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Apostilas Domínio

LÍNGUA PORTUGUESA Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de


leitura: a informativa e de reconhecimento e a
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE interpretativa.
TEXTOS
A primeira deve ser feita de maneira cautelosa
Os concursos apresentam questões por ser o primeiro contato com o novo texto.
interpretativas que têm por finalidade a Desta leitura, extraem-se informações sobre o
identificação de um leitor autônomo. Portanto, o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível
candidato deve compreender os níveis de leitura. Durante a interpretação propriamente
estruturais da língua por meio da lógica, além de dita, cabe destacar palavras-chave, passagens
necessitar de um bom léxico internalizado. importantes, bem como usar uma palavra para
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este
As frases produzem significados diferentes de tipo de procedimento aguça a memória visual,
acordo com o contexto em que estão inseridas. favorecendo o entendimento.
Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
confronto entre todas as partes que compõem o Não se pode desconsiderar que, embora a
texto. interpretação seja subjetiva, há limites. A
preocupação deve ser a captação da essência do
Além disso, é fundamental apreender as texto, a fim de responder às interpretações que a
informações apresentadas por trás do texto e as banca considerou como pertinentes.
inferências a que ele remete. Este procedimento
justifica-se por um texto ser sempre produto de No caso de textos literários, é preciso conhecer a
uma postura ideológica do autor diante de uma ligação daquele texto com outras formas de
temática qualquer. cultura, outros textos e manifestações de arte da
época em que o autor viveu. Se não houver esta
Denotação e Conotação visão global dos momentos literários e dos
escritores, a interpretação pode ficar
Sabe-se que não há associação necessária entre comprometida. Aqui não se podem dispensar as
significante (expressão gráfica, palavra) e dicas que aparecem na referência bibliográfica
significado, por esta ligação representar uma da fonte e na identificação do autor.
convenção. É baseado neste conceito de signo
linguístico (significante + significado) que se A última fase da interpretação concentra-se nas
constroem as noções de denotação e conotação. perguntas e opções de resposta. Aqui são
fundamentais marcações de palavras como não,
O sentido denotativo das palavras é aquele exceto, errada, respectivamente etc. que fazem
encontrado nos dicionários, o chamado sentido diferença na escolha adequada. Muitas vezes,
verdadeiro, real. em interpretação, trabalha-se com o conceito do
"mais adequado", isto é, o que responde melhor
Já o uso conotativo das palavras é a atribuição ao questionamento proposto. Por isso, uma
de um sentido figurado, fantasioso e que, para resposta pode estar certa para responder à
sua compreensão, depende do contexto. Sendo pergunta, mas não ser a adotada como gabarito
assim, estabelece-se, numa determinada pela banca examinadora por haver uma outra
construção frasal, uma nova relação entre alternativa mais completa.
significante e significado.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões
Os textos literários exploram bastante as apresentam um fragmento do texto transcrito
construções de base conotativa, numa tentativa para ser a base de análise. Nunca deixe de
de extrapolar o espaço do texto e provocar retornar ao texto, mesmo que aparentemente
reações diferenciadas em seus leitores. pareça ser perda de tempo. A
descontextualização de palavras ou frases,
Ainda com base no signo linguístico, encontra- se certas vezes, são também um recurso para
o conceito de polissemia (que tem muitas instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase
significações). anterior e a posterior para ter ideia do sentido
global proposto pelo autor, desta maneira a
Algumas palavras, dependendo do contexto, resposta será mais consciente e segura.
assumem múltiplos significados, como, por
exemplo, a palavra ponto: ponto de ônibus, ponto Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos
de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, numa interpretação de texto. Para isso, devemos
não se está atribuindo um sem tido fantasioso à observar o seguinte:
palavra ponto, e sim ampliando sua significação
através de expressões que lhe completem e 01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão
esclareçam o sentido. geral do assunto;

Como Ler e Entender Bem um Texto 02. Se encontrar palavras desconhecidas, não
interrompa a leitura, vá até o fim,
ininterruptamente;

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03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão
o texto pelo monos umas três vezes ou mais; dar a ele maior clareza de expressão,
aumentando-lhe ou determinando-lhe o
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas significado. Eraldo Cunegundes
entrelinhas;
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
05. Voltar ao texto tantas quantas vezes
precisar; TEXTO NARRATIVO

06. Não permitir que prevaleçam suas ideias As personagens: São as pessoas, ou seres,
sobre as do autor; viventes ou não, forças naturais ou fatores
ambientais, que desempenham papel no
07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, desenrolar dos fatos.
partes) para melhor compreensão;
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura
08. Centralizar cada questão ao pedaço central, o herói ou heroína, personagem principal
(parágrafo, parte) do texto correspondente; da história.

09. Verificar, com atenção e cuidado, o O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe
enunciado de cada questão; aos designos do protagonista, chama-se
antagonista, e é com ele que a personagem
10. Cuidado com os vocábulos: destoa principal contracena em primeiro plano.
(=diferente de ...), não, correta, incorreta, certa,
errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; As personagens secundárias, que são chamadas
palavras que aparecem nas perguntas e que, às também de comparsas, são os figurantes de
vezes, dificultam a entender o que se perguntou influencia menor, indireta, não decisiva na
e o que se pediu; narração.

11. Quando duas alternativas lhe parecem O narrador que está a contar a história também é
corretas, procurar a mais exata ou a mais uma personagem, pode ser o protagonista ou
completa; uma das outras personagens de menor
importância, ou ainda uma pessoa estranha à
12. Quando o autor apenas sugerir ideia, história.
procurar um fundamento de lógica objetiva;
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos
13. Cuidado com as questões voltadas para fundamentais de personagem: as planas: que
dados superficiais; são definidas por um traço característico, elas
não alteram seu comportamento durante o
14. Não se deve procurar a verdade exata desenrolar dos acontecimentos e tendem à
dentro daquela resposta, mas a opção que caricatura; as redondas: são mais complexas
melhor se enquadre no sentido do texto; tendo uma dimensão psicológica, muitas vezes,
o leitor fica surpreso com as suas reações
15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das perante os acontecimentos.
palavras denuncia a resposta;
Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a
16. Procure estabelecer quais foram as opiniões sequência dos fatos, a trama dos acontecimentos
expostas pelo autor, definindo o tema e a e das ações dos personagens. No enredo
mensagem; podemos distinguir, com maior ou menor nitidez,
três ou quatro estágios progressivos: a exposição
17. O autor defende ideias e você deve (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o
percebê-las; desenlace ou desfecho.

18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do Na exposição o narrador situa a história quanto à


sujeito são importantíssimos na interpretação do época, o ambiente, as personagens e certas
texto. circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre,
na maioria das vezes, principalmente nos textos
Ex.: Ele morreu de fome. (de fome: adjunto literários mais recentes, a história começa a ser
adverbial de causa, determina a causa na narrada no meio dos acontecimentos (.in média.),
realização do fato (= morte de "ele")). ou seja, no estágio da complicação quando
ocorre e conflito, choque de interesses entre as
Ex.: Ele morreu faminto. (faminto: predicativo do personagens.
sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
quando morreu.); O clímax é o ápice da história, quando ocorre o
estágio de maior tensão do conflito entre as
19. As orações coordenadas não têm oração personagens centrais, desencadeando o
principal, apenas as ideias estão coordenadas desfecho, ou seja, a conclusão da história com a
entre si; resolução dos conflitos.

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Os fatos: São os acontecimentos de que as a história está sendo contada. Como já vimos, a
personagens participam. Da natureza dos narração é feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.
acontecimentos apresentados decorre o gênero
do texto. Por exemplo o relato de um Formas de apresentação da fala das
acontecimento cotidiano constitui uma crônica, o personagens . Como já sabemos, nas histórias,
relato de um drama social é um romance social, as personagens agem e falam. Há três maneiras
e assim por diante. Em toda narrativa há um fato de comunicar as falas das personagens.
central, que estabelece o caráter do texto, e há
os fatos secundários, relacionados ao principal. Discurso Direto: É a representação da fala das
personagens através do diálogo.
Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem
em diversos lugares, ou mesmo em um só lugar. Exemplo:
O texto narrativo precisa conter informações
sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O
vezes, principalmente nos textos literários, essas povo é dono da verdade. Vem a polícia e começa
informações são extensas, fazendo aparecer a falar em ordem pública. No carnaval a cidade é
textos descritivos no interior dos textos narrativo. do povo e de ninguém mais”.

Tempo: Os fatos que compõem a narrativa No discurso direto é frequente o uso dos verbo
desenvolvem-se num determinado tempo, que de locução ou descendi: dizer, falar, acrescentar,
consiste na identificação do momento, dia, mês, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e
ano ou época em que ocorre o fato. A de travessões. Porém, quando as falas das
temporalidade salienta as relações personagens são curtas ou rápidas os verbos de
passado/presente/futuro do texto, essas relações locução podem ser omitidos.
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem
cronológica dos fatos, ou sofre inversões, quando Discurso Indireto: Consiste em o narrador
o narrador nos diz que antes de um fato que transmitir, com suas próprias palavras, o
aconteceu depois. pensamento ou a fala das personagens.
Exemplo:
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O
cronológico é o tempo material em que se “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias
desenrola à ação, isto é, aquele que é medido triste e passados, os meus primeiros passos em
pela natureza ou pelo relógio. O psicológico não liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele
é mensurável pelos padrões fixos, porque é momento, a minha literatura e os menos
aquele que ocorre no interior da personagem, sombrios por vir”.
depende da sua percepção da realidade, da
duração de um dado acontecimento no seu Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da
espírito. personagem se mistura à fala do narrador, ou
seja, ao fluxo normal da narração. Exemplo:
Narrador: observador e personagem: O narrador,
como já dissemos, é a personagem que está a “Os trabalhadores passavam para os partidos,
contar a história. A posição em que se coloca o conversando alto. Quando me viram, sem cha-
narrador para contar a história constitui o foco, o
aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele péu, de pijama, por aqueles lugares, deram-me
pode ser caracterizado por : bons-dias desconfiados. Talvez pensassem que

- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o estivesse doido. Como poderia andar um homem
que diz respeito às personagens e à história, àquela hora , sem fazer nada de cabeça no
tendo uma visão panorâmica dos tempo, um branco de pés no chão como eles? Só
acontecimentos e a narração é feita em 3a sendo doido mesmo”.
pessoa.
(José Lins do Rego)
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa
o centro da narrativa que é feito em 1a pessoa. TEXTO DESCRITIVO

- visão “de fora”: o narrador descreve e narra Descrever é fazer uma representação verbal dos
apenas o que vê, aquilo que é observável aspectos mais característicos de um objeto, de
exteriormente no comportamento da uma pessoa, paisagem, ser e etc.
personagem, sem ter acesso a sua interioridade,
neste caso o narrador é um observador e a As perspectivas que o observador tem do objeto
narrativa é feita em 3a pessoa. são muito importantes, tanto na descrição
literária quanto na descrição técnica. É esta
Foco narrativo: Todo texto narrativo atitude que vai determinar a ordem na
necessariamente tem de apresentar um foco enumeração dos traços característicos para que
narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual o leitor possa combinar suas impressões isoladas
formando uma imagem unificada.

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Uma boa descrição vai apresentando o objeto finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo
progressivamente, variando as partes de ver qualquer questão.
focalizadas e associando-as ou interligando-as
pouco a pouco. A linguagem usada é a referencial, centrada na
mensagem, enfatizando o contexto.
Podemos encontrar distinções entre uma
descrição literária e outra técnica. Passaremos a Quanto à forma, ela pode ser tripartida em :
falar um pouco sobre cada uma delas:
.Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os
Descrição Literária: A finalidade maior da dados fundamentais do assunto que está
descrição literária é transmitir a impressão que a tratando. É a enunciação direta e objetiva da
coisa vista desperta em nossa mente através do definição do ponto de vista do autor.
sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a
subjetiva, que reflete o estado de espírito do . Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto,
observador, suas preferências, assim ele onde as ideias colocadas na introdução serão
descreve o que quer e o que pensa ver e não o definidas com os dados mais relevantes. Todo
que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade desenvolvimento deve estruturar-se em blocos
do mundo objetivo, fenomênico, ela é exata e de ideias articuladas entre si, de forma que a
dimensional. sucessão deles resulte num conjunto coerente e
unitário que se encaixa na introdução e
Descrição de Personagem: É utilizada para desencadeia a conclusão.
caracterização das personagens, pela
acumulação de traços físicos e psicológicos, pela . Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado
enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e pela síntese da ideia central. Na conclusão o
temperamento, com a finalidade de situar autor reforça sua opinião, retomando a
personagens no contexto cultural, social e introdução e os fatos resumidos do
econômico . desenvolvimento do texto. Para haver maior
entendimento dos procedimentos que podem
Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, ocorrer em um dissertação, cabe fazermos a
geralmente o observador abrange de uma só vez distinção entre fatos, hipótese e opinião.
a globalidade do panorama, para depois aos
poucos, em ordem de proximidade, abranger as - Fato: É o acontecimento ou coisa cuja
partes mais típicas desse todo. veracidade e reconhecida; é a obra ou ação que
realmente se praticou.
Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos
interiores, dos ambientes em que ocorrem as - Hipótese: É a suposição feita acerca de uma
ações, tentando dar ao leitor uma visualização coisa possível ou não, e de que se tiram diversas
das suas particularidades, de seus traços conclusões; é uma afirmação sobre o
distintivos e típicos. desconhecido, feita com base no que já é
conhecido.
Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição
movimentada, que se desenvolve - Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões
progressivamente no tempo. É a descrição de um de aprovação ou desaprovação pessoal diante
incêndio, de uma briga, de um naufrágio. de acontecimentos, pessoas e objetos descritos,
é um parecer particular, um sentimento que se
Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das tem a respeito de algo.
características gerais da literatura, com a
distinção de que nela se utiliza um vocabulário O TEXTO ARGUMENTATIVO
mais preciso, salientando-se com exatidão os
pormenores. É predominantemente denotativa Baseado em Adilson Citelli
tendo como objetivo esclarecer convencendo.
Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou A linguagem é capaz de criar e representar
mecanismos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a realidades, sendo caracterizada pela
eventos e etc. identificação de um elemento de constituição de
sentidos. Os discursos verbais podem ser
TEXTO DISSERTATIVO formados de várias maneiras, para dissertar ou
argumentar, descrever ou narrar, colocamos em
Dissertar significa discutir, expor, interpretar práticas um conjunto de referências codificadas
ideias. A dissertação consta de uma série de há muito tempo e dadas como estruturadoras do
juízos a respeito de um determinado assunto ou tipo de texto solicitado.
questão, e pressupõe um exame critico do
assunto sobre o qual se vai escrever com Para se persuadir por meio de muitos recursos da
clareza, coerência e objetividade. língua é necessário que um texto possua um
caráter argumentativo/descritivo. A construção
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o de um ponto de vista de alguma pessoa sobre
autor tenta persuadir o leitor a respeito dos seus algo, varia de acordo com a sua análise e esta
pontos de vista ou simplesmente, ter como dar-se-á a partir do momento em que a
compreensão do conteúdo, ou daquilo que fora

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tratado seja concretado. A formação discursiva é paródia, a paráfrase utiliza-se de textos já
responsável pelo emassamento do conteúdo que escritos, por alguém, e que tornam-se algo
se deseja transmitir, ou persuadir, e nele teremos espetacularmente incrível. A diferença é que
a formação do ponto de vista do sujeito, suas muitas vezes a paráfrase não possui a
análises das coisas e necessidade de persuadir as pessoas com a
repetição de argumentos, e sim de esquematizar
suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos novas formas de textos, sendo estes diferentes.
é soltar concepções que tendem a ser orientadas A criação de um texto requer bem mais do que
no meio em que o indivíduo viva. Vemos que o simplesmente a junção de palavras a uma frase,
sujeito lança suas opiniões com o simples e requer algo mais que isto. É necessário ter na
decisivo intuito de persuadir e fazer suas escolha das palavras e do vocabulário o cuidado
explanações renderem o convencimento do de se requisitá-las, bem como para se adotá-las.
ponto de vista de algo/alguém. Um texto não é totalmente auto-explicativo, daí
vem a necessidade de que o leitor tenha um
Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de emassado em seu histórico uma relação
sermos entendidos e desejamos estabelecer um interdiscursiva e intertextual.
contato verbal com os ouvintes e leitores, e todas
as frases ou palavras articuladas produzem As metáforas, metomínias, onomatopeias ou
significações dotadas de intencionalidade, figuras de linguagem, entram em ação inseridos
criando assim unidades textuais ou discursivas. num texto como um conjunto de estratégias
Dentro deste contexto da escrita, temos que levar capazes de contribuir para os efeitos persuasivos
em conta que a coerência é de relevada dele. A ironia também é muito utilizada para
importância para a produção textual, pois nela se causar este efeito, umas de suas características
dará uma sequência das ideias e da progressão salientes, é que a ironia dá ênfase à gozação,
de argumentos a serem explanadas. Sendo a além de desvalorizar ideias, valores da oposição,
argumentação o procedimento que tornará a tese tudo isto em forma de piada.
aceitável, a apresentação de argumentos atingirá
os seus interlocutores em seus Uma das últimas, porém não menos importantes,
formas de persuadir através de argumentos, é a
objetivos; isto se dará através do convencimento Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito,
da persuasão. Os mecanismos da coesão e da mais também o não-dito"). Nela, o escritor
coerência serão então responsáveis pela trabalha com valores, ideias ou conceitos pré
unidade da formação textual. estabelecidos, sem porém com objetivos de
forma clara e concisa. O que acontece é a
Dentro dos mecanismos coesivos, podem formação de um ambiente poético e sugerível,
realizar-se em contextos verbais mais amplos, capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma
como por jogos de elipses, por força semântica, sensação...
por recorrências lexicais, por estratégias de
substituição de enunciados. Texto Base: CITELLI, Adilson; .O Texto
Argumentativo. São Paulo SP, Editora
Um mecanismo mais fácil de fazer a ..Scipione, 1994 - 6ª edição.
comunicação entre as pessoas é a linguagem,
quando ela é em forma da escrita e após a leitura, COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAIS
(o que ocorre agora), podemos dizer que há de
ter alguém que transmita algo, e outro que o 1. Coerência:
receba. Nesta brincadeira é que entra a formação
de argumentos com o intuito de persuadir para se Produzimos textos porque pretendemos informar,
qualificar a comunicação; nisto, estes divertir, explicar, convencer, discordar, ordenar,
argumentos explanados serão o germe de ou seja, o texto é uma unidade de significado
futuras tentativas da comunicação ser objetiva e produzida sempre com uma determinada
dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e intenção. Assim como a frase não é uma simples
Persuasão). sucessão de palavras, o texto também não é uma
simples sucessão de frases, mas um todo
Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e organizado capaz de estabelecer contato com
escrever; não tem em sua unidade a mono nossos interlocutores, influindo sobre eles.
característica da dominação do idioma/língua, e Quando isso ocorre, temos um texto em que há
sim o propósito de executar a interação do meio coerência.
e cultura de cada indivíduo. As relações
intertextuais são de grande valia para fazer de A coerência é resultante da não-contradição
um texto uma alusão à outros textos, isto entre os diversos segmentos textuais que devem
proporciona que a imersão que os argumentos estar encadeados logicamente. Cada segmento
dão tornem esta produção altamente evocativa. textual é pressuposto do segmento seguinte, que
por sua vez será pressuposto para o que lhe
A paráfrase é também outro recurso bastante estender, formando assim uma cadeia em que
utilizado para trazer a um texto um aspecto todos eles estejam
dinâmico e com intento. Juntamente com a

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concatenados harmonicamente. Quando há empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR).
quebra nessa concatenação, ou quando um O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro
segmento atual está em contradição com um sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim
anterior, perde-se a coerência textual. Marajoara, Zona Sul de São Paulo, por volta das
21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu
A coerência é também resultante da adequação mais três residências.
do que se diz ao contexto extraverbal, ou seja,
àquilo o que o texto faz referência, que precisa Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name
ser conhecido pelo receptor. Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a
prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia
Ao ler uma frase como "No verão passado, reportagem nesta página); o piloto (1) José
quando estivemos na capital do Ceará Fortaleza, Traspadini (4), de 64 anos; o copiloto (1) Geraldo
não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name
tanto que chegou a nevar", percebemos que ela Júnior (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57;
é incoerente em decorrência da seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28,
incompatibilidade entre um conhecimento prévio e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido
que temos da realizada com o que se relata. dela (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos.
Sabemos que, considerando uma realidade
"normal", em Fortaleza não neva (ainda mais no Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8)
verão!). como um dos maiores compradores de cabeças
de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
Claro que, inserido numa narrativa ficcional um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa
fantástica, o exemplo acima poderia fazer proprietária do bimotor (1).
sentido, dando coerência ao texto - nesse caso,
o contexto seria a "anormalidade" e prevaleceria Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1)
a coerência interna da narrativa. Rockwell Aero Commander 691, prefixo PTI-EE,
para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho
No caso de apresentar uma inadequação entre o (7) Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos,
que informa e a realidade "normal" pré- que (8) morreu ao reagir a um assalto e ser
conhecida, para guardar a coerência o texto deve baleado na noite de sexta-feira.
apresentar elementos linguísticos instruindo o
receptor acerca dessa anormalidade. O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado
e pousou no aeroporto de Congonhas às 8h27.
Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às
O menino caiu do décimo andar e não sofreu 21h20 e, minutos depois, caiu na altura do
nenhum arranhão." é coerente, na medida que a número 375 da Rua Andaquara, uma espécie de
frase inicial ("Foi um verdadeiro milagre") instrui vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora
o leitor para a anormalidade do fato narrado. do Sabará, uma das avenidas mais
movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda
2. Coesão: não se conhece as causas do acidente (2). O
avião (1) não tinha caixa preta e a torre de
A redação deve primar, como se sabe, pela controle também não tem informações. O laudo
clareza, objetividade, coerência e coesão. E a técnico demora no mínimo 60 dias para ser
coesão, como o próprio nome diz (coeso significa concluído.
ligado), é a propriedade que os elementos
textuais têm de estar interligados. Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava
em chamas antes de cair em cima de quatro
De um fazer referência ao outro. Do sentido de casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas
um depender da relação com o outro. Preste casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas.
atenção a este texto, observando como as Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10)
palavras se comunicam, como dependem uma Apenas escoriações e queimaduras. Elídia
das outras. Fiorezzi, de 62 anos, Natan Fiorezzi, de 6, e
Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto
São Paulo: Oito pessoas morrem em queda de Socorro de Santa Cecília.
avião
Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente
Das Agências ao avião envolvido no acidente. Ele foi retomado
nove vezes durante o texto. Isso é necessário à
Cinco passageiros de uma mesma família, de clareza e à compreensão do texto. A memória do
Maringá, dois tripulantes e uma mulher que viu o leitor deve ser reavivada a cada instante. Se, por
avião cair morreram. exemplo, o avião fosse citado uma vez no
primeiro parágrafo e fosse retomado somente
Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma vez, no último, talvez a clareza da matéria
uma mesma família e dois tripulantes, além de fosse comprometida.
uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda
de um avião (1) bimotor Aero Commander, da

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E como retomar os elementos do texto? d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas
Podemos enumerar alguns mecanismos: maneiras de se retomar um elemento já citado ou
de se referir a outro que ainda vai ser
a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido mencionado é a substituição, que é o mecanismo
diversas vezes durante o texto. Pode perceber pelo qual se usa uma palavra (ou grupo de
que a palavra avião foi bastante usada, palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de
principalmente por ele ter sido o veículo palavras). Confira os principais elementos de
envolvido no acidente, que é a notícia substituição:
propriamente dita. A repetição é um dos
principais elementos de coesão do texto Pronomes: a função gramatical do pronome é
jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve justamente substituir ou acompanhar um nome.
dispensar a releitura por parte do receptor (o Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda
leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a ideia contida em um parágrafo ou no texto todo.
a mais explícita ferramenta de coesão. Na Na matéria-exemplo, são nítidos alguns casos de
dissertação cobrada pelos vestibulares, substituição pronominal: o sogro de Name Júnior
obviamente deve ser usada com parcimônia, (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4)
uma vez que um número elevado de repetições filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e
pode levar o leitor à exaustão. Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido
dela (6), João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos.
b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de O pronome possessivo seus retoma Name Júnior
nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais (os filhos
comum mecanismo coesivo do texto jornalístico.
Costuma-se, uma vez citado o nome completo de de Name Júnior...); o pronome pessoal ela,
um entrevistado - ou da vítima de um acidente, contraído com a preposição de na forma dela,
como se observa com o elemento (7), na última retoma Gabriela Gimenes Ribeiro (e o marido de
linha do segundo parágrafo e na primeira linha do Gabriela...). No último parágrafo, o pronome
terceiro -, repetir somente o(s) seu(s) pessoal elas retoma as três pessoas que
sobrenome(s). Quando os nomes em questão estavam nas casas atingidas pelo avião: Elas
são de celebridades (políticos, artistas, (10) não sofreram ferimentos graves.
escritores, etc.), é de praxe, durante o texto,
utilizar a nominalização por meio da qual Epítetos: são palavras ou grupos de palavras
que, ao mesmo tempo que se referem a um
são conhecidas pelo público. Exemplos: Nedson elemento do texto, qualificam-no. Essa
(para o prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); qualificação pode ser conhecida ou não pelo
Farage (para o candidato à prefeitura de Londrina leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de
em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes femininos modo que fique fácil a sua relação com o
costumam ser retomados pelo primeiro nome, a elemento qualificado.
não ser nos casos em que o sobrenomes sejam,
no contexto da matéria, mais relevantes e as Exemplos:
identifiquem com mais propriedade.
a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando
c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode Henrique Cardoso. O presidente, que voltou há
ser facilmente deduzido pelo contexto da matéria. dois dias de Cuba, entregou-lhes um certificado...
Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique
(1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 Cardoso; poder-se-ia usar, como exemplo,
anos, que foi candidato a prefeito de Maringá nas sociólogo);
últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4),
de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da b) Edson Arantes de Nascimento gostou do
Silva Júnior, de 38. Perceba que não foi desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos
necessário repetir-se a palavra avião logo após Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro dos
as palavras piloto e co-piloto. Numa matéria que Esportes retoma Edson Arantes do Nascimento;
trata de um acidente de avião, obviamente o poder-se-iam, por exemplo, usar as formas
piloto será de aviões; o leitor jogador do século, número um do mundo, etc.

não poderia pensar que se tratasse de um piloto Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o
de automóveis, por exemplo. No último parágrafo mesmo sentido (ou muito parecido) dos
ocorre outro exemplo de elipse: Três pessoas elementos a serem retomados. Exemplo: O
(10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo prédio foi demolido às 15h. Muitos curiosos se
avião (1) ficaram feridas. Elas aglomeraram ao redor do edifício, para conferir o
(10) não sofreram ferimentos graves. (10) espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são
Apenas escoriações e queimaduras. Note que o sinônimos).
(10) em negrito, antes de Apenas, é uma omissão
de um elemento já citado: Três pessoas. Na Nomes deverbais: são derivados de verbos e
verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três retomam a ação expressa por eles. Servem,
pessoas sofreram) Apenas escoriações e ainda, como um resumo dos argumentos já
queimaduras. utilizados. Exemplos: Uma fila de centenas de
veículos paralisou o trânsito da Avenida

Língua Portuguesa 7
Apostilas Domínio
Higienópolis, como sinal de protesto contra o principalmente, primordialmente, sobretudo, a
aumentos dos impostos. A paralisação foi a priori (itálico), a posteriori (itálico).
maneira encontrada... (paralisação, que deriva
de paralisar, retoma a ação de centenas de Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão,
veículos de paralisar o trânsito da Avenida anterioridade, posterioridade): então, enfim, logo,
Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais logo depois, imediatamente, logo após, a
três residências (o nome impacto retoma e princípio, no momento em que, pouco antes,
resume o acidente de avião noticiado na matéria- pouco depois, anteriormente, posteriormente, em
exemplo) seguida, afinal, por fim, finalmente agora
atualmente, hoje, frequentemente,
Elementos classificadores e categorizadores: constantemente às vezes, eventualmente, por
referem-se a um elemento (palavra ou grupo de vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não
palavras) já mencionado ou não por meio de uma raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse
classe ou categoria a que esse elemento ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato,
pertença: Uma fila de centenas de veículos enquanto, quando, antes que, depois que, logo
paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O
protesto foi a maneira encontrada... (protesto que, sempre que, assim que, desde que, todas
retoma toda a ideia anterior - da paralisação -, as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem
categorizando-a como um protesto); Quatro cães bem.
foram encontrados ao lado do corpo. Ao se
aproximarem, os peritos enfrentaram a reação Semelhança, comparação, conformidade:
dos animais (animais retoma cães, indicando igualmente, da mesma forma, assim também, do
uma das possíveis classificações que se podem mesmo modo, similarmente, semelhantemente,
atribuir a eles). analogamente, por analogia, de maneira idêntica,
de conformidade com, de acordo com, segundo,
Advérbios: palavras que exprimem conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual,
circunstâncias, principalmente as de lugar: Em tanto quanto, como, assim como, como se, bem
São Paulo, não houve problemas. Lá, os como.
operários não aderiram... (o advérbio de lugar lá
retoma São Paulo). Exemplos de advérbios que Condição, hipótese: se, caso, eventualmente.
comumente funcionam como elementos
referenciais, isto é, como elementos que se Adição, continuação: além disso, demais,
referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, ademais, outrossim, ainda mais, ainda cima, por
etc. outro lado, também, e, nem, não só ... mas
também, não só... como também, não apenas ...
Observação: É mais frequente a referência a como também, não só ... bem como, com, ou
elementos já citados no texto. Porém, é muito (quando não for excludente).
comum a utilização de palavras e expressões
que se refiram a elementos que ainda serão Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente,
utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade (7) é quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é
conhecido na região (8) como um dos maiores que.
compradores de cabeças de gado do Sul (8) do
país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente,
Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do indubitavelmente, inquestionavelmente, sem
bimotor (1). A palavra região serve como dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.
elemento classificador de Sul (A palavra Sul
indica uma região do país), que só é citada na Surpresa, imprevisto: inesperadamente,
linha seguinte. inopinadamente, de súbito, subitamente, de
repente, imprevistamente, surpreendentemente.
Conexão:
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para
Além da constante referência entre palavras do ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer,
texto, observa-se na coesão a propriedade de em outras palavras, ou por outra, a saber, ou
unir termos e orações por meio de conectivos, seja, aliás.
que são representados, na Gramática, por
inúmeras palavras e expressões. A escolha Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a
errada desses conectivos pode ocasionar a fim de, com o propósito de, com a finalidade de,
deturpação do sentido do texto. Abaixo, uma lista com o intuito de, para que, a fim de que, para.
dos principais elementos conectivos, agrupados
pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo
Moacyr Garcia (Comunica- a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais adiante,
aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse,
ção em Prosa Moderna). essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a.

Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em


de mais nada, antes de tudo, em princípio, síntese, em conclusão, enfim, em resumo,
primeiramente, acima de tudo, precipuamente, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira,

Língua Portuguesa 8
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desse modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, A costureira, de tão velha, não conseguia mais
destarte, assim sendo. enfiar a linha na agulha.

Causa e consequência. Explicação: por O técnico deslocou o jogador da linha para a


consequência, por conseguinte, como resultado, defesa.
por isso, por causa de, em virtude de, assim, de
fato, com efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, As linhas de bonde foram cobertas pelo asfalto.
porque, porquanto, pois, já que, uma vez que,
visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= O conferencista, apesar da agressividade da
porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja plateia, não perdeu a linha.
vista.
Dessa maneira percebemos que o significado
Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contextual é fundamental para entendermos um
contrário, em contraste com, salvo, exceto, texto.
menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no
entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo A denotação é a relação existente entre o plano
que, posto que, posto, conquanto, se bem que, de expressão e o plano de conteúdo, ou seja, o
por mais que, por menos que, só que, ao passo significado denotativo é o conceito ao qual nos
que. remete certo significante.

Ideias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, No entanto, um termo além do seu significado
ora... ora. denotativo, pode vir acrescido de outros
significados paralelos.
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
Esses novos valores constituem aquilo que
Para compreender os conceitos de denotação e denominamos sentido conotativo, ou seja, o
conotação é preciso observar que o signo acréscimo de um novo valor constitui a
linguístico é constituído de duas partes distintas, conotação, que consiste num novo plano de
embora uma não exista separada da outra. conteúdo para o signo que já tinha um significado
denotativo.
Isto quer dizer que o signo tem uma parte
perceptível (constituído de som e representado Assim duas palavras podem ter a mesma
por letra) e uma parte inteligível (constituída de denotação e conotação completamente distinta,
conceito [imagem mental por meio da qual uma vez que policial e meganha tem a mesma
representamos um objeto]). denotação, mas conotação totalmente diferente.

Essa parte perceptível é denominada significante O sentido conotativo varia de cultura para cultura,
ou plano de expressão. de classe social para classe social ou de época
para época.
Já a parte inteligível é denominada significado ou
plano de conteúdo. http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues
/sintese
Quando um plano de expressão (significante) for
suporte para mais de um plano de conteúdo PERÍFRASE
(significado) temos a polissemia.
Recurso verbal que consiste em exprimir em
Assim o significante linha pode denotar os mais palavras o que poderia ser dito em poucas.
significados: Permite conhecer um objeto por suas qualidades
ou usos e não pelo seu próprio nome. Serve para
material para costurar ou bordar, variar a expressão, sublinhar a harmonia da
frase, encobrir alusões vulgares ou suavizar
atacantes de futebol, ideias desagradáveis. Também conhecido como
circunlóquio.
trilhos de trem ou bonde,
LÉXICO E COESÃO
conduta de um indivíduo ou postura.
A escolha lexical está relacionada à estruturação
No entanto, a polissemia não deve ser vista como de textos. Um texto é um .tecido. de ideias, isto
um problema, uma vez que será neutralizada é, uma rede de ideias: a uma anterior é preciso
pelo contexto. somar uma nova (que a explica, que se opõe a
ela, que mostra uma consequência, etc.); a uma
Pois assim que se insere no contexto a palavra ideia expressa é preciso acrescentar mais
perde seu caráter polissêmico e ganha um informações; ou seja, o conjunto de informações
significado específico, passando a ser precisa .caminhar. e ter uma relação tal, que o
denominado de significado contextual. texto seja manifestação de um raciocínio (de uma
sequência de ideias). Para o leitor, devem estar

Língua Portuguesa 9
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claros os .laços. que se estabelecem entre o que emprego de palavras fora do seu sentido normal,
se diz .antes. por analogia. É um tipo de comparação implícita,
sem termo comparativo.
e o que se diz .depois.. Da primeira frase à última,
deve haver um encadeamento, uma coesão tal Ex: A Amazônia é o pulmão do mundo. Encontrei
que se perceba o desenvolvimento das ideias. A a chave do problema. / "Veja bem, nosso caso /
coesão (a .amarração. entre as ideias) é fruto, É uma porta entreaberta." (Luís Gonzaga Junior)
entre outras características (escolha de
conectivos, advérbios, pronomes, elipse), da Obs.1.: Rocha Lima define como modalidades de
escolha vocabular. Optar por um sinônimo, por metáfora: personificação (animismo), hipérbole,
uma palavra de sentido mais ou menos símbolo e sinestesia. ? Personificação -
abrangente, optar por um antônimo, fazer atribuição de ações, qualidades e sentimentos
referência a uma ideia por meio de uma metáfora humanos a seres inanimados. (A lua sorri aos
são recursos de que o falante pode lançar mão enamorados) ? Símbolo - nome de um ser ou
para obter coesão textual. coisa concreta assumindo valor convencional,
abstrato. (balança = justiça, D. Quixote =
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS idealismo, cão = fidelidade, além do simbolismo
universal das cores)
A busca por uma caracterização ou definição
melhor, o desejo de evitar repetições conduzem Obs.2.: esta figura foi muito utilizada pelos
muitas vezes à escolha de sinônimos e simbolistas
antônimos. Ou seja, palavras de sentido próximo
ou de sentido oposto são uma forma de retomar Catacrese
o que já foi dito. Tais empregos, no entanto, se
feitos com atenção, não representam mera uso impróprio de uma palavra ou expressão, por
substituição, mas um acréscimo de informação esquecimento ou na ausência de termo
ao leitor. específico.

PARÁFRASE Ex.: Espalhar dinheiro (espalhar = separar palha)


/ "Distrai-se um deles a enterrar o dedo no
Um texto é um conjunto de ideias organizado e tornozelo inchado." - O verbo enterrar era usado
coerente. Existem dois tipos básicos de núcleo primitivamente para significar apenas colocar na
textual: o tema e a figuração. Esses núcleos, em terra.
suas diferenças, serão estudados mais a fundo
em outro momento. O importante agora é Obs1.: Modernamente, casos como pé de meia e
procurarmos compreender que os dois tipos boca de forno são considerados metáforas
mencionados necessitam igualmente de uma viciadas. Perderam valor estilístico e se
estrutura ordenada que permita a compreensão formaram graças à semelhança de forma
do leitor (sem o que, a comunicação não se existente entre seres.
estabelece).
Obs2.: Para Rocha Lima, é um tipo de metáfora
A melhor forma de testarmos nossa capacidade
de conhecer o funcionamento de uma estrutura Metonímia
textual e reproduzir sua organização é fazendo
uma paráfrase. Paráfrase é um texto feito a partir substituição de um nome por outro em virtude de
das ideias de outro texto, mantendo sua haver entre eles associação de significado.
essência, mas utilizando outras palavras. Para
fazer uma paráfrase, é preciso entender todas as Ex: Ler Jorge Amado (autor pela obra - livro) / Ir
ideias que o autor do texto original quis transmitir, ao barbeiro (o possuidor pelo possuído, ou vice-
em todos os seus detalhes. Veja um exemplo de versa - barbearia) / Bebi dois copos de leite
paráfrase de apenas uma sentença: (continente pelo conteúdo - leite) / Ser o Cristo da
turma. (indivíduo pala classe - culpado) /
"Todas as pessoas, em todos os países, adoram Completou dez primaveras (parte pelo todo -
ter momentos de lazer." anos) / O brasileiro é malandro (sing. pelo plural
- brasileiros) / Brilham os cristais (matéria pela
Paráfrase: Todo o mundo gosta demais de obra - copos).
desfrutar dos períodos de descanso.
Antonomásia, perífrase
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS: AS DIVERSAS
MODALIDADES DO USO DA LÍNGUA substituição de um nome de pessoa ou lugar por
outro ou por uma expressão que facilmente o
FIGURAS DE PALAVRAS OU TROPOS identifique.

(Para Bechara alterações semânticas) Fusão entre nome e seu aposto.

Metáfora

Língua Portuguesa 10
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Ex: O mestre = Jesus Cristo, A cidade luz = outros não estudam. / "O meu pai era paulista /
Paris, O rei das selvas = o leão, Escritor Maldito Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro
= Lima Barreto / Meu tataravô, baiano." (Chico Buarque) -
omissão de era
Obs.: Rocha Lima considera como uma variação
da metonímia Hipérbato

Sinestesia alteração ou inversão da ordem direta dos termos


na oração, ou das orações no período. São
interpenetração sensorial, fundindo-se dois determinadas por ênfase e podem até gerar
sentidos ou mais (olfato, visão, audição, anacolutos.
gustação e tato).
Ex: Morreu o presidente, por: O presidente
Ex.: "Mais claro e fino do que as finas pratas / O morreu.
som da tua voz deliciava ... / Na dolência velada
das sonatas / Como um perfume a tudo Obs.1.: Bechara denomina esta figura
perfumava. / Era um som feito luz, eram volatas antecipação.
/ Em lânguida espiral que iluminava / Brancas
sonoridades de cascatas ... / Tanta harmonia Obs.2.: Se a inversão for violenta,
melancolizava." (Cruz e Souza) comprometendo o sentido drasticamente, Rocha
Lima e Celso Cunha denominam-na sínquise
Obs.: Para Rocha Lima, representa uma
modalidade de metáfora Obs.3.: RL considera anástrofe um tipo de
hipérbato
Anadiplose
Anástrofe
é a repetição de palavra ou expressão de fim de
um membro de frase no começo de outro anteposição, em expressões nominais, do termo
membro de frase. regido de preposição ao termo regente.

Ex: "Todo pranto é um comentário. Um Ex: "Da morte o manto lutuoso vos cobre a
comentário que amargamente condena os todos.", por: O manto lutuoso da morte vos cobre
motivos dados." a todos.

FIGURAS DE SINTAXE Obs.: para Rocha Lima é um tipo de hipérbato

Elipse Pleonasmo

omissão de um termo ou expressão facilmente repetição de um termo já expresso, com objetivo


subentendida. Casos mais comuns: de enfatizar a ideia.

a) pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e
implícito: iremos depois, compraríeis a casa? derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu
contentamento." (Vinicius de Moraes), Ao pobre
b) substantivo - a catedral, no lugar de a igreja não lhe devo (OI pleonástico)
catedral; Maracanã, no ligar de o estádio
Maracanã Obs.: pleonasmo vicioso ou grosseiro - decorre
da ignorância, perdendo o caráter enfático
c) preposição - estar bêbado, a camisa rota, as (hemorragia de sangue, descer para baixo)
calças rasgadas, no lugar de: estar bêbado, com
a camisa rota, com as calças rasgadas. Assíndeto

d) conjunção - espero você me entenda, no lugar ausência de conectivos de ligação, assim atribui
de: espero que você me entenda. maior rapidez ao texto. Ocorre muito nas or.
coordenadas.
e) verbo - queria mais ao filho que à filha, no
lugar de: queria mais o filho que queria à filha. Em Ex: "Não sopra o vento; não gemem as vagas;
especial o verbo dizer em diálogos - E o rapaz: - não murmuram os rios."
Não sei de nada !, em vez de E o rapaz disse:
Polissíndeto
Zeugma
repetição de conectivos na ligação entre
omissão (elipse) de um termo que já apareceu elementos da frase ou do período.
antes. Se for verbo, pode necessitar adaptações
de número e pessoa verbais. Utilizada, Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e
sobretudo, nas or. comparativas. Ex: Alguns grita, e maltrata. "E sob as ondas ritmadas / e sob
estudam, outros não, por: alguns estudam, as nuvens e os ventos / e sob as pontes e

Língua Portuguesa 11
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sob o sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" Obs.: Paradoxo - ideias contraditórias num só
(Carlos Drummond de Andrade) pensamento, proposição de Rocha Lima ("dor
que desatina sem doer" Camões)
Anacoluto
Eufemismo
termo solto na frase, quebrando a estruturação
lógica. Normalmente, inicia-se uma determinada consiste em "suavizar" alguma ideia
construção sintática e depois se opta por outra. desagradável

Eu, parece-me que vou desmaiar. / Minha vida, Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou),
tudo não passa de alguns anos sem importância Você não foi feliz nos exames. (foi reprovado)
(sujeito sem predicado) / Quem ama o feio, bonito
lhe parece (alteraram-se as relações entre Obs.: Rocha Lima propõe uma variação chamada
termos da oração) litote - afirma-se algo pela negação do contrário.
(Ele não vê, em lugar de Ele é cego; Não sou
Anáfora moço, em vez de Sou velho). Para Bechara,
alteração semântica.
repetição de uma mesma palavra no início de
versos ou frases. Hipérbole

Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que exagero de uma ideia com finalidade expressiva
salta / Olha a gota que falta / Pro desfecho que
falta / Por favor." (Chico Buarque) Ex: Estou morrendo de sede (com muita sede),
Ela é louca pelos filhos (gosta muito dos filhos)
Obs.: repetição em final de versos ou frases é
epístrofe; repetição no início e no fim será Obs.: Para Rocha Lima, é uma das modalidades
símploce. Classificações propostas por Rocha de metáfora.
Lima.
Ironia
Silepse
utilização de termo com sentido oposto ao
é a concordância com a ideia, e não com a original, obtendo-se, assim, valor irônico.
palavra escrita. Existem três tipos:
Obs.: Rocha Lima designa como antífrase
a) de gênero (masc x fem): São Paulo continua
poluída (= a cidade de São Paulo). V. Sª é Ex: O ministro foi sutil como uma jamanta.
lisonjeiro
Gradação
b) de número (sing x pl): Os Sertões contra a
Guerra de Canudos (= o livro de Euclides da apresentação de ideias em progressão
Cunha). O casal não veio, estavam ocupados. ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)

c) de pessoa: Os brasileiros somos otimistas (3ª Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que
pess - os brasileiros, mas quem fala ou escreve eu não saiba, que eu não veja, que eu não
também participa do processo verbal) conheça perfeitamente."

Antecipação Prosopopeia, personificação, animismo

antecipação de termo ou expressão, como é a atribuição de qualidades e sentimentos


recurso enfático. Pode gerar anacoluto. humanos a seres irracionais e inanimados.

Ex.: Joana creio que veio aqui hoje. Ex: "A lua, (...) Pedia a cada estrela fria / Um
brilho de aluguel ..." (João Bosco / Aldir Blanc)
O tempo parece que vai piorar
Obs.: Para Rocha Lima, é uma modalidade de
Obs.: Celso Cunha denomina-a prolepse. metáfora. http://www.graudez.com.br

FIGURAS DE PENSAMENTO FIGURAS SONORAS

Antítese Aliteração

aproximação de termos ou frases que se opõem repetição de sons consonantais (consoantes).


pelo sentido.

Ex: "Neste momento todos os bares estão


repletos de homens vazios" (Vinicius de Moraes)

Língua Portuguesa 12
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Cruz e Souza é o melhor exemplo deste recurso. apreendem o potencial de expressividade dos
Uma das características marcantes do sons e que deles extraem um uso mais refinado.
Simbolismo, assim como a sinestesia.
Reconhecendo que a fonologia expressiva ainda
Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / estava por ser iniciada, quando já tinha os
Volúpias dos violões, vozes veladas / Vagam nos materiais básicos prontos, em vista do avanço da
velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs, fonologia linguística, Bally faz essa ponderação:
vulcanizadas." (fragmento de Violões que
choram. Cruz e Souza) Não há dúvida de que na matéria fônica se
escondem possibilidades expressivas.Deve-se
Assonância entender como tal tudo que produza sensações
musculares e acústicas:sons articulados e suas
repetição dos mesmos sons vocálicos. combinações, jogos de timbres vocálicos,
melodia, intensidade, duração dos sons,
Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato repetição, assonância e aliterações, silêncios,
mulato democrático do litoral." (Caetano Veloso) etc.Na linguagem, estas impressões fônicas
permanecem em estado latente enquanto o
(E, O) - "O que o vago e incógnito desejo de ser significado e o matiz afetivos das palavras em
eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando que figuram sejam indiferentes ou apostos a
Pessoa) esses valores, mas brotam quando há
concordância.Assim, junto à fonologia
Paranomásia propriamente dita há lugar para uma fonologia
expressiva, que pode trazer
o emprego de palavras parônimas (sons
parecidos). muita luz à primeira analisando o que nos diz o
instinto:que há uma correspondência entre os
Ex: "Com tais premissas ele sem dúvida leva- sentimentos e os efeitos sensoriais produzidos
nos às primícias" (Padre Antonio Vieira) pela linguagem. (Bally, Charles.Estilística y
linguística general, p.101)
Onomatopeia
A insistência de sons de valor expressivo
criação de uma palavra para imitar um som
A expressividade dos fonemas poderia passar
Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que despercebida, se os poetas não os repetissem, a
andava aborrecida / Pois dava a sua vida / Para fim de chamar a atenção para a sua
falar com alguém. / E estava sempre em casa / A correspondência com o que exprimem.Muitas
boa velhinha, / Resmungando sozinha: vezes, a repetição deles pode não ser de
/ Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Cecília natureza simbólica ou onomatopéica, mas ter
Meireles) outras funções como realçar determinadas
palavras, reforçar o liame entre dois ou mais
ESTILÍSTICA DO SOM termos, ou ainda contribuir para a unidade de um
texto ou parte dele.Pode ser ainda um processo
Também chamada Fonoestilística, trata dos lúdico que crie harmonia e seja agradável ao
valores expressivos de natureza sonora ouvido.
observáveis nas palavras e nos
enunciados.Fonemas e prosodemas (acento, As repetições fônicas podem apresentar
entonação, altura e ritmo) constituem um diferentes tipos, sendo um pouco variável a sua
complexo sonoro de extraordinária importância classificação.Trataremos da aliteração,
na função emotiva e poética. assonância e da anonimação em especial,
destacando trechos dos textos que escolhemos
Além de permitir a oposição de duas palavras - como referência.
função distintiva - a matéria fônica desempenha
uma função expressiva que se deve a Aliteração e Assonância
particularidades da articulação dos fonemas, às
suas qualidades de timbre, altura, duração, Aliteração é a repetição insistente dos mesmos
intensidade.Os sons da língua - como outros sons consonantais, podendo ser eles iniciais, ou
sons dos seres - podem provocar-nos uma integrantes da sílaba tônica, ou distribuídos mais
sensação de agrado ou desagrado e ainda irregularmente em vocábulos próximos.Há quem
sugerir ideias, impressões.O modo como o inclua na aliteração a repetição de vogais na
locutor profere as palavras da língua podem sílaba inicial de duas ou mais palavras.A
também denunciar essas impressões, estados de repetição vocálica em sílabas tônicas é a
espírito ou traços de sua assonância; mas a mesma vogal pode aparecer
personalidade.Evidentemente, essas sugestões não acentuada, prolongando a insistência.
e impressões oferecidas pela matéria fônica são
recebidas de maneira diversa conforme as
pessoas. São os artistas que trabalham com a
palavra, poetas e atores, os que melhor

Língua Portuguesa 13
Apostilas Domínio
“Nem soneto nem sonata vou curtir um som norma culta. De fato, aquele que, num momento
dissonante dos sonidos som ressonante de íntimo do discurso, diz: .Ninguém deixou ele
sibildos...” falar., não comete propriamente erro; na verdade,
transgride a norma culta.
Andréa Cristina Portella Loss
Um repórter, ao cometer uma transgressão em
LÍNGUA (USOS CULTO, COLOQUIAL E sua fala, transgride tanto quanto um indivíduo
POPULAR - GÍRIA) que comparece a um banquete trajando xortes ou
quanto um banhista, numa praia, vestido de
*Luiz Antonio Sacconi fraque e cartola.

A língua é um código de que se serve o homem Releva considerar, assim, o momento do


para elaborar mensagens, para se comunicar. discurso, que pode ser íntimo, neutro ou solene.
Existem basicamente duas modalidades de
língua, ou seja, duas línguas funcionais: O momento íntimo é o das liberdades da fala. No
recesso do lar, na fala entre amigos, parentes,
1) a língua funcional de modalidade culta, língua namorados, etc., portanto, são consideradas
culta ou língua-padrão, que compreende a língua perfeitamente normais
literária, tem por base a norma culta, forma construções do tipo:
linguística utilizada pelo segmento mais culto e
influente de uma sociedade. Constitui, em suma, Eu não vi ela hoje.
a língua utilizada pelos veículos de comunicação
de massa (emissoras de rádio e televisão, Ninguém deixou ele falar.
jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja
função é a de serem aliados da escola, prestando Deixe eu ver isso!
serviço à sociedade, colaboran-
Eu te amo, sim, mas não abuse!
do na educação, e não justamente o contrário;
Não assisti o filme nem vou assisti-lo.
2) a língua funcional de modalidade popular;
língua popular ou língua cotidiana, que apresenta Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo.
gradações as mais diversas, tem o seu limite na
gíria e no calão. Nesse momento, a informalidade prevalece
sobre a norma culta, deixando mais livres os
Norma culta interlocutores.

A norma culta, forma linguística que todo povo O momento neutro é o do uso da língua-padrão,
civilizado possui, é a que assegura a unidade da que é a língua da Nação. Como forma de
língua nacional. E justamente em nome dessa respeito, tomam-se por base aqui as normas
unidade, tão importante do ponto de vista estabelecidas na gramática, ou seja, a norma
político-cultural, que é ensinada nas escolas e culta. Assim, aquelas mesmas construções se
difundida nas gramáticas. alteram:

Sendo mais espontânea e criativa, a língua Eu não a vi hoje.


popular se afigura mais expressiva e dinâmica.
Temos, assim, à guisa de exempliflcação: Ninguém o deixou falar.

Estou preocupado. (norma culta) Deixe-me ver isso!

Tô preocupado. (língua popular) Eu te amo, sim, mas não abuses!

Tô grilado. (gíria, limite da língua popular) Não assisti ao filme nem vou assistir a ele.

Não basta conhecer apenas uma modalidade de Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe.
língua; urge conhecer a língua popular,
captando-lhe a espontaneidade, expressividade Considera-se momento neutro o utilizado nos
e enorme criatividade, para viver; urge conhecer veículos de comunicação de massa (rádio,
a língua culta para conviver. televisão, jornal, revista, etc.).

Podemos, agora, definir gramática: é o estudo Daí o fato de não se admitirem deslizes ou
das normas da língua culta. transgressões da norma culta na pena ou na
boca de jornalistas, quando no exercício do
O conceito de erro em língua trabalho, que deve refletir serviço à causa do
ensino, e não o contrário.
Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto
nos casos de ortografia. O que normalmente se O momento solene, acessível a poucos, é o da
comete são transgressões da arte poética, caracterizado por construções de
rara beleza.

Língua Portuguesa 14
Apostilas Domínio
Vale lembrar, finalmente, que a língua é um modalidade mais expressiva, mais criativa, mais
costume. Como tal, qualquer transgressão, ou espontânea e natural, estando, por isso mesmo,
chamado erro, deixa de sê-lo no exato instante mais sujeita a transformações e a evoluções.
em que a maioria absoluta o comete, passando,
assim, a constituir fato linguístico registro de Nenhuma, porém, se sobrepõe a outra em
linguagem definitivamente consagrado pelo uso, importância. Nas escolas principalmente,
ainda que não tenha amparo gramatical. Ex.: costuma se ensinar a língua falada com base na
língua escrita, considerada superior. Decorrem
Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!) daí as correções, as retificações, as emendas, a
que os professores sempre estão atentos.
Vamos nos reunir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.)
Ao professor cabe ensinar as duas modalidades,
Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos mostrando as características e as vantagens de
vamos dispersar e Não vamos dispersar-nos.) uma e outra, sem deixar transparecer nenhum
caráter de superioridade ou inferioridade, que em
Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: verdade inexiste.
Tenho de sair daqui bem depressa.)
Isso não implica dizer que se deve admitir tudo
O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado na língua falada. A nenhum povo interessa a
está no seu posto.) multiplicação de línguas. A nenhuma nação
convém o surgimento de dialetos, consequência
Têxtil, que significa rigorosamente que se pode natural do enorme distanciamento entre uma
tecer, em virtude do seu significado, não poderia modalidade e outra.
ser adjetivo associado a indústria, já que não
existe indústria que se pode tecer. Hoje, porém, Com propriedade, afirma o Prof. Sebastião
temos não só como também o operário têxtil, em Expedito Ignacio, da UNESP (Universidade
vez da indústria de fibra têxtil e do operário da Estadual de São Paulo): .O fato de que é o povo
indústria de fibra têxtil. que faz a língua não quer dizer que se deva
aceitar tudo o que venha a ser criado pelo povo.
As formas impeço, despeço e desimpeço, dos A língua pressupõe também cultura e, às vezes,
verbos impedir, despedir e desimpedir, o próprio povo se encarrega de repelir uma
respectivamente, são exemplos também de criação que não se enquadre dentro do espírito
transgressões ou .erros. que se tornaram fatos da língua como evolução natural...
linguísticos, já que só correm hoje porque a
maioria viu tais verbos como derivados de pedir, A língua escrita é, foi e sempre será mais bem
que tem, início, na sua conjugação, com peço. elaborada que a língua falada, porque é a
Tanto bastou para se arcaizarem as formas então modalidade que mantém a unidade linguística de
legítimas impido, despido e desimpido, que hoje um povo, além de ser a que faz o pensamento
nenhuma pessoa bem-escolarizada tem atravessar o espaço e o tempo. Nenhuma
coragem de usar. reflexão, nenhuma análise mais detida será
possível sem a língua escrita, cujas
Observação: transformações, por isso mesmo, se processam
lentamente e em número consideravelmente
Em vista do exposto, será útil eliminar do menor, quando cotejada com a modalidade
vocabulário escolar palavras como corrigir e falada.
correto, quando nos referimos a frases. “Corrija
estas frases” é uma expressão que deve dar Importante é fazer o educando perceber que o
lugar a esta, por exemplo: “Converta estas frases nível da linguagem, a norma linguística, deve
da língua popular para a língua culta”. variar de acordo com a situação em que se
desenvolve o discurso.
Uma frase correta não é aquela que se contrapõe
a uma frase “errada”; é, na verdade, uma frase O ambiente sociocultural determina o nível da
elaborada conforme as normas gramaticais; em linguagem a ser empregado. O vocabulário, a
suma, conforme a norma culta. sintaxe, a pronúncia e até a entoação variam
segundo esse nível. Um padre não fala com uma
Língua escrita e língua falada. Nível de criança como se estivesse dizendo missa, assim
linguagem como uma criança não fala como um adulto. Um
engenheiro não usará um mesmo discurso, ou
A língua escrita, estática, mais elaborada e um mesmo nível de fala, para colegas e para
menos econômica, não dispõe dos recursos pedreiros, assim como nenhum professor utiliza
próprios da língua falada. o mesmo nível de fala no recesso do lar e na sala
de aula.
A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a
entoação (melodia da frase), as pausas Existem, portanto, vários níveis de linguagem e,
(intervalos significativos no decorrer do discurso), entre esses níveis, se destacam em importância
além da possibilidade de gestos, olhares, o culto e o cotidiano, a que já fizemos referência.
piscadas, etc., fazem da língua falada a

Língua Portuguesa 15
Apostilas Domínio
A gíria de recursos da língua para produzir efeitos de
sentido de forma adequada a cada situação
Ao contrário do que muitos pensam, a gíria não específica de interação humana.
constitui um flagelo da linguagem. Quem, um dia,
já não usou bacana, dica, cara, chato, cuca, Luiz Antônio Marcuschi (UFPE) defende o
esculacho, estrilar? trabalho com textos na escola a partir da
abordagem do Gênero Textual Marcuschi não
O mal maior da gíria reside na sua adoção como demonstra favorabilidade ao trabalho com a
forma permanente de comunicação, Tipologia Textual, uma vez que, para ele, o
desencadeando um processo não só de trabalho fica limitado, trazendo para o ensino
esquecimento, como de desprezo do vocabulário alguns problemas, uma vez que não é possível,
oficial. Usada no momento certo, porém, a gíria é por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque,
um elemento de linguagem que denota embora possamos classificar vários textos como
expressividade e revela grande criatividade, sendo narrativos, eles se concretizam em formas
desde que, naturalmente, adequada à diferentes – gêneros – que possuem diferenças
mensagem, ao meio e ao receptor. Note, porém, específicas.
que estamos falando em gíria, e não em calão.
Por outro lado, autores como Luiz Carlos
Ainda que criativa e expressiva, a gíria só é Travaglia (UFUberlândia/MG) defendem o
admitida na língua falada. A língua escrita não a trabalho com a Tipologia Textual.
tolera, a não ser na reprodução da fala de
determinado meio ou época, com a visível Para o autor, sendo os textos de diferentes tipos,
intenção de documentar o fato, ou em casos eles se instauram devido à existência de
especiais de comunicação entre amigos, diferentes modos de interação ou interlocução. O
familiares, namorados, etc., caracterizada pela trabalho com o texto e com os diferentes tipos de
linguagem informal. texto é fundamental para o desenvolvimento da
competência comunicativa. De acordo com as
in Nossa Gramática – Teoria e Prática. Editora ideias do autor, cada tipo de texto é apropriado
Atual, 1994. para um tipo de interação específica. Deixar o
aluno restrito a apenas alguns tipos de texto é
GÊNEROS TEXTUAIS fazer com que ele só tenha recursos para atuar
comunicativamente em alguns casos, tornando-
Gêneros textuais são tipos específicos de textos se incapaz, ou pouco capaz, em outros.
de qualquer natureza, literários ou não. Certamente, o professor teria que fazer uma
Modalidades discursivas constituem as espécie de levantamento de quais tipos seriam
estruturas e as funções sociais (narrativas, mais necessários para os alunos, para, a partir
dissertativas, argumentativas, procedimentais e daí, iniciar o trabalho com
exortativas), utilizadas como formas de organizar
a linguagem. Dessa forma, podem ser esses tipos mais necessários.
considerados exemplos de gêneros textuais:
anúncios, convites, atas, avisos, programas de Marcuschi afirma que os livros didáticos trazem,
auditórios, bulas, cartas, comédias, contos de de maneira equivocada, o termo tipo de texto. Na
fadas, convênios, crônicas, editoriais, ementas, verdade, para ele, não se trata de tipo de texto,
ensaios, entrevistas, circulares, contratos, mas de gênero de texto. O autor diz que não é
decretos, discursos políticos. correto afirmar que a carta pessoal, por exemplo,
é um tipo de texto como fazem os livros. Ele
A diferença entre Gênero Textual e Tipologia atesta que a carta pessoal é um Gênero Textual.
Textual é, no meu entender, importante para
direcionar o trabalho do professor de língua na O autor diz que em todos os gêneros os tipos se
leitura, compreensão e produção de textos1. O realizam, ocorrendo, muitas das vezes, o mesmo
que pretendemos neste pequeno ensaio é gênero sendo realizado em dois ou mais tipos.
apresentar algumas considerações sobre Ele apresenta uma carta pessoal3 como
Gênero Textual e Tipologia Textual, usando, para exemplo, e comenta que ela pode apresentar as
isso, as considerações feitas por Marcuschi tipologias descrição, injunção, exposição,
(2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos narração e argumentação. Ele chama essa
questionáveis para o termo Tipologia Textual. No miscelânea de tipos presentes em um gênero de
final, apresento minhas considerações a respeito heterogeneidade tipológica.
de minha escolha pelo gênero ou pela tipologia.
Travaglia (2002) fala em conjugação tipológica.
Convém afirmar que acredito que o trabalho com Para ele, dificilmente são encontrados tipos
a leitura, compreensão e a produção escrita em puros. Realmente é raro um tipo puro. Num texto
Língua Materna deve ter como meta primordial o como a bula de remédio, por exemplo, que para
desenvolvimento no aluno de habilidades que Fávero & Koch (1987) é um texto injuntivo, tem-
façam com que ele tenha capacidade de usar um se a presença de várias tipologias, como a
número sempre maior descrição, a injunção e a predição4. Travaglia
afirma que um texto se define como de um tipo

Língua Portuguesa 16
Apostilas Domínio
por uma questão de dominância, em função do injunção (Swales, 1990; Adam, 1990; Bronckart,
tipo de interlocução que se pretende estabelecer 1999). Segundo ele, o termo Tipologia Textual é
e que se estabelece, e não em função do espaço usado para designar uma espécie de sequência
ocupado por um tipo na constituição desse texto. teoricamente definida pela natureza linguística de
sua composição (aspectos lexicais, sintáticos,
Quando acontece o fenômeno de um texto ter tempos verbais, relações lógicas) (p. 22).
aspecto de um gênero mas ter sido construído
em outro, Marcuschi dá o nome de Gênero Textual é definido pelo autor como uma
intertextualidade intergêneros. Ele explica noção vaga para os textos materializados
dizendo que isso acontece porque ocorreu no encontrados no dia-a-dia e que apresentam
texto a configuração de uma estrutura características sócio-comunicativas definidas
intergêneros de natureza altamente híbrida, pelos conteúdos, propriedades funcionais, estilo
sendo que um gênero assume a função de outro. e composição característica.

Travaglia não fala de intertextualidade Travaglia define Tipologia Textual como aquilo
intergêneros, mas fala de um intercâmbio de que pode instaurar um modo de interação, uma
tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser maneira de interlocução, segundo perspectivas
usado no lugar de outro tipo, criando que podem variar. Essas perspectivas podem,
determinados efeitos de sentido impossíveis, na segundo o autor, estar ligadas ao produtor do
opinião do autor, com outro dado tipo. Para texto em relação ao objeto do dizer quanto ao
exemplificar, ele fala de descrições e fazer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto à
comentários dissertativos feitos por meio da inserção destes no tempo e/ou no espaço. Pode
narração. ser possível a perspectiva do produtor do texto
dada pela imagem que o mesmo faz do receptor
Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a como alguém que concorda ou não com o que ele
seguinte configuração teórica: diz. Surge, assim, o discurso da transformação,
quando o produtor vê o receptor como alguém
. intertextualidade intergêneros = um gênero com que não concorda com ele. Se o produtor vir o
a função de outro receptor como alguém que concorda com ele,
surge o discurso da cumplicidade. Tem-se ainda,
. heterogeneidade tipológica = um gênero com a na opinião de Travaglia, uma perspectiva em que
presença de vários tipos o produtor do texto faz uma antecipação no dizer.
Da mesma forma, é possível encontrar a
Travaglia mostra o seguinte: perspectiva dada pela atitude comunicativa de
comprometimento ou não. Resumindo, cada uma
. conjugação tipológica = um texto apresenta das perspectivas apresentadas pelo autor gerará
vários tipos um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva
faz surgir os tipos descrição, dissertação,
. intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar injunção e narração. A segunda perspectiva faz
de outro com que surja o tipo argumentativo stricto sensu6
e não argumentativo stricto sensu. A perspectiva
Aspecto interessante a se observar é que da antecipação faz surgir o tipo preditivo. A do
Marcuschi afirma que os gêneros não são comprometimento dá origem a textos do mundo
entidades naturais, mas artefatos culturais comentado (comprometimento) e do mundo
construídos historicamente pelo ser humano. Um narrado (não comprometimento) (Weirinch,
gênero, para ele, pode não ter uma determinada 1968). Os textos do mundo narrado seriam
propriedade e ainda continuar sendo aquele enquadrados, de maneira geral, no tipo narração.
gênero. Para exemplificar, o autor fala, mais uma Já os do mundo comentado ficariam no tipo
vez, da carta pessoal. Mesmo que o autor da dissertação.
carta não tenha assinado o nome no final, ela
continuará sendo carta, graças as suas Travaglia diz que o Gênero Textual se caracteriza
propriedades necessárias e suficientes por exercer uma função social específica. Para
.Ele diz, ainda, que uma publicidade pode ter o ele, estas funções sociais são pressentidas e
formato de um poema ou de uma lista de vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer
produtos em oferta. O que importa é que esteja que, intuitivamente, sabemos que gênero usar
fazendo divulgação de produtos, estimulando a em momentos específicos de interação, de
compra por parte de clientes ou usuários daquele acordo com a função social dele. Quando vamos
produto. escrever um e-mail, sabemos que ele pode
apresentar características que farão com que ele
Para Marcuschi, Tipologia Textual é um termo .funcione. de maneira diferente. Assim, escrever
que deve ser usado para designar uma espécie um e-mail para um amigo não é o mesmo que
de sequência teoricamente definida pela escrever um e-mail para uma universidade,
natureza linguística de sua composição. Em pedindo informações sobre um concurso público,
geral, os tipos textuais abrangem as categorias por exemplo.
narração, argumentação, exposição, descrição e

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Observamos que Travaglia dá ao gênero uma quantos e quais são os gêneros textuais
função social. Parece que ele diferencia Tipologia existentes.
Textual de Gênero Textual a partir dessa
.qualidade. que o gênero possui. Mas todo texto, Se em Travaglia nota-se uma discussão teórica
independente de seu gênero ou tipo, não exerce não percebida em Marcuschi, o oposto também
uma função social qualquer? acontece. Este autor discute o conceito de
Domínio Discursivo. Ele diz que os domínios
Marcuschi apresenta alguns exemplos de discursivos são as grandes esferas da atividade
gêneros, mas não ressalta sua função social. Os humana em que os textos circulam (p. 24).
exemplos que ele traz são telefonema, sermão, Segundo informa, esses domínios não seriam
romance, bilhete, aula expositiva, reunião de nem textos nem discursos, mas dariam origem a
condomínio, etc. discursos muito específicos. Constituiriam
práticas discursivas dentro das quais seria
Já Travaglia, não só traz alguns exemplos de possível a identificação de um conjunto de
gêneros como mostra o que, na sua opinião, gêneros que às vezes lhes são próprios como
seria a função social básica comum a cada um: práticas ou rotinas comunicativas
aviso, comunicado, edital, informação, informe, institucionalizadas.
citação (todos com a função social de dar
conhecimento de algo a alguém). Certamente a Como exemplo, ele fala do discurso jornalístico,
carta e o e-mail entrariam nessa lista, levando em discurso jurídico e discurso religioso. Cada uma
consideração que o aviso pode ser dado sob a dessas atividades, jornalística, jurídica e
forma de uma carta, e-mail ou ofício. Ele continua religiosa, não abrange gêneros em particular,
exemplificando apresentando a petição, o mas origina vários deles.
memorial, o requerimento, o abaixo assinado
(com a função social de pedir, solicitar). Continuo Travaglia até fala do discurso jurídico e religioso,
colocando a carta, o e-mail e o ofício aqui. mas não como Marcuschi. Ele cita esses
discursos quando discute o que é para ele
Nota promissória, termo de compromisso e voto tipologia de discurso. Assim, ele fala dos
são exemplos com a função de prometer. Para discursos citados mostrando que as tipologias de
mim o voto não teria essa função de prometer. discurso usarão critérios ligados às condições de
Mas a função de confirmar a promessa de dar o produção dos discursos e às diversas formações
voto a alguém. Quando alguém vota, não discursivas em que podem estar inseridos (Koch
promete nada, confirma a promessa de votar que & Fávero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fávero, o
pode ter sido feita a um candidato. autor fala que uma tipologia de discurso usaria
critérios ligados à referência (institucional
Ele apresenta outros exemplos, mas por questão (discurso político, religioso, jurídico), ideológica
de espaço não colocarei todos. É bom notar que (discurso petista, de direita, de esquerda, cristão,
os exemplos dados por ele, mesmo os que não etc), a domínios de saber (discurso médico,
foram mostrados aqui, apresentam função social linguístico, filosófico, etc), à inter-relação entre
formal, rígida. Ele não apresenta exemplos de elementos da exterioridade
gêneros que tenham uma função social menos
rígida, como o bilhete. (discurso autoritário, polêmico, lúdico)).
Marcuschi não faz alusão a uma tipologia do
Uma discussão vista em Travaglia e não discurso.
encontrada em Marcuschi7 é a de Espécie. Para
ele, Espécie se define e se caracteriza por Semelhante opinião entre os dois autores citados
aspectos formais de estrutura e de superfície é notada quando falam que texto e discurso não
linguística e/ou aspectos de conteúdo. Ele devem ser encarados como iguais. Marcuschi
exemplifica Espécie dizendo que existem duas considera o texto como uma entidade concreta
pertencentes ao tipo narrativo: a história e a não- realizada materialmente e corporificada em
história. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta as algum Gênero Textual [grifo meu] (p. 24).
Espécies narrativa em prosa e narrativa em Discurso para ele é aquilo que um texto produz
verso. No tipo descritivo ele mostra as Espécies ao se manifestar em alguma instância discursiva.
distintas objetiva x subjetiva, estática x dinâmica O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia
e comentadora x narradora. Mudando para considera o discurso como a própria atividade
gênero, ele apresenta a correspondência com as comunicativa, a própria atividade produtora de
Espécies carta, telegrama, bilhete, ofício, etc. No sentidos para a interação comunicativa, regulada
gênero romance, ele mostra as Espécies por uma exterioridade sócio-histórica-ideológica
romance histórico, regionalista, fantástico, de (p. 03). Texto é o resultado dessa atividade
ficção científica, policial, erótico, etc. Não sei até comunicativa. O texto, para ele, é visto como uma
que ponto a Espécie daria conta de todos os unidade linguística concreta que é tomada pelos
Gêneros Textuais existentes. Será que é possível usuários da língua em uma situação de interação
especificar todas elas? Talvez seja difícil até comunicativa específica, como uma unidade de
mesmo porque não é fácil dizer sentido e como preenchendo uma função
comunicativa

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Apostilas Domínio
reconhecível e reconhecida, independentemente conta uma série de fatores, porém dois são mais
de sua extensão (p. 03). pertinentes:

Travaglia afirma que distingue texto de discurso a) O trabalho com os tipos deveria preparar o
levando em conta que sua preocupação é com a aluno para a composição de quaisquer outros
tipologia de textos, e não de discursos. Marcuschi textos (não sei ao certo se isso é possível. Pode
afirma que a definição que traz de texto e ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo
discurso é muito mais operacional do que formal. não dê ao aluno o preparo ideal para lidar com o
tipo dissertativo, e vice-versa. Um aluno que pára
Travaglia faz uma .tipologização. dos termos de estudar na 5ª série e não volta mais à escola
Gênero Textual, Tipologia Textual e Espécie. Ele teria convivido muito mais com o tipo narrativo,
chama esses elementos de Tipelementos. sendo esse o mais trabalhado nessa série. Será
Justifica a escolha pelo termo por considerar que que ele estaria preparado para produzir, quando
os elementos tipológicos (Gênero Textual, necessário, outros tipos textuais? Ao lidar
Tipologia Textual e Espécie) são básicos na somente com o tipo narrativo, por exemplo, o
construção das tipologias e talvez dos textos, aluno, de certa forma, não deixa de trabalhar com
numa espécie de analogia com os elementos os outros tipos?);
químicos que compõem as substâncias
encontradas na natureza. b) A utilização prática que o aluno fará de cada
tipo em sua vida.
Para concluir, acredito que vale a pena
considerar que as discussões feitas por Acho que vale a pena dizer que sou favorável ao
Marcuschi, em defesa da abordagem textual a trabalho com o Gênero Textual na escola,
partir dos Gêneros Textuais, estão diretamente embora saiba que todo gênero realiza
ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho com necessariamente uma ou mais sequências
o gênero é uma grande oportunidade de se lidar tipológicas e que todos os tipos inserem-se em
com a língua em seus mais diversos usos algum gênero textual.
autênticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que
ele apresenta a ideia básica de que um maior Até recentemente, o ensino de produção de
conhecimento do funcionamento dos Gêneros textos (ou de redação) era feito como um
Textuais é importante para a produção e para a procedimento único e global, como se todos os
compreensão de textos. Travaglia não faz tipos de texto fossem iguais e não
abordagens específicas ligadas à questão do apresentassem determinadas dificuldades e, por
ensino no seu tratamento à Tipologia Textual. isso, não exigissem aprendizagens específicas.
A fórmula de ensino de redação, ainda hoje muito
O que Travaglia mostra é uma extrema praticada nas escolas brasileiras – que consiste
preferência pelo uso da Tipologia Textual, fundamentalmente na trilogia narração, descrição
independente de estar ligada ao ensino. Sua e dissertação – tem por base uma concepção
abordagem parece ser mais taxionômica. Ele voltada essencialmente para duas finalidades: a
chega a afirmar que são os tipos que entram na formação de escritores literários (caso o aluno se
composição da grande maioria dos textos. Para aprimore nas duas primeiras modalidades
ele, a questão dos elementos tipológicos e suas textuais) ou a formação de cientistas (caso da
implicações com o ensino/aprendizagem merece terceira modalidade) (Antunes, 2004). Além
maiores discussões. disso, essa concepção guarda em si uma visão
equivocada de que narrar e descrever seriam
Marcuschi diz que não acredita na existência de ações mais .fáceis. do que dissertar, ou mais
Gêneros Textuais ideais para o ensino de língua. adequadas à faixa etária, razão pela qual esta
Ele afirma que é possível a identificação de última tenha sido reservada às séries terminais -
gêneros com dificuldades progressivas, do nível tanto no ensino fundamental quanto no ensino
menos formal ao mais formal, do mais privado ao médio.
mais público e assim por diante. Os gêneros
devem passar por um processo de progressão, O ensino-aprendizagem de leitura, compreensão
conforme sugerem Schneuwly & Dolz (2004). e produção de texto pela perspectiva dos gêneros
reposiciona o verdadeiro papel do professor de
Travaglia, como afirmei, não faz considerações Língua Materna hoje, não mais visto aqui como
sobre o trabalho com a Tipologia Textual e o um especialista em textos literários ou científicos,
ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia distantes da realidade e da prática textual do
teria que, no mínimo, levar em conta a questão aluno, mas como um especialista nas diferentes
de com quais tipos de texto deve-se trabalhar na modalidades textuais, orais e escritas, de uso
escola, a quais será dada maior atenção e com social. Assim, o espaço da sala de aula é
quais será feito um trabalho mais detido. Acho transformado numa verdadeira oficina de textos
que a escolha pelo tipo, caso seja considerada a de ação social, o que é viabilizado e concretizado
ideia de Travaglia, deve levar em pela adoção de algumas estratégias, como enviar
uma carta para um aluno de outra classe, fazer
um cartão e ofertar a alguém, enviar uma carta
de solicitação a um

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Apostilas Domínio
secretário da prefeitura, realizar uma entrevista, Por Paula Perin dos Santos
etc. Essas atividades, além de diversificar e
concretizar os leitores das produções (que agora O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as
deixam de ser apenas .leitores visuais.), regras ortográficas da Língua Portuguesa e
permitem também a participação direta de todos aumentar o prestígio social da língua no cenário
os alunos e eventualmente de pessoas que internacional. Sua implementação no Brasil
fazem parte de suas relações familiares e sociais. segue os seguintes parâmetros: 2009 – vigência
A avaliação dessas produções abandona os ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação
critérios quase que exclusivamente literários ou completa dos livros didáticos às novas regras; e
gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: a partir de 2013 – vigência obrigatória em todo o
o bom texto não é aquele que apresenta, ou só território nacional. Cabe lembrar que esse .Novo
apresenta, características literárias, mas aquele Acordo Ortográfico. já se encontrava assinado
que é adequado à situação comunicacional para desde 1990 por oito países que falam a língua
a qual foi produzido, ou seja, se a escolha do portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é
gênero, se a estrutura, o conteúdo, o estilo e o que teve sua implementação.
nível de língua estão adequados ao interlocutor e
podem cumprir a finalidade do texto. É equívoco afirmar que este acordo visa
uniformizar a língua, já que uma língua não existe
Acredito que abordando os gêneros a escola apenas em função de sua ortografia. Vale
estaria dando ao aluno a oportunidade de se lembrar que a ortografia é apenas um aspecto
apropriar devidamente de diferentes Gêneros superficial da escrita da língua, e que as
Textuais socialmente utilizados, sabendo diferenças entre o Português falado nos diversos
movimentar-se no dia-a-dia da interação países lusófonos subsistirão em questões
humana, percebendo que o exercício da referentes à pronúncia, vocabulário e gramática.
linguagem será o lugar da sua constituição como Uma língua muda em função de seus falantes e
sujeito. A atividade com a língua, assim, do tempo, não por meio de Leis ou Acordos.
favoreceria o exercício da interação humana, da
participação social dentro de uma sociedade A queixa de muitos estudantes e usuários da
letrada. língua escrita é que, depois de internalizada uma
regra, é difícil .desaprendê-la.. Então, cabe aqui
1 - Penso que quando o professor não opta pelo uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a
trabalho com o gênero ou com o tipo ele acaba escrita de alguma palavra, o ideal é consultar o
não tendo uma maneira muito clara para Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso)
selecionar os textos com os quais trabalhará. ou, na melhor das hipóteses, use um sinônimo
para referir-se a tal palavra.
2 - Outra discussão poderia ser feita se se
optasse por tratar um pouco a diferença entre Mostraremos nessa série de artigos o Novo
Gênero Textual e Gênero Discursivo. Acordo de uma maneira descomplicada,
apontando como é que fica estabelecido de hoje
3 - Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser em diante a Ortografia Oficial do Português
exclusivamente descritiva, ou dissertativa, ou falado no Brasil.
injuntiva, ou narrativa, ou argumentativa. Acho
meio difícil alguém conseguir escrever um texto, Alfabeto
caracterizado como carta, apenas com
descrições, ou apenas com injunções. Por outro A influência do inglês no nosso idioma agora é
lado, meio que contrariando o que acabara de oficial. Há muito tempo as letras .k., .w. e .y.
afirmar, ele diz desconhecer um gênero faziam parte do nosso idioma, isto não é
necessariamente descritivo. nenhuma novidade. Elas já apareciam em
unidades de medidas, nomes próprios e palavras
4 - Termo usado pelas autoras citadas para os importadas do idioma inglês, como:
textos que fazem previsão, como o boletim
meteorológico e o horóscopo. km – quilômetro,

5 - Necessárias para a carta, e suficientes para kg – quilograma


que o texto seja uma carta.
Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre
6 - Segundo Travaglia (1991), texto outros.
argumentativo stricto sensu é o que faz
argumentação explícita. Trema

7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso. Não se usa mais o trema em palavras do
Sílvio Ribeiro da Silva português. Quem digita muito textos científicos
no computador sabe o quanto dava trabalho
escrever linguística, frequência. Ele só vai
permanecer em nomes próprios e seus
ORTOGRAFIA OFICIAL derivados, de origem estrangeira. Por exemplo,
Gisele Bündchen não vai deixar de usar o trema

Língua Portuguesa 20
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em seu nome, pois é de origem alemã. (neste réis (moeda)
caso, o .ü. lê-se .i.)
Véu
QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA
dói
1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em .A”,
“E”, “O”, seguidas ou não de .S”, inclusive as méis
formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou
“LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas céu
terminadas em ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”,
“ÓI”, seguidos ou não de “S” mói

Ex. pastéis

Chá Chapéus

Mês anzóis

nós ninguém

Gás parabéns

Sapé Jerusalém

cipó

Dará Resumindo:

Café Só não acentuamos oxítonas terminadas em .I.


ou .U., a não ser que seja um caso de hiato. Por
avós exemplo: as palavras .baú., .aí., .Esaú. e .atraí-
lo. são acentuadas porque as semivogais .i. e
Pará .u. estão tônicas nestas palavras.

Vocês 2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando


terminadas em:
compôs
. L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.
vatapá
. N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
pontapés
. R – câncer, caráter, néctar, repórter.

. X – tórax, látex, ônix, fênix.
Aliás
. PS – fórceps, Quéops, bíceps.
português
. Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
robô
. ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
dá-lo
. I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
vê-lo
. ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
avó
. UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
recuperá-los
. US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
Conhecê-los
Também acentuamos as paroxítonas terminadas
pô-los em ditongos crescentes (semivogal+vogal):

guardá-la Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia,


residência, férias, lírio.

3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
compô-los

Língua Portuguesa 21
Apostilas Domínio
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, Às pessoas, na rua, foi sugerida uma questão.
pálido, sândalo, crisântemo, público, pároco, Pediu-se que colocassem vírgulas no seguinte
proparoxítona. texto:

QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS "O diretor de Recursos Humanos da Empresa


ENCONTROS VOCÁLICOS Brasileira de Correios e Telégrafos declarou que
não haverá demissões neste mês."
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos,
quando: A maioria acertou. Não há vírgula.

. Formarem sílabas sozinhos ou com “S” "O diretor de Recursos Humanos da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos" é o sujeito do
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e- verbo declarar. Foi ele, o diretor, que declarou.
go-ís-ta.
Entre sujeito e verbo não há vírgula.
IMPORTANTE
Depois, " ...que não haverá demissões neste
Por que não acentuamos .ba-i-nha., .fei-u-ra., mês."
.ru-im., .ca-ir., .Ra-ul., se todos são .i. e .u.
tônicas, portanto hiatos? Como a sequência está na ordem direta, não há
por que colocar vírgula.
Porque o .i. tônico de .bainha. vem seguido de
NH. O .u. e o .i. tônicos de .ruim., .cair. e .Raul. Mas, às vezes, vírgula pode decidir o sentido do
formam sílabas com .m., .r. e .l. respectivamente. texto.
Essas consoantes já soam forte por natureza,
tornando naturalmente a sílaba .tônica., sem O professor Pasquale fala da sua participação no
precisar de acento que reforce isso. Programa Jô Soares, quando pediu a ele que
escrevesse um telegrama.
5. Trema
Irás voltarás não morrerás
Não se usa mais o trema em palavras da língua
portuguesa. Ele só vai permanecer em nomes Dependendo do sentido que se quer dar, ocorre
próprios e seus derivados, de origem estrangeira, a pontuação.
como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso,
o .ü. lê-se .i.) Irás. Voltarás. Não morrerás.

6. Acento Diferencial Irás. Voltarás? Não. Morrerás.

O acento diferencial permanece nas palavras: Resumo.

pôde (passado), pode (presente) No primeiro caso não há por que usar a vírgula.
O texto está na ordem direta e em sequências
pôr (verbo), por (preposição) diretas não se usa pontuação. No caso do
telegrama pontua-se de acordo com aquilo que
Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se quer dizer. A pontuação decide o sentido.
se a 3ª pessoa do verbo está no singular ou
plural: O PONTO

SINGULAR PLURAL Pausa máxima, o ponto encerra o período.

Ele tem Ele têm "Terceiro dia de aula. A professora é um amor.


Na sala, estampas coloridas mostram animais de
Ele vem Eles vêm todos os tipos. É preciso querer bem a eles, diz a
professora, com um sorriso que envolve toda a
fauna, protegendo-a .

Eles têm direito à vida, como nós, e além disso


Essa regra se aplica a todos os verbos derivados
são muito úteis. Cachorro faz muita falta. Mas
de .ter. e .vir., como: conter, manter, intervir,
não é só ele não.
deter, sobrevir, reter, etc.
A galinha, o peixe, a vaca... Todos
PONTUAÇÃO ajudam."(Rubem Braga)
A VÍRGULA No texto acima, o ponto foi um eficiente recurso
estilístico de descrição. Ajudou a compor frases
A vírgula depende da estrutura sintática da curtas, misturadas a outras, mais longas, em que
oração. se usou vírgula. Repare na força que as

Língua Portuguesa 22
Apostilas Domínio
orações pausadas, curtas, todas pontuadas, Travessão serve para:
exercem no seguinte texto: "Dezembro. Solão em
brasa. O verde mais verde. As ruas repletas de Principalmente, indicar com que pessoa do
pessoas que passam minimamente vestidas. discurso está a fala.
Muita alegria. Muita cor."
Isolar palavras ou frases - usa-se travessão
O PONTO-E-VÍRGULA duplo.

Ele marca uma pausa intermediária entre o ponto Isolar a parte final de um enunciado.
e a vírgula. Geralmente, separa orações
coordenadas quando uma delas já tiver vírgula, Exemplos:
ou quando tiverem sentido oposto: "As mulheres
choravam de medo; os homens zombavam de - Bom dia, nhá Benta.
tudo."
- Bom dia, meu filho.
OS DOIS-PONTOS
Um mundo todo vivo tem grande força - a força
Eles introduzem citações, enumerações ou um de um inferno. (Clarice Lispector).
esclarecimento.
O HÍFEN
A velhinha simpática conclamou a todos:
Prefixos que exigem hífen diante de qualquer
- Venham tomar chá! letra: além, aquém, bem, co, ex, nuper, pára, pós,
pré, pró, recém, sem, sota, soto e vice. Fonte -
Aristides costumava fechar questão em três http://www.spiner.com.br
pontos: honra, dinheiro e mulheres.
CRASE
Não gostava que mexessem nas gavetas: ficava
possesso. Crase é a fusão da preposição A com outro A.

Só quero uma coisa: paz. (J. C. Carvalho). Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem.

AS RETICÊNCIAS EMPREGO DA CRASE

Elas têm a função de indicar que a frase foi • em locuções adverbiais:


suspensa ou seccionada. Podem também indicar
que houve dúvida, hesitação ou surpresa. à vezes, às pressas, à toa...

"A verdade não me faz sentido... É por isso que • em locuções prepositivas:
eu a temia e a temo... Sinto que uma primeira
liberdade está pouco a pouco me tomando..." em frente à, à procura de...
(Clarice Lispector)
• em locuções conjuntivas:
"A Genilda? Bom... não sei... acho que ela nem
chegou ainda..."(Rubem Braga). à medida que, à proporção que...

AS ASPAS • pronomes demonstrativos: aquele, aquela,


aqueles, aquelas, aquilo, a, as
A função das aspas é, principalmente, isolar do
contexto frases ou palavras alheias, no início e Fui ontem àquele restaurante.
no fim de uma citação, ou então evidenciar
determinados temos (gírias, arcaísmos, Falamos apenas àquelas pessoas que estavam
estrangeirismos etc.). no salão:

Meu "flamboyant" na primavera, que bonito que Refiro-me àquilo e não a isto.
ele era. (Roberto Carlos).
A CRASE É FACULTATIVA
OS PARÊNTESES
• diante de pronomes possessivos femininos:
São usados para intercalar, num texto, qualquer
indicação acessória (uma explicação, uma Entreguei o livro a(à) sua secretária .
circunstância incidental, uma nota emocional).
• diante de substantivos próprios femininos:
Deus (ou foi talvez o diabo?) deu-me este amor
maduro... (Carlos D. de Andrade) Dei o livro à(a) Sônia.

O TRAVESSÃO CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE

Língua Portuguesa 23
Apostilas Domínio
• Antes dos nomes de localidades, quando tais • A QUE - À QUE
nomes admitirem o artigo A:
Se, com antecedente masculino ocorrer AO
Viajaremos à Colômbia. QUE, com o feminino ocorrerá crase:

(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Houve um palpite anterior ao que você deu.
Colômbia)
Houve uma sugestão anterior à que você deu.
• Nem todos os nomes de localidades aceitam o
artigo: Curitiba, Brasília, Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE,
Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Veneza, com o feminino não ocorrerá crase.
etc.
Não gostei do filme a que você se referia.
Viajaremos a Curitiba.
Não gostei da peça a que você se referia.
(Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho
de Curitiba). O mesmo fenômeno de crase (preposição A) -
pronome demonstrativo A que ocorre antes do
• Haverá crase se o substantivo vier QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do
acompanhado de adjunto que o modifique. de:

Ela se referiu à saudosa Lisboa. Meu palpite é igual ao de todos

Vou à Curitiba dos meus sonhos. Minha opinião é igual à de todos.

• Antes de numeral, seguido da palavra "hora", NÃO OCORRE CRASE


mesmo subentendida:
• antes de nomes masculinos:
Às 8 e 15 o despertador soou.
Andei a pé.
• Antes de substantivo, quando se puder
subentender as palavras .moda. ou "maneira": Andamos a cavalo.

Aos domingos, trajava-se à inglesa. • antes de verbos:

Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo. Ela começa a chorar.

• Antes da palavra casa, se estiver determinada: Cheguei a escrever um poema.

Referia-se à Casa Gebara. • em expressões formadas por palavras


repetidas:
• Não há crase quando a palavra "casa" se
refere ao próprio lar. Estamos cara a cara.

Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. • antes de pronomes de tratamento, exceto
(Venho de casa). senhora, senhorita e dona:

• Antes da palavra "terra", se esta não for Dirigiu-se a V. Sa com aspereza.


antônima de bordo.
Escrevi a Vossa Excelência.
Voltou à terra onde nascera.
Dirigiu-se gentilmente à senhora.
Chegamos à terra dos nossos ancestrais.
• quando um A (sem o S de plural) preceder um
Mas: nome plural:

Os marinheiros vieram a terra. Não falo a pessoas estranhas.

O comandante desceu a terra. Jamais vamos a festas.

• Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS


feminina que aceite o artigo, poderá ou não
ocorrer a crase, indiferentemente: Quanto à significação, as palavras podem ser:

Vou até a (á ) chácara. Sinônimas - quando apresentam sentidos


semelhantes: falecer e morrer, belo e bonito;
Cheguei até a(à) muralha longe e distante, etc.

Língua Portuguesa 24
Apostilas Domínio
Antônimas - quando têm significação oposta: A denotação é a propriedade que possui uma
triste e alegre, bondade e maldade, riqueza e palavra de limitar-se a seu próprio conceito, de
pobreza. trazer apenas o seu significado primitivo, original.

Homônimas - quando são escritas ou A conotação é a propriedade que possui uma


pronunciadas de modo idêntico mas são palavra de ampliar-se no seu campo semântico,
diferentes quanto ao significado. dentro de um contexto, podendo causar várias
interpretações.
Os homônimos podem ser:
Observe os exemplos:
a) perfeitos - quando possuem a mesma grafia
(homógrafos) e a mesma pronúncia Denotação
(homófonos):
As estrelas do céu.
cura (padre) - cura (do v. curar)
Vesti-me de verde.
verão (estação) - verão (verbo ver)
O fogo do isqueiro.
são (sadio) - são (verbo ser)
Conotação
b) imperfeitos - quando têm a mesma grafia mas
pronúncia diferente (homógrafos) ou a mesma As estrelas do cinema.
pronúncia mas grafia diferente (homófonos).
Exemplos: selo (substantivo) - selo (verbo selar) O jardim vestiu-se de flores.
/ ele (pronome) - ele (letra)
O fogo da paixão.
Parônimas - quando se assemelham na forma
mas têm significados diferentes. SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO

Exemplos: descriminar (inocentar) - discriminar As palavras podem ser empregadas no sentido


(distinguir) / discente (relativo a alunos) - docente próprio ou no sentido figurado:
(relativo a professores)
Construí um muro de pedra - sentido próprio
Polissemia é o nome que se dá quando uma
palavra pode ter mais de uma significação: Maria tem um coração de pedra – sentido
figurado.

A água pingava lentamente – sentido próprio.


. mangueira: tudo de borracha ou de plástico para
regar as plantas ou apagar incêndios; árvore SEMÂNTICA
frutífera; grande curral de gado.
(do grego semantiké, i. é, téchne semantiké
. pena: pluma; peça de metal para escrever; =arte da significação„)
punição; dó.
A semântica estudo o sentido das palavras,
. velar: cobrir com véu; ocultar; vigiar; cuidar; expressões, frases e unidades maiores da
relativo ao véu do paladar. comunicação verbal, os significados que lhe são
atribuídos. Ao considerarmos o significado de
. pregar: (um sermão) - pregar: (pregar uma determinada palavra, levamos em conta sua
bainha da roupa) - pregar: (um prego) história, sua estrutura (radical, prefixos, sufixos
que participam da sua forma) e, por fim, do
. manga: (de camisa ou de candeeiro) - manga: contexto em que se apresenta.
(fruto) - manga: (bando, ajuntamento)
Quando analisamos o sentido das palavras na
. cabo: (cabeça, extremidade, posto na hierarquia redação oficial, ressaltam como fundamentais a
militar) - cabo: (parte de instrumento por onde história da palavra e, obviamente, os contextos
esse se impunha ou utiliza: cabo da faca). em que elas ocorrem.

Ambiguidade ou anfibologia - defeito da frase A história da palavra, em sentido amplo, vem a


que apresenta duplo sentido. Exemplos: ser a respectiva origem e as alterações sofridas
Convence, enfim, o pai o filho amado, [quem no correr do tempo, ou seja, a maneira como
convence?] evoluiu desde um sentido original para um
sentido mais abrangente ou mais específico. Em
- Jacinto, vi a Célia passeando com sua irmã. sentido restrito, diz respeito à tradição no uso de
[sua: de quem? determinado vocábulo ou expressão.

DENOTAÇAO E CONOTAÇAO

Língua Portuguesa 25
Apostilas Domínio
São esses dois aspectos que devem ser estrangeirismo de forma consciente, buscar o
considerados na escolha deste ou daquele equivalente português quando houver, ou
vocábulo. conformar a palavra estrangeira ao espírito da
língua portuguesa.
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais
de todo texto oficial, deve-se atentar para a O problema do abuso de estrangeirismos inúteis
tradição no emprego de determinada expressão ou empregados em contextos em que não
com determinado sentido. O emprego de cabem, é em geral causado ou pelo
expressões ditas "de uso consagrado" confere desconhecimento da riqueza vocabular de nossa
uniformidade e transparência ao sentido do texto. língua, ou pela incorporação acrítica do
Mas isto não quer dizer que os textos oficiais estrangeirismo.
devam limitar-se à repetição de chavões e
clichês. Homônimos e Parônimos

Verifique sempre o contexto em que as palavras Muitas vezes temos dúvidas no uso de vocábulos
estão sendo utilizadas. Certifique-se de que não distintos provocadas pela semelhança ou mesmo
há repetições desnecessárias ou redundâncias. pela igualdade de pronúncia ou de grafia entre
Procure sinônimos ou termos mais precisos para eles. É o caso dos fenômenos designados como
as palavras repetidas; mas se sua substituição homonímia e paronímia.
for comprometer o sentido do texto, tornando-o
ambíguo ou menos claro, não hesite em deixar o A homonímia é a designação geral para os casos
texto como está. em que palavras de sentidos diferentes têm a
mesma grafia (os homônimos homógrafos) ou a
É importante lembrar que o idioma está em mesma pronúncia (os homônimos homófonos).
constante mutação. A própria evolução dos
costumes, das ideias, das ciências, da política, Os homógrafos podem coincidir ou não na
enfim da vida social em geral, impõe a criação de pronúncia, como nos exemplos: quarto
novas palavras e formas de dizer. Na definição (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) e
de Serafim da Silva Neto, a língua: manga (de camisa), em que temos pronúncia
idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com e aberto,
"(...) é um produto social, é uma atividade do 1a pess. do sing do pres. do ind. do verbo apelar),
espírito humano. Não é, assim, independente da consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1a
vontade do homem, porque o homem não é uma pess. do sing. do pres. do ind. do verbo consolar),
folha seca ao sabor dos ventos veementes de com pronúncia diferente.
uma fatalidade desconhecida e cega. Não está
obrigada a prosseguir na sua trajetória, de acordo Os homógrafos de idêntica pronúncia
com leis determinadas, porque as línguas diferenciam-se pelo contexto em que são
seguem o destino dos que as falam, são o que empregados. Não há dúvida, por exemplo,
delas fazem as sociedades que as empregam." quanto ao emprego da palavra são nos três
sentidos:
Assim, continuamente, novas palavras são
criadas (os neologismos) como produto da a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres.,
dinâmica social, e incorporados ao idioma
inúmeros vocábulos de origem estrangeira (os b) saudável e
estrangeirismos), que vêm para designar ou
exprimir realidades não contempladas no c) santo.
repertório anterior da língua portuguesa.
Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual
A redação oficial não pode alhear-se dessas (homófonos) geram dúvidas ortográficas. Caso,
transformações, nem incorporá-las por exemplo, de acento/assento, coser/cozer,
acriticamente. Quanto às novidades vocabulares, dos prefixos ante-/anti-, etc. Aqui o contexto não
elas devem sempre ser usadas com critério, é suficiente para resolver o problema, pois
evitando-se aquelas que podem ser substituídas sabemos o sentido, a dúvida é de letra(s). sempre
por vocábulos já de uso consolidado sem que houver incerteza, consulte a lista adiante,
prejuízo do sentido que se lhes quer dar. algum dicionário ou manual de ortografia.

De outro lado, não se concebe que, em nome de Já o termo paronímia designa o fenômeno que
suposto purismo, a linguagem das comunicações ocorre com palavras semelhantes (mas não
oficiais fique imune às criações vocabulares ou a idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia. É fonte
empréstimos de outras línguas. A rapidez do de muitas dúvidas, como entre descrição (=ato de
desenvolvimento tecnológico, por exemplo, descrever„) e discrição (=qualidade do que é
impõe a criação de inúmeros novos conceitos e discreto„), retificar (=corrigir„) e ratificar
termos, ditando de certa forma a velocidade com (confirmar).
que a língua deve incorporá-los. O importante é
usar o

Língua Portuguesa 26
Apostilas Domínio
Como não interessa aqui aprofundar a discussão . Aleatório: casual, fortuito, acidental.
teórica da matéria, restringimo-nos a uma lista de
palavras que costumam suscitar dúvidas de . Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou
grafia ou sentido. Procuramos incluir palavras perturba.
que com mais frequência provocam dúvidas na
elaboração de textos oficiais, com o cuidado de . Amoral: desprovido de moral, sem senso de
agregá-las em pares ou pequenos grupos moral.
formais.
. Imoral: contrário à moral, aos bons costumes,
. Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: devasso, indecente.
O júri absolveu o réu.
. Ante (preposição): diante de, perante: Ante tal
. Absorver: embeber em si, esgotar: O solo situação, não teve alternativa.
absorveu lentamente a água da chuva.
. Ante- (prefixo): expressa anterioridade: antepor,
. Acender: atear (fogo), inflamar. antever, anteprojeto ante-diluviano.

. Ascender: subir, elevar-se. . Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra:


anticientífico, antibiótico, anti-higiênico, anti-
. Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: Vocábulo Marx.
sem acento.
. Ao encontro de: para junto de; favorável a: Foi
. Assento: banco, cadeira: Tomar assento num ao encontro dos colegas. O projeto salarial veio
cargo. ao encontro dos anseios dos trabalhadores.

. Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o . De encontro a: contra; em prejuízo de: O carro
Presidente falou acerca de seus planos. foi de encontro a um muro. O governo não apoiou
a medida, pois vinha de encontro aos interesses
. A cerca de: a uma distância aproximada de: O dos menores.
anexo fica a cerca de trinta metros do prédio
principal. . Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de demitir
dez funcionários, a empresa contratou mais vinte.
Estamos a cerca de um mês ou (ano) das (Inaceitável o cruzamento *ao em vez de.)
eleições.
. Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez
. Há cerca de: faz aproximadamente (tanto funcionário, a empresa demitiu vinte.
tempo): Há cerca de um ano, tratamos de caso
idêntico; existem aproximadamente: Há cerca de . A par: informado, ao corrente, ciente: O Ministro
mil títulos no catálogo. está a par (var.: ao par) do assunto; ao lado,
junto; além de.
. Acidente: acontecimento casual; desastre: A
derrota foi um acidente na sua vida profissional. . Ao par: de acordo com a convenção legal: Fez
O súbito temporal provocou terrível acidente no a troca de mil dólares ao par.
parque.
. Aparte: interrupção, comentário à margem: O
. Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O deputado concedeu ao colega um aparte em seu
incidente da demissão já foi superado. pronunciamento.

. Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em . À parte: em separado, isoladamente, de lado: O


prática. anexo ao projeto foi encaminhado por expediente
à parte.
. Dotar: dar em doação, beneficiar.
. Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou
. Afim: que apresenta afinidade, semelhança, irrisoriamente o imóvel.
relação (de parentesco): Se o assunto era afim,
por que não foi tratado no mesmo parágrafo? . Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o
andamento das obras não for apressado, não
. A fim de: para, com a finalidade de, com o fito será cumprido o cronograma.
de: O projeto foi encaminhado com quinze dias
de antecedência a fim de permitir a necessária . Área: superfície delimitada, região.
reflexão sobre sua pertinência.
. Ária: canto, melodia.
. Alto: de grande extensão vertical; elevado,
grande. . Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste
caso, o aresto é irrecorrível.
. Auto: ato público, registro escrito de um ato,
peça processual.

Língua Portuguesa 27
Apostilas Domínio
. Arresto: apreensão judicial, embargo: Os bens . Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo
do traficante preso foram todos arrestados. município tornou possível a realização da obra.

. Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito. . Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição,
divisão: Em qual seção do ministério ele
. Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo. trabalha?

. Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho. . Sessão: espaço de tempo que dura uma
reunião, um congresso; reunião; espaço de
. Az (p. us.): esquadrão, ala do exército. tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A
próxima sessão legislativa será iniciada em 1o de
. Atuar: agir, pôr em ação; pressionar. agosto.

. Autuar: lavrar um auto; processar. . Chá: planta, infusão.

. Auferir: obter, receber: Auferir lucros, . Xá: antigo soberano persa.


vantagens.
. Cheque: ordem de pagamento à vista.
. Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir
valores, resultados. . Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.)
perigo (pôr em xeque).
. Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O
Presidente augurou sucesso ao seu par . Círio: vela de cera.
americano.
. Sírio: da Síria.
. Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no
mau sentido): Os técnicos agouram desastre na . Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis.
colheita.
. Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí
. Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si civilidade); não militar nem, eclesiástico.
competências de outrem.
. Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova
. Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso o proposta colide frontalmente com o entendimento
começo de sua carreira. havido.

. Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao . Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram
final do discurso, invocou a ajuda de Deus. coligidas pelo Ministério da Justiça.

. Caçar: perseguir, procurar, apanhar . Comprimento: medida, tamanho, extensão,


(geralmente animais). altura.

. Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, . Cumprimento: ato de cumprir, execução
invalidar. completa; saudação.

. Carear: atrair, ganhar, granjear. . Concelho: circunscrição administrativa ou


município (em Portugal).
. Cariar: criar cárie.
. Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado.
. Carrear: conduzir em carro, carregar.
. Concerto: acerto, combinação, composição,
. Casual: fortuito, aleatório, ocasional. harmonização (cp. concertar): O concerto das
nações... O concerto de Guarnieri...
. Causal: causativo, relativo a causa.
. Conserto: reparo, remendo, restauração (cp.
. Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano. consertar): Certos problemas crônicos
aparentemente não têm conserto.
. Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre.
. Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião.
. Censo: alistamento, recenseamento, contagem.
. Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião,
. Senso: entendimento, juízo, tino. circunstância.

. Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar. . Contravenção: transgressão ou infração a


normas estabelecidas.
. Serrar: cortar com serra, separar, dividir.
. Contraversão: versão contrária, inversão.

. Coser: costurar, ligar, unir.

Língua Portuguesa 28
Apostilas Domínio
. Cozer: cozinhar, preparar. . Destratar: insultar, maltratar com palavras.

. Costear: navegar junto à costa, contornar. A . Distratar: desfazer um trato, anular.


fragata costeou inúmeras praias do litoral baiano
antes de partir para alto-mar. . Distensão: ato ou efeito de distender, torção
violenta dos ligamentos de uma articulação.
. Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar.
Qual a empresa disposta a custear tal projeto? . Distinção: elegância, nobreza, boa educação:
Todos devem portar-se com distinção.
. Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto
custa o projeto? Custa-me crer que funcionará. . Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou
interesses: A dissensão sobre a matéria
. Deferir: consentir, atender, despachar impossibilitou o acordo.
favoravelmente, conceder.
. Elidir: suprimir, eliminar.
. Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar,
dilatar. . Ilidir: contestar, refutar, desmentir.

. Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, . Emenda: correção de falta ou defeito,


rebaixar. regeneração, remendo: ao torná-lo mais claro e
objetivo, a emenda melhorou o projeto.
. Degredar: impor pena de degredo, desterrar,
banir. . Ementa: apontamento, súmula de decisão
judicial ou do objeto de uma lei. Procuro uma lei
. Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou cuja ementa é "dispõe sobre a propriedade
delito, acusar: Os traficantes foram delatados por industrial".
membro de quadrilha rival.
. Emergir: vir à tona, manifestar-se.
. Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir:
A dilação do prazo de entrega das declarações . Imergir: mergulhar, afundar submergir), entrar.
depende de decisão do Diretor da Receita
Federal. . Emigrar: deixar o país para residir em outro.

. Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), . Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele
anular. viver.

. Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar. . Eminente (eminência): alto, elevado, sublime.

. Descrição: ato de descrever, representação, . Iminente (iminência): que está prestes a


definição. acontecer, pendente, próximo.

. Discrição: discernimento, reserva, prudência, . Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar.


recato.
. Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir.
. Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de.
. Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça.
. Discriminar: diferençar, separar, discernir.
. Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-
. Despensa: local em que se guardam se.
mantimentos, depósito de provisões.
. Encrostar: criar crosta.
. Dispensa: licença ou permissão para deixar de
fazer algo a que se estava obrigado; demissão. . Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir,
prender-se, arraigar-se.
. Despercebido: que não se notou, para o que
não se atentou: Apesar de sua importância, o . Entender: compreender, perceber, deduzir.
projeto passou despercebido.
. Intender: (p. us): exercer vigilância,
. Desapercebido: desprevenido, desacautelado: superintender.
Embarcou para a missão na Amazônia
totalmente desapercebido dos desafios que lhe . Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar.
aguardavam.
. Inúmero: inumerável, sem conta, sem número.
. Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco.
. Espectador: aquele que assiste qualquer ato ou
. Dissecar: analisar minuciosamente, dividir espetáculo, testemunha.
anatomicamente.
. Expectador: que tem expectativa, que espera.

Língua Portuguesa 29
Apostilas Domínio
. Esperto: inteligente, vivo, ativo. . Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão
exagerada de moeda, aumento persistente de
. Experto: perito, especialista. preços.

. Espiar: espreitar, observar secretamente, . Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma
olhar. norma.

. Expiar: cumprir pena, pagar, purgar. . Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo,
repreensão, derrota): O juiz infligiu pesada pena
. Estada: ato de estar, permanência: Nossa ao réu.
estada em São Paulo foi muito agradável.
. Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei,
. Estadia: prazo para carga e descarga de navio regulamento, etc.) (cp. infração): A condenação
ancorado em porto: O "Rio de Janeiro" foi decorreu de ter ele infringido um sem número de
autorizado a uma estadia de três dias. artigos do Código Penal.

. Estância: lugar onde se está, morada, recinto. . Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar.

. Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, . Inquirir: procurar informações sobre, indagar,
jurisdição, juízo. investigar, interrogar.

. Estrato: cada camada das rochas estratificadas. . Intercessão: ato de interceder.

. Extrato: coisa que se extraiu de outra; . Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto
pagamento, resumo, cópia; perfume. em que se encontram duas linhas ou superfícies.

. Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que . Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada
a pessoa é surpreendida a praticar (flagrante em locuções: inter alia (entre outros), inter pares
delito). (entre iguais).

. Fragrante: que tem fragrância ou perfume; . Intra- (prefixo): interior, dentro de.
cheiroso.
. Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou
. Florescente: que floresce, próspero, viçoso. que perante ele se realiza.

. Fluorescente: que tem a propriedade da . Judiciário: relativo ao direito processual ou à


fluorescência. organização da Justiça.

. Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, . Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou
revestir lâminas. obrigação.

. Folhear: percorrer as folhas de um livro, . Libertação: ato de libertar ou libertar-se.


compulsar, consultar.
. Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra.
. Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso,
variável. . Listra: risca de cor diferente num tecido (var.
pop. de lista).
. Inserto: introduzido, incluído, inserido.
. Locador: que dá de aluguel, senhorio,
. Incipiente: iniciante, principiante. arrendador.

. Insipiente: ignorante, insensato. . Locatário: alugador, inquilino: O locador


reajustou o aluguel sem a concordância do
. Incontinente: imoderado, que não se contém, locatário.
descontrolado.
. Lustre: brilho, glória, fama; abajur.
. Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo,
sem interrupção. . Lustro: quinquênio; polimento.

. Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: O . Magistrado: juiz, desembargador, ministro.


réu declarou que havia sido induzido a cometer o
delito. . Magistral: relativo a mestre (latim: magister);
perfeito, completo; exemplar.
. Aduzir: expor, apresentar: A defesa, então,
aduziu novas provas. . Mandado: garantia constitucional para proteger
direito individual líquido e certo; ato de mandar;
ordem escrita expedida por autoridade judicial

Língua Portuguesa 30
Apostilas Domínio
ou administrativa: um mandado de segurança, . Preposição: ato de prepor, preferência; palavra
mandado de prisão. invariável que liga constituintes da frase.

. Mandato: autorização que alguém confere a . Proposição: ato de propor, proposta; máxima,
outrem para praticar atos em seu nome; sentença; afirmativa, asserção.
procuração; delegação: o mandato de um
deputado, senador, do Presidente. . Presar: capturar, agarrar, apresar.

. Mandante: que manda; aquele que outorga um . Prezar: respeitar, estimar muito, acatar.
mandato.
. Prescrever: fixar limites, ordenar de modo
. Mandatário: aquele que recebe um mandato, explícito, determinar; ficar sem efeito, anular-se:
executor de mandato, representante, procurador. O prazo para entrada do processo prescreveu há
dois meses.
. Mandatório: obrigatório.
. Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar;
. Obcecação: ato ou efeito de obcecar, teimosia, desterrar. O uso de várias substâncias
cegueira. psicotrópicas foi proscrito por recente portaria do
Ministro.
. Obsessão: impertinência, perseguição, ideia
fixa. . Prever: ver antecipadamente, profetizar;
calcular: A assessoria previu acertadamente o
. Ordinal: numeral que indica ordem ou série desfecho do caso.
(primeiro, segundo, milésimo, etc.).
. Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear
. Ordinário: comum, frequente, trivial, vulgar. para cargo: O chefe do departamento de pessoal
proveu os cargos vacantes.
. Original: com caráter próprio; inicial, primordial.
. Provir: originar-se, proceder; resultar: A dúvida
. Originário: que provém de, oriundo; inicial, provém (Os erros provêm) da falta de leitura.
primitivo.
. Prolatar: proferir sentença, promulgar.
. Paço: palácio real ou imperial; a corte.
. Protelar: adiar, prorrogar.
. Passo: ato de avançar ou recuar um pé para
andar; caminho, etapa. . Ratificar: validar, confirmar, comprovar.

. Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, . Retificar: corrigir, emendar, alterar: A diretoria
discussão: O pleito por mais escolas na região foi ratificou a decisão após o texto ter sido retificado
muito bem formulado. em suas passagens ambíguas.

. Preito: sujeição, respeito, homenagem: Os . Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegrar.


alunos renderam preito ao antigo reitor.
. Recriar: criar de novo.
. Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder,
adiantar-se. . Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir.

. Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a . Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer:
efeito, executar. Como ele reincidiu no erro, o contrato de trabalho
foi rescindido.
. Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás de,
após: pós-moderno, pós-operatório. . Remição: ato de remir, resgate, quitação.

. Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente . Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo;
de, antes de: pré-modernista, pré-primário. perdão, expiação.

. Pró (advérbio): em favor de, em defesa de. A . Repressão: ato de reprimir, contenção,
maioria manifestou-se contra, mas dei meu impedimento, proibição.
parecer pró.
. Repreensão: ato de repreender, enérgica
. Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, admoestação, censura, advertência.
distinto.
. Ruço: grisalho, desbotado.
. Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima
do que o circunda. . Russo: referente à Rússia, nascido naquele
país; língua falada na Rússia.

Língua Portuguesa 31
Apostilas Domínio
. Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta . Vestuário: as roupas que se vestem, traje.
pela lei ou por contrato para punir sua infração.
. Vultoso: de grande vulto, volumoso.
. Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo
de guindaste. . Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade
(congestão da face).
. Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.:
sedente).

. Cedente: que cede, que dá. ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS


PALAVRAS.
. Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir.
As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser
. Subscritar: assinar, subscrever. decompostas em vários elementos chamados
elementos mórficos ou elementos de estrutura
. Sortir: variar, combinar, misturar. das palavras.

. Surtir: causar, originar, produzir (efeito). Exs.:

. Subentender: perceber o que não estava cinzeiro = cinza + eiro


claramente exposto; supor.
endoidecer = en + doido + ecer
. Subintender: exercer função de subintendente,
dirigir. predizer = pre + dizer

. Subtender: estender por baixo. Os principais elementos móficos são :

. Sustar: interromper, suspender; parar, RADICAL


interromper-se (sustar-se).
É o elemento mórfico em que está a ideia
. Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter. principal da palavra.

. Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha. Exs.: amarelecer = amarelo + ecer

. Taxa: espécie de tributo, tarifa. enterrar = en + terra + ar

. Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar pronome = pro + nome


alguém (tachá-lo) de subversivo.
PREFIXO
. Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar
mercadorias. É o elemento mórfico que vem antes do radical.

. Tapar: fechar, cobrir, abafar. Exs.: anti - herói in - feliz

. Tampar: pôr tampa em. SUFIXO

. Tenção: intenção, plano (deriv.: tencionar); É o elemento mórfico que vem depois do
assunto, tema. radical.

. Tensão: estado de tenso, rigidez (deriv.: Exs.: med - onho cear – ense
tensionar); diferencial elétrico.
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
. Tráfego: trânsito de veículos, percurso,
transporte. A Língua Portuguesa, como qualquer língua viva,
está sempre criando novas palavras. Para criar
. Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação. suas novas palavras, a língua recorre a vários
meios chamados processos de formação de
. Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em palavras.
locuções: de trás, por trás).
Os principais processos de formação das
. Traz: 3a pessoa do singular do presente do palavras são:
indicativo do verbo trazer.
DERIVAÇÃO
. Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam
roupas. É a formação de uma nova palavra mediante o
acréscimo de elementos à palavra já existente:

a) Por sufixação:

Língua Portuguesa 32
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Acréscimo de um sufixo. Exs.: dent - ista , bel - a) os nomes de coisas, pessoas, animais e
íssimo. lugares: livro, cadeira, cachorra, Valéria, Talita,
Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
b) Por prefixação :
b) os nomes de ações, estados ou qualidades,
Acréscimo de um prefixo. Exs.: ab - jurar, ex - tomados como seres: trabalho, corrida, tristeza
diretor. beleza altura.

c) Por parassíntese: CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS

Acréscimo de um prefixo e um sufixo. Exs.: en- a) COMUM - quando designa genericamente


fur-ecer, en-tard-ecer. qualquer elemento da espécie: rio, cidade, pais,
menino, aluno
d) Derivação imprópria:
b) PRÓPRIO - quando designa especificamente
Mudança das classes gramaticais das palavras. um determinado elemento. Os substantivos
próprios são sempre grafados com inicial
Exs.: andar (verbo) - o andar (substantivo). maiúscula: Tocantins, Porto Alegre, Brasil,
Martini, Nair.
contra (preposição) - o contra (substantivo).
c) CONCRETO - quando designa os seres de
fantasma (substantivo) - o homem fantasma existência real ou não, propriamente ditos, tais
(adjetivo). como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc.
Verifique que é sempre possível visualizar em
oliveira (subst. comum) - Maria de Oliveira nossa mente o substantivo concreto, mesmo que
(subst. próprio). ele não possua existência real: casa, cadeira,
caneta, fada, bruxa, saci.
COMPOSIÇÃO
d) ABSTRATO - quando designa as coisas que
É a formação de uma nova palavra, unindo-se não existem por si, isto é, só existem em nossa
palavras que já existem na língua: consciência, como fruto de uma abstração,
sendo, pois, impossível visualizá-lo como um ser.
a) Por justaposição : Os substantivos abstratos vão, portanto, designar
ações, estados ou qualidades, tomados como
Nenhuma das palavras formadoras perde letra. seres: trabalho, corrida, estudo, altura, largura,
beleza.
Exs.: passatempo (= passa + tempo); tenente-
coronel = tenente + coronel). Os substantivos abstratos, via de regra, são
derivados de verbos ou adjetivos
b) Por aglutinação:
trabalhar - trabalho
Pelo menos uma das palavras perde letra.
correr - corrida
Exs.: fidalgo (= filho + de + algo); embora (= em
+ boa + hora). alto - altura
HIBRIDISMO belo - beleza

É a criação de uma nova palavra mediante a FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS


união de palavras de origens diferentes.
a) PRIMITIVO: quando não provém de outra
Exs.: abreugrafia (português e grego), televisão palavra existente na língua portuguesa: flor,
(grego e latim), zincografia (alemão e grego). pedra, ferro, casa, jornal.

b) DERIVADO: quando provem de outra palavra


da língua portuguesa: florista, pedreiro, ferreiro,
CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, casebre, jornaleiro.
ADJETIVO, PRONOME, VERBO, ARTIGO,
NUMERAL, ADVÉRBIO, c) SIMPLES: quando é formado por um só
CONJUNÇÃO,INTERJEIÇÃO, PREPOSIÇÃO radical: água, pé, couve, ódio, tempo, sol.

SUBSTANTIVOS d) COMPOSTO: quando é formado por mais de


um radical: água-de-colônia, pé-de-moleque,
Substantivo é a palavra variável em gênero, couve-flor, amor-perfeito, girassol.
número e grau, que dá nome aos seres em geral.
COLETIVOS
São, portanto, substantivos.

Língua Portuguesa 33
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Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo constelação - de estrelas
singular, designa um grupo de seres da mesma
espécie. corja - de vadios

Veja alguns coletivos que merecem destaque: elenco - de artistas

alavão - de ovelhas leiteiras enxame - de abelhas

alcateia - de lobos enxoval - de roupas

álbum - de fotografias, de selos esquadra - de navios de guerra

antologia - de trechos literários escolhidos esquadrilha - de aviões

armada - de navios de guerra falange - de soldados, de anjos

armento - de gado grande (búfalo, elefantes, farândola - de maltrapilhos


etc)
fato - de cabras
arquipélago - de ilhas
fauna - de animais de uma região
assembleia - de parlamentares, de membros de
associações feixe - de lenha, de raios luminosos

atilho - de espigas de milho flora - de vegetais de uma região

atlas - de cartas geográficas, de mapas frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus

banca - de examinadores girândola - de fogos de artifício

bandeira - de garimpeiros, de exploradores de horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros


minérios
junta - de bois, médicos, de examinadores
bando - de aves, de pessoal em geral
júri - de jurados
cabido - de cônegos
legião - de anjos, de soldados, de demônios
cacho - de uvas, de bananas
malta - de desordeiros
cáfila - de camelos
manada - de bois, de elefantes
cambada - de ladrões, de caranguejos, de
chaves matilha - de cães de caça

cancioneiro - de poemas, de canções ninhada - de pintos

caravana - de viajantes nuvem - de gafanhotos, de fumaça

cardume - de peixes panapaná - de borboletas

clero - de sacerdotes pelotão - de soldados

colmeia - de abelhas penca - de bananas, de chaves

concílio - de bispos pinacoteca - de pinturas

conclave - de cardeais em reunião para eleger o plantel - de animais de raça, de atletas


papa
quadrilha - de ladrões, de bandidos
congregação - de professores, de religiosos
ramalhete - de flores
congresso - de parlamentares, de cientistas
réstia - de alhos, de cebolas
conselho - de ministros
récua - de animais de carga
consistório - de cardeais sob a presidência do
papa romanceiro - de poesias populares

Língua Portuguesa 34
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resma - de papel uma criança do sexo masculino / o cônjuge do
sexo feminino.
revoada - de pássaros
AIguns substantivos que apresentam problema
súcia - de pessoas desonestas quanto ao Gênero:

vara - de porcos São São


MASCULINOS FEMININOS
vocabulário - de palavras
o anátema a abusão
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS o telefonema a aluvião
o teorema a análise
Como já assinalamos, os substantivos variam o trema a cal
de gênero, número e grau. o edema a cataplasma
o eclipse a dinamite
Gênero
O lança-perfume a comichão
O estratagema a aguardente
Em Português, o substantivo pode ser do gênero
masculino ou feminino: o lápis, o caderno, a o proclama a derme
borracha, a caneta. o fibroma a omoplata
o grama a usucapião
Podemos classificar os substantivos em: (unidade de
peso)
a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que o dó (pena, a bacanal
apresentam duas formas, uma para o masculino, compaixão)
outra para o feminino: o ágape a líbido
o caudal a sentinela
aluno/aluna homem/mulher o champanha a hélice
o alvará
menino /menina carneiro/ovelha o formicida
o guaraná
Quando a mudança de gênero não é marcada o plasma
pela desinência, mas pela alteração do radical, o o clã
substantivo denomina-se heterônimo:

padrinho/madrinha bode/cabra Mudança de Gênero com mudança de sentido


cavaleiro/amazona pai/mãe Alguns substantivos, quando mudam de gênero,
mudam de sentido.
b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que
apresentam uma única forma, tanto para o Veja alguns exemplos:
masculino como para o feminino. Subdividem-se
em:
o cabeça (o chefe, o a cabeça (parte do
líder) corpo)
1. Substantivos epicenos: são substantivos
o capital (dinheiro, a capital (cidade
uniformes, que designam animais: onça, jacaré,
bens) principal)
tigre, borboleta, foca.
o rádio (aparelho a rádio (estação
Caso se queira fazer a distinção entre o receptor) transmissor)
masculino e o feminino, devemos acrescentar as o moral (ânimo) a moral (parte da
palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré Filosofia, conclusão)
fêmea o lotação (veículo) a lotação (capacidade)
o lente (o professor) a lente (vidro de
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são aumento)
substantivos uniformes que designam pessoas.
Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo
artigo, ou outro determinante qualquer: o artista, Plural dos Nomes Simples
a artista, o estudante, a estudante, este dentista.
1. Aos substantivos terminados em vogal ou
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos ditongo acrescenta-se S: casa, casas; pai, pais;
uniformes que designam pessoas. Neste caso, a imã, imãs; mãe, mães.
diferença de gênero não é especificada por
artigos ou outros determinantes, que serão 2. Os substantivos terminados em ÃO formam o
invariáveis: a criança, o cônjuge, a pessoa, a plural em:
criatura.
a) ÕES (a maioria deles e todos os
Caso se queira especificar o gênero, procede-se aumentativos): balcão, balcões; coração,
assim: corações; grandalhão, grandalhões.

Língua Portuguesa 35
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b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; confins
capitão, capitães; guardião, guardiães.
férias
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno
número de oxítonos): cristão, cristãos; irmão, núpcias
irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos.
olheiras
Muitos substantivos com esta terminação
apresentam mais de uma forma de plural: aldeão, viveres
aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou
charlatães; ermitão, ermitãos ou ermitães; anais
tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc.
belas-artes
3. Os substantivos terminados em M mudam o M
para NS. armazém, armazéns; harém, haréns; condolências
jejum, jejuns.
exéquias
4. Aos substantivos terminados em R, Z e N
acrescenta-se-lhes ES: lar, lares; xadrez, fezes
xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes);
hífen, hífens (ou hífenes). óculos

Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; pêsames


cânon, cânones.
copas, espadas, ouros e paus (naipes)
5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e
UL o l por is: animal, animais; papel, papéis;
anzol, anzóis; paul, pauis.
Plural dos Nomes Compostos
Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul,
cônsules. 1. Somente o último elemento varia:

6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL a) nos compostos grafados sem hífen:


fazem o plural em: fóssil, fósseis; réptil, répteis. aguardente, aguardentes; claraboia, claraboias;
malmequer, malme-queres; vaivém, vaivéns;
Os substantivos oxítonos terminados em IL
mudam o l para S: barril, barris; fuzil, fuzis; b) nos compostos com os prefixos grão, grã e
projétil, projéteis. bel: grão-mestre, grão-mestres; grã-cruz, grã-
cruzes; bel-prazer, bel-prazeres;
7. Os substantivos terminados em S são
invariáveis, quando paroxítonos: o pires, os pires; c) nos compostos de verbo ou palavra invariável
o lápis, os lápis. seguida de substantivo ou adjetivo: beija-flor,
beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda-
Quando oxítonas ou monossílabos tônicos, junta- comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-
se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, reitores; sempre-viva, sempre-vivas. Nos
portugueses; burguês, burgueses; mês, meses; compostos de palavras repetidas mela-mela,
ás, ases. mela-melas; recoreco, recorecos; tique-tique, ti-
que-tiques)
São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São
invariáveis, também, os substantivos terminados 2. Somente o primeiro elemento é flexionado:
em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix,
os ônix. a) nos compostos ligados por preposição: copo-
de-leite, copos-de-leite; pinho-de-riga, pinhos-
8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem-
plural flexionando-se o substantivo primitivo e o rabo, burros-sem-rabo;
sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo
primitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, b) nos compostos de dois substantivos, o
papeizinhos; cãozinho, cãezitos. segundo indicando finalidade ou limitando a
significação do primeiro: pombo-correio, pombos-
Substantivos só usados no plural correio; navio-escola, navios-escola; peixe-
espada, peixes-espada; banana-maçã, bananas-
afazeres maçã.

arredores A tendência moderna é de pluralizar os dois


elementos: pombos-correios, homens-rãs,
cãs navios-escolas, etc.

3. Ambos os elementos são flexionados:

Língua Portuguesa 36
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a) nos compostos de substantivo + substantivo: Principais sufixos aumentativos
couve-flor, couves-flores; redator-chefe,
redatores-chefes; carta-compromisso, cartas- AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA,
compromissos. ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A
barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão,
b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro,
vice-versa): amor-perfeito, amores-perfeitos; copázio, cabeçorra, lobaz, dentuça.
gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida,
caras-pálidas. Principais Sufixos Diminutivos

São invariáveis: ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE,


ETO, ICO, TIM, ZINHO, ISCO, ITO, OLA, OTE,
a) os compostos de verbo + advérbio: o fala- UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.:
pouco, os fala-pouco; o pisa-mansinho, os pisa- lobacho, montículo, casebre, livresco, arejo,
mansinho; o colatudo, os cola-tudo; viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim,
pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito,
b) as expressões substantivas: o chove-não- bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo,
molha, os chove-não-molha; o não-bebe-nem- homúncula, apícula, velhusco.
desocupa-o-copo, os não-bebe-nem-desocupa-
o-copo; Observações:

c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e- • Alguns aumentativos e diminutivos, em


traz, os leva-e-traz; o perde-ganha, os perde- determinados contextos, adquirem valor
ganha. pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco,
mulherzinha, etc. Outros associam o valor
Obs: Alguns compostos admitem mais de um aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc.
plural, como é o caso por exemplo, de: fruta- pão,
fruta-pães ou frutas-pães; guarda-marinha, • É usual o emprego dos sufixos diminutivos
guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre- dando às palavras valor afetivo: Joãozinho,
nosso, padres-nossos ou padre-nossos; salvo- amorzinho, etc.
conduto, salvos-condutos ou salvo-condutos;
xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate. • Há casos em que o sufixo aumentativo ou
diminutivo é meramente formal, pois não dão à
Adjetivos Compostos palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz,
ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc.
Nos adjetivos compostos, apenas o último
elemento se flexiona. Ex.:histórico-geográfico, • Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os
histórico-geográficos; latino-americanos, latino- graus aumentativo e diminutivo, quase sempre
americanos; cívico-militar, cívico-militares. de maneira afetiva: bonitinho, grandinho,
bonzinho, pequenito.
1) Os adjetivos compostos referentes a cores
são invariáveis, quando o segundo elemento é Apresentamos alguns substantivos heterônimos
um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos ou desconexos. Em lugar de indicarem o gênero
amarelo-ouro, paredes azul-piscina. pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais
diferentes para designar o sexo:
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois
elementos variam: surdos-mudos > surdas- bode - cabra
mudas.
burro - besta
3) O composto azul-marinho é invariável:
gravatas azul-marinho. carneiro - ovelha

Graus do substantivo cão - cadela

Dois são os graus do substantivo - o aumentativo cavalheiro - dama


e o diminutivo, os quais podem ser: sintéticos ou
analíticos. compadre - comadre

Analítico frade - freira

Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou frei – soror


a diminuição do tamanho: boca pequena, prédio
imenso, livro grande. genro - nora

Sintético padre - madre

Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais padrasto - madrasta


aqui apresentados.

Língua Portuguesa 37
Apostilas Domínio
padrinho - madrinha acordo luso-franco-brasileiros

pai - mãe lente côncavo-convexa

veado - cerva lentes côncavo-convexas

zangão - abelha camisa verde-clara

etc. camisas verde-claras

ADJETIVOS sapato marrom-escuro

FLEXÃO DOS ADJETIVOS sapatos marrom-escuros

Gênero Observações:

Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: 1) Se o último elemento for substantivo, o


adjetivo composto fica invariável:
a) Uniforme: quando apresenta uma única forma
para os dois gêneros: homem inteligente - mulher camisa verde-abacate camisas verde-abacate
inteligente; homem simples - mulher simples;
aluno feliz - aluna feliz. sapato marrom-café sapatos marrom-café

b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro
para o masculino, outra para o feminino: homem
simpático / mulher simpática / homem alto / 2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-
mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa celeste ficam invariáveis:

Observação: no que se refere ao gênero, a flexão blusa azul-marinho blusas azul-marinho


dos adjetivos é semelhante a dos substantivos.
camisa azul-celeste camisas azul-celeste
Número
3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-
a) Adjetivo simples mudo, ambos os elementos variam:

Os adjetivos simples formam o plural da mesma menino surdo-mudo meninos surdos-mudos


maneira que os substantivos simples:
menina surda-muda meninas surdas-mudas
pessoa honesta pessoas honestas
Graus do Adjetivo
regra fácil regras fáceis
As variações de intensidade significativa dos
homem feliz homens felizes adjetivos podem ser expressas em dois graus:

Observação: os substantivos empregados como - o comparativo


adjetivos ficam invariáveis:
- o superlativo
blusa vinho blusas vinho
Comparativo
camisa rosa camisas rosa
Ao compararmos a qualidade de um ser com a de
b) Adjetivos compostos outro, ou com uma outra qualidade que o próprio
ser possui, podemos concluir que ela é igual,
Como regra geral, nos adjetivos compostos superior ou inferior. Daí os três tipos de
somente o último elemento varia, tanto em comparativo:
gênero quanto em número:
- Comparativo de igualdade:
acordos sócio-político-econômico
O espelho é tão valioso como (ou quanto) o
acordos sócio-político-econômicos vitral.

causa sócio-político-econômica Pedro é tão saudável como (ou quanto)


inteligente.
causas sócio-político-econômicas
- Comparativo de superioridade:
acordo luso-franco-brasileiro
O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro.

Língua Portuguesa 38
Apostilas Domínio
Este automóvel é mais confortável que (ou do amigo - amicíssimo
que) econômico.
áspero - aspérrimo
- Comparativo de inferioridade:
audaz - audacíssimo
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro.
benévolo - benevolentíssimo
Este automóvel é menos econômico que (ou do
que) confortável. célebre - celebérrimo

Ao expressarmos uma qualidade no seu mais cruel - crudelíssimo


elevado grau de intensidade, usamos o
superlativo, que pode ser absoluto ou relativo: eficaz - eficacíssimo

- Superlativo absoluto fiel - fidelíssimo

Neste caso não comparamos a qualidade com a frio - frigidíssimo


de outro ser:
incrível - incredibilíssimo
Esta cidade é poluidíssima.
íntegro - integérrimo
Esta cidade é muito poluída.
livre - libérrimo
- Superlativo relativo
magro - macérrimo
Consideramos o elevado grau de uma
qualidade, relacionando-a a outros seres: manso - mansuetíssimo

Este rio é o mais poluído de todos. negro - nigérrimo (negríssimo)

Este rio é o menos poluído de todos. pessoal - personalíssimo

Observe que o superlativo absoluto pode ser possível - possibilíssimo


sintético ou analítico:
próspero - prospérrimo
- Analítico: expresso com o auxílio de um
advérbio de intensidade - muito trabalhador, público - publicíssimo
excessivamente frágil, etc.
sábio - sapientíssimo
- Sintético: expresso por uma só palavra
(adjetivo + sufixo) – antiquíssimo: cristianíssimo, salubre - salubérrimo
sapientíssimo, etc.
simples – simplicíssimo
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno
possuem, para o comparativo e o superlativo, as terrível - terribilíssimo
seguintes formas especiais:
velho - vetérrimo
NORMAL COM. SUPERLATIVO
SUP. ABSOLUTO voraz - voracíssimo
RELATIVO
bom melhor ótimo ágil - agílimo

agudo - acutíssimo
mau pior péssimo
amável - amabilíssimo
grande maior máximo
antigo - antiquíssimo
pequeno menor mínimo
atroz - atrocíssimo

benéfico - beneficentíssimo
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos
sintéticos: capaz - capacíssimo

acre - acérrimo cristão - cristianíssimo

agradável - agradabilíssimo doce - dulcíssimo

amargo - amaríssimo

Língua Portuguesa 39
Apostilas Domínio
feroz - ferocíssimo Equador - equatoriano

frágil - fragilíssimo Filipinas - filipino

humilde - humílimo (humildíssimo) Florianópolis - florianopolitano

inimigo - inimicíssimo Fortaleza - fortalezense

jovem - juveníssimo Gabão - gabonês

magnífico - magnificentíssimo Genebra - genebrino

maléfico - maleficentíssimo Goiânia - goianense

miúdo - minutíssimo Groenlândia - groenlandês

nobre - nobilíssimo Guiné - guinéu, guineense

pobre - paupérrimo (pobríssimo) Himalaia - himalaico

preguiçoso - pigérrimo Hungria - húngaro, magiar

provável - probabilíssimo Iraque - iraquiano

pudico - pudicíssimo Bagdá - bagdali

sagrado - sacratíssimo Bogotá - bogotano

sensível - sensibilíssimo Braga - bracarense

tenro - tenerissimo Brasília - brasiliense

tétrico - tetérrimo Buenos Aires - portenho, buenairense

visível - visibilíssimo Campos - campista

vulnerável - vuInerabilíssimo Caracas - caraquenho

Ceilão - cingalês

Adjetivos Gentílicos e Pátrios Chipre - cipriota

Argélia – argelino Córdova - cordovês

Bizâncio - bizantino Creta - cretense

Bóston - bostoniano Cuiabá - cuiabano

Bragança - bragantino EI Salvador - salvadorenho

Bucareste - bucarestino, bucarestense Espírito Santo - espírito-santense, capixaba

Cairo - cairota Évora - eborense

Canaã - cananeu Finlândia - finlandês

Catalunha - catalão Formosa - formosano

Chicago - chicaguense Foz do lguaçu - iguaçuense

Coimbra - coimbrão, conimbricense Galiza - galego

Córsega - corso Gibraltar - gibraltarino

Croácia - croata Granada - granadino

Egito - egípcio Guatemala - guatemalteco

Língua Portuguesa 40
Apostilas Domínio
Haiti - haitiano Rio de Janeiro (Est.) - fluminense

Honduras - hondurenho Rio de Janeiro (cid.) - carioca

Ilhéus - ilheense Rio Grande do Norte - potiguar

Jerusalém - hierosolimita Salvador – salvadorenho, soteropolitano

Juiz de Fora - juiz-forense Toledo - toledano

Lima - limenho Rio Grande do Sul - gaúcho

Macau - macaense Varsóvia - varsoviano

João Pessoa - pessoense Vitória - vitoriense

La Paz - pacense, pacenho Locuções Adjetivas

Macapá - macapaense As expressões de valor adjetivo, formadas de


preposições mais substantivos, chamam-se
Maceió - maceioense LOCUÇÕES AD-JETIVAS. Estas, geralmente,
podem ser substituídas por um adjetivo
Madri - madrileno correspondente.

Marajó - marajoara PRONOMES

Moçambique - moçambicano Pronome é a palavra variável em gênero, número


e pessoa, que representa ou acompanha o
Montevidéu - montevideano substantivo, indicando-o como pessoa do
discurso. Quando o pronome representa o
Normândia - normando substantivo, dizemos tratar-se de pronome
substantivo.
Pequim - pequinês
• Ele chegou. (ele)
Porto - portuense
• Convidei-o. (o)
Quito - quitenho
Quando o pronome vem determinando o
Santiago - santiaguense substantivo, restringindo a extensão de seu
significado, dizemos tratar-se de pronome
São Paulo (Est.) - paulista adjetivo.

São Paulo (cid.) - paulistano • Esta casa é antiga. (esta)

Terra do Fogo - fueguino • Meu livro é antigo. (meu)

Três Corações - tricordiano Classificação dos Pronomes

Tripoli - tripolitano Há, em Português, seis espécies de pronomes:

Veneza - veneziano • pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e


as formas oblíquas de tratamento:
Madagáscar - malgaxe
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu
Manaus - manauense e flexões;

Minho - minhoto • demonstrativos: este, esse, aquele e flexões;


isto, isso, aquilo;
Mônaco - monegasco
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que,
Natal - natalense quem, onde;

Nova lguaçu - iguaçuano • indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito,


certo, pouco, vários, tanto quanto, qualquer e
Pisa - pisano flexões; alguém, ninguém, tudo, outrem, nada,
cada, algo.
Póvoa do Varzim - poveiro

Língua Portuguesa 41
Apostilas Domínio
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-
empregados em frases interrogativas. se os pronomes de tratamento. Referem-se à
pessoa a quem se fala, embora a concordância
PRONOMES PESSOAIS deva ser feita com a terceira pessoa. Convém
notar que, exceção feita a você, esses pronomes
Pronomes pessoais são aqueles que são empregados no tratamento cerimonioso.
representam as pessoas do discurso:
Veja, a seguir, alguns desses pronomes:
1ª pessoa: quem fala, o emissor.
PRONOME ABREV. EMPREGO
Eu sai (eu)
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
Nós saímos (nós)
Vossa Eminência V .Ema cardeais
Convidaram-me (me)
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em
Convidaram-nos (nós) geral Vossa Magnificência V. Mag a reitores de
universidades
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor.
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em
Tu saíste (tu) geral

Vós saístes (vós) Vossa Santidade V.S. papas

Convidaram-te (te) Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados

Convidaram-vos (vós) Vossa Majestade V.M. reis, imperadores

3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o São também pronomes de tratamento: o senhor,


referente. a senhora, você, vocês.

Ele saiu (ele) EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS

Eles sairam (eles) 1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU,


ELE/ELA, NÓS, VÓS, ELES/ELAS) devem ser
Convidei-o (o) empregados na função sintática de sujeito.
Considera-se errado seu emprego como
Convidei-os (os) complemento:

Os pronomes pessoais são os seguintes: Convidaram ELE para a festa (errado)

NÚMERO PESSOA CASO CASO Receberam NÓS com atenção (errado)


RETO OBLIQUO
singular 1ª eu me, mim, EU cheguei atrasado (certo)
comigo
ELE compareceu à festa (certo)
2ª tu te, ti,
contigo 2. Na função de complemento, usam-se os
pronomes oblíquos e não os pronomes retos:
3ª ele, ela se, si,
consigo, o, Convidei ELE (errado)
a, lhe
Chamaram NÓS (errado)
plural 1ª nós nós,
conosco Convidei-o. (certo)

2ª vós vós, Chamaram-NOS. (certo)


convosco
3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando
antecipados de preposição, passam a funcionar
3ª eles, se, si,
como oblíquos. Neste caso, considera-se correto
elas consigo,
seu emprego como complemento:
os, as, lhes
Informaram a ELE os reais motivos.

Emprestaram a NÓS os livros.


PRONOMES DE TRATAMENTO

Língua Portuguesa 42
Apostilas Domínio
Eles gostam muito de NÓS. reforço, tais pronomes devem ser substituídos
pela forma analítica:
4. As formas EU e TU só podem funcionar como
sujeito. Considera-se errado seu emprego como Queriam falar conosco = Queriam falar com nós
complemento: dois

Nunca houve desentendimento entre eu e tu. Queriam conversar convosco = Queriam


(errado) conversar com vós próprios.

Nunca houve desentendimento entre mim e ti. 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer
(certo) combinados entre si. As combinações possíveis
são as seguintes:
Como regra prática, podemos propor o seguinte:
quando precedidas de preposição, não se usam me+o=mo
as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
MIM e TI: te+o=to

Ninguém irá sem EU. (errado) lhe+o=lho

Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado) nos + o = no-lo

Ninguém irá sem MIM. (certo) vos + o = vo-lo

Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo) lhes + o = lho

Há, no entanto, um caso em que se empregam me + os = mos


as formas retas EU e TU mesmo precedidas por
preposição: quando essas formas funcionam te + os = tos
como sujeito de um verbo no infinitivo.
lhe + os = lhos
Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
nos + os = no-los
Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
vos + os = vo-los
Verifique que, neste caso, o emprego das formas
retas EU e TU é obrigatório, na medida em que lhes + os = lhos
tais pronomes exercem a função sintática de
sujeito. A combinação também é possível com os
pronomes oblíquos femininos a, as.
5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO
devem ser empregados somente como me+a=ma me + as = mas
reflexivos. Considera-se errada qualquer
construção em que os referidos pronomes não te+a=ta te + as = tas
sejam reflexivos:
- Você pagou o livro ao livreiro?
Querida, gosto muito de SI. (errado)
- Sim, paguei-LHO.
Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
Verifique que a forma combinada LHO resulta da
Querida, gosto muito de você. (certo) fusão de LHE (que representa o livreiro) com O
(que representa o livro).
Preciso muito falar com você. (certo)
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre
Observe que nos exemplos que seguem não há empregadas como complemento de verbos
erro algum, pois os pronomes SE, SI, CONSIGO, transitivos diretos, ao passo que as formas LHE,
foram empregados como reflexivos: LHES são empregadas como complemento de
verbos transitivos indiretos:
Ele feriu-se
O menino convidou-a. (V.T.D )
Cada um faça por si mesmo a redação
O filho obedece-lhe. (V.T. l )
O professor trouxe as provas consigo
Consideram-se erradas construções em que o
6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e pronome O (e flexões) aparece como
CONVOSCO são utilizados normalmente em sua complemento de verbos transitivos indiretos,
forma sintética. Caso haja palavra de assim como as construções em que o nome LHE
(LHES) aparece como complemento de verbos
transitivos diretos:

Língua Portuguesa 43
Apostilas Domínio
Eu lhe vi ontem. (errado) 14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento
(VOSSA MAJESTADE, VOSSA ALTEZA)
Nunca o obedeci. (errado) embora se refiram à pessoa com quem falamos
(2ª pessoa, portanto), do ponto de vista
Eu o vi ontem. (certo) gramatical, comportam-se como pronomes de
terceira pessoa:
Nunca lhe obedeci. (certo)
Você trouxe seus documentos?
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome
oblíquo pode funcionar como sujeito. Isto ocorre Vossa Excelência não precisa incomodar-se
com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar, com seus problemas.
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo
será sujeito desse infinitivo: COLOCAÇÃO DE PRONOMES

Deixei-o sair. Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME,


TE, SE, LHE, O, A, NÓS, VÓS, LHES, OS, AS)
Vi-o chegar. podem ocupar três posições:

Sofia deixou-se estar à janela. 1. Antes do verbo - próclise

É fácil perceber a função do sujeito dos Eu te observo há dias.


pronomes oblíquos, desenvolvendo as orações
reduzidas de infinitivo: 2. Depois do verbo - ênclise

Deixei-o sair = Deixei que ele saísse. Observo-te há dias.

10. Não se considera errada a repetição de 3. No interior do verbo - mesóclise


pronomes oblíquos:
Observar-te-ei sempre.
A mim, ninguém me engana.
Ênclise
A ti tocou-te a máquina mercante.
Na linguagem culta, a colocação que pode ser
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo considerada normal é a ênclise: o pronome
não constitui pleonasmo vicioso e sim ênfase. depois do verbo, funcionando como seu
complemento direto ou indireto.
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos
equivalem a pronomes possessivo, exercendo O pai esperava-o na estação agitada.
função sintática de adjunto adnominal:
Expliquei-lhe o motivo das férias.
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro.
Ainda na linguagem culta, em escritos formais e
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os de estilo cuidadoso, a ênclise é a colocação
seus conselhos. recomendada nos seguintes casos:

12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser 1. Quando o verbo iniciar a oração:
empregadas para representar uma única pessoa
(singular), adquirindo valor cerimonioso ou de Voltei-me em seguida para o céu límpido.
modéstia:
2. Quando o verbo iniciar a oração principal
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o precedida de pausa:
problema das enchentes.
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
Vós sois minha salvação, meu Deus!
3. Com o imperativo afirmativo:
13. Os pronomes de tratamento devem vir
precedidos de VOSSA, quando nos dirigimos à Companheiros, escutai-me.
pessoa representada pelo pronome, e por SUA,
quando falamos dessa pessoa: 4. Com o infinitivo impessoal:

Ao encontrar o governador, perguntou-lhe: A menina não entendera que engorda-las seria


apressar-lhes um destino na mesa.
Vossa Excelência já aprovou os projetos?
5. Com o gerúndio, não precedido da
Sua Excelência, o governador, deverá estar preposição EM:
presente na inauguração.
E saltou, chamando-me pelo nome, conversou
comigo.

Língua Portuguesa 44
Apostilas Domínio
6. Com o verbo que inicia a coordenada Com essas formas verbais a ênclise é
assindética. inadmissível:

A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma Lembrarei-me (!?)


pequena moeda de meio franco.
Diria-se (!?)
Próclise
O Pronome Átono nas Locuções Verbais
Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome
1. Quando o verbo estiver precedido de pode vir proclítico ou enclítico ao auxiliar, ou
pronomes relativos, indefinidos, interrogativos e depois do verbo principal.
conjunções.
Podemos contar-lhe o ocorrido.
As crianças que me serviram durante anos eram
bichos. Podemos-lhe contar o ocorrido.

Tudo me parecia que ia ser comida de avião. Não lhes podemos contar o ocorrido.

Quem lhe ensinou esses modos? O menino foi-se descontraindo.

Quem os ouvia, não os amou. O menino foi descontraindo-se.

Que lhes importa a eles a recompensa? O menino não se foi descontraindo.

Emília tinha quatorze anos quando a vi pela 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve
primeira vez. vir enclítico ou proclítico ao auxiliar, mas nunca
enclítico ao particípio.
2. Nas orações optativas (que exprimem
desejo): "Outro mérito do positivismo em relação a mim
foi ter-me levado a Descartes ."
Papai do céu o abençoe.
Tenho-me levantado cedo.
A terra lhes seja leve.
Não me tenho levantado cedo.
3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o
Em se animando, começa a contagiar-nos. infinitivo, ou entre o auxiliar e o gerúndio, já está
generalizado, mesmo na linguagem culta. Outro
Bromil era o suco em se tratando de combater a aspecto evidente, sobretudo na linguagem
tosse. coloquial e popular, é o da colocação do pronome
no início da oração, o que se deve evitar na
4. Com advérbios pronunciados juntamente com linguagem escrita.
o verbo, sem que haja pausa entre eles.
PRONOMES POSSESSIVOS
Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
Os pronomes possessivos referem-se às
Antes, falava-se tão-somente na aguardente da pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de
terra. alguma coisa.

Mesóclise Quando digo, por exemplo, .meu livro., a palavra


.meu. informa que o livro pertence a 1ª pessoa
Usa-se o pronome no interior das formas verbais (eu)
do futuro do presente e do futuro do pretérito do
indicativo, desde que estes verbos não estejam Eis as formas dos pronomes possessivos:
precedidos de palavras que reclamem a próclise.
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS,
Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris. MINHAS.

Dir-se-ia vir do oco da terra. 2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS.

Mas: 3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS.

Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris. 1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS,
NOSSAS.
Jamais se diria vir do oco da terra.
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS,
VOSSAS.

Língua Portuguesa 45
Apostilas Domínio
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. Podem os possessivos ser modificados por um
advérbio de intensidade.
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem
referir-se à 3ª pessoa (seu pai = o pai dele), como Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele
à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de você). gesto tão seu, quando não sabia o que dizer.

Por isso, toda vez que os ditos possessivos PRONOMES DEMONSTRATIVOS


derem margem a ambiguidade, devem ser
substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). São aqueles que determinam, no tempo ou no
espaço, a posição da coisa designada em
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião relação à pessoa gramatical.
dele.
Quando digo .este livro., estou afirmando que o
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa livro se encontra perto de mim a pessoa que fala.
deles. Por outro lado, .esse livro. indica que o livro está
longe da pessoa que fala e próximo da que ouve;
Eles batizaram com o nome delas as águas deste .aquele livro. indica que o livro está longe de
rio. ambas as pessoas.

Os possessivos devem ser usados com critério. Os pronomes demonstrativos são estes:
Substituí-los pelos pronomes oblíquos comunica
á frase desenvoltura e elegância. ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa

Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa


(em vez de: beijou as suas mãos).
AQUELE (e variações), próprio (e variações)
Não me respeitava a adolescência.
MESMO (e variações), próprio (e variações)
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da
face. SEMELHANTE (e variação), tal (e variação)

O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. Emprego dos Demonstrativos

Além da ideia de posse, podem ainda os 1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se:


pronomes exprimir:
a) Para indicar o que está próximo ou junto da
1. Cálculo aproximado, estimativa: 1ª pessoa (aquela que fala).

Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos Este documento que tenho nas mãos não é meu.

2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á Isto que carregamos pesa 5 kg.


personagem de uma história
b) Para indicar o que está em nós ou o que nos
O nosso homem não se deu por vencido. abrange fisicamente:

Chama-se Falcão o meu homem Este coração não pode me trair.

3. O mesmo que os indefinidos certo, algum Esta alma não traz pecados.

Eu cá tenho minhas dúvidas Tudo se fez por este país..

Cornélio teve suas horas amargas c) Para indicar o momento em que falamos:

4. Afetividade, cortesia Neste instante estou tranquilo.

Como vai, meu menino? Deste minuto em diante vou modificar-me.

Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo
passado, mas próximo do momento em que
No plural usam-se os possessivos falamos:
substantivados no sentido de parentes de família.
Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile.
É assim que um moço deve zelar o nome dos
seus? Esta noite (= a noite que passou) não dormi
bem.

Um dia destes estive em Porto Alegre.

Língua Portuguesa 46
Apostilas Domínio
e) Para indicar que o período de tempo é mais ou Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia
menos extenso e no qual se inclui o momento em não está muito distante.
que falamos:
3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
Nesta semana não choveu.
a) Para indicar o que está longe das duas
Neste mês a inflação foi maior. primeiras pessoas e refere-se á 3ª.

Este ano será bom para nós. Aquele documento que lá está é teu?

Este século terminará breve. Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.

f) Para indicar aquilo de que estamos tratando: b) Para indicar tempo passado mais ou menos
distante.
Este assunto já foi discutido ontem.
Naquele instante estava preocupado.
Tudo isto que estou dizendo já é velho.
Daquele instante em diante modifiquei-me.
g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês,
Só posso lhe dizer isto: nada somos. aquele ano, aquele século, para exprimir que o
tempo já decorreu.
Os tipos de artigo são estes: definidos e
indefinidos. 4. Quando se faz referência a duas pessoas ou
coisas já mencionadas, usa-se este (ou
2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se: variações) para a última pessoa ou coisa e
aquele (ou variações) para a primeira:
a) Para indicar o que está próximo ou junto da
2ª pessoa (aquela com quem se fala): Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se
encontrava nervoso e aquela tranquila.
Esse documento que tens na mão é teu?
5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos
Isso que carregas pesa 5 kg. pela preposição DE, pospostos a substantivos,
usam-se apenas no plural:
b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que
a abrange fisicamente: Você teria coragem de proferir um palavrão
desses, Rose?
Esse teu coração me traiu.
Com um frio destes não se pode sair de casa.
Essa alma traz inúmeros pecados.
Nunca vi uma coisa daquelas.
Quantos vivem nesse pais?
6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e
c) Para indicar o que se encontra distante de número quando têm caráter reforçativo:
nós, ou aquilo de que desejamos distância:
Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
O povo já não confia nesses políticos.
Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam
Não quero mais pensar nisso. suas camas.

d) Para indicar aquilo que já foi mencionado 7. O (e variações) é pronome demonstrativo


pela 2ª pessoa: quando equivale a AQUILO, ISSO ou AQUELE (e
variações).
Nessa tua pergunta muita matreirice se
esconde. Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro.

O que você quer dizer com isso? O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos
mestres.
e) Para indicar tempo passado, não muito
próximo do momento em que falamos: Das meninas, Jeni a (aquela) que mais
sobressaiu nos exames.
Um dia desses estive em Porto Alegre.
A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de
Comi naquele restaurante dia desses. fato, ela não ama os homens superiores.

f) Para indicar aquilo que já mencionamos: 8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO,
no mesmo instante:
Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.

Língua Portuguesa 47
Apostilas Domínio
A menina ia cair, nisto, o pai a segurou VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
Masculino Feminino Quem
9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado o qual os quais Que
na acepção DE ESTE, ISTO, ESSE, ISSO, a qual as quais Onde
AQUELE, AQUILO. cujo cujos cuja cujas
quanto quanta
Tal era a situação do país. quantos quantas
Não disse tal.

Tal não pôde comparecer.


Observações:
Pronome adjetivo quando acompanha
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a
substantivo ou pronome (atitudes tais merecem
pessoas, tem antecedente, vem sempre
cadeia, esses tais merecem cadeia), quando
antecedido de preposição, e equivale a O QUAL.
acompanha QUE, formando a expressão que tal?
(? que lhe parece?) em frases como Que tal
O médico de quem falo é meu conterrâneo.
minha filha? Que tais minhas filhas? e quando
correlativo DE QUAL ou OUTRO TAL: 2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do
qual, da qual, e precedem sempre um
Suas manias eram tais quais as minhas.
substantivo sem artigo.
A mãe era tal quais as filhas.
Qual será o animal cujo nome a autora não quis
revelar?
Os filhos são tais qual o pai.
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes
Tal pai, tal filho.
relativos quando precedidos de um dos
pronomes indefinidos: tudo, tanto(s), tanta(s),
É pronome substantivo em frases como:
todos, todas.
Não encontrarei tal (= tal coisa).
Tenho tudo quanto quero.
Não creio em tal (= tal coisa)
Leve tantos quantos precisar.
PRONOMES RELATIVOS
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se
Veja este exemplo: quebrou.

Armando comprou a casa QUE lhe convinha. 4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre
antecedente e equivale a EM QUE.
A palavra que representa o nome casa,
relacionando-se com o termo casa é um pronome A casa onde (= em que) moro foi de meu avô.
relativo.
PRONOMES INDEFINIDOS
PRONOMES RELATIVOS são palavras que
Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do
representam nomes já referidos, com os quais
discurso, designando-a de modo vago,
estão relacionados. Daí denominarem-se
impreciso, indeterminado.
relativos.
1. São pronomes indefinidos substantivos:
A palavra que o pronome relativo representa
ALGO, ALGUÉM, FULANO, SICRANO,
chama-se antecedente. No exemplo dado, o
BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM,
antecedente é casa.
QUEM, TUDO
Outros exemplos de pronomes relativos:
Exemplos:
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos.
Algo o incomoda?
O lugar onde paramos era deserto.
Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano
Traga tudo quanto lhe pertence. escreve.

Leve tantos ingressos quantos quiser. Não faças a outrem o que não queres que te
façam.
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual)
desistiu do concurso? Quem avisa amigo é.

Eis o quadro dos pronomes relativos: Encontrei quem me pode ajudar.

Língua Portuguesa 48
Apostilas Domínio
Ele gosta de quem o elogia. Chove. O céu dorme.

2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, VERBO é a palavra variável que exprime ação,
CERTO, CERTOS, CERTA CERTAS. estado, mudança de estado e fenômeno,
situando-se no tempo.
Cada povo tem seus costumes.
FLEXÕES
Certas pessoas exercem várias profissões.
O verbo é a classe de palavras que apresenta o
Certo dia apareceu em casa um repórter maior número de flexões na língua portuguesa.
famoso. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em
si diversas informações. A forma
PRONOMES INTERROGATIVOS CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:

Aparecem em frases interrogativas. Como os • a ação de cantar.


indefinidos, referem-se de modo impreciso à 3ª
pessoa do discurso. • a pessoa gramatical que pratica essa ação
(nós).
Exemplos:
• o número gramatical (plural).
Que há?
• o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
Que dia é hoje?
• o modo como é encarada a ação: um fato
Reagir contra quê? realmente acontecido no passado (indicativo).

Por que motivo não veio? • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).

Quem foi? Portanto, o verbo flexiona-se em número,


pessoa, modo, tempo e voz.
Qual será?
1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
Quantos vêm?
O menino olhou para o animal com olhos
Quantas irmãs tens? alegres. (singular).

VERBO Os meninos olharam para o animal com olhos


alegres. (plural).
CONCEITO
2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três
.As palavras em destaque no texto abaixo pessoas gramaticais:
exprimem ações, situando-as no tempo.
1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser
Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a
queixa. Deu-me a receita de como matá-las. Que a) do singular - corresponde ao pronome
misturasse em partes iguais açúcar, farinha e pessoal EU. Ex.: Eu adormeço.
gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso
esturricaria dentro elas. Assim fiz. Morreram.. b) do plural - corresponde ao pronome pessoal
NÓS. Ex.: Nós adormecemos.
(Clarice Lispector)
2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser
Essas palavras são verbos. O verbo também
pode exprimir: a) do singular - corresponde ao pronome
pessoal TU. Ex.:Tu adormeces.
a) Estado:
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal
Não sou alegre nem sou triste. VÓS. Ex.:Vós adormeceis.

Sou poeta. 3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser

b) Mudança de estado: a) do singular - corresponde aos pronomes


pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela adormece.
Meu avô foi buscar ouro.
b) do plural - corresponde aos pronomes
Mas o ouro virou terra. pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles adormecem.

c) Fenômeno:

Língua Portuguesa 49
Apostilas Domínio
3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de Infinitivo impessoal (falar)
indicar a atitude do falante em relação ao fato que
comunica. Pessoal (falar eu, falares tu, etc.)

Há três modos em português. FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando)

a) indicativo: a atitude do falante é de certeza Particípio (falado)


diante do fato.
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser:
A cachorra Baleia corria na frente.
a) agente do fato expresso.
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida
diante do fato. O carroceiro disse um palavrão.

Talvez a cachorra Baleia corra na frente . (sujeito agente)

c) imperativo: o fato é enunciado como uma O verbo está na voz ativa.


ordem, um conselho, um pedido
b) paciente do fato expresso:

Corra na frente, Baleia. Um palavrão foi dito pelo carroceiro.

4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de (sujeito paciente)


localizar o fato no tempo, em relação ao
momento em que se fala. Os três tempos básicos O verbo está na voz passiva.
são:
c) agente e paciente do fato expresso:
a) presente: a ação ocorre no momento em que
se fala: O carroceiro machucou-se.

Fecho os olhos, agito a cabeça. (sujeito agente e paciente)

b) pretérito (passado): a ação transcorreu num O verbo está na voz reflexiva.


momento anterior àquele em que se fala:
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E
Fechei os olhos, agitei a cabeça. ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de rizotônica à
forma verbal cujo acento tônico está no radical.
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o
momento em que se fala: Falo - Estudam.

Fecharei os olhos, agitarei a cabeça. Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal


cujo acento tônico está fora do radical.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o
que não ocorre com o presente. Falamos - Estudarei.

Veja o esquema dos tempos simples em 7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos


português: classificam-se em:

Presente (falo) a) regulares - são aqueles que possuem as


desinências normais de sua conjugação e cuja
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) flexão não provoca alterações no radical: canto -
cantei - cantarei – cantava - cantasse.
Imperfeito (falava) Mais- que-perfeito (falara)
b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca
Futuro do presente (falarei) alterações no radical ou nas desinências: faço -
fiz - farei - fizesse.
do pretérito (falaria)
c) defectivos - são aqueles que não apresentam
Presente (fale) conjugação completa, como por exemplo, os
verbos falir, abolir e os verbos que indicam
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse) fenômenos naturais, como CHOVER,
TROVEJAR, etc.
Futuro (falar)
d) abundantes - são aqueles que possuem mais
Há ainda três formas que não exprimem de uma forma com o mesmo valor. Geralmente,
exatamente o tempo em que se dá o fato essa característica ocorre no particípio: matado
expresso. São as formas nominais, que - morto - enxugado - enxuto.
completam o esquema dos tempos simples.

Língua Portuguesa 50
Apostilas Domínio
e) anômalos - são aqueles que incluem mais de Naquele presídio havia frequentes rebeliões de
um radical em sua conjugação. presos.

verbo ser: sou - fui 3) DECORRER, FAZER, com referência ao


tempo passado:
verbo ir: vou - ia
Há meses que não o vejo.
QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO
SUJEITO Haverá nove dias que ele nos visitou.

1. Pessoais: são aqueles que se referem a Havia já duas semanas que Marcos não
qualquer sujeito implícito ou explícito. Quase trabalhava.
todos os verbos são pessoais.
O fato aconteceu há cerca de oito meses.
O Nino apareceu na porta.
Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo
2. Impessoais: são aqueles que não se referem HAVER concorda no pretérito imperfeito, e não
a qualquer sujeito implícito ou explícito. São no presente:
utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais:
Havia (e não HÁ) meses que a escola estava
a) verbos que indicam fenômenos fechada.
meteorológicos: chover, nevar, ventar, etc.
Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
Garoava na madrugada roxa.
Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, tempo.
acontecer:
Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o
Houve um espetáculo ontem. procurava.

Há alunos na sala. 4) REALIZAR-SE

Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Houve festas e jogos.
Anica com seus olhos claros.
Se não chovesse, teria havido outros
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou espetáculos.
fenômeno meteorológico.
Todas as noites havia ensaios das escolas de
Fazia dois anos que eu estava casado. samba.

Faz muito frio nesta região? 5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo
(em frases negativas e seguido de infinitivo):
O VERBO HAVER (empregado
impessoalmente) Em pontos de ciência não há transigir.

O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, Não há contê-lo, então, no ímpeto.


usado invariavelmente na 3ª pessoa do singular
- quando significa: Não havia descrer na sinceridade de ambos.

1) EXISTIR Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas


afeiçõezinhas.
Há pessoas que nos querem bem.
E não houve convencê-lo do contrário.
Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
Brigavam à toa, sem que houvesse motivos
sérios. Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a
locução adverbial de há muito (= desde muito
Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram tempo, há muito tempo):
leitores.
De há muito que esta árvore não dá frutos.
2) ACONTECER, SUCEDER
De há muito não o vejo.
Houve casos difíceis na minha profissão de
médico. O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade
aos verbos que com ele formam locução, os
Não haja desavenças entre vós. quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª
pessoa do singular:

Língua Portuguesa 51
Apostilas Domínio
Vai haver eleições em outubro. - um fato que ocorre no momento em que se
fala.
Começou a haver reclamações.
Eles estudam silenciosamente.
Não pode haver umas sem as outras.
Eles estão estudando silenciosamente.
Parecia haver mais curiosos do que
interessados. - uma ação habitual.

Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. Corra todas as manhãs.

A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA - uma verdade universal (ou tida como tal):
VISTO. Pode ser construída de três modos:
O homem é mortal.
Hajam vista os livros desse autor.
A mulher ama ou odeia, não há outra
Haja vista os livros desse autor. alternativa.

Haja vista aos livros desse autor. - fatos já passados. Usa-se o presente em lugar
do pretérito para dar maior realce à narrativa.
CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem Espírito das Leis".
alterar substancialmente o sentido da frase.
É o chamado presente histórico ou narrativo.
Exemplo:
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa) incertos:

A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz Amanhã vou à escola.


passiva)
Qualquer dia eu te telefono.
Observe que o objeto direto será o sujeito da
passiva, o sujeito da ativa passará a agente da b) Pretérito Imperfeito
passiva e o verbo assumirá a forma passiva,
conservando o mesmo tempo. Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo
para designar:
Outros exemplos:
- um fato passado contínuo, habitual,
Os calores intensos provocam as chuvas. permanente:

As chuvas são provocadas pelos calores Ele andava à toa.


intensos.
Nós vendíamos sempre fiado.
Eu o acompanharei.
- um fato passado, mas de incerta localização no
Ele será acompanhado por mim. tempo. É o que ocorre por exemplo, no inicio das
fábulas, lendas, histórias infantis.
Todos te louvariam.
Era uma vez...
Serias louvado por todos.
- um fato presente em relação a outro fato
Prejudicaram-me. passado.

Fui prejudicado. Eu lia quando ele chegou.

Condenar-te-iam. c) Pretérito Perfeito

Serias condenado. Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para


referir um fato já ocorrido, concluído.
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS
Estudei a noite inteira.
a) Presente
Usa-se a forma composta para indicar uma ação
Emprega-se o presente do indicativo para que se prolonga até o momento presente.
assinalar:
Tenho estudado todas as noites.

Língua Portuguesa 52
Apostilas Domínio
d) Pretérito mais-que-perfeito Que tenha estudado bastante é o que espero.

Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o


ação passada em relação a outro fato passado pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo para
(ou seja, é o passado do passado): indicar um fato passado em relação a outro fato
passado, sempre de acordo com as regras típicas
A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a do modo subjuntivo:
alcançou.
Se não tivéssemos saído da sala, teríamos
e) Futuro do Presente terminado a prova tranquilamente.

Emprega-se o futuro do presente do indicativo e) Futuro


para apontar um fato futuro em relação ao
momento em que se fala. Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar
um fato futuro já concluído em relação a outro
Irei à escola. fato futuro.

f) Futuro do Pretérito Quando eu voltar, saberei o que fazer.

Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo VERBOS IRREGULARES


para assinalar:
DAR
- um fato futuro, em relação a outro fato
passado. Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais,
dão
- Eu jogaria se não tivesse chovido.
Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes,
- um fato futuro, mas duvidoso, incerto. deram

- Seria realmente agradável ter de sair? Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera,
déramos, déreis, deram
Um fato presente: nesse caso, o futuro do
pretérito indica polidez e às vezes, ironia. Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis,
dêem
- Daria para fazer silêncio?!
Imperfeito do subjuntivodesse, desses, desse,
Modo Subjuntivo déssemos, désseis, dessem

a) Presente Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos,


derdes, derem
Emprega-se o presente do subjuntivo para
mostrar: MOBILIAR

- um fato presente, mas duvidoso, incerto. Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília,
mobiliamos, mobiliais, mobiliam
Talvez eles estudem... não sei.
Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie,
- um desejo, uma vontade: mobiliemos, mobilieis, mobiliem

Que eles estudem, este é o desejo dos pais e Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai,
dos professores. mobiliem

b) Pretérito Imperfeito AGUAR

Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo Presente do indicativo águo, águas, água,


para indicar uma hipótese, uma condição. aguamos, aguais, águam

Se eu estudasse, a história seria outra. Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou,


aguamos, aguastes, aguaram
Nós combinamos que se chovesse não haveria
jogo. Presente do subjuntivo águe, agues, ague,
aguemos, agueis, águem
e) Pretérito Perfeito
MAGOAR
Emprega-se o pretérito perfeito composto do
subjuntivo para apontar um fato passado, mas Presente do indicativo magoo, magoas, magoa,
incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as magoamos, magoais, magoam
características do modo subjuntivo).

Língua Portuguesa 53
Apostilas Domínio
Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras,
magoamos, magoastes, magoaram copiara, copiáramos, copiáreis, copiaram

Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, Presente do subjuntivo copie, copies, copie,
magoemos, magoeis, magoem copiemos, copieis, copiem

Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos,
caçoar, voar e perdoar copiai, copiem

APIEDAR-SE ODIAR

Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, Presente do indicativo odeio, odeias, odeia,


apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-vos, odiamos, odiais, odeiam
apiadam-se Presente do subjuntivo apiade-me,
apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei- Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava,
vos, apiedem-se Nas formas rizotônicas, o E do odiávamos, odiáveis, odiavam
radical é substituído por A
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos,
MOSCAR odiastes, odiaram

Presente do indicativo musco, muscas, musca, Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras,


moscamos, moscais, muscam odiara, odiáramos, odiáreis, odiaram

Presente do subjuntivo musque, musques, Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie,


musque, mosquemos, mosqueis, musquem odiemos, odieis, odeiem

Nas formas rizotônicas, o O do radical é Conjugam-se como odiar, mediar, remediar,


substituído por U incendiar, ansiar

RESFOLEGAR CABER

Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, Presente do indicativo caibo, cabes, cabe,


resfolga, resfolegamos, resfolegais, resfolgam cabemos, cabeis, cabem

Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, Pretérito perfeito coube, coubeste, coube,


resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, coubemos, coubestes, couberam
resfolguem
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas,
Nas formas rizotônicas, o E do radical coubera, coubéramos, coubéreis, couberam
desaparece
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba,
NOMEAR caibamos, caibais, caibam

Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, Imperfeito do subjuntivocoubesse, coubesses,


nomeamos, nomeais, nomeiam coubesse, coubéssemos, coubésseis,
coubessem
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas,
nomeava, nomeávamos, nomeáveis, nomeavam Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber,
coubermos, couberdes, couberem
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou,
nomeamos, nomeastes, nomearam O verbo CABER não se apresenta conjugado
nem no imperativo afirmativo nem no imperativo
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, negativo
nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem
CRER
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie,
nomeemos, nomeai, nomeiem Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos,
credes, crêem
Conjugam-se como nomear, cear, hastear,
peritear, recear, passear Presente do subjuntivo creia, creias, creia,
creiamos, creiais, creiam
COPIAR
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede,
Presente do indicativo copio, copias, copia, creiam
copiamos, copiais, copiam
Conjugam-se como crer, ler e descrer
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou,
copiamos, copiastes, copiaram DIZER

Língua Portuguesa 54
Apostilas Domínio
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, Imperativo afirmativo perde, perca, percamos,
dizeis, dizem perdei, percam

Pretérito perfeito disse, disseste, disse, PODER


dissemos, dissestes, disseram
Presente do Indicativo posso, podes, pode,
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, podemos, podeis, podem
dissera, disséramos, disséreis, disseram
Pretérito Imperfeito podia, podias, podia,
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, podíamos, podíeis, podiam
direis, dirão
Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde,
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, pudemos, pudestes, puderam
diríeis, diriam
Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas,
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, pudera, pudéramos, pudéreis, puderam
digamos, digais, digam
Presente do subjuntivo possa, possas, possa,
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, possamos, possais, possam
dissesse, disséssemos, dissésseis, dissesse
Pretérito imperfeito pudesse, pudesses,
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, pudesse, pudéssemos, pudésseis, pudessem
disserdes, disserem
Futuro puder, puderes, puder, pudermos,
Particípio dito puderdes, puderem

Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, Infinitivo pessoal pode, poderes, poder,
predizer, maldizer podermos, poderdes, poderem

FAZER Gerúndio podendo

Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, Particípio podido


fazeis, fazem
O verbo PODER não se apresenta conjugado
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos nem no imperativo afirmativo nem no imperativo
fizestes, fizeram negativo

Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, PROVER


fizéramos, fizéreis, fizeram
Presente do indicativo provejo, provês, provê,
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, provemos, provedes, provêem
fareis, farão
Pretérito imperfeito provia, provias, provia,
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, províamos, províeis, proviam
faríeis, fariam
Pretérito perfeito provi, proveste, proveu,
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, provemos, provestes, proveram
façam
Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras,
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, provera, provêramos, provêreis, proveram
façamos, façais, façam
Futuro do presente proverei, proverás, proverá,
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, proveremos, provereis, proverão
fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem
Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria,
Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, proveríamos, proveríeis, proveriam
fizermos, fizerdes, fizerem
Imperativo provê, proveja, provejamos, provede,
Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer provejam
satisfazer
Presente do subjuntivo proveja, provejas,
PERDER proveja, provejamos, provejais. provejam

Presente do indicativo perco, perdes, perde, Pretérito imperfeito provesse, provesses,


perdemos, perdeis, perdem provesse, provêssemos, provêsseis, provessem

Presente do subjuntivo perca, percas, perca, Futuro prover, proveres, prover, provermos,
percamos, percais. percam proverdes, proverem

Língua Portuguesa 55
Apostilas Domínio
Gerúndio provendo Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve,
reouvemos, reouvestes, reouveram
Particípio provido
Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras,
QUERER reouvera, reouvéramos, reouvéreis, reouveram

Presente do indicativo quero, queres, quer, Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse,


queremos, quereis, querem reouvesses, reouvesse, reouvéssemos,
reouvésseis, reouvessem
Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos,
quisestes, quiseram Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos,
reouverdes, reouverem
Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras,
quisera, quiséramos, quiséreis, quiseram O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas
só nas formas em que esse apresenta a letra v
Presente do subjuntivo queira, queiras, queira,
queiramos, queirais, queiram SABER

Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, Presente do indicativo sei, sabes, sabe,


quisesse, quiséssemos quisésseis, quisessem sabemos, sabeis, sabem

Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, Pretérito perfeito soube, soubeste, soube,
quiserdes, quiserem soubemos, soubestes, souberam

REQUERER Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas,


soubera, soubéramos, soubéreis, souberam
Presente do indicativo requeiro, requeres, requer,
requeremos, requereis. requerem Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia,
sabíamos, sabíeis, sabiam
Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu,
requeremos, requereste, requereram Presente do subjuntivo soubesse, soubesses,
soubesse, soubéssemos, soubésseis,
Pretérito mais-que-perfeito requerera, soubessem
requereras, requerera, requereramos,
requerereis, requereram Futuro souber, souberes, souber, soubermos,
souberdes, souberem
Futuro do presente requererei, requererás
requererá, requereremos, requerereis, VALER
requererão
Presente do indicativo valho, vales, vale,
Futuro do pretérito requereria, requererias, valemos, valeis, valem
requereria, requereríamos, requereríeis,
requereriam Presente do subjuntivo valha, valhas, valha,
valhamos, valhais, valham
Imperativo requere, requeira, requeiramos,
requerer, requeiram Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos,
valei, valham
Presente do subjuntivo requeira, requeiras,
requeira, requeiramos, requeirais, requeiram TRAZER

Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, Presente do indicativo trago, trazes, traz,


requeresse, requerêssemos, requerêsseis, trazemos, trazeis, trazem
requeressem,
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia,
Futuro requerer, requereres, requerer, trazíamos, trazíeis, traziam
requerermos, requererdes, requerem
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe,
Gerúndio requerendo trouxemos, trouxestes, trouxeram

Particípio requerido Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras,


trouxera, trouxéramos, trouxéreis, trouxeram
O verbo REQUERER não se conjuga como
querer. Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos,
trareis, trarão
REAVER
Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos,
Presente do indicativo reavemos, reaveis traríeis, trariam

Língua Portuguesa 56
Apostilas Domínio
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos,
abolirdes, abolirem
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga,
tragamos, tragais, tragam Imperativo afirmativo abole, aboli

Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, Imperativo negativo não há


trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis,
trouxessem Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir,
abolirmos, abolirdes, abolirem
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos,
trouxerdes, trouxerem Infinitivo impessoal abolir

Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, Gerúndio abolindo


trazermos, trazerdes, trazerem
Particípio abolido
Gerúndio trazendo
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em
Particípio trazido que depois do L do radical há E ou I.

VER AGREDIR

Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, Presente do indicativo agrido, agrides, agride,
vedes, vêem agredimos, agredis, agridem

Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida,
viram agridamos, agridais, agridam

Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi,
viramos, vireis, viram agridam

Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR
vós, vejam vocês apresenta o E do radical substituído por I.

Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, COBRIR


vejamos, vejais, vejam
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre,
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, cobrimos, cobris, cobrem
víssemos, vísseis, vissem
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra,
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem cubramos, cubrais, cubram

Particípio visto Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri,


cubram
ABOLIR
Particípio coberto
Presente do indicativo aboles, abole abolimos,
abolis, abolem Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir,
descobrir, engolir
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia,
abolíamos, abolíeis, aboliam FALIR

Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, Presente do indicativo falimos, falis


abolimos, abolistes, aboliram
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos,
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, falíeis, faliam
abolira, abolíramos, abolíreis, aboliram
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira,
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, falíramos, falireis, faliram
aboliremos, abolireis, abolirão
Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos,
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, falistes, faliram
aboliríamos, aboliríeis, aboliriam
Futuro do presente falirei, falirás, falirá,
Presente do subjuntivo não há faliremos, falireis, falirão

Presente imperfeito abolisse, abolisses, Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria,


abolisse, abolíssemos, abolísseis, abolissem faliríamos, faliríeis, faliriam

Língua Portuguesa 57
Apostilas Domínio
Presente do subjuntivo não há Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis,
iriam
Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse,
falíssemos, falísseis, falissem Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão

Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem Imperativo negativo não vão, não vá, não
vamos, não vades, não vão
Imperativo afirmativo fali (vós)
Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos,
Imperativo negativo não há vades, vão

Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse,
falirdes, falirem fôssemos, fôsseis, fossem

Gerúndio falindo Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem

Particípio falido Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem

FERIR Gerúndio indo

Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, Particípio ido


feris, ferem
OUVIR
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos,
firais, firam Presente do indicativo ouço, ouves, ouve,
ouvimos, ouvis, ouvem
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir,
inserir e seus derivados. Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça,
ouçamos, ouçais, ouçam
MENTIR
Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Presente do indicativo minto, mentes, mente,
mentimos, mentis, mentem Particípio ouvido

Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, PEDIR


mintamos, mintais, mintam
Presente do indicativo peço, pedes, pede,
Imperativo mente, minta, mintamos, menti, pedimos, pedis, pedem
mintam
Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos,
Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, pedistes, pediram
competir, consentir, pressentir.
Presente do subjuntivo peça, peças, peça,
FUGIR peçamos, peçais, peçam

Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
fugis, fogem
Conjugam-se como pedir: medir, despedir,
Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam impedir, expedir

Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, POLIR


fujais, fujam
Presente do indicativo pulo, pules, pule,
IR polimos, polis, pulem

Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, Presente do subjuntivo pula, pulas, pula,
ides, vão pulamos, pulais, pulam

Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam

Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, REMIR


foram
Presente do indicativo redimo, redimes, redime,
Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, redimimos, redimis, redimem
fôramos, fôreis, foram
Presente do subjuntivo redima, redimas, redima,
Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, redimamos, redimais, redimam
irão

Língua Portuguesa 58
Apostilas Domínio
RIR Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes,
virem
Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides,
riem Gerúndio vindo

Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, Particípio vindo


riam
Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir,
Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram provir, sobrevir

Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, SUMIR


ríramos, rireis, riram
Presente do indicativo sumo, somes, some,
Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, sumimos, sumis, somem
rireis, rirão
Presente do subjuntivo suma, sumas, suma,
Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, sumamos, sumais, sumam
riríeis, ririam
Imperativo some, suma, sumamos, sumi,
Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam sumam

Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir,
riam escapulir, fugir, consumir, cuspir

Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, ADVÉRBIO


rísseis, rissem
Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem adjetivo ou o próprio advérbio, exprimindo uma
circunstância.
Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes,
rirem Os advérbios dividem-se em:

Gerúndio rindo 1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém,
além, algures, alhures, nenhures, atrás, fora,
Particípio rido dentro, perto, longe, adiante, diante, onde,
avante, através, defronte, aonde, etc.
Conjuga-se como rir: sorrir
2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora,
VIR anteontem, sempre, nunca, já, cedo, logo, tarde,
ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve,
Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, brevemente, entrementes, raramente,
vindes, vêm imediatamente, etc.

Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, 3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar,
vínhamos, vínheis, vinham como, debalde, pior, melhor, suavemente,
tenazmente, comumente, etc.
Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos,
viestes, vieram 4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais,
menos, tão, bastante, demasiado, meio,
Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, completamente, profundamente, quanto, quão,
viéramos, viéreis, vieram tanto, bem, mal, quase, apenas, etc.

Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, 5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente,
vireis, virão realmente, efefivamente, etc.

Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, 6) NEGAÇÃO: não.


viríeis, viriam
7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura,
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, possivelmente, quiçá, decerto, provavelmente,
vinde, venham etc.

Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, Há Muitas Locuções Adverbiais


venhamos, venhais, venham
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à
Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, distância, à frente, à entrada, à saída, ao lado, ao
viéssemos, viésseis, viessem fundo, ao longo, de fora, de lado, etc.

Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem

Língua Portuguesa 59
Apostilas Domínio
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia,
de tarde, à tarde, à noite, às ave-marias, ao
entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, NUMERAL
de repente, de vez em quando, de longe em
longe, etc. Numeral é a palavra que indica quantidade,
ordem, múltiplo ou fração.
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a
contento, a esmo, de bom grado, de cor, de O numeral classifica-se em:
mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em
geral, a cada passo, às avessas, ao invés, às - cardinal - quando indica quantidade.
claras, a pique, a olhos vistos, de propósito, de
súbito, por um triz, etc. - ordinal - quando indica ordem.

4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a - multiplicativo - quando indica multiplicação.


cavalo, a martelo, a máquina, a tinta, a paulada,
a mão, a facadas, a picareta, etc. - fracionário - quando indica fracionamento.

5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, Exemplos:


etc.
Silvia comprou dois livros.
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo
nenhum, em hipótese alguma, etc. Antônio marcou o primeiro gol.

7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, Na semana seguinte, o anel custará o dobro do
etc. preço.

Advérbios Interrogativos O galinheiro ocupava um quarto da quintal.

Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?,


como?

Palavras Denotativas

Certas palavras, por não se poderem enquadrar


entre os advérbios, terão classificação à parte.
São palavras que denotam exclusão, inclusão,
situação, designação, realce, retificação,
afetividade, etc.

1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão,


etc.

2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo,


inclusive, etc.

3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal,


etc.

4) DE DESIGNAÇÃO - eis.

5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor,


ou antes, etc.

6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas,


etc.

Você lá sabe o que está dizendo, homem...

Mas que olhos lindos!

Veja só que maravilha!

QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS

Língua Portuguesa 60
Apostilas Domínio
Algarismos Numerais
Leão Xlll (treze)
Romanos Arábicos Cardinais Ordinários Multiplicativos Fracionários ano Xl (onze)
I 1 Um Primeiro Simples -
Pio Xll (doze)
II 2 Dois Segundo Duplo Meio século XVI
Dobro (dezesseis)
III 3 Três Terceiro Tríplice Terço
Luis XV
IV 4 Quatro Quarto Quádruplo Quarto (quinze)
V 5 Cinco Quinto Quíntuplo Quinto capitulo XX
VI 6 Seis Sexto Sêxtuplo Sexto (vinte)
VII 7 Sete Sétimo Sétuplo Sétimo Se o numeral
VIII 8 Oito Oitavo Óctuplo Oitavo aparece antes, é
IX 9 Nove Nono Nônuplo Nono lido como
ordinal.
X 10 Dez Décimo Décuplo Décimo
XI 11 Onze Décimo primeiro - Onze avos XX Salão do
XII 12 Doze Décimo segundo - Doze avos Automóvel
(vigésimo)
XIII 13 Treze Décimo terceiro - Treze avos
XIV 14 Quatorze Décimo quarto - Quatorze avos VI Festival da
XV 15 Quinze Décimo quinto - Quinze avos Canção (sexto)
XVI 16 Dezesseis Décimo sexto - Dezesseis avos lV Bienal do
XVII 17 Dezessete Décimo sétimo - Dezessete avos Livro (quarta)
XVIII 18 Dezoito Décimo oitavo - Dezoito avos
XVI capítulo da
XIX 19 Dezenove Décimo nono - Dezenove avos telenovela
XX 20 Vinte Vigésimo - Vinte avos (décimo sexto)
XXX 30 Trinta Trigésimo - Trinta avos
Quando se
XL 40 Quarenta Quadragésimo - Quarenta avos trata do
L 50 Cinquenta Quinquagésimo - Cinquenta avos primeiro dia do
mês, deve-se
LX 60 Sessenta Sexagésima - Sessenta avos
dar preferência
LXX 70 Setenta Septuagésima - Setenta avos ao emprego do
LXXX 80 Oitenta Octogésimo - Oitenta avos ordinal.
XC 90 Noventa Nonagésimo - Noventa avos
Hoje é primeiro
C 100 Cem Centésimo - Centésimo de setembro
CC 200 Duzentos centésimo - Ducentésimo
Não é
CCC 300 Trezentos Trecentésimo - Trecentésimo aconselhável
CD 400 Quatrocentos Quadringentésimo - Quadringentésimo iniciar período
D 500 Quinhentos Quingentésimo - Quingentésimo com algarismos
DC 600 Seiscentos Sexcentésimo - Sexcentésimo 16 anos tinha
DCC 700 Setecentos Septingentésimo - Septingentésimo Patrícia =
DCCC 800 Oitocentos Octingentésimo - Octingentésimo Dezesseis anos
tinha Patrícia
CM 900 Novecentos Nogentésimo - Nogentésimo
M 1000 Mil Milésimo - Milésimo A título de
brevidade,
Emprego do Numeral
usamos constantemente os cardinais pelos

ordinais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima


Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos,
primeira casa), página trinta e dois (= a trigésima
séculos, capítulos, etc. empregam-se de 1 a 10
segunda página). Os cardinais um e dois não
os ordinais.
variam nesse caso porque está subentendida a
palavra número. Casa número vinte e um, página
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro)
número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e
escrever também: a folha vinte e um, a folha trinta
Luis X (décimo) ano I (primeiro)
e dois. Na linguagem forense, vemos o numeral
Pio lX (nono) século lV (quarto) flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e
duas.
De 11 em diante, empregam-se os cardinais:

Língua Portuguesa 61
Apostilas Domínio
ARTIGO 7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.

Artigo é uma palavra que antepomos aos 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que,
substantivos para determiná-los. Indica-lhes, ao tamanho... que, de sorte que, de forma que, de
mesmo tempo, o gênero e o número. modo que, etc.

Dividem-se em 9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à


medida que, quanto... tanto mais, etc.
• definidos: O, A, OS, AS
10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que,
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. depois que, etc.

Os definidos determinam os substantivos de VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS


modo preciso, particular. CONJUNÇÕES

Viajei com o médico. (Um médico referido, Examinemos estes exemplos:


conhecido, determinado).
1º) Tristeza e alegria não moram juntas.
Os indefinidos determinam os substantivos de
modo vago, impreciso, geral. 2º) Os livros ensinam e divertem.

Viajei com um médico. (Um médico não referido, 3º) Saímos de casa quando amanhecia.
desconhecido, indeterminado).
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas
lsoladamente, os artigos são palavras de todo palavras da mesma oração: é uma conjunção.
vazias de sentido.
No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e
CONJUNÇÃO QUANDO estão ligando orações: são também
conjunções.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais
orações. Conjunção é uma palavra invariável que liga
orações ou palavras da mesma oração.
Coniunções Coordenativas
No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem
1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, fazer que uma dependa da outra, sem que a
etc. segunda complete o sentido da primeira: por isso,
a conjunção E é coordenativa.
2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo,
todavia, entretanto, senão, no entanto, etc. No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações
que se completam uma à outra e faz com que a
3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... segunda dependa da primeira: por isso, a
já, quer, quer, etc. conjunção QUANDO é subordinativa.

4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por As conjunções, portanto, dividem-se em


conseguinte, por consequência. coordenativas e subordinativas.

5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, CONJUNÇÕES COORDENATIVAS


que, porque, pois, etc.
As conjunções coordenativas podem ser:
Conjunções Subordinativas
1) Aditivas, que dão ideia de adição,
1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto acrescentamento: e, nem, mas também, mas
que, uma vez que, etc. ainda, senão também, como também, bem como.

2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
pois, porquanto, etc.
Não aprovo nem permitirei essas coisas.
3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal
qual, tal como, mais que, etc. Os livros não só instruem mas também
divertem.
4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme,
consoante, como, etc. As abelhas não apenas produzem mel e cera
mas ainda polinizam as flores.
5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo
que, posto que, se bem que, etc. 2) Adversativas, que exprimem oposição,
contraste, ressalva, compensação: mas, porém,
6) INTEGRANTES: que, se, etc. todavia, contudo, entretanto, sendo, ao passo

Língua Portuguesa 62
Apostilas Domínio
que, antes (= pelo contrário), no entanto, não Sofrem duras privações a [= mas] não se
obstante, apesar disso, em todo caso. queixam.

Querem ter dinheiro, mas não trabalham. "Quis dizer mais alguma coisa a não pôde."

Ela não era bonita, contudo cativava pela (Jorge Amado)


simpatia.
Conjunções subordinativas
Não vemos a planta crescer, no entanto, ela
cresce. As conjunções subordinativas ligam duas
orações, subordinando uma à outra. Com
A culpa não a atribuo a vós, senão a ele. exceção das integrantes, essas conjunções
iniciam orações que traduzem circunstâncias
O professor não proíbe, antes estimula as (causa, comparação, concessão, condição ou
perguntas em aula. hipótese, conformidade, consequência,
finalidade, proporção, tempo). Abrangem as
O exército do rei parecia invencível, não seguintes classes:
obstante, foi derrotado.
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto,
Você já sabe bastante, porém deve estudar visto que, visto como, já que, uma vez que, desde
mais. que.

Eu sou pobre, ao passo que ele é rico. O tambor soa porque é oco. (porque é oco:
causa; o tambor soa: efeito).
Hoje não atendo, em todo caso, entre.
Como estivesse de luto, não nos recebeu.
3) Alternativas, que exprimem alternativa,
alternância ou, ou ... ou, ora ... ora, já ... já, quer Desde que é impossível, não insistirei.
... quer, etc.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual,
Os sequestradores deviam render-se ou seriam assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como,
mortos. (mais) que ou do que, (menos) que ou do que,
(tanto) quanto, que nem, feito (= como, do
Ou você estuda ou arruma um emprego. mesmo modo que), o mesmo que (= como).

Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo. Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo
vento.
Quer reagisse, quer se calasse, sempre
acabava apanhando. O exército avançava pela planície qual uma
serpente imensa.
"Já chora, já se ri, já se enfurece."
"Os cães, tal qual os homens, podem participar
(Luís de Camões) das três categorias."

4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: (Paulo Mendes Campos)


logo, portanto, por conseguinte, pois (posposto
ao verbo), por isso. "Sou o mesmo que um cisco em minha própria
casa."
As árvores balançam, logo está ventando.
(Antônio Olavo Pereira)
Você é o proprietário do carro, portanto é o
responsável. "E pia tal a qual a caça procurada."

O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te. (Amadeu de Queirós)

5) Explicativas, que precedem uma explicação, "Por que ficou me olhando assim feito boba?"
um motivo: que, porque, porquanto, pois
(anteposto ao verbo). (Carlos Drummond de Andrade)

Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem
porquanto) podem causar incêndios. formigas apressadas.

Choveu durante a noite, porque as ruas estão Nada nos anima tanto como (ou quanto) um
molhadas. elogio sincero.

Observação: A conjunção A pode apresentar-se Os governantes realizam menos do que


com sentido adversativo: prometem.

Língua Portuguesa 63
Apostilas Domínio
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para
que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, que).
posto que, por mais que, por muito que, por
menos que, se bem que, em que (pese), nem Afastou-se depressa para que não o víssemos.
que, dado que, sem que (= embora não).
Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. ofendesse.

A vida tem um sentido, por mais absurda que Fiz-lhe sinal que se calasse.
possa parecer.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida
Beba, nem que seja um pouco. que, ao passo que, quanto mais... (tanto mais),
quanto mais... (tanto menos), quanto menos...
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito (tanto mais), quanto mais... (mais), (tanto)...
tempo. quanto.

Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. À medida que se vive, mais se aprende.

Em que pese à autoridade deste cientista, não À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais
podemos aceitar suas afirmações. leve.

Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não Quanto mais as cidades crescem, mais
dirigiria de noite. problemas vão tendo.

4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde Os soldados respondiam, à medida que eram
que, salvo se, sem que (= se não), a não ser que, chamados.
a menos que, dado que.
Observação:
Ficaremos sentidos, se você não vier.
São incorretas as locuções proporcionais à
Comprarei o quadro, desde que não seja caro. medida em que, na medida que e na medida em
que. A forma correta é à medida que:
Não sairás daqui sem que antes me confesses
tudo. "À medida que os anos passam, as minhas
possibilidades diminuem."
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente
sobre a areia, a menos que os mosquitos se (Maria José de Queirós)
opusessem."
9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal
(Ferreira de Castro) (= logo que), sempre que, assim que, desde que,
antes que, depois que, até que, agora que, etc.
5) Conformativas: como, conforme, segundo,
consoante. As coisas não são como (ou Venha quando você quiser.
conforme) dizem.
Não fale enquanto come.
"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi
narrar." Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.

(Machado de Assis) Desde que o mundo existe, sempre houve


guerras.
6) Consecutivas: que (precedido dos termos
intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes Agora que o tempo esquentou, podemos ir à
subentendidos), de sorte que, de modo que, de praia.
forma que, de maneira que, sem que, que (não).
"Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse."
Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. (Carlos Povina Cavalcânti)

Falou com uma calma que todos ficaram atônitos. 10) Integrantes: que, se.

Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo Sabemos que a vida é breve.
que) não saí.
Veja se falta alguma coisa.
Não podem ver um cachorro na rua sem que o
persigam. Observação:

Não podem ver um brinquedo que não o queiram Em frases como Sairás sem que te vejam,
comprar. Morreu sem que ninguém o chorasse,

Língua Portuguesa 64
Apostilas Domínio
consideramos sem que conjunção subordinativa 2) Condicional: Ninguém será bom cientista,
modal. A NGB, porém, não consigna esta sem que estude muito. (sem que = se não,caso
espécie de conjunção. não)

Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que
desde que, se bem que, por mais que, ainda voltem cansados. (sem que = que não)
quando, à medida que, logo que, a rim de que,
etc. 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que =
de modo que não)
Muitas conjunções não têm classificação única,
imutável, devendo, portanto, ser classificadas de Conjunção é a palavra que une duas ou mais
acordo com o sentido que apresentam no orações.
contexto. Assim, a conjunção que pode ser:
PREPOSIÇÃO
1) Aditiva (= e):
Preposições são palavras que estabelecem um
Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai. vínculo entre dois termos de uma oração. O
primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
A nós que não a eles, compete fazê-lo. segundo, um subordinado ou consequente.

2) Explicativa (= pois, porque): Exemplos:

Apressemo-nos, que chove. Chegaram a Porto Alegre.

3) Integrante: Discorda de você.

Diga-lhe que não irei. Fui até a esquina.

4) Consecutiva: Casa de Paulo.

Tanto se esforçou que conseguiu vencer. Preposições Essenciais e Acidentais

Não vão a uma festa que não voltem cansados. As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS,
ATÉ, COM, CONTRA, DE, DESDE, EM, ENTRE,
Onde estavas, que não te vi? PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e
ATRÁS.
5) Comparativa (= do que, como):
Certas palavras ora aparecem como
A luz é mais veloz que o som. preposições, ora pertencem a outras classes,
sendo chamadas, por isso, de preposições
Ficou vermelho que nem brasa. acidentais: afora, conforme, consoante, durante,
exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
6) Concessiva (= embora, ainda que): segundo, senão, tirante, visto, etc.

Alguns minutos que fossem, ainda assim seria INTERJEIÇÃO


muito tempo.
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As
Beba, um pouco que seja. interjeições podem ser:

7) Temporal (= depois que, logo que): - alegria: ahl oh! oba! eh!

Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel. - animação: coragem! avante! eia!

8) Final (= pare que): - admiração: puxa! ih! oh! nossa!

Vendo-me à janela, fez sinal que descesse. - aplauso: bravo! viva! bis!

9) Causal (= porque, visto que): - desejo: tomara! oxalá!

"Velho que sou, apenas conheço as flores do - dor: aí! ui!


meu tempo." (Vivaldo Coaraci)
- silêncio: psiu! silêncio!
A locução conjuntiva sem que, pode ser,
conforme a frase: - suspensão: alto! basta!

1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de


comida, sem que ele pedisse. (sem que = embora palavras que têm o mesmo valor de uma
não) interjeição.

Língua Portuguesa 65
Apostilas Domínio
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas;
livre! Raios te partam! núcleo: rosas)

Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de - composto: quando tem mais de um núcleo
mim!
O burro e o cavalo saíram em disparada.

(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)


SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO.
- oculto: (ou elíptico ou implícito na desinência
verbal)

FRASE Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu)

Frase é um conjunto de palavras que têm - indeterminado: quando não se indica o agente
sentido completo. da ação verbal

O tempo está nublado. Come-se bem naquele restaurante.

Socorro! - Inexistente: quando a oração não tem sujeito.

Que calor! Choveu ontem. Há plantas venenosas.

PREDICADO

ORAÇÃO Predicado é o termo da oração que declara


alguma coisa do sujeito.
Oração é a frase que apresenta verbo ou
locução verbal. O predicado classifica-se em:

A fanfarra desfilou na avenida. 1. - nominal: é aquele que se constitui de verbo


de ligação mais predicativo do sujeito.
As festas juninas estão chegando.
Nosso colega está doente.

Principais verbos de ligação: ser, estar, parecer,


PERÍODO permanecer, etc.

Período é a frase estruturada em oração ou Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo
orações. de ligação a comunicar estado ou qualidade do
sujeito.
O período pode ser:
Nosso colega está doente.
- simples - aquele constituído por uma só oração
(oração absoluta). A moça permaneceu sentada.

Fui à livraria ontem. 2. - predicado verbal é aquele que se constitui


de verbo intransitivo ou transitivo.
- composto - quando constituído por mais de
uma oração. O avião sobrevoou a praia.

Fui à livraria ontem e comprei um livro. Verbo intransitivo é aquele que não necessita de
complemento.
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
O sabiá voou alto.
São dois os termos essenciais da oração:
Verbo transitivo é aquele que necessita de
SUJEITO complemento.

Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz - Transitivo direto: é o verbo que necessita de
alguma coisa. complemento sem auxílio de proposição.

Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito Minha equipe venceu a partida.


= bandeirantes)
- Transitivo indireto: é o verbo que necessita de
O sujeito pode ser : complemento com auxílio de preposição.

- simples: quanto tem um só núcleo Ele precisa de um esparadrapo.

Língua Portuguesa 66
Apostilas Domínio
- Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o Agente da passiva é o termo da oração que
verbo que necessita ao mesmo tempo de pratica a ação do verbo na voz passiva.
complemento sem auxílio de preposição e de
complemento com auxilio de preposição. A mãe é amada pelo filho.

Damos uma simples colaboração a vocês. O cantor foi aplaudido pela multidão.

- predicado verbo nominal: é aquele que se Os melhores alunos foram premiados pela
constitui de verbo intransitivo mais predicativo do direção.
sujeito ou de verbo transitivo mais predicativo do
sujeito. TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

Os rapazes voltaram vitoriosos. TERMOS ACESSÓRIOS são os que


desempenham na oração uma função
- Predicativo do sujeito: é o termo que, no secundária, limitando o sentido dos substantivos
predicado verbo-nominal, ajuda o verbo ou exprimindo alguma circunstância.
intransitivo a comunicar estado ou qualidade do
sujeito. São termos acessórios da oração:

Ele morreu rico. 1. ADJUNTO ADNOMINAL

- predicativo do objeto é o termo que, que no Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou
predicado verbo-nominal, ajuda o verbo transitivo determina os substantivos. Pode ser expresso:
a comunicar estado ou qualidade do objeto direto
ou indireto. - pelos adjetivos: água fresca,

Elegemos o nosso candidato vereador. - pelos artigos: o mundo, as ruas

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO - pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas


coisas
Chama-se TERMOS INTEGRANTES DA
ORAÇÃO os que completam a significação - pelos numerais : três garotos; sexto ano
transitiva dos verbos e dos nomes. São
indispensáveis à compreensão do enunciado. - pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem
sem escrúpulos
1. OBJETO DIRETO
2. ADJUNTO ADVERBIAL
Objeto direto é o termo da oração que completa
o sentido do verbo transitivo direto. Adjunto adverbial é o termo que exprime uma
circunstância (de tempo, lugar, modo etc.),
Mamãe comprou peixe. modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou
advérbio.
2. OBJETO INDIRETO
Cheguei cedo.
Objeto indireto é o termo da oração que completa
o sentido do verbo transitivo indireto. José reside em São Paulo.

As crianças precisam de carinho. 3. APOSTO

3. COMPLEMENTO NOMINAL Aposto é uma palavra ou expressão que explica


ou esclarece, desenvolve ou resume outro termo
Complemento nominal é o termo da oração que da oração.
completa o sentido de um nome com auxílio de
preposição. Dr. João, cirurgião-dentista,

Esse nome pode ser representado por um Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
Toda criança tem amor aos pais. - amor
(substantivo) 4. VOCATIVO

O menino estava cheio de vontade. - cheio Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado
(adjetivo) para chamar ou interpelar alguém ou alguma
coisa.
Nós agíamos favoravelmente às discussões. -
favoravelmente (advérbio). Tem compaixão de nós, ó Cristo.

4. AGENTE DA PASSIVA Professor, o sinal tocou.

Língua Portuguesa 67
Apostilas Domínio
Rapazes, a prova é na próxima semana. 2. ADVERSATIVA: ligam orações, dando-lhes
uma ideia de compensação ou de contraste
PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES (mas,

No período simples há apenas uma oração, a porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no
qual se diz absoluta. entanto, etc.

Fui ao cinema. A espada vence MAS NÃO CONVENCE.

O pássaro voou. O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO


POR DENTRO.
PERÍODO COMPOSTO
Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A
No período composto há mais de uma oração. TEMPO.

[Não sabem] [que nos calores do verão a terra 3. ALTERNATIVAS : (ligam palavras ou orações
dorme] [e os homens folgam]. de sentido separado, uma excluindo a outra)

Período composto por coordenação - apresenta (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc.)
orações independentes.
Mudou o natal OU MUDEI EU?
[Fui à cidade], [comprei alguns remédios] [e
voltei cedo. ] OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel,

Período composto por subordinação - apresenta OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva! ( C.
orações dependentes. Meireles)

[É bom) [que você estude]. 4. CONCLUSIVAS: ligam uma oração a outra


que exprime conclusão (logo, pois, portanto, por
Período composto por coordenação e
subordinação - apresenta tanto orações conseguinte, por isto, assim, de modo que, etc.
dependentes como independentes. Este período
é também conhecido como misto. Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVA
DO.
[Ele disse] [que viria logo], [mas não pôde].
Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ.
SINTAXE: COORDENAÇÃO E
SUBORDINAÇÃO 5. EXPLICATIVAS: ligam a uma oração,
geralmente com o verbo no imperativo, outro que
ORAÇÃO COORDENADA a

Oração coordenada é aquela que é explica, dando um motivo (pois, porque, portanto,
independente. que, etc.)

As orações coordenadas podem ser: Alegra-te, POIS AQUI ESTOU. Não mintas,
PORQUE É PIOR.
- sindética: aquela que é independente e é
introduzida por uma conjunção coordenativa. Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8
HORAS.
Viajo amanhã, mas volto logo.

- assindética: aquela que é independente e


aparece separada por uma vírgula ou ponto e ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE
vírgula.
É aquela que vem entre os termos de uma outra
Chegou, olhou, partiu. oração.

A oração coordenada sindética pode ser: O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.

1. ADITIVA: expressa adição, sequência de A oração intercalada ou interferente aparece com


pensamento. (e, nem (=e não), mas, também: os verbos: continuar, dizer, exclamar, falar etc.

Ele falava E EU FICAVA OUVINDO.

Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM. ORAÇÃO PRINCIPAL

A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.

Língua Portuguesa 68
Apostilas Domínio
Oração principal é a mais importante do período Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE.
e não é introduzida por um conectivo.
Não sou QUEM VOCÊ PENSA.
ELES DISSERAM que voltarão logo.
6) APOSITIVAS (servem de aposto)
ELE AFIRMOU que não virá.
Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES =
PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma) (A SUA FELICIDADE)

Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME.

ORAÇÃO SUBORDINADA 7) AGENTE DA PASSIVA:

Oração subordinada é a oração dependente que O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (
normalmente é introduzida por um conectivo PELO SEU A TOR)

subordinativo. Note que a oração principal nem A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM.
sempre é a primeira do período.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Quando ele voltar, eu saio de férias.
Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o
Oração principal; EU SAIO DE FÉRIAS valor e a função de um adjetivo.

Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR Há dois tipos de orações subordinadas


adjetivas:
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
1) EXPLICATIVAS: explicam ou esclarecem, à
Oração subordinada substantiva é aquela que maneira de aposto, o termo antecedente,
tem o valor e a função de um substantivo. atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente
ou acrescentando-lhe uma informação.
Por terem as funções do substantivo, as orações
subordinadas substantivas classificam- se em: Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará.

1) SUBJETIVA (sujeito) Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria.

Convém que você estude mais. 2) RESTRITIVAS: restringem ou limitam a


significação do termo antecedente, sendo
Importa que saibas isso bem. . indispensáveis ao sentido da frase:

É necessário que você colabore. (SUA Pedra QUE ROLA não cria limo.
COLABOR ÇÃO) é necessária.
As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE
2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto) sorriem.

Desejo QUE VENHAM TODOS. Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não
está mais aqui.
Pergunto QUEM ESTÁ Aí.

3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto)


ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS.
Oração subordinada adverbial é aquela que tem
Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE. o valor e a função de um advérbio.

Daremos o prêmio A QUEM O MERECER. As orações subordinadas adverbiais classificam-


se em:
4) COMPLETIVA NOMINAL (complemento
nominal) 1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão:

Ser grato A QUEM TE ENSINA. Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE.

Sou favorável A QUE O PRENDAM. O tambor soa PORQUE É OCO.

5) PREDICATIVA (predicativo) 2) COMPARATIVAS: representam o segundo


termo de uma comparação.
Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio
era (A CHUVA) O som é menos veloz QUE A LUZ.

Língua Portuguesa 69
Apostilas Domínio
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM ORAÇÕES REDUZIDAS
GUIA.
Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se das formas nominais: gerúndio, infinitivo e
concede, que se admite: particípio.

POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram. Exemplos:

Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE
ouvidos com agrado. ESTOU PREPARADO.

CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE
faltava. ESTIVERAM LÁ.

4) CONDICIONAIS: exprimem condição, FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES


hipótese: ASSIM, conseguirás.

SE O CONHECESSES, não o condenarias. É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE


FIQUEMOS A TENTOS.
Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO?
AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou SOUBE DISSO, entristeceu-se.
conformidade de um fato com outro:
É interesse ESTUDARES MAIS.= É interessante
Fiz tudo COMO ME DISSERAM. QUE ESTUDES MAIS.

Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI. SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR
DAQUI, procure-me.
6) CONSECUTIVAS: exprimem uma
consequência, um resultado:

A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.
OS OLHOS.
O correto emprego das normas de concordância
Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA! é indispensável à eficiência e beleza da frase.
Seu desconhecimento favorece a imprecisão, dá
Tenho medo disso QUE ME PÉLO! lugar a repetições desnecessárias e impede uma
redação elegante e objetiva.
7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto:
Sintaxe de concordância é o capítulo da
Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE. gramática em que se cuida da acomodação
flexional de uma palavra em relação a outra ou
Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE outras na frase. Diz-se que a concordância é
MELHOR. nominal quando determinada pelo nome, isto é,
pelo substantivo ou pelo pronome que esteja em
8) PROPORCIONAIS: denotam seu lugar, e verbal quando trata da flexão do
proporcionalidade: verbo em sua relação com o sujeito.
À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende. Concordância nominal
QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o O adjetivo concorda em gênero e número com o
tombo. termo a que se refere (substantivo ou pronome),
quer exerça a função de adjunto adnominal
9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se (Comprei um bom livro), quer a de predicativo (O
realiza o fato expresso na oração principal: livro é bom).
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam. Adjunto adnominal. Referindo-se a mais de um
substantivo ou pronome, o adjunto adnominal a
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se estes antepostos concorda em gênero e número
levantam. com o mais próximo (O professor exigiu completo
silêncio e disciplina.
10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
Galoparam por estreitas estradas e caminhos);
Entrou na sala SEM QUE NOS sendo nomes próprios ou de parentesco os
CUMPRIMENTASSE. termos modificados pelo adjunto, este vai para o
plural (os dedicados Pedro e Paulo; os
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE estudiosos João e Maria).
INCOMODE.

Língua Portuguesa 70
Apostilas Domínio
Se o adjunto adnominal está posposto a mais de Concordância verbal
um substantivo ou pronome, pode concordar em
gênero com o termo mais próximo a que se refira, O verbo concorda com o sujeito em número e
ou adotar a flexão masculina, se os termos pessoa: Eu sei (sei: 1a pessoa do singular,
modificados tiverem gêneros diferentes; e pode concordando com o sujeito eu).
concordar em número com o termo mais próximo
a que se refira, ou ir para o plural. Havendo mais de um sujeito, o verbo vai para o
plural: (1) na 1a pessoa (nós), se entre os sujeitos
Exemplos (a concordância mais rara está entre houver um da 1a pessoa (Eu, tu e ele saímos);
parênteses): (1) livro e caderno encapado (ou (2) na 2a pessoa (vós), se, não existindo sujeito
encapados); (2) livro e caderneta encapada (ou da 1a pessoa, houver um da 2a (Tu e ele saístes);
encapados); (3) livros e caderno encapados (ou (3) na 3a pessoa (eles ou elas), se os sujeitos
encapado); (4) livros e cadernetas encapadas (ou forem todos da 3a pessoa (João, Carlos e seus
encapados). irmãos saíram). A concordância do verbo na 2a
pessoa do plural (vós), na linguagem corrente do
Predicativo. As normas de concordância do Brasil, é de uso raro, não sendo poucos os
predicativo com o sujeito composto são idênticas exemplos literários em que o verbo com sujeito tu
às que se aplicam ao adjunto adnominal, com as e ele aparece na 3a pessoa do plural.
seguintes ressalvas: (1) Sendo do mesmo gênero
os termos que compõem o sujeito, o predicativo Casos particulares (com um só sujeito). Havendo
conserva esse gênero e, de preferência, vai para um só sujeito, ocorrem, entre outros, os seguintes
o plural (O livro e o caderno estão encapados); casos particulares de concordância verbal:
(2) se os gêneros dos termos que compõem o
sujeito forem diversos, o predicativo vai, (1) Verbo no singular: (a) Mais de um aluno não
normalmente, para o masculino plural (O livro e a resolveu essa questão (sujeito = mais de um +
caderneta estão encapados). substantivo);

A concordância do predicativo do objeto segue, (b) Qualquer de nós (ou de vós) se


em geral, as mesmas normas que se aplicam à apresentará? (sujeito = pronome interrogativo
concordância do predicativo do sujeito. singular, seguido de de nós, de vós, dentre nós
ou dentre vós); (c) Algum (nenhum, qualquer) de
Se o sujeito for uma oração, o predicativo fica no nós (ou de vós) se apresentará (sujeito =
masculino singular (É vantajoso saber-se uma pronome indefinido singular, seguido de de nós,
língua estrangeira = É vantajoso que se saiba de vós, dentre nós, dentre vós).
uma língua estrangeira).
(2) Verbo no plural: (a) Aproximaram-se cerca de
Concordância dos pronomes pessoais o, a, os, vinte pessoas (sujeito = cerca de + substantivo
as. Os pronomes o (lo) e a (la) substituem, plural); (b) Ele era um dos que sabiam a resposta
respectivamente, um nome masculino singular ou (sujeito = um dos que, um daqueles que); (c)
um nome feminino singular (Encontrei João = Quais (quantos) de vós sabeis a resposta? Quais
Encontrei-o. Vou encontrar João = Vou encontrá- (quantos) de nós teremos tempo para isso?
lo. Encontrei Maria = Encontrei-a. Vou encontrar (sujeito = quais? quantos? + de nós ou de vós;
Maria = Vou encontrá-la); o pronome os (los) (d) Alguns (muitos, vários, poucos, quaisquer) de
substitui um nome masculino plural ou mais de nós sabemos o que ocorreu. Quaisquer de vós
um nome de gêneros diferentes (Encontrei meus sabeis (sujeito = indefinido plural + de nós, ou de
amigos, ou meu amigo e minha amiga = vós); (e) Os Estados Unidos se empenharam na
Encontrei-os. Vou encontrar meus amigos, ou solução desse problema (sujeito = nomes de
meus amigos e minhas amigas = lugar com forma plural, precedidos de artigo); (f)
As Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos,
Vou encontrá-los); o pronome as (las) substitui são de publicação póstuma (sujeito = títulos de
um nome feminino plural ou mais de um nome obras com forma plural, com artigo); (g) Deram
feminino (Encontrei minhas amigas, ou encontrei (bateram, soaram) sete horas (verbos dar, bater,
Maria e Júlia = Encontrei-as. Vou encontrar soar e sinônimos, empregados com referência às
minhas amigas, ou vou encontrar Maria e Júlia = horas do dia: concordam com o número que
Vou encontrá-las). indica as horas); (h) Disseram que você não viria
(sujeito indeterminado, sem a partícula se).
Concordância dos pronomes possessivos. Os
pronomes possessivos concordam em gênero e (3) Verbo no singular ou no plural: (a) Parte (o
número com o substantivo designativo do objeto grosso, o resto, a metade) dos espectadores
possuído, e em pessoa com o possuidor desse protestaram ou protestou (a concordância no
objeto: João vendeu sua casa (sua = dele, João, plural evidencia os elementos componentes do
3a pessoa; sua = feminino singular, concordando todo; o verbo no singular realça o conjunto como
com casa). Referindo-se a mais de um unidade); (b) João foi um dos competidores que
substantivo, o possessivo concorda com o que mais se destacaram ou que mais se destacou (o
estiver mais próximo: Teu juízo e serenidade...

Língua Portuguesa 71
Apostilas Domínio
singular põe em realce o sujeito dentro do grupo pessoa que tiver precedência na ordem das
em relação ao qual está sendo referido). pessoas gramaticais); (8) Um ou outro (um ou
outro aluno) haverá de acertar. Nem um nem
(4) Sujeito pronome relativo "que": (a) Sou eu outro (nem um nem outro aluno) haverá de
que quero; (b) Fomos nós os que resolvemos; acertar (sujeito um ou outro, nem um nem outro,
(c) Sereis vós aqueles que tereis de resolver (o como pronomes substantivos ou como pronomes
verbo concorda em número e pessoa com o adjetivos: verbo no singular); (9) Um e outro são
pronome pessoal antecedente imediato ou competentes (ou é competente) para isso
mediato do relativo). (locução um e outro: admite verbo no plural ou no
singular; (10) O menino com seu amigo
(5) Sujeito pronome relativo "quem". O verbo brincavam à beira do lago. César, com suas
com sujeito pronome relativo "quem", vai para a legiões, levou o inimigo de vencida (sujeitos
3a pessoa do singular (Sou eu quem tem de unidos pela partícula com: verbo no plural,
resolver) ou concorda com o pronome pessoal quando não houver realce de nenhum dos
sujeito da oração anterior (Sou eu quem tenho de sujeitos; no singular, quando o primeiro sujeito
resolver). estiver sendo realçado); (11) Você, como eu,
parece ter jeito para música. Você como eu
(6) Verbo "ser" com o predicativo plural: (a) Que temos jeito para música (sujeitos ligados pelas
são três dias? Quem és tu? (oração iniciada conjunções comparativas como, assim como,
pelos interrogativos que? e quem?; (b) Eram bem como etc.; verbo no singular, quando se
quatro horas (orações impessoais); (c) Tudo quer dar destaque ao primeiro sujeito; no plural,
(isto, isso, aquilo, o = aquilo, o resto, o mais) são sem esse destaque).
mentiras (sujeito um dos pronomes tudo, isto,
isso, aquilo, o = aquilo, ou expressão de sentido Concordância figurada (silepse). Concordância
coletivo, como o resto, o mais); (d) Minha vida que se faz com o sentido ou ideia que as palavras
são eles, os meus filhos (substantivo como exprimem, não com sua forma gramatical. A
primeiro termo da oração; pronome pessoal silepse pode ser: (a) de número (Era uma gente
como segundo). [coletivo] difícil de lidar: não sabiam o que
queriam. Vós [referindo-se a uma única pessoa]
(7) Outros casos de concordância do verbo fostes injusto; (b) de gênero (Vossa Senhoria
"ser": (a) Três semanas é pouco (sujeito = [referindo-se a pessoa do sexo masculino] foi
expressão numérica considerada como um todo; bem tratado?); (c) de pessoa (Estávamos
(b) da Vinci era muitos artistas num só gênio presentes [incluída a pessoa que fala, ou 1a
(sujeito nome de pessoa singular; o verbo deixa pessoa] uns dez interessados).©Encyclopédia
de concordar com o predicativo plural; (c) Ele era Britannica do Brasil Publicações Ltda.
todo ouvidos (sujeito pronome pessoal; o verbo
deixa de concordar com o predicativo plural; (d) REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL.
Nós é que decidimos partir (frases construídas
com a locução invariável de realce é que; o verbo Para que possam formar um todo significativo e
concorda normalmente com o sujeito). contribuir para a clareza dos enunciados, as
palavras de uma oração, sejam substantivos,
Casos particulares (com sujeito composto). Com adjetivos ou verbos, precisam estar corretamente
sujeito composto, o verbo pode concordar com o relacionadas com seus complementos.
sujeito mais próximo, em casos como os que se
seguem: (1) Imperava a violência, o crime, o Regência é a relação de subordinação, isto é, de
desrespeito à pessoa humana (sujeitos dependência dos termos uns dos outros, seja
pospostos); (2) Minha casa, minha pátria é aqui quanto às preposições, partículas invariáveis que
(sujeitos sinônimos ou quase sinônimos; (3) Um servem para estabelecer a relação entre os
grito, uma palavra, um olhar bastava (sujeito com nomes (substantivos) ou os adjetivos e seus
enumeração gradativa); (4) Castigos, conselhos, complementos, seja no que se refere à tendência
nada o corrigia (sujeito resumido por um de cada verbo para com seus complementos.
pronome indefinido: nada, tudo, ninguém); Essa relação necessária entre duas palavras,
(5) Nem luz de vela, nem luz de lampião lhe uma das quais serve de complemento a outra, é
iluminavam o quarto. Jamais um grito ou uma o que se chama regência; a palavra dependente
palavra áspera lhe saíram dos lábios denomina-se regida ou regime, e o termo a que
(substantivos no singular ligados por nem ou ou, se subordina, regente ou subordinante.
podendo o fato expresso pelo verbo ser atribuído
a todos os sujeitos); (6) Nem Pedro nem Antônio Regência nominal. Quando se refere à relação
conseguirá eleger-se. Fui devagar, mas ou o pé entre substantivos ou adjetivos e seus
ou o espelho traiu-me (composição do sujeito complementos, a regência denomina-se nominal,
idêntica à anterior, só se podendo, todavia, como nos seguintes exemplos: acostumado a, ou
atribuir o fato expresso pelo verbo a um dos acostumado com; adido a; assíduo em; atenção
sujeitos); (7) Ou eu ou ela iremos à festa. Nem eu a, ou atenção para; chute a; consulta a; curioso
nem ela iremos à festa (sujeitos de pessoas de; deputado por;
gramaticais diferentes, ligados por ou ou nem: o
verbo concorda, no plural, com a

Língua Portuguesa 72
Apostilas Domínio
desacostumado a, ou desacostumado com; falta Atender pode ser transitivo direto ou indireto,
a; grudado a; invasão de; liderança sobre; indiferentemente, quando o complemento é
morador em; ódio a, ou ódio contra; palpite sobre; pessoa: o presidente não atendeu o/ao
preferência por; presente a, ou presente em; banqueiro, o diretor atenderá todos/a todos os
pressão sobre; residente em; sito em; situado pais de alunos; quando o complemento é coisa,
em. é apenas transitivo indireto: a secretária atende
ao telefone, ele atendeu à campainha.
Regência verbal. Quanto à predicação, os verbos
se dividem em transitivos e intransitivos. Estes Chamar pode ser transitivo direto ou indireto,
últimos são os que expressam uma ideia indiferentemente, no sentido de considerar:
completa, como nos exemplos: fulano saiu, o chameio-o palhaço, ou chamei-lhe palhaço;
cavalo galopava, o pássaro voou, o navio partiu transitivo direto e indireto no sentido de
etc. Os verbos transitivos, mais numerosos, repreender: chamei-o à atenção; transitivo direto
exigem sempre o acompanhamento de uma no sentido de fazer vir, convocar: o professor
palavra de valor substantivo (objeto direto ou chamou-me à frente da classe.
indireto) para integrar-lhes o sentido. Exemplos:
recebemos tuas lembranças, Mário gosta de Compartilhar só pode ser transitivo direto:
flores, João entregou a carta ao destinatário. compartilho a dor do meu vizinho, não
compartilhamos essa opinião, queremos
A ligação do verbo com seu complemento, ou compartilhar sua alegria.
seja, a regência verbal, pode ser estabelecida
diretamente, sem uma preposição intermédia, Comunicar é transitivo direto e indireto, sendo
quando o complemento ou objeto é direto. No que o objeto direto é sempre coisa, e o indireto é
caso, o verbo é transitivo direto. sempre pessoa: os vizinhos comunicaram o
roubo à polícia, o ministro comunicou sua
Será estabelecida indiretamente, mediante decisão ao presidente.
emprego de preposição, quando o complemento
ou objeto é indireto. Nesse caso, o verbo é dito Implicar é transitivo direto no sentido de
transitivo. O verbo que admite mais de uma acarretar: toda ação implica uma reação, esse
regência denomina-se transitivo direto e indireto. gesto implicou sua demissão; transitivo indireto
no sentido de envolver-se, sempre pronominal:
Os exemplos seguintes se referem à regência de implicou-se em tráfico de drogas; e transitivo
alguns verbos importantes, segundo a norma indireto quando significa ter implicância: o
culta: professor implicou comigo.

Agradar é verbo transitivo direto quando significa Lembrar é transitivo direto -- não lembro seu
fazer carinhos, mimar, acariciar: agradar filhos, nome -- ou indireto -- não me lembro de seu nome
agradar fregueses; é transitivo indireto no sentido --, mas no segundo caso é sempre pronominal;
de satisfazer: o espetáculo não agradou ao no sentido de fazer recordar, é sempre transitivo
público; a anedota não agradou à plateia. O direto: esse rapaz lembra o pai; quando significa
antônimo desagradar é sempre transitivo advertir, é transitivo direto e indireto: lembrei ao
indireto: desagradar ao público; desagradar à pessoal que já era tarde.
plateia.
Namorar é sempre transitivo direto e não admite,
Agradecer é exemplo de verbo transitivo direto e portanto, preposição alguma: namoro fulana,
indireto, sendo que o objeto direto é sempre coisa você está namorando alguém?
e o indireto é sempre pessoa: o comerciante
agradeceu a preferência aos fregueses; agradeci Obedecer e desobedecer são transitivos indiretos
o enorme favor à moça. em todos os casos: obedecer ao regulamento,
bons filhos não desobedecem aos pais.
Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver,
inalar: aspirar o ar do campo; aspirar um Pedir é transitivo direto e indireto, mas com a
perfume, aspirar o pó do tapete; é transitivo preposição a: pedi um presente a ela, peça ao
indireto no sentido de almejar, ambicionar: ele governo que o indenize; pedir para, só quando há
sempre aspirou a esse emprego; nunca aspirei a ideia de licença, permissão: o aluno pediu para
nenhum cargo público. sair.

Assistir é transitivo direto no sentido de prestar Precisar é transitivo direto no sentido de indicar
assistência, socorrer: assistir um doente, assistir com exatidão: o piloto precisou o local do ataque
o réu; quando se refere à ação do espectador, é e apertou o botão; no sentido de necessitar, é
transitivo indireto: não assisto a esse programa transitivo direto e indireto: não precisamos de
de televisão, ele assistiu ao jogo; no sentido de ajuda.
caber, é também transitivo indireto: esse é um
direito que assiste ao diretor, esse é um direito Puxar é transitivo indireto tanto no sentido de sair
que lhe assiste. semelhante quando no de coxear: o filho puxou
ao pai, o rapaz puxava de uma perna.

Língua Portuguesa 73
Apostilas Domínio
Querer é transitivo direto no sentido de desejar: o (Suceda a paz à guerra! Guie-o a mão da
menino queria balas, mas transitivo indireto no Providência!); (6) nas que têm o verbo na passiva
sentido de estimar, amar: o menino queria muito pronominal (Eliminaram-se de vez as
ao pai. esperanças); (7) nas que começam por adjunto
adverbial (No profundo do céu luzia uma estrela),
Reparar é transitivo direto no sentido de predicativo (Esta é a vontade de Deus) ou objeto
consertar: o marceneiro reparou a porta; mas (Aos conselhos sucederam as ameaças); (8) nas
transitivo indireto no sentido de observar, construídas com verbos intransitivos (Desponta o
acompanhado da preposição em: repare no dia). Colocam-se normalmente depois do verbo
exemplo de seus pais, não repare na casa. da oração principal as orações subordinadas
substantivas: é claro que ele se arrependeu.
Servir é transitivo direto no sentido de prestar
serviço, ou de pôr sobre a mesa: o assessor Predicativo anteposto ao verbo. Ocorre, entre
serve bem o diretor, a cozinheira não serviu o outros, nos seguintes casos: (1) nas orações
almoço; é transitivo indireto no sentido de ser útil: interrogativas (Que espécie de homem é ele?);
essa máquina não serve ao meu escritório. (2) nas exclamativas (Que bonito é esse lugar!).

Sobressair é transitivo indireto, mas nunca Colocação do adjetivo como adjunto adnominal.
pronominal: o jogador que mais sobressaiu nos A posposição do adjunto adnominal ao
jogos do campeonato; nunca sobressaí em substantivo é a sequência que predomina no
matemática. enunciado lógico (livro bom, problema fácil), mas
não é rara a inversão dessa ordem: (Uma simples
Usufruir é transitivo direto, como desfrutar, nunca advertência [anteposição do adjetivo simples, no
com preposição: vou usufruir o verão, não pude sentido de mero]. O menor descuido porá tudo a
desfrutar o descanso. perder [anteposição dos superlativos relativos: o
melhor, o pior, o maior, o menor]). A anteposição
Visar é transitivo direto no sentido de pôr o visto, do adjetivo, em alguns casos, empresta-lhe
apontar para: já visei o cheque, visei o alvo e sentido figurado: meu rico filho, um grande
atirei; transitivo indireto no sentido de desejar homem, um pobre rapaz).
muito, almejar: todos os partidos políticos visam
ao poder, os governadores deveriam somente Colocação dos pronomes átonos. O pronome
visar ao bem-estar da população. átono pode vir antes do verbo (próclise, pronome
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações proclítico:
Ltda.
Não o vejo), depois do verbo (ênclise, pronome
COLOCAÇÃO PRONOMINAL enclítico: Vejo-o) ou no meio do verbo, o que só
ocorre com formas do futuro do presente (Vê-lo-
Palavras fora do lugar podem prejudicar e até ei) ou do futuro do pretérito (Vê-lo-ia).
impedir a compreensão de uma ideia. Cada
palavra deve ser posta na posição Verifica-se próclise, normalmente nos seguintes
funcionalmente correta em relação às outras, casos: (1) depois de palavras negativas
assim como convém dispor com clareza as (Ninguém me preveniu), de pronomes
orações no período e os períodos no discurso. interrogativos (Quem me chamou?), de
pronomes relativos (O livro que me deram...), de
Sintaxe de colocação é o capítulo da gramática advérbios interrogativos (Quando me
em que se cuida da ordem ou disposição das procurarás); (2) em orações optativas (Deus lhe
palavras na construção das frases. Os termos da pague!); (3) com verbos no subjuntivo (Espero
oração, em português, geralmente são colocados que te comportes); (4) com gerúndio regido de
na ordem direta (sujeito + verbo + objeto direto + em (Em se aproximando...); (5) com infinitivo
objeto indireto, ou sujeito + verbo regido da preposição a, sendo o pronome uma
+ predicativo). As inversões dessa ordem ou são das formas lo, la, los, las (Fiquei a observá-la);
de natureza estilística (realce do termo cuja (6) com verbo antecedido de advérbio, sem
posição natural se altera: Corajoso é ele! pausa (Logo nos entendemos), do numeral
Medonho foi o espetáculo), ou de pura natureza ambos (Ambos o acompanharam) ou de
gramatical, sem intenção especial de realce, pronomes indefinidos (Todos a estimam).
obedecendo-se, apenas a hábitos da língua que
se fizeram tradicionais. Ocorre a ênclise, normalmente, nos seguintes
casos: (1) quando o verbo inicia a oração
Sujeito posposto ao verbo. Ocorre, entre outros, (Contaram-me que...), (2) depois de pausa (Sim,
nos seguintes casos: (1) nas orações contaram-me que...), (3) com locuções verbais
intercaladas (Sim, disse ele, voltarei); (2) nas cujo verbo principal esteja no infinitivo (Não quis
interrogativas, não sendo o sujeito pronome incomodar-se).
interrogativo (Que espera você?); (3) nas
reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de Estando o verbo no futuro do presente ou no
particípio (Por ser ele quem é... Sendo ele quem futuro do pretérito, a mesóclise é de regra, no
é... Resolvido o caso...); (4) nas imperativas início da frase (Chama-lo-ei. Chama-lo-ia). Se o
(Faze tu o que for possível); (5) nas optativas

Língua Portuguesa 74
Apostilas Domínio
verbo estiver antecedido de palavra com força lançou-se na gelada areia" (= Lançou-se na
atrativa sobre o pronome, haverá próclise (Não o gelada areia do mar); (3) prolepse --
chamarei. Não o chamaria). Nesses casos, a transposição, para a oração principal, de termo
língua moderna rejeita a ênclise e evita a da oração subordinada: "A nossa Corte, não digo
mesóclise, por ser muito formal. que possa competir com Paris ou Londres..." (=
Não digo que a nossa Corte possa competir com
Pronomes com o verbo no particípio. Com o Paris ou Londres...); (4) sínquise -- alteração
particípio desacompanhado de auxiliar não se excessiva da ordem natural das palavras, que
verificará nem próclise nem ênclise: usa-se a dificulta a compreensão do sentido: "No tempo
forma oblíqua do pronome, com preposição. (O que do reino a rédea leve, João, filho de Pedro,
emprego oferecido a mim...). moderava" (= No tempo [em] que João, filho de
Pedro, moderava a rédea leve do reino).
Havendo verbo auxiliar, o pronome virá proclítico ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações
ou enclítico a este. (Por que o têm perseguido? A Ltda.
criança tinha-se aproximado.)
REDAÇÃO OFICIAL
Pronomes átonos com o verbo no gerúndio. O
pronome átono costuma vir enclítico ao gerúndio 1. O que é Redação Oficial
(João, afastando-se um pouco, observou...). Nas
locuções verbais, virá enclítico ao auxiliar (João Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial
foi-se afastando), salvo quando este estiver é a maneira pela qual o Poder Público redige atos
antecedido de expressão que, de regra, exerça normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-
força atrativa sobre o pronome (palavras la do ponto de vista do Poder Executivo.
negativas, pronomes relativos, conjunções etc.)
Exemplo: À medida que se foram afastando. A redação oficial deve caracterizar-se pela
impessoalidade, uso do padrão culto de
Colocação dos possessivos. Os pronomes linguagem, clareza, concisão, formalidade e
adjetivos possessivos precedem os substantivos uniformidade. Fundamentalmente esses
por eles determinados (Chegou a minha vez), atributos decorrem da Constituição, que dispõe,
salvo quando vêm sem artigo definido (Guardei no artigo 37: "A administração pública direta,
boas lembranças suas); quando há ênfase (Não, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes
amigos meus!); quando determinam substantivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
já determinado por artigo indefinido (Receba um Municípios obedecerá aos princípios de
abraço meu), por um numeral (Recebeu três legalidade, impessoalidade, moralidade,
cartas minhas), por um demonstrativo (Receba publicidade e eficiência (...)". Sendo a publicidade
esta lembrança minha) ou por um indefinido e a impessoalidade princípios fundamentais de
(Aceite alguns conselhos meus). toda administração pública, claro está que devem
igualmente nortear a elaboração dos atos e
Colocação dos demonstrativos. Os comunicações oficiais.
demonstrativos, quando pronomes adjetivos,
precedem normalmente o substantivo Não se concebe que um ato normativo de
(Compreendo esses problemas). A posposição qualquer natureza seja redigido de forma
do demonstrativo é obrigatória em algumas obscura, que dificulte ou impossibilite sua
formas em que se procura especificar melhor o compreensão. A transparência do sentido dos
que se disse anteriormente: "Ouvi tuas razões, atos normativos, bem como sua inteligibilidade,
razões essas que não chegaram a convencer- são requisitos do próprio Estado de Direito: é
me." inaceitável que um texto legal não seja entendido
pelos cidadãos. A publicidade implica, pois,
Colocação dos advérbios. Os advérbios que necessariamente, clareza e concisão.
modificam um adjetivo, um particípio isolado ou
outro advérbio vêm, em regra, antepostos a Além de atender à disposição constitucional, a
essas palavras (mais azedo, mal conservado; forma dos atos normativos obedece a certa
muito perto). Quando modificam o verbo, os tradição. Há normas para sua elaboração que
advérbios de modo costumam vir pospostos a remontam ao período de nossa história imperial,
este (Cantou admiravelmente. Discursou bem. como, por exemplo, a obrigatoriedade –
Falou claro.). Anteposto ao verbo, o adjunto estabelecida por decreto imperial de 10 de
adverbial fica naturalmente em realce: "Lá longe dezembro de 1822 – de que se aponha, ao final
a gaivota voava rente ao mar." desses atos, o número de anos transcorridos
desde a Independência. Essa prática foi mantida
Figuras de sintaxe. No tocante à colocação dos no período republicano.
termos na frase, salientem-se as seguintes
figuras de sinta-xe: (1) hipérbato -- intercalação Esses mesmos princípios (impessoalidade,
de um termo entre dois outros que se relacionam: clareza, uniformidade, concisão e uso de
"O das águas gigante cauda-loso" (= O gigante linguagem formal) aplicam-se às comunicações
caudaloso das águas); (2) anástrofe -- inversão oficiais: elas devem sempre permitir uma única
da ordem normal de termos sintaticamente interpretação e ser estritamente impessoais e
relacionados: "Do mar

Língua Portuguesa 75
Apostilas Domínio
uniformes, o que exige o uso de certo nível de órgão público, do Executivo ou dos outros
linguagem. Poderes da União.

Nesse quadro, fica claro também que as Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal
comunicações oficiais são necessariamente que deve ser dado aos assuntos que constam
uniformes, pois há sempre um único das comunicações oficiais decorre:
comunicador (o Serviço Público) e o receptor
dessas comunicações ou é o próprio Serviço a) da ausência de impressões individuais de
Público (no caso de expedientes dirigidos por um quem comunica: embora se trate, por exemplo,
órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou de um expediente assinado por Chefe de
instituições tratados de forma homogênea (o determinada Seção, é sempre em nome do
público). Serviço Público que é feita a comunicação.
Obtém-se, assim, uma desejável padronização,
Outros procedimentos rotineiros na redação de que permite que comunicações elaboradas em
comunicações oficiais foram incorporados ao diferentes setores da Administração guardem
longo do tempo, como as formas de tratamento e entre si certa uniformidade;
de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura
dos expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, b) da impessoalidade de quem recebe a
a fixação dos fechos para comunicações oficiais, comunicação, com duas possibilidades: ela pode
regulados pela Portaria no 1 do Ministro de ser dirigida a um cidadão, sempre concebido
Estado da Justiça, de 8 de como público, ou a outro órgão público. Nos dois
casos, temos um destinatário concebido de forma
julho de 1937, que, após mais de meio século de homogênea e impessoal;
vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou
a primeira edição deste Manual. c) do caráter impessoal do próprio assunto
tratado: se o universo temático das
Acrescente-se, por fim, que a identificação que comunicações oficiais se restringe a questões
se buscou fazer das características específicas que dizem respeito ao interesse público, é natural
da forma oficial de redigir não deve ensejar o que não cabe qualquer tom particular ou pessoal.
entendimento de que se proponha a criação – ou
se aceite a existência – de uma forma específica Desta forma, não há lugar na redação oficial para
de linguagem administrativa, o que impressões pessoais, como as que, por exemplo,
coloquialmente e pejorativamente se chama constam de uma carta a um amigo, ou de um
burocratês. Este é antes uma distorção do que artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto
deve ser a redação oficial, e se caracteriza pelo literário. A redação oficial deve ser isenta da
abuso de expressões e clichês do jargão interferência da individualidade que a elabora.
burocrático e de formas arcaicas de construção
de frases. A concisão, a clareza, a objetividade e a
formalidade de que nos valemos para elaborar os
A redação oficial não é, portanto, expedientes oficiais contribuem, ainda, para que
necessariamente árida e infensa à evolução da seja alcançada a necessária impessoalidade.
língua. É que sua finalidade básica – comunicar
com impessoalidade e máxima clareza – impõe A Linguagem dos Atos e Comunicações
certos parâmetros ao uso que se faz da língua, Oficiais
de maneira diversa daquele da literatura, do texto
jornalístico, da correspondência particular, etc. A necessidade de empregar determinado nível
de linguagem nos atos e expedientes oficiais
Apresentadas essas características decorre, de um lado, do próprio caráter público
fundamentais da redação oficial, passemos à desses atos e comunicações; de outro, de sua
análise pormenorizada de cada uma delas. finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como
atos de caráter normativo, ou estabelecem
A Impessoalidade regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam
o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é
A finalidade da língua é comunicar, quer pela alcançado se em sua elaboração for empregada
fala, quer pela escrita. Para que haja a linguagem adequada. O mesmo se dá com os
comunicação, são necessários: a)alguém que expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a
comunique, b) algo a ser comunicado, e c) de informar com clareza e objetividade.
alguém que receba essa comunicação. No caso
da redação oficial, quem comunica é sempre o As comunicações que partem dos órgãos
Serviço Público (este ou aquele Ministério, públicos federais devem ser compreendidas por
Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir
Seção); o que se comunica é sempre algum esse objetivo, há que evitar o uso de uma
assunto relativo às atribuições do órgão que linguagem restrita a determinados grupos. Não
comunica; o destinatário dessa comunicação ou
é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro

Língua Portuguesa 76
Apostilas Domínio
há dúvida que um texto marcado por expressões jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua
de circulação restrita, como a gíria, os compreensão limitada.
regionalismos vocabulares ou o jargão técnico,
tem sua compreensão dificultada. A linguagem técnica deve ser empregada apenas
em situações que a exijam, sendo de evitar o seu
Ressalte-se que há necessariamente uma uso indiscriminado. Certos rebuscamentos
distância entre a língua falada e a escrita. Aquela acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a
é extremamente dinâmica, reflete de forma determinada área, são de difícil entendimento por
imediata qualquer alteração de costumes, e pode quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se
eventualmente contar com outros elementos que ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em
auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a comunicações encaminhadas a outros órgãos da
entoação, etc., para mencionar apenas alguns administração e em expedientes dirigidos aos
dos fatores responsáveis por essa distância. Já a cidadãos.
língua escrita incorpora mais lentamente as
transformações, tem maior vocação para a Outras questões sobre a linguagem, como o
permanência, e vale-se apenas de si mesma emprego de neologismo e estrangeirismo, são
para comunicar. tratadas em detalhe em 9.3.

A língua escrita, como a falada, compreende Semântica


diferentes níveis, de acordo com o uso que dela
se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo, 1.3. Formalidade e Padronização
podemos nos valer de determinado padrão de
linguagem que incorpore expressões As comunicações oficiais devem ser sempre
extremamente pessoais ou coloquiais; em um formais, isto é, obedecem a certas regras de
parecer jurídico, não se há de estranhar a forma: além das já mencionadas exigências de
presença do vocabulário técnico correspondente. impessoalidade e uso do padrão culto de
linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade
Nos dois casos, há um padrão de linguagem que de tratamento. Não se trata somente da eterna
atende ao uso que se faz da língua, a finalidade dúvida quanto ao correto emprego deste ou
com que a empregamos. O mesmo ocorre com daquele pronome de tratamento para uma
os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por autoridade de certo nível (v. a esse respeito
sua finalidade de informar com o máximo de 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento);
clareza e concisão, eles requerem o uso do mais do que isso, a formalidade diz respeito à
padrão culto da língua. Há consenso de que o polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao
padrão culto é aquele em que a) se observam as assunto do qual cuida a comunicação.
regras da gramática formal, e b) se emprega um
vocabulário comum ao conjunto dos usuários do A formalidade de tratamento vincula-se, também,
idioma. É importante ressaltar que a à necessária uniformidade das comunicações.
obrigatoriedade do uso do padrão culto na Ora, se a administração federal é una, é natural
redação oficial decorre do fato de que ele está que as comunicações que expede sigam um
acima das diferenças lexicais, morfológicas ou mesmo padrão. O estabelecimento desse
sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, padrão, uma das metas deste Manual, exige que
das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por se atente para todas as características da
essa razão, que se atinja a pretendida redação oficial e que se cuide, ainda, da
compreensão por todos os cidadãos. apresentação dos textos.

Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes
simplicidade de expressão, desde que não seja para o texto definitivo e a correta diagramação do
confundida com pobreza de expressão. De texto são indispensáveis para a padronização.
nenhuma forma o uso do padrão culto implica Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais,
emprego de linguagem rebuscada, nem dos a respeito de normas específicas para cada tipo
contorcionismos sintáticos e figuras de de expediente.
linguagem próprios da língua literária.
1.4. Concisão e Clareza
Pode-se concluir, então, que não existe
propriamente um "padrão oficial de linguagem"; o A concisão é antes uma qualidade do que uma
que há é o uso do padrão culto nos atos e característica do texto oficial. Conciso é o texto
comunicações oficiais. É claro que haverá que consegue transmitir um máximo de
preferência pelo uso de determinadas informações com um mínimo de palavras. Para
expressões, ou será obedecida certa tradição no que se redija com essa qualidade, é fundamental
emprego das formas sintáticas, mas isso não que se tenha, além de conhecimento do assunto
implica, necessariamente, que se consagre a sobre o qual se escreve, o necessário tempo para
utilização de uma forma de linguagem revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura
burocrática. O jargão burocrático, como todo que muitas vezes se percebem eventuais
redundâncias ou repetições desnecessárias de
ideias.

Língua Portuguesa 77
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O esforço de sermos concisos atende, A revisão atenta exige, necessariamente, tempo.
basicamente ao princípio de economia A pressa com que são elaboradas certas
linguística, à mencionada fórmula de empregar o comunicações quase sempre compromete sua
mínimo de palavras para informar o máximo. Não clareza. Não se deve proceder à redação de um
se deve de forma alguma entendê-la como texto que não seja seguida por sua revisão. "Não
economia de pensamento, isto é, não se devem há assuntos urgentes, há assuntos atrasados",
eliminar passagens substanciais do texto no afã diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua
de reduzi-lo em tamanho. Trata-se indesejável repercussão no redigir.
exclusivamente de cortar palavras inúteis,
redundâncias, passagens que nada acrescentem Por fim, como exemplo de texto obscuro, que
ao que já foi dito. deve ser evitado em todas as comunicações
oficiais, transcrevemos a seguir um pitoresco
Procure perceber certa hierarquia de ideias que quadro, constante de obra de Adriano da Gama
existe em todo texto de alguma complexidade: Kury , a partir do qual podem ser feitas inúmeras
ideias fundamentais e ideias secundárias. Estas frases, combinando-se as expressões das várias
últimas podem esclarecer o sentido daquelas, colunas em qualquer ordem, com uma
detalhá-las, exemplificá-las; mas existem característica comum: nenhuma delas tem
também ideias secundárias que não sentido!
acrescentam informação alguma ao texto, nem
têm maior relação com as fundamentais, AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
podendo, por isso, ser dispensadas. A clareza
deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, 2. Introdução
conforme já sublinhado na introdução deste
capítulo. Pode-se definir como claro aquele texto A redação das comunicações oficiais deve, antes
que possibilita imediata compreensão pelo leitor. de tudo, seguir os preceitos explicitados no
No entanto a clareza não é algo que se atinja por Capítulo I, Aspectos Gerais da Redação Oficial.
si só: ela depende estritamente das demais Além disso, há características específicas de
características da redação oficial. Para ela cada tipo de expediente, que serão tratadas em
concorrem: detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à
sua análise, vejamos outros aspectos comuns a
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de quase todas as modalidades de comunicação
interpretações que poderia decorrer de um oficial: o emprego dos pronomes de tratamento,
tratamento personalista dado ao texto; a forma dos fechos e a identificação do
signatário.
b) o uso do padrão culto de linguagem, em
princípio, de entendimento geral e por definição 2.1. Pronomes de Tratamento
avesso a vocábulos de circulação restrita, como
a gíria e o jargão; 2.1.1. Breve História dos Pronomes de
Tratamento
c) a formalidade e a padronização, que
possibilitam a imprescindível uniformidade dos O uso de pronomes e locuções pronominais de
textos; tratamento tem larga tradição na língua
portuguesa. De acordo com Said Ali, após serem
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os incorporados ao português os pronomes latinos
excessos linguísticos que nada lhe acrescentam. tu e vos, "como tratamento direto da pessoa ou
pessoas a quem se dirigia a palavra", passou-se
É pela correta observação dessas características a empregar, como expediente linguístico de
que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a distinção e de respeito, a segunda pessoa do
indispensável releitura de todo texto redigido. A plural no tratamento de pessoas de hierarquia
ocorrência, em textos oficiais, de trechos superior. Prossegue o autor:
obscuros e de erros gramaticais provém
principalmente da falta da releitura que torna "Outro modo de tratamento indireto consistiu em
possível sua correção. fingir que se dirigia a palavra a um atributo ou
qualidade eminente da pessoa de categoria
Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, superior, e não a ela própria. Assim
ainda, se ele será de fácil compreensão por seu aproximavam-se os vassalos de seu rei com o
destinatário. O que nos parece óbvio pode ser tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...);
desconhecido por terceiros. O domínio que assim usou-se o tratamento ducal de vossa
adquirimos sobre certos assuntos em excelência e adotaram-se na hierarquia
decorrência de nossa experiência profissional eclesiástica vossa reverência, vossa
muitas vezes faz com que os tomemos como de paternidade, vossa eminência, vossa santidade."
conhecimento geral, o que nem sempre é
verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, A partir do final do século XVI, esse modo de
precise os termos técnicos, o significado das tratamento indireto já estava em voga também
siglas e abreviações e os conceitos específicos para os ocupantes de certos cargos públicos.
que não possam ser dispensados.

Língua Portuguesa 78
Apostilas Domínio
Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e depois . Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
para o coloquial você. E o pronome vós, com o
tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que . Prefeitos Municipais.
provém o atual emprego de pronomes de
tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos b) do Poder Legislativo:
às autoridades civis, militares e eclesiásticas.
. Deputados Federais e Senadores;
2.1.2. Concordância com os Pronomes de
Tratamento . Ministro do Tribunal de Contas da União;

Os pronomes de tratamento (ou de segunda . Deputados Estaduais e Distritais;


pessoa indireta) apresentam certas
peculiaridades quanto à concordância verbal, . Conselheiros dos Tribunais de Contas
nominal e pronominal. Embora se refiram à Estaduais;
segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem
se fala, ou a quem se dirige a comunicação), . Presidentes das Câmaras Legislativas
levam a concordância para a terceira pessoa. É Municipais.
que o verbo concorda com o substantivo que
integra a locução como seu núcleo sintático: c) do Poder Judiciário:
"Vossa Senhoria nomeará o substituto"; "Vossa
Excelência conhece o assunto". . Ministros dos Tribunais Superiores;

Da mesma forma, os pronomes possessivos . Membros de Tribunais;


referidos a pronomes de tratamento são sempre
os da terceira pessoa: . Juízes;

"Vossa Senhoria nomeará seu substituto" (e não . Auditores da Justiça Militar.


"Vossa ... vosso...").
. O vocativo a ser empregado em comunicações
Já quanto aos adjetivos referidos a esses dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo
pronomes, o gênero gramatical deve coincidir Senhor, seguido do cargo respectivo:
com o sexo da pessoa a que se refere, e não com
o substantivo que compõe a locução. Assim, se . Excelentíssimo Senhor Presidente da
nosso interlocutor for homem, o correto é "Vossa República,
Excelência está atarefado", "Vossa Senhoria
deve estar satisfeito"; se for mulher, "Vossa . Excelentíssimo Senhor Presidente do
Excelência está atarefada", "Vossa Senhoria Congresso Nacional,
deve estar satisfeita".
. Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo
2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento Tribunal Federal.

Como visto, o emprego dos pronomes de As demais autoridades serão tratadas com o
tratamento obedece a secular tradição. São de vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:
uso consagrado:
Senhor Senador,
Vossa Excelência, para as seguintes
autoridades: Senhor Juiz,

a) do Poder Executivo; Senhor Ministro,

. Presidente da República; Senhor Governador,

. Vice-Presidente da República; No envelope, o endereçamento das


comunicações dirigidas às autoridades tratadas
. Ministros de Estado; por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:

. Governadores e Vice-Governadores de Estado A Sua Excelência o Senhor


e do Distrito Federal;
Fulano de Tal
. Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Ministro de Estado da Justiça
. Embaixadores;
70.064-900 – Brasília. DF
. Secretários-Executivos de Ministérios e demais
ocupantes de cargos de natureza especial;
A Sua Excelência o Senhor

Língua Portuguesa 79
Apostilas Domínio
Senador Fulano de Tal (...)

Senado Federal Os pronomes de tratamento para religiosos, de


acordo com a hierarquia eclesiástica, são:
70.165-900 – Brasília. DF
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao
Papa. O vocativo correspondente é:

A Sua Excelência o Senhor Santíssimo Padre,

Fulano de Tal (...)

Juiz de Direito da 10a Vara Cível Vossa Eminência ou Vossa Eminência


Reverendíssima, em comunicações aos
Rua ABC, no 123 Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:

01.010-000 – São Paulo. SP Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou

Em comunicações oficiais, está abolido o uso do Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor


tratamento digníssimo (DD), às autoridades Cardeal,
arroladas na lista anterior. A dignidade é
pressuposto para que se ocupe qualquer cargo (...)
público, sendo desnecessária sua repetida
evocação. Vossa Excelência Reverendíssima é usado em
comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos;
Vossa Senhoria é empregado para as demais Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria
autoridades e para particulares. O vocativo Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e
adequado é: superiores religiosos. Vossa Reverência é
empregado para sacerdotes, clérigos e demais
Senhor Fulano de Tal, religiosos.

(...) 2.2. Fechos para Comunicações

No envelope, deve constar do endereçamento: O fecho das comunicações oficiais possui, além
da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de
Ao Senhor saudar o destinatário. Os modelos para fecho que
vinham sendo utilizados foram regulados pela
Fulano de Tal Portaria no 1 do Ministério da Justiça, de 1937,
que estabelecia quinze padrões. Com o fito de
Rua ABC, no 123 simplificá-los e uniformizá-los, este Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos
70.123 – Curitiba. PR diferentes para todas as modalidades de
comunicação oficial:
Como se depreende do exemplo acima, fica
dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo a) para autoridades superiores, inclusive o
para as autoridades que recebem o tratamento Presidente da República:
de Vossa Senhoria e para particulares. É
suficiente o uso do pronome de tratamento Respeitosamente,
Senhor.
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de
Acrescente-se que doutor não é forma de hierarquia inferior:
tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
indiscriminadamente. Como regra geral, Atenciosamente,
empregue-o apenas em comunicações dirigidas
a pessoas que tenham tal grau por terem Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações
concluído curso universitário de doutorado. É dirigidas a autoridades estrangeiras, que
costume designar por doutor os bacharéis, atendem a rito e tradição próprios, devidamente
especialmente os bacharéis em Direito e em disciplinados no Manual de Redação do
Medicina. Nos demais casos, o tratamento Ministério das Relações Exteriores.
Senhor confere a desejada formalidade às
comunicações. 2.3. Identificação do Signatário

Mencionemos, ainda, a forma Vossa Excluídas as comunicações assinadas pelo


Magnificência, empregada por força da tradição, Presidente da República, todas as demais
em comunicações dirigidas a reitores de comunicações oficiais devem trazer o nome e o
universidade. Corresponde-lhe o vocativo: cargo da autoridade que as expede, abaixo do

Magnífico Reitor,

Língua Portuguesa 80
Apostilas Domínio
local de sua assinatura. A forma da identificação – introdução, que se confunde com o parágrafo
deve ser a seguinte: de abertura, na qual é apresentado o assunto que
motiva a comunicação. Evite o uso das formas:
(espaço para assinatura) "Tenho a honra de", "Tenho o prazer de",
"Cumpre-me informar que", empregue a forma
Nome direta;

Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da – desenvolvimento, no qual o assunto é


República detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia
sobre o assunto, elas devem ser tratadas em
(espaço para assinatura) parágrafos distintos, o que confere maior clareza
à exposição;
Nome
– conclusão, em que é reafirmada ou
Ministro de Estado da Justiça simplesmente reapresentada a posição
recomendada sobre o assunto.
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar
a assinatura em página isolada do expediente. Os parágrafos do texto devem ser numerados,
Transfira para essa página ao menos a última exceto nos casos em que estes estejam
frase anterior ao fecho. organizados em itens ou títulos e subtítulos. Já
quando se tratar de mero encaminhamento de
3. O Padrão Ofício documentos a estrutura é a seguinte:

Há três tipos de expedientes que se diferenciam – introdução: deve iniciar com referência ao
antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, expediente que solicitou o encaminhamento. Se
o aviso e o memorando. Com o fito de uniformizá- a remessa do documento não tiver sido
los, pode-se adotar uma diagramação única, que solicitada, deve iniciar com a informação do
siga o que chamamos de padrão ofício. As motivo da comunicação, que é encaminhar,
peculiaridades de cada um serão tratadas indicando a seguir os dados completos do
adiante; por ora busquemos as suas documento encaminhado (tipo, data, origem ou
semelhanças. signatário, e assunto de que trata), e a razão pela
qual está sendo encaminhado, segundo a
3.1. Partes do documento no Padrão Ofício seguinte fórmula:

O aviso, o ofício e o memorando devem conter as "Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro
seguintes partes: de 1991, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº
34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla de Administração, que trata da requisição do
do órgão que o expede: servidor Fulano de Tal."

Exemplos: ou

Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. "Encaminho, para exame e pronunciamento, a


123/2002-MME anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de
fevereiro de 1991, do Presidente da
b) local e data em que foi assinado, por extenso, Confederação Nacional de Agricultura, a respeito
com alinhamento à direita: de projeto de modernização de técnicas agrícolas
na região Nordeste."
Exemplo:
– desenvolvimento: se o autor da comunicação
Brasília, 15 de março de 1991. desejar fazer algum comentário a respeito do
documento que encaminha, poderá acrescentar
c) assunto: resumo do teor do documento parágrafos de desenvolvimento; em caso
contrário, não há parágrafos de desenvolvimento
Exemplos: em aviso ou ofício de mero encaminhamento.
Assunto: Produtividade do órgão em 2002. f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
Assunto: Necessidade de aquisição de novos g) assinatura do autor da comunicação; e
computadores.
h) identificação do signatário (v. 2.3.
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a Identificação do Signatário).
quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício
deve ser incluído também o endereço. 3.2. Forma de diagramação
e) texto: nos casos em que não for de mero Os documentos do Padrão Ofício devem
encaminhamento de documentos, o expediente obedecer à seguinte forma de apresentação:
deve conter a seguinte estrutura:

Língua Portuguesa 81
Apostilas Domínio
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New
Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas
citações, e 10 nas notas de rodapé;

b) para símbolos não existentes na fonte Times


New Roman poder-se-á utilizar as fontes Symbol
e Wingdings;

c) é obrigatória constar a partir da segunda


página o número da página;

d) os ofícios, memorandos e anexos destes


poderão ser impressos em ambas as faces do
papel. Neste caso, as margens esquerda e direta
terão as distâncias invertidas nas páginas pares
("margem espelho");

e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5


cm de distância da margem esquerda;

f) o campo destinado à margem lateral esquerda


terá, no mínimo, 3,0 cm de largura;

Língua Portuguesa 82
Apostilas Domínio
g) o campo destinado à margem lateral direita Conforme segue, vejamos um exemplo:
terá 1,5 cm;
Ata da 1a reunião dos formandos de Letras
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre 2002 da FURG
as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou,
se o editor de texto utilizado não comportar tal Aos dezessete dias do mês de julho, de dois mil
recurso, de uma linha em branco; e um, às dezenove horas e trinta minutos, na sala
B, no Campus Carreiros, sob a presidência da
i) não deve haver abuso no uso de negrito, Comissão de Formatura, formada pelos alunos
itálico, sublinhado, letras maiúsculas, Fulano de tal, Beltrano e Ciclano, reuniram-se os
sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer formandos interessados na organização da
outra forma de formatação que afete a elegância formatura. Após constatada a presença de todos
e a sobriedade do documento; os alunos e feita a identificação do empenho de
formatura, a comissão presidente declarou
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor aberta a reunião. A reunião iniciou-se com a
preta em papel branco. A impressão colorida solicitação que a partir de dezessete de agosto
deve ser usada apenas para gráficos e fossem viabilizados os processos de
ilustrações; arrecadação de valores para a formatura. A
comissão informou que o valor a ser arrecadado
l) todos os tipos de documentos do Padrão será de R$ 12.000,00. Para tanto, pediu-se o
Ofício devem ser impressos em papel de afinco de todos os presentes na seção. Por fim,
tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; estando os presentes de acordo com o que foi
deliberado, os Srs. presidentes encerraram a
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o reunião, da qual eu, Maria da Silva, secretária
formato de arquivo Rich Text nos documentos de designada, lavrei a presente ata, após lida e
texto; aprovada será assinada por mim e pelos
presentes.
n) dentro do possível, todos os documentos
elaborados devem ter o arquivo de texto Rio Grande, dezessete de julho de dois mil.
preservado para consulta posterior ou
aproveitamento de trechos para casos análogos; (seguem as assinaturas)

o) para facilitar a localização, os nomes dos ATESTADO


arquivos devem ser formados da seguinte
maneira: tipo do documento + número do 1 – Conceito
documento + palavras-chaves do conteúdo
Um atestado constitui-se de uma declaração feita
Ex.: "Of. 123 - relatório produtividade ano 2002" por uma pessoa a favor de outra, procurando
atestar uma verdade em que se acredita.
CORRESPONDÊNCIA
1.2 - Modelo
ATA
O presente documento deverá conter em sua
1 – Conceito estrutura um timbre, localizado no alto, um título
(ATESTADO) escrito em fonte maiúscula, abaixo
Uma ata refere-se ao resumo dos fatos de uma do timbre, no centro da folha, e com espaço de
reunião de pessoas ou assembléia para um 10 linhas entre o nome e o timbre. Na seqüência
determinado fim já divulgado. deverá apresentar-se um texto constituído de um
parágrafo e localizado três espaços abaixo do
1.2 – Modelo título, localidade e data centralizados à direita da
página, dois espaços abaixo do texto e, por fim,
Uma ata deverá conter um cabeçalho constituído a assinatura disposta a quatro espaços abaixo da
do número, da ata e do nome dos participantes data, acima do nome datilografado somente com
do grupo que se encontram reunidos, uma as iniciais maiúsculas.
abertura indicando, por extenso, dia, mês, ano,
hora, local da reunião e nome de quem a preside, Vejamos um exemplo:
bem como a finalidade de tal evento, transcrita da
ordem do dia que consta da convocação. Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Seguindo estes itens, virá um pronunciamento
referindo-se aos participantes e, a partir disso, a Departamento de Letras e Artes
declaração de abertura da seção.
Acompanhando estes elementos, virá uma COMCUR-LETRAS
relação nominal identificando os presentes, a
aprovação da ata anterior, a declaração objetiva ATESTADO
e sintética dos fatos a serem tratados no evento
e, por último, um fechamento com as
considerações finais.

Língua Portuguesa 83
Apostilas Domínio
Atesto, para os devidos fins, que o aluno Pedro Uma carta oficial deve ser estruturada de maneira
de Aguiar está regularmente matriculado no que contenha um timbre, local e data por extenso
segundo ano do curso de Letras/ Português, e número, antecedido por "c", que é um indicativo
cursando as disciplinas de Língua Portuguesa II, de carta. Acompanhando estes elementos devem
Lingüística II, Teoria da Literatura II, Filologia estar o endereçamento, o vocativo, o texto, fecho
Românica, Estrutura e Funcionamento do Ensino e, por último, a assinatura, nome do remetente.
de Primeiro e Segundo Graus, Didática Geral/
Letras e Ficção Portuguesa Contemporânea. Vejamos o exemplo que segue:

Rio Grande, 22 de outubro de 2000. Rio Grande, 01 de abril de 2000 C.n° 023/00

Maria Souza À

Chefe do DRA Divisão de Letras

AVISO COMCUR

1. Conceito Av. Itália, 1500

Um aviso constitui-se em um tipo de 05523 - 210 Rio Grande – RS


comunicação, direta ou indireta, afixada em local
público ou privado, com características amplas e Prezados Senhores,
variadas.
Gostaria de convidá-los a participar do evento
1.2 – Modelo que integrará os alunos do curso de Letras
Português. Tal evento proporcionará debates
Um aviso deve apresentar um timbre e um acerca do ensino de gramática na escola, nos
símbolo referentes à instituição que o utiliza, dias atuais.
seguidos de um número que identifique o
documento e de um título. O texto deve ser Atenciosamente,
estruturado em forma de parágrafo, o local e a
data devem estar localizados à direita, alinhados Marcos Pereira
com o texto e, por último, devem vir a assinatura
e o cargo do responsável pelo aviso, ambos Reitor
centralizados na página.
CERTIDÃO
Vejamos o seguinte exemplo:
1 – Conceito
Símbolo da FURG
A certidão é revestida de formalidades legais,
Fundação Universidade Federal do Rio Grande através da qual se certifica algo retirado de um
outro documento ou livro.
Aviso N° 10223/00
1.2 – Modelo
Concurso Vestibular 2001
A estrutura da certidão constitui-se de um timbre
A Comissão Permanente do Vestibular e, três linhas abaixo, a palavra certidão em letras
(Coperve), da FURG, solicita que os fiscais maiúsculas, seguida de um número.
estejam em seus prédios 1(uma) hora antes do Acompanhando estes elementos, virá um texto
início das provas. exposto três espaços abaixo do título, um fecho,
local e data por extenso e, por último, a
Rio Grande, 22 de outubro de 2000 assinatura.

Rose da Silva CIRCULAR

Presidente da Comissão 1 – Conceito

CARTA OFICIAL Uma circular é uma forma multidirecional que


possibilita uma instituição dirigir-se, ao mesmo
1 - Conceito tempo, a várias repartições ou pessoas.

Uma carta oficial consiste num meio de 1.2 - Modelo


comunicação de caráter oficial decorrente do
cargo ou da função públicos. Uma circular constitui-se do nome do órgão ou
empresa e da data localizada à direita da folha.
1.2 – Modelo Seguindo estes elementos vêm o número
precedido de CIRCULAR, o assunto, o texto, a

Língua Portuguesa 84
Apostilas Domínio
assinatura, o cargo e, por último, a data de Comunica a seus clientes e amigos a
publicação. Este documento não deve conter transferência de suas instalações para o Sítio do
nem destinatário, pois não é unidirecional, tão Pica-Pau Amarelo na avenida Fernando Osório,
pouco endereçamento. 20; com prestação de serviços e manutenção em
equipamentos e Software.
Vejamos um exemplo:
1.2.2) Comunicação Interna
COPERV
COMUNICAÇÃO
COMISSÃO PERMANENTE DO VESTIBULAR
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO
Pelotas, 03 de setembro de 2000 RIO GRANDE

CIRCULAR GERAL Nº. 23 FURG

Prorroga o prazo para a entrega da inscrição para Comunicado Interno 55/00


o Vestibular UFPel/2000
De: Direção
O PRESIDENTE DA COPERV, no uso de suas
atribuições, transmite a seguinte instrução: Para: Professores e Alunos

Os funcionários da COPERV devem receber as Comunicamos que, a partir do ano de 2001, o


inscrições para o processo seletivo de 2002 até período especial de provas não mais existirá,
o dia 21 de novembro de 2001 e não até o dia ficando portanto a marcação do dia das provas
11 de novembro, como havia sido pré- aos cuidados dos professores.
estabelecido.
Pedro Moraes
Pinto Martins
Reitor
Presidente
DECLARAÇÃO
Publicado no D.P. de 21/08/00
1 - Conceito
COMUNICADO
Uma declaração constitui-se num documento
1 – Conceito semelhante ao atestado, porém não é expedido
por instituições públicas.
Um comunicado, também chamado de
comunicação, constitui-se num aviso que pode 2 – Modelo
ter caráter externo ou interno.
Este documento deve conter em sua elaboração
1.2 – Modelo uma evidência de declaração, escrita com letra
maiúscula (DECLARO), seguida do texto de
Um comunicado de caráter externo deve ser declaração, local e data, evidenciando dia, mês e
dotado de um título que indique tratar-se de uma ano e, por fim, a assinatura do(s) declarante(s) e
comunicação, o nome da instituição comunicante o cargo do(s) mesmo(s).
e o texto com as informações a serem
comunicadas. Pode conter, de acordo com o que Vejamos dois exemplos:
cada comunicante desejar, o nome do
responsável, juntamente com o seu cargo na EX.1
entidade e a data.
DECLARAMOS que o Senhor José Saramago
Já a comunicação interna, além desses itens, atuou neste Gabinete no período de 25 de janeiro
deve conter Comunicado Interno, uma de 1999 a 30 de dezembro de 1999, recebendo
identificação e o número do documento, mensalmente um salário mínimo.
juntamente com o ano e por fim as assinaturas.
Rio Grande, 28 de março de 2000 .
Seguem abaixo os exemplos de ambos os tipos
de comunicado. José de Arimatéia

1.2.1) Comunicado Externo Chefe de Gabinete do Vereador João Ferreira

COMUNICADO EX.2

VISCONDE DE SABUGOSA INFORMÁTICA DECLARO, para fins de comprovação junto à


LTDA Comissão de Curso de Direito, que Maria
Madalena, matrícula nº 123456, graduanda do

Língua Portuguesa 85
Apostilas Domínio
curso de Direito, participou do IV Seminário de dados devem ser escritos a 4 espaços duplos do
Direito Penal, desta Instituição. fecho, alinhados verticalmente em relação ao
texto que os antecede.
Rio Grande, 26 de junho de 2000.
Vejamos um exemplo:
Marcos da Silva
Memorando n° 15/ Comcur Letras Em 04 de maio
Presidente do Diretório Acadêmico de Direito de 2001

EDITAL À SUPGRAD

1 – Conceito Assunto: solicitação para que continue em vigor


o período especial de provas.
O edital é um meio de notificação direcionado ao
público, que se afixa em local de acesso dos Solicitamos de Vossa Magnificência que o
interessados ou se publica na imprensa. período especial de provas continue vigorando,
uma vez que do contrário, os alunos que fazem
1.2 – Modelo prova no último horário serão prejudicados, dada
a insuficiência de meios de transporte no
O edital constitui-se de um título (Edital de Campus Carreiros.
Convocação), do cargo da autoridade, da
indicação de quem está sendo convocado e do Atenciosamente,
tipo de reunião, da lista dos assuntos, do local,
da data e da assinatura da autoridade. José Firmino

Vejamos um modelo: Presidente do DA-Letras

EDITAL CONVOCAÇÃO OFÍCIO

Os alunos do Curso de Letras da Universidade 1 – Conceito


Federal de Pelotas convocam os formandos a
seguir para a reunião de sábado à tarde. Um ofício é um documento utilizado por órgãos
do governo ou autarquias para correspondência
1- Cecília Meireles externa e que tem por finalidade tratar de
assuntos oficiais.
2- Érico Veríssimo
1.2 – Modelo
Pelotas, 03 de julho de 2000
Um ofício deve conter em sua estrutura um timbre
(assinatura) representado por um símbolo e o nome da
unidade impressa no alto da folha e a numeração,
João da Silva dentro do ano, que o ofício recebe, em ordem
cronológica de feitura, seguido da sigla de
MEMORANDO indicação do órgão eminente. Este, por sua vez,
faz-se anteceder o nome da correspondência
1 – Conceito escrito por extenso ou abreviado.
Acompanhando estes elementos virá o local e
Um memorando constitui-se em um meio de data (dia, mês e ano) que devem ser escritos a
comunicação eminentemente interno, utilizado sete espaços duplos ou a 6,5cm. da borda
entre unidades administrativas de um mesmo superior. O mês é escrito por extenso.
órgão, independentemente de nível hierárquico.
Entre o espaço e a centena se deixa um
1.2 – Modelo algarismo do ano, deve ser feito o ponto final e o
término da data deve coincidir com a margem
O memorando deve ser estruturado de forma que direita, que é de cinco espaços duplos ou de 5cm.
contenha o número e a sigla de identificação de A seguir virá o vocativo que deve ser escrito a dez
sua origem, antecedido pela expressão espaços duplos ou 10cm da borda superior, na
"memorando" e a data, não precedida do nome linha do parágrafo, a dez espaços ou 2,5cm da
da localidade, mas grafada na mesma linha do margem e, por fim, um texto, em forma de
número e da sigla. Seguindo estes elementos, parágrafo expondo o assunto, que inicia-se a
virão o nome do destinatário do memorando 1,5cm do vocativo. Os parágrafos são
acompanhado do cargo que ocupa, o assunto enumerados rente a margem, com exceção do 1º
sintetizado e um texto que deve iniciar-se a 4 e do fecho.
espaços duplos abaixo do item anterior. Por
último, virá o fecho (atenciosamente ou A apresentação do ofício é feita no primeiro
respeitosamente) que deve estar centrado à parágrafo. No decorrer do texto aprecia-se e se
direita, 1 espaço duplo abaixo do texto, e o nome ilustra o assunto com os devidos esclarecimentos
e cargo do emitente: estes e informações pertinentes. Na

Língua Portuguesa 86
Apostilas Domínio
conclusão se faz a reafirmação da posição ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
recomendada pelo emitente do ofício sobre o
assunto. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA

Quanto ao fecho este deve estar localizado a um SUPERVISÃO DE APOIO ADMINISTRATIVO


espaço duplo (ou 1cm) do último parágrafo do
texto, centrado à direita e seguido de vírgula. ORDEM DE SERVIÇO Nº5 / 99/ SUA
Seguindo este elemento virá o nome do
signatário datilografado em maiúsculas, do cargo O SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, no uso de
só com as iniciais maiúsculas, escritas sob o suas atribuições,
nome, a assinatura que deverá ser feita
imediatamente acima do nome. Considerando o fiel cumprimento da Lei nº1234,
de 12 de outubro de 1972, que regula prazos e o
Estes dados devem estar centralizados à direita andamento dos expedientes administrativos.
na direção vertical do fecho, a três espaços
duplos ou 2,5cm. deste . Considerando que, para apreciação de qualquer
tipo de requerimento ou petição, deve o mesmo
A identificação do destinatário deverá conter um estar acompanhado de todos os dados
pronome de tratamento, acima da designação da imprescindíveis á sua análise.
função exercida pelo mesmo, seguido do nome
deste e, após, o endereço. Caso o ofício seja Considerando que, em número substancial, há
constituído por mais de uma folha, o endereço do necessidade de se comunicar com o signatário
destinatário deve constar da primeira. da petição inicial, não só em seu interesse, como
no da administração.
Na diagramação dos dados, o último deve estar
a dois espaços duplos ou 2cm. da borda inferior DETERMINA
do papel, e todas as linhas devem coincidir com
o texto, rentes à margem esquerda. 1º Todos os órgãos desta secretaria, antes de
darem andamento a qualquer expediente,
Entre os parágrafos do ofício deve ser deixado deverão verificar se constam no mesmo os
um espaço duplo ou 1cm. O espaço entre as elementos informativos e se a documentação
linhas também é duplo; nas transcrições e exigida para a sua apreciação foi devidamente
citações é um ou um e meio; estes, anexada.
preferencialmente, devem vir salientados por
aspas e, se ultrapassarem cinco linhas, devem 2º O endereço do peticionário deverá
distar cinco espaços da margem esquerda. obrigatoriamente ser anexado, em todos os
formulários, modelos, requerimentos, petições e
Se o ofício tem por objetivo transmitir um assunto solicitações.
do interesse de diversos setores, é necessário
que sejam tiradas tantas cópias forem preciso. Rio Grande, 08 de maio de 1999
Nesse caso, o ofício passará a se chamar de
ofício circular, grafado com inicial maiúscula, SUPERVISOR ADMINISTRATIVO
antes do número de ordem.
Apostila
ORDEM DE SERVIÇO
Para os estudantes significa uma publicação
1 – Conceito avulsa com objetivos didáticos, geralmente
datilografada e mimeografada e de utilização
Uma ordem de serviço é um documento oficial e restrita.
interdepartamental, com numeração própria e, às
vezes, apresenta características de circular. Em sentido oficial, significa breve nota,
Refere-se ao ato de expedir determinações que adicionamento à margem de uma escritura. É um
serão executadas por instituições de caráter ato pelo qual se acrescenta informações a um
social e por servidores desses órgãos. documento público ou ato administrativo anterior
a fim de esclarecê-lo, interpretálo ou completá-lo.
1.2 - Modelo É um documento complementar de um ato.

Uma ordem de serviço deve ser estruturada de Indica a nota ou aditamento feito à margem de
maneira que contenha o nome do órgão emissor qualquer documento público, a fim de
da ordem de serviço, o número do documento e acrescentar algo que faltava ao texto. Expressa
o ano. Deverá conter um título referindo-se ao também um ato pelo qual o documento é
SUPERVISOR ADMINISTRATIVO, um texto, a anotado, após ser registrado ou averbado.
data e, por fim, a assinatura do supervisor
administrativo e a explicitação de quem executa Dessa forma, apostila-se o diploma ou título de
tal cargo. nomeação, de sorte que o indivíduo diplomado
ou nomeado venha a exercer sua profissão ou
Vejamos o exemplo: cargo.

Língua Portuguesa 87
Apostilas Domínio
Ordem de Serviço indispensável uma ligação entre as partes,
mesmo havendo um corte de trechos
É instrução dada a um servidor ou a um órgão considerados não essenciais.
administrativo. Encerra orientações a serem
tomadas pela chefia para execução de serviços Quando o tema é a .situação comunicativa. (p.7),
ou desempenho de encargos. É o documento, é a autora nos esclarece a relação texto X contexto,
o ato pelo qual se determinam providências a onde um é essencial para esclarecermos o outro,
serem cumpridas por órgãos subordinados. utilizando-se de palavras que recebem diferentes
significados conforme são inseridas em um
Portaria determinado contexto; nos levando ao
entendimento de que não podemos considerar
Documento oficial que baixa de qualquer dos isoladamente os seus conceitos e sim analisá-los
ministérios a uma repartição ou a um indivíduo e de acordo com o contexto semântico ao qual está
é assinado pelo ministro em nome do chefe do inserida.
Estado ou por um diretor da repartição. Em
linguagem de Direito Administrativo significa todo Segundo Elisa Guimarães, o sentido da palavra
documento emanado de uma autoridade, através texto estende-se a uma enorme vastidão,
do qual possa transmitir a seus subordinados as podendo designar .um enunciado qualquer, oral
ordens de serviço de sua competência. Na ou escrito, longo ou breve, antigo ou moderno.
administração pública é um ato pelo qual o (p.14) e ao contrário do que muitos podem
Ministro de Estado ou outra autoridade pensar, um texto pode ser caracterizado como
competente estabelece normas administrativas, um fragmento, uma frase, um verbo ect e não
baixa instruções para aplicação de leis e decretos apenas na reunião destes com mais algumas
ou define situações, como dispensa, remoção, outras formas de enunciação; procurando
lotação. Muitas vezes as portarias são sempre uma objetividade para que a sua
empregadas para nomeações, demissões, compreensão seja feita de forma fácil e clara.
suspensões e reintegrações de funcionários. As
portarias em geral são atos de Ministros de Esta economia textual facilita no caminho de
Estado, e suas funções e importâncias transmissão entre o enunciador e o receptor do
restringem-se à competência da autoridade texto que procura condensar as informações
administrativa que as expediu. recebidas a fim de se deter ao .núcleo
informativo. (p.17), este sim, primordial a
ARTICULAÇÃO DO TEXTO: PRONOMES E qualquer informação.
EXPRESSÕES REFERENCIAIS, NEXOS,
OPERADORES SEQUENCIAIS. A autora também apresenta diversas formas de
classificação do discurso e do texto, porém,
Resenha Critica de Articulação do Texto detenhamo-nos na divisão de texto informativo e
Amanda Alves Martins de um texto literário ou ficcional.

Analisando um texto, é possível percebermos


Resenha Crítica do livro A Articulação do Texto, que a repetição de um nome/lexema, nos induz à
da autora Elisa Guimarães lembrar de fatos já abordados, estimula a nossa
biblioteca mental e a informa da importância de
No livro de Elisa Guimarães, A Articulação do tal nome, que dentro de um contexto qualquer, ou
Texto, a autora procura esclarecer as dúvidas seja que não fosse de um texto informacional,
referentes à formação e à compreensão de um seria apenas caracterizado como uma
texto e do seu contexto. redundância desnecessária. Essa repetição é
normalmente dada através de sinônimos ou
Formado por unidades coordenadas, ou seja, .sinônimos perfeitos.
interligadas entre si, o texto constitui, portanto,
uma unidade comunicativa para os membros de (p.30) que permitem a permutação destes nomes
uma comunidade; nele, existe um conjunto de durante o texto sem que o sentido original e
fatores indispensáveis para a sua construção, desejado seja modificado.
como .as intenções do falante (emissor), o jogo
de imagens conceituais, mentais que o emissor e Esta relação semântica presente nos textos
destinatário executam..(Manuel P. Ribeiro, 2004, ocorre devido às interpretações feitas da
p.397). Somado à isso, um texto não pode existir realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada
de forma única e sozinha, pois depende dos .semântica referencial. (p.31) para causar esta
outros tanto sintaticamente quanto busca mental no receptor através de palavras
semanticamente para que haja um entendimento semanticamente semelhantes à que fora
e uma compreensão deste. Dentro de um texto, enunciada, porém, existe ainda o que a autora
as partes que o formam se integram e se denominou de .inexistência de sinônimo perfeito.
explicam de forma recíproca. (p.30) que são sinônimos porém quando posto
em substituição um ao outro não geram uma
Completando o processo de formação de um coerência adequada ao entendimento.
texto, a autora nos esclarece que a economia de
linguagem facilita a compreensão dele, sendo

Língua Portuguesa 88
Apostilas Domínio
Nesta relação de substituição por sinônimos, Gramática Aplicada da Língua Portuguesa de
devemos ter cautela quando formos usar os Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed):
.hiperônimos.
A coesão e a coerência trazem a característica
(p.32), ou até mesmo a .hiponímia. (p.32) onde de promover a inter-relação semântica entre os
substitui-se a parte pelo todo, pois neste elementos do discurso, respondendo pelo que
emaranhado de substituições pode-se causar chamamos de conectividade textual. .A coerência
desajustes e o resultado final não fazer com que diz respeito ao nexo entre os conceitos; e a
a imagem mental do leitor seja ativada de forma coesão, à expressão desse nexo no plano
corretamente, e outra assimilação, errônea, pode linguístico. (VAL, Maria das Graças Costa.
ser utilizada. Redação e textualidade, 1991, p.7)

Seguindo ainda neste linear das substituições, No capítulo que diz respeito às noções de
existem ainda as .nominações. e a .elipse., onde estrutura, Elisa Guimarães, busca ressaltar o
na primeira, o sentido inicialmente expresso por nível sintático representado pelas coordenações
um verbo é substituído por um nome, ou seja, um e subordinações que fixam relações de
substantivo; e, enquanto na segunda, ou seja, na .equivalência. ou .hierarquia. respectivamente.
elipse, o substituto é nulo e marcado pela flexão
verbal; como podemos perceber no seguinte Um fato importante dentro do livro A Articulação
exemplo retirado do livro de Elisa Guimarães: do Texto, é o valor atribuído às estruturas
integrantes do texto, como o título, o parágrafo,
.Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua as inter e intrapartes, o início e o fim e também,
presença suave. Mil deles não causam o as superestruturas.
incômodo de dez cearenses.
O título funciona como estratégica de articulação
Não grita, não empurram< não seguram do texto podendo desempenhar papéis que
o braço da gente, não impõem suas opiniões. resumam os seus pontos primordiais, como
Para os importunos inventaram eles uma palavra também, podem ser desvendados no decorrer da
maravilhosamente definidora e que traduz bem a leitura do texto.
sua antipatia para essa casta de gente (...).
(Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crônicas Os parágrafos esquematizam o raciocínio do
escolhidas. Rio de Janeiros, José Olympio, 1958, escritos, como enuncia Othon Moacir Garcia:
p.82).
.O parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar
Porém é preciso especificar que para que haja a e depois ajustar convenientemente as ideias
elipse o termo elíptico deve estar perfeitamente principais da sua composição, permitindo ao
claro no contexto. Este conceito e os demais já leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos
ditos anteriormente são primordiais para a seus diferentes estágios.. É bom relembrar, que
compreensão e produção textual, uma vez que dentro do parágrafo encontraremos o chamado
contribuem para a economia de linguagem, fator tópico frasal, que resumirá a principal ideia do
de grande valor para tais feitos. parágrafo no qual esta inserido; e também
encontraremos, segundo a autora, dez diferentes
Ao abordar os conceitos de coesão e coerência, tipos de parágrafo, cada qual com um ponto de
a autora procura primeiramente retomar a noção vista específico.
de que a construção do texto é feita através de
.referentes linguísticos. (p.38) que geram um No que diz respeito ao tópico Inicio e fim, Elisa
conjunto de frases que irão constituir uma Guimarães preferiu abordá-los de forma mútua já
.microestrutura do texto. (p.38) que se articula que um é consequência ou decorrência do outro;
com a estrutura semântica geral. Porém, a ficando a organização da narrativa com uma
dificuldade de se separar a coesão da coerência forma de estrutura clássica e seguindo uma linha
está no fato daquela está inserida nesta, sequencial já esperada pelo leitor, onde o início
formando uma linha de raciocínio de fácil alimenta a esperança de como virá a ser o texto,
compreensão, no entanto, quando ocorre uma enquanto que o fim exercer uma função de dar
incoerência textual, decorrente da um destaque maior ao fechamento do texto, o
incompatibilidade e não exatidão do que foi que também, alimenta a imaginação tanto do
escrito, o leitor também é capaz de entender leito, quanto do próprio autor.
devido a sua fácil compreensão apesar da má
articulação do texto. No geral, o que diz respeito ao livro A Articulação
do Texto de Elisa Guimarães, ele nos trás um
A coerência de um texto não é dada apenas pela grande número de informações e novos
boa interligação entre as suas frases, mas conceitos em relação à produção e compreensão
também porque entre estas existe a influência da textual, no entanto, essa grande leva de
coerência textual, o que nos ajuda a concluir que informações muitas vezes se tornam confusas e
a coesão, na verdade, é efeito da coerência. acabam por desprenderem-se uma das outras,
Como observamos em Nova quebrando a linearidade de todo o texto e
dificultando o entendimento teórico.

Língua Portuguesa 89
Apostilas Domínio
A REFERENCIAÇÃO / OS REFERENTES / vaqueiro, mas Fabiano sabia que elas estavam
COERÊNCIA E COESÃO erradas e o patrão queria enganá-lo.Enganava..
Vidas secas, p. 143);
A fala e também o texto escrito constituem-se
não apenas numa sequência de palavras ou de . substituição léxica, que se dá tanto pelo
frases. A sucessão de coisas ditas ou escritas emprego de sinônimos como de palavras quase
forma uma cadeia que vai muito além da simples sinônimas.
sequencialidade: há um entrelaçamento
significativo que aproxima as partes formadoras Considerem-se aqui além das palavras
do texto falado ou escrito. Os mecanismos sinônimas, aquelas resultantes de famílias
linguísticos que estabelecem a conectividade e a ideológicas e do campo associativo, como, por
retomada e garantem a coesão são os referentes exemplo, esvoaçar, revoar, voar;
textuais.
. hipônimos (relações de um termo específico
Cada uma das coisas ditas estabelece relações com um termo de sentido geral, ex.: gato, felino)
de sentido e significado tanto com os elementos e hiperônimos (relações de um termo de sentido
que a antecedem como com os que a sucedem, mais amplo com outros de sentido mais
construindo uma cadeia textual significativa. específico, ex.: felino, gato);
Essa coesão, que dá unidade ao texto, vai sendo
construída e se evidencia pelo emprego de . nominalizações (quando um fato, uma
diferentes procedimentos, tanto no campo do ocorrência, aparece em forma de verbo e, mais
léxico, como no da gramática. (Não esqueçamos adiante, reaparece como substantivo, ex.:
que, num texto, não existem ou não deveriam consertar, o conserto; viajar, a viagem). É preciso
existir elementos dispensáveis. Os elementos distinguir-se entre nominalização estrita
constitutivos vão construindo o texto, e são as e. generalizações (ex.: o cão < o animal) e
articulações entre vocábulos, entre as partes de especificações (ex.: planta > árvore > palmeira);
uma oração, entre as orações e entre os
parágrafos que determinam a referenciação, os . substitutos universais (ex.: João trabalha muito.
contatos e conexões e estabelecem sentido ao Também o faço. O verbo fazer em substituição ao
todo.) verbo trabalhar);

Atenção especial concentram os procedimentos . enunciados que estabelecem a recapitulação da


que garantem ao texto coesão e coerência. São ideia global. Ex.: O curral deserto, o chiqueiro das
esses procedimentos que desenvolvem a cabras arruinado e também deserto, a casa do
dinâmica articuladora e garantem a progressão vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono
textual. (Vidas Secas, p.11). Esse enunciado é chamado
de anáfora conceptual. Todo um enunciado
A coesão é a manifestação linguística da anterior e a ideia global que ele refere são
coerência e se realiza nas relações entre retomados por outro enunciado que os resume
elementos sucessivos (artigos, pronomes e/ou interpreta. Com esse recurso, evitam-se as
adjetivos, adjetivos em relação aos substantivos; repetições e faz-se o discurso avançar,
formas verbais em relação aos sujeitos; tempos mantendo-se sua unidade.
verbais nas relações espaço- temporais
constitutivas do texto etc.), na organização de 2. A coesão apoiada na gramática dá-se no uso
períodos, de parágrafos, das partes do todo, de:
como formadoras de uma cadeia de sentido
capaz de apresentar e desenvolver um tema ou . certos pronomes (pessoais, adjetivos ou
as unidades de um texto. Construída com os substantivos). Destacam-se aqui os pronomes
mecanismos gramaticais e lexicais, confere pessoais de terceira pessoa, empregados como
unidade formal ao texto. substitutos de elementos anteriormente
presentes no texto, diferentemente dos
1. Considere-se, inicialmente, a coesão apoiada pronomes de 1ª e 2ª pessoa que se referem à
no léxico. Ela pode dar-se pela reiteração, pela pessoa que fala e com quem esta fala.
substituição e pela associação.
. certos advérbios e expressões adverbiais;
É garantida com o emprego de:
. artigos;
. enlaces semânticos de frases por meio da
repetição. A mensagem-tema do texto apoiada . conjunções;
na conexão de elementos léxicos sucessivos
pode dar-se por simples iteração (repetição). . numerais;
Cabe, nesse caso, fazer-se a diferenciação entre
a simples redundância resultado da pobreza de . elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter
vocabulário e o emprego de repetições como a um enunciado anterior, a palavra elidida é
recurso estilístico, com intenção articulatória. Ex.: facilmente identificável (Ex.: O jovem recolheu-se
.As contas do patrão eram diferentes, arranjadas cedo Sabia que ia necessitar de
a tinta e contra o todas as suas forças. O termo o jovem deixa de
ser repetido e, assim, estabelece a relação entre

Língua Portuguesa 90
Apostilas Domínio
as duas orações.). É a própria ausência do termo Os articuladores (também chamados nexos ou
que marca a inter-relação. A identificação pode conectores) são conjunções, advérbios e
dar-se com o próprio enunciado, como no preposições responsáveis pela ligação entre si
exemplo anterior, ou com elementos dos fatos denotados num texto, Eles exprimem os
extraverbais, exteriores ao enunciado. Vejam-se diferentes tipos de interdependência de sentido
os avisos em lugares públicos (ex.: Perigo!) e as das frases no processo de sequencialização
frases exclamativas, que remetem a uma textual. As ideias ou proposições podem se
situação não-verbal. Nesse caso, a articulação se relacionar indicando causa, consequência,
dá entre texto e contexto (extratextual); finalidade, etc.

. as concordâncias; Ingressei na Faculdade a fim de ascender


socialmente.
. a correlação entre os tempos verbais.
Ingressei na Faculdade porque pretendo ser
Os dêiticos exercem, por excelência, essa função biólogo.
de progressão textual, dada sua característica:
são elementos que não significam, apenas Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.
indicam, remetem aos componentes da situação
comunicativa. Já os componentes concentram É possível observar que os articuladores
em si a significação. Referem os participantes do relacionam os argumentos diferentemente.
ato de comunicação, o momento e o lugar da Podemos, inclusive, agrupá-los, conforme a
enunciação. relação que estabelecem.

Elisa Guimarães ensina a respeito dos dêiticos: Relações de:

Os pronomes pessoais e as desinências verbais adição: os conectores articula sequencialmente


indicam os participantes do ato do discurso. Os frases cujos conteúdos se adicionam a favor de
pronomes demonstrativos, certas locuções uma mesma conclusão: e, também, não
prepositivas e adverbiais, bem como os só...como também, tanto...como, além de, além
advérbios de tempo, referenciam o momento da disso, ainda, nem.
enunciação, podendo indicar simultaneidade,
anterioridade ou posterioridade. Assim: este, Na maioria dos casos, as frases somadas não
agora, hoje, neste momento (presente); são permutáveis, isto é, a ordem em que ocorrem
ultimamente, recentemente, ontem, há alguns os fatos descritos deve ser respeitada.
dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no
próximo ano, depois de (futuro). Ele entrou, dirigiu-se à escrivaninha e sentou- se.

Maria da Graça Costa Val lembra que .esses alternância: os conteúdos alternativos das
recursos expressam relações não só entre os frases são articulados por conectores como ou,
elementos no interior de uma frase, mas também ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode
entre frases e sequências de frases dentro de um expressar inclusão ou exclusão.
texto..
Ele não sabe se conclui o curso ou abandona a
Não só a coesão explícita possibilita a Faculdade.
compreensão de um texto. Muitas vezes a
comunicação se faz por meio de uma coesão oposição: os conectores articulam
implícita, apoiada no conhecimento mútuo sequencialmente frases cujos conteúdos se
anterior que os participantes do processo opõem. São articuladores de oposição: mas,
comunicativo têm da língua. porém, todavia, entretanto, no entanto, não
obstante, embora, apesar de (que), ainda que, se
A ligação lógica das ideias bem que, mesmo que, etc.

Uma das características do texto é a organização O candidato foi aprovado, mas não fez a
sequencial dos elementos linguísticos que o matrícula.
compõem, isto é, as relações de sentido que se
estabelecem entre as frases e os parágrafos que condicionalidade: essa relação é expressa pela
compõem um texto, fazendo com que a combinação de duas proposições: uma
interpretação de um elemento linguístico introduzida pelo articulador se ou caso e outra por
qualquer seja dependente da de outro(s). Os então (consequente), que pode vir implícito.
principais fatores que determinam esse Estabelece-se uma relação entre o antecedente
encadeamento lógico são: a articulação, a e o consequente, isto é, sendo o antecedente
referência, a substituição vocabular e a elipse. verdadeiro ou possível, o consequente também o
será.
ARTICULAÇÃO
Na relação de condicionalidade, estabelece-se,
muitas vezes, uma condição hipotética, isto é,,

Língua Portuguesa 91
Apostilas Domínio
temporalidade: é a relação por meio da qual se
cria-se na proposição introduzida pelo articulador localizam no tempo ações, eventos ou estados
se/caso uma hipótese que condicionará o que de coisas do mundo real, expressas por meio de
será dito na proposição seguinte. Em geral, a duas proposições.
proposição situa-se num tempo futuro.
Quando
Caso tenha férias, (então) viajarei para Buenos
Aires. Mal

causalidade: é expressa pela combinação de Logo que terminei o colégio, matriculei-me aqui.
duas proposições, uma das quais encerra a
causa que acarreta a consequência expressa na Assim que
outra. Tal relação pode ser veiculada de
diferentes formas: Depois que

Passei no vestibular porque estudei muito No momento em que

visto que Nem bem

já que a) concomitância de fatos: Enquanto todos se


divertiam, ele estudava com afinco.
uma vez que
Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos
descritos em cada uma das proposições.
consequência causa b) um tempo progressivo:
Estudei tanto que passei no vestibular. À proporção que os alunos terminavam a prova,
iam se retirando.
Estudei muito por isso passei no vestibular
. bar enchia de frequentadores à medida que a
noite caía.
causa consequência Conclusão: um enunciado introduzido por
articuladores como portanto, logo, pois, então,
Como estudei passei no vestibular
por conseguinte, estabelece uma conclusão em
relação a algo dito no enunciado anterior:
Por ter estudado muito passei no vestibular
Assistiu a todas as aulas e realizou com êxito
todos os exercícios. Portanto tem condições de
causa consequência se sair bem na prova.

finalidade: uma das proposições do período É importante salientar que os articuladores


explicita o(s) meio(s) para se atingir determinado conclusivos não se limitam a articular frases. Eles
fim expresso na outra. Os articuladores principais podem articular parágrafos, capítulos.
são: para, afim de, para que.
Comparação: é estabelecida por articuladores :
Utilizo o automóvel a fim de facilitar minha vida. tanto (tão)...como, tanto (tal)...como, tão
...quanto, mais ....(do) que, menos ..... (do) que,
conformidade: essa relação expressa-se por assim como.
meio de duas proposições, em que se mostra a
conformidade de conteúdo de uma delas em Ele é tão competente quanto Alberto.
relação a algo afirmado na outra.
Explicação ou justificativa: os articuladores do
O aluno realizou a prova conforme o professor tipo pois, que, porque introduzem uma
solicitara. justificativa ou explicação a algo já anteriormente
referido.
segundo
Não se preocupe que eu voltarei
consoante
pois
como
porque
de acordo com a solicitação...
As pausas

Os articuladores são, muitas vezes, substituídos


por .pausas. (marcadas por dois pontos, vírgula,

Língua Portuguesa 92
Apostilas Domínio
ponto final na escrita). Que podem assinalar Aqui serão levados em consideração os
tipos de relações diferentes. vocábulos positivos, neutros e negativos.

Compramos tudo pela manhã: à tarde Em Você me deu um café gelado, a palavra
pretendemos viajar. (causalidade) gelado assume valor negativo, entretanto,
assume valor positivo em Depois do trabalho
Não fique triste. As coisas se resolverão. vamos tomar uma cerveja gelada?
(justificativa)
3. Adequação aos interlocutore
Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos
à flor da pele. ( oposição) Há, nesse critério, quatro tipos de seleção
vocabular: quanto à atividade profissional com o
Não estive presente à cerimônia. Não posso uso dos jargões; quanto à imagem social de um
descrevê-la. (conclusão) dos interlocutores, ou seja, um chefe de Estado
se expressa como o que se espera de alguém
http://www.seaac.com.br/ que ocupa tal cargo; quanto à idade com o uso
de vocábulos modernos (luminária) ou antigos
A análise de expressões referenciais é (abajur) ou quanto à origem dos interlocutores
fundamental na interpretação do discurso. A com emprego do vocábulo regional (piá –
identificação de expressões correferentes é criança).
importante em diversas aplicações de
Processamento da Linguagem Natural. 4. Adequação à situação de comunicação
Expressões referenciais podem ser usadas para
introduzir entidades em um discurso ou podem Refere-se, esse critério, ao uso de vocábulos
fazer referência a entidades já formais ou informais e ainda aos estrangeirismos.
mencionadas,podendo fazer uso de redução
lexical. Lembrando que palavras estrangeiras devem ser
grafadas entre aspas nas redações e só devem
Interpretar e produzir textos de qualidade são ser usadas quando necessárias, ou seja, quando
tarefas muito importantes na formação do aluno. forem importantes para o entendimento; em uma
Para realizá-las de modo satisfatório, é essencial situação de estilo ou quando não houver palavra
saber identificar e utilizar os operadores equivalente na Língua Portuguesa.
sequenciais e argumentativos do discurso. A
linguagem é um ato intencional, o indivíduo faz 5. Adequação ao código
escolhas quando se pronuncia oralmente ou
quando escreve. Para dar suporte a essas É relevante para esse critério a correção não só
escolhas, de modo a fazer com que suas ortográfica, mas também semântica, respeitando
opiniões sejam aceitas ou respeitadas, é os significados dicionarizados.
fundamental lançar mão dos operadores que
estabelecem ligações (espécies de costuras) Agostinho ressalta que os empregos .de moda.
entre os diferentes elementos do discurso. devem evitados, pois .em nada contribuem para
o real enriquecimento de um idioma. e dá um
ADEQUAÇÃO VOCABULAR exemplo: colocar em lugar de apresentar e
assumir em lugar de responsabilizar-se:
Agostinho Dias Carneiro em seu livro Redação
em Construção* descreve seis critérios de - Vou colocar aqui um problema…
adequação vocabular, listados a seguir:
- Se der errado, eu assumo…
1. A adequação ao referente
Somam-se a esse caso, os parônimos e os
Esse critério baseia-se na utilização de homônimos (homógrafos e homófonos), já
vocábulos gerais frente a vocábulos específicos. tratados em outra aula.
O exemplo que o autor dá é a palavra ver, que
tem emprego mais amplo que observar, 6. Adequação ao contexto
contemplar, distinguir, espiar, fitar etc.
As situações textuais revelam-se nas relações
Se eu disser, por exemplo, Pedro estava muito desenvolvidas entre as palavras do texto. Por
triste com a separação. Por isso, foi à praia, exemplo, se há relação de
sentou-se na areia e viu o sol, certamente
causará estranhamento no interlocutor. Ao passo causa e efeito – tropeçar / cair; se há relação de
que se eu disser Pedro estava muito triste com a finalidade – livro / estudar; se há relação de parte
separação. Por isso, foi à praia, sentou- se na e todo – rei / xadrez; se
areia e contemplou o sol, não haverá nenhum
problema na comunicação, pois houve há relação de sinonímia – aroma / perfume; se há
adequação quanto ao uso do vocábulo. relação de antonímia – entrar / sair; se há relação
de unidade e coletivo – livro / biblioteca;
2. Adequação ao ponto de vista

Língua Portuguesa 93
Apostilas Domínio
se há relação de objeto e ação – cadeira / sentar material, considera-se ganho humano apenas
e se há relação simbólica – pomba / paz. aquilo que concorre para equilibrar a ação
transformadora do homem sobre a natureza e a
O uso do vocábulo fora de um desses critérios e integridade da vida natural. Desenvolvimento,
até mesmo em critério inadequado à situação sim, mas sustentável: o adjetivo exprime uma
será erro. Cuidado! condição, para cercear as iniciativas predatórias.
Cada novidade tecnológica há de ser investigada
* CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em quanto a seus efeitos sobre o homem e o meio
Construção. 2ª ed. São Paulo: Moderna, 2001. em que vive. Cada intervenção na natureza há de
adequar-se a um planejamento que considere a
por: Claudia Simionato qualidade e a extensão dos efeitos.
Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo,
A análise sintática, assim como as outras uma avaliação ética e política de todas as formas
referentes à língua, é um exercício muito próximo de progresso que afetam nossa relação com o
da matemática, pois envolve um raciocínio lógico mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida.
do tipo: "se você encontrar tal elemento, então Não é pouco, mas ainda não é suficiente. Aos
admita que esse elemento é um objeto tal". cientistas, aos administradores, aos empresários,
Promover esse tipo de raciocínio no estudo das aos industriais e a todos nós – cidadãos comuns
sentenças é desenvolver uma análise formal, – cabe a tarefa cotidiana de zelarmos por nossas
porque as categorias sintáticas são formas que ações que inflectem sobre qualquer aspecto da
não dependem do conteúdo que expressam. Em qualidade de vida. A tarefa começa em nossa
outros níveis de análise - a análise semântica, a casa, em nossa cozinha e banheiro, em nosso
análise discursiva e análise estilística - esse tipo quintal e jardim – e se estende à preocupação
de raciocínio lógico é bastante complicado, com a rua, com o bairro, com a cidade.
porque envolve elementos cuja representação e “Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia
estrutura não são fixas. Em todo caso, grande o poeta. Mas um mundo que merece a atenção
parte das correções gramaticais se aplica ao do nosso coração e da nossa inteligência é,
nível de adequação sintática do texto, por isso a certamente, melhor do que este em que estamos
chamada revisão gramatical. vivendo.
Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz
progresso, o sentido preciso – talvez oculto - da
EXERCÍCIOS palavra mágica empregada. (Alaor Adauto de
PROVA SIMULADA I Mello)
1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de
Atenção: As questões de números 1 a 10 progresso, segundo a qual este deve ser
referem-se ao texto que segue. (A) equacionado como uma forma de equilíbrio
entre as atividades humanas e o respeito ao
No coração do progresso mundo natural.
Há séculos a civilização ocidental vem correndo (B) identificado como aprimoramento
atrás de tudo o que classifica como progresso. tecnológico que resulte em atividade
Essa palavra mágica aplica-se tanto à invenção economicamente viável.
do aeroplano ou à descoberta do DNA como à (C) caracterizado como uma atividade que
promoção do papai no novo emprego. “Estou redunde em maiores lucros para todos os
fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim indivíduos de uma comunidade.
acerta a mão numa velha receita. Mas quero (D) definido como um atributo da natureza que
chegar logo ao ponto, e convidar o leitor a refletir induz os homens a aproveitarem apenas o que é
sobre o sentido dessa palavra, que sempre oferecido em sua forma natural.
pareceu abrir todas as portas para uma vida (E) aceito como um processo civilizatório que
melhor. implique melhor distribuição de renda entre todos
Quando, muitos anos atrás, num daqueles os agentes dos setores produtivos.
documentários de cinema, via-se uma floresta 2. Considere as seguintes afirmações:
sendo derrubada para dar lugar a algum I. A banalização do uso da palavra progresso é
empreendimento, ninguém tinha dúvida em dizer uma consequência do fato de que a Ecologia
ou pensar: é o progresso. Uma represa deixou de ser um assunto acadêmico.
monumental era progresso. Cada novo produto II. A expressão desenvolvimento sustentável
químico era um progresso. As coisas não pressupõe que haja formas de desenvolvimento
mudaram tanto: continuamos a usar nocivas e predatórias.
indiscriminadamente a palavrinha mágica. Mas III. Entende o autor do texto que a magia da
não deixaram de mudar um pouco: desde que a palavra progresso advém do uso consciente e
Ecologia saiu das academias, divulgou-se, responsável que a maioria das pessoas vem
popularizou-se e tornou-se, efetivamente, um fazendo dela.
conjunto de iniciativas em favor da preservação Em relação ao texto está correto APENAS que se
ambiental e da melhoria das condições da vida afirma em
em nosso pequenino planeta. (A) I.
Para isso, foi preciso determinar muito bem o (B) II.
sentido de progresso. Do ponto de vista

Língua Portuguesa 94
Apostilas Domínio
(C) III. I. No contexto do segundo parágrafo, a forma
(D) I e II. plural não mudaram tanto atende à concordância
(E) II e III. com academias.
3. Considerando-se o contexto, traduz-se II. No contexto do terceiro parágrafo, a
corretamente uma frase do texto em: expressão há de adequar-se exprime um dever
(A) Mas quero chegar logo ao ponto = devo me imperioso, uma necessidade premente.
antecipar a qualquer conclusão. III. A expressão Em suma, tal como empregada
(B) continuamos a usar indiscriminadamente a no quarto parágrafo, anuncia a abertura de uma
palavrinha mágica = seguimos chamando de linha de argumentação ainda inexplorada no
mágico tudo o que julgamos sem preconceito. texto.
(C) para cercear as iniciativas predatórias = para Está correto APENAS o que se afirma em
ir ao encontro das ações voluntariosas. (A) I.
(D) ações que inflectem sobre qualquer aspecto (B)) II.
da qualidade da vida = práticas alheias ao que diz (C) III.
respeito às condições de vida. (D) I e II.
(E)) há de adequar-se a um planejamento = deve (E) II e III.
ir ao encontro do que está planificado. 8. A palavra progresso frequenta todas as
4. Cada intervenção na natureza há de adequar- bocas, todas pronunciam a palavra progresso,
se a um planejamento pelo qual se garanta que a todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos
qualidade da vida seja preservada. que elevam essa palavra ao patamar dos nomes
Os tempos e os modos verbais da frase acima miraculosos.
continuarão corretamente articulados caso se Evitam-se as repetições viciosas da frase acima
substituam as formas sublinhadas, na ordem em substituindo-se os elementos sublinhados, na
que surgem, por ordem dada, por:
(A) houve - garantiria - é (A)) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam
(B) haveria - garantiu - teria sido (B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na
(C) haveria - garantisse - fosse (C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe
(D) haverá - garantisse - e (D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe
(E) havia - garantiu - é elevam
5. As normas de concordância verbal estão (E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam
plenamente respeitadas na frase: 9. Está clara e correta a redação da seguinte
(A) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo frase:
à palavra progresso algumas conotações (A) Caso não se determine bem o sentido da
mágicas. palavra progresso, pois que é usada
(B) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras indiscriminadamente, ainda assim se faria
sem conhecer seu sentido real muitos equívocos necessário que reflitamos sobre seu verdadeiro
ideológicos. sentido.
(C) Muitas coisas a que associamos o sentido de (B) Ao dizer o poeta que seu coração não é
progresso não chega a representarem, de fato, maior do que o mundo, devemos nos inspirar
qualquer avanço significativo. para que se estabeleça entre este e o nosso
(D) Se muitas novidades tecnológicas houvesse coração os compromissos que se reflitam numa
de ser investigadas a fundo, veríamos que são vida melhor.
irrelevantes para a melhoria da vida. (C) Nada é desprezível no espaço do mundo,
(E) Começam pelas preocupações com nossa que não mereça nossa atenção quanto ao fato de
casa, com nossa rua, com nossa cidade a tarefa que sejamos responsáveis por sua melhoria, seja
de zelarmos por uma boa qualidade da vida. o nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se esteja.
6. Está correto o emprego de ambas as (D)) Todo desenvolvimento definido como
expressões sublinhadas na frase: sustentável exige, para fazer jus a esse adjetivo,
(A) De tudo aquilo que classificamos como cuidados especiais com o meio ambiente, para
progresso costumamos atribuir o sentido de um que não venham a ser nocivos seus efeitos
tipo de ganho ao qual não queremos abrir mão. imediatos ou futuros.
(B) É preferível deixar intacta a mata selvagem (E) Tem muita ciência que, se saísse das
do que destruí-la em nome de um benefício em limitações acadêmicas, acabariam por se
que quase ninguém desfrutará. revelarem mais úteis e mais populares, em vista
(C) A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha da Ecologia, cujas consequências se sente
receita, não hesitou em ver como progresso a mesmo no âmbito da vida prática.
operação à qual foi bem sucedida. 10. Está inteiramente correta a pontuação do
(D) A precisão da qual se pretende identificar o seguinte período:
sentido de uma palavra depende muito do valor (A) Toda vez que é pronunciada, a palavra
de contexto a que lhe atribuímos. progresso, parece abrir a porta para um mundo,
(E)) As inovações tecnológicas de cujo benefício mágico de prosperidade garantida.
todos se aproveitam representam, efetivamente, (B)) Por mínimas que pareçam, há providências
o avanço a que se costuma chamar progresso. inadiáveis, ações aparentemente irrisórias, cuja
7. Considere as seguintes afirmações, relativas a execução cotidiana é, no entanto,
aspectos da construção ou da expressividade do importantíssima.
texto:

Língua Portuguesa 95
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(C) O prestígio da palavra progresso, deve-se (C) os protestos de rua fazem parte de uma
em grande parte ao modo irrefletido, com que sociedade democrática e são permitidos pela
usamos e abusamos, dessa palavrinha mágica. Carta de 1988.
(D) Ainda que traga muitos benefícios, a (D) após a multa, os líderes de sindicato
construção de enormes represas, costuma trazer resolveram organizar protestos de rua em
também uma série de consequências ambientais horários e locais predeterminados.
que, nem sempre, foram avaliadas. (E) o Ministério Público envia com frequência
(E) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu estudos sobre os custos das manifestações feitas
a teses ambientalistas segundo as quais, o de forma abusiva.
conceito de progresso está sujeito a uma 12. No primeiro parágrafo, afirma-se que não há
permanente avaliação. fórmula perfeita para solucionar o conflito entre
Leia o texto a seguir para responder às questões manifestantes e os prejuízos causados ao
de números 11 a 24. restante da população. A saída estaria
De um lado estão os prejuízos e a restrição de principalmente na
direitos causados pelos protestos que param as (A) sensatez.
ruas de São Paulo. De outro está o direito à livre (B) Carta de 1998.
manifestação, assegurado pela Carta de 1988. (C) Justiça.
Como não há fórmula perfeita de arbitrar esse (D) Companhia de Engenharia de Tráfego.
choque entre garantias democráticas (E) na adoção de medidas amplas e profundas.
fundamentais, cabe lançar mão de medidas 13. De acordo com o segundo parágrafo do
pontuais – e sobretudo de bom senso. texto, os protestos que param as ruas de São
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) Paulo representam um custo para a população
estima em R$ 3 milhões o custo para a população da cidade. O cálculo desses custos é feito a partir
dos protestos ocorridos nos últimos três anos na (A) das multas aplicadas pela Companhia de
capital paulista. O cálculo leva em conta o Engenharia de Tráfego (CET).
combustível consumido e as horas perdidas de (B) dos gastos de combustível e das horas de
trabalho durante os engarrafamentos causados trabalho desperdiçadas em engarrafamentos.
por protestos. Os carros enfileirados por conta de (C) da distância a ser percorrida entre as
manifestações nesses três anos praticamente cidades de São Paulo e São Carlos.
cobririam os 231 km que separam São Paulo de (D) da quantidade de carros existentes entre a
São Carlos. capital de São Paulo e São Carlos.
A Justiça é o meio mais promissor, em longo (E) do número de usuários de automóveis
prazo, para desestimular os protestos abusivos particulares da cidade de São Paulo.
que param o trânsito nos horários mais 14. A quantidade de carros parados nos
inconvenientes e acarretam variados transtornos engarrafamentos, em razão das manifestações
a milhões de pessoas. É adequada a atitude da na cidade de São Paulo nos últimos três anos, é
CET de enviar sistematicamente ao Ministério equiparada, no texto,
Público relatórios com os prejuízos causados em (A) a R$ 3,3 milhões.
cada manifestação feita fora de horários e locais (B) ao total de usuários da cidade de São
sugeridos pela agência ou sem comunicação Carlos.
prévia. (C) ao total de usuários da cidade de São Paulo.
Com base num documento da CET, por exemplo, (D) ao total de combustível economizado.
a Procuradoria acionou um líder de sindicato, o (E) a uma distância de 231 km.
qual foi condenado em primeira instância a pagar 15. No terceiro parágrafo, a respeito do poder da
R$ 3,3 milhões aos cofres públicos, a título de Justiça em coibir os protestos abusivos, o texto
reparação. O direito à livre manifestação está assume um posicionamento de
previsto na Constituição. No entanto, tal direito (A) indiferença, porque diz que a decisão não
não anula a responsabilização civil e criminal em cabe à Justiça.
caso de danos provocados pelos protestos. (B) entusiasmo, porque acredita que o órgão já
O poder público deveria definir, de preferência tem poder para impedir protestos abusivos.
em negociação com as categorias que costumam (C) decepção, porque não vê nenhum exemplo
realizar protestos na capital, horários e locais concreto do órgão para impedir protestos em
vedados às passeatas. Práticas corriqueiras, horários de pico.
como a paralisia de aveni-das essenciais para o (D) confiança, porque acredita que, no futuro,
tráfego na capital nos horários de maior fluxo, será uma forma bem-sucedida de desestimular
deveriam ser abolidas. protestos abusivos.
(Folha de S.Paulo, 29.09.07. Adaptado) (E) satisfação, porque cita casos em que a
11. De acordo com o texto, é correto afirmar que Justiça já teve êxito em impedir protestos em
(A) a Companhia de Engenharia de Tráfego não horários inconvenientes e em avenidas
sabe mensurar o custo dos protestos ocorridos movimentadas.
nos últimos anos. 16. De acordo com o texto, a atitude da
(B) os prejuízos da ordem de R$ 3 milhões em Companhia de Engenharia de Tráfego de enviar
razão dos engarrafamentos já foram pagos pelos periodicamente relatórios sobre os prejuízos
manifestantes. causados em cada manifestação é
(A) pertinente.
(B) indiferente.

Língua Portuguesa 96
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(C) irrelevante. (E) finalidade.
(D) onerosa. 23. Na frase – O poder público deveria definir
(E) inofensiva. horários e locais –, substituindo-se o verbo definir
17. No quarto parágrafo, o fato de a por obedecer, obtém-se, segundo as regras de
Procuradoria condenar um líder sindical regência verbal, a seguinte frase:
(A) é ilegal e fere os preceitos da Carta de 1998. (A) O poder público deveria obedecer para
(B) deve ser comemorada, ainda que viole a horários e locais.
Constituição. (B) O poder público deveria obedecer a horários
(C) é legal, porque o direito à livre manifestação e locais.
não isenta o manifestante da responsabilidade (C) O poder público deveria obedecer horários e
pelos danos causados. locais.
(D) é nula, porque, segundo o direito à livre (D) O poder público deveria obedecer com
manifestação, o acusado poderá entrar com horários e locais.
recurso. (E) O poder público deveria obedecer os
(E) é inédita, porque, pela primeira vez, apesar horários e locais.
dos direitos assegurados, um manifestante será 24. Transpondo para a voz passiva a frase – A
punido. Procuradoria acionou um líder de sindicato –
18. Dentre as soluções apontadas, no último obtém-se:
parágrafo, para resolver o conflito, destaca-se (A) Um líder de sindicato foi acionado pela
(A) multa a líderes sindicais. Procuradoria.
(B) fiscalização mais rígida por parte da (B) Acionaram um líder de sindicato pela
Companhia de Engenharia de Tráfego. Procuradoria.
(C) o fim dos protestos em qualquer via pública. (C) Acionaram-se um líder de sindicato pela
(D) fixar horários e locais proibidos para os Procuradoria.
protestos de rua. (D) Um líder de sindicato será acionado pela
(E) negociar com diferentes categorias para que Procuradoria.
não façam mais manifestações. (E) A Procuradoria foi acionada por um líder de
19. No trecho – É adequada a atitude da CET de sindicato.
enviar relatórios –, substituindo-se o termo Leia o texto para responder às questões de
atitude por comportamentos, obtém-se, de números 25 a 34
acordo com as regras gramaticais, a seguinte Diploma e monopólio
frase: Faz quase dois séculos que foram fundadas
(A) É adequada comportamentos da CET de escolas de direito e medicina no Brasil. É
enviar relatórios. embaraçoso verificar que ainda não foram
(B) É adequado comportamentos da CET de resolvidos os enguiços entre diplomas e
enviar relatórios. carreiras. Falta-nos descobrir que a concorrência
(C) São adequado os comportamentos da CET (sob um bom marco regulatório) promove o
de enviar relatórios. interesse da sociedade e que o monopólio só é
(D) São adequadas os comportamentos da CET bom para quem o detém. Não fora essa
de enviar relatórios. ignorância, como explicar a avalanche de leis que
(E) São adequados os comportamentos da CET protegem monopólios espúrios para o exercício
de enviar relatórios. profissional?
20. No trecho – No entanto, tal direito não anula Desde a criação dos primeiros cursos de direito,
a responsabilização civil e criminal em caso de os graduados apenas ocasionalmente exercem a
danos provocados pelos protestos –, a locução profissão. Em sua maioria, sempre ocuparam
conjuntiva no entanto indica uma relação de postos de destaque na política e no mundo dos
(A) causa e efeito. negócios. Nos dias de hoje, nem 20% advogam.
(B) oposição. Mas continua havendo boas razões para estudar
(C) comparação. direito, pois esse é um curso no qual se exercita
(D) condição. lógica rigorosa, se lê e se escreve bastante.
(E) explicação. Torna os graduados mais cultos e socialmente
21. .Não há fórmula perfeita de arbitrar esse mais produtivos do que se não houvessem feito
choque.. Nessa frase, a palavra arbitrar é um o curso. Se aprendem pouco, paciência, a culpa
sinônimo de é mais da fragilidade do ensino básico do que das
(A) julgar. faculdades. Diante dessa polivalência do curso
(B) almejar. de direito, os exames da OAB são uma solução
(C) condenar. brilhante.
(D) corroborar. Aqueles que defenderão clientes nos tribunais
(E) descriminar. devem demonstrar nessa prova um mínimo de
22. No trecho – A Justiça é o meio mais conhecimento. Mas, como os cursos são também
promissor para desestimular os protestos úteis para quem não fez o exame da Ordem ou
abusivos – a preposição para estabelece entre os não foi bem sucedido na prova, abrir ou fechar
termos uma relação de cursos de .formação geral. é assunto do MEC,
(A) tempo. não da OAB. A interferência das corporações não
(B) posse. passa de uma prática monopolista e ilegal em
(C) causa. outros ramos da economia. Questionamos
(D) origem. também se uma

Língua Portuguesa 97
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corporação profissional deve ter carta-branca (C) O advogado afirma que se trata de uma
para determinar a dificuldade das provas, pois questão secundária.
essa é também uma forma de limitar a (D) É um curso no qual se exercita lógica
concorrência – mas trata-se aí de uma questão rigorosa.
secundária. (...) (E) No curso de direito, lê-se bastante.
(Veja, 07.03.2007. Adaptado) 28. Assinale a alternativa em que se admite a
25. Assinale a alternativa que reescreve, com concordância verbal tanto no singular como no
correção gramatical, as frases: Faz quase dois plural como em: A maioria dos advogados
séculos que foram fundadas escolas de direito e ocupam postos de destaque na política e no
medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que mundo dos negócios.
ainda não foram resolvidos os enguiços entre (A) Como o direito, a medicina é uma carreira
diplomas e carreiras. estritamente profissional.
(A) Faz quase dois séculos que se fundou (B) Os Estados Unidos e a Alemanha não
escolas de direito e medicina no Brasil. / É oferecem cursos de administração em nível de
embaraçoso verificar que ainda não se resolveu bacharelado.
os enguiços entre diplomas e carreiras. (C) Metade dos cursos superiores carecem de
(B) Faz quase dois séculos que se fundava boa qualificação.
escolas de direito e medicina no Brasil. / É (D) As melhores universidades do país
embaraçoso verificar que ainda não se abastecem o mercado de trabalho com bons
resolveram os enguiços entre diplomas e profissionais.
carreiras. (E) A abertura de novos cursos tem de ser
(C) Faz quase dois séculos que se fundaria controlada por órgãos oficiais.
escolas de direito e medicina no Brasil. / É 29. Assinale a alternativa que apresenta correta
embaraçoso verificar que ainda não se resolveu correlação de tempo verbal entre as orações.
os enguiços entre diplomas e carreiras. (A) Se os advogados demonstrarem um mínimo
(D) Faz quase dois séculos que se fundara de conhecimento, poderiam defender bem seus
escolas de direito e medicina no Brasil. / É clientes.
embaraçoso verificar que ainda não se resolvera (B) Embora tivessem cursado uma faculdade,
os enguiços entre diplomas e carreiras. não se desenvolveram intelectualmente.
(E) Faz quase dois séculos que se fundaram (C) É possível que os novos cursos passam a ter
escolas de direito e medicina no Brasil. / É fiscalização mais severa.
embaraçoso verificar que ainda não se (D) Se não fosse tanto desconhecimento, o
resolveram os enguiços entre diplomas e desempenho poderá ser melhor.
carreiras. (E) Seria desejável que os enguiços entre
26. Assinale a alternativa que completa, correta diplomas e carreiras se resolvem brevemente.
e respectivamente, de acordo com a norma culta, 30. A substituição das expressões em destaque
as frases: O monopólio só é bom para aqueles por um pronome pessoal está correta, nas duas
que . / Nos dias de hoje, frases, de acordo com a norma culta, em:
nem 20% advogam, e apenas 1% (A) I. A concorrência promove o interesse da
. / Em sua maioria, os advogados sociedade. / A concorrência promove-o. II.
sempre . Aqueles que defenderão clientes. / Aqueles que
(A) o retêem / obtem sucesso / se apropriaram os lhes defenderão.
postos de destaque na política e no mundo dos (B) I. O governo fundou escolas de direito e de
negócios medicina. / O governo fundou elas. II. Os
(B) o retém / obtém sucesso / se apropriaram aos graduados apenas ocasionalmente exercem a
postos de destaque na política e no mundo dos profissão. / Os graduados apenas
negócios ocasionalmente exercem-la.
(C) o retém / obtêem sucesso / se apropriaram (C) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna-
os postos de destaque na política e no mundo os mais cultos. II. É preciso mencionar os cursos
dos negócios de administração. / É preciso mencionar- lhes.
(D) o retêm / obtém sucesso / sempre se (D) I. Os advogados devem demonstrar muitos
apropriaram de postos de destaque na política e conhecimentos. Os advogados devem
no mundo dos negócios demonstrá-los. II. As associações mostram à
(E) o retem / obtêem sucesso / se apropriaram sociedade o seu papel. / As associações
de postos de destaque na política e no mundo mostram-lhe o seu papel.
dos negócios (E) I. As leis protegem os monopólios espúrios. /
27. Assinale a alternativa em que se repete o tipo As leis protegem-os. II. As corporações deviam
de oração introduzida pela conjunção se, fiscalizar a prática profissional. / As corporações
empregado na frase – Questionamos também se deviam fiscalizá-la.
uma corporação profissional deve ter carta- 31. Assinale a alternativa em que as palavras em
branca para determinar a dificuldade das provas, destaque exercem, respectivamente, a mesma
... função sintática das expressões assinaladas em:
(A) A sociedade não chega a saber se os Os graduados apenas ocasionalmente exercem
advogados são muito corporativos. a profissão.
(B) Se os advogados aprendem pouco, a culpa é (A) Se aprendem pouco, a culpa é da fragilidade
da fragilidade do ensino básico. do ensino básico.

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(B) A interferência das corporações não passa fenômeno moral pode ser estudado racional e
de uma prática monopolista. cientificamente por uma disciplina que se
(C) Abrir e fechar cursos de .formação geral. é propõe a descrever as normas morais ou
assunto do MEC. mesmo, com o auxílio de outras ciências, ser
(D) O estudante de direito exercita capaz de explicar valorações comportamentais.
preferencialmente uma lógica rigorosa. Um segundo emprego dessa palavra é
(E) Boas razões existirão sempre para o considerá-la uma categoria filosófica e mesmo
advogado buscar conhecimento. parte da Filosofia, da qual se constituiria em
32. Assinale a alternativa que reescreve a frase núcleo especulativo e reflexivo sobre a
de acordo com a norma culta. complexa fenomenologia da moral na
(A) Os graduados apenas ocasionalmente convivência humana. A Ética, como parte da
exercem a profissão. / Os graduados apenas Filosofia, teria por objeto refletir sobre os
ocasionalmente se dedicam a profissão. fundamentos da moral na busca de explicação
(B) Os advogados devem demonstrar nessa dos fatos morais.
prova um mínimo de conhecimento. / Os Numa terceira acepção, a Ética já não é
advogados devem primar nessa prova por um entendida como objeto descritível de uma
mínimo de conhecimento. Ciência, tampouco como fenômeno especulativo.
(C) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não Trata-se agora da conduta esperada pela
procedeu o exame da OAB. aplicação de regras morais no comportamento
(D) As corporações deviam promover o social, o que se pode resumir como qualificação
interesse da sociedade. / As corporações deviam do comportamento do homem como ser em
almejar do interesse da sociedade. situação. É esse caráter normativo de Ética que
(E) Essa é uma forma de limitar a concorrência. a colocará em íntima conexão com o Direito.
/ Essa é uma forma de restringir à concorrência. Nesta visão, os valores morais dariam
33. Assinale a alternativa em que o período o balizamento do agir e a Ética seria assim a
formado com as frases I, II e III estabelece as moral em realização, pelo reconhecimento do
relações de condição entre I e II e de adição entre outro como ser de direito, especialmente de
I e III. dignidade. Como se vê, a compreensão do
I. O advogado é aprovado na OAB. fenômeno Ética não mais surgiria
II. O advogado raciocina com lógica. metodologicamente dos resultados de uma
III. O advogado defende o cliente no tribunal. descrição ou reflexão, mas sim, objetivamente,
(A) Se o advogado raciocinar com lógica, ele de um agir, de um comportamento
será aprovado na OAB e defenderá o cliente no consequencial, capaz de tornar possível e correta
tribunal com sucesso. a convivência. (Adaptado do site Doutrina Jus
(B) O advogado defenderá o cliente no tribunal Navigandi)
com sucesso, mas terá de raciocinar com lógica 35. As diferentes acepções de Ética devem-se,
e ser aprovado na OAB. conforme se depreende da leitura do texto,
(C) Como raciocinou com lógica, o advogado (A) aos usos informais que o senso comum faz
será aprovado na OAB e defenderá o cliente no desse termo.
tribunal com sucesso. (B) às considerações sobre a etimologia dessa
(D) O advogado defenderá o cliente no tribunal palavra.
com sucesso porque raciocinou com lógica e foi (C) aos métodos com que as ciências sociais a
aprovado na OAB. analisam.
(E) Uma vez que o advogado raciocinou com (D) às íntimas conexões que ela mantém com o
lógica e foi aprovado na OAB, ele poderá Direito.
defender o cliente no tribunal com sucesso. (E) às perspectivas em que é considerada pelos
34. Na frase – Se aprendem pouco, paciência, a acadêmicos.
culpa é mais da fragilidade do ensino básico do 36. A concepção de ética atribuída a Adolfo
que das faculdades. – a palavra paciência vem Sanchez Vasquez é retomada na seguinte
entre vírgulas para, no contexto, expressão do texto:
(A) garantir a atenção do leitor. (A) núcleo especulativo e reflexivo.
(B) separar o sujeito do predicado. (B) objeto descritível de uma Ciência.
(C) intercalar uma reflexão do autor. (C) explicação dos fatos morais.
(D) corrigir uma afirmação indevida. (D) parte da Filosofia.
(E) retificar a ordem dos termos. (E) comportamento consequencial
Atenção: As questões de números 35 a 42 37. No texto, a terceira acepção da palavra ética
referem-se ao texto abaixo. deve ser entendida como aquela em que se
Sobre Ética considera, sobre tudo,
A palavra Ética é empregada nos meios (A) o valor desejável da ação humana.
acadêmicos em três acepções. Numa, faz-se (B) o fundamento filosófico da moral.
referência a teorias que têm como objeto de (C) o rigor do método de análise.
estudo o comportamento moral, ou seja, como (D) a lucidez de quem investiga o fato moral.
entende Adolfo Sanchez Vasquez, “a teoria que (E) o rigoroso legado da jurisprudência.
pretende explicar a natureza, fundamentos e 38. Dá-se uma íntima conexão entre a Ética e o
condições da moral, relacionando-a com Direito quando ambos revelam, em relação aos
necessidades sociais humanas.” Teríamos, valores morais da conduta, uma preocupação
assim, nessa acepção, o entendimento de que o (A) filosófica.

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(B) descritiva. Depois de um bom século de psicologia e
(C) prescritiva. psiquiatria dinâmicas, estamos certos disto: o
(D) contestatária. moralizador e o homem moral são figuras
(E) tradicionalista. diferentes, se não opostas. O homem moral se
39. Considerando-se o contexto do último impõe padrões de conduta e tenta respeitá-los; o
parágrafo, o elemento sublinhado pode ser moralizador quer impor ferozmente aos outros os
corretamente substituído pelo que está entre padrões que ele não consegue respeitar.
parênteses, sem prejuízo para o sentido, no A distinção entre ambos tem alguns corolários
seguinte caso: relevantes.
(A) (...) a colocará em íntima conexão com o Primeiro, o moralizador é um homem moral falido:
Direito. (inclusão) se soubesse respeitar o padrão moral que ele
(B) (...) os valores morais dariam o balizamento impõe, ele não precisaria punir suas imperfeições
do agir (...) (arremate) nos outros. Segundo, é possível e compreensível
(C) (...) qualificação do comportamento do que um homem moral tenha um espírito
homem como ser em situação. (provisório) missionário: ele pode agir para levar os outros a
(D) (...) nem tampouco como fenômeno adotar um padrão parecido com o seu. Mas a
especulativo. (nem, ainda) imposição forçada de um padrão moral não é
(E) (...) de um agir, de um comportamento nunca o ato de um homem moral, é sempre o ato
consequencial... (concessivo) de um moralizador. Em geral, as sociedades em
40. As normas de concordância estão que as normas morais ganham força de lei (os
plenamente observadas na frase: Estados confessionais, por exemplo) não são
(A) Costumam-se especular, nos meios regradas por uma moral comum, nem pelas
acadêmicos, em torno de três acepções de Ética. aspirações de poucos e escolhidos homens
(B) As referências que se faz à natureza da ética exemplares,mas por moralizadores que tentam
consideram-na, com muita frequência, associada remir suas próprias falhas morais pela
aos valores morais. brutalidade do controle que eles exercem sobre
(C) Não coubessem aos juristas aproximar-se da os outros. A pior barbárie do mundo é isto: um
ética, as leis deixariam de ter a dignidade mundo em que todos pagam pelos pecados de
humana como balizamento. hipócritas que não se aguentam. (Contardo
(D) Não derivam das teorias, mas das práticas Calligaris, Folha de S. Paulo, 20/03/2008)
humanas, o efetivo valor de que se impregna a 43. Atente para as afirmações abaixo.
conduta dos indivíduos. I. Diferentemente do homem moral, o homem
(E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer moralizador não se preocupa com os padrões
que sejam as circunstâncias, atentar para a morais de conduta.
observância dos valores éticos. II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido
41. Está clara, correta e coerente a redação do padrão de conduta, o homem moral acaba por
seguinte comentário sobre o texto: impô-lo à conduta alheia.
(A) Dentre as três acepções de Ética que se III. O moralizador, hipocritamente, age como se
menciona no texto, uma apenas diz respeito à de fato respeitasse os padrões de conduta que
uma área em que conflui com o Direito. ele cobra dos outros.
(B) O balizamento da conduta humana é uma Em relação ao texto, é correto o que se afirma
atividade em que, cada um em seu campo, se APENAS em
empenham o jurista e o filósofo. (A) I.
(C) Costuma ocorrer muitas vezes não ser fácil (B) II.
distinguir Ética ou Moral, haja vista que tanto uma (C) III.
quanto outra pretendem ajuizar à situação do (D) I e II.
homem. (E) II e III.
(D) Ainda que se torne por consenso um valor do 44. No contexto do primeiro parágrafo, a
comportamento humano, a Ética varia conforme afirmação de que já decorreu um bom século de
a perspectiva de atribuição do mesmo. psicologia e psiquiatria dinâmicas indica um fator
(E) Os saberes humanos aplicados, do determinante para que
conhecimento da Ética, costumam apresentar (A) concluamos que o homem moderno já não
divergências de enfoques, em que pese a dispõe de rigorosos padrões morais para avaliar
metodologia usada. sua conduta.
42. Transpondo-se para a voz passiva a frase (B) consideremos cada vez mais difícil a
Nesta visão, os valores morais dariam o discriminação entre o homem moral e o homem
balizamento do agir, a forma verbal resultante moralizador.
deverá ser: (C) reconheçamos como bastante remota a
(A) seria dado. possibilidade de se caracterizar um homem
(B) teriam dado. moralizador.
(C) seriam dados. (D) identifiquemos divergências profundas entre
(D) teriam sido dados. o comportamento de um homem moral e o de um
(E) fora dado. moralizador.
Atenção: As questões de números 43 a 48 (E) divisemos as contradições internas que
referem-se ao texto abaixo. costumam ocorrer nas atitudes tomadas pelo
O homem moral e o moralizador homem moral.

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45. O autor do texto refere-se aos Estados mamãozinho amolecido, umas folhas de couve
confessionais para exemplificar uma sociedade amarelas, a metade de um abacaxi, que serviu de
na qual chamariz para os fregueses compradores. Há
(A) normas morais não têm qualquer peso na uns que se aventuram até mesmo nas cercanias
conduta dos cidadãos. da barraca de pescados, onde pode haver
(B) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a alguma suspeita sardinha oculta entre jornais, ou
conduta de todos. uma ponta de cação obviamente desprezada.
(C) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos Há feirantes que facilitam o trabalho dessas
valores de uma moral comum. pessoas: oferecem-lhes o que, de qualquer
(D) a situação de barbárie impede a formulação modo, eles iriam jogar fora. Mas outros parecem
de qualquer regra moral. ciumentos do teimoso aproveitamento dos
(E) eventuais falhas de conduta são atribuídas à refugos, e chegam a recolhê-los para não os
fraqueza das leis. verem coletados. Agem para salvaguardar não o
46. Na frase A distinção entre ambos tem alguns lucro possível, mas o princípio mesmo do
corolários relevantes, o sentido da expressão comércio. Parecem temer que a fome seja
sublinhada está corretamente traduzido em: debelada sem que alguém pague por isso. E
(A) significativos desdobramentos dela. não admitem ser acusados de egoístas: somos
(B) determinados antecedentes dela. comerciantes, não assistentes sociais, alegam.
(C) reconhecidos fatores que a causam. Finda a feira, esvaziada a rua, chega o
(D) consequentes aspectos que a relativizam. caminhão da limpeza e os funcionários da
(E) valores comuns que ela propicia. prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e
47. Está correta a articulação entre os tempos e gritos. O trânsito é liberado, os carros
os modos verbais na frase: atravancam a rua e, não fosse o persistente
(A) Se o moralizador vier a respeitar o padrão cheiro de peixe, a ninguém ocorreria que ali
moral que ele impusera, já não podia ser houve uma feira, frequentada por tão diversas
considerado um hipócrita. espécies de seres humanos. (Joel Rubinato,
(B) Os moralizadores sempre haveriam de inédito)
desrespeitar os valores morais que eles imporão 49. Nas frases parecem ciumentos do teimoso
aos outros. aproveitamento dos refugos e não admitem ser
(C) A pior barbárie terá sido aquela em que o acusados de egoístas, o narrador do texto
rigor dos hipócritas servisse de controle dos (A) mostra-se imparcial diante de atitudes
demais cidadãos. opostas dos feirantes.
(D) Desde que haja a imposição forçada de um (B) revela uma perspectiva crítica diante da
padrão moral, caracterizava-se um ato típico do atitude de certos feirantes.
moralizador. (C) demonstra não reconhecer qualquer proveito
(E) Não é justo que os hipócritas sempre nesse tipo de coleta.
venham a impor padrões morais que eles (D) assume-se como um cronista a quem não
próprios não respeitam. cabe emitir julgamentos.
48. Está correto o emprego de ambos os (E) insinua sua indignação contra o lucro
elementos sublinhados na frase: excessivo dos feirantes.
(A) O moralizador está carregado de 50. Considerando-se o contexto, traduz-se
imperfeições de que ele não costuma acusar em corretamente o sentido de um segmento do texto
si mesmo. em:
(B) Um homem moral empenha-se numa (A) serviu de chamariz ...respondeu ao
conduta cujo o padrão moral ele não costuma chamado.
impingir na dos outros. (B) alguma suspeita sardinha ..possivelmente
(C) Os pecados aos quais insiste reincidir o uma sardinha.
moralizador são os mesmos em que ele acusa (C) teimoso aproveitamento = .persistente
seus semelhantes. utilização.
(D) Respeitar um padrão moral das ações é uma (D) o princípio mesmo do comércio =
qualidade da qual não abrem mão os homens a .preâmbulo da operação comercial.
quem não se pode acusar de hipócritas. (E) Agem para salvaguardar = .relutam em
(E) Quando um moralizador julga os outros admitir.
segundo um padrão moral de cujo ele próprio não 51. Atente para as afirmações abaixo.
respeita, demonstra toda a hipocrisia em que é I. Os riscos do consumo de uma sardinha
capaz. suspeita ou da ponta de um cação que foi
Atenção: As questões de números 49 a 54 desprezada justificam o emprego de se
referem-se ao texto abaixo. aventuram, no primeiro parágrafo.
Fim de feira II. O emprego de alegam, no segundo
Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as parágrafo, deixa entrever que o autor não
barracas, começam a chegar os que querem compactua com a justificativa dos feirantes.
pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou III. No último parágrafo, o autor faz ver que o fim
mesmo nada, pelo que ameaça estragar. da feira traz a superação de tudo o que determina
Chegam com suas sacolas cheias de esperança. a existência de diversas espécies de seres
Alguns não perdem tempo e passam a recolher o humanos.
que está pelo chão: um

Língua Portuguesa 101


Apostilas Domínio
Em relação ao texto, é correto o que se afirma o público leitor leigo, não versado nos temas
APENAS em jurídicos, o papel do jornalista se torna
(A) I. indispensável, pois cabe a ele transformar
(B) II. informações originadas de meios especializados
(C) III. em notícia assimilável pelo leitor.
(D) I e II. Para que consiga atingir o grande público, ao
(E) II e III. elaborar uma notícia ou reportagem ligada a
52. Está INCORRETA a seguinte afirmação temas jurídicos, o jornalista precisa buscar
sobre um recurso de construção do texto: no conhecimento complementar. Não se trata de
contexto do uma tarefa fácil, visto que a compreensão do
(A) primeiro parágrafo, a forma ou mesmo nada universo jurídico exige conhecimento
faz subentender a expressão verbal querem especializado. A todo instante veem-se nos
pagar. meios de comunicação informações sobre fatos
(B) primeiro parágrafo, a expressão fregueses complexos relacionados ao mundo da Justiça:
compradores faz subentender a existência de reforma processual, controle externo do
.fregueses. que não compram nada. Judiciário, julgamento de crimes de improbidade
(C) segundo parágrafo, a expressão de qualquer administrativa, súmula vinculante, entre tantos
modo está empregada com o sentido de de toda outros.
maneira. Ao mesmo tempo que se observa na mídia um
(D) segundo parágrafo, a expressão para grande número de matérias atinentes às Cortes
salvaguardar está empregada com o sentido de de Justiça, às reformas na legislação e aos
a fim de resguardar. direitos legais do cidadão, verifica-se o
(E) terceiro parágrafo, a expressão não fosse desconhecimento de muitos jornalistas ao lidar
tem sentido equivalente ao de mesmo não sendo. com tais temas.
53. O verbo indicado entre parênteses deverá O campo jurídico é tão complexo como alguns
flexionar-se no plural para preencher de modo outros assuntos enfocados em segmentos
correto a lacuna da frase: especializados, como a economia, a informática
(A) Frutas e verduras, mesmo quando ou a medicina, campos que também possuem
desprezadas, não ...... (deixar) de as recolher linguagens próprias. Ao embrenhar-se no
quem não pode pagar pelas boas e bonitas. intrincado mundo jurídico, o jornalista arrisca-se
(B) ..-se (dever) aos ruidosos funcionários da a cometer uma série de incorreções e
limpeza pública a providência que fará esquecer imprecisões linguísticas e técnicas na forma
que ali funcionou uma feira. como as notícias são veiculadas. Uma das
(C) Não ...... (aludir) aos feirantes mais razões para esse risco é lembrada por Leão
generosos, que oferecem as sobras de seus Serva:
produtos, a observação do autor sobre o egoísmo Um procedimento essencial ao jornalismo, que
humano. necessariamente induz à incompreensão dos
(D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar os fatos que narra, é a redução das notícias a
penosos detalhes da coleta, a que o narrador deu paradigmas que lhes são alheios, mas que
ênfase em seu texto. permitem um certo nível imediato de
(E) Não ...... (caber) aos leitores, por força do compreensão pelo autor ou por aquele que ele
texto, criticar o lucro razoável de alguns feirantes, supõe ser o seu leitor. Por conta desse
mas sim, a inaceitável impiedade de outros. procedimento, noticiários confusos aparecerão
54. A supressão da vírgula altera o sentido da simplificados para o leitor, reduzindo,
seguinte frase: consequentemente, sua capacidade real de
(A) Fica-se indignado com os feirantes, que não compreensão da totalidade do significado da
compreendem a carência dos mais pobres. notícia. (Adaptado de Tomás Eon Barreiros e
(B) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel Sergio Paulo França de Almeida.
possível da tradicional coleta de um fim de feira. http://jus2.uol.com.br.doutrina/texto.asp?id=100
(C) A todo momento, dá-se o triste espetáculo de 6)
pobreza centralizado nessa narrativa. 55. Uma das razões para a dificuldade de se
(D) Certamente, o leitor não deixará de observar veicularem notícias atinentes ao campo jurídico
a preocupação do autor em distinguir os está
diferentes caracteres humanos. (A) na improbidade de jornalistas que se
(E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, dispõem a pontificar em assuntos que lhes são
ocorrerá também a humilde coleta de que trata a inteiramente alheios.
crônica. (B) na inexistência de técnicas de comunicação
Instruções: Para responder às questões de adequadas à abordagem de temas que exigem
números 55 a 64, considere o texto a seguir. conhecimento especializado.
Jornalismo e universo jurídico (C) no baixo interesse que os temas desse
É frequente, na grande mídia, a divulgação de campo do conhecimento costumam despertar no
informações ligadas a temas jurídicos, muitas público leigo.
vezes essenciais para a conscientização do (D) na problemática tradução da linguagem do
cidadão a respeito de seus direitos. Para esse mundo da Justiça para uma linguagem que o
gênero de informação alcançar adequadamente leigo venha a compreender.

Língua Portuguesa 102


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(E) no frequente equívoco de considerar um (D) Não são fáceis de traduzir em palavras
assunto eminentemente técnico como questão simples um universo linguístico tão especializado
de interesse público. como o de certas áreas técnicas.
56. Considere as seguintes afirmações: (E) Sempre haverá de ocorrer deslizes, ao se
I. A expressão buscar conhecimento transpor para a linguagem do dia-a-dia o
complementar sugere, no contexto do 2o vocabulário de um campo técnico.
parágrafo, a necessidade de atribuir aos juristas 60. Ao mesmo tempo que se observa na mídia
mais eminentes a tarefa de divulgar notícias do um grande número de matérias atinentes às
mundo jurídico. Cortes de Justiça, às reformas na legislação (...)
II. No segmento que também possuem NÃO se mantém o emprego de às, no segmento
linguagens próprias (parágrafo 3o), a palavra acima, caso se substitua atinentes por
sublinhada assinala que a imprensa dispõe, (A) alusivas.
como outros campos da mídia, de uma (B) concernentes.
linguagem específica. (C) referentes.
III. Na expressão ao embrenhar-se no intrincado (D) relativas.
mundo jurídico (parágrafo 3o), os dois termos (E) pautadas.
sublinhados dão ênfase ao risco de desnorteio 61. Traduz-se de modo claro, coerente e correto
que oferece uma matéria específica ao jornalista uma ideia do texto em:
que pretende simplificá-la. (A) A complexidade do universo jurídico é de tal
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o ordem, tendo em vista a alta especialização de
que se afirma em seu vocabulário, razão pela qual um jornalista vê-
(A) I. se em apuros ao traduzir-lhe.
(B) II. (B) Não apenas o campo jurídico: também
(C) III. outras áreas, como a economia ou a medicina,
(D) I e II. onde se dispõem de termos específicos,
(E) II e III. suscitam sérios desafios à linguagem jornalística.
57. O trecho citado de Leão Serva ressalta o fato (C) Há matérias especializadas que exigem dos
de que jornalistas uma formação complementar, para
(A) a profissão de jornalista leva o homem de que possam traduzir com fidelidade os
imprensa a se familiarizar com paradigmas que paradigmas dessas áreas.
norteiam outros campos de atuação. (D) Sem mais nem porque, alguns jornalistas
(B) a investigação de assuntos muito passam a considerar-se aptos na abordagem de
específicos faz com que o jornalista descure dos assuntos especializados, daí advindo de que
paradigmas de seu próprio campo de atuação. muitas de suas matérias desvirtuam a
(C) os jornalistas são levados à incompreensão especificidade original.
de muitos fatos quando se limitam aos (E) Em sua citação, Leão Serva propõe que a
paradigmas próprios do universo desses fatos. incompreensibilidade de muitas matérias
(D) a inobservância dos paradigmas da jurídicas na imprensa deve-se ao procedimento
imprensa leva muitos jornalistas a simplificarem redutor que leva um jornalista a incapacitar-se
excessivamente a complexidade da matéria de para aprender a totalidade da notícia.
que tratam. 62. Transpondo-se para a voz passiva o
(E) as características do jornalismo levam segmento Para esse gênero de informação
muitos profissionais da imprensa a submeter uma alcançar adequadamente o público leitor leigo, a
matéria específica a paradigmas de outra área. forma verbal resultante será
58. Ainda no trecho de Leão Serva, a expressão (A) tenha alcançado.
Por conta desse procedimento pode ser (B) fosse alcançado.
substituída, sem prejuízo para a correção e o (C) tenha sido alcançado.
sentido da passagem, por: (D) ser alcançado.
(A) Tendo por alvitre o mesmo procedimento. (E) vier a alcançar.
(B) No influxo de tal procedimento. 63. Atente para as seguintes afirmações:
(C) Em que pese a esse procedimento. I. Haverá alteração de sentido caso se
(D) Conquanto seja considerado o suprimam as vírgulas do segmento Um
procedimento. procedimento essencial ao jornalismo, que
(E) A par deste procedimento. necessariamente induz à incompreensão dos
59. As normas de concordância verbal estão fatos que narra, é a redução das notícias (...).
plenamente atendidas na frase: II. Ainda que opcional, seria desejável a
(A) Cabe aos jornalistas transformar colocação de uma vírgula depois da expressão
informações especializadas em notícias Ao mesmo tempo, na abertura do 3o parágrafo.
assimiláveis pelo grande público. III. Na frase Não se trata de uma tarefa fácil, visto
(B) Restam-lhes traduzir assuntos que a compreensão do universo jurídico exige
especializados em palavras que os leigos conhecimento especializado, pode-se, sem
possam compreender já à primeira leitura. prejuízo para o sentido, substituir o segmento
(C) Exigem-se dos jornalistas que mostrem sublinhado por fácil: a compreensão.
competência e flexibilidade na passagem de uma Está correto o que se afirma em
linguagem para outra. (A) I, II e III.
(B) I e III, somente.

Língua Portuguesa 103


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(C) I e II, somente. "Como profissional de comunicação, com alguma
(D) II e III, somente. experiência em seu uso na política, tenho
(E) I, somente. dificuldade em compreender o que pretendem os
64. A flexão dos verbos e a correlação entre candidatos. Enganar-nos? Creio

seus tempos e modos estão plenamente que é isso. Não basta nada

adequadas em: . Dizem . Uns, , de


(A) Seria preciso que certos jornalistas fato, nada têm a propor ou oferecer. Outros,
conviessem em aprofundar seus conhecimentos sabem falar." (S. Farhat)
na área jurídica, para que não seguissem a) lhes - terem a dizer - mal - porquê - mal
incorrendo em equívocos de informação. b) lhes - ter a dizer - mal - porque - mal
(B) Se um jornalista decidir pautar-se pela c) nos - termos a dizer - mau - porque - mal
correção das informações e se dispor a buscar d) lhos - ter a dizerem - mau - porquê - mau
conhecimento complementar, terá prestado 68) A alternativa em que a pontuação está
inestimável serviço ao público leitor. CORRETA é:
(C) Todo equívoco que sobrevir à precária a) O padrão culto do idioma, além de ser uma
informação sobre um assunto jurídico constituiria espécie de marca de identidade, constitui recurso
um desserviço aos que desejarem esclarecer-se imprescindível para uma boa argumentação. Ou
pelo noticiário da imprensa. seja: em situações em que a norma culta se
(D) As imprecisões técnicas que costumam impõe, transgressões podem desqualificar o
marcar notícias sobre o mundo jurídico deveriam- conteúdo exposto e até mesmo desacreditar o
se ao fato de que muitos jornalistas não se autor.
deteram suficientemente na especificidade da b) O padrão culto do idioma - além de ser uma
matéria. espécie de marca de identidade -, constitui
(E) Leão Serva não hesitou em identificar um recurso, imprescindível, para uma boa
procedimento habitual do jornalismo, a .redução argumentação. Ou seja: em situações, em que a
das notícias., como tendo sido o responsável por norma culta se impõe, transgressões podem
equívocos que vierem a tolher a compreensão da desqualificar o conteúdo exposto e até mesmo
matéria. desacreditar o autor.
65) Indique o período cuja redação está c) O padrão culto do idioma, além de ser uma
inteiramente clara e correta. espécie de marca de identidade, constitui recurso
a) Resultou frustrada a nossa expectativa de imprescindível para uma boa argumentação, ou
adquirir bons livros, já que, na tão decantada seja, em situações em que a norma culta, se
liquidação daquela grande livraria, só havia impõe transgressões, podem desqualificar o
títulos inexpressivos. conteúdo exposto e até mesmo desacreditar o
b) Os incentivos fiscais constituem uma questão autor.
complicada, pois segundo alguns, a iniciativa d) O padrão culto do idioma, além de ser uma
privada recebe benefícios onde a contrapartida espécie de marca de identidade constitui recurso
em criação de empregos é insuficiente. imprescindível para uma boa argumentação; ou
c) Naquele editorial da revista não ficou claro a seja: em situações em que a norma culta se
posição do mesmo, seja porque o editorialista de impõe, transgressões podem desqualificar o
fato não o desejasse, ou então porque a redação conteúdo exposto e, até mesmo, desacreditar o
dele não o permitiu. autor...
d) Com o fim do rodízio no trânsito, espera-se 69) Assinale a única alternativa em que a
que ele aumente, voltando a terem problemas de expressão "porque" deve vir separada:
congestionamento justamente quando todos a) Em breve compreenderás porque tanta luta
saem ou voltam para casa. por um motivo tão simples.
66) Indique a sequência que preenche b) Não compareci à reunião porque estava
corretamente as lacunas: viajando.
1. Ainda pouco exultava, o que agora chora. c) Se o Brasil precisa do trabalho de todos é
2. Conversarei contigo daqui pouco, disse- lhe. porque precisamos de um nacionalismo
3. Diz-se que os milionários portugueses, muitos produtivo.
residentes no Brasil, sentem saudades de d) Ainda não se descobriu o porquê de tantos
Portugal. desentendimentos.
4. O sábio francês Adhémar, que viveu mais 70) Assinale a opção correta quanto à
de cem anos, formulou a teoria dos Períodos pontuação:
Glaciários. a) De tempos em tempos práticas criadas para
a) há - há - há - há reduzir a degradação do meio ambiente, ganham
b) há - a - há - há notoriedade especial.
c) a - há - há - há b) De tempos em tempos, práticas criadas para
d) há -a - a - há reduzir a degradação do meio ambiente ganham
67) Marque o conjunto de palavras que notoriedade especial.
preenche as lacunas do texto, com correção c) De tempos em tempos práticas, criadas para
gramatical e adequação à modalidade padrão da reduzir a degradação do meio ambiente ganham
língua: notoriedade especial.
d) De tempos em tempos práticas criadas, para
reduzir a degradação do meio ambiente ganham

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notoriedade especial

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Considere o texto para responder às questões de Indique a alternativa em que as duas palavras
números 71 a 76. também possuem esse encontro vocálico.
O antibafômetro (A) Quadrado e caatinga.
O Conselho Regional de Farmácia autuou uma (B) Guaraná e leopardo.
drogaria da capital gaúcha que anunciava a (C) Toalha e saguão.
venda de um remédio aparentemente capaz de (D) Violeta e teatro.
mascarar os efeitos do álcool e enganar o (E) Moeda e guindaste.
bafômetro. Cartazes no interior da farmácia 76. Em – ... destinado a pacientes de
faziam a propaganda do medicamento. alcoolismo... – o substantivo em destaque é
Originalmente destinado a pacientes de comum de dois gêneros.
alcoolismo crônico, ele não produz os efeitos Assinale a alternativa que apresenta dois
anunciados. O dono da farmácia deverá substantivos que também são comuns de dois
responder ainda a um processo por incitar os gêneros.
consumidores a beber e dirigir, crime previsto no (A) Mártir e monstro.
Código Penal. (Revista Época, 06.10.2008. (B) Carrasco e sósia.
Adaptado) (C) Xereta e intérprete.
71. Em – Cartazes no interior da farmácia (D) Criatura e piloto.
faziam a propaganda do medicamento – o verbo (E) Ídolo e cônjuge.
em destaque está conjugado no 77. Assinale a frase correta quanto ao emprego
(A) pretérito perfeito, pois apresenta um fato do gênero dos substantivos.
inesperado e incomum, ocorrido uma única vez. (A) A perda das esperanças provocou uma
(B) pretérito imperfeito, pois se refere a um fato profunda dó na personagem.
que era habitual no passado. (B) O advogado não deu o ênfase necessário às
(C) pretérito mais-que-perfeito, pois indica fatos milhares de solicitações.
que aconteceram repentinamente num passado (C) Ele vestiu o pijama e sentou-se para beber
remoto. uma champanha gelada.
(D) imperfeito do subjuntivo, pois apresenta um (D) O omelete e o couve foram acompanhados
fato provável, mas dependente de algumas por doses do melhor aguardente.
circunstâncias. (E) O beliche não coube na quitinete recém-
(E) futuro do pretérito, pois se refere a um fato de comprada pelos estudantes.
futuro incerto e duvidoso. 78. Considere as frases:
72. Considere os trechos: Esta escada tem degrau irregular.
... de um remédio aparentemente capaz de O troféu vem adornado com ouro.
mascarar os efeitos do álcool... Elas estão corretamente escritas no plural na
... por incitar os consumidores a beber e dirigir, alternativa:
crime previsto no Código Penal. (A) Estas escadas têm degraus irregulares. Os
Os termos em destaque expressam, troféus vêm adornados com ouro.
respectivamente, as circunstâncias de (B) Estas escadas têm degrais irregulares. Os
(A) afirmação e meio. troféis vêm adornados com ouro.
(B) afirmação e lugar. (C) Estas escadas tem degraus irregulares. Os
(C) modo e lugar. troféus vem adornados com ouro.
(D) modo e meio. (D) Estas escadas tem degrais irregulares. Os
(E) intensidade e modo. troféis vem adornados com ouro.
73. Assinale a alternativa em que os termos em (E) Estas escadas têm degrais irregulares. Os
destaque, na frase a seguir, estão corretamente troféus vem adornados com ouro.
substituídos pelo pronome. 79. Assinale a alternativa correta quanto ao
O dono da farmácia deverá sofrer um processo emprego do gênero e do número das palavras.
por incitar os consumidores a beber. (A) Os portas-retratos estavam espalhados
(A) sofrê-lo ... incitá-los sobre o baú.
(B) sofrê-lo ... incitar-lhes (B) Toalhas laranja deverão recobrir as mesas
(C) sofrer-lo ... incitar-los usadas na próxima convenção.
(D) sofrer-lhe ... incitá-los (C) A empresa escolheu os uniformes na cor
(E) sofrer-lhe ... incitar-lhes azul-marinha.
74. Em – ... um remédio aparentemente capaz (D) Os assaltantes, munidos de pés-de-cabras,
de mascarar os efeitos do álcool... – os termos invadiram o banco.
em destaque constituem uma locução adjetiva. (E) As folhas de sulfite para a impressão dos
Indique a alternativa cuja frase também convites eram bege.
apresenta uma locução desse tipo. 80. Indique a alternativa cujas palavras
(A) A família viajou de avião à Argentina. preenchem, correta e respectivamente, as frases
(B) A energia produzida pela força dos ventos é a seguir:
chamada de eólica. ............................o motorista chegou, já havia
(C) Ele resolveu de imediato todas as questões uma série de tarefas para ele realizar.
pendentes. Aquele que .......................... é caráter não
(D) A secretária gosta de chantili em seu café. progride na carreira profissional.
(E) No fórum, as salas estavam cheias de gente. Como ele se saiu ...............................na prova
75. No texto, as palavras gaúcha e alcoolismo prática, não conseguiu a colocação esperada.
possuem hiato. (A) Mau ... mau ... mal

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(B) Mau ... mal ... mau III. Estes relatórios devem ser conferidos por
(C) Mal ... mau ... mau mim e por vocês.
(D) Mal ... mau ... mal O emprego do pronome mim está correto em
(E) Mal ... mal ... mau (A) III, apenas.
81. Indique a alternativa que completa a frase a (B) I e II, apenas.
seguir, respectivamente, com as circunstâncias (C) I e III, apenas.
de intensidade e de modo. (D) II e III, apenas.
Após o telefonema, o motorista partiu.................. (E) I, II e III.
(A) às 18 h com o veículo. Leia o texto para responder às questões de
(B) rapidamente ao meio-dia. números 86 e 87.
(C) bastante alerta. Nova lei torna airbag frontal obrigatório
(D) apressadamente com o caminhão. O projeto de lei que torna o airbag frontal para
(E) agora calmamente. motorista e passageiro item de segurança
82. A alternativa em que o termo em destaque obrigatório em carros, camionetes e picapes,
exerce a função de substantivo é: aprovado pela Câmara no mês passado, foi
(A) Respondeu à pergunta com um sorriso sancionado pelo presidente da República e
amarelo. publicado ontem no .Diário Oficial” da União.
(B) Estava pálida, e seu rosto apresentava tons A estimativa é que hoje de 15% a 25% dos
amarelos. veículos vendidos no país tenham o airbag,
(C) As cortinas amarelas combinavam com o índice que é menor entre os populares (5%).
ambiente. (Folha de S.Paulo, 20.03.2009)
(D) Marque com um traço amarelo as ruas do 86. Entre os termos em destaque no texto, os
mapa. que exercem a função de adjetivo são
(E) Os amarelos de Van Gogh tornaram suas (A) frontal, passado e Oficial.
telas famosas. (B) frontal, item e passado.
83. Considere as frases e as observações sobre (C) Oficial, ontem e índice.
elas: (D) Oficial, item e passado.
Marcelo, que trabalha em nosso departamento, (E) item, ontem e índice.
declara-se um solteirão convicto. 87. Supondo-se que um cidadão resolva
O avô disse à neta: Você é minha princesinha! escrever ao presidente da República para elogiá-
Para dona Salete, todos da vizinhança lo pela sanção desse projeto, esse cidadão deve
pertencem à gentalha. se dirigir ao presidente tratando-o por
I. Nos termos em destaque, o emprego do (A) Vossa Senhoria.
aumentativo e do diminutivo expressa a ideia de (B) Vossa Excelência.
tamanho. (C) Vossa Magnificência.
II. Você é um pronome pessoal do caso reto. (D) Vossa Reverendíssima.
III. Todos classifica-se como pronome (E) Vossa Eminência.
indefinido, pois se refere aos seres de maneira 88. Um dos pronomes de tratamento com que as
vaga e imprecisa. pessoas devem se dirigir a juízes de direito é
IV. Em – ... que trabalha em nosso Vossa Meritíssima.
departamento... – o pronome em destaque é Em sua composição, o pronome Meritíssima é
relativo e se refere a Marcelo. um
É correto o que se afirma em (A) adjetivo empregado em seu comparativo de
(A) I e III, apenas. superioridade.
(B) II e III, apenas. (B) adjetivo empregado no superlativo relativo.
(C) III e IV, apenas. (C) adjetivo empregado no superlativo absoluto.
(D) I, II e IV, apenas. (D) substantivo empregado no grau aumentativo
(E) I, II, III e IV. sintético.
84. Assinale a alternativa cujos verbos (E) substantivo empregado no grau aumentativo
preenchem, correta e respectivamente, as frases analítico.
a seguir. 89) Considerando-se o significado com que foi
Se o motor do veículo ................. a temperatura empregada a palavra MESMO no trecho "Mesmo
alta, leve-o à oficina mecânica. depois de pronto, o barco de esporte e lazer
Quando você .......................o motorista, informe- continua a gerar trabalho em marinas", pode-se
lhe os novos endereços do Tribunal de Justiça. afirmar que ela foi empregada com idêntico
(A) manter .... ver significado na frase:
(B) manter .... vir a) Um passeio de barco é agradável, mesmo
(C) manter .... viu com tempo chuvoso.
(D) mantiver .... ver b) A Receita Federal mesma é que vetou a
(E) mantiver .... vir diminuição da carga tributária.
85. Considere as frases: c) Mesmo que o mar esteja agitado, o esportista
I. Recomendou que era para mim esperá-lo à não deixa de sair com seu barco.
porta do cinema. d) Apenas um barco chegou ao mesmo local
II. Entre mim e a sua família sempre houve onde estivera antes.
entrosamento. 90. Assinale a alternativa cujos verbos
preenchem, correta e respectivamente, a

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recomendação a seguir, afixada em seção de 26 E quem não conhece aquele tipo de gripado
determinado fórum. que chega a uma
Prezados Senhores 27 farmácia e pede ao rapaz do balcão que lhe
Nós temos ...................a situações aplique uma
constrangedoras por conta do uso indevido do 28 ''bomba'' na veia, para cortar a gripe pela
celular. raiz? Com isso, poderá
Se os senhores não se ..................... a agir com 29 receber na corrente sanguínea soluções de
educação e respeitar o outro, desligando o glicose, cálcio,
aparelho quando necessário, a Direção 30 vitamina C, produtos aromáticos - tudo sem
....................... tomando medidas drásticas. saber dos riscos que
Contamos com a colaboração de todos! 31 corre pela entrada súbita destes produtos na
(A) chego ... predispuserem .... interverá sua circulação.
(B) chego ... predisporem.....intervirá Dr. Geraldo Medeiros - Veja - 1995
(C) chegado ... predisporem .... interverá 91 Sobre o título dado ao texto - um arriscado
(D) chegado ... predispuserem .... intervirá esporte nacional -, a única afirmação correta é:
(E) chegado ... predisporem .... intervirá A) mostra que a automedicação é tratada como
Um arriscado esporte nacional um esporte sem riscos;
01 Os leigos sempre se medicaram por conta B) indica quais são os riscos enfrentados por
própria, já que de aqueles que se automedicam;
02 médico e louco todos temos um pouco, mas C) denuncia que a atividade esportiva favorece a
esse problema jamais automedicação;
03 adquiriu contornos tão preocupantes no D) condena a pouca seriedade daqueles que
Brasil como atualmente. consomem remédio por conta própria;
04 Qualquer farmácia conta hoje com um E) assinala que o principal motivo da
arsenal de armas de automedicação é a tentativa de manter-se a
05 guerra para combater doenças de fazer juventude.
inveja à própria indústria 92 Os leigos sempre se medicaram por conta
06 de material bélico nacional. Cerca de 40% própria,... Esta frase inicial do texto só NÃO
das vendas realizadas equivale semanticamente a:
07 pelas farmácias nas metrópoles brasileiras A) Os leigos, por conta própria, sempre se
destinam-se a pessoas medicaram;
08 que se automedicam. A indústria B) Por conta própria os leigos sempre se
farmacêutica de menor porte e medicaram;
09 importância retira 80% de seu faturamento C) Os leigos se medicaram sempre por conta
da venda ''livre'' de própria;
10 seus produtos, isto é, das vendas realizadas D) Sempre se medicaram os leigos por conta
sem receita médica. própria;
11 Diante desse quadro, o médico tem o dever E) Sempre os leigos, por conta própria, se
de alertar a medicaram.
12 população para os perigos ocultos em cada 93 O motivo que levou o Dr. Geraldo Medeiros a
remédio, sem que abordar o tema da automedicação, segundo o
13 necessariamente faça junto com essas que declara no primeiro parágrafo do texto, foi:
advertências uma sugestão A) a tradição que sempre tiveram os brasileiros
14 para que os entusiastas da automedicação de automedicar-se;
passem a gastar mais B) os lucros imensos obtidos pela indústria
15 em consultas médicas. Acredito que a farmacêutica com a venda ''livre'' de remédios;
maioria das pessoas se C) a maior gravidade atingida hoje pelo hábito
16 automedica por sugestão de amigos, leitura, brasileiro da automedicação;
fascinação pelo D) a preocupação com o elevado número de
17 mundo maravilhoso das drogas ''novas'' ou óbitos decorrente da automedicação;
simplesmente para E) aumentar o lucro dos médicos, incentivando
18 tentar manter a juventude. Qualquer que seja as consultas.
a causa, os 94 Um grupo de vocábulos do texto possui
19 resultados podem ser danosos. componentes sublinhados cuja significação é
20 É comum, por exemplo, que um simples indicada a seguir; o único item em que essa
resfriado ou uma indicação está ERRADA é:
21 gripe banal leve um brasileiro a ingerir doses A) bélico - guerra;
insuficientes ou B) metrópoles - cidade;
22 inadequadas de antibióticos fortíssimos, C) antibióticos - vida;
reservados para D) glicose - açúcar;
23 infecções graves e com indicação precisa. E) cálcio - osso.
Quem age assim está 95 O item em que o segmento sublinhado tem
24 ensinando bactérias a se tornarem forma equivalente corretamente indicada é:
resistentes a antibióticos. Um A) ...já que de médico e louco todos temos um
25 dia, quando realmente precisar de remédio, pouco. - uma vez que;
este não funcionará. B) ...vendas realizadas pelas farmácias... - entre
as;

Língua Portuguesa 108


Apostilas Domínio
C) ...sem que necessariamente faça junto com vilarejos vizinhos às cidades se transformam em
essas advertências... - embora; verdadeiras feiras livres. Por aqui, a onda está
D) ...para que os entusiastas da apenas começando. Num raio de cem
automedicação... - afim; quilômetros da capital já existem pelo menos
E) Quem age assim está ensinando bactérias... nove sítios e chácaras que trabalham nesse
- mal. sistema.
96 ...jamais adquiriu contornos tão preocupantes 101. Considere as seguintes afirmações:
no Brasil como atualmente; ...sem que I. Muitos consumidores das cercanias de São
necessariamente faça junto com essas Paulo passaram a cultivar hortas domésticas, em
advertências...; ...quando realmente precisar de que podem colher verduras não contaminadas.
remédio...; os advérbios sublinhados indicam, II. Um hábito da Idade Média inspirou várias
respectivamente: famílias que, morando nas cercanias da Serra da
A) tempo, modo, afirmação; Cantareira, resolveram fazer das hortas
B) tempo, modo, tempo; comunitárias autênticas feiras livres
C) tempo, tempo, tempo; III. A venda de hortaliças diretamente do
D) modo, tempo, modo; produtor para o consumidor traz, para aquele,
E) modo, modo, afirmação. vantagens financeiras e, para este, a garantia de
97 O item em que o par de palavras NÃO está produtos mais saudáveis.
acentuado em função da mesma regra Em relação ao texto, está correto SOMENTE o
ortográfica é: que se afirma em
A) própria / advertências; (A) I.
B) farmácia / bactérias; (B) II.
C) indústria / cálcio; (C) III.
D) importância / raízes; (D) I e II.
E) remédio / circunstância. (E) II e III.
98 Palavra que NÃO pertence ao mesmo campo 102. São grandes as vantagens que ....., da
semântico das demais é: compra direta de hortaliças (ou dos ...... , em
A) arsenal; geral); sabem disso aqueles que já se e
B) armas; pensaram nos males dos agrotóxicos.
C) guerra; Completam corretamente as lacunas do período
D) combater; acima:
E) inveja. (A) adviriam - hortifrutigranjeiros - detiveram
99 Termo sublinhado que exerce função (B) adveriam - hortifrutigranjeiros - detiveram
diferente dos demais é: (C) adviriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram
A) ...venda de seus produtos...; (D) adveriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram
B) ...dever de alertar...; (E) adviriam - hortifrutigranjeiros - deteram
C) ...sugestão de amigos...; 103. A frase corretamente construída é:
D) ...fascinação pelo mundo...; (A) Alface, rúcula, pepino e outros legumes
E) ...fazer inveja à indústria..... espalham-se, aos dezessete hectares na
100 Ao indicar as prováveis razões pelas quais Chácara do Frade.
os brasileiros se automedicam, o Dr. Geraldo (B) As pessoas preferem os legumes de cujo
Medeiros utiliza um argumento baseado em risco de agrotóxicos seja evitado.
opinião e não numa certeza; o segmento que (C) Foi na Idade Média onde começou a surgir a
comprova essa afirmação é: venda direta do plantio ao consumidor.
A) É comum .. (l.20); (D) Os agrotóxicos, com que estão
B) Acredito .. (l.15); contaminados os legumes nos supermercados,
C) ...por exemplo .. (l.20); são evitados pelo produtor José Frade.
D) Com isso .. (l.28); (E) Comprar hortaliças do próprio produtor é
E) Qualquer que.. (l.18). uma providência de que muitas pessoas já
As questões de números 101 a 105 referem-se começaram a se habituar.
ao texto que segue. 104. Transpondo para a voz passiva a frase
Várias famílias percorrem dez ou mais "Estão abrindo suas portas aos visitantes", a
quilômetros com destino à Serra da Cantareira, forma verbal resultante será ..... .
mais precisamente à Chácara do Frade, com (A) serão abertas
seus dezessete hectares tomados por alface, (B) são abertas
rúcula, pepino, cenoura e dezenas de outras (C) têm sido abertas
hortaliças. As pessoas caminham entre os (D) têm aberto
canteiros, trocam informações sobre o plantio, (E) estão sendo abertas
escolhem o que comprar e levam produtos 105. Na Chácara do Frade, as pessoas olham os
fresquinhos, jamais "batizados" por agrotóxicos. canteiros e percorrem os canteiros informando-
Cada vez mais hortas instaladas perto da capital se sobre o que está plantado nos canteiros.
estão abrindo suas portas aos visitantes. O Eliminam-se as repetições viciosas da frase
proprietário, José Frade, lucra com a venda acima substituindo-se corretamente os termos
direta. O consumidor, por sua vez, garante a sublinhados por:
qualidade do que está comendo. Na Europa, (A) percorrem eles - lhes está plantado
isso é muito comum. Desde a Idade Média,
durante a época da colheita, as plantações dos

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Apostilas Domínio
(B) os percorrem - neles está plantado os velhos guardam alguma ansiedade no olhar,
(C) percorrem-lhes - neles está plantado nos modos, na lentidão aflita de quem se sente
(D) os percorrem - está plantado-lhes fora do compasso. Na calmaria das cidades
(E) percorrem-lhes - lhes está plantado pequeninas, é como se a velhice de cada um
As questões de números 106 e 107 referem-se reafirmasse a que vem das montanhas e dos
ao texto que segue. horizontes, velhice quase eterna, pousada no
É grave o quadro anual do ensino superior. A tempo.
greve de professores paralisa boa parte das Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos:
universidades federais. As universidades aquele chapéu de feltro manchado, aquelas
públicas estão amargando uma espécie de êxodo largas calças de brim cáqui incontavelmente
de seus melhores profissionais. Têm cada vez lavadas. aquele puído dos punhos de camisas já
menos condições de competir com os salários sem cor . tudo combina admiravelmente com a
pagos pelas instituições privadas. enorme jaqueira do quintal, com a generosa
106. Indique o período que resume, de forma figueira da praça, com as teias no campanário da
clara e exata, as informações do texto, e que não igreja. E os hábitos? Pica-se o fumo de corda,
apresenta incorreção gramatical alguma. lentamente, com um canivete herdado do século
(A) Devido a pagarem mal os professores, estão passado, enquanto a conversa mole se
havendo greves nas universidades federais, em desenrola sem pressa e sem destino.
que os melhores profissionais procuram as Na cidade grande. há um quadro que se repete
instituições privadas. mil vezes ao dia, e que talvez já diga tudo: o
(B) Os professores do ensino superior oficial velhinho, no cruzamento perigoso, decide-se,
estão fazendo greve, ou mesmo êxodo para as enfim, a atravessar a avenida, e o faz com aflição,
particulares, já que seus salários não são um braço estendido em sinal de pare aos
competitivos. motoristas apressados, enquanto amiúda o que
(C) Como os salários que pagam estão cada vez pode o próprio passo. Parece suplicar ao tempo
mais baixos, as universidades públicas estão que diminua seu ritmo, que lhe dê a oportunidade
sofrendo greves e o êxodo de seus melhores de contemplar mais demoradamente os ponteiros
professores. invisíveis dos dias passados, e de sondar com
(D) As universidades particulares atraem os calma, nas nuvens mais altas, o sentido de sua
professores das oficiais, em virtude dos salários própria história.
que pagam, e que chegam a provocarem greves. Há, pois, velhices e velhices . até que chegue o
(E) Há êxodo ou greve dos professores das dia em que ninguém mais tenha tempo para de
universidades federais para as particulares, onde fato envelhecer. Celso de Oliveira
os salários as tornam muito mais competitivas. 108. A frase "Os velhos das cidadezinhas do
107. Indique o período cuja pontuação está interior parecem muito mais plenamente velhos
inteiramente correta. que os das metrópoles" constitui uma
(A) Há muito, vêm caindo os salários dos (A) impressão que o autor sustenta ao longo do
professores das universidades públicas, estes texto, por meio de comparações.
desanimados fazem greve ou, as trocam pelas (B) impressão passageira, que o autor relativiza
instituições privadas. ao longo do texto.
(B) Há muito vêm caindo os salários, dos (C) falsa hipótese, que a argumentação do autor
professores das universidades públicas estes demolirá.
desanimados, fazem greve ou as trocam, pelas (D) previsão feita pelo autor, a partir de
instituições privadas. observações feitas nas grandes e nas pequenas
(C) Há muito, vêm caindo, os salários dos cidades.
professores das universidades públicas; estes (E) opinião do autor, para quem a velhice é mais
desanimados fazem greve, ou as trocam pelas opressiva nas cidadezinhas que nas metrópoles.
instituições privadas. 109. Considere as seguintes afirmações:
(D) Há muito vêm caindo os salários dos I. Também nas roupas dos velhinhos
professores das universidades públicas; estes, interioranos as marcas do tempo parecem mais
desanimados, fazem greve ou as trocam pelas antigas.
instituições privadas. II. Na cidade grande, a velhice parece
(E) Há muito vêm caindo, os salários dos indiferente à agitação geral.
professores, das universidades públicas; estes, III. O autor interpreta de modo simbólico o gesto
desanimados, fazem greve, ou: as trocam pelas que fazem os velhinhos nos cruzamentos.
instituições privadas. Em relação ao texto, está carreta o que se afirma
As questões de números 108 a 112 referem-se SOMENTE em
ao texto que segue. (A) I.
Os velhos das cidadezinhas do interior parecem (B) II.
muito mais plenamente velhos que os das (C) III.
metrópoles. Não se trata da idade real de uns e (D) I e III.
outros, que pode até ser e mesma, mas dos (E) II e III.
tempos distintos que eles parecem habitar Na 110. Indique a afirmação INCORRETA em
agitação dos grandes centros, até mesmo a relação ao texto.
velhice parece ainda estar integrada na correria, (A) Roupas, canivetes, árvores e campanário
são aqui utilizados como marcas da velhice.

Língua Portuguesa 110


Apostilas Domínio
(B) O autor julga que, nas cidadezinhas textos mais eloquentes, de 1931, a destruição da
interioranas, a vida é bem mais longa que nos Inglaterra rural e proclamava a importância do
grandes centros. cenário da natureza para a vida espiritual do
(C) Hábitos como o de picar fumo de corda homem. Sustentava que até o final do século
denotam relações com o tempo que já não XVIII as obras do homem apenas se somavam às
existem nas metrópoles. belezas da natureza; depois, dizia, tinha sido
(D) O que um velhinho da cidade grande parece rápida a deterioração. A beleza não mais era
suplicar é que lhe seja concedido um ritmo de produzida pelas circunstâncias econômicas
vida compatível com sua idade. comuns e só restava, como esperança, a
(E) O autor sugere que, nas cidadezinhas conservação do que ainda não fora destruído.
interioranas, a velhice parece harmonizar-se com Defendia que as terras adquiridas pelo
a própria natureza. Patrimônio Nacional, a maioria completamente
111. O sentido do último parágrafo do texto deve inculta, deveriam ser mantidas assim.
ser assim entendido. Há apenas poucos séculos, a mera ideia de
(A) Do jeito que as coisas estão, os velhos resistir à agricultura, ao invés de estimulá-la,
parecem não ter qualquer importância. pareceria ininteligível. Como teria progredido a
(B) Tudo leva a crer que os velhos serão cada civilização sem a limpeza das florestas, o cultivo
vez mais escassos, dado o atropelo da vida do solo e a conversão da paisagem agreste em
moderna. terra colonizada pelo homem? A tarefa do
(C) O prestígio do que é novo é tão grande que homem, nas palavras do Gênesis, era "encher a
já ninguém repara na existência dos velhos. terra e submetê-la". A agricultura estava para a
terra como o cozimento para a carne crua.
(D) A velhice nas cidadezinhas do interior é tão Convertia natureza em cultura. Terra não
harmoniosa que um dia ninguém mais sentirá o cultivada significava homens incultos. E quando
próprio envelhecimento. os ingleses seiscentistas mudaram-se para
(E) No ritmo em que as coisas vão, a própria Massachusetts, parte de sua argumentação em
velhice talvez não venha a ter tempo para tomar defesa da ocupação dos territórios indígenas foi
consciência de si mesma. que aqueles que por si mesmos não submetiam
112. Indique a alternativa em que se traduz e cultivavam a terra não tinham direito de impedir
corretamente o sentido de uma expressão do que outros o fizessem.
texto, considerado o contexto 113. Ao mencionar, no primeiro parágrafo do
(A) "parecem muito mais plenamente velhos" = texto, a inclinação dos ingleses pelo espaço rural,
dão a impressão de se ressentirem mais dos o autor
males da velhice. (A) busca enfatizar o que ocorre no século XX,
(B) "guardam alguma ansiedade no olhar = seus em que a afeição pelo campo lhe parece ser
olhos revelam poucas expectativas. realmente mais genuína.
(C) "fora do compasso" = num distinto (B) a caracteriza em diferentes momentos
andamento. históricos, tomando como referência distintas
(D) "a conversa mole se desenrola" = a situações em que ela se manifesta.
explanação é detalhada. (C) cita costumes do povo inglês destruídos pela
(E) "amiúda o que pode o próprio passo" = deve aceleração do crescimento das fábricas, causa
desacelerar suas passadas. de sua impossibilidade de volta periódica ao
As questões de números 113 a 125 referem-se campo.
ao texto que segue. (D) refere autores que procuraram
No inicio do século XX a afeição pelo campo era conscientemente manter sua popularidade
uma característica comum a muitos ingleses. Já explorando temas "rurais" para mostrar como se
no final do século XVIII, dera origem ao criou o mito de um paraíso campestre.
sentimento de saudade de casa tão característico (E) particulariza o espaço estrangeiro visitado
dos viajantes ingleses no exterior, como William pelos ingleses - Portugal - para esclarecer o que
Beckford, no leito de seu quarto de hotel os indivíduos buscavam e não podia ser
português, em 1787, "assediado a noite toda por encontrado na sua pátria.
ideias rurais da Inglaterra." À medida que as 114. Leia com atenção as afirmações abaixo
fábricas se multiplicavam, a nostalgia do morador sobre o segundo parágrafo do texto.
da cidade refletia-se em seu pequeno jardim, nos I. Em confronto com o primeiro parágrafo, o
animais de estimação, nas férias passadas na autor apresenta um outro matiz da relação do
Escócia, ou no Distrito dos Lagos, no gosto pelas espírito inglês com o espaço rural.
flores silvestres e a observação de pássaros, e II. O autor assinala os pontos mais relevantes
no sonho com um chalé de fim de semana no referidos por G.M. Trevelyan para comprovar a
campo. Hoje em dia, ela pode ser observada na ideia universalmente aceita de que o contato com
popularidade que se conserva daqueles autores a natureza é importante para o espírito.
conscientemente "rurais" que, do século XVII ao III. O historiador inglês revela pessimismo, a
XX, sustentaram o mito de uma arcádia cujos fundamentos ele não faz nenhuma
campestre. referência no texto.
Em alguns ingleses, no historiador G.M. São corretas:
Trevelyan, por exemplo, o amor pela natureza (A) I, somente.
selvagem foi muito além desses anseios (B) III, somente.
vagamente rurais. Lamentava, em um dos seus (C) I e III, somente.

Língua Portuguesa 111


Apostilas Domínio
(D) II e III, somente. assim como deve haver muitos que condenam
(E) I, II e III. qualquer alteração da paisagem natural, por
115. As indagações presentes no terceiro menor que seja.
parágrafo representam, no texto, (D) Nem sempre são suficientes dados
(A) pontos relevantes sobre os quais a estatisticamente comprovados para que as
humanidade ainda não refletiu. pessoas se convençam da necessidade de
(B) perguntas que historiadores faziam, ás repensarem suas convicções, trate-se de
pessoas para convence-las da importância do assuntos polêmicos ou não.
culto a natureza (E) Faz séculos que filósofos discutem as
(C) os pontos mais discutidos quando se falava relações ideais entre os homens e a natureza,
do progresso na Inglaterra, terra da afeição pelo questão que nem sempre lhes parece passível de
campo. consenso.
(D) questões possivelmente levantadas pelos 119. Assinale a alternativa que NÃO apresenta
que procurassem entender a razão de muitas erro algum de concordância.
pessoas não considerarem a agricultura um bem (A) Já há muito tempo tinha sido feito por
em si. importante estudioso previsões pessimistas
(E) aspectos importantes sobre a relação entre a quanto ao destino das áreas rurais na Inglaterra,
natureza e o homem, úteis como argumentos a mas muitos não as consideraram.
favor da ideia defendida por Trevelyan. (B) Às vazes não basta alguns comentários
116. No último parágrafo do texto, o comentário sobre a importância do cenário da natureza para
sobre os ingleses seiscentistas foi feito como a vida espiritual do homem no sentido de que se
(A) denúncia dos falsos argumentos utilizados tentem evitar mais prejuízos ao meio ambiente.
por aqueles que ocupam territórios indígenas (C) Certos argumentos de G.M. Trevelyan
(B) exemplo do caráter pioneiro dos ingleses na tornaram vulnerável certas visões acerca do
tarefa de colonização do território americano. modo como deveriam ser tratadas terras incultas.
(C) maneira de evidenciar a árdua tarefa dos que (D) Segundo o que se diz no texto, os ingleses
acreditavam na força da agricultura para o havia de terem se preocupado com a legitimação
progresso da civilização. de sua tarefa de ocupação dos territórios
(D) confirmação de que terras incultas são indígenas.
entraves que, há séculos, subtraem ao homem o (E) Quaisquer que sejam os rumos das cidades
direito de progredir. contemporâneas, sempre haverá os que
(E) comprovação de que, há poucos séculos, o lamentarão a perda da vida em contato direto
cultivo da terra era entendido como sinônimo de com a natureza.
civilização. 120. Assinale a alternativa em que há regência
117. Assinale a afirmação INCORRETA. INCORRETA.
(A) Infere-se do texto que as palavras do (A) O empenho com que G.M. Trevelyan
Gênesis foram entendidas por muitos como dedicou-se à sua causa foi reconhecido por
estímulo a derrubar matas, lavrar o solo, eliminar outros, principalmente pelo autor do texto.
predadores, matar insetos nocivos, arrancar (B) A crise em que passa a civilização
parasitas, drenar pântanos. contemporânea é visível em muitos aspectos,
(B) O paralelo estabelecido entre o cultivo da inclusive na relação do homem com a natureza
terra e o cozimento dos alimentos é feito para se selvagem.
pôr em evidência a ação do homem sobre a (C) O homem sempre esteve disposto a dialogar
natureza. com a natureza, mas esse diálogo nem sempre
(C) O texto mostra que o amor pela natureza se deu segundo os mesmos interesses ao longo
selvagem está na base da relação que se dos séculos.
estabelece entre cultivo da terra e civilização. (D) Muitos consideram ofensivo à natureza
(D) O texto mostra que o amor à natureza considerá-la como algo à disposição das
selvagem, considerado como barbárie, permitiu necessidades humanas.
que certos povos se dessem o direito de (E) Acompanhar a relação do ser humano com o
apoderar-se dela. campo através dos séculos propicia ao estudioso
(E) O Gênesis foi citado no texto porque o observar situações de que o homem nem sempre
crédito dado às palavras bíblicas explicaria o pode orgulhar-se.
desejo humano de transformar a natureza 121. Assinale a alternativa em que há ERRO de
selvagem pensando no bem-estar do homem. flexão verbal e/ou nominal
118. Assinale a alternativa que apresenta ERRO (A) Receemos pelo futuro, dizem alguns
de concordância. especialistas, pois, afirmam eles, se os cidadãos
(A) Não que os esteja considerando inválido, não detiverem a deterioração ambiental, a
mas o professor gostaria de conhecer os estudos humanidade corre sérios riscos.
de que se retirou os dados mencionados no texto. (B) Crêem certos estudiosos que convém
(B) Segundo alguns teóricos, deve ser evitada, o estudar profunda e seriamente o progresso da
mais possível, a agricultura em regiões de civilização quando ele implica destruir o que a
floresta; são áreas tidas como adequadas à natureza levou milhões de anos para sedimentar.
preservação de espécies em vias de extinção. (C) Quando, na década de 30, o historiador
(C) Existem com certeza, ainda hoje, pessoas inglês interviu na discussão sobre o tratamento
que defendem o cultivo incondicional da terra,

Língua Portuguesa 112


Apostilas Domínio
dispensado às terras adquiridas pelo Patrimônio que, durante séculos, a atividade humana
Nacional, muitos não contiveram seu desagrado. complementou as belezas naturais.
(D) Dizem alguns observadores que, quando as (C) Assim que chegou o tempo de a atividade
pessoas virem o que resta da natureza sem as humana começar a degradar as belezas naturais,
marcas predatórias do homem, elas próprias iniciou-se a luta pela conservação da natureza
buscarão frear as atividades consideradas ainda não deteriorada pelo homem, à proporção
negativas para o meio ambiente. que, durante séculos, a atividade humana
(E) Elementos da natureza são verdadeiros complementou as belezas naturais.
artesãos de obras-primas; se os homens as (D) Iniciou-se a luta pela conservação da
desfizerem, estarão cometendo crime contra a natureza ainda não deteriorada pelo homem,
humanidade. embora a atividade humana tivesse, durante
122. No segundo período do primeiro parágrafo, séculos, complementado as belezas naturais,
a forma verbal "dera" pode ser substituída pela quando chegou o tempo de degradá-las.
forma correspondente (E) Apesar de, durante séculos, a atividade
(A) haveria dado. humana ter complementado as belezas naturais,
(B) havia dado. chegou o tempo em que ela começou a degradá-
(C) teria dado. las, por isso iniciou-se a luta pela conservação da
(D) havia sido dado. natureza ainda não deteriorada pelo homem.
(E) tinha sido dado. 125. As frases abaixo, tiradas do texto,
123. Do século XVII ao XXX circulou na Europa, apresentam alterações em sua pontuação
com bastante intensidade, o mito de uma arcádia original. Assinale a alternativa em que a alteração
campestre. acarretou frase pontuada de maneira
Muitos escritores ingleses sustentaram também INCORRETA.
esse mito durante séculos; os textos desses (A) Hoje em dia ela pode ser observada na
autores ingleses são até hoje bastante populares. popularidade, que se conserva daqueles autores
Reescrevendo-se o segundo período e conscientemente "rurais" que do século XVII ao
substituindo-se os termos grifados acima por XX, sustentaram o mito de uma arcádia
pronomes correspondentes, obtém-se campestre.
corretamente: (B) Em alguns ingleses . no historiador G.M.
(A) Muitos escritores ingleses, os quais textos Trevelyan, por exemplo ., o amor pela natureza
são até hoje bastante populares, o sustentaram selvagem foi muito além desses anseios
também durante séculos. vagamente rurais.
(B) Muitos escritores ingleses, cujos textos são (C) Sustentava que, até o final do século XVIII,
até hoje bastante populares, sustentaram-lhe as obras do homem apenas se somavam às
também durante séculos. belezas da natureza; depois, dizia, tinha sido
(C) Muitos escritores ingleses, cujos os textos rápida a deterioração.
são até hoje bastante populares, sustentaram- no (D) A beleza não mais era produzida pelas
também durante séculos. circunstâncias econômicas comuns e só restava
(D) Muitos escritores ingleses, cujos textos são como esperança a conservação do que ainda
até hoje bastante populares, sustentaram-no não fora destruído.
também durante séculos. (E) E quando os ingleses seiscentistas
(E) Muitos escritores ingleses, que os textos mudaram-se para Massachusetts, parte de sua
deles são até hoje bastante populares, argumentação em defesa da ocupação dos
sustentaram-lhe também durante séculos. territórios indígenas foi que aqueles que, por si
124. Leia com atenção as frases que se mesmos, não submetiam e cultivavam a terra não
seguem. tinham direito de impedir que outros o fizessem.
I. Iniciou-se a luta pela conservação da natureza 126. A cesta de bens inclui, nesse caso, apenas
ainda não deteriorada pelo homem. os alimentos mínimos necessários para que a
II. Durante séculos a atividade humana pessoa permaneça viva, de acordo com os
complementou as belezas naturais. padrões da Organização Mundial da Saúde.
III. Chegou o tempo em que a atividade humana A redação desse período do texto deve ser
começou a degradar as belezas naturais. aprimorada, pois
Assinale a alternativa em que as frases acima I. a expressão nesse caso tem sentido obscuro,
estão em correta relação lógica, de acordo com já que o contexto do último parágrafo não permite
o texto. saber de que caso se trata.
(A) Chegou o tempo em que a atividade humana II. a expressão de acordo com os padrões da
começou a degradar as belezas naturais, mesmo Organização Mundial da Saúde tem dupla leitura,
tendo acontecido de, antes, complementá-las, pois tanto pode se referir a permaneça viva
logo que se iniciou a luta pela conservação da quanto a alimentos mínimos necessários.
natureza ainda não deteriorada pelo homem. III. A proximidade entre termos inclui e apenas
(B) Iniciou-se a luta pela conservação da gera uma contradição que prejudica o sentido da
natureza ainda não deteriorada pelo homem, frase.
quando ocorreu o tempo de a atividade humana É correto SOMENTE o que se afirma em
começar a degradar as belezas naturais, visto (A) I.
(B)) II.

Língua Portuguesa 113


Apostilas Domínio
(C) III. venham a incluir-se nela aqueles que, já a
(D) I e II. séculos, vivem mais do sistema de favor que de
(E) II e III. um trabalho digno.
127. Estão corretos o emprego e a flexão dos (D) Os que alferem lucros excessivos na
verbos na seguinte frase: exploração do trabalho alheio também devem ser
(A) Quando eles virem a receber o suficiente responsabilizados pelo contingente de infelizes
para a aquisição desses bens e serviços, situar- que estão abaixo da linha de pobreza.
se-ão acima da linha de pobreza. (E) Deve-se à inépsia ou à má fé de sucessivos
(B) Quem se provém apenas do estritamente governos, que descuraram a implementação de
necessário para não morrer de fome inclui-se na medidas de caráter social, o fato de que continua
chamada linha de indigência. crescendo o número de pobres e indigentes em
(C) Se alguém se contrapor a esse método de nosso país.
quantificação dos pobres, os acadêmicos Leia o texto e responda às questões de números
refutarão demonstrando o rigor de seus critérios. 131 a 140
(D)) Caso tal metodologia não conviesse aos As vendas de produtos piratas no Brasil em 2007
acadêmicos, eles tê-la-iam abandonado e significaram uma perda de R$ 18,6 bilhões em
substituído por outra. impostos nos 12 meses encerrados em setembro
(E) Os acadêmicos há muito comporam uma de 2008, levando-se em conta apenas sete
cesta de bens e serviços em cujo valor monetário setores da indústria nacional.
se baseiam para fixar a linha de pobreza. As estimativas são da pesquisa .O impacto da
128. Pode-se, corretamente, e sem prejuízo pirataria no setor de consumo no Brasil.,
para o sentido do contexto, substituir o elemento divulgada pela Associação Nacional para
sublinhado na frase Garantia dos Direitos Intelectuais (Angardi) e
(A) Para que a discussão possa ser feita em pelo Conselho Empresarial Brasil - Estados
bases mais sólidas por desde que. Unidos.
(B) Embora suficientes para conversas informais .Discutíamos em 2007 R$ 40 bilhões da CPMF.
sobre o assunto por uma vez. Só essa perda significa metade do que se
(C) A cesta de bens inclui, nesse caso, apenas estimava para a CPMF em 2008. É um número
os alimentos necessários para que a pessoa muito grande., frisou Solange Mata Machado,
permaneça viva por mesmo assim. representante no Brasil do Conselho Empresarial
(D) A maioria diria que os pobres são aqueles Brasil - Estados Unidos.
que ganham mal por os mesmos. Além da menor arrecadação de impostos, há
(E)) Ou seja, teoricamente, quem está abaixo da também a perda de receita da indústria, que
linha de indigência não conseguiria sequer chegou a R$ 62,4 bilhões considerando apenas
sobreviver por vale dizer. os setores de tênis, roupas e brinquedos.
129. Justificam-se inteiramente ambas as Quando entram na conta relógios, perfumes e
ocorrências do sinal de crase em: cosméticos, jogos eletrônicos e peças para
(A) Os que têm pleno acesso àquilo que oferece motos, as perdas podem ter atingido R$ 93,1
a cesta de bens e serviços devem considerar-se bilhões.
à margem da pobreza. A despeito da significativa perda de arrecadação
(B) Quem atribui um valor monetário à essa e do prejuízo estimado para a indústria, a
cesta de bens e serviços está-se habilitando à estimativa é de que em 2008 o consumo de
definir uma linha de pobreza. produtos piratas nas três categorias pesquisadas
(C) Não falta, à maioria das pessoas, uma (tênis, roupas e brinquedos) seja de R$ 15,609
definição de pobreza; o que falta à uma boa bilhões, contra R$ 25,175 bilhões no ano anterior.
definição é o rigor de um bom critério. Para Solange, isso é reflexo direto da ação do
(D) Há quem recrimine à cultura da governo contra a pirataria e o contrabando. Em
subsistência, imputando-lhe à responsabilidade 2008, segundo a enquete, foram apreendidos
pelo mascaramento da real situação de miséria mais de R$ 1 bilhão em mercadorias, recorde na
de muitos brasileiros. história do país. Além disso, a pesquisa salienta
(E) Os que têm proventos inferiores à quantia que houve também uma mudança de rumo nos
necessária para a aquisição dessa cesta deixam hábitos da população, principalmente de baixa
de atender à todas as suas necessidades renda, que consumiu menos produtos piratas.
básicas. Em termos da demanda, Solange explica que o
130. Estão corretamente grafadas todas as público não é sensível às perdas de arrecadação,
palavras da frase: aos prejuízos da indústria ou ao potencial de
(A) Não devem prevalescer nossas intuições ou corrupção existente no sistema de distribuição e
percepções mais imediatas, mas apenas os vendas de produtos piratas ou contrabandeados.
critérios mais objetivos, quando se trata de Em contrapartida, os argumentos de que o
formular alguma precisa definição. comércio ilegal pode fomentar a violência e o
(B)) A todos os que apenas subsistem, como é o crime organizado costumam, segundo a enquete,
caso de quem vive da mendicância, negam-se os contribuir para que os brasileiros deixem de
direitos da cidadania, ao passo que para uns comprar produtos piratas. (Rafael Rosas, Valor
poucos reservam-se todos os privilégios. Online, 10.11.2008. Adaptado)
(C) Não se constitue uma sociedade 131. De acordo com o texto,
verdadeiramente democrática enquanto não

Língua Portuguesa 114


Apostilas Domínio
(A) estima-se um crescimento do impacto da substituída, sem alteração do restante da
pirataria sobre a economia brasileira. estrutura da frase, por
(B) o governo brasileiro adotou medidas mais (A) despreza.
eficazes no combate à pirataria em 2008. (B) desconsidera.
(C) o aumento da violência em 2008 está (C) é alienado.
diretamente ligado ao aumento da pirataria. (D) é indiferente.
(D) o impacto da pirataria na arrecadação de (E) é desinteressado.
2007 foi inferior ao que se esperava. 137. Assinale a frase correta quanto ao
(E) o prejuízo da pirataria sobre as finanças emprego do acento indicador de crase.
públicas excedeu ao impacto no setor privado. (A) O título atribuído à esta pesquisa foi .O
132. Conforme o texto, pode-se inferir que os impacto da pirataria no setor de consumo no
brasileiros tendem a se convencer do caráter Brasil..
negativo da pirataria (B) As vendas de produtos piratas equivaleram à
(A) quando se apela para seu senso de ética e uma perda de R$ 18,6 bilhões em impostos.
justiça. (C) A pesquisa vincula-se à Associação
(B) ao refletirem sobre seu impacto na Nacional para Garantia dos Direitos Intelectuais
economia. (Angardi).
(C) ao se sentirem ameaçados por suas (D) As somas se elevam à aproximadamente R$
ramificações. 93 bilhões se considerarmos outros setores da
(D) quando se sentem explorados por indústria.
vendedores corruptos. (E) Alguns argumentos tendem à funcionar mais
(E) pois entendem que os danos ao governo que outros para dissuadir os brasileiros da
afetam a população. compra de produtos piratas.
133. Observe o trecho do segundo parágrafo: – 138. Considerando as regras de concordância
Discutíamos em 2007 R$ 40 bilhões da CPMF. na voz passiva, assinale a frase correta.
Só essa perda significa metade do que se (A) Divulgou-se, recentemente, a análise de
estimava para a CPMF em 2008 .......................é alguns números relacionados ao impacto da
um número muito grande. – A conjunção pirataria no Brasil.
adequada para estabelecer a relação entre as (B) Uma perda de R$ 18,6 bilhões em impostos
idéias das frases é: foram causados pelas vendas de produtos
(A) Contudo piratas no Brasil.
(B) Portanto (C) Também deve ser levado em conta, além da
(C) Todavia menor arrecadação de impostos, a perda de
(D) Conforme receita da indústria.
(E) Embora (D) Se for considerado apenas os setores de
134. No trecho do último parágrafo – Em tênis, roupas e brinquedos, a perda da indústria
contrapartida, os argumentos de que o comércio chega a R$ 62,4 bilhões.
ilegal pode fomentar a violência e o crime (E) Consumiu-se menos produtos piratas em
organizado costumam, segundo a enquete, 2008.
contribuir para que os brasileiros deixem de 139. Assinale a frase em que o pronome está
comprar produtos piratas. – o verbo fomentar tem posicionado corretamente.
sentido equivalente a (A) Muitos não preocupam-se com a pirataria no
(A) aferir. Brasil.
(B) delatar. (B) A verdade é que tornou-se um hábito para
(C) arrefecer. muitos.
(D) defraudar. (C) Ainda espera-se reduzir a pirataria no Brasil.
(E) fustigar. (D) O governo tem mostrado-se atento ao
135. No penúltimo parágrafo – Além disso, a problema.
pesquisa salienta que houve também uma (E) Naturalmente, a pirataria tornou-se comum
mudança de rumo nos hábitos da população, nas classes populares.
principalmente de baixa renda, que consumiu 140. Observe a pontuação nas frases:
menos produtos piratas. – a expressão em I. As vendas de produtos piratas no Brasil, em
destaque pode ser substituída, sem alterar o 2007, significaram uma perda de R$ 18,6 bilhões
sentido do trecho, por em impostos nos 12 meses encerrados em
(A) inversão de valores. setembro de 2008.
(B) troca de papéis. II. A estimativa é de que, em 2008, o consumo de
(C) retratação pública. produtos piratas nestas categorias, seja de R$
(D) nova orientação. 15,609 bilhões.
(E) revolução dogmática. III. Além disso, a pesquisa salienta que houve
136. Atendo-se apenas às regras de regência também, uma mudança de rumo nos hábitos da
verbal e/ou nominal, a expressão em destaque população.
no trecho – Em termos da demanda, Solange A pontuação está correta apenas em
explica que o público não é sensível às perdas de (A) I.
arrecadação, aos prejuízos da indústria ou ao (B) II.
potencial de corrupção existente no sistema de (C) III.
distribuição e vendas de produtos piratas ou (D) I e II.
contrabandeados. – pode ser corretamente (E) II e III.

Língua Portuguesa 115


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Vícios tolerados (B) rejeitar para a vida pessoal qualquer forma
Ficam longe de animadores os resultados de de favorecimento.
uma pesquisa de opinião sobre ética realizada (C) ser coerente, pois condena para a vida
pela Universidade de Brasília entre cidadãos de pessoal o que condena para a pública.
todo o país e também com servidores públicos de (D) acreditar que a ajuda pessoal deva ser
sete unidades federativas. Só 59% dos coibida, mas não na vida pública.
entrevistados na população geral disseram ser (E) aprovar plenamente essa prática, seja na
éticos; 26% declararam que não, e outros 13%, vida pessoal seja na pública.
às vezes. Entre servidores públicos, variam as 144. De acordo com o autor, pode-se até
cifras, mas não o panorama: 51% .éticos., 19% compreender que 32% dos servidores avaliem a
.não-éticos. e 22%, às vezes. Pode-se prática como permissível. Isso quer dizer que ele
argumentar, com razão, que o conceito comum (A) acredita que o nepotismo é uma forma
sobre ética é vago, quase vazio. Um terço dos legítima nas práticas sociais de um país.
que já ouviram falar disso alegam não saber do (B) entende por que os servidores aceitam o
que se trata. nepotismo, mas não concorda com essa prática.
Abstrações à parte, a consulta abrangeu também (C) justifica a opção dos servidores pelo
situações muito presentes, como o nepotismo. nepotismo, declarando-a adequada e honesta.
No plano sociológico, pode-se até compreender (D) condena os servidores que se valem do
que 32% dos servidores avaliem a prática como nepotismo, embora o utilizasse em seu benefício.
permissível. Afinal, são seus maiores (E) define o nepotismo como uma prática
beneficiários: 37% obtiveram o emprego público necessária à organização de uma sociedade.
por indicação de parentes, políticos ou amigos, e 145. Para o autor, a popularidade do nepotismo
menos da metade por concurso (44%). entre cidadãos comuns é bem mais inquietante.
Bem mais inquietante é a popularidade do Portanto, tal situação
nepotismo entre cidadãos comuns. Metade dos (A) é apreendida com indiferença por ele.
ouvidos afirmou que contrataria parentes para (B) aplaca a sua ansiedade.
um cargo público, se tivessem oportunidade. A (C) lhe traz certo desassossego.
população parece inclinar-se por chancelar, na (D) leva-o à ignorância dos fatos.
esfera privada, o que condena na vida pública. (E) sublima seu sentimento de impotência.
Essa contradição é uma das marcas da vida 146. O título – Vícios tolerados – pode ser
nacional – e provavelmente se verifica, em entendido, quanto à ética, como uma
graus variados, em outros países. Cabe à lei o .................... , segundo o ponto de vista
papel de conter as inclinações pessoais. expresso pelo autor.
Deixadas à vontade, elas corroem a Segundo as informações textuais, o espaço da
possibilidade de uma nação percorrer o longo frase deve ser preenchido com
caminho civilizatório. (Folha de S.Paulo, (A) necessidade para a civilidade do país
06.11.2008) (B) rotina moralmente adequada
141. De acordo com o autor, os resultados da (C) mudança comportamental aceitável
pesquisa sobre ética não são animadores porque (D) transformação social inevitável
(A) os valores éticos têm atingido os cidadãos (E) permissividade social indesejável
comuns e não os servidores públicos. 147. O sinônimo do termo chancelar, em
(B) poucos não sabem o que seja ética, e muitos destaque no 3.º parágrafo, é
a têm nas suas práticas cotidianas. (A) evitar.
(C) há uma quantidade significativa de cidadãos (B) aprovar.
que não se atêm aos valores éticos. (C) recusar.
(D) a quantidade de cidadãos éticos é bem (D) engrandecer.
menor do que a de cidadãos não-éticos. (E) superar.
(E) o sentido do conceito é muito comum, Para responder às questões de números 148 e
porque falta a sua devida divulgação. 149, considere a informação que inicia o último
142. Entende-se por nepotismo a parágrafo: Essa contradição é uma das marcas
(A) investidura de cidadãos comuns em cargos da vida nacional...
públicos por meio de concurso. 148. A expressão Essa contradição diz respeito
(B) aprovação de parentes e amigos em (A) ao comportamento dos cidadãos comuns.
concurso público sem favorecimento. (B) às formas de atuação dos servidores
(C) eliminação de parentes e amigos de públicos.
empregos e de concursos públicos. (C) à falta de lei para inibir as inclinações
(D) realização de concurso público para os pessoais.
cidadãos tornarem-se servidores. (D) à impossibilidade de uma nação se civilizar.
(E) obtenção de emprego público por meio da (E) ao descaso da população com a vida
indicação de parentes. pública.
143. Quando se trata de nepotismo, a 149. O antônimo de contradição é
população parece (A) incoerência.
(A) aceitar na vida pessoal o que condena no (B) desacordo.
âmbito da vida pública. (C) contestação.
(D) consenso.

Língua Portuguesa 116


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(E) autenticidade. c ( ) O jogador deu um empurrão ao árbitro.
150. O pronome elas, em destaque no último d ( ) Nossa casa ficava rente do rio.
parágrafo do texto, refere-se às e ( ) A entrega é feita no domicílio.
(A) pessoas comuns. 158. Marque a afirmativa incorreta sobre o uso
(B) leis. da vírgula:
(C) marcas da vida nacional. a ( ) usa-se a vírgula para separar o adjunto
(D) inclinações pessoais. adverbial anteposto;
(E) nações. b ( ) a vírgula muitas vezes pode substituir a
151. Ache o verbo que está erradamente conjunção e;
conjugado no presente do subjuntivo: c ( ) a vírgula é obrigatória quando o objeto
a ( ) requera ; requeras ; requera ; requeiramos ; pleonástico for representado por pronome
requeirais ; requeram oblíquo tônico;
b ( ) saúde ; saúdes ; saúde ; saudemos ; d ( ) a presença da vírgula não implica pausa na
saudeis ; saúdem fala;
c ( ) dê ; dês ; dê ; demos ; deis ; dêem e ( ) nunca se deve usar a vírgula entre o sujeito
d ( ) pula ; pulas ; pula ; pulamos ; pulais ; pulam e o verbo.
e ( ) frija ; frijas ; frija ; frijamos ; frijais ; frijam 159. Marque onde há apenas um vocábulo
152. Assinale a alternativa falsa: erradamente escrito:
a ( ) o presente do subjuntivo, o imperativo a ( ) abóboda ; idôneo ; mantegueira ; eu quiz
afirmativo e o imperativo negativo são tempos b ( ) viço ; sócio-econômico ; pexote ; hidravião
derivados do presente do indicativo; c ( ) hilariedade ; caçoar ; alforje ; apasiguar
b ( ) os verbos progredir e regredir são d ( ) alizar ; aterrizar ; óbulo ; teribintina
conjugados pelo modelo agredir; e ( ) chale ; umedescer ; páteo ; obceno
c ( ) o verbo prover segue ver em todos os 160. Identifique onde não ocorre a crase:
tempos; a ( ) Não agrade às girafas com comida, diz o
d ( ) a 3.ª pessoa do singular do verbo aguar, no cartaz.
presente do subjuntivo é : ágüe ou agúe; b ( ) Isso não atende às exigências da firma.
e ( ) os verbos prever e rever seguem o modelo c ( ) Sempre obedeço à sinalização.
ver. d ( ) Só visamos à alegria.
153. Marque o verbo que na 2ª pessoa do e ( ) Comuniquei à diretoria a minha decisão.
singular, do presente do indicativo, muda para "e" 161. Assinale onde não ocorre a concordância
o "i" que apresenta na penúltima sílaba? nominal:
a ( ) imprimir a ( ) As salas ficarão tão cheias quanto possível.
b ( ) exprimir b ( ) Tenho bastante dúvidas.
c ( ) tingir c ( ) Eles leram o primeiro e segundo volumes.
d ( ) frigir d ( ) Um e outro candidato virá.
e ( ) erigir e ( ) Não leu nem um nem outro livro policiais.
154. Indique onde há erro: 162. Marque onde o termo em destaque está
a ( ) os puros-sangues simílimos erradamente empregado:
b ( ) os navios-escola utílimos a ( ) Elas ficaram todas machucadas.
c ( ) os guardas-mores agílimos b ( ) Fiquei quite com a mensalidade.
d ( ) as águas-vivas aspérrimas c ( ) Os policiais estão alerta.
e ( ) as oitavas-de-final antiqüíssimas d ( ) As cartas foram entregues em mãos.
155. Marque a alternativa verdadeira: e ( ) Neste ano, não terei férias nenhumas.
a ( ) o plural de mau-caráter é maus-caráteres; 163. Analise sintaticamente o termo em
b ( ) chamam-se epicenos os substantivos que destaque:
têm um só gênero gramatical para designar "A marcha alegre se espalhou na avenida..."
pessoas de ambos os sexos; a ( ) predicado
c ( ) todos os substantivos terminados em -ão b ( ) agente da passiva
formam o feminino mudando o final em -ã ou - c ( ) objeto direto
ona; d ( ) adjunto adverbial
d ( ) os substantivos terminados em -a sempre e ( ) adjunto adnominal
são femininos; 164. Marque onde o termo em destaque não
e ( ) são comuns de dois gêneros todos os representa a função sintática ao lado:
substantivos ou adjetivos substantivados a ( ) João acordou doente. (predicado verbo-
terminados em -ista. nominal)
156. Identifique onde há erro de regência verbal: b ( ) Mataram os meus dois gatos. (adjuntos
a ( ) Não faça nada que seja contrário dos bons adnominais)
princípios. c ( ) Eis a encomenda que Maria enviou.
b ( ) Esse produto é nocivo à saúde. (adjunto adverbial)
c ( ) Este livro é preferível àquele. d ( ) Vendem-se livros velhos. (sujeito)
d ( ) Ele era suspeito de ter roubado a loja. e ( ) A idéia de José foi exposta por mim a Rosa.
e ( ) Ele mostrou-se insensível a meus apelos. (objeto indireto)
157. Abaixo, há uma frase onde a regência 165. Ache a afirmativa falsa:
nominal não foi obedecida. Ache-a: a ( ) usam-se os parênteses nas indicações
a ( ) Éramos assíduos às festas da escola. bibliográficas;
b ( ) Os diretores estavam ausentes à reunião.

Língua Portuguesa 117


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b ( ) usam-se as reticências para marcar, nos b ( ) abstrato - coletivo - derivado - coletivo
diálogos, a mudança de interlocutor; c ( ) comum - próprio - coletivo - primitivo
c ( ) usa-se o ponto-e-vírgula para separar d ( ) coletivo - abstrato - próprio - concreto
orações coordenadas assindéticas de maior e ( ) primitivo - próprio - comum - abstrato
extensão; 173. Indique a classificação incorreta do
d ( ) usa-se a vírgula para separar uma advérbio ou locução adverbial em destaque:
conjunção colocada no meio da oração; a ( ) Não havia ninguém por perto. (lugar)
e ( ) usa-se o travessão para isolar palavras ou b ( ) O filme, sem dúvida, será um sucesso.
frases, destacando-as. (afirmação)
166. Identifique o termo acessório da oração: c ( ) Ela caminhou depressa para o quintal.
a ( ) adjunto adverbial (intensidade)
b ( ) objeto indireto d ( ) Ele chegará mais tarde. (tempo)
c ( ) sujeito e ( ) Ela nunca saía aos sábados. (negação)
d ( ) predicado 174. Complete a frase com o adjetivo adequado:
e ( ) agente da passiva O que tem a forma de elipse é .
167. Qual a afirmativa falsa sobre orações a ( ) elipsal
coordenadas? b ( ) elipsilar
a ( ) as coordenadas quando separadas por c ( ) elipsilal
vírgula, se ligam pelo sentido geral do período; d ( ) elipérico
b ( ) uma oração coordenada muitas vezes é e ( ) elíptico
sujeito ou complemento de outra; 175. Na frase: "Toda a escola poderá
c ( ) as coordenadas sindéticas subdividem-se de comparecer à festa.", é verdadeiro dizer que:
acordo com o sentido e com as conjunções que a ( ) o uso ou não do artigo, antes de "escola" é
as ligam; indiferente com relação ao sentido da frase;
d ( ) as coordenadas conclusivas encerram a b ( ) o artigo que aparece na frase é indefinido;
dedução ou conclusão de um raciocínio; c ( ) o artigo que aparece antes de "escola"
e ( ) no período composto por coordenação, as poderia ser substituído por um outro,
orações são independentes entre si quanto ao indiferentemente;
relacionamento sintático. d ( ) a frase só ficará correta quando for iniciada
168. Identifique a afirmativa verdadeira: pelo artigo da frase;
a ( ) as orações subordinadas ou são adjetivas e ( ) o artigo dá sentido de totalidade à frase. (=
ou adverbiais; A escola inteira poderá comparecer à festa.)
b ( ) a preposição que introduz uma oração 176. Assinale a única alternativa em que a
subordinada nunca pode ser omitida; concordância está feita segundo a norma culta:
c ( ) duas orações subordinadas podem estar a ( ) Tu e teu irmão devem partir amanhã.
coordenadas entre si; b ( ) Um de vocês deverão ficar sem vaga.
d ( ) uma oração se denomina principal porque c ( ) Muito me indignou sua indiferença e pouco
vem primeiro que as outras; caso.
e ( ) o período composto por subordinação só d ( ) Qual de nós sabem a direção a tomar?
pode ter duas orações. e ( ) Cada uma delas trouxeram sua
169. Enumere a segunda coluna de acordo com colaboração.
a abreviatura da forma de tratamento adequada: 177. Indique a alternativa correta quanto ao
( 1 ) V.Ex.ª Rev.ma ( ) reitor de universidade emprego do pronome:
( 2 ) V.Mag.ª ( ) papa a ( ) O diretor conversou com nós dois.
( 3 ) V.Em.ª ( ) bispo e arcebispo b ( ) Vou consigo ao teatro hoje à noite.
( 4 ) V.S. ( ) cardeal c ( ) Esta pesquisa é para mim fazer até o final
a ( ) 1 ;4 ;3 ; 2d ( )4 ; 2; 3 ;1 da semana.
b ( ) 2 ; 4 ; 1 ; 3 e ( ) 2 ; 4 ; 3 ;1 d ( ) Nada de sério houve entre eu e você.
c()3;4;2;1 e ( ) Informa a todos que Vossa Santidade está
170. Onde o pronome está erradamente doente.
empregado? 178. Classifique corretamente os encontros
a ( ) fez + o = fê - lo vocálicos das palavras abaixo:
b ( ) diríamos = di - lo - íamos irmão ; saúde ; queijo ; Paraguai
c ( ) pondes + o = ponde - lo a ( ) ditongo ; ditongo ; tritongo ; tritongo
d ( ) tem + o = tem - no b ( ) ditongo ; hiato ; ditongo ; tritongo
e ( ) diríeis + o = diríei – lo c ( ) hiato ; ditongo ; tritongo ; ditongo
171. Que nome se dá ao termo que determina d ( ) ditongo ; hiato ; tritongo ; tritongo
ou indetermina o substantivo a que se refere? e ( ) hiato ; hiato ; ditongo ; ditongo
a ( ) advérbio 179. Ache a afirmativa falsa:
b ( ) adjetivo a ( ) num encontro consonantal, cada letra
c ( ) substantivo próprio representa um fonema;
d ( ) artigo b ( ) na palavra "creme" há um encontro
e ( ) pronome consonantal;
172. Marque a classificação possível dos c ( ) dígrafo e encontro consonantal são a
substantivos abaixo: mesma coisa;
Europa - ferro - livraria - ramalhete d ( ) os dígrafos podem representar consoantes
a ( ) concreto - primitivo - derivado - coletivo ou vogais;

Língua Portuguesa 118


Apostilas Domínio
e ( ) nem sempre ocorre a separação nos a ( ) enxame é o coletivo de peixes.
encontros consonantais. b ( ) alma é o substantivo concreto.
180. Qual a palavra abaixo cuja formação não c ( ) viuvez é substantivo abstrato.
se deu por derivação prefixal? d ( ) país é substantivo comum.
a ( ) antebraço e ( ) pianista é substantivo sobrecomum.
b ( ) infeliz 188. Ache o único substantivo feminino:
c ( ) renascer a ( ) guaraná d ( ) teorema
d ( ) somente b ( ) cal e ( ) trema
e ( ) repor c ( ) telefonema
181. Qual o significado do radical "cefalo" da 189. Indique onde há erro no grau dos adjetivos
palavra "cefaléia"? em destaque:
a ( ) cavalo a ( ) Ele revelou-se um ótimo ator. (superlativo
b ( ) cabeça absoluto irregular)
c ( ) célula b ( ) Ele é tão inseguro quanto o irmão.
d ( ) sofrimento (comparativo de igualdade).
e ( ) origem c ( ) Dizia-se o melhor de todos. (superlativo
182. Encontre o vocábulo erradamente absoluto regular)
separado em sílabas: d ( ) Pedro é bastante rápido. (superlativo
a ( ) pneu - má - ti - co absoluto analítico)
b ( ) ap - to e ( ) Ela é a menos esperta do grupo.
c ( ) coi - sas (superlativo relativo de inferioridade)
d ( ) a – ve – ri – guou 190. Ache a palavra erradamente grafada:
e ( ) egíp – cios a ( ) esculpir ; borburinho
183. Indique o termo erradamente classificado: b ( ) regresso ; louça
O belo viajante saiu rapidamente. c ( ) ameixa ; agachar
a ( ) O = artigo definido, masculino, singular. d ( ) sujeito ; magistral
b ( ) belo = adjetivo uniforme, singular. e ( ) obsceno ; mansidão
c ( ) viajante = substantivo simples, comum, 191. Quem se intromete faz uma ...
derivado, concreto, masculino singular. a ( ) intromição d ( ) intromissão
d ( ) saiu = verbo irregular, na 3.ª pessoa do b ( ) intromisção e ( ) intromicção
singular do pretérito perfeito do indicativo. c ( ) intromisão
e ( ) rapidamente = advérbio de modo. 192. Ache a palavra que foi incorretamente
184. Ache onde o modo da forma verbal em grafada sem hífen:
destaque está incorreto: a ( ) autopeça d ( ) subdiretor
a ( ) Não saia da sala! (imperativo) b ( ) contragolpe e ( ) ultramar
b ( ) Espero que ele venha à reunião. c ( ) contrasenso
(subjuntivo) 193. Encontre a palavra que não tem relação
c ( ) Quem lhe deu essa notícia? (indicativo) com as outras:
d ( ) Diga-nos a sua opinião. (subjuntivo) a ( ) livreco d ( ) florzinha
e ( ) Gostaria que ele ficasse aqui. (indicativo) b ( ) lugarejo e ( ) mulherona
185. Marque a alternativa onde o verbo em c ( ) saleta
destaque não se encontra no tempo e modo 194. Marque onde o termo em destaque não é
indicados ao lado: um artigo:
a ( ) Se ele souber a verdade, ficará furioso. a ( ) Os alunos compraram o livro.
(futuro do subjuntivo) b ( ) Eu li a revista e a deixei sobre a mesa.
b ( ) Não sejamos otimistas. (imperativo c ( ) Ela pegou uns jornais e os entregou ao
negativo) dono.
c ( ) Espero que dessa atitude não advenha d ( ) Nós recebemos o dinheiro que estava no
nenhuma desgraça. (presente do subjuntivo) banco.
d ( ) Tenho falado muito desse assunto. e ( ) O dono da festa falou calorosamente.
(gerúndio) 195. Qual o pronome de tratamento adequado a
e ( ) Ele já estudara as lições quando os amigos um sacerdote?
chegaram. (pretérito mais-que-perfeito do a ( ) Vossa Santidade
indicativo) b ( ) Vossa Magnificência
186. Marque a afirmativa falsa: c ( ) Vossa Eminência
a ( ) o infinitivo é impessoal quando não se refere d ( ) Vossa Reverendíssima
a nenhum sujeito; e ( ) Vossa Excelência Reverendíssima
b ( ) os tempos compostos são formados pelos A MULTIPLICAÇÃO DOS CELULARES
verbos auxiliares e o particípio do verbo principal; Gabriel Perissé
c ( ) o verbo pôr e derivados pertencem à Telefone celular deixou de ser novidade. Deixou
segunda conjugação; de ser luxo. Deixou de ser sonho. Virou objeto
d ( ) o modo indicativo expressa ordem, corriqueiro, que vive de boca em boca, de orelha
advertência ou pedido; em orelha. Tornou-se artigo de primeira
e ( ) "entregado" é o particípio regular do verbo necessidade, instrumento de trabalho
"entregar". imprescindível e barato, espaço social
187. Indique o erro: concentrado na palma da mão.

Língua Portuguesa 119


Apostilas Domínio
Normal (talvez apenas comum...) ver todo tipo de B) neologismo
gente andando pelas ruas e falando com o C) galicismo
além... Ou com alguém. Todos recebendo D) termo corrente na informática
informações e tomando decisões e trocando E) vocábulo latino
idéias e falando, falando. Ou marcando 199. “Telefone celular deixou de ser novidade.
encontros. Ou discutindo seriamente os destinos Deixou de ser luxo. Deixou de ser sonho.”
da nação. Tecnômades do século XXI. Gente No trecho acima destacado há:
pobre e gente rica. Celulares pululando Brasil A) duas orações absolutas
afora, mundo afora. B) três orações coordenadas sindéticas
Mas não se fica por aí, como quem tivesse um C) duas orações sem paralelismo semântico
relógio de pulso e o fato de saber as horas o D) um período composto por coordenação
satisfizesse. Comunicação é outra história. Há E) três períodos sintaticamente paralelos
pessoas com dois celulares. Um para os contatos 200. .Um ilustre comentador de TV declarou....
profissionais, outro para falar com a família e os A palavra comentador é formada por:
amigos. A) prefixação
Conheço chefe de empresa que dá de presente B) composição
ao funcionário de confiança um celular para C) sufixação
contato exclusivo. E o celular, linha direta com o D) aglutinação
dever, pode tocar música animada em pleno E) redução
domingo à tarde. E há os que carregam três TEXTO 1
celulares, pessoas importantíssimas, o dia inteiro Nordeste: mito e realidade
procuradas por todos. Um ilustre comentador de De modo geral, quase todos os problemas do
TV declarou, faz alguns meses, sem nenhum Nordeste são atribuídos às adversidades
pudor, que possui três! Três oportunidades de climáticas, à ausência ou à escassez das chuvas.
ouvir e ser ouvido. Conversas nacionais, É comum ouvirmos dizer que as secas assolam,
internacionais e siderais. maltratam os nordestinos. Mas será que é isso
Haverá alguém com quatro celulares? Não mesmo o que acontece? Ou será que é só isso
duvido. Um celular para falar com os de sempre. mesmo?
Outro para falar com os novos. Outro para falar Não se podem negar os graves efeitos sociais e
com os estranhos. Outro para falar com econômicos causados pela seca. Quando ela
pouquíssimos seletos, seres privilegiados... E ocorre, o sertanejo observa, impotente, sua
cinco? Cinco celulares, um para cada dia da lavoura morrer, seu gado minguar, os pequenos
semana laboral. O celular da segunda, para rios secarem, ocasião em que sua .tragédia. é
marcar reuniões. O da terça, para cancelá-las. O exibida para todo o Brasil e até mesmo para
da quarta, para discussões. O da quinta, para outros países pelos meios de comunicação.
reconciliações. O da sexta, para planejar a Os poderes públicos, então, se manifestam
semana que vem. anunciando, nos mesmos órgãos de imprensa,
Quem dá mais?! No meio da multidão, um medidas que serão tomadas para combater a
homem levanta os braços, grita, alega ter seis seca, projetos que serão executados a médio e
celulares. Com um deles, o mais sofisticado, longo prazos e a liberação de verbas que serão
mantém longas conversas com o próprio Deus, destinadas à distribuição de alimentos, água,
ligação caríssima, mas vale a pena. Para que remédios etc.
lançar mão da oração gratuita se é possível ter A cada nova catástrofe, a cada nova
certeza de que o Interlocutor está realmente nos .calamidade pública. esse procedimento se
ouvindo e respondendo? repete. Mas essas medidas não solucionam o
Tenho um celular só, modelo simples, problema. Na próxima seca prolongada, tudo
instrumento necessário na Idade Mídia. Mas se será igual ou pior, dependendo da sua
alguém quiser me dar de presente um segundo intensidade e duração.
bichinho desses... Obrigado, um já é demais. Acontece que os fenômenos naturais – que
196. Um traço característico da crônica lida é: ocorrem independentemente da vontade dos
A) temática atual homens – não justificam todo o peso que lhes é
B) prosa poética atribuído. A seca existe, sim. A pobreza no
C) estrofação regular Nordeste, também. No entanto, não é possível
D) método indutivo estabelecer uma relação direta entre seca e
E) exposição imparcial pobreza.
197. Pode-se afirmar que o autor do texto: Os problemas do Nordeste não se resumem à
A) almeja ter mais de um celular seca, fator tão divulgado e explorado, graças ao
B) apóia quem opta por ter vários celulares interesse de uma minoria preocupada apenas em
C) acha que pessoas superiores têm mais de tirar proveito de uma situação
um celular .aparentemente. criada pela natureza. Para
D) satiriza os excessos praticados pelos entendermos a problemática da região, é preciso
usuários de celular que deixemos de lado as aparências e
E) compreende que tudo deve ser feito para investiguemos as reais causas que produziram e
facilitar a comunicação produzem um Nordeste tão pobre, tão maltratado
198. “Tecnômades do século XXI.” e com tantas injustiças e desigualdades sociais.
.Tecnômades. é um(a):
A) palavra inglesa

Língua Portuguesa 120


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Ao colocarmos a seca como sua causa principal, E) reformulação.
estaremos deixando de lado as inegáveis 205. Os usos formais da língua ditam certas
vantagens econômicas e políticas que ela traz normas para a concordância entre o verbo e o
para alguns setores e estaremos reduzindo à sujeito. Identifique a alternativa que está de
mera fatalidade climática o subdesenvolvimento acordo com essas normas.
e a opressão. A seca apenas acentua uma A) Qual das grandes secas do Nordeste não
situação de injustiça historicamente criada. (Yná deixaram grandes marcas de destruição?
Andrighetti. Nordeste: mito e realidade. São B) Cada um dos grandes rios do Nordeste
Paulo: Moderna, 1998, pp. 7-10. Adaptado.) poderiam suprir a escassez de água necessária
201. Considerando as ideias expressas no à lavoura.
Texto 1, podemos reconhecer que se trata: C) Nenhuma das grandes secas do Nordeste
A) de uma narrativa em que se conta a história pode ser apontada como a causa principal de
das secas do Nordeste, com seus cenários e suas dificuldades econômicas.
personagens. D) Além da falta de chuva, foi constatado vários
B) de uma descrição das condições climáticas tipos de problemas no Nordeste.
do Nordeste e dos efeitos sociais e econômicos E) O resultado das últimas grandes secas
causados pelas secas prolongadas. deixaram grandes prejuízos sociais e
C) de uma reflexão pela qual se põe em dúvida a econômicos.
explicação que costuma ser dada para os 206. Leia o trecho seguinte: .O Nordeste, em
problemas do Nordeste. decorrência das estiagens prolongadas a que
D) de uma exposição didática, para apresentar tem sido submetido, apresenta grandes
as principais medidas que serão tomadas pelo problemas econômicos e sociais..
Governo para combater a seca. Observe o emprego da preposição antes do
E) de um texto para orientação dos projetos que pronome relativo – que se deve à regência do
serão executados, a médio e longo prazos, em verbo. Na mesma perspectiva, analise os
favor do Nordeste. enunciados seguintes e assinale aquele que
202. Pela compreensão global do texto, pode-se também está correto quanto às normas da
perceber que a argumentação do autor, a certa regência verbal.
altura do texto, assume uma direção contrária. A) O Nordeste, apesar das estiagens
Isso fica evidente na alternativa: prolongadas de que têm sido atribuídas,
A) .De modo geral, quase todos os problemas do apresenta grandes projetos de superação.
Nordeste são atribuídos às adversidades B) O Nordeste, apesar das secas – das quais
climáticas, à ausência ou à escassez das têm resultado grandes problemas econômicos –
chuvas.. crê nas possibilidades de superação.
B) .A cada nova catástrofe, a cada nova C) O Nordeste, por causa das secas – a cujas
=calamidade pública„ esse procedimento se soluções não se pode abrir mão – ainda sofre
repete.. sérias discriminações.
C) .Na próxima seca prolongada, tudo será igual D) O Nordeste, por causa das secas – as quais a
ou pior, dependendo da sua intensidade e imprensa tem feito referências constantes –
duração.. espera por melhores soluções.
D) .A seca existe, sim. A pobreza no Nordeste, E) O Nordeste, por causa das políticas
também. No entanto, não é possível estabelecer assistenciais – as quais não podemos confiar –
uma relação direta entre seca e pobreza”. viveu grandes problemas.
E) .Para entendermos a problemática da região, 207. Observe a colocação pronominal no
é preciso que deixemos de lado as aparências.. seguinte fragmento: .Não se pode negar os
203. De acordo com o texto, a justificativa maior graves efeitos sociais e econômicos causados
para os problemas sociais e econômicos do pela seca.. O uso do pronome também estaria
Nordeste encontra-se: correto na alternativa:
A) nas secas que regularmente castigam a A) Não poderiam-se negar os graves efeitos
região e provocam a morte das lavouras. sociais e econômicos causados pela seca.
B) nas muitas adversidades climáticas que B) Poderiam-se negar os graves efeitos sociais e
acontecem periodicamente. econômicos causados pela seca.
C) nas inegáveis vantagens econômicas e C) Tinham podido-se negar os graves efeitos
políticas que a seca traz para alguns setores. sociais e econômicos causados pela seca.
D) nos meios de comunicação que somente se D) Ninguém poderia negar-se a reconhecer os
manifestam durante as calamidades. efeitos econômicos causados pela seca.
E) na rede fluvial da região, que é pequena e não E) Os graves efeitos sociais e econômicos
atende à demanda da agropecuária. causados pela seca, um dia, poderão-se negar.
204. Observe: .A cada nova catástrofe, a cada 208. O texto fala em: .inegáveis vantagens.. O
nova =calamidade pública„ esse procedimento se prefixo que aparece na palavra sublinhada tem o
repete.. A repetição do segmento sublinhado mesmo sentido daqueles que aparecem em:
expressa uma função textual de: A) inefável; inapto; incremento.
A) correção. B) inábil; injetável; ineficaz.
B) contraste. C) inflamável, imberbe, incrustado.
C) paráfrase. D) ímprobo, inalação, inglório.
D) ênfase. E) indubitável, inepto, incruento.

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209. O verbo, no seguinte trecho, está na voz estigmatizadas ou discriminadas por denunciar
passiva: Muitos problemas do Nordeste foram procedência social e nível cultural do falante.
provocados pelos interesses de uma minoria É assim que, muitas vezes, o falar alheio causa
corrupta. Caso o autor tivesse optado pela voz estranhamento ou é considerado .inferior., .feio.,
ativa, deveria escrever: .pior.. Na verdade, muita pesquisa precisa ser
A) Os interesses de uma minoria corrupta feita antes que se possa dizer algo de definitivo
provocam muitos problemas do Nordeste. sobre os diferentes falares do Brasil. (Isadora
B) Os interesses de uma minoria corrupta Marques. Revista Língua Portuguesa. Junho de
provocavam muitos problemas do Nordeste. 2007, pp. 22-28. Adaptado).
C) Os interesses de uma minoria corrupta 211. O tema desenvolvido no Texto 2 gira em
provocaram muitos problemas do Nordeste. torno da seguinte questão:
D) Os interesses de uma minoria corrupta A) A língua que se fala no Brasil, dada a sua
provocariam muitos problemas do Nordeste. heterogeneidade, corre risco de extinção.
E) Os interesses de uma minoria corrupta B) O prestígio do padrão idiomático brasileiro
provocarão muitos problemas do Nordeste. tem sido cada vez mais atuante.
210. Pelo título do texto – Nordeste: mito e C) As dimensões continentais de nosso território
realidade – já se pode inferir que o tema será afetam nossa identidade nacional.
tratado numa perspectiva: D) A diversidade do falar brasileiro é, por muitas
A) monolítica. razões, uma realidade inabalável.
B) hipotética. E) A mídia tem um grande papel na manutenção
C) unilateral. do padrão idiomático de prestígio.
D) lúdica. 212. Outro título que confirmaria a totalidade do
E) divergente. Texto 2 seria:
TEXTO 2 A) A homogeneidade dos dialetos regionais
Sotaques da resistência brasileiros.
A TV e o rádio bem que forçam, o preconceito B) O estranhamento do falar brasileiro
regional não dá folga, mas a variedade de considerado .inferior., .feio., .pior..
sotaques no Brasil está longe de correr risco de C) Uma única norma linguística num território de
extinção. Quem garante são os especialistas em dimensões continentais.
linguagem. O falar brasileiro sofre, é verdade, a D) Frustradas as pressões a favor da
pressão imposta pelas normas prestigiadas do uniformidade do português falado no Brasil.
idioma, de caráter conservador e uniforme. A E) A expansão linguística no período da
expansão dos meios de comunicação de massa, colonização portuguesa.
sabe-se, atua a favor de uma unidade linguística, 213. De acordo com o Texto 2, podemos afirmar
com programas de TV (algumas novelas, por que as línguas:
exemplo), que suprimem as nuances autênticas A) são autônomas em relação às influências de
dos falantes e compõem outras línguas.
.personagens regionais., com um modo de falar B) devem objetivar a homogeneidade, para não
que pretende ser .típico. mas acaba por ser irreal. serem discriminadas.
Os linguistas avaliam, no entanto, que nem a C) estão expostas a fatores históricos que
força da mídia nem o prestígio do padrão repercutem sobre elas.
idiomático têm sido capazes de conter a D) tendem a ser .piores., ou .mais feias. em
diversidade do falar brasileiro. Apesar de reforçar decorrência de suas variações.
preconceitos e distorcer dialetos regionais, a E) se faladas num território de dimensões
mídia não chega a produzir uma homogeneidade continentais, sofrem risco de extinção.
nos falares nacionais. 214. Releia o início do texto: .A TV e o rádio bem
Falar uma única língua num território de que forçam, o preconceito regional não dá folga,
dimensões continentais faz parte do imaginário mas a variedade de sotaques no Brasil está longe
de nossa identidade nacional. Mas até que ponto de correr risco de extinção. Quem garante são os
resiste essa unidade linguística brasileira? É especialistas em linguagem.. Na verdade, o que
certo que o português falado no Norte seja é que os especialistas em linguagem garantem?
compreendido no Sudeste, mas a diversidade de 1) Existem preconceitos regionais em atuação.
sotaques mostra que, se falamos o mesmo 2) A TV e o rádio têm sido fortes aliados.
idioma, nós o falamos diferentemente. 3) A variedade de sotaques não vai acabar.
De onde vêm essas diferenças? Historicamente, 4) A TV e o rádio reforçam os preconceitos.
as variações de pronúncia, entonação e ritmo Está(ão) correta(s):
observadas no Brasil espelham a expansão A) 1 apenas
heterogênea do português desde a colonização B) 3 apenas
do país. Tupi-guarani, iorubá, banto, castelhano, C) 2 e 3 apenas
holandês, francês, árabe, italiano, inglês são D) 1, 2 e 4 apenas
alguns dos idiomas que influenciaram a variação E) 1, 2, 3 e 4
existente no português daqui. Herdeiros de uma 215. Pode-se reconhecer um sentido de
sociedade estratificada, como a portuguesa, causalidade no seguinte fragmento:
teríamos herdado também o juízo de valor sobre A) .a variedade de sotaques no Brasil está longe
a linguagem. Muitas maneiras de falar seriam de correr risco de extinção..

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B) .Mas até que ponto resiste essa unidade D) Se houvessem menos diferenças culturais, o
linguística brasileira?. português seria hoje mais homogêneo.
C) .Falar uma única língua num território de E) Em algumas comunidades, as diferenças
dimensões continentais faz parte do imaginário linguísticas haviam sido incorporadas aos
de nossa identidade nacional.. padrões gerais.
D) .Herdeiros de uma sociedade estratificada, 220. Do ponto de vista da sintaxe do português,
como a portuguesa, teríamos herdado também o está bem formado o seguinte enunciado:
juízo de valor sobre a linguagem.. A) A variedade de sotaques brasileiros estão
E) .a diversidade de sotaques mostra que, se longe de correr risco de extinção.
falamos o mesmo idioma, nós o falamos B) A força de tantos meios sociais não
diferentemente.. conseguiu conter a diversidade do falar brasileiro.
216. Observe a pontuação do trecho: .Tupi- C) De onde veio tantas diferenças linguísticas?
guarani, iorubá, banto, castelhano, holandês, D) A mídia não chega à produzir uma
francês, árabe, italiano, inglês são alguns dos homogeneidade nos falares nacionais.
idiomas que influenciaram a variação existente E) As variações de pronúncia e entonação
no português daqui.. As vírgulas desse trecho espelha a heterogeneidade do português.
devem-se ao fato de que se trata: RESPOSTAS
A) de uma explicação.
B) de uma paráfrase. 1 A 11 C 21 A 31 E 41 B
C) de uma reformulação. 2 B 12 A 22 E 32 B 42 A
D) de uma enumeração. 3 E 13 B 23 B 33 A 43 C
E) de uma justificativa. 4 C 14 E 24 A 34 C 44 D
217. No fragmento seguinte: .Apesar de reforçar 5 A 15 D 25 E 35 E 45 B
preconceitos e distorcer dialetos regionais, a 6 E 16 A 26 D 36 B 46 A
mídia não chega a produzir uma homogeneidade 7 B 17 C 27 A 37 A 47 E
nos falares nacionais., a locução sublinhada 8 A 18 D 28 C 38 C 48 D
expressa um sentido de:
9 D 19 E 29 B 39 D 49 B
A) concessão.
10 B 20 B 30 D 40 E 50 C
B) conclusão.
C) causalidade. 51 D 61 C 71 B 81 C 91 D
D) finalidade. 52 E 62 D 72 C 82 E 92 D
E) condição. 53 D 63 B 73 A 83 C 93 C
218. A propósito da concordância verbo-nominal 54 A 64 A 74 B 84 E 94 E
no seguinte trecho: .Grande parte das diferenças 55 D 65 A 75 D 85 D 95 A
linguísticas do português que conhecemos foi 56 C 66 B 76 C 86 A 96 A
deixada pelos colonizadores”, podemos afirmar 57 E 67 B 77 E 87 B 97 D
que também seria correto dizer: 58 B 68 A 78 A 88 C 98 E
1) Grande parte das diferenças linguísticas do 59 A 69 A 79 B 89 A 99 C
português que conhecemos foram deixada pelos 60 E 70 B 80 D 90 D 100 B
colonizadores.
2) Grande parte das diferenças linguísticas do 101 C 111 E 121 C 131 B 141 C
português que conhecemos foram deixadas 102 A 112 C 122 B 132 C 142 E
pelos colonizadores. 103 D 113 B 123 D 133 B 143 A
3) Grande parte das diferenças linguísticas do 104 E 114 A 124 E 134 E 144 B
português que conhecemos foi deixadas pelos 105 B 115 D 125 A 135 D 145 C
colonizador. 106 C 116 E 126 B 136 D 146 E
Está(ão) correta(s): 107 D 117 C 127 D 137 C 147 B
A) 1, 2, 3 108 A 118 A 128 E 138 A 148 A
B) 1 apenas
109 D 119 E 129 A 139 E 149 D
C) 2 apenas
110 B 120 B 130 B 140 A 150 D
D) 3 apenas
E) 1 e 2 apenas
219. Observe a concordância do verbo =haver„ 151 A 161 B 171 D 181 B 191 D
em: Há muitas maneiras de falar que são 152 C 162 D 172 A 182 E 192 C
estigmatizadas ou discriminadas. De acordo com 153 D 163 D 173 C 183 B 193 E
as regras da normapadrão, o verbo haver adota 154 B 164 C 174 E 184 D 194 B
uma concordância especial. Identifique, dentre as 155 E 165 B 175 E 185 D 195 C
alternativas abaixo, aquela que está correta, de 156 A 166 A 176 C 186 D 196 A
acordo com tais regras. 157 A 167 B 177 A 187 A 197 D
A) Segundo a história, no período da 158 C 168 C 178 B 188 B 198 B
colonização, haviam muitas línguas em contato. 159 B 169 B 179 C 189 C 199 E
B) Devido à pluralidade linguística da colônia, 160 A 170 E 180 D 190 A 200 C
houveram muitos choques culturais entre os
falantes. 201 C 211 D
C) Devem haver choques culturais entre os 202 D 212 D
falantes desde que haja diferenças em contato. 203 C 213 C

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204 D 214 B 208 E 218 C
205 C 215 D 209 C 219 E
206 B 216 D 210 E 220 B
207 D 217 A
(B) As pessoas preferem os legumes de cujo
risco de agrotóxicos seja evitado.
PROVA SIMULADA II (C) Foi na Idade Média onde começou a surgir a
As questões de números 1 a 5 referem-se ao venda direta do plantio ao consumidor.
texto que segue. (D) Os agrotóxicos, com que estão
contaminados os legumes nos supermercados,
Várias famílias percorrem dez ou mais são evitados pelo produtor José Frade.
quilômetros com destino à Serra da Cantareira, (E) Comprar hortaliças do próprio produtor é
mais precisamente à Chácara do Frade, com uma providência de que muitas pessoas já
seus dezessete hectares tomados por alface, começaram a se habituar.
rúcula, pepino, cenoura e dezenas de outras 4. Transpondo para a voz passiva a frase
hortaliças. As pessoas caminham entre os "Estão abrindo suas portas aos visitantes", a
canteiros, trocam informações sobre o plantio, forma verbal resultante será ..... .
escolhem o que comprar e levam produtos (A) serão abertas
fresquinhos, jamais "batizados" por agrotóxicos. (B) são abertas
Cada vez mais hortas instaladas perto da capital (C) têm sido abertas
estão abrindo suas portas aos visitantes. O (D) têm aberto
proprietário, José Frade, lucra com a venda (E) estão sendo abertas
direta. O consumidor, por sua vez, garante a 5. Na Chácara do Frade, as pessoas olham os
qualidade do que está comendo. Na Europa, canteiros e percorrem os canteiros informando-
isso é muito comum. Desde a Idade Média, se sobre o que está plantado nos canteiros.
durante a época da colheita, as plantações dos Eliminam-se as repetições viciosas da frase
vilarejos vizinhos às cidades se transformam em acima substituindo-se corretamente os termos
verdadeiras feiras livres. Por aqui, a onda está sublinhados por:
apenas começando. Num raio de cem (A) percorrem eles - lhes está plantado
quilômetros da capital já existem pelo menos (B) os percorrem - neles está plantado
nove sítios e chácaras que trabalham nesse (C) percorrem-lhes - neles está plantado
sistema. (D) os percorrem - está plantado-lhes
l. Considere as seguintes afirmações: (E) percorrem-lhes - lhes está plantado
I. Muitos consumidores das cercanias de São As questões de números 6 e 7 referem-se ao
Paulo passaram a cultivar hortas domésticas, em texto que segue.
que podem colher verduras não contaminadas. É grave o quadro anual do ensino superior. A
II. Um hábito da Idade Média inspirou várias greve de professores paralisa boa parte das
famílias que, morando nas cercanias da Serra da universidades federais. As universidades
Cantareira, resolveram fazer das hortas públicas estão amargando uma espécie de êxodo
comunitárias autênticas feiras livres de seus melhores profissionais. Têm cada vez
III. A venda de hortaliças diretamente do menos condições de competir com os salários
produtor para o consumidor traz, para aquele, pagos pelas instituições privadas.
vantagens financeiras e, para este, a garantia de 6. Indique o período que resume, de forma clara
produtos mais saudáveis. e exata, as informações do texto, e que não
Em relação ao texto, está correto SOMENTE o apresenta incorreção gramatical a1guma.
que se afirma em (A) Devido a pagarem mal os professores, estão
(A) I. havendo greves nas universidades federais, em
(B) II. que os melhores profissionais procuram as
(C) III. instituições privadas.
(D) I e II. (B) Os professores do ensino superior oficial
(E) II e III. estão fazendo greve, ou mesmo êxodo para as
2. São grandes as vantagens que ....., da particulares, já que seus salários não são
compra direta de hortaliças (ou dos ...... , em competitivos.
geral); sabem disso aqueles que já se e (C) Como os salários que pagam estão cada vez
pensaram nos males dos agrotóxicos. mais baixos, as universidades públicas estão
Completam corretamente as lacunas do período sofrendo greves e o êxodo de seus melhores
acima: professores.
(A) adviriam - hortifrutigranjeiros - detiveram (D) As universidades particulares atraem os
(B) adveriam - hortifrutigranjeiros - detiveram professores das oficiais, em virtude dos salários
(C) adviriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram que pagam, e que chegam a provocarem greves.
(D) adveriam - hortisfrutisgranjeiros - deteram (E) Há êxodo ou greve dos professores das
(E) adviriam - hortifrutigranjeiros - deteram universidades federais para as particulares, onde
3. A frase corretamente construída é: os salários as tornam muito mais competitivas.
(A) Alface, rúcula, pepino e outros legumes 7. Indique o período cuja pontuação está
espalham-se, aos dezessete hectares na inteiramente correta.
Chácara do Frade.

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(A) Há muito, vêm caindo os salários dos 8. A frase "Os velhos das cidadezinhas do
professores das universidades públicas, estes interior parecem muito mais plenamente velhos
desanimados fazem greve ou, as trocam pelas que os das metrópoles" constitui uma
instituições privadas. (A) impressão que o autor sustenta ao longo do
(B) Há muito vêm caindo os salários, dos texto, por meio de comparações.
professores das universidades públicas estes (B) impressão passageira, que o autor relativiza
desanimados, fazem greve ou as trocam, pelas ao longo do texto.
instituições privadas. (C) falsa hipótese, que a argumentação do autor
(C) Há muito, vêm caindo, os salários dos demolirá.
professores das universidades públicas; estes (D) previsão feita pelo autor, a partir de
desanimados fazem greve, ou as trocam pelas observações feitas nas grandes e nas pequenas
instituições privadas. cidades.
(D) Há muito vêm caindo os salários dos (E) opinião do autor, para quem a velhice é mais
professores das universidades públicas; estes, opressiva nas cidadezinhas que nas metrópoles.
desanimados, fazem greve ou as trocam pelas 9. Considere as seguintes afirmações:
instituições privadas. I. Também nas roupas dos velhinhos
(E) Há muito vêm caindo, os salários dos interioranos as marcas do tempo parecem mais
professores, das universidades públicas; estes, antigas.
desanimados, fazem greve, ou: as trocam pelas II. Na cidade grande, a velhice parece
instituições privadas. indiferente à agitação geral.
As questões de números 8 a 12 referem-se ao III. O autor interpreta de modo simbólico o gesto
texto . que segue. que fazem os velhinhos nos cruzamentos.
Os velhos das cidadezinhas do interior parecem Em relação ao texto, está carreta o que se afirma
muito mais plenamente velhos que os das SOMENTE em
metrópoles. Não se trata da idade real de uns e (A) I.
outros, que pode até ser e mesma, mas dos (B) II.
tempos distintos que eles parecem habitar Na (C) III.
agitação dos grandes centros, até mesmo a (D) I e III.
velhice parece ainda estar integrada na correria, (E) II e III.
os velhos guardam alguma ansiedade no olhar, 10. Indique a afirmação INCORRETA em
nos modos, na lentidão aflita de quem se sente relação ao texto.
fora do compasso. Na calmaria das cidades (A) Roupas, canivetes, árvores e campanário
pequeninas, é como se a velhice de cada um são aqui utilizados como marcas da velhice.
reafirmasse a que vem das montanhas e dos (B) O autor julga que, nas cidadezinhas
horizontes, velhice quase eterna, pousada no interioranas, a vida é bem mais longa que nos
tempo. grandes centros.
Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos: (C) Hábitos como o de picar fumo de corda
aquele chapéu de feltro manchado, aquelas denotam relações com o tempo que já não
largas calças de brim cáqui incontavelmente existem nas metrópoles.
lavadas. aquele puído dos punhos de camisas já (D) O que um velhinho da cidade grande parece
sem cor . tudo combina admiravelmente com a suplicar é que lhe seja concedido um ritmo de
enorme jaqueira do quintal, com a generosa vida compatível com sua idade.
figueira da praça, com as teias no campanário da (E) O autor sugere que, nas cidadezinhas
igreja. E os hábitos? Pica-se o fumo de corda, interioranas, a velhice parece harmonizar-se com
lentamente, com um canivete herdado do século a própria natureza.
passado, enquanto a conversa mole se 11. O sentido do último parágrafo do texto deve
desenrola sem pressa e sem destino. ser assim entendido.
Na cidade grande. há um quadro que se repete (A) Do jeito que as coisas estão, os velhos
mil vezes ao dia, e que talvez já diga tudo: o parecem não ter qualquer importância.
velhinho, no cruzamento perigoso, decide-se, (B) Tudo leva a crer que os velhos serão cada
enfim, a atravessar a avenida, e o faz com aflição, vez mais escassos, dado o atropelo da vida
um braço estendido em sinal de pare aos moderna.
motoristas apressados, enquanto amiúda o que (C) O prestígio do que é novo é tão grande que
pode o próprio passo. Parece suplicar ao tempo já ninguém repara na existência dos velhos.
que diminua seu ritmo, que lhe dê a oportunidade (D) A velhice nas cidadezinhas do interior é tão
de contemplar mais demoradamente os ponteiros harmoniosa que um dia ninguém mais sentirá o
invisíveis dos dias passados, e de sondar com próprio envelhecimento.
calma, nas nuvens mais altas, o sentido de sua (E) No ritmo em que as coisas vão, a própria
própria história. Há, pois, velhices e velhices . até velhice talvez não venha a ter tempo para tomar
que chegue o dia em que ninguém mais tenha consciência de si mesma.
tempo para de fato envelhecer. Celso de Oliveira 12. Indique a alternativa em que se traduz
corretamente o sentido de uma expressão do
texto, considerado o contexto

Língua Portuguesa 125


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(A) "parecem muito mais plenamente velhos" = e cultivavam a terra não tinham direito de impedir
dão a impressão de se ressentirem mais dos que outros o fizessem.
males da velhice. 13. Ao mencionar, no primeiro parágrafo do
(B) "guardam alguma ansiedade no olhar = seus texto, a inclinação dos ingleses pelo espaço rural,
olhos revelam poucas expectativas. o autor
(C) "fora do compasso" = num distinto (A) busca enfatizar o que ocorre no século XX,
andamento. em que a afeição pelo campo lhe parece ser
(D) "a conversa mole se desenrola" = a realmente mais genuína.
explanação é detalhada. (B) a caracteriza em diferentes momentos
(E) "amiúda o que pode o próprio passo" = deve históricos, tomando como referência distintas
desacelerar suas passadas. situações em que ela se manifesta.
As questões de números 13 a 25 referem-se ao (C) cita costumes do povo inglês destruídos pela
texto que segue. aceleração do crescimento das fábricas, causa
No inicio do século XX a afeição pelo campo era de sua impossibilidade de volta periódica ao
uma característica comum a muitos ingleses. Já campo.
no final do século XVIII, dera origem ao (D) refere autores que procuraram
sentimento de saudade de casa tão característico conscientemente manter sua popularidade
dos viajantes ingleses no exterior, como William explorando temas "rurais" para mostrar como se
Beckford, no leito de seu quarto de hotel criou o mito de um paraíso campestre.
português, em 1787, "assediado a noite toda por (E) particulariza o espaço estrangeiro visitado
idéias rurais da Inglaterra." À medida que as pelos ingleses - Portugal - para esclarecer o que
fábricas se multiplicavam, a nostalgia do morador os indivíduos buscavam e não podia ser
da cidade refletia-se em seu pequeno jardim, nos encontrado na sua pátria.
animais de estimação, nas férias passadas na 14. Leia com atenção as afirmações abaixo
Escócia, ou no Distrito dos Lagos, no gosto pelas sobre o segundo parágrafo do texto.
flores silvestres e a observação de pássaros, e I. Em confronto com o primeiro parágrafo, o
no sonho com um chalé de fim de semana no autor apresenta um outro matiz da relação do
campo. Hoje em dia, ela pode ser observada na espírito inglês com o espaço rural.
popularidade que se conserva daqueles autores II. O autor assinala os pontos mais relevantes
conscientemente "rurais" que, do século XVII ao referidos por G.M. Trevelyan para comprovar a
XX, sustentaram o mito de uma arcádia idéia universalmente aceita de que o contato com
campestre. a natureza é importante para o espírito.
Em alguns ingleses, no historiador G.M. III. O historiador inglês revela pessimismo, a
Trevelyan, por exemplo, o amor pela natureza cujos fundamentos ele não faz nenhuma
selvagem foi muito além desses anseios referência no texto.
vagamente rurais. Lamentava, em um dos seus São corretas:
textos mais eloqüentes, de l931, a destruição da (A) I, somente.
Inglaterra rural e proclamava a importância do (B) III, somente.
cenário da natureza para a vida espiritual do (C) I e III, somente.
homem. Sustentava que até o final do século (D) II e III, somente.
XVIII as obras do homem apenas se somavam às (E) I, II e III.
belezas da natureza; depois, dizia, tinha sido 15. As indagações presentes no terceiro
rápida a deterioração. A beleza não mais era parágrafo representam, no texto,
produzida pelas circunstâncias econômicas (A) pontos relevantes sobre os quais a
comuns e só restava, como esperança, a humanidade ainda não refletiu.
conservação do que ainda não fora destruído. (B) perguntas que historiadores faziam, ás
Defendia que as terras adquiridas pelo pessoas para convence-las da importância do
Patrimônio Nacional, a maioria completamente culto a natureza
inculta, deveriam ser mantidas assim. (C) os pontos mais discutidos quando se falava
Há apenas poucos séculos, a mera idéia de do progresso na Inglaterra, terra da afeição pelo
resistir à agricultura, ao invés de estimulá-la, campo.
pareceria ininteligível. Como teria progredido a (D) questões possivelmente levantadas pelos
civilização sem a limpeza das florestas, o cultivo que procurassem entender a razão de muitas
do solo e a conversão da paisagem agreste em pessoas não considerarem a agricultura um bem
terra colonizada pelo homem? A tarefa do em si.
homem, nas palavras do Gênesis, era "encher a (E) aspectos importantes sobre a relação entre a
terra e submetê-la". A agricultura estava para a natureza e o homem, úteis como argumentos a
terra como o cozimento para a carne crua. favor da idéia defendida por Trevelyan.
Convertia natureza em cultura. Terra não 16. No último parágrafo do texto, o comentário
cultivada significava homens incultos. E quando sobre os ingleses seiscentistas foi feito como
os ingleses seiscentistas mudaram-se para (A) denúncia dos falsos argumentos utilizados
Massachusetts, parte de sua argumentação em por aqueles que ocupam territórios indígenas
defesa da ocupação dos territórios indígenas foi (B) exemplo do caráter pioneiro dos ingleses na
que aqueles que por si mesmos não submetiam tarefa de colonização do território americano.

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(C) maneira de evidenciar a árdua tarefa dos que (C) Certos argumentos de G.M. Trevelyan
acreditavam na força da agricultura para o tornaram vulnerável certas visões acerca do
progresso da civilização. modo como deveriam ser tratadas terras incultas.
(D) confirmação de que terras incultas são (D) Segundo o que se diz no texto, os ingleses
entraves que, há séculos, subtraem ao homem o havia de terem se preocupado com a legitimação
direito de progredir. de sua tarefa de ocupação dos territórios
(E) comprovação de que, há poucos séculos, o indígenas.
cultivo da terra era entendido como sinônimo de (E) Quaisquer que sejam os rumos das cidades
civilização. contemporâneas, sempre haverá os que
17. Assinale a afirmação INCORRETA. lamentarão a perda da vida em contato direto
(A) Infere-se do texto que as palavras do com a natureza.
Gênesis foram entendidas por muitos como 20. Assinale a alternativa em que há regência
estímulo a derrubar matas, lavrar o solo, eliminar INCORRETA.
predadores, matar insetos nocivos, arrancar (A) O empenho com que G.M. Trevelyan
parasitas, drenar pântanos. dedicou-se à sua causa foi reconhecido por
(B) O paralelo estabelecido entre o cultivo da outros, principalmente pelo autor do texto.
terra e o cozimento dos alimentos é feito para se (B) A crise em que passa a civilização
pôr em evidência a ação do homem sobre a contemporânea é visível em muitos aspectos,
natureza. inclusive na relação do homem com a natureza
(C) O texto mostra que o amor pela natureza selvagem.
selvagem está na base da relação que se (C) O homem sempre esteve disposto a dialogar
estabelece entre cultivo da terra e civilização. com a natureza, mas esse diálogo nem sempre
(D) O texto mostra que o amor à natureza se deu segundo os mesmos interesses ao longo
selvagem, considerado como barbárie, permitiu dos séculos.
que certos povos se dessem o direito de (D) Muitos consideram ofensivo à natureza
apoderar-se dela. considerá-la como algo à disposição das
(E) O Gênesis foi citado no texto porque o necessidades humanas.
crédito dado às palavras bíblicas explicaria o (E) Acompanhar a relação do ser humano com o
desejo humano de transformar a natureza campo através dos séculos propicia ao estudioso
selvagem pensando no bem-estar do homem. observar situações de que o homem nem sempre
18. Assinale a alternativa que apresenta ERRO pode orgulhar-se.
de concordância. 21. Assinale a alternativa em que há ERRO de
(A) Não que os esteja considerando inválido, flexão verbal e/ou nominal
mas o professor gostaria de conhecer os estudos (A) Receemos pelo futuro, dizem alguns
de que se retirou os dados mencionados no texto. especialistas, pois, afirmam eles, se os cidadãos
(B) Segundo alguns teóricos, deve ser evitada, o não detiverem a deterioração ambiental, a
mais possível, a agricultura em regiões de humanidade corre sérios riscos.
floresta; são áreas tidas como adequadas à (B) Crêem certos estudiosos que convém
preservação de espécies em vias de extinção. estudar profunda e seriamente o progresso da
(C) Existem com certeza, ainda hoje, pessoas civilização quando ele implica destruir o que a
que defendem o cultivo incondicional da terra, natureza levou milhões de anos para sedimentar.
assim como deve haver muitos que condenam (C) Quando, na década de 30, o historiador
qualquer alteração da paisagem natural, por inglês interviu na discussão sobre o tratamento
menor que seja. dispensado às terras adquiridas pelo Patrimônio
(D) Nem sempre são suficientes dados Nacional, muitos não contiveram seu desagrado.
estatisticamente comprovados para que as (D) Dizem alguns observadores que, quando as
pessoas se convençam da necessidade de pessoas virem o que resta da natureza sem as
repensarem suas convicções, trate-se de marcas predatórias do homem, elas próprias
assuntos polêmicos ou não. buscarão frear as atividades consideradas
(E) Faz séculos que filósofos discutem as negativas para o meio ambiente.
relações ideais entre os homens e a natureza, (E) Elementos da natureza são verdadeiros
questão que nem sempre lhes parece passível de artesãos de obras-primas; se os homens as
consenso. desfizerem, estarão cometendo crime contra a
19. Assinale a alternativa que NÃO apresenta humanidade.
erro algum de concordância. 22. No segundo período do primeiro parágrafo, a
(A) Já há muito tempo tinha sido feito por forma verbal "dera" pode ser substituída pela
importante estudioso previsões pessimistas forma correspondente
quanto ao destino das áreas rurais na Inglaterra, (A) haveria dado.
mas muitos não as consideraram. (B) havia dado.
(B) Às vazes não basta alguns comentários (C) teria dado.
sobre a importância do cenário da natureza para (D) havia sido dado.
a vida espiritual do homem no sentido de que se
tentem evitar mais prejuízos ao meio ambiente.

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(E) tinha sido dado. conservação da natureza ainda não deteriorada


23. Do século XVII ao XXX circulou na Europa, pelo homem.
com bastante intensidade, o mito de uma arcádia 25. As frases abaixo, tiradas do texto,
campestre. Muitos escritores ingleses apresentam alterações em sua pontuação
sustentaram também esse mito durante séculos; original. Assinale a alternativa em que a alteração
os textos desses autores ingleses são até hoje acarretou frase pontuada de maneira
bastante populares. INCORRETA.
Reescrevendo-se o segundo período e (A) Hoje em dia ela pode ser observada na
substituindo-se os termos grifados acima por popularidade, que se conserva daqueles autores
pronomes correspondentes, obtém-se conscientemente "rurais" que do século XVII ao
corretamente: XX, sustentaram o mito de uma arcádia
(A) Muitos escritores ingleses, os quais textos campestre.
são até hoje bastante populares, o sustentaram (B) Em alguns ingleses . no historiador G.M.
também durante séculos. Trevelyan, por exemplo ., o amor pela natureza
(B) Muitos escritores ingleses, cujos textos são selvagem foi muito além desses anseios
até hoje bastante populares, sustentaram-lhe vagamente rurais.
também durante séculos. (C) Sustentava que, até o final do século XVIII,
(C) Muitos escritores ingleses, cujos os textos as obras do homem apenas se somavam às
são até hoje bastante populares, sustentaram- no belezas da natureza; depois, dizia, tinha sido
também durante séculos. rápida a deterioração.
(D) Muitos escritores ing1eses, cujos textos são (D) A beleza não mais era produzida pelas
até hoje bastante populares, sustentaram-no circunstâncias econômicas comuns e só restava
também durante séculos. como esperança a conservação do que ainda
(E) Muitos escritores ingleses, que os textos não fora destruído.
deles são até hoje bastante populares, (E) E quando os ingleses seiscentistas
sustentaram-lhe também durante séculos. mudaram-se para Massachusetts, parte de sua
24. Leia com atenção as frases que se seguem. argumentação em defesa da ocupação dos
I. Iniciou-se a luta pela conservação da natureza territórios indígenas foi que aqueles que, por si
ainda não deteriorada pelo homem. mesmos, não submetiam e cultivavam a terra não
II. Durante séculos a atividade humana tinham direito de impedir que outros o fizessem.
complementou as belezas naturais. RESPOSTAS
III. Chegou o tempo em que a atividade humana
começou a degradar as belezas naturais. 1 C 14 A
Assinale a alternativa em que as frases acima
estão em correta relação lógica, de acordo com 2 A 15 D
o texto.
(A) Chegou o tempo em que a atividade humana 3 D 16 E
começou a degradar as belezas naturais, mesmo
tendo acontecido de, antes, complementá-las, 4 E 17 C
logo que se iniciou a luta pela conservação da
natureza ainda não deteriorada pelo homem. 5 B 18 A
(B) Iniciou-se a luta pela conservação da
natureza ainda não deteriorada pelo homem, 6 C 19 E
quando ocorreu o tempo de a atividade humana
começar a degradar as belezas naturais, visto 7 D 20 B
que, durante séculos, a atividade humana
complementou as belezas naturais. 8 A 21 C
(C) Assim que chegou o tempo de a atividade
humana começar a degradar as belezas naturais, 9 D 22 B
iniciou-se a luta pela conservação da natureza
ainda não deteriorada pelo homem, à proporção 10 B 23 D
que, durante séculos, a atividade humana
complementou as belezas naturais.
11 E 24 E
(D) Iniciou-se a luta pela conservação da
natureza ainda não deteriorada pelo homem,
12 C 25 A
embora a atividade humana tivesse, durante
séculos, complementado as belezas naturais,
13 B
quando chegou o tempo de degradá-las.
(E) Apesar de, durante séculos, a atividade
humana ter complementado as belezas naturais,
chegou o tempo em que ela começou a degradá-
PROVA SIMULADA III
las, por isso iniciou-se a luta pela

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01. Ache o verbo que está erradamente a ( ) usa-se a vírgula para separar o adjunto
conjugado no presente do subjuntivo: adverbial anteposto;
a ( ) requera ; requeras ; requera ; requeiramos ; b ( ) a vírgula muitas vezes pode substituir a
requeirais ; requeram conjunção e;
b ( ) saúde ; saúdes ; saúde ; saudemos ; c ( ) a vírgula é obrigatória quando o objeto
saudeis ; saúdem pleonástico for representado por pronome
c ( ) dê ; dês ; dê ; demos ; deis ; dêem oblíquo tônico;
d ( ) pule ; pules ; pule ; pulamos ; pulais ; pulem d ( ) a presença da vírgula não implica pausa na
e ( ) frija ; frijas ; frija ; frijamos ; frijais ; frijam fala;
02. Assinale a alternativa falsa: e ( ) nunca se deve usar a vírgula entre o sujeito
a ( ) o presente do subjuntivo, o imperativo e o verbo.
afirmativo e o imperativo negativo são tempos 09. Marque onde há apenas um vocábulo
derivados do presente do indicativo; erradamente escrito:
b ( ) os verbos progredir e regredir são a ( ) abóboda ; idôneo ; mantegueira ; eu quiz
conjugados pelo modelo agredir; b ( ) viço ; sócio-econômico ; pexote ; hidravião
c ( ) o verbo prover segue ver em todos os c ( ) hilariedade ; caçoar ; alforje ; apasiguar
tempos; d ( ) alizar ; aterrizar ; óbulo ; teribintina
d ( ) a 3.ª pessoa do singular do verbo aguar, no e ( ) chale ; umedescer ; páteo ; obceno
presente do subjuntivo é : ágüe ou agúe; 10. Identifique onde não ocorre a crase:
e ( ) os verbos prever e rever seguem o modelo a ( ) Não agrade às girafas com comida, diz o
ver. cartaz.
03. Marque o verbo que na 2ª pessoa do b ( ) Isso não atende às exigências da firma.
singular, do presente do indicativo, muda para "e" c ( ) Sempre obedeço à sinalização.
o "i" que apresenta na penúltima sílaba? d ( ) Só visamos à alegria.
a ( ) imprimir e ( ) Comuniquei à diretoria a minha decisão.
b ( ) exprimir 11. Assinale onde não ocorre a concordância
c ( ) tingir nominal:
d ( ) frigir a ( ) As salas ficarão tão cheias quanto possível.
e ( ) erigir b ( ) Tenho bastante dúvidas.
04. Indique onde há erro: c ( ) Eles leram o primeiro e segundo volumes.
a ( ) os puros-sangues simílimos d ( ) Um e outro candidato virá.
b ( ) os navios-escola utílimos e ( ) Não leu nem um nem outro livro policiais.
c ( ) os guardas-mores agílimos 12. Marque onde o termo em destaque está
d ( ) as águas-vivas aspérrimas erradamente empregado:
e ( ) as oitavas-de-final antiqüíssimas a ( ) Elas ficaram todas machucadas.
05. Marque a alternativa verdadeira: b ( ) Fiquei quite com a mensalidade.
a ( ) o plural de mau-caráter é maus-caráteres; c ( ) Os policiais estão alerta.
b ( ) chamam-se epicenos os substantivos que d ( ) As cartas foram entregues em mãos.
têm um só gênero gramatical para designar e ( ) Neste ano, não terei férias nenhumas.
pessoas de ambos os sexos; 13. Analise sintaticamente o termo em
c ( ) todos os substantivos terminados em -ão destaque:
formam o feminino mudando o final em -ã ou - "A marcha alegre se espalhou na avenida..."
ona; a ( ) predicado
d ( ) os substantivos terminados em -a sempre b ( ) agente da passiva
são femininos; c ( ) objeto direto
e ( ) são comuns de dois gêneros todos os d ( ) adjunto adverbial
substantivos ou adjetivos substantivados e ( ) adjunto adnominal
terminados em -ista. 14. Marque onde o termo em destaque não
06. Identifique onde há erro de regência verbal: representa a função sintática ao lado:
a ( ) Não faça nada que seja contrário dos bons a ( ) João acordou doente. (predicado verbo-
princípios. nominal)
b ( ) Esse produto é nocivo à saúde. b ( ) Mataram os meus dois gatos. (adjuntos
c ( ) Este livro é preferível àquele. adnominais)
d ( ) Ele era suspeito de ter roubado a loja. c ( ) Eis a encomenda que Maria enviou.
e ( ) Ele mostrou-se insensível a meus apelos. (adjunto adverbial)
07. Abaixo, há uma frase onde a regência d ( ) Vendem-se livros velhos. (sujeito)
nominal não foi obedecida. Ache-a: e ( ) A idéia de José foi exposta por mim a Rosa.
a ( ) Éramos assíduos às festas da escola. (objeto indireto)
b ( ) Os diretores estavam ausentes à reunião. 15. Ache a afirmativa falsa:
c ( ) O jogador deu um empurrão ao árbitro. a ( ) usam-se os parênteses nas indicações
d ( ) Nossa casa ficava rente do rio. bibliográficas;
e ( ) A entrega é feita no domicílio. b ( ) usam-se as reticências para marcar, nos
08. Marque a afirmativa incorreta sobre o uso da diálogos, a mudança de interlocutor;
vírgula:

Língua Portuguesa 129


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c ( ) usa-se o ponto-e-vírgula para separar 4 B 14 C


orações coordenadas assindéticas de maior
extensão; 5 E 15 B
d ( ) usa-se a vírgula para separar uma
conjunção colocada no meio da oração; 6 A 16 A
e ( ) usa-se o travessão para isolar palavras ou
frases, destacando-as. 7 A 17 B
16. Identifique o termo acessório da oração:
a ( ) adjunto adverbial 8 C 18 C
b ( ) objeto indireto
c ( ) sujeito 9 B 19 B
d ( ) predicado
e ( ) agente da passiva 10 A 20 E
17. Qual a afirmativa falsa sobre orações
coordenadas?
a ( ) as coordenadas quando separadas por
vírgula, se ligam pelo sentido geral do período;
b ( ) uma oração coordenada muitas vezes é
sujeito ou complemento de outra;
c ( ) as coordenadas sindéticas subdividem-se de
acordo com o sentido e com as conjunções que
as ligam;
d ( ) as coordenadas conclusivas encerram a
dedução ou conclusão de um raciocínio;
e ( ) no período composto por coordenação, as
orações são independentes entre si quanto ao
relacionamento sintático.
18. Identifique a afirmativa verdadeira:
a ( ) as orações subordinadas ou são adjetivas
ou adverbiais;
b ( ) a preposição que introduz uma oração
subordinada nunca pode ser omitida;
c ( ) duas orações subordinadas podem estar
coordenadas entre si;
d ( ) uma oração se denomina principal porque
vem primeiro que as outras;
e ( ) o período composto por subordinação só
pode ter duas orações.
19. Enumere a segunda coluna de acordo com a
abreviatura da forma de tratamento adequada:
( 1 ) V.Ex.ª Rev.ma ( ) reitor de universidade
( 2 ) V.Mag.ª ( ) papa
( 3 ) V.Em.ª ( ) bispo e arcebispo
( 4 ) V.S. ( ) cardeal
a ( ) 1 ; 4 ; 3 ; 2 d ( ) 4 ; 2 ; 3 ;1
b ( ) 2 ; 4 ; 1 ; 3 e ( ) 2 ; 4 ; 3 ;1
c()3;4;2;1
20. Onde o pronome está erradamente
empregado?
a ( ) fez + o = fê - lo
b ( ) diríamos = di - lo - íamos
c ( ) pondes + o = ponde - lo
d ( ) tem + o = tem - no
e ( ) diríeis + o = diríei – lo

RESPOSTAS

1 A 11 B

2 C 12 D

3 D 13 D

Língua Portuguesa 130

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