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7908403536801
SANTOS - SP
PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTOS - SÃO PAULO
EDITAL Nº 20/2023
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no prazo de até 05 dias úteis.,
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Língua Portuguesa
1. Interpretação de texto................................................................................................................................................................. 5
2. Significação das palavras: sinônimos, antônimos, sentido próprio e figurado das palavras........................................................ 13
3. Ortografia Oficial.......................................................................................................................................................................... 16
4. Pontuação.................................................................................................................................................................................... 17
5. Acentuação.................................................................................................................................................................................. 18
6. Emprego das classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção (classifi-
cação e sentido que imprime às relações entre as orações)........................................................................................................ 19
7. Concordância verbal e nominal................................................................................................................................................... 26
8. Regência verbal e nominal........................................................................................................................................................... 27
9. Crase............................................................................................................................................................................................ 28
10. Colocação pronominal................................................................................................................................................................. 29
Raciocínio Lógico
1. Estruturas lógicas. Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões. Lógica sentencial (ou
proposicional).Proposições simples e compostas. Tabelas verdade. Equivalências. Leis de Morgan. Diagramas lógicos. Lógica
de primeira ordem....................................................................................................................................................................... 37
2. Princípios de contagem e probabilidade...................................................................................................................................... 58
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- Apresenta um enredo, com ações e
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é relações entre personagens, que ocorre
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o em determinados espaço e tempo. É
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
completo. da seguinte maneira: apresentação >
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e desenvolvimento > clímax > desfecho
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci-
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua Tem o objetivo de defender determinado
interpretação. TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- desenvolvimento > conclusão.
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- Procura expor ideias, sem a necessidade
tório do leitor. de defender algum ponto de vista. Para
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, isso, usa-se comparações, informações,
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- TEXTO EXPOSITIVO
definições, conceitualizações etc. A
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido estrutura segue a do texto dissertativo-
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar argumentativo.
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens.
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
de modo que sua finalidade é descrever,
Dicas práticas
TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém.
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con-
Com isso, é um texto rico em adjetivos e
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa-
em verbos de ligação.
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível,
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações. Oferece instruções, com o objetivo de
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe- são os verbos no modo imperativo.
cidas.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon-
te de referências e datas. Gêneros textuais
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
opiniões. cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques- da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor Alguns exemplos de gêneros textuais:
quando afirma que... • Artigo
• Bilhete
Tipologia Textual • Bula
A partir da estrutura linguística, da função social e da finali- • Carta
dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele • Conto
pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas • Crônica
classificações. • E-mail
• Lista
Tipos textuais • Manual
A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali- • Notícia
dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se • Poema
apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão • Propaganda
específico para se fazer a enunciação. • Receita culinária
• Resenha
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LÍNGUA PORTUGUESA
• Seminário Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em que C é igual a A.
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- Outro exemplo:
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária,
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali- Todo ruminante é um mamífero.
dade e à função social de cada texto analisado. A vaca é um ruminante.
Logo, a vaca é um mamífero.
ARGUMENTAÇÃO
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva também será verdadeira.
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
propõe. confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
vista defendidos. que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas outro fundado há dois ou três anos.
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o der bem como eles funcionam.
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
sos de linguagem. rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
escolher entre duas ou mais coisas”. na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre- não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu- de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna zado numa dada cultura.
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no
domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer Tipos de Argumento
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos- Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de mento. Exemplo:
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
enunciador está propondo. Argumento de Autoridade
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre- servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur-
missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor
admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a
crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea- garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto
mento de premissas e conclusões. um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver-
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: dadeira. Exemplo:
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LÍNGUA PORTUGUESA
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- Argumento do Atributo
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela, É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
acreditar que é verdade. que é mais grosseiro, etc.
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
Argumento de Quantidade lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento de.
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
largo uso do argumento de quantidade. competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
Argumento do Consenso mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como dizer dá confiabilidade ao que se diz.
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases por bem determinar o internamento do governador pelo período
carentes de qualquer base científica. de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
Argumento de Existência guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar tal por três dias.
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
do que dois voando”. ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- texto tem sempre uma orientação argumentativa.
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na- dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
vios, etc., ganhava credibilidade. dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
outras, etc. Veja:
Argumento quase lógico
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são vam abraços afetuosos.”
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí- fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica. Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra-
Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável. - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am-
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá-
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con- rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser
correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor
tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente,
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações injustiça, corrupção).
indevidas. - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
o argumento.
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- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por ria contra a argumentação proposta;
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, ta.
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
outros à sua dependência política e econômica”. A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa- válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
o assunto, etc). sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
dades não se prometem, manifestam-se na ação. de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui
regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar-
série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che-
da verdade:
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo
- evidência;
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se
- divisão ou análise;
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu
- ordem ou dedução;
comportamento.
- enumeração.
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli-
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
mica e até o choro. contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos caracteriza a universalidade. Há dois métodos fundamentais de ra-
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma ciocínio: a dedução (silogística), que parte do geral para o particular,
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- e a indução, que vai do particular para o geral. A expressão formal
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse do método dedutivo é o silogismo. A dedução é o caminho das con-
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de- sequências, baseia-se em uma conexão descendente (do geral para
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a o particular) que leva à conclusão. Segundo esse método, partin-
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade do-se de teorias gerais, de verdades universais, pode-se chegar à
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar previsão ou determinação de fenômenos particulares. O percurso
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun- do raciocínio vai da causa para o efeito. Exemplo:
damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista. Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu- Fulano é homem (premissa menor = particular)
mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis- Logo, Fulano é mortal (conclusão)
curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições, A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia-
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve- caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par-
zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci-
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol- O calor dilata o ferro (particular)
ver as seguintes habilidades: O calor dilata o bronze (particular)
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma O calor dilata o cobre (particular)
ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total- O ferro, o bronze, o cobre são metais
mente contrária; Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, relacionadas:
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu-
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
sofisma no seguinte diálogo: lha dos elementos que farão parte do texto.
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Lógico, concordo. racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
- Claro que não! por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
Exemplos de sofismas: lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Dedução confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Todo professor tem um diploma (geral, universal) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Fulano tem um diploma (particular) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me-
Indução nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (particu- empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
lar) Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
– conclusão falsa) integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro- sabiá, torradeira.
fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden-
tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base- Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
ados nos sentimentos não ditados pela razão. Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen-
tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda- Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé-
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par- uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro
classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por- o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é
que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração
pesquisa. do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização.
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o (Garcia, 1973, p. 302304.)
todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de- Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in-
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres-
síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio-
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam.
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina- de vista sobre ele.
das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua-
o relógio estaria reconstruído. gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a
meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con- espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen-
junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise, cia dos outros elementos dessa mesma espécie.
que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
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LÍNGUA PORTUGUESA
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
- o termo a ser definido; raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
- o gênero ou espécie; cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
- a diferença específica. Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
ma espécie. Exemplo: Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
Elemento especie diferença a ser definido específica que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, virtude de, em vista de, por motivo de.
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par- Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta-
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan- ção. Na explicitação por definição, empregam-se expressões como:
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta assim, desse ponto de vista.
ou instalação”; Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de-
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan- se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma
dida;d ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta-
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos
diferenças). que, melhor que, pior que.
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala- Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
vra e seus significados. reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir-
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem- mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi-
pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no
necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer
com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li-
mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda- nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou
mentação coerente e adequada. justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais
caráter confirmatório que comprobatório.
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás- Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli-
sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por
da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco- consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse
nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes, caso, incluem-se
as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu- - A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a mortal, aspira à imortalidade);
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LÍNGUA PORTUGUESA
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula- - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
dos e axiomas); que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature- dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão ência);
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que argumento básico;
parece absurdo). - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con- mento básico;
cretos, estatísticos ou documentais. - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau- menos a seguinte:
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
Introdução
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, - função social da ciência e da tecnologia;
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini- - definições de ciência e tecnologia;
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex-
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na Desenvolvimento
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- vimento tecnológico;
-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar- - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
gumentação: condições de vida no mundo atual;
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica-
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran- mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu- desenvolvidos;
mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”; - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas-
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- sado; apontar semelhanças e diferenças;
dadeira; - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi- banos;
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali- - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
dade da afirmação; mais a sociedade.
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis-
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto- Conclusão
ridade que contrariam a afirmação apresentada; - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ-
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de- ências maléficas;
sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes. apresentados.
Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados
estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen- Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em ção: é um dos possíveis.
uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra-
argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é Texto:
que gera o controle demográfico”.
“Neto ainda está longe de se igualar a qualquer um desses cra-
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para ques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé), mas ainda tem
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao um longo caminho a trilhar (...).”
desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui- Veja São Paulo, 26/12/1990, p. 15.
da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a
elaboração de um Plano de Redação. Esse texto diz explicitamente que:
- Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pelé são craques;
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolu- - Neto não tem o mesmo nível desses craques;
ção tecnológica - Neto tem muito tempo de carreira pela frente.
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder O texto deixa implícito que:
a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos- - Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se dos cra-
ta, justificar, criando um argumento básico; ques citados;
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e - Esses craques são referência de alto nível em sua especialida-
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação de esportiva;
que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la - Há uma oposição entre Neto e esses craques no que diz res-
(rever tipos de argumentação); peito ao tempo disponível para evoluir.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Todos os textos transmitem explicitamente certas informações, um interlocutor não admitisse ou colocasse sob suspeita essa cer-
enquanto deixam outras implícitas. Por exemplo, o texto acima não teza. Em outros termos, haveria quebra da continuidade do diálogo
explicita que existe a possibilidade de Neto se equiparar aos qua- se alguém interviesse com uma pergunta deste tipo:
tro futebolistas, mas a inclusão do advérbio ainda estabelece esse “Mas quem disse que é certa a mudança do curso do rio?”
implícito. Não diz também com explicitude que há oposição entre
Neto e os outros jogadores, sob o ponto de vista de contar com A aceitação do pressuposto estabelecido pelo emissor permite
tempo para evoluir. A escolha do conector “mas” entre a segunda e levar adiante o debate; sua negação compromete o diálogo, uma
a primeira oração só é possível levando em conta esse dado implíci- vez que destrói a base sobre a qual se constrói a argumentação, e
to. Como se vê, há mais significados num texto do que aqueles que daí nenhum argumento tem mais importância ou razão de ser. Com
aparecem explícitos na sua superfície. Leitura proficiente é aquela pressupostos distintos, o diálogo não é possível ou não tem sentido.
capaz de depreender tanto um tipo de significado quanto o outro, A mesma pergunta, feita para pessoas diferentes, pode ser em-
o que, em outras palavras, significa ler nas entrelinhas. Sem essa baraçosa ou não, dependendo do que está pressuposto em cada
habilidade, o leitor passará por cima de significados importantes situação. Para alguém que não faz segredo sobre a mudança de
ou, o que é bem pior, concordará com ideias e pontos de vista que emprego, não causa o menor embaraço uma pergunta como esta:
rejeitaria se os percebesse.
Os significados implícitos costumam ser classificados em duas “Como vai você no seu novo emprego?”
categorias: os pressupostos e os subentendidos.
Pressupostos: são ideias implícitas que estão implicadas logica- O efeito da mesma pergunta seria catastrófico se ela se diri-
mente no sentido de certas palavras ou expressões explicitadas na gisse a uma pessoa que conseguiu um segundo emprego e quer
superfície da frase. Exemplo: manter sigilo até decidir se abandona o anterior. O adjetivo novo
estabelece o pressuposto de que o interrogado tem um emprego
“André tornou-se um antitabagista convicto.” diferente do anterior.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Nesse caso, o pressuposto é outro: “alguns” brasileiros não se São três principais erros que podem ser cometidos na elabora-
importam com a coletividade. ção do desenvolvimento:
- Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial.
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restriti- - Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros.
va. As explicativas pressupõem que o que elas expressam se refere à - Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las,
totalidade dos elementos de um conjunto; as restritivas, que o que dificultando a linha de compreensão do leitor.
elas dizem concerne apenas a parte dos elementos de um conjun-
to. O produtor do texto escreverá uma restritiva ou uma explicativa Conclusão
segundo o pressuposto que quiser comunicar. Ponto final de todas as argumentações discorridas no desen-
volvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamen-
Subentendidos: são insinuações contidas em uma frase ou um tos levantados pelo autor.
grupo de frases. Suponhamos que uma pessoa estivesse em visita Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como:
à casa de outra num dia de frio glacial e que uma janela, por onde “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.
entravam rajadas de vento, estivesse aberta. Se o visitante dissesse
“Que frio terrível”, poderia estar insinuando que a janela deveria Parágrafo
ser fechada. Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem
Há uma diferença capital entre o pressuposto e o subentendi- esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve
do. O primeiro é uma informação estabelecida como indiscutível conter introdução, desenvolvimento e conclusão.
tanto para o emissor quanto para o receptor, uma vez que decorre - Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira
necessariamente do sentido de algum elemento linguístico coloca- sintética de acordo com os objetivos do autor.
do na frase. Ele pode ser negado, mas o emissor coloca o implici- - Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução),
tamente para que não o seja. Já o subentendido é de responsabi- atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibili-
lidade do receptor. O emissor pode esconder-se atrás do sentido dade na discussão.
literal das palavras e negar que tenha dito o que o receptor depre- - Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupos-
endeu de suas palavras. Assim, no exemplo dado acima, se o dono tos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.
da casa disser que é muito pouco higiênico fechar todas as janelas,
o visitante pode dizer que também acha e que apenas constatou a Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução,
intensidade do frio. desenvolvimento e conclusão):
O subentendido serve, muitas vezes, para o emissor proteger-
se, para transmitir a informação que deseja dar a conhecer sem se “Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha.
comprometer. Imaginemos, por exemplo, que um funcionário re- Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado
cémpromovido numa empresa ouvisse de um colega o seguinte: perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psico-
trópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão
“Competência e mérito continuam não valendo nada como cri- estrutura suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o
tério de promoção nesta empresa...” caos. ”
Esse comentário talvez suscitasse esta suspeita: (Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
“Você está querendo dizer que eu não merecia a promoção?” Elemento relacionador: Nesse contexto.
Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.
Ora, o funcionário preterido, tendo recorrido a um subentendi- Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do
do, poderia responder: consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce
“Absolutamente! Estou falando em termos gerais.” sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação
de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
Estrutura e organização do texto e dos parágrafos Conclusão: Enfim, viveremos o caos.
São três os elementos essenciais para a composição de um tex-
to: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar
cada uma de forma isolada a seguir: SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS: SINÔNIMOS,
ANTÔNIMOS, SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS
Introdução PALAVRAS
É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A
introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial. Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os sen-
Desenvolvimento tidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça as
principais relações e suas características:
Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O
desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a Sinonímia e antonímia
conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicio- As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado
namento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a fina- semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
lidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão. <—> esperto
Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e ap- Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam signifi-
tas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão. cados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex:
forte <—> fraco
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LÍNGUA PORTUGUESA
Parônimos e homônimos Metáfora: consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro- em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude
núncia semelhantes, porém com significados distintos. da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe- entre elas certas semelhanças. Observe o exemplo:
go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Pessoa)
grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta). Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma estabelece relações de semelhança entre um rio subterrâneo e seu
pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (nu- pensamento.
meral) X sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical).
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, Comparação: é a comparação entre dois elementos comuns;
porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver- semelhantes. Normalmente se emprega uma conjunção comparati-
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo). va: como, tal qual, assim como.
Hiperonímia e hiponímia - continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa de
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de signi- bombons. (a palavra caixa, que designa o continente ou aquilo que
ficado entre as palavras. contém, está sendo usada no lugar da palavra bombons).
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que
tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão. -abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A gravidez deve
Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, por- ser tranquila. (o abstrato gravidez está no lugar do concreto, ou
tanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex: seja, mulheres grávidas).
Limão é hipônimo de fruta.
- instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Os microfo-
Formas variantes nes foram atrás dos jogadores. (Os repórteres foram atrás dos jo-
São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem gadores.)
que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – in-
farto / gatinhar – engatinhar. - lugar pelo produto. Exemplo: Fumei um saboroso havana. (Fu-
mei um saboroso charuto.).
Arcaísmo - símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Não te afas-
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo tes da cruz. (Não te afastes da religião.).
do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que
ainda podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante - a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os desabrigados.
encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> far- (a parte teto está no lugar do todo, “o lar”).
mácia / franquia <—> sinceridade.
- indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: O homem foi à Lua.
As figuras de linguagem são recursos especiais usados por (Alguns astronautas foram à Lua.).
quem fala ou escreve, para dar à expressão mais força, intensidade - singular pelo plural. Exemplo: A mulher foi chamada para ir às
e beleza. ruas. (Todas as mulheres foram chamadas, não apenas uma)
São três tipos:
Figuras de Palavras (tropos); - gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais so-
Figuras de Construção (de sintaxe); frem nesse mundo. (Os homens sofrem nesse mundo.)
Figuras de Pensamento.
Figuras de Palavra - matéria pelo objeto. Exemplo: Ela não tem um níquel. (a ma-
téria níquel é usada no lugar da coisa fabricada, que é “moeda”).
É a substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego
figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima (contigui- Atenção: Os últimos 5 exemplos podem receber também o
dade), seja por uma associação, uma comparação, uma similarida- nome de Sinédoque.
de. São as seguintes as figuras de palavras:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Perífrase: substituição de um nome por uma expressão para - de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece desanimado. (o
facilitar a identificação. Exemplo: A Cidade Maravilhosa (= Rio de adjetivo desanimado concorda não com o pronome de tratamento
Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo. Vossa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa a quem
esse pronome se refere – pessoa do sexo masculino).
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de - de número. Exemplo: O pessoal ficou apavorado e saíram cor-
antonomásia. rendo. (o verbo sair concordou com a ideia de plural que a palavra
Exemplos: pessoal sugere).
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o - de pessoa. Exemplo: Os brasileiros amamos futebol. (o sujeito
bem. os brasileiros levaria o verbo na 3ª pessoa do plural, mas a concor-
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. dância foi feita com a 1ª pessoa do plural, indicando que a pessoa
que fala está incluída em os brasileiros).
Sinestesia: Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as
sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Exemplo: Onomatopeia: Ocorre quando se tentam reproduzir na forma
No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (si- de palavras os sons da realidade.
lêncio = auditivo; negro = visual) Exemplos: Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.
Miau, miau. (Som emitido pelo gato)
Catacrese: A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de jantar.
um termo específico para designar um conceito, toma-se outro
“emprestado”. Passamos a empregar algumas palavras fora de seu As onomatopeias, como no exemplo abaixo, podem resultar da
sentido original. Exemplos: “asa da xícara”, “maçã do rosto”, “braço Aliteração (repetição de fonemas nas palavras de uma frase ou de
da cadeira” . um verso).
“Vozes veladas, veludosas vozes,
Figuras de Construção volúpias dos violões, vozes veladas,
Ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade ao vagam nos velhos vórtices velozes
significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior expres- dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
sividade que se dá ao sentido. São as mais importantes figuras de
construção: (Cruz e Sousa)
Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, no Repetição: repetir palavras ou orações para enfatizar a afirma-
entanto, pode ser facilmente identificado. Exemplo: No fim da co- ção ou sugerir insistência, progressão:
memoração, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (Omissão do “E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da ca-
verbo haver: No fim da festa comemoração, sobre as mesas, copos sona.” (Bernardo Élis)
e garrafas vazias). “O mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada se
apagou.” (Inácio de Loyola Brandão)
Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantes para Zeugma: omissão de um ou mais termos anteriormente enun-
reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive uma vida feliz. ciados. Exemplo: Ele gosta de geografia; eu, de português. (na se-
Deve-se evitar os pleonasmos viciosos, que não têm valor de gunda oração, faltou o verbo “gostar” = Ele gosta de geografia; eu
reforço, sendo antes fruto do desconhecimento do sentido das pa- gosto de português.).
lavras, como por exemplo, as construções “subir para cima”, “entrar Assíndeto: quando certas orações ou palavras, que poderiam
para dentro”, etc. se ligar por um conectivo, vêm apenas justapostas. Exemplo: Vim,
vi, venci.
Polissíndeto: repetição enfática do conectivo, geralmente o “e”.
Exemplo: Felizes, eles riam, e cantavam, e pulavam, e dançavam. Anáfora: repetição de uma palavra ou de um segmento do
Inversão ou Hipérbato: alterar a ordem normal dos termos ou texto com o objetivo de enfatizar uma ideia. É uma figura de cons-
orações com o fim de lhes dar destaque: trução muito usada em poesia. Exemplo: Este amor que tudo nos
“Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drummond toma, este amor que tudo nos dá, este amor que Deus nos inspira,
de Andrade) e que um dia nos há de salvar
“Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não
sei.” (Graciliano Ramos) Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de signi-
Observação: o termo deseja realçar é colocado, em geral, no ficados diferentes, vulgarmente chamada de trocadilho. Exemplo:
início da frase. Comemos fora todos os dias! A gente até dispensa a despensa.
Anacoluto: quebra da estrutura sintática da oração. O tipo mais Neologismo: criação de novas palavras. Exemplo: Estou a fim
comum é aquele em que um termo parece que vai ser o sujeito da do João. (estou interessado). Vou fazer um bico. (trabalho tempo-
oração, mas a construção se modifica e ele acaba sem função sintá- rário).
tica. Essa figura é usada geralmente para pôr em relevo a ideia que
consideramos mais importante, destacando-a do resto. Exemplo: Figuras de Pensamento
O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem. Utilizadas para produzir maior expressividade à comunicação,
A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo as figuras de pensamento trabalham com a combinação de ideias,
Castelo Branco) pensamentos.
Silepse: concordância de gênero, número ou pessoa é feita com Antítese: Corresponde à aproximação de palavras contrárias,
ideias ou termos subentendidos na frase e não claramente expres- que têm sentidos opostos. Exemplo: O ódio e o amor andam de
sos. A silepse pode ser: mãos dadas.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Apóstrofe: interrupção do texto para se chamar a atenção de alguém ou de coisas personificadas. Sintaticamente, a apóstrofe corres-
ponde ao vocativo. Exemplo: Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres.
Eufemismo: Atenua o sentido das palavras, suavizando as expressões do discurso Exemplo: Ele foi para o céu. (Neste caso, a expressão
“para a céu”, ameniza o discurso real: ele morreu.)
Gradação: os termos da frase são fruto de hierarquia (ordem crescente ou decrescente). Exemplo: As pessoas chegaram à festa, sen-
taram, comeram e dançaram.
Hipérbole: baseada no exagero intencional do locutor, isto é, expressa uma ideia de forma exagerada.
Exemplo: Liguei para ele milhões de vezes essa tarde. (Ligou várias vezes, mas não literalmente 1 milhão de vezes ou mais).
Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido oposto ao que querem dizer. É usada geralmente com sentido sarcástico.
Exemplo: Quem foi o inteligente que usou o computador e apagou o que estava gravado?
Paradoxo: Diferente da antítese, que opõem palavras, o paradoxo corresponde ao uso de ideias contrárias, aparentemente absurdas.
Exemplo: Esse amor me mata e dá vida. (Neste caso, o mesmo amor traz alegrias (vida) e tristeza (mata) para a pessoa.)
Personificação ou Prosopopéia ou Animismo: atribuição de ações, sentimentos ou qualidades humanas a objetos, seres irracionais ou
outras coisas inanimadas. Exemplo: O vento suspirou essa manhã. (Nesta frase sabemos que o vento é algo inanimado que não suspira,
sendo esta uma “qualidade humana”.)
Reticência: suspender o pensamento, deixando-o meio velado. Exemplo:
“De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma... não sei se digo.”
(Machado de Assis)
Retificação: consiste em retificar uma afirmação anterior. Exemplos: O médico, aliás, uma médica muito gentil não sabia qual seria o
procedimento.
ORTOGRAFIA OFICIAL
A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso ana-
lisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memorizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que também
faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar que
existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique atento!
Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é conhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o alfabeto
se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e consoantes (restante das letras).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo que
elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.
Uso do “X”
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o X no lugar do CH:
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxergar)
• Depois de ditongos (ex: caixa)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Os diferentes porquês
POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final (interrogação,
POR QUÊ
exclamação, ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome
Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos. Ex: comprimento
(extensão) X cumprimento (saudação); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma pronúncia, porém são grafadas de maneira diferente. Ex: conserto (cor-
reção) X concerto (apresentação); cerrar (fechar) X serrar (cortar).
PONTUAÇÃO
Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.
Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
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LÍNGUA PORTUGUESA
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.
No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:
• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.
ACENTUAÇÃO
A acentuação é uma das principais questões relacionadas à Ortografia Oficial, que merece um capítulo a parte. Os acentos utilizados
no português são: acento agudo (´); acento grave (`); acento circunflexo (^); cedilha (¸) e til (~).
Depois da reforma do Acordo Ortográfico, a trema foi excluída, de modo que ela só é utilizada na grafia de nomes e suas derivações
(ex: Müller, mülleriano).
Esses são sinais gráficos que servem para modificar o som de alguma letra, sendo importantes para marcar a sonoridade e a intensi-
dade das sílabas, e para diferenciar palavras que possuem a escrita semelhante.
A sílaba mais intensa da palavra é denominada sílaba tônica. A palavra pode ser classificada a partir da localização da sílaba tônica,
como mostrado abaixo:
• OXÍTONA: a última sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: café)
• PAROXÍTONA: a penúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: automóvel)
• PROPAROXÍTONA: a antepenúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: lâmpada)
As demais sílabas, pronunciadas de maneira mais sutil, são denominadas sílabas átonas.
Regras fundamentais
Regras especiais
REGRA EXEMPLOS
Acentua-se quando “I” e “U” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de
saída, faísca, baú, país
“S”, desde que não sejam seguidos por “NH”
feiura, Bocaiuva, Sauipe
OBS: Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR” e seus compostos têm, obtêm, contêm, vêm
Não são acentuados hiatos “OO” e “EE” leem, voo, enjoo
Não são acentuadas palavras homógrafas
pelo, pera, para
OBS: A forma verbal “PÔDE” é uma exceção
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LÍNGUA PORTUGUESA
EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPO-
SIÇÃO, CONJUNÇÃO (CLASSIFICAÇÃO E SENTIDO QUE IMPRIME ÀS RELAÇÕES ENTRE AS ORAÇÕES)
Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.
Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...
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LÍNGUA PORTUGUESA
Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão que
protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.
Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).
Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).
Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar
Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.
Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).
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LÍNGUA PORTUGUESA
Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:
Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê
Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo
Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).
Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)
Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.
• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio não
acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.
• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Orgulhar-me-ei de meus alunos.
DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou orações, nem após ponto-e-vírgula.
Verbos
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro pos-
suem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do pre-
sente, futuro do pretérito.
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito imperfeito, futuro.
Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre flexão em
tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no particípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, fa-
zendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particípio) ou
advérbio (gerúndio).
Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pen-
tear-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)
Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)
Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.
Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:
Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar
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LÍNGUA PORTUGUESA
Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor
Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Ao conectar os termos das orações, as preposições estabele- • Palavra composta: são aquelas que possuem dois ou mais ra-
cem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de: dicais. Ex: guarda-roupa; couve-flor
• Causa: Morreu de câncer. Entenda como ocorrem os principais processos de formação de
• Distância: Retorno a 3 quilômetros. palavras:
• Finalidade: A filha retornou para o enterro.
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura. Derivação
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila. A formação se dá por derivação quando ocorre a partir de uma
• Lugar: O vírus veio de Portugal. palavra simples ou de um único radical, juntando-se afixos.
• Companhia: Ela saiu com a amiga. • Derivação prefixal: adiciona-se um afixo anteriormente à pa-
• Posse: O carro de Maria é novo. lavra ou radical. Ex: antebraço (ante + braço) / infeliz (in + feliz)
• Meio: Viajou de trem. • Derivação sufixal: adiciona-se um afixo ao final da palavra ou
radical. Ex: friorento (frio + ento) / guloso (gula + oso)
• Derivação parassintética: adiciona-se um afixo antes e outro
Combinações e contrações
depois da palavra ou radical. Ex: esfriar (es + frio + ar) / desgoverna-
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras pa-
do (des + governar + ado)
lavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e • Derivação regressiva (formação deverbal): reduz-se a palavra
havendo perda fonética (contração). primitiva. Ex: boteco (botequim) / ataque (verbo “atacar”)
• Combinação: ao, aos, aonde • Derivação imprópria (conversão): ocorre mudança na classe
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso gramatical, logo, de sentido, da palavra primitiva. Ex: jantar (verbo
para substantivo) / Oliveira (substantivo comum para substantivo
Conjunção próprio – sobrenomes).
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabe-
lecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante Composição
de conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois A formação por composição ocorre quando uma nova palavra
reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e se origina da junção de duas ou mais palavras simples ou radicais.
interpretação de textos, além de ser um grande diferencial no mo- • Aglutinação: fusão de duas ou mais palavras simples, de
mento de redigir um texto. modo que ocorre supressão de fonemas, de modo que os elemen-
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e tos formadores perdem sua identidade ortográfica e fonológica. Ex:
conjunções subordinativas. aguardente (água + ardente) / planalto (plano + alto)
• Justaposição: fusão de duas ou mais palavras simples, man-
Conjunções coordenativas tendo a ortografia e a acentuação presente nos elementos forma-
As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- dores. Em sua maioria, aparecem conectadas com hífen. Ex: beija-
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma -flor / passatempo.
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em
cinco grupos: Abreviação
• Aditivas: e, nem, bem como. Quando a palavra é reduzida para apenas uma parte de sua
• Adversativas: mas, porém, contudo. totalidade, passando a existir como uma palavra autônoma. Ex: foto
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer. (fotografia) / PUC (Pontifícia Universidade Católica).
• Conclusivas: logo, portanto, assim.
Hibridismo
• Explicativas: que, porque, porquanto.
Quando há junção de palavras simples ou radicais advindos de
línguas distintas. Ex: sociologia (socio – latim + logia – grego) / binó-
Conjunções subordinativas culo (bi – grego + oculus – latim).
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. Combinação
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) Quando ocorre junção de partes de outras palavras simples ou
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada. radicais. Ex: portunhol (português + espanhol) / aborrecente (abor-
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes: recer + adolescente).
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas
substantivas, definidas pelas palavras que e se. Intensificação
• Causais: porque, que, como. Quando há a criação de uma nova palavra a partir do alarga-
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que. mento do sufixo de uma palavra existente. Normalmente é feita
• Condicionais: e, caso, desde que. adicionando o sufixo -izar. Ex: inicializar (em vez de iniciar) / proto-
• Conformativas: conforme, segundo, consoante. colizar (em vez de protocolar).
• Comparativas: como, tal como, assim como.
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que. Neologismo
• Finais: a fim de que, para que. Quando novas palavras surgem devido à necessidade do falan-
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que. te em contextos específicos, podendo ser temporárias ou perma-
• Temporais: quando, enquanto, agora. nentes. Existem três tipos principais de neologismos:
• Neologismo semântico: atribui-se novo significado a uma pa-
Formação de Palavras lavra já existente. Ex: amarelar (desistir) / mico (vergonha)
A formação de palavras se dá a partir de processos morfológi- • Neologismo sintático: ocorre a combinação de elementos já
cos, de modo que as palavras se dividem entre: existentes no léxico da língua. Ex: dar um bolo (não comparecer ao
• Palavras primitivas: são aquelas que não provêm de outra pa- compromisso) / dar a volta por cima (superar).
• Neologismo lexical: criação de uma nova palavra, que tem um
lavra. Ex: flor; pedra
novo conceito. Ex: deletar (apagar) / escanear (digitalizar)
• Palavras derivadas: são originadas a partir de outras palavras.
Ex: floricultura; pedrada Onomatopeia
• Palavra simples: são aquelas que possuem apenas um radi- Quando uma palavra é formada a partir da reprodução aproxi-
cal (morfema que contém significado básico da palavra). Ex: cabelo; mada do seu som. Ex: atchim; zum-zum; tique-taque.
azeite
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LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa
Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.
Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.
Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.
Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.
Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.
Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.
Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.
Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.
Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um substan-
tivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.
Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.
Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.
Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.
Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje
Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.
Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.
Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.
Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Exceto
caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.
A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.
27
LÍNGUA PORTUGUESA
Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:
PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum; con-
A trário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente; do-
DE tado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato; intolerante;
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador; negli-
EM
gente; perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...
Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.
Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado de
um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser reti-
rado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.
Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto direto), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.
Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto indireto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer o
sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da campanha eleitoral.
Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposição)
e de um objeto indireto (com preposição):
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda à senhora.
CRASE
Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é demarcada
com o uso do acento grave (à), de modo que crase não é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão.
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o emprego da crase:
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela aluna.
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especificadas: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas.
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito estresse.
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos deixando de lado a capacidade de imaginar.
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima à esquerda.
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LÍNGUA PORTUGUESA
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o
a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras. tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas
• Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha indesejadas.
fica a 50 metros da esquina. […]
Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e possibi-
• Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha fi- lidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29.
lha. / Dei um picolé à minha filha.
• Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema
minha avó até à feira. identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que
• Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado): I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo
Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperôni-
Ana da faculdade. mo, em relação à “diversidade”.
DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi-
caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura
masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos no paradigma argumentativo do enunciado.
à escola / Amanhã iremos ao colégio. III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso co-
loquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversi-
dade e identidade”.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi-
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado ção(ões) verdadeira(s).
em tópicos anteriores (A) I, apenas
(B) II e III
QUESTÕES (C) III, apenas
(D) II, apenas
(E) I e II
1. (FMPA – MG)
Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen- 3. (UNIFOR CE – 2006)
te aplicada: Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televi-
(A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes. sões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao
(B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros. resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um
(C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche. rio. Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o
(D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever. silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as
(E) A cessão de terras compete ao Estado. suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Per-
guntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra,
2. (UEPB – 2010) indiferença é sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e
Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de
maiores nomes da educação mundial na atualidade. ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada
de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralida-
Carlos Alberto Torres de.
1
O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por- Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis
tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito no diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa
3
pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diversida- indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, segui-
de não só em ideias contrapostas, mas também em 5identidades que mos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de mas-
se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um processo sa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na
de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diversidade está igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis-
relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se a diversidade tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos
fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e a realidade fos- estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […]
se uma boa articulação 10dessa descrição demográfica em termos de
constante articulação 11democrática, você não sentiria muito a pre- (Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, 2001.
sença do tema 12diversidade neste instante. Há o termo diversidade p.68)
porque há 13uma diversidade que implica o uso e o abuso de poder,
de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, de classe. Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo-
[…] cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se
o contexto, é
Rosa Maria Torres (A) ceticismo.
15
O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre (B) desdém.
16
muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po- (C) apatia.
lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e (D) desinteresse.
pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de (E) negligência.
reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a
29
LÍNGUA PORTUGUESA
4. (CASAN – 2015) Observe as sentenças. 6. (FMU) Leia as expressões destacadas na seguinte passagem:
I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz. “E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero
II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo. na salada – o meu jeito de querer bem.”
III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil Tais expressões exercem, respectivamente, a função sintática
para os carros e os pedestres. de:
(A) objeto indireto e aposto
Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de ho- (B) objeto indireto e predicativo do sujeito
mônimos e parônimos. (C) complemento nominal e adjunto adverbial de modo
(A) I e III. (D) complemento nominal e aposto
(B) II e III. (E) adjunto adnominal e adjunto adverbial de modo
(C) II apenas.
(D) Todas incorretas. 7. (PUC-SP) Dê a função sintática do termo destacado em: “De-
pressa esqueci o Quincas Borba”.
5. (UFMS – 2009) (A) objeto direto
Leia o artigo abaixo, intitulado “Uma questão de tempo”, de (B) sujeito
Miguel Sanches Neto, extraído da Revista Nova Escola Online, em (C) agente da passiva
30/09/08. Em seguida, responda. (D) adjunto adverbial
“Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem con- (E) aposto
tou com a ajuda dos editores de texto, no computador. Quando eu
cometia uma infração, pequena ou grande, o programa grifava em 8. (MACK-SP) Aponte a alternativa que expressa a função sintá-
vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a escrever minima- tica do termo destacado: “Parece enfermo, seu irmão”.
mente do jeito correto. (A) Sujeito
Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta, (B) Objeto direto
a do monstro ortográfico. O nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim, (C) Predicativo do sujeito
(D) Adjunto adverbial
esse animal existiu de fato. A professora de Português nos disse que
(E) Adjunto adnominal
devíamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o u é
pronunciado. Fiquei com essa expressão tão sonora quanto enig-
9. (OSEC-SP) “Ninguém parecia disposto ao trabalho naquela
mática na cabeça.
manhã de segunda-feira”.
Quando meditava sobre algum problema terrível – pois na pré-
(A) Predicativo
-adolescência sempre temos problemas terríveis –, eu tentava me
(B) Complemento nominal
libertar da coisa repetindo em voz alta: “Qüeqüi Güegüi”. Se numa
(C) Objeto indireto
prova de Matemática eu não conseguia me lembrar de uma fórmu- (D) Adjunto adverbial
la, lá vinham as palavras mágicas. (E) Adjunto adnominal
Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo minha
evocação, quis saber o que era esse tal de Qüeqüi Güegüi. 10. (MACK-SP) “Não se fazem motocicletas como antigamen-
– Você nunca ouviu falar nele? – perguntei. te”. O termo destacado funciona como:
– Ainda não fomos apresentados – ela disse. (A) Objeto indireto
– É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de (B) Objeto direto
terror. (C) Adjunto adnominal
– E ele faz o quê? (D) Vocativo
– Atrapalha a gente na hora de escrever. (E) Sujeito
Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia
usar trema nem se lembrava da regrinha. 11. (UFRJ) Esparadrapo
Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Es-
lugar certo. Como essa aprendizagem foi demorada, não sei se con- paradrapo”, por exemplo. Quem quebrou a cara fica mesmo com
seguirei escrever de outra forma – agora que teremos novas regras. cara de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre sentido,
Por isso, peço desde já que perdoem meus futuros erros, que servi- que parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, “incuná-
rão ao menos para determinar minha idade. bulo*”.
– Esse aí é do tempo do trema.” QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio
de Janeiro, Globo. 1987. p. 83.
Assinale a alternativa correta. *Incunábulo: [do lat. Incunabulu; berço]. Adj. 1- Diz-se do livro
(A) As expressões “monstro ortográfico” e “abominável mons- impresso até o ano de 1500./ S.m. 2 – Começo, origem.
tro ortográfico” mantêm uma relação hiperonímica entre si.
(B) Em “– Atrapalha a gente na hora de escrever”, conforme a A locução “No entanto” tem importante papel na estrutura do
norma culta do português, a palavra “gente” pode ser substitu- texto. Sua função resume-se em:
ída por “nós”. (A) ligar duas orações que querem dizer exatamente a mesma
(C) A frase “Fui-me obrigando a escrever minimamente do jeito coisa.
correto”, o emprego do pronome oblíquo átono está correto de (B) separar acontecimentos que se sucedem cronologicamen-
acordo com a norma culta da língua portuguesa. te.
(D) De acordo com as explicações do autor, as palavras pregüiça (C) ligar duas observações contrárias acerca do mesmo assun-
e tranqüilo não serão mais grafadas com o trema. to.
(E) A palavra “evocação” (3° parágrafo) pode ser substituída no (D) apresentar uma alternativa para a primeira ideia expressa.
texto por “recordação”, mas haverá alteração de sentido. (E) introduzir uma conclusão após os argumentos apresenta-
dos.
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LÍNGUA PORTUGUESA
12. (IBFC – 2013) Leia as sentenças: Assinale a alternativa em que a oração em negrito e sublinhada
É preciso que ela se encante por mim! apresenta a mesma classificação sintática da destacada acima.
Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo. (A) “A menina que levava castigo na escola porque ria fora de
hora (...)”
Assinale abaixo a alternativa que classifica, correta e respecti- (B) “(...) e deixava cair com estrondo sabendo que os meninos,
vamente, as orações subordinadas substantivas (O.S.S.) destacadas: mais que as meninas, se botariam de quatro catando lápis, ca-
(A) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva indireta. netas, borracha (...)”
(B) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal (C) “(...) não queria que soubessem que ela (...)”
(C) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta. (D) “Logo me dei conta de que hoje setenta é quase banal (...)”
(D) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva nominal.
16. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós
13. (ADVISE-2013) Todos os enunciados abaixo correspondem ____________________.”
a orações subordinadas substantivas, exceto:
(A) Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais. Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada-
(B) Desejo que ela volte. mente a frase acima. Assinale-a.
(C) Gostaria de que todos me apoiassem. (A) desfilando pelas passarelas internacionais.
(D) Tenho medo de que esses assessores me traiam. (B) desista da ação contra aquele salafrário.
(E) Os jogadores que foram convocados apresentaram-se on- (C) estejamos prontos em breve para o trabalho.
tem. (D) recuperássemos a vaga de motorista da firma.
(E) tentamos aquele emprego novamente.
14. (PUC-SP) “Pode-se dizer que a tarefa é puramente formal.”
No texto acima temos uma oração destacada que é ________e 17. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente as
um “se” que é . ________. lacunas do texto a seguir:
(A) substantiva objetiva direta, partícula apassivadora “Todas as amigas estavam _______________ ansiosas
(B) substantiva predicativa, índice de indeterminação do sujeito _______________ ler os jornais, pois foram informadas de que as
(C) relativa, pronome reflexivo críticas foram ______________ indulgentes ______________ ra-
(D) substantiva subjetiva, partícula apassivadora paz, o qual, embora tivesse mais aptidão _______________ ciên-
(E) adverbial consecutiva, índice de indeterminação do sujeito cias exatas, demonstrava uma certa propensão _______________
arte.”
15. (UEMG) “De repente chegou o dia dos meus setenta anos. (A) meio - para - bastante - para com o - para - para a
Fiquei entre surpresa e divertida, setenta, eu? Mas tudo parece (B) muito - em - bastante - com o - nas - em
ter sido ontem! No século em que a maioria quer ter vinte anos (C) bastante - por - meias - ao - a - à
(trinta a gente ainda aguenta), eu estava fazendo setenta. Pior: du- (D) meias - para - muito - pelo - em - por
vidando disso, pois ainda escutava em mim as risadas da menina (E) bem - por - meio - para o - pelas – na
que queria correr nas lajes do pátio quando chovia, que pescava
lambaris com o pai no laguinho, que chorava em filme do Gordo e 18. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo
Magro, quando a mãe a levava à matinê. (Eu chorava alto com pena com a gramática:
dos dois, a mãe ficava furiosa.) I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores.
A menina que levava castigo na escola porque ria fora de hora, II - Muito obrigadas! – disseram as moças.
porque se distraía olhando o céu e nuvens pela janela em lugar de III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada.
prestar atenção, porque devagarinho empurrava o estojo de lápis IV - A pobre senhora ficou meio confusa.
até a beira da mesa, e deixava cair com estrondo sabendo que os V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
meninos, mais que as meninas, se botariam de quatro catando lá-
pis, canetas, borracha – as tediosas regras de ordem e quietude se- (A) em I e II
riam rompidas mais uma vez. (B) apenas em IV
Fazendo a toda hora perguntas loucas, ela aborrecia os profes- (C) apenas em III
sores e divertia a turma: apenas porque não queria ser diferente, (D) em II, III e IV
queria ser amada, queria ser natural, não queria que soubessem (E) apenas em II
que ela, doze anos, além de histórias em quadrinhos e novelinhas
açucaradas, lia teatro grego – sem entender – e achava emocionan- 19. (CESCEM–SP) Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores.
te. Hoje, só ___ ervas daninhas.
(E até do futuro namorado, aos quinze anos, esconderia isso.) (A) fazem, havia, existe
O meu aniversário: primeiro pensei numa grande celebração, (B) fazem, havia, existe
eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos. (C) fazem, haviam, existem
Mas pensei, setenta vale a pena! Afinal já é bastante tempo! Logo (D) faz, havia, existem
me dei conta de que hoje setenta é quase banal, muita gente com (E) faz, havia, existe
oitenta ainda está ativo e presente.
Decidi apenas reunir filhos e amigos mais chegados (tarefa difí- 20. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à concor-
cil, escolher), e deixar aquela festona para outra década.” dância verbal, de acordo com a norma culta:
LUFT, 2014, p.104-105 (A) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
(B) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
Leia atentamente a oração destacada no período a seguir: (C) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
“(...) pois ainda escutava em mim as risadas da menina que (D) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
queria correr nas lajes do pátio (...)” (E) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.
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LÍNGUA PORTUGUESA
21. (FUVEST – 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio 26. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH) Assinale a alternativa
em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma em que todas as palavras estão adequadamente grafadas.
culta é: (A) Silhueta, entretenimento, autoestima.
(A) O governador insistia em afirmar que o assunto principal (B) Rítimo, silueta, cérebro, entretenimento.
seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam (C) Altoestima, entreterimento, memorização, silhueta.
líderes pefelistas. (D) Célebro, ansiedade, auto-estima, ritmo.
(B) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do (E) Memorização, anciedade, cérebro, ritmo.
qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros pa-
íses passou despercebida. 27. (ALTERNATIVE CONCURSOS/2016 – CÂMARA DE BANDEI-
(C) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a RANTES-SC) Algumas palavras são usadas no nosso cotidiano de
dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação forma incorreta, ou seja, estão em desacordo com a norma culta
social. padrão. Todas as alternativas abaixo apresentam palavras escritas
(D) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um erroneamente, exceto em:
morador não muito consciente com a limpeza da cidade. (A) Na bandeija estavam as xícaras antigas da vovó.
(E) O roteiro do filme oferece uma versão de como consegui- (B) É um privilégio estar aqui hoje.
mos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra, (C) Fiz a sombrancelha no salão novo da cidade.
a aventura à repetição. (D) A criança estava com desinteria.
(E) O bebedoro da escola estava estragado.
22. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamente
as lacunas correspondentes. 28. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo
A arma ___ se feriu desapareceu. com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a
Estas são as pessoas ___ lhe falei. alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de
Aqui está a foto ___ me referi. classificação.
Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava. “____________ o céu é azul?”
Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos. “Meus pais chegaram atrasados, ____________ pegaram trân-
sito pelo caminho.”
(A) que, de que, à que, cujo, que. “Gostaria muito de saber o ____________ de você ter faltado
(B) com que, que, a que, cujo qual, onde. ao nosso encontro.”
(C) com que, das quais, a que, de cujo, onde. “A Alemanha é considerada uma das grandes potências mun-
(D) com a qual, de que, que, do qual, onde. diais. ____________?”
(E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja. (A) Porque – porquê – por que – Por quê
(B) Porque – porquê – por que – Por quê
23. (FESP) Observe a regência verbal e assinale a opção falsa: (C) Por que – porque – porquê – Por quê
(A) Avisaram-no que chegaríamos logo. (D) Porquê – porque – por quê – Por que
(B) Informei-lhe a nota obtida. (E) Por que – porque – por quê – Porquê
(C) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos
sinais de trânsito. 29. (CEITEC – 2012) Os vocábulos Emergir e Imergir são parô-
(D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo. nimos: empregar um pelo outro acarreta grave confusão no que
(E) Muita gordura não implica saúde. se quer expressar. Nas alternativas abaixo, só uma apresenta uma
frase em que se respeita o devido sentido dos vocábulos, selecio-
24. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devem nando convenientemente o parônimo adequado à frase elaborada.
ser seguidos pela mesma preposição: Assinale-a.
(A) ávido / bom / inconsequente (A) A descoberta do plano de conquista era eminente.
(B) indigno / odioso / perito (B) O infrator foi preso em flagrante.
(C) leal / limpo / oneroso (C) O candidato recebeu despensa das duas últimas provas.
(D) orgulhoso / rico / sedento (D) O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura.
(E) oposto / pálido / sábio (E) Os culpados espiam suas culpas na prisão.
25. (TRE-MG) Observe a regência dos verbos das frases reescri- 30. (FMU) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão
tas nos itens a seguir: grafadas corretamente.
I - Chamaremos os inimigos de hipócritas. Chamaremos aos ini- (A) paralisar, pesquisar, ironizar, deslizar
migos de hipócritas; (B) alteza, empreza, francesa, miudeza
II - Informei-lhe o meu desprezo por tudo. Informei-lhe do meu (C) cuscus, chimpazé, encharcar, encher
desprezo por tudo; (D) incenso, abcesso, obsessão, luxação
III - O funcionário esqueceu o importante acontecimento. O (E) chineza, marquês, garrucha, meretriz
funcionário esqueceu-se do importante acontecimento.
32
LÍNGUA PORTUGUESA
31. (VUNESP/2017 – TJ-SP) Assinale a alternativa em que todas 36. (IFAL - 2011)
as palavras estão corretamente grafadas, considerando-se as regras
de acentuação da língua padrão. Parágrafo do Editorial “Nossas crianças, hoje”.
(A) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D. Firmi-
na, que aceitou o matrimônio de sua filha. “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão impor-
(B) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la tante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos sentimos
apesar de sua beleza ter ido embora depois da doença. na pele e na alma a dor dos mais altos índices de sofrimento da
(C) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não con- infância mais pobre. Nosso Estado e nossa região padece de índices
seguia se recompôr e viver tranquilo. vergonhosos no tocante à mortalidade infantil, à educação básica e
(D) Com o triúnfo do bem sobre o mal, Fadinha se recuperou, tantos outros indicadores terríveis.”
Remígio resolveu pedí-la em casamento.
(E) Fadinha não tinha mágoa por não ser mais tão bela; agora, (Gazeta de Alagoas, seção Opinião, 12.10.2010)
interessava-lhe viver no paraíso com Remígio.
O primeiro período desse parágrafo está corretamente pontu-
32. (PUC-RJ) Aponte a opção em que as duas palavras são acen- ado na alternativa:
tuadas devido à mesma regra: (A) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
(A) saí – dói importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
(B) relógio – própria sentimos na pele e na alma a dor dos mais altos índices de so-
(C) só – sóis frimento da infância mais pobre.”
(D) dá – custará (B) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
(E) até – pé importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos
sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
33. (UEPG ADAPTADA) Sobre a acentuação gráfica das palavras sofrimento da infância mais pobre.”
agradável, automóvel e possível, assinale o que for correto. (C) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
(A) Em razão de a letra L no final das palavras transferir a toni- importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
cidade para a última sílaba, é necessário que se marque grafi- sentimos na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
camente a sílaba tônica das paroxítonas terminadas em L, se sofrimento da infância mais pobre.”
isso não fosse feito, poderiam ser lidas como palavras oxítonas. (D) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
(B) São acentuadas porque são proparoxítonas terminadas em importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos
L. sentimos, na pele e na alma a dor dos mais altos índices de
(C) São acentuadas porque são oxítonas terminadas em L. sofrimento, da infância mais pobre.”
(D) São acentuadas porque terminam em ditongo fonético – (E) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
eu. importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos,
(E) São acentuadas porque são paroxítonas terminadas em L. sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
sofrimento da infância mais pobre.”
34. (IFAL – 2016 ADAPTADA) Quanto à acentuação das palavras,
assinale a afirmação verdadeira. 37. (F.E. BAURU) Assinale a alternativa em que há erro de pon-
(A) A palavra “tendem” deveria ser acentuada graficamente, tuação:
como “também” e “porém”. (A) Era do conhecimento de todos a hora da prova, mas, alguns
(B) As palavras “saíra”, “destruída” e “aí” acentuam-se pela se atrasaram.
mesma razão. (B) A hora da prova era do conhecimento de todos; alguns se
(C) O nome “Luiz” deveria ser acentuado graficamente, pela atrasaram, porém.
mesma razão que a palavra “país”. (C) Todos conhecem a hora da prova; não se atrasem, pois.
(D) Os vocábulos “é”, “já” e “só” recebem acento por constituí- (D) Todos conhecem a hora da prova, portanto não se atrasem.
rem monossílabos tônicos fechados. (E) N.D.A
(E) Acentuam-se “simpática”, “centímetros”, “simbólica” por-
que todas as paroxítonas são acentuadas. 38. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa correta quanto à
pontuação.
35. (MACKENZIE) Indique a alternativa em que nenhuma pala- (A) Colaboradores da Universidade Federal do Paraná afirma-
vra é acentuada graficamente: ram: “Os cristais de urato podem provocar graves danos nas
(A) lapis, canoa, abacaxi, jovens articulações.”.
(B) ruim, sozinho, aquele, traiu (B) A prescrição de remédios e a adesão, ao tratamento, por
(C) saudade, onix, grau, orquídea parte dos pacientes são baixas.
(D) voo, legua, assim, tênis (C) É uma inflamação, que desencadeia a crise de gota; diag-
(E) flores, açucar, album, virus nosticada a partir do reconhecimento de intensa dor, no local.
(D) A ausência de dor não pode ser motivo para a interrupção
do tratamento conforme o editorial diz: – (é preciso que o do-
ente confie em seu médico).
(E) A qualidade de vida, do paciente, diminui pois a dor no local
da inflamação é bastante intensa!
33
LÍNGUA PORTUGUESA
39. (ENEM – 2018)
Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No texto, o sentido
não é alterado em caso de substituição dos travessões por
(A) aspas, para colocar em destaque a informação seguinte
(B) vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi Akkerman.
(C) reticências, para deixar subetendida a formação do especialista.
(D) dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida anteriormente.
(E) ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais para o desenvolvimento temático.
Sobre fonética e fonologia e conceitos relacionados a essas áreas, considere as seguintes afirmações, segundo Bechara:
I. A fonologia estuda o número de oposições utilizadas e suas relações mútuas, enquanto a fonética experimental determina a nature-
za física e fisiológica das distinções observadas.
II. Fonema é uma realidade acústica, opositiva, que nosso ouvido registra; já letra, também chamada de grafema, é o sinal empregado
para representar na escrita o sistema sonoro de uma língua.
III. Denominam-se fonema os sons elementares e produtores da significação de cada um dos vocábulos produzidos pelos falantes da
língua portuguesa.
34
LÍNGUA PORTUGUESA
41. (CEPERJ) Na palavra “fazer”, notam-se 5 fonemas. O mesmo 46. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto:
número de fonemas ocorre na palavra da seguinte alternativa:
a) tatuar Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?
b) quando Uma organização não governamental holandesa está propondo
c) doutor um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias
d) ainda sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o
e) além grau de felicidade dos usuários longe da rede social.
O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi-
42. (OSEC) Em que conjunto de signos só há consoantes sono- cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que
ras? o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par-
(A) rosa, deve, navegador; ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar
(B) barcos, grande, colado; um contador na rede social.
(C) luta, após, triste; Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade
(D) ringue, tão, pinga; dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.
(E) que, ser, tão. Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam
em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
43. (UFRGS – 2010) No terceiro e no quarto parágrafos do tex- a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
to, o autor faz referência a uma oposição entre dois níveis de análi- ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
se de uma língua: o fonético e o gramatical.
Verifique a que nível se referem as características do português (http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)
falado em Portugal a seguir descritas, identificando-as com o núme-
ro 1 (fonético) ou com o número 2 (gramatical). Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
( ) Construções com infinitivo, como estou a fazer, em lugar de rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
formas com gerúndio, como estou fazendo. pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
( ) Emprego frequente da vogal tônica com timbre aberto em usuários longe da rede social.”
palavras como académico e antónimo, A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
( ) Uso frequente de consoante com som de k final da sílaba, (A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
como em contacto e facto. preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
( ) Certos empregos do pretérito imperfeito para designar fu- ticamente.
turo do pretérito, como em Eu gostava de ir até lá por Eu gostaria (B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
de ir até lá. possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
raria o sentido do texto.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de (C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de
cima para baixo, é: informação conhecida, e da especificação, no segundo, com
(A) 2 – 1 – 1 – 2. informação nova.
(B) 2 – 1 – 2 – 1. (D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso,
(C) 1 – 2 – 1 – 2. e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
(D) 1 – 1 – 2 – 2. (E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
(E) 1 – 2 – 2 – 1. qual são introduzidas de forma mais generalizada
44. (FUVEST-SP) Foram formadas pelo mesmo processo as se- 47. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspon-
guintes palavras: dem a um adjetivo, exceto em:
(A) vendavais, naufrágios, polêmicas (A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.
(B) descompõem, desempregados, desejava (B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
(C) estendendo, escritório, espírito (C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
(D) quietação, sabonete, nadador (D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga
(E) religião, irmão, solidão sem fim.
(E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
45. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma das palavras
não é formada por prefixação: 48. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas
(A) readquirir, predestinado, propor só depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são,
(B) irregular, amoral, demover respectivamente:
(C) remeter, conter, antegozar (A) adjetivo, adjetivo
(D) irrestrito, antípoda, prever (B) advérbio, advérbio
(E) dever, deter, antever (C) advérbio, adjetivo
(D) numeral, adjetivo
(E) numeral, advérbio
35
LÍNGUA PORTUGUESA
49. (ITA-SP)
28 C
Beber é mal, mas é muito bom.
29 B
(FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, 5 ago. 2001, p. 28.) 30 A
A palavra “mal”, no caso específico da frase de Millôr, é: 31 E
(A) adjetivo 32 B
(B) substantivo
33 E
(C) pronome
(D) advérbio 34 B
(E) preposição 35 B
50. (PUC-SP) “É uma espécie... nova... completamente nova! 36 E
(Mas já) tem nome... Batizei-(a) logo... Vou-(lhe) mostrar...”. Sob o 37 A
ponto de vista morfológico, as palavras destacadas correspondem
pela ordem, a: 38 A
(A) conjunção, preposição, artigo, pronome 39 B
(B) advérbio, advérbio, pronome, pronome
40 A
(C) conjunção, interjeição, artigo, advérbio
(D) advérbio, advérbio, substantivo, pronome 41 D
(E) conjunção, advérbio, pronome, pronome 42 D
43 B
GABARITO
44 D
45 E
1 C
46 D
2 B
47 B
3 D
48 B
4 C
49 B
5 C
50 E
6 A
7 D
8 C
ANOTAÇÕES
9 B
______________________________________________________
10 E
11 C ______________________________________________________
12 B ______________________________________________________
13 E
______________________________________________________
14 B
______________________________________________________
15 A
16 C ______________________________________________________
17 A ______________________________________________________
18 C
______________________________________________________
19 D
20 C ______________________________________________________
21 E ______________________________________________________
22 C
______________________________________________________
23 A
______________________________________________________
24 D
25 E ______________________________________________________
26 A ______________________________________________________
27 B
______________________________________________________
36
RACIOCÍNIO LÓGICO
RACIOCÍNIO VERBAL
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma vaga.
Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do conhecimento
por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirmações,
selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as informações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é verdadeira ou falsa sem mais informações)
ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos atri-
buir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.
37
RACIOCÍNIO LÓGICO
• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições sim-
ples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.
Negação ~ Não p
Conjunção ^ peq
Disjunção Inclusiva v p ou q
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q
Condicional → Se p então q
Bicondicional ↔ p se e somente se q
38
RACIOCÍNIO LÓGICO
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões
Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)
A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:
R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F
Resposta: Certo
39
RACIOCÍNIO LÓGICO
Conectivos (conectores lógicos)
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:
Negação ~ Não p
Conjunção ^ peq
Disjunção Inclusiva v p ou q
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q
Condicional → Se p então q
Bicondicional ↔ p se e somente se q
Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
40
RACIOCÍNIO LÓGICO
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q
Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.
Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”
Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.
Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.
• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...
• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.
Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado
41
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Resposta: Certo.
Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.
Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.
Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:
Resposta: B.
42
RACIOCÍNIO LÓGICO
Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.
ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO transforma: CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO
CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.
ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumentos
lógicos, tiverem valores verdadeiros.
43
RACIOCÍNIO LÓGICO
Conectivo “ou” (v) Conectivo “Se e somente se” (↔)
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada
Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa). bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é
condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição
necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somen-
te se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela
verdade:
Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das
proposições é verdadeira, podendo ser ambas. Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as pro-
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das posições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.
proposições poderá ser verdadeira
ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a
Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusi- tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qual-
vo”(considera apenas um dos casos) quer questão referente ao assunto.
44
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução: Exemplo:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi-
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa-
da pelo símbolo (→).
Resposta: B
Observe:
CONTRADIÇÕES - Toda proposição implica uma Tautologia:
São proposições compostas formadas por duas ou mais propo-
sições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua
tabela-verdade:
Exemplo:
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo-
sição ~P ∧ P é:
(A) uma tautologia.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
(C) uma contradição.
(D) uma contingência.
(E) uma disjunção.
Propriedades
Resolução: • Reflexiva:
Montando a tabela teremos que: – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
– Uma proposição complexa implica ela mesma.
P ~p ~p ^p
• Transitiva:
V F F – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
V F F Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
F V F
– Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
F V F
Regras de Inferência
Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante • Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de uma CONTRADIÇÃO. de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
Resposta: C sições verdadeiras já existentes.
A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,- Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos:
P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).
45
RACIOCÍNIO LÓGICO
• Modus Ponens A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a
condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.
Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.
Inferências
• Regra do Silogismo Hipotético Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no
conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.
Princípio da inconsistência
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica
p ^ ~p ⇒ q
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo-
sição q.
46
RACIOCÍNIO LÓGICO
• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B” • Negação das Proposições Categóricas
Tais proposições afirmam que não há elementos em comum Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as
entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes- seguintes convenções de equivalência:
mo que dizer “nenhum B é A”. – Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia- uma proposição categórica particular.
grama (A ∩ B = ø): – Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição
categórica particular geramos uma proposição categórica universal.
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos,
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca,
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre,
uma proposição de natureza afirmativa.
Em síntese:
Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não são
pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
(A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
dos.
(B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” (C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- não miam alto.
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo (D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. (E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B”
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três Resolução:
representações possíveis: Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
que Algum B não é A. vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
(A) Todos os não psicólogos são professores.
(B) Nenhum professor é psicólogo.
(C) Nenhum psicólogo é professor.
(D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
47
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução: Diagramas lógicos
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega- Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra- mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
menos um professor não é psicólogo. dem ser formadas por proposições categóricas.
TODO
A
AéB
Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual NENHUM
a cinco”? E
AéB
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco. Existe pelo menos um elemento que
(C) Todo número natural é diferente de cinco. pertence a A, então não pertence a B, e
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco. vice-versa.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco.
Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
dos e Nenhum, que também são universais. Existe pelo menos um elemento co-
mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
tes formas:
ALGUM
I
AéB
Resposta: D
48
RACIOCÍNIO LÓGICO
- Existem teatros que não são cinemas
ALGUM
O - Algum teatro é casa de cultura
A NÃO é B
Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
49
RACIOCÍNIO LÓGICO
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor- ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CONTE-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo ÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!
não é cinema.
• Como saber se um determinado argumento é mesmo válido?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar
essa frase da seguinte maneira:
Resposta: E
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.
Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista.
Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.
50
RACIOCÍNIO LÓGICO
Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência necessá-
ria das premissas? Claro que sim! Observemos que o conjunto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do conjunto dos
animais. Resultado: este é um argumento válido!
Argumentos Inválidos
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade das
premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão.
Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
P2: Patrícia não é criança.
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.
Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão.
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam de
chocolate.
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo artifício,
que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela primeira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”.
Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Patrícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:
Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este argumen-
to é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não! Pode
ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círculo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)! Enfim, o
argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a veracidade da conclusão!
51
RACIOCÍNIO LÓGICO
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocorre quan-
do nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se na construção
da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a desvantagem de ser mais
trabalhoso, principalmente quando envolve várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e considerando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a validade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibilidade
do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades. Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobriremos o
valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em verdade, para que o argumento seja considerado válido.
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, considerando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da con-
clusão de maneira direta, mas somente por meio de análises mais complicadas.
Em síntese:
Exemplo:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:
(p ∧ q) → r
_____~r_______
~p ∨ ~q
52
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução: Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum item subsecutivo.
ou nenhum? Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos ( ) Certo
à pergunta seguinte. ( ) Errado
53
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão o
valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F) → V
Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)
Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B
01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.
Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.
54
RACIOCÍNIO LÓGICO
3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.
ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento de
Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo coloca-
mos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.
Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.
4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.
55
RACIOCÍNIO LÓGICO
Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.
Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:
Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.
Resolução:
Vamos preencher a tabela:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
56
RACIOCÍNIO LÓGICO
− Paulo não viajou para Goiânia; ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
mem.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Luiz N N 2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Arnaldo N N
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
Mariana N N S N
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
Paulo N N (x) (A (x) → B).
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
− Luiz não viajou para Fortaleza. de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.
Quantificador
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
proposição aberta em uma proposição lógica.
57
RACIOCÍNIO LÓGICO
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B). Exemplos:
(BNB) Apesar de todos os caminhos levarem a Roma, eles pas-
Exemplos: sam por diversos lugares antes. Considerando-se que existem três
Todo cavalo é um animal. Logo, caminhos a seguir quando se deseja ir da cidade A para a cidade
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. B, e que existem mais cinco opções da cidade B para Roma, qual a
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. quantidade de caminhos que se pode tomar para ir de A até Roma,
(C) Todo animal é cavalo. passando necessariamente por B?
(D) Nenhum animal é cavalo. (A) Oito.
(B) Dez.
Resolução: (C) Quinze.
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu- (D) Dezesseis.
sões: (E) Vinte.
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
– Se é cavalo, então é um animal. Resolução:
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça Observe que temos uma sucessão de escolhas:
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma Primeiro, de A para B e depois de B para Roma.
de conclusão). 1ª possibilidade: 3 (A para B).
Obs.: o número 3 representa a quantidade de escolhas para a
Resposta: B primeira opção.
(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi- 2ª possibilidade: 5 (B para Roma).
ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V. Temos duas possibilidades: A para B depois B para Roma, logo,
uma sucessão de escolhas.
Resolução: Resultado: 3 . 5 = 15 possibilidades.
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R) Resposta: C.
tal que x + y = x.
– 1º passo: observar os quantificadores. (PREF. CHAPECÓ/SC – ENGENHEIRO DE TRÂNSITO – IOBV) Em
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos um restaurante os clientes têm a sua disposição, 6 tipos de carnes,
os valores de x devem satisfazer a propriedade. 4 tipos de cereais, 4 tipos de sobremesas e 5 tipos de sucos. Se o
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne- cliente quiser pedir 1 tipo carne, 1 tipo de cereal, 1 tipo de sobre-
cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade. mesa e 1 tipo de suco, então o número de opções diferentes com
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos que ele poderia fazer o seu pedido, é:
x e y. (A) 19
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais. (B) 480
O elemento y pertence ao conjunto os números reais. (C) 420
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x). (D) 90
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0. Resolução:
X + 0 = X. A questão trata-se de princípio fundamental da contagem, logo
Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de vamos enumerar todas as possibilidades de fazermos o pedido:
x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor- 6 x 4 x 4 x 5 = 480 maneiras.
reto.
Resposta: B.
Resposta: CERTO
Fatorial
Sendo n um número natural, chama-se de n! (lê-se: n fatorial)
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E PROBABILIDADE a expressão:
n! = n (n - 1) (n - 2) (n - 3). ... .2 . 1, como n ≥ 2.
A Análise Combinatória é a parte da Matemática que desenvol-
ve meios para trabalharmos com problemas de contagem. Vejamos Exemplos:
eles: 5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120.
7! = 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 5.040.
Princípio fundamental de contagem (PFC)
É o total de possibilidades de o evento ocorrer. ATENÇÃO
• Princípio multiplicativo: P1. P2. P3. ... .Pn.(regra do “e”). É um 0! = 1
princípio utilizado em sucessão de escolha, como ordem. 1! = 1
• Princípio aditivo: P1 + P2 + P3 + ... + Pn. (regra do “ou”). É o
Tenha cuidado 2! = 2, pois 2 . 1 = 2. E 3!
princípio utilizado quando podemos escolher uma coisa ou outra.
Não é igual a 3, pois 3 . 2 . 1 = 6.
58
RACIOCÍNIO LÓGICO
Arranjo simples Atenção: Todas as questões de permutação simples podem ser
Arranjo simples de n elementos tomados p a p, onde n>=1 e p resolvidas pelo princípio fundamental de contagem (PFC).
é um número natural, é qualquer ordenação de p elementos dentre
os n elementos, em que cada maneira de tomar os elementos se Exemplo:
diferenciam pela ordem e natureza dos elementos. (PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTADOR SOCIAL – IDE-
CAN) Renato é mais velho que Jorge de forma que a razão entre o
Atenção: Observe que no grupo dos elementos: {1,2,3} um dos número de anagramas de seus nomes representa a diferença entre
arranjos formados, com três elementos, 123 é DIFERENTE de 321, e suas idades. Se Jorge tem 20 anos, a idade de Renato é
assim sucessivamente. (A) 24.
(B) 25.
• Sem repetição (C) 26.
A fórmula para cálculo de arranjo simples é dada por: (D) 27.
(E) 28.
Resolução:
Anagramas de RENATO
______
6.5.4.3.2.1=720
Onde:
n = Quantidade total de elementos no conjunto. Anagramas de JORGE
P =Quantidade de elementos por arranjo _____
Exemplo: Uma escola possui 18 professores. Entre eles, serão 5.4.3.2.1=120
escolhidos: um diretor, um vice-diretor e um coordenador pedagó-
gico. Quantas as possibilidades de escolha? Razão dos anagramas: 720/120=6
n = 18 (professores) Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos.
p = 3 (cargos de diretor, vice-diretor e coordenador pedagógi-
co) Resposta: C.
• Com repetição
Na permutação com elementos repetidos ocorrem permuta-
ções que não mudam o elemento, pois existe troca de elementos
iguais. Por isso, o uso da fórmula é fundamental.
• Com repetição
Os elementos que compõem o conjunto podem aparecer re-
petidos em um agrupamento, ou seja, ocorre a repetição de um
mesmo elemento em um agrupamento.
A fórmula geral para o arranjo com repetição é representada
por:
Exemplo:
(CESPE) Considere que um decorador deva usar 7 faixas colo-
ridas de dimensões iguais, pendurando-as verticalmente na vitri-
ne de uma loja para produzir diversas formas. Nessa situação, se 3
faixas são verdes e indistinguíveis, 3 faixas são amarelas e indistin-
Exemplo: Seja P um conjunto com elementos: P = {A,B,C,D}, to- guíveis e 1 faixa é branca, esse decorador conseguirá produzir, no
mando os agrupamentos de dois em dois, considerando o arranjo máximo, 140 formas diferentes com essas faixas.
com repetição quantos agrupamentos podemos obter em relação ( ) Certo
ao conjunto P. ( ) Errado
Resolução: Resolução:
P = {A, B, C, D} Total: 7 faixas, sendo 3 verdes e 3 amarelas.
n=4
p=2
A(n,p)=np
A(4,2)=42=16
• Sem repetição
59
RACIOCÍNIO LÓGICO
• Circular
A permutação circular é formada por pessoas em um formato circular. A fórmula é necessária, pois existem algumas permutações
realizadas que são iguais. Usamos sempre quando:
a) Pessoas estão em um formato circular.
b) Pessoas estão sentadas em uma mesa quadrada (retangular) de 4 lugares.
Exemplo:
(CESPE) Uma mesa circular tem seus 6 lugares, que serão ocupados pelos 6 participantes de uma reunião. Nessa situação, o número
de formas diferentes para se ocupar esses lugares com os participantes da reunião é superior a 102.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
É um caso clássico de permutação circular.
Pc = (6 - 1) ! = 5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120 possibilidades.
Resposta: CERTO.
Combinação
Combinação é uma escolha de um grupo, SEM LEVAR EM CONSIDERAÇÃO a ordem dos elementos envolvidos.
• Sem repetição
Dados n elementos distintos, chama-se de combinação simples desses n elementos, tomados p a p, a qualquer agrupamento de p
elementos distintos, escolhidos entre os n elementos dados e que diferem entre si pela natureza de seus elementos.
Fórmula:
Exemplo:
(CRQ 2ª REGIÃO/MG – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FUNDEP) Com 12 fiscais, deve-se fazer um grupo de trabalho com 3 deles. Como
esse grupo deverá ter um coordenador, que pode ser qualquer um deles, o número de maneiras distintas possíveis de se fazer esse grupo
é:
(A) 4
(B) 660
(C) 1 320
(D) 3 960
Resolução:
Como trata-se de Combinação, usamos a fórmula:
Onde n = 12 e p = 3
Como cada um deles pode ser o coordenado, e no grupo tem 3 pessoas, logo temos 220 x 3 = 660.
Resposta: B.
60
RACIOCÍNIO LÓGICO
• Com repetição
É uma escolha de grupos, sem ordem, porém, podemos repetir elementos na hora de escolher.
Exemplo:
Em uma combinação com repetição classe 2 do conjunto {a, b, c}, quantas combinações obtemos?
Utilizando a fórmula da combinação com repetição, verificamos o mesmo resultado sem necessidade de enumerar todas as possibi-
lidades:
n=3ep=2
PROBABILIDADES
A teoria da probabilidade permite que se calcule a chance de ocorrência de um número em um experimento aleatório.
Experimento composto
Quando temos dois ou mais experimentos realizados simultaneamente, dizemos que o experimento é composto. Nesse caso, o nú-
mero de elementos do espaço amostral é dado pelo produto dos números de elementos dos espaços amostrais de cada experimento.
n(U) = n(U1).n(U2)
Probabilidade de um evento
Em um espaço amostral U, equiprobabilístico (com elementos que têm chances iguais de ocorrer), com n(U) elementos, o evento E,
com n(E) elementos, onde E Ì U, a probabilidade de ocorrer o evento E, denotado por p(E), é o número real, tal que:
Onde,
n(E) = número de elementos do evento E.
n(S) = número de elementos do espaço amostral S.
Sendo 0 ≤ P(E) ≤ 1 e S um conjunto equiprovável, ou seja, todos os elementos têm a mesma “chance de acontecer.
ATENÇÃO:
As probabilidades podem ser escritas na forma decimal ou representadas em porcentagem.
Assim: 0 ≤ p(E) ≤ 1, onde:
p(∅) = 0 ou p(∅) = 0%
61
RACIOCÍNIO LÓGICO
p(U) = 1 ou p(U) = 100%
Exemplo:
(PREF. NITERÓI – AGENTE FAZENDÁRIO – FGV) O quadro a seguir mostra a distribuição das idades dos funcionários de certa repartição
pública:
Escolhendo ao acaso um desses funcionários, a probabilidade de que ele tenha mais de 40 anos é:
(A) 30%;
(B) 35%;
(C) 40%;
(D) 45%;
(E) 55%.
Resolução:
O espaço amostral é a soma de todos os funcionário:
2 + 8 + 12 + 14 + 4 = 40
O número de funcionário que tem mais de 40 anos é: 14 + 4 = 18
Logo a probabilidade é:
Resposta: D
62
RACIOCÍNIO LÓGICO
Probabilidade de um evento complementar Exemplo:
É quando a soma das probabilidades de ocorrer o evento E, e Lançando-se um dado 5 vezes, qual a probabilidade de ocorre-
de não ocorrer o evento E (seu complementar, Ē) é 1. rem três faces 6?
Resolução:
n: número de tentativas ⇒ n = 5
k: número de sucessos ⇒ k = 3
p: probabilidade de ocorrer face 6 ⇒ p = 1/6
Probabilidade condicional q: probabilidade de não ocorrer face 6 ⇒ q = 1- p ⇒ q = 5/6
Quando se impõe uma condição que reduz o espaço amostral,
dizemos que se trata de uma probabilidade condicional.
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral U, com p(B) ≠ PROBLEMAS ARITMÉTICOS, GEOMÉTRICOS E
0. Chama-se probabilidade de A condicionada a B a probabilidade MATRICIAIS
de ocorrência do evento A, sabendo-se que já ocorreu ou que vai
ocorrer o evento B, ou seja: As sequências podem ser formadas por números, letras, pes-
soas, figuras, etc. Existem várias formas de se estabelecer uma se-
quência, o importante é que existem pelo menos três elementos
que caracterize a lógica de sua formação, entretanto algumas séries
necessitam de mais elementos para definir sua lógica1. Um bom co-
nhecimento em Progressões Algébricas (PA) e Geométricas (PG), fa-
zem com que deduzir as sequências se tornem simples e sem com-
Podemos também ler como: a probabilidade de A “dado que” plicações. E o mais importante é estar atento a vários detalhes que
ou “sabendo que” a probabilidade de B. elas possam oferecer. Exemplos:
– Caso forem dois eventos simultâneos (ou sucessivos): para Progressão Aritmética: Soma-se constantemente um mesmo
se avaliar a probabilidade de ocorrem dois eventos simultâneos (ou número.
sucessivos), que é P (A ∩ B), é preciso multiplicar a probabilidade
de ocorrer um deles P(B) pela probabilidade de ocorrer o outro,
sabendo que o primeiro já ocorreu P (A | B). Sendo:
P (A ∩ B) = P(A). P(B)
Exemplos:
Analise a sequência a seguir:
Sendo:
n: número de tentativas independentes;
p: probabilidade de ocorrer o evento em cada experimento (su-
cesso);
q: probabilidade de não ocorrer o evento (fracasso); q = 1 - p
k: número de sucessos.
ATENÇÃO:
A lei binomial deve ser aplicada nas seguintes condições:
– O experimento deve ser repetido nas mesmas condições as
n vezes.
– Em cada experimento devem ocorrer os eventos E e .
– A probabilidade do E deve ser constante em todas as n vezes.
– Cada experimento é independente dos demais.
1 https://centraldefavoritos.com.br/2017/07/21/sequencias-com-nu-
meros-com-figuras-de-palavras/
63
RACIOCÍNIO LÓGICO
Admitindo-se que a regra de formação das figuras seguintes permaneça a mesma, pode-se afirmar que a figura que ocuparia a 277ª
posição dessa sequência é:
Resolução:
A sequência das figuras completa-se na 5ª figura. Assim, continua-se a sequência de 5 em 5 elementos. A figura de número 277 ocu-
pa, então, a mesma posição das figuras que representam número 5n + 2, com n N. Ou seja, a 277ª figura corresponde à 2ª figura, que é
representada pela letra “B”.
Resposta: B
(CÂMARA DE ARACRUZ/ES - AGENTE ADMINISTRATIVO E LEGISLATIVO - IDECAN) A sequência formada pelas figuras representa as
posições, a cada 12 segundos, de uma das rodas de um carro que mantém velocidade constante. Analise-a.
Após 25 minutos e 48 segundos, tempo no qual o carro permanece nessa mesma condição, a posição da roda será:
Resolução:
A roda se mexe a cada 12 segundos. Percebe-se que ela volta ao seu estado inicial após 48 segundos.
O examinador quer saber, após 25 minutos e 48 segundos qual será a posição da roda. Vamos transformar tudo para segundos:
25 minutos = 1500 segundos (60x25)
1500 + 48 (25m e 48s) = 1548
Agora é só dividir por 48 segundos (que é o tempo que levou para roda voltar à posição inicial)
1548 / 48 = vai ter o resto “12”.
Portanto, após 25 minutos e 48 segundos, a roda vai estar na posição dos 12 segundos.
Resposta: B
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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
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Parágrafo Único - O disposto neste artigo não se aplica aos pro- Parágrafo Único - Se, decorridos dez dias da data fixada para
jetos de iniciativa exclusiva do Prefeito, que serão submetidos à de- a posse, o Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior,
liberação da Câmara. aceito pela Câmara, não tiver assumido o cargo, este será declarado
Art. 46 As leis complementares serão aprovadas por maioria vago.
absoluta. Art. 53 Substituirá o Prefeito, no caso de impedimento, e suce-
Art. 47 Nenhum projeto de lei que implique a criação ou o au- der-lhe-á, no caso de vaga, o Vice-Prefeito.
mento de despesa pública será sancionado sem que dele conste a § 1º O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem
indicação dos recursos disponíveis, próprios para atender aos novos conferidas por lei complementar, auxiliará o Prefeito, sempre que
encargos. por ele convocado para missões especiais.
Parágrafo Único - O disposto neste artigo não se aplica a crédi- § 2º A investidura do Vice-Prefeito em Secretaria Municipal não
tos extraordinários. impedirá as funções previstas no parágrafo anterior.
Art. 54 Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito,
SEÇÃO III ou vacância dos respectivos cargos, serão, sucessivamente chama-
DOS DECRETOS LEGISLATIVOS E DAS RESOLUÇÕES dos, ao exercício do cargo de Prefeito, o Presidente da Câmara e o
Secretário de Assuntos Jurídicos.
Art. 48 As proposições destinadas a regular matéria político-ad- Art. 55 Vagando os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, far-se-á
ministrativa de competência exclusiva da Câmara são: eleição, noventa dias depois de aberta a última vaga.
a) decreto legislativo, de efeitos externos; § 1º Ocorrendo a vacância, nos últimos dois anos de mandato,
b) resolução, de efeitos internos. a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois de aber-
Parágrafo Único - Os projetos de decreto legislativo e de reso- ta a última vaga, pela Câmara, na forma da lei.
lução, aprovados pelo Plenário em um só turno de votação, não de- § 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o
pendem de sanção do Prefeito, sendo promulgados pelo Presidente período dos antecessores.
da Câmara. Art. 56 O Prefeito e o Vice-Prefeito não poderão, sem licença da
Câmara, ausentar-se do Município, por período superior a quinze
CAPÍTULO IV dias, sob pena de perda do cargo.
DO EXAME PÚBLICO DAS CONTAS MUNICIPAIS § 1º O Prefeito poderá licenciar-se quando:
I - impossibilitado de exercer o cargo, por motivo de doença
Art. 49 As contas do Município ficarão à disposição de qualquer devidamente comprovada, ou gestação;
cidadão durante sessenta dias, a partir de sua apresentação, para II - em gozo de férias;
exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, III - a serviço ou em missão de representação do Município.
na forma da lei. § 2º O Prefeito, regularmente licenciado, receberá a remune-
Parágrafo Único - Vencido o prazo do parágrafo anterior, as con- ração integral.
tas e as questões levantadas serão enviadas ao Tribunal de Contas § 3º O Prefeito gozará férias anuais de trinta dias sem prejuí-
para emissão de parecer prévio. zo da remuneração, ficando a seu critério a época para usufruir do
descanso.
TÍTULO III Art. 56-A Quando o Prefeito se ausentar do Município por pra-
DO PODER EXECUTIVO zo inferior a quinze dias dará publicidade no Diário Oficial e comu-
nicará à Câmara, com antecedência de, no mínimo, vinte e quatro
Art. 50 O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito Municipal, horas, o período em que o Vice-Prefeito responderá pela Adminis-
auxiliado por Secretários Municipais. tração. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 45/2004)
Parágrafo Único - São asseguradas a participação popular nas Art. 57 O Prefeito e o Vice-Prefeito deverão apresentar, no ato
decisões do Poder Executivo e a realização, periodicamente, de au- de posse, de seis em seis meses e no término do mandato decla-
diências públicas com entidades da comunidade. rações públicas de bens, que serão publicadas na imprensa local e
ficarão arquivadas na Câmara, constando de ata o seu resumo.
CAPÍTULO ÚNICO Parágrafo Único - O Prefeito e o Vice-Prefeito deverão autorizar
DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO a liberação do sigilo bancário de suas contas correntes e investi-
mentos.(Artigo com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
Art. 51 A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito, para manda- 19, de 07 de fevereiro de 1994)
to de quatro anos, dá-se mediante pleito direto, realizado noventa
dias antes do término do mandato de seus antecessores, observa- SEÇÃO I
do, quanto ao mais, o disposto nos parágrafos 1º e 5º do artigo 77 DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO
da Constituição da República.
Art. 52 O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse em sessão Art. 58 Compete, privativamente, ao Prefeito:
da Câmara, no dia 1º de janeiro do ano subseqüente à eleição, às I - representar o Município nas suas relações jurídicas, políticas
dezessete horas, prestando compromisso de manter, defender e e administrativas;
cumprir a Lei Orgânica, observar as Constituições Federal e Esta- II - exercer, com auxílio dos Secretários Municipais, a direção
dual, promover o bem geral dos munícipes e exercer o cargo sob a superior da Administração Municipal;
inspiração da democracia, da legitimidade e da legalidade.(“Caput” III - nomear e exonerar os Secretários Municipais e o Procura-
com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 28, de 09 de ou- dor Geral do Município;
tubro de 1995)
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
IV - nomear e exonerar os dirigentes de autarquias e fundações; XXV - fazer publicar os atos oficiais;
V - fixar ou alterar os quadros, vencimentos e as vantagens do XXVI - aprovar projetos de edificações, planos de roteamento,
pessoal das fundações instituídas ou mantidas pelo Município, nos arruamento e zoneamento urbano;
termos da lei; XXVII - repassar para a Caixa de Pecúlios e Pensões dos Servi-
VI - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos dores Municipais de Santos as quantias, previstas na legislação, a
nesta Lei Orgânica; ela devidas, até o dia 10 do mês subseqüente ao do recolhimento
VII - indicar diretores de sociedades de economia mista, de em- e, após essa data, devidamente corrigidas pelo IGP-M/FGV - Índi-
presas públicas e fundações, escolhidos preferencialmente dentre ce Geral de Preços de Mercado;Inciso acrescentado pela Emenda
os funcionários de seus respectivos quadros; à Lei Orgânica nº 08, de 09 de novembro de 1992 renumerando-se
VIII - praticar os demais atos da administração, nos limites da o seguint
competência do Executivo; XXVIII - exercer outras atribuições previstas nesta Lei Orgânica.
IX - subscrever ou adquirir ações, realizar ou aumentar capital, Parágrafo Único - Os projetos a que se refere o inciso XXVI se-
desde que haja recursos hábeis, de sociedades de economia mista rão enviados à Câmara, para conhecimento, no prazo de dez dias,
ou empresas públicas, bem como dispor, a qualquer título, no todo contados da data de expedição do ato de aprovação.
ou em parte, de ações ou capital que tenha subscrito, adquirido, Art. 58-A O Prefeito, eleito ou reeleito, apresentará o Programa
realizado ou aumentado, mediante autorização da Câmara; de Metas de sua gestão, até 90 (noventa) dias após sua posse, que
X - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, na imprensa conterá as prioridades, as ações estratégicas, os indicadores e me-
oficial do Município e, na ausência desta, na imprensa local, bem tas quantitativas para cada uma das secretarias da Administração
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; Pública Municipal, observando, no mínimo, as diretrizes e os obje-
XI - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; tivos do Programa de Governo apresentado durante a campanha
XII - dispor, mediante decreto, sobre: eleitoral, alinhados com as normas do Plano Diretor e do Piano Plu-
a) organização e funcionamento da administração pública mu- rianual. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016)
nicipal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou § 1º O Programa de Metas será amplamente divulgado, por
extinção de órgãos públicos; meio eletrônico, pela mídia impressa, radiofónica e televisiva e pu-
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Re- blicado no Diário Oficial do Município no dia imediatamente seguin-
dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021) te ao término do prazo a que se refere o caput deste artigo. (Reda-
XIII - comparecer ou remeter mensagem e plano de governo à ção acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016)
Câmara, por ocasião da abertura de sessão legislativa, expondo a § 2º O Poder Executivo enviará ao Legislativo, no dia imediata-
situação do Município e solicitando as providências que julgar ne- mente seguinte ao termino do prazo a que se refere o caput deste
cessárias; artigo, o Programa de Metas. (Redação acrescida pela Emenda à Lei
XIV - enviar à Câmara projetos de lei relativos ao plano plu- Orgânica nº 75/2016)
rianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, dívida pública e § 3º O Poder Executivo comparecerá, dentro de 30 (trinta) dias,
operações de crédito; após o término do prazo previsto no caput deste artigo, em audiên-
XV - prestar anualmente à Câmara, dentro de sessenta dias cia pública na Câmara Municipal de Santos para debate sobre o Pro-
após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exer-
grama de Metas. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
cício anterior;
75/2016)
XVI - prover e extinguir os cargos públicos municipais, na forma
S 4º O Poder Executivo divulgará semestralmente os in
da lei, salvo os de competência da Câmara;
dicadores de desempenho relativos à execução dos diversos itens
XVII - decretar, nos termos da lei, a desapropriação por neces-
do Programa de Metas. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Or-
sidade, utilidade pública ou interesse social;
gânica nº 75/2016)
XVIII - prestar, à Câmara, obrigatoriamente, dentro de quinze
§ 5º O Poder Executivo poderá proceder a alterações pro
dias, informações sobre qualquer matéria solicitada, inclusive for-
necer certidões de inteiro teor de assunto de interesse do Muni- gramáticas no Programa de Metas sempre em conformidade com
cípio, salvo prorrogação, a seu pedido e por igual período, em face o Plano Diretor e do Plano Plurianual, justificando-as por escrito e
da complexidade do assunto ou da dificuldade da obtenção, nas divulgando-as amplamente pelos meios de comunicação previstos
respectivas fontes, dos dados pleiteados;Inciso com Redação dada neste artigo. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
pela Emenda à Lei Orgânica nº 24, de 13 de outubro de 1994) 75/2016)
XIX - prover os serviços e as obras da Administração Pública; § 6º Os indicadores de desempenho serão elaborados e fixados
XX - colocar à disposição da Câmara, dentro de dez dias de sua conforme os seguintes critérios: (Redação acrescida pela Emenda à
requisição, as quantias que devem ser despendidas de uma só vez, Lei Orgânica nº 75/2016)
e, até o dia vinte de cada mês, os recursos correspondentes às suas a) promoção do desenvolvimento ambientalmente, so
dotações orçamentárias, compreendendo os créditos suplementa- cialmente e economicamente sustentável; (Redação acrescida pela
res e especiais; Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016)
XXI - resolver sobre os requerimentos, as reclamações ou re- b) inclusão social, com redução das desigualdades regionais e
presentações que lhe forem dirigidos; sociais; (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016)
XXII - contrair empréstimo e realizar operações de crédito, me- c) atendimento das funções sociais da cidade com melhoria da
diante prévia autorização da Câmara; qualidade de vida urbana; (Redação acrescida pela Emenda à Lei
XXIII - desenvolver o sistema viário do Município; Orgânica nº 75/2016)
XXIV - conceder auxílios, prêmios e subvenções, nos limites das d) promoção do cumprimento da função social da propriedade;
respectivas dotações orçamentárias, mediante autorização da Câ- (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016)
mara;
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
e) promoção e defesa dos direitos fundamentais individuais e Art. 61. Lei Complementar disporá sobre a criação, atribuições
sociais de toda pessoa humana; (Redação acrescida pela Emenda à e extinção das Secretarias Municipais. (Redação dada pela Emenda
Lei Orgânica nº 75/2016) à Lei Orgânica nº 89/2021)
f) promoção de meio ambiente ecologicamente equilibrado e Art. 62 Os Secretários Municipais, auxiliares diretos e da con-
combate a poluição sob todas as suas formas; (Redação acrescida fiança do Prefeito, serão responsáveis pelos atos que praticarem ou
pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016) referendarem no exercício do cargo.
g) universalização do atendimento dos serviços públicos muni- Art. 63 Os Secretários Municipais e os ocupantes de cargos em
cipais com observância das condições de regularidade, continuida- Comissões não pertencentes ao quadro do funcionalismo farão de-
de, eficiência, rapidez e cortesia no atendimento ao cidadão, segu- clarações públicas de bens, no ato da posse, de seis em seis meses
rança, atualidade com as melhores técnicas, métodos, processos e e no término do exercício do cargo, e terão os mesmos impedimen-
equipamentos, e modicidade das tarifas e preços públicos que con- tos estabelecidos nesta Lei Orgânica para os Vereadores, enquanto
siderem diferentemente as condições econômicas da população. permanecerem em suas funções.(“Caput” com Redação dada pela
(Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016) Emenda à Lei Orgânica nº 19, de 07 de fevereiro de 1994)
§ 7º Ao final de cada ano, o Prefeito divulgara o relatório da Parágrafo Único - As declarações de bens mencionadas neste
execução do Programa de Metas, o qual será disponibilizado inte- artigo deverão ser publicadas na imprensa local.
gralmente petos meios de comunicação previstos neste artigo. (Re- Art. 63-A Os Secretários municipais comparecerão, anualmen-
dação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016) te, em audiência pública, perante as Comissões Permanentes da Câ-
§ 8º Na primeira quinzena de dezembro de cada ano, o Prefeito mara Municipal que tratam dos assuntos correspondentes as suas
comparecerá em audiência pública na Câmara Municipal, para pres- pastas, com a finalidade de prestar esclarecimentos acerca de sua
tar informações sobre a execução do Programa de Metas. (Redação gestão administrativa e demonstrar e avaliar o desenvolvimento
acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016) das ações, programas e metas pertinentes à Secretaria que repre-
sentam.
SEÇÃO II Parágrafo único. As audiências públicas serão realizadas na
DA RESPONSABILIDADE DO PREFEITO sede da Câmara Municipal, no último trimestre de cada ano. (Reda-
ção acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 76/2016)
Art. 59 A Câmara, tomando conhecimento de qualquer ato do
Prefeito que possa configurar infração penal comum ou crime de SEÇÃO IV
responsabilidade, nomeará Comissão Processante, para apurar os DA PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
fatos que, no prazo de trinta dias, deverão ser apreciados pelo Ple-
nário. Art. 64 A Procuradoria Geral do Município é instituição de na-
§ 1º Se o Plenário, por dois terços de seus membros, entender tureza permanente, essencial à Administração Pública Municipal,
procedentes as acusações, determinará o envio do apurado à Pro- vinculada diretamente ao Prefeito, responsável pela advocacia e
curadoria Geral da Justiça; se não, determinará o arquivamento. Em consultoria do Poder Executivo, sendo orientada pelos princípios da
qualquer dos casos, serão publicadas a decisão e suas razões. legalidade e da indisponibilidade do interesse público.
§ 2º Recebida a denúncia, o Prefeito ficará suspenso de suas § 1º A direção superior da Procuradoria Geral do Município
funções, e a Câmara decidirá sobre a designação de advogado para compete ao Procurador Geral do Município, nomeado pelo Prefei-
assistente de acusação. to, em comissão, entre os Procuradores Municipais que integram
§ 3º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento o quadro efetivo, em exercício no Poder Executivo Municipal, exi-
não estiver concluído, cessará o afastamento do Prefeito, sem pre- gindo-se, para seu provimento, cinco anos no cargo de Procurador.
juízo do regular prosseguimento do processo. § 2º O Procurador Geral do Município deverá apresentar de-
claração de bens no ato da posse e no ato de sua exoneração.Pará-
SEÇÃO III grafo com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n 18, de 18 de
DOS AUXILIARES DIRETOS DO PREFEITO outubro de 193)
§ 3º Todos os cargos de direção, chefia ou assessoramento que
Art. 60 Os Secretários Municipais, como agentes públicos, se- integram a Procuradoria deverão ser preenchidos por Procuradores
rão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no do quadro efetivo, em exercício no Poder Executivo Municipal.
exercício dos direitos políticos. § 4º Lei Complementar organizará a Procuradoria Geral do
Parágrafo Único - Compete aos Secretários Municipais, além de Município, disciplinará sua competência e disporá sobre o regime
outras atribuições estabelecidas nesta Lei Orgânica e na lei referida jurídico dos integrantes da carreira de Procurador Municipal, res-
no artigo 61: peitado o disposto nos artigos 132 e 135 da Constituição Federal.
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos Art. 65 O ingresso na carreira de Procurador Municipal far-se-á
e entidades da Administração Municipal, na área de sua competên- mediante concurso público de provas e títulos para os cargos exis-
cia, e referendar os atos e decretos assinados pelo Prefeito; tentes ou que vierem a ser criados, assegurada a participação da 2ª
II - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem Subseção de Santos da Ordem dos Advogados do Brasil, inclusive na
outorgadas ou delegadas pelo Prefeito; elaboração do programa e dos quesitos das provas, observada, nas
III - expedir instruções para a execução das leis, dos decretos e nomeações, a ordem de classificação.
regulamentos;
IV - apresentar ao Prefeito relatório anual de sua gestão na Se-
cretaria.
73
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
XXV - os órgãos da administração direta e indireta ficam obriga- para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori-
dos a constituir Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA gem, conforme disposto em lei complementar.(Redação acrescida
- e, quando assim o exigirem suas atividades, Comissão de Contro- pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021)
le Ambiental, visando à proteção da vida, do meio ambiente e das § 5º A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de
condições de trabalho de seus servidores, na forma da lei; contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, in-
XXVI - ao servidor público que tiver sua capacidade de trabalho clusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom-
reduzida em decorrência de acidente de trabalho ou doença do tra- pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
balho, será garantida a transferência para locais ou atividades com- (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021)
patíveis com sua situação; § 6º A definição das metas e indicadores do Programa Partici-
XXVII - é vedada, salvo as exceções que a lei fixar, a estipulação pação Direta nos Resultados - PDR deve ser precedida de consulta
de limite de idade para ingresso por concurso público na administra- aos Conselhos Municipais e demais órgãos representativos da so-
ção direta, nas autarquias, sociedades de economia mista, empre- ciedade civil, com etapas de discussão pública amplamente divul-
sas públicas, companhias, cooperativas habitacionais e fundações gadas. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 91/2023)
públicas mantidas ou instituídas pelo Poder Público, respeitando-se Art. 68 As contratações efetuadas pela administração direta,
ainda o limite constitucional para a aposentadoria compulsória; autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e
XXVIII - os recursos provenientes dos descontos compulsórios fundações municipais deverão ser publicadas na imprensa oficial,
dos servidores públicos, bem como a contrapartida da Municipa- no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de nulidade.Artigo com Reda-
lidade, destinados à formação de fundo próprio de previdência, ção dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 14, de 19 de abril de 1992
deverão ser postos, mensalmente, à disposição da entidade muni- (Jornal “A Tribuna” de 24/04/1993)
cipal responsável pela prestação do benefício, na forma que a lei Art. 69 Os Poderes Executivo e Legislativo, as entidades da ad-
dispuser; ministração indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas
XXIX - as reclamações relativas à prestação dos serviços munici- pelo Poder Público, autarquias, empresas públicas da administração
pais serão disciplinadas em lei; e sociedades de economia mista, publicarão, mensalmente, quadro
XXX - nenhum servidor será designado para funções não cons- com o número de funcionários ativos e inativos, licenciados, comis-
tantes das atribuídas ao cargo que ocupa, a não ser em substituição sionados e servidores admitidos sob qualquer regime.Artigo com
e, se acumulada, com gratificação de lei; Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 22, de 30 de junho
XXXI - nas autarquias, sociedades de economia mista e funda- de 1994)
ções instituídas ou mantidas pelo Poder Público é obrigatória a cria-
ção de um Conselho de Representantes de servidores e emprega- SEÇÃO II
dos, constituído através de eleição, cabendo à lei definir os limites DA GUARDA CIVIL MUNICIPAL (REDAÇÃO DADA PELA EMEN-
DA À LEI ORGÂNICA Nº 72/2016)
de sua competência e atuação.
XXXII - os Programas Participação Direta nos Resultados - PDR
Art. 70. A Guarda Civil Municipal, órgão de natureza permanen-
e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS Santos2030 são
te da Administração Pública Municipal, tem por finalidade precípua
políticas públicas obrigatórias e permanentes do Município e de-
a proteção dos bens, serviços e instalações municipais, podendo,
vem ser implementados anualmente, com metas, planos de ação
quando solicitada, funcionar em apoio às ações da Secretaria de
e indicadores objetivos, assegurada a inclusão dos compromissos
Negócios da Segurança Pública do Estado.
do Plano de Governo e do Programa de Metas. (Redação acrescida
Parágrafo único. Os Guardas Civis Municipais que forem requi-
pela Emenda à Lei Orgânica nº 91/2023)
sitados para funcionar como força auxiliar da Secretaria de Negó-
§ 1º A inobservância do disposto nos incisos II, III e IV deste cios da Segurança Pública do Estado de São Paulo, deverão, antes
artigo implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade res- do Início da função, passar por ampla capacitação, visando à rela-
ponsável, nos termos da lei. ção de proteção da comunidade que irão servir. (Redação dada pela
§ 2º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito priva- Emenda à Lei Orgânica nº 72/2016)
do, prestadoras de serviços públicos, responderão pelos danos que Art. 71. Serão definidos a organização, o funcionamento, o
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o acesso, os direitos, os deveres, as vantagens e o regime de trabalho
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. da Guarda Civil Municipal e de seus integrantes, obedecendo-se aos
§ 3º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam- preceitos da lei federal. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
panhas da administração pública direta, das autarquias, sociedades nº 72/2016)
de economia mista, empresas públicas, companhias, cooperativas
habitacionais e fundações mantidas ou instituídas pelo Poder Pú- SEÇÃO III
blico deverá ter caráter educacional, informativo e de orientação DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL
social, dela não podendo constar nomes, símbolos e imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públi- Art. 72 Os cargos públicos serão criados por lei, em número
cos, bem como agremiações partidárias. certo, com denominação própria, atribuições específicas e venci-
§ 4º O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser rea- mentos correspondentes.
daptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilida- Art. 73 O regime jurídico único dos servidores da administração
des sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua pública direta, das autarquias e das fundações públicas é o estatutá-
capacidade física ou mental enquanto permanecer nessa condição, rio, instituído por lei, vedada qualquer outra vinculação de trabalho.
desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos
75
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 1º A lei assegurará aos servidores da administração direta § 13 Não poderão ser cedidos os servidores municipais de San-
isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou asse- tos, sem prejuízo dos vencimentos, para prestar serviços em órgãos
melhados do mesmo Poder, ou entre servidores dos Poderes Legis- ou entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e de ou-
lativo e Executivo, ressalvadas as vantagens de caráter individual e tros Municípios. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
as relativas à natureza ou ao local de trabalho. 80/2017)
§ 2º Aplica-se aos servidores municipais o disposto no artigo § 14 Não se aplica a vedação prevista no parágrafo anterior nos
7º, IV, VI, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e casos de cessão dos servidores municipais de Santos para prestar
XXX da Constituição Federal. serviço na Junta Comercial do Estado de São Paulo, Justiça Eleito-
§ 3º A lei assegurará: ral, nas unidades descentralizadas da Secretaria do Patrimônio da
I - ao funcionário público estatutário, a opção de converter em União localizada no Município de Santos e/ou na Delegacia de Defe-
pecúnia dois terços da licença-prêmio; sa da Mulher de Santos, desde que devidamente demonstrado, em
II - ao servidor municipal, em geral, férias remuneradas com, processo administrativo, o interesse público. (Redação dada pela
pelo menos, cinqüenta por cento a mais do que o salário normal; Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021)
III - às servidoras municipais em geral, em caso de adoção, li- § 15 Fica vedada a permuta dos servidores municipais de San-
cença especial de cento e vinte dias, a partir do ato da adoção, sem tos, para qualquer outro órgão da administração pública direta ou
prejuízo do emprego, do salário e as promoções inerentes ao cargo indireta da União, dos Estados ou Distrito Federal e de outros muni-
ou função. cípios. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021)
§ 4º É vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo- Art. 74 A lei assegurará, ao funcionário público estatutário que
rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo tenha completado ou venha a completar oito anos de efetivo exer-
em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Redação dada pela cício em cargo do mesmo nível de vencimentos, uma gratificação
Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021) correspondente à diferença entre o nível de vencimentos do cargo
§ 4º (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021) que ocupa e o imediatamente superior.(“Caput” com Redação dada
§ 5º O funcionário público estatutário que tiver incorporado pela Emenda à Lei Orgânica nº 05, de 30 de março de 1992)
vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de § 1º Será permitido apenas o cômputo de um período, pelo
função de confiança ou cargo em comissão, até 12 de novembro funcionário que for beneficiado por este artigo.
de 2019, quando investido em cargo em comissão ou em função § 2º No caso de ocupante de cargo enquadrado no maior nível
gratificada de Chefia, poderá optar pela remuneração que lhe for de vencimentos, a gratificação será igual à diferença entre esse ní-
mais conveniente. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº vel e o imediatamente inferior.(Parágrafo com Redação dada pela
89/2021) Emenda à Lei Orgânica nº 05, de 30 de março de 1992)
§ 3º O disposto no “caput” deste artigo não beneficia o fun-
§ 6º Ao funcionário público estatutário é assegurado o percebi-
cionário que já tenha obtido gratificação com base na legislação
mento do adicional por tempo de serviço, concedido no mínimo por
anterior.
quinqüênio, e vedada a sua limitação, bem como a sexta parte dos
§ 4º A transformação ou reclassificação do cargo não interrom-
vencimentos integrais, concedida aos vinte anos de efetivo exercí-
pe a contagem do prazo.
cio, que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, ob-
§ 5º Fica assegurado o benefício aos funcionários públicos esta-
servado o disposto no artigo 67, XVI, desta Lei Orgânica.
tutários inativos que tenham preenchido o tempo necessário.
§ 7º Os vencimentos, vantagens ou qualquer parcela remune-
§ 6º Fica vedada a extensão da gratificação prevista neste arti-
ratória dos servidores, que forem pagos com atraso, serão corrigi- go aos servidores integrantes de planos de cargos, carreiras e ven-
dos monetariamente, de acordo com os índices oficiais aplicáveis à cimentos. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 62/2013)
espécie. Art. 75 O exercício de mandato eletivo por servidor público far-
§ 8º Fica assegurada aos funcionários públicos estatutários -se-á com observância do artigo 38 da Constituição Federal.
aposentados ou que venham a aposentar-se com proventos pro- Art. 76 Aos servidores públicos eleitos para ocupar, em sindi-
porcionais, nos termos da legislação em vigor, a contagem da fração cato de categoria, os cargos de direção, cujo número e atribuições
do quinqüênio incompleto, até a data da aposentadoria, para efeito a lei definir, será assegurado o direito de afastamento, durante o
de cálculo e pagamento do benefício proporcionalmente ao tempo tempo em que estiverem no exercício dessas funções, recebendo
de serviço trabalhado. integralmente seus vencimentos e vantagens.
§ 9º Para efeito de percepção e incorporação, as vantagens Parágrafo Único - O tempo de gestão sindical será computado
concedidas ao funcionário público estatutário, aí incluídos os adi- para todos os efeitos legais.
cionais, a sexta parte e a gratificação de um terço, serão calculadas Art. 77. O Regime Próprio de Previdência Social dos servidores
sobre o valor do nível do cargo efetivo ou do símbolo do cargo em municipais titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e
comissão que estiver exercendo, se na ativa, ou sobre o valor as- solidário, mediante contribuição dos poderes Executivo e Legislati-
segurado para base de cálculo dos proventos da aposentadoria, se vo, assim como das autarquias e fundações públicas do Município,
inativo o funcionário. de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados
§ 10 A lei assegurará ao funcionário público estatutário, que critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
tenha exercido cargo ou função gratificada por um período de três § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de
mil, seiscentos e cinqüenta dias, alternados ou não, a incorporação que trata este artigo serão aposentados:
da maior função ou símbolo, para efeito de aposentadoria. I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
§ 11 Fica vedada a extensão do benefício da sexta parte, previs- que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
to no parágrafo 6º deste artigo, aos servidores integrantes de pla- em que será obrigatório realizar avaliações periódicas para verificar
nos de cargos, correios e vencimentos. (Redação dada pela Emenda a continuidade das condições que ensejaram a concessão da apo-
à Lei Orgânica nº 62/2013) sentadoria, na forma da lei;
76
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
II - compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade; II - nome do autor do projeto (Prefeito, Vereador, Mesa Direto-
III - voluntariamente, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, ra da Câmara, Comissão ou iniciativa Popular). (Redação acrescida
se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, pela Emenda à Lei Orgânica nº 71/2016)
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabe- Art. 87 Os atos administrativos, decretos legislativos, resolu-
lecidos em lei complementar. ções e outros trabalhos legislativos apresentados pelos Vereadores
§ 2º Os ocupantes do cargo de professor terão a idade mínima poderão ser publicados no Diário Oficial do Legislativo, a ser criado
reduzida em 05 (cinco anos) em relação àquelas previstas no inciso por lei.
III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil, no ensino fundamental SEÇÃO I
ou médio, nos termos fixados em lei. DO REGISTRO
§ 3º As regras para concessão de benefícios previdenciários,
suas formas de cálculo e reajustes, bem como as contribuições e Art. 88 O Município terá os livros que forem necessários aos
demais elementos para custeio do RPPS-Santos, serão disciplinados seus serviços e, obrigatoriamente, os de:
por lei complementar. I - termo de compromisso de posse;
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- II - declaração de bens;
var - lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios III - registro de leis, decretos, resoluções, regulamentos, instru-
estabelecidos em lei. ções e portarias;
§ 5º É vedada qualquer forma de contagem de tempo de con- IV - atas das sessões da Câmara;
tribuição fictício. V - cópia de correspondência oficial;
§ 6º O rol de benefícios do Regime Próprio de Previdência So- VI - protocolo, índice de papéis e livros arquivados;
cial de Santos fica limitado às aposentadorias e à pensão por morte, VII - licitações e contratos para obras e serviços;
concedidas conforme regras e critérios estabelecidos em lei com- VIII - contrato de servidores;
plementar, observado o disposto nesta Lei Orgânica. (Redação dada IX - contratos em geral;
pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021) X - contabilidade e finanças;
Art. 78 Fica assegurada, para efeito de aposentadoria, a conta- XI - concessões e permissões de bens imóveis e de serviços;
gem recíproca do tempo de serviço nas atividades públicas ou pri- XII - tombamento de bens imóveis;
vadas, inclusive de tempo do trabalho comprovadamente exercido XIII - registro de loteamentos aprovados.
pelo funcionário na qualidade de autônomo, fazendo-se a compen- § 1º Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo Pre-
sação financeira, segundo critérios estabelecidos em lei. feito e pelo Presidente da Câmara, conforme o caso, ou por funcio-
Art. 79 Aplica-se aos servidores públicos municipais, para efei- nário designado para tal fim.
to de estabilidade, o disposto no artigo 41 da Constituição Federal. § 2º Os livros referidos neste artigo poderão ser substituídos
Art. 80 O Município responsabilizará os seus servidores por al- por fichas ou outro sistema, convenientemente autenticados.
cance e outros danos causados à administração, ou por pagamento
efetuado em desacordo com as normas legais, nos termos da lei. SEÇÃO II
Art. 81 O servidor, durante o exercício do mandato de vereador, DA FORMA
será inamovível.
Art. 82 A lei assegurará à servidora gestante mudança de fun- Art. 89 Os atos administrativos de competência do Prefeito de-
ção, nos casos em que for recomendada, sem prejuízo de seus ven- vem ser expedidos com observância das seguintes normas:
cimentos ou salário e demais vantagens do cargo ou função. I - decreto, numerado em ordem cronológica, nos seguintes
Art. 83 (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº 89/2021) casos:
Art. 84 Os cargos de Chefe de Departamento e as gratificações a) regulamentação de lei;
pelo exercício de Chefias de Divisão, Seção, bem como designação b) instituição, modificação e extinção de atribuições não priva-
para Presidente de Comissões Permanentes e da Junta de Recursos tivas de lei;
Fiscais, poderão ser atribuídos aos servidores públicos do Quadro c) abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite
Permanente da Administração. autorizado por lei, assim como de créditos extraordinários;
Art. 85 A lei que dispuser sobre férias garantirá o seu gozo, que II - portaria, nos seguintes casos:
em nenhum caso - salvo o de dispensa - será substituído por pecú- a) provimento e vacância dos cargos públicos e demais atos de
nia. efeitos individuais;
b) designação, lotação ou relotação nos quadros de pessoal;
CAPÍTULO II c) autorização para contrato e dispensa de servidores sob o re-
DOS ATOS MUNICIPAIS gime de legislação trabalhista;
d) abertura de sindicâncias e processos administrativos, apli-
Art. 86 As leis e atos administrativos externos deverão ser pu- cação de penalidades e demais atos individuais de efeitos internos;
blicados nos órgãos de imprensa oficial ou não, para que produzam e) outros casos determinados em lei ou decreto.
os seus efeitos regulares. § 1º O decreto é o ato característico e privativo do Prefeito, as-
Parágrafo único. As leis municipais, ao serem publicadas na sim como a lei, o decreto legislativo e a resolução o são da Câmara.
Imprensa oficial, deverão conter, entre a epígrafe e a ementa, os § 2º A portaria, o regulamento e os despachos com outras de-
seguintes dados: nominações poderão ser editados pelas autoridades dos Poderes
I - número da propositura e; Legislativo e Executivo, conforme dispuserem a lei ou o regimento.
77
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
SEÇÃO III rá ser dispensada por lei, quando o uso se destinar a concessionária
DAS INFORMAÇÕES, DO DIREITO DE PETIÇÃO E DAS CERTI- de serviço público, a entidades assistenciais, ou quando houver re-
DÕES levante interesse público, devidamente justificado.
§ 2º A venda aos proprietários de imóveis lindeiros de áreas ur-
Art. 90 A Administração é obrigada a fornecer a qualquer ci- banas, remanescentes e inaproveitáveis para edificação, resultantes
dadão, para defesa de seus direitos e esclarecimento de situações de obra pública, dependerá apenas de prévia avaliação e autoriza-
de seu interesse pessoal, no prazo máximo de quinze dias úteis, ção legislativa. As áreas resultantes de modificação de alinhamento
certidões de atos, contratos, decisões ou pareceres, sob pena de serão alienadas nas mesmas condições, quer sejam aproveitáveis
responsabilidade da autoridade ou servidor que negar ou retardar ou não.
a sua expedição. No mesmo prazo, deverá atender às requisições § 3º Na doação dos bens móveis e imóveis, deverá ser avaliado
judiciais, se outro não for fixado pela autoridade judiciária. o interesse da coletividade.
Parágrafo Único - A obtenção de certidões para defesa de direi- § 4º A doação de bem imóvel a outro órgão ou entidade da
tos e esclarecimento de situações de interesse pessoal, bem como administração pública, de qualquer esfera do governo, subordinada
a apresentação de requerimentos independem do pagamento de à existência de interesse público devidamente justificado, depen-
taxas, inclusive as referentes a protocolo. derá de avaliação prévia e autorização legislativa, devendo constar
obrigatoriamente do contrato a finalidade da doação e cláusula de
CAPÍTULO III retrocesso, sob pena de nulidade do ato. (Redação acrescida pela
DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS MUNICIPAIS Emenda à Lei Orgânica nº 67/2015)
Art. 95 Os bens patrimoniais do Município deverão ser classi-
Art. 91 Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais, ficados:
respeitada a competência da Câmara quanto àqueles utilizados em I - pela sua natureza;
seus serviços. II - em relação a cada serviço.
Art. 92 Todos os bens municipais deverão ser cadastrados, com § 1º - Deverá ser feita, anualmente, a conferência da escritura-
a identificação respectiva, numerando-se os móveis, segundo o que ção patrimonial com os bens existentes e, na prestação de contas
for estabelecido em regulamento. de cada exercício, será incluído o inventário de todos os bens mu-
Art. 93 O uso de bens municipais por terceiros poderá ser feito nicipais. (Parágrafo Único transformado em § 1º pela Emenda à Lei
mediante concessão, permissão ou autorização, conforme o caso e Orgânica nº 86/2020)
quando o interesse público exigir. § 2º O inventário de todos os bens municipais será encaminha-
§ 1º A concessão administrativa dos bens públicos de uso espe- do, anualmente, à Câmara. (Redação acrescida pela Emenda à Lei
cial e dominicais dependerá de lei e concorrência, e far-se-á median- Orgânica nº 86/2020)
te contrato, sob pena de nulidade do ato. A concorrência poderá ser Art. 96 A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta,
dispensada, mediante lei, quando o uso se destinar a concessioná- dependerá de prévia avaliação e autorização legislativa.
ria de serviço público, a entidades assistenciais, ou quando houver Art. 97 Poderão ser cedidos a particular, para serviços transitó-
interesse público relevante, devidamente justificado. rios, máquinas e operadores da Prefeitura, desde que não haja pre-
§ 2º A concessão administrativa de bens públicos de uso co- juízo para os trabalhos do Município e o interessado recolha previa-
mum somente poderá ser outorgada para finalidades escolares, de mente a remuneração arbitrada e assine termo de responsabilidade
assistência social ou turísticas, mediante autorização legislativa. pela conservação e devolução dos bens recebidos.
§ 3º A permissão, que poderá incidir sobre qualquer bem públi- Parágrafo Único - A lei definirá a forma, condição e requisitos
co, será feita a título precário, por decreto. para que a cessão, prevista neste artigo, se faça de modo isonômico.
§ 4º A autorização, que poderá incidir sobre qualquer bem pú-
blico, será feita por portaria, para atividades ou usos específicos e CAPÍTULO IV
transitórios, pelo prazo máximo de sessenta dias. DAS OBRAS E SERVIÇOS MUNICIPAIS
Art. 94 A alienação de bens municipais, subordinada à existên-
cia de interesse público devidamente justificado, será sempre pre- Art. 98 Ressalvados os casos especificados em lei, as obras, os
cedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: serviços, as compras e alienações serão contratados mediante pro-
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e con- cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
corrência, dispensada esta nos seguintes casos: todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
a) doação, devendo constar obrigatoriamente do contrato os de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-
encargos do donatário, o prazo de seu cumprimento e a cláusula de mos da lei, a qual somente permitirá as exigências de qualificação
retrocessão, sob pena de nulidade do ato; técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
b) permuta; obrigações.
II - quando móveis, dependerá de licitação, dispensada esta nos § 1º É vedada a administração pública direta, autarquias, socie-
seguintes casos: dades de economia mista, empresas públicas, companhias, coope-
a) doação, que será permitida exclusivamente para fins de in- rativas habitacionais e fundações públicas mantidas ou instituídas
teresse social; pelo Poder Público a contratação de serviços e obras de empresas
b) permuta; que não atendam às normas relativas à saúde e a segurança no tra-
c) ações, que serão vendidas em Bolsa. balho, que não cumpram a legislação especifica sobre creches nos
§ 1º O Município, preferentemente à venda ou doação de seus locais de trabalho bem como reproduzam práticas discriminatórias
bens imóveis, outorgará concessão de direito real de uso, mediante de origem, raça, cor, credo e ideologia. (Redação dada pela Emenda
prévia autorização legislativa e concorrência. A concorrência pode- à Lei Orgânica nº 78/2017)
78
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 2º O contratado, sem prejuízo das responsabilidades contra- § 4º O Município poderá instituir contribuição, cobrada de seus
tuais e legais, poderá subcontratar, desde que os subcontratados servidores, para custeio, em benefício destes, de sistema de previ-
comprovem idoneidade, competência na execução da obra, serviço dência e assistência social.
ou fornecimento e atenda às condições previstas no § 1º (Redação Art. 102 A lei disporá sobre a isenção do recolhimento dos Im-
acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 78/2017) postos Predial e Territorial Urbano às sociedades de melhoramen-
Art. 99 A prestação de serviços públicos, pelo Município, dire- tos, nas áreas ocupadas por suas sedes.
tamente ou sob regime de concessão ou permissão, será regulada
em lei complementar que assegurará: SEÇÃO II
I - exigência de licitação, em todos os casos; DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
II - definição do caráter especial dos contratos de concessão ou
permissão, casos de prorrogação, condições da caducidade, forma Art. 103 Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao con-
de fiscalização e rescisão; tribuinte, é vedado ao Município:
III - direitos dos usuários; I - exigir ou aumentar tributos sem lei que o estabeleça;
IV - política tarifária; II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se en-
V - obrigação de manter serviço adequado. contrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em
Parágrafo Único - O Município manterá órgãos especializados, razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, inde-
incumbidos de exercer ampla fiscalização dos serviços públicos por pendentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos
ele concedidos e revisão de suas tarifas. ou direitos;
Art. 100 Os serviços concedidos ou permitidos ficarão sempre III - cobrar tributos:
sujeitos à regulamentação e fiscalização do Poder Público e pode- a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
rão ser retomados quando não atenderem satisfatoriamente aos vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
seus fins ou às condições do contrato. b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a
Parágrafo único revogado pela Emenda à Lei Orgânica nº. 70, lei que os instituiu ou aumentou.
de 25 de fevereiro de 2016 (Publicada no DOM de 03/03/2016). IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio
TÍTULO V de tributos intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela uti-
DA TRIBUTAÇÃO, DAS FINANÇAS E DOS ORÇAMENTOS lização de meios de ligação na forma de túneis, balsas ou pontes entre
as áreas insular e continental de Santos e intermunicipais;
CAPÍTULO I VI - instituir impostos sobre:
DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS a) patrimônio, renda ou serviços da União ou do Estado;
b) templos de qualquer culto;
PRINCÍPIOS GERAIS c) patrimônio, renda ou serviços de partidos políticos, inclusi-
ve suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
Art. 101 O Município poderá instituir os seguintes tributos: instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
I - impostos; atendidos os requisitos da lei;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impres-
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e são.
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição; VII - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e § 1º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias, coo-
serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, perativas habitacionais e fundações públicas instituídas ou manti-
facultado à administração tributária, especialmente para conferir das pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos in- aos serviços, vinculados às suas atividades essenciais ou às delas
dividuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as decorrentes.
atividades econômicas do contribuinte. § 2º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de im- se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com
postos. exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicá-
§ 3º A legislação municipal tributária respeitará as disposições veis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação
da lei complementar federal quanto a: ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o
I - conflito de competência; promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativo ao
II - regulamentação às limitações constitucionais ao poder de bem imóvel.
tributar; § 3º As vedações expressas no inciso VI, “b” e “c”, compreen-
III - normas gerais sobre: dem somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com
a) definição de tributos e suas espécies, bem como fatos gera- as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
dores, bases de cálculo e contribuintes de impostos; § 4º A lei determinará medidas para que os consumidores se-
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tri- jam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercado-
butários; rias e serviços.
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo pratica- § 5º Qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tribu-
do pelas sociedades cooperativas. tária ou previdenciária só poderá ser concedida mediante lei espe-
cífica municipal.
79
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 104 Compete ao Município instituir impostos sobre: Art. 113 A despesa com pessoal ativo e inativo do Município
I - propriedade predial e territorial urbana; não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar
II - transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, federal.
de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais Parágrafo Único - A concessão de qualquer vantagem ou au-
sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos mento de remuneração, a criação de cargos ou alteração de estru-
à sua aquisição; tura de carreiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer tí-
III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto tulo, pelos órgãos e entidades da administração direta, autarquias,
óleo diesel; sociedades de economia mista, empresas públicas, companhias,
IV - serviços de qualquer natureza não compreendidos no artigo cooperativas habitacionais e fundações instituídas ou mantidas
155, I, “b”, da Constituição Federal e definidos em lei complementar. pelo Poder Público só poderão ser feitas:
§ 1º O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo, nos I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para aten-
termos do Código Tributário Municipal, de forma a assegurar o der a projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela de-
cumprimento da função social da propriedade. correntes;
§ 2º O imposto previsto no inciso III não exclui a incidência do II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orça-
imposto estadual sobre a mesma operação. mentárias, ressalvadas as empresas públicas, sociedades de eco-
§ 3º As alíquotas dos impostos previstos nos incisos III e IV não nomia mista, autarquias, companhias, cooperativas habitacionais
poderão ultrapassar o limite fixado em lei complementar federal. e fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público.
Art. 105 Todas as entidades beneficiadas com isenção de im- Art. 114 O Poder Executivo publicará e enviará ao Legislativo,
postos ficarão obrigadas a encaminhar aos Poderes Executivo e Le- até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório re-
gislativo, até 30 de junho, relatório circunstanciado das atividades sumido da execução orçamentária e relatório circunstanciado dos
do ano anterior, especificando pormenorizadamente a aplicação de gastos com publicidade da administração direta, indireta e funda-
receita e despesa. cional.(“Caput” com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
Art. 106 O Município divulgará, até o último dia do mês subse- 10, de 23 de novembro de 1992)
qüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos § 1º Até dez dias antes do encerramento do prazo de que trata
arrecadados, os recursos recebidos e os valores de origem tributá- este artigo, as autoridades nele referidas remeterão ao Poder Exe-
ria que lhe forem entregues pela União e pelo Estado. cutivo as informações necessárias.
§ 2º O Poder Legislativo publicará seu relatório, nos termos
SEÇÃO IV deste artigo.
DA RECEITA E DA DESPESA § 3º O numerário correspondente às dotações orçamentárias
do Poder Legislativo, compreendidos os créditos suplementares e
Art. 107 A receita municipal constituir-se-á da arrecadação dos especiais sem vinculação a qualquer tipo de despesa, será entregue
tributos municipais, da participação em tributos da União e do Es-
em duodécimos, até o dia vinte de cada mês em cotas estabelecidas
tado, dos recursos resultantes do Fundo de Participação dos Muni-
na programação financeira.
cípios e da utilização de seus bens, serviços, atividades e de outros
ingressos.
CAPÍTULO III
Art. 108 A fixação de preços públicos, devidos pela utilização
DOS ORÇAMENTOS
de bens, serviços e atividades municipais, será estabelecida pelo
Prefeito, mediante edição de decreto.
SEÇÃO I
Parágrafo Único - Os preços públicos deverão cobrir os seus
custos, sendo reajustáveis quando se tornarem deficientes ou ex-
cedentes. Art. 115 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
Art. 109 Nenhum contribuinte será obrigado ao pagamento de I - plano plurianual;
qualquer tributo lançado pela Prefeitura, sem prévia notificação. II - as diretrizes orçamentárias;
§ 1º Considera-se notificação a entrega do aviso de lançamento III - os orçamentos anuais.
do domicílio fiscal do contribuinte, nos termos da legislação federal § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de for-
pertinente. ma regionalizada, as diretrizes e metas da Administração Municipal
§ 2º Do lançamento do tributo cabe recurso ao Prefeito, asse- para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
gurado para sua interposição o prazo de quinze dias, contados da relativas aos programas de duração continuada.
data do recebimento da notificação. § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas
Art. 110 A despesa pública atenderá aos princípios estabeleci- e prioridades da Administração Pública Municipal, incluindo as des-
dos na Constituição Federal e às normas de direito financeiro. pesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará
Art. 111 Nenhuma despesa será ordenada ou satisfeita sem a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações
que exista recurso disponível, crédito votado pela Câmara e empe- na legislação tributária e estabelecerá a política de fomento.
nho prévio, salvo a que ocorrer por conta de crédito extraordinário. § 2º-A A Lei de Diretrizes Orçamentárias deverá reservar o per-
Art. 112 As disponibilidades de caixa do Município, de suas au- centual de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) a 2% (dois
tarquias e fundações e das empresas por ele controladas serão de- por cento) da receita líquida a ser prevista no Projeto de Lei Or-
positadas em instituições financeiras oficiais, salvo casos previstos çamentária encaminhado pelo Poder Executivo, para atender às
em lei. emendas parlamentares dos vereadores com investimentos em
80
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
obras, equipamentos e serviços, além de subvenção, auxílio e/ou executadas, na primeira quinzena dos meses de abril, agosto e no-
contribuição, através da celebração de parcerias, por meio de ter- vembro do ano de execução orçamentária. (Redação acrescida pela
mo de cooperação ou de fomento, nos casos de entidades privadas Emenda à Lei Orgânica nº 85/2019)
sem fins lucrativos. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº § 3º Os planos e programas municipais, distritais, de bairros,
93/2023) regionais e setoriais previstos nesta Lei Orgânica serão elaboradas
§ 2º-B A metade do percentual destinado às emendas parla- em consonância com o plano plurianual e apreciados pela Câmara.
mentares será destinada, obrigatoriamente, a ações e serviços pú- § 4º A lei orçamentária anual compreenderá:
blicos de saúde. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº I - o orçamento fiscal referente aos Poderes Legislativo e Exe-
85/2019) cutivo, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e
§ 2º-C É vedada a destinação dos recursos das emendas parla- indireta, inclusive fundações instituídas pelo Poder Público;
mentares para ações ou serviços que acarretem aumento de des- II - o orçamento de investimentos das empresas em que o Mu-
pesas continuadas. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nicípio, direta ou indiretamente, detenha a maioria de capital so-
nº 85/2019) cial, com direito a voto.
§ 2º-D Não poderão ser apresentadas emendas parlamentares § 5º O orçamento anual conterá dotação específica destinada
com valor inferior a 1% (um por cento) do valor total destinado a ao atendimento de entidades, desde que sejam consideradas de
cada vereador. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº utilidade pública e que cuidem de pessoas deficientes de qualquer
85/2019) natureza, na forma do que dispuser a lei.
§ 2º-E Os recursos oriundos de emendas parlamentares pode- § 6º Cabe à lei complementar, com observância da legislação
rão ser remanejados, inclusive, de um órgão para outro da Adminis- federal:
tração Municipal, desde que com a devida autorização do Vereador I - dispor sobre o exercício financeiro a vigência, os prazos, a
Autor da emenda. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica elaboração e a organização do plano plurianual, da Lei de Diretrizes
nº 85/2019) Orçamentárias e da Lei Orçamentária anual;
§ 2º-F É obrigatória a execução orçamentária e financeira das II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da
programações a que se refere o § 2º - A deste artigo, salvo nos ca- administração direta ou indireta, bem como condições para a insti-
sos dos impedimentos de ordem técnica. (Redação acrescida pela tuição e funcionamento de fundos.
Emenda à Lei Orgânica nº 85/2019) § 7º As leis orçamentárias a que se refere este artigo deverão
§ 2º-G No caso de impedimento de ordem técnica, no empe- incorporar as prioridades e ações estratégicas do Programa de Me-
nho de despesa que integre a programação, na forma do parágrafo tas. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016)
anterior deste Art, serão adotadas as seguintes medidas: § 8º As diretrizes do Programa de Metas serão incorporadas ao
I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamen- projeto de lei que visar a instituição do Plano Plurianual dentro do
tária, o Poder Executivo enviará ao Poder Legislativo a justificativa prazo legal definido para a sua apresentação à Câmara Municipal.
do impedimento; (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 75/2016)
II - até 180 (cento e oitenta) dias após o término do prazo pre-
visto no inciso I, o Vereador Autor da emenda indicará ao Poder SEÇÃO II
Executivo o remanejamento da programação ao cujo impedimento DAS VEDAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS
seja insuperável, autorizando o remanejamento;
III - Se após o término do prazo previsto no inciso II, o Vereador Art. 116 A lei orçamentária anual não conterá dispositivos
Autor da emenda não se manifestar sobre o remanejamento, será estranhos à previsão da receita e à fixação da despesa, não se in-
esse implementado por ato do Poder Executivo. (Redação acrescida cluindo, na proibição, a autorização para abertura de créditos su-
pela Emenda à Lei Orgânica nº 85/2019) plementares e contratação de operações de crédito, ainda que por
§ 2º-H Após o prazo previsto no inciso III do § 2º G, as progra- antecipação da receita.
Art. 117 São vedados:
mações orçamentárias previstas no § 2º - F não serão de execução
I - o início de programas e projetos não incluídos na lei orça-
obrigatória, nos casos dos impedimentos justificados na notificação
mentária anual;
prevista no inciso I do § 2º - G. (Redação acrescida pela Emenda à
II - a realização de despesas ou assunção de obrigações diretas
Lei Orgânica nº 85/2019)
que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
§ 2º-I As proposições de despesas públicas dos Vereadores,
III - a realização de operações de crédito que excedam o mon-
incluídas no Orçamento Anual, cujas previsões orçamentárias ex-
tante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
cedem o percentual estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamentá-
créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, apro-
rias poderão ser transferidas ou remanejadas para outra categoria
vados pela Câmara por maioria absoluta;
econômica de programação ou de um órgão para outro da Adminis- IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
tração Municipal, na forma de legislação vigente no exercício finan despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos
ceiro. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 85/2019) impostos e que se referem os artigos 158 e 159 da Constituição Fe-
§ 2º-J Nos Projetos de Lei encaminhados para a execução das deral, a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimen-
emendas parlamentares deverão constar o nome do Vereador Au- to do ensino, como determinado pelo artigo 212 da Constituição
tor da emenda e o número da emenda parlamentar corresponden- Federal e a prestação de garantias às operações de crédito por an-
te. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 85/2019) tecipação da receita, previstas no artigo 165, § 8º, da Constituição
§ 2º-K Ficam obrigadas as Secretarias que receberem emendas Federal;
parlamentares a apresentar Relatório Analítico com as informações
sobre o andamento das emendas parlamentares executadas e não
81
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia § 4º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes or-
autorização legislativa e sem indicação dos recursos corresponden- çamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Prefeito, à
tes; Câmara, nos termos da lei complementar a que se refere o artigo
VI - a transposição, remanejamento ou transferência de recur- 115, § 6º, I, desta Lei.
sos de uma categoria de programa para outra ou de um órgão para § 5º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que
outro, sem prévia autorização legislativa; não contrariar o disposto nesta Seção, as demais normas relativas
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; ao processo legislativo.
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de re- § 6º Não iniciados no prazo previsto na lei complementar refe-
cursos do orçamento anual, para suprir necessidade ou cobrir déficit rida no artigo 115, § 6º, I, desta Lei a Câmara elaborará, nos trinta
de empresas da administração indireta, das autarquias, sociedades dias seguintes, os projetos e propostas de que trata este artigo.
de economia mista, empresas públicas, companhias, cooperativas § 7º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou re-
habitacionais e fundações públicas ou fundos do Município; jeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza sem prévia correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, median-
autorização legislativa. te créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica au-
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exer- torização legislativa.
cício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano
plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime CAPÍTULO IV
contra a administração. DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de Art. 121 A fiscalização contábil, financeira e orçamentária, ope-
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele racional e patrimonial do Município e das entidades da adminis-
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão tração direta, autarquias, sociedades de economia mista, empresas
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente. públicas, companhias, cooperativas habitacionais e fundações pú-
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admiti- blicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público, quanto à lega-
da para atender às despesas imprevisíveis e urgentes, decorrentes lidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
de calamidade pública, devendo o Prefeito submetê-lo de imediato renúncia de receitas, será exercida pela Câmara, mediante controle
à Câmara que, estando em recesso, será convocada extraordinaria- externo e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
mente para se reunir no prazo de cinco dias, a fim de apreciar a Parágrafo Único - Prestará contas qualquer pessoa física ou jurí-
solicitação, cuja aprovação deverá ocorrer por maioria absoluta. dica que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro,
bens e valores públicos pelos quais o Município responda ou que,
SEÇÃO III em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária.
DOS PROJETOS ORÇAMENTÁRIOS Art. 122 O controle externo, a cargo da Câmara, será exercido
com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, através
Art. 118. O Prefeito encaminhará à Câmara, até o dia trinta de parecer prévio sobre as contas que o Prefeito deverá prestar à
de setembro de cada ano, o projeto de lei orçamentária. (Redação Câmara.
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 52/2007) § 1º As contas serão apresentadas dentro de noventa dias após
Art. 119 O projeto de lei orçamentária será acompanhado de
o encerramento do exercício financeiro.
demonstrativo regionalizado do efeito sobre receitas e despesas
§ 2º Se até esse prazo não tiverem sido apresentadas as contas,
decorrentes de isenção, anistias, remissões e benefícios de nature-
a Câmara comunicará de imediato ao Tribunal de Contas do Estado
za financeira e tributária.
de São Paulo.
Art. 120 Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às dire-
§ 3º Somente pela decisão de dois terços dos membros da Câ-
trizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais
mara, deixará de prevalecer o parecer prévio do Tribunal de Contas.
serão apreciados pela Câmara na forma do Regimento Interno, res-
Art. 123 O Poder Legislativo criará, no âmbito de sua compe-
peitadas as disposições deste artigo.
§ 1º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos tência, Comissão Permanente de Fiscalização, composta de três ve-
projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: readores eleitos na forma do Regimento Interno da Câmara.
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de Parágrafo Único - Compete à Comissão Permanente de Fisca-
diretrizes orçamentárias; lização verificar todas as irregularidades praticadas pela adminis-
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os pro- tração direta, autarquias, sociedades de economia mista, empresas
venientes de anulação de despesas, excluídas as que incidam sobre: públicas, companhias, cooperativas habitacionais e fundações insti-
a) dotação para pessoal e seus encargos; tuídas ou mantidas pelo Poder Público.
b) serviço da dívida. Art. 124 A Comissão Permanente de Fiscalização, diante de in-
III - sejam relacionadas: dícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de inves-
a) com correção de erros ou omissões; timentos não programados ou de subsídios e subvenções não apro-
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. vadas, poderá solicitar da autoridade responsável que, no prazo de
§ 2º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.
não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plu- § 1º Não prestados os esclarecimentos ou considerados estes
rianual. insuficientes, a Comissão Permanente de Fiscalização solicitará ao
§ 3º O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara para propor Tribunal de Contas pronunciamento conclusivo sobre a matéria, em
modificações nos projetos a que se refere este artigo, enquanto não caráter de urgência.
iniciada a votação, em Plenário, da parte cuja alteração é proposta.
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 2º Entendendo o Tribunal de Contas irregular a despesa, a técnicos dos diferentes setores de atividade, o qual terá como ob-
Comissão Permanente de Fiscalização, se julgar que o gasto possa jetivo apresentar subsídios para o planejamento econômico na sua
causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá jurisdição.
à Câmara a sua sustação Art. 131 A exploração direta da atividade econômica, pelo Mu-
Art. 125 Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de forma nicípio, só será permitida em caso de relevante interesse coletivo,
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: na forma da lei complementar que, dentre outras, especificará as
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano pluria- seguintes exigências para as empresas públicas e sociedades de
nual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos do economia mista ou entidade que criar ou mantiver:
Município; I - regime jurídico das empresas privadas;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à efi- II - proibição de privilégios fiscais não extensivos ao setor pri-
cácia da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e vado;
entidades da administração municipal, bem como da aplicação de III - adequação da atividade ao plano diretor, ao plano pluria-
recursos públicos municipais por entidades de direito privado; nual e às diretrizes orçamentárias;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garan- IV - orçamento anual aprovado pelo Prefeito.
tias, bem como dos direitos e haveres do Município; Parágrafo Único - A lei reprimirá o abuso do poder econômico
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão insti- que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência
tucional. e ao aumento arbitrário dos lucros.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhe- Art. 132 Na aquisição de bens e serviços, o Poder Público dará
cimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, darão ciência à tratamento preferencial, na forma a lei, a empresas brasileiras de
Comissão Permanente de Fiscalização da Câmara, sob pena de res- capital nacional.
ponsabilidade solidária. Art. 133 O Município dispensará à microempresa e à empresa
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindica- de pequeno porte, assim definidas em lei federal, tratamento jurí-
to é parte integrante e legítima para, na forma da lei, denunciar dico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas
irregularidades ou ilegalidades perante a Comissão Permanente de obrigações administrativas e tributárias, no seu âmbito, por meio
Fiscalização da Câmara. de lei.
§ 3º A Comissão Permanente de Fiscalização da Câmara, to- Art. 134 O Município criará lei específica referente aos traba-
mando conhecimento de irregularidades ou ilegalidades, poderá lhadores portadores de deficiência física, às comunidades rurais,
solicitar à autoridade responsável que, no prazo de cinco dias, pres- artesanais e indígenas, e à sua organização, procurando proporcio-
te os esclarecimentos necessários, agindo na forma prevista no § 1º nar-lhes, entre outros benefícios, meios de produção e de trabalho,
do artigo interior. saúde e bem-estar social.
§ 4º Entendendo o Tribunal de Contas pela irregularidade ou § 1º O Município deverá criar órgão de assistência e encami-
ilegalidade, a Comissão Permanente de Fiscalização proporá à Câ- nhamento de mão-de-obra ociosa.
mara as medidas que julgar convenientes à situação. § 2º Serão isentas de impostos e taxas as respectivas comuni-
Art. 126 O movimento de caixa do dia anterior será publicado dades e organizações.
diariamente, por edital afixado no edifício da Prefeitura e da Câ- Art. 135 O Município dará tratamento diferenciado, através de
mara. lei complementar, ao comércio ambulante, resguardados os direi-
Art. 127 Mensalmente, até o dia vinte, o balancete relativo à tos dos comerciantes legalmente estabelecidos.
receita e à despesa do mês anterior será encaminhado à Câmara,
afixado mediante edital no edifício da Prefeitura e da Câmara e pu- SEÇÃO I
blicado no órgão oficial ou não da imprensa do Município. DO DESENVOLVIMENTO URBANO
83
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
IV - espaços físicos adequados à execução de uma política or- Parágrafo Único - As alterações do Plano Diretor de Desenvol-
denada de expansão das atividades portuárias, retroportuárias e vimento e Expansão Urbana, no que concerne às atividades modifi-
industriais não poluentes, às quais garantirá especial atenção, sal- cadoras do meio ambiente, ficam sujeitas aos controles e restrições
vaguardando locais de controle ambiental; determinados pelas legislações federal e estadual.
V - prioridade aos estudos técnicos visando à integração do Art. 141 O Município poderá exigir, mediante lei específica para área
território do Município, envolvendo, inclusive, a possibilidade de incluída no Plano Diretor, nos termos da Lei Federal, do proprietário do
participação da iniciativa privada a ser definida em lei; solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova o
VI - especial atenção ao patrimônio histórico e cultural, aos sí- seu adequado aproveitamento, sob pena de, sucessivamente:
tios arqueológicos, à criação de subzonas de preservação ambiental I - parcelamento ou edificação compulsórios;
e à proteção de referenciais urbanísticos característicos da memó- II - imposto sobre propriedade predial e territorial urbana, pro-
ria cultural da cidade. gressivo no tempo;
Art. 138 O Poder Executivo criará o Conselho Municipal de De- III - desapropriação, com pagamento mediante título da dívida
senvolvimento Urbano, através de lei específica. pública, de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal,
com prazo de até dez anos, em parcelas anuais iguais e sucessivas,
SEÇÃO II assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
DO PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO E EXPANSÃO Art. 142 Será isento de imposto sobre propriedade predial e
URBANA territorial urbana o prédio ou terreno destinado à morada do pro-
prietário de pequenos recursos, que não possua outro imóvel, nos
Art. 139 O Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Ur- termos e no limite do valor que a lei fixar.
bana abrange a totalidade do território do Município, contendo
objetivos da comunidade e Governo, prioridades, estratégias para SEÇÃO III
alcançar as finalidades pretendidas, aspectos e diretrizes econômi- DA HABITAÇÃO
co-financeiras e administrativas, e compreende:
I - atividades econômicas do Município; Art. 143 A habitação é função social do Município e será exer-
II - situação e perspectiva das atividades portuárias, retropor- cida mediante política de ações que visem a assegurar a todos o
tuárias, turísticas e correlatas; direito à moradia.
Art. 144 O Município, através de política fiscal, deverá criar me-
III - exigências fundamentais de ordenação do Município, in-
canismo que incentive a função social da propriedade.
cluindo:
Art. 145 As ações do Poder Público para o setor da habitação
a) adequação entre as funções urbanas e as atividades portuá-
serão desenvolvidas mediante levantamento periódico das neces-
rias;
sidades habitacionais do Município e prioritariamente objetivarão:
b) revitalização de áreas degradadas, com especial atenção às
I - planejamento e a execução de programas de construção de
encortiçadas;
moradias populares, definidos em lei;
c) conservação e recuperação do meio ambiente, eliminando
II - garantia de condições habitacionais e de infra-estrutura, em
as fontes agressoras; especial as de saneamento básico, escola pública, posto de saúde
d) especial atenção às áreas de risco geológico, mangues, res- e transporte;
tingas, comunidades indígenas, praias, região do estuário, Mata III - adoção de política de produção, em alta escala, de compo-
Atlântica e mata ciliar; nentes básicos para a construção de moradias, os quais possam ser
IV - normas para produção, uso e ocupação do solo, aplicadas repassados aos projetos a preço de custo;
a áreas urbanas, de expansão urbana e de interesse urbano, tais IV - recuperação de regiões deterioradas, transformando-as em
como bacias de mananciais, sítios naturais de interesse turístico, centros habitacionais para famílias de baixa renda;
zona do porto e retroporto; V - acesso da população aos vazios urbanos com vocação habi-
V - fixação do perímetro urbano e de expansão urbana. tacional, através de adoção de mecanismos que não causem ônus
§ 1º O Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Urbana ao Município, preferencialmente;
deve ser elaborado e/ou revisto no primeiro ano de mandato do VI - adoção de medidas que viabilizem projetos residenciais,
Prefeito, definindo-se as linhas mestras da política de sua adminis- destinados aos idosos.
tração. VII - garantia de moradia à população de baixa renda, através
§ 2º O Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Urbana do Programa de Locação Social.(Inciso acrescentado pela Emenda à
deve orientar a elaboração dos orçamentos anual e plurianual, bem Lei Orgânica nº 31, de 08 de abril de 1996)
como do plano de ação do Governo. Art. 146 É obrigatória a manutenção atualizada, pelo Poder
§ 3º As leis de parcelamento e zoneamento somente poderão Público, dos respectivos cadastros imobiliários e de terras públicas,
ser alteradas uma vez a cada ano. abertos à consulta dos cidadãos, como forma de dinamizar a aquisi-
§ 4º A elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento e Ex- ção de áreas para fins habitacionais.
pansão Urbana deve envolver a participação de entidades repre- § 1º As terras públicas municipais serão prioritariamente desti-
sentativas, conforme lei específica, através de consultas e debates nadas ao assentamento da população de baixa renda e à instalação
nas várias etapas do processo de análise e decisão. de equipamentos coletivos, na forma da lei.
Art. 140 - Em cumprimento ao disposto no artigo anterior, o § 2º As áreas definidas em projeto de loteamento como áreas
Município adequará a legislação existente e, em especial, a refe- verdes, áreas de riscos geológicos ou áreas de especial interesse
rente ao Plano Diretor Físico, ao Código de Edificações e ao Código histórico, urbanístico, ambiental e turístico não poderão ter altera-
de Posturas.(“Caput” renumerado e com nova Redação dada pela dos seus fins, objetivos e destinação originalmente estabelecidos,
Emenda à Lei Orgânica nº 28, de 09 de outubro de 1995) em qualquer hipótese.
84
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 147 O Município consignará, anualmente, no orçamento, III - exigir, na forma da lei, para instalação de obra, atividade ou
percentual a ser aplicado no setor habitacional, com vistas a garan- parcelamento do solo potencialmente causadores de significativa
tir a produção e o acesso à moradia às populações de baixa renda, degradação do meio ambiente, relatório de impacto ambiental, a
através de sistema municipal de financiamento, articulado com a que se dará publicidade e se discutirá em audiência pública, após
obtenção de recursos junto a outros órgãos governamentais. análise do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente e da
Parágrafo Único - O montante de despesas com habitação não Câmara;
poderá ser inferior a 5% (cinco por cento) das despesas globais do IV - controlar a produção, a comercialização, a estocagem e o
orçamento anual do município.(Parágrafo único com Redação dada emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco
pela Emenda à Lei Orgânica nº 33, de 21 de novembro de 1996) efetivo ou potencial à vida, à qualidade de vida e ao meio ambien-
Art. 148 O Poder Executivo criará o Fundo de Incentivo à Cons- te, fiscalizando-os na forma da lei;(Inciso com Redação dada pela
trução de Habitação Popular, através de lei específica. Emenda à Lei Orgânica nº 12, de 1º de março de 1993)
Art. 149 - O Poder Executivo criará o Fundo de Incentivo à Cons- V - tornar obrigatória a educação ambiental em sua rede de en-
trução de Habitação Popular, através de lei específica, cuja admi- sino, bem como promover a conscientização da comunidade para a
nistração será fiscalizada pelo Conselho Municipal de Habitação. preservação do meio ambiente;
(Artigo com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 30, de 08 VI - proteger a flora e a fauna, vedada, na forma da lei, as prá-
de abril de 1996) ticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção de espécies ou submetam animais à crueldade;
SEÇÃO IV VII - proteger a comunidade contra a poluição sonora e visual,
DOS TRANSPORTES causada por atividades industriais, comerciais, de lazer e outras;
VIII - dar destinação final adequada aos resíduos urbanos e
Art. 150 Compete ao Município organizar e prestar, diretamen- hospitalares;
te ou sob regime de concessão ou permissão, o serviço de trans- IX - disciplinar, em lei, o horário e o itinerário a ser percorrido,
porte coletivo, que tem caráter essencial, na forma do inciso V do nas vias do Município, por veículos transportadores de cargas peri-
artigo 30, da Constituição Federal. gosas de qualquer natureza ou potencialmente nocivas à população
Art. 151 A prestação do serviço de transporte coletivo deve ter e ao meio ambiente, bem como o acondicionamento dessas cargas;
como objetivo: X - proibir o transporte de rejeitos tóxicos nas vias públicas do
a) acessibilidade a todo cidadão; Município;
b) valor da tarifa condizente com o poder aquisitivo da população; XI - proibir, no território municipal, a utilização de qualquer
c) boa qualidade do serviço; área para servir de depósito de lixo químico;
d) garantia de rentabilidade do capital empregado. XII - disciplinar, na forma da lei, a implantação de áreas verdes
Art. 152 A lei disporá sobre as condições, os requisitos e in- nas construções em geral.
centivos que facilitem a prestação do serviço de táxis, transporte Art. 155 O Município garantirá a preservação do meio ambien-
coletivo de escolares, autolotação em peruas e demais meios de te no seu território, evitando reflexos negativos sobre o ambiente
transporte alternativo do Município. regional.
Art. 153 Compete ao Município avaliar as condições, os requi- Art. 156 O Município consignará, anualmente, no orçamento,
sitos e incentivos que facilitem a implementação e alteração do sis- percentual para preservação e recuperação do meio ambiente.
tema de transporte intermodal e intramodal. Art. 157 O Poder Público apoiará, através de seus próprios dis-
Parágrafo Único - O exercício da competência a que se refere positivos legais, as ações da Polícia Florestal na defesa do meio am-
este artigo pode abranger a organização e gerência de: biente.
a) tráfego local; Art. 158 O Município estimulará a pesquisa e utilização de fon-
b) estacionamentos;
tes energéticas alternativas e limpas, como o gás natural, a energia
c) atividades de carga e descarga;
solar e a eólia.
d) transporte coletivo local de passageiros por hidrovias;
Art. 159 Os manguezais, os costões, a Mata Atlântica, a Serra
e) transporte coletivo de passageiros por ferrovias;
do Mar, as margens dos rios, as encostas dos morros, a região do
f) implantação do sistema de ciclovias.
estuário, o Vale do Quilombo, as praias e seus jardins e os canais de
drenagem ficam sob a proteção do Município, dentro de condições
SEÇÃO V
que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto
DO MEIO AMBIENTE
ao uso dos recursos naturais.
Art. 154 Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente Parágrafo Único - O Município deverá promover medidas de
equilibrado, bem de uso comum do povo essencial à sadia qualida- ação judicial ou policial, interditando obras ou atividades seme-
de de vida, impondo-se ao Poder Público e à comunidade o dever lhantes que se instalarem nesses locais, executando sua imediata
de defendê-lo e preservá-lo. remoção.
Parágrafo Único - Para assegurar a efetividade desse direito, in- Art. 160 É assegurado a todos o livre acesso às praias do Mu-
cumbe ao Município: nicípio, que serão consideradas patrimônio público inalienável e
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e reservado perpetuamente à população.
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; § 1º Sempre que, por qualquer motivo, for impedido ou dificul-
II - definir, em lei complementar, os espaços territoriais do Mu- tado o acesso às praias, o Município adotará providências imediatas
nicípio a serem especialmente protegidos, bem como seus compo- para garantia desse direito.
nentes, vedada qualquer utilização que comprometa a sua integri- § 2º O Município deverá utilizar-se da desapropriação para
dade; abertura do acesso a que se refere este artigo.
85
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 161 O Município estabelecerá consórcio com outros Mu- SEÇÃO VII
nicípios, objetivando a solução de problemas comuns relativos à DOS RECURSOS HÍDRICOS E MINERAIS
proteção ambiental, particularmente quanto à preservação dos re-
cursos hídricos e ao uso equilibrado dos recursos naturais. Art. 172 O Município participará do sistema integrado de ge-
Art. 162 As áreas declaradas de utilidade pública, para fins de renciamento dos recursos hídricos, através do qual se assegurará
desapropriação, objetivando a implantação de unidade de con- meios financeiros e institucionais para:
servação ambiental, serão consideradas espaços territoriais espe- I - a utilização racional das águas superficiais e subterrâneas e
cialmente protegidos, não sendo nelas permitidas atividades que sua prioridade para abastecimento da população;
degradem o meio ambiente ou que, por qualquer forma, possam II - o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos e o rateio
comprometer a integridade das condições ambientais que motiva- dos custos das respectivas obras, na forma da lei;
ram a expropriação. III - a proteção das águas contra ações que possam comprome-
Parágrafo Único - Serão garantidos, anualmente, no orçamen- ter o seu uso atual e futuro;
to, recursos para conservação das áreas de que trata este artigo. IV - a defesa contra eventos críticos, que ofereçam riscos à saú-
Art. 163 Aquele que explorar recursos minerais, inclusive a ex- de e segurança pública e prejuízos econômicos ou sociais;
tração de areia, cascalho ou pedreiras, somente o fará após a apre- V - a gestão das águas de interesse exclusivamente local.
sentação de relatório de impacto ambiental, na forma da lei, e de Art. 173 Para proteger e conservar as águas e prevenir seus
respectiva licença de instalação e funcionamento, ficando obrigado efeitos adversos, o Município adotará medidas no sentido:
a recuperar o meio ambiente degradado de acordo com a solução I - da instituição de áreas de preservação das águas utilizáveis
técnica exigida pelo órgão público competente. para abastecimento às populações e da implantação, conservação e
Art. 164 As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio recuperação de matas ciliares;
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, às II - do zoneamento de áreas inundáveis, com restrições a usos
sanções administrativas e penais, independentemente da obriga- incompatíveis nas sujeitas a inundações freqüentes, e da manuten-
ção de reparar os danos causados. ção da capacidade de infiltração do solo;
Art. 165 O Poder Público manterá o Conselho Municipal de Defesa III - da implantação de sistema de alerta e defesa civil, para ga-
do Meio Ambiente, órgão autônomo deliberativo, e garantirá a participa- rantir a segurança e a saúde públicas, quando de eventos hidroló-
ção da comunidade em geral, com atribuições definidas em lei. gicos indesejáveis;
Art. 166 O Município criará fundo para preservação e recupera-
IV - da instituição de programas permanentes de racionalização
ção do meio ambiente, através de lei, com o objetivo de promover
do uso das águas destinadas ao abastecimento público e industrial
a captação de recursos financeiros destinados à proteção e recupe-
e à irrigação, assim como de combate às inundações e à erosão.
ração do meio ambiente.
Art. 174 O Município deverá promover, em conjunto com o Es-
tado e de maneira sistemática, levantamentos geológicos básicos
SEÇÃO VI
do seu território e executar programa permanente de cadastramen-
DE METROPOLIZAÇÃO
to de áreas de risco, movimentos de massa-erosão, estabilidade de
Art. 167 O Município direcionará esforços para compatibilizar encostas e de construção de obras civis.
a sua linha de desenvolvimento aos princípios de metropolização
estabelecidos no artigo 153 da Constituição Estadual, em busca de SEÇÃO VIII
uma ação integrada com os demais Municípios definidos na legis- DO SANEAMENTO
lação estadual.
Art. 168 A compatibilização prevista no artigo anterior, no que Art. 175 As ações de saneamento, executadas em consonância
couber, inclui a ordenação de planos, programas, orçamentos, in- com o Estado, devem prever a utilização racional da água, do solo e
vestimentos e ações com as metas, diretrizes e objetivos estabe- do ar, de modo compatível com a preservação e melhoria da quali-
lecidos nos planos e programas estaduais, regionais e setoriais de dade da saúde pública e do meio ambiente.
desenvolvimento econômico-social e de ordenação territorial. Art. 176 A lei estabelecerá política de ações, visando a impe-
Art. 169 Para vinculação ao processo e desenvolvimento inte- dir que loteamentos e conjuntos habitacionais sejam construídos
grado, o Município destinará recursos específicos, nos respectivos e ocupados sem o funcionamento adequado das redes de água
planos plurianuais e orçamentos, para desempenho das funções potável e dos sistemas coletores de esgotos, com seus respectivos
públicas de interesse comum. tratamentos e drenagem.
Art. 170 Dentro dos princípios de integração desenvolvimentis-
ta, o Município atuará no conselho de caráter normativo e delibera- CAPÍTULO II
tivo a ser criado pelo Estado, mediante lei complementar, na forma DA POLÍTICA SOCIAL
do artigo 154, § 1º, da Constituição Estadual.
Parágrafo Único - Em obediência à legislação estadual, o Muni- DISPOSIÇÕES GERAIS
cípio assegurará a participação da população no processo de plane-
jamento e tomada de decisões, bem como na fiscalização da reali- Art. 177 O Município, dentro de sua competência, assegurará
zação de serviços ou funções públicas em nível regional, dentro de o bem-estar social e garantirá o pleno acesso aos bens e serviços
orientações específicas no seu âmbito. essenciais ao desenvolvimento individual e coletivo.
Art. 171 O Município poderá buscar o desenvolvimento inte- Art. 178 A ordem social tem por base o primado do trabalho,
grado com outros Municípios por meio da formação de consórcios, garantindo a todos, no âmbito da competência municipal, o direito
convênios e associações criados com objetivo de interesse comum, ao emprego e à justa remuneração, que proporcionem existência
mediante lei específica. digna na família e na sociedade.
86
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 179 O Município assegurará, em seus orçamentos anuais, tica municipal de saúde e aprovar a composição do Conselho Muni-
percentual nunca inferior a um por cento para financiar programas cipal de Saúde, convocada pelo Prefeito Municipal ou, extraordina-
relativos à promoção social e ao bem-estar da população. riamente, por este ou pelo Conselho de Saúde.
§ 2º O Conselho Municipal de Saúde, paritário e triparte, com-
SEÇÃO I posto por representantes dos usuários, de prestadores de serviços,
DA SAÚDE profissionais de saúde e Executivo Municipal tem por objetivo for-
(Seção alterada pela Emenda à Lei Orgânica nº 32, de 10 de mular e controlar a execução da política municipal de saúde, inclu-
outubro de 1996) sive nos aspectos econômicos e financeiros.
(Artigos renumerados pela Emenda à Lei Orgânica nº 38, de 09 § 3º Os representantes dos usuários, que constituem a metade
de dezembro de 1999) da composição do Conselho Municipal de Saúde, serão eleitos por
entidades, associações ou movimentos dos próprios usuários e, en-
Art. 180 A saúde é direito de todos e dever do Poder Público, tão, nomeados pelo Prefeito Municipal.
assegurada mediante políticas sociais, econômicas e ambientais VI - a implementação dos serviços de atendimento odontoló-
que visem ao bem-estar físico, mental e social do indivíduo e da gico e de prótese dentária que visem à reabilitação social do indi-
coletividade, à redução do risco de doença e de outros agravos e ao víduo.(Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 40, de 17 de
acesso universal e igualitário às ações e serviços, para sua promo- abril de 2000)
ção, proteção e recuperação. Art. 186 Os serviços públicos municipais que compõem o Siste-
Art. 181 As ações de saúde são de relevância pública, devendo ma Unificado de Saúde observarão as seguintes normas:
sua execução ser feita, diretamente, através de terceiros, ou por I - a instalação de quaisquer novos serviços deve ser discutida e
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde, segundo as diretrizes
Art. 182 O Município constitui, com a União e o Estado, o Sis- deliberadas na última Conferência de Saúde e, levando-se e consi-
tema Único de Saúde, organizado de acordo com as seguintes di- deração a demanda, cobertura, distribuição geográfica e articula-
retrizes: ção do sistema.
I - descentralização, com direção do Poder Público Municipal II - o fechamento ou desativação de qualquer serviço ou pro-
em sua esfera de governo; grama de saúde só poderá ocorrer após avaliação e aprovação pela
II - atendimento integral, com ações de saúde adequadas às Conferência Municipal de Saúde.
realidades epidemiológicas e sociais, com prioridade para as ativi- Art. 187 Fica criado a nível das unidades de saúde o Conselho
dades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; Gestor da Unidade, com a finalidade de definir e controlar a exe-
III - participação da comunidade na formulação, controle e fis- cução da política municipal de saúde no âmbito de abrangência da
calização da política municipal de saúde; unidade.
IV - gratuidade dos serviços prestados, vedada a cobrança aos Parágrafo Único - O Conselho Gestor será composto de 50% de
usuários de despesas e taxas, sob qualquer título. usuários, 25% de profissionais de saúde e de 25% de representantes
Art. 183 O Sistema Único de Saúde no plano municipal, será do Executivo, cada setor eleito pelos seus pares.
financiado, nos termos do artigo 195 da Constituição Federal, com Art. 188 Compete ao Município:
recursos do orçamento do Município, do Estado, da União e da Se- I - a direção do Sistema Único de Saúde no âmbito do municí-
guridade Social, além de outras fontes. pio, através da Secretaria de Higiene e Saúde;
§ 1º O conjunto dos recursos destinados às ações e serviços de
II - a assistência integral à saúde, respeitadas as necessidades
saúde no Município constituem o Fundo Municipal de Saúde con-
específicas de todos os segmentos da população, em especial à saú-
forme lei municipal.
de do adulto, do idoso, da mulher, da criança e do adolescente, da
§ 2º O Município aplicará anualmente, em ações e serviços pú-
pessoa portadora de deficiência, a saúde mental e bucal dos porta-
blicos de saúde, no mínimo 15% (quinze por cento) do produto da
dores de HIV;
arrecadação dos impostos, a que se refere o art. 156 e dos recursos
III - a identificação e o controle dos fatores determinantes e
de que tratam os artigos 158 e 159, inciso I, alínea b e parágrafo 3º,
condicionantes da saúde individual e coletiva, mediante, especial-
da Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
nº 87/2021) mente, ações referentes a vigilância sanitária, vigilância epidemio-
Art. 184 A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. lógica e saúde do trabalhador;
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma com- IV - a celebração de contratos e convênios com o setor privado de
plementar do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes deste, saúde, de forma complementar aos serviços públicos, além do controle e
mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferên- avaliação de sua execução, garantindo a qualidade da assistência;
cia as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. V - a formulação e implementação da política de recursos hu-
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios manos na esfera municipal, com instituição de planos de carreira
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. para os profissionais de saúde e incentivo à dedicação exclusiva e
§ 3º As instituições privadas de saúde ficarão sob a fiscalização tempo integral, capacitação e reciclagem permanentes e condições
do setor público nas questões de controle de qualidade e de infor- adequadas de trabalho para a execução de suas atividades, bem
mações conforme as normas do Sistema Único de Saúde. como a busca de isonomia plena entre os profissionais atuando na
Art. 185 Ficam criados no âmbito do Município, duas instâncias saúde do município;
de caráter deliberativo: a Conferência e o Conselho Municipal de VI - a elaboração anual e a atualização periódica do Plano Mu-
Saúde. nicipal de Saúde e da proposta orçamentária do SUS para o mu-
§ 1º A Conferência Municipal de Saúde, reunir-se-á a cada dois nicípio, de acordo com as diretrizes estabelecidas na Conferência
anos com ampla representação dos vários segmentos sociais para Municipal de Saúde, o qual deverá ser aprovado pelo Conselho Mu-
avaliar a situação de saúde no município, fixar as diretrizes da polí- nicipal de Saúde;
87
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
VII - a administração do Fundo Municipal de Saúde, com fiscali- XXIII - assegurar ações de prevenção das deficiências nos ser-
zação do Conselho Municipal de Saúde; viços próprios e mediante supervisão nos demais, através de um
VIII - o estabelecimento de um sistema que garanta aos usuá- primeiro exame clínico e pesquisa laboratorial de doença congênita
rios acesso às informações de interesse da saúde, e a divulgação no recém-nascido.
obrigatória de qualquer dado que coloque em risco a saúde indivi- XXIV - a assistência odontológica integral e universal, incluindo
dual ou da coletividade, além do fornecimento de informações de a prevenção, recuperação e reabilitação individual e coletiva. (Reda-
forma permanente, que contribuam para a melhoria da consciência ção acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 84/2018)
sanitária da comunidade; § 1º A internação psiquiátrica compulsória deverá ser obrigato-
IX - a participação na formulação das ações de proteção ao riamente comunicada, nos termos da lei, ao Ministério Público, que
meio ambiente e de saneamento básico no âmbito do município; emitirá parecer sobre a legalidade de internação.
X - a celebração de consórcios ou convênios intermunicipais § 2º É vedada, no âmbito do Município, a utilização de celas
para a execução de ações ou programas de saúde quando houver fortes e outras ações violentas contra o doente mental.
indicação técnica e consenso das partes, devendo os mesmos se- § 3º É vedada a instalação de novos hospitais psiquiátricos ou
rem avaliados e aprovados pelo Conselho Municipal de Saúde; qualquer serviço que contribua para a estigmatização e ou exclusão
XI - a organização e integração dos serviços de saúde segundo social do doente mental.
os princípios da regionalização, baseados no perfil epidemiológico § 4º A assistência odontológica de que trata o inciso XXIV será
das diferentes áreas, objetivando o desenvolvimento de ações ade- prestada, prioritariamente, a pessoas desprovidas de dentição na-
quadas a essa realidade; tural, aos portadores de condições clínicas especiais, às pessoas
XII - o acompanhamento, avaliação e divulgação dos indica- com deficiência e aos pacientes internados em Unidades de Tera-
dores de morbi-mortalidade no âmbito do município e, com base pia Intensiva ou com permanência hospitalar prolongada. (Redação
neles, a adoção de medidas e programas ou ações que visem a sua acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 84/2018)
melhoria; Art. 189 Os sistemas e serviços de saúde privativos de funcio-
XIII - o controle e a fiscalização de procedimentos, produtos e nários da administração direta e indireta deverão ser financiados
substâncias de interesse para a saúde; pelos seus usuários, sendo vetada a transferência de recursos públi-
XIV - a participação no controle e fiscalização da produção, ma- cos (do SUS) ou qualquer tipo de incentivo fiscal direto ou indireto
nipulação, transporte, comercialização, guarda e utilização de medi- para os mesmos.
camentos, substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; Art. 190 Cabe à rede pública de saúde, pelo seu corpo clínico
XV - o planejamento e a execução das ações de fiscalização e especializado, prestar o atendimento para a prática de aborto nos
controle das condições e dos ambientes de trabalho, bem como dos casos previstos no Código Penal.
problemas de saúde com eles relacionados, assegurando a partici-
pação dos sindicatos de trabalhadores nas ações de vigilância de- SEÇÃO II
senvolvidas nos locais de trabalho; DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL
XVI - a fiscalização e inspeção dos alimentos, compreendido o
controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e água para Art. 191 O Município, no âmbito de sua competência, assegu-
consumo humano, assegurando o controle da água de abasteci- rará ao servidor público plano de previdência e assistência social, a
mento público (potabilidade, fluoretação, etc.); ser definido em lei.
XVII - a manutenção de políticas preventivas em saúde bucal Parágrafo Único - A lei assegurará pensão ao cônjuge supérstite
em escolas, creches e unidades de saúde, assegurando-se progra- ou, na falta deste, aos herdeiros ou beneficiários do servidor públi-
mas que garantam a distribuição gratuita dos insumos necessários co falecido.
(escovas, pasta, etc.); Art. 192 A assistência social será prestada a quem dela necessi-
XVIII - O desenvolvimento de ampla política de prevenção às tar, independentemente de contribuição à seguridade social.
DST, Aids e Hepatites Virais, bem como a adequada assistência aos
portadores destas enfermidades, que inclua tratamento ambulato- SEÇÃO III
rial, domiciliar, hospitalar, medicamentos específicos e exames la- DA PROMOÇÃO SOCIAL
boratoriais próprios, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda
à Lei Orgânica nº 63/2014) Art. 193 O Município planejará, executará e regulamentará as
XIX - o desenvolvimento de uma política pública de prevenção ações na área da promoção social, com base nos seguintes princí-
ao abuso de drogas lícitas e ilícitas, bem como a oferta de tratamen- pios:
to adequado e voluntário para químico dependentes; I - participação da comunidade;
XX - a intervenção em toda e qualquer situação que coloque II - descentralização administrativa, respeitada a legislação fe-
em risco a integridade, individual e coletiva, e em casos de infrin- deral, considerado o Município e as comunidades como instâncias
gência grave à legislação sanitária, nos termos da lei; básicas para o atendimento e realização dos programas;
XXI - à planificação necessária para a progressiva extinção dos III - integração das ações dos órgãos e entidades da administra-
leitos de características manicomiais; substituindo por ações pre- ção em geral, compatibilizando programas e recursos e evitando a
ventivas e assistenciais, através de serviços alternativos ao hospital duplicidade de atendimento entre as esferas municipal e estadual.
psiquiátrico como núcleos de apoio psicossocial, que preservem e Art. 194 O plano de promoção social do Município terá por ob-
valorizem a dignidade e a reintegração social do doente mental; jetivos principais:
XXII - assegurar o direito ao acesso às praticas alternativas de I - a atenção à família, à maternidade, à infância, à adolescência
saúde e promover a informação sobre os seus procedimentos e be- e à velhice;
nefícios; II - o atendimento ao migrante e à mendicância;
88
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
III - a prevenção do abandono do idoso; Art. 200 É vedada a cessão de uso de próprios públicos munici-
IV - a profissionalização do adolescente; pais para o funcionamento de estabelecimentos de ensino privado
V - outros programas sociais necessários em função da deman- de qualquer natureza, com fins lucrativos.
da social. Art. 201 O Município manterá os profissionais de ensino em
Art. 195 O Município criará o Conselho Municipal da Promoção nível econômico e social à altura de suas funções, proporcionan-
Social, composto de representantes da comunidade em geral, com do-lhes oportunidades de atualização e valorização, garantindo, na
funções e regulamentos definidos em lei. forma da lei, planos de carreira e piso salarial compatível com suas
atribuições.
SEÇÃO IV Art. 202 A lei criará o Conselho Municipal de Educação, órgão
DA EDUCAÇÃO normativo, consultivo e deliberativo do sistema de ensino do Mu-
nicípio.
Art. 196 A educação, direito de todos e dever do Poder Público Art. 203 O Município aplicará, anualmente, para a manutenção
e da família, promovida e incentivada com a colaboração da socie- e o desenvolvimento do ensino, trinta por cento, no mínimo, da re-
dade, deve ser ministrada com base nos artigos 2 05 e seguintes ceita resultante de impostos, compreendida, inclusive, a provenien-
da Constituição Federal e inspirada nos princípios de liberdade, te de transferências, procedentes da União e do Estado.
solidariedade e respeito aos direitos humanos, visando ao pleno Parágrafo Único - A lei definirá as despesas que se caracterizam
desenvolvimento da pessoa e à formação do cidadão, eliminando como manutenção e desenvolvimento do ensino.
estereótipos existentes nos livros didáticos. Art. 204 As crianças e adolescentes deficientes físicos e men-
§ 1º Em cumprimento ao disposto no “caput” deste artigo, tais, que, pelo seu grau de deficiência, não tenham condições de
constará do conteúdo programático das disciplinas, nas escolas da acompanhar o processo de escolaridade nas salas de aula comuns,
rede municipal, o estudo da história política do Município, do fun- poderão se atendidos em estabelecimentos especializados, me-
cionamento de suas instituições, partidos políticos e sindicatos, da diante bolsas de estudo oferecidas pelo Poder Público, desde que
constituição e funcionamento do Poder Público, bem como noções provada a carência de recursos da família.
das leis que regem a vida do munícipe. Art. 205 O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá
§ 2º A rede municipal de ensino público, com vistas a preservar disciplina nos horários normais da rede municipal de ensino.
a memória social, fará constar de seu currículo básico estudos sobre
a contribuição do negro e do índio, resgatando a verdadeira história SEÇÃO V
dessas culturas e repudiando qualquer forma de discriminação. DA CULTURA
Art. 197. O Município responsabilizar-se-á prioritariamente
pela educação infantil em creches e pré-escolas, e, da mesma for- Art. 206 O Município garantirá a todos o pleno exercício dos di-
ma, pelo ensino fundamental, inclusive para os que a ele não tive- reitos culturais e o acesso às fontes de cultura, apoiará e incentiva-
ram acesso na idade própria. rá a valorização e a difusão de suas manifestações, com prioridade
§ 1º O sistema de ensino, municipal assegurará aos alunos ne- para as diretamente ligadas à história de Santos, à sua comunidade
cessitados condições de eficiência escolar, de permanência na es- e aos seus bens.
cola, bem como manterá classes no período noturno, preferencial- Art. 207 O Poder Público incentivará a livre manifestação cul-
mente aos alunos trabalhadores. tural mediante:
§ 2º O Município procederá, preferencialmente, à matrícula I - criação e manutenção de espaços públicos devidamente
dos alunos, priorizando aqueles com deficiência, na escola da rede equipados e capazes de garantir a produção, divulgação e apresen-
municipal mais próxima de sua residência. (Redação dada pela tação das manifestações culturais e artísticas;
Emenda à Lei Orgânica nº 64/2014) II - desenvolvimento de intercâmbio cultural e artístico, integra-
Art. 198 Será estimulada a prática do civismo nas escolas muni- ção de programas culturais e apoio à instalação de casas de cultura
cipais, como complemento à formação do indivíduo. e de bibliotecas públicas;
Art. 199 A gestão democrática do ensino público municipal III - acesso aos acervos das bibliotecas, dos museus, arquivos
atenderá às seguintes diretrizes: e congêneres;
a) participação da sociedade na formulação e execução da po- IV - promoção do aperfeiçoamento e valorização dos profissio-
lítica educacional; nais da cultura;
b) prestação de contas à sociedade sobre a utilização dos recur- V - planejamento e gestão do conjunto das ações, garantida a
sos destinados à educação; participação de representantes da comunidade;
c) instituição de conselhos deliberativos, em caráter perma- VI - compromisso de resguardar e defender, em seu território,
nente, em todas as unidades escolares, formados por estudantes, a integridade, pluralidade, independência e autenticidade das cul-
professores, pais e funcionários, com o objetivo de acompanhar o turas brasileiras;
nível pedagógico da escola e extinguir toda e qualquer discrimina- VII - cumprimento de política cultural não intervencionista, vi-
ção ou estereotipia no sistema regular de ensino público municipal; sando à participação de todos na vida cultural;
d) preservação da memória social, promovendo a interação VIII - preservação dos documentos, das obras e demais regis-
entre educação básica e os diferentes contextos culturais, além da tros de valor histórico e científico.
utilização de museus, arquivos, monumentos históricos, artísticos e Art. 208 - O Poder Público manterá o Conselho Municipal de
ecológicos como recursos educacionais; Cultura, órgão normativo, consultivo e deliberativo das ações cul-
e) promoção de atividades curriculares interdisciplinares que turais, assegurada a participação popular paritária por meio de or-
visem ao reconhecimento e valorização do patrimônio cultural, con- ganizações populares e civis representativas.(Artigo acrescentado
tribuindo para a sua preservação. pela Emenda à Lei Orgânica nº 17, de 23 de agosto de 1993)
89
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 209 O Poder Público manterá o Conselho de Defesa do Pa- I - ao esporte educacional, ao esporte comunitário e ao esporte
trimônio Cultural de Santos, órgão autônomo e deliberativo, com- olímpico e não-olímpico;
posto por representantes de entidades culturais e da comunidade II - à Iniciação esportiva de crianças e adolescentes;
em geral que, dentre outras atribuições definidas em lei, deverá: III - à prática de atividades físicas e ao lazer popular;
a) deliberar sobre tombamento de bens materiais; IV - à construção e manutenção de espaços devidamente equi-
b) adotar medidas necessárias à produção dos efeitos do tom- pados para o lazer, práticas esportivas e atividades físicas;
bamento; V - à promoção, orientação e ao estímulo á prática e difusão da
c) pesquisar, identificar, proteger e valorizar o patrimônio cul- Educação Física em todas as faixas etárias dos munícipes;
tural santista. VI - à adequação dos locais já existentes, disciplinando seu uso,
Art. 210 Constituem patrimônio municipal e deverão ser pro- com vistas a proporcionar oportunidades para todos;
tegidos pelo Poder Público os documentos, as obras e outros bens VII - â previsão de medidas necessárias quando da construção
materiais e imateriais de valor histórico, artístico e cultural, os mo- de novos espaços, tendo em vista a prática de esportes, atividades
numentos, as paisagens naturais notáveis, os conjuntos e sítios físicas e lazer por parte dos portadores de deficiência, idoso e ges-
arqueológicos, paleontológicos, ecológicos e científicos tombados tantes de maneira integrada aos demais cidadãos. (Redação dada
pelo Poder Público, com tratamento idêntico para os bens tomba- pela Emenda à Lei Orgânica nº 73/2016)
dos pela União ou pelo Estado, mediante convênio. Art. 219 A lei regulará a composição, o funcionamento e as atri-
Art. 211 A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas buições do Conselho Municipal de Esportes, que será constituído
de alta significação para o Município. por representantes do Poder Público e da comunidade em geral.
Art. 212 O Município criará, na forma da lei, fundo para a pre-
servação e restauração do patrimônio histórico, com suporte finan- SEÇÃO VIII
ceiro para o desenvolvimento das ações que visem à preservação DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
ou restauração de imóveis de propriedades do Município, que pos-
suam valor histórico ou artístico. Art. 220 O Município incentivará o desenvolvimento científico,
Parágrafo Único - Constituirão receita do fundo: a pesquisa e a capacitação tecnológica, nos termos das Constitui-
a) dotações consignadas no orçamento do Município e créditos ções Estadual e Federal.
adicionais que lhe sejam destinados;
b) auxílios, subvenções, contribuições, transferências e partici- SEÇÃO IX
pações em convênios e ajustes; DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
c) doações de qualquer natureza;
d) rendimentos, acréscimos, juros e correções monetárias pro- Art. 221 O Município, na área da comunicação social, desenvol-
venientes de aplicação de seus recursos; verá sua ação com base nos princípios constitucionais.
e) outras receitas.
SEÇÃO X
SEÇÃO VI DA DEFESA DO CONSUMIDOR
DO TURISMO
Art. 222 O Poder Público criará o Serviço Municipal de Proteção
Art. 213 O Município promoverá e incentivará o turismo como ao Consumidor, que atuará em conjunto com o Centro de Apoio ao
atividade prioritária, fator de desenvolvimento econômico e social. Consumidor, com atribuições, composição e funcionamento defini-
Art. 214 O Poder Público estimulará os diversos segmentos li- dos em lei.
gados direta e indiretamente ao turismo e os projetos que visem ao Art. 223 Fica assegurada a criação do Conselho Municipal de
desenvolvimento do setor, através de incentivos fiscais e conces- Defesa do Consumidor, com atribuições e composição definidas em
sões a serem definidos no Plano Diretor de Turismo. lei.
Art. 215 O Município, no prazo de cento e vinte dias, estabe-
lecerá a política para atividades turísticas, através do Plano Diretor SEÇÃO XI
de Turismo. DA PROTEÇÃO ESPECIAL
90
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
I - a assistência integral à saúde da criança e do adolescente, II - implantar sistema “braille” e de audiolivro em estabeleci-
elaborando, inclusive, programas de prevenção e atendimento es- mentos da rede oficial de ensino, bem como nas bibliotecas, de
pecializado aos dependentes de entorpecentes e drogas afins; forma a atender às necessidades educacionais e sociais dos porta-
II - a permanência da mãe, nos internamentos de crianças até dores de deficiência visual;
doze anos, em hospitais e enfermarias; III - celebrar convênio com entidades filantrópicas e comunitá-
III - o funcionamento de centro de recebimento e encaminha- rias, para a cessão de profissionais especializados;
mento de denúncias referentes a violências praticadas contra crian- IV - estabelecer convênio com entidades especializadas no trei-
ças e adolescentes, inclusive no âmbito familiar; namento, na habilitação e reabilitação de portadores de deficiên-
IV - a prestação de orientação e informação sobre a sexualida- cia, no sentido de dar a estes formação profissional e preparação
de humana e conceitos básicos da entidade familiar, sempre que para o trabalho;
possível, de forma integrada aos conteúdos curriculares; V - obrigar as empresas e instituições que recebam do Muni-
V - a colocação de adolescentes carentes de quatorze a dezoito cípio recursos materiais ou financeiros para a realização de pro-
anos incompletos, para estágio supervisionado, educativo e profis- gramas, projetos e atividades culturais, educacionais, esportivas e
sionalizante, dentro das empresas sob seu controle; de lazer, a preverem o acesso e a participação dos portadores de
VI - à criança e ao adolescente trabalhadores, inclusive àque- deficiência;
les na condição de aprendiz, todos os direitos sociais previstos na VI - conceder incentivos, na forma da lei, às empresas que
Constituição Federal; adaptarem seus equipamentos para o trabalho de portadores de
VII - o estímulo, através de incentivos fiscais, às entidades que deficiência;
acolherem crianças ou adolescentes carentes. VII - conceder gratuidade nos transportes coletivos urbanos aos
Art. 229 É vedada ao Poder Público a transferência, para outros portadores de deficiência, bem como seu acompanhante, quando o
Municípios e Estado, que não os de sua origem, de crianças e ado- deficiente tiver reconhecida dificuldade de locomoção;
lescentes atendidos diretamente por instituições oficiais, visando a VIII - garantir às pessoas portadoras de deficiência o percentual
garantir a unidade familiar, salvo em casos excepcionais em que o de 5% (cinco por cento) das unidades dos conjuntos habitacionais
Município não possua a especialização necessária ao atendimento. que vierem a ser construídos no Município, efetuando-se as devidas
Art. 230 Fica assegurada a criação do Conselho Municipal dos adaptações, se necessárias.(Inciso com Redação dada pela Emenda
Direitos da Criança e do Adolescente, com atribuições, composição à Lei Orgânica nº 03, de 05 de março de 1992)
e funcionamento definidos em lei. Art. 238 O Município criará serviço especializado, dotado de
Art. 231 O Município estimulará e desenvolverá amplo progra- aparelhagem específica que permita a correção, diminuição e su-
ma de combate aos entorpecentes e drogas afins, através do Con- peração das limitações dos portadores de deficiência, inclusive es-
selho Municipal Antidrogas, a ser criado por lei. tabelecendo programas de assistência integral para os não reabili-
Art. 232 O Poder Público deverá garantir à pessoa idosa condi- táveis, incentivando a pesquisa e a aplicação de novas tecnologias.
ções de vida apropriada, direito à saúde, freqüência e participação Art. 239 A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos
nos serviços, programas culturais, educacionais, esportivos, recrea- edifícios de uso público e dos veículos de transporte coletivo atual-
tivos e de lazer, defendendo sua respeitabilidade e dignidade e vi- mente existentes, a fim de garantir acesso adequado às pessoas
sando à sua integração à sociedade. portadoras de deficiência.
Art. 233 Para viabilizar a convivência social do idoso, o Poder Art. 240 O Município assegurará às pessoas portadoras de de-
Público garantirá: ficiência, exclusivamente residentes em Santos, prioridade na con-
I - a promoção de eventos culturais, esportivos e de lazer, gra- cessão de licença, no que tange ao comércio ambulante, bem como
tuitos e direcionados às pessoas com idade igual ou superior a ses- isenção das taxas e tributos correspondentes.
senta anos; Art. 241 O Município criará o Conselho Municipal para Assuntos
II - a inclusão, no planejamento escolar das disciplinas, em to- da Mulher, composto de representantes da comunidade em geral,
dos os níveis, de conteúdo sobre a respeitabilidade ao idoso e sua com atribuições definidas em lei e garantirá o acompanhamento e a
importância na sociedade. fiscalização da política de assistência integral da mulher, asseguran-
Art. 234 O Município assegurará gratuidade, no transporte co- do:(“Caput” com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 41,
letivo urbano, às pessoas com idade igual ou superior a sessenta e de 10 de agosto de 2000)
cinco anos. I - assistência à saúde, de acordo com sua especificidade;
Art. 235 Fica assegurada a criação do Conselho Municipal do II - direito a auto-regulação de fertilidade, com livre decisão da
Idoso, com atribuições, composição e funcionamento definidos em mulher, do homem ou do casal para exercer a procriação ou para
lei. evitá-la, vedada qualquer forma coercitiva de indução;
Art. 236 É dever do Município estabelecer legislação específica III - atendimento à mulher vítima de violência, conjugando es-
que exija padrões mínimos e normas uniformes para o atendimento forços com os órgãos estaduais competentes, no sentido de asse-
em instituições e estabelecimentos que acolham o idoso, de modo gurar:
a garantir-lhe melhor qualidade de vida. a) atendimento jurídico;
Art. 237 O Município deverá: b) criação e manutenção de abrigos.
I - criar programas de reabilitação, integração e atendimento
pedagógico especializado para os portadores de deficiência física, TÍTULO VIII
sensorial, mental e múltipla, obrigatoriamente na rede regular de DISPOSIÇÕES GERAIS
ensino, incluindo o fornecimento de material e equipamentos ne-
cessários, sem limite de idade; Art. 242 Incumbe ao Município:
I - auscultar, permanentemente, a opinião pública;
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 6º Os professores aprovados nos concursos públicos para Art. 16 Os Poderes Legislativo e Executivo criarão condições
Professor “A”, Professor “A” - Educação Infantil e Professor de Edu- estruturais e econômicofinanceiros que forneçam para Bertioga a
cação Especial, que foram convocados para o exercício do magis- efetivação de sua emancipação pelo menos nos limites mínimos da
tério municipal, mediante regime jurídico diverso do estatutário e arrecadação do distrito.
cujo vínculo era existente em 5 de outubro de 1988, têm garantido Parágrafo Único - Será permitido o acesso das entidades legal-
o direito de transferência para o regime estatutário único. mente constituídas e interessadas na emancipação às informações
Parágrafo Único - No prazo de sessenta dias da data da promul- controladas pelo Poder Executivo.
gação desta lei, o Poder Executivo encaminhará à Câmara projeto Art. 17 Até a entrada em vigor da lei complementar a que se
de lei dispondo sobre a criação dos cargos necessários à nomeação refere o artigo 165, § 9º, I e II, da Constituição Federal, serão obe-
dos professores abrangidos neste artigo. decidas as seguintes normas:
Art. 7º Os professores estáveis nos termos do artigo 1º, § 4º, I - O projeto de lei do plano Plurianual, para vigência até o fi-
das Disposições Transitórias desta lei terão assegurada a continui- nal do primeiro exercício financeiro do mandato subseqüente, será
dade do exercício de suas atuais funções. encaminhado até oito meses antes do encerramento do primeiro
Art. 8º Ficam assegurados aos servidores públicos municipais, exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do
além dos direitos estabelecidos nesta Lei Orgânica, os previstos na primeiro período da sessão legislativa; (Redação dada pela Emenda
Lei nº 4623, de 12 de junho de 1984, e na legislação complementar à Lei Orgânica nº 52/2007)
instituidora de direitos e vantagens funcionais. II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminha-
Art. 9º Até o ano 2000, bienalmente, o Município promoverá e do até oito meses antes do encerramento do exercício financeiro
publicará censo que aferirá os índices de analfabetismo e sua rela- e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período
ção com a universalização do ensino fundamental, de conformidade da sessão legislativa; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
com o preceito estabelecido no artigo 60, do Ato das Disposições 52/2007)
Constitucionais Transitórias da Constituição Federal. III - no exercício de 1990, o prazo de que trata o inciso II deste
Art. 10 No prazo de cinco anos, a contar da promulgação da artigo será prorrogado até o dia 31 de maio.
Constituição do Estado, o sistema de ensino municipal tomará to- Art. 18 Revogado.(Artigo revogado pela Emenda à Lei Orgânica
das as providências necessárias à efetivação dos dispositivos nela nº 11, de 14 de dezembro de 1992)
previstos, relativos à formação e reabilitação dos portadores de de- Art. 19 Os servidores extranumerários estáveis do Município
ficiência, em especial, e quanto aos recursos financeiros, humanos, terão direitos e deveres exatamente iguais aos dos servidores mu-
técnicos e materiais. nicipais estatutários.
Parágrafo Único - O sistema mencionado neste artigo, no mes- Art. 20 O pagamento dos vencimentos dos servidores em geral,
mo prazo, igualmente garantirá recursos financeiros, humanos, téc- que prestam serviços à Municipalidade, e das pensões da Caixa de
nicos e materiais destinados a campanhas educativas de prevenção Pecúlios e Pensões dos Servidores Municipais de Santos será efe-
de deficiências. tuado em duas parcelas mensais, respectivamente nos dias 15 e
Art. 11 As sociedades de economia mista, autarquias e funda- 25 do mês corrente ou dias úteis próximos.(“Caput” com Redação
ções instituídas ou mantidas pelo Poder Público incorporarão aos dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 21, de 16 de junho de 1994)
seus estatutos as normas desta Lei Orgânica que digam respeito às Parágrafo Único - A parcela relativa ao dia 15, ou dia útil pró-
suas atividades e serviços. ximo, será de 40% (quarenta por cento) do nível de vencimento do
Art. 12 A anistia concedida nos termos do artigo 8º das Dispo- servidor ou da pensão, desde que não ultrapasse o valor máximo de
sições Transitórias da Constituição Federal aplica-se aos servidores isenção de desconto do Imposto de Renda retido na fonte.(Parágra-
públicos municipais e aos empregados em todos os níveis de gover- fo único com Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 6, de 20
no ou em fundações, autarquias ou empresas sob controle munici- de agosto de 1992)
pal, nos termos lá explicitados, no que couber. Art. 21. O servidor público estatutário, com mais de cinco anos
Art. 13 Até que seja promulgada a lei complementar a que se de efetivo exercício, que, na data da publicação desta Emenda, esti-
refere a artigo 7º, I, da Constituição Federal, fica vedada a dispensa ver exercendo cargo em comissão que lhe proporcione remuneração
arbitrária ou sem justa causa: superior à do cargo de que seja titular, continuará a incorporar dois
a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões in- décimos dessa diferença até completar o quinto em curso.
ternas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candida- Parágrafo único. Após completar o quinto que estiver em curso
tura até um ano após o final de seu mandato; na data da publicação desta Emenda, na forma prevista no “caput”,
b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez aplicar-se-á ao servidor interessado, no período subsequente em
até cinco meses após o parto. que exercer cargo em comissão, a regra definida no § 4º do artigo
Art. 14 O Poder Executivo avaliará todos os incentivos fiscais 73 da Lei Orgânica do Município. (Redação acrescida pela Emenda à
de natureza setorial ora em vigor, propondo ao Poder Legislativo as Lei Orgânica nº 82/2017)
medidas cabíveis.
Art. 15 Os vencimentos, a remuneração, as vantagens e os Sala das Sessões, em 05 de abril de 1990.
adicionais, bem como os proventos de aposentadoria que estejam
sendo percebidos em desacordo com o disposto na Constituição
Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988, serão imediata-
mente reduzidos aos limites dela decorrentes, não se admitindo,
neste caso, invocação de direito adquirido ou percepção de excesso
a qualquer título.
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
TÍTULO II
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS MUNICIPAIS DO PROVIMENTO, DO EXERCÍCIO E DA VACÂNCIA DE CARGOS
DE SANTOS (ATUALIZADO E/OU ALTERADO)
CAPÍTULO I
LEI MUNICIPAL Nº 4.623, DE 12 DE JUNHO DE 1984 DO PROVIMENTO
Dr. Paulo Gomes Barbosa, Prefeito Municipal de Santos/SP, faço Art. 12. Os cargos públicos serão providos por:
saber que a Câmara Municipal aprovou na sessão realizada em 31 I - nomeação;
de maio de 1984 e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: II - promoção;
III - acesso;
TÍTULO I IV - transferência;
V - reintegração;
CAPÍTULO ÚNICO VI - readmissão;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES VII - reversão;
VIII - aproveitamento.
Art. 1º Esta Lei institui o regime jurídico dos funcionários públi- Parágrafo único. A portaria de provimento deverá conter, ne-
cos municipais de Santos. cessariamente, as seguintes condições, sob pena de nulidade do
Parágrafo único. As suas disposições aplicam-se, no que cou- ato:
ber, aos funcionários da Secretaria da Câmara Municipal. I - o cargo, com todos os elementos de identificação, o motivo
Art. 2º Para os efeitos deste Estatuto, funcionário público é a da vacância, o nome do ex-ocupante, se ocorrer a hipótese em que
pessoa legalmente investida em cargo público. possam ser atendidos esses últimos elementos;
Art. 3º Cargo público é aquele criado por Lei, em número certo, II - o caráter da investidura;
com denominação própria, remunerado pelos cofres municipais, ao III - o fundamento legal, bem como a identificação do nível de
qual corresponde um conjunto de atribuições e responsabilidades vencimento do cargo;
cometidas a funcionário público. IV - a indicação de que o exercício do cargo se fará cumulativa-
§ 1º Os cargos públicos são acessíveis a todos s brasileiros, mente com outro cargo público, quando for o caso.
observadas as condições de capacidade prescritas em Leis, regula- Art. 13. Só poderá ser investido em cargo público quem satisfa-
mentos e instruções baixadas pelos órgãos competentes. zer os seguintes requisitos:
§ 2º Os vencimentos dos cargos públicos corresponderão a ní- I - ser brasileiro;
veis ou símbolos, previamente fixados em Lei. II - ter completado 18 (dezoito) anos de idade;
Art. 4º Observar-se-á o princípio de paridade na remuneração III - estar no gozo dos direitos políticos;
dos funcionários do Executivo e Legislativo do Município. IV - estar quites com as obrigações militares;
Art. 5º Os cargos públicos são de carreira ou isolados. V - ter boa conduta;
§ 1º São de carreira os que se integram em classes e correspon- VI - gozar de boa saúde e não ser portador de deficiência física
dem à mesma natureza de trabalho; isolados os que não se podem incompatível com o exercício do cargo; (Vide Lei Complementar nº
integrar classes e correspondem a certa e determinada função. 201/1995)
§ 2º Os cargos de carreira serão de provimento efetivo. Os iso- VII - possuir habilitação profissional para o exercício do cargo,
lados serão de provimento efetivo ou de comissão, segundo as leis quando for o caso;
que os criarem. VIII - ter sido previamente habilitado em concurso, ressalvas as
Art. 6º Classe é o agrupamento de cargos da mesma denomina- exceções legalmente previstas;
ção e de nível de vencimentos. IX - atender às condições especiais, prescritas em Lei ou Decre-
Art. 7º Carreira é o conjunto de classes da mesma natureza de to, para determinados cargos.
trabalho, escalonadas segundo a responsabilidade e a complexida- Art. 14. Entre os candidatos ao provimento de cargo no servi-
de das atribuições. ço público municipal, terá preferência, em igualdade de condições:
Art. 8º As exigências e atribuições para cada cargo serão defini- (Vide Lei Complementar nº 259/1986)
das em lei ou decreto. a) o candidato portador de defeito físico, casado, separado, di-
Parágrafo único. É vedado atribuir-se ao funcionário encargos vorciado ou viúvo, que tiver filhos;
ou serviços diferentes dos que os próprios de sua carreira ou cargo, b) o candidato casado, separado, divorciado ou viúvo que tiver
ressalvadas as funções de chefia e direção a as comissões legais. maio números de filhos;
Art. 9º Quadro é um conjunto de carreiras e de cargos isolados. c) o candidato casado portador de defeito físico;
Art. 10. Não haverá equivalência entre as diferentes carreiras, d) o candidato casado;
nem entre cargos isolados, quanto às suas atribuições funcionais. e) e candidato solteiro, portador de defeito físico, que tiver fi-
Art. 11. É vedada a prestação de serviços gratuitos. lhos reconhecidos;
f) o candidato solteiro que tiver filhos reconhecidos;
g) o candidato solteiro, portador de defeito físico;
h) o candidato mais idoso;
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 1º Na ocasião da posse, o funcionário declarará se exercer ou § 2º Não sendo possível a reintegração na forma prescrita nes-
não outo cargo ou função pública remunerada, inclusive emprego se artigo, será o funcionário posto em disponibilidade no cargo que
em autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista. exercia, com provimento igual ao vencimento ou remuneração que
§ 2º A posse poderá ser tomada por procuração, quando se tra- percebia na data do afastamento.
tar de funcionário ausente do Município, em comissão de Governo, § 3º O funcionário reintegrado, será submetido à inspeção mé-
ou em casos especiais, a critério da autoridade competente. dica . Verificada a incapacidade para o exercício do cargo, será apo-
§ 3º A lei especificará os casos em que, no ato da posse, será sentado no cargo em que houver sido reintegrado.
exigida também declaração de bens. Art. 36. O funcionário reintegrado, será submetido à inspeção
Art. 27. A Lei especificará os casos em que, no ato da posse, médica . Verificada a incapacidade para o exercício do cargo, será
será exigida também declaração de bens. aposentado no cargo em que houver sido reintegrado.
I - o Prefeito, os Secretários Municipais e autoridades a estes
equiparadas; SEÇÃO VIII
II - o responsável pelo órgão do pessoal, nos demais casos. DA READMISSÃO
Parágrafo único. A autoridade que der posse deverá verificar,
sob pena de responsabilidade, se foram satisfeitas as condições le- Art. 37. Readmissão é o ato pelo qual o funcionário exonerado
gais para a investidura no cargo. reingressa no serviço público, sem direito a qualquer ressarcimento
Art. 28. A posse deverá se verificar no prazo de 30 (trinta) dias, e sempre por conveniência da Administração.
contados da publicação oficial do ato de provimento. § 1º A readmissão dependerá da existência de vaga e da obser-
§ 1º O prazo previsto neste artigo poderá ser prorrogado por vância das exigências legais quanto à primeira investidura.
igual período, a juízo da autoridade competente para dar posse. § 2º A readmissão dar-se-á de preferência no cargo anterior-
§ 2º O termo inicial do prazo para a posse de funcionário em mente ocupado, podendo, no entanto, verificar-se em outro de
férias ou licença, exceto no caso de licença para tratar de interesses igual nível de vencimento, respeitada a habilitação profissional.
particulares, será o da data em que voltar ao serviço. § 3º Tratando-se de cargo de carreira, a readmissão só poderá
Art. 29. Se a posse não se der dentro do prazo legal, o ato de ser feita em vaga que devesse ser preenchida mediante promoção
provimento será tornado sem efeito. por merecimento, desde que não tenha sido publicado o edital para
o concurso de promoção.
SEÇÃO VI Art. 38. A readmissão dependerá sempre de inspeção médica,
DA TRANSFERÊNCIA que promove a capacidade para o exercício do cargo.
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 42. O funcionário revertido após a vigência desta Lei, não § 1º O início a interrupção, o reinício e a cessação do exercício
poderá ser novamente apresentado, com maiores proventos, antes serão registrados no assentamento individual do funcionário.
de decorridos 5 (cinco) anos de sua reversão, salvo se sobrevier mo- § 2º O início do exercício e as alterações que nele ocorrerem
léstia que o incapacite para o serviço público. serão comunicados ao órgão de pessoal pelo chefe imediato do fun-
cionário.
SEÇÃO X Art. 51. O chefe imediato do funcionário é a autoridade compe-
DO APROVEITAMENTO tente para dar-lhe exercício.
Art. 52. O exercício do cargo terá início dentro do prazo de 30
Art. 43. Aproveitamento é a volta do funcionário em disponibi- (trinta) dias contados:
lidade ao exercício de cargo público. I - da data da posse;
Art. 44. O funcionário em disponibilidade será obrigatoriamen- II - da data da publicação oficial do ato, em qualquer outro caso.
te aproveitado no preenchimento de vaga existente ou que se veri- § 1º O prazo referido neste artigo poderá ser prorrogado, por
ficar nos quadros do funcionalismo. solicitação do interessado e a juízo da autoridade competente, des-
§ 1º O aproveitamento far-se-á pedido ou “ex-offício”, respeita- de que a prorrogação não exceda a mais de 30 (trinta) dias.
da sempre a habilitação profissional. § 2º O funcionário transferido ou removido, quando afastado,
§ 2º O aproveitamento dar-se-á em cargo equivalente, por sua em virtude de férias, casamento ou luto, ou quando licenciado, ex-
natureza e vencimento, ao que o funcionário ocupava quando pos- ceto no caso de licença para tratar de interesses particulares, terá
to em disponibilidade. 30 (trinta) dias, a partir do término do impedimento, para entrar
§ 3º Em nenhum caso poderá efetuar-se o aproveitamento sem em exercício.
que, mediante inspeção médica, fique aprovada a capacidade para § 3º O funcionário que não entrar em exercício dentro do prazo
o exercício do cargo. será exonerado do cargo.
§ 4º Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a dis- Art. 53. Nenhum funcionário poderá ter exercício em unidade
ponibilidade do funcionário que, aproveitado, não tomar posse ou diferente daquela em que for designado, salvo nos casos previstos
não entrar em exercício dentro dos prazos legais. neste Estatuto ou mediante prévia autorização do Prefeito.
§ 5º Será aposentado no cago anteriormente ocupado o fun- Art. 54. Salvo nos casos previstos no presente Estatuto, o fun-
cionário em disponibilidade que for julgado, incapaz, em inspeção cionário que interromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias
médica. Para cálculo da aposentadoria será levado em conta o pe- consecutivos, sem motivo justificado, será demitido por abandono
ríodo da disponibilidade. de cargo, após o competente processo administrativo.
Art. 45. Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá Art. 55. O afastamento do funcionário para participação em
preferência o que contar mais tempo de disponibilidade e, em igual- congressos, certames desportivos, culturais ou científicos poderá
dade de condições, o de maior tempo de serviço público municipal. ser autorizado pelo Prefeito ou autoridade competente na forma
estabelecida em decreto.
SEÇÃO XI Art. 56. Nenhum funcionário poderá ausentar-se do Município,
DA READAPTAÇÃO para estudo ou missão de qualquer natureza, com ou sem ônus
para os cofres públicos, sem autorização ou designação expressa do
Art. 46. Readaptação é o aproveitamento do funcionário em Prefeito ou autoridade competente.
cargo mais compatível com a sua capacidade física ou intelectual.
Art. 57. Salvo caso de absoluta conveniência, a juízo do Prefei-
(Vide Decreto nº 4083/2003)
to, ou autoridade competente, nenhum funcionário poderá perma-
Art. 47. A readaptação, que dependerá sempre de inspeção
necer por mais de 2 (dois) anos em missão fora do Município, nem
médica, far-se-á:
vir a exercer outra senão depois do decorridos 4 (quatro) anos de
I - quando se verificarem modificações no estado físico ou psí-
exercício efetivo do Município, contados da data da data do regres-
quico, ou nas condições de saúde do funcionário, que lhe diminuam
so.
a eficiência para o exercício do cargo;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica ao fun-
II - quando se comprovar, em processo administrativo, que a ca-
pacidade intelectual do funcionário não corresponde às exigências cionário em exercício de cargo em comissão nos governos da União,
do exercício do cargo. dos Estados ou Municípios, hipótese em que poderá permanecer
Art. 48. A readaptação não acarretará diminuição nem aumen- afastado da administração municipal enquanto perdurar o comis-
to de vencimento. sionamento.
Art. 49. A readaptação que será objeto de regulamentação especial, Art. 58. O funcionário preso em flagrante ou preventivamente,
se fará pela atribuição de novos cargos ao funcionário, respeitadas as ou recolhido à prisão em decorrência de pronúncia ou condenação
funções inerentes a carreira a que pertencer ou mediante transferência. por crime inafiançável, será considerado afastado do exercício do
cargo, até a decisão final transitada em julgado.
CAPÍTULO II § 1º Durante o afastamento, o funcionário perderá um terço
DO EXERCÍCIO do vencimento ou remuneração, tendo o direito à diferença, se for,
afinal absolvido.
SEÇÃO I § 2º No caso de condenação, e se esta não for de natureza que
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES determine a demissão do funcionário, continuará o mesmo afasta-
do, na forma deste artigo, até o cumprimento total da pena, com
direito, apenas, a um terço do vencimento ou remuneração.
Art. 50. Exercício é o desempenho das atribuições e responsa- Art. 59. O funcionário investido em mandato eletivo federal ou
bilidades do cargo. estadual ficará afastado do seu cargo.
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Art. 83. Não será computado, para nenhum efeito, o tempo de (Revogado pelas Leis Complementares nº 592/2006 e nº
serviço gratuito, exceto o previsto na Lei Municipal nº 4.193, de 13 1163/2022)
de junho de 1978. V - gratificações;
VI - adicional por tempo de serviço;
CAPÍTULO II VII - sexta parte;
DA PROMOÇÃO VIII - outras vantagens ou concessões pecuniárias previstas em
leis especiais ou neste Estatuto.
SEÇÃO I Art. 111 (Revogado pela Lei Complementar nº 1163/2022)
(REVOGADO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 758/2012) Art. 112. É proibido, fora dos casos expressamente consignados
neste Estatuto, ceder ou gravar vencimento, remuneração e quais-
Art. 85 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) quer vantagens decorrentes do exercício de cargo público.
Art. 86 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
Art. 87 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) CAPÍTULO II
Art. 88 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) DO VENCIMENTO, DA REMUNERAÇÃO, DO HORÁRIO E DO
Art. 89 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) PONTO.
Art. 90 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012)
Art. 91 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) Art. 113. Vencimento é a retribuição mensal paga ao funcioná-
Art. 92 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) rio pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao nível fixado
Art. 93 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) em lei.
Art. 94 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) Art. 114. Remuneração é a soma do vencimento e demais van-
tagens pagas ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo.
SEÇÃO II Art. 115. Somente nos casos previstos em lei poderá perceber
(REVOGADO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 758/2012) vencimento ou remuneração funcionário que não estiver no exer-
cício do cargo.
Art. 96 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) Art. 116. O funcionário não sofrerá quaisquer descontos no
vencimento ou remuneração, nos casos previstos no art. 78.
SEÇÃO III Art. 117. Perderá o vencimento ou remuneração do cargo efe-
(REVOGADO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 758/2012) tivo o funcionário:
I - nomeado para cargo em comissão, salvo o direito de opção;
Art. 98 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) II - quando designado para servir em qualquer órgão da União,
Art. 99 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) dos Estados, dos Municípios e de suas autarquias, sociedades de
Art. 100 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) economia mista, empresas públicas ou fundações, ressalvadas as
exceções previstas em lei;
CAPÍTULO III III - nas demais hipóteses previstas em lei.
(REVOGADO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 758/2012) Art. 118. O funcionário perderá:
I - o vencimento ou remuneração do período ou do dia quando
Art. 102 (Revogado pelas Leis Complementares nº 70/1992 e não comparecer ao serviço, salvo motivo legal, ou quando o fizer
nº 758/2012) após a hora seguinte à marcada para o início dos trabalhos ou se
Art. 103 (Revogado pelas Leis Complementares nº 70/1992 e retirar antes da última hora;
nº 758/2012) II - o vencimento ou remuneração correspondente a uma hora
Art. 104 (Revogado pelas Leis Complementares nº 70/1992 e diária de trabalho, quando comparecer ao serviço dentro da hora
nº 758/2012) seguinte à marcada para o início dos trabalhos, ou quando se retirar
Art. 105 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) até a uma hora antes de findo o período de trabalho;
Art. 106 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) III - 1/3 (um terço) do vencimento ou da remuneração diária,
Art. 107 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) durante o afastamento por motivo de suspensão preventiva, pri-
Art. 108 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) são preventiva, prisão administrativa, pronúncia por crime comum
Art. 109 (Revogado pela Lei Complementar nº 758/2012) ou denúncia por crime funcional, ou ainda, condenação por crime
inafiançável em processo no qual não haja pronúncia, com direito à
TÍTULO IV diferença, se absolvido;
DOS DIREITOS E VANTAGENS DE ORDEM PECUNIÁRIA IV - 2/3 (dois terços) do vencimento ou da remuneração, duran-
te o período do afastamento, em virtude de condenação por sen-
CAPÍTULO I tença definitiva, quando a pena não determine demissão;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES V - os vencimentos totais durante o afastamento por motivo
de suspensão definitiva, ou de suspensão preventiva ou prisão ad-
Art. 110. Além do vencimento do cargo, o funcionário poderá ministrativa decretadas em caso de alcance ou malversação de di-
ter direito às seguintes vantagens: nheiros públicos.
I - diárias; § 1º No caso de faltas sucessivas, serão computados, para efei-
(Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006) to de descontos, os dias intercalados, domingos, feriados e aqueles
(Revogado pela Lei Complementar nº 1163/2022) em que não haja expediente.
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§ 2º O funcionário que, por doença, não puder comparecer ao mandos seguros e mecanismos eletrônicos desenvolvidos pelas ins-
serviço, fica obrigado a fazer pronta comunicação de seu estado ao tituições financeiras que garantam o sigilo dos dados cadastrais, a
chefe imediato, para o necessário exame médico. segurança e a comprovação da aceitação da operação realizada pelo
§ 3º Se o médico que tiver examinado o funcionário declarar servidor. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 898/2015)
expressamente a impossibilidade do seu comparecimento ao ser- Art. 121. A partir da data da publicação da Portaria que o pro-
viço, não perderá ele o vencimento ou remuneração, desde que as mover, ao funcionário, licenciado ou não, ficarão assegurados os
faltas não excedam a três durante o mês. direitos do vencimento ou remuneração decorrentes da promoção.
§ 4º Verificada, em qualquer tempo, ter sido graciosa a declara- Art. 122. O período de trabalho, nos casos de comprovada ne-
ção médico, o órgão competente promoverá a responsabilidade dos cessidade, poderá ser antecipadamente ou prorrogado pelos chefes
faltosos, para a devida punição. das unidades.
§ 5º O comparecimento depois da primeira hora do expediente Parágrafo único. No caso de antecipação ou prorrogação, será
ou a retirada antes da última hora, serão computados como ausên- remunerado o trabalho extraordinário, na forma estabelecida no
cias, para todos os efeitos legais. Capítulo V do Título IV deste Estatuto.
Art. 119. As reposições devidas pelos funcionários e as indeni- Art. 123. As jornadas mínimas de trabalho diárias (4, 6 e 8 ho-
zações por prejuízos causados à Fazenda Pública Municipal, serão ras), que cada cargo de provimento efetivo está sujeito, são as pre-
descontadas em parcelas mensais não excedentes da décima parte vistas na legislação vigente.
do vencimento ou remuneração, ressalvados os casos especiais pre- Art. 124. Nos dias úteis, só por determinação do Prefeito po-
vistos neste estatuto. derão deixar de funcionar as repartições públicas, ou ser suspenso
Parágrafo único. Não caberá o desconto parcelado, quando o o expediente.
funcionário solicitar exoneração, for demitido, ou abandonar o car- Art. 125. A frequência do funcionário será apurada:
go. I - pelo ponto; e,
Art. 120. Não incidirão descontos sobre o vencimento ou a II - pela forma determinada em regulamento, quanto aos fun-
remuneração do servidor, ressalvados: (Redação dada pela Lei cionários não sujeitos ao ponto.
Complementar nº 726/2011) (Regulamentado pelo Decreto nº Art. 126. Ponto é o registro que assinala o comparecimento do
7766/2017) funcionário ao serviço e pelo qual se verifica, diariamente, a sua
I - os decorrentes de imposição legal ou ordem judicial; (Reda- entrada e saída.
ção dada pela Lei Complementar nº 726/2011) § 1º Para registro de ponto serão usados, de preferência, meios
II - as consignações prévia e expressamente autorizadas pelo mecânicos.
servidor para contratos ou convênios firmados em seu benefício § 2º Para registro de ponto serão usados, de preferência, meios
pelo Município, suas autarquias e fundações ou pelos Sindicatos mecânicos.
representantes dos servidores públicos municipais de Santos. (Re- Art. 127. Aos funcionários que forem alunos de estabeleci-
dação dada pela Lei Complementar nº 726/2011) mentos de ensino de cursos de 1º e 2º graus, e superior, oficiais
§ 1º Os descontos autorizados na forma do inciso II do “caput”: ou oficializados, fica facultado assinar o ponto de entrada até 30
I - não excederão a 40% (quarenta por cento) do valor líquido (trinta) minutos após o início do expediente, quando frequentarem
mensal percebido pelo servidor, os quais podem ser distribuídos as aulas no período da manhã, e saída até 30 (trinta) minutos antes
entre operações referentes a empréstimos ou financiamentos reali- do término do expediente, quando frequentarem as aulas no perío-
zados perante instituições financeiras ou por intermédio de cartão do noturno, desde que requeiram este benefício, acompanhado de
de crédito, amortização de despesas e aquisição de bens por meio atestado comprobatório, subscrito pelo Diretor do colégio no qual
de cartão de crédito, e entre as demais consignações autorizadas estejam matriculados.
pelo servidor, inclusive para as operações de empréstimos pessoais. Parágrafo único. Gozarão dos benefícios deste artigo os estu-
a) as operações realizadas por meio de cartão de crédito não dantes de estabelecimentos oficiais ou oficializados, sob fiscaliza-
poderão ultrapassar o limite de 10% (dez por cento) e a soma das ção federal ou estadual, de cursos que, direta ou indiretamente,
demais operações não poderá ultrapassar o limite de 30% (trinta contribuam para o aperfeiçoamento intelectual dos servidores.
por cento);
b) deverá ser observado o mesmo percentual por ocasião da CAPÍTULO III
renovação prevista no inciso II; DAS DIÁRIAS
c) a regulamentação das operações, limites e demais condições
será disciplinada por meio de decreto. (Redação dada pela Lei Com- Art. 128. Ao funcionário que se deslocar temporariamente da
plementar nº 1195/2023) respectiva sede, no desempenho de suas atribuições, poderá ser
II - poderão ser renovados, com permissão expressa do servi- concedida, além do transporte, uma diária a título de indenização
dor. (Redação dada pela Lei Complementar nº 726/2011) das despesas de alimentação e pousada.
§ 2º As importâncias descontadas mensalmente, em favor dos § 1º Entende-se por sede, a cidade ou localidade onde o fun-
sindicatos, deverão ser repassadas até o décimo dia útil do mês sub- cionário tem exercício.
sequente ao desconto, sob pena de incidir juros legais e encargos § 2º Entende-se por sede, a cidade ou localidade onde o fun-
de atualização monetária. (Redação dada pela Lei Complementar cionário tem exercício.
nº 726/2011) Art. 129. O cálculo de diária será feito na base do valor do nível
§ 3º As averbações de consignações em folha de pagamento, do cargo.
em especial aquelas relativas à amortização de empréstimos / fi- Art. 130. A tabela de diárias, bem como as autoridade que as
nanciamento, inclusive, os realizados por intermédio de cartão de concederem, deverão constar de regulamento expedido pelo Pre-
crédito, poderão ser autorizados eletronicamente, através de co- feito, ou autoridade competente.
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 131. O funcionário que, indevidamente, receber diárias, § 2º No caso de alínea “b”, a gratificação será paga por hora de
será obrigado a restituir, de uma só vez, a importância recebida, trabalho antecipada ou prorrogada, com o acréscimo de 25% (vinte
ficando ainda sujeita à punição disciplinar. e cinco por cento).
Art. 132. É vedado conceder diárias com o objetivo de remune- § 3º Esta gratificação não poderá exceder a 1/3 (um terço) do
rar outros encargos ou serviços. vencimento de um dia.
Parágrafo único. Será punido com a pena de suspensão, e, na § 4º Em se tratando de serviço extraordinário noturno, o valor
reincidência, com a demissão a bem do serviço público, o funcioná- da hora será acrescido de 50% (cinquenta por cento).
rio que infringir o dispositivo neste artigo. § 5º Em se tratando de domingos e feriados, a gratificação será
paga em dobro.
CAPÍTULO IV § 6º A supressão do pagamento da gratificação referida na
DO SALÁRIO-FAMÍLIA E DO SALÁRIO ESPOSA alínea “b” por um período ininterrupto superior a 6 (seis) meses
de efetivo exercício, assegura ao funcionário que a tiver recebido
Art. 133 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006) durante pelo menos 2 (dois) anos, o direito a indenização corres-
Art. 134 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006) pondente ao valor de um mês da gratificação suprimida para cada
Art. 135 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006) ano ou fração igual ou superior a seis meses, observando-se no cál-
Art. 136 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006) culo, a média das horas extraordinárias efetivamente trabalhadas
Art. 137 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006) nos últimos 12 (doze) meses da prestação de serviços extraordiná-
Art. 138 (Revogado pela Lei Complementar nº 1163/2022) rio do dia da supressão. (Redação dada pela Lei Complementar nº
Art. 139 (Revogado pela Lei Complementar nº 1163/2022) 465/2002)
§ 7º Ao funcionário beneficiado pelas disposições do parágra-
CAPÍTULO V fos anterior, somente será permitido o pagamento de uma indeni-
DAS GRATIFICAÇÕES zação a cada 5 (cinco) anos. (Redação acrescida pela Lei Comple-
mentar nº 465/2002)
Art. 140. Será concedida gratificação ao funcionário: Art. 146. A gratificação atribuída na forma da alínea “a” do ar-
tigo anterior, será incorporada aos vencimentos do funcionário, ou
I - pela função;
inativo para todos os efeitos legais, desde que tenha percebido, es-
II - pela prestação de serviço extraordinário;
teja percebendo ou venha a venha percebê-la por período mínimo
III - pela representação de gabinete;
de 2 (dois) anos ininterruptos, ou intercalados.
IV - pelo exercício em determinadas zonas ou locais;
§ 1º Os períodos de férias e de licença remuneradas não inter-
V - pela execução de trabalho de natureza especial, com risco
rompem a contagem do prazo, a que se refere este artigo.
de vida ou saúde;
§ 2º A incorporação de que trata este artigo, dar-se-á automa-
VI - pela elaboração ou execução de trabalho técnico ou cientí-
ticamente, independentemente de despacho, a partir da data da
fico, ou de utilidade para o serviço público; apresentação do requerimento na Seção de Protocolo Geral e in-
VII - por serviço ou estudo no estrangeiro; cidirá sempre sobre o valor do nível do cargo efetivo ocupado pelo
VIII - pela participação em órgão de deliberação coletiva; funcionário ou inativo.
IX - por outros encargos previstos em lei. Art. 147. A gratificação pelo exercício em determinadas zonas
X - pelo exercício do encargo de auxiliar ou membro de banca e ou locais será determinada em lei.
comissões de concurso; e Art. 148. Quando em serviço de natureza insalubre ou de peri-
XI - por outros encargos previstos em lei. culosidade, os funcionários farão jús a um acréscimo percentual em
Parágrafo único. O disposto no item X, deste artigo, aplicar-se-á seus vencimentos ou no salário normal.
quando o serviço for executado fora do período normal ou extraor- Art. 149. A gratificação pela elaboração ou execução de traba-
dinário a que tiver sujeito o funcionário, no desempenho de seu lho técnico ou científico, ou de utilidade para o serviço público será
cargo. arbitrada pelo Prefeito, após sua conclusão.
Art. 141. Função gratificada é a instituída em lei para atender a Art. 150. A gratificação relativa ao exercício em órgão legal de
encargos de chefia e outros que não justifiquem a criação de cargo. deliberação coletiva, será fixada em lei.
Art. 142. O desempenho de função gratificada será atribuída ao Art. 151. A gratificação a título de representação, quando o
funcionário mediante ato expresso. funcionário for designado para serviço ou estudo fora do Município,
Art. 143. A gratificação de função será percebida cumulativa- será arbitrada pelo Prefeito, podendo ser recebida cumulativamen-
mente com os vencimentos ou remuneração do cargo. te com a diária.
Art. 144. Não perderá a gratificação de função o funcionário Art. 152. É vedado conceder gratificação por serviço extraor-
que se ausentar em virtude de fárias, luto, casamento, licença-prê- dinário com o objetivo de remunerar outros serviços ou encargos.
mio e nos afastamento remunerados previstos neste Estatuto, ou § 1º O funcionário que receber importância relativa a serviço
quando em serviços obrigatórios por lei ou de atribuições decor- extraordinário que não prestou, será obrigado a restituí-la de uma
rentes de sua função. só vez, ficando sujeito à punição disciplinar.
Art. 145. A gratificação pela prestação de serviço extraordinário § 2º A autoridade que infringir o disposto neste artigo será res-
ou pelo exercício de cargos ou funções específicas, será: ponsabilizado.
a) previamente arbitrada pelo Prefeito, ou autoridade compe- Art. 153. Será punido com pena de suspensão e, na reincidên-
tente, e; cia, com a demissão a bem do serviço público, o funcionário:
b) paga por hora de trabalho prorrogado ou antecipado. I - que afastar falsamente a prestação de serviço extraordinário;
§ 1º A gratificação a que se refere a alínea “a”, não poderá exce- II - que se recusar, sem justo motivo, a prestação de serviço
der a 1/3 (um terço) do vencimento mensal do funcionário. extraordinário.
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§ 2º Essa licença poderá ser concedida em parcelas não inferio- Art. 206. O funcionário em disponibilidade poderá ser apo-
res a 1 (um) mês. sentado, calculando-se o prevento da aposentadoria sobre o ven-
§ 3º O funcionário deverá aguardar em exercício a concessão cimento ou remuneração que perceber, ou que recebia, no caso do
da licença. artigo anterior.
§ 4º Não prescreve direito ao gozo da licença-prêmio. Art. 207. O período relativo à disponibilidade será contado uni-
Art. 200. O funcionário autorizado a cumprir jornada de tra- camente para efeito e aposentadoria.
balho superior a mínima fixada para seu cargo, somente poderá
gozar a licença-prêmio com vencimentos equivalentes a essa jor- CAPÍTULO IV
nada, após o decurso de 5 (cinco) anos consecutivos de exercício DA APOSENTADORIA
na mesma.
Art. 201. Não se concederá licença-prêmio se houver o funcio- Art. 208 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
nário em cada quinquênio: Art. 209 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
I - sofrido pena de suspensão; Art. 210 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
II - faltado ao serviço, por mais de 10 (dez) dias, consecutivos Art. 211 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
ou não, injustificadamente; Art. 212. Para efeito de aposentadoria do funcionário autori-
III - gozado licença: zado a cumprir jornada de trabalho superior a mínima fixada para
a) para tratamento de saúde por prazo superior a 90 (noventa) seu cargo, será observado o disposto no art. 5º da Lei Municipal nº
dias consecutivos ou não, exceto se decorrente de acidente de tra- 4.315, de 7 de janeiro de 1980.
balho; (Redação dada pela Lei Complementar nº 237/1996) Parágrafo único. Nos casos de aposentadoria por invalidez, o
b) por motivo de doença em pessoa de família por mais de 30 pagamento será integral na jornada de trabalho que o funcionário
(trinta) dias, consecutivos ou não; estiver cumprindo na ocasião.
c) para tratar de interesses particulares, por qualquer período; Art. 213. Preenchidas as condições legais, a aposentadoria será
d) por motivo de afastamento do cônjuge, funcionário civil ou concedida:
militar, por qualquer período. I - desde que o funcionário tenha permanecido ininterrupta-
mente por período igual ou superior a 730 (setecentos e trinta) dias,
Art. 202. Para todos os efeitos legais, será cotado em dobro
ou por período igual ou superior a 1.825 (um mil, oitocentos e vinte
o tempo de licença-prêmio que o funcionário não houver gozado.
e cinco) dias alternados, em cargo em comissão, em função gratifi-
Art. 202-A Será concedida licença paternidade ao servidor mu-
cada, inclusive em substituição, com as vantagens correspondentes
nicipal, pelo prazo de 15 (quinze) dias.
à maior comissão ou à maior função gratificada, dentre as previstas
§ 1º A licença paternidade terá início no dia do nascimento do
para uma ou outra hipótese, que alcance um período, ininterrupto
filho do servidor, ou no dia seguinte, se este ocorrer após o término
ou não, igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias;
do expediente.
II - com as vantagens correspondentes à maior comissão ou
§ 2º O período de licença paternidade será considerado para maior função gratificada, dentre as exercidas, inclusive em substi-
todos os efeitos legais. tuição, desde que concomitantemente:
§ 3º O servidor, ao retornar da licença, deverá apresentar ao a) a soma dos períodos de serviços prestados, numa e noutra,
setor competente certidão comprobatória de nascimento do filho. alcance no mínimo 3.650 (três mil, seiscentos e cinquenta) dias, al-
I - O não cumprimento do disposto no parágrafo 3º acarretará ternados ou não;
a transformação do período de licença em faltas injustificadas, com b) o período de exercício na maior comissão ou maior função
o consequente desconto ou devolução dos vencimentos correspon- gratificada tenha sido igual ou superior a 60 (sessenta) dias contí-
dentes ao período. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº nuos. (Redação dada pela Lei nº 595/1989)
883/2015) Parágrafo único. Para efeito de aplicação do regime estabe-
lecido nos incisos I e II, serão também considerados nos períodos
CAPÍTULO III de exercício em cargos ou funções transformados em comissões
DA DISPONIBILIDADE. ou funções gratificadas pelo Decreto-Lei nº 118, de 22 de maio de
1970.
Art. 203. O funcionário estável poderá ser posto em disponi- Art. 214 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
bilidade: Art. 215 (Revogado pela Lei Complementar nº 592/2006)
I - remunerada, quando o cargo for extinto por lei e não for pos- Art. 216. Os proventos da inatividade serão revistos, na mesma
sível o seu aproveitamento imediato em outro cargo equivalente; proporção, sempre que, por motivo de alteração do poder aquisiti-
II - Sem remuneração, no caso do § 2º do art. 198. vo da moeda, se modificarem os vencimentos dos funcionários em
Parágrafo único. No caso do inciso I, restabelecido o cargo, atividade.
ainda que modificada a sua denominação, será obrigatoriamente Art. 217. Ressalvado o disposto no artigo anterior, em caso ne-
aproveitado nele o funcionário posto em disponibilidade quando nhum os proventos da inatividade poderão exceder a remuneração
da sua extinção. percebida na atividade.
Art. 204. O provento da disponibilidade será revisto sempre
que, por motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda, se mo- CAPÍTULO V
dificarem os vencimentos dos funcionários em atividade. DA ASSISTÊNCIA AO FUNCIONÁRIO
Art. 205. No caso previsto no § 2º do art. 198, quando terminar
o motivo da licença, a funcionária será aproveitada na primeira vaga Art. 218. O Município poderá promover, na medida de suas
que se der na classe a que se pertencia, que tenha de ser promovida possibilidades e recursos, assistência ao funcionário e a sua família,
mediante promoção por merecimento. na forma que a lei estabelecer.
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Parágrafo único. A assistência de que trata este artigo com- II - cumprir as ordens superiores, representando quando forem
preenderá: manifestamente ilegais;
I - condições básicas de segurança, higiene e medicina do tra- III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for
balho, mediante a implantação de sistema apropriado; incumbido;
II - previdência, assistência médica, dentária e hospitalar, sa- IV - guardar sigilo sobre os assuntos da Administração;
natórios; V - tratar com urbanidade os companheiros de serviço e o pú-
III - cursos de aperfeiçoamento e especialização profissional, blico em geral;
atualização e extensão cultura; VI - residir no Município ou, mediante autorização, em locali-
IV - conferências, congressos, simpósios, seminários, círculos dade próxima;
de debates, bem como publicações e trabalhos referentes ao ser- VII - manter sempre atualizada sua declaração de família, de
viço público; residência e de domicílio;
V - viagens de estudo e visitas a serviços de utilidade pública VIII - zelar pela economia do material do Município e pela con-
para aperfeiçoamento e especialização profissional; servação do que for confiado à sua guarda ou utilização;
VI - colônias de férias, creches, centros de educação física e cul- IX - apresentar-se convenientemente trajado em serviço, ou
tural, para recreio e aperfeiçoamento moral e intelectual dos fun- com o uniforme determinado, quando for o caso;
cionários e suas famílias, fora das horas de trabalho. X - cooperar e manter espírito de solidariedade com os compa-
Art. 219. Os funcionários poderão fundar associações para os nheiros de trabalho;
fins beneficentes, recreativos e de economia ou cooperativismo. XI - estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instru-
ções e ordens de serviço que digam respeito às suas funções;
CAPÍTULO VI XII - proceder, pública e particularmente, de forma que dignifi-
DO DIREITO DE PETIÇÃO que a função pública.
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Art. 236. Será casada a aposentadoria ou a disponibilidade, se Art. 246. O Prefeito ou autoridade competente poderá suspen-
ficar provado que o inativo: der preventivamente o funcionário, até 90 (noventa) dias, desde
I - praticou, quando em atividade, falta grave para a qual, neste que o seu afastamento seja necessário para averiguação de faltas
Estatuto, seja cominada pena de demissão a bem do serviço públi- cometidas, findos os quais cessarão os efeitos da suspensão, ainda
co, desde que a apuração ocorra até 180 (cento e oitenta) dias após que o processo administrativo não esteja concluído.
a aposentadoria. Art. 247. Durante o período suspensão preventiva, o funcioná-
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública; rio perderá 1/3 (um terço) do vencimento ou remuneração.
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública; Art. 248. O funcionário terá direito:
III - aceitou a representação do estado estrangeiro, sem prévia I - à diferença de vencimento ou remuneração à contagem do
autorização do Presidente da República, e; tempo de serviço relativo ao período da prisão ou da suspensão,
IV - praticou a usura em qualquer de suas formas. quando do processo não resultar punição, ou esta se limitar às pe-
Art. 237. As penalidades poderão ser abrandadas pela autori- nas de multa ou repreensão;
dade que as tiver de aplicar, levadas em conta as circunstâncias da II - à diferença de vencimento ou remuneração e à contagem
falta disciplinar e o anterior comportamento do funcionário. do tempo de serviço correspondente ao período do afastamento
Art. 238. Deverão constar do assentamento individual do fun- excedente ao prazo da suspensão efetivamente aplicada; e,
cionário todas as penas que lhe forem impostas. III - à contagem do período de prisão administrativa ou sus-
Art. 239. Uma vez submetido a inquérito administrativo, o fun- pensão preventiva e ao pagamento do vencimento do exercício do
cionário só poderá ser exonerado a pedido, depois de ocorrida ab- cargo, desde que reconhecida a sua inocência.
solvição ou após o cumprimento da penalidade que lhe houver sido
imposta. CAPÍTULO VI
Art. 240. A primeira infração e de acordo com a sua natureza, DOS PROCEDIMENTOS DE NATUREZA DISCIPLINAR
poderá ser aplicada qualquer das penalidades do art. 228.
Art. 241. Para a aplicação das penalidades previstas no art. 228, SEÇÃO I
são competentes: DISPOSIÇÕES GERAIS
I - o Prefeito, nos casos de demissão, multa, suspensão superior
a 30 (trinta) dias; Art. 249. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no
II - os Secretários Municipais ou autoridades equiparadas, até a serviço público é obrigada a tomar providência objetivando a apu-
de suspensão, limitada até 30 (trinta) dias; ração dos fatos e responsabilidades. (Vide Lei Complementar nº
III - os Chefes de Departamentos, até a de suspensão, limitada 406/2000)
até 15 (quinze) dias, e; (Vide Lei Complementar nº 406/2000) § 1º As providências de apuração terão início logo em seguida
IV - as demais chefias a que estiver subordinado o funcionário, ao conhecimento dos fatos e serão tomadas na unidade onde estes
nas hipóteses de repreensão e suspensão até 5 (cinco) dias. ocorreram, devendo consistir, no mínimo, em relatório circunstan-
Art. 242. O funcionário que, sem justa causa, deixar de atender ciado sobre o que se verificou.
a qualquer exigência para cujo cumprimento seja marcado prazo § 2º A averiguação preliminar de que trata o parágrafo anterior
certo, terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou remune- poderá ser cometida a funcionário ou comissão de funcionários.
ração, até que satisfaça essa exigência.
Art. 243. Prescreverá: SEÇÃO II
I - em 2 (dois) anos, a falta que sujeite ás penas de repreensão, DO PROCESSO SUMÁRIO
multa ou suspensão; e,
II - em 5 (cinco) anos, as demais faltas. Art. 250. Instaura-se o processo sumário quando a falta disci-
Art. 244. A prescrição começa a correr da data em que a auto- plinar, pelas proporções ou pela natureza, não comportar demissão,
ridade tomar conhecimento da existência da falta. ressalvado o disposto no art. 230.
§ 1º O curso da prescrição interrompe-se pela abertura do Parágrafo único. No processo sumário, após a instrução, dar-
competente procedimento administrativo. -se-á vista ao funcionário para apresentação de defesa em 5 (cinco)
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, do dia da interrupção. dias, seguindo-se a decisão.
Art. 245. O Prefeito ou autoridade competente poderá ordenar Art. 251. A sindicância é peça preliminar e informativa do in-
a prisão administrativa de funcionário responsável por dinheiro ou quérito administrativo, devendo ser promovida quando os fatos não
valores pertencentes á Fazenda Municipal, ou que se acharem sob estiverem definidos ou faltarem elementos indicativos da autoria.
a guarda desta, nos casos de alcance, remissão ou omissão em efe- Art. 252. A sindicância não comporta o contraditório e tem ca-
tuar as entradas no devido prazo. ráter sigiloso, devendo ser ouvidos, no entanto, os envolvidos nos
§ 1º Ordenada a prisão, será ela requisitada à autoridade po- fatos.
licial e comunicada imediatamente à autoridade judiciária compe- Art. 253. O relatório da sindicância conterá a descrição articu-
tente. lada dos fatos e proposta objetiva ante o que se apurou, recomen-
§ 2º A prisão administrativa não excederá a 90 (noventa) dias. dando o arquivamento do efeito ou a abertura do inquérito admi-
nistrativo.
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Parágrafo único. Quando recomendar abertura do inquérito Art. 266. No relatório da Comissão serão apreciadas, em rela-
administrativo, o relatório deverá apontar os dispositivos legais in- ção a cada indiciado, as irregularidades imputadas, as provas co-
fringidos e a autoria apurada. lhidas e as razões da defesa, propondo-se justificadamente a ab-
Art. 254. A sindicância deverá estar concluída no prazo de 30 solução ou punição, indicando-se neste caso, a pena cabível e sua
(trinta) dias, que só poderá ser prorrogado justificação fundamen- fundamentação legal.
tada. Parágrafo único. A Comissão deverá sugerir outras medidas
que se fizerem necessárias ou forem de interesse público.
SEÇÃO IV Art. 267. Recebido o processo com o relatório, a autoridade
DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO competente proferirá a decisão por despacho fundamentado.
Parágrafo único. O julgamento poderá ser convertido em dili-
Art. 255. Instaura-se inquérito administrativo quando a falta gência.
disciplinar, por sua natureza, possa determinar a aplicação das pe-
nas de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, demissão e cassação CAPÍTULO VII
de aposentadoria ou disponibilidade. DA REVISÃO DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
Art. 256. A determinação de instauração de inquérito adminis-
trativo e sua decisão competem ao Prefeito, ou autoridade compe- Art. 268. A revisão será recebida e processada mediante reque-
tente. rimento quando:
Parágrafo único. O inquérito administrativo será conduzido por I - a decisão for manifestamente contrária a dispositivo legal,
Comissão Processante, permanente ou especial, composto sempre ou à evidência dos autos;
por funcionários efetivos e presidida obrigatoriamente por funcio- II - a decisão se fundar em depoimento, exames periciais, visto-
nário com bacharelado em ciências jurídicas, inscrito na OAB. (Re- rias ou documentos, comprovadamente falsos ou eivados de erros;
dação dada pela Lei Complementar nº 180/1995) III - surgirem, após a decisão, provas da inocência do punido.
Art. 257. O inquérito administrativo será iniciado no prazo de § 1º Não constitui fundamento para a revisão a simples alega-
5 (cinco) dias, contados do recebimento dos autos pela Comissão ção de injustiça da penalidade.
Processante e concluído no prazo de 90 (noventa) dias, contados § 2º A revisão, que poderá verificar-se a qualquer tempo, não
do seu início. autoriza a agravação da pena.
Parágrafo único. O prazo para conclusão do inquérito poderá § 3º Ocorrendo o falecimento do punido, o pedido de revisão
ser prorrogada, a juízo da autoridade que determinou sua instaura- poderá ser formulado pelo cônjuge ou parente até segundo grau.
ção, mediante justificação fundamentada. Art. 269. O pedido de revisão será sempre dirigido ao Prefeito,
Art. 258. Recebidos os autos, a Comissão promoverá o indicia- ou autoridade competente, que decidirá sobre, o seu processamen-
mento do funcionário, apontando o dispositivo legal infringido. to.
Art. 259. O indiciado será citado para participar do processo e Art. 270. Estará impedida de funcionar no processo revisional a
se defender. Comissão que participou do processo disciplinar primitivo
§ 1º A citação será pessoal e deverá conter a transcrição do Art. 271. Julgada procedente a revisão, a autoridade compe-
indiciamento, bem como a data, hora e local, marcados para o in- tente determinará a redução, o cancelamento ou anulação da pena.
terrogatório. Parágrafo único. A decisão deverá ser sempre fundamentada e
§ 2º Não sendo encontrado o indiciado, ou ignorando-se o seu publicada no órgão oficial do Município.
paradeiro, a citação será feita por editais publicados no órgão oficial Art. 272. Aplica-se ao processo de revisão, que couber, o previs-
durante 3 (três) dias consecutivos. to nesta Estatuto para o processo disciplinar.
§ 3º Se o indiciado não comparecer, será decretada sua revelia
e devolvido o prazo para a defesa. (Redação dada pela Lei Comple- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
mentar nº 298/1997)
Art. 260. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o Art. 273. O dia 28 de outubro será consagrado ao “Funcionário
processo pessoalmente, assistido por um advogado. Público Municipal”.
Parágrafo único. Se o funcionário não constituir defensor ou for Art. 274. Salvo disposição expressa em contrário, a contagem
revel, ser-lhe-á nomeado um defensor dativo advogado. (Redação de tempo e de prazo previstos neste Estatuto será feita em dias cor-
dada pela Lei Complementar nº 298/1997) ridos, excluído-se o dia do começo e incluindo-se o do seu término.
Art. 261. O indiciado poderá estar presente a todos os atos do Parágrafo único. Considera-se prorrogado o prazo até o primei-
processo e intervir, por seu defensor, nas provas e diligencias que ro dia útil se o término cair em sábado, domingo, feriado ou em dia
se realizarem. que:
Art. 262. De todas as provas e diligências será intimada a defe- I - não houver expediente, e;
sa, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas. II - o expediente for encerrado antes da hora normal.
Art. 263. Realizadas as provas da Comissão, a defesa será inti- Art. 275. As disposições deste Estatuto aplicam-se aos inte-
mada para indicar, em 3 (três) dias, as provas que pretende produzir. grantes da correria do Magistério Público Municipal, no que não
Art. 264. Encerrada a instrução, dar-se-á vista ao defensor para contrariarem a legislação específica.
apresentação, por escrito e no prazo de 10 (dez) dias, das razões de Art. 276. Aplica-se disposto nos incisos I e II, do art. 213, aos
defesa do indiciado. funcionários quando designados para exercerem cargos de Superin-
Art. 265. Produzida a defesa escrita, a Comissão apresentará o tendente em Autarquia Municipal ou de Diretor em Sociedade de
relatório, no prazo de 10 (dez) dias. Economia Mista onde a Municipalidade seja acionista majoritária,
ficando assegurada a percepção dos proventos equivalentes aos
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CONHECIMENTOS BÁSICOS DE LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
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ANOTAÇÕES
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