Você está na página 1de 98

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

LÍNGUA PORTUGUESA I
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Sumário

Apresentação

1. A linguagem e suas funções

1.1. Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2. Gêneros textuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2.1. Definição de charge . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2.1.1. Exemplo de charge . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2.2. Definição de cartum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

1.3. Linguagens e interação social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6


1.3.1. Língua e linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3.1.1. Funções da linguagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3.2. Linguagem verbal e não-verbal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.4. Gramática no texto.................................................................................................10
1.4.1. Denotação e conotação............................................................................10
1.4.2. Sinônimos e antônimos.............................................................................12
1.5. Literatura................................................................................................................12
1.5.1. O que é literatura?.....................................................................................12
1.5.1.1. Texto literário X texto não-literário.............................................13
1.5.1.2. Características do texto literário: Subjetividade e
plurissignificação.......................................................................14
1.6. Expressão oral.......................................................................................................14
1.6.1. Fato X Opinião..........................................................................................14
1.7. Expressão escrita...................................................................................................15
1.7.1. Exercícios..................................................................................................15
1.8. Referências bibliográficas......................................................................................17

i
2. A leitura e a construção de sentido

2.1. Apresentação.........................................................................................................21
2.2. Estudo dos gêneros textuais: poesia.....................................................................21
2.2.1. Característica da poesia............................................................................21
2.3. Relações textuais...................................................................................................25
2.3.1. Intertextualidade e interdiscursividade......................................................25
2.3.2. Paráfrase e paródia...................................................................................26
2.4. Gramática no texto.................................................................................................27
2.4.1. Separação de sílabas................................................................................27
2.4.2. Regras de acentuação gráfica..................................................................28
2.4.3. Prosa e verso............................................................................................31
2.4.4. Gênero lírico..............................................................................................31
2.5. Expressão oral.......................................................................................................32

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


2.5.1. Cantiga......................................................................................................32
2.6. Expressão escrita...................................................................................................32
2.6.1. Exercícios..................................................................................................32
2.7. Exercício 4 (Enem-1999)........................................................................................34
2.8. Referências bibliográficas......................................................................................34

3. Bloco

3.1. Apresentação.........................................................................................................39
3.2. O romance..............................................................................................................39
3.2.1. Tipos de romance......................................................................................41
3.2.1.1. Exemplo de romance.................................................................42
3.3. Morfologia: A formação das palavras e seus sentidos...........................................43
3.3.1. O que é Morfema.....................................................................................43
3.3.2. Estrutura das palavras..............................................................................44
3.3.2.1. Radical.......................................................................................44
3.3.2.2. Desinências...............................................................................44
3.3.2.3. Prefixo.......................................................................................44
3.3.2.4. Sufixo.........................................................................................45
3.4. Gramática no texto.................................................................................................46
3.4.1. Classe de palavras (I)...............................................................................46
3.4.1.1. Substantivo................................................................................46

ii
3.4.1.2. Adjetivos....................................................................................46
3.4.1.3. Pronomes pessoais...................................................................47
3.5. Literatura................................................................................................................48
3.5.1. Gênero narrativo.......................................................................................48
3.5.2. Estrutura do texto narrativo.......................................................................48
3.5.3. Elementos da narrativa:............................................................................48
3.6. Expressão oral.......................................................................................................49
3.6.1. Apresentação oral.....................................................................................49
3.7. Expressão escrita...................................................................................................50
3.7.1. Exercícios..................................................................................................50
3.8. Referências bibliográficas......................................................................................51

4. Bloco
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

4.1. Apresentação.........................................................................................................55
4.2. Estudo dos gêneros textuais: blog.........................................................................55
4.2.1. Característica do blog...............................................................................56
4.2.1.1. Exemplo de blog.......................................................................56
4.3. O sentido das palavras...........................................................................................57
4.3.1. Hipônimos e hiperônimos..........................................................................57
4.3.2. Homônimos e parônimos..........................................................................57
4.4. Gramática no texto.................................................................................................59
4.4.1. Classe de palavras (II)..............................................................................59
4.4.1.1. Pronomes definidos e indefinidos.............................................59
4.5. Pronomes de tratamento........................................................................................60
4.5.1. Pronomes demonstrativos........................................................................61
4.6. Literatura................................................................................................................62
4.6.1. Gênero épico.............................................................................................62
4.6.1.1. Origem do gênero épico............................................................62
4.6.1.2. Principais características...........................................................63
4.6.2. A epopeia..................................................................................................63
4.7. Expressão oral.......................................................................................................64
4.7.1. Relato pessoal...........................................................................................64
4.8. Expressão escrita...................................................................................................66
4.8.1. Exercícios de gramática, gêneros textuais e literatura.............................66

iii
4.9. Referências bibliográficas......................................................................................67

5. Bloco

5.1. Apresentação.........................................................................................................71
5.2. Estudo dos gêneros textuais: crônica....................................................................71
5.2.1. Característica da crônica..........................................................................71
5.2.1.1. Exemplo de crônica...................................................................71
5.3. Efeitos de sentido...................................................................................................73
5.3.1. Ambiguidade.............................................................................................74
5.3.2. Polissemia.................................................................................................75
5.4. Gramática no texto.................................................................................................76
5.4.1. Classe de palavras (III).............................................................................76
5.4.1.1. Pronomes possessivos..............................................................76

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


5.4.1.2. Pronomes relativos....................................................................76
5.4.1.3. Numerais...................................................................................77
5.4.1.4. Advérbio....................................................................................78
5.5. Literatura................................................................................................................79
5.5.1. Gênero dramático.....................................................................................79
5.5.2. Características do gênero dramático........................................................79
5.5.3. Subgêneros do gênero dramático.............................................................79
5.5.3.1. Protagonista e antagonista........................................................80
5.5.3.2. Catarse......................................................................................81
5.6. Expressão oral.......................................................................................................81
5.6.1. Debate.......................................................................................................81
5.7. Expressão escrita...................................................................................................82
5.7.1. Exercícios de gramática, gêneros textuais e literatura.............................82
5.8. Referências bibliográficas......................................................................................83

iv
Apresentação
Caro(a) estudante, SEJA BEM-VINDO(A)!

Estamos iniciando a disciplina de Português 1 e esperamos que você se sinta motivado(a) a


ler, refletir e discutir os vários pontos que estudaremos. Nessa disciplina, te convido a
desenvolver um novo olhar para a língua portuguesa. Como falante, você já sabe
suficientemente à vontade para usá-la, mas será desafiado(a) a aprender olhá-la sob uma
perspectiva analítica. Não pense que nosso objetivo é torná-lo um examinador de palavras.
Propomos que você encare a língua como organismo dinâmico que se modifica.
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Boa parte do nosso trabalho será dedicado à leitura, produção e análise de diversos tipos
de textos para aprendermos a reconhecer os elementos que os constituem. Nosso objetivo
é que percebam o texto em sua função sociocomunicativa, deste modo será dado destaque
ao estudo da estrutura, das características e da finalidade de diversos gêneros textuais.

Com isso, espera-se que você possa interagir com o texto como seu interlocutor e, escolha
entre as possibilidades da língua materna, as formas apropriadas às diversas
situações de comunicação. Como leitor, deseja-se que ouça, analise, interprete, avalie e
critique as produções de fala e de escrita do outro; como produtor de texto, que expresse
seu ponto de vista, com clareza e objetividade, considerando a situação comunicativa e o
ponto de vista do interlocutor.

Em relação à Literatura, objetiva-se o desenvolvimento pelo gosto da leitura e a


apreciação, da dimensão estética dos textos literários. É importante também que você
reconheça a literatura como forma de expressão estética de sentimentos humanos e
valores sociais, produto de um trabalho de sujeitos historicamente situados.

Espera-se que, ao final da disciplina, você tenha compreendido a importância da língua


portuguesa e da literatura, bem como sua aplicação no ambiente acadêmico e profissional.

Bons estudos!

1
2

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


A linguagem e suas funções
1
1.1. APRESENTAÇÃO

Olá!

Neste bloco, vamos estudar o que são gêneros textuais dando destaque a charge e o
cartum. Além disso, vamos também rever questões teóricas relacionadas à linguagem e a
interação social, língua, funções da linguagem, linguagem verbal e não-verbal, denotação e
conotação, sinônimos e antônimos. Quanto à literatura, começaremos a pensar sobre o que
é literatura, texto literário e texto não-literário, subjetividade e plurissignificação. Também
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

como ponto de expressão oral veremos a diferença entre fato e opinião.

Vem comigo!

1.2. GÊNEROS TEXTUAIS

Existem muitos gêneros textuais, os quais promovem uma interação entre os


interlocutores. São classificados conforme as características comuns que os textos
apresentam em relação à linguagem e ao conteúdo.

Os gêneros textuais não são semelhantes aos tipos textuais. Os tipos textuais
são estruturas linguísticas prototípicas, as quais possuem estabilidade
interna. Os gêneros textuais partem das tipologias e estão mais ligados a
situações concretas de comunicação.

É importante considerar seu contexto, função e finalidade, pois o gênero textual pode conter
mais de um tipo textual. Isso, por exemplo, quer dizer que uma receita de bolo apresenta
a lista de ingredientes necessários (texto descritivo) e o modo de preparo (texto
injuntivo).Cada gênero textual é identificado (e classificado) a partir de aspectos básicos,
como assunto, finalidade, perfil dos participantes, estrutura, suporte e estilo (formal, informal,
técnico etc.). Veja a seguir alguns gêneros textuais:

3
A linguagem e suas

• Biografia; • e-mail; • poema;


• bula de remédio; • propaganda; • texto científico;

• carta; • receita culinária; • cardápio;

• diário; • reportagem; • reportagem e etc.


• editorial; • charge; aviso;

1.2.1. DEFINIÇÃO DE CHARGE

A charge tem a finalidade de ilustrar, por meio da sátira, os acontecimentos atuais que
despertam o interesse público. Muito usado em jornais e revistas por causa do cunho
político e social. É o gênero no qual o autor expressa sua visão dos fatos por meio de
caricaturas. A charge pode vir com um ou mais personagens, geralmente personalidades
públicas. Mas também costuma apresentar pessoas envolvidas na política, devido ao seu
teor crítico. Podendo conter ou não legendas e balão de fala, faz uso do humor.

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Características da Charge

De origem francesa, “charger” quer dizer “carga”, ou seja, o uso do exagerado


para representar alguma situação ou alguém de forma cômica. A primeira
charge publicada no Brasil tinha o título “A Campanha e o Cujo”, criada por
Manuel José de Araújo, em 1837, em Porto Alegre. Surgiram no século XIX e
trouxeram à tona a necessidade do público de expressar indignação e
insatisfação com o governo vigente. O leitor, através da charge, encontra
caminhos para entender os acontecimentos ocorridos no mundo todo. O
profissional que as desenha, chargista, precisa ter conhecimento dos assuntos
em pauta para poder retratá-los e transmiti-los de forma objetiva.

• Representa a atualidade: para entendimento da piada contida no desenho, é


necessário um contexto histórico. Ou seja, sem saber qual âmbito uma história está
sendo contada, a piada é perdida;
• Linguagem verbal e não verbal: o desenho pode ser verbalizado ou não, através das
legendas ou balões de textos.
• Fator social ou político: tem como tema especialmente questões políticas e sociais,
sejam elas nacionais ou internacionais. E está em volta da satirizarão de um fato
político e/ou social de relevância.
• Posicionamento editorial: normalmente pode retratar o ponto de vista do veículo
comunicacional no qual a charge está sendo veiculada;
• Circulação: é considerado um gênero jornalístico, então é bastante usado pelo meio.
Ou seja, sua circulação será em jornais e revistas;

4
• Efemeridade: retrata acontecimentos contemporâneos. A charge é tida como efêmera,
pois está sempre se atualizando;
• Exagero: aponta o exagero para provocar a vertente humorística; o riso. No exagero,
o chargista enfatiza pontos tidos como principais. O profissional faz distorções da
realidade, mas não tira a veracidade;
• Caráter: humorístico, cômico, irônico e satírico.
• Ruptura discursiva: o final inesperado trata-se de uma quebra do discurso construído
na charge;
• Intertemporalidade: a charge nunca irá explicar a sua própria piada.

1.2.1.1. Exemplo de charge


© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Figura 1.1. https://www.hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/blogs/blog-do-lute-1.366314/charge-do-


dia-22-11-2019-1.758050

1.2.2. DEFINIÇÃO DE CARTUM

Bastantes confundidos, cartum e charge são diferentes e aplicados em casos específicos.


A palavra é uma versão aportuguesada do inglês “cartoon”, que significa “cartão” e tem
origem italiana “cartone”. O cartum se caracteriza com uma anedota gráfica em que
nele podemos visualizar a presença da linguagem verbal associada à não verbal. Suas
abordagens dizem respeito a situações relacionadas ao comportamento humano, mas não
estão situadas no tempo, por isso são denominadas de atemporais e universais, ou seja,
não fazem referência a uma personalidade em específico.

Portanto, o cartum é relacionado à acontecimentos e temas atemporais, enquanto que a


charge é temporal, com temas da contemporaneidade. O primeiro não retrata uma
personalidade isolada, mas sim a coletividade, já o segundo pode usar a imagem de pessoas
públicas.

5
A linguagem e suas

Cartum de Glasbergen

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Figura 1.2. Cartum de Glasbergen.

• Gênero textual de linguagem não-verbal


• Humorístico
• Cômico
• Mistura imagens, palavras e sentido
• Irônico
• Sátiro
• Atemporal.

1.3. LINGUAGENS E INTERAÇÃO SOCIAL

1.3.1. LÍNGUA E LINGUAGEM

A linguagem é o mecanismo que utilizamos para transmitir nossos conceitos, ideias


e sentimentos. Trata-se de um processo de interação. Qualquer conjunto de signos ou
sinais é considerado uma forma de linguagem. Já a língua é um código verbal
característico, ou seja, um conjunto de palavras e combinações específicas compartilhado
por um determinado grupo. Para melhor entendimento do sentido de língua, podemos atrelar
o conceito ao termo idioma. O idioma é um código criado para facilitar a construção e a
transmissão de uma mensagem. A língua portuguesa, por exemplo, é o código verbal mais
usado pelos brasileiros no ato comunicativo.

6
Nota: A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é uma língua com estrutura gramatical própria
e não uma linguagem, sendo reconhecida, também, como língua oficial de sinais do Brasil
desde 2002.

Linguagem verbal Linguagem não verbal


Palavras escritas gestos
Palavras faladas sinais
sons
cores
imagens
desenhos
expressões faciais

1.3.1.1. Funções da linguagem


© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

As funções da linguagem são recursos de ênfase que atuam, cada qual, abordando um
diferente elemento da comunicação. Foram estabelecidas seis diferentes funções da
linguagem, cada uma delas se relaciona a um dos componentes do processo comunicativo.
Dessa forma, em cada ato comunicativo, dependendo de sua finalidade, destaca-se um dos
elementos da comunicação e, por conseguinte, uma das funções da linguagem. São elas:

• Emissor: aquele que diz algo a lguém.


• Receptor: aquele com que o emissor se comunica.
• Mensagem: tudo o que é transmitido do emissor para o receptor.
• Código: a convenção que permite ao receptor compreender a mensagem, como por
exemplo, a Língua Portuguesa.
• Canal: o meio que conduz a mensagem ao receptor, como por exemplo, a língua oral.
• Referente: o assunto da mensagem.

As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem segundo a intenção do


falante.Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função
poética, função fática, função conativa e função metalinguística:

7
A linguagem e suas

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, demonstrar
seus sentimentos, convencer alguém. Conseqüentemente, a linguagem passa a ter uma
função. Podemos encontrar em um mesmo texto diferentes funções. No entanto, uma das
funções sempre prevalecerá sobre as demais.

Atualmente, há uma tendência a considerar apenas duas grandes funções da linguagem:


a cognitiva ou referencial e a pragmática ou interacional. A cognitiva ou referencial se
prende à elaboração do texto a partir dos referentes, ou seja, levando em consideração
os elementos contextuais, que estão fora da linguagem, mas a que a linguagem remete.
A pragmática ou interacional se prende à interação.

Mas vamos trabalhar aqui com as funções já conhecidas, por nos permitir uma associação
mais clara entre elas e os elementos do processo de comunicação, que são importantes
para que compreendamos a intenção comunicativa de cada texto que elaboramos.

A interação se realiza de maneiras diferentes conforme a modalidade de uso da língua: na


língua escrita, por exemplo, o emissor não está em intercâmbio direto com o receptor e,
por isso, a explicitação de todos os elementos é fundamental para a compreensão da
mensagem e o contexto extralingüístico deve ser descrito em detalhe; na conversação
natural, são muitas as informações que não precisam aparecer sob a forma de palavras, já
que o contexto situacional e os dados que falante e ouvinte dominam, um do outro,
permitem a seleção das informações que serão subtendidas.

Quando alguém se dirige a outra pessoa, dizendo: "Ufa, que calor, hein!", pode estar
querendo abrir a janela, ou ligar o ventilador, sem um pedido direto. A mensagem só será
entendida se o interlocutor estiver ligado na situação, decodificando possíveis gestos e
expressões faciais do falante.

8
As piadas, por exemplo, são textos que exigem inferências por parte do ouvinte, já que
seu conteúdo ultrapassa o âmbito da mera significação das palavras, jogando com
uma contextualização mais ampla e com dados que são de conhecimento restrito de um
grupo social, de uma comunidade específica, de um momento histórico. Não é à toa
que, às vezes, não entendemos piadas em outras línguas, por exemplo, que se consideram
grandes humoristas. Por não dominarmos as referências culturais, contextuais ou
situacionais das suas piadas, não conseguimos fazer as inferências necessárias.

Saiba mais!

Leia o livro: Chalub, Samira. Funções da linguagem. São Paulo: Ática, 1995.

1.3.2. LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL

Todo ato comunicativo se dá pela ação da linguagem, que podem ser definidas como
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

linguagem verbal e não verbal. Em outras palavras, essas formas de linguagem são
definidas como modalidades comunicativas. Isso significa que será necessário a ação de
um emissor e de um receptor, com o intuito de receber ou transmitir uma mensagem.

Linguagem verbal: também chamada de


linguagem verbalizada, é expressa por meio de
palavras escritas ou faladas.
Observe o exemplo ao lado

Linguagem não verbal: utiliza signos visuais,


como, por exemplo, os gestos, postura, ilustrações,
placas, músicas.
Observe o exemplo ao lado:

Além da linguagem verbal e não-verbal, existe a chamada linguagem mista ou também


chamada de híbrida. Esse tipo de mecanismo comunicativo usufrui de uma combinação
de ambas as modalidades representadas.

9
A linguagem e suas

Linguagem verbal: também chamada de


linguagem verbalizada, é expressa por meio de
palavras escritas ou faladas.
Observe o exemplo ao lado.

1.4. GRAMÁTICA NO TEXTO

1.4.1. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Para entendermos as funções da linguagem, entretanto, é preciso compreendermos


bem a diferença entre dois níveis da linguagem: o denotativo e o conotativo. A palavra
tem valor referencial ou denotativo quando é tomada no seu sentido usual ou literal, isto
é, aquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante.

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.

Denotação é a significação objetiva da palavra; é a palavra em “estado de


dicionário”.

EXEMPLO 1

Leia a definição de amor no dicionário:

Amor substantivo masculino (latim amor, -oris)

1.Sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se


sente afeição ou atração; grande afeição ou afinidade forte por outra
pessoa;2.Ser que é amado;3.Entusiasmo ou grande interesse por algo;4.Disposição
dos afetos para querer ou fazer o bem a algo ou alguém.

in: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008 -2021,


https://dicionario.priberam.org/amor [consultado em 17-02-2021].
Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros
sentidos, virtuais, conotativos, que podem ser apenas sugestivos, evocando idéias de
ordem abstrata, subjetiva.

Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca


outras realidades por associações que ela provoca.

EXEMPLO 2

Leia o poema de Luiz Vaz de Camões, e observe a maneira como o poeta define O
sentimento 'amor' utilizando linguagem conotativa:

Amor é fogo que arde sem se


© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

ver; É ferida que dói, e não se

sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem

querer; É um andar solitário entre a

gente;

É nunca contentar-se de contente;

É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por

vontade; É servir a quem vence,

o vencedor; É ter com quem nos

mata, lealdade.

Mas como causar pode seu

favor Nos corações humanos

amizade,
A linguagem e suas
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luís Vaz de Camões, séc. XVI)


A linguagem e suas

1.4.2. SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS

As palavras estabelecem relações de sentido umas com as outras. Algumas apresentam


sentidos semelhantes e outras apresentam sentidos contrários.

• Sinônimos: são palavras que apresentam significados semelhantes.


• Antônimos: são palavras que apresentam significados contrários.

Palavra Sinônimo Antônimo


alegria felicidade tristeza
tranquilo calmo nervoso
rápido veloz lento
difícil árduo fácil

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Assista os vídeos!

Sinônimos e antônimos - Sinônimos e antônimos - Denotação e Conotação- Linguagem verbal, não-verbal-

1.5. LITERATURA

1.5.1. O QUE É LITERATURA?

Você já se perguntou por que é importante estudar Literatura. De todos os tipos de textos
com os quais temos contato, as narrativas são as que têm o pode de nos cativar e
permanecer na nossa memória. Quando lemos uma boa história, nós contamos para outras
pessoas ou indicamos o livro para que a leiam. Você já deve ter experimentado a
ansiedade de conhecer o desenlace da trama, o fascínio por narrativas intrigantes e seu
comportamento pode ter mudado a partir das reflexões de suas personagens preferidas.

A Literatura trata disso: de seres humanos, de situações que vivemos ou gostaríamos de


viver. O conhecimento da Literatura descortina um mundo em que seres muito parecidos
com a gente lidam com problemas que também passamos: desilusões amorosas,
dificuldades financeiras, relações familiares, novas descobertas que mudam nossa
perspectiva da vida e pessoas que atravessam nosso caminho. Tudo isso, nos faz refletir
sobre culturas, épocas, experiências e nos ajuda a aprender a viver em sociedade. Vejamos
o que o escritor Daniel Pennac na obra Como um romance diz sobre literatura:
O homem constrói casas porque está vivo, mas escreve livros porque se sabe
mortal. Ele vive em grupo porque é gregário, mas lê porque se sabe só. Esta
leitura é para ele uma companhia que não ocupa o lugar de qualquer outra, mas
nenhuma outra companhia saberia substituir. Ela não lhe oferece qualquer
explicação definitiva sobre seu destino, mas tece uma trama cerrada de
conivências entre a vida e ele. Ínfimas e secretas conivências que falam da
paradoxal felicidade de viver, enquanto elas mesmas deixam claro o trágico
absurdo da vida. De tal forma que nossas razões para ler são tão estranhas quanto
nossas razões para viver. E a ninguém é dado o poder de pedir contas dessa
intimidade. (PENNAC, 1993, p.167).

Observe o quadro abaixo com algumas definições de Literatura:

Época Definição de Literatura


Antiguidade “É a arte que imita pela palavra.” (Aristóteles)
“A Literatura obedece a leis inflexíveis: a de herança, a do meio, a
do momento.”(Hypolite Taine)
Século XIX
“A Literatura é a expressão da socidade, como palavra é a
expressão do homem.” (Luis de Bonald)
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

“Literatura é linguagem carregada de significado.”(Ezra Pound)


“A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a
realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida
através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os
Século XX
quais ela toma corpo e nova realidade.” (Afrânio Coutinho)
“Literatura, é a expressão dos conteúdos da ficção, ou da
imaginação, por meio de palavras de sentido múltiplo e pessoal. Ou,
mas sucitamente: Literatura é ficção.” (Massaud Moisés)

Fonte: ABAURRE, 2000, p.313.

1.5.1.1. Texto literário X texto não-literário

As principais diferenças entre os textos literários e não-literários estão no objetivo e no modo


como são construídos.Os textos literários são textos narrativos e/ou poéticos e sua
principal função é entreter. Os textos não-literários são textos cujo principal objetivo é
transmitir informações, e não contém os mesmos elementos narrativos e artísticos dos
textos literários.

Texto literário Texto não-literário


Textos narrativos e/ou poéticos São textos informativos e
O que é que possuem elementos artísticos objetivos.
e tendem a causar emoção.
Estética. Destinam-se ao Utilitária. Sua função é informar,
Função
entretenimento, à arte e à ficção. convencer, explicar, comunicar.
Linguagem Subjetiva e conotativa. Objetiva e denotativa.
A linguagem e suas

Texto literário Texto não-literário


Utiliza elementos como a Linguagem objetiva e clara.
musicalidade, figuras de
Características
linguagem, multissignificação e
possuem liberdade na criação.
Costuma subverter a gramática Geralmente adota a gramática
Normas gramaticais
normativa. normativa.
Ficção, baseada na imaginação do Utiliza fatos e informações.
Elemento de composição
artista.
A leitura de um texto literário inclui Analisar um texto não-literário
a busca de metáforas e requer confirmação dos fatos,
Análise simbolismos. conhecimento, desenvolvimento
de habilidades e realização de
tarefas.
Poesias, novelas, histórias e Diários pessoais, notícias,
Exemplos
dramas. receitas, jornais e artigos.

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


1.5.1.2. Características do texto literário: Subjetividade
e plurissignificação

Subjetividade: Qualidade de subjetivo, individual, particular; relativo ou próprio do indivíduo.

Plurissignificação: assumir vários significados. Pluri-: (do latim) muitos, vários. Nos textos
literários, as palavras assumem diferentes significados.

Significação: o que as coisas querem dizer.

1.6. EXPRESSÃO ORAL

1.6.1. FATO X OPINIÃO


Vejamos as definições no dicionário:

Fato (latim factum, -i) Opinião (latim opinio, -onis)


substantivo masculino substantivo feminino
1. Coisa realizada. = .ATO, FEITO 2. 1. Modo de ver pessoal. = IDEIA 2. Juízo que se
Acontecimento. 3. Sucesso. 4. Assunto (de forma de alguém ou de alguma coisa.
que se trata). 3. Manifestação das .ideias individuais a respeito
de algo ou alguém .4 Crença política.

Fonte: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013 http://www.priberam.pt/dlpo/


fato.

Os Fatos podem ser verificados e corroborados ou negados por critérios e evidências


objetivas.

Já as Opiniões são afirmações decorrentes da análise individual que não têm forma de
comprovação objetiva, são livre expressão, não relato científico da verdade.
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

1.7. EXPRESSÃO ESCRITA

1.7.1. EXERCÍCIOS

Exercício 1

Leia o cartum do cartunista Myrria, publicado no site acritica.com:


A linguagem e suas

Responda as questões abaixo:

1. Qual é o tema abordado pelo cartum?


2. Qual é o objetivo deste cartum?
3. O “cartum” é um gênero que explora só a linguagem verbal, só a linguagem não-
verbal, ou a linguagem mista? Explique.
4. Analisando o cartum em questão, você considera eficiente o modo como o
cartunista abordou o tema, ou seja, ele conseguiu chamar a atenção da sociedade
para as mudanças nas relações familiares “em tempos de coronavírus”?

Exercício 2

Após ler o texto, assinale a alternativa correta:

Cidadania, direito de ter direitos

Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la. É poder votar em quem

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


quiser sem constrangimento. [...] Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam
estágios de cidadania: respeitar o sinal vermelho no trânsito, não jogar papel na rua, não
destruir telefones públicos. Por trás desse comportamento está o respeito à coisa pública.
[...] Foi uma conquista dura. Muita gente lutou e morreu para que tivéssemos o direito de
votar.

(DIMENSTEIN, Gilberto. O Cidadão de Papel. 5.ed. São Paulo: Ática,

1994) O trecho que indica uma opinião em relação à cidadania é:

a) ..."é o direito de ter uma ideia e poder expressá-la...”.


b) ..."É poder votar em quem quiser...”.
c) ..."revelam estágios de cidadania...”
d) ... “Foi uma conquista dura. "
e) “Muita gente lutou”.

Exercício 3

As palavras abaixo apresentam seus sinônimos. Descobra qual deles está errado e assinale-o:

a) cozer = cozinhar; coser = costurar


b) imigrar = sair do país; emigrar = entrar no país
c) comprimento = medida; cumprimento = saudação
d) consertar = arrumar; concertar = harmonizar
e) chácara = sítio; xácara = verso
Exercício 4 (ENEM 2012)

Leia o fragmento do conto de Rubem Alves e assinale a alternativa correta:

Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre pelo meu descuido com o
vernáculo. Por alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas
informações sobre as regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafia correta
dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra num
desses meus badulaques. Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas
Gerais, falei em “varreção” - do verbo “varrer”. De fato, trata-se de um equívoco que,
num vestibular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua
portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário, aquela que
tem, no topo, a fotografia de uma “varroa” (sic!) (você não sabe o que é uma “varroa”?)
para corrigir-me do meu erro. E confesso: ele está certo. O certo é “varrição” e não
“varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim porque
nunca os vi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes
o xerox da página do dicionário com a “varroa” no topo. Porque para eles não é o
dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala
“varreção” quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha
sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado.

ALVES, R. Mais badulaques. São Paulo: Parábola, 2004


(fragmento).

De acordo com o texto, após receber a carta de um amigo “que se deu ao trabalho de
fazer um xerox da página 827 do dicionário” sinalizando um erro de grafia, o autor
reconhece.

a) a supremacia das formas da língua em relação ao seu conteúdo.


b) a necessidade da norma padrão em situações formais de comunicação escrita.
c) a obrigatoriedade da norma culta da língua, para a garantia de uma comunicação
efetiva.
d) a importância da variedade culta da língua, para a preservação da identidade
cultural de um povo
e) a necessidade do dicionário como guia de adequação linguística em contextos
informais privados

1.8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abaurre, Maria Bernadete M. Português Vol. Único - Lingua e Literatura. Editora:


moderna, 2000.
Cunha,D. A. C. O funcionamento dialógico em notícias e artigos de opinião. In.:
Dionisio, A. P.; Machado, A. R.; Bezerra, M. A. (orgs.). Gêneros Textuais & Ensino.
São Paulo: Parábola Editorial, 2010 [2002], p. 179 a 184.
A linguagem e suas
MAIA, João Domingues. Literatura: textos & técnicas. São Paulo: Ática, 1995.
A linguagem e suas

Oliveira, Katyucha de. Diferença entre língua e linguagem; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/portugues/diferenca-entre-lingua-linguagem.htm. Acesso
em 08 de fevereiro de 2021.
Pennac, Daniel. Como um romance. Tradução de Leny Werneck. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.

Sites:

http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_amb_saude_seguranca/tec_seguranca/
portugues/061112_ling_port_a13.pdf
https://duvidas.dicio.com.br/sinonimos-e-antonimos/
https://www.diferenca.com/texto-literario-e-texto-nao-literario/
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/linguagem-verbal-e-nao-verbal
http://veportugues.blogspot.com/2017/02/linguagem-verbal-e-linguagem-nao-verbal.html
http://diogoprofessor.blogspot.com/2020/05/atividade-de-cartum-sobre-o-tema.html
https://www.todamateria.com.br/generos-textuais/
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/charge

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


https://escolakids.uol.com.br/portugues/cartum-e-charge.htm
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Resumo
19
A linguagem e suas

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


A leitura e a construção de sentido
2
2.1. APRESENTAÇÃO

Olá!

Neste bloco, vamos estudar relações textuais como intertextualidade, interdiscursividade,


paráfrase e paródia dando destaque a poesia como gênero em questão. Além disso,
vamos também estudar a separação silábica e as regras de acentuação gráfica. Quanto à
literatura, veremos a diferença entre prosa e verso, o gênero lírico e noções básicas sobre
rima.
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Vamos lá!

2.2. ESTUDO DOS GÊNEROS TEXTUAIS: POESIA

2.2.1. CARACTERÍSTICA DA POESIA

Eu canto porque o instante existe


e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,


não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
> ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.


Fonte: Imagem de Thought Catalog por Tem sangue eterno a asa ritmada.
Pixabay E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

Poema: Motivo de Cecília Meireles


A leitura e a construção de

A poesia é um gênero textual marcado fundamentalmente por sua forma, pois é dividido
em estrofes e versos, podendo conter também rima e métrica. A linguagem utilizada nesse
tipo de texto também chama a atenção, por ser mais estética. Quanto à estrutura de um
poema, ela é classificada em dois tipos:

1. Estrutura interna: corresponde aos aspectos relacionados ao conteúdo explorado no


poema, que inclui: o tema, a linguagem, o discurso, a opinião do autor, o eu-
poético, a organização, etc.
2. Estrutura externa: representa os aspectos formais dos poemas, ou seja, a forma do
poema e que inclui: os tipos de versos, de estrofes, o esquema de rimas, a métrica,
etc.

VERSOS:
O verso é cada linha de um poema, e a métrica representa as medidas dos versos
utilizados. Assim, os versos são classificados de acordo com as sílabas poéticas que
apresentam. Vejamos os tipos:

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Poeminho do Contra

Regulares: com métrica e rima; Todos esses que aí estão


Brancos: com métrica e sem rima; Atravancando meu caminho,
Livres: sem métrica e sem rima. Eles passarão…
Eu passarinho!
Mario Quintana

Fonte: https://www.revistabula.com/2329-
os- 10-melhores-poemas-de-mario-
quintana/

Assim, os versos são classificados de acordo com as sílabas poéticas que apresentam. São eles:

Monossílabo: verso com uma sílaba poética Dissílabo:


Heptassílabo:
verso com
verso
duascom
sílabas
setepoéticas
sílabas poéticas
Trissílabo:
Octossílabo:
verso com verso
três síla
co
Pentassílabo: verso com cinco sílabas poéticas Dodecassílabo: verso com doze sílabas poéticas
Hexassílabo: verso com seis sílabas poéticas

ESTROFES:

Representa o conjunto de versos e de acordo com cada agrupamento, as estrofes são


classificadas em:
Dístico: dois versos; Sexteto ou sextilha: seis versos; Sétima ou septilha: sete ve
Terceto: três versos; Novena ou nona: nove versos;
Quadra ou quarteto: quatro versos; Décima: dez versos.
Quinteto ou quintilha: cinco versos;

RIMAS:

As rimas estão associadas à sonoridade dos poemas e que acontece com a aproximação
sonora entre as palavras ou expressões. No entanto, há poemas que não possuem rimas e
são chamados de versos brancos. Dependendo do esquema de rimas utilizado no poema,
elas são classificadas em:

• Rimas alternadas: formadas entre versos pares e os versos ímpares.


• Rimas opostas: estão localizadas entre o primeiro e o quarto verso e, entre o segundo
e o terceiro verso.
• Rimas emparelhadas: estão entre o primeiro e o segundo verso e, entre o terceiro e o
quarto verso.
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

• Rimas internas: aquelas que aparecem no interior dos versos.

Vale ressaltar que existem os poemas de forma fixa e os de forma livre, os quais não
apresentam uma estrutura rígida. Alguns poemas de forma fixa muito utilizados pelos
poetas são:

• Soneto: formado por 14 versos, sendo que dois deles são quartetos (conjunto de
quatro versos) e dois são tercetos (conjunto de três versos).
• Trova: formado por uma estrofe com quatro versos heptassílabos (com 7 sílabas
poéticas).
• Haicai: formado por 3 versos (terceto), sendo o primeiro verso omposto de 5 sílabas
poéticas (pentassílabo); o segundo de 7 sílabas poéticas (heptassílabo); e o terceiro
de 5 sílabas poéticas (pentassílabo).

Figura 2.1. Paulo Leminski. Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_visual/


paulo_leminski.html

Fonte: Texto adaptado pela autora de https://brasilescola.uol.com.br/literatura/o-poema-


caracteristicas-especificas.htm e https://www.todamateria.com.br/o-que-e-um-poema/
A leitura e a construção de

Saiba mais!

Leia o livro: Goldstein, Norma. Versos, sons e ritmos. 2 ed. São Paulo: Ática,
1985.

Confira abaixo um poema de Fernando Pessoa, que utiliza as palavras para expressar seus
sentimentos.

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda


Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Biografia: Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa em 13 de julho de 1888, dia
de Santo Antônio, padroeiro da cidade. Aos cinco anos, perde o pai. A mãe casa com um
oficial da marinha e ele vai morar com a família na cidade de Durban, na África do Sul, que
neste época era uma cidade inglesa. O jovem Fernando passa a ser um poeta
bilíngue.Pessoa notabilozou-se pela criação de seus heterónimos, que tinham vida própria,
com biografia e obra. Os principais são Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Não
é raro encontrar um heterónimo criticando a obra de outro ou do próprio Pessoa. A morte de
Fernando Pessoa, em 1935, determinou o fim da vida do poeta mas não da sua vasta obra.

Fonte: https://www.rtp.pt/programa/tv/p19967

Assista os vídeos!

Sobre Fernando Pessoa:


2.3. RELAÇÕES TEXTUAIS

2.3.1. INTERTEXTUALIDADE E INTERDISCURSIVIDADE

A intertextualidade pode ser definida como as relações que se estabelecem entre


elementos de dois ou mais textos. Esses elementos dizem respeito ao conteúdo, a forma ou
a forma e conteúdo. Ocorre uma vez que vários autores se baseiam em textos já existentes
para escrever seus próprios textos. Pode ser planejada, apresentando vestígios do texto
original, bem como ser apenas uma coincidência. Agora, analisemos estes exemplos:

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Canção do Exílio Facilitada
Nosso céu tem mais estrelas,
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Nossas várzeas têm mais


lá?
flores, Nossos bosques têm
Minha terra não tem
mais vida, Nossa vida mais
palmeiras… ah!
amores.
E em vez de um mero
sabiá, Cantam aves sabiá…
Em cismar, sozinho, à noite,
invisíveis
Mais prazer eu encontro lá;
Nas palmeiras que não há. papá…
Minha terra tem palmeiras,
Minha terra tem refúgios,
Onde canta o Sabiá.
Cada qual com a sua hora maná…
Nos mais diversos instantes
Minha terra tem primores,
… Mas onde o instante de sofá…
Que tais não encontro eu cá;
agora?
Em cismar -sozinho, à noite-
Mas a palavra “onde”? sinhá…
Mais prazer eu encontro lá;
Terra ingrata, ingrato filho,
Minha terra tem palmeiras,
Sob os céus de minha terra cá?
Onde canta o Sabiá.
Eu canto a Canção do Exílio.
Não permita Deus que eu bah!
Mário Quintana
morra, Sem que eu volte para
lá; José Paulo Paes
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as
palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Gonçalves Dias

Há de constatar que entre o texto de Mário Quintana e o texto de José Paulo Paes existe
uma relação intertextual, contudo, tal aspecto não se manifesta somente por meio de
fragmentos existentes no texto-matriz. Dessa forma, identificamos uma postura ideológica
mais voltada para a crítica à realidade circundante. Aquela exaltação às belezas da Pátria,
significativamente impressa nas palavras de Gonçalves Dias, choca-se, contrapõe-se quando
expressas diante da visão de
A leitura e a construção de

Mário Quintana e de José Paulo Paes. Cabe afirmar, portanto, que essa ocorrência é um caso de
interdiscursividade.

Fonte: Adaptado pela autora de https://www.preparaenem.com/portugues/intertextualidade-


interdiscursividade.htm

2.3.2. PARÁFRASE E PARÓDIA

Paródia e paráfrase são tipos distintos de intertextualidade. Na paráfrase as palavras


são mudadas, porém a idéia do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para
atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras
palavras o que já foi dito. A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto de interesse para os
estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto
original é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas
verdades incontestadas anteriormente, com esse processo há uma indagação sobre os
dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e
da crítica. Temos um exemplo citado por Affonso Romano Sant'Anna em seu livro

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


“Paródia, paráfrase & Cia” (p. 23):

Paráfrase ParódiaMinha terra tem palmares


Meus olhos brasileiros se fecham saudosos onde gorjeia o mar
Minha boca procura a 'Canção do Exílio'. os passarinhos daqui
Como era mesmo a 'Canção do Exílio'? não cantam como os de lá
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras (Oswald de Andrade, "Canto de regresso à
Onde canta o sabiá!
pátria").
(Carlos Drummond de Andrade, "Europa,
França e Bahia").

Saiba mais!

Leia o livro: Sant'anna, Affonso Romano de. Paródia, paráfrase & cia. 8ª. ed. São
Paulo: Ática, 2007.
2.4. GRAMÁTICA NO TEXTO

2.4.1. SEPARAÇÃO DE SÍLABAS

• Ditongos e tritongos: Os ditongos (encontro de duas vogais em uma mesma sílaba) e


os tritongos (encontro de três vogais em uma mesma sílaba) não devem ser
separados. Veja os exemplos:

lín-gua Pa-ra-guai

• Hiatos: Os hiatos, que ocorrem quando duas vogais aparecem juntas em uma palavra,
mas são pertencentes a sílabas diferentes, devem ser separados.Fica assim:

sa-ú-de. do-a-ção;

• Dígrafos: Quando os dígrafos são iguais, ou seja, quando duas consoantes que formam
o mesmo som aparecem juntas em uma palavra - como é o caso de ss, rr, sc, sç, xc -,
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

eles devem ser separados. É o caso, por exemplo, de:

car-ro; pis-ci-na.

Porém, não se separa dígrafos como lh, nh, ch, qu, gu. Exemplos:

a-gu-lha; ma-nhã.

• Consoante + consoante: Você deve manter na sílaba anterior a consoante que não
vier seguida de uma vogal. Fica assim:

cap-tar; psi-co-lo-gia.

• Prefixos des-, in-, sub-: Caso haja vogal em seguida, os prefixos como des-, in- e sub
devem ser separados normalmente. Veja os exemplos:

su-ben-ten-der; de-si-gual.

Fonte: Texto adaptado pela autora de https://blog.imaginie.com.br/divisao-silabica-e-


translineacao/
A leitura e a construção de

2.4.2. REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Na Língua Portuguesa, há a necessidade de apontar a sílaba tônica, por meio de


acentuação, em algumas palavras. Os acentos gráficos servem para indicar a pronúncia
correta. Mas, por outro lado, há situações em que os acentos estão sobre as vogais para
diferenciar palavras homôninas, sendo denominados acentos diferenciais.Vamos começar
pelas regras gerais de acentuação gráfica?

• Oxítonas: as últimas sílabas são tônicas. Exemplos: queimar / quei-mar impulsionar /


im- pul-sio-nar função / fun-çzão
• Paroxítonas: as penúltimas sílabas são tônicas. Exemplos: grave / gra-ve limpo / lim-
po paisagem / pai-sa-gem areia / a-rei-a
• Proparoxítonas: as antepenúltimas sílabas são tônicas. Exemplos: cálido / cá-li-do único /
ú- ni-co médico / mé-di-co

Proparoxítonas. As proparoxítonas são todas acentuadas.

Ex: trágico, patético, árvore

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Palavras oxítonas.

• Acentuam-se as oxítonas terminadas em:

a(s): sofá, sofás


e(s): jacaré, vocês
o(s): paletó, avós
em, ens: ninguém, armazéns

Palavras paroxítonas

• Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:

L fácil
N pólen
R cadáver
Os bíceps
X tórax
Us vírus
i, is júri, lápis
om, nos iândom, íons
um, uns álbum, álbuns
ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãos
ditongo oral (seguido ou não de s) jóquei, túneis

Apesar de as paroxítonas terminadas em n serem acentuadas, as terminadas em


ens não o são. Por exemplo: hífen leva acento; no entanto, o plural hifens não
possui o acento agudo, assim como “polens”.

Monossílabos

Os monossílabos, conforme a intensidade com que se proferem, podem ser tônicos ou


átonos.
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Monossílabos Tônicos Monossílabos Átonos


Possuem autonomia fonética, sendo Não possuem autonomia fonética, sendo
proferidos fortemente na frase onde proferidos fracamente, como se fossem
aparecem.Acentuam-se os monossílabos sílabas átonas do vocábulo a que se apoiam.
tônicos terminados em: Exemplos:
a(s): lá, cá o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos, de,
e(s): pé, mês em, e, que, etc.
o(s): só, pó, nós, pôs

Regras Especiais: Além das regras fundamentais, há um conjunto de regras destinadas a pôr
em evidência alguns detalhes sonoros das palavras. Observe:

Ditongos Abertos

Os ditongos éi, éu e ói, sempre que tiverem pronúncia aberta em palavras oxítonas (éi e não
êi), são acentuados. Veja:

éi (s): anéis, fiéis, papéis

éu (s): troféu, céus

ói (s): herói, constrói, caubóis

Os ditongos abertos ocorridos em palavras paroxítonas Não são acentuados.

Ex: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia, heroico, ideia, jiboia, joia, paranoia, plateia,
etc.
A leitura e a construção de

Hiatos

Acentuam-se o “i” e “u” tônicos quando formam hiato com a vogal anterior, estando eles
sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de “s”, desde que não sejam seguidos por “-
nh”.

sa - í - da e - go - ís -mo sa - ú - de

Não se acentuam, portanto, hiatos como os das palavras:

ju - iz ra - iz ru - im ca - ir

Razão: -i ou -u não estão sozinhos nem acompanhados de -s na sílaba.

Verbos Ter e Vir

Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


vir, bem como nos seus compostos (deter, conter, reter, advir, convir, intervir, etc.). Veja:

Ele tem Eles têm


Ela vem Elas vêm
Ele retém Eles retêm
Ele Eles intervêm
intervém

Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento ocorre obrigatoriamente, mesmo no
singular. Distingue-se o plural do singular mudando o acento de agudo para circunflexo:

ele detém - eles

detêm ele advém -

eles advêm.

Nova ortografia

A partir de janeiro de 2009, Brasil, Portugal e as nações da Comunidade dos Países de


Língua Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal,
São Tomé e Príncipe e Timor Leste) tiveram a ortografia unificada. Com as modificações
propostas no acordo, 1,6% do vocabulário de Portugal é modificado.

No Brasil, a mudança será bem menor: 0,45% das palavras terá a escrita alterada. Mas,
apesar das mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias típicas de cada país. As
mudanças ocorrem na acentuação e utilização do hífen; além disso, o sinal gráfico trema
(¨) deixa de ser usado e as letras "k", "y" e "w" retornam ao alfabeto oficial brasileiro.
Assista os vídeos!

Divisão silábica: Divisão silábica: Acentuação gráfica:


Acentuação gráfica: Uso do hífen:
Novo acordo ortográfico:

2.4.3. PROSA E VERSO

• Prosa: Um texto que apresenta uma análise um comentário, uma narração ou uma
descrição basicamente criada em linguagem denotativa. É uma forma escrita
contínua. A prosa em seu sentido literário deve ser entendida em confronto com o
conceito de poesia. A prosa designa um texto onde o autor se preocupa em criar uma
representação por meio de personagens do mundo interior, interagindo num
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

determinado espaço e durante certo tempo. À prosa literária dá-se o nome de prosa
narrativa ou prosa de ficção, que se realiza no romance, na novela e no conto.
• Verso: É a reunião de sílabas poéticas. Forma uma linha de poema obedecendo a
determinadas regras de harmonia e ritmo. Verso é cada linha de uma estrofe sendo
ela grande ou pequena. Os versos isométricos são aqueles versos que possuem o
mesmo tamanho: Já os verso heterométricos possuem tamanhos diferenciados
chamados de irregulares.

Fonte: https://www.significadosbr.com.br/verso e https://www.significadosbr.com.br/poema

2.4.4. GÊNERO LÍRICO

Desde as primeiras produções literárias até hoje, muitos tipos de obras foram criados. Um
dos primeiros pensadores a observar essa variedade de literatura foi Aristóteles. No seu
livro A poética, o autor ressalta que existiam basicamente três gêneros literários, aos
quais, hoje, chamamos “gêneros clássicos”:

• A lírica clássica: assim chamada por ser uma produção literária acompanhada por
instrumentos musicais gregos, tais quais a lira - poderia ser, de modo genérico,
comparada com o que hoje conhecemos como poesia. Entretanto, para ser mais
específico, é possível dizer que os poemas líricos seriam aqueles que expressavam
sentimentos e apresentavam uma visão particular da existência. Uma das poetas
líricas mais conhecidas é Safo de Lesbos. Veja, a seguir, um fragmento de poema
dela:
A leitura e a construção de

O amor agita meu espírito

como se fosse o vendaval

a desabar sobre os carvalhos

Safo de Lesbos

Fonte: https://www.portugues.com.r/literatu
ra/generos-literarios.html

2.5. EXPRESSÃO ORAL

2.5.1. CANTIGA

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


As cantigas de roda são músicas folclóricas cantadas em uma roda. Também conhecidas
como cirandas, elas representam aspectos lúdicos das manifestações socioculturais
populares. Exemplos:

Cai Cai Balão Capelinha de Melão


Cai cai balão, cai cai balão Capelinha de Melão
Na rua do sabão É de São João É de Cravo é de Rosa
Não Cai não, não cai não, não cai não É de Manjericão
Cai aqui na minha mão São João está dormindo
Não acorda não! Acordai, acordai,
acordai, João!

2.6. EXPRESSÃO ESCRITA

2.6.1. EXERCÍCIOS

Exercício 1 (Enem 2016)

Leia o poema de José Saramago e assinale a alternativa correta:

Receita

Tome-se um poeta não

cansado, Uma nuvem de sonho

e uma flor,
Três gotas de tristeza, um tom

dourado, Uma veia sangrando de

pavor.

Quando a massa já ferve e se

retorce Deita-se a luz dum corpo

de mulher, Duma pitada de morte

se reforce, Que um amor de poeta

assim requer.

SARAMAGO, J. Os poemas

possíveis. Alfragide:

Caminho, 1997.

Os gêneros textuais caracterizam-se por serem relativamente estáveis e podem


reconfigurar-se em função do propósito comunicativo. Esse texto constitui uma mescla de
gêneros, pois
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

a) introduz procedimentos prescritivos na composição do poema.


b) explicita as etapas essenciais à preparação de uma receita.
c) explora elementos temáticos presentes em uma receita.
d) apresenta organização estrutural típica de um poema.
e) utiliza linguagem figurada na construção do poema.

Exercício 2

Há erro de divisão silábica em uma das séries. Assinale-a:

a) ist-mo, á-gua, pror-ro-gar, trans-a-tlân-ti-co, cai-ais;


b) pneu, nup-ci-al, bi-sa-vô, flu-iu, su-bo-fi-ci-al;
c) ne-crop-si-a, ru-a, sais, prai-a, cou-sa;
d) ap-to, de-sá-gua, jói-a, mne-mô-ni-ca, dor;
e) ad-li-ga-ção, sub-lin-gual, a-ven-tu-ra, sa-ir, ca-í-da.

Exercício 3

A divisão silábica só não está correta em:


A leitura e a construção de
a) cor-rup-ção;
b) su-bli-nhar;
c) subs-cri-ção;
d) sé-rie;
A leitura e a construção de

e) a-ve-ri-gueis.

Exercício 4 (Enem-1999)

Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens
lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno
tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos:

Texto 1 Texto 2 Texto 3

Quando nasci, um anjo torto Quando nasci veio um anjo Quando nasci um anjo esbelto
Desses que vivem na sombra safado Desses que tocam trombeta,
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche O chato dum querubim anunciou:
na vida” E decretou que eu tava Vai carregar bandeira.
predestinado Carga muito pesada pra
Andrade, Carlos Drummond A ser errado assim mulher
de. Alguma poesia. Rio de Já de saída a minha estrada Essa espécie ainda
Janeiro: Aguilar, 1964. entortou envergonhada.
Mas vou até o fim.

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Prado, Adélia. Bagagem. Rio
Buarque, Chico. Letra e de Janeiro: Guanabara, 1986.
música. São Paulo:
Companhia das Letras, 1989.

Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade em relação a Carlos Drummond de


Andrade por:

a) negação dos versos


b) oposição de ideias
c) falta de criatividade
d) reiteração de imagens
e) ausência de recursos

2.7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abaurre, Maria Bernadete M. Português.Vol. Único - Lingua e Literatura. Editora:


moderna, 2000.
Faraco, Carlos Alberto. Gramática e Ensino. Diadorim, Rio de Janeiro, Revista 19 volume 2 p.
11-26, Jul-Dez 2017.
Faraco, Carlos Hemílio; MOURA, Francisco Marto. Língua e literatura. São Paulo: Ática, 1985.
FAUSTICH, Enilde L. de J. Como ler, entender e escrever um texto. Petrópolis: Vozes, 1987.
Goldstein, Norma. Versos, sons e ritmos. 2 ed. São Paulo: Ática, 1985
Rodrigues, Araci dos Reis. O pequeno guia prático da nova ortografia. Revista Época. São
Paulo, n. 555, p. 80-88, jan de 2009.
Sant'anna, Affonso Romano de. Paródia, paráfrase & cia. 8ª. ed. São Paulo: Ática,
2007. Terra, Ernani; NICOLA, José de. Português no mundo do trabalho. São Paulo:
Scipione, 2004.

Sites:

https://www.portugues.com.br/literatura/generos-literarios.html
https://www.rtp.pt/programa/tv/p19967
https://blog.imaginie.com.br/divisao-silabica-e-translineacao/
https://www.todamateria.com.br/o-que-e-um-poema/
https://www.preparaenem.com/portugues/intertextualidade-interdiscursividade.htm
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
A leitura e a construção de

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Resumo
37
A leitura e a construção de

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Bloco
3
3.1. APRESENTAÇÃO

Olá!

Neste bloco, vamos estudar o romance como gênero textual. Também vamos ver a
formação das palavras e seus sentidos e conhecer as classes de palavras: substantivo,
adjetivo e pronomes pessoais. Quanto à literatura, começaremos a pensar estrutura do texto
narrativo e como ponto de expressão oral veremos a apresentação oral.
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Vamos lá!

3.2. O ROMANCE

Herdeiro da Epopeia, o Romance é um gênero da literatura que pertence ao modo


narrativo, assim como a Novela e o Conto. O Romance é uma história que se conta, em
geral, por meio de uma sequência de eventos que envolvem personagens em um cenário
específico. Segundo Massaud Moisés em A Criação Literária (1997), o objetivo essencial do
Romance, é o de reconstruir, recriar a realidade. Não a fotografa, mas recria. O autor
reconstrói a seu modo, um mundo seu, uma vida sua, recriados com meios próprios e
intransferíveis, conforme uma visão particular, única, original.
Blo

O discurso romanesco é composto por unidades estilísticas, ente as quais podemos destacar:

a) Estilização de diversas formas da narrativa tradicional oral.


b) Estilizações de diversas formas de narrativa.
c) Variação de formas literárias.
d) Discursos de personagens estilisticamente individualizados.

O termo:

Há duas hipóteses sobre a origem do termo "romance":


Pode ter-se originado de romans (vocábulo da língua provençal) que por sua vez deriva da forma latina romanicus;
ou teria vindo de romanice (hipótese mais convincente) que designava qualquer obra escrita em romanço, língua falada n
Fonte:

• O termo romance começou a ser aplicado e tomou a forma que hoje conhecemos em

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


meados do século XVIII, junto com o Romantismo. Romance e Romantismo se
ajustavam perfeitamente com o novo espírito literário, motivado pelo natural desgaste
das estruturas socioculturais da época.
• A Epopeia, então, já desgastada, cede definitivamente lugar a uma nova forma
artística: O Romance. O mesmo se dá com a poesia, que abandona o exclusivismo dos
salões esnobes, das cortes artificiais, e populariza-se.
• O Romance tinha o objetivo de constituir-se no espelho do povo, refletir de maneira
fiel a imagem da sociedade. Para tanto, procura abranger tudo quanto era forma e
recurso de expressão literária. Quebravam-se, assim, as regras e modelos.
• A obra considerada precursora do gênero é Dom Quixote, do espanhol Miguel de
Cervantes, que viria a definir os rumos da prosa europeia e mundial nos séculos
posteriores a seu lançamento.
De acordo com Foucault, o homem do século XVII passa a perceber a realidade e a
constituição do mundo exterior de forma fragmentada, descontínua, instável. Liberta dos
resquícios medievais e renascentistas, a arte perde a sua função de decifradora dos enigmas
universais para se afirmar como pura representação. Tal movimento também se observa no
campo das artes plásticas, com o quadro Las Meninas (1656), de Diego Velásquez.

3.2.1. TIPOS DE ROMANCE

Romance monofônico O foco narrativo está sobre uma personagem, o protagonista.


Romance polifônico O foco narrativo está sobre várias personagens.
O narrador fornece todas as informações, não deixa espaço
Romance fechado
(abertura) para a imaginação dos leitores.
Nem tudo é expresso, o narrador deixa lacunas a serem preenchidas
Romance aberto
pelos leitores.
Romance linear ou Os acontecimentos que formam o enredo são mais importantes do
progressivo que a reflexão.
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Romance vertical ou A ação é auxiliar, no contexto geral da obra, pois o principal objetivo é
analítico refletir sobre o impacto dessa ação nas personagens.
Está centrado no funcionamento da mente humana, nos
pensamentos do narrador ou das personagens, na forma como eles
entendem o mundo exterior. É caracterizado, portanto, pela análise
Romance psicológico psicológica e pelos fluxos de consciência. Assim, ao contrário do
romance vertical ou analítico, ele não está condicionado à ação, pois
a reflexão, a análise está voltada para o mundo íntimo, os
sentimentos e memórias do narrador ou personagens.

O foco narrativo se define pela perspectiva por meio da qual esse narrador opta para relatar os
acontecimentos inerentes ao enredo.

Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/romance.htm

Saiba mais!

Leia os livros:

Bahktin, M. A Teoria de Romance. São Paulo: Unesp, 1988.

Calvino, I. Por que ler os clássicos? São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

Moisés, Massaud. A criação literária (Prosa I). São Paulo: Cultrix. 1a. edição,
1997.
Blo

3.2.1.1. Exemplo de romance

Leia trechos dos romances abaixo:

“ Entretanto, deambulo em novas


viagens. Etereamente. Agora sobre a Serra da
Chela. Podia ir visitar as estepes da Mongólia,
ou as montanhas Altai. Ou até planar sobre as
ilhas do Pacífico. Mas não me apetece. Prefiro o
Planalto a partir da Chela, as rochas de muitas
cores, as falésias e suas cascatas, o verde
dos prados, o campo das estátuas, o milho
ondulando, as árvores retorcidas pelo vento. E
pairar sobre a gigantesca fenda da Tundavala,
fenda que aponta o deserto. E o mar. E aponta o
Sul, o grande Sul. O Sul da minha vida”. (p. 188)

Pepetela. O planalto e a estepe. São Paulo: Leya,

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


2009.
“- Isto não é um filme, Santiago, isto é a
vida. Andamos por aqui aos trambolhões,
de braço dado com fantasmas. Mas somos
nós que morremos, é a nós que nos dói.
Honra? A tua honra come-se? Dás de
comer aos outros com a tua honra? E um
país, Santiago, achas que um país se
constrói com a honra? Um país se constrói
com sangue! Damos de comer aos nossos
com a fome dos outros, compramos a nossa
vida com a vida dos outros”. (p. 236)

Agualusa, José Eduardo. Estação das


chuvas. 4. ed. Lisboa: Dom Quixote, 1999.

“Pelo que, andando eu agora por aqui também


a querer explorar este rio São Francisco e a
tentar apreender os seus passados para ver se
consigo situar-me nos seus presentes, de dados
que vou retendo sustento a minha devoção
pelo que Guimarães Rosa escreveu, e é a
paisagens literárias que me remeto ainda,
correndo embora o risco de levar o eventual
leitor a concluir que assim também já chega.
Com o que aliás concordo e garanto passar
depois a outra”. (p.135)

Carvalho, Ruy Duarte de. Desmedida: Luanda -


São Paulo - São Francisco e Volta, Crónicas do
Brasil. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2010.
3.3. MORFOLOGIA: A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS E SEUS
SENTIDOS

Vamos estudar os aspectos envolvidos na formação das palavras da língua. Do latim


parábola, palavra é um conjunto de sons articulados que expressam ideias e possui uma
representação: a grafia.

Palavra é a unidade linguística de som e significado que entra na composição dos enunciados da língua.

Falantes de qualquer língua conhecem e usam milhares de palavras que aprenderam ao


longo da vida e estas constituem o chamado léxico de cada falante. O tamanho do léxico
de que fazemos uso depende de nossa idade, da nossa experiência de vida, das
necessidades de nossa profissão e assim por diante.

O fato de as palavras da língua serem elementos linguísticos que relacionam


determinada sequência de fonemas a determinado significado não significa, no entanto,
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

que elas constituem unidades indivisíveis. De fato, as palavras são, na maioria das
vezes, decomponíveis em elementos menores: os morfemas.

Os fonemas:
(do grego: fono = som, voz + ema = unidade distinta) representam as menores unidades sonoras que constitue
Fonemas: [r], [e], [d], [e]

3.3.1. O QUE É MORFEMA

Do grego morphe = forma, o morfema é a unidade mínima dotada de significado que


integra o vocábulo. Essas estruturas são partes constituintes do campo gramatical e lexical
das palavras.

Exemplos: nascer, renascer, nascido, nascimento, nasciturno.

Há diferentes tipos de morfemas: presos e livres. Quando o morfema por si só encerra


o significado de um vocábulo ele é chamado de livre. Os morfemas presos, por sua vez, são
aqueles que sozinhos não detém significado.

Exemplos: mar (morfema livre), s - morfema que indica plural (morfema preso).
Blo

3.3.2. ESTRUTURA DAS PALAVRAS

A estrutura das palavras está relacionada os elementos que compõem os vocábulos.


Cada vocábulo é formado por uma série de letras que por sua vez formam sílabas. Quando
um vocábulo é formado por uma sílaba só é conhecido como monossílabo, já quando
possui mais de uma sílaba é chamado de polissílabo.

3.3.2.1. Radical

O radical é o núcleo que abriga a significação externa da palavra. Ele não sofre alterações,
ou seja, permanece igual sempre.

Exemplo: comer - comia - comem - comilão: com é o morfema lexical.

trabalho - trabalhador - trabalham: trabalh é o morfema lexical.

Há palavras que não podem ser divididas em formas significativas menores porque só
possuem o radical.

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Exemplo: sol, mar, ar, hoje, lápis, lua, giz, pé.

3.3.2.2. Desinências

As desinências são morfemas acrescidos no final dos vocábulos e que indicam as flexões da
palavra. Elas são classificadas:

Desinências verbais: Desinências nominais:


indicam as flexões de número, pessoa, indicam as flexões de gênero (masculino e
modo e tempo dos verbos. feminino) e de número (singular e plural)
Exemplos: eu como (desinência número dos nomes.
pessoal do verbo “comer” que indica a 1.ª Exemplos: menina - meninas (desinência
pessoa do singular do presente do nominal de número); garoto - garota
indicativo). (desinências nominais de gênero)

3.3.2.3. Prefixo

O prefixo deve ser colocado na frente do radical. Vejamos alguns exemplos:

Prefixos Significados Exemplos


ab- afastamento abdicar
ambi- duplicação ambidestro
Prefixos Significados Exemplos
ante- anterioridade antepor
bem-, ben- bem bendito, beneficente
bi-, bis- dois biênio, bisneto
contra- oposição contradizer
in-, i- negação ingrato, ilegal
pos- posição posterior
semi- metade semicírculo
tri- três triângulo

3.3.2.4. Sufixo

O sufixo deve ser colocado no final do radical. Confira na tabela abaixo exemplos e tipos de
sufixos, junto com seus significados:
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Sufixos Nominais Sufixos Exemplos


-ão paredão
-aço ricaço
-alhão grandalhão
-aréu povaréu
Sufixos Aumentativos
-arra bocarra
-(z)arrão homenzarrão
-eirão boqueirão
-uça dentuça
-inho Pedrinho
-zinho avozinho
-acho riacho
-icho (a) barbicha
Sufixos Diminutivos
-eco soneca
-ela viela
-ote velhote
-isco chuvisco

Fonte das tabelas: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/prefixo-e-sufixo


Blo

3.4. GRAMÁTICA NO TEXTO

3.4.1. CLASSE DE PALAVRAS (I)

Cada palavra existente em nossa língua pertence a uma classe, a qual pode ser variável ou
não. Vejamos:

• Classes de palavras variáveis: substantivo, artigo, adjetivo, pronome, numeral e verbo.


• Classes de palavras invariáveis: advérbio, palavra denotativa, preposição, conjunção
e interjeição.

3.4.1.1. Substantivo

Substantivos Abstratos:
nomeiam entes que só existem na consciência humana, indicam atos,qualidades e sentimentos. Ex: vida (estado), belez

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de
palavras variáveis, as quais denominam os seres. Assim sendo, uma dica para identificar um
substantivo é acrescentar um artigo antes da palavra. Além de objetos, pessoas e
fenômenos, os substantivos também nomeiam:

• lugares: Brasil, Rio de Janeiro


• sentimentos: amor, ciúmes
• estados: alegria, fome
• qualidades: agilidade, sinceridade
• ações: corrida, leitura

Os substantivos são classificados em nove tipos: comum, próprio, simples, composto,


concreto, abstrato, primitivo, derivado e coletivo.

3.4.1.2. Adjetivos

Adjetivo é palavra modificadora do substantivo que denota qualidade, defeito, estado,


condição, característica, etc. Trata-se de classe variável e, nesse sentido, o adjetivo
sempre acompanha a flexão do substantivo a que se refere.

Exemplos: homem bom, criança alegre, livro verde.


3.4.1.3. Pronomes pessoais

O pronome se trata de palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a


pessoa do discurso.

• 1ª pessoa: aquele que fala (eu, nós), o locutor;


• 2ª pessoa: aquele com quem se fala (tu, vós) o locutário;
• 3ª pessoa: aquele de quem se fala (ele, ela, eles, elas), o assunto ou referente.
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

As palavras Eu, Tu, Ele(a), Nós, Vós, Eles(as) são pronomes pessoais do caso reto. São denominados

Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos, de acordo com a função que


desempenham na oração. Além das flexões de pessoa (primeira, segunda e terceira), o
pronome pessoal também varia em:

• Gênero: masculino e feminino - ele / ela, eles / elas, os / as.


• Número: singular e plural - ele(a) / eles(as), eu / nós, tu / vós, me / nos, comigo /
conosco / te,ti / vos, contigo / convosco, o / os, a/ as, lhe / lhes.
• Função: o pronome pessoal também varia na forma de acordo com sua função na
frase, podendo ser reto ou oblíquo. Veja a seguir:

O pronome pessoal é chamado reto quando desempenha a função de SUJEITO da oração. O


pronome oblíquo, por sua vez, desempenha a função de complemento verbal.

Fonte: https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classes-gramaticais-portugues-para-
concursos-publicos/
Blo

Assista os vídeos!

Morfemas -
Classe de palavras - Estrutura de palavras:

3.5. LITERATURA

3.5.1. GÊNERO NARRATIVO

O gênero narrativo refere-se aos textos que contam uma história. Para isso, é necessário um
narrador o narradora, personagem, enredo, tempo e espaço.

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


3.5.2. ESTRUTURA DO TEXTO NARRATIVO

• Apresentação: também chamada de introdução, nessa parte inicial o autor do texto


apresenta os personagens, o local e o tempo em que se desenvolverá a trama.
• Desenvolvimento: aqui grande parte da história é desenvolvida com foco nas ações
dos personagens.
• Clímax: parte do desenvolvimento da história, o clímax designa o momento mais
emocionante da narrativa.
• Desfecho: também chamada de conclusão, ele é determinado pela parte final da
narrativa, onde a partir dos acontecimentos, os conflitos vão sendo desenvolvidos.

3.5.3. ELEMENTOS DA NARRATIVA:

O romance é uma narrativa longa, escrita em prosa e possui a seguinte estrutura:

Ação: série de acontecimentos que se combinam para formar o enredo da obra.


Lugar: espaços físicos em que transcorre a ação.
o “quando” da ação, as datas dos acontecimentos, ou mesmo a duração
dos fatos narrados:
• Tempo cronológico: a ação respeita o tempo físico, isto é, a sequência de
segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos. Assim, o tempo
Tempo:
transcorre com regularidade, com linearidade.
• Tempo psicológico: não está relacionado ao espaço, mas ao interior, à mente
das personagens. É, portanto, o tempo mental, do pensamento, em que
presente, passado e futuro às vezes anulam-se.
realizam a ação:
• Personagem plana: comum e previsível.
Personagens:
• Personagem redonda ou esférica: complexa e imprevisível.
• Trama: a história narrada, o enredo.
a perspectiva de quem narra:
• Narrador personagem (em primeira pessoa): participa da história.
Foco narrativo: • Narrador observador (em terceira pessoa): narra apenas o que ele observa.
• Narrador onisciente ou onipresente (em terceira pessoa): possui total
conhecimento dos fatos narrados e das personagens.
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Assista os vídeos!

Gênero narrativo - Elementos da narrativa - Tipos de narrador:

3.6. EXPRESSÃO ORAL

3.6.1. APRESENTAÇÃO ORAL

A exposição oral é um gênero textual público, relativamente formal e específico, no


qual um expositor especialista dirige-se a um auditório, de maneira estruturada, para
lhe transmitir informações, descrever ou lhe explicar alguma coisa. O expositor deve,
também, ao longo de sua exposição, avaliar a novidade e a dificuldade daquilo que expõe
permanecendo atento aos sinais que lhe são enviados pelo auditório, e na medida do
necessário reformular o modo de se expressar.
Blo

3.7. EXPRESSÃO ESCRITA

3.7.1. EXERCÍCIOS

Exercício 1:

Após a leitura do texto, responda:

Algumas das fobias mais estranhas do mundo

m imaginamos que existam. Algumas pessoas que sofrem dessas fobias não conseguem controlá-las facilmente e, não raro, não levam
am ver nem tocar nada da cor amarela. Essa fobia não está somente associada a objetos amarelos. Alguns xantofóbicos sequer podem
óbicos não conseguem encarar, cheirar e muito menos comer um simples pedacinho de queijo. Imagine um turofóbico vivendo em Mina
bicos tiveram em algum momento da vida. Eles acreditam, irracionalmente, que enquanto estiverem dormindo, podem morrer. É uma fo

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


a) Qual a finalidade deste texto?
b) Segundo o que texto, o que é fobia?
c) O que o título deste texto deixa implícito para o leitor deduzir (Algumas das fobias
mais estranhas do mundo)?
d) Qual das fobias citadas te chamou mais atenção?
e) A partir deste texto e de seus conhecimentos de mundo, conclui-se que toda palavra
que termine em Fobia significa?

Exercício 2:

Indique os elementos mórficos das seguintes palavras:

a) Pavores b) Medo
radical: radical: vogal temática:
Desinência nominal de número:
c) Sofrem d) Facilmente
radical: radical:
vogal temática: sufixo:
tema:
Desinência modo/temporal:

Exercício 3:

Sabe-se que Fobia é um radical grego e significa medo de algo ou alguém. Descubra o
significado aproximado das palavras abaixo a partir de seu radical:

a) AEROnáutica:
b) AUTObiografia:
c) CARDIOvascular:
d) ortoGRAFIA:
e) ZOOlógico:
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Exercício 4:

São características do gênero narrativo:

a) No gênero narrativo, há sempre um eu que se expressa, elemento que é responsável


pelo subjetivismo atribuído a esse tipo de composição.
b) O gênero narrativo é marcado pela afetividade e pela emotividade do clima lírico,
sempre relacionado com o íntimo e a introspecção.
c) O gênero narrativo apresenta um enredo, no qual existe uma situação inicial, a
modificação da situação inicial, um conflito, o clímax e o epílogo. Os elementos
que compõem o gênero narrativo são narrador, tempo, lugar, enredo ou
situação e as personagens.
d) O gênero narrativo faz referência à narrativa feita em forma de versos, contando
histórias e fatos grandiosos e heroicos sobre a história de um povo. O narrador fala
do passado, o que justifica os verbos sempre empregados no tempo pretérito.

3.8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abaurre, Maria Bernadete M. Português Vol. Único - Língua e Literatura. Editora:


moderna, 2000.
Marcuschi, L.A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo:
Parábola Editorial, 2008. 298p.
Blo

Pacheco, Mariana do Carmo. O que é morfema?; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/portugues/o-que-e-morfema.htm. Acesso em 22
de março de 2021.
Petrin, Natália. Prefixos e sufixos. Todo Estudo. Disponível em:
https://www.todoestudo.com.br/portugues/prefixos-e-sufixos. Acesso em: 24 de March
de 2021
Souza, Warley. “Gênero narrativo”; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/literatura/genero-narrativo.htm. Acesso em 25 de março
de 2021.
Teixeira, Ana Paula; BLASQUE, Roberta Garcia; SANTOS, Célia Dias dos. A exposição
oral na sala de aula. In: Anais do 7º seminário de pesquisa em Ciências humanas de
17 a 19 de setembro de 2008. Londrina: Eduel, 2008. Disponível em:
<http://www.uel.br/eventos/
sepech/sepech08/arqtxt/resumos-anais/AnaPTTeixeiraRobertaGBlasque.pdf>

Sites:

https://www.todamateria.com.br/morfemas/

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


https://www.infoescola.com/redacao/romance/
https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/romance
https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/377244
https://www.todamateria.com.br/estrutura-das-palavras
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classes-gramaticais-portugues-para-concursos-
publicos/
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Resumo
53
54

Bloco
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Bloco
4
4.1. APRESENTAÇÃO

Olá!

Neste bloco, veremos o blog como gênero textual. Também vamos ver o sentido das
palavras e conhecer mais algumas classes de palavras: pronomes definidos e indefinidos,
pronomes de tratamento e demonstrativos. Quanto à literatura, começaremos a pensar o
gênero épico e como ponto de expressão oral abordaremos o relato pessoal.
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Vamos lá!

4.2. ESTUDO DOS GÊNEROS TEXTUAIS: BLOG

O termo blog é uma abreviação da palavra inglesa “weblog” que surge da união dos
vocábulos
“web” (teia) e “log” (diário de bordo).

O Blog é um gênero textual digital veiculado na internet que serve como meio de
comunicação virtual, tal qual o e-mail. Os blogs são páginas na internet (web) em que os
blogueiros (autores do blog), divulgam informação sejam pessoais ou sobre outros
temas. Sendo assim, eles são importantes ferramentas de interação da modernidade.
Blo

4.2.1. CARACTERÍSTICA DO BLOG

Lembre-se que qualquer pessoa ou grupo pode criar um blog gratuito. As principais páginas
para a criação de blogs são: blogger, blogspot, wordpress, wix, tumblr, etc. Existem
diversos tipos de blogs: pessoais, literários, artísticos, moda, educação, notícias, profissionais,
etc. Neles, além de texto, as pessoas podem inserir imagens, músicas, vídeos e, portanto, o
blog utiliza a linguagem verbal e não-verbal.

Quando os blogs possuem um caráter pessoal, eles se aproximam dos diários, onde o autor
escreve sobre seu dia, experiências pessoais e sentimentos.

Aliás, eles começaram a ser criados como forma de diários online, no entanto, atingiram
outro grau e hoje em dia, encontramos blogs dos mais variados assuntos. De tal modo, eles
servem de entretenimento, além de informar os leitores.

Importante ressaltar que os leitores podem interagir com o autor do blog, fazendo
comentários nas postagens dos artigos. A interação é uma das principais características
desse gênero textual.

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Pode apresentar uma linguagem mais informal ou coloquial e, noutros casos, uma linguagem mais cuidada ou form
Note que os blogs podem reúnem diferentes tipos de textos: narrativos, descritivos, dissertativos, argumentativos, e

Fonte: https://www.todamateria.com.br/genero-textual-blog/

4.2.1.1. Exemplo de blog

Figura 4.1. https://www.bonashistorias.com.br/


4.3. O SENTIDO DAS PALAVRAS

A semântica é área da Linguística que se ocupa do estudo do significado das palavras.


Analisa a relação entre significantes, como palavras, frases, sinais e símbolos.

4.3.1. HIPÔNIMOS E HIPERÔNIMOS

Hiperonímia é relação que ocorre quando uma palavra possui um sentido que engloba um
conjunto de outras palavras com sentido mais específico. Essas palavras que possuem um
sentido mais estrito são seus hipônimos.

Hiperônimo Hipônimo
Insetos borboletas, mosca, mosquito
Esporte natação, futebol, voleibol
Mamíferos vaca, cachorro, gato
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Veículos carro, avião, caminhão, motocicleta


Flor rosa, margarida, azaleia, dália
Sentimento amor, ódio, tristeza, alegria, felicidade

4.3.2. HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS

As palavras homônimas possuem semelhança gráfica e/ou sonora, mas apresentam


significados diversos. Veja os diferentes tipos:

 Homógrafas: As palavras homônimas homógrafas (“homo” = mesmo e “grafia” =


escrita) possuem a mesma grafia, mas pronúncia e significados diferentes. Veja os
exemplos abaixo:

colher (substantivo) colher (conjugação verbal)


força (substantivo) força (conjugação verbal)
molho (substantivo) molho (conjugação verbal)
gosto (substantivo) gosto (conjugação verbal)
jogo (substantivo) jogo (conjugação verbal)

 Homófonas: As palavras homônimas homófonas ("homo" = mesmo e "fono" = som)


possuem a mesma pronúncia, mas escrita e significados diferentes. Acompanhe
os exemplos a seguir:
Blo

acender (atear fogo, ligar algo elétrico) ascender (subir)


concertar (harmonizar) consertar (reparar)
cozer (cozinhar) coser (costurar)
sexta (número cardinal/ dia da semana) sesta (repouso após o almoço) e cesta (objeto)
tacha (pequeno prego) taxa (imposto)

 Perfeitas: As homônimas perfeitas são palavras que possuem a mesma grafia e a


mesma pronúncia, entretanto, seus significados são diferentes. Veja os
exemplos para compreender melhor:

caminho (substantivo) caminho (conjugação verbal)


cara (substantivo – parte do corpo) cara (substantivo – expressão de tratamento impessoal)
cedo (advérbio) cedo (conjugação verbal)
credo (substantivo) credo (interjeição)

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


manga (substantivo – fruta) manga (substantivo – parte da roupa)

Conforme você viu, as palavras homônimas se subdividem em três categorias: as


homógrafas, com grafia semelhante; as homófonas, com pronúncia semelhante; e as
perfeitas, com grafia e pronúncia iguais.
As palavras parônimas são parecidas tanto na grafia como na pronúncia, mas têm
significados diferentes. Observe isso nos exemplos:

absolver (perdoar) absorver (aspirar)


acidente (imprevisto que causa dano) incidente (que incide sobre algo)
apóstrofe (figura de linguagem) apóstrofo (sinal gráfico)
comprimento (extensão) cumprimento (saudação/ ato de cumprir)
descrição (ação de descrever) discrição (ser discreto)
despensa (lugar onde guardam-se mantimentos) dispensa (ato de dispensar/ licença)
flagrante (incontestável) fragrante (aromático)
soar (emitir som) suar (transpirar)
tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilícito)
4.4. GRAMÁTICA NO TEXTO

4.4.1. CLASSE DE PALAVRAS (II)

4.4.1.1. Pronomes definidos e indefinidos

Os pronomes indefinidos são os que se referem à terceira pessoa do discurso de modo vago
e impreciso.
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Exemplos:

Alguém me contou a verdade.

Algo me diz que não é este o caminho.

Invariáveis
Variáveis Referentes Referentes a Referentes a coisas ou
a coisas pessoas pessoas
algum, alguns, alguma, algumas,
nenhum, nenhuns, nenhuma,
quem,
nenhumas, todo, todos, toda, todas,
alguém,
outro, outros, outra, outras, muito, cada, que, qualquer, cada
algo, ninguém,
muitos, muita, muitas, pouco, poucos, qual (locução
tudo, outrem,
pouca, poucas, certo, certos, certa, pronominal), qualquer um
nada quem quer
certas, vário, vários, vária, várias, (locução pronominal)
que (locução
quanto, quantos, quanta, quantas, tanto,
pronominal)
tantos, tanta, tantas, qualquer,
quaisquer, qual, quais, um, uns, uma,
umas.
Blo

O pronome indefinido cada não deve ser utilizado Exemplo:


desacompanhado de substantivo ou numeral. Recebemos mil reais cada um.
O pronome indefinido algum, quando posposto (vem Exemplos:
depois) ao nome, assume valor negativo, Motivo algum me fará desistir do cargo.
equivalendo a “nenhum”. Livro algum faz referência a este episódio.
Exemplos:
Certo é pronome indefinido quando anteposto (está
Não entendi certos exercícios.
antes) ao nome a que se refere.
Ela está gostando de certa pessoa.
Todo/toda (no singular), quando desacompanhados Exemplo:
de artigo, significam “qualquer”. Todo homem é mortal.
No entanto, quando esses pronomes vêm
acompanhados de artigos, passam a dar ideia de Exemplo:
totalidade. Ele comeu todo o bolo.
Exemplos:
Todos os alunos compareceram.
No plural, todos/todas sempre virão seguidos de Todos estes alunos compareceram. (estes:
artigo, exceto se houver palavra que substitui um palavra que exclui artigo)
artigo, ou um numeral seguido de substantivo. Todos cinco compareceram. (cinco: numeral

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


não seguido de substantivo)
Todos os cinco alunos compareceram.
Exemplo:
O plural de “qualquer” é “quaisquer”
Acabaram acolhendo quaisquer propostas.
Importante: a palavra “qualquer” posposta ao substantivo, ou seja, posta depois do substantivo,
assume valor pejorativo, passando a ser classificada como adjetivo. Exemplo: Era mulher qualquer.

4.5. PRONOMES DE TRATAMENTO

Os pronomes de tratamento se referem às pessoas com quem falamos (segunda pessoa) ou


a quem nos referimos (terceira pessoa). No entanto, a concordância gramatical é feita com
o verbo em terceira pessoa. Com exceção do pronome “você”, os demais pronomes de
tratamento são empregados no tratamento cerimonioso.

Pronome de tratamento Abreviatura Referência


Vossa Alteza V.A. Príncipes, duques
Vossa Eminência V. Ema. Cardeais
Vossa Excelência V. Exa. Altas autoridades em geral
Vossa Magnificência V. Ma. Reitores de universidades
Vossa Reverendíssima V. Revma. Sacerdotes em geral
Vossa Santidade V. S. Papas
Vossa Senhoria V. Sa. Funcionários graduados
Vossa Majestade V.M. Reis, imperadores
4.5.1. PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Pronomes demonstrativos são aqueles que indicam a posição de um ser em relação às


pessoas do discurso, situando-o no espaço ou no tempo. São eles:

Pessoa Variáveis Invariáveis


Primeira este, esta, estes, estas esse, isto isso
Segunda essa, esses, essas aquilo
Terceira aquele, aquela, aqueles,
aquelas

As formas variáveis podem funcionar como pronomes substantivos ou pronomes adjetivos.


Por outro lado, as formas invariáveis sempre funcionarão como pronomes substantivos.

Exemplos:

A casa que ele mandou reformar é esta. (pronome


© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

substantivo) Esta é a casa que ele mandou reformar.


(pronome substantivo) A casa foi projetada por aquele
arquiteto. (pronome adjetivo)
O arquiteto que projetou a casa é aquele. (pronome
substantivo) Isto não poderia ter ocorrido. (pronome
substantivo)
Sandra nunca concordou com aquilo. (pronome

substantivo) o, a, os, as, mesmo, próprio, semelhante e tal

Conforme o contexto, o, a, os, as, mesmo, próprio, semelhante e tal também podem
funcionar como pronomes demonstrativos.

 O, a, os, as são pronomes demonstrativos quando equivalem a aquele(s), aquela(s),


aquilo, isso.
Exemplos: Falaram tudo o que queriam.
 Tal é pronome demonstrativo quando equivale a esse(s), este(s) e tal(is):
Exemplos: Não havia motivos reais para tal comportamento. Jamais consegui
compreender tais decisões.
 Semelhante é pronome demonstrativo quando equivale a este(s), esse(s), tal(is).
Exemplo: Não diga semelhante asneira!
 Mesmo e próprio são pronomes demonstrativos de reforço. Estarão sempre se
referindo a um substantivo ou pronome com o qual deverão concordar.
Exemplos: Ele mesmo preparou o jantar. Ela própria autorizou a viagem do filho.
Blo

Assista os vídeos!

Homônimos e Parônimos - Pronomes -


Hipônimos e hiperônimos -

4.6. LITERATURA

4.6.1. GÊNERO ÉPICO

O Gênero Épico é um gênero literário considerado como a mais antiga manifestação literária.

Do grego, "epikós" faz referência à narrativa feita em versos que retrata


acontecimentos grandiosos (seja fatos históricos reais, lendários ou mitológicos),
vinculados à figura de um herói, considerado um semideus, isto é, um ser superior dotado

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


de superpoderes.

Figura 4.2. https://www.todamateria.com.br/genero-epico/

4.6.1.1. Origem do gênero épico

O gênero épico surgiu na Antiguidade por volta do século VII a.C., sendo os grandes
representantes Homero, poeta grego considerado o fundador da poesia épica, com suas
obras “Ilíada” e “Odisseia”; e Virgílio, poeta romano, com sua obra “Eneida”.
Na Idade Média, o grande representante do gênero foi o poeta italiano Dante Alighieri, com
sua obra a “Divina Comédia”.

Na Idade Moderna, o poeta português Luís de Camões destacou-se com a obra “Os Lusíadas”.
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

4.6.1.2. Principais características

• Poema longo (narrativa em verso)


• Texto narrativo
• Verbos e acontecimentos no passado
• Mitologia greco-romana
• Sobrenatural

4.6.2. A EPOPEIA

A epopeia (ou poema épico) é um extenso poema narrativo heroico que faz referência a
temas históricos, mitológicos e lendários.

Uma das principais características dessa forma literária, que pertence ao gênero épico, é a
valorização de seus heróis bem como de seus feitos.
Blo

O termo epopeia, deriva do termo grego "épos" que significa narrativa em versos de
fatos grandiosos centrados na figura de um herói ou de um povo. A epopeia é um longo
poema épico, que apresenta uma estrutura fixa, o qual é dividido em cinco partes:

• Proposição (ou exórdio): introdução da obra com apresentação do herói e do tema.


• Invocação: parte da epopeia em que o herói pede auxílio e inspiração as divindades.
• Dedicatória: a epopeia sempre é dedicada a alguém.
• Narração: narração dos feitos heroicos.
• Epílogo: encerramento da obra.

Segue abaixo um trecho de exemplo de epopeia:

A Ilíada do poeta grego Homero: A Ilíada descreve os acontecimentos da “Guerra de


Troia”, que teria ocorrido no século XIII a.C., e ainda, as aventuras entre os guerreiros
gregos e troianos.

Ilíada
“Canta-me, ó deusa, do Peleio

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Aquiles A ira tenaz, que, lutuosa aos
Gregos, Verdes no Orco lançou mil
fortes almas,
Corpos de heróis a cães e abutres pasto:
Lei foi de Jove, em rixa ao
discordarem O de homens chefe e o
Mirmidon divino.
Nume há que os malquistasse? O que o Supremo
Teve em Latona. Infenso um letal morbo
No campo ateia; o povo perecia,
Só porque o rei desacatara a
Crises. Com ricos dons remir viera
a filha Aos alados baixéis, nas
mãos o cetro E a do certeiro
Apolo ínfula sacra"

Fonte: https://www.todamateria.com.br/epopeia/

4.7. EXPRESSÃO ORAL

4.7.1. RELATO PESSOAL


O relato pessoal é um gênero muito comum no nosso cotidiano, pois relatamos fatos aos
nossos amigos e familiares, ouvimos relatos nos noticiários, buscamos relatos de pessoas
notórias como inspiração para nossa vida, ou para saber experiências vividas em lugares
que desejamos
Blo

conhecer. Sendo assim, falamos, lemos e escrevemos um relato em diversas situações e


em diferentes suportes: revistas, jornais, telefone, redes sociais, sempre com o objetivo de
narrar um acontecimento específico para outrem.

As características desse gênero são:

• Narrar de forma breve um fato específico vivido por uma pessoa e suas
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

consequências, reflexões;
• Apresentar elementos básicos da narrativa tais como: sequência de fatos, pessoas,
tempo, espaço.

Sua estrutura é composta por:

Título:
Introdução: contexto, personagem, tempo/espaço, fato/ problema
Desenvolvimento: construção da trama, clímax
Conclusão: desfecho, reflexão.
Resposta às perguntas: Quando? Onde? Quem? O quê? Como? Por quê?

Saiba mais!

Leia os livros:

Aristóteles. Poética. Trad. Eudoro de Sousa. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa


da Moeda, 1986. . Arte poética e arte retórica. Trad. Antônio Pinto de
Carvalho. São Paulo: Ediouro, [s.d.]. ; Horácio; Longino. A poética
clássica. São Paulo: Cultrix, 1997.

Camões, Luis de. Os Lusíadas. Org. Emanuel Paulo Ramos. Porto: Porto Ed.,
[s.d.].
Blo

4.8. EXPRESSÃO ESCRITA

4.8.1. EXERCÍCIOS DE GRAMÁTICA, GÊNEROS TEXTUAIS E LITERATURA

Exercício 1

Ao considerarmos que o discurso presente nas tiras humorísticas tem por finalidade
retratar uma crítica ligada aos fatos sociais, recorra aos seus conhecimentos sobre as
relações de significado estabelecidas entre as palavras, relacionando-as com base no
referido diálogo, o qual retrata a modalidade citada.

Pai, qual é a diferença entre infração e inflação?


Bem, infração é quando alguém sabe que cometeu um erro e... É punido!
E inflação?
Bem, aí é quando ninguém sabe quem cometeu um erro e... Todos são punidos!

a) A explicação proferida pelo pai em resposta ao questionamento do filho está correta?

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


b) Qual a crítica implícita no discurso retratado?

Exercício 2

Levando em consideração o contexto atribuído pelos enunciados, empregue corretamente um


dos termos propostos pelas alternativas entre parênteses.

a) atacante aproveitou a jogada distraída e deu o xeque)


no adversário. (cheque/
b) O visitante pôs a no cavalo, despediu-se de todos e seguiu viagem.
(cela/ sela)
c) No presídio, todos os ocupantes foram trocados de . (cela/sela)
d) O filme a que assisti pertence à das dez. (seção/sessão/cessão)

Exercício 3 (FCC- modificada)

Os pronomes de tratamento estão empregados corretamente em:

a) ( ) Espera-se que, no Brasil, Sua Santidade, o Papa Francisco, seja recebido, com o
devido respeito, pelos jovens.
b) ( ) O advogado assim se pronunciou perante o juiz: - Peço a Vossa Senhoria que
ouça o depoimento desta nova testemunha.
c) ( ) Senhor Chefe do Departamento de Pessoal, dirijo-me a Vossa Excelência, para
solicitar o abono de minhas faltas.
d) ( ) Vossa Majestade, a princesa da Inglaterra, foi homenageada por ocasião do seu
aniversário.
e) ( ) Refiro-me ao Ilustríssimo Senhor, Cardeal de Brasília, ao enviar-lhe as notícias do
Conclave.

Exercício 4

Produção escrita: O relato pessoal trata-se de uma exposição escrita de um acontecimento


ou de uma série de acontecimentos mais ou menos sequenciados, em que são
apresentados os seguintes elementos: quem, onde, quando, como, porque e para que. No
que diz respeito à sua estrutura, deve-se destacar que são bastante recorrentes o uso de
pronomes e verbos na 1ª pessoa do singular, já que é um gênero constituído com base em
experiências pessoais de quem o escreveu.

Proposta: Redija um relato pessoal acerca de um fato marcante que aconteceu durante a
sua vida escolar. Nessa proposta, você pode abordar a sua relação com seus amigos, uma
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

experiência que motivou o seu (des)interesse por uma determinada matéria, uma bagunça
que aprontou com seus colegas. Enfim, há um amplo leque de possibilidades para se
expressar e ficar à vontade para escrever!

4.9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abaurre, Maria Bernadete M. Português Vol. Único - Língua e Literatura. Editora:


moderna, 2000.
Faraco, Carlos Hemílio; Moura, Francisco Marto. Língua e literatura. São Paulo: Ática,
1985. Holanda, Aurélio Buarque de. Dicionário Aurélio. São Paulo: Ática, 2001. Terra, Ernani;
Nicola,
José de. Português de olho no mundo do trabalho: Volume único. São Paulo:
Scipione, 2008.
Paiva Rosa, Érica. Homônimos e Parônimos. Todo Estudo. Disponível em:
https://www.todoestudo.com.br/portugues/homonimos-e-paronimos. Acesso em: 26 de
March de 2021.
Perez, Luana Castro Alves. “Hiperônimos e hipônimos”; Brasil Escola. Disponível
em https://blog.wedologos.com.br/marketing/websites/exemplos-de-blogs/
Travaglia, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino da gramática
no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 2002.

Sites:

https://www.todamateria.com.br/genero-textual-blog/
https://www.bonashistorias.com.br/
Blo

https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/relacoes-semanticas-entre-as-palavras.htm
https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/hiponimos-hiperonimos.htm. Acesso em 25 de
março de 2021.
https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/os-generos-literarios.htm

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Resumo
69
70

Bloco
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Bloco
5
5.1. APRESENTAÇÃO

Olá!

Neste bloco, vamos estudar a crônica como gênero textual escrito e o debate como gênero
oral. Também vamos ver as classes de palavras: pronomes possessivos, relativos,
numerais e advérbios. Conheceremos os efeitos de sentido como a polissemia e a
ambiguidade. Quanto à literatura, veremos a estrutura do texto dramático.
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Vamos lá!

5.2. ESTUDO DOS GÊNEROS TEXTUAIS: CRÔNICA

A crônica é um gênero textual narrativo típico de jornais e revistas. Pode ter um tom
humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente quando aparece em seção ou
artigo de jornal, revistas e programas da TV.

5.2.1. CARACTERÍSTICA DA CRÔNICA

É um texto breve e a linguagem da crônica costuma ser leve, marcada por coloquialidade
e, não raro, cada cronista tem seu estilo próprio no uso das palavras. Os temas comuns a
esse gênero são os mais variados possíveis. Qualquer assunto cotidiano pode ser motivo de
crônica.

5.2.1.1. Exemplo de crônica

A Bola

Luís Fernando Veríssimo


O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar
a sua primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial de couro. Agora não
era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “Legal!”. Ou o que os garotos
dizem hoje em dia quando não gostam do presente ou não querem magoar o velho.
Depois começou a girar a bola, à procura de alguma
coisa. Como é que liga? - perguntou.
- Como, como é que liga? Não se liga.
O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
-Não tem manual de instrução?
O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são
decididamente outros.

Não precisa manual de instrução.


- O que é que ela faz?
- Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.
- O quê?
- Controla, chuta...
- Ah, então é uma bola.

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


- Claro que é uma bola.
- Uma bola, bola. Uma bola mesmo.
- Você pensou que fosse o quê?
- Nada, não.

O garoto agradeceu, disse “Legal” de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na


frente da tevê, com a bola nova do lado, manejando os controles de um videogame.
Algo chamado Monster Ball, em que times de monstrinhos disputavam a posse de
uma bola em forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que tentavam se
destruir mutuamente. O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio
rápido. Estava ganhando da máquina. O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas
embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente, e
chamou o garoto.

- Filho, olha.
O garoto disse “Legal” mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com
as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro de couro. A bola
cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa ideia, pensou. Mas
em inglês, para a garotada se interessar.
(Luis Fernando Verissimo. In: Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva,
2001.)
Blo

Luis Fernando Veríssimo é um autor brasileiro


conhecido pela qualidade de suas crônicas
humorísticas e contos. Com mais de 60 títulos
publicados também é músico, tradutor, jornalista
e roteirista.
Nasceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul,
dia 26 de setembro de 1936. Filho do consagrado
escritor Érico Veríssimo e de Mafalda Halfen
Volpe.

Interpretação de texto:
Leia o texto acima de Luis Fernando Verissimo e responda:

Exercício 1 Exercício 2
Deduz-se do primeiro parágrafo do texto Diálogo entre pai e filho, no decorrer do
que, ao presentear o filho com uma bola, o texto, é explorado pelo autor para:
pai desejava: a) indicar que os dois partilham das
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

a) ver no garoto a mesma alegria que mesmas ideias e gostos.


sentiu ao ganhar presente semelhante b) intensificar o mistério que o estranho
b) tirar o filho do vício dos jogos de presente representa para ambos.
videogame. c) caracterizar o desencontro entre duas
c) desestimular o menino a ver brincadeiras visões de um mesmo objeto.
violentas e monstruosas. d) destacar o fato de que os dois se
d) ganhar um parceiro com quem passaria entendem muito bem.
a jogar futebol. e) mostrar que ambos estão envolvidos na
e) provar que os brinquedos eletrônicos mesma investigação.
jamais tirarão o lugar dos convencionais.

5.3. EFEITOS DE SENTIDO

Figura 5.1. Verissimo, Luis Fernando. As Cobras. Porto Alegre: L&PM, 1997.
Blo

Nesta tira, Verissimo utiliza o conceito da palavra “semântica” para criar humor. As
palavras possuem certos sentidos que podem variar, dependendo do contexto em que são
empregadas. Verissimo utiliza o conceito da palavra “semântica” para criar humor. As
palavras possuem certos sentidos que podem variar, dependendo do contexto em que são
empregadas.

Comumente, a Semântica é definida como o estudo do significado. No entanto, como se


sabe, esse vocábulo abarca várias acepções. Ogden e Richards (1972), em “O
significado de significado”, apontam para a ideia de que “o significado de qualquer frase
é aquilo que o elocutor pretende que seja entendido, através dela, pelo ouvinte.” Tal
definição deixa implícito um conceito acerca do processo linguístico: o sentido do texto está
intrinsecamente ligado ao uso da língua em uma situação de comunicação.

De fato, se a língua é um sistema que está em constante processo de construção,


sendo constituída por diversas vozes, nas variadas práticas discursivas, é legítimo pensar
que o mundo e o homem, que compõem esse processo de referências da língua, também se
constroem, também se mantêm em processo a cada enunciação. Sendo assim, analisar a
língua sob o viés do discurso é trazer para a discussão linguística a interação do homem e
seu mundo, atores que são, afinal, desse processo linguístico.

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Aspectos semânticos envolvidos na construção do sentido como a polissemia, a
denotação, a conotação, a homonímia, a sinonímia, a antonímia, a paronímia, e
ainda os campos semânticos devem ser analisados sob o olhar discursivo, não
podendo ser analisados sem se levar em conta, entre outros fatores, as condições
de produção do texto que abarca tais aspectos.

5.3.1. AMBIGUIDADE

A ambiguidade é um recurso que é utilizado, na maioria das vezes, sem que haja uma
intenção. Trata-se de uma indeterminação de sentido que palavras e expressões carregam,
dificultando a compreensão do enunciado e, por isso, seu uso deve ser evitado.

EXEMPLO 1. ANA ENCONTROU O GERENTE DA LOJA COM O SEU IRMÃO

Nesse exemplo o duplo sentido da frase acontece em relação à expressão seu irmão.
Da maneira como a frase foi escrita não é possível saber se o irmão na frase é irmão
de Ana ou irmão do gerente da loja. Soluções de escrita para deixar a frase sem
ambiguidade:

Ana encontrou o seu irmão com o gerente da


loja. Ana encontrou o gerente da loja com o
irmão dele.
EXEMPLO 2: MEU PAI FOI EMBORA DA LOJA DE SAPATOS

Esse exemplo também deixa dúvida quanto ao sentido em que a palavra sapatos foi
usada. Da maneira como a frase está escrita não é possível afirmar que se trata de
uma loja que vende sapatos ou se o pai foi embora da loja já usando os sapatos
novos. Para acabar com a ambiguidade a frase poderia ser reescrita assim:

Meu pai foi embora da loja usando seus


sapatos. Meu pai foi embora da loja que
vende sapatos.

5.3.2. POLISSEMIA

A Polissemia representa a multiplicidade de significados de uma palavra. Do grego polis,


significa “muitos”, enquanto sema refere-se ao “significado”. Portanto, um termo polissêmico
é aquele que pode apresentar significados distintos de acordo com o contexto. Apesar disso,
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

eles têm a mesma etimologia e se relacionam em termos de ideia.

1. A letra da música do Chico Buarque é incrível.


2. A letra daquele aluno é inteligível
3. Meu nome começa com a letra D.

Logo, constatamos que a palavra “letra” é um termo polissêmico, visto que abarca
significados distintos dependendo de sua utilização. Assim, na frase 1, a palavra é utilizada
como “música, canção”. Na 2 significa “caligrafia”. Já na oração 3 indica a “letra do
alfabeto”. Apesar dos muitos significados, todos se relacionam com a ideia de escrita.

Saiba mais!

Leia os livros:

Candido, Antonio et al. A Crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no


Brasil. In: A vida ao rés-do-chão. Campinas: Ed. da UNICAMP; Rio de
Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1992.

Verissimo, Luis Fernando. O analista de Bagé. Porto Alegre: L&BM, 1982.

, Comédias para Ler na Escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.


Blo

5.4. GRAMÁTICA NO TEXTO

5.4.1. CLASSE DE PALAVRAS (III)

5.4.1.1. Pronomes possessivos

Os pronomes possessivos são aqueles que se referem às pessoas do discurso, indicando, como o
próprio nome diz, ideia de posse.

Exemplos:

O meu chapéu é
vermelho. Posso ler teu
jornal?

Eles podem ser resumidos na seguinte tabela:

Número Pessoa Pronomes possessivos

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Primeira meu, minha, meus, minhas
Singular Segunda teu, tua, teus, tuas
Terceira seu, sua, seus, suas
Primeira nosso, nossa, nossos, nossas
Plural Segunda vosso, vossa,vossos, vossas
Terceira seu, sua, seus, suas

Os pronomes possessivos concordam em gênero e número com a "coisa possuída" e, em


pessoa, com quem a possui.

Exemplos:

Eu vendi meus discos.


Vendi minha coleção de carrinhos. Releste teus
papeis? Releste tua prova?

5.4.1.2. Pronomes relativos

Os pronomes relativos são usados para retornar a um termo anterior na oração, de forma a
unir duas ou mais ideias.

Exemplo:

Não conhecemos os alunos. Os alunos


saíram. Não conhecemos os alunos que
saíram.
Observe que, no exemplo apresentado, o pronome “que” retoma o termo antecedente (os
alunos), de forma a resgatá-lo na ideia seguinte (saíram). Veja, na tabela a seguir, quais
são os pronomes relativos:

Variáveis Invariáveis
que (quando equivale a ”o qual”, “a qual”
o qual, a qual, os quais, as quais
, “os quais” ou “as quais”)
quem (quando equivale a ”o qual”, “a
cujo, cuja, cujo, cujos
qual”, “as quais” ou “os quais”)
onde (quando equivale a ”no qual”, “na
quanto, quanta, quantos, quantas
qual”, “nas quais” e “nos quais”)

5.4.1.3. Numerais
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

• Numeral é a palavra que quantifica os seres ou indica a posição que ocupam numa
determinada ordem. Quando apenas nomeia o número de seres, o numeral é
chamado de cardinal:
um dois três
cinquenta cem cem mil
• Quando indica a ordem que o ser ocupa numa série, o numeral é denominado
ordinal: primeiro segundo terceiro
quinquagésimo centésimo
• Os numerais multiplicativos exprimem aumentos proporcionais de quantidade,
indicando números que são múltiplos de outros:
dobro triplo quádruplo
• Os numerais coletivos designam conjuntos de seres e indicam o número exato de
indivíduos que compõem o conjunto:
dezena quinzena dúzia
cento milhar milheiro
Blo

• Os numerais fracionários indicam a diminuição proporcional da quantidade, o seu


fracionamento:
metade um terço um décimo

5.4.1.4. Advérbio

Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou outro advérbio.


São flexionados em grau (comparativo e superlativo) e divididos em: advérbios de modo,
intensidade, lugar, tempo, negação, afirmação, dúvida.

Classificação Exemplos
Advérbios de
Sim, certamente, efetivamente, realmente, etc.
afirmação
Advérbios de
Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, etc.
dúvida
Assaz, bastante, bem, demais, mais, menos, muito, pouco, quanto, quão,

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


Advérbios de
quase, tanto, tão, extremamente, intensamente, grandemente, bem
intensidade
(quando aplicado a propriedades graduáveis).
Advérbios de Abaixo, acima, adiante, aí, além, ali, aquém, aqui, atrás, através, cá,
lugar defronte, dentro, detrás, fora, junto, lá, longe, onde, perto, etc.
Advérbios de Assim, bem, debalde, depressa, devagar, mal, melhor, pior; e quase todos
modo terminados em -mente: fielmente, levemente, etc.
Advérbios de
Não, tampouco (=também não)
negação
Advérbios de Agora, ainda, amanhã, anteontem, antes, breve, cedo, depois, então, hoje,
tempo já, jamais, logo, nunca, ontem, outrora, sempre, tarde, etc.

Exemplos:

Ontem estivemos numa reunião de trabalho.


Sempre estamos juntos.
Fui bem na prova.
Estava andando depressa por causa da
chuva. Certamente passearemos nesse
domingo.
Ele gostou deveras do presente de aniversário.
5.5. LITERATURA

5.5.1. GÊNERO DRAMÁTICO

O gênero dramático apreende a obra literária em verso ou prosa, mais conhecida como
peça teatral. É feita para ser encenada por atores e construída de diálogos, seja eles
para cinema, teatro ou televisão.

Para que o público se simpatize com a obra alguns fatores devem ser considerados, como
cenário, figurino (vestimentas), elenco, desempenho dos atores, gestos, além do próprio
conteúdo da obra.
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

O teatro antigo era encenado com máscaras que recebiam o nome de persona, per sonare =
soar através de. As máscaras eram confeccionadas para que a voz do ator alcançasse
uma longa distância, já que as peças eram encenadas em teatros de arena enormes.
Então, surgiu a palavra personagem.

5.5.2. CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO DRAMÁTICO

• É construído para a sua encenação, estando dividido em atos e cenas;


• A história é contada pela fala das personagens;
• Apresenta indicações cênicas que auxiliam a representação.

5.5.3. SUBGÊNEROS DO GÊNERO DRAMÁTICO

• Auto: Peça teatral sobre temas religiosos ou profanos com teor moralizante que,
através de alegorias, visa satirizar e educar. As personagens são frequentemente
representadas de forma abstrata: a bondade, a fome e a inveja.
Blo

• Comédia: Peça teatral que visa criticar os defeitos humanos e da sociedade através
da exploração de situações ridículas e cômicas do cotidiano. As personagens são
maioritariamente estereotipadas.
• Tragédia: Peça teatral sobre um acontecimento trágico, que retrata adversidades e
sofrimento das personagens, culminando num final funesto. Visa impressionar a
audiência, provocando terror e compaixão.
• Tragicomédia: Peça teatral que mistura características da comédia e da tragédia. São
abordados assuntos trágicos e é retratada a desgraça das personagens com elementos
cômicos e toques de humor.
• Farsa: Peça teatral sobre situações grotescas e ridículas da vida cotidiana e familiar.
Apresenta um caráter exageradamente caricatural e satírico. Visa criticar a
sociedade e provocar o riso da audiência.

As máscaras de teatro simbolizavam um Em Si


universal, já que representavam sentimentos e a
manifestação de emoções universais.
Eram usadas em verdaeiros espetáculos catárticos,
nos quais o homem tomava consciência do seu

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


lugar no universo.
A máscara no teatro também representa o rosto
divino, o rosto do sol, mas também pode exteriorizar
tendências demoníacas.

5.5.3.1. Protagonista e antagonista

O protagonista é a personagem principal


de uma narrativa, em torno do qual a
história é desenvolvida.

O antagonista geralmente é o vilão da


história e também se destaca na obra, mas
nem sempre é um ser humano, mas algo
que dificulta os objetivos do protagonista,
como um objeto, animal, monstro,
circunstância, uma força na natureza, uma
instituição, um espírito, entre outros.

É importante ressaltar que nem sempre o antagonista é o vilão, pois, no caso do


protagonista ser um anti-herói, os antagonistas podem ser os heróis.
5.5.3.2. Catarse

A catarse, do grego kátharsis que significa “purificação”. É um conceito filosófico que


significa limpeza e purificação. Esse conceito é muito amplo, uma vez que é utilizado em
diversos ramos do conhecimento: artes, psicologia, medicina, religião, educação, dentre
outros.

A literatura é a arte das palavras e, da mesma maneira que outras modalidades artísticas,
ela transmite a sensação de purgação ou purificação provocada pela catarse.

Assim, quando lemos algum texto literário que nos causa demasiada emoção e reflexão,
podemos ter sido tocados por um processo catártico.

5.6. EXPRESSÃO ORAL

5.6.1. DEBATE
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

O debate é um texto argumentativo oral, caracterizado pelo discurso persuasivo, cujo propósito
é convencer os interlocutores sobre a validade da opinião defendida. Por conta disso,
os debatedores precisam planejar seus discursos, acionando uma série de argumentos de
acordo com o movimento argumentativo que deseja tomar. O desenvolvimento de um debate
proporciona aos participantes colocarem suas opiniões em cheque ao confrontá-las com a
opinião dos outros interlocutores, daí a necessidade não somente de argumentar, mas
também de contra argumentar antecipando os argumentos do outro.

Quanto à linguagem utilizada nesse gênero, ela costuma variar, ou seja, poderá ser
formal, dependendo da situação, ou informal, como é o caso de um debate ente uma
reunião de amigos. O fato é que debater não significa brigar, discordar da ideia dos
outros, ao contrário, é um momento no qual expressamos nossas ideias e respeitamos as
ideias alheias.
Blo

Assista os vídeos!

Luis Fernando Verissimo - Ambiguidade e polissemia - Pronomes relativos - Gêneros literários -


Debate -

5.7. EXPRESSÃO ESCRITA

5.7.1. EXERCÍCIOS DE GRAMÁTICA, GÊNEROS TEXTUAIS E LITERATURA

Leia o texto e responda às questões:

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


A vida ao rés do chão

A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma literatura feita de grandes cronistas, que
lhe dessem o brilho universal dos grandes romancistas, dramaturgos e poetas. Nem se pensaria
em atribuir o Prêmio Nobel a um cronista, por melhor que fosse. Portanto, parece mesmo que a
crônica é um gênero menor.

“Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque sendo assim ela fica mais perto de nós. E para
muitos pode servir de 5caminho não apenas para a vida, que ela serve de perto, mas para a
literatura. Por meio dos assuntos, da composição solta, do ar de coisa sem necessidade que
costuma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo dia. Na sua despretensão, humaniza; e esta
humanização lhe permite preservar certa profundidade de sentido e certo acabamento de forma. O
fato de ficar tão perto do dia a dia age como quebra do monumental e da ênfase - riscos de
excessos que outros gêneros literários correm com frequência.

No Brasil ela tem uma boa história, como a de José de Alencar na seção de jornal “Ao correr da
pena”. Nesse mesmo 11 século XIX, nas crônicas de Machado de Assis notava-se o corte elegante
de um artigo lúcido e leve. No decênio de 30 do século XX, a crônica moderna se consolidou no
Brasil como um gênero bem nosso, cultivado por um número crescente de escritores, como Mário
de Andrade, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. Nesse período, apareceu aquele
que de certo modo seria “o” cronista, voltado de maneira exemplar e praticamente exclusiva para
esse gênero: Rubem Braga.

Parece às vezes que escrever crônica obriga a uma certa comunhão, produz um ar de família que
aproxima os autores num nível acima da sua singularidade e das suas diferenças. É que a crônica
brasileira bem realizada (que evidentemente em nada impede a verticalidade da ficção de Clarice
Lispector ou a monumentalidade da prosa de um Guimarães Rosa) participa de uma língua-geral
lírica, irônica, casual, ora precisa, ora vaga, amparada por um diálogo rápido e certeiro, ou por uma
19 espécie de monólogo comunicativo.
Observação: rés de = próximo de.

(Adaptado de: Candido, Antonio. Recortes. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p. 23-29,
passim)
Exercício 1 (PUCCamp SP)

Certos traços da crônica podem ser deduzidos do texto, com exceção do que se apresenta
em:

a) Sua brevidade decorre do ritmo da vida contemporânea.


b) Sua linguagem é leve e acessível, ajustada ao trato do miúdo da existência.
c) Ela suprime o vocabulário opulento e as construções rebuscadas.
d) A escala de seus temas é a variedade de fatos triviais, expressos em tom (menor) de
coisa familiar.
e) Ela recusa a adjetivação hiperbólica e o requinte gramatical.

Exercício 2 (PUCCamp SP)

É correto o seguinte comentário:

a) O autor vale-se do título do texto para enfatizar que aquilo que ele entende como
defeito da crônica justifica sua convicção de que esse gênero textual deve ser
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

reconhecido como “um gênero menor”.


b) Na avaliação que faz dos que se dedicam a escrever crônicas, em comparação com
romancistas, dramaturgos e poetas, o autor usa a forma verbal destacada em seria o
caso de dizer “Graças a Deus” para exprimir sua recusa à conveniência do
agradecimento.
c) Mesmo mencionando a grande fragilidade da crônica, o autor atribui ao gênero o
mérito, exclusivo, mas relevante, de propiciar que as pessoas que a leem se sintam
motivadas a ler grandes romancistas, dramaturgos e poetas.
d) A referência à sua despretensão, já sugerida no título do texto, que não impede de
a crônica ter a possibilidade de confirmar ao leitor sua condição humana, ou de
ampliá-la, fundamenta o emprego dos pronomes em certa profundidade de
sentido e certo acabamento de forma.
e )São critérios coerentes do autor, ao caracterizar o “gênero maior”: 1) o texto
manifestar brilho; 2) o reconhecimento universal do escritor como “grande” autor
de romance, de dramaturgia ou de poesia; 3) o escritor pleitear o Prêmio Nobel; 4)
o texto ser caminho para a literatura.

5.8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Dolz, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução: Roxane Rojo e Glaís S. Cor-
deiro.
CAmpinas: Mercado Das Letras, 2004.
Faraco, Carlos Hemílio; MOURA, Francisco Marto. Língua e literatura. São Paulo: Áti-ca,
1985. Holanda, Aurélio Buarque de, Dicionário Aurélio. São Paulo: Ática, 2001. TERRA,
Ernani;
Blo
NICOLA, José de. Português de olho no mundo do trabalho: Volume único. São Paulo:
Scipione, 2008.
Blo

Ribeiro, Roziane Marinho. A construção da argumentação oral no contexto de ensino. São


Paulo: Cortez, 2009.

Referências on-line:

https://www.portugues.com.br/literatura/a-cronica-.html#:~:text=A%20cr%C3%B4nica%20%
C3%A9%20um%20g%C3%AAnero,presente%20em%20jornais%20e%20revistas.
https://www.todamateria.com.br/polissemia/
https://www.significados.com.br/exemplos-de-ambiguidade/
https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/efeitos-sentido-duplo-sentido-ambiguidade-
ironia-hu-mor.htm#:~:text=Efeitos%20de%20sentido%20s%C3%A3o%20possibilidades,
algum%20sentido%20al%C3%A9m%20do%20%C3%B3bvio
https://www.proenem.com.br/enem/lingua-portuguesa/semantica-i-polissemia-ambiguidade-
denotacao-e-conotacao/
https://mundoeducacao.uol.com.br/gramatica/classificacao-dos-adverbios.htm
https://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf77.php

© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


https://www.todamateria.com.br/adverbio/#:~:text=Os%20adv%C3%A9rbios%20s%C3%A3o%
20palavras%20que,%2C%20nega%C3%A7%C3%A3o%2C%20afirma%C3%A7%C3%A3o%2 C%20d
%C3%BAvida.
https://www.normaculta.com.br/genero-dramatico/
https://escolaeducacao.com.br/mascaras-gregas/
https://www.dicionariodesimbolos.com.br/mascara/
https://www.todamateria.com.br/o-que-e-catarse
https://novaescola.org.br/plano-de-aula/4601/debate-regrado-aspectos-do-genero
https://portal.educacao.go.gov.br/fundamental_dois/debate-9o-ano-2a-quinzena-3o-corte- aula-
e-impressao/
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Resumo
85
86

Bloco
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Você também pode gostar