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DESCRIÇÃO

Aplicação do conceito de funções vetoriais.

PROPÓSITO
Conhecer as funções vetoriais e suas operações, a partir do cálculo do limite, da
derivada e da integral dessas
funções, para aplicar tais conceitos em problemas de
cálculo vetorial.

PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora
científica, ou use a
calculadora de seu smartphone/computador.

OBJETIVOS

MÓDULO 1
Definir as funções vetoriais e suas operações matemáticas
básicas

MÓDULO 2

Aplicar as operações do limite, da derivada e da integral nas


funções vetoriais

MÓDULO 3

Empregar as funções vetoriais no estudo das curvas no plano e no


espaço, bem como no movimento de um objeto

MÓDULO 4

Aplicar o sistema de coordenadas polares ao estudo das curvas


polares
MÓDULO 1

 Definir as funções vetoriais e


suas operações matemáticas básicas

INTRODUÇÃO
O vetor é um objeto da Matemática de grande aplicação prática em diversas áreas. Assim, é
necessário definir
funções que tenham os elementos vetoriais em suas entradas ou saídas.

A função a variáveis reais, a valores vetoriais ou simplesmente função vetorial é aquela


que tem domínio no conjunto

dos números reais e vetores que pertencem ao conjunto


Rn
como imagem.

Neste módulo, estudaremos as funções vetoriais e suas operações matemáticas básicas.

DEFINIÇÃO DE FUNÇÕES VETORIAIS


No cálculo de uma variável, trabalhamos com funções que têm domínio e imagem no conjunto
dos números reais.
Elas são denominadas funções reais à variável real,
ou simplesmente
funções reais.

Há um elemento matemático de grande aplicação prática: o vetor, definido não apenas por
seu valor (módulo), mas
também por sua direção e seu sentido.

Fonte: Peshkova/Shutterstock

UM VETOR É REPRESENTADO POR SUAS COORDENADAS. O


NÚMERO DE
COORDENADAS DE UM VETOR DEPENDE DO

CONJUNTO AO QUAL PERTENCE. CONSIDERANDO V O VETOR
PERTENCENTE A RN, V
SERÁ REPRESENTADO POR N

COORDENADAS:



V = V 1, V 2, …, V N ⟩
No exemplo, v1, v2, ... , vn são números reais que
representam a projeção do vetor v na
direção e no sentido de cada

uma das dimensões do Rn.

Estamos trabalhando com coordenadas cartesianas. Particularmente, neste tema, nosso


interesse está em R2 e R3.

Assim, um vetor v, pertencente ao R3, é representado por


três coordenadas. Veja a figura 1, em que o vetor v
→ →

projetado na direção do
eixo x apresenta um tamanho vx; na direção do eixo y, um tamanho
vy; na direção do eixo
z,

um tamanho vz:

Caso a projeção em relação a um dos eixos seja contrária ao sentido positivo do eixo, o
sinal da coordenada será

negativo. Portanto, o vetor v terá coordenadas (vx, vy , vz),


em que vx, vy e vz são números reais. No caso do
R2,

caso particular do R3, o vetor


não terá a componente vz.

Fonte: Autor
 Figura 1:
Representação do vetor no espaço

Assim, precisamos definir funções que tenham elementos vetoriais em seus domínios
e/ou em suas
imagens. Neste
módulo, iniciaremos com as funções que têm como imagens, isto é, como saídas,
elementos vetoriais.

Trabalharemos com a função que tem domínio no conjunto real e tem imagem no conjunto
Rn. Assim,
sua entrada é
um número real, mas sua saída é um vetor. Esta função é denominada função
vetorial
ou, de forma mais precisa,
função de uma variável real a valores vetoriais.

Uma função de uma variável real a valores vetoriais em Rn é uma função F : S ⊂ R → R n, com n
inteiro e n > 1, em

que S é um subconjunto dos números reais. Assim, para cada valor
real, pertencente ao domínio de F, teremos como

resultante uma imagem que será um


vetor pertencente a Rn. Logo:


{ | →
()
ImF = t ∈ S ⊂ R  F(t) = 〈f 1(t), f 2(t), …,  f n t 〉 ∈ R n }
Como a imagem da função é um vetor, cada componente desse vetor dependerá da variável de entrada.
Portanto, a
variável de entrada pode ser considerada um parâmetro e a função pode ser também
representada por uma equação
paramétrica.

Observe que a entrada da função vetorial será um número real e a saída será um vetor. Veja o
exemplo.

 EXEMPLO

→ →
F : R → R 3, tal que F(m) = (2m + 3,  5m,  2 - m), com m real.

Note que cada vetor da imagem dependerá do elemento


do
domínio, que, neste caso, será o parâmetro m.

Existem funções denominadas campos


vetoriais que
apresentam, tanto no domínio quanto na imagem, vetores.

Assim, seriam funções
F : R n → R m, com m e n inteiros maiores do que 1.
Por exemplo:

→ →
F : R 3 → R 4, tal que F(x, y, z) = (2x + 3y,  2x + 5,  y + 3z,  4x + y)

Perceba que as coordenadas dos elementos vetoriais da


saída dependem das
coordenadas dos elementos vetoriais
da entrada. Aqui, não abordaremos este tipo
de funções.

EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS

A função vetorial pode ser representada por sua forma vetorial, já exemplificada, ou por
sua forma paramétrica.

→ →
Seja F(t) : t ∈ S ⊂ R → F(t) ∈ R 3. Como já vimos, cada componente do vetor de saída depende da
variável de
entrada, denominada parâmetro. Dessa forma, a função pode
ser representada
por:

{
x = f(t)

F(t) = y = g(t) ,  t real
z = h(t)

Observe que f(t), g(t) e h(t) são funções reais, que relacionam cada coordenada ao
parâmetro t. Este tipo de equação

é chamado de equação
paramétrica. Para funções com
imagem no Rn, n inteiro maior do que 1, a equação
paramétrica terá n equações.

 EXEMPLO
→ → →
Seja a função F(t) = 〈t,   t 2 + 5, ln t〉, definida para t > 0. Determine o valor de F(1) e F(e)

SOLUÇÃO

A função é uma função de variável real a valores vetoriais de R3, F(t) = 〈f(t), g(t), h(t)〉

Onde:

f(t) = t

g(t) = t2 + 5

h(t) = ln t

Logo, temos:

{
x=t

F(t) = y = t 2 + 5 , para t real e t > 0.
z = ln t

Então,


F(1) = 〈f(1), g(1), h(1)〉 = 〈1,  1 + 5 ,  ln 1〉 = 〈1,6, 0〉

Portanto, para uma entrada t = 1, o resultado da função será o vetor


〈1, 6, 0〉

Para t = e:


F(e) = 〈f(e), g(e), h(e)〉 = 〈e,  e 2 + 5 ,  ln e〉 = 〈e, e 2 + 5,1〉


Por fim, para uma entrada t = e, o resultado da função será o vetor
e, e 2 + 5, 1 ⟩

FUNÇÕES VETORIAIS E TRAÇADOS DE CURVA



Para o caso de R2 e R3, a imagem da função vetorial F pode ser analisada como a
trajetória de uma curva (lugar

geométrico) em R2 ou R3 descrita
pela equação paramétrica
da função. Em outras palavras, a função vetorial definirá

uma curva plana, no caso de


sua imagem em R2, ou uma curva espacial, quando sua imagem estiver no
R3.

Se considerarmos que a imagem da função vetorial é um vetor com extremidade inicial na


origem, a trajetória da
curva será definida pela extremidade final dos vetores obtidos
pela imagem da função vetorial.

 EXEMPLO


Exemplo 1 - Considere a função F(u) = 〈u, u 2〉, definida para u ∈ R. Determine a trajetória definida pela imagem da
função.

SOLUÇÃO
Trata-se de uma função de variável real a valores vetoriais de R2.


Repare que a componente x do vetor determinado pela imagem de F vale u e a componente y vale
u2. Então, se

F(u) = 〈x,  y〉, temos a seguinte
representação paramétrica:


F(u) =
{ x=u
y = u2
→ y = x2

Esta é a equação de uma parábola vertical. Assim, a imagem da função


será a parábola de equação
y = x2,
representada a seguir:

Fonte: Autor

 Figura 2:
Imagem da função F(u) = 〈u, u 2〉

Conforme o valor do parâmetro u se altera, a imagem


obtida pela função vetorial
também muda, traçando uma curva,
que, neste exemplo, será uma parábola vertical de
vértice na origem.

 EXEMPLO


Exemplo 2 - Seja a função F(t) = 〈sen t,  cos t,  5〉. Determine a trajetória definida pela imagem da
função.

SOLUÇÃO
Trata-se de uma função de variável real a valores vetoriais de R3.


Seja F(t) = 〈x,  y,  z〉

Repare que:

{
x = sen t

F(t) : y = cos t → x 2 + y 2 = 1 e z = 5
z=5

A imagem da função representará uma circunferência pertencente ao plano


z = 5. Assim,
será uma circunferência de
centro em 〈0, 0, 5〉 e raio 1, conforme observamos a seguir:

Fonte: Adaptado de Guidorizzi (2013)



 Figura 3:
Imagem da função F(t) = 〈sen t,  cos t,  5〉

Se quisermos dar um sentido à trajetória, este pode ser definido como o sentido do
crescimento do parâmetro ou do

decrescimento do parâmetro. No caso do exemplo de F(u) = 〈u, u 2〉, a trajetória da parábola é percorrida no sentido
da esquerda para
direita, quando cresce o parâmetro u:

Fonte: Autor
 Figura 4:
Sentido da trajetória pelo crescimento do parâmetro

OPERAÇÕES COM FUNÇÕES VETORIAIS

Uma função de uma variável real a valores do Rn, conforme definida, será
composta por n
funções reais, definindo
cada uma de suas coordenadas. Assim, temos:

()

F(t) = 〈f 1(t), f 2(t), …,  f n t 〉 ∈ R n, com t real

Tais funções f1, f2, ... , fn são
denominadas funções componentes da função F.


Como a imagem da função  F(t) será um vetor, ela atende todas as propriedades e operações que um vetor possui.

→ →
Considerando que F, G  : S ⊂ R → R n, p(t) uma função real e k uma constante real, é possível
definir as seguintes
propriedades:

A) SOMA
( )
→ → → → →
H(t) = F + G (t) = F(t) + G(t)


H(t) = 〈f 1(t) + g 1(t), f 2(t) + g 2(t), …,  f n(t) + g n(t)〉 ∈ R

B) PRODUTO POR UM ESCALAR K

( )
→ → →
H(t) = kF (t) = kF(t)


H(t) = 〈kf 1(t), kf 2(t), …,  kf n(t)〉 ∈ R n

C) PRODUTO POR UMA FUNÇÃO REAL P(T)

( )
→ → →
H(t) = p. F (t) = p(t)F(t)


H(t) =  〈p(t)f 1(t), p(t)f 2(t), …,  p(t)f n(t)〉 ∈ R n

Cuidado! Não existe produto (multiplicação) entre duas


funções vetoriais.

→ →
D) PRODUTO ESCALAR ENTRE F E G

( )
→ → → →
m(t) = F. G (t) = F(t). G(t)

m(t) = f 1(t). g 1(t) + f 2(t). g 2(t) + … + f n(t). g n(t), m t ∈ R ()


→ →
E) PARA N = 3, PRODUTO
VETORIAL ENTRE F E G

( )
→ → → → →
H(t) = F x G (t) = F(t) x G(t)

| |
     x̂    ŷ    ẑ


H(t) = ()
     f 1 t ()
   f 2 t ()
   f 3 t

     g 1 (t )    g 2 (t )    g 3 (t )

 EXEMPLO

→ →
Exemplo 1 - Considerando as funções
F(u) = 〈u + 5, cos u,  u 2〉, G(u) = 〈2 - u 2, sen u,  3u〉 e p(u) = 2eu,

( )( )
→ →
determine o valor para t = 0 da
função m(t) = 2F(t) . p(t)G(t)

SOLUÇÃO
→ →
Se F(u) = 〈u + 5, cos u,  u 2〉, então 2F(u) = 〈2 u + 5 , 2cos u,  2u 2〉 ( )

()
Se G(u) = 〈2 - u 2, sen u,  3u〉 e p u   =  2 .  e u, então: p(u)

( )
 G(u) = < 2 .  e u .   2 - u 2 ,  2 .  e u .  sen u,  2 .  e u .  3 .  u >

Portanto,

( )
 m(u)  =  2(u + 5) .  2 .  e u .   2 - u 2   +  2 cos u .  2 .  e u .  sen u + 2 .  u 2 .  2 .  e u .  3 .  u

Assim,

( )
m(0)  =  2 (0 + 5) .  2 .  e 0 .   2 - 0 2   +  2 cos 0 .  2 .  e 0 .  sen 0 + 2 .  0 2 .  2 .  e 0 .  3 .  0 = 8 .  5 + 0 + 0 = 40

 EXEMPLO

→ →
Exemplo 2 - Considerando as funções
F(u) = 〈u, cos u,  3u〉 e G(u) = 〈u 2, sen u,  u〉 determine a função
→ → →
H(t) = F(t) x G(t) e seu valor

para t=π.

SOLUÇÃO
( )
→ → → → →
H(t) = F x G (t) = F(t) x G(t)

| |
      x̂      ŷ      ẑ

H(t) =     t      cos t      3t = t cost x̂ + t sent ẑ + 3t t 2ŷ - t 2cos t ẑ - 3t sen t x̂ - t. t ŷ
    t 2      sen (t)      t


( ) (
H(t) = (t cost - 3t sent)x̂ + 3t 3 - t 2 ŷ + t sent - t 2cost  ẑ )

H(t) = 〈t cost - 3t sent, 3t 3 - t 2, t sent - t 2cost〉

Assim,


H(π) = 〈π. cos π - 3. π sen π,  3 π 3 - π 2, π sen π - π 2cosπ〉 = 〈- π,  3 π 3 - π 2, π 2〉
TEORIA NA PRÁTICA
Desejamos traçar, com um computador, uma curva espacial denominada toroide
espiral. A
função vetorial que
define essa curva espacial é a seguinte:

→ 1
F(t) = 〈(4 + sen(kt))cost, (4 + sen(kt))sent, cos (kt)〉, com k real e 0 < k < 2

→ →
Sabendo que o módulo deF(t), para t = 4π , vale 5, determine o valor de F(8π)
FUNÇÕES VETORIAIS

MÃO NA MASSA

→ →
1. CONSIDERANDO AS FUNÇÕES F(U) = 〈U + 5,   3 - U 2,  U 3〉 E G(T) = 〈 T 2 + 1,   T + 10,  T 2〉
→ → → →
COM U E T REAIS, SABENDO QUE H(U) = 2 F(U) - G(U), O VALOR DE H(2) É:

A) 〈9,-14,12〉

B) 〈19,-4,2〉

C) 〈8,14,-12〉

D) 〈7,-1,5〉

2. CONSIDERANDO A FUNÇÃO G(T) = 〈T + 2,  3T - 1 〉, DEFINIDA PARA T ∈ R, A
TRAJETÓRIA DEFINIDA PELA IMAGEM DA FUNÇÃO É:

A) Circunferência de equação x 2 + y 2 = 1

B) Reta de equação 3x - y - 7 = 0

C) Plano de equação x - 3y + 7 = 0

D) Reta de equação  3x + y + 7 = 0

{
X=T
→ →
3. CONSIDERANDO AS FUNÇÕES F(T) = Y = 3 - T E G(U) = 〈 U 2,   U , 3 + U〉, COM U E T
Z = T2

( )
→ → → →
REAIS, SABENDO QUE H(U) = 2 F(U) X  - G(U) , O VALOR DE H(- 1) É:

A) 〈-14,6,4〉

B) 〈9,3,-4〉

C) 〈-18,-6,6〉

D) 〈18,6,-8〉


4. CONSIDERANDO A FUNÇÃO F(U) = 〈2UCOS U,  2U SEN U,  U〉, DEFINIDA PARA U ∈ R,
QUAL É A EQUAÇÃO DA TRAJETÓRIA DA CURVA ESPACIAL DEFINIDA PELA IMAGEM DA
FUNÇÃO?

A) x 2 + y 2 + 2z 2 = 1

B) x 2 + y 2 - 4z 2 = 0

C) 4x 2 + 4y 2 + z 2 = 1

D) x 2 + y 2 + z 2 = 0

{
X = 3V - 6
→ →
5. CONSIDERE A FUNÇÃO VETORIAL G(V) = Y = V + 1 , COM V REAL, E A FUNÇÃO H(U),
Z = V2

CUJA IMAGEM FORMA UMA PARÁBOLA DE EQUAÇÃO Y = 2X2+ 3, QUE PERTENCE AO


PLANO Z = 4.

ASSINALE A ALTERNATIVA VERDADEIRA SOBRE OS PONTOS COMUNS NAS IMAGENS


DAS DUAS FUNÇÕES:

A) Não existem pontos comuns nas imagens das funções.

B) Existem dois pontos comuns nas imagens das funções com z = 4.

C) Existe apenas um ponto comum nas imagens das funções com z = 4.

D) Existem infinitos pontos comuns nas imagens das funções.


6. CONSIDERANDO AS FUNÇÕES F(U) = 〈U + COS U,  1,   3U 〉 E
→ 2T 1
G(T) = 〈 3
, - 1, 2T - 3 SEN T 〉, DEFINIDAS PARA U E T ∈ [0,2Π], QUAL É A EQUAÇÃO DO

LUGAR GEOMÉTRICO FORMADO PELA IMAGEM DA FUNÇÃO H(T), SENDO
→ → →
 H(T) = 2F(T) - 3G(T) ?

A) 4x 2 - z 2 = 1 e y  =  3

B) x 2 + y 2 + 4z 2 = 4 e y  =  5

C) x 2 + 4z 2 = 4 e y  =  5

D) x 2 + 4y 2 = 1 e z  =  5

GABARITO
→ →
1. Considerando as funções F(u) = 〈u + 5,   3 - u 2,  u 3〉 e G(t) = 〈 t 2 + 1,   t + 10,  t 2〉 com u e t reais, sabendo que
→ → → →
H(u) = 2 F(u) - G(u), o valor de H(2) é:

A alternativa "A " está correta.

Usando as operações básicas da função vetorial, temos:

()
→ → →
H(u) = 2 F(u) - G(u) = 〈2f 1(u) - g 1(u), 2f 2(u) - g 2(u), 2f 3(u) - g 3 u 〉


( ) ( ) ( )
H(u) = 〈2(u + 5) - u 2 + 1 , 2 3 - u 2 - u + 10 , 2u 3 - u 2〉


H(u) = 〈2u - u 2 + 9,   - 2u 2 - u - 4 ,  2u 3 - u 2〉


H(2) = 〈4 - 4 + 9,   - 8 - 2 - 4 ,  16 - 4〉 = 〈9, - 14,12〉


2. Considerando a função G(t) = 〈t + 2,  3t - 1 〉, definida para t ∈ R, a trajetória definida pela imagem da função
é:

A alternativa "B " está correta.

Usando as definições de função vetorial, encontramos a equação paramétrica de:



G(t) =
{ x=t+2
y = 3t - 1
,  t real

Identificando o valor de t em função de x e substituindo na segunda equação, temos:

t = x - 2 → y = 3(x - 2) - 1 = 3x - 6 - 1 = 3x - 7


Então, a imagem segue a trajetória 3x - y - 7 = 0. Como a imagem de G(t) é definida em R2, a curva é plana e, pela
equação, será uma reta.

{
x=t


3. Considerando as funções F(t) = y = 3 - t e G(u) = 〈 u 2,   u , 3 + u〉, com u e t reais, sabendo que
z = t2

( )
→ → → →
H(u) = 2 F(u) x  - G(u) , o valor de H(- 1) é:

A alternativa "C " está correta.


4. Considerando a função F(u) = 〈2ucos u,  2u sen u,  u〉, definida para u ∈ R, qual é a equação da trajetória da
curva espacial definida pela imagem da função?

A alternativa "B " está correta.

Usando as definições de função vetorial, encontramos a equação paramétrica de:

{
x = 2u cos u

F(u) = y = 2u sen u ,   u real
z=u
Eliminando a variável u, temos:

)
x 2 + y 2 = (2u cos u) 2 + (2u sen u) 2 = 4u 2cos 2u + 4u 2sen 2u = 4u 2(cos 2u + sen 2u = 4u 2

Porém, pela terceira equação z = u, obtemos:

x 2 + y 2 = 4u 2 = 4z 2 → x 2 + y 2 - 4z 2 = 0

{
x = 3v - 6
→ →
5. Considere a função vetorial G(v) = y = v + 1 , com v real, e a função H(u), cuja imagem forma uma
z = v2

parábola de equação y = 2x2+ 3, que pertence ao plano z = 4.

Assinale a alternativa verdadeira sobre os pontos comuns nas imagens das duas funções:

A alternativa "C " está correta.


Vamos determinar a função H(t). Para isso, escolhemos um parâmetro t real, tal que x = t. Assim: y = 2t2 + 3

Dessa forma, a equação paramétrica da função será:

{
x=t

H(t) = y = 2t 2 + 3
z=4

A imagem comum deve satisfazer às duas equações paramétricas. Logo, temos:

{
3v - 6 = t
→ → 2
G(v) = H(t) ↔ v + 1 = 2t + 3
v2 = 4

Da terceira equação, tiramos que v = 2 ou v = – 2

Para v = 2, na primeira equação, obtemos: t = 3 . 2 - 6 = 0

Substituindo v = 2 e t = 0 na segunda equação, obtemos: 2 + 1 = 2 . 0 + 3 → 3 = 3

Assim, a imagem obtida para v = 2 na função G ou t = 0 na função H será a mesma com valor:

{ {
x=0 x = 3.2 - 6 = 0
y = 2.0 2 + 3 = 3 ou y = 2 + 1 = 3 →〈0,3,4〉
z=4 z = 22 = 4

Para v = – 2, na primeira equação, obtemos: t = 3 . (– 2) – 6 = – 12

Substituindo v = – 2 e t = – 12 na segunda equação, obtemos: – 2 + 1 = 2 . (– 12)2 + 3 → – 1 ≠291

Assim, não existe imagem comum para o caso de v= – 2

→ → 2t 1
6. Considerando as funções F(u) = 〈u + cos u,  1,   3u 〉 e G(t) = 〈 , - 1, 2t - sen t 〉, definidas para
3 3

u e t ∈ [0,2π], qual é a equação do lugar geométrico formado pela imagem da função H(t), sendo
→ → →
 H(t) = 2F(t) - 3G(t) ?
A alternativa "C " está correta.

GABARITO

VERIFICANDO O APRENDIZADO

→ →
1. SEJAM AS FUNÇÕES G(T) = 〈T 2 - 1,   3 - T, T + 3〉 E F(U) = 〈U + 1,    U 2 + 2,  U 2〉, COM U E
T REAIS. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE REPRESENTA O VALOR DA FUNÇÃO M(U)=
→ →
F(U). G(U), PARA U=1:

A) 〈0,6,4〉

B) 〈2,3,1〉

C) 8

D) 10

2. CONSIDERANDO A FUNÇÃO F(T) = 〈2T SEN T,  LN T ,   TCOS T 〉, DEFINIDA PARA T
REAL MAIOR DO QUE 0 (ZERO), ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A
EQUAÇÃO DA TRAJETÓRIA DA CURVA ESPACIAL DEFINIDA PELA IMAGEM DA FUNÇÃO

F(T):

A) x 2 - 4e 2y + 4z 2 = 0

B) x 2 - e 2y + z 2 = 0

C)  x 2 - y 2 + 4z 2 = 0

D) x 2 + 4ln y + 4z 2 = 1

GABARITO
→ →
1. Sejam as funções G(t) = 〈t 2 - 1,   3 - t, t + 3〉 e F(u) = 〈u + 1,    u 2 + 2,  u 2〉, com u e t reais. Assinale a
→ →
alternativa que representa o valor da função m(u)=F(u). G(u), para u=1:

A alternativa "D " está correta.

A função m(u) é o resultado de um produto escalar de duas funções vetoriais. Assim, ela será uma função real.

→ →
Se m(u) = F(u). G(u) → m(u) = f 1(u)g 1(u) + f 2(u)g 2(u) + f 3(u)g 3(u)

( )
m(u) = u 2 - 1 (u + 1) + (3 - u) u 2 + 2 + (u + 3)u 2 ( )
m(u) = u 3 + u 2 - u - 1 + 3u 2 + 6 - u 3 - 2u + u 3 + 3u 2 = u 3 + 7u 2 - 3u + 5

m(1) = 1 + 7 - 3 + 5 = 10 


2. Considerando a função F(t) = 〈2t sen t,  ln t ,   tcos t 〉, definida para t real maior do que 0 (zero), assinale a

alternativa que apresenta a equação da trajetória da curva espacial definida pela imagem da função F(t):

A alternativa "A " está correta.

Usando as definições de função vetorial, encontramos a equação paramétrica de:

{
x = 2t sen t

F(t) = y = ln t ,   t > 0
z = tcos t

x
Eliminando a variável t na primeira e na terceira equações: t sent = 2 e t cos t = z, temos:

( x 2
2
) ( ( ( )
+ z 2 = t sent) 2 + t cost) 2 = t 2cos 2t + t 2sen 2t = t 2 cos 2t + sen 2t = t 2

Porém, pela segunda equação: y = ln t → t = e y.


Logo:

( x
2 (
) 2 + z 2 = t 2 = e y) 2 = e 2y

Então:

x 2 + 4z 2 = 4e 2y → x 2 - 4e 2y + 4z 2 = 0

MÓDULO 2

 Aplicar as operações do limite,


da derivada e da integral nas funções

vetoriais

INTRODUÇÃO
Da mesma forma que definimos as operações de limite, derivada e integral para uma função
real, também o faremos
para as funções vetoriais.

Neste módulo, definiremos, então, as operações de limite, derivada e integral e as


aplicaremos em alguns problemas
de cálculo diferencial e integral. Veremos que essas
operações se relacionam com aquelas correspondentes às
funções reais, que são
componentes da função vetorial.

LIMITE E CONTINUIDADE
O limite de uma função vetorial é alcançado obtendo-se o limite de cada uma de suas
funções componentes.

()

Assim, seja F(t) = 〈f 1(t), f 2(t), …,  f n t 〉 ∈ R n, com t real.

( ) t→a ()

lim  F(t) = 〈lim  f 1 t , lim  f 2(t), …,  lim  f n t 〉
t→a t→a t→a

O limite existirá se houver o limite de todas as funções componentes.


A existência do limite implica que, toda vez que t se aproximar do valor
a, a função
vetorial F se aproximará do valor
do limite. No caso da função real, a aproximação da
função a seu valor do limite ocorre por valores acima ou abaixo.

No caso da função
vetorial, essa aproximação acontece por infinitos caminhos. Porém, existindo o limite
L, a função

sempre tenderá ao vetor L, quando t tender ao valor de a.

A definição foi feita para t → a, mas pode ser extrapolada para todos os tipos de limite
para t → a+ , t→ a- ou t → ±
∞.
Observe que o limite de cada função componente é um limite de uma função real, já
estudado anteriormente. Assim,
todos os métodos e as propriedades já conhecidas podem
ser utilizados. A única diferença, neste caso, é que, para a
função vetorial, serão
resolvidos n limites diferentes, cada um relacionado a uma das
n funções componentes.

 EXEMPLO

→ 2sen t t 3 - 3t + 2
Determine o limite de F(t) = 〈2t + 1, t
, t+2
〉 quando t tende a 0

SOLUÇÃO
→ 2sen t t 3 - 3t + 2
lim  F(t) = 〈lim  2t + 1, lim   ,  lim   〉
t t+2
t→0 t→0 t→0 t→0

Resolvendo os limites das funções componentes, temos:

✓ Por substituição direta: lim  2t + 1 = 2. 0 + 1 = 1


t→0
2sen   t sen   t
✓ Pelo limite trigonométrico fundamental: lim   t
= 2 lim   t
= 2. 1 = 2
t→0 t→0

t 3 - 3t + 2 2
✓ Pelo teorema de
Leibniz:  lim   t + 2 = 2 =1
t→0

Portanto,


lim  F(t) = 〈1,2, 1〉 = x̂ + 2ŷ + ẑ
t→0

TEOREMA DE LEIBNIZ

De acordo com este teorema:

Todo polinômio é equivalente a seu termo de maior grau, quando sua variável
independente tende a mais
ou menos infinito (+∞ ou - ∞).

Todo polinômio é equivalente a seu termo de menor grau, quando sua variável
independente tende a 0
(zero).

Algumas propriedades para o limite de funções vetoriais podem ser demonstradas pela
definição do limite e pelas
operações das funções vetoriais. Por exemplo:

( )
→ → → →
✓ lim   k 1F(t) ± k 2G(t) = k 1lim  F(t) ± k 2lim  G(t), onde k1 e k2 são números reais
t→a t→a t→a

→ → → →
✓ lim  F(t). G(t) = lim  F(t). lim  G(t)
t→a t→a t→a
→ → → →
✓ lim  F(t) x G(t) = lim  F(t) xlim  G(t)
t→a t→a t→a

CONTINUIDADE

De forma semelhante à função real, vamos definir a continuidade de uma função vetorial em
um ponto do seu
domínio t = t0

()
→ →
Considerando F(t) = 〈f 1(t), f 2(t), …,  f n t 〉 ∈ R n, com t real, e t0 um ponto do domínio
da função, a função F(t) será

( )
→ →
contínua em t = t0 se e somente se: lim  F(t) = F t 0
t → t0

Em outras palavras, é necessário existir o limite para quando t tende a


t0, e esse limite
precisa ter o valor da função

no ponto t = t0


A função F(t) só será contínua em um ponto t0 se todas as suas funções componentes
forem
contínuas no ponto t0

 EXEMPLO

→ 2sen t t 3 - 3t + 2
Considerando a função F(t) = 〈2t + 1, , 〉, para t real diferente de 0 (zero) e de – 2, determine
o
valor de
t t+2
→ →
F(0) e F(- 2) para que a função seja contínua para todo t real.

SOLUÇÃO
No exemplo anterior, já foi obtido o limite:


lim  F(t) = 〈1,2, 1〉 = x̂ + 2ŷ + ẑ
t→0

O limite existe. Para que seja contínua, a função deve ter valor em t =
0 igual ao
valor do limite no ponto. Portanto,
temos:


F(0) = 〈1,2, 1〉 = x̂ + 2ŷ + ẑ

Para o caso de t = – 2, necessitamos, inicialmente, verificar se o


limite existe.
Vejamos:

→ 2sen t t 3 - 3t + 2
lim  F(t) = 〈lim  2t + 1, lim   t
,  lim   t + 2 〉
t→ -2 t→ -2 t→ -2 t→ -2

Resolvendo os limites das funções componentes, temos:

✓ Por substituição direta: lim  2t + 1 = 2. (- 2) + 1 = - 3


t→ -2
2sen t 2 sen ( - 2 )
✓ Por substituição direta: lim   = = - sen (- 2) = sen (2)
t -2
t→ -2

t 3 - 3t + 2 -8+6+2 0
✓ Pelo método da substituição de funções: lim   = =
t+2 -2+2 0
t→ -2

( )(t
Porém,  t 3 - 3t + 2 = t + 2 2 - 2t + 1 )
t 3 - 3t + 2 ( t + 2 ) ( t - 2t + 1 )
2

Logo, lim  
t→ -2
t+2
= lim  
t→ -2
t+2
t→ -2
( )
= lim   t 2 - 2t + 1 = 4 + 4 + 1  =  9


Portanto, lim  F(t) = 〈- 3,  sen(2), 9〉 = - 3x̂ + sen(2)ŷ + 9ẑ
t→ -2

O limite existe. Para que seja contínua, a função deve ter valor em t =
– 2 igual ao valor do limite no ponto. Assim:


F(- 2) = 〈- 3,  sen(2), 9〉 = - 3x̂ + sen(2)ŷ + 9ẑ

DERIVADA DE FUNÇÕES VETORIAIS


A derivada de uma função vetorial será definida de forma similar às funções reais.

()

Assim, seja F(t) = 〈f 1(t), f 2(t), …,  f n t 〉 ∈ R n, com t real:

→ dF

F(t+h) -F(t)
→ →

F'(t) = = lim  
dt h
h→0

Se o limite existir, a função será derivável ou diferençável, e sua derivada terá o valor
fornecido pelo limite. Para ser
derivável ou diferençável em um intervalo, a função deve
ser derivável para todos os pontos desse intervalo.

A definição anterior pode ser obtida pela derivada das funções componentes da seguinte
forma:


()
F'(t) = 〈f' 1(t), f' 2(t), …,  f' n t 〉  ∈ R n, com t real

Observe, portanto, que devemos empregar todas as formas e regras de derivação aprendidas
para as funções reais,
com a única diferença de que derivaremos n
funções componentes.

 EXEMPLO

→ π
Vamos obter a derivada da função G(u) = 〈sec u,  u 2 + 1,  3e u〉 para u=
4

SOLUÇÃO

G'(u) = 〈g 1, (u), g 2, (u), g 3, u 〉 ()
()
g 1 u = sec u → g 1 u = sec u tg u
,
()
() ,
g 2 u = u 2 + 1 → g 3 u = 2u ()
g (u ) = 3e
3
u → g (u ) = 3e
,
3
u

Assim,


G'(u) = 〈sec u tg u ,  2u ,  3e 2〉 = (sec u tg u)x̂ + 2u ŷ + 3 e uẑ
()
→ π π π π π π π π π
G' 4 = 〈sec  4  tg  4  ,  2 4  ,  3e 4 〉 = 〈√2 ,   2 , 3e 4  〉 = √2x̂ + 2
 ŷ + 3e 4 ẑ


Geometricamente, a derivada de F(t) representará um vetor que será tangente à
trajetória definida pela função

vetorial. Esse vetor será denominado vetor
tangente à
curva deF(t) no ponto analisado. No próximo módulo,
estudaremos a aplicação da
derivada no cálculo do vetor e da reta tangente à trajetória definida pela função.

PROPRIEDADES DA DERIVAÇÃO

Por meio da definição da derivada e das operações das funções vetoriais, podemos obter
algumas
propriedades para a derivação de uma função vetorial. São elas:

d d d
[ ] [ ] [ ]
→ → → →
✓ dt F(t) + G(t) = dt F(t) + dt G(t)

d d
[kF(t) ] = k dt [F(t) ], k real
→ →

dt

d d
[ ] [ ]
→ → →
✓   dt u(t)F(t) = u'(t)F(t) + u(t) dt F(t) ,u(t) função real

d d d
[F(t). G(t) ] = dt [F(t) ]. G(t) + F(t). dt [G(t) ]          
→ → → → → →

dt

d d d
[F(t) x G(t) ] = dt [F(t) ] x G(t) + F(t) x  dt [G(t) ]
→ → → → → →

dt

d d
[ ] [ ]
→ →
✓   dt F(u(t)) = dt F(u(t))  u'(t) , com u(t) função real – Regra da Cadeia

 EXEMPLO


Exemplo 1 - Considerando uma função
vetorial G(t), tal
que, para todo t de seu domínio, a norma (módulo) de
d
[ ]
→ → →
G(t) seja sempre igual a
uma constante k, determine o valor do produto escalar de G(t). dt G(t)

SOLUÇÃO
→ → 2 → →
Como G(t) é um vetor, então: ||G(t)|| = G(t). G(t)

→ 2 → →
Pelo enunciado, temos: ||G(t)|| = G(t). G(t) = k 2

→ →
Como  G(t). G(t) é uma constante, então sua derivada é nula. Usando a regra da derivada do
produto escalar,
temos:

[G(t). G(t) ] = dt [G(t) ]. G(t) + G(t). dt [G(t) ] = 2 (G(t). dt [G(t) ] ) = 0


d → → d → → → d → → d →

dt

d
[ ]
→ →
Logo, G(t). dt G(t) = 0



Como o produto escalar será 0 (zero), o vetor G(t)  e o vetor G'(t)  serão ortogonais.
Por fim, as derivadas de ordem superior serão definidas de forma semelhante, isto é, a
derivada de ordem n
da função vetorial será obtida pelas derivadas de
ordem n das
funções componentes.

 EXEMPLO


Exemplo 2 - Vamos obter a derivada de
segunda ordem da função G(u) = 〈sec u,  u 2 + 1,  3e u〉.

SOLUÇÃO

No exemplo anterior, já foi obtido que: G'(u) = 〈sec u tg u ,   2u ,  3e u〉

( )
→ → ,
Assim, G''(u) = G'(u)

() () ()
g 1 u = sec u → g 1, u = sec u tg u → g ,1, u = sec u tg 2u + sec 3u

g (u ) = u + 1 → g (u ) = 2u → g (u ) = 2
2
2 ,
3
,,
2

g (u ) = 3e → g (u ) = 3e → g (u ) = 3e
3
u ,
3
u ,,
3
u

Portanto,


G''(u) = 〈sec u tg 2u + sec 3u, 2,  3e u〉 

INTEGRAIS DAS FUNÇÕES VETORIAIS


De forma semelhante à operação do limite e da derivada, a integração de funções
vetoriais
segue a mesma
definição da integração de uma função real e será calculada por meio
da
integração de suas funções
componentes.

()

Assim, seja F(t) = 〈f 1(t), f 2(t), …,  f n t 〉 ∈ R n, com t real, definida em [a,b]:


b b b
∫ baF(t)dt = 〈 ∫ f 1(t)dt,   ∫ f 2(t)dt,  …,   ∫ f n(t)dt〉 ∈ R n
a a a

Portanto, a integração definida de uma função vetorial terá como


resultado um vetor. A função será
integrável se existirem todas as integrais
definidas das funções componentes.

Também podemos utilizar o teorema fundamental do cálculo e


verificar que:

|b
→ → → →
∫ baF(t)dt = G(t) a = G(b) - G(a)

→ →
→ →
Onde G(t) é uma primitiva de F(t), isto é, G'(t) = F(t)
TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO

∫ baf(x)dx = [F(x)] ba = F(b) - F(a)

 EXEMPLO
π
→ →
Considerando a função H(u) = u x̂ + cos u ŷ - sec 2u ẑ para u > 0, determine ∫ 04 H(u)du.

SOLUÇÃO
π π π π π

( )
∫ 04 H(u)du = ∫ 04 u x̂ + cos u ŷ - sec 2u ẑ du = ∫ 04 u du x̂ + ∫ 04 cos u du ŷ - ∫ 04 sec 2u du ẑ

|
π 4 π π
→ u2
∫ 04 H(u)du = 2 x̂ + sen u| 04 ŷ - tg u| 04 ẑ
0

(() ) ( ( ) ( )) ( ( ) ( ))
π
→ 1 π 2 π π
∫ 04 H(u)du = 2 4
- 0 x̂ + sen 4 - sen 0 ŷ - tg 4 - tg 0 ẑ

π
→ π2 √2
∫ 04 H(u)du = x̂ + ŷ - ẑ
32 2
TEORIA NA PRÁTICA

{
x = t3 - t2 + 1

Um objeto se desloca em uma trajetória definida pela função F(t) = y = t 2 - 8t + 4 , com t > 0 e as
z=t+8

componentes medidas em metro.

Considere como sentido positivo da trajetória o sentido do crescimento do parâmetro t.


Determine o valor do
módulo da velocidade e da aceleração do objeto para o instante t =
2.

SOLUÇÃO
Como o enunciado informa, a posição do objeto será dada pela imagem da função
vetorial.

Como a velocidade será a taxa de variação instantânea da posição, a velocidade será a


derivada da posição
em relação ao parâmetro t. Portanto, será
derivada da função
vetorial.

Assim, temos:


( ,
) ( ,
)
v(t) = F'(t) = 〈 t 3 - t 2 + 1 , t 2 - 8t + 4 , (t + 8) , 〉


v(t) = F'(t) = 〈3t 2 - 2t,  2t - 8,  1〉 m/s


Para t = 2→ v(2) = 〈3.4 - 2.2,  2.2 - 8,  1〉 = 〈8, - 4,1〉 m/s

|v (2 )| = √8 2 + ( - 4) 2 + 1 2 = √64 + 16 + 1 = √81 = 9 m/s


Como a aceleração será a taxa de variação instantânea da velocidade, a


aceleração
será a derivada da
velocidade em relação ao parâmetro t. Portanto,
será derivada da
função vetorial.

Assim, temos:


( )
,
a(t) = F''(t) = 〈 3t 2 - 2t , (2t - 8) , , (1) , 〉


a(t) = F ' ' (t) = 〈6t - 2,  2,  0〉 m/s2

a(2) = 〈6.2 - 2,  2,  0〉 = 〈10,2, 0〉 m/s2


Para t = 2→ →

|a (2 )| = √10 2 + 2 2 + 0 2 = √100 + 4 + 0 = √104 = 2√26 m/s2



MÃO NA MASSA

→ T+6 √T - √2
1. CONSIDERANDO A FUNÇÃO F(T) = 〈E T - 2, T+2
, T-2
〉, CASO EXISTA, QUAL É O LIMITE

DE F(T) QUANDO T TENDE A 2?

A) O limite não existe.

→ √2
B) lim  F(t) = 〈1,  2 ,   4 〉
t→2

→ √2
C) lim  F(t) = 〈∞,  2 ,   4 〉
t→2


D) lim  F(t) = 〈1,  2 ,  0〉
t→2


2. CONSIDERANDO A FUNÇÃO F(U) = 〈TG U, U 2 + 3,  SEN U + COS U〉, PARA U REAL,
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA UM VETOR COM DIREÇÃO PARALELA À
Π
DIREÇÃO TANGENTE À CURVA DEFINIDA PELA IMAGEM DA FUNÇÃO NO PONTO U = 4
:

A) 〈4 ,π ,0〉

B) 〈-4 ,2π ,0〉

C) 〈4 ,0 ,8〉

D) 〈0 ,2π ,4〉


3. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA O VALOR DE ∫ Π0 G(U)DU, SENDO

{
X = U - EU

G(U) = Y = 1 - U 2 , U REAL:
Z = SEN U

A)
( π2
2 ) ( π3
)
+ e π - 1 x̂ + π + 3 + 1 ŷ + (π + 2)ẑ

(
B) e π + 1 x̂ + ) ()
π3
3
ŷ + cos 2ẑ
( )
C) π 3 + 1 x̂ + (π + 1)ŷ + 2ẑ

D)
( π2
2 ) ( ) π3
- e π + 1 x̂ + π - 3 ŷ + 2ẑ

( )
→ →
4. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA O VALOR DE ∫ 10 H(T) X F(T)  DT, SENDO

{
X=3
→ →
H(T) = 〈2T,  2 ,  1〉 E F(T) = Y = T 2 + 1 , T REAL:
Z = 2T - 1

4 8 9
A) 〈 - 3 , 3 , 2 〉
2 1 7
B) 〈 3 , 3 , 2 〉

4 8 9
C) 〈 3 , 3 , 2 〉
2 5 1
D) 〈 - 3 , 3 , 2 〉

→ U U 2 + 6U - 1 U + 8
5. CONSIDERANDO AS FUNÇÕES F(U) = 〈 , , 〉E
2 SENU U+1 U+4
→ U 2U → →
G(U) = 〈 , , 8〉, CASO EXISTA, QUAL SERÁ O LIMITE DE F(U) X G(U) QUANDO
( U - 1 ) 2 - 1 COS U
U TENDE A 0 (ZERO)?

1
A) 〈 - 8, - 5, - 2 〉
1
B) 〈 - 1, 2, 〉
2

C) O limite não existe.

1
D) 〈8, 5, 2 〉


6. CONSIDERANDO AS FUNÇÕES F(U) = 〈3U 2 + E U,   2 SEN 2U, √U〉 E

G(U) = 〈4,  U 2 + 1,   U + 1〉, DEFINIDAS PARA U > 0 E A FUNÇÃO REAL V(U) = U2, QUAL
→ →
SERÁ A DERIVADA DA FUNÇÃO M(U) = F(U). G(V(U)) PARA M=1?

A) 8 – 2e + 4 cos 2 – 16 sen 2

B) 12 + 2e – 2 sen 2 – 8 cos 2

C) 29 + 4e + 8 cos 2 + 16 sen 2
D) 4e2 + sen 2 – cos 2

GABARITO

→ t+6 √t - √2 →
1. Considerando a função F(t) = 〈e t - 2, t + 2 , t - 2 〉, caso exista, qual é o limite de F(t) quando t tende a 2?

A alternativa "B " está correta.

→ t+6 √t - √2
lim  F(t) = 〈lim  e t - 2, lim   t + 2 ,  lim   t - 2 〉
t→2 t→2 t→2 t→2

✓ Por substituição direta: lim e t - 2 = e 2 - 2 = e 0 = 1


t→2
t+6 2+6
✓ Por substituição direta: lim = =2
t+2 2+2
t→2

√t - √2 0
✓ Por substituição de função: lim t-2
= 0
t→2

Porém, (t - 2) = (√t + √2 )(√t - √2 )


√t - √2 √t - √2 1 1 √2
Logo, lim t-2
= lim = lim = = 4
t→2 t→2 ( √t + √2 ) ( √t - √2 ) t→2 ( √t + √2 ) 2√ 2

→ √2
Assim, lim  F(t) = 〈1,  2 ,   4 〉
t→2


2. Considerando a função F(u) = 〈tg u, u 2 + 3,  sen u + cos u〉, para u real, assinale a alternativa que apresenta
π
um vetor com direção paralela à direção tangente à curva definida pela imagem da função no ponto u = 4 :

A alternativa "A " está correta.

A direção tangente à curva em um ponto é dada pela derivada da função vetorial no ponto desejado.


→ ,
Se F(u) = 〈tg u, u 2 + 3,  sen u + cos u〉 → F'(u) = 〈(tg u) , , u 2 + 3 ,  (sen u + cos u) , 〉( )

F'(u) = 〈sec 2u,  2u , cos u - sen u〉

() () () () ()
→ π π π π π π
F' 4 = 〈sec 2 4 ,  2 4  , cos  4 - sen  4 〉 = 〈2 ,   2 , 0〉

Qualquer vetor paralelo à direção tangente terá componente dado por:


w = k F'

()
π
4
π
= k〈2 ,   , 0〉 = 〈2k ,  
2
πk
2
, 0〉 ,  k real


Se k = 2 → w = 〈4 , π , 0〉

{
x = u - eu
→ →
3. Assinale a alternativa que apresenta o valor de ∫ π 2
0 G(u)du, sendo G(u) = y = 1 - u , u real:
z = sen u

A alternativa "D " está correta.


∫π

π
( u
)
π 2
( π
)
0 G(u)du = ∫ 0 u - e du x̂ + ∫ 0 1 - u du ŷ + ∫ 0 sen u du ẑ

( | ( |
π π
π→ u2 u3 π
u
∫ 0 G(u)du = 2
-e x̂ + u - 3 ŷ + (- cos u| 0 ẑ
0 0

π→
∫ 0 G(u)du =
(
π2
2 ) ( π3
)
- e π - 0 + e 0 x̂ + π - 3 - 0 + 0 ŷ + (- cosπ + cos 0)ẑ

∫π

0 G(u)du = ( ) ( )
π2
2
- e π + 1 x̂ + π -
π3
3
ŷ + 2ẑ

{
x=3

(H(t) x F(t) ) dt, sendo H(t) = 〈2t,  2 ,  1〉 e F(t) =


→ → → →
4. Assinale a alternativa que apresenta o valor de ∫ 10 y = t2 + 1 ,
z = 2t - 1

t real:

A alternativa "A " está correta.

→ u u 2 + 6u - 1 u + 8 → u 2u
5. Considerando as funções F(u) = 〈 , , 〉 e G(u) = 〈 , , 8〉, caso exista, qual será o
2 senu u+1 u+4 (u-1) 2-1 cos u
→ →
limite de F(u) x G(u) quando u tende a 0 (zero)?

A alternativa "A " está correta.


→ →
6. Considerando as funções F(u) = 〈3u 2 + e u,   2 sen 2u, √u〉 e G(u) = 〈4,  u 2 + 1,   u + 1〉, definidas para u > 0 e
→ →
a função real v(u) = u2, qual será a derivada da função m(u) = F(u). G(v(u)) para m=1?

A alternativa "C " está correta.


GABARITO

VERIFICANDO O APRENDIZADO


1. SABENDO QUE G(U) = 〈2 COS 2U,  U 3 + 2,  LN U 〉, PARA U > 0, QUAL É A DERIVADA DE
→ Π
G(U) PARA U= 4 ?

π2 2
A) 〈4,   16 , π  〉

3π 2
B) 〈- 1,   8 , 4 〉

3π 2 4
C) 〈- 4,   ,  〉
16 π

π2 1
D) 〈4,   6 , π  〉

→ 3U 2 1 →
2. SABENDO QUE G(U) = 〈U,   4
,   2  〉, PARA U REAL, QUAL É O MÓDULO DO VETOR W,
4
→ →
JÁ QUE W = ∫ G(U)DU?
0

A) 16

B) 18

C) 20

D) 22

GABARITO
→ → π
1. Sabendo que G(u) = 〈2 cos 2u,  u 3 + 2,  ln u 〉, para u > 0, qual é a derivada de G(u) para u= ?
4

A alternativa "C " está correta.


De acordo com o conceito da derivada de uma função vetorial:

→ →
Se G(u) = 〈2 cos 2u,  u 3 + 2,  ln u 〉 → G'(u) = 〈(2 cos 2u) ',   u 3 + 2 ,  (ln u) ' 〉 ( ) '

( )
G'(u) = 〈- 4sen 2u ,  3u 2,  〉 → G'
1
u

() π
4
= 〈- 4sen 2
( ) ()
π
4
,  3
π 2 1
4
, π
4
 〉


G' ()
π
4
= 〈- 4,  
3π 2
16
,
π
4
 〉

→ 3u 2 1 4→
→ →
2. Sabendo que G(u) = 〈u,   4 ,   2  〉, para u real, qual é o módulo do vetor w, já que w = ∫ G(u)du?
0

A alternativa "B " está correta.

De acordo com o conceito da integral de uma função vetorial:

→ 4→ 4
( )
w = ∫ 0 G(u)du = ∫ 0 u du x̂ + ∫ 0
4 3u
4
2
41
du ŷ + ∫ 0 2 du ẑ

(| (| ( |
4 4 4
→ u2 u3 1

w= ∫ 40 G(u)du = x̂ + ŷ + u ẑ
2 4 2
0 0 0

→ 4→
w = ∫ 0 G(u)du =
( ) ( )
16
2
- 0 x̂ +
64
4
- 0 ŷ + (2 - 0)ẑ

^
w = 8x̂ + 16ŷ + 2z  → |w | = √8 2 + 16 2 + 2 2 = √324 = 18
→ →

MÓDULO 3

 Empregar as funções vetoriais no


estudo das curvas no plano e no espaço,

bem como no movimento de um objeto

INTRODUÇÃO
A imagem de uma função vetorial pode ser analisada como o traçado de uma curva, que é
percorrida
conforme o parâmetro varia. Assim, uma aplicação da função vetorial é o
estudo de curvas no plano e no
espaço.
Os vetores e as retas normais e tangenciais à curva, bem como o comprimento do arco e a
curvatura, podem
ser obtidos por meio da função vetorial.

Este módulo apresentará tal estudo e a aplicação do conceito na análise do movimento de


um objeto.

VETOR E RETA TANGENTE À CURVA


Como já vimos, a imagem de uma função vetorial pode ser analisada como a trajetória de
uma curva no
plano ou no espaço.

Como também já analisamos, a derivada da função vetorial terá a direção tangente à


trajetória da curva
traçada pela função. Assim, podemos, por meio da função derivada,
obter um versor que definirá a direção

( )

tangente à curva no ponto F t 0 .

Como a derivada da função é um vetor tangente à curva no ponto t0, então,


conforme se
estuda em

geometria analítica, o versor que definirá a direção tangente à curva será


dado por:

F' ( t0 )
( )

T t0 =

| |

F' ( t0 )

| ( )|

Para F' t 0 ≠ 0.

Lembre-se de que o versor é um vetor unitário, isto é, de módulo igual a 1.

Se soubermos um ponto da reta e sua direção (vetor diretor), poderemos definir sua
equação.


( ) ( )

A reta tangente à curva passa pelo ponto F t 0 e tem vetor diretor dado pelo valor de F' t 0 . Portanto, a

equação paramétrica da reta tangente à curva pode ser obtida por:

( ) ( )
→ → →
r (λ) - F t 0 = λF' t 0 , λ real

 EXEMPLO


Exemplo 1 - Considerando a função F(t) = 〈2 sen t,  2 cos t,  5〉, definida para t ∈ [0,2π], determine o vetor, de
π
módulo 3, tangente à curva para t = 4

SOLUÇÃO
Vamos obter a derivada da função vetorial:


F'(t) = 〈(2 sen t)',  (2 cos t)',  (5)'〉 = 〈2 cos t,   - 2 sen t ,  0〉

Então,

|| F'(t)|| = √(2 cost) 2 + ( - 2 sen t) 2 + 0 = √4((cost) 2 + (sen t) 2 ) = 2
Assim, o versor tangente à curva no ponto t0 será:


→ F' (t) 1
T(t) = = 2 〈2 cos t,   - 2 sen t ,  0〉 = 〈 cos t,   -  sen t ,  0〉
|F' (t) |

Para t0= →T
π
4

() π
4
π
4
π
= 〈cos  ,   -  sen   ,  0〉 = 〈
4
√2
2
 , -
√2
2
,  0〉 =  
√2
2
x̂ -
√2
2


Como o vetor u terá módulo 3, então:

()
→ π 3√ 2 3√ 2

u = 3T =〈  , - ,  0〉
4 2 2

Portanto, no ponto t =
π
4

, isto é, F ()
π
4
π π
= 〈2 sen  ,  2 cos  ,  5〉 = 〈√2, √2, 5〉,
o versor tangente será
4 4

() √2 √2
→ π 3√ 2 3√ 2

T =  x̂ - ŷ e o vetor pedido será u = x̂ - ŷ
4 2 2 2 2

 EXEMPLO


Exemplo 2 - Considerando a função F(t) = 〈2 sen t,  2 cos t,  5〉, definida para t ∈ [0,2π], determine a reta
π
tangente à curva para t =

SOLUÇÃO
Vamos obter a derivada da função vetorial:


F'(t) = 〈(2 sen t)',  (2 cos t)',  (5)'〉 = 〈2 cos t,   - 2 sen t ,  0〉

Obtendo a equação da reta tangente a curva, temos:

→ →
( ) ( ) ( ) ( )
→ → → →
r (λ) - F t 0 = λ F' t 0 → r (t) = F t 0 + λ F' t 0 , λ real


r (λ) = 〈2 sen t 0,  2 cos t 0,  5〉+ λ 〈2 cos t 0,   - 2 sen  t 0 ,  0〉
π
Substituindo t = , temos:
4


π π π π
r (λ) = 〈2 sen  ,  2 cos  ,  5〉 + λ 〈2 cos  ,   - 2 sen    ,  0〉
4 4 4 4


r (λ) = 〈√2, √2, 5〉 + λ 〈√2, - √2, 0〉 = 〈√2 + λ√2, √2 - λ√2, 5〉

{
x= √ 2 + λ√ 2

r (λ) = y = √2 - λ√2 ,  λ real
z=5
VETOR NORMAL E BINORMAL À CURVA
Outro vetor que pode ser obtido é o vetor normal à curva no ponto t0.

Qualquer vetor que apresente um produto escalar com o vetor tangente igual a 0 (zero)
será normal à curva.
Lembre-se de que, no caso do plano, só existe uma direção normal,
mas, no caso do espaço, existem
infinitas direções normais.

Vamos usar um conceito que já foi visto em um exemplo anterior. Se o módulo de um vetor
for constante
para todos os valores do parâmetro, então o vetor será ortogonal a sua
derivada.

→ F' (t)
Considere o versor tangente à curva T(t) = Como já é de nosso
conhecimento, por ser um versor,

| |

F' (t)

|T(t) | = 1 para todos os valores de t; assim,


obrigatoriamente: T(t). T'(t) = 0
→ → →

→ →
Portanto, o vetor T'(t) será perpendicular ao vetor tangente T(t) e, então, normal à curva. Basta, agora,
transformar o mesmo em um versor.


Definimos o versor normal principal ou vetor normal principal
unitário N(t) como:

→ T  ' (t)
N(t) =

| |

T  ' (t)

 EXEMPLO


Exemplo 1- Considere a função F(t) = 〈2 sen t,  2 cos t,  5〉, definida para t ∈ [0,2π]. Determine o versor normal
π
principal à curva para t = 4

SOLUÇÃO
Como calculado nos exemplos anteriores:

→ F' (t)
T(t) = = 〈 cos t,   -  sen t ,  0〉

| |

F' (t)


T'(t) = 〈( cos t)',  ( -  sen t)' ,  (0)'〉 = 〈-  sen t ,   - cos t ,  0〉



Observe como T(t) e T , (t) são ortogonais:



T(t). T , (t) = cost(- sent) + (- sent t)(- cost) + 0.0 = - sent cost + sen t cost = 0

Isso era o esperado!



Calculando o módulo do vetor T , (t), temos:

| |

T '(t) = √( - sent) 2 + ( - cost) 2 + 0 2 = 1
Portanto, o vetor unitário principal será:
→ →
→ T  ' (t) T  ' (t)
N(t) = = =〈-  sen t ,   - cos t ,  0〉
1

| |

T  ' (t)

π → π π √2 √2
Para t = 4 → N(t) = 〈-  sen  4  ,   - cos  4  ,  0〉 = 〈- 2 , - 2 , 0〉

→ → →
Outro vetor que pode ser definido para uma curva é o vetor binormal
B(t) = T(t) x N(t)

→ →
Como o vetor binormal é o resultado de um produto vetorial entre T(t) e N(t), ele
será ortogonal à direção
tangente à curva e ortogonal à direção normal principal da
curva. Por isso, ele é denominado binormal. Por
ser um produto vetorial
entre dois
vetores ortogonais e unitários, o vetor binormal também é um vetor
unitário.

 EXEMPLO


Exemplo 2 - Considere a função F(t) = 〈2 sen t,  2 cos t,  5〉, definida para t ∈ [0,2π], e determine o vetor
π
binormal à curva para t = 4

SOLUÇÃO
Como calculado nos exemplos anteriores:

→ F' (t)
T(t) = = 〈 cos t,   -  sen t ,  0〉

| |

F' (t)


N(t) = 〈-  sen t ,   - cos t ,  0〉

| |
x̂ ŷ     ẑ
→ → →
B(t) = T(t) x N(t) = cos t    -  sent     0
-  sent    -  cost     0


(
B(t) = - cos 2t ẑ - sen 2t ẑ =   - cos 2t + sen 2t ẑ = - 1 ẑ )

B(t) = 〈0,0, - 1〉

COMPRIMENTO E CURVATURA DE UMA CURVA



Considere uma curva em que conhecemos a equação paramétrica da trajetória dada pela
função vetorial F(t):

{
x = f(t)

F(t) = y = g(t) , t real
z = h(t)

Podemos definir uma equação que determina o comprimento da curva entre dois
pontos de seu domínio.


Imagine uma curva C descrita pelas equações paramétricas de F(t) = 〈f(t), g(t), h(t)〉, com
f’(t), g’(t) e h’(t)
contínuas, para a≤t≤b. Caso a trajetória de C seja percorrida
apenas uma vez, quando t varia de a até
b, o
comprimento da curva C, entre a e
b, será
dado por:

√( ) ( ) ( )
→ d 2 d 2 d 2
L = ∫ ba|| F'(t)||dt = ∫ ba x(t) + y(t) + z(t)
dt dt dt


L = ∫ ba|| F'(t)||dt = ∫ ba (f'(t)) 2 + (g'(t)) 2 + (h'(t)) 2dt

Para o caso do plano, não existirá a componente z, e a
fórmula se reduzirá a:

√( ) ( )
→ d 2 d 2
L = ∫ ba|| F'(t)||dt = ∫ ba
dt
x(t) +
dt
y(t) √
dt=∫ ba (f'(t)) 2 + (g'(t)) 2 dt

Também podemos obter uma função comprimento de arco que mede desde um ponto
inicial t = a:


s(t) = ∫ at || F'(t)||dt = ∫ at (f'(t)) 2 + (g'(t)) 2 + (h'(t)) 2dt

 EXEMPLO


Exemplo 1 - Considere a função F(t) = 〈2 sen t,  2 cos t,  5〉, definida para t ∈ [0,2π], e determine o
comprimento da curva entre t = 0 e t =2π.

SOLUÇÃO

F'(t) = 〈(2 sen t)',  (2 cos t)',  (5)'〉 = 〈2 cos t,   - 2 sen t ,  0〉


L = ∫ 2π 2π
0 F'(t)||dt = ∫ 0
|| √
(2 cost) 2 + (- 2 sent) 2 + (0) 2dt

L = ∫ 2π
0 √
4 cos 2t + 4sen 2tdt = ∫ 2π 2π
0 2dt = 2t| 0 = 4π

 EXEMPLO


Exemplo 2 - Considere a função F(t) = 〈2 sen t,  2 cos t,  5〉, definida para t ∈ [0,2π], e determine a função
comprimento do arco que mede o comprimento da
curva desde o ponto t = 0.

SOLUÇÃO

F'(t) = 〈(2 sen t)',  (2 cos t)',  (5)'〉 = 〈2 cos t,   - 2 sen t ,  0〉


s(t) = ∫ 0t || F'(t)||dt = ∫ 0t (2 cost) 2 + (- 2 sent) 2 + (0) 2dt

s(t) = ∫ 0t 4 cos 2t + 4sen 2tdt = ∫ 0t 2dt = 2t| 0t = 2t

Uma curva pode ser parametrizada por meio do parâmetro comprimento do(s) arco(s). A
vantagem dessa
parametrização é que o comprimento ficará visível na própria imagem
obtida pela variação do parâmetro.

As curvas parametrizadas pelo comprimento de arco têm a derivada da função, isto é, sua
velocidade com
módulo 1, pois, a cada variação de uma unidade do parâmetro, ocorrerá a
variação de uma unidade de
comprimento de arco.

 EXEMPLO


Exemplo 3 - Parametrize a curva definida
pela função F(t) = 〈2 sen t,  2 cos t,  5〉 para t ∈ [0,2π] por meio de
seu comprimento de arco.

SOLUÇÃO
No exemplo anterior, foi obtido que: s(t) = 2t, assim t = s/2

→ s s
Portanto, com o novo parâmetro, a equação da curva será: F(s) = 〈2 sen   ,  2 cos  ,  5〉
2 2

Assim, para obtermos dois pontos com uma diferença de comprimento entre eles de 2
unidades, basta
obtermos um ponto com s = s0 e o outro com s =
s0 + 2, por exemplo.

Sua derivada será:

( ) ( )
→ s , s ,
F'(s) = 〈 2 sen  2 ,   2 cos  2 ,  (5)'〉 = 〈 cos t,   -  sen t ,  0〉


|| F'(s)|| = √cos 2t + ( - sen t) 2 + 0 = √cos 2t + sen 2t = 1

CURVATURA

A curvatura indica quão rapidamente uma


trajetória muda com a variação do parâmetro, ou seja:

| |

dT
k= ds

CURVATURA
Taxa de variação do módulo do versor tangente em relação ao comprimento do arco.


Conhecemos o valor de T em relação ao parâmetro t, e não em relação ao comprimento
s. Por isso, devemos
usar a regra da cadeia:

→ → → →

dT dT ds dT dT / dt T  ' (t)
= → = =  
dt ds dt ds ds / dt s' (t)

No entanto, pelo teorema fundamental do cálculo, aplicado na fórmula da


função comprimento de arco,
temos:

→ →
s(t) = ∫ at || F'(t)||dt → s’(t)=|| F'(t)||

Portanto:

| |

T  ' (t)

k(t) =

| |

F' (t)

Caso a curvatura seja diferente de 0 (zero), definimos o raio de curvatura


ρ(t) como o inverso da curvatura.
Logo:

1
ρ(t) = , para k(t) ≠ 0
k(t)

Existe outra fórmula que pode ser obtida pelas definições apresentadas, a partir da
manipulação matemática,
que determina a curvatura apenas em relação à função vetorial
que define a curva.

Observe:

| |
→ →
F ' ( t )  x F ' ' ( t )

k(t) =  

| |
→ 3
F' (t)


SAIBA MAIS

A demonstração dessa fórmula pode ser estudada pelas


referências apresentadas ao final do tema.

 EXEMPLO


Considere a função F(t) = 〈2 sen t,  2 cos t,  5〉, definida para t ∈ [0,2π] Determine a curvatura da curva
definida pela função.

SOLUÇÃO
Já foi calculado anteriormente para esta função que:

T ' (t) = 〈( cos t)',  ( -  sen t)' ,  (0)'〉 = 〈-  sen t ,   - cos t ,  0〉  

| |

T '(t) = √( - sent) 2 + ( - cost) 2 + 0 2 = 1
Além disso,


F , (t) = 〈(2 sen t) , ,  (2 cos t) , ,  (5) , 〉 = 〈2 cos t,   - 2 sen t ,  0〉


||F'(t)|| = √(2 cost) 2 + (- 2 sent) 2 + (0) 2 = 2

| |

T  ' (t)
1
k(t) = =
2

| |

F  ' (t)

Neste exemplo, por se tratar de uma circunferência, a curvatura não


dependeu do parâmetro, isto é, da
posição na curva.

MOVIMENTO NO ESPAÇO: VELOCIDADE E


ACELERAÇÃO
Os vetores normais e tangenciais definidos no início deste módulo podem ser usados para
estudarmos o
movimento de determinado objeto, sua velocidade e aceleração, quando ele
estiver percorrendo uma
trajetória estipulada por uma curva plana ou espacial.


Agora, veremos a funçãoF(t), que define a trajetória percorrida pelo objeto.

A velocidade é uma grandeza vetorial expressa como a


taxa de variação (derivada) da posição com o tempo.
A velocidade tem direção tangencial
à curva. Assim:

| |
→ →
d →
v(t) = dt s(t) = F , (t) = F , (t) T(t)

Da mesma forma, a aceleração é uma grandeza


vetorial obtida pela taxa de variação (derivada) da velocidade
pelo tempo.
Dessa forma:

→ →

a(t) = v '(t) = F'(t)

Porém,


v(t) = | v(t) |T(t)
→ →

| |
d d →
dt ( |
v(t) |T(t) ) =
→ → →
v '(t) T(t) + |v(t) |T'(t)
→ → → →
a(t) = v(t) =
dt
Como pode ser verificado, a aceleração tem uma componente tangencial e uma normal
(ortogonal à
tangencial).

| |


A aceleração tangencial, v , (t) T(t), que tem a direção tangencial à curva, é responsável pela
mudança do

módulo da velocidade.


A aceleração normal, | v(t) |T'(t), que é ortogonal à curva, é responsável pela mudança da direção
do vetor

velocidade.

Logo,

| |
→ → →
a(t) = v '(t) T(t) + | v(t) |T'(t)
→ →

Entretanto,

|T ' ( t ) |
| |


| |

k(t) = → T'(t) = F'(t) k(t)
|F ' ( t ) |


T' (t)
| | | |
→ → → → → →
N(t) = → T'(t) = T'(t) N(t) = F'(t) k(t)N(t)
|T' (t) |

| |

Como | v(t) | = F , (t) , então a parcela anormal terá valor:

|F'(t) |T'(t) = |F'(t) ||F'(t) |k(t)N(t) = |F'(t) |2k(t)N(t)


→ → → → → → → →
|v(t) |T'(t) =

Assim,

| |
d→ →
| |
→ → → 2 →
a(t) = dt v(t) = v '(t) T(t) + F'(t) k(t)N(t)

→ →
Repare que a aceleração sempre estará contida no plano formado pelos vetores
T(t) e N(t). Esse plano é
denominado plano osculador. Podemos manipular
esta fórmula para depender apenas da função vetorial e
de suas derivadas.

| F ' ( t )  x F ' ' ( t ) |


→ →

Substituindo a fórmula da curvatura k(t) =  


|F' (t) | 3

Então,

| F ' ( t )  x F ' ' ( t ) |


→ →

|F'(t) | k(t) =
→ 2
 
|F' (t) |

(| | ) | || |
→ →
(| | ) | |
→ → → → → → 2 → →
Seja v(t). a(t) = F'(t) T(t) . v '(t) T(t) + F'(t) k(t)N(t) = F'(t) v '(t)

Logo,
| |
→ →
→ → →
v(t) .a(t) F, (t) .F, , (t)
v , (t) = =

| | | |
→ →
  F, (t) F, (t)

Portanto,

| F ' ( t )  x F ' ' ( t ) |


→ →
→ →


F' (t) .F' ' (t) → →
a(t) = T(t) + N(t)
|F' (t) | |F' (t) |
→ →

Consequentemente, temos:

| F ' ( t )  x F ' ' ( t ) |


→ →
→ →


F' (t) .F' ' (t) → → →
a T(t) = T(t) e a N(t) = N(t)
|F' (t) | |F' (t) |
→ →

TEORIA NA PRÁTICA

Um objeto se desloca em uma trajetória definida pela função F(t) = 〈4t 2, 4t 2, 4t 3〉, com
t ≥ 0. Determine o
módulo da velocidade, da aceleração tangencial e da aceleração normal
para o instante de t = 1.
FUNÇÃO VETORIAL –
MOVIMENTO NO ESPAÇO

MÃO NA MASSA

{
X = P2 + 2

1. CONSIDERANDO A CURVA C IMAGEM DA FUNÇÃO G(P) = Y=P , P REAL,
3
Z=1-P

ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA UM VETOR PARALELO AO VETOR


TANGENTE À CURVA C NO PONTO (3,1,0):

A) 〈1,  3, 5〉

B) 〈4,  2,  –  6〉


C) 〈1 ,  2,  6〉

D) 〈2,  0,  –  3〉

{
X = 2COS T + 2

2. CONSIDERANDO A CURVA DEFINIDA PELA FUNÇÃO G(T) = Y = 2T , T ∈ [0,2Π],
Z = 3 - 2SEN T
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA O VERSOR NORMAL PRINCIPAL NO PONTO
Π
T= 3
:

√3 1
A) 〈 2 , 0, 2 〉

1 √2
B) 〈 , 1, 〉
2 2

1 √3
C) 〈- 2 , 0, 2 〉

1 √3
D) 〈 2 , 0, - 2 〉

3. CONSIDERANDO A CURVA DEFINIDA PELA FUNÇÃO

{
X=4

H(T) = Y = 3 SEN T + 3 ,    T ∈ [0,2Π], ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA O
Z = 3 - 3COS T
Π
VETOR BINORMAL PRINCIPAL NO PONTO T = :
6

→ 1 √3
A) B(t) = 〈0,     , 〉
2 2


B) B(t) = 〈1 ,  0 , 1〉


C) B(t) = 〈1 ,  0 , 0〉

→ 1 √3
D) B(t) = 〈  ,    , 0〉
2 2

4. A RETA R É TANGENTE À CURVA, DEFINIDA PELA FUNÇÃO VETORIAL



F(U) = 〈SEN U, 3 + 3TGU, 2U〉, PARA O PONTO U = Π. O PONTO DA RETA R QUE TEM
ORDENADA NULA É:

A) ( 1 ,  0 ,    π)

B) (- 1 ,  0 ,  2π)


C) ( 1 ,  0 ,  2π - 2)

D) ( 2 ,  0 ,  π - 2)


5. O RAIO DE CURVATURA DA IMAGEM DA FUNÇÃO F(T) = 〈√2T , E T,  E - T〉, PARA T = 0, É:

A) √2

B) 3√2

C) 4√2

D) 2√2

6. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A PARAMETRIZAÇÃO DA CURVA



GERADA PELA FUNÇÃO
F(U) = 〈4 SEN U ,   - 4COS U ,  3U〉 POR MEIO DE SEU
COMPRIMENTO DE ARCO:


A) F(s) = 〈4 sen s ,   - 4cos s ,  3s〉

() s
B) F(s) = 〈4 sen  5  ,   - 4 cos  5 ,   5 s〉() s 3


C) F(s) = 〈4 cos  () s
5
 ,  4 sen  ()s
5
3
,   s〉
5

() s
D) F(s) = 〈 sen  5  ,   -  cos  5 ,  3s〉 ()s

GABARITO

{
x = p2 + 2

1. Considerando a curva C imagem da função G(p) = y=p , p real, assinale a alternativa que apresenta
3
z=1-p

um vetor paralelo ao vetor tangente à curva C no ponto (3,1,0):

A alternativa "B " está correta.



( ) ( )
O vetor tangente à função G(p) será o vetor: G ' (p) = 〈 p 2 + 2 ', (p)', 1 - p 3 '〉 = 〈2p, 1, - 3p 2〉

O ponto (3,1,0) pertence à curva. Necessitamos obter o valor do parâmetro p para obter esse ponto.

Vamos aos cálculos:


{
x = p2 + 2 = 3 → p = ± 1
y=p=1→p=1
z = 1 - p3 = 0 → p = 1

Assim, o valor do parâmetro será p = 1


O vetor tangente à curva C no ponto onde p = 1 será G'(1) = 〈2.1,   1 ,   - 3. 1 2〉 = 〈2,1, - 3〉

Portanto, todo vetor do tipo 〈2,1,   - 3〉k ,  k real → 〈2k, k, - 3k〉

Analisando as alternativas, apenas a letra B tem um vetor deste tipo, que é obtido para k = 2

Dessa forma, o vetor 〈4,2,– 6〉 é paralelo ao vetor tangente no ponto (3,1,0)

{
x = 2cos t + 2

2. Considerando a curva definida pela função G(t) = y = 2t , t ∈ [0,2π], assinale a alternativa que
z = 3 - 2sen t
π
apresenta o versor normal principal no ponto t = :
3

A alternativa "C " está correta.

→ →
O vetor tangente à função G(t) será o vetor: G'(t) = 〈(2cos t + 2) ', (2t) ', (3 - 2sen t) '〉


G'(t)=〈 - 2 sen t,  2,   - 2cos t〉=

|G'(t) | = √(- 2 sen t)2 + 22 + (- 2cos t)2 = √4 + 4sen2t + 4cos2t = √8



→ G' (t) 1 1 1 1
T(t) = = 〈- 2 sen t,  2,   - 2cos t〉 = 〈-  sen t,   , - cos t〉
|G' (t) | √8 √2 √2 √2

→ √2 √2 √2
T(t) = 〈-  sen t,   , - cos t〉
2 2 2

Portanto, obtemos:


T'(t) = 〈 -
( )( )(
√2
2
 sen t
'

√2
2
'
,  -
√2
2
cos t
) '
〉 = 〈-
√2
2
cos t, 0,  
√2
2
sen t〉

|T'(t) | =

√( ) ( -
√2
2
cos t
2
+ 02 +
√2
2
sen t
) √
2
=
1
2
cos 2t +
1
2
sen 2t =
1

√2
=
√2
2

Assim,

√2 √2

→ T' (t) 1
N(t) = = 〈- cos t, 0,   sen t〉 = 〈- cos t, 0,  sen t〉
2 2
|T' (t) | √2 / 2


N () π
3
π
= 〈- cos  , 0,  sen  〉 = 〈- , 0,
3
π
3
1
2
√3
2

{
x=4

3. Considerando a curva definida pela função H(t) = y = 3 sen t + 3 ,    t ∈ [0,2π], assinale a alternativa que
z = 3 - 3cos t
π
apresenta o vetor binormal principal no ponto t = :
6
A alternativa "C " está correta.


4. A reta r é tangente à curva, definida pela função vetorial
F(u) = 〈sen u, 3 + 3tgu, 2u〉, para o ponto u = π. O
ponto da reta r que tem ordenada nula é:

A alternativa "C " está correta.

Vamos obter a derivada da função vetorial:


F'(u) = 〈(sen u)',  (3 + 3 tg u )',  (2u)'〉 = 〈cos u ,  3sec 2u ,  2〉

Agora, vamos obter a equação da reta tangente a curva:


✓ Ponto de tangência: F(π) = 〈sen π,   3 + 3tg π, 2u〉 = 〈0,   3,  2π〉

→'
✓ Vetor diretor: F (π) = 〈cos π,  3sec 2π ,  2〉 = 〈- 1,  3 ,  2〉

Assim, a equação da reta será:

( ) ( )
→ → →
r (t) = F u 0 + λF' u 0 , λ real

{
x = λ( - 1)
→ →
r (λ) = 〈0,  3,2π 〉 + λ 〈- 1,  3 ,  2〉 → r (λ) = y = 3 + λ 3 ,  λ real
z = 2π + λ 2

Para y = 0 → 3 + 3λ = 0 → λ = – 1. Logo, temos:


{
x = - (- 1) = 1

r ( - 1) = y = 3 -  3 = 0
z = 2π - 2

Portanto, o ponto será: (1 ,0 ,2π-2)


5. O raio de curvatura da imagem da função F(t) = 〈√2t , e t,  e - t〉, para t = 0, é:

A alternativa "D " está correta.

| F ' ( t )  x F ' ' ( t ) |


→ →

k(t) =  
|F' (t) | 3

(√2t ) , ,   (et ) , ,   (e - t ) , 〉 = 〈√2, et, - e - t〉



F'(t) = 〈

√ (√2 )2 + (et )2 + (e - t ) 2 =

→ 1
||F'(t)|| = 2 + e 2t +
e 2t

√ (e )
2t 2
+1
e 4t + 2e 2t + 1 e 2t + 1



||F'(t)|| = = =
e 2t e 2t et

(√2 ) , ,   (et ) , ,   (- e - t ) , 〉 = 〈0, et, e - t〉  



F''(t) = 〈

| |
x̂ ŷ ẑ
t
→ →
F'(t) x F''(t) = √2 e -e -t = x̂ + √2 e t ẑ - √2 e - t ŷ + x̂ = 2x̂ - √2 e - t ŷ + √2 e t ẑ
0 e t e - t 

√(2) + (- √2 e ) + (√2 e )



→ →
2 -t 2 t 2 2
||F'(t) x F''(t)|| = = 4 + 2 e 2t +
e 2t

√ ( ) 2
2 e 2t + 1
4e 2t + 2e 4t + 2 e 2t + 1


→ →
||F'(t) x F''(t)|| =
e 2t
=
e 2t
= √2 et

Assim,
e 2t + 1
| F ' ( t )  x F ' ' ( t ) |
→ →

√2 et e 2t
k(t) =   = = √2
|F' (t) | 3 (e )
( )

2t 2
e 2t + 1 3 +1
et

e0 √2 4
k(0) = √2 =
4
→ ρ(0) = = 2√ 2
(e +1 )
0 2 √2

6. Assinale a alternativa que apresenta a parametrização da curva gerada pela função



F(u) = 〈4 sen u ,   - 4cos u ,  3u〉 por meio de seu comprimento de arco:

A alternativa "B " está correta.


GABARITO

VERIFICANDO O APRENDIZADO


1. CONSIDERE A FUNÇÃO H(U) = 〈-  4COS U ,  8,   4 SEN U〉, DEFINIDA PARA U ∈ [0,2Π].
Π
QUAL É O VERSOR NORMAL PRINCIPAL À CURVA PARA U = 6 ?

1 √3
A) 〈- , 0,   〉
2 2

1 √3
B) 〈 , 0,   - 〉
2 2

√3 1
C) 〈 , 0,   - 〉
2 2

√3 1
D) 〈- , 0,   〉
2 2

2. CONSIDERE A FUNÇÃO F(T) = 〈2T ,   COS 2T,  SEN 2T〉, DEFINIDA PARA T ∈ [0, Π]. QUAL
É A CURVATURA DA CURVA?

t
A) 2

B) t

C) 2
1
D) 2

GABARITO

1. Considere a função H(u) = 〈-  4cos u ,  8,   4 sen u〉, definida para u ∈ [0,2π]. Qual é o versor normal
π
principal à curva para u = ?
6

A alternativa "C " está correta.


H'(u) = 〈( -  4cos u)',  (8)', (4 sen u)'〉 = 〈4 sen u,  0,  4cos u〉 

Como calculado nos exemplos anteriores:


||H'(u)|| = √16cos 2u + 0 + 16sen 2u = 4
Assim:

→ H' (t)
T(u) = = 〈 sen u ,  0, cos u〉
|H' (t) |


T'(u) = 〈( sen u)',  (0)' ,  (cos u)'〉 = 〈cos u ,  0,   - sen u〉

|T'(u) | = √(cos u)2 + 0 + ( - sen u)2 = 1


→ →
→ T' (u) T' (u)
Portanto, o vetor unitário principal será: N(u) = = =〈cos u ,  0,   - sen u〉
1
|T' (u) |

π → π π √3 1
Para u = 6 →N(u) = 〈cos  6  ,  0,   - sen  6  〉 = 〈 2 , 0,   - 2 〉


2. Considere a função F(t) = 〈2t ,   cos 2t,  sen 2t〉, definida para t ∈ [0, π]. Qual é a curvatura da curva?

A alternativa "D " está correta.

| F ' ( t )  x F ' ' ( t ) |


→ →

k(t) =  
|F' (t) | 3


F'(t) = 〈(2t)',  (cos 2t)',  (sen 2t)'〉 = 〈2, - 2 sen 2t, 2cos 2t〉


||F'(t)|| = √(2) 2 + (- 2 sen 2t) 2 + (2cos 2t) 2 = √4 + 4sen 22t + 4cos 22t = √4 + 4 = 2√2

F''(t) = 〈(2)',  (- 2 sen 2t)',  (2cos 2t)'〉 = 〈0, - 4cos 2t, - 4 sen 2t〉

| |
x̂ ŷ ẑ
→ →
F'(t) x F''(t) = 2 - 2 sen 2t 2cos 2t    
0 - 4cos 2t - 4 sen 2t

→ →
F'(t) x F''(t) = 8 sen 22t x̂ - 8cos 2t ẑ + 8 cos 22t x̂ + 8 sen 2t ŷ

→ →
F'(t) x F''(t) = 8 x̂ + 8 sen 2t ŷ - 8cos 2t ẑ 

→ →
||F'(t) x F''(t)|| = √(8) 2 + (8 sen 2t) 2 + (- 8cos 2t) 2 = √64 + 64sen 22t + 64cos 22ts
= √64 + 64 = 8√2
Assim,

| F ' ( t )  x F ' ' ( t ) |


→ →
8√ 2 1
k(t) =   = = 2
|F' (t) | 3 ( 2√ 2 ) 3

MÓDULO 4

 Aplicar o sistema de coordenadas


polares ao estudo das curvas polares

INTRODUÇÃO
Já estudamos o sistema cartesiano, no qual o ponto é definido pelas coordenadas (x, y).

Este módulo apresentará o sistema polar e sua aplicação ao estudo de comprimento e de


área de curvas
planas polares.

COORDENADAS E CURVAS POLARES


Um sistema de coordenadas é um sistema de referência para que possamos identificar a
posição de um
ponto no plano ou no espaço por meio da definição de suas coordenadas.

Até aqui, trabalhamos com coordenadas cartesianas no R2, em que as coordenadas


de um ponto eram
definidas por meio de (x, y), que eram, respectivamente, as distâncias
do ponto ao eixo y e ao eixo x.

Outro sistema que pode ser utilizado para as curvas no plano é o sistema de
coordenadas
polares. Para
defini-lo, precisaremos de um ponto (origem) e de uma
semirreta que parta
dessa origem, denominada eixo
polar.
Usando os eixos cartesianos x e y, colocamos a
origem do sistema polar na origem do sistema cartesiano,
isto é, no ponto
O, que é a interseção dos dois eixos. O eixo polar será o eixo
positivo do eixo x.

As coordenadas polares de um ponto serão:

A distância do ponto à origem do sistema polar, representada por ρ.

O ângulo que a reta OP faz com o eixo polar, representada por θ, medido no
sentido anti-horário.

Dessa forma, o ponto P em coordenadas polares será representado por P(ρ, θ), como mostra
o gráfico:

Fonte: Autor
 Figura 5:
Coordenadas polares

Como ρ é uma distância, ele será um número real não negativo, porém, no
sistema polar, também se trabalha
com ρ < 0. O ponto Q (-ρ , θ) será o ponto simétrico
ao ponto P (ρ, θ). O ponto Q também poderia ser
representado por Q (ρ, θ + π).

Consideraremos θ negativo se ele for medido no sentido horário. Assim, o ponto R(ρ, - θ)
poderia ser
representado no plano por R(ρ,2π– θ), como mostra o gráfico:

Fonte: Autor
 Figura
6: Representação dos pontos em coordenadas polares
Conforme observamos, diferentemente do sistema cartesiano, onde cada ponto
tem apenas uma
representação, o mesmo ponto pode ser representado de diversas formas no
sistema de coordenada polar.

RELAÇÃO ENTRE SISTEMA POLAR E CARTESIANO

Pode ser obtida uma relação entre as coordenadas cartesianas de um ponto P(x,y) e suas
coordenadas
polares P(ρ,θ). Veja:

Fonte: Autor
 Figura
7: Relação entre sistema cartesiano e polar

Analisando o gráfico, temos:

{ x = ρ cosθ
y = ρ senθ

Além disso,

{ √x 2 + y 2
ρ=
y
tg θ =
x

 EXEMPLO

π
Exemplo 1 - Determine as coordenadas
cartesianas do ponto P, que tem coordenadas polares (1 , ).
6

SOLUÇÃO
π √3
x = ρ cosθ = 1 cos =
6 2
π 1
y = ρ senθ = 1 sen =
6 2
Assim, o ponto P terá coordenadas cartesianas
( )
√3
2
,
1
2

 EXEMPLO

Exemplo 2 - Determine as coordenadas


polares do ponto P, que tem coordenadas cartesianas (2, – 2).

SOLUÇÃO
ρ= √ x 2 + y 2 = √ 2 2 + 2 2 = 2√ 2
y -2 3π 7π
tg θ = x = 2 = - 1 → θ = 4  ou θ = 4  

Repare que o ponto P está no quarto quadrante (x


positivo e y negativo). Assim, chegamos ao valor do

θ=
4

Dessa forma, P(ρ, θ) = 2√2, ( 7π


4 )
(
Uma questão importante: também poderia ter sido escolhida a coordenada
P(ρ, θ) = 2√2, -
π
4 )

CURVAS POLARES

As curvas no plano R2, que podem ter seu gráfico definido por uma equação
cartesiana, também são
representadas por uma equação polar do tipo ρ = f (θ). Com essa
representação, tais curvas são
denominadas curvas polares.

 EXEMPLO


Exemplo 1 - Considere a curva planar com
imagem dada pela função vetorial F(t) = 〈2cos t,    2 sent〉 e
determine a equação polar para essa curva.

SOLUÇÃO
Se observarmos a equação cartesiana da curva, veremos que:

{ x = 2cos t
y = 2 sent
  → x2 + y2 = 4

Isso representa uma circunferência de centro em (0,0) e raio 2.

Vamos obter, agora, a equação polar:

x 2 + y 2 = 4 = (ρ cosθ) 2 + (ρ senθ) 2 = ρ 2 → ρ = 2
Portanto, a equação polar será ρ = 2

 EXEMPLO

Exemplo 2 - Determine a equação


cartesiana da figura no plano cuja equação polar é dada por ρ = 4 cos θ

SOLUÇÃO
x
x = ρcos θ → cosθ =
ρ

Assim,
x
ρ = 4 cos θ = 4 → ρ 2 = 4x
ρ

Porém,

ρ 2 = x 2 + y 2. Então: ρ 2 = x 2 + y 2 = 4x

x 2 + y 2 = 4x → x 2 - 4x + y 2 = 0

Completando os quadrados, temos:

x 2 - 2.2x + 4 + y 2 = 4 → (x - 2) 2 + y 2 = 4

Isso representa uma circunferência de centro (2,0) e raio √4 = 2

Para obtermos a reta tangente a uma curva polar com equação ρ = f(θ), teremos de
considerar θ como um
parâmetro. Assim:

{ x = ρ cosθ = f(θ)cos θ
y = ρ senθ = f(θ)sen θ

dy
O valor do coeficiente angular da reta tangente à curva será dado por dx

Logo,
dy
dy dθ f ' ( θ )  sen θ + f ( θ ) cos   θ
= dx =
dx f ' ( θ )  cos θ - f ( θ ) sen   θ

dy dx dy
Se = 0, com ≠ 0, a reta terá = 0, sendo uma reta horizontal.
dθ dθ dx
dx dy dy
Se = 0, com ≠ 0, a reta não terá , sendo uma reta vertical.
dθ dθ dx

 EXEMPLO

Exemplo 3 - Obtenha a equação da reta


tangente à curva polar de equação ρ = 2 + sem θ, no ponto que θ = π

SOLUÇÃO
Vamos obter a inclinação da reta.

Se ρ = f(θ) = 2 + senθ → f’(θ) = cos θ:


dy
dy dθ f ' ( θ )  sen θ + f ( θ ) cos   θ cos θ sen θ + ( 2 + sen   θ ) cos   θ
m = dx = dx = = cos θ cos θ - ( 2 + sen   θ ) sen   θ
f ' ( θ )  cos θ - f ( θ ) sen   θ

Para θ = π, temos:

dy cos π sen π + ( 2 + sen π ) cos   π (2+0) ( -1)


= = = = -2
dx cos π cos π - ( 2 + sen π ) sen   π ( -1) ( -1)

O ponto da curva será o ponto:

{ x = f(θ)cos θ = (2  +  senθ)cosθ


y = f(θ)sen θ = (2  +  senθ)senθ

{ x = (2  +  senπ)cosπ = (2 + 0)(- 1) =   - 2


y = (2  +  senπ) senπ = (2 + 0). 0 = 0

Consequentemente, em coordenadas cartesianas, a equação da reta de


inclinação m = – 2, passando no
ponto (-2,0), será:

( ) (
y - y 0 = m x - x 0 → y = - 2 x - (- 2) = - 2 x + 2 ( )
y = - 2x - 4 → 2x + y + 4 = 0

ÁREA E COMPRIMENTO DE UMA CURVA POLAR


A área de uma curva polar, definida pela equação ρ=f(θ), compreendida entre dois valores
de θ, é obtida pela
equação:

θ 1
A = ∫ θ 1 (f(θ)) 2dθ
02


SAIBA MAIS

Esta fórmula não será demonstrada neste módulo, pois se


baseia na divisão da figura em setores circulares
infinitesimal e monta um
somatório semelhante à soma de
Riemann. Caso seja de seu interesse, a
demonstração
pode ser estudada nos livros que constam na lista de referências ao final deste
tema.

SOMA DE RIEMANN

∫ baf(x)dx = lim
∆ u max → 0
( )
∑ i =n1 f p i ∆ u i
 EXEMPLO

π π
Exemplo 1 - Determine a área da figura
definida pela equação ρ=2 sen2θ para o intervalo - 4 < θ < 4

SOLUÇÃO
π π
1 1
A = ∫ θθ 1 (f(θ)) 2dθ = ∫ 4π (2 sen 2θ) 2dθ = 2∫ 4π sen 22θdθ
02 -4 2 -4

Para resolver esta integral, necessitamos usar a relação trigonométrica:

cos 2α = cos 2α - sen 2α = 1 - 2sen 2α = 2cos 2α - 1


1 1 1 1
sen 2α = 2 - 2 cos 2αecos 2α = 2 cos 2α + 2
1 1
Portanto: sen 22θ = 2 - 2 cos 4θ

( )
π π π π
1 1
A = 2∫ 4π sen 22θdθ = 2∫ 4π - cos 4θ dθ = ∫ 4π dθ - ∫ 4π cos 4θdθ
- - 2 2 -4 -4
4 4

| ( ( ))
π
1 4 π π 1 π
A = θ| 4π - 4 sen4θ = 4
- -4 - 4 (senπ - sen(- π)) = 2
- 4 π
- 4

Em relação ao comprimento da curva dada por uma equação polar, utilizaremos a mesma
equação já
apresentada em módulos anteriores:

()
L t = ∫ ba
√( ( )) ( ( ))
d
dt
x t
2
+
d
dt
y t
2
dt 

Acontece que, para as curvas polares, o parâmetro será o ângulo θ.

Assim,

L(θ) = ∫ θ 1
0
θ
√( ) ( )d

x(θ)
2
+
d

y(θ)
2
dθ = ∫ θ 1
0
θ
√( ( d

f(θ)cosθ
)) ( (
2
+
d

f(θ)senθ
))
2

Mas:

( (
d

f(θ)cosθ )) ( (
2
+

d
f(θ)senθ )) 2
= (f'(θ)cosθ - f(θ)senθ) 2 + (f'(θ)senθ + f(θ)cosθ) 2

( ) cos θ - 2f (θ)f(θ)cosθ senθ + (f (θ) ) sen θ + (f(θ)) cos θ + 2f (θ)f(θ)cosθ senθ + (f(θ)) sen θ = (f (θ) )
= f '(θ)
2 2 ' ' 2 2 2 2 ' 2 2 ' 2
+ (f(θ)) 2

Então,

L(θ) = ∫ θθ 1
0
√ (f'(θ) ) 2 + (f(θ))2dθ

 EXEMPLO
π
Exemplo 2 - Determine o comprimento da
curva definida pela equação ρ=2senθ entre os pontos θ = - e
4
π
θ=
4

SOLUÇÃO
Se f(θ) = ρ = 2 senθ → f '(θ) = 2 cosθ

Portanto,

( ( ))
π π
π π π
L(θ) = ∫
-

4
√ (2 sen θ) 2 + (2 cos θ) 2dθ = ∫
-
4π 2 dθ
4
=2
4
- -
4
=2
2

TEORIA NA PRÁTICA
Uma rosácea de 4 pétalas é definida por curva polar de equação ρ = 10 cos2θ, com ρ em metros e θ em
radianos. Um artista plástico deseja pintar essa curva em
uma parede e necessita saber quantos metros
quadrados de tinta será necessário para
isso. Determine a área coberta pela figura para ajudar o
levantamento do artista
plástico.
ÁREA DE CURVA POLAR

MÃO NA MASSA

1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE DEMONSTRA UMA POSSÍVEL REPRESENTAÇÃO EM


COORDENADAS POLARES (Ρ, Θ) PARA O PONTO QUE APRESENTA (-3 , 3√3) EM
COORDENADAS CARTESIANAS:

( ) 5π
A) 2, 3  

( )
B) 6, -
π
3
 
( )
C) 2,
π
3
 

( ) 5π
D) 6, 3  

2. CONSIDERE A CURVA COM IMAGEM DADA PELA EQUAÇÃO CARTESIANA


X 2 + (Y - 4) 2 = 16, QUE É UMA CIRCUNFERÊNCIA CENTRADA EM (0,4) E COM RAIO 4.
QUAL É A EQUAÇÃO POLAR PARA A CURVA?

A) ρ = 2 cosθ

B) ρ = 8

C) ρ = 8 senθ

D) ρ = senθ + cosθ

3. QUAL É A EQUAÇÃO DA RETA TANGENTE À CURVA POLAR DE EQUAÇÃO Ρ = 1 – COS


Π
Θ NO PONTO EM QUE Θ = 2
?

A) x + 2y - 1 = 0

B) x - y + 1 = 0

C) x + y - 1 = 0

D) x - y - 1 = 0

4. QUAL É O COMPRIMENTO DA CURVA DEFINIDA PELA EQUAÇÃO POLAR Ρ = E - Θ


ENTRE OS PONTOS
Θ = 0 E Θ=Π?

(
A) 1 - e π )
(
B) √2 1 - e - π )
(
C) 1 + e - π )
(
D) √2 1 + e π )

5. QUAL É A ÁREA DA FIGURA DEFINIDA PELA EQUAÇÃO Ρ = 3 - SENΘ PARA O


INTERVALO 0 < Θ < Π?
19π
A) 4 + 4

π
B) -1
4

C) +5
4
19π
D) -6
4

6. O COMPRIMENTO DA CURVA DEFINIDA PELA EQUAÇÃO POLAR Ρ = Θ ENTRE OS


PONTOS Θ = 0 E Θ = 2Π VALE:


A) 2π 4π 2 + 1 - ln 2π + ( √4π 2 + 1 )


B) π 4π 2 + 1 + ln 2π - ( √4π 2 + 1 )


C) π 4π 2 + 1 +
1
2 (
ln 2π + √4π 2 + 1 )


D) 2π π 2 + 1 -
1
2 (
ln 2π + √4π 2 + 1 )

GABARITO

1. Assinale a alternativa que demonstra uma possível representação em coordenadas polares (ρ, θ) para o
ponto que apresenta (-3 , 3√3) em coordenadas cartesianas:

A alternativa "D " está correta.

{ √x 2 + y 2 = √( - 3) 2 + (3√3 )
2
ρ= =6

y 3√ 3
tg θ = = - = - √3
x 3

Como x é negativo e y é positivo, o ponto está no segundo quadrante e:

π 5π
( )
θ = arctg - √3 = π -
3
=
3

Portanto, o ponto (ρ, θ) = 6, ( ) 5π


3

2. Considere a curva com imagem dada pela equação cartesiana x 2 + (y - 4) 2 = 16, que é uma circunferência
centrada em (0,4) e com raio 4. Qual é a equação polar para a curva?

A alternativa "C " está correta.

Sabemos que
{ x = ρ cos θ
y = ρ sen θ
 

Como x 2 + (y - 4) 2 = 16 → x 2 + y 2 - 8y + 16 - 16 = 0 → x 2 + y 2 - 8y = 0

)
Então, (x 2 + y 2 - 8y = 0 → ρ 2 - 8ρ senθ = 0 → ρ = 8 senθ
π
3. Qual é a equação da reta tangente à curva polar de equação ρ = 1 – cos θ no ponto em que θ = ?
2

A alternativa "C " está correta.

4. Qual é o comprimento da curva definida pela equação polar ρ = e - θ entre os pontos


θ = 0 e θ=π?

A alternativa "B " está correta.

Se f(θ) = ρ = e - θ → f '(θ) = - e - θ:

Sabemos que L(θ) = ∫ θ 1


0
θ
√ (f'(θ) )2 + (f(θ))2dθ
Assim,

L(θ) = ∫ π
0 √ (e - θ )2 + ( - e - θ )2dθ = ∫π0 √2e - 2θdθ = ∫π0 √2 e - θdθ = - √2e - θ |π0 = √2 (1 - e - π )
5. Qual é a área da figura definida pela equação ρ = 3 - senθ para o intervalo 0 < θ < π?

A alternativa "D " está correta.

( )
1 1 1
A = ∫ θθ 1 (f(θ)) 2dθ = ∫ π 2 π 2
0 2 (3 -  senθ) dθ = ∫ 0 2 9 - 6senθ + sen θ  dθ
02

9 1
A = ∫π π π 2
0 2 dθ - ∫ 0 3 senθdθ + ∫ 0 2  sen θ dθ

Para resolver esta integral, necessitamos usar a relação trigonométrica:


1 1
sen 2α = - cos 2α
2 2
1 1
Portanto, sen 2θ = - cos 2θ
2 2
π9 π π1
( 1 1
A = ∫ 0 2 dθ - ∫ 0 3 senθdθ + ∫ 0 2   2 - 2 cos 2θ  dθ
)
9 π 1 π 1 π 9π π 19π
A = 2 θ|   +  3cosθ| π
0 + 4 θ| - 8 sen2θ| = 2 - 0 + ( - 3) - 3 + 4 - 0 - 0 + 0 = 4 - 6
0 0 0

6. O comprimento da curva definida pela equação polar ρ = θ entre os pontos θ = 0 e θ = 2π vale:

A alternativa "C " está correta.

GABARITO

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. CONSIDERE A CURVA COM TRAJETÓRIA ELÍPTICA DEFINIDA PELA EQUAÇÃO


4X 2 + Y 2 = 1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A EQUAÇÃO POLAR PARA
ESSA CURVA:


1
A) ρ =
1 + 3cos 2θ

1
B) ρ =
1 + cos 2θ


1
C) ρ =
1 + 3senθ


1
D) ρ =
1 + 3sen 2θ

2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA O COMPRIMENTO DA CURVA DEFINIDA


Π
PELA EQUAÇÃO POLAR Ρ = SEC Θ ENTRE OS PONTOS Θ = 0 E Θ = 6

A) √3

√3
B)
3
2
C)
3

D) 1

GABARITO

1. Considere a curva com trajetória elíptica definida pela equação 4x 2 + y 2 = 1. Assinale a alternativa que
apresenta a equação polar para essa curva:

A alternativa "A " está correta.

Sabemos que { x = ρ cos θ


y = ρ sen θ
 

Como 4x 2 + y 2 = 1 → (x 2 + y 2 + 3x 2 = 1:)
( ) √
1 1
ρ 2 + 3(ρ cosθ) 2 = 1 → ρ 2 1 + 3cos 2θ = 1 → ρ 2 = →ρ=
1 + 3cos 2θ 1 + 3cos 2θ

2. Assinale a alternativa que apresenta o comprimento da curva definida pela equação polar ρ = sec θ entre
π
os pontos θ = 0 e θ = 6

A alternativa "B " está correta.

Se f(θ) = ρ = secθ → f '(θ) = secθtgθ

Sabemos que: L(θ) = ∫ θ 1


0
θ
√ (f'(θ) )2 + (f(θ))2dθ
Assim,
π π
L(θ) = ∫ 06 √ (sec θ) 2 + (sec θtg θ) 2dθ = ∫ 06 √sec 2θ (1 + tg 2θ ) dθ
π π π
π √3
L(θ) = ∫ 06 √ sec 2θ sec 2θ dθ = ∫ 06 sec 2θ dθ = tg θ| 06 = tg
6
- tg0 =
3

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este tema apresentou e aplicou o conceito de função vetorial e de coordenadas polares.

No primeiro módulo, definimos a função vetorial, que apresenta como domínio um número
real, porém, como

imagem, um vetor que pertence ao Rn. Também apresentamos as


operações básicas das funções vetoriais.

No segundo e no terceiro módulos, definimos as operações de limite, derivada e integral


para uma função
vetorial e suas aplicações ao estudo de curvas planas e espaciais, bem
como no movimento de um objeto.

Por fim, no quarto módulo, apresentamos o sistema de coordenadas polares, que pode ser
utilizado para
representar curvas planas e determinar o comprimento de seus arcos e suas
áreas.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
APOSTOL, T. M. Cálculo. 1. ed. Barcelona: Editorial Reverte SA, 1985. v.
1, cap. 14, p. 597-640.

GUIDORIZZI, H. L. Cálculo. 5. ed. São Paulo: LTC, 2013. v. 1, cap. 13,


p. 422-432.

GUIDORIZZI, H. L. Cálculo. 5. ed. São Paulo: LTC, 2013. v. 2, cap. 7, p.


104-132.

STEWART, J. Cálculo. 5. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2008. v. 2,


cap. 10, p. 665-679; cap. 13, p. 847-883.

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Pesquise mais sobre funções vetoriais na internet e nas referências bibliográficas.


CONTEUDISTA
Jorge Luís Rodrigues Pedreira de Cerqueira

 CURRÍCULO LATTES

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