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PROPÓSITO
Compreender o conceito de vetor e espaço vetorial, aplicando as propriedades e operações
vetoriais no plano e no espaço.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora
científica, ou use a calculadora de seu smartphone/computador.
OBJETIVOS
INTRODUÇÃO
Em várias aplicações da ciência e da Matemática, torna-se necessária a definição de um
elemento que requer na sua concepção, além de seu tamanho, sua orientação (direção e
sentido).
Por exemplo, ao se afirmar que um veículo está se locomovendo a uma velocidade de 80km/h,
falta a informação de direção e sentido que ele está se encaminhando, para que se tenha um
dado completo do problema.
Este elemento, que tem na sua concepção o tamanho e a orientação, é o vetor. O conjunto dos
vetores, atendendo a algumas operações básicas, irá definir o espaço vetorial.
Neste estudo, vamos definir o espaço vetorial, o vetor e as suas operações básicas e,
posteriormente, aplicar estes conceitos na resolução de alguns problemas
ESPAÇO VETORIAL
O espaço vetorial V consiste em um conjunto, não vazio, de elementos (objetos) que atendem
a operações da adição e de multiplicação por um número real.
Estas duas propriedades nos dizem que o espaço vetorial é fechado para operação da adição
e multiplicação por real, pois ao operarmos com elementos do espaço, o resultado fornece um
outro elemento do mesmo conjunto.
Na Álgebra, podemos definir espaços vetoriais de vários tipos de elementos, como por exemplo
de matrizes de n linhas e m colunas, de funções reais de variável real e o espaço vetorial real
de n dimensões (Rn).
Um espaço vetorial muito trabalhado nas aplicações em Geometria Analítica e de Álgebra
Linear é o espaço vetorial Rn. Este espaço vetorial será composto por elementos de n-
dimensões reais, isto é
RN = { (X , X , …, X ) ∈ R , I = 1,2, …, N}, N ≥ 1
1 2 N
N
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
R3, respectivamente.
{
R 2 = (X, Y) ∈ R 2; X E Y REAIS
}
{
R 3 = (X, Y, Z) ∈ R 3; X, Y E Z REAIS }
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
EXEMPLO
SOLUÇÃO
Para ser espaço vetorial, deve ser um conjunto não vazio de elementos que atende a duas
operações básicas.
Quando x = 2, o elemento (2,5) pertence a C, assim prova-se que o conjunto C é um conjunto
não vazio.
Mas v (4, 10) ≠(𝑥,5) para todo x. Portanto, v não pertence ao conjunto C.
Desta forma, a operação de multiplicação por real não é fechada para o conjunto C. Então, C
não é espaço vetorial.
Pode-se também verificar que a operação de adição igualmente não é fechada para o conjunto
C.
Se u = (2, 5) e v = (3, 5), ambos pertencem a C. Mas u + v = (2+3, 5+5) = (5, 10) não
pertencerá a C.
SOLUÇÃO
Para ser espaço vetorial, deve ser um conjunto não vazio de elementos que atende a duas
operações básicas.
Seja m =
[ ]
x y
z w
o elemento do conjunto M, onde x, y, z e w são reais.
Ao multiplicarmos uma matriz por um número real, multiplica-se cada elemento da matriz por
Mas kx, ky, kz e kw são número reais, portanto, n também é um elemento do conjunto M
demostrando que a operação de multiplicação por real é fechada no conjunto M.
Sejam m =
[ ] [ ]
x y
z w
en=
a b
d c
dois elementos de M e p = m + n.
GRANDEZA ESCALAR
A grandeza escalar é um ente matemático definido completamente pelo seu valor (magnitude,
módulo, valor ou amplitude). A temperatura de uma sala ou a massa de um objeto são
exemplos de grandezas escalares.
GRANDEZA VETORIAL
A grandeza vetorial, denominada de vetor, é um ente matemático que, para ser definido
completamente, necessita, além da sua magnitude (módulo, valor ou amplitude), da definição
da direção e do sentido. A velocidade de um carro ou a força atuante em um objeto são
exemplos de grandeza vetorial.
(elemento) do espaço vetorial Rn, definido no item anterior. O vetor será representado pelos
seus componentes.
ATENÇÃO
Assim sendo, um vetor de Rn será definido por n componentes reais, representado por (x1, x2,
..., xn). Cada componente real xi representa um tamanho da projeção do vetor na i-ésima
dimensão. A combinação das n-componentes do vetor irá definir a orientação deste, dentro do
Para nosso caso particular do R2 e R3 podemos dar uma definição geométrica para o vetor
através de um segmento de reta orientado.
( )
→
Seja o seguimento orientado de reta 𝐴𝐵 , no plano ou no espaço, que seria um segmento de
{
Direção : Reta ∆
→
Sentido : A para B
AB :
¯
Módulo : Medida de AB
IMPORTANTE!
→
O vetor será representado por vetor v ou pelos dois pontos que são suas extremidades na
→
ordem do seu sentido, vetor AB.
→ →
Dessa forma, os vetores AB e BA são dois vetores diferentes. Eles terão mesmo módulo,
mesma direção, mas sentidos opostos.
OPERAÇÕES BÁSICAS
Como já visto, os vetores são objetos do espaço vetorial. Logo, podemos definir algumas
operações básicas contidas no espaço vetorial:
Sejam → ( )
u x 1, x 2, . . . , x n e → ( )
v y 1, y 2, . . . , y n vetores do Rn.
→ →
Assim u = v ⇔ x 1 = y 1 , x 2 = y 2, . . . . , x n = y n, para todo i = 1, 2, ..., n
Sejam → ( ) ( )
v y 1, y 2, . . . , y n dois vetores pertencentes ao Rn.
u x 1, x 2, . . . , x n e →
→ → →
( ) ( )
Se w = u + v ⇒ w 1, w 2, . . . , w n = x 1 + y 1, x 2 + y 2, . . . . , x n + y n , para todo i = 1, 2,
..., n
→ →
( ) ( )
Se w = k u ⇒ w 1, w 2, . . . , w n = kx 1, kx 2, . . . , kx n , para todo i = 1, 2, ..., n
Algumas propriedades podem ser definidas através da adição e multiplicação por um número
real k:
Comutativa: →
u + →
v = →
v + →
u
( )
→
Distributiva por Vetor: k →
u+→
v = k→
u + k→
v
IMPORTANTE!
EXEMPLO
→
1. Determine o valor de b e d para que os vetores u( 4, b + d, 0, 1) e →
v( 4 , 5 , 0, b – d)
sejam iguais.
SOLUÇÃO
Para que dois vetores sejam iguais, todos os seus elementos devem ser iguais.
Assim:
{ b+d=5
b-d=1
Substituindo na primeira, 1 + d + d = 5 → 2d = 5 – 1 = 4 → d = 2
Então, b = 1 + d = 1+ 2 = 3
ATENÇÃO!
Este exercício só foi possível porque o primeiro componente, que vale 4, e o terceiro, que vale
0, eram iguais nos dois vetores. Se um dos dois fosse diferente, o exercício seria impossível.
TEORIA NA PRÁTICA
→
Em uma determinada região do espaço, um avião tem velocidade, em km/h, dada por vetor v 1
(100, b, 300). Um segundo avião apresenta uma velocidade, em km/h, dada por →
v 2 (50+a, 80,
300). Determine o valor de a + b para que os aviões tenham a mesma velocidade.
SOLUÇÃO
No vídeo a seguir o professor vai mostrar como solucionar essa questão.
MÃO NA MASSA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Identificar o conceito de vetor no plano e no espaço.
INTRODUÇÃO
NAS APLICAÇÕES DA GEOMETRIA ANALÍTICA, UTILIZA-SE UMA
INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA, ALÉM DO CÁLCULO ANALÍTICO. ASSIM,
PARA SE TRABALHAR NO PLANO OU NO ESPAÇO, USA-SE OS ESPAÇOS
VETORIAIS R2 E R3.
Os vetores, sujeitos às mesmas operações descritas no módulo anterior, terão neste caso uma
representação por segmento orientado de reta e necessitarão de referências para serem
definidos. Dessa forma, será apresentado o sistema cartesiano como um sistema de
representação e referência para nossos estudos.
isso, vamos adotar o sistema cartesiano para referenciarmos o espaço vetorial R2 e R3.
No caso do R3, serão utilizados três eixos ortogonais, x, y e z, com valores reais, para
referenciar as três dimensões. Qualquer direção/sentido no espaço pode ser definida por três
direções ortogonais. A origem do sistema será definida no cruzamento dos eixos, ponto 0. O
eixo x é denominado de abscissa, o eixo y de ordenada e o eixo z de cota. A seta de cada
eixo define o sentido positivo de cada direção de referência.
No caso do R2, serão utilizados apenas dois eixos ortogonais, x e y, com valores reais, para
referenciar as suas duas dimensões. Qualquer direção/sentido no plano pode ser definida por
duas direções ortogonais.
ATENÇÃO
Seja o Ponto P (X, Y, Z), com X, Y e Z números reais. X representa a distância de P ao plano
YZ, Y a distância de P ao plano XZ e Z a distância de P ao plano XY.
Se o ponto estiver do lado oposto do plano, antes da origem, os sinais serão negativos.
Para representarmos um vetor, é preciso conhecer a sua projeção nas três direções
→
representadas pelos eixos que definem o sistema de coordenadas. Veja a figura, o vetor v
projetado na direção do eixo x apresenta um tamanho vx, na direção do eixo y apresenta um
Caso a projeção em relação a um dos eixos seja contrária ao sentido positivo do eixo, o sinal
→
da coordenada será negativo. Portanto, o vetor v terá coordenadas (vx, vy , vz) , em que vx, vy
e vz são número reais. No caso do R2, caso particular do R3, o vetor não terá a componente vz.
Podemos representar, também, as coordenadas de um vetor através de uma matriz coluna, ou
()
vx
seja, →
v= vy
vz
→ → →
Na figura a seguir temos a representação, no plano, dos vetores v (3, 1), w (−1, 1) e u (1, −3).
→ →
Podemos observar que os segmentos OP e AB apresentam o mesmo módulo, mesma direção
IMPORTANTE!
A notação de Grassmann nos mostra que as coordenadas de um vetor podem ser obtidas com
as coordenadas dos seus pontos extremos, isto é, sua origem e sua extremidade.
→
Assim, AB = B - A
Se a origem do vetor for a origem dos eixos coordenados O(0, 0, 0), a coordenada do vetor
será igual à coordenada de sua extremidade.
→
Logo, OP = P - O = P
HERMANN GRASSMANN (1809-1877)
EXEMPLO
SOLUÇÃO
a) →
v(1, 0) com ponto inicial no ponto (1, 2);
→
b) w(0, -2) com ponto inicial no ponto (1, 0);
→
c) u(1, -1) com ponto inicial no ponto (-1, 2).
SOLUÇÃO
3. Determine as coordenadas do vetor →
u que tem origem no ponto A(2, 3, -1) e extremidade no
→ →
ponto B(0, 2, 1). Determine também o vetor v = -u.
SOLUÇÃO
( )
→
→
u = AB = B - A = ( 0 - 2 , 2 - 3 , 1 - (- 1)) = - 2, - 1, 2
( )
→
→ →
v = - u = BA = A - B = ( 2 - 0 , 3 - 2 , - 1 - 1) = 2, 1, - 2
Como →
v = -→
u poderia também se usar a propriedade de multiplicação por real:
( )
→
→ →
v = - u = BA = A - B = ( 2 - 0 , 3 - 2 , - 1 - 1) = 2, 1, - 2
componente z do vetor →
v, isto é, vz tem-se que
¯ 2 ¯ 2 ¯ 2 ¯ 2
|V| 2 = PO = PQ + OQ = V Z2 + OQ
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
¯ 2 ¯ 2 ¯ 2
OQ = QR + OR
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Desta forma:
¯ 2 ¯ 2 ¯ 2
OQ = QR + OR = v y 2 + v z 2
¯ 2
|v |
→ 2
= v z + OQ = v z 2 + v y 2 + v z 2
2
Obtendo-se, assim, a fórmula que determina o módulo ou norma através das componentes do
vetor:
|v | = √v 2z + v 2y + v 2z
→
EXEMPLO
|u | = √u 2z + u 2y + u 2z = √0 2 + (- 3) 2 + 4 2 = √9 + 16 = √25 = 5
→
SAIBA MAIS
Seja um triângulo ABC
Na Geometria existe um teorema que diz que o comprimento de um dos lados é sempre menor
do que a soma dos outros dois lados. Repare que, se um dos lados fosse a soma dos outros,
não haveria um triângulo formado.
→ → →
Se →
u = AB e →
v = BC, então AC será a soma dos dois vetores: →
u+→
v = AC
a) Se substituirmos →
v por -→
v
|u + v | ≤ | u | + | v |
→ → → →
|u - v | ≤ | u | + | - v |
→ → → →
Então
|u - v | ≤ | u | + | v |
→ → → →
b) Se substituirmos o vetor →
u por →
u -→
v
|u + v | ≤ | u | + | v |
→ → → →
|u - v + v | ≤ | u - v | + |v |
→ → → → → →
|u | ≤ | u - v | + | v |
→ → → →
|u - v | ≥ | u | - | v |
→ → → →
{
x w = kx u
Então: y w = ky u , k real
z w = kz u
A multiplicação por um número real positivo tem como resultado um vetor de mesma direção,
mesmo sentido e de tamanho alterado para k vezes o módulo do vetor original. Caso o k seja
negativo, o vetor altera também o sentido. Se |k| > 1, o novo vetor aumenta em relação ao
anterior, porém, se |k| < 1, ocorre uma redução do tamanho.
Seja
→
( ) (
u x u, y u, z u , → ) →
v x v, y v, z v e w ( )
x w , y w , z w = →
u + →
v
{
xw = xu + xv
Então y w = y u + y v
zw = zu + zv
→
Se w ( )
x w , y w , z w = →
u - →
v, seria semelhante a multiplicar o vetor →
v por -1 e somar ao vetor →
u
{
xw = xu - xv
Então y w = y u - y v
zw = zu - zv
→
→ →
Pode-se usar a Lei de Cossenos para calcular o módulo da soma dos vetores, u + v = QS, e
→
da diferença dos vetores, →
u-→
v = RP.
|u + v | 2 = | u | 2 + |v |2 - 2 |u || v |cos(π - α)
→ → → → → →
|u + v | 2 = | u | 2 + |v |2 + 2 |u || v |cos α
→ → → → → →
|u - v | 2 = | u | 2 + |v |2 - 2 |u || v |cosα
→ → → → → →
EXEMPLO
→ → → → →
1. Determine o módulo do vetor w = 2u + v, sendo u(1 ,2 , −1) e v (0 ,1 ,3).
SOLUÇÃO
→
w = 2→ v = (2. 1 + 0, 2. 2 + 1, 2 ( - 1 ) + 3 ) = (2, 5, 1 )
u+→
Assim,
VERSOR DE UM VETOR
ÀS VEZES TORNA-SE NECESSÁRIO DEFINIR-SE UM VETOR UNITÁRIO EM UMA
DETERMINADA DIREÇÃO E SENTIDO. ESTE VETOR UNITÁRIO É CONHECIDO
POR VERSOR.
Um vetor → v= |→
v pode ser representado pela forma → v |v̂, isto é, seu módulo multiplicado pelo
versor que define a sua direção e sentido.
→
Por exemplo, imagine que eu queira um vetor w que tenha a mesma direção e sentido do que o
vetor → →
v, mas que tenha módulo k. Se eu definir w v estaria errado, pois |w
= k → →
| = k |→v |, e o
→ →
módulo de w só seria k se o módulo de v fosse unitário.
→
Preciso, portanto, definir o vetor unitário que tenha a direção e o sentido do vetor v, com
→
→
v
notação v' ou v̂, que é denominado de versor: v̂ =
|v |
→
1 →
Como é uma constante positiva, v̂ terá a mesma direção e sentido do que v, mas com
|v |
→
|v |
→
módulo |v̂ | = =1
|v |
→
→
Retornando ao nosso exemplo, o correto, então, é definir que w = kv̂, pois |w
→
| = k |v̂ | = k.
→
Agora, sim, ele teria a mesma direção e sentido do que v̂, que são os mesmos do que v e
módulo k.
ATENÇÃO!
Uma aplicação direta do versor é a definição dos vetores unitários canônicos que definem as
direções e sentidos do sistema cartesiano. Desse modo, a direção de x é definida pelo vetor
x̂ = (1, 0, 0 ), a direção de y por ŷ = (0, 1, 0 ) e a direção de z por ẑ = (0, 0, 1 ). No caso do
plano, haveria os vetores x̂ = (1, 0 ) e ŷ = (0, 1 ).
Qualquer vetor pode ser representado através dos vetores unitários canônicos, pois podemos
considerar um vetor como sendo a soma de três vetores ortogonais.
Seja → ( )
v x v, y v, z v , vamos definir os vetores → ( ) (
v x x v, 0, 0 , → )
v y 0, y v, 0 e → ( )
v z 0, 0, z v , assim,
→ → → →
v = vx + vy + vz
→
v = v xx̂ + v yŷ + v zẑ
EXEMPLO
→
1. Determine o versor do vetor u(3, 0, -4):
SOLUÇÃO
|u | = √u 2z + u 2y + u 2z = √3 2 + 0 2 + ( - 4) 2 = √9 + 16 = √25 = 5
→
( )
→
u 1 3 4
û = = 5 (3,0, - 4) = 5
, 0, - 5
|u |
→
TEORIA NA PRÁTICA
Uma caixa de 2√2kg de massa percorre um piso liso com uma aceleração de 2m/s2. A direção
SOLUÇÃO
MÃO NA MASSA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Aplicar os produtos escalares, vetoriais e misto.
INTRODUÇÃO
A operação matemática de multiplicação (produto) entre dois vetores não é definida. Em
compensação, definimos três tipos de produtos entre dois elementos vetoriais:
PRODUTO ESCALAR
PRODUTO VETORIAL
PRODUTO MISTO
Neste módulo, iremos definir estes produtos e apresentar algumas de suas aplicações.
→ →
u. v = x ux v + y uy v + z uz v
k (→ v ) = (k→
u·→ v ) = (→
u·→ v ),
u · k→
→ → →
u · v = v · u→
u · (→
→ →
v+w ) = →u · →v + →u · w→
onde k é real
IMPORTANTE!
2
Repare que u · u = x ux u + y uy u = x 2u + y 2u = |u |
→ → →
Assim, |→
u| = + y 2u = √→
√x
2
u u·→
u
EXEMPLO
→
1. Dados os vetores u(2, 2) e → →
v(– 1, 3), determine o produto escalar entre os vetores 3u e-
→
v.
SOLUÇÃO
u. (- →
3→ v ) = (3)(- 1) ( → v ) = (- 3)[2. (- 1) + 2.3] = (- 3)[- 2 + 6] = - 12
u. →
PRODUTO VETORIAL OU PRODUTO
EXTERNO
Sejam os vetores → ( ) ( )
u x u, y u, z u do R3. Considere que o ângulo entre →
u x u, y u, z u e → ue→
v vale
α.
→ → → →
Define-se o produto vetorial entre u e v, com notação u X v, tal que:
|→ v| = |→
ux→ u ||→
v | sen ∝
direção →
uX→
v ortogonal a →
uea→
v
IMPORTANTE!
→ → → →
O vetor u x v ≠ v x u. Eles terão mesmo módulo e mesma direção, mas pela regra da mão
→ →
direita, mudando a ordem de u e v, terão sentidos contrários.
→ → → → → →
a) Multiplicação por real: k (u x v) = (ku x v) = (u x k v), onde k é real
c) Se →
v = k→
u, isto é, se →
v é paralelo a →
u: →
ux→
v=0
→ →
d) u x u = 0
→ → → →
e) u x v = (u x v)
→
Seja w =→
ux→ →
v, ao se resolver analiticamente a busca do vetor w que atende às definições de
produto vetorial, obtêm-se que:
{
x w = y uz v - z uy v
y w = z ux v - x uz v
z w = x uy v - y ux v
DICA
| |
x̂ ŷ ẑ
→
ux→
v= xu yu zu
xv yv zv
EXEMPLO
→ → → →
1. Determine o vetor u x v, sabendo que u( 1, 2, −1) e v (0, 1, −2)
SOLUÇÃO
Você pode aplicar diretamente as equações, mas fazendo através do determinante, fica mais
→ →
prático: u x v =
| | ( )
x̂ ŷ ẑ
1 2 -1 = 2. (- 2)x̂ + 0. (- 1)ŷ + 1.1 ẑ - 1. (- 1)x̂ - 1. (- 2)ŷ - 0.2 ẑ = - 3x̂ + 2ŷ + ẑ = - 3, 2, 1
0 1 -2
PRODUTO MISTO
( ) ( ) ( )
Sejam os vetores u x u, y u, z u , v x v, y v, z v , w x w, y w, z w do R3.
→ → →
[→
u, → →
v, w] = (→
ux→ →
v) . w =→
u . (→ →
v x w)
ATENÇÃO!
O produto misto só é definido no R3, e por ser o resultado de um produto escalar, fornece como
resultado um escalar.
Ao se resolver analiticamente o produto misto, obtém-se uma expressão que pode ser
representada pelo cálculo do seguinte determinante:
| |
xu yu zu
[ u , v , w ] =
→ → → xv yv zv
xw yw zw
IMPORTANTE!
Se o produto misto é nulo, quer dizer que um dos três vetores é combinação linear dos outros
dois. Em outras palavras, os três vetores fazem parte de um mesmo plano no espaço. Assim,
três vetores serão coplanares, isto é, pertencerão ao mesmo plano, se e somente se,
[ u , v , w ] = 0
→ → →
a) Multiplicação por real (k): k [ u , v , w ] = [ku , v , w ] = [ u , k v , w ] = [u , v , kw ]
→ → → → → → → → → → → →
b) [→
u , → →
v , w ] = [w ,
→
→ v ] = [→
u , → →
v , w , u]
→
c) [→
u , → →
v , w ] = - [→u , w ,
→
v ] = - [→
→ v , → →
u , w ] = - [w ,
→
→ u]
v , →
EXEMPLO
→ → →
1. Dados os vetores u(0, 2, –5 ), v(1, –1, 2) e w(2, 0, –1 ). Determine o produto misto entre
→ → →
os vetores u, v e w, nesta ordem.
SOLUÇÃO
| | | |
xu yu zu 0 2 -5
[ u , v , w ] =
→ → → xv yv zv = 1 -1 2 =
xw yw zw 2 0 -1
= 0. ( − 1). ( − 1) + ( − 5). 1. 0 + 2. 2. 2 – 0. 0. 2 – (– 1). 1. 2 – (– 5). ( – 1). 2 = 8 + 2 – 10 = 0
TEORIA NA PRÁTICA
→
Três aeronaves, que realizam um movimento retilíneo, têm velocidades dadas pelos vetores u
→ →
(a, 1, –1), v(0, 2, 1) e w(1, 0, 2 ). Elas desejam voar de tal forma que as direções de seus
movimentos formem um plano. Determine o valor de a, real, para que isso ocorra.
SOLUÇÃO
No vídeo a seguir o professor vai mostrar como solucionar essa questão.
MÃO NA MASSA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
Aplicar o conceito do ângulo vetorial nas condições de paralelismo e ortogonalidade
INTRODUÇÃO
O CONHECIMENTO DO ÂNGULO FORMADO POR DOIS VETORES PODE TER
ALGUMAS APLICAÇÕES PRÁTICAS, POR EXEMPLO, A VERIFICAÇÃO SE OS
VETORES SÃO PARALELOS OU ORTOGONAIS.
Assim, torna-se necessária uma forma de obter o ângulo através das coordenadas vetoriais.
|u + v | 2 = | u | 2 + |v |2 + 2 |u || v |cosα
→ → → → → →
| u + v | 2 - ( |u | 2 + |v | 2 )
→ → → →
cos ∝ =
2 |u | | v |
→ →
ou
|u - v | 2 = | u | 2 + |v |2 - 2 |u || v |cosα
→ → → → → →
( |u |
→ 2+
|v | 2 ) - |u+v |2
→ → →
cos ∝ =
2 |u | | v |
→ →
No entanto, existe uma forma mais simples para cálculo do ângulo entre vetores através do
→ →
u.v
Assim, cos ∝ =
|u | | v |
→ →
Se conhecemos o ângulo entre dois vetores, podemos verificar o sinal do produto escalar
através da equação dada:
SOLUÇÃO
→ →
u. v = 2. (- 1) + 2.3 = - 2 + 6 = 4
|u | = √u 2z + u 2y = √2 2 + 2 2 = √4 + 4 = 2√2
→
|v | = √v 2z + v 2y = √( - 1) 2 + 3 2 = √1 + 9 = √10
→
→
u.v
→
4 2 2 √5
cos ∝ = = = = =
5
|u | |v | 2√2 . √10 √20 2√ 5
→ →
∧
|PUV | = |u |cos ∝ ePUV = |PUV | v
→ → → →
→ →
u.v
Mas cosα = | u | | v |
()
∧
( )
→
∧ →
u.v
→ ∧ v
P UV = |u |cosα v = |u |
→ → → →
v = u. v
|u | | v | |v |
→ → →
EXEMPLO
→
1. Determine a projeção do vetor u(1, 1, 1) sobre o vetor →
v (3, 0, −4):
SOLUÇÃO
|v | = √v 2z + v 2y + v 2z = √3 2 + 0 2 + ( - 4) 2 = √9 + 16 = √25 = 5
→
( )
→
v 1 3 4
v̂ = = 5 (3 ,0 , - 4) = 5
, 0, - 5
|v |
→
→ →
u. v = 1 .3 + 1. 0 + 1. (- 4) = 3 - 4 = - 1,
Assim,
∧
→
P UV = (→
v
v ) | v | = - 5 , 0, 5
u. →
( 3 4
)
CONDIÇÃO DE PARALELISMOS E
ORTOGONALIDADE
A equação dada no item anterior nos permite conhecer o ângulo através do produto escalar,
→ →
u.v
assim: cos ∝ =
|u | | v |
→ →
Desse modo, se dois vetores u e v são ortogonais, isto é, com ângulo entre si de 90 o, então
→ →
→ →
u. v = 0 sendo esta a condição de ortogonalidade.
Se dois vetores →
u ⃗ e →
v são paralelos entre si, então →
v = k→
u, com k real.
xv yv zv
xu
= y = z =k
u u
IMPORTANTE!
Assim, dois vetores em Rn serão ortogonais se seu produto interno for zero e serão paralelos
se suas coordenadas forem proporcionais.
EXEMPLO
→ →
1. Determine o valor de b para que os vetores u(2, b, 0) e v(–1, 1, 3) sejam ortogonais.
SOLUÇÃO
→ →
u. v = 2. (- 1) + b. 1 + 0.3 = - 2 + b
→ →
u. v = 0 → - 2 + b = 0 → b = 2
→
2. Determine o valor de a e b para que os vetores u(2, b, a) e →
v(–1, 1, 3) sejam paralelos.
SOLUÇÃO
xv yv zv -1 1 3
= = → = =
xu yu zu 2 b a
Assim,
b = -2 e a = (-3) . 2 = -6
TEORIA NA PRÁTICA
O trabalho de uma força (w), medido em Joule (J), é um conceito de Física que mede o efeito
→ → →
de uma força sobre um deslocamento, logo, w = F. d, em que F é a força aplicada ao objeto e
→
d o vetor deslocamento feito pelo objeto. Uma caixa de massa 2kg sofre o efeito de uma força
→
F(2, −2, 2)N. Com a aplicação desta força, a caixa se desloca do ponto A(– 1, 0, 2) até o ponto
B (3, 0, 1). Determine o trabalho provocado por esta força na caixa durante este deslocamento.
SOLUÇÃO
MÃO NA MASSA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo dos quatro módulos, foi possível descrever a definição de espaço vetorial e,
principalmente, do elemento vetorial denominado de vetor, além da representação do vetor,
suas operações matemáticas e aplicações no plano e no espaço. Por fim, relacionado à
determinação do ângulo entre vetores, foram analisadas as condições de ortogonalidade e
paralelismo.
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
CONTEUDISTA
Jorge Luís Rodrigues Pedreira de Cerqueira
CURRÍCULO LATTES
REFERÊNCIAS
ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra Linear com Aplicações. 10. ed. Porto Alegre: Bookman,
2012. p. 119-180.
HOFFMAN, K.; KUNZE, R. Linear Algebra. 2. ed. Nova Jersey: Prentice-Hall, 1971. p. 28-39.
PEREIRA, Paulo. Cálculo é fácil - Cálculo 1: aulas 2 a 15, In: Equaciona com Paulo Pereira,
Youtube. Publicado em: 8 mar. 2019
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