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CÓD: OP-060OT-23

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SÃO PAULO TRANSPORTE S.A.

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EDITAL 001/2023
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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários)......................................................................... 5
2. Sinônimos e antônimos. ............................................................................................................................................................. 5
3. Sentido próprio e figurado das palavras. ................................................................................................................................... 5
4. Pontuação. ................................................................................................................................................................................. 6
5. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem................................................................................................................ 9
6. Concordância verbal e nominal. ................................................................................................................................................ 16
7. Regência verbal e nominal. ........................................................................................................................................................ 18
8. Colocação pronominal. .............................................................................................................................................................. 19
9. Crase........................................................................................................................................................................................... 20

Conhecimentos Específicos
1. Atendimento telefônico (princípios básicos). Definição de termos telefônicos.Técnicas de conversação no telefone. Registro
de chamadas ............................................................................................................................................................................. 25
2. Equipamentos: Siglas e operações. ............................................................................................................................................ 26
3. Atuação da telefonista: voz, interesse, calma e sigilo................................................................................................................. 28
4. Eficácia nas comunicações administrativas: elementos básicos no processo de comunicação, barreiras à comunicação, blo-
queios e distorções..................................................................................................................................................................... 30
5. Atendimento de chamadas: fraseologias adequadas. A voz e suas funções. Postura de comunicação..................................... 36
6. Procedimentos adequados quanto ao recebimento de chamadas............................................................................................ 38
7. Noções de atendimento ao público............................................................................................................................................ 38

Legislação
1. Regulamentação do Sistema de Transporte – Lei Municipal 13.241/2001 ................................................................................ 51
2. Lei das Estatais (Lei Federal nº. 13.303/2016)............................................................................................................................ 57
3. Lei Geral de Proteção de Dados (Lei Federal n° 13.709/2018)................................................................................................... 75
4. Lei de acesso à informação (Lei Federal n° 12.527/2011 e Decreto Municipal n° 53.623/2012)............................................... 88
5. Lei Orgânica do Município de São Paulo: Capítulo do Planejamento......................................................................................... 105
LÍNGUA PORTUGUESA

Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam signifi-


LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE cados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex:
TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS). forte <—> fraco

Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS.
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO
completo.
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e É possível empregar as palavras no sentido próprio ou no sen-
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- tido figurado.
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua Ex.:
interpretação. – Construí um muro de pedra. (Sentido próprio).
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do – Dalton tem um coração de pedra. (Sentido figurado).
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que – As águas pingavam da torneira. (Sentido próprio).
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- – As horas iam pingando lentamente. (Sentido figurado).
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper-
tório do leitor. Denotação
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, É o sentido da palavra interpretada ao pé da letra, ou seja, de
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- acordo com o sentido geral que ela tem na maioria dos contextos
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido em que ocorre. Trata-se do sentido próprio da palavra, aquele en-
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar contrado no dicionário. Por exemplo: “Uma pedra no meio da rua
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. foi a causa do acidente”.
A palavra “pedra” aqui está usada em sentido literal, ou seja, o
Dicas práticas objeto mesmo.
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con-
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa- Conotação
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, É o sentido da palavra desviado do usual, ou seja, aquele que se
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações. distancia do sentido próprio e costumeiro. Por exemplo: “As pedras
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca atiradas pela boca ferem mais do que as atiradas pela mão”.
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe- “Pedras”, neste contexto, não está indicando o que usualmente
cidas. significa (objeto), mas um insulto, uma ofensa produzida pelas pa-
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon- lavras, capazes de machucar assim como uma pedra “objeto” que é
te de referências e datas. atirada em alguém.
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de
opiniões. Ampliação de Sentido
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques- Fala-se em ampliação de sentido quando a palavra passa a de-
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- signar uma quantidade mais ampla de significado do que o seu ori-
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de ginal.
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do “Embarcar”, por exemplo, originariamente era utilizada para
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto designar o ato de viajar em um barco. Seu sentido foi ampliado
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor consideravelmente, passando a designar a ação de viajar em outros
quando afirma que... veículos também. Hoje se diz, por ampliação de sentido, que um
passageiro:
– Embarcou em um trem.
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS. – Embarcou no ônibus das dez.
– Embarcou no avião da força aérea.
Sinonímia e antonímia – Embarcou num transatlântico.
As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado
semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
<—> esperto

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LÍNGUA PORTUGUESA

“Alpinista”, em sua origem, era utilizada para indicar aquele que – Não, podem atirar! (entende-se que é permitido atirar)
escala os Alpes (cadeia montanhosa europeia). Depois, por amplia-
ção de sentido, passou a designar qualquer tipo de praticante de — Ponto
escalar montanhas. Este ponto simples final (.) encerra períodos que terminem por
qualquer tipo de oração que não seja interrogativa direta, a excla-
Restrição de Sentido mativa e as reticências.
Ao lado da ampliação de sentido, existe o movimento inverso, Outra função do ponto é a da pausa oracional, ao acompanhar
isto é, uma palavra passa a designar uma quantidade mais restrita muitas palavras abreviadas, como: p., 2.ª, entre outros.
de objetos ou noções do que originariamente designava. Se o período, oração ou frase terminar com uma abreviatura,
É o caso, por exemplo, das palavras que saem da língua geral e o ponto final não é colocado após o ponto abreviativo, já que este,
passam a ser usadas com sentido determinado, dentro de um uni- quando coincide com aquele, apresenta dupla serventia.
verso restrito do conhecimento. Ex.: “O ponto abreviativo põe-se depois das palavras indicadas
A palavra aglutinação, por exemplo, na nomenclatura gramati- abreviadamente por suas iniciais ou por algumas das letras com que
cal, é bom exemplo de especialização de sentido. Na língua geral, se representam, v.g. ; V. S.ª ; Il.mo ; Ex.a ; etc.” (Dr. Ernesto Carneiro
ela significa qualquer junção de elementos para formar um todo, Ribeiro)
todavia, em Gramática designa apenas um tipo de formação de pa- O ponto, com frequência, se aproxima das funções do ponto e
lavras por composição em que a junção dos elementos acarreta al- vírgula e do travessão, que às vezes surgem em seu lugar.
teração de pronúncia, como é o caso de pernilongo (perna + longa).
Se não houver alteração de pronúncia, já não se diz mais aglu- Obs.: Estilisticamente, pode-se usar o ponto para, em períodos
tinação, mas justaposição. A palavra Pernalonga, por exemplo, que curtos, empregar dinamicidade, velocidade à leitura do texto: “Era
designa uma personagem de desenhos animados, não se formou um garoto pobre. Mas tinha vontade de crescer na vida. Estudou.
por aglutinação, mas por justaposição. Subiu. Foi subindo mais. Hoje é juiz do Supremo.”. É muito utilizado
Em linguagem científica é muito comum restringir-se o significa- em narrações em geral.
do das palavras para dar precisão à comunicação.
A palavra girassol, formada de gira (do verbo girar) + sol, não — Ponto Parágrafo
pode ser usada para designar, por exemplo, um astro que gira em Separa-se por ponto um grupo de período formado por ora-
torno do Sol, seu sentido sofreu restrição, e ela serve para designar ções que se prendem pelo mesmo centro de interesse. Uma vez que
apenas um tipo de flor que tem a propriedade de acompanhar o o centro de interesse é trocado, é imposto o emprego do ponto pa-
movimento do Sol. rágrafo se iniciando a escrever com a mesma distância da margem
Existem certas palavras que, além do significado explícito, con- com que o texto foi iniciado, mas em outra linha.
têm outros implícitos (ou pressupostos). Os exemplos são muitos. É O parágrafo é indicado por ( § ) na linguagem oficial dos artigos
o caso do pronome outro, por exemplo, que indica certa pessoa ou de lei.
coisa, pressupondo necessariamente a existência de ao menos uma
além daquela indicada. — Ponto de Interrogação
Prova disso é que não faz sentido, para um escritor que nunca É um sinal (?) colocado no final da oração com entonação inter-
lançou um livro, dizer que ele estará autografando seu outro livro. rogativa ou de incerteza, seja real ou fingida.
O uso de outro pressupõe, necessariamente, ao menos um livro A interrogação conclusa aparece no final do enunciado e re-
além daquele que está sendo autografado. quer que a palavra seguinte se inicie por maiúscula. Já a interro-
gação interna (quase sempre fictícia), não requer que a próxima
palavra se inicia com maiúscula.
PONTUAÇÃO. Ex.: — Você acha que a gramática da Língua Portuguesa é com-
plicada?
Para a elaboração de um texto escrito, deve-se considerar o uso — Meu padrinho? É o Excelentíssimo Senhor coronel Paulo Vaz
adequado dos sinais de pontuação como: pontos, vírgula, ponto e Lobo Cesar de Andrade e Sousa Rodrigues de Matos.
vírgula, dois pontos, travessão, parênteses, reticências, aspas, etc.
Tais sinais têm papéis variados no texto escrito e, se utilizados Assim como outros sinais, o ponto de interrogação não requer
corretamente, facilitam a compreensão e entendimento do texto. que a oração termine por ponto final, a não ser que seja interna.
Ex.: “Esqueceu alguma cousa? perguntou Marcela de pé, no
— A Importância da Pontuação patamar”.
1
As palavras e orações são organizadas de maneira sintática,
semântica e também melódica e rítmica. Sem o ritmo e a melodia, Em diálogos, o ponto de interrogação pode aparecer acompa-
os enunciados ficariam confusos e a função comunicativa seria pre- nhando do ponto de exclamação, indicando o estado de dúvida de
judicada. um personagem perante diante de um fato.
O uso correto dos sinais de pontuação garante à escrita uma Ex.: — “Esteve cá o homem da casa e disse que do próximo mês
solidariedade sintática e semântica. O uso inadequado dos sinais de em diante são mais cinquenta...
pontuação pode causar situações desastrosas, como em: — ?!...”
– Não podem atirar! (entende-se que atirar está proibido)
— Ponto de Exclamação
1 BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, Este sinal (!) é colocado no final da oração enunciada com en-
2009. tonação exclamativa.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: “Que gentil que estava a espanhola!” Caso denote equivalência, o ou posto entre os dois termos não
“Mas, na morte, que diferença! Que liberdade!” é separado por vírgula.
Ex.: Solteiro ou solitário se prende ao mesmo termo latino.
Este sinal é colocado após uma interjeição.
Ex.: — Olé! exclamei. - Em aposições, a não ser no especificativo.
— Ah! brejeiro! Ex.: “ora enfim de uma casa que ele meditava construir, para
residência própria, casa de feitio moderno...”
As mesmas observações vistas no ponto de interrogação, em
relação ao emprego do ponto final e ao uso de maiúscula ou mi- - Para separar os pleonasmos e as repetições, quando não tive-
núscula inicial da palavra seguinte, são aplicadas ao ponto de ex- rem efeito superlativamente.
clamação. Ex.: “Nunca, nunca, meu amor!”
A casa é linda, linda.
— Reticências
As reticências (...) demonstram interrupção ou incompletude - Para intercalar ou separar vocativos e apostos.
de um pensamento. Ex.: Brasileiros, é chegada a hora de buscar o entendimento.
Ex.: — “Ao proferir estas palavras havia um tremor de alegria É aqui, nesta querida escola, que nos encontramos.
na voz de Marcela: e no rosto como que se lhe espraiou uma onda
de ventura...” - Para separar orações adjetivas de valor explicativo.
— “Não imagina o que ela é lá em casa: fala na senhora a todos Ex.: “perguntava a mim mesmo por que não seria melhor depu-
os instantes, e aqui aparece uma pamonha. Ainda ontem... tado e melhor marquês do que o lobo Neves, — eu, que valia mais,
muito mais do que ele, — ...”
Quando colocadas no fim do enunciado, as reticências dispen-
sam o ponto final, como você pode observar nos exemplos acima. - Para separar, na maioria das vezes, orações adjetivas restritiva
As reticências, quando indicarem uma enumeração inconclusa, de certa extensão, ainda mais quando os verbos de duas orações
podem ser substituídas por etc. distintas se juntam.
Ao transcrever um diálogo, elas indicam uma não resposta do Ex.: “No meio da confusão que produzira por toda a parte este
interlocutor. Já em citações, elas podem ser postas no início, no acontecimento inesperado e cujo motivo e circunstâncias inteira-
meio ou no fim, indicando supressão do texto transcrito, em cada mente se ignoravam, ninguém reparou nos dois cavaleiros...”
uma dessas partes.
Quando ocorre a supressão de um trecho de certa extensão, IMPORTANTE!
geralmente utiliza-se uma linha pontilhada. Mesmo separando por vírgula o sujeito expandido pela oração
As reticências podem aparecer após um ponto de exclamação adjetiva, esta pontuação pode acontecer.
ou interrogação. Ex.: Os que falam em matérias que não entendem, parecem
fazer gala da sua própria ignorância.
— Vírgula
A vírgula (,) é utilizada: - Para separar orações intercaladas.
- Para separar termos coordenados, mesmo quando ligados por Ex.: “Não lhe posso dizer com certeza, respondi eu”
conjunção (caso haja pausa).
Ex.: “Sim, eu era esse garção bonito, airoso, abastado”. - Para separar, geralmente, adjuntos adverbiais que precedem
o verbo e as orações adverbiais que aparecem antes ou no meio da
IMPORTANTE! sua principal.
Quando há uma série de sujeitos seguidos imediatamente de Ex.: “Eu mesmo, até então, tinha-vos em má conta...”
verbo, não se separa do verbo (por vírgula) o ultimo sujeito da série
. - Para separar o nome do lugar em datas.
Ex.: Carlos Gomes, Vítor Meireles, Pedro Américo, José de Ex.: São Paulo, 14 de janeiro de 2020.
Alencar tinham-nas começado.
- Para separar os partículas e expressões de correção, continu-
- Para separar orações coordenadas aditivas, mesmo que estas ação, explicação, concessão e conclusão.
se iniciem pela conjunção e, proferidas com pausa. Ex.: “e, não obstante, havia certa lógica, certa dedução”
Ex.: “Gostava muito das nossas antigas dobras de ouro, e eu Sairá amanhã, aliás, depois de amanhã.
levava-lhe quanta podia obter”.
- Para separar advérbios e conjunções adversativos (porém,
- Para separar orações coordenadas alternativas (ou, quer, todavia, contudo, entretanto), principalmente quando pospostos.
etc.), quando forem proferidas com pausa. Ex.: “A proposta, porém, desdizia tanto das minhas sensações
Ex.: Ele sairá daqui logo, ou eu me desligarei do grupo. últimas...”

IMPORTANTE! - Algumas vezes, para indicar a elipse do verbo.


Quando ou exprimir retificação, esta mesma regra vigora. Ex.: Ele sai agora: eu, logo mais. (omitiu o verbo “sairei” após
Ex.: Teve duas fases a nossa paixão, ou ligação, ou qualquer ou- “eu”; elipse do verbo sair)
tro nome, que eu de nome não curo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Omissão por zeugma. — Ponto e Vírgula


Ex.: Na classe, alguns alunos são interessados; outros, (são) re- Sinal (;) que denota pausa mais forte que a vírgula, porém mais
lapsos. (Supressão do verbo “são” antes do vocábulo “relapsos”) fraca que o ponto. É utilizado:

- Para indicar a interrupção de um seguimento natural das - Em trechos longos que já possuam vírgulas, indicando uma
ideias e se intercala um juízo de valor ou uma reflexão subsidiária. pausa mais forte.
Ex.: “Enfim, cheguei-me a Virgília, que estava sentada, e travei-
- Para evitar e desfazer alguma interpretação errônea que pode -lhe da mão; D. Plácida foi à janela”
ocorrer quando os termos estão distribuídos de forma irregular na
oração, a expressão deslocada é separada por vírgula. - Para separar as adversativas onde se deseja ressaltar o con-
Ex.: De todas as revoluções, para o homem, a morte é a maior traste.
e a derradeira. Ex.: “Não se disse mais nada; mas de noite Lobo Neves insistiu
no projeto”
- Em enumerações
sem gradação: Coleciono livros, revistas, jornais, discos. - Em leis, separando os incisos.
com gradação: Não compreendo o ciúme, a saudade, a dor da
despedida. - Enumeração com explicitação.
Ex.: Comprei alguns livros: de matemática, para estudar para
Não se separa por vírgula: o concurso; um romance, para me distrair nas horas vagas; e um
- sujeito de predicado; dicionário, para enriquecer meu vocabulário.
- objeto de verbo;
- adjunto adnominal de nome; - Enumeração com ponto e vírgula, mas sem vírgula, para mar-
- complemento nominal de nome; car distribuição.
- oração principal da subordinada substantiva (desde que esta Ex.: Comprei os produtos no supermercado: farinha para um
não seja apositiva nem apareça na ordem inversa). bolo; tomates para o molho; e pão para o café da manhã.

— Dois Pontos — Travessão


São utilizados: É importante não confundir o travessão (—) com o traço de
- Na enumeração, explicação, notícia subsidiária. união ou hífen e com o traço de divisão empregado na partição de
Ex.: Comprou dois presentes: um livro e uma caneta. sílabas.
“que (Viegas) padecia de um reumatismo teimoso, de uma O uso do travessão pode substituir vírgulas, parênteses, colche-
asma não menos teimosa e de uma lesão de coração: era um hos- tes, indicando uma expressão intercalada:
pital concentrado” Ex.: “... e eu falava-lhe de mil cousas diferentes — do último
“Queremos governos perfeitos com homens imperfeitos: dis- baile, da discussão das câmaras, berlindas e cavalos, de tudo, me-
parate” nos dos seus versos ou prosas”

- Em expressões que se seguem aos verbos dizer, retrucar, res- Se a intercalação terminar o texto, o travessão é simples; caso
ponder (e semelhantes) e que dão fim à declaração textual, ou que contrário, se utiliza o travessão duplo.
assim julgamos, de outrem. Ex.: “Duas, três vezes por semana, havia de lhe deixar na algi-
Ex.: “Não me quis dizer o que era: mas, como eu instasse muito: beira das calças — umas largas calças de enfiar —, ou na gaveta da
— Creio que o Damião desconfia alguma coisa” mesa, ou ao pé do tinteiro, uma barata morta”

- Em alguns casos, onde a intenção é caracterizar textualmente IMPORTANTE!


o discurso do interlocutor, a transcrição aparece acompanhada de Como é possível observar no exemplo, pode haver vírgula após
aspas, e poucas vezes de travessão. o travessão.
Ex.: “Ao cabo de alguns anos de peregrinação, atendi às supli-
cas de meu pai: O travessão pode, também, denotar uma pausa mais forte.
— Vem, dizia ele na última carta; se não vieres depressa acha- Ex.: “... e se estabelece uma cousa que poderemos chamar —,
rás tua mãe morta!” solidariedade do aborrecimento humano”

Em expressões que, ao serem enunciadas com entonação es- Além disso, ainda pode indicar a mudança de interlocutor, na
pecial, o contexto acaba sugerindo causa, consequência ou expli- transcrição de um diálogo, com ou sem aspas.
cação. Ex.: — Ah! respirou Lobo Neves, sentando-se preguiçosamente
Ex.: “Explico-me: o diploma era uma carta de alforria” no sofá.
— Cansado? perguntei eu.
- Em expressões que possuam uma quebra na sequência das — Muito; aturei duas maçadas de primeira ordem (...)
ideias.
Ex.: Sacudiu o vestido, ainda molhado, e caminhou. Neste caso, pode, ou não, combinar-se com as aspas.
“Não! bradei eu; não hás de entrar... não quero... Ia a lançar-lhe
as mãos: era tarde; ela entrara e fechara-se” — Parênteses e Colchetes

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LÍNGUA PORTUGUESA

Estes sinais ( ) [ ] apontam a existência de um isolamento sin- — Alínea


tático e semântico mais completo dentro de um enunciado, assim Apresenta a mesma função do parágrafo, uma vez que denota
como estabelecem uma intimidade maior entre o autor e seu leitor. diferentes centros de assuntos. Como o parágrafo, requer a mudan-
Geralmente, o uso do parêntese é marcado por uma entonação es- ça de linha.
pecial. De forma geral, aparece em forma de número ou letra seguida
Se a pausa coincidir com o início da construção parentética, o de um traço curvo.
sinal de pontuação deve aparecer após os parênteses, contudo, se Ex.: Os substantivos podem ser:
a proposição ou frase inteira for encerrada pelos parênteses, a no- a) próprios
tação deve aparecer dentro deles. b) comuns
Ex.: “Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que
seja, convosco, este suavíssimo nome); não: o coração não é tão — Chave
frívolo, tão exterior, tão carnal, quanto se cuida” Este sinal ({ }) é mais utilizado em obras científicas. Indicam a
“A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso meio que reunião de diversos itens relacionados que formam um grupo.
se tem inventado para a divulgação do pensamento”. (Carta inserta 2
Ex.: Múltiplos de 5: {0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35,… }.
nos Anais da Biblioteca Nacional, vol. I) [Carlos de Laet] Na matemática, as chaves agrupam vários elementos de uma
operação, definindo sua ordem de resolução.
- Isolar datas. Ex.: 30x{40+[30x(84-20x4)]}
Ex.: Refiro-me aos soldados da Primeira Guerra Mundial (1914- Também podem ser utilizadas na linguística, representando
1918). morfemas.
Ex.: O radical da palavra menino é {menin-}.
- Isolar siglas.
Ex.: A taxa de desemprego subiu para 5,3% da população eco- — Asterisco
nomicamente ativa (PEA)... Sinal (*) utilizado após ou sobre uma palavra, com a intenção
de se fazer um comentário ou citação a respeito do termo, ou uma
- Isolar explicações ou retificações. explicação sobre o trecho (neste caso o asterisco se põe no fim do
Ex.: Eu expliquei uma vez (ou duas vezes) o motivo de minha período).
preocupação. Emprega-se ainda um ou mais asteriscos depois de uma inicial,
indicando uma pessoa cujo nome não se quer ou não se pode decli-
Os parênteses e os colchetes estão ligados pela sua função dis- nar: o Dr.*, B.**, L.***
cursiva, mas estes são utilizados quando os parênteses já foram em-
pregados, com o objetivo de introduzir uma nova inserção. — Barra
São utilizados, também, com a finalidade de preencher lacunas Aplicada nas abreviações das datas e em algumas abreviaturas.
de textos ou para introduzir, em citações principalmente, explica-
ções ou adendos que deixam a compreensão do texto mais simples.
CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO,
— Aspas
NUMERAL, ARTIGO, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO,
A forma mais geral do uso das aspas é o sinal (“ ”), entretanto,
PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO: EMPREGO E SENTIDO
há a possibilidade do uso das aspas simples (‘ ’) para diferentes fina-
QUE IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES QUE ESTABELECEM.
lidades, como em trabalhos científicos sobre línguas, onde as aspas
simples se referem a significados ou sentidos: amare, lat. ‘amar’ Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preci-
port. so conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
As aspas podem ser utilizadas, também, para dar uma expres- morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes grama-
são de sentido particular, ressaltando uma expressão dentro do ticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção,
contexto ou indicando uma palavra como estrangeirismo ou uma interjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
gíria.
Se a pausa coincidir com o final da sentença ou expressão que
está entre aspas, o competente sinal de pontuação deve ser utili-
zado após elas, se encerrarem somente uma parte da proposição;
mas se as aspas abarcarem todo o período, frase, expressão ou sen-
tença, a respectiva pontuação é abrangida por elas.
Ex.: “Aí temos a lei”, dizia o Florentino. “Mas quem as há de
segurar? Ninguém.”
“Mísera, tivesse eu aquela enorme, aquela Claridade imortal,
que toda a luz resume!”
“Por que não nasce eu um simples vaga-lume?”

- Delimitam transcrições ou citações textuais.


Ex.: Segundo Rui Barbosa: “A política afina o espírito.”

2 https://bit.ly/2RongbC.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos) Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO
Não sofre variação Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO
Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Ana se exercita pela manhã.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza
Todos parecem meio bobos.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo,
VERBO Chove muito em Manaus.
número, pessoa e voz.
A cidade é muito bonita quando vista do
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação
alto.

Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...

Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).

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LÍNGUA PORTUGUESA

O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão que
protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.

Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

Novo Acordo Ortográfico


De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas e
festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas.
Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana, meses, estações do ano e em pontos cardeais.
Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em palavras de categorização.

Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar

Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.

Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).

Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo

Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).

Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)

Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.

• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio não
acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.


Orgulhar-me-ei de meus alunos.

DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou orações, nem após ponto-e-vírgula.

Verbos
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro pos-
suem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do pre-
sente, futuro do pretérito.
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito imperfeito, futuro.

Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre flexão em
tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no particípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, fa-
zendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particípio) ou
advérbio (gerúndio).

Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pen-
tear-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)

Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.

Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.

Ao conectar os termos das orações, as preposições estabelecem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de:
• Causa: Morreu de câncer.
• Distância: Retorno a 3 quilômetros.
• Finalidade: A filha retornou para o enterro.

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura.


• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL.
• Lugar: O vírus veio de Portugal.
• Companhia: Ela saiu com a amiga. Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação
• Posse: O carro de Maria é novo. harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser
• Meio: Viajou de trem. verbal — refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal —
refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
Combinações e contrações • Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras pa- • Concordância em número: flexão em singular e plural
lavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e • Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa
havendo perda fonética (contração).
• Combinação: ao, aos, aonde Concordância nominal
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos,
artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gêne-
Conjunção ro, de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabe- ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar
lecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante atento, também, aos casos específicos.
de conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo,
reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
interpretação de textos, além de ser um grande diferencial no mo- adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
mento de redigir um texto. • A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e japonesa.
conjunções subordinativas.
Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo,
Conjunções coordenativas a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti- vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o subs-
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma tantivo mais próximo:
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em • Linda casa e bairro.
cinco grupos:
• Aditivas: e, nem, bem como. Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar
• Adversativas: mas, porém, contudo. tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substanti-
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer. vos (sendo usado no plural):
• Conclusivas: logo, portanto, assim. • Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arru-
• Explicativas: que, porque, porquanto. mada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arru-
Conjunções subordinativas mados.
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada. • As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes: entre os melhores escritores brasileiros.
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas
substantivas, definidas pelas palavras que e se. Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito
• Causais: porque, que, como. ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que. seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• Condicionais: e, caso, desde que. • O operário e sua família estavam preocupados com as conse-
• Conformativas: conforme, segundo, consoante. quências do acidente.
• Comparativas: como, tal como, assim como.
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que.
• Finais: a fim de que, para que.
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que.
• Temporais: quando, enquanto, agora.

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LÍNGUA PORTUGUESA

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há presença
É proibida a entrada.
É PERMITIDO de um artigo. Se não houver essa determinação, deve
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO permanecer no singular e no masculino.
Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala.
“obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes com a
volta às aulas.
Quando tem função de adjetivo para um substantivo,
Bastante criança ficou doente com a volta às
BASTANTE concorda em número com o substantivo.
aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece invariável.
O prefeito considerou bastante a respeito da
suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila
MENOS
existe na língua portuguesa. para a festa.
As crianças mesmas limparam a sala depois
MESMO Devem concordar em gênero e número com a pessoa a
da aula.
PRÓPRIO que fazem referência.
Eles próprios sugeriram o tema da formatura.
Quando tem função de numeral adjetivo, deve
Adicione meia xícara de leite.
concordar com o substantivo.
MEIO / MEIA Manuela é meio artista, além de ser
Quando tem função de advérbio, modificando um
engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se referem. As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da
mensalidade.

Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um substan-
tivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:

PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
A contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato; intolerante;
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador; negligente;
EM
perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado tentos são para nos prejudicarem.
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar,
modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser Ênclise
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática: Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto dire- indicativo: Trago-te flores.
to), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo: Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo. Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
posição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto in- Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com
direto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
o sentido completo: Apressei-me a convidá-los.
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da cam-
panha eleitoral. Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o
verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposi- É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no
ção) e de um objeto indireto (com preposição): futuro do pretérito que iniciam a oração.
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda Dir-lhe-ei toda a verdade.
à senhora. Far-me-ias um favor?

Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de


COLOCAÇÃO PRONOMINAL. qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
Eu lhe direi toda a verdade.
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da Tu me farias um favor?
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma Colocação do pronome átono nas locuções verbais
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
após o verbo – ênclise. não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini- rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua- Exemplos:
gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, Devo-lhe dizer a verdade.
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele. Devo dizer-lhe a verdade.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju- do auxiliar ou depois do principal.
dique a eufonia da frase. Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade.
Próclise Não devo dizer-lhe a verdade.
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade. o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa- Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
cientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. auxiliar.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui. Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa? Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- do infinitivo.
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor! Exemplos:
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Hei de dizer-lhe a verdade.
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se- Tenho de dizer-lhe a verdade.
jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando, Observação
tudo dá. Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Havia-lhe dito tudo.


QUESTÕES

CRASE.
1. (ENEM - 2012) “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu
biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava de-
Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma safetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim
só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é de- era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guara-
marcada com o uso do acento grave (à), de modo que crase não ni e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil.
é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão. Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nati-
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o em- vistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor
prego da crase: de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela alu- até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas fa-
na. cetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especifica- será digitalizada.
das: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas. História Viva, n.º 99, 2011.
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alen-
estresse. car e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos dei- (A) a digitalização dos textos é importante para que os leitores
xando de lado a capacidade de imaginar. possam compreender seus romances.
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima (B) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante
à esquerda. porque deixou uma vasta obra literária com temática atempo-
ral.
Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a cra- (C) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digi-
se: talização, demonstra sua importância para a história do Brasil
• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé. Imperial.
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor ter- (D) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importan-
mos uma reunião frente a frente. te papel na preservação da memória linguística e da identidade
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar. nacional.
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te (E) o grande romancista José de Alencar é importante porque
atender daqui a pouco. se destacou por sua temática indianista.
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça
a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras. 2. (FUVEST - 2013) A essência da teoria democrática é a su-
• Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha pressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou
fica a 50 metros da esquina. na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos,
políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela
Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida.
• Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha. Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos
/ Dei um picolé à minha filha. melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica
• Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais
minha avó até à feira. deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difu-
• Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado): são desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em
Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à termos que os tornem acessíveis a todos.
Ana da faculdade. (Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.)
No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo
DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em “chamadas” indica que o autor
caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no (A) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise
masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos crítica da sociedade.
à escola / Amanhã iremos ao colégio. (B) considera utópicos os objetivos dessas ciências.
(C) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ci-
ências sociais”.
(D) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.
(E) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3. (UERJ - 2016) 5 – (ENEM 2013)

A última fala da tirinha causa um estranhamento, porque as-


sinala a ausência de um elemento fundamental para a instalação
de um tribunal: a existência de alguém que esteja sendo acusado.
Essa fala sugere o seguinte ponto de vista do autor em relação
aos usuários da internet:
(A) proferem vereditos fictícios sem que haja legitimidade do
processo. Cartum de Caulos, disponível em www.caulos.com
(B) configuram julgamentos vazios, ainda que existam crimes
comprovados. O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em
(C) emitem juízos sobre os outros, mas não se veem na posição oposição às outras e representa a
de acusados. (A) opressão das minorias sociais.
(D) apressam-se em opiniões superficiais, mesmo que possuam (B) carência de recursos tecnológicos.
dados concretos. (C) falta de liberdade de expressão.
(D) defesa da qualificação profissional.
4 - (UEA - 2017) Leia o trecho de Quincas Borba, de Machado (E) reação ao controle do pensamento coletivo.
de Assis:
E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico se- 6. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto:
nhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?
rindo cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas1, so- Uma organização não governamental holandesa está propondo
luços e sarabandas2, acaba por trazer à alma do mundo a variedade um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias
necessária, e faz-se o equilíbrio da vida. sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o
(Quincas Borba, 1992.) grau de felicidade dos usuários longe da rede social.
1
polca: tipo de dança. O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi-
2
sarabandas: tipo de dança. cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que
o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par-
De acordo com o narrador, ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar
(A) os erros do passado não afetam o presente. um contador na rede social.
(B) a existência é marcada por antagonismos. Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade
(C) a sabedoria está em perseguir a felicidade. dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.
(D) cada instante vivido deve ser festejado. Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam
(E) os momentos felizes são mais raros que os tristes. em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
(http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)
Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
usuários longe da rede social.”
A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
(A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
ticamente.
(B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
raria o sentido do texto.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de 12. (FEI) Assinalar a alternativa que preenche corretamente as
informação conhecida, e da especificação, no segundo, com lacunas das seguintes orações:
informação nova. I. Precisa falar ___ cerca de três mil operários.
(D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso, II. Daqui ___ alguns anos tudo estará mudado.
e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo. III. ___ dias está desaparecido.
(E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo IV. Vindos de locais distantes, todos chegaram ___ tempo ___
qual são introduzidas de forma mais generalizada reunião.
(A) a - a - há - a – à
7. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspon- (B) à - a - a - há – a
dem a um adjetivo, exceto em: (C) a - à - a - a – há
(A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo. (D) há - a - à - a – a
(B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho. (E) a - há - a - à – a.
(C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
(D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga 13. (TRE) O uso do acento grave (indicativo de crase ou não)
sem fim. está incorreto em:
(E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça. (A) Primeiro vou à feira, depois é que vou trabalhar.
(B) Às vezes não podemos fazer o que nos foi ordenado.
8. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas só (C) Não devemos fazer referências àqueles casos.
depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são, (D) Sairemos às cinco da manhã.
respectivamente: (E) Isto não seria útil à ela.
(A) adjetivo, adjetivo
(B) advérbio, advérbio 14. (ITA) Analisando as sentenças:
(C) advérbio, adjetivo I. A vista disso, devemos tomar sérias medidas.
(D) numeral, adjetivo II. Não fale tal coisa as outras.
(E) numeral, advérbio III. Dia a dia a empresa foi crescendo.
IV. Não ligo aquilo que me disse.
9. (ITA-SP)
Beber é mal, mas é muito bom. Podemos deduzir que:
(FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, 5 ago. 2001, p. (A) Apenas a sentença III não tem crase.
28.) (B) As sentenças III e IV não têm crase.
(C) Todas as sentenças têm crase.
A palavra “mal”, no caso específico da frase de Millôr, é: (D) Nenhuma sentença tem crase.
(A) adjetivo (E) Apenas a sentença IV não tem crase.
(B) substantivo
(C) pronome 15. (UFABC) A alternativa em que o acento indicativo de crase
(D) advérbio não procede é:
(E) preposição (A) Tais informações são iguais às que recebi ontem.
(B) Perdi uma caneta semelhante à sua.
10. (PUC-SP) “É uma espécie... nova... completamente nova! (C) A construção da casa obedece às especificações da Prefei-
(Mas já) tem nome... Batizei-(a) logo... Vou-(lhe) mostrar...”. Sob o tura.
ponto de vista morfológico, as palavras destacadas correspondem (D) O remédio devia ser ingerido gota à gota, e não de uma só
pela ordem, a: vez.
(A) conjunção, preposição, artigo, pronome (E) Não assistiu a essa operação, mas à de seu irmão.
(B) advérbio, advérbio, pronome, pronome
(C) conjunção, interjeição, artigo, advérbio 16. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós
(D) advérbio, advérbio, substantivo, pronome ____________________.”
(E) conjunção, advérbio, pronome, pronome
Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada-
11. (BANCO DO BRASIL) Opção que preenche corretamente as mente a frase acima. Assinale-a.
lacunas: O gerente dirigiu-se ___ sua sala e pôs-se ___ falar ___ (A) desfilando pelas passarelas internacionais.
todas as pessoas convocadas. (B) desista da ação contra aquele salafrário.
(A) à - à – à (C) estejamos prontos em breve para o trabalho.
(B) a - à – à (D) recuperássemos a vaga de motorista da firma.
(C) à - a – a (E) tentamos aquele emprego novamente.
(D) a - a – à
(E) à - a - à

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LÍNGUA PORTUGUESA

17. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente (D) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um
as lacunas do texto a seguir: morador não muito consciente com a limpeza da cidade.
“Todas as amigas estavam _______________ ansiosas (E) O roteiro do filme oferece uma versão de como consegui-
_______________ ler os jornais, pois foram informadas de que as mos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra,
críticas foram ______________ indulgentes ______________ ra- a aventura à repetição.
paz, o qual, embora tivesse mais aptidão _______________ ciên-
cias exatas, demonstrava uma certa propensão _______________ 22. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamente
arte.” as lacunas correspondentes.
(A) meio - para - bastante - para com o - para - para a A arma ___ se feriu desapareceu.
(B) muito - em - bastante - com o - nas - em Estas são as pessoas ___ lhe falei.
(C) bastante - por - meias - ao - a - à Aqui está a foto ___ me referi.
(D) meias - para - muito - pelo - em - por Encontrei um amigo de infância ___ nome não me lembrava.
(E) bem - por - meio - para o - pelas – na Passamos por uma fazenda ___ se criam búfalos.

18. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo (A) que, de que, à que, cujo, que.
com a gramática: (B) com que, que, a que, cujo qual, onde.
I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores. (C) com que, das quais, a que, de cujo, onde.
II - Muito obrigadas! – disseram as moças. (D) com a qual, de que, que, do qual, onde.
III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada. (E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja.
IV - A pobre senhora ficou meio confusa.
V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso. 23. (FESP) Observe a regência verbal e assinale a opção falsa:
(A) Avisaram-no que chegaríamos logo.
(A) em I e II (B) Informei-lhe a nota obtida.
(B) apenas em IV (C) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos
(C) apenas em III sinais de trânsito.
(D) em II, III e IV (D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo.  
(E) apenas em II (E) Muita gordura não implica saúde.

19. (CESCEM–SP) Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores. 24. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devem
Hoje, só ___ ervas daninhas. ser seguidos pela mesma preposição:
(A) fazem, havia, existe (A) ávido / bom / inconsequente
(B) fazem, havia, existe (B) indigno / odioso / perito
(C) fazem, haviam, existem (C) leal / limpo / oneroso
(D) faz, havia, existem (D) orgulhoso / rico / sedento
(E) faz, havia, existe (E) oposto / pálido / sábio

20. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à concor- 25. (TRE-MG) Observe a regência dos verbos das frases reescri-
dância verbal, de acordo com a norma culta: tas nos itens a seguir:
(A) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova. I - Chamaremos os inimigos de hipócritas. Chamaremos aos ini-
(B) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha. migos de hipócritas;
(C) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui. II - Informei-lhe o meu desprezo por tudo. Informei-lhe do meu
(D) Bateu três horas quando o entrevistador chegou. desprezo por tudo;
(E) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo. III - O funcionário esqueceu o importante acontecimento. O
funcionário esqueceu-se do importante acontecimento.
21. (FUVEST – 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio
em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma A frase reescrita está com a regência correta em:
culta é: (A) I apenas
(A) O governador insistia em afirmar que o assunto principal (B) II apenas
seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam (C) III apenas
líderes pefelistas. (D) I e III apenas
(B) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do (E) I, II e III
qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros pa-
íses passou despercebida.
(C) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a
dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação
social.

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___________________________________________
GABARITO
___________________________________________
___________________________________________
1 D ___________________________________________
2 E ___________________________________________
3 C ___________________________________________
4 B ___________________________________________
5 E ___________________________________________
6 D ___________________________________________
7 B
___________________________________________
___________________________________________
8 B
___________________________________________
9 B
___________________________________________
10 E
___________________________________________
11 C ___________________________________________
12 A ___________________________________________
13 E ___________________________________________
14 A ___________________________________________
15 D ___________________________________________
16 C ___________________________________________
17 A ___________________________________________
18 C ___________________________________________
19 D
___________________________________________
___________________________________________
20 C
___________________________________________
21 E
___________________________________________
22 C
___________________________________________
23 A ___________________________________________
24 D ___________________________________________
25 E ___________________________________________
___________________________________________
ANOTAÇÕES ___________________________________________
___________________________________________
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___________________________________________ ___________________________________________
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Agente de Informações

- Quando o interlocutor estender demais a conversa, não per-


ATENDIMENTO TELEFÔNICO (PRINCÍPIOS BÁSICOS). cebendo que está na hora de desligar, uma saída educada é inter-
DEFINIÇÃO DE TERMOS TELEFÔNICOS.TÉCNICAS DE CON- romper a conversa dizendo que alguém está chamando e precisa
VERSAÇÃO NO TELEFONE. REGISTRO DE CHAMADAS desligar;
- Não deixe o telefone fora do gancho.
Recomendações Básicas para o Atendimento Telefônico - O recordista em gafes é o celular. Seu uso indiscriminado de-
monstra a mais elementar falta de educação;
- Atender o telefone no segundo ou terceiro toque, se possível. - A escolha do toque do seu celular é essencial. Evite os toques
Caso contrário, pedir desculpas pela demora no atendimento. escandalosos demais no ambiente de trabalho que tira a concen-
- Identificar seu nome e o da empresa imediatamente. Em se- tração de todos;
guida diga bom dia ou boa tarde ou boa noite. Logo após pergunte: - Desligue o celular ou deixe na opção “Silencioso”, quando
“em que posso ajudar?”; estiver no ambiente de trabalho ou em sala de aula, cursos, semi-
- Em hipótese alguma atenda ao telefone com as expressões: nários, palestras, reuniões, encontros, eventos, e também em cine-
“meu amor”, “querida”, “meu bem”, “amado”, “amiga”, “linda”, etc.; mas, teatros e restaurantes;
- Ter sempre à mão material (caneta, lápis, papel) para fazer as - Sendo uma emergência, peça licença, saia do recinto, fale bai-
anotações e lembrar o que foi solicitado pelo interlocutor. xo e não demore.
- Usar vocabulário adequado e correto. Ser breve.
- Prestar atenção na postura. Evitar falar mexendo com as mãos, Princípios Importantes de um bom Atendimento Telefônico
gesticular demais, roer unhas, mexer nos cabelos.
- Sorrir e falar com entusiasmo. Cuidar para não falar mole ou - A atenção (voltar-se para compreender a necessidade do
alto demais. Recomenda-se ouvir a voz gravada ou perguntar a um cliente/atendido);
amigo. - A cordialidade (ser educado e prestativo); e
- Utilizar o nome do interlocutor e expressar o desejo de ajudá- - A modulação da voz (A modulação é a técnica onde as carac-
-lo. Usar expressões mágicas: por favor, por gentileza, muito obri- terísticas da portadora (sinal que é modulado) são modificadas com
gado(a). a finalidade de transmitir as informações, sendo feitas as alterações
- Evitar vícios de linguagem, gírias, dengos, diminutivos, expres- combinadas de frequência, amplitude ou fase de modo a melhor
sões repetitivas e vulgares, cacoetes verbais. transmitir a informação ao atendido/cliente.
- Direcionar o interlocutor com rapidez e eficácia, obtendo o
máximo de informações necessárias. Evitar dizer
- Não tapar o bocal, fumar, mastigar, bocejar, espirrar, tossir. “Talvez”, “acho”, “possivelmente”,
- Quem “passa” quem primeiro?? A cortesia oficial manda “Fique na linha”:
aguardar quem efetuou a chamada, exceto se quem a faz for hierar- “Ela ainda não chegou.”
quicamente superior à pessoa solicitada. “Ele está em uma reunião.”
- Contornar obstáculos internos por meio de códigos de aten- “Ela ainda está almoçando.”
dimento. “Não sei quando ele vai voltar.”
- O número telefônico deve ser pronunciado algarismo por al- “Alô”, “diga”, “fala”.
garismo.
- O algarismo 6 (seis) deve ser pronunciado como meia. O nú- Procure Dizer
mero 11 (onze) deve ser pronunciado como onze, e não um, um. “Não tenho certeza, mas irei descobrir e retornar sua ligação
- Dar uma pausa maior após falar o prefixo e a cada dois algaris- em minutos.”
mos de um número telefônico. “A Sra. Cristina teve uma reunião bem cedo, mas deve voltar
pelas 11h. Posso pedir para ela retornar a ligação?”
Outros Pontos Relevantes “O Sr. Pablo ficará em uma reunião até às 12h e depois terá
- Use o telefone de forma objetiva e racional, não fique conver- um almoço de negócios. Posso pedir para ele retornar a ligação à
sando assuntos corriqueiros ao telefone; tarde?”
- Não mastigue ao telefone. Mesmo o som de uma simples “O Sr. Francisco teve uma reunião com um cliente, mas deve vol-
bala, chiclete ou pastilha é percebido pelo interlocutor e pode ser tar até às 14h30.”
interpretado como pouco caso; “Sr. João está ocupado no momento. No entanto, eu participo
- Não tussa, não espirre, nem assoe o nariz ao telefone. Quando do projeto de ... e conheço sua conta. Talvez eu possa responder sua
necessário, afaste-se do aparelho por alguns instantes, desculpe-se pergunta”.
e coloque-o cuidadosamente sobre a mesa, evitando fazer barulho;

25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Finalizar a chamada, agradecendo ao cliente por ter ligado e Ele não chegou ainda. Está sempre atrasado.
colocar-se sempre à disposição. Ela nunca chega antes das 10 horas.
Eu acho que....
Atendimento de Excelência ... mas o senhor não entende que...
Expressões como “Né”, “ta”, “entendeu”, “hein”, “ahn”
- Tratar a todos como gostaria de ser tratado.
- Satisfazer cada cliente como se ele fosse o único. Procure Dizer
- Procurar falar pausadamente, de forma clara e sem pressa.
Todos os seres humanos possuem três características básicas: Não falar com alimentos na boca, pois comer, mastigar goma ou
(1) têm, em alguma medida, baixa autoestima; palitos durante o serviço não faz parte de um atendimento profis-
(2) querem se sentir importantes; sional.
(3) têm um profundo desejo de aceitação - Evitar gírias no vocabulário.
- Manter sempre conduta profissional e eficiente.
- Ser cortês e sociável e, ao mesmo tempo, manter uma atitude
positiva, simpática e natural Atendimento a um Cliente Insatisfeito
- Ter tolerância e boa vontade com os outros.
- Nunca julgar o cliente, deixando que ideias preconcebidas - Deixe o cliente desabafar.
atrapalhem o atendimento. - Pergunte o nome dele e passe a tratá-lo assim.
- Perguntar ao cliente: “Em que posso ajudá-lo?” e deixar ele - Faça perguntas e repita o problema; se possível anote, mos-
dizer o que deseja e escutá-lo atentamente para encaminhá-lo cor- trando a ele que entendeu tudo.
retamente. Prestar atenção ao assunto. - Diga que vai se empenhar pessoalmente em solucionar a
- Preservar o espaço pessoal do cliente. Cuidado para não in- questão. E cumpra.
vadi-lo. - Adote gestos abertos e expressão simpática.
- Ouvir o que o cliente diz. - Mostre que a reclamação dele não é uma chateação e sim
- Esperar que termine de falar, para interpor um aparte. Nunca uma oportunidade para a empresa aprimorar o atendimento.
interrompê-lo, por achar que já sabe o que ele quer. - Agradeça a colaboração dele.
- Atender a um cliente sem se desligar do mundo. É dar atenção - Nunca o deixe esperando sem completa atenção e gentileza.
a um outro mostrando que já percebemos sua presença e que em - Não faça jogo de empurra com o problema do cliente.
breve iremos ajudá-lo. - Não peça para ligar de novo – a empresa é que deve procurá-
- Dar sempre prioridade no atendimento à pessoa que está a -lo (WANSER, 2015).
sua frente. Em caso de chamada telefônica, só atendê-la após pedi-
do de licença e recebimento de permissão para tal.
EQUIPAMENTOS: SIGLAS E OPERAÇÕES.
- Ter sutileza para contradizer ou discordar.
- Nunca alegar: “Isso não é comigo” ou “Isso não é do meu se-
tor”. Centrais Privadas de Telefonia
- Suavizar o “não”, evitando magoar as outras pessoas.
- Cumprimentar com um tom gentil e alegre todo cliente que Os sistemas de telefonia modernos apresentam-se como uma
entra, inclusive o colega de trabalho. base ideal para desenvolvimento de novas redes de serviços, capa-
- Tratar as mulheres por “senhora” e os homens por “senhor”. zes de ultrapassar os limites da telefonia convencional e oferecer
Evitar tratamento de intimidade como “você”, “meu bem”, “minha uma gama de novos serviços aos usuários de sistemas de comuni-
querida”, “fofinha”. E palavras no diminutivo: minutinho, favorzi- cação.
nho, obrigadinha. A crescente digitalização das redes telefônicas contribuiu enor-
- Ter em mente que no trabalho o comportamento deve ser memente para a criação de interfaces padronizadas que permitiram
usado como aliado, para que as portas do sucesso se abram. a conexão de diversos tipos de equipamentos à rede, que se tornou
- Procurar decifrar o que acontece por trás dos rostos e dos transparente aos tipos de sinais que por ela trafega, viabilizando a
gestos do cliente. fusão dos serviços telefônicos e não telefônicos em uma única rede,
- Incorporar o “espírito de equipe”, jamais dando oportunidade conhecida como RDSI - Rede Digital de Serviços Integrados.
para pensamentos do tipo: “Isso não faz parte da minha função” ou
“Não vou limpar isso, pois não sou faxineiro”. Centrais Privadas de Comutação Telefônica

Importante: Lembrar-se sempre que a boa vontade ao atender As Centrais Privadas de Comutação Telefônica (CPCT) são mais
uma pessoa manifesta-se no olhar e no tom de voz. conhecidas pelas siglas PBX (Private Branch Exchange), de operação
manual e PABX (Private Automatic Branch Exchange), de operação
Evitar dizer automática.
Eu não sei. Tecnicamente uma CPCT é um equipamento terminal de usuá-
Não podemos fazer isso. rio que pode estar interligado ou não a uma central de comutação
Este assunto não é comigo. do Sistema Público de Telefonia – RTPC (Rede de Telefonia Pública
O Dr. Fulano de tal saiu para um cafezinho e duvido que volte Comutada). Estas centrais são utilizadas basicamente por empre-
logo. sas, governos, condomínios, etc, onde o tráfego telefônico interno
Ele não está; saiu para almoçar e não voltou ainda. alcança volumes consideráveis.

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Central tipo KS - Central de comutação telefônica de peque-


na capacidade no qual o usuário seleciona diretamente, através
do aparelho telefônico, o tronco desejado para interligar-se com o
Sistema Telefônico Fixo Comutado, podendo também se interligar
automaticamente aos demais ramais.

PABX

As centrais de comutação privada surgiram com o objetivo de


substituir os terminais conhecidos como KS (Key-Systems), os quais
são equipamentos telefônicos que dispõem de mais de um ramal e
de algumas funções adicionais de sinalização.
Um PABX (Private Automatic Branch eXchange) é uma central
de comunicação telefônica automática, de uso privado, que tem
como objetivos principais gerenciar as comunicações de voz dentro
Figura 1 - Rede de Telefonia Pública Comutada de uma empresa, concentrando várias linhas e ramais de usuários e
oferecendo uma série de facilidades e serviços avançados.
Uma CPCT se liga à rede telefônica pública externa por um certo O PABX é considerado uma evolução do PBX, um equipamento
número de linhas (ou troncos) e dispõe de linhas internas (ramais), manual que exigia a interferência de um operador para completar
em quantidade superior ao número de troncos. A grande vantagem as chamadas. Para controle de ligações, normalmente os PABX ge-
da central privada é o seu menor custo de operação quando com- ram informações de bilhetagem, ou seja, qual ramal ligou, para que
parada com a utilização da rede pública, basicamente por não haver número, quando, quanto tempo durou a ligação, e assim por diante.
tarifação das chamadas internas e por demandar menor número de
linhas/troncos que o número total de terminais atendidos. Sistemas Digitais

OBS: Em telefonia, os sistemas de comutação operam com As centrais privadas do tipo PABX podem utilizar tanto a comu-
uma faixa de frequência de voz necessária e suficiente para ga- tação analógica como a digital. Os sinais analógicos de voz são ge-
rantir a inteligibilidade, isto é, de 300 Hz a 3,4 kHz. rados em cada ramal e recebidos pela central onde são quantizados
e codificados na forma de informação digital. Nos ramais digitais
Modalidades para as Centrais Privadas este processo de digitalização ocorre no próprio terminal do usuá-
Central PABX – É o equipamento responsável pelo estabeleci- rio. Após a recepção na central PABX, o sinal digital de cada usuário
mento das ligações no âmbito de uma rede privada e entre esta (canal) é comutado (seleção física de circuito) para uma linha espe-
e a rede pública. Tem como características principais estar ligada cífica, sendo convertido novamente em sinal analógico e encami-
à central de telefonia pública através de linhas tronco, processar nhado para a Central Pública, usando-se um par de fios para cada
automaticamente as chamadas internas (entre ramais) e as chama- ligação. Um PABX E1, por exemplo, é um equipamento que utiliza
das originadas por ramais privilegiados para a rede externa pública, linhas digitais baseadas na tecnologia RDSI, permitindo o tráfego
exigir a intervenção da operadora do PABX para completar as cha- dos serviços de dados e voz com muito mais eficiência e qualidade.
madas originadas da rede externa pública para os ramais (exceto
quando existir sistema DDR) e as chamadas originadas por ramais
semirrestritos para a rede externa pública. Podem se classificar ain-
da em eletromecânicas e eletrônicas;

Central PAX - Central privada de comutação telefônica que não


é ligada à rede pública e onde as chamadas entre ramais são auto-
máticas;

Central PBX - Central privada de comutação telefônica que é


ligada à rede pública através de linhas tronco e que exige a inter-
venção da operadora do PBX para completar as chamadas internas
(entre ramais) e as externas (entre ramais e a rede pública);

Central tipo CS – Trata-se de uma central de comutação tele- Figura - Exemplo de aplicação de PABX digital
fônica de pequeno porte que permite programação de ramais aten-
dedores, podendo esta programação ser alterada manualmente Com ao desenvolvimento de novas tecnologias e interfaces,
pelo usuário de ramal e/ou automaticamente. Permite ainda ao múltiplos canais podem ser transmitidos/recebidos digitalmen-
usuário de ramal a seleção do enlace desejado, através do próprio te pelo PABX, usando-se um único meio físico (par de fios, cabo
aparelho; coaxial, fibra óptica, etc.) para a conexão com até a Central Pública
de Telefonia.

27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A tendência atual é a utilização de tecnologia digital, que vem soa a manter contato com o público. Sua maneira de falar e agir vai
gradativamente substituindo a analógica, e o motivo são as vanta- contribuir muito para a imagem que irão formar sobre sua empresa.
gens obtidas pela tecnologia digital. Não esqueça: a primeira impressão é a que fica.

Entre as Vantagens Proporcionadas pelos Sistemas Digitais A Telefonista em Ação


podemos citar:
Já que a imagem da empresa é tão importante, fique atenta a
Armazenamento de voz - Convertendo a voz para forma digital, alguns detalhes que podem passar despercebidos na rotina do seu
é possível armazená-la em um disco ou na memória do sistema. Isso trabalho:
permite uma grande facilidade e rapidez para correio de voz, entre
outros; Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais natural possí-
Maior capacidade - Com sinais digitais, um único tronco de vel. Assim você fala só uma vez e evita perda de tempo.
2Mbps (E1) pode transmitir 32 canais de voz simultaneamente, ge-
rando uma economia de linhas no sistema; Calma: Ás vezes pode não ser fácil mas é muito importante que
Redução de custo e maior confiabilidade: Com tecnologia di- você mantenha a calma e a paciência. A pessoa que está chamando
gital, o consumo de energia é menor, além da redução do espaço merece ser atendida com toda a delicadeza. Não deve ser apressada
físico necessário. Além disso, os circuitos digitais possuem maior ou interrompida. Mesmo que ela seja um pouco grosseira, você não
confiabilidade e imunidade a ruídos; deve responder no mesmo tom. Pelo contrário, procure acalmá-la.
Qualidade do sinal em maiores distâncias: Quando o sinal digi-
tal necessita ser amplificado porque sofreu atenuação, o ruído pode Interesse e iniciativa: Cada pessoa que chama merece atenção
ser eliminado, pois há uma regeneração do sinal, já que ele é digital especial. E você, como toda boa telefonista, deve ser sempre simpá-
e pode ser totalmente recuperado. Isso elimina o ruído até aquele tica e demonstrar interesse em ajudar, sem se contentar até resol-
ponto da transmissão; ver a questão/problema que o atendido te trouxe. Passe segurança
Uso do mesmo meio físico para várias informações: Com si- de que tudo o que for ao seu alcance será realizado
nais digitais, é possível transmitir voz, dados, imagens, música, e
assim por diante através do mesmo meio físico; Sigilo: Na sua profissão, às vezes é preciso saber de detalhes
Impossibilidade de cruzamento de sinais: Como a comutação é importantes sobre o assunto que será tratado. Esses detalhes são
digital, não existem enlaces físicos e não é possível haver cruzamen- confidenciais e pertencem somente às pessoas envolvidas. Você
tos indesejáveis entre ramais / troncos no sistema. Assim, esse tipo deve ser discreta e manter tudo em segredo. A quebra de sigilo nas
de preocupação não existe na tecnologia digital. ligações telefônicas é considerada uma falta grave, sujeita às pena-
lidades legais. Assim, é ético manter segredo e confidencialidade.
Entre os diversos segmentos que compõem o setor de equipa-
mentos de telecomunicações, o de comutação de pequeno porte O Que Dizer e Como Dizer
apresenta um potencial de crescimento bastante expressivo - quer
se trate de centrais de comutação públicas ou privadas. Aqui seguem algumas sugestões de como atender as chama-
Os atuais sistemas PABX estão convergindo gradativamente na das externas:
direção de novas tecnologias baseadas em computação distribuída Ao atender uma chamada externa, você deve dizer o nome da
e no tráfego de pacotes, integrando novos serviços e funcionalida- sua empresa seguido de bom dia, boa tarde ou boa noite.
des, permitindo a expansão da capacidade dos ramais telefônicos - Essa chamada externa vai solicitar um ramal ou pessoa. Você
em empresas sem a necessidade de aquisição de novas centrais. deve repetir esse número ou nome, para ter certeza de que enten-
Hoje, muitas centrais públicas digitais, de tecnologia CPA (con- deu corretamente.
trole por programa armazenado), dispõem de recursos que permi- - Em seguida diga: “ Um momento, por favor,” e transfira a li-
tem oferecer facilidades semelhantes às dos sistemas PABX usados gação.
nas empresas. Essas funcionalidades caracterizam os chamados - Se o ramal estiver ocupado quando você fizer a transferência,
“PABX virtuais”. diga à pessoa que chamou: “ O ramal está ocupado. Por favor, ligue
Com relação a estes equipamentos telefônicos, é importante mais tarde.”
ressaltar que o profissional responsável por esta parte da telefonia
deverá zelar e utilizar o equipamento telefônico adequadamente, É importante que você não deixe uma linha ocupada com
realizando manutenções preventivas também, a fim de que estes uma pessoa que está apenas esperando a liberação de um ramal.
equipamentos sejam preservados. Isso pode congestionar as linhas do equipamento, gerando perda
de ligações. Mas caso essa pessoa insista em falar com o ramal
ocupado, você deve interromper a outra ligação e dizer: «Desculpe-
ATUAÇÃO DA TELEFONISTA: VOZ, INTERESSE, CALMA E
me interromper sua ligação, mas há uma chamada urgente do (a)
SIGILO
Sr.(a) Fulano(a) para este ramal.
O (a) senhor (a) pode atender?” Se a pessoa puder atender,
A telefonista precisa saber que ele(a) é o cartão de visita da complete a ligação, se não, diga que não foi possível transferir a
empresa1. Por isso é muito importante prestar atenção a todos os ligação e peça educadamente para que a pessoa ligue mais tarde.
detalhes do seu trabalho. Você como telefonista é a primeira pes-
1 Manual do Paulo Ota. Disponível em: http://www.reocities.com/pauloota/telefo-
nista.html.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Se o ramal chamado não atender você deve dizer: “O ramal Equipamento básico
não atende Por favor, ligue mais tarde”; ‘”O ramal não atende, vou Além da sala, existem outras coisas necessárias para assegurar
passar para o ramal mais próximo.”; ou então “O ramal não atende. o bom andamento do seu trabalho:
Há outro ramal que eu possa chamar? - Listas telefônicas atualizadas.
- Se a pessoa que ligou não souber o número do ramal: consulte - Relação dos ramais por nomes de funcionários (em ordem al-
a lista de nomes (que devem estar em ordem alfabética) e diga (an- fabética).
tes de transferir a ligação): “Por favor, anote: o número do ramal é... - Relação dos números de telefones mais chamados.
- Tabela de tarifas telefônicas.
LEMBRE-SE: Você deve ser natural, mas não deve se esquecer - Lápis e caneta
de certas formalidades como, por exemplo, dizer sempre “por - Bloco para anotações
favor”, “Queira desculpar”, “Senhor”, “Senhora”. Isso facilita a - Livro de registro de defeitos.
comunicação e induz a outra pessoa a ter com você o mesmo tipo
de tratamento. O que você precisa saber

A conversa: existem expressões que nunca devem ser usadas, O seu equipamento telefônico não é apenas parte do seu mate-
tais como gírias, meias palavras, e palavras com conotação de inti- rial de trabalho. É o que há de mais importante. Por isso você deve
midade. A conversa deve ser sempre mantida em nível profissional. saber como ele funciona. Tecnicamente, o equipamento que você
usa é chamado de CPCT - Central Privada de Comunicação Telefôni-
Atuação da Telefonista - Atribuições gerais da Telefonista ca, que permite você fazer ligações internas (de ramal para ramal)
e externas.
- Recepcionar visitantes, Atualmente existem dois tipos: PABX e KS.
- Encaminhar visitantes para os funcionários da empresa,
- Responder perguntas gerais sobre a empresa ou direcionar PABX (Private Automatic Branch Exchange): neste sistema, to-
para outros funcionários qualificados a responder, das as ligações internas e a maioria das ligações para fora da em-
- Enviar e receber correspondências (pacotes, produtos, telegra- presa são feitas pelos usuários de ramais. Todas as ligações que en-
mas, faxes e mensagens) tram, passam pela telefonista.
- Processar a correspondência recebida e distribuir para o des-
tinatário, KS (Key System): todas as ligações, sejam elas de entrada, de
- Arquivar documentos, saída ou internas, são feitas sem passar pela telefonista
- Executar trabalhos de digitação
- Organizar viagens. Informações Básicas Adicionais
- Marcar reuniões.
- Registrar informações. - Ramal: são os terminais de onde saem e entram as ligações
- Utilizar o computador, impressoras da recepção, pagers, inter- telefônicas. Eles se dividem em:
comunicadores, rádios, sistema de alto-falantes, máquina copiado- - Ramais privilegiados: são os ramais de onde se podem fazer
ra, fax, o correio de voz. ligações para fora sem passar pela telefonista
- Manter atualizado os livros de registros de correspondência e - Ramais semi-privilegiados: nestes ramais é necessário o auxí-
registro de fax. lio da telefonista para ligar para fora.
- Atender telefone e transferir chamadas telefônicas e efetuar -Ramais restritos: só fazem ligações internas. -Linha - Tronco:
telefonemas. linha telefônica que liga a CPCT à central Telefônica Pública.
- Anotar e passar os recados - Número-Chave ou Piloto: Número que acessa automaticamente
- Agendar e fazer reuniões por telefone (conference calls). as linhas que estão em busca automática, devendo ser o único
- Manter em ordem e limpo o local da PABX. número divulgado ao público.
- Registrar diariamente as ligações telefônicas nacionais e inter- - Enlace: Meio pelo qual se efetuam as ligações entre ramais e
nacionais realizadas. linhas-tronco.
- Reportar falhas do equipamento telefônico. - Bloqueador de Interurbanos: Aparelho que impede a realiza-
- Atuar com ética no exercício da função: imagem profissional, ção de ligações interurbanas.
imagem da empresa, sigilo profissional, relacionamento com cole- - DDG: (Discagem Direta Gratuita), serviço interurbano fran-
gas e superiores. queado, cuja cobrança das ligações é feita no telefone chamado.
- Conhecer a tarifação dos serviços telefônicos. - DDR: (Discagem direta a Ramal), as chamadas externas vão
- Utilizar os serviços das empresas concessionárias de atendi- direto para o ramal desejado, sem passar pela telefonista. Isto só é
mento público como informações, consertos, auxílio de telefonis- possível em algumas CPCTs do tipo PABX.
tas, etc. - Pulso: Critério de medição de uma chamada por tempo, dis-
tância e horário.
A sua sala - Consultores: empregados da Companhia Telefônica que dão
orientação às empresas quanto ao melhor funcionamento dos sis-
Como todo mundo que trabalha, você também precisa ter e cui- temas de telecomunicações.
dar do seu próprio espaço, para que ele seja sempre agradável e - Mantenedora: empresa habilitada para prestar serviço e dar
tranquilo. Sua sala deve ser bem iluminada, ventilada, limpa e, de assistência às CPCTs.
preferência não deve ser um lugar por onde circulem pessoas.

29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Serviço Noturno: direciona as chamadas recebidas nos horá- tos, as ações, os pensamentos, os desejos e a cultura têm em co-
rios fora do expediente para determinados ramais. Só é possível em mum a necessidade de expressão para se tornarem “reais”, o que é
CPCTs do tipo PBX e PABX. viabilizado pela comunicação.
Portanto, desde o princípio dos tempos, a comunicação foi de
Cuidando do seu Equipamento extrema importância para as pessoas, sendo uma ferramenta de
integração, instrução, de troca mútua e de desenvolvimento. O pro-
O equipamento é essencial para o bom funcionamento da sua cesso de comunicação consiste na transmissão de informação entre
empresa. Por isso, ao menor sinal de defeitos ou alterações chame um emissor e um receptor, que é quem descodifica, ou seja, inter-
imediatamente a empresa responsável pela manutenção. preta uma determinada mensagem.
E tenha sempre por perto as seguintes informações: Essa mensagem é codificada num sistema de sinais definidos
- Marca do aparelho; modelo; que podem ser gestos, sons, indícios, uma língua natural (portu-
- Quantidade de ramais privilegiados; guês, inglês, espanhol, etc.), ou outros códigos que possam ter um
- Quantidade de ramais semi-privilegiados; significado (por exemplo, as cores do semáforo, a linguagem de si-
- Quantidade de ramais restritos; nais), e transportada até o destinatário por meio de um meio de
- Número-piloto; comunicação.
- Assistência técnica; endereço;
- Telefone. A comunicação pode ser considerada o processo social bási-
co, primário, porque é ela que torna possível à própria vida em
Sempre que houver um defeito no seu sistema, utilize o livro de sociedade, e a vida em sociedade significa intercâmbio. E todo
registro de defeitos. intercâmbio entre os seres humanos só se realiza por meio da
comunicação, ela preside e rege todas as relações humanas.
O que se Deve Evitar
A Comunicação no Ambiente de Trabalho
Agora que você já viu como deve ser o seu local de trabalho,
do que você precisa para trabalhar e já conhece os dados técnicos, A comunicação no ambiente de trabalho, pode ser chamada
preste atenção nas dicas finais para fazer do seu trabalho o mais também como:
agradável da empresa: - Comunicação Corporativa;
- Não deixe que pessoas se aglomerem na sua sala. - Comunicação Empresarial;
- Não coloque líquidos, vasos de plantas, comida ou outro obje- - Comunicação Organizacional; e etc.
to perto do seu equipamento, pois isso pode danificá-lo.
- Não deixe pessoas inexperientes mexam no seu equipamento. A ideia de comunicação dentro das organizações, é a de que ela
- Para limpá-lo, use apenas uma flanela seca. Não utilize pro- seja a representação de um conjunto de mensagens que juntas con-
dutos químicos. sistem em um só corpo, ou seja, cada mensagem isolada influen-
- Não faça qualquer atividade alheia ao seu trabalho durante o ciará na percepção final da mensagem da corporação, da geração e
expediente. manutenção de identidade, imagem e reputação da empresa.
- Não demore para fazer a ligação após receber o tom de discar. Quando o processo de comunicação das organizações é bem
- Não force o retorno do disco. Isso pode danificá-lo ou ocasio- definido, aumenta-se a eficiência, a satisfação e a qualidade de to-
nar uma ligação errada, obrigando você a discar novamente. dos os envolvidos na organização, e consequentemente as relações
interpessoais.
No interior das organizações a maioria das tarefas, se não todas,
EFICÁCIA NAS COMUNICAÇÕES ADMINISTRATIVAS:
são realizadas por meio da comunicação, como ordens transmi-
ELEMENTOS BÁSICOS NO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO,
tidas, memorandos escritos, palestras assistidas, missões, metas e
BARREIRAS À COMUNICAÇÃO, BLOQUEIOS E
DISTORÇÕES objetivos desenvolvidos e avaliações feitas.
Cada departamento, cada área da organização, cada mensagem
formal ou informal pode gerar percepções dos públicos com os
Segundo o dicionário de significados2, comunicação é uma quais se relacione essa dada organização e, por isso, é fundamental
palavra proveniente do termo latim “communicare”, que significa a importância de se agir de forma planejada e orquestrada para a
“partilhar, participar de algo, tornar comum”. Dessa forma, pode- criação e manutenção de relacionamentos.
mos afirmar que a comunicação é o ato de comunicar algo ou de É através da transferência de significados de uma pessoa para
comunicar-se (com alguém). É por meio da comunicação, que os outra que as informações e as ideias podem ser transmitidas. A
seres humanos e os animais partilham diferentes informações entre comunicação, contudo, é mais do que simplesmente transmitir um
si, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial para a significado, ela precisa ser compreendida, incluir a transferência e a
vida em sociedade. compreensão do significado.
A necessidade de comunicação é tão antiga como a formação
da sociedade humana, isso em razão do homem possuir sempre
a preocupação de registrar suas observações e seus pensamentos
para as gerações futuras. Assim, os sentimentos, os comportamen-

2 https://www.significados.com.br/comunicacao/

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A Assertividade na Comunicação

A assertividade é um substantivo feminino que expressa a qualidade do que é assertivo, afirmativo ou positivo. Essa palavra deriva de
“asserto”, que significa uma proposição decisiva. Uma pessoa que demonstra assertividade é autoconfiante e não tem dificuldades em
expressar a sua opinião.
No âmbito da comunicação, a assertividade consiste em uma estratégia que revela maturidade e alta autoestima, onde uma pessoa
defende as suas convicções sem ofender nem se submeter a outras pessoas.
Quem consegue se comunicar com assertividade comunica de forma clara, objetiva, transparente e honesta, porém nem todas as
pessoas conseguem se comunicar com assertividade, porque ela é um direito e não uma obrigação.

Vantagens da Assertividade na Comunicação:


- Melhora a capacidade de expressão e a imagem social;
- Promove o respeito pelas outras pessoas;
- Ajuda a resolver confrontos;
- Melhora a capacidade de negociação;
- Aumenta a autoconfiança;
- Confere mais credibilidade;
- Diminui o estresse.

A assertividade é considerada o principal princípio da comunicação, pois ela é a capacidade de nos expressarmos aberta e hones-
tamente. Bons líderes são bons comunicadores, porque eles possuem assertividade, ser um bom comunicador não significa apenas ter
habilidade de um grande orador, é necessário ter assertividade na hora de expor suas ideias, assim ele nunca dá margem à dúvida, ele é
claro e conciso.
Na comunicação, o comportamento não assertivo ou o agressivo, raramente consegue fazer com que atinjamos o nosso objetivo. A
pessoa não assertiva acaba perdendo negócios, clientes e amigos, pois sua comunicação gera ressentimentos e hostilidade.
A assertividade deve ser treinada, quando estamos dispostos a desenvolver uma área que favorece tanto nosso crescimento profis-
sional quanto pessoal, abrimos espaço para o conhecimento. Buscando conhecimento, reconhecemos que sempre podemos melhorar e
que o aperfeiçoamento faz parte deste processo. Assim, investir em nós mesmos significa evoluir e alcançar com sucesso nossos objetivos.

Dicas poderosas para treinar a sua assertividade


Tenha conhecimento Evite sair falando o que não tem um real conhecimento, antes de falar qualquer assunto, bus-
do que fala que informações a respeito do que quer transmitir.
A comunicação assertiva vai direto ao ponto, mas cuidado para não parecer agressivo. Exponha
Seja claro e direto
suas ideias sem rodeios, mas evite julgar ou impor seu ponto de vista.
Devemos ter cuidados com o nosso idioma. Quando usamos, principalmente, a forma escrita
Cuidado com a lin-
e não prestamos atenção na forma correta do uso da linguagem, podemos passar uma mensagem
guagem
diferente de como era para ser transmitida.
Fique atento à linguagem corporal, pois a comunicação também é formada pelo uso do corpo.
Expressão corporal
Transmitimos mensagem e sinais o tempo todo durante uma conversa.
Use a Empatia Pense em como seria estar no lugar do outro enquanto se comunica.
Sistemas de Comunicação3

Um sistema, como se sabe, é um conjunto de elementos que estão dinamicamente relacionados e que formam uma atividade para
atingir objetivos comuns. Conforme o exposto por Battisti4, o Sistema de Comunicação de uma organização é de grande importância para
ela, não somente no ambiente interno como externo. É neste sistema que se aplica as necessidades organizacionais, é ele que alimente
o fluxo que dá movimento a empresa.
É preciso ser cuidadoso com a comunicação informal, aquela que surge espontaneamente, podendo ajudar a empresa com críticas
internas para um determinado produto, é necessária atenção também à comunicação errada entre os subordinados trazendo constrangi-
mento ou interferindo nas regras estabelecidas mudando até mesmo a cultura da empresa.

No Sistema de Comunicação deve ser considerado:


- O que dizer;
- A quem dizer;
- Quando dizer;
- Com que frequência;

3 http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/cm/article/viewFile/11624/6664
4 http://juliobattisti.com.br/tutoriais/lucineiagomes/som007.asp

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- De que forma;
- Qual meio de comunicação utilizar, entre outras.

Elementos Clássicos da Comunicação

Dentro do processo de comunicação existem alguns fatores que são imprescindíveis de serem citados como elementos da comunica-
ção, que são:

Emissor: é a pessoa, ou qualquer ser capaz de produzir e transmitir uma mensagem.


Receptor: é a pessoa, ou qualquer ser capaz de receber e interpretar essa mensagem transmitida.
Codificar: é transformar, num código conhecido, a intenção da comunicação ou elaborar um sistema de signos, ou seja, é interpretar a
mensagem transmitida para a sua correta compreensão.
Descodificar: Decifrar a mensagem, operação que depende do repertório (conjunto estruturado de informação) de cada pessoa.
Mensagem: trata-se do conteúdo que será transmitido, as informações que serão transmitidas ao receptor, ou seja, é qualquer coisa
que o emissor envie com a finalidade de passar informações.
Código: é o modo como a mensagem é transmitida (escrita, fala, gestos, etc.)
Canal: é a fonte de transmissão da mensagem, ou o meio de comunicação utilizado (revista, livro, jornal, rádio, TV, ar, etc.)
Contexto: é a situação que estão envolvidos o emissor e receptor.
Ruído: são os elementos que interferem na compreensão da mensagem que está sendo transmitida, podem ser ocasionados pelo
ambiente interno ou externo. Podem ser tanto os barulhos de uma maneira geral, uma palavra escrita incorretamente, uma dor de cabeça
por parte do emissor como do receptor, uma distração, um problema pessoal, gírias, neologismos, estrangeirismos, etc., podem interferir
no perfeito entendimento da comunicação.
Linguagem verbal: as dificuldades de comunicação ocorrem quando as palavras têm graus distintos de abstração e variedade de senti-
do. O significado das palavras não está nelas mesmas, mas nas pessoas (no repertório de cada um e que lhe permite decifrar e interpretar
as palavras).
Linguagem não-verbal: as pessoas não se comunicam apenas por palavras, os movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, e
a entonação são também importantes (são os elementos não verbais da comunicação).
Retroalimentação ou Feedback: é o processo onde ocorre a confirmação do entendimento ou compreensão do que foi transmitido
na comunicação.

Macromodelo do Processo de Comunicação

Fonte: Kotler e Keller, 2012.

Em resumo, a comunicação é um processo pelo qual a informação é codificada e transmitida por um emissor a um receptor por meio
de um canal, ela é, portanto, um processo pelo qual nós atribuímos e transmitimos significado a uma tentativa de criar entendimento
compartilhado.

Alguns exemplos de comunicação feita por um emissor dentro de uma organização.


- Divulgar para os funcionários a festa de confraternização de final de ano;
- Convidar os funcionários para a festa;
- Divulgar as restrições que poderá exigir essa confraternização;

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Informar os funcionários dos brindes e brincadeiras; - Medir e avaliar o resultado do sistema de comunicação: deve-
- Agradecer antecipadamente pelo ano que se encerrou e a pre- rá avaliar o resultado atingindo no projeto elaborado nos sentidos
sença dos funcionários; de custos, em melhoria para a empresa e as considerações para me-
- Entre várias outras mensagens. lhorar a propaganda ou o projeto de comunicação.

Funções da Comunicação Tipos de Comunicação

A comunicação tem quatro funções básicas dentro de um grupo 1. Comunicação Formal


ou de uma organização, sendo elas: A comunicação formal é a comunicação que ocorre por meio
dos canais de comunicação formalmente existentes no organo-
1. Controlar o Comportamento grama da empresa, derivada da alta administração. A mensagem
As organizações possuem hierarquias e orientações formais que é transmitida e recebida pelos canais formalmente estabelecidos
devem ser seguidas pelos funcionários. A comunicação informal pela empresa na sua estrutura organizacional.
também controla o comportamento. Quando um grupo de traba- É o tipo de comunicação oficial, seja ela interna ou externa, sen-
lho hostiliza ou reclama com um membro que está produzindo de- do quase toda feita por escrito e devidamente registrada através de
mais, e assim, fazendo comunicando informalmente e controlando correspondências ou formulários. Podemos exemplificar os comu-
o comportamento do colega. nicados gerais da empresa, postados em quadros ou murais com
essa finalidade.
2. Melhorar a motivação dos funcionários
Esclarece aos funcionários o que deve ser feito, qual a qualidade 2. Comunicação Informal5
do seu desempenho e o que fazer para melhorá-lo. O estabeleci- A comunicação informal é aquela que surge espontaneamen-
mento de metas específicas, o feedback do progresso em relação a te através da estrutura informal e fora dos canais de comunicação
elas e o reforço do comportamento desejável estimulam a motiva- oficiais estabelecidos pelo organograma, abordando todo tipo de
ção e requerem comunicação. relação social entre os colaboradores. É a forma pela qual os funcio-
nários obtêm mais informações, isto é, por meio de boatos rumores
3. Fornecer o meio para a expressão emocional e conversas.
Para muitos funcionários, seu grupo de trabalho é sua fonte De maneira geral, a comunicação informal aborda mensagens
primária de interação social. A comunicação que ocorre dentro do que podem ou não ter relação com as atividades de uma organiza-
grupo é um mecanismo fundamental para que seus membros ex- ção. Por meio desta comunicação pode-se obter mais rapidamente
pressem suas frustrações ou sentimentos de satisfação. a mensuração de opiniões e insatisfações dos colaboradores, do
clima organizacional e da reação das pessoas aos processos de mu-
4. Oferecer as informações necessárias para a tomada de de- dança.
cisões Existe também um sistema informal, a rede de rumores, em-
A função final desempenhada pela comunicação se relaciona a bora seja informal, isto não significa que não seja uma importante
seu papel como facilitadora de tomada de decisões. fonte de informações.

Nenhuma destas quatro funções deve ser vista como mais im- Características da rede de rumores (comunicação informal):
portante do que as outras, para que os grupos tenham um bom - Informal, sem controle da administração;
desempenho, eles precisam ter algum tipo de controle sobre seus - É tida pela maioria dos funcionários como mais confiável e fi-
membros, estimulá-los ao esforço, oferecer os meios para sua ex- dedigna do que os comunicados formais;
pressão emocional e para a tomada de decisões. Praticamente toda - É largamente utilizada para servir aos interesses pessoais dos
interação de comunicação que ocorre dentro de um grupo ou orga- que a integra.;
nização exerce uma ou mais destas quatro funções.
Os segredos e a competitividade que fazem parte da vida na
Comunicação Eficaz organização - em torno de temas como a nomeação de novos che-
fes, a redistribuição das salas ou o realinhamento das atribuições
Veja a seguir algumas considerações necessárias para uma co- de tarefas - criam as condições que estimulam e sustentam a rede
municação eficaz: de rumores.
- Identificação do Público alvo: é importante considerar o nível Os executivos podem eliminar os rumores? Não! O que eles po-
social, a que grupo que pertence de atitudes, religiões e crenças dem fazer, entretanto, é minimizar as consequências negativas dos
desse público. rumores, limitando sua abrangência e seu impacto.
- Elaborar a mensagem: verificar estrutura, formato e o próprio
texto. 3. Comunicação Interna
- Determinar os objetivos da comunicação: o que deseja comu- É comumente entendida como um processo de trocas entre os
nicar e para qual tipo de público. colaboradores de uma organização, envolvendo toda a equipe no
- Selecionar os meios de comunicação: cada meio traz um be- processo comunicativo e pulverizando os conteúdos informativos,
nefício diferente e com velocidade dos resultados diferentes e com seja de forma vertical e horizontal.
custo diferenciado que deve ser considerado no que busca com o
resultado a ser atingido. Ela poderá ser pessoal ou por meio de pro-
paganda por meio de mídias. 5 WATANABE. C, Comunicação Formal e Informal. 2009.

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A comunicação interna é uma ferramenta fundamental para as Níveis de Interação da Comunicação


organizações no que se refere à obtenção de excelentes resultados
como: aumento de produtividade e ganho financeiro. Porém, quan- As comunicações podem acontecer por meio dos seguintes flu-
do há falhas ou barreiras na comunicação interna, ocorrem vários xos:
transtornos que podem levar a organização ao descrédito, ou até
mesmo ao fracasso. Horizontal: realizado entre unidades organizacionais diferentes,
A comunicação quando malfeita ou feita de forma insatisfatória mas do mesmo nível hierárquico.
gera ruído, insegurança, desmotivação e falta de comprometimento
dos clientes internos. O importante é que muitas vezes essa comu-
nicação precisa ser levada a sério, mas antes disso precisa se mos-
trar estratégica para os gestores.
Sendo assim, a função básica da comunicação é tornar comum
os planos, as metas e os objetivos estabelecidos desde os mais altos
cargos da empresa até o “chão de fábrica”. A ideia é a de envolver
Diagonal ou transversal: realizado entre unidades organizacio-
os funcionários, pois a comunicação interna promove a interação
nais e níveis diferentes.
e integração das pessoas, departamentos e áreas, para que todos
caminhem na mesma direção, em busca do mesmo alvo.

4. Comunicação Externa
Ao contrário da comunicação interna, que visa integrar a equi-
pe, a externa visa levar a organização ao conhecimento público, a
ser vista e reconhecida como tal. Essa comunicação se dá muitas ve-
zes por meio do trabalho de assessoria de imprensa. A comunicação
externa é importante para a visibilidade de qualquer organização.

Dentre os objetivos da comunicação externa, podemos desta-


car:
- A construção da imagem institucional da empresa;
- Atender às exigências dos consumidores mais conscientes de
seus direitos; Vertical: realizado entre níveis diferentes, mas da mesma área.
- A adequação dos trabalhadores ao aumento da competição
no mercado;
- A defesa dos interesses junto ao governo e aos políticos (lo-
bby);
- O encaminhamento de questões sindicais e relacionadas à pre-
servação do meio ambiente etc.

É muito importante que se associe ao nome da empresa os be-


nefícios que a sociedade tem tido por meio das atividades da orga-
nização e de seu cuidado e preocupação com a coletividade, meio
ambiente etc. Ou seja, não basta ter bons produtos e prejudicar a O feedback ajuda a comunicação, pois funciona como um meca-
sociedade. É necessário beneficiar a população. nismo corretivo para o indivíduo que quer aprender a ver se o seu
comportamento condiz com as suas intenções, ou seja, compreen-
5. Comunicação Integrada der melhor as lacunas na sua comunicação com os outros.
A comunicação integrada vai além. Pressupõe não apenas um
diálogo produtivo, mas um planejamento conjunto. O processo de Barreiras na Comunicação
tomada de decisões deve incluir outras instâncias da organização
que não as vinculadas especificamente à comunicação/marketing. As pesquisas indicam que as falhas de comunicação são as
Deve ser compartilhado, ainda que haja um chefe, um superinten- fontes mais frequentemente de conflitos interpessoais. Como as
dente ou diretor geral a que todos se reportam. pessoas passam cerca de 70% de suas horas se comunicando, es-
O resultado da comunicação integrada é uma imagem institu- crevendo, lendo, falando, escutando, parece razoável afirmar que
cionalizada bem mais alinhada e mais global, evidenciando cada uma das principais forças que podem impedir o bom desempenho
setor da corporação, suas atividades e especificidades. E, ainda que de um grupo é a falta de uma comunicação eficaz.
seja algo novo no mercado, esta não é apenas uma opção, mas uma As barreiras na comunicação podem estar presentes em qual-
necessidade e um diferencial em uma organização, isto é, uma ten- quer processo de comunicação. Pode-se dizer que é mais provável
dência que aponta para o futuro. que ocorra interferência quando a mensagem é complexa, provoca
emoções ou se choca com o estado mental do receptor. Dessa for-
ma, faz-se necessário descrever, de modo sucinto, alguns aspectos
que interferem:

34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

AS BARREIRAS DA COMUNICAÇÃO
Essa barreira está relacionada ao significado diferente que as pessoas vinculam às palavras, nesta
Semântica situação, é provável que um sujeito atribua um significado errado a uma palavra ou a uma comunica-
ção não-verbal.
Ocorre principalmente de baixo para cima e tende a filtrar os efeitos negativos para não desagra-
Filtragem da infor- dar aos superiores. Além disso, a filtragem ocorre quando há um histórico de punições por parte da
mação negativa gerência executiva com os portadores de más notícias e também quando uma mensagem é passada
por várias pessoas, causando perda de informações e distorções da mensagem original.
Credibilidade do É um dos elementos fundamentais para uma liderança eficaz, quanto mais confiável for a fonte ou
transmissor transmissor, maior será aceitação da mensagem.
Estão intimamente associados à postura do gestor e àquilo que ele enuncia, ou seja, é necessário
Sinais misturados
apresentar coerência entre o que ele fala e como se comporta.
Diferentes estrutu-
Envolve pontos de vista e perspectivas baseadas em experiências passadas.
ras de referência
É fazer julgamentos antes de receber a mensagem completamente. Um julgamento apressado
induz a pessoa a ouvir apenas a parte que lhe interessa. É possível que um precipitado julgamento de
Julgamento de valor
valor leve o indivíduo a imediatamente desconsiderar a mensagem, mesmo após tê-la ouvido em sua
totalidade.
Refere-se à questão que os funcionários precisam receber informações para desempenhar os seus
trabalhos e a barreira é quando não se passa a informação necessária para execução da tarefa ou se
Sobrecarga de passa informação demais, ocasionando uma sobrecarga de informação em que os funcionários não
comunicação conseguem absorver tudo. Aqui cabe ressaltar que a comunicação eletrônica contribui para o proble-
ma do excesso de informação, à medida que facilita as transmissões de informações e também devido
a sua velocidade e alcance.

Para superar todas estas barreiras deve-se:


- Esclarecer as ideias antes de comunicá-las, o que evita distorções na semântica;
- Motivar o receptor “prendendo” sua atenção no momento da transmissão da mensagem de modo a apelar para seus interesses ou
necessidades;
- Discutir as diferenças dos padrões de referência de forma a saber e entender que as pessoas têm paradigmas diferentes que interfe-
rem no modo como elas interpretam os acontecimentos;
- Transformar a comunicação informal numa aliada e fazer com que encontros casuais dentro da organização se transforme num canal
positivo, além de aproximar a direção de sua equipe de trabalho; comunicar os sentimentos implícitos nos fatos, o que proporciona maior
força e convicção à mensagem;
- Tomar cuidado com o comportamento não-verbal, dar o feedback de maneira a fazer perguntas, encorajando o receptor a demons-
trar suas reações, sendo fundamental também ouvir para saber se a mensagem foi realmente entendida, ou melhor, se o transmissor da
mensagem fez-se entender.

Portanto, para obter melhores resultados no processo da comunicação é necessário saber ouvir, falar, ter habilidade para transmitir
uma mensagem utilizando linguagem adequada, e possuir também habilidade de leitura e compreensão.
A comunicação eficiente é muito mais do que o emprego de uma mesma linguagem, uma vez que envolve identificação, reconhecimen-
to e respeito às diferenças entre indivíduos no que se refere aos modos de pensar, sentir e agir.
Por meio do processo de comunicação organizacional é possível encorajar ideias, diálogos, parcerias, mudanças e envolvimento emo-
cional, pois as relações interpessoais são a alma da empresa, capazes de gerar um maior comprometimento de todos, para melhores
índices de qualidade e produtividade.

Uso Construtivo da Comunicação

A comunicação tem de ser canalizada para o lado construtivo, ajudando as organizações a buscar respostas muito mais rápidas para as
inquietudes ambientais e facilitando o convívio e a gestão das pessoas com vistas em uma administração participativa e mais efetiva em
seus resultados.
As organizações, com o intuito de acrescentar seus lucros utilizam a comunicação para aumentar consideravelmente suas vendas seja
de produtos ou serviços. E conseguem não somente aumentar, mas também melhorar a sua marca. Há uma frase que é de grande impor-
tância que diz: A propaganda é a alma do negócio.
Portanto a comunicação é muito importante em vários setores, em outros níveis de comunicação nos informamos sobre tempo, notí-
cias, sobre o que acontece ao nosso redor e na organização é de extrema importância ter uma boa comunicação.

35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ATENDIMENTO DE CHAMADAS: FRASEOLOGIAS ADEQUADAS. A VOZ E SUAS FUNÇÕES. POSTURA DE COMUNICAÇÃO

Falar ao telefone é muito fácil. Difícil é conseguir a correta comunicação por telefone. Uma comunicação eficaz com o cliente que está
do outro lado da linha exige a máxima concentração do atendente. Assim, deve-se utilizar objetivamente toda energia para fazer do tele-
fonema um sucesso.
Basicamente, deve se ter em mente que cada telefonema tem um motivo e que o ciclo da conversação (o processo de falar, ouvir,
responder) deve, sempre, estar orientado para o atendimento do motivo. Uma distração durante esse processo, por mínima que seja, vai
afetar o resultado final.
Do outro lado da linha, o cliente vai criar uma imagem do atendente por meio de três características fundamentais: voz, atitude profis-
sional e maneira de se comunicar. Por isto, deve-se estar constantemente atento à forma de utilização desses recursos. Usando-os adequa-
damente, sua comunicação se dará sempre de forma positiva (até mesmo quando houver necessidade de passar informações negativas).

A Voz

Logo no início da conversa, o tom de voz de quem atende é a primeira referência na comunicação. Por este fator podemos deduzir se
vamos ser bem atendidos ou não, se na outra ponta da linha o motivo do telefonema vai ser ouvido e solucionado, ou não.

A voz deve ter estas características:


Ser agradável e natural (não forçado ou mecânico);
Soar claro e alto, para ser ouvido sem esforço;
Com o ritmo da fala compassado (nem rápido, nem lento);
Com o tom e o ritmo da fala transmitam calma, especialmente com clientes insatisfeitos.
A Atitude

Saber transmitir atitude positiva e profissional é qualidade essencial em quem atende. Este é o fator que pode estabelecer a necessária
relação de respeito, importante para o bom encaminhamento da conversa. Mesmo nos contatos telefônicos mais difíceis, a manutenção
dessa atitude positiva e profissional é fundamental, principalmente para não permitir que reações adversas desviem a objetividade da
conversa.
Procure sempre transmitir atitude:
-Entusiástica (de que se está realmente disponível e disposto para ouvir);
-Confiante;
-Orientada para soluções;
-Séria e profissional;
-Honesta (se não sabe, não minta. E se o erro foi seu, admita).

As Maneiras

Isto é fato: sem espírito de cordialidade e cortesia não há relação profissional que avance. Então, é sempre bom negócio ser cortês.
Pessoalmente, porque soma qualidades ao seu perfil. Para o cliente, porque sabe que encontra, na outra ponta da linha, consideração
profissional.
As orientações que se seguem traduzem formas ideais de tratamento aos clientes. Certifique-se da aplicação dessas normas de bom
atendimento em seus contatos telefônicos:
- Atender prontamente quando o telefone tocar;
- Identificar sua empresa, dizer seu nome e saudar o cliente;
- Saber escutar, anotar o nome da pessoa com quem está falando e os postos-chaves da conversa;
- Chamar o cliente pelo nome;
- Usar palavras mágicas como por favor, desculpe, obrigado;
- Não deixar o cliente esperando na linha. Evitar ao máximo pausas durante as conversações. Quando for possível, fornecer a informa-
ção imediatamente. Consultar o cliente para saber se ele aguarda ou se prefere que você ligue assim que possuir as informações;
- Terminar as ligações com palavras de agradecimento;
- Tomar bastante cuidado na utilização da terminologia (as expressões técnicas devem ser evitadas quando em conversa com clientes.
Os termos técnicos podem ser muito bem entendidos pelos funcionários da empresa, mas não necessariamente pelos clientes);
- Não abandonar o cliente: periodicamente, você deve mantê-lo informado do encaminhamento, na empresa, do assunto conversado;
- Estar sempre atento às necessidades de quem ligou;
- Ter as informações necessárias prontas para falar;
- Não desligar o telefone antes do cliente;
- Lembrar se constantemente de que, para o cliente, você é a empresa.

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Para executar bem o serviço de atendimento: Em toda e qualquer situação de comunicação em meio empre-
- Conhecer profundamente os produtos e os serviços da em- sarial ou institucional, é preciso enfatizar o foco no cliente ou no
presa; usuário. Em muitos casos, o público constrói uma representação ex-
- Saber dos preços, condições de pagamento, prazos, condições tremamente positiva da organização apenas com base na qualidade
de entrega etc.; do atendimento telefônico que lhe é dispensado.
- Estabelecer, para si mesmo, os pontos altos (características
principais) desses produtos ou serviços; Por isso, convém:
- Conhecer a organização e funcionamento da empresa que a) Atender rapidamente a chamada (2.º toque);
você representa; b) Dizer o seu nome e identificar a organização ou o setor;
- Saber o que você pode e o que não pode decidir (ou fazer); c) Ouvir o usuário com atenção, para compreender o que é dito
- Conhecer e utilizar técnicas de vendas e atendimento e “como” é dito;
telefônico. d) Prestar informações de forma objetiva, não apressar a cha-
mada: é importante dar tempo ao tempo, ouvir calmamente o que
Considerando o momento do relacionamento com o cliente: o cliente/usuário tem a dizer e mostrar que o diálogo está sendo
- Atender prontamente e dar-lhe total atenção; acompanhado com atenção, dando feedback, mas não interrom-
- Demonstrar compreensão, ouvir com interesse e deixar o pendo o raciocínio do interlocutor;
cliente falar, principalmente quando insatisfeito; e) Eliminar frases que possam desapontar ou irritar o usuário,
- Saber dizer o NÃO sem agressividade, explicando as razões e como “Não sabemos”, “Não podemos”, “Não temos”, não negar in-
evitando que se formem barreiras intransponíveis para a solução formações: nenhuma informação deve ser negada, mas há que se
do problema; identificar o interlocutor antes de fornecê-la, para confirmar a se-
- Saber argumentar, discutir e concluir em cooperação com o riedade da chamada. Nessa situação, é adequada a seguinte frase:
cliente, para chegar a um acordo; “Vamos anotar esses dados e depois entraremos em contato. Pode
- Lembrar-se de que não existem situações sem importância; dar-nos um número de telefone para contato?”;
- Evitar impasses, situações de ataque e defesa; f) Solucionar o problema do usuário (ou direcionar a ligação
- Explicar as discordâncias, em vez de insistir nelas; para o setor competente), assumir a responsabilidade pela res-
- Ter em mente que problemas pessoais e os da empresa não posta: a pessoa que atende ao telefone deve considerar o assunto
interessam ao cliente; como seu, ou seja, comprometer-se e, assim, garantir ao interlo-
- Lembrar-se de que as críticas ou ataques da pessoa que liga cutor uma resposta rápida. Por exemplo: não deve dizer “Não sei”,
não são pessoais. Dirigem-se à empresa ou serviço; mas “Vou imediatamente saber” ou “Daremos uma resposta logo
- Desculpar-se pela empresa, se for o caso; que seja possível”. Se não for mesmo possível dar uma resposta ao
- Explicar a situação e o funcionamento da empresa que repre- assunto, o atendente deverá apresentar formas alternativas para
senta; fazê-lo, como: fornecer o número do telefone direto de alguém
- Evitar críticas à concorrência; capaz de resolver o problema rapidamente, indicar o e-mail ou o
- Trabalhar sobre o que pode ser feito; número do fax do responsável procurado. A pessoa que ligou deve
- Demonstrar que é possível, sempre, fazer algo mais; ter a garantia de que alguém confirmará a recepção do pedido ou
- Lembrar-se de que a reclamação é uma boa oportunidade para chamada;
se mostrar as qualidades do serviço, da empresa e – importante - g) Agradecer ao usuário pela ligação, sorrir, pois um simples sor-
para manter o cliente. riso reflete-se na voz e demonstra que o atendente é uma pessoa
amável, solícita e interessada e ser sincero, haja vista que qualquer
ATENDIMENTO TELEFÔNICO6 falta de sinceridade pode ser catastrófica: as más palavras difun-
dem-se mais rapidamente do que as boas;
No atendimento telefônico, a linguagem é o fator principal para h) Manter o cliente informado: como, nessa forma de comuni-
garantir a qualidade da comunicação. Portanto, é preciso que o cação, não se estabelece o contato visual, é necessário que o aten-
atendente saiba ouvir o interlocutor para responder a suas deman- dente, se tiver mesmo que desviar a atenção do telefone durante
das de maneira cordial, simples, clara e objetiva. O uso correto da alguns segundos, peça licença para interromper o diálogo e, depois,
língua portuguesa e a qualidade da dicção também são fatores im- peça desculpa pela demora. Essa atitude é importante porque pou-
portantes para assegurar uma boa comunicação telefônica. É fun- cos segundos podem parecer uma eternidade para quem está do
damental que o atendente transmita a seu interlocutor segurança, outro lado da linha;
compromisso e credibilidade. i) Ter as informações à mão: um atendente deve conservar a
Deve-se reforçar a necessidade de se evitar ruído na comunica- informação importante perto de si e ter sempre à mão as informa-
ção telefônica, buscando a mais correta e adequada interação ao ções mais significativas de seu setor. Isso permite aumentar a rapi-
telefone, que é o instrumento responsável pela maior parte da co- dez de resposta e demonstra o profissionalismo do atendente;
municação entre uma organização e seus usuários. Ao receber uma j) Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que liga:
ligação, o atendente assume a responsabilidade pelas informações quem atende a chamada deve definir quando é que a pessoa deve
prestadas a quem está do outro lado da linha. A utilização do tele- voltar a ligar (dia e hora) ou quando é que a empresa ou instituição
fone, além de significar economia de tempo, imprime qualidade à vai retornar a chamada.
imagem da organização.
Albrecht (2000) refere-se aos sete pecados do atendimento ao
6 Cartilha de Cartilha de Excelência no Atendimento e Excelência no Atendimento usuário. São eles:
e Boas Práticas na Boas Práticas na PGU. Brasília/DF - Maio de 2012. 1. apatia (demonstração de indiferença);

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

2. má-vontade (atendente tenta livrar-se do usuário); outro lado, deve perguntar com quem está falando e passar a tratar
3. frieza (tratamento distante, sem envolvimento); o interlocutor pelo nome. Esse toque pessoal faz com que o interlo-
4. desdém (atendente dirige-se ao usuário com tom de supe- cutor se sinta importante;
rioridade);
5. robotismo (dúvidas ou informações respondidas de forma Utilize um gravador e registre dois ou três atendimentos tele-
automática); fônicos.
6. apego às normas (atendente dá a entender que a organização
é inflexível); Ouça-os observando os seguintes aspectos:
7. jogo de responsabilidade (atendente redireciona ligação sem a) a altura da sua voz (alta, baixa, fácil de ser ouvida);
solucionar problema do usuário). b) o tom da sua voz (estridente, abafado, agradável);
c) o ritmo da sua fala (rápido, lento, normal).
Enfim, a arte de “atender bem o usuário em ligações telefôni-
cas” depende de um conjunto de regras que podem resultar em No processo de atendimento telefônico, o atendente precisa
atitude positiva na relação interpessoal e tornar o atendimento har- desenvolver uma qualidade importantíssima no âmbito das rela-
monioso e interativo. ções humanas: saber ouvir.
Saber ouvir é ter atenção e interesse pelo assunto abordado
Desde que se tenha interesse, o bom atendimento pode ser pela outra pessoa. Não basta escutar as palavras que são ditas, é
aperfeiçoado por meio do aprendizado e da manutenção de lem- preciso compreender o significado de cada uma delas na situação
bretes sobre procedimentos, como os que se seguem: exposta pelo interlocutor.
a) cuidar das relações interpessoais; Saber ouvir, saber entender o outro, saber comunicar-se. Esses
b) aprender a lidar com as emoções dos outros; são os temas abordados no filme “Mensagem para Você”, em que
c) interessar-se pelo encaminhamento da solicitação dos usuá- a dona de uma pequena livraria se envolve com um desconhecido
rios; com quem vinha conversando pela Internet, sem desconfiar que se
d) não criticar ou ironizar as diferenças; tratava da mesma pessoa que ela odiava, um executivo de uma fa-
e) ouvir os usuários com a máxima atenção; mosa livraria recém-aberta.
f) demonstrar honestidade e transparência; Pesquisas têm demonstrado que o indivíduo comum, mesmo
g) não perder a calma em nenhum momento; quando se esforça para ouvir, capta apenas a metade do que ouve.
h) agregar valor aos serviços (surpreender o usuário). Além disso, na comunicação, existem mensagens não manifestas
explicitamente e, portanto, é preciso ter sensibilidade para com-
Atitudes indispensáveis no atendimento telefônico preendê-las.
Pensando sempre no usuário e na imagem da organização, é
No atendimento telefônico, deve-se transmitir uma imagem importante primar pela qualidade no atendimento telefônico e sa-
profissional, de eficácia e de bom funcionamento da organização. ber ouvir o interlocutor, para responder adequadamente às suas
Esse atendimento integra-se ao conjunto de serviços oferecidos demandas. Ouvir o outro pode ser, muitas vezes, um processo difícil
pela instituição, sendo o atendente o principal agente da situação e complexo, mas sempre significativo e de crescimento.
em que o telefone é o meio de comunicação.
Portanto, cabe ao atendente assumir algumas atitudes indis-
PROCEDIMENTOS ADEQUADOS QUANTO AO RECEBI-
pensáveis ao atendimento telefônico de qualidade, tais como:
MENTO DE CHAMADAS.
a) Agir de forma receptiva (demonstrar paciência e disposição
para servir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais comuns
dos usuários como se as estivesse respondendo pela primeira vez); Prezado Candidato, o tema supracitado, já foi abordado nos
b) Ouvir com atenção (evitar interrupções, dizer palavras como tópicos anteriores
“compreendo”, “entendo” e, se necessário, anotar a mensagem do
interlocutor); NOÇÕES DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO
c) Valer-se da empatia (para personalizar o atendimento, pode-
-se pronunciar o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca, ex-
pressões como “meu bem”, “meu amor”, “coração”, entre outras); As organizações buscam, constantemente, adequar suas ativi-
d) Evitar que o interlocutor espere por respostas; dades para chegar o mais próximo possível de seus objetivos e da
e) Evitar fazer ruídos durante a ligação telefônica (deve-se evitar satisfação de seus clientes. Conduto, para se alcançar a satisfação
comer ou beber enquanto se fala); de um cliente também se faz necessário, um bom atendimento, no
f) Concentrar-se no que diz o interlocutor (evitar distrair-se com qual exige dela a capacidade de conhecer seu perfil, definir seus de-
outras pessoas, colegas ou situações, desviando-se do tema da con- sejos e necessidades, e definir como os recursos da empresa serão
versa); empregados para que se alcance tais perspectivas.
g) manifestar comportamento ético na conversação e evitar Posto isso, com a evolução da gestão tradicional para gestão da
promessas que não poderão ser cumpridas. qualidade, o atendimento ao cliente passou a fazer parte do plane-
h) Identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém gosta jamento estratégico das organizações, que passaram a integrar em
de falar com um interlocutor desconhecido, por isso, o atendente suas atividades um canal de relacionamento para a efetiva comuni-
da chamada deve identificar-se assim que atender ao telefone. Por cação com seus clientes. Canal que tem como objetivo promover a

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

interação entre a organização e o consumidor, o auxiliando assim na Lembre-se de utilizar uma linguagem clara e compreensível,
resolução de seus interesses diante dos produtos ou serviços que nem sempre os clientes compreendem termos muito técnicos e
utilizam. científicos que para uma organização pode soar normal ou comum.
Atualmente, pode-se dizer, que o atendimento ao cliente é visto Esteja atento aquilo que irá perguntar para que não repita a mesma
como um dos principais serviços de uma organização que busca pergunta demonstrando falta de interesse ou atenção, seja educa-
pela satisfação, criação de valor e fidelização de seus clientes. do e cortês, mas isso não significa que se possa invadir a privacida-
de/intimidade do cliente, evite perguntas ou situações que possam
Atender as Expectativas dos Clientes causar qualquer tipo de constrangimento ou inconveniência.
Utilize um tom de voz agradável ao dirigir-se a um cliente, tenha
Podemos considerar que atender significa: percepção sobre suas limitações, fique atento a sua faixa etária e
- Receber; adeque a forma de tratamento a senhores(as).
- Ouvir atentamente; Com a grande competitividade entre as empresas, a velocidade
- Acolher com atenção; em que se atende as necessidades de um cliente, pode ser um fator
- Tomar em consideração, deferir; determinante para que estes retornem a empresa, entretanto não é
- Atentar, ter a atenção despertada para; um ponto positivo ter que refazer uma atividade/ação para corrigir
algo que foi feito de forma rápida e com pouca qualidade.
Sendo assim, o atender está associado a acolher, receber, ouvir Um ambiente de trabalho organizado também pode contribuir
o cliente, de forma com que seus desejos sejam resolvidos, assim para um atendimento mais rápido, ágil e eficiente.
o atendimento é dispor de todos os recursos que se fizerem ne- A empresa deve ser leal ao cumprimento dos prazos, sendo as-
cessários, para atender ao desejo e necessidade do cliente. Esses sim, não prometa prazos que não seja capaz de cumprir. Envolva ou-
clientes podem ser internos ou externos, e se caracterizam por ser tros setores ao processo de atendimento para que possa responder
o público-alvo em questão. mais prontamente as questões que possam surgir.
Nas reações e percepções do cliente é possível identificar sua
Clientes Internos: os clientes internos são aqueles de dentro aprovação ou reprovação em relação as negociações ou atendimen-
da organização, ou seja, são os colegas de trabalho, os executivos. to, busque oportunidades para agir.
São as pessoas que atuam internamente na empresa. Seja sempre objetivo ao realizar um atendimento, busque rapi-
damente soluções para as necessidades do cliente que se encontra
Clientes Externos: já os clientes externos, são as pessoas de em atendimento.
fora que adquirem produtos ou serviços da empresa. Os colaboradores de uma organização devem buscar conheci-
mento dos negócios da empresa, das decisões que ela toma e da
O comprometimento e profissionalismo são importantes para situação que ela se encontra. A falta de informação, de uma comu-
um bom atendimento, atualmente, mais importante do que se ter nicação entre empresários e funcionários acaba gerando desmoti-
um cliente, é o relacionamento que se cria com ele, no qual é alcan- vação, falta de comprometimento e dificuldades para se argumentar
çado por meio do atendimento. e demonstrar confiança aos clientes no momento do atendimento.
Todo cliente possui expectativas ao procurar um atendimento, e Assim torna-se fundamental comunicar a missão da empresa,
neste sentido o ideal para se construir um relacionamento sólido e seus valores, metas e objetivos ao público interno, pois quanto
duradouro, não é apenas atender as suas expectativas, mas sim, su- maior for seu envolvimento com a organização, maior será o seu
perá-las, pois aqueles clientes que têm suas expectativas superadas comprometimento.
acabam se tornando fiéis a organização.
O início do processo de atendimento que busca a satisfação dos A Importância da Comunicação Interna para o Atendimento
clientes ocorre com o mapeamento das necessidades do cliente e
isso é possível por meio de uma comunicação clara e objetiva. A A Comunicação Interna compreende os procedimentos comuni-
comunicação deve dirigir-se para o oferecimento de soluções e res- cacionais que ocorrem na organização e que segundo Scroferneker7
postas na qual o cliente busca e isso não significa falar muito, mas “Visa proporcionar meios de promover maior integração dentro da
sim ser um excelente ouvinte e estar atento aquilo que o cliente organização mediante o diálogo, troca de informações, experiên-
fala. cias e a participação de todos os níveis”.
Em razão disso um relacionamento entre uma organização e Com isso, observamos, que a mesma forma que um bom aten-
um cliente é construído por meio de bons atendimentos. Analisar dimento pode cativar, conquistar, e reter um cliente, um mal aten-
o comportamento e os interesses do cliente pode ajudar na estra- dimento pode facilmente trazer prejuízos e colocar uma empresa
tégia de retê-lo, criando relacionamentos consistentes, com quali- em uma situação difícil.
dade e fidelização, a atenção, a cortesia e o interesse também são A satisfação do cliente deve ser uma das grandes prioridades de
os três pontos iniciais para se atentar na preparação de um bom uma empresa que busca competitividade e permanência no merca-
atendimento. do. E por isso toda empresa deve estabelecer princípios, normas e
a maneira adequada de transmitir essas informações aos seus co-
Ninguém procura uma empresa que oferece produtos ou ser- laboradores, que devem estar sujeitos a constantes treinamentos.
viços, sem ter uma necessidade por alguma coisa, em vista disso
toda a atenção deve ser concentrada em ouvir e atender pronta-
mente o cliente sem desviar-se para outras atividades naquele
momento, pois o cliente pode interpretar esta ação como uma 7 SCROFERNEKER, C. M. A. Trajetórias teórico conceituais da Comunicação
falta de profissionalismo. Organizacional, 2006.

39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A comunicação interna, em um nível adequado, oferece um Atender o cliente significa identificar as suas necessidades e so-
atendimento eficiente, rápido e objetivo, com isso podemos perce- lucioná-las, ao passo de não deixar o telefone tocar por muito tem-
ber que a empresa adota estratégias que satisfaçam o consumidor, po para atendê-lo e assim que receber a ligação já transferi-la para
tendo em vista que há uma preocupação em qualificar as pessoas o setor correspondente.
de modo a obterem conhecimentos, habilidades, atitudes específi- Afinal o profissional de qualquer área ou formação tem capaci-
cas de acordo com o ramo de atividade da empresa e domínio sobre dade de atender o telefone, visto que é um procedimento técnico,
os produtos que serão promovidos. enquanto que para atender o cliente são necessárias capacidades
O treinamento pode ensinar, corrigir, melhorar, adequar o com- humanas e analíticas, é necessário entender o comportamento das
portamento das pessoas em relação as mudanças ou mesmo exi- pessoas, ou seja, entender de gente, além de ter visão sistêmica do
gências de um mercado extremamente disputado e concorrido. negócio e dos seus processos.
O atendente deve sempre responder ao cliente com entusias- Muitos profissionais chegam a ter pânico do telefone porque
mo e com uma saudação positiva, e mesmo que o cliente perca a ele não para de tocar e porque ele atrapalha a realização de outras
paciência, o profissional, deve se manter calmo de acordo com a atividades, que erroneamente são consideradas mais importantes.
conduta esperada pela empresa.
E lembre-se que um atendimento de sucesso ocorrerá se o aten- Mas será que existe algo mais importante do que o cliente que
dente priorizar e estiver preparado para: se encontra do outro lado da linha, aguardando pelo atendimen-
1. Fazer uma boa recepção; to? É claro que não existe, ocorre que nem sempre se tem a cons-
2. Ouvir as necessidades do cliente; ciência de que é o cliente que será atendido e não o telefone. Não
3. Fazer perguntas de esclarecimento; se tem a consciência que cada ligação recebida significa uma opor-
4. Orientar o cliente; tunidade de negociar, de vender, de divulgar a empresa, de manter
5. Demonstrar interesse e empatia; laços amistosos com o cliente.
6. Dar uma solução ao atendimento;
7. Fazer o fechamento; O cliente sempre espera um tratamento individualizado, consi-
8. Resolver pendências quando houver. derando que cada situação de atendimento é única, e deve levar em
conta as pessoas envolvidas e suas necessidades, além do contexto
Princípios para o Bom Atendimento da situação. Como as pessoas são diferentes, agem de maneira dife-
renciada, a condução do atendimento também necessita ser perso-
1. Foco no Cliente: as organizações buscam reduzir os custos nalizada, apropriada para cada perfil de cliente e situação.
dos produtos, aumentar os lucros, mas não podem perder de vista Assim, o cliente poderá se apresentar: bem-humorado, tímido,
a qualidade e satisfação dos clientes. apressado, paciente, inseguro, nervoso, entre outras característi-
cas. O mais importante é identificar no início da interação como o
2. O serviço ou produto deve atender a uma real necessidade cliente se encontra, pois assim o atendimento ocorrerá de maneira
do usuário: um serviço ou produto deve ser exatamente como o assertiva.
usuário espera, deseja ou necessita que ele seja.
A chave para o sucesso do bom atendimento depende muito
3. Manutenção da qualidade: o padrão de qualidade mantido da boa comunicação, isto é, de como é realizada a transmissão e
ao longo do tempo é que leva à conquista da confiabilidade. recepção de informação.

A atuação com base nesses princípios deve ser orientada por Atender às necessidades dos clientes é a parte essencial da ex-
algumas ações que imprimem a qualidade ao atendimento, tais celência do atendimento ao cliente, certamente tudo gira em torno
como: desse fator: somente irá existir interação se estiver fornecendo algo
- Atenuar a burocracia; de que o cliente precise.
- Fazer uso da empatia;
- Analisar as reclamações; Exemplificando: O cliente vai ao banco porque precisa receber
- Acatar as boas sugestões. e/ou pagar contas; toma o trem porque precisa ir do ponto A ao B;
- Cumprir prazos e horários; procura o médico porque precisa ficar com boa saúde. Entretanto,
- Evitar informações conflitantes; será tudo tão simples? O que diferencia as interações que o cliente
- Divulgar os diferenciais da organização; descreveria como excelentes ou satisfatórias ou péssimas? Quais
- Identificar as necessidades dos usuários; são suas necessidades básicas ou mínimas e o que mais pode ser
- Cuidar da comunicação (verbal e escrita); importante para ele?
- Imprimir qualidade à relação atendente/usuário;
- Desenvolver produtos e/ou serviços de qualidade. É difícil saber se o comportamento humano é intencional ou
não, mesmo que, segundo a psicanálise, existem as intenções
Essas ações estão relacionadas a indicadores que podem ser inconscientes. Por isso é preciso classificar tudo o que o homem
percebidos e avaliados de forma positiva pelos usuários, entre eles: faz em sociedade. Até mesmo o silêncio, é comunicação, ele pode
competência, presteza, cortesia, paciência, respeito. significar concordância, indiferença, desprezo, etc.
Por outro lado, arrogância, desonestidade, impaciência, desres- Assim, a comunicação, tanto interna quanto externa das orga-
peito, imposição de normas ou exibição de poder tornam o aten- nizações, é uma ferramenta de extrema importância para qualquer
dente intolerável, na percepção dos usuários. organização e determinante no que se refere ao sucesso, indepen-
dente do porte e da área de atuação.

40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

É uma ferramenta estratégica, pois muitos erros podem ser A sequência não importa, o que deve ser pensado na hora, é que
atribuídos às falhas de comunicação. Portanto, um sistema de essas frases realmente devem ser ditas de forma positiva de acordo
comunicação eficaz é fundamental para as organizações que com seu contexto. E o atendente também deve se lembrar que os
buscam o crescimento e cultura organizacional. clientes não aguentam mais ser atendimentos com apresentações
Na era da informação, a rapidez e o valor das informações faz mecânicas, pois o que eles esperam é uma apresentação receptiva.
com que as organizações se vejam no imperativo de reestruturarem
sua comunicação (seja ela interna ou social) adotando um padrão Por isso, saudar com “bom dia, boa tarde, ou, boa noite” é
moderno aproximando suas ações e o discurso empresarial. ótimo! Mas, diga isso, com sinceridade, assim o cliente perceberá a
Diante disso, emergem os problemas de comunicação. Os pro- veracidade em suas palavras.
blemas de comunicação surgem por uma situação de fala distorcida
em que os participantes do ato comunicativo encontram-se em po- Dizer o nome da empresa se o atendimento for por meio do
sições desiguais de poder e conhecimento de informações. telefone também faz parte, porém, faça de forma clara e devagar.
O principal problema da comunicação organizacional a sobre- Não dê margem, ou fale de forma que ele tenha que perguntar de
carga de input de informação, podendo este estar relacionado a má onde é logo após o atendente ter falado. Dizer o nome, também é
seleção de informações por parte do indivíduo ou a uma cultura importante. Mas, isso pode ser dito de uma forma melhor como,
organizacional valorizadora de grande quantidade de informações. perguntar o nome do cliente primeiro, e depois o atendente diz o
seu. Exemplo: Qual seu nome, por favor? Oi Maria, eu sou a Ma-
Dimensões de um Atendimento de Qualidade dalena, hoje posso ajuda-la em quê?
O cliente com certeza já irá se sentir com prestígio, e também,
Comunicabilidade irá perceber que essa empresa trabalha pautada na qualidade do
É a qualidade do ato comunicativo, no qual a mensagem é trans- atendimento.
mitida de maneira integral, correta, rápida e economicamente. A Segundo a sabedoria popular, leva-se de 5 a 10 segundos para
transmissão integral supõe que não há ruídos supressivos, defor- formarmos a primeira impressão de algo. Por isso, o atendente deve
mantes ou concorrentes. A transmissão correta implica em iden- trabalhar nesses segundos iniciais como fatores essenciais para o
tidade entre a mensagem mentada pelo emissor e pelo receptor. atendimento, fazendo com que o cliente tenha uma boa imagem
da organização.
Apresentação O profissionalismo na apresentação se tornou fator chave para
O responsável pelo primeiro atendimento representa a primeira o atendimento, ou seja, o excesso de intimidade na apresentação é
impressão da organização, que o cliente irá formar, como a imagem repudiável, o cliente não está procurando amigos de infância, mas
dela como um todo. E por isso, a apresentação inicial de quem faz sim, soluções aos seus problemas.
o atendimento deve transmitir confiabilidade, segurança, técnica e Assim, os nomes que caracterizam intimidade devem ser abo-
ter uma apresentação ímpar. lidos do atendimento. Tampouco, os nomes e adjetivos no diminu-
É fundamental que a roupa esteja limpa e adequada ao tivo.
ambiente de trabalho. Outro fator que decepciona e enfurece os clientes, é a demora
Se a organização adotar uniforme, é indispensável que o use no atendimento, principalmente quando ele observa que o aten-
sempre, e que o apresente sempre de forma impecável. Unhas e dente está conversando com outros seus assuntos particulares em
cabelos limpos e hálito agradável também compreendem os ele- paralelo, ou, fazendo ações que são particulares e não condizem
mentos que constituem a imagem que o cliente irá fazer da empre- com seu trabalho.
sa, por meio do atendente. A instantaneidade na apresentação do atendimento configura
A expressão corporal e a disposição na apresentação se tornam seriedade e transmite confiança ao cliente, portanto, o atendente
fatores que irão compor o julgamento do cliente e a satisfação do deve tratar a apresentação no atendimento como ponto inicial, de
atendimento começa a ser formado na apresentação, assim a sau- sucesso, para um bom relacionamento com o cliente.
dação inicial deve ser firme, profissional, clara e de forma que trans-
mita compromisso, interesse e prontidão. O tom de voz deve ser Atenção, Cortesia e Interesse
sempre agradável. O atendimento é mais importante que preço, produto ou servi-
ço para o cliente, quando ele procura a organização é porquê tem
Lembre-se!! O que prejudica o relacionamento das empresas necessidade de algo. O atendente deve desprender toda a atenção
com os clientes, é a forma de tratamento na apresentação, pois é para ele, por isso deve interromper tudo o que está fazendo, e pres-
fundamental que no ato da apresentação, o atendente mostre ao tar atenção única e exclusivamente no cliente.
cliente que ele é bem-vindo e que sua presença na empresa é im- Assuntos particulares e distrações são encarados pelos clientes
portante. como falta de profissionalismo, por isso, atentar-se ao que ele diz,
questiona ou traduz em forma de gestos e movimentos, devem ser
Há várias regras a serem seguidas para a apresentação inicial compreendidos e transformados em conhecimento ao atendente.
para um bom atendimento. Com por exemplo: O que dizer antes Perguntar mais de uma vez a mesma coisa, ou, indagar algo que
de iniciar o atendimento? O nome do atendente; O nome da em- já foi dito antes, são decodificados pelo cliente como desprezo. É
presa; Bom dia; Boa tarde; Boa noite; Pois não, em que posso aju- importante ter atenção a tudo o que o cliente faz e diz, para que o
dá-lo?; entre outros. atendimento seja personalizado e os interesses e necessidades dele
sejam trabalhados e atendidos.

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

É indispensável que se use do formalismo e da cortesia, pois o A demora também pode afetar no processo do próximo aten-
excesso de intimidade pode constranger o cliente, ser educado e dimento, porém, é importante atender completamente um cliente
cortês é fundamental, porém, o excesso de amabilidade, se torna para depois começar a atender o próximo.
tão inconveniente quanto a falta de educação. Ser ágil não está ligado a fazer as coisas com rapidez, mas sim,
Por isso, é necessário que o cliente se sinta importante, envolto fazer de maneira otimizada. Neste sentido o comportamento do
por um ambiente agradável e favorável para que seus desejos e ne- atendente deve ser eficiente para cumprir com o prometido, e solu-
cessidades sejam atendidos. O atendente deve estar voltado com- cionar o problema do cliente, assim ser eficiente é realizar tarefas,
pletamente para a interação com o cliente, estando sempre atento resolvendo os problemas inerentes a ela, para que se atinja a meta
para perceber constantemente as suas necessidades. Logo, deve-se estabelecida.
demonstrar interesse em relação às necessidades dos clientes e Posto isso, o atendimento eficiente é aquele que não se perde
atendê-las prontamente e da melhor forma possível. tempo com coisas que são irrelevantes, e sim, agiliza o processo
Gentileza é o ponto inicial para a construção do relacionamento para que o desejado pelo cliente seja cumprido em menor tempo.
com o cliente, a educação deve permear em todo processo de aten- Eficiência está ligada a rendimento. Por isso, atendimento eficiente
dimento. Desde a apresentação até a despedida. Saudar o cliente, é aquele que rende o suficiente para ser útil.
utilizar de: obrigado, por favor, desculpas por imprevistos, são fun- O atendente precisa compreender que o cliente está ali para ser
damentais em todo o processo. atendido, e por isso, não deve perder tempo com assuntos ou ações
Caracteriza-se também, como cortesia no atendimento, o tom que desviem do pretendido.
de voz e a forma com que se dirige ao cliente, o tom de voz deve ser
agradável, mas, precisa ser audível, ou seja, que dê para compreen- Há alguns pontos que levam a um atendimento eficiente,
der. É vale ressaltar que apenas o cliente deve escutar, e não todo como:
mundo que se encontra no estabelecimento. - Todos fazem parte do atendimento.
- Saber o que todos os colaboradores da organização exercem
Com idosos, a atenção deve ser redobrada. Algumas palavras e evita que o cliente tenha que repetir mais de uma vez o que deseja
tratamentos podem ser ofensivos a eles, portanto, deve-se utilizar e que fique esperando mais tempo que o necessário.
sempre como formas de tratamento: Senhor e Senhora. - Cativar o cliente, sem se prolongar muito, mostra eficiência e
Assim, ao realizar um atendimento, seja pessoalmente ou por profissionalismo.
telefone, quem o faz, está oferecendo a sua imagem (vendendo sua - Respeitar o tempo e espaço das pessoas é fundamental ao
imagem) e a da organização que representa. Pois todas as ações cliente, se ele precisa de um tempo a mais para elaborar e proces-
representam o que a empresa pretende. sar o que está sendo feito, dê esse tempo auxiliando-o com infor-
É importante lembrar que não se deve ficar pensando na mações e questões que o auxilie no processo de compreensão.
resposta na hora em que o interlocutor estiver falando. Concentre- - Ser positivo e otimista e ao mesmo tempo ágil fará com que o
se em ouvir. Outro item que deve ser levado em conta no atendi- cliente tenha a mesma conduta.
mento é não interromper o interlocutor, pois, quando duas pessoas - Saber identificar os gestos e as reações das pessoas, de forma
falam ao mesmo tempo, nenhuma ouve corretamente o que a ou- a não se tornar desagradável ou inconveniente, facilita no atendi-
tra está dizendo. E assim, não há a comunicação. mento.
O atendente também não deve se sentir como se estivesse sen- - Ter capacidade de ouvir o que falam, procurando interpretar
do atacado, pois alguns clientes dão um tom mais agressivo à sua o que dizem e o que deixaram de dizer, exercitando o “ouvir com a
fala, porém, isso deve ser combatido por meio da atitude do aten- inteligência e não só com o ouvido”.
dente, que deve responder de forma calma, tranquila e sensata, - Interpretar cada cliente, procurando identificar a real impor-
sem elevar o tom da voz, ou seja, sem se alterar. tância de cada “fala” e os valores do que foi dito.
- Saber falar a linguagem de cada cliente procurando identificar
Presteza, Eficiência e Tolerância o que é especial, importante e ou essencial em cada solicitação,
Ter presteza no atendimento faz com que o cliente sinta que a procurando ajudá-lo a conseguir o que deseja, otimiza o processo.
instituição tem um foco totalmente nele e que esta prima por solu- - O atendente deve saber que fazer um atendimento eficiente é
cionar as dúvidas, problemas e necessidades dos clientes, ser ágil, ser breve sem tornar-se desagradável.
sim, mas, a qualidade não pode ser deixada de lado. - Ter ética em todos os níveis de atendimento faz com que o
De nada adianta fazer rápido, se terá que ser feito novamente, cliente não tenha dúvida sobre a organização e, sendo assim, não
a presteza deve ser acompanhada de qualidade, para isso, é impor- desperdice tempo fazendo questionamentos sobre a conduta da
tante que o ambiente de trabalho esteja organizado, para que tudo empresa.
seja encontrado facilmente. - O atendente deve saber que sempre há uma solução para tudo
Estar bem informado sobre os produtos e serviços da organiza- e para todos, buscando sempre os entendimentos e os acordos em
ção, também tornam o atendimento mais ágil. Em um mundo em todas as situações, por mais difíceis que elas se apresentem.
que o tempo está relacionado ao dinheiro, o cliente não se sente - O atendente deve saber utilizar a comunicação e as informa-
bem em lugares que tenha que perder muito tempo para solucionar ções.
algum problema. - O todo é composto de partes, e para os clientes “as ações sem-
Instantaneidade é a palavra de ordem, por mais que o proces- pre falaram mais que as palavras”.
so de atendimento demore, o que o cliente precisa detectar, é que
está sendo feito na velocidade máxima permitida.

42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Outro aspecto que deve ser observado é que em todos os níveis Princípios Fundamentais do Atendimento de Qualidade
de atendimento será inevitável deparar-se com clientes ofensivos
e agressivos, para tanto, o atendente deve ter tolerância para acal- Reforçando as afirmações anteriores, temos ainda, alguns prin-
mar o cliente e mostrar que ele está ali para auxiliá-lo e resolver o cípios fundamentais para imprimir mais qualidade ao atendimento,
problema. sendo estes:
Não deixar dúvidas ao cliente de que a receptividade na em-
presa é a palavra de ordem, o acalma e tranquiliza, por isso, a tole- 1. Princípio da Competência: o cliente espera que cada pessoa
rância é importante para que não se perca a linha e comprometa a que o atenda detenha informações detalhadas sobre o funciona-
imagem da empresa e a qualidade no atendimento. mento da organização e do setor que ele procurou. Ele tem a ex-
Por mais que não seja o responsável pela situação, o atendente pectativa de encontrar pessoas capacitadas a fornecer informações
deve demonstrar interesse, presteza e tolerância, para que o cliente detalhadas sobre o assunto do seu interesse, por isso identifique as
insista em construir uma situação de discussão, o atendente deve- necessidades do cliente, ouça atentamente a descrição do serviço
-se manter firme, tolerante e profissional. Portanto, a presteza, efi- solicitado.
ciência e a tolerância, formam uma tríplice que sustentam os aten-
dimentos pautados na qualidade, tendo em vista que a agilidade e 2. Princípio da Legitimidade: o cliente deve ser atendido com
profissionalismo permeiam os relacionamentos. ética, respeito, imparcialidade, sem discriminações, com justiça e
colaboração:
Discrição - Preferencialmente, trate-o pelo nome;
Atitudes discretas preservam a harmonia do ambiente e da re- - Não escreva ou faça qualquer outra atividade enquanto estiver
lação com o interlocutor. No trabalho, a pessoa deve ter acima de falando com ele;
tudo discrição em seus atos, pois certas brincadeiras ou comentá- - Esteja atento à condição física do usuário (ofereça ajuda aos
rios podem ofender as pessoas que estão sendo atendidas e gerar idosos e as pessoas com necessidades especiais).
situações constrangedoras. Nestes casos, a melhor maneira de con-
tornar a situação é pedir desculpas e cuidar para que não ocorram 3. Princípio da Disponibilidade: o atendente representa, para
novamente. o cliente, a imagem da organização, devido a isso deve haver em-
Todas as atitudes que incomodam as pessoas são consideradas penho para que o cliente não se sinta abandonado, desamparado,
falta de respeito e por isso deve haver uma série de cuidados, como sem assistência. Ele deve receber assistência personalizada desde o
por exemplo: não bater o telefone, não falar alto, importunar seu momento de sua chegada até à despedida:
colega com conversas e perguntas o tempo todo, entre outros. - Demonstre estar disponível para realizar sua tarefa de aten-
Ser elegante em um ambiente de trabalho e não expor o visi- dente;
tante/usuário, sendo bem-educado, não significa bajular o atendido - Se houver demora no atendimento, peça desculpas;
e sim ser cortês, simpático e sociável. Isto certamente facilitará a - Mantenha a atenção à necessidade do usuário até sua partida.
comunicação e tornará o convívio mais agradável e saudável.
4. Princípio da Flexibilidade: o atendente deve procurar iden-
Conduta e Objetividade tificar claramente as necessidades do usuário e esforçar-se para
A conduta do atendente deve ser proativa, passando confiança ajuda-lo, orienta-lo, ou conduzi-lo a quem possa ajuda-lo adequa-
e credibilidade, sendo ao mesmo tempo profissional e possuindo damente:
simpatia, ser comprometido e ter bom senso, atendendo de forma - Preste atenção à comunicação não verbal;
gentil e educada, sorrindo e tendo iniciativa. - Não deixe nenhuma indagação sem resposta;
O sigilo é importante, e por isso, o atendimento deve ser ex- - Demonstre que sabe lidar com situações não previstas.
clusivo e impessoal, ou seja, o assunto que está sendo tratado no
momento, deve ser dirigido apenas ao cliente, como já dito antes, Existem também as estratégias verbais, não verbais e ambien-
as demais pessoas que estão no local não podem e nem devem es- tais:
cutar o que está sendo tratado no momento.
A conduta de impessoalidade e personalização transformam o Estratégias Verbais
atendimento, e dão um tom formal à situação, por outro lado a ob- - Reconheça, o mais breve possível, a presença das pessoas;
jetividade está ligada à eficiência e presteza, e por isso, tem como - Se houver demora no atendimento, peça desculpas;
foco, como já vimos, eliminar desperdiçadores de tempo, que são - Se possível, trate o usuário pelo nome;
aquelas atitudes que destoam do foco. - Demonstre que quer identificar e entender as necessidades
Possui objetividade é pensar fundamentalmente apenas no que do usuário;
o cliente precisa, e para que ele está ali, ou seja, solucionar o seu - Escute atentamente, analise bem a informação, apresente
problema e atender às suas necessidades devem ser tratados como questões;
prioridade, pois na maioria das vezes os clientes têm pressa e ne-
cessita de uma solução rapidamente. Estratégias Não Verbais
Afirmamos que o atendimento com qualidade deve ser pautado - Olhe para a pessoa diretamente e demonstre atenção;
na brevidade, porém, isso não exclui outros fatores tão importantes - Prenda a atenção do receptor;
quanto, como: clareza, presteza, atenção, interesse e comunicabi- - Preste atenção à comunicação não-verbal;
lidade.
Estratégias Ambientais
- Mantenha o ambiente de trabalho organizado e limpo;

43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Assegure acomodações adequadas para o usuário; 06. (SAAE/SP - Auxiliar Administrativo - VUNESP) Todo profis-
- Evite deixar pilhas de papel, processos e documentos desorga- sional, que tem dentre suas funções o atendimento telefônico, deve
nizados sobre a mesa; (A) ser envolvente e sensível, interessando-se por cativar e con-
- Solicite, se for possível, uma decoração de bom gosto. quistar o cliente.
(B) ouvir com atenção, receber, anotar e transmitir mensagens.
(C) ter boa memória para poder lembrar-se das mensagens re-
QUESTÕES
cebidas.
(D) conversar e entreter os interlocutores que estão aguardan-
01. (VUNESP - Câmara de Sorocaba) Ana Maria é um exemplo do para ser atendidos.
para as profissionais da área, principalmente porque atende aos (E) ser direto e franco ao pedir paciência aos interlocutores
clientes internos e externos, com muita: mais ansiosos.
(A) alegria e intimidade.
(B) serenidade e displicência. 07. (EPTC - Auxiliar de Administração I - OBJETIVA) Quanto ao
(C) simpatia e agilidade. atendimento telefônico, assinalar a alternativa CORRETA:
(D) rigidez e seriedade. (A) Deixar o telefone tocar quatro vezes antes de atender.
(E) vibração e informalidade. (B) Ao atender ao telefone, por medidas de segurança, exigir
que a outra pessoa identifique-se primeiro.
02. (VUNESP - Câmara de Sorocaba) A telefonista exemplar (C) Manter sempre a seriedade, sem gentilezas e sorrisos.
sabe que a qualidade no atendimento faz toda a diferença, assim (D) Sempre anotar todos os recados.
sendo, ela se aplica em:
(A) praticar o atendimento com muita rapidez para evitar maio- 08. (METRÔ/DF - Segurança Metroferroviário - IADES) A capa-
res explicações. cidade de demonstrar postura e aparência adequadas para o bom
(B) escutar com atenção o que o interlocutor tem a dizer. atendimento ao público se dá o nome de
(C) atender informalmente a todas as ligações. (A) discrição.
(D) colocar o interlocutor no seu devido lugar, em caso de re- (B) apresentação.
clamações. (C) conduta.
(E) transferir rapidamente o interlocutor para qualquer ramal. (D) cortesia.
(E) comunicabilidade.
03. (Banco do Brasil - Escriturário - CESPE) No ambiente de
trabalho, mesmo que se esteja no meio de uma conversação que 09. (Câmara Municipal de Jaboticabal/SP - Agente de Admi-
demore mais que o necessário, deve-se evitar responder antes que nistração - VUNESP) No atendimento pessoal o processo de comu-
o interlocutor tenha concluído o seu pensamento. nicação é formado por 3 momentos simultâneos. Alguns autores de
( ) CERTO comunicação dizem que o que se fala (as palavras), e como se fala
( ) ERRADO (inflexão, tom de voz) têm menos impacto no cliente/usuário que
(A) o vocabulário.
04. (CRQ 4ª Região/SP - Administrador - Quadrix) Trata-se de (B) a seriedade.
recomendação desejável para o atendimento telefônico: (C) a postura.
(A) não deixar o cliente esperando por um tempo muito longo. (D) a correção gramatical.
(B) interromper o cliente sempre que se fizer necessário. (E) o sorriso.
(C) deixar claro para o cliente que você não pode resolver o
problema dele. 10. (Prefeitura de São José do Rio Preto/SP - Agente Adminis-
(D) identifica-se após a identificação do cliente para que ambos trativo - VUNESP) Qualquer das formas de atendimento, presencial
se tratem pelo nome. ou telefônico, requer conhecimento, atitudes e comportamento.
(E) não dizer palavras como “compreendo” e “entendo” duran- Inerentes às atitudes e comportamentos, estão implícitos três im-
te o atendimento. portantes aspectos:
(A) expressão corporal, determinação e indiferença.
05. (COREN/SP - Telefonista - VUNESP) Os princípios funda- (B) aparência, voz autoritária e apatia.
mentais que regem um atendimento telefônico ideal são pautados (C) voz, simpatia e roupas de atendimento ao público.
na (D) aparência formal, voz melodiosa e expressão de seriedade
(A) simplicidade, desinibição e alteração da voz. profissional.
(B) liberalidade, curiosidade e impostação da voz. (E) aparência, expressão corporal e voz.
(C) atenção, cordialidade e modulação da voz.
(D) brevidade, formalidade e contenção da voz. 11. (Prefeitura de Penedo/AL - Agente Administrativo - CO-
(E) introspecção, emoção e entonação da voz. PEVE-UFAL) Ao estar em uma posição de atendimento ao público,
espera-se que o servidor o faça de maneira cortês, profissional
e que seja capaz de esclarecer as dúvidas que porventura sejam
apresentadas. No entanto, sabe-se que muitas vezes, ao procurar
o atendimento, o cidadão já se encontra em estado de irritação

44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

em relação ao serviço prestado pelo órgão público. Qual, dentre as 16. (CFP - Telefonista – Quadrix) Considerando o grande núme-
opções abaixo apresentadas, caracteriza um comportamento, por ro de linhas telefônicas e a grande quantidade de usuários, foram
parte do atendente, que pode aumentar a tensão desse encontro? criadas as centrais telefônicas com o objetivo de:
(A) Prometer e cumprir. (A) manter controle rígido sobre as ligações diárias dos assi-
(B) Ouvir o cidadão. nantes.
(C) Usar palavras adequadas. (B) evitar o uso indiscriminado das linhas telefônicas.
(D) Apresentar postura profissional. (C) reduzir o custo das ligações por meio do controle do tempo
(E) Agir com sarcasmo e prepotência. de cada usuário.
(D) tornar viável o sistema de telefonia.
12. (PG/DF - Técnico Jurídico - IADES) Postura de atendimento (E) permitir ao governo manter controle sobre o conteúdo das
é o tratamento dispensado às pessoas. Está relacionado ao funcio- ligações.
nário em si, com as suas atitudes e o seu modo de agir com quem
está sendo atendido naquele momento. Para bem atender, o pro- 17. (COREN-SP – Telefonista – VUNESP) Em telefonia, o equi-
fissional deverá pamento eletrônico que realiza a ligação entre dois usuários (ra-
(A) sempre compreender e atender as necessidades de quem mais) de um sistema telefônico recebe o nome de Central
está sendo atendido e fazer o correto encaminhamento das (A) Telemonitorada.
questões levantadas. (B) Digital.
(B) entender o lado humano e justificar as falhas da organiza- (C) Telecomunicadora.
ção a partir da explicação de que “errar é humano”. (D) Telefônica.
(C) manter estado de espírito positivo e ter atitudes adequadas (E) Audiovisual.
no momento, procurando criar atmosfera de intimidade e pro-
ximidade com o outro. 18. (TRE-AL - Técnico Judiciário - Telefonia – CESPE) CPC-
(D) ter uma postura física adequada, mantendo semblante rígi- Ts são equipamentos utilizados principalmente para permitir a
do e agindo de forma calculista. comunicação interna entre ramais de uma empresa, podendo,
(E) manter uma boa apresentação, cuidando sempre da higiene ainda, interconectar-se à rede pública de telefonia via linhas-
pessoal. Os homens e as mulheres deverão sempre estar com tronco. Com relação a essas centrais, julgue os itens a seguir.
os cabelos curtos. As CPCTs do tipo PABX permitem o acesso automático de ra-
mais de uma empresa à rede pública de telefonia.
13. (MI - Assistente Técnico Administrativo - CESPE) Quando ( ) CERTO
trabalha em uma central de atendimento, Joana tem dificuldade em ( ) ERRADO
aceitar opiniões divergentes da sua. Em situações em que enfrenta
divergências com seus colegas, costuma apresentar expressão facial 19. (CRESS/SC - Assistente Administrativo Jr. - Quadrix/2019)
tensa e comentar o caso com os usuários/clientes. Nessa situação Julgue o item:
hipotética, a postura de Joana pode denotar falta de profissiona- O fluxo transversal de comunicação abrange todos os níveis
lismo e percepção negativa do atendimento aos usuários/clientes. sem se ajustar às direções tradicionais. Surge e se desenvolve muito
( ) CERTO mais nas organizações informais e favorece a efetividade no traba-
( ) ERRADO lho.
( ) CERTO
14. (TJM-SP - Agente Operacional – VUNESP) É responsabilidade ( ) ERRADO
do profissional da área de telefonia
(A) zelar e utilizar o equipamento telefônico adequadamente. 20. (UFSC - Assistente em Administração - UFSC/2019) A res-
(B) falar outro idioma de forma fluente. peito dos elementos do processo de comunicação, indique se as
(C) identificar imediatamente o interlocutor. afirmativas abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F) e assinale a al-
(D) decorar a lista de ramais internos da instituição. ternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
(E) fornecer qualquer informação solicitada pelos interlocuto- (__) O emissor codifica um pensamento, gerando uma mensa-
res. gem.
(__) O canal é o meio pelo qual a mensagem se propaga, po-
15. (Câmara Municipal de Sorocaba – Telefonista – VUNESP) dendo ser formal ou informal.
D.D.R. é a sigla que, em telefonia, significa (__) O receptor faz a decodificação da mensagem enviada pelo
(A) Discagem Direta a Ramal. emissor.
(B) Discagem Desviada do Ramal. (__) O feedback corresponde às barreiras que distorcem a cla-
(C) Discagem Dividida em Ramais. reza da mensagem emitida.
(D) Discagem Direcionada a um Ramal. (__) O texto escrito e as expressões corporais são exemplos de
(E) Discagem Desvinculada a Ramal. mensagem.
(A) V - F - V - F - V
(B) V - V - V - F - V
(C) F - V - F - V - F

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(D) V - V - V - V - V 24. (CISMEPAR/PR - Técnico Administrativo - FAUEL) Em seu


(E) F - F - F - F – F Artigo 5°, a Constituição Federal de 1988 trata da liberdade de ex-
pressão e do acesso à informação. O artigo 220 afirma que “a mani-
21. (UFGD - Assistente em Administração - UFGD/2019) A co- festação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob
municação é uma ferramenta de gestão que contribui para o pro- qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restri-
cesso de inter-relação profissional no ambiente do serviço públi- ção”. Nesse sentido, assinale a alternativa que explica de que forma
co ou privado. No processo de comunicação, o meio pelo qual a a comunicação é importante em nossa vida pessoal.
mensagem é transportada, sendo um espaço, um ambiente, meio (A) Ela prejudica a compreensão do mundo ao nosso redor,
escrito ou falado, é o assim como as nossas relações com a família e os amigos. A
(A) ruído. comunicação atrapalha nossos conhecimentos e diminui nossa
(B) canal. visão do mundo.
(C) receptor. (B) Ela ajuda a compreender melhor a visão do outro e a me-
(D) destino. lhorar nossas relações com a família e os amigos. No entanto, a
(E) feedback. comunicação empobrece nosso conhecimento e diminui nossa
visão do mundo.
22. (IF/TO - Professor Administração - IF/TO) Comunicação é (C) Ela atrapalha a compreensão do mundo ao nosso redor
considerada uma ferramenta essencial no processo de administra- assim como as nossas relações com a família e os amigos. A
ção que envolve duas vias que contêm elementos interligados. São comunicação enriquece nossos conhecimentos e amplia nossa
visão do mundo.
eles:
(D) Ela ajuda a compreender melhor a visão do outro e a me-
(A) fonte; distorção; redes de comunicação; barreiras; receptor.
lhorar nossas relações com a família e os amigos. A comunica-
(B) fonte; redes de comunicação; filtragem; decodificação; re-
ção enriquece nossos conhecimentos e amplia nossa visão do
ceptor.
mundo.
(C) fonte; seletividade; linguagem; expressões; receptor.
(D) fonte; contato visual; filtragem; seletividade; receptor.
(E) fonte; codificação; canal; decodificação; receptor. 25. (SEDF - Analista de Gestão Educacional - CESPE) A respeito
da comunicação organizacional, julgue o item a seguir.
23. (IF/CE - Administrador - IF/CE) A comunicação parece ser A insuficiência de informações por canais formais é um dos
aparentemente um processo muito simples, porque as pessoas se motivos para a formação de canais informais de comunicação nas
comunicam entre si, sem fazer qualquer esforço ou sequer tomar organizações.
consciência disso. Na realidade, a comunicação é um processo ( ) CERTO
complexo, e as possibilidades de enviar ou receber mensagens de ( ) ERRADO
maneira errada ou distorcida são numerosas. O processo de comu-
nicação consiste em seis modelos fundamentais. Está explicado in- 26. (FUNPRESP-EXE - Analista - CESPE) A respeito dos proces-
corretamente o modelo da opção sos de comunicação, descentralização e delegação concernentes à
(A) fonte é a pessoa, grupo ou organização que deseja trans- liderança administrativa, julgue o item seguinte.
mitir alguma ideia ou informação através de uma mensagem. Um líder que se comunica de maneira clara e fluente garante
A fonte dá início ao processo, e a mensagem pode comunicar a eficácia da comunicação com os receptores da mensagem, ainda
informação, atitudes, comportamentos, conhecimento ou al- que eles não a compreendam.
guma emoção ao destinatário. A fonte codifica a sua ideia – ( ) CERTO
através de palavras, gestos, sinais, símbolos –, escolhendo os ( ) ERRADO
meios adequados para enviar a mensagem.
(B) transmissor é o meio ou aparelho que decodifica ou inter- 27. (FINEP - Analista - CESGRANRIO) Públicos diferentes de
preta a mensagem, para oferecer um significado percebido. uma empresa necessitam de atuações distintas da comunicação.
(C) destino é a pessoa, grupo ou organização que deve receber Elas precisam, no entanto, ter um ponto em comum, a que se
a mensagem e compartilhar do seu significado. Para confirmar dá o nome de comunicação
a comunicação, o destino ou destinatário deve proporcionar (A) interna
retroação ou retroinformação. (B) externa
(D) ruído é o termo que indica qualquer distúrbio indesejável (C) integrada
dentro do processo de comunicação e que afeta a mensagem (D) institucional
enviada pela fonte ao destino. (E) de marketing
(E) canal é o meio escolhido através do qual a mensagem flui
entre a fonte e o destino. É o espaço ou ambiente que medeia 28. (IF/PB - Administrador - IF/PB) A comunicação repousa so-
os elementos envolvidos no processo de comunicação. bre o conceito de informação, significado e compreensão de uma
pessoa para outra, sendo a informação um conjunto de dados com
significado.
Existem quatro etapas no processo de comunicação. A etapa
responsável pela transformação da informação de forma significati-
va para o receptor é:

46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(A) a codificação. (C) mensagem – emissor – agente – receptor – intermediário –


(B) a transmissão. chefe – informa
(C) a decodificação. (D) mensagem – emissor – meio – chefe – veículo – emissor –
(D) o feedback. transmite
(E) o processador. (E) mensagem – emissor – receptor – emissor – canal – recep-
tor – decodifica
29. (INSTITUTO PRÓ-MUNICÍPIO - Recepcionista - ISGH) Sobre
transmissão e recepção da informação, podemos afirmar que: 34. (CISLIPA – Rádio Operador – CISLIPA) Considere seus co-
(A) Canal é o meio de comunicação pelo qual se transmite a nhecimentos sobre fraseologias adequadas a um atendimento te-
mensagem; lefônico convencional e universal para responder a esta questão.
(B) Emissor é aquele que recebe a mensagem; Quando atender a uma ligação
(C) Os dois itens acima estão corretos; (A) Diga o nome da empresa e um cumprimento, Bom dia, Bom
(D) Todas as alternativas anteriores estão incorretas. tarde ou Boa noite.
(B) Diga pronto, para que o interlocutor inicie a conversa.
30 (SEDF - Analista de Gestão Educacional - CESPE) A comuni- (C) Diga seu nome e peça ao interlocutor que se identifique,
cação entre a direção da organização e a gerência ocorre por meio fornecendo seu nome e o local onde se encontra.
de um fluxo de informação horizontal. (D) diga seu nome e peça ao interlocutor que se identifique,
( ) CERTO fornecendo seu paradeiro e código de área onde está.
( ) ERRADO
35. (IF/AP – Auxiliar em Administração – FUNIVERSA) Por
31 (EBSERH - Assistente Administrativo – IBFC) meio do atendimento telefônico, é possível transmitir compromisso
_________________ enfatiza a maneira como os indivíduos se co- e credibilidade da instituição. No momento do atendimento telefô-
municam para que a comunicação seja compreensível por parte do nico, é importante
receptor. Trata-se da: (A) perguntar, logo que atender, qual a informação desejada.
(A) Cortesia (B) prestar a informação rapidamente e, se for o caso, inter-
(B) Conduta romper o usuário para evitar que o telefone não fique ocupado.
(C) atender rapidamente a chamada, preferencialmente no se-
(C) Tolerância
gundo toque.
(D) Presteza
(D) interromper a conversa quantas vezes for necessário e uti-
(E) Comunicabilidade
lizar o máximo de tempo para conseguir a informação correta.
(E) utilizar frases como “não podemos” ou “não sabemos” para
32. (Pref. de Barbacena/MG - Tecnólogo Executivo - FCM) De não gerar expectativas no usuário.
acordo com Robbins (2009), as fontes de conflitos interpessoais
são derivadas de falhas de dado processo, o qual constitui uma das 36. (Prefeitura de Paulista/PE – Recepcionista – UPENET) Ao
forças mais restritivas ao bom desempenho em grupo. Transferên- se realizar um atendimento telefônico, é CORRETO falar o seguinte:
cia de significados entre membros, transmissão de informações e (A) Alô!
ideias, alcance de significados e compreensões são características (B) Bom dia (tarde, noite), nome da empresa, nome de quem
desse importante processo. Segundo o autor, há registros de que atende.
acidentes terríveis de avião estão diretamente relacionados a pro- (C) Bom dia (tarde, noite), pergunta quem fala, nome da em-
blemas de entendimento sobre as instruções entre os pilotos da presa.
aeronave e os controladores de tráfego aéreo. (D) Olá, como vai?
O pressuposto não declarado no texto refere-se ao processo de (E) Alô, quem fala?
(A) feedback.
(B) significação. 37. (Prefeitura de Amontada/CE – Agente Administrativo –
(C) comunicação. UECE) Ao receber chamadas no ambiente de trabalho, o atendi-
(D) comportamento. mento telefônico de excelência deve incluir
(A) a solução do assunto solicitado, mesmo que se refira ao tra-
33. (UFSC - Auxiliar em Administração - UFSC) Considerando o balho de outro departamento, eliminando uma nova ligação.
processo de comunicação, assinale a alternativa que preenche COR- (B) a identificação da empresa, do departamento, nome de
RETA e RESPECTIVAMENTE as lacunas abaixo. quem atende seguido de bom dia/boa tarde/boa noite.
Para que a comunicação ocorra é necessário que exista (C) assuntos particulares, com pagamento prévio em espécie,
uma _________ para ser transmitida entre um _________ e um desde que previamente combinado com o gestor do departa-
_________. O _________ codifica a mensagem e a transmite por mento.
um _________ até o _________, que a _________. (D) rapidez na fala com a pessoa que está ligando, emprego de
(A) linguagem – chefe – subordinado – chefe – escrito – emissor gírias e vocabulário informal para gerar um clima de familiari-
– transmite dade com o interlocutor.
(B) linguagem – agente – receptor – receptor – canal – emissor
– retroalimenta

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

38. (ITAIPUBINACIONAL – Secretariado Executivo – NC/UFPR) 42. (UFABC - Assistente em Administração - VUNESP/2019)
O bom atendimento telefônico muitas vezes pode trazer o cliente Uma das características mais importantes do perfil de pessoas que
para a empresa. Sobre o assunto, considere as seguintes atitudes atendem ao público é se colocar verdadeiramente no lugar da pes-
comportamentais: soa que está sendo atendida e fazer com que ela saiba que isso é
1. Usar linguagem adequada e cuidar com o tom de voz. real, verdadeiro. Esse sentimento é chamado de
2. Usar expressões de carinho e diminutivos. (A) proatividade.
3. Manter distância de 10 a 15 centímetros entre a boca e o (B) carinho.
aparelho. (C) simpatia.
4. Não usar expressões exageradas de cordialidade. (D) empatia.
São atitudes comportamentais de uma secretária ao telefone: (E) respeito.
(A) 1 e 4 apenas.
(B) 2 e 3 apenas. 43. (Prefeitura de Várzea Grande/PI - Auxiliar Administrativo
(C) 3 e 4 apenas. - Crescer Consultorias/2019) A qualidade do atendimento prestado
(D) 1, 2 e 3 apenas. depende da capacidade de se comunicar com o público e da mensa-
(E) 1, 2 e 4 apenas. gem transmitida. Representa uma atitude negativa e que não con-
tribui para um atendimento de qualidade:
39. (IADES - Policial Legislativo - IADES/2019) Um dos requi- (A) Disponibilidade (predisposição para ajudar e servir).
sitos da qualidade no atendimento ao público interno e externo (B) Apatia (automatismo e frieza).
é a qualidade da comunicação e informação. Acerca do exposto, (C) Cortesia (educação, respeito e cordialidade).
assinale a alternativa que indica atributos da informação que con- (D) Competência (conhecimento, experiência e segurança).
tribuem para a qualidade dos serviços prestados ao público interno
e externo. 44. (CFM - Assistente Administrativo - IADES/2018) Boa von-
(A) A informação deve ser ampla, genérica e abrangente. tade, profissionalismo e respeito ao público são requisitos para um
(B) A informação deve ser precisa, útil e confiável. atendimento de qualidade. Igualmente importante é o conheci-
(C) A informação de se primar pela rapidez e agilidade, a des- mento da estrutura organizacional na qual a pessoa trabalha e as
peito da precisão e da validade. atividades realizadas pelos funcionários. Com base no exposto, as-
(D) A informação deve ser relevante, isto é, quanto mais infor- sinale a alternativa que apresenta posturas relacionadas a um efi-
mação fornecida a respeito de um tema ou assunto, melhor. ciente atendimento de recepção de pessoal.
(E) A informação deve ser fornecida em linguagem especiali- (A) Ao atender pessoas menos educadas, se necessário, inter-
zada, com detalhes técnicos que superem as expectativas e a rompa-as, discuta ou seja agressivo com elas.
capacidade de compreensão de um leigo. (B) Tenha paciência ao ouvir a pessoa e não a interrompa brus-
camente.
40. (CRP/CE 11ª Região - Técnico Financeiro - INSTITUTO PRÓ- (C) Atenda telefonemas ou o próprio celular durante o atendi-
-MUNICÍPIO/2019) Para se alcançar a Qualidade no Atendimento mento.
ao Público, é necessário seguir algumas etapas para a geração de (D) Utilize diminutivos como “ele deu uma saidinha” ou “quer
satisfação do cliente, pelo sucesso do serviço prestado. Diante des- deixar um recadinho”, de forma a tornar o diálogo menos for-
sa afirmação, analise os itens abaixo: mal.
I. É necessário definir os objetivos a serem alcançados. (E) Não cumprimente e evite frases como “bom dia!” ou “como
II. É necessário diagnosticar a situação. vai?”.
III. O planejamento estratégico deve ser realizado.
IV. É preciso controlar o processo. 45. (MTE - Agente Administrativo - CESPE) Acerca da qualidade
A opção que possui os itens que correspondem às etapas para no atendimento ao público, julgue os itens a seguir.
se obter a excelência no atendimento é: A qualidade do atendimento ao público fundamenta-se na
(A) Somente I e II estão corretos; prestação da informação correta, na cortesia do atendimento, na
(B) Somente I, II e III estão corretos; brevidade da resposta e na adequação do ambiente para a realiza-
(C) Os itens I, II, III e IV estão corretos; ção do atendimento.
(D) Somente II e IV estão corretos. ( ) CERTO
( ) ERRADO
41. (CRA/PR - Auxiliar Administrativo I - Quadrix/2019) A res-
peito da organização interna das organizações e de seu relaciona-
mento com o público externo, julgue o item
A qualidade do produto é um fator mais determinante para a
manutenção da fidelidade dos clientes que a qualidade do atendi-
mento.
( ) CERTO
( ) ERRADO

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

46. (CRM/SC - Assistente Administrativo - IASES) A respeito do 7 D


atendimento ao público, assinale a opção correta:
(A) Visando a otimização do tempo, sempre que possível, o 8 B
atendente, enquanto escuta as demandas do usuário, deve 9 C
aproveitar para realizar outras atividades, desde que inerentes
ao cargo que ocupa. 10 E
(B) Ao atender o público por telefone, deve-se substituir o tra- 11 E
dicional “alô” pela informação do nome do setor acompanhado
12 A
do seu nome e de um cumprimento: bom dia, boa tarde ou
boa noite. 13 CERTO
(C) Não há necessidade do atendente se inteirar das informa- 14 A
ções atuais acerca do serviço que presta, tendo em vista a exis-
tência de manuais de consulta que poderão ser consultados no 15 A
momento que a informação lhe for demandada pelo cliente. 16 D
(D) A observação do comportamento do cliente deve ser evita-
da no atendimento ao público, pois pode afetar a objetividade 17 D
das ações do atendente. 18 CERTO
19 ERRADO
47. (IFN/MG - Assistente em Administração - FUNDEP) Com
relação à comunicação interpessoal e atendimento ao público, é IN- 20 B
CORRETO afirmar que 21 B
(A) o funcionário que tem capacidade de trabalhar com outras
22 E
pessoas é mais feliz e mais produtivo.
(B) o funcionário do setor de serviços frequentemente interage 23 B
com o público. 24 D
(C) a satisfação do funcionário está diretamente relacionada
com a avaliação positiva do público. 25 CERTO
(D) o treinamento não é uma das estratégias para a melhoria 26 ERRADO
contínua do nível de satisfação do público.
27 C
48. (IF/AP - Assistente de Alunos - FUNIVERSA) Assinale a al- 28 C
ternativa correta no que se refere a atendimento ao público. 29 A
(A) Às pessoas que atendam o público restringe-se a responsa-
bilidade social da corporação. 30 ERRADO
(B) O perfil adequado do atendente, o bom estado de saúde 31 E
e a competência profissional tornam o serviço de atendimen-
to mais eficiente e contribuem para aumentar a satisfação dos 32 C
usuários dos produtos ou serviços da instituição. 33 E
(C) Para obter eficiência no atendimento ao público, é necessá-
34 A
rio que o atendente seja preponderantemente um executor de
rotinas, o que envolve identificar situações e seguir instruções. 35 C
(D) Uma ação que pode ser efetiva para o melhor atendimento 36 B
do usuário/consumidor é a centralização da autoridade, visto
que possibilita garantia de qualidade no processo decisório. 37 B
(E) O atendimento ao público pode ser visto como uma ativida- 38 A
de rotineira simples de tratamento de informações, marcada
por procedimentos administrativos habituais. 39 B
40 C
GABARITO 41 ERRADO
42 D
1 C 43 B
2 B 44 B
3 CERTO 45 CERTO
4 A 46 B
5 C 47 D
6 B 48 B

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ANOTAÇÕES

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50
LEGISLAÇÃO

b) o prestador de serviço complementar deve aportar ao Poder


REGULAMENTAÇÃO DO SISTEMA DE TRANSPORTE – Público um valor igual à remuneração fixada para o subsistema local
LEI MUNICIPAL 13.241/2001 por passageiro transportado.
Parágrafo único - As linhas metroviárias e ferroviárias metropo-
Dispõe sobre a organização dos serviços do Sistema de Trans- litanas são funcionalmente consideradas como parte do Subsistema
porte Coletivo Urbano de Passageiros na Cidade de São Paulo, au- Estrutural.
toriza o Poder Público a delegar a sua execução, e dá outras provi- Art. 3º - Para a consecução das competências previstas no arti-
dências. go 172 da Lei Orgânica do Município, o Poder Público deverá obser-
var as seguintes diretrizes:
MARTA SUPLICY, Prefeita do Município de São Paulo, no uso das I - planejar o funcionamento do Sistema de Transporte Coletivo
atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Urbano de Passageiros, com a finalidade de evitar a concorrência
Municipal, em sessão de 05 de dezembro de 2001, decretou e eu entre os regimes de prestação do serviço;
promulgo a seguinte lei: II - universalidade de atendimento, respeitados os direitos e
obrigações dos usuários;
CAPÍTULO I III - boa qualidade do serviço, envolvendo rapidez, conforto, re-
DA ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS gularidade, segurança, continuidade, modicidade tarifária, eficiên-
cia, atualidade tecnológica e acessibilidade, particularmente para
Art. 1º - Os serviços do Sistema de Transporte Coletivo Urbano as pessoas com deficiência, idosos e gestantes;
de Passageiros na Cidade de São Paulo serão prestados sob os regi- IV - prioridade do transporte coletivo sobre o individual;
mes público e privado. V - integração com os diferentes meios de transportes, em es-
§ 1º - O Transporte Coletivo Público de Passageiros é serviço pecial com o metrô e com as ferrovias metropolitanas;
público essencial, cuja organização e prestação competem ao Mu- VI - redução das diversas formas de poluição ambiental, con-
nicípio, conforme disposto no artigo 30, inciso V, da Constituição forme as prescrições das normas técnicas e dos padrões de emissão
Federal e no artigo 172 da Lei Orgânica do Município de São Paulo. de poluentes;
§ 2º - O Transporte Coletivo Privado, destinado ao atendimento VII - descentralização da gestão dos serviços delegados;
de segmento específico e pré-determinado da população, inclusive VIII - estímulo à participação do usuário na fiscalização da pres-
de escolares e de fretamento, está sujeito à regulamentação e à tação dos serviços delegados;
prévia autorização do Poder Público, conforme disposto no artigo IX - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano da
179, inciso II, da Lei Orgânica do Município de São Paulo. Cidade definidas no Plano Diretor, de acordo com o artigo 174 da
Lei Orgânica do Município de São Paulo e, no que couber, quanto
CAPÍTULO II ao Estatuto da Cidade, instituído pela Lei Federal nº 10.257, de 10
DA ORGANIZAÇÃO DO TRANSPORTE COLETIVO PÚBLICO DE de julho de 2001.
PASSAGEIROS Art. 4º - No exercício das competências relativas ao Sistema de
Transporte Coletivo Público de Passageiros, o Poder Público poderá
Art. 2º - O Transporte Coletivo de Passageiros no Município de celebrar convênios, contratos e outros instrumentos legais com en-
São Paulo fica organizado da seguinte forma, respeitados o Plano tes públicos ou privados, visando à cooperação técnica.
Diretor da Cidade e a Lei Orgânica do Município:
I - Sistema Integrado composto por: CAPÍTULO III
a) Subsistema Estrutural: conjunto de linhas de Transporte Co- DO REGIME JURÍDICO DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE TRANS-
letivo Público de Passageiros que atendem a demandas elevadas e PORTE COLETIVO PÚBLICO DE PASSAGEIROS
integram as diversas regiões da cidade;
b) Subsistema Local: conjunto de linhas de Transporte Coletivo Art. 5º - Para os efeitos desta lei, consideram-se:
Público de Passageiros que atendem a demandas internas de uma I - Poder Público: a Prefeitura Municipal de São Paulo, por meio
mesma região e alimentam o Subsistema Estrutural. da Secretaria Municipal de Transportes;
II - Serviços Complementares: serviços de Transporte Público II - objeto da concessão: delegação da prestação e exploração
de caráter especial, com tarifa diferenciada, que serão prestados do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, nos Sub-
por operadores ou terceiros, de acordo com as disposições regula- sistemas Local e Estrutural, dentro dos limites do Município, que
mentares editadas pela Secretaria Municipal de Transportes: será condicionada a investimentos em bens reversíveis;
a) no caso dos serviços complementares serem oferecidos aos III - objeto da permissão: delegação, a título precário, da pres-
mesmos usuários do Sistema Integrado, esta oferta será limitada tação e exploração do Serviço de Transporte Coletivo Público de
a um percentual definido por decreto editado pelo Poder Público; Passageiros, no Subsistema Local, nos limites do Município;

51
LEGISLAÇÃO

IV - operador do serviço: pessoas físicas ou jurídicas, inclusive f) revogar e extinguir a permissão, nos casos previstos nesta lei
consórcio de empresas, a quem for delegada a execução do Serviço e nos contratos;
de Transporte Coletivo Público de Passageiros; g) homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas, me-
V - poder concedente e permitente: Poder Público; diante as normas pertinentes e os contratos;
VI - tarifa: preço público fixado pelo Poder Público, a ser pago h) zelar pela boa qualidade do serviço, observadas as condições
pelo usuário pela utilização do Serviço de Transporte Coletivo Públi- de eficiência, regularidade, segurança, rapidez, continuidade, con-
co de Passageiros; forto, modicidade tarifária, manutenção dos equipamentos, atua-
VII - remuneração dos operadores: valor a ser pago aos opera- lidade tecnológica e acessibilidade, particularmente para pessoas
dores e definido em procedimento licitatório. com deficiência, idosos e gestantes;
Art. 6º - Fica o Poder Público autorizado a delegar a terceiros, i) receber, apurar e solucionar denúncias e reclamações dos
por meio de concessão ou permissão, a prestação e a exploração do usuários, que serão cientificados das providências tomadas;
Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, no todo ou j) estimular o aumento da produtividade dos serviços e da pre-
em parte, conforme disposto nos artigos 128 e 172 da Lei Orgânica servação do meio ambiente;
do Município de São Paulo: l) implantar mecanismos permanentes de informação sobre os
I - a concessão será outorgada à pessoa jurídica ou consórcio de serviços prestados para facilitar o seu acesso aos usuários.
empresas brasileiras, constituído para o procedimento licitatório; Parágrafo único - Para o exercício das atribuições dispostas nes-
II - a permissão, a título precário, será outorgada a pessoa física te artigo, o Poder Público poderá contratar serviços especializados
ou jurídica. de empresas de engenharia e de arquitetura consultivas, mediante
§ 1º - O disposto no “caput” deste artigo, respeitados os contra- prévio procedimento licitatório, nos termos do artigo 128 da Lei Or-
tos firmados, não impede o Poder Público de utilizar outras formas gânica do Município de São Paulo, aplicando-se as regras previstas
ou instrumentos jurídicos para transferir a terceiros a operação di- nesta lei e as demais disposições legais federais e municipais perti-
reta do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, me- nentes.
diante prévio procedimento licitatório, nos termos do § 1º do artigo Art. 9° - Constitui obrigação dos operadores prestar o serviço
128 da Lei Orgânica do Município, aplicando-se as regras previstas delegado, de forma adequada à plena satisfação dos usuários, con-
nesta lei e as demais disposições legais federais e municipais perti- forme disposições estabelecidas na Lei Federal nº 8.987, de 13 de
nentes. fevereiro de 1995, bem como na Lei Federal nº 8.666, de 21 de ju-
§ 2º - Em caráter emergencial e a título precário, o Poder Pú- nho de 1993, e alterações subseqüentes, nos regulamentos, editais
blico poderá utilizar outros instrumentos jurídicos para transferir a e contratos, e em especial:
operação do serviço, objeto do “caput” deste artigo, até que seja I - prestar todas as informações solicitadas pelo Poder Público;
possível o restabelecimento da normalidade de sua execução. II - efetuar e manter atualizada sua escrituração contábil e de
Art. 7º - Fica o Poder Público autorizado a delegar a terceiros, qualquer natureza, elaborando demonstrativos mensais, semes-
operadores ou não, individualmente ou em consórcio, sob o regime trais e anuais, de acordo com o plano de contas, modelos e padrões
de concessão, a exploração dos bens públicos vinculados ao Serviço determinados pelo Poder Público, de modo a possibilitar a fiscali-
de Transporte Coletivo Público de Passageiros do Município, me- zação pública;
diante prévio procedimento licitatório. III - cumprir as normas de operação e arrecadação, inclusive as
Parágrafo único - O disposto no “caput” deste artigo não im- atinentes à cobrança de tarifa;
pede o Poder Executivo de conceder o uso de próprios municipais IV - operar somente com pessoal devidamente capacitado e ha-
para serem utilizados pelo operador diretamente na exploração do bilitado, mediante contratações regidas pelo direito privado e legis-
serviço concedido ou em empreendimentos associados, de acordo lação trabalhista, assumindo todas as obrigações delas decorrentes,
com as condições que serão definidas no edital e no contrato. não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros
Art. 8º - Constituem atribuições do Poder Público: contratados pelo operador e o Poder Público;
I - planejar os serviços do Sistema de Transporte Coletivo Urba- V - utilizar somente veículos que preencham os requisitos de
no de Passageiros; operação, conforme previsto nas normas regulamentares ou gerais
II - autorizar e regular todas as linhas ou trechos de linha dos pertinentes;
Serviços de Transporte Coletivo Urbano, terminais e paradas, que VI - promover a atualização e o desenvolvimento tecnológico
estejam em território do Município, independentemente de sua ori- das instalações, equipamentos e sistemas, com vistas a assegurar
gem ou do poder delegador, disciplinando a sua inserção no espaço a melhoria da qualidade do serviço e a preservação do meio am-
urbano do Município, especialmente quanto ao Sistema Integrado; biente;
III - regulamentar o Serviço de Transporte Coletivo Público de VII - executar as obras previstas no edital e no contrato de con-
Passageiros, observando-se as seguintes diretrizes: cessão, com a prévia autorização e acompanhamento do Poder Exe-
a) cumprir e fazer cumprir as disposições que regem o Serviço, cutivo;
bem como as cláusulas do contrato; VIII - adequar a frota às necessidades do serviço, obedecidas as
b) fiscalizar e controlar permanentemente a prestação do ser- normas fixadas pelo Poder Executivo;
viço; IX - garantir a segurança e a integridade física dos usuários;
c) aplicar as penalidades legais, regulamentares e contratuais; X - apresentar periodicamente a comprovação de regularidade
d) intervir na concessão, nos casos e condições previstos na Lei das obrigações previdenciárias, tributárias e trabalhistas.
nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995;
e) extinguir a concessão, nos casos previstos nesta lei e nos
contratos;

52
LEGISLAÇÃO

Parágrafo único - Na hipótese de deficiências no Serviço de V - os direitos dos usuários, notadamente aqueles referentes à
Transporte Coletivo Público de Passageiros, decorrentes de caso qualidade do serviço;
fortuito ou força maior, a prestação do serviço será atribuída a ou- VI - os prazos de início de etapas de execução, conforme o caso;
tros operadores, que responderão por sua continuidade, na forma VII - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução,
estabelecida em decreto. quando exigidas;
Art. 10 - As concessões e permissões para a prestação dos ser- VIII - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da
viços serão outorgadas mediante prévia licitação, que obedecerá classificação funcional programática e da categoria econômica;
às normas da legislação municipal e federal sobre licitações e con- IX - as penalidades contratuais e administrativas a que se sujei-
tratos administrativos, bem como à lei federal que dispõe sobre as ta o operador e sua forma de aplicação;
concessões e permissões de serviços públicos, observando-se sem- X - os critérios e as fórmulas de cálculo das amortizações e de-
pre a garantia dos princípios constitucionais da legalidade, da mora- preciações de investimentos que se fizerem necessários;
lidade, da publicidade e da impessoalidade, e os princípios básicos XI - os bens reversíveis;
da seleção da proposta mais vantajosa para o interesse coletivo, da XII - os casos de rescisão;
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocató- XIII - a legislação aplicável à execução do contrato e especial-
rio e do julgamento objetivo. mente aos casos omissos;
§ 1º - No procedimento licitatório de que trata o “caput”, o Po- XIV - a obrigação do contratado de manter, durante toda a sua
der Público poderá conjugar uma área local e uma área estrutural execução, em compatibilidade com as obrigações por ele assumi-
para efeitos de outorga da concessão. das, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na
§ 2º - No julgamento de cada licitação, deverão ser aplicados os licitação.
critérios estabelecidos no artigo 15 da Lei Federal nº 8.987, de 13 de Art. 14 - Incumbe ao operador a execução do serviço delegado,
fevereiro de 1995, e suas alterações. cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados, por dolo
Art. 11 - Decreto elaborado pelo Poder Executivo, com base em ou culpa, devidamente comprovados em processo administrativo,
prévios estudos técnicos e econômicos, determinará em especial: ao Poder Público, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização
I - o prazo de concessão e de permissão, bem como sua pos- exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsa-
sibilidade de prorrogação, obedecidos os prazos máximos fixados bilidade.
nesta lei; § 1º - Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere o
II - a região ou área, a modalidade e forma de prestação dos “caput” deste artigo, o operador poderá contratar com terceiros
serviços a que se refere cada contrato de concessão ou de permis- o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou comple-
são; mentares ao serviço concedido, bem como a implementação de
III - as características básicas da infra-estrutura, dos equipa- projetos associados.
mentos e dos veículos mais adequados para a execução do objeto § 2º - Os contratos celebrados entre o operador e os terceiros
de cada contrato; a que se refere o parágrafo anterior reger-se-ão pelas normas do di-
IV - a possibilidade ou a obrigação de investimentos do opera- reito privado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre
dor em obras públicas; os terceiros e o Poder Público.
V - o ônus da delegação, quando existente; § 3º - A execução das atividades contratadas com terceiros
VI - as formas de remuneração do serviço. pressupõe o cumprimento das normas estabelecidas em decreto.
Art. 12 - A concessão ou permissão de que trata o artigo 6º Art. 15 - É vedada a subconcessão dos serviços delegados.
desta lei implicará, automaticamente, na vinculação ao serviço dos Art. 16 - A operadora poderá transferir a concessão e o controle
meios materiais e humanos utilizados pelo operador, quaisquer que acionário, bem como realizar fusões, incorporações e cisões, desde
sejam. que com a anuência do Poder Público, sob pena de caducidade da
Art. 13 - Os contratos para a execução dos serviços de que tra- concessão.
ta esta lei, regulam-se pelas cláusulas e pelos preceitos de direito Parágrafo único - Para fins da anuência de que trata o “caput”
público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da Teoria deste artigo, o pretendente deverá:
Geral dos Contratos e as disposições de direito privado. I - atender integralmente às exigências estabelecidas no proce-
Parágrafo único - Os contratos devem estabelecer, com clareza dimento licitatório que precedeu a concessão;
e precisão, as condições para sua execução expressas em cláusulas II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato
que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em vigor, sub-rogando-se em todos os direitos e obrigações do ce-
em conformidade com os termos da licitação e das propostas a que dente e prestando todas as garantias necessárias.
se vinculam, sendo cláusulas necessárias as previstas no artigo 23 Art. 17 - Extingue-se a concessão nos seguintes casos:
da Lei nº 8.987/95, bem como as a seguir arroladas: I - advento do termo do contrato;
I - o objeto, seus elementos característicos, e prazos da con- II - encampação;
cessão; III - caducidade;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; IV - rescisão;
III - o valor da remuneração e as condições de pagamento, os V - anulação;
critérios, a data-base e periodicidade do reajustamento de preços, VI - falência ou extinção da empresa concessionária e faleci-
os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento mento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual.
das obrigações e a do efetivo pagamento; § 1º - Extinta a concessão, retornam ao poder concedente to-
IV - os direitos, garantias e obrigações do Poder Público e dos dos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao conces-
operadores, em relação a alterações e expansões a serem realiza- sionário, conforme previsto no edital e estabelecido no contrato.
das no futuro, para garantir a continuidade da prestação do serviço;

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LEGISLAÇÃO

§ 2º - Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do ser- II - não atendimento de intimação expedida pelo Poder Público
viço pelo poder concedente, procedendo-se levantamentos, avalia- no sentido de retirar de circulação veículo julgado em condições
ções e liquidações necessárias. comprovadamente inadequadas para o serviço;
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo, o poder III - o descumprimento, por culpa de empresa contratada, de-
concedente, antecipando-se à extinção da concessão, procederá vidamente comprovada em processo administrativo, da legislação
aos levantamentos e avaliações necessários à determinação dos trabalhista, de modo a comprometer a continuidade dos serviços
montantes da indenização que será devida à concessionária, na for- executados;
ma dos artigos 36 e 37 da Lei nº 8.987/95. IV - a ocorrência de irregularidades dolosas contábeis, fiscais e
§ 4º - Não são considerados bens reversíveis para efeito desta administrativas, apuradas mediante auditoria, que possam interfe-
lei: rir na consecução dos serviços executados;
I - os veículos e frota de ônibus; V - redução superior a 20% (vinte por cento) dos veículos de
II - a garagem; transporte de passageiros empregados em quaisquer dos serviços,
III - instalações e equipamentos de garagem. por mais de 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 18 - A inexecução total ou parcial do contrato de concessão, Art. 24 - Do ato da intervenção deverá constar:
decorrente de dolo ou culpa, comprovados em regular processo ad- I - os motivos da intervenção e sua necessidade;
ministrativo, acarretará, a critério do Poder Público, a aplicação das II - o prazo de intervenção será de, no máximo, 6 (seis) meses,
penalidades contratuais, respeitadas as normas convencionadas podendo ser, excepcionalmente, prorrogado por 60 (sessenta) dias;
entre as partes. III - as instruções e regras que orientarão a intervenção;
§ 1º - A inexecução dos investimentos em bens reversíveis, nos IV - o nome do interventor que, representando a Municipalida-
devidos prazos contratuais, conforme disposto no inciso I do artigo de, coordenará a intervenção.
21, ensejará, como penalidade, a critério do Poder Público, a redu- Art. 25 - No período de intervenção, a Municipalidade assumi-
ção do período de vigência do contrato para 10 (dez) anos ou de seu rá, total ou parcialmente, o serviço, passando a controlar os meios
valor de remuneração, reconhecidos os investimentos efetivamente materiais e humanos que a operadora utiliza, assim entendidos o
realizados até então. pessoal, os veículos, as garagens, as oficinas, e todos os demais
§ 2º - Após notificação à empresa operadora, será concedido a meios empregados, necessários à operação.
esta o direito à ampla defesa e ao contraditório. Art. 26 - Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão,
Art. 19 - A permissão será revogada: a administração do serviço será devolvida à operadora, precedida
I - pela inexecução total ou parcial do contrato, que pode ense- de prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos
jar, a critério do Poder Público, a aplicação de sanções contratuais; praticados durante a sua gestão.
II - por razões de interesse público, obedecida a análise de con-
veniência e oportunidade do Poder Público. CAPÍTULO IV
Art. 20 - A permissão será extinta pelo advento do termo final DA TARIFA E DA REMUNERAÇÃO DOS OPERADORES PELA
previsto no contrato. DELEGAÇÃO DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE DO SISTEMA
Art. 21 - Os prazos de duração dos contratos mencionados nes- INTEGRADO
ta lei serão os seguintes:
I – para a concessão: 20 (vinte) anos, contados da data de as- Art. 27 - As tarifas dos serviços de Transporte Coletivo Público
sinatura do contrato, prorrogáveis por até igual período, devida- de Passageiros serão fixadas, e, quando necessário, revisadas e rea-
mente justificado pelo Poder Público;(Redação dada pela Lei nº justadas por ato do Poder Executivo, obedecido o disposto no artigo
16.211/2015) 178 da Lei Orgânica do Município.
II - para a permissão: até 7 (sete) anos, contados da assinatura § 1º - Para determinar o valor da tarifa, o Poder Executivo de-
do contrato, com possibilidade de prorrogação por até 3 (três) anos, verá observar a somatória da arrecadação das receitas tarifárias e
devidamente justificada pelo Poder Público. extratarifárias não previstas no edital de licitação e auferidas em
Parágrafo único - Os prazos da concessão poderão ser fixados função da delegação de atividades conexas aos serviços de trans-
em até 25 (vinte e cinco) anos, contados da data da assinatura do porte por terceiros, operadores ou não.
contrato, nos casos de elevados investimentos em bens reversíveis. § 2o - O valor fixado para a tarifa deverá suportar os seguintes
Art. 22 - Aos operadores não serão permitidas ameaças de in- custos:
terrupção, nem a solução de continuidade ou a deficiência grave na a) remuneração dos operadores;
prestação do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, b) despesas de comercialização;
que deverá estar permanentemente à disposição do usuário, con- c) gerenciamento das receitas e pagamentos comuns ao Siste-
forme preceitua o artigo 177 da Lei Orgânica do Município. ma Integrado e aos Serviços Complementares;
Parágrafo único - Para assegurar a adequada prestação do ser- d) fiscalização e planejamento operacional.
viço ou para sanar deficiência grave na respectiva prestação, bem § 3º - Os valores para custeio das atividades previstas nas alíne-
como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares as “c” e “d” do parágrafo 2º deste artigo corresponderão a, no má-
e legais pertinentes, o Poder Público poderá intervir na operação ximo, 3,5% (três e meio por cento) das respectivas receitas totais.
do serviço. § 4º - As dispensas ou reduções tarifárias de qualquer natureza,
Art. 23 - Considera-se deficiência grave na prestação do serviço além daquelas já vigentes na data da promulgação desta lei, deve-
para efeito desta lei: rão dispor de fontes específicas de recursos.
I - reiterada inobservância dos dispositivos contidos no Regula-
mento do Serviço, tais como os concernentes ao itinerário ou horá-
rio determinados, salvo por motivo de força maior;

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LEGISLAÇÃO

Art. 28 - O operador do Sistema Integrado será remunerado II - reinvestir eventuais saldos positivos na expansão e melhoria
com base no número de passageiros, atendidos os padrões de qua- do Sistema;
lidade do serviço, definidos pelo Poder Público em decreto, e as III - captar recursos junto ao sistema financeiro e agências de
regras estabelecidas no edital de licitação. fomento.
§ 1º - Os valores máximos de remuneração, estabelecidos no Art. 32 - Fica instituído, no âmbito da Secretaria Municipal de
edital de licitação, serão proporcionais ao volume de investimentos Transportes, o Programa de Requalificação Tecnológica de Trânsito
em bens reversíveis determinados pelo Poder Público. e Transportes do Município de São Paulo, com o objetivo de:
§ 2º - A remuneração deverá sofrer reajuste, periodicamente, I - identificar tecnologias aplicáveis e de interesse para o trân-
obedecendo às condições e aos prazos estabelecidos no edital de sito e os transportes do Município, tanto entre aquelas já utilizadas
licitação e no contrato, com a finalidade de proceder a atualização operacionalmente, como aquelas em desenvolvimento;
de sua expressão numérica, e ocorrerá nos seguintes termos: II - identificar, desenvolver e capacitar parceiros potenciais para
a) a periodicidade de realização do reajuste será a menor pre- os projetos de desenvolvimento tecnológico e de cooperação téc-
vista em lei; nica;
b) o critério para a fixação do valor do reajuste levará em conta III - estabelecer parcerias em projetos de desenvolvimento tec-
o índice de preço que melhor reflita a variação econômica dos insu- nológico e de cooperação técnica;
mos próprios do setor. IV - identificar fontes de recursos para financiamento do Pro-
§ 3º - O Poder Público poderá prever em favor do operador, no grama ora instituído, além daquelas específicas do próprio Sistema
edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de de Transportes;
receitas alternativas, complementares ou acessórias, com ou sem V - implementar formas de fomento, inclusive mediante licita-
exclusividade, com vistas a determinar o valor da remuneração. ções, para delegação dos serviços de Transporte Coletivo Urbano
§ 4º - As fontes de receita previstas no § 3º deste artigo serão de Passageiros;
obrigatoriamente consideradas para a aferição do inicial equilíbrio VI - contribuir para as pesquisas científico-tecnológicas nacio-
econômico-financeiro do contrato. nais e para a retomada do desenvolvimento industrial brasileiro.
§ 5º - Os contratos deverão prever mecanismos de revisão da Parágrafo único - Na regulamentação do Programa ora instituí-
remuneração, a fim de manter-se o equilíbrio econômico-financei- do, o Poder Executivo deverá, entre outros aspectos:
ro, na ocorrência das seguintes situações: fatos supervenientes; fa- I - definir os campos a serem objeto de desenvolvimento tec-
tos conjunturais não previstos na ocasião da realização da licitação nológico;
e da celebração dos contratos. II - estabelecer o modelo técnico, comercial e financeiro a ser
adotado.
CAPÍTULO V Art. 33 - Fica instituído, no âmbito da Secretaria Municipal de
DA GESTÃO DESCENTRALIZADA DO SISTEMA DE TRANSPORTE Transportes, o Programa de Requalificação e Aperfeiçoamento Pro-
COLETIVO URBANO DE PASSAGEIROS fissional dos Trabalhadores do Sistema de Transporte Coletivo Ur-
bano, com o objetivo de:
Art. 29 - Sem prejuízo das demais atribuições expressas previs- I - requalificar trabalhadores para novas funções na prestação
tas no seu estatuto social, compete à São Paulo Transporte S.A, no do serviço de transporte, a partir de alterações da implementação
tocante ao Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros: do Sistema instituído por esta lei, bem como inovações tecnológi-
I - elaborar estudos para a realização do planejamento do Sis- cas;
tema; II - requalificar os trabalhadores, buscando o aperfeiçoamento
II - executar a fiscalização da prestação dos serviços; para a prestação de serviço público de qualidade e a educação de
III - gerenciar o Sistema de acordo com as diretrizes e políticas trânsito e transporte;
estabelecidas pela Prefeitura do Município de São Paulo, por meio III - aperfeiçoar, treinar e qualificar os trabalhadores do siste-
da Secretaria Municipal de Transportes. ma, abrangendo funções de operação, fiscalização, manutenção e
Parágrafo único - Para executar as atribuições dispostas neste administração.
artigo, a São Paulo Transporte S.A. será contratada pelo Poder Pú-
blico. CAPÍTULO VI
Art. 30 - Para a regulação do Serviço de Transporte Coletivo DAS PENALIDADES
Urbano de Passageiros, o Poder Público deverá instituir, mediante
lei específica, órgão regulador vinculado orçamentária e adminis- Art. 34 - A execução de qualquer tipo de serviço de Transporte
trativamente à Secretaria Municipal de Transportes. Coletivo Urbano de Passageiros, sem a correspondente delegação
Parágrafo único - Em cada região do Subsistema Local have- ou autorização do Poder Público, fundada nesta lei e demais nor-
rá representação de usuários, relativa aos serviços do Sistema de mas complementares, será considerada ilegal e caracterizada como
Transporte Coletivo Urbano de Passageiros, a ser regulamentada clandestina, sujeitando os infratores às seguintes sanções:
em decreto. I - imediata apreensão dos veículos;
Art. 31 - Para a gestão financeira das receitas e despesas do II - multa no valor de R$ 3.400,00 (três mil e quatrocentos re-
Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, o Poder Exe- ais);
cutivo deverá, mediante lei específica, criar sociedade de economia III - pagamento dos custos da remoção e de estadia dos veícu-
mista com a participação dos concessionários do serviço para: los, conforme fixado pelo Poder Público, nos termos da normatiza-
I - gerir as receitas e pagamentos comuns ao Sistema Integrado ção pertinente.
e aos Serviços Complementares; § 1º - Em caso de reincidência, a multa prevista no inciso II des-
te artigo será devida em dobro.

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LEGISLAÇÃO

§ 2º - Fica o Poder Público autorizado a reter o veículo até o Art. 42 - Os novos operadores deverão ter como prioridade na
pagamento integral de todas as quantias devidas pelo infrator. contratação de sua mão-de-obra os cobradores e motoristas hoje
§ 3º - O valor da multa, prevista no inciso II deste artigo, será empregados no Sistema, conforme as condições que serão estabe-
atualizado periodicamente, nos termos da legislação municipal per- lecidas no instrumento convocatório de cada licitação.
tinente. Art. 43 - A fim de atender os ditames do inciso V do artigo 3º, o
§ 4º - A prestação do serviço de transporte coletivo de outros Poder Público incluirá nas delegações previstas no artigo 6º, a frota
municípios ou intermunicipal, nos limites do Município de São Pau- pública de troleibus.
lo e sem a sua devida autorização, estará sujeita às sanções previs- Art. 44 - Por ocasião da implantação do Sistema Integrado, pre-
tas neste artigo. visto nesta lei, serão selecionados, inicialmente, em procedimento
Art. 35 - Pelo não cumprimento das disposições constantes des- licitatório próprio e específico, 4.984 (quatro mil, novecentas e oi-
ta lei e das demais normas legais aplicáveis, bem como do contrato, tenta e quatro) pessoas físicas, operadores individuais, proprietá-
observado o disposto na Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, rios ou beneficiários únicos de arrendamento mercantil de veículos
serão aplicadas aos operadores do Sistema, as seguintes sanções: de transporte coletivo de passageiros, organizados ou não em co-
I - advertência escrita; operativas, nas delegações para a Operação no Subsistema Local.
II - multa contratual; I - Nas delegações, de que trata o “caput” deste artigo, para
III - apreensão do veículo; operação no Subsistema Local serão selecionados 942 (novecentos
IV - afastamento de funcionários; e quarenta e dois) operadores individuais para a prestação do servi-
V - intervenção, no caso de concessão; ço por meio de ônibus ou microônibus.
VI - rescisão do contrato; II - Nos termos do “caput” deste artigo, é autorizada a co-pro-
VII - declaração de caducidade da concessão. priedade do veículo de transporte coletivo de passageiros.
Parágrafo único - A aplicação das penalidades previstas neste III - Na hipótese do inciso anterior, é vedado ao co-proprietário
artigo será disciplinada por ato do Executivo e constará do edital de a co-propriedade de mais de um veículo de transporte coletivo de
licitação e do contrato. passageiros, e somente um dos dois proprietários será selecionado
e credenciado para a prestação do serviço.
CAPÍTULO VII IV - Ao operador individual selecionado e credenciado é facul-
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS tada a indicação de um único segundo motorista auxiliar, que não
poderá ser credenciado para mais de um veículo simultaneamente,
Art. 36 - Compete ao Poder Público editar os instrumentos nor- para a prestação do serviço.
mativos necessários à regulamentação desta lei. Parágrafo único - O número das delegações disposto neste arti-
Art. 37 - Com a finalidade de implantar novo modelo de orga- go estará limitado a 6000 (seis mil).
nização do Sistema de Transporte Coletivo Público de Passageiros, Art. 45 - As despesas decorrentes desta lei correrão por conta
fica o Poder Público autorizado a rescindir, total ou parcialmente, de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.
o contrato de concessão firmado com a São Paulo Transporte S.A, Art. 46 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,
com vigência até 30 de outubro de 2007, para prestar e explorar revogadas as disposições em contrário, em especial as Leis nºs
com exclusividade o Serviço Público de Transporte Coletivo de Pas- 11.037, de 25 de julho de 1991; 12.328, de 24 de abril de 1997;
sageiros no Município de São Paulo, revertendo-se os bens vincula- 12.893, de 28 de outubro de 1999; 10.950, de 24 de janeiro de
dos ao serviço. 1991; os incisos III e IV do artigo 2º da Lei n.º 11.851, de 10 de julho
Art. 38 - Durante a implantação do novo modelo de organiza- de 1995; 12.621, de 4 de maio de 1998; 13.099, de 08 de dezembro
ção do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, e até de 2000 e os Decretos nºs 29.945, de 25 de julho de 1991; 33.593,
sua conclusão, a São Paulo Transporte S.A. continuará prestando de 12 de agosto de 1993; os incisos III e IV do artigo 2º e seu pará-
seus serviços, executando as atribuições estabelecidas no seu es- grafo único, e artigo 6º, “caput”, e seu parágrafo único, do Decreto
tatuto social, bem como aquelas que lhe forem fixadas no contra- nº 36.885, de 28 de maio de 1997; e os Decretos nºs 37.021, de 26
to de prestação de serviço firmado com a Secretaria Municipal de de agosto de 1997; 38.663 e 38.664, ambos de 11 de novembro de
Transportes. 1999; 36.150, de 13 de junho de 1996; 36.407, de 18 de setembro
Art. 39 - Ficará a cargo da São Paulo Transporte S.A, com a parti- de 1996; 36.650, de 20 de dezembro de 1996; 36.929, de 19 de
cipação de representantes dos concessionários, a gestão financeira junho de 1997; 37.555, de 05 de agosto de 1998.
do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, prevista PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 12 de dezem-
no artigo 31 desta lei, até a criação da pessoa jurídica mencionada bro de 2001, 448º da fundação de São Paulo.
no referido dispositivo.
Parágrafo único - A São Paulo Transporte S.A. manterá contas
bancárias específicas, destinadas exclusivamente à gestão financei-
ra do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros.
Art. 40 - Até que seja instituído o órgão regulador mencionado
no artigo 30 desta lei, a Secretaria Municipal de Transportes execu-
tará as atribuições descritas no mesmo dispositivo.
Art. 41 - As atuais empresas operadoras continuarão executan-
do os serviços contratados, com base nos contratos de prestação
de serviços vigentes, até o advento final de seus prazos contratuais.

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LEGISLAÇÃO

I - documentos e informações estratégicos do negócio e demais


LEI DAS ESTATAIS (LEI FEDERAL Nº. 13.303/2016) relatórios e informações produzidos por força de acordo de acionis-
tas e de Lei considerados essenciais para a defesa de seus interesses
LEI Nº 13.303, DE 30 DE JUNHO DE 2016. na sociedade empresarial investida;
II - relatório de execução do orçamento e de realização de in-
Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da socie- vestimentos programados pela sociedade, inclusive quanto ao ali-
dade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, nhamento dos custos orçados e dos realizados com os custos de
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. mercado;
III - informe sobre execução da política de transações com par-
O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de tes relacionadas;
PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional IV - análise das condições de alavancagem financeira da socie-
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: dade;
V - avaliação de inversões financeiras e de processos relevantes
TÍTULO I de alienação de bens móveis e imóveis da sociedade;
DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS PÚBLICAS E ÀS SO- VI - relatório de risco das contratações para execução de obras,
CIEDADES DE ECONOMIA MISTA fornecimento de bens e prestação de serviços relevantes para os
interesses da investidora;
CAPÍTULO I VII - informe sobre execução de projetos relevantes para os in-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES teresses da investidora;
VIII - relatório de cumprimento, nos negócios da sociedade,
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa de condicionantes socioambientais estabelecidas pelos órgãos am-
pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, bientais;
abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de eco- IX - avaliação das necessidades de novos aportes na socieda-
nomia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- de e dos possíveis riscos de redução da rentabilidade esperada do
cípios que explore atividade econômica de produção ou comercia- negócio;
lização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade X - qualquer outro relatório, documento ou informação produ-
econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja zido pela sociedade empresarial investida considerado relevante
de prestação de serviços públicos. para o cumprimento do comando constante do caput .
§1º O Título I desta Lei, exceto o disposto nos arts. 2º, 3º, 4º, Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será
5º, 6º, 7º, 8º, 11, 12 e 27, não se aplica à empresa pública e à socie- exercida por meio de empresa pública, de sociedade de economia
dade de economia mista que tiver, em conjunto com suas respec- mista e de suas subsidiárias.
tivas subsidiárias, no exercício social anterior, receita operacional §1º A constituição de empresa pública ou de sociedade de eco-
bruta inferior a R$ 90.000.000,00 (noventa milhões de reais). nomia mista dependerá de prévia autorização legal que indique,
§2º O disposto nos Capítulos I e II do Título II desta Lei apli- de forma clara, relevante interesse coletivo ou imperativo de se-
ca-se inclusive à empresa pública dependente, definida nos termos gurança nacional, nos termos do caput do art. 173 da Constituição
do inciso III do art. 2º da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio Federal .
de 2000 , que explore atividade econômica, ainda que a atividade §2º Depende de autorização legislativa a criação de subsidiá-
econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja rias de empresa pública e de sociedade de economia mista, assim
de prestação de serviços públicos. como a participação de qualquer delas em empresa privada, cujo
§3º Os Poderes Executivos poderão editar atos que estabele- objeto social deve estar relacionado ao da investidora, nos termos
çam regras de governança destinadas às suas respectivas empresas do inciso XX do art. 37 da Constituição Federal .
públicas e sociedades de economia mista que se enquadrem na hi- §3º A autorização para participação em empresa privada pre-
pótese do §1º, observadas as diretrizes gerais desta Lei. vista no §2º não se aplica a operações de tesouraria, adjudicação de
§4º A não edição dos atos de que trata o §3º no prazo de 180 ações em garantia e participações autorizadas pelo Conselho de Ad-
(cento e oitenta) dias a partir da publicação desta Lei submete as ministração em linha com o plano de negócios da empresa pública,
respectivas empresas públicas e sociedades de economia mista às da sociedade de economia mista e de suas respectivas subsidiárias.
regras de governança previstas no Título I desta Lei. Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalida-
§5º Submetem-se ao regime previsto nesta Lei a empresa pú- de jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com
blica e a sociedade de economia mista que participem de consórcio, patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela
conforme disposto no art. 279 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
de 1976 , na condição de operadora. Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante per-
§6º Submete-se ao regime previsto nesta Lei a sociedade, in- maneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal
clusive a de propósito específico, que seja controlada por empresa ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a
pública ou sociedade de economia mista abrangidas no caput . participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno,
§7º Na participação em sociedade empresarial em que a em- bem como de entidades da administração indireta da União, dos
presa pública, a sociedade de economia mista e suas subsidiárias Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
não detenham o controle acionário, essas deverão adotar, no de-
ver de fiscalizar, práticas de governança e controle proporcionais
à relevância, à materialidade e aos riscos do negócio do qual são
partícipes, considerando, para esse fim:

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LEGISLAÇÃO

Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de V - elaboração de política de distribuição de dividendos, à luz
personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada do interesse público que justificou a criação da empresa pública ou
por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito da sociedade de economia mista;
a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito VI - divulgação, em nota explicativa às demonstrações finan-
Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. ceiras, dos dados operacionais e financeiros das atividades relacio-
§1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia nadas à consecução dos fins de interesse coletivo ou de segurança
mista tem os deveres e as responsabilidades do acionista contro- nacional;
lador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , VII - elaboração e divulgação da política de transações com par-
e deverá exercer o poder de controle no interesse da companhia, tes relacionadas, em conformidade com os requisitos de competi-
respeitado o interesse público que justificou sua criação. tividade, conformidade, transparência, equidade e comutatividade,
§2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de eco- que deverá ser revista, no mínimo, anualmente e aprovada pelo
nomia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliários sujei- Conselho de Administração;
ta-se às disposições da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976 . VIII - ampla divulgação, ao público em geral, de carta anual de
governança corporativa, que consolide em um único documento
CAPÍTULO II escrito, em linguagem clara e direta, as informações de que trata
DO REGIME SOCIETÁRIO DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIE- o inciso III;
DADE DE ECONOMIA MISTA IX - divulgação anual de relatório integrado ou de sustentabi-
lidade.
SEÇÃO I §1º O interesse público da empresa pública e da sociedade de
DAS NORMAS GERAIS economia mista, respeitadas as razões que motivaram a autoriza-
ção legislativa, manifesta-se por meio do alinhamento entre seus
Art. 5º A sociedade de economia mista será constituída sob a objetivos e aqueles de políticas públicas, na forma explicitada na
forma de sociedade anônima e, ressalvado o disposto nesta Lei, es- carta anual a que se refere o inciso I do caput .
tará sujeita ao regime previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro §2º Quaisquer obrigações e responsabilidades que a empresa
de 1976 . pública e a sociedade de economia mista que explorem atividade
Art. 6º O estatuto da empresa pública, da sociedade de eco- econômica assumam em condições distintas às de qualquer outra
nomia mista e de suas subsidiárias deverá observar regras de go- empresa do setor privado em que atuam deverão:
vernança corporativa, de transparência e de estruturas, práticas de I - estar claramente definidas em lei ou regulamento, bem
gestão de riscos e de controle interno, composição da administra- como previstas em contrato, convênio ou ajuste celebrado com o
ção e, havendo acionistas, mecanismos para sua proteção, todos ente público competente para estabelecê-las, observada a ampla
constantes desta Lei. publicidade desses instrumentos;
Art. 7º Aplicam-se a todas as empresas públicas, as sociedades II - ter seu custo e suas receitas discriminados e divulgados de
de economia mista de capital fechado e as suas subsidiárias as dis- forma transparente, inclusive no plano contábil.
posições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e as normas §3º Além das obrigações contidas neste artigo, as sociedades
da Comissão de Valores Mobiliários sobre escrituração e elaboração de economia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliá-
de demonstrações financeiras, inclusive a obrigatoriedade de audi- rios sujeitam-se ao regime informacional estabelecido por essa au-
toria independente por auditor registrado nesse órgão. tarquia e devem divulgar as informações previstas neste artigo na
Art. 8º As empresas públicas e as sociedades de economia mis- forma fixada em suas normas.
ta deverão observar, no mínimo, os seguintes requisitos de trans- §4º Os documentos resultantes do cumprimento dos requisi-
parência: tos de transparência constantes dos incisos I a IX do caput deverão
I - elaboração de carta anual, subscrita pelos membros do Con- ser publicamente divulgados na internet de forma permanente e
selho de Administração, com a explicitação dos compromissos de cumulativa.
consecução de objetivos de políticas públicas pela empresa públi- Art. 9º A empresa pública e a sociedade de economia mista
ca, pela sociedade de economia mista e por suas subsidiárias, em adotarão regras de estruturas e práticas de gestão de riscos e con-
atendimento ao interesse coletivo ou ao imperativo de segurança trole interno que abranjam:
nacional que justificou a autorização para suas respectivas criações, I - ação dos administradores e empregados, por meio da imple-
com definição clara dos recursos a serem empregados para esse mentação cotidiana de práticas de controle interno;
fim, bem como dos impactos econômico-financeiros da consecução II - área responsável pela verificação de cumprimento de obri-
desses objetivos, mensuráveis por meio de indicadores objetivos; gações e de gestão de riscos;
II - adequação de seu estatuto social à autorização legislativa III - auditoria interna e Comitê de Auditoria Estatutário.
de sua criação; §1º Deverá ser elaborado e divulgado Código de Conduta e In-
III - divulgação tempestiva e atualizada de informações relevan- tegridade, que disponha sobre:
tes, em especial as relativas a atividades desenvolvidas, estrutura I - princípios, valores e missão da empresa pública e da socie-
de controle, fatores de risco, dados econômico-financeiros, comen- dade de economia mista, bem como orientações sobre a prevenção
tários dos administradores sobre o desempenho, políticas e práticas de conflito de interesses e vedação de atos de corrupção e fraude;
de governança corporativa e descrição da composição e da remune- II - instâncias internas responsáveis pela atualização e aplicação
ração da administração; do Código de Conduta e Integridade;
IV - elaboração e divulgação de política de divulgação de in-
formações, em conformidade com a legislação em vigor e com as
melhores práticas;

58
LEGISLAÇÃO

III - canal de denúncias que possibilite o recebimento de de- I - constituição e funcionamento do Conselho de Administra-
núncias internas e externas relativas ao descumprimento do Código ção, observados o número mínimo de 7 (sete) e o número máximo
de Conduta e Integridade e das demais normas internas de ética e de 11 (onze) membros;
obrigacionais; II - requisitos específicos para o exercício do cargo de diretor,
IV - mecanismos de proteção que impeçam qualquer espécie observado o número mínimo de 3 (três) diretores;
de retaliação a pessoa que utilize o canal de denúncias; III - avaliação de desempenho, individual e coletiva, de perio-
V - sanções aplicáveis em caso de violação às regras do Código dicidade anual, dos administradores e dos membros de comitês,
de Conduta e Integridade; observados os seguintes quesitos mínimos:
VI - previsão de treinamento periódico, no mínimo anual, sobre a) exposição dos atos de gestão praticados, quanto à licitude e
Código de Conduta e Integridade, a empregados e administradores, à eficácia da ação administrativa;
e sobre a política de gestão de riscos, a administradores. b) contribuição para o resultado do exercício;
§2º A área responsável pela verificação de cumprimento de c) consecução dos objetivos estabelecidos no plano de negó-
obrigações e de gestão de riscos deverá ser vinculada ao diretor- cios e atendimento à estratégia de longo prazo;
-presidente e liderada por diretor estatutário, devendo o estatuto IV - constituição e funcionamento do Conselho Fiscal, que exer-
social prever as atribuições da área, bem como estabelecer meca- cerá suas atribuições de modo permanente;
nismos que assegurem atuação independente. V - constituição e funcionamento do Comitê de Auditoria Es-
§3º A auditoria interna deverá: tatutário;
I - ser vinculada ao Conselho de Administração, diretamente ou VI - prazo de gestão dos membros do Conselho de Administra-
por meio do Comitê de Auditoria Estatutário; ção e dos indicados para o cargo de diretor, que será unificado e
II - ser responsável por aferir a adequação do controle inter- não superior a 2 (dois) anos, sendo permitidas, no máximo, 3 (três)
no, a efetividade do gerenciamento dos riscos e dos processos de reconduções consecutivas;
governança e a confiabilidade do processo de coleta, mensuração, VII – (VETADO);
classificação, acumulação, registro e divulgação de eventos e tran- VIII - prazo de gestão dos membros do Conselho Fiscal não su-
sações, visando ao preparo de demonstrações financeiras. perior a 2 (dois) anos, permitidas 2 (duas) reconduções consecuti-
§4º O estatuto social deverá prever, ainda, a possibilidade de vas.
que a área de compliance se reporte diretamente ao Conselho de SEÇÃO II
Administração em situações em que se suspeite do envolvimento DO ACIONISTA CONTROLADOR
do diretor-presidente em irregularidades ou quando este se furtar
à obrigação de adotar medidas necessárias em relação à situação a Art. 14. O acionista controlador da empresa pública e da socie-
ele relatada. dade de economia mista deverá:
Art. 10. A empresa pública e a sociedade de economia mista I - fazer constar do Código de Conduta e Integridade, aplicável
deverão criar comitê estatutário para verificar a conformidade do à alta administração, a vedação à divulgação, sem autorização do
processo de indicação e de avaliação de membros para o Conselho órgão competente da empresa pública ou da sociedade de econo-
de Administração e para o Conselho Fiscal, com competência para mia mista, de informação que possa causar impacto na cotação dos
auxiliar o acionista controlador na indicação desses membros. títulos da empresa pública ou da sociedade de economia mista e
Parágrafo único. Devem ser divulgadas as atas das reuniões do em suas relações com o mercado ou com consumidores e forne-
comitê estatutário referido no caput realizadas com o fim de verifi- cedores;
car o cumprimento, pelos membros indicados, dos requisitos defi- II - preservar a independência do Conselho de Administração
nidos na política de indicação, devendo ser registradas as eventuais no exercício de suas funções;
manifestações divergentes de conselheiros. III - observar a política de indicação na escolha dos administra-
Art. 11. A empresa pública não poderá: dores e membros do Conselho Fiscal.
I - lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários, Art. 15. O acionista controlador da empresa pública e da so-
conversíveis em ações; ciedade de economia mista responderá pelos atos praticados com
II - emitir partes beneficiárias. abuso de poder, nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
Art. 12. A empresa pública e a sociedade de economia mista 1976 .
deverão: §1º A ação de reparação poderá ser proposta pela socieda-
I - divulgar toda e qualquer forma de remuneração dos admi- de, nos termos do art. 246 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de
nistradores; 1976 , pelo terceiro prejudicado ou pelos demais sócios, indepen-
II - adequar constantemente suas práticas ao Código de Con- dentemente de autorização da assembleia-geral de acionistas.
duta e Integridade e a outras regras de boa prática de governança §2º Prescreve em 6 (seis) anos, contados da data da prática do
corporativa, na forma estabelecida na regulamentação desta Lei. ato abusivo, a ação a que se refere o §1º.
Parágrafo único. A sociedade de economia mista poderá solu-
cionar, mediante arbitragem, as divergências entre acionistas e a SEÇÃO III
sociedade, ou entre acionistas controladores e acionistas minoritá- DO ADMINISTRADOR
rios, nos termos previstos em seu estatuto social.
Art. 13. A lei que autorizar a criação da empresa pública e da Art. 16. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, o administrador de
sociedade de economia mista deverá dispor sobre as diretrizes e empresa pública e de sociedade de economia mista é submetido
restrições a serem consideradas na elaboração do estatuto da com- às normas previstas na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 .
panhia, em especial sobre:

59
LEGISLAÇÃO

Parágrafo único. Consideram-se administradores da empresa V - de pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de con-
pública e da sociedade de economia mista os membros do Conse- flito de interesse com a pessoa político-administrativa controladora
lho de Administração e da diretoria. da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a
Art. 17. Os membros do Conselho de Administração e os indi- própria empresa ou sociedade.
cados para os cargos de diretor, inclusive presidente, diretor-geral §3º A vedação prevista no inciso I do §2º estende-se também
e diretor-presidente, serão escolhidos entre cidadãos de reputação aos parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau das pesso-
ilibada e de notório conhecimento, devendo ser atendidos, alterna- as nele mencionadas.
tivamente, um dos requisitos das alíneas “a”, “b” e “c” do inciso I e, §4º Os administradores eleitos devem participar, na posse e
cumulativamente, os requisitos dos incisos II e III: anualmente, de treinamentos específicos sobre legislação societá-
I - ter experiência profissional de, no mínimo: ria e de mercado de capitais, divulgação de informações, controle
a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, na área de atu- interno, código de conduta, a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013
ação da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou (Lei Anticorrupção), e demais temas relacionados às atividades da
em área conexa àquela para a qual forem indicados em função de empresa pública ou da sociedade de economia mista.
direção superior; ou §5º Os requisitos previstos no inciso I do caput poderão ser dis-
b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes car- pensados no caso de indicação de empregado da empresa pública
gos: ou da sociedade de economia mista para cargo de administrador ou
1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa de porte como membro de comitê, desde que atendidos os seguintes quesi-
ou objeto social semelhante ao da empresa pública ou da socieda- tos mínimos:
de de economia mista, entendendo-se como cargo de chefia supe- I - o empregado tenha ingressado na empresa pública ou na so-
rior aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos não estatutários ciedade de economia mista por meio de concurso público de provas
mais altos da empresa; ou de provas e títulos;
2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a II - o empregado tenha mais de 10 (dez) anos de trabalho efeti-
DAS-4 ou superior, no setor público; vo na empresa pública ou na sociedade de economia mista;
3. cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atuação da III - o empregado tenha ocupado cargo na gestão superior da
empresa pública ou da sociedade de economia mista; empresa pública ou da sociedade de economia mista, comprovan-
c) 4 (quatro) anos de experiência como profissional liberal em do sua capacidade para assumir as responsabilidades dos cargos de
atividade direta ou indiretamente vinculada à área de atuação da que trata o caput .
empresa pública ou sociedade de economia mista;
II - ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual SEÇÃO IV
foi indicado; e DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
III - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas
nas alíneas do inciso I do caput do art. 1º da Lei Complementar nº Art. 18. Sem prejuízo das competências previstas no art. 142 da
64, de 18 de maio de 1990 , com as alterações introduzidas pela Lei Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , e das demais atribuições
Complementar nº 135, de 4 de junho de 2010. previstas nesta Lei, compete ao Conselho de Administração:
§1º O estatuto da empresa pública, da sociedade de economia I - discutir, aprovar e monitorar decisões envolvendo práticas
mista e de suas subsidiárias poderá dispor sobre a contratação de de governança corporativa, relacionamento com partes interessa-
seguro de responsabilidade civil pelos administradores. das, política de gestão de pessoas e código de conduta dos agentes;
§2º É vedada a indicação, para o Conselho de Administração e II - implementar e supervisionar os sistemas de gestão de riscos
para a diretoria: e de controle interno estabelecidos para a prevenção e mitigação
I - de representante do órgão regulador ao qual a empresa pú- dos principais riscos a que está exposta a empresa pública ou a so-
blica ou a sociedade de economia mista está sujeita, de Ministro ciedade de economia mista, inclusive os riscos relacionados à inte-
de Estado, de Secretário de Estado, de Secretário Municipal, de gridade das informações contábeis e financeiras e os relacionados à
titular de cargo, sem vínculo permanente com o serviço público, ocorrência de corrupção e fraude;
de natureza especial ou de direção e assessoramento superior na III - estabelecer política de porta-vozes visando a eliminar risco
administração pública, de dirigente estatutário de partido político de contradição entre informações de diversas áreas e as dos execu-
e de titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da tivos da empresa pública ou da sociedade de economia mista;
federação, ainda que licenciados do cargo; IV - avaliar os diretores da empresa pública ou da sociedade de
II - de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, economia mista, nos termos do inciso III do art. 13, podendo con-
como participante de estrutura decisória de partido político ou em tar com apoio metodológico e procedimental do comitê estatutário
trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de cam- referido no art. 10.
panha eleitoral; Art. 19. É garantida a participação, no Conselho de Adminis-
III - de pessoa que exerça cargo em organização sindical; tração, de representante dos empregados e dos acionistas mino-
IV - de pessoa que tenha firmado contrato ou parceria, como ritários.
fornecedor ou comprador, demandante ou ofertante, de bens ou §1º As normas previstas na Lei nº 12.353, de 28 de dezembro
serviços de qualquer natureza, com a pessoa político-administrati- de 2010 , aplicam-se à participação de empregados no Conselho de
va controladora da empresa pública ou da sociedade de economia Administração da empresa pública, da sociedade de economia mis-
mista ou com a própria empresa ou sociedade em período inferior ta e de suas subsidiárias e controladas e das demais empresas em
a 3 (três) anos antes da data de nomeação; que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital
social com direito a voto.

60
LEGISLAÇÃO

§2º É assegurado aos acionistas minoritários o direito de eleger §5º (VETADO).


1 (um) conselheiro, se maior número não lhes couber pelo processo SEÇÃO VI
de voto múltiplo previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de DA DIRETORIA
1976 .
Art. 20. É vedada a participação remunerada de membros da Art. 23. É condição para investidura em cargo de diretoria da
administração pública, direta ou indireta, em mais de 2 (dois) con- empresa pública e da sociedade de economia mista a assunção de
selhos, de administração ou fiscal, de empresa pública, de socieda- compromisso com metas e resultados específicos a serem alcança-
de de economia mista ou de suas subsidiárias. dos, que deverá ser aprovado pelo Conselho de Administração, a
Art. 21. (VETADO). quem incumbe fiscalizar seu cumprimento.
Parágrafo único. (VETADO). §1º Sem prejuízo do disposto no caput , a diretoria deverá
apresentar, até a última reunião ordinária do Conselho de Adminis-
SEÇÃO V tração do ano anterior, a quem compete sua aprovação:
DO MEMBRO INDEPENDENTE DO CONSELHO DE I - plano de negócios para o exercício anual seguinte;
ADMINISTRAÇÃO II - estratégia de longo prazo atualizada com análise de riscos e
oportunidades para, no mínimo, os próximos 5 (cinco) anos.
Art. 22. O Conselho de Administração deve ser composto, no §2º Compete ao Conselho de Administração, sob pena de seus
mínimo, por 25% (vinte e cinco por cento) de membros indepen- integrantes responderem por omissão, promover anualmente aná-
dentes ou por pelo menos 1 (um), caso haja decisão pelo exercício lise de atendimento das metas e resultados na execução do plano
da faculdade do voto múltiplo pelos acionistas minoritários, nos de negócios e da estratégia de longo prazo, devendo publicar suas
termos do art. 141 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 . conclusões e informá-las ao Congresso Nacional, às Assembleias
§1º O conselheiro independente caracteriza-se por: Legislativas, à Câmara Legislativa do Distrito Federal ou às Câmaras
I - não ter qualquer vínculo com a empresa pública ou a socie- Municipais e aos respectivos tribunais de contas, quando houver.
dade de economia mista, exceto participação de capital; §3º Excluem-se da obrigação de publicação a que se refere o
II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o ter- §2º as informações de natureza estratégica cuja divulgação possa
ceiro grau ou por adoção, de chefe do Poder Executivo, de Ministro ser comprovadamente prejudicial ao interesse da empresa pública
de Estado, de Secretário de Estado ou Município ou de administra- ou da sociedade de economia mista.
dor da empresa pública ou da sociedade de economia mista;
III - não ter mantido, nos últimos 3 (três) anos, vínculo de qual- SEÇÃO VII
quer natureza com a empresa pública, a sociedade de economia DO COMITÊ DE AUDITORIA ESTATUTÁRIO
mista ou seus controladores, que possa vir a comprometer sua in-
dependência; Art. 24. A empresa pública e a sociedade de economia mista
IV - não ser ou não ter sido, nos últimos 3 (três) anos, emprega- deverão possuir em sua estrutura societária Comitê de Auditoria
do ou diretor da empresa pública, da sociedade de economia mis- Estatutário como órgão auxiliar do Conselho de Administração, ao
ta ou de sociedade controlada, coligada ou subsidiária da empresa qual se reportará diretamente.
pública ou da sociedade de economia mista, exceto se o vínculo §1º Competirá ao Comitê de Auditoria Estatutário, sem prejuí-
for exclusivamente com instituições públicas de ensino ou pesquisa; zo de outras competências previstas no estatuto da empresa públi-
V - não ser fornecedor ou comprador, direto ou indireto, de ca ou da sociedade de economia mista:
serviços ou produtos da empresa pública ou da sociedade de eco- I - opinar sobre a contratação e destituição de auditor inde-
nomia mista, de modo a implicar perda de independência; pendente;
VI - não ser funcionário ou administrador de sociedade ou enti- II - supervisionar as atividades dos auditores independentes,
dade que esteja oferecendo ou demandando serviços ou produtos avaliando sua independência, a qualidade dos serviços prestados
à empresa pública ou à sociedade de economia mista, de modo a e a adequação de tais serviços às necessidades da empresa pública
implicar perda de independência; ou da sociedade de economia mista;
VII - não receber outra remuneração da empresa pública ou III - supervisionar as atividades desenvolvidas nas áreas de con-
da sociedade de economia mista além daquela relativa ao cargo de trole interno, de auditoria interna e de elaboração das demonstra-
conselheiro, à exceção de proventos em dinheiro oriundos de par- ções financeiras da empresa pública ou da sociedade de economia
ticipação no capital. mista;
§2º Quando, em decorrência da observância do percentual IV - monitorar a qualidade e a integridade dos mecanismos de
mencionado no caput , resultar número fracionário de conselhei- controle interno, das demonstrações financeiras e das informações
ros, proceder-se-á ao arredondamento para o número inteiro: e medições divulgadas pela empresa pública ou pela sociedade de
I - imediatamente superior, quando a fração for igual ou supe- economia mista;
rior a 0,5 (cinco décimos); V - avaliar e monitorar exposições de risco da empresa públi-
II - imediatamente inferior, quando a fração for inferior a 0,5 ca ou da sociedade de economia mista, podendo requerer, entre
(cinco décimos). outras, informações detalhadas sobre políticas e procedimentos
§3º Não serão consideradas, para o cômputo das vagas desti- referentes a:
nadas a membros independentes, aquelas ocupadas pelos conse- a) remuneração da administração;
lheiros eleitos por empregados, nos termos do §1º do art. 19. b) utilização de ativos da empresa pública ou da sociedade de
§4º Serão consideradas, para o cômputo das vagas destinadas economia mista;
a membros independentes, aquelas ocupadas pelos conselheiros c) gastos incorridos em nome da empresa pública ou da socie-
eleitos por acionistas minoritários, nos termos do §2º do art. 19. dade de economia mista;

61
LEGISLAÇÃO

VI - avaliar e monitorar, em conjunto com a administração e a IV - não ser ou ter sido ocupante de cargo público efetivo, ain-
área de auditoria interna, a adequação das transações com partes da que licenciado, ou de cargo em comissão da pessoa jurídica de
relacionadas; direito público que exerça o controle acionário da empresa pública
VII - elaborar relatório anual com informações sobre as ativi- ou sociedade de economia mista, nos 12 (doze) meses anteriores à
dades, os resultados, as conclusões e as recomendações do Comi- nomeação para o Comitê de Auditoria Estatutário.
tê de Auditoria Estatutário, registrando, se houver, as divergências §2º Ao menos 1 (um) dos membros do Comitê de Auditoria
significativas entre administração, auditoria independente e Comitê Estatutário deve ter reconhecida experiência em assuntos de con-
de Auditoria Estatutário em relação às demonstrações financeiras; tabilidade societária.
VIII - avaliar a razoabilidade dos parâmetros em que se funda- §3º O atendimento às previsões deste artigo deve ser com-
mentam os cálculos atuariais, bem como o resultado atuarial dos provado por meio de documentação mantida na sede da empresa
planos de benefícios mantidos pelo fundo de pensão, quando a em- pública ou sociedade de economia mista pelo prazo mínimo de 5
presa pública ou a sociedade de economia mista for patrocinadora (cinco) anos, contado a partir do último dia de mandato do membro
de entidade fechada de previdência complementar. do Comitê de Auditoria Estatutário.
§2º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir meios
para receber denúncias, inclusive sigilosas, internas e externas à SEÇÃO VIII
empresa pública ou à sociedade de economia mista, em matérias DO CONSELHO FISCAL
relacionadas ao escopo de suas atividades.
§3º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá se reunir quando Art. 26. Além das normas previstas nesta Lei, aplicam-se aos
necessário, no mínimo bimestralmente, de modo que as informa- membros do Conselho Fiscal da empresa pública e da sociedade de
ções contábeis sejam sempre apreciadas antes de sua divulgação. economia mista as disposições previstas na Lei nº 6.404, de 15 de
§4º A empresa pública e a sociedade de economia mista de- dezembro de 1976 , relativas a seus poderes, deveres e responsa-
verão divulgar as atas das reuniões do Comitê de Auditoria Estatu- bilidades, a requisitos e impedimentos para investidura e a remu-
tário. neração, além de outras disposições estabelecidas na referida Lei.
§5º Caso o Conselho de Administração considere que a divul- §1º Podem ser membros do Conselho Fiscal pessoas naturais,
gação da ata possa pôr em risco interesse legítimo da empresa pú- residentes no País, com formação acadêmica compatível com o
blica ou da sociedade de economia mista, a empresa pública ou a exercício da função e que tenham exercido, por prazo mínimo de 3
sociedade de economia mista divulgará apenas o extrato das atas. (três) anos, cargo de direção ou assessoramento na administração
§6º A restrição prevista no §5º não será oponível aos órgãos de pública ou cargo de conselheiro fiscal ou administrador em empre-
controle, que terão total e irrestrito acesso ao conteúdo das atas sa.
do Comitê de Auditoria Estatutário, observada a transferência de §2º O Conselho Fiscal contará com pelo menos 1 (um) mem-
sigilo. bro indicado pelo ente controlador, que deverá ser servidor público
§7º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir auto- com vínculo permanente com a administração pública.
nomia operacional e dotação orçamentária, anual ou por projeto,
dentro de limites aprovados pelo Conselho de Administração, para CAPÍTULO III
conduzir ou determinar a realização de consultas, avaliações e in- DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIEDADE
vestigações dentro do escopo de suas atividades, inclusive com a DE ECONOMIA MISTA
contratação e utilização de especialistas externos independentes.
Art. 25. O Comitê de Auditoria Estatutário será integrado por, Art. 27. A empresa pública e a sociedade de economia mista te-
no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, em sua maio- rão a função social de realização do interesse coletivo ou de atendi-
ria independentes. mento a imperativo da segurança nacional expressa no instrumento
§1º São condições mínimas para integrar o Comitê de Auditoria de autorização legal para a sua criação.
Estatutário: §1º A realização do interesse coletivo de que trata este artigo
I - não ser ou ter sido, nos 12 (doze) meses anteriores à nome- deverá ser orientada para o alcance do bem-estar econômico e para
ação para o Comitê: a alocação socialmente eficiente dos recursos geridos pela empre-
a) diretor, empregado ou membro do conselho fiscal da empre- sa pública e pela sociedade de economia mista, bem como para o
sa pública ou sociedade de economia mista ou de sua controladora, seguinte:
controlada, coligada ou sociedade em controle comum, direta ou I - ampliação economicamente sustentada do acesso de consu-
indireta; midores aos produtos e serviços da empresa pública ou da socieda-
b) responsável técnico, diretor, gerente, supervisor ou qual- de de economia mista;
quer outro integrante com função de gerência de equipe envolvi- II - desenvolvimento ou emprego de tecnologia brasileira para
da nos trabalhos de auditoria na empresa pública ou sociedade de produção e oferta de produtos e serviços da empresa pública ou da
economia mista; sociedade de economia mista, sempre de maneira economicamen-
II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o te justificada.
segundo grau ou por adoção, das pessoas referidas no inciso I; §2º A empresa pública e a sociedade de economia mista de-
III - não receber qualquer outro tipo de remuneração da em- verão, nos termos da lei, adotar práticas de sustentabilidade am-
presa pública ou sociedade de economia mista ou de sua controla- biental e de responsabilidade social corporativa compatíveis com o
dora, controlada, coligada ou sociedade em controle comum, direta mercado em que atuam.
ou indireta, que não seja aquela relativa à função de integrante do §3º A empresa pública e a sociedade de economia mista po-
Comitê de Auditoria Estatutário; derão celebrar convênio ou contrato de patrocínio com pessoa fí-
sica ou com pessoa jurídica para promoção de atividades culturais,

62
LEGISLAÇÃO

sociais, esportivas, educacionais e de inovação tecnológica, desde II - para outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00
que comprovadamente vinculadas ao fortalecimento de sua marca, (cinquenta mil reais) e para alienações, nos casos previstos nesta
observando-se, no que couber, as normas de licitação e contratos Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço,
desta Lei. compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizado de uma
só vez;
TÍTULO II III - quando não acudirem interessados à licitação anterior e
DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS PÚBLICAS, ÀS SOCIE- essa, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para
DADES DE ECONOMIA MISTA E ÀS SUAS SUBSIDIÁRIAS QUE a empresa pública ou a sociedade de economia mista, bem como
EXPLOREM ATIVIDADE ECONÔMICA DE PRODUÇÃO OU CO- para suas respectivas subsidiárias, desde que mantidas as condi-
MERCIALIZAÇÃO DE BENS OU DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, ções preestabelecidas;
AINDA QUE A ATIVIDADE ECONÔMICA ESTEJA SUJEITA AO IV - quando as propostas apresentadas consignarem preços
REGIME DE MONOPÓLIO DA UNIÃO OU SEJA DE PRESTAÇÃO manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional ou
DE SERVIÇOS PÚBLICOS. incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes;
V - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi-
CAPÍTULO I mento de suas finalidades precípuas, quando as necessidades de
DAS LICITAÇÕES instalação e localização condicionarem a escolha do imóvel, desde
que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo ava-
SEÇÃO I liação prévia;
DA EXIGÊNCIA DE LICITAÇÃO E DOS CASOS DE DISPENSA E DE VI - na contratação de remanescente de obra, de serviço ou de
INEXIGIBILIDADE fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que
atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as
Art. 28. Os contratos com terceiros destinados à prestação de mesmas condições do contrato encerrado por rescisão ou distrato,
serviços às empresas públicas e às sociedades de economia mista, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação VII - na contratação de instituição brasileira incumbida regi-
de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do respectivo pa- mental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desen-
trimônio ou à execução de obras a serem integradas a esse patri- volvimento institucional ou de instituição dedicada à recuperação
mônio, bem como à implementação de ônus real sobre tais bens, social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável
serão precedidos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas as reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
hipóteses previstas nos arts. 29 e 30. VIII - para a aquisição de componentes ou peças de origem na-
§1º Aplicam-se às licitações das empresas públicas e das socie- cional ou estrangeira necessários à manutenção de equipamentos
dades de economia mista as disposições constantes dos arts. 42 a durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original
49 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 . desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for in-
§2º O convênio ou contrato de patrocínio celebrado com pes- dispensável para a vigência da garantia;
soas físicas ou jurídicas de que trata o §3º do art. 27 observará, no IX - na contratação de associação de pessoas com deficiência
que couber, as normas de licitação e contratos desta Lei. física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, para a pres-
§3º São as empresas públicas e as sociedades de economia tação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o
mista dispensadas da observância dos dispositivos deste Capítulo preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
nas seguintes situações: X - na contratação de concessionário, permissionário ou auto-
I - comercialização, prestação ou execução, de forma direta, rizado para fornecimento ou suprimento de energia elétrica ou gás
pelas empresas mencionadas no caput , de produtos, serviços ou natural e de outras prestadoras de serviço público, segundo as nor-
obras especificamente relacionados com seus respectivos objetos mas da legislação específica, desde que o objeto do contrato tenha
sociais; pertinência com o serviço público.
II - nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a XI - nas contratações entre empresas públicas ou sociedades de
suas características particulares, vinculada a oportunidades de ne- economia mista e suas respectivas subsidiárias, para aquisição ou
gócio definidas e específicas, justificada a inviabilidade de procedi- alienação de bens e prestação ou obtenção de serviços, desde que
mento competitivo. os preços sejam compatíveis com os praticados no mercado e que
§4º Consideram-se oportunidades de negócio a que se refe- o objeto do contrato tenha relação com a atividade da contratada
re o inciso II do §3º a formação e a extinção de parcerias e outras prevista em seu estatuto social;
formas associativas, societárias ou contratuais, a aquisição e a alie- XII - na contratação de coleta, processamento e comerciali-
nação de participação em sociedades e outras formas associativas, zação de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em
societárias ou contratuais e as operações realizadas no âmbito do áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associa-
mercado de capitais, respeitada a regulação pelo respectivo órgão ções ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas
competente. de baixa renda que tenham como ocupação econômica a coleta de
Art. 29. É dispensável a realização de licitação por empresas materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com
públicas e sociedades de economia mista: as normas técnicas, ambientais e de saúde pública;
I - para obras e serviços de engenharia de valor até R$ XIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou
100.000,00 (cem mil reais), desde que não se refiram a parcelas de prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexi-
uma mesma obra ou serviço ou ainda a obras e serviços de mesma dade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e especialmente designada pelo dirigente máximo da empresa públi-
concomitantemente; ca ou da sociedade de economia mista;

63
LEGISLAÇÃO

XIV - nas contratações visando ao cumprimento do disposto cionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é
nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação
2004 , observados os princípios gerais de contratação dela cons- do objeto do contrato.
tantes; §2º Na hipótese do caput e em qualquer dos casos de dispen-
XV - em situações de emergência, quando caracterizada ur- sa, se comprovado, pelo órgão de controle externo, sobrepreço ou
gência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipa- quem houver decidido pela contratação direta e o fornecedor ou o
mentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os prestador de serviços.
bens necessários ao atendimento da situação emergencial e para §3º O processo de contratação direta será instruído, no que
as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo couber, com os seguintes elementos:
máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que
contado da ocorrência da emergência, vedada a prorrogação dos justifique a dispensa, quando for o caso;
respectivos contratos, observado o disposto no §2º ; II - razão da escolha do fornecedor ou do executante;
XVI - na transferência de bens a órgãos e entidades da adminis- III - justificativa do preço.
tração pública, inclusive quando efetivada mediante permuta;
XVII - na doação de bens móveis para fins e usos de interesse SEÇÃO II
social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socio- DISPOSIÇÕES DE CARÁTER GERAL SOBRE LICITAÇÕES
econômica relativamente à escolha de outra forma de alienação; E CONTRATOS
XVIII - na compra e venda de ações, de títulos de crédito e de
dívida e de bens que produzam ou comercializem. (Vide ADIN Art. 31. As licitações realizadas e os contratos celebrados por
5624) (Vide ADIN 5846)(Vide ADIN 5924)(Vide ADIN 6029) empresas públicas e sociedades de economia mista destinam-se a
§1º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação assegurar a seleção da proposta mais vantajosa, inclusive no que
nos termos do inciso VI do caput , a empresa pública e a sociedade se refere ao ciclo de vida do objeto, e a evitar operações em que
de economia mista poderão convocar os licitantes remanescentes, se caracterize sobrepreço ou superfaturamento, devendo observar
na ordem de classificação, para a celebração do contrato nas condi- os princípios da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
ções ofertadas por estes, desde que o respectivo valor seja igual ou publicidade, da eficiência, da probidade administrativa, da econo-
inferior ao orçamento estimado para a contratação, inclusive quan- micidade, do desenvolvimento nacional sustentável, da vinculação
to aos preços atualizados nos termos do instrumento convocatório. ao instrumento convocatório, da obtenção de competitividade e do
§2º A contratação direta com base no inciso XV do caput não julgamento objetivo.
dispensará a responsabilização de quem, por ação ou omissão, te- §1º Para os fins do disposto no caput , considera-se que há:
nha dado causa ao motivo ali descrito, inclusive no tocante ao dis- I - sobrepreço quando os preços orçados para a licitação ou os
posto na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 . preços contratados são expressivamente superiores aos preços re-
§3º Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput podem ferenciais de mercado, podendo referir-se ao valor unitário de um
ser alterados, para refletir a variação de custos, por deliberação item, se a licitação ou a contratação for por preços unitários de ser-
do Conselho de Administração da empresa pública ou sociedade viço, ou ao valor global do objeto, se a licitação ou a contratação for
de economia mista, admitindo-se valores diferenciados para cada por preço global ou por empreitada;
sociedade. II - superfaturamento quando houver dano ao patrimônio da
Art. 30. A contratação direta será feita quando houver inviabili- empresa pública ou da sociedade de economia mista caracterizado,
dade de competição, em especial na hipótese de: por exemplo:
I - aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só a) pela medição de quantidades superiores às efetivamente
possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante co- executadas ou fornecidas;
mercial exclusivo; b) pela deficiência na execução de obras e serviços de enge-
II - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados, nharia que resulte em diminuição da qualidade, da vida útil ou da
com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a segurança;
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação: c) por alterações no orçamento de obras e de serviços de enge-
a) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou exe- nharia que causem o desequilíbrio econômico-financeiro do contra-
cutivos; to em favor do contratado;
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; d) por outras alterações de cláusulas financeiras que gerem
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras recebimentos contratuais antecipados, distorção do cronograma
ou tributárias; físico-financeiro, prorrogação injustificada do prazo contratual com
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser- custos adicionais para a empresa pública ou a sociedade de econo-
viços; mia mista ou reajuste irregular de preços.
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; §2º O orçamento de referência do custo global de obras e servi-
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; ços de engenharia deverá ser obtido a partir de custos unitários de
g) restauração de obras de arte e bens de valor histórico. insumos ou serviços menores ou iguais à mediana de seus corres-
§1º Considera-se de notória especialização o profissional ou a pondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente Construção Civil (Sinapi), no caso de construção civil em geral, ou no
de desempenho anterior, estudos, experiência, publicações, orga- Sistema de Custos Referenciais de Obras (Sicro), no caso de obras
nização, aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos rela- e serviços rodoviários, devendo ser observadas as peculiaridades
geográficas.

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LEGISLAÇÃO

§3º No caso de inviabilidade da definição dos custos consoante §2º A contratação a ser celebrada por empresa pública ou so-
o disposto no §2º, a estimativa de custo global poderá ser apurada ciedade de economia mista da qual decorra impacto negativo so-
por meio da utilização de dados contidos em tabela de referência bre bens do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e imaterial
formalmente aprovada por órgãos ou entidades da administração tombados dependerá de autorização da esfera de governo encar-
pública federal, em publicações técnicas especializadas, em banco regada da proteção do respectivo patrimônio, devendo o impacto
de dados e sistema específico instituído para o setor ou em pesqui- ser compensado por meio de medidas determinadas pelo dirigente
sa de mercado. máximo da empresa pública ou sociedade de economia mista, na
§4º A empresa pública e a sociedade de economia mista po- forma da legislação aplicável.
derão adotar procedimento de manifestação de interesse privado §3º As licitações na modalidade de pregão, na forma eletrôni-
para o recebimento de propostas e projetos de empreendimentos ca, deverão ser realizadas exclusivamente em portais de compras
com vistas a atender necessidades previamente identificadas, ca- de acesso público na internet.
bendo a regulamento a definição de suas regras específicas. §4º Nas licitações com etapa de lances, a empresa pública ou
§5º Na hipótese a que se refere o §4º, o autor ou financiador sociedade de economia mista disponibilizará ferramentas eletrôni-
do projeto poderá participar da licitação para a execução do em- cas para envio de lances pelos licitantes.
preendimento, podendo ser ressarcido pelos custos aprovados pela Art. 33. O objeto da licitação e do contrato dela decorrente será
empresa pública ou sociedade de economia mista caso não vença definido de forma sucinta e clara no instrumento convocatório.
o certame, desde que seja promovida a cessão de direitos de que Art. 34. O valor estimado do contrato a ser celebrado pela em-
trata o art. 80. presa pública ou pela sociedade de economia mista será sigiloso,
Art. 32. Nas licitações e contratos de que trata esta Lei serão facultando-se à contratante, mediante justificação na fase de pre-
observadas as seguintes diretrizes: paração prevista no inciso I do art. 51 desta Lei, conferir publicidade
I - padronização do objeto da contratação, dos instrumentos ao valor estimado do objeto da licitação, sem prejuízo da divulgação
convocatórios e das minutas de contratos, de acordo com normas do detalhamento dos quantitativos e das demais informações ne-
internas específicas; cessárias para a elaboração das propostas.
II - busca da maior vantagem competitiva para a empresa públi- §1º Na hipótese em que for adotado o critério de julgamento
ca ou sociedade de economia mista, considerando custos e benefí- por maior desconto, a informação de que trata o caput deste artigo
cios, diretos e indiretos, de natureza econômica, social ou ambien- constará do instrumento convocatório.
tal, inclusive os relativos à manutenção, ao desfazimento de bens e §2º No caso de julgamento por melhor técnica, o valor do prê-
resíduos, ao índice de depreciação econômica e a outros fatores de mio ou da remuneração será incluído no instrumento convocatório.
igual relevância; §3º A informação relativa ao valor estimado do objeto da lici-
III - parcelamento do objeto, visando a ampliar a participação tação, ainda que tenha caráter sigiloso, será disponibilizada a ór-
de licitantes, sem perda de economia de escala, e desde que não gãos de controle externo e interno, devendo a empresa pública ou
atinja valores inferiores aos limites estabelecidos no art. 29, incisos a sociedade de economia mista registrar em documento formal sua
I e II; disponibilização aos órgãos de controle, sempre que solicitado.
IV - adoção preferencial da modalidade de licitação denomina- §4º (VETADO).
da pregão, instituída pela Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002 , Art. 35. Observado o disposto no art. 34, o conteúdo da pro-
para a aquisição de bens e serviços comuns, assim considerados posta, quando adotado o modo de disputa fechado e até sua aber-
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser ob- tura, os atos e os procedimentos praticados em decorrência desta
jetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usu- Lei submetem-se à legislação que regula o acesso dos cidadãos às
ais no mercado; informações detidas pela administração pública, particularmente
V - observação da política de integridade nas transações com aos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 .
partes interessadas. Art. 36. A empresa pública e a sociedade de economia mista
§1º As licitações e os contratos disciplinados por esta Lei de- poderão promover a pré-qualificação de seus fornecedores ou pro-
vem respeitar, especialmente, as normas relativas à: dutos, nos termos do art. 64.
I - disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só- Art. 37. A empresa pública e a sociedade de economia mista
lidos gerados pelas obras contratadas; deverão informar os dados relativos às sanções por elas aplicadas
II - mitigação dos danos ambientais por meio de medidas con- aos contratados, nos termos definidos no art. 83, de forma a man-
dicionantes e de compensação ambiental, que serão definidas no ter atualizado o cadastro de empresas inidôneas de que trata o art.
procedimento de licenciamento ambiental; 23 da Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 .
III - utilização de produtos, equipamentos e serviços que, com- §1º O fornecedor incluído no cadastro referido no caput não
provadamente, reduzam o consumo de energia e de recursos na- poderá disputar licitação ou participar, direta ou indiretamente, da
turais; execução de contrato.
IV - avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legislação §2º Serão excluídos do cadastro referido no caput , a qualquer
urbanística; tempo, fornecedores que demonstrarem a superação dos motivos
V - proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e que deram causa à restrição contra eles promovida.
imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi- Art. 38. Estará impedida de participar de licitações e de ser con-
reto causado por investimentos realizados por empresas públicas e tratada pela empresa pública ou sociedade de economia mista a
sociedades de economia mista; empresa:
VI - acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobi- I - cujo administrador ou sócio detentor de mais de 5% (cinco
lidade reduzida. por cento) do capital social seja diretor ou empregado da empresa
pública ou sociedade de economia mista contratante;

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LEGISLAÇÃO

II - suspensa pela empresa pública ou sociedade de economia Art. 40. As empresas públicas e as sociedades de economia
mista; mista deverão publicar e manter atualizado regulamento interno de
III - declarada inidônea pela União, por Estado, pelo Distrito Fe- licitações e contratos, compatível com o disposto nesta Lei, espe-
deral ou pela unidade federativa a que está vinculada a empresa cialmente quanto a:
pública ou sociedade de economia mista, enquanto perdurarem os I - glossário de expressões técnicas;
efeitos da sanção; II - cadastro de fornecedores;
IV - constituída por sócio de empresa que estiver suspensa, im- III - minutas-padrão de editais e contratos;
pedida ou declarada inidônea; IV - procedimentos de licitação e contratação direta;
V - cujo administrador seja sócio de empresa suspensa, impedi- V - tramitação de recursos;
da ou declarada inidônea; VI - formalização de contratos;
VI - constituída por sócio que tenha sido sócio ou administra- VII - gestão e fiscalização de contratos;
dor de empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no pe- VIII - aplicação de penalidades;
ríodo dos fatos que deram ensejo à sanção; IX - recebimento do objeto do contrato.
VII - cujo administrador tenha sido sócio ou administrador de Art. 41. Aplicam-se às licitações e contratos regidos por esta
empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no período Lei as normas de direito penal contidas nos arts. 89 a 99 da Lei nº
dos fatos que deram ensejo à sanção; 8.666, de 21 de junho de 1993 .
VIII - que tiver, nos seus quadros de diretoria, pessoa que parti-
cipou, em razão de vínculo de mesma natureza, de empresa decla- SEÇÃO III
rada inidônea. DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA OBRAS E SERVIÇOS
Parágrafo único. Aplica-se a vedação prevista no caput :
I - à contratação do próprio empregado ou dirigente, como pes- Art. 42. Na licitação e na contratação de obras e serviços por
soa física, bem como à participação dele em procedimentos licitató- empresas públicas e sociedades de economia mista, serão observa-
rios, na condição de licitante; das as seguintes definições:
II - a quem tenha relação de parentesco, até o terceiro grau I - empreitada por preço unitário: contratação por preço certo
civil, com: de unidades determinadas;
a) dirigente de empresa pública ou sociedade de economia II - empreitada por preço global: contratação por preço certo
mista; e total;
b) empregado de empresa pública ou sociedade de economia III - tarefa: contratação de mão de obra para pequenos traba-
mista cujas atribuições envolvam a atuação na área responsável lhos por preço certo, com ou sem fornecimento de material;
pela licitação ou contratação; IV - empreitada integral: contratação de empreendimento em
c) autoridade do ente público a que a empresa pública ou so- sua integralidade, com todas as etapas de obras, serviços e instala-
ciedade de economia mista esteja vinculada. ções necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a
III - cujo proprietário, mesmo na condição de sócio, tenha ter- sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação,
minado seu prazo de gestão ou rompido seu vínculo com a respecti- atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em con-
va empresa pública ou sociedade de economia mista promotora da dições de segurança estrutural e operacional e com as característi-
licitação ou contratante há menos de 6 (seis) meses. cas adequadas às finalidades para as quais foi contratada;
Art. 39. Os procedimentos licitatórios, a pré-qualificação e os V - contratação semi-integrada: contratação que envolve a ela-
contratos disciplinados por esta Lei serão divulgados em portal es- boração e o desenvolvimento do projeto executivo, a execução de
pecífico mantido pela empresa pública ou sociedade de economia obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização de tes-
mista na internet, devendo ser adotados os seguintes prazos míni- tes, a pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes
mos para apresentação de propostas ou lances, contados a partir da para a entrega final do objeto, de acordo com o estabelecido nos
divulgação do instrumento convocatório: §§1º e 3º deste artigo;
I - para aquisição de bens: VI - contratação integrada: contratação que envolve a elabora-
a) 5 (cinco) dias úteis, quando adotado como critério de julga- ção e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execu-
mento o menor preço ou o maior desconto; ção de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização
b) 10 (dez) dias úteis, nas demais hipóteses; de testes, a pré-operação e as demais operações necessárias e sufi-
II - para contratação de obras e serviços: cientes para a entrega final do objeto, de acordo com o estabeleci-
a) 15 (quinze) dias úteis, quando adotado como critério de jul- do nos §§1º, 2º e 3º deste artigo;
gamento o menor preço ou o maior desconto; VII - anteprojeto de engenharia: peça técnica com todos os ele-
b) 30 (trinta) dias úteis, nas demais hipóteses; mentos de contornos necessários e fundamentais à elaboração do
III - no mínimo 45 (quarenta e cinco) dias úteis para licitação projeto básico, devendo conter minimamente os seguintes elemen-
em que se adote como critério de julgamento a melhor técnica ou a tos:
melhor combinação de técnica e preço, bem como para licitação em a) demonstração e justificativa do programa de necessidades,
que haja contratação semi-integrada ou integrada. visão global dos investimentos e definições relacionadas ao nível de
Parágrafo único. As modificações promovidas no instrumento serviço desejado;
convocatório serão objeto de divulgação nos mesmos termos e pra- b) condições de solidez, segurança e durabilidade e prazo de
zos dos atos e procedimentos originais, exceto quando a alteração entrega;
não afetar a preparação das propostas. c) estética do projeto arquitetônico;

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LEGISLAÇÃO

d) parâmetros de adequação ao interesse público, à economia c) estabelecimento preciso das frações do objeto em que não
na utilização, à facilidade na execução, aos impactos ambientais e haverá liberdade das contratadas para inovar em soluções meto-
à acessibilidade; dológicas ou tecnológicas, em obrigações de meio, devendo haver
e) concepção da obra ou do serviço de engenharia; obrigação de identidade entre a execução e a solução pré-definida
f) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram no anteprojeto ou no projeto básico da licitação.
a concepção adotada; §1º As contratações semi-integradas e integradas referidas,
g) levantamento topográfico e cadastral; respectivamente, nos incisos V e VI do caput deste artigo restringir-
h) pareceres de sondagem; -se-ão a obras e serviços de engenharia e observarão os seguintes
i) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos com- requisitos:
ponentes construtivos e dos materiais de construção, de forma a I - o instrumento convocatório deverá conter:
estabelecer padrões mínimos para a contratação; a) anteprojeto de engenharia, no caso de contratação integra-
VIII - projeto básico: conjunto de elementos necessários e su- da, com elementos técnicos que permitam a caracterização da obra
ficientes, com nível de precisão adequado, para, observado o dis- ou do serviço e a elaboração e comparação, de forma isonômica,
posto no §3º, caracterizar a obra ou o serviço, ou o complexo de das propostas a serem ofertadas pelos particulares;
obras ou de serviços objeto da licitação, elaborado com base nas b) projeto básico, nos casos de empreitada por preço unitário,
indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegure a viabi- de empreitada por preço global, de empreitada integral e de contra-
lidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do tação semi-integrada, nos termos definidos neste artigo;
empreendimento e que possibilite a avaliação do custo da obra e a c) documento técnico, com definição precisa das frações do
definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os empreendimento em que haverá liberdade de as contratadas ino-
seguintes elementos: varem em soluções metodológicas ou tecnológicas, seja em termos
a) desenvolvimento da solução escolhida, de forma a fornecer de modificação das soluções previamente delineadas no antepro-
visão global da obra e a identificar todos os seus elementos consti- jeto ou no projeto básico da licitação, seja em termos de detalha-
tutivos com clareza; mento dos sistemas e procedimentos construtivos previstos nessas
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente de- peças técnicas;
talhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou d) matriz de riscos;
de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e II - o valor estimado do objeto a ser licitado será calculado com
de realização das obras e montagem; base em valores de mercado, em valores pagos pela administração
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais pública em serviços e obras similares ou em avaliação do custo glo-
e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especifica- bal da obra, aferido mediante orçamento sintético ou metodologia
ções, de modo a assegurar os melhores resultados para o empre- expedita ou paramétrica;
endimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; III - o critério de julgamento a ser adotado será o de menor pre-
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de mé- ço ou de melhor combinação de técnica e preço, pontuando-se na
todos construtivos, instalações provisórias e condições organiza- avaliação técnica as vantagens e os benefícios que eventualmente
cionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua forem oferecidos para cada produto ou solução;
execução; IV - na contratação semi-integrada, o projeto básico poderá
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da ser alterado, desde que demonstrada a superioridade das inova-
obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de supri- ções em termos de redução de custos, de aumento da qualidade,
mentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em de redução do prazo de execução e de facilidade de manutenção
cada caso; ou operação.
f) (VETADO); §2º No caso dos orçamentos das contratações integradas:
IX - projeto executivo: conjunto dos elementos necessários e I - sempre que o anteprojeto da licitação, por seus elementos
suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas mínimos, assim o permitir, as estimativas de preço devem se basear
técnicas pertinentes; em orçamento tão detalhado quanto possível, devendo a utilização
X - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos e de estimativas paramétricas e a avaliação aproximada baseada em
responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilíbrio outras obras similares ser realizadas somente nas frações do em-
econômico-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus finan- preendimento não suficientemente detalhadas no anteprojeto da
ceiro decorrente de eventos supervenientes à contratação, conten- licitação, exigindo-se das contratadas, no mínimo, o mesmo nível
do, no mínimo, as seguintes informações: de detalhamento em seus demonstrativos de formação de preços;
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura II - quando utilizada metodologia expedita ou paramétrica para
do contrato, impactantes no equilíbrio econômico-financeiro da abalizar o valor do empreendimento ou de fração dele, considera-
avença, e previsão de eventual necessidade de prolação de termo das as disposições do inciso I, entre 2 (duas) ou mais técnicas esti-
aditivo quando de sua ocorrência; mativas possíveis, deve ser utilizada nas estimativas de preço-base
b) estabelecimento preciso das frações do objeto em que ha- a que viabilize a maior precisão orçamentária, exigindo-se das lici-
verá liberdade das contratadas para inovar em soluções metodoló- tantes, no mínimo, o mesmo nível de detalhamento na motivação
gicas ou tecnológicas, em obrigações de resultado, em termos de dos respectivos preços ofertados.
modificação das soluções previamente delineadas no anteprojeto §3º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos
ou no projeto básico da licitação; decorrentes de fatos supervenientes à contratação associados à
escolha da solução de projeto básico pela contratante deverão ser
alocados como de sua responsabilidade na matriz de riscos.

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LEGISLAÇÃO

§4º No caso de licitação de obras e serviços de engenharia, as §2º É permitida a participação das pessoas jurídicas e da pes-
empresas públicas e as sociedades de economia mista abrangidas soa física de que tratam os incisos II e III do caput deste artigo em
por esta Lei deverão utilizar a contratação semi-integrada, prevista licitação ou em execução de contrato, como consultor ou técnico,
no inciso V do caput , cabendo a elas a elaboração ou a contrata- nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusi-
ção do projeto básico antes da licitação de que trata este parágrafo, vamente a serviço da empresa pública e da sociedade de economia
podendo ser utilizadas outras modalidades previstas nos incisos do mista interessadas.
caput deste artigo, desde que essa opção seja devidamente justifi- §3º Para fins do disposto no caput , considera-se participação
cada. indireta a existência de vínculos de natureza técnica, comercial,
§5º Para fins do previsto na parte final do §4º, não será admi- econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do projeto bási-
tida, por parte da empresa pública ou da sociedade de economia co, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos servi-
mista, como justificativa para a adoção da modalidade de contrata- ços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens
ção integrada, a ausência de projeto básico. e serviços a estes necessários.
Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e serviços §4º O disposto no §3º deste artigo aplica-se a empregados in-
de engenharia admitirão os seguintes regimes: cumbidos de levar a efeito atos e procedimentos realizados pela
I - empreitada por preço unitário, nos casos em que os objetos, empresa pública e pela sociedade de economia mista no curso da
por sua natureza, possuam imprecisão inerente de quantitativos licitação.
em seus itens orçamentários; Art. 45. Na contratação de obras e serviços, inclusive de enge-
II - empreitada por preço global, quando for possível definir nharia, poderá ser estabelecida remuneração variável vinculada ao
previamente no projeto básico, com boa margem de precisão, as desempenho do contratado, com base em metas, padrões de qua-
quantidades dos serviços a serem posteriormente executados na lidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazos de entrega
fase contratual; definidos no instrumento convocatório e no contrato.
III - contratação por tarefa, em contratações de profissionais Parágrafo único. A utilização da remuneração variável respeita-
autônomos ou de pequenas empresas para realização de serviços rá o limite orçamentário fixado pela empresa pública ou pela socie-
técnicos comuns e de curta duração; dade de economia mista para a respectiva contratação.
IV - empreitada integral, nos casos em que o contratante neces- Art. 46. Mediante justificativa expressa e desde que não impli-
site receber o empreendimento, normalmente de alta complexida- que perda de economia de escala, poderá ser celebrado mais de
de, em condição de operação imediata; um contrato para executar serviço de mesma natureza quando o
V - contratação semi-integrada, quando for possível definir pre- objeto da contratação puder ser executado de forma concorrente e
viamente no projeto básico as quantidades dos serviços a serem simultânea por mais de um contratado.
posteriormente executados na fase contratual, em obra ou serviço §1º Na hipótese prevista no caput deste artigo, será mantido
de engenharia que possa ser executado com diferentes metodolo- controle individualizado da execução do objeto contratual relativa-
gias ou tecnologias; mente a cada um dos contratados.
VI - contratação integrada, quando a obra ou o serviço de en- §2º (VETADO).
genharia for de natureza predominantemente intelectual e de ino-
vação tecnológica do objeto licitado ou puder ser executado com SEÇÃO IV
diferentes metodologias ou tecnologias de domínio restrito no mer- DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA AQUISIÇÃO DE BENS
cado.
§1º Serão obrigatoriamente precedidas pela elaboração de Art. 47. A empresa pública e a sociedade de economia mista, na
projeto básico, disponível para exame de qualquer interessado, as licitação para aquisição de bens, poderão:
licitações para a contratação de obras e serviços, com exceção da- I - indicar marca ou modelo, nas seguintes hipóteses:
quelas em que for adotado o regime previsto no inciso VI do caput a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto;
deste artigo. b) quando determinada marca ou modelo comercializado por
§2º É vedada a execução, sem projeto executivo, de obras e mais de um fornecedor constituir o único capaz de atender o objeto
serviços de engenharia. do contrato;
Art. 44. É vedada a participação direta ou indireta nas licitações c) quando for necessária, para compreensão do objeto, a iden-
para obras e serviços de engenharia de que trata esta Lei: tificação de determinada marca ou modelo apto a servir como refe-
I - de pessoa física ou jurídica que tenha elaborado o antepro- rência, situação em que será obrigatório o acréscimo da expressão
jeto ou o projeto básico da licitação; “ou similar ou de melhor qualidade”;
II - de pessoa jurídica que participar de consórcio responsável II - exigir amostra do bem no procedimento de pré-qualificação
pela elaboração do anteprojeto ou do projeto básico da licitação; e na fase de julgamento das propostas ou de lances, desde que jus-
III - de pessoa jurídica da qual o autor do anteprojeto ou do tificada a necessidade de sua apresentação;
projeto básico da licitação seja administrador, controlador, geren- III - solicitar a certificação da qualidade do produto ou do pro-
te, responsável técnico, subcontratado ou sócio, neste último caso cesso de fabricação, inclusive sob o aspecto ambiental, por institui-
quando a participação superar 5% (cinco por cento) do capital vo- ção previamente credenciada.
tante. Parágrafo único. O edital poderá exigir, como condição de acei-
§1º A elaboração do projeto executivo constituirá encargo do tabilidade da proposta, a adequação às normas da Associação Bra-
contratado, consoante preço previamente fixado pela empresa pú- sileira de Normas Técnicas (ABNT) ou a certificação da qualidade
blica ou pela sociedade de economia mista. do produto por instituição credenciada pelo Sistema Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro) .

68
LEGISLAÇÃO

Art. 48. Será dada publicidade, com periodicidade mínima se- §2º No modo de disputa fechado, as propostas apresentadas
mestral, em sítio eletrônico oficial na internet de acesso irrestrito, à pelos licitantes serão sigilosas até a data e a hora designadas para
relação das aquisições de bens efetivadas pelas empresas públicas que sejam divulgadas.
e pelas sociedades de economia mista, compreendidas as seguintes Art. 53. Quando for adotado o modo de disputa aberto, pode-
informações: rão ser admitidos:
I - identificação do bem comprado, de seu preço unitário e da I - a apresentação de lances intermediários;
quantidade adquirida; II - o reinício da disputa aberta, após a definição do melhor lan-
II - nome do fornecedor; ce, para definição das demais colocações, quando existir diferença
III - valor total de cada aquisição. de pelo menos 10% (dez por cento) entre o melhor lance e o sub-
sequente.
SEÇÃO V Parágrafo único. Consideram-se intermediários os lances:
DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA ALIENAÇÃO DE BENS I - iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o
julgamento pelo critério da maior oferta;
Art. 49. A alienação de bens por empresas públicas e por socie- II - iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados
dades de economia mista será precedida de: os demais critérios de julgamento.
I - avaliação formal do bem contemplado, ressalvadas as hipó- Art. 54. Poderão ser utilizados os seguintes critérios de julga-
teses previstas nos incisos XVI a XVIII do art. 29; mento:
II - licitação, ressalvado o previsto no §3º do art. 28. I - menor preço;
Art. 50. Estendem-se à atribuição de ônus real a bens integran- II - maior desconto;
tes do acervo patrimonial de empresas públicas e de sociedades III - melhor combinação de técnica e preço;
de economia mista as normas desta Lei aplicáveis à sua alienação, IV - melhor técnica;
inclusive em relação às hipóteses de dispensa e de inexigibilidade V - melhor conteúdo artístico;
de licitação. VI - maior oferta de preço;
VII - maior retorno econômico;
SEÇÃO VI VIII - melhor destinação de bens alienados.
DO PROCEDIMENTO DE LICITAÇÃO §1º Os critérios de julgamento serão expressamente identifi-
cados no instrumento convocatório e poderão ser combinados na
Art. 51. As licitações de que trata esta Lei observarão a seguinte hipótese de parcelamento do objeto, observado o disposto no inci-
sequência de fases: so III do art. 32.
I - preparação; §2º Na hipótese de adoção dos critérios referidos nos incisos
II - divulgação; III, IV, V e VII do caput deste artigo, o julgamento das propostas será
III - apresentação de lances ou propostas, conforme o modo de efetivado mediante o emprego de parâmetros específicos, defini-
disputa adotado; dos no instrumento convocatório, destinados a limitar a subjetivi-
IV - julgamento; dade do julgamento.
V - verificação de efetividade dos lances ou propostas; §3º Para efeito de julgamento, não serão consideradas vanta-
VI - negociação; gens não previstas no instrumento convocatório.
VII - habilitação; §4º O critério previsto no inciso II do caput :
VIII - interposição de recursos; I - terá como referência o preço global fixado no instrumento
IX - adjudicação do objeto; convocatório, estendendo-se o desconto oferecido nas propostas
X - homologação do resultado ou revogação do procedimento. ou lances vencedores a eventuais termos aditivos;
§1º A fase de que trata o inciso VII do caput poderá, excepcio- II - no caso de obras e serviços de engenharia, o desconto in-
nalmente, anteceder as referidas nos incisos III a VI do caput , desde cidirá de forma linear sobre a totalidade dos itens constantes do
que expressamente previsto no instrumento convocatório. orçamento estimado, que deverá obrigatoriamente integrar o ins-
§2º Os atos e procedimentos decorrentes das fases enumera- trumento convocatório.
das no caput praticados por empresas públicas, por sociedades de §5º Quando for utilizado o critério referido no inciso III do
economia mista e por licitantes serão efetivados preferencialmente caput , a avaliação das propostas técnicas e de preço considerará o
por meio eletrônico, nos termos definidos pelo instrumento con- percentual de ponderação mais relevante, limitado a 70% (setenta
vocatório, devendo os avisos contendo os resumos dos editais das por cento).
licitações e contratos abrangidos por esta Lei ser previamente pu- §6º Quando for utilizado o critério referido no inciso VII do
blicados no Diário Oficial da União, do Estado ou do Município e na caput , os lances ou propostas terão o objetivo de proporcionar
internet. economia à empresa pública ou à sociedade de economia mista,
Art. 52. Poderão ser adotados os modos de disputa aberto ou por meio da redução de suas despesas correntes, remunerando-se
fechado, ou, quando o objeto da licitação puder ser parcelado, a o licitante vencedor com base em percentual da economia de re-
combinação de ambos, observado o disposto no inciso III do art. cursos gerada.
32 desta Lei. §7º Na implementação do critério previsto no inciso VIII do
§1º No modo de disputa aberto, os licitantes apresentarão lan- caput deste artigo, será obrigatoriamente considerada, nos termos
ces públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes, conforme o do respectivo instrumento convocatório, a repercussão, no meio
critério de julgamento adotado. social, da finalidade para cujo atendimento o bem será utilizado
pelo adquirente.

69
LEGISLAÇÃO

§8º O descumprimento da finalidade a que se refere o §7º §1º A negociação deverá ser feita com os demais licitantes, se-
deste artigo resultará na imediata restituição do bem alcançado ao gundo a ordem inicialmente estabelecida, quando o preço do pri-
acervo patrimonial da empresa pública ou da sociedade de econo- meiro colocado, mesmo após a negociação, permanecer acima do
mia mista, vedado, nessa hipótese, o pagamento de indenização em orçamento estimado.
favor do adquirente. §2º (VETADO).
Art. 55. Em caso de empate entre 2 (duas) propostas, serão uti- §3º Se depois de adotada a providência referida no §1º deste
lizados, na ordem em que se encontram enumerados, os seguintes artigo não for obtido valor igual ou inferior ao orçamento estimado
critérios de desempate: para a contratação, será revogada a licitação.
I - disputa final, em que os licitantes empatados poderão apre- Art. 58. A habilitação será apreciada exclusivamente a partir
sentar nova proposta fechada, em ato contínuo ao encerramento dos seguintes parâmetros:
da etapa de julgamento; I - exigência da apresentação de documentos aptos a compro-
II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, var a possibilidade da aquisição de direitos e da contração de obri-
desde que exista sistema objetivo de avaliação instituído; gações por parte do licitante;
III - os critérios estabelecidos no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 II - qualificação técnica, restrita a parcelas do objeto técnica ou
de outubro de 1991 , e no §2º do art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de economicamente relevantes, de acordo com parâmetros estabele-
junho de 1993 ; cidos de forma expressa no instrumento convocatório;
IV - sorteio. III - capacidade econômica e financeira;
Art. 56. Efetuado o julgamento dos lances ou propostas, será IV - recolhimento de quantia a título de adiantamento, tratan-
promovida a verificação de sua efetividade, promovendo-se a des- do-se de licitações em que se utilize como critério de julgamento a
classificação daqueles que: maior oferta de preço.
I - contenham vícios insanáveis; §1º Quando o critério de julgamento utilizado for a maior ofer-
II - descumpram especificações técnicas constantes do instru- ta de preço, os requisitos de qualificação técnica e de capacidade
mento convocatório; econômica e financeira poderão ser dispensados.
III - apresentem preços manifestamente inexequíveis; §2º Na hipótese do §1º, reverterá a favor da empresa pública
IV - se encontrem acima do orçamento estimado para a contra- ou da sociedade de economia mista o valor de quantia eventual-
tação de que trata o §1º do art. 57, ressalvada a hipótese prevista mente exigida no instrumento convocatório a título de adiantamen-
no caput do art. 34 desta Lei; to, caso o licitante não efetue o restante do pagamento devido no
V - não tenham sua exequibilidade demonstrada, quando exi- prazo para tanto estipulado.
gido pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista; Art. 59. Salvo no caso de inversão de fases, o procedimento
VI - apresentem desconformidade com outras exigências do licitatório terá fase recursal única.
instrumento convocatório, salvo se for possível a acomodação a §1º Os recursos serão apresentados no prazo de 5 (cinco) dias
seus termos antes da adjudicação do objeto e sem que se prejudi- úteis após a habilitação e contemplarão, além dos atos praticados
que a atribuição de tratamento isonômico entre os licitantes. nessa fase, aqueles praticados em decorrência do disposto nos inci-
§1º A verificação da efetividade dos lances ou propostas pode- sos IV e V do caput do art. 51 desta Lei.
rá ser feita exclusivamente em relação aos lances e propostas mais §2º Na hipótese de inversão de fases, o prazo referido no §1º
bem classificados. será aberto após a habilitação e após o encerramento da fase pre-
§2º A empresa pública e a sociedade de economia mista pode- vista no inciso V do caput do art. 51, abrangendo o segundo prazo
rão realizar diligências para aferir a exequibilidade das propostas ou também atos decorrentes da fase referida no inciso IV do caput do
exigir dos licitantes que ela seja demonstrada, na forma do inciso V art. 51 desta Lei.
do caput . Art. 60. A homologação do resultado implica a constituição de
§3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia, conside- direito relativo à celebração do contrato em favor do licitante ven-
ram-se inexequíveis as propostas com valores globais inferiores a cedor.
70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: Art. 61. A empresa pública e a sociedade de economia mista
I - média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% não poderão celebrar contrato com preterição da ordem de classifi-
(cinquenta por cento) do valor do orçamento estimado pela empre- cação das propostas ou com terceiros estranhos à licitação.
sa pública ou sociedade de economia mista; ou Art. 62. Além das hipóteses previstas no §3º do art. 57 desta
II - valor do orçamento estimado pela empresa pública ou so- Lei e no inciso II do §2º do art. 75 desta Lei, quem dispuser de com-
ciedade de economia mista. petência para homologação do resultado poderá revogar a licitação
§4º Para os demais objetos, para efeito de avaliação da exequi- por razões de interesse público decorrentes de fato superveniente
bilidade ou de sobrepreço, deverão ser estabelecidos critérios de que constitua óbice manifesto e incontornável, ou anulá-la por ile-
aceitabilidade de preços que considerem o preço global, os quanti- galidade, de ofício ou por provocação de terceiros, salvo quando for
tativos e os preços unitários, assim definidos no instrumento con- viável a convalidação do ato ou do procedimento viciado.
vocatório. §1º A anulação da licitação por motivo de ilegalidade não gera
Art. 57. Confirmada a efetividade do lance ou proposta que ob- obrigação de indenizar, observado o disposto no §2º deste artigo.
teve a primeira colocação na etapa de julgamento, ou que passe a §2º A nulidade da licitação induz à do contrato.
ocupar essa posição em decorrência da desclassificação de outra §3º Depois de iniciada a fase de apresentação de lances ou pro-
que tenha obtido colocação superior, a empresa pública e a socie- postas, referida no inciso III do caput do art. 51 desta Lei, a revoga-
dade de economia mista deverão negociar condições mais vantajo- ção ou a anulação da licitação somente será efetivada depois de se
sas com quem o apresentou.

70
LEGISLAÇÃO

conceder aos licitantes que manifestem interesse em contestar o §1º Poderá aderir ao sistema referido no caput qualquer órgão
respectivo ato prazo apto a lhes assegurar o exercício do direito ao ou entidade responsável pela execução das atividades contempla-
contraditório e à ampla defesa. das no art. 1º desta Lei.
§4º O disposto no caput e nos §§1º e 2º deste artigo aplica-se, §2º O registro de preços observará, entre outras, as seguintes
no que couber, aos atos por meio dos quais se determine a contra- condições:
tação direta. I - efetivação prévia de ampla pesquisa de mercado;
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re-
SEÇÃO VII gulamento;
DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES DAS LICITAÇÕES III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle e atuali-
zação periódicos dos preços registrados;
Art. 63. São procedimentos auxiliares das licitações regidas por IV - definição da validade do registro;
esta Lei: V - inclusão, na respectiva ata, do registro dos licitantes que
I - pré-qualificação permanente; aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do licitan-
II - cadastramento; te vencedor na sequência da classificação do certame, assim como
III - sistema de registro de preços; dos licitantes que mantiverem suas propostas originais.
IV - catálogo eletrônico de padronização. §3º A existência de preços registrados não obriga a administra-
Parágrafo único. Os procedimentos de que trata o caput deste ção pública a firmar os contratos que deles poderão advir, sendo
artigo obedecerão a critérios claros e objetivos definidos em regu- facultada a realização de licitação específica, assegurada ao licitante
lamento. registrado preferência em igualdade de condições.
Art. 64. Considera-se pré-qualificação permanente o procedi- Art. 67. O catálogo eletrônico de padronização de compras, ser-
mento anterior à licitação destinado a identificar: viços e obras consiste em sistema informatizado, de gerenciamento
I - fornecedores que reúnam condições de habilitação exigidas centralizado, destinado a permitir a padronização dos itens a serem
para o fornecimento de bem ou a execução de serviço ou obra nos adquiridos pela empresa pública ou sociedade de economia mista
prazos, locais e condições previamente estabelecidos; que estarão disponíveis para a realização de licitação.
II - bens que atendam às exigências técnicas e de qualidade da Parágrafo único. O catálogo referido no caput poderá ser utili-
administração pública. zado em licitações cujo critério de julgamento seja o menor preço
§1º O procedimento de pré-qualificação será público e perma- ou o maior desconto e conterá toda a documentação e todos os
nentemente aberto à inscrição de qualquer interessado. procedimentos da fase interna da licitação, assim como as espe-
§2º A empresa pública e a sociedade de economia mista pode- cificações dos respectivos objetos, conforme disposto em regula-
rão restringir a participação em suas licitações a fornecedores ou mento.
produtos pré-qualificados, nas condições estabelecidas em regula-
mento. CAPÍTULO II
§3º A pré-qualificação poderá ser efetuada nos grupos ou seg- DOS CONTRATOS
mentos, segundo as especialidades dos fornecedores.
§4º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, contendo al- SEÇÃO I
guns ou todos os requisitos de habilitação ou técnicos necessários DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS
à contratação, assegurada, em qualquer hipótese, a igualdade de
condições entre os concorrentes. Art. 68. Os contratos de que trata esta Lei regulam-se pelas
§5º A pré-qualificação terá validade de 1 (um) ano, no máximo, suas cláusulas, pelo disposto nesta Lei e pelos preceitos de direito
podendo ser atualizada a qualquer tempo. privado.
§6º Na pré-qualificação aberta de produtos, poderá ser exigida Art. 69. São cláusulas necessárias nos contratos disciplinados
a comprovação de qualidade. por esta Lei:
§7º É obrigatória a divulgação dos produtos e dos interessados I - o objeto e seus elementos característicos;
que forem pré-qualificados. II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
Art. 65. Os registros cadastrais poderão ser mantidos para efei- III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-
to de habilitação dos inscritos em procedimentos licitatórios e se- -base e a periodicidade do reajustamento de preços e os critérios
rão válidos por 1 (um) ano, no máximo, podendo ser atualizados a de atualização monetária entre a data do adimplemento das obri-
qualquer tempo. gações e a do efetivo pagamento;
§1º Os registros cadastrais serão amplamente divulgados e fi- IV - os prazos de início de cada etapa de execução, de conclu-
carão permanentemente abertos para a inscrição de interessados. são, de entrega, de observação, quando for o caso, e de recebimen-
§2º Os inscritos serão admitidos segundo requisitos previstos to;
em regulamento. V - as garantias oferecidas para assegurar a plena execução do
§3º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assu- objeto contratual, quando exigidas, observado o disposto no art.
midas será anotada no respectivo registro cadastral. 68;
§4º A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou can- VI - os direitos e as responsabilidades das partes, as tipificações
celado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências das infrações e as respectivas penalidades e valores das multas;
estabelecidas para habilitação ou para admissão cadastral. VII - os casos de rescisão do contrato e os mecanismos para
Art. 66. O Sistema de Registro de Preços especificamente desti- alteração de seus termos;
nado às licitações de que trata esta Lei reger-se-á pelo disposto em
decreto do Poder Executivo e pelas seguintes disposições:

71
LEGISLAÇÃO

VIII - a vinculação ao instrumento convocatório da respectiva Art. 75. A empresa pública e a sociedade de economia mista
licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, bem como ao convocarão o licitante vencedor ou o destinatário de contratação
lance ou proposta do licitante vencedor; com dispensa ou inexigibilidade de licitação para assinar o termo
IX - a obrigação do contratado de manter, durante a execução de contrato, observados o prazo e as condições estabelecidos, sob
do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumi- pena de decadência do direito à contratação.
das, as condições de habilitação e qualificação exigidas no curso do §1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma) vez,
procedimento licitatório; por igual período.
X - matriz de riscos. §2º É facultado à empresa pública ou à sociedade de economia
§1º (VETADO). mista, quando o convocado não assinar o termo de contrato no pra-
§2º Nos contratos decorrentes de licitações de obras ou ser- zo e nas condições estabelecidos:
viços de engenharia em que tenha sido adotado o modo de dispu- I - convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classifi-
ta aberto, o contratado deverá reelaborar e apresentar à empresa cação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propos-
pública ou à sociedade de economia mista e às suas respectivas tas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualiza-
subsidiárias, por meio eletrônico, as planilhas com indicação dos dos em conformidade com o instrumento convocatório;
quantitativos e dos custos unitários, bem como do detalhamento II - revogar a licitação.
das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e dos Encargos Sociais Art. 76. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover,
(ES), com os respectivos valores adequados ao lance vencedor, para reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o
fins do disposto no inciso III do caput deste artigo. objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incor-
Art. 70. Poderá ser exigida prestação de garantia nas contrata- reções resultantes da execução ou de materiais empregados, e res-
ções de obras, serviços e compras. ponderá por danos causados diretamente a terceiros ou à empresa
§1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes moda- pública ou sociedade de economia mista, independentemente da
lidades de garantia: comprovação de sua culpa ou dolo na execução do contrato.
I - caução em dinheiro; Art. 77. O contratado é responsável pelos encargos trabalhis-
II - seguro-garantia; tas, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
III - fiança bancária. §1º A inadimplência do contratado quanto aos encargos tra-
§2º A garantia a que se refere o caput não excederá a 5% (cin- balhistas, fiscais e comerciais não transfere à empresa pública ou à
co por cento) do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas sociedade de economia mista a responsabilidade por seu pagamen-
mesmas condições nele estabelecidas, ressalvado o previsto no §3º to, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regula-
deste artigo. rização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro
§3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto en- de Imóveis.
volvendo complexidade técnica e riscos financeiros elevados, o limi- §2º (VETADO).
te de garantia previsto no §2º poderá ser elevado para até 10% (dez Art. 78. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo
por cento) do valor do contrato. das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar
§4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou resti- partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em
tuída após a execução do contrato, devendo ser atualizada moneta- cada caso, pela empresa pública ou pela sociedade de economia
riamente na hipótese do inciso I do §1º deste artigo. mista, conforme previsto no edital do certame.
Art. 71. A duração dos contratos regidos por esta Lei não exce- §1º A empresa subcontratada deverá atender, em relação ao
derá a 5 (cinco) anos, contados a partir de sua celebração, exceto: objeto da subcontratação, as exigências de qualificação técnica im-
I - para projetos contemplados no plano de negócios e inves- postas ao licitante vencedor.
timentos da empresa pública ou da sociedade de economia mista; §2º É vedada a subcontratação de empresa ou consórcio que
II - nos casos em que a pactuação por prazo superior a 5 (cinco) tenha participado:
anos seja prática rotineira de mercado e a imposição desse prazo I - do procedimento licitatório do qual se originou a contrata-
inviabilize ou onere excessivamente a realização do negócio. ção;
Parágrafo único. É vedado o contrato por prazo indeterminado. II - direta ou indiretamente, da elaboração de projeto básico
Art. 72. Os contratos regidos por esta Lei somente poderão ser ou executivo.
alterados por acordo entre as partes, vedando-se ajuste que resulte §3º As empresas de prestação de serviços técnicos especializa-
em violação da obrigação de licitar. dos deverão garantir que os integrantes de seu corpo técnico execu-
Art. 73. A redução a termo do contrato poderá ser dispensada tem pessoal e diretamente as obrigações a eles imputadas, quando
no caso de pequenas despesas de pronta entrega e pagamento das a respectiva relação for apresentada em procedimento licitatório
quais não resultem obrigações futuras por parte da empresa públi- ou em contratação direta.
ca ou da sociedade de economia mista. Art. 79. Na hipótese do §6º do art. 54, quando não for gera-
Parágrafo único. O disposto no caput não prejudicará o registro da a economia prevista no lance ou proposta, a diferença entre a
contábil exaustivo dos valores despendidos e a exigência de recibo economia contratada e a efetivamente obtida será descontada da
por parte dos respectivos destinatários. remuneração do contratado.
Art. 74. É permitido a qualquer interessado o conhecimento Parágrafo único. Se a diferença entre a economia contratada e
dos termos do contrato e a obtenção de cópia autenticada de seu a efetivamente obtida for superior à remuneração do contratado,
inteiro teor ou de qualquer de suas partes, admitida a exigência de será aplicada a sanção prevista no contrato, nos termos do inciso VI
ressarcimento dos custos, nos termos previstos na Lei nº 12.527, de do caput do art. 69 desta Lei.
18 de novembro de 2011 .

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LEGISLAÇÃO

Art. 80. Os direitos patrimoniais e autorais de projetos ou ser- §5º A criação, a alteração ou a extinção de quaisquer tributos
viços técnicos especializados desenvolvidos por profissionais au- ou encargos legais, bem como a superveniência de disposições le-
tônomos ou por empresas contratadas passam a ser propriedade gais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta,
da empresa pública ou sociedade de economia mista que os tenha com comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a
contratado, sem prejuízo da preservação da identificação dos res- revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.
pectivos autores e da responsabilidade técnica a eles atribuída. §6º Em havendo alteração do contrato que aumente os encar-
gos do contratado, a empresa pública ou a sociedade de economia
SEÇÃO II mista deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-
DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS -financeiro inicial.
§7º A variação do valor contratual para fazer face ao reajus-
Art. 81. Os contratos celebrados nos regimes previstos nos inci- te de preços previsto no próprio contrato e as atualizações, com-
sos I a V do art. 43 contarão com cláusula que estabeleça a possibili- pensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições
dade de alteração, por acordo entre as partes, nos seguintes casos: de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações
I - quando houver modificação do projeto ou das especifica- orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido,
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; não caracterizam alteração do contrato e podem ser registrados por
II - quando necessária a modificação do valor contratual em simples apostila, dispensada a celebração de aditamento.
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, §8º É vedada a celebração de aditivos decorrentes de eventos
nos limites permitidos por esta Lei; supervenientes alocados, na matriz de riscos, como de responsabi-
III - quando conveniente a substituição da garantia de execu- lidade da contratada.
ção;
IV - quando necessária a modificação do regime de execução SEÇÃO III
da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
originários; Art. 82. Os contratos devem conter cláusulas com sanções ad-
V - quando necessária a modificação da forma de pagamento, ministrativas a serem aplicadas em decorrência de atraso injustifi-
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor cado na execução do contrato, sujeitando o contratado a multa de
inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela- mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no con-
ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra- trato.
prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; §1º A multa a que alude este artigo não impede que a empresa
VI - para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial- pública ou a sociedade de economia mista rescinda o contrato e
mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis- aplique as outras sanções previstas nesta Lei.
tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, §2º A multa, aplicada após regular processo administrativo,
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini- será descontada da garantia do respectivo contratado.
cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou §3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia presta-
previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou da, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferen-
impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força ça, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente devidos
maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô- pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista ou, ain-
mica extraordinária e extracontratual. da, quando for o caso, cobrada judicialmente.
§1º O contratado poderá aceitar, nas mesmas condições con- Art. 83. Pela inexecução total ou parcial do contrato a empresa
tratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, ser- pública ou a sociedade de economia mista poderá, garantida a pré-
viços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial via defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício I - advertência;
ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
os seus acréscimos. no contrato;
§2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites III - suspensão temporária de participação em licitação e impe-
estabelecidos no §1º, salvo as supressões resultantes de acordo ce- dimento de contratar com a entidade sancionadora, por prazo não
lebrado entre os contratantes. superior a 2 (dois) anos.
§3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços §1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia presta-
unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acor- da, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferen-
do entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no §1º. ça, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos
§4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o con- pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista ou co-
tratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos traba- brada judicialmente.
lhos, esses materiais deverão ser pagos pela empresa pública ou so- §2º As sanções previstas nos incisos I e III do caput poderão ser
ciedade de economia mista pelos custos de aquisição regularmente aplicadas juntamente com a do inciso II, devendo a defesa prévia
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indeni- do interessado, no respectivo processo, ser apresentada no prazo
zação por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, de 10 (dez) dias úteis.
desde que regularmente comprovados. Art. 84. As sanções previstas no inciso III do art. 83 poderão
também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em ra-
zão dos contratos regidos por esta Lei:

73
LEGISLAÇÃO

I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e
meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos; demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelos órgãos do
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos sistema de controle interno e pelo tribunal de contas competente,
da licitação; na forma da legislação pertinente, ficando as empresas públicas e
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a as sociedades de economia mista responsáveis pela demonstração
empresa pública ou a sociedade de economia mista em virtude de da legalidade e da regularidade da despesa e da execução, nos ter-
atos ilícitos praticados. mos da Constituição.
§1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de
CAPÍTULO III licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo proto-
DA FISCALIZAÇÃO PELO ESTADO E PELA SOCIEDADE colar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a
ocorrência do certame, devendo a entidade julgar e responder à
Art. 85. Os órgãos de controle externo e interno das 3 (três) es- impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade
feras de governo fiscalizarão as empresas públicas e as sociedades prevista no §2º.
de economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas domicilia- §2º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica
das no exterior, quanto à legitimidade, à economicidade e à eficácia poderá representar ao tribunal de contas ou aos órgãos integrantes
da aplicação de seus recursos, sob o ponto de vista contábil, finan- do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação
ceiro, operacional e patrimonial. desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.
§1º Para a realização da atividade fiscalizatória de que trata o §3º Os tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema
caput , os órgãos de controle deverão ter acesso irrestrito aos do- de controle interno poderão solicitar para exame, a qualquer tem-
cumentos e às informações necessários à realização dos trabalhos, po, documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, pa-
inclusive aqueles classificados como sigilosos pela empresa pública trimonial e operacional das empresas públicas, das sociedades de
ou pela sociedade de economia mista, nos termos da Lei nº 12.527, economia mista e de suas subsidiárias no Brasil e no exterior, obri-
de 18 de novembro de 2011 . gando-se, os jurisdicionados, à adoção das medidas corretivas per-
§2º O grau de confidencialidade será atribuído pelas empresas tinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas.
públicas e sociedades de economia mista no ato de entrega dos do- Art. 88. As empresas públicas e as sociedades de economia
cumentos e informações solicitados, tornando-se o órgão de con- mista deverão disponibilizar para conhecimento público, por meio
trole com o qual foi compartilhada a informação sigilosa correspon- eletrônico, informação completa mensalmente atualizada sobre a
sável pela manutenção do seu sigilo. execução de seus contratos e de seu orçamento, admitindo-se re-
§3º Os atos de fiscalização e controle dispostos neste Capítu- tardo de até 2 (dois) meses na divulgação das informações.
lo aplicar-se-ão, também, às empresas públicas e às sociedades de §1º A disponibilização de informações contratuais referentes a
economia mista de caráter e constituição transnacional no que se operações de perfil estratégico ou que tenham por objeto segredo
refere aos atos de gestão e aplicação do capital nacional, indepen- industrial receberá proteção mínima necessária para lhes garantir
dentemente de estarem incluídos ou não em seus respectivos atos confidencialidade.
e acordos constitutivos. §2º O disposto no §1º não será oponível à fiscalização dos ór-
Art. 86. As informações das empresas públicas e das socieda- gãos de controle interno e do tribunal de contas, sem prejuízo da
des de economia mista relativas a licitações e contratos, inclusive responsabilização administrativa, civil e penal do servidor que der
aqueles referentes a bases de preços, constarão de bancos de da- causa à eventual divulgação dessas informações.
dos eletrônicos atualizados e com acesso em tempo real aos órgãos Art. 89. O exercício da supervisão por vinculação da empresa
de controle competentes. pública ou da sociedade de economia mista, pelo órgão a que se
§1º As demonstrações contábeis auditadas da empresa pública vincula, não pode ensejar a redução ou a supressão da autonomia
e da sociedade de economia mista serão disponibilizadas no sítio conferida pela lei específica que autorizou a criação da entidade
eletrônico da empresa ou da sociedade na internet, inclusive em supervisionada ou da autonomia inerente a sua natureza, nem au-
formato eletrônico editável. toriza a ingerência do supervisor em sua administração e funciona-
§2º As atas e demais expedientes oriundos de reuniões, ordi- mento, devendo a supervisão ser exercida nos limites da legislação
nárias ou extraordinárias, dos conselhos de administração ou fiscal aplicável.
das empresas públicas e das sociedades de economia mista, inclu- Art. 90. As ações e deliberações do órgão ou ente de controle
sive gravações e filmagens, quando houver, deverão ser disponibili- não podem implicar interferência na gestão das empresas públicas
zados para os órgãos de controle sempre que solicitados, no âmbito e das sociedades de economia mista a ele submetidas nem ingerên-
dos trabalhos de auditoria. cia no exercício de suas competências ou na definição de políticas
§3º O acesso dos órgãos de controle às informações referidas públicas.
no caput e no §2º será restrito e individualizado.
§4º As informações que sejam revestidas de sigilo bancário, TÍTULO III
estratégico, comercial ou industrial serão assim identificadas, res- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
pondendo o servidor administrativa, civil e penalmente pelos danos
causados à empresa pública ou à sociedade de economia mista e a Art. 91. A empresa pública e a sociedade de economia mista
seus acionistas em razão de eventual divulgação indevida. constituídas anteriormente à vigência desta Lei deverão, no prazo
§5º Os critérios para a definição do que deve ser considerado de 24 (vinte e quatro) meses, promover as adaptações necessárias
sigilo estratégico, comercial ou industrial serão estabelecidos em à adequação ao disposto nesta Lei.
regulamento.

74
LEGISLAÇÃO

§1º A sociedade de economia mista que tiver capital fechado CAPÍTULO I


na data de entrada em vigor desta Lei poderá, observado o prazo DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
estabelecido no caput , ser transformada em empresa pública, me-
diante resgate, pela empresa, da totalidade das ações de titularida- Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais,
de de acionistas privados, com base no valor de patrimônio líquido inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurí-
constante do último balanço aprovado pela assembleia-geral. dica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os
§2º (VETADO). direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desen-
§3º Permanecem regidos pela legislação anterior procedimen- volvimento da personalidade da pessoa natural.
tos licitatórios e contratos iniciados ou celebrados até o final do pra- Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de in-
zo previsto no caput . teresse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, Dis-
Art. 92. O Registro Público de Empresas Mercantis e Ativida- trito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
des Afins manterá banco de dados público e gratuito, disponível na Vigência
internet, contendo a relação de todas as empresas públicas e as Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como
sociedades de economia mista. fundamentos:
Parágrafo único. É a União proibida de realizar transferência I - o respeito à privacidade;
voluntária de recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios II - a autodeterminação informativa;
que não fornecerem ao Registro Público de Empresas Mercantis e III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação
Atividades Afins as informações relativas às empresas públicas e às e de opinião;
sociedades de economia mista a eles vinculadas. IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
Art. 93. As despesas com publicidade e patrocínio da empresa V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;
pública e da sociedade de economia mista não ultrapassarão, em VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consu-
cada exercício, o limite de 0,5% (cinco décimos por cento) da receita midor; e
operacional bruta do exercício anterior. VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali-
§1º O limite disposto no caput poderá ser ampliado, até o limi- dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.
te de 2% (dois por cento) da receita bruta do exercício anterior, por Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento re-
proposta da diretoria da empresa pública ou da sociedade de eco- alizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público
nomia mista justificada com base em parâmetros de mercado do ou privado, independentemente do meio, do país de sua sede ou do
setor específico de atuação da empresa ou da sociedade e aprovada país onde estejam localizados os dados, desde que:
pelo respectivo Conselho de Administração. I - a operação de tratamento seja realizada no território nacio-
§2º É vedado à empresa pública e à sociedade de economia nal;
mista realizar, em ano de eleição para cargos do ente federativo a II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou
que sejam vinculadas, despesas com publicidade e patrocínio que o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de
excedam a média dos gastos nos 3 (três) últimos anos que antece- indivíduos localizados no território nacional; ou(Redação dada pela
dem o pleito ou no último ano imediatamente anterior à eleição. Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Art. 94. Aplicam-se à empresa pública, à sociedade de eco- III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole-
nomia mista e às suas subsidiárias as sanções previstas na Lei nº tados no território nacional.
12.846, de 1º de agosto de 2013 , salvo as previstas nos incisos II, §1º Consideram-se coletados no território nacional os dados
III e IV do caput do art. 19 da referida Lei . pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta.
Art. 95. A estratégia de longo prazo prevista no art. 23 deverá §2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen-
ser aprovada em até 180 (cento e oitenta) dias da data de publica- to de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei.
ção da presente Lei. Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais:
Art. 96. Revogam-se: I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti-
I - o §2º do art. 15 da Lei nº 3.890-A, de 25 de abril de 1961 , culares e não econômicos;
com a redação dada pelo art. 19 da Lei nº 11.943, de 28 de maio II - realizado para fins exclusivamente:
de 2009; a) jornalístico e artísticos; ou
II - os arts. 67 e 68 da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997 . b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11
Art. 97. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. desta Lei;
Brasília, 30 de junho de 2016; 195º da Independência e 128º III - realizado para fins exclusivos de:
da República. a) segurança pública;
b) defesa nacional;
c) segurança do Estado; ou
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LEI FEDERAL N° d) atividades de investigação e repressão de infrações penais;
13.709/2018) ou
IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam
LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes
de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o
país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pesso-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- ais adequado ao previsto nesta Lei.
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

75
LEGISLAÇÃO

§1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação
regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro- de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de
porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse dados;
público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados
proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei. armazenados em banco de dados, independentemente do proce-
§2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso dimento empregado;
III do caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em XV - transferência internacional de dados: transferência de da-
procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do
serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de- qual o país seja membro;
verão observar a limitação imposta no §4º deste artigo. XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, trans-
§3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco- ferência internacional, interconexão de dados pessoais ou trata-
mendações referentes às exceções previstas no inciso III do caput mento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e
deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac- entidades públicos no cumprimento de suas competências legais,
to à proteção de dados pessoais. ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização
§4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti-
de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá ser das por esses entes públicos, ou entre entes privados;
tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que pos- XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: docu-
sua capital integralmente constituído pelo poder público. (Redação mentação do controlador que contém a descrição dos processos de
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às liberdades
Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se: civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, salvaguardas
I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden- e mecanismos de mitigação de risco;
tificada ou identificável; XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração
II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem
étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com
organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referen- sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em
te à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de
vinculado a uma pessoa natural; caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Redação
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res-
e disponíveis na ocasião de seu tratamento; ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.853,
estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou de 2019) Vigência
físico; Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais observar a boa-fé e os seguintes princípios:
que são objeto de tratamento; I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí-
VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi-
ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen- lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas
to de dados pessoais; finalidades;
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalida-
privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do des informadas ao titular, de acordo com o contexto do tratamento;
controlador; III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces-
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera- sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos
dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às
titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados finalidades do tratamento de dados;
(ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e
IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador; gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre
X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, a integralidade de seus dados pessoais;
como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação, V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão,
utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa- clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne-
mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento;
controle da informação, modificação, comunicação, transferência, VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações cla-
difusão ou extração; ras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tratamen-
XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e dis- to e os respectivos agentes de tratamento, observados os segredos
poníveis no momento do tratamento, por meio dos quais um dado comercial e industrial;
perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um indi- VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati-
víduo; vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados
XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo- e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração,
ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados comunicação ou difusão;
pessoais para uma finalidade determinada; VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência
de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;

76
LEGISLAÇÃO

IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata- §6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não
mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos; desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs-
X - responsabilização e prestação de contas: demonstração, tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e
pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro- da garantia dos direitos do titular.
var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da- §7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re-
dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas. ferem os §§3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas
finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e especí-
CAPÍTULO II ficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titular,
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei. (In-
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
SEÇÃO I Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei
DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre
a manifestação de vontade do titular.
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser §1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de-
realizado nas seguintes hipóteses: verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu-
I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular; ais.
II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo §2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti-
controlador; mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei.
III - pela administração pública, para o tratamento e uso com- §3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício
partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas de consentimento.
previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos, con- §4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi-
vênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes-
Capítulo IV desta Lei; soais serão nulas.
IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garanti- §5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento
da, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais; mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra-
V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro- tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo
cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou-
o titular, a pedido do titular dos dados; ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput
VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, do art. 18 desta Lei.
administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307, §6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos
de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao
VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular titular, com destaque de forma específica do teor das alterações,
ou de terceiro; podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido,
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento revogá-lo caso discorde da alteração.
realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autorida- Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações
de sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza-
IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras
controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem direi- características previstas em regulamentação para o atendimento do
tos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos princípio do livre acesso:
dados pessoais; ou I - finalidade específica do tratamento;
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na II - forma e duração do tratamento, observados os segredos
legislação pertinente. comercial e industrial;
§1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) III - identificação do controlador;
Vigência IV - informações de contato do controlador;
§2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo
Vigência controlador e a finalidade;
§3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público deve VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen-
considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que justifica- to; e
ram sua disponibilização. VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos conti-
§4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no dos no art. 18 desta Lei.
caput deste artigo para os dados tornados manifestamente públi- §1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse
cos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te-
previstos nesta Lei. nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen-
§5º O controlador que obteve o consentimento referido no in- tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca.
ciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou comparti- §2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou-
lhar dados pessoais com outros controladores deverá obter consen- ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais
timento específico do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses não compatíveis com o consentimento original, o controlador de-
de dispensa do consentimento previstas nesta Lei. verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida-
de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das
alterações.

77
LEGISLAÇÃO

§3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição para §2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” do
o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício de di- inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades públi-
reito, o titular será informado com destaque sobre esse fato e sobre cas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento,
os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular elencados nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei.
no art. 18 desta Lei. §3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais
Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco-
fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí- nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por
timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem, parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder
mas não se limitam a: Público, no âmbito de suas competências.
I - apoio e promoção de atividades do controlador; e §4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre
II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com
direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela-
legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais, tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica
nos termos desta Lei. e de assistência à saúde, desde que observado o §5º deste artigo,
§1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse do incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefí-
controlador, somente os dados pessoais estritamente necessários cio dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: (Redação
para a finalidade pretendida poderão ser tratados. dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a trans- I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou
parência do tratamento de dados baseado em seu legítimo inte- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
resse. II - as transações financeiras e administrativas resultantes do
§3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re- uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. (Incluí-
latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata- do pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados §5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência à
os segredos comercial e industrial. saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de seleção de
riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como na con-
SEÇÃO II tratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS 2019) Vigência
Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados
Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po- pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de anoni-
derá ocorrer nas seguintes hipóteses: mização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando exclusi-
I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma vamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis, puder
específica e destacada, para finalidades específicas; ser revertido.
II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte- §1º A determinação do que seja razoável deve levar em con-
ses em que for indispensável para: sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários
a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno-
lador; logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios.
b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução, §2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso-
pela administração pública, de políticas públicas previstas em leis ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil
ou regulamentos; comportamental de determinada pessoa natural, se identificada.
c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem- §3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e técni-
pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis; cas utilizados em processos de anonimização e realizar verificações
d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em pro- acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de Proteção
cesso judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da de Dados Pessoais.
Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ; Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos
e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se-
terceiro; rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para
f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em
por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitá- ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança pre-
ria; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência vistas em regulamento específico e que incluam, sempre que pos-
g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos sível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem como
processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas considerem os devidos padrões éticos relacionados a estudos e
eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta pesquisas.
Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda- §1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es-
mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais. tudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma
§1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento hipótese poderá revelar dados pessoais.
de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa §2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança da
causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí- informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em cir-
fica. cunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.

78
LEGISLAÇÃO

§3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de
regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida- seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades,
des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências. autorizada a conservação para as seguintes finalidades:
§4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra- I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro-
tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as- lador;
sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in- II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí-
formação adicional mantida separadamente pelo controlador em vel, a anonimização dos dados pessoais;
ambiente controlado e seguro. III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi-
tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou
SEÇÃO III IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei-
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS ro, e desde que anonimizados os dados.
E DE ADOLESCENTES
CAPÍTULO III
Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado- DOS DIREITOS DO TITULAR
lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos
deste artigo e da legislação pertinente. Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de
§1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser re- seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber-
alizado com o consentimento específico e em destaque dado por dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei.
pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal. Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con-
§2º No tratamento de dados de que trata o §1º deste artigo, os trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual-
controladores deverão manter pública a informação sobre os tipos quer momento e mediante requisição:
de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimentos I - confirmação da existência de tratamento;
para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei. II - acesso aos dados;
§3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza-
consentimento a que se refere o §1º deste artigo quando a coleta dos;
for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza- IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces-
dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto
em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen- nesta Lei;
timento de que trata o §1º deste artigo. V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou
§4º Os controladores não deverão condicionar a participação produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula-
dos titulares de que trata o §1º deste artigo em jogos, aplicações mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer-
de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações cial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên-
pessoais além das estritamente necessárias à atividade. cia
§5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti-
para verificar que o consentimento a que se refere o §1º deste ar- mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta Lei;
tigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tecno- VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais
logias disponíveis. o controlador realizou uso compartilhado de dados;
§6º As informações sobre o tratamento de dados referidas nes- VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen-
te artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e aces- timento e sobre as consequências da negativa;
sível, consideradas as características físico-motoras, perceptivas, IX - revogação do consentimento, nos termos do §5º do art. 8º
sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de recursos desta Lei.
audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a infor- §1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em
mação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada ao relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade
entendimento da criança. nacional.
§2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda-
SEÇÃO IV mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em
DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS caso de descumprimento ao disposto nesta Lei.
§3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos mediante
Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá requerimento expresso do titular ou de representante legalmente
nas seguintes hipóteses: constituído, a agente de tratamento.
I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os §4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da provi-
dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da dência de que trata o §3º deste artigo, o controlador enviará ao
finalidade específica almejada; titular resposta em que poderá:
II - fim do período de tratamento; I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e indi-
III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito car, sempre que possível, o agente; ou
de revogação do consentimento conforme disposto no §5º do art. II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado-
8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou ção imediata da providência.
IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio- §5º O requerimento referido no §3º deste artigo será atendido
lação ao disposto nesta Lei. sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em re-
gulamento.

79
LEGISLAÇÃO

§6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos CAPÍTULO IV


agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO
lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo-
queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto SEÇÃO I
nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos- DAS REGRAS
sível ou implique esforço desproporcional. (Redação dada pela Lei
nº 13.853, de 2019) Vigência Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas
§7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº
V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni- 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ,
mizados pelo controlador. deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública,
§8º O direito a que se refere o §1º deste artigo também poderá na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as
ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor. competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú-
Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso- blico, desde que:
ais serão providenciados, mediante requisição do titular: I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas
I - em formato simplificado, imediatamente; ou competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen-
II - por meio de declaração clara e completa, que indique a ori- do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina-
gem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados e a lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução
finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e in- dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente
dustrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da data em seus sítios eletrônicos;
do requerimento do titular. II - (VETADO); e
§1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que fa- III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera-
voreça o exercício do direito de acesso. ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta
§2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a crité- Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
rio do titular: IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou §1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de
II - sob forma impressa. publicidade das operações de tratamento.
§3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do §2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas men-
titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica in- cionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades de que
tegral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial e trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à
industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional, Informação) .
em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em §3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do
outras operações de tratamento. titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação
§4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferenciada específica, em especial as disposições constantes da Lei nº 9.507,
acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste artigo de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da Lei nº 9.784,
para os setores específicos. de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) ,
Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à
decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa- Informação) .
tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as §4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter pri-
decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de vado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamento
consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. (Reda- dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo, nos
ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência termos desta Lei.
§1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas, in- §5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso
formações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro- aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo
cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo.
segredos comercial e industrial. Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia
§2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto
o §1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento
industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri- dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos
ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado termos desta Lei.
de dados pessoais. Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco-
§3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú-
Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento
direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo. dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos
Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de deste Capítulo.
dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente, na Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interoperá-
forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instrumen- vel e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execução
tos de tutela individual e coletiva. de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à descen-
tralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das
informações pelo público em geral.

80
LEGISLAÇÃO

Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Pú- CAPÍTULO V
blico deve atender a finalidades específicas de execução de políticas DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS
públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades públicas,
respeitados os princípios de proteção de dados pessoais elencados Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so-
no art. 6º desta Lei. mente é permitida nos seguintes casos:
§1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas I - para países ou organismos internacionais que proporcionem
dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso, grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei;
exceto: II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de
I - em casos de execução descentralizada de atividade pública cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de
que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de:
e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe-
novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ; rência;
II - (VETADO); b) cláusulas-padrão contratuais;
III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente, c) normas corporativas globais;
observadas as disposições desta Lei. d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi-
IV - quando houver previsão legal ou a transferência for respal- tidos;
dada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou(In- III - quando a transferência for necessária para a cooperação ju-
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência rídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de inves-
V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi- tigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de direito
vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e internacional;
resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde IV - quando a transferência for necessária para a proteção da
que vedado o tratamento para outras finalidades. (Incluído pela Lei vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;
nº 13.853, de 2019) Vigência V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência;
§2º Os contratos e convênios de que trata o §1º deste artigo VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido
deverão ser comunicados à autoridade nacional. em acordo de cooperação internacional;
Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes- VII - quando a transferência for necessária para a execução de
soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva- política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada
do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti- publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei;
mento do titular, exceto: VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es-
I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta pecífico e em destaque para a transferência, com informação prévia
Lei; sobre o caráter internacional da operação, distinguindo claramente
II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada esta de outras finalidades; ou
publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos
III - nas exceções constantes do §1º do art. 26 desta Lei. incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei.
Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas
trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Incluído jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º
pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor-
Art. 28. (VETADO). mação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis,
Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo- no âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade na-
mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de cional a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido
operações de tratamento de dados pessoais, informações específi- por país ou organismo internacional.
cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra- Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou do
tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar organismo internacional mencionado no inciso I do caput do art.
para garantir o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em
13.853, de 2019)Vigência consideração:
Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de
complementares para as atividades de comunicação e de uso com- destino ou no organismo internacional;
partilhado de dados pessoais. II - a natureza dos dados;
III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados
SEÇÃO II pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei;
DA RESPONSABILIDADE IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula-
mento;
Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res-
tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e
nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência.
cessar a violação. Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra-
Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Po- tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas
der Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de da- para uma determinada transferência, normas corporativas globais
dos pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas para
os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público.

81
LEGISLAÇÃO

ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o inciso SEÇÃO II


II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade na- DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
cional.
§1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo, de- Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata-
verão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias mento de dados pessoais.
mínimas para a transferência que observem os direitos, as garantias §1º A identidade e as informações de contato do encarrega-
e os princípios desta Lei. do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva,
§2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de preferencialmente no sítio eletrônico do controlador.
normas corporativas globais submetidas à aprovação da autoridade §2º As atividades do encarregado consistem em:
nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar
realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata- esclarecimentos e adotar providências;
mento, quando necessário. II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro-
§3º A autoridade nacional poderá designar organismos de cer- vidências;
tificação para a realização do previsto no caput deste artigo, que III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res-
permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu- peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados
lamento. pessoais; e
§4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro-
ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade lador ou estabelecidas em normas complementares.
com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados. §3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas comple-
§5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge- mentares sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusi-
rais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput deste ve hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação, confor-
artigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas me a natureza e o porte da entidade ou o volume de operações de
e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previsto tratamento de dados.
nos §§1º e 2º do art. 46 desta Lei. §4º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi-
cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di- SEÇÃO III
reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS
comunicadas à autoridade nacional.
Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí-
CAPÍTULO VI cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem
DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis-
lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo.
SEÇÃO I §1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da-
DO CONTROLADOR E DO OPERADOR dos:
I - o operador responde solidariamente pelos danos causados
Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de
operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe- proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas
cialmente quando baseado no legítimo interesse. do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con-
Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro- trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei;
lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes- II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no
soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon-
tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art.
segredos comercial e industrial. 43 desta Lei.
Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste artigo, o §2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova
relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a
coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova
da segurança das informações e a análise do controlador com re- ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva-
lação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco mente onerosa.
adotados. §3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham por
Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo podem
instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observância ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto na le-
das próprias instruções e das normas sobre a matéria. gislação pertinente.
Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões de §4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres-
interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos da- so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação
dos e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos regis- no evento danoso.
tros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transparência. Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza-
dos quando provarem:
I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes
é atribuído;

82
LEGISLAÇÃO

II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes- §2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente
soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro- e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti-
teção de dados; ou tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais
III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos como:
dados ou de terceiro. I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e
Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente.
deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a segurança §3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual
que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias rele- comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas
vantes, entre as quais: que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e
I - o modo pelo qual é realizado; nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autorizados
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; a acessá-los.
III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados
época em que foi realizado. pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos
Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola- de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos
ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen-
deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta tares.
Lei, der causa ao dano. SEÇÃO II
Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA
das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de respon-
sabilidade previstas na legislação pertinente. Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas
competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmente
CAPÍTULO VII ou por meio de associações, poderão formular regras de boas práti-
DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS cas e de governança que estabeleçam as condições de organização,
o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo reclama-
SEÇÃO I ções e petições de titulares, as normas de segurança, os padrões
DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS técnicos, as obrigações específicas para os diversos envolvidos no
tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos de super-
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de visão e de mitigação de riscos e outros aspectos relacionados ao
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados tratamento de dados pessoais.
pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou §1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e o
ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e aos
forma de tratamento inadequado ou ilícito. dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a gra-
§1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni- vidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de
cos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo, dados do titular.
considerados a natureza das informações tratadas, as característi- §2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII
cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es- do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura,
pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade
princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei. dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para
§2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser os titulares dos dados, poderá:
observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço até I - implementar programa de governança em privacidade que,
a sua execução. no mínimo:
Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar
que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga- processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de
rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção
dados pessoais, mesmo após o seu término. de dados pessoais;
Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que este-
e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar- jam sob seu controle, independentemente do modo como se reali-
retar risco ou dano relevante aos titulares. zou sua coleta;
§1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme de- c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope-
finido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo: rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados;
I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados; d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em
II - as informações sobre os titulares envolvidos; processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privacida-
III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas de;
para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in- e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o
dustrial; titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis-
IV - os riscos relacionados ao incidente; mos de participação do titular;
V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e esta-
sido imediata; e beleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos;
VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e
ou mitigar os efeitos do prejuízo.

83
LEGISLAÇÃO

h) seja atualizado constantemente com base em informações VI - o grau do dano;


obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi- VII - a cooperação do infrator;
cas; VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro-
II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao
em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au- tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o
toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover o disposto no inciso II do §2º do art. 48 desta Lei;
cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais, de IX - a adoção de política de boas práticas e governança;
forma independente, promovam o cumprimento desta Lei. X - a pronta adoção de medidas corretivas; e
§3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser pu- XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi-
blicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconhecidas dade da sanção.
e divulgadas pela autoridade nacional. §2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san-
Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de
técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes- 11 de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação dada
soais. pela Lei nº 13.853, de 2019)
CAPÍTULO VIII §3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste
DA FISCALIZAÇÃO artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem
prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
SEÇÃO I na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas)
§4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do
Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in- caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa-
frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não
seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio- dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresarial
nal: (Vigência) em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional, ou
I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi- quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for
das corretivas; demonstrado de forma inequívoca e idônea.
II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da §5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela ANPD,
pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no Brasil inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de Defesa
no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no total, a de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, de 24 de
R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração; julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995. (Incluído
III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in- pela Lei nº 13.853, de 2019)
ciso II; §6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste
IV - publicização da infração após devidamente apurada e con- artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
firmada a sua ocorrência; I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das san-
V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até ções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste arti-
a sua regularização; go para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853, de
VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração; 2019)
VII - (VETADO); II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e
VIII - (VETADO); entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos.
IX - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a §7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados
que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con-
prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o
tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata
XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da- este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regulamen-
6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº to próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei, que
13.853, de 2019) deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que orienta-
XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacio- rão o cálculo do valor-base das sanções de multa. (Vigência)
nadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) §1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo de-
§1º As sanções serão aplicadas após procedimento administra- vem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de trata-
tivo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma gra- mento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias
dativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades do para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão
caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e critérios: conter fundamentação detalhada de todos os seus elementos, de-
I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais monstrando a observância dos critérios previstos nesta Lei.
afetados; §2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden-
II - a boa-fé do infrator; tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção
III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; de multa simples ou diária.
IV - a condição econômica do infrator;
V - a reincidência;

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LEGISLAÇÃO

Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações §5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de
a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será completa-
ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional. do pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(Vigência) Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão
Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada
conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo razo- em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis-
ável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da trativo disciplinar.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento. §1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de
Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o
CAPÍTULO IX processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis-
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD) são especial constituída por servidores públicos federais estáveis.
E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
PESSOAIS E DA PRIVACIDADE §2º Compete ao Presidente da República determinar o afasta-
mento preventivo, somente quando assim recomendado pela co-
SEÇÃO I missão especial de que trata o §1º deste artigo, e proferir o julga-
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD) mento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o
Art. 55. (VETADO). exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de
Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional de Proteção de Da- maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
dos (ANPD), autarquia de natureza especial, dotada de autonomia Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo
técnica e decisória, com patrimônio próprio e com sede e foro no caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº
Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022) 13.853, de 2019)
§1º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es-
§2º(Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§3º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) §1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen-
Art. 55-B. (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022) tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil
Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº 13.853, da Presidência da República para o exercício de suas atividades. (In-
de 2019) cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído pela §2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da
Lei nº 13.853, de 2019) ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder
III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções
V - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022) de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no-
V-A - Procuradoria; e(Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei
VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces- nº 13.853, de 2019)
sárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de
de 2019) 2019)
Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5 I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis-
(cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei nº lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial,
§1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi- observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informações
dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro- quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar os
vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do fundamentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do 2019)
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de
nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
§2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre 2019)
brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa- IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de dados
ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para realizado em descumprimento à legislação, mediante processo ad-
os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ministrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o direi-
§3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4 to de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) V - apreciar petições de titular contra controlador após com-
§4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador
nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco) não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; (Inclu-
e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. (In- ído pela Lei nº 13.853, de 2019)
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) VI - promover na população o conhecimento das normas e das
políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas
de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

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LEGISLAÇÃO

VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe-
internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; (Inclu- nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) 2019)
VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri-
que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra-
pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificida- ção pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
des das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído pela Lei nº XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas
13.853, de 2019) para exercer suas competências em setores específicos de ativida-
IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote- des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e(Incluído
ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional pela Lei nº 13.853, de 2019)
ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por
X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de tra- meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamento
tamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (Incluído pela
industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Lei nº 13.853, de 2019)
XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú- §1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento de
blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in- dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles limi-
forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais tes, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de mí-
detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir pa- nima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e os
recer técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei; direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Federal e
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativida- §2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem
des; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná-
XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de lises de impacto regulatório.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac- §3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis pela
to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento regulação de setores específicos da atividade econômica e gover-
representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção namental devem coordenar suas atividades, nas correspondentes
de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento de suas
de 2019) atribuições com a maior eficiência e promover o adequado funcio-
XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em matérias namento dos setores regulados, conforme legislação específica, e o
de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e pla- tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. (Incluído pela Lei
nejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nº 13.853, de 2019)
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório de §4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in-
gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o detalha- clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades
mento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº 13.853, de da administração pública responsáveis pela regulação de setores
2019) específicos da atividade econômica e governamental, a fim de faci-
XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm- litar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD.
bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo, §5º No exercício das competências de que trata o caput deste
sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do
tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela Lei nº 13.853, segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei.
de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen- §6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V
tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e
situação contenciosa no âmbito de processos administrativos, de as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas
acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe-
XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifi- te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no
cados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que mi- que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências
croempresas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública.
empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autode- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
clarem startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros
esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) órgãos e entidades com competências sancionatórias e normativas
XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu- afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen-
ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten- tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e
dimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº 13.853,
de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo, Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº
sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos 13.853, de 2019)
omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)

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LEGISLAÇÃO

I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. (In-
créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re- cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de §1º Os representantes serão designados por ato do Presidente
2019) da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº 13.853,
II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que de 2019)
lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) §2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e
III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu-
imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública.
IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.853, de §3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, X
2019) e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei nº
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con- I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela Lei
tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públi- nº 13.853, de 2019)
cos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei nº II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no
13.853, de 2019) Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da- III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon-
dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (Incluído dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
pela Lei nº 13.853, de 2019) §4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Dados
Art. 55-M. Constituem o patrimônio da ANPD os bens e os di- Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de serviço pú-
reitos: (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) blico relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da Presidência da 2019)
República; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022) Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da-
II - que venha a adquirir ou a incorporar. (Incluído pela Lei nº dos Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
14.460, de 2022) I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a ela-
Art. 56. (VETADO). boração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da
Art. 5 7. (VETADO). Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº 13.853,
de 2019)
SEÇÃO II II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das
DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
PESSOAIS E DA PRIVACIDADE vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído pela
Art. 58. (VETADO). Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas
e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representan- sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (Incluído
tes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos:(Incluído pela Lei nº pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes-
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
13.853, de 2019) 2019)
II - 1 (um) do Senado Federal;(Incluído pela Lei nº 13.853, de Art. 59. (VETADO).
2019)
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO X
13.853, de 2019) DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça;(Incluído pela Lei
nº 13.853, de 2019) Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da
V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluí- Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
do pela Lei nº 13.853, de 2019) “Art. 7º ..................................................................
VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído .......................................................................................
pela Lei nº 13.853, de 2019) X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a
VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela- determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi-
cionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.853, no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda
de 2019) obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a
VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova- proteção de dados pessoais;
ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ..............................................................................” (NR)
IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das “Art. 16. .................................................................
categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº .......................................................................................
13.853, de 2019) II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à finali-
X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial dade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto nas
relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (Incluído hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de dados
pela Lei nº 13.853, de 2019) pessoais.” (NR)

87
LEGISLAÇÃO

Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to- II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas,
dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu-
do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial, nicípios.
agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil. Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às
Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realiza-
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas ção de ações de interesse público, recursos públicos diretamente
competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão,
dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no §2º termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen-
do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire- tos congêneres.
trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as en-
Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata a tidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos
Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 . recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas
Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a a que estejam legalmente obrigadas.
adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a as-
de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das segurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser
operações de tratamento e a natureza dos dados. executados em conformidade com os princípios básicos da adminis-
Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não excluem tração pública e com as seguintes diretrizes:
outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relacionados à ma- I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo
téria ou nos tratados internacionais em que a República Federativa como exceção;
do Brasil seja parte. II - divulgação de informações de interesse público, indepen-
Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº dentemente de solicitações;
13.853, de 2019) III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec-
I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55- nologia da informação;
C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) na administração pública;
I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54; V - desenvolvimento do controle social da administração pú-
(Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020) blica.
II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação, Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - informação: dados, processados ou não, que podem ser uti-
Brasília , 14 de agosto de 2018; 197º da Independência e 130º lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em
da República. qualquer meio, suporte ou formato;
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer
que seja o suporte ou formato;
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO (LEI FEDERAL N°
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente
12.527/2011 E DECRETO MUNICIPAL N° 53.623/2012)
à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade
para a segurança da sociedade e do Estado;
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011. IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural
identificada ou identificável;
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à
5º , no inciso II do §3º do art. 37 e no §2º do art. 216 da Constituição produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução,
Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena-
Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa-
de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. ção;
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser co-
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- nhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas au-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: torizados;
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido
CAPÍTULO I produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in-
DISPOSIÇÕES GERAIS divíduo, equipamento ou sistema;
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, in-
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem obser- clusive quanto à origem, trânsito e destino;
vados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte,
de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. com o máximo de detalhamento possível, sem modificações.
5º , no inciso II do §3º do art. 37 e no §2º do art. 216 da Consti- Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à infor-
tuição Federal. mação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil com-
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos preensão.
Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Ju-
diciário e do Ministério Público;

88
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO II §6º Verificada a hipótese prevista no §5º deste artigo, o res-


DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de
10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que compro-
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observa- vem sua alegação.
das as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in-
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo aces- dependentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil
so a ela e sua divulgação; acesso, no âmbito de suas competências, de informações de inte-
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, resse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.
autenticidade e integridade; e §1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, de-
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, verão constar, no mínimo:
observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even- I - registro das competências e estrutura organizacional, en-
tual restrição de acesso. dereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendi-
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreen- mento ao público;
de, entre outros, os direitos de obter: II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recur-
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de sos financeiros;
acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou III - registros das despesas;
obtida a informação almejada; IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, in-
II - informação contida em registros ou documentos, produ- clusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os
zidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou contratos celebrados;
não a arquivos públicos; V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações,
III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou projetos e obras de órgãos e entidades; e
entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; §2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e enti-
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; dades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legí-
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti- timos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios
dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços; oficiais da rede mundial de computadores (internet).
VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú- §3º Os sítios de que trata o §2º deverão, na forma de regula-
blico, utilização de recursos públicos, licitação, contratos adminis- mento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos:
trativos; e I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o
VII - informação relativa: acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro- linguagem de fácil compreensão;
gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos
como metas e indicadores propostos; eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani-
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações;
de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, in- III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos
cluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
VIII – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.345, de 2022) IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura-
§1º O acesso à informação previsto no caput não compreende ção da informação;
as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimen- V - garantir a autenticidade e a integridade das informações
to científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segu- disponíveis para acesso;
rança da sociedade e do Estado. VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;
§2º Quando não for autorizado acesso integral à informação VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado co-
por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não municar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entida-
sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da de detentora do sítio; e
parte sob sigilo. VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili-
§3º O direito de acesso aos documentos ou às informações ne- dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art.
les contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da
do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisó- Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada
rio respectivo. pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008.
§4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido for- §4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) ha-
mulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não bitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a
fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos que se refere o §2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, em
termos do art. 32 desta Lei. tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e fi-
§5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o nanceira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Com-
interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura plementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade
de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva docu- Fiscal).
mentação. Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado me-
diante:

89
LEGISLAÇÃO

I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e §6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público
entidades do poder público, em local com condições apropriadas em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de
para: acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa- lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir
ções; a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res- ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo
pectivas unidades; se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a infor- mesmo tais procedimentos.
mações; e Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo
participação popular ou a outras formas de divulgação. órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser
cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do
CAPÍTULO III custo dos serviços e dos materiais utilizados. (Vide Lei nº 14.129,
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO de 2021) (Vigência)
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos
SEÇÃO I no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fa-
DO PEDIDO DE ACESSO zê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos
termos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983.
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de Art. 12. O serviço de busca e de fornecimento de informação
acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º é gratuito. (Redação dada pela Lei nº 14.129, de 2021) (Vigência)
desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a §1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusivamente o va-
identificação do requerente e a especificação da informação reque- lor necessário ao ressarcimento dos custos dos serviços e dos ma-
rida. teriais utilizados, quando o serviço de busca e de fornecimento da
§1º Para o acesso a informações de interesse público, a identi- informação exigir reprodução de documentos pelo órgão ou pela
ficação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem entidade pública consultada. (Incluído pela Lei nº 14.129, de 2021)
a solicitação. (Vigência)
§2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar §2º Estará isento de ressarcir os custos previstos no §1º deste
alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de artigo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem
seus sítios oficiais na internet. prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da
§3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. (Incluído pela Lei nº 14.129,
determinantes da solicitação de informações de interesse público. de 2021) (Vigência)
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conce- Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em
der o acesso imediato à informação disponível. documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, de-
§1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma verá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta
disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deve- confere com o original.
rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão
efetuar a reprodução ou obter a certidão; de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou ponha em risco a conservação do documento original.
parcial, do acesso pretendido; ou Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda,
remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o SEÇÃO II
interessado da remessa de seu pedido de informação. DOS RECURSOS
§2º O prazo referido no §1º poderá ser prorrogado por mais 10
(dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou
o requerente. às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor re-
§3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações curso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua
e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade po- ciência.
derá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarqui-
a informação de que necessitar. camente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se
§4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de infor- manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
mação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser infor- Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti-
mado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à
interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade compe- Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco)
tente para sua apreciação. dias se:
§5º A informação armazenada em formato digital será forneci- I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for ne-
da nesse formato, caso haja anuência do requerente. gado;

90
LEGISLAÇÃO

II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou par- Parágrafo único. As informações ou documentos que versem
cialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classi- sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos prati-
ficadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido cada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não
pedido de acesso ou desclassificação; poderão ser objeto de restrição de acesso.
III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedi- industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômi-
mentos previstos nesta Lei. ca pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha
§1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri- qualquer vínculo com o poder público.
gido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apre-
ciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior SEÇÃO II
àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO QUANTO AO GRAU E
de 5 (cinco) dias. PRAZOS DE SIGILO
§2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Contro-
ladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que ado- Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie-
te as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as infor-
nesta Lei. mações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:
§3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida-
União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavalia- de do território nacional;
ção de Informações, a que se refere o art. 35. II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as
Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassifica- relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas
ção de informação protocolado em órgão da administração públi- em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais;
ca federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;
área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reava- IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica
liação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16. ou monetária do País;
§1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri- V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi-
gido às autoridades mencionadas depois de submetido à aprecia- cos das Forças Armadas;
ção de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen-
autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens,
Armadas, ao respectivo Comando. instalações ou áreas de interesse estratégico nacional;
§2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autori-
objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, dades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de in-
prevista no art. 35. vestigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a pre-
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias venção ou repressão de infrações.
proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classifica- Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públi-
ção de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação pró- cas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à
pria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como
seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer ultrassecreta, secreta ou reservada.
caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido. §1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação,
Art. 19. (VETADO). conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data
§1º (VETADO). de sua produção e são os seguintes:
§2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor- I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do II - secreta: 15 (quinze) anos; e
Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de III - reservada: 5 (cinco) anos.
recurso, negarem acesso a informações de interesse público. §2º As informações que puderem colocar em risco a segurança
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônju-
9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata ges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob si-
este Capítulo. gilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato,
em caso de reeleição.
CAPÍTULO IV §3º Alternativamente aos prazos previstos no §1º , poderá ser
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência
de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso
SEÇÃO I do prazo máximo de classificação.
DISPOSIÇÕES GERAIS §4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o
evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, au-
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária tomaticamente, de acesso público.
à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. §5º Para a classificação da informação em determinado grau
de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e
utilizado o critério menos restritivo possível, considerados:

91
LEGISLAÇÃO

I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do §2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecre-
Estado; e to pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I de-
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que verá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo
defina seu termo final. previsto em regulamento.
§3º A autoridade ou outro agente público que classificar infor-
SEÇÃO III mação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que tra-
DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE INFORMAÇÕES SIGILOSAS ta o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que
se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento.
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de si-
de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, gilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os
assegurando a sua proteção.(Regulamento) seguintes elementos:
§1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação clas- I - assunto sobre o qual versa a informação;
sificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham ne- II - fundamento da classificação, observados os critérios esta-
cessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na belecidos no art. 24;
forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou
públicos autorizados por lei. dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites
§2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a previstos no art. 24; e
obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo. IV - identificação da autoridade que a classificou.
§3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a se- Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no
rem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a mesmo grau de sigilo da informação classificada.
protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela au-
divulgação não autorizados. toridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente supe-
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências ne- rior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previs-
cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente tos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução
conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segu- do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24.(Regulamento)
rança para tratamento de informações sigilosas. §1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar
Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em as peculiaridades das informações produzidas no exterior por auto-
razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades ridades ou agentes públicos.
de tratamento de informações sigilosas adotará as providências ne- §2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exa-
cessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes minadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de
observem as medidas e procedimentos de segurança das informa- danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.
ções resultantes da aplicação desta Lei. §3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação,
o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua
SEÇÃO IV produção.
DOS PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pu-
E DESCLASSIFICAÇÃO blicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à
veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de
Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da regulamento:
administração pública federal é de competência:(Regulamento) I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: últimos 12 (doze) meses;
a) Presidente da República; II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com
b) Vice-Presidente da República; identificação para referência futura;
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro- III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de
gativas; informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informa-
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e ções genéricas sobre os solicitantes.
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes §1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publi-
no exterior; cação prevista no caput para consulta pública em suas sedes.
II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos §2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de in-
titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e socieda- formações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e
des de economia mista; e dos fundamentos da classificação.
III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos
I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia, SEÇÃO V
nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS
Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regula-
mentação específica de cada órgão ou entidade, observado o dis- Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito
posto nesta Lei. de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada,
§1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias
à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada individuais.
pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão §1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relati-
no exterior, vedada a subdelegação. vas à intimidade, vida privada, honra e imagem:

92
LEGISLAÇÃO

I - terão seu acesso restrito, independentemente de classifica- I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas,
ção de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios ne-
sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e les estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou
à pessoa a que elas se referirem; e contravenção penal; ou
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por tercei- II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro
ros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão
a que elas se referirem. ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela
§2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este estabelecidos.
artigo será responsabilizado por seu uso indevido. §2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou
§3º O consentimento referido no inciso II do §1º não será exigi- agente público responder, também, por improbidade adminis-
do quando as informações forem necessárias: trativa, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992.
física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamen- Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver infor-
te para o tratamento médico; mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi- público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às
dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a seguintes sanções:
identificação da pessoa a que as informações se referirem; I - advertência;
III - ao cumprimento de ordem judicial; II - multa;
IV - à defesa de direitos humanos; ou III - rescisão do vínculo com o poder público;
V - à proteção do interesse público e geral preponderante. IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe-
§4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, dimento de contratar com a administração pública por prazo não
honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito superior a 2 (dois) anos; e
de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
titular das informações estiver envolvido, bem como em ações vol- administração pública, até que seja promovida a reabilitação peran-
tadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância. te a própria autoridade que aplicou a penalidade.
§5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para trata- §1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli-
mento de informação pessoal. cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa
do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias.
CAPÍTULO V §2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente
DAS RESPONSABILIDADES quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti-
dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabili- aplicada com base no inciso IV.
dade do agente público ou militar: §3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competên-
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos des- cia exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública,
ta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo
intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; de 10 (dez) dias da abertura de vista.
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutili- Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamen-
zar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação te pelos danos causados em decorrência da divulgação não autori-
que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conheci- zada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações
mento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos
função pública; casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa físi-
à informação; ca ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer na-
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir tureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa
acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal; ou pessoal e a submeta a tratamento indevido.
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de
terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou CAPÍTULO VI
por outrem; DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in-
formação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo Art. 35. (VETADO).
de terceiros; e §1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con- ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, so-
cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de bre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá
agentes do Estado. competência para:
§1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e I - requisitar da autoridade que classificar informação como ul-
do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão con- trassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou inte-
sideradas: gral da informação;
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se-
cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada,
observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e

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LEGISLAÇÃO

III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência
ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da admi-
acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania nistração pública federal direta e indireta designará autoridade que
nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo ór-
relações internacionais do País, observado o prazo previsto no §1º gão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
do art. 24. I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a
§2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única reno- informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;
vação. II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre-
§3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do §1º deve- sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;
rá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação
prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao
ou secretos. correto cumprimento do disposto nesta Lei; e
§4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cum-
Reavaliação de Informações nos prazos previstos no §3º implicará a primento do disposto nesta Lei e seus regulamentos.
desclassificação automática das informações. Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis-
§5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e tração pública federal responsável:
funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo-
observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e de- mento à cultura da transparência na administração pública e cons-
mais disposições desta Lei.(Regulamento) cientização do direito fundamental de acesso à informação;
Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tra- II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao
tados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco- desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na admi-
mendações constantes desses instrumentos. nistração pública;
Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Insti- III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da ad-
tucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Cre- ministração pública federal, concentrando e consolidando a publi-
denciamento (NSC), que tem por objetivos:(Regulamento) cação de informações estatísticas relacionadas no art. 30;
I - promover e propor a regulamentação do credenciamento IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório
de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para anual com informações atinentes à implementação desta Lei.
tratamento de informações sigilosas; e Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei
II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua pu-
aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com blicação.
os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezem-
acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo bro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais “Art. 116. ...................................................................
órgãos competentes. ............................................................................................
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, or- VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do
ganização e funcionamento do NSC. cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de no- suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori-
vembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurí- dade competente para apuração;
dica, constante de registro ou banco de dados de entidades gover- .................................................................................” (NR)
namentais ou de caráter público. Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990,
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à rea- passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:
valiação das informações classificadas como ultrassecretas e secre- “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci-
tas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su-
vigência desta Lei. perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra
§1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia- autoridade competente para apuração de informação concernente
ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições pre- à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento,
vistos nesta Lei. ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun-
§2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação ção pública.”
prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Co- Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
missão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas
desta Lei. nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao dis-
§3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto posto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III.
no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da Art. 46. Revogam-se:
legislação precedente. I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e
§4º As informações classificadas como secretas e ultrassecretas II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, au- Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após
tomaticamente, de acesso público. a data de sua publicação.
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e
123º da República.

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LEGISLAÇÃO

DECRETO Nº 53.623 DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012 III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou
entidade privada decorrente de qualquer vínculo com os órgãos ou
Regulamenta a Lei Federal n° 12.527, de 18 de novembro de entidades municipais, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
2011, no âmbito do Poder Executivo, estabelecendo procedimentos IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
e outras providências correlatas para garantir o direito de acesso à V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti-
informação, conforme especifica. dades municipais, inclusive as relativas à sua política, organização
e serviços;
GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú-
das atribuições que lhe são conferidas por lei, blico, utilização de recursos públicos, licitações e a contratos admi-
D E C R E T A: nistrativos;
VII - informação relativa:
CAPÍTULO I a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro-
DISPOSIÇÕES GERAIS gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades municipais, bem
como metas e indicadores propostos;
Art. 1º. Este decreto regulamenta a Lei Federal n° 12.527, de 18 b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas
de novembro de 2011, no âmbito do Poder Executivo, estabelecen- de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, in-
do procedimentos e outras providências correlatas a serem obser- cluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
vados por seus órgãos e entidades, bem como pelas entidades pri- Art. 6º. Para os efeitos deste decreto, considera-se:
vadas sem fins lucrativos que recebam recursos do Município para I - informação: dados, processados ou não, que podem ser uti-
a realização de atividades de interesse público, visando garantir o lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em
direito de acesso à informação, conforme especifica. qualquer meio, suporte ou formato;
Parágrafo único. O direito de acesso à informação de que tra- II - dados processados: aqueles submetidos a qualquer opera-
ta este decreto não exclui outras hipóteses de garantia do mesmo ção ou tratamento por meio de processamento eletrônico ou por
direito previstas na legislação municipal, em especial nas Leis nº meio automatizado com o emprego de tecnologia da informação;
13.135, de 6 de junho de 2001, e nº 13.284, de 9 de janeiro de 2002. III - documento: unidade de registro de informações, qualquer
Art. 2º. Os órgãos e entidades municipais assegurarão, às pes- que seja o suporte ou formato;
soas naturais e jurídicas, o direito de acesso à informação, mediante IV - informação sigilosa: informação submetida temporaria-
a adoção de procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparen- mente à restrição de acesso público em razão de sua imprescin-
te, clara e em linguagem de fácil compreensão, observados os prin- dibilidade para a segurança da sociedade e do Estado, bem assim
cípios que regem a Administração Pública e as diretrizes previstas aquelas abrangidas pelas demais hipóteses legais de sigilo;
nos artigos 3º e 4º deste decreto. V - informação pessoal: informação relacionada à pessoa natu-
Art. 3º. Os procedimentos previstos neste decreto devem ser ral identificada ou identificável, relativa à intimidade, vida privada,
executados em conformidade com as seguintes diretrizes: honra e imagem;
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo VI - tratamento da informação: conjunto de ações referentes
como exceção; à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução,
II - divulgação de informações de interesse público, indepen- transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena-
dentemente de solicitações; mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa-
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec- ção;
nologia da informação; VII - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas
na Administração Pública; autorizados;
V - desenvolvimento do controle social da Administração Pú- VIII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido
blica. produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in-
Art. 4º. Cabe aos órgãos e entidades municipais, observadas as divíduo, equipamento ou sistema;
normas e procedimentos previstos neste decreto, assegurar: IX - integridade: qualidade da informação não modificada, in-
I - a gestão transparente da informação, propiciando amplo clusive quanto à origem, trânsito e destino;
acesso a ela e sua divulgação; X - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte,
II - a proteção da informação, garantindo-se sua disponibilida- com o máximo de detalhamento possível, sem modificações;
de, autenticidade e integridade; XI - informação atualizada: informação que reúne os dados
III - a proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, mais recentes sobre o tema, de acordo com sua natureza, com os
observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even- prazos previstos em normas específicas ou conforme a periodicida-
tual restrição de acesso. de estabelecida nos sistemas informatizados que a organizam;
Art. 5º. O acesso à informação previsto neste decreto compre- XII - documento preparatório: documento formal utilizado
ende, entre outros, os direitos de obter: como fundamento da tomada de decisão ou de ato administrativo,
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de a exemplo de pareceres e notas técnicas.
acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou Art. 7º. A busca e o fornecimento da informação são gratuitos,
obtida a informação almejada; ressalvada a cobrança do valor referente ao custo dos serviços e dos
II - informação contida em registros ou documentos, produzi- materiais utilizados, tais como reprodução de documentos, mídias
dos ou acumulados pelos órgãos ou entidades municipais, recolhi- digitais e postagem.
dos ou não a arquivos públicos;

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LEGISLAÇÃO

Parágrafo único. Está isento de ressarcir os custos dos servi- bem como proventos de aposentadoria e pensões, de forma indivi-
ços e dos materiais utilizados aquele cuja situação econômica não dualizada, conforme ato da Secretaria Municipal de Planejamento,
lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, Orçamento e Gestão. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
declarada nos termos da Lei Federal nº 7.115, de 29 de agosto de §2º. A divulgação de informações sobre funcionários, empre-
1983. gados e servidores obedecerá a legislação específica que disciplina
a matéria.
CAPÍTULO II §3º. Em conformidade com o padrão a ser estabelecido pela
DA ABRANGÊNCIA Secretaria Executiva de Comunicação, todos os órgãos e entidades
municipais deverão manter, em seus respectivos sítios na Internet,
Art. 8º. Sujeitam-se ao disposto neste decreto os órgãos da Ad- seção específica para a divulgação das seguintes informações:
ministração Direta, as autarquias, as fundações públicas, as empre- I - estrutura organizacional, competências, legislação aplicável,
sas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entida- principais cargos e seus ocupantes, endereço e telefones das unida-
des controladas direta ou indiretamente pelo Município. des, horários de atendimento ao público;
§1º. A divulgação de informações de empresas públicas, so- II - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações,
ciedades de economia mista e demais entidades controladas pelo projetos e obras de órgãos e entidades;
Município que atuem em regime de concorrência, sujeitas ao dis- III - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade;
posto no artigo 173 da Constituição Federal, submete-se às normas IV - resultados de inspeções, auditorias, prestações e tomadas
pertinentes da Comissão de Valores Mobiliários, a fim de assegurar de contas realizadas pelos órgãos de controle interno, incluindo
sua competitividade, governança corporativa e, quando houver, os prestações de contas relativas a exercícios anteriores;
interesses de acionistas minoritários. V - contato da autoridade de monitoramento, prevista no ar-
§2º. Não se sujeitam ao disposto neste decreto as informações tigo 75 deste decreto, bem como o telefone e o correio eletrônico
relativas à atividade empresarial de pessoas físicas ou jurídicas de do Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do órgão ou entidade
direito privado, obtidas pela fiscalização tributária ou por outros municipal.
órgãos ou entidades municipais no exercício de suas atividades §4º. As informações poderão ser disponibilizadas por meio de
regulares de fiscalização, controle, regulação e supervisão, cuja di- ferramenta de redirecionamento de página na Internet, quando es-
vulgação possa representar vantagem competitiva a outros agentes tiverem disponíveis em outros sítios governamentais.
econômicos.(Regulamentado pela Resolução SMT nº 10/2016) Art. 11. Os sítios dos órgãos e entidades municipais na Internet
Art. 9º. O acesso à informação disciplinado neste decreto não deverão atender aos seguintes requisitos, dentre outros:
se aplica: I - conter formulário para pedido de acesso à informação;
I - às hipóteses de sigilo previstas na legislação, como fiscal, II - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita
bancário, de operações e serviços no mercado de capitais, comer- o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em
cial, profissional, industrial e segredo de justiça;(Regulamentado linguagem de fácil compreensão;
pela Resolução SMT nº 10/2016) III - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos
II - às informações referentes a projetos de pesquisa e desen- eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani-
volvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindí- lhas e textos, de modo a facilitar a análise das informações;
vel à segurança da sociedade e do Estado. IV - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos
em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
CAPÍTULO III V - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura-
DA TRANSPARÊNCIA ATIVA ção da informação;
VI - garantir autenticidade e integridade das informações dis-
Art. 10. É dever dos órgãos e entidades da Administração Pú- poníveis para acesso;
blica Municipal promover, independentemente de requerimento, VII - manter atualizadas as informações disponíveis para aces-
a divulgação, na Internet, de informações de interesse coletivo ou so;
geral por eles produzidas ou custodiadas. VIII – disponibilizar instruções sobre a forma de comunicação
§1º. Serão divulgadas no Portal da Transparência, na Internet, do requerente com o órgão ou entidade; (Redação dada pelo De-
sem prejuízo da divulgação em outros sítios dos órgãos e entidades creto nº 54.779/2014)
municipais, as informações sobre: IX - garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com de-
I - repasses ou transferências de recursos financeiros; ficiência.
II - execução orçamentária e financeira detalhada; Parágrafo único.(Revogado pelo Decreto nº 54.779/2014)
III – licitações realizadas e em andamento, com editais, anexos
e resultados; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014) CAPÍTULO IV
IV – contratos firmados, na íntegra; (Redação dada pelo Decre- DA TRANSPARÊNCIA PASSIVA
to nº 54.779/2014)
V – íntegra dos convênios firmados, com os respectivos núme- SEÇÃO I
ros de processo; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014) DO SERVIÇO DE INFORMAÇÃO AO CIDADÃO
VI – remuneração e subsídios recebidos por ocupantes de car-
gos, empregos ou funções públicas, incluídos eventuais auxílios, Art. 12. Todas as secretarias, subprefeituras, autarquias, funda-
ajudas de custo, jetons e quaisquer outras vantagens pecuniárias, ções públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e
demais entidades controladas direta ou indiretamente pelo Municí-

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LEGISLAÇÃO

pio deverão dispor de, no mínimo, uma unidade física para atendi- Art. 16. Não serão atendidos pedidos de acesso à informação:
mento ao público, com a finalidade de abrigar seu próprio Serviço I -(Revogado pelo Decreto nº 54.779/2014)
de Informações ao Cidadão - SIC, o qual terá por objetivos: II -(Revogado pelo Decreto nº 54.779/2014)
I - receber e registrar pedidos de acesso à informação; III - que exijam trabalhos adicionais de análise, interpretação
II - atender, informar e orientar o público quanto ao acesso à ou consolidação de dados e informações, ou serviço de produção
informação. ou tratamento de dados que não seja de competência do órgão ou
§1º. O SIC será instalado em unidade física identificada, de fácil entidade.
acesso e aberta ao público. §1º A informação será disponibilizada ao requerente da mes-
§2º. Onde não houver possibilidade de instalação da unidade ma forma que se encontrar arquivada ou registrada no órgão ou
física do SIC, deverá ser oferecido à população, no mínimo, o servi- entidade municipal, não cabendo a estes últimos realizar qualquer
ço de recebimento e registro dos pedidos de acesso à informação. trabalho de consolidação ou tratamento de dados, tais como a ela-
§3º. Compete ao SIC: boração de planilhas ou banco de dados. (Redação dada pelo De-
I - o recebimento do pedido de acesso e, sempre que possível, creto nº 54.779/2014)
o fornecimento imediato da informação; §2º Nas hipóteses do inciso III do “caput” e do §1º deste artigo,
II - o registro do pedido de acesso em sistema eletrônico espe- o órgão ou entidade municipal deverá, caso tenha conhecimento,
cífico e a entrega do número de protocolo, que conterá a data de indicar o local onde se encontram as informações a partir das quais
apresentação do pedido; o requerente poderá realizar a interpretação, consolidação ou tra-
III - o encaminhamento do pedido recebido e registrado ao res- tamento de dados. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
ponsável pelo fornecimento da informação, previsto no artigo 18 §3º. Quando não for autorizado acesso integral à informação
deste decreto. por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
Art. 13. A realização de audiências ou consultas públicas, o in- sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
centivo à participação popular e as demais formas de divulgação parte sob sigilo.
das ações do Poder Público obedecerão às normas e procedimentos §4º Informado o extravio da informação solicitada, poderá o re-
previstos na legislação municipal aplicável à matéria. querente solicitar à autoridade competente a imediata abertura de
procedimento tendente a apurar o desaparecimento da respectiva
SEÇÃO II documentação (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
DO PEDIDO DE ACESSO À INFORMAÇÃO §5º.Verificada a hipótese prevista no §4º deste artigo, o res-
ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de
Art. 14. Qualquer pessoa, natural ou jurídica, devidamente 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que compro-
identificada, poderá formular pedido de acesso à informação. vem sua alegação.
§1º Serão admitidos pedidos de acesso à informação por cor- Art. 17. São vedadas exigências relativas aos motivos do pe-
respondência física, presencialmente nos SICs ou via sistema ele- dido de acesso à informação. (Redação dada pelo Decreto nº
trônico disponibilizado pelos órgãos ou entidades referidos no 54.779/2014)
“caput” do artigo 12 deste decreto. (Redação dada pelo Decreto nº §1º. (Revogado pelo Decreto nº 54.779/2014)
54.779/2014) §2º.(Revogado pelo Decreto nº 54.779/2014)
§2º Para fins de controle, os pedidos apresentados serão obri-
gatoriamente cadastrados em sistema eletrônico específico, com a SEÇÃO III
geração de número de protocolo e certificação da data do recebi- DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
mento, iniciando-se a contagem do prazo de resposta no primeiro
dia útil subsequente; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014) Art. 18. Recebido o pedido e estando a informação disponível,
§3º O número de protocolo e o termo inicial do prazo de res- o acesso será imediato.
posta, quando relativos a pedidos apresentados presencialmente §1º. Os Chefes de Gabinete dos órgãos ou entidades munici-
pelo requerente nos SICs ou via sistema eletrônico disponibilizado pais mencionados no “caput” do artigo 12 deste decreto serão os
pela Administração Municipal, deverão ser fornecidos ao requeren- responsáveis pela transmissão das informações aos interessados,
te no momento da apresentação dessas solicitações. (Redação dada incumbindo-lhes também coordenar a equipe do Serviço de Infor-
pelo Decreto nº 54.779/2014) mação ao Cidadão - SIC, ouvindo-se a área jurídica sempre que ne-
§4º No caso de pedido de acesso à informação enviado por car- cessário.
ta, a resposta deverá ser fornecida ao requerente no prazo máximo §2º. Caso não seja possível o acesso imediato, a autoridade
de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 10 (dez) a partir do primei- mencionada no §1o deverá, no prazo de até 20 (vinte) dias:
ro dia útil subsequente à data do recebimento da correspondência. I - enviar a informação ao endereço físico ou eletrônico infor-
(Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014) mado;
Art. 15. O pedido de acesso à informação deverá conter, II - comunicar a data, o local e o modo para a realização da con-
sob pena de não conhecimento: (Redação dada pelo Decreto nº sulta à informação, a reprodução ou a obtenção da certidão relativa
54.779/2014) à informação;
I - o nome do requerente; III - comunicar que não possui a informação ou que não tem
II - o número de documento de identificação válido; conhecimento de sua existência;
III - a especificação, de forma clara, objetiva e precisa, da infor- IV - indicar, caso tenha conhecimento, o órgão ou entidade res-
mação requerida; e ponsável pela informação ou que a detenha; ou
IV - o endereço físico ou eletrônico do requerente, para recebi- V - indicar as razões de fato ou de direito da negativa, total ou
mento de comunicações ou da informação requerida. parcial, do acesso.

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LEGISLAÇÃO

§3º. Nas hipóteses em que o pedido de acesso à informação SEÇÃO IV


demandar manuseio de grande volume de documentos ou a movi- DOS RECURSOS
mentação do documento puder comprometer sua regular tramita-
ção, será adotada a medida prevista no inciso II do §2º deste artigo. Art. 24. Caberá pedido de revisão, no prazo de 10 (dez) dias,
§4º. Quando se tratar de acesso à informação contida em do- contados a partir do primeiro dia útil subsequente à data da ciên-
cumento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deve- cia da decisão ou do decurso do prazo sem manifestação, à auto-
rá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta ridade máxima do órgão ou entidade municipal que a prolatar ou
confere com o original. se omitir, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pelo Decreto nº
§5º. Na impossibilidade de obtenção de cópia de que trata o 54.779/2014)
§4º deste artigo, o interessado poderá solicitar que, às suas expen- I – ausência de resposta ao seu pedido dentro do prazo regula-
sas e sob a supervisão de servidor público, a reprodução seja feita mentar, incluindo eventual prorrogação; (Redação dada pelo Decre-
por outro meio que não ponha em risco a integridade do documen- to nº 54.779/2014)
to original. II – resposta incompleta, obscura, contraditória ou omissa; (Re-
§6º O órgão ou entidade municipal poderá oferecer meios para dação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que ne- III – não conhecimento ou improcedência do pedido. (Redação
cessitar (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014) dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
Art. 19. O prazo para resposta do pedido poderá ser prorrogado Parágrafo único. Os pedidos de revisão de que trata este artigo
por 10 (dez) dias, mediante justificativa encaminhada ao requeren- serão apreciados no prazo de 5 (cinco) dias, contados a partir do
te antes do término do prazo inicial de 20 (vinte) dias. primeiro dia útil subsequente à sua apresentação. (Redação dada
Art. 20. Caso a informação esteja disponível ao público em for- pelo Decreto nº 54.779/2014)
mato impresso, eletrônico ou em outro meio de acesso universal, o Art. 25. Negado provimento ou não conhecido o pedido de re-
órgão ou entidade municipal deverá orientar o interessado quanto visão de que trata o artigo 24 deste decreto, poderá o requerente
ao local e modo para consultar, obter ou reproduzir a informação. apresentar recurso à Controladoria Geral do Município, no prazo de
§1º. Na hipótese do “caput” deste artigo, o órgão ou entida- 10 (dez) dias, contados a partir do primeiro dia útil subsequente à
de desobriga-se do fornecimento direto da informação, salvo se o ciência da decisão. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
requerente declarar não dispor de meios para consultar, obter ou §1º A Controladoria Geral do Município deverá decidir o recur-
reproduzir a informação. so no prazo de 5 (cinco) dias ou, caso haja a necessidade de com-
§2º. A informação armazenada em formato digital será forneci- plementação de informações, provocar a unidade de origem para
da nesse formato, caso haja anuência do requerente. que preste esclarecimentos em prazo não superior a 5 (cinco) dias.
Art. 21. Quando o fornecimento da informação implicar repro- (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
dução de documentos, o órgão ou entidade, observado o prazo de §2º Prestados os esclarecimentos referidos no §1º deste artigo,
resposta ao pedido, disponibilizará ao interessado o Documento de deverá a Controladoria decidir o recurso no prazo de 3 (três) dias.
Arrecadação do Município de São Paulo - DAMSP, para pagamento (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
do preço público correspondente. §3º Provido o recurso, o órgão de origem cumprirá a decisão
Parágrafo único. A reprodução de documentos ocorrerá no pra- no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Redação dada pelo Decreto nº
zo de 10 (dez) dias, contado da comprovação do pagamento pelo 54.779/2014)
interessado ou da entrega da declaração prevista no parágrafo úni- Art. 26. Negado provimento ou não conhecido o recurso pela
co do artigo 7º deste decreto, ressalvadas hipóteses justificadas em Controladoria Geral do Município, poderá o requerente apresentar
que, devido ao volume ou ao estado dos documentos, a reprodução novo recurso à Comissão Municipal de Acesso à Informação, no
demande prazo superior. prazo de 10 (dez) dias, contados da ciência da decisão, observados
Art. 22. Negado o pedido de acesso à informação, será enviada os procedimentos previstos no Capítulo VI deste decreto. (Redação
ao interessado, no prazo de resposta, comunicação com: dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
I – as razões da negativa ou do não conhecimento e seus funda-
mentos legais; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014) SEÇÃO V
II - a possibilidade e prazo de apresentação do recurso cabível, DOS PRAZOS E DAS INTIMAÇÕES
com indicação da autoridade que o apreciará; e
III - a possibilidade de apresentação de pedido de desclassifica- Art. 27. Os prazos fixados neste decreto serão contínuos, ex-
ção da informação, quando for o caso, com indicação da autoridade cluindo-se, na sua contagem, o dia de início e incluindo-se o do ven-
classificadora que o apreciará. cimento.
Parágrafo único. As razões da negativa de acesso à informação Art. 28. Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expe-
classificada indicarão o fundamento legal da classificação e a auto- diente normal na repartição em que tramita o processo ou deva ser
ridade que a classificou. praticado o ato.
Art. 23. O acesso a documento preparatório ou informação Art. 29. Considera-se intimado o requerente: (Redação dada
nele contida, utilizados como fundamento de tomada de decisão pelo Decreto nº 54.779/2014)
ou de ato administrativo, será assegurado a partir da edição do ato I – quando a informação ou decisão for enviada para o seu en-
ou decisão. dereço eletrônico, na data do envio; (Redação dada pelo Decreto nº
54.779/2014)
II – quando a informação for enviada para o seu endereço físi-
co, na data do recebimento do AR – Aviso de Recebimento; (Reda-
ção dada pelo Decreto nº 54.779/2014)

98
LEGISLAÇÃO

III – na hipótese do inciso II do §2º do artigo 18 deste decreto, a Art. 34. As informações que puderem colocar em risco a segu-
partir da data indicada para consulta ou reprodução. (Redação dada rança do Prefeito, Vice-Prefeito, seus cônjuges ou companheiros e
pelo Decreto nº 54.779/2014) filhos serão classificadas no grau reservado e ficarão sob sigilo até o
término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso
CAPÍTULO V de reeleição.
DAS INFORMAÇÕES CLASSIFICADAS EM GRAU DE SIGILO Art. 35. A classificação de informação, em qualquer grau de
sigilo, é de competência da Comissão Municipal de Acesso à Infor-
SEÇÃO I mação, prevista no artigo 52 deste decreto. (Redação dada pelo De-
DA CLASSIFICAÇÃO DE INFORMAÇÕES QUANTO AO GRAU E creto nº 56.519/2015)
PRAZOS DE SIGILO
SEÇÃO II
Art. 30. São passíveis de classificação as informações conside- DOS PROCEDIMENTOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE
radas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado, cuja INFORMAÇÃO
divulgação ou acesso irrestrito possam:
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida- Art. 36. A decisão que classificar a informação em qualquer
de do território nacional; grau de sigilo deverá ser formalizada em Termo de Classificação,
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as conforme modelo anexo a este decreto, contendo:
relações internacionais do País; I - o grau de sigilo;
III - prejudicar ou pôr em risco informações fornecidas em cará- II - o assunto sobre o qual versa a informação;
ter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; III - o tipo de documento;
IV - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; IV - a data da produção do documento;
V - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica V - a indicação do(s) dispositivo(s) legal(is) que fundamenta(m)
ou monetária do País; a classificação;
VI - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi- VI - o fundamento ou as razões da classificação, observados os
cos das Forças Armadas; critérios estabelecidos no artigo 32;
VII - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen- VII - a indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou
volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, dias, ou do evento que defina o seu termo final;
instalações ou áreas de interesse estratégico nacional, observado o VIII - a data da classificação;
disposto no inciso II do “caput” do artigo 9º deste decreto; IX - a identificação da autoridade que classificou a informação.
VIII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas auto- §1º. O Termo de Classificação seguirá anexo à informação.
ridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou §2º. A decisão referida no “caput” deste artigo será mantida no
IX - comprometer atividades de inteligência, de investigação ou mesmo grau de sigilo que a informação classificada.
de fiscalização em andamento, relacionadas com prevenção ou re- §3º. A ratificação da classificação de que trata o §3º do artigo
pressão de infrações. 35 deverá ser registrada no Termo de Classificação.
Art. 31. A informação em poder dos órgãos e entidades, obser- Art. 37.(Revogado pelo Decreto nº 56.519/2015)
vado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança Art. 38. Na hipótese de documento que contenha informações
da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada no grau ultrasse- classificadas em diferentes graus de sigilo, será atribuído ao docu-
creto, secreto ou reservado. mento tratamento do grau de sigilo mais elevado, ficando assegura-
Art. 32. Para a classificação da informação em determinado do o acesso às partes não classificadas por meio de certidão, extra-
grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informa- to ou cópia, com ocultação da parte sob sigilo.
ção e utilizado o critério menos restritivo possível, considerando: Art. 39. Os órgãos e entidades municipais poderão constituir
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do comissão de apoio para classificação de documentos, com as se-
Estado; e guintes atribuições, dentre outras:
II - o prazo máximo de classificação em grau de sigilo ou o even- I - opinar sobre a informação produzida no âmbito de sua atua-
to que defina seu termo final. ção para fins de classificação em qualquer grau de sigilo;
Art. 33. Os prazos máximos de restrição de acesso à informa- II - assessorar a autoridade classificadora ou a autoridade hie-
ção, conforme o grau de classificação, vigoram a partir da data de rarquicamente superior quanto à desclassificação, reclassificação
sua produção e são os seguintes: ou reavaliação de informação classificada em qualquer grau de si-
I - grau ultrassecreto: 25 (vinte e cinco) anos; gilo;
II - grau secreto: 15 (quinze) anos; III - propor o destino final das informações desclassificadas, in-
III - grau reservado: 5 (cinco) anos. dicando os documentos para guarda permanente;
§1º. Poderá ser estabelecida como termo final de restrição de IV - subsidiar a elaboração do rol anual de informações desclas-
acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra sificadas e documentos classificados em cada grau de sigilo, a ser
antes do transcurso do prazo máximo de classificação. disponibilizado na Internet.
§2º. Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o Parágrafo único. As comissões a que se refere o “caput” deste
evento que define o seu termo final, a informação tornar-se-á, au- artigo serão integradas, preferencialmente, por servidores de nível
tomaticamente, de acesso público. superior das áreas jurídica, de administração geral, de contabilida-
de, de economia, de engenharia, de biblioteconomia, de tecnologia
da informação e por representantes das áreas específicas da docu-
mentação a ser analisada.

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LEGISLAÇÃO

SEÇÃO III Parágrafo único. O requerente deverá apresentar razões que


DA DESCLASSIFICAÇÃO E REAVALIAÇÃO DA INFORMAÇÃO demonstrem a existência de nexo entre as informações requeridas
CLASSIFICADA EM GRAU DE SIGILO e o direito que se pretende proteger.
Art. 49. O acesso, a divulgação e o tratamento de informação
Art. 40. A classificação das informações será reavaliada pela classificada em qualquer grau de sigilo ficarão restritos a pessoas
autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente su- que tenham necessidade de conhecê-la, sem prejuízo das atribui-
perior, mediante provocação ou de ofício, para desclassificação ou ções de agentes públicos autorizados por lei.
redução do prazo de sigilo. Parágrafo único. O acesso à informação classificada como si-
Parágrafo único. Para o cumprimento do disposto no “caput” gilosa cria, para aquele que a obteve, a obrigação de resguardar o
deste artigo, deverá ser observado: sigilo.
I - o prazo máximo de restrição de acesso à informação; Art. 50. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade re-
II - o prazo máximo de 4 (quatro) anos para revisão de ofício das ferido no “caput” do artigo 12 adotará as providências necessárias
informações classificadas no grau ultrassecreto ou secreto; para que o pessoal a ela subordinado conheça as normas e observe
III - a permanência das razões da classificação; as medidas e procedimentos de segurança para tratamento de in-
IV - a possibilidade de danos ou riscos decorrentes da divulga- formações classificadas em qualquer grau de sigilo.
ção ou acesso irrestrito da informação; Parágrafo único. A pessoa natural ou jurídica, inclusive aquela
V - a peculiaridade das informações produzidas no exterior por mencionada no artigo 68 deste decreto, que, em razão de qualquer
autoridades ou agentes públicos. vínculo com o Poder Público, executar atividades de tratamento de
Parágrafo único. Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informações classificadas, adotará as providências necessárias para
informação, o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a que seus empregados, prepostos ou representantes observem as
data de produção da informação. medidas e procedimentos de segurança das informações.
Art. 41. O pedido de desclassificação ou de reavaliação da clas- Art. 51. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade refe-
sificação poderá ser apresentado aos órgãos e entidades municipais rido no “caput” do artigo 12 publicará anualmente, até o dia 1° de
independentemente de existir prévio pedido de acesso à informa- junho, em sítio na Internet:
ção. I -(Revogado pelo Decreto nº 56.519/2015)
Parágrafo único. O pedido de que trata o “caput” deste artigo II -(Revogado pelo Decreto nº 56.519/2015)
deverá ser endereçado à autoridade classificadora, a qual proferirá a) a indicação do(s) dispositivo(s) legal(is) que fundamenta(m)
sua decisão no prazo de 30 (trinta) dias. (Redação dada pelo Decre- a classificação;
to nº 56.519/2015) b) a data da produção, a data da classificação e o prazo da clas-
Art. 42.(Revogado pelo Decreto nº 56.519/2015) sificação;
Parágrafo único.(Revogado pelo Decreto nº 56.519/2015) III - o relatório estatístico com a quantidade de pedidos de
Art. 43. A decisão da desclassificação, reclassificação ou redu- acesso à informação recebidos, atendidos e indeferidos;
ção do prazo de sigilo de informações classificadas deverá constar IV - as informações genéricas sobre os interessados.
das capas dos processos, se houver, e de campo apropriado no Ter- §1º. Os órgãos e entidades municipais deverão manter em
mo de Classificação. meio físico as informações previstas no “caput” deste artigo para
consulta pública em suas sedes.
SEÇÃO IV §2º. (Revogado pelo Decreto nº 56.519/2015)
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DESTE CAPÍTULO
CAPÍTULO VI
Art. 44. É dever do Município controlar o acesso e a divulgação DA COMISSÃO MUNICIPAL DE ACESSO À INFORMAÇÃO
de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades,
assegurando a sua proteção contra perda, alteração indevida, aces- Art. 52. A Comissão Municipal de Acesso à Informação - CMAI
so, transmissão e divulgação não autorizados. será integrada pelos seguintes membros:(Redação dada pelo De-
Art. 45. As informações classificadas no grau ultrassecreto ou creto nº 61.118/2022)
secreto, mesmo após eventual desclassificação, serão definitiva- I - o Secretário de Governo Municipal;(Redação dada pelo De-
mente preservadas, observados os procedimentos de restrição de creto nº 61.118/2022)
acesso enquanto vigorar o prazo da classificação. II - o Secretário Municipal de Justiça;(Redação dada pelo Decre-
Art. 46. As informações classificadas como reservadas, após o to nº 61.118/2022)
término do prazo de classificação ou em caso de eventual desclas- III - o Secretário Especial de Comunicação;(Redação dada pelo
sificação, as informações que não forem objeto de classificação, as Decreto nº 61.118/2022)
informações pessoais e as informações referidas no artigo 9º deste IV - o Secretário Municipal da Fazenda;(Redação dada pelo De-
decreto serão preservadas pelo prazo indicado na tabela de tempo- creto nº 61.118/2022)
ralidade específica de cada órgão ou entidade municipal. V - o Secretário Municipal das Subprefeituras;(Redação dada
Art. 47. As informações sobre condutas que impliquem viola- pelo Decreto nº 61.118/2022)
ção dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a man- VI - o Secretário Municipal de Direitos Humanos e Cidada-
do de autoridades públicas não poderão ser objeto de classificação nia;(Redação dada pelo Decreto nº 61.118/2022)
em qualquer grau de sigilo e nem ter seu acesso negado. VII - o Controlador Geral do Município;(Redação dada pelo De-
Art. 48. Não poderá ser negado acesso às informações neces- creto nº 61.118/2022)
sárias à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. VIII - um representante do Gabinete do Prefeito.(Redação dada
pelo Decreto nº 61.118/2022)

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LEGISLAÇÃO

§1º Os Secretários Municipais referidos nos incisos I a VI deste Art. 55. Os requerimentos de prorrogação do prazo de classi-
artigo poderão indicar para representá-los o Secretário Adjunto ou ficação de informação no grau ultrassecreto, conforme previsto no
o Chefe de Gabinete ou, quando não houver Secretário Adjunto, inciso IV do “caput” do artigo 53, deverão ser encaminhados à Co-
um servidor ocupante de cargo ou função diverso, a seu critério. missão Municipal de Acesso à Informação em até 1 (um) ano antes
(Redação dada pelo Decreto nº 61.118/2022) do vencimento do termo final de restrição de acesso.
§2º O Controlador Geral do Município poderá indicar para re- Parágrafo único. O requerimento de prorrogação do prazo de
presentá-lo o Chefe de Gabinete.(Redação dada pelo Decreto nº sigilo de informação classificada no grau ultrassecreto deverá ser
61.118/2022) apreciado, impreterivelmente, em até 3 (três) sessões subsequen-
§3º A Secretaria Executiva da Comissão Municipal de Acesso à tes à data de sua apresentação, ficando sobrestadas, até que se ul-
Informação - CMAI ficará a cargo da Controladoria Geral do Municí- time a votação, todas as demais deliberações da Comissão.
pio.(Incluído pelo Decreto nº 61.118/2022) Art. 56. A Comissão Municipal de Acesso à Informação deverá
Art. 53. Compete à Comissão Municipal de Acesso à Informa- apreciar os recursos a ela endereçados, impreterivelmente, até a
ção: (Redação dada pelo Decreto nº 56.519/2015) terceira reunião ordinária subsequente à data de sua autuação.
I – classificar as informações em qualquer grau de sigilo, por Art. 57. A revisão de ofício da informação classificada no grau
meio de Termo de Classificação; (Redação dada pelo Decreto nº ultrassecreto ou secreto será apreciada em até três sessões anterio-
56.519/2015) res à data de sua desclassificação automática.
II – requisitar das autoridades municipais ou das comissões de Art. 58. As deliberações da Comissão Municipal de Acesso à In-
apoio de que trata o artigo 39 deste decreto esclarecimento ou con- formação serão tomadas:
teúdo, parcial ou integral, da informação, cuja classificação esteja I – por maioria absoluta, quando envolverem as competências
sendo avaliada; (Redação dada pelo Decreto nº 56.519/2015) previstas nos incisos III e V do artigo 53 e no artigo 60; (Redação
III – rever, de ofício ou mediante provocação, a classificação dada pelo Decreto nº 56.519/2015)
de informação no grau ultrassecreto ou secreto ou sua reavaliação, II - por maioria simples dos votos, nos demais casos.
no máximo a cada 4 (quatro) anos; (Redação dada pelo Decreto nº Art. 59. A presidência da Comissão Municipal de Acesso à Infor-
56.519/2015) mação - CMAI será exercida pelo Controlador Geral do Município.
IV – decidir os recursos a ela endereçados, encerrando a ins- (Redação dada pelo Decreto nº 61.118/2022)
tância administrativa; (Redação dada pelo Decreto nº 56.519/2015) Parágrafo único. O Presidente da Comissão exercerá, além do
V – prorrogar, uma única vez e por período determinado, não voto ordinário, também o de qualidade nos casos de empate nas vo-
superior a 25 (vinte e cinco) anos, o prazo de sigilo de informação tações do colegiado.(Redação dada pelo Decreto nº 61.118/2022)
classificada no grau ultrassecreto, enquanto seu acesso ou divul- Art. 60. A Comissão Municipal de Acesso à Informação - CMAI
gação puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional, à in- aprovará seu regimento interno, que disporá sobre sua organização
tegridade do território nacional ou grave risco às relações interna- e funcionamento.(Redação dada pelo Decreto nº 61.118/2022)
cionais do País, limitado ao máximo de 50 (cinquenta) anos o prazo Parágrafo único. O regimento interno deverá ser publicado no
total da classificação; (Redação dada pelo Decreto nº 56.519/2015) Diário Oficial da Cidade no prazo de até 90 (noventa) dias após a ins-
VI – apresentar relatório anual ao Prefeito sobre o cumprimen- talação da Comissão ou após qualquer modificação aprovada pelo
to da Lei de Acesso à Informação. (Redação dada pelo Decreto nº colegiado já instalado.(Redação dada pelo Decreto nº 61.118/2022)
56.519/2015)
VII – deliberar sobre qualquer assunto relacionado à aplicação CAPÍTULO VII
da Lei Federal nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, e do presente DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS
decreto pelos órgãos do Poder Executivo.(Incluído pelo Decreto nº
59.767/2020) Art. 61. O tratamento das informações pessoais deve ser feito
§1º A não deliberação sobre a revisão de ofício, no prazo pre- de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada,
visto no inciso III do “caput” deste artigo, implicará a desclassifica- honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias
ção automática das informações. (Redação dada pelo Decreto nº individuais.
56.519/2015) Art. 62. As informações pessoais relativas à intimidade, vida
§2º O relatório anual a que se refere o inciso VI do “caput” des- privada, honra e imagem detidas pelos órgãos e entidades:
te artigo é considerado informação de interesse coletivo ou geral e I - serão de acesso restrito a agentes públicos legalmente auto-
deve ser divulgado no sítio na Internet. (Redação dada pelo Decreto rizados e à pessoa a que se referirem, independentemente de clas-
nº 56.519/2015) sificação de sigilo, pelo prazo máximo de 100 (cem) anos, contado
§3º As questões referentes ao inciso VII do “caput” deste artigo da data de sua produção;
entrarão em pauta a partir de solicitação do Controlador Geral do II - poderão ter sua divulgação ou acesso por terceiros autoriza-
Município, que poderá convocar sessão extraordinária para a referi- dos por previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que
da deliberação.(Incluído pelo Decreto nº 59.767/2020) se referirem.
Art. 54. A Comissão Municipal de Acesso à Informação se reuni- Parágrafo único. Caso o titular das informações pessoais esteja
rá, ordinariamente, uma vez por mês e, extraordinariamente, sem- morto ou ausente, os direitos de que trata este artigo assistem ao
pre que necessário. cônjuge ou companheiro, aos descendentes ou ascendentes, con-
Parágrafo único. As reuniões serão realizadas com a presença forme o disposto no parágrafo único do artigo 20 da Lei Federal nº
de, no mínimo, 5 (cinco) integrantes. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, e na Lei Federal nº 9.278, de 10
de maio de 1996.

101
LEGISLAÇÃO

Art. 63. O consentimento referido no inciso II do “caput” do II - comprovação das hipóteses previstas no artigo 63, confor-
artigo 62 não será exigido quando o acesso à informação pessoal me o caso;
for necessário: III - demonstração do interesse pela recuperação de fatos histó-
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver ricos de maior relevância, observados os procedimentos previstos
física ou legalmente incapaz, ficando sua utilização restrita exclusi- no artigo 65; ou
vamente ao tratamento médico; IV - demonstração da necessidade do acesso à informação re-
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de eviden- querida para a defesa dos direitos humanos ou para a proteção do
te interesse público ou geral, previstos em lei, vedada a identifica- interesse público e geral preponderante.
ção da pessoa a que a informação se referir; Art. 67. O acesso a informações pessoais por terceiros ficará
III - ao cumprimento de decisão judicial; condicionado à assinatura de termo de responsabilidade, que dis-
IV - à defesa de direitos humanos de terceiros; porá sobre a finalidade e a destinação que fundamentaram sua
V - à proteção do interesse público geral e preponderante. autorização, bem como sobre as obrigações a que se submeterá o
Art. 64. A restrição de acesso a informações pessoais de que requerente.
trata o artigo 61 não poderá ser invocada: §1º. A utilização de informação pessoal por terceiros vincula-se
I - com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregu- à finalidade e à destinação que fundamentaram a autorização do
laridades conduzido pelo Poder Público, no qual o titular das infor- acesso, vedada sua utilização de maneira diversa.
mações seja parte ou interessado; §2º. Aquele que obtiver acesso a informações pessoais de ter-
II - quando as informações pessoais estiverem contidas em con- ceiros será responsabilizado por seu uso indevido, na forma da lei.
juntos de documentos necessários à recuperação de fatos históri- §3º. Aplica-se, no que couber, a Lei Federal nº 9.507, de 12 de
cos de maior relevância. novembro de 1997, em relação à informação de pessoa, natural ou
Art. 65. Compete à autoridade máxima do órgão ou entidade jurídica, constante de registro ou banco de dados de órgãos ou en-
municipal mencionado no “caput” do artigo 12 deste decreto, de tidades governamentais ou de caráter público.
forma fundamentada e mediante provocação, reconhecer a inci-
dência da hipótese prevista no inciso II do “caput” do artigo 64 so- CAPÍTULO VIII
bre documentos que tenha produzido ou acumulado e que estejam DAS ENTIDADES PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS
sob sua guarda.
§1º. Para subsidiar a decisão de reconhecimento de que trata Art. 68. As entidades privadas sem fins lucrativos que recebam,
o “caput” deste artigo, poderá ser solicitado a universidades, insti- para a realização de ações de interesse público, recursos públicos
tuições de pesquisa ou outras entidades com notória experiência diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, con-
em pesquisa historiográfica a emissão de parecer sobre a questão. trato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou
§2º. A decisão de reconhecimento de que trata o “caput” deste outros instrumentos congêneres, deverão dar publicidade às se-
artigo será precedida: guintes informações:
I - de comunicação formal à pessoa a quem a informação a ser I - cópia do estatuto social atualizado da entidade;
divulgada se referir ou, em caso de morte, às pessoas mencionadas II - relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade;
no parágrafo único do artigo 62; III - cópia integral dos convênios, contratos, termos de parce-
II - de publicação de extrato da informação, contendo a des- rias, acordos, ajustes ou instrumentos congêneres realizados com
crição resumida do assunto, a origem e o período do conjunto de os órgãos e entidades da Administração Pública Municipal, bem
documentos a serem considerados de acesso irrestrito, com ante- como dos respectivos aditivos.
cedência de, no mínimo, 60 (sessenta) dias. §1º. As informações de que trata o “caput” deste artigo serão
§3º. No prazo de 30 (trinta) dias, contado da comunicação a divulgadas em sítio na Internet da entidade privada e em quadro de
que se refere o inciso I do §2o deste artigo, a pessoa a quem a infor- avisos de amplo acesso público em sua sede.
mação a ser divulgada se referir ou, em caso de morte, as pessoas §2º. A divulgação em sítio na Internet referida no §1º deste
mencionadas no parágrafo único do artigo 62, poderão apresentar artigo poderá ser dispensada, por decisão do órgão ou entidade
recurso contra a divulgação à Comissão Municipal de Acesso à In- pública municipal responsável pelo repasse dos recursos, mediante
formação. requerimento da entidade privada sem fins lucrativos, quando esta
§4º. Após a decisão do recurso previsto no §3º ou, em não ha- última não dispuser de meios para realizar a divulgação.
vendo recurso, após o transcurso do prazo ali fixado, as informações §3º. As informações de que trata o “caput” deste artigo de-
serão consideradas de acesso irrestrito ao público. verão ser publicadas a partir da celebração do convênio, contrato,
§5º. Na hipótese de documentos de elevado valor histórico termo de parceria, acordo, ajuste ou instrumento congênere, serão
destinados à guarda permanente, caberá ao diretor do Arquivo His- atualizadas periodicamente e ficarão disponíveis até 180 (cento e
tórico de São Paulo, após o recolhimento da informação, a compe- oitenta) dias após a entrega da prestação de contas final.
tência prevista no “caput” deste artigo. Art. 69. A publicidade a que estão submetidas as entidades
Art. 66. O pedido de acesso a informações pessoais observará, mencionadas no artigo 68 refere-se à parcela dos recursos públicos
no que couber, os procedimentos previstos no Capítulo IV, deverá recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas
ser fundamentado e estará condicionado à comprovação da identi- a que estejam legalmente obrigadas.
dade do requerente. Parágrafo único. Quaisquer outras informações, além das pre-
Parágrafo único. O pedido de acesso a informações pessoais vistas nos incisos I a III do “caput” do artigo 68, deverão ser apre-
por terceiros deverá, ainda, estar acompanhado de: sentadas diretamente aos órgãos e entidades municipais responsá-
I - comprovação do consentimento expresso de que trata o inci- veis pelo repasse de recursos.
so II do “caput” do artigo 62, por meio de procuração;

102
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO IX §3º. A reabilitação referida no inciso V do “caput” deste artigo


DAS RESPONSABILIDADES será autorizada somente quando a pessoa natural ou jurídica efeti-
var o ressarcimento, ao órgão ou entidade municipal, dos prejuízos
Art. 70. Constituem condutas ilícitas que ensejam a responsabi- resultantes e depois de decorrido o prazo da sanção aplicada com
lização do agente público: base no inciso IV do “caput” deste artigo.
I - recusar-se, imotivadamente, a fornecer informação reque- §4º. A aplicação da sanção prevista no inciso V do “caput” des-
rida nos termos deste decreto, retardar deliberadamente o seu te artigo é de competência exclusiva da autoridade máxima do ór-
fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, gão ou entidade referido no “caput” do artigo 12.
incompleta ou imprecisa; §5º. O prazo para apresentação de defesa nas hipóteses previs-
II - utilizar indevidamente, subtrair, destruir, inutilizar, desfi- tas neste artigo é de 10 (dez) dias, contado da ciência do ato.
gurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se Art. 72. O agente público que tiver acesso a documentos, dados
encontre sob sua guarda, a que tenha acesso ou sobre a qual tenha ou informações sigilosos ou pessoais, nos termos deste decreto, é
conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, em- responsável pela preservação de seu sigilo, ficando sujeito às san-
prego ou função pública; ções administrativas, civis e penais previstas na legislação, em caso
III - agir com dolo ou má-fé na análise dos pedidos de acesso à de eventual divulgação não autorizada.
informação; Art. 73. Os agentes responsáveis pela custódia de documentos
IV - divulgar, permitir a divulgação, acessar ou permitir acesso e informações sigilosos ou pessoais sujeitam-se às normas referen-
indevido a informação classificada em grau de sigilo ou a informa- tes ao sigilo profissional, em razão do ofício, e ao seu código de
ção pessoal; ética específico, sem prejuízo das sanções legais.
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de Art. 74. Os órgãos e entidades municipais respondem direta-
terceiro ou, ainda, para fins de ocultação de ato ilegal cometido por mente pelos danos causados em decorrência da divulgação não
si ou por outrem; autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou infor-
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in- mações pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcio-
formação classificada em grau de sigilo para beneficiar a si ou a ou- nal nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de
trem, ou em prejuízo de terceiros; regresso.
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con- Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que cou-
cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de ber, à pessoa física ou entidade privada que, em virtude de vínculo
agentes do Estado. de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a in-
§1º Atendidos os princípios do contraditório, da ampla defesa formação sigilosa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido.
e do devido processo legal, as condutas descritas no “caput” deste
artigo serão apuradas e punidas na forma da legislação em vigor. CAPÍTULO X
(Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014) DO MONITORAMENTO DA APLICAÇÃO DA LEI
§2º. Pelas condutas descritas no “caput” deste artigo, poderá
o agente público ou o prestador de serviço público responder, tam- Art. 75. A autoridade mencionada no §1º do artigo 18 exercerá,
bém, por improbidade administrativa, conforme o disposto na Lei no âmbito do respectivo órgão ou entidade municipal, as seguintes
Federal nº 8.429, de 2 de junho de 1992. atribuições: (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
Art. 71. A pessoa natural ou jurídica, inclusive aquela mencio- I – assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à
nada no artigo 68, que detiver informações em virtude de vínculo informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos da Lei nº
de qualquer natureza com o Poder Público e praticar conduta pre- 12.527, de 2011; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
vista no “caput” do artigo 70, estará sujeita às seguintes sanções: II – avaliar e monitorar a implementação do disposto neste
I - advertência; decreto e apresentar, ao dirigente máximo do respectivo órgão ou
II - multa; entidade municipal, relatório anual sobre o seu cumprimento, en-
III - rescisão do vínculo com o Poder Público; caminhando-o à Controladoria Geral do Município 30 (trinta) dias
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe- antes do prazo para a divulgação da publicação de que trata o artigo
dimento de contratar com a Administração Pública por prazo não 51; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
superior a 2 (dois) anos; III – recomendar medidas para aperfeiçoar as normas e pro-
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a cedimentos necessários à implementação deste decreto; (Redação
Administração Pública, até que seja promovida a reabilitação pe- dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
rante a autoridade que aplicou a penalidade. IV – orientar as unidades no que se refere ao cumprimento des-
§1º. A sanção de multa poderá ser aplicada juntamente com as te decreto. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
sanções previstas nos incisos I, III e IV do “caput” deste artigo.
§2º. A multa prevista no inciso II do “caput” deste artigo será CAPÍTULO XI
aplicada sem prejuízo da reparação pelos danos e não poderá: DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
I - ser inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) e nem superior a R$
200.000,00 (duzentos mil reais), no caso de pessoa natural; Art. 76. Compete à Controladoria Geral do Município, observa-
II - ser inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e nem superior das as competências dos demais órgãos e entidades municipais e as
a R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais), no caso de pessoa jurídica. previsões específicas deste decreto: (Redação dada pelo Decreto nº
54.779/2014)

103
LEGISLAÇÃO

I – promover o treinamento dos agentes públicos e, no que couber, a capacitação das entidades privadas sem fins lucrativos, no
que se refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na Administração Pública; (Redação dada pelo Decreto nº
54.779/2014)
II – monitorar a implementação da Lei nº 12.527, de 2011, concentrando e consolidando a publicação de informações estatísticas
relacionadas no artigo 51; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
III – preparar relatório anual com informações referentes à implementação da Lei nº 12.527, de 2011, a ser encaminhado à Câmara
Municipal; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
IV – monitorar a aplicação deste decreto, especialmente o cumprimento dos prazos e procedimentos; (Redação dada pelo Decreto nº
54.779/2014)
V – definir, em conjunto com a Secretaria do Governo Municipal, diretrizes e procedimentos complementares necessários à implemen-
tação da Lei nº 12.527, de 2011. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
Art. 77. Para garantir a efetividade da proteção das informações consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Esta-
do, os órgãos e entidades municipais deverão realizar estudos e avaliações sobre a necessidade de classificação das informações por eles
detidas ou armazenadas em ultrassecretas, secretas ou reservadas, o que poderá ser feito inclusive quando da apresentação de pedido de
acesso à informação. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
Art. 78. A publicação anual de que trata o artigo 51 terá inicio em junho de 2013.
Art. 79. O tratamento de informação classificada resultante de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco-
mendações desses instrumentos.
Art. 80. Aplica-se subsidiariamente a Lei nº 14.141, de 27 de março de 2006, com as alterações introduzidas pela Lei nº 14.614, de 7
de dezembro de 2007, aos procedimentos previstos neste decreto.
Art. 81. Compete à Controladoria Geral do Município a capacitação das equipes que comporão o Sistema de Acesso a Informação dos
órgãos e entidades municipais. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
Art. 82. Os órgãos e as entidades da Administração Pública Municipal, bem como as entidades privadas sem fins lucrativos a que se
refere o artigo 68, deverão se adequar aos termos deste decreto no prazo de 90 (noventa) dias, contado da data de sua publicação.
Art. 83. (Revogado pelo Decreto nº 54.779/2014)
Art. 84. Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 12 de dezembro de 2012, 459º da fundação de São Paulo.

ANEXO ÚNICO INTEGRANTE DO DECRETO Nº 53.623, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012

104
LEGISLAÇÃO

Art. 146 - Compete ao Município implantar e manter atualizado


LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: CAPÍTULO o sistema municipal de informações sociais, culturais, econômicas,
DO PLANEJAMENTO financeiras, patrimoniais, administrativas, físico-territoriais, inclu-
sive cartográficas e geológicas, ambientais e outras de relevante
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO interesse para o Município, assegurada sua ampla e periódica divul-
gação, e garantindo seu acesso aos munícipes.
PREÂMBULO §1º - O sistema de informações deve atender aos princípios da
Nós, representantes do povo do Município de São Paulo, reu- simplificação, economicidade, precisão e segurança, evitando-se
nidos em Assembléia Constituinte, respeitando os preceitos da duplicações de meios e instrumentos.
Constituição da República Federativa do Brasil, promulgamos, sob a §2º - Os agentes públicos e privados ficam obrigados a forne-
proteção de Deus, a presente Lei Orgânica, que constitui a Lei Fun- cer ao Município, nos termos da lei, todos os dados e informações
damental do Município de São Paulo, com o objetivo de organizar necessárias ao sistema.
o exercício do poder e fortalecer as instituições democráticas e os §3º - O sistema de informações estabelecerá indicadores eco-
direitos da pessoa humana. nômicos, financeiros, sociais, urbanísticos e ambientais, entre ou-
tros, mantendo-os atualizados e divulgando-os periodicamente,
( ) de forma a permitir a avaliação, pela população, dos resultados da
TÍTULO IV ação da administração.
DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL
SEÇÃO III
CAPÍTULO VII DA PARTICIPAÇÃO NAS ENTIDADES REGIONAIS
DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL
Art. 147 - O Município, a participar das estruturas regionais
SEÇÃO I criadas pelo Estado, nos termos do que dispõem a Constituição da
DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO República e a Estadual, fará valer os princípios e os interesses de
seus habitantes.
Art. 143 - O Município organizará sua administração e exercerá §1º - O Município favorecerá a formação e o funcionamento de
suas atividades com base num processo de planejamento, de cará- consórcios entre municípios visando ao tratamento e à solução de
ter permanente, descentralizado e participativo, como instrumento problemas comuns.
de democratização da gestão da cidade, de estruturação da ação do §2º - O Município compatibilizará, quando de interesse para
Executivo e orientação da ação dos particulares. a sua população, seus planos e normas de ordenamento do uso e
§1º - Considera-se processo de planejamento a definição de ocupação do solo aos planos e normas regionais e as diretrizes es-
objetivos determinados em função da realidade local e da manifes- tabelecidas por compromissos consorciais.
tação da população, a preparação dos meios para atingilos, o con-
trole de sua aplicação e a avaliação dos resultados obtidos. QUESTÕES
§2º - Os planos integrantes do processo de planejamento de-
verão ser compatíveis entre si e seguir as políticas gerais e setoriais
segundo as quais o Município organiza sua ação. 1. VUNESP - 2021 - CODEN - SP - Escriturário
§3º - É assegurada a participação direta dos cidadãos, em to- Nos termos da Lei nº 13.303/16, no que concerne às licitações,
das as fases do planejamento municipal, na forma da lei, através é correto afirmar:
das suas instâncias de representação, entidades e instrumentos de (A) a legislação contempla vedação da contratação direta em
participação popular. qualquer hipótese.
§4º - Lei disciplinará a realização, a discussão, o acompanha- (B) na licitação de obras e serviços por empresas públicas, em-
mento da implantação, a revisão e atualização dos planos integran- preitada por preço unitário, é a contratação por preço certo e
tes do processo de planejamento. total, sendo vedada a possibilidade de utilizar empreitada por
preço global.
SEÇÃO II (C) autoriza-se a contratação direta por empresas públicas e so-
DOS INSTRUMENTOS DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL ciedades de economia mista somente para obras e serviços de
engenharia de valor superior a cem mil reais e se houver invia-
Art. 144 - Integram o processo de planejamento os seguintes bilidade de competição e o valor for superior a cem mil reais.
planos: (D) na licitação de obras e serviços por sociedades de economia
I - o Plano Diretor, de elaboração e atualização obrigatórias, nos mista, empreitada por preço global, é a contratação por preço
termos da Constituição da República; certo de unidades determinadas, sendo vedada esta modalida-
II - o plano plurianual; de de contratação à empresas púbicas.
III - os planos setoriais, regionais, locais e específicos. (E) a contratação direta será feita quando houver inviabilida-
Art. 145 - Os planos vinculam os atos de órgãos e entidades da de de competição, entre outras hipóteses, para a aquisição de
administração direta e indireta. materiais que só possam ser fornecidos por representante co-
Parágrafo único - A lei disporá sobre os procedimentos e meios mercial exclusivo.
necessários à vinculação dos atos da administração aos planos inte-
grantes do processo de planejamento.

105
LEGISLAÇÃO

2. VUNESP - 2021 - CODEN - SP - Advogado (C) pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a
É dispensável a realização de licitação por empresas públicas e quem competem as decisões referentes ao tratamento de da-
sociedades de economia mista dos pessoais.
(A) para obras e serviços de engenharia de valor até R$ (D) pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado,
110.000,00 (cento e dez mil reais), desde que não se refiram que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do con-
a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda a obras e trolador.
serviços de mesma natureza e no mesmo local que possam ser (E) órgão da administração pública ou pessoa jurídica de direito
realizadas conjunta e concomitantemente. privado sem fins lucrativos com sede e foro no País, que inclua
(B) para serviços e compras de valor até R$ 60.000,00 (sessenta em sua missão ou objetivo social a pesquisa de caráter históri-
mil reais) e para alienações, desde que não se refiram a parce- co, científico, tecnológico ou estatístico.
las de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto
que possa ser realizado de uma só vez. 5. VUNESP - 2023 - TCM-SP - Auditor de Controle Externo - Es-
(C) quando não acudirem interessados à licitação anterior, e pecialidade: Tecnologia da Informação
essa, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo Para os fins da Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709
para a empresa pública ou a sociedade de economia mista, de 14 de agosto de 2018), supondo o vínculo do dado a uma pessoa
bem como para suas respectivas subsidiárias, facultando-se a natural, não é considerado dado pessoal sensível:
manutenção das condições preestabelecidas. (A) nome completo.
(D) para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi- (B) convicção religiosa.
mento de suas finalidades precípuas, quando as necessidades (C) opinião política.
de instalação e localização condicionarem a escolha do imóvel, (D) filiação a organização de caráter filosófico.
ficando dispensada a avaliação prévia. (E) dado referente à saúde.
(E) na contratação de remanescente de obra, de serviço ou de
fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde 6. VUNESP - 2022 - Prefeitura de Sorocaba - SP - Analista de
que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e
Sistemas I
aceitas as mesmas condições do contrato encerrado por res-
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) (Lei n° 13.709, de
cisão ou distrato, inclusive quanto ao preço, devidamente cor-
14.08.2018), em seu art. 5° , considera que para os fins dessa Lei,
rigido.
(A) Anonimização é a utilização de meios técnicos no momen-
to do tratamento, por meio dos quais um dado perde a possi-
3. VUNESP - 2023 - TCM-SP - Auditor de Controle Externo - Es-
bilidade de associação a um indivíduo, por meio de terceiros,
pecialidade: Engenharia Civil podendo essa associação ser refeita apenas por ordem judicial.
Com base na Lei nº 13.303/2016, assinale a alternativa correta (B) Autoridade Nacional é o órgão do poder judiciário respon-
a respeito do regime jurídico das empresas estatais. sável por punir o descumprimento dessa Lei em todo o territó-
(A) As empresas estatais integram a Administração Pública rio nacional.
Indireta e, portanto, poderão gozar de privilégios fiscais não (C) Consentimento é a manifestação livre, informada e inequí-
extensivos às empresas privadas, quando exerçam atividade voca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus
econômica sujeita à competição. dados pessoais para uma finalidade determinada.
(B) As empresas estatais elaborarão anualmente carta, subs- (D) Dado Pessoal Sensível é a informação relacionada à pessoa
crita pelos membros do Conselho de Administração, com a natural identificada ou identificável.
explicitação dos compromissos de consecução de objetivos de (E) Titular é pessoa natural ou jurídica, de direito público ou pri-
políticas públicas pela empresa. vado, a quem competem as decisões referentes ao tratamento
(C) As empresas públicas poderão lançar debêntures e outros de dados pessoais.
títulos ou valores mobiliários, conversíveis em ações.
(D) As empresas estatais estão dispensadas de divulgar a forma 7. VUNESP - 2020 - Prefeitura de Ilhabela - SP - Analista - Arqui-
de remuneração de seus administradores
vologia - Documental
(E) As empresas estatais não poderão solucionar, mediante ar-
O capítulo IV da Lei n° 12.527, de 18 de novembro de 2011,
bitragem, as divergências entre acionistas e a sociedade em-
dispõe sobre as restrições de acesso à informação. Sobre o tema, é
presária, ou entre acionistas controladores e acionistas mino-
correto afirmar que
ritários.
(A) informações ou documentos que, direta ou indiretamen-
te, versem sobre violação dos direitos humanos praticada por
4. VUNESP - 2023 - TCM-SP - Auditor de Controle Externo - Es-
agentes públicos ou a mando de autoridades públicas poderão
pecialidade: Tecnologia da Informação
ser objeto de restrição de acesso.
No contexto da Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709 (B) o disposto na Lei exclui as hipóteses legais de sigilo e de
de 14 de agosto de 2018), o operador é entendido como segredo de justiça, bem como as hipóteses de segredo indus-
(A) pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que trial decorrentes da exploração direta de atividade econômica
são objeto de tratamento. pelo Estado ou por qualquer pessoa física ou jurídica que tenha
(B) pessoa indicada para atuar como canal de comunicação en- vínculo com o poder público.
tre o controlador, os titulares dos dados e a Autoridade Nacio-
nal de Proteção de Dados (ANPD).

106
LEGISLAÇÃO

(C) são consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade 10. VUNESP - 2019 - Prefeitura da Estância Turística de Guara-
ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação, as informa- tinguetá - Auxiliar Jurídico
ções cuja divulgação ou acesso irrestrito possam prejudicar ou Maria, cidadã do Município X, tem 18 (dezoito) anos de idade e
causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científi- deseja apresentar pedido de acesso a informações à Secretaria de
co ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou Finanças da referida cidade.
áreas de interesse estratégico nacional. De acordo com a Lei nº 12.527/11 (Lei de Acesso à Informação),
(D) a informação em poder dos órgãos e entidades públicas, é correto afirmar que
observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à (A) o pedido de Maria deve conter além de sua identificação, a
segurança da sociedade ou do Estado, não poderá ser classifi- especificação da informação requerida.
cada e, portanto, ter acesso restrito. (B) a Secretaria de Finanças pode fazer exigências relativas aos
(E) os prazos máximos de restrição de acesso à informação, motivos determinantes da solicitação de informações de inte-
conforme a classificação prevista na Lei, são 30 anos para a resse público.
documentação ultrassecreta; 20 anos para a secreta; e 5 anos (C) em decorrência do formalismo que a Administração está
para a reservada. sujeita, o órgão público é impedido de viabilizar alternativa de
encaminhamento de pedido de acesso por meio de seus sítios
8. VUNESP - 2020 - Prefeitura de Ilhabela - SP - Analista - Arqui- oficiais na internet.
vologia - Documental (D) a Secretaria de Finanças deverá conceder o acesso integral
De acordo com a Lei Federal n° 12.527/2011, conhecida como à informação requerida em até 180 (cento e oitenta) dias, sob
Lei de Acesso à Informação, os documentos cuja divulgação ponha pena de prática de ato de improbidade administrativa.
em risco a segurança da sociedade e do Estado, bem como aqueles (E) caso a Secretaria de Finanças indefira o acesso a informa-
necessários ao resguardo da inviolabilidade da intimidade, da vida ções, Maria poderá interpor recurso contra a decisão no prazo
privada, da honra e da imagem das pessoas são originalmente de 30 (trinta) dias úteis a contar da sua ciência.
(A) ostensivos.
(B) sigilosos. GABARITO
(C) históricos.
(D) permanentes.
(E) oficiais. 1 E
2 E
9. VUNESP - 2023 - TCM-SP - Auxiliar Técnico de Controle Exter-
no - Suporte Administrativo 3 B
Com base no Decreto Municipal no 53.623/12, que trata das 4 D
medidas de garantia de acesso à informação no âmbito da Admi-
5 A
nistração do Município de São Paulo, assinale a alternativa correta.
(A) O direito de acesso à informação não impõe ao gestor pú- 6 C
blico o trabalho de consolidação ou tratamento de dados, tais 7 C
como a elaboração de planilhas, cabendo em situações dessa
natureza disponibilizar ao requerente as informações da mes- 8 B
ma forma em que estão arquivadas ou registradas no órgão ou 9 A
entidade.
(B) O pedido de acesso à informação pode ser realizado por 10 A
qualquer pessoa física ou jurídica que, domiciliada no Municí-
pio de São Paulo, apresente requerimento devidamente funda-
mentado e que atenda às formalidades exigidas pela legislação.
(C) O dever de transparência ativa impõe aos gestores a obriga-
ção de divulgar as informações econômicas relativas a pessoas
jurídicas privadas que celebrem contratos com a Administra-
ção, ainda que sua divulgação possa representar vantagem
competitiva para outros concorrentes privados.
(D) Recebido o pedido e estando a informação disponível, o
acesso da informação ao requerente será realizado em até 20
(vinte) dias, hipótese em que a autoridade administrativa in-
dicará o local e horário em que o acesso poderá ser realizado.
(E) As informações que puderem colocar em risco a segurança
do Prefeito, Vice-Prefeito, seus cônjuges ou companheiros e fi-
lhos serão classificadas no grau ultrassecreto e ficarão sob sigi-
lo pelo prazo de 25 (vinte e cinco) anos, a contar da publicação
do ato que realizar a sua classificação.

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LEGISLAÇÃO

ANOTAÇÕES
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