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ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO E ESTRUTURAS
APOSTILA DE
ENG285 – RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I-A
ENGN90 – MECÃNICA DOS MATERIAIS I-A
Salvador/BA
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
APRESENTAÇÃO
Este material representa a reunião das notas de aulas do Prof. Alexandre de Macêdo
Wahrhaftig ministradas durante as mais de duas décadas de docência no ensino superior. È
um conteúdo desenvolvido com base em Beer, F. P. E Russel Johnston Jr, E., 1995 –
Resistência Dos Materiais, Ed. Makron Books, São Paulo; Timoshenko, S. P.; Gere, J. E.,
1994 – Mecânica dos Sólidos; Timoshenko, S. P., 1973 – Resistência dos Materiais;
Melconian, S., 1999 – Mecânica Técnica e Resistência dos Materiais, entre outros, que
inspiraram a elaboração da parte teórica e exercícios, que neste compêndio se encontram
resolvidos visando, fundamentalmente, orientar o aprendiz de primeiro contato com o tema.
É importante deixar registrado o agradecimento aos alunos que ajudaram a dar forma a este
material transcrevendo notas literalmente manuscritas com esquemas gráficos elaborados à
mão. A revisão mais abrangente é recente e foi realizada nos anos de 2020 a 2022 durante o
período de ensino remoto. Entretanto, a consolidação de uma revisão mais detalhada a fim
de localizar erros e melhorar o conteúdo só ocorre mesmo à medida em que este material é
exposto, lido e relido por um número significativo de pessoas. Nosso desejo ao elaborar esta
obra é o de poder colaborar para a formação e aperfeiçoamento de engenheiros.
Alexandre Wahrhaftig
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Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................... 2
1.1. CINEMÁTICA................................................................................................................................. 10
1.1.1. Translação: ........................................................................................................................... 10
1.1.2. Rotação: ............................................................................................................................... 11
4.1. 1° Tipo: Vínculo simples ou móvel/ Ligação do 1° gênero/ Apoio Livre ......................................... 17
4.2. 2° Tipo: Vínculo duplo ou fixo/ Ligação do 2° gênero/ Apoio fixo ................................................. 18
5. TIPOS DE ESTRUTURAS...............................................................................................20
8. EXERCÍCIOS.....................................................................................................................26
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28.2. SOLUÇÃO PELO MÉTODO DAS SEÇÕES OU MÉTODO DE RITTER ................................................. 181
32. TENSÃO E DEFORMAÇÃO NUMA BARRA POR SEU PESO PRÓPRIO........... 194
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Para que se possa chegar às condições de equilíbrio de um corpo rígido, antes é preciso
entender o movimento dos corpos através de uma introdução à Mecânica Racional.
Introdução a Mecânica:
A mecânica pode ser definida como a ciência que descreve e prevê as condições de repouso
ou movimento dos corpos sob a ação de forças. A mecânica está dividida em Mecânica do
contínuo e Mecânica dos meios discretizados. A primeira pode ser dividida em:
E a segunda em:
4 – Mecânica computacional.
Dinâmica
Cinética: Estuda a relação entre as forças que atuam sobre o corpo, a massa do corpo e seu
movimento. A cinética é usada para predizer o movimento causado por forças dadas ou
determinar as forças necessárias para predizer determinado movimento.
1.1. CINEMÁTICA
Um sistema de forças qualquer pode ser entendido através dos efeitos que podem produzir
sobre um corpo. Esses efeitos são a translação e a rotação.
1.1.1. Translação:
Translação retilínea:
Todos os pontos materiais se deslocam segundo retas paralelas. A sua velocidade e
aceleração conservam a orientação durante o movimento.
Translação curvilínea:
A velocidade e a aceleração variam tanto em direção quanto em módulo a todo instante.
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1.1.2. Rotação:
Nesse movimento pontos materiais que formam o corpo rígido se deslocam em planos
paralelos ao longo de círculos cujos centros estão sobre o mesmo eixo. Esse eixo é chamado
de eixo de rotação e não necessariamente estará contido no corpo, mas se assim estiver,
todos os pontos situados sobre ele possuem velocidade e acelerações nulos.
(a ) Corpo rígido com eixo de rotação (b) Corpo rígido com eixo de rotação
contido no corpo. fora do corpo.
Figura 1-5. Movimentos de rotação.
2. SISTEMAS DE FORÇAS
As forças agrupam-se em sistemas que recebem o nome segundo a posição relativa em que
se acham entre si. Podem ser concorrentes, paralelas ou quaisquer. Qualquer um desses
sistemas pode ser espacial ou coplanar. Considere-se, como exemplo, o sistema de forças
espacial qualquer F1, F2, F3...Fn ilustrado na Figura 2-1.
Todo e qualquer sistema de forças pode ser substituído pela ação de duas forças, que em
relação a um ponto qualquer venham a produzir o mesmo efeito que o sistema original dado.
Esses efeitos estão relacionados à resultante das forças e ao momento resultante. A força
resultante, ou apenas resultante, é a responsável pelo movimento de translação e o
momento resultante pelo movimento de rotação.
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As forças que agem sobre os corpos caracterizam-se por atuações à distância ou por ações
de contato. No primeiro caso, são introduzidas por campos de influência, como por exemplo,
os campos magnético e gravitacional.
As forças de contato são ditas cargas. As cargas alteram as condições de equilíbrio dinâmico
das estruturas ou agem no equilíbrio estático.
» Ponto de aplicação;
» Intensidade; São importantes na indução dos efeitos ocasionados no
» Direção; corpo.
» Sentido.
Força é uma grandeza vetorial que pode ser representada graficamente por um segmento de
reta orientado, ou seja, uma seta de ponta simples que contém o número de unidades de
medida do vetor:
Características de um momento:
Entretanto, existe a possibilidade de representar o momento por meio de uma seta curva,
contida em seu plano de atuação e que indica o efeito produzido por essa grandeza:
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No caso de sistemas espaciais deve ser tomado como referência para a resultante e o
momento resultante os três eixos cartesianos x, y, z, com origem no ponto O, ligados à Terra,
constituindo assim um sistema de forças não-Newtoniano. Dessa forma, a resultante fornece
três componentes Fx, Fy, Fz e o momento resultante também fornecerão três componentes
Mx, My e Mz de acordo com a Figura 2-3, ou seja:
3. CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO
3.1. ESTÁTICO ( V = 0 ; a = 0 )
3.2. DINÂMICO ( V 0 ; a = 0 )
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Para equilibrar um sistema ativo é necessário a introdução de um sistema que lhe seja
equivalente, mas de sinal contrário, tornando nulas as ações da Resultante das forças e do
Momento Resultante. Portanto, para promover o equilíbrio do sistema ativo original, é
preciso introduzir um sistema equivalente mas com forças e momentos em sentidos
contrários, como indicado na Figura 3-2.
» Fx’, Fy’, Fz’ são as reações ou forças que agem no sentido contrário aos de Fx, Fy, Fz .
» Mx’, My’, Mz’ são os momentos resistores ou momentos contrários a Mz, My, Mz.
Fx =0
A força resultante é nula: R = 0 → Fy =0
Fz =0
Equações universais da
Estática
M x =0
O momento resultante é nulo: M = 0 → M y =0
M z =0
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3.4.1. Na Translação
F
x =0
R=0 →
F
y =0
3.4.2. Na Rotação
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M 1 = F1d1 ↻.
» A força F2 produzirá movimento de rotação em torno da rótula definido por:
M 2 = F2 d 2 ↺.
Se M1 e M2 tiverem valores iguais a tendência de rotação se anula. Logo, para que não haja
giro é preciso que a soma dos momentos em torno da rótula (Rot), por um lado ou pelo outro
lado dessa, seja nula. Portanto, pela direita (Dir) tem-se:
Dir
M Rot = 0 → F2 d 2 − F1d1 = 0 → F1d1 = F2 d 2 .
F x =0
não se aplica, pois não há forças que possam ser projetadas sobre o eixo x. Nesse caso, as
equações de equilíbrio disponíveis são:
F y =0 e M z = 0.
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O momento em torno do ponto “O” será nulo, pois a linha de ação das forças passa pelo
ponto “O” e a condição
M z =0
F x =0 e F y =0.
No equilíbrio desse sistema não há translação nem rotação, em consequência só existe uma
equação de equilíbrio disponível:
F x =0.
4. VÍNCULOS ESTRUTURAIS
Este tipo de vínculo impede o movimento de translação na direção normal ao plano de apoio,
fornecendo, desta forma, uma única reação, que, por essa razão, é normal ao plano de apoio.
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O apoio livre, Figura 4-2, é constituído por uma rótula (1) na parte superior, no contato com
a estrutura, o que permite o movimento de rotação; uma configuração indeformada (2) e uma
representação (3) que permite o movimento da estrutura na direção paralela ao plano de
apoio. O seu respectivo diagrama de corpo livre na figura ao lado:
F y =0.
Pode ser citado como exemplo de um apoio móvel a coluna de sustentação de um viaduto.
O material sintético usado na ligação do tabuleiro com o pilar confere à estrutura liberdade
de movimento horizontal e de rotação em torno do apoio, mas esse oferece restrição à
tendência de movimento vertical do tabuleiro.
Este tipo de vínculo impede o movimento de translação em duas direções, na direção normal
e na direção paralela ao plano de apoio, podendo fornecer até duas reações, desde que
solicitado. O movimento de rotação é livre, devido à presença da rótula na extremidade
superior do apoio. A representação simbólica de um apoio fixo pode ser vista na Figura 4-3.
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F x =0 e Fy =0.
(a) Representação simbólica. (b) Esquema estático. (c) Diagrama do corpo livre.
F x = 0 , Fy = 0 e M z = 0 .
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» Substituir o engastamento por um apoio fixo e um apoio livre, como na figura abaixo.
Figura 4-7. Exemplo de substituição do engaste por um apoio fixo e outro móvel.
O exemplo da Figura 4-8 é classificado como uma Estrutura Hiperestática, pois haveria
ligações estaticamente supérfluas (ou superabundantes).
5. TIPOS DE ESTRUTURAS
Por definição, estrutura é o conjunto de elementos de construção composto por uma ou mais
peças, ligadas entre si e ao meio exterior de modo a receber e a transmitir carregamento, isto
é, um conjunto capaz de receber solicitações externas, absorvê-las internamente e transmiti-
las para os seus apoios mantendo-se em equilíbrio. As estruturas planas são classificadas em
três tipos, conforme o sistema de vinculação. Considere-se: NE = número de equações e NI
= número de incógnitas.
Essas estruturas não são estáveis, permanecendo equilíbrio estático sob uma condição muito
particular. O número de equações da Estática é superior ao número de incógnitas.
NE NI
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NE = NI
NE NI
GRAU 1
GRAU 2
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GRAU 3
O grau de hiperestaticidade indica o número de equação que faltam para resolver o sistema.
Esse tipo de carregamento representa uma força aplica em um único ponto da estrutura.
Exemplos: (a) Peso de máquinas, cabos ou tirantes, (b) viga chegando em viga, (c) vigas de
transição de edifícios (vigas que apoiam pilares).
São cargas distribuídas continuamente ou funções carregamento. Os tipos mais usuais são
as cargas uniformemente distribuídas e as cargas triangulares. Mas o estudo por ser feito
para um caso qualquer desse tipo de carregamento. O vento, por exemplo é função contínua
na altura que atua na fachada de um edifício.
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x1
dQ = q ( x )dx → Q = q ( x)dx .
0
dM = xdQ .
O que leva a:
x1 x1
M = xdQ → M = xq ( x )dx .
0 0
- Da resultante Q: M = Qx .
x1
Qx = q ( x) xdx .
0
Então:
x1
x=
0
q ( x) xdx
.
x1
0
q ( x)dx
A operação matemática realizada anteriormente, nada mais senão a relação entre o momento
estático e a área da figura que representa o carregamento distribuído. Expressando a equação
anterior em função da área da figura, pode-se escrever, simplesmente, que:
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xdA
x= A
,
A
q( y) = vk2 ( y) ,
L
L
Q = q ( y )dy ; cp =
q( y) ydy ,
0
x1
q( y)dy
0
0
onde L é a altura da edificação sobre a qual se deseja determinar a ação do vento. Considere-
se uma situação particular de uma edificação de 40 m de altura em que a velocidade, em m/s,
e a pressão do vento, em kN/m2, sejam dadas pelos gráficos a seguir.
No plano esse tipo de carregamento é representado por uma seta curva, que indica o sentido
de giro do vetor momento. Quando o vetor momento entra no papel (sentido horário) será
positivo, e quando sai do papel (sentido anti-horário) será negativo. O Binário representa a
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ação de duas forças de mesma intensidade e direção, mas de sentidos contrários, como
indicado a seguir.
↺ Anti-horário + (vetor
saindo do papel). Vê-se a
ponta do vetor.
↻ Horário - (vetor
entrando no papel). Vê-se
o rabo do vetor.
Como os sistemas isostáticos dependem unicamente das equações da Estática, pode-se, por
meio de suas equações, calcular as reações desses sistemas. No caso de sistemas
hiperestáticos de grau 1, serão vistos alguns sistemas após o estabelecimento da equação
fundamental da Resistência dos Materiais (ou da Mecânica dos Materiais). Como sistemas
isostáticos podem ser citados:
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8. EXERCÍCIOS
Exercício 8.1.
Calcular as reações de apoio para a seguinte estrutura:
Resolução:
Obs.: Por se tratar de uma estrutura plana e com as forças atuantes dispostas segundo uma
única direção, a vertical, e nenhuma força atuando na direção horizontal, o equilíbrio do
sistema pode ser resolvido pelas equações Eq. (8.1):
F y =0 e M = 0. (8.1)
Cabe observar que, embora o apoio da B pudesse oferecer a reação horizontal, a equação
para a translação horizontal, Fx = 0 , não se aplica a esse caso.
DCL:
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Como convenção para as orientações positivas e negativas dos esforços, ativos ou reativos,
será utilizada a recomendação já existente da Estática, onde as forças verticais para cima,
forças horizontais para a direita e giros no sentido trigonométrico (ou anti-horário) são
positivos. Os que estiverem com orientação contrária serão negativos:
F = 0 → R + R = 50 + 10 + 20 R + R = 80kN .
y A B A B
M = 0 → − R 8 + 50 6 + 10 4 + 20 2 = 0 R = 47,50kN
B A A → RB = 80 − 47,50 ⸫
RB = 32,50kN .
Exercício 8.2.
Calcular as reações de apoio para a estrutura “ABCD”, constituída por uma barra horizontal
“AB” e outra vertical “CD”:
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Resolução:
Nesse caso, existe uma carga distribuída com taxa de carregamento constante de 1 kN/m e
cargas concentradas horizontais de 20 kN e 30 kN e verticais de 20 kN e 10 kN. Aplicando
a fórmula para cargas distribuídas de:
L
Q = q ( x )dx . Como q(x) = q = constante, tem-se que:
0
Q = qL = 1 2 = 2kN .
L L
qL2
x=
q( x) xdx → x = q xdx → x =
0 0 2 = 1 L.
L L
q( x)dx
0
q dx
0
qL 2
Com os passos anteriores definidos, o diagrama do corpo livre (DCL) pode ser construído:
DCL:
+ → Fx = 0 → H A + 20 − 30 = 0 H A = 10kN ,
+ Fy = 0 → RA + RB − 20 − 2 − 10 = 0 RA + RB = 32kN . Quanto à rotação, tem-se:
+ M A = 0 → RB 6 − 20 1 − 2 4 − 10 5 − 20 2 − 30 2 = 0 RB = 29, 67 kN .
Logo, RA = 32 − 29, 67 → RA = 2,33kN .
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Exercício 8.3.
Calcular as reações de apoio para o pórtico “ABCDE” seguinte.
OBS.: Há uma carga distribuída de forma linear cuja especificação é dada pela maior
ordenada. Normalmente, esse é um tipo de carregamento está relacionado a empuxos de
solos e/ou pressões hidrostáticas em reservatórios).
Resolução:
q q( x) qx
= → q( x) = → que é uma função linear (equação da reta).
L x L
L L qx q L
Q = q ( x)dx → Q = dx = xdx , com
0 0 L L 0
2
qL 1 1
Q= Q = qL , que é a área do triângulo. Logo, Q = 5 6 Q = 15kN .
L 2 2 2
qx q L 2 L3
q( x) xdx = 0 L xdx = L 0 x dx = 3 → x = 2 L .
L L
x = 0L
0 q( x)dx 0 L dx L 0 xdx L2
L qx 2
q L 3
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2
Assim, x = L é o centro de gravidade do triângulo. Logo, com os dados do problema,
3
2
tem: x = 6 → x = 4m .
3
F = 0 → H = 0
x A
F = 0 → R + R = 45 ,
y A B
M = 0 , implica em ter: R
270
A B 6 − 15 4 − 30 7 = 0 → RB = RB = 45kN .
6
Logo, RA = 0kN .
Exercício 8.4.
Calcular as reações de apoio para a seguinte estrutura “ABCD”, constituída de uma barra
horizontal “AB” e outra vertical “CD”:
Resolução:
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F = 0 → H + 20 − 20 = 0 H = 0 ,
x A A
F = 0 → R = 0,
y A
M = 0 → 20 2 + 20 2 + 10 + M = 0 → M
A A A = −90kN m .
H A = 0
RA = 0
M = −90kN m sentido horário
A ( )
Como o momento no ponto “A” é negativo, o sentido real do momento reativo será horário
(sentido contrário ao adotado inicialmente).
9. ESFORÇOS SOLICITANTES
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Quando uma força atua deslocada em relação a um ponto, ou no caso de uma seção, atua
fora do seu geométrico, seu efeito será igual ao efeito dessa força atuando no centro
geométrico, ou no ponto em referência, somado ao efeito do momento dessa força em relação
ao ponto para o qual foi deslocada, conforme ilustrado na figura a seguir.
O Esforço Normal numa seção, portanto, é o somatório de todas as forças que atuam de um
lado ou do outro lado da seção considerada, projetadas sobre o eixo perpendicular
(perpendicularismo) à seção, será representado por N.
N = Py
O esforço cortante numa seção, por definição, é o somatório das forças que atuam de um
lado ou do outro lado da seção considerada, projetadas sobre os eixos nela contidos
(paralelismo).
Vx = Px ; Vz = Pz
A condição para que uma força cause momento em relação a um eixo é que ela esteja em
um plano perpendicular ao eixo.
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É o somatório dos momentos produzidos por todas as forças que atuam de um lado ou do
outro lado da seção considerada. Aplicando a regra da mão direita para descobrir sentido do
momento em relação ao eixo adotado, encontraremos as equações para Mx e para Mz que
são os momentos resultantes em relação ao eixo x.
b
M x = Py − Pz c
2
a
M z = Py − Px c
2
OBS.: Durante a flexão algumas fibras da seção sofrem alongamento e outras encurtamento.
As fibras que não sofrem modificação são chamadas de Fibras Neutras. Essas fibras situam-
se sobre a linha que separa a região comprimida da região tracionada denominada de “Linha
neutra”.
É o somatório dos momentos produzidos por todas as forças de um lado da seção considerada
em relação ao eixo perpendicular a seu plano.
a b
T = Pz − Px .
2 2
4 – Momento Torsor (T) que age no sentido de torcer, girar a seção em torno do eixo, ou
seja. no seu próprio plano.
1 - Alongamento;
2 - Encurtamento; Translação
3 - Corte (distorção);
4 - Flexão (giro);
Rotação
5 - Torção (giro).
Para determinar os valores desses esforços numa seção basta estudar as forças que atuam de
um lado ou do outro da mesma, pois os valores são iguais e com sentidos contrários,
necessitando, assim, de uma convenção de sinais, que será vista caso a caso. Se tivermos a
barra abaixo, com A sendo a área de sua seção transversal, E uma propriedade relativa ao
material e L é o seu comprimento:
os esforços nessa barra podem aumentar até o limite da resistência da peça e a informação
da intensidade da força (20 kN) será uma informação parcial da qual não se poderá fazer um
julgamento adequado. Será, portanto, necessário fornecer os parâmetros A, E e L de forma
a fazer possível uma avaliação com respeito à segurança e ao grau de deformabilidade do
sólido.
Cabe salientar que, embora a força possa aumentar até a sua capacidade resistente, a barra
permanece estaticamente em equilíbrio, porém o sólido tende a se alongar (sólido
deformável). Em sólidos deformáveis, esforços equivalentes podem produzir efeitos
distintos em corpos constituídos de materiais diferentes, pois as dimensões do corpo e as
propriedades dos materiais interferem no resultado.
1 – Esforço Normal
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2 – Esforços Cortantes
Positivo: Binário que provocara um giro no sentido horário. Ou seja, uma força que tenda a
produzir um giro no sentido horário
Negativo: Binário que provoca um giro no sentido anti-horário. Ou seja, uma força que tenda
a produzir um giro no sentido anti-horário
3 – Momento Fletor
4 – Momento Torsor
Observação: Para sistemas planos a identificação é bastante natural, porém para sistemas
espaciais a definição de esquerda e direita pode ser confusa. Para barras verticais, por
exemplo, essa definição torna-se imprópria, e uma alternativa é rebater visualmente a barra
para a horizontal pelo ângulo externo, como mostrado a seguir.
Exemplos:
Exercício 9.1.
Determine os esforços solicitantes nas seções indicadas da figura abaixo.
Resolução:
Exercício 9.2.
Qual o trecho mais solicitado AB ou BC?
10. EXERCÍCIOS
Exercício 10.1.
Determinar os esforços solicitantes na estrutura abaixo.
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Resolução:
Força 1 Força 2
N1 = −10kN N 2 = −10kN
V1 = 0 V2 = 0
M1 = 0 M 2x = 0
T1 = 0 M 2 z = −10 10 = −100kN cm (Negativo → contrário a z)
T2 = 0
Força 3 Força 4
N3 = 5kN N4 = 0
V3 = 0 V4 x = 20kN
M 3 x = 5 10 = 50kN cm V4 y = 0
M 3 y = −5 10 = −50kN cm M 4 x = −20 40 = 800kN cm
T3 = 0 T4 = 20 10 = 200kN cm
RESULTANTES:
Exercício 10.2.
Determinar os esforços solicitantes nas seções indicadas da estrutura ABC abaixo.
Solução:
Seção : Seção β:
N = 0 , N = −20kN ,
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V = −20kN , V = 0 ,
M = 20 1 = 20kN m , M = 20 3 = 60kN m ,
T = 0 . T = 0 .
Exercício 10.3.
Determinar os esforços solicitantes na estrutura “ABC” abaixo.
Solução:
Para melhor visualização da solução do problema, o observador ( ) deve se posicionar
na forma indica na figura:
Esforços em α: Esforços em β:
N = 0 , N = 0 ,
V = 20kN , V = 20kN ,
M = −20 2 = −40kN m , M = −20 4 = −80kN m ,
T = 0 . T = −20 5 = −100kN m .
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Exercício 10.4.
Determinar os esforços solicitantes nas seções e da estrutura “ABC” abaixo
Solução:
Portanto:
Em α: Em β:
Exercício 10.5.
Determinar os esforços solicitantes na estrutura abaixo, para um ângulo genérico “”.
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Resolução:
Fazendo para uma seção genérica localizada por meio de um ângulo ‘θ’ como indicado,
teremos os esforços como uma função desse ângulo:
dN ( ) d ( P sen )
= = 0 P cos = 0 → Logo, = 90 →
d d
dV ( ) d ( P cos )
= = 0 − P sen = 0 → Logo, = 0 →
d d
dM ( ) d ( P r sen )
= = 0 P r cos = 0 → Logo, = 90
d d
→
Esforço Normal:
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Esforço cortante:
Momento fletor:
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Considere-se uma viga bi-apoiada de comprimento l, na qual atua uma carga concentrada P,
conforme mostra a Figura 11-1, onde a e b são os tramos da viga. Por definição, vigas são
barras que recebem carregamento transversal em relação ao seu eixo. No estudo do esforço
cortante e momento fletor, admite-se que:
Vale a pena recordar que o diagrama do corpo livre (DCL) compreende a representação da
geometria do sistema, das forças ativas e reativas, essas com suas orientações arbitradas.
Para elementos unidimensionais a geometria da peça é conferida por seu eixo. O eixo, por
definição, é a interseção dos centroides das seções transversais. Uma peça pode ser de eixo
reto ou curvo. É importante observar que a comprovação das orientações que foram
inicialmente adotadas para as reações de apoio se dará por meio da avaliação do sinal obtido
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nas equações de equilíbrio. Caso um sinal negativo apareça, isso será indicativo de que a
orientação inicialmente admitida para a reação está incorreta, ou seja, que a essa está em
sentido contrário ao adotado.
3) Condições de equilíbrio
F = 0 → H = 0,
x A
F = 0 → R + R − P = 0,
y A B
M = 0 → R l − P a = 0 ∴
Pa
A B , RB =
l
Pb
M B = 0 → −RA l + P b = 0 ∴ RA = l .
4) Esforços solicitantes
Na seção Na seção
N = 0 , N = 0 .
Pb Pa Pb
V = , V = − . (Pela direita) ou V = − P (Pela esquerda).
l l l
Pb Pa Pb
M = x, M = (l − x) (Pela direita) ou M = x − P ( x − a ) (Pela esquerda).
l l l
T = 0 . T = 0 .
OBS.:
» Note-se que a equação do momento fletor no intervalo da seção é uma função linear
em x, uma reta do tipo y = mx , onde m = Pb / l é o coeficiente angular da reta. Para a
seção a equação da reta é do tipo y = mx + n com o coeficiente angular igual a
m = −Pa / l e o coeficiente linear n = Pa .
» Para o dimensionamento de vigas ou elementos de máquinas é preciso estabelecer os
valores máximos ao longo da peça, o que se obtém pelos diagramas dos esforços
solicitantes.
» Além disso, para realizar o detalhamento de peças estruturais é preciso conhecer o valor
dos esforços em diversas seções transversais, por essa razão traça-se o diagrama de cada
44
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
esforço ao longo da estrutura. Esses diagramas permitem conhecer a maneira pela qual
os esforços variam ao longo de um elemento estrutural.
N = 0 ,
Pb
V = ,
l
Pb
M = x,
l
T = 0 .
Quando x = 0 → M = 0 .
Pab l Pl
Quando x = a → M = . Se a = b = → M = .
l 2 4
N = 0 ,
Pb Pb − Pl P (b − l ) P (l − b) Pa
V = −P= = =− → V = − ,
l l l l l
Pb
M = x − P( x − a) .
l
Pab
Quando x = a → M = ,
l
Pbl
Quando x = l → M = − P (l − a ) = Pb − Pb = 0 .
l
45
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
OBS.: Como os diagramas são desenhados em escala, para saber o valor do esforço em uma
seção qualquer, basta medir a ordenada no diagrama na posição de interesse. Ressalta-se que
o sinal + no diagrama de momento fletor e poderia até ser dispensado, pois se sabe que o
desenho do DMF visa indicar a região tracionada da viga.
» As áreas dos diagramas são iguais: área superior igual a área inferior:
Pb Pab
ASup = RA a = a= (Área superior);
l l
Pa Pab
AInf = RB b = b= (Área inferior).
l l
» O trecho de esforço cortante constante é representado por uma reta paralela ao eixo;
» A descontinuidade no diagrama marca um ponto de carga concentrada. Por exemplo:
Pb Pa P ( a + b ) Pl
+ = = = P.
l l l l
1) Condições de equilíbrio
F = 0 → H = 0 ,
x E
F = 0 → −P + R = 0 → R = P ,
y E E
M = 0 → Pl + M = 0 → M = − Pl .
E E E
2) Expressões para V e M (0 x l)
V = − P ,
M = − Px .
Quando x = 0 → M = 0 ,
Figura 11-4. Diagramas para carga Quando x = l → M = − Pl .
concentrada (viga em balanço).
OBS.: Para uma viga em balanço não se faz necessário calcular as reações de apoio, pois o
problema pode ser equacionado a partir da extremidade livre da peça.
47
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
» No diagrama do corpo livre (DCL), a força concentrada e seu ponto de aplicação são
atribuídos ao diagrama para fim de cálculo das reações:
1) Condições de equilíbrio
F = 0 → H = 0,
x B
F = 0 → R + R = ql
y A B
M = 0 → R l − ql 2 = 0 →
l ql ql ql
A B RB = RA = ql − → RA = .
2 2 2
Seção (0 x l):
N = 0 ,
ql
V = − qx , (Equação de 1 grau)
2
ql x qlx qx ²
M = x − qx → M = − , (Equação de 2 grau)
2 2 2 2
T = 0 .
3.1 Cortante
Quando:
ql ql
x = 0 → V = − q 0 → V = ,
2 2
ql ql − 2ql ql
x = l → V = − ql = → V = − .
2 2 2
48
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Quando:
ql 0
x = 0 → M = 0 − q 0 → M = 0 ,
2 2
ql l
x = l → M = l − q l → M = 0 .
2 2
Para achar o ponto onde o momento é máximo, faz-se a expressão do cortante igual a zero:
ql ql 1 l
V ( x) = − qx = 0 → x = → x = .
2 2 q 2
ql q
M ( x) = x − x² ,
2 2
2
l ql l q l ql ² ql ² ql ²
M = − = − → M = .
2 2 2 2 2 4 8 8
Figura 11-7. DC, DEC e DMF para carregamento uniformemente distribuído (viga
bi-apoiada)
– Onde o diagrama do cortante intercepta os eixos das abcissas tem valor nulo, o momento
fletor, nesse ponto, assume valores máximos (valores positivos) e mínimos (valores
49
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
1) Condições de Equilíbrio
F x = 0 → HB = 0,
F y = 0 → RB = ql ,
M
l ql ²
B = 0 → ql + M B = 0 → M B = − .
2 2
Seção (0 x l):
N = 0 ,
50
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
V = −qx ,
x qx ²
M = − qx → M = − ,
2 2
T = 0 .
Quando:
x = 0 → V = 0 ,
x = l → V = −ql .
Quando:
x = 0 → M = 0 ,
l ql ²
x = l → M = − ql → M = − .
2 2
Para uma viga em balanço, quando x = l (sobre o engastamento) o cortante e o fletor são
máximos. Une-se VB e VA por uma reta. Marca-se M = −ql ² / 2 e une-se MB à MA = 0 por
uma reta suporte sobre a qual marca-se na vertical a flecha ql ² / 8 da parábola, Figura 11-10.
51
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Para efeito de equilíbrio, o carregamento distribuído pode ser substituído por uma carga
concentrada equivalente, cuja intensidade é dada pela área da figura que representa o
carregamento, aplicada no seu centro geométrico, permitindo construir o diagrama do corpo
livre (DCL). Matematicamente, é possível obter essas informações por meio da função
carregamento integradas no domínio do problema:
q q( x) qx
= → q( x) = → que é uma função linear em x.
l x l
l qx l q l q l2 1
Q = q ( x)dx → Q = dx = xdx , com isso: Q = Q = ql .
0 0 l L 0 l 2 2
qx l q l 2 l3
q( x) xdx = 0 l l 0
l
xdx x dx
2
x = 0l = = 32 → x = l .
0 q( x)dx 0 l dx l 0 xdx l2
l qx q l 3
52
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
F x = 0 → HB = 0,
F
ql
y = 0 → RA + RB =,
2
1 2 ql ² ql
M A = 0 → RBl − 2 ql 3 l = 0 → RBl − 3 = 0 → RB = 3 ∴
1 ql 3ql − 2ql ql
RA = ql − → RA = → RA = .
2 3 6 6
Seção (0 ≤ x ≤ l):
q( x) q qx
= → q( x) =
x l l
N = 0 ,
q( x) x qx ql
V = RA − , como q ( x) = e RA = , tem-se que:
2 l 6
qx
x
ql ql qx ²
V = − l → V = − (Expressão de uma parábola quadrática),
6 2 6 2l
qx
x
q( x) x 1 ql l 1 ql q
M = RA x − x → M = x − x → M = x − x ³ (Expressão de uma
2 3 6 2 3 6 6l
parábola cúbica).
3) Traçado do diagrama de V e M
Para o Cortante:
Quando:
ql
x = 0 → V = ,
6
ql ql ² ql ql 2ql − 6ql 4ql ql
x = l → V = − = − = =− → V = − .
6 2l 6 2 12 12 3
Quando:
x = 0 → M = 0 ,
ql q ql 2 ql 2
x = l → M = l − l3 = − → M = 0 .
6 2l 6 6
53
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
ql qx 2
V = V ( x ) = 0 → − =0,
6 2l
ql qx 2 l2 l 3
= → x2 = → x= = l → x = 0,5777l 60%l (Ocorre depois do meio do
6 2l 3 3 3
vão).
ql q (0,5777l )3
M Máx = 0,5777l − → M Máx = 0,096 ql 2 − 0,032 ql 2 → M Máx = 0,064ql 2
6 6l
DEC/DMF:
A viga em balanço, indicada na Figura 11-13, suporta um carregamento distribuído que varia
linearmente de 0 a q.
54
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Figura 11-14. DC e DCL para carregamento com variação linear (viga engastada).
F x = 0 → HB = 0,
F
ql
y = 0 → RB =
,
2
ql 1 ql 2
B
M = 0 →
2 3
l + M B = 0 → M B = −
6
.
Seção (0 ≤ x ≤ l):
N = 0 ,
1 qx 1 qx qx 2
V = − q ( x ) x , como q ( x) = ; V = − x → V = − ,
2 l 2 l 2l
q( x) x 1 1 1 q x x2 qx3
M = − x = − q( x) x 2 → M = − → M = − .
2 3 6 6 l 6l
3) Traçado do diagrama
Quando:
x = 0 → V = 0
ql
x = l → V = −
2
Quando:
x = 0 → M = 0 ,
ql 3 ql 2
x = l → M = − → M = − .
6l 6
55
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
F x = 0 → HB = 0
F y = 0 → RA + RB = 0 → RA = − RB
M
M
MI M
A = 0 → RB l + M I = 0 → RB = − ∴ RA = − − I → RA = I
l l l
2) Expressões para os esforços
Seção α: (0 ≤ x < a)
N = 0 ,
56
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
MI
V = RA = , (Constante)
l
M
M = RA x = I x , (Equação do 1° grau)
l
T = 0 .
Seção β: (a ≤ x ≤ l)
N = 0 ,
MI
V = RA = (Constante)
l
MI M
M = RA x − M I = x − M I → M = I (x − l) (Equação do 1° grau)
l l
T = 0
Quando:
MI
x = 0 → V = RA = ,
l
MI
x = a → V = ,
l
M
x = a → V = I .
l
MI
x = l → V = .
l
Quando:
x = 0 → M = 0 ,
M
x = a → M = I a ,
l
M M M b
x = a → M = I (a − l ) → M = − I (l − a ) → M = − I ,
l l l
M
x = l → M = I (l − l ) → M = 0 .
l
57
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
M I a M Ib M I (a + b) M Il
+ = = = MI .
l l l l
12. EXERCÍCIOS
Exercício 12.1.
Determinar os esforços no ponto B e traçar os diagramas dos esforços solicitantes.
F x = 0 → H A − 4 + 7 = 0 → H A = −3kN ,
F y = 0 → RA + RC = 15kN ,
58
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M A = 0 → −5 1 − 10 3 + 5 + RC 5 = 0 → RC = 6kN ∴ RA = 15 − 6 → RA = 9kN .
2) Esforços em B:
2) Diagramas de esforços:
Exercício 12.2.
Determinar o DEC, o DMF e as expressões para o cortante e momento fletor para viga
abaixo indicada.
59
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
F = 0 → R + R = 80kN ,
y A B
M = 0 → R 4 − 80 2 + 20 = 0 → R
140
A B B = → RB = 35kN ∴ RA = 45kN .
4
Seção (0 ≤ x ≤ 4):
V = 45 − 20 x ,
x
M = 45 x − 20 x − 20 → M = −10 x2 + 35x − 20 .
2
Quando:
x = 0 → V = 45 ,
x = 4 → V = 45 − 20 4 → V = −35 .
Quando:
x = 0 → M = −20 ,
x = 4 → M = −10(4)2 + 45(4) − 20 → M = 0 .
V = 0 → M = M Máx .
45
45 − 20x = 0 → x = → x = 2, 25m ,
20
que representa posição em o momento encontra seu máximo. Substituindo esse valor na
equação do momento em tem-se o momento fletor máximo:
ql 2 20 42
f = = = 40kNm ,
8 8
60
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Muitas vezes o carregamento em uma viga torna trabalhoso o traçado dos diagramas pelo
método das seções. São carregamentos concentrados, carregamentos distribuídos e binários
que podem estar atuando ao mesmo tempo. Por isso, pode ser mais viável entender a relação
entre o momento fletor e o carregamento atuante para traçar os diagramas DEC e DMF. Essa
relação é válida para qualquer tipo de carregamento, seja ele distribuído, concentrado ou
binário e só pode ser aplicado desde que não haja descontinuidades de carregamentos, ou
seja, que a função carregamento seja contínua no intervalo considerado.
elemento diferencial dx, essa variação representa uma diferença desses esforços nas faces à
esquerda e à direita dados por dM, dV e dN, conforme se vê na Figura 13-2(b).
M D = 0 , implica que:
dx
−Vdx − M + q ( x )dx + ( M + dM ) = 0 ,
2
dx 2
−Vdx + (− M + M ) + q ( x) + dM = 0 .
2
dM
−Vdx + 0 + 0 + dM = 0 → dM = Vdx ou V = o que leva a M = Vdx .
dx
Integrando no trecho CD :
D D
D D
M D − M C = Vdx → M D = M C + Vdx .
C C
B
M B − M A = Vdx ou M B = M A + SDEC A .
B
62
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
S → Indica área, nesse caso, a área do diagrama do esforço cortante (DEC). Assim, a regra
expressa pela equação anterior passa ser enunciada em termos da área do diagrama de
cortante como sendo: o momento em um determinado ponto corresponde ao momento numa
posição anterior mais a área do diagrama do esforço cortante entre as duas posições.
F y = 0 , leva a:
V − q ( x)dx − (V + dV ) = 0 ,
V − q ( x)dx − V − dV = 0 ,
− q ( x)dx − dV = 0 → dV = −q ( x)dx ou
dV
= −q ( x) , o que leva a V = q ( x ) dx .
dx
Note-se que a relação diferencial dV/dx é a derivada da expressão do cortante (uma função
de x), representando a inclinação da reta tangente à curva, dada por q(x) com o sinal negativo.
Se, por exemplo, se tratar de um carregamento uniformemente distribuído, q(x) = q, o valor
de q será o coeficiente angular dessa reta tangente.
D D
dV = − q( x)dx ,
C C
D
VD − VC = − q( x)dx ,
C
D
VD = VC − q( x)dx .
C
Pode-se concluir que o cortante em um ponto é igual ao cortante no ponto anterior, menos a
integral da função carregamento entre esses dois pontos.
B B
dV = − q( x)dx ,
A A
B
VB − VA = − q( x)dx ou VB = VA − SDC A .
B
63
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
dV dM
Como −q = eV = , pode-se escrever, ainda, que:
dx dx
dM
d 2
−q ( x) = → d M = −q( x) ,
dx
dx dx 2
F x = 0 , leva a:
− N + N ( x)dx + ( N + dN ) = 0 ,
− N + N ( x)dx + N + dN = 0
N ( x )dx + dN = 0 ,
dN = − N ( x )dx ou
dN
= − N ( x ) , o que leva a N = − N ( x ) dx .
dx
D D
dN = − N ( x)dx ,
C C
D
N D − NC = − N ( x)dx ,
C
D
N D = NC − N ( x)dx .
C
Pode ser verificado que o esforço normal em um ponto é igual ao esforço no ponto anterior,
menos a integral da função esforço normal entre esses dois pontos.
B B
dN = − N ( x)dx ,
A A
64
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B
N B − N A = − N ( x)dx ou N B = N A − SDFN A .
B
14. EXERCÍCIOS
Exercício 14.1.
Usar as relações diferencias e o método das áreas para a viga simplesmente apoiada AB, de
comprimento l, abaixo, indicada, definindo as expressões do esforço cortante e momento
fletor e traçando seus diagramas.
Para o Cortante:
x
V = VA − q( x)dx . Como q é constante:
0
x
ql
V = − q dx ,
2 0
ql
Va = − qx , que é uma expressão já obtida. Deixando q em evidência, encontra-se:
2
l
Va = q − x .
2
l
x
ql qx 2
M = 0 + q − x dx → M = x − . Colocando q/2 em evidência, tem-se:
0
2 2 2
65
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
q
M = (lx − x 2 ) .
2
DEC:
Quando:
ql
x = 0 → V (0) = ,
2
l
l l ql 2 ql ql l
x = → V ( ) = − q( x)dx = − → V( ) = 0,
2 2 2 0 2 2 2
ql ql − 2ql ql
x = l → V (l ) = − ql = → V (l ) = − .
2 2 2
DMF:
Quando:
x = 0 → M (0) = 0 ,
x = l → M (l ) = 0 , e para a posição de cortante nulo o momento é máximo, ou seja:
V = 0 → M = M Máx .
Considerando a regra das áreas, o momento fletor na posição l/2 é dado por:
l
M Máx = M A + S DEC 2
A
.
A forma do DEC entre as posiações A e l/2 representa uma área triangular de altura ql/2 e
base l/2. Como não há nenhum binário aplicado sobre o apoio A, MA = 0, os valores para a
equação ficam:
1 ql l ql 2
M Máx = 0 + → M Máx = .
2 2 2 8
Com isso, os gráficos do cortante e do momento fletor têm a forma dada pela figura abaixo.
66
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Exercício 14.2.
Traçar o DEC e o DMF usando as relações diferenciais.
Resolução:
DC
67
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1) Cálculo de Reações
V1 = 0 ,
V1' = RA = 99 ,
V2 = RA − (20 8) = 99 − 160 = −61 ,
V2' = −61 − 40 = −101 (Descontinuidade no DEC),
V3 = V2' = −101 → DEC fica constante pois o
diagrama de carregamento não muda nesse trecho.
V3' = −101 + RB = −101 + 121 = 20 ,
V4 = 20 − 10 2 = 0 . DEC (kN)
M1 = 0 ,
99 − 61 1
M2 = 0 + 8 = 152 , lembrando que: A = 2 (h1 − h2 )l .
2
M 3 = 152 + [2 (−101)] = 152 − 202 = −50 ,
M 3' = −50 + 30 = −20 (Esse valor representa uma descontinuidade no DMF),
1
M 4 = −20 + 20 2 → M 4 = 0 .
2
Para encontrar a posição de cortante nulo, é preciso fazer uma análise por semelhança de
triângulos do trecho de interesse do diagrama de esforço cortante (DEC), ou seja, a e 8 – a.
Com isso, a relação entre os lados dos triângulos é dada por:
99 61
= → 99(8 − a ) = 61a → 792 − 99a = 61a → a = 4,95m .
a 8−a
Portanto, o momento máximo será a soma do momento no ponto anterior (ponto A) com a
área triangular do DEC entre A e a. Como não há binário sobre o apoio A (MA = 0), a
expressão fica:
1
M Máx = 0 + (99 4,95) → M Máx = 245kN m .
2
68
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
DMF (kNm)
Exercício 14.3.
Realizado o traçado do DEC de uma viga, obteve-se o esquematizado na Figura 14-3. Sabe-
se que esta viga pode estar submetida exclusivamente a um binário aplicado no seu término.
Pede-se:
Resolução:
Veja-se, por exemplo, que o carregamento que conduz o cortante de 80 para 60 é uma carga
distribuída relativa a 4q2, e assim por diante. Recorda-se que: VB = VA − S DC A → O cortante
B
DC
A condição de equilíbrio é a de que o somatório dos momentos deve ser nulo. Portanto:
Preliminarmente, seja considerada uma função linear em x descrita pelo diagrama composto
por duas alturas h1 e h2, a primeira positiva e a segunda negativa, como se mostra a seguir.
Deseja-se calcular a área entre a curva e o eixo horizontal.
70
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
y ( x) = ax + b ,
y (0) = h1 b = h1
y (l ) = −h2 −h2 = la + h1 → a = −
( h2 + h1 ) .
l
Com isso, a equação geral, com as constantes definidas, passa a ser escrita como:
y ( x) = −
( h2 + h1 ) x + h
1 .
l
A área entre a curva e o eixo horizontal é determinada por integração da área elementar
definida pela função que define a reta e o elemento diferencial dx, de forma que:
l
( h2 + h1 )
l
( h2 + h1 ) l 2
A = y ( x)dx → A = − x + h1 dx → A = − + h1l ⸫
0
0
l l 2
Fica, assim, demonstrada uma importante propriedade para o uso dos diagramas. Pela regra
das áreas, foi visto que o momento em um ponto é igual ao momento no ponto anterior mais
a área do diagrama de esforço cortante entre esses dois pontos. Portanto:
M 5 = M1 + S DEC 1 ,
5
20 + 40 80 + 60 1
M 5 = 0 + − 2 + 4 − (6 50) + 20 4 ∴ M 5 = −40kN m .
2 2 2
Obs.: O sinal que aparece no resultado pelo método das áreas indica haver um momento
fletor no sentido negativo na extremidade da viga, que coincide com a orientação obtida
pelas condições de equilíbrio da estática. Recorde-se que em termos de esforços internos
tem-se para positivo e negativo, respectivamente, o seguinte esquema:
71
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
4) Traçado do DMF
10 22 5 42 5 42
f1 = = 5kN m ; f 2 = = 10kN m ; f3 = = 10kN m
8 8 8
−20 − 40
M 2 = 0 + S DEC 1 → M 2 = 2 = −60 ,
2
2
80 + 60
M 3 = M 2 + S DEC 2 → M 3 = −60 + 4 = 220 ,
3
2
M 4 = M 3 + S DEC 3 → M 4 = 220 − (50 6) = −80 ,
4
1
M 5 = M 4 + S DEC → M 5 = −80 + 20 4 = −40 ,
5
4
2
M 5' = −40 + 40 = 0 .
DMF (kNm)
Exercício 14.4.
Dado o diagrama de momentos fletores, determine o diagrama dos esforços solicitantes e a
viga de origem:
72
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Resolução:
Deve ser observado que os trechos da curva com flechas são parábolas do 2 grau, que
representam os trechos, na viga, onde há carregamento distribuído uniformemente. As
inflexões representam posições de forças concentradas, podendo ser essas ativas ou reativas.
Nessas posições, pode-se estimar pela presença de forças, que serão calculadas com os dados
presentes no diagrama de momento fletor.
ql 2 q 22
10 = = → q = 20kN / m .
8 8
Assim, o momento de valor (– 40) é causado pela ação da carga distribuída q, calculado
anteriormente, de valor (20·2·1) e o de mais uma força P 1, caso exista, portanto:
73
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
P1, caso existisse, poderia ter sentido contrário ao arbitrado, o que seria revelado pelo sinal
obtido. Como P1 = 0, significa que não há carga concentrada na extremidade da viga.
Para avaliar as demais forças pode ser aplicado o mesmo procedimento feito para P1.
Para verificar a existência de uma força concentrada na extremidade direita da viga (P5) faz-
se o cálculo para o momento de (– 60), mas pela direita daquele ponto. Portanto:
onde −20 é um binário, constatado pela existência de uma reta vertical, representando uma
descontinuidade no diagrama de momentos fletores.
3) Reconstrução da viga
Viga reconstruída
2 h1
M 2 = M1 + SDEC 1 → −40 = 0 +
2
, com h1 sendo a ordenada do diagrama. Logo,
2
h1 = −40 .
74
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
160
M 4 = M 3 + S DEC 3 → −60 = 100 + (4 h3 ) → h3 = − → h3 = −40 ,
4
4
40
M 5 = M 4 + S DEC → −20 = −60 + (2 h4 ) → h4 = → h4 = 20
5
4
2
DEC (kN)
Para o trecho AB
Tome-se a expressão geral para o momento, que é o da equação de uma parábola na forma
de:
M ( x) = ax 2 + bx + c .
Quando: x = 0 → M (0) = 0 → c = 0
x = 2 → M (2) = 4a + 2b .
dM ( x) dM ( x)
= 2ax + b ∴ quando x = 0 → = 0 . Com isso:
dx dx
dM (0)
= 0 = 2a 0 + b → b = 0 . Logo, a parábola é do tipo M ( x) = ax 2 .
dx
d 2 M ( x) d 2 M (−10 x 2 )
= − q ( x ) → = −q → q = 20 .
dx 2 dx 2
75
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
dM ( x) d (−10 x 2 )
V ( x) = → V ( x) = → V ( x) = −20 x .
dx dx
M ( x) = ax + b ∴
M (2) = −40 → −40 = 2a + b
M (8) = 100 → 100 = 8a + b ∴
−140 = −6a → a = 23, 33
−40 = 2(23,33) + b → b = −86, 66 ∴
dM ( x )
M ( x) = 23,33 x − 86, 66 ∴ = 23,33 → V ( x) = 23,33 (2 ≤ x ≤ 8)
dx
M ( x) = ax + b ∴
M (8) = 100 → 100 = 8a + b
M (12) = −60 → −60 = 12a + b ∴
160 = −4a → a = −40
100 = −320 + b → b = 420 ∴
dM ( x )
M ( x) = −40 x + 420 ∴ = −40 → V ( x ) = −40 (8 ≤ x ≤ 12).
dx
M ( x) = ax + b ∴
M (2) = −60 → −60 = 12a + b
M (14) = −20 → −20 = 14a + b ∴
−40 = −2a → a = 20 .
−60 = 12 20 + b → −60 − 240 = b → b = −300 ∴
dM ( x)
M ( x ) = 20 x − 300 ∴ = V ( x) → V ( x) = 20 (12 ≤ x ≤ 16) .
dx
Exercício 14.5.
Determinar a medida a de modo que o momento fletor máximo negativo, seja, em módulo,
igual ao momento fletor máximo positivo.
Solução:
10 (10 + 2a)
M B = 0 → − RA 10 + (10 + 2a) 2 5 = 0 → RA =
10
→ RA = 10 + 2a .
V = −2 x ,
x
M = −2 x → M = − x 2 .
2
V = (10 + 2a) − 2 x ,
M = (10 + 2a)( x − a) − x 2 .
V = (10 + 2a)2 − 2 x ,
M = (10 + 2a)( x − a) + (10 + 2a)[ x − (10 + a)] − x² .
77
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
4.1) Cortante.
x = 0 → V = 0 ,
x = a → V = −2a ,
x = a → V = 10 + 2a − 2a → V = 10 ,
x = (10 + a ) → V = (10 + 2a) − 2 (10 + a) = 10 + 2a − 20 − 2a → V = −10 ,
x = (10 + a ) → V = (10 + 2a)2 − 2 (10 + a) = 20 − 20 + 4a − 2a → V = 2a ,
x = (10 + 2a ) → V = (10 + 2a)2 − 2 (10 + 2a) → V = 0 .
x = 0 → M = 0 ,
x = a → M = −a 2 ,
x = a → M = (10 + 2a)(a − a) − a 2 → M = −a 2 ,
x = (10 + a ) → M = (10 + 2a)[(10 + a) − a] − (10 + a)2 ,
M = (10 + 2a)10 − 102 − 20a − a 2 = 102 + 20a − 102 − 20a − a 2 ,
M = −a 2 ,
x = (10 + a ) → M = (10 + 2a)[(10 + a) − a] + (10 + 2a)[(10 + a) − (10 + a)] − (10 + a) 2 ,
M = (10 + 2a)10 − (10 + a 2 ) = 102 + 20a − 102 − 20a − a 2 ,
M = −a 2 ,
x = (10 + 2a ) →
M = (10 + 2a)[(10 + 2a) − a] + (10 + 2a)[(10 + 2a) − (10 + a)] − (10 − 2a) 2 ,
M = (10 + 2a)(10 + a) + (10 + 2a)(a) − (10 − 2a) 2 ,
M = 102 + 20a + 10a + 2a 2 + 10a + 2a 2 − 102 ,
M = 0 .
M1 = 0 ,
a
M 2 = −2 a → M 2 = −a 2 ,
2
10 + a
M 3 = (10 + 2a ) 10 − (10 + a) 2 = 100 + 20a − 100 − 20 a − a 2 → M 3 = −a 2 ,
2
M4 = 0 .
2 a2 a2 2 102 100
Flechas: f1 = f3 = = ; f2 = = = 25 .
8 4 8 4
78
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DEC e DMF
10 + 2a
0 = 10 + 2a − 2x → x = → x = 5+ a.
2
M = (10 + 2a)( x − a) − x 2 .
M = (10 + 2a)[(5 + a) − a] − (5 + a) 2 ,
M = (10 + 2a)5 − 52 − 10a − a 2 = 50 + 10a − 25 − 10a − a 2 ,
M = M Máx = 25 − a 2 .
25
a 2 = 25 − a 2 → 2a 2 = 25 → a = → a = 3, 54m .
2
Obs.: Uma solução prática do problema seria obtida pela flecha do DMF:
DMF
M Máx = 25 − a 2 ⸫ −a 2 = 25 − a 2 → 2a 2 = 25 → a 2 = 25 → a = 3,54m .
2
79
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Exercício 14.6.
A viga da Figura 14-6 tem as extremidades a em balanço e suporta uma carga distribuída,
cuja intensidade varia linearmente de q1 a q2. Estabelecer a razão de a/L para que o esforço
cortante seja sempre nulo no meio da viga.
Solução:
1) DCL
Para calcular a força concentrada equivalente e seu ponto de aplicação, tome-se um elemento
diferencial dx localizado de x a partir da extremidade esquerda da viga, como indicado:
dQ = q ( x )dx ,
l
Q = q ( x )dx .
0
A função carregamento, por sua vez, fica definida como uma função linear na forma de:
q( x) = q1 +
( q2 − q1 ) x
.
l
l (q − q )
Q = q1 + 2 1 x dx ,
l
0
l l (q − q )
Q = q1 dx + q1 + 2 1 x dx .
l
0 0
q2 − q1 l 2 2 q l + (q2 − q1 ) l q +q
Q = q1 l + → Q= 1 → Q = 2 1 l ,
l 2 2 2
que a equação que representa a área do trapézio. A posição da força concentrada equivalente
é determinada pela seguinte equação:
x=
q( x) x dx .
0
l
q( x)dx
0
l ( q2 − q1 ) x x dx l q −q
q +
l
0 + 0 2 l 1 x dx
2
1 q 1 x dx
x=
0 l → x= ,
l ( q2 − q1 ) l l q −q
0 q1 + l x dx 0 q1 dx + 0 l x dx
2 1
que é a equação que determina o centroide do trapézio. Substituindo l por (L+2a) na equação
anterior, chega-se a:
( q1 + 2 q2 ) ( L + 2a)
x= .
3(q1 + q2 )
81
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Q ( L + a) − x
M B = 0 → − RA L + Q ( L + a) − x = 0 → RA = .
L
Logo:
q2 + q1 ( q1 + 2 q2 ) ( L + 2a)
2 ( L + 2a) ( L + a) − 3(q1 + q2 )
RA = .
L
Assim:
q2 + q1 3(q1 + q2 )( L + a) − ( q1 + 2 q2 ) ( L + 2a)
2 ( L + 2a) 3(q1 + q2 )
RA = ,
L
o que leva a:
( L + 2a )
RA = 3(q1 + q2 )( L + a) − ( q1 + 2 q2 ) ( L + 2a)
6L
4) Condição do problema:
A condição imposta pelo problema é a de o momento máximo ocorra no meio do vão, o que
impõe a que o cortante nessa posição seja nulo. Logo, pode ser escrito que:
L L
M ( + a ) = M MÁX → V ( + a ) = 0
2 2
A equação para o cortante em uma seção , observando as forças pelo lado esquerdo da
seção, como indicado a seguir, é:
V ( x) = RA − Q( x) , com a x L + a .
q ( x) + q1
Q( x) = x.
2
q −q
Como q ( x) = q1 + 2 1 x , tem-se que:
L + 2a
82
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
q2 − q1
q1 + L + 2a x + q1
Q( x) = x,
2
x
Q( x) = q ( x)dx , para todo x no domínio.
0
Como o problema especifica o ponto central x = L/2 + a para condição de nulidade do esforço
cortante, o valor de Q(x) pode ser definido para essa posição, de forma que:
q −q L
q1 + 2 1 ( + a ) + q1
L + 2a 2
Q( + a) =
L L
( + a) .
2 2 2
q − q L + 2a
q1 + 2 1 + q1
L L + 2a 2 L + 2a
Q( + a) = ,
2 2 2
q −q
q1 + 2 1 + q1
L + 2a
Q( + a) =
L 2
,
2 2 2
2q1 + q2 − q1
+ q1
L 2 L + 2a
Q( + a ) = ,
2 2 2
q1 + q2
+ q1
L 2 L + 2a
Q( + a) = ,
2 2 2
q1 + q2 + 2q1
L 2 L + 2a
Q( + a ) = ,
2 2 2
L 3q + q
Q ( + a ) = 1 2 ( L + 2a ) .
2 8
L L
V ( + a ) = RA − Q ( + a ) .
2 2
Portanto:
83
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
( L + 2a) 3q + q
3(q1 + q2 )( L + a) − ( q1 + 2 q2 ) ( L + 2a) − 1 2 ( L + 2a ) .
L
V ( + a) =
2 6L 8
L
Pela imposição do problema, V ( + a ) = 0 . Logo:
2
( L + 2a ) 3q + q
3(q1 + q2 )( L + a) − ( q1 + 2 q2 ) ( L + 2a) = 1 2 ( L + 2a ) ,
6L 8
1 3q + q
3(q1 + q2 )( L + a) − ( q1 + 2 q2 ) ( L + 2a) = 1 2 ,
3L 4
a 1
4a(q1 − q2 ) = L(q1 − q2 ) → 4a = L → = .
L 4
Exercício 14.7.
Determine a força P para que o momento máximo ocorra no ponto C.
Solução:
1) DCL
2) Reações
84
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
50 − 12 P
RA = → RA = 1, 2 P + 5 .
10
2) Cálculo de P
A condição para que o momento seja máximo é a de que o cortante seja nulo no ponto C.
VC = VA − S DC → 0 = 0, 2P + 5 − 6 1 → 0 = 0, 2 P − 1 ⸫
C
A
1 10
0, 2 P − 1 = 0 → 0, 2 P = 1 → P = = → P = 5tf .
0, 2 2
Exercício 14.8
Determinar a força P para que o valor do momento máximo positivo na viga da Figura 14-8
seja 8 tf·m.
Para iniciar a solução do problema, os aparelhos de apoio são identificados com as letras A
e B, para os apoios da esquerda e direita, respectivamente, para fins de cálculo das reações.
Em seguida, é traçado o diagrama do corpo livre (DCL) e tomadas as seções e para o
equacionamento dos esforços cortante e momento fletor ao longo da viga.
85
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1) Reações
F y = 0 → RA + RB = P + 10 → RB = P + 10 − (1, 2 P + 5) = P − 1, 2 P + 5 → RB = −0, 2 P + 5 .
V = − P ,
M = − Px .
Seção β (2 ≤ x ≤ 12):
V = −P + (1, 2P + 5) −1 ( x − 2) .
x−2
M = − Px + (1, 2 P + 5)( x − 2) − 1 ( x − 2) .
2
3) Diagramas
DEC e DMF
V = 0 → 0 = − P + (1, 2 P + 5) − 1 ( x − 2) → 0 = − x + 02P + 7 → x = 0, 2 P + 7 .
Substituindo x = 0, 2 P + 7 na equação de M :
[(0, 2 P + 7) − 2]2
M = − P (0, 2 P + 7) + (1, 2 P + 5)[(0, 2 P + 7) − 2] − 1 ,
2
1
M = −0, 2 P 2 − 7 P + (1, 2 P + 5)(0, 2 P + 5) − (0, 2 P + 5) 2 ,
2
1
M = −0, 2 P 2 − 7 P + 0, 24 P 2 + 6 P + P + 25 − (0, 04 P 2 + 2 P + 25) ,
2
86
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
0, 02 P 2 − P + 12,5 = 8 → 0, 02 P 2 − P + 4,5 = 0 ,
que é uma equação do segundo grau em “P”. Portanto as raízes da equação podem ser
calculadas fazendo-se:
Esses resultados representam duas raízes reais e positivas, portanto, existe a necessidade de
verificação para validação das soluções obtidas.
Esse valor indica que o resultado obtido para P = 45 tf é inválido pois a abscissa
correspondente à essa força está situada fora do intervalo de validade da expressão, que é (2
≤ x ≤ 12).
Exercício 14.9.
A viga ABCD está sujeita a cargas uniformemente distribuídas q1 e q2, como mostrado na
figura a seguir. Achar o esforço cortante V e o momento fletor M no ponto B e, também, no
meio da viga. Admitir a = 1,20 m, b = 2,40 m e q1 = 5000 kgf/m.
Resolução:
Fazendo:
87
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q1 b 5000 2, 40
F y = 0 → q1 b = q2 (b + 2a) → q2 = =
b + 2a 2, 40 + 2 1, 20
→ q2 = 2500kgf / m .
1) Cortante e fletor em B:
2.1) Cortante:
b b
Vm = q2 + a − q1 .
2 2
b b 2, 40 2, 40
Vm = q2 + a − q1 = 2500 + 1, 20 − 5000 → Vm = 0 .
2 2 2 2
2.2) Momento:
b b
+a
b b
M m = q2 + a 2 − q1 2 ,
2 2 2 2
2
q2 b
2
b
Mm = + a − q1 .
2 2 8
Logo:
2
2500 2, 40 2, 402
Mm = + 1, 20 − 500 → M m = 3600kgf m .
2 2 8
Exercício 14.10.
Traçar os diagramas para a viga abaixo.
Para realizar o cálculo das reações, os apoios são identificados pelas letras A e B,
correspondendo ao apoio móvel, da esquerda e o fixo, da direita. Em seguida, o diagrama do
corpo livre é traçado arbitrando a orientação das forças reativas.
Para definir as expressões para os esforços solicitantes é preciso tomar três seções genéricas
, e , localizadas a partir da extremidade esquerda da viga, definindo a origem da variável
e os intervalos de validade para as equações.
Seção (6 ≤ x ≤ 10):
89
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DEC:
Seções:
x = 0 → V = 58 ,
x = 4 → V = 58 − 10 4 = 8 ,
x = 4 → V = 38 − 10 4 → V = −2 ,
β
x = 6 → V = 38 − 10 6 → V = −22 ,
x = 6 → V = 38 −10 6 → V = −22 ,
x = 10 → V = 38 −10 10 → V = −62 → −62 + RB = −62 + 62 = 0 .
DMF:
Seções:
x = 0 → M = 58 0 − 5 02 → M = 0 ,
x = 4 → M = 58 4 − 5 42 → M = 152 ,
x = 4 → M = 58 4 − 40sen 30(4 − 4) − 5 42 → M = 152 ,
β
x = 6 → M = 58 6 − 40sen 30(6 − 4) − 5 62 → M = 128 ,
x = 6 → M = 58 6 − 40sen 30(6 − 4) − 5 62 + 40 → M = 168 ,
x = 10 → M = 58 10 − 40sen 30(10 − 4) − 5 102 + 40 → M = 0 .
Diagramas de esforços:
Flechas do DMF:
10 42 10 22
f1 = = 20 , f2 = =5,
8 8
10 42
f3 = = 20 .
8
90
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Exercício 14.11.
Determinar os esforços solicitantes nas seções indicadas e traçar os diagramas dos esforços
solicitantes.
F = 0 → H + 20kN = 0 → H = −20kN ,
x A A
M = 0 → − R 8 − 40 2 − 20 8 + 8 6 = 0 → R = −24kN ,
B A A
F = 0 → R + R = 40 + 8 → R = 48 − R = 48 − (−24) → R
y A B B A B = 72kN .
2 2
E o ângulo será tg = → = arctg → = 25,56
4 4
Umas conhecidas as orientações verdadeiras das reações, pode ser de maior praticidade que
os esforços solicitantes sejam determinados a partir da adoção dos sentidos das reações
obtidos nas condições de equilíbrio, como indicado a seguir:
91
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Seção α: Seção β:
N = 24kN , N = 0 ,
V = H A = 20kN , V = 40kN ,
M = 20 4 = 80kNm . M = −40kN m .
Seção :
Esforços devido à HA
N HA = H A cos = 20 cos(25,56) → N HA = 17,889kN ,
VHA = H A sen = 20sen(26,56) → VHA = 8,944kN .
1 1 1
tg = → x = = , encontra-se:
x tg 2
4
92
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4) Diagramas:
Barra DE:
M C = 20 6 = 120
DMF (kNm) M D = − RA 4 + H A 8 − 8 2 = 48
M E = −40 2 = −80
Para simples conferência, pela direita:
93
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M D = −40 6 + 72 4 = 48kN m .
2 42
A flecha: f = = 4kN m .
8
x
M CD = − RA x + H A (6 + x tg ) − q x
2
x
M CD = −24 x + 20(6 + x tg ) − 2 x
2
M CD = −24 x + 20(6 + x tg ) − x2 (com tg = 1 ).
2
Exercício 14.12.
Considere-se o arco tri-articulado ABC dado na figura abaixo. Determinar os esforços
solicitantes na seção , indicada.
1) DCL:
F x = 0 → H A = HB ,
94
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F = 0 → R + R = 2,
y A B
M = 0 → R 5 − H 5 = 0 → R = H ∴ H = 0, 29tf
Direita
C B B B B B ∴ RA = 2 − 0, 29 →
RA = 1, 71tf .
E, como H A = H B → H A = 0, 29tf .
Esforço normal:
N = N RB + N HB ⸫
N = − RB cos 60 − H B sen 60 ,
N = −0, 29 cos 60 − 0, 29sen 60 → N = −0, 40tf .
Esforço cortante:
V = VRB + VHB ⸫
V = − RB sen 60 + H B cos 60 ,
V = −0, 29sen 60 + 0, 29 cos 60 → V = 0,11tf .
Momento fletor:
Para ampliar a discussão sobre o problema, pode-se incluir todo o arco na análise. Assim, as
equações anteriores serão escritas em função de um ângulo genérico Portanto, para a seção
, cujo equacionamento que já se encontra realizado, o ângulo específico de 60º deve ser
substituído por . Cabe observar que essas equações só terão validade no intervalo
compreendido entre 0 ≤ < 135º
95
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N ( ) = − RB cos ( ) − H B sen ( ) ,
V ( ) = − RB sen ( ) + H B cos ( ) ,
M ( ) = RB ( r − r cos ( ) ) − H B ( r sen ( ) ) .
N ( ) = − RA cos ( ( ) ) − H A sen ( ( ) ) ,
V ( ) = RA sen ( ( ) ) − H A cos ( ( ) )
M ( ) = RA ( r − r cos ( ( ) ) ) − H A ( r sen ( ( ) ) ) ,
com ( ) = 180º − .
Uma vez definidas as funções para os esforços solicitantes, é possível traçar os gráficos que
representam a variação desses esforços com a variação de . Observe-se que o artifício de
colocar o sinal negativo no ângulo nos gráficos a seguir visa fazer coincidir o do lado direito
dos gráficos com o apoio B, fazendo com que o ângulo tenha orientação trigonométrica.
Esforço normal:
96
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Esforço cortante:
Momento fletor:
Deve ser registrado que, mesmo que os gráficos anteriores forneçam os valores máximos e
suas posições, a melhor opção para o traçado dos diagramas é sobre a geometria original do
sistema. Essa opção, além de fornecer informações sobre os máximos valores e suas
posições, permite realizar o detalhamento da estrutura além da tomada de decisões no campo
da análise estrutural.
97
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Para fazer esse traçado, uma opção que tem estado à disposição da engenharia é o método
dos elementos finitos (MEF) por meio de análise numérica em modelagem computacional.
Cabe mencionar que o MEF é um método de discretização do contínuo criando elementos
conectados por meio de nós ou juntas, onde os seus deslocamentos são as incógnitas do
problema. Os elementos formam subdomínios que possuem coordenas locais que são
relacionadas às coordenadas globais do sistema por meio de equações de transformação.
Rótula ou articulação
2) Discretização do meio:
Elemento
Nó
98
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99
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
100
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Exercício 14.13.
Considere o sistema espacial a seguir:
0,6
Com = arctg → = 50,194 ,
0,5
Com isso, é possível escrever a força em função de suas componentes de forma vetorial da
seguinte forma:
O momento no engastamento é obtido pelo produto vetorial de r pela força, sendo o vetor
posição do ponto “D” dado por:
101
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r = E − D = (2, 6 − 2;1,1 − 0, 7; −0,5 − 0) → r = (0, 6;0, 4; −0,5) que em notação vetorial fica:
r = 0,6i + 0, 4 j − 0,5k .
u x = 0, 684 ,
r (0, 6;0, 4; −0,5)
u= = → u y = 0, 456 ,
r 0,877
u z = 0, 684 .
Fx = 10 0, 684 = 6,838 ,
Fy = 10 0, 456 = 4,558 ,
Fz = 10 0,570 = 5, 698 .
i j k
M = r2 x r2 y r2 z = (r2 y Fz − r2 z Fy )i + (r2 z Fx − r2 x Fz ) j + (r2 x Fy − r2 y Fx )k ,
Fx Fy Fz
102
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M x = Fz 0, 7 = −3,989kN m
M y = Fz 2 = 11,396kN m
M z = −Fx 0,7 + Fy z = 4,331kN m
Assim como também é possível calcular os cossenos diretores que são os ângulos formados
pelo vetor momento com os eixos cartesianos.
M −3,989
cos = x → = arccos → = 108,12 ,
M 12,837
M 11,396
cos = y → = arccos → = 27,322 ,
M 12,837
M 4,331
cos = z → = arccos → = 70, 269 .
M 12,837
r3 = 1, 2i + 0,7 j + 0k .
i j k i j k i j
M = 1, 2 0, 7 0 = 1, 2 0, 7 0 1, 2 0, 7 .
6,838 4,558 −5, 698 6,838 4,558 −5, 698 6,838 4,558
103
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Diagramas:
DEN:
DEC:
DMF:
DET:
Resistência não é a única característica que um bom material estrutural deve ter. Todos os
materiais tracionados ou comprimidos devem possuir outra característica importante,
chamada elasticidade. Um corpo é formado de partículas e moléculas que se opõem à
mudança de sua forma, produzidas por forças externas.
104
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Tome-se, como exemplo, o corpo abaixo submetido a uma força externa P, com a direção
do eixo vertical coincidindo com a orientação da força, apenas por uma questão de
conveniência:
R = ri
U = T.
Fase elástica:
dU = Rdy .
105
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que é a energia de deformação acumulada pelo sólido em regime elástico. Se, ao mesmo
tempo, a força aplicada puder ser escrita em termos do movimento (de translação) de uma
seção genérica durante a deformação, e sendo, essa mesma força, proporcional ao
deslocamento imposto, para qualquer posição y durante o movimento, pode-se escrever que:
P ( y ) = ky ou, simplesmente, P = ky .
De forma semelhante à uma mola, a energia potencial acumulada pelo sólido em todo o
processo de deformação passa a ser escrita como:
1 2
U = (ky )dy → U = k ,
0
2
com k sendo a constante de rigidez ou constante de mola associada ao sólido. Esse conceito
pode ser representado graficamente pela relação força – deslocamento ou, de forma análoga,
pela relação momento – rotação, sendo k a rigidez à rotação ou coeficiente de mola
rotacional do sólido, como visto na Figura 15-4, onde a energia de deformação, em ambos
os casos, corresponde à área do gráfico sob a curva.
Lembrando da lei da ação e reação, que a cada ação corresponde uma reação de mesma
direção, mas de sentido contrário, as forças internas crescem proporcionalmente às forças
externas, até o limite do material, limite, esse, convencionado.
Durante a deformação, o corpo pode retornar ao seu estado inicial ao cessarem as forças
externas. Assim, a energia potencial de deformação acumulada pelo sólido é convertida
novamente em trabalho pelas forças internas. Portanto, pode ser escrito que:
e = i ,
o que significa que o trabalho realizado das forças externas, Te, é igual ao trabalho das forças
internas, Ti. Uma vez retirado o carregamento, as forças internas realizam trabalho,
restituindo ao sólido o seu estado original.
106
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Dessa forma, a propriedade de os corpos voltarem à forma inicial, após cessadas as forças
externas chama-se elasticidade. Elasticidade é, portanto, definida como a propriedade pela
qual o corpo (o material) tende a retornar à forma original após cessado o carregamento.
Um corpo é dito perfeitamente elástico, quando recupera completamente sua forma inicial,
após cessar o carregamento. O trabalho das forças externas é igual à energia potencial de
deformação armazenada. A deformação inicial sofrida é dita deformação elástica imediata.
» Possuem escoamento;
» Possuem estricção;
» A ruptura se dá por tensões de cisalhamento;
» Apresentam grande deformação antes de ocorrer a ruptura (acima de 5%).
» Possuem boa resistência a tensões de tração.
107
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Robert Hooke (1635-1703) foi um matemático e físico inglês, sendo o primeiro a estabelecer
experimentalmente a relação linear existente entre tensões e deformações. Em 1678 Hooke
formulou uma lei que permite calcular a deformação longitudinal, alongamento ou
encurtamento ( ou l) em barras solicitadas axialmente, tracionadas ou comprimidas, tendo
publicado suas ideias sob o título de “LECTURES De Potentia Restitutiva, OR OF SPRING
Explaining the Power of Springing Bodies” pela “Royal Society of Science” de Londres.
1 – Uma das dimensões do prisma deve ser bem superior às outras duas, caracterizando um
eixo longitudinal e uma seção que lhe é transversal;
2 – A barra está exclusivamente sujeita a forças axiais;
3 – Forças axiais são aquelas aplicadas segundo a direção longitudinal da peça, ou seja, são
forças que agem perpendicularmente à seção transversal, aplicadas no centroide dessa seção.
Quando uma força (carga) não atua no centroide, a peça está simultaneamente sujeita a
esforço normal e momento fletor, caracterizando a flexão composta (normal ou oblíqua).
4 – Não se consideram partes das barras situadas na vizinhança da aplicação da força devido
à concentração de tensões que ocorre nessas regiões → Princípio de “Saint-Vennant”.
5 – Admite-se que durante a aplicação do esforço normal, as fibras longitudinais ao longo
da altura e da largura da seção transversal sofram o mesmo alongamento ou encurtamento.
6 – Admite-se que as seções transversais da barra prismática, tidas originalmente como
planas e perpendiculares a seu eixo, permaneçam nessa condição durante a deformação.
7 – Cabe recordar que as forças normais (ou axiais) podem ser de:
Tração, quando provocam um alongamento do eixo central e um encurtamento das
laterais (efeito estudo pelo físico francês “Siméon Denis Poisson”), e de
Compressão, quando provocam uma diminuição do eixo central e um alongamento
das laterais. Se a força for de tração, essa será positiva, e será negativa se for de
compressão:
A lei de Hooke é uma lei experimental que foi desenvolvida com os seguintes passos:
P
OBS.: Próximo aos pontos de aplicação da força essa relação deixa de existir.
108
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l
1 A
e
Conclusão: Hooke concluiu que os deslocamentos apresentados pelos corpos de prova sob
solicitação axial eram diretamente proporcionais à força aplicada, ao comprimento do sólido,
inversamente proporcional à área da seção transversal do prisma e dependia diretamente do
material investigado. Matematicamente, isso quer dizer que:
1 Pl 1
P, l , , e →= e , e fazendo e = , pode-se escrever que:
A A E
Pl
= ,
EA
onde:
109
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
( 2 − 1 ) ( f − 1 ) ( f − 2 )
E = tan( ) = = = , com
( 2 − 1 ) ( f − 1 ) ( f − 2 )
São definidos:
l
1. = → Deformação específica ou deformação por unidade de comprimento, sendo
l
representada pela letra grega ε (épsilon) e é adimensional.
P
2. = → Tensão ou tensão axial ou normal (tensão média), sendo representada pela letra
A
grega (sigma).
É de interesse evidenciar que a tensão média é uma grandeza equivalente à divisão da força
total dividida pela área da seção transversal em que essa força atua. Se a tensão for de tração
será positiva. Se for de compressão será negativa.
Importante, entretanto, é ter claro que o conceito de tensão deve estar associando à notação
diferencial, ou seja, a tensão é referida a um determinado ponto. Nesse caso, o cálculo da
tensão deve considerar uma área infinitesimal dA na qual atua uma força elementar dR, o
que representa um conceito pontual da tensão. Isso quer dizer que a tensão é calculada no
ponto de interesse. Se o valor médio é utilizado, significa que todos os pontos da superfície
têm o mesmo valor de tensão.
dR R
= , = lim .
dA A → 0 A
É com o valor da tensão que se avalia se uma peça irá romper ou não, e é com o valor das
tensões admissíveis que se faz o dimensionamento de um determinado componente
estrutural. A condição de segurança é dada pelas tensões internas geradas pelas forças
atuantes. Nesse sentido, a simples informação de que uma barra está sujeita a um esforço
externo não revela se ela é “segura” ou não. É preciso conhecer a área de sua seção
transversal e as características do material com que ela foi canfeccionada, como ilustrado a
seguir:
110
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R
= (Tensão média. Todos os pontos
A
estão com a mesma tensão).
R
ADM = Max → Condição de Segurança.
AMin
No equilíbrio: R = P → Proporcionalidade
entre esforços externos e internos.
Uma vez que foram estabelecidos os conceitos de tensão e deformação, a lei de Hooke pode
ser escrita da seguinte forma:
Pl P1 1
= → = → = → = E .
EA l AE E
Pode ser visto, a equação anterior descreve a dependência, em primeiro grau, da tensão com
a deformação específica. É uma lei que estabelece a proporcionalidade entre tensões e
deformações com uma constante (de proporcionalidade) entre elas. Isso significa que as
tensões em uma peça comprimida ou tracionada são proporcionais às deformações impostas
e isso ocorre de forma linear. Essa é a lei fundamental da elasticidade linear. No Sistema
Internacional a força P é dada em Newton N e a área A em m², então:
P N
= = = Pascal .
A m2
Como Pascal é uma unidade muito pequena, a tensão vem, normalmente, expressa em um
de seus múltiplos:
com 1 tf = 1000 kgf, 1m = 100 cm, 1 cm = 10 mm, 1m = 1000 mm. Na conversão do sistema
técnico ao SI deve ser observado que:
Exemplo de valores típicos para o fck: 150 kgf/cm² = 15 MPa; 180 kgf/cm² = 18 MPa,
200 kgf/cm² = 20 MPa, 250 kgf/cm² = 25 MPa; 300 kgf/cm² = 30 MPa, 350 kgf/cm² =
35 MPa.
111
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Outro material cuja definição é feita por sua resistência característica é o aço. O aço é
especificado em função de sua resistência característica contra o escoamento (fyk). O aço
ASTM-A36, especificação da Associação Americana de Normalização ou American Society
of Testing and Materials, por exemplo, que é o aço estrutural mais comum, usado para a
confecção das estruturas metálicas mais tradicionais, tem uma tensão característica contra o
escoamento de 250 MPa.
Por sua vez, os aços para concreto armado (CA), os vergalhões, têm tensões de escoamento
conforme sua categoria. O aço CA-50 possui tensão de escoamento de 500 MPa
(5000 kgf/cm²) e o aço CA-60 de 600 MPa (6000 kgf/cm²). O aço CA-50 é o utilizado na
confecção da armadura longitudinal de vigas, lajes e pilares, enquanto o CA-60 é o usado
para a confecção de estribos.
17. EXERCÍCIOS
Exercício 17.1.
Uma barra prismática, com seção retangular de (25 x 50) mm e comprimento l = 3,60 m, está
submetida a uma força axial de tração de 100 kN. O alongamento da barra é de 1,23 mm.
Calcular a tensão e a deformação unitária da barra.
P 100kN
A tensão, portanto, será: = = = 80000kPa → = 80MPa .
A 1250 10 −6 m 2
l 1, 2mm 1, 2 10−3 m
e a deformação específica: = = = → = 3,33 10−4 .
l 3, 60m 3, 60m
Exercício 17.2.
Um parafuso de aço (E = 21.000 kgf/mm2), com 50 mm de diâmetro, está sujeito a uma carga
de tração de 30.000 kgf. Sabendo que o comprimento inicial da parte carregada é 550 mm,
calcular o comprimento final.
112
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Dados:
E = 21.000 kgf/mm²,
d = 50 mm,
P = 30.000 kgf,
lo = 550 mm.
Pl 30000 550
l = = → l = 0, 40mm .
EA 502
21000
4
Exercício 17.3.
Uma barra prismática de aço de 60 cm de comprimento é distendida de 0,06 cm sob a ação
de um a força de tração. Achar a grandeza da força P, sendo o volume da barra de 400 cm³.
(E = 21 x 105 kgf/cm²).
Dados:
P=?
l = 60 cm
Δl = 0,06 cm
Vol = 400 cm³
l
= .
l
Pela lei da elasticidade linear as tensões são proporcionais às deformações na forma de:
l
= E → =
l
0, 06 6 10−2
= 2110 =
5
21105 → = 21102 kgf / cm2 .
60 6 10
113
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Vol 400 20 2
Logo, a área da barra será: A = = → A= cm .
l 60 3
P 20
= → P = A = 21 102 → P = 14 103 kgf .
A 3
Exercício 17.4.
Dada à barra da figura, calcular o alongamento total:
Dados:
l1 = l2 = l3 = 25cm
P ' = 5000kgf
P = 2500kgf
E = 21105 kgf / cm2
A = 6cm 2
Definindo seções na barra nos trechos de interesse é possível estudar o equilíbrio dessas
seções por meio dos esforços internos em cada segmento:
Seção 1:
A seção 1 é uma seção genérica situada entre o ponto A e a vizinhança à direita do ponto B.
Visualizando o problema em termos do conjunto de forças, interna e externa, atuantes na
seção, tem-se que:
F x = 0 → − R1 + P ' = 0 → R1 = P ' .
l1R1
l1 = .
E1 A1
l1 P '
l1 = ,
EA
Seção 2:
A condição de equilíbrio, representada pelo somatório nulo das forças, é dada por:
F x = 0 → − R2 − P + P ' = 0 → R2 = P '− P .
l2 R2 l ( P '− P )
l2 = . Como R2 = P '− P e E2 A2 = EA → l2 = 2 .
E2 A2 EA
Seção 3:
A seção 3 é uma seção genérica, situada entre a vizinhança à esquerda do ponto C e o ponto
D na extremidade esquerda da barra. Com isso:
l3 R3 l P'
A deformação do segmento é: l3 = . Como P ' = R3 e E3 A3 = EA → l3 = 3 .
E3 A3 EA
n
lt = l1 + l2 + ... + ln , com n sendo o número de segmentos existentes → lt = li .
i =1
115
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No presente caso, existem apenas três segmentos, de forma que: lt = l1 + l2 + l3 . Como
l1 = l3 , pois l1 = l3 , pode-se escrever que: lt = 2l1 + l2 . Com isso, e substituindo-se
adequadamente as parcelas calculadas anteriormente, é possível escrever que o alongamento
total será dado por:
l P ' l ( P '− P)
lt = 2 1 + 2 .
EA EA
l1 l
lt = (2 P '+ P '− P) → lt = 1 (3P '− P ) ⸫
EA EA
25cm
lt = (3 5000kgf − 2500kgf ) → lt = 0, 0248cm .
2110 kgf / cm 2 6cm 2
5
0, 0248cm
= = 330, 67 x10−6 .
3 25cm
DEN (kgf)
Com o DEN traçado, é possível verificar a segurança do sistema e/ou tomar decisões de
projeto.
Exercício 17.5.
Uma barra supostamente rígida está suspensa por dois cabos que a mantém em posição
horizontal sob a ação da força conhecida P, Figura 17-2. Determinar a posição desta carga,
sabendo-se que a barra deverá permanecer na horizontal.
Dados:
3
lBB ' = 1,5l AA ' ; EBB ' = E AA ' ; ABB ' = 2 AAA ' .
5
116
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Solução:
É importante observar que os cabos só permitem esforços axiais, pois são bi-rotulados. Por
serem flexíveis, só admitem esforço de tração. O problema impõe a que a barra permaneça
na horizontal. Para isso, a deformação do cabo AA’ tem que ser igual à do cabo BB’. Portanto:
F = 0 → R + R = P ,
y AA ' BB ' (I)
Px
M = 0 → −P x + R 5 = 0 → R = 5 .
A BB ' BB ' (II)
5 1,5
RAA ' = RBB ' → RAA ' = 1, 25RBB ' . (III)
3 2
117
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P
1, 25RBB ' + RBB ' = P → 2, 25RBB ' = P → RBB ' = . (IV)
2, 25
Px P 5
= → x= → x = 2, 22m ,
5 2, 25 2, 25
que é a posição desejada para a força P para que a barra permaneça na horizontal.
Exercício 17.6.
Determinar a intensidade da força P para que a tensão normal seja a mesma em ambas as
barras cilíndricas AB e BC da figura abaixo. Desconsiderar o peso próprio das barras.
Solução:
Na seção :
F y = 0 → R − P = 0 → R = P ,
118
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Na seção :
F y = 0 → R − 40 − P = 0 → R = P + 40 .
R R P P + 40
− = − → − = − ⸫
AAB ABC AAB ABC
Exercício 17.7.
Determine a intensidade da força P para que a tensão de tração na barra AB tenha a mesma
intensidade que a tensão de compressão na barra BC, da figura. Desconsiderar o peso próprio
das barras.
Solução:
Como no problema anterior, a solução deve ser iniciada a partir da observação do esforço
interno na região de interesse. Portanto, a tensão nas barras AB e BC são definidas realizando
um corte imaginário por meio de seções genéricas naquelas porções.
119
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Na seção :
F y = 0 → R − P = 0 → R = P ,
Na seção :
F y = 0 → R + 260 − P = 0 → R = P − 260 .
R R P P − 260
= − → = − → P ABC = − P AAB + 260 AAB ⸫
AAB ABC AAB ABC
260 502
260 AAB 4 260 502
P= = = 2 → P = 80kN .
ABC + AAB (752 + 502 ) 75 + 502
4
Exercício 17.8.
Uma barra de seção transversal variável, com espessura e, suporta uma força P, como se vê
na figura. A largura da barra varia linearmente de b1, no suporte, até b2, na extremidade livre.
Estabelecer a fórmula para o cálculo do alongamento da barra, devido à ação da força P.
120
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Solução:
b( y ) b1 b
= = 2 (I)
y h h−L
Como um dos parâmetros da equação para o cálculo da deformação absoluta varia ao longo
do comprimento, nesse caso a área, a formulação é realizada para um elemento infinitesimal
dy na altura da barra, de forma que:
Pdy
d = , com A( y ) = b( y ) e . (II)
EA( y )
b1 y by
b( y ) = → A( y ) = 1 e , (III)
h h
121
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
h h P h
h
P dy P
=
Eb1e
h− L
y
→ = ln
Eb1e h − L
→= ln .
b1 Ee h − L
(IV)
h h
b1 b h b
= 2 → = 1. (V)
h h−L h − L b2
b1L h L
b1h − b2 h = b1L → h(b1 − b2 ) = b1 L → h = → = (VI)
b1 − b2 b1 b1 − b2
Substituindo-se (VI) em (IV), já com a relação obtida em (V), chega-se à equação final:
PL b
= ln 1 .
Ee(b1 − b2 ) b2
Exercício 17.9.
Determinar as reações nas rótulas A, B e C, para a estrutura representada.
122
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
É importante observar que em um sistema bi-rotulado só há forças axiais agindo nas barras.
A orientação adotada para os esforços internos, abaixo indicada, admite que essas sejam
forças de tração, ou seja, sua representação vetorial está saindo do nó (ou dá rótula).
DCL
2) Condições de equilíbrio:
F = 0 → Não se aplica.
x
F = 0 → R + R + R = 50tf ,
y AA ' BB ' CC '
M = 0 → R 6 + R 8 − 10 3 − 40 7 = 0 →
A BB ' CC ' 6 RBB ' + 8RCC ' = 310 .
Portanto, pode ser observado que se trata de um sistema estaticamente indeterminado, pois
há 3 incógnitas, que são as reações nas rótulas, e apenas duas equações. Nesse caso, a
Resistência dos Materiais deverá fornecer a equação complementar. Isso será feito
analisando-se a deformação elástica de elemento que constitui o sistema, por meio das
relações de compatibilidade dos deslocamentos.
3) Compatibilidade:
123
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Como l AA ' = lBB ' = lCC ' e EAA ' = EBB ' = ECC ' , a equação se reduz a:
RAA ' R R
= 4 BB ' − 3 CC ' .
AAA ' ABB ' ACC '
RAA ' R R
− 4 BB ' + 3 CC ' = 0 , multiplicando por 60 e simplificando a equação:
10 15 20
A solução do sistema pode ser obtida multiplicando a equação (I) por –6 e somando com a
equação (III). Assim, tem-se que:
−22 155 + 88RCC ' + 9 RCC ' = −900 → +97 RCC ' = −900 + 22 155 → RCC ' = 25,88tf ⸫
124
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
155 − 4 25,88
RBB ' = → RBB ' = 17,16tf ,
3
É importante ter em mente que a obtenção das forças internas nos elementos estruturais é
uma informação parcialmente desejada no processo de análise. Uma informação mais
completa e que permite a realização de algum julgamento sobre a condição de segurança do
sistema estrutural é a que diz respeito às tensões a que os elementos estão submetidos. Para
obtê-la, é preciso dividir a força interna pela área da seção transversal correspondente a cada
elemento. Assim:
Quando um corpo está submetido a uma força axial, de tração ou de compressão, ele
apresenta deformação longitudinal e transversal ao mesmo tempo, implicando em uma
alteração no comprimento do eixo central e nas dimensões da seção transversal. Essa
alteração pode ser de aumento ou de diminuição, conforme a força seja de compressão ou
tração. Se a força for de tração a seção transversal diminui, aumentando em caso contrário,
conforme ilustrado na Figura 18-1, letras (a) e (b), respectivamente.
125
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
t
t = , com t = t f − ti ,
t
A parte mais acentuada da deformação transversal provoca estricção da seção, como pode
ser visto na para uma barra tracionada.
t
Coeficiente de Poisson = = , ( diz-se “ni”).
l
É importante ser observado que o coeficiente de Poisson é uma grandeza adimensional cujo
valor é um número absoluto, sem sinal. Como as deformações transversal e longitudinal
ocorrem em sentidos contrários, ou seja, enquanto o eixo se alonga a seção diminui e
126
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
t l
=− ∴ t = − l → t = − ou t = − .
l l E
Vi = a b c .
Δa
sendo: Δb as respectivas deformações absolutas (expansões ou contrações).
Δc
Exceto para a borracha ou a parafina, que são materiais muito elásticos, o volume final de
um sólido comprimido deve ser menor que o volume inicial. No caso contrário, ou seja, na
ocorrência de um alongamento na direção longitudinal, promovido por uma força de tração,
haverá um aumento de volume. O volume é modificado em função dos efeitos simultâneos
da deformação longitudinal e transversal. Embora exista, de fato, a modificação de volume,
a simples ocorrência dos efeitos longitudinal e transversal de forma simultânea indica uma
“tentativa” de o corpo manter o volume que possuía inicialmente, antes de ser carregado. No
estudo do cubo apresentado na Figura 18-3 tem-se, portanto, que:
V f Vi .
127
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
abc + a b c + a b c + a b c − a b c − a b c − a b c − a b c abc .
Como as deformações absolutas que correspondem às parcelas representadas pela letra grega
são admitidas muito pequenas quando comparada às outras grandezas, é possível desprezar
o produto entre elas. Levando isso em consideração e passando o termo da direita da
inequação para a esquerda, decorre que:
bc a + ac b − ab c 0 .
Dividindo todas as parcelas por abc, que é o volume inicial do sólido, chega-se a:
bc a ac b ab c
+ − 0.
abc abc abc
a b c
+ − 0.
a b c
a b c
Enquanto as relações e são as deformações transversais, a relação é a
a b c
deformação longitudinal do sólido. Portanto, tem-se:
t + t − l 0
t
2 t − l 0 → 2 t l → t 0,5 l → 0,5 . Como t = → 0, 5 .
l l
Esse é o valor limite do coeficiente de Poisson para materiais isotrópicos. Poisson achou 0,25
como valor geral para os materiais que têm as mesmas propriedades elásticas em todas as
direções (isotropia). Para os metais o coeficiente fica na faixa de 0,25 a 0,35 (usual é ν = 0,3
para o aço, ABNT NBR 16775/2020). A borracha e a parafina têm ν = 0,5, próximo do
limite. O concreto tem ν = 0,2 pela ABNT (NBR 6118/2014). Alguns exemplos do
coeficiente de Poisson são:
A0 − Af
= 100% , onde:
A0
= estricção,
A0 = Área inicial da seção transversal,
Af = Área final da seção transversal,
devendo ser lembrado que A0 > Af no ensaio de tração. É importante observar que a estricção
ocorre na fase plástica de deformação e representa o estrangulamento do corpo de prova
próxima da ruptura.
Para a determinação experimental do coeficiente de Poisson uma técnica que pode ser
empregada é a colagem de extensômetros elétricos nas direções longitudinal e transversal na
superfície do sólido cujo parâmetro precisa ser medido, como se vê a seguir para o caso de
um corpo metálico sob tração. Esses extensômetros são ligados a um sistema de aquisição
de dados, que por sua vez está conectado a um microcomputador. Assim, é possível gravar
os resultados obtidos, permitindo operações matemáticas no âmbito da análise de dados. O
esquema de operação de um ensaio desse tipo é descrito no fluxograma da Figura 18-5.
129
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19. EXERCÍCIOS
Exercício 19.1.
A figura dada representa duas barras soldadas na seção BB. A carga de tração que atua na
peça é de 4,5 kN. Desprezando o efeito do peso próprio, pede-se determinar para as seções
(1) e (2):
a) A tensão normal;
b) O alongamento em (1) e (2);
c) A deformação longitudinal unitária;
d) O alongamento total da peça;
e) A deformação transversal;
f) A variação no diâmetro de (1) e (2).
Resolução:
a) Tensões normais:
P1 4,5 103
Seção 1: 1 = = = 25, 46 106 Pa → 1 = 24, 26MPa ,
A1 (15 10 )
−3 2
4
P 4,5 103
Seção 2: 2 = 2 = = 9,17 106 Pa → 2 = 9,17MPa .
A2 (25 10−3 )2
4
b) Alongamentos:
130
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c) Deformações unitárias:
l1 73 m
1 = = → 1 = 122 ,
l1 0, 6m
l2 39,3 m
2 = = → 2 = 43 .
l2 0,9m
e) Deformações transversais:
f) Diâmetros finais
d1
t = → d1 = t1 d1 = −36,6 10−6 15mm = −5, 49 10−4 mm ,
1
d1
d 2
t = → d 2 = t2 d 2 = −12,9 10−6 25mm = −3, 22 10−4 mm ,
2
d2
Exercício 19.2,
Uma barra circular com d = 55 mm é comprimida por uma carga inicial de 20.000 kgf.
a) Achar o acréscimo Δd no diâmetro da barra, supondo E = 8.750 kgf/mm² e = 0,30.
b) Calcular o acréscimo de volume da barra sendo o seu comprimento 380 mm.
Dados:
131
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Resolução:
d2 552
A= = = 2375,83mm 2 (Área da seção transversal),
4 4
20000
x = − = −8, 42kgf / mm 2 (Tensão normal de compressão),
2375,83
x 8, 42
x = − =− = −9, 62 10−4 (Deformação específica),
E 8750
(d + d ) 2 (55 + 0, 0159)2
Afinal = = → Afinal = 2377, 20mm2 (Área final),
4 4
Deve ser observado que o volume final da barra é obtido multiplicando-se a seção transversal
final pelo comprimento após a deformação, de forma que:
O volume inicial, por sua vez, é obtido pelo produto da área inicial pelo comprimento inicial:
Voli = Ali i → Voli = 2375,83 380 → Voli = 902815, 40mm3 (Volume inicial).
1) Materiais Dúcteis: Materiais que possa ser submetido a grandes deformações antes da
ruptura. Exemplo: Aço, alumínio, cobre, bronze, latão.
133
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134
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Alumínio
No caso do alumínio e muitos outros materiais dúcteis o escoamento não é caracterizado por
um trecho horizontal no diagrama. Ao invés disso, as tensões continuam aumentando,
embora não mais de maneira linear, até que a última tensão ou tensão máxima é alcançada.
Começa a haver então a estricção que pode levar à ruptura.
Para esses materiais se define a tensão de escoamento por um valor convencional, que é
obtida tomando-se, no eixo das abscissas, a deformação específica de 0,2% ( = 0,002) e
por esse ponto, traçando-se uma reta paralela ao trecho linear inicial do diagrama, a tensão
correspondente é a tensão de escoamento. A ruptura, para os materiais dúcteis, se dá através
de um corte inclinado, o que pressupõe que o rompimento foi causado por tensões de
cisalhamento, pois o plano de ruptura forma um ângulo de 45° com a direção da força.
Cabe observar que os aços de construção civil são especificados em função da tensão de
escoamento (fy)
Ductilidade:
LF − L0
d= 100 (%) , onde: LF = comprimento final; Lo = comprimento inicial.
L0
Estricção:
A0 − AF
= 100 (%) , onde: AF = área final; Ao = área inicial.
A0
A estricção de uma barra de aço para concreto armado após ensaio de tração pode ser vista
na Figura 20-5.
Figura 20-5. Estricção de uma barra de aço para CA após ensaio de tração.
Dois gráficos de ensaios de tração realizados com aços com patamar de escoamento definido
e sem patamar de escoamento definido são apresentados a seguir:
136
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2) Material Frágil
Um material frágil não apresenta deformação plástica. O diagrama passa do regime elástico
para o rompimento. Para esses materiais, as deformações apresentadas são pequenas ≤ 2.5%.
Exemplo: Concreto, vidro, madeira (na tração), cerâmica, gesso, porcelana, ferro fundido.
137
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sobre uma resistência característica, fck, de 35 MPa, conforme pode ser observado na Figura
20-8.
Comportamento
não-linear em
compressão.
e rup
adm = e adm = ,
n n
onde adm é a tensão admissível e n é o coeficiente de segurança que vai depender das
necessidades de cada projeto em específico.
138
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(2) O número de vezes em que a carga é a aplicada durante a vida útil da estrutura
É a carga que permanece constante na estrutura. Ex.: Um parafuso preso a um lustre. Uma
corrente suportando um peso.
139
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Carga Intermitente
A carga é aplicada gradativamente na peça, fazendo com que o esforço seja máximo em um
determinado intervalo de tempo. Ao atingir o valor máximo a carga é retirada
gradativamente no mesmo intervalo de tempo, fazendo com que a tensão volte à zero. Ex.:
O dente de uma engrenagem.
Carga alternada
Neste tipo de solicitação, a carga aplicada varia entre um máximo positivo para um mínimo
negativo e vice-versa, constituindo, essa, a pior situação para o material, tal fenômeno pode
levar à fadiga. Ex.: Eixos, molas, amortecedores, ação do vento.
n = x y z w , onde:
140
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Cabe ressaltar que de forma geral as normas técnicas trazem coeficientes de segurança a
serem aplicados nos projetos de engenharia, os quais são especificados em conformidade
com as propriedades de cada material. É de interesse, também, mencionar que, ligeiramente
diferente do conceito de tensão admissível, o conceito moderno de segurança envolve a
consideração probabilística da atuação simultânea das diversas ações na estrutura, divididas
em ações permanentes e acidentais. As ações permanentes representam as cargas fixas e o
peso próprio dos elementos estruturais. As ações acidentais, tais como a sobrecarga nas
edificações e o vento se alternam nas combinações, ora uma sendo considerada como a ação
variável principal e noutra como secundária. São estabelecidas tantas combinações quanto
foram necessárias para contemplar todas as ações acidentais na estrutura. Esse conceito pode
ser descrito, no denominado Estado Limite Último, pela expressão abaixo:
i =1 j =2
onde:
141
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É importante ter em mente que o conceito fundamental que deve ser atendido em relação a
qualquer sistema, é o de que as solicitações de cálculo Sd devam ser menores ou iguais às
resistências de cálculo Rd. Isso é assegurado pelo atendimento à seguinte desigualdade:
S d Rd .
Cabe destacar que em Resistência dos Materiais o conceito de tensão admissível considera
todas as variações e incertezas existentes no sistema por meio do fator de segurança atribuído
à tensão característica do material. Portanto, o uso do fator de segurança visa projetar uma
estrutura que mantenha o equilíbrio entre qualidade, segurança e custo, que se traduz pelo
equilíbrio do binômio Segurança-Economia, ou seja:
CONSEQUÊNCIAS LEGAIS:
Se evento indesejado ocorre na atividade laboral, as consequências legais podem ter duas
naturezas:
- Culposo, quando o agente produz o resultado, sem ter tido a intensão de fazê-lo. Um evento
criminoso de natureza culposa pode ocorrer por:
Negligência – quando o agente deixa de tomar os cuidados necessários.
Exemplo: O engenheiro que deixa de examinar o escoramento antes de apoiar uma parede e
essa vem a cair, ou não toma os cuidados no levantamento das cargas de projeto.
Imprudência – quando o agente vê o risco, mas assume as consequências pelo
resultado.
Exemplo: O engenheiro manda retirar o escoramento da estrutura recém concretada antes do
tempo necessário para o endurecimento do material com o fim de acelerar o processo
construtivo e a estrutura vem a ruir.
Imperícia – o engenheiro é perito pois adquiriu a formação que lhe permite exercer
a profissão.
142
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21. EXERCÍCIOS
Exercício 21.1.
Determinar o diâmetro necessário das barras de aço da prensa para uma força de compressão
máxima de 50000 kgf, sabendo que a tensão de escoamento do material é de 3000 kgf/cm².
Qual o alongamento seguro de cada barra que medem 125 cm. Considere o
EAço = 21 x 105 kgf/cm² e o coeficiente de segurança n = 4.
As barras laterais em
preto são chamadas de
barras de reação.
Solução:
Onde:
As barras reagem à força aplicada pela prensa. À medida que P aumenta, R1 e R2 aumentam
proporcionalmente, até os seus limites. Até esses limites, as barras respondem a P de modo
que:
143
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F y = 0 → R1 + R2 = P .
Como a força está aplicada de forma equidistante das reações, temos que R1 = R2, então:
P 50000
2R1 = P → R1 = R2 = = → R1 = R2 = 25000kgf .
2 2
P = Pmáx
P
Sendo = , para a carga máxima: = máx
A
A = Amín
Pmáx
máx = adm = ,
Amín
e 3000kgf / cm 2
adm = → adm = → adm = 750kgf / cm2 .
n 4
Pmáx 25000kgf
Como Amín = = → Amín = 33,33cm2 .
adm 750kgf / cm 2
4 33,33cm2
Amín = d mín 2 → 33,33cm 2 = d mín 2 → dmín = → d mín = 6,51cm .
4 4
Ou lseg = 0, 446mm .
Exercício 21.2.
Um tubo de aço, com tensão de escoamento σe = 28 kgf/mm², deve suportar uma carga de
compressão de 125 tf com coeficiente de segurança contra o escoamento de 1,8. Sabendo
que a espessura da parede do tubo é 1/8 de diâmetro, calcular o diâmetro externo mínimo.
Seção: Dados:
σe = 28 kgf/mm²
e = espessura = 1/8 D P = 125 tf
d = diâmetro interno n = 1,8
D = diâmetro externo e = 1/8 D
D=?
144
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D2 d2 1
Com isso, define-se: Aex = ; Ain = ; e= D ⸫
4 4 8
1 1 3
D = d + 2e → d = D − 2e = D − 2 D = D − D → d = D.
8 4 4
D2 d2
3 2 9 2 7 D 7 D2
2 2
Aef = − = D − D = D − D =
2
→ Aef = .
4 4 4 4 4 16 16 4 16 4
P P Pn
Adm = → e = → Aef = , tem-se que:
Aef n Aef e
16 4 16 4 Pn 16 4 Pn
D2 = Aef → D 2 = ⸫ D= . Com os dados do problema:
7 7 e 7 e
A especificação do tubo deve incluir a definição da espessura, pois, para um mesmo diâmetro
comercial, há tubos com espessuras diferentes, portanto:
1 152,92
e= D= → e = 19,12mm .
8 8
Importante, também, é observar que, na hora da escolha do tubo com dimensões comerciais
disponíveis, ou na adoção de outro tipo de seção, a área da seção transversal escolhida não
esteja abaixo da mínima necessária:
7 D 2 7 (151,92mm) 2
Aef = = → Aef = 8035,72mm2 .
16 4 16 4
Exercício 21.3.
Determinar as dimensões da seção transversal de uma viga de madeira BC e da barra de aço
AB da estrutura ABC, carregada em B, sendo a tensão admissível para a madeira tomada
igual a 11 kgf/cm² e para o aço igual a 700 kgf/cm². A carga P é de 3000 kgf.
145
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Solução:
A solução deste problema se inicia com o estudo da geometria do sistema e de suas condições
de contorno. As barras que constituem a estrutura apresentada são rotuladas nas duas
extremidades, por essa razão só admitem esforço normal.
F x =0 e F
y =0.
Nesse processo as forças nas barras podem ter seus sentidos arbitrados inicialmente e
confirmados posteriormente por meio do sinal obtido. Por essa razão, a adoção de forças
146
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positivas (de tração, saindo do nó) facilita a verificação, pois, em havendo um sinal negativo,
esse já seria associado a uma força compressiva.
P 270
sen = Pelo triângulo formado sen =
RA 450
na geometria do
R 360
cos = M sistema, tem-se: cos =
RA 450
270 3000kgf
= → RA = 5000kgf ,
450 RA
360 RM
= → RM = 4000kgf .
450 5000kgf
2) Dimensionamento:
Uma vez calculada a área, qualquer geometria para a seção pode ser adotada, como barra
chata (seção retangular), perfis “I”, “H” ou mesmo cantoneiras são opção de projeto. Se
considerada de seção circular, a barra terá diâmetro de:
d2 7,14cm2 4
AA = → dA = → d A = 3, 01cm .
4
Como uma primeira aproximação, é possível admitir a barra de madeira como de seção
quadrada. Daí, resulta que as suas dimensões da seção advenham de L = A , logo:
147
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Uma observação alusiva à barra de madeira refere-se ao fato de essa estar sendo comprimida.
Barras comprimidas podem sofrer colapso mesmo sem terem atingido a capacidade
resistente de suas seções. Trata-se de um fenômeno relacionado à perda de equilíbrio ou
flambagem, cujo principal parâmetro é a esbeltez da peça. A esbeltez é a relação do
comprimento de flambagem lf, que depende das condições de contorno da barra, pelo seu
raio de giração i, que, por sua vez, é relação entre a inércia I e a área A da seção transversal.
Para barras bi-rotuladas, o comprimento de flambagem é o seu próprio comprimento. Daí,
pode-se calcular:
4
i= I , onde I para seções quadradas vale: I = L . Logo:
A 12
L4 4 2
i= 12 = L 1 = L = L = L 12 → i = 19, 07 12 = 5,50cm .
L2 12 L2 12 12 12 12
É importante deixar claro que o grau de esbeltez define o roteiro de verificação quanto à
estabilidade preconizado pela norma brasileira. .
Exercício 21.4.
Uma barra de seção transversal circular (d = 40 mm) com um furo radial, conforme mostra
a figura, com diâmetro igual a d/4. Supondo que a tensão admissível seja σadm = 7 kgf/mm2,
calcular a carga provável P que a barra pode suportar sob tração.
P
Lembre-se que tensão é = , que em termos da tensão admissível é expressa como:
A
148
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Pmáx
adm = ,
Amín
onde adm é a tensão de trabalho do material, Pmax é a força máxima que pode ser aplica e
Amin é a área mínima necessária para que a seção transversal possa resistir à força atuante.
Como a seção transversal possui um furo central, deve-se calcular a área efetiva de material
que compõe a seção. Portanto:
Aef = A1 + A2 é a área efetiva ou líquida da seção, que pode ser escrita como:
Aef = 2 A1 ou Aef = ATotal − A3 , onde A3 é a área do furo e ATotal é área total ou área bruta da
seção, dada por:
d2 402
ATotal = = = 1256, 64mm2 .
4 4
Verifica-se que a área do furo, geometricamente, é composta pela área de dois triângulos a
e dois setores circulares b. Calculando-se essas figuras, tem-se:
Cálculo da área a:
d 40
= = 10mm .
4 4
10
y= =5.
2
Com isso, tem-se o triângulo com um dos catetos conhecidos e a hipotenusa, permitindo
calcular o cateto adjacente ao ângulo .
→ x 2 + 52 = 202 → x = 19,36mm .
149
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a 1
= 19,36 5 → 2a = 2 19,36 5 → 2a = 193, 69mm 2 .
2 2
Cálculo do setor b:
5 5
Determinando a : sen = → = arcsen → = 14, 47 ∴ 2 = 28,95 .
20 20
Portanto, a área efetiva seção, ou seja, a quantidade de material na seção, é dada por:
A carga máxima que pode ser aplica, por fim, é encontrada por:
Pmáx
adm = → Pmáx = Aef adm = 860,90 7 → Pmáx = 6026,30kgf .
Aef
Exercício 21.5.
Uma coluna de concreto armado, de seção quadrada, suporta uma carga axial de compressão
P. Calcular a fração da carga suportada pelo concreto, sabendo que a área da seção
transversal das barras de aço da armação é 1/10 da do concreto e que o módulo de
elasticidade do aço é 10 vezes o do concreto.
150
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Solução:
Definindo:
1) DCL
Pode-se dividir a força P em duas parcelas, uma destinada ao concreto e outra destinada ao
aço. Logo, haverá duas reações (ou resistências), uma devido ao concreto, outra devido ao
aço.
2) Equilíbrio
F y = 0 → RA + RC = P (I)
3) Compatibilidade
lC = l A ,
151
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que é a equação de compatibilidade dos deslocamentos. Escrevendo cada parcela por meio
da lei fundamental da Resistência em termos das propriedades elásticas e geométrica de cada
material, tem-se que:
RC lC Rl
= AA .
EC AC EA AA
EC AC
Como lC = l A = l , onde l é o comprimento da coluna → RC = RA .
EA AA
Considerando que:
AC E 10 AC
AA = e E A = 10 EC → RC = RA C → RC = RA . (II)
10 10 EC AC
P
Como RA + RC = P , por (I), → RC + RC = P → RC = ,
2
que é a parcela da força que deve ser resistida pelo concreto. Uma complementação
interessante para esse problema pode ser feita se se deseja dimensionar a área de concreto e
a de aço para a coluna dada. Admitindo-se uma resistência característica à compressão para
o concreto, fck, igual 300 kgf/cm2 (29,42 MPa) e uma força P na extremidade de 200 tf
(1779,29 kN), g = 9,807 m/s2 para ambas as transformações, tem-se:
P
RC R fck R P 2 .
adm = → AC = C , com adm = , AC = C , com RC = → AC =
AC adm n fck 2 fck
n n
200000
Adotando n = 1,96 → AC = 2 → A = 592,69cm2 (área de concreto).
C
300
1.96
Em face do conceito dos Estados Limites Últimos (ELU), que norteia o desenvolvimento
dos projetos atuais, as solicitações de cálculo devem ser menores ou iguais às resistências
de cálculo ( S d Rd ), onde essa são consideradas com seus fatores de ponderação. Nesse
contexto, ações são multiplicadas por seus coeficientes de majoração e as resistências por
seus coeficientes de minoração. Esses coeficientes, no presente exemplo, são:
Assim, para a definição das áreas mínimas necessárias, tem-se, para cada material o seguinte:
152
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Para o concreto:
RC a fck
= .
AC c
RC fck
= ,
AC a c
A relação fck / ( a c ) pode ser entendida no conceito de tensão admissível como a que
considera todas as incertezas existentes na resistência característica do material, onde o
produto entre o coeficiente de majoração das ações pelo coeficiente de minoração das
resistências ( c a ) se torna o coeficiente de segurança n do método das tensões admissíveis
do item 1. Logo:
fck
adm = .
c a
fck
adm = . Se a = 1,4 e c = 1,4, n = 1,96.
n
RC a c
AC = .
fck
P
Como RC = , valor encontrado na presente aplicação, a área de concreto passa a ser:
2
P
AC = 2 a c.
fck
Substituindo os valores da força que recai sobre o concreto, obtida anteriormente, e dos
coeficientes de segurança, encontra-se a área resistente necessária, na forma de:
AC =
( 200000 )1, 4 1, 4
2 → A = 592,69cm2 .
C
300
153
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Para o aço:
Como estipulado no enunciado, a área total de aço deve ser 1/10 da área de concreto, logo:
592,69cm 2
AS = → AS = 59, 27cm2 .
10
Cabe observar que as barras comerciais dos aços para concreto armado (CA) possuem
diâmetros (bitolas) padronizados, conforme indicado na Tabela 21-1. O peso linear é obtido
multiplicando-se a área de cada barra pelo peso específico do aço, que é de 7850 kgf/m3
(~77 kN/m3 ).
Escolhendo a barra de 25,0 mm (1 polegada), que possui uma área de 4,91 cm2, o número de
barras, nb, a ser adotado é:
59, 27cm2
nb = = 12, 01 .
4,91cm2
Portanto, são adotadas 12 barras. Com isso, tem-se uma coluna de seção de (25 x 25) cm,
com 12 barras de 25 milímetros de diâmetro e sua indicação em projeto é:
154
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Exercício 21.6.
Uma coluna curta de concreto armado tem 8 barras de aço e está submetida a uma força P
de compressão. a) Determine o diâmetro mínimo de cada barra de modo que ¼ da força seja
suportada pelo aço e ¾ pelo concreto. b) Nessas condições, determine a força máxima que
pode ser aplicada na coluna. Considere: Para o aço: EAço = 205 GPa (módulo de
elasticidade); fy = 500 MPa (tensão de escoamento); A = 1,15 (coeficiente de segurança).
Para o concreto: EConcreto = 25 GPa (módulo de elasticidade); fck = 25 MPa (resistência
característica à compressão); C = 1.40 (coeficiente de segurança)
Solução:
a) Compatibilidade:
FAl A Fl FA F
A = C → = C C . Como l A = lC → = C .
EA AA EC AC EA AA EC AC
1 3
FA = P e FC = P ,
4 4
tem-se que:
1 3
P P
4 = 4 ,
E A AA EC AC
o que leva a:
1 3
= → 3E A AA = EC AC .
EA AA EC AC
Designando a área bruta da seção por AS, a área líquida de concreto será:
AC = AS − AA .
3EA AA = EC ( AS − AA ) → 3E A AA + EC AA = EC AS . Portanto:
155
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
EC AS
AA ( 3EA + EC ) = EC AS → AA = .
( 3EA + EC )
Substituindo-se os dados do problema, a área de aço pode ser encontrada na forma de:
Como a área de aço é composta por 8 barras de seção circular, a área total de aço será:
d2
AA = 8 , onde d é o diâmetro da barra. Logo:
4
4 AA 4 2441,41mm2
d= → d= → d = 19,71mm .
8 8
A força máxima que pode ser aplicada, ou a capacidade da coluna, é encontrada pela soma
das parcelas do aço e do concreto:
fy fck fy f ck
PMáx = AA + AC → PMáx = AA + ( AS − AA ) .
A C A C
500 25
PMáx = 2441,41 + ( 250 250 − 2441,41) → PMáx = 2133955,87 N ⸫
1,15 1, 4
Exercício 21.7.
Uma carga axial P é suportada por uma pequena coluna tipo W 150 x 22,5 (H) de seção
transversal A = 2900 mm², e é transmitida a um bloco de fundação de concreto por uma placa
quadrada de 450 mm de lado, como mostrado na figura abaixo. Sabendo-se que a tensão
média na coluna não poderá exceder a 217,39 MPa e que a tensão média sobre a fundação
não poderá ultrapassar sua capacidade resistente de 14,29 MPa, determine a máxima carga
P admissível.
156
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Obs.: 1 MPa = N / mm 2 .
Paço = aço Aaço = 217,39 N / mm2 2900mm2 = 217,39 2900 N → Paço = 630, 43kN .
Pbc = bc Abc = 14, 29N / mm2 (450 450)mm2 = 14, 29 4502 N → Pbc = 2892,86kN .
A carga admissível do sistema será a menor das duas, portanto, Padm = 630,43 kN, que é a
força máxima possível de ser aplicada.
Exercício 21.8.
Sabendo-se que a haste de ligação BD tem uma seção uniforme, de área igual a 800 mm²,
determine a intensidade da carga P para que a tensão normal na haste BD seja 50 MPa.
Solução:
157
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1) DCL
240 450
RBDy = RBD cos , RBDx = RBD sen ; sen = , cos = .
510 510
2) Equilíbrio
Considerando que:
240mm
M C = 0 → P 135mm − RBDy 240mm = 0 → P = RBDy
135mm
.
Logo:
240mm 450mm 240mm
P = RBD cos → P = 40kN → P = 62, 74kN .
135mm 510mm 135mm
Até agora foram calculadas tensões em barras sujeitas a carregamento apenas em uma
direção, na direção longitudinal. Isso significa que as outras duas dimensões eram pouco
representativas diante de uma terceira. Por essa razão, foi considerado que: σx ≠ 0 = P/A, mas
σy = 0 e σz = 0, ou seja, as direções transversais ao eixo estavam livres para se deformarem.
Agora, as três dimensões do sólido serão consideradas proporcionais entre si e as forças
podem ser ditas axiais nas três direções.
158
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Às vezes é mais prático observar o problema por duas figuras planas, como se vê em projetos.
l
= → = l l → l f = l + l → l f = l + l → l f = l (1 + ) .
l
Como l = 1 → l f = 1 + .
Indeformado. Deformado.
A orientação das deformações é feita através dos eixos coordenados, lembrando que:
159
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Tome-se a direção x para exame. A deformação na direção x vai ser a soma das deformações
provocadas pelos carregamentos nas direções x, y, z. A primeira de caráter longitudinal e as
outras duas transversais. Daí:
x
Por Px ou σx será: xx = → Longitudinal.
E
y
Py ou σy será: xy = −
E Transversais.
z
Pz ou σz será: xz = −
E
x y z
x = − − ,
E E E
y x z
y = − − , (I)
E E E
z x y
z = − − .
E E E
Sendo o corpo de arestas unitárias, após a deformação sua configuração é dada por:
V f = (1 + x )(1 + y )(1 + z ) ,
V f = (1 + y + x + x y )(1 + z ) ,
V f = 1 + y + x + x y + z + y z + x z + x y z .
Como as deformações são pequenas, o produto entre elas pode ser desprezado. De forma
que a expressão anterior se reduz a:
Vf = 1+ x + y + z .
Como o volume anterior do sólido era o de um cubo de arestas unitárias, o volume inicial do
sólido é Vi = 1. Então, subtraindo do volume final o inicial, a variação volumétrica é dada
por:
V = V f − Vi .
160
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Como o sólido inicialmente tinha volume unitário, e representa a variação de volume por
unidade de volume, ou seja:
e = V / Vi = V /1 → e = V .
e = (1 + x + y + z ) −1 → e = x + y + z (II)
x y z y x z z x y
x = − − , y = − − , z = − − ,
E E E E E E E E E
x y z y x z z x y
e= − − + − − + − − ⸫
E E E E E E E E E
x y z
1 2 1 − 2
e= ( x + y + z ) − ( x + y + z ) → e = ( x + y + z ) .
E E E
23. EXERCÍCIOS
Exercício 23.1.
Há um exercício que foi resolvido por meio da deformação longitudinal e as deformações
transversais para calcular o volume final, em que ΔV ≌ 347,85 mm³. Agora, pode ser feito
que:
1 − 2 0,30 20000 −4
e= − = −3,85 10 ⸫
8750 352
4
Exercício 23.2.
Considere a barra solicitada uniaxialmente por uma força P compressiva:
161
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x
x 0 → x = ,
E
x
y = 0 → y = − ,
E
x
z = 0 → z = − .
E
Exercício 23.3.
Três primas de mesmo material (E = 300.000 kgf/cm²; ν = 0,2) com iguais alturas e seções
transversais estão sujeitas a cargas axiais conforme se indica nas figuras ABC. Determine o
valor da carga P que produz um encurtamento de 0,5 mm na aresta vertical do prisma.
Situação A:
y = ? → y = 0 ,
z = ? → z = 0 ,
l 0,5
x = =− (imposição do problema) → x 0 .
l 1000
162
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x 0,5
x = → x = xE = − 300000 → x = −150kgf / cm² .
E 1000
x
0, 2 ( −150)
y = z = − =− → y = z = 0,0001; ou ainda:
E 300000
t 0,5
= − → t = − x → t = −0, 2 − → t = 0, 0001 . Portanto, as variações são:
x 1000
l y = yl y = 0,0001 6 → l y = 0,0006cm .
lz = z lz = 0, 000110 → lz = 0, 001cm .
Situação B:
0,5
x = − (imposição do problema) → x 0,
1000
y = 0 (peça confinada na direção y) → y 0,
z 0 (peça livre na direção z) → z = 0.
x y z 0,5 x − 0, 2
x = − − → − = y
→ x − 0, 2 y = −150 (1),
E E E 1000 300000
y x z y − 0, 2 x
y = − − → 0= → y = 0, 2 x (2),
E E E 300000
x − 0, 2 0, 2 x = −150 → x − 0, 4 x = −150 ,
0,96 x = −150 → x = −156, 25kgf / cm2 .
PB
Logo: −156, 25 = − → PB = 156, 25 (6 10) → PB = 9375kgf .
A
Situação C:
0,5
x = − (imposição do problema) → x 0,
1000
163
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0,5 x − 0, 2 y − 0, 2 z
− = → x − 0, 2 y − 0, 2 z = −150 , (1),
1000 300000
y − 0, 2 x − 0, 2 z
0= → y − 0, 2 x − 0, 2 z = 0 , (2),
300000
− 0, 2 x − 0, 2 y
0= z → z − 0, 2 x − 0, 2 y = 0 (3).
300000
De (2) extrai-se: y = 0, 2 x + 0, 2 z .
De (3) tem-se que: z = 0, 2 x + 0, 2 y , que sendo levada à equação (2) encontra-se:
y = 0, 2 x + 0, 2 (0, 2 x + 0, 2 z ) → y = 0, 2 x + 0,04 x + 0,04 z → 0,96 y = 0, 24 x
→ y = 0, 25 x (4).
y = 0, 25 x = 0, 25 (−166,67)
y = 0, 25 x = 0, 25 (−166,67) → y = −41,67kgf / cm2 ,
z = 0, 2 ( x + y ) = 0, 2 (−166,67 − 41,67) → z = −41,67kgf / cm2 .
Exercício 23.4.
Uma esfera de controle de fluxo de 25 cm de diâmetro está sujeita a pressões p de
500 kgf/cm2, como indicado na Figura 23-3. Considere que o material tem E =
2100000 kgf/cm²; ν = 0,33. Determine o volume final da esfera.
164
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d3
V= , onde d é o diâmetro da esfera.
6
1 − 2
e= ( px + p y + pz ) .
E
Como as pressões são iguais a p nas três direções e sendo p de compressão, a equação fica:
1 − 2 1 − 2 0,33
e= (−3 p ) → e = (−3 500) → e = −2, 429 10−4 .
E 2100000
( 25cm )
3
V
e= → V = e Vi . Como Vi = → Vi = 8181,23cm3 , tem-se que:
Vi 6
Recorde-se que uma barra de comprimento l, seção transversal A, material E, Figura 24-1 ,
sofre um alongamento (ou encurtamento) l quando submetida a um esforço de tração ou
compressão. A força (carga) P que produz essa deformação realiza trabalho durante a
deformação da barra que é convertido em energia potencial de deformação:
U = P .
Para um elemento infinitesimal dx da barra, o trabalho realizado pela força P será dado por
Pdx. Com isso, pode-se escrever que:
165
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dU = Pdx ∴ U = Pdx .
0
Nesse caso, a energia de deformação é calculada pela área abaixo da curva, qualquer que
seja a fase, elástica ou plástica, sendo a força ainda proporcional, sob alguma lei, ao
deslocamento. O trabalho da força P enquanto ela é aplicada gradualmente resulta em um
acúmulo de energia que é chamado de:
P ( x ) = kx ,
166
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x x
1 2
U = P( x)dx → . U = kxdx . → U = kx .
0 0
2
1 2
U= k
2
Pôde ser visto que o trabalho de deformação depende do material de que é constituída a barra
e da intensidade da força à qual está submetida. Para fazer com que a análise não fique
restrita às dimensões de um corpo e possa a ser dirigida para as propriedades do material,
cria-se o conceito de
dU Pdx dU Pdx
V
=
V
→ V
=
V
,
Trabalho total U Pdx
→ = ,
Volume total V 0 V
U P dx P dx
= , como = , e = d ,
V 0A L A l
U U
V 0
= d , fazendo = → = d ,
V 0
Sendo:
167
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1 1 E 2 12
2
= → = E = 2 ⸫ = .
E 2 E 2 E 2 E
R
= R d .
0
R
= R d → T = R R .
0
168
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Essa expressão representa um método aproximado para o cálculo de tenacidade, pois esse,
na verdade, é dado pela área do diagrama abaixo da curva até a ruptura. No gráfico tensão-
deformação o módulo de tenacidade é a área compreendida até σR.
25. EXERCÍCIOS
Exercício 25.1.
Usando E = 200 GPa, determinar o módulo de resiliência para os seguintes materiais:
Solução:
1 (250 106 ) 2
a) R = → R = 0,156MJ / m3 .
2 200
1 (320 106 ) 2
b) R = → R = 0, 256MJ / m3 .
2 200
1 (690 106 ) 2
c) R = → R = 1,19MJ / m3 .
2 200
Exercício 25.2.
O diagrama tensão-deformação abaixo foi desenhado a partir de dados obtidos durante um
ensaio de tração de um corpo-de-prova de um aço estrutural. Usando E = 200 GPa,
determinar:
a) O módulo de resiliência;
b) Por meio aproximado, o módulo de tenacidade.
169
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a) Módulo de Resiliência:
1 e2 1 300 106
R = → R = ⸫
2 E 2 300 109
J
R = 0, 272 106 3 ⸫
m
R = 0, 272MJ / m3
b) Módulo de Tenacidade:
T = R R = 450 0, 25 ⸫
T = 112,50MJ / m3
Exercício 25.3.
O diagrama tensão-deformação mostrado foi desenhado a partir de dados obtidos durante
um ensaio de tração de um corpo-de-prova de uma liga de alumínio. Usando E = 72 GPa,
determinar: a) O módulo de resiliência; b) Por meio aproximado, o módulo de tenacidade da
liga.
Solução:
a) No eixo das deformações, ε, com uma escala determina-se ε = 0,2% ou ε = 0,002. Com
uma reta paralela ao trecho reto do diagrama, no ponto que essa reta intercepta o gráfico,
determina-se a tensão de escoamento.
1 (460 106 ) 2
R = → R = 1, 47MJ / m3 .
2 72 10 9
1
A1 = (330 0, 0055) e
2
T = A1 + A2 82MJ / m3 .
Nesse processo:
171
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1
Um = mV0 2
2
Quando as tensões não são uniformes, o trabalho de deformação específico μ pode ser
definido para um pequeno elemento ΔV.
U dU
= lim → = .
V → 0 V dV
1 2 12
= d → = E ou = .
0
2 2 E
dU 12
Com = → dU = dV . Logo, U = dV .
dV V
2 E
1 m2
Um = dV .
V
2 E
No caso de a barra ser uniforme, a tensão máxima tem o mesmo valor ao longo de seu
comprimento:
1 m2 1 m2
2 E V
Um = dV → U m = V , com V sendo o volume da barra.
2 E
172
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1
Como U m = mv0 2 , é a energia cinética transferida à barra pela massa m, escreve-se que:
2
1 1 m2 Emv0 2 Emv02
mv0 2 = → m2 = ∴ m = .
2 2 E V V
Observações:
Para se obter uma estrutura para resistir bem a carregamentos introduzidos por choque,
devem ser observadas as seguintes condições:
1. Materiais Frágeis:
27. EXERCÍCIOS
Exercício 27.1.
Um colar D de 6,0 kg tem uma velocidade V0 = 4,5 m/s quando ele se choca com uma
pequena placa presa na extremidade de A da barra AB, de diâmetro 20 mm. Usando
E = 200 GPa, determinar: a) A força elástica equivalente para a barra; b) A máxima tensão
na barra; c) A máxima deflexão na extremidade A.
173
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m = 253,88MPa .
Pm N
m = → Pm = m A = (253 106 2 ) (20 10−3 m) 2 → Pm = 79,76 103 N ⸫
A m 4
Pm = 79, 76kN .
c) Cálculo da deflexão
2
1 1 m
U m = mv0 2 = 6, 0kg 4,5 → U m = 60, 75 J .
2 2 s
1 kgm 2 1
Como U m = Pm → 60, 75 2 = 79, 76 103 N → = 1,523 10−3 m ⸫
2 s 2
= 1,52mm
Exercício 27.2.
Um fio flexível de uma máquina possui uma tensão admissível de 690 MPa e é projetado
para suportar os esforços oriundos da queda de um peso P quando se estende totalmente de
seu comprimento. Se o fio tem diâmetro de 9,0 mm, qual o valor máximo da carga que o fio
consegue suportar? (E = 205 GPa).
Dados:
Adm = 690MPa ; P = ? ; d = 9, 0mm ; E = 205GPa .
A tensão produzida pela queda do peso pode ser associada à tensão por impacto.
174
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1 2
EC = EP → mv = mgl → v 2 = 2 gl .
2
A 2
Da equação anterior se extrai que: P = . Logo, tem-se:
2E
N 2
(9 10−3 m) 2 (690 106 )
P= 4 m 2 → P = 73,87 N .
N
2 205 109
m2
28. RETICULADOS
As forças exteriores e as barras formam então uma configuração geométrica conhecida como
dinâmica das forças exteriores ou dinâmico fechado, que é a condição gráfica primária para
o equilíbrio das forças exteriores (poligonal fechada).
175
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Os sistemas funiculares, aqueles formados por cordas ou cabos, assumem uma configuração
de equilíbrio compatível com as forças externas, é o caso de uma corda como na figura
abaixo.
Tomem-se os reticulados mostrados nas Figura 28-3(a), (b) e (c). Percebe-se que na
configuração (a), o equilíbrio do sistema se ajusta às forças aplicadas. Portanto, embora
possa estar em equilíbrio estático, sua configuração final depende das forças atuantes. Esse
é um reticulado deformável.
Se, entretanto, forem adicionadas barras, ligando o nó 1 ao nó 3, como no caso (b), e ligando,
também, o nó 2 ao 4, como no caso (c), esses reticulados tornar-se-ão indeformados e suas
configurações de equilíbrio não mais dependerão das forças externas.
Quando o reticulado é indeformável ele é conhecido como treliça, sendo frequente usado
em aplicações de engenharia por se constituírem em sistemas práticos e econômicos.
Um sistema reticulado, portanto, pode ser definido como um conjunto de pontos materiais
submetidos a ação de forças exteriores e ligados entre si, seja por barras rígidas ou por fios
“inextensíveis”, podendo ser bem representados por um grafo (representação gráfica) de nós,
interconectados por barras.
Treliças, então, são definidas como sendo o conjunto de elementos de construção (barras
redondas, chatas, cantoneiras, perfis I, U etc) interligados entre si, sob a forma geométrica
triangular, através de pinos, soldas, rebites, parafusos, que visem formar uma estrutura
rígida, com a finalidade de receber e transmitir esforços.
b 2n − 3 (treliça hipoestática),
b = 2n − 3 (treliça isostática),
b 2n − 3 (treliça hiperestática),
176
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com b sendo o número de barras e n o número de nós. Tome-se, como exemplo, o caso da
Figura 28-3:
A análise é feita a partir do diagrama de corpo livre de cada nó que compõe a treliça. A
solução, portanto, consiste em verificar o equilíbrio de cada nó através das equações de
equilíbrio da estática. Como em cada nó, as forças (incluindo as barras) concorrem em um
único ponto, a condição de equilíbrio da Estática:
F x =0, F y =0 e M = 0,
se reduz a apenas a:
F x =0 e F y =0,
São consideradas:
Procedimentos de Solução:
Exercício 28.1.
Resolver a treliça abaixo usando o método dos nós.
177
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
F y = 0 → RA + RB = 600 ,
M
1200
A = 0 → RB 4 = 200 1 + 200 2 + 200 3 → RB = → RB = 300kN ∴ RA = 300kN .
4
Pode ser verificado que esse é um resultado já esperado dada a simetria do sistema. Da
simetria decorre que metade do total das forças verticais, de 600 kN, portanto, 300 kN, vai
para cada reação.
Como a treliça é simétrica, só é preciso resolver metade do sistema. Cabe recordar que só é
possível equilibrar um nó com no máximo duas incógnitas, pois as equações de equilíbrio
disponíveis para cada nó são: Fx = 0 e Fy = 0 .
178
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
São consideradas como orientações positivas para os eixos locais de referência, em termos
de equilíbrio, as direções para a direita e para cima. Trata-se aqui, portanto, de equilíbrio de
ponto material, onde as forças com orientações coincidentes com a dos eixos de referência
são consideradas positivas. Importante não confundir essas orientações com as usadas na
determinação das naturezas das forças, de tração ou compressão.
4.2 – Equilíbrio do Nó 1
A decomposição das forças é feita conforme a geometria do sistema, com o ângulo sendo
definido por:
1
, tg = → = 45 .
1
Com isso, o equilíbrio de ponto material pode ser feito com as equações disponíveis:
179
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Como Fa foi encontrada ser negativa, nesse caso, o sentido dessa força se inverte em relação
ao sentido adotado, de forma que:
Uma alternativa que pode ser adotada, é a assunção da orientação original, de tração, saindo
do nó, mas mantendo-se o sinal negativo que foi obtido para essa força.
3.3 – Nó 2
Nó 2
Lançando-se os valores encontrados nas barras da treliça, pode-se construir o diagrama final
com todas as forças e suas naturezas (tração ou compressão). Importante registrar que,
vetorialmente, esse conjunto de forças deve constituir uma poligonal fechada.
180
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
→ Tração
→ Compressão
Este método foi apresentado por Ritter em 1860 na Escola Técnica de Hannover. Sua
característica está no traçado de seção em três barras e cujos esforços são desconhecidos. As
três barras não devem ser concorrentes num mesmo ponto. A seção tem por finalidade fazer
transparecer os esforços nas barras, os quais existem para possibilitar o equilíbrio físico entre
as diversas forças exteriores em pontos distintos da estrutura.
Para determinar as cargas axiais atuantes nas barras de uma treliça plana, através do método
de Ritter, deve-se proceder da seguinte forma:
Ao cortar a treliça deve-se observar que a seção a intercepte de tal forma, que se apresentem
no máximo 3 incógnitas, para que possa haver solução por meio das equações de equilíbrio.
É importante ressaltar que entrarão nos cálculos, somente as barras da treliça que forem
cortadas, as forças ativas e reativas da parte adotada para a verificação de equilíbrio.
29. EXERCÍCIOS
Exercício 29.1
Calcular o esforço na barra a da treliça abaixo.
Numeram-se os nós e realiza-se o corte por meio de uma seção de forma a interceptar a barra
em estudo. Dessa forma, tem-se:
181
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Com a realização do corte expõem-se as barras cuja seção intercepta, que são: Fa, Fb e Fc.
Para calcular Fa com apenas uma equação (método de Ritter), deve ser feito o somatório de
momento em relação ao ponto (ou nó) (6), devido ao fato que a linha de ação das forças Fb
e Fc passam por esse ponto.
Se se quisesse calcular Fb com apenas uma equação, o somatório dos momentos deve ser
realizado em relação ao ponto (1), onde concorrem Fa e Fc. Para calcular Fc com apenas uma
equação, o somatório de momentos deve ser feito em relação ao ponto (5), onde concorrem
Fa e Fb.
Como o problema pede apenas Fa, será feito o momento em relação ao ponto (6). Nesse caso,
por Fb e Fc estarem concorrendo nesse ponto não geram momento pois suas linhas de ação
passam pelo ponto considerado. Assim, fazendo-se o somatório dos momentos das forças
existente à direita da seção, tem-se:
M 6
Direita
= 0 → −100 2 − 100 4 − 100 6 − Fa 6 tg 30 = 0 ⸫
O método das seções é bastante útil no cálculo de uma barra determinada (específica), pois
não há a necessidade de serem calculados todos os nós até a barra de interesse, ou seja, nó-
a-nó, partindo daquele que tenha no máximo duas barras concorrendo, até que se possa
chegar ao nó onde está a barra desejada.
Para a utilização do método de Cremona, é preciso empregar a notação de Bow, que serve
para designar as forças que atuam num sistema reticulado, tanto as forças interiores (esforços
nas barras) quanto as forças exteriores. A notação de Bow consiste em marcar com letras os
espaços limitados por forças, quer exteriores, quer interiores, designando-se cada força por
duas letras: as relativas aos espaços de cada lado.
Para serem conhecidos os esforços, se são de compressão ou de tração, deve ser observado
o sentido de cada esforço no diagrama das cremonas em relação ao nó em evidência
diretamente na treliça. Se o sentido do esforço estiver dirigido para fora do nó, ele será de
tração, se dirigido para o nó, será de compressão.
Ao estudar o equilíbrio de cada nó devem ser reconhecidos os sentidos dos esforços nas
barras, percorrendo o polígono de equilíbrio correspondente sempre no mesmo sentido.
Exercício 29.2
Calcular os esforços nas barras da treliça indicada abaixo, usando o método de Cremona.
1° Passo:
Numeração dos nós dos espaços entre as barras e forças (ativas ou reativas).
O diagrama deve ser traçado em escala. Para se conhecer a intensidade da força basta medir
ao segmento na escala utilizada. Para se saber se é de tração ou compressão uma força deve
pronunciar a origem e o destino formando um vetor orientado. A partir daí, é observado se
o vetor entra ou sai do nó de interesse. Se sair é de tração e de compressão em caso contrário.
Diz-se por exemplo: De A para B, orienta-se a reta em a para b e verifica-se qual a orientação
em relação ao nó, se entrar no nó é compressão, se sair é de compressão.
183
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Seja uma barra com comprimento inicial l sem restrições de apoio. Seja também uma viga
bi-apoioada com um dos apoios, móvel. Essa, é uma estrutura isostática e está livre para
realizar movimento horizontal se estiver sob uma variação de temperatura t, à semelhança
da barra simples.
Se a barra, ou a viga, estiver livre, sem restrições de apoio, não haverá impedimento à sua
deformação (expansão ou contração), e a dilatação linear (positiva ou negativa), lt (ou t),
induzida pela variação de temperatura será proporcional ao comprimento inicial da barra l e
ao coeficiente de dilatação linear α, de modo que se pode escrever que:
Entretanto, se a mesma barra estiver confinada entre dois apoios fixos, não haverá
deformação das extremidades nessas condições, pois ela será impedida de se deformar, ou
seja, o alongamento ou encurtamento final da barra será zero.
184
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Pode-se representar essa situação substituindo um dos anteparos por uma força, que é a
reação do anteparo sobre a barra, de modo que o alongamento produzido pela dilatação seja
igual ao encurtamento provocado pela reação:
RB = reação superabundante
Figura 30-3. Barra com reação superabundante.
lt + lRB = 0 → lt = −lRB . O sinal indica que são deformações contrárias. Logo:
RB l
l t = − → RB = − EAt . Com isso, a tensão será:
EA
RB EAt
R = =− → RB = −Et .
B
A A
R
= B
, tem-se que: t = −t ,
E
que é entendida como a parcela da deformação específica devido à variação térmica. Pode-
se concluir, portanto, que a variação de temperatura produz tensões em sistemas
estaticamente indeterminados, ainda que sobre eles não ajam forças externas. O resultado
anterior se aplica ao caso de uma barra de seção transversal uniforme e material homogêneo.
31. EXERCÍCIOS
Exercício 31.1.
Os trilhos de uma estrada de ferro são soldados quando a temperatura é de 10º C. Calcular
as tensões que se desenvolverão nos trilhos quando o aquecimento pelo calor do sol atingir
50º C, sabendo que = 11, 7 10−6 / C e que E = 21000kgf / mm2 .
Solução:
t0 = 10C ,
t f = 50C .
= −Et ,
= −21000kgf / mm2 11, 7 10−6 / C (50 − 10)C ,
= −9,83kgf / mm2 = −88, 26MPa .
Exercício 31.2.
A figura dada representa uma viga do tipo ‘i’(I) de aço, com comprimento l de 5 m e área de
seção transversal 3600 mm². A viga se encontra engastada na parede A e apoiada junto à
parede B, com uma folga de 1 mm dessa, a uma temperatura de 12ºC. Determinar a tensão
induzida na viga quando a temperatura subir para 40ºC. Considerar: EAço = 2,1105 MPa ,
Aço = 1, 2 10−6 / C .
186
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Portanto, a deformação que é restringida pelo anteparo estará associada à uma variação de
temperatura que a provoca, de tal forma que:
Pode ser observado que, também, a solução para esse problema poderia ser obtida a partir
da lei de Hooke quando calculada a deformação restringida pelo anteparo, de forma que:
l 5001mm
2,1105 MPa 0, 68mm
l = → 0, 68mm = →= → = −28,56MPa .
E 2,1105 MPa 5001mm
l 1mm
l = l0t → t = = → t = 16, 667C .
l0 5000mm 1, 2 10−5
Assim, = − Et = −2,1105 MPa 1, 2 10−5 / C (40 − 28, 667)C → = −28,56MPa .
Exercício 31.3.
Uma barra composta de duas porções cilíndricas AB e BC é engastada em ambas as
extremidades. A porção AB é de aço ( E = 200GPa ; = 11, 7 10−6 / C ) e a porção BC é de
latão ( E = 105GPa ; = 20,9 10−6 / C ). Sabendo-se que a barra está inicialmente sem
tensão, determinar as tensões normais induzidas nas porções AB e BC, por uma variação de
temperatura de 50º C.
187
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Solução:
Se não houvesse anteparo A, por exemplo, cada barra se deformaria linearmente seguindo a
lei da dilatação linear, dada por:
l = lt ,
Essa operação é feita de tal forma que a deformação total da barra seja a soma da dilatação
ocorrida no aço e no latão. Com isso, tem-se que:
onde:
188
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lt = 50C (250 10−3 m 11,7 10−6 / C + 300 10−3 m 20,9 10−6 / C) . Logo:
Por outro lado, pela lei de Hooke, a deformação absoluta que a reação RA impele sobre cada
porção é dada pela por l = Pl / EA , com esse deslocamento associado aos parâmetros
elásticos e geométricos de cada parte do conjunto. Portanto, operando-se como se o anteparo
A fosse retirado e em seu lugar houvesse uma força de reação agindo no sistema, pode ser
escrito que:
lRA = lRA + lRA ,
Aço Latão
o que leva a:
RAl A Rl
lRA = + AL ,
EA AA EL AL
onde:
RA l A RAl L 4R l l
lRA = + = A A 2 + L 2 ,
d 2
d 2
E A d A EL d L
EA A EL L
4 4
onde d A e d L são os diâmetros das barras de aço e latão, respectivamente. Com isso:
4 RA 250 10−3 m 300 10−3 m
lRA = + ,
200 109 N (30 10−3 m)2 105 109 N (50 10−3 m)2
m2 m2
4 RA m m
lRA = 2,532 10−9 → lRA = 3, 22 10−9 RA (II).
N N
m
4,5975 10 −4 m = −3, 22 10 −9 RA → RA = −142,6 103 N → RA = −142, 6kN .
N
O cálculo das tensões é feito relacionando essa força com a área de cada porção da barra, de
forma que:
189
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
RA 142, 6 103 N
No aço: Aço = =− → Aço = −201,77MPa ,
AAço 2
(30mm)
4
RA 142, 6 103 N
No latão: Latão = =− → Latão = −72, 64MPa .
ALatão 2
(50mm)
4
lFB = lTB + lRA (Admitindo o alongamento como positivo, RA com o sinal negativo).
B
RAlL R
lFB = lL t + → lFB = lL t + A , que com os dados do problema, fica:
EL AL EL AL
l F = 300 10−3 m 20,9 10−6 / C 50C +
( −142, 6 10 3
N )
,
9 N 2
105 10 2 ( 50 10 m )
B
−3
m 4
Exercício 31.4.
Uma coluna (curta) de concreto armado tem armadura composta por seis barras de aço de
15 mm de diâmetro. Sabendo-se que os módulos de elasticidade e os coeficiente de dilatação
térmica são para o aço e para o concreto, respectivamente, E A = 205GPa ,
A = 11,7 10−6 / C e Ec = 25GPa , c = 9,9 10−6 / C , determinar as tensões normais
induzidas no aço e no concreto após um aumento de temperatura de 50ºC.
Após a dilatação, os comprimentos finais são os mesmos. No entanto, como o aço tende a se
alongar mais que o concreto devido ao fato de que seu coeficiente de dilatação é maior que
o do concreto, há a indução de tensões normais em ambos os materiais. Isso ocorre devido à
restrição que impõe igualdade aos deslocamentos finais de ambos os materiais em virtude
da hipótese de perfeita aderência entre o aço e o concreto. Por essa razão, o aço tende a ser
comprimido e o concreto tracionado. Nesse caso, a equação base é a que impõe a igualdade
de deslocamentos para os materiais após a variação de temperatura ocorrer, ou seja:
ltA = ltC ,
sendo:
lFA = lFC ,
com FA sendo a força compressiva no aço e FC a força trativa no concreto. Daí resulta que:
FAl A Fl
lFA = − e lFC = C C .
EA AA EC AC
Nesse contexto, a força produz o encurtamento do aço é a mesma que alonga o concreto,
portanto, FA = FC = F. Ao mesmo tempo, os comprimentos iniciais do aço e do concreto são
também iguais, e iguais ao comprimento da coluna, logo, l A = lC = l . Com isso, a soma das
deformações em cada material, parcela a parcela, leva a.
Fl Fl
l At − = lC t + ,
EA AA EC AC
onde:
191
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
F F
l A t − = l C t + ,
E A AA EC AC
F F 1 1
+ = At − C t → F + = ( A − C ) t .
EC AC EA AA EC AC E A AA
F=
( A − C ) t .
1 1
+
EC AC E A AA
F=
(11, 7 − 9,9 ) 10−6 50
1 1
+
2 2
25 109 2 ( 250 10−3 m ) − 6
N 2 ( 15 10 −3
m ) N
205 109 2 6
( 15 10 −3
m )
m 4 m 4
área bruta da seção de concreto
área total de aço área total de aço
área líquida da seção de concreto
As tensões induzidas no aço e no concreto são calculadas pela relação da força F com as
áreas de cada material na coluna. De forma que:
F 17137, 21N
No aço: Aço = =− → Aço = −16162796,38Pa . Logo:
(15 10−3 m )
2
AAço
6
4
área total de aço
Aço = −16,16MPa .
F 17137, 21N
No concreto: Concreto = = . Portanto:
2
(15 10−3 m )
AConcreto
( 250 10 m )
−3 2
− 6
4
área bruta da seção de concreto
área total de aço
área líquida da seção de concreto
192
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Exercício 31.5.
Um tubo de alumínio é totalmente preenchido pelo cilindro de latão e o conjunto se encontra
sem efeitos de tensão à temperatura de 15ºC. Considerando apenas deformações axiais,
determinar as tensões no alumínio, quando a temperatura for de 195ºC.
Dados:
– Cilindro de latão: EL = 105GPa ; L = 19 10−6 / C .
– Tubo de alumínio: EA = 70GPa ; A = 2310−6 / C .
Solução:
Como o alumínio tem coeficiente de dilatação maior que o do latão, tende a se dilatar mais
que esse. Portanto, fica comprimido enquanto o latão fica tracionado, de forma que:
Fl A Fl
Al At − = LlL t + L .
EA AA EL AL
F F
At − = L t + ,
EA AA EL AL
F F
+ = At − L t ,
EL AL EA AA
1 1
F + = ( A − L ) t .
EL AL E A AA
193
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
( A − L )t ( EA AA )
F= .
E A
1+ A A
EL AL
Substituindo-se os dados do problema, e considerando que GPa = 103 MPa = 103 N/mm2,
tem-se:
N
(23 − 19) 10−6 (195 − 15) 70 103 ( 60mm ) − ( 25mm )
2 2
2
mm 4
F= ⸫
N
70 10 ( 60mm ) − ( 25mm )
3 2 2
1+ mm 2
4
N
105 103 ( 25mm )
2
2
mm 4
4
Quando as dimensões de um corpo passam a ter importância e/ou o material constituinte tem
uma relação peso por volume elevada, o seu peso próprio pode produzir uma tensão adicional
considerável, que deverá ser levada em conta. De um modo geral, os materiais estruturais
possuem uma relação peso por volume que não pode ser desconsiderada.
Em alguns casos é possível ter a força ou a área variando com o comprimento da barra.
Quando isso ocorre, a análise para o cálculo do alongamento total do sólido, deve ser feita
para um elemento infinitesimal, dy, e a força e/ou área devem ser representados em função
da variável independente do problema, y. Assim sendo, a deformação absoluta, d para um
elemento diferencial, dy, será:
P( y )dy
d = .
EA( y )
Tome-se um prisma com seção de área A e comprimento l, como indicado na Figura 32-1(a).
Os dados a serem fornecidos junto com o problema são:
E = módulo de elasticidade, e
γ = peso específico.
194
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Por definição, peso específico é a relação de peso por volume. No SI sua unidade é N/m³.
Considere-se um elemento de altura dy, entre duas seções e . Conforme Figura 32-1(b),
o peso do elemento infinitesimal é obtido pelo produto do volume elementar Ady pelo peso
específico do material . Logo:
dG = A dy .
G ( y ) = A dy .
0
Com isso, é obtida a função força normal, ou função peso próprio, do sólido, que representa
um carregamento distribuído ao longo da altura, Figura 32-1(c), uma variação que obedece
à lei:
G ( y ) = A y .
Essa é uma função do primeiro grau em y, ou seja, o peso próprio de uma barra prismática
varia de forma linear ao longo de seu comprimento. Se a integral, entretanto, for resolvida
para toda a barra, y = l, o resultado encontrado será o peso total do prisma:
l
G = A dy → G = A l
0
Para ser calculada a deformação absoluta, é preciso analisar o problema por meio dos
esforços internos, considerando o mesmo elemento diferencial, de forma que:
R ( y ) dy
d = .
EA
( A y )dy ( A y )dy
l
d =
EA
⸫=
0
EA .
195
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Como, neste caso, a área, o peso específico e o módulo de elasticidade são constantes, o
alongamento total do sólido prismático será obtido com a integral resolvida para todo o
comprimento da barra:
A
l A l 2
= ydy → = .
EA 0 EA 2
Reescrevendo, tem-se:
1 l
= A l .
EA 2
1 l
= G ,
EA 2
G l
= 2
EA
G l
= 2
EA
G = Peso próprio de todo o sólido.
A demonstração anterior permite entender que G possa estar aplicado no centro de gravidade
do sólido, ou seja, na metade de seu comprimento, a l/2, ou como tendo metade de seu valor,
G/2, aplicado na extremidade da barra, em l.
Por sua vez, a tensão normal para um elemento de peso infinitesimal é dada por:
dG
= .
dA
196
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
A dy A y
= 0
, cuja solução leva a: = → = y , que é uma equação linear em y.
A
A
A
Portanto, a tensão máxima, σmáx, ocorre para y = l, no suporte, ou seja, máx = l . Essa
mesma expressão poderia ter sido obtida fazendo-se:
G A l
= = → = l .
A A
Se, no mesmo prisma, atua uma força P, como indicado na Figura 32-3(a), o alongamento
total da barra será obtido por integração dos alongamentos diferenciais após a análise do
equilíbrio de uma seção genérica Figura 32-3(b). No equilíbrio, as forças externas são
proporcionais às forças internas, ou seja:
R ( y ) = P + A y .
(a) (b)
Figura 32-3. Barra prismática com peso próprio e força na extremidade.
R ( y ) dy
d = .
EA
G l
( P + A y )dy ( P + A y )
l
Pl
d =
EA
→=
0
EA
dy . Logo: = + 2 .
EA EA
R ( y ) P + A y P A y ( y) = P + y ,
( y) = = → ( y) = + →
A A A A
que é a equação de uma reta começando com p ou seja, um trapézio. No caso de uma barra
exclusivamente sujeita ao seu peso próprio, a tensão máxima ocorre para y = l, logo:
197
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
máx = P + l ∴ máx = P + G .
Com as equações para a variação das tensões para os dois casos definidas, pode-se construir
tanto o diagrama do esforço normal (DEN) quanto o diagrama das tensões normais (DTN).
O traçado desses diagramas é feito substituindo-se as condições de contorno do problema
nas referidas equações, que são: na extremidade inferior y = 0 e na superior y = l .
G ( y ) = A y G ( y ) = P + A y ( y) = y ( y) = P / A + y
33. EXERCÍCIOS
Exercício 33.1.
Uma barra de aço, de seção uniforme, colocada sobre um plano horizontal, mede 5 m.
Calcule o alongamento quando a barra é suspensa verticalmente por uma extremidade,
ficando sujeita exclusivamente ao seu peso próprio. Considere seu módulo de elasticidade
como sendo E = 21000 kgf/mm2 e o peso específico do material = 8 gf/cm3, com gf definido
como grama-força, ou seja, 10-3 kgf.
G l
= 2 , com G = peso próprio total. Substituindo-se G = Al , a equação fica:
EA
Al l 2 Al 2 l2
= = → = ⸫
EA 2 EA 2E
8 10−3
3
kgf / mm3 50002 mm 2
= 10 → = 0, 004762mm
2 21000kgf / mm 2
Exercício 33.2
Um fio longo está pendurado e sujeito a ação de seu peso próprio. Calcular o maior
comprimento que poderá ter sem causar rompimento, se for de:
198
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Solução:
a) Aço:
rup
máxAço = lmáxAço Aço → lmáx = ⸫
Aço
Aço
b) Alumínio:
rup
máxAl = lmáxAl Al → lmáxAl = ⸫
Al
40kgf / (10−3 )2 m2 40
lmáxAl = = → lmáxAl = 14815m
2, 7 10 kgf / (10 ) m 2, 7 10−3 m
−3 −2 3 3
Exercício 33.3
Determine a área da seção transversal de uma barra de aço prismática vertical, suportando
na sua extremidade inferior uma carga P = 32.000 kgf, sendo o comprimento da barra de
220 m, a tensão admissível σAdm = 700 kgf/cm² e o peso específico do aço igual a
0,00785 kgf/cm3. Determine também o alongamento total da barra (E = 21× 105 kgf/cm²).
Solução:
1) Cálculo da Área
O conceito de tensão admissível envolve a força máxima que pode ser aplicada com a área
mínima necessária para atender à solicitação existente:
Pmáx
Adm = .
Amín
Pmáx
Amín = .
Adm
199
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
P+G
Amín = → Amín Adm = P + G .
Adm
Como o peso total do prisma é o produto de seu volume pelo peso específico do material:
G = Amín l ,
tem-se que:
P
Amín = .
Adm − l
Pode ser observado que se l, que é a tensão devido ao peso próprio da barra, tender para
Adm, seja por o sólido ter um grande comprimento ou por ter um peso específico elevado, a
área mínima necessária fica impossível de ser calculada. Nessa condição, a solução do
problema passa a requerer que o sólido tenha área variável ao longo da altura.
Amín =
32000kgf → Amín = 60,68cm2 .
kgf kgf
700 2 − 0, 00785 3 22000cm
cm cm
l
=
Pl G 2
EA
+
EA
=
l
EA
P+G
2
⸫ ( )
22000cm 1 kgf 2
= 32000kgf + 0,00785 3 22000cm 60,68cm ⸫
2110 kgf / cm 60,68cm
5 2
2 cm
= 6, 43cm .
É importante observar que o dimensionamento tomou por base a maior solicitação existente
no sólido, que está na seção mais próxima ao suporte. Portanto, para seções abaixo dessa, as
solicitações são de menor intensidade, o que requereria uma área com dimensão menor à
calculada. Com isso, pode ser constatado que o dimensionamento feito para a seção mais
solicitada, embora garanta a segurança nas demais seções, implica um maior consumo de
material. A melhor hipótese é aquela que considera a área do sólido compatível com o nível
de solicitação a que esteja submetida, sem, obviamente, superar a tensão admissível.
Seja um corpo de seção variável, como indicado na Figura 34-1(a). Considere-se, nesse
sólido, um elemento infinitesimal, dy, entre duas seções adjacentes α e β, conforme mostrado
200
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
(a) (b)
Figura 34-1. Sólido de igual tensão
Portanto:
G( y)
» A tensão na seção α é: = (1).
A( y )
G ( y ) + dG
» A tensão na seção β é: = (2).
A( y ) + dA
G( y)
= Adm = (3) e
A( y )
G ( y ) + dG
= Adm = (4).
A( y ) + dA
G ( y ) G ( y ) + dG
= ,
A( y ) A( y ) + dA
G ( y )( A( y ) + dA) = A( y )(G ( y ) + dG ) .
Logo:
201
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
dG G ( y ) dG G ( y )
= , que deve ser igual a tensão admissível ⸫ = = Adm
dA A( y ) dA A( y )
dV = A( y )dy
dG = dV → dG = A( y ) dy .
dG
Adm = .
dA
A( y ) dy dA dy
Adm = → = .
dA A( y) Adm
Integrando ambas as parcelas nos seus respectivos domínios, mas mantendo o limite superior
como variáveis, pode ser escrito que:
dy → ln A( y) − ln A = y → A( y ) y → A( y )
A( y ) y y
dA
= ln = = e Adm ⸫
A0
A 0 Adm
0
Adm 0
A Adm A 0
y
A( y) = A0e Adm .
Quando:
y=0 → A(0) = A0 ,
l
A solução para este problema poderia também ser obtida da seguinte forma. Considere um
elemento diferencial de volume dV e área de base dA, conforme Figura 34-2.
202
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
O peso desse elemento diferencial é indicado por dG. Portanto, a tensão induzida sobre a
área elementar dA será:
dG
= .
dA
O valor da tensão em qualquer ponto do sólido deve se igualar à σAdm, que é um critério para
uma condição ótima de análise. Disso, decorre que:
dG
Adm = .
dA
A( y ) dy dA dy
Como dG = A( y ) dy → Adm = → = .
dA A( y) Adm
dy → ln A − ln A = y → A y .
A( y ) y
dA
A0
=
A 0 Adm
0
Adm
ln =
A0 Adm
A y y y
ln
Adm A( y )
e A0
=e → = e Adm , leva a: A( y) = A0e Adm , que é uma função exponencial em y.
A0
Quando:
y=0 → A(0) = A0
l
O problema pode ter, ainda, mais uma solução, pela integral indefinida:
l
ln A( y) + c1 = +c
Adm 2
Quando:
y=0 → A(0) = A0 → ln A0 + c1 = c2 → c1 = c2 − ln A0 ,
l
y =l → A(l ) = A1 → ln A1 + c1 =
+c ⸫
Adm 2
l l A1 l A1
l l
− ln A0 + ln A1 = → ln A − ln A = → ln = → =e
⸫ A1 = A0e
.
Adm Adm
Adm
1 0
Adm A0 Adm A0
Optando por deixar y como variável, fica-se com uma constante de integração:
y
ln A( y) + c1 = .
Adm
203
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
y A( y) y A( y )
y y
ln A( y) − ln A0 = → ln = → =e
→ A( y) = A0e
Adm
. Adm
Adm A0 Adm A0
Se sobre o corpo também atua uma força P na extremidade, como indicado na Figura 34-3(a),
ter-se-á:
(a) (b)
Figura 34-3. Sólido de igual tensão com uma força P aplicada.
P P + G( y) P + G ( y ) + dG
( A0 ) = , ( A( y )) = , ( A( y ) + dA) = .
A0 A( y ) A( y ) + dA
Todas essas tensões devem ser iguais à tensão admissível, Adm . Assim:
P P + G( y) P + G( y) + dG P
= = = Adm ⸫ = Adm .
A0 A( y) A( y) + dA A0
y y
P P
Com isso, de A( y) = A0e Adm
, com A0 = , chega-se a A( y ) = e Adm .
Adm Adm
35. EXERCÍCIOS
Exercício 35.1.
Estabeleça a equação que define o raio de um pilar, de seção circular variável, de modo que
seu volume seja mínimo. O pilar suporta uma força P no topo mais seu próprio peso,
conforme ilustrado na Figura 35-1. O material do pilar tem peso específico γ e tensão
admissível σAdm. Calcule a área da base e do topo, assim como o seu volume.
204
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Pode ser verificado que a área das seções é uma função na altura do pilar, na forma de:
y
P Adm
A( y ) = e .
Adm
Como a seção transversal tem uma geometria circular, essa será escrita como uma função do
raio, que depende da posição a longo da altura da coluna. Com isso:
y y
P P Adm
R ( y) =
2
e Adm
→ R( y ) = e .
Adm Adm
O volume (V) é dito mínimo porque está relacionado à tensão admissível e sólido de igual
tensão. A diferença entre a área da base e área do topo deve conduzir ao volume desejado
(mínimo) e, também, absorver os esforços atuantes, pois σAdm é a mesma para todas as seções.
l l
P Adm P P Adm
A = A1 − A0 = e − = e − 1 .
Adm Adm Adm
l
P Adm l
e − 1 Adm = P e Adm − 1 .
Adm
O produto do volume do sólido pelo peso específico do material é igual à força peso, peso
próprio. Daí, podes ser feito que:
V = G .
Logo:
l
l P Adm
Pe Adm
− 1 = V ⸫ V = e − 1 .
205
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Um outro caminho matemático, também bastante prático, pode ser usado na obtenção do
volume. Para isso deve ser observado que peso de todo o sólido mais a força na extremidade
da coluna sobre a área da base deve ser igual à tensão admissível, logo:
P+G A − P
= Adm . Como G = V → P + V = A1 Adm → V = 1 Adm ⸫
A1
P l l
Adm e Adm −P P e Adm − 1
Adm l
P Adm
V= → V= ⸫ V = e − 1 .
Por outro lado, uma solução diferencial pode ser construída calculando-se o volume do
elemento infinitesimal dy. Assim:
P y l y l y
dV = A( y )dy → dV = e Adm dy → V = P e dy → V = P e dy (1).
Adm
Adm Adm
0
Adm Adm 0
y dy Adm
u= (2), logo du = e, portanto, dy = du (3).
Adm Adm
y y l
Adm Adm
De u como definido em (1), obtém-se: e , de forma que (4) fica: eAdm
⸫
0
l
l
Adm
e du = Adm e − 1 .
u Adm
0
y l
l l
e dy = e Adm du = Adm e
Adm u Adm
− 1 .
0 0
Portanto:
y l
l
e
Adm
dy = Adm e Adm
− 1 .
0
l y
Assim, a equação original, V = P e dy , fica: Adm
Adm 0
206
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
l
P Adm Adm P Adm
l
V= e − 1 ⸫ V = e − 1 .
Adm
Exercício 35.2.
Determine o valor da força F para que a maior tensão de tração na barra AB tenha a mesma
intensidade que a menor tensão de compressão na barra BC. Ambas são barras cilíndricas.
Considere materiais com pesos específicos como indicado na Figura 35-2.
Solução:
Seção : Seção :
1) Na seção :
2) Na seção :
207
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
3) Condição do problema:
R ( y) F + AAB y
( y) = → ( y) = (0 ≤ y < LAB) (3)
AAB AAB
e
R ( y) AAB LAB + 2 ABC ( y − LAB ) − 3F
( y) = → ( y) = (LAB ≤ y ≤ LBC) (4)
ABC ABC
A condição imposta pelo problema é a de que a maior tensão de tração na barra AB tenha a
mesma intensidade que a menor tensão de compressão na barra BC, portanto uma de tração
e a outra de compressão. Assim:
+ AB max + = − BC min − .
Ou seja:
R ( LAB ) R ( L + LBC )
= − AB .
AAB ABC
Substituindo:
tem-se:
FABC + AAB LAB ABC = − AAB LAB AAB − 2 ABC LBC AAB + 3FAAB ,
FABC − 3FAAB = − AAB LAB ABC − AAB LAB AAB − 2 ABC LBC AAB ,
F ( ABC − 3 AAB ) = (− AAB LAB ABC − AAB LAB AAB − 2 ABC LBC AAB ) ⸫
208
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(d AB ) 2 (d BC ) 2
AAB = e ABC = . Logo:
4 4
(d AB ) 2 (d BC ) 2 (d AB ) 2 (d AB ) 2 (d BC ) 2 (d AB ) 2
− LAB − LAB −2 LBC
4 4 4 4 4 4
F= ,
(d BC ) 2 (d AB ) 2
−3
4 4
2
2
2
− (d AB ) LAB (d BC ) − (d AB ) LAB (d AB ) − 2 (d BC ) 2 LBC (d AB ) 2
2 2 2 2
−3
4 4
2
4
−(d AB ) 2 LAB (d BC ) 2 − (d AB ) 2 LAB (d AB ) 2 − 2(d BC ) 2 LBC (d AB ) 2
F= 4 .
(d BC ) 2 − 3(d AB ) 2
Exercício 35.3.
Para o problema anterior, considere LAB = 0,50 m, LBC = 1,25 m, dAB = 0,30 m, dBC = 0,50 m
e o peso específico do material como sendo = 26,48 kN/m3. Após calcular a força F elabore
o diagrama do esforço normal (DEN), em kN, e o diagrama de tensões normais (DTN), em
MPa. A aceleração da gravidade g vale 9,807 m/s2.
Solução:
−(d AB ) 2 LAB (d BC ) 2 − (d AB ) 2 LAB (d AB ) 2 − 2(d BC ) 2 LBC (d AB ) 2
F= 4
(d BC ) 2 − 3(d AB ) 2
209
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26,48kN / m3 −(0,3m) 2 0,5m(0,5m) 2 − (0,3m) 2 0,5m(0,5m) 2 − 2(0,5m) 21, 25m(0,3m)2
F= 4
(0,5m)2 − 3(0,3m) 2
F = 74,40kN .
Com isso, o DEN é traçado usando as equações (1) e (2), e o DTN as equações (3) e (4),
nos seus respectivos intervalos de validade. Daí:
Ao atingir o escoamento, o material entra na fase elástica. Sabe-se que após a tensão de
escoamento o material pode endurecer, oferecendo uma resistência adicional ao esforço
aplicado. No entanto, a tensão de escoamento, para muitas estruturas é uma condição limite,
portanto, assume-se que, ao ser atingida a condição de escoamento, as deformações crescem
indefinidamente sem o aumento das tensões. Nesses casos, diz-se que o material é
perfeitamente plástico.
Portanto, para iniciar a análise é preciso assumir um deslocamento para a estrutura, que
conduzirá a uma equação de compatibilidade para os deslocamentos nas barras. Uma vez
obtidos os deslocamentos de cada barra, calculam-se as deformações específicas de cada
uma, para em seguida, a partir do diagrama tensão-deformação obter as tensões. Com as
áreas, chega-se à força, verificando-se o equilíbrio. Se as forças não estiverem em equilíbrio,
reinicia-se o processo com a assunção de um novo deslocamento, buscando uma nova
equação de compatibilidade.
Exercício 36.1.
Tome-se o seguinte sistema hiperestático composto por uma treliça com 3 barras idênticas.
Para a solução do problema, numeram-se nós e barras. Importante ter em consideração que
como uma treliça é constituída por barras bi-rotuladas, essas só admitem esforço normal
agindo sobre elas, ou seja, esforço segundo a direção paralela ao eixo.
Quando a força P varia, variam também as forças nas barras, F1 e F2. A barra (2) é a barra
mais carregada. Quando a força na barra fizer com que atinja o escoamento, essa não
suportará mais esforço, no entanto, as barras inclinadas seguirão impondo resistência ao
avanço da força. Até que a barra (2) atinja o escoamento o sistema comporta-se
elasticamente.
211
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As barras (1) e (3) ao atingirem o escoamento definem a carga limite do sistema, pois a partir
daí o sistema escoa indefinidamente seu o aumento da carga de A e B o esforço na barra
central permanece σe.A (tensão de escoamento vezes a área) e as forças nas barras podem
ser encontradas pelo equilíbrio no nó D.
Analisando fase-a-fase:
1) Equilíbrio
2) Compatibilidade
l1
cos = → l1 = l2 cos . (3)
l2
212
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F1l1 Fl
Pela lei de Hooke: l1 = ; l2 = 2 2 . Logo, substituindo (3) em (1), tem-se:
EA EA
F1l1 F2l2
= cos → Fl1 1 = F2l2 cos (4)
EA EA
l2 l2
Como cos = → l1 = , (5)
l1 cos
l2
F1 = F2l2 cos → F1 = F2 cos2 . (6)
cos
A continuação da análise implica em que a força P siga aumentando até que a força na barra
(2) faça com que essa escoe, definindo o ponto A. Nesse instante: F2 = Fe = σeA e P = Pe.
P −e A
F y = 0 → 2 F1 cos + e A = P → P = 2 F1 cos + E A ⸫ F1 =
2cos
. (9)
213
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37. EXERCÍCIOS
Exercício 37.1.
Considere o sistema formado por um tubo e uma barra em seu interior, sendo solicitado
axialmente, conforme Figura 37-1:
Solução:
yb 200MPa
→ Pb = 110
−3
P = = (barra b - núcleo)
b
Eb 200 10 MPa
3
yt 250MPa
→ Pb = 2,5 10
−3
P = = (barra t - tubo)
t
Et 100 10 MPa
3
214
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Barra b Barra t
Gráfico Tensão-Deformação das barras b e t
Diagramas Força-Deslocamento
Barra interna b:
N
N eb = y b Ab = 200 45mm 2 = 9kN ,
mm 2
N
N et = y t At = 250 60mm 2 = 15kN ,
mm 2
Barra b Barra t
Gráfico Força-Deslocamento das barras b e t
Verifica-se que a força que produz o escoamento do tubo é maior que a da barra interna.
Portanto, é preciso conhecer a força que corresponde à essa posição no diagrama força-
deslocamento do tubo. Assim, por semelhança de triângulos (ou pela equação da reta):
15
Nt = .
2
15
Nt = 0,8 = 6kN .
2
215
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0,8 =
0,8
= 1 10 −3 ∴ 0,8t = E0,8t 0,8t → 0,8t = 100MPa . Como força é tensão x área:
t
800
1) Equilíbrio
F x = 0 → F = Nb + Nt (1).
2) Compatibilidade
Nbl Nl
lb = lt → = t .
Eb Ab Et At
EA
Nt = Nb t t (2),
Eb Ab
EA EA
F = Nb + Nb t t → F = Nb 1 + t t (3).
Eb Ab Eb Ab
Quando a barra interna atinge o escoamento, a força na barra interna é a força que produz o
seu escoamento e F passa a ser a força do primeiro estágio do conjunto, ou seja:
Nb = Nbe e F = Fce .
Et At 100 60
, logo: Fc = 9 1 +
e
Com isso, a equação (3) fica: Fc e = Nb e 1 + ⸫
Eb Ab 200 45
60 2 5 45
Fc e = 9 1 + = 9 1 + = 9 = ∴ Fc = 15kN .
e
90 3 3 3
216
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Primeiro trecho:
N1
1 = ; Ac = At + Ab ; Ac = 105mm2 (área do conjunto),
Ac
15 103 N
1 = = 142,857 MPa (nesse ponto (1) a deformação e o deslocamento do conjunto
105mm2
são os do escoamento da barra):
1
1 = eb → E1 = ∴ E1 =
142,857 MPa
→ E1 = 142,857GPa (menor do que o da barra,
1 1 10−3
mas maior que o do tubo).
Segundo trecho:
N 2 − N1 ( 24 − 15) 10 N
3
2 = = = 85, 741MPa .
Ac 105mm2
217
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2 85,7416MPa
Como 2 = et − eb = 1,5 10 → E2 =
−3
= → E2 = 57,143GPa
2 1,5 10−3
Observação:
Preliminarmente,
y0 = mx0 + n (2).
y − y0
Fazendo (1) – (2), vem y − y0 = mx − mx0 ou y − y0 = m( x − x0 ) ∴ m= .
x − x0
A = (1, 4;19, 5) ,
15
Como m = , que é coeficiente angular da reta paralela, reta do trecho inicial do diagrama,
0,8
tem-se:
15
F = 19,5 + ( − 1, 4 ) (3)
0,8
218
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Para se saber qual o deslocamento do conjunto quando esse é carregado até 19,5 kN, usa-se
a semelhança dos triângulos formados pelas ordenadas (19,5-15) e (24-15), e abscissas (-
0,8) e (2,0-0,8):
15
F = 19,5 + ( − 1, 4) ,
0,8
Quando o corpo é descarregado a deformação é a deformação residual: F = 0 → = r .
15 15
0 = 19,5 + ( r − 1, 4) → −19,5 = ( r − 1, 4) ⸫
0,8 0,8
9
Nb = 9 + ( b − 1, 4) ; quando b = br ∴ Nb = Nbr ,
0,8
219
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9
Nbr = 9 + (0,36 − 1, 4) → Nbr = −2,7kN .
0,8
Nbr 2700
b = =− → br = −60MPa .
r
Ab 45
No tubo t:
15kN
Nt =
2, 0mm
15
N tr = 0,36 → Ntr = 2,7kN .
2, 0
N tr 2700
t = = ∴ tr = 45MPa .
r
At 60
O princípio relativo à concentração de tensões foi estabelecido por Adhemar Barré de Saint-
Venant, matemático e engenheiro francês (1797-1886). Para o entendimento do problema, é
preciso considerar, inicialmente, que, embora o problema esteja aplicado a barras
unidimensionais, ele só pode ser apreciado se observado com elementos planos, ou seja,
admitindo a barra como placa ou casca.
220
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med =
P
, =
Pl
e lf = l − .
A EA
Se a distribuição uniforme de tensões ocorrer, pode ser verificado que linhas verticais e
horizontais desenhadas na superfície do sólido, as quais eram, inicialmente, paralelas entre
si, se mantém nessa condição mesmo após a aplicação da força.
Se, entretanto, a força é aplica diretamente sobre o sólido, as regiões localizadas nas
proximidades do ponto de aplicação da força ficarão sujeitas à concentração de tensões e as
linhas que identificam a deformação das fibras longitudinais nessas regiões deixam de ser
paralelas. Na condição apresentada, as fibras apresentam deformações desiguais, ocorrendo
o esmagamento dessas regiões, no sólido . Apenas a região central, afastada da força, é que
conserva o paralelismo inicial, onde a validade da lei de Hooke é preservada.
A solução para esse problema passa por majorar as tensões médias, levando em conta a
distância da seção da posição de aplicação da força, Figura 38-3.
221
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222
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39. EXERCÍCIOS
Exercício 39.1.
Para a barra da Figura 39-1, com aço com fy = 250 MPa:
a) Calcular a força P que inicia o escoamento da peça;
b) Calcular a máxima força P que pode ser aplicada.
D 40mm D r 8mm r
= → = 1, 667 e = → = 0, 333 .
d 24mm d d 24mm d
= 1,58, ou seja um coeficiente de majoração de cerca de 60% da tensão média. Isso é indicado
pelas setas vermelhas no ábaco abaixo.
No início da plastificação:
med K = f y .
Isso quer dizer que no entalhe a tensão máxima já deverá ser a de escoamento do material.
Nesse caso, a tensão média deve ficar abaixo da tensão de escoamento, e a tensão no entalhe
é a que inicia a plastificação da placa, como indicado, estabelecendo uma condição de
plastificação local da placa.
Assim,
fy 250MPa
med = → med = = 158, 228MPa ⸫ med = 0,158kN / mm2 .
K 1,58
Para calcular a força necessária para iniciar o escoamento, a tensão média deve ser
multiplicada pela área da seção central da barra. Com A sendo a área de parte central da peça,
tem-se:
224
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A solução implica que a tensão média seja a de escoamento e a tensão no entalhe também.
Isso quer dizer que o entalhe plastifica primeiro e entra em escoamento, permanecendo em
escoamento até que a região central atinja a tensão de escoamento, como ilustrado na figura
a seguir, estabelecendo uma configuração de plastificação total da placa.
Modelagem Computacional:
Cabe mencionar que quanto maior for a discretização do domínio mais próximo do resultado
esperado se estará. Entretanto, uma grande discretização aumenta o tempo de processamento
e passa a exigir o uso de maior memória por parte do computador.
Tensão média:
225
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Concentração de tensões:
Enquanto isso, no entalhe a tensão já está próxima da tensão de escoamento. Cabe mencionar
que os resultados estão condicionados à discretização do modelo nessa região.
Exercício 39.2.
Avaliar a concentração de tensões em uma placa com espessura de 2 mm, com um furo
central e tendo as dimensões indicadas na Figura 38-2.
P
A tensão média é: med = ,
A
onde A é a área da placa fora da região do furo. Portanto, a área da seção transversal para o
cálculo da tensão média é definida por:
45kN kN
med = = 0,563 ,
80mm mm 2
que é uma tensão representativa de posições entre a borda da placa e uma região próxima ao
entorno do furo, como definido na Figura 38-5. Para encontra o fator de multiplicação da
tensão média na determinação da tensão máxima na borda do furo, é preciso entrar no ábaco
com as relações métrica da placa. De forma que:
r
D = 40mm ; r = 12mm ; d = D − 2r → d = 40mm − 2 12mm → d = 28mm ⸫ = 0,214 .
d
227
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2,35
kN kN
med = 0,563 2, 35 → med = 1,327 .
mm 2 mm 2
A abordagem pelo MEF também pode ser feita para o caso de uma placa com um furo
central. No presente exemplo, a placa está engastada na extremidade esquerda e tem uma
força de 45 kN aplica no nó central da direita, como sugere o problema.
Figura 39-4. Modelo computacional de uma placa com furo central (forças em kN).
228
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Figura 39-5. Tensões uma placa com furo central modelada como elemento de casca.
Figura 39-6. Modelo computacional de uma placa com furo central (forças em kN).
Com isso, pode ser percebido que há uma mudança nos resultados gerados, conforme escala
de valores à direita da Figura 39-7, em comparação com o diagrama da Figura 39-5. Por
229
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outro lado, importante observar que aparecem tensões elevadas nos vértices do lado direito
da chapa. Isso denota a diferença de resultados que se obtém quando são realizadas
estratégias distintas na modelagem computacional.
Figura 39-7. Tensões uma placa com furo central modelada como elemento de casca.
A análise das tensões e deformações em peças submetidas à solicitação de corte puro será
feita de maneira simples, computando-se o valor médio da tensão tangencial. Nesse caso,
uma força F agindo de forma oblíqua à seção transversal deve ser decomposta segundo suas
componentes ortogonais, uma que define o esforço normal N e outra o esforço cortante V.
Como indicado na Figura 40-2(a), o conceito de tensão impõe a que as tensões sejam
calculadas em um determinado ponto. Portanto, a tensão normal é definida por = dN / dA
e a de cisalhamento por = dV / dA . Na condição em que aos esforços N e V estejam
distribuídos de maneira uniforme na seção, Figura 40-2(b),, essas serão tensões médias e
todos os pontos estarão sob a mesma condição, logo, med = N / A e med = V / A , Figura
40-2(c).
230
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;
→
Por definição, esforço cortante é a força que atua tangencialmente à seção, ou seja,
paralelamente à essa. Esse esforço tende a cisalhar, ou cortar, a peça, fazendo com uma parte
deslize em relação à outra, Figura 40-3(a). Para sólidos em equilíbrio, pode não ocorrer esse
corte, mas a sua tenência permanece, sendo, essa, traduzida em termos de deformação
angular , Figura 40-3(b).
Para que uma peça esteja sujeita exclusivamente ao corte é preciso que a sua altura h seja
igual ou superior ao seu comprimento l. Assim, a única deformação existente será a formação
de um ângulo (distorção) que representa o “escorregamento” de seções adjacentes. No
entanto, se l crescer muito, a peça sofrerá flexão, e, nesse caso, o cisalhamento deve ser
entendido no contexto de peças fletidas, necessitando uma abordagem específica para o
problema.
A ação da força constante sobre a área cisalhada causa uma tensão de cisalhamento dada por
(diz-se “tau”), que é a relação do esforço por essa área:
V V = Esforço Cortante,
= (Tensão média) ⇒
AC AC = área cisalhada ou área sujeita ao corte.
Essa é uma tensão média e bastante adequada ao cálculo de ligações, pinos, rebites e regiões
coladas. Em ligações, se há mais de um elemento de conexão, pode-se escrever:
231
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V
= ,
nAC
onde n é igual ao número de elementos. É importante observar que a equação anterior pode
ser usada no dimensionamento de ligações parafusadas, mas, se os parafusos forem muito
longos haverá a introdução de efeitos de flexão e, portanto, essa relação não será mais válida.
Quando a distorção provoca uma redução no ângulo formado pelas faces orientais ela é
positiva, caso contrário é negativa.
Isso quer dizer que, se o esforço cortante provocar um momento horário ele é positivo, se o
esforço provocar um momento anti-horário ele é negativo.
232
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A fase inicial, reta, do diagrama caracteriza a fase elástica, na qual existe proporcionalidade
entre tensões e deformações. A relação entre tensão e deformação, nesse trecho, define o
módulo de elasticidade transversal do material. O módulo de elasticidade transversal é
representado pela letra G, de forma que:
G= ou = G ,
que é a lei da elasticidade linear para o cisalhamento, ou seja, as tensões são proporcionais
às deformações com uma constante de proporcionalidade entre elas. Com a obtenção do
diagrama tensão-deformação para o cisalhamento pode-se determinar a tensão de
escoamento e a tensão máxima ao cisalhamento. A relação entre o módulo de elasticidade
longitudinal e o transversal está entre um terço e um meio, ou seja:
E E
G .
3 2
e R
Adm = (para materiais dúcteis); Adm = (para materiais frágeis),
n n
41. EXERCÍCIOS
Exercício 41.1.
Dimensionar o pino para suportar a tensão originada pelo esforço cortante aplicado, sendo a
tensão admissível adm = 800kgf / cm2 . Considere P = 2 tf.
Solução:
233
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Exercício 41.2.
Considere a placa anterior, agora fixada por dois pinos.
Neste caso, em cada seção do parafuso a força será P/2, de modo que:
2000kgf
kgf 2000kgf kgf 2 2000 4 2
800 2 = → 800 2 = → d mín = cm →
cm d mín 2
cm dmín 2
800 2
2
4 4
80
d= cm2 → d = 1, 26cm → d = 12, 6mm .
16
O resultado obtido representa uma redução de 29,21% no diâmetro do pino. Com isso, é
possível observar que a redução não ocorre de forma linear, ou seja, ao ser adicionado mais
um pino o diâmetro não é reduzido à metade. Para este tipo de ligação, além das distâncias
em relação às bordas da placa devem ser especificadas as distâncias entre parafusos, como
indicado, esquematicamente, a seguir:
234
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Exercício 41.3.
Considere um garfo agindo sobre um parafuso com adm = 800kgf / cm2 . Dimensione o
parafuso para o esforço abaixo.
A análise da situação de corte do parafuso para este problema, pode ser feita por meio do
equilíbrio de duas seções adjacentes e , observadas separadamente, por cima ou por baixo
dessas. A observação revela que a metade do esforço cortante age em cada lado das seções:
Solução:
5000kgf kgf 50 4 2 25 2
= 800 2 → d = cm = cm → d = 1,99cm → d = 19,9mm .
d 2
cm 16 2
2
4
Exercício 41.4.
Duas peças de madeira são coladas na disposição vista na figura. Todas têm a mesma seção
transversal e tem 200 mm de comprimento na área perpendicular ao plano da figura.
235
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Solução:
Essa é uma situação de corte duplo, pois há duas áreas envolvidas no processo de colagem.
Dessa forma, tem-se:
Solução:
Segue-se com a situação de corte duplo. Portanto, o esforço máximo suportado pelo pino é
obtido fazendo-se:
Com isso, o esforço absorvido por esse componente estrutural é calculado multiplicando-se
a tensão admissível do material pela área cortada, logo:
kgf ( 0,5cm )
2
VmáxP = 800 2 2 ,
cm 4
onde o número 2 indica que são duas as áreas cortadas ou cisalhadas, o que leva a ter:
No equilíbrio, o esforço cortante que atua na junta colada é suportado tanto pela cola quanto
pelo pino. Assim, a força que recai na junta após a introdução do pino é :
VTotal = VCola + VPino → VCola = VTotal − VPino = 10000kgf − 314, 20kgf → VCola = 9685,80kgf .
236
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Exercício 41.5.
Dimensionar os rebites da junta excêntrica, sabendo que os centros do rebites devem ser
iguais( adm = 105MPa ).
2) Equilíbrio
R1x = 30kN .
20kN
F y = 0 → R1 y + R2 + R3 y = 20kN ⸫ R1 y = R2 = R3 y =
3
= 6, 67 kN .
237
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
R1 = R3 = ( 30kN ) + ( 6, 67kN )
2 2
→ R1 = R3 = 30, 73kN .
Foram estudados até agora os esforços axial e tangencial (corte puro), conforme Figura 42-1.
Nas situações indicadas, as tensões (médias) foram definidas para uma seção A,
perpendicular ao eixo, ou seja, a seção transversal, cuja denominação surge exatamente por
ser transversal ao eixo. Neste capítulo, será demonstrado que tanto forças axiais como
transversais causam, ao mesmo tempo, tensões normais e de cisalhamento em planos
oblíquos ao eixo da barra.
238
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Considere-se uma barra sob carregamento uniaxial, conforme Figura 42-2(a). Deseja-se
conhecer as tensões em um plano oblíquo ao eixo que forma um ângulo com a seção
transversal. A barra está sendo solicitada axialmente por uma força Px. O subíndice x indica
a direção em que essa força atua. Considere-se uma seção A cujo plano forma um ângulo
com a seção transversal Ax, que é a origem do ângulo, cuja orientação positiva é a
trigonométrica. Admite-se que, se o corpo está em equilíbrio, suas partes internas também o
estão. Isso significa dizer que a soma vetorial das forças internas no plano inclinado A deve
ser igual à força Px, ou seja, Px = N + V , conforme ilustrado na Figura 42-2(b).
N
cos = → N = Px cos ,
Px
V
sen = → V = Px sen .
Px
Ax A
→ cos = ⸫ A = x .
A cos
239
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
As tensões normal e de cisalhamento no plano oblíquo são obtidas pela divisão dos
respectivos esforços pela área da face inclinada, de forma que:
N Px cos P P
= = → = x cos cos . Como x = x → = x cos cos .
A Ax Ax Ax
cos
= x cos2 (1).
V Px sen P
= = → = x sen cos . Portanto:
A A x Ax
cos
= x sen cos (2).
é possível escrever a equação (2) em uma notação mais compacta, na forma de:
x
= sen 2 (3).
2
É importante que seja observado que as equações anteriormente obtidas representam funções
cuja variável independente é o ângulo . Portanto, quando varia os valores dessas funções
variam também, fazendo com que passem por máximos e mínimos. O ângulo tem origem na
face perpendicular a x, ou seja, na posição de Ax, e está orientado de forma trigonométrica,
como se indica na figura baixo. Com isso em mente, alguns resultados podem ser
apresentados para posições particulares do ângulo .
1) Quando θ = 0:
240
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Px P
= x cos2 (0) → = x . Como x = → = x = x (valor máximo).
Ax Ax
x
= sen(2 0) → = 0 .
2
2) Quando θ = 45º:
x Px P
= x cos2 (45) → = . Como x = , tem-se = x = x .
2 Ax 2 2 Ax
x x Px
= sen(2 45) → = = (valor máximo).
2 2 2 Ax
Da exposição anterior, pode ser constatada a existência de duas posições de máximo para o
ângulo : uma para a tensão normal e outra para a tensão de cisalhamento. Portanto, tem-se
que:
Px
= x = (valor máximo),
quando θ = 0 → Ax
= 0 .
e
x
Px
= ,=
2 2 Ax
quando = 45 → ⸫ 45º = 45º .
P
= x = x (valor máximo).
2 2 Ax
para = 0 → = 0 = Máx ,
e para
241
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
PMax P
quando = 0 → Máx = adm = → adm = x ; e
AMin Ax
VMax P
quando = 45 → 45 = Máx = → adm = x .
AMin 2 Ax
As assunções anteriores podem ser comprovadas por meio das derivadas das expressões de
e . Portanto, derivando essas expressões em relação a θ e igualando a zero, as posições
de máximo podem ser encontradas.
d ( )
=0 (posição de máximo),
d
d ( x cos 2 )
= 0 → x 2 cos (− sen ) = 0 → −2 x cos sen = 0 .
d
cos = 0 → = 90 , ou
sen = 0 → = 0 ou = 180 .
Para = 90 e = 180 a tensão normal é nula, pois = x cos2 . Além do mais, quando
= 90 a força estaria perpendicular ao eixo e para = 180 a seção estaria fora do corpo.
Portanto, a posição de máximo será a de = 0 .
O estudo da derivada segunda pode revelar o ponto de mínimo, pois a regra é que:
d 2 ( x cos 2 )
0 → Ponto de máximo, e
d 2
d 2 ( x cos 2 )
0 → Ponto de mínimo.
d 2
242
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
d ( ) d ( x sen cos )
=0 → = 0,
d d
Para ilustrar o efeito físico das tensões máximas de cisalhamento, pode ser observada uma
coluna curta de madeira em um ensaio de compressão. Para essa peça, a ruptura ocorre de
forma visível em uma posição que forma um ângulo de 45º com o plano da seção transversal.
43. EXERCÍCIOS
Exercício 43.1.
Uma barra prismática com seção transversal de área A = 12,50 cm2 está tracionada por uma
força P = 16000 kgf. Determinar as tensões em um plano para o qual = 30 .
Solução:
Deve ser recordado que para uma barra solicitada axialmente aparecerá tensões em planos
inclinados de um ângulo na forma indicada na figura.
243
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
16000kgf kgf
x = 2
= 1280 2 ,
12,50cm cm
1 - Componente normal:
2 - Componente de cisalhamento:
1280kgf / cm 2
30 = sen ( 2 30 ) → 30 = 554, 26kgf / cm2 .
2
Exercício 43.2.
Achar a força de tração máxima P que pode ser aplicada a uma barra de seção transversal
quadrada de (50 x 50) mm2. Considere a tensão normal admissível igual a 15 kgf/mm2 e a
tensão de cisalhamento admissível igual a 10 kgf/mm2.
kgf PMáx1
15 = → PMáx1 = 37500kgf .
mm 2
(50 50)mm 2
x
Quando = 45 → 45º = Máx = adm = ∴
2
kgf PMáx 2
10 = → PMáx 2 = 50000kgf .
mm 2
2 (50 50) mm 2
A máxima força que pode ser aplicada será a menor entre os dois valores obtidos. Assim:
PMáx = 37500kgf .
Exercício 43.3.
Um elemento de barra tracionado é composto de dois pedaços de materiais diferentes, Mat
1 e Mat 2, que são colados ao longo da linha m-n. A tensão de cisalhamento na junta colada
é = 70 kgf/cm2 e a tensão de tração é = 140 kgf/cm2. Qual deve ser o valor do ângulo θ,
244
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
a fim de que a barra suporte a força P de tração? Determinar também a força que pode ser
aplicada se a área da seção transversal da barra for igual a 10 cm2.
Solução:
Com isso,
70
= arctg → = 26,56 ou = 2634' .
140
Fazendo:
Px
x = ,
Ax
a força normal será obtida multiplicando-se a tensão calculada pela área da seção transversal:
Exercício 43.4.
Determinar as tensões nas fibras da madeira do bloco indicado na Figura 43-3?
Solução:
A tensão normal é:
400kgf
y = − = −1, 6kgf / cm 2 .
(10 25)cm 2
Como
= y cos 2 → 28 = −1,6kgf / cm2 cos2 28 → 28 = −1, 25kgf / cm2 ,
y −1, 6kgf / cm 2
= sen(2 ) → 28 = sen(2 28) → 28 = −0,66kgf / cm2 .
2 2
Exercício 43.5.
Determinar a tensão normal e o ângulo θ para uma barra tracionada cujas tensões num plano
oblíquo pq são = 900kgf / cm2 e = 300kgf / cm2 .
Solução:
Dados do problema:
= 900kgf / cm2 ,
= 300kgf / cm2 .
300kgf / cm2
Fazendo = , tem-se:
900kgf / cm2
900kgf / cm 2
Por: = x cos2 → x = → x = 1000kgf / cm2 .
cos 18, 43
2
Considere-se um estado de tensão mais geral de tensões que aquele produzido por um
carregamento uniaxial em que um elemento diferencial, Figura 44-1, de lados dx e dy, está
sujeito a tensões normais x e y atuando segundo suas direções ortogonais x e y, que serão
positivas se forem de tração. Esse estado de tensões é conhecido como estado de tensões
biaxiais.
Embora essa seja uma condição mais geral que a análise uniaxial, ela ainda caracteriza uma
configuração particular do estado de tensões, uma vez que restringe as tensões a que sejam
exclusivamente de natureza normal. Um exemplo típico e representativo desse estado de
tensões é o que ocorre em vasos de pressão, onde existe uma tensão radial e outra
longitudinal nas paredes do recipiente.
As faces ortogonais do elemento diferencial são identificadas por Ax e Ay, por estarem de
forma perpendicular às direções x e y. Estabeleça-se um plano inclinado p-q por meio de um
ângulo cuja origem está na face vertical direita do elemento, ou seja, a face perpendicular
à direção x, Ax. O ângulo está orientado trigonometricamente e por meio de sua posição é
possível definir uma área inclinada A em relação à qual n e v são duas direções privilegiadas
e interdependentes. A primeira é perpendicular e a segunda paralela ao plano inclinado. A
maneira como é feita a representação na Figura 42-2 define os sentidos positivos para as
tensões e ,, a tensão normal e a tangencial ao plano inclinado, respectivamente.
Ax = dy e , Ay = dx e e A = ds e .
Cabe ressalta que a notação diferencial das áreas para o presente problema poderia ser
dispensada uma vez que essas irão desaparecer ao final do processo de cálculo, como será
visto. Esse aspecto evidencia o tratamento pontual que deve ser dado para as tensões.
É possível ser observado que cada uma das faces ortogonais do elemento pode ser
relacionada à área do plano inclinado por meio do ângulo , de forma que:
Ax Ax
A = , cos = ,
cos A
→
A A
A = y , sen = y .
sen A
Para que sejam obtidos os esforços nas distintas faces do elemento diferencial é preciso
multiplicar cada componente de tensão pela área da face em que cada uma atua, de forma
que:
N x = x Ax , N y = y Ay , N = A e V = A .
Na ordem apresentadas, esses são os esforços normais nas faces perpendiculares às direções
x e y, e os esforços normal e cortante na face inclinada definida pelo ângulo .
248
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Figura 44-3. Equilíbrio de esforços nas direções normal e tangencial do plano p-q.
F n = 0 → N = N x cos + N ysen .
Ax A
= x cos + y y sen .
A A
Ax A
Como cos = e sen = y , pode-se escrever que:
A A
F v = 0 → V = N xsen − N y cos .
A = x Axsen − y Ay cos .
Ax A
= x sen − y y cos .
A A
249
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Ax A
Podem ser substituídos na equação anterior o cos = e o sen = y , de forma que:
A A
sen2
Como sen cos = chega-se a:
2
sen2 ( x − y )
= ( x − y ) → = sen2 (2).
2 2
0 = x1 + y 0 → 0 = x = Máx ,
( x − y )
0 = sen ( 2 0 ) → 0 = 0 .
2
2
Quando = , sen = cos = , logo:
4 4 4 2
2 2
2 2 x y x + y
45 = x + y = + → 45 = ,
2 2 2 2 2
( x − y ) − y
45 = sen 2 → 45 = x = Máx .
2 4 2
45. EXERCÍCIOS
Exercício 45.1.
Achar as tensões para o elemento mostrado, quando:
x = 8,5kgf / mm2 ,
y = −4,5kgf / mm2 .
O estado de tensões anterior configura uma situação de tensões biaxiais, podendo ser
resolvido pelas expressões gerais, com observância da posição e orientação correta do ângulo
8,5 − ( −4,5)
= sen[2 (−60º )] → = −5,63kgf / mm2 .
2
x → tração,
y → compressão.
Quando = e x = − y , tem-se:
4
= x cos2 + y sen 2 → = x cos 2 + y sen 2 ⸫ = 0 → Corte Puro.
4 4
E,
251
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( x − y ) x − (− x )
= sen2 → = sen 2 ⸫ = x .
2 2 4
Portanto, verifica-se que um elemento a 45º sob um estado biaxial de tensões no qual uma
tensão seja de tração e a outra de compressão, encontra-se em uma situação de corte puro,
ou seja, atuam apenas tensões de cisalhamento. Nessa situação, é importante ter claro que as
arestas do elemento não sofrem alongamento ou encurtamento, mas as diagonais sim.
Da Figura 46-2:
− 1+ y 1+ y
tg 2 = → tg − = (1).
2 1+ x 4 2 1+ x
tg − tg
4 2 .
Da relação trigonométrica da tangente dos ângulos, tem-se tg − =
4 2 1 + tg tg
4 2
Como γ é pequeno pode-se fazer tg = e, portanto a equação anterior fica:
2 2
1−
2
tg − = (2).
4 2 1+
2
1−
Igualando (2) com (1) , tem-se: 2 = 1+ y (3).
1+ x
1+
2
x y y x
x = − e y = − , como x = − y ,
E E E E
x (− x ) x x x
x = − → x = + ∴ x = (1 + ) (4), e
E E E E E
252
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
x x x
y = − − → y = − (1 + ) ∴ y = − x (5).
E E E
1−
2 = 1 + y , como = − → 1 − (1 + ) = 1 + (1 − ) .
1+ x y x x x
1+ 2 2
2
Assim, se obtém:
1+ x − − x = 1− x + − x ,
2 2 2 2
x − = −x → − − = − x − x .
2 2 2 2
Logo: 2 = 2 x ∴ x = (6).
2 2
x x
(1 + ) = . Como = → (1 + ) = .
E 2 G E 2G
Como para um elemento a → = x , em um estado biaxial de tensões, se obtém:
4
x x E
(1 + ) = → G= (7).
E 2G 2(1 + )
Considerem-se dois elementos A e B numa placa ambos tendo arestas unitárias. O elemento
A está alinhado com o eixo enquanto o elemento B está rotacionado de 45º (/4) em relação
à direção horizontal. O primeiro desses elementos está sujeito apenas a tensões normais x
nas faces perpendiculares à direção do eixo. Já o elemento B possui tensões axiais e
tensões de cisalhamento e em suas faces ortogonais, dadas por:
( x − y )
= x cos2 + y sen 2 e = sen 2 ,
2
A indicação dessas tensões nas faces do elemento e no plano da placa é dada por:
253
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
( x − y ) x
Quando = → = sen 2 ⸫ y = 0 → = sen 2 → = x
4 2 2 4 2
x
= x cos2 + y sen 2 , com y = 0 → = .
2
Sob a ação de uma força de tração, o elemento B sofre deformação de tal maneira que a
distorção imposta provoca variação nos ângulos que eram perpendiculares, fazendo com que,
em um dos lados esses se tornem obtusos (/2+), e nos outros agudos (/2-). Ao mesmo
tempo, a aresta vertical tem uma diminuição de comprimento dada por (1-y) enquanto a
dimensão horizontal sofre um alongamento dado por (1+x) :
− 1− y 1− y
tg 2 = → tg − = (1).
2 1+ x 4 2 1+ x
Sabe-se que:
tg − tg
4 2 , e como γ é pequeno pode-se fazer tg = , logo:
tg − =
4 2 1 + tg tg 2 2
4 2
254
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
1−
2
tg − = (2).
4 2 1+
2
1−
2 = 1 − y → 1 − (1 + ) = 1 + (1 − ) ,
1+ x x x
1+ 2 2
2
1+ x − − x = 1 + − x − x → − − − x + x = − x − x ,
2 2 2 2 2 2 2 2
(1 + 1 + x − x ) = x (1 + ) → 2 + x (1 − ) = x (1 + ) ,
2 2
x (1 + ) x (1 + )
= →= .
2 2 + x (1 − ) x
1 + (1 − )
2
x (1 + )
= .
1
x x
Lembrando que = , x = e que quando = → = , tem-se:
G E 4 2
x x x E
= (1 + ) → = (1 + ) → G = .
G E 2G E 2(1 + )
E E
Para = 0,5 → G = = → G = 0,33E .
2(1 + 0,5) 3
E E
Para = 0, 2 → G = = → G = 0, 42 E .
2(1 + 0, 2) 2, 4
E E
Para 0, 0 → G = = → G = 0, 5 E .
2(1 + 0) 2
Para uma situação de carregamento genérico temos um estado mais geral para o estado de
tensões e analisamos as tensões para um ponto I situado no interior de um corpo genérico.
255
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Considere-se um sólido genérico em equilíbrio como mostrado na Figura 47-1, onde F1, F2,
F3 são forças atuantes, provenientes do carregamento qualquer. P é a força peso. Extraia-se
de seu interior um cubo de aresta a que contém o ponto I Se o sólido está em equilíbrio o
cubo também estará. As tensões que agem sobre o ponto diferem um pouco daqueles que
agem nas faces do cubo, desaparecendo à medida que a aresta a tende a zero.
Nesse cubo estão representadas as nove componentes das tensões (σx, σy, σz, τxy, τxz, τyz, τyx,
τzx, τzy) que agem segundo as direções x, y, z nas 3 faces visíveis do cubo. Nas outras 3 faces
não visíveis agem as mesmas tensões de sinais contrários, portanto tem-se um total de
6 x 3 = 18 tensões.
σx, σy, σz são as tensões normais que agem nas faces perpendiculares a seus eixos. τxy
representa a componente y que atua na face perpendicular ao eixo x, assim como τyx
representa a componente x que age na face perpendicular a y.
Para que se obtenham as forças normais e cortantes nas várias faces do cubo, deve-se
multiplicar as componentes das tensões pela área da respectiva face. Assim, para serem
encontradas a força normal e as de cisalhamento na face perpendicular a x, multiplicam as
componentes que atuam nessa faze por sua respectiva área, portanto:
N x = x Azy
Vxy = xy Azy O que deve ser estendido às outras faces.
Vxz = xz Azy
256
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Como o cubo deve permanecer em equilíbrio estático, então as condições para o equilíbrio
espacial devem ser atendidas, de forma que:
Considerem-se os esforços que produzem momento em torno do eixo z. Esses esforços são
são Vxy e Vyx,, que são obtidos por:
Vxy = xy Azy ,
Vyx = yx Azx .
A área desse face em que esses esforços atuam são Azy = Azx = a a e a distância em relação
ao centro do cubo é definida por a/2. É de interesse recordar que:
Tração ⇒ positiva
Tensão normal:
Compressão ⇒ negativa
M = 0 → ( xy a 2 ) − ( yx a 2 ) = 0 → xy = yx .
a a
z
2 2
Como as tensões de cisalhamento que atuam em planos ortogonais são iguais e de sentidos
contrários só há necessidade de se calcular, então, 6 componentes de tensões, que são:
pois que xy = yx , yz = zy e xz = zx .
Pode-se colocar essas componentes dispostas em uma matriz. Com isso, a lei de elasticidade
linear pode ser escrita em forma matricial onde a matriz das tensões e das deformações
em notação cartesiana, ou técnica, aparecem da seguinte forma:
x x
y y
= z = z .
xy xy
yz yz
xz xz
A matriz D representa uma lei constitutiva para o material. Para materiais isotrópicos, essa
lei relaciona o módulo de elasticidade e o coeficiente de Poisson da seguinte maneira:
1 1 − 1 −
0 0 0
1
0 0 0
1 − 1 −
1 0 0 0
E (1 − ) 1 − 1 −
D = 1 − 2 .
(1 + )(1 − ) 0 0 0 0 0
2(1 − )
1 − 2
0 0 0 0 0
2(1 − )
1 − 2
0 0 0 0 0
2(1 − )
Por outro lado, no Estudo Clássico das Tensões as tensões normais e de cisalhamento são
obtidas por meio de um operador matemático chamado de tensor.
258
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
xx xy xz
= yx yy yz ,
zx zy zz
onde T representa o Tensor das tensões, que aplicado à normal externa à face definida
pelo plano fornece a tensão no ponto e no plano de interesse. Portanto, esse Tensor é função
do ponto e do plano em consideração.
T = T ( P, ) ;
=T n;
= n → = n (T n ) ;
= − .
xx xy xz 1 xx
yx yy yz 0 = yx ,
zx zy zz 0 zx
x xy xz 0 xy
yx y yz 1 = yy ,
zx zy z 0 zy
259
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
xx xy xz 0 xz
yx yy yz 0 = yz .
zx zy zz 1 zz
Considerando que duas das faces do cubo elementar se encontram isentas de tensões, o que
ocorre em placas finas e superfícies livres de peças estruturais, as componentes das tensões
reduzem-se a três tensões a se determinar σx, σy, τxy. As componentes em relação à z são
iguais a zero. Esta condição caracteriza um Estado Plano de Tensões.
Defina-se um plano p-q formado a partir de um ângulo θ com o plano da face lateral direita,
onde atua a tensão x, conforme Figura 48-3. Pode ser observado que sendo n perpendicular
e v paralela à direção do plano p-q, as tensões segundo essas direções serão e ,
respectivamente. Essas componentes estão relacionadas aos esforços N e V, obtidos pelo
produto dessas tensões por suas respectivas áreas de atuação. No equilíbrio, essas forças
estarão associadas às componentes geradas pelos demais esforços, que devem ser
decompostas segundo as direções normal e paralela ao plano atribuindo-lhes os sinais
conforme sejam coincidentes ou não com as direções positivas indicadas para as direções n
e v, como se vê a seguir:
260
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Cada uma das faces do elemento está associada a uma área, de forma que, assumindo a
mesma inclinação θ, tem-se que:
Ax
A = ,
cos
A
A = y ,
sen
Ax A
cujas relações trigonométricas podem ser escritas como: cos = e sen = y .
A A
Para o equilíbrio das forças segundo a direção n, perpendicular ao plano p-q, é preciso
multiplicar cada componente pela área da face em que atuam. Daí, encontra-se:
Ax A A A
= x cos + y y sen + yx y cos + xy x sen .
A A A A
Ax A
Como cos = e sen = y , pode-se escrever que:
A A
Ax A A A
= x sen − y y cos + yx y sen − xy x cos ,
A A A A
Ax A
Como cos = e sen = y , faz-se:
A A
ou
Uma versão mais compacta da equação anterior pode ser obtida usando-se as seguintes
relações trigonométrica:
Se a = b = , obtém-se:
( x − y )
= sen 2 − xy cos 2 (3)
2
49. EXERCÍCIOS
Exercício 49.1.
Determine as tensões no plano inclinado da figura abaixo.
262
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
É preciso, inicialmente, observar a convenção de sinais que foi adotada originalmente para
o equilíbrio do elemento no estado plano de tensões, onde positivas serão as tensões normais
de tração, e as tensões xy de cisalhamento que estiverem no sentido anti-horário. O sentido
positivo para o ângulo será a orientação trigonométrica, logo:
x = 500kgf / cm2 ;
y = −800kgf / cm2 ;
xy = −200kgf / cm2 ; e
= −75º = (90º +15º ) = 105º .
= x ,
Pois quando = 0 → Face x:
= − xy .
−75 = 500cos2 (−75) + (−800)sen 2 (−75) + (−200)sen 2 (−75) → −75 = −612,92kgf / cm2
500 − (−800)
−75 = sen 2 (−75) − (−200) cos 2 (−75) → −75 = −498, 20kgf / cm2 .
2
263
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Uma avaliação adicional pode ser feita para incluir o estudo da variação do campo de tensões
do elemento fornecido no problema, realizada tanto para a componente normal quanto de
cisalhamento. Esse estudo revela posições de máximos e mínimos dessas funções e seus
valores correspondentes:
264
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
=
( x − y )
sen 2 − xy cos 2 .
2
Nesses casos o ângulo θ varia de 0 a 2 (ou de 0 a 360º) e as tensões oscilam entre valores
máximos e mínimos. Quando as tensões normais atingem seus valores mais elevados são
chamadas Tensões principais e os planos onde elas ocorrem são denominados de Planos
principais. No caso das tensões de cisalhamento não há uma nomenclatura própria para as
tensões máximas e mínimas e se diz apenas que são tensões extremas de cisalhamento.
d
=0 (1),
d
d
=0 (2).
d
= =0
d d
Assim:
265
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
sen 2
Como sen cos = , pode ser escrito que:
2
sen 2
( x − y )
2
− xy cos 2 = 0 .
( x − y ) sen 2
− xy
cos 2
=0.
2 cos 2 cos 2
Portanto:
( x − y ) xy
tg 2 − xy = 0 → tg 2 = .
2 ( x − y )
2
É preciso observar que com a derivada primeira nula é encontrada uma posição específica
para a função tensão normal. Portanto, fazendo indicação para essa posição, tal que = p,
para definir o ângulo onde ocorrem os planos principais, pode ser escrito que:
xy xy
tg 2 P = ∴ 2 P = arctg ,
( x − y ) ( x − y )
2 2
o que leva a:
1 xy 1 2 xy
P = arctg , ou seja, P = arctg .
2 ( x − y ) 2 ( x − y )
2
Com isso, θP define o plano onde ocorrem as tensões principais, posição de máximo ou
mínimo da função tensão normal. Para conhecer se a posição dada por esse ângulo é uma
posição de máximo ou mínimo é preciso fazer a derivada segunda da função tensão normal,
de forma que se:
d 2 d 2
0 → Ponto de máximo, e 0 → Ponto de mínimo.
d 2 d 2
Portanto, derivando a equação (3), que é a derivada primeira da função tensão normal, tem-
se:
266
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
−( x − y )
−( x − y ) − 2 xy tan 2 = 0 → 2 xy tan 2 = −( x − y ) → tan 2 = .
2 xy
1 −( x − y )
2 = arctan .
2 2
xy
Se o valor encontrado para esse ângulo for menor que zero, a posição encontrada será relativa
à de máximo. Observe-se que a equação anterior é a mesma expressão que leva ao s.
Por sua vez, para o cisalhamento, fazendo a primeira derivada da equação (2) igual a zero,
tem-se:
( x − y )
d sen 2 − xy cos 2
d 2
= = 0,
d d
é encontrado que:
( x − y )
2cos 2 − xy 2(− sen 2 ) = 0 (4).
2
267
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( x − y ) 2cos 2
+ xy
2sen 2
= 0,
2 2cos 2 2cos 2
( x − y )
+ xy tg 2 = 0 .
2
( x − y ) ( x − y )
− − −( x − y )
1 1
tg 2 S = 2 → S = arctg 2 , ou ainda, S = arctg .
xy 2 xy 2 2 xy
Para saber se essa abertura representa uma posição de máximo ou mínimo da função, pode
ser aplicada a mesma regra da derivada segunda, o que pode ser feito derivando a equação
(4), que é a derivada primeira da função tensão de cisalhamento. Dessa forma:
( x − y )
d 2 cos 2 − xy 2( − sen 2 )
2
=0,
d
−4
( x − y )
sen 2 + 4 xy cos 2 = 0 . Dividindo todas as parcelas por -4:
2
( x − y )
sen 2 − xy cos 2 = 0 . Dividindo todas as parcelas por cos 2 , encontra-se:
2
( x − y )
tan 2 − xy = 0 → tan 2 =
2 xy 1 2 xy
→ 2 s = arctan
− ,
2 x − y 2 x y
que é o ângulo que corresponde à p. Complementarmente, pode ser observado que a
derivada primeira da expressão da tensão axial fornece da tensão do cisalhamento. Tanto θP
quando θS são tomados no sentido trigonométrico em relação ao eixo x. Substituindo θP e θS
em suas respectivas equações de origem, equações (1) e (2), chega-se a:
x + y x − y
2
Máx
Mín = + xy → Tensões principais,
2
2 2
x − y
2
Máx
Mín = + xy → Tensões extremas de cisalhamento,
2
2
cuja demonstração será feita por meio do diagrama circular de Mohr. A questão algébrica
corresponde à definição das tensões principais no campo da análise matricial recai na solução
268
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
de um problema de autovalores e autovetores da matriz das tensões. Deve ser notado que as
tensões principais, nesse caso, representam as invariantes da matriz das tensões. Portanto,
essa matriz será formada apenas pelas componentes da diagonal principal, configurando um
estado triaxial de tensões, ou Tensões triaxiais:
xx 0 0
P = 0 yy 0 .
0 0 zz
Os objetivos básicos são dois: primeiro, com a interpretação gráfica das equações poderá ser
atingida uma melhor compreensão do problema geral da transformação de tensão. Segundo,
com a ajuda da construção gráfica, é possível obter, frequentemente, uma solução mais
rápida para os problemas de transformação de tensão. Logo, as equações para e podem
ser representadas graficamente, pois são as equações paramétricas de uma circunferência,
por meio de um diagrama conhecido como Círculo de Mohr.
Recorda-se que no estado plano de tensões original, conforme indicado a seguir, o Círculo
de Mohr, que se destina a representar qualquer tensão no estado plano, pode ser traçado para
o ponto I de coordenadas e . Portanto: I = ( , ) .
É importante observar que quando = 0 a face inclinada coincide com a face lateral direita,
face X, e as coordenadas do ponto I = X são = x e = − xy , pois xy fica orientada de
forma contrária à (e ao eixo y):
Quando = 90 o plano coincide com a face superior, face Y do elemento e as coordenadas
do ponto I = Y são = y e = xy ( xy = yx ) com yx positiva pois coincide com a
orientação de (e do eixo x).
269
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Disso decorre que, para o traçado do diagrama circular de Mohr os pontos X e Y a serem
utilizados, são:
X = ( x , − xy ) ,
Y = ( y , xy ) .
– Ponto X = ( x , − xy ) , quando = 0 → = x e = − yx .
– Ponto Y = ( y , xy ) , quando = 90 → = y e = yx = xy .
Na construção do diagrama, são marcadas no eixo das abscissas as tensões normais e no eixo
das ordenadas as tensões de cisalhamento. Adota-se uma escala conveniente ao traçado.
270
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
2 – A união dos dois pontos estabelece o diâmetro do círculo. O ponto onde essa reta
intercepta o eixo das abscissas estabelece centro, ponto C, e, consequentemente, o raio do
diagrama, segmentos CX e CY . Com isso, são também definidos os segmentos OB , OD
e DX . Portanto: C = Centro do círculo; CY = CX = raio de círculo.
4 – Para as tensões de cisalhamento Extremas, deve ser observado o eixo das ordenadas. A
máxima, Máx , tem ordenada positiva, segmento CF , e a mínima, Mín , tem ordenada
negativa, segmento CG .
271
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6 – É possível definir qualquer valor para as tensões nos diversos pontos do diagrama. Para
um ponto I definido pelo ângulo no estado plano de tensões haverá correspondência para
uma abertura igual a 2 no diagrama circular, tomado com a mesma orientação, o que
conduzirá às tensões e .
OC = OB + BC , onde
OD − OB
BC = CD = .
2
x − y
Como OB = y e OD = x , resulta que: BC = CD = .
2
x − y 2 y + x − y x + y
Portanto, OC = y + → OC = → OC = ,
2 2 2
272
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que é a tensão normal média, centro do círculo. O raio R do diagrama é definido pelo
triângulo retângulo:
2 2 2
CX = DX + CD .
2 2
Como R = CX → R2 = DX + CD .
− y
DX = xy e CD = x .
2
Assim,
− y
2
R = xy
2 2
+ x = Mín ,
Máx
2
que é a tensão extrema de cisalhamento (máxima e mínima). Por sua vez, o ângulo que leva
ao plano das tensões principais é definido por:
DX xy 1 xy
tg 2 P = = → P = arctg ,
CD x − y 2 x − y
2 2
enquanto o que leva ao plano das tensões extremas de cisalhamento é dado por:
x − y x − y
CD 1
tg 2 S = − =− 2 → S = − arctg 2 .
DX xy 2 xy
As tensões principais, Máx e Mín serão obtidas somando e subtraindo da tensão média o
raio:
Mín
Máx
= OC R , logo:
x + y x − y
2
Máx
Mín = xy 2
+ ,
2 2
e as tensões extremas Máx e Mín são iguais ao próprio raio, uma com o sinal positivo e outra
com o negativo:
x − y
2
Máx
Mín = xy 2
+ .
2
273
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É de interesse registrar que no emprego das expressões para o e , que foram obtidas a
partir das condições de equilíbrio, o sinal das componentes já está implícito na dedução.
Assim, no uso daquelas equações, o sinal positivo das componentes de cisalhamento deve
obedecer à orientação dos eixos cartesianos:
com as tensões que atuam no plano inclinado de sendo, portanto, positivas se estiverem
com as seguintes orientações:
Comentários sobre o sinal das componentes no círculo de Mohr foram feitos anteriormente.
Cabe mencionar que no diagrama circular de Mohr é possível representar qualquer estado
de tensões, a exemplo de:
Ensaio de tração:
xx 0 0
0 0 0
0 0 0
Ensaio de compressão:
274
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− xx 0 0
0 0 0
0 0 0
Corte puro:
0 xy 0
0
yx 0
0 0 0
52. EXERCÍCIOS
Exercício 52.1.
Para o elemento esquematizado na figura, pede-se:
a) As tensões em planos cujas direções formam um ângulo de 20º.
b) Tensões nos planos principais.
c) Tensões de cisalhamento extremas e planos onde elas ocorrem.
É preciso recordar o Estado de Tensões original para facilitar o emprego dos sinais e a
orientação do ângulo :
1) Analiticamente:
275
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20 = −200cos2 20 + 800sen 2 20 + 400sen(2 20) → 20 = 174,093kgf / cm2 .
=
( x − y )
sen 2 − xy cos 2 ,
2
−200 − 800
20 = sen(2 20) − 400 cos(2 20) → 20 = −627,812kgf / cm2 .
2
x + y x − y
2
Máx = + xy 2
+ ,
2 2
2 2
x + y x − y
2
Mín = − xy 2
+ ,
2 2
2 2
x − y
2
Máx
Mín = xy 2
+ ,
2
−200 − 800
2
Máx
Mín = 400 + 2
= 640,312kgf / cm .
2
2
1 xy 1 400
P = arctg → P = arctg → P = −19,33 .
2 x − y 2 −200 − 800
2 2
276
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x − y −200 − 800
1 1
e S = − arctg 2 → S = − arctg 2 → S = 25, 67 .
2 xy 2 400
É possível observar que a abertura dada pela soma dos ângulos é de 45º.
1) Graficamente:
O estudo da variação das funções tensão normal e de cisalhamento para o estado de tensões
apresentado no enunciado do problema, assim como o diagrama circular de Mohr podem ser
vistos a seguir elaborados em um programa de base matemática, assumindo uma variação
de 360º para . Como p é negativo (-19,33º) esse leva ao plano da tensão mínima (
−340,312kgf / cm2 ). Para se chegar ao plano da tensão max é preciso percorrer mais 90º no
sentido horário (180º do círculo de Mohr), ou seja, p - 90º = -109,33º. Adotando valores
negativos para o ângulo é possível ver a variação das tensões normal:
277
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940,312kgf / cm 2
−340,312kgf / cm2
-19,33º
-109,33º
Variação da tensão normal ( < 0).
Para observar a variação da tensão de cisalhamento, a melhor opção é o giro no sentido anti-
horário (positivo):
−640,312kgf / cm2
25,67º
Exercício 52.2.
278
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Solução:
Para a solução desta questão é preciso estar munido de um par de esquadros, compasso e
escalímetro. É preciso adotar uma escala para colocar os pontos dados no diagrama onde as
tensões normais estarão no eixo das abcissas e as de cisalhamento no eixo das ordenadas.
279
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3º Passo: marcar traços acima e abaixo do segmento estabelecido com a união dos pontos 1
e 2, tomando uma abertura do compasso maior que a metade, apoiando-se em 1 e 2 com a
mesma abertura, marcar os pequenos arcos acima e abaixo da reta 1-2.
4º Passo: unir as marcações acima e abaixo da reta 1-2, dividindo esse segmento ao meio e
estendendo a mediatriz até a interseção com a abscissa, de forma a estabelecer o centro do
diagrama circular.
5º Passo: centrar do compasso na interseção com a abcissas para traçar a circunferência com
a abertura do compasso em 1 ou 2. Assim, ficam definidas as tensões principais e de
cisalhamento ao serem medidos, na escala escolhida, o tamanho dos segmentos que estão
mais distantes e mais próximo da origem. Na horizontal tem-se as tensões principais e na
vertical as tensões extremas de cisalhamento.
280
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Cabe observar, adicionalmente, que para o estado plano de tensões original tem-se:
Isso quer dizer que, se se acrescentar uma tensão no elemento definido pelo plano principal,
a situação não é alterada, podendo o problema ser tratado como estado plano de tensão
orientado segundo os eixos principais de tensão, formando três estados planos ou distintos
definidos pelos pares de pontos:
281
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onde:
(σ1, σ2),
(σz, σ2),
(σz, σ1),
que sendo traçados no diagrama de Mohr permitem conhecer qual a tensão máxima de
cisalhamento. A face Az (perpendicular a z) permanece sem tensão de cisalhamento,
portanto:
Diz-se que um elemento está em estado triaxial de tensões quando se encontra sujeito a
tensões σx, σy, σz em três direções ortogonais. As tensões σx, σy, σz são as tensões principais
no elemento. As tensões máximas de cisalhamento estarão em um plano a 45º paralelo a um
dos eixos coordenados, dependendo do valor relativo de σx, σy, σz.
Os eixos x’, y’ e z’ são denominados eixos principais de tensões. No círculo de Mohr esse
eixo vai corresponder à origem “O”, onde σ = τ = 0. Busca-se um giro em que as tensões σx’,
σy’, σz’ sejam as principais. Assim sendo, esse giro faz com que desaparecem as tensões de
cisalhamento. Ao se considerar o estado tridimensional de tensões principais, as tensões
máximas de cisalhamento podem ocorrer fora do plano x-y, caso em que as tensões principais
possuem sinais iguais. É importante deixar claro que essas transformações são válidas para
os planos principais, ou seja, as direções principais.
282
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Esse estado triplo de tensões principais é representado em um diagrama circular por três
círculos distintos. Se todas as componentes forem positivas e σz’< σy’< σx’ a tensão de
cisalhamento máxima estará fora do plano x-y.
53. EXERCÍCIOS
Exercício 53.1.
Determinar, para o estado de tensões indicado, a tensão de cisalhamento máxima, quando:
a) y = +48MPa ,
b) y = −48MPa ,
c) y = 0 .
Solução:
283
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
É importante observara que o estado tridimensional de tensões pode ser associado ao estado
plano de tensões no plano zy e mais o eixo x. Portanto faz-se a transformação para o plano
de tensões principais nesse plano (zy) e adiciona-se, após a transformação, o eixo x.
b)
c)
284
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Obs.: Quando as tensões axiais que agem em planos distintos são do mesmo sinal, a tensão
de cisalhamento máximo ocorreria fora do plano dessas tensões enquanto no caso de terem
o mesmo sinal, a tensão máxima de cisalhamento será a tensão máxima de cisalhamento
desses planos.
1)
−20 − 48
2
Máx = = 34MPa
2
(2)
285
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
(3)
Uma barra circular estará sob torção pura quando estiver carregada por binários T aplicados
em suas extremidades. Os binários, ou conjugados, T podem ser denominados momentos de
torção, momentos torcionais ou TORQUE.
286
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
As seções α e β são seções planas circulares e adjacentes, separadas por uma distância dx. O
torque T pode ser representado por usa seta curva ou por uma com duas pontas que obedece
à regra da mão direita, onde o polegar tem a direção do vetor e sua ação é dada pelos demais
dedos da mão.
Durante a torção:
A cinemática do problema para pequenas rotações (deformações), implica que o arco bb '
pode ser aproximado a um segmento de reta bb ' pois que γ é pequeno, daí:
bb ' = bb ' .
Disso resulta a formação de um triângulo retângulo onde os segmentos bb ' e dx são seus
catetos e a distorção é o ângulo entre o cateto adjacente e a hipotenusa:
bb '
Da relação entre os catetos do triângulo, tem-se que: tg = .
ab
E por ser γ pequeno a tangente do ângulo pode ser aproximada pelo próprio ângulo, ou seja:
bb '
tg = ∴ = .
ab
bb ' bb '
= → = .
ab dx
Por sua vez, na seção transversal, bb ' é um pequeno arco de raio r, então: bb ' = rd , logo:
rd
r = .
dx
Cabe mencionar que o subíndice r indica que a deformação está relacionada à essa posição
na seção. Na rotação pura, a taxa de variação d é constante no comprimento dx, então:
d
= constante e será definida por θ, daí: r = r .
dx
= (1),
L
e, portanto,
r
r = (2),
L
onde:
Pela expressão anterior pode ser verificado que a deformação é proporcional ao ângulo
torcido e ao raio de seção transversal, e inversamente proporcional ao comprimento da peça.
Levando essa análise a posições no interior do eixo, que estejam situados a uma distância
do centro da circunferência, as deformações para esses elementos serão semelhantes àquelas
situadas na superfície, na posição do raio r e podem ser obtidas de modo análogo.
L
= . Substituindo da equação (1), encontra-se: = . Assim, = (3).
L
rL
= (4).
r
L rL
= → = r ,
r r
o que mostra que a deformação em um elemento no interior da barra é uma fração daquela
que ocorre na sua superfície, uma vez que ρ varia de zero a r.
As tensões que são geradas na torção são tensões de cisalhamento e, para um momento torsor
positivo, possuem o sentido indicado.
Se uma barra fosse formada pela superposição de placas sucessivas, o momento torsor
provocaria um deslizamento relativo entre as placas. Em materiais homogêneos esse
deslizamento não ocorre, porém a sua tendência permanece, provocando, assim, o
aparecimento das tensões.
Como às deformações estão no regime elástico, ou seja, as tensões estão abaixo da tensão de
escoamento, a lei da elasticidade linear pode ser aplicada:
= G .
Na superfície da barra:
r = G r = Gr = Gr ∴ r = Gr (5),
L
que é a expressão que relaciona as tensões na superfície com o ângulo de torção por unidade
de comprimento.
No interior da barra:
= G (6)
= G .
L
r
Igualando = , da equação (5), com = , da equação (6), tem-se: = r .
Gr G r
290
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Isso revela que as tensões no interior da seção são valores percentuais da tensão máxima,
variando linearmente do centro para a extremidade, conforme ilustrado a seguir.
Tome-se um elemento de área dA, em uma seção circular, como indicado na Figura 54-5:
O momento elementar mobilizado por uma força interna dF agindo sobre o elemento de área
dA é dado por
dM = dF , cuja integral sobre toda a área leva ao somatório dos momentos internos. Logo:
M = dF ,
A
que é o momento total das forças internas. Devido ao fato de a barra estar em equilíbrio
estático, o momento resultante interno deve ser igual ao torque externo aplicado, ou seja, o
somatório de todos os produtos das forças elementares dF por suas respectivas distâncias ao
centro da seção. Assim sendo, tem-se que a soma de todos os momentos elementares deve
equilibrar o momento torsor externo. Portanto, no equilíbrio, e admitindo a
proporcionalidade entre esforços internos e externos, tem-se que:
291
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
M =T .
dF
= → dF = dA .
dA
Como dM = dF e dF = dA → dM = dA (7).
Da equação (6) vem que = G , portanto, a equação (7) fica dM = G 2 dA , que
integrada para toda a área da seção, leva a:
M = G 2 dA ,
A
dA = J ,
2
T
T = G J ∴ = (8).
GJ
Da equação (1), = . Essa expressão pode ser igualada à equação (8), de forma que:
L
T
= .
L GJ
Logo:
TL
= (9).
GJ
A equação (9), anteriormente desenvolvida, fornece o ângulo de giro total de uma seção
transversal sob torção. Como pode ser visto, esse ângulo é proporcional ao esforço T e ao
comprimento da barra L e inversamente proporcional à grandeza GJ, conhecida como
produto de rigidez à torção, que envolve uma propriedade elástica e outra geométrica. O
produto de rigidez à torção representa o quão fácil ou difícil é para girar um eixo.
Cabe registrar que a expressão anterior é usada para determinar o módulo e elasticidade
transversal (G) em um ensaio de torção, uma vez que relaciona o ângulo de giro com o
momento torsor.
Lembrando que = G → = . Portanto igualando essa relação com (8), tem-se que:
G
292
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T T
= → = (10),
G GJ J
Tr
r = = Máx (11).
J
Importante observar que as fórmulas para a torção não podem ser usadas para determinar
tensões próximas às seções onde o momento de torção está aplicado, nem próximo a uma
seção onde ocorre uma variação abrupta de diâmetro. Portanto, cabe esclarecer que:
J = 2 dA ,
A
com J sendo o momento de inércia polar, pode-se substituir a diferencial dA como uma
função da variável independente do problema e integrar a expressão nos limites do seu
domínio, de zero a r, de forma que:
r4
r r
dA = 2 d → J = 2 d → J = 2 3d → J =
2
.
0 0
2
Como as tensões que ocorrem numa barra circular são máximas na superfície e nula no
centro, grande parte dos materiais trabalham com tensões bem inferiores à admissível. Se a
redução do peso e a economia de material forem fatores importantes, é preferível usar eixos
vazados, seções tubulares, com r1 sendo o raio interno e r2 o externo, como se segue.
293
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
J Total = J 2 − J1 ,
onde J2 e J1 são as inércias correspondentes aos raios r2 e r1, respectivamente. Com isso:
r2 4 r14 4 4
J Total =
2
−
2
→ J Total =
2
( r2 − r1 ) .
Digno de nota é o fato de que, embora a inércia da seção tubular leve em conta os dois raios
da seção, as tensões máximas continuam a ocorrer na superfície do eixo, ou seja, para a
posição do raio externo, r2. Se se compara uma seção vazada de raio r2 com uma seção cheia
de mesma dimensão, haverá uma redução da inércia no primeiro caso, o que elevará a tensão
induzida, pois essa é inversamente proporcional à inércia polar. Entretanto, a redução de
peso obtida com uma peça de seção vazada pode ser importante para eixos longos, que
transmitem potência, por exemplo.
55. EXERCÍCIOS
Exercício 55.1.
Determinar o comprimento de um eixo de aço (G = 8,4 x 103 kgf/mm2), diâmetro d = 50 mm,
se a tensão de cisalhamento máxima é Máx = 9,45 kgf/mm2, quando o ângulo de torção tiver
6º.
Solução:
Tr T 25 T 9, 45 T
Máx = → 9, 45 = → = → = 0,378 .
J J J 25 J
TL T G G
Como = → = → L= .
GJ J L T
J
Convertendo 6º em radianos e substituindo os dados do problema, tem-se
Exercício 55.2.
Qual deve ser a razão comprimento/diâmetro (L/d) para um arame de aço
(G = 8,4 x 103 kgf/mm2) se a tensão de cisalhamento máxima for Máx = 9,45 kgf/mm2,
quando o ângulo de torção tiver 90º.
294
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
TL
(1) = ,e
GJ
Tr
(2) Máx = .
J
T G
Por (1), tem-se : = ,e
J L
T Máx
por (2), tem-se: = .
J r
G Máx L G L G L G
= → = , logo = → = ⸫
L r r Máx d 2 Máx d 2 Máx
L
8, 4 103 kgf / mm2 L
= 2 ∴ = 698,13 .
d 2 9, 45kgf / mm 2
d
Exercício 55.3.
Qual é o diâmetro mínimo necessário de uma barra circular sujeita a um torque
T = 363200 kgf mm se o ângulo de torção admissível por unidade de comprimento for 1° por
3600 mm. (Admitir G = 8,4 x 103 kgf/mm2 e a tensão admissível de cisalhamento
for Adm = 2,10 kgf/mm2).
x 2
= → x = 0, 0174rad .
1 360
T 0, 0174 363200
Adm ∴ = → = → J = 8918497,38mm4 .
L GJ 3600 8, 4 10 J
3
r4 2 8918497,38
J= → r= 4 → r = 48,81mm ∴ d = 97, 63mm .
2
295
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Tr 363200r 363300 2
Adm ∴ Adm = → Adm = → r=3 → r = 47,93mm ∴ d = 95,86mm
J r 4
2,10
2
Exercício 55.4.
Um eixo de alumínio vazado (G = 2,8 x 103 kgf/mm2), com diâmetro externo de 100mm e
interno de e interno de 87,5 mm, tem 2,10 mm de comprimento.
a) Se o eixo for torcido por torques nas extremidades, qual será o ângulo de torção total ϕ,
quando a tensão for 7,00 kgf/mm2?
b) Que diâmetro, d, teria esse eixo se não fosse vazado?
Solução:
Tr T
Máx = → Máx = ( Máx → raio externo, r2 = d 2 / 2 = 100 / 2 = 50 ).
J r J
7, 00 T
Logo, = . (1).
50 J
= 0,105rad ou = 6, 02 .
100 87,5
4 4
JV = (r
2
4
−r
1
4
) = 2 − → JV = 4062652, 243mm
2 2
4
2
rC 4
2 = T → rC = T → r 3 = 2T ⸫
3
TrC J T
Máx = → C = →
JC rC Máx rC Máx 2 Máx C
Máx
2 568771,314
rC = 3 → rC = 37, 26mm , logo dC = 74,52mm .
7, 00
P = potência de transmissão,
P = T , onde T = torque no eixo de transmissão,
ω = velocidade angular,
rab trabalho F d
P= = → P= ,
t tempo t
d deslocamento
= v , ou seja, = velocidade , tem-se que:
t tempo
P = F v ,
v = r
= velocidade angular,
r = raio.
297
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Portanto, P = F r .
P
P = T 2 f . Logo: T = (1).
2 f
N m Joule
Com T em N·m, e f em Hz, a potência deverá vir em = Watt ou P = = Watt .
s s
P
e o torque será expresso por: T = (2),
2 n
60
Tr J
Máx = → T = Máx (3).
J r
Máx J P r P
= → Máx = .
r 2 f J 2 f
J T
Pela equação (3) ainda pode ser feito que: = .
r Máx
Para um eixo de seção cheia J = r 4 / 2 . Esse dado sendo levado à equação (1), conduz a:
r4 P
2 = 2 f → r =
3
P P P P
→ r3 = → r3 = 2 ⸫ r=3 2 .
r Máx 2 2 f Máx f Máx f Máx f Máx
298
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
No campo da análise, seja para dimensionamento ou verificação, deve ser igualda a tensão
máxima à admissível (Max = adm) para sejam determinadas dimensões mínimas necessárias
ao eixo ou esforços máximos que podem ser aplicados. É de interesse observar que:
57. EXERCÍCIOS
Exercício 57.1.
Determinar o diâmetro necessário, d, para um eixo que transmite 200 CV a 120 rpm, se a
tensão admissível em cisalhamento é τadm = 2,10 kgf/mm².
Solução:
Tr
Como a tensão de cisalhamento máxima é dada por Máx = , tem-se:
J
J T J 1193662, 073kgf mm J
= → = → = 568410,511mm3 .
r Máx r 2,10kgf / mm 2
r
r4
Como o momento de inércia polar é calculado por J = , tem-se que:
2
r4
J J r3 r3 568410,551mm3 2
= 2 → = → = 568410,551mm ∴ r =
3 3 →
r r r 2 2
Exercício 57.2.
O eixo de propulsor de um navio é vazado e transmite 8000 CV a 100 rpm, admitindo uma
tensão de cisalhamento máxima de 3,15 kgf/mm². Achar o diâmetro externo “d” do eixo se o
diâmetro interno for d/2.
Solução:
1) Cálculo do torque:
299
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
r2
Considerando que d 2 = 4r1 → d 2 = 2r2 ∴ 4r1 = 2r2 → r1 = , o momento de inércia fica:
2
4 r2 4 16r2 4 − r2 4
4
r 15 r2 4
J = (r2 − r ) = r2 − 2
4
1
4 4
= r2 − = → J = .
2 2 2 2 16 2 16 32
A relação anterior pode, também, ser encontrada pelo uso direto da expressão:
d24 d2 2 4 d 2 4 16d 2 4 − d 2 4
4
15 d 2 4
J= − = 2
d − = → J = .
2 16 2 32 16 32 16 512
Tr
Com Adm = , e fazendo Máx = Adm e r = r2 , raio externo, pois a tensão máxima ocorre na
J
superfície da peça, tem-se:
15 r2 4
J T T 32T 32 57295779,52
= → 32 = → r23 = ∴ r2 = 3 ⸫
r2 Adm r2 Adm 15 Adm 15 3,15
As incógnitas podem ser os momentos torsores ou os ângulos de giro, que só podem ser
determinados considerando as propriedades dos materiais (G) e as propriedades geométricas
eixos (L, r, J).
Estratégias de solução:
300
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
– Método da flexibilidade: (os ângulos de torção são escritos em função dos momentos
torsores). O termo L/GJ é o inverso da rigidez, daí o nome flexibilidade:
TL L
= →= T.
GJ GJ
– Método da rigidez (os momentos torsores são escritos em função dos ângulos de torção).
Diz-se rigidez porque o termo GJ/L é a rigidez à torção da barra.
GJ
T= .
L
Há situações nas quais os momentos de torção internos não podem ser determinados somente
pela estática. Na verdade, em tais casos os próprios momentos externos, os torques aplicados
nos eixos pelos apoios e conexões, não podem ser determinados pelos diagramas de corpo
livre. Nesses casos, as equações de equilíbrio devem ser complementadas por relações
envolvendo as deformações, obtidas considerando-se a geometria do problema. Devido à
estática não ser suficiente para determinar os momentos exteriores e internos, diz-se que os
eixos são estaticamente indeterminados.
– Método da superposição:
59. EXERCÍCIOS
Exercício 59.1.
O eixo composto indicado deverá receber um momento torsor T na extremidade A. Sabe-se
que o módulo de elasticidade transversal é 75 GPa para o aço e 27,5 GPa para o alumínio,
determinar o maior ângulo de rotação que pode ocorrer em A sem exceder as seguintes
tensões admissíveis:
Reunindo os dados:
301
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Solução:
1) DCL:
2) Equilíbrio:
O torque aplicado deve ser resistido por ambos os materiais, aço e alumínio, de forma que:
3) Compatibilidade
A condição de compatibilidade das deformações impõe que os dois cilindros formados pelo
aço e pelo alumínio devem apresentar o mesmo giro. Com isso:
Aço = Al .
Cada uma dessas deformações está associada às propriedades elásticas e geométricas de cada
parte que compõe o conjunto, logo:
GAço J Aço G J T
TAl + TAl = T → TAl 1 + Aço Aço = T , logo: TAl = (3)
GAl J Al GAl J Al G J
1 + Aço Aço
GAl J Al
302
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
T T
TAl = = → TAl = 0, 442T .
57mm
4
75 57 4
75GPa
1+
2 2
27,5 ( 764 − 57 4 )
1+
76mm 57mm
4 4
27,5GPa −
2 2 2
TL GJ
Rotações (ângulo de giro): = ∴T= .
GJ L
L
GAço J Aço + GAl J Al = TL ⸫ = T (4).
GAço J Aço + GAl J Al
Com isso, o torque resistido pelo aço em função do ângulo de giro será.
GAl J Al
Analogamente, para o alumínio tem-se: TAl = T.
GAço J Aço + GAl J Al
Resumindo, os torques absorvidos pelos dois cilindros dependem da relação entre os seus
produtos de rigidez à torção. Logo:
303
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
GAço J Aço
TAço = T,
GAço J Aço + GAl J Al
GAl J Al
TAl = T.
GAço J Aço + GAl J Al
Portanto, introduzindo os dados do problema na equação do aço, por exemplo, fica-se com:
N 57
4
75 10 2 10−3 m
9
m 2 2
TAço = T.
9 N 57 −3
4
9 N
76 −3
4
57 −3
4
Com isso:
TAço = 0,558T .
Máx
TAço r
A tensão máxima no aço é calculada por: Máx
Aço = .
J
Como a tensão máxima não deve ultrapassar a admissível, tem-se que: Aço = Aço ⸫
Máx Adm
Máx 57
TAço 10−3 m
N
55 106 2 = 2 → T Máx = 1999,941N m 2kN m .
Aço
57
4
m −3
10 m
2 2
Como a parcela do torque que recai sobre o aço é TAço = 0,558T e fazendo TAço = TAço :
Máx
TAço 1999,941kN m
T= = . Logo: T = 3584, 256 N m → T = 3,584kN m .
0,558 0,558
TAlMáx r
A tensão máxima no alumínio é calculada por: Máx
Al = .
J
304
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Como a tensão máxima não deve ultrapassar a admissível, tem-se que: AlMáx = AlAdm ⸫
76
TAlMáx 10−3 m
N
41106 2 = 2 → TAlMáx = 2451,753N m .
m
76 −3
4
57 −3
4
10 m − 10 m
2 2 2
Portanto, dois valores possíveis foram encontrados. O torque máximo, nesse caso, que pode
ser aplicado ao composto, deverá ser limitado ao menor deles, pois qualquer valor acima
desse levará o aço à plastificação. Assim:
Com isso, o cálculo do giro da seção em A pode ser realizado adotando-se esse torque e
considerando as propriedades do aço, por exemplo:
L
= T ⸫
GAço J Aço + GAl J Al
= 0, 0654rad .
Exercício 59.2.
Dois eixos maciços de 80 mm de diâmetro são conectados rigidamente entre si e suportados
como mostrado na figura. Um momento torsor desconhecido T é aplicado na junção dos dois
segmentos, como indicado na Figura 59-2. As tensões tangenciais admissíveis são 130 MPa
para o aço e 40 MPa para o bronze. O módulo de elasticidade transversal do aço é 80 GPa e
do bronze 40 GPa. Determinar o valor máximo admissível para T.
305
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Solução:
Por se tratar de uma estrutura estaticamente indeterminada é preciso lançar mão de uma
equação de equilíbrio e outra de compatibilidade.
2) Condição de Equilíbrio:
TA + TB − T = 0 → TA + TB = T
Como o problema é hiperestático, a solução deve ser construída considerando uma das
reações como superabundante, liberando um dos vínculos e voltando a colocá-lo
posteriormente, de maneira a produzir o mesmo efeito que o da estrutura liberada. A
representação dessa hipótese é:
TA + TB = T (Equilíbrio) (1),
T = T B
(Compatibilidade) (2).
A expressão geral para o ângulo de giro na torção é dada por: = TL / GJ . Como T está
aplicado em C e a extremidade B foi liberada para a deformação, ou seja, para o giro, esse
esforço atua sobre a parte esquerda do cilindro, que é o segmento de aço. Logo:
TLA
T = ,
GA J A
No caso do torque da extremidade B, a reação superabundante, esse esforço age sobre toda
a barra, quer dizer, sobre os segmentos de aço e de bronze. Assim:
TB LB TB LA L L L G J + LAGB J B
T = + → TB = TB B + A → TB = TB B A A .
B
GB J B GA J A GB J B GA J A ( G J
B B )( G J
A A )
LAGB
TB = T (3).
LBGA + LAGB
LAGB LAGB
TA = T − TB → TA = T − T → TA = T 1 − ⸫
LBGA + LAGB LB GA + LAGB
2
MáxA J A 130 N / mm 2 (40mm)
4
TArA
Máx = → TA = = → TA = 13069, 025kN mm .
A
JA rA 40mm
Substituindo em (4):
307
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
LBGA + LAGB
T= TA →
LBGA
T = 16,99kN
2
MáxB J B 40 N / mm 2 (40mm)
4
TB rB
Máx = → TB = = → T|B = 4021, 239kN mm .
B
JB rB 40mm
Substituindo em (1)
LBGA + LAGB
T= TB →
LAGB
T = 17, 425kN .
Como foram obtidos dois resultados em função das tensões admissíveis de cada material, o
torque máximo que pode ser aplicado ao sistema é o menor desses valores. Assim, o valor
máximo que pode ser aplicado é:
T = 16,99kN .
Para as seções circulares a hipótese básica era de que as seções planas permaneciam planas
após a deformação, o que não é válido para outros tipos de seção, pois essas sofrem
empenamento. Portanto, as expressões obtidas para os eixos circulares não podem ser usadas
para outras formas, o que significa que não pode ser adotada uma distribuição de tensão
linear a partir do centro da seção.
Considerando um cubo elementar situado no vértice de uma seção de uma barra retangular
submetida à torção, Figura 60-1, as faces do cubo voltadas para a superfície estão isentas de
tensões:
308
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
xy = 0 ; yx = 0 ; zx = 0 ;
xz = 0 ; yz = 0 ; zy = 0 .
Os elementos situados nas arestas da barra ficam isentas de tensões, enquanto as tensões
ocorrem ao longo da parte central. Isso pode ser notado pela torção de um modelo de
borracha.
A tensão máxima para uma barra retangular sujeita a um torque T, Figura 60-3, é dada por:
T
Máx = ,
c1ab 2
onde de a e b são os lados da barra, com a sendo o lado maior e b o lado menor. O ângulo
de torção, por sua vez, é dado por:
TL
= ,
c2 ab3G
309
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a/b c1 c2
1,0 0,208 0,1406
1,2 0,219 0,1661
1,5 0,231 0,1958
2,0 0,246 0,229
2,5 0,258 0,249
3,0 0,267 0,263
4,0 0,282 0,281
5,0 0,291 0,291
10,0 0,312 0,312
∞ 0,333 0,333
4,81T 7,1TL
Máx = 3
;= .
a Ga 4
20T 46TL
Máx = 3
;= .
a Ga 4
Elipse:
310
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F x = 0 → − Fab + Fcd = 0 → Fab = Fcd ∴ b (tb dx) = c (tc dx) → btb = ctc .
Assim, pode ser visto que o produto da tensão pela espessura da parede é constante e igual
a f. Logo, pode-se escrever que:
t = f ,
f
= .
t
Tome-se a seção transversal de uma barra de paredes finas, conforme se indica a seguir
dF
= → dF = dA
dA
311
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
dA = tds .
Com isso:
dF = tds .
f
Como = → dF = fds .
t
dT = dF r → dT = ( fds )r .
T= 0
frds ⸫ T = f rds .
0
Lm
rds = 2 A
0
m ,
com Am sendo a área definida pela linha média e o interior da seção vazada. Logo:
T
T = f 2 Am → f = .
2 Am
T
f 2 Am T
Como, = → = →= ,
t t 2tAm
TL
= ,
GJ
com o momento de inércia polar J obtido pelo método da energia, sendo calculado por:
312
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
4 Am 2
J= Lm
,
ds
0
t
62. EXERCÍCIOS
Exercício 62.1.
A extremidade B da barra de aço inoxidável indicada gira de 2° pela ação do torque T.
Sabendo que G = 80GPa , determinar a máxima tensão de cisalhamento da barra.
B = 2
G = 80GPa
Máx = ?
Solução:
= 2 → = 2 → = 0, 0349rad .
180
TL a 30 c1 = 0, 231
= ; = = 1,5 →
c2 ab3G b 20 c2 = 0,1958
Logo:
T 750mm
0,0349 = → T = 174,969kN mm .
kN
0,1958 30mm (20mm) 80
3
mm2
T 174,969kN mm
Máx = → Máx = → Máx = 0,063kN / mm2 → Máx = 63MPa
c1ab 2
0, 231 30mm (20mm) 2
Exercício 62.2.
313
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Uma barra de seção transversal indicada na figura, é formada por uma lâmina metálica de
1,5 mm de espessura. Determinar o maior momento torsor que pode ser aplicado à barra, se
a tensão não pode exceder a 2,5 MPa.
Solução:
A área delimitada pela linha média na parede da seção e seu interior será obtida dividindo-
se a região em duas partes para formar dois retângulos A1 e A2:
T
A tensão limite é dada por: Máx = com a máxima sendo 2,5MPa = 2,5 N / mm2 .
2tAm
N T
Assim: 2,5 = → T = 10892Nmm ∴ T = 10,892 Nm .
mm 2
2 1,5mm 1452, 25mm 2
314
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
TL 4A 2
= , com J = Lm m , tem-se:
GJ ds
0 t
ds 4 (50 − 1,5)
Lm
0
t
=
1,5
= 129,333 , que é um parâmetro adimensional. Logo:
4 (1452, 25mm2 )2
J= = 6,5234 104 mm4 ∴ J = 6,5234 10−8 m 4 .
129,333
Uma vez obtido o momento de inércia polar a rotação da seção pode ser calculada por:
10,892 Nm 2, 0m
= → = 0,00417rad → = 0,239º .
80 10 N / m 2 6,5234 10−8 m 4
9
Considere-se uma barra circular submetida a um esforço torsor T, Figura 63-1. Nessa
condição, é formado um estado de tensões na superfície da barra composto exclusivamente
por tensões de cisalhamento, ou seja, corte puro
Esse estado de tensões corresponde à condição no Círculo de Mohr dada pela Figura 63-3(a),
com os pares de pontos definidos por:
X = (0, − ) , Y = (0, ) .
315
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
(a) círculo de mohr para corte puro (b) tensões para um ângulo
Figura 63-3. Diagrama circular de Mohr para o corte puro.
Resumindo:
316
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
64. EXERCÍCIOS
Exercício 64.1.
Determinar o máximo momento torsor T que pode ser resistido por um eixo circular vazado,
tendo um diâmetro interno de 25 mm e um diâmetro externo de 50 mm, sem exceder a tensão
normal de 70 MPa de tração ou a tensão tangencial de 75 MPa.
Solução:
Ao ser submetida ao torque, a barra apresenta dois estados de tensão bem definidos, um para
o elemento que está com a face direita transversalmente situada em relação ao eixo
longitudinal da barra, elemento (1), e o outro que está com essa face inclinada de 45° da
direção do eixo da barra, elemento (2).
No corpo:
Para o primeiro estado, a tensão de cisalhamento produzida será a máxima de 75 MPa. Logo,
o esforço máximo que pode ser aplicado estará limitado pela menor tensão de cisalhamento.
Tr J
= →T= ∴
J r
N 50
4 4
−3 25 −3
70 106 10 m − 10 m
m 2 2 2 2
T= = 1611N m → T = 1, 6kN m
50 −3
10 m
2
317
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Exercício 64.2.
Para o eixo mostrado na Figura 64-2, determine:
a) as tensões correntes no ponto A (na superfície da haste) sobre o plano B-B, que é normal
à superfície da peça no ponto A e faz um ângulo de 40° com o eixo. Esboçar essas tensões
na área elementar representando o ponto A.
Solução:
100mm
4 106 Nmm N
Tr
= = 2 → = 64 = 64 MPa .
100mm
4
J mm 2
2 2
Uma solução para o problema pode ser obtida pela construção do diagrama de Mohr
tomando o par de pontos X e Y e usando uma escala adequada:
(a) Esboço usando desenho técnico (b) Traçado usando recurso computacional
Figura 64-3. Diagrama circular de Mohr.
318
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
A solução também pode ser obtida analiticamente, considerando a figura abaixo. Para este
problema, o conjunto de tensões são:
x = 0 , y = 0 , xy = 64MPa .
Daí:
0−0
40 = sen 2 40 − 64 cos 2 40 → 40 = −11,113MPa .
2
0+0 0−0
2
2 2
– Princípio da superposição:
319
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
O sinal “+”, presente na Figura 65-1, não deve ser entendido como soma algébrica, mas sim
como superposição de efeitos. O estado de tensão resultante da superposição dos esforços
será:
Portanto, para a confecção do círculo de Mohr devem ser usados os pontos X e Y indicados
a seguir. Com esses pontos definidos, o diagrama apresentará a configuração dada na Figura
65-2.
X = ( x , − xy ) ; Y = (0, xy ) .
320
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
A composição do estado plano de tensões a ser analisado deve ser feita para um ponto
escolhido em uma posição determinada da estrutura. Se o problema for de máximas tensões,
o elemento crítico deve ser o elemento a ser definido para análise.
66. EXERCÍCIOS
Exercício 66.1.
Dado o eixo ABC da Figura 66-1, determine:
a) as tensões principais e de cisalhamento máximo no ponto mais solicitado do eixo.
b) o ângulo de torção entre as seções A e C.
Solução:
DMT (kN·m)
DEN (kN)
Para a solução das tensões mais elevadas dever ser observado o ponto mais solicitado do
sistema, que é um ponto na superfície da barra pertencente ao trecho BC.
321
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
N 75 103 N
= = = 30 MPa ,
A 100mm 2
( )
4
100mm
3 106 Nmm
Tr
= = 2 = 48MPa .
100mm
4
J
2 2
Deve ser observado que o sentido da tensão tem a orientação dada pelo torque.
- Superposição:
a) Solução analítica:
2
30
Máx = + 482 → Máx = 50,3MPa .
2
É possível ver a variação das tensões para o estado de tensões obtido pela superposição das
tensões devido ao esforço normal e ao torque, expressas nos gráficos da Figura 66-2. Para o
estado de tensões analisado, as equações para e são:
30
= 30cos2 + 48sen(2 ) e = sen(2 ) − 48cos(2 ) .
2
Com isso, fazendo variar de forma independente de zero até uma volta completa, encontra-
se, para e , o seguinte comportamento:
322
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
b) Solução gráfica:
Graficamente, em MPa, para X = (30, −48) , Y = (0, 48) , tem-se o diagrama de Mohr:
(a) Esboço usando desenho técnico (b) Traçado usando recurso computacional
Figura 66-3. Diagrama circular de Mohr.
4) O ângulo de giro
TL
= .
GJ
Portanto, o giro entre as seções A e C deverá levar em conta o giro de cada porção, com seus
sinais, ou seja:
AC = AB + BC ,
com:
mm 2 2
323
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
mm 2 2
De um modo geral, o estudo dos esforços sobre os elementos estruturais, pode ser entendido
pelo princípio da superposição, no qual são calculados os efeitos de cada esforço
separadamente e somados, algebricamente, ao final, com a observação cuidadosa dos
respectivos sinais.
onde L é o comprimento da viga, a é distância das forças P em relação aos apoios, A é a área,
Iz0 e Iy0 são os momentos de inércia em relação aos eixos baricêntricos da seção, z0 e y0, com
y0 definindo o eixo vertical de simetria em cujo plano ocorre a flexão. Os diagramas
correspondentes à viga dada são:
324
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
DCL
DEC
DMF
– Antes da deformação:
LINHA NEUTRA – São fibras que não sofrem alongamento ou encurtamento com a flexão.
A união das infinitas fibras neutras na seção transversal conduz à chamada de LINHA
NEUTRA. Portanto, a LINHA NEUTRA, na seção transversal, separa a região comprimida
da região tracionada.
325
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
» y para baixo é positivo e localiza uma fibra genérica na região tracionada da seção.
» M é o momento fletor que atua no plano de simetria da seção;
» ab = cd = comprimento inicial da fibra = dx = ds ;
» de = acréscimo do tamanho da fibra genérica cd .
Para uma melhor visualização a Figura 67-3 pode ser reelaborada de forma a permitir o
equacionamento das relações métricas existentes entre triângulos semelhantes, Figura 67-4.
ab = ds = ab = dx
Portanto:
ds = dx ,
ˆ .
ˆ = dbe
aob
326
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
ab ob
= (1).
de be
de
= (deformação específica), uma vez que de é o alongamento da fibra cd .
cd
de
Como ab = cd pode ser escrito que = .
ab
Definindo que:
de be y
= ∴= (2).
ab ob
A equação (2) indica que a deformação apresentada por uma fibra genérica é dependente, de
forma linear, da distância em relação à fibra neutra, ou à linha neutra na seção transversal,
podendo, a deformação máxima, ocorrer tanto na parte tracionada quanto na região
comprimida. É de interesse recordar que a deformação de compressão, encurtamento, é
NEGATIVA e que a de tração, alongamento, é POSITIVA. Aplicando a Lei de Hooke,
válida para deformações no regime elástico linear, e considerando que os módulos de
elasticidade sejam iguais tanto para a tração quanto para a compressão, tem-se:
y Ey
= E , como = → = (3).
E 1
= ou = (4).
y Ey
A equação (3) é conhecida como a Lei de Navier, e indica que a tensão é uma função do 1º
grau da sua posição em relação a LN.
Para estudar o equilíbrio de esforços que se processa em uma seção da viga, seja considerado
o trecho de momento constante do diagrama, como indicado na Figura 67-5. Como fica
evidenciado, os esforços internos, Fc e Ft, formam um binário (ou momento interno) dado
por M = F d , que equilibra o momento externo aplicado. O somatório de todas as forças
internas deve ser nulo, ou seja, Fc = Ft, pois a viga está exclusivamente submetida momento
fletor, não havendo movimento de translação da seção, apenas ocorrendo sua rotação. Nessa
327
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
condição, a resultante das forças de tração deve ser igual, em módulo, à de compressão. As
duas forças, portanto, formam o binário mencionado, que responderá às ações do momento
fletor externo, equilibrando a viga.
Seja considerado um elemento infinitesimal de área dA, como indicado na Figura 67-6.
dF
= → dF = dA .
dA
Ey
dF = dA .
Ey Ey
dF = dA → F = dA .
A A
A
A resultante das forças é nula, pois haverá forças positivas e negativas de mesma intensidade,
gerando tensões positivas e negativas, mas de sentidos contrários. Logo, F = 0. Assim:
Ey E
0=
A
dA → 0 = ydA .
A
E = constante ≠ 0,
Deve ser notado que:
ρ = constante ≠ 0.
328
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Portanto, para que o produto de dois parâmetros seja nulo, é preciso que um deles o seja.
Como o módulo de elasticidade e o raio de curvatura não o são, conclui-se que a integral é
que deva ser. Logo, é possível afirmar que:
0 = ydA .
A
Essa conclusão indica que a LN deve ser uma linha baricêntrica, pois a integral anterior
representa o Momento Estático, ou momento de primeira ordem da seção, pois y está
referenciado à LN. Isso implica dizer que a Linha Neutra de uma peça em flexão pura é o
lugar geométrico dos pontos de tensão nula e passa pelo centro geométrico da seção
transversal.
Por sua vez, o momento interno de uma força elementar é dado pelo produto dessa força por
seu braço de alavanca em relação à LN. Portanto, como ilustrado na Figura 67-6, esse
momento é definido por:
dM = dA y → dM = ydA .
Ey
Pela equação (3) = . Logo:
Ey E E
ydA → M =
dM = y 2 dA → M = 2
y dA ,
A
A
onde:
M é o momento interno mobilizado pelas forças internas, ou o momento produzido por todas
as forças elementares, que no equilíbrio se iguala ao momento externo aplicado. Com isso:
E
A
M= y 2 dA ,
y dA = I ,
2
E
M= I (5).
329
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
M E 1 M 1 M
= ou =k = → = (6).
I EI EI
M My
= → = (7)
Ey EI I
A expressão (7) é a equação usada para o cálculo das tensões normais em peças fletidas. É
importante ser observado que a distância y foi tomada em relação à fibra tracionada, o que
leva a uma tensão de tração (positiva). É adequado recordar que, para a dedução das
expressões anteriores, y foi orientado para baixo como se faz para a expressão da linha
elástica.
Na aplicação da equação para o cálculo das tensões normais na flexão é preciso observar
que:
Deve ser observado que o momento de inércia representa a dificuldade que uma viga tem
para ser fletida. Quanto maior a inércia da seção, maior será sua oposição à flexão. O
momento da inércia é expresso em: mm4; cm4; m4. Para o dimensionamento de vigas pode-
se fazer:
Máx Máx
M y
Máx
=
I
(8),
onde:
Máx
= é o módulo da máxima tensão, que será igualda à tensão admissível;
Máx
M = é o módulo do máximo momento, obtido no DMF, dentre o positivo ou negativo;
Máx
y = é o módulo da máxima distância em relação à LN, podendo ser para cima ou para
baixo.
Fazendo:
I
W= Máx
,
y
onde W é o modulo resistente da seção, a equação (8) passa a ser escrita como:
Máx
M
Máx
= (9),
W
330
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
com W sendo expresso em mm3, cm3; m3. Igualando a máxima tensão à admissível, que é o
limite de segurança da tensão axial, para fins de dimensionamento, a equação para a tensão
normal pode ser escrita considerando o maior valor absoluto do momento fletor. Disso,
decorre que o modulo resistente obtido por essa operação deve ser o mínimo necessário à
segurança da viga. Logo:
Máx Máx
M M
Máx
= adm → adm = → WMín = .
WMín adm
Como o W pode ser obtido em tabelas fornecidas por fabricante de perfis metálicos, é
possível dimensionar vigas com seções tipo “I” por meio desse parâmetro. Isso é possível
desde que o valor calculado para o W seja considerado como o valor mínimo necessário ao
equilíbrio da seção mais solicitada, devendo ser escolhido para ser tão próximo quanto
possível, mas imediatamente acima, dos valores tabelados.
Por definição, o momento de inércia de uma figura plana em relação a um eixo de referência
é a integral dos produtos dos infinitésimos elementos de área que compõem a superfície e
suas respectivas distâncias, ao quadrado, em relação ao respectivo eixo.
dI x = y 2dA e dI y = x dA ⸫
2
I x = y 2 dA e I y = x 2 dA .
A A
Teorema de Steiner:
331
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
I x = y 2 dA .
A
Como o momento estático em relação ao centro geométrico da seção é nulo, tem-se que:
ydA = 0 .
A
I x = b2 dA + y 2 dA ,
A A
I x = y 2 dA + b2 dA → I x = I x0 + b A ,
2
A A
onde:
I y = I y0 + a 2 A ,
sendo:
A é a área da figura.
As equações anteriores permitem enunciar que: O momento de inércia de uma figura plana
em relação a um eixo qualquer paralelo ao seu centroide é igual ao momento de inércia em
relação ao seu centroide mais a distância entre seu eixo baricêntrico e o eixo de referência
elevada ao quadrado multiplicada pela área da figura. Essa propriedade sugere que ao se
colocar uma pequena área afastada do centro geométrico da seção, a inércia do conjunto
aumentará significativamente, pois a área que está sendo afastada será multiplicada pelo
quadrado da distância entre o baricentro dessa e o da seção transversal.
RETÂNGULO:
Por definição:
h h
I x = I x0 + y 2 A ,
2
bh3 h bh3 bh3 4bh3 − 3bh3 bh3
= I x0 + (bh) → I x0 = − = → I x0 = .
3 2 3 4 12 12
333
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
A dedução poderia, ainda, ser feita adotando-se a posição, agora conhecida, y , do eixo
baricêntrico, com a integração da expressão que define a inércia de −h / 2 a +h / 2 . Logo:
dI x0 = y 2 dA → I x = y 2 dA , 0
A
b h3 h3
h /2
h /2
y3 h /2
I x0 = y (bdy) = b y dy = b
2
= − − ,
2
− h /2 − h /2 3 − h /2 3 8 8
b h3 h3 b h3 bh3
I x0 = + = → I x0 = .
3 8 8 3 4 12
TRIÂNGULO:
1) Posição do baricentro:
ydA
y= A
; dA = b1dy .
A
A
h h h h
b b
b dy 1 0 y h (h − y)dy h 0
y (h − y )dy (h − y ) ydy
y= 0
h
= h
= h
= 0
h
,
b b
b dy
0
1 0 h (h − y)dy h 0
(h − y )dy (h − y )dy
0
h
hy 2 y 3 h3 h3 3h3 − 2h3
− −
2 3 0 2 3 = 6 h3 h
→ y= .
y= = =
y2
h
h 2
2h − h
2 2
2h 2
3
− h2 −
hy 2 2
2 0
2) Inércia:
h h
dI x = y dA → I x = y dA = y (b1dy ) = b1 y 2 dy .
2 2 2
A 0 0
334
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
h h− y h− y b
= → b1 = b = (h − y ) = b1 ( y ) .
b b1 h h
h
b hy 3 y 4 b h 4 h 4 b 4h 4 − 3h 4
Ix = − = − = ,
h 3 4 0 h 3 4 h 12
b h4 bh3
Ix = → I x = .
h 12 12
2
bh3 1 1 bh3 h2 1 bh3 bh3
= I x0 + h bh → = I x0 + bh → = I x0 +
12 3 2 12 9 2 12 18
CÍRCULO:
2 r 4 r4
r r
J = 2 3d = 2 3d → J = → J= .
0 0
4 2
335
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I x = y 2 dA e I y = x 2 dA .
A A
Ix = I y
J = 2 dA .
A
J = ( x2 + y 2 )dA → J = x2 dA+ y 2 dA → J = I x + I y .
A A A
r4
2 → I = r = I .
4
Ix = x y
2 4
69. EXERCÍCIOS
Exercício 69.1.
Dimensionar uma viga de madeira AB, abaixo, cuja tensão normal admissível é de
150 kgf/cm², adotando-se uma seção quadrada.
F = 0 → H = 0,
x A
F = 0 → R + R = 3,
y A B
M = 0 → − R 5 + 3 0,5 = 0 → R
B A A = 0,3tf ∴ RB = 2, 7tf .
0,3 1, 7
= → 0,3(2 − a) = 1, 7 a → 0,3 2 − 0,3a = 1, 7 a → 2a = 0, 6 → a = 0, 3 .
a 2−a
Portanto:
1
M Máx = 0,9 + 0,3 0,3 → M Máx = 0,945tf m .
2
My
As tensões normais na flexão são dadas por: = .
I
Para encontrar a máxima tensão é preciso usar parâmetros máximos, máximo momento e a
máxima distância, na seção, em relação ao centroide. Logo:
Máx
M Máx y
Máx
= .
I
337
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Máx Máx
M y
adm = .
I
Para melhorar a inércia pode ser adotada uma seção retangular de base b e altura h, como
indicado.
Esse resultado oferece uma área de A = 19,50cm 10cm = 195cm2 , que é cerca de 20% mais
econômica que a anterior.
Exercício 69.2.
Determinar a máxima tensão na viga AB abaixo.
338
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1) DCL:
F = 0 → R + R = 4 + 10 → R + R = 14 ,
y A B A B
36 + 30
M = 0 → − R 10 + 4 9 + 10 3 = 0 → R = 10
B A A → RA = 6, 6tf .
Logo: RB = 14 − 6, 6 → RB = 7, 4tf .
São tomadas seções , e , definindo intervalos de validade das funções dos esforços
solicitantes ao longo do comprimento da viga. Portanto:
V = RA − 2 x → V = 6, 6 − 2 x
x (0 x 2m)
M = RA x − 2 x → M = 6,6 x − x2
2
V = 6,6 − 4 −1( x − 2) → V = 4,6 − ( x − 2)
( x − 2) 2 (2m x 10m)
M = 6, 6 x − 4( x − 1) −
2
V = 14 − 4 − 1( x − 2) → V = 10 − ( x − 2)
( x − 2) 2 (10m x 12m)
M = 6, 6 x − 4( x − 1) − + 7, 4( x − 10)
2
339
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
4) Diagramas
Quando x = 0 → V = 6, 6
Seção α:
Quando x = 2 → V = 2, 6
Quando x = 2 → V = 6,6 − 4 − (2 − 2) = 2,6
Seção β:
Quando x = 10 → V = 6,6 − 4 − (10 − 2) = −5, 4
Quando x = 10 → V = 6,6 + 7, 4 − 4 − (10 − 2) = 2
Seção γ:
Quando x = 12 → V = 6,6 + 7, 4 − 4 − (12 − 2) = 0
Quando x = 0 → M = 0
Seção α:
Quando x = 2 → M = 6,6 2 − 22 = 9, 2
1(2 − 2) 2
Quando x = 2 → M = 6, 6 2 − 4(2 − 1) − = 9, 2
2
Seção β:
1(10 − 2) 2
Quando x = 10 → M = 6, 6 10 − 4(10 − 1) − = −2
2
(12 − 2) 2
Quando x = 10 → M = 6, 6 10 − 4(10 − 1) − + 7, 4(10 − 10) = −2
2
Seção γ:
(12 − 2) 2
Quando x = 12 → M = 6, 6 12 − 4(12 − 1) − + 7, 4(12 − 10) = 0
2
4 22 16
f1 = = =2
8 8
,
1 82
f2 = =8,
8
1 22
f3 = = 0,5 .
8
V = 0 → M = M Máx ⸫
0 = 6, 6 − 4 − ( x − 2) → 0 = 6, 6 − 4 − x + 2 → x = 4, 6m .
340
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
1
M = 6, 6(4, 6) − 4(4, 6 − 1) − (4, 6 − 2) 2 → M Máx = M = 12,58tf m .
2
ydA
n
Ay i i
y= A
ou y=i =1
.
dA A i
A
No caso particular, a seção dada pode ser dividida em dois retângulos, um horizontal A1 e
outro vertical A2, como indicado na figura a seguir:
A1 y1 + A2 y2
y= ,
A1 + A2
onde y posiciona o centroide da seção, por onde passa o eixo z0, y1 e y2 são as distâncias
dos centroides das áreas A1 e A2, eixos z01 e z02, ao eixo de referência que passa na base da
seção, em relação ao qual o centroide também é referenciado. Substituindo os valores das
áreas que compõem a seção transversal da viga, tem-se:
12 60
(30 12)(60 + ) + (6 60)
y=
2 2 → y = 48cm .
(30 12) + (6 60)
É importante ressaltar que o centroide define a origem para as distâncias na seção transversal
no momento de serem calculadas as tensões normais.
Como os eixos locais z01 e z02 estão afastados do centroide da seção, o teorema dos eixos
paralelos deve ser empregado para a determinação da inércia da seção, Iz0, que deve ser
341
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
representada pela soma das inercias das partes, A1 e A2, em relação ao centroide da seção, ou
1 2
seja I z 0 e I z 0 . Assim:
I z 0 = I 1z 0 + I z20 ,
com
I 1z 0 = I z 01 + A1 ( y1 − y )2 ,
30 123
I z0 = + ( 30 12 ) ( 66 − 48 ) → I 1z 0 = 120960cm4 ,
1 2
12
I z20 = I z 02 + A2 ( y2 − y )2 ,
6 603
I z0 = + ( 6 60 ) ( 30 − 48 ) → I z20 = 224640cm4 .
2 2
12
Com as duas inércias calculadas, pode ser obtida a inércia total da seção fazendo:
My
= .
I
Máx
M Máx y
Máx
= ,
I
onde Máx M e Máx y podem assumir valores positivos ou negativos. Essa possibilidade existe
devido ao fato de que o máximo momento pode estar na região positiva ou negativa do
diagrama de momentos fletores e a máxima distância em relação ao centroide da seção, onde
está a linha neutra, pode ocorrer na borda superior ou inferior da seção. Assim, é preciso
verificar qual é o maior valor, em módulo, dentre esses dois valores possíveis. Portanto:
342
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Com isso:
A tensão que ocorre na borda superior da seção pode ser calculada por:
Exercício 69.3.
Uma viga de madeira de seção transversal circular está apoiada em A e B e suporta um
carregamento uniformemente distribuído ao longo do balanço, como indicado. Determinar
o diâmetro mínimo d que deve ter a seção, considerando adm = 85kgf / cm2 , a = 1, 00m e
b = 2, 00m . Desprezar o peso próprio da viga.
2) Reações:
343
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
4) Dimensionamento
Máx Máx
M y
adm = =
Máx
⸫
I
Tomemos uma seção genérica composta de dois materiais com módulos de elasticidade
diferentes, E1 da área 1 e E2 da área 2, sujeita a um momento fletor Mz, como indicado.
344
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
1 = 1 E1 e 2 = 2 E2 .
x y x 1 1
tg = → como x = → = ⸫ tg = ,
y y
y
x = , com y para baixo positivo a partir do centro.
E1 y 1 x1
x1 = E1 x = → = , (1),
E1 y
E2 y 1 x2
x 2 = E2 x = → = , (2),
E2 y
com y podendo ser positivo ou negativo. A área A é constituída de dois materiais, assim:
A = A1 + A2 .
345
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
n
Como A1 = dA e A2 =
A1
dA , a área total será A = dA + dA ou simplesmente A = Ai .
A2 A1 A2 i =1
dF
= → dF = dA ,
dA
dFx1 = x1dA ,
dFx 2 = x 2 dA .
Para encontrar a força total na seção deve-se integrar, nas respectivas áreas A1 e A2, essas
forças elementares, de forma que:
Fx1 = x1dA e Fx 2 = x 2 dA .
A1 A2
Como consequência, a resultante das forças internas na seção será dada pela soma das
contribuições de cada parte, logo:
F = Fx1 + Fx 2 .
Como essa resultante é nula, pois a barra está apenas em flexão, F = 0 , o equilíbrio das
forças internas leva a:
A1
x1 dA + x2 dA = 0
A2
(3).
E1 y E2 y
A1
dA +
A2
dA = 0 .
Como a curvatura é a mesma para qualquer ponto da seção, pode ser feito que:
346
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
que é a equação que permite determinar a posição do centroide, onde está a linha neutra
(LN). Para sua determinação, tome-se um eixo zb passando na base da seção, como sendo o
eixo de referência para as alturas, como indicado a seguir.
Os elementos de área dA, em cada parte da seção, têm suas alturas em relação ao eixo de
referência definidas por y1 e y2.
E1 ( y1 − y )dA + E2 ( y2 − y )dA = 0 ,
A1 A2
E1 y1dA − E1 y dA + E2 y2 dA − E2 y dA = 0 ,
A1 A1 A2 A2
y E1 dA + E2 dA = E1 y1dA + E2 y2 dA ⸫
A
1 A2 A1 A2
E1 y1dA + E2 y2 dA
y=
A1 A2
,
E1 dA + E2 dA
A1 A2
Q1 = y dA e Q = y dA ,
A1
1 2
A2
2
347
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
com y01 e y02 sendo as distâncias dos centroides das áreas 1 e 2 em relação ao centroide da
seção. De uma forma geral pode-se escrever:
E y dA
i =1
i i
y=
Ai
n
,
E dA
i =1
i
Ai
E A y i i 0i
y= i =1
n
,
E Ai =1
i i
onde Ai y0i é o momento estático da área Ai composta por um material com módulos de
elasticidade Ei, tendo uma distância y0i de seu eixo baricentrico ao eixo de referência. Se a
seção fosse composta de um único material, ter-se-ia:
Q + Q2 + + Qn Ai y0i
y= 1 ou y = i =1n ,
A1 + A2 + + An
A i =1
i
348
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Ey 2 1
M = ydF = y dA → M = dA ou M = kEy 2 dA , com k = ,
A A A
A
Para os elementos de área dA da Figura 70-2 tem-se que dM = dM1 + dM2, com respeito às
partes 1 e 2 da seção, com dM1 sendo o momento da força elementar dF1 agindo na área
elementar dA1 distante y1 da LN e dM2 o momento da força elementar dF2 agindo na área
elementar dA2 distante y2 da LN, logo:
dM = dFx1 y + dFx 2 y .
M = x1dAy + x 2 dAy .
A1 A2
E1 y E2 y E1 E2
M= ydA + ydA → M = y dA +
2
y dA .
2
A1
A2
A1
A2
y dA = I y dA = I
2 2
1 e 2 , escreve-se que:
A1 A2
E1 I1 E2 I 2 1 M
M= + → = =k,
E1I1 + E2 I 2
1 x1 M
Como x1 = E1 x , equação (1), faz-se = → x1 = E1 y (5),
E1 y E1I1 + E2 I 2
1 x2 M
= → x 2 = E2 y (6),
E2 y E1I1 + E2 I 2
a equação para o cálculo da tensão para a região constituída pelo material 2, podendo, em
ambos os casos y ser positivo ou negativo, mas devendo estar restrito à região onde está
sendo calculada a tensão.
O método da seção equivalente consiste em transformar uma seção transversal formada por
de um material, em outra, que lhe é equivalente, mas formada por apenas um material. Essa
última, denominada seção equivalente é estudada como visto para vigas constituídas de um
só material.
349
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Tomando-se a equação:
A transformação da seção em uma equivalente pode ser vista na Figura 70-4, onde b é a
largura da seção. Com a homogeneização da seção definida pela relação E2/E1 = n, a base da
seção relativa à presença do material 2, fica modificada de n vezes. Assim, área A2 ao ser
homogeneizada também será multiplicada por n, logo AH = n A2.
My
x1 = ,
I eq
E My
No material 2 a tensão será: x 2 = 2 ,
E1 I eq
o que indica que as tensões na região do material 2 devem ser multiplicadas por n. É de
interesse mencionar que a equação anterior vem da relação
M E2 yM
2 = E2 y , ou seja, 2 = .
E1I1 + E2 I 2 E1I1 + E2 I 2
350
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
71. EXERCÍCIOS
Exercício 71.1.
A seção de uma viga é formada pela união de dois materiais que são unidos de maneira
solidária. O módulo de elasticidade do material 1 é 205 GPa e do material 2,72 GPa valor.
Sabendo-se que sobre a viga age um momento fletor positivo de M = 15 kNm, determinar:
a) a máxima tensão nos dois materiais;
b) a variação das tensões ao longo da altura.
Dados:
E1 = 205GPa (material 1),
E2 = 72GPa (material 2),
M z = 15kNm .
Solução:
A posição da linha neutra (LN) é calculada por meio do momento estático das áreas que
compõem a seção em relação ao eixo que passa na base da seção (eixo de referência). L1 e
L2 são os comprimentos correspondentes às áreas do material 1 e 2 e y1 e y2 são as alturas
dos centroides dessas áreas ao eixo de referência. Nesse contexto:
A1 = L1 b e A2 = L2 b ,
Portanto, fazendo a soma dos momentos estáticos das partes A1 e A2 serem iguais ao
momento estático de toda a seção, tem-se:
351
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
E1 A1 y01 + E2 A2 y02
y= ⸫
E1 A1 + E2 A2
que é a distância tomada em relação à base da seção. Uma vez definido, o centroide marca a
origem da variável independente y na altura da seção, sendo positivo para baixo no sentido
de compatibilizar o resultado esperado para as tensões, como se ilustrar a seguir:
Os momentos de inércia de cada parte que compõe a seção devem ser calculados com base
no teorema dos eixos paralelos tendo em vista que os seus eixos biocêntricos estão
deslocados em relação ao centroide da seção. Portanto, cabe escrever, que:
I 1z 0 = I z01 + A1d12 Teorema dos eixos paralelos, com I z01 e I z02 sendo as inércias em
I = I z02 + A2 d 2
2
z0
2
relação aos eixos centrais das áreas 1 e 2, respectivamente.
50 203
I 1z 0 = + (50 20)(160 − 98,39) 2 = 3829216,40mm 4 , e
12
50 1503
I =
2
z0 + (50 150)(75 − 98,39) 2 = 18165431,74mm 4 .
12
3) Máximas tensões
xMáx
1 = −105,21MPa (compressão).
E2 M z 72 15 106
xMáx
2 = y2Máx → 2Máx = 98,39 →
E1I1 + E2 I 2 205 3829216,40 + 72 18165431,74
4.1) Homogeneização
E2 72
n= = = 0,35 → n = 0,35 .
E1 205
2634,15
bH = → bH = 17,56mm .
150
A linha neutra não modifica sua posição na seção com a sua homogeneização:
353
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4.3) Inércia:
A inércia é calculada como se toda a seção fosse feita de um só material: I z 0 = I z10 + I z20 , com:
15 106 98,39
Máx
x2 = 0,35 → xMáx
2 = 50,77 MPa .
10209270,47
Para se estudar a variação das tensões ao longo da altura da seção, é preciso calcular as
tensões na interface dos dois materiais e ligar esses pontos aos anteriormente calculados por
meio de uma reta, uma vez que a tensão varia de maneira linear com y.
xInterface
1 = −75,83MPa .
E para o material 2:
E2 M 72 15 106
xInt2 = yInt → xInt2 = [−(150 − 98,39)] ⸫
E1I1 + E2 I 2 205 3829216,40 + 72 18165431,74
xInterface
2 = −26,63MPa
Unindo-se os valores das tensões em um diagrama que representa a variação das tensões na
altura da seção, encontra-se:
354
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Início
Defina:
E1, E2, L1, L2, b, M
Calcule:
A1 = L1 b; y1 = L2 + L1 / 2 ; A2 = L2 b; y2 = L2 / 2
E1 A1 y1 + E2 A2 y2 bL13 bL 3
y= ; I1 = + A1 ( y1 − y ) 2 ; I 2 = 2 + A2 ( y2 − y ) 2
A1 y1 + A2 y2 12 12
Defina:
Valor inical de y: yi = −( L1 + L2 − y )
Valor final de y: y f = y
Passo para o incremento de y: y
Incremente y de yi até y f
yi = yi + y
Não
Calcule: Calcule:
E1M E2 M
( y) = y ( y) = y
E1I1 + E2 I 2 E1I1 + E2 I 2
Com isso, o gráfico que representa a variação da tensão na altura da seção pode ser
visualizado. Nesse caso, o eixo das ordenadas abriga a variável independente y (em mm) e o
eixo das abscissas a tensão normal (y) (em N/mm2 ou MPa):
355
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
(MPa)
Uma adaptação na rotina anterior pode ser feita para considerar a presença de três materiais
na seção:
Início
Defina:
E1, E2,E3, L1, L2, L3, b, M
Calcule:
A1 = L1 b; y1 = L3 + L2 + L1 / 2 ; A2 = L2 b; y2 = L3 + L2 / 2 ; A3 = L3 b; y3 = L3 / 2
E1 A1 y1 + E2 A2 y2 + E3 A3 y3
y= ;
A1 y1 + A2 y2 + A3 y3
bL13 bL 3 bL 3
I1 = + A1 ( y1 − y ) 2 ; I 2 = 2 + A2 ( y2 − y ) 2 ; I 3 = 3 + A3 ( y3 − y ) 2
12 12 12
Defina:
Valor inical de y: yi = −( L1 + L2 + L3 − y )
Valor final de y: y f = y
Passo para o incremento de y: y
Incremente y de yi até y f
yi = yi + y
Verifique se y Sim
−( L1 + L2 + L3 − y ) y −( L2 + L3 − y )
Calcule:
E1M
Não ( y) = y
E1I1 + E2 I 2
Verifique se y Sim
−( L2 + L3 − y ) y L3
Calcule:
E2 M
Não ( y) = y
E1I1 + E2 I 2
Calcule:
E3 M
( y) = y
E1I1 + E2 I 2 Memorize:
y; ( y )
Gere gráfico:
y; ( y ) Fim
356
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com:
Interface
Núcleo
Bordas
357
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Se as placas forem unidas de forma solidaria, esse deslizamento não ocorre, mas a sua
tendência permanece, fazendo aparecer tensões de cisalhamento no interior da peça. Para
estudar a cinemática do problema, considere-se uma viga suportando uma carga concentrada
numa posição qualquer ao longo do comprimento L, definindo os tramos a e b.
Pode ser verificado que no trecho entre as seções α e β o esforço cortante é constante e
negativo:
Nesse mesmo trecho, o momento fletor M é positivo, mas, diminui na direção do apoio,
sofrendo um decremento dM em relação à face da direita:
358
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Pode ser notado que há uma diferença entre as forças horizontais nas faces e originadas
na flexão. Isso decorre do fato de haver, também, uma diferença entre os momentos fletores
nessas mesmas faces. Isso quer dizer que Fbd é menor que Fac. Assim sendo, é preciso haver
uma força horizontal, FH, adicional, que complementa o equilíbrio. É importante observar
que essa força atua na face inferior do elemento infinitesimal dx, ou seja, no setor de área
situado entre a borda superior e uma fibra genérica c-d definida por r. Portanto, na seção
transversal, r é a posição da fibra genérica em relação à LN, h é a altura da seção e b a sua
largura.
A força horizontal FH é introduzida pelo esforço cortante que induz tensões de cisalhamento
verticais, xy, que são iguais à do plano ortogonal, yx, de forma que o produto dessa tensão
pela área da face em que atua, ou seja, dx vezes br (dx . br), leva àquela força. Admite-se que
as tensões de cisalhamento sejam constantes na largura, br, da viga e que a seção possua um
plano vertical de simetria onde atua o momento fletor, como indicado na Figura 72-6.
359
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Por condições impostas de equilíbrio, yx = xy. Por outro lado, Fac e Fbd são os esforços
normais nas faces no elemento dx devido à flexão, que produzem tensões normais nessas
faces, seções α e β. Admite-se que as tensões de cisalhamento tenham a mesma direção do
esforço cortante, ou seja, paralela à seção transversal. Assim, τxy é tensão de cisalhamento
na face perpendicular ao eixo x e na direção de y. Para o trecho considerado, que contém o
elemento dx, o esforço cortante é negativo e dirigido para cima. Em planos perpendiculares,
as tensões de cisalhamento existentes são iguais e de sentidos contrários. Por essa razão
aparecem tensões de cisalhamento longitudinal, τyx, na mesma direção das tensões normais
produzidas pela flexão.
É importante ter em mente que a componente τxy não interfere na condição de equilíbrio das
forças horizontais, que a componente τyx atua na superfície inferior do elemento considerado
e que a distribuição das tensões normais em uma certa direção não é afetada pelas tensões
de cisalhamento e é linear ao longo da altura da viga. Cabe destacar que:
» Fac e Fbd são esforços de compressão, pois ocorrem acima da linha neutra para um
momento positivo. Essas forças estão aplicadas no centroide da área definida por r e t.
» M e (M – dM) são os momentos fletores, positivos, que agem nas faces do elemento
infinitesimal, portanto tracionam a parte inferior da viga e comprimem a superior.
» cd é uma fibra genérica.
Condição de equilíbrio:
= dF / dA → dF = dA ⸫ F = dA .
A
Como Fac e Fbd, na equação (2), são forças induzidas pela flexão, tem-se que:
Fac = ac dA (2)
A
Fbd = bd dA (3),
A
com essas forças agindo no elemento infinitesimal dA situado no centroide da área entre a
borda superior da seção, cuja altura é dada por t, e uma posição qualquer estabelecida pela
variável r, ou seja, em uma ordenada y dependente de r, y = yrt . Como σac e σbd são tensões
normais produzidas pelo momento fletor, assumem a forma de:
M ac yrt
ac = (4)
I
360
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
M bd yrt
bd = (5),
I
com Mac e Mbd sendo os momentos fletores que atuam em cada lado do elemento diferencial
dx, seções e . Como definido na Figura 72-4:
M ac = M e M bd = ( M − dM ) .
Myrt
ac = (6)
I
( M − dM ) yrt
bd = (7).
I
Dessa forma, as expressões para Fac e Fbd, dadas pelas equações (2) e (3), ficam:
Myrt
Fac = dA (8)
A
I
( M − dM ) yrt
Fbd = dA . (9).
A
I
A condição de equilíbrio estabelecida pela equação (1), escrita em termos das integrais das
equações (8) e (9), se torna, portanto:
Myrt (M − dM ) yrt
FH = dA − dA . (10).
A
I A
I
Como os momentos fletores não variam ao longo da seção, ou seja, não são funções da altura
y em relação a LN podem sair da integral. Com isso:
M M dM dM
FH = y dA − I y dA + y dA → F = y dA
t t t t
r r r H r (11),
I A A
I A
I A
onde FH é a força horizontal originada pelo cisalhamento, que para ser obtida é preciso
multiplicar a tensão de cisalhamento atuante na face inferior do elemento infinitesimal pela
área da respectiva face. Logo:
FH = yxbr dx . (12).
361
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
FH
= yx br = f ⸫ f = yxbr . (13).
dx
Diante do que foi exposto, para se obter o equilíbrio de forças, a equação (12) deve ser
substituída na equação (11). Portanto:
dM
yxbr dx = y dA .
t
r
I A
Assim, isolando a tensão no lado esquerdo da igualdade, pode ser escrito que:
1 dM
yx = y dA
t
r (14),
br I dx A
onde:
y dA = Q
t t
r r (15)
A
dM
=V (16)
dx
é o esforço cortante na seção em análise. Assim sendo, escrevendo a equação (14) em termos
das equações (16) e (17), chega-se a:
VQrt VQrt
yx = . Como yx = xy → xy = (17),
br I br I
que é a expressão geral para a obtenção das tensões de cisalhamento verticais induzidas por
carregamento transversal ao eixo, onde br é a base cisalhada ou base cortada – face inferior
do elemento onde se calcula a tensão de cisalhamento e I é o momento e inércia da seção.
Portanto, br depende da linha de corte, a exemplo de:
362
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Vale a pena observar que o momento estático de uma figura plana é igual em relação ao seu
centroide (LN), se calculado por cima ou por baixo desse. Considerando a equação (17)
reescrita como:
VQrt
yx b = ,
I
o fluxo de cisalhamento dado pela equação (13) pode ser expresso da seguinte forma:
VQrt
f = (18).
I
Seção retangular:
Uma seção retangular é uma forma geométrica regular definida pelas duas dimensões que a
caracterizam, sua base b e altura h. Devido à sua simetria, a linha neutra (LN) corta a seção
na metade da altura. Tome-se, para a presente abordagem, um elemento de área dA de altura
dy situado a uma distância y = yrt que define o centroide da área Art entre a borda superior
e uma posição genérica r, como indicado na Figura 72-8.
Dado o diagrama de esforço cortante e momento fletor indicado na Figura 72-3, o equilíbrio
horizontal em um elemento diferencial dx, na posição de cortante negativo, é estabelecido
pelo somatório das forças induzidas pelas tensões normais e de cisalhamento em relação ao
plano vertical de simetria da seção , como indicado na Figura 72-9.
Cabe observar que as forças horizontais provenientes do momento fletor podem ser
entendidas por meio do diagrama de tensões ao longo da altura, conforme indicado na Figura
72-10.
363
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Como pode ser observado, a força Fac* é encontrada pela área do diagrama de tensões, um
trapézio, ou seja:
+c
Fac* = a (t − r ) .
2
Como:
Mya Myc
a = , com ya = t e c = , com yc = r , essas tensões passam a ser escritas como:
I I
Mt Mr
a = e c = . Com isso:
I I
Mt Mr
I + I M (t + r )
Fac =
*
2
( t − r ) → Fac =
*
I 2
( t − r ) ⸫ Fac =
I 2
(t − r ) .
M 1 2 2
A equação anterior representa a força por unidade de largura da viga. Para encontrar a força
total deve-se multiplicar essa equação pela largura, b, da seção. Com isso:
Fac =
I 2
(t − r ) b .
M 1 2 2
(t − r )
Qrt = Art yrt , onde Art = (t − r ) b e yrt = r + , tem-se que:
2
(t − r )
, logo: Qr = 2 ( t − r ) b . Portanto,
1 2
Qrt = (t − r ) b r + t 2
2
MQrt
Fac = (19).
I
Analogamente,
364
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
( M − dM )Qrt
Fbd = (20).
I
Com isso, o equilíbrio de forças horizontais é obtido substituindo as equações (13), (19) e
(20) na equação (1). Portanto:
MQrt ( M − dM )Qrt
FH = Fac − Fbd → yx bdx = − ,
I I
o que leva a:
Nessa mesma linha de raciocínio, o desenvolvimento poderia ter sido realizado tomando-se
por base as equações (2) e (3), considerando a área elementar dada por dA = bdy e integrando
de r a t. Com isso, tem-se que:
Fac =
t
My
bdy e Fbd =
( M − dM ) y bdy .
t
r
I r
I
t t t t
M M dM dM
b ydy − b ydy + b ydy → yxbdx =
I r
FH = Fac − Fbd → yxbdx = b ydy ⸫
I r I r I r
yx bdx =
I 2
( t − r ) b . Como Qrt = ( t 2 − r 2 ) b , tem-se que: yx bdx =
dM 1 2 2 1
2
dM t
I
Qr .
dM Qrt
yx = ,
dx bI
dM
e sabendo que a derivada do momento em relação a x é o esforço cortante, =V ,
dx
VQrt
chega-se a : yx = .
bI
O estudo da variação das tensões na altura da seção pode ser feito considerando uma seção
retangular de altura h e base b, com os elementos indicados na Figura 72-11;
365
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Com:
O momento estático do setor entre a borda superior e a fibra genérica definida por r é:
Art = (t − r )b ,
e com o braço de alavanca yrt dessa área em relação ao centroide da seção definido como:
t −r t+r
yrt = r + → yr = 2 .
t
2
t + r b b
V (t − r )b V (t − r )(t + r ) V ( t 2 − r 2 )
t
= → = → = 2 ⸫
VQ 2 2
= r
3 3 3
br I bh bh bh
b b b
12 12 12
6V (t 2 − r 2 )
= .
bh3
h2
6V − r 2
= 3
4
(22),
bh
A expressão anterior é a equação geral para o cálculo das tensões de cisalhamento em uma
posição r na seção transversal retangular de base b e altura h, com r variando de zero, na
linha neutra, a h/2, na borda superior (inferior). Essa expressão demonstra que a tensão de
cisalhamento varia de forma quadrática na altura da seção, anulando-se quando r = h / 2 e
sendo máxima quando r = 0 . Isso quer dizer que as bordas da seção, as superfícies da viga,
366
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estão isentas de tensões de cisalhamento, e o valor máximo ocorre sobre a linha neutra, onde
está o centroide da seção.
h2
6V − 0 2
Máx = 4 = 6Vh → = 3V → = 3 V .
Máx Máx
bh3 4bh3 2bh 2 bh
V V
Como bh é a área da seção, a relação é equivalente à tensão média. Logo: Méd = .
bh bh
Como isso, tem-se que: Máx = 1,5 Méd , que é um valor 50% maior que a tensão média.
h2 h2
6V −
= 3
4 4
= 0.
bh
Isso quer dizer que as bordas da seção estão isentas de tensões de cisalhamento devido ao
cortante.
dA = by dy ,
dQ = ydA .
367
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t=R R R
Qrt =
r
ydA → Qrt = by ydy → Qrt = 2 R 2 − y 2 ydy .
r r
R R
du du
u = R 2 − y 2 → du = −2 ydy → = ydy → Qrt = 2u1/2 → Qrt = − u1/2 du .
−2 r
−2 r
Com isso:
R
−u 3/2
R R
2 2
Q =
t
r = − u 3/2 → Qrt = − ( R 2 − y 2 )3/2 .
3 / 2 r 3 r 3 r
2 2
Qrt = − ( R 2 − R 2 )3/2 − − ( R 2 − r 2 )3/2 ,
3 3
chega-se a
Qrt =
3
(R − r ) .
2 2 2 3/2
Portanto, empregando a equação das tensões de cisalhamento para uma posição r na altura
da seção transversal, encontra-se:
V ( R2 − r 2 )
2
( ) ,
3/2
2 3/2
VQrt 4 V R 2
− r
xy = → xy = 3 → xy =
br I R 4
3 R2 − r 2 R4
2 R2 − r 2
4
4 V (R )
2 3/2
4 VR 3 4 V
xy = → xy = → xy = .
3 R R
2 4 3 R R 4
3 R2
V 4
Como Méd = → xy = Méd .
R 2
3
4 V (R − R )
2 2 3/2
Pode ser visto que, que a posição de tensão máxima está sobre o diâmetro da seção, ou seja
quando é considera a área da semicircunferência e seu centroide, que pode ser encontrado,
por via alternativa, pela definição de momento estático:
368
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ydA 2 R 2 − y 2 ydy
4 (R )
2 3/2
4R
y= A
→ y= 0
→ y= → y= .
dA 3 R 3
R 2
A 2
0
R 2 − y 2 dy
O diagrama a seguir mostra a variação das tensões de cisalhamento em uma seção transversal
retangular/circular de mesma altura e área para o mesmo esforço cortante.
Figura 72-13. Distribuição de tensões de cisalhamento na altura.
É importante observar que na flexão simples, onde há a presença de momento fletor e esforço
cortante, a análise com vistas ao dimensionamento ou verificação das seções transversais
envolve o cômputo das tensões normais e de cisalhamento, cujos valores máximos ocorrem
em posições diferentes da seção. A distribuição dessas tensões obedece a leis diferentes,
sendo linear para as tensões normais e quadrática para as de cisalhamento, conforme é
mostrado na Figura 72-14.
369
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73. EXERCÍCIOS
Exercício 73.1.
Dada a viga esquematizada, determinar a tensão normal e de cisalhamento para a seção C
nas fibras a 5 cm acima da borda inferior da viga.
1) Reações
Pb 1 1 1
RA = = = → RA = 0, 2tf ∴ RB = 0,8tf .
L 5 5
2) Diagramas de esforços
3) Esforços em C
Vc = 0, 2tf e M c = 0, 2 2 = 0, 4tf m .
370
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4) Tensões:
Exercício 73.2.
Qual o máximo valor de P compatível com segurança da viga? Dados: adm = 150kgf / cm2
e adm = 8kgf / cm2 .
371
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Com isso, o diagrama de corpo livre, do esforço cortante e do momento fletor podem ser
traçados considerando uma representação simbólica de seus parâmetros, como:
Pb* Pa*
RA = e RB = ,
L L
Máx
V MáxQ
Máx
= ,
bLN I
onde bLN indica que a posição de cisalhamento máxima ocorre na linha neutra (LN). Devido
à simetria da seção a LN se encontra na metade de sua altura, ou seja, h/2.
372
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Máx
= adm .
Pa*
(1) Máx
V= , ou
L
Pb*
(2) Máx
V= .
L
P 4m 3200kgf 5
Por (1): 3200kgf = → P= → P = 4000kgf → P = 4tf .
5m 4
P 1m 3200kgf 5
Por (2): 3200kgf = → P= → P = 16000kgf → P = 16tf .
5m 1
Máx Máx
M y
Máx
= ,
I
Pa*b*
Máx
M = .
L
A tensão normal admissível dada para o problema é adm = 150kgf / cm2 . Levando esse valor
para a equação da tensão máxima, com Máx
y = h / 2 e I = bh 3 / 12 , tem-se:
373
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kgf
Máx
M 30cm 150kgf 10 603 4 25 603
150 2 = → Máx
M = cm → Máx
M = kgf cm .
cm 10cm (60cm)3 30cm3 12 6
12
Máx
M = 9 105 kgf cm → Máx
M = 9 103 kgf m → Máx
M = 9tf m .
Com esse valor é possível calcular a força que conduz à tensão normal admissível, por:
P = 11, 25tf .
Portanto, a força máxima permissível será a menor dentre as calculadas. Logo, P = 4tf ,
tendo sido determinada pelo esforço cortante sobre o apoio esquerdo da viga.
Exercício 73.3.
Calcular as máximas tensões na seção (indicada à direita) da viga abaixo.
1) DCL
2) Reações
Como a viga é simétrica ( ), as reações podem ser calculadas para a metade da peça.
M Rót1
Esq = 0 → − RA 4 + 2 4 2 = 0 → RA = 4tf .
F y Esq = 0 → RA + RB = 2 5 + 2 → RB = 12 − 4 → RB = 8tf .
374
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Pela simetria: RA = RD e RB = RC .
Para o traçado dos diagramas é de interesse definir pontos relevantes ao longo da viga. Esses
pontos marcam as posições de início e fim de carregamentos e localizam forças concentradas
(ativas ou reativas). Nesse sentido, foram definidos os pontos de A à F, conforme se indica.
2.1) DEC
VA = 0 ,
VA ' = 4 ,
VB = 4 − 2 5 = −6 ,
VB ' = −6 + 8 = 2 ,
VE = 2 − 2 = 0 ,
VC = 0 − 2 = −2 ,
VC ' = −2 + 8 = 6 ,
VD = 6 − 2 5 = −4 ,
VD ' = −4 + 4 = 0 .
DEC (tf):
2.1) DMF
MA = 0,
−6 + 4
MB = 0 + 5 → M B = −5tf m ,
2
M E = −5 + 2 2 = −1tf m ,
M F = −1tf m ,
375
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M C = −1 − 2 2 = −5tf m ,
−6 + 4
M D = −5 + 5 → MD = 0 .
2
2 52 25
f1 = = = 6, 25tf m .
8 4
DMF (tfm):
O máximo momento deverá ser verificado para os pontos (seções) onde os cortantes são
nulos. Uma dessas posições corresponde ao momento de −5tf m . A outra está no intervalo
do momento positivo a ser determinada fazendo-se o cortante nulo no trecho A-B da viga.
Para isso, será tomada uma seção distante de x da extremidade esquerda da viga:
RA 4
V = RA − 2 x , que igualada a zero leva a: RA − 2 x = 0 → x = = = 2m .
2 2
M = RA x − x2 = 4 2 − 22 = 8 − 4 → M = 4tf m .
M Mín = 5 ; M Máx = 4 , logo, pode ser concluído que o máximo momento em módulo é:
Máx
M = M Mín = 5 .
376
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Cabe observar que, embora esteja sendo analisado o maior momento em módulo, o sinal
negativo será levado em conta no cálculo da máxima tensão.
As medidas de interesse na altura da seção são y01 e y02 uma vez que posicionam os
centroides z01 e z02 das partes 1 e 2 em relação à base da seção.
Com isso, pode ser escrita a equação para determinação do centroide z0 da seção, fazendo:
12 90
12 48 90 + + 2 90 12
2 2
y= → y = 55, 74cm ⸫
12 48 + 2 ( 90 12 )
A partir dessa posição podem ser definidas as distâncias para o cálculo da inércia da seção e
das tensões normais e de cisalhamento, conforme se indica a seguir:
Total
O centroide da seção z0 abriga a linha neutra, de forma que a inércia da seção I LN é a soma
1 2
das inércias das partes que a compõe em relação a essa posição, indicadas por I LN e I LN ,
sendo essa última contada duas vezes por haver dois retângulos idênticos. Portanto:
Total
I LN = I LN
1
+ 2 I LN
2
,
com
1
I LN = I z 01 + A1d12 e I LN
2
= I z 02 + A2d22 ,
sendo A1 e A2 as áreas das partes 1 e 2 e d1 d2 as distâncias que separam seus eixos centrais,
z01 e z02, ao centroide z0 da seção onde está a linha neutra , conforme indicado a seguir:
377
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Numericamente, tem-se:
48 123
1
I LN = + 48 12 (96 − 55, 74) 2 → I LN
1
= 940678, 205cm4 ,
12
12 903
2
I LN = + 12 90 (45 − 55, 74) 2 → I LN
2
= 8535502,161cm4 ⸫
12
Total
I LN = 940678, 205 + 2 (8535502,161) → I LN
Total
= 2647682,53cm4 .
55, 74 3
6 103 kgf 2 12 55, 74 cm
VQ 2 → = 8, 45kgf / cm2 .
= =
bI ( 2 12 ) cm 2647682,53cm 4
Importante observar que se poderia calcular o momento estático em relação à LN por cima
dessa.
As expressões deduzidas para o cálculo da tensão de cisalhamento τxy são validas para o caso
de seções de paredes finas, no entanto a força horizontal responsável pelo equilíbrio do
elemento diferencial dx deriva da componente τzx = τxz, tendo em vista que por ser esse um
perfil de parede fina a componente τxy na altura é muito pequena (Figura 74-1) .
No presente estudo, o perfil possui os parâmetros geométricos básicos que definem sua
forma como indicado na Figura 74-1, onde: tf é a espessura da mesa (ou flange), tw e h são
a espessura e a altura da alma (ou web) e d é a altura total do perfil.
378
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Para estabelecer a cinemática do problema, seja considerada uma viga bi apoiada com uma
carga concentrada e seus diagramas de Esforço Cortante (DEC) e Momento Fletor (DMF),
de onde se extrai um elemento diferencial de comprimento dx, entre duas seções adjacentes
e , como mostrado na Figura 74-2.
DEC: DMF:
Pode ser observado que as seções α e β estão no trecho de cortante negativo no DEC,
assim como estão no trecho de momento positivo no DMF, com o valor do momento
diminuindo na direção do apoio.
DEC: DMF:
379
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
VQrt
f = yxbr → f = ,
I
onde br é a largura no ponto em consideração da seção e Qrt é o momento estático da área Art
definida por r e t, sendo igual a Qrt = Art yrt , onde yrt é a posição do centroide dessa área em
relação à linha neutra, que depende da altura r onde está sendo calculado o fluxo de
cisalhamento. É importante destacar que o fluxo de cisalhamento ocorre na parte inferior do
setor de área destacado, conforme Figura 74-4.
Portanto, a equação anterior evidencia que f dependente de Qrt . Nesse caso, f não é
constante e varia proporcionalmente à variação do momento estático em relação à LN,
crescendo da borda em direção ao centro da peça, maneira pela qual Qrt é calculado. Pela
observação do fluxo de cisalhamento no elemento diferencial de comprimento dx, é possível
constatar a existência de tensões de tensões de cisalhamento na mesa do perfil agindo na
face perpendicular a x e na direção de z (xz), como indicado na Figura 74-5.
380
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Analisando o elemento dx, é possível observar o equilíbrio das forças atuantes na direção de
x. Nesse contexto, a componente de cisalhamento xz faz aparecer uma componente de
mesma intensidade, mas de direção contrária, no plano ortogonal, ou seja, na face
perpendicular a z (zx), como se ilustra a seguir. No setor de área destacado, a-b é uma fibra
situada na lateral do perfil e c-d uma fibra genérica cuja posição cresce da borda para o
interior da seção, segundo a grandeza s. Essa fibra é a responsável por definir um elemento
infinitesimal de área na face lateral do setor, dada por dx tf .
No plano da seção, s é a variável que posiciona a fibra genérica c-d, estando localizada sobre
a linha média da espessura, com altura estabelecida pela ordenada yrt em relação à linha
neutra (LN). O elemento infinitesimal ds, sobre essa linha, define a área diferencial dA, com:
dA = t f ds .
O equilíbrio das forças horizontais do elemento dx, como visto na Figura 74-6, analisada em
conjunto com a Figura 74-7, leva a:
F x = 0 → Fac − FH − Fbd = 0 ,
381
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
onde Fab e Fbd são forças provenientes da flexão e FH vem do fluxo de cisalhamento
horizontal induzido pelo esforço cortante. É possível constatar, na equação de equilíbrio, que
a força horizontal FH compensa a diferença de forças da flexão, pois o momento da face é
menor que o da face , logo:
FH = Fac − Fbd ⸫
Myrt Myrt dM dM
FH = dA − dA + y dA → F
t
r H = y dA .
t
r
A
I A
I I A
I A
Como
FH = zxt f dx ,
tem-se que:
dM dM
zxt f dx = y dA → = yrt dA .
t
r zx
I A
It f dx A
dM
V= e Qs = yrt dA ,
dx A
VQs
zx = ,
tf I
onde:
Qs é o momento estático da área hachurada em relação à linha neutra (LN), que depende
da posição s tomada em relação à borda lateral do perfil;
tf é a espessura da mesa (flange) do perfil; e
I é a inércia total da seção em relação ao seu centroide.
dM t
zx = yr t f ds .
It f dx s
382
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Sendo a espessura da mesa constante, essa pode ser retirada da integral. Assim:
dM t
zx = yr t f ds
It f dx s
Como a variável do problema se situa entre 0 e s, definindo os limites da integral, pode ser
feito que:
dM t
s
V ( yrt t f s )
zx = r f
It f dx
y t ds → zx =
dM
( r f ) zx = It ,
y t
t s →
0 It f dx f
que é uma função implícita em s, onde a parcela entre parêntesis representa o momento
estático da área definida por essa variável e a espessura tf na parede do perfil. Importante
registrar que a variável da equação está situada sobre a linha média da espessura da parede
e varia de zero até bf/2.
Por fim, pode ser concluído que a componente vertical τxy que existe na mesa é muito
pequena. Na alma, a componente τxz é desprezada por também ser de pequeno valor.
Portanto, na mesa, o equilíbrio decorre de zxt f b f / 2 e na alma de xytwh . Em qualquer das
bordas mais afastadas do perfil as tensões de cisalhamento são nulas. Portanto, no caso do
esforço cortante, a alma praticamente absorve todo o esforço, entretanto, na mesa, essa
componente não consegue compensar a diferença de momentos na flexão, e a componente
τxz passa a desempenhar o papel principal, conforme indicado na Figura 74-8.
75. EXERCÍCIOS
Exercício 75.1.
Dado perfil indicado na Figura 75-1 sujeito a um esforço cortante V de 250 kN, pede-se:
a) Determinar o módulo da tensão de cisalhamento vertical nos pontos A, B, C e D.
b) Calcular a tensão de cisalhamento vertical média.
c) Determinar o módulo da tensão de cisalhamento horizontal no ponto B.
383
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125mm (20mm)3
+ (125mm 20mm)(100mm − 10mm) 2 +
12
I z0 = 2 →
20mm (80mm)3 80mm
2
+ (20mm 80mm)
12 2
Ou ainda:
Ponto A: QA = 125mm 20mm 90mm + 20mm 80mm 40mm = 289 103 mm3 .
384
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
O ponto B está situado ligeiramente abaixo da mesa, portanto está na alma do perfil.
V 250 103 N N
Méd = → Méd = → Méd = 78,1 → Méd = 78,1MPa .
Aalma 20mm 160mm mm 2
Conforme indicado na figura, o ponto B se situa na alma do perfil, mas imediatamente (ou
na vizinhança) abaixo da linha que separa a alma da mesa. Logo, o ponto pertence à alma do
perfil.
O momento estático, nesse caso, leva em conta a região da mesa do perfil acima do ponto B
até a posição do ponto B, que é (125mm-20mm)/2 = 52,5 mm.
Mas como o ponto se situa na alma do perfil, a largura de corte deve ser espessura desse, ou
seja, 20mm. Com isso:
385
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A flexão composta normal ocorre quando uma barra, viga, eixo, está sujeita a ação de uma
força situada em um dos planos de simetria da seção, mas atuando fora do seu centro
geométrico (ou centroide nessa direção). Nessa condição, o efeito final é o equivalente à
ação da força axial atuando no centroide da seção, somada à do momento fletor devido à
excentricidade da força. Na Figura 76-1, y0 é um dos eixos de simetria da seção.
Como a força P está situada sobre o eixo vertical y0, o momento fletor que surge devido à
posição excêntrica da força é o que ocorre em torno do eixo z0, cujo valor é dado pelo produto
da força pela excentricidade na direção de y, ou seja, ey, de forma que:
M z0 = Pey .
Esse momento atua no plano vertical de simetria da seção. Com isso, a flexão irá ocorrer
nesse plano, produzindo efeitos diferentes nos pontos ao longo da altura da seção. Portanto,
a superposição dos efeitos do esforço do esforço normal P e do momento fletor Mz0 fornecerá
o efeito final nos diversos pontos na altura da seção. Na configuração apresentada na Figura
76-2, haverá no ponto A tração pelo esforço axial e compressão pelo momento fletor. No
ponto B haverá apenas tração pelo esforço normal, uma vez que essa é a posição do centroide
da seção. E no ponto C haverá tração tanto pelo esforço normal quanto pelo momento.
» Deve ser respeitado o princípio de Saint-Venant, que diz que a seção em estudo não
deve estar muito próxima de um ponto de aplicação da força.
» As tensões estarão abaixo do limite de proporcionalidade.
» Os efeitos provocados por um esforço não interferem nos efeitos produzidos pelo outro
esforço.
» As deformações provocadas por um certo carregamento não devem afetar a
determinação das tensões devidas a outros carregamentos.
Para a flexão composta normal a superposição dos efeitos pode ser expressa,
matematicamente, como:
= N +M , z0
de forma que a tensão resultante na seção em análise pode ser escrita da seguinte forma:
P M z0 y
= + (1).
A I z0
A equação (1) representa a soma de duas tensões de mesma natureza, a primeira devido ao
esforço axial e segunda devido à flexão, podendo uma ou outra assumir valor positivo ou
negativo. Na equação (1) y é variável independente do problema, representando a distância,
na seção transversal, de uma fibra qualquer em relação ao centroide da seção, podendo ser
positiva, se tomada para baixo, ou negativa, se tomada para cima. O momento fletor também
poderá ser positivo ou negativo, conforme tracione a fibra inferior ou superior à linha neura,
e o esforço normal será positivo se de tração, ou negativo se de compressão, conforme a
convenção já adotada, a seguir reproduzida:
387
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
A equação (1) escrita em termos do esforço normal e sua excentricidade toma a seguinte
forma:
P Pey y
= + (2),
A I z0
onde a excentricidade pode assumir tanto valor positivo quanto negativo conforme localize
a força na posição positiva ou negativa do eixo. Quando uma força age fora do centro
geométrico da seção, a linha neutra (LN), ou eixo neutro, que é a linha que separa a região
tracionada da comprimida, não mais estará situada no centroide da seção e sua posição passa
a ser uma das incógnitas do problema, sendo determinada para a posição onde a tensão
resultante seja nula ( = 0 ). Logo:
L L
P Pey yN P Pey yN Iz
0= + →− = → yNL = − 0 (3).
A I z0 A I z0 Aey
O sinal negativo existente na equação (3) indica que a posição da LN está acima do centro
geométrico da seção, para uma força de tração situada abaixo do seu centroide, sendo
paralela a um dos eixos principais de inércia, como indicado na Figura 76-5. Por essa razão
se faz necessária apenas uma coordenada da reta para localizar a LN, pois sua inclinação já
é de previamente conhecida.
A distribuição das tensões na seção transversal será, por extensão, obtida pela superposição
dos efeitos. Dependendo da forma da seção transversal, bem como do valor da
excentricidade, as tensões superpostas podem ter todas o mesmo sinal ou não. Na primeira
hipótese, a seção possuirá tensões de ambas as naturezas, de tração e compressão, possuindo,
portanto, uma região comprimida e outra tracionada. Nessa condição, a linha neutra
interceptará a seção em uma posição a ser determinada, sendo, assim, uma das incógnitas do
problema. Na segunda hipótese, a seção transversal possuirá apenas tensões de mesma
natureza, de tração ou de compressão, e a linha neutra não interceptará a seção, embora,
matematicamente, exista.
388
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
+ ≡
+ ≡
P My = N +M
N = M =
A I
77. EXERCÍCIOS
Exercício 77.1.
Dada a viga da Figura 77-1:
15 3 45
F1 = = → F1 = 22,5kN
2 2
2
d1 = 3 = 2m
3
389
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
2) Reações
F = 0 → H = 300kN ,
x A
F = 0 → R + R = 22,5 + 5 → R + R = 27,5kN ,
y A B A B
M = 0 → − R 5 + 22,5 3 + 5 1 + 10 = 0 → R = 16,5kN
B A A ∴ RB = 11kN .
VA = RA = 16,5
VC = 16,5 − 22,5 = −6
VD ' = −6 − 0 = −6
VD = −6 − 5 = −11
VB ' = −11 − 0 = −11
VB = −11 + 11 = 0
MA = 0
M C = 16,5 3 − 22,5 1 = 27kN m
M D ' = 16,5 4 − 22,5 2 = 21kN m
M D = 21 − 10 = 11kN m
M B = 11 − 111 = 0
Para encontrar o momento máximo positivo é preciso igualar a expressão do cortante a zero
no primeiro trecho da viga. Portanto, equacionando o cortante nesse trecho (seção ), e
igualando a zero a equação obtida, tem-se:
1
V = 16,5 − q ( x) x (0 ≤ x < 3).
2
q q( x) qx 15
= → q( x) = → q( x) = x → q( x) = 5 x .
L x L 3
1 5
V = 16,5 − 5 x x → V = 16,5 − x 2 ,
2 2
390
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
5 2
16,5 − x = 0 . Assim:
2
33
5 x 2 = 33 → x 2 = → x = 2, 569m (Considerando apenas o valor positivo da raiz).
5
1 1 5
M = 16,5 x − q ( x) x x → M = 16,5 x − x 3 → M (2,569) = 28, 26kN m .
2 3 6
Como pode ser observado, o esforço normal é constante em toda a viga. Portanto, a
combinação que levará à maior tensão, como será demonstrado a seguir, será aquela dada
pela superposição da tensão devido ao esforço axial, de compressão, com a da flexão
produzida pelo maior momento na borda superior, também de compressão, pois o momento,
neste problema, é sempre positivo. As tensões são calculadas pela superposição dos efeitos,
com:
P My
x = + .
A I
391
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
A determinação da linha pode ser feita por meio de relações geométricas na seção com base
no diagrama de tensões ao longo da altura. Definindo a distância da borda superior da seção
à linha neutra como yLN é possível estabelecer a relação entre os lados de dois triângulos
semelhantes, como:
−190,72MPa +110,72MPa
= ⸫
yLN 150mm − yLN
yLN = 94,904mm .
Com isso, a linha neutra pode ser traçada na altura da seção da seguinte forma:
A linha neutra é paralela ao eixo baricêntrico horizontal da seção transversal, de forma que
sua posição fica definida com apenas uma coordenada, sendo determinada por:
I z0
yNL = − .
Aey
A excentricidade que a força normal precisaria estar para produzir o momento que atua na
seção é encontrado fazendo:
28, 26 103 kN mm
ey = → ey = −94,2mm .
−300kN
50 1503
mm 4
yN = −
L 12 → yNL = 19,904mm .
(50 150)mm 2 ( −94,2mm )
392
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
15 12 15
V (1m) = 16,5 − = 16,5 − → V (1m) = 14kN .
6 6
12
5
M (1m) = 16,5 1 − 13 → M (1m) = 15, 67 kNm
6
A tensão normal no ponto H é obtida pela superposição das tensões devido ao esforço normal
e ao momento fletor atuante na seção, de forma que se tem:
A = 38,5cm2
Na tabela fornecida pelo fabricante escolhe-se: W 150 x 29,8 ( H )
W = 221,5 cm3
Calcula-se a máxima tensão atuante para esse perfil, que ocorre na borda superior:
Esse valor não atende à segurança, pois supera a tensão admissível de 140 MPa. Portanto,
é feita uma nova escolha. Verificação para o novo perfil adotado:
A = 53,5cm2 ,
Na tabela de perfis, encontra-se: W 200 x 41,7 ( H )
W = 401, 4cm3 .
Esse resultado atende à segurança, pois a tensão encontrada é menor que a admissível de
140 MPa.
Essa verificação pode ser feita pela tensão média, calculada considerando a área da alma do
perfil escolhido:
16,5 103 N
Aalma = 181mm 7, 2mm = 1303,20mm2 ⸫ alma = = 12,66MPa .
1303,20mm2
394
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
É muito comum a flexão oblíqua ser induzida por carga duplamente excêntrica. Se a força
está aplicada fora dos planos de simetria da seção ou a seção transversal não possui planos
de simetria, diz-se que a seção está sob flexão oblíqua e o resultado das tensões será a
superposição da tensão provocada pela força axial e a de dois momentos fletores.
Em uma primeira abordagem, seja analisado o caso de uma seção simétrica com a força
posicionada com dupla excentricidade na seção, conforme indicado na Figura 78-1.
395
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Nessa condição, a equação da tensão normal resultante, , fica composta por três parcelas:
= P +M +M , z0 y0
onde z0 e y0 são os eixos de simetria da seção. Cada uma das parcelas fica definida em função
do agente a produz. Logo:
P M z0 y M y0 z
= + + (1).
A I z0 I y0
Uma vez que os momentos de flexão são gerados pela força duplamente excêntrica:
P Pey y Pez z
= + + (2),
A I z0 I y0
L
P Pey yN Pez z NL
0= + + .
A I z0 I y0
Multiplicando por A e dividindo por P todas as parcelas da equação anterior, tem-se que:
onde A, ey, ez, Iy0, Iz0 são grandezas conhecidas. A determinação da posição da LN impõe
que, sucessivamente, na equação (3), a condição de yNL = 0 e z NL = 0 seja feita. Assim:
Aez z NL I
quando: yNL = 0 → = −1 → zNL = − y0 (4),
I y0 Aez
Aey yNL I z0
quando: z NL = 0 → = −1 → yNL = − (5),
Iz Aey
396
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
haverá somente uma ou outra. Na flexão oblíqua, a distribuição de tensões é linear e depende
de duas varáveis, que são as coordenadas do ponto onde se deseja calcular a tensão.
79. EXERCÍCIOS
Exercício 79.1.
Determinar as máximas tensões e a posição da linha neutra da coluna (curta) prismática
indicada na Figura 79-1. Na consideração de peça curta podem ser dispensadas a verificação
da estabilidade em relação à flambagem da coluna e de efeitos adicionais de flexão,
denominados como de segunda ordem. Considere P = 2 tf.
60cm ( 20cm )
3
20cm ( 60cm )
3
397
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
O problema da determinação das tensões, assim como da linha neutra, encontra solução na
adoção de um sistema de esforços equivalentes, que inclui a força normal posicionada no
centro da seção, com a ação simultânea de dois momentos fletores:
Como a força P está localizada no centro da seção transversal, todos os seus pontos serão
igualmente solicitados. Essa é uma tensão média, cujo valor é obtido dividindo-se a força
pela área da seção. Assim:
P 2000 kgf
P = − =− 2
→ P = −1,67kgf / cm2 (compressão).
A 1200 cm
As tensões induzidas pelos momentos fletores Mz0 e My0 são de natureza normal e possuem
variação linear na direção considerada, como indicado na equação (1). Nessa, as variáveis y
e z alcançam seus valores máximo nas bordas da seção transversal. Devido à simetria da
seção as distâncias máximas podem ocorrer tanto na posição positiva quanto negativa dos
eixos y0 e z0. Por essa razão, é útil calcular em módulo, deixando a aplicação do sinal
correspondente à ação de cada momento para ser feita analisando individualmente o efeito
que cada esforço induz nos pontos de interesse. É importante observar que essas tensões são
de natureza normal e podem ser operadas, algebricamente, com outras componentes que
tenham natureza semelhante.
Máx
M z0 y 10000kgfcm 10cm
Máx
M = → Máx
M = = 2,5kgf / cm 2 ,
z0
I z0 z0
40000cm 4
398
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Máx
M y0 z 20000kgfcm 30cm
Máx
M = → Máx
M = = 1, 67 kgf / cm 2 .
y0
I y0 y0
360000cm 4
Por serem de mesma natureza, as tensões resultantes podem ser obtidas por meio do princípio
da superposição, somando-se as contribuições de cada esforço, com seus respectivos sinais:
= P +M +M . z0 y0
Observando o efeito individual que cada agente produz nos pontos de interesse, pode ser
verificado que P comprime igualmente todos os pontos da seção; Mz0 comprime os pontos a
e b, tracionado c e d; e My0 comprime os pontos a e d, tracionando b e c; o que pode ser
constato analisando-se a figura a seguir.
399
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Determinação de cf :
2,50 0,83
= → 2,50(60 − cf ) = 0,83cf ,
cf 60 − cf
Com isso, a posição da linha neutra (LN) pode ser representada, graficamente, no plano da
seção ligando-se por uma reta os pontos e-f, da seguinte maneira:
Da mesma forma que a LN, a distribuição das tensões por ser representada graficamente, por
meio de um diagrama, como segue:
400
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
I y0 360000cm 4
Quando: yNL = 0 → zNL = − → z NL = − → zNL = −30cm .
Aez 1200cm 2 10cm
I z0 40000cm 4
Quando: z NL = 0 → yNL = − → yNL = − → yNL = −6,67cm .
Aey 1200cm 5cm
2
Importante ter em mente que as coordenadas obtidas pela equação da linha neutra devem ser
assinaladas a partir do centro dos eixos de referência.
Da mesma maneira que a linha neutra, as tensões nos pontos a, b, c e d podem ser obtidas
por meio da equação (1), empregando-se, nela, as coordenadas de cada posição da aresta:
P Pey y Pez z
= + + .
A I z0 I y0
Cabe mencionar que a equação da tensão, como sendo dependente de duas variáveis em
primeiro grau, gera um plano de possíveis valores na seção transversal, o que pode ser
representado no gráfico abaixo:
401
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Considere-se uma seção sem simetria em relação aos seus eixos baricênticos, sujeita a um
momento fletor M, como indicado na Figura 79-2, sendo y e z os eixos principais de inércia.
Nessas condições, a flexão ocorre no plano zy e o traço do momento não é mais perpendicular
à linha neutra. Para encontrar a tensão em qualquer ponto da seção será preciso usar o
princípio da superposição para levar em conta a ação das componentes Mz e My do momento
M em relação aos eixos principais de inércia z e y, como indicado na Figura 79-3.
Portanto,
402
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
= M +M ,
z y
Mz y Myz
= − , (1).
Iz Iy
L
M z yNL M y z N yL M I
0= − → NL = y z .
Iz Iy zN M z I y
yNL M I M y Iz
tg = L , logo: tg = y z → = arctg (2).
zN MzIy M I
z y
My
Como = tg , com sendo o ângulo que o vetor momento faz com o eixo z, tem-se:
Mz
Iz
tg = tg .
Iy
M y = M sen e M z = M cos .
Cabe ressaltar que a linha neutra estará sempre localizada entre o vetor momento fletor M e
o eixo principal correspondente ao momento mínimo de inércia.
Já foi visto o cálculo de inércias em relação a eixos transladados por meio do teorema dos
eixos paralelos ou de Steiner. Agora será analisado o caso em que os eixos sofrem rotação.
Para isso, tome-se um elemento infinitesimal de área dA, definido por uma abertura em
relação ao eixo horizontal z0 e pela distância polar r, como indicado na Figura 79-4.
403
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
z0 = r cos ,
(1),
y0 = r sen ,
z = r cos( − ) ,
(2).
y = r sen( − ) ,
dI y = z 2 dA → I y = z 2 dA , (a)
A
(4).
dI z = y dA → I z = y dA .
2 2
(b)
A
I y = ( z0 cos + y0 sen ) 2 dA ,
A
z y
2 2
As integrais 0 dA e 0 dA são as inércias em relação aos eixos de simetria da seção, z0
A A
designado por I z0 y0 . Com isso, a equação anterior pode ser escrita como:
sen 2
Como cos sen = , pode ser feito que:
2
De forma semelhante, em relação ao eixo z deve ser substituída a equação (3b) na equação
(4b). Com isso:
I z = y 2 dA = ( y0 cos − z0 sen )2 dA ,
A A
405
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
dI zy = zydA → I zy = zydA ,
A
I zy = (cos 2 − sen 2 ) z0 y0 dA + cos sen y0 2 dA − z0 2 dA .
A A A
Com isso:
sen 2
Como cos 2 − sen 2 = cos 2 2 e cos sen = , pode ser escrito que:
2
( I z0 − I y0 )
I zy = I z0 y0 cos 2 2 + sen 2 ,
2
sen 2
I zy = ( I z0 − I y0 ) + I z0 y0 cos 2 2 , (7).
2
Importante observar que as equações (5), (6) e (7) representam funções cuja variável
independente á o ângulo . Portanto, à medida que esse ângulo varia, as equações variam
junto, passando por valores máximos e mínimos. Uma vez que haja sido calculadas as
inércias em relação aos eixos do centroide da seção, é possível construir um diagrama
circular, como mostrado na Figura 79-5, para a obtenção das inércias máximas e mínimas,
bem como da posição dos eixos principais de inércias. Tome-se, para tanto, o par de pontos:
G = ( I z0 , I z0 y0 ) e G = ( I y0 , − I z0 y0 ) ,
406
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
onde I y0 e I z0 são grandezas sempre positivas e I z0 y0 pode ser positivo ou negativo. Para a
construção do diagrama deve ser estabelecida uma escala adequada ao traçado e um par de
eixos ortogonais, onde são marcados os pontos G e G’. O eixo vertical abrigará o produto de
inércia e o eixo horizontal as inércias. Na escala escolhida, são marcados os segmentos:
OD = I z0 , OG = I z0 y0 ,
OB = I y0 e OG = − I z0 y0 ,
definindo os pontos G e G’. Unindo esses dois pontos por meio de uma reta, o diâmetro do
círculo fica determinado. A intersecção da reta que une G a G’ com o eixo horizontal marca
o centro do diagrama, ponto C. Com a ponta do compasso apoiada nesse ponto e com a
abertura do instrumento em G ou G’ é traçada a circunferência.
Por sua vez, o ângulo 2p, definido entre o segmento CG e a abcissa do diagrama, fornecerá
a localização do eixo principal de inércia. Essa abertura será positiva se estiver
trigonometricamente orientada. Cabe ressaltar que o sentido de giro observado no diagrama
circular deve ser obedecido para ser posicionado o correspondente eixo na seção transversal.
Embora a construção gráfica proporcione resultados adequados com boa visualização para
as orientações das inércias, as relações métricas existentes no diagrama circular permitem,
ao mesmo tempo, estabelecer equações que possibilitam uma solução analítica para o
problema, como descrito a seguir.
OC = OB + BC .
407
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
OD − OB I z − I y0
BC = . Como OD = I z0 e OB = I y0 → BC = 0 .
2 2
Com isso:
I z0 − I y0 2 I y0 + I z0 − I y0 I z0 + I y0
OC = I y0 + → OC = → OC = ,
2 2 2
2 2 2
R2 = CG = CD + DG .
Como:
I z0 − I y0
CD = BC → CD = e DG = I z0 y0 , o raio fica sendo:
2
I z − I y0
2
R= 0 + I z0 y0 .
2
2
Com isso, a inercia máxima e mínima é encontrada somando e subtraindo, à média, o raio:
I z0 + I y0 I z − I y0
2
I Máx
Mín = 0 + I z0 y0 .
2
2 2
I z − I y0
2
I xyMáx = 0 + I z0 y0 .
2
2
O ângulo que leva ao eixo de inércia máxima é obtido por meio da relação entre os catetos
do triangulo GCDˆ . Deve ser observado que a origem para o ângulo está no segmento DG e
que a orientação positiva é o sentido trigonométrico de giro, sendo negativa em caso
contrário. Portanto:
DG I z0 y0 1 2 I z0 y0
− tg 2 P = → − tg 2 P = ⸫ P = − arctg . (8).
CD I z0 − I y0 2 Iz − I y
0
0
2
408
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
É preciso ter claro que o momento estático define as posições dos eixos do baricentro da
seção, enquanto o produto de inércia define os eixos de simetria da seção. Se um eixo for o
de simetria, o produto de inércia da seção em relação a ele é nulo.
80. EXERCÍCIOS
Exercício 80.1.
Uma viga com uma seção cantoneira está carregada com um momento fletor de 20kN m
aplicado num plano z0y0. Determine: (a) a tensão de flexão no ponto A; (b) a orientação da
linha neutra (mostre sua localização num esboço).
Dividindo a figura em duas partes, como indicado, pode-se calcular a posição do centroide
da seção pelo momento estático dessas partes em relação a um eixo passando na base e na
lateral esquerda da seção. Portanto:
409
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
y=
( 60 120 ) 120 + (120 60 ) 30 → y = 75mm ,
60 120 + 120 60
→
z=
( 60 120 ) 30 + (120 60 ) 60 → z = 45mm .
120 60 + 120 60
A inércia da seção é dada pela soma das inércias das partes que a compõem, logo:
I z0 = I z10 + I z20 ,
com:
sendo:
I z0 e I z0 as inércias das áreas 1 e 2 em relação aos seus eixos baricêntricos, z01 e z02 ;
1 2
Numericamente, tem-se:
60 1203
I z0 = + (60 120)(75 − 120) 2 → I z0 = 23, 22 106 mm4 ,
1 1
12
120 603
I z0 = + (120 60)(75 − 30) 2 → I z0 = 16, 74 106 mm4 ,
2 2
12
410
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
sendo:
I y0 e I y0 as inércias das áreas 1 e 2 em relação aos seus eixos baricêntricos, y01 e y02 ;
1 2
encontra-se:
120 603
I 1y0 = + (60 120)(45 − 30) 2 → I 1y0 = 3, 78 106 mm4 ,
12
60 1203
I y20 = + (120 60)(45 − 60) 2 → I y20 = 10, 26 106 mm4 ,
12
O produto de inércia da seção é dado pela soma dos produtos de inércia de suas partes
411
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
I z0 y0 = I z10 y0 + I z20 y0 ,
com
I z0 y0 = A1 y1 z1 + A2 y2 z2 ,
sendo
I z0 y0 = (60 120)(75 −120)(45 − 30) + (60 120)(75 − 30)(45 − 60) ⸫ I z0 y0 = −9, 72 106 mm4 .
I z0 + I y0 I z − I y0
2
39,96 + 14, 04 39,96 − 14, 04
2
I Máx = + 0 + I z0 y0
2
= + + (−9, 72)
2
2 2 2 2
412
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
I z0 + I y0 I z0 − I y0
2
39,96 + 14, 04 39,96 − 14, 04
2
I Mín = − + I z0 y0 =
2
− + (−9, 72)
2
2 2 2 2
1 2 I z0 y0 1 2(−9, 72)
P = − arctg = − arctg → P = 0,321 ∴ P = 18,364 .
2 Iz − I y 2 39,96 − 14, 04
0 0
a) Tensão no ponto A:
O ponto A dever ter suas coordenadas definidas em relação aos eixos principais de inércia,
z e y. Conforme calculado anteriormente, para se chegar ao eixo z saindo do eixo z0, deve ser
percorrido um ângulo de 18,36º no sentido trigonométrico, ou seja, de forma anti-horária.
Com isso, é possível calcular a abertura zA0 entre a reta que liga o centro da seção, ponto 0,
ao ponto A (reta d0A ) e o eixo z0, assim como seu comprimento:
180 − 75 105
zA = arctg → z0 = arctg
A
∴
0
60 − 45 15
zA = 81,87 , e
0
Portanto, o ângulo que essa reta faz com o eixo z, zA , é encontrado pela diferença entre zA0
e P . Logo:
413
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
zA = zA − P ∴
0
zA = 81,87 −18,36 ∴
zA = 63,51 .
z A = −47,32mm e y A = −94,93mm .
O momento fletor M pode ser decomposto segundo os eixos principais de inércia, como:
M z = M cos P = 20 cos18,36 ⸫
M z = 18,981kN m .
M y = M sen P = 20 sen18,36 ⸫
M y = −6,301kN m .
Mz y Myz M y M z
= − ⸫ A = z A − y A ,
Iz Iy Iz Iy
equação que, para seu emprego, deve levar em conta os sinais de todos os parâmetros
existentes. Assim, no presente caso, tem-se que:
414
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
M z = 18,981kN m
M y = −6,301kN m
z A = −47,32mm
y A = −94,93mm
I z = 43, 20 106 mm4
I y = 10,80 106 mm4
A = −69,32MPa .
M y I z −6,301 43, 20
tg = = → tg = −1, 328 , logo = −0,925 ∴ = −53, 02 ,
M z I y 18,981 10,8
Calcule as máximas tensões e a posição da linha neutra na seção mais solicitada na barra
circular F-E. Considerando g = 9,81 m/s2 , 1 tf = 907,18 kgf.
415
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
O problema deve ser tratado por meio de um sistema equivalente, com a força vertical situada
no ponto E e com a força horizontal (Ph) situada no centroide da seção. Com isso aparecem
o momento torsor (T) em torno do eixo longitudinal x0 e momentos em torno dos eixos
baricêntrios ( M z2 e M y ) que surgem devido às excentricidades da força horizontal. Nesse
contexto, M yR é o momento resultante em torno do eixo horizontal, tendo em vista que a
força vertical (Pv) também produz momento em torno desse eixo de referência ( M 1z ).
1) Diagramas
O diagrama do corpo livre e dos esforços solicitantes da viga circular C-E podem ser
representados, esquematicamente, da seguinte forma:
416
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
2.2) Tensão normal de flexão devido ao momento fletor produzido pela força vertical (Pv):
M 1z y
M =
1
z
, onde M 1z = −(453,59kgf 150cm) = −68,04 103 kgf cm ,
I
(10cm )
4
I
4
(10cm )
4
I
4
(10cm )
4
I
4
1814,37kgf
P =h
= 5, 78kgf / cm2 .
(10cm )
2
Verifica-se que na seção próxima ao engaste o ponto A é o que tem a tensão normal mais
elevada, analisando em módulo.
A
2 2
80,85 80,85
Máx = + A + 2 = + + 31, 76 → Máx = 127,30kgf / cm ,
2 2
2 2 2 2
A
2 2
80,85 80,85
Mín = − A + 2 = − + 31, 76 → Mín = −46, 44kgf / cm .
2 2
2 2 2 2
418
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
1 2 31, 76
P = arctg → P = 0,33 ou P = 19, 08 .
2 80,85
2
80,85
Máx = + 31, 76 → Máx = 86,87kgf / cm .
2 2
Mín 2 Mín
1 80,85
S = − arctg → P = −0, 45 ou P = −25, 20 .
2 2 31,76
4 V
Pv = ⸫
3 r2
4 453,59kgf
Pv = → Pv = 1,93kgf / cm2 .
3 (10cm ) 2
3) Linha Neutra:
Pela equação da linha neutra é preciso determinar a excentricidade que a força normal
deveria ocupar para produzir o mesmo resultado da flexão resultante na direção horizontal.
Com isso:
419
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
(10cm ) / 4
4
I
yLN =− =− = 0, 77cm ,
A ey (10cm ) (−32.5cm)
2
(10cm ) / 4
4
I
zLN =− =− = 3,57cm .
A ez (10cm ) (−7cm)
2
4.1) Variação das tensões ao longo da altura da seção, eixo y0 (Elementos A e B):
A − B
( h) = h + B . Sendo a ordenada h a variável independente.
2r
Verificação:
420
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kgf kgf
Pela equação da tensão: (0) = −69.3 2
, (2r ) = 80,85 2 .
cm cm
Posição da LN:
A B 80,85 69,30
= → = → hLN
y
= 10,77cm ⸫ 10, 77 − 10cm = 0, 77cm .
h y
LN 2r − h y
LN
y
hLN 20 − hLN
y
4.2) Variação das tensões ao longo da lateral da seção, eixo z0 (Elementos C e D):
C − D
( h) = h + D . Com h sendo a variável independente.
2r
Verificação:
kgf kgf
Pela equação da tensão: (0) = 21,95 2
, (2r ) = −10, 40 2 .
cm cm
Posição da LN:
C D 10, 40 21,95
= → = → hLN
z
= 6.43cm ⸫ 10cm − 6, 43cm = 3,57cm .
h z
LN 2r − h z
LN
z
hLN 20 − hLN
z
421
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A equação diferencial de linha elástica descreve a posição que o eixo da viga ocupa quando
fletido, podendo ser obtida com base na figura abaixo
FIG
onde é o raio de curvatura, e O é o centro de curvatura da peça fletida. Com isso, tem-se:
1 M ds 1 d
= → ds = d → = → = .
EI d ds
dy
ds dx e tg = .
dx
d M
Fazendo = , pode ser escrito que:
ds EI
422
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d ( dy / dx ) M d2y M
=− → 2
=− ,
dx EI dx EI
que é a equação da linha elástica da viga. O sinal indica a concavidade para cima, já que “y”
foi tomado para baixo.
d2y
EI = − M (2).
dx 2
Observações:
Exercício 82.1.
FIG
1) Reações:
l
RA = RB = 9
2
l x l x2
M = q x − qx M = q x − q
2 2 2 2
d2y −ql qx 2
EI dx = ( x + )dx
dx 2 2 2
423
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
dy −ql x 2 q x 3
EI = ( + ) + C1 ,
dx 2 2 2 3
dy
com = sendo a inclinação da tangente. Portanto:
dx
ql l 2 q l 3 ql 3 ql 3 ql 3
0 = − + + C1 → C1 = − + → C1 = .
4 4 6 8 16 48 24
dy qlx 2 qx3 ql 3
EI = − + + .
dx 4 6 24
ql x3 q x 4 ql 3
EI y = − + + x + C2 .
4 3 6 4 24
ql 3 q 4 ql 3
EIy = − x + x + x ,
12 24 24
3 4
ql l q l ql 3 l
ymáx EI = − + + ,
12 2 24 2 24 2
ql 4 ql 4 ql 4
ymáx EI = − + +
96 384 48
Exercício 82.2.
Calcular yA:
424
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
FIG
M = −3x − 2 x x M = −3x − x 2 = M ( x)
2
d2y
EI = − M ,
dx 2
d2y
EI = 3x + x 2 .
dx 2
Integrando:
3x3 x 4
yEI = + + C1 x + C2
6 12
yb = 0
Quando x = 2 → dy
=0
dx
3 2 2 23 8 −26
0= + + C1 −C1 = 6 + C1 = ,
2 3 3 3
3 23 24 26 −48 − 16 + 208
0= + − 2 + C2 C2 = C2 = 12 ⸫
6 12 3 12
3 x3 x 4 26
EIy = + − x + 12 .
6 12 3
Para x = 0 y = y A . Portanto:
12
EIy A = 0 + 0 − 0 + 12 ( 4 x 6 ) → y A = .
EI
Exercício 82.3.
Calcular as tensões críticas e a deflexão a 2 metros do apoio esquerdo
FIG
Solução:
1) Reações:
425
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
F y = 0 RA + RB = 6 2 RA + RB = 12 ,
M A = 0 12 3 − RB 4 RB = 9tf RB = 3tf .
Seção ( 0 x 4 ) :
V = 3 − 2 x
M = 3x − x 2
Seção ( 4 x 6 ) :
V = 12 − 2 x
M = 3x + 9( x − 4) − x 2
3) Diagramas:
x = 0 V = 3
x = 4 V = −5
x = 4 V = 4
x = 6 V = 0
Para o Momento fletor (DMF). Quando:
x = 0 M = 0
x = 4 M = −4
x = 4 M = −4
x = 6 M = 0
40 5 30 + 25 10 5
y= y = 16,11cm .
40 5 + 25 10
Q = 5 ( 50 − 16,11)
( 50 − 16,11) Q = 2871,14cm3 .
2
426
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
5 403 25 53
I = + (30 − 16,11) 2 (5 40) + + (16,11 − 5 ) ( 25 5 )
2
12 12
I = 80939, 43cm .
4
5) Tensões:
5 103 2871,14
= = 35, 47 kgf cm2 .
5 80939, 433
d2y
EI = −(3 x − x 2 ) ,
dx 2
d2y
2
EI = −3x + x 2 .
dx
Assim:
dy −3x 2 x3
1) EI = + + C1 ,
dx 2 3
−3x3 x 4
2) yEI = + + C1 x + C2 .
6 12
Condições de Contorno:
x3 x 4
yEI = − + + C1 x
2 12
−43 44 128 32 8
Quando x = 4 y = 0 , logo 0 = + + C1 4 → C1 = = → C1 = .
2 12 48 12 3
427
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Reescrevendo a equação:
x3 x 4 8
yEI = − + + x,
2 12 3
dy −3x 2 x3 8
EI = + + .
dx 2 3 3
Calculando para x = 2 m:
23 2 4 8 −48 + 16 + 64 32 8
yEI = − + + 2 yEI = = = . Logo:
2 12 3 12 12 3
8
yEI = = 2, 67 .
3
10−3 tf
E = 2110 kgf cm → E = 2110 −2 2 2 ,
5 2 5
(10 ) m
8 1
y= y = 0,16 10−3 m → y = 0,16mm .
3 2110 80939, 43 10−8
6
A flecha máxima ocorre quando a tangente elástica é horizontal (nula) e a condição é dada
por:
d2y
= 0 . Logo:
dx
dy −3x 2 x3 8
= + + → 2 x3 − 9 x 2 + 16 = 0
dx 2 3 3
2 x 3 − 8 x 2 − x 2 + 16 = 0 ,
2 x 2 ( x − 4) − ( x 2 − 16) = 0 ,
2 x 2 ( x − 4) − ( x − 4)( x + 4) = 0 ,
428
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
( x − 4) (2 x 2 − x − 4) = 0 .
−1 (−1)2 − 4 2 (−4) −1 33
x= → x= . Com isso, as raízes são:
22 4
−1 + 33
x '' = → x " = 1, 69m ,
4
−1 − 33
x ''' = → x ''' = −1,19m .
4
2, 77
y= → y = 0,16mm .
2110 80939, 43 10−8
6
83. FLAMBAGEM
Uma coluna pode ser entendida como uma viga colocada verticalmente e submetida a carga
axial. Se a força P foi pequena, para qualquer perturbação no sistema a barra volta à posição
original e permanece ESTÁVEL. Se a força P, por outro lado, for grande, a deformação será
permanente. E se P = Pcr (carga crítica de flambagem), que é a maior carga que pode ser
aplicada, a deformação é mantida.
FIG
d 2 y −M
= ,
dx 2 EI
d 2 y − Py
= ,
dx 2 EI
d2y P
+ y =0.
dx 2 EI
P
Fazendo = k2 ,
EI
429
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
d2y
+ k2 y = 0,
dx 2
y = C1senkx + C2 cos kx .
1) 0 = 0 + C2 → C2 = 0 , e
2) 0 = C1senkl .
Como C1 0 , pois se C1 = 0 → y = 0 a coluna teria o eixo reto. Daí o “ senkl ” é que deve
ser igual a zero. Como senkl = 0 implica que kl = n com n sendo um número inteiro
(n = 1,2,3...)
P P 2
Como k 2 = → l = n 2 2 , o real valor de P será para n = 1. Portanto:
EI EI
Pcr 2 2 EI
l = 2 Pcr = 2 , que é a carga crítica de Euler ou a carga crítica de flambagem.
EI l
x
Como y = C1senkx → y = C1sen ,
l
que á a equação da linha elástica da coluna, para k = , com n = 1.
l
Dividindo a carga pela área da seção transversal, encontra-se a tensão crítica de flambagem:
Pcr
= cr .
A
2 EI
Logo: cr = .
lf 2
A
Como I = i 2 A , chega-se a:
2 Ei 2 A 2 Ei 2 2E
cr = → cr = → cr = .
lf 2 lf 2 lf
2
i
A
430
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
Imín l
imín = → = f .
A imin
Comprimento de flambagem:
FIG
2 EI
Lembrando que Pa = .
lf 2
Exercício 83.1.
FIG
Iz = I y
20 203
Iz = = 13333,33cm 4 .
12
2 21105 13333,33
Pcr = 2
= 307, 05 103 kgf → Pcr = 307tf .
300
FIG
20 403
I z = 12
I 2 I y pois ,
I = 40 20
3
y 12
350
= → = 60, 62
26666, 67
( 40 20 )
Portanto:
2 21105 26666, 67
Pa = = 4511,8 103 kgf → Pa = 4512tf e
3502
431
Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
4511103
cr = → cr = 563,98 kgf cm2 .
20 40
A inércia da seção é:
54
2 21105
d4 r4 64
I= = → Pcr = 2
→ Pcr = 15,90 103 kgf → Pcr = 16tf .
64 4 200
200
= → = 160 .
( 5 4
64 )
52
4
2 EI 2 21105 I
P= 2
→ 10000 = 2
→ I = 19,3cm4 .
ef 200
Como:
D4 d4
I= − → I= (D4 − d 4 ) ⸫
64 64 64
19,3 64
19,3 = (54 − d 4 ) → − 54 = − d 4 ⸫ d = 3,90cm .
64
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Notas de aula - Prof. Alexandre de Macêdo Wahrhaftig
433