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Módulo de
Análise Matemática I
Alberto Daniel
Maputo - 2021
Ficha Técnica
Maputo, 1a Edição, Agosto de 2021
Guia de Estudo para os cursos de Engenharia
c Todos os direitos reservados
Título do módulo: Análise Matemática I
Organização e Edição: Instituto Superior de Transportes e Comunicações
Autor: Alberto Daniel
Revisor da EaD: Elton Sixpence
Revisor Científico: Mário Getimane
Revisor Linguístico: Danifo Chutumiá
Ilustrador/diagramador: José Font
Duração do módulo: 90 horas (15 semanas)
3
Índice Índice
3.11 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
3.12 Bibliografia da unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Introdução ao módulo
Este módulo tem como objectivo estudar o comportamento das funções, fazendo uso de conceitos de
sucessões, limites, derivada, continuidade e integral. A derivada é considerada a taxa de variação
instantânea de uma grandeza em relação a outra e, geometricamente, a derivada em um ponto é o
coeficiente angular da recta tangente ao gráfico naquele ponto. O conceito da derivada lida com o
estudo das taxas de variações, e tem sido predominante nas áreas de engenharia sendo que o seu
estudo auxilia na interpretação e resolução de vários problemas do dia a dia-a-dia, por exemplo, na
determinação da taxa de crescimento de uma certa população, da taxa de crescimento económico
do país, da taxa de variação de temperaturas, da velocidade e a aceleração de corpos ou objectos
em movimento, dos coeficientes angulares de curvas. O conceito de integral lida com problema de
determinar uma função a partir de informações a respeito de suas taxas de variação. Perminte-nos
calcular por exemplo, a posição futura de um corpo a partir da sua posição actual e do conhecimento
das forças que actuam sobre ele, a área de regiões irregulares no plano, o comprimento de curvas, o
volume e massa de sólidos arbitrários.
Objectivos do módulo
Quando terminar o estudo do módulo de Análise Matemática I você será capaz de:
7
Índice Índice
• Estabelecer um plano de estudo, definindo os dias e horários para estudar e realizar as activida-
des;
• Procurar interagir com os colegas, participando nas discussões propostas, trocando informações,
ideias, reflexões, descobertas e dúvidas;
• Caso você percebeça que o estudo está rendendo menos, dê uma pausa de 5min a 10min. Nesta
pausa, você pode se movimentar, se alimentar, tomar água. Nada de redes sociais pois elas podem
prender sua atenção, e, provavelmente, você terá dificuldades para retomar o estudo;
• Para uma avaliação, traga o material necessário: lápis, afiador, borracha, caneta azul, régua, etc.
Procure manter a calma durante a avaliação. Procure começar com as questões que você tenha
facilidade, isso vai lhe deixar mais seguro para as demais questões;
• Estude sentado em uma mesa com cadeira, mas, muito cuidado quando for estudar no quarto,
pois o ambiente do quarto pode lhe atrair para dormir.
1.1 Introdução
Um dos conceitos mais importantes da matemática é o conceito de função. Nesta unidade o nosso
objectivo principal será o de apresentar a definição de função e vários tipos especiais de funções,
chamadas de modo geral de funções elementares que são importantes para o desenvolvimento do
módulo. Uma função pode ser apresentada por uma tabela, por um gráfico ou por meio de uma
expressão analítica. As funções são de grande relevância nas engenharias, pois, através delas, os
fenômenos naturais são descritos.
Objectivos da unidade:
No fim desta unidade o estudante deve ser capaz de:
• Identificar uma função real de variável real;
• Identificar as funções elementares e construir os seus gráficos;
• Aplicar os conceitos de funções na resolução de problemas concretos.
Tempo de estudo: Esta unidade terá duração de 12 horas lectivas, o correspondente a duas semanas.
9
Unidade 1. Função real 1.3. Noções de Funções
Observação 1.3.1 Para que uma relação f : A → B seja considerada função, é necessário cada
elemento x ∈ A, participe de apenas um único par (x, y) ∈ f .
• Funções racionais fraccionárias: o domínio é todo R excepto os valores que anulam o denomi-
nador.
• Funções trigonométricas
Resolução:
p
a) A expressão 3 − x2 tem sentido
se
√ o√
radicando
fôr não negativo, isto é, 3−x2 ≥ 0. Resolvendo
esta desigualdade temos Df = − 3, 3 .
p
Seja y = 3 − x2 . Então y ≥ 0. Resolvendo esta equação em ordem a variável x teremos
p
y 2 = 3 − x2 ⇔ x2 = 3 − y 2 ⇔ x = ± 3 − y 2
√ √ √
Esta igualdade terá sentido somente se 3 − y 2 ≥ 0 ⇔ − 3 ≤ y ≤ 3. Logo Im(f ) = 0, 3 .
Definição 1.4.1 (Gráfico de uma função). Define-se o gráfico da função f como sendo o conjunto dos
pontos do plano correspondentes a pares (x, f (x)), com x ∈ Df , isto é Graf (f ) = {(x, f (x)) : x ∈ Df }
Definição 1.4.2 (Função Limitada). Uma função f (x) diz-se limitada no conjunto D ⊂ R se ∃m, M ∈ R
tal que ∀x ∈ D verifica-se a desigualdade
m ≤ f (x) ≤ M
1
Exemplo 1.4.2 A função f (x) = 3 − no intervalo [1, 4] é limitada visto que:
x
• 2 ≤ f (x), ∀x ∈ [1, 4] e
11
• f (x) ≥ , ∀x ∈ [1, 4].
4
Definição 1.5.1 (Função definida por partes). Uma função definida por partes, y = f (x), é uma função
definida por diversas expressões, uma para cada subconjunto do seu domínio.
Exemplo 1.5.1 Abaixo seguem alguns exemplos de funções definidas por partes e os respectivos
gráficos.
x, x≥0
a) f (x) =
−x x<0
√ 0, x ≥ −1
b) g(x) = 2
1 − x , −1 < x < 1
x x≥0
1.6 Simetrias
∀x ∈ I ⇒ −x ∈ I.
Definição 1.6.2 (Função Par e Ímpar). Seja f (x) uma função definida num conjunto simétrico Df .
1
Exemplo 1.6.3 Seja f (x) = x2 + 2 . Como Df = R∗ , a primeira parte das definições é verificada e
x
1 1
f (−x) = (−x)2 + 2
= x2 + 2 = f (x); logo, f é uma função par.
(−x) x
Exemplo 1.6.4 Seja f (x) = x5 − x3 . Como Df = R, a primeira parte das definições é verificada e
f (−x) = (−x) − (−x)3 = −x5 + x3 = −(x5 − x3 ) = −f (x); logo, f é uma função ímpar.
5
Exemplo 1.6.5 Seja f (x) = 1 − x3 . Como Df = R, então a primeira parte das definições é verificada.
Agora, f (−x) = 1 − (−x)3 = 1 + x3 6= f (x) e f (−x) 6= −f (x), logo f não é par nem ímpar.
Definição 1.6.3 (Função Periódica). Diz-se que uma função f (x) é periódica de período P ∈ R (também
chamada de P −periódica) se as seguintes condições forem satisfeitas:
(i) x + P ∈ Df , ∀x ∈ Df ;
(ii) f (x + P ) = f (x), ∀x ∈ Df .
2π
Exemplo 1.6.6 As funções f (x) = Bsen (Ax) e g(x) = B cos (Ax) são periódicas de período P = .
|A|
Em aprticular, as funções f (x) = senx e g(x) = cos x são 2π−periódicas.
Figura 1.1: Função estritamente crescente Figura 1.2: Função estritamente decrescente
Exemplo 1.7.1 Vamos mostrar que a função f (x) = 1 − 3x, x ∈ R é descrescente e que g(x) = x2 , x ≥ 0
é crescente.
a) Mostremos que a função f (x) = 1 − 3x é decrescente.
(f ◦ g)(x) = f [g(x)]
denomina-se por função composta de f com g (ou f após g). O domínio de f ◦ g é constituído pelos
valores x ∈ Dg tais que g(x) ∈ Df , isto é,
Df ◦g = {x ∈ R : x ∈ Dg ∧ g(x) ∈ Df } .
Vêm-se assim que a operação de composição não é comutativa pois não se verifica a igualdade
entre (f ◦ g)(x) e (g ◦ f )(x).
Definição 1.9.1 (Função Inversa). Seja f : A → B uma função injectiva. A invervsa da função f (x) é a
função f −1 : B → A tal que
• f −1 (f (x)) = x para todo x ∈ A e
Resolução: A função f é injectiva (verifique!), então ela possui inversa. Agora, seja y = f (x),
portanto
y = ex =⇒ ln y = ln ex =⇒ ln y = x
Trocando x por y temos a função inversa f −1 (x) = ln x.
x+1
Exemplo 1.9.2 Determine a inversa da função f (x) = .
x−2
Resolução; Seja y = f (x), então teremos
x+1 2y + 1
y= =⇒ y(x − 2) = x + 1 =⇒ yx − 2y − x = 1 =⇒ (y − 1)x = 2y + 1 =⇒ x =
x−2 y−1
2x + 1
Trocando x por y tem-se f −1 (x) = .
x−1
Definição 1.10.1 (Função linear). Chama-se função linear ou função do primeiro grau a uma incógnita
x, a toda função da forma y = ax + b, onde a, b ∈ R e a 6= 0.
O gráfico de uma função linear é uma recta não paralela aos eixos x e y. O ponto b (de abcissa 0,
ponto onde a recta corta o eixo das ordenadas) chama-se ordenada na origem.
• Domínio: R • Domínio: R
• Contradomínio: R • Contradomínio: R
Definição 1.10.2 (Ordenada na origem e declive de uma recta). Seja f (x) = ax + b, a função linear cujo
gráfico é
∆y y2 − y1
• m = tan α = = , chama-se declive ou coeficiente angular da recta. O declive de
∆x x2 − x1
uma recta mede a ’sua inclinação.
B) Funções polinomiais
Definição 1.10.3 (Função polinomial). Uma função diz-se polinomial sse for definida em R por uma
expressão do tipo:
f (x) = a0 + a1 x + a2 x2 + · · · + an−1 xn−1 + an xn
onde n ∈ N e a0 , a1 , · · · , an ∈ R.
No caso particular em que f (x) = a0 , f diz-se uma função constante.
• Domínio: R
• Contradomínio: R
C) Funções potências
Definição 1.10.4 (Função potência). Uma função potência é uma função da forma f (x) = xn , onde
n 6= 0 é uma constante real.
O comportamento das funções potências depende do valor de n:
n Domínio Contradomínio
Inteiro positivo ímpar R R
Inteiro positivo par R [0, +∞[
Inteiro negativo ímpar R∗ R∗
Inteiro negativo par R∗ R+
Exemplo 1.10.3 Vejamos alguns gráficos de funções potências para diferentes casos:
1
1 Figura 1.10: Para n-par: y = x2
Figura 1.9: Para n-ímpar: y = x
√ √ √ √
3
Figura 1.11: Funções:y = xey= x3 Figura 1.12: Funções: y = 3
xey= x2
D) Funções racionais
Definição 1.10.5 (Função racional). Uma função diz-se racional sse for definida pelo quociente de
duas funções polinomiais.
N (x)
f (x) = ,
D(x)
onde N (x) e D(x) são polinómios.
1 x
a) f (x) = c) f (x) = 1 −
x−1 x2 + 5
x2 + 2x − 1 1 − 2x2 + x3 − x7
b) f (x) = d) f (x) =
2x − 1 2 − 3x2 + x3 − 4x7
E) Funções algébricas
Definição 1.10.6 (Função algébrica). Uma função algébrica é uma função que resulta de somas,
diferenças, produtos, quocientes ou raízes de funções polinomiais.
Uma função que não é algébrica, diz-se transcendente.
Exemplo 1.10.5
2x + 3 p
a) Exemplos de funções algébricas: y = x2 + 4; y = ; y = 1 − 3x2 + 5x3
2x − 5
b) Exemplos de funções transcendentes: y = cos x; y = 2x ; y = log x
F) Funções trigonométicas
Definição 1.10.7 (Função seno).Chamamos de função seno a função f (x) = sin x, cujo domínio é
Df = R e a imagem é Im(f ) = [−1, 1].
Definição 1.10.8 (Função cosseno). Chamamos de função seno a função f (x) = cos x, cujo domínio é
Df = R e a imagem é Im(f ) = [−1, 1].
sin x
Definição 1.10.9 (Função Tangente). Chamamos de função tangente a função f (x) = tan x = ,
cos x
cujo domínio é Df = {x ∈ R : cos x 6= 0} e a imagem é Im(f ) = R.
Definição 1.10.10 (Função Cotangente). Chamamos de função cotangente a função f (x) = cot x =
cos x
, cujo domínio é Df = {x ∈ R : sin x 6= 0} e a imagem é Im(f ) = R.
sin x
Definição 1.10.11 (Função Secante). Uma função secante é uma função definida por f (x) = sec x =
1
, cujo domínio é Df = {x ∈ R : cos x 6= 0} e a imagem é Im(f ) = R\] − 1, 1[.
cos x
Definição 1.10.12 (Função Cossecante). Uma função cossecante é uma função definida por f (x) =
1
cosecx = , cujo domínio é Df = {x ∈ R : cos x 6= 0} e a imagem é Im(f ) = R\] − 1, 1[.
sin x
G) Funções exponenciais
Definição 1.10.13 (Função Exponencial).Chama-se função exponencial toda função f : R → R∗+ tal
x
que f (x) = a , onde a é uma constante real positiva e diferente de 1.
Uma função exponencial pode ser crescente ou decrescente, de acordo com os valores de a:
a) Se a > 1 então f (x) = ax é uma função crescente.
b) Se 0 < a < 1 então f (x) = ax é uma função decrescente.
Exemplo 1.10.6
H) Funções logarítmicas
Definição 1.10.14 (Função Logarítmica). Chama-se função logarítmica toda função f : R+ → R tal que
f (x) = loga x, onde a é uma constante real positiva e diferente de 1.
Uma função logarítmica pode ser crescente ou decrescente, de acordo com os valores de a:
a) Se a > 1 então f (x) = loga x é uma função crescente.
b) Se 0 < a < 1 então f (x) = loga x é uma função decrescente.
Exemplo 1.10.7
a) São funções logarítmicas:
1.11 Actividades
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
I. Ler as secções 1.3 a 1.10;
II. Elaborar uma lista dos principais conceitos abordados nesta unidade;
2. Ache f (x) se
(a) f (x + 1) = x2 − 3x + 2 1 1
(b) f x+ = x2 + , x 6= 0
x x2
5. Determine se f é par, ímpar, ou nenhum dos dois. Se f for par ou ímpar, use a simetria para
esboçar o gráfico.
6. Classifique cada função como uma função potência, função raiz, função polinomial (estabe-
lece seu grau), função radical, função trigonométrica, função exponencial ou logarítmica.
√
(a) f (x) = 5 x (e) s(x) = tan(2x) (i) y = 10x
√
(b) g(x) = 1 − x (f) t(x) = log10 x (j) y = x10
x−6
(c) h(x) = x9 + x4 (g) y =
x+6 (k) y = 2t6 + t4 − π
x2 + 1 x2
(d) r(x) = 5 (h) y = x + √ (l) y = cos θ + sin θ
x +x x−1
Módulo de Análise Matemática I 23 Alberto Daniel |
Unidade 1. Função real 1.11. Actividades
f
8. Encontre f + g, f − g, f g e e estabeleça os domínios:
g
(a) f (x) = x3 + 2x2 g(x) = f (x) = 3x2 − 1
√ √
(b) f (x) = x + 1 g(x) = x − 1
√
(c) f (x) = sin x g(x) = 1 − x
(d) f (x) = 1 − 3x g(x) = 5x2 + 3x + 2
1 x+1
(e) f (x) = x + g(x) =
x x+3
9. Encontre f ◦ g ◦ h:
(a) f (x) = x + 1 g(x) = 2x h(x) = x + 1
(b) f (x) = 2x − 1 g(x) = x2 h(x) = 1 − x
√
(c) f (x) = x − 1 g(x) = x2 + 2 h(x) = x + 3
2 √
(d) f (x) = g(x) = cos x h(x) = x + 3
x+1
10. Use a tabela ao lado para determinar
x 1 2 3 4 5 6 (a) f (g(1)) (c) f (f (1)) (e) (g ◦ f ) (3)
f (x) 3 1 4 2 2 5
g(x) 6 3 2 1 2 3 (b) g (f (1)) (d) g (g(1)) (f) (f ◦ g) (6)
11. Use os gráficos de f e g para estimar o valor de g (f (x)) para x = −5, −4, −3, · · · , 5. Use estas
estimativas para esboçar o gráfico de f ◦ g.
1 1 √
(a) f (x) = (b) f (x) = (c) f (x) = 1 − 2x
1 + ex 1 − ex
πx
13. Se f (x) = 3 + x2 + tan 2 , −1 < x < 1. Encontre
I. V.
IX.
VI.
X.
II.
VII.
III.
1.12 Auto-avaliação
1. Determine o domínio das seguintes funções
√ x
x2 − 9 1 + 2x (c) f (x) = arcsin
(a) f (x) = (b) f (x) = 2
2x + 4 1 − 4x2
4. Seja f (x) uma função, cujo gráfico para x ≥ 0 tem o aspecto indicado na figura abaixo. Complete
esse gráfico no domínio de x < 0, se
Resolução:
(a) Como f é uma função fraccionária então seu domínio será todo o conjunto dos números reais
excepto aqueles que anulam o denominador. Assim,
(b) A função f pode ser definida como produto de uma função irracional e uma função fracioná-
ria, isto é,
√ 1
f (x) = 1 + 2x ·
| {z } 1 − 4x2
f1 (x) | {z }
f2 (x)
Resolução: Para estudar a paridade de uma função temos que comparar a função original f (x)
com a função f (−x).
(a) f (x) = 3x4 − x2 + 5 =⇒ f (−x) = 3(−x)4 − (−x)2 + 5 = 3x4 − x2 + 5 = f (x), então f (x) é par.
(b) f (x) = x sin(x) =⇒ f (−x) = (−x) · sin(−x) = −x · (−1 · sin(x)) = x sin(x) = f (x), então f (x) é par.
1 + x
1 − x
1 + x −1
1 + x
(c) f (x) = ln =⇒ f (−x) = ln = ln = − ln = −f (x), então f (x) é
1 − x 1 + x 1−x 1 − x
ímpar.
5−x 5 − (−x) 5+x
(d) f (x) = √
4
=⇒ f (−x) = p = √
4
6= [f (x) ou f (−x)], então f (x) não é par
2
2x − 9 4 2
2(−x) − 9 2x2 − 9
nem ímpar.
x
3. Seja f : [0, +∞[ → ]−1, 1[ tal que f (x) = √ . Determine
1 + x2
(a) f −1 (x) (b) f −1 ◦ f (x)
Resolução:
(a) Fazendo y = f (x) e resolvendo, tem-se:
x2 −y
r
x 2 2 2 2 2 2 y
√ ⇐⇒ y = 2
⇐⇒ y + y x = x ⇐⇒ x = 2 ⇐⇒ x =
1+x 2 1+x y −1 1 − y2
r
x
Portanto, a função inversa será f −1 (x) = .
1 − x2
(b) Observe que f −1 ◦ f (x) = f −1 (f (x)). Então
v
u 2 v
x x2
u √
u
−1 −1 x u 1+x 2 u 1+x 2
f (f (x)) = f √ =t u
2 = t
x 2 = x2 = |x| = x, pois x ≥ 0.
1 + x2 −
1− x 1 1+x 2
1+x2
4. Seja f (x) uma função, cujo gráfico para x ≥ 0 tem o aspecto indicado na figura abaixo. Complete
esse gráfico no domínio de x < 0, se
Resolução:
(a) (b)
1.14 Resumo
Nesta unidade, você teve a oportunidade de estudar e aprender o que é uma função como uma rela-
ção entre conjuntos que associa a cada elemento de um dos conjuntos um único elemento do outro
conjunto. Você aprendeu que quando certas condições são satisfeitas é possível somar, subtrair, mul-
tiplicar e dividir funções e assim obter novas funções. Além dessas operações vimos que também é
possível compor funções. A composição de funções é outra operação importante entre funções. Em
seguida indagamos se a relação inversa daquela que define uma função também é uma função. Alguns
exemplos mostraram que esse nem sempre é o caso. Além disso, estudamos vários tipos de funções
chamadas de funções elementares que são relevantes para o desenvolvimento de Análise Matemática I
e suas aplicações.
2.1 Introdução
Nesta unidade, vamos considerar um caso particular de funções reais de variável real que, pela sua
importância em todas as áreas da Matemática, merece ser estudado numa unidade à parte. Em Ma-
temática podemos encontrar números organizados de modo a que o seu comportamento nos leve a
pensar numa determinada lei. Nesta unidade vamos nos deter na análise destes números que dare-
mos o nome de sucessões.
Objectivos da unidade:
• Conhecer as noções básicas de sucessões;
• Diferenciar as progressões aritmética e geométrica;
• Resolver situações problemas que envolvem progressões aritmética e geométrica;
• Definir limite de sucessão numérica;
• Calcular os limites das sucessões;
• Explicar as condições de convergência de sucessões;
• Determinar sucessões monótonas.
Tempo de estudo: Esta unidade terá duração de 6 horas lectivas, o correspondente a uma semana.
29
Unidade 2. Sucessão numérica 2.3. Noção de Sucessão
b) 1; 3; 5; 7; 9; 11; · · · an = 2n − 1, ∀n ∈ N
Sucessão dos números ímpares.
Definição 2.3.2 (Termo geral). Chama-se termo geral duma sucessão à expressão analítica que gera
todos elementos da sucessão.
5n − 3
Exemplo 2.3.2 Determine os primeiros quatro termos da sucessão an = .
3n − 2
Resolução: Para encontrar os termos da sucessão só precisamos de substituir a variável n pela
ordem do termo. Assim,
2n − 1
Exemplo 2.3.3 Considere a sucessão un = .
2n + 1
a) Calcule os 4 primeiros termos de un .
29
b) Verifica se é um termo da sucessão.
31
37
c) Verifica se é um termo da sucessão.
39
Resolução:
a) Os primeiros 4 termos de un são:
2·1−1 2−1 1 2·3−1 6−1 5
• u1 = = = ; • u3 = = = ;
2 · +1 2+1 3 2·3+1 6+1 7
2·2−1 4−1 3 2·4−1 8−1 7
• u2 = = = ; • u4 = = = ;
2·2−1 4+1 5 2·4+1 8+1 9
29 29
b) Para que seja um termo da sucessão un tem que existir um n ∈ N tal que un = . Assim,
31 31
2n − 1 29
=
2n + 1 31
29(2n + 1) = 31(2n − 1)
58n + 29 = 62n − 31
58n − 62n = −31 − 29
−4n =−60
−60
n =
−4
n = 15 ∈ N
29
Como n = 15 é um número natural então podemos concluir que 31 é um termo da sucessão.
2n − 1 37
c) De forma análoga, vamos determinar o valor n que satisfaz a equação = :
2n + 1 41
2n − 1 37
=
2n + 1 41
37(2n + 1) = 41(2n − 1)
74n + 37 = 82n − 41
74n − 82n = −41 − 37
−8n = −78
−78
n =
−8
39
n = ∈
/N
4
39 37
Como n = não é um número natural então podemos concluir que não é termo da
4 41
sucessão.
1 3 5 7 9 11
Exemplo 2.3.4 Dada a sucessão , , , , , ,··· .
2 4 6 8 10 12
a) Determine o 7o termo.
Exemplo 2.3.5 Escreva os três primeiros termos de ordem par da sucessão dada por:
1 1 1 1
un = 1 + + + + ··· +
2! 3! 4! n!
Resolução:
1 1 3
• u2 = 1 + =1+ = ;
2! 2 2
1 1 1 1 1 1 41
• u4 = 1 + + + =1+ + + = ;
2! 3! 4! 2 6 24 24
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1237
• u6 = 1 + + + + + =1+ + + + + = .
2! 3! 4! 5! 6! 2 6 24 120 720 720
• crescente se an+1 − an ≥ 0, ∀n ∈ N;
• estritamente crescente se an+1 − an > 0, ∀n ∈ N;
• decrescente se an+1 − an ≤ 0, ∀n ∈ N;
Definição 2.4.2 (sucessão monótona). Uma sucessão diz-se monótona se for crescente ou decrescente
e estritamente monótona se for estritamente crescente ou estritamente decrescente.
Resolução:
a) Vamos estudar o sinal da diferença un+1 − un :
n+1 n n+1 n
un+1 − un = − = −
n+1+5 n+5 n+6 n+5
(n + 1)(n + 5) − n(n + 6) n2 + 5n + n + 5 − n2 − 6n
= =
(n + 6)(n + 5) (n + 6)(n + 5)
5
= > 0, ∀n ∈ N
(n + 6)(n + 5)
Uma vez que a diferença entre termos sucessivos da sucessão un é positiva, então un é estri-
tamente crescente.
b) A diferença dos termos sucessivos é dada por:
1 1 1 1 1 − (n + 1)
vn+1 − vn = − = − =
(n + 1)! n! (n + 1)n! n! (n + 1)n!
1−n−1 −n
= = < 0, ∀n ∈ N
(n + 1)n! (n + 1)n!
1
Portanto, a sucessão vn = é estritamente decrescente.
n!
Analogamente poderíamos mostrar que,
1
vn+1 (n+1)! 1 n! 1 1 1
= 1 = · = < = < 1, ∀n ∈ N
vn n!
(n + 1)n! 1 n+1 1+1 2
o que prova que un+1 < un , ou seja, un+1 − un < 0, para qualquer n natural.
c) Determinando o sinal da diferença:
p p p p
wn+1 − wn = (n + 1)2 − (n + 1) − n2 − n = n2 + 2n + 1 − n − 1 − n2 − n
√ √ √ √
p p n2 + n − n2 − n n2 + n + n2 − n
= 2
n +n− n −n= 2 √ √
n2 + n + n2 − n
√ 2 √ 2
n2 + n − n2 − n n2 + n − (n2 − n)
= √ √ =√ √
n2 + n + n2 − n n2 + n + n2 − n
2n
= √ √ > 0, ∀n ∈ N.
n2 + n + n2 − n
p
Portanto, a sucessão wn = n2 − n é estritamente crescente.
(−1)n
Exemplo 2.4.3 A sucessão un = não é monótona porque os seus termos são alternadamente
n2
positivo e negativo:
−1 1 1 1 1
u1 = = −1; u2 = ; u3 = − ; u4 = ; u5 = − , · · ·
1 4 9 16 25
Veja que u1 < u2 mas u2 > u3 .
2n + 1
Exemplo 2.5.1 Verifique se a sucessão an = é limita.
n
Resolução: Reescrevendo a sucessão, temos:
2n + 1 2n 1 1
an = = + =2+
n n n n
Para qualquer n natural, tem-se
1 1 1
n ≥ 1 ⇐⇒ 0 < ≤ 1 ⇐⇒ 2 + 0 < 2 + ≤ 2 + 1 ⇐⇒ 2 < 2 + ≤ 3 ⇐⇒ 2 < an ≤ 3
n n n
Portanto, a sucessão an é limitada pois tem o minorante 2 e majorante 3.
Definição 2.6.1 (Limite da sucessão). Diz-se que um número L é limite de uma sucessão numérica an
e escreve-se lim an = L, se e só se, dado qualquer número positivo ε, existe um número natural
n→∞
Nε , tal que todos os termos an de ordem n superior a Nε , verificam a desigualdade |an − L| < ε, isto
é:
lim an = L ⇐⇒ ∀ε > 0, ∃Nε ∈ N : ∀n > Nε =⇒ |an − L| < ε
n→∞
Resolução:
3n + 1
a) Para mostrar que lim = 3, temos de verificar que
n
3n + 1
∀ε > 0, ∃Nε ∈ N : ∀n > Nε ⇒ − 3 < ε
n
De facto
3n + 1 3n + 1 − 3n 1 1 1
n − 3 < ε ⇔ < ε ⇔ < ε ⇔ < ε ⇔ n >
n n n ε
1
Dado ε arbitrário, escolha-se para Nε o primeiro natural superior a .
ε
3
b) Para mostrar que lim (−1)n + 1 = 1, temos de mostrar que
n+1
n 3
∀ε > 0, ∃ ∈ N : ∀n > Nε ⇒ (−1)
+ 1 − 1 < ε
n+1
De facto
(−1)n 3 + 1 − 1 < ε ⇔ (−1)n 3 < ε ⇔ 3 < ε ⇔ n > 3 − ε
n+1 n + 1 n+1 ε
3−ε
Dado ε arbitrário, escolha-se para Nε o primeiro natural superior a .
ε
6n + 5
Exemplo 2.6.2 Considere a sucessão un =
2n + 1
a) Determine u10 , u100 e u10000 . Avalie o limite de un .
b) Verifique, pela definição, que a sucessão tende para o limite avaliado em a) e determine a
ordem (mínima) a partir da qual os seus termos estão numa vizinhança de raio 0, 1 desse
limite.
Resolução:
a) Substituindo os valores n = 10, n = 100 e n = 10000 na sucessão, tem-se
6 · 10 + 5 65 6 · 1000 + 5 6005 60005
u10 = = ≈ 3, 095528; u1000 = = ≈ 3, 000999; u10000 = ≈ 3, 000099
2 · 10 + 1 21 2 · 1000 + 1 2001 20001
Intuitivamente, os termos da sucessão sugerem que un → 3 (informalmente, o algarismo
das unidades do numerador e do denominador vão perdendo significância, à medida que o
número de zeros aumenta).
b) Simplifiquemos primeiramente o termo geral da sucessão. Tem-se,
6n + 5 3 · 2n + 3 · 1 + 2 3(2n + 1) + 2 3(2n + 1) 2 2
un = = = = + =3+
2n + 1 2n + 1 2n + 1 2n + 1 2n + 1 2n + 1
2
Queremos mostrar que ∀ε > 0, ∃Nε ∈ N : ∀n ∈ N, n ≥ Nε ⇒ 3 + − 3 < ε.
2n + 1
Ora,
2 2 2 2 1 1
3+ − 3 < ε ⇔
<ε⇔ <ε⇔ <ε⇔n> − .
2n + 1 2n + 1 2n + 1 2n + 1 ε 2
1 1
Assim, basta tomar Nε = − + 1 para concluir acerca da convergência.
ε 2
A ordem (mínima)
a partir
da qual
os termos estão na vizinhança de raio 0, 1 é dada por
1 1 1
Nε (0, 1) = − + 1 = 10 − + 1 = [9, 5] + 1 = 9 + 1 = 10.
0, 1 2 2
Exemplo 2.6.3 Mostre, recorrendo d̀efinição de limite, que não é verdade que:
n
a) lim =3
2n + 1
√
b) lim n = 1
Resolução:
n
a) Para tentar mostrar que lim = 3, temos de verificar que
2n + 1
n −5n − 3
∀ε > 0, ∃Nε ∈ N : ∀n > Nε ⇒ − 3 < ε ⇔ <ε
2n + 1 2n + 1
5n + 3
⇔ < ε ⇔ 5n + 3 < 2nε + ε ⇔ 5n − 2nε < ε − 3 ⇔ n(5 − 2ε) < ε − 3
2n + 1
Agora tem de perceber que se pretende uma expressão do tipo n > Nε . Logo coloque-se
n isolado no membro esquerdo da inequação e troque-se o sinal. Para isso acontecer, a
expressão (5 − 2ε) que passa para o outro lado tem de ter sinal negativo, ou seja, 5 − 2ε < 0, o
5
que é equivalente a ε > . Assim,
2
n ε−3 5
− 3 < ε ⇔ n > , para ε >
2n 5 − 2ε 2
Ora, √ √ √ √
n − 3 < ε ⇔ n − 1 < ε ⇔ n − 1 < ε ⇔ n < ε + 1 ⇔ n < (ε + 1)2 .
Inconsistência!
Não se consegue n > Nε . O resultado a que chegamos é absurdo.
Definição 2.6.3 (Infinitamente grande positivo). Uma sucessão an diz-se um infinitamente grande posi-
tivo e escreve-se
lim an = +∞ ou simplesmente lim an = +∞,
n→+∞
se, a partir de uma certa ordem, an for superior a qualquer número positivo previamente fixo.
Simbolicamente
lim an = +∞ ⇐⇒ ∀L > 0, ∃NL ∈ N : n > NL ⇒ an > L.
Exemplo 2.6.4 Mostre, usando a definição, que as seguintes sucessões são infinitamente grandes
positivos:
n
a) an = .
1000
b) bn = en−2 .
Resolução:
h n i
a) Para mostrar que lim = +∞, temos de verificar que
100
n
∀L > 0, ∃NL ∈ N : ∀n > NL ⇒ > L ⇔ n > 100L
100
Dado L arbitrário, escolha-se para NL o primeiro número natural superior a 100L.
b) Para mostrar que lim en−2 = +∞, temos de verificar que
Seja então
en−2 > L ⇔ ln en−2 > ln L ⇔ n − 2 > ln L ⇔ n > 2 + ln L
Dado L arbitrário, escolha-se para NL o primeiro número natural superior a 2 + ln L.
Definição 2.6.4 (Infinitamente grande negativo). Uma sucessão an diz-se um infinitamente grande
negativo e escreve-se
lim an = −∞ ou simplesmente lim an = −∞,
n→+∞
se, a partir de uma certa ordem, an for inferior a qualquer número negativo previamente fixo.
Simbolicamente
lim an = +∞ ⇐⇒ ∀L < 0, ∃NL ∈ N : n > NL ⇒ an < L.
Exemplo 2.6.5 Mostre, usando a definição, que as seguintes sucessões são infinitamente grandes
negativos:
a) an = 1 − n
−2n+3
1
b) bn = −
2
Resolução:
a) Para mostrar que lim (1 − n) = −∞, temos que verificar que
Assim,
1 − n < L ⇔ −n < L − 1 ⇔ n > 1 − L
Dado L arbitrário, escolha-se para NL o primeiro número naturar superior a 1 − L.
" #
−2n+3
1
b) Para mostrar que lim − = −∞, temos de verificar que
2
−2n+3
1
∀L < 0, ∃NL ∈ N : ∀n > nL ⇒ − <L
2
Assim,
−2n+3
1 1
− < L ⇔ 22n−3 > −L ⇔ 2n − 3 > log2 (−L) ⇔ n > [3 + log2 (−L)]
2 2
1
Dado L arbitrário, escolha-se para Nl o primeiro número natural superior a [3 + log2 (−L)].
2
Exemplo 2.6.6 Mostre, usando a definição, que as seguintes sucessões são infinitésimos:
−n
a) an = e
n+1
b) bn =
n2
h π i 1
c) sin − kπ ,k ∈ Z
2 n
Resolução:
a) Para mostrar que lim e−n = 0, há que verificar que:
Assim,
e − 0 < ε ⇔ e−n < ε ⇔ e−n < ε ⇔ −n < ln ε ⇔ n > ln 1
−n
ε
1
Dado ε > 0 arbitrário, escolha-se para nε o primeiro naturar superior a ln .
ε
n+1 1 1
b) Primeiramente vamos separar a sucessão em duas partes: bn = = + 2 . Mostremos
n2 n n
agora que cada uma delas é um infinitésimo.
1
Para mostrar que lim = 0, há que verificar que:
n
1
∀ε > 0, ∃Nε ∈ N : ∀n > Nε ⇒ − 0 < ε
n
Assim,
1
− 0 < ε ⇔ 1 < ε ⇔ n > 1
n n ε
1
Dado ε > 0 arbitrário, escolha-se para nε o primeiro naturar superior a .
ε
1
Para mostrar que lim 2 = 0, há que verificar que
n
1
∀ε > 0, ∃Nε ∈ N : ∀n > Nε ⇒ 2 − 0 < ε
n
Assim,
1 1 1
n2 − 0 < ε ⇔ n2 < ε ⇔ n > √ε
1
Dado ε > 0 arbitrário, escolhas para Nε o primeiro natural superior a √ .
ε
h
π i 1
c) Para mostrar que lim sin − kπ = 0, há que verificar que
2 n
h
π i 1
∀ε > 0, ∃Nε ∈ N : n > Nε ⇒ sin
− kπ − 0 < ε
2 n
Assim,
h h i
sin π − kπ 1 − 0 < ε ⇔ sin π − kπ 1 < ε ⇔ 1 · 1 < ε ⇔ 1 < ε ⇔ n > 1
i
2 n 2 n n n ε
1
Dado ε > 0 arbitrário, escolha-se para Nε o primeiro natural superior a .
ε
2
Exemplo 2.6.7 Seja a sucessão de termo geral dada por un = .
2n + 3
a) Calcule o primeiro termo.
b) Mostre que a sucessão é decrescente.
c) Mostre que a sucessão é limitada, calculando o minorante e o majorante.
d) Calcule a partir de que ordem há infinitos termos da sucessão a uma distância de zero inferior
a 0, 12.
e) Calcule o número de termos cuja distância a 0, 01 é inferior a 0, 005.
f) Calcule o número de termos cuja distância a 1 é inferior a 0, 01.
Resolução:
2 2
a) a1 = =
2·1+3 5
2 2 2
b) an+1 = = =
2(n + 1) + 3 2n + 2 + 3 2n + 5
2 2 2(2n + 3) − 2(2n + 5) 4n + 6 − 4n − 10 −4
an+1 −an = − = = = < 0, ∀n ∈ N
2n + 5 2n + 3 (2n + 5)(2n + 3) (2n + 5)(2n + 3) (2n + 5)(2n + 3)
Portanto, a sucessão é estritamente decrescente.
c) Para todo n ∈ N tem-se:
1 1 2 1
n ≥ 1 ⇔ 2n ≥ 2 ⇔ 2n + 3 ≥ 5 ⇔ 0 < ≤ ⇔0< ≤
2n + 3 5 2n + 3 5
1 1
Portanto, a sucessão é limitada pois tem minorante= 0 e majorante= , ou seja, 0 < an ≤ .
5 5
d) Tem-se
2 2
|an − 0| < 0, 12 ⇔ − 0 < 0, 12 ⇔ < 0, 12 ⇔ 2 ⇔
2n + 3 2n + 3
1, 64 41
2 < 0, 24n + 0, 36 ⇔ 0, 24n > 1, 64 ⇔ n > ⇔n> ≈ 6, 833
0, 24 6
A partir da ordem 7.
e) Resolvendo a inequação |an − 0, 01| < 0, 005, tem-se:
2 1, 97 − 0, 02n
|an − 0, 01| < 0, 005 ⇐⇒
− 0, 01 < 0, 005 ⇐⇒
< 0, 005 ⇐⇒
2n + 3 2n + 3
1, 97 − 0, 02n 1, 97 − 0, 02n
⇐⇒ < 0, 005 ∧ > −0, 005 ⇐⇒
2n + 3 2n + 3
⇐⇒ 1, 97 − 0, 02n < 0, 01n + 0, 015 ∧ 1, 97 − 0, 02n > −0, 01n − 0, 015 ⇐⇒
1, 955 1, 985
⇐⇒ 1, 955 < 0, 03n ∧ 0, 01n < 1, 985 ⇐⇒ <n∧n< ⇐⇒
0, 03 0, 01
⇐⇒ 65, 167 < n ∧ n < 198, 5 ⇐⇒ 65, 167 < n < 198, 5
• lim k = k;
• lim (an ± bn ) = lim an ± lim bn ;
• lim (an × bn ) = lim an × lim bn ;
an lim an
• lim = ;
bn lim bn
√ p
• lim n an = n lim an ;
n n
• lim [an ] = [lim an ] .
1. Dadas sucessões un e vn , com limites respectivamente +∞ e L ∈ R (ou ambas com limite +∞).
Então
lim (un + vn ) = +∞ + L = +∞ ou lim (un + vn ) = +∞ + ∞ = +∞
1 1
2. Se a sucessão un tende para 0+ então lim = + = +∞.
un 0
1 1
3. Se a sucessão un tende para 0− então lim = − = −∞.
un 0
1 1
4. Se a sucessão un tende para +∞ ou −∞ então lim = = 0.
un ±∞
5. Dadas duas sucessões, un com limite L e vn com limite +∞, então
• lim (un vn ) = L × (+∞) = +∞ se L > 0;
• lim (un vn ) = L × (+∞) = −∞ se L < 0.
1. Indeterminação do tipo: [∞ − ∞]
Se a expressão que dá origem a este tipo de indeterminação for:
• Função polinomial: Colocamos o termo de maior grau em evidência;
• Função irracional: Multiplicamos e dividimos peloconjugado da expressão irraciona.
h∞i
2. Indeterminação do tipo:
∞
Se a expressão que dá origem a este tipo de indeterminação for:
• Função racional: Colocamos em evidência os termos de maior grau do numerador e do
denominador.
– Se o grau do numerador > grau do denominador, o limite é ∞;
– Se o grau do numerador < grau do denominador, o limite é 0;
– Se o grau do numerador = grau do denominador, o limite é o quociente dos coefici-
entes dos termos de maior grau.
• Função irracional: Multiplicamos e dividimos pelo conjugado da expressão irracional.
0
3. Indeterminação do tipo:
0
Se a expressão que dá origem a este tipo de indeterminação for:
• Função racional: Factorizamos os polinómios do numerador e denominador e simplifi-
camos a fracção;
• Função irracional: Multiplicamos e dividimos pelo conjugado da expressão irracional.
4. Indeterminação do tipo: [0 × ∞]
Efectuamos o produto e transformamos numa das indeterminações anteriores.
2n + 5 4n + 5 6n2 + 3n + 2
a) lim b) lim c) lim
n→∞ n − 9 n→∞ 5n + 2 n→∞ 2n + 1
Resolução:
n 2 + n5
2n + 5 2+0
a) lim = lim = lim = 2. Como L = 2 < ∞, então é convergente.
n→∞ n − 9 n→∞ n 1 − 9 n→∞ 1 − 0
n n
n 4 + n5
4n + 5 4+0 4
b) lim = lim = lim = . Como L = 54 < ∞, então é convergente.
n→∞ 5n + 2 n→∞ n 5 + 2 n→∞ 5 + 0 5
n
n2 6 + n3 + n2
6n2 + 3n + 2 n(6 + 0 + 0)
c) lim = lim 1
= lim = lim 6n = ∞. Como L = ∞, então
n→∞ 2n + 1 n→∞ n 2+ n n→∞ 1+0 n→∞
a sucessão é divergente.
n 3n + n1
3n2 + 1 h ∞ i
1 1
b) lim = = lim = lim 3n − =3×∞− = ∞.
n ∞ n n ∞
Resolução:
n n n
n−1 1 −1 1
a) lim = lim 1 − = lim 1 + = e−1 = .
n n n e
b) Fazendo algumas manipulações na sucessão, obtemos:
2n 2n+1−1 2n+1−1
2n + 3 2n + 1 + 2 2n + 1 2
lim = lim = lim +
2n + 1 2n + 1 2n + 1 2n + 1
2n+1−1 2n+1 −1
2 2 2
= lim 1 + = lim 1 + 1+
2n + 1 2n + 1 2n + 1
2n+1 −1
2 2
= lim 1 + lim 1 + = e2 · (1 + 0)−1 = e2 .
2n + 1 2n + 1
Definição 2.7.1 (progressão aritmética). Uma progressão aritmética (PA) é uma sequência de números
no qual a diferença entre um termo e seu precedente é sempre uma constante d, denominada
razão da progressão aritmética.
Como pode ver, a diferença de cada termo com o seu anterior é constante, ou seja, un+1 − un = 2,
logo a sucessão é crescente e é uma progressão aritmética de razão 2. E o termo geral é:
un = u1 + (n − 1)d =⇒ un = 1 + (n − 1) · 2 =⇒ un = 1 + 2n − 2 =⇒ un = 2n − 1
• A soma de dois termos equidistantes dos extremos de uma PA finita é igual à soma dos
extremos.
Exemplo 2.7.3 Determine números reais x para os quais x2 −6, 5x−5, 3x+8 são termos consecutivos
de uma progressão aritmética.
Resolução: Como se trata de termos consecutivos de uma progressão aritmética, então temos a
seguinte relação:
Exemplo 2.7.4 Determine o termo geral de uma PA cujo 10o termo é 48 e a soma do 5o termo com
o
o 20 é igual a 121.
Resolução: De acordo com o enunciado temos:
a10 = 48 a1 + 9d = 48 a1 + 9d = 48
=⇒ =⇒
a5 + a20 = 121 (a1 + 4d) + (a1 + 19d) = 121 2a1 + 23d = 21
Exemplo 2.7.5 Considere a sucessão 4, 7, 10, 13, 16, 19, 22, 25, 28, · · · com razão d = 3. Calcule a soma
dos primeiros 50 termos da sucessão.
Resolução: O primeiro termo é u1 = 4. Assim,
• Termo geral: un = u1 + (n − 1) · d ⇐⇒ un = 4 + (n − 1) · 3 =⇒ un = 3n + 1;
• Quantidade de termos a somar: un = 76 =⇒ 3n + 1 = 76 ⇐⇒ 3n = 75 ⇐⇒ n = 25;
n 25 25
• Soma: S = (u1 + un ) = (4 + 76) = · 80 = 100.
2 2 2
Portanto, S = 4 + 7 + 10 + · · · + 76 = 100.
Definição 2.8.1 (progressão geométrica). Uma progressão geométrica (PG) é uma sequência de nú-
meros reais an , em que cada termo, a partir do segundo, é igual ao produto do termo anterior e de
um número constante q, denominado razão da progressão geométrica.
1 − qn
Sn = a1 · , com q 6= 1.
1−q
Exemplo 2.8.2 Determine a soma dos 6 primeiros termos de uma progressão geométrica em que o
sexto termo é 160 e a razão é igual a 2.
u1 (1 − q n )
Resolução: A soma de n termos de uma PG é dada por Sn = . Assim,
1−q
Exemplo 2.8.3 Sabe-se que o sétimo termo de um aprogressão geométrica é igual a 1458 e o nono é
igual a 13122. Determine o termo geral da sucessão.
Resolução: Sabe-se que o termo geral de uma PG é dado por un = u1 · q n−1 . Assim, do enunciado
temos:
u1 · q 6 = 1458 u1 · q 8 = 1458q 2
u7 = 1458
=⇒ 8 =⇒ =⇒ 1458q 2 = 13122 =⇒ q 2 = 9 =⇒ q = 3.
u9 = 13122 u1 · q = 13122 u1 · q 8 = 13122
2.9 Actividades
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
I. Ler as secções 2.3 a 2.8;
II. Elaborar uma lista dos principais conceitos abordados nesta unidade;
III. Resolver os exercícios que se seguem.
1. Calcule os cinco primeiros termos das sucessões seguintes:
n + (−1)n
u1 = 5
(a) an = (b)
n un+1 = un + n
1 1 1
(c) cn = 1 ++ + ··· + n,n ≥ 0
2 22 2
2. Estude a monotonia das seguintes sucessões
n+1 n!
(a) an = (d) dn =
2n + 4 nn
n (e) en = (2 − n)2
(b) bn = n
se n < 100
(
3 n + 1,
√ √ (f) fn = 1 + 2n
(c) cn = n + 1 − n , se n ≥ 100
2n + 6
(a) 3, 6, 9, 12, · · · 1 2 3 4 5
(c) 0, , , , , , · · ·
2 3 4 5 6
2 4 8
(b) 1, 2, 4, 8, 16, · · · (d) , , , · · ·
3 9 27
5. Em uma progressão aritmética (PA), o primeiro termo é 2 e o sexto é 17. Qual é a razão dessa
PA?
6. O primeiro termo de uma PA é 3 e o último é 9. Escreva o termo geral da PA, sabendo que o
número de termos é igual a razão.
7. Escreva uma progressão arimética cujo segundo termo é 18 e o décimo termo, −6.
8. Determine o valor de x, de modo que x+4, 2x+4 e 5x−2, nessa ordem, formem uma progressão
aritmética.
9. A sequência x2 , (x + 2)2 , (x + 3) é uma progressão aritmética. Calcule o valor de x.
10. Na progressão aritmética (4, x, 10, y), calcule x e y.
11. Calcule a soma dos trinta primeiros termos da progressão arimética (3, 8, 13, 18).
16 29 13
12. Calcule a soma dos oito primeiros termos da progressão aritmética , , ,··· .
3 6 3
13. Calcule x na equação 1 + 4 + 7 + · · · + x = 117.
3 2
14. Calcule o sétimo termo da progressão geométrica (PG) , 1, , · · · .
2 3
15. Calcule o primeiro termo de uma PG cujo décimo termo é 243 e a razão é 3.
16. Em uma PG, de quatro termos, os extremos são 2 e 54. Calcule a razão.
17. Calcule a soma dos dez primeiros termos da PG (1, 3, 9, 27, · · · ).
18. Em uma PG, o quarto termo é 135 e o sétimo 3645. Calcule a soma dos oito primeiros
termos.
19. Calcule a soma dos termos das seguintes PG infinitas:
1 1 1 1
(a) 1, , , · · · (b) 1, , , · · ·
2 4 5 25
n 1 √ √
6n2 (d) lim n+1− n =0
(a) lim = (b) lim =3
2n − 1 2 2n2 + 5 (e) lim(n2 + 1) = +∞
1
(c) lim n = 0 (f) lim 2 − n3 = −∞
3
n−1
21. Dada a sucessão un = .
n
(a) Averigue se 0, 92 é termo da sucessão.
(b) Mostra que a sucessão é monótona crescente.
(c) Justifique que a sucessão é limitada.
2n
22. Dada a sucessão un =
n+2
(a) Averigua se é monótona.
(b) Mostra que ∀n ∈ N, 23 ≤ un ≤ 2.
3n + 1
23. Dada a sucessão de termo geral un =
2n
(a) Determine os termos de ordem 1 e 15
(b) Calcule a soma dos três primeiros termos da sucessão.
23
(c) Averigue se é termo da sucessão.
15
(d) Prove que ∀n ∈ N, 32 < un ≤ 2.
2n + 1
24. Dada a sucessão de números reais de termo geral un = :
n
(a) Prove, aplicando a definição, que lim un = 2.
(b) Determine a menor ordem a partir da qual todos os termos da sucessão são valores
aproximados de 2 a menos de: i. 0, 01 ii. 0, 002
n
25. Mostre que não é verdade que lim = 3.
2n + 1
26. Prove que a sucessão an = (−1)n não tem limite.
27. Calcule os limites
2.10 Auto-avaliação
1 − 3n
1. Seja dada a sucessão an = .
3n − 2
(a) Estude a monotonia da sucessão.
(b) Verifique se a sucessão é limitada.
2. De uma Progressão Aritmética, sabe-se que a5 = 9 e a8 = 54. Determine o termo geral da sucessão.
1 1
3. De uma Progressão Geométrica, sabe-se que a1 = 2 e a4 = 16 . Determine a soma dos primeiros 8
termos.
6n − 1
4. Usando a definição mostre que lim = 2.
n→∞ 3n + 2
5. Calcule os seguintes limites de sucessões
5n2 + 2n + 4
2n−1
2n − 3
(a) lim (c) lim
n→+∞ n2 + 2n + 3 n→+∞ 2n + 3
3n + 2n + 1 p p
(b) lim n (d) lim n2 + 3 − n2 + 2n + 2
n→+∞ 4 + 3n + 2 n→+∞
an = am + (n − m)d
an = am + (n − m)d
a5 = a8 + (5 − 8)d
an = a5 + (n − 5) · 15
9 = 54 − 3d
an = 9 + 15n − 75
3d = 54 − 9
an = 15n + 9 − 75
3d = 45
an = 15n − 66
d = 15
1 1
3. De uma Progressão Geométrica, sabe-se que a1 = 2 e a4 = 16 . Determine a soma dos primeiros 8
termos.
Resolução:
3
n−1 4−1 1 1 1 1 1
• an = a1 · q =⇒ a4 = a1 · q =⇒ = · q 3 =⇒ = q 3 =⇒ = q 3 =⇒ q = .
16 2 8 2 2
h i
1 1 8
2 1− 2
1 1
a1 · (1 − q n ) 2 1 − 256 255
• Sn = =⇒ S8 = 1 = 1 = .
1−q 1− 2 2
256
6n − 1
4. Usando a definição msotre que lim = 2.
3n + 2 n→∞
Resolução: Pela definição de limite significa que
6n − 1
∀ε > 0, ∃Nε ∈ N : ∀n > Nε ⇒
− 2 < ε
3n + 2
Assim,
6n − 1 6n − 1 − 6n − 4 −5 5
3n + 2 − 2 < ε ⇐⇒ < ε ⇐⇒ 3n + 2 <⇐⇒ 3n + 2 < ε
3n + 2
5 5 − 2ε
< ε ⇐⇒ 3nε + 2ε > 5 ⇐⇒ 3nε > 5 − 2ε ⇐⇒ n >
3n + 2 3ε
5 − 2ε
Dado ε arbitrário, escolha-se para Nε o primeiro natural superior a .
3ε
5n2 + 2n + 4
(a) lim
n→+∞ n2 + 2n + 3
Resolução:
5n2 + 2n + 4 5n2
lim = lim = lim 5 = 5
n→+∞ n2 + 2n + 3 n→+∞ n2 n→+∞
3n + 2n + 1
(b) lim
n→+∞ 4n + 3n + 2
Resolução:
n ∞
3n + 2 n + 1 3n 3 3
lim
n n
= lim n = lim = =0
n→+∞ 4 + 3 + 2 n→+∞ 4 n→+∞ 4 4
2n−1
2n − 3
(c) lim
n→+∞ 2n + 3
Resolução:
2n − 3
2n − 3
2n−1 lim − 1 (2n − 1)
lim = e 2n + 3
2n + 3
(2n − 3 − 2n − 3)(2n − 1)
lim
= e 2n − 1
−12n + 6
lim
= e 2n − 1
−12n
lim
= e 2n
= e−6 .
p p
(d) lim n2 + 3 − n2 + 2n + 2
n→+∞
Resolução:
p p
lim n2 + 3 − n2 + 2n + 2
n→+∞
√ √
p p n2+3+ n2 + 2n + 2
= lim n2 + 3 − n2 + 2n + 2 × √ √
n→+∞ n2 + 3 + n2 + 2n + 2
√ 2 √ 2
n2 + 3 − n2 + 2n + 2
= lim √ √
n→+∞ n2 + 3 + n2 + 2n + 2
n2 + 3 − (n2 + 2n + 2)
= lim √ √
n→+∞ n2 + 3 + n2 + 2n + 2
−2n + 1
= lim √ √
n→+∞ n + 3 + n2 + 2n + 2
2
−2n
= lim √ √
n→+∞ n + n2
2
−2n
= lim = −1.
n→+∞ n + n
2.12 Resumo
Nesta unidade você aprendeu que:
• Uma sucessão é uma função cujo domínio é o conjunto dos números naturais e o contradomínio
é o conjunto dos números reais;
• Uma sucessão é convergente se o seu limite for finito e caso contrário diz-se divergente;
• Uma Progressão Aritmética é uma sequência (a1 , a2 , a3 , · · · , an , an+1 , · · · ), onde:
a2 − a1 = a3 − a2 = · · · = an+1 − an = d.
• O termo geral de uma Progressão Aritmética pode ser obtida pela fórmula
an = a1 + (n − 1) · d.
• Soma dos n primeiros termos de uma Progressão Aritmética pode ser obtida pela fórmula
n
Sn = (a1 + an )
2
• O termo geral de uma Progressão Geométrica pode ser obtida pela fórmula
an = a1 · q n−1
a1 (1 − q n )
• Soma dos n primeiros termos de uma PA pode ser obtida pela fórmula Sn = .
1−q
3.1 Introdução
Na unidade anterior, você definiu o limite de uma sucessão, quando n tende para infinito, desta vez
vamos estender o nosso estudo para uma função, por isso tratando-se de limites os conhecimentos
que adquiriu na unidade anterior serão precisos. Aqui serão apresentados os conceitos de limites que
permitem estudar o comportamento de uma função nas poximidades de um determinado ponto, que
pode ou não pertencer ao seu domínio.
Objectivos da unidade:
No fim desta unidade o estudante deve ser capaz de:
• Explicar a noção de limite de uma função;
• Aplicar as propriedades aritméticas com limites;
• Calcular limite de uma função;
• Aplicar os limites notáveis no cálculo de limites;
• Definir função contínua e classificar os pontos de descontinuidade.
Tempo de estudo: Esta unidade terá duração de 12 horas lectivas, o correspondente a duas semanas.
Definição 3.3.1 (Limite de uma função). Diz-se que o limite de uma função f (x) é L ∈ R se sempre que
a variável x se aproxima de um valor x0 ∈ Df , os valores correspondentes da função se aproximam
do valor L, à medida que x tende para x0 . Escreve-se: lim f (x) = L
x→x0
51
Unidade 3. Limite de uma função 3.3. Noção de Limite
Resolução: Seja ε > 0 arbitrário. Precisamos encontrar δ > 0 tal que |(2x − 5) − 3| < ε
quando |x − 2| < δ. Mas
|(2x − 5) − 3| = |2x − 8| = 2|x − 4| < 2δ.
ε ε
Escolhendo δ = temos |(2x − 5) − 3| < 2 · = ε e portanto lim (2x − 5) = 3.
2 2 x→4
x2 − 9
Exemplo 3.3.2 Prove que lim = −6.
x→−3 x + 3
2
x − 9
Resolução: Precisamos provar que dado um ε > 0, existe um δ = δ(ε) > 0 tal que − (−6) < ε
x+3
quando |x − (−3)| = |x + 3| < δ. Mas
2
x − 9 (x − 3)(x + 3)
x + 3 − (−6) = + 6 = |x − 3 + 6| = |x + 3| < δ.
x+3
2
x2 − 9
x − 9
Escolhendo δ = ε temos que − (−6) < ε e portanto lim = 3.
x+3 x→−3 x + 3
Definição 3.3.3 (Função infinitamente pequena). Se lim f (x) = 0 ou lim f (x) = 0, a função f (x) diz-se
x→x0 x→±∞
função infinitamente pequena (ou infinitésimo) quando x → x0 .
Definição 3.3.4 (Função infinitamente grande). Se lim f (x) = ±∞ ou lim f (x) = ±∞, a função f (x)
x→x0 x→±∞
diz-se infinitamente grande x → x0 .
x
Exemplo 3.4.1 Considere a função f (x) = + 1, na vizinhança do ponto x = 1. Olhemos primeiro
2
os valores de f (x) quando x → 1+ , isto é, quando x tende a 1 pela direita, e vemos que estes
3 3
aproximam para 1.5 = ⇒ lim = .
2 x→1+ 2
x= 1.5 1.1 1.01 1.0001
f (x) = 1.75 1.55 1.505 1.50005
Ao olharmos os valores de f (x) quando x → 1− , isto é, quando x tende para 1 pela esquerda, vemos
3 3
que estes aproximam para o mesmo valor ⇒ lim− f (x) = ,
2 x→1 2
x= 0.5 0.9 0.99 0.9999
f (x) = 1.25 1.45 1.495 1.49995
3
Esses números sugerem que lim+ f (x) = lim− f (x) = .
x→1 x→1 2
Definição 3.4.1 (Limites Laterais). Seja f (x) uma função real de variável real.
• Diz-se que L é o limite de f (x) quando x tende para a por valores superiores a x0 é L ou
que o limite lateral direito de f (x) quando x tende para x0 , e escreve-se lim+ f (x) = L, se e
x→x0
somente se
∀ε > 0, ∃δ > 0 : ∀x ∈ Df , x0 < x < x0 + δ =⇒ |f (x) − L| < ε.
• Do mesmo modo, diz-se que o limite de f (x) quando x tende para x0 por valores inferiores a
x0 é L, ou que L é o limite lateral esquerdo de f (x) quando x tende para x0 , e escreve-se
lim− f (x) = L, se e somente se
x→x0
2x + 3
Exemplo 3.4.2 Consideremos a função f (x) = .
|x − 1|
2x + 3
se x>1
−(x − 1)
Resolução: Pela definição de módulo tem-se f (x) = x2 + 2x − 3 , então
se x<1
−(x − 1)
x2 + 2x − 3 (x + 3)(x − 1)
• lim f (x) = lim = lim = lim (x + 3) = 1 + 3 = 4.
x→1+ x→1+ x−1 x→1 + x−1 x→1+
x2 + 2x − 3
(x + 3)(x − 1)
• lim f (x) = lim = lim = lim [−(x + 3)] = −4.
x→1− x→1− −(x − 1) x→1− −(x − 1) x→1−
Teorema 3.4.1 (Relação entre limite e limites laterais). Uma função tem limite num certo ponto se os
seus limites laterais forem iguais, isto é,
Exemplo 3.4.3 A função do exemplo anterior não admite limite quando no ponto x0 = 1 pois os seus
limites laterais são diferentes.
Definição 3.4.2 (Limite Infinito). Seja f uma função definida num intervalo aberto contendo x0 , excepto
possivelmente no próprio x0 . Então diremos que
• o limite de f (x) quando x tende a x0 é −∞ se, dado M > 0, existir δ > 0 tal que f (x) > M para
todo 0 < |x − x0 | < δ;
• o limite de f (x) quando x tende para x0 é −∞ se, dado M < 0, existir δ > 0 tal que f (x) < M
para todo 0 < |x − x0 | < δ.
lim f (x) = L
x→−∞
se, dado ε > 0, existir M > 0 tal que |f (x) − L| < ε sempre que x > M .
lim f (x) = L
x→−∞
se, dado ε > 0, existir M < 0 tal que |f (x) − L| < ε sempre que x < M .
1 1
Proposição 3.4.1 Tem-se lim = 0 e lim = 0.
x→+∞ x x→−∞ x
Demonstração: Dado ε > 0, queremos achar M > 0 suficientemente grande tal que
1 1
x > M > 0 =⇒ |f (x) − 0| = − 0 = < ε.
x x
1 1 1
Tomando M = > 0 temos x > M > 0 =⇒ 0 < < = ε. Portanto, segue da definição que
ε x M
1
lim = 0. A demonstração para x → −∞ é análoga.
x→+∞ x
3x4 − 2x3 + 9x − 1
Exemplo 3.4.5 Calculemos o limite lim .
x→+∞ x4 + 2x3 − x + 6
2 9 1 2 9 1
x4 3 − + 3 − 3− + 3− 4
3x4 − 2x3 + 9x − 1 x x x4 x x x
lim = lim = lim
2 1 6
x→+∞ x4 + 2x3 − x + 6 x→+∞ 4 2 1 6 x→+∞
x 1+ − 3 + 1+ − 3+ 4
x x x 4 x x x
3−0+0−0
= lim = 3.
x→+∞ 1 + 0 − 0 + 0
lim f (x)
f (x) x→x0
(c) se lim g(x) 6= 0, então lim = ;
x→x0 x→x0 g(x) lim g(x)
x→x0
n
n
(d) lim [f (x)] = lim f (x) ;
x→x0 x→x0
p
n
q
(e) lim f (x) = n lim f (x).
x→x0 x→x0
lim g(x)
g(x) x→x0
(f) lim f (x) = lim f (x)
x→x0 x→x0
√
5x − 1
Exemplo 3.5.1 Calculemos o limite lim 10x − 1 − .
x→1 x+1
Resolução: Aplicando algumas propriedades anteriores tem-se
√ √
5x − 1 5x − 1
lim 10x − 1 − = lim 10x − 1 − lim
x→1 x+1 x→1 x→1 x+1
q lim (5x − 1)
= lim (10x − 1) − x→1
x→1 lim (x + 1)
x→1
√ 5·1−1
= 10 · 1 − 1 − = 1.
1+1
1
Exemplo 3.5.2 Calcule o limite lim xsen .
x→0 x
Como lim g(x) = lim (−x) = 0 e lim h(x) = lim x = 0, então, pelo Teorema de Confronto teremos
x→0 x→0 x→0 x→0
1
lim xsen = 0.
x→0 x
Como f é contínua em b, então existe δ1 > 0 tal que se |y − b| < δ1 então |f (y) − f (b)| < ε. Em
particular, para y = g(x) tem-se
Por outro lado, como lim g(x) = b então existe δ2 tal que
x→x0
∀ε > 0, ∃δ2 > 0 : 0 < |x − x0 | < δ2 =⇒ |f (g(x)) − f (b)| < ε ⇐⇒ lim f (g(x)) = f (b).
x→x0
De facto
n
an−1 a0
P (x) n
an x + an−1 x n−1
+ · · · + a0 x an + + · · · +
= = x xn .
Q(x) bm xm + bm−1 xm−1 + · · · + b0 b m−1 b0
xm bm + + ··· + m
x x
Aplicando limites e as propriedades de limites, obtemos o resultado. Para n > m, temos
xn (an + 0 + · · · + 0)
P (x) an n−m +∞ se n − m for par
lim = lim m = lim x =
x→±∞ Q(x) x→±∞ x (bm + 0 + · · · + 0) bn x→±∞ −∞ se n − m for ímpar
Indeterminações do tipo [∞ − ∞]
Se a função que dá origem a este tipo de indeterminação for:
(i) Polinomial: Colocamos o termo de maior grau em evidência;
(ii) Irracional: Multiplicamos e dividimos pelo conjugado da expressão irracional.
√ √
Exemplo 3.5.3 Calcule o limite lim x+4− x
x→+∞
√ √
Resolução: Substituindo teremos lim x+4− x = [∞ − ∞], então
x→+∞
√ √
√ √ √ √ x+4+ x
lim x+4− x = lim x+4− x × √ √
x→+∞ x→+∞ x+4+ x
√ 2 √ 2
x + 4 − ( x) x+4−x
= lim √ √ = lim √ √
x→+∞ x+4+ x x→+∞ x+ x
4 4
= lim √ = = 0.
x→+∞ 2 x ∞
Resolução:
2 1
a) lim x − 2x + = +∞ − ∞ + 0 = [+∞ − ∞]
x→+∞ x
Para calcular este limite, pomos x2 em evidência:
1 2 1
lim x2 − 2x + = lim x2 1 − + 3 = (+∞)(1 − 0 + 0) = +∞
x→+∞ x x→+∞ x x
1 1
b) lim + = [±∞ + ∞]
x→2 x − 2 (x − 2)2
1
Para calcular este limite, pomos (x−2)2 em evidência:
1 1 1
lim + = lim [(x − 2) + 1] = (+∞)(+∞ − 1) = (+∞)(+∞) = +∞
x→2 x − 2 (x − 2)2 x→2 (x − 2)2
p p
Exemplo 3.5.5 Calcule lim ax2 + bx − ax2 + c
x→−∞
(b − c)x
= lim s
x→−∞ r
b c
x2 a + + x2 a +
x x
(b − c)x
= lim s
x→−∞ r
b c
|x| a+ + |x| b+
x x
x (b − c)
= lim s
x→−∞ |x| b
r
c
a+ + b+
x x
x (b − c)
= lim s
x→−∞ (−x) b
r
c
a+ + a+
x x
(c − b) c−b
= √ √ = √ .
a+0+ a+0 2 a
0
Indeterminações do tipo
0
Há várias situações que podem dar origem a este tipo de indeterminação, no entanto, a técnica
de levantamento depende do tipo de expressão:
(i) Funções Racionais: Aplica-se a factprização, isto é, se x → a então dividimos o numerador
assim como o denominador pelo factor (x − a).
(ii) Funções Irracionais: Multiplica-se o numerador e o denominador pelo conjugado da expres-
são irracional.
x2 − 9 2 − ex
a) lim c) lim
x→3 x2 − 5x + 6 x→ln 2 4 − e2x
Resolução:
x2 − 9
0
a) lim 2 =
x→3 x − 5x + 6 0
Como os polinómios no quociente se anulam em x = 3 então, podemos dividir-los ambos por
x − 3. Temos então
x2 − 9 (x + 3)(x − 3) x+3 6
lim 2
= lim = lim = = 6.
x→3 x − 5x + 6 x→3 (x − 3)(x − 2) x→3 x − 2 1
acima apresentado, podemos dividir ambas as expressões da fracção por cos x. Temos então
cos x + 3 cos2 x − 2 cos3 x cos x 1 + 3 cos x − 2 cos2 x
lim = limπ
x→ π2 cos3 −3 cos x x→ 2 cos x (cos2 x − 3)
1 + 3 cos x − 2 cos2 x 1
= limπ =− .
x→ 2 cos2 x − 3 3
2 − ex
0
c) lim =
x→ln 2 4 − e2x 0
De forma análoga, podemos dividir o numerador assim como o denominador pelo factor 2−ex .
Portanto,
2 − ex 2 − ex 1 1 1 1
lim 2x
= lim x x
= lim x
= ln 2
= = .
x→ln 2 4 − e x→ln 2 (2 − e ) (2 + e ) x→ln 2 2 + e 2+e 2+2 4
x2 − 4x + 3
Exemplo 3.5.7 Calcule o limite lim √ √ .
x→3 3x − 6 − x
x2 − 4x + 3
0
Resolução: Fazendo a substituição obtemos lim √ √ = .
x→3 3x − 6 − x 0
Para levantar a indeterminação multiplicamos √ o numerador
√ e o denominador pelo conjugado da
expressão irracional, isto é, pela expressão 3x − 6 + x. Então
√ √
x2 − 4x + 3 x2 − 4x + 3 3x − 6 + x
lim √ √ = lim √ √ √ √
x→3 3x − 6 − x x→3 3x − 6 − x 3x − 6 + x
√ √
(x − 1)(x − 3) 3x − 6 + x
= lim
x→3 3x − 6 − x
√ √
(x − 1)(x − 3) 3x − 6 + x
= lim
x→3 2(x − 3)
√ √
(x − 1) 3x − 6 + x
= lim
x→3 2
√ √
(3 − 1) 9 − 6 + 3 √
= = 2 3.
2
√ p p
x3 + 2x2 − 7x + 4 (x − 1)2 (x + 4) |x − 1| (x + 4)
(b) lim = lim = lim
x→1 x2 − 1 x→1 x2 − 1 x→1 (x − 1)(x + 1)
p p p √
|x − 1| (x + 4) (x − 1) (x + 4) (x + 4) 5
• lim+ = lim+ = lim+ = .
x→1 (x − 1)(x + 1) x→1 (x − 1)(x + 1) x→1 (x + 1) 2
p p p √
|x − 1| (x + 3) −(x − 1) (x + 4) − (x + 4) 5
• lim− = lim = lim =− .
x→1 (x − 1)(x + 1) x→1− (x − 1)(x + 1) →1− (x + 1) 2
Como os limites laterais são diferentes, então tal limite não existe.
h∞i
Indeterminação do Tipo
∞
Se a função que dá origem a este tipo de indeterminação for:
(i) Racionail: Coloca-se em evidência os termos de maior grau do numerador e do denominador.
(ii) Irracional: Multiplica-se o numerador e o denominador pelo conjugado da expressão irraci-
onal ou racional.
senu(x)
lim =1
x→x0 u(x)
senx
Para o caso particular, quando u(x) = x e x0 = 0 temos lim = 1.
x→a x
sen2 (5x)
Exemplo 3.6.1 Calcule lim
x→0 x2
2
sen (5x) 0
Resolução: lim = =⇒ uma indeterminação:
x→0 x2 0
sen (sen(2x))
Exemplo 3.6.2 Considere o limite lim
x→0 x
sen (sen(2x)) sen (sen(2x)) sen(2x)
Resolução: lim = 2 · lim · = 2 · 1 · 1 = 2.
x→0 x x→0 sen(2x) 2x
Resolução:
x2 − 3senx
0
(a) Aplicando o limite obtemos uma indeterminação: lim = .
x→0 x 0
Note que
−1 −1
3 3 3
√ √ sen √
x sen x x = 1−1 = 1 onde usamos
(i) lim = lim = lim
3 3
x→+∞ 3 x→+∞ x→+∞
sen √ √ √
x x x
3
o limite fundamental, uma vez que lim √ = 0.
x→+∞ x
1 1
(ii) lim senx = 0 pela consequência do Teorema do Confronto, pois lim = 0 e a função
x→+∞ x x→+∞ x
seno é limitada, isto é, −1 ≤ senx < 1.
(c) Fazendo algumas modificações na função do limite, teremos
√ √ √
2x3 x3 + x2 + 1 − 1 2 x3 x3 + x2 + 1 − 1 x3 + x2 + 1 + 1
= · · · √
3x2 sen(x3 ) 3 sen(x3 ) x2 x3 + x2 + 1 + 1
3 3 2
2 x x +x
= · · √
3 sen(x3 ) x2
x + x2 + 1 + 1
3
2 x3 x+1
= · 3
·√
3 sen(x ) x + x2 + 1
3
x3
Pelo limite trigonométrico fundamental temos lim = 1; daí, pelas regras operacionais
x→0 sen(x3 )
para limites obtemos
√
2x3 x3 + x2 + 1 − 1 2 x3 x+1 2 0+1 2
lim = · lim · lim √ = ·1· √ = .
x→0 3x2 sen(x3 ) 3 x→0 sen(x3 ) x→0 x3 + x2 + 1 3 3 2
0 +0 +1 3
1 − cos x
b) lim
x→0 x
Resolução:
1 − cos2 x 1 − cos2 x 1 + cos x 1 − cos2 x (1 + cos x)
a) lim = lim · = lim = lim (1 + cos x) = 2.
x→0 1 − cos x x→0 1 − cos x 1 + cos x x→0 1 − cos2 x x→0
eu(x) − 1
Teorema 3.6.2 Suponhamos que u(x) → 0, x → x0 , então lim = 1.
x→x0 u(x)
ex − 1
Em particular, para u(x) = x e x0 = 0 temos lim = 1.
x→0 x
Resolução:
2
ex −3 − e
0
(a) Substituindo obtemos lim = , então
x→2 x2 − 4 0
2
2
ex −3 − e e ex −4 − 1 2
ex −4 − 1
lim = lim = e · lim = e · 1 = e.
x→2 x2 − 4 x→2 x2 − 4 x→2 x2 − 4
√
e2 − e x + x − 4
0
(b) De forma análoga, obtemos lim = e
x→4 2x − 8 0
√ √ !
e2 − e x + x − 4 e2 − e x x−4
lim = lim +
x→4 2x − 8 x→4 2x − 8 2x − 8
√
−e2 e x−2 − 1 x−4
= lim + lim
x→4 2x − 8 x→4 2(x − 4)
√ √ !
2 e x−2 − 1 x−2 1
= −e · lim √ · + lim
x→4 x−2 2x − 8 x→4 2
√ √
e x−2 − 1 x−2 1
= −e2 lim √ · lim +
x→4 x − 2 x→4 2x − 8 2
√ √
( x − 2) ( x + 2) 1
= −e2 · 1 · lim √ +
x→4 (2x − 8) ( x + 2) 2
x − 4 1
= −e2 · lim √ +
x→4 2(x − 4) ( x − 2) 2
2
1 1 1 e 1 4 − e2
= −e2 · lim √ + =− + = .
2 x→4 x + 2 2 8 2 8
ln [1 + u(x)]
Teorema 3.6.3 Seja u(x) → 0, x → x0 . Então lim = 1.
x→x0 u(x)
ln(1 + x)
Em particular, se u(x) = x e x0 = 0 temos lim = 1.
x→0 x
µ
[1 + u(x)] − 1
Teorema 3.6.4 Consideremos u(x) → 0 quando x → x0 . Então lim = 1.
x→x0 µu(x)
µ
(1 + x) − 1
Para o caso particular, quando u(x) = x e x0 = 0 temos lim = 1.
x→0 µx
1
Teorema 3.6.5 Supomos que u(x) → 0, x → x0 , então lim [1 + u(x)] u(x) = e.
x→x0
1
Para o caso particular, quando u(x) = x e x0 = 0 temos lim (1 + x) x = e.
x→0
Teorema 3.6.6 Sejam f (x) e g(x) duas funçoẽs tais que lim f (x)g(x) = [1∞ ]. Então
x→x0
x2 − 1
2
x +3 x
Exemplo 3.6.8 Calcule lim .
x2 + 4xx→∞
x2 − 1
2
x +3 x
Resolução: Tem-se lim = [1∞ ]
x→∞ x2 + 4x
x2 − 1 x2 + 3
2
(x2 + 3 − x2 − 4x)(x2 − 1)
x −1
x2 + 3
lim − 1 · lim
x x2 + 4x x (x2 + 4x)x
lim = ex→∞ = ex→∞
x→∞ x2 + 4x
(3 − 4x)(x2 − 1) −4x3 + 3x2 + 4x − 3
lim 3
lim
= ex→∞ x + 4x = ex→∞ x3 + 4x2
x3 −4 + x3 + x42 − x33
lim −4 + 0 + 0 − 0
3 1+ 4
= e
x→∞ x x =e 1+0+0 = e−4 .
Resolução:
1) A função f (x) está definida em x0 = 2 pois f (2) = 1 − 22 = −3 ∈ R;
A) Pontos de Descontinuidade
x2
Exemplo 3.7.2 A função f (x) = é descontínua no ponto x = 2 pois esta função não está
x−2
definida neste ponto. Então x = 2 é ponto de descontinuidade para a função f (x).
B) Tipos de descontinuidade
x2 − 4 x−3
2
(b) g(x) = 2 x − 2x + 7 se x < 1
(a) f (x) = (c) h(x) =
x−2 x −9 4x − 5 se x ≥ 1
Resolução:
(a) Note que a função f (x) não está definida no ponto x = 2. Assim,
x2 − 4 (x − 2)(x + 2)
• lim− = lim− = lim− (x + 2) = 4;
x→2 x−2 x→2 (x − 2) x→2
x2 − 4 (x − 2)(x + 2)
• lim+ = lim+ = lim+ (x + 2) = 4.
x→2 x−2 x→2 (x − 2) x→2
Como lim− f (x) = lim+ 6= f (2), então x = 2 é ponto de descontinuidade evitável de f . Para
x→2 x→2
eliminar a descontinuidade podemos redefinir a função da seguinte maneira:
x2 −4
x−2 se x 6= 2
f (x) =
4 se x = 2
x−3
(b) Para g(x) = temos Dg = R \ {−3, 3}, então x = −3 e x = 3 são pontos de descontinuidade
x2 − 9
de g.
(i) Para o ponto x = −3 temos
x−3 (x − 3) 1 1
lim = lim = lim = − = −∞.
x→−3− x2 − 9 x→−3− (x − 3)(x + 3) x→−3− x + 3 0
x−3 (x − 3) 1 1 1
lim+ 2
= lim+ = lim+ = = .
x→3 x − 9 x→3 (x − 3)(x + 3) x→3 x + 3 3+3 6
x−3 (x − 3) 1 1 1
lim = lim = lim = = .
x→3− x2 − 9 x→3− (x − 3)(x + 3) x→3− x + 3 3+3 6
Logo, a função g é descontínua no ponto x = 3 e a descontínuidade é evitável.
(c) Calculemos os limites laterais de h(x) no ponto x = 1:
Como lim− h(x) 6= lim+ h(x), então h(x) é descontínua no ponto x = 1 e a descontinuidade é
x→1 x→1
do tipo salto.
3.8 Actividades
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
2. Para a função f (x) cujo gráfico é dado, determine o valor da quantidade indicada, se ela
existir. Se não existir, explique por quê.
6. Esboce o gráfico de um exemplo de uma função f (x) que satisfaça todas as condições dadas:
(a) lim− f (x) = 2, lim+ f (x) = 4, lim f (x) = 2, f (3) = 3 e f (−2) = 1
x→3 x→3 x→−2
(b) lim− f (x) = 1, lim+ f (x) = −1, lim+ f (x) = 0, lim− f (x) = 1, f (2) = 1 e f (0) =6 ∃
x→0 x→0 x→2 x→2
7. Esboce um gráfico de um exemplo de funçãon f (x) que satisfaça as seguintes condições:
(a) lim+ f (x) = −2, lim− f (x) = 1, f (0) = −1 e lim− f (x) = ∞
x→0 x→0 x→2
(b) lim+ f (x) = −∞, lim f (x) = 3, lim f (x) = 4
x→2 x→+∞ x→−∞
8. Determine os seguintes limites
6 x−1
(b) lim− (d) lim 2 (f) lim− cos sec(x) (h) lim+ ln(x − 5)
x→5 x − 5 x→0 x (x + 2) x→π x→5
9. Dado que lim f (x) = −3, lim g(x) = 0, lim h(x) = 8, encontre, se existir, o limite. Caso não
x→a x→a x→a
exista, explique por quê.
p
(a) lim [f (x) + g(x)] (c) lim 3
h(x) f (x) g(x)
x→a x→a (e) lim (g) lim
x→a h(x) x→a f (x)
2
1 f (x) 2f (x)
(b) lim [f (x)] (d) lim (f) lim (h) lim
x→a x→a f (x) x→a g(x) x→a h(x) − f (x)
1 4x4 + 5
p p
(a) lim (f) lim (k) lim x2 + ax − x2 + bx
x→+∞ 2x + 3 x→∞ (x2 − 2)(2x2 − 1) x→+∞
3x + 5 h+2 x + x3 + x5
(b) lim (g) lim √ (l) lim
x→+∞ x − 4 2+1 x→+∞ 1 − x2 + x4
h→+∞
√ 9h
1 − x − x2 (m) lim x4 − x5
(c) lim 9s6 − s x→−∞
x→+∞ 2x − 7 (h) lim
s→+∞ s3 + 1 (n) lim arctan(x2 − x4 )
x3 + 5x p x→+∞
(d) lim (i) lim 9x2 + x − 3x
x→+∞ 2x3 − x2 + 4 x→+∞
r2 + 2 p
(e) lim 3 (j) lim x + x2 + 2x
r→−∞ r + r 2 − 1 x→+∞
4 − x2 se x < 2
15. Seja f (x) =
x − 1 se x > 2
19. Quais das seguintes funções f (x) têm uma descontinuidade removível em a? Se a descon-
6 a e é
tinuidade for removível, encontre uma nova função g(x) que é igual a f (x) para x =
contínua em R.
x2 − 2x − 8 x3 + 64
(a) f (x) = , a = −2 (c) f (x) = , a = −4
x+2 x +√4
x−7 3− x
(b) f (x) = , a=7 (d) f (x) = , a=9
|x − 7| 9−x
3.9 Auto-avaliação
1. Usando a definição, mostre que lim (9 − 3x) = 3.
x→2
x3 − x2 − 5x + 2
p p
(a) lim (b) lim x2 + x − x2 + 7x
x→−∞
x→−2 x2 + 5x + 6
√
x2 − 2x 3− 5+x
(a) lim 2 (b) lim √
x→2 x − 4x + 4 x→4 1 − 5−x
4. Seja f : R → R tal que | sin x| ≤ f (x) ≤ 3|x|, para todo x ∈ R. Calcule lim f (x).
x→0
2−x
6. Dada a função f (x) = , determine os pontos de descontinuidade e caracterize-os.
4 − x2
Resolução: Seja ε > 0 arbitrário. Precisamos encontrar δ > 0 tal que |(9 − 3x) − 3| < ε quando
|x − 2| < δ. Mas
ε
|(9−3x)−3| < ε ⇐⇒ |6−3x| < ε ⇐⇒ |(−3)(x−2)| < ε ⇐⇒ |(−3)||x−2| < ε ⇐⇒ 3|x−2| < ε ⇐⇒ |x−2| <
3
ε
Escolhendo δ = temos:
3
ε
|x − 2| < δ =⇒ |x − 2| < =⇒ 3|x − 2| < ε =⇒ |(−3)(x − 2)| < ε =⇒ |6 − 3x| < ε =⇒ |(9 − 3x) − 3| < ε.
3
x3 − x2 − 5x + 2
p p
(a) lim (b) lim x2 + x − x2 + 7x
x→−∞
x→−2 x2 + 5x + 6
Resolução:
0
(a) Na primeira substituição temos uma indeterminação do tipo . Como x tende para −2, isto
0
é, x → −2, então para resolver este limite vamos dividir o numerador e o denominador pela
expressão (x + 2):
x3 − x2 − 5x + 2 (x + 2)(x2 − 3x + 1) x2 − 3x + 1 4+6+1
lim 2
= lim = lim = = 11.
x→−2 x + 5x + 6 x→−2 (x + 2)(x + 3) x→−2 x+3 −2 + 3
(b) Observamos facilmente que este limite dá uma inderterminação do tipo [∞ − ∞] e a função
envolvida é irracional, então vamos multiplicar o numerador e o denominador pelo conjugado
da expressão irracional:
p p p p √x2 + x + √x2 + 7x
lim x2 + x − x2 + 7x = lim x2 + 7x × √
x2 + x − √
x→−∞ x→−∞ x2 + x + x2 + 7x
x2 + x − x2 − 7x −6x
= lim √ √ = lim √ √
x→−∞ 2 2
x + x + x + 7x x→−∞ x + x + x2 + 7x
2
−6x
= lim s s
x→−∞
2 1 7
x 1+ + x2 1 +
x x
−6x
= lim s s
x→−∞
7 7
|x| 1+ + |x| 1+
x x
−x 6
= lim s s
x→−∞ |x| 1
7
1+ + 1+
x x
−x 6
= lim s s
x→−∞ (−x) 1
7
1+ + 1+
x x
6 6
= √ √ = = 3.
1+0+ 1+0 1+1
Resolução:
x2 − 2x
0 x(x − 2) x 2
(a) lim 2
= = lim = lim = = ∞ =6 ∃.
x→2 x − 4x + 4 0 x→2 (x − 2)(x − 2) x→2 x − 2 0
√
3− 5+x 0
(b) lim √ = .
x→4 1 − 5−x 0
√ √ √ √
3− 5+x 3− 5+x 3+ 5+x 1+ 5−x
lim √ = lim √ √ √
x→4 1 − 5−x x→4 1 − 5−x 1+ 5−x 3+ 5+x
h √ 2 i √
32 − 5+x 1+ 5−x
= lim h √ 2 i √
x→4
12 − 5−x 3+ 5+x
√
[9 − (5 + x)] 1 + 5 − x
= lim √
x→4 [1 − (5 − x)] 3 + 5+x
√
(4 − x) 1 + 5 − x
= lim √
x→4 (−4 + x) 3 + 5+x
√ √
1+ 5−x 1+ 5−4 2 1
= − lim √ =− √ =− =− .
x→4 3 + 5+x 3+ 5+4 6 3
4. Seja f : R → R tal que | sin x| ≤ f (x) ≤ 3|x|, para todo x ∈ R. Calcule lim f (x).
x→0
Resolução:
• f (5) = 4a.
Portanto,
• lim f (x) = lim f (x) =⇒ 15 + b = 24 =⇒ b = 9.
x→5− x→2+
• lim+ f (x) = f (5) =⇒ 24 = 4a =⇒ a = 6.
x→5
2−x
6. Dada a função f (x) = , determine os pontos de descontinuidade e caracterize-os.
4 − x2
Resolução: Domínio da função: Df = x ∈ R : 4 − x2 6= 0 = R \ {−2, 2}.
• Para x = −2, tem-se:
2−x 2 − (−2) 4
lim f (x) = lim = = − = −∞.
x→−2− x→−2− 4 − x2 4 − (−2)2 0
3.11 Resumo
Nesta unidade, você estudou e compreendeu a definição de limite de uma forma intuitiva, bem como
aprendeu a calcular limite de uma função usando os teoremas sobre limites. Você estudou também o
significado dos limites laterais, limites no infinito e limites infinitos, percebeu como levantar os dife-
rentes tipos de indeterminações usando os limites fundamentais, aprendeu a analisar a continuidade
de uma função aplicando limites laterais.
4.1 Introdução
Nesta unidade você aprenderá a calcular a derivada de uma função usando a definição, aprenderá a
interpretar a derivada no sentido geométrico e físico. As regras de derição serão apresentadas nesta
unidade, além da formalização de conceitos e propriedades que auxiliarão o desenvolvimento da pró-
xima unidade referente às aplicações das derivadas.
Objectivos da unidade:
No fim desta unidade o estudante deve ser capaz de:
• Definir derivada e diferencial de função;
• Aplicar as regras de derivação;
• Conhecer o sentido geométrico e mecânico da derivada;
• Derivar funções compostas, implícitas e funções dadas na forma paramétrica;
• Determinar derivadas e diferenciais de ordem superior.
Tempo de estudo: Esta unidade terá duração de 18 horas, o correspondente a três semanas.
√
Exemplo 4.3.1 Determine ∆x do argumento x e o respectivo acréscimo ∆f da função f (x) = x se
x varia de 1 até 100.
73
Unidade 4. Derivada de uma função 4.3. Noção de derivada
Exemplo 4.3.2
√ Usando a definição da deridada, calcule as derivadas das funções f (x) = x2 e
g(x) = x.
Resolução:
• Para f (x) = x2 temos:
Assim,
√ √ √
• Para g(x) = x temos: ∆g = g(x + ∆x) − g(x) = x + ∆x − x, então
√ √
g(x + ∆x) − g(x) x + ∆x − x
g 0 (x) = lim = lim
∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
√ √ √ √
x + ∆x − x x + ∆x + x
= lim √ √
∆x→0 ∆x x + ∆x + x
x + ∆x − x ∆x
= lim √ √ = lim √ √
∆x→0 ∆x x + ∆x + x ∆x→0 ∆x x + ∆x + x
1
= lim √ √
∆x→0 x + ∆x + x
1 1 1
= √ √ =√ √ = √ .
x+0− x x + x 2 x
Definição 4.3.4 (Relação entre derivada e derivadas laterais). Para que a função f (x) tenha derivada no
0
ponto x0 é necessário e suficiente que f− (x) = f+ (x). Isto é:
∃f 0 (x0 ) ⇐⇒ f−
0 0
(x0 ) = f+ (x0 )
Portanto, como as derivadas laterais são diferentes então a função f (x) = |x| não tem derivada em
x = 0.
Resolução: Aplicando os limites laterais percebemos facilmente que a função é contínua, mas isto
não é suficiente, devemos aplicar os limites laterais da definição:
• Derivada à esquerda:
• Derivada à direita
√ √
0 f (1 + ∆x) − f (1) 2 1 + ∆x − 2 1 + ∆x − 1
f+ (1) = lim = lim = 2 lim
∆x→0+ ∆x ∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
√ √
1 + ∆x − 1 1 + ∆x + 1 1 + ∆x − 1
= 2 lim √ = 2 lim √
∆x→0 ∆x 1 + ∆x + 1 ∆x→0 ∆x 1 + ∆x + 1
∆x 1 1
= 2 lim √ = 2 lim √ = 2 · = 1.
∆x→0 ∆x 1 + ∆x + 1 ∆x→0 1 + ∆x + 1 2
Logo, como as derivadas laterais são iguais então a função f (x) tem derivada em x = 1, e é dada
por f 0 (1) = 1.
d)
0 f (x+∆x) f (x)
f g(x+∆x) − f (x + ∆x) · g(x) − g(x + ∆x) · f (x)
g(x)
= lim = lim
g ∆x→0 ∆x ∆x g(x + ∆x) · g(x) · ∆x
f (x + ∆x) · g(x) − f (x) · g(x) + f (x) · g(x) − g(x + ∆x) · f (x)
= lim
∆x g(x + ∆x) · g(x) · ∆x
[f (x + ∆x) − f (x)] g(x) − [g(x + ∆x) − g(x)] f (x)
= lim
∆x→0 g(x + ∆x) · g(x) · ∆x
[f (x + ∆x) − f (x)]g(x) [g(x + ∆x) − g(x)]f (x)
lim − lim
= ∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
lim [g(x + ∆x) · g(x)]
∆x→0
f 0 (x)g(x) − g 0 (x)f (x)
= 2 .
[g(x)]
2. f (x) = x =⇒ f 0 (x) = 1
3. f (x) = xn =⇒ f 0 (x) = nxn−1 , para qualquer n ∈ N∗
√ 1
4. f (x) = x =⇒ f 0 (x) = √
2 x
8. f (x) = ex =⇒ f 0 (x) = ex
∆f = A∆x + α (∆x)
onde A é um certo valor, α é uma função dependente de ∆x, infinitamente pequena e contínua
no ponto ∆x = 0.
• A função df = f 0 (x0 )∆x, onde f 0 (x0 ) 6= 0, chamaremos diferencial da função f (x) no ponto x0 .
Para ∆x muito pequeno temos que df ≈ ∆x, isto é,
f (x0 + ∆x) − f (x0 ) ≈ f 0 (x0 )∆x
√ 1 0 1 2 1
(b) Tomemos x0 = 1, ∆x = 0, 012, f (x) = 3
x, então f 0 (x) = x 3 = x− 3 ⇒ f 0 (1) = e f (x0 ) =
√ 3 3
f (1) = 3 1 = 1. Logo
∆y f (x + ∆x) − f (x)
Pela figura acima, a inclinação da recta P Q é dada por: tan θ = = .
∆x ∆x
Se fizermos o ponto Q se aproximar de P sobre a curva dada, a inclinação de P Q vai se aproximar
da inclinação da recta tangente à curva no ponto P . Neste caso, ∆x → 0 e
∆y f (x + ∆x) − f (x)
tan α = lim tan θ = lim = lim
θ→α ∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
supondo que exista o limite. Este limite é a derivada da função y = f (x) no ponto P e portanto a
derivada da função y = f (x) no ponto P é a inclinação da recta tangente (ou coeficinte angular) nesse
ponto.
Definição 4.5.1 (Equação da Tangente). A equação da tangente a uma curva em um ponto P (x0 , y0 )
é dada por:
y − y0 = f 0 (x0 )(x − x0 )
Definição 4.5.2 (Equação da Normal). A equação da normal à uma curva no ponto P (x0 , y0 ) é dada
por:
1
y − y0 = − (x − x0 )
f 0 (x 0)
√
Exemplo 4.5.1 Seja dada a função f (x) = x.
(a) Determine a equação da recta tangente ao gráfico de f no ponto P (4, 2).
y − 2 = f 0 (4)(x − 4).
1 x
y−2= (x − 4) ⇐⇒ y = + 1
4 4
(b) A recta normal, por sua vez, é dada por y − 2 = −4(x − 4) ou y = −4x + 18 .
2x + 1
Exemplo 4.5.2 Determine a recta que passa pelo ponto (1, 1) e tangente ao gráfico de f (x) = .
x−1
Resolução: Note que o domínio de f é Df = {x ∈ R : x 6= 1} e para todo x0 ∈ Df , a função f é
derivável em x0 . A recta tangente ao gráfico de f em (x0 , f (x0 )) é dada pela equação:
2(x − 1) − (2x + 1) · 1 3
Calculando a derivada temos, f 0 (x) = =− .
(x − 1)2 (x − 1)2
A equação da recta tangente é então
2x0 + 1 3
y− =− (x − x0 ).
x0 − 1 (x0 − 1)2
∆s f (t + ∆t)
Vm = =
∆t ∆t
Se fizermos ∆t → 0 teremos avelocidade instantânea no instante t, a qual é dada por:
∆s f (t + ∆t) − f (t) ds
v = lim = lim = = s0 (t).
∆t→0 ∆t ∆t→0 ∆t dt
Portanto, a velocidade instantânea de um corpo num referido instante t é dada pela derivada da função
s = f (t).
Em física a aceleração média é dada por:
∆v
am =
∆t
onde a aceleração instantânea, de maneira análoga à velocidade instantânea, é dada por: a =
∆v dv
lim = = v 0 (t) onde v(t) = s0 (t) Então
∆t→0 ∆t dt
d2 s
d ds
a= = 2 = s00 (t)
dt dt dt
Exemplo 4.6.1 Suponha que a posição de uma partícula em movimento sobre uma recta r seja
dada por s(t) = t2 − 6t, onde s(t) é medida em pés e t em segundos.
(a) Determine a velocidade em um instante t qualquer.
Exemplo 4.6.2 Uma partícula que sai da origem no ponto t = 0 com uma velocidade inicial v0 > 0 e
evolui sob o efeito de uma força constante −F < 0 (tende a freiar a partícula) tem uma trajectória
dada por
F 2
x(t) = − t + v0 t + x0 , t ≥ 0,
2m
onde m é a massa da partícula. Então a velocidade é dada por:
F F
v(t) = x0 (t) = −2 · t + v0 · 1 + 0 = − t + v0 .
2m m
F
A aceleração será dada por: a(t) = v 0 (t) = − .
m
Teorema 4.7.1 Se y = y(u) é uma função de u e u = u(x) é uma função de x, então a derivada de y
em relação a variável x é dada ’por:
dy d dy du
= y(u) = = y 0 (u)u0 (x)
dx dx du dx
Demonstração: Se y = y(u) é uma função de u e u = u(x) é uma função de x, então podemos
observar que se x muda para x + ∆x, então u muda para u + ∆u e ∆u → 0 como ∆x → 0. Portanto,
se ∆u 6= 0, podemos usar a identidade
∆y ∆y ∆u
= ·
∆x ∆u ∆x
Agora, aplicando a propriedade do limite de produto de funções, obtemos
dy ∆y ∆y ∆u dy du
= lim = lim · lim = · = y 0 (u)u0 (x).
dx ∆x→0 ∆x ∆u→0 ∆u ∆x→0 ∆x du dx
Resolução: Observe que a inversa de f (x) é nada menos que a função f −1 = senx que é
dx dy 1
y = arcsenx ⇔ x = seny =⇒ = cos y =⇒ = .
dy dx cos y
d 6 d d 7 d
(x ) + (2x3 y) − (y x) = (10)
dx dx dx dx
dy dy
6x5 + 6x2 y + 2x3 − y 7 − xy 6 − y7 = 0
dx dx
dy
(2x3 − 7xy 6 ) = y 7 − 6x5 − 6x2 y
dx
dy y 7 − 6x5 − 6x2 y
= .
dx 2x3 − 7xy 6
Temos então
dy f 0 (t)
= 0 , g 0 (t) 6= 0
dx g (t)
dy −asent sent
Exemplo 4.7.3 Seja x = a cos t e y = asent, então = =− = − tan t.
dx a cos t cos t
dn y
Denotaremos por f n (x) ou a derivada de ordem n da função y = f (x).
dxn
4.9 Actividades
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
I. Ler as secções 2.3 a 2.8;
II. Elaborar uma lista dos principais conceitos abordados nesta unidade;
III. Resolver os exercícios que se seguem.
6. Se uma bola for atirada ao ar com uma velocidade de 40 pés/s, sua altura (em pés) depois
de t segundos é dada por y = 40t − 16t2 . Encontre a velocidade quando t = 2.
7. Se uma flecha é atirada para cima sobre a superfície da Lua com uma velocidade de 58 m/s,
sua altura (em metros) após t segundos é dada por H = 58t − 0, 83t2 .
(a) Encontre a velocidade da flecha após um segundo.
(b) Encontre a velocidade da flecha quando t = a.
(c) Quando a flecha volta para a Lua?
(d) Com que velocidade ela atinge a Lua?
8. O deslocamento (em metros) de uma partícula movendo-se ao longo da recta é dado pela
equação do movimento s = t2 − 8t + 18, onde t é medido em segundos.
(a) Encontre as velocidades médias sobre os seguintes intervalos de tempo:
(b) Encontre a taxa instantânea de crescimento em 1996 tomando a média de duas taxas da
variação. Quais são são suas unidades?
(c) Estime a taxa instantânea de crescimento em 1996 medindo a inclinação de uma tan-
gente.
10. Uma estimativa anual dos usuários de telefone celular na Malásia, N (em milhares), é mos-
trada na tabela:
Ano 1993 1994 1995 1996 1997
N 304 572 873 1.513 2.461
(a) Determine a taxa média de crescimento (i) de 1995 a 1997 (ii) de 1995 a 1996 (iii) de
1994 a 1995. Em cada caso inclua as unidades.
(b) Dê uma estimativa da taxa de crescimento instantânea em 1995 tomando a média de
duas taxas médias da variação.
(c) Dê uma estimativa da taxa de crescimento instantânea em 1995 medindo a inclinação
de uma tangente.
11. Se f (x) = 3x2 − 5x, encontre f 0 (2) e use-o para achar uma equação da recta tangente à
parábola y = 3x2 − 5x no ponto (2, 2).
12. Se g(x) = 1 − x3 , encontre g 0 (0) e use-o para achar uma equação da recta tangente à curva
y = 1 − x3 no ponto (0, 1).
13. Encontre f 0 (a), se:
2t + 1 1 √
(a) f (x) = 3 − 2x + 4x2 (b) f (t) = (c) f (x) = √ (d) f (x) = 3x + 1
t+3 x+2
14. Uma partícula move-se ao longo de uma recta com a equação do movimento s = f (t), onde s
é medido em metros e t em segundos. Encontre a velocidade quando t = 2, sendo:
15. O custo de produção de x onças (1 libra = 12 onças) de ouro provenientes de uma nova mina
é C = f (x) dólares.
(a) Qual o significado da derivada f 0 (x)? Quais são suas unidades?
(b) O que significa f 0 (800) = 17?
(c) Você acha que os valores de f 0 (x) vão crescer ou decrescer a curto prazo? E a longo
prazo? Explique.
16. O consumo de combustível (medido em galões por hora) de um carro viajando a uma veloci-
dade de v milhas por hora é c = f (v).
(a) Qual o significado da derivada f 0 (v)? Quais suas unidades?
(b) Escreva uma sentença (em termos leigos) que explique o significado da equação f 0 (20) =
−0, 05.
17. Seja T (t) a temperatura (em ◦ F) em Dallas t horas após a meia-noite em 2 de Junho de
2001. A tabela mostra os valores dessa função registados de duas em duas horas. Qual o
significado de T 0 (10)? Estime o seu valor.
t 0 2 4 6 8 10 12 14
T 73 73 70 69 72 81 88 91
18. A espectativa de vida melhorou significativamente no século XX. A tabela fornece os valores
de E(t), a espectativa de vida no nascimento (em anos) de um menino no ano t nos Estados
Unidos. Interprete e estime os valores de E 0 (1910) e E 0 (1950).
t 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
E(t) 48,3 51,1 55,2 57,4 62,5 65,6 66,6 67,1 70,00 71,8 74,1
19. Determine se existe ou não f 0 (0):
x sin x1 , se x 6= 0 x2 sin x1
, se x 6= 0
(a) f (x) = (b) f (x) =
0 , se x = 0 0 , se x = 0
20. Encontre a derivada da função dada usando a definição. Estabeleça os domínios da função
e da derivada.
√
(a) f (x) = 37 (d) f (x) = x
√+ x (g) f (x) = x4
(b) f (x) = 12 + 7x (e) f (x) = 1 + 2x
1 3+x
(c) f (x) = 5x2 + 3x − 2 (f) f (x) = 3 (h) f (x) =
x 1 − 3x
p p
(m) y = arccos 1 − x2 (p) y = arcsin(sin x − cos x) (s) y = arctan(x + 1 + x2 )
1+x (t) y = arcsin(ln x)
(n) y = arctan (q) y = arccos(sin x)
1−x (u) y = 3 arcsin x · cos2 x + sin3 x
1 − x2 1−x
(o) y = arctan (r) y = arccos √
1 + x2 2
2
(a) y = 1 − x2 + x4 − x6 + x8 (c) y = ex p (e) y = (1 + x2 ) arctan x.
(b) y = sin2 x
3
(d) y = ln 1 + x2
4.10 Auto-avaliação
1. Usando a definição, calcule a derivada de f (x) = x2 − ln(3x + 1).
√ √ !
1 x 3− 2
2. Calcule a derivada da função f (x) = √ ln √ √ .
2 6 x 3+ 2
π
3. Ache a equação da recta tangente à curva C : x = arccos t, y = 2 + ln (1 + tet ) no seu ponto P 2;2 ,
correspondente ao parâmetro t = 0.
4. Dada a equação 2ey + x cos y = 3 que define implicitamente uma função y = f (x). Calcule as
dy d2 y
derivadas e desta função no ponto x = 1 em que y = 0.
dx dx2
p3 √
5. Seja f (x) = x3 − x2 sen 3 x .
√ √ !
1 x 3− 2
2. Calcule a derivada da função f (x) = √ ln √ √ + (sin x)cos x .
2 6 x 3+ 2
Resolução: Aplicando as regras de derivação tem-se
√ √ 0
" √ √ !#0 x√3−√2
1 x 3− 2 1 x 3+ 2
f 0 (x) = √ ln √ √ = √ · √ √
2 6 x 3+ 2 2 6 x√3−√2
x 3+ 2
√ √ √ √ √ √ √ √
1 3(x 3 + 2) − 3(x 3 − 2) x 3 + 2
= √ · √ √ · √ √
2 6 (x 3 + 2)2 x 3− 2
√
1 2 6 1
= √ · √ √ · √ √
2 6 x 3+ 2 x 3− 2
1
= 2
.
3x − 2
3. Ache a equação da recta tangente à curva C : x = arccos t, y = 2 + ln (1 + tet ) no seu ponto P π2 ; 2 ,
correspondente ao parâmetro t = 0.
dy π
Resolução: Calculemos a deridada x= π , tomando em consideração que ao ponto P ;2
dx 2
2
corresponde o valor do parâmetro t = 0. Então, obtemos:
t
(e + tet )
0 " 0
# " √ #
dy y (t) (2 + ln(1 + tet )) (1 + tet ) (et + tet ) 1 − t2
x= π = 0 = = = − = −1.
dx 2
x (t) t=0 (arccos t)0 1 (1 + tet )
t=0 −√ t=0
1 − t2 t=0
π
A recta tangente ao gráfico da função dada no ponto P ; 2 , é definida pela equação y − 2 =
2
π dy
π
m x− , onde m = x= π = −1. Logo, a equação da recta tangente é y = −x + + 2
2 dx 2
2
4. Dada a equação 2ey + x cos y = 3 que define implicitamente uma função y = f (x). Calcule as
dy d2 y
derivadas e desta função no ponto x = 1 em que y = 0.
dx dx2
Resolução: Derivemos a equação dada, considerando y uma função que depende da variável x:
0 cos y
(2ey + x cos y) = (3)0 =⇒ 2ey · y 0 + cos y − xseny · y 0 = 0 =⇒ y 0 = =⇒
xseny − 2ey
dy 0 cos y 1 1
|x=1 = y (1) = = =− .
dx xseny − 2ey (1;0) 0−2 2
A seguir, calculemos a derivada da segunda ordem:
0
−seny · y 0 · (xseny − 2ey ) − cos y · (seny + x cos y · y 0 − 2ey · y 0 )
00 0 0 cos y
y = (y ) = = =⇒
xseny − 2ey (xseny − 2ey )2
−seny · y 0 · (xseny − 2ey ) − cos y · (seny + x cos y · y 0 − 2ey · y 0 )
00 1
y (1) = =− .
(xseny − 2ey )2 1
(x=1;y=0;y 0 =− ) 8
2
= lim √
3
· √ = lim 3 x − 1 · lim √ = −1 · 1 = −1
x→0 x2 3
x x→0 x→0 3
x
(b) Para x = 0, as derivadas de todas as funções que compõem g(x) existem, então podemos usar
as regras de derivação:
0
[44 + f (x)] (x + 4) − (x + 4)0 [44 + f (x)] f 0 (x)(x + 4) − [44 + f (x)]
g 0 (x) = 2
=
(x + 4) (x + 4)2
f 0 (0)(0 + 4) − [44 + f (0)] −1 · 4 − 44 − 0
g(0) = = = −3.
(0 + 4)2 16
6. Sabe-se que f é uma função derivável em R e que a recta tangente ao gráfico de f no ponto de
√ 2
abscissa 3 é x + 2y = 6. Seja g(x) = f 9 + 4x . Determine g 0 (0).
Resolução: Pela hipótese temos: x0 = 3, recta tangente: x + 2y = 6 ⇒ y = − 21 x + 3, então
m = f 0 (3) = − 21 . Para x0 = 3 tem-se 3 + 2 · f (3) = 6 ⇒ f (3) = 32 . Temos então
√ √ √ 0 √ √ 4
g 0 (x) 9 + 4x · f 0 9 + 4x · f 0
= 2·f 9 + 4x · 9 + 4x = 2 · f 9 + 4x · √
2 9 + 4x
2 3 1 2
g 0 (0) = 2 · f (3) · f 0 (3) · = 2 · · − · = −1
3 2 2 3
4.12 Resumo
Nesta unidade você aprendeu a definição de derivada de uma função f (x) e sua interpretação geomé-
trica. Segundo esta interpretação, a derivada de uma função em um ponto x0 é o coeficiente angular
da recta tangente ao gráfico da função no ponto de coordenadas (x0 , f (x0 )). Além disso, aprendeu como
determinar a equação desta recta.
O conjunto dos pontos onde a derivada existe é o domínio de definição da função derivada. Este do-
mínio não coincide sempre com o domínio da própria função mas pode ser um subconjunto deste.
Realmente, a derivada de uma função pode não existir em alguns pontos do domínio da função. Foi
observado que uma condição necessária para sua existência em um ponto é a de que a função seja
contínua. Importante lembrar que a continuidade da função não é suficiente. Você teve a oportunidade
de estudar um exemplo de uma função, a função módulo, que é contínua mas não derivável em x0 .
Uma outra maneira de se determinar se uma função é derivável em um ponto é através das derivadas
laterais.
Também aprendeu regras para derivar soma, diferença, multiplicação e quociente de funções bem
como regras para derivar uma função composta e a inversa de uma função. Com estas ferramentas foi
possível, então, calcular a derivada das funções elementares.
Nas últimas secções desta unidade você teve a oportunidade de aprender a derivar uma função suces-
sivas vezes e a derivar uma função implícita.
Aprendeu, também, a definir a diferencial de uma função que permite calcular o valor através de uma
aproximação linear.
5.1 Introdução
Na unidade anterior você aprendeu o que é a derivada de uma função, sua interpretação geométrica
e física, e várias regras que auxiliam no seu cálculo. Nesta unidade você aprenderá a aplicá-la para
determinar informações importantes sobre a função que o ajudarão a analisar a variação de uma fun-
ção ao longo de seu domínio e a esboçar o seu gráfico. Introduziremos as regras de H’Lospital, que
serão usadas no cálculo de alguns limites, iremos também, resolver aguns problemas de optimização
usando o conceito de máximos e mínimos locais ou globais de uma função.
Objectivos da unidade: No fim desta unidade o estudante deve ser capaz de:
Palavras-chave: Derivadas; L’Hospital; Aproximação linear; Máximos locais, Mínimos locais; Esboço
de gráfico; Problemas de optimização
Tempo de estudo: Esta unidade terá duração de 12 horas lectivas, o correspondente a duas semanas.
• Papel e Esferográfico.
Teorema 5.3.1 (Regra de L’Hospital) Sejam f (x) e g(x) funções diferenciáveis em um intervalo aberto
I, excepto possivelmente, em um ponto x0 ∈ I. Suponha que g 0 (x) 6= 0 para todo x 6= x0 em I.
f (x) f 0 (x)
(i) Se lim f (x) = lim g(x) = 0, então lim = lim 0
x→x0 x→x0 x→x0 g(x) x→x0 g (x)
91
Unidade 5. Aplicações das derivadas 5.3. Regra de L’Hospital
f (x) f 0 (x)
(ii) Se lim f (x) = lim g(x) = ±∞, então lim = lim 0
x→x0 x→x0 x→x0 g(x) x→x0 g (x)
Observação 5.3.1 Esta regra pode ser aplicada também para limites laterais e no infinito.
3x2 − 4x + 1
Exemplo 5.3.1 Calcule lim .
x→+∞ x2 − x + 5
Resolução:
∞ Primeiramente observamos que o limite apresenta uma indeterminação do tipo
∞ . Aplicando a Regra de L’Hospital, derivamos o numerador e o denominador da função
racional duas vezes; então
3x2 − 4x + 1 6x − 4 6
lim = lim = lim = 3.
x→+∞ x2 − x + 5 x→+∞ 2x − 1 x→+∞ 2
2
ex − ex − sen(4x)
Exemplo 5.3.2 Calcule lim .
x→0 x
h 2
i
Resolução: Como lim ex − ex − sen(4x) = 0 e lim x = 0, então, pela regra de L’Hospital
x→0 x→0
tem-se
0
x x2
x x2
e − e − sen(4x) e − e − sen(4x) 2
ex − 2xex − 4 cos(4x)
lim = lim = lim = −3.
x→0 x x→0 (x)0 x→0 1
Resolução: O limite nos leva a uma indeterminação do tipo [0 · ∞], então fazemos:
ln x
lim x ln x = lim 1
x→0+ x→0+
x
cot(x)
Exemplo 5.3.4 Calcule lim [1 + sen(4x)] .
x→0+
Resolução: Temos que lim+ [1 + sen(4x)] = 1 e lim+ cot(x) = ∞. Para calcular o limite, fare-
x→0 x→0
mos uma mudança de base:
cot(x) cot(x)
lim+ [1 + sen(4x)] = lim+ eln[1+sen(4x)] = lim+ ecot(x)·ln[1+sen(4x)]
x→0 x→0 x→0
lim+ cot(x) ln [1 + cos(4)]
= ex→0
4 cos(4x)
ln [1 + sen(4x)] 1 + sen(4x)
lim cot(x) ln [1 + sen(4x)] = lim+ = lim = 4.
x→0+ x→0 tan(x) x→0+ sec2 (x)
cot(x)
lim cot(x) ln [1 + sen(4x)]
Assim, lim [1 + sen(4x)] = ex→0+ = e4 .
x→0+
senx + x
Exemplo 5.3.5 Calcule lim .
x→+∞ x
∞
Resolução: Trata-se duma indeterminação do tipo ∞ . Aplicando a regra de L’Hospital
temos
senx + x (senx + x)0
lim = lim = lim (cos x + 1)
x→+∞ x x→+∞ (x)0 x→+∞
Este último limite que tivemos não existe mas não podemos concluir nada pois a regra de
f 0 (x)
L’Hospital só se aplica se o limite do quociente 0 existir. Temos que calcular o limite de outra
g (x)
forma:
senx + x senx 1
lim = lim + 1 = lim senx + 1
x→+∞ x x→+∞ x x→+∞ x
1 1
Como lim = 0 e senx é uma função limitada então lim senx = 0 e logo
x→+∞ x x→+∞ x
senx
lim + 1 = 0 + 1 = 1.
x→+∞ x
Definição 5.4.1 (Polinómio de Taylor de ordem n). Seja f uma função n vezes diferenciável em x0 , então
definimos o polinómio de Taylor de ordem n para f em torno de x = x0 como sendo
n
f 00 (x0 ) f (n) (x0 ) X f (k) (x0 )
Pn (x) = f (x0 ) + f 0 (x0 )(x − x0 ) + (x − x0 )2 + · · · + (x − x0 )n = (x − x0 )k
2! n! k!
k=0
Exemplo 5.4.2 Determine o polinómio de Taylor de ordem 4 da função f (x) = cos(x − 2) ao redor de
x0 = 2.
Proposição 5.4.1 Seja f uma função n vezes diferenciável no ponto x0 . Se Pn (x) é o polinómio de
Taylor de grau n da função f em x0 , então
f (x) − Pn (x)
lim =0
x→x0 (x − x0 )n
Demonstração: Observe que Pn (x0 ) = f (x0 ) e consequentemente o limite acima nos leva a uma
indeterminação do tipo 00 que pode ser levantada usndo a regra de L’Hospital. Agora, aplicando
Teorema 5.5.1 (Fórmula de Taylor com Resto de Peano). Seja f (x) uma função diferenciável e com
derivadas contínuas até a ordem (n + 1) no intervalo (a, b), então
f 00 (x0 ) f (n) (x0 )n
f (x) = f (x0 ) + f 0 (x0 )(x − x0 ) + (x − x0 )2 + · · · + (x − x0 )n + o (x − x0 )n+1
| 2! {z n! } | {z }
Rn =Resto de Peano
Pn (x)
x3 x5 x2n+1
+ · · · + (−1)n + o x2n+2 .
senx = x − +
3! 5! (2n + 1)!
Exemplo 5.5.2 Decomponha a função f (x) = esen(x−2) pela Fórmula de Taylor em soma de potências
do binómio (x − 2) até ao termo que contenha (x − 2)3 .
Teorema 5.6.1 (Fórmula de Taylor com Resto de Lagrange). Seja f (x) uma função diferenciável e com
derivadas contínuas até a ordem (n + 1) no intervalo aberto (a, b) e seja, ainda, x0 ∈ (a, b). Então
existe t ∈ (a, b) tal que
1
Exemplo 5.6.1 Desenvolva a função f (x) = em Fórmula de Taylor com Resto de Lagrange no
1+x
ponto x = 0.
(−1)n+1 · (n + 1)!
f (n+1) (t) n+1 (1 + t)n+1 xn+1
Rn = x = xn+1 = (−1)n+1 · .
(n + 1)! (n + 1)! (1 + t)n+2
(a) ponto de máximo local de f se existe ε > 0 tal que f (x0 ) ≥ f (x), ∀x ∈ (x0 − ε, x0 + ε);
(b) ponto de mínimo local de f se existe ε > 0 tal que f (x0 ) ≤ f (x), ∀x ∈ (x0 − ε, x0 + ε);
(c) extremo local de f se x0 é ponto de máximo ou mínimo local de f .
Exemplo 5.7.1 Considere a função esboçada na figura abaixo. Determine os pontos de máximo ou
mínimo local.
Definição 5.7.2 (Ponto crítico). Dizemos que x0 é um ponto crítico de f se f 0 (x0 ) = 0 ou f 0 (x0 ) não
existe.
Exemplo 5.7.2 Por exemplo, x = 1 é ponto çrítico de f (x) = x2 − 2, porque f 0 (1) = 0. Por outro lado,
x = 0 é ponto crítico da função f (x) = 1 − x1 , porque f não é derivável neste ponto.
Corolário 5.7.1 Se x0 é um extremo (máximo ou mínimo) local, então x0 é um ponto crítico, isto é,
f 0 (x0 ) = 0 ou f 0 (x0 ) não existe.
Proposição 5.7.1 Seja f uma função contínua no intervalo [a, b] e derivável no intervalo (a, b).
(i) Se f 0 (x) > 0 para todo x ∈ (a, b), então f é crescente em [a, b];
(ii) Se f 0 (x) < 0 para todo x ∈ (a, b), então f é decrescente em [a, b];
(iii) Se f 0 (x) = 0 para todo x ∈ (a, b), então f é constante em [a, b]..
Teorema 5.7.1 (Critério da derivada primeira para determinação de extremos). Seja f uma função contí-
nua no intervalo fechado [a, b] que possui derivada em todos os pontos do intervalo (a, b), excepto
possivelmente num ponto crítico x0 .
(i) Se f 0 (x) > 0 para todo x < x0 e f 0 (x) < 0 para todo x > x0 , então f tem um máximo local em
x0 ;
(ii) Se f 0 (x) < 0 para todo x < x0 e f 0 (x) > 0 para todo x > x0 , então f tem um mínimo local em
x0 .
Passo 1: Determinar os pontos críticos: valores de x tais que f 0 (x) = 0 ou f 0 (x) não existe;
Passo 2: Formar intervalos para estudo da monotonia com auxílio dos pontos críticos;
Passo 3: Estudar o sinal de f 0 (x) nos invervalos obtidos. Para tal, basta escolher um número
qualquer de cada intervalo (com excepção dos pontos críticos) e substituir na função f 0 (x);
Passo 4: Conclusões
x3
Exemplo 5.7.3 Seja dada a função f (x) = − x2 . Determine
3
(a) Intervalos de monotonia. (b) Extremos da função.
Resolução: Observe que a função f é derivável em todos os pontos e, a sua derivada é dada por
f 0 (x) = x2 − 2x, então:
Passo 1: f 0 (x) = 0 ⇔ x2 − x = 0 ⇔ x = 0 ∨ x = 2. Portanto, x = 0 e x = 2 são os únicos pontos
críticos de f .
Passo 4: Conclusões:
x3
(a) A função f (x) = − x2 é crescente no intervalo (−∞; 0) ∪ (2; +∞) e decrescente no
3
intervalo (0; 2).
8
(b) Máximo local = f (0) = 0 e Mínimo local = f (2) = 3 − 4 = − 43 .
Teorema 5.7.3 (Critério da derivada segunda para determinação de extremos). Seja f uma função derivá-
vel num intervalo (a, b) e x0 um ponto crítico de f neste intervalo, isto é, f 0 (x0 ) = 0, com a < x0 < b.
Se f admite a derivada f 00 em (a, b), temos:
(i) Se f 00 (x0 ) < 0, então f tem um valor máximo local em x0 ;
(ii) Se f 00 (x0 ) > 0, então f tem um valor mínimo local em x0 ;
(iii) Se f 00 (x0 ) = 0 nada se sabe.
Exemplo 5.7.4 Determine os valores máximos ou mínimos locais da função f (x) = x4 − 8x2 + 5.
Resolução: Para f (x) = x4 − 8x2 + 5 temos f 0 (x) = 4x3 − 16x e f 00 (x) = 12x2 − 16. Assim,
f 0 (x) = 0 =⇒ 4x3 − 16x = 0 =⇒ x = 0, x = −2 e x = 2 são os pontos críticos de f . Substituindo esses
valores em f 00 (x) = 12x2 − 16 obtemos:
• f 00 (−2) = 12(−2)2 − 16 = 32 > 0, então f (−2) = (−2)4 − 8(−2)2 + 5 = −11 é um mínimo local.
• f 00 ((2) = 12 · 22 − 16 = 32 > 0, então f (2) = 24 − 8 · 22 + 5 = −11 é um mínimo local.
x3
Exemplo 5.7.5 Consideremos a função f (x) = −2x2 +3x+1. Temos f 0 (x) = x2 −4x+3 e f 0 (x) = 2x−4.
3
As raízes de f 0 (x) = 0 são x = 1 e x = 3. Assim:
f 00 (1) = 2 · 1 − 4 = −2 < 0, então x = 1 é um ponto de máximo local.
f 00 (3) = 2 · 3 − 4 = 2 >, então x = 3 é um ponto de mínimo local.
7
Portanto, Maxlocal = e Minlocal = 1.
3
Exemplo 5.8.1 Considere a função f esboçada na figura abaixo. Determine os pontos extremos de
f em [−5; 5].
x2 − 4x + 1
Exemplo 5.8.2 Determine máximo ou mínimo globais de f (x) = no intervalo [−2, 2].
x2 + 1
4x2 − 4
f 0 (x) = 0 =⇒ = 0 ⇐⇒ 4x2 − 4 = 0 ⇐⇒ x = 1 ∨ x = −1
(x2 + 1)2
2x
Exemplo 5.8.3 Seja f : R → R dada por f (x) = . Determine o máximo e mínimo globais de f ,
x2 + 1
se possível.
2 − 2x2
Resolução: Como f 0 (x) = , então f 0 (x) = 0 ⇐⇒ 2 − 2x2 = 0 ⇐⇒ x = ±1. O máximo
(x2 + 1)2
e mínimo de f em R está em {−1, 1} ou aproxima-se do limite de f quando x tende para ±∞.
Temos então:
2x
• Para x → −∞, obtemos: lim f (x) = lim =0
x→−∞ x→−∞ x2 + 1
2(−1)
• Para x = −1, obtemos: f (−1) = = −1;
(−1)2 + 1
2
• Para x = 1, obtemos: f (1) = = 1;
1+1
2x
• Para x → +∞, obtemos: lim f (x) = lim = 0.
x→+∞ x→+∞ x2 + 1
Logo, 1 e −1 são, respectivamente, valores máximos e mínimos globais da função f .
Teorema 5.8.1 (Weierstrass). Seja f : [a, b] → R uma função contínua no intervalo fechado [a, b], então
existem m, M ∈ R tais que
m ≤ f (x) ≤ M, ∀x ∈ [a, b]
Assim, m e M são, respectivamentes máximos e mínimos globais de f em [a, b].
Teorema 5.8.2 (Rolle). Seja f : [a, b] → R contínua, com f (a) = f (b). Se f é derivável em (a, b) então
existe c ∈ (a, b) tal que f 0 (c) = 0.
Demonstração: Pelo Teorema de Weierstrass, f atinge seu valor mínimo m e seu valor má-
ximo M em pontos de [a, b]. Se esses pontos forem a e b então m = M e f será constante, daí
f 0 (x) = 0 para qulquer que seja x ∈ (a, b). Se um desses pontos, digamos c, estiver em (a, b) então
f 0 (c) = 0.
Teorema 5.8.3 (Teorema do Valor Médio, de Lagrange). Seja f : [a, b] → R contínua. Se f é derivável em
Demonstração: Consideremos a função auxiliar g : [a, b] → R, dada por g(x) = f (x) − dx,
f (b) − f (a)
onde d é escolhido de modo que g(a) = g(b), ou seja, d = . Pelo Teorema de Rolle, existe
b−a
f (b) − f (a)
c ∈ (a, b) tal que g 0 (c) = 0, isto é, f 0 (c) = .
b−a
1
Exemplo 5.8.4 Mostre, através do Teorema de Lagrange, que ln(x + 1) − ln x < , x > 0.
x
Resolução: A função f : R+ → R, f (t) = ln t é uma função diferenciável. Uma vez que a
função é contínua em [x, x + 1] e diferenciável em ]x, x + 1[ aplicando o Teorema de Lagrange à
função f no intervalo [x, x + 1], x > 0, existe c ∈]x, x + 1[ tal que
f (x + 1) − f (x) ln(x + 1) − ln x 1
= f 0 (c) =⇒ =
(x + 1) − x (x + 1) − x c
1 1 1
Como < conclui-se que ln(x + 1) − ln x < , x>0
c x x
Observação 5.8.1 A interpretação Física do Teorema do Valor Médio é que existe um ponto c ∈ (a, b)
tal que a a velocidade instantânea em c é igual a velocidade média em [a, b].
Exemplo 5.8.5 Se um objecto se move em linha recta com função posição s = f (t), então a velocidade
média entre t = a e t = b é
f (b) − f (a)
vm =
b−a
Pelo Teorema do Valor Médio, em algum instante t = c entre a e b, temos
f (b) − f (a)
f 0 (c) = = vm
b−a
Mas f 0 (c) é a velocidade instantânea do objecto quando t = c.
Por exemplo, se um carro percorre 180km em duas horas, sua velocidade média é de 90km/h. Logo,
em algum instante nessas duas horas, o velocímetro marcou 90km/h.
Corolário 5.8.1 Seja f : I → R uma função derivável no intervalo aberto I. Se f 0 (x) = 0, para todo
x ∈ I, então f é constante.
Demonstração: TPC
π
Exemplo 5.8.6 Demonstre que arctan(x) + arccot(x) = .
2
Resolução: Seja F (x) = arctan(x) + arccot(x). Tem-se
0 0 1 1
F 0 (x) = [arctan(x)] + [arccot(x)] = 2
− = 0.
1+x 1 + x2
Pelo corolário, F é uma função constante. Agora, basta tomar um valor qualquer de x, por exemplo,
x = 1:
π π π
F (1) = arctan(1) + arccot(1) = + = .
4 4 2
π
Logo, arctan(x) + arccot(x) = 2.
Corolário 5.8.2Sejam f, g : [a, b] → R duas funções diferenciáveis em (a, b). Se f 0 (x) = g 0 (x), ∀x ∈ (a, b)
então f − g é constante em (a, b), isto é, f (x) = g(x) + c, onde c é uma constante real.
Demosntração: Seja h(x) = f (x) − g(x). Então h0 (x) = f 0 (x) − g 0 (x). Como f 0 (x) = g 0 (x) em
(a, b), então h0 (x) = g 0 (x) − g 0 (x) = 0. Pelo corolário anterior, F é constante em (a, b).
Teorema 5.8.4 (Cauchy). Sejam f, g : [a, b] → R duas funções contínuas. Se f e g são deriváveis em
(a, b) e se g 0 (x) 6= 0 para todo x ∈ (a, b), então existe c ∈ (a, b) tal que:
Demonstração: Como g é contínua em [a, b] e derivável em (a, b), pelo Teorema de valor médio,
g(b) − g(a)
existe c ∈ (a, b) tal que g 0 (c) = . Como por hipótese, g 0 (x) 6= 0, ∀x ∈ (a, b), temos g 0 (c) 6= 0 e,
b−a
assim, g(b) − g(a) 6= 0.
f (b) − f (a)
Consideremos uma função auxiliar h(x) = f (x) − f (a) − [g(x) − g(a)] que satisfaz as
g(b) − g(a)
hipóteses de Rolle em [a, b]:
(i) Como f e g são contínuas em [a, b], então h é contínua em [a, b];
(ii) Como f e g são deriváveis em (a, b), então h é derivável em (a, b);
Definição 5.9.1 (concavidade). Diremos que o gráfico de uma função f (x) tem a concavidade voltada
para cima (ou para baixo) no intervalo I se o gráfico situa-se acima (ou abaixo) de qualquer sua
tangente.
Proposição 5.9.1 (Concavidade de uma função). Seja f uma função contínua no intervalo [a, b] e
derivável até segunda ordem no intervalo (a, b).
(i) Se f 00 (x) > 0 para todo x ∈ (a, b), então f tem concavidade voltada para cima em (a, b).
(ii) Se f 00 (x) < 0 para todo x ∈ (a, b), então f tem concavidade voltada para baixo em (a, b).
Definição 5.9.2 (Ponto de Inflexão). Um ponto (x0 , y0 ) do gráfico de uma função contínua f é chamado
um ponto de inflexão, se existe um intervalo (a, b) contendo x0 , tal que uma das seguintes situações
ocorra:
(i) f tem concavidade voltada para cima em (a, x0 ) e concavidade voltada para baixo em (x0 , b).
(ii) f tem concavidade voltada para baixo em (a, x0 ) e concavidade voltada para cima em (x0 , b).
Definição 5.9.4 (Assíntota vertical). Uma recta definida por y = c onde c ∈ R é uma assíntota vertical
do gráfico de f se pelo menos um dos limites abaixo dá infinito
Observe que os coeficientes m e b da equação da assíntota obliqua podem ser obtidos facilmente
pelos seguintes limites, se existirem:
3x + 4
Exemplo 5.9.1 Determine, se possível, as assíntotas verticais e horizontais da função f (x) = .
x−2
Resolução: Note que Df = R \ {2}, então x = 2 é a recta candidada à assíntota vertical.
Assim,
3x + 4 10
lim f (x) = lim = − = −∞
x→2− x→2− x − 2 0
Como um dos limites laterais deu infinito, então conclui-se que a equação da assíntota vertical é
x = 2.
Para encontrar a assíntota horizontal calculamos o limite de f (x) quando x → ∞:
x 3 + x4
3x + 4 3+0
lim = lim = =3=b
x→+∞ x − 2 x→+∞ x 1 − 2 1−0
x
3x3 − 2x x2 + ex
(a) f (x) = . (b) g(x) =
9 − x2 3x + 2
Resolução:
(a) Para determinar se esta função tem assíntotas oblíquas, vamos começar por calcular
Então esta função pode ter uma assíntota de equação y = −3x + b à esquerda e outra à direita,
não necessariamente com o mesmo valor de b. Determinemos este valor:
3
3x3 − 2x + 27x − 3x
3x − 2x
b = lim [f (x) − (−3x)] = lim + 3x = lim = 0.
x→±∞ x→±∞ 9 − x2 x→±∞ 9 − x2
g(x) x2 + ex
lim = lim = +∞
x→+∞ x x→+∞ 3x2 + 2x
uma vez que a exponencial cresce mais rapidamente do que qualquer polinómio. Então, o
gráfico desta função não tem assíntotas oblíquas à direita.
Já quando x aumenta negativamente, temos
ex
g(x) 2
x +e x 1+
lim = lim = lim x2 = 1 + 0 = 1 = m.
x→−∞ x x→−∞ 3x2 + 2x x→−∞ 2 3+0 3
3+
x
tendo em conta que a exponencial tende para 0 quando x tende para −∞. Então esta função
x
pode ter uma assíntota oblíqua de equação y = + b à esquerda. Para determinar o valor de
3
b, vamos calcular
x
3 ex − 2
2
x + ex 3ex − 2x
h xi x 2
lim g(x) − = lim − = lim = lim =− .
x→−∞ 3 x→−∞ 3x + 2 3 x→−∞ 3(3x + 2) x→−∞ 9 + 6 9
x
x 2
Assim, a equação da assíntota oblíqua é y = − .
3 9
Passo 1: Determinar o domínio e estudar esta função nos pontos de descontinuidade e de fron-
teira;
x3 − 1
Exemplo 5.10.1 Esboce o gráfico da função f (x) = .
x3 + 1
Resolução: Seguindo o esquema anterior temos:
• Domínio: Df = x ∈ R : x3 + 1 6= 0 = {x ∈ R : x 6= −1} =] − ∞, −1[∪] − 1, +∞[.
x3 − 1 x3
• Assíntota horizonal: lim f (x) = lim = lim = 1.
x→+∞ x→+∞ x3 + 1 x→+∞ x3
Analogamente, lim f (x) = 1. Portanto, y = 1 é assíntota no +∞ e no −∞.
x→−∞
x3 − 1 −2
• Assíntota vertical: lim + f (x) = lim += + = −∞.
x→−1 x→−1 x3 + 1 0
Analogamente, lim f (x) = +∞. Portanto, x = −1 é assíntota vertical.
x→−1−
Portanto, f é estritamente crescente para todos os valores x do seu domínio e não possui
máximos ou mínimos locais.
• A concavidade e os pontos de inflexão de f :
12x − 24x4
f 00 (x) = = 0 =⇒ 12x − 24x4 = 0 =⇒ x = 0 ∨ x = 1
√
3 .
(x3 + 1)3 2
1 1 1
x ] − ∞, −1[ −1 ] − 1, 0[ 0 0, √
3
√
3
√
3
, +∞
2 2 2
f 00 (x) + 6∃ − + −
1
f (x) ∪ 6∃ ∩ −1 ∪ − ∩
3
1
Portanto, f tem concavidade voltada para cima nos intervalos ] − ∞, −1[ e 0, √ 3
e tem
2
1
concavidade voltada para baixo em ] − 1, 0[ e √3
, +∞ . Os pontos de inflexão são x = 0 e
2
1
x= √ 3
.
2
• Esboço do gráfico de f :
x3 − 1
Figura 5.1: Gráfico da função f (x) =
x3 + 1
Exemplo 5.11.1Uma lata cilíndrica é feita para receber um litro de óleo. Encontre as dimensões
que minimizarão o custo do metal para produzir a lata.
Resolução: Seja r o raio da base da lata e h a altura. Para minimizar o custo do material
minimizamos a área da superfície total dada por A = 2πr2 + 2πrh. Agora, como o volume πr2 h tem
1000
um litro (correspondente a 1000cm3 ), temos πr2 h = 1000 ⇐⇒ h = . Substituindo na expressão
πr2
da área total obtemos
1000 2000
A(r) = 2πr2 + 2πr · 2
⇐⇒ A(r) = 2πr2 +
πr r
Então, o nosso problema resume-se em minimizar a função A(r). Assim,
r
0 2000 3 500
A (r) = 4πr − 2 = 0 ⇐⇒ r = (ponto crítico)
r π
r !
4000 500 4000
Observe que A00 (r) = 4π + 3 e A00
3
= 4π + 500 = 12π > 0, concluímos deste modo que
r π π
r
3 500
r= é um ponto que minimiza a área em estudo. Portanto, as dimensões da lata que exigem
π
menor quantidade de material são:
r
√
500
1000 3 500
Raio: r = π e Altura: h = q 2 = 2 .
π
π 3 500
π
Exemplo 5.11.2 Um terreno rectangular é cercado por 1500m de cerca. Quais as dimensões desse
terreno para que a sua área seja a maior possível? E qual a área máxima?
A = xy =⇒ A = x(750 − x) =⇒ A = 750x − x2 .
Como a função área é polinomial, então os pontos críticos são dados apenas pela derivada. Assim,
Portanto x = 375 e y = 750 − x = 750 − 375 = 375 são medidas do rectângulo que dão área máxima.
E a áera máxima é A = 375 · 375 = 140625m2 .
5.12 Actividades
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
I. Ler as secções 2.3 a 2.8;
II. Elaborar uma lista dos principais conceitos abordados nesta unidade;
III. Resolver os exercícios que se seguem.
x+1
p
(a) f (x) = 5x2 + 4x (e) f (x) =
3
x2 − x (h) f (x) =
(b) f (x) = x3 + 3x2 − 24x √ x2 +x+1
(f) f (x) = x(1 − x) (i) f (x) = xe2x
(c) f (x) = 3x4 + 4x3 − 6x2
2 5
(d) f (x) = |2x + 3| (g) f (x) = 5x + x 3 3
x
(a) f (x) = 3x2 − 12x + 5, [0, 3] (e) f (x) = , [−1, 2] (i) f (x) = x − 3 ln x, [1, 4]
x2
p+ 1
(b) f (x) = x3 − 3x + 1, [0, 3] ln x
(c) f (x) = (x2 − 1)3 , [−1, 2] (f) f (x) = x 4 − x2 , [−1, 2] (j) f (x) = , [−1, 2]
√ x
x2 − 4 (g) f (x) = 3 x(8 − x), [0, 8]
(d) f (x) = 2 , [−4, 4] (h) f (x) = xe−x , [0, 2] (k) f (x) = e−x − e−2x , [0, 1]
x +1
4. Verifique que a função satisfaz as três hipóteses do teorema de Rolle sobre o intervalo dado.
Encontre todos os números c que satisfazem a conclusão do teorema de Rolle.
2
5. Seja f (x) = 1 − x 3 . Mostre que f (−1) = f (1), mas não existe número c em ] − 1, 1[ tal que
f 0 (c) = 0. Por que isso não contradiz o teorema de Rolle?
6. Seja f (x) = (x − 1)−2 . Mostre que f (0) = f (2), mas não existe número c em ]0, 2[ tal que
f 0 (c) = 0. Por que isso não contradiz o teorema de Rolle?
7. Verique que a função satisfaz as três hipóteses do teorema do Valor Médio sobre o intervalo
dado. Encontre todos os números c que satisfazem a conclusão do teorema de Rolle.
8. Seja f (x) = |x − 1|. Mostre que não existe c tal que f (3) − f (0) = f 0 (c)(3 − 0). Por que isso não
contradiz o teorema do Valor Médio?
x+1
9. Seja f (x) = . Mostre que não existe valor c tal que f (2) − f (0) = f 0 (c)(2 − 0). Por que isso
x−1
não contradiz o teorema do Valor Médio?
10. Mostre que a equação 1 + 2x + x3 + 4x5 = 0 tem exactamente uma raiz real.
11. Mostre que a equação 2x − 1 − sin(x) = 0 tem exactamente uma raiz real.
12. Mostre que a equação x3 − 15x + c = 0 tem no máximo uma raiz no intervalo [−2, 2].
13. Mostre que a equação x4 + 4x + c = 0 tem máximo duas raízes reais.
14. O gráfico da derivada f 0 (x) de uma função y = f (x) está mostrado ao lado.
15. O gráfico da derivada f 0 (x) de uma função y = f (x) está mostrado ao lado.
16. O gráfico da derivada f 0 (x) de uma função y = f (x) está mostrado ao lado.
(a) Em que intervalos a função y = f (x) está crescendo
ou decrescendo? Explique.
(b) Em que valores de x a função y = f (x) tem um má-
ximo ou mínimo local? Explique
18. Considere as funções dadas abaixo. Encontrar os intervalos nos quais a função y = f (x)
é crescente ou decrescente, os valores de máximo ou mínimo local da função y = f (x), os
intervalos de concavidade e os pontos de inflexão.
19. Para as funções que se seguem, encontre os valores de máximo ou mínimo local de y = f (x)
usando ambos os testes das derivadas primeira e segunda. Qual método você prefere?
x
(a) f (x) = x5 − 5x + 3 (c) f (x) =
√ x2 + 4
(b) f (x) = x + 1 − x (d) f (x) = x4 (x − 1)3
20. Para cada alínea, esboce o gráfico de uma função que satisfaz todas as condições dadas:
(a) f 0 (x) > 0, para x 6= 1, f 00 (x) < 0 se 1 < x < 3.
0
f (0) = f 0 (2) = f 0 (4) = 0
f 0 (x) > 0
se x < 0 ∨ 2 < x < 4
(b) f 0 (x) < 0 se 0 < x < 2 ∨ x > 4
f 00 (x) > 0 se 1<x<3
f 00 (x) < 0
se x<1∨x>3
0
f (1) = f 0 (−1)
f 0 (x) > 0
se |x| < 1
(c) f 0 (x) > 0 se 1 < |x| < 2
f 0 (x) = −1 se |x| > 2
f 00 (x) < 0
se −2 < x < 0 e ponto de inflexão em ]0, 1[
21. Considere as funções dadas abaixo. Encontre as assimptotas, os intervalos em que a função é
crescente ou decrescente, os valores de máximo e mínimo local, os intervalos de concavidade
e os pontos de inflexão e use as informações para esboçar o gráfico da função y = f (x).
x x3 − 1
(a) f (x) = x3 + x (h) f (x) = (l) f (x) =
(x − 1)2 x3 + 1
(b) f (x) = x3 + 6x2 + 9x
x x
(c) f (x) = x(x + 2)3 (i) f (x) = (m) f (x) = √
2
x −1
x2 −9 √
(d) f (x) = 20x3 − 3x5
√ 1 − x2
(e) f (x) = x 6 − x x−1 (n) f (x) =
(j) f (x) = x2
p x2
(f) f (x) = x2 + x − x (o) 3 sin(x) − sin3 (x)
x x2 π
(g) f (x) = (k) f (x) = (p) f (x) = 2x − tan(x), |x| <
x−1 x2 + 3 2
sin x cos x 2
(q) f (x) = (r) f (x) = (s) f (x) = x [ln x]
1 + cos x 2 + sin x
(t) f (x) = ex − 3e−x − 4x
23. Um camponês tem 2.400 metros de arrame farpado e quer cercar um campo rectangular que
está na margem de um rio recto. Ele não precisa de cercar ao longo do rio. Quais devem ser
as dimensões do campo de modo que área seja maior?
24. Uma lata cilíndrica é feita para receber um litro de óleo. Encontre as dimensões que minimi-
zarão o custo do metal para produzir a lata.
25. Encontre dois números cuja diferença seja 100 e cujo produto seja o menor possível.
26. Encontre dois números positivos cujo produto seja 100 e cuja soma seja o menor possível.
27. Encontre as dimensões de um rectângulo com perímetro de 100 m cuja área seja a maior
possível.
28. Encontre as dimensões de um rectângulo com área de 100 m2 cujo perímetro seja o menor
possível
29. Um fazendeiro com 750 metros de arrame farpado quer cercar uma área rectangular e estão
a dividi-la em quatro partes com cercas paralelas a um lado do rectângulo. Qual é a maior
área total possível das quatro partes.
30. Uma caixa sem tampa deve ser construída a partir de um pedaço quadrado de papelão. Com
3 metros de largura e, cortando fora um quadrado de cada um dos quatro cantos e dobrando
para cima os lados. Encontre o maior volume que essa caixa poderá ter.
31. Um fazendeiro quer cercar uma área de 1.5 milhões de metros quadrado em um campo
rectangular e estão a dividi-lo ao meio com uma cerca paralela a um dos lados do rectângulo.
Como fazer isso de forma a minimizar o custo da cerca?
32. Uma caixa com uma base quadrada e sem tampa tem um volume de 32000 cm3 . Encontrar
as dimensões da caixa que minimiza a quantidade de material.
33. Uma lata cilíndrica sem tampa é feita para receber V cm3 de liquido. Encontre as dimensões
que minimiza o custo do metal para produzir a lata.
34. Um contentor para armazenagem rectangular com uma tampa aberta deve ter um volume
de 10m3 . O comprimento de sua base é o dobro da largura. O material para a base custa
$10 por metros quadrado. O material para os lados laterais custa $6 por metros quadrado.
Encontre o custo dos materiais para o mais barato desses contentores.
35. Encontre a área de maior rectângulo que pode ser inscrito em um semi-círculo de raio r.
5.13 Auto-avaliação
1. Com auxílio da regra de L’Hospital, calcule os seguintes limites:
3. Decomponha a função f (x) = xex pela fórmula de Taylor em soma de potências de x até a ordem
n.
x2 + 3x − 2
4. Dada a função f (x) = .
x−3
(a) Determine os intervalos de monotonia e extremos locais desta função.
(b) Encontre assíntotas verticais e oblíquas do gráfico da função dada.
x2 − x
5. Seja dada a função f (x) = .
x2 − x − 2
(a) Determine o domíno de f (x)
(b) Determine as assimptotas verticais, horizontais ou obliquas de f (x)
(c) Determine os pontos críticos da função
(d) Determine os intervalos de monotonia e extremos locais da função
(e) Determine os intervalos de concavidade
(f) Esboce o gráfico de f (x).
6. Pretende-se estender um cabo de uma usina de força à margem de rio de 9 m de largura até uma
fábrica situada do outro lado do rio, 30 m rio abaixo. O custo para estender um cabo pelo rio é de
5,00 meticais por metro, enquanto que para estendê-lo por terra custa 4,00 meticais por metro.
Qual é o percurso mais econômico possível?
Resolução:
1 − cos 4x (1 − cos 4x2 )0 8xsen4x2 (8xsen4x2 ) 8sen4x2 + 8x cos 4x2
(a) lim 2x
= lim 2x
= lim 2x
= lim 2x 0
= lim =
x→0 1 + 2x − e x→0 (1 + 2x − e ) x→0 2 − 2e x→0 (2 − 2e ) x→0 −4e2x
0.
(x2 + cos x − 1) cos2 x
cot2 x ∞
lim
2
(b) Seja lim x + cos x = [1 ] = ex→0 sen2 x = eW . Calculemos W :
x→0
x2 + cos x − 1 x2 + cos x − 1 (x2 + cos x − 1)0
0 2x − senx
W = lim cos2 x· lim 2
= 1· lim 2
= = lim 2 x)0
= lim =
x→0 x→0 sen x x→0 sen x 0 x→0 (sen x→0 2senx cos x
(2x − senx)0
1 2x − senx 1 2x − senx 0 1 1 2 − cos x 1
lim · lim = lim = = lim = lim = .
x→0 2 cos x x→0 senx 2 x→0 senx 0 2 x→0 (senx)0 2 x→0 cos x 2
cot 2
x 1 √
Assim, lim x2 + cos x
= e 2 = e.
x→0
f 0 (1) f 0 (1)
f (x) = f (1) + f 0 (1)(x − 1) + (x − 1)2 + (x − 1)3 + R3 .
2! 3!
Calculemos os valores da função e das suas derivadas no ponto x = 1:
3. Decomponha a função f (x) = xex pela fórmula de Taylor em soma de potências de x até a ordem
n.
Resolução: O desenvolvimento de uma função f (x) pela fórmula de Taylor em soma de potências
de x até a ordem n tem a seguinte forma:
x2 + 3x − 2
4. Dada a função f (x) = .
x−3
(a) Determine os intervalos de monotonia e extremos locais desta função.
(b) Encontre assíntotas verticais e oblíquas do gráfico da função dada.
Resolução:
(a) A função dada tem como domínio Df = R \ {3}, sendo x0 = 3 ponto de descontinuidade da
função. Calculemos a derivada da função dada:
0
x2 + 3x − 2 (2x + 3)(x − 3) − (x2 + 3x − 2) · 1 x2 − 6x − 7
0
f (x) = = = .
x−3 (x − 3)2 (x − 3)2
Encontremos os pontos críticos da função que são os valores de x para os quais f 0 (x) = 0 ou
f 0 (x) não existe:
x2 − 6x − 7
f 0 (x) = 0 =⇒ = 0 =⇒ x2 − 6x − 7 = 0 ∧ x − 3 6= 0 =⇒ x = −1 ∨ x = 7 ∧ x 6= 3.
(x − 3)2
x2 − x
5. Seja dada a função f (x) = .
x2 −x−2
(a) Determine o domíno de f (x)
(b) Determine as assimptotas verticais, horizontais ou obliquas de f (x)
(c) Determine os pontos críticos da função
(d) Determine os intervalos de monotonia e extremos locais da função
(e) Determine os intervalos de concavidade
(f) Esboce o gráfico de f (x).
Resolução:
(a) Df = x ∈ R : x2 − x − 2 6= 0 = {x ∈ R : x 6= −1 ∧ x 6= 2} = R \ {−1, 2}.
(b) Primeiramente vamos determinar as assimptotas verticais, para tal, precisamos estudar os
limites laterais nos pontos de descontinuidade x = −1 e x = 2. Assim,
x2 − x 1−3−2 −4
• Para o ponto x = −1, temos: lim = = − = −∞.
x→−1− x2 − x − 2 1+1−2 0
Então x = −1 é uma assimptota vertical.
x2 − x 4−2 2
• Para o ponto x = 2 temos: lim 2
= = − = −∞.
x→2 x − x − 2
− 4−2−2 0
Então x = 2 é uma assimptota vertical.
Agora vamos determinar as assimptotas horizontais ou obliquas: y = mx + b, onde
f (x) x2 − x x2
• m = lim = lim 2 = lim 2 = 1 e
x→±∞ x x→±∞ x − x − 2 x→±∞ x
x2 − x
2x + 2 2x 2
• b = lim [f (x) − mx] = lim − x = lim 2 = lim = lim = 0.
x→±∞ x→±∞ x2 − x − 2 x→±∞ x − x − 2 x→±∞ x2 x→±∞ x
2 − 4x 1
f 0 (x) = 0 =⇒ = 0 =⇒ 2 − 4x = 0 ∧ (x2 − x − 2)2 = 0 =⇒ x = ∨ (x 6= −1 ∧ x 6= 2)
(x2 − x − 2)2 2
1
Portanto, os pontos críticos da função são: x = −1, x = e x = 2.
2
(d) Vamos estudar o sinal da derivada nos quatros intervalos definidos pelos pontos críticos:
−1; 12 1
1
x ] − ∞; −1[ −1 2 2; 2 2 ]2; +∞
f 0 (x) + 6∃ + 0 − 6∃ −
1
f (x) % 6∃ % 9 & 6∃ &
0
2 − 4x
f 00 (x) =
(x − x − 2)2
2
Nota-se claramente que a segunda derivada nunca se anula, então os únicos pontos que
precisamos estudar a concavidade da função são os pontos de descontinuidade x = −1 e
x = 2. Assim, analisando o sinal da segunda derivada nos intervalos ] − ∞, −1[, ] − 1, 2[ e
]2, +∞[ teremos:
(f) A partir dos resultados obtidos nas alíneas anteriores temos o seguinte gráfico:
6. Pretende-se estender um cabo de uma usina de força à margem de rio de 9 m de largura até uma
fábrica situada do outro lado do rio, 30 m rio abaixo. O custo para estender um cabo pelo rio é de
5,00 meticais por metro, enquanto que para estendê-lo por terra custa 4,00 meticais por metro.
Qual é o percurso mais econômico possível?
Resolução: Vamos ilustrar a situação através da figura abaixo:
Conforme o enunciado, devemos minimizar o custo da obra, mas para tal precisamos encontar
a função custo. Considere o ponto A como sendo o ponto mais próximo da fábrica localizado na
margem oposta do rio. Seja B o ponto localizado na margem do rio do mesmo lado ra usina,
onde será feita a transição entre o cabo por terra e o cabo por
p água. Seja x a distância entre A e
B. Assim, estenderemos 30 − x metros de cabo por terra e x2 + 81 metros de cabo sobre o rio.
Assim, o custo total é dado por
p
c(x) = 4(30 − x) + 5 x2 + 81, 0 ≤ x ≤ 30.
Derivando a função c(x) obtemos:
√
0 0
h p i0 10x 5x − 4 x2 + 81
c (x) = [4(30 − x)] + 5 x + 81 = −4 + √
2 = √
2 x2 + 81 x2 + 81
5.15 Resumo
Nesta unidade, você aprendeu a aplicar a derivada para determinar os pontos onde ocorrem os extre-
mos de uma função, isto é, aqueles pontos do domínio da função onde ela assume seus maiores ou
menores valores relativos. Nesses pontos, se a função for derivável, sua derivada é igual a zero. Temos
assim uma maneira de achar os pontos que são candidatos a serem pontos extremos: determinando
onde a derivada é igual a zero. Alguns exemplos mostraram no entanto que essa informação não é
suficiente. O conhecimento de onde a função é crescente ou decrescente auxilia a determinar máximos
e mínimos de uma função. Essa informação pode também ser obtida através da derivada. A função
é crescente em cada intervalo onde a derivada é positiva e é decrescente em cada intervalo onde ela
é negativa. Portanto, para certificar-se de que um ponto onde a derivada se anula, ou não existe, é
suficiente verificar se no ponto a derivada da função muda de sinal. Você certamente aprendeu que
outro critério importante é o da segunda derivada. Supondo que ela existe e a primeira derivada se
anula num dado ponto, então esse ponto é ponto de mínimo (máximo) se a segunda derivada é positiva
(negativa) neste ponto. Essas informações sobre os pontos onde uma função cresce ou decresce, onde
tem seus pontos de máximo ou mínimo auxiliam a esboçar o gráfico da função. O esboço, é claro, será
mais preciso se você conhecer sua concavidade e ponto(s) de inflexão. O gráfico é côncavo para cima
(para baixo) onde a segunda derivada é positiva (negativa). Os pontos onde f é contínua e a concavi-
dade inverte são os chamados pontos de inflexão. Nesses pontos a segunda derivada, se existir, é igual
a zero; mas, cuidado, pois você viu um exemplo onde a segunda derivada se anula em um ponto onde
a função não tem ponto de inflexão. Outras aplicações da derivada é em problemas de maximização
e minimização de funções e no cálculo de limites - através das regras de L’Hospital - e no cálculo de
aproximações de uma função - através da fórmula de Taylor.
6.1 Introdução
Nesta unidade introduziremos a integral que lida com o problema de determinar uma função a partir
de informações a respeito de suas taxas de variação. Em primeiro lugar, trataremos da integração
indefinida, que consiste no processo inverso da derivação. Em seguida, veremos a integral definida,
que é a integral propriamente dita e sua relação com o problema de determinar a área de uma figura
plana, depois o Teorema Fundamental do Cálculo, que é peça chave deste módulo, pois estabelece a
ligação entre as operações de derivação e integração. Finalmente, estenderemos o conceito de integral
para funções contínuas por partes e abordaremos as integrais impróprias.
Objectivos da unidade:
No fim desta unidade o estudante deve ser capaz de:
• Compreender os conceitos de integral definida e indefinida, suas relações e a relação com o
conceito de derivada;
• Aplicar as técnicas de integração;
• Compreender o conceito de integral imprópria.
Tempo de estudo: Esta unidade terá duração de 18 horas lectivas, o correspondente a três sema-
nas.
Definição 6.3.1 (Primitiva). Diz-se que uma função F (x) é uma primitiva da função f (x) no intevalo
[a, b], se em todos os pontos deste intervalo se tiver a igualdade F 0 (x) = f (x).
117
Unidade 6. Integral de uma função 6.4. Integrais Imediatas
Teorema 6.3.1 Se F1 (x) e F2 (x) são duas primitivas da função f (x) no intevalo [a, b], a sua diferença
é uma constante.
Demonstração: TPC
Definição
Z 6.3.2 (Integral Indefinida). Chama-se integral indefinido da função f (x) e denota-se por
f (x)dx a toda expressão da forma F (x) + C, em que F (x) é uma primitiva de f (x). Assim, por
definição: Z
f (x)dx = F (x) + C (6.1)
Considere:
Z
Exemplo 6.4.1 Calcular (3x4 + senx)dx.
x4+1
Z Z Z
(3x4 + senx)dx = 3 x4 dx + senxdx = 3 · + C1 − cos x + C2
4+1
3 5
= x − cos x + C1 + C2
5
onde C1 e C2 são constantes arbitrárias.
Como a soma C1 + C2 é uma nova constante arbitrária, podemos escrever C1 + C2 = C e assim
teremos Z
3
(3x4 + senx)dx = x5 − cos x + C.
5
Observação 6.4.1 Sempre que tivermos uma soma de duas ou mais integrais indefinidas, podemos
escrever apenas uma constante para indicar a soma das várias constantes de integração.
Z
2x
Exemplo 6.5.1 Calculemos a integral dx
1 + x2
Resolução: Seja u = 1 + x2 , então du = 2xdx. Substituindo na integral, teremos:
Z Z
2x du
dx = = ln |u| + C = ln |1 + x2 | + C.
1 + x2 u
Z
dx
Exemplo 6.5.2 Calcule a integral
x2 + 2x + 5
Resolução: Completando os quadrados x2 + 2x + 5 = (x + 1)2 + 22 , então:
Z Z
dx dx
2
=
x + 2x + 5 (x + 1)2 + 22
x2 + 1
Z
Exemplo 6.5.3 Calcule a integral √
3
dx
x+3
√
Resolução: Seja u = 3
x + 3, então x = u3 − 3 e dx = 3u2 du; x2 + 1 = u6 − 6u3 + 10. Assim,
x2 + 1
Z Z Z
6 3
√
3
dx = 3 (u − 6u + 10)udu = 3 (u7 − 6u4 + 10u)du
x+3
3u8 18u5
= − + 15u2 + C
8 5
3 p
= 3
(x + 3)2 (5x2 − 18x + 101) + C.
40
Teorema 6.6.1 Integração por partes. Sejam u e v duas funções diferenciáveis, então
Z Z
udv = uv − vdu
Z
Exemplo 6.6.1 Calcule a integral xex dx.
Z
Exemplo 6.6.2 Calcule a integral ex senxdx.
Z Z
1 x
Logo, 2 ex senxdx = ex (senx − cos x) + C. Finalmente, ex senxdx = e (senx − cos x) + C
2
Z
Exemplo 6.6.3 Calclue x2 arctan xdx
1
u = arctan x ⇒ du =
dx
Resolução: Sejam 1 + x2 . Portanto,
3
x
dv = x2 dx ⇒ v =
3
x3 x3 x3 t−1
Z Z Z
1 1
x2 arctan xdx = arctan x − 2
dx = arctan x − dt
3 3 1+x 3 6 t
x3
Z Z
1
= arctan x − dt − dt
3 t
x3 1 x3 1 + x2 ln(1 + x2 )
= arctan x − (t − ln t) + C = arctan x − + + C.
3 6 3 6 6
Note que aqui foi usado a substituição t = 1 + x2 ⇒ dt = 2xdx.
Z
2
Exemplo 6.6.4 Calcule a integral x3 (ln x) dx.
(
2
u = (ln x) ⇒ du = 2 ln x · x1 dx
Resolução: Vamos usar integração por partes, onde 4
dv = x3 dx ⇒ v = x4
x4 x4 4
Z Z Z
2 2 1 2 x 1
x3 (ln x) dx = (ln x) · − · 2 ln x · dx = (ln x) · − x3 ln xdx
4 4 x 4 2
Z
Novamente vamos usar a integração por partes para calcular x3 ln xdx, onde
⇒ du = x1 dx
u = ln x
4 . Assim,
3
dv = x dx ⇒ v = x4
x3 x3
Z Z
1 1
x3 ln xdx = ln x · − x3 dx = ln x − x4 + C
4 4 4 16
x4 x4 x4
Z
2 2
Portanto, x3 (ln x) dx = (ln x) − ln x + + C.
4 8 32
Dn (x)
Definição 6.7.1 (Expressões racionais). Uma expressão racional é uma expressão de forma ,
Pm (x)
onde Dn (x) e Dm (x) são polinómios de graus n e m, respectivamente.
Dn (x)
1. A fracção diz-se imprópria se n ≥ m.
Pm (x)
Dn (x)
2. A fracção diz-se própria se n < m.
Pm (x)
• Quociente: Q(x)
• Resto da divisão: R(x)
Pm (x) R(x)
= Q(x) + .
Dn (x) D(x)
Teorema 6.7.1 (Teorema Fundamental da Álgebra). Todo polinómio com coeficientes reais decompõe-se
em factores lineares (ax + b) e ou factores quadráticos (ax2 + bx + c, b2 − 4ac < 0):
Pm (x) = (a1 x + b1 )α1 (a2 x + b2 )α2 · · · (ak x + bk )αk (c1 x2 + d1 x + e1 )β1 (c2 x2 + d2 x + e2 )β2 · · · (cl x2 + dl x + el )βl
A1 A2 A3 Aα
+ + + ··· + ,
ax + b (ax + b)2 (ax + b)3 (ax + b)α
A1 x + B 1 A2 x + B 2 Aβ x + Bβ
+ + ··· + ,
ax2 + bx + c (ax2 + bx + c)2 (ax2 + bx + c)β
N (x) A1 A2 An
= + + ··· +
P (x) a1 x + b1 a2 x + b2 a n x + bn
Z
dx
Exemplo 6.7.2 Calcule a integral
x2 − a2
Resolução:
1 1 A B 1 A(x + a) + B(x − a)
= = + ⇒ 2 =
x2 − a2 (x − a)(x + a) x−a x+a x − a2 (x − a)(x + a)
Agora como temos os mesmos denominadores então podemos igualar os numeradores e por com-
paração dos coeficintes teremos:
1
1 = aA − aB A =
1 = Ax + aA + Bx − aB ⇔ 1 + 0x = (aA − aB) + (A + B)x ⇔ ⇔ 2a
1
0=A+B B = − 2a
Assim,
x − a
Z Z Z
dx 1 dx 1 dx 1 1 1
= − = ln |x − a| − ln |x + a| + C = ln +C
x2 − a2 2a x − a 2a x+a 2a 2a 2a x + a
Z
7x + 1
Exemplo 6.7.3 Calcule a integral dx
x2 + 5x + 4
Resolução:
7x + 1 7x + 1 A B 7x + 1 A(x + 1) + B(x + 4)
= = + ⇒ =
x2 + 5x + 4 (x + 4)(x + 1) x+4 x+1 (x + 4)(x + 1) (x + 4)(x + 1)
Z
dx
Exemplo 6.7.4 Calcule a integral
x3 + 6x2+ 3x − 10
Resolução:
1 1 A B C
= = + + ⇔
x3 + 6x2 + 3x − 10 (x − 1)(x + 2)(x + 5) x−1 x+2 x+5
1 A(x + 2)(x + 5) + B(x − 1)(x + 5) + C(x − 1)(x + 2)
=
(x − 1)(x + 2)(x + 5) (x − 1)(x + 2)(x + 5)
1
• Para x = −2 temos: 1 = B(−3)(3) ⇒ B = −
9
1
• Para x = −5 temos: 1 = C(−6)(−3) ⇒ C =
18
Temos então
Z Z Z Z
dx 1 dx 1 dx 1 dx
= − +
x3 + 6x2 + 3x − 10 18 x−1 9 x + 2 18 x+5
1 1 1
= ln |x − 1| − ln |x + 2| + ln |x + 5| + C
18 9 18
Z
4x
Exemplo 6.7.5 Calcule a integral dx
(x + 1)(x − 1)2
Resolução:
4x A B C
2
= + + ⇔ 4x = A(x − 1)2 + B(x − 1)(x + 1) + C(x + 1)
(x + 1)(x − 1) x + 1 x − 1 (x − 1)2
Para x = 1 temos: 4 = 2C ⇒ C = 2
Para x = −1 temos: −4 = 4A ⇒ A = −1
Para x = 0 temos: 0 = A − B + C ⇒ 0 = −1 − B + 2 ⇒ B = 1.
Portanto,
Z Z Z Z
4x dx dx dx
dx = − + +2
(x + 1)(x − 1)2 x+1 x−1 (x − 1)2
2
= − ln |x + 1| + ln |x − 1| − +C
x−1
x − 1
= ln − 2 + C.
x + 1 x − 1
Mx + N
Caso 3: Integração de expressões do tipo , b2 − 4ac < 0
ax2 + bx + c
Para calcular o integral desse tipo, transformamos primeiramente, o denominador pondo-o sob a forma
de uma soma de quadrados, completando quadrado, da seguinte forma:
b c
ax2 + bx + c = a x2 + x +
a a
" 2 2 #
2 b b b c
= a x +2· x+ − +
2a 2a 2a a
" 2 #
b b2 − 4ac
= a x+ −
2a 4a2
r
4ac − b2
b 2
= a x+ + k , onde k = .
2a 4a2
b b
Agora, seja t = x + ⇒ dt = dx e x = t − . Temos então
2a 2a
b
M t − 2a +N
Z Z
Mx + N
dx = dt
ax2 + bx + c a[t2 + k 2 ]
Mt − M b
2a + N
Z
1
= dx
a t2 + k 2
Z Z
1 tdt Mb dt
= ·M + N−
a t2 + k 2 2a t2 + k 2
d(t2 + k 2 )
Z Z
1 1 Mb dt
= ·M · + N−
a 2 t2 + k 2 2a t2 + k 2
1 M 2 2 1 Mb 1 t
= · ln(t + k ) + N− · · arctan + C,
a 2a a 2a k k
r
b 4ac − b2
onde t = x + ek=
2a 4a2
Z
x+3
Exemplo 6.7.6 Calcule a integral dx
x2 − 4x + 5
Resolução: Fazendo o completamento de quadrados da expressão do denominador obtemos,
x2 − 4x + 5 = (x2 − 4x + 4) − 4 + 5 = (x − 2)2 + 1
Assim, Z Z
x+3 x+3
dx = dx
x2 − 4x + 5 (x − 2)2 + 1
Seja t = x − 2 ⇒ dt = dx e x = t + 2. Temos então
Z Z Z Z
x+3 t+2+3 tdt dt
2
dx = 2
dt = 2
+ 5 2
x − 4x + 5 t +1 t +1 t +1
d(t2 + 1)
Z Z
1 dt
= +5
2 t2 + 1 t2 + 1
1
= ln |t2 + 1| + 5 arctan(t) + C
2
1
= ln |(x − 2)2 + 1| + 5 arctan(x − 2) + C
2
1
= ln |x2 − 4x + 5| + 5 arctan(x − 2) + C.
2
Mx + N
Caso 4: Integração de expressões do tipo , b2 − 4ac < 0, α 6= 1
(ax2 + bx + c)α
Consideremos os passos realizados no caso anterior:
b
M t − 2a +N
Z Z
Mx + N
dx = dt
(ax2 + bx + c)α (t2 + k 2 )α
Z Z
M tdt 1 Mb dt
= + N−
a (t2 + k 2 )α a 2a (t2 + k 2 )α
d(t2 + k 2 )
Z Z
M 1 Mb dt
= 2 2 α
+ N −
2a (t + k ) a 2a (t + k 2 )α
2
M (t2 + k 2 )1−α
Z
1 Mb dt
= · + N− I, onde I = .
2a 1−α a 2a (t2 + k 2 )α
Analisa-se agora a integral I. Tem-se
k2
Z 2
t + k 2 − t2
Z Z
dt 1 1
= dt = dt
(t + k 2 )α
2 k2 (t2 + k 2 )α k2 (t2 + k 2 )α
t2
Z Z
1 1 1
= dt − dt
k2 (t2 + k 2 )α−1 k2 (t2 + k 2 )α
e usando o método de integração por partes na última parcela teremos:
t 1 d(t2 + k 2 ) 1
u = t ⇒ du = dt; e dv = dt = ⇒v=−
(t2 2
+k ) α 2 (t2 + k 2 )α 2(α − 1)(t2 + k 2 )α−1
t2
Z Z Z
t t 1 1
dt = t dt = − + dt,
(t2 + k 2 )α (t2 + k 2 )α 2(α − 1)(t2 + k 2 )α−1 2(α − 1) (t2 + k 2 )α−1
obtém-se então
Z Z Z
dt 1 1 1 t 1 1
= dt − 2 − + dt
(t2 + k 2 )α k2 (t2 + k 2 )α−1 k 2(α − 1)(t2 + k 2 )α−1 2(α − 1) (t2 + k 2 )α−1
Z Z
1 1 t 1 1
= dt + 2 − 2 dt
k2 (t2 + k 2 )α−1 2k (α − 1)(t2 + k 2 )α−1 2k (α − 1) (t2 + k 2 )α−1
2α − 3
Z
t dt
= +
2k 2 (α − 1)(t2 + k 2 )α−1 2k 2 (α − 1) (t2 + k 2 )α−1
d(x2 + 4) 1
Z 2
x−1 x + 4 − x2
Z Z Z Z
x 1 1
2 2
dx = 2 2
dx − 2 2
dx = 2 2
− dx
(x + 4) (x + 4) (x + 4) 2 (x + 4) 4 (x2 + 4)2
x2
Z Z
1 1 1 1
= − 2
− 2 2
dx + dx
2(x + 4) 4 x +2 4 (x + 4)2
2
1 1 1 x 1 Z x
= − 2
− · arctan + x 2 dx
2(x + 4) 4 2 2 2 (x + 4)2
1 1 x 1 x 1
Z
1
= − − arctan + − + dx (∗)
2(x2 + 4) 8 2 4 2(x2 + 4) 2 x2 + 4
1 1 x x 1 1 x
= − − arctan − + · arctan
2(x2 + 4) 8 2 8(x2 + 4) 8 2 2
x+4 1 x
= − − arctan .
8(x2 + 4) 16 2
2x2
Z
Exemplo 6.7.8 Calcule a integral dx
(x − 2)(x2 + 4)
Resolução:
2x2 A Bx + C
= + 2
(x − 2)(x2 + 4) x−2 x +4
2x2 A(x2 + 4) + (Bx + C)(x − 2)
2
=
(x − 2)(x + 4) (x − 2)(x2 + 4)
⇔ 2x2 = A(x2 + 4) + (Bx + C)(x − 2)
Para x = 2 temos: 8 = 8A ⇒ A = 1
Para x = 0 temos: 0 = 4A − 2C ⇒ 0 = 4 − 2C ⇒ C = 2
Para x = 1 temos: 2 = 5A − (B + C) ⇒ 2 = 5 − B − 2 ⇒ B = 1. Temos então
2x2
Z Z Z
1 x+2
2
dx = dx + dx
(x − 2)(x + 4) x−2 x2 + 4
Z Z
xdx 2dx
= ln |x − 2| + +
x2 + 4 x2 + 4
d(x2 + 4)
Z
1 1 x
= ln |x − 2| + + 2 · arctan +C
2 x2 + 4 2 2
1 x
= ln |x − 2| + ln |x2 + 4| + arctan + C.
2 2
3ex
Z
Exemplo 6.7.9 Calcule a integral dx
(ex + 2)(e2x + 2ex + 3)
Resolução: Fazendo a mudança de variáveis e = u, temos que ex dx = du, logo
x
3ex
Z Z
3
dx = dx. (6.5)
(ex + 2)(e2x + 2ex + 3) (u + 2)(u2 + 2u + 3)
3 A Bu + C
= + ⇐⇒
(u + 2)(u2 + 2u + 3) u + 2 u2 + 2u + 3
3ex
Z Z
1 u
dx = − du
(ex + 2)(e2x + 2ex + 3) u + 2 u2 + 2u + 3
2u + 2 − 2
Z Z
du 1
= − du
u+2 2 u2 + 2u + 3
Z Z
1 2u + 2 2 du
= ln |u + 2| − du +
2 u2 + 2u + 3 2 u2 + 2u + 3
d(u2 + 2u + 3)
Z Z
1 d(u + 1)
= ln |u + 2| − 2
+ √ 2
2 u + 2u + 3 (u + 1)2 + 2
1 1 u + 1
= ln |u + 2| − ln |u2 + 2u + 3| + √ arctan √
2 2 2
√ x
1 2 e +1
= ln |ex + 2| − ln |e2x + 2ex + 3| + arctan √ + C.
2 2 2
1 − x + 2x2 − x3
Z
Exemplo 6.7.10 Calcule dx
x(x2 + 1)2
Resolução:
1 − x + 2x2 − x3 A Bx + C Dx + E
= + 2 + 2
x(x2 + 1)2 x x +1 (x + 1)2
Multiplicando ambos os membros por x(x2 + 1)2 , teremos
Temos então
1 − x + 2x2 − x3 −x − 1
Z Z Z Z
1 x
dx = dx + + dx
x(x2 + 1)2 x x2 + 1 (x2 + 1)2
Z Z Z
dx x+1 xdx
= − 2
+
x x +1 (x + 1)2
2
d(x2 + 1)
Z Z Z
xdx dx 1
= ln |x| − 2
− 2
+
x +1 x +1 2 (x2 + 1)2
d(x2 + 1)
Z
1 1
= ln |x| − 2
− arctan x −
2 x +1 2(x + 1)2
2
1 1
= ln |x| − ln(x2 + 1) − arctan x − + C.
2 2(x2 + 1)2
ax + b b − dtn
tn = =⇒ x = n
cx + d ct − a
onde n é o mínimo múltiplo comum dos números n1 , n2 , · · · , nk .
b)
Z
dx m.m.c(2; 3) = 6, então:
√ √ =
x+ 3x seja x = t6 ⇒ dx = 6t5 dt
6t5 dt t5 t3
Z Z Z
= = 6 dt = 6 dt
t3 + t2 t2 (t + 1) t+1
3
t2
Z
2 1 t
= 6 t −t+1− dt = 6 − + t − ln |t + 1| + C1
t+1 3 2
= 2t3 − 3t2 + 6t − ln |t + 1| + 6C1
√ √ √ √
= 2 x − 3 3 x + 6 6 x − ln | 6 x + 1| + C.
Z
dx
Caso II: Integrais do tipo √ dx
ax2 + bx + c
Para resolver este tipo de integrais, podemos optar por completar quadrdos no trinómio ax2 + bx + c e
usar as fórmulas de integração imediata.
Z
dx
Exemplo 6.8.2 Calcular a integral √
x2 + 6x + 5
Resolução: Note que x2 + 6x + 5 = x2 + 6x + 9 − 9 + 5 = (x2 + 6x + 9) − 4 = (x + 3)2 − 22 .
Então
Z Z Z
dx dx d(x + 3)
√ = =
x2 + 6x + 5 (x + 3)2 − 22 (x + 3)2 − 22
p p
= ln x + 3 + (x + 3)2 − 22 = ln x + 3 + x2 + 6x + 5 + C
Z
dx
Exemplo 6.8.3 Calcule √
7 − 6x − x2
Resolução: Expressando o radicando como diferença de quadrados obtemos :
Assim, Z Z Z
dx dx d(x + 3) x+3
= = = arcsen + C.
7 − 6x − x2
p p
16 − (x + 3)2 42 − (x + 3)2 4
Z
px + q
Caso III: Integrais do tipo √ dx
ax2 + bx + c
Para este caso, optamos por separar o numerador em duas parcelas, uma delas como a derivada do
trinómio do radicando. Temos então
Z Z Z
px + q x dx
√ dx = p √ dx + q √
ax2 + bx + c ax2 + bx + c ax2 + bx + c
2ax + b − b
Z Z
p dx
= √ dx + q √
2a 2
ax + bx + c 2
ax + bx + c
Z Z Z
p (2ax + b)dx bp dx dx
= √ − √ +q √
2a ax + bx + c 2a
2 2
ax + bx + c 2
ax + bx + c
d(ax2 + bx + c)
Z Z
p bp dx
= √ + q−
2a ax2 + bx + c 2a ax2 + bx + c
Z
pp 2 bp dx
= ax + bx + c + q − √ .
a 2a 2
ax + bx + c
Z
3x + 2
Exemplo 6.8.4 Calcular a integral √ dx
4x2 + 8x + 5
r s 2
p 5 1
Resolução: Observe que 4x2 + 8x + 5 = 2 x2 + 2x + = 2 (x + 1)2 + . Então
4 2
2 · 4x + 8 − 8
Z Z Z
3x + 2 3 dx
√ dx = √ dx + 2 √
2
4x + 8x + 5 2·4 2
4x + 8x + 5 2
4x + 8x + 5
(2 · 4x + 8)dx 3·8
Z Z
3 dx
= √ + (2 − )·2 q
8 2
4x + 8x + 5 8 2
(x + 1)2 + 21
s
2
d(4x2 + 8x + 5)
Z
3 1
= 2
− 2 ln x + 1 + (x + 1)2 + +C
8 4x + 8x + 5 2
r
3p 2 1
= 4x + 8x + 5 − 2 ln x + 1 + x2 + 2x + + C.
4 4
Z
Pn (x)
Caso IV: Integrais do tipo √ dx, onde Pn (x) é um polinómio de grau n
ax2 + bx + c
Podemos resolver esta integral usando a seguinte identidade:
Z Z
Pn (x) p dx
√ = Qn−1 (x) ax2 + bx + c + λ √ (6.6)
ax2 + bx + c ax2 + bx + c
3x3 + 8x2 + 8x + 7
Z
Exemplo 6.8.5 Calcule a integral √ dx
x2 + 4x + 3
Resolução: Note que o polinómio 3x3 + 8x2 + 8x + 7 := P3 (x) é de grau 3, então temos
3x3 + 8x2 + 8x + 7
Z Z
p dx
√ dx = (Ax2 + Bx + C) x2 + 4x + 4 + λ √
2
x + 4x + 3 2
x + 4x + 3
Derivando ambos os membros da igualdade obtemos:
Portanto,
3x3 + 8x2 + 8x + 7
Z p p
√ dx = (x2 − x + 8) x2 + 4x + 3 − 6 ln x + 2 + x2 + 4x + 3 + C.
x2 + 4x + 3
Z
dx
Caso V: Intgrais do tipo √
(x − α)n ax2 + bx + c
1
Resolve-se fazendo a substituição x − α = , que são reduzidas ao tipo de caso IV. Vejamos os proce-
t
dimentos:
1
Seja x − α = , então dx = − t12 dt. Então
t
− t12 dt
Z Z
dx
√ = q
(x − α) ax2 + bx + c
n 1 1
+ (2aα + b)t + (aα2 + bα + c)t2 ]
tn t2 [a
1
t2 dt
Z
= − 1
p
tn+1 (aα2 + bα + c)t2 + (2aα + b)t + a
tn−1
Z
= − p dt
(aα2 + bα + c)t2 + (2aα + b)t + a
que é análogo ao caso IV.
Z
dx
Exemplo 6.8.6 Calcular a integral √ .
x x2 + 9
1 1
Resolução: Seja x = =⇒ dx = − 2 dt. Temos então
t t
− 12 dt
Z Z Z
dx dt
√ = q t =− √
2
x x +9 1 1 2 1 + 9t2
t t +9
Z
d(3t) p
= −3 p = −3 ln 3t + (3t)2 + 1 + C
1 + (3t)2
3 + √x 2 + 9
3 r 9
= −3 ln + + 1 + C = −3 ln + C.
x x2 x
Z
dx
Exemplo 6.8.7 Calcular a integral √ .
(x + 1)3 x2 + 6x + 6
1 1
Resolução: Seja x + 1 = =⇒ dx = − 2 dt. Assim,
t t
1
x2 + 6x + 6 = [(x + 1) − 1]2 + 6[(x + 1) − 1] + 6 = (x + 1)2 + 4(x + 1) + 1 = 1 + 4t + t2
t 2
Portanto,
1
t2 dt t2
Z Z Z
dx
√ = − q =− √
(x + 1) x2 + 6x + 6
3 1 1
[t2 + 4t + 1] t2 + 4t + 1
t3 t2
Z
p dt
= (At + B) t + 4t + 1 + λ √
2
t2 + 4t + 1
t2
Z Z
p dt
Derivando a equação − √ = (At + B) t + 4t + 1 + λ √
2 obtemos
2
t + 4t + 1 2
t + 4t + 1
t2 p (At + B)(t + 2) λ
−√ = A t2 + 4t + 1 + √ +√ ⇐⇒
2
t + 4t + 1 2
t + 4t + 1 2
t + 4t + 1
Temos então
Z p Z
dx 1 11 dt
√ = − t+3 t2 + 4t + 1 − √
(x + 1) x2 + 6x + 6
3 2 2 t2 + 4t + 1
p Z
1 11 dt
= − t+3 t2 + 4t + 1 − p
2 2 (t + 2)2 − 3
p Z
1 11 d(t + 2)
= − t+3 t2 + 4t + 1 − q √
2 2
(t + 2)2 − ( 3)2
p
1 11 t+2
= − t+3 t2 + 4t + 1 − · arcsen √ + C.
2 2 3
Voltando para a variável original, teremos o nosso resultado final:
1
Z
dx
1 1
s
x2 + 6x + 6 11 + 2
√ = − · +3 − arcsen x +√1 +C
(x + 1)3 x2 + 6x + 6 2 x+1 (x + 1)2 2 3
6x + 5 p 11 2x + 3
= x2 + 6x + 6 − arcsen √ + C.
(2x + 2)(x + 1) 2 3(x + 1)
1 − tan2 x2
2 x
2 2 1 − t2
• cos x = 2 cos −1= − 1 = − 1 = =
sec2 x2 1 = tan x2 1 + tan2 x2
2 1 + t2
x x 2
• Como tan =t⇒ = arctan t, temos então dx = dt.
2 2 1 + t2
Z
dx
Exemplo 6.9.1 Calcular a integral .
1 + senx + cos x
x 2t 1 − t2 2
Resolução: Seja t = tan . Então senx = 2
, cos x = 2
e dx = . Assim,
2 1+t 1+t 1 + t2
2
1+t2 dt 1 + t2
Z Z Z
dx 2
= 2 = · dt
1 + senx + cos x 2t
1 + 1+t 1−t
2 + 1+t2
1 + t2 2(1 + t)
Z
dt x
= = ln |1 + t| + C = ln 1 + tan + C.
1+t 2
Z
1 + senx
Exemplo 6.9.2 Calcule dx.
1 + cos x
x 2t 1 − t2 2
Resolução: Seja t = tan . Então senx = 2
, cos x = e dx = . Assim,
2 1+t 1 + t2 1 + t2
2t Z 2
1 + 1+t
Z Z Z Z
1 + senx 2 2 t + 1 + 2t dt tdt
dx = 2 · 2
dt = 2+1
dt = 2+1
+ 2 2+1
1 + cos x 1 + 1−t
1+t2
1 + t t t t
Z
d(t + 1)
= arctan t +
t2 + 1
x x
= arctan t + ln |t2 + 1| + C = + ln | tan2 + 1| + C.
2 2
Z Z
n
Caso II - Integrais do tipo sen (x)dx ou cosn (x)dx.
Resolução:
a) A função integranda é seno de potência ímpar (n = 5), então:
Z Z Z Z
2
sen5 xdx = sen4 xsenxdx = − sen2 x d(cos x) = − (1 − cos2 x)2 d(cos x)
Z
= (1 − 3sen2 x + 3sen4 x − sen6 x)d(senx)
3 1
= senx − sen3 x + sen5 x − sen7 x + C.
5 7
Z
Caso III - Integrais do tipo senm (x) cosn (x)dx
Resolução:
(a) Trata-se do caso a) onde n = 7 = 2 · 3 + 1. Então
Z Z Z
sen7 x cos2 xdx = sen6 · senx · cos2 xdx = − (sen2 x)3 cos2 xd(cos x)
Z
= − (1 − cos2 x)3 cos2 xd(cos x)
Z
= − (1 − 3 cos2 x + 3 cos4 x − cos6 x) cos2 xd(cos x)
Z
= − (cos2 x − 3 cos4 x + 3 cos6 x − cos8 x)d(cos x)
1 3 3 1
= − cos3 x + cos5 x − cos7 x + cos9 x + C.
3 5 7 9
Z
= sen2 x(1 − 2sen2 x + sen4 x)d(senx)
Z
= (sen2 x − 2sen4 x + sen6 x)d(senx)
1 2 1
= sen3 x − sen5 x + sen7 x + C.
3 5 7
(c) Como ambas as potências são ímpares então podemos aplicar o raciocínio das alíneas ante-
riores. Portanto,
Z Z Z
3 3
sen x cos xdx = sen x · cos x · cos xdx = sen3 x(1 − sen2 x)d(senx)
3 2
Z
= (sen3 x − sen5 x)d(senx)
1 1
= sen4 x − sen6 x + C.
4 6
(d) Estamos diante de potências pares, então podemos aplicar o raciocínio do caso b)
Z Z
2 2 1 1
sen x cos xdx = (1 − cos(2x)) · (1 + cos(2x))dx
2 2
Z
1
= (1 − cos(2x))(1 + cos(2x))dx
4
Z Z Z
1 2 1 1
= (1 − cos (2x))dx = dx − cos2 (2x)dx
4 4 4
Z Z Z
1 1 1 1 1 1
= x− (1 + cos(4x))dx = − dx − cos(4x)dx
4 4 2 4 8 8
1 1 1 1
= x − x + · sen(4x) + C
4 8 8 2
1 1
= x + sen(4x) + C.
8 16
Z Z Z
Caso IV - Integrais do tipo sen(mx) · cos(nx), cos(mx) · cos(nx)dx e sen(mx) ·
sen(nx)dx
Para estes tipos de integrais iremos utilizar as seguintes identiddaes que permitem representar um
produto em forma de soma facilitando deste modo os cálculos. Abaixo seguem as identidades:
1
a) sen(mx) · cos(nx) = [sen(m − n)x + sen(m + n)x]
2
1
b) sen(mx) · sen(nx) = [cos(m − n)x − cos(m + n)x]
2
1
c) cos(mx) · cos(nx) = [cos(m − n)x + cos(m + n)x]
2
Temos então
Z Z Z
1 1
a) sen(mx) cos(nx)dx = sen(m − n)xdx + sen(m + n)xdx
2 2
1 1
= − cos(m − n)x − cos(m + n)x + C.
2(m − n) 2(m + n)
Z Z Z
1 1
b) sen(mx)sen(nx)dx = cos(m − n)xdx − cos(m + n)xdx
2 2
1 1
= sen(m − n) − sen(m + n) + C.
2(m − n) 2(m + n)
Z Z Z
1 1
c) cos(mx) cos(nx)dx = cos(m − n)xdx + cos(m + n)xdx
2 2
1 1
= sen(m − n)x + sen(m + n)x + C.
2(m − n) 2(m + n)
Z
Caso V — Integrais do tipo tanm x secn xdx
Z Z
= (tan2 x)k secn−1 x sec x tan xdx = (sec2 x − 1)k secn−1 d(sec x)
Z
= tanm x(1 + tan2 x)k−1 d(tan x)
Z p Z Z Z
2 2 2 2 1
a − u du = a cos t · a cos tdt = a cos tdt = a (1 + cos 2t)dt
2
a2 1 a2
= (t + sen2t) + C = (t + sent cos t) + C.
2 2 2
Como u = asent, segue que t = arcsen ua e da relação sen2 t + cos2 t = 1 obtemos
p
cos t = 1 − u2
. Logo
a2 u a2 p
Z p
a2 − u2 du = arcsen + u a2 − u2 + C
2 a 2
(b) Se ax2 + bx + c tem a forma a2 + √ u2 , recomenda-se
√ a substiruição 2
√ u = a tan t, então du = a sec tdt.
2 2 2 2 2 2 2 2 2
Como 1 + tan t Z= sec t, temos a +Zu = a + a tan t = a sec t = a sec t. Assim teremos,
Z p
a2 + u2 du = a sec t · a sec2 tdt = a2 sec3 tdt. Agora
Z Z Z Z
3 2
sec tdt = sec t · sec tdt = sec td(tan t) = sec t tan t − sec t tan t · tan tdt
Z Z Z
= sec t tan t − sec t(sec2 t − 1)dt = sec t tan t − sec3 t + sec tdt,
Z Z
então, 2 sec3 dt = sec t tan t + sec tdt = sec t tan t + ln | sec t + tan t| + C. Logo,
a2 a2
Z p
up 2 p
a2 + u2 du = (sec t tan t + ln | sec t + tan t| + C) = a + u2 + ln | a2 + u2 + u| + C.
2 2 2
√
Agora, voltemos à variaável u. De u = a sec t, temos que sec t = ua . Além disso, de u2 − a2 = a tan t,
√
temos que tan t = a1 u2 − a2 . Substituindo, teremos
a2
Z p
up 2 p
u2 − a2 du = u − a2 − ln | u2 − a2 + u| + C.
2 2
A curva y = f (x) é assumida como tal que y > 0 e contínua para todo x ∈ [a, b]. Para encontrar uma
aproximação para área, construa uma série de rectângulos como segue:
b−a
1. Divida o intervalo [a, b] em n partes definindo um tamanho de ∆x = , em seguida, defina os
2
pontos
x0 = a
x1 = a + ∆x = x0 + ∆x
x2 = a + 2∆x = x1 + ∆x
.. ..
. .
xi
= a + i∆x = xi−1 + ∆x
.. ..
. .
b−a
xn = a + n∆x = a + n = b = xn−1 + ∆x
n
Isso é chamado de partição do intervalo (a, b) em n partes.
2. Seleccione pontos arbitrários ξi dentro de cada intervalo ∆x, tal que xi−1 ≤ ξi ≤ xi para todos
os valores de i variando de i = 1 a i = n. Então para todos os valores de i variando de 1 a n
construa rectângulos de altura f (ξi ) dentro dos cantos inferiores do rectângulo, tocando o eixo x
nos pontos xi−1 e xi como ilustrado na figura 6.1.
3. A área do i−rectângulo é dada por Ai = (altura)(base), onde a altura do rectângulo é f (ξi ) e a sua
base é ∆x = xi − xi−1 . A soma de todos os rectângulos é dada por
n
X n
X
Sn = Ai = f (ξi )∆x
i=1 i=1
que é chamada de Soma de Riemann para a função y = f (x). Esta soma de Riemann representa
uma aproximação da área abaixo da curva y = f (x).
Defina o limite da soma de Riemann
n
X n
X Z b
lim Sn = lim Ai = lim f (ξi )∆x = f (x)dx, xi−1 ≤ ξi ≤ xi (6.7)
n→∞ n→∞ n→∞ a
i=1 i=1
Definição 6.11.1 Seja f uma função definida em [a, b]. A intergal definida de f desde a até b é dada
por
Z b n
X
f (x)dx = lim ∆xf (ξi ), xi−1 ≤ ξi ≤ xi
a n→∞
i=1
desde que este limite exista, caso contrário dizemos que f não é integrável em [a, b].
Os valores a e b são chamados de limites de integração, inferior e superior, respectivamente. A f
dá-se o nome de função integranda.
Observação 6.11.1 Para calcular integrais definidas usando a definição, serão usadas as seguintes
identidades que podem ser provadas por indução matemática:
(i) 1 + 1 + 1 + · · · + 1 = n
| {z }
n vezes
n
X n(1 + n)
(ii) i = 1 + 2 + 3 + ··· + n =
i=1
2
n
X n(1 + n)(1 + 2n)
(iii) i2 = 12 + 22 + 32 + · · · + n2 =
i=1
6
n
X n2 (n + 1)2
(iv) i3 = 13 + 23 + 33 + · · · + n3 =
i=1
4
n
X n(n + 1)(6n3 + 9n2 + n − 1)
(v) i4 = 14 + 24 + 34 + · · · + n4 =
i=1
30
Z 3
Exemplo 6.11.1 Usando a definição, calcule a integral x2 dx.
0
Resolução: Dividindo [0, 3] em n partes iguais obtem-se 0 = x0 < x1 < · · · < xn = 3, onde
3−0 3
xi = 0 + i · ∆x ⇒ xi = i∆x e ∆x = = . Como xi−1 ≤ ξi ≤ xi então podemos escolher
n n
xi−1 + xi
ξi = . Portanto
2
(i − 1)∆x + i∆x ∆x(i − 1 + i) ∆x
ξi = = = (2i − 1).
2 2 2
Já que f (x) = x2 , então
2
∆2 x 2
∆x
f (ξi ) = (2i − 1) = (4i − 4i + 1).
2 4
Logo
Z 3 n
X 9
x2 dx = lim f (ξi )∆x = lim (9 − ) = 9 − 0 = 9.
0 n→∞
i=1
n→∞ 4n2
Z 2
Exemplo 6.11.2 Usando a definição, calcule (x3 + x + 3)dx.
−1
b−a 2 − (−1) 3
Resolução: Temos a = −1, b = 2, f (x) = x3 + x + 3 e ∆x = = = .
n n n
Seja ξi = a + i∆x = −1 + n3 i. Logo
3
3 3 27 27 12
f (ξi ) = −1 + i + −1 + i + 3 = 3 i3 − 2 i2 + i + 1
n n n n n
n n
X X 27 27 2 12
3 3
Sn = f (ξi )∆x = i − 2i + i + 1 ·
i=1 i=1
n3 n n n
n n n n
81 X 3 81 X 2 36 X 3X
= i − i + i + 1
n4 i=1 n2 i=1 n i=1 n i=1
81 n2 (n + 1)2 81 n(n + 1)(2n + 1) 36 n(n + 1) 3
= 4
· − 3· + 2· + ·n
n 30 n 6 n 2 n
Assim sendo, teremos
Z 2
81 162 36 57
(x3 + x + 3)dx = lim Sn = − + +3= .
−1 n→∞ 4 6 2 4
Teorema 6.11.2 Sejam f e g funções integráveis no intervalo [a, b] e k uma constante qualquer.
Então
Z a
(a) f (x)dx = 0
a
Z b Z a
(b) f (x)dx = − f (x)dx
a b
Z b Z b Z b
(c) (f (x) ± kg(x)) dx = f (x)dx − k g(x)dx
a a a
Teorema 6.11.3 Sejam f e g funções integráveis em [a, b]. Se f (x) ≤ g(x), ∀x ∈ [a, b], então
Z b Z b
f (x)dx ≤ g(x)dx.
a a
Teorema 6.11.4 Seja f uma função integráveil no intervalo [a, b]. Se c ∈ [a, b] então
Z b Z c Z b
f (x)dx = f (x)dx + f (x)dx.
a a c
Teorema 6.11.5 (Fórmula do Valor Médio para Integrais) Sejam f, p : [a, b] → R, f contínua, p integrável,
Z b Z b
com p(x) ≥ 0 para todo x ∈ [a, b]. Existe um número c ∈ [a, b] tal que f (x)p(x)dx = f (c) · p(x)dx.
a a
Corolário 6.11.1 (Consequência do Teorema de Valor Médio) Seja f : [a, b] → R contínua. Existe c ∈ [a, b]
tal que
Z b
f (x) = f (c) (b − a)
a
Exemplo 6.11.3Ache o valor médio da função f (x) = 10 + 2 sin x + 3 cos x, x ∈ [0, 2π].
Resolução: O valor médio de f (x) será:
Z 2π
1 1 2π 1
µ= (10 + 2 sin x + 3 cos x)dx = [10x − 2 cos x + 3 sin x]0 = · 20π = 10.
2π − 0 0 2π 2π
Exemplo 6.11.4 Ache o valor médio da velocidade dum corpo em queda livre, cuja velocidade inicial
é v0 .
Resolução: A velocidade dum corpo em queda livre é dada pela fórmula
v(t) = v0 + gt.
onde vT = v0 + gT é a velocidade final do corpo, isto é, a velocidade do corpo quando choca com a
terra.
Z π
2 dx
Exemplo 6.11.5 Utilizando o Teorema de Valor Médio, avalie a integral .
0 5 + 3 cos2 x
1
Resolução: Avaliemos a função integranda f (x) = . Pela trigonometria sabemos
5 + 3 cos2 x
que h πi
0 ≤ cos2 x ≤ 1, ∀x ∈ 0, ;
2
multiplicando esta dupla desigualdade por 3 e somando por 5 tem-se
1 1 1
0 + 5 ≤ 5 + 3 cos2 x ≤ 3 + 5 ⇐⇒ 5 ≤ 5 + 3 cos2 x ≤ 8 ⇐⇒ ≤ ≤
8 5 + 3 cos2 x 5
Integrando a dupla desigualdade obtemos
Z π Z π Z π Z π
1 2 2 dx 1 2 π 2 dx π
dx ≤ 2
≤ dx =⇒ ≤ 2
≤ .
8 0 0 5 + 3 cos x 5 0 16 0 5 + 3 cos x 10
Teorema 6.11.6 (Teorema Fundamental do Cálculo - Parte I) Seja f : [a, b] → R integrável. Então
Z b
f (x)dx = F (b) − F (a) (6.8)
a
onde F (x) é qualquer primitiva de f , isto é, F 0 (x) = f (x) para ∀x ∈ [a, b].
Exemplo 6.11.6
Z 3 3
(6x2 − 2x − 1)dx = 2x3 − x2 − x 0 = (54 − 9 − 3) − (0 − 0 − 0) = 42.
(a)
0
Z 1
dx 1 π π
(b) 2
= [arctan x]0 = arctan 1 − arctan 0 = − 0 = .
0 1 + x 4 4
Z 1 Z 0 Z 1 2 0 2 1
x x 1 1
(c) |x|dx = (−x)dx + xdx = − + =− − + = 1.
−1 −1 0 2 −1 2 0 2 2
Teorema 6.11.7 (Teorema Fundamental do Cálculo - Parte II) Seja f : I → R contínua no intervalo I e
Z x
seja a ∈ I. Nestas condições, a função F dada por F (x) = f (t)dt, x ∈ I, é uma primitiva de f em
a
0
I, isto é, F (x) = f (x) para todo x ∈ I.
Demonstração: Para demonstrar esse teorema vamos utilizar a definição de derivada para
provar que
F (x + h) − F (x)
F 0 (x) = lim = f (x) ∀x ∈ I
h→0 h
Desenvolvendo teremos
Z x+h Z x Z x Z x+h Z x
f (t)dt − f (t)dt f (t)dt + f (t)dt − f (t)dt
0 a a a x a
F (x) = lim = lim
h→0 h h→0 h
Z x+h
f (t)dt
1 x+h
Z Z x+h
x 1
= lim = lim f (t)dt = lim f (t)dt
h→0 h h→0 h x h→0 (x + h) − x x
Calcule F 0 (x). Z x
1
Resolução: Seja F1 (x) = p dt e ϕ(x) = cos x. Pelo Teorema Fundamental do
0 (1 − t2 )(4 − t2 )
x+x2
t2
Z
Exemplo 6.11.8 Seja F (x) = dt. Calcule F 0 (x).
0 +
Z x 1 t4
t2
Resolução: Consideremos F1 (x) = 4
dt e ϕ(x) = x + x2 . Pelo TFC temos que
0 t +1
x2
F10 (x) =
x4 +1
Nota-se que F (x) = F1 (ϕ(x)). Assim, pela derivada da função composta temos:
(x + x2 )2 (x + x2 )2 (1 + 2x)
F 0 (x) = · (x + x 2 0
) = .
(x + x2 )4 + 1 (x + x2 )4 + 1
Então
F 0 (x) = f (ϕ2 (x)) · ϕ02 (x) − f (ϕ1 (x)) · ϕ01 (x)
Z cos x
Exemplo 6.11.9 Sendo F (x) = ln tdt, calcule F 0 (x).
x2
Resolução: Temos ϕ1 (x) = x2 , ϕ2 (x) = cos x e f (t) = ln t. Assim,
Teorema 6.11.8 (Integração por partes) Seja u, v : [a, b] → R têm derivadas contínuas então
Z b Z b
b
u(x)v 0 (x)dx = [u · v]a − u0 (x)v(x)dx.
a a
(u · v)0 = u0 · v + u · v 0
Agora vamos integrar ambos os membros usando o Teorema Fundamental do Cálculo. Assim,
Z b Z b
0
(u · v) dx = (u0 · v + u · v 0 ) dx ⇐⇒
a a
Z b Z b Z b
d (u · v) = u0 · vdx + u · v 0 dx ⇐⇒
a a a
Z b Z b
b
[u · v]a − u0 · vdx = u · v 0 dx.
a a
Z b Z b
b
Portanto, provamos que u(x) · v 0 (x)dx = [u(x) · v(x)]a − u0 (x) · v(x)dx
a a
Z 1
Exemplo 6.11.10 Calcule a integral x2 ex dx
0
Teorema 6.11.9 (Mudança de variável na integral definida). Seja f : [a, b] → R uma função contínua e
x = ϕ(t), tal que ϕ(t) e ϕ0 (t) são contínuas no intervalo [α, β] como ϕ(α) = a e ϕ(β) = b. Se f [ϕ(t)]
está definida e é contínua no intervalo [α, β] então:
Z b Z β
f (x)dx = f [ϕ(t)] ϕ0 (t)dt
a α
Z 3 p
Exemplo 6.11.11 Calcule a integral definida 9 − x2 dx.
0
Resolução: Seja x = ϕ(t) = 3 sin t, então dx = 3 cos tdt. Vamos agora determinar os novos limites de
integração α e β fazendo x = ϕ(α) = 0 e x = ϕ(β) = 3. Logo
Definição 6.12.1 Seja f uma função contínua definida num intervalo [a, +∞[, então:
Z +∞ Z t
f (x)dx = lim f (t)dt.
a t→+∞ a
Z ∞
dx
Exemplo 6.12.1 Calcule a integral .
1 (1 + x)2
Resolução:Pela definição, temos
Z ∞ Z t t
dx dx 1 1 1 1
= lim = lim − = lim − + = .
1 (1 + x)2 t→+∞ 1 (1 + x)2 t→+∞ 1 + x 1 t→+∞ 1+t 2 2
Z +∞
dx
Exemplo 6.12.2 Calcule a integral
2
.
−∞ 1 + x
Resolução: Vamos separar o intervalo de integração em dois, isto é, (−∞, +∞) = (−∞, 0] ∪ [0, +∞).
Assim teremos Z +∞ Z 0 Z +∞
dx dx dx
2
= 2
+
−∞ 1 + x −∞ 1 + x 0 1 + x2
Calculemos as integrais:
Z 0 Z 0
dx dx 0 π
= lim = lim [arctan(x)]t = lim (− arctan(t)) =
−∞ 1 + x2 t→−∞ t 1 + x 2 t→−∞ t→−∞ 2
Z +∞ Z +∞ Z t
dx dx dx t π
= = lim = lim [arctan(x)]0 = lim arctan(t) =
0 1 + x2 0 1 + x 2 t→+∞ 0 1 + x 2 t→+∞ t→+∞ 2
Z +∞
dx π π
Portanto, = + = π.
−∞ 1 + x2 2 2
B) Testes de Convergência
Teorema 6.12.1 (Teste da Comparação). Sejam f e g funções contínuas satisfazendo f (x) ≤ g(x), ∀x ≥
0. Então
Z +∞ Z +∞
• Se g(x)dx é convergente, então f (x)dx também é convergente.
a a
Z +∞ Z +∞
• Se f (x)dx é divergente, então g(x)dx também é divergente.
a a
Z +∞
2
Exemplo 6.12.3 Analise a convergência da integral e−x dx.
1
Resolução: Observe que se x ≥ 1, então x2 ≥ x, assim −x2 ≤ −x e como a função exponencial é
2
crescente então e−x ≤ e−x . Assim,
Z +∞ Z +∞ Z t
−x2 −x 1
e−x dx = lim e−1 − e−t = e−1 = .
e dx ≤ e dx = lim
1 1 t→+∞ 1 t→+∞ e
+∞
sin2 x
Z
Exemplo 6.12.4 Analise a convergência de dx.
1 x2
Resolução: Pela trigonometria sabemos que 0 ≤ sin2 x ≤ 1. Então, dividindo a dupla desi-
Z +∞
2 sin2 x 1 dx
gualdade por x tem-se 0 ≤ ≤ 2 , para todo x ∈ [1, +∞). Observe que a integral é
x2 x 1 x2
convergente porque
Z +∞ Z t t
dx dx 1 1
= lim = − lim = − lim − 1 =1<∞
1 x2 t→+∞ 1 x2 t→+∞ x
1
t→+∞ t
+∞
sin2 x
Z
Logo, pelo Teste da Comparação a integral dx é convergente.
1 x2
+∞
1 + e−x
Z
Exemplo 6.12.5 Analise a convergência da integral dx.
1 x
Resolução: Observe que 1 ≤ 1 + e−x , ∀x ∈ [1, +∞). Dividindo esta desigualdade por x, teremos
Z +∞ Z +∞
1 1 + e−x dx 1 + e−x
≤ . Como diverge, então pelo Teste da Comparação, a integral dx é
x x 1 x 1 x
divergente.
Teorema 6.12.2 (Teste da Comparação no limite). Sejam f (x) e g(x) duas funções não negativas e
f (x)
g(x) 6= 0, ∀x ∈ [a, +∞). Suponhamos que lim = λ. Então
x→+∞ g(x)
Z +∞ Z +∞
• Se g(x) converge e 0 ≤ λ ≤ +∞ implica que f (x) converge.
a a
Z +∞ Z +∞
• Se f (x) diverge e 0 ≤ λ ≤ +∞ implica que g(x) diverge.
a a
f (x)
Em particular, se f (x) e g(x) são funções equivalentes, isto é, se lim dx = 1, então as integrais
x→+∞ g(x)
Z +∞ Z +∞
f (x)dx e g(x)dx convergem ou divergem simultaneamente.
a a
Definição 6.12.2 Seja f (x) uma função definida num intervalo [a, b[ e descontínua em b, então
Z b Z t
f (x)dx = lim f (x)dx
a t→b− a
Z 8
1
Exemplo 6.12.6 Calcule a seguinte integral √ dx.
0
3
x
1
Resolução: A função integranda f (x) = √ não está definida no extremo inferior do inter-
3
x
valo de integração. Para dar sentido à esta integral, consideraremos situações limitadas que
Z 8
1
estão próxima das situações desejadas, ou seja, calcularemos √ dx, onde 0 < t < 8. Depois,
t
3
x
estudaremos o comportamento dessa integral definida para valores possitivos de t cada vez mais
próximos de zero usando o conceito de limite. Temos então
Z 8 Z 8 8
1 3 2/3 3
√ dx = lim+ x−1/3 dx = lim+ x = lim+ 6 − t2/3 = 6.
0
3
x t→0 t t→0 2 t t→0 2
Definição 6.12.3 Seja f (x) uma função descontínua em c ∈ [a, b], então:
Z b Z c Z b Z α Z b
f (x)dx = f (x)dx + f (x)dx = lim− f (x)dx + lim+ f (x)dx
a a c α→c a α→c α
Z 1
1
Exemplo 6.12.7 Encontre o valor da integral dx
−1 x2
Resolução: A integral é contínua em todos os pontos pertencente ao intervalo [−1, 1], excepto em
x = 0. Pela definição, temos que
Z 1 Z 1
Z α
1 1 1
dx = lim−
dx + lim dx
−1 x2 α→0 −1 x
2 α→0 +
α x
2
α 1
−1 −1
= lim− + lim
α→0 x −1 α→0+ x α
−1 −1 −1
= lim− − + lim+ −1 −
α→0 α −1 α→0 α
= [+∞ − 1] + [−1 + ∞] = +∞.
1
Consequentemente, a função f (x) = não é integrável no intervalo [−1, 1].
x2
Z 5
dx
Exemplo 6.12.8 Calcule a integral
. √
2 x−2
Resolução: Note que a função integranda não é definida no ponto x = 2 que é o limite inferior do
intervalo de integração. Então
Z 5
dx
Z 5
dx √ 5 √ √ √
√ = lim √ = 2 lim x − 2 α = 2 lim 3 − α − 2 = 2 3.
2 x − 2 α→2+ α x−2 α→2 + α→2 +
Resolução:
√ √
Z Z
cos x du
(a) Seja u = senx, então du = cos xdx e logo √ dx = √ = 2 u = 2 senx. Assim,
senx u
π
√ √
Z 2 cos x π
√ dx = lim+ 2 senx α2 = lim+ 2 − 2 senα = 2.
0 senx α→0 α→0
Z 2 Z α x iα
dx dx h α π
(b) = lim √ = lim arcsen = lim arcsen = .
0 4 − x2 α→2− 0 4 − x2 α→2− 2 0 α→2− 2 2
(c) Note que a função integranda não é definida em −2 ∈ [−4, 1]. Então
Z 1 Z α Z 1
dx dx dx
√
3
= lim − √
3
+ lim + √
−4 x+2 α→−2 −4 x + 2 α→−2 α 3 x + 2
3 2 α 3 2 1
h i h i
= lim − (x + 2) 3 + lim + (x + 2) 3
2 α→−2 −4 2 α→−2 α
√ √
3 2 3
3 2
= lim (α + 2) − 4 + lim
3 9 − (α + 2) 3
2 α→−2− α→−2+
3 √3
√3
= 9− 4 .
2
6.13 Actividades
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
I. Ler as secções 6.3 a 6.12;
II. Elaborar uma lista dos principais conceitos abordados nesta unidade;
Z Z Z
p 4
(a) cos 3xdx, u = 3x (c) x2
x3 + 1dx, u = x3 + 1 (e) dx, u = 1 + 2x
√ (1 + 2x)3
√
Z
sin x
Z Z
2 10 2
(b) x(4 + x ) dx, u = 4 + x (d) √ dx, u = x (f) esin θ cos θdθ, u = sin θ
x
x−9 x2 5x2 + 6x + 9
Z Z Z
(c) dx (g) dx (k)
(x + 5)(x − 2) (x − 3)(x + 2)2 (x − 3)2 (x + 1)2
Z Z 2 Z
dt x −x+6 dx
(d) dt (h) dx (l)
(t + 4)(t − 1) x3 + 3x (1 + x2 )2
x4 5x2 + 6x + 9
Z
dx
Z Z
(j) dx (k) (l)
x + 5x2 + 4
4 (x − 3)2 (x + 1)2 (1 + x2 )2
14. Ache a integral usando a substituição trigonométrica indicada. Esboce e rotule o triângulo
rectângulo associado:
Z Z
1 x3
p Z
(a) √ dx, x = 3 sec θ (b) x3 9 − x2 dx, x = 3 sin θ (c) dx, x = 3 tan θ
x x2 − 9
2 x2 + 9
18. Use o Teorema Fundamental do Cálculo para calcular a integral, ou explique por que ela não
existe.
Z 3 Z 8 √
Z 2π
(a) x5 dx (e) 3
xdx (i) cos θdθ
−1 1 π
Z 5 Z 2
Z 2
3
(b) 6dx (f) dt (j) x(2 + x5 )dx
t4 0
Z √ 32
−2 1
4
Z 3
6
Z
(c) (1 + 3y − y 2 )dy (g) x−5 dx (k) √ dt
0 −2 1
2
1 − t2
1 Z 5 Z 1
2
Z
4 4
(d) x 5 dx (h) dx (l) dt
0 −5 x3 0 t2+1
6.14 Auto-avaliação
Z
1. Usando a fórmula de integração por partes, calcule eαx cos βxdx.
3x2 + 4x + 5
Z
2. Aplicando o método dos coeficientes indeterminados, calcule dx.
(x − 1)(x − 2)(x − 3)
Z √
(4 + x)
3. Ache a integral indefinida √ √ dx.
x (x + 2 x + 2)
Z
cos x
4. Calcule a seguinte integral indefinida: dx.
1 + cos x
Z √ 2
x −1
5. Usando a substituição trigonométrica, calcule dx.
x
Z p
6. Usando a substituição trigonométrica, calcule 4 − 25x2 dx.
Z 2
6x − x3 dx.
7. Utilize a deifinição de integral definida para calcular a integral
0
Z π
2
8. Calcule a integral definida sin2 xdx.
0
Z +∞
dx
9. Calcule a integral imprópria .
−∞ 1 + x2
α2
Z Z
1 α
eαx cos βxdx = senβx + 2 eαx cos βx − 2 eαx cos βxdx
β β β
α2
Z
1 α
1+ 2 eαx cos βxdx = senβx + 2 eαx cos βx
β β β
Z
(α2 + β 2 ) eαx cos βxdx = βeαx senβx + αeαx cos βx
3x2 + 4x + 5
Z
2. Aplicando o método dos coeficientes indeterminados, calcule dx.
(x − 1)(x − 2)(x − 3)
Resolução:
3x2 + 4x + 5 A B C
= + +
(x − 1)(x − 2)(x − 3) x−1 x−2 x−3
3x2 + 4x + 5 = A(x − 2)(x − 3) + B(x − 1)(x − 3) + C(x − 1)(x − 2)
Para x = 1 temos: 3 · 1 + 4 · 1 + 5 = 2A ⇒ 12 = 2A ⇒ A = 1
Para x = 2 temos: 3 · 4 + 4 · 2 + 5 = −B ⇒ 25 = −B ⇒ B = −25
3x2 + 4x + 5
Z Z Z Z
dx dx dx
dx = 6 − 25 + 22
(x − 1)(x − 2)(x − 3) x−1 x−2 x−3
= 6 ln |x − 1| − 25 ln |x − 2| + 22 ln |x − 3| + C.
Z √
(4 + x)
3. Ache a integral indefinida √ √ dx.
x (x + 2 x + 2)
Resolução: Seja x = t2 ⇒ dx = 2tdt. Então temos
Z √ Z Z Z
(4 + x) (4 + t) 8 + 2t (2t + 2) + 6
√ √ dx = · 2tdt = dt = dt
x (x + 2 x + 2) t(t2 + 2t + 2) t2 + 2t + 2 t2 + 2t + 2
d(t2 + 2t + 2)
Z Z Z Z
(2t + 2)dt dt d(t + 1)
= 2
+6 2
= 2
+6
t + 2t + 2 (t + 2t + 1) + 1 t + 2t + 2 (t + 1)2 + 12
= ln |t2 + 2t + 2| + 6 · arctan(t + 1) + C
√ √
= ln |x + 2 x + 2| + 6 · arctan x + 1 + C.
Z
cos x
4. Calcule a seguinte integral indefinida: dx.
1 + cos x
x 2dt 1 − t2
Resolução: Seja t = tan ⇒ x = 2 · arctan t ⇒ dx = 2
e cos x = . Assim,
2 1+t 1 + t2
Z Z 1 − t2 Z 1−t
2
Z √ Z √
x2 − 1 sec2 t − 1
Z p Z
dx = · sec t · tan tdt = tan2 t · tan dt = tan2 tdt
x sec t
Z Z Z
2 2
= (sec t − 1)dt = sec tdt − dt = tan t − t + C
p
= x2 − 1 − arcsecx + C.
Z p
6. Usando a substituição trigonométrica, calcule 4 − 25x2 dx.
2 2
Resolução: Fazendo a substituição x = · sent, teremos dx = · cos t · dt. Assim,
5 3
s 2
Z p Z Z p
2 2 2
4− 25x2 dx = 4 − 25 · · · ·dt =
sent 4 − 4sen2 t · cos t · dt
5 5 5
Z Z Z
4 p 4 4
= 2
1 − sen t · cos t · dt = cos t · cos tdt = cos2 tdt
5 5 5
Z Z
4 1 + cos(2t) 2 2 1
= dt = (1 + cos(2t)) dt = t + sen(2t) + C
5 2 5 5 2
2 5x 1 5x
= · arcsen + · sen 2 · arcsen + C.
5 2 5 2
Z 2
6x − x3 dx.
7. Utilize a deifinição de integral definida para calcular a integral
0
b−a 2 3
Resolução: Temos a = 0, b = 2, f (x) = 6x − x e ∆x = = .
n n
Seja f (ξi ) = a + i∆x = 0 + i · n2 = 2−0 2
n = n i. Logo
2
2 2 12 4
f (ξi ) = 6 · i − i = i − 2 i2
n n n n
n n
X X 12 4 2 2
Sn = f (ξi )∆x = i− i ·
i=1 i=1
n n2 n
n n
24 X 16 X 24 n(1 + n) 16 n2 (n + 1)2
= i− i3 = · − 4·
n2 i=1
n4 i=1
n2 2 n 4
2
8n + 4n − 4 4 4
= =8+ − 2
n2 n n
Assim sendo, teremos
Z 2
3
4 4
6x − x dx = lim 8+ − 2 = 8 + 0 − 0 = 8.
0 n→∞ n n
Z π2
8. Calcule a integral definida sin2 xdx.
0
Z π2 Z π π
2 1 2 1 sin(2x) 2 π
Resolução: sin xdx = [1 − cos(2x)] dx = x− = .
0 2 0 2 2 0 4
Z +∞
dx
9. Calcule a integral imprópria 2
.
−∞ 1 + x
Resolução: Recorrendo à definição de integral imprópria e considerando que a função integranda
é par no intervalo de integração, temos o seguinte resultado:
Z +∞ Z +∞ Z +∞
dx dx dx π
= 2 lim =2 = 2 lim arctan(α) = 2 · = π.
−∞ 1 + x2 α→+∞ 0 1 + x2 0 1+x 2 α→+∞ 2
6.16 Resumo
Nesta unidade, você estudou como encontrar uma função primitiva fazendo a relação com a derivada,
como calcular uma integral indefinida aplicando suas propriedades e como calcular integrais imediatas
aplicando as fórmulas apresentadas. Além disso, você também aprendeu a calcular uma integral
usando a técnica da substituição ou mudança de variável assim como a regra de integração por partes.
Voê pôde compreender, geometricamente, o cálculo de área de uma região plana através de rectângulos
usando a Soma de Riemann e conhecer um dos resultados mais importantes de Análise Matemática I:
O Teorema Fundamental do Cálculo e aprender a aplicá-lo.
7.1 Introdução
O conceito de integral lida com problema de determinar uma função a partir de informações a respeito
de suas taxas de variação. Perminte-nos calcular por exemplo, a posição futura de um corpo a partir
da sua posição actual e do conhecimento das forças que actuam sobre ele, a área de regiões irregulares
no plano, o comprimento de curvas, o volume e massa de sólidos arbitrários. São essas aplicações que
você irá aprender nesta unidade.
Objectivos da unidade:
No fim desta unidade o estudante deve ser capaz de:
Tempo de estudo: Esta unidade terá duração de 12 horas lectivas, o correspondente a duas semanas.
• Papel e Esferográfico.
Teorema 7.3.1 (Comprimento de uma curva). Seja f uma função derivável com derivada contínua em
[a, b]. O comprimento do arco da curva y = f (x) entre x = a e x = b é dado por
Z b q
2
s= 1 + [f 0 (x)] dx.
a
p
Exemplo 7.3.1 Calcule o comprimento do arco da curva y = 4 − x2 entre x = 0 e x = 2.
157
Unidade 7. Aplicações de Integrais 7.3. Comprimento de curvas
p x
Resolução: Sendo f (x) = 4 − x2 , então f 0 (x) = − √ e portanto
4 − x2
s 2 r
2 2 2
r
x2
Z Z Z
x 4
s= 1 + −√ dx = 1+ dx = dx.
0 4 − x2 0 4 − x2 0 4 − x2
Exemplo 7.3.2 Mostre que o comprimento de uma circunferência de raio R é igual a 2πR.
x = 2sen3 t
Exemplo 7.3.3 Calcule o comprimento da astróide .
y = 2 cos3 t
Resolução: O gráfico de uma astróide está ilustrado na figura 7.1
Observamos que esta curva é simétrica em relação aos eixos. Portanto, podemos calcular o com-
primento do arco que está descrito no primeiro quadrante e depois multiplicar por 4. Assim,
π
Z t1 q Z 2
q
0 2 0 2 2 2
s = [x (t)] + [y (t)] dt = 4 (6sen2 t cos t) + (−6 cos2 tsent) dt
t0 0
π π
Z 2 p Z 2 √
= 4 36sen4 t cos2 t + 36 cos4 sen2 tdt = 4 36sen2 t cos2 tdt
0 0
π π2
sen2 t
Z
2
= 4 6sent cos tdt = 4 6 · = 4 · 3 = 12 u.
0 2 0
Teorema 7.3.3 Seja uma curva C dada pela equação polar r = f (θ) para θ ∈ [θ1 , θ2 ]. Então, o
conprimento da curva C é expresso pela fórmula
Z θ2 p
s= f 0 (θ)2 + f (θ)2 dθ
θ1
Por simetria, podemos determinar o comprimento do arco situado no primeiro quadrante e se-
gundo quadrante e multiplicar por dois. Como r = 2 + 2 cos θ tem-se r0 (θ) = −2senθ. Assim,
Z πq Z πp
2 2
s = 2 (−2senθ) + (2 + 2 cos θ) dθ = 2 4sen2 θ + 4 + 8 cos θ + 4 cos2 θdθ
0 0
r
Z πp √ Z π√ √ Z π θ
= 2 8 (1 + cos θ)dθ = 2 8 1 + cos θdθ = 2 8 2 cos2 dθ
0 2
Z π π0 0
θ θ
= 2 4 cos dθ = 2 4 · 2sen = 2 · 8 = 16.
0 2 2 0
Teorema 7.4.1 Seja f (x) uma função contínua não negativa, a área da região limitada pelo seu
gráfico, pelo eixo das abcissas e pelas rectasverticais x = a e x = b é dada por
Z b
A= f (x)dx
a
Teorema 7.4.2 A área A de uma região limitada pelas curvas y = f (x), y = g(x), e pelas rectas
verticais x = a e x = b, onde f e g são contínuas e f (x) ≥ g(x) para todo x ∈ [a, b] é dada por
Z
A = [f (x) − g(x)] dx
Abaixo segue o procedimento sistemático que podemos seguir para estabelecer uma fórmula de
cálculo de área:
Passo 1: Esboçar os gráficos que limitam a região
Passo 2: Determinar os limites de integração a e b que serão as abcissas x dos dois pontos
de intersecção das curvas y = f (x) e y = g(x). Para tal, iguala-se f (x) e g(x), ou seja, faz-se
f (x) = g(x) e resolve-se a equação resultante em relação a x.
Passo 3: Calcule a integral definida para encontrar a área entre as duas curvas usando a
fórmula Z b
A= [f (x) − g(x)] dx
a
√
Exemplo 7.4.1 Calcular a área da região limitada pelas curvas f (x) = x2 e g(x) = x.
√
Figura 7.3: Região limitada por f (x) = x2 e g(x) = x
De acordo com a Figura 7.3, podemos observar que a área desejada √ pode ser obtida através da
diferença entre as áreas das regiões situadas sob o gráfico de g(x) = x e sob o gráfico de f (x) = x2 ,
1
Portanto, a área desejada é A = unidades de área.
3
f (x) = g(x) =⇒ x3 − x = 2x + 2 ⇐⇒ x3 − 3x − 2 = 0 ⇐⇒ x = −1 ∨ x = 2
Agora, com auxílio do gráfico abaixo podemos perceber que g(x) ≥ f (x), ∀x ∈ [−1, 2]:
A = (x, y) ∈ R2 : y ≥ x2 − 1, y ≤ x + 1 e y ≥ −x2 − 2x − 1
Para encontrar a área da região pintada, podemos calcular a área entre as funções f (x) e h(x) no
intervalo de x = −1 a x = 0, depois somar com a área limitada pelas funções f (x) e g(x) no intervalo
de x = 0 a x = 2.
• Designemos a primeira área por A1 , assim
Z 0 Z 0
(x + 1) − (−x2 − 2x − 1) dx
A1 = [f (x) − h(x)] dx =
−1 −1
0 0
x3 x2
Z
= (x2 + 3x + 2)dx = + 3 + 2x
−1 3 2 −1
1 3 5
= 0− − + −2 = u2 ;
3 2 6
5 20 25 2
Portanto, a área pretendida será A = A1 + A2 = + = u .
6 6 6
Teorema 7.4.3 Seja y = f (x) uma função contínua no intervalo [a, b] e definida pelas equações
paramétricas x = x(t) e y = y(t). Supondo que a = x(α) e b = y(β), então a área em coordenadas
paramétricas será dada por
Z β
A= y(t)x0 (t)dt.
α
x2 y2
Exemplo 7.4.4 Encontre a área limitada pela elípse + = 1.
a2 b2
Resolução: As equações paramétricas da elípse são
Deste modo, temos que x0 (t) = −asent. Vamos agora determinar os valores de α e β. Utilizando a
quarta parte da área desejada, temos que x varia de 0 até a. Assim, podemos fazer x = φ(α) = 0 e
x = φ(β) = a. Logo
π
x(α) = 0 ⇒ a cos α = 0 ⇒ cos α = 0 ⇒ α =
2
x(β) = a ⇒ a cos β = a ⇒ cos β = 1 ⇒ β = 0.
x = 2 cos t
Exemplo 7.4.5 Calcule a área da região que é interior a elipse E1 = e exterior a elipse
y = 4sent
x = 2 cos t
E2 = .
y = sent
Resolução: Para melhor interpretação do enunciado, vamos espoçar a região em estudo,
vejamos:
Agora, podemos utilizar a simetria de regiões planas e calcular a área da região situada no primeiro
quadrante do plano xy e multiplicar o resultado por 4. No primeiro quadrante, temos que x ∈ [0, 2].
Assim,
π
x = 0 =⇒ 2 cos t = 0 =⇒ cos t = 0 =⇒ t = .
2
x = 2 =⇒ 2 cos t = 2 =⇒ cos t = 1 =⇒ t = 0.
Deste modo, para descrever a região em estudo, usando coordenadas paramétricas, devemos inte-
π
grar de t = até t = 0. Assim, pela Figura 7.4, é notável que devemos tomar a diferença entre as
2
áreas sob as elipses E1 e E2 , então
Z 0 Z 0
A = 4 4sent(−2sent)dt − 4 sent(−2sent)dt
π π
2 2
Z 0 Z 0 Z 0
2 2
= −32 sen tdt + 8 sen tdt = −24 sen2 tdt
π π π
2 2 2
Z π π2
2 1 1
= 24 (1 − cos 2t) dt = 12 t − sen2t = 6π u2 .
0 2 2 0
Outro Método: O outro método de resolver este exemplo é calcular as áreas das elipses E1
e E2 separadamente, depois fazer a diferença. Assim, com ajuda do resultado do exemplo 7.4 e
considerando a = 2 e b = 4 para elipse E1 ; e a = 2 e b = 1 para elipse E2 , temos que
Teorema 7.4.4 A área de um sector, limitado pela curva contínua r = r(θ) e por duas semi-rectas
θ = α, θ = β (α < β), é dada pela fórmula
Z β
1
A= r2 (θ)dθ.
2 α
observamos facilmente que as curvas se encontram no pólo e no eixo π4 que divide a área desejada
em duas regiões iguais. Assim sendo, podemos considerar a curva r = 4 cos θ e fazer θ variar de π4
Z β
1
a π
2 e multiplicar por 2. Portanto, usando a fórmula da área definida por A = r2 dθ, obtemos
2 α
Z π Z π Z π π2
1 2 2 12 1
A = 2· (4 cos θ)2 dθ = 16 cos2 θdθ = 16 (1 + cos 2θ) dθ = 8 θ + sen2θ
2 π
4
π
4
π
4
2 2 π
4
π 1 π π 1 π π 1 π 1 π
= 8 + sen 2 · − + sen 2 · =8 + senπ − − sen
2 2 2 4 2 4 2 2 4 2 2
π 1 π 1 π 1
= 8 + ·0− − =8 − = [2π − 4] u2 .
2 2 4 2 4 2
Figura 7.7:
Resolução: A Figura 7.8 ilustra a região desejada. Para determinar os pontos de intersec-
ção das duas curvas fazemos:
1 π π
2 cos(2θ) = 1 =⇒ cos(2θ) = =⇒ 2θ = =⇒ θ =
2 3 6
Agora, calculemos a área da região delimitada com θ no intervalo 0, π6 e multiplicar por 8, já que
as demais áreas são simétricas. Observando a Figura podemos verificar que a área desejada é
igual a área da rosácea menos a área da circunferência, temos então
Z π Z π
1 6 6
(2 cos(2θ))2 − 12 dθ = 4 4 cos2 (2θ) − 1 dθ
A = 8·
2 0 0
Z π Z Z π
π
2
6 16 6
6
π
= 16 cos (2θ)dθ − 4 dθ = [1 + cos(4θ)] dθ − 4θ 06
0 0 2 0
π6
1 4π π 1 4π 4π
= 4 θ + sen(4θ) − =4 + sen −
4 0 6 6 4 6 6
√ √
4π 4 3 4π 3 2
= + · − = u .
6 4 2 6 2
Teorema 7.5.1 O volume do sólido que se obtém pela rotação de uma região limitada pelo gráfico
de y = f (x) e pelas rectas verticais x = a e x = b, em torno do
(i) eixo das abcissas é dado por
Z b
2
V =π [f (x)] dx.
a
Exemplo 7.5.1 Calcule o volume de um sólido obtido pela rotação √ em torno do eixo-x, da região
plana limitada pelas rectas x = 0, x = 1, y = 1 e a curva f (x) = x.
Teorema 7.6.1 Considere a superfície gerada pela rotação do gráfico da função y = f (x) ≥ 0 para
x ∈ [a, b] em torno do eixo x. A área da superfície gerada é dada pela fórmula
Z b q
2
As = 2π f (x) 1 + [f 0 (x)] dx.
a
Exemplo 7.6.1 Ache a área da superfície formada pela rotação, à volta do eixo OX, do arco do
π
sinusóide y = sin 2x de x = 0 até x = .
2
Resolução: Achemos, primeiro, y 0 = 2 cos 2x. Então,
Z π
2 p
Ax = 2π sin 2x 1 + 4 cos2 xdx.
0
1
Façamos a substituição t = 2 cos 2x ⇒ dt = −4 sin 2xdx ⇒ sin 2xdx = − dt. Agora, achemos os novos
4
limites de integração:
x = 0 =⇒ t = 2
π
x= =⇒ t = −2
2
Exemplo
√ 7.7.1 Calcule o momento estático e o momento de inércia da semi-circunferência
y= r2 − x2 , −r ≤ x ≤ r em relação ao eixo OX.
x x2
Resolução: Calculando a derivada de y temos: y 0 = − √ e então y 02 = 2 . Por-
r 2 − x2 r − x2
tanto
b r Z r r
x2
Z p Z p
Mx = 02
y 1 + y dx = 1+ 2 dx = r dx = 2r2
r 2 − x2
a −r r − x2 −r
Z b p Z r r Z r p
2 02 2 2 x2
Ix = y 1 + y dx = (r − x ) 1 + 2 dx = r r2 − x2 dx.
a −r r − x2 −r
Teorema 7.7.2 (Centro de gravidade). As coordenadas do centro de gravidade de uma figura plana de
massa M calculam-se segundo as fórmulas:
My Mx
x̂ = ŷ =
M M
ou ainda
Z b p Z b p
x 1 + y 02 dx y 1 + y 02 dx
x̂ = Za b ŷ = Za b
p p
1 + y 02 dx 1 + y 02 dx
a a
Exemplo 7.7.2 Ache as coordenadas do centro de gravidade da figura limitada pelos eixos coorde-
nados e pelo arco da elipse x = a cos t, y = b sin t que se encontra no primeiro quadrante.
π
Resolução: No primeiro quadrante, quando x cresce de 0 até a, vemos que t decresce de
2
até 0. Assim, Z a Z 0 2
4 4 4a b
x̂ = xydx = a cos t · sent(−asent)dt = .
abπ 0 abπ π4 3abπ
Teorema 7.7.3 (Trabalho).O trabalho realizado por uma força variável F = f (x), que actua na
direcção do eixo OX ao longo do segmento [a, b], calcula-se pela fórmula:
Z b
W = f (x)dx.
a
Exemplo 7.7.3 Uma partícula é localizada a uma distância de x cm da origem. Uma força de
(x4 + 2x3 + 3x2 ) N age sobre a partícula quando a mesma se move de x = 1 até x = 2. Qual é o
trabalho realizado pela partícula para deslocar-se?
2 2
x5 x4
Z
207
Resolução: W = (x4 + 2x3 + 3x2 )dx = +2· + x3 = J.
1 5 4 1 10
7.8 Actividades
Para esta unidade o estudante deverá desenvolver as seguintes actividades:
(a) (0, 0), (2, 1), (−1, 6) (b) (0, 5), (2, −2), (5, 1)
3. Encontre a área da região limitada pela parábola y = x2 , pela recta tangente a essa parábola
em (1, 1) e o eixo x.
4. Encontre os valores de c tal que a área da região limitada pelas parábolas y = x2 − c2 e
y = c2 − x2 seja 576.
5. Use a fórmula do comprimento de arco para encontrar o comprimento da curva y = 2 −
3x, −2 ≤ x ≤ 1. Verifique o seu resultado notando que a curva é um segmento de recta e
calculando seu comprimento pela fórmula da distância.
p
6. Utilize a fórmula do comprimento de arco para achar o comprimento da curva y = 4 − x2 , 0 ≤
x ≤ 2. Verifique o seu resultado observando que a curva é um quarto do círculo.
7. Ache o comprimento da curva
p
8. A curva y = 4 − x2 , −1 ≤ x ≤ 1, é um arco do círculo x2 + y 2 = 4. Encontre a área da
superfície obtida pela rotação desse arco ao redor do eixo x (a supercície é uma porção de
uma esfera de raio 2).
9. Calcule a área da superfície obtida pela rotação da curva ao redor do eixo x.
√ 1 2 3
(a) y = x3 , 0 ≤ x ≤ 2 (c) y = x, 4 ≤ x ≤ 9 (e) y = y + 2 2 ,1 ≤ y ≤ 2
3
(b) 9x = y 2 + 18, 2 ≤ x ≤ 9 (d) y = cos 2x, 0 ≤ π/6 (f) x = 1 + 2y 2 , 1 ≤ y ≤ 2
10. Achar o volume do corpo formado pela rotação em torno do eixo OX da superfície limitada
pelo eixo OX e a parábola y = ax − x2 , a > 0.
x2 y2
11. Achar o volume do elipsóide, formado pela rotação da elipse 2 + 2 = 1, em torno do eixo
a b
OX.
12. Calcule o volume do corpo formado epla √rotação em torno do eixo OX, da supercície compre-
endida entre as parábolas y = x2 e y = x.
13. Achar o volume do corpo, formado ao girar em torno do eixo OX, a curva y = sin2 x, no
intervalor de x = 0 até x = π.
14. Achar o volume do corpo formado pela rotação da superfície limitada pela parábola semicú-
bica y 2 = x3 , o eixo OX e a recta x = 1, em torno do eixo OX.
15. Achar o volume do corpo, formado ao girar a mesma superfície do exercício anterior, em
torno do eixo OY .
16. Achar os volumes dos corpos, formados pela rotação da superfície limitada pelas linhas
y = ex , x = 0 e y = 0, em torno:
17. Uma criança rolando uma pedra utiliza uma força de 120 + 25 sin x Newtons sobre ela, quando
esta rola x metros. Quanto trabalho deve a criaça realizar, para fazer a pedra rolar π m?
18. Calcular o trabalho necessário para retirar a água que se encontra em uma cuba cilíndrica
vertical que tem um raio de base R e uma altura H.
19. Calcular o trabalho necessário para retirar a água que se encontra em uma cuba cônica, com
vértice para baixo, sendo o raio R e a altura H.
7.9 Auto-avaliação
p 1
1. Calcular o comprimento da linha dada por f (x) = 1 − x2 + arcsin x, 0 ≤ x ≤ .
2
2. Calcule a área da região plana limitada pelas linhas y = 4x − x2 e y = x2 . Faça o esboço da figura.
3. Passando às coordenadas polares,
√ calcule a área da parte comum das figuras planas delimitadas
pelas curvas C1 : x2 + y 2 = 3y e C2 : x2 + y 2 = x.
4. Calcule o volume do corpo √ de revolução em torno do eixo Oy da figura plana, delimitada pela
curva C : y = f (x) = arctan x, 0 ≤ x ≤ 1, pela recta x = 1 e pelo eixo Ox.
1 √
5. Seja R a região compreendida entre o gráfico de f (x) = √ 4
, o eixo Ox e as rectas x = 3 e
2
x x +9
x = 3. Determine o volume do sólido obtido pela rotação de R ao redor do eixo Ox.
2. Calcule a área da região plana limitada pelas linhas y = 4x − x2 e y = x2 . Faça o esboço da figura.
Resolução: Primeiramente devemos determinar os pontos de intersecção das curvas para saber
especificamente o intervalo onde está situada a região. Para tal, podemos igualar as duas funções,
isto é:
4x − x2 = x2 ⇐⇒ 2x2 − 4x = 0 ⇐⇒ x2 − 2x = 0 ⇐⇒ x(x − 2) = 0 ⇐⇒ x = 0 ∨ x = 2
Assim, a região em estudo fica determinada se x ∈ [0, 2] e podemos ilustrá-la com a figura abaixo.
Podemos observar que a área desejada pode ser obtida através da diferença entre as áreas das
regiões situadas sob o gráfico de y = 4x − x2 e sob o gráfico de y = x2 , com x ∈ [0, 2]. Assim, temos
que
Z 2 Z 2 2
x3
2 2
2 2 16 8
A= (4x − x ) − x dx = (4x − 2x )dx = 2x − 2 · = 8− − (0 − 0) =
0 0 3 0 3 3
8
Portanto, a área desejada é A = unidades de área.
3
3. Passando às coordenadas polares,
√ calcule a área da parte comum das figuras planas delimitadas
pelas curvas C1 : x2 + y 2 = 3y e C2 : x2 + y 2 = x.
Resolução: Passando às coordenadas polares tem-se:
√ √ √
• C1 : x2 + y 2 = 3y =⇒ r2 = 3 · r sin θ =⇒ r = 3 sin θ
• C2 : x2 + y 2 = x =⇒ r2 = r cos θ =⇒ r = cos θ
Analisando o gráfico abaixo
π
observamos facilmente que as curvas se encontram no pólo e no eixo que divide a área desejada
6
π
em duas regiões distintas. Designemos por A1 a área limitada pela curva C1 e o eixo θ = , e por
6
π
A2 a área limitada pela curva C2 e o eixo θ = . Assim sendo, teremos:
6
Z θ2 Z π6 √ Z π π6 √
1 1 2 3 6 3 1 π 3 3
2
A1 = r (θ)dθ = 3 sin θ dθ = (1 − cos 2θ)dθ = θ − · sin 2θ = − ;
2 θ1 2 0 4 0 4 2 0 8 16
Z π Z π π2 √
1 θ2 2
Z
1 2 2 1 2 1 1 π 3
A2 = r (θ)dθ = cos θdθ = (1 + cos 2θ)dθ = θ + · sin 2θ = − ;
2 θ1 2 6 π 4 6
π 4 2 π 12 16
6
√
5π 3
A = A1 + A2 = − .
24 4
4. Calcule o volume do corpo √ de revolução em torno do eixo Oy da figura plana, delimitada pela
curva C : y = f (x) = arctan x, 0 ≤ x ≤ 1, pela recta x = 1 e pelo eixo Ox.
Z b Z 1
√
Resolução: Vy = 2π xf (x)dx = 2π x arctan xdx.
√ a 0
Seja x = t ⇒ x = t2 ⇒ dx = 2tdt. Se x = 0 então t = 0, e se x = 1 então t = 1. Logo,
Z 1 Z 1 Z 1
Vy = 2π t2 arctan t · 2tdt = 4π t3 arctan tdt = π arctan td(t4 )
0 0 0
Z 1 Z 1
1 dt π 1
= π · t4 arctan t 0 − π t4 · 2
= π · − π t − 1 + dt
0 t2 + 1 4 0 t2 + 1
1
π2
3
π2
t 1 π 2π
= −π − t + arctan t = −π −1+ = .
4 3 0 4 3 4 3
1 √
5. Seja R a região compreendida entre o gráfico de f (x) = √
, o eixo Ox e as rectas x = 3 e
4
x x2 + 9
x = 3. Determine o volume do sólido obtido pela rotação de R ao redor do eixo Ox.
Z b Z 3 2 Z 3
1 1
Resolução: O volume é dado por Vx = π f 2 (x)dx = π √ √
4
dx = π √
√ dx.
x x 2+9 x 2 x2 + 9
a 3 3
√ π π
Seja x = 3 tan u ⇒ dx = 3 sec2 udu. Se x = 3 então u = , e se x = 3 então u = . Logo,
6 3
Z π3 Z π3
1 3π 1
Vx = π √ · 3 sec2 udu = 2 · sec2 udu
π
6
9 tan 2
u 9 tan2
u + 9 27 π
6
tan u · sec u
Z π3 2 Z π3
π cos u 1 π cos u π 1
= · du = du = −
9 π6 sin2 u cos u 9 π6 sin2 u 9 sin u
" #
π 1 1 π h√ h πh √ i
= − √ −
1 =− 2−2 = 2− 2 .
9 2
2
9 9
2
7.11 Resumo
Nesta unidade, você aprendeu como calcular área, comprimento e volume usando a integral defi-
nida.Vimos que a área da região plana determinada por duas curvas e duas rectas verticais é calcu-
lada usando a integral definida. Foi possível calcular o comprimento de uma curva contínua num
determinado intervalo, assim como o volume de um sólido de revolucão. As aplicações de integrais são
muito importantes na área de engenharia tendo em conta a sua interdisciplinaridade com as demais
disciplinas do seu curso.