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A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas

e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de


palavras como não, exceto, errada, respectivamente, que
fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em inter-
pretação, trabalha-se com o conceito do “mais adequado”, isto
é, o que responde melhor ao questionamento proposto.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam
Os concursos apresentam questões interpretativas que um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise.
têm por finalidade a identificação de um leitor autônomo. Por- Retorne ao texto quando necessário, mesmo que aparente-
tanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da mente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de
língua por meio da lógica, além de necessitar de um bom lé- palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso pa-
xico internalizado. ra instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a
As frases produzem significados diferentes de acordo posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor,
com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, ne- dessa maneira a resposta será mais consciente e segura.
cessário sempre fazer um confronto entre todas as partes
que compõem o texto. Tipologia Textual
Além disso, é fundamental apreender as informações
apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele re- Basicamente, até mesmo porque os livros didáticos os
mete. Esse procedimento justifica-se por um texto ser sempre conceituam desta forma, conhecemos três tipos textuais –
produto de uma postura ideológica do autor diante de uma Narração, Descrição e Dissertação. Entretanto, há dois as-
temática qualquer. pectos fundamentais que a eles se referem:
Um deles é sabermos que “tipos” relacionam-se à natu-
Como ler e entender bem um texto reza de ordem linguística, tendo em vista seus aspectos
constitutivos. Dessa forma, um texto narrativo caracteriza-
Basicamente, devem-se alcançar dois níveis de leitura: a se pelo relato acerca de um determinado acontecimento,
informativa e de reconhecimento e a interpretativa. contando com a participação de alguns elementos primordi-
A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o ais, como, narrador, personagens, espaço, dentre outros.
primeiro contato com o novo texto. Dessa leitura, extraem-se O texto descritivo pauta-se pelo registro das característi-
informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o cas pertinentes a um objeto, animal, acontecimento, lugar, pes-
próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamen- soa, um fato, e muitos outros. E o dissertativo, cujo discurso re-
te dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importan- fere-se à exposição de ideias com base em argumentos convin-
tes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central centes e verdadeiros a respeito de um determinado assunto.
de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a me- Outro detalhe é considerarmos que em certas ocasiões
mória visual, favorecendo o entendimento. discursivas há a coexistência dos três em um único texto. Tal
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação ocorrência dependerá da intenção do próprio emissor, que,
seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a capta- ao narrar sobre uma viagem, por exemplo, poderá perfeita-
ção da essência do texto, a fim de responder às interpreta- mente descrever sobre personagens, lugares visitados, le-
ções que a banca considerou como pertinentes. vando em consideração aspectos que lhes são peculiares. O
No caso de textos literários, é preciso conhecer a liga- fato é que, mesmo eles fundindo entre si, certamente uma
ção daquele texto com outras formas de cultura, outros textos modalidade predominará sobre as outras.
e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se Atendendo ao propósito de ampliarmos nossos conheci-
não houver esta visão global dos momentos literários e dos mentos linguísticos sobre o tema em evidência, analisaremos
escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui alguns exemplos representativos que retratam sobre o mesmo:
não se podem dispensar as dicas que aparecem na refe- “Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura,
rência bibliográfica da fonte e na identificação do autor. rebolando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a es-
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querda, ora para a direita [...] Depois, como se voltasse à vida, relações podem ser de causa e consequência, analogia,
soltava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar e oposição, dentre outras.
vergando as pernas, descendo, subindo, sem nunca parar com
os quadris, em seguida sapateava, miúdo e cerrado frenetica- Conhecendo a estrutura da Dissertação
mente” [...]
Aluísio Azevedo. O cortiço Coesão e coerência textuais

Podemos perceber que se trata de um texto narrativo, São dois conceitos importantes para uma melhor com-
em virtude da presença de elementos característicos. preensão do texto, além de serem bastante cobrados em
“A ideia de que existem planetas em torno de outras es- provas de concursos.
trelas além do Sol não é nova. Mas nenhuma pista deixou os  Coesão - harmonia interna entre as partes de um texto. É
astrônomos tão animados como as que foram detectadas na garantida por ligações, de natureza gramatical e lexical,
estrela 51 da constelação do Pégaso, Em outubro, os astrô- entre os elementos de uma frase ou de um texto.
nomos Michel Mayor e Didier Queloz, da universidade de
Genebra, notaram que a estrela se movia de um lado para Para efeito didático, pode-se dividir a coesão em:
outro. ”[...] 1) Referencial anafórica – ocorre quando um termo retoma
Superinteressante, fev. 1996. outro termo.
Aqui, nos defrontamos com um texto dissertativo, por se 2) Referencial catafórica – ocorre quando um termo ante-
tratar de um fato jornalístico que expõe argumentos sobre des- cipa-se à explicação.
cobertas científicas. Ex.: Vários concursos estão abertos e pretendo fazê-los.
(anaforismo)
O TEXTO DISSERTATIVO O segredo para a aprovação em qualquer concurso é o
mesmo: estudar com afinco.
Teoricamente o texto dissertativo pauta-se pela explana-
ção de um determinado assunto, realizada de maneira estri- 3) Recorrencial – há repetição da mesma palavra ou ex-
tamente objetiva. Não há lugar para “achismos”, posto que a pressão.
verdade em que se acredita precisa se caracterizar como al- Ex.: Para tudo há solução. Há solução para a dor. Há so-
go universal – fazer parte também da concepção dos demais lução para a tristeza. Só não há solução para a morte.
interlocutores –, portanto, juízos de valor que denotem subje- (Recorrencial)
tividade são dispensáveis neste caso. Como exemplos, cita-
mos as matérias jornalísticas não opinativas, no caso das no- 4) Sequencial – é mais comum na Descrição, que exige
tícias e reportagens, bem como os textos de divulgação cien- uma sequência temporal, principalmente. Mas pode ocor-
tífica, didáticos, enciclopédias, e outros. rer na Dissertação.
O texto dissertativo-argumentativo apresenta uma carac- Ex.: Em 1964 os militares tomaram o Poder. Na década
terística intrínseca ao conhecimento de mundo, pois permite de 1970, a Democracia estava em xeque. A partir de
nos posicionamento mediante aos argumentos apresenta- 1989, o Brasil começa a respirar novamente liberdade de
dos, haja vista que o objetivo maior da argumentação é o de expressão. Hoje, 2012, já tivemos muitas eleições diretas
realmente convencer o interlocutor acerca de uma tese, isto em todos os níveis.
é, de uma ideia passível de discussão.
Tais argumentos, necessariamente, devem estar refor-  Coerência - relação lógica entre ideias, situações ou
çados em fontes seguras, passíveis de credibilidade. No in- acontecimentos. Pode apoiar-se em mecanismos for-
tento de torná-los verídicos, plausíveis aos olhos do interlocu- mais, de natureza gramatical ou lexical, e no conheci-
tor, é essencial a atenção a alguns elementos que caracteri- mento partilhado entre os usuários da língua.
zam sua fundamentação. Eis que seguem:
 Argumentos baseados no senso comum: fundamen- Leia um texto coerente
tam-se em valores reconhecidos e compartilhados pela
maioria das pessoas pertencentes a um grupo social; Está na hora de a paixão reencontrar sua direção. Se as
 Argumentos baseados em citações: referem-se à opinião utopias criadas e alimentadas pela vida já não entusiasmam,
de uma pessoa com certo grau de influência (podendo ser cabe dirigir o ímpeto da paixão e do entusiasmo à própria vi-
uma autoridade) no que tange ao assunto em questão; da. Não à vida biológica, reservada ao cuidado dos ecologis-
 Argumentos baseados em evidências: como no seu tas, mas à vida biográfica, à minha vida, à vida de cada qual.
sentido literal, se relacionam a fatos passíveis de compro- Para viver com plenitude, tenho que me apaixonar pela mi-
vação, isto é, dados estatísticos, pesquisas, informações nha circunstância e pelo meu destino, tenho que me identifi-
científicas, exemplos reais ou hipotéticos, dentre outros; car passionalmente com minha vocação, única maneira de
 Argumentos baseados no raciocínio lógico: estabele- imprimir à vida toda a fertilidade criadora de ela é capaz.
cem relações lógicas entre as ideias apresentadas. Tais Gilberto de Melo. A crise do século XX.

6 CONCURSO LEVADO A SÉRIO


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Exemplo de texto coeso sem ter coerência:

Os problemas de um povo devem ser resolvidos pelo pre-


sidente. Este deve ter ideias muito elevados. Esses ideais se
concretizarão durante a vigência de seu mandato. O seu EMPREGO DE LETRAS
mandato deve ser respeitado por todos.

Semântica é o estudo da significação das palavras. 1. Escrevem-se facultativamente:


Aspecto/aspecto; característico/caraterístico; circunspec-
1. Sinônimos são palavras de sentido igual ou aproximado. to/circunspeto; conectivo/conetivo; contacto/contato; cor-
Ex.: brado e grito; rupção/corrução; corruptela/corrutela; espectro/espetro;
proibir e impedir; sinóptico/sinótico; sumptuoso/suntuoso; tacto/tato.
metamorfose e transformação; 2. O ditongo ou alterna, em alguns vocábulos, com oi:
2. Antônimos são palavras de significação oposta. Balouçar e baloiçar; calouro e caloiro; dourar e doirar.
Ex.: alto x baixo; subir x descer; 3. Nas formas verbais oxítonas se escreve ão:
concórdia x discórdia. Amarão, deverão, partirão, etc.
3. Polissemia consiste no fato linguístico de uma palavra ter 4. Nas verbais anoxítonas se escreve am:
mais de uma significação. Amaram, deveram, partiram, etc.
Ex.: Bebi o chá que minha mãe servia na infância. 5. Escreve-se com i a conjugação dos verbos terminados
Tomei ontem um chá de cadeira. em uir:
Maria quebrou o braço do irmão se querer. Fluir – flui; atribuir – atribui; retribuir – retribui.
O braço do rio está assoreado. 6. Escreve-se com e a conjugação dos verbos terminados
em oar e uar:
4. Denotação e conotação Abençoar – abençoe; perdoar – perdoe; cultuar – cultue;
A. Denotação: sentido usual, básico, próprio (unívoco) habituar – habitue; preceituar – preceitue
B. Conotação: sentido especial: desvios linguísticos – pro- 7. Escrevem-se com o ou u:
piciando o aparecimento da linguagem figurada (plurívoco) Mágoa, polir, tábua, jabuti.
Exs.: 1. Denotação 8. Escrevem-se com c ou q:
O sol é uma estrela de quinta grandeza. Quatorze ou catorze, cinquenta ou cincoenta (só nas re-
A noite desceu de repente sobre a cidade. lações bancárias), quociente ou cociente.
Ele sempre gostou de viver sobre um palco. 9. com ch ou x:
Tinha uma pedra no meio do caminho. (relatório de um anexim, bucha, cambaxirra, charque, chimarrão, coxia,
engenheiro). estrebuchar, faxina, flecha, tachar (= notar; censurar), ta-
Viagem de Vasco da Gama (livro de História). xar (=determinar a taxa; regular), xícara, etc.
10. com g ou j:
Exs.: 2. Conotação estrangeiro, jenipapo, genitivo, aragem, gíria, jeito, jibóia,
Ela é o sol da minha vida. agenda, jirau, laranjeira, lojista, majestade, viagem (s.f.),
A noite caiu em minha alma. viajem (verbo viajar), etc.
“Minha vida era um palco iluminado”. 11. com s, ss, c ou ç:
“Tinha uma pedra no meio do caminho”. (verso de Drum- ânsia, anticéptico, boca (cabo de navio), bossa (protube-
mond). rância; aptidão), bolçar (vomitar), bolsar (fazer bolsos),
Viagem de Vasco da Gama (Os Lusíadas de Camões). caçula, censual (relativo a censo), sensual (lascivo), etc.
12. com s ou x:
– Consequências da conotação: espectador (testemunha), expectador (pessoa tem espe-
a) Coexistência de palavras sinônimas, mas, devido à co- rança), experto (perito; experimentado), esperto (ativo),
notação, com uso diversificado. esplêndido, esplendor, extremoso, justafluvial, justapor,
Ex.:Morrer x falecer misto, etc.
Empregado x funcionário 13. com s ou z:
Professor x mestre alazão, alcaçuz (planta), alisar (tornar liso), alizar (s.m.),
Despida x nua x pelada anestesiar, bazar, blusa, buzina, coliseu, comezinho, cor-
tês, esfuziar, esvaziamento, frenesi, garcês, guizo (s.m.),
b) Criação eufêmica para substituir palavras com conota- improvisar, irisar (dar as cores do íris a), lambuzar, luzi-
ções bastante negativas. dio, obséquio, sacerdotisa, moroso, xadrez, etc.
Ex.:Tumor maligno = câncer 14. O x tem som de:
a) ch: xerife, xícara, ameixa, enxoval, peixe, etc.
Entregar a alma a Deus morrer
b) cs: anexo, complexidade, convexo, látex, etc.
Apropriar-se do alheio = roubar
c) z, quando ocorre no prefixo exo, ou ex seguido de
Denominações infantis para os órgãos genitais.
vogal: exame, êxito, êxodo, exotérmico, etc.
CONCURSO LEVADO A SÉRIO 7
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d) ss: aproximar, auxiliar, máximo, proximidade, sinta- Emprego do g ou j


xe, etc.
e) s final de sílaba: contexto, fênix, pretextar, sexto, Emprega-se a letra g
sexto, textual, etc.  nas terminações –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: prestí-
gio, refúgio.
Emprego do s  nas terminações –agem, -igem, -ugem: garagem, ferru-
gem.
Emprega-se a letra s:
 nos sufixos -ês, -esa e –isa, usados na formação de pa- Emprega-se a letra j
lavras que indicam nacionalidade, profissão, estado so-  em palavras de origem indígena e africana: pajé, canjica,
cial, títulos honoríficos. jirau.
Chinês, chinesa, burguês, burguesa, poetisa.
 nos sufixos –oso e –osa, usados na formação de adjeti- Emprego de s, c, ç, sc, ss.
vos.
delicioso, gelatinosa.  verbos grafados com ced originam substantivos e adjeti-
 depois de ditongos. vos grafados com cess.
coisa, maisena, Neusa. ceder – cessão.
 nas formas dos verbos pôr e querer e seus compostos. conceder - concessão.
puser, repusesse, quis, quisemos. retroceder - retrocesso.
 nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com s. Exceção: exceder - exceção.
análise: analisar, analisado  nos verbos grafados com nd originam substantivos e ad-
pesquisa: pesquisar, pesquisado. jetivos grafados com -ns.
ascender – ascensão
Emprego do z expandir – expansão
pretender – pretensão.
Emprega-se a letra z nos seguintes casos:  verbos grafados com ter originam substantivos grafados
 nos sufixos -ez e -eza, usados para formar substantivos com tenção.
abstratos derivados de adjetivos. deter – detenção
rigidez (rígido), riqueza (rico). conter – contenção.
 nas palavras derivadas de uma primitiva grafada com z.
cruz: cruzeiro, cruzada. ACENTUAÇÃO COM A REFORMA DE 2008
deslize: deslizar, deslizante.
REGRAS BÁSICAS
Emprego dos sufixos –ar e –izar.
 Emprega-se o sufixo –ar nos verbos derivados de pala- a) Proparoxítonas: todas são acentuadas
vras cujo radical contém –s; caso contrário, emprega- Ex.: aerólito, bólido, amálgama, arquétipo, ínterim, espécime,
se –izar. ímprobo, azáfama, zênite
análise – analisar eterno – eternizar
b) Paroxítonas: somente as terminadas em:
Emprego das letras e e i.  I(s), US, Ã(s), ÃO(s): júri, vênus, ímã, órgão
 Algumas formas dos verbos terminados em –oar e –  R, X, N, L: âmbar, ônix, hífen, réptil
uar grafam-se com e.  UM, UNS, ONS: álbum, prótons,
perdoe (perdoar), continue (continuar).  Ditongo oral: vício, Brasília, cárie
 Algumas formas dos verbos terminados em –air, -oer e – Nota: réptil ou reptil; projétil ou projetil
uir grafam-se com i.
atrai (atrair), dói (doer), possui (possuir). c) Oxítonas: somente as terminadas em:
 A, E, O(s): marabá, revés, jiló
Emprego do x e ch.  EM, ENS: amém, conténs
Emprega-se a letra x nos seguintes casos: d) monossílabos tônicos – somente os terminados em O, E,
 depois de ditongo: caixa, peixe, trouxa. A(s)
 depois de sílaba inicial en-: enxurrada, enxaqueca (exce- Ex.: nós, fé, vá
ções: encher, encharcar, enchumaçar e seus derivados).
 depois de me- inicial: mexer, mexilhão (exceção: mecha e) Acentuam-se os verbos acompanhados dos pronomes
e seus derivados). átonos –lo, -la, -los, -las na ocorrência de ênclise ou mesócli-
 palavras de origem indígena e africana: xavante, xangô.

8 CONCURSO LEVADO A SÉRIO


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se: j) Emprego do trema


Ex.: Devemos repor as energias. Devemos repô-las. Não mais se coloca trema sobre o U:
Desejo rever o benefício. Desejo revê-lo. Ex.: sequela, averiguei, tranquilo, arguição
Devemos tratar melhor os animais. Devemos tratá-los me-
lhor. Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangei-
Convidá-la-íamos para o aniversário. ras e em suas derivadas.
Exemplos: Müller, mülleriano.
f) Regra dos ditongos abertos: acentuam-se todos os vocábu-
los que apresentam os ditongos ÉU (sempre), ÉI, ÓI (somen- e) Acentuam-se os verbos acompanhados dos pronomes átonos
te nas oxítonas) com timbre aberto. –lo, -la, -los, -las na ocorrência de ênclise ou mesóclise:
Ex.: chapéu, anéis, constrói. Ex.: Devemos repor as energias. Devemos repô-las.
Porém: panaceia, paranoico Desejo rever o benefício. Desejo revê-lo.
Devemos tratar melhor os animais. Devemos tratá-los melhor.
g) Regra do U e do I nos hiatos: acentuam-se os vocábulos Convidá-la-íamos para o aniversário.
que apresentam o U ou o I:
 tônicos; formando hiato com a vogal anterior; SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
formando sílaba sozinhos ou com S.
Ex.: traíra, egoísta, baú, balaústre Homonímia e Paronímia
Obs.: Mesmo sozinho, não se acentua o i antes do dígra-
fo nh: ra-i-nha, la-da-i-nha, mo-i-nho Homônimas: Palavras que têm a mesma pronúncia ou a
mesma grafia, ou ambos, mas sentido diferente. São:
Observação: Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o  Homófonas: têm a mesma pronúncia, mas grafia e sen-
acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um di- tido diferentes.
tongo. Ex.: Baiuca, bocaiuva, feiura Acender (atear fogo) e ascender (subir)
Apressar (pôr pressa) e apreçar (dar preço a)
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em Cela (cubículo) e sela (arreio)
posição final (ou seguidos de s), o acento permanece.  Homógrafas: têm a mesma grafia, mas sentido diferente.
Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí. Colher (substantivo) e colher (verbo)
Jogo (substantivo) e jogo (verbo)
h) Regra dos hiatos: não se acentua o hiato ÊEM dos verbos  Perfeitas: palavras de mesma grafia e mesma pronún-
ler, dar, ver, crer e seus derivados (3ª pessoa do plural). Os cia
verbos vir, ter e derivados seguem acentuados: Mente (substantivo) e mente (verbo mentir)
Amo (patrão) e amo (do verbo amar)
ele eles ele eles
lê leem tem têm Parônimas: Palavras com semelhante pronúncia e grafia.
dê deem vem vêm Área (superfície) e ária (melodia, cantiga)
vê veem retém retêm Descrição (de descrever) e discrição (modéstia)
crê creem convém convêm
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
Observação: Não se usa mais o acento das palavras termi-
nadas ôo(s).
abençoo , doo, enjoo, magoo, perdoo, povoo, voos, zoo GRAFIA DAS PALAVRAS MAL E MAU

i) Regra do acento diferencial MAU  é adjetivo ou substantivo (quando se puder substituir


por BOM)
Atenção: MAL  é advérbio, substantivo ou conjunção (quando se
 Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a puder substituir por BEM, APENAS ou LOGO QUE.
forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do in- Ex.: Não há mal que não se cure.
dicativo), na 3a pessoa do singular. Pode é a forma do A seleção fez um mau jogo.
presente do indicativo, na 3a pessoa do singular. Mal começou o curso e se sente preparado.
 Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo.
Por é preposição. GRAFIA DA PALAVRA PORQUE
Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
 É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar POR QUE  Pode ser:
as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do a) pronome relativo;
acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: b) pronome interrogativo;
Qual é a forma da fôrma do bolo? c) pronome indefinido

CONCURSO LEVADO A SÉRIO 9


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Ex.: As ruas por que andei continuam belas.


Quero saber agora por que você não veio. CONQUANTO e COM QUANTO
Ela não explicou por que não veio.
PORQUE  Pode ser: Conjunção subordinativa causal ou CONQUANTO = embora
coordenativa explicativa COM QUANTO = com que quantia
Ex.: O homem caiu porque a luz se apagou. Ex.: Foi aprovado conquanto não estudasse
Corra, porque a Polícia vem aí. Com quanto dinheiro você saiu de casa?
PORQUÊ  substantivo
Ex.: Há sempre um porquê para tudo. MAIS e MAS
POR QUÊ  pronome interrogativo
Ex.: Estamos aqui por quê? MAIS = advérbio de intensidade ( de menos); pronome in-
definido
PALAVRAS DE GRAFIA DIFÍCIL MAS = conjunção coordenativa adversativa (= porém)
Ex.: Ele estudou mais que você
A ou HÁ Ele estudou, mas não foi aprovado.

HÁ: Tempo decorrido (= faz); existe(m) SENÃO e SE NÃO


Ex.: Não o vejo há dois anos.
Nesta sala há muitos alunos. SENÃO = substantivo e partícula denotativa ( = apenas, so-
A: Tempo futuro ou distância mente
Ex.: Só o verei daqui a dois anos. SE NÃO = conjunção subordinativa condicional + advérbio de
Sua casa fica a muitas quadras daqui. negação (= caso não).
Ex.: Sua apresentação não teve um senão. (subst.)
AFIM e A FIM DE Não se viam senão pássaros. (= apenas)
Irei, se não chover. (= caso não)
AFIM = parente, afinidade
A FIM = para
Ex.: São duas pessoas afins.
Ele estudou a fim de passar no Vestibular.

DEMAIS e DE MAIS

DEMAIS = muito EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS


DE MAIS  de menos
Ex.: Aquela mulher fala demais. As palavras, morfologicamente, estão agrupadas em dez
Não tem nada de mais. classes:

ABAIXO e A BAIXO FLEXIVAS INFLEXIVAS


01. Substantivos 07. Preposições
ABAIXO = sob, embaixo 02. Adjetivos 08. Advérbios
A BAIXO = até embaixo 03. Verbos 09. Interjeições
Ex.: Fica no andar abaixo do teu. 04. Pronomes 10. Conjunções
Olhou-me de alto a baixo. 05. Numerais
06. Artigos
ACERCA DE e HÁ CERCA DE
Substantivos, Adjetivos e Verbos
ACERCA DE = sobre 1. Substantivos: palavras com as quais denominamos os
HÁ CERCA DE = existe(m) perto de. seres.
Ex.: Conversávamos acerca de futebol. 2. Adjetivos: palavras com as quais qualificamos os seres
Há cerca de trinta alunos em sala. 3. Verbos: palavras com as quais expressamos as ações
dos seres e os fenômenos da natureza.
TAMPOUCO e TÃO POUCO Observe os seguintes exemplos:
1 a) Gosta de sorvete com CREME.
TAMPOUCO = nem b) Comprou um sapato CREME.
TÃO POUCO = muito pouco a. CREME  substantivo (denominação de um
Ex.: Não estuda tampouco trabalha obj.)
Ele estuda tão pouco

10 CONCURSO LEVADO A SÉRIO


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b. CREME  adjetivo (qualidade do sapato). Ex.: 1. Esta é a rua onde ela mora.
2 a) É preciso OLHAR com atenção. 2. Onde ela mora?
b) Fixou-se no teu OLHAR. Quero saber onde ela mora.
a. OLHAR  verbo (ação de) 3. Não sei onde ela mora.
b. OLHAR  substantivo (denominação; verbo
substantivado).
3 a) Sempre foi um homem JUSTO. O, A, OS, AS
b) O JUSTO pagou pelo pecador. 1. Artigo definido: Antecedendo a substantivos.
a. JUSTO  adjetivo (qualidade do homem) Ex.: o livro, a casa, ...
b. JUSTO  substantivo (denominação; adjetivo 2. Pronome pessoal: substituindo a ele(s), ela(s), vo-
substantivado). cê(s)
4 a) Era uma pessoa TRISTE. Ex.: Não o encontrei. (= a ele); Nós a enviamos pelo
b) Ele tinha muita TRISTEZA. correio. (= a ela)
a. TRISTE  adjetivo (qualidade da pessoa). 3. Pronome substantivo demonstrativo: substituindo
b. TRISTEZA  substantivo (denominação de um aquele(s), aquela(s), aquilo, isto.
sentimento) Ex.: Não ouviu o que você disse. (= aquilo); Referiu-
se à que saiu. (= àquele); Levante-se o da direita.
Obs.: Para estes casos em que o substantivo abstrato é deri- (= aquele); Passar, todos querem; estudar, ninguém
vado do adjetivo, utilize o seguinte expediente: o deseja. (= isto)
SER ou ESTAR – adjetivos TER – substantivos. 4. Preposição essencial: equivalente a até, para, em
direção, a ...
5 a) Ele era um CACHORRO amigo. Ex.: Fui a até praia. (= até, para); Recomendei-o a
b) Ele era um amigo CACHORRO. você. (= para)
a. CACHORRO  substantivo (denominação de
um ser). PALAVRAS DENOTATIVAS
b. CACHORRO  adjetivo (qualidade do amigo). 1.
a) só = sozinho  adjetivo
PRONOMES, ADVÉRBIOS E NUMERAIS b) só = somente, apenas  palavra de exclusão
1 O cantor era alto. (qualifica o substantivo  Adjeti- Ex.: Ela veio só. (= sozinha); Ela só anda a pé (=
A vo) somente).
2 Ele cantava alto. (modifica o verbo  Advérbio) 2.
3 Ele cantava muito. (intensifica o verbo  Advérbio) a) mesmo = próprio  pronome adjetivo de-
Ele era muito alto (intensifica o adjetivo  Advérbio) monstrativo.
Ele morava muito longe (intensifica outro advérbio  b) Mesmo = inclusive, até  palavra denotativa
B
Advérbio) de inclusão.
4 Ele tem muito dinheiro (quantifica o substantivo  Ex.: Ele mesmo fez a reclamação. (= próprio);
Pronome Mesmo a diretoria se enganou. (= inclusive).
5 Muitos candidatos se inscreveram (acompanha o 3.
substantivo  Pronome Adjetivo) a) até = em direção a  preposição
C
6 Muitos já desistiram (substitui o substantivo  Pro- b) até = inclusive  palavra denotativa de inclu-
nome Substantivo) são
Ex.: Caminhou até a porta. (= em direção); Até o
QUE, QUEM, QUAL, QUANTO presidente riu. (= inclusive)
1. Pronome relativo: Relaciona-se com um antece- 4.
dente expresso na oração anterior. a) é que = valor enfático (pode ser retirado  lo-
2. Pronome interrogativo: sem antecedente, traduz a cução de realce
idéia de interrogação. b) é que = (não pode ser retirado  verbo + con-
3. Pronome indefinido: sem antecedente e sem idéia junção
de interrogação. Ex.: Nós é que fizemos o trabalho. (= Nós fizemos o
Exemplos: 1. Conheci o artista a quem todos admiram. trabalho); O certo é que eles não falarão. (= verbo
2. Quero saber quem vocês admiram. ser + conjunção integrante que)
3. Chegou quem vocês admiram.
COMO, ONDE, QUANDO, POR QUE PREPOSIÇÕES
1. Pronome relativo: se houver antecedente. 1. Palavras invariáveis cuja função é ligar palavras ou
2. Advérbio interrogativo: se for frase interrogativa. orações reduzidas de infinitivo:
3. Advérbio: se não houver antecedente e não for fra- Ex.: Gosto de música.
se interrogativa. Ele tem certeza de ter feito o melhor.

CONCURSO LEVADO A SÉRIO 11


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2. Além de conectivos, muitas vezes as preposições (Foi à cozinha, porque teve fome)
acrescentam uma idéia circunstancial. 2. Conjunção Subordinativa Comparativa (equivalente
Ex.: Venho de casa. (lugar) a quanto)
Morreu de fome. (causa) Ex.: Esforçou-se tanto como nós
Porta de madeira. (matéria) (Esforçou-se tanto quanto nós)
3. Conjunção Subordinativa Conformativa (equivalente
CONJUNÇÕES a conforme)
1. Palavras invariáveis cuja função é ligar orações. Ex.: Trabalhou como lhes ensinamos
2. Além de conectivos, acrescentam uma idéia: (Trabalhou conforme lhe ensinamos)
a. Coordenativas: 4. Pronome Relativo (substituível por qual e com ante-
I. Aditivas: e, nem, tampouco, mas também cedente)
II. Adversativas: mas, porém, contudo, todavia Ex.: Desconheço o jeito como ele alcançou a solu-
III. Alternativas: ou, quer ... quer, ora ... ora ção.
IV. Conclusivas: logo, por isso, então Pode ser ainda:
V. Explicativas: porque, pois, já que, visto que 5. Substantivo (quando substantivado por um determi-
b. Subordinativas: nativo)
I. Causais: porque, já que, uma vez que Ex.: Quero saber o porque e o como de tudo.
II. Comparativas: (do) que, quanto, como 6. Advérbio Interrogativo (em frases interrogativas dire-
III. Concessivas: embora, ainda que, mesmo que tas ou indiretas)
IV. Condicionais: se, caso, desde que Ex.: Como você fez?
V. Conformativas: conforme, como, segundo Queria saber como ele fez.
VI. Consecutivas: que (antecedido de tão, tal, 7. Advérbio de modo (em frases não-interrogativas e
tamanho, tanto) sem antecedente)
VII. Finais: a fim de que, para que Ex.: Desconheço como você virá.
VIII. Proporcionais: à proporção que, à medida que 8. Posição (geralmente equivalente à preposição por)
IX. Temporais: quando, enquanto, logo que Ex.: Eu o tenho como um gênio de matemática
X. Integrantes: que, se (iniciando orações su- 9. Interjeição (em frase exclamativa)
bordinadas substantivas) Ex.: Como te odeiam!

PALAVRA PORQUE PALAVRA SE


Os conectivos porque, já que, visto que, uma vez que, Como conectivo pode ser:
pois, como, que... podem ser: 1. Conjunção Subordinativa Condicional (equivalente a
1. Conjunção Coordenativa Explicativa (quando expli- caso)
ca ordem ou suposição feitas pelo sujeito da enun- Ex.: Só iremos se formos convidados. (= caso se-
ciação). jamos convidados)
Ex.: Saia daí, que você acaba caindo. (ordem: ver- 2. Conjunção Subordinativa Integrante (introduzindo
bo no imperativo) oração subordinada substantiva)
Não reclame, pois a vitória está garantida. Ex.: Não sei se ele vem. (Não sei isto – objeto dire-
(verbo no imperativo) to) = Oração Subord. Substantiva Objet. Direta.)
Ele deve estar em casa, porque a luz está Pode ser ainda:
acesa. (suposição) 3. Pronome apassivador (em oração em que haja obje-
2. Conjunção Subordinativa Causal (quando dá a cau- to direto, transformando-se assim em sujeito passi-
sa da ação do sujeito da oração principal). vo).
Ex.: Ele não caiu, porque ouviu o meu conselho. Ex.: Alugam-se casas. (= casas são alugadas)
A grama está molhada, visto que choveu on- 4. Indeterminante do Sujeito (em oração e que não ha-
tem à noite. ja objeto direto, indeterminando o sujeito).
Como está doente, o aluno ficou em casa. Ex.: Necessita-se de ajudantes.
3. Conjunção subordinativa final (quando apresenta a 5. Pronome pessoal reflexivo (equivalente a si mesmo)
finalidade da ação da oração principal. Pode ser Ex.: Ele se olhava vaidosamente. (sintaticamente é
substituída por “a fim de que”, “para que”) objeto direto)
Ex.: Implorava aos fiéis porque parassem de julgar. 6. Pronome pessoal recíproco (equivalente a um ao
outro)
PALAVRA COMO Ex.: Eles se abraçaram carinhosamente (obj. dire-
Como conectivo pode ser: to)
1. Conjunção Subordinativa Causal: (equivalente a 7. Parte integrante do verbo (em verbos essencialmen-
porque) te reflexivos e que não existem sem a partícula se)
Ex.: Como teve fome, foi à cozinha Ex.: Ele se esforçou muito

12 CONCURSO LEVADO A SÉRIO


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8. Partícula de realce ou expletiva (desnecessária, po- Ex.: Que estranho foi o seu comportamento.
dendo ser retirada sem alterar o sentido ou função
dos termos; geralmente com os verbos ir, sair e rir). FLEXÕES
Ex.: Eles já se foram.
FLEXÕES NOMINAIS
PALAVRA QUE
Como conectivo pode ser: É basicamente o estudo das variações do substantivo e
1. Conjunção Subordinativa Comparativa (em frases do adjetivo quanto às categorias de gênero, número e grau.
comparativas de superioridade ou inferioridade; an-
tecedida de mais ou menos.) Flexão de Gênero
Ex.: Ela sozinha sabia mais que todos nós juntos.
Eles comeram menos sanduíches do que eu. Quanto ao gênero, substantivos e adjetivos dividem-se
2. Conjunção Subordinativa Consecutiva (antecedida em masculinos e femininos.
de tão, tal, tamanho, tanto ou qualquer outro intensi- As desinências de feminino mais freqüentes são:
ficador). 1. A (em substituição à terminação O):
Ex.: Ela sabe tanto que todos a respeitam. menino – menina
Possuía tamanho prestígio que ninguém dei- 2. A (acrescida à consoante final)
xava elogiá-la. português – portuguesa
3. Conjunção Subordinativa Integrante: (Introduzindo autor – autora
orações subordinadas substantivas) 3. TRIZ: imperador – imperatriz
Ex.: É preciso que ele estude mais. (Oração Subst. 4. INA: herói – heroína
Subjetiva) (= é preciso isto / isto (suj.) é preci- 5. ISA: poeta – poetiza
so) 6. ESA: barão – baronesa
4. Conjunção Coordenativa Explicativa (equivalente a 7. ESSA: conde – condessa
porque) 8. ÉIA: europeu – européia
Ex.: Feche a porta que está ventando. (= porque
está ventando) Observações:
5. Pronome Relativo (com antecedente e substituível a) Os nomes terminados em –ão fazem feminino em –ã, ao
por qual). ou ona:
Ex.: Desconheço o livro que ele indicou. (= o qual alemão – alemã; leão – leoa; valentão – valentona
ele indicou). b) Os nomes terminados em –e mudam o e em a, entretan-
Pode ser ainda: to a maioria é invariável:
6. Substantivo (quando substantivado por um determi- monge – monja; infante – infanta
nativo). o dirigente – a dirigente; o estudante – a estudante
Ex.: Ela possuía um quê especial. c) Geralmente os adjetivos terminados em –a, –e, –l, –m, –
7. Pronome Substantivo Interrogativo (em frase inter- r, –s e –z são uniformes:
rogativa, substituindo um substantivo). o homem artista – a mulher artista;
Ex.: Que você deseja? Queria saber que você fez. o homem elegante – a mulher elegante;
8. Pronome Adjetivo Interrogativo (em frase interroga- o homem fútil – a mulher fútil;
tiva, acompanhando um substantivo). o homem comum – a mulher comum;
Ex.: Que livro você deseja? o homem exemplar – a mulher exemplar;
Gostaria de saber que atitude ela tomou. o homem simples – a mulher simples;
9. Pronome Adjetivo Indefinido (em frase não- o homem capaz – a mulher capaz.
interrogativa, acompanhando um substantivo) d) Nos adjetivos compostos, apenas o segundo elemento
Ex.: Desconheço que livros ele indicou. admite flexão de gênero:
10. Pronome Substantivo Indefinido (em frase não- questão anglo-americana; cultura grego-romana.
interrogativa, substituindo um substantivo) e) Substantivo usado como adjetivo fica invariável:
Ex.: Ele me disse não sei o quê. uma recepção monstro.
11. Partícula Expletiva ou de Realce (desnecessária à f) Há substantivos que formam o feminino só alterando o
frase; usada como elemento enfático). timbre da vogal tônica ou com desinência e alteração de
Ex.: Oh! Que saudades que eu tenho. timbre:
12. Interjeição (em frases exclamativas) avô – avó; formoso – formosa
Ex.: Mas que coisa! Um homem tão sério... g) Há substantivos masculinos cuja forma feminina corres-
13. Preposição (equivalente a de) pondente apresenta radical diferente:
Ex.: Temos que estudar bem mais. Homem – mulher; cavalo – égua;
14. Advérbio de Intensidade (quando intensifica um ad- h) Há substantivos uniformes (não variam a forma para dis-
jetivo) tinguir os gêneros):

CONCURSO LEVADO A SÉRIO 13


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I. Comum de dois: têm a mesma forma para os dois papelzinho – papei(s) + zinho + s = papeizinhos
gêneros, distinguindo-se por meio do determinativo: balãozinho – balõe(s) + Zinho + s = balõezinhos
o jornalista – a jornalista
II. Sobrecomuns: têm um único gênero gramatical, mas Plural das palavras compostas
podem designar o dois sexos:
a criança; o indivíduo; a pessoa Compostos sem hífen fazem o plural normalmente:
III. Epicenos: têm um único gênero gramatical para de- pontapé – pontapés; girassol – girassóis
signar animais irracionais. A distinção de sexo é feita Compostos com hífen podem formar plural:
através das palavras macho e fêmea: 1. Variando os dois elementos:
O jacaré; a cobra; o rouxinol a. substantivo + substantivo
i) Há substantivos que, conforme o gênero, apresentam couve-flor / couves-flores
significações diferentes: b. substantivo + adjetivo (ou vice-versa)
o grama (peso) – a grama (vegetal) amor-perfeito / amores-perfeitos
o cabeça (líder) – a cabeça (membro) c. numeral + substantivo (ou vice-versa)
j) Há substantivos que freqüentemente são utilizados em sexta-feira / sextas-feiras
gênero inadequado ou geram dúvidas quanto ao seu
uso. Observar, por exemplo: 2. Variando só o primeiro elemento
O champanha; o pulôver; a dinamite a. compostos ligados por preposição
pé-de-moleque / pés-de-moleque
Flexão de Número b. compostos de dois ,substantivos, sendo o se-
gundo de valor adjetivo, pois especifica o pri-
Regras gerais para a formação do plural: meiro
1. Terminados em vogal ou ditongo, acrescenta-se a desi- relógio-pulseira / relógios-pulseira
nência s. Obs.: não confundir este caso com o item 1.a.: reló-
tupi – tupis; troféu – troféus gio-pulseira é um relógio do tipo pulseira; couve-flor
2. Terminados em ÃO podem fazer plural em: não é couve do tipo flor.
a. ões (a maioria e os aumentativos)
balão – balões; casarão – casarões 3. Variando só o segundo elemento
b. ães (em pequeno número) a. verbo + substantivo
pão – pães; capitão – capitães beija-flor / beija-flores
c. ãos (poucos oxítonos e todos paroxítonos) cuidado: guarda-chuva (verbo + substantivo) 
irmão – irmãos; órgão - órgãos guarda-chuvas; mas guarda-civil (substantivo +
3. Terminados em R, Z e N, acrescenta-se a desinência ES. adjetivo)  guardas-civis.
mar – mares; rapaz – rapazes b. advérbio + adjetivo
4. Terminados em M, mudam para NS. abaixo-assinado / abaixo-assinados
refém – reféns; álbum – álbuns cuidado: alto-falante (advérbio + adjetivo)  al-
5. Terminados em AL, EL, OL, UL, trocam o L para IS to-falantes; mas alto-relevo (adjetivo + substan-
canal – canais; pastel - pastéis tivo)  altos relevos
6. Terminados em IL podem formar plural: c. prefixos + substantivos
a. em EIS (quando paroxítonos) grão-duque / grão-duques
estêncil – estênceis; fóssil – fósseis d. compostos de palavras repetidas (reduplica-
b. trocando L em IS (quando oxítonos) ções)
funil – funis; barril - barris reco-reco / reco-recos
7. Terminados em S e. adjetivo + adjetivo
a. acrescenta-se ES (quando oxítonos ou monossíla- greco-latino / greco-latinos
bos) cuidado: azul-escuro (adjetivo + adjetivo) 
freguês – fregueses; rês – reses azul-escuros; mas azul-céu (adjetivo + substan-
b. são invariáveis (quando paroxítonos ou proparoxíto- tivo)  azul-céu (invariável)
nos)
o lápis – os lápis; o ônibus – os ônibus 4. Não variando elemento algum
a. adjetivo + substantivo (cor)
Plural dos diminutivos verde-garrafa / duas blusas verde-garrafa
b. compostos com palavras invariáveis (verbos,
Coloca-se primeiro a palavra primitiva no plural, obser- advérbios, ...)
vando que a desinência S só deve ser colocada depois do cola-tudo; pisa-mansinho
sufixo de diminutivo. c. expressões substantivas
Ex.: florzinha – flore(s) + zinha + s = florezinhas chove-não-molha

14 CONCURSO LEVADO A SÉRIO


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d. compostos com verbos antônimos II.de inferioridade


leva-e-traz Ele é o menos alto de todos.
b. absoluto
Grau I. sintético
Ele é altíssimo.
Graus dos substantivos II. analítico
Ele é muito alto.
1. Normal: casa
2. Diminutivo: casinha, casebre Observação: os adjetivos bom, mau, grande e pequeno pos-
3. Aumentativo: casarão suem formas especiais para os graus comparativo e superla-
tivo.
Observações:
1. O aumentativo e o diminutivo podem ser analítico ou sin- Comparativo de super. Superlativo
Normal
tético: analítico sintético absoluto relativo
a. Analítico: com um adjetivo que indica o aumento ou a bom mais bom melhor ótimo o melhor
diminuição. mau mais mau pior péssimo o pior
Ex.: navio pequeno, campo grande grande mais grande maior máximo o maior
b. Sintético: com sufixos nominais pequeno mais pequeno menor mínimo o menor
I. De aumentativos:
-aça (barcaça), -aço (balaço), -alhão (bobalhão), -anzil Estes adjetivos, quando no grau comparativo de superio-
(corpanzil), -ão (garrafão), -aréu (fogaréu), -arra (navi- ridade, são usados na forma sintética.
arra), -arrão (canzarrão), -astro (poetastro), -azio (co- Ex.: Ele é maior do que você
pázio), -orra (cabeçorra), -az (velhacaz), -uça (dentu-
ça), ... A forma analítica só deve ser usada na comparação en-
II. De diminutivos: tre duas qualidades, ou seja, entre dois adjetivos.
-acho (riacho), -cula (gotícula), -ebre (casebre), -eco Ex.: Esta sala é mais grande do que confortável.
(padreco), -ejo (vilarejo), -ela (ruela), -ete (farolete), -eto
(livreto), -ico (namorico), -im (espadim), -(z)inho (pezi- FLEXÕES VERBAIS
nho), -isco (chuvisco), -ito (cãozito), -ola (bandeirola), -
ote (saiote), -ucho (papelucho), -ulo (nódulo), -únculo Os verbos, basicamente, se flexionam em tempo, modo,
(homúculo), -usco (velhusco), ... pessoa, número e voz.
2. Há aumentativos ou diminutivos com valor pejorativo.
Ex.: jornaleco, livreco, dramalhão Tempos e modos
3. Há sufixos diminutivos que adquirem valor efetivo. a) Presente do indicativo: indica um fato real situado no
Ex.: doidinho, amorzinho momento ou época em que se fala.
4. Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo não Hoje eu falo, ... eu vendo, ... eu parto
dá à palavra nenhum dos dois graus. b) Presente do subjuntivo: indica um fato provável, duvido-
Ex.: cartaz, papelão, cordão so ou hipotético situado no momento ou época em que
5. Há casos em que existe dois diminutivos ou dois aumen- se fala.
tativos: um popular, outro erudito. Que eu fale, ... eu venda, ... eu parta
Ex.: obra: obrinha e opúsculo. c) Pretérito perfeito do indicativo: indica um fato real cuja
ação foi iniciada e terminada no passado.
Graus dos adjetivos Ontem eu falei, ... eu vendi
d) Pretérito imperfeito do indicativo: indica um fato real cuja
1. Normal ação foi iniciada no passado, mas não foi concluída, ou
Ele é alto era uma ação costumeira no passado.
2. Comparativo Antigamente eu falava, ... eu vendia
a. de superioridade e) Pretérito imperfeito do subjuntivo: indica um fato prová-
Ele é mais alto do que você. vel, duvidoso ou hipotético cuja ação foi iniciada mas não
b. de inferioridade concluída no passado.
Ele é menos alto do que você. Se eu falasse, ... eu vendesse
c. de igualdade f) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: indica um fato
Ele é tão alto quanto você. real cuja ação é anterior a oura ação já passada.
3. Superlativo Eu já falara, ... eu vendera.
a. relativo g) Futuro do presente do indicativo: indica um fato real situ-
I. de superioridade ado em momento ou época vindoura.
Ele é o mais alto de todos. Amanhã eu falarei, ... eu venderei

CONCURSO LEVADO A SÉRIO 15


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h) Futuro do pretérito do indicativo: indica um fato possível, Verbos irregulares


hipotético, situado num momento futuro, mas ligado a um
momento passado. VERBOS EM –IAR E -EAR
Eu falaria, ... eu venderia
i) Futuro do subjuntivo: incida um fato provável, duvidoso, passear
hipotético, situado num momento ou época futura. Presente
Quando eu falar, ... eu vender Indicativo Subjuntivo
Passeio Passeie
Observação Passeias Passeies
1. O Modo Imperativo (exprime ordem, pedido, conselho, Passeia Passeie
convite, súplica, ...) é derivado do tempos do presente Passeamos Passeemos
Passeais Passeeis
Passeiam Passeiem

odiar
Presente
Indicativo Subjuntivo
Odeio Odeie
Odeias Odeies
Odeia Odeie
Odiamos Odiemos
Odiais Odieis
Modo imperativo Odeiam Odeiem

Observações: copiar
1. Não há 1ª pessoa do singular no imperativo afirmativo e Presente
no imperativo negativo. Indicativo Subjuntivo
2. A 2ª pessoa do singular e a 2ª pessoa do plural do impe- Copio Copie
rativo afirmativo se derivam do presente do indicativo, Copias Copies
perdendo o s final. (exceção: verbo ser  sê tu, sede Copia Copie
vós) Copiamos Copiemos
3. a 3ª pessoa do singular, a 1ª pessoa do plural e a 3ª Copiais Copieis
pessoa do plural do imperativo afirmativo e ainda todo o Copiam Copiem
imperativo negativo se derivam do presente do subjunti-
vo, sem sofrer alterações Observações:
1. Todos os verbos terminados em –ear são irregulares
Cuidados: 2. Os verbos em –iar são regulares, exceto: mediar, ansiar,
a) com o duplo tratamento remediar, incendiar e odiar
Ex.: Sai daí que você cai. 3. Todos os verbos terminados em –ear e os cinco irregula-
Sai (imperat. afirm. na 2ª pessoa do singular) e vo- res terminados em –iar apresentam uma ditongação (ei)
cê (3ª pes. singular) nas formas rizotônicas (1ª, 2ª e 3ª p. do singular e 3ª p.
b) com a colocação da frase no plural ou no negativo. do plural nos termos do presente.)
Ex.: Põe no armário! 4. Nos tempos do pretérito e do futuro, todos estes verbos,
Plural: Ponde no armário! regulares e irregulares, suguem o paradigma dos verbos
Negativa: Não ponhas no armário. da 1ª conjunção.

2. As Formas Nominais são: Emprego do infinitivo


a. Infinitivo: falar, vender, partir
b. Gerúndio: falando, vendendo, partindo 1. Infinitivo impessoal: utiliza-se em locuções verbais
c. Particípio: falado, vendido, partido. (Não se flexiona).
Ex.: Eles podem falar toda a verdade.
Estas formas são denominadas nominais por poderem de- 2. Infinitivo impessoal: utiliza-se em orações reduzidas.
sempenhar funções de nomes: Ex.: Fez tudo para eu reclamar (para que reclamasse)
O olhar (substantivo) dela era insinuante. Fez tudo para tu reclamares.
É considerado um caso perdido. (adjetivo) Fez tudo para ele reclamar.
Recebeu o prêmio chorando. (oração adverbial) Fez tudo para nós reclamarmos.
Fez tudo para vós reclamardes.

16 CONCURSO LEVADO A SÉRIO


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Fez tudo para eles reclamarem.  O Predicado: tudo aquilo que se diz do sujeito. (Tudo
que não é sujeito).
Observações:
1. Em orações reduzidas introduzidas por uma preposição, Exemplo:
se o sujeito estiver oculto (sendo o mesmo da oração Todos os homens do mundo / precisam de paz.
principal), a flexão do infinitivo é facultativa. sujeito predicado
Ex.: Eles vieram para estudarem ou para estudar.
2. Os verbos causativos (mandar, deixar, fazer, ver, ouvir, R.: Todos os homens do mundo (= sujeito), logo, precisam de
...) não formam locução verbal na posição de verbo auxi- paz. (= predicado)
liar. Nestes casos pode acontecer o seguinte:
a. O infinitivo se flexiona obrigatoriamente se o sujeito Classificação do sujeito
estiver expresso antes do verbo.
Ex.: Eu mandei os alunos estudarem. 1. Sujeito simples: com apenas um núcleo
b. A flexão se torna facultativa se o sujeito estiver de- Ex.: Aqueles artistas não agradaram ao públicos
pois do infinitivo. Sujeito: Aqueles artistas
Ex.: Eu mandei estudar ou estudarem os alunos. Núcleo: artistas
c. A flexão se torna proibida se o sujeito for um prono-
me pessoal oblíquo átono. 2. Sujeito Composto: com dois ou mais núcleos
Ex.: Eu mandei-os estudar. Ex.: O anão e o palhaço não agradaram ao público
Sujeito: O anão e o palhaço
Atenção: use o gabarito apenas para conferir se acertou ou Núcleo: anão, palhaço
não as questões. Em caso de dúvida, entre em contato com o
professor da disciplina: elgosil@yahoo.com.br Observação: podem ser núcleo do sujeito:
 Substantivos:
Ex.: Alguns alunos do colégio foram à festa.

 Pronomes pessoais:
Ex.: Eles já saíram

 Pronomes substantivos:
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO Ex.: Todos já saíram. (pron. subst. indef.)
Ninguém veio. (pron. subst. indef.)
Essenciais Quem saiu? (pron. subst. inter.)
 Sujeito Aquilo desapareceu. (pron. subst. demonst.)
 Predicado Eis o preso que fugiu. (pron. relativo)

Integrantes  Numerais:
 Objeto Direto Ex.: Os dois foram a pé.
 Objeto Indireto
 Complemento Nominal  Palavras substantivadas:
Ex.: O olhar da menina nos cativou.
 Predicativo do Sujeito
 Predicativo do Objeto
3. Sujeito indeterminado: é aquele que existe mas não se
 Agente da Passiva
sabe qual é o sujeito. Isto só ocorre em duas situações:
a) Oração iniciada por verbo na 3ª pessoa do plural:
Acessórios
Ex.: Roubaram o meu carro
 Adjunto Adnominal Andam falando mal de você.
 Adjunto Adverbial b) Oração com o verbo ligado à partícula SE, indeter-
 Aposto minante do sujeito:
 (Vocativo) Ex.: Precisa-se de ajudantes.
Vive-se bem no Rio.
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO Obs : Oração sem sujeito: é aquela que apresenta verbo im-
1

pessoal. São verbos impessoais:


Dois são os termos essenciais de uma oração:  Verbos que expressam fenômenos da natureza: nevar,
gear, trovejar, ...
 O Sujeito: ser de quem se diz alguma coisa. Ex.: Está chovendo no Paraná.

CONCURSO LEVADO A SÉRIO 17


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 Acidentalmente, o verbo fazer (só quando se refere a (quem escreve, escreve alguma coisa)
tempo), o verbo haver (quando se refere a tempo, ou Eu o encontrei na praia..
quando significa existir ou acontecer), o verbo ser (quan- (quem encontra, encontra alguém)
do se refere a tempo ou lugar).
Ex.: Faz muito tempo que não nos vemos. Verbos transitivos indiretos:
Não o vejo há meses. São aqueles que têm sentido incompleto, ou seja, ne-
Era aqui que nos encontraríamos. cessitam de um complemento verbal com preposição obriga-
tória (= objeto indireto).
Obs2: Sujeito oracional: é quando o sujeito de uma oração é
toda uma outra oração. Ex.: Eles não obedecem às leis.
Ex.: É bom / que todos compareçam (quem obedece, obedece a alguma coisa ou a alguém)
1ª Oração: É bom Ela necessita de compreensão.
2ª Oração: que todos compareçam. (quem necessita, necessita de alguma coisa ou de al-
(o sujeito é toda a 2ª oração) guém)

Predicado Verbos transitivos diretos e indiretos


Predicado verbal São aqueles que têm o sentido incompleto, necessitando
de um complemento verbal sem preposição (O. D.) e de outro
Verbos nocionais: complemento verbal com preposição (O. I.)
 intransitivos
 transitivos Ex.: O aluno entregou a queixa ao diretor.
 diretos, indiretos, diretos e indiretos (quem entrega, entrega alguma coisa (o.d.) a alguém
(o.i.))
Verbos de ligação O diretor informou os alunos das datas dos exames.
(quem informa, informa alguém (o.d.) de alguma coisa
São aqueles que ligam o sujeito ao seu predicativo, ex- (o.i.))
pressando uma idéia de estado ou qualidade.
Predicativos
Sujeito + verbo de ligação + predicativo do sujeito
Os verbos de ligação e seus vários aspectos: Predicativo do sujeito
 Estado permanente: ser
 Estado transitório: estar, andar, encontrar-se, achar- Termo que expressa um estado ou qualidade do sujeito. É
se, viver, ... obrigatório após um verbo de ligação e, eventualmente pode
 Estado aparente: continuar, permanecer aparecer após verbos transitivos ou intransitivos.
 Mudança de estado: ficar, acabar, virar, tornar-se, Ex.:
cair, passar, ... a) com verbos de ligação:
Obs.: Não esquecer que estes verbos são de ligação Os alunos são estudiosos.
somente quando há um predicativo do sujeito. Do con- b) com verbo intransitivo:
trário, tornam-se verbos intransitivos. O trem chegou atrasado.
Ex.: O aluno está doente. (suj. + V. L. + Predicativo do c) com verbo transitivo direto:
sujeito) Meu primo foi nomeado diretor.
O aluno está em casa. (suj. + verbo intrans. + adj. d) com verbo transitivo indireto:
adv. de lugar) Os torcedores assistiram nervosos à decisão.

Predicativo do objeto
Verbos intransitivos
Termo que expressa um estado ou uma qualidade do ob-
São aqueles que têm o sentido completo, isto é, não ne-
jeto atribuídos pelo sujeito.
cessitam de complementos verbais. (= objetos)
Ex.: Eles nomearam meu primo diretor.
O povo elegeu-o senador.
Ex.: O trem chegou atrasado.
Coroaram-no imperador.
Enquanto alguns nascem, outros morrem.
Nós o chamamos sábio. (o verbo chamar é T.D. ou T.I.)
Ele não veio à escola.
Nós lhe chamamos de sábio. (o predicativo do objeto
Verbos transitivos diretos
pode ser preposicionado).
São aqueles que tem o sentido incompleto, ou seja, ne-
cessitam de um complemento verbal sem preposição obriga-
Classificação do predicado
tória. (= objeto direto)
Ex.: Ela escreveu uma carta

18 CONCURSO LEVADO A SÉRIO


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1. Predicado nominal: expressa uma idéia de estado ou Quem compra, compra alguma coisa (= objeto direto).
qualidade Ele comprou seu carro
Estrutura:  Objeto indireto: complemento verbal com preposição
obrigatória (exigida pelo verbo, que deverá ser transitivo
Sujeito + V.L. + Predicativo do sujeito indireto).
Ex.: Este rapaz se referiu a seu pai
Núcleo: Predicativo do sujeito (é o termo que expressa a Que se refere, se refere a alguém (= objeto indireto). Ele
idéia de estado ou qualidade) se referiu a seu pai.
Ex.: Estes operários são trabalhadores. (V.L. + predicativo do  Complemento nominal: termo preposicionado que
sujeito) completa o sentido de nomes (adjetivos, substantivos e
advérbios)
2. Predicado verbal: expressa uma idéia de ação. Ex.: Este teste foi útil aos candidatos.
Estrutura: Tudo que é útil, é útil a alguém (= complemento nomi-
nal). Isto foi útil aos candidatos.
Sujeito +VI  Predicativo do sujeito: termo que expressa um estado
VTD + OD ou qualidade do sujeito. Este termo liga-se ao sujeito
VTI + OI através do verbo.
VTDI + OD + OI Ex.: A menina estava tristonha.

núcleo: verbo (é o termo que expressa a idéia de ação) Após o verbo de ligação, obrigatoriamente, haverá um
predicativo do sujeito, entretanto é possível haver predicativo
Ex.: As aves voavam no céu (VI + adj. adv. de lugar) do sujeito com verbos que não sejam de ligação.
Os animais comem plantas (VTD + ID) Ex.: A menina saiu tristonha de casa
As plantas precisam de sol. (VTI + OI)
O rapaz informou a hora ao transeunte (VTDI + OD + OI)  Predicativo do objeto: termo que expressa um estado
ou uma qualidade do objeto, atribuídos pelo sujeito.
3. Predicado verbo-nominal: expressa uma idéia de ação e Ex.: A crítica considerou este ator o melhor do ano.
outra de estado ou qualidade.  Agente da passiva: termo preposicionado que pratica a
Estruturas: ação do verbo, quando ele está na voz passiva.
Ex.: Este trabalho foi feito por mim.
Sujeito + verbo intransitivo + predicativo do sujeito
VTD + predicativo do sujeito + OD O sujeito, na voz passiva, sofre a ação do verbo. (= Este
VTI + predicativo do sujeito + OI trabalho sofre a ação de ser feito)
VTD + OD + predicativo do objeto Há, na voz passiva, uma locução verbal, onde o verbo
VTI + OI + predicativo do objeto auxiliar é o verbo ser. (Locução Verbal = foi feito; Verbo Auxi-
liar = ser mais verbo principal = fazer)
Núcleo: verbo e predicativo O agente da passiva corresponde ao sujeito da voz ativa.
Ex.: O trem chegou atrasado (VI + predicativo do sujeito) Eu fiz este trabalho.
Ela vendeu tranqüila suas jóias (VTD + predicativo do
sujeito) Termos acessórios
Eles assistiram alegres ao jogo (VTI + predicativo do su-
jeito + OI) 2. Adjunto adnominal: Termo de valor adjetivo que modifica
O professor julgou o aluno um sábio (VTD + OD + predi- um substantivo. Pode ser expresso por:
cativo do objeto)  Adjetivos
O professor chamou ao aluno de sábio (VTI + OI + pre- Ele era um homem ajuizado.
dicativo do objeto)  Locuções adjetivas (Termo preposicionado de valor adje-
tivo ou possessivo)
Obs.: núcleos de predicado. Ele era um homem de juízo.
 Núcleos verbais: todos os verbos, exceto os de ligação
 Núcleos nominais: todos os predicativos (do sujeito e do  Artigos
objeto) Ele era um homem ajuizado.
 Numerais
Termos integrantes É o primeiro aluno que compra dois livros.
 Pronomes adjetivos (qualquer pronome que acompanhe
 Objeto direto: complemento verbal sem preposição um substantivo)
obrigatória. Este homem comprou seus presentes aqui.
Ex.: Este rapaz comprou seu carro aqui.  Orações adjetivas
CONCURSO LEVADO A SÉRIO 19
PORTUGUÊS

Eis o livro que estou lendo. c) OI = Este é o aluno a quem ele se referiu.
ODP = Este é o aluno a quem ele admira.
3. Adjunto adverbial: Termo de valor adverbial que, deno- d) OI = Ele aludiu a Vossa Excelência.
tando uma circunstância, modifica um verbo ou intensifi- ODP = Ele cumprimentou a Vossa Excelência.
ca o sentido deste, de um adjetivo ou de um outro ad- Obs.: ODP = Puxar d(a) espada.
vérbio. Pegar (d)a caneta.
Ex.: Ele caminha rapidamente. (= circunstância de mo- Saber (de) tudo.
do) Cumprir (com) o dever.
Ele trabalha muito. (= circunstância de intensidade)
 Advérbios Esquema II:
Hoje, não veio ninguém aqui. (de tempo, de negação e Objeto indireto x complemento nominal
de lugar) a) OI = Eu aludi ao poeta.
 Locuções adverbiais CN = Eu fiz alusão ao poeta.
Tudo foi feito às escondidas. (de modo) b) OI = Eu lhe obedeço.
 Expressões adverbiais CN = Eu lhe sou obediente.
Morrem de fome. (de causa) c) OI = Este é o aluno a quem me referi.
 Orações adverbiais CN = Este é o aluno a quem fiz referência.
Iremos quando houver dinheiro. (de tempo) d) OI = Eu necessito de que me ajude.
CN = Tenho necessidade de que me ajude.
Circunstâncias: Obs: OI = Eu entreguei o livro ao aluno.
a) Modo: Caminhava devagar CN = Eu fiz referência ao aluno.
b) Tempo: Fez a prova agora.
c) Lugar: Está longe Esquema III:
d) Intensidade: Ele é tão estudioso. Complemento nominal x adj. adnominal
e) Dúvida: Talvez ele venha. a) A.A. = Os meus dois melhores amigos de São Paulo
f) Negação: Ele não vem chegaram de Brasília.
g) Afirmação: Sim, ele virá. b) A.A. = Locuções adjetivas:
h) Causa: Por que ele faltou? Homem de juízo (= ajuizado)
i) Concessão: Ele virá apesar do escuro. Fio de chumbo. (= idéia de matéria)
j) Condição: Nada lê sem óculos. c) A.A. = O descobrimento de Cabral (= agente)
k) Finalidade: Ele vive para o estudo. C.N. = O descobrimento do Brasil. (= paciente)
l) Instrumento: Desenhava com o lápis. d) A.A. = Roubaram-lhe a caneta (= idéia de posse)
m) Companhia: Saiu com os pais. C.N. = Isto lhe é favorável. (completa o nome)
n) Matéria: Crucifixos feitos de madeira. e) A.A. = Este é o aluno cujo livro foi roubado.
o) Assunto: Ele falava de você. (= posse)
e outras. C.N. = Este é o aluno a quem fiz alusão.
(= complemento nominal)
4. Aposto: Termo de caráter nominal que se junta a um f) A.A. = Este é o aluno a quem fiz alusão.
substantivo (ou equivalente) para explicá-lo, ou para ser- (= oração adjetiva)
vi-lhe de equivalente, resumo, ou identificação. C.N. = Sou favorável a que o prendam
Ex.: Mário de Andrade, o líder do nosso movimento mo- (= complemento nominal)
dernista, morreu em 1945. (= aposto explicativo)
A cidade de Petrópolis apresenta um clima agrada- Esquema IV:
bilíssimo. (= aposto especificativo) Termo integrante e acessório da oração
A. Predicativo do sujeito x adjunto adverbial
5. Vocativo: Termo através do qual chamamos o ser a que PS: Ela vendeu tranqüila as suas jóias.
nos dirigimos. A.Adv.: Ela vendeu tranqüilo as suas jóias.
Ex.: Meus senhores, esta é a nossa situação. B. Adjunto adnominal x adjunto adverbial
Você, venha até aqui por favor!  A. Adn. = Fiz o trabalho de casa. (= caseiro)
A. Adv. = Fiz o trabalho em casa.
 A. Adn. = Tenho muito dinheiro.
Esquema I: A. Adv. = Eu trabalho muito.
Obj. indireto x obj. direto preposicionado C. Adjunto adnominal x predicativo do sujeito
a) OI = Ele gosta dos pais. A. Adn. = Eu ajudei aquele homem gordo. (qualida-
ODP = Ele estima a(os) pais. de própria)
b) OI = Ele obedece a mim. P. Obj. = Eu considero este homem gordo. (qualida-
ODP = Ele entendeu a mim de atribuída)

20 CONCURSO LEVADO A SÉRIO


PORTUGUÊS

Obs.: O juiz julgou o réu inocente (A. Adn.) culpado  Referem-se a um Substantivo ou Pronome Substantivo
(P. Obj.). (antecedente).
D. Adjunto adnominal x aposto
A. Adn. = Gosto do clima de Petrópolis. (= petropoli- I. Restritivas (não necessita de vírcgula no início). Restrin-
tano) gem, diminuem, limitam a significação do antecedente.
Aposto = Gosto da cidade de Petrópolis. (Petrópolis Ex.: Aqui, estão os alunos / que serão aprovados. (Nem
é nome de cidade) todos os alunos serão aprovados)
II. Explicativas (obrigatoriamente iniciada por vírgula). Não
ESTRUTURA DO PERÍODO COMPOSTO restringem, apenas acrescenta algo próprio do antece-
dente.
Classificação do período Ex.: As crianças, / que são os homens de amanhã, / me-
 Simples: uma única oração – oração absoluta. recem nossa atenção. (todas as crianças são os homens
 Composto: duas ou mais orações de manhã)
 Por coordenação – só orações coordenadas
 Por subordinação – só orações subordinadas ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
 Por coordenação e subordinação – orações coorde-
nadas e subordinadas.  Iniciadas pelas Conjunções Subordinativas
 Exercem a função sintática de Adjuntos Adverbiais.
ORAÇÕES COORDENADAS
I. Causais (iniciadas por porque, como, já que, visto que,
A) Sindéticas (iniciadas por conjunções coordenativas) uma vez que, ...)
I. Aditivas: (iniciadas por: E, nem, tampouco, mas também) Ex.: Retirou-se porque sentiu-se mal.
II. Adversativas: (iniciadas por: MAS, porém, contudo, entre- II. Comparativas (iniciadas por (do) que, como, quanto, as-
tanto, ...) sim ,como, ...)
III. Alternativas: (iniciadas por: OU, ora ... ora, quer ... quer) Ex.: Ela é bastante mais responsável que você.
IV. Conclusivas: (iniciadas por: LOGO, portanto, por isso, en- Obs.: O verbo normalmente fica oculto.
tão, ...) III. Concessivas (iniciadas por embora, ainda que, mesmo
V. Explicativas: (iniciadas por: PORQUE, pois, já que, visto que, ...)
que, ...) Ex.: Teria sido melhor, embora não parecesse.
B) Assindéticas (sem conjunção coordenativa) IV. Condicionais (iniciadas por se, caso, desde que, contan-
to que, ...)
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS V. Conformativas (iniciadas por conforme, como, segundo,
consoante ...)
I. Subjetivas (= sujeito oracional) Ex.: Conforme ficou determinado, eles se retiraram.
Ex.: É bom que ninguém viaje. VI. Consecutivas (iniciadas por: que, de forma que, de modo
II. Objetivas diretas (= objeto direto oracional) que...)
Ex.: Não sei se eles entenderam tudo. Ex.: Tanto era seu esforço que a recompensa veio breve.
III. Objetivas indiretas (= objeto indireto oracional) VII. Finais (iniciadas por: a fim de que, para que, porque,...)
Ex.: Precisamos de que nos ajudem. Ex.: Explique tudo para que ninguém reclamasse depois.
IV. Completivas nominais (= complemento nominal oracio- VII. Proporcionais (iniciadas por: à proporção que, à medida
nal) que, ...)
Ex.: Sou favorável a que eles venham cedo. Ex.: Estudávamos mais ao passo que nos distraíamos
V. Predicativas (= predicado do sujeito oracional) menos.
Ex.: O ideal é que ninguém falte. XIX. Temporais (iniciadas por: quando, enquanto, mal, logo
VI. Apositivas (= aposto oracional) que, sempre que, ...)
Ex.: A idéia – que todos viajassem – foi bem aceita. Ex.: Enquanto estiver ali, estará seguro.
VII. Agentes da passiva (= agente da passiva oracional)
Ex.: O carro foi destruído por quem o comprara. ORAÇÕES REDUZIDAS
Obs.: As orações subordinadas substantivas são introduzidas
pelas conjunções subordinadas integrantes (QUE e SE) ou  Verbos nas formas nominais: infinitivo, gerúndio, particí-
são justapostas (com pronomes e advérbios interrogativos ou pio
ainda indefinidos).  Não apresentam conectivos.
Ex.: Recebeu o dinheiro, gastando-o logo após. ( = e gastou
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS logo após)
Oração coord. aditiva, reduzida de gerúndio.
 Iniciadas por um Pronome Relativo É importante lutar sempre. (= que se lute sempre)
 Exercem a função sintática de Adjuntos Adnominais Oração subord. subjetiva, reduzida de infinitivo

CONCURSO LEVADO A SÉRIO 21


PORTUGUÊS

Encerrada a reunião, muitos se retiraram. (= quando a  Agradar (T. D.) = fazer agrado
reunião se encerrou, ...)  Agradar a (T. I.) = ter agradado, satisfazer
Oração subord. adv. temporal, reduzida de particípio. Ex.: O pai agradava o filho com carícias.
Este livro não agradou aos leitores.
Regências nominal e verbal
 Precisar (T. D.) = acertar
REGÊNCIA NOMINAL  Precisar de (T. I.) = necessitar
Ex.: Ele não precisou a hora do encontro.
Nomes (substantivos, adjetivos) que exigem um termo Ele não precisou de ajuda.
regido de preposição (complemento nominal).
Ex.: 1. Ele fez referência a este assunto.  Chamar (T. D.) = invocar
2. O fumo é nocivo à saúde.  Chamar (a) (T. D. ou T. I.) = denominar
3. Não tenho lembrança do passado. Ex.: O diretor chamou o aluno à sua sala.
4. Não pode haver medo de fantasmas ou a fantasmas. O diretor chamou o aluno de chato.
5. Ele é hábil em seu trabalho. O diretor chamou ao aluno de chato.
6. Isto na é compatível com seus interesses.
7. Ela tinha avidez por dinheiro.  Lembrar e esquecer (T. D.)
8. Era um filme impróprio para menores  Lembrar-se e esquecer-se de (T. I.)
Ex.: Eu esqueci o livro.
REGÊNCIA VERBAL Eu me esqueci do livro.
Ele lembrou o ocorrido (T. D.)
Verbos que exigem um termo regido ou não de preposição. Ele se lembrou do ocorrido. (T. I.)
Ex.: 1. Ele vendeu o seu carro Ele lembrou o ocorrido ao aluno. (T. D. I.)
2. Ele precisava de dinheiro Ele lembrou o aluno do ocorrido. (T. D. I.)
3. Ele entregou a encomenda ao rapaz.
 Ajudar (T. D.)
Regência de alguns verbos Ex.: Ela sempre ajudou seus empregados.

 Aspirar (T. D.) = respirar  Pagar e perdoar (T. D. I.)


 Aspirar (T. I.) = almejar  O.D. = coisa; O.I. = pessoa
Ex.: A moça aspirava o perfume das flores. Ex.: Ele perdoou os erros aos alunos.
O empresário aspirava a altos lucros. Ele perdoou o seu engano
Ele perdoou aos condenados.
 Visar (T. D.) = assinar, apontar
 Visar (T. I.) = almejar  Avisar, informar, certificar, cientificar, encarregar, incum-
Ex.: O gerente visou os talões de cheque. bir, impedir, proibir (T. D. I.)
O arquivo visou o alvo. - alguma coisa a alguém, ou –alguém e alguma coisa.
O empresário visava a altos lucros. Ex.: O chefe encarregou o trabalho ao empregado.
O chefe encarregou o empregado do trabalho.
 Querer (T. D.) = desejar
 Querer (T. I.) = estimar EMPREGO DO ACENTO DA CRASE
Ex.: O empresário queria altos lucros.
Ela queria a seus pais como a Deus. Crase: É um fenômeno fonético que consiste na fusão de
dois fonemas vocálicos iguais.
 Almejar (T. D.) = Desejar (T. I.)
Ex.: O empresário almejava altos lucros. Na Sincronia da língua, o fenômeno da crase aparece:
O empresário desejava altos lucros. Na Contração da preposição A com outro A, que pode
ser:
 Assistir (T. D.) = socorrer
 Assistir (T. I.) = ver ou caber 1. Artigo definido feminino (A, AS):
 Assistir em (I) = morar Ex.: Eu vou a + a escola + Eu vou à escola.
Ex.: O médico assistia o doente com muita paciência.
O médico assistia ao jogo com muita atenção. 2. Pronome substantivo demonstrativo (A, AS= aquela,
Assiste ao médico tal responsabilidade. aquelas):
Assiste em Manaus desde pequena. Ex.: A disciplina pode ser comparada a +a (aquela) dos mili-
tares = A disciplina pode ser comparada à dos militares.

22 CONCURSO LEVADO A SÉRIO


PORTUGUÊS

Estas blusas são iguais a + as(=aquelas) que compramos 2. Termos Femininos ou Masculinos com valor de À MODA
= Estas blusas são iguais às que compramos. DE, AO ESTILO DE:
Poesia à Manuel Bandeira, gol à Pelé, bife à milanesa.
3. A vogal A inicial dos pronomes demonstrativos aque- 3. Locuções Prepositivas: à procura de, à vista de, à custa
le(s), aquela(s), aquilo: de, à razão de, à mercê de, à maneira de ...
Ex.: Referia-se a + aquele jogador = Referia-se àquele jo- 4. Locuções Conjuntivas: à proporção que, à medida que, ...
gador. 5. Para evitar ambiguidade: À onça a cobra matou. A meni-
na à paixão venceu.
4. Artigo A, AS da forma de pronome relativo A QUAL, AS
QUAIS: Casos facultativos de crase
Ex.: Esta é a irmã do aluno a + a qual me referi. = Esta é a
irmã do aluno à qual me referi. 1. Antes de nome próprio de mulher:
Referia-se a Sônia, ou à Sônia.
Obs.: É bom lembrara que só pode ocorrer crase, se o 2. Antes de pronome adjetivo possessivo feminino singular:
verbo ou nome reger a preposição A. Referia-se a minha irmã, ou à minha irmã.
3. Após a preposição ATÈ:
Regras básicas para reger o emprego do acento da crase: Agora iremos até a/à exaustão.

1. Substituir a palavra feminina por uma masculina: Casos proibidos de crase:


a) Fui à escola. A + A(S) = À(S) + palavra feminina.
Fui ao colégio A + O(S) = AO(S) + palavra masculina 1. Antes de substantivos masculinos:
Use o acento de crase sempre que obtiver AO(S) na subs- Andou a cavalo.
tituição. 2. Antes de verbo:
Começou chorar.
b) Comprei a caneta. 3. Antes de substantivo no plural, estando o A no singular.
Comprei o livro. (só artigo) Referia-se a cidades estrangeiras.
Obs.: Este artifício não se aplica a nomes próprios. 4. Antes de pronomes pessoais:
Dirigiu a palavra a ela.
2. Substituir o A por PARA: 5. Antes de pronomes demonstrativos (ESTE, ESSE e fle-
a) Viajou à França. Viajou para a França. (prep. + art.) xões):
Use o acento da crase sempre que obtiver PARA A. No foi a esta festa.
b) Viajou a Paris. Viajou para Paris. (só prep.) 6. Antes de pronomes indefinidos:
Obedecia a todos.
3. Substituir o verbo que rege preposição A pelo verbo VOL- 7. Antes de expressões de tratamento:
TAR que rege preposição DE. Obedecia Vossa Excelência.
a) Chegou à Espanha. Voltou da Espanha. (prep. + art.) 8. Antes de artigo indefinido:
Use o acento da crase sempre que obtiver DA. Obedecia uma velha senhora.
b) Chegou a Madrid. Voltou de Madrid. (só prep.) 9. Antes do pronome relativo QUEM:
Referia-se a quem falava.
4. Sempre que houver certeza de que o verbo ou o nome re- 10. Antes da palavra CASA (a sua própria casa):
ge a preposição A, basta observar se há ou não o segundo A. Chegou casa.
Substituir o verbo ou o nome que rege preposição A por outro 11. Antes da palavra TERRA (=terra firme):
que peça outra preposição: DE, EM ou POR. Chegou a terra.
a) Referiu-se à festa. (à = preposição a + artigo a) 12. Quando lá houver outra preposição:
Gosto da festa. (da = preposição de + artigo a) Viajou para a Itália.
Estou na festa. (na = preposição em + artigo a)
Passei pela festa. (pela = preposição por + artigo a)
b) Referiu-se a você.
Gosto de você. (de = só preposição)
Estou em você. (em = só preposição)
Passei por você. (por = só preposição)

Casos obrigatórios de crase A sintaxe de concordância nos ensina que existem ter-
mos que se flexionam (gênero e número ou pessoa e núme-
1. Adjuntos Adverbiais Femininos: ro) para concordarem com outros.
Saiu à noite, às pressas, às vezes Ex.: Compre flores lindas

CONCURSO LEVADO A SÉRIO 23


PORTUGUÊS

Aqui o adjetivo lindo flexionou-se em feminino e plural CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA


para concordar com o substantivo flores, que é feminino e es-
tá no plural. É feita de acordo com a idéia transmitida pelas palavras,
Esta concordância chama-se nominal, e sua regra bási- e não por sua forma gramatical.
ca é:
Exemplos:
O ADJETIVO concorda com o SUBSTANTIVO em GÊ- 1. Vossa Senhoria foi justo.
NERO e NÚMERO. (O adjetivo justo está concordando, não com a forma femini-
na de Vossa Senhoria, mas com a sua idéia: trata-se de um
Eu e minha irmã compramos flores. homem)

Neste caso o verbo comprar apresenta-se na 1ª pessoa 2. Todos voltamos cedo.


do plural pois está concordando com o seu sujeito eu e minha (O verbo voltar não está concordando com a forma de to-
irmã, que é igual a nós, ou seja, 1ª pessoa do plural. dos – 3ª pessoa do plural – mas sim com a sua idéia – nós –,
Esta concordância chama-se verbal, e sua regra básica é: uma vez que o EU se inclui ao grupo, ou seja, está suben-
tendido)
O VERBO concorda com o SUJEITO em PESSOA e
NÚMERO. CONCORDÂNCIA NOMINAL E PRONOMINAL

TIPOS DE CONCORDÂNCIA Regras básicas


1. O Adjetivo concorda com o substantivo em gênero e nú-
Tanto a Concordância Nominal quanto a Concordância mero;
Verbal podem, além da concordância rigidamente gramatical, 2. O pronome adjetivo, o numeral e o artigo também con-
ser feitas também atrativa ou ideologicamente. cordam;
Ex.: As duas meninas compraram estes livros.
CONCORDÂNCIA RÍGIDA, GRAMATICAL OU LÓGICA 3. O advérbio não se flexiona em gênero e número.
Ex.: Elas são muito estudiosas.
É feita de acordo com as normas gramaticais.
Exemplos: Casos gerais: Um adjetivo para concordar com dois substantivos
1. Vossa Senhoria foi justa. 1. Cheios estão o lago e o tanque
(O adjetivo justo está no feminino, singular, porque deve con- 2. Cheias estão a lagoa e a piscina
cordar com Vossa Senhoria, que é uma expressão feminina e 3. Cheios estão o tanque e a piscina.
está no singular)
Rigidamente pela gramática temos:
2. Saíram minha irmã e o namorado. a) dois substantivos masculinos  adjetivo masculino plu-
(O verbo sair está na 3ª pessoa do plural, porque concorda ral
com o sujeito composto minha irmã e o namorado, que é b) dois substantivos femininos  adjetivo feminino plural
igual a eles, ou seja, 3ª pessoa do plural) c) um substantivo masculino e um feminino  adjetivo
masculino plural.
3. Todos voltaram cedo. Atrativamente, o adjetivo concorda com o substantivo
(O verbo voltar está na 3ª pessoa do plural simplesmente mais próximo:
porque seu sujeito todos é pronome de 3ª pessoa e está no  Cheio está o lago e o tanque
plural)  Cheia está a lagoa e a piscina
 Cheio está o tanque e a piscina
CONCORDÂNCIA ATRATIVA  Cheia está a piscina e o tanque.

É feita por uma questão de proximidade, abandonando Casos especiais:


as regras gramaticais. 1. a) MESMO = próprio (adjetivo)
Exemplos Elas mesmas ficaram chateadas.
1. Saiu minha irmã e o namorado. Ela feriu a sim mesma.
(O verbo está concordando unicamente com o núcleo do b) MESMO = até, inclusive (não flexiona)
sujeito mais próximo) Mesmo eles ficaram chateados.
Mesmo ele se feriu.
2. Muitos de nós descobrimos a solução.
(O verbo está concordando unicamente com nós. O sujei- 2. a) SÓ = sozinho (adjetivo)
to, entretanto, é muitos de nós, e rigidamente pela gramática Elas vivem sós.
seria muitos de nós descobriram) b) SÓ (somente, apenas (não flexiona

24 CONCURSO LEVADO A SÉRIO


PORTUGUÊS

Só elas não vieram. Nem um nem outro aluno saiu.


Faltaram só os padrinhos.
11 a) SUBST. FEM. DETERMINADO + VERBO SER +
3. a) CONFORME = conformado (adjetivos) ADJ. FEM.
Eles ficaram conforme com a resposta. Esta cerjeva é boa.
b) CONFORME = como (não flexiona) É proibida a entrada.
Jogaram conforme foram orientados. b) SUBST. FEM. INDETERMINADO + VERBO SER +
ADJ. MASC.
4. a) JUNTO (adjetivo) Cerveja é bom.
Elas vivem juntas. É proibido entrada de estranhos.
b) JUNTO A, JUNTO DE (não flexiona)
Elas moram junto à ponte. 12 a) PRONOME ADJ. INDEFINIDO (Concorda com o
Eles ficaram junto de mim. substantivo)
Vi bastantes jogos. (= muitos)
5. a) ANEXO, INCLUSO (adjetivo) b) ADVÉRBIO (não flexiona)
Anexas seguem as fichas. Ficaram bastante alegres. (= muito)
Inclusas está uma observação.
b) EM ANEXO (não flexiona) 13 a) POUCO (Pronome adj. indef. ou advérbio)
Em anexo seguem as fichas. Ela tem pouca paciência. (pron. adj. indef.)
Uma observação vai em anexo. Ela é pouco paciente. (advérbio)
b) UM POUCO DE (não flexiona)
6. a) O MAIS POSSÍVEL (forma rigidamente gramatical) Ele tem um pouco de paciência.
É uma flor o mais bela possível.
b) A MAIS POSSÍVEL, OS/AS MAIS POSSÍVEL 14 a) MEIO = metade (numeral)
(Concordância atrativa) Comi meia laranja.
É uma flor a mais bela possível. b) MEIO = mais ou menos (advérbio)
São flores as mais belas possíveis. TODO = totalmente (advérbio)
São lagos os mais lindos possíveis. Janela meio aberta.
Porta todo fechada.
7. a) MELHOR = mais bom (advérbio)
Obs.: Todo, atrativamente, pode se flexionar:
Estes são os melhores alunos
Porta toda fechada
Estes atletas são os melhores.
b) MELHOR = mais bem (advérbio)
15. MENOS (nunca flexiona)
Eles fizeram melhor os maus trabalhos.
Isto tem menos importância.
Estes casos foram melhor explicados que os outros.

8. a) HAJA VISTA (rigidamente não flexiona) 16. ALERTA (advérbio)


Haja vista as anotações do chefe. Eles ficaram alerta.
Haja vista das notas avançadas
b) HAJAM VISTA (atrativamente antes de um substanti- 17. SALVO = exceto (não flexiona)
vo plural em preposição) Salvo nós dois, os demais fugiram.
Hajam vista as anotações do chefe.
18. PSEUDO (não flexiona)
9. a) BARATO, CARO (quando separados por verbo, po- Eles eram uns pseudo-sábios.
dem ser adjetivos ou advérbios)
Os livros custam caros. (adjetivo) CONCORDÂNCIA VERBAL
Os livros custam caro. (advérbio)
b) SÉRIO (adjetivo ou advérbio) REGRAS BÁSICAS
Vamos falar sérios. (adjetivo)
Vamos falar sério. (= seriamente, advérbio) 1. O verbo concorda em pessoa e número com o sujeito
simples (antes ou depois do verbo).
10 a) UM E OUTRO + SUBST. SING. + VERBO sing. ou Ex.: O aluno sabe tudo.
plural Nada sabe o aluno.
Um e outro aluno saiu (ou saíram)
Uma e outra aluna foi aprovada 2. O verbo concorda gramaticalmente com o sujeito com-
b) NEM UM NEM OUTRO + SUBST. SING. + VERBO posto (anteposto ao verbo).
SING. Ex.: Eu e o aluno sabemos tudo.
Nem uma nem outra aluna foi aprovada. O aluno e eu sabemos tudo.

CONCURSO LEVADO A SÉRIO 25


PORTUGUÊS

6. Sujeito composto formando uma unidade de idéia.


3. O verbo concorda gramatical e atrativamente com o su- Verbo no singular
jeito composto (posposto ao verbo) Ex.: A dor e o sofrimento matou-o aos poucos.
Ex.: Nada sabemos eu e o aluno. (gramatical)
Nada sabemos o aluno e eu. (gramatical) 7. Sujeito composto formando uma gradação.
Nada sei eu e o aluno. (atrativa) Verbo concorda com o mais próximo.
Nada sabe o aluno e eu. (atrativa) Ex.: Um gesto, um olhar, um sorriso já o fazia feliz.
Gestos, olhares, sorrisos faziam-no feliz.
CASOS ESPECIAIS
8. Sujeito composto + aposto resumitivo (tudo, nada, nin-
Sujeito composto guém, todos...)
1. Sujeito composto por pronomes pessoais Verbo concorda com o aposto.
a) Eu, tu e ele = (1ª pessoa predomina sobre as de- Ex.: Pais, irmãos, primos, ninguém veio ajudá-lo.
mais)
Ex.: Voltávamos da praia ela, a mãe e eu. Sujeito simples
b) Tu e ele = vós (2ª pessoa predomina sobre a 3ª
pessoa) 1. Formado pela expressão um e outro.
Ex.: Tereis tu e ela um futuro brilhante. Verbo no singular (conc. gramatical) ou no plural (conc.
c) Ele e ele = eles ideológica)
Ex.: Um e outro aluno saiu de sala. (gramatical)
2. Sujeito composto ligado por série aditiva enfática Um e outro aluno saíram de sala. (ideológica)
Verbo no plural (conc. Gramatical) ou com o mais próxi-
mo (com. Atrativa) 2. Formado pela expressão nem um nem outro
Ex.: Não só o jogador mas também o juiz caíram (grama- Verbo no singular
tical) Ex.: Nem um nem outro aluno saiu de sala. (gramatical)
Caiu não só o jogador como também o juiz. (atrativa)
3. Formado pelas expressões: parte de, a maior parte de, a
3. Sujeito ligado por com. maioria de...
Verbo no singular ou plural. Verbo no singular (conc. gramatical) ou no plural (conc.
Ex.: O rei, com toda a corte, partiu de viagem. atrativa ou ideológica)
Com toda a corte – adj. adv. de companhia Ex.: Grande parte dos alunos foi aprovada. (gramatical)
O rei com toda a corte partiram de viagem. Grande parte dos alunos foram aprovados. (atrativa
Núcleos do sujeito – rei e corte. ou ideológica)

4. Sujeito ligado por nem ... nem. 4. Formado pelas expressões: mais de, menos de, cerca
Verbo no plural (conc. Gramatical) ou singular (conc. de, perto de ...
Ideológica) Verbo concorda com o substantivo (conc. gramatical
Ex.: Nem a inveja nem o egoísmo puderam destruir-me. apenas)
Nem ela nem a família lhe deu atenção. Ex.: Mais de um aluno saiu de sala.

5. Sujeito ligado por ou 5. Formado por pronome substantivo (= núcleo) + de + pro-


a) Verbo concorda com o mais próximo, quando houver nome pessoal
a idéia de: Verbo concorda com o pronome substantivo. (conc. gra-
 Exclusão: Carlos ou Celso se casou com ela. matical)
 Retificação: O autor ou autores engrandeceram Ex.: Muitos de nós saíram de sala.
a peça.
 Equivalência: A Lua ou o satélite da Terra em- 6. Quando o núcleo é um coletivo.
beleza a noite. Verbo no singular (conc. Gramatical) ou no plural (conc.
b) Verbo no singular ou plural, quando houver a idéia atrativa ou ideológica)
de: Ex.: A manada de bois foi afastada da estrada. (gramatical)
 Alternância (sem excluir): Esperávamos que um Um bando de aves pousaram sobre a estátua (atra-
homem ou uma mulher o ajudasse (ou ajudas- tiva ou ideológica)
sem).
c) Verbo no plural, quando houver a idéia de: 7. Sujeito iniciado por senão.
 Adição: O calor forte ou o frio excessivo me de- Verbo concorda gramaticalmente com o substantivo (nú-
sagradam muito. cleo)
Ex.: Não se viam senão os pássaros.

26 CONCURSO LEVADO A SÉRIO


PORTUGUÊS

8. Quando o sujeito é pronome relativo 2. Com os verbos dar, bater e soar (aplicados a hora)
a) Com o pronome relativo que, o verbo concorda com Verbo concorda com a expressão numérica, a menos
o antecedente. que haja um sujeito.
Ex.: Sou eu quem falo. Ex.: Deram dez horas. (O relógio deu dez horas)
b) Caso o antecedente seja predicativo, o verbo con- Batiam cinco horas
corda com o antecedente ou com o sujeito da ora-
ção principal. 3. Com o verbo custar (no sentido de se difícil)
Ex.: Eu fui o primeiro que falou É unipessoal (só possui 3ª pessoa do singular). Seu su-
Eu fui o primeiro que falei. jeito sempre é oracional.
c) Com o pronome relativo quem, o verbo concorda Ex.: Custa-nos entender isso.
com o antecedente ou fica na 3ª pessoa do singular.
d) Com a expressão um dos ... que. 4. Com os verbos parecer e costumar
Verbo no singular (conc. gramatical) ou no plural Podem ou não formar locução verbal.
(conc. atrativa ou ideológica). a) Em locuções verbais, são verbos auxiliares, logo,
Ex.: Ele foi um dos que mais estudou. (gramatical) concordam com o sujeito:
Ele foi um dos que mais estudaram. Ex.: As estrelas parecem brilhar.
b) Em não-locuções verbais, são verbos principais,
Obs.: Ele é um dos professores que dá ou dão aula aqui hoje. concordam com o sujeito oracional (= infinitivo)
Ele é um dos professores que dá aula aqui agora. (só Ex.: As estrelas parece brilharem.
gramatical) Parecem brilharem as estrelas.

9. Formado por títulos no plural. 5. Os verbos haver e fazer (oração sem sujeito)
Verbo no plural. A oração sem sujeito caracteriza-se por apresentar um
Ex.: Os Estados Unidos não aceitaram certas condições. verbo impessoal, isto é, verbo que não tem pessoa (= su-
Obs.: Com o verbo ser e o predicativo no singular, verbo jeito). E, por esta razão, fica na 3ª pessoa do singular.
no singular ou no plural. Os verbos haver e fazer somente são impessoais nos
Ex.: Os Lusíadas é uma obra imortal. seguintes casos.
a) Haver: quando empregado no sentido de existir,
Concordância de certos verbos ocorrer (= acontecer) ou de tempo decorrido.
Ex.: Havia poucos alunos em sala. (= existiam)
1. Com o verbo ser Isto tudo ocorreu há dias. (= tempo decorrido)
a) Sujeito (= isto, isso, aquilo, tudo) + predicativo (no b) Fazer: somente quando empregado no sentido de
plural tempo decorrido.
Verbo no singular ou no plural. Ex.: Faz dias que isto tudo ocorreu.
Ex.: Tudo é flores ou tudo são flores.
b) Sujeito (denota pessoa) + predicativo Obs1: O verbo haver pessoal pode ter vários sentidos.
Verbo concorda com o pronome pessoal. Ex.: Os professores houveram por bem adiar as pro-
Ex.: Ele era as preocupações do pai. vas. (= decidiram)
c) Sujeito (= substantivo) + pronome pessoal Obs2: Os verbos existir, ocorrer, acontecer, decorrer, são
Verbo concorda com o pronome pessoa. pessoais.
Ex.: Os reprovados fomos nós. Ex.: Existiram poucos alunos em sala. (sujeito = pou-
d) Pronome interrogativo (= que, que, o quê) + subs- cos alunos)
tantivo Obs3: Verbo auxiliar de verbo impessoal fica na 3ª pessoa do
Ex.: Quem foram os reprovados? singular.
e) Expressões: é muito, é pouco, é bastante, é tanto. Ex.: Deve haver muitos aprovados este ano.
Verbo no singular
Ex.: Cinco cruzados é pouco. Concordância com a palavra SE.
f) Nas orações que indicam horas, datas, distâncias.
Verbo concorda com a expressão numérica A palavra se admite várias classificações, tais como:
Ex.: São quatro horas.
São quatorze de maio 1. Pronome apassivador: é responsável pela transformação
Da capital à cidade eram dez quilômetros. em voz passiva de uma frase ativa.
Obs.: É dia quatorze de maio. Ex.: Alugam apartamentos. (= voz ativa)
Hoje é dia quatorze de maio. Apartamentos são alugados. (= voz passiva), ou
g) Na expressão era uma vez Alugam-se apartamentos. (= voz passiva)
Verbo no singular:
Ex.: Era uma vez um rei e uma rainha...

CONCURSO LEVADO A SÉRIO 27


PORTUGUÊS

O se é pronome apassivador, quando o verbo é transitivo c) É um técnico inteligente, dedicado, de boa vontade e
direto apresenta um “objeto direto”, que na realidade é o su- de muita competência. (termos de uma série)
jeito (paciente). Esta voz passiva chama-se pronominal e o 2. Antes do conectivo e ( conjunção aditiva) não se usa vír-
agente da passiva não aparece expresso. gula:
a) Eles estudam e trabalham.
A transformação passiva Obs1: antes do conectivo e, com valor adversativo, deve
usar vírgula;
 Voz ativa: Os alunos lêem os livros b) Já são dez horas, e a reunião ainda não terminou. (=
 Voz passiva: mas)
Verbal ou analítica: Os livros são lidos por alunos. (verbo au- Obs : antes do conectivo e, com valor consecutivo ou en-
2

xiliar ser + particípio fático, pode-se usar vírgula;


Pronominal ou sintética: Lêem-se livros c) Os diretores se reuniram, discutiram, e resolveram
tudo.
 É voz passiva pronominal ou sintética d) Chegou, e viu, e lutou, e venceu finalmente.
 O verbo é transitivo direto 3. Adjuntos e orações adverbiais deslocado devem ser se-
 O sujeito é paciente (é o objeto direto da voz ativa). parados por vírgula:
 O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito a) Eles nada decidiram durante o encontro. (Adj. Adv.
 O agente da passiva não aparece expresso. de tempo no fim da oração = ordem direta)
b) Durante o encontro, eles nada decidiram.
2. Indeterminante do sujeito: é responsável pela transforma- c) Eles, durante o encontro, nada decidiram.
ção de um sujeito determinado em um indeterminado. d) Eles só decidirão quando todos tiverem opinado.
Ex.: Precisa de operários. (= sujeito simples, oculto ele) (Or. Sub. Adv. Temporal depois da Oração Principal
Precisa-se de operários. (= sujeito indeterminado) = ordem direta = vírgula facultativa).
e) Quando todos tiverem opinado, eles decidirão o que
Para que o se seja indeterminante do sujeito, não pode fazer.
haver nenhum “objeto direto” na oração. Caso haja, ele se f) Eles, quando todos tiverem opinado, decidirão o que
transforma em sujeito e o se classifica-se como pronome fazer.
apassivador. Portanto, é necessário que o verbo seja transiti- 4. Orações reduzidas de particípio e gerúndio são separa-
vo indireto, intransitivo ou de ligação. A voz continua ativa, o das por vírgula
sujeito passa a ser indeterminado e o verbo é obrigado a a) Terminado o congresso, todos retornaram ao local
permanecer na 3ª pessoa do singular. de origem
Ex.: Vive-se muito bem no Rio. b) O funcionário, reclamando muito, compareceu pe-
rante o chefe.
 É voz ativa 5. Orações subordinadas adjetivas explicativas sempre fi-
 O verbo é intransitivo (ou transitivo ind. ou de ligação) cam separadas por vírgula
 O sujeito é indeterminado a) O homem, que é um ser mortal, têm alma imortal.
 O verbo fica na 3ª pessoa do singular. (Todo homem é mortal)
b) Os funcionários, que trabalharam muito, foram au-
mentados. (Todos os funcionários trabalharam mui-
to).
Obs.: orações subordinadas adjetivas restritivas não de-
vem ser separadas por vírgula
c) O homem que trabalha, vence na vida. (Só o que
trabalha)
d) Os funcionários que trabalharam muito foram au-
EMPREGO DA VÍRGULA mentados. (Só os que trabalharam)
6. O aposto explicativo deve ficar entre vírgulas
Regras práticas a) Este homem, um ser mortal, deve respeitar mais a
1. A vírgula deve ser usada para separar enumerações, vida.
termos e orações independentes entre si (núcleos de um
sujeito composto, orações coordenadas assindéticas, 7. No discurso direto, utilizam-se dois pontos e aspas:
termos de uma série não ligados por e). a) O analista afirmou: “Este projeto solucionará vários
a) O presidente, os assessores e os coordenadores se problemas”. Ou, então, colocar a oração intercalada
reunirão amanhã. (sujeito composto) entre vírgulas
b) Compareceu a reunião, expôs o que desejava, dis- b) “Este projeto, afirmou o analista, solucionará vários
cutiu, nada resolveu. (orações coordenadas assindé- problemas”.
ticas) Obs.: no discurso indireto, não se usa vírgula:

28 CONCURSO LEVADO A SÉRIO


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c) O analista afirmou que este projeto solucionaria vá- EMPREGO


rios problemas
8. Todo vocativo deve ser separado do verbo por vírgula A. Do Ponto Final (.):
a) Paulo, vem cá! O ponto — final encerra o período
Não se deve separar sujeito e verbo por vírgula: OBS.: também é empregado em abreviações: Sr., V.
b) Paulo vem cá. Exa., pág., M.E.C...
9. Expressões deslocadas na frase (isto é, ou melhor, digo, B. Do Ponto-e-vírgula(;)
por exemplo, aliás, ...) devem ficar sempre entre vírgu- É uma pausa maior do que a virgula e menor que o pon-
las: to - final, uma vez que não encerra período. Emprega-se
a) Ele comprou cinco, aliás, seis livros. para separar grupos de orações coordenadas, que, por
b) Ele faltou com a verdade, isto é, mentiu. apresentarem unidade de sentido ou aspectos em co-
10. Conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, mum, convém deixar no mesmo per lodo, embora pu-
...) e conclusivas (logo, portanto, por conseguinte, então, dessem figurarem per lodos separados.
...), se deslocadas, devem ficar entre vírgulas: Ex.: “Na linguagem escrita é o leitor; na linguagem fala-
a) Ele estudou muito, não foi, entretanto, aprovado. da, o ouvinte.”
(conj. coord. adversativa). “Estes edificam, aqueles destroem; estes sobem
b) Ele estudou muito, será, portanto, aprovado. (conj. pelos degraus da honra, aqueles outros descem.”
coord. conclusiva). C. Dos Dois Pontos (:)
OBS.: a conjunção pois, se colocada entre vírgulas, tem 1. Antes de uma citação: Disse o mestre: “Eu sou a vida”.
valor conclusivo; se antecedida de uma vírgula apenas, 2. Antes de uma enumeração: Vários são os autores estu-
tem valor causal ou explicativo. dados Machado, Alencar, Drummond e tantos outros.
c) Ele estudou muito, será, pois, aprovado (= portanto 3. Antes de um esclarecimento (explicação): Fez tudo
 conclusivo). conforme o combinado, isto é: saiu às sete horas, com-
d) Ele foi aprovado, pois estudou muito. (= porque  prou o necessário e às dez chagava a casa.
causal) 4. Antes de uma resposta ou pergunta: Perguntei-lhe: “Sa-
11. Termos deslocados na frase, visando a algum realce, bes nadar?“ O moço respondeu: “Nunca pude fazê-lo”,
como inversão, pleonasmo e anacoluto, devem ficar se- D. Do Ponto de Interrogação (?)
parados por vírgula. Emprega-se no fim de frases interrogativas diretas:
a) As estrelas, parece que brilham. (inversão  ante- Quem é este?
cipação) E. Do ponto de Exclamação (!)
b) Ao homem, nada lhe devo. (pleonasmo). Emprega-se depois de interjeições ou de frases de cará-
c) Dinheiro, todos precisam disto. (anacoluto) ter exclamativo que exprimem espanto, admiração, sur-
12. Utiliza-se a vírgula também para marcar a elipse do ver- presa, entusiasmo, ironia, ordem, chamamento, dor, ale-
bo: gria, ...
a) Gostas de música e eu, de literatura. (gosto) Você chegou! Que surpresa!
b) Não nos entende nem nós, a ele. (entendemos) “Oh! Que saudades que tenho!”
“Manuel Vem cá! Nossa! ... Quase que cais ...“
Obs.: Erros graves – separar “Ó Pátria Amada, Idolatrada, Salve! Salve!”
1. Sujeito do Verbo; Veja que belo trabalho o senhor fez!
2. Verbo de Complemento; F. Das Reticências(...)
3. Oração Principal de Oração Subordinada Substantiva Emprega-se quando queremos demonstrar que o pen-
Objetiva; samento foi interrompido, que houve uma suspensão de
4. Substantivo de Adjunto Adnominal; sentido. Geralmente é um convite ao leitor — a conclu-
5. Oração Coordenada Sindética Aditiva. são é sua. Serve também para demonstrar que algo foi
suprimido ou para o leitor concluir ou para ser breve ou,
Exemplos de erros graves: ainda, por necessidade de eufemismo.
O povo, elegeu Pelé como o Rei do futebol. (sujeito de verba) “Se pudessem os pássaros falar ...”
O povo elegeu, Pelé como o Rei do futebol. (verbo de objeto) Se ele for ... Não sei ...
Desejamos, que todos sejam aprovados. (Princ. de Or. S. S. “Além, muito além daquela serra, ... nasceu Iracema.”
Objet. Dir.) “... ao alagamento tépido da luz,...”
Não sei, se todos já saíram. (Princ. de Or. S. S. Obj. Dir.) Acho que ele faltou com a verdade... Para mim ele é um...
Pelé foi eleito, Rei do futebol. (Verbo de Predicativo) G. Do travessão (—)
Pelé foi eleito Rei, do futebol. (Subs. de Adj. Adn.) Indica, no diálogo, a fala de cada personagem:
Paulo, e João trabalham, e estudam muito. (Or. Coord. Sind. “— Está cansado?
Adit.) — Não...
— Nem eu.
— Moro na rua...

CONCURSO LEVADO A SÉRIO 29


PORTUGUÊS

— Não quero saber onde mora, atalhou Quincas Borca.”


Emprega-se também para dar maior relevo ou evidência à
palavra ou à frase, equivalendo à vírgula ou ao parêntese:
O homem — diga-se de passagem — é egoísta.
Uma palavra — liberdade —escraviza muita gente.
H. Dos parênteses (( ))
Colocamos entre parênteses as palavras, frases, ora-
ções ou períodos que têm mero caráter explicativo — in-
tercalativo e que pronunciamos em tom mais baixo, em
situação de aparte,
“Um dia (que linda manhã fazia!) ela saiu a passear.”
“Tristeza de ver a tarde cair como cai uma folha. (No
Brasil não há outono mas as folhas caem.)”
I. Das aspas (“):
1. Emprega-se antes e depois de uma citação textual:
Disse o Mestre: “Amai-vos uns aos outros.”
2. Antes e depois de palavras ou expressões que dese-
jamos realçar: “Querer é poder” deve ser o nosso lema.
3. Antes e depois de palavras e expressões estrangeiras,
arcaicas e de gíria:
O “humour” de Machado á um tanto desencantado.
O professor elogiou a “sapientia” do aluno.
Foi uma verdadeira “curtição”.
4. Para destacar gíria:
Mande para nós uma embalagem de “talco” do bom (co-
caína)
5. Destacar uma ironia:
Os “amigos” da Presidente estão sumidos no momento.

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