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ESPAÇOS VETORIAIS
125 minutos

s e õ ç at o n a r e V
 Aula 1 - Espaços vetoriais

 Aula 2 - Base e Dimensão

 Aula 3 - Mudança de base

 Aula 4 - Tipos de espaços vetoriais

 Aula 5 - Revisão da unidade

 Referências

Aula 1

ESPAÇOS VETORIAIS
O conhecimento dos espaços vetoriais permite um estudo mais aprofundado dos fundamentos da
Matemática, favorecendo a compreensão e aplicação desses conceitos na resolução de problemas reais que
englobam, principalmente, grandezas vetoriais.
22 minutos

INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Neste momento, prosseguindo com o estudo de tópicos de Álgebra Linear e Vetorial, o nosso foco será
direcionado aos espaços vetoriais. Assim, você estudará a definição de espaço vetorial e de subespaço vetorial,
reconhecendo as propriedades correspondentes e alguns exemplos importantes.

O conceito de espaço vetorial permite uma generalização do conceito de vetor, visto que a partir dele podemos estudar
conjuntos de polinômios, matrizes e funções de modo análogo ao que pode ser realizado com conjuntos de vetores
bidimensionais e tridimensionais reais, cujas representações gráficas são dadas no plano e espaço cartesianos,
respectivamente.

O conhecimento dos espaços vetoriais permite um estudo mais aprofundado dos fundamentos da Matemática,
favorecendo a compreensão e aplicação desses conceitos na resolução de problemas reais que englobam, principalmente,
grandezas vetoriais.

Procure aprofundar seus conhecimentos explorando outros exemplos de espaços vetoriais a partir das referências
sugeridas nesta aula.

Bons estudos!
INTRODUÇÃO AOS ESPAÇOS VETORIAIS
Quando estudamos os vetores bidimensionais e tridimensionais, por exemplo, percebemos a presença de estruturas
semelhantes, principalmente no que se refere às propriedades verificadas mediante as operações usuais de adição e

0
multiplicação por escalar definidas em cada conjunto.

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Ao verificar esse tipo de comportamento, o qual também se percebe em outros conjuntos, como os de polinômios, por
exemplo, foi definida uma estrutura geral capaz de generalizar muitas dessas características, denominada espaço vetorial.

Um espaço vetorial corresponde a um conjunto V de vetores, munido das operações de adição de vetores e multiplicação
de vetores por um escalar, que gozam das seguintes propriedades:

1. Se v1 e v2 pertencem a V, então v1 + v2 também pertencerá a V.

2. Se c for um escalar e se v pertencer a V, então cv também pertencerá a V.

3. Existe um vetor nulo 0 em V tal que 0 + v = v para todo v em V.

4. Para todo v pertencente a V, existe um vetor −v em V, chamado de inverso aditivo ou simétrico, tal que
v + (−v) = 0 .

5. Existe um escalar 1 tal que 1 ⋅ v = v para todo v em V.

6. Quaisquer que sejam os vetores v1 , v2 e v3 em V, e os escalares c1 e c2 :


i. v 1 + v2 = v2 + v1

ii. (v 1 + v2) + v3 = v1 + (v2 + v3)

iii. (c 1c2)v1 = c1 (c2v1)

iv. c 1 (v1 + v2) = c1v1 + c1v2

v. (c 1 + c2)v1 = c1v1 + c2v1

Como exemplos de espaços vetoriais podemos destacar R


2
e R
3
com as operações usuais de adição de vetores e
multiplicação de vetores por números reais. Mas podemos também estender a um espaço n-dimensional, R
n
, munido das
operações de adição de vetores e multiplicação de vetor por número real correspondentes. Nesse espaço, os elementos são
vetores com n componentes reais, em que n ∈ N , n > 1 . Pode ser utilizada a notação de vetor coluna para a
representação dos elementos desse espaço, como:

x1
⎡ ⎤

x2
n
v = ∈ R

⎣ ⎦
xn

A definição de espaço vetorial traz a noção de escalar. Geralmente adotamos esse escalar como um número real, no
entanto, ele pode ser um elemento de qualquer conjunto que, munido de operações convenientes, constitua um corpo.
Um corpo é uma estrutura composta por um conjunto não vazio K, sobre o qual são definidas operações binárias + e × ,
e que atendem às seguintes propriedades:

1. As estruturas (K, +) e (K − {0}, +) , em que 0 representa o elemento neutro relativo à operação + , gozam das
propriedades a seguir: para todos a, b, c ∈ K .

0
i. Fechamento: a + b ∈ K e a × b ∈ K .

ii. Associatividade: a + (b + c) = (a + b) + c e a × (b × c) = (a × b) × c .

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iii. Comutatividade: a + b = b + a e a × b = b × a .

iv. Existência de elemento neutro: existem 0,1 ∈ K tal que a + 0 = a e a × 1 = a , para todo a ∈ K .

v. Existência de elemento simétrico: a cada a ∈ K existe −a ∈ K de modo que a + (−a) = 0 , e a cada


a ∈ K − {0} , existe a
−1
∈ K de modo que a × a
−1
= 1 .

2. A operação × é distributiva em relação à operação + , isto é, dados a, b, c ∈ K teremos


a × (b + c) = a × b + a × c .

Sendo verificadas essas propriedades, dizemos que (K, +, ×) é caracterizada como corpo. Como exemplos temos as
estruturas do conjunto dos números reais e do conjunto dos números complexos, munidas das operações usuais de adição
e multiplicação em cada conjunto.

Outro exemplo de espaço vetorial é o espaço Pn (R) formado por todos os polinômios com coeficientes reais de grau
menor ou igual a n ∈ N , n > 1 .

Além dos espaços, também temos os subespaços vetoriais.

Um subconjunto S de um espaço vetorial V é denominado subespaço vetorial se, munido das mesmas operações de V,
satisfizer:

1. S contém o vetor nulo 0.

2. Se u e v pertencerem a S, então u + v também pertencerá a S.

3. Se c for um escalar e se v pertencer a S, então cv também pertencerá a S.


PROPRIEDADES DOS ESPAÇOS VETORIAIS
De posse da definição de espaço vetorial, vejamos algumas estruturas que podem ser estudadas nesse contexto.

0
Além do R
2
e R
3
, podemos definir espaços vetoriais a partir de conjuntos de matrizes, de polinômios, de funções, entre
outros.

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Analisemos o caso do espaço vetorial de polinômios, iniciando pelo conjunto P2 (R) , o qual contempla todos os
polinômios com coeficientes reais e que possuem grau menor ou igual a 2. Um elemento qualquer desse conjunto pode ser
representado na forma p(x) = a0 + a1x + a2x
2
, com a0, a1, a2 ∈ R . Sobre esse conjunto, definamos as seguintes
operações:

Adição: dados p(x) = a0 + a1x + a2x


2
e q(x) = b0 + b1x + b2x
2
em P2 (R) , a soma desses polinômios é
definida por (p + q)(x) = (a0 + b0) + (a1 + b1)x + (a2 + b2)x
2
.

Multiplicação por número real: dados p(x) = a0 + a1x + a2x


2
∈ P2 (R) e c ∈ R , o produto por número real é
tal que cp(x) = c (a0 + a1x + a2x ) = ca0 + ca1x + ca2x
2 2
.

O conjunto P2 (R) , munido dessas duas operações, é um espaço vetorial. Com efeito, dados p(x) = a0 + a1x + a2x
2

, q(x) = b0 + b1x + b2x


2
e r(x) = c0 + c1x + c2x
2
∈ P2 (R) , bem como k1, k2 ∈ R , é possível perceber que:

1. Como a soma de números reais é um número real, então os coeficientes do polinômio


(p + q)(x) = (a0 + b0) + (a1 + b1)x + (a2 + b2)x
2
são números reais, logo p + q ∈ P2 (R) .

2. Como o produto entre números reais é um número real, k1p(x) = k1a0 + k1a1x + k1a2x
2
∈ P2 (R) .

3. O polinômio nulo é z(x) = 0 , sendo tal que p(x) + z(x) = p(x) .

4. A cada polinômio p(x) = a0 + a1x + a2x


2
∈ P2 (R) , temos −p(x) = −a0 − a1x − a2x
2
∈ P2 (R) de modo
que p(x) + (p(x)) = 0 = z(x) .

5. O número 1 ∈ R é tal que 1 ⋅ p(x) = 1 ⋅ a0 + 1 ⋅ a1x + 1 ⋅ a2x


2
= p(x) .

6. Além disso, verificamos que:


i. p(x) + q(x) = q(x) + p(x) .

ii. (p(x) + q(x)) + r(x) = p(x) + (q(x) + r(x)) .

iii. (k 1k2)p(x) = k1 (k2p(x)) .

iv. k1 (p(x) + q(x)) = k1p(x) + k1q(x) .

v. (k 1 + k2)p(x) = k1p(x) + k2p(x) .

As propriedades de (i) – (v) decorrem das propriedades do conjunto de números reais, munido das operações usuais de
adição e multiplicação, aplicadas aos coeficientes dos polinômios em questão. Vejamos detalhadamente o caso da
propriedade (iii):

2 2
(k1k2)p(x) = (k1k2) (a0 + a1x + a2x ) = k1 (k2a0 + k2a1x + k2a2x ) = k1 (k2p(x))
Assim, comprovamos que P2 (R) tem a estrutura de um espaço vetorial. Podemos estender essa noção a um conjunto
Pn (R) de polinômios com coeficientes reais, cujo grau seja menor ou igual a n ∈ N , n > 1 . Nesse caso, teremos
também um espaço vetorial.

Além da definição de espaço vetorial, também temos algumas propriedades importantes, que são apresentadas no

0
teorema a seguir.

Teorema: Se V é um espaço vetorial e v ∈ V , então:

s e õ ç at o n a r e V
i. 0v = 0 .

ii. v + u = 0 implica u = −v , isto é, o simétrico em relação à adição é único.

iii. (−1)v = −v .

Demonstração: partindo da definição de espaço vetorial, segue que:

v = 1v = (1 + 0)v = 1v + 0v = v + 0v

Assim:

−v + v = −v + (v + 0v) = (−v + v) + 0v

O que implica:

0 = 0 + 0v = 0v

Para (ii), suponha v + u = 0 v, então:

−v = −v + 0 = −v + (v + u))

Logo:

−v = (−v + v) + u = 0 + u = u

Para (iii), note que:

0 = 0v = (1 + (−1))v = 1v + (−1)v

Assim, v + (−1)v = 0 , e de (ii) obtemos (−1)v = −v , o que conclui a demonstração.

Outro conjunto que pode ser estudado do ponto de vista dos espaços vetoriais é o de matrizes. Podemos analisar um
conjunto formado por matrizes m × n com entradas reais, mas vamos restringir nosso estudo ao conjunto de matrizes
2 × 2 com entradas reais, denotado por M2 (R) . Nesse caso, cada vetor desse conjunto é uma matriz na forma:

a11 a12
A = [ ] ,
a21 a22

com entradas reais. Esse conjunto compõe um espaço vetorial quando definimos sobre ele as seguintes operações:

a11 a12 b11 b12


Adição de matrizes: se A = [ ] , B = [ ] ∈ M2 (R) então
a21 a22 b21 b22

a11 + b11 a12 + b12


A + B = [ ] ;
a21 + b21 a22 + b22
a11 a12 ka11 ka12
Multiplicação por número real: sendo A = [ ] ∈ M2 (R) e k ∈ R então kA = [ ] .
a21 a22 ka21 ka22

0 0
Para essa estrutura, a matriz nula 02 = [ ] se comporta como o elemento neutro para a adição, e a cada
0 0

a11 a12 −a11 −a12


A = [ ] ∈ M2 (R) a matriz simétrica em relação à adição será −A = [ ] ∈ M2 (R) .

0
a21 a22 −a21 −a22

A partir desse espaço, podemos definir subespaços vetoriais. Vejamos o caso do subconjunto

s e õ ç at o n a r e V
a11 a12
S = {[ ] ∈ M2 (R), a22 = 0} .
a21 a22

a11 a12
Esse subconjunto contém as matrizes na forma A = [ ] ∈ M2 (R) .
a21 0

a11 a12 b11 b12


Note que a matriz nula pertence a S, além disso, dados A = [ ] , B = [ ] ∈ S ,e k ∈ R , segue que:
a21 0 b21 0

a11 + b11 a12 + b12


A + B = [ ] ∈ S
a21 + b21 0

ka11 ka12
kA = [ ] ∈ S
ka21 0

O que comprova a classificação de S como subespaço vetorial de M2 (R) .

EXEMPLOS IMPORTANTES
Suponha que você foi contratado para ministrar um curso de formação continuada para professores de Matemática do
Ensino Médio. Nesse curso, você deverá discutir a respeito do conceito de espaço vetorial e de relações que podem ser
estabelecidas entre diferentes espaços.

A primeira abordagem a ser realizada nesse curso de formação será um estudo direcionado aos espaços R
2
e R
3
, visto
que suas representações gráficas são empregadas na etapa de ensino em questão.

O espaço R
2
é utilizado como referência quando trabalhamos com situações que envolvem duas dimensões e, geralmente,
recorremos à representação por meio do plano cartesiano.

Nesse caso, podemos recorrer aos vetores bidimensionais e suas representações enquanto flechas, em conjunto com as
coordenadas dos pontos no plano cartesiano.

Figura 1 | Plano cartesiano

Fonte: elaborada pela autora.


Por outro lado, o espaço R
3
é aquele cuja representação gráfica corresponde ao espaço cartesiano, o qual utilizamos em
construções tridimensionais. Assim, o R
3
é o suporte que podemos utilizar no estudo de problemas reais com três
dimensões.

Figura 2 | Espaço cartesiano

0
s e õ ç at o n a r e V
Fonte: elaborada pela autora.

Podemos, então, estabelecer uma relação entre esses espaços diante do conceito de subespaço vetorial.

No espaço R
3
percebemos a presença de planos coordenados, que são aqueles formados a partir de dois eixos
coordenados. Tomemos como referência o plano coordenado xy, formado a partir dos eixos x e y.

Perceba que a estrutura desse plano isoladamente coincide com a estrutura do R


2
, no entanto, para avaliá-lo no espaço
tridimensional devemos considerar a terceira coordenada dos pontos nula. Dessa forma, definimos o conjunto a seguir:
3
A = {(x, y, z) ∈ R , z = 0}

Esse conjunto A, munido das operações derivadas de R


3
, pode ser classificado como um subespaço de R
3
.

De fato, o vetor nulo faz parte do conjunto A, visto que sua terceira coordenada é nula. Além disso, dados v = (v1, v2,0) ,
u = (u1, u2,0) ∈ A ,e c ∈ R , é possível verificar que:

v + u = (v1, v2,0) + (u1, u2,0) = (v1 + u1, v2 + u2,0) ∈ A

cv = c (v1, v2,0) = (cv1, cv2,0) ∈ A

Sendo assim, o conjunto A, com a restrição das operações de R


3
sobre ele, compõe um subespaço vetorial de R
3
.

Nesse sentido, intuitivamente, podemos avaliar que os planos coordenados em R


3
, que são subespaços vetoriais,
possuem semelhança com a estrutura presente em R
2
.

A segunda abordagem a ser feita no curso diz respeito a uma comparação entre os espaços R
3
e um espaço de
polinômios.

Retomemos o conjunto P2 (R) formado pelos polinômios, com coeficientes reais, de grau menor ou igual a 2. Um
polinômio desse conjunto pode ser representado por p(x) = a0 + a1x + a2x
2
, em que a0, a1, a2 ∈ R .

Com as operações de adição de polinômios e multiplicação de polinômio por número real, podemos construir um espaço
vetorial a partir desse conjunto.
Vejamos que cada elemento desse espaço é um polinômio formado por três coeficientes reais. Isto é,
p(x) = a0 + a1x + a2x
2
é constituído pelos coeficientes reais a0, a1, a2 ∈ R .

Dessa forma, podemos estabelecer uma relação entre P2 (R) e o espaço R


3
, visto que ele é tridimensional e, portanto,
baseia-se em três componentes reais dos seus vetores.

0
Assim, poderíamos, por exemplo, estabelecer uma ligação entre o polinômio a(x) = 1 + 2x + 3x
2
∈ P2 (R) com o vetor
a = (1,2,3) ∈ R
3
. Perceba que, apesar de estruturas diferentes, é possível estabelecer um paralelo entre o

s e õ ç at o n a r e V
comportamento dos elementos em P2 (R) e em R
3
.

VIDEO RESUMO
Neste vídeo será iniciado o estudo dos espaços vetoriais e subespaços vetoriais. Você conhecerá as propriedades que
definem cada uma dessas estruturas. Além disso, você verá alguns exemplos importantes de espaços vetoriais, como os
bidimensionais e tridimensionais reais – cujas representações gráficas são, respectivamente, o plano e o espaço cartesianos
–, espaços n-dimensionais, bem como os espaços de polinômios.

 Saiba mais
Para aprofundar seus estudos acerca dos espaços vetoriais, a primeira sugestão de material complementar é o livro
intitulado Álgebra linear com aplicações, de Steven J. Leon, disponível na biblioteca virtual. Nas seções 3.1 e 3.2 estão
destacados exemplos e resultados relacionados aos conceitos de espaço vetorial e subespaço vetorial.

Outra sugestão de material complementar é o livro Álgebra linear: uma introdução moderna, de David Poole. Estude a
seção 6.1 para complementar seus estudos acerca dos espaços e subespaços vetoriais, observando os principais
exemplos destacados nesse contexto.

Aula 2

BASE E DIMENSÃO
Para qualquer espaço vetorial, independentemente da natureza de seus elementos, podemos investigar
exemplos de bases, já que ela não é única em cada espaço e, consequentemente, sua dimensão.
22 minutos

INTRODUÇÃO
Nesta aula prosseguiremos com o estudo dos espaços vetoriais por meio dos conceitos de base e dimensão de espaço
vetorial.
Quando definimos um espaço vetorial, com suas operações correspondentes, buscamos formas de representar os
elementos do conjunto correspondente. Para isso, umas das estratégias é a identificação de um conjunto de vetores que,
por meio de combinações lineares, possam descrever qualquer elemento do espaço.

Se nesse conjunto os vetores forem independentes entre si, podemos construir a chamada base do espaço vetorial. E,

0
diante desse estudo, podemos ainda reconhecer a dimensão do espaço vetorial.

Para qualquer espaço vetorial, independentemente da natureza de seus elementos, podemos investigar exemplos de bases,

s e õ ç at o n a r e V
já que ela não é única em cada espaço e, consequentemente, sua dimensão.

Prossiga em seus estudos, aprofundando-os por meio dos conceitos e sugestões de materiais complementares ao longo
dessa aula.

Bons estudos!

BASE E DIMENSÃO DE ESPAÇO VETORIAL


Os espaços vetoriais são estruturas construídas a partir de conjuntos, operações e propriedades. Quando observamos a
→ 1 → 0
estrutura do R
2
, podemos construir qualquer vetor a partir de i = [ ] e j = [ ] . Observe, por exemplo, que:
0 1

3 1 0
[ ] = 3[ ] + 4[ ]
4 0 1

→ 3 → 1 → 0
Isto é, o vetor v = [ ] pode ser escrito a partir dos vetores i = [ ] e j = [ ] , os quais compõem a base do espaço
4 0 1

R
2
. Assim, a partir desse exemplo, aprofundaremos nossos estudos visando a compreensão do que é base de um espaço
vetorial.

Para isso, começaremos definindo combinação linear.

Dados os vetores v1, v2, … , vn de um espaço vetorial V, uma combinação linear desses vetores é dada na forma

c1v1 + c2v2 + … + cnvn ,

Em que c1, c2, … , cn são escalares.

A partir do conceito de combinação linear, podemos analisar as propriedades de conjuntos de vetores, classificando-os
como linearmente independentes ou dependentes.

Os vetores v1, v2, … , vn em um espaço vetorial V são classificados como linearmente independentes se a combinação
linear nula

c1v1 + c2v2 + … + cnvn = 0 ,

Implicar em todos os escalares c1, c2, … , cn nulos, isto é, c1 = c2 = … = cn = 0 .

→ 1 → 0
Por exemplo, os vetores i = [ ] e j = [ ] de R
2
são linearmente independentes, visto que:
0 1

1 0 0 c1 0 0 c1 0
c1[ ] + c2[ ] = [ ] ⇒ [ ] + [ ] = [ ] ⇒ [ ] = [ ] ,
0 1 0 0 c2 0 c2 0
O que implica em c1 = 0 e c2 = 0 .

Por outro lado, dizemos que um conjunto de vetores {v1, v2, … , vn} em um espaço vetorial V é linearmente
dependente se ao menos um desses vetores puder ser escrito como combinação linear dos demais.




→ 3 → 5 → 13
v1 = [ ] v2 = [ Considere os vetores
] v3 = [ ] R
2
, e do . Note que eles são linearmente dependentes, pois:

0
4 −2 0




→ → 3 5 13 →
.

s e õ ç at o n a r e V
v1 + 2v2 = [ ] + 2[ ] = [ ] = v3
4 −2 0

Em determinadas situações, utilizamos a sigla LI para indicar vetores linearmente independentes e LD para vetores
linearmente dependentes.

Quando estudamos um espaço vetorial V, podemos identificar um conjunto a partir do qual seja possível escrever qualquer
vetor do espaço por meio de combinações lineares, ou seja, um conjunto gerador.

→ 1 → 0
No caso do R
2
, por exemplo, os vetores i = [ ] e j = [ ] são geradores do espaço, porém podemos tomar conjuntos
0 1

com mais elementos que também sejam geradores do mesmo espaço. Quando buscamos a menor quantidade de vetores
que geram um espaço vetorial, buscamos uma base para o espaço.

Os vetores v1, v2, … , vn formam uma base para o espaço vetorial V se, e somente se,

i. v1, v2, … , vn geram V.

ii. v1, v2, … , vn são linearmente independentes.

Nesse sentido, para que um conjunto gerador seja uma base é necessário que ele seja linearmente independente, como é o
→ 1 → 0
caso do conjunto formado pelos vetores i = [ ] e j = [ ] no espaço R
2
.
0 1

A partir do estudo da base, podemos definir a dimensão de um espaço vetorial.

Seja V um espaço vetorial cuja base é composta por n vetores, então podemos dizer que V tem dimensão n.

Nesse caso, podemos ter as seguintes situações:

a. O subespaço {0} tem dimensão 0.

b. V tem dimensão finita se for gerado por uma quantidade finita de vetores; caso contrário, terá dimensão infinita.

Empregamos a notação dim V para representar a dimensão do espaço vetorial V.

→ 1 → 0
Assim, como uma base de R
2
é formada por dois vetores – i = [ ] e j = [ ] –, podemos concluir que esse espaço
0 1

tem dimensão 2.

Podemos relacionar as dimensões entre espaços e subespaços vetoriais, conforme apresenta o seguinte teorema.

Teorema: Seja W um subespaço de um espaço vetorial V de dimensão finita (POOLE, 2016):

a. W é de dimensão finita e dim W ≤ dim V .

b. dim W = dim V se, e somente se, W = V .






v1 =
1
⎡ ⎤

1

v2 =
vetores

i =

⎢⎥ ⎢⎥ ⎪
Dessa forma, podemos obter informações acerca da dimensão do subespaço vetorial, desde que seja conhecida a
dimensão do espaço vetorial que o contém.

PROPRIEDADES PARA BASE E DIMENSÃO DE ESPAÇO VETORIAL


Vamos aprofundar nossos estudos a respeito de base e dimensão de um espaço vetorial por meio do conhecimento de
resultados e propriedades correspondentes.

Quando buscamos a construção de uma base de um espaço vetorial, o objetivo é identificar um conjunto gerador do espaço
que seja linearmente independente. Dessa forma, teremos um conjunto gerador com a menor quantidade possível de
vetores e de modo que nenhum deles seja dependente dos demais elementos do conjunto.

Vejamos o caso do espaço vetorial

seguinte teorema.

⎡ ⎤

1

v3 =

Que segue
⎡ ⎤

Sejam os vetores
0 R
3
1
⎡ ⎤

0
⎣ ⎦
0
,

j =

espaço, porque qualquer vetor

c1

c1 = c2 = c3 = 0
0
⎡ ⎤

⎣ ⎦
0

⎡ ⎤

0
⎣ ⎦
0

Com isso, podemos ainda dizer que

⎣ ⎦
1
1

+ c2

c1
e



u =


u =

k =

⎡ ⎤

⎣ ⎦

1
0
R


3

a
⎡ ⎤

⎣ ⎦
c

a
⎡ ⎤

⎣ ⎦
c

⎣ ⎦
0
. Usualmente, adotamos a base desse espaço como o conjunto formado pelos

+ c3

dim R

espaço contendo três elementos a partir do conceito de base.

1 1
0

1

de

e
, a qual é denominada base canônica do

= a

sendo a, b e c números reais, que são linearmente independentes, visto que:

1 0

linearmente independentes. Para isso, considere a combinação linear nula:


1

+ c2


1

0


R

0
⎡ ⎤

0
⎣ ⎦
1

= 3
3

+ c3
pode ser escrito como:

⎣ ⎦
0

1
⎡ ⎤

⎣ ⎦
0
+ b

0
0

0

=
0


0
⎡ ⎤

⎣ ⎦
0
+ c

⎡ 1

Teorema da base: Se um espaço vetorial V possui uma base com n vetores, então qualquer base de V terá exatamente n
elementos (POOLE, 2016)

Note que o teorema anterior, quando aplicado ao espaço

em
R
3

0
0
⎡ ⎤

0
⎣ ⎦
1

c + 0 + 0

0 + c2 + 0

0 + 0 + c3

. Portanto, esses vetores são linearmente independentes no espaço vetorial




=

= ai + bj + ck

0
⎡ ⎤

0
⎣ ⎦
0

⎧c1 + c2 + c3 = 0

⎨c

1 + c2 = 0

c1 = 0
R
3


. De fato, esses vetores geram o

⇒ ⎨c2 = 0
⎧c1 = 0

c3 = 0

. No entanto, essa não é a única base que esse espaço admite. Vejamos o

, indica que qualquer base desse espaço deve conter


exatamente três vetores, por ser um espaço de dimensão 3. Assim, vamos analisar um outro conjunto de vetores desse
,

. Vejamos se esses vetores formam um conjunto de vetores

R
3
.
0
s e õ ç at o n a r e V



→ →
v1





v2

v1 =

v3

1
⎡ ⎤

1

v2 =

u =

1
⎡ ⎤

1

⎢⎢⎥ ⎜⎟⎪⎥
Agora, verifiquemos se esse conjunto de vetores gera o espaço

desse espaço. Vamos determinar quais devem ser os escalares


como combinação linear de

a
⎡ ⎤

b
⎣ ⎦
c

u =

1
⎡ ⎤

Portanto, os vetores
v3 =

Teorema: Se
0

R
R
3
a
⎡ ⎤

⎣ ⎦
c
b

do espaço vetorial

conforme o seguinte teorema.


= c1

S = {v1, v2, … , vn}

v = c1v1 + c2v2 + ... + cnvn

(ANTON; RORRES, 2012).

2
e R
3


1

⎣ ⎦
1

R
,

+ c2

Resolvendo o sistema linear apresentado, concluímos que


u =

,
e


1

⎣ ⎦
0

c

.


+ c3

pode ser escrito como:

= c

e


1
⎡ ⎤

0
⎣ ⎦
0

1



a
⎡ ⎤

⎣ ⎦
c
b

+ (b − c)

⎣ ⎦
0
R

c1

c1 = c


3

,
. Para isso, considere um vetor

0
c2


e

+
c3

c + c2 + c3
⎡ 1


c1 + c2 + 0

c1 + 0 + 0

c2 = b − c e

a − b

também formam uma base do espaço

Quando escrevemos um vetor a partir da base do espaço vetorial, temos que essa representação é feita de forma única,

⎞⎡

⎠⎣

for a base de um espaço vetorial V, então cada vetor em V pode ser expresso na forma
de exatamente uma única maneira, isto é, com os escalares selecionados de forma única

Dessa forma, para cada base definida em um espaço vetorial, a forma como a combinação linear é escrita na representação
de um vetor será sempre única, alterando-se apenas quando há a mudança de base.

Em suma, quando desejamos estudar um espaço vetorial, após a definição do conjunto, operações e a verificação das
propriedades correspondentes, podemos reconhecer a base e a dimensão correspondentes, visando a representação dos
múltiplos vetores de acordo com essa base.

ESTUDANDO A BASE DE UM ESPAÇO DE POLINÔMIOS


O estudo de espaços vetoriais pode ser aplicado não apenas quando lidamos com as operações e propriedades envolvendo
vetores de , mas também no estudo de matrizes, funções, polinômios, entre outros.

Diante disso, suponha que você foi contratado para organizar um curso de formação continuada para professores,
discutindo a respeito de espaços vetoriais que envolvam polinômios, de modo a contemplar os conceitos de base e
dimensão de espaço vetorial, bem como comparar diferentes espaços diante desses conceitos.

Para esse curso, você optou por abordar o conjunto


menor ou igual a 2, cuja forma geral é
P2 (R)

c3 = a − b

0


.
⎨c

, formado pelos polinômios com coeficientes reais de grau


1

u =

para que seja possível escrever esse vetor

⎧c1 + c2 + c3 = a

+ c2 = b

c1 = c

.


a

c

. Logo, qualquer vetor


qualquer

0
s e õ ç at o n a r e V
Em que
real.
a0, a1, a2 ∈ R

Qualquer polinômio desse conjunto pode ser escrito na forma:

Logo, o conjunto {1,x, x }


2

Resolvendo esse sistema linear obtemos


independente em

a0, a1, a2 ∈ R
P2 (R) .

Vejamos agora que esse conjunto gera


c1 = c2 = c3 = 0

P2 (R)

. Queremos determinar coeficientes c1


p(x) = a0 + a1x + a2x

p(x) = a0 ⋅ 1 + a1 ⋅ x + a2 ⋅ x

linearmente independente. Para isso, consideremos a combinação linear nula, com coeficientes

isto é,

ou ainda,

o que implica

2
2
c1 (1 + x) + c2 (x + x ) + c3 (1 + x ) = 0

2
c1 (1 + x) + c2 (x + x ) + c3 (1 + x ) = 0 + 0x + 0x

(c1 + c3) + (c1 + c2)x + (c2 + c3)x

⎧ c1 + c3 = 0

⎨c
1 + c2 = 0

c2 + c3 = 0

c2

(c1 + c3) + (c1 + c2)x + (c2 + c3)x


2

2
2
,

, com as operações usuais de adição de polinômios e de multiplicação de polinômio por número

2
,

representa a base canônica para esse espaço vetorial. Porém, você optou por discutir com os
cursistas que essa não é a única base possível para esse espaço.

Nesse sentido, seja o conjunto 2


{1 + x, x + x ,1 + x }
2
em P
2
(R) . Vejamos inicialmente que esse conjunto é

= 0 + 0x + 0x
,

2
2

, portanto, esse conjunto de polinômios é linearmente

. Considere um polinômio
e c3

Ao igualar os coeficientes de termos de mesmo grau podemos construir o sistema linear a seguir:

⎧c1 + c3 = a0

⎨c + c = a


1

0
2 1

c2 + c3 = a2

1
1

1
a0

a1

a2


p(x) = a0 + a1x + a2x

reais tais que:

c1 (1 + x) + c2 (x + x ) + c3 (1 + x ) = a0 + a1x + a2x
2

2
= a0 + a1x + a2x

Podemos resolver esse sistema linear empregando operações elementares sobre suas equações ou sobre a matriz
ampliada correspondente. Vejamos a segunda opção, sabendo que a matriz ampliada do sistema é:

1 0
2
2
,
c1 ,

2
c2 e c3 :

no conjunto, com

0
s e õ ç at o n a r e V
⎢⎥ ⎪ ⎢ ⎥
A aplicação das operações elementares pode ser feita da seguinte forma:


1

0
0

Assim, dado um polinômio


linear de
1

1
a0

a1

a2

{1 + x, x + x ,1 + x }

p(x) = (−

Como exemplo, seja

Portanto, sabendo que


1

2
a2 +

Portanto, a solução para o sistema é:

2
L2 → L2 − L1

L3 → (1/2)L3

L1 → L1 − L3

L2 → L2 + L3


1

p(x) = a0 + a1x + a2x

a1 +

q(x) = 4 − 2x + 8x

que se refere ao conceito de dimensão.


2

2
0

P2 (R)

com grau máximo 1 e coeficientes reais, é um subespaço de



1

a0) (1 + x) + (
0

⎧c1 = −

⎨c2 =

c3 =

da seguinte forma:
0

0
−1
1

2
−1

a2 +
1

a2 +

a2 −
1

2
a0

a1 − a0

a2

qualquer de

2
2

a1 −

a1 +
L3 → L3 − L2

(1/2)a2 − (1/2)a1 + (1/2)a0

− (1/2)a2 + (1/2)a1 + (1/2)a0

(1/2)a2 + (1/2)a1 − (1/2)a0

(1/2)a2 − (1/2)a1 + (1/2)a0

a2 +

1
1

a1 −
a1 +

2
1

. Nesse caso, podemos construir a combinação linear

q(x) = −3 ⋅ (1 + x) + 1 ⋅ (x + x ) + 7 ⋅ (1 + x )

{1 + x, x + x ,1 + x }
2 2

podemos concluir que esse conjunto é uma base para o espaço vetorial em estudo.
2
1

a0

a0

P2 (R)
a0

a1 − a0

a0


1

0
0


1

−1

, podemos escrevê-lo como combinação

a0) (x + x ) + (
2

é um conjunto gerador linearmente independente para o espaço

Sendo ela composta por três elementos, teremos que qualquer base para esse espaço também apresentará três elementos,
o que pode ser evidenciado pela base canônica desse espaço vetorial, por exemplo, que consiste no conjunto
é também formada por três elementos.

Ao explorar esse espaço vetorial


dim P2 (R) = 3 .

Por isso, qualquer subespaço vetorial de


P2 (R) , por admitir uma base com três elementos, podemos afirmar que
2

admite dimensão menor ou igual a 3, visto que a dimensão do subespaço


é sempre limitada pela dimensão do espaço correspondente. Por exemplo, o espaço

Para complementar essa discussão, você pretende fazer um comparativo do espaço vetorial
P2 (R) e tal que

Como já explicitado, podemos relacionar a dimensão de um espaço vetorial com a quantidade de elementos que compõem
a base desse espaço. Nesse sentido, como
P2 (R) , podemos concluir que dim P2 (R) = 3
{1 + x, x + x ,1 + x }

.
2 2
P1 (R)

dim P1 (R) = 2 < 3


1

2
a2 −
1

2
a1 +
a0

a1 − a0

a2 − a1 + a0

2

, formada pelos polinômios

P2 (R)

contém três elementos e é base do espaço vetorial


.

com o espaço
2
a0) (1 + x )

P2 (R)

{1,x, x }

R
2

3
e

no
0
s e õ ç at o n a r e V
,

k =

⎢⎢⎥ ⎥
Agora, para o espaço vetorial


0

1


R

e, consequentemente,
3
podemos considerar a base canônica

dim R
3
= 3 .
→→→
{i, j, k} , em que

Assim, observe que apesar de serem formados de elementos com diferentes naturezas, os espaços vetoriais
apresentam a mesma dimensão, ou seja, suas bases devem ter exatamente três elementos.

VÍDEO RESUMO

i =


1

Neste vídeo você estudará os conceitos de base e dimensão de um espaço vetorial. Para isso, você verá inicialmente o
conceito de combinação linear e as classificações para conjuntos de vetores, como linearmente independentes e
linearmente dependentes.

A partir desses conceitos, você analisará as definições de base de um espaço vetorial e, a partir dela, o conceito de
dimensão, analisando também a aplicação dessas noções no estudo de subespaços vetoriais.

 Saiba mais

Para complementar os estudos a respeito das combinações lineares, estude a seção 4.2.2 do livro Álgebra linear, de
Neide Franco, disponível na Biblioteca Virtual.

Nesse material, entre as páginas 143 e 147 você encontrará exemplos de combinações lineares em diferentes espaços
vetoriais, o que pode favorecer a compreensão desse conceito indispensável à definição de base de um espaço
vetorial.

No estudo das bases de espaços vetoriais, estude a seção 2.3, entre as páginas 96 e 106, do livro Álgebra Linear, de
Luana Fonseca Duarte Fernandes, disponível na Plataforma Virutal. Nessa obra você encontrará, além de conceitos
teóricos, exercícios resolvidos relacionados ao estudo da base de um espaço vetorial.

Aula 3

MUDANÇA DE BASE
A proposta de estudar as matrizes de mudança de base está vinculada a possibilidade em construir
múltiplas bases ligadas a um mesmo espaço vetorial. Com isso, podemos escrever vetores segundo uma
base e, quando necessário e por meio de multiplicação matricial, identificarmos suas representações

INTRODUÇÃO
conforme uma outra base, com maior flexibilidade na investigação dos espaços vetoriais.
23 minutos
,

j =
0
⎡ ⎤

1
⎣ ⎦
0

P2 (R)
e

e R

0
3

s e õ ç at o n a r e V
Olá, estudante! Nesta aula discutiremos sobre matrizes de mudança de base e de rotação em um espaço vetorial,
complementando nossos estudos acerca dos espaços de vetores.

Quando construímos um espaço vetorial, especialmente os de dimensão finita, é natural procurarmos por uma base
correspondente. Nos espaços R
2
e R
3
, por exemplo, munidos usualmente de suas bases canônicas, temos a vantagem de

0
construir e representar vetores no plano e espaço cartesianos, respectivamente.

s e õ ç at o n a r e V
A proposta de estudar as matrizes de mudança de base está vinculada a possibilidade em construir múltiplas bases ligadas
a um mesmo espaço vetorial.

Com isso, podemos escrever vetores segundo uma base e, quando necessário e por meio de multiplicação matricial,
identificarmos suas representações conforme uma outra base, com maior flexibilidade na investigação dos espaços
vetoriais.

Como caso especial, podemos citar as matrizes de rotação, que permitem rotacionar vetores principalmente no plano e
espaço cartesianos.

Bons estudos!

MATRIZ MUDANÇA DE BASE E MATRIZ DE ROTAÇÃO


Quando desejamos construir uma base de um espaço vetorial, sabemos que ela deve ser constituída por vetores
linearmente independentes e que sejam geradores desse espaço. Além disso, a base de um espaço vetorial não é única, isto
é, em um mesmo espaço podemos construir diferentes bases.

→→ → 1
Por exemplo, no espaço vetorial R
2
podemos construir a base canônica {i, j} , formada pelos vetores i = [ ] e
0

→ 0 1 0
j = [ ] , mas podemos também construir outras bases, como é o caso do conjunto formado por [ ] e [ ] , os quais
1 2 1

são linearmente independentes e geradores de R


2
.

Quando escrevemos um vetor em função de uma base podemos identificar o vetor de coordenadas, conforme a seguinte
definição.

Considere V um espaço vetorial e B = {v1, v2,...,vn} uma base ordenada de V. Se v é qualquer elemento desse espaço,
então ele pode ser escrito na forma:

v = c1v1 + c2v2 + ... + cnvn ,

c
⎡ 1⎤

c2
Em que c1, c2,...,cn são escalares. O vetor c = pode ser chamado de vetor de coordenadas de v em relação à

⎣ ⎦
cn

base B, e os escalares denominados de coordenadas de v em relação a B.

Podemos denotar o vetor de coordenadas v em relação à base B por [v]


B
.
A forma como descrevemos um vetor em função de uma base é única, no entanto, alterar as bases influencia no vetor de
coordenadas.

1
Veja o caso do vetor [ ] ∈ R
2
. Ao escrevê-lo na base canônica temos:
−4

0
1 1 0
[ ] = 1[ ] + (−4)[ ] .
−4 0 1

s e õ ç at o n a r e V
1 0
E ao escrevê-lo na base formada pelos vetores [ ] e [ ] :
2 1

1 1 0
[ ] = 1[ ] + (−6)[ ] .
−4 2 1

Assim, perceba que ambas as bases podem ser utilizadas, mas o vetor de coordenadas correspondente a uma diferente.
Porém, podemos empregar um recurso que nos permite modificar as bases e os vetores de coordenadas: o uso da matriz
de mudança de base.

Considere B = {u1, u2,...,un} e C = {v1, v2,...,vn} bases de um espaço vetorial V. A matriz n × n , cujas colunas são
os vetores de coordenadas [u1]
C
, [u2]
C
,...,[un]
C
dos vetores de B em relação à base C, e é denotada por PB→C eé
denominada matriz de mudança de base de B para C. Ou seja,

PB→C = [[u1]
C
[u2]
C
... [un]
C
] .

De posse da matriz de mudança de base, podemos construir os vetores de coordenadas referentes a uma base a partir da
outra, conforme nos propõe o seguinte teorema.

Teorema: Sejam B = {u1, u2,...,un} e C = {v1, v2,...,vn} bases de um espaço vetorial V e PB→C a matriz de
mudança de base de B para C (POOLE, 2016). Dessa forma: PB→C [v]
B
= [v]
C
, para todo v em V; Existe uma única
matriz PB→C tal que PB→C [v]
B
= [v]
C
, para todo v em V;.

é invertível e sua inversa é .


−1
PB→C (PB→C ) = PC→B

Um outro estudo que pode ser desenvolvido com base na matriz de mudança de base é a construção da matriz de rotação,

− →→ → →
R
2
relacionada ao espaço vetorial
B = {i, j} B1 = {u1 , u2 } . Nesse caso, considere a base canônica e uma base .

Suponha que, inicialmente, um vetor v seja escrito a partir da base canônica. Se desejamos rotacionar esse vetor sob um
ângulo θ , no sentido anti-horário, escrevendo-o conforme uma base B1 , como o sistema ilustrado na Figura 1, podemos
empregar a matriz de rotação dada por:

cos(θ) −sen(θ)
PB→B
1
= [ ] ,
sen(θ) cos(θ)

em conjunto com multiplicações, para a construção do vetor de coordenadas segundo a base B1 .

Figura 1 | Rotação no plano


0
Fonte: elaborada pela autora.

s e õ ç at o n a r e V
CONSTRUINDO A MATRIZ DE MUDANÇA DE BASE
A matriz de mudança de base relativa às bases B e C de um espaço vetorial V é uma matriz capaz de transformar o vetor de
coordenadas de uma base para outra por meio de uma multiplicação de matrizes. Vejamos como construir essa matriz para
um espaço vetorial.

1 0 1 0
Consideremos o espaço vetorial R
2
com a base canônica B = {[ ], [ ]} e com a base C = {[ ], [ ]} . Vamos
0 1 2 1

construir a matriz mudança de base de B para C nesse espaço. Para isso, vamos representar cada vetor da base canônica B
como combinação linear dos elementos da base C.

1 1 0 0 1 0
[ ] = 1[ ] + (−2)[ ] e [ ] = 0[ ] + 1[ ] .
0 2 1 1 2 1

1 0
Assim, podemos representar os vetores como [u1]
C
= [ ] e [u2]
C
= [ ] . Logo, a matriz de mudança de base
−2 1

correspondente é:

1 0
PB→C = [ ] .
−2 1

1
Vejamos agora a aplicação dessa matriz. Considerando o vetor [ ] ∈ R
2
, escrito em função da base canônica, e
−4
B

utilizando a matriz de mudança de base obtemos:

1 0 1 1 ⋅ 1 + 0 ⋅ (−4) 1 + 0 1
PB→C [v]
B
= [ ][ ] = [ ] = [ ] = [ ] .
−2 1 −4 (−2) ⋅ 1 + 1 ⋅ (−4) −2 − 4 −6

1 1
Assim, o vetor [ ] representado em função da base C é dado por [ ] .
−4 −6
B C

Quando desejamos modificar uma base qualquer para a base canônica, o procedimento de determinação da matriz de
mudança de base é mais simples.

Se temos B a base canônica e C uma base qualquer, a matriz PC→B tem suas colunas dadas pelos vetores de C escritos em
função da base canônica.

1 0 1 0
Por exemplo, em R
2
, para modificar a base C = {[ ], [ ]} para a base canônica B = {[ ], [ ]} , a matriz de
2 1 0 1

mudança de base é:
⎪⎪⎢⎥ ⎪⎢⎥ ⎢⎥
ou seja, corresponde aos vetores da base C em coluna.

Analisemos agora um exemplo no espaço vetorial

⎧ 1

matriz
⎡ ⎤ ⎡

C = ⎨ 1 ,

⎣ ⎦ ⎣
1
1

0
−1

PB→C
⎤ ⎡

.
1

⎦ ⎣
, 0

−1


Retomemos ao exemplo anterior com as bases

a matriz de mudança de base de C para B dada por:

Para obter a matriz PB→C


R
PC→B = [

3
1

[PC→B|I ] → [I |PB→C ]

Isto é, aplicando operações elementares sobre uma matriz composta por

B = ⎨

PC→B =

⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤

0 , 1
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
0


0

1
1

−1

0
0

. Considere as bases

vamos empregar a eliminação de Gauss sobre a matriz


]

−1

,

. Para a matriz de mudança de base de C para B temos:

PC→B =


1

1
−1

0 −1

Isto é, a matriz cujas colunas são os vetores de C escritos a partir da base canônica B.
1

0

PC→B

primeira na matriz identidade e, consequentemente, transformar a identidade na matriz inversa de



B = ⎨

.

e

E qual estratégia podemos adotar para determinar, nesse caso, a matriz de mudança de base de B para C? Podemos
1

0
0

empregar o método já apresentado, mas vamos construir outra possibilidade considerando o conceito de matriz inversa.

Sabemos que a matriz de mudança de base é sempre única e invertível. Além disso,
(PC→B)
−1
= PB→C
(PB→C )

. Dessa forma, empregando o procedimento de eliminação de Gauss, e sabendo que a aplicação de


operações elementares pode gerar a matriz inversa de uma matriz dada, podemos utilizar a estratégia:
0 ⎫
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤

⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
1
,

−1
0 ⎬

= PC→B
, canônica, e

ou

e pela identidade podemos converter a

Lembre-se que as operações elementares que podemos empregar são apenas as seguintes: trocar duas linhas da
matriz de posição.

Multiplicar os elementos de uma linha da matriz por uma constante não nula.

Adicionar a uma linha os elementos correspondentes de outra linha previamente multiplicados por uma constante não
nula.

1 0 0 ⎫

C = ⎨

⎧ 1
⎡ ⎤ ⎡

[PC→B|I ]
1
⎣ ⎦ ⎣
1
−1

0
,
⎤ ⎡
1

:
1
PC→B

⎦ ⎣
,

−1
0
, ou seja, na



⎬ do R
3
0
s e õ ç at o n a r e V

e
⎢⎥


1
1

Dessa forma,

ou seja,
−1

0
1

−1 0
1

L1 → L1 + L2

L3 → L3 − 2L1

em um espaço vetorial.
0

0
0

1


0 0
[PC→B|I ] =

L2 → L2 − L1

L3 → L3 − L1

0
0

1

0

−1

−2 −1

3
0

L1 → L1 + L3

L2 → L2 + 2L3

[I |PB→C ] =

MUDANÇA DE BASE EM ESPAÇOS VETORIAIS POLINOMIAIS

Problema 1: No espaço vetorial


canônica desse espaço, e
R
2

PB→C =
0


1

0
1

0
−2


1

0

1
1

−1
1

L3 → (1/3)L3

−1/3
0

1/3

1/3
0

0
−1

0

0
1

−1 −1

−2 −1

0 −1/3

Para o primeiro momento, as discussões terão como ponto de partida o seguinte problema:

P2 (R) , determine as matrizes de mudança de base


C = {1 + x, x + x ,1 + x }
2 2
.
1

−1 0

1/3

0 −1/3

1 1/3

1/3

1/3

1/3

2/3

1/3

de matrizes de mudança de bases e de matrizes de rotação, no contexto dos espaços vetoriais.


1

1/3

2/3

1/3

1/3

1/3

−2/3
0

1/3

2/3

1/3


0

0

Acompanhe a aplicação da eliminação de Gauss visando a conversão da primeira parte da matriz anterior na identidade,
com a aplicação das operações elementares sobre toda a matriz.

L2 → L3

1/3

1/3

−2/3
−2/3

Portanto, podemos empregar essas diferentes possibilidades quando devemos construir as matrizes de mudanças de bases

Caro estudante, suponha que você foi contratado para organizar um curso de aprofundamento no estudo de Álgebra Linear
.

1/3

1/3

e Vetorial para profissionais da área da Computação. Nesse curso, o módulo pelo qual você ficou responsável é o do estudo

Ao selecionar as temáticas para esse módulo, você optou por organizar dois momentos: no primeiro será tratado do estudo
das matrizes de mudança de bases considerando o espaço vetorial de polinômios
matriz de rotação no espaço .

P2 (R)
−1

−2

PB→C

.
1

−1

1/3
−1

1/3
0

0
1

−2 −1

−1 −1

1
1

−2/3

0

e no segundo, a aplicação da

e PC→B
0

para as bases B,

0
s e õ ç at o n a r e V
Lembrando que a base canônica do espaço

Vamos iniciar com a construção da matriz

Portanto,
a =
1

2
[1 + x]

Sendo assim, a matriz será dada por:

Para construir agora a matriz


o caso do polinômio p(x) = 1

o que implica no sistema:

sistema, obtemos ,
PB→C

b = −

1 =

Representando como vetor de coordenadas:


1

A segunda possibilidade para a construção de


inversa de PC→B
B
=

c =

[x]
B
⎢⎥ ⎪

P2 (R)

PC→B

canônica, empregando a representação como vetor de coordenadas:

=
1

PB→C =

(1 + x) + (−

PB→C

. Veja como essa estratégia pode ser empregada:


,

escrito como combinação linear de C:


é dada por

[x + x ]

PC→B =

. Sendo assim,

[1]

1/2

−1/2


B


=
2

1 = a (1 + x) + b (x + x ) + c (1 + x )

e
⎧a + c = 1

⎨a + b = 0

b + c = 0

Aplicando o mesmo procedimento com os outros dois elementos da base canônica teremos:


1/2

1/2

−1/2

1/2
1

2
B


1

0
=

1
B = {1,x, x }

formas: construir as duas matrizes de mudança de base separadamente, ou obter uma matriz a partir da outra por meio da
eliminação de Gauss.

) (x + x ) +

e
1/2

−1/2

1/2

[x ]
2

1/2

1/2

−1/2
0

B


Resolvendo esse sistema por operações elementares sobre as equações, ou pelo escalonamento da matriz ampliada do
1

=


e

−1/2
.

1/2

1/2
1

−1/2
2

[1 + x ]

precisamos escrever os elementos da base canônica B em função da base C. Vejamos

1/2

1/2
, podemos resolver esse problema de duas

. Para isso, vamos escrever os polinômios da base C em função da base

(1 + x )


.
2

C
B

é a aplicação da eliminação de Gauss com o intuito de determinar a


,

2
=

.
1
⎡ ⎤

⎣ ⎦
1
0 .

0
s e õ ç at o n a r e V
Logo,
⎢⎥


1

0
1

1
0 0

1 0

L3 → (1/2)L3

PB→C ⋅ [3 + 2x − x ]

isto é,
1

0
0

2

B
L2 → L2 − L1

=
0

0
1

−1 −1

1
1

1/2

q(x) = 3 + 2x − x

Queremos representá-lo segundo a base C do espaço


obtemos:


1/2

−1/2

1/2

3 + 2x − x
[PC→B|I ] =

Prossigamos com a aplicação das operações elementares sobre

1 0 1 1 0 0

−1/2

PB→C =

−1/2

2
1/2
1

Sendo possível empregar esse procedimento para qualquer elemento de


0

podendo ser representado como vetor de coordenadas da seguinte forma:


1/2

[3 + 2x − x ]

1/2 −1/2

1/2

1/2
1

−1 −1

1/2

−1/2

1/2

∈ P2 (R)

P2 (R)

⎤⎡

⎦⎣
1

Para o segundo momento, você optou por abordar o uso das matrizes de rotação no plano
a estrutura geral:

PB→B
1
= [
cos(θ)

sen(θ)
2

−1

0

L1 → L1 − L3

L2 → L2 + L3

2
0

1/2

1/2

−1/2

= 3 (1 + x) + (−1) (x + x ) + 0 (1 + x )
1 1

0 0

1 0

[PC→B|I ]

=
−1

−sen(θ)

cos(θ)
0

−1/2

1/2

1/2
:

L3 → L3

Veja que em ambos os casos a matriz obtida é a mesma, porque a matriz de mudança de base é única, para cada ordem e
par de bases.

Agora, por exemplo, considere

(−

2
0

.

⋅ 3 + (−

P2 (R)

]

2
1


.

) ⋅ 3 +

,
.

.
− L2

0

1
0

0 −1/2

. Note que esse polinômio está escrito na base canônica,

. Para isso, pela matriz de mudança de base de B para C


1

2
⋅ 3 +
1

2
⋅ 2 + (−

2
1

2

1

1/2

1/2

⋅ 2 +

) ⋅ 2 +

R
,

2
0

2
−1/2
1

−1 −1

1/2

1/2

) ⋅ (−1)

2
⋅ (−1)

⋅ (−1)
1

−1/2

1/2

1/2


0

−1

=

, apresentando inicialmente

−1
0

1

0


C
,

0
s e õ ç at o n a r e V
que representa uma rotação sob um ângulo θ no sentido anti-horário. Com isso, a proposta é apresentar o exemplo da
2
rotação do vetor v = [ ] ∈ R
2
segundo um ângulo de π

6
rad , ou 30° , no sentido anti-horário. Nesse caso, a matriz de
1

rotação será:

cos(π/6) −sen(π/6) √ 3/2 −1/2

0
PB→B
1
= [ ] = [ ] ,
sen(π/6) cos(π/6) 1/2 √ 3/2

s e õ ç at o n a r e V
e assim,

√3 1
√ 3/2 −1/2 ⎡ ⋅ 2 + (− ) ⋅ 1⎤ √ 3 − 1/2
2
,
2 2
u = [ ][ ] = = [ ]
1/2 √ 3/2 1 ⎣ 1 √3 ⎦ 1 + √ 3/2
⋅ 2 + ⋅ 1
2 2

A representação do vetor original v e do vetor resultante da rotação u é dada conforme a Figura 1.

2
Figura 2 | Rotação do vetor v = [ ] ∈ R
2
em π
6
rad
1

Fonte: elaborada pela autora.

Ao final, será proposta uma discussão sobre a aplicação desse tipo de recurso na edição de imagens por meio da aplicação
de rotações em softwares específicos.

VIDEO RESUMO
Neste vídeo você estudará a construção da matriz de mudança de base de um espaço vetorial, observando como ela deve
ser estruturada e quais suas características, observando também quais estratégias podem ser empregadas em sua
obtenção, sendo conhecidas previamente duas bases de um mesmo espaço vetorial.

Também estudará a matriz de rotação associada a um espaço vetorial, com destaque ao espaço R e a matriz de rotação 2

genérica correspondente.
 Saiba mais
Para aprofundar os estudos a respeito da matriz de mudança de base de um espaço vetorial, a sugestão de material
complementar é a seção 4.6, intitulada “Mudança de bases”, do livro Álgebra Linear com Aplicações, de Howard Anton
e Chris Rorres, disponível na Biblioteca Virtual. Nesse livro, entre as páginas 217 e 222, você poderá conferir outros

0
exemplos resolvidos de determinação e emprego das matrizes de mudança de base.

s e õ ç at o n a r e V
Outro material que aborda as matrizes de mudança de base é a seção 3.5, intitulada “Mudança de Bases”, localizada
entre as páginas 144 e 153, do livro Álgebra Linear com Aplicações, do autor Steven J. Leon, disponível na Biblioteca
Virtual. Além de outros exemplos de construção e aplicação das matrizes de mudanças de bases, esse autor apresenta
exemplos práticos, como o emprego dessas matrizes em um problema de migração populacional.

Aula 4

TIPOS DE ESPAÇOS VETORIAIS


A proposta dessa aula é estabelecer uma conexão entre os conceitos de matriz, sistema linear e espaço
vetorial, empregando os conhecimentos prévios citados anteriormente e buscando uma intepretação
aprofundada com base nas propriedades dos espaços vetoriais.
24 minutos

INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula nos aprofundaremos no estudo de alguns espaços vetoriais especiais, denominados de espaço
linha, espaço coluna e espaço nulo. Esses espaços vetoriais estão vinculados a matrizes e podem ser interpretados
enquanto subespaços vetoriais associados aos espaços R
n
.

Quando estudamos uma matriz, podemos identificar suas linhas e colunas, podemos associá-las à resolução de sistemas
lineares, bem como determinar matrizes equivalentes, na forma escalonada, obtidas por meio de aplicação de operações
elementares sobre suas linhas.

De posse desses conhecimentos prévios, estudaremos a estrutura de cada um dos espaços indicados, buscando
compreender também as definições de posto e de nulidade de uma matriz.

Dessa forma, a proposta dessa aula é estabelecer uma conexão entre os conceitos de matriz, sistema linear e espaço
vetorial, empregando os conhecimentos prévios citados anteriormente e buscando uma intepretação aprofundada com
base nas propriedades dos espaços vetoriais.

Bons estudos!

ESPAÇO LINHA, ESPAÇO COLUNA E ESPAÇO NULO


e pertencentes a

e pertencentes a
R

R
n

Os vetores linha de A são:

Enquanto os vetores coluna de A são:


v1 =
⎢⎥
O conceito de espaço vetorial pode ser entendido enquanto uma generalização de estruturas que são construídas a partir
de diferentes conjuntos, ou seja, é uma forma de reconhecer um padrão presente em diversos conjuntos munidos de
operações convenientes.

A partir da definição de espaço vetorial, podemos estudar espaços de polinômios, de matrizes, de vetores no
outros. Vejamos espaços vetoriais especiais que podem ser construídos nesse contexto.

Para isso, retomemos a estrutura de uma matriz. Nesse caso, seja uma matriz A de tamanho
forma genérica como:


a21

am1


am1

v1 =
a11

a21

,

u2 = [ a21

um = [ am1

a11

a12

a22

am2

v2 =

A =


am2

u1 = [2

u2 = [0

u3 = [5

2
⎡ ⎤

0
⎣ ⎦
5
a12

a22

,

5
a12

a22

0

am2

v2 =

−1

−1]

1]

0]


a1n

a2n

amn

…,

são chamados de vetores coluna de A. Como exemplo, vejamos o caso da matriz:

2 1

.

−1
.

0

vn =


.

Podemos construir vetores por meio de análises das linhas e das colunas dessa matriz. Os vetores formados pelas linhas da
matriz A:

u1 = [ a11

são denominados vetores linha de A. Os vetores formados pelas colunas de A:


a1n ]

a2n ]

amn ]

.
,


amn
a1n

a2n



m × n
R
2
, entre

, representada de

0
s e õ ç at o n a r e V
ser denotado por
m × n

lin (A)

que são os vetores coluna de A.


⎢⎥
Independentemente do tamanho da matriz, podemos reconhecer vetores linhas e colunas, inclusive para os casos em que a
matriz tem quantidades distintas de linhas e de colunas.

A partir desses vetores, podemos definir os espaços linha e coluna de A.

Espaço linha e espaço coluna


Seja A uma matriz . O subespaço de

Para isso, lembre-se que a partir de uma matriz A

em que:


am1
R

a11

a21


n
gerado pelos vetores linha de A é denominado espaço linha de A, e pode
. Por outro lado, o subespaço de
coluna de A e pode ser representado por

Retomando o exemplo da matriz:


col (A)

v1 =
.

m × n

a12

a22

am2

A =

o espaço linha associado à matriz A consiste no subespaço vetorial de

Ou seja, qualquer vetor de R


2
gerado pela combinação linear de


u1 = [2

u2 = [0

u3 = [5

2
⎡ ⎤

0
⎣ ⎦
5

x1

x2

xn
R


2

5
m

v2 =

amn

∈ R
gerado pelos vetores coluna de A é denominado espaço

−1

1]

−1]

0]

u1

⎦⎣
xn

n


,

.
,

−1

x2
,


u2

linha de A. De forma análoga, o espaço coluna de A contempla todos os vetores que são combinações lineares de

0
2

Também com base no conceito de matriz, em conjunto com os sistemas de equações lineares, podemos definir o espaço
nulo vinculado a uma matriz.
gerado pelos vetores linha:

=
,
u3

, podemos definir o sistema linear homogêneo na forma:

a1n

a2n
⎤ ⎡x1 ⎤ ⎡


0

0
corresponde a um elemento do espaço


0
s e õ ç at o n a r e V
Podemos construir um conjunto de vetores que são soluções desse sistema homogêneo, os quais chamaremos de vetores
solução. Com isso, podemos definir espaço nulo de uma matriz.

Espaço nulo
Seja A uma matriz . Considere o sistema de equações homogêneo . O subespaço vetorial de gerado

0
n
m × n Ax = 0 R

pelos vetores solução desse sistema é chamado de espaço nulo de A.

s e õ ç at o n a r e V
Outra forma de analisarmos esse espaço é entender que o espaço nulo de A é composto por todos os vetores que são
soluções de Ax = 0 , isto é, todos os vetores x ∈ R
n
que satisfazem Ax = 0 .

Considere a seguinte matriz:

1 −2
B = [ ] .
−2 4

Vamos solucionar o sistema linear homogêneo:

1 −2 x 0
[ ][ ] = [ ] ,
−2 4 y 0

que pode ser escrito como:

x − 2y = 0
{ .
−2x + 4y = 0

A segunda equação é múltipla da primeira, pois basta efetuar uma multiplicação por . Assim, o sistema pode ser resumido
na equação x − 2y = 0 , ou, x = 2y . Dessa forma, qualquer solução desse sistema homogêneo é dada por um vetor
do 2
R na forma:

2y 2
[ ] = y[ ] .
y 1

2
Logo, os vetores múltiplos de [ ] ∈ R
2
são soluções do sistema linear, então, o espaço nulo da matriz B é gerado por ele.
1

PROPRIEDADES DOS ESPAÇOS LINHA, ESPAÇO COLUNA E ESPAÇO NULO


A partir de uma matriz A de tamanho m × n , podemos definir os espaços vetoriais especiais: espaço linha, espaço coluna
e espaço nulo. Diante desses espaços, vamos explorar propriedades associadas a eles.

Sabemos que as linhas de uma matriz A geram o espaço linha de A, no entanto, para ser base, além de conjunto gerador, os
vetores devem ser linearmente independentes. Algo semelhante acontece quando analisamos as colunas de B e o espaço
coluna. Nesse contexto, avaliemos o seguinte resultado.

Teorema: Seja A uma matriz e B uma forma escalonada de A. Assim,

As linhas não nulas de B formam uma base para lin (A) , ou seja, para o espaço linha de A.

As colunas de A correspondentes às colunas de pivô de B formam uma base para col (A) , ou espaço coluna de A.

Lembre-se de que o pivô de uma matriz escalonada é o primeiro elemento não nulo de cada linha.
⎢⎥
Vejamos a aplicação desse teorema. Para isso, seja a matriz A dada por:

duas linhas da matriz de posição.


2

1
5

3
3

4
1

1

A forma escalonada da matriz A é dada por:


L2 → L2 − 2L1

L3 → L3 − L1

u1 = [1 2

B =
0

v1 =
A =

B =

−1

1
⎡ ⎤

⎣ ⎦
1

2
1

0
2

0]
1

1
2

Multiplicar os elementos de uma linha da matriz por uma constante não nula.

1 2 −1 0 1 2

0
5

5
−1

−1

−1

Assim, são as duas primeiras colunas de A que definem os vetores coluna da base de
coluna de A é formada por:

e v2 =
3

u2 = [0

0
0

2
⎡ ⎤

⎣ ⎦
3
0

5

Para escalonar a matriz devemos aplicar operações elementares sobre suas linhas, as quais correspondem a:Trocar

Adicionar a uma linha os elementos correspondentes de outra linha previamente multiplicados por uma constante não
nula.

Vejamos o processo de escalonamento da matriz A:


L3 → L3 − L2

Logo, pelo teorema anterior, podemos afirmar que o espaço linha de A tem como base os vetores linha não nulos de B, isto
é:


.
1

.
5 1] .

Por outro lado, vejamos que os pivôs da matriz A estão presentes na primeira e segunda colunas da matriz, como destacado
abaixo:

1 2 −1

Para esse exemplo, a base do espaço linha é formada por dois vetores, assim como o espaço coluna, que também contém
dois elementos. Esse fato é reforçado pelo seguinte resultado.

Teorema: Para qualquer matriz A, a dimensão do espaço-linha é igual à dimensão do espaço coluna.

Assim, independentemente da matriz, as bases do espaço linha e do espaço coluna sempre possuem a mesma quantidade
de elementos. Essa quantidade é associada com a dimensão do espaço.
1

col (A)
2

0
−1

0
0

0

0
s e õ ç at o n a r e V
. Portanto, a base do espaço
coluna) de A, sendo denotado por

da matriz A, e representamos por

Retomemos a matriz:

Sabemos que posto (A) = 2

⎢⎢⎪⎥⎥
No contexto dos espaços linha e coluna, denominamos posto da matriz A a dimensão do espaço linha (ou do espaço
posto (A)


1

1
2

3
.

Além do posto, podemos definir também a nulidade de matriz, agora em função do espaço nulo. Chamando-a de nulidade
nul (A) , a dimensão do espaço nulo de A.

A =

. Queremos resolver o sistema

−1

4
0

1

0
1

do sistema e, por meio de operações elementares, obter a forma escalonada.

Assim, o sistema correspondente à matriz aumentada na forma escalonada será:

Resolvendo o sistema em função de

{
x1 + 2x2 − x3 = 0

x2 + 5x3 + x4 = 0

Podemos escrever a solução geral como:

com t e u parâmetros reais. Assim,


x3, x4, x5

{

x2 = −5x3 − x4


x
⎡ 1⎤

x2

x3

x4

{


2

x1 + 2x2 − x3 = 0

x2 + 5x3 + x4 = 0

, obtemos:

{
x1 = −2x2 + x3

x2 = −5x3 − x4

x1 = 10x3 + 2x4 + x3

⎧ x1 = 11t + 2u


x2 = −5t − u

x3 = t

x4 = u

= t


−5
11

0
−1


3

Ax = 0

+ u

Como os vetores do lado direito formam uma base do espaço solução, podemos concluir que

Podemos concluir com o seguinte resultado.

Teorema: Se A for uma matriz com n colunas, então

POSTO E NULIDADE DE UMA MATRIZ


posto (A) + nul (A) = n
2


0

−1

−1

,
5

1
.

. Para isso, podemos construir a matriz ampliada


0

0
0

0


.

x1 = −2 (−5x3 − x4) + x3

x2 = −5x3 − x4

x1 = 11x3 + 2x4

x2 = −5x3 − x4

.
nul (A) = 2 .
0
s e õ ç at o n a r e V
matriz.

⎢⎥
Suponha que você foi contratado para integrar uma equipe formada por profissionais de diferentes áreas como
engenheiros e cientistas da computação, para desenvolver projetos na área de tecnologia.

Devido aos projetos a serem desenvolvidos, os quais envolvem programação com matrizes. O gerente da equipe
encarregou-o de organizar uma formação complementar para seus colegas envolvendo os conceitos de posto e nulidade de

Para isso, você pretende retomar conceitos envolvendo espaço linha, espaço coluna e espaço nulo, bem como o estudo de
sistemas lineares e de escalonamento, por meio de exemplos.

Inicialmente, você pretende retomar os conceitos de espaço linha e de espaço coluna, relacionando-os às linhas e colunas
de uma matriz, a partir do exemplo:

enquanto o espaço coluna de A é dado pelo subespaço de


2
0 1

0
1

2
2

0
v1 =

−1

−1

2


1
⎡ ⎤

0
⎣ ⎦
2
, v2 =

L3 → L3 − 2L1

Sendo assim, a matriz equivalente procurada é:


A =

Nesse caso, o espaço linha de A consiste no subespaço de

u1 = [1

u2 = [0

B =
u3 = [2

u1 = [1

0
,

v3 =

−4


1

0
2

−4

2
5

1
3
⎡ ⎤

⎣ ⎦
2
3

3
2

−8
4

4
0

v4 =
−1

−1

gerado pelos vetores:

−1]

−1]

2]

gerado pelos vetores:

−1

−1

−1

−1

0


4
⎡ ⎤

⎣ ⎦
0
,

2
.

É importante ressaltar que esses vetores formam conjuntos geradores e não bases, pois para serem bases eles precisariam
ser linearmente independentes. No entanto, podemos empregar um procedimento de escalonamento na matriz com o
intuito de obter as bases para esses espaços.

Vejamos agora a aplicação de operações elementares sobre as linhas da matriz A de forma a obtermos a matriz equivalente,
mas na forma escalonada.

1 2 3 4
e v5 =

L3 → L3 + 4L2

Note que essa matriz possui duas linhas não nulas, assim, os vetores que constituem uma base do espaço linha de A são:

−1] ,


−1

−1


0
.

0
3

0
4

0
−1

−1

0


0
s e õ ç at o n a r e V
⎢⎥
Podemos destacar nessa matriz B os pivôs:


2
0 1

0
1

Sendo assim, o sistema equivalente será dado por:


1

0
u2 = [0

B =

v1 =

0
−1

−1

0

sistema linear homogêneo construído a partir da matriz A.

Assim, considere o sistema homogêneo:


1

2
2

0
3

2


1

0
1

0


1

−1

−1

−1

−1
e

0
1

v2 =



2

x1

x2

x3

x4

x5

x1

x2

x3

x4

x5
2

0


−1]

−1

−1


2

=


.

Como esses pivôs são parte da primeira e segunda colunas de B, então são os vetores da primeira e segunda colunas de A
que constituem a base para o espaço coluna de A. Logo, a base do espaço é formada por:

Perceba que tanto a base do espaço linha quanto a do espaço coluna possuem a mesma quantidade de elementos, isto é, o
espaço linha e o espaço coluna tem mesma dimensão, a qual chamamos de posto. Nesse caso,

Para o estudo da nulidade, precisamos analisar as características do espaço nulo de A, ou seja, do espaço de soluções do

0
⎡ ⎤

⎣ ⎦
0
0

Para resolver o sistema, podemos construir a matriz aumentada do sistema e determinar sua forma escalonada. Perceba
que a diferença entre a matriz A e a matriz aumentada do sistema consiste em que essa última contempla uma coluna
adicional de zeros.
.

Desse modo, podemos utilizar os procedimentos já utilizados para o escalonamento, visto que a coluna adicional de zeros
não sofrerá alterações, independentemente das operações elementares utilizadas.

Aproveitando, então, as operações e o processo já utilizados, podemos concluir que:

1 2 3


3

=
0
⎡ ⎤

⎣ ⎦
0
4

0
−1

−1

Como os pivôs da matriz B de coeficientes estão localizados na primeira e segunda colunas, então vamos representar as
duas primeiras variáveis em função das demais, recorrendo à notação de sistemas no formato de equações:
0

0


.
posto (A) = 2 .

0
s e õ ç at o n a r e V
{
{

x2 = −x3 − 2x4 + x5

Podemos escrever a solução geral como:

com r, s e t parâmetros reais. Assim,

⎪⎢⎥
x1 + 2x2 + 3x3 + 4x4 − x5 = 0

x2 + x3 + 2x4 − x5 = 0

Substituindo a segunda equação na primeira obtemos:

x1 = −2 (−x3 − 2x4 + x5) − 3x3 − 4x4 + x5


x1

x2

x3

x4

x5


⎧x1 = −r − t

⎨x

= r


1

0

+ s

como a matriz A possui 5 colunas, confirmamos a validade da igualdade

VIDEO RESUMO

 Saiba mais

{

x2 = −r − 2s + t

−1
= r

x4 = s

x5 = t

−1
⎤ ⎡
0

0
x1 = −2x2 − 3x3 − 4x4 + x5

x2 = −x3 − 2x4 + x5

−2


+ t

Como os vetores do lado direito formam uma base do espaço solução, podemos concluir que

R
n
.


−1

{

1
x1 = −x3 − x5

x2 = −x3 − 2x4 + x5


.
.

nul (A) = 3

posto (A) + nul (A) = 5 .

Nesta aula são abordados os espaços vetoriais chamados de espaço linha, espaço coluna e espaço nulo. Esses espaços são
vinculados a matrizes e definidos enquanto subespaços especiais de

Assim, você estudará as definições de cada um desses espaços e como obter conjuntos geradores e bases associadas a eles,
bem como compreenderá o que é o posto e a nulidade de uma matriz por meio do estudo desses espaços vetoriais, bem
como algumas propriedades importantes relacionadas a eles.

Para contribuir com os estudos a respeito do espaço linha, do espaço coluna e do espaço nulo correspondentes a uma
matriz, a primeira sugestão é o estudo da seção 3.6, intitulada “Espaço Linha e Espaço Coluna”, do livro Álgebra Linear
com Aplicações, de autoria de Steven J. Leon. Você pode acessar esse livro na Biblioteca Virtual.

Nesse material, entre as páginas 154 e 159, você encontrará outros exemplos relacionados a esses espaços, bem como
as demonstrações de alguns dos resultados estudados nesta aula.
.

. Portanto,

0
s e õ ç at o n a r e V
Outra sugestão é o estudo da seção 4.8, intitulada “Posto, nulidade e os espaços matriciais fundamentais”, do livro
Álgebra Linear com Aplicações, dos autores Howard Anton e Chris Rorres. Esse livro pode ser acessado na Biblioteca
Virtual. Essa seção do livro discutirá com mais especificidade a respeito dos conceitos de posto e nulidade de uma
matriz, contribuindo para a compreensão desses conceitos por meio da apresentação de outros exemplos e
discussões sobre o tema.

0
Aula 5

s e õ ç at o n a r e V
REVISÃO DA UNIDADE
31 minutos

ESPAÇO VETORIAL
O conceito de espaço vetorial engloba diversas estruturas que apresentam um mesmo padrão, apesar de envolverem
elementos de diferentes naturezas.

Um espaço vetorial V é formado por um conjunto de vetores, munido de uma operação de adição de vetores e de uma
multiplicação de vetor por escalar, as quais gozam das seguintes propriedades: dados quaisquer v1, v2, v3 ∈ V e
c1, c2 ∈ K , com K um corpo, é valido que:

Fechamento da adição: v1 + v2 ∈ V .

Fechamento da multiplicação por escalar: c1v1 ∈ V .

Existência de elemento neutro da adição: 0 ∈ V tal que 0 + v1 = v1 .

Existência de elemento simétrico em relação à adição: a cada v em V, existe −v em V com v + (−v) = 0 .

Existência de elemento neutro para multiplicação por escalar: existe 1 em K com 1 ⋅ v1 = v1 .

Comutatividade da adição: v1 + v2 = v2 + v1 .

Associatividade: (v1 + v2) + v3 = v1 + (v2 + v3) e (c1c2)v1 = c1 (c2v1) .

Distributividade: c1 (v1 + v2) = c1v1 + c1v2 e (c1 + c2)v1 = c1v1 + c2v1 .

Nessa definição, entenda vetor como uma denominação genérica, que pode envolver tanto vetores multidimensionais
quanto polinômios e matrizes.

Como principais exemplos temos espaços do tipo R


n
, sendo n natural, com suas operações usuais, além dos espaços de
polinômios Pn (R) e suas operações correspondentes, espaços de matrizes Mm×n (R) e as operações associadas, entre
outros.

A partir dos espaços vetoriais, podemos construir os subespaços destes. Nesse caso, consideramos um subconjunto do
conjunto que define o espaço, junto às restrições das operações sobre ele, o que permite a construção do subespaço
vetorial.
espaço com as seguintes características:

conjunto.

elementos do conjunto.

⎢⎥
Após a definição do espaço vetorial, podemos construir a base associada. Para isso, buscamos um conjunto de vetores do

o conjunto gera o espaço, isto é, é possível representar qualquer vetor do espaço por meio de combinações lineares do

o conjunto é linearmente independente, ou seja, a combinação linear nula dos elementos do conjunto implica nos
coeficientes todos nulos ou, ainda, nenhum vetor do conjunto pode ser escrito como combinação linear dos demais

Com a definição da base, podemos relacionar a quantidade de vetores que constitui a base do espaço vetorial com sua
dimensão. É importante ressaltar que a base de um espaço vetorial não é única, isto é, podemos construir diferentes tipos
para um mesmo espaço, porém, todas devem ter a mesma quantidade de elementos.

Por exemplo, uma base para o espaço vetorial P2 (R) é formada pelos polinômios 1, x e x2, assim, esse espaço tem
dimensão 3. Além dessa, podemos construir outras bases para esse mesmo, mas todas devem conter exatamente três
elementos.

Considere agora um espaço vetorial V e duas bases para esse espaço, B e C. Podemos representar qualquer vetor de V em

função da base B, representando-o na forma de vetor de coordenadas [v]


B
=


cn

Esse vetor pode ser escrito em função da base C, segundo um outro vetor de coordenadas
c1


[v]
C

mudanças entre as duas bases e entre as representações, podemos empregar as matrizes de mudança de base
PC→B , dependendo do tipo de conversão a ser realizada.
=

Além desses conceitos, podemos estudar tipos especiais de espaços vetoriais. Dada uma matriz A, de tamanho
espaço gerado pelos vetores linha da matriz é chamado de espaço linha, o espaço gerado pelos vetores coluna é
denominado espaço coluna, enquanto o espaço gerado pelas soluções do sistema homogêneo
espaço nulo.

Com base nesses conceitos, podemos construir e explorar diferentes espaços vetoriais e suas propriedades.

REVISÃO DA UNIDADE

Ax = 0
d1

dn

Neste vídeo, você estudará os principais conceitos relacionados aos espaços vetoriais, com suas propriedades e principais
exemplos.

É importante compreender que a definição de espaço vetorial contribui para a generalização de estruturas presentes
quando lidamos com diferentes tipos de conjuntos, sejam eles compostos por vetores multidimensionais, matrizes,
polinômios, entre outros.

Assim, além da definição, você estudará o que é a base e a dimensão de um espaço vetorial, tipos especiais de matrizes e a
matriz de mudança de base.
. Para efetuar

PB→C

m × n

é chamado de
e

,o

0
s e õ ç at o n a r e V
ESTUDO DE CASO
Diante dos conteúdos estudados, você pôde perceber que o conceito de espaço vetorial é bastante abrangente, e
contemplar estruturas diversas como os espaços multidimensionais, os espaços de polinômios, entre outros.

0
Diante de um espaço vetorial, podemos identificar base, dimensão, subespaços, matrizes de mudança de bases, além da

s e õ ç at o n a r e V
representação de elementos por meio de combinações lineares.

Um dos espaços vetoriais que podemos estudar é o de matrizes. Para isso, é importante definir o tamanho das matrizes
que serão estudadas para especificar de qual espaço estamos falando.

Por exemplo, M2 (R) representa o conjunto das matrizes de ordem 2 com entradas reais, e M2×3 (R) o conjunto das
matrizes de tamanho 2 × 3 com entradas reais. Essa definição é importante porque a adição de matrizes pode ser
aplicada somente quando as matrizes envolvidas têm mesmo tamanho.

Dessa forma, para o estudo de um espaço vetorial de matrizes, devemos definir o conjunto que será utilizado, bem como as
operações, além de verificar a validade dos axiomas presentes na definição de espaço vetorial.

Para contextualizar o assunto estudado, imagine que você esteja ministrando um curso de capacitação direcionado aos
funcionários recém contratados de uma empresa de tecnologia, cuja especialidade é o trabalho com design de estruturas
tridimensionais e aplicação em realidade aumentada, os quais precisarão lidar com matrizes e espaços vetoriais.

Durante um dos módulos desse curso, os funcionários apresentaram uma dúvida a respeito do espaço vetorial de matrizes,
principalmente a respeito de como podem ser construídas as combinações lineares nesse espaço e como reconhecer uma
base para esse tipo de espaço vetorial, visto que seus elementos são matrizes e não vetores de R
n
, n natural, com os quais
eles estão habituados a trabalhar.

Nesse sentido, você pretende sanar as dúvidas dos cursistas, elaborando um módulo direcionado ao estudo do espaço
vetorial composto por matrizes, dando destaque ao espaço M2 (R) , composto pelas matrizes quadradas de ordem 2 com
entradas reais.

Os conceitos que você deve abordar nesse módulo são: a definição de espaço vetorial, os conceitos de base e dimensão de
um espaço vetorial, e a representação de elementos do espaço por meio de combinações lineares.

Assim, como você pode organizar esse curso para abordar os conceitos apresentados, tendo como ponto de partida o
espaço vetorial M2 (R) ?

Além disso, para tratar sobre a noção de subespaço, você deverá incluir o estudo do seguinte subconjunto de M2 (R) :

a b
S = {[ ] ∈ M2 (R)}
0 −a

analisando-o à luz do conceito do subespaço vetorial.

De que forma você pode organizar o módulo do curso de capacitação para contemplar todos esses conceitos?
 Reflita
Os conceitos estudados no contexto dos espaços vetoriais são genéricos e podem ser adaptados em relação a
diferentes conjuntos. No entanto, são necessárias validações dos conceitos tendo em vista o rigor característico
presente na Matemática.

0
Com efeito, quando buscamos comprovar que determinada estrutura é um espaço vetorial, devemos definir o
conjunto e as operações correspondentes e, a partir disso, recorrendo a representações genéricas, demonstrar a

s e õ ç at o n a r e V
validade de cada axioma presentes na definição de espaço vetorial. Uma situação análoga se aplica aos demais
conceitos.

Dessa forma, não podemos apenas mostrar, por exemplo, que a comutatividade da adição de vetores é verdadeira
para dois elementos, devemos mostrar que ela é verdadeira para dois elementos quaisquer do conjunto em discussão.

Se queremos mostrar que a comutatividade da adição é verificada no espaço P2 (R) , devemos considerar dois
elementos quaisquer desse espaço, como a0 + a1x + a2x
2
e 2
b0 + b1x + b2x , e construir uma demonstração que
justifique a validade dessa propriedade, como:
2 2 2
(a0 + a1x + a2x ) + (b0 + b1x + b2x ) = (a0 + b0) + (a1 + b1)x + (a2 + b2)x

2 2 2
= (b0 + a0) + (b1 + a1)x + (b2 + a2)x = (b0 + b1x + b2x ) + (a0 + a1x + a2x )

Observe que nessa demonstração, após o primeiro símbolo de igualdade, consideramos a definição da operação de
adição de polinômios; após o segundo símbolo de igualdade, recorremos à propriedade da comutatividade da adição
no conjunto de números reais, porque estamos trabalhando apenas com os coeficientes; e após o último símbolo de
igualdade, retornamos à definição de adição de polinômios.

Portanto, na demonstração de propriedades devemos sempre buscar uma representação genérica, recorrendo apenas
às propriedades já validadas ou às propriedades dos corpos que são considerados em cada contexto, principalmente o
de números reais.

RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO


Caro estudante, para a resolução da situação-problema proposta, precisamos elencar os principais assuntos a serem
abordados no curso de capacitação, com aprofundamento dos temas mais importantes.

Para iniciar o curso de formação, é importante retomar a definição de espaço vetorial, destacando quais as condições
necessárias para sua validação. Para isso, será utilizado como referência o conjunto:

a b
M2 (R) = {[ ]; a, b, c, d ∈ R} ,
c d

composto pelas matrizes quadradas de ordem 2 com entradas reais.

Para a exploração do conceito de espaço vetorial e a comprovação de que M2 (R) é um espaço vetorial, é preciso
trabalhar com a validação de cada um dos axiomas da definição de espaço vetorial.
a11 a12 b11 b12 c11 c12
Nesse sentido, sejam as matrizes A = [ ] , B = [ ] e C = [ ] pertencentes a M2 (R) ,
a21 a22 b21 b22 c21 c22

k1, k2 ∈ R então:

É válido o fechamento para a adição de matrizes e a multiplicação de matriz por escalar, visto que a adição e a
multiplicação de números reais geram também números reais:

0
a11 a12 b11 b12 a11 + b11 a12 + b12
A + B = [ ] + [ ] = [ ] ∈ M2 (R) ,

s e õ ç at o n a r e V
a21 a22 b21 b22 a21 + b21 a22 + b22

a11 a12 k1a11 k1a12


k1A = k1[ ] = [ ] ∈ M2 (R) .
a21 a22 k1a21 k1a22

0 0
A matriz nula 0 2 = [ ] é o elemento neutro para a adição.
0 0

a11 a12 −a11 −a12


A cada matriz A = [ ] de M2 (R) , existe uma matriz −A = [ ] tal que A + (−A) = 0 .
a21 a22 −a21 −a22

O número real 1 é tal que 1 ⋅ A = A para qualquer matriz A de M2 (R) .

A comutatividade da adição é válida:

a11 a12 b11 b12 a11 + b11 a12 + b12 b11 + a11 b12 + a12
A + B = [ ] + [ ] = [ ] = [ ]
a21 a22 b21 b22 a21 + b21 a22 + b22 b21 + a21 b22 + a22

b11 b12 a11 a12


= [ ] + [ ] = B + A
b21 b22 a21 a22

A associatividade da adição é válida:

a11 a12 b11 b12 c11 c12 a11 + b11 a12 + b12 c11 c12
(A + B) + C = ([ ] + [ ]) + [ ] = [ ] + [ ]
a21 a22 b21 b22 c21 c22 a21 + b21 a22 + b22 c21 c22

(a11 + b11) + c11 (a12 + b12) + c12 a11 + (b11 + c11) a12 + (b12 + c12)
= [ ] = [ ]
(a21 + b21) + c21 (a22 + b22) + c22 a21 + (b21 + c21) a22 + (b22 + c22)

a11 a12 b11 + c11 b12 + c12 a11 a12 b11 b12 c11 c12
= [ ] + [ ] = [ ] + ([ ] + [ ]) = A + (B + C)
a21 a22 b21 + c21 b22 + c22 a21 a22 b21 b22 c21 c22

A associatividade na multiplicação por escalar é válida:

a11 a12 k1k2a11 k1k2a12 k1 (k2a11) k1 (k2a12)


(k1k2)A = (k1k2)[ ] = [ ] = [ ]
a21 a22 k1k2a21 k1k2a22 k1 (k2a21) k1 (k2a22)

k2a11 k2a12
= k1[ ] = k1 (k2A)
k2a21 k2a22

A distributividade é válida:

a11 a12 b11 b12 a11 + b11 a12 + b12 k1 (a11 + b11) k1 (a12 + b12)
k1 (A + B) = k1([ ] + [ ]) = k1[ ] = [ ]
a21 a22 b21 b22 a21 + b21 a22 + b22 k1 (a21 + b21) k1 (a22 + b22)

k1a11 + k1b11 k1a12 + k1b12 k1a11 k1a12 k1b11 k1b12


= [ ] = [ ] + [ ] = k1A + k1B
k1a21 + k1b21 k1a22 + k1b22 k1a21 k1a22 k1b21 k1b22

a11 a12 (k1 + k2)a11 (k1 + k2)a12 k1a11 k1a12 k2a11 k2a12
(k1 + k2)A = (k1 + k2)[ ] = [ ] = [ ] + [ ]
a21 a22 (k1 + k2)a21 (k1 + k2)a22 k1a21 k1a22 k2a21 k2a22

a11 a12 a11 a12


= k1[ ] + k2[ ] = k1A + k2A
a21 a22 a21 a22
Portanto,

Para
M2 (R)

M2 (R) , a base canônica é dada por:

Assim, podemos representar qualquer matriz como:

Por isso, podemos dizer que o espaço

por meio de um vetor de coordenadas.


[
a

Vejamos, por exemplo, a representação da matriz

[
−1

Consideremos agora o seguinte subconjunto de

seguintes condições:

A matriz nula

Dados
02 = [

Sejam as matrizes

P + Q = [

P = [
a

0
a

−a
0

P = [

]
a

0
0

−a
]

] + [

kP = k[
0

a
c

0
1

2
b

d
B = {[

] = a[

Assim, podemos concluir que S é um subespaço vetorial de


restritas a S.
1

M2 (R)

] = (−1)[
1

O vetor de coordenadas de D em relação à base B é dado por:

d
S = {[

−c

−a
a

] = [

b
0
0

0
0

D = [

M2 (R)
], [

] + b[

Podemos comprovar que a partir de S podemos construir um subespaço vetorial de

pertence a S, basta tomar

−a
] e Q = [
0
c

a + c

em S e k uma constante real, então:

] = [
0

0
0

] + 1[

[D]

−c
d

ka

0
0

−a

]
=

b
1

⎢⎥
, com a adição de matrizes e a multiplicação de matriz por escalar, é um espaço vetorial.

], [

a = 0
0

] + c[

−1

de S, então:
]

2
0

0
] + 3[

Assim, ainda que os elementos do espaço sejam matrizes, podemos representar uma matriz em função da base do espaço

] ∈ M2 (R)}

(−a) + (−c)

k (−a)

M2 (R)
kb
] = [
ka

0

b + d
] = [
0

.
], [

a + c

0
0

b = 0
] + d[

.
0

0
0

tem dimensão igual a 4, porque tem base composta por quatro elementos.

−1
como combinação linear de B:

1 0

−ka
]}

] + 2[

kb
0

0
.

M2 (R)

] ∈ S

, quando consideramos as operações de


] .

1
]

.
.

. Para isso, verifiquemos as

b + d

− (a + c)
] ∈ S .

M2 (R)
0
s e õ ç at o n a r e V
Como uma matriz qualquer de S pode ser escrita como:

a b 1 0 0 1
[ ] = a[ ] + b[ ] ,
0 −a 0 −1 0 0

1 0 0 1
e que as matrizes [ ] e [ ] são independentes uma da outra, podemos concluir que uma base de S é dada

0
0 −1 0 0

por:

s e õ ç at o n a r e V
1 0 0 1
{[ ], [ ]} ,
0 −1 0 0

com sua dimensão é igual a 2.

Dessa forma, é possível abordar os principais conceitos envolvendo espaços vetoriais, tendo como referência o espaço
M2 (R) , suas propriedades e subespaços.

RESUMO VISUAL

REFERÊNCIAS
3 minutos

Aula 1
ANTON, H.; RORRES, C.. Álgebra linear com aplicações. 10. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.

DOMINGUES, H. H. Álgebra moderna. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

LEON, Steven J. Álgebra linear com aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

NICHOLSON, W. K.. Álgebra linear. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.


POOLE, D. Álgebra linear: uma introdução moderna. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016.

STRANG, G. Introdução à álgebra linear. Rio de Janeiro, LTC, 2013.

Aula 2

0
ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra linear com aplicações. 10. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.

s e õ ç at o n a r e V
FERNANDES, L. F. D. Álgebra linear. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2017.

FRANCO, N. Álgebra linear. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016.

LEON, S. J. Álgebra linear com aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

NICHOLSON, W. K. Álgebra linear. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.

POOLE, D. Álgebra linear: uma introdução moderna. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016.

STRANG, G. Introdução à álgebra linear. Rio de Janeiro, LTC, 2013.

Aula 3
ANTON, Howard; RORRES, Chris. Álgebra linear com aplicações. 10 ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.

FERNANDES, Luana Fonseca Duarte. Álgebra linear. 2 ed. Curitiba: InterSaberes, 2017.

FRANCO, Neide. Álgebra linear. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016.

LEON, Steven J. Álgebra linear com aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

NICHOLSON, W. Keith. Álgebra linear. 2 ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.

POOLE, David. Álgebra linear: uma introdução moderna. 2 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016.

STRANG, Gilbert. Introdução à álgebra linear. Rio de Janeiro, LTC, 2013.

Aula 4
ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra linear com aplicações. 10 ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.

FERNANDES, L. F. D. Álgebra linear. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2017.

FRANCO, N. Álgebra linear. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016.

LEON, S. J. Álgebra linear com aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

NICHOLSON, W. K. Álgebra linear. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.

POOLE, D. Álgebra linear: uma introdução moderna. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016.

STRANG, G.. Introdução à álgebra linear. Rio de Janeiro, LTC, 2013.


Aula 5
ANTON, H.; RORRES, C.. Álgebra linear com aplicações. 10. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.

FERNANDES, L. F. D. Álgebra linear. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2017.

0
FRANCO, N. Álgebra linear. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016.

LEON, S. J. Álgebra linear com aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

s e õ ç at o n a r e V
NICHOLSON, W. K. Álgebra linear. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.

POOLE, D. Álgebra linear: uma introdução moderna. 2 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016.

STRANG, G. Introdução à álgebra linear. Rio de Janeiro, LTC, 2013.


Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.

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