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Português Instrumental

e Linguagem Empresarial
Português Instrumental
e Linguagem Empresarial
SUMÁRIO

Glossário.....................................................................................................7

Apresentação do Professor.......................................................................9

Introdução.................................................................................................11
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTO – PORTUGUÊS INSTRUMENTAL

1. CONCEPÇÃO DE TEXTO....................................................................15

2. TIPOS DE LINGUAGEM.......................................................................17
2.1. Linguagem verbal e não verbal............................................................17
2.2. Linguagem figurativa e temática..........................................................18

3. CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM..........................................................21
3.1. A língua como expressão do pensamento..........................................21
3.2. A língua como instrumento de comunicação......................................22
3.3. A língua como forma de interação......................................................22

4. TEORIA DA COMUNICAÇÃO POR JACKOBSON...............................27


4.1. Funções da Linguagem......................................................................28

5. FATORES DE TEXTUALIDADE.............................................................33

6. TIPOLOGIA TEXTUAL...........................................................................37

7. CORRENTES DISCURSIVAS PARA A COMPREENSÃO


DE TEXTOS................................................................................................39
7.1. Gêneros textuais.................................................................................39
7.2. Interacionismo sóciodiscursivo...........................................................44
5 7.3. Análise do Discurso.............................................................................48
7.3.1. Sujeito...............................................................................................48
7.3.2. Subjetividade.....................................................................................48
7.3.3. Sujeito assujeitado............................................................................49
7.3.4. Discurso e formação discursiva........................................................49

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7.4. Semântica Argumentativa...................................................................50

8. COESÃO TEXTUAL...............................................................................53
8.1. Coesão por retomada ou antecipação.................................................54

9. COERÊNCIA TEXTUAL.........................................................................59

PRODUÇÃO TEXTUAL – LINGUAGEM EMPRESARIAL


Português Instrumental e Linguagem Empresarial

10. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO NARRATIVO...................................63

11. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO DISSERTATIVO...............................65

12. DISSERTAÇÃO – ENFOQUE ENADE.................................................67

13. LINGUAGEM EMPRESARIAL.............................................................79


13.1. O texto empresarial moderno............................................................80
13.2. Características do texto empresarial................................................80

14. CARTAS COMERCIAIS.......................................................................83


14.1. Ofício.................................................................................................83
14.2. Declaração........................................................................................86
14.3. Ata.....................................................................................................87
14.4. Memorando.......................................................................................89
14.5. Requerimento.....................................................................................91
14.6. Procuração........................................................................................92

Referência.................................................................................................95

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GLOSSÁRIO

Assujeitamento: estar assujeitado, submisso a uma esfera social, ao


produzir um discurso;

Capatazia: ação de vigiar;

Conativa: função de linguagem responsável por convencer o leitor de certo


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posicionamento;

Didatização: metodologia de ensino;

Fática: função de linguagem responsável por prender a atenção do leitor/


ouvinte;

Heterogeneidade discursiva: textos que mesclam seus discursos;


diferentes vozes sociais em um mesmo texto;

Informatividade: grau de informatividade, refere-se ao nível de clareza e


informação que um texto contém;

Interactantes: agentes da comunicação: produtor e receptor.

Intertextualidade: presença de outros textos, personagens ou referências;

Metalinguística: função de linguagem em que um código explica as regras


e funcionamento do próprio código;

Proficiência: habilidade;

Responsividade: posicionamento crítico ante ao texto/discurso lido;

Situacionalidade: elementos nominais, temporais e locais que situam um


texto;
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Olá, acadêmicos de Administração!
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Meu nome é Fernando Pinheiro. Sou Professor Universitário da


FACNOPAR – Faculdade do Norte Novo do Paraná, do colégio Nossa
Senhora da Glória e da Rede Pública do Estado do Paraná, todos
na cidade de Apucarana. Sou formado em Letras Português-Inglês -
FECILCAM de Campo Mourão, Especialista
em Psicopedagogia - FAESP de Curitiba,
em Educação a Distância com Ênfase na
Formação de Tutores - Faculdade São
Braz, de Curitiba, e Mestre em Estudos da
Linguagem pela Universidade Estadual de
Londrina.
Estamos iniciando nossos estudos
sobre Português Instrumental e Linguagem
Empresarial, nesse e-book e, para tanto,
apresentarei uma visão geral dessa
disciplina bem como os conteúdos que
estudarão.
Espero que gostem do material e
que a disciplina em muito contribua para sua formação!

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PRÁTICA DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL

VISÃO GERAL DA DISCIPLINA (breve conceito)

A partir de 1998, com a implantação dos Parâmetros Curriculares


Nacionais (BRASIL, 1998), o ensino de Língua Portuguesa teve um
redirecionamento no eixo curricular, passando do ensino gramatical para
o ensino com textos, necessitando assim, de uma readequação em toda a
prática educacional.
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Assim, a língua passa a ser entendida como interação verbal


(BAKHTIN, 1995), ferramenta de comunicação e interação, produto das
práticas sociais cristalizadas, verbalmente, através dos gêneros, que foram
apontados como “tipos de textos relativamente estáveis”(op. cit). Logo,
estudar textos significa estudar discursos produzidos nas mais diferentes
esferas sociais e manifestados nos gêneros.
Os documentos oficiais assim prescrevem os gêneros:

Os gêneros são determinados historicamente. As


intenções comunicativas, como parte das condições
de produção dos discursos, geram usos sociais
que determinam os gêneros que darão forma aos
textos. É por isso que, quando um texto começa com
“era uma vez”, ninguém duvida de que está diante
de um conto, porque todos conhecem tal gênero.
Diante da expressão “senhoras e senhores”, a
expectativa é ouvir um pronunciamento público ou
uma apresentação de espetáculo, pois sabe-se que
nesses gêneros o texto, inequivocamente, tem essa
fórmula inicial. Do mesmo modo, pode-se reconhecer
outros gêneros como cartas, reportagens, anúncios,
poemas, etc. (BRASIL, p.23, 1998).

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Para tanto, tais documentos prescrevem que, dentre alguns dos
objetivos para o ensino de Língua Portuguesa, destacam-se os seguintes:
a) compreender a cidadania como participação social e política;

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b) posicionar-se de maneira crítica, responsável;
c) conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro;
d) perceber-se como integrante e agente transformador;
e) utilizar as diferentes linguagens verbais e não verbal como meio para
produzir, expressar e interagir etc.

Logo, para o curso de Administração, tem-se a seguinte ementa:


A atividade humana da linguagem: seu caráter simbólico. O texto
como produto da atividade humana da linguagem. O texto como evento
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comunicativo. O sentido como fator inerente à constituição de um


enunciado como texto. Os fatores de produção de sentido de um texto.
Texto e discurso. Os domínios discursivos e a sua distribuição nos tipos
e gêneros textuais. Os tipos e os gêneros: critérios semântico-discursivos
e critérios formais. Tipos e gêneros textuais: sua importância no processo
de ensino e de aprendizagem da leitura e da escrita. Tipos e gêneros
textuais: sua importância no desenvolvimento das competências e
habilidades de compreensão leitura e escritora. Os discursos expositivos
e argumentativos. O parágrafo e suas formas de organização. Perceber
de forma crítica e fundamentada o conceito de Comunicação Empresarial.
Refletir sobre as formas de comunicação na esfera empresarial e as novas
relações estabelecidas pela mídia. Reconhecer o papel da comunicação na
criação de valor e gerenciamento da imagem e no alcance de objetivos nas
empresas.
E, para tanto, dividimos os conteúdos em duas partes: a primeira que
contempla uma noção ampla de leitura e compreensão de textos, teorias
que sustentam a prática da interpretação e, por segundo, um conceito de
Linguagem Empresarial e algumas propostas de produção textual da esfera
comercial.
Didaticamente, os conteúdos estão assim disponibilizados:

LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTO – PORTUGUÊS INSTRUMENTAL

1. Concepção de texto;
2. Tipos de Linguagem:
2.1 Linguagem verbal e não verbal;
12 2.2 Linguagem figurativa e temática;
3. Concepções de linguagem;
3.1 A língua como expressão do pensamento;
3.2 A língua como instrumento de comunicação;
3.3 A língua como forma de interação;

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4. Teoria da comunicação por Jackobson;
4.1 Funções da Linguagem;
5. Fatores de textualidade;
6. Tipologia textual;
7. Correntes discursivas para a compreensão de textos;
7.1 gêneros textuais;
7.2 Interacionismo sóciodiscursivo;
7.3 Análise do Discurso;
7.3.1 Sujeito
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7.3.2 Subjetividade;
7.3.3 Sujeito assujeitado;
7.3.4 Discurso e formação discursiva;
7.4. Semântica Argumentativa;
8. Coesão Textual;
8.1 Coesão por retomada ou antecipação;
8.2 Coesão por encadeamento de segmento no texto;
9. Coerência Textual;

PRODUÇÃO TEXTUAL – LINGUAGEM EMPRESARIAL

10. Estrutura do parágrafo narrativo;


11. Estrutura do parágrafo dissertativo
12. Dissertação – enfoque ENADE;
13. Linguagem Empresarial
13.1 O texto empresarial moderno
13.2 Características do texto empresarial
14. Cartas Comerciais:
14.1 Ofício;
14.2 Declaração;
14.3 Ata;
14.4 Memorando;
14.5 Requerimento;
14.6 Procuração;

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1. CONCEPÇÃO DE TEXTO

De acordo com koch (1997) desde o início dos estudos da linguística


até a atualidade, o texto tem sido compreendido por diferentes formas.
Primeiramente, como “a) unidade linguística superior à frase; b) sucessão
de frases; c) cadeia de pronominalizações ininterruptas; d) cadeia de
isotopias; e) complexo de proposições semânticas”. (p. 22). Posteriormente,
o texto passou a ser visto pelas teorias discursivas como atos de fala,
fenômeno psíquico, resultado de processos mentais, atividade verbal de
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comunicação etc. Logo, o texto não mais é visto como um produto acabado,
estagnado, mas como resultado da atividade comunicativa e de interação
dos sujeitos que representam suas práticas e funções sociais, de acordo
com as circunstâncias, condições, intenções comunicativas etc.
De acordo com Bronckart (2003), no interacionismo sociodiscursivo,
ele propõe a existência de características comuns a todos os textos.
Portanto, chama de textos as “produções verbais efetivas, que assumem
aspectos muito diversos, principalmente por serem articuladas a situações
de comunicação muito diferentes”. Sendo assim, toda e qualquer produção
de linguagem, seja oral ou escrita, contendo características em comum
– contexto, regras, conteúdo, coerência, discurso, mecanismos de
textualidades e enunciativos etc, pode ser consideradas texto.
Segundo Costa Val (1991), texto é toda ocorrência linguística, oral ou
escrita, composta por uma unidade sócio-comunicativa, semântica e formal.
Por sócio-comunicativo, afirma ser a função que todo texto contempla
em determinado contexto, tais como, as intenções, a imagem que os
interactantes têm de si e do outro, o tema etc. Tais fatores contribuem para
a construção de sentido e são responsáveis pela produção e recepção do
texto. Em relação à unidade semântica, afirma que toda unidade linguística
precisa ser reconhecida como ato significativo, pelo receptor, para que esta
seja considerada um texto. Já a unidade formal do texto, faz menção à
integração dos elementos linguísticos que proporcionam coesão ao texto.
A autora ainda aponta os elementos de textualidade como relevantes
à concepção de texto, sendo eles: a coesão, coerência, informatividade,
situacionalidade, aceitabilidade, intertextualidade e intencionalidade –
elementos esses que serão mais bem explicitados adiante.
15 Segundo Halliday e Hasan (1976) texto refere-se a qualquer
passagem, verbal ou não verbal, compreendida como uma unidade de
sentido, independentemente de sua extensão. Assim, para que haja texto é
preciso haver significação, e esta só existe de acordo com a interpretação
dos receptores, pois, não há sentido sem interpretação.

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2. TIPOS DE LINGUAGEM

Linguagem é todo sistema organizado de sinais que serve como


meio de comunicação entre os sujeitos. É a capacidade que os sujeitos,
inseridos em determinadas esferas sociais e, utilizando-se de gêneros
primários e/ou secundários (BAKHTIN, 1995) para se comunicar, utilizam-
se para expressar ideias, sentimentos, opiniões etc. Dessa forma, vários
são os recursos que podem ser utilizados no processo de comunicação, tais
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como, placas, sinais de trânsito, outdoor, livros etc.

2.1 Linguagem verbal e não verbal

Como já mencionado, a linguagem, sendo ela vasta e própria para


proporcionar comunicação e interação, divide-se em verbal e não verbal.
Por linguagem verbal, entende-se aquela que faz uso das palavras, oral
ou escrita, para a ação comunicativa. Já a não verbal, é aquela que utiliza
outras maneiras (linguagens) para o processo comunicativo, que não seja
a fala ou a escrita. Dentre elas tem-se a linguagem de sinais, as placas, a
linguagem corporal, figuras, expressões faciais etc.

Pratique o Conhecimento

Acesse a internet e pesquise alguns exemplos


de linguagem verbal e não verbal.

Momento de reflexão

Pensando na sua futura área de trabalho, quais os


17 tipos de textos a que terá contato? Quais precisa
dominar para uma boa comunicação? Os textos a
que encontrará serão mais verbal ou não ver

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2.2 Linguagem figurativa e temática

De acordo com estudiosos das correntes discursivas, todos os textos


podem ser expressos através da linguagem figurativa e temática. Em todo
o caso, o texto sempre tem em vista o seu conteúdo, que está organizado
coerentemente de acordo com a intenção comunicativa de seu produtor,
portanto, para se chegar a esse assunto, conclusão, seja o texto de caráter
opinativo ou informativo, seu produtor pode se utilizar de qualquer uma
dessas linguagens.
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O texto cuja linguagem apresenta-se como figurativa caracteriza-se


por ser concreta, imagética, com estrutura narrativo-descritiva, linguagem
indireta, o fazer-crer é implícito, as informações são detalhadas, específicas,
particularizadas, fala-se então, do mundo das coisas. A exemplo disso,
tem-se as parábolas de Jesus Cristo presentes na bíblia. Para pregar seu
evangelho, ou seja, seu discurso, ideologia, Jesus falava em forma de textos
narrativos, com personagens, lugar, tempo e um enredo e, isso fazia com
que seus leitores se imergissem na história e compreendessem melhor a
intenção de seu produtor.
Já o texto com linguagem temática caracteriza-se por ser abstrato,
opaco, com estrutura dissertativa, o fazer-crer é explícito, a linguagem é
direta, as informações genéricas, abrangentes, amplas, fala-se, portanto,
diretamente do mundo das coisas. Logo, são textos mais difíceis de ser
compreendidos, exigindo do leitor, um nível mais elevado de proficiência,
pois, a abstração exige uma maior capacidade de síntese, sinapses,
analogias, referências etc, por parte deste.

Observe os textos e diga qual o tipo de linguagem utilizada.

Texto 1: “Um asno, vítima da fome e da sede, depois de longa caminhada,


encontrou um campo de viçoso feno ao lado do qual corria um regato de
límpidas águas. Consumido pela fome e pela sede, começou a hesitar,
não sabendo se antes comia do feno e depois bebia da água, ou se antes
saciava a sede e depois aplacava a fome. Assim, perdido na indecisão,
morreu de fome e de sede.”

18 Texto 2: “Um indivíduo, colocado diante de dois objetos igualmente


desejados, pode ficar de tal forma indeciso que acaba por perder a ambos”.

Textos de Buridam, filósofo da Idade Média. Disponível em <http://


oficinadetextosecontos.wordpress.com/2011/03/24/temas-e-figuras-sinopse-03/#>

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3. CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM

As concepções de linguagem têm sofrido, ao longo do tempo, uma


série de mudanças em seu entendimento, devido a uma crise no ensino de
Língua Portuguesa (GERALDI, 1984) e, por esta razão, tem sido abordada
por diversos pesquisadores numa tentativa de superar problemas de ordem
teórica e sua relação com o processo de ensino-aprendizagem. Dessa
forma, há três modos de concebê-la: como expressão do pensamento;
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como instrumento de comunicação e como forma de interação.

3.1 A linguagem como expressão de pensamento

Sendo a mais conhecida, a linguagem enquanto expressão do


pensamento, também conhecida como Ensino Tradicional, é sustentada
pela tradição grega, em que o eixo curricular do ensino de Língua Materna
é dado pelo trabalho gramatical, primado pela repetição e memorização
de modelos estagnados da língua. (SAUSSURE, 1969). Nesta concepção,
a expressão é concebida no interior da mente do indivíduo que a organiza
e exterioriza (os pensamentos) pela verbalização, logo, a linguagem é
compreendida como tradução do pensamento.
Na Gramática encontram-se os princípios gerais e racionais que
devem ser seguidos, devendo obedecer à clareza e precisão dos falantes,
pois, prima-se aqui pela arte do bem falar e do bem escrever, respeitando
as prescrições, concordância, regência, acentuação, pontuação etc, é a
chamada Gramática Normativa.
Na Leitura procedem-se pela extração dos sentidos do texto, sentidos
estes comandados pelo seu autor, logo, a interpretação é entendida como a
única dada pelo seu produtor. Dessa forma, há que se constar que a leitura
continua sendo ensinada e aprendida como puro ato mecânico, dado pela
memorização e repetição, restando ao leitor um simples assujeitamento ao
texto.
Já na Produção Textual, o indivíduo precisa transpor para a escrita os
mesmos padrões e princípios da normatização. Ao aluno, portanto, cabia
21 repetir os modelos literariamente estabelecidos obedecendo aos aspectos
estruturais e organizacionais da frase, uma vez que o estudo gramatical se
limitava a essa.

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3.2 A linguagem como Instrumento de Comunicação

Nessa concepção, a linguagem é amparada ao que Jackobson (1987)


propõe como Teoria da Comunicação - assunto que será apresentado na
íntegra no próximo tema, sendo ela vista a-historicamente como um código
fixo que serve para transmitir uma mensagem de um emissor a um receptor,
sem considerar alguns elementos contextuais determinantes considerados
pela linguística textual.
Essa concepção de ensino, juntamente ao estruturalismo e ao
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estudo das funções da linguagem, serviu de carro-chefe para o ensino de


Língua Portuguesa, nominada como Comunicação e Expressão. Assim, o
estudo da língua continua atendendo ao apelo gramatical. A isso, Geraldi
(1984) afirma acontecer nessa época, grande disseminação dos livros
didáticos, cabendo ao professor, a tarefa de capatazia, uma vez que passa
a exigir do aluno, o cumprimento das tarefas propostas por esses materiais,
principalmente apresentada pelo comando do “siga o modelo”.
Na Gramática, em busca da internalização inconsciente de fatos
linguísticos, são propostos exercícios estruturais morfossintáticos, restando
aos livros didáticos, não mais que abordar técnicas de redação e gramática,
assim como as funções da linguagem, já mencionadas.
No que se refere a Leitura, ela é vista como ancoragem para extração
de sentidos do texto, sendo este considerado como portador de sentidos.
Trata-se da leitura – decodificação, mecânica, leitura da régua, buscando
somente retirar as informações superficiais, o significado do mesmo. Não
diferentemente, o período tecnicista propunha seleção de alternativas,
enfatizando o método objetivo de leitura, contudo, o leitor deve chegar à
mesma conclusão que o autor do livro.
Já nas produções textuais, o aluno deve por no papel as ideias do
professor, atendendo a um reforço pré-determinado desse, amparado na
visão da tipologia textual: narração, descrição, dissertação, sem qualquer
consideração sobre o contexto de produção.

3.3. A Linguagem como Forma de Interação.

Compreender a linguagem como forma de interação significa


22 compreendê-la no interir das relações sociais, reconhecer sua natureza
sócio-histórica e, entendê-la “como uma ação orientada para uma finalidade
específica (...) que se realiza nas práticas sociais existentes, nos diferentes
grupos sociais, nos distintos momentos da história”. (BRASIL, 1998, p. 20).
Nessa concepção, passa-se a aderir à concepção enunciativa

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bakhtiniana, reconhecendo, além da tipologia, o discurso, o gênero
e o texto, compreensão essa, que vai muito além do estudo das frases
descontextualizadas, mas reconhecendo todo o aspecto contextual.
Para Travaglia (1996) essa concepção recebeu contribuições de
várias áreas de estudos recentes que enfocam a língua em sua situação
de uso, várias correntes da Linguística Discursiva. Algumas delas serão
abordadas adiante.
Nessa perspectiva, Geraldi (1911) afirma que os sujeitos sofrem e
recebem ações de linguagens, construídas socialmente, mas também com
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e na a linguagem, uma vez que mobiliza recursos expressivos, tendo em


vista o destinatário real ou virtual, no ato comunicativo.
Logo, a concepção interativa de linguagem, o discurso é materializado
por meio de textos e organizado no formato de gêneros. A isso, também se
verá adiante.
Nessa concepção, a Leitura é vista como coprodutora de sentidos.
Não mais há que se considerar um sentido único ao texto – o do seu produtor,
mas, do produtor, do leitor, e do texto propriamente dito. Dessa forma, é
preciso entender que o leitor é um texto vivo, repleto de conhecimento
e experiência e é justamente esse conhecimento internalizado que o fará
compreender ou não, e de que forma compreender as informações implícitas
ou explícitas presentes no texto. Logo, a leitura é determinada pelas
condições sociais, históricas e afetivas do leitor. O leitor, então, mobiliza
seus conhecimentos prévios (linguísticos, de mundo e textuais) e preenche
as lacunas dos textos, deixadas por pistas, nominadas marcas linguísticas.
A isso, Geraldi (1991) afirma que o texto não compreende um sentido
único e imutável. Uma vez que há lacunas, elas devem ser preenchidas de
diferentes estratégias pelo produtor e pelo leitor.
No mesmo sentido, a produção e a análise linguística seguem
o mesmo percurso, o de considerar o dialogismo, a heterogeneidade
linguística, o contexto, os vários sentidos que o texto tem a diversidade de
gêneros, bem como, reconhecê-los como atividades sociais cristalizadas e
contextualizadas.

Momento de reflexão

23 Frente às três concepções de linguagem aqui


abordadas, faça uma reflexão, pensando sobre qual
ou quais práticas estão sendo abordadas nesse
e-book?

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Ampliando o conhecimento!

Para se inteirar mais sobre o assunto, leia o texto


“concepções de língua e reflexos na prática do
professor, do professor Gilberto Scarton, disponível
em:
// http://www.pucrs.br/manualred/textos/texto7.php
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4. TEORIA DA COMUNICAÇÃO POR JAKOBSON

No Brasil, os estudos de Roman Jakobson passam a influenciar o


ensino a partir de 1960, aproximadamente. A partir de então, sua teoria
começa a circular na esfera acadêmica, bem como nos documentos oficiais,
deixando suas contribuições.
Essa teoria busca compreender a finalidade pela qual a língua é
utilizada, ou seja, suas funções. Baseado nas funções já propostas por Karl
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Buhler, Jakobson agora propõe: a) remetente; b) mensagem; c) destinatário;


d) contexto; e) código; f) contato.
Graficamente, assim se pode apresentar o esquema das Funções:

Fonte: JAKOBSON, Roman. Linguística e Poética. In Linguística e Comunicação.


Tradução de Izidoro Blikstein e José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 1987, pg. 103.

Esses elementos serão explicados a seguir:

Os elementos da comunicação

a) O emissor ou destinador: é aquele que emite uma mensagem; podendo


ser um sujeito individual ou institucional;
27 b) O receptor ou destinatário é aquele que recebe a mensagem; podendo
ser igualmente, um sujeito individual ou um grupo. Para tal função, o
importante é que haja um receptor, o que não significa necessariamente que
a mensagem tenha sido compreendida: por isso, é preciso saber diferenciar

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recepção de compreensão.

c) A mensagem é o objeto da comunicação propriamente dito; ela é


constituída basicamente pelo conteúdo das informações transmitidas.

d) O canal de comunicação é a via de circulação e funcionamento das


mensagens que pode ser definido pelos meios técnicos aos quais o destinador
tem acesso, assegurando assim, o encaminhamento da mensagem ao
receptor. Esses meios manifestam-se pela linguagem verbal e não verba.
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De acordo com o canal de comunicação utilizado, pode-se empreender


uma primeira classificação das mensagens:

e) O código se refere a um conjunto de signos e regras de combinação


destes signos; o destinador se apossa do mesmo para elaborar uma
mensagem e o destinatário identificará este sistema de signos se seu
repertório for comum ao do emissor.

f) O referente constitui-se pelo contexto, pela situação de comunicação e


pelos objetos reais aos quais a mensagem remete aos seus interlocutores

Momento de reflexão

Como futuro adminstrador de empresa, reflita


sobre os elementos da comunicação apresentados
e analise: na sua profissão, pense nos possíveis
sujeitos com quem irá interagir e dê a adequada
nominação a eles, por exemplo:

a) Emissor: você – administrador da empresa;


b) Receptor:
c) Mensagem:
d) Canal:
e) Código:
28 f) Referente:

4.1 – Funções da Linguagem

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Antes de ler o material que segue sobre as Funções da Linguagem,
assista ao vídeo, que tem aproximadamente 30 minutos de duração e
enfoca as Funções de Linguagem, e verifique os rumos que a educação
brasileira tomou, ao longo dos séculos.
Acesse o endereço http://www.youtube.com/watch?v=P6iVUZY_xYw e
boa aula!
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

Ao se realizar um ato comunicativo, verbal ou não verbal, o sujeito


seleciona as palavras com as quais passa a organizar e combinar sua
comunicação, de acordo com seu interesse comunicativo. Logicamente,
esse trabalho não é aleatório, mas, liga-se intimamente a sua intenção
e, consequentemente, a linguagem passa a ter funções que se adéquam
justamente, ao ato comunicativo. (JAKOBSON, 1987).
O esquema que o teórico propõe compreende então, um remetente
que envia sua mensagem a um destinatário real ou virtual; para tanto, é
necessário considerar a existência de um contexto a que a mensagem
refere; um código, ou seja, a linguagem em questão e o canal pelo qual a
mensagem é transmitida.
Para melhor visualização, retorne à página 20 e verifique o esquema
proposto por Jackobson, pois, ele representa justamente, a função que
cada um dos elementos que seguem, representam:

a) Referencial: focada na informação, a intenção do produtor é meramente


transmitir ao destinatário dados de uma realidade em questão, de forma direta
e objetiva, sem conotação, ambiguidade etc. Esse é o tipo de linguagem
encontrado em textos dissertativos, técnicos, instrucionais, jornalísticos etc.
Já que se encontra ancorado no referente, usa-se a 3ª pessoa e com frases
na ordem direta.

b) Emotiva ou Expressiva: centrada no referente, a intenção do autor


do texto é apresentar-se envolvido emocionalmente ou não com o tema
em questão. Trata-se de um texto altamente subjetivo. Recursos como
interjeição, uso de pronomes e verbos de 1ª pessoa, adjetivos e advérbios
29 valorativos, sinais de pontuação deixam explícitas as marcas de valoração
do sujeito produtor.

c) Apelativa ou conativa: centrada no destinatário, baseia-se na ação


intencional sobre a outra pessoa, tais como: promover, suscitar, provocar

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estímulos, persuadir entre outros. Fica clara que a intenção do produtor é
convencer o destinatário de algo, logo, a linguagem organiza-se por meio de
ordem, apelo, súplica. Dessa forma, o destinatário precisa ter a impressão
de que o texto fora produzido para ele, como a uma conversa.

d) Fática: centrada no contato, apresenta o propósito de assegurar


a permanência do destinatário e seu entendimento na comunicação.
Expressões como “alô”, “veja bem”, “compreende?”, “certo?” entre outras,
são comum nesse momento da comunicação.
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e) Poética: centrada na mensagem, a intenção do autor do texto volta-se


para a mensagem propriamente dita, para um uso especial dos recursos
linguísticos e expressivos que esta pode proporcionar.

f) Metalinguística: centrada no código, é quando a linguagem fala da própria


linguagem, ou de como esta pode e deve ser usada. O emissor preocupa-se
aqui com o próprio código linguístico, ou com o tema em questão. Exemplos
disso é quando encontra-se poemas falando do fazer poético, músicas
que falam de música, teatro de teatro ou, quando tem-se aula de Língua
Portuguesa em que se estuda aspectos de uso e funcionamento da mesma.

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5. FATORES DE TEXTUALIDADE

Inseridos na Semântica Argumentativa, os Fatores de Textualidade


garantem uma compreensão mais clara dos recursos utilizados pelo
produtor para enunciar, fazendo que o leitor tenha mais habilidade, ou,
maior proficiência leitora, ao se deparar com momentos em que é preciso
interpretar textos, sejam eles verbais ou não verbais, nas mais diferentes
situações comunicativas.
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O estudo da Semântica (significado das palavras) é extremamente


importante para o estudo da comunicação, devido a importância que exerce
na organização social, uma vez que se refere ao significado das palavras
e sua relação com os signos linguísticos, descrevendo e explicando o
significado dos sons emitidos pelos produtores dos textos, sejam de quais
línguas forem.
Portanto, a Semântica Argumentativa tem por fim identificar produções
cujas marcas enunciativas são empregadas com a pretensão de orientar o
leitor a certos tipos de conclusão, mas também, confundi-lo, desorientá-
lo etc. É aqui que entram em cena os Processos de Textualidade, sendo
eles centrados no texto: coesão, coerência e nos usuários: aceitabilidade
e aceitabilidade; informatividade, situacionalidade e intertextualidade.
(BEAUGRANDE E DRESSLER, 1983).

a) A intencionalidade centra-se no emissor e demonstra a preocupação em


construir um discurso coerente que satisfaça aos objetivos desse e aos
anseios do leitor frente a um ato comunicativo. O objetivo pode ser informar,
persuadir, convencer, pedir etc.

b) A aceitabilidade refere-se ao receptor, ou seja, na expectativa deste


em relação ao texto lido, bem como se tem condições intelectuais para
compreender o texto ou não. É preciso então, que esteja disposto a contribuir
para a construção dos sentidos do texto. Nesse sentido, a comunicação
se efetiva quando há cooperação entre ambos, produtor e receptor. Assim,
em tese, o produtor tem consciência da tolerância do leitor bem como a
capacidade deste de pressupor e inferir certas informações, o que confere
33 e viabiliza o contrato comunicativo.

c) A informatividade, centrada no texto, garante o grau de dificuldade ou


facilidade que o leitor terá ao proceder a leitura. Assim, o interesse do
receptor depende, diretamente, do grau de informatividade, de novidade

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ou previsibiliadade da informação veiculada. Dessa forma, o leitor pode
rejeitar um texto com alto grau de informatividade por ser difícil demais de
compreender, como também a um texto com um baixo grau de informatividade
por ser óbvio demais.

d) A situacionalidade diz respeito a elementos que situam o leitor em relação


a algumas marcas contextuais presentes, implícita ou explicitamente no
texto, sendo elas espaços geográficos, tempo, relações existentes entre os
interlocutores, marcas ideológicas, etc. De acordo com Costa Val (1991) o
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contexto define o sentido do discurso e orienta tanto a produção quanto a


recepção pelo leitor.

e) A intertextualidade trabalha com a ideia de que nenhum texto é homogênio,


ou seja, que não sofre influência de outros textos, logo, nenhum texto é
autêntico. Eles sempre partem, direta ou indiretamente, de informações,
conceitos prévios, crenças, ideologias. Para tanto, é preciso constatar no
texto em questão, referências ou passagens de partes ou ideologias de
textos anteriores e reconhecidos, proporcionando assim, a existência dos
intertextos.

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6. TIPOLOGIA TEXTUAL

Em uma concepção de linguagem mais tradicional, o ensino de Língua


Portuguesa, no tocante ao estudo dos textos, era considerado apenas,
para fins didáticos, os tipos básicos de textos, sendo eles a Narração, a
Dissertação e a Descrição. Para melhor compreensão, segue uma definição
de cada um deles.

a) Narração:
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É uma modalidade de texto em que se conta um fato, que pode ser real
ou fictício, ocorrido em um determinado tempo e espaço, que envolve alguns
personagens. Para tanto, é preciso observar a existência de um narrador de
primeira ou terceira pessoa. De primeira, também chamado personagem e
o de terceira, dividindo-se em narrador observador, aquele que relata fatos
físicos e o onisciente, que tudo conhece sobre os personagens e narra
apresentado o seu interior. Há também, os personagens protagonista e
antagonista; o tempo físico e cronológico; o espaço físico e psicológico.

b) Descrição:
Trata-se de um texto que retrata um lugar, uma pessoa, um animal
ou objeto. Por isso, a classe gramatical mais utilizada é o adjetivo, devido
justamente, à sua função de classificar. Não há relação de anterioridade
e posterioridade. Não contempla uma estrutura muito marcada, seguindo
assim, um estio mais livre e, por isso, é bastante comum, essa modalidade
de texto se fazer presente em outros tipos de diversos gêneros textuais.
c) Dissertação:
O mais complexo e mais produzido dos três, esse tipo de texto
ainda é muito cobrado em concursos, vestibulares, ENEM etc. Significa
desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre uma ideia polêmica.
Ele se classifica como expositivo e argumentativo. A dissertação expositiva
apenas expõe ideias sobre um conceito já lançado, em que se discute,
avalia, reflete sobre determinadas ideias. Já a dissertação argumentativa
pretende, além de expor uma ideia, convencer e persuadir o leitor sobre um
ponto de vista. O que predomina é a visão do produtor sobre o objeto a ser
discorrido.
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7. CORRENTES DISCURSIVAS PARA A COMPREENSÃO DE TEXTOS

7.1 Gêneros Textuais

Concernente à teoria enunciativa proposta por Bakhtin/Voloshinov


(1997), dialogismo, gêneros discursivos, polifonia, enunciação e outros, são
conceitos que, dentre outros, são partes constitutivas das teorias discursivas
que amparam a concepção de língua como interação social. Dialogismo,
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então, surge como propulsor para a teoria enunciativa bakhtiniana, uma vez
que é através da interação entre os sujeitos falantes que a língua torna-se
dialogada, portanto, viva.
Assim, tem-se em pauta o conceito de dialogismo, uma vez que o
texto, a palavra procede de alguém e dirige-se a outro e essa relação eu e
outro, estabelece a coletividade, a língua como produto social das relações
humana. Esse processo estabelece também, o que o autor denomina
de heterogeneidade discursiva, pois, o sujeito reflete a voz de outrem e
a reproduz, através de um processo de internalização e resignificação,
denominado responsividade ativa e muda, que se materializa com repertório
próprio.
A isso, o autor chama de enunciação, ou seja, o uso da língua em
forma de enunciados (verbais e não verbais) enunciados das mais diferentes
esferas sociais e distintas atividades humanas que refletem, por sua vez,
as condições e finalidades de determinadas esferas sociais, materializadas
nos gêneros discursivos, sofrendo influências oriundas das sociedades e
também as transformando.
Para se compreender os gêneros, é preciso entender a língua como
ferramenta de comunicação e interação que representa as mais distintas
esferas de atividade humana, sendo, portanto, enunciados que representam
e refletem certas condições e fins de cada uma dessas esferas. (BAKHTIN,
1995).
Os gêneros, então, são construções sociais e históricas “relativamente
estáveis” (op. cit), dinâmicos e adaptados às mais distintas necessidades
humanas, por isso, ferramentas de interação e comunicação.
Se Bakhtin (1995) afirma que as sociedades têm como base de suas
39 relações, a infraestrutura, a economia, o capital, os valores que geram poder,
é a partir dessa infraestrutura se originam as diferentes esferas sócias, que
Esse as denomina como do cotidiano, das religiões, da comunicação, da
escola, do trabalho etc, constituindo práticas sociais.
Em cada uma dessas esferas constituídas, o homem cria, adéqua

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seus enunciados, em detrimento de suas intenções comunicativas, através
dos gêneros, que são formas pré-definidas de comunicação, sendo eles
primários ou secundários.
Essa relação pode ser assim representada:

Esfera social: Gêneros secundários: mais ideológicos

Igreja Universidade
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Política Escola
Jornalismo Comunicação

Esfera do cotidiano

Gêneros primários: pouca ideologia (diários, cartas, conversa com


amigos, família, bilhetes etc.)

Infra-estrutura
Base da sociedade: Relação de poder (capital/economia/que gera poder/
Marxismo)

Quadro 02: BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec,
1995, pg. 198

Compreender os fundamentos nucleares, como: concepção


ideológica, sócio-histórica, dialógica, semiótica etc, é fundamental para
melhor compreender o conceito de gêneros. Logo, o autor afirma que a sua
ligação com a instituição social de interação vinculado a situações sociais
de comunicação, em esferas sociais específicas com suas finalidades,
objetivos e a compreensão dos interlocutores é o que constitui um gênero.
Bakhtin ainda aponta que a organização da enunciação encontra-se
no exterior do texto, ou seja, no meio social em que se insere. Segundo o
40 qual,

Em se tratando dos gêneros, este, afirma Bakhtin,


são formas estáveis que se introduzem em nossa

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experiência e consciência, pois, falamos por
enunciados, logo, aprender a falar é aprender a
estruturar enunciados, assim, ao escolhermos,
enquanto locutores uma oração, escolhemos em
vista da função do todo do enunciado completo, pois,
a idéia que temos da forma do nosso enunciado
dirige-se em nosso processo discursivo. (BAKHTIN,
1992, p.92).
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Nesse sentido, Bazerman (2005) afirma que

Como leitores, usamos o gênero para demarcar


o tipo de mundo em que entramos em cada texto
(...). Como críticos e historiadores, atribuímos
explicitamente um gênero para categorizar séries de
textos como similares e para mapear as mudanças
na prática literária. Como pedagogos, usamos o
contexto de gêneros para organizar cursos e ensinar
alunos. Como escritores, usamos nosso senso de
gênero para focalizar nossos esforços, para localizar
e mostrar recursos típicos e apropriados ao gênero,
para reconhecer o estilo e o decoro apropriados, para
fornecer enquadros para formas difusas e outros
tipos de ruptura. (BAZERMAN, 2005, p.47-48).

Ampliando o conhecimento

Para melhor compreender o assunto, leia o artigo


da professora Doutora Elvira Lopes Nascimento,
Gêneros Textuais e formação do professor:
41 construindo experiências, e faça uma síntese do
mesmo.Acesse o site:
www.filologia.org.br/ileel/artigos/artigo_199.pdf
e leia o artigo.

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De acordo com o autor, os atos de fala podem ocasionar em uma não
comunicação, ou seja, uma mensagem não compreendida que quebrará o
elo entre os interlocutores. Assim, para que o texto seja compreendido, o
locutor age de forma típica, determinando formas de dizer e proporcionando
antecipação por parte do locutor, concretizando-se em gêneros.
Em uma breve visão sobre os documentos oficiais – PCN (BRASIL,
1998) E DCE (PARANÁ, 2009) que norteiam o ensino de Língua Portuguesa
no Brasil pode-se conferir o ensino passa-se, então, a operar tendo os
textos/discursos como eixo curricular, uma vez que se entendem as
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relações do indivíduo com a sociedade medeiam-se pela linguagem, assim


como propõe Bakhtin (1998). Nesse ínterim, o ensino deve-se pautar na
corrente sociológica bakhtiniana que concebe a língua enquanto discurso
materializado nos gêneros.
Nesses documentos, com maior ênfase nas DCE (PARANÁ, 2008),
existe a propositura da organização de uma progressão temporal do ensino,
tendo como base, o agrupamento dos gêneros, propostos por Dolz &
Schneuwly (2004). É a chamada Sequência Didática, que se verá adiante.
Os autores propõem o estudo dos gêneros em alguns agrupamentos,
de acordo com a atividade de linguagem a que se enquadram, e essas
atividades exigem do leitor o domínio de certas “capacidades de linguagem”
(op. cit.).
Para uma noção mais clara e ampla desse agrupamento, segue uma
tabela proposta pelos mesmos, seguida das capacidades de linguagem
dominantes para cada gênero e ordem.

Tabela 1: Agrupamentos, gêneros e capacidades de linguagem dominantes


nos gêneros, baseados em Dolz & Schneuwly (2004).

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AGRUPAMENTOS EXEMPLARES CAPACIDADES
DE GÊNEROS DE GÊNEROS DOMINANTES

Opinião Partir de uma constatação de


Carta de partida (ainda que implícita);
Reclamação dar a opinião de forma
Crítica de Cinema explícita; sustentar a opinião por
ARGUMENTAR Charge argumentos pertinentes; refutar
Anúncio comercial contra-argumentos; negociar
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Classificado a posição assumida; buscar a


adesão do interlocutor para uma
conclusão.
Transmitir de forma objetiva,
direta e imparcial um fato
Notícia relevante; procura-se omitir a
RELATAR Reportagem opinião pessoal do jornalista
buscando a objetividade e
neutralidade.

Partir da intenção de
PRESCRITIVO Horóscopo prescrever e/ou descrever
ações que o interlocutor deva
seguir.

Elaborar questões relevantes


e pertinentes ao interesse do
EXPOR Entrevista
leitor; comunicar as informações
ao interlocutor; devem-se fazer
perguntas, suscitar a palavra do
outro, introduzir novos assuntos.

Fonte: DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernand. Gêneros orais e escritos na escola.


Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. Pg. 123.

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7.2 O Interacionismo sóciodiscursivo

Faz-se necessário e importante enfocar, mesmo que brevemente


essa tória pois, é ela dá bastante sustentação à concepção de ensino já
mencionada e aqui relembrada: a interacionista. É, então, nessa perspectiva
que o Interacionismo Sóciodiscursivo, dorante ISD de Bronckart (2003),
contribui fortemente para o processo de didatização (leitura e produção) de
textos na escola e, portanto, é excelente ferramenta para proceder ao
ato da leitura.
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Para compreender melhor a teoria, Bronckart apresenta algumas


camadas do texto que auxilia o leitor no momento da produção e da leitura.
Primeiramente, o teórico apresenta os elementos contextuais que incidem
sobre o que chama de mundo social, físico e subjetivo. Logo, no contato com
o texto, o produtor/leitor precisa mobilizar essas representações presentes
na primeira característica, que a chama de contexto.
O Contexto de produção se refere a um conjunto de parâmetros em
que estão presentes os três mundos citados e os organiza. São eles: o lugar
e o momento da produção, o emissor e o receptor.
Em relação ao segundo plano, Bronckar afirma que,

a produção de todo texto inscreve-se no quadro


das atividades de uma formação social e, mais
precisamente, no quadro de uma forma de interação
comunicativa que implica o mundo social ( normas,
valores, regras, etc) e o mundo subjetivo ( imagem
que o agente da de si ao agir). (2003, pg. 94).

Logo, fazem-se presentes no contexto sócio e subjetivo, o lugar


social, enunciador, destinatário e objetivo.
Já em relação ao nível psicológico, o autor apresenta o que denomina
de Arquitetura interna dos textos, sendo a primeira, a infraestrutura geral do
texto, na sequência, os mecanismos de textualização e enunciativos.
44 O Plano Geral do Texto, também conhecido como estrutura,
apresenta o conteúdo temático, então, cada gênero de texto possui suas
características próprias “relativamente estáveis” (BAKHTIN, 1997).
No segundo nível está o tipo de Discurso. Sua diferenciação, em
relação aos tipos, é baseada na existência de dois mundos: o ordinário

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(real) e o ficcional.
Para melhor compreensão, segue quadro:
EXPOR ou NARRAR?

Tabela: Tipos de Discursos, baseada no livro de Bronckart, (2003).

Coordenadas Disjuntas Coordenadas Conjuntas


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Mundo do Narrar Mundo do Expor

- Representações organizadas em
- Representações mobilizadas como
referência mais ou menos direta às
conteúdo referentes a fatos passados
coordenadas gerais do mundo da
e atestados – da ordem da História –
ação de linguagem em curso.
a fatos futuros e a fatos plausíveis ou
- Fatos apresentados acessíveis ao
puramente imaginários: organização
mundo ordinário dos protagonistas
espaço-temporal
da interação.

Os elementos ficcionais e não fic-


-Mundo situado em outro lugar e que cionais será sempre objeto de uma
permita ser avaliado ou interpretado avaliação baseada nos critérios de
pelos leitores elaboração e de validade dos conhe-
cimentos do mundo ordinário.

Relato Narração Discurso Discurso


interativo (autônomo) interativo teórico
(implicado) (implicado) (implicado)

Mundo colocado - Mundo narrado - Marcas Instâncias de


efetivamente no autônomo ou explícitas da agentividade
passado atemporal relação entre independentes
os agentes e ou indiferentes
-Narrar realista - Narrar ficcional os parâmetros em relação aos
– veicula um – o conteúdo materiais parâmetros
conteúdo que pode apenas da ação de da ação de
pode ser avaliado ser parcialmente linguagem. linguagem
e interpretado sujeito à - Relação
de acordo com avaliação de -Relação autônoma
o essencial acordo com implicada
dos critérios os critérios de
de validade do validade do
45 mundo ordinário mundo ordinário.

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Marcas Marcas Marcas Marcas

- elementos da - ficção: dêiticos - presença - organizadores


situação de pro- pessoais, espa- dos interlocu- lógico-argumentati-
dução, enuncia- ciais e tempo- tores (reais: vos, verbos impes-
dor, destinatário, rais (remetem eu, me, tu, soais, ausência de
dêiticos espa- ao tempo, você...) dêiti- dêiticos espaciais,
ciais, temporais pessoas e lugar cos espaciais, temporais, pes-
e pessoais da da narrativa); temporais soais. Monólogo.
situação. que ausência aos e pessoais Verbos no pre-
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remetem aos elementos do referetes ao sente. Ausência


agentes da inte- ato da produção ato da produ- dos elementos do
ração (eu, me, ção. remetem contexto de produ-
tu, você), ou aos agentes ção).
apontam para da interação
a direção do (eu, me, tu,
espaço-tempo você), ou
dessa interação apontam para
(hoje, em nossa a direção do
sala de aula, espaço-tempo
ontem, aqui em dessa intera-
Cascavel etc.). ção (hoje, em
nossa sala de
aula, ontem,
aqui em Cas-
cavel etc.
Fonte: BRONCKART, J. P. Atividade de linguagem, texto e discurso. São Paulo: EDUC,
2003, pg. 94

Saiba mais

Sugestão de leitura!
Para se inteirar sobre o assunto, leia o artigo de
Ana Paula Marques Beato-Canato, O trabalho
com línguas em uma perspectiva interacionista
sociodiscursiva. Disponível em: WWW.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-63982011000400004&lng=pt&
nrm=iso . Esse artigo baseia-se na obra de Bronckart, em sua teoria do
46 Interacionismo sociodiscursivo.

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Após compreender o funcionamento dos discursos, vê-se que essa
característica abre espaço a outra denominada Tipos de Sequências. De
acordo com o teórico, é possível que haja mais que uma sequência em
cada texto, uma vez que esse é sempre heterogêneo. Essas sequências
manifestam-se em argumentativa, narrativa, descritiva, injuntiva e prescritiva.
Na sequência, têm-se os Mecanismos de Textualização que auxiliam
na coesão e coerência do texto. Eles são chamados de Coesão Nominal,
Verbal e Conjunção. Trata-se de marcas que garantem a retomada e a
progressão temática no texto. São, portanto, organizadores textuais que
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remetem às conjunções, advérbios, preposições e outros. A coesão Nominal


garante as retomadas e a progressão temática com as conjunções.
Já na Coesão Verbal, Bronkcar (2003, pg. 127) aponta,

Os mecanismos de coesão verbal asseguram a


organização temporal e/ou hierárquica dos processos
(estados, acontecimentos ou ações) verbalizados no
texto e são essencialmente realizados no texto e são
essencialmente realizados pelos tempos verbais.

Essas marcas morfológicas garantem, então, o tempo e o aspecto


verbal do texto.
Por fim, os Mecanismos Enunciativos são responsáveis pelo
gerenciamento das vozes e modalizações no texto (discursos, ideologias,
crenças etc), garantindo a ocorrência pragmática e interativa.
Para finalizar essa teoria, faz-se importante, conforme mencionado,
a compreensão do que sejam as Capacidades de Linguagem, uma vez que
o leitor precisa perceber quais habilidades precisa dominar para que seja
considerado um leitor proficiente, frente a um texto.
Dolz e Schneuwly (2004) apontam que uma produção textual e uma
atividade de leitura precisam contemplar as três capacidades, sendo elas: a)
capacidade de ação (referente ao contexto social); b) capacidade discursiva
(referente a estrutura do gênero) e; c) capacidade linguístico-discursiva
47 (referente às operações linguísticas).
A Capacidade de Ação possibilita ao produtor adaptar seu texto ao
contexto de sua produção, tendo em mente elementos como: enunciador,
destinatário, emissor, receptor, objetivo e veículo de comunicação. A
Capacidade Discursiva seleciona os discursos que predominam no gênero,

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ancorado ao mundo do expor ou narrar, conforme tabela apresentada,
contemplando também as sequências, ou seja, trechos que se apresentam
com o intuito de auxiliar o produtor na construção do texto, a fim de
enriquecê-lo e para atingir seu objetivo, bem como, recursos que precisam
ser percebidos pelo leitor para que este entenda os sentidos imanentes ao
texto. E, então, a capacidade linguístico-discursiva auxilia na construção
textual no que se refere às operações de uso e construção deste, sendo
essas representadas pela ortografia, estrutura da língua, acentuação,
pontuação, coesão, coerência e outros.
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7.3 Análise do discurso

7.3.1 Sujeito

De acordo com Mussalin (2001), há diferentes concepções que


estão relacionadas às fases do Discurso. Na primeira, essa teoria concebe
o sujeito como concebido a partir de uma instituição, de uma ideologia ou
formação discursiva e não enquanto indivíduo que fala a isso é chamado
sujeito assujeitado. A isso, Pêcheux (1990) chama máquina discursiva, a
instituição determina as condições e o que deve ser dito ao enunciar.
Na segunda fase da Análise do Discurso, o sujeito passa a ter vários
papéis sociais que variam de acordo com a posição social a que ocupa nas
mais diferentes esferas sociais (BAKHTIN, 1995).
Já na terceira fase o sujeito é concebido como heterogêneo, uma vez
que sua identidade encontra-se dividida entre o “eu” consciente e ou “tu”
inconsciente. Dessa forma, o inconsciente é marcado pelo apagamento
do ser, podendo, contudo, ser recuperado na e pela linguagem por meio
de regressão. Assim, verifica-se que o sujeito constitui-se pelo discurso do
outro.
De acordo com tal perspectiva, o sujeito é constituído consciente ou
inconscientemente pela formação ideológica e discursiva que se submete à
própria natureza inconsciente, logo, é constituído pelo exterior.

7.3.2 Subjetividade

48 Benveniste (1974) afirma que o conceito de subjetividade é voltado


para o “eu” enunciador, no ato do processo de construção textual, pois, é
nele que o sujeito demonstra sua subjetividade, explícita ou implicitamente
marcada. O que acontece na maioria das vezes é que o sujeito encontra-se
mascarado na impessoalidade dos fatos, porém, não deixa de imprimir seu

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posicionamento.

7.3.3 Sujeito assujeitado

Segundo Olandi (2002) embora o sujeito seja heterogêneo podendo


dizer tudo, pois é livre, há outro lado em que é submisso e preso. Isso
porque o homem é um produto histórico que influencia e sofre determinados
assujeitamentos em relação às mais diferentes formas de poder.
Assim, a subjetividade encontra-se relativizada entre o “eu” e o
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“tu” uma vez que incorpora a condição de outro sujeito ideologicamente


marcado. Ás vezes a presença do outro é explícita com o uso de aspas,
citações, mas na maioria dos casos a presença do outro é ideológica, no
entanto, implícita.
Dessa forma, o sujeito constitui-se como heterogêneo, dividido, sendo
então, resultado de uma interação entre o consciente e o inconsciente,
posicionando o sujeito entre a identidade e alteridade, cujo se constitui no
e pelo discurso.

7.3.4 Discurso e Formação Discursiva

De acordo com Mussalin (2001) o discurso é um aparelho ideológico


produzido nas mais diferentes formações discursivas, entendidas como
conjunto de regras que determinam o que se pode e deve enunciar em
determinados lugares sociais.
De acordo com Foucault, formação discursiva é

Um conjunto de regras anônimas, históricas, sempre


determinadas no tempo e no espaço que definiram em
uma época dada, e para uma área social econômica,
geográfica ou lingüística dada, as condições de
exercício da função enunciativa. (Foucault apud
Mussalin, 2001, p.119).

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De acordo com o autor, as fronteiras e limites de uma formação


discursiva se dão pelas ideologias. Já para Orlandi, a Formação Discursiva
se define

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ideologicamente, ou seja, social e historicamente
constituída, pois, “o estudo do discurso explicita a
maneira como linguagem e ideologia se articulam,
se afetam em sua relação” e “ elas são constituídas
pela contradição, são heterogêneas nelas mesmas
e suas fronteiras são fluídas, configurando-se e
reconfigurando-se continuamente em suas relações”.
(Orlandi, 2002, p. 43 e 44).
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

Pratique o conhecimento!

Para compreender melhor sobre a Análise do Discurso,


leia o artigo de Maria Alice Siqueira Mendes e Silva,
Sobre a Análise do Discurso
Acesse:
<http//:WWW2.assis.unesp.br/revpsico/índex.php/
revista/article/viewFile/30/55>

7.4 Semântica Argumentativa

Para uma melhor compreensão do processo de argumentação na


linguagem, eis um breve histórico sobre o seu surgimento e dinamicidade.
Iniciando-se na antiguidade clássica, com os profissionais da retórica,
a argumentação era utilizada em assembleias para defesa própria de seu
enunciador. Os atenienses então eram treinados para ser guerreiros, heróis
e fortes na guerra, depois, os retores primavam pela democracia grega
e propunham um ateniense crítico, inteligente e, então, com os sofistas,
passa-se a ser estudado o homem e a sociedade para que este pudesse
agir nela.
A partir do século II a.C., poetas como Ovídio e Quintiliano publicam
50 suas ideias sobre temas educacionais, logo, a retórica atribui à linguagem
um veículo que intermedeia o pensamento e ação, ação esta de falar para
o convencimento através da argumentação.
Com o declínio da retória, surgem grupos de estudos, entre eles o das
linguagens. Logo após, no Renascimento, a linguagem sofre influência dos

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discursos religiosos e, tempos depois, já em fins de 1980, a argumentação
torna-se um dos objetivos dos estudos linguísticos, pois a concebe enquanto
produção, processo e não mais somente produto.
Maingueneau (1997) aponta que a língua não pode ser considerada
desvinculada das ideologias, bem como das condições de seus usuários.
A isso, Koch afirma.

[...] que se pode afirmar que o uso da linguagem


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é essencialmente argumentativo: pretendemos


orientar os enunciados que produzimos no sentido
de determinadas conclusões (conclusões de outras).
Em outras palavras, procuramos dotar nossos
enunciados de determinada força argumentativa.
(KOCH, 2003, p.29).

Nesse sentido, Ducrot (1987) aponta que ao produzir um enunciado,


o locutor produz uma argumentação buscando a adesão de um outro. Os
operadores argumentativos então, constituem- se em um processo que
estabelece a relação entre o texto e o ato enunciativo inscrito na própria
língua, afirma o autor.

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ANOTAÇÕES

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8. COESÃO TEXTUAL

A Coesão Textual se refere à organização interna dos textos


(KOCH,1997) dividindo-se em Coesão Sequencial, Recorrencial e
Referencial. Trata-se de um fator importante na ligação de palavras,
expressões, frases em um enunciado que se constrói pela ligação de
elementos como pronomes, advérbios, verbos, etc. Compreendê-la pelo
viés da semântica significa observar as relações de dependência que
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modificam os enunciados em um texto.


Coesão textual é, conforme mencionado, a ligação interna entre os
vários enunciados presentes no texto. Assim, um texto tem coesão quando
seus enunciados estão ligados entre si, quando há, portanto, concatenação
entre eles.
Essa conexão é consequência das relações de sentido existentes
entre esses elementos.
Leia o trecho da crônica de Fernando Sabino e observe como ela
traduz a importância das conjunções para a construção do sentido do texto.

Em código

Fui chamado ao telefone. Era o chefe de escritório de meu irmão:


- Recebi de Belo Horizonte um recado dele para o senhor. É uma
mensagem meio esquisita, com vários itens, convém tomar nota: o senhor
tem um lápis aí?
- Tenho. Pode começar.
- Então lá vai. Primeiro: Minha mãe precisa de uma nora.
- Precisa de quê?
- De uma nora.
-Que história é essa?
- Eu estou dizendo ao senhor que é meio esquisito. Posso continuar?
- Continue.
-Segundo: Pobre vive de teimoso. Terceiro: Não chora, morena, que eu
volto.
53 - Isso é alguma brincadeira?
- Não é não, estou repetindo o que ele escreveu. Tem mais. Quarto: Sou
amarelo, mas não opilado. Tomou nota?
- Mas não opilado – Repeti, tomando nota.

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- Que diabo ele pretende com isso?
- Não sei não, senhor. Mandou transmitir o recado, estou transmitindo.
- Mas você há de concordar que é um recado meio esquisito.
- Foi o que eu preveni ao senhor. E tem mais. Quinto: Não sou Colgate,
mas ando na boca de muita gente. Sexto: Poeira é a minha penicilina.
Sétimo: Carona, só de saia. Oitavo...
- Chega! – Protestei, estupefato. - Não vou ficar aqui tomando nota disso,
feito idiota.
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- Deve ser uma carta em código, ou coisa parecida – e ele vacilou: -


Estou dizendo ao senhor que também não entendi, mas enfim... Posso
continuar?
- Continua. Falta muito?
(...)

É possível perceber claramente os dois tipos de mecanismos


de coesão mencionados anteriormente: os de antecipação e os de
encadeamento.

8.1 Coesão por retomada ou por antecipação

Acompanhe a análise a seguir

Qualquer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara,


Mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário:
era tudo o que sabíamos dele. O professor era grande, gordo e silencioso,
de ombros contraídos. (...)

O pronome possessivo e pessoal aponta antecipando o nome


professor. Eles são, portanto, considerados catafóricos, devido justamente
seu posicionamento no texto. Já o pronome pessoal oblíquo, em destaque,
retoma a expressão também em destaque, indicando assim, uma anáfora.

54 Acompanhe agora, alguns dos principais elementos coesivos que


garantem a retomada em um texto. Eles são os pronomes, adjetivos,
sinônimos, advérbios e locuções adverbiais, hipônimo s e hiperônimos, a
saber:

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1- Pronomes Pessoais (Retos e Oblíquos)
Eu - me, mim, comigo
Tu – te, ti, contigo
Ele – o, a lhe, se, si, consigo
Nós – nos, conosco
Vós – vos, convosco
Eles – os, as, lhes, se, si, consigo

2- Pronomes Possessivos:
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meu, minha, teu, tua, seu, sua, nosso, vosso, deles...

3- Pronomes Demonstrativos:
este, esse, aquele, isto, isso, aquilo...

4- Pornomes Relativos:
quem, que, qual, cujo, quanto...

5- Pronomes Indefinidos:
algum, nenhum, mais, menos, alguém, ninguém, qualquer um, muitos...

6- Numerais:
um, dois, primeiro, segundo, metade, um terço...

7- Alguns Advérbios e Locuções Adverbiais:


aqui, aí, lá, ali, nesse momento, naquele tempo...

8- Artigo Definido:
o, a, os, as.

9- Sinônimos:
De sentido equivalente ou idêntico (repetição do mesmo item lexical);

10- Hiperônimos e Hipônimos:


Elementos que mantém relação de similiridade do tipo: contém e está
contido, sendo o primeiro mais abrangente e o segundo um especificador.
55
11- Antonimásia:
Substituição de um nome próprio por um comum. Quando há a
substituição de um nome por uma característica reconhecida pela sociedade.

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(...) Festejada por ter sido a segunda mulher a ser nomeada ministra
no Brasil, em 1989, Dorethéa Werneck voltará ao cargo, aos 45 anos,
no Ministério da Indústria e do Comércio. Ela abriu caminho para cinco
sucessoras – na área econômica, por exemplo, ninguém mais se chocou
quando Zélia Cardoso de Mello ou Yeda Crusius foram escolhidas. (...)
Mesmo com cuidado e seriedade no trato com a ministra,
empresários e sindicalistas – dos quais ela se aproximou em busca de
um pacto antiinflamatório – nunca esqueceram que ela era mulher. Seu
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sexo foi lembrado sempre, como defeito ou qualidade. Mário Amato,


então presidente da Fiesp, tentou traduzir esse sentimento e foi muito
infeliz. Declarou, na frente de jornalistas: “Ela é muito inteligente, apesar
de ser mulher”. O empresário, com isso, ganhou a antipatia da população
feminina e de um Brasil que se rendia ao carisma de Doró.(...)

Liliana Pinheiro. O Estado de S. Paulo, 25 dez. 1994, p. B-1.

É possível verificar que o emprego da conjunção “apesar” proporcionou


ao texto um efeito de sentido catastrófico ao sugerir que, embora o sujeito
em questão seja mulher, seja também inteligente.
Para prosseguir, passa-se então ao reconhecimento dos principais
tipos de operadores argumentativos, ou conjunções, bem como sua função:

a) assim, desse modo, dessa maneira: são conjunções exemplificativas,


logo, a segunda oração da frase, posterior a conjunção, funciona para
explicar ou ilustrar o que está dito anteriormente;

b) e, ainda, aliás, além do mais, além de tudo: são conjunções aditivas,


servindo para permitir a progressão temática, acrescento algo novo e que
concorde com o que está exposto inicialmente.

c) isto é, quer dizer, ou seja, em outras palavras, porque, já que, que, pois:
são conjunções explicativas, pois, introduzem esclarecimentos, retificações
ou desenvolvem melhor a ideia exposta nos períodos anteriores a utilização
56 da conjunção.

d) mas, porém, contudo, todavia, no entanto: são conjunções adversativas,


pois apresentam oposição entre dois enunciados.

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e) embora, ainda que, mesmo que, até, mesmo, até mesmo, inclusive:
são conjunções concessivas, uma vez que apresentam uma situação
de contradição, mas, de concessão ao mesmo tempo. É o início de uma
contradição que não se realiza, portanto.

f) ou, ou então, quer... quer, seja... seja, caso contrário: são conjunções
alternativas.

g) portanto, logo, por conseguinte, pois: são conjunções conclusivas, pois


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estabelecem uma relação de conclusão com os períodos que os antecedem.


h) tanto...quanto, tão...quanto, mais... que, menos...que: são conjunções
comparativas, uma vez que estabelecem um nível de igualdade entre os
enunciados ligados pelas referidas conjunções.

i) ou melhor, de fato, pelo contrário, ao contrário, isto é, quer dizer, ou seja,


em outras palavras: são conjunções retificadoras, uma vez sua função é
de correção, esclarecimento ou redefinição do enunciado ou período que
antecede a conjunção.

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ANOTAÇÕES

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9. COERÊNCIA TEXTUAL

De acordo com Coch (1997), a coerência textual refere-se aos


mecanismos exteriores ao texto. Ela diz respeito aos elementos presentes no
mesmo e sua relação de verdade com a realidade. Dessa forma, há alguns
recursos que permitem a construção e análise dos textos obedecendo a tais
recursos.
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A coerência está relacionada diretamente à possibilidade de


estabelecer sentido ao texto, permitindo a construção de sentido
para os leitores, podendo, assim, ser compreendida como um fator de
interpretabilidade ligada a uma situação de comunicação e à habilidade do
receptor em compreender os sentidos nos discursos apresentados.

Na sequência, segue os principais tipos de conhecimentos veiculados


pela coerência:

a) Conhecimento compartilhado:

Sexta-feira, final de expediente.


Dois advogados estão saindo do fórum, quando um vira para o outro e diz:
- E então, vamos tomar alguma coisa?
E o outro prontamente responde:
- Vamos, de quem?

Aqui, o leitor pode perceber que, para que o texto seja compreendido,
é preciso que se estabeleça entre o produtor e o leitor, o conhecimento
partilhado, ou seja, um conhecimento específico. Assim, o produtor do texto,
tendo em vista seu destinatário, precisa veicular recursos e conhecimentos
que serão compreendidos pelo seu interlocutor e, da mesma forma, este
precisa inferir certos conhecimentos movimentados pelo produtor, para que
possa aceitar a mensagem.

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b) Inferência:

Paulo investiu na bolsa de valores e ficou mais rico.

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Na inferência, o leitor precisa reconhecer elementos que são lógicos,
porém, estão explícitos.

c) Fatores de Contextualização

Os Fatores de Contextualização dizem respeito aos dêiticos


temporais, espaciais, nominais, ideologias, crenças, culturas, costumes
etc. Eles servem para situar o leitor no tempo e espaço e em relação às
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

ideologias e discursos presentes, na maioria das vezes, implicitamente


expressos no texto.

d) Informatividade:

A informatividade está relacionada ao grau de dificuldade e/ou


facilidade que a informação do texto ou a linguagem do mesmo é veiculada.
Assim, pode-se perceber que se houver aceitabilidade por parte do receptor
é porque o grau de informatividade do texto é baixo, e da outra forma, se ou
leitor não o aceitar o texto é porque o grau de informatividade é alto.

e) Intertextualidade:

Observe o exemplo: “Pai, afasta de mim este cálice [...]” de Chico


Buarque/Milton Nascimento. Essa frase, agrega ao texto determinados
sentidos que precisam ser recuperados pelo leitor, pois, ela foi produzida
em uma situação de produção diferente da situação da música, mas, ao ser
trazida para o texto, ganha outro significado, isso porque, o contexto é outro.
Intertextualidade é, portanto, o ato de fazer referências a textos anteriores
para agregar sentidos ao texto em questão. Bakhtin (1995) chama a isso
heterogeneidade discursiva e discurso de outrem.
São também elementos constitutivos da Coerência Textual, a não
contradição, a dupla negação, a verossimilhança, a intencionalidade e
outros.
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Pratique o conhecimento

Leia o artigo de Edson Lopes, Coerência Textual,


conhecimento do mundo e intertextualidade:
implicações na interpretação simultânea, e faça uma
síntese do mesmo, destacando os principais pontos
do assunto. Esse artigo lhe trará uma boa base para
a teoria que aqui se encena. Acesse:
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

<https://periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/
viewFile/5393/4937>

Conforme se viu em Tipologia Textual, os textos narrativos, descritivos


e dissertativos, são a base para qualquer construção textual. Portanto, se
verá agora, a estrutura dos parágrafos narrativos e dissertativos.

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PRODUÇÃO TEXTUAL – LINGUAGEM EMPRESARIAL

10. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO NARRATIVO

Como se viu, a narração é um modo de organizar um texto cujo


conteúdo está relacionado a ações ou acontecimentos. Para tanto, é preciso
que se atente aos seguintes elementos coesivos da narrativa, ao construir
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

um texto de forma coesa.

a) Enredo: é o conjunto de ações ligadas entre si que fundamentam todo


o texto narrativo. Ele é composto pelas seguintes fases: situação inicial,
conflito, desenvolvimento, clímax e desfecho;
b) Personagens: protagonista e antagonista e, às vezes, os figurantes;
c) Espaço: físico e psicológico;
d) Tempo: cronológico e psicológico;
e) Narrador: de primeira e terceira pessoa.

Como já se viu, esses elementos são organizados nos parágrafos ao


construir o texto narrativo. Não há, portanto, uma ordem de apresentação, o
importante é que esses elementos sejam incorporados no ato da produção.

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11. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO DISSERTATIVO

O parágrafo dissertativo é organizado em torno de um tópico frasal e


um desenvolvimento. Por tópico, entende-se a ideia-núcleo ou ideia-chave
do parágrafo e, em torno dela é que se desenvolve essa ideia por quatro
formas diferentes, através de definição, comparação, exemplificação e
detalhamento.
Veja os exemplos:
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

a) Desenvolvimento por comparação


A leitura é uma habilidade fundamental para quem quer compreender
melhor o mundo. Sem ela, o indivíduo parece uma borboleta no casulo. A
escuridão impede de ver a luz e o espaço reduzido a que se encontra o
impede de voar e conhecer a sensação de liberdade que o voo da leitura
pode proporcionar.

b) Desenvolvimento por detalhamento


A leitura é uma habilidade fundamental para quem quer compreender
melhor o mundo. São livros, facebook, telejornais, revistas etc,
constantemente, somos instigados a ler e tomar decisões. Essas decisões
podem ser acertadas ou equivocadas. Serão acertadas de acordo com as
leituras e análises corretas feitas da realidade que nos cerca.

b) Desenvolvimento por exemplificação


A leitura é uma habilidade fundamental para quem quer compreender
melhor o mundo. Ao sair às ruas, o sujeito se depara com uma série de
exemplares de textos. São panfletos, placas, luzes, sinais, formas, cores
etc, códigos que instigam a leitura e exigem do leitor uma resposta.

d) Desenvolvimento por definição


A leitura é uma habilidade fundamental para quem quer compreender
melhor o mundo. Ler vem do latim legere e significa colher. Isso nos lança
uma luz acerca de uma série de questões sobre a leitura.

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ANOTAÇÕES

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12. DISSERTAÇÃO – enfoque ENADE

Embora a concepção de texto pela tipologia textual seja um tanto


ultrapassada, o tipo dissertação ainda é muito cobrado em exames
vestibulares, concursos e no próprio ENADE. Algumas instituições já
substituíram o termo dissertação por Artigo de Opinião, como é o caso dos
vestibulares da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Nesse e-book, enfocaremos a dissertação pois, como já dissemos,
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

é ela o tipo de texto predominante nas questões discursivas do ENADE de


Administração e em todos os outros cursos
Você sabe o que é um texto dissertativo?
Existem dois tipos de dissertação: a expositiva e a argumentativa. A primeira
objetiva expor, explicar, interpretar ideias; já a segunda propõe persuadir o
destinatário de que determinada tese deve ser aceita. Pretende-se também,
formar a opinião do leitor, procurando persuadi-lo e, para tanto, dispõe de
recursos como a argumentação para atingir ao objetivo.
Nesse e-book enfocaremos a dissertação-argumentativa, pois, é a
mais cobrada nos exames referenciados.

Pratique o conhecimento!

Acesse o site http://www.portal.inep.gov.br/


enade/provas-e-gabaritos-2012, clique no ícone
Administração e faça o download da última prova
de 2012 e verifique as 4 propostas de dissertação
presentes nele. Na sequência e, antes de proceder
à leitura desse material, escolha uma das propostas e produza a sua
dissertação.
Bom trabalho!

Veja os exemplos:
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Menor participa de 1% dos homicídios em SP
Levantamento da Secretaria de Segurança surpreende tanto defensores como
contrários à redução da maioridade penal

Gilmar Penteado
da reportagem local

Estatística inédita revela que é pequena a participação de menores


Português Instrumental e Linguagem Empresarial

de 18 anos na autoria e crimes graves em São Paulo. Eles são


responsáveis por cerca de 1% dos homicídios dolosos (com intenção)
em todo o Estado. Eles também estão envolvidos em 1,5% do total de
roubos- maior motivo de internação na Febem - e 2,6% dos latrocínios
(roubo com a morte da vitima). De acordo com a IBGE, essa faixa etária
representa 36% da população.
Os dados, calculados com base em ocorrências em que foi possível
identificar se o criminoso era menor ou não, surpreenderam tanto
defensores como contrários à redução da maioridade penal. (...)

Folha de S. Paulo de 01/01/2004 in PINHEIRO, 2009

Maioridade penal

“Infelizmente, a reportagem que informou sobre as dados da Secretaria


de Segurança Pública de São Paulo – dando conta de que apenas em 1%
dos assassinatos ocorridos no Estado há participação de jovens menores
de 18 anos foi publicada em um dia de menor leitura do jornal (“Menor
participa de 1% dos homicídios em SP”, Cotidiano, pag. C1, 1°/1). Sua
divulgação deveria ser o mais ampla possível, pois e didática. (...)

Adolescentes discutem maioridade penal


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Valeska Silva

O suplemento jovem Atitude reuniu oito adolescentes, com idade


entre 15 e 17 anos, para uma discussão sobre maioridade penal. Todos

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se mostraram a favor da redução.
O grupo acredita que, se um adolescente de 16 anos pode votar,
também pode responder por atos criminosos. Porém, concordam que
essa medida não irá resolver todos os problemas. Eles discutiram sobre a
superlotação dos presídios, o aumento do tempo da pena para jovens em
conflito com a lei e acham que os presídios ser separados dos juvenis.
Preocupam-se também com que adolescentes com menos de 16
anos sejam recrutados por adultos para praticar crimes, mas acreditam
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

que esses adolescentes teriam mais medo de cometer crimes, para não
seguir o exemplo dos jovens com mais de 16 que vão presos. Alem disso,
eles não concordam que os pais sejam responsabilizados pelos atos dos
filhos.

Hoje em Dia, MG, p. 29,7/12/2003 in PINHEIRO, 2009

a) A qual tipologia ou gênero textual pertence cada um dos exemplares?


b) Em cada um dos textos pode-se perceber, como em qualquer texto, um
objetivo, uma intenção comunicativa. Aponte, portanto, qual o objetivo de
cada texto apresentado.
De acordo com um teórico chamado Bronckart, criador do
interacionismo sóciodiscursivo, que já lemos nesse material, todos os textos
contemplam seis características e, agora, passaremos a estudar cada uma
delas com exercícios para que, aos poucos, você possa dominar esse texto
tão cobrado em exames.
A primeira característica é chamada de Plano Textual Global, que
nada mais é do que a estrutura do texto. Pois bem, a dissertação contempla:

a) Título;
b) Tese;
c) Argumentos;
d) Contra-argumentos e;
e) Conclusão.

69 Em relação ao título, vale lembrar que tema e título, embora sejam


muito parecidos e confundidos, não são a mesma coisa. Em toda proposta
de produção de uma dissertação, há um tema permeado pelos textos-base,
o leitor então, precisa inferir qual o assunto desses textos. Ele é o elemento
mais abrangente desse processo e, abaixo dele, vem o tema que é o recorte

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do assunto. O produtor então, deve propor um título para a sua produção
que é um recorte ainda maior do assunto.
O título deve ser colocado no centro da folha somente se não houver
indicação delimitada de que aquele espaço está designado para ele. Se
possuir verbo use inicial maiúscula e termine com alguma pontuação. Se
não possuir verbo as palavras assumirão o papel de substantivo próprio,
logo deverão estar escritas com maiúsculas e não possuir pontuação (por
não se tratar de oração).
Em relação à segunda característica do texto dissertação, temos o
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

contexto de produção. Todo texto que a gente escreve ou lê possui um


contexto. Os textos não existem “no vazio”: mas em um determinado
contexto de produção: eles sempre são escritos por alguém, para alguém,
com certa intenção, em determinado tempo e lugar, divulgados em certo
veiculo etc., e todos esses elementos interferem no sentido dos textos.
Ao escrever, é fundamental levar em conta esses aspectos (e também
na leitura, para que seja possível compreender mais efetivamente o que se
leu).
O contexto de produção dos artigos de opinião pode ser descrito da
seguinte maneira: há a presença do produtor, receptor, objetivo e veículo.

Leia o texto e apenas reflita sobre:


a) autor do texto
b) papel social
c) destinatário do texto
d) papel social
e) finalidade
f) veículo de circulação

O desafio de reconhecer novas formas de participação

Patrícia Lánes

O(a) jovem participa da vida política do pais? A resposta é quase


70 sempre a mesma: não, é alienado(a). O que se verifica na prática não
é bem isso. Grupos de hip hop, dança, teatro e música, formados por
jovens, pipocam nas favelas e periferias do Brasil. Isso não significa
participar politicamente? E preciso compreender que participação política

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vai além do exercício do voto. Existem muitas maneiras, como se organizar
em grupos nas escolas, comunidades e espaços de trabalho para tentar
intervir nas decisões que estão sendo tomadas e mudar o rumo da história
(seja da sua comunidade ou do seu país).
No caso dos(as) jovens não é diferente. A diferença está em como
a sociedade vê a juventude e o que espera dela. O mito da juventude
alienada não é tão recente e toma como referência uma maneira de
participação referenciada na juventude das décadas de 1960 e 1970,
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

que protagonizou as manifestações contra a opressão política. No Brasil,


grupos de jovens estiveram ligados à resistência ao governo militar por
meio de núcleos teatrais, partidos e movimentos políticos clandestinos,
chegando até à luta armada. Foram também jovens transgressores(as)
dessa época que protagonizaram o rico cenário musical, gerando
movimentos cuja expressão mais conhecida até hoje é a Tropicália. Esse
movimento de resistência foi essencial para que fosse possível, já na
década de 1980, a reabertura para a democracia.
(...)
Os(as) jovens estão se organizando talvez menos nos partidos,
mas em grupos culturais locais, movimentos globais, redes ou ligados as
organizações de cidadania ativa. Depois de reconhecer o novo, é preciso
criar, no campo da política tradicional, formas de inserir esses e essas
jovens ávidos para a participação em um espaço mais democrático e
menos refratário a condição juvenil.

PINHEIRO, 2009

Na terceira característica do texto dissertativo, temos o discurso


predominante. Todos os textos estão ancorados nos mundos do Narrar
disjunto do mundo ordinário, mundos estes representados empiricamente
pelos agentes, ou do Expor conjunto com o mundo ordinário, cujos mundos
discursivos são criados pela atividade de linguagem. O texto dissertativo
apresenta textos pertencentes ao mundo do Expor, constituídos pela
predominância de segmentos do discurso interativo implicado, o que pode
71 ser atribuído à necessidade do agente produtor em tratar de temas atuais e
à necessidade de levar os destinatários a expor a opinião.
Por discurso interativo entendemos os segmentos que apresentam
uma relação de implicação com o mundo ordinário por apresentar referências
como dêiticos espaciais e temporais anáforas nominais, assinatura,

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referências aos agentes da interação, etc. Já o discurso teórico se caracteriza
pela autonomia em relação aos parâmetros físicos da ação de linguagem
(BRONCKART, 2003), com ausência de referência aos interlocutores ou
interactantes, bem como, dêiticos espaço-temporais, ausência de frases
não declarativas, de nomes, pronomes e adjetivos e pela presença de
organizadores lógicos como: de fato, de outro lado, primeiro, mas, porém,
dessa maneira etc.
Na quarta característica temos a Sequência predominante. Embora
haja em todos os textos a heterogeneidade composicional e discursiva
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

(BAKHTIN, 1995), pois, os textos são resultados de combinações de


diferentes tipos de sequências, para a dissertação, a sequência predominante
é a argumentativa. Portanto, essa sequência é formada, segundo Bronckart
(2003) por:

a) Premissa: momento em que o agente-produtor apresenta sua tese inicial:


b) Apresentação de argumentos: momento em que o agente-produtor
apresenta os elementos que orientam à sua conclusão:
c) Apresentação de contra-argumentos: momento em que é apresentado
os argumentos que são contra a tese do agente-produtor, a fim de que
sejam, mais adiante, refutados pelo mesmo:
d) Conclusão: momento em que a tese do agente é reforçada, uma vez
que conta com os efeitos dos argumentos e contra- argumentos:

Veja alguns dos principais tipos de argumentos:

Argumento de Autoridade:
A conclusão se sustenta pela citação de uma fonte confiável, que
pode ser um especialista no assunto ou dados de instituição de pesquisa,
uma frase dita por alguém, líder ou político, algum artista famoso ou algum
pensador, enfim, uma autoridade no assunto abordado. A citação pode
auxiliar e deixar consistente a tese.

(...) O cinema nacional conquistou nos últimos anos qualidade e


faturamento nunca vistos antes. “Uma câmera na mão e uma idéia na
cabeça” - a famosa frase-conceito do diretor Gláuber Rocha – virou uma
72 fórmula eficiente para explicar os R$ 130 milhões que o cinema brasileiro
faturou no ano passado.

Argumento por Causa e Consequência:

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Para comprovar uma tese, você pode buscar as relações de causa
(os motivos, os porquês) e de consequência (os efeitos).

(...) Ao se desesperar num congestionamento em São Paulo, daqueles


em que o automóvel não se move nem quando o sinal está verde, o indivíduo
deve saber que, por trás de sua irritação crônica e cotidiana, está uma
monumental ignorância histórica.
São Paulo só chegou a esse caos porque um seleto grupo de
dirigentes decidiu, no início do século, que não deveríamos ter metrô. Como
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

cresce dia a dia o número de veículos, a tendência é piorar ainda mais


o congestionamento – o que leva técnicos a preverem como inevitável a
implantação de perigos.

Argumento por Exemplificação ou Ilustração:

A exemplificação consiste no relato de um pequeno fato (real ou


fictício). Esse recurso argumentativo é amplamente usado quando a tese
defendida é muito teórica e carece de esclarecimentos com mais dados
concretos.

(...) A condescendência com que os brasileiros têm convivido com a


corrupção não é propriamente algo que fale bem de nosso caráter. Conviver
e condescender com a corrupção não é, contudo, praticá-la, como queria
um líder empresarial que assegurava sermos todos corruptos.
Há a pequena corrupção, cotidiana e muito difundida. É, por exemplo, o
do policial que entra na padaria do bairro em que faz ronda e toma de graça
um café com coxinha. Em troca, garante proteção extra ao estabelecimento
comercial, o que inclui, eventualmente, a liquidação física de algum ladrão
pé-de-chinelo.

Argumento por Provas Concretas (dados estatísticos):

Ao empregarmos os argumentos baseados em provas concretas,


buscamos evidenciar nossa tese por meio de informações concretas,
extraídas da realidade. Podem ser usados dados estatísticos ou fatos
73 notórios (de domínio público).

No caso do Brasil, homicídios estão assumindo uma dimensão


terrivelmente grave. De acordo com os mais recentes dados divulgados
pelo IBGE, sua taxa mais que dobrou ao longo dos últimos 20 anos, tendo

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chegado à absurda cifra anual de 27 por mil habitantes. Entre homens
jovens (de 15 a 24 anos), o índice sobe a incríveis 95,6 por mil habitantes.

Argumento por Citação

Sempre que queremos defender uma ideia, procuramos pessoas


‘consagradas’, que pensam como nós acerca do tema em evidência.
Apresentamos no corpo de nosso texto a menção de uma informação
extraída de outra fonte.
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(...) Assim parece ser porque, para Piaget, “toda moral consiste num
sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada
no respeito que o indivíduo adquire por essas regras” (Piaget, 1994, p.11).
A essência da moral é o respeito às regras. A capacidade intelectual de
compreender que a regra expressa uma racionalidade em si mesma
equilibrada.

1- Leia o texto:

(....) A pílula do dia seguinte é e deveria ser encarada apenas como um


método emergencial para tentar evitar uma gravidez indesejada. Mas,
infelizmente, o que se tem visto é que muitas garotas estão usando o
método de maneira indiscriminada.
Conhecem a velha história de tentar achar a saída, aparentemente
mais fácil, para resolver um problema? ‘Eu transo sem proteção e, para
evitar qualquer dor de cabeça, tomo a pílula do dia seguinte logo depois!’
Aposto que vocês já ouviram essa historia por aí! Acontece que nem tudo
é tão simples como parece!
Problemas podem acontecer! Em primeiro lugar, esse método traz
uma concentração de hormônios femininos bem maior do que as pílulas
habituais. A ideia do método é justamente dar uma ‘carga’ extra de hormônio
para fazer o endométrio (parede do útero) crescer rapidamente e, depois,
com a queda rápida desses níveis, favorecer uma descamação do útero,
o que impede que um ovo fecundado se implante e se desenvolva.
74 Para que esse mecanismo possa funcionar, e importante que a
pílula seja tomada, no Maximo, até 72 horas após a relação suspeita.
Quanto mais cedo a pílula for tomada, maior sua eficácia. Assim, tomar
logo no primeiro dia após a transa é melhor do que tomar três dias depois.

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Mas é sempre bom lembrar que, mesmo tomado corretamente,
esse tipo de método pode não ser 100% eficaz. Existem mulheres que
engravidam mesmo tomando a pílula do dia seguinte no dia correto.
Uma série de efeitos indesejáveis pode aparecer: dor de cabeça,
náusea, inchaço e sensação de mal-estar. O maior risco do uso frequente
da pílula do dia seguinte é uma verdadeira ‘bagunça’ no cicio hormonal.
As sucessivas ‘cargas extras’ de hormônio podem desregular o controle
do próprio organismo sobre a menstruação. A mulher fica sem saber
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

quando e, de fato, seu período fértil. (...)


(...)
De fato, o casal deveria investir mesmo é no uso da camisinha e de
um método anticoncepcional e reservar a contracepção de emergência
apenas para as situações em que um problema acontecer (a camisinha
estourar, a garota esquecer-se de tomar a pílula convencional etc.). E
seria bom que o uso sempre fosse feito com o conhecimento e o aval do
médico ginecologista. Dessa forma, a garota estaria mais protegida em
todos os sentidos.

PINHEIRO (2009)

Em relação à quinta característica da dissertação, temos os


mecanismos de textualização: conexão e coesão nominal. Veja como eles
são definidos:

a) Conexão: Segundo Bronckart (2003), constituído pelos


organizadores textuais, contribuem para a articulação da progressão
temática, da transição entre os tipos de discursos e entre as fases de uma
sequência. Logo, para o discurso interativo predominante no gênero em
questão e também para os segmentos de discurso teórico, temos a presença
dos organizadores lógico-argumentativos, como: então, de fato, antes de,
que, como, de outro lado, primeiro, de modo geral, mas, porém entre outras.

b) Coesão nominal: esse recurso marca a relação de dependência


75 entre os argumentos presentes no texto, podendo estabelecer função de
introdução e retomada. Uma vez que o texto dissertativo é composto pelos
discursos interativo e teórico, temos então, os seguintes elementos de
coesão:
* Para o discurso interativo que explicita uma relação com os parâmetros

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físicos da ação de linguagem, temos: presença de frases não declarativas,
dêiticos espaço-temporais como: hoje, aqui, ontem, isso, aí, daqui a pouco,
agora, anáfora nominal: nomes e sinônimos (predominantemente); anáfora
pronominal: eu, me, nós, nos, seu, meu, você, suas, etc.
* Já no nos segmentos do discurso teórico, por marcar relação de autonomia
com o ato da produção, encontramos os elementos de coesão: ausência de
frases não declarativas, ausência de dêiticos espaço-temporais, ausência
de anáfora nominal e pronominal e presença de organizadores lógico-
argumentativos, como: então, de fato, antes de, que, como, de outro lado,
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

primeiro, de modo geral, mas, porém entre outras.

Veja no texto que segue, alguns dos mecanismos de textualização


nele presentes:

O endurecimento das penas seguramente é um instrumento de


inibição à criminalidade
Ari Friedenbach

A responsabilização do menor por seus atos infracionais tem de ser


debatida com a seriedade que o tema exige. A sociedade vem expressando
com clareza sua preocupação com a crescente violência, notadamente
nos grandes centros. Não podemos conceber que se pretenda educar
as novas gerações sem que se transmita as crianças e aos jovens o
claro conceito de limites. É inegável que reprimir é parte integrante do
processo educativo. E isso deve ocorrer no âmbito familiar, bem como
no âmbito da sociedade. Evidentemente, não se pode falar em punição
sem que se atue com o efetivo intuito de evitar que o cidadão, seja ele
menor ou maior de 18 anos, cometa qualquer ato infracional, ou seja, há
que se atuar com determinação no sentido de permitir a inclusão social de
todos os brasileiros, dando-lhes, antes de tudo, o direito e as condições
de fazer um efetivo planejamento familiar e propiciando-lhes acesso a
saúde, educação e trabalho. Concomitantemente, há
que se aparelhar o Estado para atuar quando (nós) estamos sendo
impedidos de exercer nossos direitos mais essenciais: o direito a vida e
76 o de ir e vir. (...)

PINHEIRO, 2009

No texto apresentado, temos nas partes em itálico os segmentos

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do discurso teórico que marca uma relação de autonomia com o ato da
produção e, nos trechos em preto, segmentos do discurso interativo que
apresenta uma relação de conjunção com o mundo ordinário e com os
interactantes da ação comunicativa.
As palavras sublinhadas apresentam alguns dos elementos de
conexão; as palavras em negrito apresentam alguns dos elementos de
coesão nominal e as palavras em azul (alguns exemplos), marcam a coesão
verbal.
Por fim, chegamos ao que o autor denomina de Lista de Controle.
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

Essa lista apresenta um resumo com todas as características contempladas


no gênero. Verifique:

1- Plano textual global: título, subtítulo, assinatura, texto, imagem gráfica;


2- Contexto de produção: quem escreve? Para que escreve? Qual o veículo
de circulação? Qual o objetivo da interação?

3- Discursos: INTERATIVO: presença dos interactantes: eu/você, dêiticos


temporais e espaciais;
TEÓRICO: ausência de dêiticos espaço/temporais, ausência
dos interactantes, presença de organizadores lógicos.
4- Sequência argumentativa: tese, argumentos, contra-argumentos e
conclusão;

5- Mecanismos de Textualização:
a) CONEXÃO: (organizadores lógico-argumentativos): então, de fato, antes
de, que, como, de outro lado, primeiro, de modo geral, mas, porém entre
outras.
b) COESÃO NOMINAL:
• (discurso interativo) presença de frases não declarativas, dêiticos
espaço-temporais como: hoje, aqui, ontem, isso, aí, daqui a pouco,
agora, anáfora nominal: nomes e sinônimos (predominantemente);
anáfora pronominal: eu, me, nós, nos, seu, meu, você, suas, etc.
• (discurso teórico) ausência de frases não declarativas, ausência de
dêiticos espaço-temporais, ausência de anáfora nominal e pronominal
e presença de organizadores lógico-argumentativos, como: então, de
77 fato, antes de, que, como, de outro lado, primeiro, de modo geral,
mas, porém entre outras.
c) COESÃO VERBAL: presente do indicativo para o segmento do discurso
teórico e, presente e passado para o discurso interativo.

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ANOTAÇÕES
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13. LINGUAGEM EMPRESARIAL

Tendo em vista as transformações técnico-organizacionais cada


vez mais presentes no mundo do trabalho e, considerando a crise no setor
econômico, os crescentes investimentos em tecnologia, muitos dos serviços
tradicionais vêm se extinguindo e, consequentemente, é fácil de constatar
que, muitos dessas linhas de trabalhos admitiam pessoas até mesmo
analfabetas, hoje, contudo, essas atividades estão sendo substituída por
computadores, logo, essa nova forma de trabalho exige de seus operadores
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

um bom nível de conhecimento. Esse é um dos desdobramentos do mundo


globalizado que busca, cada vez mais, mais qualidade com menor custo.
Consequentemente, essas mudanças influenciaram fortemente a
comunicação nessa esfera. Segundo Peres (2005, p. 30)

“a imagem da empresa e do profissional está


intimamente atrelada ao domínio que esse profissional
tem da língua portuguesa. O uso eficaz da língua
nas mais diversas situações e atividades de trabalho
garante ao profissional um bom marketing pessoal e
empresarial”

Dessa forma, linguistas preocupados com essa situação apontam


que dominar a língua significa ter a capacidade de organizar e transmitir
informações, dominar a norma culta, ser claro, objetivo, conciso em suas
ideias, apresentar projetos com clareza etc. Nessa linha de pensamento,
um dos grandes problemas encontrados no mercado de trabalho é a baixa
qualificação profissional que, em partes, se manifesta na baixa proficiência
leitora e escritora que os sujeitos têm demonstrado ter ao tentar ingressar
no mundo do trabalho.
O mundo do trabalho atual exige profissionais mais capacitados e com
habilidades para atuar em diferentes áreas de competência, dentre elas, a
79 competência comunicativa, habilidade de assimilar, transmitir informações
com eficácia, organizar informações etc, tudo voltado para o destinatário da
ação comunicativa, em reuniões, negociação, entrevistas, com clientes etc.
A isso, Peres (2005) citando Corolaro (2003) afirma que,

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Qualquer profissional deve falar e escrever bem.
No mercado de trabalho atual, o profissional não
pode descuidar da formação geral, pois ela lhe dará
agilidade de atualização constante. Para eles, as
pessoas nunca devem desprezar uma oportunidade
de atualização e aprendizagem. (...) ter habilidade
no manuseio da língua portuguesa é imprescindível.
Falar corretamente é um bom marketing pessoal e
profissional.
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

Dessa forma, não ter um domínio mínimo da norma culta coloca


em dúvida a capacidade, o profissionalismo de qualquer trabalhador, em
qualquer esfera.

13.1 O texto empresarial moderno

Desde a Revolução Industrial, o mundo do trabalho, aqui enfocadas


as empresas, as vias de comunicação etc, vêm sofrendo grande influência
dos meios tecnológicos, logo, a modernização de estilo e de linguagem das
correspondências empresariais têm seguido essa mudança.
Dentre os recursos que mais demonstram essa mudança na
linguagem estão a objetividade, a clareza, a concisão, a não ambiguidade
enfim, recursos tais que tornam a comunicação mais efetiva e rápida.
Portanto, textos cuja linguagem não obedeça a essa nova postura
apresentam desmotivação para a leitura, falta de credibilidade, retrabalho,
conflitos internos, ineficiência nos negócios etc.
A linguagem empresarial tem como princípio gerar uma resposta
objetiva ao que é transmitido, por exemplo, na correspondência empresarial,
um documento é sempre dirigido a um destinatário (externo ou interno) e
caso o texto não seja claro, conciso, objetivo etc, seu destinatário não irá
compreender, ao menos, no tempo em que se espera.

80 13.2 Características do texto empresarial

a) Concisão: significa poder expressar o máximo de informações com o


mínimo de palavras. Para tanto, é preciso pensar com objetividade e
em qual a resposta desejada por seu produtor, para isso, as informações

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utilizadas precisam ser significativas.

b) Objetividade: quando se fala em objetividade, é saber definir quais as


informações relevantes que desejamos transmitir naquele momento.

c) Clareza: é preciso atenção ao escrever um texto pois, para quem escreve,


a ideia já está clara em sua mente. Assim, ele não percebe as falhas ou
lacunas de sentido que possa haver entre o que pensa e o que escreve.
Português Instrumental e Linguagem Empresarial

d) Coerência: é o encadeamento lógico entre as ideias, que se faz


principalmente mediante as relações de tempo, espaço, causa e
consequência.

Conforme ja mencionado, os avanços tecnológicos exigiram


mudanças na forma de comunicação nas empresas. Assim, a Redação
Empresarial sofreu alterações, contudo, não perdeu as qualidades essenciais
de um texto coeso. Logo, a escolha do vocabulário deve ser simples, com
frases curtas e correta aplicação da gramática.

Veja alguns exemplos:

a) Vimos por meio desta comunicar-lhe POR comunicamos-lhe;


b) Diante do exposto, encaminhamos a V. Sa. POR encaminhamos-lhe;
c) Acusamos o recebimento POR recebemos;
d) Levamos ao conhecimento de V. Sa. POR informamos-lhe;
e) Vimos com a presente, solicitar-lhe POR solicitamos-lhe;
f) Temos o imenso prazer em sugerir-lhe POR sugerimos-lhe entre outros.

AMPLIANDO SEU CONHECIMENTO

Leia o módulo de comunicação empresarial


81 de Tatiana Souza Magioli, disponível no site <http://
www.famanet.br/pdf/cursos/semipre/comunicacao_
empresarial2_md1.pdf>
Para complementar a leitura do texto desse e-book.

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ANOTAÇÕES

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14. CARTAS COMERCIAIS

Para melhor compreender o processo de produção de cartas


comerciais, antes e preciso entender a diferença entre as correspondências.
Por correspondência particular entende-se aquela que acontece entre
pessoas físicas; aoficial ocorre entre órgãos da administração do serviço
público, no âmbito municipal, estadual ou federal, tendo como exemplos:
oficio, memorando, requerimento, declaração, procuração etc. Já a
correspondência empresarial, ocorre entre empresas com pessoas físicas
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ou jurídicas.
Em relação à estética, os modelos americanos foram sendo adaptados
e, o que se utiliza hoje e o chamado estilo em bloco ao em vez do denteado.
Observe:

14.1 Ofício

O Ofício é um meio de comunicação específico dos órgãos de serviço


público. Dessa forma, nesse tipo de comunicação é preciso sempre haver
um órgão público envolvido.
Observações importantes:

a) se o documento tiver mais de uma página, o fecho e a assinatura


ficarão na página seguinte, contudo, o destinatário e endereço permanecem
na primeira;

b) o estilo utilizado pode ser o denteado ou blocado;


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c) os fechos estão simplificados nas duas formas: respeitosamente,
para presidente da República e demais autoridades do primeiro escalão e;
atenciosamente, para as demais autoridades, de hierarquia inferior.

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São partes constitutivas de um ofício:
- timbre ou cabeçalho;

- índice e número: iniciais do órgão que expede o ofício, seguidas do número


de ordem do documento, separados por uma diagonal;

- local e data: (coloca-se ponto após o ano);

- vocativo (tratamento ou cargo do destinatário);


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- texto: exposição do assunto;

- fecho;

- assinatura (nome, cargo e função);

- endereço (fórmula de tratamento, nome do receptor e cargo e função do


signatário, seguidos da localidade e do destino;

As introduções atuais são: comunicamos a V. Sa. que... ; Informamos


V. Exa de que... Já os fechos atuais são; atenciosas saudações; respeitosas
saudações; atenciosamente; respeitosamente.

Utilize fonte padrão: arial, times new roman, tamanho 12, para títulos
14, espaçamento 1,5 ou duplo.
Veja um exemplo:

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Timbre da empresa (cabeçalho)

Ofício nº. 1 /Ger. (sigla do setor)

Apucarana, 01 de Dezembro de 2014


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Senhor Secretário da Saúde,

Temos o prazer de anunciar-lhe que, no próximo dia 20 de março, às 10 horas,


inauguraremos nossa sede estadual. Anexo, convite com mapa de localização.

Será para nós uma grande honra se Vossa Senhoria puder prestigiar o evento com
sua presença.

Aproveitamos o ensejo para apresentar nossos protestos de consideração e apreço.

Atenciosamente,

José de Andrade
Diretor

Ao Senhor
Marcos da Silva
Secretaria Municipal de Saúde
Rua da Esperança, 71
Apucarana - Pr
85 03100-000

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14.2 Declaração

Declaração é um documento de comunicação que serve para afirmar


a veracidade de um fato, podendo ser feita de duas formas: verbal ou por
escrito.
Veja o exemplo:

Exemplo pessoa jurídica:


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Timbre da empresa (cabeçalho)


CNPJ xxxx.xxxx.xx

DECLARAÇÃO

Declaramos para os devidos fins, que Francisco de Souza foi empregado


desta Empresa durante oito anos. Por motivos alheios à nossa vontade,
o mesmo foi dispensado de suas funções, mas nada há que venha em
desabono de sua idoneidade moral.

Apucarana, 01 de Dezembro de 2014.

Joel dos Santos


Departamento Pessoal

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Rodapé

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Exemplo de pessoa física:

Declaração
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Declaro para os devidos fins, que fui vítima de assalto em ..../..../....,


ocorrência registrada no XX DP, B.O. nº. XXXXX, no mesmo dia, levaram
os seguintes documentos pessoais: RG, CPF, CNH, também, os cartões
de crédito; América Express, Visa, Cartão 24 horas, talão de
cheques do Banco XXXX e Agência XXX.

A partir desta data não me responsabilizo por cheques emitidos,


bem como pelo mau uso dos documentos.

Apucarana, 01 de Dezembro de 2014.

...........................................................
Nome completo e Assinatura.

14.3 Ata
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Esse documento é uma forma de registro em que se relata todo o
ocorrido em uma reunião, assembleia, convenção. A circulação desse
documento é interna, portanto, confidencial e restrita.
Algumas características que precisam ser observadas:

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- Lavrar em livro próprio ou em folhas soltas, de tal modo que impossibilite
a introdução de modificações;

- Sintetizar de maneira clara e precisa as ocorrências verificadas;


- Texto digitado ou manuscrito, sem rasuras;
- O texto será compacto, sem parágrafos ou com parágrafos numerados,
mas não se fará uso de alíneas;
- Na ata do dia, são consignadas as retificações feitas à anterior;
- Nos casos de erros constatados no momento de redigi-Ia, emprega-se a
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partícula corretiva “digo”;


- Quando o erro for notado após a redação de toda a ata, recorre-se à
expressão: “em tempo”, que é colocada após todo o escrito, seguindo-se
então o texto emendado: Em tempo: na linha onde se lê “bata”, leia-se
‘’pata’’;
- Os números são grafados por extenso;

São elementos constitutivos básicos de uma ata:


a) dia, mês, ano e hora da reunião (por extenso), local da reunião;
b) relação e identificação das pessoas presentes;
c) declaração do presidente e secretário;
d) ordem do dia;
e) fecho.

Exemplo de uma Ata:

ATA 01

Às catorze horas do mês de Dezembro de dois mil e catorze,


realizou-se a primeira reunião de diretoria deste ano do Clube de
Campo, em sua sede social, localizado à Rua Faustino Vieira, número
quinze, na Cidade de Apucarana. A reunião foi presidida pelo Diretor
do Departamento Recreativo, senhor Anderson Silva, que sugeriu aos
presentes a realização de jantar dançante e um bingo cujos lucros seriam
88 revertidos para a organização de um torneio de xadrez para os jovens
carentes da Comunidade do Correa. Propôs, também, que cada sócio se
comprometesse a vender pelo menos vinte convites e que se formasse
uma comissão para angariar, junto aos empresários da região, prendas

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que seriam sorteadas no bingo por ocasião da realização do evento.
Todos os presentes aceitaram as sugestões e o senhor Anderson Silva
ficou de entregar os convites na próxima reunião, que ficou marcada
para o dia vinte e seis de fevereiro de dois mil e oito, às vinte horas, no
mesmo local. Nada mais havendo a tratar, a reunião foi encerrada. E, eu,
Thiago Pereira, secretário, lavrei a presente ata, a qual será devidamente
assinada por todos os participantes. Apucarana, um de Janeiro de dois
mil e catorze.
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14.4 Memorando

O Memorando se refere a um texto para comunicação interna


das empresas, utilizada para encaminhar, pedir, solicitar informações ou
documentos, relatórios ou materiais.
Esse documento precisa conter:
a) número de expedição com sigla do setor emitente;
b) nome por extenso dos responsáveis e respectivos cargos;
c) nome por extenso dos setores;
d) síntese do assunto.

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TIMBRE DA EMPRESA – CABEÇALHO

Memorando nº. 01/ DP

Apucarana, 01 de Dezembro de 2014.


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Sra. Tereza Bueno - Gerente


DTE – Departamento de Tesouraria

Assunto: liberação de verba para compra de emergência

Prezada Gerente,

Dado o atraso no fornecimento de formulário continuo, solicitamos a


liberação de R$ 2.000,00 (dois mil reais) para a compra desse material
que será usado na impressão das folhas de pagamento.
Após a compra, imediatamente, efetuaremos a prestação de contas.

Agradecemos sua colaboração.

Atenciosamente,

Ricardo Moura
Departamento Pessoal

90

- RODAPÉ-

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14.5 Requerimento

O Requerimento é um documento utilizado para fazer um pedido ou


solicitação a uma autoridade pública e deve sempre ser redigido na terceira
pessoa.
São características do Requerimento:
a) pronome de tratamento e título da pessoa a quem se refere;

b) identificação do requerente (número do documento de identidade, nome,


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nacionalidade, endereço, estado civil, profissão);

c) texto expondo a solicitação e justificativa;

d) fecho com frase do tipo “nestes termos pede deferimento”;

e) data e assinatura do requerente.


Exemplo:

Sr. Diretor da Administração de Compras da


Caixa Econômica Federal

Ricardo Teixeira, brasileiro, casado, advogado, CREA nº 001.004-


SP vem, solicitar a V.Sa. inscrição no convênio de prestação de serviços
“Conectividade e Certificação Eletrônica” para a empresa BIG Embalagens,
CNPJ 01.002.002/0001-03, juntando para este fim o contrato de convênio,
devidamente assinado e reconhecido firma.

Nestes termos, pede deferimento.

91 Apucarana, 01 de Dezembro de 2014.

Ricardo Teixeira

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14.6 Procuração

A Procuração é um documento por meio do qual uma pessoa transfere


a outra pessoa poderes para, em seu nome, praticar atos mencionados
nesse documento.
São características da Procuração:
a) apresentação dos dados pessoais do outorgante e do outorgado, como:
nome, nacionalidade, estado civil, profissão, residência e identidade;
b) menção da finalidade do documento;
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c) apresentação do local e data, seguida da assinatura do outorgante.

Exemplo:

PROCURAÇÃO

JEFERSON RONALDO SIQUEIRA, brasileiro, casado, advogado,


inscrito no CPF sob o nº. 123.456.789-00 portador da Carteira de
Identidade nº. 33.777.222-9, residente na Rua Perdizes, nº. 10, Município
de Apucarana - Pr, pelo presente instrumento nomeia e constitui seu
bastante procurador o Sr. MARIO DE SOUZA,brasileiro, casado, inscrito
no CPF sob o nº. 789.112.345-76, ao qual confere os mais amplos
poderes, para assinar a folha de pagamento da empresa Sucos & Cia,
referente ao mês de Dezembro.

Apucarana, 01 de Dezembro de 2014.

Jeferson Ronaldo Siqueira

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ANOTAÇÕES

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