Você está na página 1de 69

Prefeitura De Caucaia - CE

Guarda Municipal

Língua Portuguesa

Interpretação e compreensão de texto.......................................................................... 1


Tipos e gêneros textuais............................................................................................... 2

Língua Portuguesa
Fonética: Encontros consonantais e vocálicos, sílaba (divisão e classificação). ......... 5
Acentuação gráfica........................................................................................................ 9
Ortografia...................................................................................................................... 11
Pontuação..................................................................................................................... 12
Morfologia: Classes de palavras, processo de formação das palavras........................ 16
Análise sintática dos períodos simples e composto. .................................................... 26
Concordância nominal e verbal..................................................................................... 33
Regência verbal e nominal............................................................................................ 35
Semântica: Sinonímia, antonímia e paronímia.............................................................. 38
Tipos de linguagem: Verbal, não-verbal, denotativa, conotativa, coloquial, formal....... 39
Funções da linguagem.................................................................................................. 42
Colocação pronominal................................................................................................... 43
Linguagem e sentido. Ambiguidade.............................................................................. 45
Figuras de linguagem.................................................................................................... 46
Coesão. Coerência. Referenciação.............................................................................. 50
Exercícios...................................................................................................................... 52
Gabarito......................................................................................................................... 68

1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Interpretação e compreensão de texto

Compreender um texto trata da análise e decodificação do que Ade fato está escrito, seja das frases ou
das ideias presentes. Interpretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao conectar as ideias
do texto com a realidade. Interpretação trabalha com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qualquer texto ou discurso e se amplia no entendi-
mento da sua ideia principal. Compreender relações semânticas é uma competência imprescindível no merca-
do de trabalho e nos estudos.
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-se criar vários problemas, afetando não só o
desenvolvimento profissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
Busca de sentidos
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo os tópicos frasais presentes em cada pará-
grafo. Isso auxiliará na apreensão do conteúdo exposto.
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma relação hierárquica do pensamento defendi-
do, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explicitadas pelo autor. Textos argumentativos não
costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Deve-se
ater às ideias do autor, o que não quer dizer que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é funda-
mental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
Importância da interpretação
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o
raciocínio e a interpretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a
escrita.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fatores. Muitas vezes, apressados, descuida-
mo-nos dos detalhes presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz suficiente. Interpretar
exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreen-
dentes que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de sentidos do texto, pode-se tam-
bém retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreensão do
conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de
maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação
hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não costumam
conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às
ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Ler com atenção é um exercício que deve
ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
Diferença entre compreensão e interpretação
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do texto e verificar o que realmente está escrito
nele. Já a interpretação imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O leitor tira conclusões
subjetivas do texto.
Gêneros Discursivos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de personagens fictícios, podendo ser de comparação
com a realidade ou totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma novela é a extensão do tex-
to, ou seja, o romance é mais longo. No romance nós temos uma história central e várias histórias secundárias.

1
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente imaginário. Com linguagem linear e curta,
envolve poucas personagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ação, dada em um só
espaço, eixo temático e conflito. Suas ações encaminham-se diretamente para um desfecho.

Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferenciado por sua extensão. Ela fica entre o conto e
o romance, e tem a história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O tempo na novela é ba-
seada no calendário. O tempo e local são definidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais curto.

Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que nós mesmos já vivemos e normalmente é
utilizado a ironia para mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não é relevante e quando
é citado, geralmente são pequenos intervalos como horas ou mesmo minutos.

Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular, refle-
tindo o momento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de imagens.

Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a opinião do editor através de argumentos e fatos
sobre um assunto que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é convencer o leitor a concordar
com ele.
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um entrevistador e um entrevistado para a ob-
tenção de informações. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre
algum assunto de interesse.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materializa em uma concretude da realidade. A cantiga
de roda permite as crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando os professores a iden-
tificar o nível de alfabetização delas.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo de informar, aconselhar, ou seja, recomendam
dando uma certa liberdade para quem recebe a informação.

Tipos e gêneros textuais.

Tipos e genêros textuais


Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abrangentes que objetivam a distinção e definição
da estrutura, bem como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e explicação. Eles apre-
sentam estrutura definida e tratam da forma como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos
clássicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou dissertativo-expositivo) dissertativo e
narrativo. Vejamos alguns exemplos e as principais características de cada um deles.
Tipo textual descritivo
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não)
de um lugar, uma pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, um movimento etc.
Características principais:
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adjetivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjeti-
va), por sua função caracterizadora.
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enumeração.
• A noção temporal é normalmente estática.
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a definição.

2
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anúncio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.
Exemplo:
Era uma casa muito engraçada
Não tinha teto, não tinha nada
Ninguém podia entrar nela, não
Porque na casa não tinha chão
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero
(Vinícius de Moraes)
Tipo textual injuntivo
A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe, instrui o interlocutor. Chamado também de
texto instrucional, o tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos, nas leis
jurídicas.
Características principais:
• Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com verbos de comando, com tom imperativo; há tam-
bém o uso do futuro do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
• Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas re-
flexivas etc.
Exemplo:
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleitoral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não
saibam exprimir-se na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos
políticos. Os militares são alistáveis, desde que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino superior para formação de oficiais.
Tipo textual expositivo
A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver raciocínio, analisar contextos, dados e fatos, por
meio de exposição, discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação pode ser expositiva ou
argumentativa.
A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um assunto de maneira atemporal, com o objetivo
de explicá-lo de maneira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
Características principais:
• Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
• O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, informar.
• Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
• Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa de ponto de vista.
• Apresenta linguagem clara e imparcial.
Exemplo:
O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no questionamento, na reflexão, na polemização,

3
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
no debate, na expressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um determinado tema.
Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a dissertação expositiva (ou informativa) e a argumen-
tativa (ou opinativa).
Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um assunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcial-
mente.
Tipo textual dissertativo-argumentativo
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concursos — apresenta posicionamentos pessoais e
exposição de ideias apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, clareza, respeito pelo
registro formal da língua e coerência, seu intuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor
(leitor ou ouvinte).
Características principais:
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento e conclusão): ideia principal do texto (tese);
argumentos (estratégias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho de autoridade, citações,
confronto, comparação, fato, exemplo, enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com sugestão/
solução).
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações informais) e na 3ª pessoa do presente do
indicativo (normalmente nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e um caráter de ver-
dade ao que está sendo dito.
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modalizações discursivas (indicando noções de pos-
sibilidade, certeza ou probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados.
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o desenvolvimento coerente da ideia principal,
evitando-se rodeios.
Exemplo:
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvolvimento, como o nosso, podem ser resolvidos
com uma eficiente administração política (tese), porque a força governamental certamente se sobrepõe a pode-
res paralelos, os quais – por negligência de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metrópoles.
Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os traficantes, o que comprovou uma verdade simples:
se for do desejo dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da população, isso é plenamente
possível (estratégia argumentativa: fato-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar de
mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o caos se estabelece; o povo tem e sempre terá
de colaborar com uma cobrança efetiva (conclusão).
Tipo textual narrativo
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num de-
terminado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, personagens, tempo,
espaço e narrador (ou foco narrativo).
Características principais:
• O tempo verbal predominante é o passado.
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da história – onipresente) ou de 3ª pessoa (não par-
ticipa da história – onisciente).
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em prosa, não em verso.
Exemplo:
Solidão
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era o que o tornava assim. Conheceu Maria,
também solteira, só e feliz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. Dura poucas se-
manas. Não havia mesmo como dar certo: ao se unirem, um tirou do outro a essência da felicidade.
Nelson S. Oliveira

4
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurreais/4835684
Gêneros textuais
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes de expressão comunicativa. As muitas for-
mas de elaboração de um texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu produtor. Logo, os gê-
neros apresentam maior diversidade e exercem funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais,
são passíveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservando características preponderantes.
Vejamos, agora, uma tabela que apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textuais que
neles predominam.

Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais


Descritivo Diário
Relatos (viagens, históricos, etc.)
Biografia e autobiografia
Notícia
Currículo
Lista de compras
Cardápio
Anúncios de classificados
Injuntivo Receita culinária
Bula de remédio
Manual de instruções
Regulamento
Textos prescritivos
Expositivo Seminários
Palestras
Conferências
Entrevistas
Trabalhos acadêmicos
Enciclopédia
Verbetes de dicionários
Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
Carta de opinião
Resenha
Artigo
Ensaio
Monografia, dissertação de mestrado e tese
de doutorado
Narrativo Romance
Novela
Crônica
Contos de Fada
Fábula
Lendas
Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da forma como o texto se apresenta. Os gêneros
textuais são fluidos, infinitos e mudam de acordo com a demanda social.

Fonética: Encontros consonantais e vocálicos, sílaba (divisão e classificação

— Fonologia
Fonologia1 é o ramo da linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma. Ao estudar a maneira como
os fones ou fonemas (sons) se organizam dentro de uma língua, classifica-os em unidades capazes de distin-
guir significados.
2
A Fonologia estuda o ponto de vista funcional dos Fonemas.

1 https://bit.ly/36RQAOb.
2 https://bit.ly/2slhcYZ.

5
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
— Estrutura Fonética
Fonema
O fonema3 é a menor unidade sonora da palavra e exerce duas funções: formar palavras e distinguir uma
palavra da outra. Veja o exemplo:
C + A + M + A = CAMA. Quatro fonemas (sons) se combinaram e formaram uma palavra. Se substituirmos
agora o som M por N, haverá uma nova palavra, CANA.
A combinação de diferentes fonemas permite a formação de novas palavras com diferentes sentidos. Por-
tanto, os fonemas de uma língua têm duas funções bem importantes: formar palavras e distinguir uma pala-
vra da outra.
Ex.: mim / sim / gim...
Letra
A letra é um símbolo que representa um som, é a representação gráfica dos fonemas da fala. É bom saber
dois aspectos da letra: pode representar mais de um fonema ou pode simplesmente ajudar na pronúncia
de um fonema.
Por exemplo, a letra X pode representar os sons X (enxame), Z (exame), S (têxtil) e KS (sexo; neste caso a
letra X representa dois fonemas – K e S = KS). Ou seja, uma letra pode representar mais de um fonema.
Às vezes a letra é chamada de diacrítica, pois vem à direita de outra letra para representar um fonema só.
Por exemplo, na palavra cachaça, a letra H não representa som algum, mas, nesta situação, ajuda-nos a per-
ceber que CH tem som de X, como em xaveco.
Vale a pena dizer que nem sempre as palavras apresentam número idêntico de letras e fonemas.
Ex.: bola > 4 letras, 4 fonemas
guia > 4 letras, 3 fonemas
Os fonemas classificam-se em vogais, semivogais e consoantes.
Vogais
São fonemas produzidos livremente, sem obstrução da passagem do ar. São mais tônicos, ou seja, têm a
pronúncia mais forte que as semivogais. São o centro de toda sílaba. Podem ser orais (timbre aberto ou fecha-
do) ou nasais (indicadas pelo ~, m, n). As vogais são A, E, I, O, U, que podem ser representadas pelas letras
abaixo. Veja:
A: brasa (oral), lama (nasal)
E: sério (oral), entrada (oral, timbre fechado), dentro (nasal)
I: antigo (oral), índio (nasal)
O: poste (oral), molho (oral, timbre fechado), longe (nasal)
U: saúde (oral), juntar (nasal)
Y: hobby (oral)
Observação: As vogais ainda podem ser tônicas ou átonas.
Tônica aquela pronunciada com maior intensidade. Ex.: café, bola, vidro.
Átona aquela pronunciada com menor intensidade. Ex.: café, bola, vidro.
Semivogais
São as letras “e”, “i”, “o”, “u”, representadas pelos fonemas (e, y, o, w), quando formam sílaba com uma
vogal. Ex.: No vocábulo “história” a sílaba “ria” apresenta a vogal “a” e a semivogal “i”.
Os fonemas semivocálicos (ou semivogais) têm o som de I e U (apoiados em uma vogal, na mesma sílaba).
São menos tônicos (mais fracos na pronúncia) que as vogais. São representados pelas letras I, U, E, O, M, N,
W, Y. Veja:
3 PESTANA, Fernando. A gramática para concursos públicos. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

6
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
– pai: a letra I representa uma semivogal, pois está apoiada em uma vogal, na mesma sílaba.
– mouro: a letra U representa uma semivogal, pois está apoiada em uma vogal, na mesma sílaba.
– mãe: a letra E representa uma semivogal, pois tem som de I e está apoiada em uma vogal, na mesma
sílaba.
– pão: a letra O representa uma semivogal, pois tem som de U e está apoiada em uma vogal, na mesma
sílaba.
– cantam: a letra M representa uma semivogal, pois tem som de U e está apoiada em uma vogal, na mesma
sílaba (= cantãu).
– dancem: a letra M representa uma semivogal, pois tem som de I e está apoiada em uma vogal, na mesma
sílaba (= dancẽi).
– hífen: a letra N representa uma semivogal, pois tem som de I e está apoiada em uma vogal, na mesma
sílaba (= hífẽi).
– glutens: a letra N representa uma semivogal, pois tem som de I e está apoiada em uma vogal, na mesma
sílaba (= glutẽis).
– windsurf: a letra W representa uma semivogal, pois tem som de U e está apoiada em uma vogal, na
mesma sílaba.
– office boy: a letra Y representa uma semivogal, pois tem som de I e está apoiada em uma vogal, na mes-
ma sílaba.

Quadro de vogais e semivogais


Fonemas Regras
A Apenas VOGAL
VOGAIS, exceto quando está com A ou quando estão juntas
E-O
(Neste caso a segunda é semivogal)
SEMIVOGAIS, exceto quando formam um hiato ou quando estão
I-U juntas
(Neste caso a letra “I” é vogal)
Quando aparece no final da palavra é SEMIVOGAL.
AM
Ex.: Dançam
Quando aparecem no final de palavras são SEMIVOGAIS.
EM - EN
Ex.: Montem / Pólen
Consoantes
São fonemas produzidos com interferência de um ou mais órgãos da boca (dentes, língua, lábios). Todas as
demais letras do alfabeto representam, na escrita, os fonemas consonantais: B, C, D, F, G, H, J, K, L, M, N, P,
Q, R, S, T, V, W (com som de V, Wagner), X, Z.
— Encontros Vocálicos
Como o nome sugere, é o contato entre fonemas vocálicos. Há três tipos:
Hiato
Ocorre hiato quando há o encontro de duas vogais, que acabam ficando em sílabas separadas (Vogal – Vo-
gal), porque só pode haver uma vogal por sílaba.
Ex.: sa-í-da, ra-i-nha, ba-ús, ca-ís-te, tu-cu-mã-í, su-cu-u-ba, ru-im, jú-ni-or.
Ditongo
Existem dois tipos: crescente ou decrescente (oral ou nasal).
Crescente (SV + V, na mesma sílaba). Ex.: magistério (oral), série (oral), várzea (oral), quota (oral), qua-
torze (oral), enquanto (nasal), cinquenta (nasal), quinquênio (nasal).

7
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Decrescente (V + SV, na mesma sílaba). Ex.: item (nasal), amam (nasal), sêmen (nasal), cãibra (nasal),
caule (oral), ouro (oral), veia (oral), fluido (oral), vaidade (oral).
Tritongo
O tritongo é a união de SV + V + SV na mesma sílaba; pode ser oral ou nasal. Ex.: saguão (nasal), Paraguai
(oral), enxáguem (nasal), averiguou (oral), deságuam (nasal), aguei (oral).
Encontros Consonantais
Ocorre quando há um grupo de consoantes sem vogal intermediária. Ex.: flor, grade, digno.
Dígrafos: duas letras representadas por um único fonema. Ex.: passo, chave, telha, guincho, aquilo.
Os dígrafos podem ser consonantais e vocálicos.
– Consonantais: ch (chuva), sc (nascer), ss (osso), sç (desça), lh (filho), xc (excelente), qu (quente), nh
(vinho), rr (ferro), gu (guerra).
– Vocálicos: am, an (tampa, canto), em, en (tempo, vento), im, in (limpo, cinto), om, on (comprar, tonto),
um, un (tumba, mundo).
LEMBRE-SE!
Nos dígrafos, as duas letras representam um só fonema; nos encontros consonantais, cada letra representa
um fonema.
Divisão silábica

A divisão silábica nada mais é que a separação das sílabas que constituem uma palavra. Sílabas são
fonemas pronunciados a partir de uma única emissão de voz. Sabendo que a base da sílaba do português é a
vogal, a maior regra da divisão silábica é a de que deve haver pelo menos uma vogal.

O hífen é o sinal gráfico usado para representar a divisão silábica. A depender da quantidade de sílabas de
uma palavra, elas podem se classificar em:

• Monossílaba: uma sílaba

• Dissílaba: duas sílabas

• Trissílaba: três sílabas

• Polissilábica: quatro ou mais sílabas

Confira as principais regras para aprender quando separar ou não os vocábulos em uma sílaba:

Separa
• Hiato (encontro de duas vogais): mo-e-da; na-vi-o; po-e-si-a
• Ditongo decrescente (vogal + semivogal) + vogal: prai-a; joi-a; es-tei-o
• Dígrafo (encontro consoantal) com mesmo som: guer-ra; nas-cer; ex-ce-ção
• Encontros consonantais disjuntivos: ad-vo-ga-do; mag-né-ti-co, ap-ti-dão
• Vogais idênticas: Sa-a-ra; em-pre-en-der; vo-o

Não separa
• Ditongos (duas vogais juntas) e tritongos (três vogais juntas): des-mai-a-do; U-ru-guai
• Dígrafos (encontros consonantais): chu-va; de-se-nho; gui-lho-ti-na; quei-jo; re-gra; pla-no; a-brir; blo-co;
cla-ro; pla-ne-tá-rio; cra-var

DICA: há uma exceção para essa regra —> AB-RUP-TO


• Dígrafos iniciais: pneu-mo-ni-a; mne-mô-ni-co; psi-có-lo-ga

8
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
• Consoantes finais: lu-tar; lá-pis; i-gual.

Acentuação gráfica.

— Definição
A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas palavras grafadas com a finalidade de estabelecer,
com base nas regras da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras. Isso quer dizer que os acentos
gráficos servem para indicar a sílaba tônica de uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com as
regras gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na língua portuguesa:
– Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
– Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e “o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada.
Ex.: acadêmico, âncora, avô.
– Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse
acento não indica sílaba tônica!
– Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de determinada palavra tem som nasal, e nem sempre
recai sobre a sílaba tônica. Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que indica que a sílaba forte é “o”
(ou seja, é acento tônico), e um til (˜), que indica que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro exemplo
semelhante é a palavra bênção.  
— Monossílabas Tônicas e Átonas
Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer alteração de intensidade de voz na sua pronún-
cia. Exemplo: observe o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração da preposição “de” + artigo
“o”).  Ao comparar esses termos, percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja, temos
uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente. Diante de palavras monossílabas, a dica para identifi-
car se é tônica (forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como abaixo:
“Sinto grande dó ao vê-la sofrer.”
“Finalmente encontrei a chave do carro.”
Recebem acento gráfico:  
– As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s); -e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs.
– As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis, -éu, -ói. Ex: réis, véu, dói.
Não recebem acento gráfico:
– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis.
– As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”.
Antes do novo acordo ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles lêem leem.
Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos terminados em “-em”, já que a terceira pessoa
termina em “-êm”. Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem → Eles têm; Ele vem → Eles
vêm.
Acentuação das palavras Oxítonas
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas as oxítonas com sílaba tônica terminada em
vogal tônica -a, -e e -o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé, vocês. Logo, não se
acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”. Ex.: caqui, urubu.
Acentuação das palavras Paroxítonas
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima sílaba é tônica. De acordo com a regra geral,
não se acentuam as palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados abaixo. Observe as
exceções:
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis, hóquei, jóquei, pônei, saudáveis.

9
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex, esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil,
tórax.  
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis, grátis, júri, lápis, oásis, táxi.
– Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus, tônus.  
– Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons.
– Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns, quórum, quóruns.  
– Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs, órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.  
Acentuação das palavras Proparoxítonas
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é tônica, e todas recebem acento, sem exceções.
Ex.: ácaro, árvore, bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro, tática, trânsito.
Ditongos e Hiatos
Acentuam-se:
– Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”, “_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.:
anéis, fiéis, herói, mausoléu, sóis, véus.
– As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por
“_s” na sílaba. Ex.: caí (ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).
Não se acentuam:
– A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.: moinho, rainha, bainha.
– As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.: juuna, xiita. xiita.
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem, enjoo, magoo.
O Novo Acordo Ortográfico
Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem acentuação em razão do Acordo Ortográfico
de 1990, que entrou em vigor em 2009:
1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.
Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo; vôo – voo; zôo – zoo.
2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.
Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide – alcaloide; assembléia – assembleia;
asteróide – asteroide; européia – europeia.
3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.
Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo – taoismo.
4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que possuem -e tônico em hiato.
Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem –
leem; relêem – releem; revêem.
5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue;
enxágüe – enxágue; linguïça – linguiça.
6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma grafia, mas apresentam significados
diferentes. Exemplo: o verbo PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo “parar” era
acentuada para que fosse diferenciada da preposição “para”.
Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo / preposição]
Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / preposição]

10
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Ortografia

— Definições
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”, “exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”,
ortografia é o nome dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que indica a escrita correta
das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia são: o emprego de acentos gráficos que
sinalizam vogais tônicas, abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave); os sinais de
pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e decorrentes dessas funções, entre outros.  
Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre a qual recaem, para que palavras com grafia
similar possam ter leituras diferentes, e, por conseguinte, tenham significados distintos.  Resumidamente, os
acentos são agudo (deixa o som da vogal mais aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz com que
o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados
por cada um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.  
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras foram integradas oficialmente ao alfabeto
do idioma português brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico. As possibilidades da
vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente, para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:  
– Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km (quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
– Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus derivados na língua portuguesa, como Britney,
Washington, Nova York.  
Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos do emprego da ortografia correta das
palavras e suas principais regras:
«ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos:
– Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum, abacaxi.  
– Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa.
– Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar.
– Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer, mexerica.   
s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos:
– Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa, verminose.
– Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos. Exemplo: amazonense, formosa, jocoso.
– Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou nacionalidade. Exemplo: marquês/marque-
sa, holandês/holandesa, burguês/burguesa.
– Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”. Exemplo: casa – casinha – casarão; análise
– analisar.
Porque, Por que, Porquê ou Por quê?
– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja, indica motivo/razão, podendo substituir o
termo pois. Portanto, toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de que o emprego do
porque estará correto. Exemplo: Não choveu, porque/pois nada está molhado.  
– Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado para introduzir uma pergunta ou no lugar de
“o motivo pelo qual”, para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração. Exemplos: Por que ela está
chorando? / Ele explicou por que do cancelamento do show.  
– Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e, por isso, pode estar acompanhado por artigo,
adjetivo, pronome ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento do show.  

11
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
– Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi
embora novamente. Por quê?  
Parônimos e homônimos
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na pronúncia, mas se divergem no significado.
Exemplos: absolver (perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e apreender (capturar).
– Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas que coincidem na pronúncia. Exemplos:
“gosto” (substantivo) e “gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome demonstrativo).

Pontuação.

— Visão Geral
O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais gráficos que, em um período sintático, têm a
função primordial de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas e, ocasionalmente, manifestar
as propriedades da fala (prosódias) em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os gestos e
as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a compreensão da frase.
O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
– Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos tipos textuais;
– Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
– Demarcar das unidades de um texto;
– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas.
— Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um enunciado
Vírgula
De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado para indicar que os termos por ela isolados,
embora compartilhem da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas, se, ao contrário,
houver relação sintática entre os termos, estes não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao
mesmo tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em outras, ela é vetada. Confira os casos
em que a vírgula deve ser empregada:
• No interior da sentença
1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição:

ENUMERAÇÃO
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate.
Paguei as contas de água, luz, telefone e gás.

REPETIÇÃO
Os arranjos estão lindos, lindos!
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.
2 – Isolar o vocativo
“Crianças, venham almoçar!”
“Quando será a prova, professora?”
3 – Separar apostos
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”
4 – Isolar expressões explicativas:

12
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi responsabilizado.”
5 – Separar conjunções intercaladas
“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.”
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos funcionários do setor.”
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.”
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado:
“Estas alegações, não as considero legítimas.”
8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas por conjunções)
“Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas:
“São Paulo, 16 de outubro de 2022”.
10 – Marcar a omissão de um termo:
“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo “fazer”).
• Entre as sentenças
1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.”
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações iniciadas
pela conjunção “e”:
“Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos ajudasse.”
3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a principal:
“Quando será publicado, ainda não foi divulgado.”
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas ou reduzidas, especialmente as que
antecedem a oração principal:

Reduzida Por ser sempre assim, ninguém dá atenção!


Desenvolvida Porque é sempre assim, já ninguém dá atenção!
5 – Separar as sentenças intercaladas:
“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu leito, até que você se recupere por
completo.”
• Antes da conjunção “e”
1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire valores que não expressam adição, como
consequência ou diversidade, por exemplo.
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.”
2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre que a conjunção “e” é reiterada com com
a finalidade de destacar alguma ideia, por exemplo:
“(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede; e dez meses de combates, e cem dias de
cancioneiro contínuo; e o esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)
3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”

13
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito e predicado, verbo e objeto, nome de
adjunto adnominal, nome e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração substantiva e oração
subordinada (desde que a substantivo não seja apositiva nem se apresente inversamente).
Ponto
1 – Para indicar final de frase declarativa:
“O almoço está pronto e será servido.”
2 – Abrevia palavras:
– “p.” (página)
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
– “Dr.” (Doutor)
3 – Para separar períodos:
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
Ponto e Vírgula
1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já se tenha
utilizado a vírgula:
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG; nossa amiga, de praticar esportes.”
2 – Para separar os itens de uma sequência de itens:
“Os planetas que compõem o Sistema Solar são:
Mercúrio;
Vênus;
Terra;
Marte;
Júpiter;
Saturno;
Urano;
Netuno.”
Dois Pontos
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam
e/ou resumem ideias anteriores.
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.”
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela grande ofensa.”
2 – Para introduzirem citação direta:
“Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente muito conhecido: “Nada se cria, nada se
perde, tudo se transforma’.”
3 – Para iniciar fala de personagens:
“Ele gritava repetidamente:
– Sou inocente!”
Reticências
1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta sintaticamente:
“Quem sabe um dia...”

14
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
2 – Para indicar hesitação ou dúvida:
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar ainda.”
3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o objetivo de prolongar o raciocínio:
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília -
José de Alencar).
4 – Suprimem palavras em uma transcrição:
“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner).
Ponto de Interrogação
1 – Para perguntas diretas:
“Quando você pode comparecer?”
2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para destacar o enunciado:
“Não brinca, é sério?!”
Ponto de Exclamação
1 – Após interjeição:
“Nossa Que legal!”
2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva
“Infelizmente!”
3 – Após vocativo
“Ana, boa tarde!”
4 – Para fechar de frases imperativas:
“Entre já!”
Parênteses
a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases intercaladas de valor explicativo, podendo
substituir o travessão ou a vírgula:
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como sempre)
quem seria promovido.”
Travessão
1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
“O rapaz perguntou ao padre:
— Amar demais é pecado?”
2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
“— Vou partir em breve.
— Vá com Deus!”
3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários:
“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:
“Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”

15
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Aspas
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta, como termos populares, gírias, neologismos,
estrangeirismos, arcaísmos, palavrões, e neologismos.
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
“A reunião será feita ‘online’.”
2 – Para indicar uma citação direta:
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de Assis)

Morfologia: Classes de palavras, processo de formação das palavras.

CLASSES DE PALAVRAS
Substantivo
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imaginários (pessoas, animais, objetos), lugares,
qualidades, ações e sentimentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata.
Classificação dos substantivos

Olhos/água/
SUBSTANTIVO SIMPLES: apresentam um só muro/quintal/caderno/macaco/
radical em sua estrutura. sabão
Macacos-prego/
SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: são formados porta-voz/
por mais de um radical em sua estrutura. pé-de-moleque
Casa/
SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: são os que dão mundo/
origem a outras palavras, ou seja, ela é a primeira. população
/formiga
SUBSTANTIVOS DERIVADOS: são formados por Caseiro/mundano/populacional/
outros radicais da língua. formigueiro
Rodrigo
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: designa /Brasil
determinado ser entre outros da mesma espécie. São /Belo Horizonte/Estátua da
sempre iniciados por letra maiúscula. Liberdade
SUBSTANTIVOS COMUNS: referem-se qualquer biscoitos/ruídos/estrelas/
ser de uma mesma espécie. cachorro/prima
Leão/corrente
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: nomeiam seres /estrelas/fadas
com existência própria. Esses seres podem ser /lobisomem
animadoso ou inanimados, reais ou imaginários. /saci-pererê
Mistério/
SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: nomeiam ações, bondade/
estados, qualidades e sentimentos que não tem confiança/
existência própria, ou seja, só existem em função de lembrança/
um ser. amor/
alegria
SUBSTANTIVOS COLETIVOS: referem-se a um Elenco (de atores)/
conjunto de seres da mesma espécie, mesmo quando acervo (de obras artísticas)/
empregado no singular e constituem um substantivo buquê (de flores)
comum.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS QUE NÃO
ESTÃO AQUI!

16
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Flexão dos Substantivos
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculino e feminino. E no caso dos substantivos
podem ser biformes ou uniformes
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta uma forma para o masculino e uma para o
feminino: tigre/tigresa, o presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única forma para o masculino e o feminino. Os
uniformes dividem-se em epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariáveis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/
pulga fêmea, palmeira macho/palmeira fêmea.
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto que aparecem que se determina o gênero:
a criança (o criança), a testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto para o masculino quanto para o feminino:
o/a turista, o/a agente, o/a estudante, o/a colega.
• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
– Singular: anzol, tórax, próton, casa.
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
• Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau diminutivo.
– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
– Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula.
Adjetivo
É a palavra variável que especifica e caracteriza o substantivo: imprensa livre, favela ocupada. Locução
adjetiva é expressão composta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por preposição com o
mesmo valor e a mesma função que um adjetivo: golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal
vespertino).
Flexão do Adjetivos
• Gênero:
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o feminino: homem feliz, mulher feliz.
– Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro
japonês/ indústria japonesa, aluno chorão/ aluna chorona.
• Número:
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de número que os substantivos: sábio/ sábios,
namorador/ namoradores, japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos
da cor de chumbo.
• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.

17
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.
Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular
ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.
Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam
numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.
Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas
do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela, Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

18
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de
comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.
• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas
• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pes-
soa seja no discurso, no tempo ou no espaço.

Pronomes Demonstra-
Singular Plural
tivos
Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles
• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, inde-
terminado. Os pronomes indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam
em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, mui-
to, muita, muitos, muitas, pouco, pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas,
Variáveis outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário, vária, vários, várias,
tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer,
qual, quais, um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.
• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e
indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.
• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repeti-
ção. Eles também podem ser variáveis e invariáveis.

19
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Classificação Pronomes Relativos
o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos,
Variáveis
quantas.
Invariáveis quem, que, onde.
Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um deter-
minado tempo.
• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que
o usou. O modo é dividido em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo
(ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no
modo indicativo: presente, passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do
pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pretérito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa
(ele amou, eles amaram).
• Formas nominais do verbo
Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, subs-
tantivos). São elas infinitivo (terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/
DO).
• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou
reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica
uma ação praticada pelo sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser ana-
lítica ou sintética. A voz passiva analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no parti-
cípio + preposição por/pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes
A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é
formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito pa-
ciente.
Aluga-se apartamento.
Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma
determinada circunstância. As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais,
ontem, anteontem, brevemente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã,
às vezes, de repente, hoje em dia, de vez em quando, em nenhum momento, etc.

20
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte,
detrás, de cima, em cima, à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, fe-
lizmente, às pressas, às ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com
certeza, por certo, etc.
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, ape-
nas, quanto, de pouco, de todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.
Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições
são as seguintes:

Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser
coordenativas (que ligam orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com
uma relação hierárquica, na qual um elemento é determinante e o outro é determinado).
• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
Conclusivas assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portanto...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...
• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conformativas Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante, etc.
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Comparativas Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor, etc.

21
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Consecutivas Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se.
Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito,
traduzindo as reações das pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!
Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem
construído o que é e a função de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da
Sintaxe.
Estrutura e formação de palavras
As palavras são formadas por estruturas menores, com significados próprios. Para isso, há vários processos
que contribuem para a formação das palavras.
Estrutura das palavras
As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas menores - os morfemas, também chama-
dos de elementos mórficos:
– radical e raiz;
– vogal temática;
– tema;
– desinências;
– afixos;
– vogais e consoantes de ligação.
Radical: Elemento que contém a base de significação do vocábulo.
Exemplos
VENDer, PARTir, ALUNo, MAR.
Desinências: Elementos que indicam as flexões dos vocábulos.
Dividem-se em:
Nominais
Indicam flexões de gênero e número nos substantivos.
Exemplos
pequenO, pequenA, alunO, aluna.
pequenoS, pequenaS, alunoS, alunas.
Verbais
Indicam flexões de modo, tempo, pessoa e número nos verbos
Exemplos
vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo)
vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número)
Indica, nos verbos, a conjugação a que pertencem.
Exemplos
1ª conjugação: – A – cantAr

22
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
2ª conjugação: – E – fazEr
3ª conjugação: – I – sumIr
Observação
Nos substantivos ocorre vogal temática quando ela não indica oposição masculino/feminino.
Exemplos
livrO, dentE, paletó.
Tema: União do radical e a vogal temática.
Exemplos
CANTAr, CORREr, CONSUMIr.
Vogal e consoante de ligação: São os elementos que se interpõem aos vocábulos por necessidade de eu-
fonia.
Exemplos
chaLeira, cafeZal.
Afixos
Os afixos são elementos que se acrescentam antes ou depois do radical de uma palavra para a formação
de outra palavra. Dividem-se em:
Prefixo: Partícula que se coloca antes do radical.
Exemplos
DISpor, EMpobrecer, DESorganizar.
Sufixo
Afixo que se coloca depois do radical.
Exemplos
contentaMENTO, reallDADE, enaltECER.
Processos de formação das palavras
Composição: Formação de uma palavra nova por meio da junção de dois ou mais vocábulos primitivos.
Temos:
Justaposição: Formação de palavra composta sem alteração na estrutura fonética das primitivas.
Exemplos
passa + tempo = passatempo
gira + sol = girassol
Aglutinação: Formação de palavra composta com alteração da estrutura fonética das primitivas.
Exemplos
em + boa + hora = embora
vossa + merce = você
Derivação:
Formação de uma nova palavra a partir de uma primitiva. Temos:
Prefixação: Formação de palavra derivada com acréscimo de um prefixo ao radical da primitiva.
Exemplos
CONter, INapto, DESleal.
Sufixação: Formação de palavra nova com acréscimo de um sufixo ao radical da primitiva.

23
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Exemplos
cafezAL, meninINHa, loucaMENTE.
Parassíntese: Formação de palavra derivada com acréscimo de um prefixo e um sufixo ao radical da primi-
tiva ao mesmo tempo.
Exemplos
EMtardECER, DESanimADO, ENgravidAR.
Derivação imprópria: Alteração da função de uma palavra primitiva.
Exemplo
Todos ficaram encantados com seu andar: verbo usado com valor de substantivo.
Derivação regressiva: Ocorre a alteração da estrutura fonética de uma palavra primitiva para a formação de
uma derivada. Em geral de um verbo para substantivo ou vice-versa.
Exemplos
combater – o combate
chorar – o choro
Prefixos
Os prefixos existentes em Língua Portuguesa são divididos em: vernáculos, latinos e gregos.
Vernáculos: Prefixos latinos que sofreram modificações ou foram aportuguesados: a, além, ante, aquém,
bem, des, em, entre, mal, menos, sem, sob, sobre, soto.
Nota-se o emprego desses prefixos em palavras como: abordar, além-mar, bem-aventurado, desleal, engar-
rafar, maldição, menosprezar, sem-cerimônia, sopé, sobpor, sobre-humano, etc.
Latinos: Prefixos que conservam até hoje a sua forma latina original:
a, ab, abs – afastamento: aversão, abjurar.
a, ad – aproximação, direção: amontoar.
ambi – dualidade: ambidestro.
bis, bin, bi – repetição, dualidade: bisneto, binário.
centum – cem: centúnviro, centuplicar, centígrado.
circum, circun, circu – em volta de: circumpolar, circunstante.
cis – aquem de: cisalpino, cisgangético.
com, con, co – companhia, concomitância: combater, contemporâneo.
contra – oposição, posição inferior: contradizer.
de – movimento de cima para baixo, origem, afastamento: decrescer, deportar.
des – negação, separação, ação contrária: desleal, desviar.
dis, di – movimento para diversas partes, ideia contrária: distrair, dimanar.
entre – situação intermediaria, reciprocidade: entrelinha, entrevista.
ex, es, e – movimento de dentro para fora, intensidade, privação, situação cessante: exportar, espalmar,
ex-professor.
extra – fora de, além de, intensidade: extravasar, extraordinário.
im, in, i – movimento para dentro; ideia contraria: importar, ingrato.
inter – no meio de: intervocálico, intercalado.
intra – movimento para dentro: intravenoso, intrometer.

24
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
justa – perto de: justapor.
multi – pluralidade: multiforme.
ob, o – oposição: obstar, opor, obstáculo.
pene – quase: penúltimo, península.
per – movimento através de, acabamento de ação; ideia pejorativa: percorrer.
post, pos – posteridade: postergar, pospor.
pre – anterioridade: predizer, preclaro.
preter – anterioridade, para além: preterir, preternatural.
pro – movimento para diante, a favor de, em vez de: prosseguir, procurador, pronome.
re – movimento para trás, ação reflexiva, intensidade, repetição: regressar, revirar.
retro – movimento para trás: retroceder.
satis – bastante: satisdar.
sub, sob, so, sus – inferioridade: subdelegado, sobraçar, sopé.
subter – por baixo: subterfúgio.
super, supra – posição superior, excesso: super-homem, superpovoado.
trans, tras, tra, tres – para além de, excesso: transpor.
tris, três, tri – três vezes: trisavô, tresdobro.
ultra – para além de, intensidade: ultrapassar, ultrabelo.
uni – um: unânime, unicelular.
Grego: Os principais prefixos de origem grega são:
a, an – privação, negação: ápode, anarquia.
ana – inversão, parecença: anagrama, analogia.
anfi – duplicidade, de um e de outro lado: anfíbio, anfiteatro.
anti – oposição: antipatia, antagonista.
apo – afastamento: apólogo, apogeu.
arqui, arque, arce, arc – superioridade: arcebispo, arcanjo.
caco – mau: cacofonia.
cata – de cima para baixo: cataclismo, catalepsia.
deca – dez: decâmetro.
dia – através de, divisão: diáfano, diálogo.
dis – dualidade, mau: dissílabo, dispepsia.
en – sobre, dentro: encéfalo, energia.
endo – para dentro: endocarpo.
epi – por cima: epiderme, epígrafe.
eu – bom: eufonia, eugênia, eupepsia.
hecto – cem: hectômetro.
hemi – metade: hemistíquio, hemisfério.
hiper – superioridade: hipertensão, hipérbole.
hipo – inferioridade: hipoglosso, hipótese, hipotermia.

25
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
homo – semelhança, identidade: homônimo.
meta – união, mudança, além de: metacarpo, metáfase.
míria – dez mil: miriâmetro.
mono – um: monóculo, monoculista.
neo – novo, moderno: neologismo, neolatino.
para – aproximação, oposição: paráfrase, paradoxo.
penta – cinco: pentágono.
peri – em volta de: perímetro.
poli – muitos: polígono, polimorfo.
pro – antes de: prótese, prólogo, profeta.
Sufixos
Os sufixos podem ser: nominais, verbais e adverbial.
Nominais
Coletivos: -aria, -ada, -edo, -al, -agem, -atro, -alha, -ama.
Aumentativos e diminutivos: -ão, -rão, -zão, -arrão, -aço, -astro, -az.
Agentes: -dor, -nte, -ário, -eiro, -ista.
Lugar: -ário, -douro, -eiro, -ório.
Estado: -eza, -idade, -ice, -ência, -ura, -ado, -ato.
Pátrios: -ense, -ista, -ano, -eiro, -ino, -io, -eno, -enho, -aico.
Origem, procedência: -estre, -este, -esco.
Verbais
Comuns: -ar, -er, -ir.
Frequentativos: -açar, -ejar, -escer, -tear, -itar.
Incoativos: -escer, -ejar, -itar.
Diminutivos: -inhar, -itar, -icar, -iscar.
Adverbial = há apenas um
MENTE: mecanicamente, felizmente etc.

Análise sintática dos períodos simples e composto

Frase
É todo enunciado capaz de transmitir a outrem tudo aquilo que pensamos, queremos ou sentimos.
Exemplos
Caía uma chuva.
Dia lindo.
Oração
É a frase que apresenta estrutura sintática (normalmente, sujeito e predicado, ou só o predicado).
Exemplos
Ninguém segura este menino. (Ninguém: sujeito; segura este menino: predicado)

26
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Havia muitos suspeitos. (Oração sem sujeito; havia muitos suspeitos: predicado)
Termos da oração

Termos essen- sujeito


1.
ciais predicado

objeto direto
complemento verbal objeto indireto
Termos integran- complemento no-
2.
tes minal
agente da passiva

Adjunto adnominal
Termos acessó-
3. adjunto adverbial
rios
aposto

4. Vocativo

Diz-se que sujeito e predicado são termos “essenciais”, mas note que o termo que realmente é o núcleo da
oração é o verbo:
Chove. (Não há referência a sujeito.)
Cansei. (O sujeito e eu, implícito na forma verbal.)
Os termos “acessórios” são assim chamados por serem supostamente dispensáveis, o que nem sempre é
verdade.
Sujeito e predicado
Sujeito é o termo da oração com o qual, normalmente, o verbo concorda.
Exemplos
A notícia corria rápida como pólvora. (Corria está no singular concordando com a notícia.)
As notícias corriam rápidas como pólvora. (Corriam, no plural, concordando com as notícias.)
O núcleo do sujeito é a palavra principal do sujeito, que encerra a essência de sua significação. Em torno
dela, como que gravitam as demais.
Exemplo: Os teus lírios brancos embelezam os campos. (Lírios é o núcleo do sujeito.)
Podem exercer a função de núcleo do sujeito o substantivo e palavras de natureza substantiva. Veja:
O medo salvou-lhe a vida. (substantivo)
Os medrosos fugiram. (Adjetivo exercendo papel de substantivo: adjetivo substantivado.)
A definição mais adequada para sujeito é: sujeito é o termo da oração com o qual o verbo normalmente
concorda.
Sujeito simples: tem um só núcleo.
Exemplo: As flores morreram.
Sujeito composto: tem mais de um núcleo.

27
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Exemplo: O rapaz e a moça foram encostados ao muro.
Sujeito elíptico (ou oculto): não expresso e que pode ser determinado pela desinência verbal ou pelo
contexto.
Exemplo: Viajarei amanhã. (sujeito oculto: eu)
Sujeito indeterminado: é aquele que existe, mas não podemos ou não queremos identificá-lo com precisão.
Ocorre:
- quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem referência a nenhum substantivo anteriormente expres-
so.
Exemplo: Batem à porta.
- com verbos intransitivo (VI), transitivo indireto (VTI) ou de ligação (VL) acompanhados da partícula SE,
chamada de índice de indeterminação do sujeito (IIS).
Exemplos:
Vive-se bem. (VI)
Precisa-se de pedreiros. (VTI)
Falava-se baixo. (VI)
Era-se feliz naquela época. (VL)
Orações sem sujeito
São orações cujos verbos são impessoais, com sujeito inexistente.
Ocorrem nos seguintes casos:
- com verbos que se referem a fenômenos meteorológicos.
Exemplo: Chovia. Ventava durante a noite.
- haver no sentido de existir ou quando se refere a tempo decorrido.
Exemplo: Há duas semanas não o vejo. (= Faz duas semanas)
- fazer referindo-se a fenômenos meteorológicos ou a tempo decorrido.
Exemplo: Fazia 40° à sombra.
- ser nas indicações de horas, datas e distâncias.
Exempl: São duas horas.
Predicado nominal
O núcleo, em torno do qual as demais palavras do predicado gravitam e que contém o que de mais impor-
tante se comunica a respeito do sujeito, e um nome (isto é, um substantivo ou adjetivo, ou palavra de natureza
substantiva). O verbo e de ligação (liga o núcleo ao sujeito) e indica estado (ser, estar, continuar, ficar, perma-
necer; também andar, com o sentido de estar; virar, com o sentido de transformar-se em; e viver, com o sentido
de estar sempre).
Exemplo:
Os príncipes viraram sapos muito feios. (verbo de ligação mais núcleo substantivo: sapos)
Verbos de ligação
São aqueles que, sem possuírem significação precisa, ligam um sujeito a um predicativo. São verbos de
ligação: ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar, tornar-se etc.
Exemplo: A rua estava calma.
Predicativo do sujeito
É o termo da oração que, no predicado, expressa qualificação ou classificação do sujeito.

28
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Exemplo: Você será engenheiro.
- O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de ligação, pode também ocorrer com verbos intransiti-
vos ou com verbos transitivos.
Predicado verbal
Ocorre quando o núcleo é um verbo. Logo, não apresenta predicativo. E formado por verbos transitivos ou
intransitivos.
Exemplo: A população da vila assistia ao embarque. (Núcleo do sujeito: população; núcleo do predicado: as-
sistia, verbo transitivo indireto)
Verbos intransitivos
São verbos que não exigem complemento algum; como a ação verbal não passa, não transita para nenhum
complemento, recebem o nome de verbos intransitivos. Podem formar predicado sozinhos ou com adjuntos
adverbiais.
Exemplo: Os visitantes retornaram ontem à noite.
Verbos transitivos
São verbos que, ao declarar alguma coisa a respeito do sujeito, exigem um complemento para a perfeita
compreensão do que se quer dizer. Tais verbos se denominam transitivos e a pessoa ou coisa para onde se
dirige a atividade transitiva do verbo se denomina objeto. Dividem-se em: diretos, indiretos e diretos e indiretos.
Verbos transitivos diretos: Exigem um objeto direto.
Exemplo: Espero-o no aeroporto.
Verbos transitivos indiretos: Exigem um objeto indireto.
Exemplo: Gosto de flores.
Verbos transitivos diretos e indiretos: Exigem um objeto direto e um objeto indireto.
Exemplo: Os ministros informaram a nova política econômica aos trabalhadores. (VTDI)
Complementos verbais
Os complementos verbais são representados pelo objeto direto (OD) e pelo objeto indireto (OI).
Objeto indireto
É o complemento verbal que se liga ao verbo pela preposição por ele exigida. Nesse caso o verbo pode ser
transitivo indireto ou transitivo direto e indireto. Normalmente, as preposições que ligam o objeto indireto ao
verbo são a, de, em, com, por, contra, para etc.
Exemplo: Acredito em você.
Objeto direto
Complemento verbal que se liga ao verbo sem preposição obrigatória. Nesse caso o verbo pode ser transi-
tivo direto ou transitivo direto e indireto.
Exemplo: Comunicaram o fato aos leitores.
Objeto direto preposicionado
É aquele que, contrariando sua própria definição e característica, aparece regido de preposição (geralmente
preposição a).
O pai dizia aos filhos que adorava a ambos.
Objeto pleonástico
É a repetição do objeto (direto ou indireto) por meio de um pronome. Essa repetição assume valor enfático
(reforço) da noção contida no objeto direto ou no objeto indireto.

29
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Exemplos
Ao colega, já lhe perdoei. (objeto indireto pleonástico)
Ao filme, assistimos a ele emocionados. (objeto indireto pleonástico)
Predicado verbo-nominal
Esse predicado tem dois núcleos (um verbo e um nome), é formado por predicativo com verbo transiti-
vo ou intransitivo.
Exemplos:
A multidão assistia ao jogo emocionada. (predicativo do sujeito com verbo transitivo indireto)
A riqueza tornou-o orgulhoso. (predicativo do objeto com verbo transitivo direto)
Predicativo do sujeito
O predicativo do sujeito, além de vir com verbos de ligação, pode também ocorrer com verbos intransitivos
ou transitivos. Nesse caso, o predicado é verbo-nominal.
Exemplo: A criança brincava alegre no parque.
Predicativo do objeto
Exprime qualidade, estado ou classificação que se referem ao objeto (direto ou indireto).
Exemplo de predicativo do objeto direto:
O juiz declarou o réu culpado.
Exemplo de predicativo do objeto indireto:
Gosto de você alegre.
Adjunto adnominal
É o termo acessório que vem junto ao nome (substantivo), restringindo-o, qualificando-o, determinando-o
(adjunto: “que vem junto a”; adnominal: “junto ao nome”). Observe:
Os meus três grandes amigos [amigos: nome substantivo] vieram me fazer uma visita [visita: nome substan-
tivo] agradável ontem à noite.
São adjuntos adnominais os (artigo definido), meus (pronome possessivo adjetivo), três (numeral), gran-
des (adjetivo), que estão gravitando em torno do núcleo do sujeito, o substantivo amigos; o mesmo acontece
com uma (artigo indefinido) e agradável (adjetivo), que determinam e qualificam o núcleo do objeto direto, o
substantivo visita.
O adjunto adnominal prende-se diretamente ao substantivo, ao passo que o predicativo se refere ao subs-
tantivo por meio de um verbo.
Complemento nominal
É o termo que completa o sentido de substantivos, adjetivos e advérbios porque estes não têm sentido
completo.
- Objeto – recebe a atividade transitiva de um verbo.
- Complemento nominal – recebe a atividade transitiva de um nome.
O complemento nominal é sempre ligado ao nome por preposição, tal como o objeto indireto.
Exemplo: Tenho necessidade de dinheiro.
Adjunto adverbial
É o termo da oração que modifica o verbo ou um adjetivo ou o próprio advérbio, expressando uma circuns-
tância: lugar, tempo, fim, meio, modo, companhia, exclusão, inclusão, negação, afirmação, duvida, concessão,
condição etc.

30
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Período
Enunciado formado de uma ou mais orações, finalizado por: ponto final ( . ), reticencias (...), ponto de excla-
mação (!) ou ponto de interrogação (?). De acordo com o número de orações, classifica-se em:
Apresenta apenas uma oração que é chamada absoluta.
O período é simples quando só traz uma oração, chamada absoluta; o período é composto quando traz mais
de uma oração. Exemplo: Comeu toda a refeição. (Período simples, oração absoluta.); Quero que você leia.
(Período composto.)
Uma maneira fácil de saber quantas orações há num período é contar os verbos ou locuções verbais. Num
período haverá tantas orações quantos forem os verbos ou as locuções verbais nele existentes.
Há três tipos de período composto: por coordenação, por subordinação e por coordenação e subordinação
ao mesmo tempo (também chamada de misto).
Período Composto por Coordenação
As três orações que formam esse período têm sentido próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência
sintática: são independentes. Há entre elas uma relação de sentido, mas uma não depende da outra sintatica-
mente.
As orações independentes de um período são chamadas de orações coordenadas (OC), e o período forma-
do só de orações coordenadas é chamado de período composto por coordenação.
As orações coordenadas podem ser assindéticas e sindéticas.
As orações são coordenadas assindéticas (OCA) quando não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo:
Os jogadores correram, / chutaram, / driblaram.
OCA OCA OCA
- As orações são coordenadas sindéticas (OCS) quando vêm introduzidas por conjunção coordenativa.
Exemplo:
A mulher saiu do prédio / e entrou no táxi.
OCA OCS
As orações coordenadas sindéticas se classificam de acordo com o sentido expresso pelas conjunções
coordenativas que as introduzem. Pode ser:
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só... mas também, não só... mas ainda.
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa ideia de acréscimo ou adição com referência
à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa aditiva.
- Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa ideia de oposição à oração anterior, ou seja,
por uma conjunção coordenativa adversativa.
- Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto, por isso, pois, logo.
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que expressa ideia de conclusão de um fato enunciado na
oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva.
- Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou, ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer.
A 2ª oração vem introduzida por uma conjunção que estabelece uma relação de alternância ou escolha com
referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa alternativa.
- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que, porque, pois, porquanto.
A 2ª oração é introduzida por uma conjunção que expressa ideia de explicação, de justificativa em relação
à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa explicativa.
Período Composto por Subordinação

31
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Nesse período, a segunda oração exerce uma função sintática em relação à primeira, sendo subordinada a
ela. Quando um período é formado de pelo menos um conjunto de duas orações em que uma delas (a subordi-
nada) depende sintaticamente da outra (principal), ele é classificado como período composto por subordinação.
As orações subordinadas são classificadas de acordo com a função que exercem.
Orações Subordinadas Adverbiais
Exercem a função de adjunto adverbial da oração principal (OP). São classificadas de acordo com a conjun-
ção subordinativa que as introduz:
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como (=
porque), pois que, visto que.
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a ocorrência do que foi enunciado na principal.
Conjunções: se, contanto que, a menos que, a não ser que, desde que.
- Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da oração principal, sem, no entanto, impedir sua re-
alização. Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais que, mesmo que.
- Conformativas: Expressam a conformidade de um fato com outro. Conjunções: conforme, como (=con-
forme), segundo.
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao que foi expresso na oração principal. Conjun-
ções: quando, assim que, logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que).
- Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi enunciado na oração principal. Conjunções: para
que, a fim de que, porque (=para que), que.
- Consecutivas: Expressam a consequência do que foi enunciado na oração principal. Conjunções: porque,
que, como (= porque), pois que, visto que.
- Comparativas: Expressam ideia de comparação com referência à oração principal. Conjunções: como,
assim como, tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado com menos ou mais).
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona proporcionalmente ao que foi enunciado na principal.
Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto menos.
Orações Subordinadas Substantivas
São aquelas que, num período, exercem funções sintáticas próprias de substantivos, geralmente são intro-
duzidas pelas conjunções integrantes que e se.
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É aquela que exerce a função de objeto direto do
verbo da oração principal. Observe: O filho quer que você o ajude. (objeto direto)
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É aquela que exerce a função de objeto indireto do
verbo da oração principal. Observe: Preciso que você me ajude. (objeto indireto)
- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela que exerce a função de sujeito do verbo da ora-
ção principal. Observe: É importante que você ajude. (sujeito)
- Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: É aquela que exerce a função de complemen-
to nominal de um termo da oração principal. Observe: Estamos certos de que ele é inocente. (complemento
nominal)
- Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da
oração principal, vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O principal é que você esteja feliz. (predicativo)
- Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela que exerce a função de aposto de um termo da
oração principal. Observe: Ela tinha um objetivo: que todos fossem felizes. (aposto)
Orações Subordinadas Adjetivas
Exercem a função de adjunto adnominal de algum termo da oração principal.
As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas por um pronome relativo (que, qual, cujo, quem,
etc.) e são classificadas em:

32
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
- Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas quando restringem ou especificam o sentido da pa-
lavra a que se referem.
- Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas quando apenas acrescentam uma qualidade à
palavra a que se referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem restringi-lo ou especificá-lo.
Orações Reduzidas
São caracterizadas por possuírem o verbo nas formas de gerúndio, particípio ou infinitivo. Ao contrário das
demais orações subordinadas, as orações reduzidas não são ligadas através dos conectivos. Há três tipos de
orações reduzidas:
- Orações reduzidas de infinitivo:
Infinitivo: terminações –ar, -er, -ir.
Reduzida: Meu desejo era ganhar na loteria.
Desenvolvida: Meu desejo era que eu ganhasse na loteria. (Oração Subordinada Substantiva Predicativa)
- Orações Reduzidas de Particípio:
Particípio: terminações –ado, -ido.
Reduzida: A mulher sequestrada foi resgatada.
Desenvolvida: A mulher que sequestraram foi resgatada. (Oração Subordinada Adjetiva Restritiva)
- Orações Reduzidas de Gerúndio:
Gerúndio: terminação –ndo.
Reduzida: Respeitando as regras, não terão problemas.
Desenvolvida: Desde que respeitem as regras, não terão problemas. (Oração Subordinada Adverbial Con-
dicional)

Concordância nominal e verbal.

Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal estudam a sintonia entre os componentes
de uma oração.
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao sujeito, sendo que o primeiro deve,
obrigatoriamente, concordar em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, 2a, ou 3a pessoa)
com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é flexionado para concordar com o sujeito.
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero (flexão em masculino e feminino) e número
entre os vários nomes da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos e o adjetivo. Em
outras palavras, refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal
concordância ocorre em gênero e pessoa
Casos específicos de concordância verbal
Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três situações em que o verbo no infinitivo é flexiona-
do:
I – Quando houver um sujeito definido;
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração forem distintos.
Observe os exemplos:
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
“Isto é para nós solicitarmos.”

33
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão verbal quando o sujeito não for definido,
ou sempre que o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo em locuções verbais,
com verbos preposicionados e com verbos imperativos.
Exemplos:
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“Foram proibidos de realizar o atendimento.”
Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos, verbo ficará sempre em concordância com
a 3a pessoa do singular, tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer, nevar, amanhecer.
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»
– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas professoras vigiando as crianças.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz duas horas que estamos esperando.”
Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito,
há concordância verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer no singular ou no plural:
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos do que ocorreria.”
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, ou faz concordância com o termo precedente
ao pronome, ou permanece na 3a pessoa do singular:
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo concorda com o termo que antecede o pronome:
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do sujeito se: nesse caso, o verbo cria
concordância com a 3a pessoa do singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos ou por
verbos transitivos indiretos:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”
Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo concorda com o objeto direto, que desempenha
a função de sujeito paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”
Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria, a maior parte: preferencialmente, o verbo
fará concordância com a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode ser empregada:
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos entraram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das pessoas entenderam.”
Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve concordar em gênero e número com o
substantivo mais próximo, mas também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”
Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo concorda em gênero e número com os
pronomes pessoais:
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”

34
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo
permanece no singular, se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o substantivo deve
estar no plural:
– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o xadrez.”
– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e xadrez.”
Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas expressões, o adjetivo flexiona em gênero
e número, sempre que houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse artigo, o adjetivo
deve permanecer invariável, no masculino singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos permanece é invariável independente da sua atuação,
seja ela advérbio ou adjetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.”
Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, barato, meio e caro: esses termos instauram
concordância em gênero e número com o substantivo quando exercem função de adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.”

Regência verbal e nominal

Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando,
em um enunciado ou oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina
termo determinante, essa relação entre esses termos denominamos regência.
— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um
substantivo, um adjetivo ou um advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse
pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”
Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O
mesmo ocorre com os substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem
as preposições de e em para completude de seus sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que
regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição para que seu sentido seja
completo.

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a

35
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


amante sedento
cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de de
amigo contemporâneo obrigação seguro
dotado de livre de
de de de de
orgulhoso sonho
ávido de desejoso de fácil de longe de de de
impossível
capaz de diferente de louco de passível de
de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
incessante
exato em lento em parco em versado em
em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com
— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os
termos regidos. Um verbo possui a mesma regência do nome do qual deriva.
Observe as duas frases:
I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica
como verbo transitivo direto; “ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum
lugar), portanto, é verbo transitivo indireto.  

36
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
No sentido de / pela REGE
VERBO EXEMPLO
transitividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar desafio, dano, peso SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
moral
fundamento / verbo NÃO “Isso não procede.”
Proceder instransitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo “A sua solicitação implicará alteração do meu
NÃO
Implicar transitivo direto trajeto.”
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, “Chamo Talita de Tatá.”
apelido com e sem
preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a
Chegar algum lugar / verbo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
transitivo indireto
quem obedece a algo
Obedecer / alguém / transitivo SIM “Obedeçam às regras.”
indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um
verbo transitivo direito complemento
Informar “Informe o ocorrido ao gerente.”
e indireto, portanto... sem e outro com
preposição
quem vai vai a algum
Ir lugar / verbo transitivo SIM “Vamos ao teatro.”
indireto
Quem mora em algum “Eles moram no interior.”
Morar lugar (verbo transitivo SIM
indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
verbo bi transitivo
Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
(direto e indireto)

37
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
quem simpatiza
simpatiza com algo/
Simpatizar SIM “Simpatizei-me com todos.”
alguém/ verbo
transitivo indireto

Semântica: Sinonímia, antonímia e paronímia.

Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo da semântica, a área da gramática que se dedica
ao sentido das palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas.
Denotação e conotação
Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das palavras, enquanto a conotação diz respeito ao
sentido figurado das palavras. Exemplos:
“O gato é um animal doméstico.”
“Meu vizinho é um gato.”
No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro sentido, indicando uma espécie real de
animal. Na segunda frase, a palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma de dizer que
ele é tão bonito quanto o bichano.
Hiperonímia e hiponímia
Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo, palavra superior com um sentido mais abrangente,
engloba um hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito.
Exemplos:
– Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia.
– Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho.
Polissemia e monossemia
A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra apresentar uma multiplicidade de significados, de
acordo com o contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas palavras apresentam apenas
um significado. Exemplos:
– “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma ou um órgão do corpo, dependendo do
contexto em que é inserida.
– A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não
tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica.

Sinonímia e antonímia
A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem semelhantes em significado. Já antonímia se refere
aos significados opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras expressam proximidade e
contrariedade.
Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido = veloz.
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x atrasado.
Homonímia e paronímia
A homonímia diz respeito à propriedade das palavras apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas,
mas distinção de sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas distinção gráfica e de sentido
(palavras homófonas) semelhanças gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas). A
paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de forma parecida, mas que apresentam
significados diferentes. Veja os exemplos:

38
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
– Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo caminhar); morro (monte) e morro (verbo
morrer).
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar (definir o preço); arrochar (apertar com força)
e arroxar (tornar roxo).
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar); boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro
(pranto) e choro (verbo chorar) .
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e
cumprimento (saudação).

Tipos de linguagem: Verbal, não-verbal, denotativa, conotativa, coloquial, formal

Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela pode ser escrita ou oral.

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, fotos, gestos... não há presença de nenhu-
ma palavra.

• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção
da linguagem verbal com a não-verbal.

39
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Além de saber desses conceitos, é importante sabermos identificar quando um texto é baseado em outro.
O nome que damos a este processo é intertextualidade.
A Linguagem Culta ou Padrão
É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que se apresenta com terminologia
especial. É usada pelas pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediência às
normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural.
É mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, conferências, sermões,
discursos políticos, comunicações científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.
Ouvindo e lendo é que você aprenderá a falar e a escrever bem. Procure ler muito, ler bons autores, para
redigir bem.
A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto familiar, que é o primeiro círculo social para uma
criança. A criança imita o que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis combinatórias da língua.
Um falante ao entrar em contato com outras pessoas em diferentes ambientes sociais como a rua, a escola e
etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma forma. Há pessoas que falam de forma diferente por
pertencerem a outras cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de outro grupo ou classe social. Essas
diferenças no uso da língua constituem as variedades linguísticas.
Certas palavras e construções que empregamos acabam denunciando quem somos socialmente, ou seja,
em que região do país nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e, às vezes, até nossos
valores, círculo de amizades e hobbies. O uso da língua também pode informar nossa timidez, sobre nossa
capacidade de nos adaptarmos às situações novas e nossa insegurança.
A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas, contida na maior parte dos livros, registros es-
critos, nas mídias televisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem: a linguagem regional, a
gíria, a linguagem específica de grupos ou profissões. O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade
de condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou em nossa comunidade. O domínio da língua
culta, somado ao domínio de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados para nos comunicar-
mos nos diferentes contextos lingísticos, já que a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser a
mesma utilizada em uma reunião de amigos no final de semana.
Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empregá-la de modo adequado às mais diferentes
situações sociais de que participamos.
A norma culta é responsável por representar as práticas linguísticas embasadas nos modelos de uso en-
contrados em textos formais. É o modelo que deve ser utilizado na escrita, sobretudo nos textos não literários,
pois segue rigidamente as regras gramaticais. A norma culta conta com maior prestígio social e normalmente é
associada ao nível cultural do falante: quanto maior a escolarização, maior a adequação com a língua padrão.
Exemplo:
Venho solicitar a atenção de Vossa Excelência para que seja conjurada uma calamidade que está prestes

40
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
a desabar em cima da juventude feminina do Brasil. Refiro-me, senhor presidente, ao movimento entusiasta
que está empolgando centenas de moças, atraindo-as para se transformarem em jogadoras de futebol, sem
se levar em conta que a mulher não poderá praticar este esporte violento sem afetar, seriamente, o equilíbrio
fisiológico de suas funções orgânicas, devido à natureza que dispôs a ser mãe.
A Linguagem Popular ou Coloquial
É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase sempre rebelde à norma gramatical
e é carregada de vícios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo – erros
de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência
pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular está presente nas
conversas familiares ou entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas,
na expressão dos esta dos emocionais etc.
Dúvidas mais comuns da norma culta
Perca ou perda
Isto é uma perda de tempo ou uma perca de tempo? Tomara que ele não perca o ônibus ou não perda o
ônibus? Quais são as frases corretas com perda e perca? Certo: Isto é uma perda de tempo.
Embaixo ou em baixo
O gato está embaixo da mesa ou em baixo da mesa? Continuarei falando em baixo tom de voz ou embaixo
tom de voz? Quais são as frases corretas com embaixo e em baixo? Certo: O gato está embaixo da cama
Ver ou vir
A dúvida no uso de ver e vir ocorre nas seguintes construções: Se eu ver ou se eu vir? Quando eu ver ou
quando eu vir? Qual das frases com ver ou vir está correta? Se eu vir você lá fora, você vai ficar de castigo!
Onde ou aonde
Os advérbios onde e aonde indicam lugar: Onde você está? Aonde você vai? Qual é a diferença entre onde
e aonde? Onde indica permanência. É sinônimo de em que lugar. Onde, Em que lugar Fica?
Como escrever o dinheiro por extenso?
Os valores monetários, regra geral, devem ser escritos com algarismos: R$ 1,00 ou R$ 1 R$ 15,00 ou R$
15 R$ 100,00 ou R$ 100 R$ 1400,00 ou R$ 1400.
Obrigado ou obrigada
Segundo a gramática tradicional e a norma culta, o homem ao agradecer deve dizer obrigado. A mulher ao
agradecer deve dizer obrigada.
Mal ou mau
Como essas duas palavras são, maioritariamente, pronunciadas da mesma forma, são facilmente confundi-
das pelos falantes. Qual a diferença entre mal e mau? Mal é um advérbio, antônimo de bem. Mau é o adjetivo
contrário de bom.
“Vir”, “Ver” e “Vier”
A conjugação desses verbos pode causar confusão em algumas situações, como por exemplo no futuro do
subjuntivo. O correto é, por exemplo, “quando você o vir”, e não “quando você o ver”.
Já no caso do verbo “ir”, a conjugação correta deste tempo verbal é “quando eu vier”, e não “quando eu vir”.
“Ao invés de” ou “em vez de”
“Ao invés de” significa “ao contrário” e deve ser usado apenas para expressar oposição.
Por exemplo: Ao invés de virar à direita, virei à esquerda.
Já “em vez de” tem um significado mais abrangente e é usado principalmente como a expressão “no lugar
de”. Mas ele também pode ser usado para exprimir oposição. Por isso, os linguistas recomendam usar “em vez
de” caso esteja na dúvida.
Por exemplo: Em vez de ir de ônibus para a escola, fui de bicicleta.

41
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
“Para mim” ou “para eu”
Os dois podem estar certos, mas, se você vai continuar a frase com um verbo, deve usar “para eu”.
Por exemplo: Mariana trouxe bolo para mim; Caio pediu para eu curtir as fotos dele.
“Tem” ou “têm”
Tanto “tem” como “têm” fazem parte da conjugação do verbo “ter” no presente. Mas o primeiro é usado no
singular, e o segundo no plural.
Por exemplo: Você tem medo de mudança; Eles têm medo de mudança.
“Há muitos anos”, “muitos anos atrás” ou “há muitos anos atrás”
Usar “Há” e “atrás” na mesma frase é uma redundância, já que ambas indicam passado. O correto é usar
um ou outro.
Por exemplo: A erosão da encosta começou há muito tempo; O romance começou muito tempo atrás.
Sim, isso quer dizer que a música Eu nasci há dez mil anos atrás, de Raul Seixas, está incorreta.

Funções da linguagem

A linguagem é uma ferramenta fundamental para a comunicação humana. Ela está presente em todas as
esferas da sociedade e é utilizada de diferentes formas, de acordo com as condições de produção e recepção
social. Nesse contexto, a norma ortográfica é uma das convenções mais importantes, pois é responsável por
padronizar a escrita da língua portuguesa e garantir a sua compreensão por diferentes públicos.
— Finalidade da linguagem
A linguagem é utilizada para diferentes finalidades, que variam de acordo com a situação comunicativa. Em
um contexto formal, por exemplo, a linguagem é utilizada para transmitir informações objetivas e claras. Já em
um contexto informal, a linguagem pode ser utilizada para estabelecer vínculos afetivos e emocionais entre os
interlocutores.
— Função da linguagem
A função da linguagem está relacionada à intenção do falante ao utilizar a linguagem em determinado con-
texto. De acordo com Roman Jakobson, há seis funções da linguagem: emotiva, conativa, referencial, metalin-
guística, fática e poética.
A função emotiva da linguagem é aquela em que o emissor expressa suas emoções e sentimentos. A função
conativa da linguagem é aquela em que o emissor busca influenciar o receptor a fazer algo. A função referencial
da linguagem é aquela em que o emissor transmite informações objetivas sobre o mundo. A função metalinguís-
tica da linguagem é aquela em que o emissor utiliza a linguagem para falar sobre a própria linguagem. A função
fática da linguagem é aquela em que o emissor busca estabelecer e manter o contato com o receptor. E, por fim,
a função poética da linguagem é aquela em que o emissor utiliza a linguagem de forma artística, valorizando a
sonoridade, a beleza e a criatividade.
— Funcionamento da norma ortográfica
A norma ortográfica é um conjunto de regras que padroniza a escrita da língua portuguesa. Ela é fundamen-
tal para garantir a compreensão dos textos escritos por diferentes públicos, bem como para a preservação da
língua. No entanto, a norma ortográfica não é imutável e pode sofrer alterações ao longo do tempo.
A ortografia é baseada em um sistema de grafias e sons, ou seja, cada letra representa um som específico
na língua. Essa relação entre grafias e sons é chamada de correspondência fonema-grafema. Além disso, a
norma ortográfica estabelece regras para a acentuação, pontuação, uso de maiúsculas e minúsculas, entre
outras convenções.

42
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
— A apropriação da norma ortográfica
A norma ortográfica é um conjunto de regras que estabelecem a escrita correta das palavras. Ela é funda-
mental para garantir a compreensão do texto e a comunicação entre as pessoas. Porém, é importante ressaltar
que a norma ortográfica não é um fim em si mesma, mas um meio para a comunicação efetiva. Assim, a sua
apropriação deve ser entendida como um processo que visa facilitar a compreensão do texto e não como um
fim em si mesmo.
A apropriação da norma ortográfica é um processo que envolve a compreensão das regras ortográficas e
a sua aplicação na escrita. Isso inclui a compreensão da estrutura das palavras, das regras de acentuação, da
pontuação e do uso correto das letras maiúsculas e minúsculas. Além disso, é importante considerar as parti-
cularidades da língua portuguesa, como as variações regionais e as palavras estrangeiras.
Para que a apropriação da norma ortográfica seja efetiva, é necessário que ela seja contextualizada. Isso
significa que as regras ortográficas devem ser ensinadas de acordo com as condições de produção e recepção
social da linguagem. Por exemplo, é importante que os estudantes compreendam que a escrita formal é dife-
rente da escrita informal e que cada uma delas tem suas próprias regras ortográficas.
A norma ortográfica é um instrumento importante para a comunicação escrita, mas é importante lembrar que
ela é apenas um dos elementos que compõem a linguagem. É necessário considerar também a adequação do
uso da língua de acordo com a situação comunicativa, o contexto social e as intenções comunicativas.
O uso das linguagens de acordo com suas condições de produção e recepção social é um tema fundamental
para a educação. É necessário que os estudantes compreendam que a linguagem não é um mero instrumento
de comunicação, mas uma forma de expressão que reflete as relações sociais e culturais em que está inserida.
A norma ortográfica é um aspecto importante da linguagem escrita, mas não pode ser vista como um fim
em si mesma. A sua apropriação deve ser contextualizada e compreendida como um meio para a comunicação
efetiva. Além disso, é importante considerar a diversidade linguística e cultural do país e valorizar as diferentes
formas de expressão que fazem parte da nossa identidade.
Em resumo, a educação linguística deve priorizar a compreensão da linguagem como um fenômeno com-
plexo e multifacetado, que envolve aspectos sociais, culturais, políticos e históricos. A valorização da diversida-
de linguística e a apropriação consciente da norma ortográfica são elementos fundamentais para a formação
de cidadãos críticos e reflexivos, capazes de se expressar com clareza e efetividade em diferentes situações
comunicativas.

Colocação pronominal

A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da frase. A tendência do português falado no
Brasil é o uso do pronome antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma culta prescreve o
emprego do pronome no meio – mesóclise – ou após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se inicia um período com pronome oblíquo átono.
Assim, se na linguagem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, formal, usa-se “Encon-
trei-me’’ com ele.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem as poucas regras de mesóclise e ênclise.
Assim, sempre que estas não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que prejudique a eufonia
da frase.
Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pacientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.

43
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito anteposto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não sejam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando, tudo dá.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus intentos são para nos prejudicarem.
Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela preposição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com outras preposições é facultativo o emprego de
ênclise ou próclise: Apressei-me a convidá-los.
Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de qualquer outro fator de atração, ocorrerá a pró-
clise.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?
Colocação do pronome átono nas locuções verbais
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal não vier precedida de um fator de próclise,
o pronome átono deverá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
Exemplos:
Devo-lhe dizer a verdade.
Devo dizer-lhe a verdade.
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes do auxiliar ou depois do principal.
Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade.
Não devo dizer-lhe a verdade.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois do infinitivo.
Exemplos:
Hei de dizer-lhe a verdade.

44
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Tenho de dizer-lhe a verdade.
Observação
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo.

Linguagem e sentido. Ambiguidade

Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.
As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enun-
ciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio,
comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido
figurado e depende do contexto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.
Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:
Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/
Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não
durarão no estoque da loja, por estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade
e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que
podem haver em uma palavra, frase ou textos inteiros.

45
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Figuras de linguagem

As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais
expressiva. É um recurso linguístico para expressar de formas diferentes experiências comuns, conferindo ori-
ginalidade, emotividade ao discurso, ou tornando-o poético.
As figuras de linguagem classificam-se em
– figuras de palavra;
– figuras de pensamento;
– figuras de construção ou sintaxe.
Figuras de palavra
Emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir
um efeito mais expressivo na comunicação.
Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos conectivos comparativos; é uma comparação
subjetiva. Normalmente vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.
Exemplos
...a vida é cigana
É caravana
É pedra de gelo ao sol.
(Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)
Encarnado e azul são as cores do meu desejo.
(Carlos Drummond de Andrade)
Comparação: aproxima dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos:
como, tal qual, tal como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a comparação: parecer, asseme-
lhar-se e outros.
Exemplo
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando você entrou em mim como um sol no quintal.
(Belchior)
Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o qual não existe uma designação apropriada.
Exemplos
– folha de papel
– braço de poltrona
– céu da boca
– pé da montanha
Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sentidos físicos.
Exemplo
Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva) mecânica.
(Carlos Drummond de Andrade)
A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sinestesia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão
luminosa”, “indiferença gelada”.
Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade, atributo ou circunstância que individualiza o
ser e notabiliza-o.

46
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Exemplos
O filósofo de Genebra (= Calvino).
O águia de Haia (= Rui Barbosa).
Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que a palavra empregada lembra, sugere e retoma
a que foi omitida.
Exemplos
Leio Graciliano Ramos. (livros, obras)
Comprei um panamá. (chapéu de Panamá)
Tomei um Danone. (iogurte)
Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como sinédoque quando se têm a parte pelo todo e o
singular pelo plural.
Exemplo
A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu
cavalo. (singular pelo plural)
(José Cândido de Carvalho)
Figuras Sonoras
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geralmente em posição inicial da palavra.
Exemplo
Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes veladas.
(Cruz e Sousa)
Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um verso ou poesia.
Exemplo
Sou Ana, da cama,
da cana, fulana, bacana
Sou Ana de Amsterdam.
(Chico Buarque)
Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou na prosódia, mas diferentes no sentido.
Exemplo
Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu
[erro
quero que você ganhe que
[você me apanhe
sou o seu bezerro gritando
[mamãe.
(Caetano Veloso)
Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som produzido por seres animados e inanimados.
Exemplo
Vai o ouvido apurado
na trama do rumor suas nervuras
inseto múltiplo reunido

47
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
para compor o zanzineio surdo
circular opressivo
zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor
da noite em branco
(Carlos Drummond de Andrade)
Observação: verbos que exprimem os sons são considerados onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaque-
ar, miar etc.
Figuras de sintaxe ou de construção
Dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis re-
petições ou omissões.
Podem ser formadas por:
omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
ruptura: anacoluto;
concordância ideológica: silepse.
Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um período, frase ou verso.
Exemplo
Dentro do tempo o universo
[na imensidão.
Dentro do sol o calor peculiar
[do verão.
Dentro da vida uma vida me
[conta uma estória que fala
[de mim.
Dentro de nós os mistérios
[do espaço sem fim!
(Toquinho/Mutinho)
Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas
aparecem separadas por vírgulas.
Exemplo
Não nos movemos, as mãos é
que se estenderam pouco a
pouco, todas quatro, pegando-se,
apertando-se, fundindo-se.
(Machado de Assis)
Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gra-
matical.
Exemplo
Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem tuge, nem muge.

48
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
(Rubem Braga)
Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um termo já expresso.
Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
Exemplos
Não os venci. Venceram-me
eles a mim.
(Rui Barbosa)
Morrerás morte vil na mão de um forte.
(Gonçalves Dias)
Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidiana, considerado vício de linguagem. Deve ser
evitado.
Exemplos
Ouvir com os ouvidos.
Rolar escadas abaixo.
Colaborar juntos.
Hemorragia de sangue.
Repetir de novo.
Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente subentendidas na frase. Geralmente essas palavras
são pronomes, conjunções, preposições e verbos.
Exemplos
Compareci ao Congresso. (eu)
Espero venhas logo. (eu, que, tu)
Ele dormiu duas horas. (durante)
No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver)
(Camões)
Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anteriormente.
Exemplos
Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes.
(Camilo Castelo Branco)
Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes.
(Machado de Assis)
Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elementos na frase.
Exemplos
Passeiam, à tarde, as belas na avenida.
(Carlos Drummond de Andrade)
Paciência tenho eu tido...
(Antônio Nobre)
Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando a sequência do processo lógi-
co. A construção do período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem função sintática definida.
Exemplos

49
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas.
(Manuel Bandeira)
Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas botassem as mãos.
(José Lins do Rego)
Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que pertence a um objeto é atribuída a outro, na
mesma frase).
Exemplo
...em cada olho um grito castanho de ódio.
(Dalton Trevisan)
...em cada olho castanho um grito de ódio)
Silepse
Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo ou pronome com a pessoa a que se refere.
Exemplos
Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho...
(Rachel de Queiroz)
V. Ex.a parece magoado...
(Carlos Drummond de Andrade)
Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com o sujeito da oração.
Exemplos
Os dois ora estais reunidos...
(Carlos Drummond de Andrade)
Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pessoas.
(Machado de Assis)
Silepse de número: Não há concordância do número verbal com o sujeito da oração.
Exemplo
Corria gente de todos os lados, e gritavam.
(Mário Barreto)

Coesão. Coerência. Referenciação

— Definições e diferenciação
Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que um texto coeso pode ser incoerente, e vice-
versa. O que existe em comum entre os dois é o fato de constituírem mecanismos fundamentais para uma
produção textual satisfatória. Resumidamente, a coesão textual se volta para as questões gramaticais, isto é,
na articulação interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na articulação externa da mensagem.
— Coesão Textual
Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado das palavras que proporcionam a ligação entre
frases, períodos e parágrafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se realiza por meio de
palavras denominadas conectivos.

50
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
As técnicas de coesão
A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos principais, a anáfora e a catáfora. Por estarem
relacionados à mensagem expressa no texto, esses recursos classificam-se como endofóricas. Enquanto a
anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual.

As regras de coesão
Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as regras relacionadas abaixo sejam seguidas.
Referência
– Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos.
Exemplo:
«Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de departamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal
anafórica (retoma termo já mencionado).
– Comparativa: emprego de comparações com base em semelhanças.
Exemplo:
“Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência comparativa endofórica.
– Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes demonstrativos.
Exemplo:
“Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.” Temos uma referência demonstrativa catafórica.
– Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja nome, verbo ou frase, por outro, para que
ele não seja repetido.
Analise o exemplo:
“Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.”
Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é evidente principalmente no fato de que a
substituição adiciona ao texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o pronome pessoal
retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar quaisquer informações ao texto.
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual – nominal, verbal ou frasal – por meio da figura
denominando eclipse.
Exemplo:
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que proporciona o entendimento da segunda oração,
pois o leitor fica ciente de que o locutor está procurando por Ana.
– Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações.
Exemplo:
“Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente aconteceu.” Conjunção concessiva.
– Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem parte de um mesmo campo lexical ou que
carregam sentido aproximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos, entre outros.
Exemplo:
“Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está dando conta da demanda populacional.”
— Coerência Textual
A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto que se origina da sua argumentação –
consequência decorrente dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto redundante e
contraditório, ou cujas ideias introduzidas não apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência

51
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
prejudica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer que a falta de coerência não consiste
apenas na ignorância por parte dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da emissão de
ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
Observe os exemplos:
“A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até o momento.” Aqui, temos um processo verbal
acabado e um inacabado.
“Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos não consomem produtos de origem animal.
Princípios Básicos da Coerência
– Relevância: as ideias têm que estar relacionadas.
– Não Contradição: as ideias não podem se contradizer.
– Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes.
Fatores de Coerência
– As inferências: se partimos do pressuposto que os interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as
inferências podem simplificar as informações.
Exemplo:
“Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que voltagem da lavadora é 220w”.
Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de que existe um local adequado para ligar
determinado aparelho.
– O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem de saberes adquirida ao longo da vida e que é
arquivada na nossa memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts (roteiros, tal como normas
de etiqueta), planos (planejar algo com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de funciona-
mento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã, sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
Exemplo:
“Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!”
O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são
elementos, os chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e nada têm a ver com o Natal.

Exercícios

1. (PREFEITURA DE ARACRUZ - ES – CONTADOR - IBADE - 2019)


LEMBRANÇA E ESQUECIMENTO
“Como é antigo o passado recente!” Gostaria que a frase fosse minha, mas ela é de Nelson Rodrigues numa
crônica de “A Menina sem Estrela”. Também fico perplexa com esse fenômeno rápido e turbulento que é o tem-
po da vida. Não são poucas as vezes em que me volto para algum acontecimento acreditando que ele ainda é
atual e descubro que ele faz parte do passado para outros. Um exemplo é quando, em sala de aula, refiro-me
a eventos que se passaram nos anos 70 e meus alunos me olham como se eu falasse da Idade Média... E eu
nem contei para eles que andei de bonde!
A distância entre nós não é apenas uma questão de gerações. Eles nasceram em um mundo já transformado
pela tecnologia e pela informática. Uma transformação que começou nos anos 50 e que não nos trouxe somente
mais eletrodomésticos e aparelhos digitais. Ela instalou uma transformação radical do nosso modo de vida.
Mudou o mundo e mudou o jeito de viver. Mudou o jeito de namorar, de vestir, de procurar emprego, de
andar na rua e de se locomover pela cidade. Mudou o corpo. Mudou o jeito de escrever, de estudar, de morar e
de se divertir. Mudou o valor da vida, do dinheiro e das pessoas...

52
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Outros tempos. E, quando um jeito de viver muda, ele não tem volta. Não se pode ter a experiência dele
nunca mais. Por isso, meus alunos e eu só podemos compartilhar o tempo atual. Não podemos compartilhar
um tempo que, para eles, é passado, mas, para mim, ainda é presente. Os fatos de 30 anos atrás não são
passado na minha vida. Para mim, meu passado não passou e minha história não envelhece. Minha memória
pode alcançar os acontecimentos que vivi a qualquer momento, e posso revivê-los como se ocorressem agora.
Mas, se eu os narrar, quem me ouve não pode, como eu, vivenciá-los. Por isso, para meus alunos, são contos
o que para mim é vida.
Mas é assim que corre o rio da vida dos homens, transformando em palavras o que hoje é ação. Se não
forem narrados, os acontecimentos e os nossos feitos passam sem deixar rastros. Faladas ou escritas, são as
palavras que salvam o já vivido e o conservam entre nós. Salvam os feitos e os acontecimentos da sua total
desintegração no esquecimento.
A memória do já vivido e a sua narração numa história é o que possibilita a construção da História e das
nossas histórias pessoais. Só os feitos e os acontecimentos narrados em histórias são capazes de salvaguar-
dar nossa existência e nossa identidade.
Só conservados pela lembrança é que os feitos e os acontecimentos podem entrar no tempo e fazer parte
de um passado. Recente ou antigo.
(CRITELLI, Dulce. In cronicasbrasil.blogspot.com/search/ label/Dulce%20 Critelli)
O título “Lembrança e esquecimento” constitui uma antítese que está relacionada a uma oposição de ideias
presentes no texto, correspondente:
(A) as gerações mais velhas e os mais jovens.
(B) os feitos e acontecimentos passados e a vida presente.
(C) a geração dos professores e a geração dos alunos.
(D) as mudanças do passado e a permanência do presente.
(E) o passado narrado e o passado sem narração.

2. (CORE-MT – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – INSTITUTO EXCELÊNCIA – 2019)


Morte
Sou, em princípio, contra a pena de morte, mas admito algumas exceções. Por exemplo: pessoas que con-
tam anedotas como se fossem experiências reais vividas por elas e só no fim você descobre que é anedota.
Estas deviam ser fuziladas.
Todos os outros crimes puníveis com a pena capital, na minha opinião, têm a ver, de alguma maneira, com
telefone.
Cadeira elétrica para as telefonistas que perguntam: “Da onde?”
Forca para pessoas que estendem o polegar e o dedinho ao lado da cabeça quando querem imitar um telefone.
Curiosamente, uma mímica desenvolvida há pouco. Ninguém, misericordiosamente, tinha pensado nela antes, embora
o telefone, o polegar e o mindinho existam há anos.
Garrote vil para os donos de telefone celular em geral e garrote seguido de desmembramento para os donos
de telefone celular que gostam de falar no meio de multidões e fazem questão de que todos saibam que se
atrasou para a reunião porque o furúnculo infeccionou. Claro, a condenação só viria depois de um julgamento,
mas com o Aristides Junqueira na defesa.
(L. F. Veríssimo, “Morte”, Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 22/12/1994. Caderno Opinião, p. 11)
O texto lido é uma crônica. Assinale a alternativa em que a definição contraria a justificativa inicial:
(A) Porque se ocupa em relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar ou acontecimento.
(B) Porque é um tipo de texto narrativo curto, geralmente, produzido para meios de comunicação, por exem-
plo, jornais, revistas, etc.

53
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
(C) Porque se encarrega de expor um tema ou assunto por meio de argumentações.
(D) Porque é um tipo de texto que apresenta uma linguagem simples.
(E) Nenhuma das alternativas.

3. (Prefeitura de Piracicaba - SP - Professor - Educação Infantil - VUNESP - 2020)


Escola inclusiva
É alvissareira a constatação de que 86% dos brasileiros concordam que há melhora nas escolas quando se
incluem alunos com deficiência.
Uma década atrás, quando o país aderiu à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e as-
sumiu o dever de uma educação inclusiva, era comum ouvir previsões negativas para tal perspectiva generosa.
Apesar das dificuldades óbvias, ela se tornou lei em 2015 e criou raízes no tecido social.
A rede pública carece de profissionais satisfatoriamente qualificados até para o mais básico, como o ensino
de ciências; o que dizer então de alunos com gama tão variada de dificuldades.
Os empecilhos vão desde o acesso físico à escola, como o enfrentado por cadeirantes, a problemas de
aprendizado criados por limitações sensoriais – surdez, por exemplo – e intelectuais.
Bastaram alguns anos de convívio em sala, entretanto, para minorar preconceitos. A maioria dos entrevis-
tados (59%), hoje, discorda de que crianças com deficiência devam aprender só na companhia de colegas na
mesma condição.
Tal receptividade decerto não elimina o imperativo de contar com pessoal capacitado, em cada estabeleci-
mento, para lidar com necessidades específicas de cada aluno. O censo escolar indica 1,2 milhão de alunos
assim categorizados. Embora tenha triplicado o número de professores com alguma formação em educação
especial inclusiva, contam-se não muito mais que 100 mil deles no país. Não se concebe que possa haver um
especialista em cada sala de aula.
As experiências mais bem-sucedidas criaram na escola uma estrutura para o atendimento inclusivo, as
salas de recursos. Aí, ao menos um profissional preparado se encarrega de receber o aluno e sua família para
definir atividades e de auxiliar os docentes do período regular nas técnicas pedagógicas.
Não faltam casos exemplares na rede oficial de ensino. Compete ao Estado disseminar essas iniciativas
exitosas por seus estabelecimentos. Assim se combate a tendência ainda existente a segregar em salas es-
peciais os estudantes com deficiência – que não se confunde com incapacidade, como felizmente já vamos
aprendendo.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 16.10.2019. Adaptado)
Assinale a alternativa em que, com a mudança da posição do pronome em relação ao verbo, conforme
indicado nos parênteses, a redação permanece em conformidade com a norma-padrão de colocação dos pro-
nomes.
(A) ... há melhora nas escolas quando se incluem alunos com deficiência. (incluem-se)
(B) ... em educação especial inclusiva, contam-se não muito mais que 100 mil deles no país. (se contam)
(C) Não se concebe que possa haver um especialista em cada sala de aula. (concebe-se)
(D) Aí, ao menos um profissional preparado se encarrega de receber o aluno... (encarrega-se)
(E) ... que não se confunde com incapacidade, como felizmente já vamos aprendendo. (confunde-se)

4. (Prefeitura de Caranaíba - MG - Agente Comunitário de Saúde - FCM - 2019)


Dieta salvadora
A ciência descobre um micróbio adepto de um
alimento abundante: o lixo plástico no mar.

54
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o câncer e produzir um “Dom Quixote”. Só não
consegue dar um destino razoável ao lixo que produz. E não se contenta em brindar os mares, rios e lagoas
com seus próprios dejetos. Intoxica-os também com garrafas plásticas, pneus, computadores, sofás e até car-
caças de automóveis. Tudo que perde o uso é atirado num curso d’água, subterrâneo ou a céu aberto, que se
encaminha inevitavelmente para o mar. O resultado está nas ilhas de lixo que se formam, da Guanabara ao
Pacífico.
De repente, uma boa notícia. Cientistas da Grécia, Suíça, Itália, China e dos Emirados Árabes descobriram
em duas ilhas gregas um micróbio marinho que se alimenta do carbono contido no plástico jogado ao mar.
Parece que, depois de algum tempo ao sol e atacado pelo sal, o plástico, seja mole, como o das sacolas, ou
duro, como o das embalagens, fica quebradiço – no ponto para que os micróbios, de guardanapo ao pescoço,
o decomponham e façam a festa. Os cientistas estão agora criando réplicas desses micróbios, para que eles
ajudem os micróbios nativos a devorar o lixo. Haja estômago.
Em “A Guerra das Salamandras”, romance de 1936 do tcheco Karel Čapek (pronuncia-se tchá-pek), um
explorador descobre na costa de Sumatra uma raça de lagartos gigantes, hábeis em colher pérolas e construir
diques submarinos. Em troca das pérolas que as salamandras lhe entregam, ele lhes fornece facas para se de-
fenderem dos tubarões. O resto, você adivinhou: as salamandras se reproduzem, tornam-se milhões, ocupam
os litorais, aprendem a falar e inundam os continentes. São agora bilhões e tomam o mundo.
Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem se tornar as salamandras de Čapek. É que, no
livro, as salamandras aprendem a gerir o mundo melhor do que nós. Com os micróbios no comando, nossos
mares, pelo menos, estarão a salvo.
Ruy Castro, jornalista, biógrafo e escritor brasileiro. Folha de S. Paulo. Caderno Opinião, p. A2, 20 mai. 2019.
Os pronomes pessoais oblíquos átonos, em relação ao verbo, possuem três posições: próclise (antes do
verbo), mesóclise (no meio do verbo) e ênclise (depois do verbo).
Avalie as afirmações sobre o emprego dos pronomes oblíquos nos trechos a seguir.
I – A próclise se justifica pela presença da palavra negativa: “E não se contenta em brindar os mares, rios e
lagoas com seus próprios dejetos.”
II – A ênclise ocorre por se tratar de oração iniciada por verbo: “Intoxica-os também com garrafas plásticas,
pneus, computadores, sofás e até carcaças de automóveis.”
III – A próclise é sempre empregada quando há locução verbal: “Não quero dizer que os micróbios comedo-
res de lixo podem se tornar as salamandras de Čapek.”
IV – O sujeito expresso exige o emprego da ênclise: “O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo,
derrotar o câncer e produzir um ‘Dom Quixote’”.
Está correto apenas o que se afirma em
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II e IV.
(D) III e IV.

5. ( UFTM - TÉCNICO EM ANATOMIA E NECROPSIA- UFTM – 2018)


Observe as afirmações a respeito dos elementos linguísticos empregados no texto e analise se, de acordo
com a norma culta, estão certas ou erradas:
I – Em “são mais sutis, porém tão ou mais violentas e danosas quanto a de Waack”, a conjunção “porém”
pode ser substituída por “portanto”, sem alteração de sentido.
II – Em “o pecado corrente é o do vizinho, jamais o nosso; agressores são os outros, nunca nós mesmos;
apontamos o dedo e atacamos atos e gestos racistas como o do jornalista, mas ignoramos práticas igualmente
racistas ao nosso redor, até dentro de nós mesmos”, o ponto e vírgula foi empregado para separar orações
coordenadas que já possuem vírgulas.

55
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
III – No fragmento “a indignação não pode se resumir à reação ao comportamento de Waack, sob pena de
transformarmos o debate sobre o racismo brasileiro numa discussão cosmética a respeito de gestos isolados”,
a palavra destacada está empregada conotativamente.
IV – Os verbos “apontamos”, “atacamos” e “ignoramos”, em “o pecado corrente é o do vizinho, jamais o
nosso; agressores são os outros, nunca nós mesmos; apontamos o dedo e atacamos atos e gestos racistas
como o do jornalista, mas ignoramos práticas igualmente racistas ao nosso redor, até dentro de nós mesmos.”,
indicam uma ação pontual, no presente.
V – Em “...cometeu mais do que um deslize numa conversa privada, sem saber que se tornaria pública”, o
elemento “se” desempenha a mesma função que em “É como se o Brasil não fosse racista, mas um país onde
existe racismo”.
Assinale a opção que apresenta a sequência CORRETA:
(A) E – C – C – C – E
(B) E – C – C – E – E
(C) C – E – E – C – E
(D) C – E – C – E – C

6. (UFCA - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - PRÁTICAS EM JORNALISMO – UFCA – 2018)


Assinale a alternativa correta quanto às regras gramaticais:
(A) Qual a diferença entre crescimento e desenvolvimento? A diferença é que crescimento não conduz au-
tomaticamente à igualdade nem à justiça sociais.
(B) É preciso controles de fluxos de informações necessário às decisões da Reitoria.
(C) Faziam vinte dias da morte do pai.
(D) No passado, houveram dias melhores.
(E) Há dias não consigo vê mais nada.

7. (IABAS – FARMACÊUTICO - IBADE - 2019)


Infestação de escorpiões no Brasil pode ser imparável
A infestação de escorpião no Brasil é o exemplo perfeito de como a vida moderna se tornou imprevisível.
É uma característica do que, no complexo campo de problemas, chamamos de um mundo “VUCA” (Volatility,
uncertainty, complexity and ambiguity em inglês) - um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo.
Escorpiões, como as baratas que eles comem, são um a espécie incrivelmente adaptável. O número de pes-
soas picadas em todo o Brasil aumentou de 12 mil em 2000 para 140 mil no ano passado, de acordo com o Mi-
nistério da Saúde. A espécie que aterroriza os brasileiros é o perigoso escorpião amarelo, ou Tityus serrulatus.
Ele se reproduz por meio do milagre da partenogênese, significando que um escorpião feminino simplesmente
gera cópias de si mesma duas vezes por ano - nenhuma participação masculina é necessária.
A infestação do escorpião urbano no Brasil é um clássico “problema perverso”. Este termo, usado pela pri-
meira vez em 1973, refere-se a enormes problemas sociais ou culturais como pobreza e guerra - sem solução
simples ou definitiva, e que surgem na interseção de outros problemas. Nesse caso, a infestação do escorpião
urbano no Brasil é o resultado de uma gestão inadequada do lixo, saneamento inapropriado, urbanização rápi-
da e mudanças climáticas.
No VUCA, quanto mais recursos você der para os problemas, melhor. Isso pode significar tudo, desde cam-
panhas de conscientização pública que educam brasileiros sobre escorpiões até forças-tarefa exterminadoras
que trabalham para controlar sua população em áreas urbanas. Os cientistas devem estar envolvidos. O siste-
ma nacional de saúde pública do Brasil precisará se adaptar a essa nova ameaça.

56
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Apesar da obstinada cobertura da imprensa, as autoridades federais de saúde mal falaram publicamente
sobre o problema do escorpião urbano no Brasil. E, além de alguns esforços mornos em nível nacional e es-
tadual para treinar profissionais de saúde sobre o risco de escorpião, as autoridades parecem não ter nenhum
plano para combater a infestação no nível epidêmico para o qual ela está se dirigindo.
Temo que os escorpiões amarelos venenosos tenham reivindicado seu lugar ao lado de crimes violentos,
tráfico brutal e outros problemas crônicos com os quais os urbanitas no Brasil precisam lidar diariamente.
* Hamilton Coimbra Carvalho é pesquisador em Problemas Sociais Complexos, na Universidade de São
Paulo (USP).
Texto adaptado de Revista Galileu
(https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/MeioAmbiente/noticia/2019/02/infestacao-de-escorpioes-no-brasilpo-
de-ser-imparavel-diz-pesquisador.html)
Observe a oração destacada:
“A infestação do escorpião urbano no Brasil é um clássico “problema perverso.”
Sobre seus termos, é correto afirmar que:
(A) escorpião é núcleo do sujeito.
(B) urbano é predicativo do objeto.
(C) perverso é núcleo do sujeito.
(D) clássico é núcleo do predicativo do objeto.
(E) problema é núcleo do predicativo do sujeito.

8. (SEAP-GO - AGENTE DE SEGURANÇA PRISIONAL - IADES - 2019)

COYLE, A. Administração penitenciária: uma abordagem de direitos humanos. Manual para servidores peni-
tenciários. Brasília: Ministério da Justiça, 2002, p. 21.
Com base nas relações morfossintáticas estabelecidas pelo autor no primeiro período, assinale a alternativa
correta.
(A) Na linha 1, a conjunção “Quando” relaciona orações coordenadas entre si.
(B) Os termos “em prisões” (linha 1) e “seu aspecto físico” (linha 2) funcionam como complementos verbais
e classificam-se, respectivamente, como objeto indireto e objeto direto.

57
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
(C) As formas verbais “pensam” (linha 1) e “tendem a considerar” (linhas 1 e 2) referem-se ao mesmo sujeito
sintático: “as pessoas” (linha 1).
(D) Na linha 1, a exclusão do pronome “elas” alteraria a estrutura do período, pois o predicado da segunda
oração passaria a se referir a um sujeito indeterminado.
(E) Na linha 2, o adjetivo “físico” completa o sentido do substantivo “aspecto”, por isso desempenha a função
de complemento nominal.

9. Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação morfológica do pronome “alguém” (l. 44).

58
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
(A) Pronome demonstrativo.
(B) Pronome relativo.
(C) Pronome possessivo.
(D) Pronome pessoal.
(E) Pronome indefinido.

59
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
10. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na oração “A abordagem social constitui-se em
um processo de trabalho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos sublinhados classificam-se,
respectivamente, em

(A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo.


(B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.
Leia o texto abaixo para responder a questão.
A lama que ainda suja o Brasil
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br)
A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um dos principais gargalos da conjuntura po-
lítica e econômica brasileira: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de um desastre de
repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de
recuperação efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tampouco a mineradora Samarco, controla-
da pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplicação da multa
de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a
calha profunda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro, coordenadora da rede de águas da
Fundação SOS Mata Atlântica, sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos se tornou
uma bomba relógio na região.”
Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem riscos de rompimento nas barragens de Ger-
mano e de Santarém. Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos 16 barragens
de mineração em todo o País apresentam condições de insegurança. “O governo perdeu sua capacidade
de aparelhar órgãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que
prevê licença única em um tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo marco regulatório
da mineração, por sua vez, também concede prioridade à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos
conflitos judiciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz Maurício Guetta, advogado do
Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer.
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL

11. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido:


I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um fato.
II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao gênero textual editorial.
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já que se trata de uma reportagem.
IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já se trata de um editorial.
Analise as assertivas e responda:

60
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
(A) Somente a I é correta.
(B) Somente a II é incorreta.
(C) Somente a III é correta
(D) A III e IV são corretas.

12. IF-MT – PROFESSOR DO ENSINO BÁSICO TÉCNICO E TECNOLÓGICO – IF-MT – 2020


Em relação ao acento gráfico diferencial, marque a alternativa correta.
(A) No passado, ela não pode estudar, por isso é importante que haja a Educação de Jovens e Adultos.
(B) Na atualidade, toda criança póde ter acesso à educação básica, todavia, o que não há é a garantia de
sua permanência.
(C) É uma grande conquista. Estou feliz pôr você. Agora, pode colher os frutos.
(D) Os participantes da assembléia chegaram cedo, pois eles tem muito a decidir.
(E) Devido às fortes chuvas dos últimos dias, a defesa civil mantém o estado de alerta.

13. SEE-AC – PROFESSOR EJA – FUNCAB – 2018


O belo texto adiante, de autoria do jornalista acriano Elson Martins, é parte da apresentação do portal
eletrônico do governo do Acre. Leia-o, atentamente, e responda às questões propostas a seguir.

“Eu gosto de comparar o mapa do Acre com uma grande e colorida borboleta de asas abertas pairando no
espaço. Sinto orgulho dessa comparação. Afinal, aprendi ao longo da vida que minha terra é incomum: pelos
povos (seringueiros e índios) que a ocuparam e desenvolveram, pela riqueza e exuberância de sua floresta, e
por sua história cheia de bravura e sentimento.
Quando criança eu desenhava o mapa em folhas de papel almaço imaginando a beleza dos rios e lagos, a
floresta densa, os cheiros da natureza, os mitos e as histórias dos que viviam entranhados nesse mundo mági-
co. Na fase  adulta, posso   ampliar essa acreanidade: sonho com um Acre amazônico por excelência, que se
desenvolva valorizando suas tradições e tudo que a floresta nos ensinou e ensina.”
As palavras MÁGICO e AMAZÔNICO estão corretamente acentuadas, já que ambas são:
(A) Paroxítonas terminadas em vogal.
(B) Oxítonas terminadas em vogal tônica.
(C) Paroxítonas.
(D) Proparoxítonas.
(E) Oxítonas no singular.

61
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
14. CRQ 9a REGIÃO-PR — AUXILIAR ADMINISTRATIVO — FUNDATEC — 2018
Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto está citado na questão.
Contar mentirinhas vicia o cérebro, revela estudo
Por Felipe Germano Bruno Garatton

(http://super.abril.com.br/comportamento/contar-mentirinhas-vicia-o-cerebro– Adaptação)
Em relação às letras e aos fonemas de palavras do texto, analise as afirmações que seguem e assinale C,
se corretas, ou I, se incorretas.
( ) O vocábulo ‘expor’ é grafado com X, porém, esse fonema tem som de S. A palavra ‘e_trair’ segue a
mesma grafia.
( ) A palavra ‘consistia’ tem o mesmo número de letras e fonemas.
( ) As palavras ‘pequenos’ e ‘sequência’ possuem dígrafos consonantais.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
(A) C – C – C.
(B) C – C – I.
(C) I – C – C.
(D) I – I – I.
(E) C – I – I.

15. PREFEITURA DE SONORA-MS – ASSISTENTE DE ADMINISTRAÇÃO – MS CONCURSOS – 2019


Quanto à significação das palavras, marque a alternativa correta em relação aos itens:

1 – Homônimos: são palavras que apresentam significados diferentes, mas que são pronunciadas da mesma
forma, como cem e sem.

2 – Parônimos: grafia(escrita) parecida, fonética(som) parecido, significado diferente: comprimento e


cumprimento.

62
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
3 – Ortoepia: é o emprego correto da acentuação tônica das palavras, ela está ligada à oralidade: côndor
(errado), condor (correto).

4 – Prosódia: é o estudo da correta pronúncia das palavras, ocupa-se não só da correta pronúncia dos
fonemas, mas também do ritmo e entoação delas.
(A) Apenas 1 e 2 estão corretos.
(B) Apenas 1, 2 e 3 estão corretos.
(C) Apenas 2, 3 e 4 estão corretos.
(D) 1, 2, 3 e 4 estão corretos.

16. CONSÓRCIO DE TRAIRÍ-RN – ADMINISTRADOR – FUNCERN – 2018


Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação que preencham,
RESPECTIVAMENTE, as lacunas da seguinte frase:
“Quando se trata de eleição ___ duas coisas devem ser observadas ____ uma é o projeto político proposto
pelo candidato ___ a outra é o posicionamento dele ante as demandas populares.”
(A) dois pontos – vírgula – ponto e vírgula.
(B) ponto e vírgula – vírgula – vírgula.
(C) vírgula – dois pontos – ponto e vírgula.
(D) vírgula – vírgula – ponto e vírgula.

17. PREFEITURA DE ARAPIRACA-AL – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – PREF. DE ARAPIRACA – 2018


Quanto à significação das palavras, marque a alternativa correta em relação aos itens:
Assinale a alternativa que explicita a sequência de sinais de pontuação correspondente à confissão do amor
do eu-lírico por Helena, com base no poema anônimo abaixo:
Se consultar a razão digo que amo Beatriz Não Helena cuja bondade ser humano não teria Não aspiro à
mão de Laura que não tem pouca beldade (Texto adaptado).
(A) vírgula, interrogação, exclamação, vírgula, ponto final, vírgula, ponto final.
(B) vírgula, ponto final, vírgula, ponto final, vírgula, exclamação.
(C) vírgula, interrogação, exclamação, vírgula, interrogação, exclamação, vírgula, interrogação.
(D) ponto e vírgula, interrogação, exclamação, vírgula, interrogação, exclamação, vírgula, ponto final.
(E) ponto e vírgula, interrogação, exclamação, ponto final, interrogação, exclamação, ponto final.

18. CÂMARA DE PILÕEZINHOS-PB – AGENTE ADMINISTRATIVO – CPCON – 2019


O Manual de Redação da Presidência da República recomenda o emprego do padrão culto da linguagem.
Assinale a alternativa cuja concordância verbal está INADEQUADA conforme as orientações da norma culta.
(A) No programa do concurso havia mais de dez assuntos para estudar.
(B) Precisam-se de professores qualificados para melhorar a educação no Brasil.
(C) Fazia mais de três anos que ele havia deixado de estudar.
(D) Nos comentários das provas, choveram críticas para o professor.
(E) Vendem-se apostilas com questões de concurso comentadas.

63
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
19. CÂMARA DE CERRO CORÁ-RN – AGENTE ADMINISTRATIVO – CPCON – 2020
A linguagem usada nos documentos oficiais deve estar de acordo com a norma culta da língua. Nesse
sentido, marque a alternativa em que a concordância verbal esteja DE ACORDO com a norma culta vigente na
língua portuguesa.
(A) Haviam muitas perguntas e poucas respostas para a causa do acidente.
(B) Precisam-se de funcionários qualificados, por isso é importante contratar os aprovados no concurso.
(C) Já fazem anos que haviam neste local árvores e flores. Hoje, só há ervas daninhas.
(D) Existe na atualidade diferentes tipos de inseticidas prejudiciais à saúde do homem.
(E) Durante as apresentações teatrais choveram aplausos para a garotinha que cantava para seus colegas.

20. PREFEITURA DE BARRETOS-SP – AGENTE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – VUNESP – 2018


Assinale a alternativa em que tanto a concordância quanto a regência estão de acordo com a norma-padrão
da língua.
(A) Consciente que tudo que escrevia, inclusive as mensagens nas redes sociais, eram lidos pelo pai,
passou a censurar-se.
(B) Divulgados nos principais jornais do país, o escândalo atingiu em cheio a vida das pessoas que ele mais
se dedicava.
(C) Foi feito, naquele caso, diversas tentativas de acordo para resolver o conflito que as partes estavam
envolvidas.
(D) Escrever e falar com clareza sobre quaisquer temas é uma das exigências impostas àqueles profissionais
atuantes nas mídias.
(E) Estando ciente que os atestados foram anexados ao e-mail, os funcionários deram prosseguimento do
inquérito.

21. MPE-GO – SECRETÁRIO AUXILIAR – MPE-GO – 2018


Elas estavam ____ cansadas quando chegaram ____ dormitório. Assinale a alternativa que completa esse
enunciado de acordo com a norma culta.
(A) meias – ao
(B) meia – no
(C) meio – ao
(D) meia – no
(E) meio - no

22. PM-MT – SARGENTO DA POLÍCIA MILITAR – PM-MT – 2021

(Armandinho. http://tirasbeck.blogspot.com.br Acesso em 30/01/2021)


Na tira, há três palavras homófonas heterográficas: cestas, sestas e sextas. Sobre a significação das pala-

64
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
vras (sinônimas, antônimas, homônimas, polissêmicas, conotativas e denotativas), assinale a afirmativa correta.
(A) Na frase Os antagonistas de um partido político nem sempre se posicionam como adversários, depende
de seus interesses políticos, há exemplo de antonímia.
(B) Na frase A descrição da obra, feita pelo crítico, revelou toda discrição que ele usou para não ferir susce-
tibilidades, há exemplo de homonímia perfeita.
(C) Na frase As luzes a serem encontradas no paraíso contrastam com as trevas do inferno, há exemplo de
sinonímia.
(D) Na frase Todos sabem que aquele político passou a nadar em ouro após assumir alto posto, há exemplo
de conotação.
(E) Na frase No final do filme, o facínora conseguiu sair da cela, colocou uma sela em um cavalo e fugiu em
disparada., há exemplo de homonímia homográfica.

23. PREFEITURA DE SONORA-MS – ASSISTENTE DE ADMINISTRAÇÃO – MS CONCURSOS – 2019


Quanto à significação das palavras, marque a alternativa correta em relação aos itens:

1 – Homônimos: são palavras que apresentam significados diferentes, mas que são pronunciadas da mesma
forma, como cem e sem.

2 – Parônimos: grafia(escrita) parecida, fonética(som) parecido, significado diferente: comprimento e


cumprimento.

3 – Ortoepia: é o emprego correto da acentuação tônica das palavras, ela está ligada à oralidade: côndor
(errado), condor (correto).

4 – Prosódia: é o estudo da correta pronúncia das palavras, ocupa-se não só da correta pronúncia dos
fonemas, mas também do ritmo e entoação delas.
(A) Apenas 1 e 2 estão corretos.
(B) Apenas 1, 2 e 3 estão corretos.
(C) Apenas 2, 3 e 4 estão corretos.
(D) 1, 2, 3 e 4 estão corretos.

24. PREFEITURA DE CHUPINGUAIA-RO – ASSISTENTE SOCIAL – MS CONCURSOS – 2020


Correlacione as colunas, sobre a significação das palavras e assinale a alternativa correta.
COLUNA I
A – Sinônimos.
B – Antônimos.
C – Homônimos.
D – Parônimos.
E – Polissemia.
F – Conotação.
G – Denotação.

65
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
COLUNA II.
(1) Comprei um anel de ouro.
(2) Descrição e discrição.
(3) Contraveneno e antídoto.
(4) Pena (pluma) e pena (dó).
(5) Aço (substantivo) e asso (verbo).
(6) Meu vizinho nadava em ouro.
(7) Bendizer e maldizer.
(A) A (7) - B (3) - C (5) - D (1) - E (2) - F (4) - G (6).
(B) A (3) - B (7) - C (2) - D (5) - E (4) - F (6) - G (1).
(C) A (3) - B (7) - C (5) - D (2) - E (4) - F (6) - G (1).
(D) A (3) - B (7) - C (5) - D (2) - E (4) - F (1) - G (6).

25. AL-RO – ANALISTA LEGISLATIVO – FGV – 2018


Na organização de um texto, há elementos anafóricos e catafóricos; o enunciado abaixo em que o termo
sublinhado tem função catafórica é:
(A) A situação atual é de crise, mas é preciso enfrentá-la com coragem.
(B) Cheguei à conclusão de que isto é o mais importante: não perder o emprego.
(C) Trabalhar sempre: esse é o segredo do sucesso.
(D) Novos assaltos ocorreram, pois a polícia não consegue controlar essas ocorrências.
(E) Encontrei amigos durante a viagem, mas eles não ficaram junto conosco.

66
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
26. CFBIO – TÉCNICO EM T.I. – QUADRIX – 2018

Considerando os mecanismos de coesão do texto acima, julgue o item que se segue.


O pronome “destes” (l.4), refere-se apenas a “candidatos” (l.3) e “partidos” (l.3), por serem ambos substan-
tivos masculinos flexionados no plural.
( ) CERTO
( ) ERRADO

67
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO
Gabarito

1 E
2 C
3 D
4 A
5 B
6 A
7 E
8 B
9 E
10 B
11 C
12 E
13 D
14 E
15 A
16 C
17 A
18 B
19 E
20 D
21 C
22 A
23 A
24 C
25 B
26 CERTO

68
1817154 E-book gerado especialmente para FRANCISCO DAS CHAGAS SOUZA FILHO

Você também pode gostar