Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. NORMA DE UM VETOR
Seja o vetor v = ( x, y ). Pelo teorema de Pitágoras podemos determinar a norma (ou módulo, ou
comprimento) de um vetor:
v = x2 + y2
( 4 ) + ( -3)
2 2
v= = 16 + 9 = 5
NOTA:
- Distância entre dois pontos: A distância entre
dois pontos A ( x1, y1 ) e B ( x2 , y2 ) é o
comprimento (módulo) do vetor AB, isto é,
d ( A, B ) = AB . Como
AB = B - A = ( x2 - x1, y2 - y1 ) , temos:
d ( A, B ) = ( x2 - x1 ) + ( y 2 - y1 )
2 2
- Vetor Unitário: Vimos que a cada vetor v , v ¹ 0 , é possível associar dois vetores unitários
v v
paralelos a v : (é o versor de v ) e seu oposto - .
v v
v =
(3, -4) = (3, -4) = æ 3 , - 4 ö
u= = ç ÷
2
25 5 è5 5ø
2 2
æ 3,- 4ö = æ3ö æ 4ö 9 16 25
ç5 ç5÷ +ç- 5 ÷ = + = =1
è ø è ø è ø 25 25 25
÷5
1
É importante observar que este versor u é também versor de todos os vetores múltiplos de v que
tiverem o mesmo sentido dele.
Para exemplificar, o versor de 2v = 2 (3, -4) = (6, -8) é ainda:
2v
=
(6, -8) = æ 6 8 ö æ3 4ö
u= = ç 10 , - ÷ = ç , -
2v 2
100 è ø è ø
÷10 5
5
2. DESCOMPOSIÇÃO DE UM VETOR NO PLANO
Dados dois vetores v1 e v2, não colineares, qualquer vetor v (coplanar com v1 e v2) pode ser
cujas direções sejam as de v1 e v2 e cuja soma seja v . Em outras palavras, iremos determinar dois
v = a1 v1 + a 2 v2
EXEMPLOS:
a) Dados os vetores v1 e v2 não colineares e v (arbitrário), a figura mostra como é possível
2
Para esta figura, temos
que a1 > 0 e a2 < 0 .
figura, v não pode ser diagonal do paralelogramo e, portanto, a 2 deve ser igual a zero:
v = a1 v1 + 0 v2
v = a1 v1 + a 2 v2 (1)
chamada base no plano. Aliás, qualquer conjunto v1 , v 2 { } de vetores não colineares constitui uma
{
coordenadas de v em relação à base v1 , v 2 .}
É bom logo esclarecer que, embora estejamos
simbolizando a base como um conjunto, nós a
pensamos como um conjunto ordenado. O vetor
a1 v1 é chamado projeção de v sobre v1
direção de v1 .
3
{
Na prática, as bases mais utilizadas são as bases ortonormais. Uma base e1 , e 2 } é dita ortonormal
Dentre as infinitas bases ortonormais no plano, uma delas é particularmente importante. Trata-se da
base que determina o conhecido sistema cartesiano ortogonal xOy. Esta base é formada pelos
vetores representados por segmentos orientados com origem em O e extremidade nos pontos (1, 0) e
(0, 1). Estes vetores são simbolizados com i e j e a base {i, j} é chamada canônica.
Em nosso estudo, a menos que haja referência em contrário, sempre trataremos com a base
canônica.
Dados um vetor v = x i + y j no qual x e y são as
4
3. PRODUTO ESCALAR E ÂNGULO ENTRE VETORES
real:
u × v = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2
Ex. 3:
a) Dados os vetores u = 3 i - 5 j+ 8 k e v = 4 i - 2 j- k , tem-se:
u × v = 3´ 4 + ( -5 ) ´ ( -2 ) + 8´ ( -1 ) = 12 +10 - 8 = 14
( )
valor de a tal que u × v + BA = 5 .
5
BA = A - B = (4 - 3, -1- 2, 2 - (-1)) = (1, -3, 3)
substituindo e resolvendo a equação dada, temos:
(4,a ,-1)×((a ,2,3) + (1,-3,3)) = 5
(4,a ,-1)×(a +1,-1,6) = 5
4 (a +1) + a (-1) -1(6) = 5
4 a + 4 -a - 6 = 5
7
3a = 5 - 4 + 6 = 7 Þ a =
3
2 2 2
Ex. 4: Provar que u + v = u + 2u× v + v . Para a dedução empregar a propriedade (V) do item
anterior.
=
=
6
Ângulo de Dois Vetores
⃗→ = (𝑥1 , 𝑦1 , 𝑧1 ) e
Consideremos os vetores não nulos 𝑢
𝑣→ = (𝑥2 , 𝑦2 , 𝑧2 ). Tomemos um ponto 0 ÎR 2 , e
sejam 𝐵, 𝐶 ∈ 𝑹2 tais que 𝑢 ⃗⃗⃗⃗𝐶
⃗→ = 𝑂 ⃗→ e 𝑣→ = 𝑂
⃗⃗⃗⃗𝐵
⃗→. Seja q a
medida em radianos (ou graus) do ângulo COB
satisfazendo 0 £ q £ p (0 £ q £ 180o ) .
u × v = u v cosq (2)
|𝑢
⃗→ − 𝑣→|2 = |𝑢
⃗→|2 + |𝑣→|2 − 2|𝑢
⃗→||𝑣→|𝑐𝑜𝑠𝜃 (3)
mas,
2 2 2
BC = u - v = (x1 - x 2 , y1 - y 2 , z1 - z2 )
= (x - x ) + ( y1 - y 2 ) + ( z 1 - z 2 )
2 2 2
1 2
expressão esta que nos permite calcular cos q. Finalmente, podemos concluir que o produto escalar
de dois vetores u e v é o produto dos seus módulos pelo cosseno do ângulo por eles formado.
7
NOTA:
a) Se u × v > 0 , cosq deve ser um número
positivo, isto é, cosq > 0 , o que implica
0o £ q < 90o . Nesse caso, q é ângulo agudo ou
nulo.
u×v (4)
cosq =
u v
Proposição 1
Dois vetores u e v são ortogonais se, e somente se, u × v = 0 .
Demonstração
Se u ou v é nulo, é imediato. Senão, decorre da equação (4), que nos diz que:
p
u × v = 0 Û cosq = 0 Û q= Û u^v
2
A equação (4) e a Proposição 1 nos permite caracterizar as bases ortonormais do seguinte modo:
( )
Uma condição necessária e suficiente para que uma tripla e1 , e 2 , e3 de vetores de R 3 seja uma
e1 ×e1 = e2 ×e 2 = e3 ×e 3 = 1 ( 5)
e1 × e2 = e1 ×e 3 = e2 ×e 3 = 0 (6)
8
se i = j
Resumindo, ei ×e j = . De fato, a equação (5) garante que os vetores e1 , e2 e e3 são
ïî0, se i ¹ j
unitários, e a equação (6) garante que eles são dois a dois ortogonais.
1(-1) +1 ( 2 ) + 4 ( 2 ) 9 2
= = = =
18 9 3 3 2
Logo, temos:
æ 2ö
q = arc cos = 45o
ç2 ÷
è ø
-2(-1) + 3 ( 2 ) - 2 ( 4 ) 2 + 6 - 8
= = =0
17 21 17 21
c) Sabendo que o vetor v = (2,1, -1) forma ângulo de 60º com o vetor AB determinar pelos pontos
A(3, 1, -2) e B(4, 0, m), calcular o valor de m.
cosq = v × AB
v AB
1
Como cos 60o = e AB = B - A = (1, -1, m + 2) , temos:
2
9
1
=
(2,1, -1)× (1, -1, m + 2) =
2 -1- m - 2
2 2 +1 + -1 1 + -1 + m + 2 6
2
æ1ö æ -1- m ö2
ç ÷ = ç ÷
è 2 ø è 6m + 24m + 36 ø
2
1 1+ 2m + m2
=
4 6m2 + 24m + 36
6m2 + 24m + 36 = 4 + 8m + 4m2
2m2 +16m + 32 = 0
m2 + 8m +16 = 0 ® m = -4 (raiz dupla)
Cossenos diretores de v são os cossenos de seus ângulos diretores, isto é, cosa, cosb e cosg .
Para o cálculo dos cossenos diretores utilizaremos a equação (4):
cosa =
v× i
=
(x, y, z ) × (1, 0, 0) = x
v i v1 v
cos b =
v× j
=
(x, y, z ) × (0,1, 0) = y
(7)
v j v1 v
cos g =
v× k
=
(x, y, z ) × (0, 0,1) = z
v k v1 v
10
NOTA: Observa-se que os cossenos diretores de v são precisamente as componentes do versor de
v:
v (x, y, z) æ x y z ö
= = ç , , ÷ = (cosa, cos b , cos g )
v v çv v v÷
è ø
Como o versor é um vetor unitário, decorre imediatamente:
è 2 ø è2ø
2
2 æ ö
cos a = 1- çæ 1 ö÷ - ç 2 ÷ = 1- 1 - 2 = 4 - 2 -1 = 1
2
è2ø è 2 ø 4 4 4 4
1 1
cosa = ± =± Logo, a = 60o ou a = 120o
4 2
Ex. 7: Calcular os ângulos diretores da reta l que passa pelos pontos P1(2,1,-2) e P2(-2,3,3) e tem
direção de P2 a P1.
11
Do triângulo retângulo, temos:
u× v u× v
w = u cosq = u
u v v
Então: w = k v
u×v 1 u×v
ou, k = w = \ k= 2
v v v
æ ö
ç u×v÷
logo, w = 2
v
ç v
è ø
⃗→ ∙ ⃗𝑣⃗→
𝑢
𝑝𝑟𝑜𝑗→ ⃗𝑢→ = ( ) ⃗𝑣→ (9)
𝑣 ⃗→ ∙ ⃗𝑣⃗→
𝑣
12
NOTA:
Podemos fazer uma interpretação geométrica do módulo do produto escalar de seguinte maneira: se
(
na equação (9) o vetor v é unitário v = 1 , tem-se )
( )
2
proj v u = u × v v pois v×v = v =1
e, portanto,
( )
proj v u = u × v v = u × v v ou projv u = u × v
Logo, pode-se concluir: o comprimento do vetor projeção de u sobre v , sendo v unitário, é igual
ao módulo do produto escalar de u por v .
4. PRODUTO VETORIAL
u ´ v = ( y1 z 2 - z1 y 2 ) i - ( x1 z 2 - z1 x 2 ) j+ ( x1 y 2 - y1 x 2 ) k ( 10 )
13
Cada componente deste vetor pode ainda ser expresso na forma de um determinante de 2ª ordem:
éi j kù
ê ú
u ´ v = êx1 y1 z1 ú ( 11 )
ê ú
êx y z ú
ë 2 2 2û
u ´ v = ( y1 z 2 ) i + ( z1 x 2 ) j + ( x1 y 2 ) k - ( z1 y 2 ) i - ( x1 z 2 ) j - ( y1 x 2 ) k
14
Ex. 9: Calcular o produto vetorial de u = (1, 2, 3) sobre v = ( 4, 5, 6) .
Utilizando a equação (11), temos:
éi j kù
ê ú é2 3ù é 1 3ù é1 2ù
u ´ v = ê1 2 3ú = ê úi - ê ú j+ ê úk =
ê ú êë 5 6úû êë 4 6úû êë 4 5úû
ê4 5 6úû
ë
= ( 2 (6 ) - 5 ( 3 ) ) i - (1(6) - 4 (3)) j+ (1(5) - 4 ( 2 ) ) k
= (12 -15)i - (6 -12) j+ (5 - 8 ) k
= -3i + 6 j- 3k
éi j kù
ê ú é5 6ù é4 6ù é4 5ù
v´ u = ê4 5 6ú = ê úi - ê ú j+ ê úk =
ê ú êë 2 3úû êë1 3úû êë1 2úû
ê1 2 3úû
ë
= ( 5 ( 3 ) - 2 ( 6 ) ) i - (4 (3) -1 ( 6 ) ) j+ (4 ( 2 ) -1 ( 5 ) ) k
= (15 -12) i - (12 - 6) j+ (8 - 5) k
= 3i - 6 j+ 3k
15
Propriedades do Produto Vetorial
h = v senq
mas: u ´ v = u v senq ,
logo,
u ´ v = Área ABCD ( 12 )
O resultado dado na equação (12) poderá ser expresso por: a área do paralelogramo determinado
pelos vetores u e v é numericamente igual ao comprimento do vetor u´v .
Ex. 10: Vamos comprovar este resultado por meio de um exemplo particular tomando os vetores
u = (2, 0, 0) e v =(0, 3, 0) . Temos então:
16
éi j kù
ê ú
u ´ v = ê2 0 0ú
ê ú
ê0 3 0ú
ë û
= 0i + 0 j+ 6k = 6k
e u´v = 6
5. PRODUTO MISTO
éi j kù
ê ú éy2 z2 ù éx2 z2 ù éx2 y2 ù
v´ w = êêx y2 z 2 úú = ê úi - ê ú j+ ê úk
2 êy z ú êx z ú êx y ú
êx y z ú ë 3 3û ë 3 3û ë 3 3û
ë 3 3 3û
éx1 y1
ê ú éy2 éx2 éx2
y2
ê ú êëy3 z úû êë x z úû êë x y3úû
êë x y3 ú
z3 û
é2 3 5ù
ê ú
( ê
)
u × v´ w = ê-1 3 3ú = 27
ú
êë 4 -3 2úû
17
Propriedades do Produto Misto
( ) ( )
relação ao exemplo anterior onde u × v´ w = 27 , teríamos: v × u ´ w = -27 (permuta de
u e v ), ( )
w × v´ u = -27 (permuta de
u e w) e u × ( w ´ v) = -27 (permuta de
v e w ). Se em qualquer um destes três
últimos produtos efetuarmos nova
permutação de dois vetores, o produto misto
resultante volta a ser 27.
Então, se em relação ao produto interno misto u × v´ w( ) ocorrer:
a) uma permutação (trocam as posições de dois vetores consecutivos), haverá troca de sinal;
b) duas permutações, não altera o sinal.
Resulta desta propriedade que os sinais, e x podem ser permutados, isto é,
( ) ( )
u × v´ w = u ´ v × w
2) (u + x, v, w) = (u, v, w ) + (x, v, w ) ,
(u, v + x, w) = (u, v, w ) + (u, x, w ) ;
(u, v, w + x) = (u, v, w ) + (u, v, x) .
3) (k u, v, w ) = (u, k v, w) = (u, v, k w) = k (u, v, w ) ;
4) (u, v, w ) = 0 se, e somente se, os três vetores forem coplanares.
Admitindo-se que (u, v, w ) = 0 , ou seja, u × ( v´ w ) = 0 , conclui-se que ( v´ w ) ^ u . Por
outro lado, no estudo do produto vetorial vimos que o vetor v´ w é também ortogonal a
v e w . Assim sendo, como v´ w é
ortogonal aos três vetores u, v e w , estes
são coplanares. Reciprocamente,
admitindo-se que u, v e w sejam
coplanares, o vetor v´ w , por ser
ortogonal a v e w , é também ortogonal a
u.
Ora, se u e v´w são ortogonais, o produto escalar deles é igual a zero, isto é,
( ) ( )
u × v´ w = u, v, w = 0 .
18
Ex. 12: Verificar se são coplanares os vetores u = 2 i - j+ k , v =i - k e w = 2 i - j+ 4 k .
( ) (
Para que u, v e w sejam coplanares u × v´ w = u, v, w = 0 . )
Como
é2 -1 1ù
ê ú
0 -1ú = 3 ¹ 0
ê ú
êë 2 -1 4 úû
os vetores não são coplanares.
Ex. 13: Qual deve ser o valor de m para que os vetores u = (2, m, 0) , v =(1, -1, 2) e w = (-1, 3, -1)
sejam coplanares ?
( ) (
Para que u, v e w sejam coplanares u × v´ w = u, v, w = 0 . )
Como
é2 m 0ù
ú é-1 2ù é1 2ù é1 -1ù
-1 2 ú = 2ê ú-mê ú +0ê ú
ê ú êë 3 -1úû êë -1 -1úû êë -1 3 úû
êë -1 3 -1úû
( )
u × v´ w = -10 - m = 0
portanto, m = -10.
mas,
Ab = v´ w
h = u cosq
19
é necessário considerar o valor absoluto cosq , pois q pode ser um ângulo obtuso. Logo, o volume
do paralelepípedo é:
e, em conseqüência,
u ×a = u a cosq ( 15 )
Vol =
Logo,
Vol =
Volume do Tetraedro
Todo paralelepípedo é equivalente a dois prismas triangulares iguais. Como todo prisma triangular
equivale a três pirâmides (que não caso são
tetraedros) de base e altura equivalente à base
do prisma, o volume de cada uma destas
pirâmides é 16 do volume do paralelepípedo.
Sendo A, B, C e D quatro pontos do espaço, não
situados num mesmo plano, e três a três não
colineares, as arestas do paralelepípedo são
determinadas pelos vetores AB, AC e AD e,
portanto, o volume do tetraedro ABCD é:
Vol_Tetra =
1
6
Vol =
1
6
(AB, AC, AD )
NOTA: na Mecânica
Computacional é fundamental
conhecer o volume dos tetraedros
quando se emprega o Método dos
Elementos Finitos e Volumes
Finitos.
20
Ex. 14: Dados os vetores u = ( x, 5, 0) , v =(3, -2,1) e w = (1,1, -1) , calcular o valor de x para que o
volume do paralelepípedo determinado por u, v e w seja 24 unidades de volume.
O volume do paralelepípedo é dado por: Vol = u, v, w ( ) e, no caso presente, deve-se ter:
(u, v, w ) = 24
mas,
éx 5 0ù
ú é-2 1ù é3 1ù é3 -2ù
-2 1 ú = xê ú -5ê ú+0ê ú
ê ú êë 1 -1ûú êë1 -1ûú êë1 1 úû
êë 1 1 -1úû
( )
u × v´ w = x + 20
Logo, x + 20 = 24
que, pela definição de módulo, implica duas hipóteses:
x + 20 = 24 ou x + 20 = -24
Portanto,
x=4 ou x = -44
(
Tendo em vista que o produto vetorial não é associativo, em geral: u ´ v´ w ¹ u ´ v ´ w ) ( )
O duplo produto vetorial pode ser decomposto na diferença de dois vetores com coeficiente
escalares:
( ) ( ) ( )
u ´ v´ w = u × w v - u × v w
év w ù
ú
êë u × v ú
u × wû
21
6. APLICAÇÕES DO CÁLCULO VETORIAL
O produto escalar é uma importante ferramenta matemática para a Física, uma vez que inúmeras
grandezas físicas são definidas com seu emprego, como por exemplo, o trabalho.
O trabalho realizado por uma força constante F
ao longo de um determinado deslocamento d é
definido como o produto escalar desta força pelo
deslocamento efetuado pelo corpo no qual a força
está aplicada.
Pode-se observar que a componente da força F
que realiza o trabalho é Fx paralela ao
deslocamento AB = d , conforme mostra a figura.
Então,
Fx = F cosq
W = F×d ou W = F d cosq
Ex. 15: Calcular o trabalho realizado pelas forças constantes, F, Fa , FN e P e pela força resultante,
para deslocar o bloco de A até B, sabendo que F = 10 N , Fa = 8 N , P = 3 N , FN = 3 N , d = AB,
e d = 10 m .
W = F d cosq
22
WP = FP d cos q = ( 3N )(10m ) cos ( -90o ) = ( 3N )(10m )( 0 ) = 0 J
Neste exemplo, o trabalho resultante WR das quatro forças pode ser calculado de duas maneiras:
a) pela soma algébrica dos trabalhos realizados pelas forças:
WR = WF + WF + WP + WF
a N
WR = 100 J - 80 J + 0 J + 0 J = 20 J
Ex. 16: Calcular o trabalho realizado pelas forças F para deslocar o bloco de A até B, sabendo que
F = 10 N , q @ 36,9o e d = AB = 20 m .
W = F d cosq W = F×d
ou
W = (10 N )( 20 m)cos 36, 9o ( )( )
W = 8 i + 6 j × 20 i + 0 j
W = 160 J W = 160 J
Outra importante ferramenta utilizada na Física é o produto vetorial. Dentre algumas de suas
aplicações pode-se citar o torque.
O torque é uma grandeza vetorial, representada por t, e está relacionada com a possibilidade de um
corpo sofrer uma torção ou alterar seu movimento de rotação. A equação para o cálculo do torque é:
t = r´F
onde é a distância do ponto de aplicação da força F ao eixo de rotação, ao qual o corpo está
vinculado. Lembrando o cálculo do módulo do produto vetorial tem-se:
23
t = r F senq
Ex. 17: Calcular o torque sobre a barra AB , onde AB = r = 2 j (em metros), F = 10i (em Newton)
e o eixo de rotação é o eixo z.
( ) ( )
t = 0 i + 2 j+ 0 k m´ 10 i + 0 j+ 0 k N
t = (0 i + 0 j- 20 k ) mN
t = - ( 20 k ) mN
t = r F senq = (2m)(10N)sen90
t = 20 Nm
24