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Engenharia II
Nesta aula, abordaremos as funções vetoriais, observando suas variações e algumas de suas representações.
Para isso, apresentaremos alguns conteúdos introdutórios de vetores e posteriormente a aplicação de alguns conceitos de
Cálculo, presente na disciplina Análise Matemática para Engenharia I.
Objetivos
A Análise Matemática para Engenharia II preza pelo entendimento de conteúdos inerentes às disciplinas do Cálculo Diferencial e
Integral e do Cálculo Vetorial de uma maneira na qual os assuntos são trabalhados simultaneamente.
Essas funções são responsáveis por fazer a descrição de curvas e superfície no espaço, assim como a sua aplicação na Física
pode ser vista para se deduzir as leis de Kepler, o que não é o nosso objeto de estudo, portanto passemos às de nições e suas
aplicações.
Uma função vetorial é aquela cujos valores do domínio são reais e estão associados a um
conjunto de vetores na sua imagem.
Para fazer essa associação das funções vetoriais, são associadas as funções r cujos valores são tridimensionais, signi cando
que para qualquer número t no domínio r, será associado a um vetor no R3 que denotamos como sendo r(t).
Se f(t), g(t), e h(t) são componentes do vetor r(t), então f, g, h são funções a valores reais chamados funções componentes de r,
tendo a sua representação da seguinte forma:
→ → →
→
r (t) = ⟨f(t), g(t), h(t)⟩ = f(t) i + g(t) j + h(t) k
Exemplo
Exemplo 1:
→
Sendo a função vetorial: 2
r (t) = ⟨t , ln (−2 + t), √t⟩ , temos que as funções componentes são:
2
f(t) = t
g(t) = ln (−2 + t)
h(t) = √t
Exemplo 2:
→
Sendo a função vetorial: r (t) = ⟨cossec t, sen t , cos t⟩ , temos que as funções componentes são:
f(t) = cossec t
g(t) = sent
h(t) = cos t
Exemplo 3:
→
Sendo a função vetorial: , temos que as funções componentes são:
2 −t sent
r (t) = ⟨1 + t , te , ⟩
t
2
f(t) = 1 + t
−t
g(t) = te
sen t
h(t) =
t
A gura 2 é conhecida como hélice, essa mesma gura pode ser comparada com a representação do DNA, sendo ele uma hélice
dupla.
Figura 3: Representação do DNA.
As funções vetoriais foram muito importantes no desenvolvimento das leis das órbitas desenvolvidas por Kepler, e isso será
falado um pouco mais na próxima aula. Assim, observa-se que há aplicação das funções vetoriais também na área da Física.
→ → →
→
r (t) = x(t) i + y(t) j + z(t) k
Com isso, as funções paramétricas podem representar também uma função vetorial, como no exemplo abaixo.
Relembrando uma função paramétrica temos que a sua representação se dá da seguinte maneira:
⎧ x(t) = x0 + at
⎪
⎨ y(t) = y + bt
0
⎩
⎪
z(t) = z0 + ct
Onde:
⎧ x(t) = 3 + t
⎪
Dada a representação paramétrica da função: ⎨ y(t) = 2t , escreva a sua respectiva função vetorial.
⎩
⎪
z(t) = t
Resolução:
→ → →
→
r (t) = x(t) i + y(t) j + z(t) k
→ → →
→
r (t) = ( 3 + t) i + 2t j + t k
Ao fazermos a abordagem de uma derivada de uma função vetorial, devemos ter em mente que seja uma função clássica ou uma
função vetorial, a abordagem é a mesma, respeitando os seus conceitos, as suas de nições e regras de derivação.
A derivada de uma função vetorial r, representada por r’ (erre linha) tem a sua de nição da mesma maneira que as funções de
valores reais:
→ →
r (t+h)− r (t)
Geometricamente falando, o vetor derivada é tangente à trajetória feita pelo vetor, sendo assim, tangente à curva.
Repare que essa é uma de nição bem parecida com a de derivada para função de valores reais, conforme dito anteriormente.
As guras abaixo ilustram três momentos da representação geométrica de uma função vetorial:
a) É a representação inicial da função vetorial: b) Temos o valor da função começando a tender a 0, o que
está transformando o vetor secante em vetor tangente.
→ →
r (t+h)− r (t)
lim .
h
h→0
→ → →
→
r (t) = ⟨f(t), g(t), h(t)⟩ = f(t) i + g(t) j + h(t) k
Onde:
Então:
→
r '(t) = ⟨f' (t), g' (t), h' (t)⟩
→ → →
→
r '(t) = f'(t) i + g'(t) j + h'(t) k
As regras de derivação da função vetorial são as mesmas das funções de valores reais:
d
= [u(t) + v(t)] = u'(t) + v'(t)
dt
d
= [cu(t)] = cu'(t)
dt
d
= [f(t)u(t)] = f'(t)u(t) + f(t)u'(t)
dt
d
= [u(t). v(t)] = u'(t). v(t) + u(t). v'(t)
dt
d
= [u(t)x v(t)] = u' (t)x v(t) + u(t) x v'(t)
dt
d
= [u(f(t))] = f' (t) u'((f(t)) — Regra da Cadeia
dt
Exemplo
→ → →
→
Determine a derivada de 2
r (t) = (t + 3) i + 3t j + sen 2t k
Resolução:
A derivada da função r(t) deve ser feita para cada componente da função vetorial, sendo assim, temos:
2
f(t) = t + 3 ⟶ f'(t) = 2t
g(t) = 3t ⟶ g' (t) = 3
→ → →
→
r '(t) = 2t i + 3 j + 2cos 2t k
Quando falamos da integral de uma função vetorial, assim como dito na derivada de uma função vetorial, a maneira da
abordagem da integral se assemelha à integral das funções de valores reais, sendo a integral das funções vetoriais calculada em
cada uma das suas componentes; assim como nas derivadas, seu resultado é um vetor.
A representação de um integral vetorial pode ser representada da mesma forma que a integral de uma função real.
n n
b n n
∫
a
⃗
r (t) d t = lim ∑
i−1
⃗ ti *)
r ( ∆ t = lim [(∑ f (ti *) ∆ t) i + (∑i−1 g(ti *) ∆ t) j + (∑ h(ti *) ∆ t)k]
n→∞ n→∞
i−1 i−1
b b b b
∫ ⃗
r (t)dt = (∫ f(t)) i + (∫ g(t)) j + (∫ h(t))k
a a a a
Essa última maneira mostra que podemos fazer a integração de uma função
vetorial integrando cada uma das suas componentes.
O teorema fundamental do cálculo, que é aplicado a funções reais, também pode ser estendido a funções vetoriais.
b
b
∫ ⃗
r (t)dt = R(t)] = R(b) − R(a)
a
a
Sendo R uma primitiva de r, ou seja, R’(t) = r(t) e sendo a notação ∫ r(t)dt utilizada para as
integrais inde nidas.
Exemplo
→ → →
Integrar a função vetorial ∫ (cos t j − sent j + 2 k )dt .
Resolução:
Essa integral pode ser feita integrando cada uma das componentes dessa função vetorial representada da seguinte maneira:
⃗ ⃗ ⃗
∫ (cos t i ) dt − ∫ (sen) jdt + ∫ 2k dt
sen t − (−cost ) + 2t + c
→ → →
sen t i + cost j + 2t k + c
Repare que na integral inde nida, assim como na integral de uma função de valores reais, temos, ao nal da integração, o valor da
constante C.
Na próxima aula, continuaremos com a abordagem de funções vetoriais, igualmente com a aplicação das derivadas nessas
funções.
Antes disso, vamos fazer algumas atividades. Aproveite para rever o conteúdo e refazer os exercícios quantas vezes achar
necessário. Isso o ajudará a internalizar os conceitos com mais propriedade. A nal, quando aliada à teoria, a prática exercita o
conhecimento.
Atividade
−→
−
1. Determinando a função vetorial para um segmento de reta que passa pelo ponto D e tem como direção o vetor DR, sendo D =
(1,-1,-2) e R = (2,1, 0), encontramos como resposta:
→ → →
→
a) r (t) = (1 − 3t) i + (−1 − 2t) j + (−2 − 2t) k
→ → →
→
b) r (t) = (−3t) i + (−1 − 2t) j + (−2 − 2t) k
→ → →
→
c) r (t) = (1 − 3t) i − 2t j + (−2 − 2t) k
→ → →
→
d) r (t) = (1 − 3t) i + (−1 − 2t) j + k
→ → →
→
e) r (t) = (1 − 3t) i + (−1 − 2t) j + 2t k
2. Determinando a função vetorial para um segmento de reta que passa pelos A (0,1,2) e possui como direção o vetor
→ → →
→
v = 3 i − 4 j − 2 k , temos como resposta:
→ → →
→
a) r (t) = 3 i + (1 − 4t) j + (2 − 2t) k
→ → →
→
b) r (t) = (3t) i − 4t j + (2 − 2t) k
→ → →
→
c) r (t) = (3t) i + (1 − 4t) j + (2t) k
→ → →
→
d) r (t) = (3t) i + (1 − 4t) j + (2 − 2t) k
→ → →
→
e) r (t) = (3t) i + 4t j + (2 − 2t) k
→ → → →
3. Ao determinarmos a derivada da função vetorial f (t) = − cos
3 2
t i − sent j + cos t k , temos como resposta:
→ → → →
a) f' (t) = 3 cos
3
t . (sent) i − cost j − 2cost . sent k
→ → → →
b) f' (t) = 3 cos
2
t . (sent) i − cost j + 2cost . sent k
→ → → →
c) f' (t) = 3 cos
2
t . (sent) i + cost j − 2cost . sent k
→ → → →
d) f' (t) = −3 cos
2
t . (sent) i − cost j − 2cost . sent k
→ → → →
e) f' (t) = 3 cos
2
t . (sent) i − cost j − 2cost . sent k
→ → →
→
4. A derivada da função vetorial 2 2 2
r (t) = (3 − t ) i + t j − 1/t k tem como resposta:
→ → →
a) r '(t)
2
⃗ = −2t i − 2t j + k
3
t
→ → →
b) r '(t)
2
⃗ = +2t i + 2t j + k
3
t
→ → →
c) r ′⃗ (t)
2
= −2t i + 2t j + k
2
t
→ → →
d) r ′⃗ (t)
1
= −2t i + 2t j + k
3
t
→ → →
e) r ′⃗ (t)
2
= −2t i + 2t j + k
3
t
1
2
⃗ ⃗
5. Ao resolvermos a integral da função vetorial ∫0 2
f (t) dt → f (t) = (5t
2 ⃗
− 2) i − e
t ⃗
j + 2k
⃗
temos como
resposta:
→
a) ( 41
3
1 2 1
) i + ( . e ( . e
2 2
2 ⃗
− 1)) j − 2k
⃗
→
b) (− 41
3
1 2 1
) i + ( . e ( . e
2 2
2 ⃗
− 1)) j − 2k
⃗
→
c) ( 41
3
1 2 1
) i + ( . e ( . e
2 2
2 ⃗
+ 1)) j − 2k
⃗
→
d) ( 41
3
1 2 1
) i + ( . e ( . e
2 2
2 ⃗
− 1)) j − 2k
⃗
→
e) ( 41
3
1 2 1
) i + ( . e ( . e
2 2
2 ⃗
− 1)) j + 2k
⃗
Notas
Referências
BROCHI, A. Cálculo diferencial e integral II (livro proprietário). Rio de Janeiro: SESES, 2015.
FINNEY, Ross L.; WEIR, Maurice D.; GIORDANO, Frank R. (Ed.). Cálculo George B. Thomas. São Paulo: Pearson, 2009. v. 1 e 2.
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