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APOSTILA
ANÁLISE E PRODUÇÃO DE TEXTOS TÉCNICOS
REVISÃO GRAMATICAL
DISCIPLINAS
Linguagem, Trabalho e Tecnologia
Cursos Técnicos: Química, Mecatrônica, Eletrônica, Eletroeletrônica, Administração, Informática,
Informática para Internet, Contabilidade, Administração, Automação Industrial e Logística
SUMÁRIO
1. A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO .............................................................. 3
1.1 VOCABULÁRIO E ADEQUAÇÃO LINGUÍSTICA .................................. 4
2. NOÇÕES DE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA ............................................................. 6
2.1 LÍNGUA CULTA X LÍNGUA COLOQUIAL ....................................... 7
EXERCÍCIOS ...................................................................................................... 7
3. CONTEXTO: CONSIDERAÇÕES SOBRE A NOÇÃO DE TEXTO ..................... 9
3.1 COMPREENDENDO O CONTEXTO ......................................................... 11
QUESTIONÁRIO ................................................................................................ 11
4. INTERTEXTUALIDADE: AS RELAÇÕES ENTRE TEXTOS .............................. 12
EXERCÍCIOS ...................................................................................................... 16
5. O TEXTO E SUAS RELAÇÕES COM A HISTÓRIA ............................................ 17
5.1 OS LIMITES DA RETÓRICA DE MERCADO .......................................... 20
QUESTIONÁRIO ................................................................................................ 23
6. RESUMO ................................................................................................................... 24
ATIVIDADE ....................................................................................................... 25
7. RESENHA ................................................................................................................. 26
7.1 DIFERENCIANDO: RESUMO X RESENHA ............................................ 27
REDAÇÃO .......................................................................................................... 28
8. FILME “TEMPOS MODERNOS” ............................................................................ 29
9. REDAÇÃO TÉCNICA E COMERCIAL ................................................................. 30
9.1 CURRÍCULO ................................................................................................ 30
9.2 CARTA COMERCIAL ................................................................................. 32
9.3 MENSAGEM ELETRÔNICA (E-MAIL) ..................................................... 33
9.4 RELATÓRIO ................................................................................................. 34
9.5 ATA ............................................................................................................... 35
9.6 REQUERIMENTO ........................................................................................ 35
9.7 DECLARAÇÃO ............................................................................................ 36
9.8 OFÍCIO .......................................................................................................... 37
9.9 MEMORANDO ............................................................................................. 38
9.10 CIRCULAR ................................................................................................. 38
9.11 PROTOCOLO ............................................................................................. 39
9.12 RECIBO ....................................................................................................... 40
9.13 ATESTADO ................................................................................................ 40
9.14 AVISO ......................................................................................................... 41
9.15 EXPRESSÕES ESTRANGEIRAS MAIS UTILIZADAS .......................... 41
9.16 CARTA PESSOAL ...................................................................................... 42
10. MORFOLOGIA – REVISÃO ................................................................................. 43
EXERCÍCIOS ...................................................................................................... 45
10.1 SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS .......................................................... 46
11. SINTAXE – REVISÃO ........................................................................................... 47
EXERCÍCIOS ...................................................................................................... 48
12. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL – REVISÃO ............................................... 49
13. CRASE – REVISÃO ............................................................................................... 53
EXERCÍCIOS – REGÊNCIA E CRASE ............................................................ 54
14. CONCORDÂNCIA NOMINAL – REVISÃO ........................................................ 55
EXERCÍCIOS ...................................................................................................... 56
15. CONCORDÂNCIA VERBAL – REVISÃO ........................................................... 57
EXERCÍCIOS ...................................................................................................... 58
16. ACENTUAÇÃO – REVISÃO ................................................................................ 59
EXERCÍCIOS ...................................................................................................... 60
17. COESÃO, COERÊNCIA E CLAREZA TEXTUAL .............................................. 61
17.1 PONTUAÇÃO – REVISÃO ....................................................................... 61
EXERCÍCIOS ...................................................................................................... 63
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 65
1 A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
Nós, seres humanos, temos um nível de sofisticação que nos diferencia de outros seres vivos,
que é a capacidade de comunicação. A comunicação é a transmissão e a compreensão de informações
entre as pessoas. Comunicar equivale a tornar uma ideia comum entre o emissor e o receptor da
mensagem. É chamada de emissor a pessoa que emite a informação e o receptor é a pessoa que a
recebe.
Para que o processo de comunicação efetiva aconteça, são necessárias oito etapas. Tendo como
ponto de partida o emissor, consideram-se três etapas: elaborar uma ideia, codificar e transmitir a
mensagem. As cinco etapas seguintes, que envolvem o receptor, são: receber, decodificar, aceitar,
usar a informação recebida e dar uma resposta.
Durante esse processo podem ocorrer barreiras, que são ruídos ou interferências que podem
causar distorção na comunicação. Essas barreiras podem ser: físicas, semânticas ou de ordem pessoal.
As barreiras físicas são as que decorrem do ambiente físico, como barulho e distância. As barreiras
semânticas são aquelas que limitam a compreensão das palavras e ações, como o uso de uma
linguagem que não seja comum ao emissor e ao receptor. As barreiras de ordem pessoal decorrem da
falta de sintonia emocional entre as pessoas que se comunicam.
Vejamos o caso abaixo:
Numa cidadezinha pequena do interior... o forró “tava comendo solto”! A moça preparou-se
toda para ir ao baile, que era o único evento da cidade depois de muito tempo. Esperava encontrar o
seu “príncipe encantado” no tal baile. Lá chegando, um rapaz franzino, meio “desengonçado”, que
transpirava muito, aproximou-se dela e convidou-a para dançar.
Ela não achou o rapaz muito interessante, porém, para não arrumar confusão, pois na cidade
isso era considerado “indelicado, acabou aceitando. Mas o rapaz realmente suava tanto, mas tanto,
que ela, já não suportando mais, disse:
- Você sua, hein?
Diante disso, o rapaz sorriu, apertou-a com força e respondeu:
- Também vô sê seu, minha princesa!
saiba realmente fazer a crítica e o receptor (a pessoa que a recebe) esteja aberto a recebê-la como algo
construtivo.
Para fazer a crítica construtiva recomenda-se que o emissor descubra a razão de fazê-la,
comunique-se diretamente com a pessoa, seja específico, descreva os fatos, assuma seu ponto de vista,
observe a contingência, faça referência aos efeitos, crie um clima favorável, vá diretamente ao assunto,
escute compreensivamente, foque o objetivo a ser alcançado, resuma ao final. Para receber a crítica de
forma construtiva, recomenda-se que o emissor: escute compreensivamente, aceite-a como crítica
construtiva, faça perguntas ao emissor, agradeça-lhe e, sempre que possível, solicite a crítica.
A ética também deve pautar o ato de fazer e receber críticas, sob pena de, com críticas mal
elaboradas e baseadas em objetivos escusos, gerar prejuízos não só para as relações interpessoais, mas
sofrimento físico e mental a quem as recebe. Assim, observamos que o domínio da comunicação
eficaz é fundamental para o sucesso pessoal e profissional, para tanto é importante nos comunicarmos
com clareza e de maneira apropriada ao ambiente.
O texto a seguir circulou pela Internet como - Deixa comigo que eu tomarei as
uma piada. Utilize-o como base para responder providências necessárias.
as questões dos exercícios 1 e 2 . E tomou. Redigiu de próprio punho um aviso
que afixou no mural da empresa, juntamente
Correção ortográfica como os faxes do vendedor:
‘A partir de oje nois tudo vamo fazê feito o
“O gerente de vendas recebeu o seguinte fax Nirso. Si pricupá menos em iscrevê serto mod a
de um dos seus novos vendedores: vendê maiz.’
Seo Gomis, Acinado, O Prezidenti’”
O criente de belzonte pidiu mais cuatrucenta
pessa. Faz favor toma as providenssa. (Português Língua e Literatura – pág. 145 e 146)
Abrasso, Nirso
3. No texto transcrito, foram utilizadas duas 4. Na sua opinião, qual é o principal fator
variedades linguísticas. Quais são elas? que implica na falta de domínio da
Justifique sua resposta com elementos do texto. norma culta da Língua Portuguesa?
4. Falar e escrever bem significa, além de 5. De que maneira a leitura deste artigo
conhecer o padrão formal da Língua pode auxiliar na sua formação
Portuguesa, saber adequar o uso da linguagem profissional?
ao contexto discursivo. O texto transcrito
mostra uma situação em que a linguagem usada
é inadequada ao contexto. Em que consiste essa
inadequação?
Todas as pessoas que falam em determinada língua conhecem as estruturas gerais, básicas, de
funcionamento dessa língua. Embora sejam mais ou menos constantes dentro do idioma, essas
estruturas básicas podem sofrer variações devido à influência de inúmeros fatores. Tais variações, que
às vezes são pouco perceptíveis e outras vezes bastante evidentes, recebem o nome genérico de
variedades ou variações linguísticas.
Entre as causas que mais claramente determinam o surgimento das variações linguísticas destacam-
se: o grupo social a que o falante pertence (variação sócio-cultural), o lugar em que ele nasceu ou vive
(variação geográfica) e a época (variação histórica).
• Variação Sócio-Cultural
Esse tipo de variação pode ser percebido com certa facilidade: por exemplo, alguém diz:
“Ta na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.” (frase 1)
Que tipo de pessoa comumente fala dessa maneira? Vamos caracterizá-lo, por exemplo, pela sua
profissão: um advogado? Um trabalhador braçal da construção civil? Um médico? Um garimpeiro?
Um repórter de tv?
E quem usaria a frase abaixo?
“Obviamente faltou-lhes coragem para enfrentar os ladrões.” (frase 2)
Sem dúvida, associamos à frase 1 os falantes pertencentes a grupos sociais economicamente mais
pobres. Pessoas que, muitas vezes, não frequentaram nem a escola primária, ou, quando muito,
fizeram-no em condições não adequadas.
Por outro lado, a frase 2 é mais comum aos falantes que tiveram possibilidades sócio-econômicas
melhores e puderam, por isso, ter um contato mais duradouro com a escola, com a leitura, com pessoas
de um nível cultural mais elevado e, dessa forma, “aperfeiçoaram” o seu modo de utilização da língua.
Convém ficar claro, no entanto, que a diferenciação feita acima está bastante simplificada, uma vez
que há diversos outros fatores que interferem na maneira como o falante escolhe as palavras e constrói
as frases. Por exemplo, a situação de uso da língua: um advogado, num tribunal de júri, jamais usaria a
expressão “ta na cara”, mas isso não significa que ele não possa usá-la numa situação informal
(conversando com alguns amigos, por exemplo).
• Variação geográfica
A variação geográfica é, no Brasil, bastante grande e pode ser facilmente notada. Ela se caracteriza
pelo acento linguístico, que é o conjunto das qualidades fisiológicas do som (altura, timbre,
intensidade), por isso é uma variante cujas marcas se notam principalmente na pronúncia. Ao conjunto
das características da pronúncia de uma determinada região dá-se o nome de sotaque: sotaque mineiro,
sotaque nordestino, sotaque gaúcho etc.
A variação geográfica, além de ocorrer na pronúncia, pode também ser percebida no vocabulário,
em certas estruturas de frases e nos sentidos diferentes que algumas palavras podem assumir em
diferentes regiões do país.
Leia, como exemplo, o trecho abaixo, de Guimarães Rosa, no conto “São Marcos”, no qual recria a
fala de um típico sertanejo do centro-norte de Minas:
“- Mas você tem medo dele... [de um feiticeiro chamado Mangolô]
- Há-de-o!... Agora, abusar e arrastar mala, não faço. Não faço, porque não paga a pena... De
primeiro, quando eu era moço, isso sim!... Já fui gente! Gente. Para ganhar aposta, já fui, de noite,
fora d’hora, em cemitério... (...) Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito, gosta de se
comparecer. Hoje, não: estou percurando é sossego...”
• Variação histórica
As línguas não são estáticas, fixas, imutáveis. Elas se alteram com o passar do tempo e com o uso.
Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o sentido delas. Essas alterações recebem o
nome de variação histórica.
O trecho abaixo, de Carlos Drummond de Andrade, exemplifica a mudança da língua ao longo do
tempo:
Antigamente
Convencionalmente, costumamos como “correta” a língua utilizada pelo grupo de maior prestígio
social. Essa é a chamada língua culta, falada e escrita, em situações formais, pelas pessoas de maior
instrução. A língua culta é nivelada, padronizada, principalmente pela escola e obedece à gramática da
língua –padrão. A língua coloquial, por outro lado, é uma variante espontânea, do cotidiano, sem
muita preocupação com as normas. O falante, ao utilizá-la, comete deslizes gramaticais com
frequência considerável. Outra característica da língua coloquial é o uso constante de expressões
populares, frases feitas, gírias etc.
No quadro a seguir, estão resumidas as diferenças que mais facilmente podem ser observadas entre
língua culta e língua coloquial:
EXERCÍCIOS
a) A que grupo social faz parte o periferia do Brasil (...) Precisamos respeitar a (sua)
consumidor que o anúncio pretende atingir? sintaxe mostrando que sua linguagem é bonita e
b) Transcreva alguns trechos do texto que gostosa, às vezes é mais bonita que a minha. E,
confirmem sua resposta à questão anterior. mostrando tudo isso, dizer a ele: ‘Mas para a tua
c) Transcreva do texto um trecho onde se própria vida tu precisas dizer ‘agente chegou’ em
utiliza uma linguagem mais formal. vez de ‘a gente chegamos’. Isso é diferente, ‘a
abordagem’ é diferente. É assim que queremos
2.Suponha que você seja um criador de trabalhar, com abertura, mas dizendo a verdade.”
textos de campanhas publicitárias e que
tenha sido contratado por uma indústria de Responda:
calçados para produzir os textos de
propaganda de uma nova linha de sapatos. a) Qual a posição defendida pelo professor Paulo
Levando em conta as características Freire com relação à correção dos erros gramaticais
próprias da linguagem de cada grupo social, na escola?
escreva um pequeno texto dirigido a cada b) O comentário do jornal faz justiça ao
um dos seguintes tipos de público pensamento do educador? Justifique sua resposta.
consumidor do produto:
5.Provocou polêmica o fato de um livro
a) jovens adolescentes urbanos recomendado pelo Ministério da Educação endossar
b) homens de elevado padrão sócio- um erro de português. Na página 15 de “Por uma
econômico vida melhor”, o texto afirma: "Você pode estar se
c) crianças de 5 a 8 anos de idade perguntando: 'Mas eu posso falar os livro?'. Claro
d) mulheres idosas que pode. Mas fique atento porque, dependendo da
situação, você corre o risco de ser vítima de
3.(Univ.Metodista-SP) Leia o trecho preconceito linguístico".
abaixo: Muita gente viu aí um erro do livro e do próprio
Ministério da Educação. Há, porém, quem pense e
“Os nossos salário, cum relação ao que nóis diga o contrário, como o próprio MEC e a autora da
fazemo e o lucro que os outros tem, é obra, Heloísa Ramos. Do ponto de vista linguístico,
insignificante. Por que acontece isso? Eu de fato, não há sentido em dizer que alguém fala
tenho que trabaiá trezentos e sessenta e errado apenas porque não obedece à chamada
cinco dias por ano. O outro num trabaia norma culta. Se alguém diz "nós pesca os peixe",
nem... nem cem dias, ganha muito mais. será compreendido por seu interlocutor. Para a
Por que eu sô a máquina que dô descanso linguística, o resultado é o que importa.
pra ele.” Ao advertir seus leitores-estudantes do risco de
(Luiz Flávio, Os peões do Grande ABC) "preconceito linguístico", a autora está apontando
para o fato de que esse tipo de uso da língua,
Transponha a linguagem coloquial para o desconsiderando a norma culta, é mais comum
padrão escrito da linguagem formal. entre pessoas com menos instrução e, portanto, em
geral, em posição inferior na escala social. A autora
4.(Unicamp-SP) O jornal “Folha de São e o MEC defendem o livro com o argumento de que
Paulo” introduziu com o seguinte reconhecem as variedades da língua portuguesa e a
comentário uma entrevista com o professor linguagem dos diversos grupos sociais. (...)
Paulo Freire:
“’A gente cheguemos’ não será uma (Fábio Santos, Jornal Destak. Disponível em:
construção errada na gestão do Partido http://www.destakjornal.com.br/readContent.aspx?id=18,96935
dos Trabalhadores em São Paulo.” consultado em 20/07/2011)
Os trechos da entrevista nos quais a
“Folha de São Paulo” se baseou para fazer Com base nos nossos estudos sobre variação
tal comentário foram os seguintes: linguística, produza um artigo de opinião,
assumindo um posicionamento sobre a polêmica
“A criança terá uma escola na qual a sua apontada no artigo acima.
linguagem seja respeitada (...) Uma escola Imagine que seu artigo será publicado no
em que a criança aprenda a sintaxe editorial de um jornal de grande circulação.
dominante, mas sem desprezo pela sua (...) Seu texto deve ter, no mínimo, 15 linhas.
Esses oito milhões de meninos vêm da Não esqueça do título!
Sem dúvida alguma, a palavra texto é familiar a qualquer pessoa ligada à prática escolar. Ela
aparece com alta frequência no linguajar cotidiano tanto no interior da escola quanto fora de seus limi-
tes. Não são estranhas a ninguém expressões como as que seguem: "redija um texto", "texto bem
elaborado", "o texto constitucional não está suficientemente claro", "os atores da peça são bons mas o
texto é ruim", "o redator produziu um bom texto", etc. Por causa exatamente dessa alta frequência de
uso, todo estudante tem algumas noções sobre o que significa texto. Dentre essas noções, algumas
ganham importância especial para redação, que se propõe ensinar a ler e a escrever textos.
Nesta lição introdutória, vamos fazer duas considerações fundamentais sobre a natureza do
texto:
Primeira consideração: o texto não é um aglomerado de frases.
A revista Veja de 1º de junho de 1988, em matéria publicada nas páginas 90 e 91, traz uma
reportagem sobre um caso de corrupção que envolvia, como suspeitos, membros ligados à
administração do governo do Estado de São Paulo e dois cidadãos portugueses dispostos a lançar um
novo tipo de jogo lotérico, designado pelo nome de "Raspadinha". Entre os suspeitos figurava o nome
de Otávio Ceccato, que, no momento, ocupava o cargo de secretário de Indústria e Comércio e que
negava sua participação na negociata.
O fragmento que vem a seguir, extraído da parte final da referida reportagem, relata a resposta
de Ceccato aos jornalistas nos seguintes termos:
Na sua posse como secretário de Indústria e Comércio, Ceccato, nervoso, foi infeliz ao
rebater as denúncias. "Como São Pedro, nego, nego, nego", disse a um grupo de repórteres,
referindo-se à conhecida passagem em que São Pedro negou conhecer Jesus Cristo três vezes na
mesma noite. Esqueceu-se de que São Pedro, naquele episódio, disse talvez a única mentira de sua
vida. (Ano 20. 22:91.)
Como se pode notar, a defesa do secretário foi infeliz e desastrosa, produzindo efeito contrário
ao que ele tinha em mente.
A citação, no caso, ao invés de inocentá-lo, acabou por comprometê-lo.
Sob o ponto de vista da análise do texto, qual teria sido a razão do equívoco lamentável
cometido pelo secretário? Sem dúvida, a resposta é esta: ao citar a passagem bíblica, o acusado
esqueceu-se de que ela faz parte de um texto e, em qualquer texto, o significado das frases não é
autônomo.
Desse modo, não se pode isolar frase alguma do texto e tentar conferir-lhe o significado que se
deseja. Como bem observou o repórter, no episódio bíblico citado pelo secretário, São Pedro, enquanto
Cristo estava preso, foi reconhecido como um de seus companheiros e, ao ser indagado pelo soldado,
negou três vezes seguidas conhecer aquele homem. Segundo a mesma Bíblia, posteriormente Pedro
arrependeu-se da mentira e chorou copiosamente.
Esse relato serve para demonstrar de maneira simples e clara que uma mesma frase pode ter
significados distintos dependendo do contexto dentro do qual está inserida. O grande equívoco do
secretário, para sua infelicidade, foi o de desprezar o texto de onde ele extraiu a frase, sem se dar conta
de que, no texto, o significado das partes depende das correlações que elas mantêm entre si.
Isso nos leva à conclusão de que, para entender qualquer passagem de um texto, é necessário
confrontá-la com as demais partes que o compõem sob pena de dar-lhe um significado oposto ao que
ela de fato tem.
Em outros termos, é necessário considerar que, para fazer uma boa leitura, deve-se sempre
levar em conta o contexto em que está inserida a passagem a ser lida.
Entende-se por contexto uma unidade linguística maior onde se encaixa uma unidade
linguística menor. Assim, a frase encaixa-se no contexto do parágrafo, o parágrafo encaixa-se no
contexto do capítulo, o capítulo encaixa-se no contexto da obra toda.
Uma observação importante a fazer é que nem sempre o contexto vem explicitado
linguisticamente. O texto mais amplo dentro do qual se encaixa uma passagem menor pode vir
implícito: os elementos da situação em que se produz o texto podem dispensar maiores escla-
recimentos e dar como pressuposto o contexto em que ele se situa.
Para exemplificar o que acaba de ser dito, observe-se um minúsculo texto como este:
A nossa cozinheira está sem paladar.
Podem-se imaginar dois significados completamente diferentes para esse texto dependendo da
situação concreta em que é produzido.
Dito durante o jantar, após ter-se experimentado a primeira colher de sopa, esse texto pode
significar que a sopa está sem sal; dito para o médico no consultório, pode significar que a empregada
pode estar acometida de alguma doença.
Para finalizar esta primeira consideração, convém enfatizar que toda leitura, para não ser
equivocada, deve necessariamente levar em conta o contexto que envolve a passagem que está sendo
lida, lembrando que esse contexto pode vir manifestado explicitamente por palavras ou pode estar
implícito na situação concreta em que é produzido.
Segunda consideração: todo texto contém um pronunciamento dentro de um debate de escala
mais ampla.
Nenhum texto é uma peça isolada, nem a manifestação da individualidade de quem o
produziu. De uma forma ou de outra, constrói-se um texto para, através dele, marcar uma posição ou
participar de um debate de escala mais ampla que está sendo travado na sociedade. Até mesmo uma
simples notícia jornalística, sob a aparência de neutralidade, tem sempre alguma intenção por trás.
Observe-se, a título de exemplo, a passagem que segue, extraída da revista Veja do dia 1º de
junho de 1988, página 54.
No começo de 1981, um jovem de 25 anos chamado John Hinckley Jr. entrou numa loja de
armas de Dallas, no Texas, preencheu um formulário do governo com endereço falso e, poucos mi-
nutos depois, saiu com um Saturday Night Special - nome criado na década de 60 para chamar um
tipo de revólver pequeno, barato e de baixa qualidade. Foi com essa arma que Hinckley, no dia 30 de
março daquele ano, acertou uma bala no pulmão do presidente Ronald Reagan e outra na cabeça de
seu porta-voz, James Brady. Reagan recuperou-se totalmente, mas Brady desde então está preso a
uma cadeira de rodas. (...)
Seguramente, por trás da notícia, existe, como pressuposto, um pronunciamento contra o risco
de vender arma para qualquer pessoa, indiscriminadamente.
Para comprovar essa constatação, basta pensar que os fabricantes de revólveres, se pudessem,
não permitiriam a veiculação dessa notícia.
O exemplo escolhido deixa claro que qualquer texto, por mais objetivo e neutro que pareça,
manifesta sempre um posicionamento frente a uma questão qualquer posta em debate.
Ao final desta lição, devem ficar bem plantadas as seguintes conclusões:
a) Uma boa leitura nunca pode basear-se em fragmentos isolados do texto, já que o
significado das partes sempre é determinado pelo contexto dentro do qual se
encaixam;
b) Uma boa leitura nunca pode deixar de apreender o pronunciamento contido por trás
do texto, já que sempre se produz um texto para marcar posição frente a uma questão
qualquer.
(SAVIOLI, F.P. & FIORIN, J.L. Para entender o texto: leitura e redação. 17ª ed. São Paulo: Ática, 2007 – pág. 11 a 14)
QUESTIONÁRIO
1. Por que para o jornalista William Bonner seria impossível substituir Cid Moreira?
3. Para a análise de um texto é necessário que se considere o contexto (relação entre o texto e a
situação em que ele ocorre). Em que contexto está inserida a fala de Marina Silva?
5. Trace um paralelo entre os discursos de William Bonner e Marina Silva justificando a razão de
optarem pelo verbo “suceder”.
Os três textos são semelhantes. Como o de Gonçalves Dias é anterior aos dois primeiros, o que
ocorre é que estes fazem alusão àquele. Os dois primeiros citam o texto de Gonçalves Dias.
Com muita frequência um texto retoma passagens de outro. Quando um texto de caráter científico
cita outros textos, isso é feito de maneira explícita. O texto citado vem entre aspas e em nota indica-se
o autor e o livro donde se extraiu a citação.
Num texto literário, a citação de outros textos é implícita, ou seja, um poeta ou romancista não
indica o autor e a obra donde retira as passagens citadas, pois pressupõe que o leitor compartilhe com
ele um mesmo conjunto de informações a respeito das obras que o compõem um determinado universo
cultural. Os dados a respeito dos textos literários, mitológicos, históricos são necessários, muitas
vezes, para compreensão global de um texto. A essa citação de um texto por outro, a esse diálogo entre
textos dá-se o nome de intertextualidade.
Compreender um texto implica também acessar conhecimentos prévios, adquiridos em experiências
anteriores a que tenhamos sido expostos em nosso convívio social: leituras, filmes, aulas, palestras,
sermões, conversas. A intertextualidade acontece quando utilizamos esses conhecimentos para
elaborar um novo texto. Essa utilização pode ser em explícita ou implícita.
Voltemos aos três textos colocados no princípio desta lição. O poema de Gonçalves Dias possui
muitas virtualidades de sentido. Entre elas, a exaltação ufanista da natureza brasileira. Para ele, nossa
pátria é sempre mais e melhor do que os outros lugares. Os versos do Hino Nacional retomam o texto
de Gonçalves Dias para reafirmar esse sentido de exaltação da natureza brasileira. Já os versos de
Murilo Mendes citam Gonçalves Dias com intenção oposta, pois pretendem ridicularizar o
nacionalismo exaltado que pode ser lido no poema gonçalvino.
Um texto cita outro com, basicamente, duas finalidades distintas:
a) para reafirmar alguns dos sentidos do texto citado;
b) para inverter, contestar e deformar alguns dos sentidos do texto citado; para polemizar com ele.
Em relação ao texto de Gonçalves Dias, o Hino Nacional enquadra-se no primeiro caso, enquanto o
de Murilo Mendes encaixa-se no segundo. Quando um texto cita outro invertendo seu sentido, temos
uma paródia. Os versos do Hino Nacional parafraseiam versos de Gonçalves Dias; os de Murilo
Mendes parodiam-no.
Compare agora estas duas estrofes, de dois poemas:
O texto de Casimiro de Abreu foi escrito no século XIX, o texto de Oswald de Andrade foi escrito
no século XX. As semelhanças entre os textos são evidentes, pois o assunto deles é o mesmo e há
versos inteiros que se repetem. Portanto, o texto de Oswald cita o texto de Casimiro, estabelecendo
com ele uma relação intertextual. Observe, porém, que o 2º texto tem uma visão diferente da
apresentada pelo 1º. No 1º texto, tudo na infância parece perfeito, rodeado por “amor”, “sonhos” e
“flores”; já no 2º texto, esses elementos são substituídos por um simples “quintal de terra”, um espaço
concreto e comum, se idealização. Além disso, com o verso “sem nenhum laranjais”, Oswald ironiza
Casimiro, como que dizendo: na minha infância também havia bananeiras, mas não havia os tais
“laranjais” que o Casimiro cita em seu poema.
Observe que Oswald, com seu poema, não apenas cita o poema de Casimiro, ele também critica
esse poema, pois considera irreal a visão que Casimiro tem da infância. Certamente, na visão de
Oswald, infância de verdade, no Brasil, se faz com crianças brincando no quintal de terra, embaixo das
bananeiras, e não com crianças sonhando embaixo de laranjais. Podemos dizer que o texto de Oswald
é uma paródia do texto de Casimiro.
A percepção das relações intertextuais, das referências de um texto a outro, depende do repertório
do leitor, do seu acervo de conhecimentos literários e de outras manifestações culturais. Daí a
importância da leitura, principalmente daquelas obras que constituem as grandes fontes da literatura
universal. Quanto mais se lê, mais se amplia a competência para apreender o diálogo que os textos
travam entre si por meio de referências, citações e alusões. Por isso, cada livro que se lê torna maior a
capacidade de apreender, de maneira mais completa, o sentido dos textos.
Vamos analisar o poema de Murilo Mendes:
Canção do exílio
Canção do exílio
Você leu duas canções do exílio diferentes. A de Gonçalves Dias enaltece a pátria, considera-a
superior à terra do exílio. Murilo critica, com mordacidade, o Brasil e julga-se exilado em sua própria
terra por não compartilhar dos valores nela vigentes. Cada texto é um pronunciamento sobre dada
realidade; cada texto revela a visão de mundo de quem o produz.
Mas não é só na literatura que isto acontece!
A intertextualidade é uma forma de diálogo entre textos, que pode se dar de forma mais implícita
ou mais explícita e em diversos gêneros textuais. O intertexto serve para ilustrar a importância do
conhecimento de mundo e como este interfere no nível de compreensão do texto. Ao relacionar um
texto com outro, o leitor entenderá que a intertextualidade é uma das estratégias utilizadas para a
construção dos mesmos.
Quanto à intertextualidade na publicidade, pode-se dizer que ela assume a função não só de
persuadir o leitor como também de difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte
(pintura, escultura, literatura etc). Assim, quando há a utilização deste recurso, boa parte do efeito de
uma propaganda ou do título de uma reportagem é proveniente da referência feita a textos pré-
existentes. Esses textos ora são retomados de forma direta, ora de forma indireta, levando o
destinatário a reconhecer no enunciado o texto citado.
Veja a seguir outros intertextos:
Clichê: é o enunciado que se transformou em uma unidade linguística estereotipada por ser muito
proferido pelas pessoas. Num jornal sobre esportes foi criada uma charge com o enunciado: “Por trás
de todo grande time há um grande treinador”. Tal enunciado remete a outro pertencente ao patrimônio
social “Por trás de todo grande homem há uma grande mulher”. O enunciado do jornal, na época,
pretendia elogiar a conduta do treinador pelo fato do time Vasco ter ganhado o campeonato.
Outro exemplo destacado foi o da publicidade do SESI a respeito de um concurso de empresas
sobre a qualidade no trabalho. O slogan da publicidade era: “Se o trabalho dignifica o homem, o
trabalho em equipe o torna um vencedor”. Observa-se que a partir de um clichê “O trabalho dignifica
o homem”, utilizado numa estrutura com valor condicional “Se o trabalho...”, ressalta-se em seguida a
importância do trabalho em equipe “... o trabalho em equipe o torna um vencedor”.
Proverbial: é um enunciado popular que expressa de forma sucinta uma mensagem. O título de uma
reportagem sobre funcionários e ações trabalhistas: “Depois do suor, o desamparo” que remete ao
provérbio “Depois da tempestade vem a bonança”. Sendo que ao contrário desse (depois dos fatos
negativos vem o positivo), o título da reportagem sugere que depois de todo esforço “suor”, os
funcionários não obtiveram o que almejavam: o reconhecimento. Foram vítimas do desemprego, o
“desamparo”.
Palavrão: é o enunciado que apresenta uma palavra grosseira ou obscena. O jornalista Agamenon,
responsável por uma matéria do Segundo Caderno do jornal “O Dia”, cuja característica é o humor,
nomeou uma de suas matérias de “Cuba se Fidel”. No mesmo, observa-se a alusão ao palavrão “se
fo☺...” e um jogo entre este e o nome do presidente de Cuba, Fidel Castro, por causa da semelhança
fonética “Fidel e fo☺”.
Bíblico: quando o enunciado menciona uma passagem da Bíblia. O título de uma reportagem sobre
o turismo na Ilha Grande “A fé move turistas nas trilhas da Ilha Grande” se referindo à passagem
bíblica que diz: “A fé move montanha”.
Musical: quando a letra de uma música se reporta a outra letra já existente. Num trecho do rap
“Sem saúde”, de Gabriel O Pensador, o compositor diz: “... me cansei de lero-lero / dá licença mas eu
vou sair do sério...” mencionando uma das músicas de Rita Lee.
Autora: Lucivânia A. S. Perico
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Com base em tudo o que vimos a respeito de intertextualidade, podemos destacar a importância do
conhecimento de mundo e como esse fator interfere no nível de compreensão do texto. Pois, embora o
aluno-leitor não identifique o intertexto, vai entendê-lo. Mas ao relacionar um texto com outro,
compreenderá o texto lido na sua profundidade e por consequência será capaz de refletir sobre o
recurso adotado pelo autor para quando for compor textos. Dessa forma, na aula de Português, por
exemplo, o aluno compreenderá que a intertextualidade é um das estratégias utilizadas para a
construção de um texto. No caso específico da publicidade, quando utiliza a intertextualidade é uma
forma diferente de persuasão cuja intenção é de levar o leitor a consumir um produto e de também
difundir a cultura.
A intertextualidade deve fazer parte do planejamento de texto daquele que escreve, pois, afinal, é a
cultura do país e do mundo que estão em movimento. Cabe a ele, então, reconhecer intertextos e a
redigir utilizando também esse recurso.
EXERCÍCIOS
Leia este anúncio:
1.Que tipo de linguagem é utilizado na
construção do texto: a verbal, a visual ou ambas?
a) Levando em conta que o produto anunciado é um amaciante de roupas (portanto algo refinado, que
nem todos utilizam) e que o anúncio foi publicado numa revista de público predominantemente
feminino e de classe média, é provável que a maior parte dos leitores perceba o recurso de
intertextualidade empregado ou não? Por quê?
b) Quanto aos leitores que não conhecem Da Vinci, eles poderiam, mesmo assim, ser atingidos pelo
apelo do anúncio, de modo que seu objetivo principal – promover o produto – fosse alcançado? Por
quê?
5.Imagine como seria um anúncio tradicional desse produto (“compre...”, “use...”, “experimente...”) e
compare ao anúncio lido. Levante hipóteses: que vantagens há, para o anunciante, em criar um
anúncio com esse tipo de inovação?
(Português: Linguagens–pág.111, 112 e 113)
6.Retome os poemas “Canção do exílio”. Observe que quando você redige um texto, você elabora seu
pronunciamento sobre uma determinada realidade. Por isso, num texto, você deve fazer uma reflexão
pessoal e não repetir “lugares-comuns”. Escreva agora sua canção do exílio mostrando como você vê
sua pátria. Seu texto deve ser em verso, mas não precisa ter rima. É importante que nele você arrole
imagens que indiquem a concepção que você tem de seu país. Sua produção deve ter um título e, no
mínimo, 20 linhas.
Todos conhecem as aventuras do Super-homem. Ele não é um terráqueo, mas chegou à Terra, ainda
criança, numa nave espacial, vindo de Crípton, planeta que estava para ser destruído por uma grande
catástrofe. É dotado de poderes sobre-humanos; seus olhos de raio X permitem ver através de
quaisquer corpos, a uma distância infinita; sua força é ilimitada, possibilitando-lhe escorar pontes
prestes a desabar e levantar transatlânticos; a pressão de suas mãos submete o carbono a temperaturas
tão altas que o transforma em diamante; sua apurada audição permite-lhe escutar o que se fala em
qualquer ponto. Pode voar a uma velocidade igual à da luz e, quando ultrapassa essa velocidade,
atravessa a barreira do tempo e transfere-se para outras épocas; pode perfurar montanhas com o
próprio corpo; pode fundir metais com o olhar. Além disso, tem uma série de qualidades: beleza,
bondade, humildade. Sua vida é dedicada à causa do bem.
O Super-homem vive entre os homens sob a aparência do jornalista Clark Kent, que é um tipo
medroso, tímido, pouco inteligente, míope. Clark Kent é apaixonado por Lois Lane (quando os
quadrinhos vieram para o Brasil, o nome dela era Miriam Lane, depois passou a ser Lois), sua colega,
que, na verdade, ama loucamente o Super-homem.
Já vimos que todo texto é um pronunciamento sobre uma dada realidade. Ao fazer esse
pronunciamento, o produtor do texto trabalha com as ideias de seu tempo e da sociedade em que vive.
Com efeito, as concepções, as ideias, as crenças, os valores não são tirados do nada, mas surgem das
condições de existência. As concepções racistas, por exemplo, aparecem numa época em que certos
países, necessitando de mão de obra, iniciam a escravização de negros. A ideia de que certas raças são
inferiores a outras não é uma maldade dos brancos, mas uma justificativa apaziguadora da consciência
dos senhores de escravos. Essas concepções ganham um impulso maior quando os países europeus,
precisando de matérias-primas, iniciam o processo de colonização da África e da Ásia. A colonização
é, assim justificada por um belo ideal: expandir a civilização.
Todo texto assimila as ideias da sociedade e da época em que foi produzido. Neste momento, você
poderia estar dizendo que o texto do Super-homem prova exatamente o contrário, pois nada tem ele a
ver com a realidade histórica, na qual não existem super-homens. Quando se afirma que os textos se
relacionam com a história, não se quer dizer que eles narram fatos históricos de um país, mas que
revelam os ideais, as concepções, os anseios e os temores de um povo numa determinada época. Nesse
sentido, a narrativa do Super-homem mostra os anseios dos homens das camadas médias das
sociedades industrializadas do século XX, massacrados por um trabalho monótono e por uma vida sem
qualquer heroísmo. Esse homem, mediocrizado e inferiorizado, nutre a esperança de tornar-se um ser
todo-poderoso assim como Clark Kent, que se transforma em Super-homem. As condições de
impotência do homem diante das pressões sociais geram um ideal de onipotência refletido na narrativa
do Super-homem.
Além disso, as concepções de sociedade em que esse texto foi produzido estão presentes na ideia de
Bem.
Como nota Umberto Eco, famoso autor italiano, um indivíduo dotado dos poderes do Super-
homem poderia acabar com a fome, a miséria e as injustiças do mundo. No entanto, ela não faz nada
disso. Ao contrário, o bem que pratica é a caridade, e o mal que combate é o atentado à propriedade
privada. Lutar contra o mal é assim combater ladrões. Dedica sua vida a isso.
Como se vê, as ideias produzidas num determinado tempo, numa dada época estão presentes no
texto. Cabe lembrar, no entanto, que uma sociedade não produz uma única forma de ver a realidade.
Como ela é dividida pelos interesses antagônicos dos diferentes grupos sociais, produz ideias
contrárias entre si. A mesma sociedade que gera as ideias racistas produz ideias antirracistas. Por isso,
controem-se nessa sociedade textos que fazem pronunciamentos antagônicos com relação aos mesmos
dados da realidade.
Há algumas ideias que predominam sobre suas contrárias numa dada época. Elas refletem os
interesses dos grupos sociais dominantes. Fazer uma reflexão pessoal é analisar essas ideias de
maneira crítica, verificando até que ponto elas têm apoio na realidade.
Para entender com mais eficácia o sentido de um texto, é preciso verificar as concepções correntes
na época e na sociedade em que foi produzido. Assim, não se corre o risco de considerar, por exemplo,
como pronunciamentos idênticos um texto sobre a democracia ateniense e um sobre a democracia nas
sociedades capitalistas modernas, que, na verdade, tratam de concepções distintas. As ideias de uma
época estão presentes nos significados dos textos. Observe a figura a seguir: quais mudanças
discursivas ocorreram ao longo da história?
Autora: Lucivânia A. S. Perico
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Cabe lembrar ainda que as ideias de uma época são veiculadas por textos, uma vez que não existem
ideias puras, ou seja, não transmitidas linguisticamente. Assim, analisar as ideias de um texto é estudar
o diálogo entre textos, em que um assimila e registra as ideias presentes nos outros.
Vamos fazer agora a análise de dois textos cujo discurso mudou ao longo da história.
Por menos que pareça e por mais trabalho que dê ao interessado, a carteira profissional é um
documento indispensável à proteção do trabalhador.
Elemento de qualificação civil e de habilitação profissional, a carteira representa também título
originário para a colocação, para a inscrição sindical e, ainda, um instrumento prático do contrato
individual de trabalho.
A carteira, pelos lançamentos que recebe, configura a história de uma vida. Quem a examina, logo
verá se o portador é um temperamento aquietado ou versátil; se ama a profissão escolhida ou ainda não
encontrou a própria vocação; se andou de fábrica em fábrica, como uma abelha, ou permaneceu no
mesmo estabelecimento, subindo a escala profissional. Pode ser um padrão de honra. Pode ser uma
advertência.
Criada em 1932, a Carteira de Trabalho e Previdência Social resistiu ao passar dos anos,
assimilando com muita presteza as profundas modificações que se registraram, nestas décadas, na
composição, distribuição e qualificação da nossa força de trabalho.
Sem nenhum exagero, pode-se afirmar que este documento, por muitos ainda hoje conhecido como
“carteira profissional”, converteu-se num dos mais importantes instrumentos à disposição do
trabalhador, fazendo as vezes de cédula de identidade, título de crédito, atestado de antecedentes, de
boa conduta e de residência, para citar apenas algumas de suas múltiplas utilidades.
Em sua simplicidade, a CTPS reflete a carreira do trabalhador e sua evolução profissional. Cabe-
lhe, pois, protegê-la atenta e cuidadosamente, porque enquanto pelos seus aspectos externos essa
Carteira revela traços importantes da personalidade e da formação do seu possuidor, os registros
internos, habitualmente insubstituíveis, se constituem nas melhores garantias da preservação e da
efetivação dos seus direitos trabalhistas e previdenciários.
Almir Pazzianotto Pinto
Instituída na década de 1930, a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) apresentava uma
dupla função, mantida até hoje: além de resguardar os direitos do trabalhador funcionava também
como um tipo de condensação das atividades profissionais deste, servindo de alerta aos empregadores:
“Quem a examina, logo verá se o portador é um temperamento aquietado ou versátil; se ama a
profissão escolhida ou ainda não encontrou a própria vocação; se andou de fábrica em fábrica, como
uma abelha, ou permaneceu no mesmo estabelecimento, subindo a escala profissional. Pode ser um
padrão de honra. Pode ser uma advertência.”
Atendendo às orientações da CTPS de 1976, um funcionário admitido na LIGHT – nome da
empresa estadual de energia elétrica na época – designado para o setor de pessoal da empresa, recebeu
a seguinte orientação do seu chefe: “Fique atento à carteira profissional do candidato e ao número de
anos que permaneceu em cada empresa; entreviste-o bem próximo, para ver se ele não cheira a
cachaça. Conte uma boa piada para fazê-lo rir e avaliar a sua saúde, a partir da qualidade dos seus
dentes”.
Era esta a postura da empresa diante do trabalhador.
O discurso escrito na CTPS foi reformulado e, em 1988, ela passou a ser “atestado de antecedentes,
de boa conduta e de residência, para citar apenas algumas de suas múltiplas utilidades”. Permanecia o
discurso anterior, agora aprimorado.
Atualmente, a CTPS possui nas páginas iniciais quatro itens do Art.XXIII, da Declaração Universal
dos Direitos do Homem, absolutamente utópicos para o momento atual: dizendo que “Todo homem
tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à
proteção contra o desemprego.” Mas será que isso é verdade?
Em seguida, há um trecho do Decreto-Lei nº229, de 28 de fevereiro de 1967, e na sequência um
texto dirigido ao trabalhador, que diz assim:
TRABALHADOR
Esta é a sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, instituída pelo Decreto nº 22.035, de 29 de
outubro de 1932, e posteriormente reformulada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, que
aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho.
É o documento obrigatório para o exercício de qualquer emprego, seja de natureza urbana, rural, de
caráter temporário, permanente, ou mesmo em atividade profissional exercida por conta própria.
Nela são registrados os salários e todos os elementos básicos para o reconhecimento de seus
direitos perante a Justiça do Trabalho, bem como para a obtenção da aposentadoria e demais
benefícios da Previdência Social, tanto para você como para seus dependentes. Além de registrar todas
as relações de trabalho de seu portador, comprovando o vínculo que mantém com o empregador, a
CTPS garante-lhe também o direito ao Seguro-Desemprego.
Além de valer, também, como prova de identidade, conforme dispõe o artigo 40 da Consolidação
das Leis do Trabalho, o conjunto de anotações da CTPS e seu estado de conservação espelham a
conduta, a formação e o passado do trabalhador. Pelo conjunto das informações que encerra, serve, ao
mesmo tempo, como documento de crédito e atestado de antecedentes, tornando-se instrumento de
múltiplas utilidades ao seu portador.
Pela sua importância, é seu dever protegê-la e cuidá-la. É o registro de toda a sua vida profissional
e a garantia da preservação e validade de seus direitos como trabalhador e cidadão, contribuindo para
assegurar o seu futuro e de seus dependentes.
(sem assinatura)
O anúncio Aviões, da WWF, provocou reações indignadas nos EUA contra a agência DM9DDB: texto insensível
Uma das mais tarimbadas agências do país, com vinte anos de janela, a DM9DDB se meteu num vespeiro,
mês passado, com a repercussão mundial de uma campanha publicitária criada para a WWF, organização não
governamental dedicada à conservação da natureza. A peça, composta pelo impresso Aviões e pelo filme
Tsunami, lança uma centena de aviões contra o World Trade Center. No filme, a cena escurece para dar lugar a
letreiros com a premissa retórica que sustenta o anúncio: "O tsunami matou 100 vezes mais pessoas do que o 11
de setembro". Em seguida, o apelo à reflexão: "Nosso planeta é poderoso. Respeite e preserve".
Além do erro conceitual (tsunamis são fenômenos geológicos, não relacionados à destruição da natureza pelo
homem) e da premissa controversa (o paralelo entre ato terrorista e mudança ambiental), a campanha pôs em
xeque um dos pilares da retórica publicitária desde a era dos reclames: a interpretação (programada) das
mensagens que veicula.
Difícil localizar quem interpretou o anúncio da WWF, conforme o planejado pela DM9, como um alerta à
devastação. Nos EUA, ela foi recebida antes como afronta ao sofrimento norte-americano no aniversário de oito
anos do atentado. Foi condenada não só pela mídia especializada, como a revista nova-iorquina Advertising Age,
mas por programas da rede NBC e pelo tradicional New York Times.
Na primeira semana de setembro, o caso virou um jogo de empurra entre a agência e o braço local da ONG.
Em nota, a DM9DDB alegou que o anúncio foi "fruto somente da inexperiência" dos profissionais envolvidos
"de ambas as partes". Por sua vez, o braço brasileiro do WWF divulgou que a peça havia sido rejeitada. Depois,
em nota conjunta, ambos admitiram que o anúncio foi aprovado em dezembro de 2008, "equivocadamente".
Nenhum reparo prévio, no entanto, impediu que a peça fosse divulgada à imprensa por release da própria
DM9, publicada num jornal de São Paulo antes de ter sua veiculação suspensa, inscrita no festival de Cannes e
premiada com um diploma Merit pelo One Show, competição internacional da propaganda, o que deu lenha à
repercussão mundial do caso. O prêmio foi cancelado, a pedido da agência, mas o estrago já havia sido
potencializado por sites e blogs de todo o mundo.
Na era da internet, com blogs bisbilhoteiros e repercussão em escala, de site a site, a possibilidade de
interpretação indesejada de mensagens publicitárias tem crescido exponencialmente. No início de setembro, a
Unimed Porto Alegre viu um anúncio seu virar alvo de blogs de estudantes e publicitários. A campanha
"Cuidar", desenvolvida pela agência Escala desde o início do ano, partia do conceito de que, para uma
cooperativa de médicos, não mero plano de saúde, cuidar é tão importante quanto curar. Daí desenvolver a série
de anúncios em que letras de palavras, como "trabalho", "respeito" e "amor", fossem substituídas pelo corpo
humano. No caso de "cuidar", no entanto, a letra i deu lugar a uma modelo esguia e ereta, o suficiente para que
blogueiros a vissem como um muro a separar um verbo de um substantivo indesejado.
A campanha da Unimed-RS, em que uma modelo substitui a letra i, dividindo a palavra "cuidar" em um verbo
e um substantivo indesejado
Fora de contexto
A infeliz coincidência, no entanto, de circulação restrita pois publicada num caderno especial do jornal Zero
Hora em 1º de setembro, para comemorar um prêmio recebido pela empresa, espalhou-se pela blogosfera, mas
não teve repercussão negativa junto aos 450 mil usuários da Unimed, garante Eduardo Axelrud, diretor de
criação da agência gaúcha.
- Tirada do contexto, a leitura inadvertida é de fato plausível. Mas para o consumidor, a palavra "cuidar" foi
parte de uma sequência de outras palavras que integraram uma campanha de longa duração, que traduz a ideia de
que "nossa vida é cuidar da sua", com a qual as pessoas têm familiaridade e entendimento já consolidado ao
longo dos anos. Por isso, não teria havido margem a duplo sentido, nem a interpretações escatológicas ou
pornográficas - afirma Axelrud.
A peça, lida isoladamente, descontextualizada, autorizaria a leitura indesejada. Mas, integrante de um
conjunto de ações de marketing e de propaganda, o tropeço se "contamina" pela lógica interna das outras peças
que integram a rede de mensagens de uma campanha. O que reduziria, diz Axelrud, a possibilidade de
interpretação dúbia.
- O anúncio não nos constrangeu. Muito pouca gente que o viu deu atenção ao fato porque ele está num
contexto maior de uma campanha que se prolongou no tempo - diz Gerson Luís Silva, gerente de marketing da
Unimed Porto Alegre.
Funerária
A leitura de duplo sentido, porém, pode ser um efeito proposital de certas campanhas. Maior empresa
funerária do Rio de Janeiro, com 10% do mercado carioca, a seguradora Sinaf criou uma tradição de humor
negro publicitário. Para promover a empresa, a Comunicação Carioca criou uma campanha em 2003 com
slogans de duplo sentido:
"Cremação: uma novidade quentinha da Sinaf."
"Nossos clientes nunca voltaram para reclamar."
"O seguro de vida que você vai dar graças a Deus. Pessoalmente."
"Como planejar a morte da sua sogra."
Apesar de produzir mensagens no limite entre a eficiência comunicativa e o mau gosto, o que poderia
afugentar os interessados nos serviços da empresa, o tom inusitado dos anúncios subvertia a dificuldade de as
pessoas lidarem com a morte. O sucesso da campanha aumentou a procura pelos serviços funerários e facilitou a
abordagem dos vendedores da empresa. Passado o impacto inicial, a atual agência da empresa, a Script, atenuou
o tom escancarado dos anúncios da seguradora, mas ainda mantém a ironia de antes:
"O melhor plano é viver. Mas vai que dá errado."
"Reforme sua casa de olhos fechados."
"Se beber, não dirija. Se dirigir, Sinaf."
"Um dia você não acorda e está rico."
"Sinaf, 25 anos. Incrível chegar onde chegamos perdendo um cliente atrás do outro."
Podemos qualificar as campanhas da funerária Sinaf como um humor negro, mas com resultados.
Exemplum
A busca do ouro na criação de certas peças publicitárias passa muitas vezes por inverter expectativas, ser
provocativo e imprevisível, com o que se define o sucesso ou o fracasso de uma comunicação. Controlar o efeito
de suas mensagens virou, por isso, o desafio retórico do mundo da propaganda.
Não por acaso, a publicidade bebe na fonte da retórica antiga. A peça criada pela DM9, por exemplo, usou o
manjado recurso persuasivo do exemplum, episódio ou caso exemplar apresentado para ilustrar um ponto forte
do debate. A recomposição da mecânica discursiva mostraria que a DM9 tinha a tarefa de criar a imagem da
devastação da natureza na mente do público-alvo da WWF. Nada parece mais eficiente para dar dimensão de
algo do que compará-lo a exemplo palpável e familiar.
Efeitos sociais
Pensemos num primeiro termo de comparação: o que foi devastador e está fresquinho no imaginário popular?
O tsunami, que matou mais de 280 mil pessoas desde 2006. Eureka! Mas o que poderia dar dimensão da
magnitude de tal cifra? Compará-lo a uma outra devastação que tenha tido ainda maior impacto na memória
coletiva, mas saldo de vítimas bem menor. Que tal o World Trade Center? A sacada parecia genial. Até alguém
notar que o rei estava nu.
- A publicidade nunca vale por ela mesma mas pelos efeitos que provoca na sociedade. Muito de
suas consequências são produzidas em cadeia para além dos resultados mais imediatos no consumo - diz o
professor Clóvis de Barros Filho.
O mundo da propaganda, diz Barros Filho, provoca efeitos sociais que envolvem três níveis de leitura
esperados num consumidor de mensagens comerciais. O primeiro grande efeito procurado é a conversão da
mensagem em práticas de consumo. A segunda leitura desejada é a representação simbólica do anunciante, a
referência a que a marca passou a ser associada após dada campanha. Mas os publicitários não raro ignoram uma
terceira dimensão da interpretação de anúncios, avalia o professor da USP: o da cultura ética.
Para o professor, uma mensagem publicitária não só pode alterar o ritmo de vendas e consolidar uma imagem
que agrada ao anunciante, como tende a participar de uma determinada maneira de interpretar o mundo e atribuir
valor às coisas, que permitem escolhas relativas não só ao consumo.
- É possível conceber uma mensagem que se converta em ganho de consumo e, num segundo momento, em
construção positiva da marca, mas se inscreva no mundo social de modo a contribuir para a defesa de valores
discriminatórios, xenófobos ou que apequenam a existência humana. Esse cuidado deve ser tomado - diz Barros
Filho.
Valores
Foi-se a época em que um anúncio demonstrava a capacidade do produto. Um refrigerante mata a sede, um
carro nos leva a um lugar, o sapólio limpa mais. Um dia, veio a sacada e o refri passou a espantar os males da
vida, uma cervejinha virou afrodisíaco e um singelo sanduíche, sinônimo de realizações. Até fumante virou
atleta nos tempos em que anúncios de cigarro eram parte da paisagem.
O mundo sob o prisma da publicidade é sem nódoas ou crises, pois o menor sinal negativo termina anulado
pela exibição triunfal do produto. Quando Coca-Cola dá vida a tudo e o primeiro sutiã resume a puberdade, um
sinal é dado e consumido. Mas sempre algo trai a dimensão retórica, o fato de a mensagem ser feita para nos
convencer a comprar um peixe. Casos como o dos cem aviões, do café à altura do leite ou do humor funerário
mostram que o ruído ocorre quando a publicidade tenta vender seu peixe a qualquer preço.
- A repercussão de casos assim mostra a capacidade da internet de "viralizar", replicar comentários sob
pseudônimo, extrapolando a incidência do caso um a um - diz ele.
A internet virou um celeiro de sátiras a anúncios, para além dos comerciais de mentirinha criados pelo grupo
Desencannes, famoso por inventar paródias publicitárias, como a que simula Ronaldo Fenômeno num anúncio
do Santander: "Eu nunca fico no Banco do Brasil".
A divertida iniciativa do Desencannes restringe-se à homenagem paródica. Não é o que foi feito por piratas da
publicidade que criaram, por exemplo, um site de vídeos para a marca GM, como se a própria montadora
apontasse seus produtos como poluidores e recriminasse sua política de distribuição de bônus para executivos.
Em outra ação viral, o logotipo do banco Bradesco foi redesenhado para a inserção de aviões colidindo com as
torres gêmeas, no 11 de setembro.
O comercial das motos Dafra com o ator Wagner Moura foi redublado para desmentir todas as qualidades que
a peça publicitária original anunciava sobre a marca.
Ronaldo na paródia do site Desencannes e o logotipo do Bradesco premonitório do 11 de setembro: ação viral
QUESTIONÁRIO
1. Considerando a campanha publicitária “Aviões”, da WWF, o que provocou reações indignadas nos
EUA contra a agência DM9DDB? Por que o público reagiu assim?
2. Para Eduardo Axelrud, diretor de criação da agência gaúcha Escala, a campanha da Unimed-RS
“não teve repercussão negativa junto aos 450 mil usuários da Unimed”. Por que ele alega isso? Você
concorda com ele?
3. Analise o sucesso das campanhas publicitárias da seguradora Sinaf, maior empresa funerária do Rio
de Janeiro, promovido pela agência Comunicação Carioca. Você acredita que a empresa correu o risco
de ser prejudicada pela campanha publicitária? Justifique sua resposta.
6. Percebe-se que a Internet tem um importante papel na divulgação das campanhas publicitárias.
Comente-o.
7. O grupo Desencannes ficou famoso por inventar paródias publicitárias, ou seja, comerciais de
mentirinha na Internet, a intenção era uma homenagem paródica. Porém, piratas da publicidade
criaram propagandas desagradáveis. Quais foram estas propagandas e que prejuízos você acredita que
possam trazer para as empresas citadas?
6 RESUMO
Resumo é uma condensação fiel das ideias ou dos fatos contidos no texto. Resumir um texto
significa reduzi-lo ao seu esqueleto essencial sem perder de vista três elementos:
O resumo é, pois, uma redução do texto original, procurando captar suas ideias essenciais, na
progressão e no encadeamento em que aparecem no texto. Quem resume deve exprimir, em estilo
objetivo, os elementos essenciais do texto. Por isso não cabem, num resumo, comentários ou
julgamentos ao que está sendo condensado.
Muitas pessoas julgam que resumir é reproduzir frases ou partes de frases do texto original,
construindo uma espécie de "colagem". Essa "colagem" de fragmentos do texto original não é um
resumo. Resumir é apresentar, com as próprias palavras, os pontos relevantes de um texto. A
reprodução de frases do texto, em geral, atesta que ele não foi compreendido.
Para elaborar um bom resumo, é necessário compreender antes o conteúdo global do texto. Não é
possível ir resumindo à medida que se vai fazendo a primeira leitura. É evidente que o grau de
dificuldade para resumir um texto depende basicamente de dois fatores:
1. Ler uma vez o texto, ininterruptamente, do começo até o fim: sem a noção do conjunto, é mais
difícil entender o significado preciso de cada uma das partes. Essa primeira leitura deve ser feita com a
preocupação de responder à seguinte pergunta: do que trata o texto?
2. Uma segunda leitura é sempre necessária. Mas esta, com interrupções, com o lápis na mão, para
compreender melhor o significado de palavras difíceis (se preciso, recorra ao dicionário) e para captar
o sentido de frases mais complexas (longas, com inversões, com elementos ocultos), bem como as
conexões entre elas.
3. Num terceiro momento, tentar fazer uma segmentação do texto em blocos de ideias que tenham
alguma unidade de significação. Em um texto pequeno, normalmente pode-se adotar como critério de
segmentação a divisão em parágrafos. Quando se trata de um texto maior (o capítulo de um livro, por
exemplo) é conveniente adotar um critério de segmentação mais funcional, o que vai depender de cada
texto. Em seguida, com palavras abstratas e mais abrangentes, tenta-se resumir a ideia ou as ideias
centrais de cada fragmento.
4. Dar a redação final com suas palavras, procurando não só condensar os segmentos mas encadeá-los
na progressão em que se sucedem no texto e estabelecer as relações entre eles.
(SAVIOLI, F.P. & FIORIN, J.L. Para entender o texto: leitura e redação. 17ª ed. São Paulo: Ática, 2007 – pág. 420 e 421)
Exemplo:
A Receita Federal brasileira vai iniciar um processo de integração com o fisco dos demais países do
Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai) para combater as fraudes fiscais que estão ocorrendo nas
operações comerciais feitas entre empresas do bloco econômico.
Com a globalização, os chamados "preços de transferência" se transformaram no principal alvo das
administrações tributárias dos países filiados ao Centro Interamericano de Administradores Tributários
(CIAT). Por esse mecanismo, as empresas conseguem fraudar o fisco realizando operações de compra
e venda com preços que não correspondem ao valor real dos produtos ou serviços negociados. Em
todos os casos, é sempre necessário utilizar um paraíso fiscal - país que apresenta vantagens e isenções
tributárias.
No caso de uma exportação, a empresa vende seu produto por um preço muito baixo, o que
caracteriza uma operação não-lucrativa (portanto, sem incidência de Imposto de Renda). A venda é
intermediada por uma empresa localizada em um paraíso fiscal, que recoloca o preço em seu patamar
real e conclui a venda ao comprador. O lucro realizado por essa empresa retorna ao exportador sem
ônus fiscal.
Na importação, a operação é inversa. O produto é comprado a um preço elevado, reajustado em um
paraíso fiscal antes de chegar ao seu destino. O importador alega prejuízo na operação e escapa ao
fisco.
"A globalização, que agilizou e sofisticou os negócios entre as empresas, criou modernas doenças
fiscais. Temos que combatê-las", disse o Secretário da Receita Federal do Brasil, Everardo Maciel, à
Folha.
Apenas um trabalho conjunto entre os diversos países do Mercosul poderá extinguir ou, pelo
menos, neutralizar as fraudes fiscais internacionais.
(Folha de S. Paulo - 18.5.97, com adaptações)
Resumo
ATIVIDADE
1º Retome o artigo “Os limites da retórica de mercado”, extraído da revista Língua Portuguesa.
2º Já fizemos anteriormente uma primeira leitura ininterrupta, agora é importante fazer uma segunda
leitura e destacar as palavras que você desconhece; logo após, procurar o seu significado no
dicionário;
4º Por fim, escreva o resumo, com suas próprias palavras, utilizando o menor número de linhas
possível.
7 RESENHA
Resenhar significa fazer uma relação das propriedades de um objeto, enumerar cuidadosamente
seus aspectos relevantes, descrever as circunstâncias que o envolvem. O objeto resenhado pode ser um
acontecimento qualquer da realidade (um jogo de futebol, uma comemoração solene, uma feira de
livros) ou textos e obras culturais (um romance, uma peça de teatro, um filme).
A resenha, como qualquer modalidade de discurso descritivo, nunca pode ser completa e exaustiva,
já que são infinitas as propriedades e circunstâncias que envolvem o objeto descrito. O resenhador
deve proceder seletivamente, filtrando apenas os aspectos pertinentes do objeto, isto é, apenas aquilo
que é funcional em vista de uma intenção previamente definida.
Imaginemos duas resenhas distintas sobre o mesmo objeto, o treinamento dos atletas para uma copa
mundial de futebol: uma resenha destina-se aos leitores de uma coluna esportiva de um jornal; outra,
ao departamento médico que integra a comissão de treinamento. O jornalista, na sua resenha, vai
relatar que um certo atleta marcou, durante o treino, um gol olímpico, fez duas coloridas jogadas de
calcanhar, encantou a plateia presente e deu vários autógrafos. Esses dados, na resenha destinada ao
departamento médico, são simplesmente desprezíveis.
Com efeito, a importância do que se vai relatar numa resenha depende da finalidade a que ela se
presta. Numa resenha de livros para o grande público leitor de jornal, não tem o menor sentido
descrever com pormenores os custos de cada etapa de produção do livro, o percentual de direito
autoral que caberá ao escritor e coisas do tipo.
A resenha pode ser puramente descritiva, isto é, sem nenhum julgamento ou apreciação do
resenhador, ou crítica, pontuada de apreciações, notas e correlações estabelecidas pelo juízo crítico de
quem a elaborou.
Pode-se fazer, nesta parte, uma descrição sumária da estrutura da obra (divisão em capítulos,
assunto dos capítulos, índices, etc.). No caso de uma obra estrangeira, é útil informar também a língua
da versão original e o nome do tradutor (se tratar de tradução).
- indicação sucinta do assunto global da obra (assunto tratado) e do ponto de vista adotado
pelo autor (perspectiva teórica, gênero, método, tom, etc.);
- resumo que apresenta os pontos essenciais do texto e seu plano geral.
O Diário de uma garota (Record, Maria Julieta Drummond de Andrade) é um texto que comove de
tão bonito. Nele o leitor encontra o registro amoroso e miúdo dos pequenos nadas que preencheram os
dias de uma adolescente em férias, no verão antigo de 41 para 42.
Acabados os exames, Maria Julieta começa seu diário, anotado em um caderno de capa dura que
ela ganha já usado até a página 49. É a partir daí que o espaço é todo da menina, que se propõe a
registrar nele os principais acontecimentos destas férias para mais tarde recordar coisas já esquecidas.
O resultado final dá conta plena do recado e ultrapassa em muito a proclamada modéstia do texto
que, ao ser concebido, tinha como destinatária única a mãe da autora, a quem o caderno deveria ser
entregue quando acabado.
E quais foram os afazeres de Maria Julieta naquele longínquo verão? Foram muitos, pontilhados de
muita comilança e de muita leitura: cinema, doce-de-leite, novena, o Tico-Tico, doce-de-banana,
teatrinho, visita, picolés, missa, rosca, cinema de novo, sapatos novos de camurça branca, o Cruzeiro,
bem-casados, romances franceses, comunhão, recorte de gravuras, Fon-Fon, espiar casamentos,
bolinho de legumes, festas de aniversário, Missa do galo, carta para a família, dor-de-barriga, desenho
de aquarela, mingau, indigestão ... Tudo parecia pouco para encher os dias de uma garota carioca em
férias mineiras, das quais regressa sozinha, de avião.
Tantas e tão preciosas evocações resgatam do esquecimento um modo de vida que é hoje apenas
um dolorido retrato na parede. Retrato, entretanto, que, graças à arte de Julieta, escapa da moldura,
ganha movimentos, cheiros, risos e vida.
O livro, no entanto, guarda ainda outras riquezas: por exemplo, o tom autêntico de sua linguagem,
que, se, como prometeu sua autora, evita as pompas, guarda, não obstante, o sotaque antigo do tempo
em que os adolescentes que faziam diários dominavam os pronomes cujo / a / os / as, conheciam a
impessoalidade do verbo haver no sentido de existir e empregavam, sem pestanejar, o mais-que-
perfeito do indicativo quando de direito...
Outra e não menor riqueza do livro é o acerto de seu projeto gráfico, aos cuidados de Raquel Braga.
Aproveitando para ilustração recortes que Maria Julieta pregava em seu diário e reproduzindo na capa
do livro a capa marmorizada do caderno, com sua lombada e cantoneiras imitando couro, o resultado é
um trabalho em que forma e conteúdo se casam tão bem casados que este Diário de uma garota acaba
constituindo uma grande festa para seus leitores.
Marisa Lajolo - Jornal da Tarde, 18 jan. 1986.
O texto é uma resenha crítica, pois nele a resenhadora apresenta um breve resumo da obra, mas
também faz uma apreciação do seu valor (exemplo, 1º período do 1º parágrafo, 3º parágrafo). Ao
comentar a linguagem do livro (6º parágrafo), emite um juízo de valor sobre ela, estabelecendo um
paralelo entre os adolescentes da década de 40 e os de hoje do ponto de vista da capacidade de se
expressar por escrito. No último parágrafo comenta o projeto gráfico da obra e faz uma apreciação a
respeito dele.
No resumo da obra, a resenhadora faz uma indicação sucinta do conteúdo global da obra ("registro
amoroso e miúdo dos pequenos nadas que preencheram os dias de uma adolescente em férias, no verão
antigo de 41 para 42"), mostra o gênero utilizado pela autora (diário) e, depois, relata os pontos
essenciais do livro (um rol dos pequenos acontecimentos da vida da adolescente em férias).
A parte descritiva é reduzida ao mínimo indispensável. Apenas o título completo da obra, a editora e o
nome da autora são indicados.
Estamos diante de uma resenha muito bem-feita, pois se atém apenas aos elementos pertinentes
para a finalidade a que se destina: informar o público leitor sobre a existência e as qualificações do
livro.
(SAVIOLI, F.P. & FIORIN, J.L. Para entender o texto: leitura e redação. 17ª ed. São Paulo: Ática, 2007 – pág. 426 a 429)
"Está surgindo agora no horizonte uma nova concepção da doença humana e saúde humana,
psicologia que acho tão emocionante e tão cheia de maravilhosas possibilidades que cedi à tentação de
apresentá-la publicamente mesmo antes de ser verificada e confirmada e antes de poder ser
denominada conhecimento científico idôneo." (Maslow, 1968, 27)
Agora, observe que o resumo e a resenha são textos diferentes na sua estrutura:
RESUMO
Maslow sempre se interessou pelo estudo do crescimento e desenvolvimento pessoais e pelo uso da
psicologia como um instrumento de promoção do bem-estar social e psicológico. Forneceu incentivo
para os fundamentos de uma alternativa para o behaviorismo e a psicanálise, correntes estas que
deixam de explicar a criatividade, o amor, o altruísmo e os outros grandes feitos culturais da
humanidade. É um dos fundadores da teoria humanista.
RESENHA
Trata-se de um capítulo que interessa a todos os estudantes que desejam conhecer desde os dados
biográficos do autor, como a sua metodologia fundada no humanismo e no crédito de que o ser
humano não é tão mau como se pensa.
Demonstra interesse pela antropologia social, interessando-se pelo trabalho dos antropólogos
sociais, tais como Malinowsky, Mead, Benedict e Linton.
Interessou-se pela gestalt e pela teoria e conceitos de auto-atualização.
Lidando com questões ligadas a valores, amor de deficiência e do ser, bem como a psicologia
transpessoal, afirma que " Sem o transcendente e o transpessoal, ficamos doentes, violentos e niilistas
ou então vazios de esperança e apáticos." (Maslow, 1968:12)
(BARROS, A. J. da Silveira & LEHFELD, N. A. de Souza. Fundamentos de metodologia científica. SP. MAKRON. 2000)
REDAÇÃO
Elabore uma resenha crítica do primeiro livro lido por nós neste semestre. Seu texto deve ter no
mínimo 25 linhas, escrito no padrão culto da língua.
Não esqueça do título.
“Tempos Modernos” é o último filme mudo de Chaplin, que focaliza a vida urbana nos Estados
Unidos nos anos 30, imediatamente após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda sociedade
norte-americana, levando grande parte da população ao desemprego e à fome.
A figura central do filme é Carlitos, o personagem clássico de Chaplin, que ao conseguir emprego
numa grande indústria, transforma-se em líder grevista conhecendo uma jovem, por quem se apaixona.
O filme focaliza a vida na sociedade industrial caracterizada pela produção com base no sistema de
linha de montagem e especialização do trabalho. É uma crítica à "modernidade" e ao capitalismo
representado pelo modelo de industrialização, no qual o operário é engolido pelo poder do capital e
perseguido por suas idéias "subversivas".
Em sua segunda parte, o filme trata das desigualdades entre a vida dos pobres e das camadas mais
abastadas, sem representar contudo, diferenças nas perspectivas de vida de cada grupo. Mostra ainda
que a mesma sociedade capitalista, que explora o proletariado, alimenta todo o conforto e diversão
para a burguesia. Cenas como a que Carlitos e a menina órfã conversam no jardim de uma casa, ou
aquela em que Carlitos e sua namorada encontram-se numa loja de departamento, ilustram bem essas
questões.
Se inicialmente o lançamento do filme chegou a dar prejuízo, mais tarde tornou-se um clássico na
história do cinema. Chegou a ser proibido na Alemanha de Hilter e na Itália de Mussolini por ser
considerado "socialista". Juntamente com O Garoto e O Grande Ditador, Tempos Modernos está entre
os filmes mais conhecidos do ator e diretor Charles Chaplin, sendo considerado um marco na história
do cinema.
(Disponível em http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=181 , consultado em 11 ago 2011)
ATIVIDADE
Reúna-se com seu grupo para debater e responder às seguintes questões, baseando-se nas cenas do
filme “Tempos Modernos”:
A redação técnica engloba textos como: ata, circular, certificado, contrato, memorando,
parecer, procuração, recibo, relatório, currículo. Veremos cada um deles na aula de hoje.
Mas antes de chegarmos ao ponto, vamos refletir sobre o que é a correspondência.
A redação de textos administrativos inclui a necessidade de dinamizar o texto (por isso, o uso
de verbos próprios, substituindo expressões com verbo auxiliar, exemplo: “foi feito um levantamento”
pode ser substituído por “realizou-se um levantamento”), evitar palavras desnecessárias, ampliar o
vocabulário, optar pelo simples em lugar do complexo, utilizar frase curta, usar vocabulários
conhecidos pelo receptor, aproximar-se da coloquialidade sem desrespeitar a gramática, procurar a
inteligibilidade do texto.
9.1 CURRÍCULO
Quando uma pessoa precisa comprar algum produto, ela vai ao mercado. Quando uma pessoa
precisa vender seu trabalho ou uma empresa precisa encontrar um profissional para atender às suas
necessidades, recorre ao mercado de trabalho. Isso quer dizer que, quando um candidato envia um
currículo para o mercado de trabalho, ele se expõe como se fosse um produto de uma vitrine.
O currículo é a forma abreviada e aportuguesada da expressão latina “curriculum vitae”, e
significa “carreira de vida”. É um documento em que uma pessoa revela sua formação, trajetória
profissional e aspectos da personalidade. Por isso, são necessários cuidados éticos na sua elaboração, a
fim de vender a imagem do profissional competente que você é. O objetivo do currículo é atrair a
atenção do selecionador para que você seja chamado para uma entrevista.
Um dos desafios do currículo é saber comunicar com poucas palavras o máximo de
informações. Portanto, é importante usar palavras que agreguem valor.
Geralmente o currículo é composto pelos seguintes itens: dados pessoais, objetivo,
qualificações ou resumo profissional, experiência ou histórico profissional, formação, formação
complementar e outras informações relevantes. Vamos explicar cada um desses componentes.
Em dados pessoais, os itens mais importantes são: nome, endereço, números de telefone
convencional e/ou celular, endereço eletrônico, nacionalidade, estado civil e idade e/ou data de
nascimento.
É importante você mencionar o objetivo, isto é, o cargo ou a área em que quer trabalhar. Na
parte de qualificações ou resumo profissional é importante fazer um resumo das informações mais
importantes nas atividades exercidas e também nas almejadas; podem ser citados: experiência,
conhecimentos, formação e aspectos da personalidade.
No item destinado à experiência ou histórico profissional, deve-se citar o nome da empresa,
período de admissão e demissão, cargos assumidos, breve sumário das principais atribuições ou
resultados e conquistas em decorrência das atividades. Se você decidir pelo currículo cronológico-
funcional, não se esqueça de que as datas devem estar dispostas em ordem decrescente.
Em relação à formação, mencionam-se os cursos técnicos e/ou universitários, incluindo nome
da instituição de ensino e ano de conclusão. Na parte de formação complementar, relacionam-se os
cursos de idioma, extensão ou especialização relevantes para a formação ou complementação
profissional e cultural.
Outras informações relevantes são aquelas que possam representar importante diferencial do
candidato e que não foram citadas em nenhum dos itens anteriores, como trabalho voluntário,
participação em associações, viagens internacionais que tenham contribuído na evolução da carreira
profissional.
Juntamente com o currículo, é interessante enviar a carta de intenção ou carta de
apresentação, que é um documento em que o candidato pode declarar sua intenção em relação ao
cargo pretendido e/ou complementar alguma informação importante que não teve espaço de ser
mencionada no currículo. Redigi-los adequadamente poderá ser um diferencial.
Quais itens o currículo deve conter?
2. Estado civil, nacionalidade e idade (data de nascimento), se tiver filhos, informar quantos;
8. Experiência Profissional (da mais recente para a anterior): informar a razão social da empresa,
o cargo ocupado (conforme registro na CTPS), ano de ingresso e ano de saída (ou “atual”,
caso não tenha se desligado da empresa), se quiser, pode informar brevemente as atividades
desenvolvidas (Atenção: se não tiver experiência, não cite este item no currículo);
9. Cursos Extracurriculares (sempre do mais recente para o mais antigo, não esqueça de informar
o nome do curso, o nome da instituição, a carga horária (quantidade de horas (ou meses) total),
a previsão de término (mês/ano) ou informar quando concluiu o curso (mês/ano))
10. Outras informações (experiências vivenciadas por você, viagens, trabalho voluntário etc.)
Proposta 1 – CURRÍCULO
Após orientações sobre elaboração de currículo, redija o seu, encaminhando-o à vaga de seu
interesse.
Os elementos de uma carta comercial são: timbre, índice e número, local e data, referência,
vocativo, texto, cumprimento final, assinatura, anexo iniciais do redator e do digitador (secretária,
datilógrafo), cópia.
TIMBRE
ÍNDICE E NÚMERO
LOCAL E DATA
REFERÊNCIA
VOCATIVO
TEXTO
CUMPRIMENTO FINAL
ASSINATURA
ANEXO
CÓPIA
Atualmente, o que podemos notar, é que cada vez mais a carta vem sendo substituída pelo e-
mail. Portanto, podemos considerar que a mensagem eletrônica passou a ser adotada também como
uma redação oficial.
A mensagem eletrônica é como outra qualquer mensagem escrita. Requer os mesmos cuidados
de clareza, simplicidade, coerência, coesão entre as ideias, precisão. Ao redigir um e-mail, o redator
ocupa-se em dar resposta aos seguintes elementos: o que (o objeto do texto, da comunicação), para
quem (quem receberá a mensagem), para que (objetivo da comunicação), quando ocorreu o fato, ou
a data em que deve ficar pronto um produto, por exemplo, como o leitor deve proceder, como foram
realizados os trabalhos, por exemplo, e por que se está comunicado, por que ocorreu determinado
fato, por exemplo.
Além desse cuidado com a precisão da informação, o redator deve considerar aspectos
relativos à persuasão: com gentileza poderá alcançar melhores resultados do que com rispidez. Assim,
nunca é demais um por favor, por gentileza, queira por gentileza, muito obrigado, obrigado por sua
atenção, desculpe-nos por... queira por gentileza desculpar...
A preocupação em escrever abreviadamente nos e-mails não se justifica, e deve ser evitada.
Muitas pessoas que escrevem e-mail acreditam que o efeito de sua mensagem está no número de
abreviaturas que utiliza (vc = você; rs = risos; bjs = beijos; msg = mensagem; p.s. = pós-escrito, pq =
porque; tb ou tbm = também). A tela está toda à frente do redator. Não deve, porém, escrever 30 linhas
se a mensagem suficiente comporta apenas 3 para que as ideias fiquem claras.
Ao final do texto, é recomendável colocar o nome e sobrenome, para que o interlocutor possa
identificar quem escreveu o e-mail.
Proposta 3 – E-MAIL
Imagine que você, sem perceber, comprou um produto defeituoso. Elabore um e-mail queixando-se
ao fabricante e requerendo a substituição do produto. É importante fornecer todas as informações
sobre o produto (local onde comprou, quando comprou, modelo do produto, defeito apresentado, etc.).
A linguagem deve ser formal. Lembre-se de empregar corretamente os pronomes de tratamento e bons
argumentos para conseguir convencer o seu interlocutor. Seu texto deve ter, no mínimo, 15 linhas.
9.4 RELATÓRIO
De: Grupo 5
Para: Professora de Química
Objetivo: Registro de experiência para comprovação de reprodução assexuada
Referências: CANTO, Eduardo Leite de. Ciências Naturais – aprendendo com o cotidiano.
São Paulo: Moderna, 1999.
Experimento:
1º Em 24 de abril de 2011, selecionamos uma batata com várias gemas.
2º Cortamos pedaços dessa batata, com uma gema em cada um deles, e os enterramos
separadamente em terra fértil e regada.
3º Após algumas semanas, um pé de batata desenvolveu-se a partir de cada pedaço plantado.
Conclusão: Constatamos a reprodução assexuada caracterizada por divisões celulares a partir
de um único “indivíduo” e pela formação de descendentes geneticamente idênticos àquele que
os originou.
Grupo 5
Proposta 4 – RELATÓRIO
9.5 ATA
Reúna-se com alguns colegas para redigir uma ata de reunião. Imaginem que vocês trabalham em
uma empresa que tem grande número de acidentes causados pelas péssimas condições de trabalho e
pela falta de uso dos equipamentos de proteção individual (EPI) por parte dos funcionários. Redija
uma ata informando os problemas apresentados e as medidas adotadas para mudar a postura da
empresa, conscientizar os funcionários e solucionar a situação.
9.6 REQUERIMENTO
(Local e data)
(Assinatura)
Proposta 6 – REQUERIMENTO
Imagine que você ingressou em uma faculdade particular muito conceituada, porém não pode arcar
com o valor da mensalidade. Redija um requerimento ao Serviço Social solicitando uma bolsa de
estudos parcial ou integral. Não esqueça de fornecer seus dados.
9.7 DECLARAÇÃO
Proposta 7 – DECLARAÇÃO
Imagine que um colega de curso conseguiu um estágio técnico em uma empresa, e esta pediu uma
declaração da ETEC informando que este aluno está regularmente matriculado no curso. Como a
secretaria redigiria esta declaração?
9.8 OFÍCIO
Quando o ofício tiver mais que uma página, como este, a continuação se dará na página
seguinte, com o fecho e a assinatura. O destinatário e o endereçamento ficam sempre na primeira
página.
Proposta 8 – OFÍCIO
Suponha que a organização onde você trabalha promoverá uma SIPAT (Semana Interna de
Prevenção de Acidentes no Trabalho), com palestras para conscientização dos funcionários visando à
prevenção de acidentes, porém o espaço disponível na empresa não comporta todos os funcionários.
Redija um ofício à Prefeitura de São Bernardo do Campo solicitando um espaço para a realização
das palestras.
9.9 MEMORANDO
Proposta 9 – MEMORANDO
O chefe do Departamento Pessoal de uma empresa precisa redigir um memorando que
comunique a decisão da diretoria de suspender as horas extras dos funcionários da linha de produção
(horistas).
Como este memorando deverá ser redigido? Escreva-o.
9.10 CIRCULAR
A circular caracteriza-se como uma comunicação (carta, manifesto ou ofício) que, reproduzida
em muitos exemplares, é dirigida a várias pessoas ou a um órgão. Serve para transmitir avisos, ordens
ou instruções. Em geral, contém assunto de interesse geral.
Tratando-se de carta-circular, o redator deve escrever de maneira que o receptor tenha a
impressão de que foi redigida especialmente para ele.
Proposta 10 – CIRCULAR
Imagine que você é síndico de um condomínio e está recebendo muitas reclamações dos
condôminos a respeito dos moradores que têm animal de estimação e fazem barulho e suas
necessidades dentro do condomínio. Escreva uma circular informando as medidas tomadas por você
para solucionar o problema.
9.11 PROTOCOLO
Protocolo, na Antiguidade, significava a primeira folha que se colocava aos rolos de papiro,
com um resumo do conteúdo do texto manuscrito. Hoje, comercialmente, é assim denominado um
livro de registro da correspondência de uma empresa, ou um formulário em que se registra saída ou
entrada de objetos / documentos.
Proposta 11 – PROTOCOLO
Pense que você foi admitido numa empresa e o RH solicitou uma série de cópias de documentos
pessoais seus para a admissão. Redija um protocolo dos documentos entregues por você ao gerente de
RH da empresa.
9.12 RECIBO
Proposta 12 – RECIBO
Se você fosse o gerente de RH da empresa da proposta anterior, como escreveria o recibo das
cópias dos documentos?
9.13 ATESTADO
Proposta 13 – ATESTADO
Imagine que você é encarregado em uma empresa e um dos seus funcionários será promovido e
ocupará um cargo em outra área. Redija um atestado informando que o funcionário está apto a exercer
a função.
9.14 AVISO
Proposta 14 – AVISO
A empresa onde você trabalha dará férias coletivas a todos os funcionários. Como esse aviso deverá
ser redigido? Escreva-o.
Imagine que você é gerente de uma empresa. Escreva aos seus clientes um e-mail falando a respeito
dos serviços (ou produtos) oferecidos pela empresa, enfocando as vantagens do cliente ao optar pelos
serviços (ou produtos) oferecidos por ela. Utilize no seu texto pelo menos cinco expressões
estrangeiras.
A carta é um gênero textual que visa à comunicação escrita e pode ser de diversos tipos: carta
familiar, carta pessoal, de agradecimento, de reclamação, de amor etc. Em todas, o que se pretende é
estabelecer um diálogo entre o remetente e o destinatário. Compõem a carta os seguintes elementos:
local e data, vocativo, texto, desfecho, despedida, assinatura.
Redija uma carta pessoal à sua professora, comentando o desempenho do semestre, sugerindo
melhorias, apontando aspectos positivos e negativos, o que poderia ser melhorado, o que favoreceu
seu aprendizado, o que dificultou o andamento das aulas, enfim: avalie este semestre.
Entregue-a à professora!
10 MORFOLOGIA - REVISÃO
Dependendo de estar sozinha ou constituindo frases, a palavra pode ser estudada quanto à sua
classe gramatical (morfologia) e quanto à sua função sintática.
Classe gramatical (ou classificação morfológica): quando se considera a palavra isoladamente, fora
da frase, fora de um contexto.
Exemplo: crianças = classe gramatical – substantivo
não = classe gramatical – advérbio
Função sintática: quando se considera a palavra na frase, isto é, relacionada a outras palavras,
formando um todo significativo.
Exemplo: Crianças não brincaram na rua hoje.
crianças = função sintática – sujeito
não = função sintática – adjunto adverbial de negação
Note que quando a palavra está sozinha, isolada, ela só tem classe gramatical, mas na frase ela
apresenta, ao mesmo tempo, classe gramatical e função sintática.
As possíveis classes gramaticais e funções sintáticas de uma palavra são:
Ex.: Aquelas duas cidades pequenas serão inundadas. (substantivo concreto e comum)
O rebanho está sendo cuidado pelo pastor. (substantivo concreto e coletivo (bois, ovelhas etc.))
O substantivo varia em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau
(aumentativo e diminutivo).
ADJETIVO – é a palavra que tem por função expressar características, qualidades, estados etc. do
substantivo.
Ex.: Nesta cidade pequena há um barco antigo.
O adjetivo varia em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (comparativo
e superlativo).
NUMERAL – é toda palavra que indica quantidade, posição numa série, múltiplo ou fração.
- Cardinal: um, dois, três, mil
- Ordinal: segundo, quarto, décimo
- Multiplicativo: dobro, triplo
- Fracionário: metade, dois quintos
Pessoais
Caso Reto Caso Oblíquo Possessivos
1ª eu me, mim, comigo meu(s), minha(s)
2ª tu te, ti, contigo teu(s), tua(s)
3ª ele(a) se, si, consigo, o, a, lhe seu(s), sua(s)
1ª nós nos, conosco nosso(s), nossa(s)
2ª vós vos, convosco vosso(s), vossa(s)
3ª eles(as) se, si, consigo, os, as, lhes seu(s), sua(s)
VERBO – é a palavra que, por si só, indica um fato (em geral, ação, estado ou fenômeno da natureza)
e situa-o no tempo.
Ex.: O animal ficará furioso nessa jaula.
Naquela região chove diariamente.
PREPOSIÇÃO – é a palavra que liga outras, estabelecendo entre elas certas relações de sentido e de
dependência:
- Essenciais – só funcionam como preposição: a, com, em, por, ante, contra, entre, sem, após, de,
para, sob, trás, desde, perante, sobre,
- Acidentais – palavras de outras classes gramaticais que, em certas frases, funcionam como
preposição: conforme, como, mediante, segundo, durante, visto etc.
Ex.: A praça foi enfeitada para a festa.
CONJUNÇÃO – é a palavra que tem por função básica ligar duas orações: e, mas, que etc.
Ex.: Faz sol, mas está frio.
Ninguém sabe que ele está doente.
INTERJEIÇÃO – é toda palavra ou expressão usada para exprimir, de forma intensa, viva e
instantânea, nossos estados emocionais: Ah! Oh! Viva! Ai! Oi! Olá! Alô! etc.
EXERCÍCIOS
7.Na frase: “Seu amigo, apesar de rico, só 10.1 SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
almoça em restaurantes de segunda classe.”
A palavra destacada, embora tenha forma de Completando nossos estudos morfológicos,
um numeral ordinal, perde, no contexto da vale comentar a respeito da significação das
frase, o sentido ordinal. Procure explicar qual palavras. O falante que tem domínio da língua
foi a intenção do falante ao utilizar a referida deve ter um vocabulário amplo.
palavra.
SINÔNIMOS: palavras que apresentam, entre
8.Classifique os pronomes destacados nos si, significados iguais ou aproximadamente
versos abaixo: iguais.
“Do Caeté a Vila Rica, Ex.: surgir = aparecer / língua = idioma
tudo ouro e cobre!
o que é nosso, vão levando... ANTÔNIMOS: palavras que apresentam, entre
E o povo aqui sempre pobre!” si, significados opostos.
(Cecília Meireles) Ex.: começar x terminar / falso x verdadeiro
11 SINTAXE – REVISÃO
EXERCÍCIOS
Apanhou o envelope e na sua letra cuidadosa subscritou a si mesmo: Narciso, rua Treze, nº21.
Passou cola nas bordas do papel, mergulhou no envelope e fechou-se. Horas mais tarde a
empregada colocou-o no correio. Um dia depois sentiu-se na mala do carteiro. Diante de uma casa,
percebeu que o funcionário tinha parado indeciso, consultara o envelope e prosseguira. Voltou ao
DCT, foi colocado numa prateleira. Dias depois, um novo carteiro procurou seu endereço. Não achou,
devia ter saído algo errado. A carta voltou à prateleira, no meio de muitas outras, amareladas,
empoeiradas. Sentiu, então, com terror, que a carta se extraviara. E Narciso nunca mais encontrou a si
mesmo.
(BRANDÃO, Ignácio de Loyola. O homem do furo na mão & outras histórias)
Na mitologia, Narciso é o nome do belo personagem que morre por não conseguir afastar os olhos da própria imagem
refletida na água.
aversão a, por feliz de, por, em, com próximo a, de vizinho a, com, de
Regência Verbal é a denominação que se dá à relação particular que se estabelece entre verbos e
seus respectivos complementos (objetos diretos e indiretos). Essa relação vem sempre marcada por
uma preposição, no caso dos objetos indiretos.
A regência verbal estuda a relação correta (no sentido prescritivo) que se estabelece entre o verbo
(termo regente) e seu complemento ou seu adjunto (termo regido).
Exemplo: Todos criticam o projeto
VTD OD
O verbo criticar exige (rege) objeto direto (OD).
Exemplo: Todos desconfiam de você.
VTI OI
Neste segundo exemplo, o verbo desconfiar exige (rege) objeto indireto (OI) iniciado pela
preposição de.
Para o estudo da regência verbal é conveniente lembrar:
1.Objeto direto: complemento verbal sem preposição.
2.Objeto indireto: complemento verbal com preposição.
3.Pronome oblíquos o(s), a(s): funcionam somente como objeto direto.
Ex.: Critiquei sua atitude. Critiquei-a.
4.Pronome oblíquo lhe(s): funciona sempre como objeto indireto.
Ex.: O filme agradou ao críticos. O filme agradou-lhes.
(Com algumas modificações, a presente tabela foi extraída do livro Língua Portuguesa: noções básicas para cursos
superiores, de Maria Margarida de Andrade e Antônio Henriques, São Paulo: Atlas Editora, 1991.)
" Titia não quer casar antes dos vinte." idem transitivo indireto
(Machado de Assis)
Obs.: Vale o mesmo para os verbos recordar e lembrar. Estamos assinalando apenas os casos de regência mais
comuns.
"Aspirou seu indescritível odor de Tempo e História ." Respirar / inalar transitivo direto
(Érico Veríssimo) cheirar / sorver
“Somente minha mão assiste o filho enfermo.” (Josué socorrer / ajudar transitivo direto
Montello) atender / assessorar
“Ao dono da loja assiste razão de gabar-se...” (C.D.A.) Competir / caber Transitivo indireto
Custa-me dizer que acendeu um cigarro.” (Machado de ser penoso / ser difícil transitivo indireto
Assis)
"E declinando o seu nome , apertou pela primeira vez a mão Dizer / relatar / referir transitivo direto
do diretor ..." (Josué Montello)
"procedeu-se a eleições gerais no país." (Afonso Celso ) Convocar / marcar / transitivo indireto
estabelecer
"Querendo com amor ao idioma ..." (Rui Barbosa) Amar / ter afeto / gostar / transitivo indireto
prezar
3. Outros verbos
Obs.: Não se diz preferir mais alguma coisa do que outra. Preferir mais é redundância; o do que explica-se
pela analogia com o verbo gostar.
13 CRASE - REVISÃO
Crase é o fenômeno da contração de duas vogais semelhantes. Emprega-se o acento grave (`) para
marcar a crase de dois aa. A regra geral afirma que o acento grave indicativo de crase deve ser usado
sempre que o termo regente exigir a preposição a posposta e o termo regido admitir o artigo feminino
a(s) anteposto. A correta utilização do acento indicativo de crase é uma questão de análise do
enunciado. Trata-se de averiguar se ocorre a preposição "a" e o artigo feminino "a(s)", antes,
evidentemente, de uma palavra feminina. Ex.: Ele vai a + a igreja. = Ele vai à igreja.
Regra prática: Troca-se a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se, antes da
masculina, aparecer ao(s), coloca-se o sinal de crase no a(s) antes da feminina.
Ex.: Ele vai à igreja. (Ele vai ao cinema.)
EXERCÍCIOS
Mesmo a) na função de pronome, concorda com a palavra a que Ex.: Elas mesmas irão lá.
se refere
b) na função do advérbio (=realmente) é invariável Ex.: Elas irão mesmo lá.
Anexo a) quando adjetivo, concorda com a Ex.: As cartas irão anexas aos contrato.
palavra a que se refere
b) a locução “em anexo” é invariável Ex.: As cartas irão em anexo ao
contrato.
Bastante a) na função de pronome indefinido, concorda Ex.: Eles fizeram bastantes
com a palavra a que se refere (podendo, críticas ao projeto. (= muitas)
portanto, ter plural)
b) na função de advérbio é invariável Ex.: Todos estão bastante
irritados (= muito)
Portanto: bastantes = muitos(as) / bastante = muito(a)
Meio a) na função de numeral (=metade), concorda com a Ex.: O trem trouxe duas
palavra a que se refere meias toneladas de pedra.
b) na função de advérbio (=um pouco), é invariável Ex.: A criança ficou meio
cansada.
Obrigado a) no masculino: quando é homem quem está Ex.: O professor lhe
agradecendo disse: muito obrigado.
b) no feminino: quando é mulher quem está Ex.: A professora lhe
agradecendo disse: muito obrigada.
Só a) quando significa sozinho / sozinhas = plural Ex.: As mulheres queriam ficar
sós na sala. (sozinhas).
b) quando significa apenas / somente = Ex.: As mulheres queriam ficar
invariável só na sala. (apenas)
4. Alerta / menos
EXERCÍCIOS
(Aprender e praticar gramática – pág. 350 a 353) 3.(Univ.Fed.Santa Catarina) Reescreva o
período abaixo, corrigindo-o, se necessário,
1.Reescreva a palavra ou expressão destacada quanto à concordância. Depois, justifique sua
pela palavra que está entre parênteses. Refaça a resposta.
concordância, se necessário. “É proibido a entrada de pessoas estranhas
no recinto.”
a) O mensageiro trouxe-nos muitas informações
sobre a situação. (bastante) 4.(PUC-PR) Assinale a sequência que completa
b) Ela tem argumentos suficientes para nos corretamente estes períodos:
convencer. (bastante) - Ela ...... disse que não iria.
c) Os viajantes estavam muito cansados. - Vão ...... os livros.
(bastante) - A moça estava ...... aborrecida.
d) A plateia ficou um pouco revoltada.(meio) - É ...... muita atenção para atravessar a rua.
e) Ela andou metade da quadra e parou.(meio) - Nesta sala, estudam a terceira e quarta ...... do
f) Essa informação torna desnecessária nossa primeiro grau.
palavra definitiva.(argumentos)
g) Essa região produz bebidas e frutas a) mesmo – anexos – meia – necessário – série
deliciosas. (queijos) b) mesma – anexos – meio – necessária – séries
h) Essa região produz bebidas e frutas c) mesmo – anexo – meio – necessário – séries
deliciosas. (queijos) d) mesma – anexos – meio – necessário – séries
i) Essa região produz deliciosas bebidas e e) mesma – anexos – meia – necessário – séries
frutas. (queijos)
j) Essa região produz deliciosas bebidas e 5.(Fatec-SP) Assinale a alternativa que
frutas. (queijos) completa corretamente as lacunas da frase:
k) As bebidas e as frutas dessa região são “É ... discussão entre homens e mulheres ... ao
deliciosas. (queijos) mesmo ideal, pois já se disse ... vezes que da
l) O juiz considerou culpadas a ré e sua amiga. discussão, ainda que ... acalorada, nasce a luz.”
(amigo) a) bom – voltados – bastantes – meio
b) bom – voltadas – bastante – meia
2.Explique os dois sentidos que podem ser c) boa – voltadas – bastantes – meio
atribuídos à seguinte frase: d) boa – voltados – bastante – meia
“A vendedora ficou só na sala.” e) bom – voltadas – bastantes – meia
A concordância verbal estuda as variações que o verbo da oração deve sofrer para se ajustar ao
sujeito. Para o estudo da concordância verbal, você deve levar em consideração: o sujeito da oração e a
regra de concordância para esse sujeito.
3. Verbo ser
4. Verbos impessoais
a) Haver (no sentido de existir / acontecer) = é Ex.: Não haverá outros interessados?
impessoal, ou seja, fica no singular (tanto Não poderá haver outros interessados?
sozinho quanto em locução verbal)
b) Fazer (indicando tempo transcorrido / a
transcorrer) = é impessoal, ou seja, fica no Ex.: Ontem fez dois meses que ele morreu.
singular (tanto sozinho quanto em locução Amanhã vai fazer um ano que eu a conheci.
verbal)
EXERCÍCIOS
(Aprender e praticar gramática – pág. 366 a 375) 4. Complete fazendo a devida concordância do
verbo entre parênteses.
1.Reescreva na lacuna de cada frase a forma
verbal (ou formas verbais) que torna(m) correta
a concordância. O sujeito está destacado. a) A multidão aglomerada na avenida ___ o
trânsito. (atrapalhava/atrapalhavam)
a) O velho relógio da igreja .... dez horas. (batia b) Livros, apostilas, revistas, nada ___; tudo foi
/ batiam) destruído. (escapou/escaparam)
b) No velho relógio da igreja .... dez horas. c) O bando de meninos ___. (correu/correram)
(batia / batiam) d) Só ___ alguns meninos na sala.
c) Quando .... seis horas, partiremos. (for / (havia/haviam)
forem) e) Aqui ___ invernos muito frios. (faz/fazem)
d) A confusão começou quando .... onze horas. f) O relógio da matriz ___ doze horas.
(deu / deram) (bateu/bateram)
e) O céu e o vento .... outra tempestade. g) No relógio da sala ___ onze horas.
(anunciava / anunciavam) (deu/deram)
f) .... outra tempestade o vento e o céu. h) Os Estados Unidos ___ com a anistia.
(anunciava / anunciavam) (concordou/concordaram)
i) Santos ___ uma cidade litorânea. (é/são)
2.Substitua os verbos existir e acontecer pelo j) ___ -se de mais gente na lavoura. (precisa /
verbo haver. precisam)
k) ___ -se quartos para rapazes.
a) Atualmente não existem lugares tranquilos (aluga/alugam)
nesta cidade. l) ___ -se relógios. (conserta / consertam)
b) Naquele país aconteceram vários golpes m) O pessoal ___ animado. (continua/
militares. continuam)
c) Talvez ainda existam ingressos para o jogo n) Um bando de morcegos ___.
de hoje. (voava/voavam)
o) Naquela época ___ muitas doenças
3. (Unicamp-SP) No dia 19 de novembro de infecciosas. (havia/haviam)
1989, a “Folha de São Paulo” publicou a p) Os melhores marceneiros ___ ótimos
seguinte nota na seção Painel: trabalhos. (faz/fazem)
Pane Gramatical q) ___ dois meses que não o vejo. (faz/fazem)
“Os computadores do TSE emitiam o aviso, r) Lá ___ muitas obras de arte.
ontem, no intervalo dos boletins: ‘Dentro de (existe/existem)
instantes será divulgado novos (sic) s) Lá ___ muitas obras de arte. (havia/haviam)
resultados’.” t) ___ poucos alunos matriculados.
(havia/haviam)
Nesse mesmo dia e no mesmo jornal, lê-se o u) ___ ainda alguns ingressos à venda.
seguinte: (existe/existem)
“É exatamente essa grande maioria que
chamamos, abstratamente, de povo. São os 5. (PUC-SP) Leia o seguinte trecho: “Os
cidadãos humildes, que vivem de pequenos infelizes tinham caminhado o dia inteiro,
serviços na periferia das grandes cidades (...) estavam cansados e famintos. (...) Fazia horas
São para esses cidadãos anônimos, que que procuravam uma sombra.” (Graciliano
ganharam personalidade dia 15 de novembro, Ramos)
que o novo governo deverá estar voltado”. No texto acima, explique o emprego do
(Leo W. Cochrane Jr., “O recado do povo”)
verbo fazer na expressão fazia horas.
a) Que trecho do segundo texto poderia também
ser considerado um caso de pane gramatical?
b) Reescreva corretamente os dois trechos
problemáticos.
16 ACENTUAÇÃO - REVISÃO
As regras de acentuação servem, na prática, para orientar o leitor quanto à pronúncia correta das
palavras escritas. Tanto a presença do acento (nas palavras que o exigem) quanto na sua ausência (nas
palavras que não o admitem) são fundamentais para indicar a pronúncia.
EXERCÍCIOS
(Coleção Novas Palavras (Vol.1)-pág.307,313,318 e 319) 4. Escreva as frases, substituindo
adequadamente o espaço vazio pelas palavras
1. Leia este trecho de reportagem com dois propostas em cada item.
especialistas em recrutamento e seleção de
trainees (jovens recém-formados que iniciam a a) Use pôr ou por
formação profissional nas empresas): Resolveu tudo em ordem. Começou
“[...] A iniciativa, comprometimento e não acatar opiniões razões indiscutíveis.
paixão pelo que faz tambem conta muito na isso não vou em dúvida a competência dele.
seleção”, diz Sofia do Amaral. Alem desses
filtros ha a questão do dominio do Portugues, b) Use pôde ou pode
com testes e, principalmente, redações. Alias, a Ontem você vencê-lo, mas creio que,
avaliação de conhecimento da lingua para a próxima partida, já não ter tanta
portuguesa tem eliminado muitos candidatos certeza disso.
[...].
(Sofia do Amaral. O Estado de S.Paulo, SP, 3/10/2004)
É necessário inicialmente termos a noção de texto. Quando falamos em texto, identificamos um uso
da linguagem (verbal ou não-verbal) que tem significado, unidade (um conjunto em que as partes se
ligam umas às outras) e intenção.
Nas diversas situações de comunicação, nosso texto deve apresentar condições de ser lido e
interpretado, para tanto, deve ser claro, coerente e coeso. Devemos ter em mente que não escrevemos
para nós, mas para outros (interlocutor preferencial), portanto, devemos ler e reler nosso texto,
eliminando erros de ortografia, ambiguidades etc.
O interlocutor de um texto é o leitor a quem ele se dirige preferencialmente ou, em outras palavras, é
o leitor em quem pensa o autor no momento da produção daquele texto.
A primeira informação importante a ser considerada no momento da leitura é que todo texto faz
referência a uma situação concreta. Essa situação é o contexto. Há diferentes tipos de contexto (social,
cultural, estético, político, histórico...) e sua identificação é fundamental para que se possa
compreender bem o texto.
Para a produção de um bom texto é preciso que o autor domine todos os recursos textuais
necessários para estabelecer as relações de sentido entre as ideias que pretende expor. Há dois níveis
que o autor precisa dominar: o primeiro deles é o aspecto formal, o segundo é o aspecto da
significação. O aspecto formal é alcançado pela escolha das palavras cuja função é articular entre si as
partes do texto. A ligação textual obtida através dos elementos linguísticos é chamada coesão textual.
O segundo nível, o da significação, é a reunião de ideias, informações e argumentos compatíveis entre
si, obtendo como resultado um texto claro, a que chamamos coerência textual.
Para manter a coesão, a coerência e a clareza textual é necessário também que o texto esteja bem
pontuado, por isso, vamos lembrar os conceitos de pontuação.
Vírgula (,) — O emprego da vírgula, na linguagem escrita, não corresponde necessariamente a uma
pausa na linguagem oral, e vice-versa. A vírgula é um sinal que liga orações, separa termos
das orações e indica a ocorrência de certos fenômenos, tais como inversão, omissão ou intercalação de
termos em uma oração.
Emprega-se a vírgula para marcar:
- Inversão:
• de complementos verbais: A vida, eu compro com as mãos.
• de adjuntos adverbiais. À noite, faço um curso de inglês.
• de orações subordinadas adverbiais: Embora não pensassem assim, era a mesma coisa.
- Coordenação:
• entre termos da oração com o mesmo valor sintático: Deu-me de presente, livros, revistas de
arte e discos.
• entre orações assindéticas: Foi à porta, espiou, correu para dentro assustada.
• entre orações sindéticas, com exceção das aditivas: Talvez seja engano meu, mas acho-a agora
mais serena.
A vírgula deve ser empregada antes da conjunção aditiva e apenas quando esta aparecer repetida
várias vezes e quando ligar orações com sujeitos diferente:
Queria ver, e abaixava os olhos, e tampava-os com as mãos.
O carro desviou-se, e ao cabo de um segundo o ônibus passou.
- Intercalação:
• de termos da oração: A aniversariante, meiga, atenciosa com todos, parecia realmente feliz.
• de conjunção: Ele é seu pai: respeite-lhe, pois, a vontade.
• de expressões explicativas, como: isto é, ou melhor, por
• exemplo, etc.: Entregar-lhe os documentos foi, sem dúvida, um erro.
• de orações subordinadas adverbiais: Antigamente, quando eu era menino, ouvia histórias deste
lugar.
- Supressão de termos:
Elipse: Nós moramos no campo, e vocês, na cidade. (elipse do verbo morar)
- Isolamento:
• de aposto ou de oração subordinada substantiva apositiva: O resto, as louças, os cristais e os
talheres, irão nas caixas menores.
• de vocativo: Você ouviu, Maria, que notícia esquisita?
• de nome de lugar anteposto à data: São Paulo, 20 de dezembro de 1994.
• de orações subordinadas adjetivas explicativas: Até ele, que é o melhor da turma, não quis
participar do torneio de xadrez.
Ponto (.) — emprega-se no final de frases declarativas: Os livros foram danificados pelas traças.
Dois pontos (:) — Marcam uma pausa para anunciar uma citação, uma fala, uma enumeração, um
esclarecimento ou uma síntese.
Ex.: “Lembrei-me do nome e do tipo: era João Francisco Gregório, caboclo, robusto, desconfiado...”
(Graciliano Ramos)
Ponto de interrogação (?) — Usa-se no final de uma frase interrogativa direta e indica uma pergunta.
Ex.: E eu? O que é que eu devo fazer?
Ponto de exclamação (!) — Usa-se no final de qualquer frase que exprime sentimentos, emoções, dor,
ironia, surpresa e estados de espírito.
Ex.: Saia daqui já!
Reticências (…) — Podem marcar uma interrupção de pensamento, indicando que o sentido da oração
ficou incompleto, ou uma introdução de suspense, depois da qual o sentido será completado. No
primeiro caso, a sequência virá em maiúscula – uma vez que a oração foi fechada com um sentido
vago proposital e outra será iniciada à parte. No segundo caso, há continuidade do pensamento
anterior, como numa longa pausa dentro da mesma oração, o que acarreta o uso normal de minúscula
para continuar a oração.
Ex.: Ah, como era verde o meu jardim... Não se fazem mais daqueles.
Foi então que Manoel retornou... mas com um discurso bastante diferente!
Aspas (“ ”) — Usam-se para delimitar citações; para referir títulos de obras; para realçar uma palavra
ou expressão, para destacar palavras estrangeiras, neologismos, gírias, para indicar mudança de
interlocutor nos diálogos, etc.:
Ex.: Estudou “ballet” por insistência da mãe.
Travessão (—) — Marca: o início e o fim das falas em um diálogo, para distinguir cada um dos
interlocutores; as orações intercaladas; as sínteses no final de um texto. Também usado para substituir
os parênteses.
Ex.: “– Para onde vais tu?..., perguntou-lhe em voz baixa.
– Não sei, filha, por aí!... (Aluisio Azevedo)
“– Não quero saber onde mora – atalhou Quincas Borba”. (M. de Assis)
“Grande futuro? Talvez naturalista, literato, arqueólogo, banqueiro político, ou até bispo – bispo
que fosse –, uma vez que fosse um cargo...” (Machado de Assis)
Parágrafo — Constitui cada uma das secções de frases de um escritor; começa por letra maiúscula,
um pouco além do ponto em que começam as outras linhas.
Asterisco (*) — empregado para chamar a atenção do leitor para alguma nota (observação).
Hífen (−) — usado para ligar elementos de palavras compostas e para unir pronomes átonos a verbos.
EXERCÍCIOS
b) Crie para a notícia um título que lhe seja b) Quais são as informações (explícitas ou não)
adequado e não apresente duplo sentido. que permitem identificar o interlocutor
preferencial desse texto?
BIBLIOGRAFIA
ABAURRE, Maria Luiza; PONTARA, Marcela Nogueira; FADEL, Tatiana. Português: língua e
literatura. 2ª edição. São Paulo: Moderna, 2003.
AMARAL, Emília; FERREIRA, Mauro; LEITE, Ricardo; ANTÔNIO, Severino. Novas palavras,
nova edição. 1ª edição. São Paulo: FTD, 2010.
BARRETO, Ricardo Gonçalves. Coleção ser protagonista. 1ª edição. São Paulo: Edições SM, 2010.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens. São Paulo:
Atual, 2003.
FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar gramática: teoria, sínteses das unidades, atividades
práticas, exercícios de vestibulares. São Paulo: FTD, 1992.
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. 17ª
edição. São Paulo: Ática, 2007.
MEDEIROS, João Bosco. Português Instrumental. 6ª edição. São Paulo: Atlas, 2007.
NOGUEIRA, Sérgio. Português sem complicação: regras, dicas e respostas comentadas. Coleção
Aula Extra. São Paulo: 2009.
SARMENTO, Leila Lauar. Oficina de Redação. 2ª edição. Belo Horizonte-MG: Moderna, 2002.
VÍDEO
Tempos Modernos (Modern Times, EUA 1936). Direção: Charles Chaplin. Elenco: Charles Chaplin,
Paulette Goddard, 87 min. preto e branco, Continental.
LEITURAS COMPLEMENTARES
HUNTER, James C.. O Monge e o executivo. Uma história sobre a essência da liderança. Tradução:
Maria da Conceição Fornos de Magalhães. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.
HUXLEY, Aldous. Admirável mundo novo. Tradução: Lino Vallandro e Vidal Serrano. São Paulo:
Globo, 2009.
ORWELL, George. A revolução dos bichos. Tradução: Heitor Aquino Ferreira. São Paulo: Globo,
2003.