinco horas do dia seguinte; mover a informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre alter-
II - perigoso, insalubre ou penoso; nativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu no processo educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articula-
IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüên- ção de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados
cia à escola. nas famílias em situação de violência, com participação de profis-
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho edu- sionais de saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de
cativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não-go- promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescen-
vernamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente te. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
que dele participe condições de capacitação para o exercício de ati- VII - a promoção de estudos e pesquisas, de estatísticas e de
vidade regular remunerada. outras informações relevantes às consequências e à frequência das
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em formas de violência contra a criança e o adolescente para a siste-
que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pesso- matização de dados nacionalmente unificados e a avaliação perió-
al e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo. dica dos resultados das medidas adotadas; (Incluído pela Lei nº
14.344, de 2022) Vigência
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável,
seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano crianças e adolescentes desaparecidos;
físico em caso de utilização indevida; V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos
V - revistas e publicações a que alude o art. 78; da criança e do adolescente.
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em período de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo
hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se auto- exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescen-
rizado ou acompanhado pelos pais ou responsável. tes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de
SEÇÃO III guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar
DA AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de
adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com de-
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezes- ficiências e de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
seis) anos poderá viajar para fora da comarca onde reside desacom- 2009) Vigência
panhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização ju- Parágrafo único. A linha de ação da política de atendimento a
dicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) que se refere o inciso IV do caput deste artigo será executada em
§ 1º A autorização não será exigida quando: cooperação com o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas,
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou criado pela Lei nº 13.812, de 16 de março de 2019, com o Cadastro
do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, criado pela Lei
da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; (Reda- nº 12.127, de 17 de dezembro de 2009, e com os demais cadastros,
ção dada pela Lei nº 13.812, de 2019) sejam eles nacionais, estaduais ou municipais. (Incluído pela Lei nº
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos es- 14.548, de 2023)
tiver acompanhado: (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, com- I - municipalização do atendimento;
provado documentalmente o parentesco; II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e contro-
ou responsável. ladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação po-
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou res- pular paritária por meio de organizações representativas, segundo
ponsável, conceder autorização válida por dois anos. leis federal, estaduais e municipais;
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização III - criação e manutenção de programas específicos, observada
é dispensável, se a criança ou adolescente: a descentralização político-administrativa;
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressa- vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do
mente pelo outro através de documento com firma reconhecida. adolescente;
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério
criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, pre-
do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no ferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do
exterior. atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato
infracional;
PARTE ESPECIAL VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério
Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução
TÍTULOI das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos
em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista
CAPÍTULO I na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução
DISPOSIÇÕES GERAIS se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família
substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações VII - mobilização da opinião pública para a indispensável parti-
governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do cipação dos diversos segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei nº
Distrito Federal e dos municípios. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento: VIII - especialização e formação continuada dos profissionais
I - políticas sociais básicas; que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância,
II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre desen-
social de garantia de proteção social e de prevenção e redução de volvimento infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências; (Reda- IX - formação profissional com abrangência dos diversos direi-
ção dada pela Lei nº 13.257, de 2016) tos da criança e do adolescente que favoreça a intersetorialidade
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento
psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, integral; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
abuso, crueldade e opressão;
190
LEGISLAÇÃO
X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento III - em se tratando de programas de acolhimento institucio-
infantil e sobre prevenção da violência. (Incluído pela Lei nº 13.257, nal ou familiar, serão considerados os índices de sucesso na reinte-
de 2016) gração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conse- caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
lhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão
é considerada de interesse público relevante e não será remunera- funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direi-
da. tos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade.
CAPÍTULO II § 1 o Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO nº 12.010, de 2009) Vigência
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de
SEÇÃO I habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
DISPOSIÇÕES GERAIS b) não apresente plano de trabalho compatível com os princí-
pios desta Lei;
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela c) esteja irregularmente constituída;
manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
e execução de programas de proteção e sócio-educativos destina- e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e delibe-
dos a crianças e adolescentes, em regime de: (Vide) rações relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas
I - orientação e apoio sócio-familiar; pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos
II - apoio sócio-educativo em meio aberto; os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - colocação familiar; § 2 o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, ca-
IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº bendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adoles-
12.010, de 2009) Vigência cente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação,
V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela Lei observado o disposto no § 1 o deste artigo. (Incluído pela Lei nº
nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.010, de 2009) Vigência
VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhi-
2012) (Vide) mento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes princí-
VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de pios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2012) (Vide) I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reinte-
VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) gração familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên-
§ 1º As entidades governamentais e não governamentais deve- cia
rão proceder à inscrição de seus programas, especificando os regi- II - integração em família substituta, quando esgotados os
mes de atendimento, na forma definida neste artigo, no Conselho recursos de manutenção na família natural ou extensa; (Redação
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
registro das inscrições e de suas alterações, do que fará comunica- III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
ção ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;
nº 12.010, de 2009) Vigência V - não desmembramento de grupos de irmãos;
§ 2º Os recursos destinados à implementação e manutenção VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras en-
dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas dota- tidades de crianças e adolescentes abrigados;
ções orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de VII - participação na vida da comunidade local;
Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se VIII - preparação gradativa para o desligamento;
o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente preco- IX - participação de pessoas da comunidade no processo edu-
nizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput cativo.
e parágrafo único do art. 4 o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, § 1 o O dirigente de entidade que desenvolve programa de aco-
de 2009) Vigência lhimento institucional é equiparado ao guardião, para todos os efei-
§ 3º Os programas em execução serão reavaliados pelo Con- tos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máxi- § 2 o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas
mo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para renovação de acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade ju-
da autorização de funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010, de diciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado
2009) Vigência acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como família, para fins da reavaliação prevista no § 1 o do art. 19 desta
às resoluções relativas à modalidade de atendimento prestado ex- Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, § 3 o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo
em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e Judiciário, promoverão conjuntamente a permanente qualificação
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atesta- dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em programas
das pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça da de acolhimento institucional e destinados à colocação familiar de
Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, Mi-
gência nistério Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
191
LEGISLAÇÃO
§ 4 o Salvo determinação em contrário da autoridade judiciá- XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
ria competente, as entidades que desenvolvem programas de aco- XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de
lhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do acordo com suas crenças;
Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, em XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máxi-
cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste arti- mo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade com-
go. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência petente;
§ 5 o As entidades que desenvolvem programas de acolhimento XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre
familiar ou institucional somente poderão receber recursos públicos sua situação processual;
se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e finalida- XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de
des desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas;
§ 6 o O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigen- XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos ado-
te de entidade que desenvolva programas de acolhimento familiar lescentes;
ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da apura- XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanha-
ção de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal. (Incluí- mento de egressos;
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da
§ 7 o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em cidadania àqueles que não os tiverem;
acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação de XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circuns-
educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos, tâncias do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou respon-
às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades básicas, sável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua
incluindo as de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257, formação, relação de seus pertences e demais dados que possibili-
de 2016) tem sua identificação e a individualização do atendimento.
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhi- § 1 o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste
mento institucional poderão, em caráter excepcional e de urgência, artigo às entidades que mantêm programas de acolhimento insti-
acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da auto- tucional e familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
ridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte gência
e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de § 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as
responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- entidades utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.
gência Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judi- recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em caráter tempo-
ciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o apoio do rário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a reco-
Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para promo- nhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de
ver a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente maus-tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
ou, se por qualquer razão não for isso possível ou recomendável,
para seu encaminhamento a programa de acolhimento familiar, ins- SEÇÃO II
titucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2 o do DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES
art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de interna- Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais
ção têm as seguintes obrigações, entre outras: referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os ado- Público e pelos Conselhos Tutelares.
lescentes; Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de apresentados ao estado ou ao município, conforme a origem das
restrição na decisão de internação; dotações orçamentárias.
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unida- Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento
des e grupos reduzidos; que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:
dignidade ao adolescente; I - às entidades governamentais:
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação a) advertência;
dos vínculos familiares; b) afastamento provisório de seus dirigentes;
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os ca- c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
sos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vín- d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
culos familiares; II - às entidades não-governamentais:
VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de a) advertência;
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos ne- b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
cessários à higiene pessoal; c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados d) cassação do registro.
à faixa etária dos adolescentes atendidos; § 1 o Em caso de reiteradas infrações cometidas por entida-
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e des de atendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados
farmacêuticos; nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público ou re-
X - propiciar escolarização e profissionalização;
192
LEGISLAÇÃO
presentado perante autoridade judiciária competente para as pro- VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades compe-
vidências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução tentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhe-
da entidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2 o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclu-
não governamentais responderão pelos danos que seus agentes sivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indispen-
causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descum- sável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do
primento dos princípios norteadores das atividades de proteção es- adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pecífica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a
necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o
TÍTULOII adolescente se encontram no momento em que a decisão é toma-
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO da; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada
CAPÍTULO I de modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e
DISPOSIÇÕES GERAIS o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na prote-
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são ção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às me-
aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ame- didas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou
açados ou violados: extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; em família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente,
III - em razão de sua conduta. respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de com-
preensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus
CAPÍTULO II direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO como esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
gência
Art. 99. As medidas previstas neste CAPÍTULO poderão ser apli- XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adoles-
cadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual- cente, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou
quer tempo. de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável,
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as ne- têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da
cessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao forta- medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião
lecimento dos vínculos familiares e comunitários. devidamente considerada pela autoridade judiciária competente,
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluído
das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direi- Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98,
tos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as se-
nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal; (Incluído guintes medidas:
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de responsabilidade;
de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à pro- II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
teção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adoles- III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento
centes são titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência oficial de ensino fundamental;
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários
plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescen- de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adoles-
tes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta cente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e soli- V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátri-
dária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipaliza- co, em regime hospitalar ou ambulatorial;
ção do atendimento e da possibilidade da execução de programas VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
2009) Vigência VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a inter- 12.010, de 2009) Vigência
venção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação
criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº
interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência § 1 o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de tran-
e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, di- sição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para
reito à imagem e reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei nº colocação em família substituta, não implicando privação de liber-
12.010, de 2009) Vigência dade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
193
LEGISLAÇÃO
§ 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para § 8 o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o res-
proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providên- ponsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucional
cias a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista
adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da au- ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em
toridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do Minis- igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento § 9 o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração
judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável da criança ou do adolescente à família de origem, após seu enca-
legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (Incluído pela minhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação,
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao
§ 3 o Crianças e adolescentes somente poderão ser encami- Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das
nhados às instituições que executam programas de acolhimento providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos
institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política mu-
Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obriga- nicipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destitui-
toriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de ção do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Incluído
2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou § 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo
de seu responsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de destituição do
2009) Vigência poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com complementares ou de outras providências indispensáveis ao ajui-
pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- zamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
cia § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas sobre
sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar e ins-
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio titucional sob sua responsabilidade, com informações pormenoriza-
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência das sobre a situação jurídica de cada um, bem como as providências
§ 4 o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do ado- tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em família
lescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimento substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. 28 desta
institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendi- Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de § 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Con-
ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciá- selho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos
ria competente, caso em que também deverá contemplar sua colo- Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assis-
cação em família substituta, observadas as regras e princípios desta tência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças
§ 5 o O plano individual será elaborado sob a responsabilida- e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período
de da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e le- de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela Lei nº
vará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a 12.010, de 2009) Vigência
oitiva dos pais ou do responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Art. 102. As medidas de proteção de que trata este CAPÍTULO
2009) Vigência serão acompanhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei nº
§ 6 o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos elemen-
nº 12.010, de 2009) Vigência tos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.
II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e (In- § 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência trata este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, go-
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a zando de absoluta prioridade.
criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, § 3 o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagra-
com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por do procedimento específico destinado à sua averiguação, conforme
expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de 1992. (Incluído
serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob dire- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ta supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, § 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste artigo, é dispensável
de 2009) Vigência o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministé-
§ 7 o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local rio Público se, após o não comparecimento ou a recusa do suposto
mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como parte pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encami-
do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a ne- nhada para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais § 5 o Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer
de orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos de
estimulado o contato com a criança ou com o adolescente acolhi- multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade. (In-
do. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
194
LEGISLAÇÃO
§ 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requeri- V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade com-
da do reconhecimento de paternidade no assento de nascimento petente;
e a certidão correspondente. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável
2016) em qualquer fase do procedimento.
TÍTULOIII CAPÍTULO IV
DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS
CAPÍTULO I SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade
crime ou contravenção penal. competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito I - advertência;
anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. II - obrigação de reparar o dano;
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada III - prestação de serviços à comunidade;
a idade do adolescente à data do fato. IV - liberdade assistida;
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponde- V - inserção em regime de semi-liberdade;
rão as medidas previstas no art. 101. VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
CAPÍTULO II § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infra-
ção.
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a
senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e funda- prestação de trabalho forçado.
mentada da autoridade judiciária competente. § 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência men-
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos tal receberão tratamento individual e especializado, em local ade-
responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de quado às suas condições.
seus direitos. Art. 113. Aplica-se a este CAPÍTULO o disposto nos arts. 99 e
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde 100.
se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI
judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria
indicada. e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão,
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de res- nos termos do art. 127.
ponsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determina- houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.
da pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear- SEÇÃO II
-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada DA ADVERTÊNCIA
a necessidade imperiosa da medida.
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será sub- Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que
metido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de prote- será reduzida a termo e assinada.
ção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida
fundada. SEÇÃO III
DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
CAPÍTULO III
DAS GARANTIAS PROCESSUAIS Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patri-
moniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o ado-
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade lescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por
sem o devido processo legal. outra forma, compense o prejuízo da vítima.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as se- Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida
guintes garantias: poderá ser substituída por outra adequada.
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracio-
nal, mediante citação ou meio equivalente;
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se
com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias
à sua defesa;
III - defesa técnica por advogado;
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados,
na forma da lei;
195
LEGISLAÇÃO
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na re- Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade,
alização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à
excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em pro- § 1º Será permitida a realização de atividades externas, a cri-
gramas comunitários ou governamentais. tério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as apti- judicial em contrário.
dões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada má- § 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua
xima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no
em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à máximo a cada seis meses.
jornada normal de trabalho. § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação
excederá a três anos.
SEÇÃO V § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o ado-
DA LIBERDADE ASSISTIDA lescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-liberdade
ou de liberdade assistida.
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afi- § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
gurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de
e orientar o adolescente. autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompa- § 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o poderá ser
nhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou pro- revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela
grama de atendimento. Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quan-
seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada do:
ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave amea-
Público e o defensor. ça ou violência a pessoa;
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida
outros: anteriormente imposta.
I - promover socialmente o adolescente e sua família, forne- § 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo
cendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada
oficial ou comunitário de auxílio e assistência social; judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do nº 12.594, de 2012) (Vide)
adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, haven-
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente do outra medida adequada.
e de sua inserção no mercado de trabalho; Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclu-
IV - apresentar relatório do caso. siva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abri-
go, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição
SEÇÃO VI física e gravidade da infração.
DO REGIME DE SEMI-LIBERDADE Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive
provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, en-
desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, pos- tre outros, os seguintes:
sibilitada a realização de atividades externas, independentemente I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Minis-
de autorização judicial. tério Público;
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, de- II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
vendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
comunidade. IV - ser informado de sua situação processual, sempre que so-
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, licitada;
no que couber, as disposições relativas à internação. V - ser tratado com respeito e dignidade;
VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela
mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pes-
soal;
X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e
salubridade;
XI - receber escolarização e profissionalização;
196
LEGISLAÇÃO
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos inci-
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; sos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e des- Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou
de que assim o deseje; abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judi-
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local ciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do
seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porven- agressor da moradia comum.
tura depositados em poder da entidade; Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixa-
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos ção provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o ado-
pessoais indispensáveis à vida em sociedade. lescente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. 2011)
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamen-
te a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos TÍTULOV
sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adoles- DO CONSELHO TUTELAR
cente.
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e men- CAPÍTULO I
tal dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de con- DISPOSIÇÕES GERAIS
tenção e segurança.
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo,
CAPÍTULO V não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumpri-
DA REMISSÃO mento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrati-
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apura- va do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar
ção de ato infracional, o representante do Ministério Público poderá como órgão integrante da administração pública local, composto de
conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, aten- 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato
dendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto social, de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos de
bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824, de 2019)
participação no ato infracional. Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da re- serão exigidos os seguintes requisitos:
missão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extin- I - reconhecida idoneidade moral;
ção do processo. II - idade superior a vinte e um anos;
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhe- III - residir no município.
cimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e
efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à
de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o
regime de semi-liberdade e a internação. direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expres- 2012)
so do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um
Público. terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº 12.696,
de 2012)
TÍTULOIV III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comu- do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao funciona-
nitários de proteção, apoio e promoção da família; (Redação dada mento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continuada
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) dos conselheiros tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, 2012)
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constitui-
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; rá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua
freqüência e aproveitamento escolar;
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a trata-
mento especializado;
VII - advertência;
VIII - perda da guarda;
IX - destituição da tutela;
X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder fami-
liar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
CAPÍTULO V SEÇÃO II
DOS IMPEDIMENTOS DO JUIZ
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infân-
e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, ir- cia e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma da lei
mãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou de organização judiciária local.
madrasta e enteado. Art. 147. A competência será determinada:
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao repre- II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta
sentante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância dos pais ou responsável.
e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital. § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autorida-
de do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão,
TÍTULOVI continência e prevenção.
DO ACESSO À JUSTIÇA § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade
competente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde
CAPÍTULO I sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente.
DISPOSIÇÕES GERAIS § 3º Em caso de infração cometida através de transmissão si-
multânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca,
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judi-
Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por ciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sen-
qualquer de seus órgãos. tença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela respectivo estado.
necessitarem, através de defensor público ou advogado nomeado. Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância para:
e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério
hipótese de litigância de má-fé. Público, para apuração de ato infracional atribuído a adolescente,
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados aplicando as medidas cabíveis;
e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção
por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou do processo;
processual. III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais,
à criança ou adolescente, sempre que os interesses destes colidirem difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o
com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de represen- disposto no art. 209;
tação ou assistência legal ainda que eventual. V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em enti-
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e ad- dades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
ministrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações
atribua autoria de ato infracional. contra norma de proteção à criança ou adolescente;
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não pode- VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar,
rá identificar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia, refe- aplicando as medidas cabíveis.
rência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente
iniciais do nome e sobrenome. (Redação dada pela Lei nº 10.764, nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da Infância
de 12.11.2003) e da Juventude para o fim de:
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refe- a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
re o artigo anterior somente será deferida pela autoridade judiciária b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder poder fa-
competente, se demonstrado o interesse e justificada a finalidade. miliar , perda ou modificação da tutela ou guarda; (Expressão subs-
tituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
CAPÍTULO II c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna
ou materna, em relação ao exercício do pátrio poder poder fami-
SEÇÃO I liar ; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
DISPOSIÇÕES GERAIS e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando fal-
tarem os pais;
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas f) designar curador especial em casos de apresentação de quei-
especializadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao xa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais ou extra-
Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de judiciais em que haja interesses de criança ou adolescente;
habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimen- g) conhecer de ações de alimentos;
to, inclusive em plantões. h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos
registros de nascimento e óbito.
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através
de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
199
LEGISLAÇÃO
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desa- § 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus
companhado dos pais ou responsável, em: procedimentos são contados em dias corridos, excluído o dia do
a) estádio, ginásio e campo desportivo; começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em dobro
b) bailes ou promoções dançantes; para a Fazenda Pública e o Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
c) boate ou congêneres; 13.509, de 2017)
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas; Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão. a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judici-
II - a participação de criança e adolescente em: ária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as providências
a) espetáculos públicos e seus ensaios; necessárias, ouvido o Ministério Público.
b) certames de beleza. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciá- o fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua família
ria levará em conta, dentre outros fatores: de origem e em outros procedimentos necessariamente contencio-
a) os princípios desta Lei; sos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
b) as peculiaridades locais; Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
c) a existência de instalações adequadas;
d) o tipo de freqüência habitual ao local; SEÇÃO II
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou fre- DA PERDA E DA SUSPENSÃO DO PÁTRIO PODER PODER
qüência de crianças e adolescentes; FAMILIAR
f) a natureza do espetáculo. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deve-
rão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações de Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do pá-
caráter geral. trio poder poder familiar terá início por provocação do Ministério
Público ou de quem tenha legítimo interesse. (Expressão substituída
SEÇÃO III pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
DOS SERVIÇOS AUXILIARES Art. 156. A petição inicial indicará:
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua pro- II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do reque-
posta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe rente e do requerido, dispensada a qualificação em se tratando de
interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da pedido formulado por representante do Ministério Público;
Juventude. III - a exposição sumária do fato e o pedido;
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o
atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer rol de testemunhas e documentos.
subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiên- Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judici-
cia, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orien- ária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do pátrio
tação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata poder poder familiar , liminar ou incidentalmente, até o julgamen-
subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifesta- to definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado
ção do ponto de vista técnico. a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade. (Expressão
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores pú- substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
blicos integrantes do Poder Judiciário responsáveis pela realização § 1 o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária deter-
dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras espécies de ava- minará, concomitantemente ao despacho de citação e independen-
liações técnicas exigidas por esta Lei ou por determinação judicial, temente de requerimento do interessado, a realização de estudo
a autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de perito, nos social ou perícia por equipe interprofissional ou multidisciplinar
termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Códi- para comprovar a presença de uma das causas de suspensão ou
go de Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) destituição do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art.
101 desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 de abril de
CAPÍTULO III 2017 . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
DOS PROCEDIMENTOS § 2 o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas,
é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe interprofissional
SEÇÃO I ou multidisciplinar referida no § 1 o deste artigo, de representantes
DISPOSIÇÕES GERAIS do órgão federal responsável pela política indigenista, observado o
disposto no § 6 o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509,
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se de 2017)
subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação proces- § 3º A concessão da liminar será, preferencialmente, precedida
sual pertinente. de entrevista da criança ou do adolescente perante equipe multidis-
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade ciplinar e de oitiva da outra parte, nos termos da Lei nº 13.431, de 4
absoluta na tramitação dos processos e procedimentos previstos de abril de 2017. (Incluído pela Lei nº 14.340, de 2022)
nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais § 4º Se houver indícios de ato de violação de direitos de criança
a eles referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ou de adolescente, o juiz comunicará o fato ao Ministério Público
e encaminhará os documentos pertinentes. (Incluído pela Lei nº
14.340, de 2022)
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LEGISLAÇÃO
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, § 1º (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e § 2 o Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público,
oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos. serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer
§ 1 o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se su-
para sua realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) cessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público, pelo
§ 2 o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pesso- tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez)
almente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) minutos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3 o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver pro- § 3 o A decisão será proferida na audiência, podendo a auto-
curado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, ridade judiciária, excepcionalmente, designar data para sua leitura
deverá, havendo suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
da família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que vol- 2017)
tará a fim de efetuar a citação, na hora que designar, nos termos § 4 o Quando o procedimento de destituição de poder fami-
do art. 252 e seguintes da Lei n o 13.105, de 16 de março de 2015 liar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá necessidade de
(Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) nomeação de curador especial em favor da criança ou adolescen-
§ 4 o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local in- te. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
certo ou não sabido, serão citados por edital no prazo de 10 (dez) Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento
dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a lo- será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de notória
calização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir esforços para
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir ad- preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação em fa-
vogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, poderá mília substituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incum- Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspen-
birá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir da são do poder familiar será averbada à margem do registro de nas-
intimação do despacho de nomeação. cimento da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010,
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberda- de 2009) Vigência
de, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento da citação
pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor. (Incluído pela Lei SEÇÃO III
nº 12.962, de 2014) DA DESTITUIÇÃO DA TUTELA
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará
de qualquer repartição ou órgão público a apresentação de docu- Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimen-
mento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das partes to para a remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que
ou do Ministério Público. couber, o disposto na seção anterior.
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído
o estudo social ou a perícia realizada por equipe interprofissional SEÇÃO IV
ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao DA COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA
Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o reque-
rente, e decidirá em igual prazo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de coloca-
de 2017) ção em família substituta:
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das I - qualificação completa do requerente e de seu eventual côn-
partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva de testemu- juge, ou companheiro, com expressa anuência deste;
nhas que comprovem a presença de uma das causas de suspensão II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu
ou destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, especifi-
Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , ou no art. cando se tem ou não parente vivo;
24 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus
§ 2 o (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) pais, se conhecidos;
§ 3 o Se o pedido importar em modificação de guarda, será IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexan-
obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou do, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimen-
compreensão sobre as implicações da medida. (Incluído pela Lei nº tos relativos à criança ou ao adolescente.
12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão
§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem iden- também os requisitos específicos.
tificados e estiverem em local conhecido, ressalvados os casos de Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou
não comparecimento perante a Justiça quando devidamente cita- suspensos do poder familiar, ou houverem aderido expressamente
dos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) ao pedido de colocação em família substituta, este poderá ser for-
§ 5 o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a auto- mulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos pró-
ridade judicial requisitará sua apresentação para a oitiva. (Incluído prios requerentes, dispensada a assistência de advogado. (Redação
pela Lei nº 12.962, de 2014) dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará § 1 o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (Redação
vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instru-
ção e julgamento.
201
LEGISLAÇÃO
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devi- Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob
damente assistidas por advogado ou por defensor público, para a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar
verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de 10 será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este res-
(dez) dias, contado da data do protocolo da petição ou da entrega ponsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº
da criança em juízo, tomando por termo as declarações; e (Incluído 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 13.509, de 2017)
II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela Lei nº SEÇÃO V
13.509, de 2017) DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A
§ 2 o O consentimento dos titulares do poder familiar será pre- ADOLESCENTE
cedido de orientações e esclarecimentos prestados pela equipe in-
terprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em especial, Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial
no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infra-
§ 3 o São garantidos a livre manifestação de vontade dos deten- cional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial compe-
tores do poder familiar e o direito ao sigilo das informações. (Reda- tente.
ção dada pela Lei nº 13.509, de 2017) Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada
§ 4 o O consentimento prestado por escrito não terá validade para atendimento de adolescente e em se tratando de ato infra-
se não for ratificado na audiência a que se refere o § 1 o deste arti- cional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição
go. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) da repartição especializada, que, após as providências necessárias
§ 5 o O consentimento é retratável até a data da realização da e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial pró-
audiência especificada no § 1 o deste artigo, e os pais podem exer- pria.
cer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido me-
prolação da sentença de extinção do poder familiar. (Redação dada diante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial,
pela Lei nº 13.509, de 2017) sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, de-
§ 6 o O consentimento somente terá valor se for dado após o verá:
nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o ado-
gência lescente;
§ 7 o A família natural e a família substituta receberão a devida II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
orientação por intermédio de equipe técnica interprofissional a ser- III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação
viço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com da materialidade e autoria da infração.
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavra-
de garantia do direito à convivência familiar. (Redação dada pela Lei tura do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência cir-
nº 13.509, de 2017) cunstanciada.
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o
das partes ou do Ministério Público, determinará a realização de adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial,
estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação
decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo
caso de adoção, sobre o estágio de convivência. impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravi-
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou dade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente
do estágio de convivência, a criança ou o adolescente será entregue permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal
ao interessado, mediante termo de responsabilidade. (Incluído pela ou manutenção da ordem pública.
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial enca-
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e minhará, desde logo, o adolescente ao representante do Ministério
ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de
vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, deci- ocorrência.
dindo a autoridade judiciária em igual prazo. § 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que
ou a suspensão do pátrio poder poder familiar constituir pressupos- fará a apresentação ao representante do Ministério Público no pra-
to lógico da medida principal de colocação em família substituta, zo de vinte e quatro horas.
será observado o procedimento contraditório previsto nas Seções II § 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendi-
e III deste CAPÍTULO. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de mento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de
2009) Vigência repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apre-
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá sentação em dependência separada da destinada a maiores, não
ser decretada nos mesmos autos do procedimento, observado o dis- podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no pará-
posto no art. 35. grafo anterior.
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o dis- Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial
posto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47. encaminhará imediatamente ao representante do Ministério Públi-
co cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
202
LEGISLAÇÃO
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judici-
de participação de adolescente na prática de ato infracional, a auto- ária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o so-
ridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público brestamento do feito, até a efetiva apresentação.
relatório das investigações e demais documentos. § 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infra- apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável.
cional não poderá ser conduzido ou transportado em compartimen- Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade
to fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dig- judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
nidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, § 1º Inexistindo na comarca entidade com as características de-
sob pena de responsabilidade. finidas no art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente trans-
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Minis- ferido para a localidade mais próxima.
tério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim § 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguar-
de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo car- dará sua remoção em repartição policial, desde que em seção isolada
tório judicial e com informação sobre os antecedentes do adoles- dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o
cente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.
possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas. Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsá-
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o represen- vel, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, poden-
tante do Ministério Público notificará os pais ou responsável para do solicitar opinião de profissional qualificado.
apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão,
polícias civil e militar. ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão.
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo ante- § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de inter-
rior, o representante do Ministério Público poderá: nação ou colocação em regime de semi-liberdade, a autoridade judici-
I - promover o arquivamento dos autos; ária, verificando que o adolescente não possui advogado constituído,
II - conceder a remissão; nomeará defensor, designando, desde logo, audiência em continuação,
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de me- podendo determinar a realização de diligências e estudo do caso.
dida sócio-educativa. § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defe-
remissão pelo representante do Ministério Público, mediante termo sa prévia e rol de testemunhas.
fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão con- § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas ar-
clusos à autoridade judiciária para homologação. roladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as diligên-
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade cias e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada a
judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida. palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor, suces-
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos au- sivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável
tos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamen- por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida
tado, e este oferecerá representação, designará outro membro do proferirá decisão.
Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não com-
ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada parecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a autori-
a homologar. dade judiciária designará nova data, determinando sua condução
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério coercitiva.
Público não promover o arquivamento ou conceder a remissão, ofe- Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do
recerá representação à autoridade judiciária, propondo a instaura- processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento,
ção de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que antes da sentença.
se afigurar a mais adequada. Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida,
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o desde que reconheça na sentença:
breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quan- I - estar provada a inexistência do fato;
do necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oral- II - não haver prova da existência do fato;
mente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária. III - não constituir o fato ato infracional;
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato
autoria e materialidade. infracional.
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adoles-
procedimento, estando o adolescente internado provisoriamente, cente internado, será imediatamente colocado em liberdade.
será de quarenta e cinco dias. Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de inter-
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária nação ou regime de semi-liberdade será feita:
designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo, I - ao adolescente e ao seu defensor;
desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, ob- II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou
servado o disposto no art. 108 e parágrafo. responsável, sem prejuízo do defensor.
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientifica- § 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unica-
dos do teor da representação, e notificados a comparecer à audiên- mente na pessoa do defensor.
cia, acompanhados de advogado. § 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autori- este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.
dade judiciária dará curador especial ao adolescente.
203
LEGISLAÇÃO
SEÇÃO V-A Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de ob-
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) servar a estrita finalidade da investigação responderá pelos exces-
DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES DE POLÍCIA PARA A sos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL DE Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão
CRIANÇA E DE ADOLESCENTE” incluir nos bancos de dados próprios, mediante procedimento sigi-
loso e requisição da autoridade judicial, as informações necessá-
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com rias à efetividade da identidade fictícia criada. (Incluído pela Lei nº
o fim de investigar os crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241- 13.441, de 2017)
A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217- Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Se-
A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro ção será numerado e tombado em livro específico. (Incluído pela Lei
de 1940 (Código Penal) , obedecerá às seguintes regras: (Incluído nº 13.441, de 2017)
pela Lei nº 13.441, de 2017) Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos
I – será precedida de autorização judicial devidamente circuns- praticados durante a operação deverão ser registrados, gravados,
tanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites da infiltração armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, jun-
para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público; (Incluído pela tamente com relatório circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441,
Lei nº 13.441, de 2017) de 2017)
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados
representação de delegado de polícia e conterá a demonstração de no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e apen-
sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou sados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial,
apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de assegurando-se a preservação da identidade do agente policial
conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pesso- infiltrado e a intimidade das crianças e dos adolescentes envolvi-
as; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) dos. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem pre-
juízo de eventuais renovações, desde que o total não exceda a 720 SEÇÃO VI
(setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessida- DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE DE
de, a critério da autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº 13.441, de ATENDIMENTO
2017)
§ 1 º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requi- Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em
sitar relatórios parciais da operação de infiltração antes do término entidade governamental e não-governamental terá início median-
do prazo de que trata o inciso II do § 1 º deste artigo. (Incluído pela te portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministério
Lei nº 13.441, de 2017) Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, re-
§ 2 º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1 º deste artigo, sumo dos fatos.
consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autorida-
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, iní- de judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o
cio, término, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP) utili- afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante decisão
zado e terminal de origem da conexão; (Incluído pela Lei nº 13.441, fundamentada.
de 2017) Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e ende- dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e
reço de assinante ou de usuário registrado ou autenticado para a indicar as provas a produzir.
conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a
de acesso tenha sido atribuído no momento da conexão. autoridade judiciária designará audiência de instrução e julgamen-
§ 3 º A infiltração de agentes de polícia na internet não será ad- to, intimando as partes.
mitida se a prova puder ser obtida por outros meios. (Incluído pela § 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério
Lei nº 13.441, de 2017) Público terão cinco dias para oferecer alegações finais, decidindo a
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão autoridade judiciária em igual prazo.
encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela autorização da § 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de
medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária oficia-
2017) rá à autoridade administrativa imediatamente superior ao afasta-
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos do, marcando prazo para a substituição.
autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado § 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade ju-
de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o diciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades
sigilo das investigações. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua julgamento de mérito.
identidade para, por meio da internet, colher indícios de autoria § 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da
e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241- entidade ou programa de atendimento.
A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-
A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal) . (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149
nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação caberá recurso de apelação.
para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de habilita- Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde
ção e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes ado- logo, embora sujeita a apelação, que será recebida exclusivamente
táveis. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacional ou
§ 1 o A ordem cronológica das habilitações somente poderá se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação ao ado-
deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses tando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos
a melhor solução no interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser
12.010, de 2009) Vigência recebida apenas no efeito devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010,
§ 2 o A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo de 2009) Vigência
trienalmente mediante avaliação por equipe interprofissional. (Re- Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de des-
dação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) tituição de poder familiar, em face da relevância das questões, serão
§ 3 o Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, processados com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente
será dispensável a renovação da habilitação, bastando a avaliação distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer situação,
por equipe interprofissional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para julgamento
§ 4 o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à ado- sem revisão e com parecer urgente do Ministério Público. (Incluído
ção de crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil escolhi- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
do, haverá reavaliação da habilitação concedida. (Incluído pela Lei Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para
nº 13.509, de 2017) julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua
§ 5 o A desistência do pretendente em relação à guarda para conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
fins de adoção ou a devolução da criança ou do adolescente depois Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do
do trânsito em julgado da sentença de adoção importará na sua julgamento e poderá na sessão, se entender necessário, apresentar
exclusão dos cadastros de adoção e na vedação de renovação da oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
habilitação, salvo decisão judicial fundamentada, sem prejuízo das gência
demais sanções previstas na legislação vigente. (Incluído pela Lei nº Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração
13.509, de 2017) de procedimento para apuração de responsabilidades se constatar
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à o descumprimento das providências e do prazo previstos nos artigos
adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual perí- anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
odo, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. (In-
cluído pela Lei nº 13.509, de 2017) CAPÍTULO V
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
CAPÍTULO IV
DOS RECURSOS Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei
serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Art. 201. Compete ao Ministério Público:
Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas socioedu- I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
cativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às in-
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , com as seguintes adap- frações atribuídas a adolescentes;
tações: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os proce-
I - os recursos serão interpostos independentemente de prepa- dimentos de suspensão e destituição do pátrio poder poder fami-
ro; liar , nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o como oficiar em todos os demais procedimentos da competência da
prazo para o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10 Justiça da Infância e da Juventude; (Expressão substituída pela Lei
(dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) nº 12.010, de 2009) Vigência
III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a
revisor; especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de con-
IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens de
V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a prote-
VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instân- ção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infân-
cia, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo, a cia e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II,
autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo da Constituição Federal ;
ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias; VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão reme- a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclareci-
terá os autos ou o instrumento à superior instância dentro de vinte e mentos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisitar
quatro horas, independentemente de novo pedido do recorrente; se condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso da b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de au-
parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, toridades municipais, estaduais e federais, da administração direta ou
contados da intimação. indireta, bem como promover inspeções e diligências investigatórias;
206
LEGISLAÇÃO
207
LEGISLAÇÃO
§ 1 o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da prote- § 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado
ção judicial outros interesses individuais, difusos ou coletivos, pró- da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que
prios da infância e da adolescência, protegidos pela Constituição se houver configurado o descumprimento.
e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo
2005) Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo
§ 2 o A investigação do desaparecimento de crianças ou adoles- município.
centes será realizada imediatamente após notificação aos órgãos § 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em
competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeroportos, julgado da decisão serão exigidas através de execução promovida
Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e in- pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciati-
ternacionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à identifi- va aos demais legitimados.
cação do desaparecido. (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005) § 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro fica-
§ 3º A notificação a que se refere o § 2º deste artigo será ime- rá depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com
diatamente comunicada ao Cadastro Nacional de Pessoas Desapa- correção monetária.
recidas e ao Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desa- Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos,
parecidos, que deverão ser prontamente atualizados a cada nova para evitar dano irreparável à parte.
informação. (Incluído pela Lei nº 14.548, de 2023) Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser con-
Art. 209. As ações previstas neste CAPÍTULO serão propostas denação ao poder público, o juiz determinará a remessa de peças à
no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressal- administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
vadas a competência da Justiça Federal e a competência originária Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
dos tribunais superiores. sentença condenatória sem que a associação autora lhe promova a
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual inicia-
ou difusos, consideram-se legitimados concorrentemente: tiva aos demais legitimados.
I - o Ministério Público; Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os os honorários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º do
territórios; art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Pro-
III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um cesso Civil) , quando reconhecer que a pretensão é manifestamente
ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interes- infundada.
ses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização da Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação
assembléia, se houver prévia autorização estatutária. autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de
Públicos da União e dos estados na defesa dos interesses e direitos responsabilidade por perdas e danos.
de que cuida esta Lei. Art. 219. Nas ações de que trata este CAPÍTULO, não have-
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por asso- rá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
ciação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá quaisquer outras despesas.
assumir a titularidade ativa. Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informa-
interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exi- ções sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indicando-
gências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial. -lhe os elementos de convicção.
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais
esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes. tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste CAPÍTULO as normas de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as provi-
do Código de Processo Civil. dências cabíveis.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá re-
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder públi- querer às autoridades competentes as certidões e informações que
co, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze dias.
mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presi-
segurança. dência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obri- público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no
gação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as dili-
prático equivalente ao do adimplemento. gências, se convencer da inexistência de fundamento para a propo-
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo situra da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos do inqué-
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz rito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citando § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação ar-
o réu. quivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave,
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido
do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando
prazo razoável para o cumprimento do preceito.
208
LEGISLAÇÃO
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de ar- Parágrafo único. Se o crime é culposo:
quivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério público, Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas ou Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabele-
documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexa- cimento de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente
dos às peças de informação. o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, conforme Pena - detenção de seis meses a dois anos.
dispuser o seu regimento. Parágrafo único. Se o crime é culposo:
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade,
Público para o ajuizamento da ação. procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infra-
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as dispo- cional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária com-
sições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 . petente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
TÍTULOVII Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS apreensão sem observância das formalidades legais.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apre-
CAPÍTULO I ensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à
DOS CRIMES autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
pessoa por ele indicada:
SEÇÃO I Pena - detenção de seis meses a dois anos.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade,
guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento:
Art. 225. Este CAPÍTULO dispõe sobre crimes praticados contra Pena - detenção de seis meses a dois anos.
a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 :
disposto na legislação penal. Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo
da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as perti- tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
nentes ao Código de Processo Penal. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ 1º Aos crimes cometidos contra a criança e o adolescente, Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, em benefício de adolescente privado de liberdade:
de 26 de setembro de 1995. (Incluído pela Lei nº 14.344, de Pena - detenção de seis meses a dois anos.
2022) Vigência Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judici-
§ 2º Nos casos de violência doméstica e familiar contra a crian- ária, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério
ça e o adolescente, é vedada a aplicação de penas de cesta básica Público no exercício de função prevista nesta Lei:
ou de outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de Pena - detenção de seis meses a dois anos.
pena que implique o pagamento isolado de multa. (Incluído pela Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o
Lei nº 14.344, de 2022) Vigência tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública in- de colocação em lar substituto:
condicionada. Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a
do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de terceiro, mediante paga ou recompensa:
1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
por servidores públicos com abuso de autoridade, são condiciona- Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou
dos à ocorrência de reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869. de efetiva a paga ou recompensa.
2019) Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância
nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência. (In- das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
cluído pela Lei nº 13.869. de 2019) Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou
SEÇÃO II fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
DOS CRIMES EM ESPÉCIE Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena corres-
pondente à violência.
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de es- Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou re-
tabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro gistrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfi-
das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 ca, envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº
desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, 11.829, de 2008)
por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde cons- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda-
tem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato: ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
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LEGISLAÇÃO
§ 1 o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua,
coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processa-
ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda mento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste
quem com esses contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
2008) III – representante legal e funcionários responsáveis de prove-
§ 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete dor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de computado-
o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) res, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autori-
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de dade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído
exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou § 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter
de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo 2008)
ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, pre- Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente
ceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adultera-
tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. (Incluído ção, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer
pela Lei nº 11.829, de 2008) outra forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829,
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro de 2008)
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envol- Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído
vendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, pela Lei nº 11.829, de 2008)
de 2008) Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, ex-
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda- põe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer
ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008) meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de siste- Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qual-
ma de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro quer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
pela Lei nº 11.829, de 2008) Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído
§ 1 o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 11.829, de 2008)
11.829, de 2008) I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; (In- ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008) II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de compu- fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexual-
tadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste mente explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expres-
§ 2 o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste são “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer
artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais
serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de
conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. (In-
nº 11.829, de 2008) cluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescen- ou explosivo:
te: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda
§ 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente,
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste arti- bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos com-
go. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) ponentes possam causar dependência física ou psíquica: (Redação
§ 2 o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a fi- dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
nalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato
das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº 13.106,
quando a comunicação for feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2015)
de 2008) Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampi-
Lei nº 11.829, de 2008) do ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial,
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utili-
zação indevida:
210
LEGISLAÇÃO
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. a suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais defi- como da publicação do periódico até por dois números. (Expressão
nidos no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à exploração declarada inconstitucional pela ADIN 869).
sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência)
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres
de bens e valores utilizados na prática criminosa em favor do Fundo inerentes ao pátrio poder poder familiar ou decorrente de tutela
dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Federação ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou
(Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado Conselho Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 13.440, 2009) Vigência
de 2017) Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
§ 1 o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o dobro em caso de reincidência.
o responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado
ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da
pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere: (Re-
§ 2 o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da dação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. (In- Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
cluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) § 1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa,
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do esta-
(dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a belecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.038,
praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) de 2009).
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei § 2 º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30
nº 12.015, de 2009) (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá
§ 1 o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer
eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Lei nº 12.015, de 2009) Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
§ 2 o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas o dobro em caso de reincidência.
de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluí- Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo públi-
da no rol do art. 1 o da Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990 . (In- co de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de
cluído pela Lei nº 12.015, de 2009) exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou es-
petáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação:
CAPÍTULO II Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS o dobro em caso de reincidência.
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer represen-
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabe- tações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não se
lecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola recomendem:
ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada
tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus- em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espe-
-tratos contra criança ou adolescente: táculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetácu-
o dobro em caso de reincidência. lo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classifica-
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de ção: (Expressão declarada inconstitucional pela ADI 2.404).
atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
VIII e XI do art. 124 desta Lei: em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se a suspensão da programação da emissora por até dois dias.
o dobro em caso de reincidência. Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere clas-
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devi- sificado pelo órgão competente como inadequado às crianças ou
da, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de adolescentes admitidos ao espetáculo:
procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a criança Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reincidên-
ou adolescente a que se atribua ato infracional: cia, a autoridade poderá determinar a suspensão do espetáculo ou
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
o dobro em caso de reincidência. Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de pro-
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, gramação em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída
fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, pelo órgão competente:
ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de
lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
ou indiretamente. mento do estabelecimento por até quinze dias.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 des-
de rádio ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a auto- ta Lei:
ridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou
211
LEGISLAÇÃO
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando- II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas
-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o disposto
revista ou publicação. no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10 de dezembro de 1997 . (Redação
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o em- dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
presário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança § 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efei-
ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua participação no to)
espetáculo: § 1 o -A. Na definição das prioridades a serem atendidas com
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e municipais
reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha- dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas as
mento do estabelecimento por até quinze dias. disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comuni-
a instalação e operacionalização dos cadastros previstos no art. tária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância. (Redação dada
50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
2009) Vigência § 2 o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direi-
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil tos da criança e do adolescente fixarão critérios de utilização, por
reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao
deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e
em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados para programas de atenção integral à primeira infância em áreas
à adoção e de crianças e adolescentes em regime de acolhimento de maior carência socioeconômica e em situações de calamida-
institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- de. (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
gência § 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Eco-
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de esta- nomia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a comprovação
belecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato das doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo. (Incluído
encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha co- pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
nhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho § 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a for-
para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste
reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de pro- § 5 o Observado o disposto no § 4 o do art. 3 o da Lei
grama oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à con- n o 9.249, de 26 de dezembro de 1995 , a dedução de que trata o
vivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida no inciso I do caput : (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do em conjunto com outras deduções do imposto; e (Incluído pela Lei
art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) nº 12.594, de 2012) (Vide)
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez II - não poderá ser computada como despesa operacional na
mil reais); (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comer- Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de
cial até o recolhimento da multa aplicada. (Redação dada pela Lei 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata o inciso
nº 13.106, de 2015) II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste
Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS § 1 o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os
seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado na decla-
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publi- ração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
cação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre a cria- I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
ção ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de atendi- II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
mento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o TÍTULOV do Livro II. III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluído
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promove- pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
rem a adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e princí- § 2 o A dedução de que trata o caput : (Incluído pela Lei nº
pios estabelecidos nesta Lei. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre
dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, esta- a renda apurado na declaração de que trata o inciso II do caput do
duais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo essas inte- art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
gralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os seguintes II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº 12.594,
limites: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) de 2012) (Vide)
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº 12.594,
pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e (Reda- de 2012) (Vide)
ção dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012) (Vide)
212
LEGISLAÇÃO
c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei nº § 2 o No caso de doação em bens, o comprovante deve conter
12.594, de 2012) (Vide) a identificação dos bens, mediante descrição em campo próprio ou
III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei nº em relação anexa ao comprovante, informando também se houve
12.594, de 2012) (Vide) avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluí-
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vi- do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
gor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deve-
§ 3 o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data rá: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
de vencimento da primeira quota ou quota única do imposto, ob- I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação
servadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos,
§ 4 o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de pes-
§ 3 o implica a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando soa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de impos- III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela Lei
to devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acrésci- nº 12.594, de 2012) (Vide)
mos legais previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declara-
2012) (Vide) ção do imposto de renda, desde que não exceda o valor de merca-
§ 5 o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na do; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano- b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (Incluído
-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Criança e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e nacional Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será
concomitantemente com a opção de que trata o caput , respeitado considerado na determinação do valor dos bens doados, exceto se
o limite previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, o leilão for determinado por autoridade judiciária. (Incluído pela Lei
de 2012) (Vide) nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e
ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5 (cin-
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que co) anos para fins de comprovação da dedução perante a Receita
apuram o imposto trimestralmente; e (Incluído pela Lei nº 12.594, Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
de 2012) (Vide) Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacio-
pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente. (Incluído pela nal, estaduais, distrital e municipais devem: (Incluído pela Lei nº
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do pe- I - manter conta bancária específica destinada exclusivamen-
ríodo a que se refere a apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº te a gerir os recursos do Fundo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela Lei
ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, nº 12.594, de 2012) (Vide)
de 2012) (Vide) III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes
depositadas em conta específica, em instituição financeira pública, dados por doador: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260. (Incluído a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na- bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
cional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em fa- Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações pre-
vor do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente vistas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará
do Conselho correspondente, especificando: (Incluído pela Lei nº conhecimento do fato ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adoles-
2012) (Vide) cente nacional, estaduais, distrital e municipais divulgarão ampla-
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e ende- mente à comunidade: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
reço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594,
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doa- de 2012) (Vide)
dor; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendi-
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído mento à criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)
V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela Lei III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem be-
nº 12.594, de 2012) (Vide) neficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do
§ 1 o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais; (Incluído
emitido anualmente, desde que discrimine os valores doados mês a pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
mês. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
213
LEGISLAÇÃO
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
e o valor dos recursos previstos para implementação das ações, por contra pessoa menor de catorze anos.
projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 4) Art. 213 ..................................................................
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
projeto atendido, inclusive com cadastramento na base de dados do Pena - reclusão de quatro a dez anos.
Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência; e (Incluí- 5) Art. 214...................................................................
do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com Pena - reclusão de três a nove anos.»
recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacio- Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de
nal, estaduais, distrital e municipais. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 1973 , fica acrescido do seguinte item:
2012) (Vide) “Art. 102 ....................................................................
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comarca, 6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “
a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais referidos Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da
no art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260- mantidas pelo poder público federal promoverão edição popular
G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação judicial pro- do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das
posta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a requeri- escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos da
mento ou representação de qualquer cidadão. (Incluído pela Lei nº criança e do adolescente.
12.594, de 2012) (Vide) Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divul-
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da gação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de comu-
República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Federal do nicação social. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será vei-
a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do Ado- culada em linguagem clara, compreensível e adequada a crianças
lescente nacional, distrital, estaduais e municipais, com a indicação e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a 6
dos respectivos números de inscrição no CNPJ e das contas bancá- (seis) anos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
rias específicas mantidas em instituições financeiras públicas, desti- Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publi-
nadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Incluído pela cação.
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as promovidas atividades e campanhas de divulgação e esclarecimen-
instruções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a 260- tos acerca do disposto nesta Lei.
K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 , e 6.697, de 10
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da crian- de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposições
ça e do adolescente, os registros, inscrições e alterações a que se em contrário.
referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da
perante a autoridade judiciária da comarca a que pertencer a enti- República.
dade.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos esta- LEI FEDERAL Nº 10.741/2003 (ESTATUTO DA PESSOA
dos e municípios, e os estados aos municípios, os recursos referen- IDOSA) E SUAS ALTERAÇÕES
tes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam
criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente nos
seus respectivos níveis. TÍTULO I
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade judi-
ciária. Art. 1º É instituído o Estatuto da Pessoa Idosa, destinado a re-
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 gular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou supe-
(Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações: rior a 60 (sessenta) anos.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
1) Art. 121 ............................................................ Art. 2º A pessoa idosa goza de todos os direitos fundamentais
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de
se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios,
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saú-
vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge de física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiri-
para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é tual e social, em condições de liberdade e dignidade.(Redação dada
aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa me- pela Lei nº 14.423, de 2022)
nor de catorze anos. Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade
2) Art. 129 ............................................................... e do poder público assegurar à pessoa idosa, com absoluta priori-
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das dade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à edu-
hipóteses do art. 121, § 4º. cação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comu-
3) Art. 136................................................................. nitária.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
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§ 3oSe a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante § 3oNo caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre
legal firmar o contrato a que se refere ocaputdeste artigo. 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legis-
Art. 36. O acolhimento de pessoas idosas em situação de risco lação local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade
social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a dependência eco- nos meios de transporte previstos nocaputdeste artigo.
nômica, para os efeitos legais.(Vigência)(Redação dada pela Lei nº Art. 40.No sistema de transporte coletivo interestadual obser-
14.423, de 2022) var-se-á, nos termos da legislação específica:(Regulamento)(Vide
Decreto nº 5.934, de 2006)
CAPÍTULO IX I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para pes-
DA HABITAÇÃO soas idosas com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários míni-
mos;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 37. A pessoa idosa tem direito a moradia digna, no seio da II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no va-
família natural ou substituta, ou desacompanhada de seus familia- lor das passagens, para as pessoas idosas que excederem as vagas
res, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários mínimos.
privada.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
§ 1oA assistência integral na modalidade de entidade de longa Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os
permanência será prestada quando verificada inexistência de gru- mecanismos e os critérios para o exercício dos direitos previstos nos
po familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros incisos I e II.
próprios ou da família. Art. 41. É assegurada a reserva para as pessoas idosas, nos
§ 2º Toda instituição dedicada ao atendimento à pessoa idosa termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacio-
fica obrigada a manter identificação externa visível, sob pena de namentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas
interdição, além de atender toda a legislação pertinente.(Redação de forma a garantir a melhor comodidade à pessoa idosa.(Redação
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
§ 3º As instituições que abrigarem pessoas idosas são obriga- Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança da pessoa
das a manter padrões de habitação compatíveis com as necessida- idosa nos procedimentos de embarque e desembarque nos veículos
des delas, bem como provê-las com alimentação regular e higiene do sistema de transporte coletivo.(Redação dada pela Lei nº 14.423,
indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as de 2022)
penas da lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados TÍTULO III
com recursos públicos, a pessoa idosa goza de prioridade na aqui- DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
sição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:(Reda-
ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022) CAPÍTULO I
I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades ha- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
bitacionais residenciais para atendimento às pessoas idosas;(Reda-
ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Art. 43. As medidas de proteção à pessoa idosa são aplicáveis
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários vol- sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
tados à pessoa idosa;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) violados:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
garantia de acessibilidade à pessoa idosa;(Redação dada pela Lei II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade
nº 14.423, de 2022) de atendimento;
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimen- III – em razão de sua condição pessoal.
tos de aposentadoria e pensão.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para CAPÍTULO II
atendimento a pessoas idosas devem situar-se, preferencialmente, DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO
no pavimento térreo.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 44. As medidas de proteção à pessoa idosa previstas nes-
CAPÍTULO X ta Lei poderão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, e leva-
DO TRANSPORTE rão em conta os fins sociais a que se destinam e o fortalecimento
dos vínculos familiares e comunitários.(Redação dada pela Lei nº
Art. 39.Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica asse- 14.423, de 2022)
gurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43,
e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele,
prestados paralelamente aos serviços regulares. poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que a pessoa idosa I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de
apresente qualquer documento pessoal que faça prova de sua ida- responsabilidade;
de.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este arti- III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime am-
go, serão reservados 10% (dez por cento) dos assentos para as pes- bulatorial, hospitalar ou domiciliar;
soas idosas, devidamente identificados com a placa de reservado
preferencialmente para pessoas idosas.(Redação dada pela Lei nº
14.423, de 2022)
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
ízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo § 1oO interessado na obtenção da prioridade a que alude este
Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autori-
fiscalização. dade judiciária competente para decidir o feito, que determinará
as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância
CAPÍTULO VI em local visível nos autos do processo.
DA APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM § 2oA prioridade não cessará com a morte do beneficiado, es-
ENTIDADE DE ATENDIMENTO tendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou com-
panheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos.
Art. 64.Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento ad- § 3oA prioridade se estende aos processos e procedimentos na
ministrativo de que trata este Capítulo as disposições dasLeis Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e
nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e9.784, de 29 de janeiro de instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defen-
1999. soria Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em aos Serviços de Assistência Judiciária.
entidade governamental e não governamental de atendimento à § 4º Para o atendimento prioritário, será garantido à pessoa
pessoa idosa terá início mediante petição fundamentada de pessoa idosa o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a desti-
interessada ou iniciativa do Ministério Público.(Redação dada pela nação a pessoas idosas em local visível e caracteres legíveis.(Reda-
Lei nº 14.423, de 2022) ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, § 5º Dentre os processos de pessoas idosas, dar-se-á prioridade
ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento especial aos das maiores de 80 (oitenta) anos.(Redação dada pela
provisório do dirigente da entidade ou outras medidas que julgar Lei nº 14.423, de 2022)
adequadas, para evitar lesão aos direitos da pessoa idosa, mediante
decisão fundamentada.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) CAPÍTULO II
Art. 67.O dirigente da entidade será citado para, no prazo de DO MINISTÉRIO PÚBLICO
10 (dez) dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos
e indicar as provas a produzir. Art. 72.(VETADO)
Art. 68.Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformida- Art. 73.As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei,
de do art. 69 ou, se necessário, designará audiência de instrução e serão exercidas nos termos da respectiva Lei Orgânica.
julgamento, deliberando sobre a necessidade de produção de ou- Art. 74. Compete ao Ministério Público:
tras provas. I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a prote-
§ 1oSalvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério ção dos direitos e interesses difusos ou coletivos, individuais indis-
Público terão 5 (cinco) dias para oferecer alegações finais, decidin- poníveis e individuais homogêneos da pessoa idosa;(Redação dada
do a autoridade judiciária em igual prazo. pela Lei nº 14.423, de 2022)
§ 2oEm se tratando de afastamento provisório ou definitivo de II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de inter-
dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária oficia- dição total ou parcial, de designação de curador especial, em cir-
rá a autoridade administrativa imediatamente superior ao afasta- cunstâncias que justifiquem a medida e oficiar em todos os feitos
do, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e quatro) horas para proceder à em que se discutam os direitos das pessoas idosas em condições de
substituição. risco;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
§ 3oAntes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade ju- III – atuar como substituto processual da pessoa idosa em si-
diciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades tuação de risco, conforme o disposto no art. 43 desta Lei;(Redação
verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
julgamento do mérito. IV – promover a revogação de instrumento procuratório da
§ 4oA multa e a advertência serão impostas ao dirigente da pessoa idosa, nas hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando
entidade ou ao responsável pelo programa de atendimento. necessário ou o interesse público justificar;(Redação dada pela Lei
nº 14.423, de 2022)
TÍTULO V V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:
DO ACESSO À JUSTIÇA a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimen-
tos e, em caso de não comparecimento injustificado da pessoa no-
CAPÍTULO I tificada, requisitar condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil
DISPOSIÇÕES GERAIS ou Militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de
Art. 69.Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capí- autoridades municipais, estaduais e federais, da administração di-
tulo, o procedimento sumário previsto no Código de Processo Civil, reta e indireta, bem como promover inspeções e diligências investi-
naquilo que não contrarie os prazos previstos nesta Lei. gatórias;
Art. 70. O poder público poderá criar varas especializadas e ex- c) requisitar informações e documentos particulares de insti-
clusivas da pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) tuições privadas;
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigató-
e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em rias e a instauração de inquérito policial, para a apuração de ilícitos
que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou ou infrações às normas de proteção à pessoa idosa;(Redação dada
superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. pela Lei nº 14.423, de 2022)
221
LEGISLAÇÃO
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos,
assegurados à pessoa idosa, promovendo as medidas judiciais e coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, consideram-se
extrajudiciais cabíveis;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) legitimados, concorrentemente:
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de aten- I – o Ministério Público;
dimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
irregularidades porventura verificadas; IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos ser- 1 (um) ano e que incluam entre os fins institucionais a defesa dos
viços de saúde, educacionais e de assistência social, públicos, para o interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a autorização da
desempenho de suas atribuições; assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos § 1oAdmitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios
das pessoas idosas previstos nesta Lei.(Redação dada pela Lei nº Públicos da União e dos Estados na defesa dos interesses e direitos
14.423, de 2022) de que cuida esta Lei.
§ 1oA legitimação do Ministério Público para as ações cíveis § 2oEm caso de desistência ou abandono da ação por asso-
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipó- ciação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado deverá
teses, segundo dispuser a lei. assumir a titularidade ativa.
§ 2oAs atribuições constantes deste artigo não excluem outras, Art. 82.Para defesa dos interesses e direitos protegidos por
desde que compatíveis com a finalidade e atribuições do Ministério esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ação pertinentes.
Público. Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de
funções, terá livre acesso a toda entidade de atendimento à pessoa Poder Público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei,
idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do
Art. 75.Nos processos e procedimentos em que não for parte, mandado de segurança.
atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos Art. 83.Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obri-
e interesses de que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos gação de fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela específica da
autos depois das partes, podendo juntar documentos, requerer dili- obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
gências e produção de outras provas, usando os recursos cabíveis. prático equivalente ao adimplemento.
Art. 76.A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, § 1oSendo relevante o fundamento da demanda e havendo
será feita pessoalmente. justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, na for-
nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a reque- ma doart. 273 do Código de Processo Civil.
rimento de qualquer interessado. § 2oO juiz poderá, na hipótese do § 1oou na sentença, impor
multa diária ao réu, independentemente do pedido do autor, se for
CAPÍTULO III suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES DIFUSOS, para o cumprimento do preceito.
COLETIVOS E INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS OU HOMOGÊNEOS § 3oA multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado
da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que
Art. 78.As manifestações processuais do representante do Mi- se houver configurado.
nistério Público deverão ser fundamentadas. Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de res- Fundo da Pessoa Idosa, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo
ponsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à pessoa idosa, Municipal de Assistência Social, ficando vinculados ao atendimento
referentes à omissão ou ao oferecimento insatisfatório de:(Redação à pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias
I – acesso às ações e serviços de saúde; após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas por meio de
II – atendimento especializado à pessoa idosa com deficiência execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, fa-
ou com limitação incapacitante;(Redação dada pela Lei nº 14.423, cultada igual iniciativa aos demais legitimados em caso de inércia
de 2022) daquele.
III – atendimento especializado à pessoa idosa com doença in- Art. 85.O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos,
fectocontagiosa;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) para evitar dano irreparável à parte.
IV – serviço de assistência social visando ao amparo da pessoa Art. 86.Transitada em julgado a sentença que impuser conde-
idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) nação ao Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não ex- autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
cluem da proteção judicial outros interesses difusos, coletivos, in- administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
dividuais indisponíveis ou homogêneos, próprios da pessoa idosa, Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da
protegidos em lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) sentença condenatória favorável à pessoa idosa sem que o autor lhe
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada
foro do domicílio da pessoa idosa, cujo juízo terá competência abso- igual iniciativa aos demais legitimados, como assistentes ou assu-
luta para processar a causa, ressalvadas as competências da Justiça mindo o polo ativo, em caso de inércia desse órgão.(Redação dada
Federal e a competência originária dos Tribunais Superiores.(Reda- pela Lei nº 14.423, de 2022)
ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
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LEGISLAÇÃO
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adian- CAPÍTULO II
tamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer DOS CRIMES EM ESPÉCIE
outras despesas.
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Art. 95.Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública
Público. incondicionada, não se lhes aplicando osarts. 181e182 do Código
Art. 89.Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar Penal.
a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando
os fatos que constituam objeto de ação civil e indicando-lhe os ele- seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao di-
mentos de convicção. reito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento ne-
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no cessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
exercício de suas funções, quando tiverem conhecimento de fatos Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
que possam configurar crime de ação pública contra a pessoa idosa § 1oNa mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, me-
ou ensejar a propositura de ação para sua defesa, devem encami- nosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
nhar as peças pertinentes ao Ministério Público, para as providên- § 2oA pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se
cias cabíveis.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
Art. 91.Para instruir a petição inicial, o interessado poderá re- § 3º Não constitui crime a negativa de crédito motivada por
querer às autoridades competentes as certidões e informações que superendividamento da pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº
julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias. 14.423, de 2022)
Art. 92.O Ministério Público poderá instaurar sob sua presi- Art. 97. Deixar de prestar assistência à pessoa idosa, quando
dência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo,
público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa
prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias. causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade públi-
§ 1oSe o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as di- ca:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
ligências, se convencer da inexistência de fundamento para a pro- Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
positura da ação civil ou de peças informativas, determinará o seu Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omis-
arquivamento, fazendo-o fundamentadamente. são resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta
§ 2oOs autos do inquérito civil ou as peças de informação ar- a morte.
quivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, Art. 98. Abandonar a pessoa idosa em hospitais, casas de saú-
no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público de, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não pro-
ou à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público. ver suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou manda-
§ 3oAté que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, do:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
pelo Conselho Superior do Ministério Público ou por Câmara de Co- Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
ordenação e Revisão do Ministério Público, as associações legitima- Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psí-
das poderão apresentar razões escritas ou documentos, que serão quica, da pessoa idosa, submetendo-a a condições desumanas ou
juntados ou anexados às peças de informação. degradantes ou privando-a de alimentos e cuidados indispensáveis,
§ 4oDeixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordena- quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-a a trabalho excessivo ou
ção e Revisão do Ministério Público de homologar a promoção de inadequado:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
arquivamento, será designado outro membro do Ministério Público Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
para o ajuizamento da ação. § 1oSe do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
TÍTULO VI § 2oSe resulta a morte:
DOS CRIMES Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 100.Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses
CAPÍTULO I a 1 (um) ano e multa:
DISPOSIÇÕES GERAIS I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por
motivo de idade;
Art. 93.Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as dispo- II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou traba-
sições daLei no 7.347, de 24 de julho de 1985. lho;
Art. 94.Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima pri- III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de
vativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o pro- prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
cedimento previsto naLei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo,
subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude
do Código de Processo Penal.(Vide ADIN 3.096-5 - STF) esta Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à
propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo
Ministério Público.
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo mo-
tivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em que for
parte ou interveniente a pessoa idosa:(Redação dada pela Lei nº
14.423, de 2022)
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LEGISLAÇÃO
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. III –se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou “Art. 140. ............................................................................
qualquer outro rendimento da pessoa idosa, dando-lhes aplicação ............................................................................
diversa da de sua finalidade:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de § 3oSe a injúria consiste na utilização de elementos referentes
2022) a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa. portadora de deficiência:
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência da pessoa ido- ............................................................................ (NR)
sa, como abrigada, por recusa desta em outorgar procuração à en- “Art. 141. ............................................................................
tidade de atendimento:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) ............................................................................
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. IV –contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a deficiência, exceto no caso de injúria.
benefícios, proventos ou pensão da pessoa idosa, bem como qual- .............................................................................” (NR)
quer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou “Art. 148. ............................................................................
ressarcimento de dívida:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) ............................................................................
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. § 1o............................................................................
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, I –se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou
informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa ido- maior de 60 (sessenta) anos.
sa:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) ............................................................................” (NR)
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. “Art. 159............................................................................
Art. 106.Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos ............................................................................
a outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles § 1oSe o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se
dispor livremente: o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, a pessoa idosa a doar, con- ............................................................................” (NR)
tratar, testar ou outorgar procuração:(Redação dada pela Lei nº “Art. 183............................................................................
14.423, de 2022) ............................................................................
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. III –se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
Art. 108.Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem dis- superior a 60 (sessenta) anos.” (NR)
cernimento de seus atos, sem a devida representação legal: “Art. 244.Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o
trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos,
TÍTULO VII não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada
ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou
Art. 109.Impedir ou embaraçar ato do representante do Minis- ascendente, gravemente enfermo:
tério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador: ............................................................................” (NR)
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. Art. 111.OO art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro
Art. 110.O Decreto-Lei no2.848, de 7 de dezembro de 1940, Có- de 1941, Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar acrescido do
digo Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações: seguinte parágrafo único:
“Art. 61. ............................................................................ “Art. 21............................................................................
............................................................................ ............................................................................
II - ............................................................................ Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a
............................................................................ metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)
h)contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mu- Art. 112.O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 de
lher grávida; abril de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
.............................................................................” (NR) “Art. 1o............................................................................
“Art. 121. ............................................................................ ............................................................................
............................................................................ § 4o............................................................................
§ 4oNo homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um ter- II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de
ço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profis- deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
são, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro ............................................................................” (NR)
à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge Art. 113.Oinciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outubro
para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é de 1976, passa a vigorar com a seguinte redação:
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa “Art. 18............................................................................
menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. ............................................................................
.............................................................................” (NR) III –se qualquer deles decorrer de associação ou visar a meno-
“Art. 133. ............................................................................ res de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual ou superior
............................................................................ a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por qualquer causa, diminu-
§ 3o............................................................................ ída ou suprimida a capacidade de discernimento ou de autodeter-
............................................................................ minação:
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor- necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos com
tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de con-
como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, dições de autossustentabilidade e com vínculos familiares fragiliza-
à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao aces- dos ou rompidos;
so à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre XI - moradia para a vida independente da pessoa com deficiên-
outros, classificadas em: cia: moradia com estruturas adequadas capazes de proporcionar
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e am-
públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo; pliem o grau de autonomia de jovens e adultos com deficiência;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família,
e privados; que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos e
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas atividades
de transportes; diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer en- profissões legalmente estabelecidas;
trave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou impos- XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades
sibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informa- de alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência
ções por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer neces-
informação; sária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que im- públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos iden-
peçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com defici- tificados com profissões legalmente estabelecidas;
ência em igualdade de condições e oportunidades com as demais XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de-
pessoas; ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o aces- pessoal.
so da pessoa com deficiência às tecnologias;
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran- CAPÍTULO II
ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sinali-
zação ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os disposi- Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de
tivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma es-
sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, meios pécie de discriminação.
e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo § 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda
as tecnologias da informação e das comunicações; forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o re-
necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional conhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades funda-
e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que mentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adapta-
a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de ções razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos § 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de
e liberdades fundamentais; benefícios decorrentes de ação afirmativa.
VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma
obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa- de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, cruel-
neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé- dade, opressão e tratamento desumano ou degradante.
trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abas- Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada
tecimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam no caput deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis
as indicações do planejamento urbanístico; a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência.
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pes-
e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen- soa, inclusive para:
tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica- I - casar-se e constituir união estável;
ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes acesso a informações adequadas sobre reprodução e planejamento
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer familiar;
outros de natureza análoga; IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por compulsória;
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comu-
temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida- nitária; e
de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges- VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção,
tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso; como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com
X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Aco- as demais pessoas.
lhimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade competente
em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas, qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa
que possam contar com apoio psicossocial para o atendimento das com deficiência.
227
LEGISLAÇÃO
Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência
tribunais tiverem conhecimento de fatos que caracterizem as viola- em situação de curatela poderá ser suprido, na forma da lei.
ções previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Público Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa
para as providências cabíveis. com deficiência é indispensável para a realização de tratamento,
Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à procedimento, hospitalização e pesquisa científica.
pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos re- § 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de cura-
ferentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à materni- tela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau possível,
dade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, para a obtenção de consentimento.
ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao § 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência
transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, em cará-
lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecno- ter excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto
lógicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar para sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com deficiência e
e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Pro- com participantes não tutelados ou curatelados.
tocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem
bem-estar pessoal, social e econômico. seu consentimento prévio, livre e esclarecido em casos de risco de
morte e de emergência em saúde, resguardado seu superior interes-
SEÇÃO ÚNICA se e adotadas as salvaguardas legais cabíveis.
DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO
CAPÍTULO II
Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendi- DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO
mento prioritário, sobretudo com a finalidade de:
I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito
II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendi- da pessoa com deficiência.
mento ao público; Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tec- tem por objetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos,
nológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais,
com as demais pessoas; atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a con-
IV - disponibilização de pontos de parada, estações e terminais quista da autonomia da pessoa com deficiência e de sua partici-
acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segu- pação social em igualdade de condições e oportunidades com as
rança no embarque e no desembarque; demais pessoas.
V - acesso a informações e disponibilização de recursos de co- Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se
municação acessíveis; em avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades e po-
VI - recebimento de restituição de imposto de renda; tencialidades de cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e admi- I - diagnóstico e intervenção precoces;
nistrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e di- II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação fun-
ligências. cional, buscando o desenvolvimento de aptidões;
§ 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acom- III - atuação permanente, integrada e articulada de políticas
panhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, públicas que possibilitem a plena participação social da pessoa com
exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo. deficiência;
§ 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a priori- IV - oferta de rede de serviços articulados, com atuação inter-
dade conferida por esta Lei é condicionada aos protocolos de aten- setorial, nos diferentes níveis de complexidade, para atender às ne-
dimento médico. cessidades específicas da pessoa com deficiência;
V - prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com
TÍTULO II deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a organização das
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas
do Sistema Único de Saúde (SUS).
CAPÍTULO I Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilita-
DO DIREITO À VIDA ção para a pessoa com deficiência, são garantidos:
I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para
Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pes- atender às características de cada pessoa com deficiência;
soa com deficiência ao longo de toda a vida. II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais
de calamidade pública, a pessoa com deficiência será considerada e equipamentos adequados e apoio técnico profissional, de acordo
vulnerável, devendo o poder público adotar medidas para sua pro- com as especificidades de cada pessoa com deficiência;
teção e segurança. IV - capacitação continuada de todos os profissionais que parti-
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a cipem dos programas e serviços.
se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a
institucionalização forçada.
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LEGISLAÇÃO
Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à pre-
articuladas para garantir à pessoa com deficiência e sua família a venção de deficiências por causas evitáveis, inclusive por meio de:
aquisição de informações, orientações e formas de acesso às polí- I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com
ticas públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena garantia de parto humanizado e seguro;
participação social. II - promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis,
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo vigilância alimentar e nutricional, prevenção e cuidado integral
podem fornecer informações e orientações nas áreas de saúde, de dos agravos relacionados à alimentação e nutrição da mulher e da
educação, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previ- criança;
dência social, de assistência social, de habitação, de trabalho, de III - aprimoramento e expansão dos programas de imunização
empreendedorismo, de acesso ao crédito, de promoção, proteção e e de triagem neonatal;
defesa de direitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa com IV - identificação e controle da gestante de alto risco.
deficiência exercer sua cidadania. V - aprimoramento do atendimento neonatal, com a oferta de
ações e serviços de prevenção de danos cerebrais e sequelas neuro-
CAPÍTULO III lógicas em recém-nascidos, inclusive por telessaúde.(Incluído pela
DO DIREITO À SAÚDE Lei nº 14.510, de 2022)
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de saúde
Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência, no mínimo, to-
deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do dos os serviços e produtos ofertados aos demais clientes.
SUS, garantido acesso universal e igualitário. Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da
§ 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiência na pessoa com deficiência no local de residência, será prestado atendi-
elaboração das políticas de saúde a ela destinadas. mento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento,
§ 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e téc- garantidos o transporte e a acomodação da pessoa com deficiência
nicas, que regulamentarão a atuação dos profissionais de saúde e e de seu acompanhante.
contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às especificida- Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação
des da pessoa com deficiência, incluindo temas como sua dignidade é assegurado o direito a acompanhante ou a atendente pessoal,
e autonomia. devendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar condições
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com adequadas para sua permanência em tempo integral.
deficiência, especialmente em serviços de habilitação e de reabilita- § 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante
ção, deve ser garantida capacitação inicial e continuada. ou do atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe ao
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pes- profissional de saúde responsável pelo tratamento justificá-la por
soa com deficiência devem assegurar: escrito.
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe § 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1º deste ar-
multidisciplinar; tigo, o órgão ou a instituição de saúde deve adotar as providências
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que neces- cabíveis para suprir a ausência do acompanhante ou do atendente
sários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a manuten- pessoal.
ção da melhor condição de saúde e qualidade de vida; Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambu- a pessoa com deficiência, inclusive por meio de cobrança de valores
latorial e internação; diferenciados por planos e seguros privados de saúde, em razão de
IV - campanhas de vacinação; sua condição.
V - atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos
atendentes pessoais; serviços de saúde, tanto públicos como privados, e às informações
VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orien- prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assistiva
tação sexual da pessoa com deficiência; e de todas as formas de comunicação previstas no inciso V do art.
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertili- 3º desta Lei.
zação assistida; Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quan-
VIII - informação adequada e acessível à pessoa com deficiência to privados, devem assegurar o acesso da pessoa com deficiência,
e a seus familiares sobre sua condição de saúde; em conformidade com a legislação em vigor, mediante a remoção
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desenvol- de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de ambientação
vimento de deficiências e agravos adicionais; de interior e de comunicação que atendam às especificidades das
X - promoção de estratégias de capacitação permanente das pessoas com deficiência física, sensorial, intelectual e mental.
equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, no aten- Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência
dimento à pessoa com deficiência, bem como orientação a seus praticada contra a pessoa com deficiência serão objeto de notifi-
atendentes pessoais; cação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à
XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção, autoridade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos
medicamentos, insumos e fórmulas nutricionais, conforme as nor- Direitos da Pessoa com Deficiência.
mas vigentes do Ministério da Saúde. Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violên-
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às institui- cia contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou omissão, pra-
ções privadas que participem de forma complementar do SUS ou ticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou
que recebam recursos públicos para sua manutenção. sofrimento físico ou psicológico.
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
§ 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não possua
meio de prévia formalização do contrato de emprego da pessoa meios para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua
com deficiência, que será considerada para o cumprimento da re- família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos
serva de vagas prevista em lei, desde que por tempo determinado e da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 .
concomitante com a inclusão profissional na empresa, observado o
disposto em regulamento. CAPÍTULO VIII
§ 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL
atenderão à pessoa com deficiência.
Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de
SEÇÃO III Previdência Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos termos
DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO TRABALHO da Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013 .
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LEGISLAÇÃO
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem § 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exi-
situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, 1 bir, em local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a ser
(um) acompanhante da pessoa com deficiência ou com mobilidade confeccionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, que disciplina-
reduzida, resguardado o direito de se acomodar proximamente a rão suas características e condições de uso.
grupo familiar e comunitário. § 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo
§ 4º Nos locais referidos no caput deste artigo, deve haver, sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XVII do art. 181
obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis, da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito
conforme padrões das normas de acessibilidade, a fim de permitir a Brasileiro) .
saída segura da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi- § 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo
da, em caso de emergência. sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XX do art. 181 da
§ 5º Todos os espaços das edificações previstas no caput deste Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Bra-
artigo devem atender às normas de acessibilidade em vigor. sileiro) . (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões, § 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é vinculada
recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência. (Vigência) à pessoa com deficiência que possui comprometimento de mobili-
§ 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá dade e é válida em todo o território nacional.
ser superior ao valor cobrado das demais pessoas. Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre, aquaviário
Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos e aéreo, as instalações, as estações, os portos e os terminais em
observando-se os princípios do desenho universal, além de adotar operação no País devem ser acessíveis, de forma a garantir o seu
todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em vigor. (Vi- uso por todas as pessoas.
gência) (Reglamento) § 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput deste arti-
§ 1º Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar, go devem dispor de sistema de comunicação acessível que disponi-
pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis, ga- bilize informações sobre todos os pontos do itinerário.
rantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível. § 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade e se-
§ 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo deverão gurança nos procedimentos de embarque e de desembarque nos
ser localizados em rotas acessíveis. veículos de transporte coletivo, de acordo com as normas técnicas.
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos veí-
CAPÍTULO X culos, as empresas de transporte coletivo de passageiros dependem
DO DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público respon-
sável pela prestação do serviço.
Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de turismo,
deficiência ou com mobilidade reduzida será assegurado em igual- na renovação de suas frotas, são obrigadas ao cumprimento do dis-
dade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de iden- posto nos arts. 46 e 48 desta Lei. (Vigência)
tificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de veículos
acesso. acessíveis e a sua utilização como táxis e vans , de forma a garantir
§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte cole- o seu uso por todas as pessoas.
tivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições, conside- Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10%
ram-se como integrantes desses serviços os veículos, os terminais, (dez por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiên-
as estações, os pontos de parada, o sistema viário e a prestação do cia. (Vide Decreto nº 9.762, de 2019) (Vigência)
serviço. § 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores
§ 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei, adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência.
sempre que houver interação com a matéria nela regulada, a ou- § 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais
torga, a concessão, a permissão, a autorização, a renovação ou a com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veículos a que se refere
habilitação de linhas e de serviços de transporte coletivo. o caput deste artigo.
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos veí- Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1
culos, as empresas de transporte coletivo de passageiros dependem (um) veículo adaptado para uso de pessoa com deficiência, a cada
da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público respon- conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota. (Vide Decreto nº 9.762,
sável pela prestação do serviço. de 2019) (Vigência)
Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao pú- Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo,
blico, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas, câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos
devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de manuais de freio e de embreagem.
pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem
pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade, des-
de que devidamente identificados.
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equi-
valer a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma)
vaga devidamente sinalizada e com as especificações de desenho
e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessibi-
lidade.
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos § 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de institui-
de tecnologia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do ções públicas e privadas para o desenvolvimento de tecnologias as-
SUS e por outros órgãos governamentais. sistiva e social que sejam voltadas para melhoria da funcionalidade
Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste artigo, os e da participação social da pessoa com deficiência.
procedimentos constantes do plano específico de medidas deverão § 4º As medidas previstas neste artigo devem ser reavaliadas
ser avaliados, pelo menos, a cada 2 (dois) anos. periodicamente pelo poder público, com vistas ao seu aperfeiçoa-
mento.
CAPÍTULO IV Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimen-
DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E POLÍTICA to, a inovação e a difusão de tecnologias voltadas para ampliar o
acesso da pessoa com deficiência às tecnologias da informação e
Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com deficiência comunicação e às tecnologias sociais.
todos os direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em igual- Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
dade de condições com as demais pessoas. I - o emprego de tecnologias da informação e comunicação
§ 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito de vo- como instrumento de superação de limitações funcionais e de bar-
tar e de ser votada, inclusive por meio das seguintes ações: reiras à comunicação, à informação, à educação e ao entretenimen-
I - garantia de que os procedimentos, as instalações, os mate- to da pessoa com deficiência;
riais e os equipamentos para votação sejam apropriados, acessíveis II - a adoção de soluções e a difusão de normas que visem a am-
a todas as pessoas e de fácil compreensão e uso, sendo vedada a pliar a acessibilidade da pessoa com deficiência à computação e aos
instalação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa com defi- sítios da internet, em especial aos serviços de governo eletrônico.
ciência;
II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a de- LIVRO II
sempenhar quaisquer funções públicas em todos os níveis de go- PARTE ESPECIAL
verno, inclusive por meio do uso de novas tecnologias assistivas,
quando apropriado; TÍTULO I
III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda DO ACESSO À JUSTIÇA
eleitoral obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de
televisão possuam, pelo menos, os recursos elencados no art. 67 CAPÍTULO I
desta Lei; DISPOSIÇÕES GERAIS
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tanto,
sempre que necessário e a seu pedido, permissão para que a pes- Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pessoa com
soa com deficiência seja auxiliada na votação por pessoa de sua deficiência à justiça, em igualdade de oportunidades com as demais
escolha. pessoas, garantindo, sempre que requeridos, adaptações e recursos
§ 2º O poder público promoverá a participação da pessoa com de tecnologia assistiva.
deficiência, inclusive quando institucionalizada, na condução das § 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em
questões públicas, sem discriminação e em igualdade de oportuni- todo o processo judicial, o poder público deve capacitar os membros
dades, observado o seguinte: e os servidores que atuam no Poder Judiciário, no Ministério Públi-
I - participação em organizações não governamentais relacio- co, na Defensoria Pública, nos órgãos de segurança pública e no sis-
nadas à vida pública e à política do País e em atividades e adminis- tema penitenciário quanto aos direitos da pessoa com deficiência.
tração de partidos políticos; § 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência subme-
II - formação de organizações para representar a pessoa com tida a medida restritiva de liberdade todos os direitos e garantias a
deficiência em todos os níveis; que fazem jus os apenados sem deficiência, garantida a acessibili-
III - participação da pessoa com deficiência em organizações dade.
que a representem. § 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão as me-
didas necessárias à garantia dos direitos previstos nesta Lei.
TÍTULO IV Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha ga-
rantido o acesso à justiça, sempre que figure em um dos polos da
Art. 77. O poder público deve fomentar o desenvolvimento cien- ação ou atue como testemunha, partícipe da lide posta em juízo,
tífico, a pesquisa e a inovação e a capacitação tecnológicas, volta- advogado, defensor público, magistrado ou membro do Ministério
dos à melhoria da qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com Público.
deficiência e sua inclusão social. Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido o
§ 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a geração de acesso ao conteúdo de todos os atos processuais de seu interesse,
conhecimentos e técnicas que visem à prevenção e ao tratamento inclusive no exercício da advocacia.
de deficiências e ao desenvolvimento de tecnologias assistiva e so- Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão garantidos
cial. por ocasião da aplicação de sanções penais.
§ 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social devem Art. 82. (VETADO).
ser fomentadas mediante a criação de cursos de pós-graduação, a
formação de recursos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes
de áreas do conhecimento.
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LEGISLAÇÃO
Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou II - interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor-
criar óbices ou condições diferenciadas à prestação de seus serviços mação na internet.
em razão de deficiência do solicitante, devendo reconhecer sua ca- § 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da con-
pacidade legal plena, garantida a acessibilidade. denação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput deste material apreendido.
artigo constitui discriminação em razão de deficiência. Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão,
benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa
CAPÍTULO II com deficiência:
DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao crime é cometido:
exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testa-
as demais pessoas. menteiro ou depositário judicial; ou
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será subme- II - por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de pro-
tida à curatela, conforme a lei. fissão.
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas
de tomada de decisão apoiada. de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres:
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as
circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas por lei ou mandado.
de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio ele-
ano. trônico ou documento de pessoa com deficiência destinados ao re-
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados cebimento de benefícios, proventos, pensões ou remuneração ou à
aos direitos de natureza patrimonial e negocial. realização de operações financeiras, com o fim de obter vantagem
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio indevida para si ou para outrem:
corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
saúde, ao trabalho e ao voto. Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo cons- crime é cometido por tutor ou curador.
tar da sentença as razões e motivações de sua definição, preserva-
dos os interesses do curatelado. TÍTULO III
§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vín-
culo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado. Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro público eletrônico com a fi-
a situação de curatela da pessoa com deficiência. nalidade de coletar, processar, sistematizar e disseminar informa-
Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger ções georreferenciadas que permitam a identificação e a caracte-
os interesses da pessoa com deficiência em situação de curatela, rização socioeconômica da pessoa com deficiência, bem como das
será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou a reque- barreiras que impedem a realização de seus direitos.
rimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisório, o § 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Execu-
qual estará sujeito, no que couber, às disposições do Código de Pro- tivo federal e constituído por base de dados, instrumentos, procedi-
cesso Civil . mentos e sistemas eletrônicos.
§ 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão serão obtidos
TÍTULO II pela integração dos sistemas de informação e da base de dados de
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS todas as políticas públicas relacionadas aos direitos da pessoa com
deficiência, bem como por informações coletadas, inclusive em cen-
Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em sos nacionais e nas demais pesquisas realizadas no País, de acordo
razão de sua deficiência: com os parâmetros estabelecidos pela Convenção sobre os Direitos
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo.
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encon- § 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados, é fa-
trar-se sob cuidado e responsabilidade do agente. cultada a celebração de convênios, acordos, termos de parceria ou
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é contratos com instituições públicas e privadas, observados os requi-
cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de pu- sitos e procedimentos previstos em legislação específica.
blicação de qualquer natureza: § 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as li-
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. berdades fundamentais da pessoa com deficiência e os princípios
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar, éticos que regem a utilização de informações, devem ser observa-
ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inqué- das as salvaguardas estabelecidas em lei.
rito policial, sob pena de desobediência: § 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão ser utili-
I - recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do ma- zados para as seguintes finalidades:
terial discriminatório;
237
LEGISLAÇÃO
I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas § 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou
públicas para a pessoa com deficiência e para identificar as barrei- mais, a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação
ras que impedem a realização de seus direitos; na CTPS e matrícula e frequência em programa de aprendizagem
II - realização de estudos e pesquisas. desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação
§ 6º As informações a que se refere este artigo devem ser disse- técnico-profissional metódica.” (NR)
minadas em formatos acessíveis. “Art. 433. ..................................................................
Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos órgãos ...........................................................................................
de controle interno e externo, deve ser observado o cumprimento da I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo
legislação relativa à pessoa com deficiência e das normas de aces- para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de
sibilidade vigentes. acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao
Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pes- desempenho de suas atividades;
soa com deficiência moderada ou grave que: ..................................................................................” (NR)
I - receba o benefício de prestação continuada previsto no art. Art. 98. A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989 , passa a
20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , e que passe a exer- vigorar com as seguintes alterações:
cer atividade remunerada que a enquadre como segurado obriga- “Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de interes-
tório do RGPS; ses coletivos, difusos, individuais homogêneos e individuais indis-
II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de poníveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Mi-
prestação continuada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de nistério Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelos Estados,
dezembro de 1993 , e que exerça atividade remunerada que a en- pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por associação constituída
quadre como segurado obrigatório do RGPS. há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por autarquia, por
Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com de- empresa pública e por fundação ou sociedade de economia mista
ficiência perante os órgãos públicos quando seu deslocamento, em que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos inte-
razão de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade, resses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência.
imponha-lhe ônus desproporcional e indevido, hipótese na qual se- .................................................................................” (NR)
rão observados os seguintes procedimentos: “Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5
I - quando for de interesse do poder público, o agente promo- (cinco) anos e multa:
verá o contato necessário com a pessoa com deficiência em sua re- I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar,
sidência; cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de
II - quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela apre- ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de
sentará solicitação de atendimento domiciliar ou fará representar- sua deficiência;
-se por procurador constituído para essa finalidade. II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém
Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência aten- a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência;
dimento domiciliar pela perícia médica e social do Instituto Nacio- III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa
nal do Seguro Social (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo em razão de sua deficiência;
serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de pres-
SUS e pelas entidades da rede socioassistencial integrantes do Suas, tar assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com de-
quando seu deslocamento, em razão de sua limitação funcional e ficiência;
de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem
e indevido. judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
Art. 96. O § 6º -A do art. 135 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis
1965 (Código Eleitoral) , passa a vigorar com a seguinte redação: à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando requi-
“Art. 135. ................................................................. sitados.
........................................................................................ § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência me-
§ 6º -A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada elei- nor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço).
ção, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na es- § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos
colha dos locais de votação, de maneira a garantir acessibilidade para indeferimento de inscrição, de aprovação e de cumprimento
para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive de estágio probatório em concursos públicos não exclui a responsa-
em seu entorno e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso. bilidade patrimonial pessoal do administrador público pelos danos
....................................................................................” (NR) causados.
Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada § 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o in-
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 , passa a vigorar gresso de pessoa com deficiência em planos privados de assistência
com as seguintes alterações: à saúde, inclusive com cobrança de valores diferenciados.
“Art. 428. .................................................................. § 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e
........................................................................................... emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR)
§ 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprova- Art. 99. O art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990 , passa
ção da escolaridade de aprendiz com deficiência deve considerar, a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII:
sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a pro- “Art. 20. ......................................................................
fissionalização. ..............................................................................................
...........................................................................................
238
LEGISLAÇÃO
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, § 3º Para a reserva de cargos será considerada somente a con-
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibilida- tratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com
de e de inclusão social. deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
..................................................................................” (NR) aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
Art. 100. A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de § 4º (VETADO).” (NR)
Defesa do Consumidor) , passa a vigorar com as seguintes altera- “Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios operacio-
ções: nalizados pelo INSS, não será exigida apresentação de termo de
“Art. 6º ....................................................................... curatela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados os
............................................................................................ procedimentos a serem estabelecidos em regulamento.”
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III Art. 102. O art. 2º da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991 ,
do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º :
observado o disposto em regulamento.” (NR) “Art. 2º .........................................................................
“Art. 43. ...................................................................... .............................................................................................
............................................................................................ § 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão conce-
§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo didos a projetos culturais que forem disponibilizados, sempre que
devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a tecnicamente possível, também em formato acessível à pessoa com
pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor.” (NR) deficiência, observado o disposto em regulamento.” (NR)
Art. 101. A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 , passa a vigo- Art. 103. O art. 11 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 ,
rar com as seguintes alterações: passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IX:
“Art. 16. ...................................................................... “Art. 11. .....................................................................
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não ............................................................................................
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilida-
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou defi- de previstos na legislação.” (NR)
ciência grave; Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 , passa a vigo-
............................................................................................ rar com as seguintes alterações:
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de “Art. 3º .....................................................................
21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ..........................................................................................
ou mental ou deficiência grave; § 2º ...........................................................................
.................................................................................” (NR) ..........................................................................................
“Art. 77. ..................................................................... V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem
............................................................................................ cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
§ 2º .............................................................................. deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam
............................................................................................ às regras de acessibilidade previstas na legislação.
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de am- ...........................................................................................
bos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida mar-
anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual gem de preferência para:
ou mental ou deficiência grave; I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que aten-
................................................................................... dam a normas técnicas brasileiras; e
§ 4º (VETADO). II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que
...................................................................................” (NR) comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para
“Art. 93. (VETADO): pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e
I - (VETADO); que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
II - (VETADO); ...................................................................................” (NR)
III - (VETADO); “Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no
IV - (VETADO); inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo o
V - (VETADO). período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em lei
§ 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência So-
reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo de- cial, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislação.
terminado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimen-
contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após a to dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de
contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário trabalho.”
reabilitado da Previdência Social. Art. 105. O art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 ,
§ 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer passa a vigorar com as seguintes alterações:
a sistemática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas “Art. 20. ......................................................................
sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas .............................................................................................
com deficiência e por beneficiários reabilitados da Previdência So- § 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação conti-
cial, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entidades nuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impe-
representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados. dimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
239
LEGISLAÇÃO
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode § 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade dos cursos que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei
de condições com as demais pessoas. deve ser acessível, por meio de subtitulação com legenda oculta as-
............................................................................................ sociada à tradução simultânea em Libras.
§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e § 2º É assegurado também ao candidato com deficiência audi-
de aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo da tiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da
renda familiar per capita a que se refere o § 3º deste artigo. Libras, para acompanhamento em aulas práticas e teóricas.”
............................................................................................. “Art. 154. (VETADO).”
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste “Art. 181. ...................................................................
artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da con- ..........................................................................................
dição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnera- XVII - .........................................................................
bilidade, conforme regulamento.” (NR) Infração - grave;
Art. 106. (VETADO). .................................................................................” (NR)
Art. 107. A Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995 , passa a vigorar Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei nº 9.615, de 24 de
com as seguintes alterações: março de 1998 , passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática discriminató- “Art. 56. ....................................................................
ria e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de ...........................................................................................
sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da arrecada-
situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre ção bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e simila-
outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança res cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-
e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição -se esse valor do montante destinado aos prêmios;
Federal. ” (NR) .............................................................................................
“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos dis- § 1º Do total de recursos financeiros resultantes do percentual
positivos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de que trata o inciso VI do caput , 62,96% (sessenta e dois inteiros
de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei e noventa e seis centésimos por cento) serão destinados ao Comitê
são passíveis das seguintes cominações: Olímpico Brasileiro (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro
..................................................................................” (NR) centésimos por cento) ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), de-
“Art. 4º ........................................................................ vendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de normas
I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o perío- aplicáveis à celebração de convênios pela União.
do de afastamento, mediante pagamento das remunerações devi- ..................................................................................” (NR)
das, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais; Art. 111. O art. 1º da Lei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000 ,
....................................................................................” (NR) passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 108. O art. 35 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995 , “Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual
passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º : ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pes-
“Art. 35. ...................................................................... soas com crianças de colo e os obesos terão atendimento prioritá-
............................................................................................. rio, nos termos desta Lei.” (NR)
§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo único Art. 112. A Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , passa a
do art. 3º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 , a pessoa vigorar com as seguintes alterações:
com deficiência, ou o contribuinte que tenha dependente nessa con- “Art. 2º .......................................................................
dição, tem preferência na restituição referida no inciso III do art. 4º I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
e na alínea “c” do inciso II do art. 8º .” (NR) lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
Art. 109. A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni-
Trânsito Brasileiro) , passa a vigorar com as seguintes alterações: cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
“Art. 2º ........................................................... serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são considera- de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
das vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias com deficiência ou com mobilidade reduzida;
internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
autônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimen- tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
tos privados de uso coletivo.” (NR) como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade,
“Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao aces-
trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com so à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre
as respectivas placas indicativas de destinação e com placas infor- outros, classificadas em:
mando os dados sobre a infração por estacionamento indevido.” a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços
“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegura- públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
da acessibilidade de comunicação, mediante emprego de tecnolo- b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos
gias assistivas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do processo e privados;
de habilitação. c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios
de transportes;
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
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LEGISLAÇÃO
“Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual acom- III - os incisos II e III do art. 228 da Lei nº 10.406, de 10 de janei-
panhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com ro de 2002 (Código Civil);
o animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
abertos ao público, de uso público e privados de uso coletivo, desde 2002 (Código Civil);
que observadas as condições impostas por esta Lei. V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
............................................................................................. de 2002 (Código Civil);
§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as mo- VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº 10.406, de 10 de
dalidades e jurisdições do serviço de transporte coletivo de passa- janeiro de 2002 (Código Civil);
geiros, inclusive em esfera internacional com origem no território VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
brasileiro.” (NR) 2002 (Código Civil).
Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei nº 11.904, de 14 de janeiro Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar em vigor em
de 2009 , passa a vigorar acrescido da seguinte alínea “k”: até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei.
“Art. 46. ...................................................................... Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir discrimina-
........................................................................................... dos, a partir da entrada em vigor desta Lei, para o cumprimento dos
IV - .............................................................................. seguintes dispositivos:
........................................................................................... I - incisos I e II do § 2º do art. 28 , 48 (quarenta e oito) meses;
k) de acessibilidade a todas as pessoas. II - § 6º do art. 44 , 48 (quarenta e oito) meses;
.................................................................................” (NR) II - § 6º do art. 44, 60 (sessenta) meses;(Redação dada pela
Art. 119. A Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 , passa a Medida Provisória nº 917, de 2019)
vigorar acrescida do seguinte art. 12-B: II - § 6º do art. 44, 60 (sessenta) meses; (Redação dada pela Lei
“Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, re- nº 14.009, de 2020)
servar-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para condutores com II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro) meses; (Redação dada
deficiência. pela Medida Provisória nº 1.025, de 2020)
§ 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput des- II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro) meses;(Redação dada
te artigo, o condutor com deficiência deverá observar os seguintes pela Lei nº 14.159, de 2021)
requisitos quanto ao veículo utilizado: III - art. 45 , 24 (vinte e quatro) meses;
I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; e IV - art. 49 , 48 (quarenta e oito) meses.
II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legis- Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a vigência
lação vigente. da Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 .
§ 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma esta- Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e
belecida no caput deste artigo, as remanescentes devem ser dispo- oitenta) dias de sua publicação oficial .
nibilizadas para os demais concorrentes.” Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Independência e 127º da
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de go- República.
verno, a elaboração de relatórios circunstanciados sobre o cumpri-
mento dos prazos estabelecidos por força das Leis nº 10.048, de 8 de QUESTÕES
novembro de 2000 , e nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , bem
como o seu encaminhamento ao Ministério Público e aos órgãos de
regulação para adoção das providências cabíveis. 1. : VUNESP - 2020 - Prefeitura de Morro Agudo - SP - Dentista
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o caput deste ar- - Periodontista
tigo deverão ser apresentados no prazo de 1 (um) ano a contar da O lema “Saúde é direito de todos e dever do Estado” e que
entrada em vigor desta Lei. transformou o Sistema Único de Saúde brasileiro em um dos maio-
Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previstos nesta res do mundo, foi implantado a partir da constituição de
Lei não excluem os já estabelecidos em outras legislações, inclusive (A) 1934.
em pactos, tratados, convenções e declarações internacionais apro- (B) 1947.
vados e promulgados pelo Congresso Nacional, e devem ser apli- (C) 1967.
cados em conformidade com as demais normas internas e acordos (D) 1988.
internacionais vinculantes sobre a matéria. (E) 1991.
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à pessoa
com deficiência.
Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do disposto
nesta Lei ao tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a
ser dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte,
previsto no § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 123, de 14 de
dezembro de 2006 .
Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos: (Vigência)
I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.008, de 21 de março
de 1995 ;
II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 (Código Civil);
243
LEGISLAÇÃO
2. VUNESP - 2019 - Prefeitura de Dois Córregos - SP - Médico 5. VUNESP - 2021 - Prefeitura de Bertioga - SP - Procurador Mu-
Cardiologista nicipal
Em relação aos Conselhos de Saúde, assinale a alternativa que Assinale a alternativa correta, que corresponde ao que está
está de acordo com a Lei n° 8.142/90. previsto na Lei no 8.080/90.
(A) A representação nos Conselhos de Saúde é paritária, e entre (A) A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de
seus membros obrigatórios estão: os sindicatos de trabalhado- Saúde (SUS), em caráter complementar.
res, os sindicatos patronais e os usuários, mediados por repre- (B) As ações e os serviços de saúde, executados pelo Sistema
sentante designado da câmara de vereadores do município. Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participa-
(B) Os Conselhos de Saúde são veículos de fortalecimento do ção complementar da iniciativa privada, serão organizados de
controle social no SUS, por meio da participação efetiva da so- forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexida-
ciedade organizada nas políticas públicas e na administração de decrescente.
da saúde. (C) Os Estados deverão executar ações de vigilância epidemio-
(C) O Conselho de Saúde não tem autonomia administrativa e lógica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocor-
subordina-se à Conferência de Saúde, que é a instância cole- rência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do
giada, com poder deliberativo, para referendar suas decisões. controle da direção Municipal do Sistema Único de Saúde (SUS)
(D) Cabe ao Conselho de Saúde atuar na formulação e no con- ou que representem risco de disseminação nacional.
trole da execução da política de saúde, com exceção dos aspec- (D) Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de en-
tos econômicos e financeiros. sino se integram ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante
(E) As atribuições do Conselho de Saúde e suas estratégias de convênio, sem preservar a sua autonomia administrativa.
atuação são, por determinação legal, direcionadas exclusiva- (E) É permitida a destinação de subvenções e auxílios a institui-
mente ao setor público. ções prestadoras de serviços de saúde com finalidade lucrativa.
3. VUNESP - 2019 - Prefeitura de Campinas - SP - Psicólogo 6. VUNESP - 2023 - Prefeitura de Palmas - TO - Guarda Metro-
Nos termos do que dispõe a Lei Federal n° 8.142/90, assinale a politano
alternativa correta. Tendo em conta as disposições legais do Estatuto do Idoso, as-
(A) O SUS contará, na esfera federal de governo, com prejuízo sinale a alternativa correta.
das funções do Poder Legislativo, com as instâncias colegiadas (A) É assegurada prioridade especial aos maiores de 80 anos,
da Conferência de Saúde e do Conselho de Saúde. atendendo suas necessidades sempre preferencialmente em
(B) A cobertura das ações e serviços de saúde, a ser implemen- relação às demais pessoas idosas.
tada pelos Municípios, Estados e Distrito Federal, destinará (B) É crime lavrar ata notarial que envolva pessoa idosa, maior
seus recursos, entre outras, à cobertura assistencial ambula- de 80 anos, sem a devida representação.
torial e hospitalar. (C) É crime deixar de cumprir a execução de ordem judicial ex-
(C) As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão pedida em ações em que for parte a pessoa idosa.
suas normas e sua organização de funcionamento definidas por (D) É considerada pessoa idosa aquela com idade superior a
Decreto a ser expedido pelo Ministro da Saúde e Previdência 60 anos.
Social.
(D) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde serão alocados 7. VUNESP - 2023 - CAMPREV - SP - Assistente Social
como investimentos previstos no Plano Bianual do Ministério Os determinantes biológicos do ciclo natural de vida, expres-
da Saúde. sos em idades cronológicas, são tomados como generalizadores do
(E) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde serão destinados modo de envelhecer. Assim é explicado o envelhecimento, indepen-
em 50% (cinquenta por cento) aos Municípios, e o restante di- dentemente das condições de existência em determinado tipo de
vidido entre os Estados e o Distrito Federal. sociedade, do modo como as pessoas idosas vivem e da dialética
da trajetória individual e social. Entretanto, a Lei nº 10.741/2003
4. VUNESP - 2023 - Câmara de Marília - SP - Procurador Jurídico traz implícita a noção de envelhecimento como processo, histórico
Assinale a alternativa que está de acordo com a Lei n° 8.080/90. e social, cujo entendimento envolve aspectos cronológicos, bioló-
(A) Caberá à União e aos Estados, com dotações próprias, fi- gicos, mas também psicológicos e sociais. Considera o envelheci-
nanciar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. mento como um direito personalíssimo e define um amplo elenco
(B) No âmbito do Sistema Único de Saúde, é vedada a interna- de direitos fundamentais ao/à idoso/a, inerentes à pessoa humana,
ção domiciliar. sem prejuízo
(C) À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete (A) de seus interesses pessoais.
gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros. (B) dos benefícios que dispõem.
(D) A vigilância nutricional e a orientação alimentar são áreas (C) da sua efetiva contribuição.
que não estão expressamente incluídas no campo de atuação (D) da sua proteção integral.
do Sistema Único de Saúde. (E) de sua experiência estratégica.
(E) Em situações epidemiológicas que caracterizem emergência
em saúde pública, deve ser adotado procedimento padrão para
a remessa de patrimônio genético ao exterior, sob pena de co-
metimento de improbidade administrativa.
244
LEGISLAÇÃO
8. VUNESP - 2022 - Prefeitura de Sorocaba - SP - Terapeuta Ocu- 11. VUNESP - 2023 - TJ-SP - Escrevente
pacional Considere que Alice tem 25 anos, é considerada uma pessoa
De acordo com o Estatuto do Idoso (Lei n⁰ 10.741, de1⁰ de ou- com deficiência e há cinco anos namora com Jackson, que não tem
tubro de 2003), deficiência física, mental, intelectual ou sensorial. Eles desejam se
(A) é obrigação do Município garantir à pessoa idosa a prote- casar em seis meses. Com base na situação hipotética e no disposto
ção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais no Estatuto da Pessoa com Deficiência, é correto afirmar que
públicas que permitam um envelhecimento saudável e em con- (A) Jackson deve solicitar autorização para o casamento ao res-
dições de dignidade. ponsável legal de Alice, devendo formalizar o pedido com firma
(B) é dever do Estado prevenir a ameaça ou violação aos direi- reconhecida em cartório.
tos do idoso. (B) a deficiência não afeta a plena capacidade civil de Alice, in-
(C) é obrigação da família assegurar ao idoso a efetivação do clusive para se casar e exercer seus direitos sexuais e reprodu-
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, tivos.
ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à (C) como Jackson não é uma pessoa com deficiência, apenas
dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. poderá se casar com Alice depois que obter do cartório de re-
(D) é dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o gistro civil competente autorização para tanto.
a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrori- (D) eles devem pedir autorização expressa ao juízo competente
zante, vexatório ou constrangedor. pelo menos 120 dias antes do casamento.
(E) é obrigação da sociedade assegurar à pessoa idosa a liber- (E) o casamento apenas poderá ser realizado depois que a mãe
dade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito e o pai de Alice emitirem autorização expressa, com firma reco-
de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na nhecida em cartório.
Constituição e nas leis.
12. VUNESP - 2023 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário
9. VUNESP - 2016 - Prefeitura de Alumínio - SP - Procurador De acordo com a Lei nº 13.146/15 (Estatuto da Pessoa com De-
Jurídico ficiência), a colocação competitiva da pessoa com deficiência pode
A respeito da Lei Federal n° 12.764/2012, que institui a Política ocorrer por meio de trabalho com apoio, constituindo diretriz dessa
Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Es- atividade:
pectro Autista, cabe asseverar que (A) igualdade no atendimento à pessoa considerada deficiente,
(A) a pessoa com transtorno do espectro autista não será sub- ainda que os graus de deficiência sejam distintos.
metida a tratamento desumano ou degradante, não será priva- (B) provisão de suportes individualizados que atendam a ne-
da de sua liberdade ou do convívio familiar nem sofrerá discri- cessidades específicas da pessoa com deficiência, excetuada a
minação por motivo da deficiência. disponibilização de recursos de tecnologia assistiva.
(B) à pessoa com transtorno do espectro autista preexistente (C) respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com
poderá ser negada a participação em planos privados de assis- deficiência.
tência à saúde, garantido, porém, o amplo e irrestrito acesso a (D) necessidade de participação de organizações da sociedade
qualquer unidade de saúde da rede pública. civil.
(C) o gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar (E) realização de avaliação permanente.
a matrícula de aluno com transtorno do espectro autista, ou
qualquer outro tipo de deficiência, será punido com multa de 2 13. VUNESP - 2023 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário
(dois) a 20 (vinte) salários-mínimos. Considere que João é pessoa com deficiência e, acompanhado
(D) a pessoa com transtorno do espectro autista, incluída nas por sua irmã, Maria, dirigiu-se ao balcão de uma Vara Cível para
classes comuns de ensino regular, terá direito a acompanhante obter informações sobre processos judiciais de que é parte. Diante
especializado. da situação hipotética e do disposto na Lei nº 13.146/15 (Estatuto
(E) para cumprimento das diretrizes da Política Nacional de da Pessoa com Deficiência), é correto afirmar que
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro (A) o Estatuto da Pessoa com Deficiência confere expressamen-
Autista, o poder público poderá firmar convênio com pessoas te a João o direito de ser atendido de forma prioritária e fora do
jurídicas de direito privado, desde que de caráter associativo. horário regular de funcionamento da Vara.
(B) João e Maria deverão ter atendimento prioritário no balcão
10. VUNESP - 2023 - TJ-SP - Escrevente e em qualquer serviço de atendimento ao público.
De acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, garantir (C) Maria, apesar de ser acompanhante de João, não terá direi-
ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos é obrigação to a qualquer tipo de prioridade.
(A) exclusiva das fundações e pessoas jurídicas de direito pú- (D) João deverá ter atendimento prioritário no atendimento no
blico. balcão, bem como gozará de prioridade na tramitação do pro-
(B) exclusiva dos órgãos públicos. cesso judicial.
(C) expressa apenas das pessoas de direito privado. (E) João não terá direito a atendimento prioritário, pois a nor-
(D) das pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qual- ma não se aplica a atendimentos ao público promovidos pelo
quer natureza. Poder Judiciário.
(E) exclusiva das associações e fundações.
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LEGISLAÇÃO
______________________________________________________
1 D
______________________________________________________
2 B
3 B ______________________________________________________
4 C ______________________________________________________
5 A
______________________________________________________
6 A
_____________________________________________________
7 D
8 D _____________________________________________________
9 A ______________________________________________________
10 D
______________________________________________________
11 B
246
PITÁGORAS CONCURSOS
CONCURSOS PÚBLICOS 2023
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OMISSÃO DE SOCORRO
Deixar de prestar socorro, ou seja, não dar nenhuma
assistência a vítima de acidente ou a pessoa em perigo iminente, é
crime segundo o artigo 135 do Código Penal Brasileiro.
A omissão ou a falta de um pronto atendimento eficiente e
rápido são os principais motivos de mortes ou danos irreversíveis em
vítimas de acidentes de trânsito.
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
URGÊNCIA: Ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco
potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica
imediata
Após a abertura das vias aéreas e na presença de obstrução, • D (Disability): Avaliação do estado neurológico;
deve ser feita a desobstrução das vias respiratórias. A: ALERTA
e. Aspiração de sangue e/ou secreções com aspirador de V: Responde ao estímulo VERBAL
ponta rígida ou portátil; D: Responde ao estímulo DOLOROSO
f. Utilização da cânula de Guedel para manter I: INCONSCIENTE
permeabilidade das vias aéreas.
g. Extração digital de corpo estranho. • E (Exposure): Exposição do paciente com controle da
h. Controle da coluna cervical. hipotermia.
O paciente traumatizado deve ser completamente despido
para facilitar o exame completo e a determinação de lesões
que podem comprometer a sua vida. Para se evitar
movimentos e eventual mobilização de fraturas ou luxações,
as vestes devem ser cortadas antes da remoção.
A hipotermia exerce efeitos deletérios sobre o organismo do
traumatizado portanto, deve ser protegido contra o frio
através de cobertores aquecidos e infusão de líquidos
também aquecidos.
CAUSAS PRINCIPAIS:
• Respiratória: Afogamento, aspiração de corpo estranho;
Pneumonia; Asma grave; hipóxia; OVAs; Compressão da
tráqueia; edema de glote.
• Cardíaca: IAM; arritmias cardíacas; Choque; insuficiência
cardíaca;
• Outras: Desidratação; Choque anafilático; Intoxicação
exógena; hipotermia; drogas que deprimem o SNC; edema
cerebral
Causar reversíveis
Os 5H da parada cardiorrespiratória são: hipóxia (falta de oxigênio nos
SBV em PCR
tecidos); hipovolemia (diminuição do volume sanguíneo por hemorragia
Conhecimentos Específicos – Professora: Letícia Gomes 3
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
O suporte Básico de Vida (BLS) em PCR consiste na aplicação de um Conectar o ambú a uma rede de oxigênio com vazão de 10-
conjunto de técnicas e procedimentos que visam restabelecer/ 15 litros/min. Cada insuflação deverá durar 1-2 segundos.
estabilizar as funções cardíaca e pulmonar. • ETAPA D: Desfibrilação
Deve ser aplicado sistematicamente seguindo a seqüência C-A-B-D Em PCR de adultos, quando há um Desfibrilador Externo
• ETAPA C: Avaliar o pulso em artéria de grande calibre Automático (DEA) disponível imediatamente, deve-se usar o
(carótida ou femoral) durante 10 segundos no máximo. Na desfibrilador o mais rapidamente possível. Em adultos com
ausência deste iniciar as compressões torácicas externas. PCR sem monitoramento ou quando não houver um DEA
Durante a verificação do pulso, avaliar simultaneamente o prontamente disponível, deve-se iniciar a RCP enquanto ele é
padrão respiratório. obtido e feita a desfibrilação assim que estiver pronto para
Aplicar as compressões torácicas na freqüência de 100 a 120 uso.
compressões por minuto. Durante as compressões torácicas, A desfibrilação consiste na aplicação de uma descarga
o socorrista deverá informar sempre que chegar à 30ª elétrica de 200 Joules (monitor bifásico) ou 360 joules
compressão, para que sejam feitas duas insuflações com o (monofásico) visando restabelecer o ritmo cardíaco do
ambú. Em caso de apenas um socorrista, deve-se proceder paciente. É indicada quando o ritmo que conduziu ou
somente com as compressões torácicas até a chegada de antecedeu à PCR é um ritmo chocável.
reforços adicionais. IMPORTANTE!!
OBS IMPORTANTE: É durante a etapa C que são obtidos As manobras de RCP devem ser contínuas e reiniciadas logo
acessos venosos, preferencialmente aqueles calibrosos, para após a desfibrilação até que o ECG do aparelho aponte uma
que sejam administradas drogas de emergência ou infusão de nova indicação de choque.
volume (soro fisiológico, glicosado, ringer etc.). Não esquecer Em crianças com menos de 1 ano, utilizar o desfribilador
de controlar hemorragias externas através de curativo manual. Na ausência deste, recomenda-se o uso d DEA com
compressivo. atenuador de carga pediátrica. Na ausência dos dois, utiliza-
se o DEA, mesmo sem atenuador de carga.
DETERMINAÇÃO DO LOCAL CORRETO PARA MASSAGEM Complicações mais comuns produzidas por manobras
CARDÍACA inadequadas de RCP são as seguintes:
• A vítima não está posicionada sobre uma superfície rígida;
• A vítima não está em posição horizontal (se a cabeça está
elevada, o fluxo sanguíneo cerebral ficará deficitário);
• As vias aéreas não estão permeáveis;
• A boca ou máscara não está apropriadamente selada na
vítima e o ar escapa;
• As narinas da vítima não estão fechadas;
• As mãos foram posicionadas incorretamente ou em local
inadequado sobre o tórax;
• As compressões são muito profundas ou demasiadamente
POSIÇÃO CORRETA DAS MÃOS PARA MASSAGEM CARDÍACA rápidas (não impulsionam volume sangüíneo adequado);
• A razão entre as ventilações e compressões é inadequada;
• A RCP deixa de ser executada por mais de 5 segundos (alto
risco de lesão cerebral).
• CAUSA DE OBSTRUÇÃO:
Mecânica (obstrução por corpo estranho);
Anatômica (obstrução por queda de língua);
Patológica (edema, tumor).
02. (VUNESP/2022) Durante uma parada cardiorrespiratória, um 06. (FAU UNICENTRO -2022) O uso do bicarbonato de sódio na
paciente pode apresentar algumas causas reversíveis, parada cardiorrespiratória tem como objetivo principal:
denominadas 5 “Hs”, que são: a) Corrigir a hipoxemia.
a) hipóxia, hipo/hipermagnesia, hipotermia, hipovolemia e hidrogênio. b) Acelerar a frequência cardíaca.
Conhecimentos Específicos – Professora: Letícia Gomes 14
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
c) Aumentar o estado contrátil do miocárdio. ser interrompido em um período de 5 a 10 minutos, aplicando-se os
d) Corrigir a acidose metabólica e respiratória. procedimentos corretos de primeiros socorros.
e) Estimular as contrações espontâneas.
Após análise, assinale a alternativa que apresenta a sequência
01. C 03.C 05. A CORRETA dos itens acima, de cima para baixo:
02. B 04. C 06. D a) F, F, V, V.
b) F, V, V, F.
c) F, V, F, V.
01. (CEPERJ-2022) Leia atentamente as etapas: d) V, F, V, F.
1- Posicionar-se atrás da vítima (se for uma criança, ajoelhe-se e) V, V, F, F.
primeiro);
2- Envolver os braços no entorno da vítima; 03. (METROCAPITAL/2020) Assinale a alternativa que NÃO
3- Posicionar a mão fechada com o polegar voltado para o abdome, apresenta sinal ou sintoma de hemorragia:
entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical; a) Sensação de sede.
4- Com a outra mão por cima da primeira, comprimir o abdome para b) Sudorese fria.
dentro e para cima, até que a vítima elimine o corpo estranho. c) Mucosa corada.
d) Náuseas e vômitos.
A técnica de emergência descrita é a: e) Pulso rápido e fino.
a) Manobra de Heimlich.
b) Reanimação Cardiopulmonar (RCP). 04. (FUNDEP/2021) As hemorragias que acarretam a redução do
c) Manobra de Valsalva. volume sanguíneo circulante constituem a causa primária de
d) Reanimação de Murphy. choque volêmico, situação que exige do enfermeiro conhecimentos
02. (FGV-2022) Uma situação de emergência bastante comum é a para avaliar precisamente sinais e sintomas e adotar medidas de
de pessoas com sinais de obstrução das vias aéreas superiores. Se controle. Assinale a alternativa que a apresenta a descrição correta
ela não receber atendimento rápido poderá sofrer hipóxia dos sinais e sintomas de hemorragias internas.
progressiva, lesão cerebral e até morrer rapidamente, caso a via a) Pele fria e úmida, aumento da pressão arterial, bradicardia, retardo
esteja totalmente obstruída. do enchimento capilar e volume urinário aumentado.
Nesse caso, a manobra de Heimlich é um procedimento a ser b) Pele seca e quente, pressão arterial em queda, frequência cardíaca
prontamente executado pela(o) enfermeira(o). Nesse caso, a forma em elevação, enchimento capilar normal e volume urinário diminuído.
correta de se aplicar essa manobra é c) Pele fria e úmida, pressão arterial em queda, frequência cardíaca em
a) dar-se golpes mandibulares em decúbito dorsal. elevação, retardo do enchimento capilar e volume urinário diminuído.
b) fazer-se pressão nas asas do nariz do paciente com os dedos, ao d) Pele seca e quente, pressão arterial em queda, frequência cardíaca
tempo em que se pede que ele force a saída do ar. em queda, retardo do enchimento capilar e volume urinário aumentado.
c) colocar-se o paciente sentado, encostar-se seu queixo no peito
(flexão) por 1 minuto e rapidamente fazer-se hiperextensão do pescoço, 05. (UFG/2022) A campanha “Stop the Bleed”, lançada em 2017, tem
abrindo-se as vias aéreas. como objetivo preparar as pessoas para as emergências
d) colocar-se o paciente sentado com a coluna em ângulo de 90º no hemorrágicas que ameaçam a vida. Nesse sentido, existe oABC do
meio de uma maca e girar-se a cabeça lateralmente, mantendo-se essa sangramento que representa, respectivamente,
rotação durante toda a manobra. a) alerta; sangramento; compressão.
e) dar-se golpes abdominais subdiafrágmáticos. b) sangramento; respiração; compressão.
c) alerta; compressão; sangramento.
01. A d) respiração; sangramento; compressão.
02. E
06. (METROCAPITAL/2020) Dentre as ações do técnico de
01. (UNICENTRO/2022) Hemorragias externas são visíveis, pois o enfermagem no tratamento imediato de ferimento corto contuso
sangue verte para fora do corpo através dos ferimentos e/ou com presença de hemorragia, incluem-se:
orifícios naturais do corpo. Quando as veias são atingidas, o I. Conter o sangramento, aplicando pressão no local da hemorragia, e
sangue é: realizar curativo compressivo.
a) Vermelho vivo e sai em jatos rápidos e fortes, na mesma frequência II. Providenciar material para sutura e oxigeno terapia e manter a vítima
dos batimentos cardíacos. em DDH.
b) Vermelho escuro e sai de forma lenta e contínua. III. Encaminhar amostra de sangue para análise laboratorial e preparar
c) Preto e sai de forma sólida continuamente. material para intubação.
d) Rosado e ralo saindo de forma densa. a) Apenas o item I é verdadeiro.
e) Amarelado, saindo de forma rápida na mesma proporção dos b) Apenas o item II é verdadeiro.
batimentos cardíacos. c) Apenas o item III é verdadeiro.
d) Apenas os itens II e III são verdadeiros.
02. (AMAUV/2022) Com base na hemorragia externa, marque V, e) Todos os itens são verdadeiros.
para verdadeiro, ou F, para falso:
(__) Quando o sangue é vermelho vivo, claro (com bastante 07. (OMNI/2021) Assinale a alternativa CORRETA sobre alguns
oxigênio) e flui em jatos rápidos e fortes, é sinal de que uma veia foi procedimentos a respeito de hemorragia externa:
rompida. a) Aquecer a vítima com a hemorragia; Levar com urgência ao pronto
(__) Quando ocorre o rompimento de um capilar, há pouca perda socorro, se possível.
de sangue. Isso porque os capilares são pequenos vasos sanguíneos. b) Conter a hemorragia pressionando pano limpo ou atadura sobre o
(__) Quando o sangue é escuro, quase roxo (com pouco oxigênio) ferimento; Pressionar com os dedos (ponto de pressão) a área da lesão
e flui de forma lenta e contínua, com uma intensidade geralmente ou na artéria superior à lesão.
menor, é sinal de que uma artéria foi rompida. c) Manter a calma e tranquilizar a vítima com hemorragia; Lavar com
(__) Nesse tipo de hemorragia, o sangue que sai dos vasos água e sabão ferimentos superficiais.
extravasa a pele e, assim, pode ser visto. Na maioria dos casos, deve
Conhecimentos Específicos – Professora: Letícia Gomes 15
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
d) Aquecer a vítima com hemorragia, mantendo a temperatura D) A palavra que completa de forma correta a frase acima é: Artrite.
adequada; Manter a vítima acordada conversando com ela E) A palavra que completa de forma correta a frase acima é: Artrose.
01. B 03. C 05. A 07. B 03. (OBJETIVA/2021) A hanseníase é uma doença transmissível, à
02. C 04. C 06. A qual a maioria das pessoas é resistente. Porém, o ACS deve tomar
muito cuidado para identificar os grupos de risco, pois a doença se
desenvolve lentamente. O tempo entre o contato com a pessoa
01. (FCC/2007) O atendimento pré-hospitalar fixo descrito na doente e o aparecimento dos primeiros sintomas pode levar, em
portaria MS/GM no 2048/2002 é responsável pelo atendimento média, de:
A) às urgências e emergências, pela atenção primária à saúde e pelo A) Dois a cinco meses. B) Um a dois meses.
programa de saúde da família. C) Um a dois anos. D) Dois a cinco anos.
B) somente às urgências e emergências, quer sejam de natureza E) Dois a cinco dias.
clínica, traumática ou ainda psiquiátrica.
C) às urgências e emergências, exceto as de alta e média 04. (COSEAC/2021) Pessoas que apresentam manchas
complexidade, e aos casos crônicos não agudizados. esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas e alterações de
D) às urgências e emergências clínicas de adultos e crianças, sendo as sensibilidade (como formigamentos, choques e câimbras que
de natureza traumática de responsabilidade do atendimento pré- evoluem para dormência) devem ser encaminhadas para a Unidade
hospitalar móvel. Básica de Saúde para investigação, por se tratar de caso suspeito
E) às urgências de natureza clínica, traumática ou ainda psiquiátrica, de:
sendo as emergências de qualquer natureza de responsabilidade do A) Câncer de pele. B) Verminose.
atendimento pré-hospitalar móvel. C) Micose de praia. D) Dermatite atópica.
E) Hanseníase.
01. (IBFC/2022) Considerando a Resolução DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS: CRÔNICAS
1) HANSENÍASE Um caso de hanseníase é uma pessoa que se apresenta
• Doença crônica infectocontagiosa. Alto poder incapacitante uma ou mais de uma das seguintes características e
• Causa por uma bactéria (bacilo Mycobacterium leprae). quer requer quimioterapia:
• Acomete principalmente pele, nervos periféricos (células de Schann) • Lesão (ões) de pele com alteração de sensibilidade;
• Transmissão por gotículas; • Acometimento de nervo(s) com espessamento neural;
• Ambientes Fechados, pouca iluminação e pouco ventilado. = • Baciloscopia positiva.
contato íntimo e prolongado
• Alta infectividade, porém baixa patogenicidade
• Paucibacilar (PB): até cinco lesões • O ser humano é considerado como a única fonte de infecção;
• Forma Indeterminada e Forma Tuberculoide • A transmissão se dá pela via respiratória, com a eliminação de bacilos
• Multibacilar (MB): mais de cinco lesões por um indivíduo doente (com a forma multibacilar), por intermédio
• Dimorfa e Virchowiana das secreções respiratórias.
• Período de Incubação 2-7 anos (progressão lenta)
• Sintomas Dermatológicos: manchas hipocrômicas, pápulas, Classificação da Hanseníase
infiltrações • PAUCIBACILAR: Presença de até cinco lesões de pele com
• Alteração de sensibilidade baciloscopia de raspado intradérmico negativo, quando disponível;
• Diminuição de pelos e sudorose no local Hanseníase Tuberculóide ou Indeterminada (doença localizada em uma
região anatômica e/ou um tronco nervoso comprometido).
01. (FAU UNICENTRO/2019) A definição a seguir diz respeito a qual Indeterminada: Manchas brancas lisas, mal delimitada, que não coçam,
conceito de patologia importante no trabalho do Agente não ardem, não queimam, não doem, não desaparecem, “não pegam
Comunitário de Saúde: “É causada pelo agente etiológico poeira” por não suar na área, e tem diminuição de sensibilidade. Não há
Mycobacterium leprae, um bacilo que acomete principalmente a comprometimento de troncos nervosos nem grau de incapacidade.
pele e os nervos periféricos. Locais com pouca aeração e pouca Tuberculóide: Criança com lesão anular bem delimitada e totalmente
luminosidade são favoráveis à transmissão da doença. As anestésica. Adulto com necrose inflamatória (abscesso) de parte do
principais características da doença são manchas na pele de cor nervo mediano, causando hipoestesia e atrofia de musculo da mão.
clara, acastanhadas ou avermelhadas, em sua maioria, com
alteração da sensibilidade”. • MULTIBACILAR: Presença de seis ou mais lesões de pele OU
A) Patologia Gastrite. baciloscopia de raspado intradérmico positiva; Hanseníase Dimorfa ou
B) Patologia Artrose. Virchowiana (doença disseminada em várias regiões anatômicas e/ou
C) Patologia Infarto Agudo do Miocárdio. mais de um tronco nervoso comprometido).
D) Patologia Hanseníase. Dimorfa: Lesão avermelhada elevada, mal definida , com centro
E) Patologia Doença de Chagas. irregular e “esburacado, anestésica (perda total da sensibilidade) ou
hipoestésica (perda parcial de sensibilidade). Presença de espaçamento
02. (FAU UNICENTRO/2022) Assinale a alternativa que completa a do nervo fibular superficial na região arterolateral da perna, no terço
frase a seguir de forma correta: “A ____________ é doença inferior. Várias lesões elevadas bem delimitadas, avermelhadas nas
transmissível que atinge principalmente as pessoas na faixa etária bordas e com centro branco, com perda total da sensibilidade. Múltiplas
economicamente ativa. Afeta principalmente a pele e os nervos manchas hipocrônicas, com bordas imprecisas, sensibilidade e
periféricos, mas também compromete articulações, olhos, sudorese diminuídas e/ou ausentes.
testículos, gânglios e outros órgãos”. Virchowiana: Face infiltrada, presença de múltiplos hansebomas
A) A palavra que completa de forma correta a frase acima é: (pálpulas), assimetria de sobrancelhas (lesão parcial do nervo facial
Tuberculose. esquerdo) e rarefação dos pelos da lateral das sobrancelhas (madarose
B) A palavra que completa de forma correta a frase acima é: parcial). Falta de sobrancelhas e cílios, ossos do nariz alargado e
Hanseníase. achatado, obstrução nasal. Pele lisa, sem pelos, seca, quase totalmente
C) A palavra que completa de forma correta a frase acima é: Miocardite. avermelhada e inchada (menos no meio da coluna lombar), com
Conhecimentos Específicos – Professora: Letícia Gomes 16
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vasinhos visíveis; não há manchas. Caroços, duros nas coxas, que não ajudando a divulgar informações sobre a transmissão da
doem e não coçam, alguns ulcerados, de vários meses de duração; note hanseníase na sua área de trabalho, afirmando que:
que ainda há pelos. I- Os doentes (da forma contagiosa) param de transmitir a hanseníase,
logo que começam o tratamento.
05. (CONTEMAX/2021) É a forma mais benigna e localizada da II- Somente a pessoa doente (da forma contagiosa) que ainda não
hanseníase, aparece em pessoas com alta resistência ao bacilo. As iniciou o tratamento transmite a hanseníase.
lesões são poucas (ou única), de limites bem definidos e pouco III- Não se pega hanseníase bebendo no copo ou utilizando o mesmo
elevados, e com ausência de sensibilidade (dormência). Ocorre talher da pessoa com a doença.
comprometimento simétrico de troncos nervosos, podendo causar IV- A maioria das pessoas tem resistência natural contra o bacilo e não
dor, fraqueza e atrofia muscular: adoece.
A) Hanseníase indeterminada. Está correto o que se afirma em:
B) Hanseníase tuberculoide. A) I e III, apenas B) II e III, apenas
C) Hanseníase virchowiana. C) I, II e III, apenas D) I, II, III e IV
D) Hanseníase lepromatosa.
E) Hanseníase dimorfa (ou borderline). TRATAMENTO
01 D 03 D 05 A 07 C 09 B
02 B 04 E 06 D 08 D 10 D
2) TUBERCULOSE
Conjunto monofilamentos: 0,5g; 0,2g; 2g; 4g; 10g; 300g • Doença infectocontagiosa
• Causa por uma bactéria (bacilo Mycobacterium tuberculosis - Koch).
▪ AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA INCLUI: • Transmissão por aerossóis por bacilíferos (pulmonar e laringea);
✓ História • Tossir, falar ou espirrar;
✓ Ocupação e atividades diárias • Ambientes Fechados, pouca iluminação e pouco ventilado.
✓ Queixas do paciente • Duração da exposição e suscetibilidade genética
✓ Inspeção • Condições de vida da população: grande concentração humana, baixa
✓ Palpação dos nervos infraestrutura
✓ Testes de força muscular • Indígenas, Idoso, Institucionalizados, Prisioneiro, Profissionais de
✓ Teste de sensibilidade saúde, Moradores de rua; imunodeficientes
• Tosse produtiva ou não > 2 semana (prisões) e > 3 semanas
▪ GRAUS DE INCAPACIDADE DA HANSENÍASE • Emagrecimento, febre vespertina
Nenhum problema com os olhos, mãos e pés • Sudorese noturna
0 • Primária: primeiro contato do indivíduo bacilífero - crianças
devido à hanseníase
Diminuição ou perda da sensibilidade nos olhos; • Pós-primária ou secundária: adultos e jovens
1 Diminuição ou perda da sensibilidade nas mãos Miliar: forma grave da doença
e/ou pés (não sente 2g ou toque da caneta)
Olhos: Logoftalmo e/ou ectrópio; triquíase;
opacidade corneada central; acuidade visual menor
que 0,1 ou não conta dedos a 6 metros; mãos:
2 lesões tróficas e/ou lesões traumáticas; garras;
reabsorção; mão caída. Pés: lesões tróficas e/ou
traumáticas; garras; reabsorção; pé caído;
contratura do tornozelo.
Fonte: (BRASIL, 2016)
VACINAÇÃO
✓ Crianças (2 a 14 anos)
Isoniazida:
10 a 15kg: 300mg/semana
16 a 23kg: 500mg/semana
24 a 30kg: 600mg/semana
>30kg: 700mg/semana
Rifapentina:
10 a 15kg: 300mg/semana
16 a 23 kg: 450mg/semana
24 a 30kg: 600mg/semana
>30kg: 750mg/semana
CALENDÁRIO VACINAL
✓ Adultos (>14 anos, ≥30kg) Programa Nacional de Imunização: PNI
900mg de isoniazida/semana Criado em 1973
900mg de rifapentina/semana Objetivo o controle de doenças imunopreveníveis através de amplas
coberturas vacinais, para que a população possa ser provida de
07. (UFPEL/2021) O agente etiológico mais importante é adequada proteção imunitária contra as doenças abrangidas pelo
o Micobacterium tuberculosis (Bacilo de Koch) e a transmissão programa;
ocorre de pessoa para pessoa, sobretudo, através do ar. A doença SI-PNI: Sistema de Informações do PNI
é tratável, sendo as drogas utilizadas nos esquemas padronizados:
Isoniazida, Rifampicina, Pirazinamida e Etambutol.
Sobre esta doença, considere as afirmativas.
Conhecimentos Específicos – Professora: Letícia Gomes 20
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
Sala de Vacina exposição ao microrganismos ou a seus antígenos em vacinas
REDE DE FRIO: Sistema de conservação (armazenamento, transporte (imunização ativa artificial).
e manipulação) dos Imunobiológicos desde a produção até
administração. Falsas contra indicações
CONSERVAÇÃO: Nível Nacional, Central e Estadual: Câmaras frias a - Tosse e/ou coriza;
20º C; nível Regional e Municipal: Freezer a – 20º C; Nível Local: Diarreia leve ou moderada;
geladeiras entre +2º C a +8º C. Doenças de pele;
Vacinas Virais: tríplice viral, teraviral, febre amarela, VIP, VOP, Desnutrição;
varicela, hepatite A, Hepatite B, influenza Doença neurológica estável;
Vacinas Bacterinas: BCG, penta, DTP, dT, dTpa, pneumo 10, pneumo Tratamento sistêmico com corticóide em dose baixa;
23, meningo C. Uso de antibióticos
Cuidados com a geladeira Alergias (exceto aos componentes da vacina) ;
• Fazer a leitura da temperatura diariamente no início da manhã, Prematuridade ou baixo peso ao nascer (exceto BCG).
tarde e fim da do dia após a jornada de trabalho;
• Manter afixado, em cada porta do equipamento, cartazes para não Contra indicações gerais de vacinas
abrir as portas da geladeira; Vacina com vírus atenuados:
• Usar tomada exclusiva; 1. Às pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida (ex: HIV);
• Instalar em ambiente climatizado +18ºC; 2. Às pessoas acometidas de neoplasia maligna;
• Colocar suporte de rodinhas; 3. As pessoas em tratamento com corticóides em dose
• Não permitir armazenar outro material; imunossupressora, ou submetidas a outras terapêuticas
• Certificar-se que a porta está fechada; imunodepressoras (3 meses);
4. Grávidas (algumas vacinas)
• Fazer o degelo a cada 15 dias.
5. Em caso de Doença aguda febril (grave), recomenda-se adiar a
Caixa térmica
administração da vacina, para que os sintomas não se confundam aos
▪ Conservação dos imunobiológicos entre +2ºC e +8ºC
possíveis efeitos adversos da vacina;
▪ Se necessário usar isopor para manter o espaço ideal entre os
6. Após transfusão sanguínea e/ou hemoderivados, recomenda-se
imunobiológicos.
aguarda 6 a 8 semanas para reiniciar esquema de vacinação.
▪ Não utilizar sacos de gelo pois poderá comprometer os
7* Peso inferior à 2,0 kg para BCG
imunobiológicos.
DOENÇAS CRÔNICAS
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Grave Problema de saúde pública
Condição clínica multifatorial
Elevação da pressão arterial
Níveis pressóricos
≥ 140 e/ou 90 mmHg
FATORES DE RISCO
Bebida alcoólica
Obesidade
Alto nível de colesterol Estresse Sedentarismo
CAUSAS
Arteriosclerose
Aterosclerose
Formação de trombo 02. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão Arterial - 2020. Arq Bras Cardiol.
HAS primária ou essencial: Não é identificada a causa; Mais comum 116(3):516-658, 2021
em adultos e idosos; Relacionada a estilo de vida, genética e fatores (UERR - 2017) Durante a rotina de aferir pressão arterial, um cliente
ambientais. adulto, maior de 18 anos, informa que possui diagnóstico médico
HAS secundaria: Consequência de uma causa identificável, As de hipertensão arterial de estágio 2. De acordo com a tabela 3 de
doenças renais são a causa mais comum, Mais comum em crianças classificação da pressão arterial do caderno 37 de atenção básica
OBSERVAÇÕES GERAIS do Ministério da Saúde de 2013. Marque a alternativa que
Tamanho da bolsa corresponde aos níveis pressóricos compatíveis com o diagnóstico
Largura 40% braço; Comp. 80% médico de hipertensão arterial estágio 2.
Aferição nos 2 membros e 2x A)Pressão sistólica 160 – 179 mmHg e pressão diastólica 100 – 109
Repouso (5min) , bexiga vazia, sem álcool e tabaco (30min) mmHg.
Método Palpatório e Auscultório = 5 fases de Korotkoff B)Pressão sistólica 130 – 139 mmHg e pressão diastólica 85 – 89
mmHg.
CRIANÇAS C)Pressão sistólica 140 – 159 mmHg e pressão diastólica 90 – 99
Após os 3 anos de idade - anualmente mmHg
< 3 anos: apenas se tiver fatores de risco D)Pressão sistólica maior que 180 mmHg e pressão diastólica menor
Sexo, Idade e estatura = percentil que 110 mmHg.
Conhecimentos Específicos – Professora: Letícia Gomes 26
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E)Pressão sistólica menor que 130 mmHg e pressão diastólica menor 06. (AV MOREIRA/2020) Sobre a Hipertensão Arterial, assinale a
que 85 mmHg. alternativa CORRETA:
A) A monitorização ambulatorial da pressão arterial consiste no registro
03. (CONSULPLAN - 2015) O critério atual de diagnóstico da direto da pressão arterial durante doze horas, enquanto o paciente
hipertensão arterial é estabelecido considerando os valores realiza suas atividades habituais durante os períodos de vigília.
pressóricos acima de 140/90 mmHg para indivíduos acima de 18 B) A primeira verificação da PA deve ser realizada em ambos os braços.
anos. A partir desses valores, a hipertensão recebe classificações Caso haja diferença entre os valores, deve ser considerada a medida de
de acordo com os níveis pressóricos apresentados. Uma pressão menor valor. O braço com o menor valor aferido, deve ser utilizado
arterial cujos níveis pressóricos estejam em 160/100 mmHg é como referência nas próximas medidas.
classificada como hipertensão: C) O tratamento não-farmacológico é uma medida ineficaz para controle
A) Estágio 1. B) Estágio 2. da hipertensão arterial, sendo, portanto, pouco recomendado.
C) Estágio 3. D) Sistólica isolada D) Recomenda-se que a medida da pressão arterial em gestante seja
feita na posição supina. A determinação da pressão diastólica deve ser
04. (AMEOSC/2022) O diagnóstico de Hipertensão Arterial deve ser realizada na fase IV de Korotkoff.
realizado com muita cautela, pois se trata de uma doença crônica E) A gestante que apresenta pressão sistólica igual ou superior a
que acompanhará a pessoa por toda a vida. Assinale a alternativa 140mmHg e pressão diastólica igual ou superior a 90mmHg é
CORRETA que corresponde a uma pressão arterial normal. considerada hipertensa.
A) ≥ 180/110 mmHg. B) 140-179/90-109 mmHg.
C) 120-129/80-84 mmHg. D) 130-139/85-89 mmHg. 07. (INAZ do Pará - 2019) O Ministério da Saúde define a
hipertensão arterial sistêmica (HAS) como é uma doença crônica
05. (COPESE - UFPI - 2014) A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) não transmissível, caracterizada pelos níveis elevados e
é a mais frequente das doenças cardiovasculares. É também o sustentados de pressão arterial – PA (PA ≥140 x 90mmHg) (2013).
principal fator de risco para as complicações mais comuns como No âmbito do SUS, a assistência à saúde da pessoa com
acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio, além da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) segue protocolos e linhas de
doença renal crônica terminal. Assim, torna-se relevante a aferição cuidado que envolvem a terapia medicamentosa específica e o
segura da pressão arterial (PA) para a identificação desses riscos. tratamento não medicamentoso. Sobre a assistência à pessoa com
Em uma situação hipotética, Antônia, técnica de enfermagem, ao hipertensão arterial sistêmica, assinale a assertiva correta:
aferir a PA de R. M. S., sexo feminino, 56 anos, identificou uma PA A)O procedimento verificação dos níveis pressóricos da PA deve ser
de 170/100 mmHg. De acordo com o Ministério da Saúde, constata- executado somente pelo médico e pelo enfermeiro.
se: B)O rastreamento da hipertensão na Atenção Básica pode ser
A) Hipotensão. B) Pressão arterial normal. executado pelo técnico em Enfermagem e Enfermeiro.
C) Pré-hipertensão. D) Hipertensão estágio I. C)O acolhimento da pessoa com HAS na unidade de saúde é de
E) Hipertensão estágio II. competência exclusiva dos profissionais da área da saúde.
D)A pressão arterial (PA) com valores de referência entre 140/95 a
145/99mmHg é classificada como PA límitrofe.
09. (IBRASP/2022) Analise as afirmativas a seguir sobre a 11. (INAZ/2021) Reportagem do dia 26/04/2020 no WebSite da UOL
hipertensão arterial (HA), coloque V para verdadeiro e F para falso. sobre hipertensão:
Posteriormente assinale a alternativa que apresenta a sequência “A hipertensão é um dos principais fatores de risco para as doenças do
correta: coração”. Segundo a entidade (Sociedade de Cardiologia do Estado de
(__)É uma doença crônica não transmissível (DCNT) definida por níveis São Paulo – SOCESP), 36 milhões de adultos brasileiros têm pressão
pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso alta. Entre os idosos, a hipertensão atinge 60%. A doença é
e/ ou medicamentoso) superam os riscos. responsável, direta ou indiretamente, por metade das mortes por
(__)Trata-se de uma condição multifatorial, que depende de fatores doenças cardiovasculares, cerca de 200 mil todos os anos, informa a
genéticos/ epigenéticos, ambientais e sociais, caracterizada por SOCESP. A hipertensão não tratada está associada a eventos como
elevação persistente da pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica morte súbita, acidente vascular cerebral (derrame), infarto agudo do
(PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) maior ou miocárdio, insuficiência cardíaca, doença arterial periférica e doença
igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas renal crônica. "Nos casos de COVID-19, o hipertenso não controlado
ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva. tem mais complicações e maior mortalidade, conforme relatos e estudos
(__)É aconselhável, quando possível, a validação de tais medidas por internacionais", explica o presidente da SOCESP, o cardiologista João
meio de avaliação da PA fora do consultório por meio da Monitorização Fernando Monteiro Ferreira.Fonte: www.uol.com.br/vivabem/noticias
Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), da Monitorização Residencial Diante da magnitude dessa doença crônica, marque a alternativa que
da Pressão Arterial (MRPA) ou da Automedida da Pressão Arterial NÃO se enquadra na atuação de um ACS no contexto da
(AMPA). hipertensão:
A) V – F – V. B) F – V – V. C) V – F – F. D) V – V – V. A)O ACS pode atuar junto às pessoas que não têm o diagnóstico de
hipertensão, mas possuem os fatores de risco; e também pode atuar em
TRATAMENTO DA HAS relação às pessoas, com diagnóstico de hipertensão.
Não Farmacológico B)Verificar regularmente a pressão arterial de pessoas não hipertensas,
Mudanças no estilo de vida (MEV); porém que tenham fatores de risco para a hipertensão e orientar para o
Redução no uso de bebidas alcoólicas; agendamento de consulta na UBS.
Redução do tabagismo; C)Perguntar sempre à pessoa com hipertensão e que tenha
Prática de atividade física e controle do peso medicamentos prescritos se está os tomando com regularidade. Se
houver dificuldades nesse processo, informar à equipe quais são e
Farmacológico planejar ações de enfrentamento
Diuréticos; D)Identificar os hipertensos de sua área de atuação e solicitar ao
Inibidores da enzima conversora de angiotensina; enfermeiro que preencha a ficha B-HA do SIAB (Sistema de Informação
Antagonistas de receptores de angiotensina II e com bloqueadores de de Atenção Básica).
canais de Betabloqueadores;
DM 1
Doença autoimune, poligênica, insulino-dependente, inicio mais rápido;
5 a 10% de todos os casos de DM - frequentemente diagnosticado em
crianças, adolescentes, sem excesso de peso;
A: deficiência de insulina por destruição autoimune das células β
comprovada por exames laboratoriais;
B: deficiência de insulina de natureza idiopática;
Tendência à hiperglicemia grave e cetoacidose.
DM 2
Perda progressiva de secreção insulínica combinada com resistência à
insulina - etiologia complexa e multifatorial,;
Início insidioso (lento) e sintomas mais brandos - hiperglicemia
desenvolve-se lentamente;
Adultos com longa história de excesso de peso e com história familiar
de DM tipo 2 ;
Insulino não dependente - 90 a 95% de todos os casos de DM.
TRATAMENTO
PÉ DIABÉTICO
Exame dos pés anualmente;
A) Glicemia de jejum e HbA1C; Colesterol total (CT), HDL e Presença de infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos profundos
triglicerídeos (TG); Creatinina sérica; Exame de urina tipo 1 e associados a anormalidades neurológicas e a vários graus de doença
Fundoscopia. vascular periférica em pessoas com DM;
B) Glicemia de jejum e HbA1C; Colesterol total (CT), HDL e 1. Exame físico: geral e especifico dos pés
triglicerídeos (TG); Creatinina sérica; Raio X do tórax em posição 2. Testes: sensibilidade tátil com monofilamento e vibratória
anterior e perfil.
C )Hemograma completo, Colesterol total (CT), HDLe triglicerídeos
(TG); Creatinina sérica; Exame de urina tipo 1 e TSH e T4 Livre.
D) Glicemia de jejum e HbA1; Proteína C reativa, ácido úrico e
Fundoscopia.
E) Glicemia de jejum e HbA1C; Colesterol total (CT), HDLe triglicerídeos
(TG); Creatinina sérica; Exame de urina tipo 1 e PSA.
Não Farmacológico
MEV: mudança no estilo de vida
Dieta
Exercício Físico
Não consumir bebida alcoólica e tabagismo
b) Hepatite B
Transmissão: O HBV é transmitido por meio de contato com fluidos
corpóreos infectados. O sangue é o veículo de transmissão mais
importante, mas outros fluidos também podem transmitir o HBV, como
sêmen e saliva.
Prevenção: Vacinação para todas as faixas etárias. Três doses de
vacina contra a hepatite B induzem títulos protetores de anticorpos
(anti-HBs maior ou igual a 10 UI/mL).
No Brasil, a hepatite B grande importância epidemiológica, com altas
prevalências na Região Norte, principalmente em comunidades
ribeirinhas e indígenas.
O vírus da hepatite Delta (HDV) também está presente nessa região.
O HDV é um vírus que acomete apenas pessoas infectadas pelo vírus
da hepatite B, podendo sua transmissão ocorrer concomitantemente à c) Hepatite C
infecção pelo HBV (coinfecção) ou posteriormente à infecção pelo HBV Transmissão: Exposição percutânea repetida, ou mediante grandes
(superinfecção) volumes de sangue infectado.
A transmissão sexual do HCV é menos frequente que a transmissão da
12. Mulher de 35 anos, enfermeira, tem apresentado mal-estar, infecção pelo HBV, ocorrendo em pessoas com múltiplas parcerias
cefaleia, febre baixa, anorexia, astenia, fadiga, artralgia, náuseas, sexuais e que têm relações sem uso de preservativo.
vômitos, colúria, hipocolia fecal, desconforto no hipocôndrio A testagem para HCV deve ser solicitada para todos os indivíduos em
direito e aversão a alguns alimentos e ao cigarro. Nega patologias situações de risco
pregressas e/ou comorbidades, refere acidente com A história natural do HCV é marcada pela evolução silenciosa. Muitas
perfurocortante prévio com paciente fonte desconhecido. Após vezes, a doença é diagnosticada décadas após a infecção, e os sinais
avaliação clínica e realização de sorologias, é diagnosticada e sintomas são comuns às demais doenças parenquimatosas crônicas
Hepatite B. Sobre essa patologia, assinale a alternativa correta. do fígado, manifestando-se apenas em fases mais avançadas da
A)O agente etiológico é o vírus da Hepatite B (HBV). Um vírus RNA, da doença.
família Hepadnaviridae. Prevenção: Medidas individuais.
B)O reservatório é o homem. Experimentalmente, chimpanzés, espécies
de pato e esquilo. 14. (IADES/2019) O paciente deve receber sangue total ou
C)Dentre as complicações, destacam-se a cronificação da infecção e a hemocomponentes provenientes de bancos de sangue
cirrose hepática, não havendo relação desse tipo de hepatite com o qualificados, em razão do risco de contaminar-se o paciente com
carcinoma hepatocelular. doenças transmitidas pelo sangue. É exemplo de doença
D)O período de incubação é de 60 a 360 dias. transmitida pelo sangue a (o)
E)O período de transmissibilidade é de 4 a 8 semanas após os A) hepatite C. B) febre amarela. C) diabetes.
primeiros sintomas, mantendo-se durante a evolução clínica da doença. D) meningite. E) varicela.
O portador crônico pode transmitir por vários anos.
15. (UNESC/2020) O principal modo de transmissão das Hepatites
13. (UFPR/2016) A infecção por HBV (vírus hepatite B) é pouco A, B e C são, respectivamente:
valorizada e conhecida da população em geral. A maior A) Sexual, respiratória e fluídos corpóreos.
preocupação é com a transmissão do vírus HIV. Contudo, a B) Fecal-oral, sexual e parenteral.
hepatite B é uma grave doença transmitida também pela via sexual. C) Líquido seminal, sexual e fecal-oral.
Acerca disso, assinale a alternativa correta. D) Fecal-oral, parenteral e fluídos corpóreos.
A) A prevenção do vírus contra a hepatite B inclui vacina disponível no
SUS no calendário oficial de vacinas às crianças e população de risco. HEPATITE D
B) Os pacientes que fazem hemodiálise não necessitam vacinação A hepatite D, também chamada de Delta, está associada com a
contra hepatite B, pois estão imunes a esse tipo de infecção. presença do vírus do B da hepatite para causar a infecção e inflamação
C)A vacina contra o vírus da hepatite B é aplicada nos adultos, em dose das células do fígado. Existem duas formas de infecção pelo HDV:
única, a partir do início da vida sexual. coinfecção simultânea com o HBV e superinfecção do HDV em um
D) A primeira dose de vacina contra hepatite B deve ser aplicada na indivíduo com infecção crônica pelo HBV. A hepatite D crônica é
criança após 2 meses de vida. considerada a forma mais grave de hepatite viral crônica, com
E) A vacina contra hepatite B é administrada às crianças aos 10 anos progressão mais rápida para cirrose e um risco aumentado para
de idade junto com o reforço da antitetânica. descompensação, CHC e morte.
Da mesma forma que as outras hepatites, a do tipo D pode não
apresentar sintomas ou sinais da doença. Quando presentes, os mais
Conhecimentos Específicos – Professora: Letícia Gomes 33
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
frequentes são: cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor infecção, sendo 36 pela hepatite C e 20 pela hepatite B. No mesmo
abdominal, observação de pele e olhos amarelados, urina escura e ano, também foram notificados 1.682 casos da infecção (hepatite B
fezes claras. – 877/hepatite C – 805). No entanto, os tipos virais são evitáveis,
podem ser tratados e, no caso, da hepatite C, o tratamento pode
16. Sobre hepatites virais e sua forma de transmissão, relacione a levar à cura.
Coluna 1 com à Coluna 2. Adaptado:
Disponível>https://www.sc.gov.br/noticias/temas/saude/dia-mundial-de-luta-contra-as-
Coluna 1
hepatites-virais-alerta-para-importancia-da-testagem.
1. Hepatite A.
Com base na informação acima , complete as lacunas a seguir: Dia
2. Hepatite C.
Mundial de Luta contra as Hepatites Virais é celebrado no dia
3. Hepatite D.
____________ considerado ______________.
( )A transmissão por relação sexual desprotegida ocorre, mas é mais
A) 15 de agosto –agosto lilás
rara.
B) 10 de setembro – setembro amarelo
( )Da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a
C) 25 de junho –junho dourado
amamentação.
D) 28 de julho – julho amarelo
( )Transmissão fecal-oral.
A ordem correta de preenchimento, de cima para baixo, é:
3) HPV
A) 1 – 2 – 3. B) 2 – 3 – 1. C) 3 – 1 – 2. D) 3 – 2 – 1.
Papilimomavírus Humano
Transmissão via sexual; Durante o parto; Via fômites é rara.
HEPATITE E
O risco geral estimado para a exposição a essa infecção é de 15% a
A hepatite E é uma infecção causada pelo vírus E (HEV). O vírus causa
20% a cada nova parceria sexual.
hepatite aguda de curta duração e auto-limitada. Na maioria dos casos é
A prevalência é maior em mulheres abaixo dos 30 anos.
uma doença de caráter benigno. A hepatite E pode ser grave na
Infecção por um determinado tipo viral não impede a infecção por outros
gestante e raramente causa infecções crônicas em pessoas que tenham
tipos de HPV, podendo ocorrer infecção múltipla.
algum tipo de imunodeficiência.
Os tipos que causam verrugas genitais são sempre diferentes daqueles
O vírus da hepatite E é transmitido principalmente pela via fecal-oral
que causam câncer.
pelo consumo de água contaminada e em locais com infraestrutura
O tempo médio entre a infecção pelo HPV de alto risco e o
sanitária frágil. Outras formas de transmissão incluem: ingestão de
desenvolvimento do câncer cervical é de aproximadamente 20 anos
carne mal cozida ou produtos derivados de animais infectados (por
Tipo de vírus, sua carga viral, sua capacidade de persistência e o
exemplo, fígado de porco); transfusão de produtos sanguíneos
estado imunológico do hospedeiro.
infectados; e transmissão vertical de uma mulher grávida para seu bebê.
20. (IDECAN/2021) O HPV (sigla em inglês para papilomavírus
17. (OBJETIVA/2022) Em conformidade com A B C D E das
humano) é um DNA-vírus de cadeia dupla, não encapsulado,
hepatites virais para Agentes Comunitários de Saúde, as hepatites
membro da família Papovaviridae. Infecta epitélios escamosos e
virais são causadas por cinco tipos de vírus que infectam as
pode induzir uma grande variedade de lesões cutaneomucosas. O
células do fígado, causando sua inflamação. Cada um desses vírus
tipo de lesão característica da infecção pelo HPV
possui formas de transmissão e de manifestação específicas, que
A) é caracterizada por uma úlcera, geralmente única e indolor, com
podem ser agudas ou crônicas. Sobre esse assunto, assinalar a
borda bem definida e regular, base endurecida e fundo limpo.
alternativa que preenche as lacunas abaixo CORRETAMENTE:
B) é caracterizada pela presença de corrimentos mucoides, discretos,
As hepatites causadas pelos vírus ___________ são agudas e
com disúria leve e intermitente.
apresentam alguns sintomas inespecíficos. Entretanto, nem sempre as
C) é caracterizada pelo surgimento de lesões eritematopapulosas de um
hepatites virais exibem sintomas. As hepatites __________________
a três milímetros de diâmetro, que evoluem para vesículas sobre base
geralmente se manifestam na forma crônica e são conhecidas como
eritematosa, muito dolorosas e de localização variável na região genital
doenças silenciosas pela ausência de sintomas, que podem demorar
D)são polimórficas, sendo as lesões pontiagudas denominadas
décadas para aparecer.
condiloma acuminado.
A) A e B | C, D e E B) D e E | A, B e C
C) B e C | A, D e E D) A e E | B, C e D
Manifestações clínicas: As lesões da infecção pelo HPV são
polimórficas, sendo as lesões pontiagudas denominadas condiloma
18 (CEFETMINAS/2021) Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o
acuminado. Costumam ser únicas ou múltiplas, achatadas ou
que se afirma sobre hepatites virais.
papulosas, mas sempre papilomatosas. Por essa razão, a superfície
( ) A hepatite A é transmitida de forma fecal-oral e a hepatite B, de forma
apresenta-se fosca, aveludada ou semelhante à da couve-flor.
sexual.
Apresentam-se da cor da pele, eritematosas ou hiperpigmentadas. Em
( ) As pessoas que contraírem a hepatite A estão livres de contrair
geral são assintomáticas, mas podem ser pruriginosas, dolorosas,
outras hepatites virais.
friáveis ou sangrantes. As verrugas anogenitais resultam quase
( ) A hepatite D apenas é contraída por aquelas pessoas infectadas pelo
exclusivamente de tipos não oncogênicos de HPV.
vírus da hepatite B.
Na maioria das pessoas, a infecção pelo HPV não produz qualquer
( ) A hepatite A pode ser transmitida por líquidos orgânicos, como o
manifestação. O tempo de latência pode variar de meses a anos e,
sêmen e a secreção vaginal.
quando presentes, as manifestações podem ser subclínicas. As
( ) A transmissão da hepatite B pode ocorrer por meio do
alterações são detectadas pelo exame preventivo de câncer de colo do
compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas, colocação de
útero, por meio de lupas, corantes e colposcopia, acompanhada
piercing, procedimentos de tatuagem e manicure/pedicure com
ou não de biópsia.
materiais não esterilizados. De acordo com as afirmações, a sequência
correta é
21. (SSPM/2020) De acordo com o Cademo de Atenção Básica:
A) V, V, F, V, F. B) F, F, V, F, V. C) F, V, F, V, F D) V, F, V, F, V.
Controle dos Cânceres do Colo do Útero e da Mama (2008), qual o
tipo de HPV (papiloma vírus humano) que possui alta correlação
19. (OMNI/2021) Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais
com as lesões intra-epiteliais (LIE) de alto grau e carcinomas de
alerta para importância da testagem. As hepatites B e C são as
colo do útero?
maiores causadoras de óbitos na população catarinense dentre as
A) 6 B) 11 C) 16 D) 43 E) 44
hepatites virais. No ano de 2020, foram registradas 56 mortes pela
Conhecimentos Específicos – Professora: Letícia Gomes 34
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
Analise as seguintes afirmativas e assinale com V as verdadeiras e
FATORES PREDISPONENTES: Tabagismo, deficiências imunológicas, com F as falsas.
infecção pelo HIV, Desnutrição, Cânceres, Drogas imunossupressoras ( )Considera-se risco para desenvolvimento da AIDS a exposição de
indivíduos ou grupo de pessoas a situações que os tornam suscetíveis
às infecções e ao adoecimento.
( )Para evitar a transmissão vertical da sífilis, a gestante, no pré-natal,
deve ser orientada a realizar exames para proteger sua saúde e
prevenir a transmissão de doenças para seu bebê.
( )A transmissão do vírus da hepatite B (HBV) se faz por via oral,
parenteral e, sobretudo, pela via sexual. A transmissão vertical
(maternoinfantil) também pode ocorrer.
( )A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) é doença infecciosa,
de transmissão frequentemente sexual, também conhecida como
condiloma acuminado, verruga genital ou crista de galo.
A) V, V, F, F. B) F, F, V, V. C) V, F, V, F. D) V, V, F, V.
Sífilis primária
Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva,
vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece
entre 10 e 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias.
Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar
acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.
Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.
Sífilis secundária
Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do
aparecimento e cicatrização da ferida inicial.
Podem ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam,
incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas
24. No Intuito de controlar a disseminação das doenças em bactérias.
infectocontagiosas, o Ministério da Saúde incluiu nos cadernos de Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo.
Atenção Básica à Saúde orientações concernentes a esse tema Sífilis latente – fase assintomática
(BRASIL, 2006). Não aparecem sinais ou sintomas.
PLANEJAMENTO FAMILIAR Art. 3º. Os procedimentos previstos nesta norma devem ser
Em 1984 foi realizado o I Encontro Nacional de Enfermagem desenvolvidos no ato da consulta em cumprimento às etapas do
em Planejamento Familiar, no Rio de Janeiro, onde foram abordados Processo de Enfermagem, cabendo-lhe a prescrição, administração e
aspectos gerais, o papel do enfermeiro e pesquisa e Planejamento procedimentos acerca dos métodos conceptivos e contraceptivos
Familiar, concluindo-se que disponíveis no SUS, com base em protocolos assistenciais.
✓ O planejamento familiar é uma das ações básicas de um
programa de materno-infantil; AVALIAÇÃO PRÉ-CONCEPCIONAL
✓ É indispensável respeitar a individualidade de cada pessoa, ✓ As atividades desenvolvidas na avaliação pré-concepcional
assegurando pleno acesso à educação e à informação sobre devem incluir anamnese e exame físico, com exame
métodos contraceptivos; ginecológico, além de alguns exames laboratoriais.
✓ A capacitação do enfermeiro em planejamento familiar deve ✓ A investigação dos problemas de saúde atuais e prévios e a
ser incrementada; história obstétrica são importantes para a avaliação do risco
✓ O planejamento familiar não é o fator decisivo para a gestacional.
resolução dos problemas socioeconômicos do País, mas ✓ A história clínica objetiva identificar situações de saúde que
contribuirá de forma positiva para a melhoria da qualidade de podem complicar a gravidez, como diabetes pré-gestacional,
vida da população; a hipertensão, as cardiopatias, os distúrbios da tireoide e os
✓ O planeamento familiar deve ser incluído em todos os processos infecciosos, incluindo as ISTs.
serviços de assistência materno-infantil;
✓ As classes sociais mais favorecidas já têm acesso às MÉTODOS DE ANTICONCEPÇÃO
informações e aos meios para planejar sua família. ✓ A escolha do método contraceptivo deve ser baseada no
acolhimento com escuta qualificada do profissional de saúde
PLANEJAMENTO FAMILIAR – LEGISLAÇÃO ao indivíduo, com ou sem parceria fixa, que procura o serviço
A regulação do planejamento familiar é por meio da Lei nº de saúde;
9.263/96, essa lei foi uma conquista importante para mulheres e ✓ Para isso, devem ser ofertados a homens e mulheres adultos,
homens no que diz respeito à afirmação dos direitos reprodutivos. jovens e adolescentes informação, acesso e escolha de
Art. 9° Para o exercício do direito ao planejamento familiar métodos eficientes, seguros, permissíveis e aceitáveis;
serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e ✓ Escolha livre e informada, com incentivo à dupla proteção;
contracepção que não coloquem em risco a vida e a saúde das ✓ Os métodos contraceptivos podem ser temporários
pessoas. (hormonais, barreira, intrauterinos e comportamentais) ou
LEGISLAÇÃO – ANTES definitivos (ligadura tubária e vasectomia).
MÉTODOS COMPORTAMENTAIS
✓ São técnicas de identificação dos sinais de ovulação pelas
mulheres. Para evitar a concepção, as relações sexuais são
concentradas em períodos não férteis.
✓ São exemplos de métodos comportamentais: tabelinha,
temperatura corporal basal, sintotérmico (indicadores de
ovulação), muco cervical (Billings), coito interrompido.
LEGISLAÇÃO ATUAL
MÉTODOS DE BARREIRA
✓ Previnem a concepção impedindo que os espermatozoides se
aproximem dos óvulos, seja por bloqueio mecânico ou
químico.
✓ São exemplos de métodos de barreira: preservativos
masculino e feminino, espermicidas, diafragma.
POPULAÇÃO-ALVO E PERIODICIDADE DO
RASTREAMENTO
✓ Segundo as Diretrizes Brasileiras para o
Rastreamento do Câncer do Colo do Uterino
(Ministério da Saúde – MS), o método de rastreio é a
citologia oncótica;
FATORES DE RISCO ✓ É o exame que previne o CA de colo do útero,
✓ HPV (principal fator de risco); consiste na coleta de material do colo uterino para
✓ Início precoce de atividade sexual; exame em laboratório;
✓ Multiplicidade de parceiros sexuais;
✓ Deve ser realizado em todas as mulheres com vida
✓ Tabagismo;
✓ Baixa condição socioeconômica; sexual ativa;
✓ Multiparidade; ✓ O intervalo entre os exames deve ser de três anos,
✓ Imunossupressão; após dois exames negativos, com intervalo anual.
✓ Uso prolongado de contraceptivos orais (mais de 5 anos).
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As lesões percussoras do câncer do colo do útero são
assintomáticas, podendo ser detectadas por meio da realização
periódica do exame citopatológico e confirmadas pela colposcopia e
exame histopatológico;
Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 2
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
FATORES DE RISCO
✓ Menarca precoce;
✓ Menopausa tardia;
✓ Idade (>50);
✓ Primeira gravidez após os 30 anos;
✓ Nuliparidade;
✓ Exposição à radiação;
ATENÇÃO
✓ Terapia de reposição hormonal;
O autoexame das mamas, que foi muito estimulado no
✓ Obesidade;
passado, não provou ser benéfico para a detecção precoce de tumores
✓ Ingestão regular de álcool;
e por trazer falsa segurança, dúvida e excesso de exames invasivos.
✓ Sedentarismo;
Assim, não deve ser orientado para o reconhecimento de lesões,
✓ História familiar.
embora possa ser recomendada para que a mulher tenha conhecimento
de seu próprio corpo, devendo o profissional de saúde valorizar as
queixas e percepções da paciente (BRASIL, 2016).
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
✓ Nódulo palpável;
A mulher é estimulada a observar e palpar suas mamas sempre que se
✓ Endurecimento da mama;
sentir confortável, sem precisar de técnica específica ou ensino de um
✓ Secreção mamilar;
método padronizado de autoexame, valorizando-se a descoberta casual
✓ Eritema mamário;
de alterações mamárias suspeitas.
✓ Edema mamário em “casca de laranja”;
REDE CEGONHA
✓ Retração ou abaulamento;
A Rede Cegonha foi instituída em 2011, através da Portaria nº 1.459, e
✓ Inversão, descamação ou ulceração do mamilo;
consiste em uma rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito
✓ Linfonodos axilares palpáveis.
ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao
PREVENÇÃO
parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento
seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis.
PRINCIPIOS:
✓ O respeito, a proteção e a realização dos direitos humanos;
✓ O respeito à diversidade cultural, étnica e racial;
✓ A promoção da equidade;
✓ O enfoque de gênero;
✓ A garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de
mulheres, homens, jovens e adolescentes;
DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA ✓ A participação e a mobilização social;
✓ A compatibilização com as atividades das redes de atenção à
Diagnóstico Precoce: é fundamental a educação da mulher e dos saúde materna e infantil em desenvolvimento nos Estados.
profissionais de saúde para o reconhecimento dos sinais e sintomas do
OBJETIVOS:
câncer de mama, assim como o acesso rápido e facilitado aos serviços ✓ Fomentar a implementação de novo modelo de atenção à
de saúde. saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao
nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da
Rastreamento: a mamografia é o único exame utilizado para ✓ criança de 0 à 24 meses.
rastreamento, com capacidade de detectar lesões não palpáveis e ✓ Organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para
que esta garanta acesso, acolhimento e resolutividade;
causar impacto na mortalidade por câncer de mama, sendo por isso o ✓ Reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no
exame de imagem recomendado para o rastreamento do câncer de componente neonatal.
mama no Brasil.
Participação da mulher: Saúde das mamas (autoconhecimento).
SINAIS DE CERTEZA:
✓ Percepção dos movimentos do feto: 18 a 20 semanas;
✓ Palpação dos segmentos fetais: cabeça e membros;
✓ Ausculta dos batimentos fetais; - Exemplo:
✓ Sinal de puzos: é o rechaço fetal uterino.
DUM = 25/07/2022
Sinal de Puzos DATA DA CONSULTA = 20/01/2023
Exemplos:
2ª MANOBRA: Deslize as mãos do fundo uterino até o polo inferior do
DUM: 10 / 02 / 2022 útero, procurando sentir o dorso e as pequenas partes do feto.
+7 +9
DPP: 17 / 11 / 2022
DUM: 13 / 09 / 2022
+ 7 - 3 +1
DPP: 20 / 06 / 2023
LONGITUDINAL
OBLÍQUA TRANSVERSA
APRESENTAÇÃO: É a região que ocupa a área do estreito superior da
pelve materna e nela vai se insinuar. A apresentação pode ser cefálica,
pélvica ou córmica.
CEFÁLICA
DIREITA ESQUERDA
PUERPÉRIO
✓ Consultas Puerperais Devem ser realizadas nas UBS: a
primeira entre 7 e 10 dias e a segunda entre 30 e 40 dias;
✓ Gestação de risco habitual, a consulta pode ser realizada pelo
médico generalista ou pela enfermeira da equipe da UBS;
✓ Se a gestação foi de alto risco, a consulta deve ser realizada É importante que o recém-nascido seja avaliado quanto à sua idade
no serviço de referência. gestacional e ao seu peso logo após o seu nascimento, visto que essas
informações podem contribuir para a identificação de situações de risco
LÓQUIOS e intervenções precoces que possam ser necessárias.
São secreções que se formam no processo de cicatrização do útero,
são compostas por sangue, fragmentos deciduais, bactérias e
exsudatos.
✓ Lochia rubra: vermelho (1º ao 4º dia);
✓ Lochia fusca: serossanguinolento - acastanhado (5º ao 10º
dia);
✓ Lochia flava: amarelado (após 10ºdia);
✓ Lochia alba: esbranquiçado (4 a 8 semanas).
CONTROLE TÉRMICO
A transição do ambiente aquoso aquecido do útero para a sala de parto
representa um estresse térmico para o bebê. Ele responde ao frio com
vasoconstrição, tentando reduzir o calor perdido com a metabolização
de gorduras e consumindo assim, três vezes mais oxigênio e glicose.
Estabelecer um ambiente adequado minimiza as perdas, garanta a
temperatura ambiente na sala de parto de, no mínimo, 26 ºC.
Recém-nascidos no termo devem ser recepcionados em campos
aquecidos, secados, e desprezados campos úmidos e colocar no colo ALEITAMENTO MATERNO (1ª HORA DE VIDA)
da mãe (contato pele a pele), é importante cobrir o recém-nascido com ✓ Oferecer apoio qualificado à mãe durante a primeira mamada
campos secos. Manter o RN em berço aquecido e retirar o excesso de assegurando que o RN tenha uma boa sucção e mame
líquido amniótico com compressa macia, minimizando o choque térmico efetivamente;
e restringindo as perdas de calor. ✓ Fortalece a saúde do bebê (primeira vacina);
Os recém-nascidos pré-termo estão mais sujeitos à hipotermia. Os ✓ Reduz a morbimortalidade neonatal;
cuidados de rotina para este público incluem: Manter a temperatura da ✓ Promove o vínculo entre o binômio.
sala de parto maior ou igual a 26º C, ligar a fonte de calor radiante antes
do nascimento e pré-aquecer os campos, recepcionar o RN em campos PROFILAXIA OFTÁLMICA
aquecidos e colocá-lo sob calor radiante, secar e remover os campos O Guia de Atenção à Saúde do Recém-Nascido do Ministério da
úmidos. Saúde (BRASIL, 2014) recomenda que, para a prevenir a oftalmia
Em recém-nascidos pré-termo, menores de 1500g é recomendado que gonocócica, deve-se utilizar a profilaxia do método de Credé, que
se utilize saco plástico poroso e touca de malha tubular. consiste em:
I.Retirar o vérnix da região ocular com gaze seca ou umedecida com
água;
II.É contraindicado o uso de soro fisiológico ou de qualquer outra solução
salina;
III.Deve-se afastar as pálpebras e instilar uma gota de nitrato de prata a
1% em cada olho, em seguida, massagear suavemente as pálpebras
Antes de sair da sala de parto ocorre uma perda de temperatura para que o nitrato de prato banhe toda a conjuntiva.
corporal da criança de até 3º C, como consequência da evaporação do IV.Se o nitrato cair fora do globo ocular ou se houver dúvida, deve-se
líquido amniótico que a envolve, do ambiente mais frio da sala e das repetir o procedimento e limpar com gaze seca o excesso que ficar na
manobras a que é submetido o recém-nascido nos primeiros minutos. pele das pálpebras;
O frio pode ser muito perigoso para o RN e aumenta a V.A profilaxia deve ser realizada na 1ª hora depois do nascimento, tanto
morbimortalidade. A hipotermia pode provocar uma hipoglicemia, devido no parto vaginal quanto no cesáreo.
o maior consumo de glicose na tentativa de corrigir a temperatura
corporal. A hipoglicemia pode levar à convulsão e dano cerebral.
VITAMINA K
✓ Vitamina anti-hemorrágica;
✓ O RN é mais suscetível à doença hemorrágica por apresentar
níveis mais baixos de fatores da coagulação e menores reservas de
vitamina K.
✓ De acordo com as Diretrizes Nacionais de Assistência ao
Parto Normal (BRASIL, 2017), todos os recém-nascidos devem
receber vitamina K para a profilaxia da doença hemorrágica, conforme MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
descrição abaixo: Peso – bebê deve estar sem roupa e em balança previamente tarada.
Peso médio do recém-nascido: 2500g a 4000g perda de 10% do peso
na 1ª semana de vida (pesar com o RN despido).
SINAIS VITAIS
✓ Temperatura axilar: 36,5ºC – 37,2ºC;
✓ Frequência cardíaca: 120 – 160 bpm;
✓ Frequência respiratória: 30 a 60 rpm;
✓ Pressão arterial: 65mmHg/41mmHg.
ADAPTAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO
A primeira evacuação consiste no mecônio (substância negro
esverdeada e viscosa), que é conteúdo do intestino formado durante a
gestação. Todo recém-nascido deve eliminar o mecônio nas primeiras
24 horas após o nascimento.
EXSANGUINEOTRANSFUSÃO:
A exsanguineotransfusão é indicada quando houver necessidade de:
✓ Diminuir os níveis séricos de bilirrubina e reduzir o risco de
lesão cerebral (kernicterus);
✓ Remover as hemácias com anticorpos ligados a sua
superfície e os anticorpos livres circulantes;
✓ Corrigir a anemia e melhorar a função cardíaca nos RNs
hidrópicos por doença hemolítica.
PESO (P)
O peso é um excelente indicador das condições de saúde e da nutrição
da criança, ele sofre variações rápidas e importantes. O método de
pesagem deve ser preciso para não oferecer dados incorretos.
✓ A partir de 6 anos:
• A criança passa a pensar com lógica;
• Aumento da memória e habilidade com linguagem;
• A autoimagem se desenvolve;
• Os amigos assumem importância fundamental;
• Começa a compreender a constância de gênero;
✓ A partir dos 7 anos:
• Começa a desenvolver o julgamento global de autovalor;
• Maior influência dos pares (amigos, colegas da mesma
idade) e menor influência dos pais.
NÍVEL PERIFÉRICO
Axilar
Oral
HIPERTERMIA: É uma temperatura corporal elevada relacionada com a
incapacidade do organismo de promover perda de calor ou de reduzir
sua produção.
Retal HIPOTERMIA: É a perda de calor durante a exposição prolongada ao
frio em relação a capacidade do organismo de produzir calor.
TIPOS DE FEBRE
TEMPERATURA CORPORAL Sustentada/contínua: temperatura constante. Permanece elevada com
pouca flutuação. EX: ↑38ºC.
TEMPERATURA PADRÃO Intermitente: picos de febres + níveis usuais. Retorno a normalidade
pelo menos uma vez a cada 24 horas.
Remitente: picos + quedas de febre, sem retorno a normalidade.
Reincidente: períodos febris + períodos com temperatura aceitável.
Axilar: 36 a 37ºC
VERIFICAÇÃO DE TEMPERATURA
Material:
Oral: 36,5 a 37ºC ✓ Bandeja;
✓ Termômetro;
✓ Algodão;
✓ Álcool a 70%.
Retal: 36,4 a 37,4ºC
PULSO
O pulso é a delimitação palpável da circulação sanguínea percebida em
vários pontos do corpo, constituindo um indicador do estado circulatório.
CARACTERISTICAS DA RESPIRAÇÃO
Frequência: é aferida em respirações por minuto, podendo ser: normal,
lenta ou rápida.
Ritmo: é verificado através do intervalo entre uma respiração e outra,
podendo ser regular ou irregular.
Profundidade/amplitude: deve-se verificar ser a respiração é profunda
ou superficial.
✓ Pulso radial;
✓ Pulso ulnar;
✓ Pulso femoral;
✓ Pulso carotídeo;
✓ Pulso poplíteo;
✓ Pulso tibial posterior;
✓ Pulso pedioso.
CARACTERISTICAS DO PULSO
Frequência: é aferida em batimentos por minuto, podendo ser normal,
lenta ou rápida.
Ritmo: é verificado através do intervalo entre um batimento e outro. TIPOS DE RESPIRAÇÃO
Pode ser regular ou irregular. Eupnéia: respiração normal.
Intensidade: é avaliada através da força da pulsação. Pode ser cheio Taquipnéia: aumento da frequência respiratória.
(quando o pulso é forte) ou fino (quando o pulso é fraco ou filiforme). Bradipnéia: diminuição da frequência respiratória.
Apnéia: ausência de movimentos respiratórios.
Dispnéia: dificuldade respiratória.
Ortopnéia: dificuldade em respirar na posição deitada.
Cheyne-Stokes: caracteriza-se por uma fase de apnéia seguida de
incursões inspiratórias cada vez mais profundas até atingir um máximo,
para depois vir decrescendo até nova pausa. Comum em pacientes com
o quadro de insuficiência cardíaca, TCE e AVC.
PRESSÃO ARTERIAL
A pressão arterial é a força exercida sobre a parede de uma artéria pelo
sangue pulsante sob a pressão do coração.
Pressão sistólica: é o pico da pressão obtida no interior da aorta e dos
vasos periféricos durante a contração ventricular (sístole).
Pressão diastólica: é o valor da pressão sanguínea final obtida com o
relaxamento do coração (diástole).
DOR
A dor é considerado o 5º sinal vital.
Etapas da avaliação da dor:
✓ Identificar;
✓ Quantificar (mensurar);
ASSEPSIA E CONTROLE DE INFECÇÃO
RESISTÊNCIA BACTERIANA
A resistência bacteriana é a capacidade da bactéria de evitar a ação
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS OBSTÁCULOS PARA AVALIAR E inibitória ou letal do antibiótico. Durante o tratamento as bactérias não
MENSURAR A DOR? morrem, se multiplicam, gerando outras bactérias resistentes, enquanto
✓ Incompreensão dos pacientes; as bactérias mais sensíveis são eliminadas.
✓ O estado mental alterado pela ansiedade; Constitui um grande problema de saúde pública devido ao aumento da
✓ Confusão e estado físico; morbimortalidade, diminuição das opções terapêuticas, aumento do
✓ A falta de tempo por parte do profissional. tempo de internação, aumento dos custos institucionais e a ocorrência
de surtos.
INSTRUMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA DOR
INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS)
Denominada como Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS),
a infecção hospitalar, é toda infecção adquirida em ambiente hospitalar,
podendo manifestar-se durante a internação ou após a alta. A incidência
de infecções hospitalares por microorganismos multirresistentes é um
desafio para todos os profissionais da área de saúde.
As IRAS apresentam um grande problema para a segurança e
qualidade de vida do paciente, além, disso seu impacto pode resultar
em morte, hospitalização prolongada, incapacidade ao longo prazo,
grandes gastos às instituições de saúde e custo elevado para o paciente
e seus familiares.
As infecções, portanto, podem ser divididas em 2 conceitos:
Infecção Comunitária:
• aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do
paciente, desde que não relacionada com internação anterior;
• associada a complicação ou extensão da infecção já presente
na admissão, exceto se houver troca de microrganismos;
• em recém-nascido – aquisição por via transplacentária é
conhecida ou foi comprovada;
• as infecções se recém-nascidos associadas com bolsa rota
superior a 24h.
Infecção Hospitalar: aquela adquirida após a admissão do paciente e
que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser
relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.
INFECÇÃO X COLONIZAÇÃO
Colonização: é a presença de microrganismos sem que ocorram
alterações nas funções normais do órgão/tecido ou resposta imune
inflamatória.
Infecção: os microrganismos estão se multiplicando em grande
quantidade e provocam alterações orgânicas.
CONCEITOS
Assepsia: conjunto de medidas utilizadas para impedir a penetração de
microrganismos (contaminação) em local que não os contenha.
Processo que permite afastar os germes patogênicos de um local ou
objeto. Existem 4 tipos de Higienização das mãos:
Antissepsia: procedimento que visa o controle de infecção a partir da ✓ Higienização Simples das mãos;
aplicação de substâncias microbicidas ou microbiostáticas na pele ou ✓ Higienização Antisséptica;
mucosa, impedindo a proliferação microbiana. ✓ Fricção das mãos com antissépticos (preparações alcoólicas);
Limpeza: é a remoção física de sujidades, detritos e microrganismos ✓ Antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos.
presentes em qualquer área e/ou artigo, mediante ação química
(soluções detergentes, desincrostantes ou enzimáticas), mecânica Outras práticas que contribui para redução das IRAS:
(fricção) ou térmica. A limpeza pode ser realizada de forma manual ou ✓ Manter cabelos presos ou curtos;
mecânica. ✓ Profissionais do sexo masculino devem estar barbeados;
✓ Não utilizar adornos;
✓ Manter unhas curtas e limpas;
CATETER NASAL
Este meio fornece uma quantidade moderada de oxigênio (24 a 44%)
com um fluxo de 1 a 6 litros por minuto.
Vantagens:
✓ É leve e bem tolerado;
✓ Não interfere na fala e na alimentação.
Desvantagens:
✓ Quantidade incerta de O2 fornecida;
✓ Resseca a mucosa nasal;
✓ Pode ser irritante e incomodo com o uso prolongado;
✓ Fluxos rápidos podem provocar dor nos seios nasais.
Vantagens:
• É de fácil utilização;
• É bem tolerada e é útil para administrar oxigênio
com alta umidade.
MÁSCARA DE VENTURI Desvantagens:
Dispositivo de alto fluxo, fornece uma concentração de • Intolerância por parte de alguns pacientes;
oxigênio de 24% a 50%. O fluxo geralmente utilizado é de 4 a 12 litros • Pode exercer pressão sobre partes ósseas;
por minuto, conectada diretamente a rede de O2. Com umidificador usa- • Deixa a face frequentemente úmida.
se 15L/min.
TUBO T
Geralmente utilizado para fornecer mistura de ar/oxigênio altamente
umidificado, por meio de traqueostomia ou tudo endotraqueal.
Vantagens:
• A concentração de oxigênio e a umidade podem ser ajustadas
a todo momento, se necessário.
Desvantagens:
• Se houver obstrução da via de saída do ar, poderá ocorrer um
barotrauma.
RESPALDO LEGAL
De acordo com a resolução do COFEN nº 453/2014, compete
PRIVATIVAMENTE ao enfermeiro estabelecer o acesso enteral por via VIA NASOENTÉRICA OU OROENTÉRICA: A sonda é passada pelo
oro/nasogástrica ou oro/nasoentérica para a administração da Nutrição nariz ou pela boca e se direciona até o intestino delgado.
Enteral.
MATERIAIS NECESSÁRIOS
COLETA DE MATERIAL PARA EXAMES LABORATORIAIS INSTRUÇÕES IMPORTANTES QUE DEVEM SER PASSADAS AO
A coleta de exames laboratoriais de pacientes em regime de PACIENTE:
internação e em situação ambulatorial nos laboratórios de análises ✓ A suspensão de medicamentos somente pode ser autorizada
clinicas, é uma atividade que a enfermagem desenvolve e que contribui pelo médico do paciente.
para a promoção, prevenção, manutenção e recuperação da saúde. ✓ O laboratório deve anotar o horário da última dose e registrar
esta informação no laudo;
OBJETIVOS DOS EXAMES LABORATORIAIS ✓ A ingestão de pequena quantidade de água, antes da coleta,
✓ Confirmar, estabelecer ou complementar o diagnóstico clínico; não quebra o jejum;
✓ Fornecer elementos para o prognóstico de determinadas ✓ O fumo e o café não são permitidos antes da coleta, pois
doenças; podem interferir na exatidão dos resultados.
✓ Estabelecer critérios de normalidade;
✓ Delinear fatores de riscos evolutivos COLETA DE SANGUE
Equipamentos e material de segurança necessário:
Os profissionais devem ficar atentos aos seguintes requisitos: ✓ EPI’s: jaleco, máscara, óculos, luvas descartáveis;
✓ Horário da coleta; ✓ Algodão hidrófilo;
✓ Tempo de envio da amostra para o laboratório; ✓ Álcool a 70%;
✓ Erro de identificação da amostra ✓ Agulha e seringa descartáveis;
✓ Jejum do paciente; ✓ Sistema à vácuo: suporte, tubo e agulha descartável;
✓ Tempo de jejum do paciente; ✓ Tubos de ensaio com tampa;
✓ Tempo de coleta de amostras; ✓ Etiquetas para identificação de amostras;
✓ Tubos e equipamentos usados apropriados para coleta de ✓ Caneta;
material biológico; ✓ Descartex;
✓ Uso prolongado do torniquete; ✓ Estante para tubos.
✓ Erro do volume ou quantidade da amostra para análise.
PROCEDIMENTOS QUE DEVEM SER OBSERVADOS PARA O
MATERIAIS BIOLÓGICOS E EXAMES MAIS SOLICITADOS INÍCIO DA COLETA DE SANGUE
Locais de escolha para a punção da veia:
✓ As veias basílicas mediana e a cefálica são as mais
utilizadas;
✓ A basílica mediana é a melhor opção, pois a cefálica é mais
propensa á formação de hematomas;
✓ No dorso da mão, o arco venoso dorsal é o mais
recomendado por ser mais calibroso
SANGUE
HEMOGRAMA: Consiste na contagem global de eritrócitos, índices
hematimétricos, valor de hemoglobina e valor hematócrito (Ht),
contagem global de leucócitos, contagem diferencial de leucócitos
(neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos) e contagem
global de plaquetas. É útil na avaliação de anemias, infecções
bacterianas e viróticas, inflamações, leucemias e plaquetopenias.
SOROLOGIA: É a avaliação da presença de determinados anticorpos
no soro sanguíneo. É útil no diagnóstico de infecções por vírus,
bactérias, fungos e protozoários.
GASOMETRIA: Análise de gases sanguíneos, como O2 e CO2 e do
equilíbrio ácido-básico, como bicarbonato e pH sanguíneo.
URINA
URINA TIPO 1: Avalia as características físicas e químicas e os
sedimentos urinários.
URINA 24 HORAS: avaliação da função renal.
UROCULTURA: pesquisa de microrganismos que pode evoluir para
pesquisa de antibiograma.
FEZES
PARASITOLÓGICO: identificação de parasitas.
COPROCULTURA: exame bacteriológico das fezes.
PROCEDIMENTO:
FATORES DE RISCO
✓ A pressão arterial é o principal fator de risco juntamente com:
✓ Doenças cardíacas: especialmente as doenças que produzem
arritmias. Ex: IAM.
✓ Colesterol: principalmente o LDL, tem relação com a formação de
ateromas.
✓ Fumo: torna o sangue mais concentrado e aumente o risco de
hipertensão.
✓ Uso abusivo de álcool: aumenta o colesterol e o risco de
hipertensão.
✓ Diabetes mellitus: relação direta com as obstruções vasculares.
✓ Sexo: até aproximadamente os 50 anos os homens têm maior
propensão, depois dessa idade os riscos praticamente se igualam.
✓ Anticoncepcionais orais: relacionados aos teores de hormônios.
✓ Obesidade: aumenta o risco de aterosclerose e de hipertensão.
✓ Aumento na concentração sanguínea: como em caso de MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
desidratação grave, doenças pulmonares graves, doenças pulmonares ✓ O AVC manifesta-se de modo diferente em cada indivíduo,
crônicas. pois os sinais e sintomas dependerão da área atingida, da extensão, do
✓ Sedentarismo: a falta de atividade física leva à obesidade, tipo e do estado geral da pessoa.
predisposição à hipertensão e ao aumento do colesterol. ✓ De maneira geral, a principal característica é a rapidez com
✓ Idade: risco de ter algum dos fatores anteriores. que aparecem as alterações (de segundos a horas).
CLASSIFICAÇÃO - Existem dois tipos de AVC: ✓ As manifestações clínicas mais comuns:
✓ AVC Isquêmico: Acontece quando não há passagem de sangue ✓ Fraqueza ou adormecimento de um membro ou de um lado
para determinada área, por uma obstrução no vaso ou redução do fluxo do corpo, como dificuldade de movimentar;
sanguíneo no corpo. ✓ Alteração da linguagem, passando a falar “enrolado” ou sem
conseguir expressar-se ou entender o que lhe é dito;
✓ Perda da visão de um olho, ou de parte do campo visual de
ambos os olhos;
✓ Perda de memória e/ou confusão mental, dor de cabeça
súbita, sem causa aparente, seguida de vômitos, sonolência ou coma.
✓
MONITORIZAÇÃO E TRATAMENTO
✓ Monitorar:
✓ Função respiratória: oxigenioterapia, oximetria;
✓ Neurológica: escalas;
✓ Função circulatória e cardíaca: monitorização contínua nas
primeiras 48 horas. A FC deverá permanecer normal.
✓ A PA deverá manter-se no limite superior para favorecer a
perfusão de vasos estenosados e colaterais.
✓ Em casos de hemorragia a PA deverá ser reduzida;
✓ Temperatura corporal: a febre influencia negativamente no
prognóstico;
✓ Diuréticos – diminui o edema cerebral;
✓ Anticoagulantes – dissolvem o coágulo sanguíneo que está
bloqueando o fluxo;
✓ Medicações antiplaquetárias – assim elas não se unem ao
trombo e não obstruem a passagem.
Obstrução crônica e difusa das vias aéreas inferiores: decorrente de
TRATAMENTO CIRURGICO – AVC HEMORRÁGICO
inflamação pulmonar, hipertrofia de glândulas mucosas e células
✓ A craniotomia é realizada com o paciente que tem hemorragia
que supera 3cm de diâmetro, e a escala de Glasgow está abaixo de 14. caliciformes de vias aéreas centrais.
✓ A carótida é momentaneamente ocluída para que se reduza a
pressão nos vasos, o aneurisma é clampeado. Neste momento poderá FATORES DE RISCO
ocorrer isquemia cerebral ou hemiplegia súbita, pois durante o Estabelecidos: exposição ocupacional, tabagismo.
procedimento cirúrgico existe uma oclusão temporária do suprimento Prováveis: poluição ambiental, baixo nível socioeconômico, alcoolismo,
sanguíneo para o cérebro OU MORTE. tabagismo passivo na infância.
Possíveis: baixo peso ao nascer, infecções respiratórias recorrentes na
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
✓ Observar, comunicar e registrar alterações no nível de infância, história familiar.
consciência:
✓ Agitação psicomotora; BRONQUITE CRÔNICA
✓ Confusão mental; Estreitamento das vias aéreas inferiores (principalmente nos brônquios
✓ Déficit de resposta a estímulos verbais; e bronquíolos) associado à hiperprodução de muco nas regiões
✓ Paresias: diminuição ou fraqueza de movimentos;
acometidas.
✓ Parestesias: alterações de sensibilidade;
✓ Plegias: ausência ou perda da motricidade ou movimento Expectoração por 3 meses ao ano, por dois anos consecutivos, sem
volutário; outras causas pré-definida.
✓ Manter ambiente calmo, seguro e tranquilo;
✓ Estimular e facilitar a motilidade;
✓ Manter o ambiente livre de empecilhos que possam dificultar a
deambulação;
✓ Orientar quanto à importância da fisioterapia adequada;
✓ Reforçar movimentos realizados sem auxílio e com destreza;
✓ Manter ambiente calmo, seguro e tranquilo;
✓ Estimular e facilitar a motilidade;
✓ Manter o ambiente livre de empecilhos que possam dificultar a
deambulação;
✓ Orientar quanto à importância da fisioterapia adequada;
✓ Reforçar movimentos realizados sem auxílio e com destreza; ENFISEMA PULMONAR
✓ Facilitar e estimular atividades de autocuidado; Alargamento anormal e permanente dos espaços aéreos distais aos
✓ Pentear-se; bronquíolos terminais, com destruição de suas paredes, sem fibrose
✓ Vestir-se;
óbvia.
✓ Alimentar-se.
✓ Manter controle rigoroso de sinais vitais, comunicar qualquer A destruição da parede alveolar causa perda dos pontos de fixação das
alteração; vias aéreas terminais aos alvéolos, com colapso expiratório dos
✓ Manter BH rigoroso; mesmos, limitação do fluxo aéreo e hiperinsuflação pulmonar.
✓ Manter cuidados específicos a cada sinal e sintoma, bem
como ao tipo de AVC;
✓ Orientar os familiares quanto à importância de aceitar as
limitações, procurando adequar o indivíduo ao convívio social de forma
a mantê-lo útil e necessário, reintegrando-o com a melhor qualidade de
vida possível.
ESPIROMETRIA
Comprova a presença de limitação ao fluxo aéreo, indispensável na
definição de DPOC. Utilizada para estadiamento e avaliação da
gravidade.
FATORES DE RISCO
✓ Homens >45 anos e mulheres >55 anos;
✓ Aumento do colesterol LDL e redução do HDL;
✓ História de IAM na família;
✓ Tabagismo;
✓ Obesidade;
✓ HAS e DM;
✓ Sedentarismo.
MANEJO CLÍNICO
Terapia analgésica e anti-isquêmica: PRIORIDADE
✓ Nitroglicerina;
✓ Sulfato de morfina;
✓ Beta bloqueadores: atenolol, metoprolol e propanolol.
Terapia antiplaquetária: ácido acetilsalicílico (AAS) e clopidogrel.
Terapia anticoagulante: heparina.
Terapia fibrinolítica.
Intervenção coronariana percutânea.
Oxigenoterapia: satO2 <90%.
PNEUMONIA
Doença inflamatória aguda, afeta especialmente os sacos de ar FATORES DE RISCO
microscópicos (alvéolos), causada por microrganismos como bactérias,
vírus ou fungos ou pela inalação de produtos tóxicos que comprometem
Idade: atinge principalmente crianças e idosos (<5 anos
os espaços aéreos dos pulmões. e >65 anos).
A pneumonia é geralmente causada por uma infecção, mas há uma Desnutrição: fragiliza o sistema imunológico.
série de outras causas. Consumo excessivo de álcool: diminui o reflexo da
VIAS DE INFECÇÃO
tosse e afeta a migração dos leucócitos;
Microaspiração do material proveniente das vias aéreas superiores (ex: Tabagismo: aumenta as secreções pulmonares e altera
microaspiração de secreções da orofaringe). a função ciliar.
Aspiração (comum em pacientes com disfunção da deglutição). Doença hepática ou renal: diminui a formação de
Inalação de aerossol contaminado do ambiente.
anticorpos e a função dos leucócitos;
Diabetes mellitus: diminui a função e a mobilização dos
leucócitos.
Deficiência de imunoglobulinas.
CLASSIFICAÇÃO
Pneumonia associadas aos cuidados de saúde:
ocorrem em pacientes que se encontram
institucionalizados, que estiveram hospitalizados durante
mais de 2 dias nos 90 dias precedentes, que têm contato
frequente com instituições de saúde (ex: hemodiálise,
quimioterapia) ou que estão imunossuprimidos. Ela pode
ser causada por vírus, bactérias, fungos e protozoários.
Pneumonia comunitária: Adquirida fora do ambiente
hospitalar ou até 48 horas da admissão na unidade
assistencial.
Pneumonia nosocomiais: Manifesta-se 48 horas depois
da admissão hospitalar ou desenvolve-se pouco tempo
após a alta hospitalar. Ex: aspiração.
ETIOLOGIA
A pneumonia é provocada pela penetração de um agente infeccioso ou
irritante (bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas) no espaço MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
alveolar, onde ocorre a troca gasosa. ✓ Febre e calafrios;
✓ Tosse seca ou produtiva;
✓ Dispneia;
✓ Fadiga;
✓ Taquipneia;
✓ Cefaleia;
✓ Confusão mental;
✓ Cianose;
✓ Mialgia;
✓ Náuseas e vômito;
✓ Diarreia;
✓ Ortopneia;
Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 44
PRA VOCÊ MUDAR DE VIDA
✓ Perda de apetite; ✓ Monitorar a resposta do paciente à terapia;
✓ Dor torácica; ✓ Observar se o paciente apresenta náuseas,
✓ hemoptise; vômitos e diarreia;
✓ Encorajar o paciente a realizar a ingesta de
DIAGNÓSTICO líquidos, para fluidificar as secreções;
Exames laboratoriais: ✓ Monitorar a ingesta e excreção, a pele e os
• Hemograma; sinais vitais;
• Glicemia; ✓ Auxiliar o paciente a tossir.
• Ureia e creatinina;
• TGO/TGP.
Exames bacteriológicos de escarro;
Hemocultura com antibiograma;
Pesquisa de antígenos;
Raio X do tórax.
TRATAMENTO
O tratamento das pneumonias requer o uso de
antibióticos. A internação hospitalar pode ser necessária
quando o paciente é idoso, apresenta febre alta ou
alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia.
COMPLICAÇÕES
Complicações associadas a alteração da função
pulmonar:
Insuficiência respiratória: decorrente da ocupação de
exsudato nos espaços alveolares, que resulta em
hipoxemia e insuficiência respiratória;
Atelectasia: decorrente da ocupação de exsudato nos
espaços alveolares, que resulta em retenção de
secreções e obstrução brônquica.
Derrame pleural: consequência do processo inflamatório
pleural;
Empiema: presença de líquido purulento na cavidade
pleural;
Necrose ou abcesso pulmonar: zona onde há
destruição do parênquima pulmonar, pouco frequente.
Complicações secundárias à bacteremia:
Choque séptico.
Coagulação intravascular disseminada.
Lesão de outros órgãos.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
✓ Realizar oxigenoterapia para tratar a dispneia,
hipoxemia, confusão mental ou distúrbio circulatório
(conforme prescrição médica);
✓ Monitorar a frequência e padrão respiratório,
sinais e sintomas de angustia respiratória;
✓ Avaliar nível de consciência (escala de
Glasgow);
Conhecimentos Específicos – prof.ª Gabriela Vieira 45