Você está na página 1de 79

MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA

50 HORAS

Objetivos*
 Mobilizar conhecimentos prévios;

 Distinguir a matriz discursiva de vários tipos de texto;

 Determinar a intencionalidade comunicativa;

 Apreender os sentidos dos textos;

 Refletir sobre o funcionamento da língua;

 Argumentar e contra-argumentar;

 Programar a produção da escrita e da oralidade observando as bases da


planificação, execução, avaliação;

 Adequar o discurso à situação comunicativa;

 Usar corretamente regras de acentuação, ortografia, sintaxe e pontuação;

 Avaliar ideias, comportamentos e situações de modo crítico e autónomo;

 Produzir textos de várias tipologias e níveis, adequando-os à situação


comunicativa.

*(adaptação de conteúdos do Programa de Português 10º, 11º e 12º ano, para os cursos
Científico-Humanísticos e Cursos Tecnológicos)

Módulo de Língua Portuguesa Página 1 de 79


Conteúdos
 Linguagem e comunicação
 Língua e linguagem
 Uso da língua enquanto atividade social
- A atividade verbal como forma de acção
- Competência comunicativa
- Princípios que guiam a comunicação verbal: o princípio de cooperação e as máximas
conversacionais
- O dito e o implícito
- Uso da língua e contexto situacional
 A comunicação oral
 Particularidades da oralidade
 Processos de comunicação oral
- Exposição
- Entrevista
- Reunião
 A comunicação escrita
 Tratamento de problemas de pontuação, acentuação, ortografia e as regras do
processamento de texto
 Produção escrita
- A estrutura da frase
- Período
- Parágrafo
 Processos de comunicação escrita
 Texto académico vs. texto não académico
 Texto utilitário de natureza administrativa: convocatória; carta; nota de serviço;
relatório; memorando; acta; curriculum vitae

Módulo de Língua Portuguesa Página 2 de 79


Parte I ................................................................................................................................................................. 5
Linguagem e Comunicação .............................................................................................................................. 5
1. A comunicação e os seus constituintes ..................................................................................................... 5
2. Linguagem, língua e fala........................................................................................................................... 7
Parte II ............................................................................................................................................................... 9
Oralidade ........................................................................................................................................................... 9
1. Competências da linguagem, variação linguística e níveis de língua .................................................... 9
1.2. Competência comunicativa ............................................................................................ 9
1.3. Variação linguística ...................................................................................................... 10
3.3 Níveis de língua ...................................................................................................................................... 11
2. Interação discursiva ................................................................................................................................ 14
2.1. Dêixis ........................................................................................................................... 14
2.2. Princípios reguladores da interação discursiva ............................................................ 16
2.2.1. Princípio da cooperação ............................................................................................ 16
2.2.2. Máxima da quantidade .............................................................................................. 16
2.2.3. Máxima da qualidade ................................................................................................ 17
2.2.4. Máxima da relação ou pertinência............................................................................. 17
2.2.5. Máxima do modo ou maneira.................................................................................... 18
2.3 Princípio da cortesia ...................................................................................................... 18
3. Processos interpretativos inferenciais ................................................................................................... 20
4. Objetivos comunicativos e atos de fala .................................................................................................. 21
5. O discurso oral......................................................................................................................................... 25
5. 1. Propriedades da oralidade ........................................................................................... 25
5.2 Contextos de interação discursiva ................................................................................. 26
5.3 Conexão interfrásica e discursiva (oral e escrita) .......................................................... 27
Parte III ............................................................................................................................................................ 31
Comunicação Escrita ...................................................................................................................................... 31
1. Linguagem escrita ................................................................................................................................... 31
1.1 Particularidades da linguagem escrita ........................................................................... 32
1.2 Configuração gráfica ..................................................................................................... 32
1.3. Regras de translineação ................................................................................................ 32
1.4. Pontuação ..................................................................................................................... 33
2. Grafia e ortografia .................................................................................................................................. 40
2.1. Diacríticos: acentos e sinais gráficos............................................................................ 40

Módulo de Língua Portuguesa Página 3 de 79


2.2 Tabela de sinais e acentos gráficos................................................................................ 40
2.3. Regras de acentuação gráfica ....................................................................................... 44
2.4. Regras de ortografia ..................................................................................................... 46
2.5. O Novo Acordo Ortográfico (Síntese das mudanças ortográficas) .............................. 52
3. Pronomes pessoais complemento direto e indireto ............................................................................... 60
3.1.Regras de colocação do pronome pessoal em adjacência verbal................................... 60
3.1. Especificidades do pronome pessoal complemento direto, 3ª pessoa, singular e plural,
em posição pós-verbal (enclítica) ........................................................................................ 61
3.2. Colocação do pronome direto e indireto ...................................................................... 62
4. Parágrafo, período e Frase ..................................................................................................................... 66
4.1 Estrutura da Frase .......................................................................................................... 67
5. Processos de comunicação escrita .......................................................................................................... 68
5.1. Textos de natureza administrativa ................................................................................ 68
5.2 O curriculum vitae ........................................................................................................ 71
5.4. A ata ............................................................................................................................. 75
5.5. O relatório .................................................................................................................... 76
5.6 O memorando ................................................................................................................ 76
6. Protótipos textuais ................................................................................................................................... 77
6.1 Texto argumentativo e texto expositivo ........................................................................ 77
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................. 79

Módulo de Língua Portuguesa Página 4 de 79


Parte I

Linguagem e Comunicação

1. A comunicação e os seus constituintes

A palavra “comunicar” derivará, segundo algumas fontes, do latim communicare, que


significa “tornar comum”, “partilhar”, “conferenciar”.

O ser humano transmite informação através de uma grande quantidade de métodos ou


canais de comunicação como a fala, a escrita usando o telefone, emails ou blogues,
pela arte, falando por linguagem gestual, pontuando os seus textos, fazendo expressões
faciais, marcando o ritmo com determinada entoação, mudando o tom de voz ou usando
linguagem corporal.

A transmissão de informação pode dar-se em espaços mais íntimos, num contexto de


proximidade, ou em larga escala (pela internet ou pelos media), sendo certo que
qualquer forma de comunicação requer um emissor (pode ser um indivíduo, instituição,
empresa, publicação), um recetor (pode ser individual ou coletivo, como os
funcionários de uma empresa, alunos ou leitores de uma publicação) e uma mensagem
(objeto da comunicação, informação que se quer transmitir).

A comunicação acontece quando a informação (mensagem) é transmitida, de forma


inteligível, usando o código (conjunto de signos que compõem a mensagem) entre
dois ou mais interlocutores (emissor e recetor). Quem transmite uma mensagem fá-lo de
forma a ser entendido pelo seu interlocutor. Por isso, emissor e recetor devem partilhar
uma linguagem comum ou ter os meios para se entenderem, de forma a que a
transmissão da informação se estabeleça e a intenção de realizar o que se quer
comunicar se concretize.

Há várias competências pessoais e interpessoais que, sem se aperceber, o ser humano


convoca no momento da comunicação. São competências fundamentais, determinantes
para o sucesso profissional, para estabelecer relações sociais, para aprender e mesmo
para ensinar. Estas competências incluem falar e ouvir, questionar, processar, identificar
intenções, descodificar a informação e agir sobre ela.

Módulo de Língua Portuguesa Página 5 de 79


A comunicação pode ser escrita, verbal ou não verbal, de acordo com as necessidades
de comunicação e a situação a que se refere a mensagem – referente ou contexto.

Comunicação Verbal (ou Oral) – na comunicação oral, dizem-se palavras para


transmitir a mensagem: uma pessoa fala e a outra ouve e compreende o sentido e o
significado do que o emissor disse;

Comunicação Escrita – usa-se a palavra escrita para transmitir a mensagem.


Idealmente, está bem escrita para que as palavras sejam lidas e facilmente entendidas.

Toma a forma de histórias, cartas, manuais, mensagens, relatórios, atas, etc.

Comunicação Não – Verbal – a mensagem é transmitida através de símbolos, gestos,


expressões faciais, linguagem corporal, tom de voz e imagens.

Módulo de Língua Portuguesa Página 6 de 79


2. Linguagem, língua e fala

A distinção entre linguagem, língua e fala aplica-se a aspetos diferentes daquilo que é a
comunicação humana.

Fig.1

Linguagem - capacidade inata que todos os seres humanos possuem para usar e
compreender a língua ou outros sistemas (música, pintura, dança) em condições normais
de comunicação e que não os impeça de produzir ou compreender enunciados.

A função social do processo de comunicação é cumprida pela linguagem. A linguagem


verbal é um meio através do qual o ser humano transmite, traduz e representa o
pensamento. De uma forma simplificada, escreve-se ou fala-se para transmitir um
enunciado, por meio de signos linguísticos. Isto é, cada palavra representa um conceito
(significado) e tem uma determinada forma escrita ou som (significante). O signo é a
combinação entre o significante e o significado.

As palavras, os gestos, a música, os símbolos fazem parte da linguagem porque servem


de meio de comunicação, verbal ou não-verbal, entre indivíduos. Característicos da
linguagem não-verbal são a gesticulação, a linguagem corporal, os tons de voz, os
símbolos ou as cores.

A linguagem é usada para fins sociais, isto é, há sempre algo que se pretende realizar ou
atingir quando se utiliza a linguagem (advertir, ensinar, aprender, planificar, debater,
persuadir, pedir, etc.)

Módulo de Língua Portuguesa Página 7 de 79


Língua – A língua, ou idioma, é um sistema composto por regras gramaticais comuns
numa determinada comunidade, destinado à comunicação.

Todos temos mecanismos inatos para a linguagem, mas a língua que falamos é aquela a
que estamos expostos na fase da sua aquisição.

É a língua que exprime a consciência e a mundividência de uma comunidade. Deste


modo, o conceito de língua é, sobretudo, social porque pertence a um conjunto de
pessoas que a utilizam e agem sobre ela.

Fala – A fala, ou discurso, é um ato pessoal, individual e criativo. É a concretização, a


exteriorização que cada um dos falantes faz, nas mais diversas situações da língua que
domina. Por exemplo, “falar” com os amigos não se processa da mesma forma que fazê-
lo com um desconhecido. Nas duas situações falamos a mesma língua, mas não da
mesma maneira. Desta forma, as regras socialmente estabelecidas pela língua
condicionam a fala, sem, no entanto, oprimirem opções criativas de comunicação.
Através da fala, o indivíduo retira da língua a forma que melhor exprime o que pensa,
aquilo em que acredita e aquilo de que gosta, podendo optar por uma de várias formas
de exprimir o mesmo enunciado. Por exemplo, um falante pode dizer:

A casa do António é enorme ou A casa do António é muito grande.

Módulo de Língua Portuguesa Página 8 de 79


Parte II

Oralidade

1. Competências da linguagem, variação linguística e níveis de língua

1.2. Competência comunicativa

Uma das características mais importantes da competência comunicativa é a adequação


ou o estilo que o falante usa consoante a situação em que se encontra, as suas intenções,
o seu interlocutor e o seu próprio nível sociocultural.

A competência comunicativa é um processo de interação social que os falantes vão


adquirindo, de forma natural, ao longo do crescimento. Isto é, no processo de
socialização, que começa em criança, o indivíduo vai tomando consciência dos
contextos sociais em que se insere, adquirindo instrumentos, como formas de
tratamento, regras de uso e modalização discursiva para interagir adequadamente.

A competência comunicativa consiste, tão simplesmente, em o falante distinguir, por


exemplo, uma ordem de um pedido ou uma intenção de um compromisso, produzindo,
assim, enunciados adequados à situação.

Além da competência comunicativa, distinguem-se também a competência linguística e


a competência metalinguística. A primeira é o conhecimento (gramática e léxico)
interiorizado que o falante tem da sua própria língua. É com base nesse conhecimento
que o falante compreende e constrói um número indefinido de frases gramaticais; a
segunda consiste na capacidade que o falante tem de refletir sobre a sua própria língua,
tomando consciência dos seus valores e funções.

Módulo de Língua Portuguesa Página 9 de 79


1.3. Variação linguística

A língua é um sistema dinâmico de comunicação, sujeito a variações coletivas,


individuais, geográficas, históricas e até situacionais. As variações linguísticas são, no
fundo, as diversas realizações ou formas que a língua possui.

Os níveis de língua também representam variações, na medida em que o falante, em


função do contexto e do interlocutor, opta pela forma mais adequada de transmitir a sua
mensagem.

Do ponto de vista do estudo da variação linguística, podemos considerar 5 campos:

1º variações diatópicas (topos (grego) = lugar): resulta de diferenças no espaço


geográfico e manifesta-se, por exemplo, por pronúncias diferentes, expressões ou
palavras próprias de cada região, mesmo para designar realidades ou conceitos iguais
noutras regiões, e significados diferentes para a mesma palavra de região para região.
Para além das variedades de cada região ou local, temos de considerar o extenso
território geográfico em que a língua portuguesa se fala, apresentado, por isso,
diferentes realizações, consoante o país;

2º variações diastráticas (stratos (grego) = camada, nível): resulta de diferenças entre


as camadas socioculturais, variando de acordo com a classe social, a idade, a profissão
ou o nível de escolaridade dos emissores. Manifesta-se, também, por sistemas próprios
de determinados grupos sociais (nível cuidado, nível popular, gíria, língua padrão,
linguagem técnica, etc);

3º variações diafásicas (phasis (grego) = fala): resulta das diferenças entre os tipos de
modalidade expressiva. Manifesta-se pela adequação às diferentes situações de
comunicação, em que o falante muda o registo, adequando-o às circunstâncias, como o
grau de cultura e a idade do interlocutor ou local em que se encontra;

4º variações diacrónicas (kronos (grego) = tempo): resulta das diversas manifestações


da língua ao longo dos tempos; apercebemo-nos das diferenças quando estudamos, por
exemplo, os arcaísmos ou os fenómenos fonéticos que ocorreram com a evolução da
língua;

Módulo de Língua Portuguesa Página 10 de 79


5º variações sincrónicas (sy'n (grego) = simultaneidade): variações num mesmo
período de tempo.

3.3 Níveis de língua


Em função dos fatores que regem a adequação discursiva, o falante opta por um nível ou
registo, que é também uma variação. Uma vez que os níveis de língua não são
compartimentos estanques, um falante pode usar mais do que um registo durante um
mesmo dia. Os níveis de língua são na mesma medida orais e escritos, ainda que uns se
mostrem mais comuns na oralidade (como o nível popular) e outros na escrita (como o
nível literário).

Os níveis ou registos de língua usados por um falante demonstram a sua competência


comunicativa, já que o falante está a adequar a linguagem à situação de interação verbal.

No estudo dos níveis de língua, podemos encontrar os seguintes:

1º Nível corrente (= norma ou língua padrão): É o nível compreendido por todos os


falantes (ainda que eles mesmos possam usar níveis distintos em situações diferentes de
comunicação) e o mais valorizado socialmente num determinado país. É usado nos
meios de comunicação social, ensinado aos estudantes (embora se venha a verificar,
neste campo, a opção por um nível mais cuidado) e é o nível usado nos documentos
oficiais. Estruturalmente, é composto por construções gramaticais e vocabulário comum
e compreensível. No código oral, usa-se na conversação ou nos media, por exemplo, e
no código escrito na imprensa ou em comunicações.

É a variedade falada no Centro de Portugal, no eixo Coimbra – Lisboa. Coimbra porque


aí se concentraram durante séculos os académicos e as pessoas mais escolarizadas do
país por causa da Universidade, o que contribuiu para uma certa uniformização da
língua e Lisboa porque é a capital, o centro de decisão política, onde o uso da língua
padrão é inerente ao serviço público.

2º Nível Cuidado: o nível cuidado é usado em situações comunicativas mais formais.


São exemplos os discursos, as conferências e as comunicações. Dada a provável
distância social existente entre os interlocutores, este registo é usado, não simplesmente

Módulo de Língua Portuguesa Página 11 de 79


para passar a mensagem, mas para, ao fazê-lo, causar boa impressão. Daí a escolha do
vocabulário, mais variado, recair sobre palavras mais ricas e elegantes e a construção
frásica ser mais elaborada, do que a norma, mais complexa e próxima da escrita, ainda
que sem preocupações literárias;

3º Nível familiar: Usa-se em situações informais, de maior intimidade, no contacto com


familiares e amigos. Caracteriza-se pelo uso de palavras e expressões de maior valor
afetivo, descontraído e simples e de construções frásicas mais simplificadas. No código
escrito, encontramos este nível em, por exemplo, mensagens de texto para amigos e
familiares;

4º Nível popular: Sendo um registo mais comum na oralidade, não tem preocupações
de formalidade e predominam muitas das incorreções que ouvimos no dia-a-dia, como
“há-des” ou “fostes” ou “póssamos”.

É um registo que encontramos associado a determinados grupos socioculturais menos


escolarizados ou letrados, apresentando um vocabulário mais escasso e construções
frásicas descuidadas. No código escrito, encontramos este registo quando os escritores
procuram reproduzir, por meio do discurso direto, as características de certas
personagens.

O registo popular pode ser dividido nos seguintes subconjuntos:

a) Regionalismos: expressões, vocábulos, estruturas sintáticas, fonética e prosódia


que apresentam variação de acordo com a região dos falantes;
b) Gírias: consistem na utilização da linguagem própria de um determinado grupo
socioprofissional (militares, jornalistas, estudantes, cibernautas, etc.);
c) Calão: tipo de linguagem que se caracteriza pelo uso de expressões incorretas,
subversões à norma e vocabulário grosseiro;
d) Linguagem técnico-científica: caracteriza-se por uma terminologia precisa e
exata, própria de um contexto científico. É utilizada no âmbito do exercício de
uma atividade profissional por aqueles que a ela estão ligados (médicos,
advogados, engenheiros, etc.). Encontra-se, também, em livros técnicos ou
dicionários.

Módulo de Língua Portuguesa Página 12 de 79


5º Nível literário: resultando de preocupações artísticas, é usado na prosa e na poesia,
não sendo utilizado para a comunicação quotidiana, mas em obras literárias.

Apresenta construções, vocabulário e recursos estilísticos mais ricos e invulgares, de


forma a suscitar emoções nos leitores. Estes terão maior ou menor facilidade em
compreender a mensagem dependendo de fatores como a idade, a escolaridade ou o
nível cultural. Apesar de ser um registo predominantemente escrito, apresenta géneros
orais como sermões ou alguns discursos.

Módulo de Língua Portuguesa Página 13 de 79


2. Interação discursiva

A interação discursiva não deixa de ser uma forma de interação social. Tal como vimos,
os interlocutores, no ato comunicativo, fazem uso dos recursos que decorrem da sua
própria condição sociocultural e que podem representar tanto aproximação como
afastamento entre os falantes.

Assim, recorrendo ao seu conhecimento linguístico e competência comunicativa, fazem


uso dos instrumentos que lhes permitem adequar o discurso ao interlocutor, à mensagem
e à própria situação.

2.1. Dêixis
Analisando um pouco mais a relação social entre os interlocutores (semelhanças ou
dissemelhanças), vemos que um dos recursos utilizados pelos falantes é a dêixis, seja
para auto-referência, forma de tratamento ou localização espácio-temporal.

O que é a dêixis? É um conjunto de elementos linguísticos que remetem para a pessoa


que fala (autorreferência – por exemplo: eu), para quem se fala (formas de tratamento –
por exemplo: tu/vocês), e enunciação do local e do momento em que decorre
(localização espácio-temporal – por exemplo: aqui; ontem).

Por si só, estes elementos não têm valor. Têm como função fazer referência aos
interlocutores, ao momento, ao local e à situação. A dêixis serve, no fundo, para indicar,
identificar os referentes existentes na situação ou contexto, ficando, portanto,
dependente deles.

Em resumo, na interação discursiva, os deíticos dizem respeito a referências temporais,


espaciais e pessoais.

Módulo de Língua Portuguesa Página 14 de 79


Dêiticos

 Tempos verbais: presente, pretérito e


futuro;
 Nomes como estações do ano, dias da
semana, meses, séculos, épocas
festivas, etc.;
 Advérbios, locuções adverbiais e
expressões com valor temporal: hoje,
ontem, anteontem, amanhã, depois de
amanhã, etc.;
 Determinadas locuções prepositivas e
Expressões dêiticas temporais (indicam o preposições: antes de, depois de, após,
momento da situação do enunciado). etc.;
 Adjetivos: futuro, passado, atual, etc.

 Verbos de movimento: Ir, Vir, Voltar,


Sair, Entrar, Chegar, etc.;
 Determinantes e pronomes
demonstrativos: este (a/s), esse (a/s),
aquele (a/s), isto isso aquilo;
 Advérbios e locuções adverbiais e
expressões com valor de lugar: aqui,
Expressões dêiticas espaciais (indicam o local
aí, acolá, cá, lá, etc.;
da situação do enunciado).
 Preposições e locuções prepositivas:
em cima de, atrás de, ao lado de, etc.

 Desinências verbais de pessoa: 1ª e 2ª


pessoas do singular e do plural; 3ª
Expressões dêiticas pessoais (indicam os pessoa do singular e do plural, em
participantes, os protagonistas da situação de formas de tratamento: o senhor, a
interação). senhora, vossa excelência, etc.

Quadro 1-Dêiticos

Módulo de Língua Portuguesa Página 15 de 79


2.2. Princípios reguladores da interação discursiva

Na interação verbal há princípios que regulam a comunicação e que são fundamentais


para o sucesso do ato comunicativo, que é, tão-somente, transmitir uma mensagem.

2.2.1. Princípio da cooperação

Para que a interação verbal seja bem-sucedida, todos os fatores que analisámos
anteriormente são fundamentais, mas não bastam. É necessário que exista cooperação
entre os interlocutores, cujos princípios regulam o ato comunicativo.

São quatro as bases que sustentam o princípio da cooperação: quantidade de informação


a transmitir (se é suficiente ou insuficiente em função do objetivo), qualidade da
informação (se é verdadeira, falsa, adequada ou não), relação e maneira em que
informação é transmitida. O princípio da cooperação é, pois, concretizado pelas
máximas conversacionais, que são as normas da conduta linguística.

2.2.2. Máxima da quantidade

Cada interlocutor transmite o conteúdo do seu discurso de modo adequadamente


informativo, que não contenha nem mais nem menos informação do que a necessária,
no momento de interação, referindo a informação essencial.

Por exemplo:

Falante A: A que horas começa a festa?

Falante B: Às 21h30.

Os interlocutores desrespeitariam esta máxima transmitindo informação desnecessária


ou, pelo contrário, não fornecendo informação suficiente.

Módulo de Língua Portuguesa Página 16 de 79


Por exemplo:

Falante A: A que horas começa a festa?

Falante B: Às 21h30 de Lisboa, 22h30 em Madrid e meia-noite e meia em Moscovo.

Falante A: A que horas começa a festa?

Falante B: À noite.

2.2.3. Máxima da qualidade

O interlocutor, à partida, afirma unicamente aquilo que pensa ser verdadeiro e aquilo
que sabe, não dando informação que seja falsa, não falando de coisas para as quais não
há evidências, não falando do que não sabe nem dando informação desadequada ao
contexto da interação.

Falante A: Ela chega sempre atrasada. Achas que hoje chega a horas?

Falante B: Não sei. De facto, ela nunca respeita horários.

Falante A: Ela chega sempre atrasada. Achas que hoje chega a horas?

Falante B: Então não vês que até já chegou? Está aqui ao meu lado, só que está
invisível.

O uso de recursos como a ironia explicam o desrespeito propositado por esta máxima,
como no exemplo 2. Outro dado importante para a observação da máxima da qualidade
é o universo de referência ou o sistema de conhecimentos e crenças de cada interlocutor.

2.2.4. Máxima da relação ou pertinência


O falante transmite informação relevante para o seu interlocutor, adequada ao contexto
da interação discursiva. Também é importante que a informação seja de interesse, nova
ou importante.

Módulo de Língua Portuguesa Página 17 de 79


Falante A: Eu gostava tanto de ir ver o La La Land. Já viste?

Falante B: Não. Mas podíamos ir hoje, que os bilhetes são mais baratos.

2.2.5. Máxima do modo ou maneira


Ao utilizar um discurso ordenado, claro e breve, evitando a ambiguidade e a
obscuridade, o falante está a respeitar a máxima do modo ou maneira.

As máximas não são recursos isolados e, muitas vezes, a sua quebra constitui um
recurso estilístico.

2.3 Princípio da cortesia


Este princípio regula a interação discursiva, recorrendo a regras que têm em conta o
contexto situacional e sociocultural dos interlocutores. Estes utilizarão estratégias
discursivas que evitem conflitos e interrupções ao longo do processo comunicativo.
Além das regras sociais e culturais, os falantes recorrem a instrumentos verbais e não-
verbais (linguagem corporal, tom de voz, gestos) de maneira a evitar efeitos negativos
na interação.

Mecanismos Linguísticos Exemplos


O senhor João sabe onde estão as minhas
chaves?
Formas de tratamento
Fórmulas de expressão de cortesia Dava-me licença, por favor?
Peço desculpa por só agora responder ao seu
email.
Fórmulas de expressão de desculpas
Expressões de elogio Isso foi muito bem dito.
Pedido indireto Importa-se de me fazer um favor?
Emprego do pretérito imperfeito (imperfeito Queria em café, por favor.
de cortesia)
Emprego do condicional Seria possível dar-me uma informação?
Uso do futuro em vez do imperativo Ficarás na minha casa até parar de chover.
Podes chegar aqui? / Chegas aqui, por favor?
Uso da interrogação em vez do imperativo

Módulo de Língua Portuguesa Página 18 de 79


Uso de verbos modais Posso entrar?
Há quem diga que o assunto é mais
complicado do que isso…
Construção impessoal
Uso do indefinido Alguém se esqueceu de desligar a luz…
Uso da negação numa frase interrogativa Não íamos ficar em casa?
Falante A: Gosto mais de te ver de azul.
Substituição de uma discordância por uma Falante B: Posso escolher uma cor que me
pergunta favoreça mais?
Ando a tentar falar-te sobre isso há algum
tempo.
Emprego de perífrases
Expressão da opinião em forma de dúvida ou Se calhar essa cor não te favorece…
de probabilidade
Falante A: Estou mesmo numa fase de azar…
Substituição de resposta direta por citação Falante B: Deixa. “Não há bem que nunca
acabe nem mal que sempre dure”, lembras-
te?
Uso de litotes1 Não corri foi pouco!
Emprego de eufemismo Essa senhora já não está entre nós…

Quadro 2 - Exemplos de mecanismos linguísticos utilizados no princípio da cortesia.

1
Afirmação de uma ideia através da negação do seu contrário. Pode ser depreciativa ou
laudatória. Assemelha-se a uma combinação de eufemismo e ironia, sendo o seu efeito o de
atenuação do que é dito.

Módulo de Língua Portuguesa Página 19 de 79


3. Processos interpretativos inferenciais
A relevância de um enunciado de um locutor (emissor) assenta no reconhecimento
como tal pelo alocutário (recetor) e é informativo se acrescenta algo ao saber anterior
deste.

Há fatores que determinam o reconhecimento de informação nova, e o primeiro é o


estabelecimento da relação entre o enunciado e o que foi dito imediatamente antes. Isto
é, um enunciado “economiza” palavras em função daquilo que foi anteriormente
expresso. Por exemplo, para a pergunta que já vimos “A que horas começa a festa?”
podemos ter duas respostas: “A festa começa às 21h30” ou apenas “Às 21h30”. Ambas
são respostas informativas e relevantes em relação ao que foi expresso anteriormente.

Muitas vezes a interpretação de um enunciado é feita por inferência. Isto é, as máximas


conversacionais que vimos anteriormente não foram respeitadas, sendo esse facto
reconhecido pelo alocutário como intencional por parte do locutor. Por outras palavras,
quando falamos, nem sempre dizemos tudo explicitamente, havendo interpretações
implícitas, sem que isso faça com que o alocutário deixe de compreender o enunciado.

No ato comunicativo, então, o alocutário infere a informação que está, desse modo, a
ser-lhe transmitida.

Este processo de interpretação abrange os seguintes conceitos:

1º Pressuposição: dedução, a partir do enunciado, de uma informação implícita, mas


que se pode obter pela análise semântica, sintática ou lógica.

Exemplo: “A sobrinha da Maria é professora” – pressupõe-se que a Maria é tia.

2º Implicatura convencional – para Grice2, está relacionada com alguns itens


linguísticos, mas não faz parte do que foi dito efetivamente. Isto é, não sendo muito
diferente da pressuposição, contém uma marca linguística associada.

2
GRICE, H. P. (1991[1975]). Logic and conversation. In: DAVIS, S. (Org.). Pragmatics: a reader.
Oxford University, Oxford, p. 305 - 315

Módulo de Língua Portuguesa Página 20 de 79


Exemplo: Ele é português. Logo, é simpático.

2º Implicatura conversacional – informação implícita que emerge a partir de uma


conversa entre dois interlocutores, num determinado contexto, fazendo uso das
máximas conversacionais que anteriormente vimos.

Exemplo:

Falante A – O meu carro está a dar problemas.

Falante B – Há um mecânico muito bom e barato aqui perto.

4. Objetivos comunicativos e atos de fala


Já aqui vimos que a linguagem tem uma função social. Quando comunicamos, fazemo-
lo com um objetivo específico, que não é apenas o de falar. Queremos pedir algo,
exprimir emoções, emitir juízos, criticar, felicitar ou ensinar.

Os enunciados que proferimos contêm atos de fala / ilocutórios, que são realizações
linguísticas, orientadas por regras, sob certas condições e intenções. Este conjunto de
orientações assegura que o que dizemos é adequadamente interpretado.

Quando um falante pronuncia uma determinada frase, num determinado contexto, como
já vimos de forma implícita ou explícita, produz atos como “avisar”, “afirmar”,
“perguntar”, “pedir”, ordenar”, etc.

De seguida, apresentamos um quadro que sistematiza os atos ilocutórios, os seus


objetivos e os instrumentos a que recorremos para produzir o enunciado.

Módulo de Língua Portuguesa Página 21 de 79


Tipos de Atos Objetivos Realizações Exemplos
Ilocutórios Comunicativos Linguísticas

Verbos declarativos
e de atividade
mental: afirmar,
acreditar, achar,
admitir, concordar
Relacionar o locutor com confessar, dizer
o valor de verdade da responder, etc.;
Acredito que
proposição expressa pelo
haja condições
Assertivos enunciado. O locutor
para melhorar
acredita que o que diz é
Expressões
verdadeiro.
modalizadoras de
verbos criadores de
referência:
considerar certo,
achar possível,
achar necessário,
etc.; Está a chover

Asserção simples.

Expressões de
ordem, conselho,
pedido, sugestão,
Tentar que o alocutário instrução, através de Queres ir ao
realize futuramente uma verbos como: cinema?
ação, verbal ou não– permitir, perguntar,
verbal, que reflita o convidar, exigir,
reconhecimento por parte implorar, pedir, etc.; Não te esqueças
Diretivos dele do conteúdo de trazer o meu
proposicional do livro.
enunciado proferido pelo Frases do tipo
locutor. imperativo e
interrogativo.

Módulo de Língua Portuguesa Página 22 de 79


Verbos Prometo que
compromissivos: amanhã chego
jurar, assegurar, mais cedo.
tencionar, prometer,
garantir, etc.;
Amanhã às 10,
aqui.
Expressões elípticas
com valor ilocutório
Comprometer o locutor a compromissivo;
realizar, no futuro, a ação
Eu vou lá
expressa no enunciado. A
amanhã.
Compromissivos obrigatoriedade é Frases simples que
exercida no locutor e não exprimam futuro;
no alocutário, como nos
Se não te dá
atos ilocutórios diretivos.
jeito, não vou ter
Frases complexas do
contigo hoje.
tipo condição –
consequência,
quando a última
implica
comprometimento Até logo!
do locutor;

Fórmulas de
despedida que
impliquem
comprometimento.
Peço desculpa
por telefonar a
Verbos expressivos: esta hora.
agradecer, lamentar,
pedir desculpas, dar
condolências,
Expressivas felicitar, etc; Gosto tanto
Exprimir o estado deste
psicológico do locutor restaurante!
em relação a uma Verbos modalizados
realidade, especificada por advérbios: Achar
no conteúdo do bem / mal;
enunciado. Expressões

Módulo de Língua Portuguesa Página 23 de 79


exclamativas com
adjetivos
valorativos,
advérbios e verbos
afetivos: gostar,
adorar, gostar tanto
de, etc.

Fazer com que a Verbos declarativos/ A sessão está


realidade, através do performativos: aberta.
enunciado e para declarar, nomear,
Declarações concordar com ele, se batizar, encerrar,
altere, graças à terminar, etc. Declaro-vos
autoridade / estatuto do marido e mulher.
locutor reconhecidas pelo
alocutário, institucional
ou individualmente.

Fazer com que a Expressões É fundamental


realidade coincida com o modalizadas: ser que o senhor
conteúdo do enunciado, fundamental, deixe de fumar a
Declarações relacionando o locutor considerar partir de hoje.
Assertivas com o valor da verdade importante /
da proposição expressa. fundamental /
Pretendem exprimir o imprescindível.
que deve ser considerado
como verdade por o
locutor possuir uma
autoridade específica
reconhecida pelo
alocutário.

Quadro 3 - Tipologia dos atos ilocutórios3

3
Adaptação da taxonomia de Searle, apresentada por C. A. M. Gouveia in Isabel
Hub Faria et alii (1996: 391 – 402)

Módulo de Língua Portuguesa Página 24 de 79


5. O discurso oral

Não falamos exatamente do mesmo modo que escrevemos, mesmo que a mensagem
seja semelhante. A oralidade é mais “livre”, na medida em que, quando falamos, não
usamos estruturas ou vocabulário tão complexo como na escrita porque podemos
recorrer a outros meios para nos fazermos entender, como a gesticulação e a entoação.

5. 1. Propriedades da oralidade

 Relação direta com o interlocutor, traduzida em diálogo, que pode conter


recursos extralinguísticos como gestos, expressões faciais, entoação ou postura,
que facilitam a transmissão de ideias e emoções e possibilitam refazer a
mensagem quando necessário;
 Vocabulário mais restrito, mas em constante renovação;
 Controlo da mensagem e do conteúdo no momento da comunicação, o que
facilita correções e reformulações no caso de o interlocutor não compreender;
 Cooperação dos participantes, tornando mais eficaz a correção de eventuais
falhas de comunicação, além de que o que é dito normalmente faz parte do
conhecimento ou do universo de referência dos interlocutores;
 Simplicidade sintática (motivada pela partilha de conhecimentos dos
interlocutores), tipicamente menos bem elaborada do que a linguagem escrita;
 Períodos curtos;
 Topicalização;
 Mais espontânea, sem grande preocupação com as regras gramaticais de
concordância, regência e colocação.

Módulo de Língua Portuguesa Página 25 de 79


5.2 Contextos de interação discursiva

Comunicar eficazmente assenta em escolher e articular bem as palavras e as frases em


função do contexto e dos interlocutores, assim como respeitar as máximas que
analisámos.

Quando falamos para outrem, significa que temos algo de interesse para partilhar. Só
que isso não basta: é necessário comunicar com correção sintática (responsável pela
articulação das palavras nas frases) e imprimir riqueza e variedade ao léxico, com
conta, peso e medida, sem “pecar” por excesso nem defeito.

Em situações mais institucionais, como entrevistas, reuniões ou exposições orais,


estas regras são fundamentais para que a transferência da mensagem se faça
adequadamente e atinja o seu objetivo.

Como vimos, são vários os fatores que interagem no processo de comunicação verbal
oral. Além de que o que se diz e como se diz também está, de certa forma, condicionado
por algo que foi anteriormente dito e a forma como foi dito. Isto é, o discurso que foi
previamente enunciado tem influência no discurso que se vai produzir a seguir.

Esta interação permite que, numa entrevista ou reunião, as máximas conversacionais


sejam devidamente seguidas.

Nestes contextos, o processo de interação tem início na tomada de palavra ou tomada


de vez pelo locutor.

A construção do discurso deve seguir algumas regras:

 Ser claro e conciso;


 Formular um discurso breve mas completo;
 Formular um discurso compreensível;
 Para reformular o discurso, introduzir um tema novo ou um subtema, recorrer a
conectores/articuladores discursivos, que têm a função de ligar e articular
frases, formando orações mais complexas;
 Interagir sem interromper, de forma a que a comunicação verbal se estabeleça.

Módulo de Língua Portuguesa Página 26 de 79


Num contexto de exposição oral, momento em que um orador partilha informação com
o seu interlocutor, as regras de introdução, desenvolvimento e conclusão têm de ser
observadas, de forma a que o recetor compreenda os objetivos e os conteúdos da
comunicação.

A introdução ao tema permite delimitar o conteúdo do discurso e apresentar as ideias


base do mesmo. É no desenvolvimento que o locutor faz um encadeamento dos temas e
na conclusão transmite a mensagem final, o resultado que o próprio obteve acerca da
temática que introduziu.

O locutor, em termos de características linguísticas, deve:

 Manter a coesão temática;


 Distinguir ideias principais de secundárias;
 Manter a coesão do discurso, usando termos que conservem a estrutura
discursiva (conectores/articuladores do discurso);
 Introduzir exemplos explicativos ou ilustrativos;
 Usar reformulações para esclarecer temas difíceis ou novos.

5.3 Conexão interfrásica e discursiva (oral e escrita)


A conexão interfrásica é feita pela utilização de conectores/articuladores discursivos que
têm a função de estabelecer relações de dependência entre os elementos de uma frase ou
de uma sequência de frases, de modo a manter a coerência e coesão de um enunciado.

São orações breves, com diversos elementos linguísticos que, ainda assim, não
desempenham nenhuma função sintática na frase, compostos por interjeições, advérbios
ou conjunções.

Módulo de Língua Portuguesa Página 27 de 79


Função Conectores

Adição E, nem, nem … nem, bem como, do


mesmo modo, mais ainda, ainda, também,
além disso, igualmente, pela mesma razão,
etc.

Alternativa Ou, ora…ora, quer…quer, em alternativa,


etc.

Argumentação / Ênfase Na realidade, com efeito, aliás, de facto,


pelo contrário, efetivamente, na verdade,
afinal, mais (ainda), sobretudo, claro que,
etc.

Causa Porque, pois, visto que, dado que, uma vez


que, já que, devido a, por causa de,
porquanto, como, pois que…

Certeza É evidente / claro / óbvio que, sem dúvida


que, certamente, com certeza, decerto, etc.

Comparação Conforme, como, da mesma forma, do


mesmo modo, tanto…quanto, tal como,
etc.

Embora, muito embora, se bem que, ainda

Módulo de Língua Portuguesa Página 28 de 79


que, conquanto, mesmo que, não obstante,
no entanto, apesar de, ainda assim,
Concessão / Oposição /
contudo, todavia, porém, ao contrário, por
Contraste
outro lado, por um lado… por outro, em
contrapartida, doutro modo, etc.

Assim, logo, então, por conseguinte, em


suma, em consequência, em conclusão, daí,
Conclusão
deste modo, numa palavra, é por isso que,
para concluir, eis a razão por que, em
resumo, enfim, etc.

Caso, no caso de, se, desde que, contanto


que, exceto se, salvo se, a não ser que, a
Condição
menos que, em, a, admitindo que, supondo
que, etc.

Ora, de facto, com efeito, veja-se, sem


dúvida, efetivamente, etc.
Confirmação

Consequência De (tal) forma / modo / maneira que, pelo


que, daí que, consequentemente, etc.

Em primeiro lugar, começando,


primeiramente, em / de seguida,
Enumeração / Sequencialização
seguidamente, depois, em segundo lugar,
por último, logo após, a saber, etc.

Por exemplo, nomeadamente, em


particular, especificamente, como se pode

Módulo de Língua Portuguesa Página 29 de 79


ver, (como) é o caso de, isto é, ou seja,
mais concretamente, entre outros, a saber,
Exemplificação / Explicação /
ou seja, ou melhor, quer dizer, é que, etc.
Ilustração

Para (que), de modo / forma / maneira a


que, com vista a (que), com o intuito /
Finalidade / Intencionalidade
objetivo / fim de, com vista a, a fim de
(que), etc.

Reformulação Por outras palavras, mais precisamente,


dito de outro modo, por outras palavras,
etc.

Tempo Quando, logo que, assim que, mal, antes /


depois de, enquanto, ao mesmo tempo

Quadro 4 - Conectores

Algumas destas expressões podem ser utilizadas em funções diferentes. Por exemplo,
uma expressão como “mais precisamente” pode ser usada para reformular ou para
exemplificar.

Módulo de Língua Portuguesa Página 30 de 79


Parte III

Comunicação Escrita

1. Linguagem escrita

A comunicação humana começou com a transmissão oral de mensagens, tendo a escrita


surgido como a sua forma de representação gráfica.

Contudo, a escrita, ao longo dos tempos, adquiriu um estatuto próprio, tendo-se tornado
mais prestigiada. Já não é “apenas” a representação da linguagem oral, apesar de esta
ser a que lhe serviu de suporte.

Ao contrário da linguagem oral, a escrita não se adquire, não é interiorizada apenas pela
exposição a documentos escritos. Tem de ser aprendida.

A comunicação verbal escrita apresenta características particulares de estrutura, estilo e


rigor. É menos espontânea, dado que lhe está subjacente um maior tempo de preparação
e o reconhecimento de que a palavra escrita tem de ser clara para se fazer entender. Daí
que seja uma representação mais cuidada: permite ser revista e reestruturada para
manter a coesão e a clareza do discurso. É um processo unilateral, mas, tal como na
oralidade, também depende de fatores como o contexto sociocultural para ser entendida.

Não se pense, no entanto, que a linguagem escrita é superior ou inferior à linguagem


oral. Ambas possuem as suas particularidades e fazem parte da representação de
comunicação da linguagem humana. Na verdade, a forma como se adquire, ou aprende,
as condições de reprodução e de transmissão de uma e de outra é que estarão na base
das suas diferenças estruturais.

Neste universo da linguagem escrita, é importante, ainda assim, referir um novo


contexto: o meio virtual escrito como forma de transmissão de comunicação. O
fenómeno é o de aproximar cada vez mais a comunicação escrita da oral, utilizando
diversos recursos que permitem, até certo ponto, recriá-la.

Módulo de Língua Portuguesa Página 31 de 79


1.1 Particularidades da linguagem escrita

 Unilateralidade do discurso (contacto indireto entre o emissor –escritor– e o


recetor– leitor);
 Planeamento que permite maior coesão de ideias e organização de temas;
 Frases completas;
 Sintaxe bem elaborada, clara e mais complexa; dado que não há lugar a
reformulações nem a recursos extralinguísticos para transmitir mais claramente a
mensagem;
 Mais rigorosa nas regras gramaticais, dado que não há lugar a reformulações
nem a recursos extralinguísticos para transmitir mais claramente a mensagem;
 Vocabulário mais variado e rico;
 Maior aproximação aos níveis cuidado e literário;
 Utilização de sinais gráficos como forma de representação do oral.

1.2 Configuração gráfica

A configuração gráfica de um texto deve obedecer a determinadas formas:

 Espaços (intervalos que separam palavras, linhas e parágrafos);


 Margens (espaços em branco que circundam a mancha escrita);
 Alíneas (subdivisões de uma unidade textual, representadas por letras ou
números);
 Parágrafos;
 Períodos.

1.3. Regras de translineação


Na mudança de linha, a partição das palavras faz-se, de um modo geral, de acordo com
a divisão silábica:

Módulo de Língua Portuguesa Página 32 de 79


→ ca – ne – ta; mui – to; subs – cre – ver

Há, ainda assim, vários casos especiais:

a) grupos de consoantes iguais separam-se (rr; ss; nn; mm).


→ car – ro; pas – sa - gem; con – nos - co; co - mum – men - te

b) prefixos terminados em –s, como bis - , cis - ; des - ; dis - ; tras - e trans –
mantêm a sua integridade quando seguidos de sílaba iniciada por consoante (bis
– ne – to; des – le-al), mas o –s junta-se à sílaba seguinte quando esta começa
por vogal.
→ bi – sa – vó; de – sor – dem

c) em palavras hifenizadas, quando o corte coincide com o hífen, este repete-se no


início da linha seguinte.
→ porta - / - chaves

d) não se separam vogais sozinhas no fim ou no início de uma linha, mesmo que
forme uma sílaba.
→ ele – fan – te; má – go –a; íris

1.4. Pontuação

Sinal Função Exemplos


Marca uma pausa longa e
delimita uma ideia. Usa-se:
Ontem vi-te no cinema.

No fim de uma frase de tipo


Retire uma senha e aguarde
declarativo ou imperativo.
a sua vez de ser atendido.
Ponto [.]
Nas abreviaturas,
designando-se ponto de
Dr. Prof. Av.
abreviatura.

Assinala uma pausa breve.


Usa-se:
Já convidámos os teus pais,
os teus tios, os meus primos

Módulo de Língua Portuguesa Página 33 de 79


Para separar elementos de e o teu chefe para a festa.
uma enumeração.

Para separar orações O Pedro foi ao concerto, a


coordenadas assindéticas. Joana ficou em casa.

Vírgula [,]

Para separar conjunções,


locuções e advérbios com
Vamos proceder a
valor adversativo,
remodelações, por
conclusivo e explicativo:
conseguinte vamos fechar
as instalações durante duas
semanas.
Mas, porém, todavia,
contudo, no entanto, logo,
por isso, então, por
conseguinte…

Antes da conjunção e com O médico receitou-lhe os


valor adversativo. comprimidos e ele não os
tomou.

Para isolar o vocativo. Sente-se aqui, senhor João.

Para isolar o modificador Eça de Queirós, que viveu


apositivo do nome. no século XIX, foi o autor
d´Os Maias.

Módulo de Língua Portuguesa Página 34 de 79


Quando chegares a casa,
telefona-me.
(o. sub. adv. temporal que
precede a oração
Para isolar orações subordinante)
subordinadas adverbiais que
precedem as subordinantes
ou estão nelas encaixadas. A Maria, apesar de não ser
a melhor aluna em
ciências, vai candidatar-se a
medicina.
(o. sub. adv. concessiva
encaixada na oração
subordinante)

Para isolar os advérbios sim


e não, quando surgem
Sim, liga-me. / Não, fico
independentes das orações.
cá.

Para isolar palavras e Este é, sem dúvida, dos


expressões explicativas: melhores restaurante que
conheço.

Isto é, ou seja, sem


dúvida…
Para isolar a expressão “por Por favor, não estacione
favor”. aqui.

Módulo de Língua Portuguesa Página 35 de 79


Ao chegar a Lisboa,
encontrei o Pedro.
(o. red. de infinitivo)

Para isolar orações


reduzidas de infinitivo, Ela apareceu, cantando a
gerúndio e particípio com sua música preferida.
valor adverbial.
(o. red. de gerúndio)

Vistas bem as coisas, até


se resolveu tudo.
(o. red. de particípio)

Para separar, numa data, o Lisboa, 12 de fevereiro de


nome do lugar. 2017.

Para substituir um verbo Eu cheguei cedo; tu, muito


omitido. mais tarde.

Indica uma pausa maior


do que a da vírgula, mas
menor do que a do ponto,
Ponto e vírgula [;] pois não marca o fim de “Domingos Botelho devia
uma frase. ter uma vocação qualquer,
e tinha: era excelente
Usa-se:
flautista; foi a primeira
Para separar orações flauta do seu tempo; e a
coordenadas longas que tocar flauta se sustentou
contêm elementos dois anos em Coimbra,
isolados por vírgulas. durante os quais seu pai
lhe suspendeu as mesadas
[…]”
(“Amor de Perdição”, de
Camilo Castelo Branco)

Módulo de Língua Portuguesa Página 36 de 79


Para separar frases unidas O jogador caiu em campo;
por advérbios conectivos. contudo, não se magoou.

Para separar orações


coordenadas assindéticas
Vou-me embora; tenho de
com o mesmo sujeito
levantar-me cedo.
expresso.

Antecedem uma pausa


longa.
Então, vindo do nada,
começou a gritar: - saiam
da frente!
Introduzem as falas no
discurso indireto.

Introduzem citações. A minha avó dizia:


“calças brancas em
Janeiro, sinal de pouco
dinheiro”.
Dois pontos [:]

Introduzem enumerações. Os sinais de pontuação


são: pontos finais, pontos
de exclamação, pontos de
interrogação, dois pontos,
etc.

Introduzem explicações. Isso só se explica de uma


maneira: falta de atenção.

Módulo de Língua Portuguesa Página 37 de 79


Assinala uma pausa longa
e exprime uma entoação
de voz em crescendo.
Já viste quem está ali?
Emprega-se:

Ponto de interrogação
No fim de uma frase de
[?]
tipo interrogativo.

Combinado com outros Mas não vês o que estás a


sinais de pontuação. fazer?!
Marca uma pausa longa e
exprime vários
sentimentos e emoções.
Emprega-se:

No fim de uma frase de Foge!


tipo exclamativo.

No fim de uma frase de Não se mexa!


tipo imperativo.

Ponto de exclamação [!] Depois de uma interjeição. Ui!

Depois do nome de um
produto que se pretende
Castanhas assadas!
vender ou de algo que se
Quentes e boas!
anuncia.

Módulo de Língua Portuguesa Página 38 de 79


Indicam a interrupção ou
uma suspensão de
Se não estivesse a
mensagem. Podem sugerir
chover…
Reticências […] uma dúvida, hesitação,
ironia, surpresa, ou outros
sentimentos.

Assinala uma pausa mais


ou menos longa.
Foi aí que ele se levantou
Emprega-se:
e disse:

No discurso direto, para


- Nunca mais me
indicar as falas das
convidem para estas
personagens.
coisas!

Para evidenciar uma Anatomia, bioquímica,


oração, uma expressão ou histologia são disciplinas
Travessão [-] uma palavra. de uma área – a medicina.

Para assinalar os Na produção textual, o


elementos de uma lista. estudante deve ter em
conta:

- A sintaxe;
- A pontuação;
- A ortografia;
- A acentuação.

Quadro 5 - Pontuação

Módulo de Língua Portuguesa Página 39 de 79


2. Grafia e ortografia

As letras ou grafemas são sinais gráficos que correspondem aos sons da língua. O modo
como eles se codifica constitui a grafia, que é a representação escrita da língua.

2.1. Diacríticos: acentos e sinais gráficos


Para alterar o timbre das vogais, distinguir a grafia de certas palavras e para assinalar a
sílaba tónica, recorremos aos diacríticos, um conjunto de sinais constituído por:

 Acentos gráficos;
 Til;
 Cedilha;
 Hífen;
 Apóstrofo;
 Trema.

2.2 Tabela de sinais e acentos gráficos

Diacrítico Função Exemplo

Acento agudo [ ´ ] Usa-se sobre a sílaba tónica Maracujá, café, óculos, difícil,
aberta (a, e, o) e sobre os i e u túnica
tónicos.

Assinala a contração entre a


preposição a e o determinante
artigo definido a(s) ou os
determinantes ou pronomes Às vezes ele chega mais tarde.
demonstrativos aquele(s),
Acento grave [ ` ] aquela(s), aquilo: a + a(s)= à(s);
a+aquele(s)=àquele(s); Àquela hora já estava tudo
a+aquela(s)=àquela(s); fechado.
a+aquilo=àquilo

Módulo de Língua Portuguesa Página 40 de 79


Acento circunflexo [^ ] Utiliza-se sobre a sílaba tónica Mecânico, êxito, sôfrego, têm.
média (â, ê, ê).

Til [ ~ ] Assinala a nasalidade de vogais e Manhã (sílaba tónica)


ditongos. Pode marcar uma sílaba
tónica ou uma sílaba átona.
Órfã (sílaba átona)
Utiliza-se debaixo do c antes das
vogais a, o e u para representar o
Cedilha [ Ç ] Açafrão, abraço, açúcar
som [s].

Geralmente, utiliza-se para:

Ligar os elementos que Guarda – chuva, terça – feira


constituem palavras compostas,
sem elemento de ligação.

Para ligar os elementos que Amor–perfeito, andorinha–do–


constituem palavras compostas mato
que designam espécies botânicas
ou zoológicas.
Hífen [ - ]

Para ligar elementos de palavras Recém – casados, além–mar


formadas por prefixação, quando
o prefixo surge acentuado com os
prefixos pré-, pós– e pró-. Pré-Natal, pós-moderno, pró-ativo

Com os prefixos ex-, sota-, soto-, Ex-combatente, sota-capitão,

Módulo de Língua Portuguesa Página 41 de 79


vice-, e vizo. soto-ministro, vice – rei e vizo-rei

Com os prefixos circum- e pan-, Circum-navegação, pan-


sempre que o segundo elemento americano, pan-helénico, circum-
começa por vogal ou pelas murado
consoantes m, n ou h.

Com os prefixos hiper-, super-,


inter- e sub-, sempre que o
Hiper-realista, super-homem,
segundo elemento começa por h
inter-humano, sub-região
ou r.

Nas palavras compostas em que o Extra–humano, contra-


segundo elemento começa por h. harmónico

Em palavras com prefixos que


terminam em vogal igual à que
Anti-ibérico, micro-ondas
inicia o segundo elemento.

Para ligar pronomes pessoais e Deu-me, chamam-se


formas verbais.

Para ligar pronomes pessoais No-lo, vo-lo


entre si.

Para ligar pronomes pessoais ao


advérbio eis.
Ei-lo, eis-nos

Para assinalar a translineação. Por-to, gra-má-ti-ca

Módulo de Língua Portuguesa Página 42 de 79


Assinala a supressão de alguns
sons nomeadamente:

D´Os Lusíadas, n´O Ensaio Sobre


No final das preposições de, em a Lucidez, pel´Os Sertões
e por que antecedem o título de
uma obra.
No final da preposição de, em
algumas palavras.
Apóstrofo [ ´ ] Copo-d´água, Paço d´Arcos (ou
Paço de Arcos)

Nos versos, por questões “Não vejo a c´roa nevada”


métricas.
(“Anjo és”, de Almeida Garrett)

Usa-se em nomes estrangeiros e Müller, mülleriano


Trema [ .. ] seus derivados.

Quadro 6 – Tabela de sinais e acentos gráficos

Módulo de Língua Portuguesa Página 43 de 79


2.3. Regras de acentuação gráfica

Regras Exemplos
Palavras agudas

1 – De forma geral, não são acentuadas. Trazer, Brasil, peru, amor

2 – Acentuam-se:

a) As palavras terminadas nas vogais Sofá, café, estás, avós, jacaré


baixas a, e e o, seguidas ou não de
s;

b) As palavras terminadas nas vogais Vê, vês, avô, inglês


médias e e o, seguidas ou não de s;

c) As palavras terminadas nos


ditongos abertos eu e oi, seguidos
ou não de s; Céu, lençóis, dói, ilhéus

d) As palavras terminadas no ditongo


aberto ei seguido de s (porque são o
plural das palavras terminadas em Anéis, papéis, fiéis, pastéis, hotéis
el);

e) As palavras com mais de uma


sílaba terminadas em –em ou em –
ens; (não estão incluídas as
palavras terminadas em –gem, que
são agudas, por exemplo, paragem,
paragens); Parabéns, também, além, Santarém

f) As formas da 2ª e 3ª pessoas do
singular do presente do indicativo
de verbos compostos a partir de
Ter e Vir;

Módulo de Língua Portuguesa Página 44 de 79


g) As formas da 3ª pessoa do plural do Deténs, convém, contém, manténs, advém
presente do indicativo dos verbos
Ter e Vir (e verbos da mesma
família).

Têm, vêm, contêm, mantêm, advêm

Palavras graves

1. Na sua maioria não são acentuadas. Paragem, heroico, atraso, morfema

2. Acentuam-se:

a) As palavras terminadas em l, n, r, x Útil, íman, âmbar, Fénix, bíceps


ou ps;

b) As palavras terminadas em i, is ou
us; Óvni, íris, bónus

c) As palavras terminadas na vogal


nasal ã ou em ditongo oral nasal, Vólei, fáceis, bênção(s), órfão(s)
seguidos ou não de s;

d) As palavras terminadas em –um e


–uns.

Fórum, álbuns

Módulo de Língua Portuguesa Página 45 de 79


Palavras esdrúxulas

1. São sempre acentuadas:

a) Com acento agudo sobre as vogais


baixas a, e e o e sobre as vogais i e Básico, aritmética, velocípede, fósforo,
u; último

b) Com acento circunflexo sobre as


vogais a, e e o.
Câmara, pêssego, estômago

Vogais i e u

As vogais tónicas i e u são acentuadas Veículo, Luísa, miúdo, baú(s), faísca,


quando são precedidas de vogal com a qual saíste, Luís, saí(s)
não fazem ditongo e constituem sílaba
sozinha ou com s.

Rainha, moinho, ventoinha


Única exceção: quando forma sílaba
sozinha, a vogal tónica í não é acentuada se
for seguida de nh.

Quadro 7 – Regras de acentuação gráfica

2.4. Regras de ortografia


A ortografia das palavras portuguesas resulta de um misto de respeito pela parte
fonética da língua (correspondência entre o grafema e o fonema) e pela parte
etimológica e histórica (a origem de cada palavra, o momento de entrada na língua
portuguesa, e evolução, etc).

Módulo de Língua Portuguesa Página 46 de 79


No entanto, nenhuma destas vertentes é absoluta porque nem sempre a correspondência
entre fonema e grafema se faz de forma simples e nem sempre a história da palavra
responde a todas as dúvidas sobre a ortografia, de modo a que se possam estabelecer
regras gerais.

Regras Exemplos

1. Escrevem-se com e [com som de “i”):

a) As palavras da família de nomes


terminados em –eio e –eia; Areal [areia], recear [receio]

b) O sufixo –ear, presente em verbos


formados de nomes e adjetivos;
Rodear, saborear
c) O sufixo –âneo (do latim);

d) As palavras da família de nomes


terminados em –é. Contemporâneo

Guineense [de Guiné], galeota [de Galé]

2. Escreve-se g antes de e e i:

a) Em início de palavra, na maior parte


das situações; Gesto, gigante

b) Nas terminações do infinitivo dos


verbos e respetiva conjugação;
Eleger / elegi, agir / agi, agirei / fugir /
foge, fugi
c) Nas terminações –ágio, -égio, -ígio,

Módulo de Língua Portuguesa Página 47 de 79


-ógio, e -úgio;
Adágio, colégio, vestígio, relógio,
refúgio
d) Nos nomes e adjetivos terminados em –
agem, -igem, e –ugem, bem como nas
palavras da mesma família.

Única exceção: a palavra pajem. Coragem, fuligem, ferrugem, imagem /


imaginação

3. Escreve-se j antes de e e i:

a) Nas formas verbais dos verbos


terminados em –jar; Beijem [beijar], viajei [viajar]

b) Na maior parte das palavras da


mesma família de outras que se
escrevem com j; Lojista, lojeca [loja], laranjeira [laranja]

c) Em início de palavra, num


número reduzido de palavras.

Jeito, jejum, jipe


4. Para representar o som [s]:

4.1 Emprega-se s:

a) Em geral, em início de palavra;


Saber, ser, sonhar

b) Nos nomes e adjetivos


terminados em –ense que Portuense, bejense, madeirense,
indicam naturalidade. timorense

4.2 Emprega-se o dígrafo ss entre vogais.

Módulo de Língua Portuguesa Página 48 de 79


Osso, promessa, travessa, minissaia,
premissa
4.3 Emprega-se c antes de e e i:

a) Num número reduzido de palavras;

b) Nos nomes formados com o sufixo – Cinto, cereja, fácil


ice;

c) Nos verbos terminados em –ecer ou Meninice, aldrabice


–escer;

d) Na maioria das palavras terminadas Esquecer, amanhecer, florescer


em –cia e –ância;

(Exceções em pequeno número) Assistência, influência, audácia, Suécia

4.4. Emprega-se ç:

a) Num número restrito de palavras Ânsia, hortênsia


de uso frequente;

b) Nas terminações –iço e –iça;

c) Nos nomes terminados em – Março, traço, açúcar


ança.

4.5. Emprega-se x num número reduzido de


palavras.
Suíça, cortiça, chouriço

Mudança, lembrança

Próximo, máximo

Módulo de Língua Portuguesa Página 49 de 79


5. Para representar o [z] intervocálico, usa-
se, geralmente, s, nomeadamente:

a) Nos sufixos –oso e –osa;


Preguiçoso, saborosa
b) No sufixo –isa;

Poetisa, profetisa
c) No sufixo –esa nas palavras
femininas que designam cargos
ou títulos;
Princesa, duquesa

d) Nos nomes de origem grega


terminados em –ase, -ese, -ise e
–ose;

e) Nos pouco verbos que terminam Crase, tese, análise, osmose


em –isar, da família das palavras
que contêm –is;

Avisar (aviso), visar (visão), alisar (liso)

6. Escreve-se com s o sufixo –ês (origem, Português, portuguesa


relação, nacionalidade) e o seu feminino
–esa.
7. Emprega-se z:

a) Nos sufixos –ez e –eza, da


formação de nomes abstratos; Rapidez, rigidez, beleza, riqueza

b) No sufixo –izar, com que se


formam verbos a partir de nomes
e adjetivos; Canalizar (canal), suavizar (suave),
utilizar (útil)
c) Na formação de diminutivos e
aumentativos, como elemento de

Módulo de Língua Portuguesa Página 50 de 79


ligação das palavras aos sufixos
diminutivos –inho, -ito e aos
aumentativos –ão, -arrão.* Pãozinho, ruazita, mauzão, canzarrão

*exceto em palavras cujo radical é s –


casa/casinha, mesa/mesinha

8. Para representar o som “ch” [∫]:

8.1. Emprega-se x

a) Após um ditongo;
Caixa, peixaria

b) Após a sílaba inicial –en que não


é prefixo em português (o resto Enxaqueca, enxerto, enxuto
da palavra não existe por si só).

8.2. Emprega-se ch

a) Em início de palavra (exceto um


número pequeno de palavras que
não têm origem no latim)*, quer o
dígrafo ch corresponda aos latinos
cl, fl ou pl, quer na maior parte de
outras origens; Chama, cheio, cheque, chuva

b) Seguido do en- inicial (quando a


palavra de base já tinha ch);

c) No interior da palavra, quando o


dígrafo ch corresponde aos latinos
cl, fl ou pl. Encharcar, enchumaçar

Encher, achar

*Xá (governante da Pérsia), xadrez,

Módulo de Língua Portuguesa Página 51 de 79


xaile, xarope, xelim, xeque-mate, xerife,
xilofone, xisto

9. Para conferir nasalidade às vogais:

a) Emprega-se o til em final de


palavra, se terminar em a; Lã, irmã, manhã

b) Emprega-se m antes de p, b ou
m e em final de palavra, com
vogal diferente de a; Chumbo, campo, comummente, homem,
cetim
c) Emprega-se n nas restantes
situações.

Cinco, conto, mundo, álbuns

Quadro 8 – Regras de ortografia

2.5. O Novo Acordo Ortográfico (Síntese das mudanças ortográficas)

Um acordo ortográfico é uma convenção, assinada por países que partilham a


mesma língua oficial, que estabelece um conjunto de regras de forma a criar uma norma
única. No caso da língua portuguesa, uma vez que é uma língua falada em vários países
geograficamente dispersos, sentiu-se a necessidade de criar um único documento que
regulasse as duas ortografias oficiais do português, a da variedade europeia da língua e a
da brasileira. A existência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa é
considerada prejudicial à unidade essencial da língua e lesiva dos interesses do seu
prestígio internacional.

O novo acordo ortográfico, mais propriamente, o Acordo Ortográfico da Língua


Portuguesa, é o diploma único que regula e pretende unificar a ortografia da língua
portuguesa.

Módulo de Língua Portuguesa Página 52 de 79


1- As consoantes mudas c e p são eliminadas em todas as
palavras onde estas letras não são pronunciadas.
As Consoantes
cc> c
Accionar> acionar
Cç>ç
Acção>ação
Ct>t
Electricidade>eletricidade
Pc>c
Excepcional>excecional
Pç>ç
Recepção>receção
Pt>t
Egipto>Egito

As consoantes pronunciadas de certas sequências interiores


são conservadas.
1.1-
cc Faccioso, ficcional, occitânico
As consoantes
cç Convicção, ficção, sucção
articuladas
ct Bactéria, compacto, pacto
pc Egípcio, núpcias, opcional
pç Corrupção, erupção, opção
pt Apto, eucalipto, rapto

Quando há oscilação na pronúncia, admitem-se duplas


1.2-
grafias no interior da norma da variedade portuguesa:
Grafias duplas
Característica ou caraterística
Setor ou Sector
Atenção! Nas sequências interiores mpc, mpç e mpt, quando

Módulo de Língua Portuguesa Página 53 de 79


o p cai, o m passa a n, escrevendo-se nc, nç e nt: assumpção>
assunção, peremptório>perentório.
2- Acentuação gráfica Ditongos abertos oi de palavras graves:
2.1- Supressão do Asteróide > asteroide
acento
Bóia> boia
Jóia> joia

Atenção! O ditongo oi de palavras agudas e monossilábicas


continua a ser acentuado: constrói, herói, dói.

2.2- Formas verbais graves em –êem:


Acentos diferenciais Crêem> creem
Dêem> deem
Lêem> lêem

Atenção! Os verbos ter e vir (e derivados) continuam a ser


acentuados na 3ª pessoa do plural: Eles têm dois filhos. Elas
vêm de avião.

Alguns pares homógrafos deixam de ser distinguidos pelo


acento:

Atenção! O acento continua a ser obrigatório em pôde (3ª


pessoa do pretérito perfeito do indicativo de poder) para
diferenciar de pode (3ª pessoa do presente do indicativo de
poder) e em pôr (infinitivo) para distinguir de por
(preposição).

Módulo de Língua Portuguesa Página 54 de 79


Formas verbais da 1ª pessoa do plural do pretérito perfeito
dos verbos da 1ª conjugação:
passámos ou passamos

Forma verbal da 1ª pessoa do plural do presente do


2.3-Facultatividade do
conjuntivo do verbo dar:
acento
dêmos ou demos

Nome feminino que significa molde ou recipiente:


forma ou fôrma

Alguns verbos em –guar, -quar, -quir:


Averigue ou averigúe
Adequo ou adeqúo

Atenção! Recomenda-se que as grafias adotadas até agora


sejam mantidas.

3- Maiúsculas e
minúsculas
Meses do ano:
janeiro, abril, novembro
3.1- O uso da
minúscula
Estações do ano
primavera, verão, outono, inverno

Designações usadas para mencionar alguém cujo nome se


desconhece:

Módulo de Língua Portuguesa Página 55 de 79


fulano, sicrano, beltrano

Pontos cardeais, colaterais e subcolaterais:


norte, este, sudeste, és-nordeste, etc.

Atenção! Mantém-se a maiúscula inicial nos correspondentes


símbolos e nos casos em que estes nomes designam regiões :
Vivo no Norte (por norte de Portugal).

3.2- O uso facultativo


Disciplinas escolares, cursos e domínios de saber:
da maiúscula ou
minúscula matemática ou Matemática

Nomes de vias, lugares públicos, monumentos ou


edifícios:
Igreja do Bonfim ou igreja do Bonfim
Rua da Restauração ou rua da Restauração

Títulos de santos:
Santa Rita ou santa Rita

Palavras usadas reverencialmente ou hierarquicamente:


vossa excelência ou Vossa Excelência

Títulos de livros ou obras, exceto o primeiro elemento e


os nomes próprios que se grafam com maiúscula inicial:
Memorial do Convento ou Memorial do convento

Módulo de Língua Portuguesa Página 56 de 79


4- Hífen Locuções de uso geral:
4.1- Supressão do cartão –de-visita > cartão de visita
hífen
fim-de-semana > fim de semana

Exceções: água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-


que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

Compostos em que se perdeu a noção de composição:


manda-chuva > mandachuva
pára-quedas>paraquedas

Palavras formadas por prefixos ou falsos prefixos


terminados em vogal e em que o segundo elemento
começa por r ou s, duplicando-se estas consoantes:
anti-rugas> antirrugas
ultra-secreto> ultrassecreto

Palavras formadas por prefixos ou falsos prefixos


terminados em vogal e em que o segundo elemento
começa por vogal diferente:
auto-estrada> autoestrada
extra-escolar> extraescolar

Formas monossilábicas do presente do indicativo do


verbo haver seguidas da preposição de:
hei-de>hei de
hão-de> hão de
Compostos que designam espécies botânicas ou
zoológicas:
estrela-do-mar, feijão-verde

Atenção! Boca-de-fogo enquanto peixe é hifenizado, como

Módulo de Língua Portuguesa Página 57 de 79


sinónimo de uma peça de artilharia não leva hífen.

4.2- Emprego do hífen Palavras formadas por prefixos ou falsos prefixos e em


que o elemento seguinte começa por h:
anti-higiénico, super-homem

Exceção: as formações com des-, in- e re- continuam a


escrever-se aglutinadas:
desumano, inábil, reabilitar.

Palavras formadas por prefixos ou falsos prefixos


terminados em consoante e em que o elemento seguinte
começa por consoante igual:
hiper-realista, inter-regional, super-realista

Atenção! Se o elemento seguinte começa por uma consoante


diferente ou por uma vogal, não se usa hífen: hipermercado,
superinteressante.

Palavras formadas por prefixos ou falsos prefixos


terminados em vogal e em que o segundo elemento
começa pela mesma vogal:
anti-inflamatório, micro-ondas

Atenção! Executam-se as palavras formadas com o prefixo


co- mesmo quando o elemento seguinte inicia por o:
coocorrência, coobrigação.

Palavras formadas por elementos acentuados


graficamente:
além-mar, pós-graduação, pré-escolar, pró-vida, recém-

Módulo de Língua Portuguesa Página 58 de 79


casado

Palavras formadas pelos prefixos ex- (com o sentido de


anterior ou cessamento), sota- soto-, vice-, vizo-:
ex-ministro, sota-piloto, soto-mestre, vice-reitor, vizo-rei

Palavras formadas pelos refixos circum- e pan- e em que


o segundo elemento começa por vogal, h, m ou n:
pan-africano, pan-helénico, circum-murado, circum-
navegação

5- Translineação Na translineação de uma palavra composta ou de uma


combinação de palavras em que há um hífen, se a partição
coincide com o final de um dos elementos ou membros,
deve, por clareza gráfica, repetir-se o hífen no início da linha
seguinte.

Basicamente, não há alterações a registar no uso


tradicional da translineação.

Quadro 9 – Acordo Ortográfico

Módulo de Língua Portuguesa Página 59 de 79


3. Pronomes pessoais complemento direto e indireto

3.1.Regras de colocação do pronome pessoal em adjacência verbal


Os pronomes pessoais, também designados clíticos e átonos, devido a especificidades
prosódicas e posicionais, complemento direto e indireto, são os seguintes:

P. P. Complemento Direto P.P. Complemento Indireto

Eu Me Eu Me
Tu Te Tu Te
O sr. O sr.
A sra. O, A A sra. Lhe
Ele Ele
Ela O, A Ela Lhe
Nós Nos Nós Nos
Vós Vos Vós Vos
Eles Eles
Elas Os, As Elas Lhes

Quadro 10 – Pronomes em adjacência verbal

De uma forma geral, no caso de não existir nenhum modificador pré-verbal da posição
do pronome, estes surgem à direita do verbo (posição enclítica), ligados por um hífen.

Exemplo:

Falante A: De que é que estás à procura?


Falante B: Das chaves do carro. Viste-as?

Módulo de Língua Portuguesa Página 60 de 79


3.1. Especificidades do pronome pessoal complemento direto, 3ª pessoa, singular e
plural, em posição pós-verbal (enclítica)

Casos Regras Exemplos

Dá-se a queda de r, s ou z e Foi interessante ver o


acrescenta-se l ao pronome: - -lo, - desenvolvimento dos estudantes.
la, -los, -las. → Foi interessante vê-lo.

a) Quando os
O candidato faz discursos em
verbos
terminam em r, No caso de verbos terminados em r várias plataformas → O
s ou z. candidato fá-los em várias
e z, para manter a sílaba tónica,
plataformas.
coloca-se acentuação gráfica na
vogal baixa a e média e.
Fazemos o resto do exercício
amanhã? → Fazemo-lo amanhã?

Os professores convidaram os
estudantes para a reunião. →
Os professores convidaram-nos.
b) Quando os Acrescenta-se n ao pronome:
verbos
terminam em –
Quando chegares, põe os livros
m ou ditongo -no, -na, -nos, -nas
em cima da secretária. → Põe-
nasal.
nos em cima da secretária.

Módulo de Língua Portuguesa Página 61 de 79


b) Únicas duas
exceções:

- Verbo Querer na Ele quer o trabalho feito hoje. → Ele quere-o feito hoje.
3ª pessoa do
singular, do
presente do
indicativo;

- Verbo Ter na 2ª Tu tens a minha caneta. → Tu tem-la.


pessoa do singular,
do presente do
indicativo.

Quadro 11 – Regras para a colocação de pronomes em adjacência verbal

3.2. Colocação do pronome direto e indireto

Casos de Próclise (colocação do pronome antes Exemplos


do verbo)

a) Ninguém disse ao candidato para não


vir hoje.
Ninguém lhe disse para não vir hoje.

1. Frases com palavras de valor negativo (não,


nunca, nem, jamais, ninguém, nenhum, nada…). b) Nunca tinhas visto este ginásio?
Nunca o tinhas visto?

c) Não leves o funcionário a mal…


Não o leves a mal…

Módulo de Língua Portuguesa Página 62 de 79


a) Alguém disse aos formandos que
aquilo estava bem…
2. Frases com pronomes indefinidos em posição
pré-verbal (alguém, algum, algo, tudo, todo, Alguém lhes disse que aquilo estava
muito, pouco, qualquer, tanto…). bem…

b) Algum de vocês viu a minha pasta?


Algum de vocês a viu?

a) Quem é que disse aos utentes que


amanhã estávamos fechados?
Quem é que lhes disse que amanhã
estávamos fechados?

3. Frases interrogativas, iniciadas por pronomes,


determinantes ou advérbios. b) Onde é que deixámos os
apontamentos?
Onde é que os deixámos?

a) Se o professor acabar a aula mais cedo,


podemos ir ao ginásio.
Se o professor a acabar mais cedo,
podemos ir ao ginásio.
4. Orações subordinadas

c) A rececionista disse que distribuía as


senhas mais cedo.
A rececionista disse que as distribuía
mais cedo.

a) Já viste a Teresa Almeida hoje?


Já a viste hoje?

5. Frases com verbos antecedidos de certos

Módulo de Língua Portuguesa Página 63 de 79


advérbios (Já, ainda, sempre, só, apenas, também, b) Talvez leve os meus colegas a casa.
talvez…). Talvez os leve a casa.

c) Também apresentaste essa reclamação?


Também a apresentaste?

6. Orações coordenadas disjuntivas, iniciadas por a) Não te decides. Ora me pedes para
conjunções coordenativas correlativas (ou…ou, esperar, ora para me ir embora.
ora…ora, nem..nem, quer…quer…).
b) Quer te liguem, quer não, fizeste uma
boa entrevista.

7. Frases exclamativas. a) Que me caia já aqui um raio!

b) Bons olhos te vejam!


Casos de mesóclise (pronome entre o radical do
verbo e as terminações verbais)
Exemplos

1. Verbo no futuro do indicativo (simples ou a) Contactarei os professores.


composto). Observam-se os casos das Contactá-los-ei.
especificidades do pronome complemento direto do
quadro -
b) Telefonarei aos professores.
Telefonar-lhes-ei.

2. Verbo no condicional (simples ou composto). a) Contactaria os professores.


Observam-se os casos das especificidades do Contactá-los-ia.
pronome complemento direto do quadro 8.

b) Telefonaria aos professores.


Telefonar-lhes-ia.
Contração entre os pronomes complemento Exemplos
direto e indireto

a) Deste os livros ao João?


(os + lhe)

Módulo de Língua Portuguesa Página 64 de 79


1. Quando estes pronomes entram em contacto, a Deste-lhos?
contração numa única forma é obrigatória.

b) Ele apresentou-nos os professores.


(nos + os)
Ele apresentou-no-los. (Observam-se os
casos das especificidades do p. c. direto do
quadro 8).

Quadro 12 – Colocação do pronome direto e indireto

Módulo de Língua Portuguesa Página 65 de 79


4. Parágrafo, período e Frase

Parágrafo – é uma forma de organização textual, com sentido completo e unidade entre
as várias partes que o constituem. Inicia-se sempre numa linha nova, mais para a direita,
iniciando sempre com letra maiúscula. Usa-se o travessão, no caso de serem falas de
personagens. Pode ser delimitado por ponto, ponto de interrogação, ponto de
exclamação ou reticências.

Período – é cada uma das partes do parágrafo. Cada período contribui para adicionar
informação, complementando o assunto do parágrafo. É constituído por frases simples
ou complexas, podendo ser delimitado por ponto, ponto de interrogação, ponto de
exclamação ou reticências.

Frase – é um enunciado no sentido completo, uma unidade mínima de comunicação. A


frase corresponde a uma sequência de uma ou mais palavras, podendo não incluir
verbos.

Exprime ideias, apelos, ordens ou emoções. Na oralidade, acompanhada de entoação e


gestos, é suficiente para exprimir um enunciado. Na escrita, essa representação é feita
por sinais de pontuação. Daí podermos encontrar enunciados (orais e escritos) como
“Sai!”, “Foge!”, “Deixe-se estar.”, “Olha, boa!”.

Exemplo

Texto

“ A Google quer colocar-se ao lado dos sites na promoção de debates construtivos. Mas
também ao lado do leitor. Para isso, a empresa lançou “Perspective”, uma ferramenta
informática, baseada em inteligência artificial, que pretende moderar automaticamente
os comentários, identificando as mensagens que podem atrapalhar uma discussão.

Por muito engraçado que possa ser ler determinadas mensagens, os espaços de
comentário são, por vezes, uma dor de cabeça para os moderadores. Esta ferramenta
permite detetar as mensagens “tóxicas” antes da publicação e medir o potencial
impacto das mesmas no debate.”

Módulo de Língua Portuguesa Página 66 de 79


http://24.sapo.pt/tecnologia/artigos/na-batalha-da-moderacao-em-caixas-de-
comentarios-a-google-da-luta-aos-provocadores (adaptado)

Legenda: [----] – Parágrafo; [----] – Período; [----] - Frase

4.1 Estrutura da Frase


Estruturalmente, a frase pode apresentar-se nas seguintes formas:

1 - Frase/Predicado Nominal – pode não ter verbo (a); se possuir verbo, tem de ter
dois elementos essenciais: sujeito e predicado. O sujeito é o termo que concorda com o
verbo em número e pessoa, sendo que o núcleo da declaração está num nome e a frase
possui um verbo copulativo (ser, estar, ficar, parecer, continuar…) que integra o
predicativo do sujeito. Indica um estado ou uma qualidade do sujeito (b).

Exemplos: (a) – Silêncio!

(b) – A Joana é alta.

2 - Frase/Predicado Verbal – neste tipo de frase, a informação nova está no predicado


por meio da utilização de verbos significativos (quase todos os verbos que conhecemos
de ação). Se o núcleo da declaração estiver no verbo, temos predicado verbal, que
exprime a ideia de ação.

Exemplo: O Carlos correu a maratona.

3 - Frase/Predicado Verbo-Nominal – é formado por um verbo significativo (de ação),


mais o predicativo do sujeito. O predicado verbo-nominal dá-nos duas informações:
ação e estado.

Aqui, o verbo é de ação, então não possui verbo de ligação (copulativo).

Exemplo: A criança brincava distraída.

Módulo de Língua Portuguesa Página 67 de 79


5. Processos de comunicação escrita

Nos dias de hoje, comunicamos cada vez mais por escrito, tanto a nível pessoal, como
profissional, académico e institucional, recorrendo aos email, sms, fora virtuais e redes
sociais. Enviamos mensagens eletrónicas para fazer requerimentos, apresentações
comerciais ou apenas dar notícias, antes mesmo de usarmos o telefone.

Para não falar do serviço de mensagens curtas (sms), que substitui tantas vezes a
comunicação oral, mesmo quando esta é possível de realizar.

A nível pessoal, escrita e oralidade aproximam-se cada vez mais, isto é, não são tão
evidentes as preocupações com a forma (as mensagens querem-se curtas ou mesmo
ilustradoras da oralidade e das emoções). Em contrapartida, a nível académico,
profissional e institucional a preocupação com o rigor formal é não só bem visto, como
determinante para o sucesso nessas áreas.

Neste campo, se na oralidade podemos adequar e reformular o discurso, corrigir


imprecisões e usar a entoação no momento da enunciação, no meio académico e
profissional temos de recorrer a documentos de natureza própria que representam
determinados fins e para os quais estão subjacentes regras.

5.1. Textos de natureza administrativa

5.1.2. A carta comercial - representa uma empresa, por isso dever estar bem
identificada e ser muito clara no conteúdo e objetivos.

Módulo de Língua Portuguesa Página 68 de 79


Estrutura

 cabeçalho (nome da empresa, endereço, nº de telefone, e-mail)


 nº de referência (à esquerda)
 data (à direita)
 assunto:
 saudação: Exmo. Sr. (nome)

Abertura:

 Servimo-nos da /Serve a presente para...


 Em resposta à sua / vossa carta datada de...
 Com satisfação comunicamos que ...
 Levamos ao conhecimento de V. Exa. que...
 Tem a presente a finalidade de informar...
 Vimos por intermédio desta...
 Acusamos a recepção da sua carta datada de...

Fecho:

 Sem mais de momento...


 Colocando-nos à inteira disposição...
 Agradecendo a atenção dispensada...
 Recebam as nossas saudações cordiais...
 Aguardando a V. resposta, subscrevemo-nos...
 Atenciosamente
 Cordialmente
 Com os melhores / mais respeitosos cumprimentos

Fonte: http://www.prof2000.pt/users/anamartins/flup/lpe/Aula9.html (adaptado)

Módulo de Língua Portuguesa Página 69 de 79


5.1.3. A carta de candidatura

A - Resposta a anúncio:

“Esta carta deve conter sempre a referência ao anúncio a que se está a responder, isto é,
devemos colocar sempre o n.º de referência do anúncio e/ou a função a que se concorre.
É aconselhável fazer um pequeno resumo da experiência profissional (3 ou 4 linhas).

Este é um modelo que deve conter os dados solicitados no anúncio e que, em geral, são
os seguintes:

 A referência à fonte do anúncio (nome do jornal, data da publicação,


eventualmente o nº de referência do anúncio);
 O título do posto de trabalho a que se candidata;
 A sua identificação (nome, morada, telefone, data de nascimento e idade);
 As suas habilitações escolares e profissionais;
 A sua experiência profissional e descrição das competências técnicas e
profissionais;

Deverá concluir a carta, manifestando a sua disponibilidade para, em entrevista, poder


esclarecer mais pormenorizadamente as suas competências profissionais; apresente
cumprimentos e assine.”

Fonte:
http://www.fc.up.pt/fcup/bolsaEmprego/documentos/modelos_de_cartas_2006.pdf

B – Candidatura espontânea

“(…) a sua carta, deverá ter em atenção alguns requisitos, ou seja, deverá revelar as
razões da candidatura, despertar o interesse do leitor, que, por sua vez, o levará à leitura
do curriculum vitae e, finalmente, deverá apelar à entrevista. A carta não deve substituir
o curriculum vitae a não ser que seja uma carta de exploração. Ela tem como objetivo
chamar a atenção do leitor para o curriculum vitae (e não é) apenas um documento para

Módulo de Língua Portuguesa Página 70 de 79


acompanhá-lo. Ela deve transparecer uma solução para os problemas do recrutador. Esta
carta deve conter sempre o objetivo da sua candidatura, ou seja o tipo de funções a que
se concorre. Este é um modelo que apenas fornece indicação para a elaboração de uma
carta de candidatura espontânea (A/c do Diretor da Empresa, se esta for pequena ou, A/c
do Diretor de Recursos Humanos, caso se trate de uma grande empresa):

 Apresentação;
 Papel: igual ao do curriculum vitae;
 Direção pessoal: canto superior esquerdo (não utilizar títulos);
 Direção do destinatário: na lateral direita, sobre a data;
 Estilo: escreva à mão, no caso de ter uma boa caligrafia, ou se tal for solicitado;
 Título do destinatário: utilizar no caso de ter conhecimento do destinatário. Se
tal não acontecer, utilize «Senhor/ Senhora» ou «Senhores».”

Fonte:
http://www.fc.up.pt/fcup/bolsaEmprego/documentos/modelos_de_cartas_2006.pdf (com
correções)

5.2 O curriculum vitae


O currículo, dizem os entendidos, é uma espécie de cartão de visita de um candidato,
que detalha a sua história académica e profissional.

Mais do que o relato de um conjunto de empregos, deve ser um documento bem


redigido e estruturado, que demonstra a imagem, qualidade e competências adquiridas,
pelo que a clareza da linguagem é fundamental.

Eis o que o Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais da Universidade de Aveiro


sugere para a elaboração de um curriculum vitae eficaz:

Módulo de Língua Portuguesa Página 71 de 79


5.2.1. Regras para a redação do curriculum vitae

Regras básicas para a redação do seu CV:

- Apresente as suas habilitações e competências adquiridas de forma direta e objetiva,


valorizando os seus pontos fortes;

- O CV é uma comunicação profissional e deve ser redigido de maneira formal, clara e


lógica. Evite usar o tom coloquial, próprio da expressão oral;

- Use palavras simples e frases curtas. Transmita uma ideia por parágrafo, evitando que
o mesmo ultrapasse as 5 linhas;

- Evite erros ortográficos, tendo sempre em atenção o uso correto dos sinais de
acentuação das palavras;

- Use corretamente a pontuação gráfica de forma a tornar a leitura mais fácil e fluida;

- Evite erros de construção frásica e/ou gramaticais;

- Se utiliza siglas, deve escrever logo de seguida o seu significado. Ex. GESP –
Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais;

- Se indica números deve usar algarismos, em vez de escrever por extenso. Esta opção
torna a leitura mais fácil;

- Tenha sobriedade na escolha do e-mail. A denominação pode, por si só, sugerir uma
conotação ou opinião acerca do candidato;

Módulo de Língua Portuguesa Página 72 de 79


- Deve cingir-se a factos, evitando juízos de valor, comentários e subjetividade;

- Elimine informações/palavras irrelevantes e evite o abuso de adjetivos;

- Evite referências a gostos pessoais como filiações clubísticas e/ou partidárias;

- Redija o CV na forma impessoal, utilizando sobretudo verbos operatórios, uma vez


que estes indicam ação ou movimento. Ex: Dirigir, desenvolver, produzir, realizar,
avaliar, coordenar, etc.;

- Evite os carateres sublinhados, MAIÚSCULAS ou a negrito, pois dificultam a leitura


do documento. Deve redigir o CV usando corretamente letras maiúsculas e minúsculas.
Desta forma o aspeto gráfico é mais atraente e harmonioso;

- Verifique se a informação introduzida está repetida e/ou colocada no item correto


disponibilizado para o efeito. Estes erros são considerados graves, uma vez que
transmitem uma imagem de desorganização;

- Se efetuou “copy paste” de informação para um campo de texto disponibilizado,


verifique se o sistema não cortou palavras ou informação;

- Releia atentamente o seu CV depois de preenchido e proceda a eventuais correções;

Fonte: https://www.ua.pt/gesp/PageText.aspx?id=3822 (com adaptações)

Módulo de Língua Portuguesa Página 73 de 79


5.2.2. Estrutura do curriculum vitae

1 º Cabeçalho – informação pessoal (nome completo, data de nascimento, naturalidade,


endereço completo e dados de contacto);

2 º Lugar a que se candidata;

3º Experiência profissional (da mais recente para a mais antiga). Indique datas, nome
da empresa, cargo, principais responsabilidades e principais resultados obtidos. Lembre-
se que é conveniente elencar apenas a experiência relevante para o lugar a que se
candidata;

4º Habilitações – introduza apenas a informação relevante (ensino secundário e


superior);

5º Línguas estrangeiras – utilize a informação do Quadro Europeu Comum de


Referência para as línguas estrangeiras para fazer uma autoavaliação das línguas que
fala;

6º Competências técnicas – normalmente, é o segmento em que descreve os seus


conhecimentos da área da informática, por exemplo;

7º Outras qualificações – introduza apenas informação relevante, como formações que


tenha frequentado e que sejam interessantes ou importantes para o lugar a que se
candidata;

8º Informações adicionais / observações – descreva interesses que sejam relevantes,


como voluntariado, interesses culturais, etc.

Módulo de Língua Portuguesa Página 74 de 79


5.3 A convocatória

É um documento que chama, que convoca, para uma reunião em que devem estar
presentes. É elaborado por alguém com poder institucional para tal (coordenador,
diretor, presidente).

Deve conter:

 Tipo de reunião (ordinária ou extraordinária);


 Quem convoca;
 Identificação do grupo de participantes;
 Dia, hora e local;
 Ordem de trabalhos;
 Data da convocatória e assinatura de quem convoca.

5.4. A ata

A ata é um documento oficial que regista as decisões tomadas em reuniões, conselhos


ou assembleias. O documento é elaborado por um secretário designado, que toma notas
ao longo da reunião e submete esse texto à aprovação dos presentes. Depois de
aprovado, esse é o texto que constituirá a ata.

Existem regras que determinam este texto, que tem de ser muito claro, já que se trata da
reprodução e registo oficial de decisões tomadas em assembleia. São elas:

 Texto sem abreviaturas, conciso e claro;


 Números e datas escritos por extenso;
 Rasuras, entrelinhas e espaços em branco eliminados com traços;
 Em caso de engano, introduz-se “digo” e repete-se o assunto, já emendado;
 No caso de o engano só se ver posteriormente, acrescenta-se “onde se lê…leia-
se”.

Módulo de Língua Portuguesa Página 75 de 79


5.5. O relatório

Documento que conta, que relata, que reflete o resultado de uma investigação ou
trabalho.

Apesar da sua estrutura narrativa, não deixa de conter sugestões e recomendações, na


medida em que não são diferentes de uma investigação científica e têm, de uma forma
geral, uma estrutura assente na premissa pergunta (problema) – resposta (solução).

Podem ser académicos, científicos, críticos ou síntese.

5.6 O memorando
O memorando é um documento que se usa para a comunicação entre departamentos de
uma instituição ou empresa, quando é necessário lembrar algo importante.

Serve para registar algo que deve ser lembrado para um determinado contexto sobre
algo que deve ser tido em conta.

Dentro de uma instituição ou empresa, usa-se para complementar ou acrescentar


informação a um documento anteriormente enviado.

Módulo de Língua Portuguesa Página 76 de 79


6. Protótipos textuais
Os protótipos textuais são modelos mentais que permitem ao leitor reconhecer, produzir
e classificar textos, com base nos conhecimentos que adquiriu por meio da audição e
leitura.

Dentro destes, podemos destacar o texto argumentativo e o texto expositivo.

6.1 Texto argumentativo e texto expositivo


A - Texto argumentativo / expositivo-argumentativo (protótipo argumentativo –
sequência textual argumentativa).

É um tipo de texto que «desenvolve um raciocínio com o fim de defender ou repudiar


uma tese ou ponto de vista para convencer um oponente, um interlocutor circunstancial
ou a nós próprios» (Carlos Ceia, E-Dicionário de Termos Literários).

A apresentação de argumentos é uma característica importante deste protótipo e os


géneros textuais em que predomina são, por exemplo, apreciações críticas e artigos de
opinião.

Do ponto de vista linguístico e formal, apresenta as seguintes características:

 Marcas da 1ª pessoa (caráter mais subjetivo);


 Apresenta introdução (explicitação da ideia que se vai defender),
desenvolvimento (apresentação dos argumentos) e conclusão (síntese das razões
apresentadas);
 Formas verbais no presente do indicativo;
 Verbos de opinião e de crença (crer, acreditar, achar, julgar, concordar…);
 Conectores discursivos argumentativos, conclusivos, aditivos, etc.
B – Texto expositivo (protótipo explicativo, - sequência textual explicativa).

É um texto de exposição de ideias, conceitos e teorias com o objetivo de informar o


leitor e divulgar conhecimento.

Livros, teses, monografias, manuais escolares, dissertações e artigos são exemplos de


textos expositivos.

Módulo de Língua Portuguesa Página 77 de 79


Do ponto de vista linguístico e formal, apresenta as seguintes características:

 Construções impessoais (“deve-se”, “observa-se”);


 Uso da 3ª pessoa;
 Léxico especializado;
 Formas verbais no presente, pretérito perfeito e futuro do indicativo;
 Verbos copulativos e transitivos diretos;
 Conectores causais, consecutivos, conclusivos, etc.

Observações – os quadros 1, 2, 4, 5, 6, 7 e 8 são adaptações dos quadros da


Gramática de Português de Maria Regina Rocha (V. bibliografia)

Módulo de Língua Portuguesa Página 78 de 79


BIBLIOGRAFIA
Cunha, Celso & Cintra, L.F.L. (1985) Nova Gramática do Português Contemporâneo,
2. ed., Nova Fronteira, R.J.

Porto Editora, Departamento de Dicionários (2014) Prática da nova Ortografia, todas


as regras ortográficas e exercícios com soluções. Porto Editora.

Faria, I.H. et al. (1996) Introdução à Linguística Geral e Portuguesa. Caminho, Lisboa

Faria, I.H. (2003) O uso da linguagem. In Faria, I.H. e al. Gramática da Língua
Portuguesa. Caminho, Lisboa. Cap. II, p. 55-81

Faria, I.H. (2003) Aspetos linguísticos da coesão textual. In Faria, I.H. e al. Gramática
da Língua Portuguesa. Caminho, Lisboa. Cap. II, p. 85 – 118

GRICE, H. P. (1991[1975]). Logic and conversation. In: DAVIS, S. (Org.). Pragmatics:


a reader.

Oxford University, Oxford, p. 305 – 315

Leite, Sara de Almeida (2017) Como escrever tudo em Português correto. Manuscrito
editora, Lisboa.

Raposo, E.P. (1992) Competência e Performance. In Raposo, E.P. Teoria da Gramática.


A faculdade da linguagem. Caminho, Lisboa, Cap. I, p. 31-33

Rocha, Maria Regina (2016) Gramática de Português. Ensino Secundário /10º, 11º e
12º anos.

Porto Editora, Port

Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2017. [consult. 2017-02-19 19:14:30].

Sites consultados

www.ciberduvidas.iscte-iul.pt

www.infopedia.pt

Módulo de Língua Portuguesa Página 79 de 79

Você também pode gostar