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DESENHO MECÂNICO AUXILIADO

POR COMPUTADOR
Felipe Biondo
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 2

SUMÁRIO Esta é uma obra coletiva organizada


por iniciativa e direção do CENTRO
SUPERIOR DE TECNOLOGIA TECBRASIL
LTDA – Faculdades Ftec que, na
forma do art. 5º, VIII, h, da Lei nº
COMANDOS BÁSICOS E INTERFACE 7 DETALHAMENTO101 9.610/98, a publica sob sua marca
e detém os direitos de exploração
Introdução8 Introdução102 comercial e todos os demais
Modelagem de sólidos 10 Revisão de desenho técnico 102 previstos em contrato. É proibida a
reprodução parcial ou integral sem
Forma de modelamento 10 Identificação de vistas 102 autorização expressa e escrita.
Principais menus 15 Cotagem108
Normas gerais de desenho técnico 117
MODELAGEM SÓLIDA BÁSICA 22 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Vistas auxiliares 124 Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107.
Introdução23 Caxias do Sul/ RS
Escalas126
Exemplo Aplicado 1  24 Cortes e seções 128
REITOR
Exemplo Aplicado 2  34 Recorte parcial 133 Claudino José Meneguzzi Júnior
Exemplo Aplicado 3  40 Vista interrompida 134
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
Exemplo Aplicado 4  50 Detalhamento de conjuntos 135 PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
Exemplo Aplicado 5  52 Vista explodida 137 DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Exemplo Aplicado 6 57 Referências146
(EAD)
Lígia Futterleib

MONTAGENS70
Desenvolvido pela equipe de Criações
Posicionamentos73 para o ensino a distância (CREAD)
Coordenadora e Designer Instrucional
Exemplo aplicado - Posicionamentos 75
Sabrina Maciel
Exemplo aplicado – Vista explodida 92 Diagramação, Ilustração e Alteração de
Imagem
Síntese97 Igor Zattera, Gustavo Cunha
Revisora
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INTRODUÇÃO À
DISCIPLINA
Caros alunos! Gostaria de desejar a todos uma
excelente experiência durante a disciplina.
Espero que consigamos com este material aprender a fazer
modelamento 3D utilizando o software Solidworks. O software
escolhido é um dos principais utilizados para projeto 3D dis-
poníveis no mercado, mas independente do aplicativo escolhido
as ferramentas são muito semelhantes. Ao final da disciplina
espero que todos conheçam as principais ferramentas dos sof-
twares de projeto computacional. Com este ebook quero que
tenham a capacidade de aplicar os conhecimentos aprendidos
no desenvolvimento de projetos simples e complexos. Para
iniciar a disciplina farei uma breve evolução sobre a história do
desenho técnico evoluindo até os dias atuais, onde ferramentas
computacionais auxiliam projetistas e engenheiros a desenvolver
projetos de alta eficiência.
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Desde a pré-história o homem utiliza o desenho como forma Foi preciso chegar ao século XVIII para que se criasse a
de comunicação, o desenho surgiu antes mesmo da escrita e geometria descritiva, (inicialmente usada na engenharia mi-
muitos autores defendem que ele é percussor até da linguagem litar), para que o desenho técnico perdesse toda a expressão
falada. As pinturas rupestres são provas de que os primeiros artística, tornando-se em uma linguagem técnica universal e
homens utilizavam o desenho para se comunicar e relatar seu sem ambiguidades.
cotidiano. Muito do que se sabe hoje dessas civilizações antigas
é devido a análise dos seus registros pictográficos.

Os egípcios se utilizaram fortemente da arte de desenhar


para retratar todos os costumes, crenças, rituais, cotidiano,
agricultura e tudo mais que fazia parte da sua civilização. As
pinturas presentes nas paredes de templos e tumbas mostram
E assim o desenho técnico chegou ao estatuto de linguagem
detalhadamente cada etapa do processo de colheita.
universal. Ao criar o método diedrico, Gaspar Monge deu um
grande impulso ao desenvolvimento tecnológico. Hoje em dia
esse impulso ainda se propaga ao ponto de todas as áreas téc-
nicas usarem o mesmo princípio da geometria na representação
das mais variadas formas. Este método foi sendo aperfeiçoado
e simplificado, foram criadas normas para generalizar e uni-
formizar praticamente todos os aspectos do desenho técnico.
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O conhecimento destas normas é essencial aos que lidam A descrição poderia continuar… repare que estamos des-
com desenhos, pois sem elas terão grande dificuldade em in- crevendo um simples cubo com um furo vazado. O texto, além
terpretar toda a informação contida num desenho. Imagine um de longo difícil e provavelmente, no final da leitura, terão di-
cubo com um furo vazado numa das faces, agora tente descrever ficuldades em lembrar de todos os aspectos. Em um desenho
totalmente essa peça por forma leve em consideração que esta isso não acontece, o ditado “uma imagem vale mil palavras” é
forma imaginada por você deve ser produzida no japão. bem verdade nestes casos.

“…A Peça que quero fazer é um cubo. Tem de lado 100 O desenho técnico é uma ferramenta muito poderosa e
mm, ao centro de uma das faces existe um furo vazado, com evoluiu muito ao longo dos anos. Com toda a certeza há espaço
20 mm de diâmetro. Todas as peças que se afastem 0,1 mm para evoluir muito mais, prova disso são as constantes revisões
acima da cota nominal de 20 mm e 0,2 mm abaixo da mesma às normas de desenho, logo, é essencial manter-se atualizado
serão peças consideradas fora da tolerância e por isso não serão com as informações mais recentes sobre normas de desenho
consideradas operacionais. Em relação ao furo de 20 é tolerado técnico.
um desvio simétrico da cota nominal de um valor não superior
a 0,05mm. As faces do cubo devem ser controladas em termos Esta disciplina tem como objetivo ensinar a utilizar um
de forma, assim as tolerâncias de paralelismo entre as faces são software de modelamento 3D tendo como meta fazer o mo-
de 0,1 mm…”. delamento de peças e componentes, montagem de conjuntos
e detalhamento computacional. O software que será utilizado
nesta disciplina será o Solidworks, que é hoje um dos principais
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softwares da computação gráfica, sendo utilizado por diversos b. Após adquirirmos os conhecimentos dos principais recursos,
profissionais, principalmente aos ligados a áreas como enge- será mostrado como fazer montagens dentro do Solidworks.
nharia e design. Nossa disciplina será apresentada da seguinte
maneira: c. Após conclusão faremos uma revisão sobre desenho técni-
co e aprenderemos como fazer o detalhamento das peças
1. Inicialmente começaremos com uma apresentação geral modeladas no Solidworks.
do software, onde mostrarei a localização dos principais
comandos e como é a disposição dos menus do Solidworks.
Começaremos com apenas uma apresentação básica, onde
os comandos serão vistos de forma aprofundada com o
discorrer da disciplina.

2. Com a apresentação do software será dado início a utilização


do aplicativo através de exemplos hands-on, onde serão apre-
sentados exemplos passo a passo com construção conjunta.
Para conhecer o que o software pode oferecer acesse o vídeo:
a. Iniciaremos o aprendizado do software com as ferramentas de https://www.youtube.com/watch?v=CpzyQzDxp58
esboço até a utilização de recursos de construção de sólidos.
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COMANDOS
BÁSICOS E
INTERFACE
CAD: do conceito às vantagens
A sigla, que em inglês significa “computer aided design” ou,
em português, “desenho assistido por computador”, tem por
trás uma das ferramentas mais utilizadas por arquitetos e pro-
jetistas com a finalidade de criar e representar, virtualmente,
os mais diversos ambientes e estruturas.

É notório o quão grande é a contribuição da tecnologia


para áreas de engenharia, prova disso é que, hoje, os compu-
tadores se tornaram verdadeiros instrumentos de trabalho dos
profissionais destas áreas, sendo capazes de representar em
imagens toda a imaginação, criatividade e ciências exatas que,
no futuro, se materializarão em estruturas físicas.
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Um software CAD nada mais é do que um recurso com- podem proporcionar melhorias significativas, como:
putacional voltado para a elaboração e controle de desenhos
de estruturas durante a fase de projeto. Aumento da produtividade.

A grande vantagem do CAD é a otimização do processo Resolução de problemas complexos.


de elaboração de projetos, transferindo a parte técnica — antes
manual e altamente complexa —, como a formulação de dia- Redução de erros.
gramas detalhados dos materiais utilizados, processos envolvi-
dos, tolerâncias dos materiais e seus efeitos físicos e químicos, Diminuição do tempo de projeto.
dimensionamentos entre outras características relevantes ao
projeto, para um modelo computacional e automatizado. Redução dos custos com o melhor aproveitamento dos
recursos.
Outra grande vantagem do software CAD é a liberdade de
visualização e composição das representações gráficas. Softwares Introdução
dessa natureza possibilitam ao profissional a rotação em qual-
quer ângulo e perspectiva, dando amplo controle e visibilidade Nesta disciplina aprenderemos a utilizar o software de
para quaisquer modificações e correções. CAD Solidworks, este que é um aplicativo de modelagem só-
lida, baseado em recursos ou etapas. O software nos permite
Além desses benefícios, os programas CAD modernos criar modelos totalmente associativos (com conexão entre as
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peças) ou sem conexão alguma. Esses comandos podem ser sólido. Como exemplos destes recursos podemos citar arre-
automáticos ou ajustados pelo usuário. dondamentos e chanfros.

Assim como uma montagem é feita de um número de O Solidworks mostra graficamente a estrutura dos re-
peças individuais, um modelo em Solidworks é também feito cursos do modelo através de uma janela especial chamada de
de elementos individuais. Esses elementos são chamados de Gerenciador de Recursos. O gerenciador de recursos permite
recursos. Quando você cria um modelo usando o Solidworks a completa edição de todo o processo de criação das mesmas.
você trabalha utilizando recursos, tais como: extrusões, cortes,
furos, nervuras, arredondamentos, chanfros e ângulos de saída. Nos capítulos subsequentes veremos mais detalhes sobre
À medida que os recursos são criados eles vão sendo aplicados o gerenciador de recursos. Para ilustrar o conceito de mode-
à peça modelada. Os recursos podem ser classificados como: lagem baseada em recursos, a peça da figura abaixo pode ser
esboço de recursos ou recursos aplicados. visualizada como uma coleção de diversos recursos – alguns
que adicionam materiais, como saliências cilíndricas, e outros
• Esboços de recursos: são gerados a partir de um desenho que removem materiais, como o furo cego.
em 2D também chamado de sketch. Geralmente um esboço é
transformado em um sólido através de extrusões, revoluções
ou varreduras.

• Recursos aplicados: são criados diretamente no modelo


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Modelagem de sólidos Quando estamos realizando um projeto em software CAD


é de extrema importância pensar na forma como estamos mo-
Um modelo sólido é o mais completo tipo de modelo geo- delando o componente para prever como o componente irá se
métrico usado em sistemas CAD. Ele contém toda a geometria modificar quando for alterado. Por exemplo, se você modela
necessária para descrever as arestas e faces do modelo. Além uma saliência com um furo cego nela, o furo deve se mover
disto, o modelo contém informações chamadas topológicas, ou quando a saliência for movida. Quando você modela um padrão
seja, aquelas que correlacionam todas as geometrias da peça. circular de seis furos igualmente espaçados, o ângulo entre
eles deverá mudar se você mudar o número de furos para oito.
Este tipo de modelo é completamente associativo aos de-
senhos 2D e montagens relacionadas. Mudanças no modelo Para usar um modelador paramétrico com o Solidworks
são automaticamente refletidas nos desenhos e montagens as- eficientemente, você precisa considerar a intenção do projeto
sociadas. Por outro lado, mudanças nos desenhos e montagens antes da modelagem. O modo como o modelo é criado dita
também se refletirão no modelo sólido. o modo como ele será modificado. Vários fatores contribuem
para a captura da intenção do projeto:
As relações de forma como paralelismo, perpendicularidade,
horizontalidade, concentricidade e coincidência são algumas • Relações automáticas de esboço: baseadas em como a
das relações possíveis no Solidworks. geometria é criada, estas relações podem fornecer ligações
geométricas comuns entre os objetos, tais como paralelismo,
Forma de modelamento perpendicularidade, verticalidade, entre outras.
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• Equações: usadas para relacionar algebricamente as di-


mensões. Elas são um modo de forçar alterações na geometria.

• Relações adicionais: são aplicadas ao modelo quando


ele é criado e representam outro modo de conectar diversas
geometrias. Algumas dessas relações são concentricidades,
colinearidades, entre outras.

O dimensionamento mostrado abaixo manterá os furos


• Dimensionamento: modo em que o esboço é dimensio-
posicionados relativamente à esquerda da peça. As posições
nado terá um impacto sobre a intenção do projeto ou desenho.
dos furos não serão alteradas por mudanças na largura da peça.

Veja a seguir alguns exemplos de forma diferentes de projeto


que podem influenciar caso seja necessário remodelar a peça.

Um esboço dimensionado na próxima figura manterá os


furos 20 mm de cada extremidade, independentemente da lar-
gura total da peça, logo, se a largura de 100 mm for alterada,
a distância dos furos permanecerá a mesma.
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O dimensionamento mostrado a seguir a partir da aresta e


de centro a centro manterá as distâncias entre os furos sempre
constante, independente das mudanças na largura da peça.

Uma possível abordagem que podemos utilizar é a de ca-


mada de bolo, onde a peça é construída pedaço por pedaço,
adicionando camada por camada. A figura abaixo mostra como
é feita essa construção. A alteração na espessura de uma camada
possui um efeito em cascata, mudando a posição de todas as
A intenção do projeto não é afetada somente pela maneira
outras camadas que foram criadas após esta.
como um esboço é dimensionado. A escolha dos recursos e
a metodologia de modelagem também são importantes. Por
exemplo, considere o caso de um eixo em estágios simples como
mostrado na próxima figura. Existem várias maneiras de uma
peça ser construída.
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A abordagem por revolução mostrada abaixo constrói a peça com uma peça do estoque de barras e removeria o material
como um recurso simples, de revolução. Um esboço simples usando uma série de cortes.
representando a seção transversal contém todas as informações
e dimensões necessárias para tornar a peça como um recurso.
Embora esta abordagem possa parecer muito eficiente, ter to-
das as informações do projeto contidas em um único recurso
limita a flexibilidade e pode tornar as alterações impraticáveis.

Algumas vezes você notará comandos, ícones e opções de


menu acinzentados e não selecionáveis. Isto ocorrerá quando
você estiver trabalhando em um ambiente impróprio para
aquela opção. Por exemplo, se você estiver trabalhando em um
esboço (modo “editar esboço”), você terá total acesso a todas as
ferramentas do esboço. Entretanto, você não poderá selecionar
ícones como raio ou chanfro na barra de ferramentas de recur-
sos. Por outro lado, quando você estiver no modo de edição de
Também podemos empregar a abordagem de fabricação recursos, você poderá acessar estes ícones, porém, as ferramentas
para modelagem, imitando o modo pelo qual a peça seria fa- de esboço estarão em cinza ou não selecionáveis. Isto facilita
bricada. Por exemplo, se o eixo da figura a seguir, com vários a vida dos usuários menos experientes, permitindo a escolha
estágios for torneado em um torno mecânico, você começaria das ferramentas apropriadas e bloqueando as inapropriadas.
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A interface do Solidworks
é a interface do próprio
Windows e se comporta da
mesma maneira que outras
aplicações para o sistema
operacional. As principais
regiões de trabalho estão
mostradas na figura ao lado.

Se clicarmos com o botão direito do


mouse é possível habilitar mais tipos de ferra-
mentas do solidworks.
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Principais menus

Os menus dão acesso a todos os comandos que o software oferece, a figura abaixo mostra a localização dos menus do aplicativo.
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A figura ao lado mostra alguns dos


menus da barra de menus onde na aba:

• “Arquivo” é possível fazer operações


como criar uma nova peça, abrir uma
peça já existente, fazer o salvamento
de arquivos, salvar arquivo com novo
nome dentre outras funções.

• Na aba “editar” podemos retornar


operações feitas, atualizar modelos
dentre outras funções.

• Na aba “exibir” é possível capturar tela,


mudar câmera, fundo de tela.
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Os demais menus estão mostrados


ao lado onde a aba:

• “Inserir” é possível adicionar recursos,


esboços, chapas, superfícies, etc.

• Na aba “ferramentas” estão dispostas


as ferramentas que podem ser utiliza-
das como seleção, fazer comparações,
medições, dentre outros.

• Na aba “janela” é possível fazer uma


organização das janelas abertas no
modelo, e criar esquemas com diversas
janelas e aba abertas simultaneamente.

• Na aba “ajuda” é possível encontrar tutoriais sobre todas as funcionalidades do software, qualquer necessidade que houver e não
estiver descrita no livro desta disciplina poderá ser encontrada neste menu.
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A árvore de modelamento organi-


zador de recursos é uma peça exclusiva
do software Solidworks que exibe visual-
mente todos os recursos em uma peça ou
montagem. Conforme os recursos forem
criados, eles são adicionados à árvore de
modelamento, organizador de recursos.
Como resultado, a árvore de modelamen-
to, organizador de recursos, representa
a sequência cronológica de operações de
modelagem. A árvore de modelamento
também permite o acesso à edição dos
recursos que ela contém.
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Muitos comandos do Solidworks são executados por meio de menus do “property manager”. Os menus do “property manager”
ocupam a mesma posição na tela que a árvore de modelamento “ feature manager” e a substitui quando estiverem sendo usados.
No canto superior direito é possível confirmar ou declinar o que foi alterado no “property manager”.
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As principais ferramentas utilizadas para fazer projetos dentro do Solidworks podem ser encontradas no menu superior,
onde podem ser vistos dois agrupamentos principais como mostrado na figura abaixo. Esses agrupamentos de ferramentas são
recursos e os esboços.
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Síntese

Inicialmente, neste capítulo foi apresentado como ocor-


reu a evolução do desenho técnico. Após isso foi mostrado
o ambiente de trabalho do software Solidworks, mostran-
do diferentes estratégias de modelagem, que dependendo do
produto, diferentes táticas podem ser adotadas para facilitar a
modificação das peças.
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MODELAGEM
SÓLIDA BÁSICA
Solidworks é usado em 35 das 50 empresas
mais inovadoras do mundo.
A quantidade de recursos e aplicações para os aplicativos
de CAD são as mais diversas, de modo que o valor para a
aquisição dessa solução pode variar bastante, dependendo da
necessidade do utilizador. Por isso, ao adotar essa tecnologia na
sua vida acadêmica e em seu trabalho, é preciso ter em mente
qual a sua necessidade quanto ao seu uso.

Em reportagem especial publicada pela revista Bloomberg


BusinessWeek o aplicativo Solidworks da Dassault Systèmes
Corporation foi apontado como o software de projetos preferi-
do das empresas mais inovadoras do mundo. Das 50 empresas
mais inovadoras em 2010, 35 possuem o software Solidworks.
“A pesquisa comprova o que as empresas mais inovadoras têm
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em comum: utilizam o software Solidworks para transformar Introdução


ideais em produtos que mudam a maneira em que vivemos”,
destaca Oscar Siqueira, country manager da Solidworks Brasil. No capítulo anterior lhes foi apresentado uma visão geral
do software Solidworks e as principais regiões da tela deste
A reportagem especial da Bloomberg BusinessWeek sobre aplicativo. Neste capítulo serão apresentados diversos exem-
as empresas mais inovadoras, se baseia em dados do Boston plos, passo a passo, de como fazer modelamentos em peças
Consulting Group (BCG). Em dezembro do ano passado, a sólidas seguidos de exercícios para praticar os conhecimentos
consultoria enviou por e-mail uma pesquisa com 21 perguntas aprendidos.
a executivos seniores do mundo todo. Foi solicitado aos 1.590
participantes – que responderam de forma anônima – a indica- Modelar sólidos no Solidworks é uma tarefa muito simples.
ção de empresas mais inovadoras, fora de seu próprio setor. Ao O primeiro passo é optar por uma nova peça, depois é necessário
final deste processo, a equipe da Boston Consulting, produziu gerar um esboço em duas dimensões (2D) que darão início à
um ranking das empresas mais inovadoras do planeta. figura em três dimensões (3D) em um dos planos oferecidos:
frontal, superior e direito. Em seguida, verificaremos que fer-
Nesta, o Solidworks foi escolhido devido a sua interfa- ramentas dos recursos estão habilitadas e escolheremos uma
ce intuitiva e de fácil operação, e por ser um dos aplicativos delas para gerar o sólido por: extrusões, varreduras e revoluções.
mais difundidos no mercado estando presente em empresas
do mundo todo. Esta lição apresentará através de exemplos hands-on como
iniciar uma nova peça através de esboços, que é a base da
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modelagem 3D, e quais os principais recursos oferecidos pelo A próxima etapa que deve ser realizada é a criação de um
software. esboço, que é o ato de criar um perfil bidimensional compos-
to pela geometria do modelo de arames. Os tipos comuns de
Exemplo Aplicado 1 – Ferramentas de esboço, geometria são linhas, arcos, círculos e elipses. Para criar um
ressalto extrudado e filete sketch, você deve escolher um plano no qual aplicar o esboço.
O sistema fornece três planos iniciais por padrão, sendo eles:
Iniciaremos nosso aprendizado pelo princípio básico que frontal, superior e direito.
é a criação de peças. As figuras abaixo ilustram passo a passo
como realizar este procedimento. Ao criar um novo esboço, o menu “inserir esboço” abre a
ferramenta de esboço no plano atualmente selecionado ou face


do plano. Este comando também pode ser usado para editar um
esboço existente. Após clicar em “inserir esboço”, um plano de
referência ou uma face do plano deve ser selecionado. A origem
do sistema mostra os planos X, Y e Z e é uma boa referência

2º a ser adotada para criar o esboço (exemplo na figura a seguir).


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Quando muitos comandos do Solidworks estão ativos, um O Solidworks oferece uma rica variedade de ferramentas
símbolo ou um conjunto de símbolos aparece no canto supe- de esboços para a criação da geometria do perfil. Nesta lição,
rior direito da área de gráficos. Esta área é chamada canto de serão usados diversos formatos básicos.
confirmação. Quando um esboço está ativo, ou aberto, o canto
de confirmação exibe dois símbolos. Um lembra um esboço e
o outro é um “X” vermelho. Estes símbolos dão um lembre-
te visual de que você está ativo em um esboço. Clicando no
símbolo do esboço, ocorre a saída do mesmo e o salvamento
das alterações.

Clicando no “X” vermelho, ocorre a saída do esboço e


a desconsideração das alterações. Quando outros comandos
estiverem ativos, o canto de confirmação exibe uma marca de
verificação e um “X”. A marca de verificação executa o comando
atual. O X cancela o comando.
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Continuando em nosso exemplo, a próxima etapa é criar um retângulo com as dimensões mostradas abaixo. Com o retân-
gulo criado selecionar o comando “dimensão inteligente” e definir os lados do retângulo.


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Com isso feito confirme o comando na esquina de confirmação (página 26). Vá para a aba recursos e selecione o comando
“ressalto / base extrudado”.


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Um novo recurso será utilizado, que é o comando de “filete”, ele é utilizado selecionado as arestas da caixa gerada.


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Para fazer um furo em nossa peça devemos seguir os passos indicados na sequência de figuras mostradas a seguir.

10º

11º
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12º

13º
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Com estes passos realizados temos a peça finalizada que pode ser vista na figura abaixo.

14º
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Para encerrar o processo de criação de uma peça devemos salvar o arquivo no local desejado como mostrado abaixo.
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Exemplo Aplicado 2 – Padrão linear e circular Para melhor compreensão deste comando vamos utilizar o
de esboço exemplo mostrado na figura seguinte. Existem 12 furos iguais
e distribuídos igualmente em 360° na peça. Para não desenhar
O próximo recurso que aprenderemos é o padrão de esboço um a um, pode-se desenhar apenas 1 furo e utilizar a ferra-
linear ou circular, que é utilizado quando se faz necessária a menta de padrão de esboço circular mostrada anteriormente.
cópia de várias entidades iguais, seguindo um padrão de dis-
tribuição no desenho. O comando pode ser visto no menu de
esboços mostrado a seguir.
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Siga o passo a passo mostrado abaixo para construir o esboço com “padrão de esboço”.


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Selecione recurso ressalto base extrudado e a peça estará finalizada.


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De forma análoga, este procedimento pode ser utilizado


Exemplo Aplicado 3 – Recurso de Loft e casca
para aplicar padrões lineares, a única diferença entre este e o
outro, é que ao invés de selecionar o eixo de rotação, deve ser
O próximo recurso que será ensinado é o comando de “loft”
selecionado o eixo para o padrão linear seguir nas direções
e “casca”, onde este recurso é utilizado para fazer a união entre
desejadas. Para testar este comando modele a peça abaixo.
dois ou mais perfis, gerando um sólido. Estes perfis podem
ser de geometrias iguais ou diferentes. O comando de casca é
aplicado a um corpo sólido e serve para definir uma espessura
constante em todo o corpo sólido.

O exemplo mostrado a seguir ilustra como utilizar estes


dois tipos de recursos.
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Com isso concluímos as aplicações dos comandos de loft e casca.


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Exemplo Aplicado 4 – Recurso de varredura



O próximo comando que aprenderemos é o de varredura,
este comando consiste em um perfil guiado por um caminho
de esboço.


No primeiro campo adicione o “esboço 1” e no segundo


campo o “esboço 2”. Confirme o comando. A geometria mos-
trada na figura seguinte deve ser a final.
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Com isso realizado temos nossa peça concluída.


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Exemplo Aplicado 5 – Recurso de revolução Primeiramente crie um esboço fechado com uma linha de
centro.
O próximo comando que aprenderemos é o de revolução,
que consiste em um perfil girando em torno de um eixo, for-


mando um corpo sólido. Esse recurso gira o material a ser
adicionado ou removido por meio de revolução de um ou mais
perfis ao redor de uma linha de centro. É possível criar bases/
ressaltos revolucionados, cortes revolucionados ou superfícies
revolucionadas. O recurso de revolução pode ser sólido ou uma
superfície.

Consulte o esboço e entre na aba recursos. Abra o recurso


ressalto base revolucionado, defina as opções desejadas como
linha a ser revolucionado em torno, a direção e o ângulo de-
sejado e confirme.
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O resultado será conforme mostrado na figura abaixo.


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Adicione um filete a peça, como indicado na figura a seguir.


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Na face inferior aplique um chanfro na aresta.


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Adicione um recurso de casca. Na face inferior aplique um chanfro na aresta.


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Repita o comando filete na aresta interna e a peça estará • Espelhar: que é usado para espelhar corpos ou recursos tendo
finalizada. um plano ou face plana como referência.

Exemplo Aplicado 6 – Recurso de padrão


linear e espelhar

O próximo exemplo aplicado que aprenderemos finaliza


os principais recursos do software Solidworks. Eis os recursos
que serão mostrados neste exemplo:

• Padrão linear: que é um padrão de repetição de recursos e


corpos ao longo dos eixos X e Y.
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2º 3º
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4º 5º

Com estes últimos recursos aprendemos as principais fer-


ramentas do software Solidworks.
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Síntese

Neste capítulo aprendemos a utilizar os principais recur-


sos do software Solidworks, onde foi apresentado através de
exemplos hands on como fazer esboços e utilizar os principais
recursos do software.
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Exercícios

1. Desenhe os esboços abaixo, após faça ressaltos extrudados


de todas as peças com diferentes espessuras.
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2. Modele as peças abaixo:


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 63

3. Modelo utilizando a menor quantidade de recursos possíveis:

a) b)
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 64

c) d)
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 65

e) f)
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 66

4. Aplique recursos de revolução para modelar as peças: b)

a)
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 67

c) d)
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 68

5. Aplique recursos de revolução para modelar as peças: b)

a)
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 69

c) d)
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 70

MONTAGENS
Projetos integrados e sem erros exigem que
todos os componentes dentro de um conjunto
estejam em harmonia, desde projeto simples
a complexos.

Neste capítulo veremos como fazer a junção de diversas


peças modeladas separadamente e juntá-las em um único con-
junto. É possível construir montagens complexas consistindo de
vários componentes, que podem ser peças ou outras montagens,
chamadas de submontagens.

Na maioria das operações, estes dois tipos de componentes


se comportam da mesma maneira. Adicionar um componente
a uma montagem cria um vínculo entre a montagem e o com-
ponente. Para iniciar uma nova montagem no software, abra
o menu inicial, clique em novo e selecione nova montagem
como mostrado a seguir.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 71
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 72

Os principais recursos dentro do ambiente de montagem apresentados na barra superior, como pode ser visto na figura
abaixo. Nesta barra podemos fazer operações de inserir novos componentes, edição dos componentes já inseridos, definir posi-
cionamentos entre as peças, adicionar padrões de repetição de algum componente (geralmente usado para parafusos), podemos
movimentar peças, aplicar recursos nas montagem (como cortes e extrusões), fazer vistas explodidas dentre outros comandos.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 73

É importante lembrar que quando alteramos peças dentro • Um posicionamento concêntrico força duas faces cilíndricas
das montagens, automaticamente elas são alteradas em seu a se tornarem concêntricas. As faces podem se mover ao
arquivo individual. longo do eixo comum, mas não podem ser movidas para
fora desse eixo.
Posicionamentos
Os posicionamentos permitidos dentro do Solidworks são
Dentro das montagens, a ferramenta mais utilizada são os mostrados na figura seguinte, que podem ser os padrão,
as de posicionamentos, que criam relacionamentos geométricos avançados e posicionamentos mecânicos. Todos são encontra-
entre os componentes das montagens. Quando adicionamos dos ao clicar na guia superior posicionar. Os posicionamentos
posicionamentos, definimos as direções permitidas para o avançados e mecânicos estão no mesmo local abaixo dos po-
movimento das peças, que podem ser lineares ou rotacionais. sicionamentos padrão.
Podemos mover um componente dentro de seus graus de liber-
dade, visualizando o comportamento da montagem. Alguns
exemplos são:

• Um posicionamento coincidente força duas faces planas a


se tornarem coplanares. As faces podem se mover ao longo
uma da outra, mas não podem ser separadas.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 74
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 75

Os posicionamentos são resolvidos em conjunto, como um


sistema. A ordem na qual você adiciona os posicionamentos não
importa; todos os posicionamentos são resolvidos ao mesmo
tempo. É possível suprimir posicionamentos da mesma forma
que se suprimem recursos.

Exemplo aplicado - Posicionamentos

Para aprendermos a fazer montagens dentro do Soli-


dworks, usaremos um que aplica quase todas as ferramentas de
posicionamento. Este modelo pode ser encontrado no acervo
da disciplina com o nome “Cruzeta”.

Vamos iniciar a montagem da cruzeta criando uma nova


montagem:
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 76

Após isso vá na guia “inserir componentes” e selecione a peça base como mostrado abaixo:
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 77

Após abrir a peça, clique diretamente no “OK”. Isso fará com que a peça se alinhe automaticamente a origem da montagem.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 78

3º 4º

Após abrir a peça, clique na área de gráficos, pois somente


a primeira peça deve alinhar-se automaticamente com a origem.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 79


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 80


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 81


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 82


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 83

9º 10º
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 84

11º
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 85

12º 13º
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 86

14º 15º
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 87

16º 17º
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 88

18º 19º
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 89

20º 21º
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 90

22º 23º
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 91

24º 25º
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 92

Exemplo aplicado – Vista explodida

Para fazermos vistas explodidas dentro do Solidworks utilizaremos o exemplo construído anteriormente. Abra este arquivo
dentro do software e clique no botão da barra superior “vista explodida” como mostrado abaixo.


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 93


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 94


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 95

Após fazer estes procedimentos confirme e teremos uma vista explodida. Se quiser, também é possível colocar linhas de
rota para mostrar onde serão encaixadas cada uma das peças. Para fazer isso a vista explodida deve estar feita, após isso devemos
selecionar o comando “linha de rota” mostrado na Figura abaixo.

O resultado para este comando é o mostrado na figura a seguir.


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 96


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 97

Síntese

Neste capítulo vimos como realizar a montagem de com-


ponentes utilizando o software Solidworks. Vimos através de
exemplos diferentes tipos de posicionamentos que podem ser
utilizados.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 98

Exercícios

As peças para todos os conjuntos estão disponíveis no


b. Flange
acervo da turma.

1. Faça a montagem dos conjuntos abaixo:

a. Morsa pequena
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 99

c. Bomba d. Tripé
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 100

e. Morsa grande

f. Furador
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 101

DETALHAMENTO
Documento do projeto

Representações gráficas, ilustrações e esboços sempre fo-


ram a melhor forma de apresentar uma ideia. Seguir as boas
práticas de desenho aplicados na Engenharia, Arquitetura e no
Design fazem toda a diferença na hora de expor um conceito e
guiar um projeto. O detalhamento 2D de peças é a identidade
de componente que contém todas as informações necessárias
para que o mesmo seja executado de forma precisa e repetida.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 102

Introdução mento de peças específicas, como mostrado abaixo.

Prezados, alunos! Iniciaremos este capítulo com uma revi-


são geral dos conceitos de desenho técnico e como aplicar estes
conhecimentos no software Solidworks. Será apresentado passo
a passa como aplicar, cotas, cortes, detalhes e vista explodida
para os desenhos.

Revisão de desenho técnico

O desenho técnico é um tipo de representação gráfica


rigorosa e tem como principal função ser o elo entre o projetista
e as pessoas que executarão o objeto. O objetivo é transmitir
a informação com o máximo de detalhes possíveis e permitir Identificação de vistas
a produção sequenciada.
Uma peça que estamos observando ou mesmo imaginando,
No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas pode ser desenhada/representada em um plano. A essa repre-
(ABNT) define as normas para desenhos técnicos abordando sentação gráfica dá-se o nome de “Projeção”. O plano é deno-
desde os princípios gerais como espessura de linha e detalha- minado “plano de projeção” e a representação da peça recebe,
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 103

nele, o nome de projeção. Podemos obter as projeções através


de observações feitas em posições determinadas. Podemos ter
várias “vistas” da peça.

Reparemos, na figura abaixo, as projeções verticais ou


elevações das peças. Elas são as vistas de frente das peças para
o observador na posição indicada. Existem dois tipos de vistas principais utilizados em dese-
nhos técnicos, sendo estas perspectivas e vistas ortográficas. O
desenho pode ser representado em perspectiva quando se quer
ter uma visão espacial rápida, este tipo de vista assemelha-se
a uma fotografia do objeto sendo a informação transmitida
menor que em múltiplas vistas. Os tipos de vista isométrica
são os demonstrados abaixo.

A figura seguinte representa a projeção horizontal, vista


de cima ou planta das peças, para o observador na posição in-
dicada. Como foi visto em Desenho técnico é possível aplicar
o conceito de projeção para todas as vistas de uma peça.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 104

Quando queremos ter uma riqueza maior de detalhes, e Para serem denominadas vistas principais, as projeções têm
colocar todas as informações necessárias para definir um pro- de ser obtidas em planos perpendiculares entre si e paralelos
jeto, utilizamos as vistas ortográficas. As projeções feitas em dois a dois, formando uma caixa. A figura a seguir mostra a
qualquer plano do 1º diedro seguem um princípio básico que peça circundada pelos seis planos principais, que posteriormente
determina que o objeto a ser representado deverá estar entre são rebatidos de modo a se transformarem em um único plano.
o observador e o plano de projeção, conforme mostra a figura Cada face se movimenta 90º em relação à outra.
abaixo.

A partir daí, considerando o objeto imóvel no espaço, o Os desenhos podem ser representados com ampliação ou
observador pode vê-lo por seis direções diferentes, obtendo seis redução proporcionais ao tamanho original da peça, sendo
vistas da peça. Ou seja, aplicando o princípio básico em seis assim, são utilizadas, geralmente, escalas padronizadas em
planos circundando a peça, obtemos, de acordo com as normas desenho técnico.
internacionais, as vistas principais no 1º diedro.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 105

Os desenhos podem ser representados com ampliação ou redução proporcionais ao tamanho original da peça, sendo assim,
são utilizadas geralmente escalas padronizadas em desenho técnico.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 106

O ambiente de detalhamento do Solidworks pode ser visto abaixo.


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 107

Os principais parâmetros das vistas podem ser ajustados como apresentado na


figura abaixo. Parâmetros como escala, exibição da vista, qualidade da imagem e tipo
de dimensão podem ser escolhidos como mencionados no lado esquerdo da figura.

Antes de darmos continuidade a


utilização do software vamos fazer uma
breve recapitulação sobre regras, desenho
técnico e durante a revisão será mostrado
como fazer o que foi apresentado dentro
do software.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 108

Cotagem • Linha contínua: as cotas horizontais devem vir sempre acima


da linha de cota, e as cotas verticais à esquerda da linha de
A cotagem, no sentido mais estrito, é a representação grá- cota.
fica, o desenho das características de um elemento, através
de linhas, símbolos, notas e valor numérico numa unidade de • Linha interrompida, existem duas formas:
medida. A cotagem normaliza o intercâmbio das informações
entre as diversas partes envolvidas no projeto. Faremos uma Todas as cotas têm a direção da linha de cota.
revisão das regras de cotagem através de tópicos apresentados
Todas as cotas têm direção horizontal.
na sequência.

• O tipo de linha utilizado para linha de cota e para linha de


chamada é a linha estreita, e na extremidade da linha de cota
deve vir uma seta, que deve tocar a linha de chamada ou o
detalhe que se está cotando.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 109

• Posicionamento das cotas e setas em relação à linha de


chamada:

• Cotas e setas devem vir preferencialmente entre as linhas


de chamada. • Distâncias a serem observadas na cotagem:

• Quando não couber a cota e as setas entre as linhas de • A linha de chamada não deve tocar no detalhe que está
chamada, as setas devem ser colocadas fora da linha de sendo cotado.
chamada.
• A linha de chamada deve ultrapassar a linha de cota.
• Quando a cota não couber entre as linhas de chamada,
esta deve ser posicionada por fora da linha de chamada, • A cota deve ficar afastada em cerca de 10 mm do detalhe
preferencialmente do lado direito quando a cota for que está sendo cotado.
horizontal e acima quando a cota for vertical.
• As cotas em paralelo devem ficar distanciadas umas das
Nota: de maneira nenhuma deve-se reduzir a altura das outras em cerca de 10 mm.
letras e número, assim como também não se deve reduzir o
tamanho da seta, para que caibam entre as linhas de chamada. • As linhas de chamada podem se interceptar.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 110

• A linha de cota não pode ser interceptada nem por linha


de chamada nem por linha de cota.

No Solidworks, a ferramenta de cotagem é encontrada na


barra de tarefas superior como mostrado na figura ao lado.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 111

• Cotagem em série: é a cotagem em que todas as cotas da • Cotagem em coordenadas polares: este tipo de cotagem deve
peça dependem umas das outras. Neste tipo de cotagem não ser utilizada quando os detalhes a serem cotados estiverem
se deve colocar todas as cotas, deve-se deixar pelo menos todos a uma mesma distância do centro de uma circunfe-
um trecho da peça sem dimensão. rência. Deve conter o raio do arco que passa pelos centros
dos detalhes, o ângulo que referencia a posição do detalhe
na peça e a dimensão do detalhe.

• Cotagem mista: quando se apresentam cotas em paralelo • Cotagem de furo: a posição do furo deve ser cotada sempre
e em série. pelo seu centro, e o diâmetro, de preferência, na vista em
que se apresenta a seção circular, quando não for possível,
cota-se em outra vista, acrescentando-se o símbolo Ø antes
da dimensão.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 112

• Cotagem de eixo e de cone: a cotagem da posição do um


eixo e do cone, deve ser feita quando necessário, no dese-
nho de conjunto, sempre pela linha de eixo do elemento, e
as cotas de diâmetro, no desenho de detalhe, na vista onde
está representada a altura do eixo ou do cone.

• Cotagem de arcos e circunferências: tanto a posição do


centro do arco, como a dimensão do raio do arco, devem
ser cotadas na vista em que se apresenta o arco do círculo.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 113

• Quando as linhas de centro do arco estiverem represen- conhece uma das linhas de centro, o raio e o centro do arco,
tadas, pode-se omitir o símbolo R antes da dimensão. ou quando se conhece o centro e o raio do arco.

• Quando as linhas de centro não estão representadas,


deve-se colocar o símbolo R antecedendo a dimensão.

• Cotagem de chanfros: a cotagem de chanfro é sempre uma


cotagem em paralelo em relação as outras cotas. Acompanha
o ângulo do chanfro e seu tamanho (cateto).

• Ao se cotar arcos de circunferência, deve-se, de prefe-


rência, colocar a dimensão do arco, a seta e a linha de
cota, do lado em que se encontra o centro do arco. • Cotagem em peças com corte em meia vista: reduz o número
de vistas do desenho. Nunca se deve cotar arestas invisíveis.

• Cotagem de grandes arcos de circunferência: quando se


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 114

• Cotagem de furos concêntricos: para evitar poluição visual • Cotagem de superfícies esféricas: indicar o raio ou diâmetro
do desenho, deve-se cotar, no máximo, dois diâmetros na e a coordenada de centro.
vista, que apresentam seção do círculo.

• Cotagem de ângulos: cotar em relação a uma aresta ou plano


• Cotagem de pequenos detalhes: usam-se as vistas de detalhe.
de referência, indicando a coordenada de centro.
O detalhe deve ser posicionado com a mesma orientação
que ocupa na peça.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 115

Para modificar as configurações de cotagem no Solidworks, clique no menu configurações. Uma janela abrirá como apre-
sentado, clique no separador “propriedades do documento”. As informações sobre cotas, fontes, unidades e outras configurações
mencionadas para formatar o modelo estarão disponíveis nesse separador. Clicando nas demais opções será possível modifica-las.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 116

A p ó s is s o, c l iq ue
em dimensões, esta aba
permite modificar todas as
configurações de desenho de
acordo com as preferências
do usuário.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 117

Normas gerais de Desenho técnico

Formatos de folha, legenda, tipos de linhas, letreiros

Como convenção temos algumas normas gerais a serem


utilizadas em Desenho técnico mecânico, os principais itens
são:

• A unidade de dimensionamento utilizada no desenho técnico


mecânico é o milímetro.

• Os formatos devem ser representados com sua maior di-


mensão na horizontal, com exceção do formato A4.

• A legenda deve vir sempre no canto inferior direito do


formato.

• A lista de peças deve vir acima da legenda, ou à esquerda.


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 118

Os formatos de folha seguem as dimensões mostradas a seguir. Caso a folha tenha tamanho superior ao formato A4, a folha
impressa deve ser dobrada como mostrado na mesma figura.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 119

Para realizar o procedimento da mudança do tamanho de folha no software Solidworks, o seguinte passo a passo deve ser
realizado:

1. Clique com o botão direito do mouse na área de trabalho.

2. Selecione “Propriedades”.

3. A caixa de diálogo “propriedades da folha” permite algumas alterações no formato da página (ver página 120).

Também podem ser modificados as margens da folha para adicionar informações que acharem necessário, logos, legendas
dentre outras informações. Para fazer isso siga os passos abaixo.

1. Clique com o botão direito do mouse na área de trabalho.

2. Selecione “Editar formato da folha”.

3. A folha ficará editável. No canto superior direito, aparecerá o ícone de edição de folha.

4. É possível editar as margens, textos e criar padrões próprios utilizando as ferramentas de esboço (ver página 121).
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 120
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 121
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 122

Tipos de linhas

Para o bom entendimento do desenho técnico se faz necessário o uso de linhas específicas para cada aplicação, segundo a
norma ABNT 8403 existe uma tabela que designa cada linha para cada caso de uso. A figura seguinte mostra como modificar
as linhas.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 123

Importação de vistas no Solidworks

Para importar vistas no Solidworks devemos seguir o seguinte procedimento:

1. Abrir o projeto 3D de uma peça.

2. Em “arquivo”, clicar em “criar desenho a partir da peça”.

3. O ambiente de detalhamento será aberto e na “Paleta de vistas” estarão disponíveis todas as vistas da peça.

4. Clique sobre uma e arraste para o centro da folha.


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 124

Vistas auxiliares

Para selecionar um plano qualquer auxiliar, deve-se esco-


lher um plano que seja ao mesmo tempo, perpendicular a um
dos planos principais de projeção e paralelo à superfície que
se quer visualizar em verdadeira grandeza. Preferencialmente
deve-se projetar no plano auxiliar, apenas a superfície da peça
que é paralela a este plano, interrompendo a vista com uma
linha de ruptura curta a partir deste ponto.

As vistas auxiliares, podem ser em qualquer número, e


podem ser projetadas no 1º ou no 3º diedro. Quando no 3º
deve ser indicado claramente no desenho esta condição, através
de uma seta perpendicular ao plano auxiliar e com uma letra
maiúscula sobre a seta.

A vista auxiliar é semelhante a uma vista projetada, mas


ela é desdobrada em normal para uma aresta de referência em
uma vista existente.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 125

1. Clique em Vista Auxiliar. Você pode usar linhas de esboço para dobragem. Neste
exemplo abaixo, para orientar corretamente a vista auxiliar,
2. Selecione uma aresta de referência (uma aresta que não adicione uma relação perpendicular entre a linha esboçada e
seja horizontal ou vertical, caso contrário criaria uma vista o eixo de furo temporário.
de projeção predefinida). A aresta de referência pode ser a
aresta de uma peça, um aresta de silhueta, um eixo ou uma
linha esboçada.

3. Mova o ponteiro até a vista ficar no local desejado, em se-


guida clique para posicioná-la.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 126

Escalas âmetro 100 mm, este pode perfeitamente ser representado em


um formato A4, desde que se utilize uma escala de redução de
Após a seleção das vistas, dos cortes e seções necessárias 1/5, e o eixo não apresente detalhes de pequenas dimensões,
para o perfeito entendimento da peça ou do conjunto, através do mas se neste eixo existirem, por exemplo, uma ranhura para um
esboço preliminar e do esboço final, deve-se escolher o formato anel elástico interno, ou um canto “filetado” numa mudança
e a escala na qual o desenho será representado. Normalmente de seção, esta redução fará desaparecer os detalhes existentes
a preocupação quanto ao formato e/ou escala se dá com rela- no eixo, uma das formas de solucionar o problema é utilizar
ção às maiores dimensões das peças ou conjunto, mas esta é o artifício de ampliação dos detalhes. Outra solução possível
uma preocupação errada, tendo em vista que para dimensões que pode inclusive ser utilizada juntamente com a ampliação
grandes sempre existe o recurso de formatos maiores e redução do detalhe é a ruptura do eixo nos trechos contínuos.
da escala do desenho. Na verdade, a maior preocupação do
desenhista ou do projetista deve ser dirigida para a visualização
dos pequenos detalhes e de peças de pequenas dimensões, estes
sim podem desaparecer ao se utilizar uma redução de escala
ou podem tornar impossível uma impressão em papel, caso
seja utilizada uma escala de ampliação que permita visualizar
estes detalhes e peças.
Em desenho técnico também é possível fazer detalhes em
Por exemplo, seja um eixo de comprimento 500mm, e di- escala, como mostrado na figura a seguir.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 127

1. Clique em vista de detalhes.

2. O “PropertyManager” de vista de detalhe é exibido com


a ferramenta círculo.

3. Esboce um círculo.

No Solidworks adiciona-se a uma vista de detalhe a um 4. Quando a vista estiver no local desejado, clique para co-
desenho para exibir uma parte de uma vista, geralmente em locá-la. Você pode editar as etiquetas da vista e modificar
escala ampliada. Esse detalhe pode ser uma vista ortográfica, a vista como necessário. Para remover os esboços impor-
uma vista não-plana (isométrica), uma vista de seção, uma vista tados para o desenho, excluá-os na árvore de projeto do
recortada, uma vista de montagem explodida ou uma outra “FeatureManager”.
vista de detalhe. A parte ampliada é contida por um esboço,
em geral um círculo ou outro contorno fechado. É possível
definir o fator de escala da vista de detalhes predeterminados.
Ele determina a escala da vista de detalhes como um fator da
vista-pai.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 128

Cortes e seções

No desenho técnico existem dois tipos de corte: o corte


longitudinal (corte B-B), e o corte transversal (corte C-C). Al-
guns elementos mecânicos não devem ser cortados por planos
que os secionem longitudinalmente, de uma maneira geral estes
planos são os que mostram a maior área da peça hachurada.
É necessária atenção especial para esta convenção, para não
interpretar erradamente o desenho de uma peça.

Elementos mecânicos que não devem ser seccionados lon-


gitudinalmente: esfera, pino, orelha, dente de engrenagem,
nervura, contra pinos, chaveta, dente de roda dentada, eixo,
braços, rebites, parafuso.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 129

Os cortes podem ser divididos em:

• Corte total: o plano de corte seciona completamente a peça


sem sofrer desvio.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 130

• Corte em desvio: tem-se neste caso vários planos paralelos secionando a peça. O desenho mostrado abaixo representa um corte
em desvio com três planos paralelos. Nem sempre é possível executar este tipo de corte, após algumas modificações nesta peça,
pode-se observar que esta já não pode ser cortada pelo plano em desvio F-G, uma vez que não foi possível desviar o plano
antes do detalhe que se gostaria de mostrar no corte, provocando uma vista deficiente. Desta forma, é necessário realizar dois
cortes totais, FF e EE.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 131

• Meia vista / meio corte: deve ser utilizado apenas em peças simétricas, onde se representa, metade da peça em corte e a outra
metade em vista. As arestas invisíveis de ambos os lados devem ser evitadas a não ser que seja essencial para o entendimento
do desenho. Não é necessário indicar o traço do plano.

• Corte parcial: é representado na própria vista onde se encontra o detalhe que se quer mostrar. Geralmente não se indica o traço
do plano de corte, assemelha-se a uma peça quando quebrada e é limitado por uma linha de ruptura curta e pelo contorno da
peça. Geralmente é realizado nas peças que não devem ser cortadas longitudinalmente.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 132

A diferença existente entre um corte e uma seção é que em No software Solidworks, seções e hachuras podem ser
uma representação em corte são representadas todas as arestas e criadas através do comando de vista de seção pelo corte de
contornos que se encontram no plano de corte e todas as aresta uma vista-pai por uma linha de seção. A vista de seção pode
e detalhes visíveis que se encontram após este plano, enquanto ser uma seção de corte reto ou uma seção em offset definida
que, em uma seção são representadas apenas as arestas e con- por uma linha de seção graduada. A linha de seção também
tornos visíveis que se encontram no plano de corte. pode conter arcos concêntricos.

1. Clique em Vista de Seção.

2. Esboce uma linha de seção. Também é possível selecionar


As recomendações de tipos de hachuras são de acordo com uma linha já esboçada e clicar na ferramenta Vista de seção.
o tipo de material.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 133

Clicando sobre a área hachurada, a caixa de edição de ha- vista de desenho, não uma vista separada. Um perfil fechado,
chura é exibida. É possível escolher os parâmetros da hachura geralmente um spline, define a seção de corte parcial.
como material, estilo da linha e inclinação como mostrado a
seguir. O material é removido até uma profundidade especificada
para expor detalhes internos. Especifique a profundidade através
de um número ou selecionando uma geometria em uma vista
de desenho. Não é possível criar uma seção de corte parcial em
uma vista de detalhes, de seção ou de posição alternativa. Se
você criar uma seção de corte parcial em uma vista explodida,
não poderá recolher aquela vista.

1. Clique em “Seção de corte parcial”.

Recorte parcial

Uma vista de seção de corte parcial recorta uma parte da


2. Esboce um perfil fechado sobre a região onde será feito o
montagem numa vista de desenho para expor o interior. Um
corte.
hachurado é gerado automaticamente nas faces cortadas de
todos os componentes. A seção de corte parcial é parte de uma
3. Definir a profundidade do corte.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 134

2. Selecione a vista onde será aplicado o corte.

3. Defina os parâmetros do corte.

4. Aplique sobre a vista.

Vista interrompida

É possível usar uma vista quebrada (ou interrompida) em


um desenho. Vistas quebradas possibilitam exibir a vista do
desenho em uma escala maior em uma folha de desenho me-
nor. Você cria um espaçamento ou uma quebra na vista usando
um par de linhas de quebra. As dimensões de referência e do
modelo associadas à área quebrada refletem os valores reais
do modelo.

1. Clique em Quebra vertical.


DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 135

Detalhamento de conjuntos de peças, como distância entre eixos, a posição dos furos na
base de uma máquina, uma tolerância geométrica. A posição
O detalhamento de conjuntos tem por objetivo fornecer do desenho de conjunto na folha deve ser a posição de funcio-
uma imagem da máquina ou dispositivo montado, permitindo namento da máquina.
uma visualização da posição ocupada pelas diversas peças que
compõem o conjunto e o seu funcionamento.

O desenho de conjunto deve apresentar tantas vistas (in-


clusive com arestas invisíveis), cortes e seções quantas forem
necessárias, com a finalidade de melhor interpretar este conjunto
No desenho de conjunto não devem aparecer dimensões, e de permitir uma melhor visualização das peças existentes em
exceto aquelas necessárias à montagem de uma máquina ou seu interior.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 136

Todas as peças do desenho de conjunto devem ser enumera-


das (peça 1, 2, 3, 4, 5,..), caso o conjunto seja muito complexo,
é necessário dividi-lo em (subconjunto A, B, C, etc.), como por
exemplo, um automóvel: subconjunto da suspensão dianteira,
subconjunto da parte de injeção, subconjunto da carroceria,
etc.; e em seguida, após desenhar o subconjunto, enumerar
todas as peças deste subconjunto, por exemplo, subconjunto
A (A1, A2, A3, ...), subconjunto B (B1, B2, B3, ...), e assim
por diante. Na numeração das peças deve-se empregar setas.

que compõe a máquina, as padronizadas (parafusos, rolamen-


Neste tipo de desenho não é permitida a numeração de
tos, contra-pinos, etc.) e as não padronizadas (engrenagens,
peças ocultas (invisíveis) ou semiocultas, sendo necessária a
suportes, eixos, manivelas, fusos, etc.). O desenho de conjunto
execução de cortes e/ou seções que permitam a visualização
apresentará legenda com o nome da máquina e lista de peças,
completa de cada peça que compõe o conjunto.
constando todas as peças do conjunto desenhado.

No desenho de conjunto deve-se representar todas as peças


O desenho de conjunto deve ser representado em folha
específica, não podendo ocupar a mesma folha que o desenho
de detalhes.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 137

Vista explodida

A vista explodida serve para facilitar a visualização do


componente e sua posição no conjunto. Quando a montagem
é complexa e possui muitas peças internas, a vista explodida é
um recurso interessante para numeração das peças.

No Solidworks, a ferramenta de “vista explodida” é encon-


trada no ambiente de trabalho como mostrado abaixo.

Também auxilia na montagem de conjuntos, principalmente


em manuais. As linhas de trajetória, ou linhas de rota, indicam
a posição de um item, mesmo que mude de direção.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 138

Após posicione as peças como for


mais conveniente, pode seguir a apre-
sentação ao lado.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 139

Após levar a montagem para o ambiente de detalhamento 2D, abrir a aba “anotações”. Nesta aba estão as ferramentas para
adicionar informações ao nosso desenho. Clique no botão “Balão automático” e o software numerará automaticamente todas as
peças do conjunto. Quando for a mesma peça, ela aparecerá duas vezes com o mesmo número.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 140

Após isso, o próximo passo é inserir uma tabela como todos os componentes da montagem, e as quantidades de cada um
deles. É possível adicionar em “Tabela geral” uma tabela totalmente editável, como número de linhas e colunas. Na figura se-
guinte foi utilizado o comando lista de materiais, com nome da peça (conforme salvo o arquivo de part 3D), a quantidade e um
campo vazio para adicionarmos uma descrição se assim quisermos.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 141
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 142

Síntese

Neste capítulo relembramos, segundo a ABNT, as prin-


cipais normas de detalhamento para desenhos técnicos. Após
rever isto, foi apresentado como utilizar e aplicar Solidworks.
Foram ensinadas as boas práticas de como fazer cotagem, cor-
tes e seções de peças. Para conjunto foi explicado como fazer
detalhamento de vista explodidas e lista de materiais.
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 143

Exercícios

1. Para aplicar os conhecimentos aprendidos, utilize as peças


modeladas no capítulo “Modelagem de sólidos”, mostradas
abaixo, colocando as seguintes informações:

• Criar uma legenda para a peça.

• Definir a escala a ser utilizada e colocar na legenda.

• Se necessário, utilizar cortes e seções.

• Se necessário, aplicar detalhes.

• Tamanho de folha adequado para a peça.

a) b)
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 144

c) e)

f)

d)
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 145

2. Para o conjunto montado como exemplo no capítulo de b)


“Montagens” faça a vista explodida, a lista de peças, quan-
tidades e numeração através de balões.

a)

c)
DESENHO MECÂNICO AUXILIADO
POR COMPUTADOR 146

Referências

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

PROVENZA, Francesco. Desenhista de Máquinas. São


Paulo: F. Provenza, 1991. 441 p.

Solidworks versão 2016 Help guide.

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