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Álgebra Linear

Prof. Bazilicio Manoel de Andrade Filho


Em GA...
• Matrizes
• Determinantes
• Sistemas Lineares
• Vetores

Esses conceitos, em conjunto, nos darão a base necessária para o


estudo de Álgebra Linear
Álgebra Linear
• Estudo dos espaços vetoriais e das transformações lineares definidas
entre eles.
• Ela pode ser vista como uma generalização natural da Geometria
Analítica.
Espaços vetoriais
• Espaço → ideia de conjunto;
• Vetorial → remete às propriedades dos vetores;

• Resumindo: um espaço vetorial é um conjunto que admite as


propriedades dos vetores.
Exemplos:
Vetores: propriedades
Considere os vetores u, v e w e os escalares a e b.
Observação
O zero (0) da propriedade 3 não é o zero propriamente dito, mas sim o
elemento neutro do conjunto V.
Vetores: propriedades
Considere os vetores u, v e w e os escalares a e b.
Espaço Vetorial
Seja V um conjunto não vazio qualquer de objetos no qual estejam
definidas duas operações: a adição e a multiplicação por escalar.
Espaço Vetorial
Seja V um conjunto não vazio qualquer de objetos no qual estejam
definidas duas operações: a adição e a multiplicação por escalar.

Adição : a cada par de objetos u e v em V é possível obter um elemento


u + v pertencente a V (soma de u com v); (fechamento na adição)
Espaço Vetorial
Seja V um conjunto não vazio qualquer de objetos no qual estejam
definidas duas operações: a adição e a multiplicação por escalar.

Adição: a cada par de objetos u e v em V, é possível obter um elemento


u + v pertencente a V (soma de u com v); (fechamento na adição)

Multiplicação por escalar: a cada par de objetos a e u em V, é possível


obter um elemento au (múltiplo escalar de u por a); (fechamento no
produto escalar)
Espaço vetorial
Essa noção foi consolidada a partir do trabalho do matemático alemão
Hermann Günther Grasmann (1809-1877), a partir de um artigo
publicado em 1862.

O matemático italiano Giuseppe Peano (1858-1932) foi quem tornou


claro os trabalhos do alemão.

A definição dos axiomas feita por Peano só foi aceita em 1918, em um


trabalho do matemático Hermann Weyl (1885-1955).
Espaço vetorial
Espaço Vetorial
Exemplos
1) Espaço vetorial nulo;
Exemplos
1) Espaço vetorial nulo;
2) Mostre que o conjunto de vetores no plano é um espaço vetorial;
Exemplos
1) Espaço vetorial nulo;
2) Mostre que o conjunto de vetores no plano é um espaço vetorial;

3) 𝑅𝑛 é um espaço vetorial em V com as operações usuais


Exemplos
4) O espaço vetorial das matrizes 2 x 2 (M22);

5) O espaço vetorial das matrizes m x n (Mmn);

6) O espaço vetorial das funções reais: F(-∞, +∞); F[a,b]; F(a, b);
Exemplo 7
Verifique se o conjunto de vetores abaixo é um espaço vetorial com as
operações de adição e multiplicação por escalar definidas como segue:
Exemplo 8
Seja 𝑉 o conjunto dos números reais positivos e defina as operações
em 𝑉 por

𝑢 + 𝑣 = 𝑢𝑣
𝑎𝑢 = 𝑢𝑎
Exercícios:

Seção 4.1 Encerrada (p. 171-177)

Livro Anton e Rorres


p. 178, 179: 1 a 7; 9; 12;
https://app.minhabiblioteca.com.br/books/9788540701700
Subespaços Vetoriais
Para mostrar que um subconjunto W de um espaço vetorial V é um
subespaço vetorial, é necessário verificar os oito axiomas da definição?
Subespaços Vetoriais
Para mostrar que um subconjunto W de um espaço vetorial V é um
subespaço vetorial, é necessário verificar os oito axiomas da definição?

Se V é um espaço vetorial e quisermos mostrar que o subconjunto W


de V é um subespaço vetorial, as propriedades A1, A2, M1, M2, M3 e
M4, já são válidas automaticamente para W, pois, se elas são válidas
para todos os vetores de V, consequentemente valem, para todos os
vetores de W, já que todo vetor de W é um vetor de V.
Subespaços Vetoriais
Para mostrar que um subconjunto W de um espaço vetorial V é um subespaço vetorial, é necessário verificar
os oito axiomas da definição?

Se V é um espaço vetorial e quisermos mostrar que o subconjunto W de V é um subespaço vetorial, as


propriedades A1, A2, M1, M2, M3 e M4, já são válidas automaticamente para W, pois, se elas são válidas para
todos os vetores de V, consequentemente valem, para todos os vetores de W, já que todo vetor de W é um
vetor de V.

Dizemos que essas propriedades são hereditárias.


ATENÇÃO, apesar de W ser um subconjunto do espaço vetorial V, esse
subconjunto pode não conter o vetor nulo ou o vetor oposto de um
vetor qualquer.
Subespaços Vetoriais
Para mostrar que um subconjunto W de um espaço vetorial V é um subespaço vetorial, é necessário verificar
os oito axiomas da definição?

Se V é um espaço vetorial e quisermos mostrar que o subconjunto W de V é um subespaço vetorial, as


propriedades A1, A2, M1, M2, M3 e M4, já são válidas automaticamente para W, pois, se elas são válidas para
todos os vetores de V, consequentemente valem, para todos os vetores de W, já que todo vetor de W é um
vetor de V.
Dizemos que essas propriedades são hereditárias.
Atenção: apesar de W ser um subconjunto do espaço vetorial V, esse subconjunto pode não conter o vetor
nulo ou o vetor oposto de um vetor qualquer.

Logo, precisamos apenas garantir a existência do vetor nulo e do vetor


oposto no subconjunto W de V.
Subespaços Vetoriais
Se W for um subconjunto de um ou mais vetores num espalho vetorial
V, então W é um subespaço de V se, e só se, as condições abaixo forem
válidas:
Subespaços Vetoriais

E as propriedades A3 e A4?
Subespaços Vetoriais

E as propriedades A3 e A4?
1) Se 𝑎 ∙ 𝑢 ∈ 𝑊, ∀𝑎 ∈ 𝑅, então 0 ∙ 𝑢 = 0 ∈ 𝑊
Subespaços Vetoriais

E as propriedades A3 e A4?
1) Se 𝑎 ∙ 𝑢 ∈ 𝑊, ∀𝑎 ∈ 𝑅, então 0 ∙ 𝑢 = 0 ∈ 𝑊
2) Se 𝑎 ∙ 𝑢 ∈ 𝑊 e se 𝑎 = −1, então −1 ∙ 𝑢 = −𝑢 ∈ 𝑊
Subespaços Vetoriais
Todo espaço vetorial V tem aos menos dois subsespaços vetoriais:
Ele mesmo e o subespaço nulo.
O subespaço zero (ou nulo)
𝑊= 0
O subespaço zero (ou nulo)
𝑊= 0

0+0=0
𝑎0 = 0
Interpretação geométrica
1)
Interpretação geométrica
1)

2)
Outros exemplos
1)

2)

3)
Outros exemplos
1)

2)

3)

4)
Outros exemplos
5)
Alguns subsespaços vetoriais
R²;
R³;
Subespaço nulo no R² e no R³;
Retas pela origem no R² e R³;
Planos no R³;
Matrizes simétricas Mmxn
Matrizes triangulares e diagonais;
Polinômios;
Observações
A existência do vetor nulo não garante que W é um subespaço vetorial;
A intersecção de subespaços vetoriais também será um subespaço
vetorial;
Combinação Linear
1) Seja 𝑉 = 𝑅3 e considere os vetores 𝑢 = −1, 5, 3 e v = 2, −3, 2 .
Determine 𝑤 = 2𝑢 − 5𝑣
Combinação Linear
Combinação Linear
2) Verifique se o vetor 𝑣 = (10, 2, – 1) é combinação linear dos
vetores 𝑣1 = (1, – 2, 1) e 𝑣2 = (3, 3, 2).
Combinação Linear
3) Mostre que o vetor 𝑣 = (0, 7, 11) é combinação linear dos vetores
𝑣1 = (1, 4, 5) e 𝑣2 = (2, 1, – 1).
Combinação Linear
4) Mostre que o vetor 𝑣 = (– 1, 2, 3), pode ser escrito de infnitas
maneiras como combinação linear dos vetores
𝑣1 = (1, 0, 0), 𝑣2 = (0, 1, 0), 𝑣3 = (0, 0, 1) 𝑒 𝑣4 = (1, 1, – 1).
Algumas conclusões
Subespaço Gerado
1) Verifique se 𝑢 = (1, 1, 2), 𝑣 = (1, 0, 1) e 𝑤 = (2, 1, 3) geram o
espaço vetorial 𝑅³.
Subespaço Gerado
1) Verifique se 𝑢 = (1, 1, 2), 𝑣 = (1, 0, 1) e 𝑤 = (2, 1, 3) geram o
espaço vetorial 𝑅³.
2) Mostre que 𝑉 = 𝑅² é gerado pelos vetores 𝑒1 = (1,0) e 𝑒2 = (0,1).
3) Verifique se os vetores 𝑢 = (1, 1) e 𝑣 = (2, 0) geram 𝑉 = 𝑅².
Pergunta(s) para pensar...
Quantos vetores são necessários para gerar um determinado espaço?
Exemplo: qual a quantidade mínima para gerar o espaço vetorial R²?
Pergunta(s) para pensar...
Quantos vetores são necessários para gerar um determinado espaço?
Exemplo: qual a quantidade mínima para gerar o espaço vetorial R²?

E se tivermos só um vetor, geramos o R²?


Pergunta(s) para pensar...
E se tivermos só um vetor, geramos o R²?

Seja 𝑉 = 𝑅². Qual o subespaço gerado pelo vetor 𝑢 = (1, 2)?


Para finalizar
Mostre que os vetores 𝑢 = (1, 0, 0), 𝑣 = (1, 1, 0) e 𝑤 = (1, 1, 1)
geram 𝑉 = 𝑅³.
Conclusão
Quando trabalhamos com um conjunto de vetores do R², estes
vetores podem gerar o próprio R² ou uma reta que passa pela
origem.
Quando temos um conjunto de vetores do R³, estes vetores
podem gerar o próprio R3, ou um plano que passa pela
origem ou uma reta no espaço que passa pela origem.
n
Em R , para n > 3, não temos mais a noção geométrica.
Exercício
Seção 4.2 (p.179-190)

Exercícios:
p. 188: 1, 3, 5, 7, 8, 11, 12,
Retomando
Dizemos que o subespaço de um espaço vetorial 𝑉 que é formado por
todas as combinações lineares possíveis de vetores de um conjunto não
vazio 𝑆 é gerado por 𝑆, e dizemos que os vetores de 𝑆 geram esse
subespaço.
Se 𝑆 = 𝑤1 , 𝑤2 , … , 𝑤𝑛 denotamos o gerado de 𝑆 por

𝑔𝑒𝑟 𝑤1 , 𝑤2 , … , 𝑤𝑛 ou 𝑔𝑒𝑟(𝑆)
Vetores canônicos geram o 𝑅 𝑛

𝑒1 = 1,0,0, … , 0 ; 𝑒2 = 0,1,0, … , 0 ; 𝑒𝑛 = (0,0,0, … , 1)

P
ois, 𝑣 = 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 = 𝑣1 𝑒1 + 𝑣2 𝑒2 + ⋯ + 𝑣𝑛 𝑒𝑛
Conjunto gerador para 𝑃𝑛
𝑝 = 𝑎0 + 𝑎1 𝑥 + 𝑎2 𝑥 2 + ⋯ + 𝑎𝑛 𝑥 𝑛

𝑝 é uma Combinação Linear de 1, 𝑥, 𝑥 2 , … , 𝑥 𝑛 .

Logo, 𝑃𝑛 = ger{1, 𝑥, 𝑥 2 , … , 𝑥 𝑛 }
Independência Linear
𝑅2 e a base canônica 𝑖 = (1,0) e j = (0,1);

Cada vetor 𝑣 = (𝑣1 , 𝑣2 ), pode ser escrito de uma única maneira a


partir da dessa base;
Independência Linear
1 1
𝑅2 e a base 𝑖 = 1,0 , j = 0,1 e 𝑤 = , ;
2 2

De quantas maneiras podemos escrever os vetores do R²?


Independência Linear
1 1
𝑅2 e a base 𝑖 = 1,0 , j = 0,1 e 𝑤 = , ;
2 2

De quantas maneiras podemos escrever os vetores do R²?

3,2 = 3𝑖 + 2𝑗 + 0𝑤
3,2 = 2𝑖 + 1𝑗 + 2𝑤
3,2 = 4𝑖 + 3𝑗 − 2𝑤
Independência Linear
Se 𝑆 = 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 for um conjunto não vazio de vetores num
espaço vetorial V, então a equação vetorial

𝑘1 𝑣1 + 𝑘2 𝑣2 + ⋯ + 𝑘𝑟 𝑣𝑟 = 0

Tem ao menos uma solução (a trivial).

Se ela for única: conjunto linearmente independente;


Se existirem outras: conjunto linearmente dependente.
Exemplos de CLI
• Vetores unitários canônicos do 𝑅𝑛 ;
Exemplos:
1) Vetores do 𝑅3 : 𝑣1 = 1, −2,3 ; 𝑣2 = 5,6, −1 ; 𝑣3 = (3,2,1);
2) Vetores do 𝑅4 : 𝑣1 = 1,2,2, −1 ; 𝑣2 = 4,9,9, −4 ; 𝑣3 = (5,8,9, −5);
3) Polinômios em 𝑃2 : 𝑝1 = 1 − 𝑥; 𝑝2 = 5 + 3𝑥 − 2𝑥 2 ; 𝑝3 = 1 + 3𝑥 − 𝑥²;
Conclusão
Um conjunto S de dois ou mais vetores é:
a) LD se, e somente se, pelo menos um dos vetores de S pode ser
escrito como uma combinação linear dos outros vetores de S;
b) LI se, e somente se, nenhum vetor de S pode ser escrito como uma
combinação linear dos outros vetores em S.
Exemplo
1) 𝑖, 𝑗, 𝑘
2) 𝑣1 = 1, −2,3 ; 𝑣2 = 5,6, −1 ; 𝑣3 = (3,2,1).

1 1
𝑣3 = 𝑣1 + 𝑣2
2 2
a) Um conjunto finito que contenha 0 é LD;
b) Um conjunto de exatamente um vetor é LI se, e somente se, esse
vetor não é o 0;
c) Um conjunto de exatamente dois vetores é LI se, e somente se,
nenhum desses dois vetores é múltiplo escalar um do outro.
Porque esse teorema é importante?
1) 𝑓1 = 𝑥 e 𝑓2 = 𝑠𝑒𝑛𝑥
1) 𝑓1 = 𝑥 e 𝑓2 = 𝑠𝑒𝑛𝑥
Elas são LI em 𝐹(−∞, +∞), pois uma não é múltipla da outra;
2) 𝑓1 = 𝑠𝑒𝑛2𝑥 e 𝑓2 = 𝑠𝑒𝑛𝑥𝑐𝑜𝑠𝑥
2) 𝑓1 = 𝑠𝑒𝑛2𝑥 e 𝑓2 = 𝑠𝑒𝑛𝑥𝑐𝑜𝑠𝑥
Elas são LD em 𝐹(−∞, +∞), pois uma é múltipla da outra;
𝑠𝑒𝑛2𝑥 = 2𝑠𝑒𝑛𝑥𝑐𝑜𝑠𝑥
Seja 𝑆 = 𝑣1 , 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 um conjunto de vetores em 𝑅𝑛 . Se 𝑟 > 𝑛,
então S é LD;
Para finalizar
• As funções 𝑓1 = 𝑠𝑒𝑛2 𝑥; 𝑓2 = 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥; 𝑓3 = 5, são LI?
Wronskiano
Sejam as funções 𝑓1 𝑥 , 𝑓2 𝑥 , … , 𝑓𝑛 (𝑥). Se essas funções forem n – 1
vezes diferenciáveis no intervalo (−∞, +∞) então o determinando
W(x) é denominado wronskiano de 𝑓1 , 𝑓2 , … , 𝑓𝑛 .
𝑓1 = 𝑥; 𝑓2 = 𝑠𝑒𝑛𝑥
𝑓1 = 1; 𝑓2 = 𝑒 𝑥 ; 𝑓3 = 𝑒 2𝑥 ;
Exercício
Seção 4.3 (p.190-199)

Exercícios:
p. 199: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 9.

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