Você está na página 1de 23

INTRODUÇÃO

A Geometria Analítica é o campo da Matemática que estuda a Geometria associada à


Álgebra. Nessa abordagem, os objectos geométricos são relacionados a sistemas de
coordenadas e equações que são analisadas algebricamente. Essa interacção expande as
possibilidades e os resultados da Geometria Plana e Espacial, permitindo a exploração
de novas ferramentas matemáticas.

Resumo sobre Geometria Analítica


Geometria Analítica é o tratamento algébrico para estudo da Geometria Plana e
Espacial.

Os elementos geométricos são associados a pontos no espaço cartesiano e as distâncias


são determinadas pelas respectivas coordenadas.

O estudo de vectores é essencial para a compreensão de diversos conceitos de


Geometria Analítica, além de ser fundamental em outras áreas do conhecimento, como a
Física e a Astronomia.

As fórmulas de distância entre pontos e as equações da recta são expressões muito


utilizadas na Geometria Analítica.
VECTOR UNITÁRIO 
Um vector unitário ou versor num espaço vectorial normado é um vector  (mais
comummente um vector) cujo comprimento é 1. Um vector unitário é muitas vezes
denotado com um “circunflexo”, logo: î.
No espaço euclidiano, o produto escalar de dois vectores unitários é simplesmente
o cosseno do ângulo entre eles. Isto é devido à fórmula do produto escalar, já que os
comprimentos de ambos vectores são 1.
O vector normalizado û de um vector não zero u é o vector unitário codirecional com u,
i.e.
u
û=
¿∨u∨¿
O termo vector normalizado é algumas vezes utilizado simplesmente como sinónimo
para vector unitário.
Os elementos de uma base são geralmente vectores unitários. Na coordenada
cartesiana tridimensional, esses elementos são usualmente i,  j e k  vectores unitários
nas direcções dos eixos x, y e z, respectivamente.

Estes nem sempre são escritos com um circunflexo, mas pode ser normalmente
assumido que i,  j e k são vectores unitários na maioria dos contextos.
Outros sistemas de coordenadas, como coordenada polar ou coordenada esférica utiliza
vectores unitários diferentes; suas notações variam.
O vector

Cada vector tem sua propriedade fundamental de informação sobre direcção e sentido
como algo particular, por isso se quisermos obter um vector que contenha apenas a
informação sobre estas duas propriedades devemos calcular o versor do vector
O versor é um vector unitário que contém a informação relativa espacial das
propriedades de direcção e sentido, ele pode ser calculado da seguinte forma:

Se é o versor de   então:

Isto se evidencia por:


Versores primários
Os versores são úteis para diversas operações , alguns versores específicos têm um
papel fundamental para o sistema de coordenadas e para a representação de vetores no
espaço. Os versores primários são três vetores especificamente alocados nos eixos, o
que nos permite uma forma particular de referenciar vetores num sistema
tridimensional, são eles:
 Operando os vetores de forma a separar cada componente, podemos dizer que o

vetor   pode ser referenciado e operado na forma:

O que é muito conveniente para certas operações algébricas.


1 DEFINIÇÃO DE VETOR

Um vetor (geométrico) no plano R2R2 é uma classe de objetos


matemáticos (segmentos) com a mesma direção, mesmo sentido e
mesmo módulo (intensidade).

1. A direção é a da reta que contém o segmento.


2. O sentido é dado pelo sentido do movimento.
3. O módulo é o comprimento do segmento.
Uma quarta característica de um vetor é formada por dois pares
ordenados: o ponto onde ele começa (origem do vetor) e um outro
ponto onde ele termina (extremidade do vetor) e as coordenadas do
vetor são obtidas pela diferença entre as coordenadas da extremidade e
as coordenadas da origem.

Nota: Existe uma definição, não necessariamente geométrica, muito


mais ampla do conceito de vetor envolvendo muitos objetos
matemáticos como: matrizes, conjuntos, funções, soluções de
equações diferenciais, etc.

Exemplo: Se um vetor vv tem origem no ponto (1,2)(1,2) e


extremidade no ponto (7,12)(7,12), ele é dado
por v=(6,10)v=(6,10), pois:
v=(7,12)−(1,2)=(6,10)v=(7,12)−(1,2)=(6,10)
Esta classe de objetos é representada por um segmento de reta
(representante) desta família que tem as mesmas características.
O representante escolhido, quase sempre é o vetor que tem origem
em (0,0)(0,0) e a extremidade em um par ordenado (a,b)
(a,b) no plano cartesiano e que será denotado por
v=(a,b)v=(a,b)
2 SOMA DE VETORES E SUAS PROPRIEDADES

Se v=(a,b)v=(a,b) e w=(c,d)w=(c,d), definimos a soma


dos vetores vv e ww, por:
v+w=(a+c,b+d)v+w=(a+c,b+d)
Propriedades da soma de vetores

1. Fecho: Para quaisquer


vetores u,v∈R2u,v∈R2, a soma u+vu+v está
em R2R2.
2. Comutativa: Para quaisquer
vetores u,v∈R2u,v∈R2, segue
que v+w=w+vv+w=w+v.
3. Associativa: Para quaisquer
vetores u,v,w∈R2u,v,w∈R2: u+
(v+w)=(u+v)+wu+(v+w)=(u+v)+w.
4. Elemento neutro: Existe um
vetor θ=(0,0)θ=(0,0) em R2R2 tal que para
todo vetor uu de R^2, se tem: θ+u=uθ+u=u.
5. Elemento oposto: Para cada vetor v∈R2v∈R2,
existe um vetor −v∈R2−v∈R2 tal que: v+
(−v)=θv+(−v)=θ.
3 APLICAÇÕES GEOMÉTRICAS

Ponto médio de um segmento: Dado um segmento de reta, cujas


extremidades são também as extremidades dos
vetores v1=(x1,y1)v1=(x1,y1) e v2=(x2,y2)v2=(x2,y2
), o ponto médio deste segmento é dado
por m=(x,y)m=(x,y) onde
x=12(x1+x2),y=12(y1+y2)x=12(x1+x2),y=12(y1+
y2)
Centro de gravidade de um triângulo: Tomemos os vértices de um
triângulo como as extremidades dos
vetores v1=(x1,y1)v1=(x1,y1), v2=(x2,y2)v2=(x2,y2) 
e v3=(x3,y3)v3=(x3,y3).
O centro de gravidade deste triângulo é dado pelo
vetor g=(x,y)g=(x,y) onde
x=13(x1+x2+x3),y=13(y1+y2+y3)x=13(x1+x2+x
3),y=13(y1+y2+y3)
4 DIFERENÇA DE VETORES

Se v=(a,b)v=(a,b) e w=(c,d)w=(c,d), definimos a
diferença entre os vetores vv e ww, por:
v−w=(a−c,b−d)v−w=(a−c,b−d)
5 PRODUTO DE ESCALAR POR VETOR E SUAS PROPRIEDADES

Se v=(a,b)v=(a,b) é um vetor e kk é um número real,


definimos o produto de kk por vv, por:
kv=(ka,kb)kv=(ka,kb)
Propriedades do produto de escalar por vetor

Quaisquer que sejam os escalares aa e bb e os vetores vv e ww,


temos que:

1. 1v=v1v=v
2. (ab)v=a(bv)=b(av)(ab)v=a(bv)=b(av)
3. Se av=bvav=bv e v≠θv≠θ, então a=ba=b.
4. a(v+w)=av+awa(v+w)=av+aw
5. (a+b)v=av+bv(a+b)v=av+bv
Exercício: Dados os
vetores v=(3,4)v=(3,4) e w=(8,12)w=(8,12), construir
geometricamente no plano cartesiano os
vetores: vv, ww, −v−v, −w−w, v+wv+w e v−wv−w.

6 MÓDULO DE UM VETOR E SUAS PROPRIEDADES

O módulo ou comprimento do vetor v=(a,b)v=(a,b) é um


número real não negativo, definido por:
|v|=a2+b2−−−−−−√|v|=a2+b2
Vetor unitário é um vetor que tem o módulo igual a 1.

Exercício: Mostrar que para todo tt real, o


vetor v=(cos(t),sin(t))v=(cos⁡(t),sin⁡(t)) é unitário.

Notas:

1. Existem dois vetores


unitários i=(1,0)i=(1,0) e j=(0,1)j=(0,1),
que formam a base canônica para o
espaço R2R2.
2. Para obter o versor de vv, que é um vetor
unitário v^v^ que tem a mesma direção e
mesmo sentido que o vetor vv, basta
dividir vv pelo seu módulo, isto é: v^=v|v|
v^=v|v|.
3. Para obter um vetor ww paralelo a um
vetor vv, basta tomar w=kvw=kv onde kk é
um escalar. Nesse caso, ww e vv são
paralelos.
4. Se k=0k=0 então w=kvw=kv será o vetor
nulo.
5. Se 0<k<10<k<1 então |w|<|v||w|<|v|.
6. Se k>1k>1 então |w|>|v||w|>|v|.
7. Se k<0k<0 então w=kvw=kv tem sentido
oposto ao de vv.
8. Todo vetor v=(a,b)∈R2v=(a,b)∈R2 possui
uma projeção horizontal (sobre o
eixo OXOX) que é o
vetor vx=(a,0)vx=(a,0) e uma projeção
vertical vy=(0,b)vy=(0,b) (sobre o
eixo OYOY) e o vetor vv pode ser escrito
como a soma destas
projeções: v=vx+vy=(a,0)+(0,b)v=vx+vy=
(a,0)+(0,b).
Exercício: Qual é a projeção vertical do vetor v=(3,4)v=(3,4)?
Qual é o módulo deste vetor? Esboce um gráfico desta situação no
plano R^2.
7 PRODUTO ESCALAR

Dados os vetores v=(a,b)v=(a,b) e w=(c,d)w=(c,d),
definimos o produto escalar ou produto interno entre os
vetores vv e ww, como o número real obtido por:
v⋅w=ac+bdv⋅w=ac+bd
Exemplos: O produto escalar
entre v=(2,5)v=(2,5) e w=(−7,12)w=(−7,12) é dado
por:
v⋅w=2.(−7)+5.(12)=−14+60=46v⋅w=2.(−7)+5.
(12)=−14+60=46
O produto escalar
entre v=(2,5)v=(2,5) e w=(−5,2)w=(−5,2) é:
v⋅w=2.(−5)+5.(2)=0v⋅w=2.(−5)+5.(2)=0
Exercício: Faça um gráfico em R2R2, com muito cuidado nas
medidas e mostre as posições dos vetores vv e ww do último
exemplo.
Propriedades do produto escalar: Quaisquer que sejam os
vetores, uu, vv e ww e o escalar kk:

1. v⋅w=w⋅vv⋅w=w⋅v
2. v⋅v=|v||v|=|v|2v⋅v=|v||v|=|v|2
3. u⋅(v+w)=u⋅v+u⋅wu⋅(v+w)=u⋅v+u⋅w
4. (kv)⋅w=v⋅(kw)=k(v⋅w)
(kv)⋅w=v⋅(kw)=k(v⋅w)
5. |kv|=|k||v||kv|=|k||v|
6. |u⋅v|≤|u||v||u⋅v|≤|u||v| (desigualdade de
Schwarz)
7. |u+v|≤|u|+|v||u+v|≤|u|+|v| (desigualdade
triangular)
8 ÂNGULO ENTRE DOIS VETORES

Outro modo de escrever o produto escalar entre os


vetores vv e ww é
v.w=|v||w|cos(q)v.w=|v||w|cos(q)
onde qq é o ângulo formado pelos vetores vv e ww.

Com este modo podemos obter o ângulo qq entre dois vetores


quaisquer vv e ww, pois:
cos(q)=u⋅v|u||v|cos⁡(q)=u⋅v|u||v|
se nenhum dos vetores é nulo. Aqui, 0≤q≤π=3,1416⋯
0≤q≤π=3,1416⋯.
Exercício: Faça uma análise
quando q=0q=0, q=π/2q=π/2 e q=πq=π. Determine o
ângulo entre os
vetores v=(1,0)v=(1,0) e w=(1,1)w=(1,1). Nunca se
esqueça de construir gráficos com esses objetos vetoriais.
9 VETORES ORTOGONAIS

Dois vetores  v w  e  são ortogonais se:


v ⋅w=0

Exercício: Dado o vetor v=(3,7)v=(3,7), obtenha pelo menos


dois vetores do plano que sejam ortogonais a vv. Construa
geometricamente estes vetores.
10 VETORES PARALELOS

Dois vetores vv e ww são paralelos se existe uma constante


real k≠0k≠0, tal que:
v=kwv=kw
Exercício: Obter pelo menos dois vetores do plano que sejam
paralelos ao vetor v=(3,7)v=(3,7). Construa geometricamente
estes vetores.

Operações com Vetores

Existem duas operações básicas envolvendo vetores: a adição e a


multiplicação por um escalar, isto é, por um número real. Esta seção é
dedicada a estudar estas operações e as suas principais propriedades.

Adição de Vetores

Todos conhecemos o princípio que afirma que não podemos somar maçãs
com laranjas. Este mesmo princípio pode ser aplicado para entendermos a
definição de adição de vetores. Suponha que temos maçãs e laranjas que
precisam ser estocadas em caixas separadas. Para sabermos quantas maçãs e
quantas laranjas existem em cada caixa, precisamos de um par de números.
Imagine este par de números como um vetor, isto é, v = <   > ,
onde   = número de maçãs e   = número de laranjas. Embora não
possamos adicionar   e   é fácil entender que podemos adicionar um
vetor v a um outro vetor w , componente a componente. Para entender essa
afirmação, imagine que um amigo nosso também estocou suas maçãs e
laranjas em caixas separadas e representou a quantidade de cada fruta por um
vetor w = <   > , onde   = número de maçãs e   = número de
laranjas. Para sabermos quantas maçãs e quantas laranjas temos juntos, basta
adicionarmos o número de maças e laranjas estocadas nas respectivas caixas,
isto é, basta calcularmos o vetor v + w = <   >. A
componente   do vetor v + w, representará o número total de maçãs e
a componente   , o número total de laranjas.

A adição de vetores pode ser interpretada geometricamente.

Neste sentido, a
soma de dois
vetores v e w é um
outro
vetor z = v + w que
pode ser obtido
unindo-se a
extremidade inicial
do vetor w, à
extremidade final do
vetor v, isto é, ao
final de v, coloque o
início de w. Assim, z
= v + w vai do
começo de v ao final
de w, conforme é
ilustrado no desenho
ao lado.

Agora é com você!

Clique aqui para explorar estas idéias.

Pelas atividades anteriores é fácil concluir que podemos escolher viajar ao


longo de v e, então, ao longo de w ou tomar o atalho v + w . A
soma v + w pode ser representada, então, pelo diagonal do paralelogramo
cujos lados são formados pelos vetores v e w . O resultado seria o mesmo se
você escolhesse viajar ao longo de w e, depois, ao longo de v . Em outras
palavras, v + w = w + v.

Esta propriedade pode ser verificada analiticamente, utilizando-se a definição


de adição de vetores. Assim, temos v + w = <   > + <   > =
<   > = <   > = <   > + <   >
= w + v .

Como já vimos, o vetor 0 tem componentes (0,0). Desse modo, temos


que v + 0 = v .

Multiplicação por
escalar

Adicionando-se o vetor v a ele mesmo, obtemos um vetor cujo comprimento é


o dobro do vetor original e cujas componentes são <   >. No
exemplo das maçãs e laranjas esta operação é equivalente a dobrar a
quantidade inicial de maçãs e de laranjas. Este mesmo resultado pode ser
obtido e entendido como uma nova operação com vetores, no caso, como uma
multiplicação do vetor v pelo número 2, definida por 2 v = <   >.

Dessa maneira, vetores podem ser multiplicados por qualquer número real c.
As componentes do vetor cv serão dadas por < c   , c   > . O número c
é chamado um escalar e a operação acima definida como multiplicação por
escalar.

Agora é com você!

Clique aqui para explorar estas idéias.


O produto c v de um
escalar c por um
vetor v , pode ser
interpretada,
geometricamene, por
uma dilatação ou
uma contração do
vetor v por um fator |
c |. Se | c | < 1, o
módulo do vetor
c v é menor do que o
módulo do vetor v.
Por isso dizemos que
o vetor v sofre uma
contração. Da
mesma forma, se | c |
> 1, o módulo do
vetor cv é maior do
que o módulo de v e
dizemos que o
vetor v sofre uma
dilatação.Se c > 0, o
vetor c v tem o
mesmo sentido do
vetor v . Se c < 0, o
vetor c v tem sentido
contrário ao
vetor v. Assim, o
vetor 2 v tem o dobro
do comprimento do
vetor v e o vetor  v ,
o mesmo
comprimento e
sentido oposto.

A figura ao lado
ilustra estes fatos.
O vetor  w , dito o
simétrico de w ,
permite definir a
subtração de vetores.
O vetor v  w é
definido como v  w
= v + ( w ). As
componentes deste
vetor serão dadas por

 
>. Para desenhar este
vetor, observe que é
preciso viajar
primeiro ao longo
de v e, então "voltar
atrás" ao longo de w.
Veja o desenho ao
lado.

Repare que,
geometricamente, o
vetor v  w correspond
e à outra diagonal do
paralelogramo cujos
lados são formados
pelos vetores v e w,
conforme ilustrado na
figura.

De maneira análoga, define-se a adição de vetores e a multiplicação por


escalar no espaço tridimensional. Assim, se v = <   > e w =
<   > temos que v + w = <   > . Da mesma
maneira se c é um escalar temos que o vetor cv é definido por <   
>.

Exemplo:
1) Seja u = <  1,3 > e v = < 4,7 >. Ache as componentes dos vetores:

(a) u + v (b) 3u (c) 2u  v

Solução:

(a) u + v = < 1, 3>


+ <4,7 > = < 3,10 >.

A figura ao lado
representa,
geometricamente,
esta soma.

(b) 3u = 3 <  1,3 >


= <  3,9 >. Veja a
sua representação
geométrica.

(c) 2u  v = 2 <  1,3 >  < 4,7 > = <  2, 6 >  < 4,7 > = <  6,  1 >.

Combinação Linear de Vetores


Combinando as operações de adição de vetores e multiplicação por escalar
formamos o que se chama em matemática de uma combinação linear de
vetores.

Definição:

Sejam v e w dois vetores e c e d dois escalares a adição c v + d w é dita uma


combinação linear dos vetores v e w .

A soma v + w é uma combinação linear especial dos vetores v e w . Neste


caso, c = d = 1. O vetor 2 v é uma combinação linear dos vetores v e w , onde
c = 2 e d = 0.

Conhecendo-se v e w é fácil calcular uma combinação qualquer destes dois


vetores. O problema inverso é muito mais difícil. Neste caso, os
vetores v , w e as componentes do vetor z = c v + d w são conhecidos e
queremos calcular os multiplicadores c e d, isto é, queremos calcular os
escalares c e d de modo a escrever o vetor z (dado) como combinação linear
dos outros dois vetores v e w.

Agora é com você!

Clique aqui para explorar geometricamente, esta idéia.

Nem sempre é possível expressar um dado vetor como combinação linear de


outros dois e, quando possível, pode existir mais de uma solução. Para
entender esta afirmação, repare que este problema é equivalente a achar a
solução de um sistema de equações lineares, como mostra o exemplo abaixo.
O número de componentes do vetor fornece o número de equações do sistema.
Se o sistema for determinado será possível resolver o problema dado, isto é,
escrever o vetor z , de modo único, como combinação linear dos
vetores v e w .

Exemplo:

Considere os vetores v = < 1, 2 > e w = < 0, 1 > . Se z = cv + dw = < 4, 2 >,
calcule c e d.

Solução:

Como v = <1,  2 > e w = < 0, 1 > , cv + dw é um vetor cujas componentes
são dadas por < c ,  2c + d > . Como cv + dw = < 4,2 >, temos que < c,  2c +
d > = < 4,2 > . Esta igualdade é equivalente ao sistema c= 4 e  2c + d =2.
Resolvendo este sistema obtemos que c = 4 e d = 10. De fato, verificando o
resultado temos que 4v + 10 w = 4 < 1,  2> + 10 < 0, 1 > = < 4, 2 >.

Agora é com você!

Escreva o vetor z = < 4, 2 ,  6 > como combinação linear dos vetores v =
< 1,  2, 1 > e w = < 0, 1,  1>.
O que acontece neste caso?

Resposta.

Vetores Unitários
Dizemos que um vetor u é unitário se o seu comprimento é 1, isto é, quando
|| u || = 1. Se v não é o vetor nulo, então o vetor u = v / || v || = 1/|| v || . v é o
vetor unitário na direção de v . Qualquer vetor na direção de v , de mesmo
sentido ou sentido oposto, é um mútiplo escalar deste vetor unitário u .

Exemplo:

Ache o vetor unitário na direção de v = <  3, 2 >.

Solução:

O unitário na direção de v será dado por v / || v ||. Como

|| v || =   , temos que u = v / || v || =   . <  3, 2 > =

<   >.

Agora é com você!

Faça as contas e confirme que, realmente, || u || = 1.


 

Os dois vetores i = < 1, 0 > e j = < 0,1 > são os unitários na direção do
eixo x e y , respectivamente.
Agora é com você!

Clique aqui para explorar esta idéia.

Qualquer vetor do plano pode ser escrito com combinação linear dos
vetores i e j de uma forma muito fácil: os coeficientes da combinação linear
são as componentes do vetor dado. De fato, se v = <   > temos que v =
<   , 0 > + < 0,   > =

 < 1,0 > +   < 0,1 > =   i +   j . Os escalares   e   podem
ser entendidos, respectivamente, como as componentes horizontal e vertical
do vetor v .

Um problema muito interessante e útil é saber determinar as componentes de


um vetor numa determinada direção, conhecendo-se o ângulo que o vetor faz
com a direção dada e o seu comprimento. Na seção Parametrizando um
Caminho, nós resolvemos um problema deste tipo de uma maneira muito
especial. Para resolver o problema proposto naquela seção, foi preciso
decompor o vetor que representava o curso (direção e velocidade) seguido
pelo corredor, nas suas respectivas componentes horizontal e vertical. Naquela
exemplo, resolvemos este problema usando nossos conhecimentos sobre retas
e o teorema de Pitágoras.

O problema de decompor um vetor em componentes segundo uma dada


direção e, em particular, o problema de decompor um vetor nas suas
componentes horizontal e vertical aparece em muitas outras situações da vida
prática. Por exemplo, o problema de calcular o trabalho realizado por uma
força de intensidade conhecida, que faz um ângulo de 60o com a horizontal, ao
deslocar um objeto sobre um plano inclinado é um problema deste tipo. No
entanto, não é possível resolvê-lo da maneira como foi feito na
seção Parametrizando um Caminho. Outro exemplo: sabendo-se que um avião
voa seguindo um curso que faz um ângulo de 65o com a direção norte (direção
do vetor velocidade) mantendo uma velocidade constante de 720 km/h
(comprimento do vetor velocidade) não é possível, usando o teorema de
Pitágoras e os conhecimentos que adquirimos até aqui, achar as componentes
horizontal e vertical da velocidade desenvolvida pelo avião. A componente
horizontal desta velocidade, por exemplo, fornece a velocidade com que o
avião se desloca em relação ao solo. Este problema pode ser resolvido,
facilmente, usando conceitos básicos de Trigonometria e voltaremos a ele no
módulo 4 deste curso.
Norma ou módulo de um vetor
A norma ou módulo de um vetor é o comprimento desse vetor,
que pode ser calculado por meio da distância de seu ponto final
até a origem.

Vetores: figuras
geométricas responsáveis por direção e sentido
O módulo de um número real “a” é um número real que indica o
tamanho do segmento de reta das extremidades “0” e “a” ou a
distância do ponto “a” até o ponto “0” na reta numérica.
O módulo de um vetor, também conhecido como norma de
um vetor, não difere em definição do módulo de um número
real.
Para calcular o módulo de um número real, geralmente
utilizamos a ideia de distância desse número até a origem.
Origem é o ponto 0: aquele em que, à direita, ficam os números
positivos e, à esquerda, os números negativos. Portanto,
aquele que conhece a distância do ponto “a” até a origem “0”
conhece também o módulo do número “a”.
A notação utilizada para representar a afirmação “módulo
de a é igual à distância de a até a origem” é a seguinte:
|a| = d(a,0)

Na imagem acima, observe que |6| = 6, pois a distância de 6


até 0 é 6. Observe também que |–6| = 6, pois d(–6,0) = 6.
Módulo ou norma de um vetor

Vetores são objetos criados para observar direção, sentido e


intensidade de movimento de objetos no espaço. Esse espaço
não se restringe às três dimensões comumente estudadas no
Ensino Médio, mas se trata de um espaço “n-dimensional”, isto
é, o espaço em que os vetores são observados pode ter uma
dimensão (esse espaço é chamado de reta), duas dimensões
(plano), três dimensões (espaço), quatro dimensões (espaço-
tempo) etc.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Os vetores são representados geometricamente por flechas.


Geralmente eles partem da origem, e as coordenadas de seu
ponto final são escritas para identificá-lo. Na imagem abaixo, o
vetor v = (a,b), pois (a,b) é o ponto final do vetor v.

A norma ou módulo de um vetor é um número real que


representa o comprimento desse vetor. Dessa forma,
calcular a norma de um vetor é o mesmo que calcular a
distância entre o ponto (a,b) e a origem (0,0). Utilizando |v|
como notação para módulo do vetor v = (a,b), pertencente ao
plano, teremos:
|v| = √(a2 + b2)
Caso o vetor v = (a,b,c) pertença ao espaço tridimensional, seu
módulo será encontrado desta forma:
|v| = √(a2 + b2 + c2)
Consequentemente, se o vetor v = (a, b, … ,n) pertencer a um
espaço n-dimensional, a soma no interior da raiz quadrada terá
n parcelas:
|v| = √(a2 + ... + n2)
Exemplo: Para calcular a norma do vetor v = (3, – 4), utilize: |v|
= √(a2 + b2).
|v| = √(a2 + b2)
|v| = √(32 + (– 4)2)
|v| = √(9 + 16)
|v| = √(25)
|v| = 5

O que são vetores colineares?


pequenas respostas para grandes perguntas

D ois vetores são considerados como sendo colineares quanto


têm a mesma direção (ainda que possam ter sentidos opostos). Por
outras palavras, dois ou mais vetores são colineares se ao colocarmos
retas "por cima" desses vetores, elas forem paralelas. Na figura
abaixo, temos uma imagem com 4 vetores, alguns pares de vetores
têm o mesmo comprimento, outros têm o mesmo sentido e ainda
outros não têm nem o mesmo sentido nem o mesmo comprimento,
mas apesar disso, todos eles colineares.
Como verificar se dois vetores do plano são colineares?
Se tivermos um vetor  e um vetor , e quisermos verificar se são
colineares, então basta utilizar um "truque" muito simples que consiste
em fazer a multiplicação cruzada das coordenadas e verificar se dá o
mesmo resultado. Neste exemplo ficaria . Como ambos os produtos
dão o mesmo resultado, então fica demonstrado que os
vetores  e  são colineares.
Como verificar se dois vetores do espaço são colineares?
Aqui o processo já é um pouco mais complexo. A definição
matemática de vetores colineares diz-nos o seguinte: . Para
provarmos que dois vetores no espaço são colineares temos que
provar que essa constante  existe. Vamos supor que temos os
vetores  e . Praticamente sem fazermos cálculos, conseguimos ver
que, se multiplicarmos  por dois então vamos obter , logo a
constante  existe e tem o valor dois. Mas nem sempre é assim tão fácil
fazer isso desta forma. Em casos mais complicados, para verificar a
colinearidade, o mais fácil é dividir cada coordenada de um vetor pela
respetiva coordenada do outro e verificar se o resultado obtido é
sempre o mesmo. No exemplo dado anteriormente ficaria . Sendo
verdadeira esta tripla igualdade, concluímos que estamos na presença
de dois vetores colineares.

Você também pode gostar